Jornal O Portuga

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Jornal O Portuga
Jornal de grande informação para os portugueses na Suíça
Ano 2 - N° 7 - Maio 2008
Distribuição gratuita
Director: António Veloso — Direcção: Postfach 108 - 6083 Hasliberg Hohfluh - T. 079 622 80 57 - Email: [email protected]
A festa vai começar...
EURO2008 – Portugueses na Suíça preparam-se para mais
uma grande demonstração da paixão lusitana.
Suíça
Votações Federais
Dia 1 de Junho os suíços vão decidir sobre a
naturalização dos estrangeiros e as políticas
de saúde e informação do governo...
Pág. 9
Portugal
Apoio no estrangeiro
A Secretaria de Estado das Comunidades quer
saber quantos portugueses estão em viagem
no estrangeiro e quais os países para os poder contactar em caso de catástrofes naturais
ou crises políticas…
Pág. 13
Comunidades
6
Solothurn
Cerca de 1 milhar de portugueses residem no cantão
de Solothurn, cuja capital é a
mais bela cidade barroca da
Suíça.
Desporto
17
Olimpíadas
Com a aproximação dos Jogos Olímpicos de «Pequim
2008», conheça a simbologia
da Tocha Olímpica, que já
chegou à China.
O
s cerca de 200 mil
portugueses residentes na Suíça
estão já a fervilhar e preparam-se para viver grandes
PU BLIC IDADE
momentos de emoção em
torno da selecção portuguesa de futebol.
A comunidade garante que
vai apoiar a selecção das
quinas por todo o lado e irá
encher as principais ruas e
praças helvéticas com as
cores vivas e coloridas de
Portugal.
Pág. 10-11
Abstenção marcou a eleição para o CCP.
Pág. 9
N° 7 - Maio 2008 - Ano 2
PUBLIC IDADE
Suíça
3
O Portuga
EDITORIAL
O Euro2008 está aí...
Jornal de grande informação para os portugueses na Suíça
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Tipografia Coraze
O Portuga
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Postfach 108
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Todos os artigos assinados e opiniões avulso expressas em reportagem são da
inteira responsabilidade dos seus autores, quer o seu conteúdo esteja ou não de
harmonia com a linha de orientação deste jornal.
O PORTUGA pretende ser uma tribuna plural de opinião e com direito a um
diálogo constante dos mais diversos quadrantes da sociedade.
O conteúdo das publicações são da inteira responsabilidade dos anunciantes.
E
com ele a emoção já vibra nos corações lusitanos.
A Suíça e a Áustria são os países anfitriões desta grande festa do
futebol e um dos pontos altos será certamente o encontro da primeira fase
do campeonato, entre Portugal e a Suíça.
O espírito de apoio à selecção nacional por parte dos portugueses a residir em terras helvéticas
vai ser enorme e repleto de emoções, pelo que apelo aos nossos leitores para que respeitem as
indicações das autoridades, pois esta vai ser uma oportunidade única de convívio com outras
comunidades e uma forma de mostrarmos a nossa paixão pelo futebol, fomentando os princípios básicos do desportivismo, da tolerância e do fair-play.
No passado dia 20 Abril 2008, os portugueses a residir na Suíça foram chamados a votar, por
sufrágio directo, nas eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas. A participação
foi fraquinha, tendo votado apenas 557 eleitores. Deixo aqui o apelo aos nossos leitores para
a importância de analisarem estes resultados e tirarem as respectivas conclusões.
Um dos assuntos que continua a merecer atenção por parte dos nossos leitores é o do elevado
número de alunos portugueses nas designadas «classes especiais». Há já alguns meses que os
responsáveis portugueses apresentaram um leque de medidas para combater esse fenómeno,
dentre as quais se destaca a criação de grupos de trabalho mistos por área consular, formados
por elementos portugueses e pelos delegados de pedagogia intercultural suíços. Passado todo
esse tempo, ainda ninguém viu o rosto desses grupos de trabalho e a comunidade continua
sem qualquer informação sobre a evolução do processo.
Exige-se, portanto, aos responsáveis maior seriedade e transparência, de forma a não perdermos a confiança nos mesmos.
António Veloso
Director
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Governo acaba com obrigatoriedade de escrituras
Imóveis - Comprar, vender, hipotecar ou doar imóveis vai ser mais
fácil com o fim da obrigatoriedade das escrituras públicas.
O
Governo português
aprovou um decretoLei que adopta medidas de simplificação quanto
aos procedimentos do registo
predial, ou seja, deixa de ser
obrigatória a realização de
escrituras públicas para actos
respeitantes a imóveis. Quer
isto dizer que estes passam a
ser feitos por um documento
particular autenticado e perante um único interlocutor.
Em causa estão actos tão frequentes como a compra e venda de imóveis, com ou sem
financiamento bancário, hipo-
tecas sobre imóveis ou doações de imóveis, diz o Conselho de Ministros (CM).
Viabiliza-se, desta forma, a
prestação de novos serviços
em regime de «balcão único»
relativamente a actos sobre
imóveis, «com mais simplicidade e redução de custos
directos e indirectos para cidadãos e empresas», diz o documento.
«Trata-se de abrir para um
universo mais vasto a possibilidade de servir com mais
rapidez, eficiência e menos
burocracia as pretensões dos
DÊ-NOS A SUA OPINIÃO !
cidadãos, tornando-se obrigatória a realização imediata
do registo correspondente»,
acrescentam.
O mesmo comunicado do Conselho de Ministros sublinha
que o novo sistema permitirá
a «advogados, câmaras do comércio, notários e solicitadores prestarem em concorrência serviços relacionados com
transacções de bens imóveis
em regime de balcão único».
O objectivo do Governo é eliminar o duplo controlo que se
exerce sobre os actos dos cidadãos. n
jornaloportuga.com
Ano 2 - N° 7 - Maio 2008
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O Portuga
N° 7 - Maio 2008 - Ano 2
Suíça
opinião
Desaconselho este Conselho
Apoio a Jorge Resende
Quero manifestar aqui todo o meu apoio ao senhor Jorge
Resende, na sua luta pela sua reintegração na Rádio Suisse
Romande.
Estou muito chocada com aquilo que lhe está a acontecer e
que é uma grande injustiça dos responsáveis da Rádio, para
quem teve a coragem de denunciar uma situação que é uma
vergonha enorme para um país como a Suíça.
O senhor Jorge Resende não se pode calar e deve continuar a
lutar para que a verdade seja reposta e justiça lhe seja feita.
Sei que ele se prepara para permanecer em frente da rádio
em sinal de protesto, durante o tempo que for necessário.
Para isso é preciso ter muita coragem e temos que lhe dar todos o nosso apoio, para que a pedofilia não consiga ser mais
forte do que a nossa obrigação em denunciá-la.
Força, caro compatriota, eu estou consigo de alma e coração
e vou apoiá-lo em tudo o que necessitar.
Margarida Pinto - Lausanne (VD)
A crise na UBS
Aquilo que se está a passar com a União de Bancos Suíços
é muito bem feito, pois o banco só está a colher aquilo que
semeou.
A UBS sempre se esteve a ‘burrifar’ para os pequeninos. Sei
de muita gente que viu recusada pela UBS o empréstimo de
pequenas quantias para desenvolver os seus negócios, pois
o banco não queria perder tempo com os pequenos comerciantes. Os únicos que davam alguma atenção aos pequenos
investidores e comerciantes eram as bancas cantonais, como
a Banca Vaudoise ou o Banco Raifeisen.
Agora que estão a viver uma crise sem precedentes é que os
senhores da UBS se lembram dos pequenos investidores e
comerciantes.
Espero que as pessoas não tenham a memória curta.
Miguel Esteves - Nyon(VD)
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A
por Benjamim Ferreira,
Consultor
20 de Abril, algumas cidadãs e cidadãos portugueses, mais exactamente 557,
deixaram o sossego da casa ou a companhia dos amigos e dirigiram-se a uma
das 5 mesas de voto espalhadas pelo território suíço. Foram, obviamente, votar.
Votar para quê? Votar em quem?
Para obtermos uma resposta satisfatória e rápida, recuemos no tempo. A 4 de Setembro do ano de
graça de 1966, o Governo de então produziu e fez aprovar um documento importante conhecido sob a
designação de Lei 48/96 de 4 de Setembro. Tratava-se da Lei sobre o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP). Essa Lei, hoje ainda em vigor com alterações introduzidas em 2002 e 2007, define as
atribuições, a composição, o modo de eleição, as formas de organização, as competências do conselho
permanente e, ainda, algumas outras coisas, consideradas de interesse. Foi ao abrigo dessa Lei que as
cidadãs e os cidadãos portugueses se deslocaram às mesas de voto, no dia 20 de Abril, para votarem em
3 listas, devidamente identificadas.
Ou seja, algumas centenas (cerca de 5) dos mais de 170.000 eleitores inscritos nos consulados portugueses, na Suíça, foram votar para elegerem as 4 senhoras ou senhores Conselheiros do Conselho das
Comunidades Portuguesas. Está, assim, dada resposta à primeira pergunta.
Vejamos a segunda pergunta: Votar em quem?
Os cidadãos portugueses deslocaram-se às mesas de voto para votarem numa das 3 listas que se apresentaram a sufrágio, devidamente identificadas por letras e às quais, eu próprio, atribuo um nome de
fantasia:
n Lista dos “Portugueses de Coração” (A) – lista das mulheres.
n Lista dos “Dar Voz aos Portugueses (B) – lista dos professores.
n Lista dos “Em Defesa dos Emigrantes (C) – lista dos sindicalistas.
Uma vista de olhos atenta às propostas das listas A e C diz-nos que as duas se parecem como irmãos de
sangue. As propostas apresentadas pela Lista B tomaram outros rumos que não nos compete discutir,
neste espaço de opinião. Para que conste e para que seja registado pela história das votações para o
Conselho das Comunidades Portuguesas a lista C foi a vencedora, com nítido avanço sobre as outras
duas. Eis os resultados
Lista dos “Portugueses de Coração” (A): 111 votos (lista das mulheres).
Lista dos “Dar Voz aos Portugueses (B): 82 votos (lista dos professores).
n Lista dos “Em Defesa dos Emigrantes (C): 359 votos (lista dos sindicalistas).
n
n
Cerca de 600 cidadãos portugueses votaram, pois, em 3 listas, dando continuidade a um órgão que está
profundamente doente na sua representatividade e seriamente abalado na sua legitimidade e operacionalidade.
Poderíamos discutir a organização das mesas de votos dizendo que a localização não corresponde a um
tipo de votação que se desejaria mais participada e responsável. Para ajudar a reflexão dos nossos leitores, a existência de apenas 5 mesas leva-nos a afirmar que houve uma média de 36.000 eleitores, por
mesa: muito mais do que a população de muitas cidades portuguesas ou de vários municípios do país.
Poderíamos insinuar que não existe um esforço de cidadania capaz de levar as pessoas a um maior
investimento pessoal, na defesa dos seus direitos. Poderíamos, ainda, atirar para a discussão, que as
atribuições do Conselho são excessivas, que a linguagem usada pelos candidatos não foi a mais adequada e que a “campanha eleitoral” foi frouxa e desinteressada. Poderíamos enumerar, ainda, vinte razões
contra a existência do Conselho e outras tantas a seu favor.
Mas que dizer do visível esforço de organização das entidades consulares (cadernos de voto, preparação
das mesas de voto, investimento em recursos humanos e financeiros, milhares de folhas impressas, etc.)
para tão magro, parco, magríssimo resultado de votantes?
Que representatividade tem um órgão, eleito por cerca de 600 pessoas, de entre os mais de 179.000 mil
inscritos, nos cadernos eleitorais? Sentem-se, os Conselheiros, os “legítimos” representantes de uma
comunidade emigrante, ou são os resgatados do “desastre” da abstenção?
Suponho que esta situação não deve proporcionar estados de “boa consciência” aos governantes lisboetas. Ou será que, manter a situação tal como ela se apresenta, acalma certos espíritos mais contestatários
e permite uma maior visibilidade a personalidades com legítimas ambições políticas? Será que este
bocado do país derramado, como diria um poeta, por ruas e Estados do mundo, ainda merece duas horas
de atenção, um dia de discussão e 5 minutos de votação, na Assembleia da República?
Desaconselho este Conselho, certamente. E desaconselho qualquer outro Conselho que seja eleito desta
forma e com este tipo de participação . Desaconselho este Conselho, a não ser que este Conselho, eleito
por um punhado de gente decida, ou acabar com a brincadeira do sistema de votação existente ou, o que
seria mais importante, dar uma séria volta à Lei para que a mesma, daqui a 4 anos, seja mais democrática
na representatividade e mais eficaz na legitimidade saída do voto. n
B.F.
O Portuga
O Memorando
R
ecebi o Memorando com novos sentimentos e depois de me ter
encontrado com Deus no Aeroporto fui mostrá-lo a Nossa Senhora. Como ainda não é oficial só lhe pude dar a ler o último
por Armando de Miranda, parágrafo sobre Judas Iscariotes. Ficou apreensiva e vai concerteza contar
Engenheiro
a São José… Vai falar-lhe pelo telemóvel ou escrever uma carta electrónica, por vezes um recado mobilizador de novos sentimentos. Talvez seja
melhor reunirmo-nos na segunda-feira para falarmos olhos nos olhos sobre confiança. Precisamos sentir confiança para vivermos em Paz. Só nós os três vamos avaliar as nossas capacidades sem julgar os outros, mesmo no caso de Judas, devemos dar-lhe mais uma oportunidade
para se redimir. Entretanto vamos pedir à Maria Madalena para nos dar um treino, um curso
de formação sobre este caso prático e formar-nos também como poderemos lidar melhor com
as nossas fraquezas. Somos muito flexíveis e adaptáveis a novas circunstâncias, lidamos muito
bem com situações novas desde que sintamos confiança.
A confiança transmite-se com verdade e liberdade de iniciativa que deveremos conceder a
Judas para ele poder mostrar o que vale junto dos seus amigos com quem queremos colaborar.
O Memorando fala de reformas que são sempre alterações na forma como fazemos as coisas.
Inovar ao fim ao cabo é fazermos as mesmas coisas que sempre fizemos desde há dez mil anos
a esta parte, mas de uma forma que pode ser sempre melhor e mais universal! Como organizar
o nosso sustento e refúgio, amar e dar conforto ao nosso semelhante, criar obras de arte, governar-nos, transportar-nos, usufruir do nosso planeta, sonhar com o nosso progresso… Tudo
o que fazemos desde que temos História é susceptível de ser inovado, de ser reformado, de ser
feito de uma forma melhor!
Ainda não sabemos se Judas vai aceitar fazer pesquisa na Internet sobre a nossa sociedade,
novas oportunidades de negócio e o nível de desempenho dos nossos concorrentes, sabemos
sim que o nosso chefe, o nosso Monarca, não se resigna e o seu exemplo está a formar muitos
dos quase 16 milhões de portugueses que acreditam que também só com a sua humilde não
resignação se faz o querer de um Povo voltar a ser o melhor do Mundo! n
A.M.
opinião
Avaliação dos professores
O artigo do senhor Benjamim Ferreira sobre o processo de
avaliação dos professores portugueses, põe o dedo na ferida
numa questão que é da maior importância para aqueles que
têm filhos na escola portuguesa.
Quem conhece o sistema de ensino português na Suíça sente
na pele as consequências nefastas da falta de qualidade do
mesmo, em que a responsabilidade não pode ser atribuída
apenas ao governo mas é sobretudo dos próprios professores
que, na sua larga maioria, não quer saber dos alunos para
nada e muito menos sobre a qualidade e eficácia do seu trabalho.
Houvesse um quadro de avalição dos professores rigoroso
e exigente, e maior controlo sobre aquilo que os mesmos
fazem ou não fazem, e certamente as coisas não estariam
como estão.
Nós nas empresas também somos avaliados e isso reflectese na produção e qualidade do serviço que prestamos.
Paulo da Silva - Genebra (GE)
DÊ-NOS A
SUA OPINIÃO !
PUB
A justiça que não temos...
O
caso dos ficheiros de pedofilia na «Radio Suisse Romande»
(RSR) denunciados pelo nosso compatriota Jorge Resende, que
acabou por ser despedido da instituição, não nos pode deixar
insensíveis e envoltos numa penumbra de cobardia e indiferença.
por Manuel de Melo,
A situação que está a viver o Jorge Resende e a sua família, poderia
Consultor
acontecer a qualquer cidadão que paute a sua actuação pelos valores e
princípios da legalidade, da justiça e da transparência.
O Jorge Resende é um bravo que teve a coragem de não vergar a cervical perante um grupo de
gente sem escrúpulos, que não olha a meios para atingir os fins e que está disposta a esmagar
quem se atravesse à frente do seu caminho, criando o maior número de obstáculos possível
para confundir a investigação das autoridades judiciárias e assim, evitar que se dê luz a um
caso que já atingiu proporções irrealistas, num país que se diz moderno e defensor dos valores
da justiça e da verdade.
O que não se compreende é a lentidão da justiça, que tinha a obrigação de avançar com maior
celeridade o processo de investigação que está a levar a cabo e tomar uma decisão rápida, por
forma a não provocar mais danos daqueles que já se podem contabilizar, e que são muitos.
Para quem julgava que a Suíça tinha um sistema de justiça adaptado aos legítimos direitos e
interesses dos cidadãos, o exemplo que vem de Lausana é aterrador e mostra-nos um quadro
preocupante do poder judiciário helvético, que já não consegue disfarçar as suas inúmeras
debilidades e fazer a diferença pela positiva, assemelhando-se ao que de pior vamos vendo por
esse mundo afora.
Enquanto cidadãos dignos e empenhados, resta-nos aguardar a decisão da Justiça, mas não
com a indiferença dos fracos. Por isso, vamos todos apoiar o Jorge Resende, que se prepara
para montar um «Sit-In» em frente à RSR, em Lausana. n M.M.
jornaloportuga.com
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Ano 2 - N° 7 - Maio 2008
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Suíça
N° 7 - Maio 2008 - Ano 2
Suíça
Suíça
«Cidade dos tectos de ouro» acolhe
cerca de um milhar de portugueses
O “Respirar das Flores”
no “Terraço” das Palavras
Solothurn – O cantão de Solothurn, cuja capital com o mesmo nome é a mais bela cidade barroca da Suíça, com as
suas lindas fontes, torres e igrejas de estilo barroco, foi o “paraíso” escolhido por cerca de um milhar de portugueses, que se
juntam em torno das duas associações lusas existentes, mantendo viva a língua e cultura portuguesas naquelas paragens.
Poesia – Leonilda Cavaco Alfarrobinha (poetisa), Maria Costa (poetisa) e Luísa
Albino (fotógrafa) animaram uma noite de “Poesia e Palavras” no Café Literário
Pessoa, em Genebra, no dia 26 de Abril.
entre estas duas colectividades
é digno de notoriedade e a proximidade, cooperação e partilha de vivências entre ambas é
motivo de orgulho para qualquer português. Além de todas
as iniciativas que promovem,
estas duas associações oferecem ainda um serviço de
restaurante com cozinha tradicional portuguesa da qual se
destaca o leitão à Bairrada.
OBERBUCHSITEN - A FAMÍLIA PORTUGUESA
S
oleure/Solothurn, uma
cidade viva em tradições é capital do cantão com o mesmo nome e nas
margens do rio “Aare”, tem
como número fétiche o 11. Na
verdade, Soleure entrou para a
Confederação Helvética como
décimo primeiro cantão, nela
podemos visitar onze Igrejas
e capelas, onze fontes e onze
torres, além de na Catedral de
“Saint Ours”, reconhecida a
nível europeu, tocarem onze
sinos.
Uma das mais antigas cidades
do norte dos Alpes, Soleure é
um exemplo do estilo barroco
e foi já chamada “cidade dos
tectos de ouro” ou “cidade dos
embaixadores”. A parte velha
da cidade é das mais belas da
Suíça.
Mas em Soloturn há bem mais
do que edifícios antigos a visitar, plena de vida e dinamismo,
e apesar de ter apenas 16.000
habitantes, a oferta cultural e
desportiva é vasta, tornandose um local ideal para viver e
desfrutar da vida.
PONTOS DE ENCONTRO
- COLECTIVIDADES LUSAS
ciativas que vão desde o Campeonato de Pesca à Festa da
Sardinha, passando pelos festejos do Carnaval, com grande
tradição no cantão. Paralelamente, a associação realiza
diversos torneios de cartas, de
matraquilhos e de bilhar, sempre pretextos para reunir os
sócios (actualmente são 110)
e a comunidade em geral.
Os primeiros registos da emigração portuguesa no cantão
datam do ínicio da década de
60 e actualmente são cerca de
1100 os portugueses a viver e
trabalhar em Solotthurn.
Desde 1990, a Associação Recreativa Portuguesa de Solothurn (ARPS) funciona como
ponto de encontro e de convívio, levando a cabo várias ini-
Fundado em Janeiro de 1996,
o Centro Recreativo Português
de Balstahl (CRPB), conta actualmente com 105 sócios e
mantém o mesmo espírito e
objectivo de servir de base de
reencontro e de troca de experiências entre os membros da
comunidade portuguesa residentes no cantão.
O excelente relacionamento
Foi a Oberbuchsiten, pequena aldeia com pouco mais de
1800 habitantes que chegou,
em 1989, Horácio do Aido.
Um português que como tantos outros espalhados pela Suíça, veio à descoberta de outra
cultura e à procura de melhores condições de vida. Nada
de extraordinário, não fosse o
facto que aos poucos a família do Sr. Horácio se juntou a
ele, à esposa e filhos. Assim,
actualmente em Oberbuchsiten vivem cerca de 25 portugueses e a particularidade que
os une é o apelido “Do Aido”.
Pais, irmãos, tios, primos uma
família inteira que faz, provavelmente, desta aldeia a mais
portuguesa de toda a Suíça.
E se todos deixaram o seu país,
não parecem ter esquecido as
raízes e a língua materna, porque foi graças ao empenho e à
força de vontade dos membros
deste clã, que chegou a Oberbuchsiten uma escola de língua portuguesa. Assim, é com
orgulho que o professor Paulo
Fernandes nos diz «que é de
louvar o empenho e o interesse
que a família “Do Aido” mostra na aprendizagem da nossa
língua aos seus filhos, o que
TODA A INFORMAÇão RESPEITANTE à CIDADE DE SOLOTHURN
PODE SER CONSULTADA NO SÍTIO INTERNET:
é sempre motivador também
para quem lecciona».
De referir ainda que em Solothurn existem cerca de 50 alunos a frequentar os cursos de
Língua e Cultura Portuguesas,
sendo os mesmo assegurados
pelos professores Paulo Fernandes e Cristina Vaz.
Surpreendente é o facto de vermos a alegria e a magia que a
união de uma família em torno
da sua pátria e da sua língua,
podem trazer a uma pequena
aldeia do seu país de adopção.
Um bom exemplo de família
portuguesa integrada e empeA.V.
nhada. n
S
ob a orientação de Rosa
Correia, Professora de
Literatura, foram apresentados os livros de cada
uma das autoras: para Leonilda Cavaco Alfarrobinha,
“O Respirar das Flores” com
pinturas de Takae Nitahara e
“Terraços”, para Maria Costa,
com fotografias de Luísa Albino. Durante o serão foram
lidos poemas das duas autoras
e servidas palavras em travessas de emoções.
Em o “O Respirar das Flores”
Leonilda Alfarrobinha pre-
www.soleure.ch
ambição experimental.
Quanto a Maria Costa no seu
“Terraços”, a
agitação é outra: não houve
“pequeno-almoço de palavras” mas sim,
cocktail e chá
das cinco, jantar de gala e
noite de fumo e
fogo. É uma poesia do quotidiano “ritmado pelo pulsar da
vida”, cito, sem “marcar passo
nos lamentos porque o tempo
é de construção”.
Ou, diria mais, é uma poesia
em tempo de agitação, tempo
de interrogação e tempo de peregrinação interior. “Terraços”
não seria a “Margarida” singela de o “O Respirar das Flores”, mas a complexa estrutura
de um “Gladíolo”, comprido,
colorido, respirando ambição
e encontros desiguais.
Se a primeira poesia tem a
transparência de um sabre
oriental, a segunda, colorida
e minhota, passeia-se em procissões de anjos e põe as mãos
A paixão de Verena
Orgulho da comunidade lusa
Lucilia Mendes von Däniken é
uma luso descendente, de 33
anos, filha de pai alentejano,
de Vila Nova de Mil Fontes e
de mãe suíça.
Desde 2003 que trabalha na
secção cultural do jornal Solothurner Zeitung. Depois de
ter tido uma experiência no
sector bancário e de ter passado pela televisão, ao serviço da regional Intro-TV, tem
feito um excelente percurso
profissional na área do jornalismo escrito, tendo desenvolvido, por altura do euro
2004, uma reportagem sobre
a equipa portuguesa e sobre
o nosso país.
De facto é com bastante orgulho que toda a comunidade portuguesa no cantão
de Solothurn acompanha o
trabalho desta jornalista que
ouve “Xutos e Pontapés” e
Mariza e que sente saudades
das nossas praias e da carne
de porco à alentejana. n
parou a mesa do “pequenoalmoço das palavras” com o
cuidado de
um asceta
nipónico:
curta a frase, simples a
roupagem e
longa a meditação que
se segue. Se
eu a quisesse comparar a uma flor, escolheria a “Margarida”, devido
à simplicidade da cor, à poupança do discurso e à recatada
em terras verdes. Dois textos
e duas experiências poéticas
bem diferentes: se uma associa a espartana filosofia oriental ao texto vestido de simplicidade a outra mistura dor e
paraíso, raiva e desejo, desassossego e sonho duro. Ambas
as obras podem ser adquiridas
na Livraria Camões, em GeneB. F.
bra. n
Livraria Camões
Bd. James-Fazy 18
1201 Genève
Tel. 022 738 85 88
E-mail: [email protected]
www.livraria-camoes.ch
Entrevista
Teatro – «Ir ao teatro deveria ser um hábito na vida das pessoas. É uma arte viva, que se recria
constantemente».
pouco do teu percurso
escolar...
Verena— Estudei em
Onex (GE) e foi aí que
tirei a «maturité» em
«Artes Plásticas» no
«Collège de Saussure»...
Verena na representação da peça «Rei cansado
procura Reino para férias».
E porquê esse gosto pelas artes?
em 20 anos, o pai é
Faço dança desde os 4
português, a mãe é anos de idade, dança contemde origem espanho- porânea na Escola «Evelyne
la. Verena nasceu na Suíça Castellino» e ainda hoje conmas acha que ter vindo de tinuo... 16 anos de dança...
um meio latino a aproxima além disso, fora dos estudos
das pessoas. Participou em sempre gostei de desenho,
muitas peças de teatro como pintura, escultura...
«História de vida, história de Então, depois de acabares a
papéis», «Barba Azul», «Ro- «maturité»...?
bin dos Bosques» e «Sagrada Todos me falavam em ir para
Primavera». Entretanto faz a Universidade... Mas depois
uma formação numa compa- da «maturité» fiz dois especnhia profissional de teatro...
táculos de teatro com a companhia «100% Acrylique». O
O Portuga— Fala-nos um mundo dos cenários atrai-me
T
muito e por isso quis continuar a mergulhar no mundo artístico. Em Outubro de 2007
entrei na escola de teatro profissional «Serge Martin», em
Thonex. São 5 horas de trabalho por dia mas na prática são
muitas mais pois temos muito
trabalho no exterior da escola. É uma formação de 3 anos
e no final do primeiro ano há
uma selecção e então na escola só ficam os melhores, os
que têm mais potencial. Vou
lutar para continuar...
E neste primeiro ano de escola o que fazes?
Temos cursos técnicos de
acrobacia, de voz (som), movimento, improvisação, dramatologia aos quais se juntam 2 horas de jogo teatral.
Cada 2 ou 3 semanas temos
«ateliers» com mini-representações sobre diferentes temas, seguidas de reuniões de
balanço. A escola engrandece-me e abre-me muito para
a vida.
E o teu futuro profissional
vai ser a actividade teatral?
Não sei ainda. Embora goste
muito do mundo teatral e o da
arte em geral, também sinto
sensibilidade para o trabalho
social e não ponho de parte
uma formação nessa área... e
como os meus pais trabalham
no social...
Sentes-te portuguesa?
Vir de um meio latino aproxima-me das pessoas. Somos
mais abertos e mais quentes.
Como há muitos portugueses
em Genève também há muitos preconceitos, que são «peludos», que são «operários»,
etc. Mas, por acaso, muitos
dos meus amigos são italianos e espanhóis que, como
eu, nasceram na Suíça.
Se pudesses mudar ideias
7
nas pessoas, que mudarias?
As pessoas têm preconceitos
em relação ao teatro, pensam
que é coisa para ricos. Isso
é uma ideia ultrapassada. Ir
ao teatro deveria ser um hábito na vida das pessoas. É
uma arte viva, que se recria
constantemente. E depois é
complicado ser artista. As
subvenções são muito complicadas e a importância da
cultura é minimizada. Desejava que isso mudasse...
Como te imaginas daqui a 10
anos?
No mundo artístico como
actora e em paralelo a trabalhar a 50% no social. Como
animadora numa «maison de
quartier», por exemplo. Gostaria de dar cursos de teatro
e dança às crianças e até a
adultos. Sobretudo ser activa,
amando o que faço e ganhar o
suficiente para viver. n M. V.
Ano 2 - N° 7 - Maio 2008
8
Suíça
N° 7 - Maio 2008 - Ano 2
Suíça
BREVES
Agenda Cultural do
Consulado de Genève
10 Setembro, 19h00 – No Instituto e Museu Voltaire, em Genebra. Conferência sobre
o Regicídio no quadro da apresentação do
livro ‘Mataram o Rei ! O Regicídio na Imprensa Internacional”, pelos autores, o jornalista
Joaquim Vieira e o historiador Reto Monico.
Emigrantes passaram ao
lado da eleição para o CCP
Suíços vão a votos no
dia 1 de Junho
Votação – A eleição para o Conselho das Comunidades Portuguesas, na Suíça,
foi um fracasso completo, com uma taxa de abstenção de 99,7 %.
Votações Federais – Processo de naturalização dos estrangeiros, política de saúde e informação do governo vão a votação.
Eleito
MANUEL BEJA
Zurique
BERNA
Eleitores : 28.438
Votantes : 146
Lista A : 59
Lista B : 23
Lista C : 62
Brancos : 2
Nulos : 0
29 Outubro, 19h00 – No Instituto e Museu
Voltaire, em Genebra. Conferência no
quadro da publicação do livro ‘O Segredo
da Rua d’O Século’, pelos autores, o jornalista António Louçã e a historiadora Isabelle
Paccaud.
20 Novembro, 18h00 – Serão Português
no Palais de l’Athénée, em Genebra.
Inauguração da exposição de fotografias
‘‘A Água, Espelho do Mundo’’’ por Sérgio
da Silva; Recital de Fado de Coimbra, pelos
Irmãos Barbosa; Recital de Fado de Lisboa,
por Mariana Correia e Raízes de Portugal;
Prova de Vinhos portugueses.
ZURIQUE
Eleitores : 40.820
Votantes : 186
Lista A : 18
Lista B : 11
Lista C : 157
Brancos : 0
Nulos : 0
Eleita
SÃO BELO
La Chaux-de-Fonds
Eleito
CARLOS RAMOS
Neuchâtel
Cursos «Progresso»
Hotelaria – Os portugueses que trabalham
na área da hotelaria e restauração, na Suíça,
têm agora à disposição cursos de formação
profissional, que servem para certificar os
respectivos conhecimentos.
Os cursos denominados «Progresso», têm
a duração de cinco semanas, são gratuitos e estão abertos a todos aqueles que
trabalham no sector da cozinha, serviço às
mesas ou na área profissional de Economia
Doméstica. A formação, materiais didácticos, refeições e estadia são gratuitos. Toda a
informação pode ser obtida através do sítio
Internet: www.progresso-lehrgang.ch
Leuenberger presidente dos Verdes
Política – Ueli
Leuenberger foi
eleito para a presidência do Partido ‘‘Os
Verdes’’, pela Assembleia de delegados
que decorreu em
Yverdon-les-Bains
(VD). Bilingue e
origi-nário de Berna,
o novo presidente dos ‘‘Verdes’’ tem 56 anos
e é genebrino de adopção. Tem como
objectivo duplicar o número de militantes
do Partido e aumentar o eleitorado dos
«Verdes» fora das regiões urbanas. Pretende
igualmente ver um representante do
Partido aceder ao Conselho Federal (Governo).
Suíça
GENÈVE
Eleitores : 91.597
Votantes : 110
Lista A : 28
Lista B : 45
Lista C : 33
Brancos : 0
Nulos : 2
SION
Eleitores : 14.117
Votantes : 90
Lista A : 5
Lista B : 2
Lista C : 82
Brancos : 1
Nulos : 0
Eleito
MANUEL FIGUEIRA
Sion
LUGANO
Eleitores : 4.754
Votantes : 25
Lista A : 0
Lista B : 1
Lista C : 24
Brancos : 0
Nulos : 0
TOTAIS SUÍÇA
Eleitores : 179.726
Votantes : 557
Lista A : 110
Lista B : 82
Lista C : 358
Brancos : 5
Nulos : 2
Abstenção : 99,7%
Nota: A Áustria, Itália e Grécia pertencem ao círculo eleitoral da Suíça. Na Grécia (460 eleitores) não houve nenhum votante; na Áustria (2784 eleitores) houve um
voto a favor da lista A; em Itália (3790 eleitores) houve um voto a favor da lista C.
T
al como se previa, a eleição
na Suíça para o Conselho
das Comunidades Portuguesas (CCP) foi um fracasso completo, com a taxa de abstenção a rondar os 99,7 por cento, resultando na
mais baixa participação de sempre
da comunidade portuguesa em actos eleitorais oficiais.
Apurados os resultados finais do
círculo eleitoral da Suíça, que é
constituído por este país e pela Áustria, Grécia e Itália, a lista C saiu
vencedora com 359 votos, elegendo
Manuel Beja (Zurique), São Belo
(La Chaux-de-Fonds) e Manuel Figueira (Sion). Em segundo lugar ficou a lista A, com 111 votos, sendo
eleito conselheiro o cabeça-de-lista
Carlos Ramos (Neuchâtel). Em terceiro e último lugar, com escassos
82 votos, ficou a lista B, liderada
por José Coelho (Montreux), não
tendo sido eleito qualquer elemento
desta lista.
O total alheamento da comunidade
portuguesa em relação ao acto eleitoral ficou bem demonstrado pela
baixíssima participação, com os
eleitores da mesa de voto de Genebra — que agrupou os cantões de
Genebra e Vaud e que por si só detém mais de metade dos eleitores na
Suíça (91.597) — a darem o mote
e a virarem as costas por completo à eleição, tendo votado apenas
110 eleitores, invibializando assim
a eleição de qualquer candidato
oriundo da região com maior números de portugueses, que fica sem
qualquer representante no CCP.
Os resultados são confrangedores e
deixam a nú a fragilidade em que
assenta a representatividade do
Conselho das Comunidades Portuguesas, um órgão consultivo do
governo que nunca conseguiu afirmar-se, continuando a ser quase
desconhecido da maioria dos emigrantes portugueses.
Estes péssimos resultados traduzem
também a falta de capacidade dos
candidatos em mobilizar a comunidade para o acto eleitoral. Constituídas na sua larga maioria por gente
pouco competente e sem qualquer
carisma junto da comunidade, as
listas de candidatura foram arquitectadas na base de interesses político/partidários e corporativistas,
que nada se coadunam com os reais
interesses dos emigrantes portugueses, que não se reviram no leque de
candidatos que lhes foi apresentado.
Resta ao governo tirar as respectivas ilações e acabar de uma vez por
todas com esta farsa que dá pelo
M. M.
nome de CCP.n
T
rês temas vão a referendo nas votações federais suíças, previstas
para o próximo dia 1 de Junho.
Os temas abordados são a naturalização dos estrangeiros, a
política de saúde e a política
de informação do governo.
A primeira matéria em referendo é uma proposta do Partido
da direita nacionalista UDC,
que pretende que os processos
de naturalização suíça dos estrangeiros, possam de novo ser
decididos directamente pelo
povo, através de voto secreto. Este método, que suscitou
no passado grande polémica,
deixou de ser posto em prática
em virtude de uma decisão do
Tribunal Federal, que o considerou inconstitucional.
A UDC considera que esta
proibição é uma restrição inaceitável dos direitos populares, enquanto os adversários
da proposta designada «Por
naturalizações democráticas»
julgam que a mesma é demasiado discriminatória.
A segunda matéria em referendo, foi lançada por um
comité independente denomi-
Construção civil tem nova
Convenção Colectiva
Ao fim de onze meses de conflito, com algumas
greves pelo meio, Patrões e Sindicatos chegaram a
acordo para uma nova Convenção Colectiva de Trabalho, no sector da construção civil.
Depois de um braço-de-ferro que durou cerca de 11 meses, os
sindicatos suíços UNIA e SYNA, bem como a Sociedade Suíça de
Empreteiros (SSE), assinaram um acordo para uma nova Convenção Colectiva de Trabalho (CCT), para o sector da construção
civil. O acordo concluído no final de Abril, teve a mediação do
ex-diplomata Jean-Luc Nordmann, nomeado pela ministra da
Economia, Doris Leuthard. A nova CCT entrou em vigor dia 1 de
Maio e é válida até 31 de Dezembro de 2010.
HORÁRIOS E FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Cartaz lançado pela UDC contra a naturalização dos estrangeiros.
nado ‘Cidadãos pelos cidadãos’, cuja proposta designada «Soberania do povo sem
propaganda governamental»
pretende que o governo deixe de utilizar o dinheiro dos
contribuintes para fazer «propaganda» no quadro das campanhas em torno das votações
federais. Os opositores a esta
proposta consideram que o
governo tem como missão, dar
o seu ponto de vista sobre os
temas em debate.
Por último, a terceira matéria
que vai a votação recai, mais
uma vez, sobre o complexo
problema dos custos da saúde.
Os cidadãos são convidados a
pronunciar-se sobre um artigo
constitucional
denominado
«Qualidade e eficácia económica dos seguros de doença»,
que visa inscrever alguns princípios fundamentais na Constituição Helvética, a fim de
permitir um quadro mais claro
aos futuros debates à volta da
política de saúde.
Os apoiantes da proposta consideram que se trata apenas de
inscrever na Constituição, alguns princípios genéricos que
estão já a ser aplicados. Mas
os seus opositores julgam que
tal proposta vai abrir a porta à
«ditadura» das caixas de seguro de doença e ao desmantelamento das prestações de
M. M.
saúde. n
Uma dos aspectos mais importantes em litígio, que tinha a ver
com a gestão das horas não trabalhadas, devido ao mau tempo,
problemas com a maquinaria ou falta de trabalho para as empresas, foi resolvido através da constituição de uma comissão
paritária para discutir os casos excepcionais.
O tempo de trabalho anual será de 2.112 horas, com horários
semanais de 37,5 a 45 horas. Em 2008, haverá um aumento salarial de 100 francos suíços para todos os trabalhadores e 05,% da
massa salarial atribuída por mérito.
Outra questão delicada e complexa é o fundo paritário para a
formação profissional (Parifonds). Esse fundo, que é financiado
através do desconto de 1% do salário dos trabalhadores, mais
1% de contribuição da entidade patronal, e que fora rejeitado
pela organização patronal, será reactivado a partir de 1 de julho
próximo e terá vigência até 31 de Março de 2010.
Nesse intervalo de tempo, um novo sistema será discutido pela
comissão paritária, com base nas futuras necessidades de formação, a partir de 2010. n Empresas
V.I.P. - Very Important Portuguese
A
Very Important Portuguese é uma
marca de vestuário criada por luso
descendentes a residir na Suiça e em
França. Aquilo que no ínicio começou
por ser uma “brincadeira” tornou-se
num nome português reconhecido
além fronteiras. Registada por Frank
Costet e Manuel Chateau (nomes artísticos), em Agosto de 2004, a linha de
roupas conta com mais nomes na sua
criação e com o apoio de grandes designers portugueses.
As colecções da marca baseiam-se na
história de Portugal e até mesmo o seu
logótipo principal é constituído por
elementos narradores da história Lusa,
como o cravo, o castelo ou o escudo,
entre outros.
A ‘‘Casual Basic” e a “Sport Fashion” são
as duas novas linhas da colecção 2008.
Para além dos criadores
em França, o mérito vai
ainda para Sandra Pratas, uma jovem designer
que já teve o privilégio
de trabalhar para grandes nomes como Massimo Dutti, Stradivaros ou
Breska.
A marca V.I.P. é hoje vendida em mais de 30 lojas
em França, 2 na Bélgica,
3 no Luxemburgo e em
5 pontos de venda na
Suíça: Zurique, Lausana,
Sion, La Chaux-de-Fonds e Lenzburg.
Além destes pontos de venda fixos,
a marca conta ainda com o apoio de
revendedores no Lichtenstein, em StGallen, Turgau e Graubuden, para além
da possibilidade de compras online
através do seu site: www.viportuguese.com ou www.vipshop-swiss.com.
Com uma estratégia de marketing bem
definida, a Very Important Portuguese,
que trabalha com tecidos nacionais,
quer duplicar o número de clientes na
Suíça e continuar assim a dar provas da
originalidade e da inovação lusitanas.
Para a sua promoção em terras helvéticas, a V.I.P. irá patrocionar várias festas
e eventos da comunidade portuguesa,
a começar já em Maio, no Loft–Club,
em Luzerna e na Expo.PT, em Zurique.
9
Ano 2 - N° 7 - Maio 2008
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N° 7 - Maio 2008 - Ano 2
Suíça
Grande reportagem
prios para depósito de bagagens.
PERFIL
Os consulados de Portugal em Genebra e Zurique também vão ter equipas móveis de apoio
e atendimento dos adeptos portugueses, em
vários pontos das cidades de Genebra e Basileia e nos próprios estádios.
Comunidade jovem
Trix e Flix,
Na Suíça trabalham e residem cerca de 200 mil portugueses. A comunidade portuguesa é a terceira mais
numerosa das comunidades estrangeiras, a seguir aos
italianos e aos cidadãos da ex-Jugoslávia. No cantão de Neuchâtel residem 11 mil
portugueses e em Basileia estão registados 3.500 cidadãos lusos.
Em Genebra, os portugueses constituem a maior comunidade estrangeira, com
cerca de 35.000 pessoas, das quais 21 por cento já nasceram na Suíça e 28 por
cento têm menos de 20 anos de idade.
Dentre todas as comunidades estrangeiras e mesmo em comparação com os
suíços, são os portugueses que registam as taxas de população mais jovem. É essa
juventude que irá, certamente, sentir com maior fervor o orgulho de ser português
e o sangue lusitano a correr-lhe nas veias, e irá encher as ruas e praças das principais cidades helvéticas, gritando bem alto pelo nome de Portugal durante o Europeu de futebol e não se cansando de apoiar a selecção de todos nós durante o
torneio. Estamos todos confiantes de que a nossa juventude vai deixar uma marca
de grande entusiasmo e sobretudo de grande civismo, neste EURO2008. n M.M.
As mascotes do Euro2008
Grande Reportagem
por Manuel de Melo
Redactor
O
terceiro maior acontecimento desportivo do mundo - depois dos Jogos Olímpicos e do Mundial de Futebol - que
vai decorrer simultaneamente na Áustria e na
Suíça, entre os dias 7 e 29 de Junho, já faz fervilhar os cerca de 200 mil emigrantes portugueses que residem e trabalham na Confederação
Helvética, que se preparam para viver intensamente a paixão que vigora em torno do desporto
rei e da seleção nacional portuguesa. «É a festa
do futebol, meus senhores», como disse à nossa
redacção Manuel Carvalho, um português que
reside em Genebra há mais de 20 anos.
A festa vai começar já no dia 1 de Junho, entre as 18 e as 19 horas, quando o avião que vai
transportar a selecção das quinas aterrar no
aeroporto de Genebra, conforme previsto. Prevendo que milhares de adeptos lusos acorram
ao aeroporto da cidade de Calvino para acolher
a equipa de todos nós, e a fim de garantir a segurança e serenidade da equipa portuguesa, a
organização do Euro2008 montou já uma estratégia de «evacuação» da selecção portuguesa,
cujos jogadores e respectiva comitiva entrarão
directamente no autocarro oficial da selecção
- a Hiundai é mais uma vez o patrocinador do
Europeu de futebol - que os esperará na pista e
conduzirá directamente a Neuchâtel, onde a comitiva nacional ficará instalada no hotel BeauRivage, bem no coração da cidade.
A decisão dos responsáveis parece curial mas
é pouco simpática para uma comunidade que
vive a paixão do futebol e da sua selecção na-
ENTRETENIMENTO DENTRO E FORA DOS ESTÁDIOS
As portas dos estádios serão abertas três horas
antes do pontapé de saída, estando previstos
vários tipos de entretenimento para criar um
bom ambiente entre os adeptos, com destaque
para exibições de um grupo de 40 ginastas.
Quando decorrerem dois desafios no mesmo
dia, os adeptos que estiverem no estádio para
assistir ao segundo encontro terão oportunidade de acompanhar a transmissão da primeira
partida nos ecrãs gigantes.
Mas a grande festa do Euro2008 será sem dúvida fora dos estádios, tendo em conta que a
maioria dos adeptos não tem bilhete para ver
os jogos ao vivo. Para fazer do Euro2008 uma
verdadeira festa, a organização e os responsáveis das principais cidades, vão proporcionar
aos adeptos momentos de diversão e lazer durante todo o torneio.
cional, e que raras vezes tem a oportunidade de
contactar directamente com os seus ídolos.
Mas comunidade portuguesa não se vai deixar
abater facilmente e promete acolher condignamente a sua selecção. «Já que nos vão impedir o acesso ao aeroporto e o contacto com os
jogadores, vamos acompanhar o autocarro da
selecção até Neuchâtel e para os estádios dos
jogos, para mostrarmos que estamos com eles
de alma e coração», afirmou Manuel Carvalho.
Esta vontade férrea em demonstrar solidariedade e apoio à selecção lusitana é corroborada por José Gomes, que vive há 15 anos em
Nyon, uma pequena cidade perto de Genebra,
segundo o qual «os portugueses que vivem na
Suíça têm que mostrar que estão todos com a
selecção, aconteça o que acontecer e é preciso
que os jogadores sintam o nosso carinho logo à
chegada».
GENEBRA PORTUGUESA
Os cerca de 40 mil portugueses que vivem em
Genebra prometem que a cidade vai vestir-se
com as cores portuguesas. «Vamos colocar todos uma bandeira portuguesa na janela, para
que as televisões de todo o mundo vejam a força dos portugueses de Genebra e da nossa selecção», referiu ao nosso jornal Carlos Sousa,
um emigrante português que reside nessa cidade, com a família, há 20 anos.
Recorde-se que durante o Euro2004, realizado
em Portugal, em muitos edifícios de Genebra
defrauldaram muitas bandeiras portuguesas de
adeptos lusos, que demonstraram dessa forma o
seu apoio à selecção portuguesa.
TREINOS ABERTOS PARA COMPENSAR
A grande festa de recepção à selecção das quinas
está a ser preparada pela comunidade portuguesa de Neuchâtel, onde os cerca de 11 mil portu-
Comunidade portuguesa na Suíça
vai vibrar com a selecção nacional.
Festa lusitana – Os cerca de 200 mil portugueses residentes na Suíça preparam-se para a grande festa do futebol, garantindo um apoio absoluto à selecção
nacional das quinas. Cor, alegria e muita adrenalina são os condimentos da paixão
lusitana que vai estender-se pelas ruas das principais cidades helvéticas.
gueses que residem no cantão
com o mesmo nome querem
tornar o momento inesquecível. Para isso constituíram um
pequeno comité organizador
dos festejos, que vão ser coordenados em sintonia com
as autoridades do cantão, de
forma a garantir que não haja
exageros na demonstração de
apoio à selecção das quinas e
não seja violado o cordão de
segurança em torno do hotel
Beau-Rivage.
Para compensar de certa for-
ma a dificuldade de acesso ao
hotel onde ficará a equipa nacional e o contacto do público
com os jogadores, a Federação
Portuguesa de Futebol (FPF)
previu a realização de treinos
abertos ao público, que vão
ter lugar no «Stade de la Maladière», em Neuchâtel. Estão
já marcados dois treinos para
terça-feira, dia 3 de Junho, às
18h30, e domingo, 8 de Junho,
às 17 horas. Segundo a evolução do campeonato, a FPF
poderá marcar outros treinos
abertos ao público.
APOIO AOS ADEPTOS LUSOS
Milhares de adeptos portugueses vão chegar à Suíça,
particularmente às cidades de
Genebra e Basileia, que são as
anfitriãs dos jogos da selecção
portuguesa. Só para o primeiro jogo com a Turquia, a 7 de
Junho, em Genebra, estão previstos 10 voos charters com
adeptos lusos vindos de Portugal. À chegada ao aeroporto, os adeptos vão ter grupos
de acolhimento que lhes darão
todas as informações necessárias.
Haverá igualmente navetes
para transportar os adeptos
para o centro da cidade e para
os estádios. Os bilhetes para
os jogos permitem aos adeptos utilizarem gratuitamente
os transportes públicos de segunda classe da Suíça, desde
o dia do jogo até às 12h00 do
dia seguinte. As estações ferroviárias nas cidades anfitriãs
vão disponibilizar locais pró-
Na cidade de Genebra haverá três grandes espaços dedicados aos adeptos.
Fan Zone - situada na praça de Plainpalais, a
‘‘Fan Zone’’ terá uma capacidade de 80.000
pessoas e será constituída de dois espaços
distintos, dispondo cada um de ecrã gigante.
O primeiro espaço terá cerca de trinta stands
de restauração com cozinha de diversos países europeus e um grande palco coberto onde
decorrerão concertos musicais e outras animações. O segundo espaço será dedicado principalmente à animação, ao final do dia.
Fan Village - um segundo espaço de projecção
dos jogos, com uma capacidade de 20.000 pessoas, bem como um camping, serão instalados
no Centro Desportivo do ‘‘Bout-du-Monde’’.
Haverá igualmente um espaço de restauração
com cozinha de diversos países e um palco
acolherá concertos musicais e outras animações durante todo o torneio.
Fan Club 08 - O ‘‘Club 08’’ será instalado
na Patinoire des Vernets, a 5 minutos a pé da
‘‘Fan Zone’’ e vai ser o local ideal para continuar a festa depois do encerramento da ‘‘Fan
Zone’’. Com uma capacidade de 3.000 pessoas, o ‘‘Club 08’’ acolherá os DJ’s em voga
durante o Verão, bem como diversos concertos musicais que vão fazer das noites de Genebra as mais tórridas da Suíça.
Em Basileia os visitantes vão encontrar um
atractivo programa de eventos, incluindo duas
Fanzones. A localizada em Kasernenareal/
Rheinbord irá estar aberta diariamente durante
o Europeu, enquanto a Fanzone da Münsterplatz só funcionará nos dias dos jogos. Nestes
locais, para além de ser possível seguir as partidas em ecrãs gigantes, os adeptos poderão
assistir a concertos musicais de vários estilos,
dados por bandas locais e internacionais n
11
Destaque
Festa em Neuchâtel - No domingo, dia 8
de Junho, será celebrado oficialmente o Dia
de Portugal, em Neuchâtel, com a presença
do embaixador português na Suíça. Nesse
mesmo dia haverá um treino da selecção
portuguesa aberto ao público, às 17 horas.
Estão previstas numerosas animações ao
longo do lago de Neuchâtel e no centro da
cidade para acolher a selecção das quinas.
Serão instalados ecrãs gigantes e 60 stands
ao longo das ‘‘Jeunes Rives’’, a meio caminho
do hotel da equipa portuguesa e do estádio
da ‘‘Maladière’’, onde decorrerão os treinos
da equipa lusa. Uma vedeta da canção portuguesa dará um concerto gratuito, dia 6 de
Junho, na ‘‘Patinoire du Littoral’’.
Festa em Vernier - No domingo, dia 31 de
Maio, irá decorrer em Vernier (GE) um torneio de futebol, com a participação de equipas representantes das missões diplomáticas e consulares de Portugal, da Turquia e
da República Checa, bem como uma equipa
representativa das autoridades suíças.
Será uma confraternização entre as comunidades dos países que fazem parte do grupo
de Portugal no Europeu. O torneio decorrerá entre as 14 e as 20 horas, no estádio
de Vernier, e haverá stands com produtos
dos diversos países e exibição de grupos de
folclore.
UBS Arena – A União de Bancos Suíços
(UBS) vai instalar em 16 cidades helvéticas
de todas as regiões do país, espaços de
animação e lazer, com capacidade para milhares de pessoas que pretendam assistir aos
jogos em ecrãs gigantes. As ‘‘UBS ARENA’’
disporão igualmente de palcos para espectáculos e serão instaladas nas cidades
de Aarau, Biel/Bienne, Buchs, Chur, Glarus,
Kreuzlingen, Chaux-de-Fonds, Lausanne,
Locarno, Lugano, Nyon, Sion, Solothurn, St.
Gallen, Thun e Zug.
RTP - Na véspera e dias dos jogos de Portugal, a Rádio Televisão Portuguesa (RTP) vai
instalar pontos de reportagem em directo,
nas cidades de Genebra e Basileia.
Um camião satélite estará estacionado na
Rua Bergalone, junto à praça de Planpalais,
em Genebra, e outro irá permanecer na
Marktplatz, em Basileia.
No dia 1 de Junho - chegada da selecção a
Genebra, às 18h00 - a RTP terá dois pontos
de reportagem em directo, um no aeroporto e outro na cidade.
Nos dias 6 e 10 de Junho, vésperas dos jogos de Portugal em Genebra, a selecção irá
pernoitar nessa cidade, no Hotel Intercontinental, com partida de Neuchâtel às 17h00
e chegada prevista a Genebra pelas 18h30.
Nesses dias, haverá igualmente um ponto
de reportagem da RTP, junto ao hotel.
Um outro ponto de reportagem está
previsto para dia 14 de Junho, em Basileia,
junto ao Hotel Ramada, onde pernoitará a
selecção lusa antes do último jogo da primeira fase do Europeu, com a Suíça.
N° 7 - Maio 2008 - Ano 2
Suíça
PUBLIC IDADE
MELO
Consultoria & Serviços
Profissionalismo e competência ao seu serviço.
Segurança dos viajantes
Apoio – O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, quer saber
quantos portugueses estão em viagem no estrangeiro e quais os países para os
poder contactar em caso de catástrofes naturais ou crises políticas.
N
Fiscalidade - Previdência - Planos de investimento
Seguros de todos os ramos - Crédito imobiliário
Traduções oficiais
Legalização de divórcio em Portugal
Pedido de nacionalidade suíça e portuguesa
Manuel de Melo
Tel. 079 621 24 88
Case postale 369 1213 Petit-Lancy 1
Portugal
esse sentido, está a desenvolver um acordo com a
Associação
Portuguesa
das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) para tornar possível
a «localização dos portugueses no
estrangeiro quando isso for necessário», disse à Agência Lusa fonte
do gabinete de António Braga.
A mesma fonte sublinhou que os
dados cedidos pela APAVT terão
sempre «as limitações inerentes ao
direito à privacidade», garantindo
que não se irá divulgar os nomes
das pessoas em causa.
«O nosso objectivo é apenas o de
contactar as pessoas para saber se
precisam de ajuda», assegurou.
Esta medida do secretário de Estado das Comunidades surge na sequência das dificuldades com que
António Braga se defronta sempre
que ocorrem problemas no estrangeiro e se torna necessário apurar
se envolvem portugueses, em que
número e em que hotéis eles se encontram.
O acordo que «está a ser estudado» com a APAVT prevê que, se
ocorrer uma crise num determinado
país, essa associação ceda ao Governo a listagem dos portugueses
Jorge Resende
Pela coragem e determinação
demonstradas, o nosso compatriota Jorge Resende, despedido
da ‘Radio Suisse Romande’ no
âmbito da denúncia de pedofilia, merece todo o nosso apreço
e admiração.
Só alguém com um profundo
sentido de justiça e amor pelas
crianças, tem força para levar a
cabo tamanho combate, contra
gente desprezível que continua
à frente dos destinos de uma
empresa que devereia ser uma
referência e um exemplo para
todos os cidadãos.
que se encontram nesse local.
Por outro lado, consciente do recente fenómeno de haver «cada
vez mais pessoas a adquirir viagens pela Internet», António Braga
vai criar ainda este mês, na página
electrónica da Secretaria de Estado
das Comunidades, um formulário
«onde os viajantes podem voluntariamente deixar o seu destino e
o seu contacto», indicou a mesma
fonte. Sublinhando, mais uma vez,
que será preservada a privacidade
das pessoas, a fonte referiu que não
é necessário apresentar o nome verdadeiro.
«O importante é o contacto e a localização», afirmou.
António Braga pretende desta forma que as pessoas comecem a fornecer os seus contactos quando se
dirigem ao estrangeiro, ao contrário do que tem acontecido até aqui,
com a grande maioria a nunca participar ao secretário de Estado ou
aos consulados que vai ou está no
estrangeiro.
«Isso não está nas rotinas das pessoas», disse à Lusa o governante,
acrescentando que as novas medidas pretendem «salvaguardar a segurança» dos portugueses.
Embaixada
em Berna
A decisão de associar os festejos
oficiais da comemoração do Dia
de Portugal na Suíça, à presença
da selecção portuguesa de futebol em Neuchâtel, mostra que o
embaixador de Portugal, Eurico
Pães, está atento à importância
que reveste para a comunidade
portuguesa o sentimento de orgulho nacional que lhe é transmitido pela equipa das quinas.
Neuchâtel vai ser palco das
comemorações do 10 de Junho
( que se festeja a 8 de Junho), na
Suíça, no dia do treino público
da nossa selecção.
Outra medida criada para dar apoio
a portugueses no estrangeiro e que
está implementada desde o início
do ano é o Gabinete de Emergência
Consular, que funciona 24 horas por
dia através do número 707202000.
Com uma média de 20 chamadas
por dia, este número tem sido utilizado também por pessoas em Portugal que, quando sabem de algum
problema no estrangeiro, telefonam
a avisar que têm lá um familiar.
«O número serve também para termos melhor capacidade de resposta à solicitação e à urgência que a
comunicação social nos exige, porque são normalmente casos muito
mediáticos», sublinhou António
Braga.
Todos os assinantes da rede TMN
recebem uma mensagem quando
chegam ao estrangeiro com o número do Gabinete de Emergência
Consular.
O secretário de Estado das Comunidades está a negociar um acordo semelhante com a Optimus, enquanto a Vodafone recusou o serviço,
alegando que «iria sobrecarregar
os clientes com mais uma mensagem», indicou a fonte do gabinete
de António Braga. n
MAIS & MENOS
UEFA
A saga da compra dos
bilhetes para assistir aos jogos
do Europeu de futebol, revela
que a UEFA continua a desprezar
os adeptos do desporto rei, que
se vêem afastados dos estádios,
em detrimento de senhores e
empresas todos poderosos a
quem foi oferecido de bandeja
a grande fatia dos ingressos nos
estádios do Euro2008.
As grandes finais, para a UEFA,
já não são para o povo, para
aqueles que alimentam o futebol durante todo o ano, mas sim
para os ricos e poderosos.
13
BREVES
Memória ‘online’
25 Abril – Cerca de
200 mil documentos,
em texto integral,
passaram a estar
disponíveis na
página da Internet
do Centro de
Documentação 25
de Abril (CD25A) da
Universidade de
Coimbra, celebrando
a revolução dos
cravos. A selecção foi feita a partir de mais
de três milhões de documentos do acervo
do Centro de Documentação, que integra
também uma biblioteca especializada.
Alerta da Cáritas
Fome – A Caritas Portuguesa alertou
ontem as autoridades para prepararem
programas de apoio a carenciados
tendo em conta a crise alimentarmundial que,prevêem, irá causar danos
graves no país. De acordo com a Caritas,
em Portugal gasta-se uma“fatia enorme
de recursos” para “pagar quase dois terços do que consome, designadamente
produtos alimentares”, pelo que o país
está“na linha da frente” daqueles que
mais sofrerão “com a subida dos preços
internacionais e a escassez dos bens”.
Aumenta número de
emigrantes
Emigração – Cinco milhões de portugueses vivem no estrangeiro, o que
equivale a metade da população de
Portugal. Só nos principais países de
destino europeu, a percentagem de
emigrantes aumentou 52,6% entre 2000
e 2006, de 419 047 para 639 612, revela
o Relatório Internacional sobre Migrações de 2007 da OCDE , a divulgar em
Junho.
Os cidadãos nacionais continuam a
emigrar para a Suíça, Andorra, Luxemburgo e até França. E, a estes, juntam-se
os novos fluxos para Espanha e o Reino
Unido. A Alemanha é o único país a registar uma diminuição de portugueses,
menos 17 mil.
Os novos fluxos migratórios traduzemse em dois tipos de emigrantes. Os que
vão à procura de um trabalho mais
duradouro e se dirigem para a Suíça e
para o Reino Unido e os recrutados por
agências de trabalho temporário para
Espanha, França e até Holanda.
Ano 2 - N° 7 - Maio 2008
14
Portugal
N° 7 - Maio 2008 - Ano 2
Suíça
Portugal
«Car sharing» chega à capital portuguesa
Retomados voos entre Vila
Real, Bragança e Lisboa
Mobilidade – Alugar uma viatura à hora, em Lisboa, vai ser possível a partir de Setembro, num projecto experimental que vai ser desenvolvido pela “Carris” e que visa reduzir o tráfego automóvel.
Aviação – Desde o início de Maio que já é possível viajar entre Bragança/Vila Real e Lisboa, por via aérea. O Governo adjudicou por ajuste
directo as ligações aéreas à Aeronorte.
A
Carris está a desenvolver um novo projecto, que entrará em
fase experimental em Setembro. Nesta altura, a empresa
vai colocar carros nos parques
de estacionamento automóveis
para alugar à hora.
O serviço, conhecido como
«car sharing», pressupõe que
os veículos estejam disponíveis para os cidadãos usarem
por curtos períodos de tempo,
sem terem de os adquirir. Por
exemplo, uma pessoa pode
usar um destes carros para
efectuar uma viagem entre
dois pontos da capital. Quando o estacionar, depois da viagem, outro cidadão pode usálo para outra viagem.
Ainda não é conhecida a tabela de preços, mas a Carris propõe que as tarifas dependerão
da distância percorrida e do
tempo ocupado. Os modelos
serão pequenos citadinos de
dois lugares e híbridos de cin-
co lugares.
A intenção é reduzir o número
de carros a entrarem na capital, fazendo baixar o tráfego,
e também reduzir a compra de
automóveis.
A Carris baseou o seu programa em estudos internacionais,
segundo os quais um automóvel em «car sharing» permite
substituir quatro a dez viaturas
particulares.
A ideia do «car sharing» nasceu na Suíça, mas acabou por
alastrar a muitos outros países,
incluindo Inglaterra e Estados
Unidos, onde é possível alugar
o carro à hora ou ao dia. O modelo prevê a disponibilização
de um limite de quilómetros,
seguro, combustível e lugares
de estacionamento reservados
para estes veículos espalhados
pelas cidades.
Nos países em que já existe, o
«car sharing» é fácil de usar:
o utilizador regista-se, paga
uma taxa anual simbólica e,
quando precisar, basta procurar na Internet onde está o automóvel disponível mais próximo. Também pela Internet é
possível alugar o veículo por
algumas horas. Depois é só
dirigir-se ao carro e aproximar
o cartão da porta, que se abre
automaticamente. Em alguns
países o serviço está disponível também pelo telefone. n
SAIBA MAIS EM :
www.carris.pt
Portugal
Bancos «escondem» preços e
dão informação incompleta
Banca – A Associação portuguesa de defesa do consumidor (DECO)
diz que os bancos «escondem» os preços ou prestam informação incompleta e desactualizada.
N
em com uma visão
perfeita conseguirá
ler o preçário dos bancos. Letra miudinha, informação incompleta e pouco actual
são uma constante ao balcão
e nos sítios dos bancos na Internet, revela a última edição
da revista Dinheiro & Direitos
(D&D), da DECO.
A revista visitou 24 balcões
dos 10 maiores bancos portugueses e concluiu que a maioria dos preçários estão visíveis, mas impressos em letra
tão pequena que só à lupa conseguirá lê-los. Já na Internet, 7
dos 19 sítios não têm ligação
para este documento na primeira página, o que obriga os
clientes a navegar «à deriva»
para encontrá-lo.
Além disso, acrescenta a
D&D, a informação está,
muitas vezes, incompleta ou
desactualizada. Muitos deles
esquecem-se de indicar, por
exemplo, a taxa anual efectiva dos créditos à habitação
indexados, um elemento que é
obrigatório e permite comparar o custo real dos empréstimos, lembra a edição.
A DECO defende que os bancos têm o dever de informar
os seus clientes e, por isso,
indicar quanto cobram pelas
operações que realizarem «é o
mínimo que se pode exigir».
A associação diz que os preçários têm de ser actualizados
todos os meses ou quando
haja alterações, e expostos
num corpo de letra legível. No
crédito à habitação e pessoal,
os bancos devem publicitar
as tabelas de spreads e as taxas efectivas para um ou dois
cenários comuns a todas as
instituições, representativos
da população. Os sítios na Internet também devem conter
preçários completos de todos
os canais (balcão, Net e telefone).
Desde 1995, o Banco de Portugal definiu regras para os
preçários dos bancos. Estes
devem conter informação sobre vários produtos e serviços,
como contas à ordem, créditos, depósitos de poupança,
fundos, pagamentos periódicos, etc.E estar disponíveis
para consulta em todos os canais usados. n
Portal do Cliente Bancário
O Portal do Cliente
Bancário é um canal privilegiado de
comunicação do
Banco de Portugal
com os clientes
bancários. O seu
lançamento surgiu
no contexto do
reforço de competências de supervisão comportamental do Banco
de Portugal com a
revisão do Regime
Geral das Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 1/2008,
de 3 de Janeiro.
O Portal apresenta diversas áreas temáticas com informação relevante e útil para as operações financeiras do cliente bancário. O
Portal disponibiliza ainda a principal legislação que enquadra a
oferta de produtos e serviços bancários, um glossário de termos
financeiros e um conjunto de respostas a perguntas frequentes.
Disponibiliza também simuladores de operações financeiras e
formulários para reclamações e para obtenção de informação
sobre saldos de contas bancárias e de outras aplicações financeiras em nome de titulares falecidos. n
SAiba MAIS EM:
www.bportugal.pt
A
s ligações aéreas entre
Bragança/Vila Real e
Lisboa foram adjudicadas à empresa Aeronorte e
foram retomadas no início do
mês de Maio.
As ligações aéreas estavam
suspensas desde 17 de Março,
altura em que a Aerocondor
deixou de operar, alegando
“problemas técnicos”, que se
vieram a revelar, afinal, financeiros. Poucos dias depois
de ter suspendido as ligações
aéreas, a empresa Aerocondor
perdia a licença para voar, por
decisão do INAC, que detectou a falta de seguros obrigatórios.
O Governo rescindiu com a
Aerocondor o contrato público
e entregou, por ajuste directo à
Aeronorte.
Este contrato com a Aeronorte
vai prolongar-se até à adjudicação definitiva do serviço em
concurso público.
Os preços e horários mantêmse, com duas viagens diárias
em cada sentido, de segunda a
sexta-feira, que custam cerca
de 117 euros Bragança/Lisboa,
e menos dez euros a partir de
Vila Real, ida e volta, em ambos os casos. O Estado continua a dar uma compensação à
operadora num montante máximo anual de 1,190 milhões
de euros. Quanto maior for a
taxa de ocupação do avião de
19 lugares, menor é a compensação estatal.
A Aeronorte é uma empresa de Braga, com serviços de
transporte e trabalho aéreo,
nomeadamente combate a incêndios florestais.
A empresa está a construir no
aeródromo de Bragança um
hangar para a manutenção de
aeronaves. n
TAP mais pontual
A
pontualidade da TAP atingiu, no primeiro trimestre de 2008,
um valor de 75,9 por cento nas partidas, aproximando-se
dos níveis médios das companhias que fazem parte da Associação Europeia de Aviação (AEA) neste período (79,7%).
Um resultado que, segundo a transportadora, consolidou «a
evolução positiva verificada já nos últimos meses do ano anterior».
Comparando com Janeiro, Fevereiro e Março de 2007, as melhorias foram em cada um dos três meses de 11, 15 e 18%, respectivamente.
Também o atraso na entrega de bagagens teve «uma evolução
significativa, embora melhorias mais acentuadas estejam dependentes da entrada em funcionamento de um novo terminal
de bagagens em trânsito, que a ANA prevê para o segundo semestre do ano», explicam.
Direcção de Serviço ao Cliente contribui positivamente
No mês de Março, a TAP reduziu os atrasos de 34,5 peças de
bagagem por mil passageiros, verificados em 2007, para 17,3,
dando sequência a uma série de meses em que se verificaram
melhorias sistemáticas.
Segundo a empresa, para esta melhoria «contribuíram, em especial, a criação da Direcção de Serviço ao Cliente da TAP, as
mudanças verificadas na Groundforce, prestador de serviços de
handling que regressou à sua vocação de se focar no bom serviço prestado aos clientes, bem como o reforço da coordenação
com as restantes entidades ligadas à operação, designadamente as autoridades aeroportuárias». n
SAiba MAIS EM:
Gala dos “Prémios Talento 2007” vai ser em Junho
Mais de 150 portugueses no estrangeiro candidataram-se este
ano à segunda edição dos Prémios Talento 2007.
A
decorrer pelo segundo ano, os
Prémios Talento 2007 pretendem distinguir portugueses e lusodescendentes residentes no estrangeiro que se notabilizaram durante o ano
nos sectores das Artes do Espectáculo
(cinema, teatro, música e interpretação), Artes Visuais, Associativismo,
Ciência, Comunicação Social, Des-
P UB
lll#\ZhincZi#ei
\ZgVa5\ZhincZi#ei
iZa# (*&.&+(-,-(,
[Vm (*&'('&'%&.*
porto, Divulgação da Língua Portuguesa, Meio Empresarial, Humanidades, Literatura, Política e Profissões
Liberais.
Das mais de 150 candidaturas recebidas, o júri vai escolher três finalistas
de cada uma das áreas, mas apenas
um deles será distinguido na Gala dos
Talentos.
À semelhança do ano passado, o júri
vai ser constituído por figuras nacionais de relevo. Entre os elementos do
júri estão a escritora Lídia Jorge, os
políticos Pacheco Pereira e Marcelo
Rebelo de Sousa, o director do sema-
15
nário «SOL», António José Saraiva,
o músico António Vitorino e o bastonário da Ordem dos Advogados,
António Marinho Pinto.
O jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares, o empresário Joe Berardo, a estilista Fátima Lopes, o
professor João Malaca Casteleiro e
os músicos Rui Veloso e Pedro Abrunhosa são outros elementos do júri.
A gala Prémios dos Talentos decorre
a 8 de Junho, no Convento do Beato,
em Lisboa, e será transmitida em directo pela RTP, RTP Internacional e
RTP África. n
www.tap.pt
Concurso
A estilista Fátima Lopes é um dos membros do
júri do concurso “Prémios Talento 2007”.
N° 7 - Maio 2008 - Ano 2
PUBLIC IDADE
Suíça
Desporto
O simbolismo da Tocha Olímpica
Olimpismo – A chama olímpica, fogo olímpico ou ainda tocha olímpica, é um
dos símbolos dos Jogos Olímpicos, e evoca a lenda de Prometeu que teria roubado o
fogo a Zeus para o entregar aos mortais.
A
chama Olímpica, fogo
Olímpico ou ainda tocha
olímpica, é um dos símbolos dos Jogos Olímpicos, e evoca a
lenda de Prometeu que teria roubado o fogo a Zeus para o entregar aos
mortais. Durante a celebração dos
Jogos Olímpicos da antiguidade,
em Olímpia, mantinha-se aceso um
fogo que ardia enquanto durassem
as competições, sendo esta tradição
reintroduzida nos Jogos Olímpicos
de Verão de 1928. Mais tarde, nos
Jogos Olímpicos de Verão de 1936,
foi pela primeira vez realizada uma
estafeta de atletas para transportar
uma tocha com a chama, desde as
ruínas do templo de Hera em Olímpia, até ao estádio olímpico de Berlim.
A Chama Olímpica na Antiguidade
Na antiguidade, o fogo era considerado sagrado por muitos povos, incluindo os gregos que tinham uma
lenda segundo a qual o fogo teria
sido entregue aos mortais por Prometeu que o roubara de Zeus. Devido à importância do fogo, em muitos templos eram mantidas chamas
acesas permanentemente. Este era o
caso do templo de Hestia na cidade
de Olímpia.
Segundo se sabe, a tradição de
manter um fogo aceso durante os
Jogos Olímpicos remonta à antiguidade, quando se efectuavam sacrifícios a Zeus. Nessas cerimónias,
os sacerdotes acendiam uma tocha
e o atleta que vencesse uma corrida
até ao local onde se encontravam
os sacerdotes teria o privilégio de
transportar a tocha para acender o
altar do sacrifício. O fogo era então mantido aceso durante os Jogos
como homenagem a Zeus.
A Chama Olímpica na actualidade
Nos Jogos Olímpicos de Verão de
1928, em Amesterdão, o arquitecto
holandês Jan Wils incluiu no desenho do estádio olímpico uma torre
e teve a ideia de acender nela uma
chama durante os jogos. Na cerimónia de abertura, em 28 de Julho de
1928, um empregado da empresa de
electricidade de Amesterdão levou-
17
OLIMPÍADAS
Jogos Olímpicos
«Pequim 2008»
302 Provas - A 29ª edição dos Jogos Olímpicos de Verão realizar-se-á entre 8 e 24 de
Agosto deste ano, na cidade de Pequim,
China. O Comité Organizador dos Jogos
Olímpicos de Pequim de 2008 concluiu o
programa desportivo da competição, que
terá 302 provas de 28 modalidades.Das 302
provas que distribuirão medalhas, 165 são
masculinas, 127 femininas e dez mistas. No
sector feminino, verifica-se um acréscimo de
duas provas relativamente a Atenas-2004,
significando um aumento de 130 atletas no
contingente de concorrentes.
Novas provas - Diversas provas e uma nova
disciplina (ciclismo BMX) são novidades
absolutas do programa olímpico para 2008:
· Atletismo: 3000 metros obstáculos femininos;
A Tocha Olímpica dos Jogos Olímpicos de «Pequim 2008», que vão realizar-se em Agosto, na China.
· Ciclismo: BMX masculino e feminino;
a até a cidade de Olímpia, na Grécia
e acendeu-a pela primeira vez. Esta
continua acesa até aos tempos de
hoje e nunca foi apagada, é a chama
dos jogos da era moderna na torre
então chamada Marathontower (e
que ficou conhecida localmente
como «cinzeiro da KLM»).
Quatro anos mais tarde, nos Jogos
Olímpicos de Verão de 1932, voltou a acender-se uma chama durante os jogos no estádio de Los
Angeles. Durante a cerimónia de
encerramento foi apresentada uma
citação de Pierre de Coubertin que
dizia: «Que a Tocha Olímpica siga
o seu curso através dos tempos para
o bem da humanidade cada vez
mais ardente, corajosa e pura»
Em 1936, nos Jogos Olímpicos de
Berlim, Carl Diem concebeu a cerimónia do transporte da chama
Olímpica desde o antigo local de
realização dos Jogos em Olímpia
na Grécia, até ao estádio onde se
realizavam os Jogos. Mais de 3000
atletas realizaram uma estafeta para
transportar a tocha desde Olímpia
até Berlim, onde o corredor Fritz
Schilgen acendeu a chama na cerimónia de abertura a 1 de Agosto.
A estafeta da tocha passaria a fazer
parte dos Jogos Olímpicos.
Também nos Jogos Olímpicos de
Inverno, a chama Olímpica ardeu
nos Jogos de Inverno de 1936 e de
1948, mas a primeira estafeta da tocha teve lugar no Jogos Olímpicos
· Esgrima: Florete por equipas masculino e
feminino;
de Inverno de 1952. Nessa ocasião,
o fogo não foi ateado em Olímpia
mas sim em Morgedal, na Noruega, na lareira da casa de Sondre
Norheim, que foi o pioneiro do desporto de esqui. Foi também aí que
foi ateado o fogo nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1960 e 1994. Excepto esses anos e em 1956, ano em
que foi acesa em Roma, em todos
os outros jogos de inverno a chama
foi acesa em Olímpia.
O acender da chama em Olímpia
Uns meses antes de cada realização
dos Jogos Olímpicos, a chama é
ateada em Olímpia, frente às ruínas
do templo de Hera, numa cerimónia que pretende recriar o método
usado na antiguidade e que se destinava a garantir a pureza da chama:
actrizes representando sacerdotisas
de Hestia colocam uma tocha na
concavidade de um espelho parabólico que concentra os raios da luz
do Sol que, agora como na antiguidade, acende a chama que marcará
o início de mais uma realização dos
Jogos.
Em seguida, a chama é transferida
para uma urna que é levada até ao
local do antigo estádio. Aí a chama
é usada para acender a tocha olímpica, transportada pelo atleta que
fará o primeiro percurso da estafeta, que conduzirá a chama ao longo
do percurso até ao estádio onde se
realizam os Jogos.n
· Natação: 10 kms águas abertas, masculino
e feminino
No Ténis de Mesa, as provas de pares foram
substituídas por provas por equipas.
Atletas lusos - Débora Nogueira, atleta
da Federação Portuguesa de Esgrima, é a
58.ª atleta portuguesa qualificada para os
Jogos Olímpicos de Pequim, após ter obtido
o segundo lugar no Torneio de Florete,
realizado em Lisboa. Os atletas lusos vão
participar nas provas de atletismo, esgrima,
judo, ciclismo, natação, taekwondo, ténis de
mesa, tiro, tiro com armas de caça, trampolins e vela.
Mascotes - Os
«Fuwa» são as
mascotes dos
Jogos Olímpicos
de Pequim 2008.
Fuwa significa
«Crianças de boa
sorte» em mandarim. O nome das
cinco mascotes
(Beibei, Jingjing,
Huanhuan,
Yingying e Nini) são repetições das sílabas
da frase «Be(iji-ng hua-nyíng ni» (Pequim
dá-lhes as boas-vindas). Cada uma das
mascotes representa um dos elementos
tradicionais chineses (metal, madeira, água,
fogo e terra), além das cinco cores dos anéis
olímpicos (amarelo, azul, verde, vermelho e
preto) e figuras e animais característicos da
China.
Ano 2 - N° 7 - Maio 2008
18
O Portuga
“O Inferno são os outros”
Jean-Paul Sartre
Meus caros outros,
S
empre que me preparava
para ler um senhor chamado
Sartre, Jean-Paul Sartre, melhor
dito, para compreensão séria do
que diria o francês, concentrava excessivamente os neurónios
globais e pedia apoio empenhado
aos pulmões da fantasia. Um caso
sério, este existencialista militante, escritor, ensaísta, esquerdista
empedernido e, sobretudo, filósofo! Mas citar, recitar, baixinho, a
frase “O inferno são os outros”,
retirada da peça de teatro “Entre
quatro paredes”, dava-me conforto, reconforto, confiança, sobranceria, arrojo: os outros, que não
eu, eram avarentos, sensuais, hipócritas, falsários, libertinos, mulherengos, falsos, perdulários...
uns mafarricos, enfim.
Com o passar dos anos compreendi, meus caros outros, que todos somos tudo, simultaneamente: inferno e paraíso, escritores e
PUB LICIDADE
Carta Aberta aos “outros”
leitores, sábios e néscios, avarentos e magnânimos, palestrantes e
ouvintes.
Todos somos tudo, quando mergulhamos nas personagens que
lemos ou inventámos e nas fantasias que criámos.
Todos somos tudo, ou quase tudo,
quando a mesma língua nos une,
em espaços geográficos de palavras costumeiras.
Todos somos quase tudo, quando
a identidade nos anuncia sabores
literários já experimentados e
musicalidades de dizeres aprendidos na infância. E se ainda
não conseguimos imitar “o Fio
das Missangas”, “por um raspão
de milagre” – como disse Mia
Couto, salvamos e salvamo-nos
do “falecimento das letras” e da
“crise mortal da literatura”.
Meus caros outros, quem fala
destas coisas, da “crise mortal
da literatura”, da sua ressurreição permanente, da sua afirmação amplificante contra políticos
espertos, administradores inteligentes, directores comunicativos
e, mesmo professores de língua,
linguística e literatura, sabe, certamente, o que diz: Arnaldo Saraiva, professor, escritor, conversador, cronista, ensaísta e poeta.
Arnaldo Saraiva e mais um punhado de palestrantes, reunidos à
volta do “Colóquio Internacional
de Literatura e Filologia Portuguesas”, realizado em Genebra,
disseram o que pensavam e sentiam, o que sabiam e estudavam,
o que esperavam e propunham.
Falaram da crise da literatura,
de Camões, de Raul Brandão,
de Pessoa e ainda tiveram tempo
para espicaçarem ideias e para
fazerem perguntas: “Aprender
Português, Conhecer a Literatura
e Cultura Portuguesas: Porquê”?
Se alguém tiver uma resposta
pronta a esta última pergunta,
escreva-nos, telefone, proteste,
grite, diga-nos da sua sapiência.
Colóquio Internacional de Literatura e Filologia Portuguesas
Instituto Camões e Université de Genève (Faculté des Lettres)
Leia, ainda, mais algumas perguntas: a “Língua, além de ser
um valor cultural, social e identitário não será, também, um valor
financeiro”? Não é, a literatura, o
que se escreve, publica, publicita
e o que se vende? Não tem ela,
para existir, de ser lida ou ouvida?
Responda quem souber, meus
caros outros. Respondam vocês,
por exemplo, com o apoio de Arnaldo Saraiva, José Carlos Seabra
Pereira – professor na Universidade de Coimbra e na Católica,
de Barbara Spaggiari – professora, membro da Academia Brasileira de Filologia, de Maria Rosa
Adanjo Correia – professora,
Leitora do Instituto de Língua e
Cultura Portuguesas, de Maurizio
Perugi – professor da Universidade de Genebra, e ainda de Maria
João Reynaud, - professora, ensaísta e crítica, com produção em
diversas áreas.
Podem, meus caros outros, acres-
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PORTUGUESA DE SOLOTHURN
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centar, ainda, o Embaixador de
Portugal em Berna, Dr. Eurico
Pães e o Cônsul Geral de Portugal em Genebra, Dr. Júlio Vilela.
Estes diplomatas estiveram no
colóquio e deram colorido oficial
a um acontecimento académico,
realizado num dia de forte lembrança política: 25, em Abril,
com a presença de professores
dos cursos de língua portuguesa,
devidamente autorizados, para o
efeito, e de um grupinho de pessoas que, possivelmente, gostam
destas coisas.
Apesar das “Metamorfoses da
Escrita” e de “A crise actual da literatura vista por um português”,
valeu a pena ter ido, ouvido e
participado no Colóquio. Mesmo sabendo que “O Inferno são
os outros” a língua e a literatura
podem ser um doce paraíso, felizmente para todos. n
Benjamim Ferreira
Genebra
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