CADERNO DE RESUMOS
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CADERNO DE RESUMOS
CADERNO DE RESUMOS MEMÓRIA, IMAGINÁIO E CULTURA ANDARILHOS: CRIAÇÃO E APRECIAÇÃO TEATRAL Aline Jorge Silva, Thábatta Nayara Ferreira, Eluhara Resende Bolsa de Iniciação Artística (PROEX/DICULT). Or. Prof. Dr. Narciso Telles Curso de Teatro – UFU O presente projeto de Iniciação Artística tem como objetivo a criação do espetáculo Andarilhos a partir das obras do escritor uruguaio Eduardo Galeano. O recorte artísticotemático aqui proposto tem a América Latina como foco, dada as questões específicas de identidade, memória e cidadania neste conjunto de países e suas expressões artísticas. No processo de criação do espetáculo utilizaremos os viewpoints (VPs) e a composição como procedimentos de criação, os quais foram desenvolvidos pela diretora norteamericana Anne Bogart, partindo da relação de uma resposta sinestésica, ou seja, a reação “espontânea” que desenvolve o trabalho corporal através da escuta. No primeiro momento está sendo feita uma pesquisa e coleta de materiais cênicos para compor uma dramaturgia a partir de determinados contos, os quais serão construídos através de narrativas. A presença de três mulheres e suas vivências tecerão alguns acontecimentos e ações singulares que farão o público mergulhar no mundo da contação de histórias. Palavras-chave: América Latina; Contação de Histórias; Narrativas; Composição. MEMÓRIA, IMAGINARIO E CULTURA. MEMÓRIA E IMAGINAÇÃO EM MOVIMENTO Ana Clara Cabral Amaral Brasil (Bolsa de Doutorado); Orient. Renato Ferracini. Pós Graduação em Artes da Cena ; Instituto de Artes; Unicamp. O presente texto pretende abordar a questão da Memória em um processo de criação em teatro-‐dança; referindo-‐se especificamente, às experiências práticas do Núcleo Fuga! (Campinas-‐SP), que investiga as relações potentes entre procedimentos desenvolvidos no Lume-‐Teatro (Núcleo interdisciplinar de pesquisas teatrais da Unicamp), e na Técnica Klauss Vianna (Técnica desenvolvida a partir dos princípios desenvolvidos pelo bailarino e pesquisador do movimento Klauss Vianna). Importa aqui desenvolver uma reflexão acerca da potência da memória em recriar-‐se no corpo. Nos utilizamos para tanto, do procedimento de Mimese Corpórea relacionando-‐o ao movimento dançado no espaço. Desejo ancorar esta idéia nos escritos de Henry Bergson e na leitura de sua obra realizada por Gilles Deleuze, onde encontro a mesma natureza de pensamento a respeito da duração do tempo. No diálogo de práticas de trabalho que propõem uma atualização de memórias em movimento, as linguagens da dança e do teatro podem provocar o corpo pelo aspecto imaginativo destes processos de cognição. Também busco aproximar conceitos sobre memória do neurocientista Gerald Edelman, e em especial, na leitura direcionada à Técnica Klauss Vianna realizada por Neide Neves. Sobretudo, investigo a potência de imaginação do corpo quando em procedimentos práticos que possam dinamizar, incitar uma experiência. Apoio: Fapesp. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA UM HOMEM ALÉM DO RISO: ABORDAGEM DE SEBASTIÃO BERNARDES DE SOUZA PRATA PELO ESPETÁCULO MOLEQUE TÃO GRANDE OTELO Ana Maria Rodrigues; Universidade Federal de Uberlândia; Programa de Pós-graduação em Artes - Curso de Mestrado. Esta pesquisa teve como ponto inicial o conhecimento e o reconhecimento de um grande nome da cena artística brasileira, muito pouco celebrada na cidade de Uberlândia (MG). Este artista se chama Sebastião Bernardes de Souza Prata, mais conhecido como Grande Otelo. Reconheço na sua história a história de tantos outros artistas que produziram um legado de grande importância para a história do teatro, do cinema e da TV brasileira. Através da perspectiva cênica do espetáculo Moleque Tão Grande Otelo, analiso, neste artigo, como as memórias de vida e artísticas, desse ator, foram trabalhadas na dramaturgia e na encenação do referido espetáculo, ambas compostas pelo Prof. Dr. Luiz Humberto Arantes. Para isso, terei como referencial teórico as análises tecidas por Henri Bergson a cerca da percepção e da memória. Cabe destacar, que o processo criativo do espetáculo foi marcado pela análise e reconstrução das memórias de Otelo, sejam elas autobiográficas, depoimentos e entrevistas em vídeo e em texto do próprio artista, e biográficas, através do livro "Grande Otelo: uma biografia" de Sérgio Cabral. Todas estas fontes apontaram em uma montagem carregada de memórias híbridas, de um lado do próprio artista e do outro aliado ao contexto histórico social da época.Com isso, o espetáculo apresentou fragmentos da vida pessoal e artística de Otelo, revelando seus duplos sentidos, reconhecendo que Sebastião Bernardes de Souza Prata vivia seu Otelo com o intuito de trazer a alegria que muitas vezes não possuía, vestia seu Grande Otelo para encarar com riso as angústias que o preconceito e as dificuldades da vida lhe impeliam. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA A MODERNA PLASTICIDADE DE UM PASSADO REMOTO Autores: Bruno Henrique Costa, bolsista de Extensão e Carlos Frederico Bustamante Pontes, Professor Orientador, Universidade Federal de São João del-Rei/UFSJ. O Programa de Extensão da Universidade Federal de São João del-Rei Teatro XXI: Inquietações Artísticas: uma abordagem transdisciplinar tem como uma de suas ações no ano de 2012 a transposição para linguagem videográfica de um projeto cênico itinerante realizado no Teatro Municipal de SJDR em 2011 com o título Do passado ao Presente: um passeio encenado pelo tempo de História das Minas Gerais. O projeto em questão propôs a ficcionalização de uma pesquisa documental relacionada aos valores culturais, familiares e sociais do interior de Minas Gerais do final do século XIX. Através de referências museológicas em que a memória da cultura local são-joanense foi reconstituída, buscamos integrar referências do nosso passado distante às nossas inquietudes criativas atuais, a partir das diferentes possibilidades de sua recriação. Desta maneira, o imaginário dos participantes do trabalho, relativamente livres de uma fidelidade histórica e contextual, contribuiu significativamente para que fossem criados em conjunto e de forma colaborativa a dramaturgia, a cenografia, os figurinos e o aspecto representacional do trabalho. Abordaremos nesta comunicação mais precisamente, a pesquisa teórica e prática do desenvolvimento dos elementos que compuseram a plasticidade da encenação, atendo-nos mais ao espaço utilizado para a representação da ficção e à criação dos figurinos e adereços. Apoio: PROEX/UFSJ MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA TEATRO LIBERTÁRIO EM PELOTAS –RS (1914-1919) Cássia Ferreira Miranda (Bolsista PROMOP; Orientadora: Profa. Dra. Vera Collaço; CEART-UDESC) O presente trabalho tem como objetivo abordar o uso do teatro pelas classes trabalhadoras no período que compreende os anos de 1914 e 1919, na cidade de Pelotas. O teatro operário, em sua maior parte anarquista, foi utilizado com significativa freqüência servindo para o congraçamento da classe operária e para a propagação das ideias libertárias. A opção por esse recorte histórico se dá pela projeção que teve, nesses anos, o Grupo Teatral Cultura Social - que exercia suas atividades no Teatro 1º de Maio, sediado na Liga Operária de Pelotas. Esse Grupo se destaca pelo fato de que, além de sua intensa atuação, ele teve uma produção de textos teatrais anarquistas, diferentemente de alguns grupos da época que tinham a prática de utilizar traduções de textos estrangeiros. Será apresentado um panorama da efervescência teatral operária no período; peças, atores, dramaturgos, locais; enfim, nos detalharemos na produção do GTCS. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA ANÁLISE DOS PROGRAMAS DE ESPETÁCULOS DA PRIMEIRA FASE (19631968) DO TEATRO DE COMÉDIAS DO PARANÁ Clarissa Loyola Comin; bolsista UFPR/TN, orientador: prof. Dr. Walter Lima Torres Neto; UFPR Esta pesquisa investiga, por meio do estudo de programas de espetáculos da primeira fase do Teatro de Comédias do Paraná (1963-1968), a concepção de um teatro público de arte. A análise dos programas dos espetáculos, enquanto paratextos teatrais, permite estudar diversos aspectos, como por exemplo: o discurso das autoridades locais em relação aos espectadores e agentes criativos – como se conformava iconograficamente nos programas; o repertório considerado de alto valor artístico; a ideologia que perpassa essa primeira fase entre outros aspectos da vida teatral curitibana. O período delimitado a esta primeira fase é considerado, pela crítica e pela história do teatro local, como um dos mais promissores, onde o TCP do Teatro Guaíra encontrava-se sob direção artística do ator e diretor Cláudio Correa e Castro. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA A DRAMATURGIA DA IMAGEM COMO INSTRUMENTO DE ADAPTAÇÃO NO ESPETÁCULO CHAPÉUZINHO VERMELHO DO GRUPO CONTADORES DE ESTÓRIAS DE PARATY-RJ Cristina Rangel Nascimento, orientador: Wagner Francisco Araujo Cintra; Instituto de Artes; UNESP Este trabalho consiste em uma investigação e registro da utilização da dramaturgia sem palavras como opção poética no espetáculo de animação “Chapéuzinho Vermelho” do Grupo Contadores de Estórias, sediado em Paraty no estado do Rio de Janeiro. A popular estória da menina de gorro vermelho, geralmente passada oralmente pelas gerações, foi mais do que adaptada pelo grupo, foi “transcriada” em um espetáculo de teatro de bonecos onde se optou pela abdicação de artifícios dramáticos como o conflito em função da criação de imagens dramáticas para representar o percurso da personagem. Para orientar este trabalho utiliza-se do processo metodológico de reflexão a respeito de conceitos como: dramaturgia, drama, épico e do conceito pouco discutido da “dramaturgia da imagem”. A não existência de um conflito tradicionalmente dramatúrgico e sim o uso do percurso da personagem e da peripécia determinam o espetáculo como um híbrido de dramático e épico. A linguagem deste trabalho faz reobservar e reafirmar o alcance desta poeticidade cênica que é potencializada pela imagem em detrimento da linguagem falada. Palavras chaves: Grupo Contadores de Estórias, Dramaturgia, imagem, bonecos, adaptação, poética MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA WALTER BACCI: CENOGRAFIA E ARTES PLÁSTICA DIALOGANDO NOS CROQUIS DA PEÇA GOTA D’ÁGUA Danielle Menezes de Brito Semple, orientador: Wagner Francisco Araujo Cintra; UNESP Este trabalho tem como objetivo estudar a obra de Walter Bacci, que foi um artista plástico que trabalhou a maior parte de seu tempo com cenografia e figurino de peças teatrais, de 1962 a 1977. Dedicado à pintura de tecido e, por ter sido um dos primeiros no Brasil a trabalhar com a técnica denominada de silk screen, Bacci ganhou destaque com seus paneaux, vestidos, togas, camisas e camisetas. Nesse trabalho abordarei apenas um aspecto da obra de Walter Bacci que é exatamente a cenografia da peça Gota D’água, da qual Bacci também executou o figurino. Dos sete croquis da cenografia da peça é possível perceber a construção da composição visual e a narrativa que eles proporcionam, mostrando como cada elemento - cor, forma, peso e luz - colocado em cena colabora para a absorção das ideias e ideais da peça pelo espectador. A análise feita neste trabalho trata da possibilidade dos croquis de Bacci serem um instrumento criado para comunicar visualmente os acontecimentos que se passaram no período da ditadura militar brasileira e como a trama de Gota D’água se desenrolará de acordo com o que foi construído textualmente e visualmente nos croquis. Palavras-chave: Walter Bacci; composição visual; cenografia; teatro; Gota D’água. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA A ESTETIZAÇÃO DO ERRO JURÍDICO DE ARAGUARI Eliene Rodrigues de Oliveira (Mestranda em Artes – UFU/MG; Bolsista CAPES, Or.: Prof. Dr. Luiz Humberto Martins Arantes; Programa de Pós-graduação em Artes do Instituto de Artes da Universidade Federal de Uberlândia-MG) A presente pesquisa em andamento investiga o processo de construção do texto teatral a partir dos autos processuais de “O Caso dos Irmãos Naves” tendo como referência a montagem do espetáculo de mesmo nome concebido pelo Grupo Teatral EmCena (Araguari-MG 2006). A história dos irmãos torturados para confessaram o crime que nunca existiu e que se tornou um clássico dos erros judiciários do Brasil, foi a fonte inspiradora para a criação de diversos trabalhos artístico e culturais, quais sejam: o livro “O Caso dos Irmãos Naves – o erro judiciário de Araguari” de João Alamy Filho (1960); o filme “O Caso dos Irmãos Naves” dirigido por Luís Sérgio Person e co-roteirizado por Jean-Claude Bernardet (1967); a música “Erro Judiciário” de Sulino e Dr. Antônio Carlos (1994), regravada por Leyde & Laura com o nome de “O Caso Irmãos Naves” (2002); o episódio televisivo exibido no Programa Linha Direta Justiça – TV Globo (2003); o espetáculo teatral “O Caso dos Irmãos Naves” do Grupo EmCena (2006) e a “Visita Técnica O Caso dos Irmãos Naves – a história de um erro” idealizada por Viviane Lemes (2012). O livro escrito pelo defensor dos Naves serviu de inspiração para a escrita do roteiro do filme e do espetáculo teatral. Tais criações, à luz de Peter Burke, Marina Maluf e Jacques Legoff, representam aparatos de memória, monumentos de consagração e símbolo do imaginário coletivo. Uma parte da identidade jurídico-brasileira “cristalizada” por meio dos olhares de artistas e suas artes: literatura, cinema, música, televisão e teatro. Cada linguagem artística se comunicando e se inspirando na outra criação. Em tempos diversos. Apoio: CAPES. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA O RIDÍCULO NA COMÉDIA CURITIBANA DO INÍCIO DO SÉCULO XXI: DA ESPETACULARIDADE AO HUMOR DE CARA LIMPA (2001-2010) Everton Ribeiro (Eevee), Universidade Federal do Paraná A intenção desta pesquisa é refletir sobre o percurso da comédia, em Curitiba, no que diz respeito às encenações realizadas na primeira década do século XXI. Além de compreender aspectos de comicidade e construção de um ridículo próprio nestas montagens, foi traçado um breve panorama do teatro curitibano e dos tipos de comédia desde o seu surgimento. Para melhor analisar os aspectos relativos aos espetáculos, optou-se por sistematizar e categorizar todas as encenações cômicas colhidas nas fontes disponíveis – Anuários do Teatro Curitibano e os Guias de Programação do Festival de Teatro de Curitiba – entre os anos de 2001 e 2010. Para melhor estabelecer parâmetros e pontos de análise da produção curitibana no referido período, propôs-se estabelecer algumas divisões de categorias do cômico, a saber: comédias procedentes de um texto dramático; comédias decorrentes de um processo de criação e comédias originadas de um monólogo humorístico. Esta investigação busca refletir a necessidade de rir do público curitibano numa perspectiva além da existência dos excessos, mas através da contemplação do bem feito – tal qual analisado pela virtude do humor em André ComteSponville, pois “podemos rir de tudo, mas não de qualquer maneira”. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA ENTRE OLHOS, BOCAS, COBERTORES E ANDADORES Felipe Brognoni Casati (IARTE; Universidade Federal de Uberlândia) Entramos em mundos, conversamos com “personagens”, nos emocionamos com pessoas, coletamos histórias de frações inteiras de vida. O trabalho é um memorial a respeito das apresentações do espetáculo A Última Contradança dirigido por Luciene Andrade (graduanda em Teatro na UFU) em lares de idosos de Uberlândia-MG e como isso modificou o fazer teatral durante essa trajetória; com registro feito de um modo particular e singular do ator do espetáculo/autor do texto. Fizemos tudo o que tínhamos que fazer, dançamos, falamos, cantamos, conversamos, encenamos, brincamos e dançamos mais um pouco. Acabamos. Todos adoraram, sem exceção, era nítido, e isso contando com os idosos que não tinham nenhuma compreensão do que estava acontecendo ou compreendiam de outra maneira aquela tentativa de troca por meio da arte. Visitamos quatro lares de idosos, todos com um reboco de saudade; nas paredes coisas de esquecimento, uns tratavam bem os velhinhos, outros nem tanto, uns tinham corredores frios, outros eram casas quentes; era sempre doloroso, era sempre engraçado, era sempre surpreendente. E me vinha a cabeça: já pensou, uma coisa te fazer rir e chorar ao mesmo tempo? Apoio: DICULT, PROEX, PROPLAD. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA HISTÓRIA E MEMÓRIA CULTURAL: O SERMÃO DO PADRE MATHIAS ANTÔNIO SALGADO E SEUS ELEMENTOS TEATRAIS Guilherme Paiffer Pelodan (BIC FAPEMIG); Cláudio Guilarduci (UFSJ) Durante o século XVIII, Minas Gerais foi palco de três grandes festas que possibilitam entender o espírito barroco vivenciado naquela época. A primeira festa, intitulada O Triunfo Eucarístico, ocorreu em Ouro Preto, em 1733. Essa festa comemorou a inauguração da nova Igreja de Nossa Senhora do Pilar que foi construída em Vila Rica. A segunda festa foi a posse de Dom Frei Manoel da Cruz e ocorreu no ano de 1748. O Áureo Trono Episcopal, editado em Lisboa no ano seguinte, relata os fatos ocorridos durante essa festa sagrada. De acordo com esse documento é possível precisar de forma ampla a disposição do espetáculo com seus cenários, coreografias e músicas. A terceira festa, as Exéquias de Dom João V, pode ser desdobrada em três eventos distintos que ocorreram em Ouro Preto e em São João del-Rei-SJDR. Da festa de Ouro Preto (1750) foram preservadas no Auto de Vereação, posteriormente publicado pela Câmara Municipal de Ouro Preto (1904), as instruções de como a comemoração fúnebre deveria ocorrer. A comemoração na cidade de SJDR ocorreu com dois sermões distintos. Os sermões formam proferidos pelo Padre Mathias Antônio Salgado na igreja do Pilar. O primeiro sermão (1750) foi solicitado pelo Senado da Câmara para as solenes exéquias oficialmente celebradas pela Vila. Já o segundo (1751), promovido pelo próprio padre foi editado, no mesmo ano, em Lisboa, por Manoel Joseph Corrêa e traz com minúcias toda a celebração. Diante disso, a presente comunicação tem por objetivo analisar a partir da História Cultural a dimensão teatral – cenário, música, iluminação e performance dos sacerdotes – contida no segundo sermão proferido em SJDR. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA TEATRO HISPANO-AMERICANO DE PÓS-GUERRA Humberto Hugo Villavicencio Garcia,Or. Prof. Dr. Alexandre Mate; Escola Superior de Artes Célia Helena – São Paulo No final do século XIX a dramaturgia hispano-americana mantinha estreitos vínculos de dependência com o teatro espanhol, porém, a partir do início do século XX esta relação começa a se modificar por causa de questões fundamentais que emergiram durante a virada do século. Espanha concluía o ciclo colonizador das Américas e as nações emergentes lutavam por consolidar sua independência política. O teatro latino-americano afirmava-se empregando procedimentos narrativos próprios, como o drama dança pré-colombianos, a comédia de costumes e o grotesco criollo. A assimilação das inovações temáticas e estilísticas do Expressionismo, do Simbolismo e do Teatro Épico encerrará um período de fecundas transformações no pós-guerra. Palavras-chave: História, Teatro Hispano-americano, Pós-guerra. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA ESTÚDIO DE ÓPERA BOLSHÓI: PERSPECTIVAS E APONTAMENTOS NA PRÁTICA LABORATORIAL DE STANISLÁVSKI Inajá Neckel - UNOCHAPECÓ Para compreender a lide laboratorial de K. Stanislávski, na dimensão que transcende o espetáculo, há que se distanciar das etiquetas que lhe foram coladas, dos caminhos comumente a ele atribuídos, das preconcepções a ele dirigidas. O trabalho realizado pelo encenador russo nos estúdios revela, em maior grau, a fé desse homem de teatro na prática laboratorial e no homem/ator para uma renovação teatral. Os estúdios foram espaços voltados à experimentação e formação de um novo homem/ator para além dos limites proficientes sobre a cena. Assim, o pesquisador desses espaços deve deslocar seu olhar para aquilo que Franco Ruffini diz encontrar-se sob a pele, atitude extrema fundamental para a compreensão do movimento renovador que podemos encontrar nos relatos sobre essas práticas. As proposições colocadas aos atores-cantores do Estúdio de Ópera Bolshói (1918 a 1922) corroboram para uma atitude extrema do pesquisador diante desta prática laboratorial realizada por Stanislávski. Neste período ele apresenta o “sistema” aos atores-cantores do grande Teatro Bolshói, e teve uma efetiva vivência pedagógica. O presente trabalho apresenta, a partir da experiência junto ao Estúdio, três grandes linhas apontadas por Stanislávski para o estabelecimento de um estúdio: a comunidade teatral, o mestre como condutor único e a pesquisa de um tema constante de trabalho (condição criadora). Esta análise, cujo olhar foi conduzido pela intenção de estar sob a pele, verifica nas transformações a necessidade do labor diário, comprometido e constante dos homens de teatro como potências que antecedem e transcendem o espetáculo. Práticas que, ainda, reverberam e dialogam com nossas experiências. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA O TEATRO DE REVISTA E AS IMAGENS DE SÃO JOÃO DEL-REI: HISTÓRIA E MEMÓRIA CULTURAL Janaína Braga Trindade (BIC-CNPq); Cláudio Guilarduci (UFSJ) A História Cultural no final da década de 1980 trouxe formas mais ecléticas para as abordagens historiográficas. Esse fato ocorreu por dois motivos: (i) os redimensionamentos ocasionados pela crise de sua própria função ao suspeitar das explicações globalizantes que ofereciam verdades sobre “culturas” inteiras, ou seja, a História Cultural buscou respostas para os novos desafios oriundos do alargamento do domínio da cultura, e (ii) pela renovação de olhares e de abordagens inter e transdisciplinares para o entendimento de uma dada temporalidade construído a partir de fontes ainda não-consideradas documentos ou a partir de um revistar de velhas fontes, ou seja, a História Cultural buscou respostas para a ascensão das teorias culturais discutidas em outras disciplinas. Dessa forma, a presente comunicação tem por objetivo analisar o espaço urbano da cidade de São João del-Rei (SJDR/MG) a partir de imagens que retratam o Centro Histórico da Cidade. Essas imagens foram adquiridas durante as pesquisas realizadas no projeto Os edifícios teatrais da cidade de São João del-Rei (1782 – 1893): uma análise do espaço urbano (PDJ/CNPq). A seleção das imagens foi elaborada a partir de cinco peças de teatro de revista – A mudança da Capital (1893), de Modesto de Paiva; Terra ideal (1915), de Tancredo Braga; O Gramophone (1916), de Alberto Gomes; Número um (1917), de Durval Lacerda e O meu boi fugiu (1918), de Dr. Ribeiro da Silva e Oscar Gambôa – escritas e encenadas na cidade de SJDR entre os anos de 1893 a 1918. Dessa forma, a análise será realizada a partir dos seguintes conceitos da História Cultural: representação, imagem, imaginação (ficção). MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA A GINGA EM AÇÃO NA CENA: A RAINHA NZINGA E A ANCESTRALIDADE Julianna Rosa de Souza (Bolsa de Mestrado CAPES); Orientadora: Profa. Dra. Maria Brígida Miranda; Programa de Pós-Graduação em Teatro (PPGT / UDESC). Este artigo fundamenta-se nas discussões sobre o corpo/mente do ator/dançarino afrodescendente e a ginga como elemento diferencial na criação das ações físicas. Para tanto, utiliza-se no âmbito da ciência os escritos do neurocientista português António Damásio e na perspectiva dos estudos culturais o pesquisador Stuart Hall. Objetivando (re)localizar os conceitos de ginga se articulará as definições encontradas no universo da capoeira e a história da Rainha Nzinga. A memória ancestral do ator/dançarino afrodescendente é confrontada constantemente com a perspectiva mecânica de corpo/mente. Palavras-chave: Ator/dançarino Afrodescendente; Ginga; Ancestralidade; Corpo/Mente. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA FESTA DA MEMORIA: AÇÃO CULTURAL DO TEATRO COMUNITÁRIO ARGENTINO Juliano Borba, UDESC – Universidad de Buenos Aires O teatro comunitário argentino é um movimento nacional de grupos teatrais que articulam suas produções sob os princípios da Festa e da Memória. Através da festa da memória o teatro comunitário convoca e propõe que cada comunidade possa gerir seu grupo para produzir sua arte, a través de éticas e estéticas próprias, diferentes das utilizadas por outras correntes artísticas. Essa investigação de doutorado foi construída a partir do questionamento do sentido cultural do teatro comunitário, já que a pesquisa de campo indicou que essa prática era capaz de gerar benefícios para a comunidade e seus membros. Os casos estudados foram os grupos Catalinas Sur, Pompapetryasos e Patrícios Unido de Pie. Esse trabalho objetiva apresentar as características desse movimento e interpretá-lo como ação cultural capaz de gerar desenvolvimento territorial. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA CORPO DISCIPLINADO E DELICADEZA: A VISÃO DA MENOR BAILARINA Acadêmica: Lohanny Rezende. Orientadora: Doutora Maria Brígida de Miranda. Bolsa de pesquisa Probic/UDESC. Graduanda do terceiro semestre de Licenciatura e Bacharelado em Teatro da UDESC, Universidade do Estado de Santa Catarina. “Coque no cabelo com gel, sem fiapos soltos, com grampos, redinha cor do cabelo e arranjo de florzinhas. Sem brincos, pulseiras e correntes. O collant e a meia calça devem ser rosa e sem calcinha. A sapatilha também é rosa e com o elástico amarrado e as sobras cortadas. Falem isso para a mãe de vocês meninas!”. Estas foram as primeiras palavras da professora em minha primeira aula de ballet clássico. O artigo traz a descrição da trajetória de 16 anos de treinamento de ballet clássico e busca uma reflexão sobre este corpo feminino disciplinado. Relacionando com o livro “Vigiar e Punir” de Michael Foucault, é trazida a questão da auto-vigilância e auto-punição e a relação entre esse corpo e os conceitos padrões de delicadeza, feminilidade e beleza, impostos sobre ele. Por fim, aponto o ballet como um potente auxiliar no treinamento do ator, onde disciplina, rigidez e controle se completam com criatividade, expressão e imaginação. Apoio: CNPq. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA TEATRO, MEMÓRIA E IDENTIDADE Luiz Humberto Martins Arantes (UFU/PPGArtes) Esta proposta de comunicação pretende apresentar algumas discussões acerca do tema da memória, apontar a diversidade de questões teóricas que tangenciam e aprofundam este tema e, principalmente, verificar possibilidades de estudo e criação cênica que se vem realizando a partir deste tema tão importante na contemporaneidade. Memória como lembrança, como acúmulo de informações e conhecimento do passado, mas também como esquecimento e esvaziamento do sujeito. Para isso, há que se entender a questão da memória em cena e, portanto, traduzida em espetáculos teatrais. Entender como tem se dado a adaptação de biografias para a cena e os usos variados de relatos e depoimentos, o que implica pensar as diversas soluções cênicas para a questão do tempo nas narrativas dramatúrgicas. Tudo isso corroborando para se pensar sobre o instigante uso da memória no fazer teatral. Apoio: FAPEMIG. MEMORIA, IMAGINARIO E CULTURA CONTAR A HISTORIA DO PRESENTE Marcelo Sousa Brito; Doutorando em Artes Cênicas; Orientação Eliene Benício; Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas; Universidade Federal da Bahia O texto apresentado como relato de pesquisa aborda parte do processo realizado pelo autor durante o Mestrado junto ao Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia, com bolsa de estudos do CNPq, finalizado em 2011. A dissertação intitulada “Pedra afiada: um convite para o teatro invadir a cidade”, orientada pela Professora Dra. Angela Reis, trata da relação entre o individuo e o lugar que ele vive/ocupa, estimulando o coletivo urbano da cidade de Itambé, no interior da Bahia a agir cênicamente em função do desenvolvimento sócio-cultural de seu município. Com a aplicação de metodologias participativas e de exercícios fenomenológicos, os habitantes dessa pequena cidade ocuparam os espaços públicos com o intuito de recontar a história desse lugar. Um exercício de memória na construção de uma dramaturgia do espaço. Para a realização desse processo de pesquisa se fez necessário o diálogo entre autores da filosofia (Hannah Arendt e Maurice Merleau-Ponty) com autores da geografia e do urbanismo (Henry Lefebvre, Julia Lossau) com autores das artes cênicas (André Carreira, Constantin Stanislavsky, Jean-Pierre Ryngaert entre outros. Agora como aluno regular no doutorado do mesmo programa o pesquisador pretende aprofundar o estudo aplicando o processo com atores profissionais na cidade de Salvador Bahia. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA AGREGAR VALORES NA ENCOMENDA DE MÚSICA CÊNICA Marcos Machado Chaves, Stephan Arnülf Baumgärtel; Universidade do Estado de Santa Catarina A sonoridade proposta no teatro se encaixa em projetos de encenação com diversas nomenclaturas, geralmente associada como música cênica ou trilha sonora. Nas últimas duas décadas, novos recursos de captação e reprodução de áudio intensificaram a presença de um artista vinculado à musicalidade no processo de criação, conhecedor das necessidades e possibilidades teatrais. Quando observamos pouco entendimento a respeito da sonoridade cênica proposta em montagem de espetáculo, deflagramos situações que pouco contribuem ao desenvolvimento da obra – desde projeto embrionário à apresentação – como encomenda de músicas cênicas a músicos com destaque na mídia, mas que não podem assistir ensaios ou não possuem experiência de composição para teatro. Ao relatar recente experiência como propositor de trilha sonora em espetáculo teatral porto-alegrense, buscamos compartilhar algumas reflexões sobre a valoração dada a este elemento da encenação teatral. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA A PRODUÇÃO TEATRAL ARTESANAL VERSUS A PRODUÇÃO TEATRAL COMERCIAL Regiane da Silva Ferreira, Orientador: Mauro Macedo Campos As produções teatrais das grandes companhias se tornaram produtos rentáveis, portanto comercializáveis, por isso na medida em que os produtores orientam a sua produção para o mercado, temos neste momento as companhias de teatro se comportando como empresas, havendo necessidade de se pensar em estratégias de marketing, plano de negócios, ou seja, a maneira como aquela obra ou “produto” será vendido. Deste modo, não podemos dissociar este fato ao modelo de política pública de cultura do Brasil: as leis de incentivo fiscal à cultura que concentra recursos nas capitais, e, na maioria das vezes patrocinando as grandes companhias de teatro, que, por sua vez, tem condições de agregar valor a marca da empresa. Na medida em que há uma divisão do trabalho e, portanto uma especialização, pois se antes havia grupos de teatro que tinha a figura do “faz tudo”, ou seja, o ator que desempenha a função de diretor, figurinista, cenógrafo, agente cultural, camareira etc, hoje ocorre à necessidade de cada membro da companhia desenvolver uma função específica. Contudo, nas cidades do interior a figura do “faz tudo” ainda está presente, o que nos faz pensar a diferença entre produção teatral artesanal e a produção comercial, a diferença cultural entre os grandes centros e o interior e a política pública cultural vigente: as leis de incentivo fiscal à cultura. Agência de Fomento: FAPERJ MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA O CORPO COMO POTÊNCIA CRIADORA: DIALOGISMOS DE VIVÊNCIA ENTRE TEATRO E EDUCAÇÃO FÍSICA Sabrina Lencina Bonorino, (Bolsa Cultural), Ms. Inajá Neckel, UNOCHAPECÓ O corpo é uma construção provisória, plural e mutável. No teatro e na educação física tais transformações se atravessam intensamente. O corpo é ferramenta que possibilita ao ator, ou ao aluno, tomar posição diante de representações normatizadas da construção histórica e/ou social a qual somos submetidos. As práticas do teatro e da educação física apresentam possibilidades de produções criadoras, muitas vezes, vetadas ao corpo. Diante de minha vivência na extensão universitária junto ao GTEU (Grupo de Teatro Expressão Universitária da Unochapecó), deparei-me, ainda mais, com tais possibilidades. Um diálogo é estabelecido entre a professora de educação física e a participante do grupo de teatro. Nele evidencia-se o fluxo errante do corpo como ferramenta de nossa criação viva na medida de cada instante presente e sucessivo. Então, a pergunta de Espinoza ganha força novamente: o que pode um corpo? As potências advindas e adquiridas no processo possibilitam ao aluno/ator construir novas imagens e significados, e quiçá (re)definir o que pode um corpo, tanto social quanto culturalmente. Assim, educação física e teatro estabelecem um espaço potente para corpos mais-que-plurais, criam contextos dialógicos entre os instrumentos produzindo um pensamento sobre esses fazeres. Neste sentido, a experiência junto ao projeto de extensão revela um espaço (outro) em que podemos vivenciar e compreender essas potências de nosso corpo, ou sua sensibilidade ao dialogismo não-determinista ou proficiente em uma área de conhecimento. Estabelece-se um campo salutar a outras possibilidades que têm como fulcro a produção de um pensamento individuado conquistado na experiência. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA YORUBA COMO RAIZ, IORUBÁ COMO RIZOMA: IMBRICAÇÕES DA MEMÓRIA NAGÔ NO TEATRO Tatiana Henrique Silva (Bolsista CAPES, Orientadora Profa Dra. Diana de Souza Pinto; PPG Memória Social; UNIRIO) No teatro realizado no Brasil, quando de sua descriminalização, os mitos e ritos africanos, especialmente os de origem iorubá, já tornados afro-brasileiros, chamados de nagôs, são apropriados por artistas e coletivos teatrais, restaurando em suas práticas dimensões de integridade arquetípica, possibilitando assim um estado de projeção identitária de memória mediada pela linguagem teatral. Porém, que memória é essa? Em que medida ela reitera o discurso oficial da miscigenação e até que ponto ela faz emergir as etnias mergulhadas nessa fusão mitificada? Assim, este trabalho investiga a inserção dos vestígios da memória religiosa de origem iorubá – mitos, ritos, corporeidades, sonoridades e objetos – especificamente no espetáculo Macumba Antropófaga, realizado pelo Teatro Oficina, em 2011, analisando como os simbolismos sagrados são alinhados aos simbolismos das estéticas teatrais, ampliando seus significados, aferindo a sua apropriação em uma rede de sentidos que transita entre o conceito de raiz e de rizoma deleuzianos. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA YUYACHKANI: TEATRO E PERFORMANCE ENQUANTO REGISTRO E MEMÓRIA NA LATINO-AMÉRICA. Thaís Helena Rissi de Sousa, Orientador: Luíz Sérgio de Oliveira; UFF - Universidade Federal Fluminense As nações latino-americanas viveram e vivem intensos conflitos político/sociais. Enfrentaram períodos de ditaduras extremas e, muitas vezes utilizaram das artes para expressar suas opiniões e protestar contra as injustiças sofridas. Grupos teatrais utilizaram o corpo como suporte e instrumento de ação para uma prática estética que faz visível os corpos ausentes de um ethos coletivo, em um processo que constitui uma política de rearticulação simbólica da memória. O fazer artístico rompe as fronteiras da língua e da formação cultural ao valer-se do teatro e da performance como veículo transmissor de suas histórias e memórias. Nos espetáculos, os relatos políticos ganham a dimensão da analogia e conseguem ultrapassar fronteiras dificilmente permeadas através de um comício ou mero discurso. Os atores-performers tornam-se possíveis testemunhas das desaparições forçadas e da anulação da garantia dos direitos democráticos. A participação do artista no contexto de problemas urgentes, promovendo rituais coletivos, colocando seus recursos artísticos a serviço de ações que procuram questionar o status quo ou simplesmente aliviar o sofrimento diário, em situações nas quais as fronteiras se confundem entre arte e vida, entre ator, artista e cidadão, entre ficção e realidade, explicitando a dimensão ética da experiência estética e artística como uma forma de ativismo social, além do teatro e para além da ficção. Este estudo tem por objetivo investigar a ação do Grupo Peruano Yuyachkani na busca de estabelecer uma linguagem cênico-performativa como tentativa de conscientização e registro da memória. Apoio: MEC/SISU/REUNI MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA O TEATRO À LUZ DO SOL Timóteo Elias (bolsista de iniciação científica), orientadora: Olívia Camboim Romano; FURB Universidade Regional de Blumenau. Este trabalho é fruto da pesquisa em andamento intitulada “O Teatro à luz do sol: um estudo sobre as possíveis correspondências entre a tradição teatral ocidental e a produção cênica atual brasileira em espaços abertos não especializados”. Esse estudo busca estabelecer equivalências entre as estratégias de iluminação teatral utilizadas nos principais períodos da história ocidental ao ar livre, em espaços abertos e semiabertos, antes da invenção da lâmpada incandescente comum (1879) – com a realização de espetáculos cênicos brasileiros em espaços abertos não especializados, tais como pátios de escolas, praças, entre outros. Além disso, reflete sobre as possibilidades dramatúrgicas e semiológicas da luz do sol em espetáculos teatrais apresentados ao ar livre no período diurno, pois se entende que a luz participa como construtora de sentido no espetáculo. O trabalho foi elaborado a partir de entrevistas e depoimentos de iluminadores e diretores teatrais contemporâneos residentes em Santa Catarina, como Ivo Gogois e Roberto Murphy, e de fontes como os trabalhos de Roberto Gil Camargo e Cibele Forjaz Simões. De acordo com as informações obtidas até o momento, exceto por algumas exceções, os espetáculos apresentados em espaços abertos que usufruem da luz solar não o fazem com o auxilio de um profissional em iluminação, e a grande maioria nem se quer concebe um pensamento estratégico sobre o uso da luz natural. Portanto, esse estudo contribuirá com a produção de conhecimento sobre a iluminação cênica e sua história, tanto quanto um levantamento de possibilidades e soluções que possam contribuir com a qualidade dos espetáculos cênicos apresentados em espaços não especializados; assim como o estimulo de realizações de espetáculos teatrais em espaços abertos desprovidos de energia elétrica necessária. Apio: PIPe Art.170/2012. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA O TEATRO VARASANTA Me. Umberto Cerasoli Jr, orientador: Prof. Dr. Armando Sérgio da Silva; ECA/USP Proponho apresentar um registro dobre a história de formação da “Fundação Teatro Varasanta”, seus espetáculos e o trabalho pedagógico desenvolvido há 18 anos pelo grupo na cidade de Bogotá (Colômbia). Também proponho apresentar uma breve contextualização do trabalho do grupo, em relação as suas principais influências. Criado em 1994 na cidade de Bogotá, a história do grupo é marcada pela trajetória pessoal de seu fundador e diretor artístico, Fernando Montes, que, após realizar estudos teatrais em Paris com Jacques Lecoq, Mônica Pagneux e Ryszard Ciéslak; trabalhou entre 1988 e 1992, em Pontedera, na Itália, com Maud Robart e Jerzy Grotowski, durante a última fase de pesquisa do mestre polonês conhecida como “Arte como Veículo”. No Workcenter, Montes recebeu de Grotowski a tarefa de recriar os exercícios “físicos” e “plásticos” desenvolvidos por Ryszard Ciéslak durante a primeira fase do Teatro Laboratório na Polônia. De volta à Colômbia, fundou o “Teatro Varasanta – Centro para a transformação do ator”, com o propósito de investigar os segredos da arte do ator através de um trabalho de longo prazo, cotidiano e rigoroso sobre a prática teatral. De 1994 a 2012, o grupo criou 11 espetáculos. Esta pesquisa faz parte do projeto de doutorado “Entre a Arte e a Política do Teatro Varasanta: uma Proposta de Formação de Atores”, em desenvolvimento junto a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, e está embasada na residência artística que o autor realizou junto ao grupo durante os meses de Fevereiro-Junho de 2012. MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E CULTURA NARRATIVAS E MEMÓRIAS COMO ABORDAGEM METODOLÓGICA EM ESTUDOS TEATRAIS Vilma Campos dos Santos Leite; UFU Trabalhei com os conceitos de narrativa, memória e experiência em investigação realizada no doutorado e a combinação dessa tríade favoreceu um percurso metodológico na pesquisa que gostaria de compartilhar e aprofundar. Naquele estudo, tese sobre a ELT (Escola Livre de Teatro) de Santo André, acerquei-me de um espaço de formacão do artista cênico com o intuito de desvelar as formas com que a experiência foi vivida por aqueles que foram os seus sujeitos e buscando quais relacões estiveram presentes em seu tempo e espaco. Os vestígios escritos e iconográficos das produções criadas ELT, como jornais, fotos, videos, programas, cadernos de anotações, entre outros, foram relevantes e existiam previamente à pesquisa, mas por mais que se constituissem em caminhos pertinentes para uma investigaçao pertencente à histórica cultural, vi necessidade de arriscar-me também por outros caminhos, compreendendo que a complexidade de adentrar aspectos do modo de viver poderia acolher tipologias de fontes ou até a produção de novas pistas, visando os objetivos da pesquisa. Dediquei-me especialmente a percorrer as possibilidades de utilização da enunciação oral e entre os motivos que me levaram a isso posso destacar o meu pertencimento ao grupo social focalizado, porque apesar dos riscos como a subjetividade própria presente, houve uma combinação de elementos que favoreceu o estudo, sendo muito bem vindo o investimento metodológico com tal base . Adentrei em um volume significativo de material que permitiu-me enfrentar as imagens, as metáforas e as analogias que vieram à tona pelas narrativas de professores, funcionários gestores e estudantes da escola que foram mediadas pela memória. A partir desse trabalho comecei a me perguntar sobre as possibilidades desses elementos como procedimentos em outras pesquisas, como por exemplo iniciações científicas ou mestrados sob a minha orientação. Acredito que há possibilidades de ampliar a historiografia que se faz na área de teatro por meio de alguns procedimentos que tem a narrativa, segundo o conceito de Walter Benjamin e a memória a partir do sociológo Maurice Halbwachs. Nesse texto, pretendo me aprofundar no vocábulo “transcriação”, termo utilizado a partir do manejo de fragmentos que são citados a partir da enunicação oral dos sujeitos em uma pesquisa. O vocáculo vem da literatura e encontra campo fértil para a apropriação do pesquisador a partir de narrativas que são compartilhadas a ele por um ou mais narradores em situação de pesquisa. PERFORMANCE E ATUAÇÃO O ATO(R) RESPONSÁVEL DA TERREIRA DA TRIBO Andréia Paris (PROMOP/UDESC), Orientador: Prof. Dr. Milton de Andrade Leal Junior; UDESC Este artigo aborda os princípios artísticos, políticos e pedagógicos da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz e os aproxima do conceito Ato Responsável desenvolvido pelo pesquisador russo Mikhael Bakhtin na década de 20. A tribo, criada em 1978 por Paulo Flores e Rafael Baião em Porto Alegre tem uma política de atuação bastante forte e interessante que torna o papel e ação do ator no grupo, na cena, na atuação e na comunidade ímpar, potencializando-as. Deste mofo, o foco principal da discussão é o conceito de atuador, desenvolvido pelo grupo paulista Oficina, que o grupo gaúcho se apropria e o desenvolve até hoje. O atuador é visto neste trabalho como um realizador artístico de ato responsável por causa de sua postura ética com relação ao seu trabalho, seu posicionamento diante de sua comunidade e de seu público. PALAVRAS-CHAVE: Ator Atuador Ato Responsável Aqui Traveiz Tribo de Atuadores Ói Nóis PERFORMANCE E ATUAÇÃO COMO NASCE O ATOR E MORRE O LEITOR? Carlos Eduardo da Silva, Rodrigo Garcez, UFSC Regra geral, o primeiro contato de um leitor com um determinado texto vai do desconhecido ao revelador, do misterioso ao conhecido, conforme avança tal aproximação. Quiçá o primeiro contato de um público com uma performance teatral obedeça a mesma regra abstrata. Não haveria de ser diferente, no entanto, a evolução do relacionamento que o ator estabelece o texto de uma peça teatral, comportando-se o artista tal qual um leitor comum. Este artigo se ocupa de investigar e refletir sobre estes primeiros contatos, o momento ou período em que, o ator deixe de ser o “leitor dramatúrgico” e torne-se o “performer, atuador ou intérprete” da obra em questão. Essa investigação, busca no conceito de intercessores, de Deleuze, elementos e técnicas que visem acelerar esse processo e mais rápido promovam a "morte do leitor" para dar lugar ao "nascimento do ator", isto é, transformando a dramaturgia em “provocadora” de cena. Pois, para Deleuze a ideia de intercessores são quaisquer encontros que fazem com que o pensamento saia de sua imobilidade natural, de seu estupor. Sem os intercessores não há criação. Este conceito é aplicado aqui como todo elemento “provocador” ou disparador de outros conceitos e imagens sendo um potencial gerador de ações criadoras. O foco da investigação está na figura do ator: na relação que estabelece com a dramaturgia, esta o provoca e ele manifesta suas conseqüências. PERFORMANCE E ATUAÇÃO O CORPO EM RISCO UMA TRAVESSIA DA BODY ART AO TEATRO PERFORMATIVO Cassiana dos Reis Lopes Na década de 60/70 houveram sucessivas performances cujos artistas assumiam o próprio corpo como obra de arte, Body Art. Em determinados trabalhos eram realizadas escarificações, mutilações que intervinham diretamente sobre a pele por meio da dor, elas tinham a intenção de jogar com o risco desse corpo e a presença do público. Dentre tantos performers dessa época, o recorte desse artigo é feito a partir das obras de Marina Abramovic que continua efetuando suas performances de risco até os dias de hoje. Porém, o que se percebe é que o risco é construído de diferentes maneiras em suas performances atuais. Sendo assim, este artigo pretende verificar a modificação do conceito de risco nessas performances dependendo do contexto em que se encontram e sinalizar possíveis influências desses diferentes significados no teatro performativo. Apoio: FAP e UFPR. PERFORMANCE E ATUAÇÃO VIAS POSSÍVEIS E LEGAIS DE UMA ATUALIZAÇÃO: O JOGO, A CRÍTICA SOCIAL E A CONTEMPORANEIDADE NA ATUAÇÃO COM A COMMEDIA DELL'ARTE Deivid Ferreira Santana (Bolsa de Graduação 2012-2013/PROGRAD/UFU, Profª. Drª. Vilma Campos dos Santos Leite e Profª. Drª. Joice Aglae Brondani; Universidade Federal de Uberlândia - UFU) Este texto relata uma pesquisa em período inicial que busca uma apropriação dos elementos da essência da Commedia dell'Arte, procurando meios de obter uma atualização, permeada por uma aproximação das relações humanas contemporâneas. Para isso, busca-se a interação da máscara dell'Arte com o espectador no presente. Um dos objetivos dessa pesquisa é trazer o público para dentro do universo da cena e da máscara dell'Arte, visando um possível diálogo entre o “presente” e o “passado”. Busca-se configurar a prática como um sistema “universal”, problematizando questões que sejam inerentes aos dias de hoje, se utilizando dos elementos da Commedia dell’Arte , para que possa haver comunicação entre ator e público e o interesse em assistir uma arte inspirada em outra que é antiga. Uma das atividades dessa pesquisa é colocar a máscara em contato direto com transeuntes de espaços públicos, por meio do jogo de improviso, para estabelecer trocas entre máscara e espectador, de forma que possa haver uma intervenção no olhar crítico que o trabalho se propõe, podendo se influenciar com elementos provenientes desse contato no decorrer da pesquisa. O ato de considerar a recepção tem o intuito de nutrir a cena com elementos que contribuem no processo de formação do ator, especialmente no que concerne ao campo da improvisação teatral. Parte da pesquisa pretende focalizar no contexto social contemporâneo, para levantar questionamentos sobre nossas práticas cotidianas como seres imergidos em um coletivo, partindo do método utilizado pelos cômicos dell’Arte de abordagem dessa crítica do social, inerente ao seu cotidiano. Culminando na inserção dessas questões descobertas no âmbito da cena. Apoio: PROGRAD, UFU. PERFORMENCE E ATUAÇÃO O TEATRO EMANCIPADO Edelcio Mostaço; UDESC Uma reflexão sobre o teatro contemporâneo à luz de duas obras simétricas: A representação emancipada, de Bernard Dort, lançada em 1988 e O espectador emancipado, de Jacques Rancière, surgida em 2008. Entre outros elementos, a noção de emancipação ganha destaque: a emancipação é a liberdade para a elaboração de outros paradigmas. PERFORMANCE E ATUAÇÃO MEMÓRIAS DE UM CORPO EM TRANSFORMAÇÃO Eduarda Pereira da Silva, Orientadora Mara Leal; Universidade Federal de Uberlândia A vontade de estudar uma linha teatral na qual eu pudesse colocar as minhas próprias angustias e vontades, e aonde eu pudesse retratar um fato que é marcante na minha história de vida, me levou a estudar a performance. Por ser um campo aberto a várias possibilidades e também por permitir um caráter autobiográfico. Junto à um grupo de pesquisa formado por cinco mulheres, realizamos alguns estudos sobre praticas performáticas. E depois de muitas discussões sobre algumas performances e sobre alguns temas que poderíamos trabalhar, cheguei no tema que eu gostaria de estudar que é a fé. O interesse por este tema surgiu devido ao fato de ter crescido dentro de um ambiente religioso que direcionou boa parte de minha vida. A discussão sobre esse assunto através da performance pretende ser um convite para que os espectadores reflitam sobre o poder da fé e do uso ou abuso que as religiões fazem disso. Pretendo fazer um diálogo entre o teatro contemporâneo e a religião, trazendo através do meu corpo um olhar crítico sobre as influências religiosas que há muito tempo tem manipulado de todas as formas indivíduos e sociedades. Apio: Bolsa de Iniciação Cientifica- FAPEMIG PERFORMANCE E ATUAÇÃO A Performance do eu: A criação a partir da autobiografia Eduardo Bruno Fernandes Freitas (IFCE) Orientador: Fernando Lira Ximenes A Performance é uma linguagem artística relativamente nova quando comparada as outras linguagens já mais tradicionais, talvez seja por esse motivo que ainda nos pareça tão estranha e em alguns pontos não aceita pela critica. É a partir dos conhecimentos da historia e formação do movimento da performance apresentados por Renato Cohen em seu livro Performance como linguagem , as compressões de discurso presente no livro Introdução à analise do Discurso de Helena Brandão, junto com o artigo A performance solo e o sujeito autobiográfico de Ana Bernstein, que o presente trabalho se proporem a discutir a criação performática a partir das vivencias, memórias e lembranças do peformer. Dessa forma, compreender como o peformer mesmo fazendo uso de sua biográfica apresenta em sua obra de arte uma polifonia de vozes, mesmo que indiretamente e encobertar por memórias pessoais. Tornando-se, assim, um catalisador da sociedade, pois se constrói dentro dela, mas sem perder o caráter individual que o diferencia dos demais. PERFORMANCE E ATUAÇÃO RELAÇÕES ENTRE CONSCIÊNCIA E MEMÓRIA EMOTIVA Elida Strazzi Moreira Gomes, orientador: Eduardo Okamoto; Escola Superior de Artes Célia Helena Esta pesquisa é parte integrante do Grupo de Estudos da Performatividade da Escola Superior de Artes Célia Helena. Aborda as relações entre consciência e memória emotiva com o objetivo de potencializar o trabalho do ator por meio da compreensão e uso adequado deste procedimento desenvolvido por Stanislavski. Se a consciência entrelaça corpo, emoções, intelectualidade, sentimento e história, o entendimento de como esse processo se dá em relação a uma memória emotiva, traz a possibilidade de potencializar o uso desse recurso utilizando-o de maneira mais eficaz. Fundamenta-se a memória emotiva utilizando-se textos e artigos de Stanislavski, Kusnet e Guinsburg, para desmistificar conceitos equivocados que se relacionam a este elemento da primeira fase de estudos do diretor russo. O conceito estudado de consciência é fundamentado pelas pesquisas do neurocientista Antonio Damásio e pelos cientistas cognitivos George Lakoff e Mark Jhonson. A correlação entre consciência e memória emotiva é abordada por meio dos estudos de Rhonda Blair e Bruce McConachie. Apoio: FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo PERFORMANCE E ATUAÇÃO O INVISÍVEL ERODIDO: POSSIBILIDADES DESFIGURATIVAS DO FESTIVAL “RENCONTRES IMPROBABLES 6”. Elisa Schmidt; CAPES PPGT UDESC Neste artigo descreve-se as percepções absorvidas no festival de performances “Rencontres Improbables 6”, que ocorreu em novembro de 2011 em França, nas cidades Bayonne, Biarritz e Anglet. A partir da experiência crítica de observação das interfaces das performances, desdobram-se reflexões acerca das possibilidades da argila como ferramenta expressiva da desfiguração em arte. Elabora-se a reflexão sobre: “Danse du Chao”, de Ghel Nikaido, “Transfiguration” de Olivier De Sagazan, “Transfiguration Hybridization”, de Marie Cardinal e Olivier De Sagaza, “Gigotronc”, de Félix Fujikkon e Blandine Voineau, “Transit”, de Olivier De Sagazan, Richard Nadal e Lisa Grimaud. Nestas performances o sujeito rompe-se, arruína-se e transborda os limites do que pode o corpo. Este sujeito erodido pela argila é chave para atacar questões ontológicas sobre a carne humana, bem como as relações entre o invisível que está visível em cena. Apoio: Cnpq, PPGT UDESC e Ministério da Cultura – Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural. PERFORMANCE E ATUAÇÃO ATOR OU PERFORMER? Flaviano Souza e Silva, Orientadora: Professora Dra. Mariana de Lima Muniz; Escola de Belas Artes; Universidade Federal de Minas Gerais Sobre o prisma dos estudos da performance, o presente artigo busca realizar uma análise das características do “ser ator de teatro” e do “ser performer”, artista que se dedica às atividades performativas. Qual a aproximação e a diferença entre ambos? É realmente possível diferenciar o termo “ator” do termo “performer”? Não seria o ator um performer? O performer pode ser encontrado em peças teatrais “tradicionais”? O artigo apresenta ainda um panorama do desenvolvimento do termo “performance”, desde a sua origem nos anos de 1960, sua aproximação com o movimento de arte conceitual denominado “Body Works” nos anos de 1970, até a sua dificuldade de classificação nos dias atuais. Discute, ainda, definições de termos contemporâneos como “Teatro Pósdramático” e “Teatro performativo”. Agência de Fomento que apóia a pesquisa: CNPq PERFORMANCE E ATUAÇÃO VIRTUOSISMO E DISFUNÇÃO: O GROTESCO NA HISTÓRIA DO MODERNO CIRCO OCIDENTAL Flávio Eduardo Lira Filho, Orientador: José Tonezzi; Departamento de Artes Cênicas; Universidade Federal da Paraíba. Este plano de trabalho vincula-se à pesquisa intitulada O teatro das disfunções, do grupo Teatro: tradição e contemporaneidade, do CNPq. Dando continuidade ao plano anterior, que tratava do Teatro do Bizarro, tem como propósito a realização de um panorama histórico do circo moderno, levando em consideração os parâmetros proposto por Alice Viveiros de Castro em que o espaço do circo semelhante ao que conhecemos hoje tem duzentos anos. O foco desta pesquisa é o corpo virtuoso, disforme ou desproporcional, que se torna espetacular no decorrer da história do circo moderno, assim como aqueles que alcançam resultados extraordinários através do treinamento físico e técnico. Dentre tais atrações, podem ser citados: anões, “gigantes” e outros fenômenos da natureza (como “a mulher barbada”), contorcionistas, engolidores de fogo e de objetos, acrobatas, trapezistas e funâmbulos que, com suas exibições, perturbam o olhar e acabam por estimular no público reações de êxtase e de tensão, de repulsa e de prazer, várias delas tidas como inerentes ao universo do grotesco. Apoio: CNPq. PERFORMANCE E ATUAÇÃO MÁSCARA, ROSTO, BURACO NEGRO Frederick Magalhães Hunzicke, orientadora: Profa.Dra. Neyde Veneziano e coorientador: Prof.Dr. Renato Ferracini. O presente artigo visa pensar a arte do ator na perspectiva da utilização de um recurso cênico para a formação do ator contemporâneo. A máscara teatral e a pedagogia do uso da máscara neutra e expressiva, especificamente da commedia dell ́arte, podem ser úteis ao aluno-ator contemporâneo? Uma pergunta que será debatida a partir das proposições filosóficas de Deleuze, Guattari e José Gil. Fizemos uma reflexão a partir da ideia do Corpo Sem Orgãos -CsO- deleuziano para pensar como a utilização da máscara teatral pode ser feita com o corpo todo, disponibilizando uma expressão completa, envolvida numa forma de expressão de ação corpórea. E também, pensamos a memória, como recriação do vivido na linguagem da commedia dell ́arte que recria os tipos-fixos. E o processo pedagógico de Jaques Lecoq que fez uma atualização das máscaras teatrais e recriou outras como a Máscara Neutra. Palavras-chave: Artes Cênicas, Máscara teatral, filosofia da arte. Interpretação. PERFORMANCE E ATUAÇÃO ESTADOS COMO PROCESSO DE ATUAÇÃO NO ESPETÁCULO PEQUENOS BURGUESES Giovanna Silveira Colombi; UDESC Este artigo terá como foco principal relatar as atividades de pesquisa realizadas no segundo semestre de dois mil e onze, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), pelo Núcleo de Pesquisas sobre Processos de Criação Artística (ÁQIS), do qual sou bolsista, coordenado pelo professor André Carreira. O núcleo é formado atualmente por alunos de graduação, mestrado e doutorado, o que estimula o desenvolvimento de diversos pontos de vista, a partir da realidade de cada um. Reflete-se sobre o conceito de “teatro ambiental” relacionado com as práticas do site specific. Relatarei sobre minha experiência pessoal nesse laboratório de práticas criativas, tendo como matéria prima os “estados” e com um produto final resultando no “aqui e agora”, que no caso foi o espetáculo-experimento: “Pequenos Burgueses”, de Máximo Górki. Ficha de Inscrição para o II Seminário de Pesquisa em Artes Cênicas – 21 e 22 de maio de 2012. PERFORMANCE E ATUAÇÃO CA FESTA POPULAR NA CENA TEATRAL DA CIA. SÃO JORGE DE VARIEDADES Ive Novaes Luna (Promop), Orientador: Prof. Dr. André Luis Antunes Carreira; UDESC Este artigo trata do conceito de festa e da aproximação deste com o espetáculo teatral, uma vez que ambos propõem um estado festivo, celebratório, e uma comunhão entre público e artistas, quando se forma um corpo único, coletivo, sendo a música, invariavelmente, o elemento aglutinador que faz com que os participantes se reconheçam como tal, anfitriã do grande encontro. Para ilustrar a aproximação acima proposta, e como, neste caso específico, a música é ato teatral, o artigo faz uma breve análise do espetáculo Bafaronda, encenado pela Cia. São Jorge de Variedades, de São Paulo, dirigido coletivamente pela companhia, coordenado pela atriz Patrícia Gifford, e com direção musical do músico Lincoln Antonio, que divide as composições com Jonathan Silva. Barafonda é um espetáculo itinerante, que percorre quase dois quilômetros do bairro paulista Barra Funda, apresenta cento e cinquenta figurinos e conta com dois carros alegóricos. Através da análise deste espetáculo podemos ter uma mostra de como a festa e, sobretudo, a festa popular, está contida na cena teatral. Apoio: Promop PERFORMANCE E ATUAÇÃO A REFREXÃO DO CORPO NO ESPAÇO NO UBU REI Juliana Goldfeder, Orientadora: Ivana Vitória Deeck Fuhrmann; FURB A reflexão realizada acerca do corpo no espaço no espetáculo “Ubu Rei” é fruto do Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado na forma de um Memorial Descritivo. A montagem teatral escrita por Alfred Jarry, e co-dirigida por Pita Belli e Tanya KaneParry, foi realizada por intermédio das atividades curriculares da disciplina Prática de Montagem III do Curso de Artes – Bacharelado em Teatro da FURB, desenvolvida no segundo semestre de 2011. A presente pesquisa reflete as percepções e constatações colhidas pelo meu corpo nos momentos de atuação em ensaios e apresentações, e relatadas em diário de campo. O objetivo do trabalho é de propor um estudo sobre a relação da montagem com o corpo e o espaço do ator-bailarino, especificamente do personagem Rainha, bem como analisar os movimentos e suas particularidades. Os dados apontaram que corpo e espaço interagem concomitantemente com os impulsos internos, sem fragmentação, e sempre estão interagindo com o contexto e sua totalidade. Palavras-chave: Corpo; Espaço; Memorial Descritivo; Montagem Teatral PERFORMANCE E ATUAÇÃO INTERDISCIPLINARIDADE NO TEATRO-MUSICAL – EXPERIMENTAÇÕES E VIVÊNCIAS BERGAMIN, Kaio Armando Gomes; GONZÁLES, Matheus; ALVES, Renan; BRACK, Rosemari (orientadora) Com essa pesquisa, almejamos dar continuidade ao nosso trabalho com relação à interdisciplinaridade artística proposta pelo teatro-musical. Desta pesquisa, conseguimos compreender que Teatro-Muscial explora a musicalidade do ator – corpo/voz, dança e música – e mesmo que elas aparentemente trabalhem de forma segmentada, a função da interdisciplinaridade é fazer com que todas elas trabalhem juntas Teatrando, Musicando, Dançando, buscando sempre uma organicidade no trabalho, um trabalho mais fluente. Buscar-se-á, portanto, desvelar a prática do teatromusical de forma interdisciplinar no trabalho de ator. Como objeto de pesquisa, foi criado um grupo de extensão universitária na Faculdade de Artes do Paraná – FAP, composto por sessenta pessoas, coordenado por Kaio Gomes Bergamin, Matheus Gonzáles e Renan Alves, para que possamos experimentar, vivenciar, discutir e escrever sobre a prática do teatro-musical, por entendermos que através da dança, do teatro e da música, podemos expressar nosso ser artístico; sendo assim, porque não trabalhá-las juntas? No decorrer do projeto de pesquisa, buscamos entrelaçar nossas pesquisas sobre o Teatro-Musical (ainda em experimentação) com nossas vivências dentro e fora da academia, com pesquisas históricas sobre os musicais no Brasil, sobre as formas de fazer teatro-musical a partir do modelo Broadway, seguindo para uma pesquisa e o trabalho do ator-interprete-bailarino contemporaneidade. Apoio: Faculdade de Artes do Paraná - FAP dentro da montagem musical na PERFORMANCE E ATUAÇÃO PERFORMATOR: OS EFEITOS DA PRESENÇA E SUA INTIMIDADE COM O REAL NA CENA CONTEMPORÂNEA Laudemir Pereira dos Santos (Lau Santos); Orientador: Prof. Dr. André Carreira; Programa de Pós-Graduação em Teatro (PPGT / UDESC). O presente artigo tem como objetivo detectar nas inter-relações estabelecidas pelo performator, no momento da atuação, rastros que fazem da Presença um elemento mediador, ou melhor, delator da fronteira do real e do ficcional na cena contemporânea. As reflexões deste texto encontram-se apoiadas em um tripé de binômios: real/ficcional; presença/ausência; expectação/atuação. Para tanto, dialoga-se com os escritos de José Antonio Sanchez, Richard Schechner e Romeo Castellucci. Assim, a experiência fenomenológica do encontro entre performator e espectador é considerada aqui a partir de um corpo/delator, isto é, o corpo que é visto, o corpo exposto, “escaneado” pelos olhos daquele que observa. Palavras-chave: Presença; Performator; Real; Ficcional. PERFORMANCE E ATUAÇÃO O ESPECTADOR TRANSFORMADO: PENSANDO AS MODIFICAÇÕES NO LUGAR DO ESPECTADOR A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS EM PERFORMANCE E TEATRO Ligia Ferreira, Bolsista CAPES; Orientador: André Carreira; PPGT/UDESC O artigo pretende discutir algumas questões provindas da minha experiência na disciplina “O Ator e o Performer: tensões, vazios e zonas de imbricação”, ministrada pelo Prof. Dr. Mateo Bonfitto e oferecida pelo Programa de Pós-Graduação em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina. Uma das questões que mais reverberou em mim na referida disciplina foi a possibilidade do performativo de influenciar, deslocar e transformar o papel do espectador no acontecimento cênico. Dessa forma, esse trabalho pretende debater essa questão, buscando compreender essa possível modificação que transfere o público de um lugar de passividade para um lugar ativo de participação. Entendo que o performativo nasce de um período de renovações e miscigenações nas artes, onde experiências como a performance, os happenings, o teatro experimental, a dança, se transformaram e influenciaram mutuamente. No contexto desse trabalho pretendo me dedicar à compreensão de como a performance e o teatro experimental deslocaram essa questão específica em relação ao espectador. PERFORMANCE E ATUAÇÃO ESTADOS EM JOGO Lucas Heymanns (PIBIC-CNPq; André Carreira; CEART - UDESC) Estados em Jogo é um relato dos processos laboratoriais do ÁQIS - Núcleo de pesquisa sobre processos de criação artística, grupo de pesquisa coordenado por André Carreira, e de minha experiência enquanto ator-pesquisador no grupo e no espetáculo-laboratório Os Pequenos Burgueses. A pesquisa desenvolvida pelo ÁQIS é a de uma interpretação a partir de estados anímicos, onde o espetáculo-laboratório é uma instância de trabalho experimental. O objeto desse estudo é o jogo da modulação dos estados pelos atores e a resposta às modulações dos estados alheios. Como instrumento de pesquisa, utilizamos um procedimento de associação livre com um cenário e um texto realista com o fim de criar espaço para diferentes níveis de improvisação e respostas no aqui e agora da representação. O texto agrega-se à representação como uma camada sobreposta ao jogo dos estados, criando contrastes que ressignificam ambos – estado e dramaturgia. Destarte, o estado não visa narrar a situação dramática, e sim agregar a ela outro elemento. Essa justaposição cria novos sentidos e desloca a interpretação para um nível não representacional – o contraste, seja qual for ou o quão explícito for, constrói certa profundidade neste conflito entre o material dramatúrgico e o ator em jogo com o estado. O presente trabalho expõe os procedimentos criativos e técnicos da interpretação com estados e faz uma reflexão a partir da pesquisa que vem sendo feita pelo núcleo desde 2007, pensando os estados através de teorias de Grotowski, Schechner e Merleau-Ponty e buscando novas possibilidades de procedimentos performáticos. Apoio: CNPq. PERFORMANCE E ATUAÇÃO ESTADOS: UMA EXPERIÊNCIA INICIAL COM O ESPETÁCULO OS PEQUENOS BURGUESES Marcos Laporta, Orientador: André Carreira; UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina O presente artigo busca refletir sobre o método de atuação através de Estados psicofísicos, desenvolvido pelo ÁQIS – Núcleo sobre Processos de Criação Artística, coordenado pelo professor André Carreira. O método foi testado no Espetáculoexperimento “Pequenos Burgueses”, de Máximo Gorki. O espetáculo-experimento integra o projeto Teatro e Ambiente, que vem sendo desenvolvido desde Junho de 2011, no qual se busca experimentar práticas criativas atorais através do ambiente cênico. Além da vertente laboratorial de investigação do projeto, há uma vertente teórica, na qual se estuda principalmente os conceitos de Teatro Ambiental de Richard Schechner. No trabalho, falarei sobre minha experiência prática inicial com o método, articulando a prática com a investigação teórica. Apoio: Bolsista de Iniciação Científica (Ic) – Cnpq PERFORMANCE E ATUAÇÃO MOVIMENTO DA ARTE PELA BARBÁRIE E PEDAGOGIA DA “DESRAZÃO” Marianna F. M. Monteiro; Professora Doutora da Universidade Estadual Paulista “ Julio de Mesquita Filho”- Unesp. Nessa comunicação pretendo discutir alguns aspectos da prática de coletivos teatrais paulistanos, percebendo a articulação entre produção artística e mobilização política nesses grupos como uma só face da mesma moeda: as performance estética não se desvinculam do drama social, confundem-se com a própria luta política. Uma produção teatral que se pensa no bojo de movimentos sociais e que não pode ser compreendida fora dessa proposta. Essa forma de compreender a relação entre produção estética e movimentos político, é analisada tendo como foco o momento em que o movimento ensaiou uma nova e, controvertida palavra de ordem: Movimento da Arte pela Barbárie. Busca-se compreender o sentido dessa palavra de ordem, à “contrapêlo” do lema inicial que mobilizou outrora o movimento. Qual o sentido dessa mudança ? Na segunda parte da comunicação pretendo analisar a prática pedagógica da II Trupe de Choque coletivo teatral que desenvolve seu trabalho no Pinel, antigo hospício em via de desativação, sob o título de pedagogia da “ desrazão”. Pretendo confrontar as práticas pedagógicas desse grupo com as propostas da Arte pela Barbárie buscando contribuir para a compreensão das relações entre a macro e micro política, no interior do movimento de teatro de grupo paulistano. Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo- FAPESP PROCEDIMENTOS IMPROVISACIONAIS À LUZ D’OS VIEWPOINTS : A ILUMINAÇÃO CÊNICA E OS PRINCÍPIOS DOS VIEWPOINTS. Marina Ferreira Andrade (bolsista de Iniciação Cientifica, Orientador: Narciso Telles; Universidade Federal de Uberlândia) O texto busca relacionar as possíveis intersecções dos princípios da iluminação cênica com os conceitos contidos na prática dos viewpoints - procedimentos de treinamento do ator e de criação cênica organizados para o teatro por Anne Bogart. Tais procedimentos são fundamentados por ideias atemporais e que pertencem aos princípios naturais da tríade movimento/tempo/espaço. O princípio fundamental que perpassa todas as etapas do procedimento é o de relação. Partindo dessa ideia é que surge a vontade de trabalhar a luz em cena como mais um elemento em jogo para a criação, com a qual o ator/performer/bailarino deve se relacionar e criar, conscientemente, um discurso cênico seja partindo de improvisações livres (como os open viewpoints) como também daquilo que Anne Bogart e Tina Landau chamam de Composição. Quais são as formas de se pensar a iluminação como elemento com o qual podemos “jogar” e nos relacionar, tanto quem faz a cena (o ator/performer/bailarino) tanto para aquele que a lê (diretor/espectador)? Como trazer a perspectiva de se pensar a luz também como elemento criador de sentido para a cena relacionando esse processo com os conceitos dos viewpoints? A iluminação se coloca posta como elemento antes da participação do ator em cena ou o ator cria e a luz ilumina? Qual a diferença presente nesses dois processos? Como combinar os elementos da iluminação, como cor, direção, sentido e intensidade com o intuito de criar uma ambientação com um toque de erotismo tal como propõe Anne Bogart em A Preparação do Diretor? Essas são as questões que norteiam essa etapa da pesquisa. Apoio: CNPq. PERFORMANCE E ATUAÇÃO DARIO FO NO BRASIL: A RELAÇÃO GESTUALIDADE - PALAVRA NAS CENAS DE A DESCOBERTA DAS AMÉRICAS DE JULIO ADRIÃO E IL PRIMO MIRACOLO DE ROBERTO BIRINDELLI Pesquisadora: Melize Zanoni (A pesquisa foi realizada entre 2006 e 2008; orientação do Profº Dr Milton de Andrade Leal Jr; Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Teatro - UDESC) Esta pesquisa investiga em que dimensão a formalização de procedimentos provenientes do teatro-solo de linha física, no qual a cena é determinante do texto falado, oferece caminhos concretos para um problema específico da arte teatral: a relação gestualidade palavra. Para a problematização do tema desta pesquisa, foram analisados dois trabalhos apresentados por grupos brasileiros que possuem como base para sua dramaturgia os monólogos escritos pelo ator e dramaturgo italiano Dario Fo: A descoberta das Américas, representado por Julio Adrião, dirigido por Alessandra Vannucci e produzido pelo Núcleo de Produção Leões de Circo Pequenos Empreendimentos do Rio de Janeiro, e Il Primo Miracolo, representado e dirigido por Roberto Birindelli, da Cia do Bebê de Porto Alegre. A pesquisa está centrada na análise de alguns elementos que constituem as partituras gestuais destes espetáculos e sua relação com o texto, tais como: repetição, fragmentação, quebras, descrição, criação de sentido, corporificação do texto e suas relações intertextuais. O trabalho foi desenvolvido no PPGT (Programa de Pós-Graduação em Teatro da UDESC) Apoio: Bolsa PROMOP (UDESC). PERFORMANCE E ATUAÇÃO O CORPO E A NOÇÃO DE PRESENÇA NO MOMENTO DO CONTATO Autora: Milene Lopes Duenha (Bolsa PROMOP; Orientadora: Prof. Drª Sandra Meyer Nunes; Instituição: UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina) O trabalho que se pretende apresentar refere-se à investigação da evidência da presença do artista considerando os aspectos relacionais da exposição da pessoa/artista perante o público, e da articulação entre os elementos de composição e apresentação da obra. Tal proposta se localiza na produção contemporânea em arte que se faz por meio da fusão de linguagens, caracterizando-a como híbrida. Esta pesquisa pretende identificar possibilidades de contaminação no corpo e consequente alteração de estados corporais que possam emergir destas relações, articulando elementos em favor das possibilidades expressivas do artista. Para tanto serão utilizados estudos sobre a noção de presença cênica, sobre o hibridismo nas artes presenciais e sobre a neurociência. Neste trabalho se pretende a reunião de teorias e reflexões em favor da busca de abertura às relações com o ambiente de modo a potencializar a expressão do artista seja ele ator, bailarino ou performer. PERFORMANCE E ATUAÇÃO IMAGEM E IMAGINAÇÃO NO TRABALHO DO ATOR Nadiana Carvalho, Orientador: Éden Peretta; Universidade Federal de Ouro Preto; Instituto de Filosofia, Artes e Cultura. Com o intuito de compreender como se ativa e se perpetua o fluxo da imagem no trabalho do ator, este estudo pretende abordar a imagem como objeto de criação presente tanto na relação com o imaginário como na materialização desta através do corpo. A primeira direção indicada possui dimensões prioritariamente abstratas, referindo-se à relação ficcional com a imagem; a segunda, por sua vez, se preocupa em aprofundar na metodologia de materialização da mesma, isto é, investigar por quais veículos o corpo perpassa e/ou quais elementos se dispõem para concretizar a imagem ficcional no tempo presente e no espaço real. Trata-se, desta forma, de uma análise no treinamento do ator que pretende abordar o trabalho a partir da associação direta entre o corpo e a imaginação, ou ainda concedendo conceitos semelhantes aos mesmos. “Corpo” pode ser entendido, nesta perspectiva, como a materialização da memória, das lembranças, das imagens internas, e “Mente” como o corpo desses respectivos registros. Ambos se inter-relacionam entre si criando um fluxo bidimensional e bidirecional da imagem para o trabalho de criação do ator. Desta forma, o estudo pretende apresentar uma metodologia de trabalho corporal, que se atente para a materialização do discurso imagético do ator. PERFORMANCE E ATUAÇÃO TÉCNICA DE BUFÃO: ESTUDO E PRÁTICA Nykaelle Aparecida Pereira de Barros, Orientador: José Tonezzi; Departamento de Artes Cênicas; Universidade Federal da Paraíba. O plano de trabalho PIBIC, intitulado Técnica de bufão: estudo e prática, que está vinculado ao Grupo de Pesquisa Teatro: Tradição e Contemporaneidade dando continuidade a um plano anterior que lhe serviu de base e que tratava do cômico, do grotesco e do bufonesco. O estudo tem por objetivo aprofundar questões inerentes ao bufão, personagem grotesco que reúne em si peculiaridades e desdobramentos que requerem maior detalhamento investigativo, desenvolvendo questões sobre sua estética ao longo da história e como ele se manifesta nas artes cênicas contemporâneas. Partindo de pesquisa bibliográfica, análise de espetáculos com características bufonescas e artistas que trabalhem com o universo do bufão, esta pesquisa pretende discutir as incidências desta categoria cômica nas práticas cênicas da atualidade, observando recursos e procedimentos ligados à atuação, à dramaturgia e à encenação. A primeira etapa pretende compreender o universo bufonesco com reflexões a partir do processo civilizatório do Ocidente, com a observação das mudanças de comportamento social e referências encontradas ao longo do tempo sobre a arte da bufonaria, sobretudo na Idade Média. Para tanto, servem como base os estudos de Norbert Elias e o conceito de mundo às avessas preconizado por Mikhail Bakhtin. Analisando o corpo, a imagem e o comportamento grotesco do bufão, iremos discutir as relações estabelecidas entre este e o espectador, percebendo as reações geradas através deste ser ambíguo e enfatizando sua importância como um personagem crítico indispensável à arte com suas intervenções impactantes. Apoio: CNPq. PERFORMANCE E ATUAÇÃO DESENHOS FICCIONAIS E O NOVO ESTATUTO DO CORPO DEPOENTE Autora: Patricia Leonardelli, coordenador: Renato Ferracini; LUME; Unicamp. O artigo analisa as relações entre tempo e performatividade a partir das noções de memória como recriação do vivido, proposta por Henri Bergson e relida por Gilles Deleuze, e de tempo reflexivo, apresentada por Pierre Lèvy. Nosso estudo se debruça sobre as singularidades do tempo da criação como duração de vetores endógenos de circunscrição, atualizados pelos desenhos específicos de cada processo de criação, e que problematizam o tratamento convencional sobre as relações entre tempo e trabalho tomadas do cotidiano. Nesse sentido, o tempo poético (reflexivo) comporta diagramas de dinâmicas infinitas, e permite a exploração potente dos múltiplos estados e campos de afetação possíveis aos corpos criadores-depoentes tanto no momento da preparação de uma obra/depoimento pessoal quanto no encontro com o público. Debateremos, à luz de tais conceitos, as condições que permitem a instauração dos campos da teatralidade e da performatividade, e as transformações que afetam o corpo depoente em tais processos, para, dessa reflexão, sugerir uma perspectiva ampliada de formação do ator contemporâneo. Apoio: Fapesp. PERFORMANCE E ATUAÇÃO O PERFORMER E A IDENTIDADE CULTURAL PÓS-MODERNA Paulo Victor Chagas Aires; UFC Os movimentos cênicos ocorridos durante o final do século XX abrem novas possibilidades de construção da arte que não o da representação. A partir disso, foco minha análise na performance autobiográfica buscando uma relação do artista/homem e sua identidade, analisando que na modernidade tardia existe um deslocamento dessa identidade que passa a ser híbrida, assim como a arte que começa a ser desenvolvida na época. Discuto como essa fragmentação de identidade ressonou na performance e no teatro contemporâneo, destacando que a fragmentação da identidade humana se torna “modo” de realização da cena, composta cada vez mais de dissonância da formação do indivíduo pós moderno. Articulo o pensamento a partir de pensadores da teoria da performance como Eleonora Fabião e Renato Cohen, agenciando com pensamentos de Stuart Hall sobre identidade cultural na pós-modernidade. PERFORMANCE E ATUAÇÃO SENSAÇÃO, CORPO E ORGANICIDADE Priscila Genara Padilha, Sandra Meyer; Universidade do Estado de Santa Catarina Este trabalho pretende refletir de que maneira a sensação, aliada a ação física pode se transformar em procedimentos de uma pedagogia atorial que não se pauta pela representação ficcional. Para isto buscam-se referências em três experiências teatrais: a criação de um monólogo, a direção de outros atores e a participação em uma oficina. Tais práticas circunscrevem um mesmo território, o da sensação. Para fundamentá-lo são convocados Fernando Pessoa, Gille Deleuze, Félix Guatarri, Konstantin Stanislavski e José Gil, sendo que a teoria colabora com as práticas na tentativa de entender um processo atorial de cunho sensacionista. PERFORMANCE E ATUAÇÃO A MATERIALIDADE ESTÉTICA DA VOZ EM OS DOCES BÁRBAROS Priscila Marinho; orientador: Edélcio Mostaço; UDESC Palavras-chave: tropicalismo; intérprete; performance; poesia oral. O artigo efetua um estudo analítico da voz falada e cantada como instrumento poético, tomando como análise o espetáculo pós-tropicalista Os Doces Bárbaros, criado em 1976. Concentra-se nos contrapontos e estranhamentos suscitados entre o dialogismo da obra vocal, dentro do contexto cultural efervescente da época e sua caracterização teatral, tomando como base analítica o documentário realizado pelo cineasta João Cleber Azulay. Ponderam-se questões de ordem ontológica do fazer teatral, num primeiro momento do artigo, traçando-se a seguir uma trajetória estética de momentos históricos do tropicalismo e da formação do grupo para, em seguida, investigar-se a operação de conceitos e saberes artísticos ali presentes. Apoio: UDESC e CNPq PERFORMANCE E ATUAÇÃO IMPLICAÇÕES ESTÉTICAS DO CORPO NA CENA CONTEMPORÂNEA A PARTIR DA PRÁTICA DO BALLET CLÁSSICO Jhonatan Machado Rios e Priscilla K. S. Vieira (Universidade Federal de Uberlândia) O presente trabalho propõe a reflexão acerca da prática do ballet clássico e sua contribuição para a qualidade do trabalho do artista na cena contemporânea brasileira. A análise parte do principio estético e funcional do corpo, ou seja, a construção de linhas corporais bem definidas, o fortalecimento e flexibilidade muscular, limpeza e clareza de movimentos e o modo como tal prática relaciona-se às práticas improvisacionais que têm como principio a percepção sensível do corpo (escuta extraordinária e foco suave, ambos conceituados por Anne Bogart) e por conseguinte, com procesos criativos. PERFORMANCE E ATUAÇÃO ATLETISMO AFETIVO: DESLOCAMENTOS Renato Ferracini, Pq C, LUME - UNICAMP O termo Atleta Afetivo de Artaud se coloca em qual território de pensamento? O termo pode parecer levar a uma questão polar: o afetivo ao invés do racional, gerando uma polaridade razão – sentimento. Será que esse termo cunhado por Artaud reflete esse binarismo simplista? Definitivamente não. O afetivo aqui deve ser lido como uma potência de afetar e ser afetado, um território e um campo de afeto que passa pela experiência de um conjunto de práticas. Dessa forma o termo “afetivo” gera um campo de experiência e por ser esse campo impele uma contaminação. A peste artaudiana passa por essa contaminação e não pela escolha polar entre um termo e outro de um binarismo razão-emoção. O mesmo se dá com o termo “atleta” que não pode ser reduzido a um competidor ou sujeito que escolhe entre o corpo e o racional. O destriçamento desses dois termos, seja em seu caráter singular (termos singulares) seja em sua potencia de conjunto pode realizar o deslocamento e uma reflexão potente para a arte de ator que escape das simples polaridades e escolhas entre termos. FAPESP, CNPq. PERFORMANCE ATUAÇÃO O BANQUETE: O DIA EM QUE A NUM-SE-PODE COMEU SEU SAPATO VERMELHO DE SALTO ALTO E LAMBEU O PRATO DE PORCELANA BRANCA; A DANÇA NO PÁTIO; E A PELEJA DO CISNE NEGRO COM A BAIADORA Silvana Maria Santana de Oliveira, Orientadora, Profª Drª Renata Bittencourt Meira; IARTE- UFU – Universidade Federal de Uberlândia. O Banquete é uma metáfora que usarei para as reflexões acerca dos resultados do trabalho desenvolvido na Disciplina Pedagogia (s) do Teatro, do Curso de Pós- Graduação em Artes da Universidade Federal de Uberlândia - 2011, ministrada pelo professor-doutor Narciso Larangeira Telles com duração de dezoito semanas. Nesse período, foram realizados encontros de trabalhos práticos com os temas: “Os viewpoints e a composição: ‘novas’ perspectivas de construção do conhecimento; O pós-dramático, a performance e a pedagogia do teatro”. Essa experiência resultou em work process: a fruição de um processo de criação (que permaneceu em aberto) e já não se localizava no espaço-tempo e proposta da própria disciplina, mas reverberou para o âmbito do indizível, da imanência. O que me permitiu trilhar um percurso sensório, de interstícios, interdição, prazer e dor, ruptura, comoção e a captura de outros níveis de percepção: estesia, paixão, encanto e carnalidade. Como em um banquete - a vida nua, a carne viva. No banquete, o corpo está rebelado de si mesmo, do tempo e do espaço, entregue à criação, ao indômito. Discorro sobre as contribuições decorrentes desse percurso, que é o work in process, a partir dos viewpoints, source work e composição, em que o corpo experimentou a dimensão do infinito e foi servido como num banquete - onde há o encontro da fome com a vontade de comer – originando o escopo de uma proto performance e, a partir disso, um processo intenso de criação. Apoio : CAPES. PERFORMANCE E ATUAÇÃO ‘BAILANDO’ COM OS FILÓSOFOS: O ATOR EM BUSCA DA POESIA Valquiria Vasconcelos da Piedade, Orientador: Dr. Edélcio Mostaço; UDESC Esta pesquisa tem como objetivo investigar o ator como uma manifestação do ser (devir), a partir da filosofia de Friedrich Nietzsche e de Martin Heidegger. Entendendo o ator a partir desta perspectiva traçaremos alguns paralelos com autores que questionam o sujeito inserido no contexto vigente da sociedade. Os autores que contribuirão para esta análise são: Michel Foucault e Theodor Adorno. Depois de entendido e conscientizado que o ator é também o sujeito em sociedade, pergunta-se: como este ator pode vir a acontecer poeticamente? A partir do conceito de ‘aura’, do hic et nunc – ‘aqui agora’ – proposto por Walter Benjamin será trilhado uma investigação para responder a tal questão. Como possíveis conclusões para o ‘acontecer poético’ do ator serão propostos alguns olhares também poéticos: ‘jogo do equilíbrio’ entre os deuses do teatro – Apolo e Dionísio, a partir de uma perspectiva nitzscheniana; aguçar no ator sua vontade de potência, também em uma perspectiva nietzscheniana; além de uma ‘percepção infantil’, no sentido de saudação inebriante à vida e à disposição ao jogo (no aqui agora) a partir dos olhares de Walter Benjamin e Giorgio Agamben. A metodologia de cunho bibliográfico-histórico, ontológico e fenomenológico buscará um olhar compartilhado dos diversos saberes: filosofia, sociologia, história, teatro, poesias, biologia, entre outros. Pois, entende-se que a prática teatral se relaciona com outras formas de pensar e imaginar o mundo a não ser o próprio teatro, propiciando à pesquisa um caráter interdisciplinar. Palavras- Chave: Ator; devir; vontade de potência; aura; percepção infantil. Apoio PROMOP UDESC PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS COMPOSIÇÃO E MEMÓRIA: A CRIAÇÃO COMO EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA. Adriana Moreira Silva. Narciso Larangeira Telles da Silva. Programa de PósGraduação em Artes – Universidade Federal de Uberlândia. A idéia de composição é vinculada aos princípios e conceitos dos viewpoints. De caráter improvisacional, os viewpoints ampliam as possibilidades de criação dos atuantes, por meio de uma prática que visa à relação com o espaço/tempo (arquitetura, topografia, gesto, forma, relação espacial, duração, tempo, resposta sinestésica, repetição). A composição é o auxilio para selecionar e combinar componentes da linguagem teatral em um trabalho de criação de cenas. Esse procedimento de criação realiza-se a partir de uma ‘lista de ingredientes’ que indicam quais elementos deverão estar presentes na cena. Como uma experiência pedagógica é essencial que esses elementos apareçam de modo a contextualizar e impulsionar a prática que está sendo proposta. O trabalho com memórias no espaço escolar possibilita que alunos/atuantes se coloquem como agente de seus próprios contextos, dando-lhes a possibilidade de recriar experiências passadas no presente efêmero do aqui/agora. Quando colocadas em relação aos princípios dos viewpoints, as memórias que antes eram individuais tornam-se coletivas, pois são afetados por outras percepções, sensações e sentimentos que mobilizam outras formas de leitura e interpretação do fato passado. Esse procedimento visto como prática pedagógica potencializa as escolhas de materiais, ajuda a organizar o pensamento acerca do assunto que é abordado e prioriza o entendimento pelo fazer teatral. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DO EXPERIMENTO POÉTICO COMO MÉTODO DE PESQUISA E DE FORMAÇÃO DE TEATRO DE GRUPO Adriano Moraes de Oliveira; UFPel. O presente texto busca evidenciar os principais procedimentos utilizados nos experimentos poéticos como um método de pesquisa de teatro de grupo. Os procedimentos foram compostos a partir do entendimento de que um experimento poético promove uma experiência com o sensível: a forma e a ação. Nesse sentido, no Núcleo de Teatro da UFPel, cunhou-se uma série de procedimentos tais como estudos dirigidos, exercícios práticos com poéticas teatrais tradicionais, adjetivação do produto resultante dos exercícios práticos, para criar condições para problematizar a prática do ator no contexto de grupo. A investigação iniciada em agosto de 2011 privilegia a interação entre formas estruturantes e estruturadas da prática de teatro de grupo e, com isso, estimula um duplo movimento: o da formação de um atorprofessor e também a de um mapeamento das práticas de grupos teatrais no contexto de abrangência do Núcleo de Teatro da UFPel. Os resultados da investigação estão sendo reunidos para publicação no final de 2013. Apoio: CNPq. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS HORA DO CONTO TAMBÉM É HORA DE TEATRO Aline de Abreu da Luz, Bianca Ebeling Barbosa, Orientação: Profª. Drª. Fabiane Tejada da Silveira; Centro de Artes; Universidade Federal de Pelotas. No Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, área de Teatro da UFPEL, elaboramos uma sequência de atividades que propiciassem vivências teatrais nas escolas públicas parceiras do Programa, dentre elas destacamos a Hora do Conto, atividade desenvolvida com turmas dos anos iniciais do ensino fundamental. Nossas atividades tinham como proposta principal, fazer a união entre o contar/ouvir histórias e a inserção de jogos teatrais, de improvisação e de expressão corporal e vocal com as crianças. Pensando nas ideias de formação do indivíduo, de incentivo a leitura, e na inserção da linguagem teatral para as crianças. A atividade foi desenvolvida em duas escolas, em uma delas propomos à coordenação pedagógica uma ação que seria ministrada para seis turmas (as três de 4°ano e as três de 5°ano). Na outra, a atividade foi aplicada em parceria com o PIBID Pedagogia da UFPEL, para turmas de 1º ano. Despertar a imaginação de uma criança, incentivá-la a ler, brincar e interagir passeando entre o mundo imaginário dos contos de fadas e a vida real pode gerar um crescimento intelectual, cultural e pessoal. Auxiliando na liberação da expressão corporal e verbal, incentivando a relação das crianças com seus colegas, fazendo-as desenvolver meios para recriar e recontar as histórias ouvidas por elas acrescenta aprendizado e valores na sua formação pessoal, como indivíduo e como cidadão. Apoio: PIBID, CAPES. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS PRÁTICA TEATRAL NO CAPS: MEMÓRIA, NARRATIVA E EXPERIÊNCIA Ana Karla Tzortzato Almeida (PIBEX/UFSJ); Antônio Marcos da Silva (Bolsista UFSJ); Cláudio Guilarduci (UFSJ) Esta comunicação tem por objetivo apresentar resultados parciais do programa extensionista Conversa a-fiada (de velhos e de “loucos”): experiência, memória e narrativa. Esse programa oferece oficinas teatrais para usuários da rede de saúde mental que frequentam o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Del Rei – da cidade de São João del-Rei. A elaboração das oficinas segue dois princípios básicos. O primeiro princípio (externo) indica que todas as ações teatrais devem acolher os direitos fundamentais em saúde mental previstos na Reforma Psiquiátrica. O grande objetivo da Reforma é recuperar o “louco” como cidadão a partir de ações que possibilitem sua inserção social através do trabalho, de atividades artísticas e/ou artesanais ou dando-lhe acesso aos meios de comunicação. As novas possibilidades de tratamento têm como característica marcante a existência nos serviços substitutivos de uma gama variada de oficinas terapêuticas distintas das que reinavam na Psiquiatria Clássica. O segundo princípio (interno) a nortear as oficinas teatrais está indicado nos conceitos estruturadores e estruturantes tanto para o momento da elaboração das ações quanto para a realização das práticas teatrais. Esses conceitos – Experiência, Memória e Narrativa – foram pensados a partir dos trabalhos realizados por Walter Benjamin, por isso, a presente reflexão parte dos escritos do referido teórico para apresentar as oficinas. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS PRODUÇÃO TEATRAL NA UNIVERSIDADE Anna Paula Moser Mongconãn, Orientadora: Patrícia de Borba; FURB Tendo em vista que produção teatral na universidade normalmente fica a cargo dos alunos e professores envolvidos no projeto de montagem de espetáculo, e que os alunos, de modo geral, não contam com experiências anteriores na área de produção, esta pesquisa busca investigar matéria que possa vir a contribuir para tais realizações. Partindo da analise das etapas de produção da montagem do Espetáculo Ubu Rei, realizado na disciplina de Prática de Montagem III do Bacharelado em Teatro da FURB, no segundo semestre de 2011, este trabalho procura, em um comparativo com a obra O avesso da cena: notas sobre produção e gestão cultural, de Romulo Avelar, apontar as principais etapas da produção de um espetáculo teatral no contexto universitário, identificando em quantas e quais ações se distancia ou se assemelha à realização profissional. Pretende, ainda, que tal análise identifique parâmetros para a execução de trabalhos teatrais universitários, buscando servir de subsídio para grupos estudantis e até mesmo para grupos independentes que não dispõem de profissionais da área de produção. Além disso, pretende dar a conhecer bibliografia de referencia na produção cultural. PERFORMANCE E ATUAÇÃO AÇÃO CULTURAL E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM TEATRO Beatriz A.V.Cabral; CEART/UDESC O teatro como pedagogia parte do princípio que o fazer teatral, em si, é uma ação cultural. Como tal, a pergunta que gerou esta investigação é: que práticas pedagógicas, em teatro, podem ampliar a ação cultural do professor? É através do fazer teatral que a ação do professor se vincula à estética, à ética e à política, e torna-se uma forma de combater padrões de comportamento que reproduzem o senso comum e bloqueiam a percepção crítica ao nível cultural. Este entendimento refuta o ensino-instrução e questiona o que se ensina e a maneira pela qual se ensina. O pressuposto é que se a ação cultural tiver ressonância com o contexto dos participantes causará impacto e mudanças de percepção; caso contrário, será um desserviço à causa a que se propõe. O referencial teórico associa Pierre Bourdieu a Henri Giroux e David Hornbrook. Apoio: CNPq PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS O TRABALHO DO ATOR COM SÍNDROME DE ASPERGER EM UM CONTEXTO DE TEATRO DE GRUPO Carlos Eduardo Perola; Prof. Dr. Adriano Moraes de Oliveira (orientador); UFPel. A presente pesquisa busca compreender como o trabalho de formação atoral em um contexto de teatro de grupo possibilita que alguns limites impostos pela Síndrome de Asperger sejam ultrapassados. A pesquisa é concentrada em mim mesmo, pois noto que dificilmente consigo ultrapassar alguns de meus limites fora de um contexto teatral. Ao encenar uma peça, eu, ator com Síndrome de Asperger, sei exatamente o que tenho que fazer e o que tenho que falar. Ao mesmo tempo, tenho a consciência de que não sou eu quem age vocalmente ou fisicamente, mas a personagem que interpreto. Essa configuração em que minha exposição é mediada pela literatura e pelo jogo teatral causa uma sensação de segurança. O texto literário e a linha de ações físicas funcionam como exercícios de domínio de falas e de meus movimentos. A pesquisa encontra-se ainda em um estágio inicial. O desenvolvimento dela será divulgado em publicação organizada no projeto “Grupos teatrais em atividade no extremo sul do RS: mapeamento das práticas criativo-formativas”. Apoio: CNPq PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS O LUGAR DO TEATRO NA ESCOLA E NA INTERDISCIPLINARIDADE FERREIRA, Carolina Amaro. ORIENTADORA: LEITE, Vanessa Caldeira; UFPEL Este trabalho trata sobre o lugar do teatro na interdisciplinaridade e também dentro do modelo de escola que é vigente em nosso país, da organização escolar já instituída. Para falar sobre esse assunto, me baseio na experiência como bolsista do PROJETO INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA (PIBID) do ano de 2010 a 2012. Penso que se faz necessário analisar como a inserção mecânica do teatro na escola pode ser traumática e negativa para alcançarmos o devido reconhecimento da arte teatral como uma área do saber necessária na educação brasileira. Refletir como deve ser feita a chegada do teatro na escola, como disciplina do currículo e, até mesmo, se o teatro pode ser disciplinarizado, se cabe nos moldes da escola de hoje. Outro ponto do trabalho é falar sobre a evolução do papel do teatro no processo de construção e desenvolvimento de um projeto interdisciplinar na escola e como este trabalho foi recebido pela comunidade escolar. Em um trabalho conjunto com mais quatro áreas do saber: história, filosofia, letras e ciências sociais, o teatro foi ganhando a confiança do grupo e, para tanto, o trabalho com o teatro fórum de Augusto Boal foi de extrema importância. O teatro e o trabalho interdisciplinar ainda precisam ganhar força no universo escolar. Sendo assim, exponho os resultados obtidos nessa minha experiência, relatando de que forma o teatro fórum contribuiu para que esses dois pontos de desenvolvimento de ações pedagógicas fossem instalados no cotidiano da escola. Apoio: PIBID/ CAPS/ MEC PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS BOLSAS SANDUÍCHE Cláudia Muller Sachs – Bolsa Capes DS – Edélcio Mostaço – UDESC Através das “bolsas sanduíche” oferecidas por algumas instituições brasileiras podemos conhecer outras práticas pedagógicas e formativas desenvolvidas em diferentes países, experiência rica e singular que abre os horizontes de nossos estudos tanto individualmente como enquanto representantes do estado da pesquisa brasileira. No presente artigo sustento a importância desse intercâmbio durante a pesquisa de doutorado, um diferencial a que temos acesso e que devemos desfrutar. Compartilho e avalio minha experiência como bolsista da Capes que me possibilitou participar não só dos seminários com a professora Josette Féral, que foi minha co-orientadora, mas também com JeanMarie Pradier e Jean-François Dusigne, professores renomados que trouxeram diferentes pontos de vista sobre meu tema de pesquisa, sobre abordagens metodológicas, sobre posicionamento crítico, sobre alternativas bibliográficas. A vivência em outra língua e outra cultura, o diálogo com professores e pesquisadores de outras universidades com tamanha diversidade de temas e metodologias, o acesso à bibliografia específica inexistente em português assim como a espetáculos, colóquios e exposições, são alguns dos aspectos que colaboram na ampliação e no redimensionamento do papel e da relevância da pesquisa em teatro no Brasil e no mundo. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS CORPO[S] SENSÍVEL[EIS] Daiana Soares da Silva, Orientador(a): Renata B. Meira; Universidade Federal de Uberlândia Um corpo sensível implica adquirir consciência do que é corpo, sugerindo o autoconhecimento e organizando os resultados obtidos através da vivência de experimentação. Não somente como instrumento do ator, mas como meio de estudo de si mesmo e do outro, a pesquisa do corpo aliada à prática pedagógica viabiliza que o outro torne conhecedor de seu corpo e que este corpo revele e se revele em ações e movimentos antes desconhecidos. O artigo coloca ainda como a prática colabora para o entendimento da leitura [leitura pré-estabelecida e prática estabelecida a partir da(s) leitura(s)] e esta, por sua vez, transparece o planejamento da prática, tanto no fazer individual quanto na coordenação de uma prática coletiva. Apoio: Bolsa PIBIC/ CNPq PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS O LÚDICO NA EDUCAÇÃO: HISTÓRIA, TEMPO E INFÂNCIA Douglas Silva Lauria (BIC CNPq); Cláudio Guilarduci (UFSJ) A presente comunicação apresenta os resultados do projeto O tempo nas brincadeiras e nos jogos: as crianças e as larvas. Esse projeto tinha por objetivo discutir sobre as práticas lúdicas utilizadas na educação, pois essas atividades, com suas possibilidades de alegria, espontaneidade e de festa, estão sempre excessivamente carregadas do adjetivo educativo. O que existe, na realidade, é um adestramento do lúdico na tentativa de fazer da brincadeira, do jogo, um instrumento que deve preparar a criança para a seriedade futura. O projeto analisou o índice, o resumo e a referência bibliográfica de 7 teses e 44 dissertações defendidas em programas recomendados pela CAPES, durante os anos de 2008 e 2009, cuja temática estava associada ao lúdico na educação. Esse período foi o de maior número de defesas durante a primeira década do século XXI.. O levantamento desses trabalhos foi feito no Banco de Dados da CAPES a partir dos seguintes descritores: Piaget, jogo, brincadeira, brinquedo, lúdico, criança e educação infantil. Duas obras foram basilares para análise do banco de dados criado pela pesquisa. A primeira foi Homo Ludens (1908), de Johan Huizinga, por definir o jogo como um fenômeno cultural, ultrapassando dessa forma, a leitura restritiva do lúdico como simples impulso com finalidades biológicas, fisiológicas e psicológicas. A segunda obra-referência foi Infância e História (2005) de Giorgio Agamben, mais especificamente o capítulo O país dos brinquedos. Desse livro, a importância foi dada ao conceito de tempo humano e a correlação estrutural existente entre a diacronia e a sincronia no ato do jogo. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS A CONSTRUÇÃO DE EXPERIMENTOS POÉTICOS COMO MEIO DE INVESTIGAÇÃO DE PRÁTICAS ATORAIS NO CONTEXTO DE TEATRO DE GRUPO Elias de Oliveira Pintanel; PROBEC; Prof. Dr. Adriano Moraes de Oliveira (orientador); UFPel. Esse texto visa a evidenciar os procedimentos presentes na composição de experimentos poéticos teatrais utilizados na pesquisa intitulada “Grupos teatrais em atividade no extremo sul do RS: mapeamento das práticas criativo-formativas”. Os experimentos poéticos compõem o método de pesquisa utilizado no referido projeto e, por esse motivo, privilegia as práticas atorais no contexto de teatro de grupo. Os procedimentos utilizados na composição de um experimento são organizados para estimular o diálogo do Núcleo de Teatro da UFPel – grupo proponente da pesquisa – com grupos de cerca de 22 cidades do sul do Rio Grande do Sul. Por meio do estabelecimento do diálogo entre grupos com origens e práticas as mais diversificadas, pretende-se mapear as rotinas de trabalho dos grupos teatrais dessas cidades e, mais que isso, possibilitar a interrelação entre projetos artísticos e pedagógicos dos grupos da região. O experimento poético, por operar com a fisicalização do acontecimento teatral, isto é, por aproximar as funções ator e pesquisador, torna-se um modo profícuo de investigar o outro e o si mesmo, concomitantemente. Apoio: CNPq. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS A MEMÓRIA NO JOGO: BRINQUEDO, BRINCADEIRA Érika Camila Pereira dos Santos (Monitora UFSJ); Cláudio Guilarduci (UFSJ) No jogo, na brincadeira, na manipulação dos brinquedos é possível observar os modos da criança trabalhar, experimentar e criar, pois nessas atividades está presente a origem de todos os hábitos do cotidiano. Nesse sentido, é possível afirmar que não existe uma infância distanciada do mundo e completamente alheia ao social ou que a criança deve ser apenas situada no mundo da fantasia, de uma infância pura, pois o mundo da criança está repleto de traços de gerações anteriores. O mundo infantil trava um embate com o mundo adulto, pois este possui apenas o tempo histórico guiado pela razão e pelo trabalho. No entanto, existe uma experiência do tempo que é disponível a todos; nessa experiência, que é essencial ao homem, é possível encontrar o seu fundamento: o prazer. No jogo existem três tempos: Cronos, Aeon e Kairós. O Cronos indica o início e o fim da atividade lúdica. O Aeon significa o ciclo universal, é um tempo inquantificável. Esse tempo significa eternidade, mas tem um limite – é o tempo da droga, do prazer ou desprazer, da criança e do artista durante o processo criativo. Kairós é o tempo da ação, da criança com sua total entrega e intensidade na brincadeira e por isso é também um tempo de prazer. Prazer deve ser entendido como algo diverso ao movimento; ele não estende no tempo e nem no espaço, ele existe apenas no instante com sua completude e inteireza. A presente comunicação objetiva analisar os textos de Walter Benjamin presentes nas obras Magia e Técnica, arte e política - Apêndices (1994), e Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação (1984), para discutir a complexa relação entre teoria e prática estabelecida entre professor e aluno no momento do fazer do lúdico. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS A IMPORTÂNCIA DA RESPONSABILIDADE DO ALUNO NA CONSTRUÇÃO DO PROCESSO CÊNICO Fábio Yudi Iokomizo (bolsista PIBID – CAPES, orientador: Vicente Concílio; UDESC). Neste artigo será feito uma reflexão baseada na prática de docência do teatro na Escola Básica Municipal Vitor Miguel de Souza, através do projeto PIBID - Escola Básica Municipal Vitor Miguel de Souza. Usando como experiência prática um processo feito na turma da sexta-série, desenvolverei sobre a importância dos alunos sentirem-se responsáveis pela construção do processo cênico que estão passando. Este princípio surgiu para nós – professores bolsistas da sexta-série – desde o início do processo, onde os próprios alunos escolhiam os temas e montavam as narrativas que iriam usar nos exercícios teatrais para futuramente construir um pequeno espetáculo estruturado. Se resumido da forma mais simples possível, a ideia é fazer o aluno carregar a vontade de fazer todo processo dar certo junto com o professor. O artigo abordará dois pontos principais: o reconhecimento dos alunos como indivíduos envolvidos num contexto próprio, e a inserção dos seus gostos, pontos de vista, e opiniões. Apoio: CAPES PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS A MÁSCARA COMO ELEMENTO CATALISADOR NO ALUNO-ATOR Fernanda Mendes (bolsista PIBID – CAPES, orientador: Vicente Concílio; UDESC). A máscara é um elemento que vem sendo usado deste os tempos mais remotos quando se ouve falar em teatro. No teatro romano ela desapareceu por um tempo e depois reaparece, por volta de 160 a.C.. Não só a expressividade das máscaras, mas toda a vestimenta, também ajuda no reconhecimento do personagem. Neste processo que vamos analisar, a máscara é utilizada pelo aluno/ator como elemento primordial do espetáculo, pois cada máscara tem sua especificidade, que está ligada diretamente com o produtor (aluno/ator) da máscara. Este artigo pretende esclarecer o processo de confecção e criação das máscaras. De que maneira lidar com a máscara como objeto catalisador no processo. Quais as conquistas e qual o resultado deste trabalho pedagógico para o aluno durante todo o processo? Apoio: CAPES PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS OS DESAFIOS DE DESPERTAR E MANTER O INTERESSE DOS ALUNOS Gabriela Arcari Drehmer (bolsista PIBID – CAPES, orientador: Vicente Concílio; UDESC). Este artigo tem como finalidade retratar a experiência de docência vivida na Escola Básica Vitor Miguel de Souza, proporcionada pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID – vivenciado a partir do segundo semestre de 2011, com a sexta série, até meados do presente ano, com a mesma turma de alunos, agora na sétima série. Se os desafios de estar em sala de aula são inúmeros, o mais desafiador, no contexto que pretendo abordar, é como conseguir despertar o interesse desses alunos no processo que é proposto, e como envolvê-los nas práticas, afim de que esse interesse genuíno se manifeste e, principalmente, consiga se manter, levando em conta as dificuldades naturais que se enfrenta para instalar uma cultura teatral efetiva em um ambiente escolar muito pouco – ou quase nada – familiarizado com essa prática. O artigo percorrerá os pontos iniciais do processo e como alguns desses pontos se transformaram em desafios que precisaram ser transpostos, até chegar a sua questão chave. Apoio: CAPES PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS FORMAÇÃO VOCAL E INTERPRETAÇÃO: GALHOS DA MESMA ÁRVORE Gina María Monge Aguilar, orientador Antônio Luiz Dias Januzelli; Escola de Comunicações e Artes; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Artes Célia Helena. Propõe-se discutir a relação entre a formação vocal de atores e a formação em interpretação. Geralmente nas instituições de ensino de artes cênicas há uma disciplina relacionada à formação vocal (em alguns casos junto com a formação corporal), e por outra parte a disciplina de interpretação. Porém, no trabalho do ator não há separação entre corpo, voz e interpretação, são conhecimentos que acontecem simultaneamente na criação e no fato teatral. No entanto, frequentemente os estudantes não sabem como levar as práticas e experiências vocais à criação cênica. Proponho, portanto, uma série de princípios a serem trabalhados dentro da disciplina de voz, que possam facilitar a conexão entre voz e interpretação, indo além do fato de trabalhar na aula de voz os textos a serem utilizados no projeto de interpretação, o que de alguma forma parece colocar a criação vocal como um elemento anexo à atuação e não como um galho da mesma árvore que seria o fato teatral. Ilustro com alguns exemplos vividos dentro da sala de aula a experiência de ter trabalhado sob estes princípios. Esta proposta surge a partir da pesquisa teórica sobre princípios para a preparação vocal do ator, assim como de sua aplicação dentro da prática pedagógica desenvolvida por minha pessoa nessa área em diferentes instituições e países da América Latina. Apoio CAPES PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS A RELAÇÃO DO EXPERIMENTAL COM PRÁTICAS AUTORAIS NO TEATRO DE GRUPO Giovanna Hernandes Cardoso; Prof. Dr. Adriano Moraes de Oliveira (orientador); UFPel. O contexto da presente pesquisa é o do Núcleo de Teatro da UFPel, ou seja, um contexto de teatro de grupo universitário experimental e de pesquisa. O método de pesquisa empregado nesse contexto é o experimento poético. Trata-se de uma investigação em que o experimental dialoga pari passo com a prática autoral. Em termos de método, busca-se compreender como acontece a leitura, pelo grupo, de uma poética teatral específica (a de Stanislavski, a de Meyerhold, etc) com um olhar que, em vez de anular as práticas autorais no exercício, tensiona as diversas autorias (a do ator, a do autor dramático, a do diretor, a do figurinista, etc). Nesse tensionamento, cada integrante cria sua estrutura e o resultado é configurado não pela comunhão, mas pela justaposição das criações de todos os autores. Com essa relação pretende-se compreender quais as possiveis dinâmicas de trabalho no contexto de teatro de grupo. Para tanto, esse eixo de pesquisa integra o projeto “Grupos teatrais em atividade no extremo sul do RS: mapeamento das práticas criativo-formativas”, cujo objetivo principal é compreender as diferenças e não as semelhanças dos contextos de teatro de grupo do sul do RS. Apoio: CNPq. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS BACHARELADO EM ARTES CÊNICAS COM HABILITAÇÃO EM DIREÇÃO TEATRAL DA ESCOLA DE TEATRO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA E A EXPERIÊNCIA COM O ENSINO MODULAR Gláucio Machado Santos; Escola de Teatro; Universidade Federal da Bahia Esta comunicação apresenta um ponto de vista sobre a experiência de ensino com a estrutura modular no Bacharelado em Artes Cênicas com habilitação em Direção Teatral da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Essa perspectiva foi construída a partir da posição administrativa de Chefe do Departamento de Técnicas de Espetáculo, numa primeira fase, e de Coordenador do Colegiado de Cursos, numa segunda fase, além da condição de professor em sala de aula. Para a composição do texto, organizam-se um resumo histórico do curso desde sua criação e uma descrição de procedimentos usados entre os anos de 2004 e 2011. O relato inclui o conjunto de regras e objetivos acordados pelo corpo docente da instituição e relacionados ao método de avaliação aplicado no currículo modular. Também para compor a reflexão acerca das mudanças, dos entraves e das soluções, analisa-se o desafio do trabalho em conjunto dos professores tanto na preparação e condução do semestre, quanto na decisão sobre aprovação e reprovação. Observa-se, ainda, a inserção e os efeitos das mostras públicas didáticas em todos os semestres do curso. Desse modo, este trabalho pretende realizar um levantamento e uma exposição de subsídios didático-pedagógicos sobre o processo de ensino-aprendizagem de direção teatral; visando preencher, mesmo que muito modestamente através de um estudo de caso, a notável lacuna dentre as publicações na área de teatro em língua portuguesa sobre o tema em questão. Além disso, ele faz um registro de um período específico de profunda discussão e experimentação na Escola de Teatro da UFBA. PROCEDIMENTOS IMPROVISACIONAIS DOS SONHOS À CENA: UM PROCESSO À PARTIR DO INCONSCIENTE Guilherme Conrado Pereira Ríspolli (PIBIC-FAPEMIG, Orientador: NarcisoLaranjeiras Telles da Silva; Universidade Federal de Uberlândia) Os sonhos são produções do subconsciente durante o período em que o corpo se encontra completamente relaxado, ou seja, durante o sono. O presente plano de pesquisa iniciado em março de 2012 tem como objetivo principal o estudo dos sonhos como mote para uma possível criação atoral. Para isto parto dos estudos freudianos e práticas artística que me auxiliam a compreender o que é o universo onírico. Aliado aos estudos teóricos, participo dos Ateliês de Criação coordenado pelo Prof. Narciso Telles onde levo meu “Diário de sonhos”, uma vez que meu processo em curso é o meu próprio lugar de pesquisa, que, são o ponto de partida para uma sessão de improvisação baseados na prática dos viewpoints, e me possibilita colher material para a criação de composições. Apoio: FAPEMIG; CNPq, IARTE/UFU PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS O CRUZAMENTO ENTRE AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO DE TEATRO E PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO- RACIAIS E O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFROBRASILEIRA E AFRICANA Juliana Maria Ferreira Prados; Juliana Cristina da Silveira (PIBID, orientador: Guimes Rodrigues Filho, Universidade Federal de Uberlândia ) O artigo tem a intensão de apresentar um entrelaçamento entre as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de teatro e de história e cultura afro-brasileira e africana. No intuito de discutir a relação pouco aprofundada entre ambos e buscando formas alternativas para que se efetive o ensino das relações étinico-raciais e de história e cultura afro-brasileira dentro do ensino do teatro, sem exaurir as questões específicas de cada componente curricular. Para que estas relações sejam possíveis é necessário que primeiro se conheça o que estas diretrizes apontam como especificidades, necessidades e obrigatoriedades. O desafio das autoras é perceber e apresentar as possibilidades e os desafios para a implementação da lei 10.639 em consonância com as diretrizes curriculares nacionais para a graduação em teatro. Apoio: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS O TEATRO EM AMBIENTES FORMAIS E NÃO FORMAIS: UM OLHAR SOBRE O PENSAMENTO SÓCIO INCLUSIVO NAS AÇÕES DO PROGRAMA “GENTE EM PRIMEIRO LUGAR” Leonardo da Cunha Passos, Co-autores: Anderson Azevedo Ferigate, Bruno Quiossa de Carvalho, Felipe Moratori Pires. O presente trabalho é um relato de experiência de quatro articuladores culturais da equipe de teatro do Programa Gente em Primeiro Lugar, que disponibiliza 600 vagas para atendimento a alunos na faixa etária de 6 à 16 anos, de 21 bairros da periferia de Juiz de Fora – MG. O trabalho descreve através do pensamento sócio inclusivo, as possibilidades encontradas no teatro educação, para que os alunos desenvolvam habilidades artísticas e compreendam a importância da detenção do saber como forma de libertação e construção da cidadania. Levando-se em conta as experiências práticas no âmbito formal e não formal da equipe do Programa "Gente em Primeiro Lugar", o trabalho pretende apontar caminhos que demonstrem a importância social devido à multiculturalidade existente nas sociedades contemporâneas, configurando-se como um recurso de desenvolvimento, crescimento e criatividade em um mundo global que exige do homem conviver mutuamente e em atitude de respeito. PRÁTICAS PEDAGÓGIAS E FORMATIVAS O CORPO NO DRAMA: PROCESSO DO DRAMA CORPORAL NA OBRA DE NELSON RODRIGUES “ VESTIDO DE NOIVA” Marcia Do Rocio Novakoski Neste artigo pretende-se abordar elementos do projeto de processo do drama corporal na obra de Nelson Rodrigues, que se caracteriza pela utilização de um drama, no caso Vestido de Noiva, como contexto dramático, nas ações corporais a ser vivenciado por um grupo de participantes. Como técnica corporal se propõe a dança contemporânea (autoconhecimento, improvisação e contato, ações físicas, partitura corporal, pausa e repertório corporal). As convenções teatrais usadas no processo do drama representam oportunidades de aprendizagem em ações poéticas, reflexivas e contextuais ( imagens congeladas, frases, gestos, caminhadas, abraços, partituras).Por fim, apresento os episódios do drama corporal para pensar o conhecimento do corpo, perceber a dança como aspecto inseparável do teatro, além do seu sentido estético e reflexão do mundo contemporâneo, partindo do contexto do drama para a corporeidade. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS DEPOIS DA REVOLUÇÃO DIVERTIDA: TEATRO E COMUNIDADE NAS FILIPINAS Marcia Pompeo Nogueira, PPGT UDESC Pesquisando sobre o Teatro para o Desenvolvimento de Comunidades em bibliografia internacional, durante meu doutorado, a maior parte do material encontrado referia-se a práticas que aconteceram durante os anos oitenta. Naquela época, muitas experiências na África, América do Sul e Ásia evoluíram de um teatro feito para ser apresentado em comunidades para um teatro feito pelas próprias comunidades. Em geral, estas práticas eram influenciados por Paulo Freire e Augusto Boal, mas muitas delas apontavam novas possibilidades dentro deste contexto. O exemplo mais vibrante que encontrei foi, sem dúvida, a prática da Associação Educacional de Teatro das Filipinas (Philippine Educational Theatre Association) - PETA. Lendo o livro de Eugene van Erven "A Revolução Divertida: Teatro e Libertação na Ásia” (The Playful Revolution: Theatre and Liberation in Asia), fiquei espantado com a prática de teatro comunitário do PETA, sua rede envolvia de cerca de 300 grupos de teatro na comunidade, que contribuiu, segundo o autor, para a Revolução do Poder Popular (People's Power Revolution) que conseguiu colocar um fim na ditadura de Ferdinado Marcos, em 1986. Mas o que aconteceu depois disso? Esta questão motivou a minha visita às Filipinas, durante dois meses, no início de 2001, para saber mais sobre a prática de teatro comunitário do PETA, como uma forma de compreender os dilemas e as possibiities desta modalidade teatral, no contexto do capitalismo global orientado para o mercado. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS A CENA-ESPETÁCULO COMO FACILITADORA DO PROCESSO TEARAL Marco Antonio de Oliveira (bolsista PIBID – CAPES, orientador: Vicente Concílio; UDESC). Este artigo pretende fazer uma reflexão a partir da prática de docência do teatro na Escola Básica Municipal Vitor Miguel de Souza, oportunizada pelo projeto PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. A partir do processo teatral realizado na turma da sexta-série, busco refletir a respeito da importância que a cenaespetáculo, meta que surgiu na segunda metade de um processo semestral, teve no decorrer das aulas, facilitando o ensino do teatro e amenizando problemas pedagógicos. Como qualquer outra forma de ensino teatral, um processo que visa uma cenaespetáculo apresenta especificidades e consequências positivas e negativas, que pretendo apontar e refletir neste trabalho. O artigo apresentará quatro partes, a fim de contextualizar a prática e a temática proposta: panorama do projeto e do local de atuação, conhecimento da turma de alunos – dificuldades e potenciais, desenvolvimento da linguagem teatral, e a cena-espetáculo como facilitadora do processo. Apoio: CAPES PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS A INTERVENÇÃO/COMPOSIÇÃO COMO VARIÁVEL EXPERIMENTAL NA EDUCAÇÃO. Marina Rainho Pinto – PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, coordenador PED (Projeto de Estímulo à Docência) na UFOP: Acevesmoreno Flores Piegaz Resumo: O presente trabalho disserta sobre as ações do PIBID na Universidade Federal de Ouro Preto, estando a presente aluna inscrita desde 2010. Agora o que se faz é um resumo sobre a prática da Intervenção como variável experimental na educação, com seus reflexos em oficinas dentro do ensino formal e intervenção performática dentro de encontros científicos como viés para comunicar as pesquisas do PED, em um período de formação dos novos alunos bolsistas inseridos desde o ano de 2011 até os dias atuais, pois como foi possível perceber, veio discutindo as problemáticas de tempo e espaço no corpo escolar como um todo, buscando compreender o que pode vir a ser esses dois termos tão amplos na sociedade educacional, seja ela formal ou não formal, relatando algumas experiências da edição passada do programa e de sua nova edição, que mescla alunos de diversos períodos da graduação, integrando escrita acadêmica com prática, na tentativa de quebrar a dicotomia entre teoria e prática, formando professores de autonomia crítica e artística, numa espécie de coleta de dados etnográficos da rua, das escolas de Minas Gerais e de diversas áreas colaborativas para maior amplitude de pesquisa e interdisciplinariedade. Apoio: CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS O EXPERIMENTO POÉTICO COMO EXERCÍCIO DE SI MESMO NUM CONTEXTO DE TEATRO DE GRUPO Mauricio da Rosa Rodrigues; Prof. Dr. Adriano Moraes de Oliveira (orientador); UFPel. O experimento poético é um método de produção, pesquisa e experimentação teatral que vem sendo utilizado pelo Núcleo de Teatro da Universidade Federal de Pelotas desde o ano de 2007. Essa metodologia consiste na experimentação de poéticas teatrais determinadas. A eleição de uma poética leva em consideração os interesses e histórias dos atores envolvidos. Os experimentos poéticos não possuem um caráter apenas espetacular, mas este se divide com o científico. Na prática, são criadas cenas com o intuito de evidenciar as leituras dos integrantes do grupo para a poética escolhida. Tem sido a partir desse método que os integrantes do Núcleo de Teatro da UFPel produzem arte e conhecimento para si próprios e para a comunidade artística da região sul do RS. Os experimentos poéticos demandam treinamento, estudos teóricos, ensaios e encontros com espectadores. Dito de outro modo, um experimento poético é uma oportunidade de conhecimento de uma poética teatral específica e, concomitantemente, uma ampliação das possibilidades de trabalho de ator num contexto de teatro de grupo. Apoio: CNPq. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS A PESQUISA SOBRE TEATRO DO OPRIMIDO E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES Maurício Mezzomo Dias e Graziele Soares de Barros, Orientadora: Profª. Drª. Fabiane Tejada da Silveira; UFPel Este trabalho apresenta um levantamento bibliográfico acerca da teoria do Teatro do Oprimido e suas relações com a formação de professores. Buscamos através do estudo apresentar o panorama das pesquisas que vinculam essas duas vertentes e as brechas que se abrem para a produção de tal reflexão. O trabalho faz parte da revisão de literatura do projeto de pesquisa intitulado O Teatro do Oprimido de Augusto Boal nos processos de formação e autoformação. A revisão foi realizada através de revistas científicas disponíveis online, bibliotecas digitais universitárias, anais da ABRACE e os periódicos da CAPES. A partir desta etapa inicial do estudo constatamos que nas oito bibliotecas digitais universitárias, dezoito revistas de artes cênicas encontradas na internet, além dos anais da ABRACE e arquivos da CAPES, trinta e um trabalhos foram apresentados a respeito de Augusto Boal, entre estes, encontramos teses, dissertações e artigos científicos. Deste total, apenas dois, da autora Cilene Nascimento Canda, relacionam a teoria do teatrólogo com a formação de professores. Sendo assim encontramos um espaço aberto para produções de pesquisas com este enfoque, o que neste trabalho procuramos destacar. Apoio: PROEXT PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS TEATRO CONTEMPORANEO E INFÂNCIA: A SCUOLA SPERIMENTALE DI TEATRO INFANTILE DA COMPANHIA ITALIANA SOCÌETAS RAFFAELLO SANZIO Melissa da Silva Ferreira, orientador: Prof. Dr. Matteo Bonfitto; Programa de Pós-Graduação em Teatro – Doutorado/UDESC Este artigo pretende abordar as experiências teatrais desenvolvidas no âmbito da Scuola Sperimentale di Teatro Infantile fundada pela companhia italiana Socìetas Raffaello Sanzio nos anos 90. As atividades desenvolvidas na escola, com crianças entre oito e dez, possuíam um caráter laboratorial, no sentido de não ter como foco o aspecto formativo, de trasmissão de técnicas, e sim, manter um espaço aberto para experimentação vivencial da fábula. A escola, que funcionou com este nome por três anos, gerou diversos desdobramentos no trabalho da companhia, como a realização espetáculos, festivais e outras escolas com características semelhantes. As atividades resultantes dos desdobramentos gerados pela Scuola Sperimentale têm em comum o fato de priorizar o caráter laboratorial experimental e manter uma relação de retroalimentação com as pesquisas artísticas e filosóficas da companhia, que é considerada uma das mais importantes do teatro contemporêneo europeu, por suas experiências radicais sobre a imagem, a palavra e a presença. Estas experiências serão analisadas à luz das teorias teatrais contemporâneas com o objetivo de identificar possíveis contribuições para o desenvolvimento de um pensamento atual sobre o ensino do teatro, no sentido de buscar aproximações entre as práticas teatrais contemporâneas e as práticas artístico-pedagógicas voltadas ao público infantil. Apoio: CAPES PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS O ÉPICO, A TECNOLOGIA E O SENSÍVEL: UMA EXPERIÊNCIA ENTRE DIFERENTES NARRATIVAS E O TEATRO. Milena Ferreira Mariz Beltrão; UFRGS O trabalho analisa a experiência realizada no Estágio de Docência I no Colégio de Aplicação da UFRGS com os alunos da oitava série do ensino fundamental, onde a experimentação das linguagens do épico teatral, da contação de histórias e da televisão convergiram para um resultado cênico. A utilização de um conto da antiga mitologia nórdica chamado Pele de Foca, pele da alma, colocou em questão a utilização da palavra, reconduzindo as narrativas contemporâneas da cultura de massa para um reencontro com a ancestralidade do verbo que dá forma a tudo que existe. Durante o processo, os alunos puderam refletir sobre o uso da palavra enquanto construtora de realidades no mundo estabelecendo relações com suas vidas e memórias. Palavras- Chave: Épico Teatral; Televisão; Contação de Histórias; Mitos; Cultura de Massa; Contemporaneidade. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS TRANSFORMAÇÕES DA CENA: TECNOLOGIAS DA IMAGEM NO ENSINO DE TEATRO NA ESCOLA Mônica Torres Bonatto, Orientadora Profª Drª Susana Rangel Vieira da Cunha; PPGEDU/UFRGS Essa comunicação é fruto de minha pesquisa de Doutorado em andamento que dedica especial atenção à presença de procedimentos do teatro contemporâneo nas práticas cênicas desenvolvidas junto a estudantes das séries finais do Ensino Fundamental de uma escola pública de Porto Alegre/RS. Com foco nos processos de aprendizagem em teatro no Ensino Básico, busco compreender como crianças e jovens se apropriam das referências que estão ao seu redor - atividades teatrais realizadas na escola, peças de teatro do circuito cultural local, programas veiculados nos canais de televisão abertos e pagos, cinema, sites que veiculam músicas e vídeos na internet, jogos eletrônicos, entre outros - incorporando-as às suas produções em sala de aula. Assim, nesse estudo, interessam as transformações da cena teatral em estreita relação com as tecnologias da imagem, gerando, por exemplo, a utilização de aparatos audiovisuais em cena ou mesmo a construção de encenações claramente influenciadas pela linguagem cinematográfica. Aqui, analiso as relações entre o teatro e as tecnologias da imagem para, então, compartilhar as reflexões fruto do percurso de pesquisa realizado até o momento. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS O PIBID CHEGOU! O RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA Nina-Carmo Bamberg (bolsista PIBID-CAPES/CNPq, Vicente Concílio; Universidade do Estado de Santa Catarina) O presente artigo relata a experiência de um grupo de quatro bolsitas PIBID – Programa Institucional de Iniciação à Docência, oriundos do curso de Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina, na sexta série da Escola Básica Municipal Vitor Miguel de Souza, em Florianópolis. A entrada do grupo de bolsistas na turma foi uma ruptura no processo de aprendizagem dos alunos na disciplina de artes, que antes era voltada mais para trabalhos plásticos e manuais e passou a ser em maior parte corporal, construção de cenas e jogos. O processo, que teve início no segundo semestre de 2011 e tem continuidade com a mesma turma até hoje, é bastante rico para ambos os lados. Os bolsistas, que estão em uma experiência profunda em sala de aula, aprendendo a lidar com a dinâmica do ensino regular, seus encontros e desencontros com a arte, e os alunos, que passaram a receber as mais variadas explicações para a palavra teatro, mudando bastante velhos conceitos e ampliando a compreensão que eles tinham sobre o assunto. Neste artigo, foco em questões como opções pedagógicas que fizemos, o modo como assumimos o curso das aulas logo no começo do semestre e como o processo teve impacto em nossa formação como futuros professores de teatro. Apoio: CAPES e CNPq PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS DRAMATURGIA CORPORAL A EXPERIÊNCIA COM OS CAIÇARAS Paula Cavalcanti Vaz , orientadora Profa.Dra. Nara Keiserman; UNIRIO. A pesquisa de mestrado Dramaturgia Corporal: as experiências com os Profetas da Chuva e com os Caiçaras, em andamento, teve sua investigação prática no primeiro semestre de 2011, quando propus a realização, na Escola de Teatro da UNIRIO, do “Laboratório de criação/atuação: entre a realidade e a ficção”, aprovado pelo Departamento de Interpretação como a disciplina optativa denominada de Técnica Paralela. Nesse processo, realizamos uma pesquisa de campo em Paraty, no RJ, tendo como foco a cultura dos caiçaras habitantes da região. O trabalho laboratorial compreendeu estudos de corporeidade e a realização de jogos teatrais, de tal modo que investigar e analisar procedimentos de composição de dramaturgia corporal tem trazido reflexões sobre o encontro dos atores com uma cultura diferente da sua, relacionando-os com a mimese corpórea (BURNIER: 2001), tida como elemento norteador da criação. Discuto como a escolha por uma cultura pode embasar o trabalho de atores pesquisadores, a partir do contato direto com referências como as músicas, as comidas, as roupas e o cotidiano dos moradores da região. Isso possibilitou o enriquecimento do imaginário sobre o universo tratado, ganhando uma concretude ainda mais densa, pelo encontro ao vivo com a cultura investigada e com pessoas que a compõe. Essa experiência se desdobrou como Prática de Montagem, disciplina oferecida no segundo semestre de 2011, resultando no estudo cênico apresentado ao público em novembro de 2011, na UNIRIO, intitulado Caiçaras, a terra era de todos. Apoio: CNPq. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS A PESQUISA SOBRE A PRÓPRIA PRÁTICA: GERANDO DIÁLOGO Rodrigo Benza Guerra, orientadora: Marcia Pompeo Nogueira; UDESC O artigo trata sobre a relação entre a prática teatral e a pesquisa sobre essa prática, começando com uma reflexão sobre como o teatro pode ser uma forma para pesquisar distintos aspectos dos indivíduos e a sociedade a partir das semelhanças de práticas como Teatro Aplicado e Drama com a técnica etnográfica de pesquisa. A continuação se reflete sobre o formato que o produto de uma pesquisa deve ter, de como a forma artística de compartilhar uma pesquisa ganha força, do princípio de que um artista de teatro, tanto como encenador quanto como professor, deve ter uma atitude de pesquisa para melhorar permanentemente sua própria prática e da autoetnografia como uma forma privilegiada de pesquisa no contexto das artes cênicas. No final se coloca a importância de produzir textos escritos para poder gerar diálogos tanto com as próprias práticas quanto com a teoria. Apoio: CAPES/DS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS O TEATRO NA FORMAÇÃO DE GUIAS PATRIMONIAIS: MEMÓRIA, NARRATIVA E EXPERIÊNCIA Romíria da Penha Turcheti Vasconcelos (PIBEX/UFSJ); Izabela Ferreira Nascimento (Bolsista UFSJ); Cláudio Guilarduci (UFSJ) A partir das teorias de Walter Benjamin é possível observar que na contemporaneidade inexistem lugares para consolidação de experiências. Diante disso, o programa de extensão Conversa a-fiada (de velhos e de “loucos”): história, memória e narrativa instituiu juntamente com a Fundação Municipal de Cultura-FUNDAC/Barbacena um espaço e um tempo de compartilhamento entre velhos e crianças. O programa extensionista tem por objetivo formar idosos para apresentar os bens tombados do centro da cidade de Barbacena para alunos da Rede Pública de Ensino. O programa partiu da legislação que rege o serviço público em relação aos idosos que prevê a participação de velhos em atividades culturais e também o direito à transmissão de seus conhecimentos e de suas vivências às demais gerações. Dessa forma, o presente programa além de preservar a memória dos velhos também é capaz de discutir a identidade cultural da cidade de Barbacena longe das narrativas oficiais instituídas pelo Estado ou por aqueles que detêm o poder. No programa é o próprio espaço urbano que oferecerá as correspondências necessárias para elaboração de uma nova narrativa sobre a cidade, pois as memórias e as lembranças, individuais ou coletivas, de acordo com Benjamin, necessitam de elementos existentes no tempo presente para aflorarem. As oficinas teatrais pretendem dois objetivos distintos: (i) possibilitar a partir de práticas corporais que os velhos exercitem a memória e suas relações com a cidade, (ii) oferecer subsídios para uma melhor performance durante a visita guiada oferecida às crianças. A presente comunicação objetiva apresentar os resultados parciais do referido programa. PRÁTICAS PEDAGÓRGICAS E FORMATIVAS A VISIBILIDADE DO PIBID (PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA) DE TEATRO NA E. B. M ESCOLA VITOR MIGUEL DE SOUZA AS RELAÇÕES ENTRE A INSTITUIÇÃO ESCOLAR E OS ESTAGIÁRIOS DO PIBID DE TEATRO Carlos José Longo Júnior e Thayná Cristine Rodrigues Silva (bolsistas CAPES-PIBID; orientador: Vicente Concílio; Universidade do Estado de Santa Catarina). Através de entrevistas com o corpo escolar (diretoria, secretaria, alunos, coordenação e professores) da instituição municipal Vitor Miguel de Souza, e com bibliografia de apoio, este artigo busca investigar a maneira em que o PIBID de teatro e seus estagiários são percebidos e recebidos nessa escola, considerando o teatro como disciplina curricular obrigatória. Esta pesquisa parte das relações entre o professor de artes e os estagiários PIBID que ali lecionam, considerando um contexto de escola em que os alunos estão adaptados a um ensino que visa organizar e classificar ciências, automatizando corpo e mente. Serão analisadas as possíveis mudanças da dinâmica das turmas em que o PIBID atua e o aprendizado dos estagiários em relação à experiência do professor de artes e à prática que estão promovendo na turma em questão. Portanto, o caminho percorrido pelos estagiários do PIBID de teatro será retratado, de modo a se consolidar, de fato, um Programa de Iniciação à Docência juntamente às expectativas da Instituição em relação ao Projeto e ao teatro na escola. Apoio: UDESC, CAPES. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS 10 BOLSISTAS E NENHUM FUNERAL: INSTAURANDO A PRÁTICA DO PIBID – TEATRO NA UDESC Vicente Concilio; UDESC O presente artigo pretende descrever e analisar o processo de instauração do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência- PIBID, da Capes, no âmbito da Licenciatura em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC. O programa distribui 10 bolsas de iniciação à docência a licenciandos do curso de teatro, que ministram aulas de teatro dentro do horário curricular, na disciplina Artes, oferecida aos estudantes do Ensino Fundamental da Escola Vitor Miguel de Souza, no bairro do Itacorubi, em Florianópolis. Esse processo, iniciado em junho de 2010, conta ainda com uma bolsa para o professor supervisor de área, papel assumido por um profissional da docência que atua na área e está vinculado à escola há mais de três anos. Essa equipe configura uma ação que pretende construir uma cultura teatral na escola em questão, através de oficinas práticas e de mostras teatrais. Os impasses e as experiências de sucesso serão objeto de análise aqui, com o intuito de refletirmos acerca da atuação do professor de teatro na atualidade. Apoio: CAPES. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS INTERNET NA ESCOLA: UMA INVESTIGAÇÃO EM DRAMA Wellington Menegaz de Paula. Orientadora: Profª Drª Beatriz Ângela Vieira Cabral; Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC; Centro de Artes - CEART; Programa de Pós-Graduação em Teatro - PPGT - Doutorado. Nesta pesquisa, que se encontra na fase inicial, proponho-‐me refletir sobre práticas teatrais que aliem a realidade presencial, que se estabelece dentro da escola, e uma realidade virtual, que ultrapassa essas fronteiras, e que se encontra no chamado ciberespaço. A hipótese é que o ciberespaço seja uma realidade na aprendizagem de muitos adolescentes. A proposta será utilizar uma metodologia que associe elementos presentes na internet, tais como, blogs, emails, redes sociais, sites de compartilhamento de música e vídeo, com alguns elementos presentes no drama, e aqui me refiro a uma metodologia específica de ensino do teatro, desenvolvida na Inglaterra, denominada como drama in education ou process drama. Nesse artigo, apresento as primeiras considerações teórico-‐metodológicas em relação ao objeto de estudo, as quais nortearão as investigações futuras. Além disso, problematizo algumas possibilidades de associação do ensino do teatro com recursos disponíveis no ciberespaço. UDESC; CNPq TEMÁRIO DA SESSÃO DESEJADA DA EMISSÃO DE POÉTICAS PESSOAIS À ESTRUTURAÇÃO DA CENA: A ORGANIZAÇÃO DE UM ESPAÇO PARTICULAR DE TRABALHO A PARTIR DAS SINGULARIDADES DO ATOR Cristóvão de Oliveira. Universidade do Estado do Paraná – UNESPAR/FAP Neste trabalho levantaremos alguns pressupostos que consideram aspectos de investigação e composição cênica a partir de poéticas pessoais construídas no uso criativo do corpo e suas potencialidades dramatúrgicas, tendo como fundamento o trabalho do ator sobre si mesmo em sua práxis (executando ações) e sua poiesis (construindo ações). Considerando que toda prática pessoal estabelece contornos próprios para a criação do ator, faremos um sobrevoo sobre aquilo que chamamos “espaço particular de trabalho”, um espaço pessoal de criação construído por necessidades e intensidades que oferecem ao ator a possibilidade de formalizar um trabalho que parta de sua singularidade. Assim, este trabalho pretende problematizar práticas como aquecimento e treinamento no que se refere às suas propriedades perceptivas, projetivas, expressivas e, por isso, criativas que fazem emergir poéticas pessoais que se manifestam a partir das singularidades do ator. Entendendo que tais práticas enlevam a autonomia do ator em seus processos de criação, o “espaço particular de trabalho” se constrói e se organiza diante de uma atitude propositiva caracterizada pela porosidade através da qual os processos de subjetivação ocorrem. Surgem, daí, ações que se tornam “células poéticas” potentes para a estruturação da cena antes mesmo dos discursos dramatúrgicos. PROCEDIMENTOS IMPROVISACIONAIS DOS SONHOS À CENA: UM PROCESSO À PARTIR DO INCONSCIENTE Guilherme Conrado Pereira Ríspolli (PIBIC-FAPEMIG, Orientador: Narciso Laranjeiras Telles da Silva; Universidade Federal de Uberlândia) Os sonhos são produções do subconsciente durante o período em que o corpo se encontra completamente relaxado, ou seja, durante o sono. O presente plano de pesquisa iniciado em março de 2012 tem como objetivo principal o estudo dos sonhos como mote para uma possível criação atoral. Para isto parto dos estudos freudianos e práticas artística que me auxiliam a compreender o que é o universo onírico. Aliado aos estudos teóricos, participo dos Ateliês de Criação coordenado pelo Prof. Narciso Telles onde levo meu “Diário de sonhos”, uma vez que meu processo em curso é o meu próprio lugar de pesquisa, que, são o ponto de partida para uma sessão de improvisação baseados na prática dos viewpoints, e me possibilita colher material para a criação de composições. Apoio: FAPEMIG; CNPq, IARTE/UFU PROCEDIMENTOS IMPROVISACIONAIS IMPROVISAÇÃO: PARA TREINAR, PARA ENCENAR... DIÁLOGOS TEÓRICOS A PARTIR DA PRÁTICA Igor Stein Mariano, orientador: Jean Carlos Gonçalves; UFPR Este estudo teórico apresenta algumas considerações sobre a improvisação enquanto força motriz da criação da cena, a partir de processos vivenciados na disciplina Jogo Teatral e Improvisação II, no curso de graduação em Produção Cênica da Universidade Federal do Paraná. Entre os aspectos relevantes para essa discussão, destaca-se o potencial da improvisação enquanto técnica de criação cênica para atores, assim como a utilização da improvisação em experiências de encenação teatral, nas quais os exercícios ultrapassam o treinamento para a atuação, surgindo como ponto de partida para o espetáculo. Por meio de apontamentos propostos por Viola Spolin, Jean-Pierre Ryngaert e Keith Johnstone, encontra-se material rico o suficiente para propiciar reflexões sobre os procedimentos improvisacionais, em sua relação com diferentes esferas e campos de aplicação. PROCEDIMENTOS IMPROVISACIONAIS ANDARILHOS 2:AS CARPIDEIRAS DE LAS PIEDRAS Karen Marry Quintal, Or. Prof. Dr. Narciso Telles; UFU Este trabalho é resultado de uma pesquisa sobre a utilização do método de improvisação através de Viewpoints como procedimento de criação cênica, sistematizada no projeto de iniciação artística Andarilhos 2: As Carpideiras de Las Piedras, aprovado pela Diretoria de Cultura da Universidade Federal de Uberlândia no ano de 2011. Como resultado desse processo é organizada a instalação cênica “As Carpideiras”, fruto de composições elaboradas sob o método de improvisação com Viewpoints juntamente aos textos “Uma Mosca Verde Brilhante” de Miguel Rúbio e “A Professora” de Henrique Buenaventura. A instalação tem o objetivo de retratar e dialogar a morte com a comunidade por meios de memórias e gestos psicológicos visualizando a vida de uma carpideira que chora a própria morte, como também discutir a estética e o social do tema nas periferias de Uberlândia e região e assim, buscamos com este projeto a relação entre criação artística, as tensões existentes na sociedade contemporânea, construção do conhecimento sob o olhar sensível e atuação comunitária. Apoio: Pró-Reitoria de Extensão,Cultura e Assuntos Estudantis / Diretoria de Cultura (PROEX/DICULT). PROCEDIMENTOS IMPROVISACIONAIS RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS – COMPORTAMENTO E CRIAÇÃO, COMPORTAMENTO PARA CRIAÇÃO Lara Tatiane de Matos; UDESC Neste artigo trato da investigação sobre o procedimento e espaço da residência artística na criação cênica na atualidade, do ponto de vista da construção de um comportamento específico para a criação. Levando em consideração as teorias de Merleau Ponty, no que se refere ao comportamento como consciência biológica no homem, mas que se transcendido pode levar a construção de estruturas mais elaboradas, como o afeto, e, acredito, a criação artística. Utilizarei duas diferentes experiências pessoais em residências artísticas, uma na sede do Odin Teatret, na Dinamarca em 2011, muito mais voltada a pesquisa teórica e observação e outra, em 2012, na sede da Cia. Dezeo Ito, na Bahia, no propósito de pesquisar e produzir materiais artísticos. Busco responder aos questionamentos sobre um lugar para a criação na contemporaneidade, e também como se dá o procedimento comportamental para a criação nestas situações específicas. PROCEDIEMNTOS IMPROVISACIONAIS A SAGA NO SERTÃO DA FARINHA PODRE: O USO DA CIDADE COMO ELEMENTO DE COMPOSIÇÃO CÊNICA Narciso Telles; PPGArtes – UFU A presente comunicação tem como objetivo apresentar os resultados da pesquisa sobre processos criativos e a cidade como espaço/material de composição cênica realizada pelo Coletivo Teatro da Margem (Uberlândia/MG) em seu espetáculo de rua ‘A Saga no Sertão da Farinha Podre’. Neste trabalho discutimos os procedimentos utilizados na criação do espetáculo e exemplificamos um caminho de investigação e formação em teatro. Apoio: CNPq, FAPEMIG, UFU PROCEDIMENTOS IMPROVISACIONAIS A PRESENÇA DA IMPROVISAÇÃO NO TREINAMENTO DO ATOR: BREVE PANORAMA HISTÓRICO Patrícia de Borba (Pita Belli); FURB; Resumo: Este trabalho busca identificar alguns momentos, ao longo da história do teatro ocidental, nos quais a improvisação foi utilizada como ferramenta significativa para o treinamento do ator e algumas de suas repercussões na construção de dramaturgia e nos processos de criação de espetáculos. Grupo de pesquisa: Teatro e Transdisciplinaridade PROCEDIMENTOS IMPROVISACIONAIS ANDARILHOS 2:AS CARPIDEIRAS DE LAS PIEDRAS Tatiane Pereira Teodoro Morais, Or. Prof. Dr. Narciso Telles; UFU Este trabalho é resultado de uma pesquisa sobre a utilização do método de improvisação através de Viewpoints como procedimento de criação cênica, sistematizada no projeto de iniciação artística Andarilhos 2: As Carpideiras de Las Piedras, aprovado pela Diretoria de Cultura da Universidade Federal de Uberlândia no ano de 2011. Como resultado desse processo é organizada a instalação cênica “As Carpideiras”, fruto de composições elaboradas sob o método de improvisação com Viewpoints juntamente aos textos “Uma Mosca Verde Brilhante” de Miguel Rúbio e “A Professora” de Henrique Buenaventura. A instalação tem o objetivo de retratar e dialogar a morte com a comunidade por meios de memórias e gestos psicológicos visualizando a vida de uma carpideira que chora a própria morte, como também discutir a estética e o social do tema nas periferias de Uberlândia e região e assim, buscamos com este projeto a relação entre criação artística, as tensões existentes na sociedade contemporânea, construção do conhecimento sob o olhar sensível e atuação comunitária. Apoio: Pró-Reitoria de Extensão,Cultura e Assuntos Estudantis / Diretoria de Cultura (PROEX/DICULT). RECEPÇÃO E CRÍTICA TEATRAL A RECEPÇÃO DE LUIGI PIRANDELLO E JORGE ANDRADE PELA CRÍTICA DE DÉCIO DE ALMEIDA PRADO. Berilo Luigi Deiró Nosella (Prof. Dr. do Departamento de Artes Cênicas da UFOP) Nas obras de crítica e história do teatro brasileiro de Décio de Almeida Prado fica mais que clara a perspectiva da Formação funcionando no interior de sua reflexão. A partir de tal perspectiva acreditamos ser possível rastrear, no pensamento de Décio, algumas pequenas fissuras que apresentam-se como linhas de continuidade e que, se não chegam a comprometer a grandiosidade e importância de sua obra, valem à pena serem revistas. Sem de fato aprofundarmo-nos aqui num debate metodológico historiográfico, o que procuraremos demonstrar é que tais fissuras podem ser compreendidas como traços ideológicos ligados a dada tradição do pensamento brasileiro sobre o teatro e a literatura no século XIX que perduraram até nosso pensamento do século XX, influindo tanto em seus “julgamentos” sobre nosso teatro do passado quanto do presente. Como exemplo, nos focaremos em como as citadas fissuras influíram na maneira como Décio de Almeida Prado “julgou” as obras dos dramaturgos Luigi Pirandello, em suas encenações brasileiras, e Jorge Andrade ao longo dos anos de 1940 a 1970. Apoio: a presente comunicação é fruto de pesquisa de doutoramento e contou com bolsa CNPq e CAPES. RECEPÇÃO E CRÍTICA TEATRAL “BARAFONDA”: UM PASSEIO-MERGULHO TEATRAL PELO ESPAÇO PÚBLICO Carina Maria Guimarães Moreira (Doutoranda PPGAC-UNIRIO, orientadora Profa. Dra. Beatriz Resende, bolsista FAPERJ) A presente comunicação apresenta-se como um início de reflexão sobre o fenômeno, recorrente em nossos tempos, da intervenção estética/teatral no espaço público como uma forma política de atuação social do fazer teatral. Tal reflexão, num jogo que articula a compreensão do fenômeno estético com suas motivações e implicações sociais, é o que nos guiará aqui num primeiro exercício de analise do referido fenômeno da intervenção no espetáculo “Barafonda” da companhia teatral paulista Cia. São Jorge de Variedades. RECEPÇÃO E CRÍTICA TEATRAL A DISFUNÇÃO EM BECKETT: DO CORPO À CENA Domingos Sávio Farias de A Júnior, Orientador: José Tonezzi; Departamento de Artes Cênicas; Universidade Federal da Paraíba. O presente plano de trabalho está vinculado à pesquisa intitulada O teatro das disfunções (Grupo Teatro: Tradição e Contemporaneidade; Núcleo: Cena e Contágio). Seu objetivo é investigar e analisar de que forma a disfunção está presente no teatro de Samuel Beckett, a partir de bibliografia específica e de estudos sobre sua obra. Assim, busca-se neste estudo entender como a deformidade humana se encontra sempre presente nas peças de Beckett e de seus personagens, seja por meio de suas deficiências corporais ou em suas falas e silêncios. Outrossim, a maneira com que este autor trabalha os elementos dramatúrgicos, tais como o tempo, o espaço, o corpo e a linguagem em cena (verbal e visual) são aspectos relevantes em nossa investigação, já que, como se sabe, isto incide de maneira decisiva no conteúdo da sua obra teatral, o que proporcionou um rompimento com os meios tradicionais de se escrever para a cena até então, sendo Beckett, portanto, considerado um dos maiores dramaturgos do século XX, cuja dramaturgia possui singular relevância para estudos contemporâneos acerca da história do teatro. Apoio: CNPq. RECEPÇÃO E CRÍTICA TEATRAL MOVIMENTO OCUPACIC E O SETOR CULTURAL CATARINENSE: O DIFERENCIAL TÉCNICO PROPOSTO PELO MOVIMENTO PARA UMA POLÍTICA DE ARTE Emanuele Weber Mattiello (Programa de Iniciação Científica, Orientadora Dra. Fátima Costa de Lima, UDESC). O Movimento OcupaCIC é uma ação política estadual integrada por diversos profissionais da cultura catarinense assim como da comunidade em geral. O objetivo é discutir os conceitos e modos sobre qual a cultura de Santa Catarina se apoia, debatendo como o governo e os profissionais têm produzido. Este artigo tece uma crítica aos modos da cultura catarinense, em especial do teatro, considerando como procedimento metodológico o diferencial técnico proposto pelo movimento OcupaCIC: discutir a cultura dentro do contexto social vivo, e não fora dele. O mesmo procedimento é também proposto por Walter Benjamin, quando este comenta a obra de Bertolt Brecht e o seu diferencial técnico perante a produção artística de sua época, deixando claro que a produção teatral está diretamente ligada à visão política do seu autor. Assim, o artigo estabelece uma crítica baseada em alguns conceitos discutidos por Benjamin, como: técnica, convivência de opostos, alegoria e o estado contemplativo. Apoio: PIBIC/CNPq – CEART/UDESC. RECEPÇÃO E CRÍTICA TEATRAL SETORIAL PERMANENTE DE TEATRO DE FLORIANÓPOLIS: O DEVIR DA AÇÃO POLÍTICA NUM ESPAÇO ABERTO AO DEBATE DAS QUESTÕES DA CLASSE TEATRAL Fátima Costa de Lima (Departamento de Artes Cênicas - CEART/UDESC) Fundada no dia 1º de fevereiro de 2011 a partir de uma convocatória do Fórum Cultural de Florianópolis, a Setorial Permanente de Teatro reúne mensalmente artistas e produtores teatrais da capital catarinense. Desde sua criação, o coletivo tem participado ativamente dos movimentos políticos da classe artística e cultural de Santa Catarina, dando sua contribuição a partir do debate sistemático sobre suas próprias questões. O artigo se dispõe a listar as principais ações da Setorial em seu primeiro ano de vida e tecer breve crítica da atuação do coletivo em análise embasada nas teorias sobre política da arte de Walter Benjamin e Mario Perniola. PPGT e PIC (Programa de Iniciação Científica) – UDESC RECEPÇÃO E CRÍTICA TEATRAL A SOLIDÃO DOS HERÓIS EM “ANTÍGONA” E “O SANTO INQUÉRITO” Fernandes Ferrreira de Souza (UEMS) O presente trabalho objetiva fazer o registro, especialmente a partir de Albin Lesky, dos momentos de solidão aos quais foram expostas as heroínas Antígona e Branca Dias, de Sófocles e Dias Gomes respectivos. Esta solidão não somente as vitimiza, mas exalta-as, antes do sacrifício final. Humaniza mas também diviniza, conferindo-lhes o impacto trágico necessário para a construção de heroínas trágicas. É o herói que, aparentando estar submerso no abandono mais doloroso, se revela marcado por uma outra solidão, a do privilégio divino. Dias Gomes espelha-se na grega Antígona, praticamente ressuscita-a ao contribuir com a dramaturgia brasileira com a criação de Branca Dias, a qual segue os mesmos passos de sua antecessora, especialmente quando abandonada por seu pai Simão Dias, assim como Antígona fora abandonada pela irmã Ismene. RECEPÇÃO E CRÍTICA TEATRAL RECEPÇÃO E ESCRITA CARTOGRÁFICA Manoel Levy Candeias, orientadora: Prof.ª Dr.ª Neyde de Castro Veneziano Monteiro; Instituto de Artes; UNICAMP Não é nova a ideia de que o crítico, quando aprecia uma obra teatral, está em contato com um evento único, que tem novas nuances a cada apresentação dentro de uma temporada. Diante disso, após uma experiência que envolve diversas variantes subjetivas, como seu estado de espírito, o lugar onde se sentou, a performance dos atores e outros fatores pouco mensuráveis, ele se vê na tarefa de descrever e avaliar objetivamente a obra. Nesse momento, quase tudo que envolve a especificidade do acontecimento teatral acaba tendo de ser relegado ao segundo plano, para que não se produza uma análise subjetiva demais. Uma resenha termina por ser, grosso modo, uma comparação entre os conceitos do crítico e a concepção estética do(s) autor(es) da obra. Numa época em que o teatro começa a se utilizar com mais frequência de uma linguagem que prioriza o significante sobre o significado, centrando seu foco na materialidade da cena e não nos sentidos discursivos que a obra possa gerar, como fazer da apreciação e, sobretudo, do registro dessa apreciação uma análise mais completa da experiência cênica? A metodologia cartográfica, que tem como princípio acompanhar processos em movimento, pode nos oferecer algumas pistas. Desde que o crítico, assim como o cartógrafo, esteja disposto a trocar a postura de analisar o objeto pela de analisar com o objeto. Essas e outras questões derivadas de tal ponto de vista nos parecem ser relevantes para serem levantadas em artigo e nas discussões relacionadas a recepção e crítica. Pesquisa apoiada pela FAPESP, incluiu um estágio de estudos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa apoiado da CAPES. RECEPÇÃO E CRÍTICA TEATRAL LEITURA DE UM PROCESSO DE ESCRITURA CRÍTICA Maria do Perpétuo Socorro Calixto Marques; UFU Para essa explanação, farei um relato do processo de leitura dos espetáculos realizados pelos alunos do Curso de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia, cujos resultados fundaram o periódico Diário de Classe Teatral: Jornal de crítica. Como base para esse relato, trago algumas considerações sobre o processo de aprendizagem da leitura de peças diversas encenadas no contexto da cidade, bem como apontamentos e análises sobre o processo de escrita. Como farol teórico me servirei de autores como Virgínia Woolf e Jauss, que do impressionismo à estética da recepção, dadas as devidas distâncias temporais, privilegiaram o leitor no processo de inferência em textos. RECEPÇÃO E CRITICA TEATRAL CORPO-TEXTO-ESPECTADOR Rita Gusmão, orientadora: Maria Beatriz de Medeiros; PPG-Arte/UnB A recepção na arte teatral contemporânea busca um espectador que componha sua operação, seja a partir de uma inserção direta de sua corporalidade, seja a partir da compreensão filosófica das interfaces entre a cena e outras artes, podendo se expandir-se para a interface com outros campos de conhecimento, que não o artístico. O entendimento da recepção, então, se amplia para contemplar a hibridação das formas artísticas, para compreender a velocidade como parâmetro relacional com a arte e a espetacularização no nível individual de ação no mundo sociocultural. Pensase refletir aqui sobre quais são os rituais que se desenvolvem entre espectador e cena, que podem caracterizar o habitus perceptivo próprio a esta circunstância. Apoio: Capes/Prodoutoral RECEPÇÃO E CRÍTICA TEATRAL A HOMOSSEXUALIDADE RETRATADA NOS TEXTOS DRAMÁTICOS DE GREGORY HAERTEL Sidney Michael Dietrich, orientadora: Olívia Camboim Romano; FURB Esta pesquisa em andamento consiste em uma análise sobre como a homossexualidade é exposta nos textos dramatúrgicos “Figo”, “A Parte Doente” e “Volúpia” do autor paranaense radicado em Blumenau Gregory Haertel. Através de pesquisa histórica e em obras dramáticas pretendemos traçar um breve panorama histórico de como a homossexualidade vem sendo tratada pela sociedade desde os primórdios da história, até chegar ao momento atual. Em seguida, realizando leituras e entrevistas (com integrantes dos grupos que montaram os textos e com Gregory Haertel) buscamos identificar como a homossexualidade é exposta em sua dramaturgia, quais vertentes desta temática são exploradas por ele, como se relacionam com o que a mídia expões em nosso cotidiano e utilizando seus textos como parâmetro, pretendemos refletir sobre como o teatro blumenauense discute e dissemina esse tema para o público. Apoio: PIPe/ Artigo 170. TEATRALIDADE E NOVAS TECNOLOGIAS O HOMEM E A MÁQUINA: ANÁLISE DO ESPETÁCULO O NAUFRÁGIO Adriano Roza (bolsista CAPES, mestrando, sob orientação de Roberta K. Matsumoto, Universidade de Brasília) Por meio da análise do espetáculo O naufrágio, de autoria de Súlian Vieira Pacheco e Silvia Davini (Grupo de pesquisa Vocalidade & Cena – Universidade de Brasília), procuro, nesse artigo, rever algumas noções essenciais relativas à encenação teatral, em especial, a encenação multimidiática. A partir de tal análise, focada especificamente na forma como os recursos audiovisuais foram utilizados na composição do espetáculo e nas relações que surgem entre o homem e a máquina, que se configura tanto homem versus máquina, quanto homem-máquina, discutirei as noções de presença, de humano e de vida dialogando com Derrida, Artaud, Deleuze, Pavis e Walter Benjamin. O estudo adotou, em acordo com esse último autor, o entendimento de que a forma de percepção humana se transforma historicamente e, portanto, precisa ser readequada aos novos tempos. Objetiva-se, assim, o surgimento de olhares inovadores sobre a forma de se utilizar e pensar o vídeo nos espetáculos cênicos. TEATRALIDADE E NOVAS TECNOLOGIAS NOVAS IMAGENS DA CENA: ATOR E DISPOSITIVOS Gabriela Lirio Gurgel Monteiro (Prof. Adj.Direção Teatral/ECO/UFRJ) O estudo pretende investigar as relações entre o ator e os novos dispositivos audiovisuais na cena contemporânea, a partir de uma abordagem histórica que tem o seu começo nas primeiras experiências do século XIX e início do século XX (Craig, Piscator, Meyerhold) à inserção de novas tecnologias na cena atual (Lepage, Wooster Group, Bob Wilson). Faz-se necessário, sobretudo, ampliar o campo de discussão com o objetivo de refletir sobre as possibilidades de articulação entre as artes cênicas e as demais artes. Nesse sentido, a noção de dispositivo é problematizada com o intuito de pesquisar as crescentes transferências tecnológicas entre mídias diversas. A hipótese é de que esta nova “cartografia”, cuja riqueza reside na sua complexidade e nas diferenças que a compõem, aponta para um hibridismo artístico em que fronteiras, antes demarcadas, cedem lugar a cenas e modos de criação cada vez mais plurais e fragmentários. Pesquisa “A Teatralidade cinematográfica e o uso de novos dispositivos na produção de imagens” (CNPq, FAPERJ) TEATRALIDADE E NOVAS TECNOLOGIAS A TEATRALIDADE CINEMATOGRÁFICA EM “O AUTO DA COMPADECIDA”, DE GUEL ARRAES Lívia Ribeiro Ataíde de Oliveira (Bolsa FAPERJ; Orientadora: Gabriela Lírio Gurgel Monteiro; Projeto de pesquisa “A teatralidade cinematográfica e o uso de novos dispositivos na produção de imagens”; ECO/UFRJ) A teatralidade cinematográfica em "O Auto da Compadecida", de Guel Arraes: Este estudo é uma investigação teórica e prática das relações entre teatro e cinema, a partir da análise da adaptação cinematográfica de Guel Arraes da peça "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna. A pesquisa pretende levantar as diferenças entre as obras literária e audiovisual, no que diz respeito ao espaço, tempo, narrativa e personagens. O objetivo é o de analisar a transposição de elementos teatrais para a obra cinematográfica. Percebe-se que a obra literária de Suassuna se enquadra em um projeto, em uma concepção de Nordeste do autor, e que o filme, por sua vez, representa um olhar contemporâneo sobre a obra, tornando-se referência importante através da sua veiculação nos meios de comunicação em massa. Nesse sentido, torna-se relevante a leitura crítica de tais representações, uma vez que são tomadas como definidoras de um todo. Tal percepção leva ao aprofundamento do estudo do imaginário nordestino pela ótica do cinema brasileiro. O desenvolvimento do objeto de pesquisa compreende também uma investigação prática da interseção entre as linguagens, propondo-se, em uma segunda etapa, a criação de uma cena teatral, em diálogo com as questões teóricas levantadas, através do uso de projeções em suportes distintos. TEATRALIDADE E NOVAS TÉCNOLOGIAS A TEATRALIDADE CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE PETER BROOK - O MAHABHARATA Marcos Roberto Mazaro, Orientadora Gabriela Lírio Gurgel Monteiro; UFRJ "O Mahabharata", adaptado para o teatro e para o cinema pelo diretor inglês Peter Brook, vem sendo estudado nesta pesquisa que agora inicia sua segunda etapa. Na primeira, foi realizado o levantamento bibliográfico das questões teóricas pertinentes às relações entre teatro e cinema. Neste segundo momento, a pesquisa objetiva a utilização de dispositivos cinematográficos e cênicos na criação de um produto híbrido (a cena teatral/o curtametragem). Além de buscar a interconexão, a dissolução das clivagens, a crescente porosidade nas relações entre a obra teatral e cinematográfica, avançamos no sentido de um olhar mais atento ao processo de adaptação. Através também da decupagem minuciosa de cenas emblemáticas do filme, investigamos a teatralidade presente na obra e, até que ponto, os dispositivos teatrais são capturados e utilizados durante a produção das imagens do filme e sua finalização na edição e escolhas dos planos. A pesquisa caminha no sentido de mensurar o quanto o processo de adaptação de Brook, em parceria com Jean Claude Carrière, investiu no multiculturalismo. Para além das questões técnicas percebidas, a grandiloqüência épica foi mantida mesmo após a condensação desta literatura oral milenar. Apoio: Bolsista PIBIAC TEATRALIDADE E NOVAS TECNOLOGIAS OBRAS EM FLUXOS Michele Louise Schiocchet; (CAPES); Beatriz Angela Cabral UDESC Este artigo investiga processos artísticos híbridos a partir da imersão de artistas em uma condição espaço-temporal especifica. Com a aceleração e facilitação da troca de informações, imagens e comodidades concomitante à rupturas de moldes tradicionais de experiencia espaço-temporal, somando-se ao processo de homogeneização de lugares e culturas, ‘as condições intensificantes de indiferenciação espacial e desparticularização – isto é, as crescentes instancias de inespecificidade locacional – parecem exacerbar o senso de alienação e fragmentação na vida contemporânea’ (MIWON 2002: 8). Com estes processos de desmaterialização do site, a arte parece também se desmaterializar (MIWON 2002: 25). Se pensarmos que nossa compreensão e ocupação de espacialidades, estão se reconfigurando, poderíamos reavaliar os parâmetros e linguagens usados para estudar as artes performativas em geral; como as noções de presença, reciprocidade e mediação, buscando compreender possíveis maneiras inserir uma obra artística em um contexto de espaços por vezes abstraídos, fragmentados, sobrepostos ou mesmo para alem de uma unidade espaço temporal especifica, focando mais do que em uma ocupação física de um espaço literal, no dialogo que ela estabelece com esta rede de espaços e fluxos. James Meyer faz uma distinção entre site-literal e site-functional. A obra site funcional se caracteriza não pelo site, mas pelo deslocamento no espaço, sendo uma função entre localidades e pontos de vista (MEYER 2000: 27). Desta forma, mais do que perguntar se uma obra hibrida é ou não performance e se a sua presença se dá de maneira física ou virtual, poderíamos pensar de que maneira esta performance se presentifica ao ponto de criar uma experiência diferenciada ao interno de uma teia que tende a padronizar discursos e isolar experiências. Apoio CAPES TEATRALIDADE E NOVAS TECNOLOGIAS PROCESSO DE MONTAGEM TEATRAL NA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA: MEDIAÇÃO POR TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Dra. Urânia Auxiliadora Santos Maia de Oliveira Ms. Natássia Duarte Garcia Leite de Oliveira (Bolsista FAPEG) Escola de Música e Artes Cênicas; Universidade Federal de Goiás (Emac/UFG) Traçar um diálogo entre as mídias utilizadas na Educação à Distância (EaD) e o trabalho de ator no contexto contemporâneo é um desafio. As novas tecnologias e a velocidade nas comunicações, aliadas aos novos sistemas de produção, exigem outras maneiras de aprender/de fazer teatro e do que aprender e do que fazer em cena. As novas gerações de atores também têm novas formas de pensar, de analisar e de realizar seu trabalho. O presente artigo pretende discutir alguns desafios e contradições nos processos de montagem do Curso de Licenciatura em Artes Cênicas da EaD/ Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (EMAC/ UFG), considerando as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como componentes propiciadores da realização do processo. Neste sentido, far-se-á um apanhado geral sobre alguns dos elementos integrantes das TIC utilizados no curso e algumas reflexões e sugestões quanto a possibilidades de práticas de preparação de espetáculos. O objetivo das disciplinas de Processos de Montagem e Montagem de espetáculo é conhecer e trabalhar com elementos constituintes da linguagem da encenação teatral, culminando num espetáculo. Busca-se com este trabalho apresentar uma reflexão sobre a utilização de ferramentas mediadoras do processo de montagem teatral e do trabalho de ator, oferecendo subsídios para uma melhor compreensão de como essas montagens vêm sendo desenvolvidas no curso. TEATRALIDADE E NOVAS TECNOLOGIAS SENSIBILIDADE IMATERIAL: O TRABALHO DO ATOR PERMEADO PELA PROJEÇÃO DE VÍDEO Rafael Machado Michalichem, (PIBID/PROGRAD; Orientadora: Mariene Hundertmarck Perobelli; Universidade Federal de Uberlândia) Na cena contemporânea teatral, as novas tecnologias são ferramentas que começam a ser exploradas e possibilitam novos olhares para a linguagem teatral. A projeção, como tecnológia acessível e ainda pouco utilizada, é um dos campos que mais recebe experimentações, mas ainda está engatinhando em suas potencialidades. Busca-se entender como a projeção em vídeo afeta o trabalho do ator, o seu fazer sensível, permeando os sentidos e percepções do ator quando a presença imaterial do vídeo, perpassando suas possibilidades cênicas. Através de improvisações utilizando viewpoints e de projeções de vídeos sem som gravados pelos próprios atores, observaram-se questões plásticas que são atravessadas por arestas - geralmente inconscientes - da presença da projeção. Notou-se, a partir da tomada de consciência de contaminações da projeção nas cenas, que não somente o assunto do vídeo, mas também as cores, as formas, os planos, o ritmo e, provavelmente, mais uma série de tópicos, que estes modificavam variados fatores da cena, e foi possível então aos atores brincar com esses parâmetros em suas improvisações e criações de cena. Nota-se, então, um elemento que ultrapassa a complexidade de simples texto em cena a ser lido pelo expectador, e alcança o local de modificador da cena, podendo ser utilizado conscientemente para criação dos atores. Apoio: CAPES, PROGRAD, IARTE/UFU TEATRALIDADE E NOVAS TECNOLOGIAS A TEATRALIDADE E O MUNDO VIRTUAL DOS JOGOS DIGITAIS Patricia Leandra Barrufi Pinheiro; PPGT – UDESC Saulo Popov Zambiasi; PPGEAS – UFSC Certos jogos são caracterizados por simulações executadas em nossas mentes (RPG - Role Playing Games), em que os elementos da história existem apenas na imaginação dos jogadores, simulando batalhas e ações. A base disso é a teatralidade dos participantes imersa no mundo do jogo. Com o surgimento dos jogos digitais, os jogos de tabuleiro, cartas, RPGs, etc., foram rebuscados para os videogames de console e computadores, combinando arte e tecnologia. O ambiente do jogo passou por uma ressignificação de sua arquitetura e dinâmica dos rituais convencionais. Essa relação homem-espaço leva os usuários dos games à situações que em um estado de normalidade não existiria, proporcionando às pessoas uma releitura do cotidiano. Os games multijogadores online, ou mundos virtuais, proporcionam agora uma nova possibilidade de convivência entre as pessoas, que passam a participar de uma subsociedade cibernética, ainda que parte da sociedade do mundo real. As pessoas passam a exigir interação com elementos mais inteligentes e performáticos, com suas próprias personalidades, tanto NPCs (Non-Player Character) como em personagens que interagem com as pessoas inseridas nesses mundos. Os jogos digitais passam a constituir um evento de interferência e de intervenção entre o ficcional e o espaço real. Ocorre uma instauração da teatralidade: acontecem algumas concretizações, na medida em que o jogador estabelece relação com o universo fictício e o universo real. Essa experiência é trazida para os jogos, evocando climas e tensões que são proporcionadas pela ocupação simbólica desses espaços preenchidos de sentidos. Este artigo faz uma reflexão sobre a teatralidade inserida em ambientes virtuais de jogos digitais.