Ilse Losa - Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira

Transcrição

Ilse Losa - Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira
CENTENÁRIO DE ILSE LOSA
1913-2013
B
IBLER- Boletim
Informativo /Bibliográfico da B.E. nº8
Editorial
E
ste boletim número 8 tem como objetivo assinalar o centenário do nascimento de
Ilse Losa. Serve também para divulgar as atividades que foram desenvolvidas
neste âmbito, pelos professores de Português do 5º e 8º anos de escolaridade e alunos em
colaboração com a Biblioteca Escolar.
Para o 5º ano selecionou-se o conto “Faísca conta a sua história” que foi trabalhado
nas aulas de Português. Para o 8º ano as atividades centraram-se na obra “O Mundo em que
vivi”, porque é a obra mais conhecida da escritora, é também de leitura obrigatória para este
ano de escolaridade e consta das Metas Curriculares.
A Biblioteca Escolar deseja boas leituras, sobretudo os livros de Ilse Losa. E para os
ficarem a conhecer melhor leiam este boletim.
“Eram as flores no friso da janela que davam a nota mais colorida à sala de
estar, virada para a rua. A tia Gertrud da América mandara, certo dia, um
cartuchinho de sementes que a avó espalhara num vaso com terra. Em breve nascera uma
roseira. Não uma roseira vulgar, mas sim rara, que dava apenas uma rosa em cada
verão, rosa de um vermelho carregado e, no dizer da avó, mais bela e mais duradoura
que todas as rosas da aldeia. Assim como o Sol é o astro mais altivo e mais luminoso no
firmamento, também essa rosa era a flor mais altiva e mais luminosa no friso da
janela.”
(in O Mundo em Que Vivi. Pág. 18)
Ilse Losa
“Eu, a julgar pelas velhas fotografias, não passava de uma menina frágil, de
cabelo louro, de feições infantilmente lisas. Nada mais descubro que valha a pena
destacar.”
(in o Mundo em que vivi, pág.7)
É assim que Ilse Losa descreve Rose, na sua obra mais emblemática e considerada
autobiográfica – O MUNDO EM QUE VIVI.
Segue-se assim uma breve biografia da autora:
Nome completo: Ilse Lieblich Losa
Data de Nascimento: 20 de março de 1913;
Local: Bower- Hanôver- Alemanha;
Ilse Losa viveu entre duas Grandes Guerras na Europa, que marcaram definitivamente
a sua vida e obra.
Por ser judia, foi perseguida e obrigada a sair da Alemanha e como muitos judeus veio
parar a Portugal, em 1934.
A fase da infância e parte da sua juventude foi vivida em Bower - Hanôver, em relativa
paz e tranquilidade - era o SOL, como ela relata em “O Mundo em Que Vivi”, embora as
nuvens se começassem a adensar sobre ela com a morte do pai e a tomada de consciência da
discriminação feita aos judeus na Alemanha.
As injúrias ao pai e posteriormente a sua morte foram o remate da sua infância e o
começo de uma vida atribulada e cheia de sacrifícios e desilusões.
Na obra, acima referida, ela evoca esta fase dizendo: “Não posso deixar de pensar nas
grandes tempestades que abalaram a minha terra. Era como se alguém começasse a medir a
distância da trovoada, o tempo entre o relâmpago e o trovão. Cada quilómetro significava um ano.
Uma voz conta: um, dois, três, quatro, cinco … Um estrondo medonho faz estremecer a terra, e
uma voz cheia de horror exclama: Agora está mesmo por cima de nós!” (pág.138)
Com a chegada de Hitler ao poder intensificou-se a perseguição aos judeus, Ilse Losa e a
sua família foram obrigados a fugir da Alemanha, escapando assim ao HOLOCAUSTO.
Mais uma vez esta fase da sua vida é referida na obra “O Mundo Em Que Vivi”, aliás
o livro termina com a indicação de que a protagonista iria sair do país: “ Mas ninguém sabe que
a minha vida esteve em jogo poucos minutos antes, que eu, Judia Frankfurter, tenho cinco dias para
deixar o país.”
Chegou a Portugal em 1934, fixando-se no Porto onde, em 1935, casou com o arquiteto
Arménio Taveira Losa, tendo adquirido nacionalidade portuguesa. A partir de 1949 começa a
sua produção literária, tanto romance como literatura infanto-juvenil, tendo por esta sido
galardoada, em 1984, com o Grande Prémio Gulbenkian. Também em 1998 recebeu o Grande
Prémio da Crónica pela sua obra “À Flor do Tempo”. Colaborou em diversos jornais e
revistas, alemães e portugueses, participou na organização e traduziu antologias de autores
portugueses para alemão.
Uma das suas traduções mais conhecidas é o Diário de Anne Frank.
Obras infanto-juvenis
Ilse Losa afirmou que "há livros escritos para crianças que suplantam em valor literário
uma longa fiada de volumosos romances para adultos, do mesmo modo que um pequeno
desenho a carvão suplanta, tantas vezes, grandes composições policromáticas a óleo". (in Diário
de Notícias)
Ilse Losa na sua obra infanto-juvenil dedicou muitos dos
seus livros aos animais e ao amor que sentia por eles, são
exemplo disso livros como:
Faísca Conta a Sua História
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1999
Páginas: 34
Editor: Edições Asa
Coleção: Asa Juvenil
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
Plano Nacional de Leitura
Um conto que apresenta a originalidade de ter como narrador um cão, agora já velho,
protagonista desta história de amizade e saudade. A vida do Faísca foi marcada por duas
crianças, o Manuel e a Luísa. Recorda, emocionado, os seus tempos de cachorro, as
brincadeiras com o seu dono-menino, a pobreza e o trabalho da mãe do Manuel, as romarias, o
mar e o terrível dia em que foi vendido aos pais da Luísa, menina mimada que tinha tudo o
que queria. Levado para Lisboa, aí descobre o conforto de uma casa grande, a boa comida, um
tapete para se estender, os passeios pelos jardins. Nada disto o faz esquecer o seu grande
amigo; sonha com um reencontro que será a maior alegria da sua vida.
Um Artista Chamado Duque
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1990
Páginas: 43
Editor: Edições Asa
Depósito Legal: 29928/89
Coleção: Asa Juvenil, nº50
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
A história de um pónei que sabia fazer habilidades e da forma como influenciou as vidas
dos seus sucessivos donos. Uma história simples, mas não simplista, repleta de afeto e
carinho, que deixa no ar uma mensagem, não devemos julgar aquilo que não conhecemos
totalmente.
Um Fidalgo de Pernas Curtas
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1990
Páginas: 76
Editor: Edições Asa
Depósito Legal: 35070/90
Coleção: Asa Juvenil, nº8
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
De cão fino e habituado a todos os luxos, o nosso herói — o Fidalgo (que ao longo da
história vai tendo vários nomes, consoante os vários donos) —, acaba por ir ter a uma "ilha" da
cidade do Porto onde, como é sabido, mora apenas gente de poucos recursos. Aí conhece um
rapazito — o Estrelinhas — e entre os dois nasce uma sólida amizade. O destino, contudo,
interrompe abruptamente essa ligação e leva o Fidalgo de volta a uma vida de luxo e requinte.
Finalmente, após várias aventuras/desventuras, os dois amigos reencontram-se. Uma história
repleta de ternura e carinho, que constitui um verdadeiro hino à amizade.
Baixote é o nome português do
Dachshund, nome original da raça alemã,
ou Teckel, como lhe chamam os ingleses.
Popularmente, o Baixote é conhecido
como Salsicha, devido ao comprimento
do corpo e talvez cor da pelagem. .
Muito frequente nos seus livros é o tema do meio ambiente e
a proteção do mesmo:
A Flor Azul
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1990
Páginas: 56
Editor: Edições Asa
Dep. Legal: 35073/90
Coleção: Asa Juvenil, nº17
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
Um livro que reúne seis histórias que encontram na apologia da amizade o seu elo de
conexão. Através de belas metáforas, os pequenos leitores podem descobrir como a diferença
não é um obstáculo à amizade ou como é importante saberem superar os ciúmes e partilharem
os seus amigos. Flores e animais que falam, um burro com barbas que ajuda um Liliputiano a
fazer um número de circo ou uma ponte que atira para a água os mentirosos são alguns dos
artifícios encontrados pela autora para transmitir às crianças de uma forma divertida valores
tão sérios e importantes como a honestidade e a solidariedade.
Beatriz e o Plátano
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 2000
Páginas: 36
Editor: Edições Asa
Coleção: Asa Juvenil
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
A história de uma menina — a Beatriz — que todos os dias vê diante da sua janela um
enorme plátano, de tronco grosso e copa farta. Para beatriz, aquela árvore fazia parte da sua
vida, tal como um bom amigo. Ora, certo dia, as autoridades decidem deitar o plátano abaixo,
a pretexto de árvore tão antiga não se enquadrar na moderna paisagem que elas tinham
planeado para a cidade. E é a determinação da Beatriz em defesa do seu "velho amigo" que
acaba por dissuadir as ditas autoridades de levarem a cabo o seu plano.
João e Guida
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1987
Páginas: 50
Editor: Edições Asa
Dep. legal: 16371/87
Coleção: Asa Juvenil, nº12
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
João e Guida são dois jovens irmãos que se aventuram a percorrer uma floresta, em
busca de comida e fortuna, por força das dificuldades económicas dos pais, que se viram
obrigados a expulsar os filhos de casa por não terem o que lhes dar de comer. Mas é mesmo no
meio das dificuldades que se conhece quem tem coragem, e João e Guida são mesmo pequenos
grandes heróis!
Na Quinta das Cerejeiras
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1992
Páginas: 34
Editor: Edições Asa
Dep. legal: 55026/92
Coleção: Asa Juvenil, nº16
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
Obrigados a abandonar a aldeia onde sempre tinham vivido e a ir morar para a cidade,
a Senhora Rosa e o seu filho Luís sentem uma profunda tristeza ao depararem com um mundo
cinzento, sem flores nem árvores de fruto, sem animais de criação nem alegria: a "Quinta das
Cerejeiras" — assim se chamava a urbanização para onde foram morar —, mais não era do
que um aglomerado de torres altas, todas elas alinhadas paralelamente. Após uma primeira
fase de algum desalento, cada um consegue encontrar formas alternativas de encarar aquele
mundo sombrio e hostil.
Em alguns dos seus livros a intolerância é o assunto dominante.
O Mundo Em Que Vivi
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 196
Editor: Edições Afrontamento
ISBN: 9789723605358
Coleção: Fixões, 14
Localização: Polos Aquilino Ribeiro e Luís Veiga Leitão
Sinopse
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado no programa de português e nas Metas Curriculares para o 8º ano
de escolaridade.
Críticas de imprensa
"Numa escrita inexcedivelmente sóbria e transparente, e através de breves episódios, este
romance conduz-nos em crescendo de emoção desde a primeira infância rural de uma judia na
Alemanha, pelos finais da Primeira Grande Guerra Mundial.”
Sob Céus Estranhos
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1987
Páginas: 192
Editor: Edições Afrontamento
ISBN: 9789723601718
Coleção: Fixões
Sinopse
«Será preciso chegar a autora de Sob Céus Estranhos para nos dar, a propósito do
tema da adaptação de um imigrado judeu, o mais perfeito retrato da cidade do Porto dos anos
40 (para não dizer o único retrato), que continua a estar certo para a cidade do Porto dos anos
60, como talvez venha a estar para a dos anos 80, ou mesmo mais.
Sob Céus Estranhos é um livro novo na sua bibliografia e, sem qualquer exagero, um
belo livro. Beleza que não é aparente dos estilos laboriosos, engalanados de ver a Deus, mas a
que resulta de uma linguagem simples, linear, discretamente poética, façanha sempre
singular quando brota de alguém que só na idade adulta ouviu pela primeira vez o idioma que
nessa linguagem se vazou».
Alexandre Pinheiro Torres in Jornal de Letras e Artes, 1962 Foi lançado na Alemanha
em 1989, juntamente com O Mundo em que Vivi.
Rio sem Ponte
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1998
Páginas: 184
Editor: Edições Afrontamento
ISBN: 9789723604627
Coleção: Fixões
Sinopse
Depois de O Mundo em que Vivi e de Sob Céus Estranhos surge agora este Rio Sem
Ponte, romance que, numa leitura cronológica, se poderia colocar entre os dois primeiros. Se
O Mundo em que Vivi é um relato de infância, Rio Sem Ponte aborda os problemas dos
adolescentes numa Alemanha onde o nazismo se alastrava e em Sob Céus Estranhos
acompanhamos a chegada a um novo país, neste caso Portugal, de um refugiado judeu.
Três livros que podem ser entendidos como uma trilogia, que têm muito de
autobiográfico e cujas reedições sucessivas são prova do interesse que têm despertado.
A Minha melhor História
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 2001
Páginas: 38
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789724121703
Sinopse
Compilação de quatro pequenas histórias, a principal das quais - a que dá título ao livro
- relata o momento em que a autora, ainda criança, se apercebe, "pela Primeira vez, da alegria
que experimentam as pessoas que sabem, através de palavras escritas, comunicar com os
outros". Uma história simples, de cariz autobiográfico, em torno de uma redação escrita num
caderno de escola.
Das restantes histórias - "Ontem, Hoje, Amanhã", "Joana e o Mendigo" e "Apesar de
Tudo" -, destaque para a última, onde a sua origem germânica, aborda o tema da Segunda
Guerra Mundial e dos conflitos inerentes à convivência, no pós-guerra, entre os filhos
daqueles que serviram sob o regime de Hitler e os daqueles que dele tiveram que fugir.
Outras obras da escritora:
O Expositor
de Ilse Losa
Ilustrador: António Modesto
Páginas: 42
Editor: Edições Afrontamento
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
Ilse Losa transporta-nos, sem rodeios, até ao mundo do pequeno Miguel que cultiva um
talento, que persegue um sonho.
O Rei Rique e outras histórias
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 2006
Páginas: 48
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-71897-6
Coleção: Oficina dos sonhos - Autores portugueses
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
Este livro traz-nos a escrita inconfundível de Ilse Losa, uma das figuras maiores da
literatura portuguesa para os mais novos.
São cinco contos breves e divertidos, imbuídos de fantasia, a que não falta porém uma
crítica fina e atual a certos comportamentos sociais e até a respeitáveis instituições.
O Príncipe Nabo
de Ilse Losa, Manuela Bacelar
Edição/reimpressão: 2000
Páginas: 64
Editor: Edições Afrontamento
ISBN: 9789723605181
Coleção: Tretas e Letras
Sinopse:
Obra recomendada nas Metas Curriculares para o 3º Ano.
«A hesitação entre dois universos, testemunhados quer pela presença de dois grupos
distintos de personagens, quer pela referência a dois espaços antitéticos, o dos “pobres” e o dos
“ricos”, representa a linha temática orientadora desta peça. Esta é uma obra em que a
autoaprendizagem “daquilo que realmente conta na vida” surge ficcionalizada não raras vezes
através dos três tipos de cómico, o de linguagem, o de situação e o de carácter. Aspetos como o
recurso a expressões de tonalidade francesa, os nomes dos pretendentes da Princesa Beatriz e
as sucessivas situações de pedido e de recusa da sua mão ou, ainda, a presença do Bobo, com
cuja atuação encerra a ação, contribuem para a construção humorística que caracteriza a
obra.»
A Adivinha - Peça em quatro quadros
de Ilse Losa
Ilustrador: Júlio Resende
Edição/reimpressão: 1994
Páginas: 68
Editor: Edições Afrontamento
ISBN: 9789723603248
Coleção: Tretas e Letras
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
Recriação de um «velho conto popular», como se regista antes da “cortina do texto
subir”, «esta história passou-se num país qualquer e em qualquer ano (…). As personagens
que nela entram podiam existir em toda a parte do mundo e em todos os tempos, passados,
presentes e futuros.» A ação situa-se, inicialmente, no mundo rural, sendo protagonizada por
uma família de alfaiates com uma vida difícil. A decisão da partida dos irmãos Paulino,
Ernestino e Brás do seu meio matricial, em busca da sua sorte na «cidade-das-sete-torresdouradas», bem como a decifração da adivinha, colocada pela caprichosa menina Lu Petrolina,
pelo irmão mais novo constituem os momentos fundamentais desta obra. Ficcionam-se
temáticas como a união familiar, a importância da imaginação e do humor, o valor da
amizade, a vitória do bem sobre o mal, o respeito pelo outro (mesmo quando este “outro” se
trata de um animal, como o urso Olaf) e, ainda, o amor à arte, aos livros e à leitura.
Ana - Ana
de Ilse Losa
Ilustrador: Manuela Bacelar
Edição/reimpressão: 1997
Páginas: 56
Editor: Asa juvenil
Coleção: Asa Juvenil, nº30
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
Ana escreve uma carta onde relata as várias peripécias
inéditas porque passou quando procurava uma prenda de natal
para o irmão.
O livro acaba com Ana a dizer:
“E pronto. Vim para casa e comecei a escrever esta
carta espero que a consideres uma-coisa-nunca-vista e a
guardes na tua arca, pelo menos até ao dia em que eu
voltar a encontrar o Pai Natal-Só-Um, o bom Nicolau da
minha aventura.”
O Senhor Pechincha, seguido de O Bonifácio
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1992
Páginas: 48
Editor: Edições Afrontamento
ISBN: 9723602873
Coleção: Tretas e Letras, 24
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
«Dois ótimos textos de Ilse Losa que ganham uma nova dimensão enquadrados pelas
ilustrações de António Lucena, nome que o Pintor António Quadros usava quando fazia
ilustração. Junta-se assim o universo imaginativo das histórias de Ilse Losa com todo o
humor, ironia e ternura em que esta autora é exímia, com o rigor do desenho, a profusão da
cor, o movimento e a criatividade quase só possíveis em António Quadros.»
A Visita ao Padrinho e Outras Histórias
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1989
Páginas: 46
Editor: Edições Afrontamento
ISBN: 9723602105
Coleção: Tretas e Letras, nº21
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
A visita ao padrinho é o título de um dos contos que contém este livro. Outros contos são
Dois Companheiros que tem três capítulos e Pepe, O Periquito.
O Quadro Roubado
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1991
Páginas: 54
Editor: Edições Asa
Depósito legal: 44789/91
Coleção: Asa Juvenil, nº24
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
Uma das personagens é o pintor Paulo António, que é um homem muito diferente das
outras pessoas, não tinha horas estabelecidas para nada: trabalhava dia e noite, comia a
qualquer hora e qualquer comida lhe era apetecível. Levantava-se à hora que queria e às
vezes trabalhava tanto que se esquecia de comer! Paulo António morava sozinho e para ele os
seus únicos companheiros eram os quadros. O seu preferido era um que tinha a cara de um
palhaço a rir-se. Às vezes Paulo António olhava para ele e dizia bem baixinho: -" Tu és o meu
amigo mais fiel, Palhaço, ficarás comigo para sempre, não te vendo nem que me deem muito
dinheiro!”
Viagem Com Wish
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1983
Páginas: 34
Editor: Edições Asa
Coleção: Asa Juvenil
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
Especialmente pensado para crianças entre os 7 e os 10 anos de idade, o livro conduz os
pequenos leitores até à Ilha Desejada com a ajuda de Wish, uma bela menina alada. Pelo
caminho, não faltarão doces surpresas e aventuras, como ilhas que são taças de mousse de
chocolate ou filhós que crescem em pinheiros. E, ao mesmo tempo que se deliciam a imaginar
como será tão fantástica ilha, os mais pequenos podem perceber que afinal até é fácil aprender
Inglês com a foca Sean, a pomba Love ou o menino Tom.
Silka
de Ilse Losa,
Ilustração: Manuela Bacelar
Edição/reimpressão: 2002
Páginas: 46
Editor: Edições Afrontamento
ISBN: 9789723602111
Coleção: Tretas e Letras
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
Este livro relata uma lenda nórdica que um dia contaram a Ilse Losa e que ela agora nos
conta à sua maneira: bela e triste. Com as ilustrações deste livro ganhou Manuela Bacelar a
Maçã de Ouro da Bienal Internacional de Ilustração de Bratislava, bem como o Prémio
Gulbenkian de Ilustração.
Histórias Inesquecíveis para Crianças
seleção de Ilse Losa
Ilustração: Manuela Bacelar
Edição/reimpressão: 1988
Páginas: 228
Editor: Livros do Brasil
ISBN: 9789723804911
Coleção: Edições Especiais Ilustradas
Sinopse:
Esta obra reúne um conjunto variado de contos selecionados por Ilse Losa,
nomeadamente, “As três fiandeiras”/ Irmãos Grimm; “A história do pequeno Muck/Wilhelm
Hauff”; “A nuvem cor-de-rosa”/ George Sand; “O rouxinol”/ Hans Christian Andersen; “O rei
do rio de ouro”/John Ruskin; “A história de Ivan, o pateta” /Leão Tolstoi; “Uma fábula” /Mark
Twain; “Um morteiro fora do comum” /Óscar Wilde; “Casco de prata” /Pawel Bashow; “A
marcha nupcial” /Selma Lagerlöf.
Histórias e Canções em Quatro Estações - Primavera
Livro e CD áudio
de Matilde Rosa Araújo, Leonel Neves, Ilse Losa, Alexandre
Honrado
Edição/reimpressão: 2005
Páginas: 64
Editor: Raiz Editora / Lisboa Editora
ISBN: 9789726806356
Localização: Pólo Luís Veiga Leitão
Sinopse:
O livro faz parte da coleção Histórias e Canções em Quatro
Estações: Primavera; Verão; Outono; Inverno.
Histórias e Canções em Quatro Estações –
Primavera contém quatro histórias: A Menina do Pinhal de
Matilde Rosa Araújo; Como É A Primavera de Leonel Neves;
Aconteceu Na Primavera de Ilse Losa; A Banhoca Baleia de
Alexandre Honrado.
A História Aconteceu na Primavera, cuja autora é Ilse Losa é
um bonito conto sobre um poeta que foi preso a mando de um tirano
e um grupo de andorinhas que fizeram o ninho junto à janela da sua
cela, fazendo-lhe companhia até o poeta ser libertado.
Caminhos Sem Destino
de Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1991
Páginas: 321
Editor: Edições Afrontamento
ISBN: 9789723602562
Coleção: Fixões, 29
Sinopse:
São 44 os contos que fazem parte deste livro,
grande parte deles já anteriormente publicados: em
antologias, em revistas portuguesas ou alemãs, ou
mesmo isoladamente. Aparecem-nos agora reunidos
numa antologia que pretende ser definitiva, expurgada
de alguns contos que a autora considerou menores, e
não será de admirar se encontrarmos outros bastantes
reformulados. Ilse Losa não consegue reler a sua obra
sem constantemente a modificar, cortando aqui,
acrescentando ali, alterando pormenores. A qualidade
de grande contista foi descoberta já nos anos 50 por
João Gaspar Simões, e foi sendo reconhecida ao longo
de todos estes anos por vários críticos literários, portugueses e alemães.
Ilse Losa foi também cronista tendo colaborado em vários jornais,
por exemplo no Diário de Notícias.
Mais tarde publica o livro à Flor do Tempo onde reúne as
crónicas que foi escrevendo ao longo do tempo.
Outro livro de crónicas é Ida e Volta.
Ida e Volta - À Procura de Babbit
de Ilse Losa
Editora: Afrontamento
Tema: Prosa Narrativa
Ano: 2013
ISBN: 9789723602999
Sinopse:
Foi em 1960, tendo sido um êxito de livraria, que saiu a 1.ª edição desta obra de Ilse
Losa, após uma viagem que efetuou aos Estados Unidos, em 1958, e aproveitando as cartas
que ao longo da sua estadia regularmente enviava ao marido Arquiteto Arménio Losa.
Chame-se-lhe crónicas de viagem, ou diário, este livro reflete as impressões de uma viajante
sensível, observadora e lúcida, que transforma em vida interior toda a experiência recolhida:
as pessoas observadas, os pequenos factos consciencializados, a paisagem humana, fundem-se
neste livro, com toda a naturalidade, com os grandes problemas dessa época: o preconceito
racial, a injustiça contra os negros, o perfil da realidade social norte-americana. Ao reeditar
Ida e Volta, à procura de Babbitt, Ilse Losa não deixou de fazer aquilo que sempre é costume:
rever, cortar aqui, reescrever acolá, depurar: sendo a mesma obra, trata-se de «outro» livro,
com uma escrita mais cuidada, mais trabalhada.
À Flor do Tempo - Crónicas
de Ilse Losa
Editora: Afrontamento
Tema: Prosa Narrativa
Ano: 2013
ISBN: 9789723604344
Sinopse:
Este livro recolhe crónicas de Ilse Losa, dispersas por jornais e revistas ao longo de
quase meio século e configura, para lá da diversidade dos temas, das circunstâncias e dos
estados de alma, uma das facetas mais vincadas da atividade da escritora, tão atenta às
gentes e às realidades do Porto, como entregue à evocação da terra natal, a Alemanha.
Meia centena de textos onde confluem as experiências vividas no mundo real com o
projeto latente da sua transformação no voo ficcional. O livro conta com um posfácio de
Américo Oliveira Santos, docente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
ILSE LOSA também se destacou na tradução. De todas as obras
traduzidas destacamos:
O Rouxinol
de Hans Christian Andersen
Tradução: Ilse Losa
Edição/reimpressão: 1982
Páginas: 32
Editor: Edições Asa
Coleção: Histórias de Todos Os Tempos
Localização: Pólo Aquilino Ribeiro
Sinopse:
“O Rouxinol é um conto escrito por Hans Christian Andersen, sobre um imperador que
prefere o tilintar de um pássaro mecânico ao canto de um rouxinol real. Quando o Imperador
moribundo se aproxima da morte, o canto do rouxinol dá-lhe saúde. A história foi adaptada
para ópera, balé, teatro musical, série de televisão e cinema.
O Diário de Anne Frank
de Anne Frank
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 440
Editor: Livros do Brasil
ISBN: 9789897110009
Localização: Pólo Luís Veiga Leitão
Sinopse:
Anne era uma rapariguinha de uma família judaica de
Frankfurt que se refugiou na Holanda para escapar às
perseguições nazis. Invadido este país, a família esconde-se com
outras pessoas num "anexo" de uma casa, onde, protegida por
gente corajosa e dedicada, consegue viver largo tempo sempre
no terror de ser descoberta. Acabou por sê-lo. E o diário de
Anne foi encontrado por acaso num monte de papéis velhos.
Anne veio a morrer no campo de concentração de BergenBelsen. Mas o diário que essa rapariguita escreveu é, na sua
perspicácia e na sua desenvoltura adolescente, um documento,
um autêntico documento humano - e, só pelo facto de existir,
um protesto contra as injustiças do mundo em que vivemos.
Publicado originalmente em 1947, "O Diário de Anne Frank" já foi lido por milhões de
pessoas em todo o mundo. Anne registou admiravelmente a catástrofe que foi a Segunda
Guerra Mundial. O seu diário está entre os documentos mais duradouros produzidos neste
século. É também uma narrativa terna e incomparável, que revela a força indestrutível do
espírito humano.
Segundo Óscar Lopes "Os seus livros são uma só odisseia interior de
uma demanda infindável da pátria, do lar, dos céus a que uma
experiência vivida só responde com uma multiplicidade de mundos que
tanto atraem como repelem e que todos entre si se repelem".
A BIBLIOTECA ESCOLAR E O GRUPO DE PORTUGUÊS
para assinalar o centenário do seu nascimento promoveu
várias atividades, entre os dias 13 e 17 de maio.
Como a obra de Ilse Losa é vasta, as atividades centraramse essencialmente em dois livros:
2º ciclo - «FAÍSCA CONTA A SUA HISTÓRIA» e nos livros mais
infanto-juvenis.
Biblioteca Escolar – Pólo Aquilino Ribeiro
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Exposição sobre a vida e obra de Ilse Losa;
Exposição: OS ANIMAIS DE ILSE LOSA E OS TEUS…
Concurso – produção de um texto a propósito do conto «Um Fidalgo de Pernas Curtas»;
Passatempos, sobres alguns dos seus livros: «Um Fidalgo de Pernas Curtas» e «Um
artista chamado Duque».
Filmes sobre animais.
SALA DE AULA
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Leitura orientada do conto “Faísca conta a sua história” – 5º Ano
Propôs-se a leitura integral do conto «Faísca conta a sua história» e resolução do
guião de leitura.
FAÍSCA CONTA A SUA HISTÓRIA
Com este livro ficámos a conhecer a história de
amizade entre um cão Faísca e o seu dono Manuel que,
por causa da pobreza extrema em que viviam, teve de se
separar deste.
Faísca, embora passasse a ter uma vida mais
regalada e farta, nunca esqueceu o seu amigo Manuel.
O livro termina com Faísca a dizer “Pobre
Manuel! Penso muitas vezes em ti. Um cão que se
preze não se esquece nunca de quem foi bom e amigo
sincero.”
A amizade entre um cão ou outro animal e o seu
dono ou quem os trata bem, está presente em várias das
suas obras infanto-juvenis. É o caso de Um Artista
Chamado Duque, livro que fala de um pónei que é recordado com muito carinho pelos seus
donos aquando da sua morte, ou do livro Um Fidalgo de Pernas Curtas onde assistimos às
aventuras por que um cão passa para ir ter com o seu amigo Estrelinhas, preferindo passar
fome para poder estar com ele.
As atividades destinadas aos mais novos, 1º e 2º ciclo, intitularam-se “OS ANIMAIS
DE ILSE LOSA E OS TEUS”. Através da leitura das suas obras e dos concursos e
passatempos que giraram à volta delas, quis-se fomentar o respeito e o amor que os animais
merecem.
3º ciclo - «O MUNDO EM QUE VIVI»
OBJETIVOS
ATIVIDADES
Dar a conhecer o contexto
histórico-social da obra.
Exposição figurativa sobre: “ O
mundo em que vivi”.
Conhecer a vida e obra da
autora.
Promover a leitura.
O Mundo de Ilse Losa: exposição
dos trabalhos dos alunos;
apresentações em power point.
Leitura expressiva de excertos do
livro “O Mundo em que vivi”.
Sensibilizar os alunos para
o drama do Holocausto.
Palestra sobre o Holocausto
Este foi o mote para a exposição figurativa sobre o contexto histórico-social em que Ilse
Losa viveu desde 1913 até 2006.
Foi um período de grandes acontecimentos, quer a nível político quer a nível cultural.
A partir do livro, a Biblioteca Escolar organizou uma exposição sobre vários aspetos
começando pelo CINEMA em que ela nos descreve o seu tio ator e como era vista esta
profissão:
“O tio Josef, bonitão moreno, com
toda a naturalidade recostado num
cadeirão, segurando galantemente o
cigarro entre um indicador e o médio,
não se inibira diante da máquina
fotográfica, e isso porque entrara em
peças de teatro, levadas à cena na
escola e desejara ser ator a sério.”
(pág.11)
ROSE descreve o seu tio ator, mas poderia estar a descrever outro qualquer ator da
época, como por exemplo:
Charlie Chaplin – 1889 – 1977; Frank Sinatra – 1915- 1998; Errol Flyn – 1909 – 1959.
Ou atrizes como: Isadora Duncan – 1877- 1927; Marlene Dietrich 1901- 1992; Edna Purviance
- 1923; Mildred Harris - 1901 – 1944.
Outro tema retratado é o da MODA, a propósito da sua tia Gertrud ela descreve-nos
como era a moda feminina na época, como se pode ler no seguinte excerto:
A tia Gertrud devia gostar de ser
fotografada. No álbum havia páginas e
páginas de fotografias dela: de chapéus
enormes com penachos, casaquinhos com
longas filas de botões, e guarda-sóis
divertidos,
de
folhos
e
cabos
compridíssimos.”
(pág.12)
No relato dos acontecimentos não se esqueceu de referir os POLÍTICOS que
governaram a Alemanha antes de Hitler: Kaiser Guilherme II, Wilhelm Marx; Ernest
Thälmann; Marechal Paul Von Hindemburg.
Sobre Hitler deixa-nos um testemunho impressionante aquando da sua eleição a 30 de
janeiro de 1933.
“Quando o dia 30 de Janeiro rompeu, parecia que ia ser um dia como outro
qualquer. (…)
Mas quando à tardinha deixámos o escritório, o nosso futuro tinha-se decidido.
Adolf Hitler era chanceler do Reich.
Nessa noite marcharam as tropas de uniforme castanho. Em cada mão um
archote. Em cada boca um grito de entusiasmo. Braços erguidos. Botas, botas, botas
a bater no pavimento, num ritmo igual, sempre igual. Os archotes, o mar de chamas,
o ritmo das botas. Gritos. Canções. Vitória!” (pág. 183)
A GUERRA perpassa todo o livro, pela voz do avô assistimos a uma reflexão sobre a
guerra e a inutilidade desta.
“- Por que é que morre tanta gente na guerra?
- Enfim, por alguma razão se fazem as guerras, respondeu o avô, levantando as
sobrancelhas. Só na guerra é que os homens podem matar-se uns aos outros sem
serem castigados.
Informação que me ocupou o espírito durante momentos longos, até que
continuei a perguntar:
- Então os homens matam – se porque gostam?
- Que estás para aí a dizer. Rose! Julgo não haver um só soldado que vá para a
guerra porque gosta. Tem de ir.
O avô Markus parecia não estar bem seguro no que respeitava às guerras.
- Tem de ir para quê, avô?
- Para defender a pátria.
Tanta contradição!
- Então é preciso fazerem-se guerras?
- Preciso? Hem… Não, não deve ser bem assim… Mas ouve, amor, não cismes.
No fim de contas acontecem tantas coisas no mundo que não são precisas! O melhor
é a gente aceitar o mundo tal como ele é.
O avô não conseguia enganar-me. Não tinha em grande conta as guerras e dos
prantos dos que lá perdiam os entes queridos, mas faltava-lhe a segurança ou talvez
a coragem para o confessar, o que me desapontava e me causava tristeza.” (pág. 21)
Outro tema dominante é o ANTISSEMITISMO que dominava na Alemanha. Aos
poucos Rose vai-se apercebendo do modo como os judeus eram tratados e são vários os
testemunhos que nos deixa ao longo do livro:
“Circulavam
jornais
com
caricaturas
de
judeus
de
monstruosos narizes em cavalete,
olhos
esbugalhados,
cobiçosos,
expressão brutal ou lasciva e mãos
papudas, carregadas de anéis
descomunais.
(…)
Chegava
a
afirmar-se que os judeus matavam
crianças”
(pág.148)
Com a subida de Hitler ao poder os judeus
foram perseguidos, como foi o caso de Ilse Losa. Este
facto é relatado por Rose, por exemplo quando diz:
“Um dia o senhor Hertz não
apareceu… Só no dia seguinte ficámos a
saber que os homens do uniforme lhe
tinham invadido a casa e que ele, no
momento em que irromperam no quarto, já
estava morto no pavimento do passeio.”
(pág. 187)
Rose foi vítima de discriminação e
perseguição e, várias vezes, teve que deixar a casa
onde vivia. O livro termina com um duro
interrogatório que lhe é feito e só escapa a um
futuro miserável, ou talvez à morte, por causa do
seu aspeto físico (loira e olhos claros) e por isso era
facilmente confundida com alguém de raça ariana.
“Mas ninguém sabe que a minha vida
esteve em jogo poucos minutos antes, que
eu, judia Frankfurter, tenho cinco dias
para deixar o país.”
(Ilustração de Danu ta Wojc iecho wska, r etirada do Manual d e Portugu ês Plural 8, Raiz Ed itora )
O livro termina com a frase, acima transcrita, e cada leitor pode imaginar o que
terá acontecido a ROSE.
Não sabemos, mas conhecemos o destino da sua criadora, Ilse Losa. Sabemos que
depois de uma breve passagem por Inglaterra fixou-se em Portugal, no Porto.
Passou a ser portuguesa, e aqui viveu vários acontecimentos quer a nível
mundial quer nacional.
Assistiu à II Guerra
Mundial e ao horror que
foi
o
HOLOCAUSTO,
tema de alguns dos seus
livros: Rio Sem Ponte
(1952);
Sob
Céus
Estranhos (1062) e em
alguns contos integrados
no volume Caminhos Sem
Destinos (1991).
Em Portugal viveu a
Guerra
Colonial,
mas
também assistiu à queda
da Ditadura e à ascensão
da Democracia, com o 25
de Abril de 1974.
Na cultura deram-se vários acontecimentos: filmes portugueses, pintores como
Almada Negreiros, escritores, Sofia de Mello Breyner, ou prémios Nobel como: Egas
Moniz ou José Saramago. Sucesso de Amália Rodrigues. Deu-se a Expo 98. No plano
do desporto alguns dos nossos desportistas ganham medalhas nos jogos Olímpicos,
Carlos Lopes, Rosa Mota, etc.
Todos estes acontecimentos, e outros, fazem a 2ª parte da exposição, já
referida, e que intitulámos o MUNDO DE ILSE LOSA.
Como já foi acima referido, Ilse Losa, tal como a sua protagonista ROSE,
conseguiu escapar ao HOLOCAUSTO e para consciencializar os alunos dos horrores
perpetrados pelo regime Nazi a Biblioteca Escolar promoveu uma palestra sobre o
tema.
Esta foi proferida pelo professor Felisberto Lima que, para além de
contextualizar o acontecimento, apresentou algumas fotografias do campo de
concentração de Auschwitz-Birkenau.
Concluindo, no livro O MUNDO EM QUE VIVI, obra autobiográfica, ficámos a conhecer uma
menina cheia de afetos pela família, sobretudo do avô, e cheia de sonhos que à medida que vai
crescendo estes se vão desvanecendo.
Este desfazer dos sonhos está bem patente na seguinte
passagem:
“Houvera um tempo
em que a rosa
vermelha, a flor
mais bela e mais
altiva no friso da
janela
da
avó
Ester, despertara
em mim sonhos e
desejos de terras
longínquas,
de
cidades gigantes
com
ruas
compridas
e
largas,
onde
floresciam
rosas em frente
de
casas
brancas com
janelas a transbordarem de rosas. A
vida tivera um sentido diferente onde, nesse mundo em que
viviam senhoras com chapéus de penachos e meninas de calças, a
cavalo.
E agora eu estava na maior cidade do meu país, à janela de um
prédio alto, olhando as casas comerciais de fachadas escuras, os
automóveis, os autocarros, os carros elétricos, a multidão de gente
caminhava apressadamente e se dispersava em todas as direções. E
ansiava pela rua dos espinheiros que davam flores escarlates na
primavera, pelas cerejeiras em flor e pela urze que se estendia, roxa, até
à boca da floresta. (pág. 167)
ILSE LOSA morre a 6 de janeiro de 2006 deixando uma vasta obra toda ela
cheia de humanidade.
Terminamos com uma frase do Poeta José Gomes Ferreira, acerca de Ilse Losa:
"O desenho justo das personagens com dois traços de lirismo psicológico e
aquele toque, tão feminino e misterioso, que transforma o pormenor mais banal do
dia-a-dia podre num acontecimento de sabor fantástico e poético"
(in a página da educação http://www.apagina.pt)
No âmbito das atividades, a turma do 3º Ano da Professora Rosário da EB1 De
Moimenta da Beira fez uma visita à Biblioteca. Os alunos depois de ouvirem o relato da
vida de Ilse Losa e a leitura de alguns excertos do livro «O Mundo Em Que Vivi”, que melhor
caracterizam Rose, percorreram a exposição e, já em casa, elaboram um texto acerca do que
ouviram e aprenderam. Segue-se um dos textos.
Estes alunos já conheciam um dos livros da autora «Faísca Conta a Sua História».
A biblioteca agradece a visita!
O meu avô alto e magro, de cara larga, ossuda e um
tanto avermelhada, olhos claros e quase sempre
tristes…
A avó baixa muito baixa mesmo, tinha a cara miúda sulcada de
rugas e usava o cabelo branco rigidamente penteado para cima
da cabeça, onde o juntava num puxo redondo, apertada.
(Ilustração de Danu ta Wojc iecho wska, r etirada do Manual d e Portugu ês
Plural 8, Raiz Ed itora )
TEXTO
Moimenta da Beira 24 de Maio de 2013
Cláudio Silva – 3º Ano
O Mundo em que vivi
Ontem fomos ver à Escola
Secundária os livros e a vida de
Ilse Losa.
Ilse Losa nasceu em 20 de
Março numa aldeia da Alemanha,
em 1913. Frequentou o liceu em
Osnabrük e mais tarde um
instituto comercial em Hanôver. Ela
escreveu alguns livros sobre a sua
assombrada experiência de horror
nazi. Ouvimos um excerto do livro “O
Mundo em que vivi”, Este livro contanos a história de uma menina que na
infância foi viver com os avós durante
a primeira guerra mundial, mas
depois foi viver com os seus pais e
irmãos.
Mais tarde começou a ser
instruída na religião judaica, por isso
foi perseguida pela Gestapo e viu-se
obrigada a abandonar a Alemanha.
Veio para o Porto em 1934, a cidade que a tornou escritora. No Porto casou com um
arquiteto Arménio Losa ficando assim com nacionalidade Portuguesa.
Começou a escrever livros para crianças, tendo também feito tradução de vários livros.
Foi várias vezes premiada em Portugal. Faleceu no Porto em 2006.
BOAS LEITURAS e BOAS FÉRIAS.
As professoras bibliotecária: Estela Almeida e Célia Augusto
Este boletim será publicado na página da internet da escola: http://escolasmoimenta.pt/
Ficha Técnica:
Propriedade: Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Moimenta da
Beira, Rua Dr. João Lima Gomes, nº3, 3620-360 Moimenta da Beira, Telef. 254520110, Fax:
254520118, E-mail: [email protected] e da biblioteca: [email protected] ; EdiçãoBibler Nº4 ; responsáveis: Equipa da BE e professora bibliotecária - Estela Almeida
Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira

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