Revista ABOTEC - Ano 01 - Numero 02

Transcrição

Revista ABOTEC - Ano 01 - Numero 02
REVISTA DA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ORTOPEDIA TÉCNICA
HANS KUHN
60 ANOS DE
ORTOPEDIA
TÉCNICA
Ano I · Número 2 Novembro · Dezembro / 2011
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3
ANO I · NÚMERO 2 · 2011
Índice
04 Congresso
Congresso 2011 - Natal
05 Depoimentos
Júlio Lima, Fernando Costa,
Fernando Costa Júnior e André Pasetti
06 Artigo Científico
Prescrição de Cadeiras de Rodas
08 Entrevista
Personalidade da Edição
11 Artigo Científico
Nós Testamos o Sistema Vassar
12 Artigo Científico
Liner de Silicone Para Portadores de
Amputações de Membros Inferiores
e Superiores
14 Artigo Científico
Adequação Postural
17 Artigo Científico
Órteses - Stance Control
18 Jurídico
A Impossibilidade de Registro de Órtese
e Prótese Sob Medida na ANVISA
19 Cursos
Relação de Cursos realizados na Oficina Escola
20 Balanço
Biênio 2010/2011
22 Abotec
Parceria ISPO/ABOTEC
23 Mensagem de Natal
Diretoria Executiva
Presidente
José Joaquim Nogueira da Cunha
Vice-presidente
Peter Kuhn
1º Secretário
Henrique Grego Maia
2º Secretário
Henrique Anderson Presbytero Queiroz de Oliveira
1º Tesoureiro
Sergio Luiz Braga Ribeiro
2º Tesoureiro
Luciano Cabral do Nascimento
Conselho Fiscal
1º Conselheiro: Edion Fontes Gomes
2º Conselheiro: André Cristiano da Silva
3º Conselheiro: Manoel Luiz da Silva Cunha
Suplentes
1º Suplente: Jovino Fernandes Costa
2º Suplente: Jácomo Aricó Junior
3º Suplente: Marijara Cunha Moura Miranda
4º Suplente: Cloves Serra
Expediente
Projeto Editorial
Sergio Luiz Braga Ribeiro (Ortocom)
Aislan Santiago
Tiago Costa
Projeto Gráfico e Diagramação
Sérgio dos Santos Júnior
Impressão: Gráfica Gelset
Tiragem: 2.500 exemplares
[email protected]
Caros Amigos,
Todos nós vimos a importância da
Revista da Abotec como ferramenta de comunicação, divulgação das
novas tecnologias e principalmente, como meio de comunicação de
divulgação da profissão de ortesista/protesista no Brasil. Mas ainda
é com muita dificuldade que estamos lançando a segunda edição
da Revista Abotec, pois, falta mais
participação, mais engajamento e
união, a Revista da Abotec, não é
minha, nem sua, ela é um instrumento de comunicação muito importante de todos nós. Que todos
nós ortesistas/protesistas brasileiros, não pensemos como os plantadores de uvas que produziam vinho
nos alpes italianos. Conta a história
que era tradição entre os produtores de vinho, reunirem-se uma vez
ao ano na praça principal do vilarejo para comemorar o sucesso da
colheita. A tradição exigia que nesta festa cada produtor trouxesse
uma garrafa do seu melhor vinho,
o que fez maior sucesso, para colocar dentro do grande barril.
Um dos produtores pensou: “Por-
que deveria levar uma garrafa do meu
melhor vinho?” Claro que não vou levar! Vou levar sim água, pois no meio
de tanto vinho, o meu não fará falta.
Assim o fez.
Conforme o constume, reuniram-se
na praça. Cada um com sua caneca
para provar o vinho, cuja a fama se
estendia além das fronteiras do País.
Ao abrir a torneira, um absoluto silêncio tomou conta da multidão, do barril jorrou água! A ausência da minha
parte não fará falta. Esse foi o pensamento de cada um dos produtores...
esse é o pensamento de muita gente.
Pensamos que como tem tanta gente
para fazer, a minha parte não tem impotância e nem fará diferença. Será?
Pense diferente e faça a sua parte, não
seja igual ao produtor de vinho Italiano!
Feliz Natal e que em 2012, possamos
participar mais, dividindo alegrias,
somando conquistas e multiplicando
sucessos.
Sergio Luiz Ribeiro
Editor
4
Congresso
Congresso2011Natal
Outro fato inédito e importantíssimo
no II Congresso Latino Americano e VIII
Congresso Brasileiro de Ortopedia Técnica foi à presença da Deputada Federal
O
Sergio Luiz Ribeiro, Carmen Airoldi, Dep. Federal Flávia Morais, Joaquim Cunha e Dr. George Morais
II Congresso Latino Americano e
VIII Congresso Brasileiro de Ortopedia Técnica, ocorrido de 27
de setembro a 01 de outubro do corrente
ano em Natal/RN foi mais uma vez, um
grande sucesso. Em meio a uma paisagem
de encantar os olhos, um ambiente cercado pelo barulho do mar e o céu azul, tendo o sol como companheiro e aliado, mais
de 500 participantes puderam aprender,
ensinar, compartilhar conhecimentos e
experiências, nos mais diversos cursos de
aperfeiçoamento, oferecidos pela ABO-
TEC, Associação Brasileira de Ortopedia Técnica, que a cada edição, dedica-se
ao máximo para oferecer conhecimento e
diversão ao mesmo tempo.
Foi uma experiência descontraída
para todos os congressistas, palestrantes, expositores, que puderam divertir-se,
aprender, trocar conhecimentos e discutir
cases, aproveitando as belezas naturais
da cidade potiguar de Natal, no Rio Grande do Norte.
É muito gratificante e realizador,
chegar ao final de um evento dessa en-
vergadura e perceber que valeu a pena
ter trabalhado duramente dois anos para
trazer palestrantes nacionais, internacionais e ver esse grande intercambio de conhecimento que engrandeceu a todos os
Ortesistas/Protesistas do Brasil.
Nessa edição em especial, podemos
dizer que os expositores foram privilegiados com uma área de exposição bastante
ampla, espaçosa e puderam inovar nos
designers dos stands. A propósito, estavam todos muito bonitos. Parabéns a todos eles, que, souberam unir a tecnologia
ao bom gosto dos novos tempos.
pelo PDT/GO, Flávia Morais, relatora do PL
de Regulamentação da Profissão de Ortesista/protesista, que engrandeceu esse
evento e emocionou a todos os presentes,
pois, por ser ela, a mãe do projeto de Lei
que Regulamenta a Profissão, nos deu a
honra de comparecer ao evento, trazendo
como presente para todos nós, a votação
favorável desse projeto, na Comissão De
Trabalho, Administração e Serviço Público, cabe aqui salientar que nunca em
tão pouco tempo conseguimos fazer um
projeto andar tão rapidamente nas instituições governamentais, como conseguimos com este. Isto, graças à amizade e
confiabilidade que estabelecemos com a
Deputada Federal/PDT-GO Flávia Morais.
Passo importante esse, pois, após seis
anos, o projeto volta à pauta e se dá um
grande salto, rumo a regulamentação da
profissão. Isto significa que na Câmara
dos Deputados, esse projeto de Lei precisa
passar somente por mais uma Comissão,
depois, ruma ao Senado Federal.
A II Edição do Congresso Latino
Americano de Ortopedia Técnica, foi
um “divisor de águas”, pois, todos saíram
ganhadores e mais fortalecidos, vitoriosos, seja no âmbito do conhecimento e
troca de experiências, seja na organização, seja no passo importantíssimo da
regulamentação da Profissão. Mais uma
vez, a ABOTEC supera as expectativas de
todos e garante o sucesso para todos. Sucesso esse, que representa a proximidade
de um sonho a ser realizado: a Regulamentação da Profissão.
Parabéns a todos,
o “sucesso é nosso e para nós”.
5
Depoimentos
“Os Cursos do Pré-Congresso fofo
ram muito interessantes, eu acho que
foi muito bem observada as diversas
áreas de atuação, desde a parte simples da confecção de uma órtese, se viu
soluções para próteses e órteses, como
liners e até algo mais sofisticado.
Os cursos oferecidos pela Abotec
abordaram tecnologias mais sofisticadas, isso contempla o dia-a-dia dos
profissionais, além disso, estão propiciando um olhar para o futuro, ou seja,
o que vai ser a nova realidade.
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Essas novas tecnologias são super
bem vindas, me alegro com tudo isso,
be
por outro lado, me entristeço por ser
po
sabedor que inda é muito caro para
sa
a maioria dos usuários e esses, são a
grande parcela da população.
gr
Tenho esperança e confiança que
na medida em que as coisas vão mudando, possa se popularizar. Até acho
da
que é o objetivo das grandes empresas
qu
que estão estudando, criando novas
qu
formas de tornar esses avanços mais
fo
acessíveis aos usuários.
ac
A revista da Abotec é um meio de
comunicação importantíssimo e fundamental. Ela é o elo entre os profissionais,
ortesista/ protesista, médicos, fisiatra e
1 e
até pelo paciente/ usuário de próteses
órteses que está sendo orientado, esse
acaba ficando ansioso e necessitando
de conhecimento e até mesmo entender o que está acontecendo com ele, e
a revista vai ajudar muito.”
Dr. Julio Lima
Médico Ortopedista
“Gostaria de parabenizar a ABOTEC pelo sucesso
do II Congresso Latino Americano e VIII Congresso
Brasileiro de Ortopedia Técnica, pela qualidade do
Br
conteúdo apresentado nas palestras do Congresso e
co
Pré-Congresso e agradecer também a cidade de NaPrétal, sempre muito acolhedora.
Desejo que o evento continue crescendo, trazendo novidades e enriquecendo nossa categoria, e
ze
que possamos estar todos juntos na próxima edição.
qu
Um forte abraço.”
Fernando Costa Jr.
“Primeiramente, gostaria de
registrar minha satisfação em
participar do II Congresso Latino Americano e VIII Congresso
Brasileiro de Ortopedia Técnica.
Um evento que vem evoluindo
muito a cada edição com novas
tecnologias sendo apresentadas
pelos expositores, com palestrantes de alto nível e apresentações
importantes que só acrescentam
na formação e especialização dos
profissionais da área.
Um agradecimento especial
aos nossos clientes que nos prestigiaram em nosso coquetel de 25
anos da POLIOR e a Diretoria da
ABOTEC pelo excelente trabalho
que vem realizando.
Um abraço a todos e até a
próxima!”
ETHNOS
“Um congresso Mundial é sempre um grande aprendizado, desde a troca de informações com
colegas de outras regiões até as palestras científicas, que por sinal foram muito bem escolhidas.
Já participei de outros congressos e acredito que esta experiência traz um grande benefício para
os clientes da Ortopedia, além do mais nos deixa mais próximos das tecnologias que estão sendo
desenvolvidas em outros Países. Acredito que o caminho para um reconhecimento maior da nossa
profissão serão estes “encontros”, que propiciam a nossa visão de aprimorarmos cada vez mais. Sou
e sempre serei um eterno defensor destes Congressos.”
André Pasetti
Gerente do Setor de Próteses e Órteses - Ortopedia Wiesbauer
Fernando Costa
POLIOR
6
Artigo Científico
Prescrição de cadeiras de rodas
Aspectos relacionados à sua escolha
Cláudia Galvão e Andreza Polia
Cláudia
udia Galvão
Galvão
ão - Mestre em Engenharia
En haria de Produção Professora do Curso de Terapia Ocupacional da
Universidade Federal da Paraíba – UFPB
C
omprar uma cadeira de rodas não
é tão simples como ir a uma loja e
pagar por um produto que está exposto na vitrine. É preciso pensar sobre alguns aspectos que farão diferença na vida
dos usuários destes produtos.
A postura sentada exige conforto,
segurança, estabilidade, alinhamento e
pode facilitar um comportamento bastante dinâmico para a função.
Ao longo dos anos em nossa prática,
nos deparamos com pessoas de diversas
culturas onde muitas vezes são observadas situações preconceituosas que relacionam o uso da cadeira de rodas às grandes restrições e incapacidades.
Nos dias atuais essas crenças equivocadas estão ficando cada vez mais ultrapassadas, e, diante da evolução dos
equipamentos, observarmos que as cadeiras de rodas estão mais confortáveis, leves, modernas e funcionais; além do fácil
acesso para a compra, através de catálogos ou show-room de lojas do setor.
Para seleção de uma cadeira é essencial o acompanhamento de profissionais
especializados nesta área, sendo o terapeuta ocupacional ou o fisioterapeuta,
coordenadores do processo de coleta de
informações, aquisição e ajustes das cadeiras de rodas, trabalhando em parceria
com os demais profissionais médicos, assistentes sociais, vendedores e técnicos de
ortopedia.
As cadeiras de rodas podem ser indicadas para disfunções físicas de caráter
temporário, como nas fraturas de membro inferior ou após cirurgias; ou de forma
permanente, como em lesões medulares
mais altas. A utilização da cadeira, além
da locomoção pode estar associada ao
suporte para manter o controle postural,
prevenção de novas deformidades ou a
acomodação das mesmas, quando necessário e à distribuição de pressão do sentar.
Na seleção e prescrição desses produtos especializados é importante realizar
uma boa coleta de informações acerca
do diagnóstico, condições físicas, aspectos ortopédicos/ neuromotores e fatores
associados, compreender os aspectos cognitivos e funcionais; os tipos de atividades que o individuo realiza durante o dia,
ambientes que freqüenta, transportes utilizados, equipamentos utilizados anteriormente à aquisição, grau de mobilidade, e,
condições econômicas da família.
O profissional que trabalha com a indicação de cadeiras de rodas deve ter conhecimento sobre a disponibilidade dos
produtos no mercado e aspectos relacionados ao uso dos produtos, custo/benefício e manutenção.
Para a indicação das cadeiras de rodas
manuais, tradicionalmente dar-se preferência aos modelos em alumínio porque
são leves e resistentes. Este tipo de cadeira
é indicado pela sua facilidade para o uso
de forma independente pelo indivíduo e,
praticidade em transportá-la, porque geralmente esses modelos são dobráveis.
Em situações particulares como al-
Polia – Mestre em Educação - Professora
Profes
fessora do
Andrezaa Polia
Curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal
da Paraíba – UFPB
guns quadros de doenças com limitações
importantes, tais como, usuários que não
podem ter grandes gastos energéticos e
realizam grandes percursos diariamente e
nas doenças neurodegenerativas em fase
avançada, existe a opção pela indicação
de cadeira de rodas motorizadas para o
ambiente da escola, ou do trabalho, de
forma a garantir sua autonomia. Esta
escolha deve considerar principalmente
os fatores ambientais e a praticidade no
transporte.
A prática de esportes também requer
cadeira de rodas especiais, já disponíveis
no mercado de acordo com a modalidade
praticada.
Para selecionar uma cadeira de rodas
é preciso conhecer as medidas utilizadas
para sua prescrição e as implicações das
mesmas. Entre elas, podemos considerar:
- Altura do encosto – tradicionalmente não deve ser mais alto que o ângulo
inferior da escápula para não dificultar a
propulsão independente. Deve-se considerar a diferença da medida quando há
o uso de almofadas. Os casos de maior
comprometimento motor podem precisar
de maior suporte com um encosto mais
o
al
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alto e a inclusão do apoio de cabeça, preferencialmente ajustável em altura e profundidade.
- Largura do assento – devem ser
evitados assentos muito largos, devido
ao prejuízo no controle e equilíbrio do
tronco e dificuldades para o alcance aos
sobrearos de propulsão.
- Profundidade do assento - medida
responsável pela distribuição do peso do
corpo ao longo do assento. Deve-se evitar
o contato do assento com a fossa poplítea
para não limitar o movimento de flexão
dos joelhos e nem comprimir a circulação
nesta região.
- Altura do assento – Medida geralmente padronizada pelos fabricantes.
O uso de almofadas muito altas, altera
esta medida e pode gerar instabilidade de
tronco.
- Altura do apoio dos pés – Com usuários muito altos é preciso observar altura
e ângulo desta medida. Deve-se estar no
mínimo a 5 cm do chão para ultrapassar
pequenos obstáculos.
- Altura do apoio de braços – geral-
mente padronizada pelas fábricas, seu
ajuste objetiva um maior suporte para
realização das atividades funcionais. Geralmente mantém os membros superiores
alinhados ao tronco, livre de elevação ou
depressão dos ombros e podem permitir
encaixe da mesa.
Uma cadeira que oferece a opção dos
apoios de pés e braços removíveis ou escamoteáveis facilita a realização da transferência de seus usuários. Nos casos de
fraturas e edemas de membros inferiores,
entre outros, os apoios de pés podem ser
prescritos com a opção de elevação dos
mesmos.
As cadeiras de rodas manual ou motorizada podem oferecer maiores suportes
com os sistemas de inclinação que auxiliam a manutenção postural do tronco e
cabeça: tilt (inclinação do assento e encosto simultaneamente para trás), geralmente associado ao sistema de almofadas
anatômicas; e o recline (abertura do ângulo do quadril para o sentar).
Em relação aos acessórios podemos
fazer uso cautelosamente de cintos e
apoios laterais para estabilizar o quadril,
o tronco, e em situações particulares, os
membros; mesa recortada tipo bandeja
com encaixe para cadeira, almofadas especiais, entre outros.
A idealização da adequação postural
do sentar se dá a partir do alinhamento
e/ou estabilização do quadril. Para usuários com importantes deformidades
estruturadas, espasticidade grave e com
outras necessidades, poderão ter indicação de medidas e modelos de cadeiras
especiais que requerem um maior acompanhamento terapêutico e o suporte de
uma oficina ortopédica para confecção
dos ajustes e adaptações.
A cadeira de rodas prescrita apropriadamente estará diretamente relacionada à melhora no nível de independência, aumento da auto-estima e a
qualidade de vida do usuário. É preciso
lembrar que a aquisição de uma cadeira de rodas é um processo contínuo que
engloba revisões periódicas para manutenção, acompanhamento do uso para as
novas aquisições.
8
Personalidade da edição
HANS JOHANN KUHN
E
le é conhecido como “Seu Hans,” nasceu Hans Johann Kuhn em 26 de Junho de 1926, em Saint
Gallen, Suíça, já possuindo conhecimentos em Ortopedia Técnica na Europa, mudou-se para
o Brasil na década de 50 e foi um dos grandes incentivadores de uma área até então pouco
difundida. Toda sua vida profissional se passou na Cidade de São Paulo, onde se estabeleceu como
técnico em órteses e próteses e homem, fundando uma das mais tradicionais e conhecidas ortopedias do Brasil, a Ortopedia Americana. Durante esta entrevista vamos conhecer um pouco mais
sobre o que tem a dizer e as histórias que viveu como homem e Ortesista/Protesista Ortopédico.
RA: Podemos dizer que o “Seu Hans” é um fazer no começo não envolvia próteses, eu que havia uma pequena loja abandonada,
dos nomes mais conhecidos da Ortopedia
Técnica Brasileira, como o Hans Johann
Kuhn definiria o “Seu Hans”?
HJK: É um pouco difícil para uma pessoa
fazer uma auto-avaliação, mas poderia me
definir, como uma pessoa que na medida do
possível conseguiu cumprir com êxito o que
a vida pede para um homem cumprir. Fui
um ótimo profissional, criei um boa família
e hoje aproveito o que a melhor idade oferece para um cidadão após a sua idade ativa.
RA: Já definimos o “Seu Hans” hoje, ago-
ra conte-nos como era o “Seu Hans” ou o
jovem Hans? Onde nasceu, como foi a sua
infância e a adolescência?
aprendi a fazer cintas, palmilhas, coisas muito simples, as palmilhas nesta época eram
feitas de aço inoxidável. Na Noruega os técnicos de lá duvidaram do meu conhecimento no trabalho com o aço e acharam que eu
não me sairia bem neste tipo de técnica, mas
provei que sabia fazer e em pouco tempo já
era o mais rápido e o que fazia o serviço com
melhor qualidade, depois de provar a parte
técnica me passaram para a loja, fiquei 3 ou
4 meses já sabia me virar com a língua e depois de ter tudo, quis ir embora, essa foi uma
decisão de vida e retornei à Suiça e de lá vim
direto para o Brasil.
RA: Qual foi o “acaso” que o fez trabalhar
com ortopedia técnica?
HJK: Meu pai tinha um amigo que era
proprietário de uma ortopedia e eu com 16
anos. Após um jantar esse amigo de meu
pai o informou que estava a procura de um
aprendiz para sua ortopedia. Meu pai, bom
de papo, me indicou e pela amizade comecei
a trabalhar em ortopedia durante a II Guerra,
1943 ou 1944, depois com o tempo fui prestar serviço militar e após os 4 anos, saí desta
firma para aprender um pouco mais sobre
ortopedia. Tempos depois quis ir embora e
conhecer o mundo e parti para a Noruega.
RA: Como era a ortopedia técnica nesta
época?
RA: E a concorrência que havia nesta época,
como era?
HJK: Tinham poucos concorrentes, mas
muito competentes, tinha já nesta época
RA: Após todo esse período na Europa che- Instituições públicas que já prestavam serviga ao Brasil e como foi essa chegada?
HJK: Nasci na Suiça, Cidade de Saint Gallen, HJK: Tinha um colega no Brasil que tinha
passei uma vida sossegada, sem muitos altos e baixos, mas devido a II Guerra, tudo se
mudou na Europa, mas pelos acasos da vida
comecei a trabalhar com ortopedia.
fechada, na Consolação com a Rua Martins
Fontes, falei com o dono e propus abrir uma
Ortopedia lá, foi a partir daí que minha vida
começou a melhorar, através desta ortopedia, mesmo sem funcionários comecei a
comprar máquinas até que um dia contratei
um alemão para trabalhar com próteses. E
os negócios começaram a crescer, o número
de funcionários aumentar.
uma empresa que fazia cintas e meias elásticas, em um bairro de São Paulo, chamado
Jabaquara, mas que não é o Jabaquara que
conhecemos hoje. E depois de um ano no
Brasil, ganhando pouco dinheiro, um salário mínimo, não poderia continuar trabalhando, e como nesse bairro tinha muitos
alemães, um deles me informou que havia
na Rua da Consolação uma Ortopedia, e
lá encontrei um Alemão que não entendia
nada de Ortopedia, apesar de ter uma, não
era muito grande, mas apenas precisei falar
que sabia fazer palmilha e fui contratado, lá
também além de palmilha fiz bastante coletes. Após um ano o dono da loja me dispensou avisando que ia fecha-la, pois ia trocar
de ramo o negócio. Fiquei novamente sem
o que fazer!
RA: E neste desespero, pois não tinha mais
trabalho, o que fez?
HJK: Assim que recebi a notícia que a Or-
topedia em que trabalhava iria fechar, tive
HJK: A ortopedia técnica que eu aprendi a que buscar uma alternativa e ao reparar
ço em órteses e próteses ortopédicas, como
o Hospital das Clínica e a AACD, nesta época
os concorrentes não jogavam sujo, tinham
mais hombridade, sabiam que eram adversários e não inimigos.
RA: Com a empresa crescendo, novas tec-
nologias também apareceram, como foi essa
etapa profissional da ortopedia técnica no
Brasil e na sua empresa?
HJK: Depois que eu mandei vim um ale-
mão direto de lá para trabalhar comigo em
prótese e a empresa começou a crescer, tive
uma dica de um de meus amigos/concorrentes que começou a trabalhar com produtos importados da Alemanha, foi aí que
comecei a trabalhar com componentes de
órtese e próteses da Otto Bock, comecei a
trabalhar com o “Joelho JUPA”, foi o primeiro joelho da geração de joelhos da Otto Bock
no Brasil, importava muito joelho jupa e distribuía, não ganhava dinheiro, apenas comprava e distribuía, comprava direto da Bock
da Alemanha. Como eu era só um técnico e
não tinha o dom comercial, hoje eu poderia
ser a Bock no Brasil. Foi nesta época e com
essa experiência que comecei a trabalhar em
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presam pela quantidade e não pela qualidade. E número gera voto e voto é o que
interessa para esses agentes públicos. Não se
pode terceirizar um serviço como o de órteses e prótese, o técnico que tira as medidas
deve ser o que fabrica. Toda vez que se entrega uma prótese nova, um encaixe novo,
o paciente passa por uma adaptação e se
isso foi feito por um terceiro, como saberá
adequar caso necessitar de alguma modificação sem ter visto o paciente? E a análise
posterior da adequação do paciente com a
prótese, vai terceirizar isso também? Bem
acho que está muito errado o atual sistema,
privilegia o nivelamento por baixo da qualidade do serviço de órteses e próteses.
o
N
nt
ara
co
mo
oais
RA: Voltando um pouco ao passado, mais
ou menos uns 25 anos, o por quê fundar
naquela época uma associação de ortopedia
técnica, a ABOTEC?
HJK: Eu nunca fui um materialista, eu via
a deficiência institucional e profissional na
nossa área e era só colocarmos um jaleco
branco que éramos chamados de doutor. E
em um dos congressos de ortopedia na Europa que participei, e com os contatos que
tinha por lá, por ser um grande comprador,
reparei que muitos destes contatos eram
membros de associações que os representavam perante os governos e essa ideia ficou
na minha cabeça. Voltando para cá, reuni alguns amigos da ortopedia de vários cantos
do Brasil e expliquei o que podíamos fazer,
mesmo sem saber como fazer. Mesmo assim
fizemos e fomos improvisando a formação
da associação e a pior coisa foi a relação associação e governo. Acredito que essa dificuldade se mantem até hoje.
RA: O “Seu Hans” fundou a ABOTEC e como
parceria com instituições públicas na prestação de serviço de órteses e próteses.
RA: E como foi a experiência de parceria público/privada nesta época?
HJK: No Ipiranga, tinha o Centro de Reabi-
litação do INSS e lá consegui me encaixar.
Esse centro prestava um atendimento de
primeiro mundo as pessoas que necessitavam de uma órtese ou prótese ortopédica,
havia um diretor do instituto que era muito
competente e os pacientes eram atendidos
por uma equipe multidisciplinar com, Médico fisiatra ou ortopedista, um técnico em
órteses e próteses, no caso eu, psicólogo,
assistente social, tudo era feito para que o
paciente saísse satisfeito e com o que ele
necessitava nas melhores condições. Dificil-
mente ou melhor não me lembro de algum
paciente sair insatisfeito com o que lhe foi
entregue, ou seja, muito diferente do que
acontece hoje. Naquela época, o paciente
passava por uma avaliação pré-protetização, para saber se a pessoa tinha capacidade e pudesse estar adaptada para o uso da
prótese, só após essa avaliação o paciente
passava para o departamento para se fazer
a prótese e assim passar por fisioterapia e
adaptá-lo ao aparelho.
RA: Se no começo se tinha esse atendimen-
to de “primeiro mundo” por que isso acabou?
HJK: Acredito que tenha acabado por uma
questão política, do dia para noite esse sistema acabou. Hoje os órgãos governamentais
ele analisa o papel que a mesma assume na
área e no Brasil de hoje?
HJK: A associação hoje assume um papel
muito importante que é o de fiscalizar os
novos técnicos em ortopedia. E isso é muito
mais do que podíamos pensar naquela época. E, além disso, o esforço que esse grupo
no comando possui para a aprovação da
profissão, é de muita valia. Sei através de
meu filho que também há um esforço para
se voltar ao antigamente, o sistema de concessão de órteses e próteses pelo governo,
presando a qualidade com um preço justo
para com as empresas de ortopedia técnica
e não a quantidade para virar estatística. Esses que seguram a bronca da ABOTEC hoje,
possuem as melhores intenções e vontades
para conseguir o que desejamos, não é um
caminho fácil, mas se pode solicitar também
ajuda de organismos internacionais para
10
N
nos ajudarem neste esforço de melhorar a
área, inclusive com técnicas e profissionais
para o ensino de nossos técnicos.
RA: Como analisa o nível técnico dos profissionais em órteses e próteses no Brasil?
HJK: O nível técnico dos profissionais bra-
sileiros é muito baixo, apesar dos esforços
da ABOTEC, com os cursos e congressos que
promove, apresentando novas técnicas e
novas matérias primas. Hoje na Alemanha já
está mudando o nível de formação dos técnicos, agora se necessita de curso superior
para ser um técnico em órteses e próteses.
Além da formação superior, é obrigado a se
fazer estágio para a parte prática da órtese
e prótese, no Brasil, como a profissão não é
reconhecida, não se tem cursos de formação e especialização de longa duração e
nem incentivos para pesquisadores na ortopedia técnica, é lamentável, mas é verdade.
Não adianta se criar um curso de dois anos,
ministrar o curso, sem parceria com as empresas da área para a parte prática, a única
coisa que vão ensinar é a teoria e que não
servirá para nada se não tiver um acompanhamento técnico. O público deve auxiliar
o privado quando se pensa na formação de
profissionais de quaisquer áreas e isso infelizmente não acontece na nossa.
O brasileiro é muito inteligente e uma mão
de obra valiosíssima, mas não consegue
ter acesso a informação com facilidade. Se
melhorarmos esse intercambio poderemos
melhorar a qualidade técnica de nossos profissionais.
RA: “Seu Hans” na condição de fundador
e primeiro presidente da ABOTEC, como foi
essa experiência?
HJK: Houve não só de minha pessoa, mas
de algumas outras com muita boa vontade,
apesar do pouco conhecimento. Tive e cultivei bons amigos, mas na nossa época as pessoas que nos ajudariam com o seu tamanho
e importância, pularam fora e tivemos que
andar sozinho.
muito tempo fez é sempre bom ver, pena
que os netos não seguiram o mesmo caminho, mas a profissão é uma das mais bonitas
que conheço.
RA:
Para terminar, vou citar o nome de
algumas pessoas e o Sr. Me informe o que
pensa sobre ela, ok?
de deixar algo para as próximas gerações, ajudava sempre sem precisar saber para quem estava
ajudando.
Rudi Wiesbauer:
Gosto muito do Rudi, uma
pessoa muito inteligente, um “bon vivant”.
Jairo Blumental: O mais inteligente de todos! O
Pai foi o grande incentivador! Merece estar onde
está!
RA: O Sr. possui 2 filhos na área da ortope- Mario Gonçalves de Carvalho Filho:
Peter Kuhn: O melhor técnico da família (ri-
HJK: É gratificante! Ver seu filho fazer o que
Entrevista feita por Aislan Santiago
dia técnica, como é passar para os filhos a
profissão do pai?
De um
idealismo fantástico, um dos ótimos amigos que
tive na ortopedia técnica, por muitas vezes, por
conta própria saía do RJ e vinha à SP para participar de nossas reuniões, sempre com a vontade
sadas)! E um grande conhecedor da ortopedia
técnica. Bom professor, aprendo muito com ele.
Artigo Científico
11
ANO I · NÚMERO 2 · 2011
Nós testamos o Sistema Vassar
VASSAR - Vacuum Sealed Socket with Adjustable Ring
Tradução: Anel Regulável para Vedação de Soquete a Vácuo
O que é o Vassar:
Trata-se de um anel flexível, pré
moldado que é colocado diretamente no coto de amputação ou sobre o
liner que reveste o coto e não adaptado internamente no soquete, com
função de selar os soquetes de próteses de membros inferiores, criando
um ambiente de vácuo hermetica-
mente selado. Isso possibilita que os
cotos possam adaptar-se as próteses
usando uma vedação regulável e mais
proximal possível e como conseqüência disso, criando uma maior área de
contato com o soquete oferecendo
grande segurança ao amputado.
Utilizamos o anel em um paciente
com uma amputação transtibial somente, em duas situações, com e sem
liner. Em ambos os casos é necessário
que a redução aplicada ao molde seja
quase nada, para que o novo sistema
de adaptação possa funcionar, se faz
necessário o soquete rígido transtibial, uma válvula de expulsão de ar
conectada na posição distal desse
mesmo soquete e opcionalmente um
liner flexível de característica lisa sem
ranhuras ou desenhos, e claro, o anel
de vedação circundando o coto ou o
liner do paciente.
A vedação hermética provocada
pelo anel no momento de introdução
do coto no soquete rígido faz com
que a válvula expulse o ar continuamente, até a completa adaptação do
coto no soquete.
Como proceder:
1
2
3
4
Colocar o liner e depois colocar o
anel de vedação, introduzir os dois no
soquete rígido, com isso o anel vedará todo o processo e ao introduzir seu
coto já agregado ao anel no soquete
rígido da prótese, a válvula expulsa o
ar do ambiente interno do soquete, o
anel de vedação criará um selo hermético no soquete e com ausência de ar
provocado pela ação da válvula, esse
conjunto de fatores propiciarão um
ambiente de vácuo no soquete, oferecendo maior área de contato e grande
segurança na fixação do soquete.
A adesão do anel de vedação ao
coto ou ao liner é feita apenas por contato, sem cola, basta avaliar a circunferência do coto do paciente. Permite
também, um posicionamento em regiões mais proximais ou distais do coto.
Sergio Luiz Ribeiro
Ortocom Ortopedia
12
Liner de Silicone para pessoas portadoras
de amputações de membros inferiores e superiores.
Uma tecnologia ao alcance de todos!
Um breve histórico dos encaixes das próteses
C
omo protesistas, um sério problema que enfrentávamos na adaptação de próteses em pessoas
portadoras de amputações de membros inferiores e superiores era o de
proporcionarmos os devidos conforto
e segurança na ligação entre o amputado e a prótese, ou seja, na forma de
suspensão e anatomia do encaixe da
prótese. Devido aos sistemas existentes, havia a dificuldade de conseguirmos uma boa suspensão das próteses
onde, a princípio, nas amputações
transtibiais, tínhamos que lançar mão
de acessórios de couro envolvendo a
coxa, fixados às próteses por meio de
pesadas hastes metálicas articuladas,
os conhecidos coxais, ou ainda, cintas
envolvendo a região supracondiliana
e até mesmo cintas presas à cintura.
Depois vieram os formatos diferentes
de encaixes como o PTK que envolvia
a patela e foi largamente utilizado nas
amputações proximais de tíbia e finalmente o mais conhecido de todos, o
encaixe KBM que, por seu formato, faz
uma pressão na região supracondiliana
conseguindo assim uma boa suspensão da prótese sem a necessidade de
outros acessórios. Mas continuávamos
com o problema do conforto pois a solução viável de interface entre o coto
e o encaixe da prótese, era de construirmos cartuchos internos de E.V.A., o
paciente tinha que fazer uso de meias
de algodão, a higienização possível
não era a mais adequada além de a
segurança não ser totalmente eficiente
pois dependíamos do formato e pressão exercida na região supracondiliana
para termos uma suspensão que, para
atividades de mais exigência, não se
conseguia toda a segurança necessária
quanto à suspensão, e o desconforto e
a insegurança, portanto, continuavam
sempre presentes.
Também nas amputações transfemorais, a princípio era necessário o uso
de cintos para manter a suspensão das
próteses e com a evolução do formato do encaixe, saímos dos encaixes de
formato quadrilateral com apoio isquiático para formatos mais anatômicos
como os de contenção isquiática em
formato ovolongitudinal (CAT-CAM) e
mais recentemente os encaixes M.A.S.
Também na forma de suspensão dos
encaixes para amputações transfemorais deixamos a utilização dos cintos e
passamos a utilizar o sistema de suspensão a vácuo, porém, muitos pacientes relatavam dificuldades de aprendizado e de aplicar a técnica correta para
calçar a prótese para obter a suspensão
e o posicionamento adequado, enfim,
persistindo assim o desconforto e a
insegurança. Da mesma forma ocorria
com os amputados de membros superiores onde as únicas opções que tínhamos de fixação, ou seja, de suspensão,
seria buscando apoios sobre proeminências ósseas, como por exemplo, os
epicôndilos, ou lançando mão também
de cintos e tirantes extremamente incômodos e de pouca praticidade.
E agora?
Finalmente surgiram os “Liners de
Silicone” e também posteriormente de
outros materiais como uretano, gel de
silicone, etc. A princípio, a maioria dos
liners utilizava um pino na extremidade
distal que se fixava em um dispositivo
adaptado à prótese denominado de
“shuttle lock”, proporcionando, assim,
uma boa e eficiente suspensão aliado
ao conforto proporcionado pelo silicone, mas que em alguns casos, acabava
sendo um problema para aplicação em
cotos mais longos. Também surgiram
os liners sem pino que substituíam os
cartuchos de E.V.A. e proporcionavam
um conforto muito superior. Por conseqüência do grande sucesso obtido com
a utilização dos liners na protetisação,
a princípio, de amputados transtibiais,
essa utilização evoluiu também para as
amputações transfemorais e de membros superiores.
O mais importante a se destacar,
é que a implementação dos liners na
protetisação de amputados de membros inferiores e superiores chegou
proporcionando um conforto e uma
segurança até então não conseguida
por nenhuma outra técnica. E agora,
mais recentemente, com o desenvolvimento do sistema mais conhecido
como de “válvula de expulsão”, onde
criamos um eficiente vácuo entre o liner, que fica em contato com o coto,
e o encaixe da prótese, através da utilização de uma joelheira que recobre
ambos, proporcionando a devida vedação, e com a possibilidade da utilização
de acessórios como bombas adaptadas
às próteses e conectadas aos encaixes
para aumento da eficiência na sucção
existente entre o liner e o encaixe, incrementado ainda pelo desenvolvimento de formatos de encaixes mais
anatômicos, onde não se concentra
13
ANO I · NÚMERO 2 · 2011
mais a carga em determinados pontos
nos cotos de amputação, chegamos
finalmente àquela tão procurada e
desejada segurança e ao tão almejado conforto na utilização de próteses,
pelos portadores de amputações de
membros!
Porém ainda restava um problema
crucial: O CUSTO! Esses sistemas eram
muito caros, os liners e joelheiras, ou os
“liners de pino”, as válvulas de expulsão
de ar, as bombas auxiliares, os shuttle
lock, todo esse novo sistema acabava
sendo restrito às classes mais abastadas da sociedade. Devido ao alto custo
desses sistemas, poucos tinham acesso
a tal tecnologia. Mas esse quadro também vem mudando!
Com a constatação da grande vantagem desse sistema, em relação aos
anteriores, as empresas vislumbraram
o grande potencial desse mercado e
passaram a desenvolver produtos com
qualidade equivalente e com custos
mais acessíveis e por conseqüência, as
empresas que já produziam tais produtos como liners, joelheiras, bombas
auxiliares de sucção, shuttle lock e
válvulas de expulsão, otimizaram seus
custos possibilitando adequarem-se a
essa nova realidade, tornando-se assim
essa tecnologia acessível a uma grande
parcela da população.
Com a diminuição de custos que
verificamos atualmente no sistema de
protetisação com a utilização de liners,
vislumbramos que essa tecnologia
brevemente chegue ao sistema SUS.
Inclusive, já temos notícias de alguns
sistemas credenciados ao SUS, que já
estão fornecendo essa tecnologia aos
segurados.
Cabe agora a todos e a cada um de
nós, trabalharmos no sentido de sensibilizarmos o governo quanto à importância de uma eficaz reabilitação das
Pessoas Portadoras de necessidades
Especiais, disponibilizando para elas as
tecnologias existentes. Todos sabemos
que uma pessoa mal reabilitada, custa
mais para os sistemas do governo (SUS,
INSS, etc.), se contemplarmos essas
pessoas com as tecnologias adequadas, ou seja, se priorizarmos a qualidade na reabilitação e, obviamente, com
a possibilidade dessa qualidade estar
adequada a um custo viável ao sistema de saúde, porque não trabalharmos no sentido de fazer as adequações
necessárias na legislação vigente? A
Associação Brasileira de Ortopedia
Técnica (ABOTEC), tem uma proposta
de mudança na forma de concessão
de órteses e próteses ortopédicas no
Brasil que foi elaborada nesse sentido,
ou seja, priorizar a qualidade, na confecção das órteses e próteses, sempre
trabalhando dentro de uma ótica de
custos reais, sem onerar os cofres públicos (ver http://www.abotec.org.br/
site2/lei_de_concessao_resumo.pdf ).
Enfim, a tecnologia de utilização
de liners na protetisação de amputados, veio para ficar e vislumbramos um
futuro muito próximo de uma real popularização dessa tecnologia no Brasil,
é uma questão de tempo, de pouco
tempo.
Joaquim Cunha
Ortesista-Protesista
otesista
Graduado pelaa Universidad
Don Bosco – El Salvador
ão José Ortopédicos
Diretor da São
Presidente daa ABOTEC
14
Artigo Científico
Adequação Postural
E
xistem centenas de cadeira de rodas no mercado
hoje. Para escolher a cadeira ideal é necessário
entender para que servem as principais medidas
da cadeira de rodas. Além disso, diferentes fatores clínicos, funcionais, sociais e econômicos do indivíduo
podem interferir de forma relevante na aquisição da
cadeira de rodas.
A cadeira de rodas deve proporcionar ao seu usuário conforto, posicionamento adequado, segurança,
funcionalidade e independência.
Algumas abordagens como medidas da largura,
comprimento ou profundidade do assento, altura do
encosto e do pedal, e principalmente o peso do usuário, são peças importantes.
A largura do quadril do usuário, o espaço necessário para sentar-se na cadeira, não deve estar nem
apertado e nem folgado. A largura correta é determinante para os seguintes aspectos: 1º) posicionamento
correto dos braços ao impulsionar as rodas traseiras.
2º) referência de espaço corporal para movimentação.
3º) otimização das dimensões externas da cadeira em
relação ao meio físico. 4º) referência de equilíbrio e
posicionamento adequado.
1
O comprimento ou profundidade do assento
está relacionado com a
distância entre o encosto e o
término do assento.
2
O ideal é que este comprimento permita o máximo de contato da superfície com a perna do
usuário, deixando um espaço de três dedos de
folga entre o término do assento e a fossa poplítea.
A altura do encosto está relacionada com a distância
entre o assento e o término do encosto.
15
ANO I · NÚMERO 2 · 2011
3
Esta medida deve estar abaixo da escápula,
permitindo uma boa movimentação e equilíbrio do usuário. Há casos em que o equilíbrio do tronco deve ser avaliado, exigindo um
encosto mais alto, portanto esta é uma medida
que deve ser ponderada de acordo com a necessidade.
A altura do pedal estabelece um posicionamento
correto da perna do usuário em relação à superfície de contato com o assento.
5
A inclinação do assento é determinada pela
diferença de altura entre a altura frontal e a
altura anterior do assento. Esta medida é importante para a fixação e estabilidade do usuário à
cadeira. Favorece a impulsão das rodas e evita que
o usuário escorregue com freqüência para frente do
assento, não permitindo o famoso cisalhamento.
4
A inclinação do encosto, geralmente sofre variações de
acordo com os modelos disponibilizados no mercado.
10° é o mais utilizado, pois não interfere no campo visual e na funcionalidade de membros superiores. A inclinação está diretamente relacionada com a altura do encosto
e o equilíbrio de tronco do usuário. Existem modelos que
permitem o ajuste da inclinação visando uma melhor distribuição de peso entre cabeça, tronco e membros inferiores.
6
O Centro de Gravidade determina o posicionamento cor-
reto da roda, com objetivo de distribuir a massa corporal
do usuário em relação ao eixo imaginário de movimentação da cadeira, assim como permite que a área de toque para
impulsionar a roda esteja bem posicionada. O correto posicionamento do CG oferece: 1º) menor esforço para impulsionar
a cadeira. 2°) melhor condução das manobras. 3°) otimiza o
comprimento total da cadeira permitindo ao usuário efetuar
manobras em ambientes menores.
Para podermos indicar o correto posicionamento do CG, primeiro devemos nos certificar se o modelo da cadeira de rodas
possui a opção de ajuste do CG.
16
Artigo Científico
Este ajuste exige que a cadeira também possua a regulagem do caster que é compreendido pelas rodas dianteiras, garfos e cubo de fixação. A regulagem do CG só será possível se o suporte da roda traseira
permitir ajustes tanto no plano horizontal como no plano vertical.
Com isso, para encontrarmos o CG mais adequado possível, devemos
posicionar o usuário de lado, com a cabeça erguida e para frente. Traçar
uma linha imaginária perpendicular, tendo como referência o ombro, a
distância encontrada será nossa referência para o ajuste horizontal. Para o
ajuste vertical, solicitamos que o usuário se posicione novamente de lado,
com o braço esticado lateralmente e com as mãos abertas, medir então a
distância que os pontos dos dedos estão distantes do centro do cubo da
roda, o ideal é que o usuário esteja tocando este ponto.
7
Os componentes da cadeira de rodas
objetivam manutenção da postura e
conforto, para isso, os elementos que
compõe a cadeira não devem ser eleitos de
forma aleatória, pois se assim for, esse meio
de locomoção se transforma em uma trava a autonomia, incomodando o usuário e
prejudicando sua independência e interação
com o meio.
Quanto à estrutura, ela pode ser de aço ou
alumínio, ambos extremamentes resistentes, sendo que a estrutura em alumínio é
mais leve (baixo peso). A estrutura pode
8
sua rápida desmontagem.
Rodas dianteiras possuem diâmetros de
3,5,6,7 e 8 polegadas, sendo que a de 6 é a
mais utilizada e os pneus podem ser infláveis ou maciços.
Assento e encosto são revestidos de náilon
courvin.
Apoio para os pés pode ser móvel, fixo e regulável na altura e inclinação. Alguns apoios
para os pés podem ser escamoteáveis o que
permite ao usuário apoiar os pés no solo
durante a transferência. Podem ainda ser
individual com plataforma lateral, tipo plataforma com abertura lateral, e tipo U.
Apoio para os braços podem ser removíveis
e escamoteáveis facilitando a transferência
do usuário.
Freios são necessários para que a cadeira
não se mova durante a transferência ou em
terrenos com declives e rampas.
Bem, o ideal, em qualquer aquisição é que
o futuro usuário encontre na empresa que
fará a aquisição um completo conhecimento do profissional que está lhe informando
as características de cada equipamento.
ser dobrável em “X” ou “duplo X“,
ou monobloco com fechamento frontal (encosto-assento). As
dobráveis em X são mais fáceis
de guardar em locais estreitos
devido a uma maior compactação, como por exemplo, o
porta-malas do carro. A monobloco
além de ser mais resistente e de fácil manutenção, tem um design mais bonito.
Rodas traseiras recomendam-se para adultos rodas de 24 polegadas e para crianças
de 16 ou 20. O aro de impulsão pode ser de
alumínio ou aço, com pinos (aro tetra) ou
liso. Os raios são de aço inoxidável. Os pneus
podem ser maciços ou com câmara de ar,
sendo que os infláveis têm melhor função
de amortecimento em terrenos irregulares.
Para que o usuário tenha condições de facilmente retirar as rodas da cadeira, desenvolveu-se o sistema quick release, que permite
Manoel Luis
Ortopedia São José
Fórmula Exclusiva - Maior Durabilidade
3 em1
Corretivo
1-
Siligel
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3-
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17
Artigo Científico
ANO I · NÚMERO 2 · 2011
Órteses
STANCE CONTROL
Aparelhos de última geração
com controle a fase de apoio
E
m seu artigo “Biomecânica de órteses
de tornozelo-pé: prescrição e modelos”, o autor Dr. Justin Lehmann/EUA
ressalta algumas considerações básicas
ao prescrever um AFO. Uma delas é que
“deve-se reconhecer que a órtese estará
sendo usada por um paciente que poderia caminhar sem ela, mas neste caso, com
pouca ou nenhuma segurança.” Esta afirmação não só é válida para órteses de tornozelo-pé, mas também se aplica a KAFOS,
a partir do momento em que foram desenvolvidos tutores longos com sistemas
de controle da fase de apoio (SC-KAFO =
Stance Control KAFO).
Este novo conceito de órtese representa uma ferramenta clínica inovadora
e está disponível no mercado há aproximadamente 5 anos. Mesmo assim, ainda
são poucas as equipes de reabilitação que
tenham adquirido experiência com este
tipo de aparelho, alegando que dificilmente encontram “pacientes adequados”.
O paciente “ideal” seria aquele com uma
deficiência isolada do quadríceps, e que
segundo o raciocínio de Lehmann, poderia caminhar sem a ajuda de auxílios, mas
com o risco de sofrer quedas ou passar por
situações de instabilidade com freqüência.
Para reduzir esta probabilidade, esta pessoa tende a diminuir o seu ritmo de deambulação. Graças às órteses STANCE CON-
TROL, médicos, fisioterapeutas, ortesistas e
pacientes finalmente tem uma boa alternativa para estabilizar o membro afetado
durante a fase de apoio, proporcionando
uma marcha mais segura.
Para que a equipe de reabilitação possa adquirir experiência clínica com órteses
da família STANCE CONTROL, o candidato
inicial (com uma patologia menos comple-
xa) seria um paciente com uma neuropatia
femoral. Neste caso, a utilização deste tipo
de órtese proporcionará grande segurança
durante a fase de apoio e possibilidade de
flexão durante a fase de balanço, evitando
a circundução e elevação do quadril, muito comum ao utilizar um KAFO estático
com uma articulação de joelho bloqueada.
Nesta primeira fase, o ideal é escolher pacientes mais jovens, com boa capacidade
cognitiva e nenhuma restrição secundária no membro afetado, tais como, bloqueio articular ou redução da amplitude
de movimentos dos ligamentos do joelho
e tornozelo. Estes indivíduos geralmente
possuem boa força muscular em todos
os demais segmentos do membro inferior. Após o sucesso do tratamento deste
perfil de paciente, os profissionais poderão desenvolver gradativamente as suas
habilidades, selecionando pacientes com
quadros clínicos mais complexos e fatores
patológicos múltiplos.
A capacidade cognitiva do paciente é
um fator essencial para o sucesso da adaptação, já que os sistemas com SC-KAFOS
são mais complexos do que tutores convencionais com trava. Por este motivo é
necessário efetuar um treinamento específico sobre o princípio de funcionamento
deste novo conceito de órtese, mesmo antes de iniciar com a fisioterapia e o treinamento de marcha. Informações adicionais
sobre o funcionamento, modelos disponíveis, protocolo de avaliação de pacientes
podem ser encontrados no “Guia Stance
Control” disponibilizado pela empresa
Prokinetics ou no link http://www.proki-
netics.com.br/ortese13/
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Componentes para próteses WAGNER
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Qualidade reconhecida
internacionalmente
18
Jurídico
A impossibilidade de Registro de Órtese
e Prótese sob medida na ANVISA
A
ssim, como no artigo anterior,
nosso objetivo é o de prestar
esclarecimentos a respeito dos
assuntos jurídicos de maior relevância
àqueles que militam na nobre área da
Ortopedia Técnica Brasileira.
Naquela oportunidade e também
no II Congresso Latino Americano e VIII
Congresso Brasileiro de Ortopedia Técnica em nossa palestra, falamos sobre a
indevida exigência da AFE (Autorização
de Funcionamento de Empresa) emitido
pela ANVISA.
Outro assunto que tem sido objeto de grande número de impugnações,
esclarecimentos em editais e solicitação
de pareceres a essa assessoria jurídica,
diz respeito à outra exigência indevida
às ortopedias técnicas.
Estamos falando agora da exigência de registro de produto sob medida
na ANVISA.
Todo produto ortopédico confeccionado sob medida não tem registro
na ANVISA, mas sim os componentes
fabricados industrialmente que a compõem.
Apesar de parecer óbvio para os
que militam na área, essa simples idéia
vem causando uma grande dificuldade
aos agentes do Poder Público na elaboração dos editais.
Os produtos de próteses e órteses
confeccionados sob medida – cuja atividade regida vem regida pela RDC 192/2002
– não estão sujeitos a esse registro.
Por outro lado, os componentes empregados na sua confecção, obtidos de outros fabricantes que os produzem de maneira industrial, estes sim, deverão estar
devidamente registrado na ANVISA, visto
que a atividade industrial está regida pela
RDC nº59/00, com a regulamentação do
registro de seus produtos regulamentada
pela RDC 185/2001.
A impossibilidade do registro de órteses e próteses sob medida decorrem da
própria natureza do produto.
Isto porque, como sabemos cada prótese ou órtese sob medida terá uma especificação própria de acordo com o paciente
a ser protetizado, - estado do coto, tipo de
amputação, peso, altura, idade, sexo etc. impossibilitando, por conseqüência, o registro individualizado de cada uma delas.
Ao contrário dos produtos empregados na sua confecção. Por exemplo, um
“pé sach”, se trata de um produto industrializado, portanto, deverá estar registrado na ANVISA.
Esse produto é apenas um componente da prótese.
Ao confeccionar a prótese com utilização desses produtos e outros tantos,
cria-se um novo produto cujos critérios
e especificidades variam de paciente para
paciente.
Tal circunstância inviabiliza seu registro na ANVISA, mesmo porque, se isso
fosse exigido, a cada órtese e prótese
confeccionadas sob medida deveria haver um registro correspondente, o que
inviabilizaria a atividade da ortopedia
técnica.
Assim, os registros dos produtos são
exigidos apenas para os componentes.
Como já mencionei em outras oportunidades, o trabalho de um ortesista/
protesita se compara a de um artista, de
um escultor... Cada obra de arte (prótese
sob medida) tem suas especificidades.
Impossível obter um registro que exige
uma padronização do produto.
Conforme demonstrado, as órteses
e próteses sob medida não estão sujeitas ao registro na ANVISA, mas sim, os
componentes e materiais utilizados em
sua confecção, razão porque não pode
ser exigido o cumprimento dessa exigência como temos visto tanto pelos
agentes públicos que fiscalizam as oficinas ortopédicas, como os que elaboram
os editais.
Antonio Natrielli Neto
Advogado e assessor jurídico da ABOTEC
contato: [email protected]
19
Cursos
ANO I · NÚMERO 2 · 2011
Abaixo temos a relação de todos os cursos realizados na Oficina Escola da ABOTEC, desde a sua inauguração em fevereiro de 2008. Todos os cursos foram realizados com o objetivo de atualizar e aperfeiçoar os Ortesistas / Protesistas,
com carga horária de 16 horas, sendo sempre teóricos/ práticos e contando com validação para o ACT.
RELAÇÃO DE CURSOS REALIZADOS NA OFICINA ESCOLA
DATA
RESPONSÁVEL
NOME DO CURSO
19/02/2008
09/05/2008
Peter Kuhn
Henrique Grego Maia
Colete Noturno Providence para Escoliose
Sistema de Encaixe Transtibial com Válvula de Expulsão
Baixo Custo
19
HKAFO
Teórico e Prático de Palmilhas Ortopédicas
Confecção de Órteses de silicone para pés diabéticos
Nova Geração de Órteses de controle de Apoio, Órteses Dinâmicas
com articulações TAMARACK
26
16
11
30
12/06/2008
28/08/2008
20/09/2008
10/10/2008
Luciano Ascânio
Henrique Grego Maia
Peter Kuhn
Uli Bôer e Rose Jovane
PARTICIPANTES
14
06/02/2009
Henrique Grego Maia
Técnicas de fabricação de Líners e palmilhas de silicone sob molde.
14
19/05/2009
09/06/2009
08/07/2009
30/07/2010
27/08/2010
Peter Kuhn
Henrique Grego Maia
Ortho Pauher
Peter Kuhn
Marco Afonso Prestes
Próteses para amputações parciais de pé
Técnicas de Confecção de Coletes OTLS
Encaixe Transtibial com suspensão por válvula de Expulsão
Sistema de válvula de expulsão com líner nas desarticulações De joelho
Básico em Órteses para Membros Inferiores – Conceitos, Sistemas,
Aplicação e Confecção
16
15
20
17
Prático na Confecção de Coletes Milwaukee e OTLS
Confecção de Encaixe Transtibial / Liner de Silicone com anéis
No Sistema de válvula de expulsão e técnicas de alinhamento,
Joelhos policêntricos e Monocêntricos
26
Baropodometria de Órteses Plantares
Básico em Órteses para Membros Inferiores – Conceitos, Sistemas
18
30/10/2010
19/11/2010
28/01/2011
18/02/2011
André Cristiano da Silva
Peter Kuhn – Ortho Pauher
Polior
Henrique Grego Maia
Marco Afonso Prestes
27
21
20
Balanço
Caros Associados da ABOTEC,
Primeiramente, agradeço a todos
pelo voto de confiança que, pela segunda vez, depositam na atual Diretoria ao nos elegerem, novamente,
por aclamação. Para nós, isso representa uma grande alegria e um claro
sinal de aprovação do trabalho que
realizamos.
E por falar em trabalho, preparamos
um breve resumo de algumas de nossas realizações nesse biênio 20102011:
Nossa atuação científica e educacional.
Realizamos o 2º Congresso Latino
Americano de Ortopedia Técnica –
Natal/2011 - que foi o maior evento
na área de órteses e próteses no continente latino-americano, onde reunimos mais de 600 congressistas, xxx
expositores nacionais e internacionais
e mais de 2000 visitantes.
Iniciamos a parceria com a Feira
Hospitalar (2a. maior no gênero no
mundo) onde realizamos o 1º Seminário de Tecnologia em Órteses e Próteses com mais de 120 participantes do
Brasil e de outros países da América
do Sul.
Tivemos a graduação de mais 8
alunos no Curso de Órteses e Próteses
da Universidade Dom Bosco de El Sal-
vador – Curso reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial da Saúde (OMS) e
a Sociedade Internacional de Órteses
e Próteses (ISPO).
Realizamos 12 Cursos de Especialização na área de órteses e próteses
na Oficina Escola da ABOTEC, além de
outros 09 cursos reconhecidos pela
ABOTEC, realizados em diversas outras
partes do País, onde certificamos e
atualizamos mais de 600 profissionais.
Nossa atuação política e institucional:
Atuamos como uma verdadeira
“Força-Tarefa” junto à Câmara Federal buscando a aprovação da Lei que
regulamenta a Profissão de Ortesista
e Protesista Ortopédico, onde conseguimos a aprovação em 2 Comissões
em menos de um ano.
Voltamos a fazer parte do CAT
(Conselho de Ajudas Técnicas da Secretaria Nacional de Promoção dos
21
ANO I · NÚMERO 2 · 2011
Direitos da Pessoa com Deficiência),
como membro efetivo, onde participamos de discussões sobre planos e
normatizações técnicas no Brasil ligadas à tecnologia assistiva.
Firmamos uma parceria entre a
ABOTEC – ABRIDEF – ABTECA, para
apresentação de carta conjunta no
Ministério de Ciências e Tecnologia
e Secretaria dos Direitos Humanos
nas práticas institucionais conjuntas
em tecnologias assistivas e tivemos
participação efetiva a convite dos
Ministérios da Ciência e Tecnologia
e de Direitos Humanos, no evento de
lançamento do Programa de governo
“Viver sem Limites” da Presidência da
República que visa atender as necessidades da área de Reabilitação no
Brasil.
Firmamos importante parceria entre a ABOTEC e a ISPO Internacional
para intensificar a formação de alta
qualidade para técnicos brasileiros em
órteses e próteses ortopédicas e também aumentar a nossa representatividade internacional.
Lançamos um antigo sonho nosso,
que é a “Revista da ABOTEC” – Revista Trimestral que apresenta o que há
de melhor e mais importante na área
de Órteses, Próteses e Reabilitação no
Brasil e no Mundo.
Participamos da Feira Mundial de
Ortopedia Técnica – Leipzig 2010, com
a maior delegação de profissionais
brasileiros até então, onde tivemos
inclusive, uma cerimônia especial de
boas vindas por parte dos organizadores do evento.
Participamos representando os
profissionais brasileiros e divulgando
o nosso Congresso Latino-Americano,
no evento internacional “UNIENDO
FRONTERAS” em Fevereiro/2011, na
Costa Rica e também nas Jornadas
de Atualização em Órteses e Próteses
– ISPO Conesul – Junho/2011, na Argentina, inclusive como palestrantes
convidados.
Caros amigos, hoje a representatividade dos ortesistas e protesistas
brasileiros, através da ABOTEC, a nível
nacional e internacional é realmente
grande, mas é de extrema importância que busquemos direcionar a nossa
mentalidade no sentido a união, se
cada um de nós, só buscar proveito
próprio, jamais teremos uma importante representatividade e, principalmente, respeitabilidade, pois, ao
construirmos uma classe unida, todos,
e cada um, poderemos nos beneficiar
e, principalmente, melhor atender aos
nossos pacientes, que são realmente a
verdadeira razão de nossa dedicação
a essa nossa atividade tão engrandecedora.
Joaquim Cunha
Presidente
e Diretoria da ABOTEC
SISTEMA
VASSAR
ANEL REGULÁVEL PARA VEDAÇÃO
DE SOQUETE A VÁCUO
Ref.: AC-912
Ref.: GL-70
Ref.: AC-910
22
ISPO
No dia 25 de novembro foi fundada a ISPO Brasil na
sede da ABOTEC em São Paulo. Esta nova parceria ISPO/
ABOTEC pretende trazer aos nossos associados uma
gama imensa de cursos e oportunidades aos Ortesistas/
Protesistas do Brasil.
ASSOCIADOS FUNDADORES:
DIRETORIA:
Presidente: José Joaquim Nogueira da Cunha
Vice-Presidente: Peter Kuhn
Primeiro Secretário: Henrique Grego Maia
Segundo Secretário: Paulo Henrique Queiroz Oliveira
Primeiro Tesoureiro: Sérgio Luiz Braga Ribeiro
Segundo Tesoureiro: Clóves Serra
SUPLENTES:
Aislan Santiago
Marco Afonso Prestes
Jovino Fernandes Costa
Alexandre Lapenna de Oliveira
CONSELHO FISCAL:
Henrique Anderson Presbytero Queiroz de Oliveira
Marijara Cunha Moura Miranda
Luciano Cabral do Nascimento
Rafaelle Acocella
REPRESENTANTE INTERNACIONAL: José Joaquim Nogueira da Cunha
José Joaquim Nogueira da Cunha
Peter Kuhn
Jacomo Aricó
Alexandre Lapena de Oliveira
Marcelo Gonzalez
Henrique Grego Maia
Ubirajara C. Miranda
Henrique Queiroz
Jovino Costa
Rafaelle Acocella
Luciene Cunha
Marijara Miranda
Paulo Henrique Queiroz de Oliveira
Sergio Luiz Braga Ribeiro
Pedro Paulo Queiroz
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Matriz: Rua Marcilio Dias, 1406 - Poa - (51) 3223 - 4789
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Av. Cavalhada, 2166 - Fone (51) 9958 9928
Passo Fundo - Rua Independência, 789 lj 04 - Gal. Plinio Rosetto - (54) 3317 1637
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ANO I · NÚMERO 2 · 2011
Nós somos o verdadeiro Natal.
Natal tempo especial para dar uma visitada no que foi nossa vida nos 365 dias do ano
que finda, tempo para renovar esperanças, rever conceitos e reafirmar valores.
Tempo de olhar o amanhã com mais fraternidade, união e solidariedade. Nesta época, a
gente costuma fazer balanços emocionais e é nesse exato momento, que podemos abrir
em nossos corações um espaço para acolher e disseminar o que aprendemos durante todo
ano que se despede. Tempo de voltarmos nossos olhares para o aprendizado como uma
ferramenta de propulsão para ampliarmos nosso mundo no próximo ano que vai nascer.
Convido a todos, neste tempo especial, a serem comigo o próprio Natal, assim, quando
olharmos as luzes nas árvores enfeitadas, veremos uma oportunidade para renascermos a
um novo mundo e assim, iremos nos renovar a cada instante do novo ano.
Se formos o próprio Natal e sentirmos isso dentro de nós, veremos que como as luzes resistem às intempéries da natureza, podemos nós também, resistir aos tropeços na
longa caminhada que percorreremos em nosso dia-a-dia. Vamos perceber que nossos atos
e atitudes, ajudam ou prejudicam os outros com quem convivemos.
Se formos o verdadeiro Natal, também nos transformaremos em sinos quando simplesmente distribuímos soluções ou conhecimento sem nada pedir em troca, quando agregamos, congregamos e unimos, pelo simples fato, de estarmos inserido ou inserir socialmente um ser humano.
Somos presépio quando nos tornamos humildes nos gestos, atitudes e ficamos alegres
com as alegrias dos outros.
Somos Natal, quando nos colocamos a serviço dos demais e distribuímos o melhor de
nós, presenteando nosso próximo com nossa bondade, solidariedade, sabedoria e amizade,
objetivando a construção de um novo mundo para mim e para os outros.
Como presente neste Natal, vamos colocar na manjedoura o melhor de cada um de nós,
nossa solidariedade, simplicidade, humildade e alegria para que nos 365 dias do novo ano,
elas possam se tornar um vírus que se espalhe para todos os lares do mundo.
Assim seremos nós mesmos, o verdadeiro Natal!
Feliz Natal e Próspero ano Novo.
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