Aula 2 - Exercicios Fisicos e Gestacao
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Aula 2 - Exercicios Fisicos e Gestacao
Exercícios Físicos e a Gestação Prof. Luciana Weinert Gestação • 38 – 42 semanas • 1º trimestre – 0 a 12 semanas: – mamas, diurese, cansaço, náuseas, + 0 a 1,5kg • 2º trimestre – 13 a 26 semanas: – Maior disposição, primeiros movimentos fetais • 3º trimestre – 27 a 42 semanas: – Maior desconforto, falta de ar, constipação, edema, cansaço, lombalgia e difícil posicionar-se para dormir Atividade Física na Gestação • Investigação científica após 1970 • Colégio Americano de Obstetras e Cardiologistas (ACOG, 2002) – 30’ ou mais de exercícios físicos de intensidade moderada – Quase todos os dias da semana – Inclusive para mulheres que eram sedentárias antes da gravidez – Importante para controle do Diabete Gestacional – Na presença de complicações clínicas o exercício é benéfico, mas deve haver liberação médica! Alterações Anatômicas e Fisiológicas na Gestação Frouxidão ligamentar (↑ relaxina e progesterona) Pelve Feminina Pelve Masculina ↑ Útero 5 - 10cm 25 - 36cm ↑ Massa Corporal ↑ massa = ↑ CG = desequilíbrio = base alargada e rot. externa quadril Síndrome Hipotensiva Sintomática (Decúbito Dorsal > 3 minutos = peso e compressão veia cava e aorta) Posicionamento Visceral Mudanças Cardiorrespiratórias 1. Hiperventilação (O2 feto) = ↑ consumo materno em 20% 2. ↑ FC 10 a 20 bpm até o final da gravidez 3. ↑ até 2 litros de sangue até o final da gravidez 4. Edema Benefícios da Atividade Física • Reduz patologias durante gestação e após o parto • Auxilia no controle glicêmico • Alongamento e fortalecimento reduz dores • Redução do ganho de peso • Redução da depressão durante e após o parto Contraindicações absolutas ao exercício aeróbio durante a gravidez Colégio Americano de Obstetras e Cardiologistas (ACOG, 2002) • Doença cardíaca significante hemodinamicamente, • Doença do pulmão restritiva, • Incompetente cervix/cerclage, • Gestação múltipla em risco para parto prematuro, • Segundo ou terceiro trimestre de sangramento persistente, • Placenta prévia após 26 semanas de gestação, • Parto prematuro durante a gravidez atual, • Membranas rompidas, • Hipertensão induzida pela gravidez Contraindicações relativas ao exercício aeróbio durante a gravidez Colégio Americano de Obstetras e Cardiologistas (ACOG, 2002) • • • • • • • • • • • • • Anemia severa, Arritmia cardíaca maternal não avaliada , Bronquite crônica, Diabetes do tipo I pouco controlada, Obesidade mórbida extrema, Magreza extrema (índice de massa corporal <12), História de estilo de vida extremamente sedentário, Restrição do crescimento intrauterino na gravidez atual, Hipertensão/pré-eclampsia pouco controlada, Limitações ortopédicas, Distúrbios de epilepsia pouco controlado, Doença da tireoide pouco controlada, Fumar em excesso. Sinais de Adevertência para Interromper a Prática de Atividade Colégio Americano de Obstetras e Cardiologistas (ACOG, 2002) • Sangramento vaginal, • Dispneia antes do esforço, • Vertigem, • Dor de cabeça ou Dor no peito, • Fraqueza muscular, • Dor na panturrilha ou inchaço, • Parto prematuro, • Movimento fetal diminuído, • Perda de líquido aminiótico Prescrição de Exercícios para Gestantes (Nascimento et al, 2014) Tipos de exercícios • Aeróbicos, Força, Flexibilidade e Assoalho Pélvico • Que se adapte às suas características e interesses para, aumentar a adesão ao exercício em longo prazo. • Evitar exercícios que coloquem a gestante ou o feto em risco, como atividades de alto impacto, com risco de queda ou trauma abdominal e esportes de contato Exercícios aeróbicos • Mais frequente e o mais escolhido entre as gestantes • Objetiva manter o condicionamento cardiorrespiratório • Deve incluir atividades que envolvam grandes grupos musculares • Exemplos: caminhada ou corrida leve (trote), bicicleta estacionária, natação, hidroginástica, dança ou ginástica aeróbica de baixo impacto. Treino de resistência muscular • Manter força para adaptação às alterações posturais e prevenir queda • Priorizar extensores de tronco e grandes grupos musculares. • Utilizar o próprio peso corporal e faixas elásticas no lugar de aparelhos de musculação ou pesos livres. • Evitar cargas elevadas, exercícios isométricos intensos repetidos e posturas que coloquem a gestante em desequilíbrio. • Ex: Yoga, Pilates, musculação leve, treino funcional e em circuito Alongamento muscular • Fundamental no programa de exercício (previne dores) • Deve ser complementar ao exercício aeróbico e ao treinamento de resistência • Devido ao aumento nos níveis de relaxina e progesterona: evitar alongamentos extremos para prevenir lesões ligamentares e articulares. Treinamento dos músculos do assoalho pélvico • Diminui o risco de incontinência urinária no pós-parto. • Não há contraindicações • Realizar contrações sustentadas: contrair e manter 5 a 10 segundos, e contrações rápidas (contrair e relaxar) em diferentes posturas. • Sugestão: diariamente 2 séries de 8 contrações sustentadas por 5 segundos 2 séries de 10 contrações rápidas. Intensidade dos exercícios • Intensidade leve a moderada • Geralmente determinada pela Frequência Cardíaca (nº batimentos por minuto – bpm) • Opções de medida da Frequência Cardíaca 1. Frequência Cardíaca de Treinamento 2. Escala de Percepção Subjetiva de Esforço de Borg 3. Talk-test 4. Frequência Cardíaca de Reserva Intensidade dos exercícios 1. Cálculo da Frequência Cardíaca de Treinamento: • 60 a 80% da FC máxima (220-idade) • Faixas de Treinamento (Sociedade Canadense de Ginecologistas e Obstetras) <20 anos: 140 a 155 bpm 20-29 anos: 135 a 150 bpm 30-39 anos: 130 a 145 bpm >40 anos: 125 a 140 bpm Intensidade dos exercícios 2. Escala de percepção subjetiva de esforço ou Escala de Borg: • De 6 (sem esforço) a 20 (esforço máximo). • Para gestantes preferencialmente entre 12 e 14 • Atividade leve a um pouco cansativa. Intensidade dos exercícios 3. Talk-test: • A gestante é orientada a observar sua habilidade em manter uma conversa durante o exercício físico, • Isto assegura que o exercício é realizado em intensidade leve a moderada, prevenindo-se o esforço físico excessivo. Intensidade dos exercícios 4. Frequência Cardíaca de Reserva (FCR): • Alguns autores questionam as outras medidas pq não considera nível de condicionamento físico e o individual • Defendem a utilização da FCR, que é a diferença entre FC máxima (medida por teste de esforço) e FC basal (medida no repouso), • Saudáveis e ativas 45-60% FCR, sobrepeso e sedentárias 35-60% • No entanto, os autores reconhecem que tal método não é prático Frequência e Duração • Ativas: manter ou adaptar rotina 4-5x/ semana 30’ ou mais • Sedentárias: começar com 15’ aeróbico 3x/semana (↑ 5’/semana até 150’) • Máximo 150’ por semana + Evitar exercícios prolongados, além de 60’ • Ideal combinar aeróbios, de resistência e alongamento muscular. • 1-2 dias aeróbico podem ser substituídas por resistência em dias alternados Atletas de alto nível (profissionais ou amadoras) • Recomendação do exercício individualizada e adaptada. • Em geral, conseguem manter atividades em intensidade de moderada a intensa até o 2º trimestre e diminuem no 3º. Precauções e cuidados Temperatura Exercitar-se no início da manhã ou no final da tarde Evitar baixa umidade do ar Exercícios aquáticos, água até 35ºC. Hidratação: Antes, durante e após a prática Nutrição: >50’ exercícios pode levar à hipoglicemia e prejudicar o feto Recomenda-se refeição leve entre 30-60’ antes do exercício. Recomendações de exercício físico por trimestre 1º trimestre: • Ativas manter atividade com adaptação de intensidade e frequência, • Sedentárias devem esperar 12ª semana de gestação. 2º trimestre: • Cuidar hipotensão em supino e alongamento excessivo na frouxidão ligamentar 3º trimestre: • Tende a diminuir intensidade de exercícios pelo aumento de peso/limitação • Não há idade gestacional limite para prática de exercícios, • Atenção para sinais do trabalho de parto e de alerta p/ interromper prática. Então quando iniciar atividade? • Após permissão médica por escrito No 1º trimestre evitar adaptações e estímulos novos porque o bebê em formação precisa de toda energia para si Portanto, se a mãe era sedentária, iniciar a prática só após 3º mês Além disto evitar (Teixeira, 2008) • Atividades que incluam saltar, bem como saltos em sapatos • Treino artes marciais, com bolas e que envolvam risco de trauma abdominal • Mergulho: pressão subaquática ↓ circulação (risco embolia fetal) • Atividades em maiores altitudes que demandam ↑FR e ↑ fadiga • Excesso calor em banhos e saunas no 1 º trimestre (temp. corporal > 39º causa defeito tubo neural 25º dia gestação) • Ao utilizar peso= cargas baixas e múltiplas repetições dinâmicas • Alongamento apenas para manter e não aumentar flexibilidade Resumo (Teixeira, 2008) 1. Incluir aeróbico, treino de força, flexibilidade e equilíbrio 2. FC treino= 60-70% da FC máxima em sedentárias e 70-75% em treinadas 3. Utilizar frequencimetro e escala de percepção subjetiva de Borg 4. Treino de força 60-75% de 1RM, evitar isometria e carga extrema 5. Ênfase em correção postural, força de extensores de coluna e flexibilidade de peitorais e quadril 6. Em pé trabalhar com base de sustentação alargada 7. Atividades em supino máximo 3’ após 1º trimestre (orientar deitar sobre esquerda ↓ pressão veia cava) 8. Não trabalhar em excesso flexibilidade e não fazer rotação de coluna (frouxidão ligamentar e hérnias) 9. No trabalho de abdominias, se houver diástase, utilizar somente isometria 10. Evitar esporte de contato ou risco de queda (Ex: futebol, patins) 11. Natação: peito trabalha assoalho pélvico, costas mais de 3’ hipotensão, borboleta estressa coluna. Ambiente Aquático • Não aumenta tanto a FC • Pressão Hidrostática na caixa torácica fortalece músc. respiratórios • “Empurra” líquidos de baixo para cima = ↑ circulação e ↓edema • Empuxo= flutuação, facilita movimento • Flutuação: água na altura dos ombros ↓ peso corporal em 90% (diminui efeitos do sobrepeso)