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DINHO AMBIENTAL LDTA PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DIAGNÓSTICO Prefeitura de Teutônia/RS Dinho Ambiental Ldta Outubro de 2013. 1 INFORMAÇÕES Contratante: Prefeitura Municipal de Teutônia CNPJ: 88.661.400/0001-99 Endereço: Av. 1 Oeste nº 878 - Teutônia CEP: 95.890-000 Fone: (51) 3762-7700 Responsável: Prefeito Renato Airton Altmann Contatada: Dinho Ambiental Ltda CNPJ: 11.472.711/0001-85 Endereço: Rua Bento Gonçalves 141 Bom Retiro do Sul CEP: 95-870-000 Responsável: Carlos Alexandre da Silveira-Diretor Contrato : 052/2013 Prazo de Execução: 8 meses (26/02/2013 à 26/10/2013) 2 SUMÁRIO 1. DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO _________________________________________ 8 1.1. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS, CULTURAIS, AMBIENTAIS E DE INFRAESTRUTURA. _______________________________________________________________ 8 1.2. POLÍTICA DO SETOR DE SANEAMENTO _______________________________________ 76 1.3. INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA _____________________________ 94 1.4. INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ____________________________ 107 1.5. INFRAESTRUTURA DE MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS __________________________ 116 1.6. INFRAESTRUTURA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS _____ 131 3 LISTA DE FIGURAS Figura 01– Localização climática de Teutônia __________________________________________ 9 Figura 02- Bacia hidrográfica _______________________________________________________ 10 Figura 03 – Mapa Geológico do Município ____________________________________________ 11 Figura 04 – Mapa da vegetação do município__________________________________________ 12 Figura 05: Saneamento ____________________________________________________________ 22 Figura 06: Diagrama binário com as temperaturas mínimas e máximas mensais e gráfico de coluna das precipitações médias mensais para o município de Teutônia. __________________ 40 Figura 07 – Excesso no balanço hídrico, período de 1961 a 1990. _________________________ 42 Figura 08 – Deficiência no balanço hídrico, no período de 91/1990 ________________________ 42 Figura 09 – Mapa da Bacia Taquari-Antas _____________________________________________ 44 Figura 10. Tipos geoquímicos das águas dos Sist. Aquíferos Serra Geral II (parte 1). _________ 51 Figura 11. Tipos geoquímicos das águas dos Sist. Aquífero Serra Geral I e II (parte 2). _______ 52 Figura 12 - Diagrama de salinidade do Sistema Aquífero Serra Geral I e II (parte 1). __________ 53 Figura 13- Diagrama de salinidade do Sistema Aquífero Serra Geral I e II (parte 2).___________ 54 Figura 14: Sistema de Tratamento Individual _________________________________________ 109 Figura 15: Corte transversal do Clorador. ____________________________________________ 109 Figura 16: classificação dos resíduos. ______________________________________________ 134 Figura 17 – Etapas do pós consumo. _______________________________________________ 157 Figura 18 - Lixeira para armazenamento do lixo em locais onde há predios ________________ 162 Figura 19 - Lixeira para armazenamento do lixo_______________________________________ 162 Figura 20 - Disposição inadequada de lixo devido à falta de lixeiras ______________________ 162 Figura 21 - Disposição inadequada do lixo devido à inexistência de lixeira ________________ 162 Figura 22 - Lixeiras identificadas para acondicionamento do lixo ________________________ 163 Figura 23 - Lixeiras para acondicionamento do lixo. Neste caso, danificada. _______________ 163 Figura 24 - Contêiner destinado ao armazenamento do lixo _____________________________ 164 Figura 25 - Coleta mecanizada dos resíduos _________________________________________ 164 Figura 26 - Caminhão destinado a coleta do lixo ______________________________________ 165 Figura 27 - Caminhão do tipo compactador. __________________________________________ 165 Figura 28 - Garis responsáveis pela coleta do lixo ____________________________________ 166 Figura 29 – Inexistência de EPI´s ___________________________________________________ 166 Figura 30 - Localização da usina de triagem e disposição final do município de Teutônia ____ 167 Figura 31 - Vista área aproximada da área ___________________________________________ 168 4 Figura 32 - Célula 02 em operação__________________________________________________ 169 Figura 33 - Nova central de triagem _________________________________________________ 169 Figura 34 - Lagoa de tratamento 01 _________________________________________________ 169 Figura 35 - Lagoa de tratamento 02 _________________________________________________ 169 Figura 36 - Trator com reboque utilizado para o transporte dos rejeitos ___________________ 170 Figura 37 – Retroescavadeira utilizada no manejo dos resíduos sólidos __________________ 170 Figura 38 - Rampa mecanizada ____________________________________________________ 171 Figura 39 - Esteira mecanizada ____________________________________________________ 171 Figura 40 - Acondicionamento dos resíduos recicláveis/secos em sacos do tipo bag _______ 171 Figura 41 - Alas para armazenamento dos resíduos conforme a sua tipologia ______________ 171 Figura 42 - Fluxograma do processo de triagem dos resíduos ___________________________ 172 Figura 43 - Pontos de retirada de amostras de montes ou pilhas de resíduos ______________ 175 Figura 44 - Coleta das amostras ___________________________________________________ 175 Figura 45 - Rompimento dos receptáculos e homogeneização da amostra ________________ 176 Figura 46 – Amostra resultante ____________________________________________________ 176 Figura 47- Separação dos materiais ________________________________________________ 176 Figura 48 - Pesagem dos materiais _________________________________________________ 176 Figura 49 - Vista geral da empresa _________________________________________________ 181 Figura 50 - Armazenagem de material reciclável ______________________________________ 181 Figura 51 - Depósito informal de resíduos ___________________________________________ 181 Figura 52 - Depósito informal de resíduos em residência de catador _____________________ 181 Figura 53 - Transporte dos resíduos ________________________________________________ 183 Figura 54 - Catadora identificada no município _______________________________________ 183 Figura 55 - Acúmulo de lixo verde no meio fio da calçada ______________________________ 184 Figura 56 - Coleta do lixo verde ____________________________________________________ 184 Figura 57 - Resíduos de poda acumulados no meio fio da calçada _______________________ 184 Figura 58 - Registro de uma das campanhas do Projeto REVIVE BOA VISTA ______________ 185 Figura 59 - Triturador de galhos____________________________________________________ 187 Figura 60 - Resíduos verdes triturados ______________________________________________ 188 Figura 61 - Depósito irregular de lixo verde __________________________________________ 188 Figura 62 - Abrigo para armazenamento dos RSS _____________________________________ 191 Figura 63 - Vista geral das bombonas para armazenamento dos RSS. ____________________ 191 Figura 64 - Maiores geradores de resíduos sólidos industriais perigosos, dos municípios inventariados no estado do RS ____________________________________________________ 193 Figura 65 - Contêiner para armazenamento de resíduos da construção civil _______________ 196 Figura 66 - Vista geral do depósito de resíduos inertes ________________________________ 196 5 Figura 67 - Vista aproximada dos resíduos da construção civil __________________________ 196 Figura 68 - Ponto de coleta de pilhas e baterias_______________________________________ 198 Figura 69 - Recipientes utilizados para a coleta de pilhas, baterias e materiais eletrônicos ___ 198 Figura 70 - Identificação do reciclador ______________________________________________ 200 Figura 71 - Produtos resultantes da reciclagem _______________________________________ 200 Figura 72 - Verificação das embalagens de agrotóxicos ________________________________ 203 Figura 73 - Recolhimento das embalagens ___________________________________________ 203 6 LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Distribuição de rendimento médio mensal de salário mínimo, segundo domicílios -2010. __________________________________________________________________ 8 Tabela 02: Temperaturas mínimas e máximas mensais e precipitações médias mensais para o município de Teutônia. __________________________________________________________ 40 Tabela 03: Divisão da área municipal em sub-bacias hidrográficas. _______________________ 45 Tabela 04: Processos para captação e/ou uso de água superficial em andamento no Departamento e Recursos Hídricos Estadual (SEMA-DRH). ______________________________ 47 Tabela 5: Situação dos processos junto ao Departamento de Recursos Hídricos do Estado do Rio Grande do Sul das captações subterrâneas do município de Teutônia. ______________ 65 Tabela 06 – Analise da água distribuída ______________________________________________ 97 Tabela 07 – Receitas e despesas ___________________________________________________ 103 Tabela 08 – Despesas e Receitas ___________________________________________________ 103 Tabela 09 - Indicadores de abastecimento de água. ___________________________________ 106 Tabela 10- Exemplo de Áreas com Problemas de Drenagem. ____________________________ 122 Tabela 11 - Indicadores de Fragilidade do Sistema (IFS) ________________________________ 124 Tabela 12 - Pontuação adotada para quantificar cada IFS ______________________________ 127 Tabela 13 – Hierarquia de gestão e gerenciamento de resíduos _________________________ 132 Tabela 14 - Anexos Contidos na NBR 10.004/2004 _____________________________________ 135 Tabela 15 - Não Perigosos-Classe II A e Classe II B____________________________________ 135 Tabela 16 - Perigosos – Classe I ___________________________________________________ 139 Tabela 17 – Resíduos de saúde (Fonte: ANVISA/CONAMA, 2006). ________________________ 143 Tabela 18 – Apresenta as responsabilidades do Gerenciamento dos Resíduos. ____________ 152 Tabela 19 - Roteiro de recolhimento de lixo no setor urbano ____________________________ 160 Tabela 20 - Roteiro de recolhimento de lixo no setor rural ______________________________ 160 Tabela 21 - Fatores que influenciam nas características dos resíduos ____________________ 173 Tabela 22 - Programação e pesagem das amostras ____________________________________ 177 Tabela 23 - Programação e pesagem das amostras ____________________________________ 178 Tabela 24 - Programação e pesagem das amostras ____________________________________ 178 Tabela 25 - Produção e composição dos resíduos sólidos do município de Teutônia. _______ 179 Tabela 26 - Geração Per Capita de Resíduos Domésticos no Brasil ______________________ 180 Tabela 27 - Produção Per Capita de Resíduos Domésticos no Município ano de 2010 _______ 180 Tabela 28 - Frequência de coleta de resíduos de saúde nas unidades municipais de Teutônia _______________________________________________________________________ 189 Tabela 29 - Roteiro de recolhimento de embalagens de agrotóxicos ______________________ 202 Tabela 30 – Indicadores de Resíduos Sólidos Urbanos. ________________________________ 205 7 1. DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO 1.1. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS, CULTURAIS, AMBIENTAIS E DE INFRAESTRUTURA. I – Aspectos Socioeconômicos. Quanto aos aspectos socioeconômicos a distribuição de rendimento médio mensal dos domicílios por faixa de salário mínimo, no ano de 2010, no município de Teutônia, apresenta a maior concentração de domicílios na faixa de 2 a 5 salários mínimos, com índice de 49,35%, valor superior ao do estado. Tabela 01 – Distribuição de rendimento médio mensal de salário mínimo, segundo domicílios -2010. Classes de Rendimento nominal mensal Total Até 1/2 SM Mais de 1/2 a 1 SM Mais de 1 a 2 SM Mais de 2 a 5 SM Mais de 5 a 10 SM Mais de 10 a 20 SM Mais de 20 SM Sem rendimento Teutônia Nº 9.286 29 282 1.332 4.583 2.332 581 123 25 (%) 100 0,31 3,04 14,34 49,35 25,11 6,26 1,32 0,27 Estado RS Nº 3.599.263 58.482 265.718 688.708 1.409.788 692.148 267.761 120.446 96.213 (%) 100 1,62 7,38 19,13 39,17 19,23 7,44 3,35 2,67 II- Cultura. Quanto a Cultura o município é praticamente de origem alemã, o município destaca-se pelo excelente desempenho na música. O município é responsável pela criação oficial da primeira rota turística, a Rota Germânica, a qual busca apresentar um pouco mais da cultura germânica, através das tradições que ainda hoje são cultivadas, como é o caso do sapato-de-pau, ou do Empreendimento Matinho, O centro administrativo que sedia a Prefeitura Municipal, órgãos públicos e de prestadores de serviços foi construído em 1986 e está localizado no Centro geográfico dos Bairros de Canabarro e Languiru. O Lago da Harmonia, a 500m de altura aproximadamente, é outro ponto turístico (IBGE, 2011). 8 III - Aspectos Físicos e Ambientais Clima O município apresenta altitude variável entre 250 a 650 metros. O clima apresenta, durante o ano, dois períodos térmicos distintos: um, com temperatura média das médias superior a 20°C, durante os meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro (verão), e outro, com temperatura média das médias inferior a 15°C, nos meses de junho, julho e agosto (inverno). Quanto ao regime de precipitação pluviométrica, não são observados períodos de déficit hídrico na relação P < 3T. As geadas são frequentes nos meses de junho, julho e agosto. As chuvas anuais médias oscilam de 1.500 a 2.000 milímetros. Figura 01– Localização climática de Teutônia Hidrografia O território municipal pertence a Bacia Hidrográfica Taquari Antas e é banhado pelo Arroio Boa Vista, que deságua no Rio Taquari (HESSEL, 1985). A malha hidrográfica de Teutônia é composta por vários afluentes do arroio Boa Vista, tais como: arroio Harmonia, arroio Posses, dentre outros córregos e sangas de menor porte sem denominação. 9 Figura 02- Bacia hidrográfica Geologia O relevo é marcado por áreas montanhosas ao norte do município, que integram as encostas do Planalto Meridional. Na parte central e sul do município, em sua maioria, o relevo é plano. Há a predominância de rochas de rochas vulcânicas e cristalinas, que deram origem aos solos argilosos e arenosos existentes no município. 10 Figura 03 – Mapa Geológico do Município Vegetação A cobertura vegetal do município de Teutônia está inserida na Região Fitogeográfica da Floresta Estacional Decidual, que reveste áreas de relevo dissecado da Serra Geral, correspondentes às partes elevadas das escarpas formadas pelo vale dos rios Taquari - Antas. 11 Figura 04 – Mapa da vegetação do município IV – Infraestrutura. Segundo o Art. 28 do capítulo III da Lei nº. 2.582 de 10 de novembro de 2006, que institui o Plano Diretor Participativo de Teutônia e dá outras providências, o Sistema Viário Principal é constituído pelas ruas de maior importância para o fluxo de trânsito, compreendendo vias já existentes e outras projetadas, segundo a seguinte hierarquia: I – Vias de distribuição, (Avenidas ou Ruas Principais); II – Vias Coletoras (Demais Ruas). 12 Os principais eixos viários no município de Teutônia são as Rodovias RS 128 Via Láctea e a RS 419 que liga Teutônia ao município de Poço das Antas e a RS 453 denominada Estrada Rota do Sol. Atualmente, 60% das vias localizadas no centro urbano de Teutônia possuem pavimentação asfáltica, enquanto que 20% possuem cobertura de paralelepípedo e 10 % são estrada de chão. As vias principais que ligam ao interior do município possuem pavimentação asfáltica, já as vias secundárias são de chão batido. A Secretaria de Obras, Viação e Transportes do município é responsável pela manutenção da malha rodoviária do município, que é composta de 140 Km de estradas não pavimentadas e 80 Km pavimentadas e toda a malha urbana. 1.1.1. Caracterização da área de planejamento (área, localização, distância entre a sede municipal e municípios da região, da capital do estado e entre distritos e sede municipal, dados de altitude, ano de instalação, dados climatológicos, evolução do município e outros). a. Caracterização da área de planejamento: 215,4 km² 13 b. Localização: CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO Porte Micro Altitude da sede (m) 100 metros Latitude 29º 26’ 56’’ Sul Longitude Microrregião Mesorregião Região Geográfica Gentílico Educação Renda Saneamento Saúde Idese 51º 48’ 48’’ Oeste Lajeado - Estrela Centro Oriental Rio-Grandense Sul Teutoniense 0,871 0,835 0,472 0,861 0,760 Fonte: IDESE - FEE (2009) 14 Distância entre a sede municipal e municípios da região, da capital do estado e entre distritos e sede municipal: Porto Alegre Arroio do Meio Bom Retiro do Sul Boqueirão do Leão Canudos do Vale Colinas Capitão Coqueiro Baixo Cruzeiro do Sul Doutor Ricardo Encantado Estrela Fazenda Vilanova Forquetinha Imigrante Lajeado Marques de Souza Muçum Nova Bréscia Paverama Pouso Novo Progresso Relvado Roca Sales Santa Clara do Sul Sério Tabaí Taquari Travesseiro Vespasiano Correa Westfalia Distância de Teutônia das cidades da microregião Lajeado-Estrela Distância das cidades da microregião Lajeado-Estrela de Porto Alegre 85,71 13,75 21,87 62,17 43,14 8,71 26,12 40,95 18,07 44,16 25,08 15,67 16,01 27,96 11,08 14,76 31,25 32,04 33,38 13,78 49,5 53,32 45,16 18,66 26,77 44,84 28,57 39,42 29,34 42,59 5,16 98,23 83,52 141,66 124,94 94,42 111,82 126,65 92,94 128,52 108,88 92,1 74,81 110,14 91,89 94,51 115,21 114,62 119,07 72,06 134,74 136,29 130,62 103,08 103,82 123,58 59,91 66,36 114,45 122,99 84,55 15 Símbolos: Bandeira Brasão c. Densidade demográfica CENSO POPULAÇÃO Densidade Demográfica hab/km² 1996 19.942 111,64 2000 22.891 128,15 2007 25.105 140,55 2010 27.272 152,68 Fonte: IBGE (1991, 2000, 2007 e 2010) Estrutura etária: ESTRUTURA ETÁRIA FAIXA ETÁRIA HOMENS MULHERES 0a4 814 779 5a9 843 812 10 a 14 1014 982 15 a 19 1124 1122 20 a 24 1214 1142 25 a 29 1215 1206 30 a 34 1154 1153 35 a 39 1120 1027 40 a 44 1.001 1010 45 a 49 947 1021 50 a 54 898 866 55 a 59 756 719 60 a 64 509 549 16 65 a 69 357 450 70 a 74 264 346 75 a 79 147 264 80 a 89 133 249 90 a 99 13 51 100 ... 0 1 13523 13749 TOTAL = Mulheres de 10 a 100 anos 12158 Fonte: Censo IBGE 2010. d. Descrição dos sistemas públicos existentes: SERVIÇOS DE SAÚDE Estabelecimentos de Saúde Quantidade Público Municipal 4 Público Estadual Público Federal Privado 6 Estabelecimentos de Saúde Especializado Com Internação Quantidade → Privado/SUS 1 → Privado 1 → Público Sem Internação 4 Estabelecimentos com Atendimento Ambulatorial Quantidade Com atendimento Odontológico 4 Outras Especialidades 1 Sem atendimento médico 0 Especialidades básicas 5 Equipamentos Quantidade Eletrocardiógrafo 3 Mamógrafo 1 Raio X 1 Ultrasom 1 Tomógrafo Eletroencefalógrafo Equipamentos de Hemodiálise 17 Educação: DOCENTES POR REDE ESCOLAR Docentes por série Fundamental Pré-escola Ensino Médio 232 57 95 SISTEMA EDUCACIONAL Educação Infantil DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA QUANTIDADE Municipal 12 Estadual 2 Federal Privada 14 TOTAL 28 Ensino Fundamental DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA QUANTIDADE Municipal 13 Estadual 3 Federal Privada 3 TOTAL 19 Ensino Médio DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA QUANTIDADE Municipal Estadual 2 Federal Privada 2 TOTAL 4 Educação de Jovens e Adultos DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA QUANTIDADE Municipal 2 Estadual 1 Federal Privada 1 TOTAL 4 Educação Profissional Dependência Especialidade: Administrativa Municipal Administração, Agropecuária, Informática, Estadual Eletrônica, Eletromecânica, Gestão e Negócio. Federal Privada TOTAL Quantidade 2 2 18 TOTAL ESCOLAS ESTADUAIS 8 escolas TOTAL ESCOLAS MUNICIPAIS 27 escolas TOTAL ESCOLAS PARTICULARES 21 escolas Fonte: Censo Escolar 2012, publicados no Diário Oficial da União no dia 21 de dezembro de 2012. . e. Descrição de práticas de saúde e saneamento; GESTÃO MUNICIPAL DO SANEAMENTO BÁSICO Abastecimento de Água Potável NÃO POSSUI POSSUI Rede Geral de distribuição de Água X Instrumento legal regulador do serviço de Abastecimento de Água → Plano Diretor de Abastecimento de Água → Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano X → Outro Esgotamento Sanitário NÃO POSSUI POSSUI Rede Coletora de Esgoto X Instrumento Legal Regulador do Serviço de Esgotamento Sanitário → Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano X → Plano Diretor de Esgotamento Sanitário → Plano Diretor de Recursos Hídricos → Plano Diretor Integrado de Saneamento Básico Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos NÃO POSSUI POSSUI Manejo de Resíduos Sólidos X Existência de catadores na zona urbana X Existência de catadores nas unidades de disposição de resíduos no solo X Serviço de coleta seletiva X Área de abrangência da → Bairros selecionados 19 Coleta Seletiva → Outras áreas → Exclusivamente alguns bairros da área urbana da sede municipal → Toda a área urbana da sede municipal → Todo o município Coleta e/ou recebe Resíduos Sólidos de Saúde Sépticos → Em vazadouro em conjunto com os demais resíduos → Outra X → Sob controle em aterro convencional, em Forma de disposição no solo conjunto com os demais resíduos do município → Sob controle em aterro da prefeitura, específico para resíduos especiais → Sob controle em aterro de terceiros, específico para resíduos especiais Drenagem e Manejo da Águas Pluviais Urbanas NÃO POSSUI POSSUI Manejo das Águas Pluviais X Instrumento Legal Regulador do Serviço de Manejo de Águas Pluviais → Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano X → Plano Diretor de Manejo das Águas Pluviais → Plano Diretor de Recursos Hídricos Dispositivo coletivo de detenção ou amortecimento de vazão de Águas Pluviais → Nos corpos receptores → Fora dos corpos receptores Serviço de drenagem urbana subterrâneo → Separadora X Tipo de rede coletora → Unitária ou mista Pontos de lançamento de Efluentes → Outros → Áreas livres públicas ou particulares → Cursos D'água Intermitentes X → Cursos D'água Permanentes X → Lagoas X 20 → Mar Áreas de risco no perímetro urbano que demandam drenagem especial → Áreas urbanas com formação de grotões, ravinas e processos erosivos crônicos Tipo de área de risco → Áreas de baixios sujeitas a inundações e/ou proliferação de vetores → Áreas em taludes e encostas sujeitas a deslizamento X → Áreas sem infraestrutura de drenagem → Outras % Sistema exclusivo de drenagem superficial nas ruas pavimentadas → Mais de 75 a 100% Percentual de ruas pavimentadas exclusivamente com drenagem superficial → Até 25% → Mais de 25 a 50% → Mais de 50 a 75% → Sem declaração Fonte: Censo IBGE 2010 SANEAMENTO TIPO DE SANEAMENTO Domicílios % Adequado 7346 79,0% Inadequado 28 0,3% Semi-adequado 1925 20,7% TOTAL DOMICÍLIOS 9299 Fonte: Censo IBGE 2010 21 Figura 05: Saneamento SANEAMENTO Semi-adequado 21% Inadequado 0% Adequado Inadequado Adequado 79% Semi-adequado Fonte: Censo IBGE 2010 ABASTECIMENTO DE ÁGUA TIPO DE ABASTECIMENTO Domicílios % Água da chuva armazenada de outra forma 2 0,02% Água da chuva armazenada em cisterna 5 0,05% Carro-pipa 0 0,00% Outros 7 0,08% Poço ou nascente fora da propriedade 69 0,74% Poço ou nascente na propriedade 327 3,52% Rede geral 8886 95,56% Rio, açude, lago ou igarapé 3 0,03% TOTAL DOMICÍLIOS 9299 Fonte: Censo IBGE 2010 22 ABASTECIMENTO DE ÁGUA TRATADA TIPO DE TRATAMENTO DA ÁGUA Domicílios % Metros cúbicos % Convencional 1327 14,27% 520 14,27% Sem tratamento 827 8,89% 324 8,89% Simples desinfecção ( cloração e outros ) 7146 76,84% 2801 76,84% 9299 TOTAL Volume de água tratada por dia 3645 metros cúbicos 3321 Fonte: Censo IBGE 2010 ESGOTAMENTO SANITÁRIO POSSUEM BANHEIRO TOTAL = 9234 TIPO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Domicílios % Fossa Rudimentar 1581 17,12% Fossa Séptica 7453 80,71% Outro 10 0,11% Rede geral de esgoto ou pluvial 167 1,81% Rio, lago ou mar 3 0,03% Vala 20 0,22% TIPO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Domicílios % Fossa Rudimentar 19 34,55% Fossa Séptica 25 45,45% Outro 3 5,45% Rede geral de esgoto ou pluvial 0 0,00% Rio, lago ou mar 0 0,00% Vala 8 14,55% 99,30% POSSUEM APENAS SANITÁRIO TOTAL = 55 0,59% NÃO POSSUEM BANHEIRO, NEM SANITÁRIO TOTAL = TOTAL DOMICÍLIOS 10 0,11% 9299 Fonte: Censo IBGE 2010 23 DESTINO DO LIXO TIPO DE DESTINO Domicílios % Coletado em caçamba de serviço de limpeza 11 0,12% Jogado no rio, lago ou mar 0 0,00% Outro destino 6 0,06% Queimado (na propriedade) 49 0,53% Coletado por serviço de limpeza 9210 99,04% Enterrado (na propriedade) 19 0,20% Jogado em terreno baldio ou logradouro 4 0,04% TOTAL DOMICÍLIOS 9299 Fonte: Censo IBGE 2010 f. Descrição dos indicadores mortalidade e fecundidade); de saúde (longevidade, natalidade, 1991 2000 2010 Esperança de vida ao nascer (anos) 69,81 74,23 76,31 Índice de esperança de vida (IDHM-L) 0,75 0,82 0,86 19,60 15,10 11,80 22,90 17,50 13,80 Taxa de fecundidade total (filhos por mulher) 2,30 2,00 1,50 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) 0,54 0,66 0,75 Mortalidade até 1 ano de idade (por mil nascidos vivos) Mortalidade até 5 ano de idade (por mil nascidos vivos) 24 FECUNDIDADE DADOS GERAIS Quantidade % Total de mulheres 13.749 Mulheres de 10 a 100 anos de idade 12.158 100% Mulheres de 10 a 100 anos de idade que tiveram filhos 8.091 67% GRAU DE INSTRUÇÃO DAS MULHERES Quantidade % Sem instrução e fundamental incompleto 4.711 58,23% Fundamental completo e médio incompleto 1.303 16,10% Médio completo e superior incompleto 1.669 20,63% Superior completo 400 4,94% Não determinado 8 0,10% Quantidade % Número de filhos tidos pelas mulheres 19.817 100% Número de filhos tidos - nascidos vivos 19.327 98% 490 2% Quantidade % Número de mulheres que ainda possuem filhos 2.642 100% Mulheres casadas 1.565 59% Mulheres desquitadas ou separadas 88 3% Mulheres divorciadas 81 3% Mulheres viúvas 666 25% Mulheres solteiras 242 9% QUANTIDADE DE FILHOS Número de filhos tidos - nascidos mortos ESTADO CIVIL Fonte: Censo IBGE 2010 Grau de Instrução das mulheres que possuem filhos 4,94% 0,10% 20,63% 16,10% 58,23% Sem instrução e fundamental incompleto Fundamental completo e médio incompleto Médio completo e superior incompleto Superior completo 25 MORBIDADE DADOS GERAIS Ibge 2006 % Ibge 2012 % Total de óbitos 66 100% 85 100% Mulheres 26 39% 39 46% Homens 40 61% 46 54% CAUSA DA MORTE Ibge 2006 % Ibge 2012 % Total de óbitos 66 100% 85 100,00% 6 9,09% 17 20,00% Doenças - aparelho circulatório 12 18,18% 17 20,00% Doenças - aparelho respiratório 25 37,88% 27 31,76% Doenças - aparelho digestivo 10 15,15% 3 3,53% Doenças - sistema nervoso 1 1,52% Doenças - aparelho geniturinário 1 1,52% 4 4,71% 2 2,35% Doenças - infecciosas e parasitárias Doenças - endócrinas, nutricionais e metabólicas Sintomas, sinais e achados anormais em exames clínicos e laboratoriais Sangue, órgãos hematológicos, transtornos imunitários Lesões, envenenamentos e causas externas 1 1,52% 1 1,18% 10 15,15% 14 16,47% Contato com serviços de saúde Neoplasias - tumores Fonte: Censo IBGE 2010 g. Informações sobre a dinâmica social onde serão identificados e integrados os elementos básicos que permitirão a compreensão da estrutura de organização da sociedade e a identificação de atores e segmentos setoriais estratégicos, a serem envolvidos no processo de mobilização social para a elaboração e a implantação do plano: A mobilização social será aplicada ao longo de todo o período de elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico visando garantir a efetiva participação social. Envolver a população e sensibilizar a sociedade para a importância do saneamento básico. Considerar as reais necessidades da população para a aplicação dos investimentos. Realização de debates, reuniões, 26 seminários e audiências públicas em todas as associações de bairros existentes no município, juntamente com alguns encontros nas igrejas locais, de forma a promover a efetiva participação da comunidade no processo de elaboração do plano. h. Descrição do nível educacional da população, por faixa etária; Frequência escolar da População Jovem Faixa etária (anos) % frequentando a escola 5a6 1991 44,06 2000 81,89 2010 90,03 11 a 13 55,14 80,45 92,36 15 a 17 35,46 55,06 67,89 18 a 20 14,83 37,02 38,49 Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais) 1991 2000 2010 Taxa de analfabetismo 3,67% 2,77% 2,41% Média de anos de estudo 10,76 10,27 10,79 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2000 27 I. Descrição dos indicadores de educação; Matrículas por Modalidade, Zona e Rede de Ensino - Teutônia Matrículas por Ano Urbana Modalidade Rede Estadual Rural Rede Municipal Ano Regular - Creche Regular - Pré-Escola Regular - Anos Iniciais do Ensino Fundamental Regular - Anos Finais do Ensino Fundamental Regular - Ensino Médio Educação de Jovens e Adultos Anos Iniciais do Ensino Fundamental/Presencial Educação de Jovens e Adultos Anos Finais do Ensino Fundamental/Presencial Educação de Jovens e Adultos Anos Iniciais do Ensino Fundamental/Semipresencial Educação de Jovens e Adultos Anos Finais do Ensino Fundamental/Semipresencial Educação de Jovens e Adultos Ensino Fundamental de 1ª a 8ª série/Presencial Educação de Jovens e Adultos - Ensino Médio Rede Estadual Rede Municipal Total Total TOTAL 2007 0 0 0 0 0 0 0 2008 0 0 0 0 0 0 0 2009 0 0 0 0 0 0 0 2010 0 0 0 0 0 0 0 2007 74 134 208 0 10 10 2008 138 234 372 0 15 15 218 387 2009 92 364 456 0 29 29 485 2010 33 179 212 0 29 29 241 2007 602 902 1504 0 141 141 1645 2008 578 915 1493 0 123 123 1616 2009 565 903 1468 0 112 112 2010 573 886 1459 0 115 115 1580 1574 2007 642 880 1522 0 49 49 1571 2008 649 871 1520 0 43 43 1563 2009 665 851 1516 0 40 40 1556 2010 680 863 1543 0 32 32 1575 2007 957 0 957 0 0 0 2008 1015 0 1015 0 0 0 957 1015 2009 928 0 928 0 0 0 928 2010 982 0 982 0 0 0 982 2007 0 5 5 0 0 0 5 2008 0 0 0 0 0 0 0 2009 0 9 9 0 0 0 2010 0 11 11 0 0 0 9 11 2007 72 132 204 0 0 0 204 2008 0 0 0 0 0 0 0 2009 57 88 145 0 0 0 145 2010 20 162 182 0 0 0 182 2007 0 0 0 0 0 0 2008 0 0 0 0 0 0 0 0 2009 0 0 0 0 0 0 0 2010 0 0 0 0 0 0 0 2007 0 0 0 0 0 0 0 2008 0 0 0 0 0 0 0 2009 0 12 12 0 0 0 2010 0 0 0 0 0 0 12 0 2007 0 0 0 0 0 0 0 2008 0 0 0 0 0 0 0 2009 0 0 0 0 0 0 0 2010 0 0 0 0 0 0 0 2007 133 0 133 0 0 0 133 2008 0 0 0 0 0 0 0 2009 0 0 0 0 0 0 0 2010 98 0 98 98 0 98 196 28 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB Ano Anos Iniciais do Anos Finais do Ensino Fundamental Ensino Fundamental IDEB Observado Total Rede Pública Brasil Rede Estadual Rede Municipal Rede Privada Rede Estadual do seu Estado Rede Estadual do seu Município Rede Municipal do seu Município Metas IDEB Observado Ensino Médio Metas IDEB Observado Metas 2005 3.8 - 3.5 - 3.4 - 2007 4.2 3.9 3.8 3.5 3.5 3.4 2009 4.6 4.2 4.0 3.7 3.6 3.5 2021 - 6.0 - 5.5 - 5.2 2005 3.6 - 3.2 - 3.1 - 2007 4.0 3.6 3.5 3.3 3.2 3.1 2009 4.4 4.0 3.7 3.4 3.4 3.2 2021 - 5.8 - 5.2 - 4.9 2005 3.9 - 3.3 - 3.0 - 2007 4.3 4.0 3.6 3.3 3.2 3.1 2009 4.9 4.3 3.8 3.5 3.4 3.2 2021 - 6.1 - 5.3 - 4.9 2005 3.4 - 3.1 - - - 2007 4.0 3.5 3.4 3.1 - - 2009 4.4 3.8 3.6 3.3 - - 2021 - 5.7 - 5.1 - - 2005 5.9 - 5.8 - 5.6 - 2007 6.0 6.0 5.8 5.8 5.6 5.6 2009 6.4 6.3 5.9 6.0 5.6 5.7 2021 - 7.5 - 7.3 - 7.0 2005 4.2 - 3.5 - 3.4 - 2007 4.5 4.2 3.7 3.5 3.4 3.5 2009 4.8 4.6 3.8 3.7 3.9 3.6 2021 - 6.3 - 5.5 - 5.3 2005 5.0 - 4.2 - - - 2007 5.5 5.0 4.5 4.2 - - 2009 5.4 5.4 4.8 4.3 - - 2021 - 6.9 - 6.1 - - 2005 5.2 - 3.8 - - - 2007 4.9 5.2 4.4 3.9 - - 2009 5.1 5.5 4.7 4.0 - - 2021 - 7.0 - 5.8 - - Fonte: ide.mec.gov.br 29 i. Identificação e avaliação da capacidade do sistema educacional, formal e informal, em apoiar a promoção da saúde, qualidade de vida da comunidade e salubridade do município; Condições de Atendimento do Diurno - Rede Estadual em Teutônia Educação Infantil Indicador Média de alunos por turma Média de horasaula diária Ano Anos Iniciais do Ensino Fundamental Anos Finais do Ensino Fundamental Ensino Médio EJA(1) – Anos Iniciais do Ensino Fundamental EJA(1) – Anos Finais do Ensino Fundamental Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana 2007 - 24.7 - 24.1 - 23.8 - 23.3 - - - - 2008 - 23.0 - 24.1 - 25.0 - 24.5 - - - - 2009 - 23. - 23.5 - 25.6 - 24.6 - - - - 2010 - 16.5 - 22.9 - 23.4 - 23.1 - - - - 2007 - 4.0 - 4.0 - 4.3 - 4.3 - - - - 2008 - 4.0 - 4.0 - 4.3 - 4.3 - - - - 2009 - 4.0 - 4.0 - 4.3 - 4.2 - - - - 2010 - 4.0 - 4.0 - 4.3 - 4.2 - - - - OBS: (1) - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Condições de Atendimento do Diurno - Rede Municipal em Teutônia Educação Infantil Indicador Média de alunos por turma Média de horasaula diária Ano Anos Iniciais do Ensino Fundamental Anos Finais do Ensino Fundamental Ensino Médio EJA(1) – Anos Iniciais do Ensino Fundamental EJA(1) – Anos Finais do Ensino Fundamental Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana 2007 10.0 22.3 4.3 20.0 9.0 22.0 - - - - - 14.0 2008 3.0 23.4 5.8 19.9 10.8 24.8 - - - - - - 2009 6.0 20.2 4.5 18.8 10.0 21.8 - - - - - - 2010 9.0 19.9 - 20.6 8.0 22.7 - - - - - - 2007 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 - - - - - 3.0 2008 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 - - - - - - 2009 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 - - - - - - 2010 4.0 4.0 - 4.0 4.0 4.0 - - - - - - OBS: (1) - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Condições de Atendimento - Noturno - Rede Estadual em Teutônia Educação Infantil Indicador Média de alunos por turma Média de horasaula Ano Anos Iniciais do Ensino Fundamental Anos Finais do Ensino Fundamental Ensino Médio EJA(1) – Anos Iniciais do Ensino Fundamental EJA(1) – Anos Finais do Ensino Fundamental Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana 2007 - - - - - - - 26.5 - - - 18.0 2008 - - - - - - - 30.5 - - - 20.8 2009 - - - - - - - 27.8 - - - 28.5 2010 - - - - - - - 26.9 - - - 20.0 2007 - - - - - - - 4.0 - - - 4.0 2008 - - - - - - - 4.0 - - - 4.0 30 diária 2009 - - - - - - - 4.0 - - - 4.0 2010 - - - - - - - 4.0 - - - 4.0 OBS: (1) - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Condições de Atendimento - Noturno - Rede Municipal em Teutônia Educação Infantil Indicador Média de alunos por turma Média de horasaula diária Ano Anos Iniciais do Ensino Fundamental Anos Finais do Ensino Fundamental Ensino Médio EJA(1) – Anos Iniciais do Ensino Fundamental EJA(1) – Anos Finais do Ensino Fundamental Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana 2007 - - - - - - - - - 5.0 - 14.8 2008 - - - - - - - - - 9.5 - 14.2 2009 - - - - - - - - - 9.0 - 12.5 2010 - - - - - - - - - 11.0 - 20.3 2007 - - - - - - - - - 4.0 - 4.0 2008 - - - - - - - - - 3.8 - 4.0 2009 - - - - - - - - - 3.5 - 3.7 2010 - - - - - - - - - 3.5 - 3.6 OBS: (1) - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Fonte: ide.mec.gov.br j. Descrição dos indicadores de renda, pobreza e desigualdade; INDICADORES DE RENDA Rendimento nominal mensal domiciliar Domicílios % até 1/2 salário mínimo 29 0% mais de 1/2 a 1 salário mínimo 282 3% mais de 1 a 2 salários mínimos 1.332 14% mais de 2 a 5 salários mínimos 4.583 49% mais de 5 a 10 salários mínimos 2.332 25% mais de 10 a 20 salários mínimos 581 6% mais de 20 salários mínimos 123 1% sem rendimento 25 0% 9.287 100% TOTAL DE DOMICÍLIOS 31 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 4.583 2.332 1.332 29 282 581 123 25 Fonte: Censo IBGE 2010 MAPA DE POBREZA E DESIGUALDADE Incidência da pobreza 18,33 % Incidência da pobreza subjetiva 13,79 % Índice de Gini 0,39 Limite inferior da Incidência da Pobreza Subjetiva 11,10 % Limite inferior da Incidência de Pobreza 9,79 % Limite inferior do Índice de Gini 0,36 Limite superior da Incidência de Pobreza 26,87 Limite superior do Índice de Gini 0,42 Limite superior Incidência da Pobreza Subjetiva 16,48 % % Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2002/2003 32 l. Porcentagem de renda apropriada por extrato da população; Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População, ano 2010. CLASSIFICAÇÃO % 20% mais pobres 7,6% 40% mais pobres 19,3% 60% mais pobres 35,1% 80% mais pobres 56,3% 10% mais ricos 28,8% Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População 7,6% 28,8% 20% mais pobres 19,3% 40% mais pobres 35,1% 56,3% 60% mais pobres 80% mais pobres 10% mais ricos Fonte: Censo IBGE 2010 33 m. Infraestrutura ENERGIA ELÉTRICA TIPO DE ABASTECIMENTO Domicílios % Não tinham 9 0,10% De companhia distribuidora 9285 99,85% De outra fonte 5 0,05% TOTAL DOMICÍLIOS 9299 Fonte: Censo IBGE 2010 HABITAÇÕES TIPO DE MATERIAL DAS PAREDES EXTERNAS Domicílios % Alvenaria com revestimento 7024 75,64% Alvenaria sem revestimento 439 4,73% Madeira aparelhada 1675 18,04% Madeira aproveitada 130 1,40% Outro 18 0,19% Palha 0 0,00% TOTAL DOMICÍLIOS 9286 Fonte: Censo IBGE 2010 34 1.1.2. Caracterização física simplificada do município, contemplando: aspectos geológicos, hídricos, incluindo pedológicos, águas climatológicos, subterrâneas e recursos fitofisionomia predominantes no município; Aspectos Geológicos Para avaliação da geologia do município de Teutônia primeiramente elaborou-se um mapa geológico a partir da compilação do levantamento da CPRM (Carta Geológica do Brasil ao Milionésimo, folha SH.22 Porto Alegre) e topografia local (Carta do Exército em escala 1:50.000). Com estes dados foi possível gerar o Mapa Geológico da superfície municipal em escala 1:100.000. Os contatos litológicos constantes neste mapa podem apresentar pequeno deslocamento devido às diferenças de escala e datum entre os mapas-base do levantamento. A principal unidade aflorante no município de Teutônia são as rochas vulcânicas da Formação Serra Geral, presente em mais de 95% da área total do município. Estas rochas são fruto de um vulcanismo de platô iniciado a cerca de 120 M.a. que decorreu do surgimento de falhamentos profundos (principalmente na direção NE/SO) e a concomitante ascensão de plumas mantélicas sob a crosta gonduânica na região hoje ocupada pelo oceano Atlântico que culminaram com a separação Brasil/África e a deposição de dezenas estratos (camadas) de rochas vulcânicas sobre o Brasil e a África ocidental. A textura das rochas da Formação Serra Geral é normalmente afanítica e secundariamente porfirítica, com fenocristais de piroxênios (no caso dos basaltos) ou quartzo de alta temperatura (no caso dos riolitos e riodacitos). Estruturalmente a Formação Serra Geral apresenta fraturamentos horizontais e verticais, proporcionando boas condições de armazenar e conduzir fluidos, tanto que esta unidade é considerada um excelente aquífero de onde se explota a água que supre as necessidades de muitos municípios localizados sobre ela, como é o caso do município de Teutônia. O evento vulcânico de dimensões planetárias que deu origem a estas rochas caracterizou-se por pulsos iniciais de magmas mais primitivos, dando 35 origem a estratos de rocha vulcânica mais básica (basaltos). Os pulsos mais tardios consistiam em lavas mais ácidas devido à contaminação crustal, dando origem a rochas como riodacitos e riolitos. Os basaltos dos estratos inferiores (mais antigos) são mineralogicamente formados por piroxênios e plagioclásios e menos de 5% de sílica (quartzo). Os riolitos e riodacitos, por sua vez, apresentam mais de 65% de sílica. Estas diferenças composicionais geram também rochas com propriedades físicas diferentes. Os basaltos apresentam fraturas horizontais e verticais e formas tabulares mais ou menos contínuas. Os derrames riolíticos formam disjunção colunar bem pronunciada. Os agentes erosivos sobre estas rochas geram também formas diferentes em cada uma delas. Os basaltos, por serem mais friáveis, são esculpidos pela água, gerando escarpas arrendondadas, côncavo/convexas. Os riolitos, por serem mais resistentes, formam escarpas verticais bem pronunciadas, com mais de 4 metros de altura. A fácies mais ácida da Formação Serra Geral foi denominada de Caxias, e no município de Teutônia aflora somente no extremo norte do município, nas cotas mais altas da região, perfazendo menos de dez por cento da área do município. A fácies mais básica, denominada de Gramado, é o substrato rochoso da maior parte do município, correspondendo a mais de 80% do mesmo. Junto às margens dos arroios que cortam o município, principalmente os de maior porte como o Arroio Boa Vista, ainda podem aflorar os Depósitos Aluvionares relacionados há deposição fluvial de sedimentos pelos corpos hídricos associados. Estes sedimentos são de idade quaternária e atualmente ainda estão em constante modificação de forma e volume, com acréscimos de sedimentos em alguns pontos e erosão em outros, processos típicos deste tipo de ambiente. As fácies relacionadas são arenitos, conglomerados, diamictitos, lamitos e arenitos conglomeráticos, com grau de consolidação variável, conforme grau de compactação (profundidade de soterramento) e/ou idade da deposição. 36 37 Aspectos Pedológicos A configuração geomorfológica do município indica dissecação fluvial homogênea com médio aprofundamento e vales fluviais encaixados (RADAM Brasil, 1986). Estas características geram solos autigênicos (produto da alteração das rochas do substrato) na maior parte do município. Estes solos também podem ser denominados de latossolos ou ―terra roxa‖ por sua coloração avermelhada no caso de alteração das rochas da Formação Serra Geral. Junto às margens das drenagens ocorrem solos deposicionais (aluviais), caracteristicamente menos coesos, com estratos não diferenciáveis (à exceção do horizonte A – orgânico). O latossolo apresenta normalmente um horizonte A, orgânico, entre 10 e 30cm; um horizonte B, eluvial, de coloração avermelhada devido aos óxidos de ferro, e bastante argiloso com espessura variável conforme a maturidade do solo e declividade do terreno (sendo mais espesso em terrenos mais planos); e finalmente um horizonte C composto de rocha mais ou menos alterada com característica de saibro, com espessuras variando entre 0,5 a 3,0m. A condutividade hidráulica dos estratos B e C normalmente é muito baixa devido à abundância de argilominerais lamelares (filossilicatos), não ultrapassando 105 m/s. Podem-se encontrar porções onde o horizonte A está disposto diretamente sobre o horizonte C ou mesmo pontos onde a rocha sã aflora na superfície. Estas particularidades são controladas por fatores geomorfológicos particulares locais. Os latossolos apresentam forte coesão entre partículas e normalmente herdam juntas estruturais da rocha de origem (falhas e fraturas); são também resistentes a erosão e em cortes de grande declividade não são facilmente colapsáveis, a menos que apresente uma das estruturas/juntas citadas anteriormente. Nos baixios do município e mesmo em terrenos declivosos podem aparecer solos transportados formados por fragmentos sub-angulosos de rochas vulcânicas imersos em matrizes mais finas de espessuras variando conforme características geomorfológicas locais (solos coluviais). 38 Aspectos Climatológicos O município de Teutônia está situado na porção centro/nordeste do estado do Rio Grande do Sul. Esta região é caracterizada por um clima temperado úmido com verões quentes nas cotas mais baixas e brando nas cotas mais elevadas (acima dos 300m), sendo que a região do extremo norte de Teutônia está situado acima desta altitude enquanto que o sul está situado abaixo dos 300m. Segundo a classificação de Köppen, a região do município de Teutônia, enquadra-se no tipo climático Cfa, ou seja, sub-tropical ou Virginiano. Esta variedade caracteriza-se por apresentar temperatura média para o mês mais frio entre -3°C e 18°C, e superior a 22°C no mês mais quente. A média pluviométrica anual do município fica em torno de 1.566,6mm, sendo que os meses mais chuvosos são março e junho, ultrapassando 150mm, e o mais seco é o mês de novembro, com uma media de 92,1mm. As temperaturas mínimas e máximas por mês, bem como as médias de precipitação mensal elaboradas com base de dados históricos entre os anos de 1961 e 1990 estão apresentadas nos gráficos da Figura 06 e na Tabela 02. 39 Figura 06: Diagrama binário com as temperaturas mínimas e máximas mensais e gráfico de coluna das precipitações médias mensais para o município de Teutônia. Fonte: www.clicrbs.com.br Tabela 02: Temperaturas mínimas e máximas mensais e precipitações médias mensais para o município de Teutônia. Fonte: www.clicrbs.com.br Dados mensais da Climatologia: Teutônia - RS Mês Temp. (ºC) Mín Temp. (ºC) Máx. Precipitação (mm) Os dados climatológicos representam uma média do período entre 1961 e 1990. 1 18 27.9 130.1 2 18.1 26.6 122.1 3 17 26.6 155 4 14 23.3 124.4 5 11.6 20.3 136.2 6 9.3 17.8 150.1 7 9.2 18 134.2 8 9.8 18.9 120.8 9 11.2 20.5 146.3 10 12.8 22.9 143.2 11 14.8 25.5 92.1 12 16.8 27.7 112.1 40 Precipitação A precipitação, ou chuva, genericamente significa em meteorologia a quantidade de água depositada sobre a superfície. Para a poluição do ar funciona como um elemento depurador atmosférico, porque remove todas as impurezas em suspensão deixando inclusive o ar com uma excelente visibilidade. As figuras abaixo mostram a distribuição da precipitação no decorrer do ano. Os meses de verão apresentam frequências de precipitação da ordem de 90 a 110mm, e no inverno as precipitações ficam entre 120 a 140 mm. A média anual mensal de precipitação fica por volta de 112 mm, e o total anual apresenta 1347 mm. No caso das precipitações máximas em 24 horas, verificou-se que nos meses de fevereiro, abril e junho as máximas já registradas ultrapassam as precipitações normais destes mesmos meses, sendo que nos demais meses as máximas em 24, ficam abaixo das normais mensais. Anualmente a média das precipitações máximas em 24 horas fica em torno de 87 mm. Balanço Hídrico O balanço hídrico é um sistema de avaliação da disponibilidade de água no solo, desenvolvido por Thorntwaite e Mather (1955). O cálculo do balanço hídrico permite analisar os períodos de deficiência ou excessos hídricos, para um local ou um período de tempo determinado. 41 Figura 07 – Excesso no balanço hídrico, período de 1961 a 1990. Figura 08 – Deficiência no balanço hídrico, no período de 91/1990 . Pela figura 07 observa-se que a partir de maio começa a ocorrer a reposição e acúmulo de água pela precipitação, o que se estende até o mês de novembro. Esse processo resulta em um balanço positivo, por apresentar um período com temperaturas mais baixas e com taxas de maior precipitação e, por consequência, taxas de evapotranspiração menor. A figura 08 mostra um período de deficiência hídrica no verão (novembro a março), com maiores valores de temperatura e com períodos de estiagem, que fazem com que o balanço seja negativo. 42 Recursos Hídricos a) Recursos Hídricos Superficiais O município de Teutônia está situado na bacia hidrográfica do Rio Taquari, sendo que este corpo hídrico está situado a uma distância mínima de 3km a oeste do território municipal. A Bacia Hidrográfica Taquari-Antas está localizada a nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, entre as coordenadas geográficas de 28°10’ a 29°57’ de latitude Sul e 49°56’ a 52°38’ de longitude Oeste. Abrange as províncias geomorfológicas do Planalto Meridional e Depressão Central. Possui área de 26.491,82 km², abrangendo municípios como Antônio Prado, Veranópolis, Bento Gonçalves, Cambará do Sul, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Estrela e Triunfo, com população estimada de 1.207.640 hab. Os principais cursos de água são o Rio das Antas, Rio Tainhas, Rio Lageado Grande, Rio Humatã, Rio Carreiro, Rio Guaporé, Rio Forqueta, Rio Forquetinha e o Rio Taquari. O rio Taquari-Antas tem suas nascentes em São José dos Ausentes e desembocadura no Rio Jacuí. A captação de água na bacia destina-se a irrigação, o abastecimento público, a agroindústria e a dessedentação de animais. A Bacia do Taquari-Antas abrange parte dos campos de cima da serra e região do Vale do Taquari, com predomínio de agropecuária, e a região colonial da Serra Gaúcha, caracterizada por intensa atividade industrial. 43 Figura 09 – Mapa da Bacia Taquari-Antas 44 A principal drenagem do município é o Arroio Boa Vista, que cruza o município de leste a oeste praticamente em seu centro e cuja bacia contribuinte abrange toda a porção central e norte da cidade, correspondendo a mais de 70% da área total de Teutônia. A porção sul do município por sua vez tem suas águas drenadas para o Arroio Estrela, que cruza esta região de leste a oeste próximo ao limite sul do território municipal. Ambos os Arroios Boa Vista e Estrela têm sua foz no Rio Taquari a oeste. Tomando-se estas duas drenagens principais por referência dividiu-se a área do município em duas bacias hidrográficas principais, apresentadas na tabela 3 e no mapa topográfico e hidrográfico. Tabela 03: Divisão da área municipal em sub-bacias hidrográficas. Abreviatura BHBV Nome Bacia BHAE Drenagens Principais - abrangência Hidrográfica Arroio Boa Vista – ~70% da área do Arroio Boa Vista município B. H. Arroio Estrela Arroio Estrela - ~30% da área do município A BHBV ocupa toda a porção central e norte do município. É constituída por dezenas de arroios de ordem 1 a 3 que drenam suas águas de norte para sul e de sul para norte até sua foz no Arroio Boa Vista. Este por sua vez corre no sentido leste-oeste até sua foz no Rio Taquari além dos limites municipais a oeste. Grande parte das nascentes que dão origem às drenagens contribuintes do Arroio Boa Vista nascem dentro do território de Teutônia, somando-se mais de 30 no total. A BHAE ocupa a porção sul do município e é constituída por pequenos arroios de ordem 1 e 2 que tem sua foz no Arroio Estrela. O arroio Estrela tem grande parte de suas nascentes de norte dentro do território de Teutônia a leste e oeste do bairro Canabarro. A porção sul da bacia está praticamente fora dos limites de Teutônia, somente abrangendo uma pequena porção no extremo sudoeste do município. 45 46 Quanto aos usos dos recursos hídricos superficiais em consulta ao Departamento de Recursos Hídricos do Estado (SEMA-DRH) identificou-se apenas 4 processos de requerimento para outorga de uso de recursos hídricos superficiais, todos em nome de particulares Três destes referem-se à captação de água de Arroios para irrigação, todos com vazão requerida baixa e um deles para piscicultura (açude). Tabela 04: Processos para captação e/ou uso de água superficial em andamento no Departamento e Recursos Hídricos Estadual (SEMA-DRH). Classificação status vazão Unid/Vazão Finalidade De Uso Nome RH Outorga Deferido 0,01 m³/s Irrigação Arroio Boa Vista Outorga Em 0 m³/s Irrigação Arroio Estrela 0 m³/s Piscicultura Não consta no Análise Outorga Em Análise Outorga Deferido processo 0,005 m³/s Irrigação Sanga Sem Denominação A partir dos dados levantados é possível elencar alguns pontos principais quanto ao diagnóstico atual da situação dos recursos hídricos superficiais de Teutônia: - Há no município um grande número de nascentes que não estão sendo monitoradas, protegidas ou mesmo captadas, sendo um recurso hídrico amplo, bem distribuído e naturalmente potável; - Há no município dois cursos d’água importantes, - Arroios Estrela e Boa Vista – ambos de vazão media superior a 1,0m³/s. Estes cursos d’água não estão sendo monitorados quanto à qualidade d’água e possíveis captações clandestinas. Há uma captação regularizada em cada arroio, ambas para irrigação. 47 b)Recursos Hídricos Subterrâneos Segundo o Mapa Hidrogeológico do Rio Grande do Sul (CPRM, 2005), o município de Teutônia está situado em sua totalidade sobre o Sistema Aquífero Serra Geral II. Este sistema aquífero ocupa a parte oeste do Estado, os limites das rochas vulcânicas com o rio Uruguai e as litologias gonduânicas além da extensa área nordeste do planalto associada com os derrames da Unidade Hidroestratigráfica Serra Geral. Suas litologias são predominantemente riolitos, riodacitos e em menor proporção, basaltos fraturados. A capacidade específica é inferior a 0,5 m³/h/m, entretanto, excepcionalmente em áreas mais fraturadas ou com arenitos na base do sistema, podem ser encontrados valores superiores a 2m³/h/m. As salinidades apresentam valores baixos, geralmente inferiores a 250 mg/L. Valores maiores de pH, salinidade e teores de sódio podem ser encontrados nas áreas influenciadas por descargas ascendentes do Sistema Aquífero Guarani. Sotopostos à Formação Serra Geral estão os arenitos eólicos da Formação Botucatu. Esta unidade está a uma profundidade variável em relação à cota da superfície do terreno, sendo que no município de Teutônia nas cotas mais baixas (cerca de 70m acima do nível do mar) a formação Botucatu está a cerca 100m de profundidade. Assim diversos poços tubulares profundos perfurados no município captam água da Formação Botucatu. Este aquífero em Teutônia está integralmente confinado pelos basaltos da Formação Serra Geral e apresenta capacidades específicas na media dos 0,5 m³/h/m. 48 49 A composição química da água foi baseada no Projeto Mapa Hidrogeológico do Rio Grande do Sul, onde o estudo hidroquímico das águas subterrâneas foi realizado objetivando a reunião de um conjunto de dados que, entre outras coisas, possibilita-se a determinação da potabilidade da água para consumo humano e outros usos, como irrigação. A interpretação das análises químicas através de gráficos serviu de base para a definição dos tipos geoquímicos das águas e para lançar luzes sobre a sua potabilidade e evolução geoquímica. Durante os trabalhos de inventário foram coletadas 1682 análises químicas já realizadas anteriormente pelas empresas de saneamento, outros órgãos públicos de fomento e empresas de perfuração de poços tubulares. Neste número de análises, também foram incluídas análises químicas de poços termais. De acordo com a litologia, foram coletadas 276 análises químicas de aquíferos fraturados da Formação Serra Geral e Embasamento Cristalino. Com relação aos aquíferos porosos, os mesmos são representados por sistemas aquíferos que compõem o Aquífero Guarani, aquíferos quaternários e litorâneos, além dos paleozóicos, tendo sido utilizadas neste relatório 323 análises. As análises químicas foram realizadas pelo Laboratório de Análises Químicas (Laborquímica) de Porto Alegre, Laboratório de Análises da CORSAN, etc. Com pequenas variações nas fichas de análise foram determinados os seguintes parâmetros: alcalinidade de bicarbonatos, alcalinidade de carbonatos e hidróxidos, bicarbonatos, carbonatos, ortofosfato, nitrato, nitritos, Ca, Mg, Na, K, SO4, Cl, Fe, SiO2, Mn, F, CO2 livre, matéria orgânica, dureza, sólidos totais dissolvidos e turbidez. Nos trabalhos de cadastramento de poços no campo foram determinados in loco os valores de pH e condutividade elétrica (μS/cm a 25 ºC), utilizando-se medidores integrados portáteis. Os valores de condutividade foram automaticamente corrigidos para a temperatura de 25ºC, de modo a permitir a comparação entre os valores obtidos nestes pontos de água. Os resultados das análises químicas obtidas dos laboratórios já anteriormente citados foram apresentados em miligrama por litro (mg/l) e estão 50 organizados em um catálogo de análises por ponto de água. Para a interpretação desses resultados, foi transformada a tabela de mg/l para miliequivalentes por litro (meq/l), através do software Qualigraf. Os valores foram obtidos calculando-se os recíprocos dos pesos químicos equivalentes dos íons, baseados nos Pesos Atômicos Internacionais de 1957. Do total de 599 análises químicas selecionadas, foi feita a construção do Gráfico de Piper e do Diagrama de salinidade do USSL utilizando-se o software Qualigraf. Os tipos geoquímicos das águas foram determinados através do Gráfico de Piper, plotando-se os percentuais de miliequivalentes dos principais cátions e ânions. O Sistema Aquífero Serra Geral II as salinidades apresentam valores baixos, geralmente inferiores a 250 mg/l. Valores maiores de pH, salinidade e teores de sódio podem ser encontrados nas áreas influenciadas por descargas ascendentes do Sistema Aquífero Guarani. Figura 10. Tipos geoquímicos das águas dos Sist. Aquíferos Serra Geral II (parte 1). 51 Figura 11. Tipos geoquímicos das águas dos Sist. Aquífero Serra Geral I e II (parte 2). Água Subterrânea para Irrigação Embora a região de Teutônia não tenha grandes investimentos em culturas irrigadas, tecem-se alguns comentários acerca das potencialidades de uso do manancial de água subterrânea para fins de irrigação, já que não se tem informações sobre as águas dos principais arroios, sangas que banham o município. A utilização de água para irrigação não depende apenas dos teores dos elementos dissolvidos, mas também da textura e estrutura do solo, tipo de plantação e do manejo da cultura, além do método de irrigação empregado. Para o estudo da adequabilidade das águas para abastecimento público foram comparados os valores em mg/l das análises químicas e os padrões estipulados pelo MS. As condições de uso das águas na irrigação foram obtidas do diagrama de salinidade do USSL, que analisa as probabilidades de alcalinização e 52 salinização do solo. Os gráficos foram gerados utilizando-se o software Qualigraf. As águas do Sistema Aquíferos Serra Geral II foram analisadas conjuntamente, e mostraram uma predominância quase absoluta de águas doces potáveis. Os valores de pH, mais alcalinos, ferro e manganês podem em algumas amostras ultrapassar os limites de potabilidade. Quanto à irrigação (figuras 12 e 13) cinco amostras apresentaram problema de alcalinização e uma de alcalinização e salinização. Figura 12 - Diagrama de salinidade do Sistema Aquífero Serra Geral I e II (parte 1). 53 Figura 13- Diagrama de salinidade do Sistema Aquífero Serra Geral I e II (parte 2). A Companhia Rio-Grandense de Saneamento (CORSAN), empresa do Governo do Estado, foi responsável até meados de 2.012 pela prestação dos serviços de abastecimento de água em parte do Município, especificamente, no Bairro Teutônia, sendo o manancial constituído de três pontos de captação subterrâneos, abastecendo uma população estimada de 3.596 pessoas. Atualmente a Prefeitura Municipal administra as captações, reservação e distribuição de água neste bairro, através dos mesmos 3 poços. A Associação Pró-Desenvolvimento de Languiru (Associação da Água) é responsável pelo abastecimento de água nos bairros Alesgut, Languiru, Boa Vista e parte dos bairros Teutônia e Centro Administrativo utilizando como manancial poços tubulares locais. São utilizados 9 pontos de captação, abastecendo uma população estimada de 8.791 pessoas, mais 3 poços reserva. No Bairro Canabarro, o Município é responsável pelos serviços de abastecimento de água, também utilizando poços artesianos locais, captando água em 15 pontos e mais 3 poços reserva, abastecendo uma população estimada de 11.655 pessoas. 54 Verifica-se, ainda, a ocorrência de poços artesianos clandestinos, principalmente na zona rural, destinados tanto ao consumo humano quanto à atividade agropecuária, onde a população não-atendida lança mão de sistemas individuais ou coletivos (associações de moradores), frequentemente em estado de má conservação. Até o momento, existem as seguintes 22 associações, com suas respectivas estimativas de população abastecida: Boa Vista do Meio (90), Linha Boa Vista Fundos (37), Linha Capivara (33), Linha Catarina Alta (93), Linha Catarina Frente (150), Linha Clara Alta (37), Linha Clara Fundos (27), Linha Clara (37), Linha Ferrovia (40), Linha Gamela (67), Linha Geralda Alta (60), Linha Germano (286), Linha Harmonia Alta (83), Linha Harmonia Baixa (200), Linha Harmonia Fundos (73), Linha Ribeiro (67), Linha São Jacó (300), Linha Welp (50), Linha Wink (213), Linha Major Bandeira (280), Piccadilly (603) e Pontes Filho (280). Na tabela a seguir estão listados os poços tubulares profundos do município cadastrados no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas do Serviço Geológico do Brasil (SIAGAS-CPRM). Estes poços foram catalogados ao longo dos anos em campanhas de pesquisa do referido órgão em parceria com o Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (DRH-SEMA). Os dados foram retirados do site http://siagasweb.cprm.gov.br/ em junho de 2013, estando atualizado. Nota-se que há na listagem 43 poços de abastecimento urbano, sendo que parte deles são de particulares e os demais se referem ao abastecimento público do município. Os demais poços (―interior‖ na linha 2) são os poços que abastecem as comunidades de água do interior do município. 55 Localidade Bairro Cota UTM UTM situação uso agua perfurador Diâmetro Prof. Tipo Formação mm vazão especif ica BOA VISTA boa 093.0 vista 0 interio 069.0 r 0 interio 071.0 r 0 LINHA interio 125.0 HARMONIA ALTA r 0 COLEGIO Teutô 095.0 TEUTONIA nia 0 LINHA CLARA interio 105.0 r 0 Teutô 066.0 nia 0 LINHA FRANK LINHA CATARINA RUA DALTRO FILHO 2044 427508 6738744 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 1.524.000 074.0 doméstico/animal 423880 6742381 Bombeando Abastecimento 6739515 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 1.016.000 043.0 6745299 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 2.032.000 049.0 6742051 Bombeando Abastecimento HIDROGEO 1.524.000 186.0 6742896 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 1.524.000 040.0 6741192 Bombeando Abastecimento doméstico/animal 1.071 Formação 1.124 Formação 1.167 serra geral DCM-SAA 1.524.000 070.0 doméstico/animal 422058 Formação Botucatu doméstico 431525 1.067 serra geral doméstico/animal 421688 Formação serra geral doméstico/animal 421511 24 serra geral urbano 431861 Formação Formação 1.200 serra geral DCM-SAA 1.016.000 044.0 Formação 1.500 serra geral 56 LINHA WINK interio 060.0 r 0 interio 072.0 r 0 Teutô 078.0 SETEMBRO nia 0 RODOVIA RST453 RST 126.0 LINHA FRANK RUA KM15 20 - DE MOTEL 417627 6739424 Parado Abastecimento DCM-SAA 1.016.000 040.0 doméstico/animal 423955 6742320 Bombeando Abastecimento 6741829 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 1.524.000 030.0 6743738 Bombeando 0 Abastecimento Formação 2.000 serra geral CORSAN 3.238.500 106.0 urbano 423208 1.750 serra geral doméstico/animal 422236 Formação Formação 2.183 Botucatu HIDROGEO 1.524.000 268.0 doméstico Formação 0.013 Botucatu SIGILUS LINHA WELPP interio 072.0 r 0 interio 075.0 VISTA r 0 RUA langui 043.0 GUILHERME ru 0 Teutô 065.0 TEOTONIA nia 0 LINHA interio 165.0 GERMANIA r 0 CANABARRO Cana LINHA BOA 420895 6742878 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 1.524.000 130.0 urbano 425332 6740069 Abandonado Formação 0.049 serra geral DCM-SAA 1.524.000 146.0 Formação 0.068 Botucatu 422161 6740528 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 1.524.000 050.0 doméstico/animal Formação 0.125 serra geral BIRKHEUR SEDE CORSAN barro 422220 6741871 Equipado Abastecimento CPRM 2.032.000 100.0 urbano 429200 6734849 Bombeando Abastecimento 6735448 Equipado Abastecimento urbano 0.150 Botucatu DCM-SAA 1.524.000 163.0 doméstico/animal 422281 Formação Formação 0.156 serra geral CPRM 2.032.000 130.0 Formação 0.240 Botucatu 57 SAO JACO interio 120.0 r 0 interio 071.0 r 0 langui 069.0 ru 0 interio 083.0 r 0 LINHA interio 129.0 HARMONIA r 0 interio 137.0 r 0 interio 086.0 r 0 LINHA FRANK LANGUIRU LINHA SAO JACO FAZENDA SAO JOSE LINHA PONTES FILHO POSTO DE centr 109.0 SAUDE o 0 MUNICIPAL adm. VIA via 105.0 láctea 0 canab 104.0 arro 0 LACTEA POSTO 418598 6733466 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 090.0 urbano 423765 6742546 Bombeando Abastecimento 6739220 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 1.016.000 060.0 6733261 Parado Doméstico/irrigação/ DCM-SAA 1.016.000 045.0 6744726 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 1.524.000 160.0 6734446 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 1.524.000 063.0 6741835 Bombeando Abastecimento EDF LTDA 2.540.000 186.0 6735842 Bombeando Abastecimento DCM-SAA 1.524.000 042.0 6735094 Bombeando Abastecimento 0.294 Formação 0.364 Formação 0.398 Formação 0.429 serra geral DCM-SAA 1.524.000 080.0 múltiplo 420982 Formação serra geral doméstico/animal 421819 0.278 serra geral urbano 430286 Formação serra geral doméstico/animal 422883 0.260 serra geral animal 421621 Formação serra geral doméstico/animal 418357 0.259 serra geral doméstico/animal 423535 Formação Formação 0.438 serra geral DCM-SAA 1.524.000 064.0 múltiplo Formação 0.500 serra geral CANTEIROS SEDE 420864 6735351 Abandonado DCM-SAA 1.524.000 080.0 Formação 0.500 serra geral 58 SEDE Teutô 078.0 nia 0 canab 161.0 arro 0 canab 156.0 SETEMBRO arro 0 LINHA interio 057.0 r 0 alesg 075.0 ut 0 interio 097.0 r 0 interio 134.0 ALTA r 0 CANABARRO canab 132.0 arro 0 interio 136.0 LINHA FRANK r 0 SEDE Teutô 111.0 nia 0 RUA SETE DE SETEMBRO RUA SETE DE PONTES FILHO RUA ERNO DAHMER, 422768 6742111 Parado Abastecimento DCM-SAA 1.524.000 043.0 múltiplo 421603 6735032 Bombeando Abastecimento 6735022 Bombeando Abastecimento EDF LTDA 1.524.000 122.0 6741552 Bombeando EDF LTDA 2.032.000 077.0 6739920 Bombeando 0.875 Formação 0.920 serra geral Abastecimento 1.524.000 045.0 doméstico/animal 420034 Formação serra geral urbano 430863 0.606 serra geral urbano 421637 Formação Formação serra geral Abastecimento 1.524.000 060.0 industrial Formação serra geral BAIRRO ALESGUT LINHA CAPIVARA LINHA LINHA CLARA CLARA 429444 6740546 Bombeando Abastecimento 1.016.000 060.0 doméstico/animal 430463 6744181 Bombeando Abastecimento serra geral EDF LTDA 2.032.000 065.0 doméstico/animal 421658 6735005 Equipado Abastecimento Formação Formação serra geral CORSAN 2.030.000 078.0 Abastecimento PAP- 1.651.000 092.0 doméstico/animal SOPSH urbano 429376 421474 6742883 6742831 Bombeando Abandonado DCM-SAA Formação serra geral 1.524.000 093.0 Formação serra geral 59 CANABARRO canab 100.0 arro 0 interio 128.0 FUNDO r 0 TEOTONIA Teutô 070.0 nia 0 langui 069.0 ru 0 LINHA RUA CLARA DALTRO FILHO 2700 421787 6735988 Equipado Abastecimento CORSAN 2.032.000 096.0 urbano 432531 6745018 Bombeando Abastecimento Botucatu EDF LTDA 1.524.000 096.0 doméstico/animal 422319 6742266 Equipado Abastecimento 6740612 Bombeando Formação serra geral CORSAN 2.030.000 098.0 urbano 422237 Formação Formação Botucatu Abastecimento BOMBAS doméstico/animal DO 1.524.000 109.0 VALE Formação serra geral LTDA CANABARRO canab 100.0 arro 0 LINHA CATARINA interio 141.0 ALTA r 0 LINHA CLARA interio 166.0 r 0 canab 140.0 arro 0 interio 102.0 r 0 Teutô 075.0 nia 0 CANABARRO LINHA WINK PROXIMO ESTADIO DE 421630 6735420 Equipado Abastecimento CORSAN 2.032.000 120.0 urbano 432876 6737639 Bombeando serra geral Abastecimento 1.524.000 120.0 doméstico/animal 430180 6743253 Bombeando Abastecimento 6736705 Equipado Abastecimento DCM-SAA 1.524.000 130.0 6737732 Bombeando Abastecimento SOP 1.524.000 147.0 6741960 Equipado Abastecimento urbano Formação serra geral EDF LTDA 1.524.000 149.0 doméstico/animal 421238 Formação serra geral urbano 418607 Formação serra geral doméstico/animal 421902 Formação Formação serra geral CORSAN 2.030.000 154.0 Formação Botucatu FUTEBOL 60 CANABARRO canab 080.0 arro 0 interio 146.0 FORMIGA r 0 CANABARRO canab 110.0 arro 0 canab 113.0 JULIO SIPPEL arro 0 CANABARRO centr 115.0 o 0 BECO RUA DA ERNANE 422115 6734320 Equipado Abastecimento CORSAN 2.032.000 175.0 urbano 421729 6734369 Bombeando Abastecimento Botucatu EDF LTDA 2.032.000 180.0 urbano 422859 6735117 Equipado Abastecimento 6733985 Bombeando Abastecimento CORSAN 2.032.000 186.0 6736653 Equipado Abastecimento Formação serra geral EDF LTDA 2.032.000 186.0 urbano 421783 Formação serra geral urbano 421657 Formação Formação serra geral CORSAN 2.032.000 190.0 urbano Formação Botucatu admin istrati vo LINHA interio 127.0 TRAVESSAO r 0 RUA Teutô 072.0 ASCHEBROCK nia 0 LINHA interio 306.0 HARMONIA ALTA r 0 RUA Teutô 079.0 SETEMBRO nia 0 RUA Teutô 088.0 nia 0 REINHOLD 20 DE ALBINO SCHNEIDER 422993 421877 6734548 6741277 Bombeando Doméstico/irrigação/ FAUSTO animal MULLER Não CORSAN 1.524.000 200.0 serra geral 3.048.000 208.0 instalado 420317 6746113 Bombeando 6742325 Bombeando Formação Botucatu Abastecimento HIDROGEO 2.540.000 doméstico/animal 422346 Formação Abastecimento 430.0 Formação Botucatu 2.540.000 urbano 421236 6742027 Bombeando Abastecimento 3.048.000 urbano 61 RUA DO PARQUE canab 090.0 BAIRRO arro 0 centr 092.0 o 0 421294 6735467 Bombeando Abastecimento 2.540.000 urbano CANABARRO AVENIDA OESTE 420810 6738443 Bombeando Abastecimento 1.524.000 urbano admin istrati vo RUA DOM PEDRO canab 101.0 II 1778, BAIRRO arro 0 BAIRRO canab 104.0 CANABARRO arro 0 RUA GUILHERME canab 106.0 TRENEPHOL arro 0 RUA 66 BAIRRO canab 107.0 CANABARRO arro 0 RUA CARLOS canab 110.0 ARNT, BAIRRO arro 0 RUA GUILHERME canab 117.0 ROLOF arro 0 RUA DUQUE DE canab 118.0 CAXIAS, BAIRRO arro 0 421776 6736033 Bombeando Abastecimento 2.540.000 urbano CANABARRO 421815 6736678 Bombeando Abastecimento 1.524.000 urbano 422156 6734261 Parado 420810 6736281 Bombeando 2.032.000 Abastecimento 2.032.000 urbano 421933 6736756 Bombeando Abastecimento 2.032.000 urbano CANABARRO BAIRRO 421137 6735050 Bombeando Abastecimento 2.540.000 urbano CANABARRO 422322 6736212 Bombeando Abastecimento urbano CANABARRO 62 RUA LEOPOLDO canab 119.0 SCHNEIDER arro 0 RUA canab 125.0 CARLOS BERVIG arro 0 LINHA GAMELA interio 138.0 r 0 canab 158.0 arro 0 EDMUNDO RUA HUCKRIEDE ERNI 421132 6736647 Bombeando Abastecimento 1.524.000 urbano 422265 6735542 Bombeando Abastecimento 2.032.000 urbano 434348 6738243 Bombeando Abastecimento 1.524.000 doméstico/animal 422827 6735242 Equipado Abastecimento 2.540.000 urbano 63 A legislação atual exige que qualquer captação de água natural seja realizada mediante outorga de uso da água expedida pero órgão público estadual – Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (DRH-SEMA), conforme fundamentos legais (Constituição Estadual de 1989, que Institui o Sistema Estadual de Recursos Hídricos (art. 171), Lei Estadual 10.350/94, que Regulamenta o Art. 171 da Constituição Estadual, Decreto Estadual 37.033/96, que Regulamenta os Art. 29, 30 e 31 da Lei Estadual 10.350/94, Decreto Estadual 42.047/02, que Regulamenta a lei 10.350/94, no que se refere ao gerenciamento e a conservação das águas subterrâneas e dos aquíferos no estado do Rio Grande do Sul e Resolução 01/97 do Conselho Estadual de Recursos Hídricos que estabelece critérios para a dispensa de outorga prevista no Art. 31 da lei 10.350/94). Em consulta ao Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos em junho de 2013 verificou-se que apenas 3 poços públicos do município estão em processo de regularização/outorga no referido órgão, sendo que a solicitação partiu da CORSAN na época que administrava o abastecimento público de parte do município. Estes 3 processos não foram deferidos e estão aguardando informações complementares. Os demais processos existentes no DRH objetivam o licenciamento prévio para perfuração de poços, sendo que a maior parte dos requerentes são particulares ou indústrias e 5 processos são da Prefeitura Municipal. Isto comprova que vários poços foram perfurados no município (ou pelo menos tiveram autorização para tal) porém não foram encaminhadas as outorgas para capação de água dos mesmos. Nota-se também que existem diversos pedidos de tamponamento por parte da CORSAN, o que denuncia que diversos poços do município estão abandonados e não tamponados, visto que as autorizações ainda não foram concedidas (situação dos processos ―em análise‖) e a CORSAN não atende mais o município. 64 Tabela 5: Situação dos processos junto ao Departamento de Recursos Hídricos do Estado do Rio Grande do Sul das captações subterrâneas do município de Teutônia. Requerente Classificação status Vazão latitude longitude Finalidade nomeRH (m³/dia) Prefeitura Deferido 17,5 6747192 422927 Abastecimento Público Formação Serra Geral/Botucatu Deferido 240 6737034 418498 Abastecimento Público Formação Serra Geral Deferido 151,2 6739170 419800 Abastecimento Público Formação Botucatu Deferido 240 6739555 423041 Industrial Formação Botucatu 0 Abastecimento Público Formação Serra Geral Abastecimento Público Formação Serra Geral Municipal de Teutônia Associação de Autorização Água Linha Prévia Major Bandeira Associação Pró- Autorização Desenvolviment Prévia o de Languiru Associação Pró- Autorização Desenvolviment Prévia o de Languiru Associação Pró- Autorização Em Desenvolviment Prévia Análise Associação Pró- Autorização Deferido Desenvolviment Prévia o de Languiru 200 6739613 425663 65 o de Languiru Associação Autorização Sicredi Ouro Prévia Deferido 10 6739993 425618 Consumo Humano Formação Serra Geral Deferido 18 6747403 422778 Abastecimento Público Formação Serra Geral 0 Industrial Formação Serra Geral 0 Consumo Humano e Formação Botucatu Branco Átimo Lamping Autorização Prévia Casa de Carnes Autorização Em Zart Ltda Prévia Análise Ceane Autorização Em Agropecuária Prévia Análise Autorização Deferido 30 6741672 421871 Irrigação Formação Serra Geral Deferido 18 6737359 420381 Outros Formação Botucatu 12 6742124 421111 Industrial Formação Botucatu 50 6741285 420205 Consumo Humano Formação Serra Geral Dessentação Animal Ltda Cirde Herder Prévia Comércio de Autorização Combustíveis Prévia Via Láctea LTDA Comércio de Autorização Em Combustíveis Prévia Análise Autorização Deferido Via Láctea LTDA Cooperativa 66 Languirú LTDA Prévia Cooperativa Autorização Em Languirú LTDA Prévia Análise Grupo de Água Autorização Deferido 120 6735450 Potável de Linha Prévia Deferido 30 Deferido Autorização Em Prévia Análise Autorização Deferido 0 Industrial Formação Botucatu 428950 Abastecimento Público Formação Serra Geral 6744693 419544 Abastecimento Público Formação Serra Geral 50 6740930 422375 Consumo Humano Formação Botucatu 4 6741049 42166 Dessedentação de Formação Botucatu Germano Hedo Gehm Autorização Prévia Hélio Tischer Autorização Prévia Irineu Ahlert Irineu Meyring Animais 240 6740820 422657 Prévia Lucia Claudete Autorização Walker Prévia Luiz Oto Autorização Sulzbach Prévia Milton Pedrotti Autorização Dessedentação de Formação Botucatu Animais Deferido 30 Deferido 0 Deferido 45 6737916 6743127 429917 421555 Consumo Humano Formação Serra Geral Outros Sem Denominação Específica Consumo Humano Formação Serra Geral Prévia 67 Nestor Jantch Autorização Deferido 20 0 6735743 432448 Consumo Humano Formação Serra Geral Industrial Formação Serra Geral Prévia Nutrifarma Autorização Em Nutrição e Prévia Análise Prefeitura Autorização Deferido 180 6733982 420883 Abastecimento Público Formação Botucatu Municipal de Prévia Deferido 180 6734636 423404 Abastecimento Público Formação Botucatu Deferido 180 6735686 420122 Abastecimento Público Formação Botucatu Deferido 180 6736247 421368 Abastecimento Público Formação Botucatu 0 Abastecimento Público Formação Botucatu Saúde Animal S/A Teutônia Prefeitura Autorização Municipal de Prévia Teutônia Prefeitura Autorização Municipal de Prévia Teutônia Prefeitura Autorização Municipal de Prévia Teutônia Prefeitura Autorização Em Municipal de Prévia Análise 68 Teutônia Ricardo Gerson Autorização Altmann Prévia Ricardo Gerson Autorização Altmann Prévia Sérgio Jonas Autorização Rickes Prévia Silvério Autorização Rührwiem Prévia Sinécio Arlindo Autorização Markus Prévia Sírio Lagemann Autorização Deferido 20 6744125 421706 Dessedentação de Formação Serra Geral Animais Deferido 0 6741191 422097 Dessedentação de Formação Serra Geral Animais Deferido 24 6739904 423778 Irrigação Formação Botucatu Deferido 21 6744356 421740 Consumo Humano Formação Serra Geral Deferido 240 6744674 423553 Dessedentação de Formação Botucatu Animais Deferido 21 6743950 421924 Abastecimento Público Formação Serra Geral 200 Industrial Formação Botucatu Prévia Transmont Autorização Em Transportes Prévia Análise Vandernice Sirlei Autorização Deferido 0 Irrigação Formação Serra Geral Feldkircher Prévia Zeno Luiz Blume Autorização Em 0 Dessedentação de Formação Botucatu Prévia Análise LTDA Animais 69 A. Grings S.A. Outorga Em 0 Consumo Humano Formação Serra Geral Dessedentação de Formação Botucatu Análise Antônio Arno Outorga Anschau Companhia Em 200 6741233 432566 Análise Outorga Riograndense de Em Animais 0 Abastecimento Público Formação Serra Geral 0 Abastecimento Público Formação Serra Geral 0 Abastecimento Público Formação Serra Geral 0 Irrigação Formação Botucatu Industrial Formação Botucatu Análise Saneamento CORSAN Companhia Outorga Riograndense de Em Análise Saneamento CORSAN Companhia Outorga Riograndense de Em Análise Saneamento CORSAN Cooperativa Outorga Languirú LTDA Elegê Alimentos S/A Em Análise Outorga Em 0 6739969 417651 Análise 70 Eleva Alimentos Outorga Deferido 0 Outros Formação Serra Geral Outorga Em 0 Industrial Formação Serra Geral 0 Industrial Formação Serra Geral 0 Industrial Formação Serra Geral S.A Eleva Alimentos S.A Eleva Alimentos Análise Outorga S.A Eleva Alimentos Análise Outorga S.A Eleva Alimentos Em Em Análise Outorga Deferido 1152 6739353 418646 Industrial Formação Serra Geral Outorga Deferido 1280 6739925 417633 Industrial Formação Serra Geral Outorga Em 0 Industrial Formação Serra Geral Outros Formação Serra Geral Consumo Humano Formação Serra Geral Industrial Formação Serra Geral S.A Eleva Alimentos S.A Paquetá Calçados Ltda Ricardo Gerson Análise Outorga Deferido 0 Outorga Em 80 Altmann Sociedade de Água de Linha 6744844 419206 Análise Leopoldina TEUTOGRAN Outorga Em 0 71 Ltda Análise Calçados Beira Outorga (com Rio S.A Monitorament Deferido 144 6735699 422390 Industrial Formação Serra Geral Deferido 280 6741369 420063 Consumo Humano Formação Serra Geral Deferido 400 6740230 420718 Industrial Formação Serra Geral Deferido 104 6740026 420924 Irrigação Formação Serra Geral Deferido 160 6740398 420955 Industrial Formação Botucatu Deferido 60 6740017 420702 Industrial Formação Serra Geral Em 0 Tamponamento Formação Serra Geral o) Cooperativa Outorga (com Languirú LTDA Monitorament o) Eleva Alimentos Outorga (com S.A Monitorament o) Eleva Alimentos Outorga (com S.A Monitorament o) Eleva Alimentos Outorga (com S.A Monitorament o) Eleva Alimentos Outorga (com S.A Monitorament o) Companhia Tamponamen 72 Riograndense de to Análise Companhia Tamponamen Em Riograndense de to Análise Companhia Tamponamen Em Riograndense de to Análise Companhia Tamponamen Em Riograndense de to Análise Companhia Tamponamen Em Riograndense de to Análise Tamponamen Em Saneamento CORSAN 0 Tamponamento Formação Serra Geral 0 Tamponamento Formação Serra Geral 0 Tamponamento Formação Serra Geral 0 Tamponamento Formação Serra Geral 0 Tamponamento Formação Serra Geral Saneamento CORSAN Saneamento CORSAN Saneamento CORSAN Saneamento CORSAN Companhia 73 Riograndense de to Análise Saneamento CORSAN 74 Com o que foi colocado entende-se que os principais problemas que envolvem as captações de água subterrânea no município de Teutônia são os seguintes: - falta de gerenciamento geral da situação dos poços do município por parte da prefeitura municipal; - falta de regularização dos poços junto ao órgão estadual responsável (encaminhamento de outorga); - falta de conhecimento preciso das características dos aquíferos explotados, principalmente no que se refere à vazão ótima dos poços, o que se conseguiria através de um minucioso ensaio de vazão em cada poço; - falta de tamponamento dos poços abandonados, os quais oferecem riscos à salubridade dos aquíferos por serem um caminho de percolação de fluidos superficiais. Como pontos positivos salienta-se a abundância de águas subterrâneas no município dado à possibilidade de captação de águas do Aquífero Botucatu (sotoposto aos basaltos da Formação Serra Geral) em baixas profundidades. Este manancial apresenta capacidades específicas elevadas e água de boa qualidade. A partir de um melhor gerenciamento dos sistemas de captação o município não terá problemas de abastecimento a longo prazo. 75 1.2. POLÍTICA DO SETOR DE SANEAMENTO 1.2.1. Levantamento da legislação e análise dos instrumentos legais que definem as políticas nacional, estadual e regional de saneamento básico; CONSTITUIÇÃO FEDERAL PROMULGADA EM 1988 Art. 21 - Compete a união: XIX - Instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transporte urbano. Art. 22 – Compete privativamente a União legislar sobre: IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão. Art. 23 – E competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico. Art. 25 – Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta constituição. Parágrafo Terceiro: Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções de interesse comum. Art. 30 – Compete aos Municípios: V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; 76 Art. 175 – Incumbe ao Poder Publico, na forma de lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo Único: A lei disporá sobre: I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II – os direitos dos usuários; III – política tarifaria; IV – a obrigação de manter o serviço adequado. Art. 182 – A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder Publico municipal, conforme diretrizes das funções fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais e garantir o bem-estar de seus habitantes. Parágrafo Primeiro: O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, e o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. Art. 200 – Ao sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: IV – participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano. Art. 242 – A união, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens 77 essenciais a continuidade dos serviços transferidos (Emenda Constitucional no 19/1998). AVALIAÇÃO A união é responsável pela instituição de diretrizes sobre saneamento básico (art. 21, XX). E competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios promover a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (art. 23, IX). Também são competências comuns dos três níveis de governo a proteção ao meio ambiente e o controle a poluição. Competência municipal para a prestação dos serviços públicos de saneamento, quando caracterizados como interesse local, esta consagrada no Art. 30, V, da Constituição Federal. A constituição prevê também que os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, para integrar a organização, planejamento e a execução de funções de interesse comum ( Art. 25, parágrafo terceiro). A concessão dos serviços públicos esta tratada no Art. 175 da Constituição, que inova quando exige sempre a licitação precedendo a concessão. Em 13/02/1995, foi sancionada pelo Presidente da Republica a Lei 8.987/95 que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação dos serviços públicos, cujo projeto de lei original tinha como objetivo regulamentar as concessões do setor elétrico, mas que, pela Medida Provisória 890 da mesma data, incluiu outros serviços públicos, no seu art. 2º, dispensa lei autorizativa para a concessão dos serviços de saneamento, procedimento contrario ao vigente ate então, gerando questionamento, e necessitando assim de correção. Faz falta, uma lei complementar que fixe as normas para cooperação entre União e Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas matérias que são de competência comum. 78 - LEI Nº 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei n o 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Avaliação A Lei Federal Nº 11.445/2007 (LDNSB) estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. Para efeito de melhores conhecimentos sobre saneamento, é essencial, mesmo para os juristas, que se acessem textos de engenharia ambiental, de engenharia sanitária, dentre outros. Saneamento é tema que sempre gerou disputas acirradas entre os Entes da Federação, notadamente entre Estados e Municípios, ambos disputando a titularidade para a gestão dos serviços. A matéria acarreta ainda inúmeras discussões nos Tribunais entre os prestadores de serviços e os consumidores, sobre questões envolvendo a cobrança pelo fornecimento das diversas espécies de saneamento: a) a questão da natureza jurídica da cobrança (se taxas ou tarifas); b) a discussão sobre a progressividade: se esta progressão onerosa seria possível; c) ainda que fosse possível a progressividade, discutem-se os critérios de progressão, muitos dos quais baseados no uso da propriedade, sem vínculo com o serviço, e na maioria dos casos sem vínculo com a noção de capacidade contributiva; d) a cobrança de esgoto sem tabela (baseada no consumo da água); 79 e) a questão da impropriedade de cobrança pelos serviços de coleta e varrição de resíduos sólidos em vias e logradouros, etc... . Como se vê, as questões são de alta indagação. Não há no discurso do Direito do Saneamento, hipóteses simplórias de trabalho: o chamado direito do saneamento terá imbricações com várias outras ordens jurídicas. Correlacionase com Direito Constitucional, ao momento que estuda a repartição de competências; Por exemplo, é comum a formação das Tabelas Tarifárias em progressão, usando-se como critério de progresso a ―qualidade ou uso do imóvel‖. Ocorre que a ―qualidade do imóvel‖ não denota capacidade contributiva: uma pessoa pode ter 20(vinte) imóveis residenciais de menor valor, para especulação imobiliária, enquanto outro tem apenas 1(um) imóvel — individualmente melhor que os 20 anteriores — e nele reside com a família. Pergunta-se: quem tem mais capacidade contributiva? O especulador ou o morador? Outro exemplo, agora sobre o ―uso do imóvel privado‖. As tabelas tarifam mais pesadamente as indústrias do que os comércios. Mesmo que o comércio seja o maior shopping center da região, e a indústria seja a fabriqueta de picolé de fundo de quintal. Mais uma constatação de que o ―uso da propriedade privada‖, como fator único, não denota capacidade contributiva. O esgoto deveria ter uma tabela de tarifação própria, consentânea com seus custos peculiares. O volume de água consumido (na verdade: o volume estimado de água servida que se devolve à rede de esgoto) até pode ser um dos critérios utilizados para o cálculo; porém, coisa bem distinta, é fazer da conta de água uma base de cálculo absoluta para a tarifa de esgoto, faltando apenas a aplicação da ―alíquota‖. Essa operação (incidir uma alíquota sobre a conta de água) não demonstra razoabilidade. E pior: não deixa nenhum elemento para o consumidor/usuário se defender se, um dia, pretender alegar que a tarifa está cara. Afinal, ele só terá os elementos de formação da tabela de água (e não de esgoto), mas, tem uma perspectiva própria, renovando o discurso da exclusividade das competências, quando propõe a adoção de critérios de cooperação entre os Entes da Federação. Terá ligações com o 80 Direito das Finanças e com o Direito Tributário, tocantes às questões de destinação dos recursos orçamentários públicos, e a cobrança das taxas e preços; porém, isto é bom destacar, as regras do Direito do Saneamento podem, em tese, flexibilizar a rigidez do Direito Tributário na questão das taxas. Notemos, não será uma Lei Tributária alterando conceitos de outros ramos do direito, o que seria vedado pelo art. 110 CTN. Quando, por exemplo, a Lei de Saneamento indica a drenagem como serviço passível de cobrança (por taxas ou preços), pode-se entender que a noção do saneamento, e não da taxa, é que está sendo atualizada para as necessidades atuais. O Direito do Saneamento manterá relações com o Direito Administrativo: porém, enquanto o direito administrativo refere a um princípio da continuidade dos serviços públicos o Direito do Saneamento evidencia que, em seu interior, se fala de um Princípio de Regularidade. O princípio de Regularidade pondera a continuidade, pois nas relações de saneamento patenteia-se a preponderância das questões naturais sobre as questões técnicas: em casos de seca, não se tem como dar continuidade ao serviço de água. Bem, isto parece uma filigrana, mas, de fato, é uma peculiaridade do saneamento explicitar esta diferença de visão (continuidade mitigada pela noção de regularidade), o que implicará em relevantes reflexos de metodologia para a aplicação das Leis de Saneamento. Estas são apenas algumas demonstrações de correlação entre o Direito do Saneamento e outras ordens jurídicas parciais, e da forma como se podem (ao menos em tese) estabelecer preceitos próprios para o tratamento das questões jurídicas ligadas ao saneamento. Nada obstante, estamos ainda diante de uma perspectiva nova para se olhar estes problemas jurídicos: tudo dependerá da interpretação futura, especialmente dos Tribunais, no que os Órgãos Judicantes serão de extrema importância para a construção das bases para a aplicação da Lei Federal 11.445/2007. Talvez por essa gama de preocupações, de falta de segurança normativa e de correlações de várias disciplinas no universo do saneamento é que a nova lei inicia desde seu art. 1º com alguma indicação de cautela, visando a criação de uma estrutura básica. No art. 2º, a Lei de Diretrizes do 81 Saneamento elenca aqueles que podem ser vistos com os seus Princípios fundamentais. Para a gestão e prestação dos serviços de saneamento básico deverão ser observados Princípios Fundamentais, inseridos no artigo 2º e incisos da LDNSB. Deixa-se patente que os princípios fundamentais elencados no citado artigo dizem respeito a todas as espécies do gênero saneamento. O saneamento (gênero) envolve o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água potável; b) esgotamento sanitário; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Não se poderá limitar, por exemplo, o ideal de universalização (princípio contido no art. 2º, Inciso I) apenas ao saneamento/água. Há uma espécie, considerada o ―patinho feio‖ dos serviços de saneamento, pois, em geral, não tem conteúdo financeiro acentuado em favor do poder público (não gera uma arrecadação direta) ou do prestador concessionário: é o caso do saneamento/drenagem. Cumpre aguardar, então, que os Princípios da lei, de fato, se estendam a todas as espécies de serviços de saneamento (vide art. 3º, I desta Lei), não se limitando apenas aos serviços de saneamento que sejam ―lucrativos‖. A Lei elenca doze princípios explícitos para o setor de saneamento, a saber: I - universalização do acesso; II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados; 82 III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente; IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado; V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais; VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante; VII - eficiência e sustentabilidade econômica; VIII - utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas; IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados; X - controle social; XI - segurança, qualidade e regularidade; XII - integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos. Ocorre, todavia, que há princípios outros, aplicáveis especificamente para o setor de saneamento, que nossa legislação deixou de fora. Para o presente texto não se alongar demais, faremos o tratamento, a seguir, de apenas um princípio esquecido por nossa lei geral de saneamento. Talvez aquele que poderia ser (e de fato é, assim o pensamos) o mais importante Princípio Jurídico do Saneamento: o Princípio da valorização. 83 Justamente por isso — por ser uma verdadeira pedra angular — o Princípio da valorização, mesmo ausente do rol explícito da Lei 11.445/2007, deverá ser entendido como aplicável nas relações jurídicas decorrentes do saneamento. A despeito de sua não menção na lei. Nossa abordagem da questão principio lógica do tratamento jurídico do setor de saneamento no Brasil, alerta sobre a ausência, no rol dos princípios explícitos da Lei 11.445/2007, de um dos princípios jurídicos mais importantes para o setor. Isto é: se não for o mais importante de todos os Princípios da Legislação de Saneamento. Referimos ao Princípio da Valorização, que é extremamente bem abordado pela Profª. Drª. MARIA ALEXANDRA DE SOUSA ARAGÃO. Para compreendermos a valorização, enquanto princípio, faz-se mister a verificação daquilo que a doutrina chama de desinteresse inerente no saneamento. Os resíduos são, ―por definição, coisas destituídas de interesse para quem as produz‖.10 Ou seja, é aquilo que não é o objetivo da atividade principal uma pessoa, de uma empresa ou de uma entidade, e, por não se objetivo nenhum, o seu detentor precisa (e quer) desfazer-se de tal substância. Importante referir: o desinteresse pela coisa traz, consigo, o desinteresse pelo destino que será dado a ela,11 notadamente pelos pesados custos que a — adequada — dispensação final muita vez acarreta. Vale ainda dizer — o que acrescentamos por ser nosso entendimento — o desinteresse inerente supera a questão econômica da gestão de resíduos: ingressa primeiro na questão das decisões políticas. Explicamos. Não raras vezes, em um passado não muito distante, o discurso político não preconizava ações de saneamento pois — pasmemos! — o argumento principal era muito forte: Esgoto é manilha enterrada; e obra que ninguém vê não dá voto! Ocorre que o patrimônio político daqueles que são os decision makers ou policy makers, sofreu ou está sofrendo uma mudança inesperada. A população foi contaminada pelo discurso da necessidade de saneamento e pela necessidade de proteção ecológica. Explicamos com um breve exemplo: no Estado do Espírito Santo há um programa de televisão, de uma afiliada à rede Globo, chamado Gazeta Comunidades. Todas as semanas uma equipe 84 de reportagem comparece a uma bairro diferente da Região Metropolitana da Grande Vitória, elegendo uma rua para que os moradores possam fazer suas reivindicações. Em quase todos os programas as reivindicações são: drenagem, coleta de lixo, fornecimento de água e rede de esgoto! Ou seja, serviços de saneamento! Portanto, a questão do desinteresse político, ou muda de rumo, transformando o saneamento em algo interessante politicamente, ou o candidato terá sérios problemas num futuro bem próximo. Resta, então, a questão do desinteresse econômico. O Princípio da Valorização busca realizar a agregação de valor ao que antes era rejeito; assim, o que era despido de interesse poderá passar a ser relevante para o seu proprietário inicial ou, pelo menos, para terceiros. O proprietário original, na análise de custos de oportunidade, poderá concluir, mesmo após a valorização econômica do resíduo, que aquela atividade ou substância continua a ser desinteressante; porém, a valorização atrairá, no mínimo, terceiros interessados. Um dos exemplos da valorização está a indústria da reciclagem de materiais. Simplificando: o dono do lixo pode não ter interesse naquele resíduo, mesmo sendo uma substância reciclável; porém, haverá outros interessados. Implica referir, para finalizarmos, que a valorização tende a gerar uma ―maior compatibilidade ambiental‖ para o produto reciclado. Ocorre que há produtos que se forem sujeitos à reciclagem podem gerar maior impacto e não maior compatibilidade ambiental. Portanto, o Princípio da Valorização busca transformar a indústria da reciclagem em um mercado de reciclagem, desde que o produto deste mercado seja dotado, ao final da reciclagem, de uma maior compatibilidade ambiental. Em linhas gerais, este o sentido do Princípio da valorização. Os chamados princípios fundamentais para a Legislação do Saneamento Básico ainda deverão passar por um processo de maturação. Os atos normativos que virão, as sentenças que serão proferidas, os atos administrativos e de gestão, serão cruciais na identificação dos sentidos que estes princípios receberão de fato. Mesmo não constando explicitamente do rol do art. 2º da Lei 11.445/2007, o Princípio da valorização vigora no ordenamento jurídico nacional. Restamos esperar que a intenção do legislador, 85 que em tese foi dotar o País de um marco regulatório adequado, possa produzir efeitos socialmente satisfatórios. - DECRETO Nº 7.217, DE 21 DE JUNHO DE 2010. Regulamenta a Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências. - LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. - CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROMULGADA EM 1989. CAPITULO III DA SAÚDE E DO SANEAMENTO BÁSICO Seção II DO SANEAMENTO BÁSICO Art. 247 - O saneamento básico é serviço público essencial e, como atividade preventiva das ações de saúde e meio ambiente, tem abrangência regional. § 1º - O saneamento básico compreende a captação, o tratamento e a distribuição de água potável, a coleta, o tratamento e a disposição final de esgotos cloacais e do lixo, bem como a drenagem urbana. § 2º - É dever do Estado e dos Municípios a extensão progressiva do saneamento básico a toda a população urbana e rural, como condição básica da qualidade de vida, da proteção ambiental e do desenvolvimento social. § 3º - A lei disporá sobre o controle, a fiscalização, o processamento e a destinação do lixo, dos resíduos urbanos, industriais, hospitalares e 86 laboratoriais de pesquisa, de análises clínicas e assemelhados. Art. 248 - O Estado e os Municípios, de forma integrada ao Sistema Único de Saúde, formularão a política e o planejamento da execução das ações de saneamento básico, respeitadas as diretrizes estaduais quanto ao meio ambiente, recursos hídricos e desenvolvimento urbano. § 1º - Os Municípios poderão manter seu sistema próprio de saneamento. § 2º - Nos distritos industriais, os efluentes serão tratados e reciclados de forma integrada pelas empresas através de condomínio de tratamento de resíduos. Art. 249 - O Estado manterá órgão técnico normativo e de execução dos serviços de saneamento I - prestar II - integrar básico serviços os para, locais sistemas entre de locais outras atribuições: saneamento de saneamento básico; básico; III - executar as políticas ditadas em nível federal, estadual e municipal estabelecidas para o setor. - Lei Estadual nº 12.037, de 19 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a Política Estadual de Saneamento e dá outras providências. LEI ORGÂNICA MUNICIPAL TEUTÔNIA – RS CONSOLIDADA-1990 Capítulo VI DO MEIO AMBIENTE Art. 151 – Compete ao Município, através de seus órgãos administrativos e com a participação da comunidade, por suas entidades representativas: I – Proteger, preservar e recuperar o meio ambiente nas suas mais variadas formas; 87 II – Preservar as florestas, fauna, flora, as paisagens naturais, sítios arqueológicos, rios, arroios e riachos, dentro do território municipal; III – Registrar, acompanhar e fiscalizar a concessões de direito de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seu território; IV – Promover a ecologia como ciência e divulgá-la nos meios de comunicação assim como na rede escolar, fazendo um trabalho de esclarecimento e conscientização pública; V – Executar, com a colaboração da União, do Estado e de outros órgãos e instituições, programas de recuperação do solo, de reflorestamento e de aproveitamento dos recursos hídricos; VI – Exercer o poder de polícia administrativa na vigilância e fiscalização da preservação do meio ambiente, dispondo através de lei, das penalidades por infração ou danos à comunidade e à natureza; VII – Dar adequado tratamento e destino final aos resíduos sólidos e aos fluentes dos esgotos de origem doméstica, exigindo mesmo tratamento aos resíduos sólidos e efluentes industriais; VIII – Criar locais especiais para colocação de lixos domésticos e industriais, de forma a não prejudicar a saúde e higiene pública, nem causar impacto ambiental; ÍX – Planejar o trabalho em micro bacias hidrográficas, através de melhoramento, conservação e manejo integrado do solo, da água e das florestas; X – Exigir a colocação de filtros antipoluentes nos estabelecimentos causadores de poluição. Art. 152 – Fica proibido em todo território municipal o trânsito, por qualquer meio de transporte, a fabricação ou depósitos de produtos, substâncias ou componentes atômicos, estendendo-se a proibição na questão de 88 trânsito aos produtos e substâncias tóxicas, capazes de pôr em risco a vida ou a saúde da população. Art. 153 – Para qualquer modificação no ambiente natural ou paisagens da área do Município, seja para edificações ou para instalações de indústrias, ao para qualquer outro fim, deverá o projeto ser submetido a um estudo de impacto ambiental, junto ao Executivo Municipal, competindo à comunidade requerer aprovação através de plebiscito, na forma da Lei. Art. 154 – O Município deverá priorizar a transformação das áreas alagáveis em áreas verdes, ou parques ecológicos. - LEI N.º 2.583, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2006 ESTABELECE O CÓDIGO DE EDIFICAÇÕES E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. CAPÍTULO IV DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS Art. 112. As instalações prediais de água e esgoto devem atender, além do que dispõe este Código, às normas brasileiras. Art. 113. As instalações prediais de esgoto sanitário devem ser ligadas aos coletores públicos, quando houver sistema separador absoluto. Art. 114. Nas edificações situadas em vias não servidas por esgotos cloacal devem ser instalados fossa séptica, filtro anaeróbio e sumidouro, obedecendo às seguintes especificações: I - quanto à fossa séptica: a) deverá ser dimensionada de acordo com as normas brasileiras e com capacidade nunca inferior a 1,25 m³ (um metro e vinte e cinco centímetros cúbicos); 89 b) deverá estar localizada em área próxima à via pública, com tampa acessível para que seja possível executar a sua limpeza; c) deverá localizar-se a no mínimo 1,50 m ( um metro e cinquenta centímetros ) das divisas do terreno. II – quanto ao filtro anaeróbio: a)deverá ser dimensionado de acordo com as normas brasileiras e com capacidade nunca inferior a 1,25 m³ ( um metro e vinte e cinco centímetros cúbicos); b) deverá localizar-se a no mínimo 1,50 m ( um metro e cinquenta centímetros ) das divisas do terreno. III - quanto ao sumidouro: a) deverá ser dimensionado de acordo com as normas brasileiras e com capacidade nunca inferior a 3,75 m3 (três metros e setenta e cinco metros cúbicos); b) deverá localizar-se a no mínimo 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) das divisas do terreno. Parágrafo único. A fossa séptica, o filtro anaeróbio e o sumidouro somente poderão ser fechados após ter sido realizada a devida fiscalização por agente técnico da Administração Municipal. CAPÍTULO V DAS INSTALAÇÕES PARA ESCOAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS E DE INFILTRAÇÕES Art. 115. Os terrenos, ao receberem edificações, devem ser convenientemente tratados para dar escoamento às águas pluviais e de infiltração. Art. 116. As instalações para escoamento de águas pluviais devem ser executadas de acordo com o que estabelecem as normas brasileiras. Art. 117. As águas pluviais da lavagem de piso e a coleta da água condensada dos aparelhos de ar condicionado devem ser canalizadas para a rede de esgoto pluvial. § 1.º Em caso de impossibilidade ou inconveniência de conduzir as águas pluviais à rede pública, será permitido o seu lançamento na sarjeta, vala ou curso d’água. 90 § 2.º A ligação à rede pública poderá ser cancelada a qualquer momento pela Administração Municipal, desde que a infraestrutura urbana requeira modificações ou se dela resultar qualquer prejuízo ou inconveniência. § 3.º Nos casos em que o coletor pluvial passar por propriedade lindeira deverá ser anexado ao projeto uma Declaração de Autorização do proprietário daquele imóvel, por instrumento particular e com firma reconhecida por autenticidade, concedendo permissão à indispensável ligação àquele coletor. 1.2.2. Normas de regulação e ente responsável pela regulação e fiscalização, bem como os meios e procedimentos para sua atuação; Não há normas ou ente responsável pela regulação e fiscalização. 1.2.3. Programas locais existentes de interesse do saneamento básico nas áreas de desenvolvimento urbano, rural, industrial, turístico, habitacional, etc.; O município possui um incentivo a coleta seletiva de resíduos, onde realiza a coleta e triagem dentro do município, com os funcionários da empresa terceirizada sendo do próprio município, incentivando a mão de obra local e realizando campanhas educativas junto as escolas. 1.2.4. Procedimentos para a avaliação sistemática de eficácia, eficiência e efetividade, dos serviços prestados; Os procedimentos para avaliação sistemática de eficiência, eficácia e efetividade dos serviços prestados é realizado através do SNIS do Governo Federal, onde o município realiza o preenchimento das informações. Porem o município carece de um sistema com informações mais específico e com sistemas de indicadores da realidade local com acesso a toda a comunidade. 91 1.2.5. Política de recursos humanos, em especial para o saneamento; A política de recursos humanos para o setor de saneamento ainda é ainda não exclusiva, não há uma mão de obra exclusiva para as finalidades de serviços de saneamento, a não ser dos prestadores de serviços. A administração municipal dispõe de funcionários da parte técnica e serviços gerais que realizam atividades ligadas ao saneamento e outras atividades dentro da administração, por a demanda não ser tão significante os funcionários são ocupados em outros setores da prefeitura. 1.2.6. Política tarifária dos serviços de saneamento básico; Quanto à política tarifária, o município não realiza a cobrança por serviços de esgotamento sanitário. A cobrança é realizada nos serviços de abastecimento de água conforme descrito abaixo. Residencial – R$ 19,50 (ate 10m³) Comercial R$ 27,00 (ate 10m³) Industrial R$ 31,50 (ate 10m³) Famílias da baixa renda R$ 9,75 (ate 10m³) 1.2.7. Instrumentos e mecanismos de participação e controle social na gestão política de saneamento básico; Como o município não possui ainda conselho municipal de saneamento básico, a única forma mais próxima de participação da comunidade junto ao setor de controle e gestão do saneamento é a representação junto ao Conselho Municipal de Meio Ambiente e Conselho Municipal de Saúde. 92 1.2.8. Sistema de informação sobre os serviços; O único sistema de informação que o município dispõem é o SNIS, do governo federal. 1.2.9. Mecanismos de cooperação com outros entes federados para a implantação dos serviços de saneamento básico O município realiza através de acordos de cooperação técnica com o Governo Federal e Estadual programas para melhorias dos serviços de saneamento, através de construção de banheiros, aquisição de equipamentos, palestras e cursos no município. 93 1.3. INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 1.3.1. Análise crítica dos planos diretores de abastecimento de água da área de planejamento, quando houver; O município de Teutônia não possui plano diretor de abastecimento de água ainda. 1.3.2. Descrição dos sistemas de abastecimento de água atuais. Essa descrição deverá englobar textos, mapas, projetos, fluxogramas, fotografias e planilhas que permitam uma caracterização satisfatória do sistema; O sistema de abastecimento de água de Teutônia é realizado através de poços artesianos, reservação e distribuição para a população atendida. O sistema de abastecimento esta demonstrado na figura a seguir. 94 MAPA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 95 1.3.3. Deverão ser informadas as principais deficiências referentes ao abastecimento de água, como frequência de intermitência, perdas nos sistemas, etc.; Conforme caracterização, descrições e mobilizações sociais realizadas no município a principal deficiência é o índice de perdas no sistema e a gestão dos sistemas como um todo. 1.3.4. Levantamento da rede hidrográfica do município, possibilitando a identificação de mananciais para abastecimento futuro; Devido o município estar a localização do município dentro na sub-bacia não há recursos hídricos superficiais passiveis de vazão e outorga para abastecimento da população do município e também devido ao custo operacional elevado para este tipo de abastecimento. Por isso a captação subterrânea se torna o manancial de maior facilitado de custo beneficio para o município, porem o município deverá encaminhar o pedido de outorga para os poços que utiliza para abastecimento público em seu nome ao DRH para estipular a vazão máxima a ser utilizada e tempo máximo de exploração, com isso pode-se projetar um planejamento do sistema de abastecimento com novos poços a perfurar. 1.3.5. Consumo per capita e de consumidores especiais; Quanto ao consumo per capita e consumidores especiais no município foram utilizadas informações do SNIS 2011 onde o município informa que o consumo per capita é de 110,00 L/hab/dia, não havendo informação quanto a consumidores especiais. 96 1.3.6. Informações sobre a qualidade da água bruta e do produto final do sistema de abastecimento; Quanto á qualidade da água no município segue abaixo o relatório do SISÁGUA dos dados do município referente ao ano base 2012 e 2013. Tabela 06 – Analise da água distribuída 97 98 99 100 101 1.3.7. Caracterização da infraestrutura das instalações existentes; O sistema de abastecimento de água do município possui extremamente com rede em amianto, com alguns problemas de pressão estabelecida sobre a rede e distribuição. 1.3.8. Descrição do corpo funcional (números de servidores por cargo); O município, conforme SINS 2011, possui 10 funcionários para o sistema de abastecimento e esgotamento sanitário do município. 1.3.9. Receitas operacionais e despesas de custeio e investimento; Quanto as receitas e despesas temos, conforme SINS 2011, a seguinte relação. 102 Tabela 07 – Receitas e despesas Receita Arrecadação Despesas com Despesas Operacional R$ total R$ serviços R$ Exploração R$ 1.551.444,00 1.551.444,00 739.847,00 737.847,00 Tabela 08 – Despesas e Receitas Despesas totais Tarifa média Índice de média R$/m³ praticada R$ suficiência de caixa % 0,56 1,14 209,7 1.3.10. Apresentar os indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade dos serviços prestados. Os indicadores para os serviços de abastecimento de água são: - Indicador de Cobertura do Serviço de Água Tem a finalidade de quantificar o percentual de economias com disponibilidade de acesso ao sistema de abastecimento de água. O período desejável para sua apuração é o anual. Ica=[(Era+Dda)*100/Dt*(100-Pdfa+Pdda)]*100, onde: Ica: Indicador de Cobertura do Serviço de Água (%) Era: economias residenciais ativas (ligadas ao sistema) (un.) Dda: domicílios com disponibilidade de rede de água, mas não ativos (un.) Dt: domicílios totais na área de atendimento (un.) Pdfa: percentual de domicílios urbanos fora da área de atendimento (%) 103 Pdda: percentual de domicílios rurais dentro da área de atendimento (%) - Indicador de Qualidade de Água Distribuída Este indicador permite avaliar o atendimento da qualidade da água distribuída conforme a Portaria n.º 2.914, do Ministério da Saúde. A frequência de apuração sugerida é mensal. Iqa=100*(%Aad-49)/51, onde: Iqa: Indicador de Qualidade de Água Distribuída %Aad: porcentagem de amostras consideradas adequadas no mês crítico do período de atualização. -Indicador de Controle de Perdas Avalia valores de perda de água por ramal de distribuição, expressa em L/Ramal*Dia. O período sugerido para apuração é mensal. Icp=[(Ve-Vs)-Vc)/Laa]*100, em que: Icp: Indicador de Controle de Perdas (L/ramal*dia) Ve: volume de água entregue (L/dia) Vs: volume de água de uso social e operacional (L/dia) Vc: volume de água de consumo (L/dia) Laa: ligações ativas de água (un.) - Indicador de Utilização da Infraestrutura de Produção de Água Tem por objetivo mensurar a capacidade ociosa da Estação de Tratamento de Água, a ser avaliada anualmente. Iua=Qp*100/CapETA, onde: Iua: Indicador da Utilização da Infraestrutura de Produção de Água (%) Qp: vazão produzida (L/s) CapETA: capacidade da ETA (L/s) - Tempo Médio De Atendimento Ao Cliente Quando Da Falta De Ågua 1 N TAC ti n I 1 104 Sendo: n = Número total de interrupções de água no período ti = Tempo decorrido para correção do fato gerador da falta de água para a iésima interrupção do abastecimento. - Duração Equivalente De Interrupção Do Sistema De Fornecimento De Água Por Economias n DEC EcoAtingid as(i) T (i) i 1 EcoTotal Sendo: Eco. Atingidas (i) = Número de economias abrangidas pela i-ésima falha no sistema de fornecimento de água no conjunto e no período T (i) = Tempo decorrido entre a detecção da i-ésima falha pela CORSAN e o efetivo reparo da falha n = Número total de interrupção no fornecimento de água do conjunto no período Eco. Total = Número total de economias do conjunto considerado - Indicador Econômico-Financeiros ROP (S/DEPREC.) - RAZÃO OPERACIONAL SEM DEPRECIAÇÃO ROP( s / deprec.) DESP( s / deprec.) 100 ROL Sendo: DESP (s/deprec.) = Despesa operacional total excluída a depreciação ROL = Receita operacional líquida - Indicador De Produtividade De Pessoal - IPP1 AF NE Sendo: AF = Água faturada pela empresa em m3 NE = Número total de empregados da empresa 105 Tabela 09 - Indicadores de abastecimento de água. Indicador Indicador de Cobertura do Serviço de Água Índice 63,2% - Indicador de Qualidade de Água Distribuída NI -Indicador de Controle de Perdas NI - Indicador de Utilização da Infraestrutura de Produção de 100% Água - Tempo Médio De Atendimento Ao Cliente Quando Da Falta De Água. - Duração Equivalente De Interrupção Do Sistema De Fornecimento De Água Por Economias - Indicador Econômico-Financeiros - Indicador De Produtividade De Pessoal NI NI - NI- Não informado ou falta dados para cálculo 106 1.4. INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO No que se refere ao esgotamento sanitário, o município de Teutônia não está provido por sistema de coleta e tratamento de esgotos coletivos do tipo separador absoluto ou do tipo misto. A solução utilizada pela população se assemelha a utilizada por outras comunidades, onde o tratamento do esgoto sanitário é realizado por meio da utilização de sistemas de tratamento individuais de esgoto sanitário, ou seja: fossas sépticas, fossas rudimentares seguidas de sumidouro para destino final das fezes, urinas e águas servidas. Algumas edificações instalam filtro anaeróbio depois da fossa séptica e antes do sumidouro. Conforme dados do IBGE, 82,2% dos domicílios no ano de 2010 possuíam formas de esgotamento sanitárias consideradas adequadas. Mas segundo consta há uma série de domicílios desprovidos de instalações sanitárias ou de qualquer sistema de tratamento individual, por mais simples que seja, destinando seus dejetos em geral para pequenos córregos, arroios próximos ou mesmo à rede pluvial. Em análise realizada pelo Programa Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) nas áreas mais carentes da zona urbana, verificou-se que em 3% dessas áreas inexistem banheiros nas habitações. Atualmente cerca de 60 % das vias localizadas no centro urbano do município de Teutônia possuem pavimentação asfáltica e 20 % possuem calçamento do tipo paralelepípedo. Estes locais possuem melhores infraestruturas, a considerar rede de drenagem pluvial, resultando num processo de eliminação de alguns dos sistemas de tratamento de esgotos individual, na qual os esgotos são conectados à rede de águas pluviais. Em suma, a rede pluvial acaba servindo como rede mista, despejando esgoto em córregos que deságuam no Arroio Boa Vista e que, por sua vez, deságua no Rio Taquari, do qual o Vale do Taquari se abastece de água. É, portanto, urgente, o planejamento de um sistema de tratamento de esgoto, a fim de buscarmos saúde, comprometimento ambiental e recuperação dos recursos hídricos. 107 1.4.1. Análise crítica dos planos diretores de esgotamento sanitário. No município de Teutônia não há plano diretor de esgotamento sanitário. 1.4.2. Descrição dos sistemas de esgotamento sanitário atuais. Essa descrição deverá englobar textos, mapas, projetos, fluxogramas, fotografias e planilhas que permitam uma caracterização satisfatória do sistema. Os sistemas atualmente adotados são: sistema de tratamento individual, desague na rede pluvial, disposição nos arroios existentes e escoamento superficial diretamente no solo. Sistema de tratamento individual de esgoto: A prefeitura estabelece que durante a aprovação de projetos de novas edificações seja apresentado projeto hidrossanitário com o tipo de tratamento individual de esgoto. Antes de 2005, o sistema individual de esgoto compreendia apenas fossa e sumidouro, de modo que muitas construções apresentam, atualmente, esse sistema, ligando o sumidouro à rede pública. A partir de 06/10/2005, passou-se a exigir a execução de filtro anaeróbio, entre a fossa e o sumidouro, o que embora efetue o tratamento do esgoto, ao inexistir qualquer controle sobre a manutenção de tal sistema, torna o mesmo obsoleto e ineficaz. A configuração do sistema fica conforme figura 14. Alguns fabricantes garantem remoção entre 65 e 75 % da matéria orgânica em termos de demanda bioquímica de oxigênio (DBO). Para garantir a correta instalação e a existência do sistema, é realizado inspeção do mesmo antes de seu fechamento. Esta vistoria é realizada por funcionário da prefeitura. 108 Figura 14: Sistema de Tratamento Individual O filtro anaeróbio consiste em uma caixa com brita, que possui fluxo ascendente, ou seja, recebe o efluente por sua parte inferior e procede ao tratamento por bactérias aderidas ao meio suporte que são as pedras. O filtro anaeróbio promete livrar o efluente de resíduos orgânicos. Quando o solo apresenta incompatibilidade com o sistema individual exigido, é necessário instalar clorador a invés de sumidouro e então direcionar o efluente resultante a rede de drenagem pluvial. A figura 15 representam de forma ilustrativa o clorador, através de um corte transversal. Figura 15: Corte transversal do Clorador. O processo de cloração é o mais comum de desinfecção de água potável e de efluentes tratados. O efluente que sai do filtro anaeróbico chega ao clorador para passar por um processo de desinfecção. O cloro quando adicionado a água, forma o ácido hipocloroso, que age como desinfetante e com efeito residual prolongado. É importante que o efluente tenha um tempo de contato para que o cloro aja sobre as bactérias, fungos, vírus e demais microorganismos. Resulta numa reação contra as matérias orgânicas dissolvidas, reduzindo a DBO, clarificando a água e habilitando para o reuso. Cabe salientar que para garantir que o efluente não causará danos ambientais, é importante o acompanhamento e manutenção do sistema. Para o 109 acompanhamento, se faz necessário realizar análise do efluente tratado. Para tanto, é preciso coletar amostra do efluente, realizar ensaios e comparar os resultados com os índices padrões. Embora seja necessário constar o sistema de tratamento individual para aprovação de projetos novos, algumas edificações antigas não possuem este tipo de sistema. Em alguns casos passou-se a ligar diretamente na rede de drenagem pluvial os esgotos gerados nas residências. Sistema de tratamento coletivo de esgoto: No ano de 2011 passou-se a permitir e promover a utilização de estações compactas de tratamento de esgoto. Entretanto, até o presente momento, apenas um loteamento propôs a utilização de um sistema de tratamento coletivo que, todavia, ainda não foi executado. 1.4.3. Indicação de áreas de risco de contaminação por esgotos do município. Não há área específica a ser descrita. Mas sabe-se que todos os recursos hídricos próximos à zona urbana, indústrias, residências rurais, atividades agrícolas e pecuárias podem ser contaminados devido às atividades desenvolvidas nestes locais. Como meta deste Plano, está o controle efetivo da qualidade das águas bem como identificação e mapeamento das atividades com risco de contaminação. 1.4.4. Análise crítica e avaliação da situação atual dos sistemas de esgotamento sanitário, incluindo todas as estruturas integrantes: ligações prediais, rede de coleta, interceptores, estações elevatórias, emissários, estações de tratamento e controle do sistema. Deverão ser informadas a capacidade instalada, eficiência de tratamento, custo operacional, etc. O sistema de esgotamento sanitário, como já foi mencionado anteriormente, é do tipo sistema de tratamento individual. Este gera alguns 110 transtornos, visto que as edificações mais antigas possuem sistemas precários e/ou improvisados. Algumas despejam o esgoto diretamente na rede pluvial, no arroio e/ou a céu aberto ora por não possuírem tal sistema ora por falta de manutenção. As edificações novas que tem seus projetos aprovados na prefeitura passam pelo acompanhamento de um fiscal durante a execução além do acompanhamento do próprio responsável técnico pelo projeto/execução. Em todos os casos, ou seja, os que houveram ou não acompanhamento durante a execução, não há garantias de que haverá a manutenção necessária durante o período de utilização da edificação. A eficiência do tratamento é baixa, visto os problemas que gera, entre eles podemos mencionar a poluição e degradação do meio ambiente, despejo de esgoto a céu aberto, mau cheiro saindo das bocas de lobo devido ao despejo direto de efluente na rede de drenagem. Apesar de a eficiência ser baixa, o sistema aparentemente funciona bem. Há poucas reclamações e quando apresenta problemas e por falta de absorção do solo ou solo. Nestes casos, o proprietário é orientado a instalar após o filtro anaeróbio um clorador e realizar desague do efluente na rede de drenagem pluvial. 1.4.5. Deverão ser informadas as principais deficiências referentes ao sistema de esgotamento sanitário. As principais deficiências a serem destacadas no âmbito do tratamento individual são: - Falta da garantia da existência deste sistema em edificações mais antigas; - Falta de garantia quanto a real eficiência do sistema; - Sistema arcaico, que inviabiliza sua utilização em aglomerados urbanos; - Ineficiência do sistema quando o solo inadequado (pouca absorção, rochoso). 111 1.4.6. Levantamento da rede hidrográfica do município, identificando as fontes de poluição pontuais de esgotamento sanitário e industrial. A região de Teutônia está posicionada na sub-bacia hidrográfica Taquari-Antas. Como curso d’água de menor porte, que passa próximo a cidade, temos o arroio Boa Vista, juntamente com o seu tributário que nascem nos morros a leste da cidade. Este arroio tem seu curso no sentido leste-oeste e sua foz se dá no rio Taquari. 1.4.7. Dados dos corpos receptores existentes (qualidade, vazão, usos de jusantes, etc.). Os potenciais corpos hídricos receptores são: ao leste os arroios: Boa Vista, Vermelho, Posses e Canudos, ao nordeste o arroio Schmidt e ao norte os arroios: Welp, Harmonia e Dickel. Qualidade Para determinação da qualidade da água dos corpos receptores, se faz necessária análise de amostra destas águas, a qual não se teve acesso a nenhum laudo. Cabendo a este plano prever em suas ações este tipo de monitoramento. Vazão Sabendo-se que a boa técnica recomenda que para estabelecer uma vazão confiável seja necessário ensaios de seções e velocidades, acredita-se que por este fato não há dados referente a vazão dos arroios. Usos a jusante Não há dados do tipo de uso à jusante do ponto provável do lançamento do efluente tratado não foram encontrados usos nobres que possam ser prejudicados, como por exemplo, abastecimento de água para consumo ou produção alimentícia. 112 1.4.8. Análise e avaliação das condições atuais de contribuição dos esgotos domésticos e especiais (produção per capita e de consumidores especiais). De acordo com o Censo IBGE do ano de 2010, a população total (urbana e rural) do município de Teutônia é de 27.272 habitantes, sendo a população urbana no ano de 2010 de 23.322 habitantes. Como a parcela mais preocupante de produção de esgoto é a população urbana e uma possível implantação de rede coletora e estação de tratamento de esgoto contemplaria somente o perímetro urbano, será considerado como população atendida a urbana. Para um consumo diário máximo de 150 L/dia de água por habitante e um coeficiente de retorno de 80 %, podemos estimar que a vazão doméstica média de esgotos gerados será de 32,39 L/s. 1.4.9. Verificar a existência de ligações clandestinas de águas pluviais ao sistema de esgotamento sanitário. Caso os proprietários das edificações estiverem despejando águas pluviais em qualquer uma das partes do sistema o dano causado seria individual, visto que o sistema de esgotamento sanitário existente atualmente no município é do tipo individual. Sabe-se que o inverso acontece: ligações clandestinas de esgoto sanitário em sistema de drenagem de águas pluviais. 1.4.10. Balanço entre geração de esgoto e capacidade do sistema de esgotamento sanitário existente na área de planejamento. Como fato já mencionado, não há sistema de esgotamento sanitário do tipo separador absoluto e ETE, mas conforme já mencionadotemos a estimativa de geração de esgoto doméstico urbano e com o sistema individual não temos a garantia de sua total eficiência. 1.4.11. Estrutura de produção de esgoto (número de economias e volume produzido por faixa). 113 De acordo com o Censo IBGE do ano de 2010, ao total são 10.259 domicílios, com 2,92 moradores por domicílio. Sendo assim, cada domicílio gera em média aproximadamente 348 L/dia de esgoto doméstico. 1.4.12. Organograma do prestador de serviço. Não há organograma, tendo em vista que não há prestação de serviço no eixo esgotamento sanitário. A administração não dispõe de secretaria ou departamento próprio para esta atividade, de acordo com a necessidade são destinados funcionários do setor de Meio Ambiente, Secretaria de Obras ou Setor de Engenharia para acompanhar ou resolver algum problema no sistema. 1.4.13. Descrição do corpo funcional (números de servidores por cargo). O corpo funcional responsável pelas questões de esgoto sanitário é composto por: - Um fiscal, lotados no Setor de Fiscalização; - Um arquiteto e urbanista e dois engenheiros civis, lotados no Setor de Engenharia; e - Um fiscal, lotado no Setor de Meio Ambiente. 1.4.14. Receitas operacionais e despesas de custeio e investimento. O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS/ Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto - 2010 não apresenta valores para Receita operacional, despesa de custeio e investimentos, pelo fato de o município não prestar este tipo de serviço. 1.4.15. Apresentar os indicadores operacionais, econômico- financeiros, administrativos e de qualidade dos serviços prestados. 114 Conforme supracitado, o município não conta com rede coletora e estação de tratamento de esgoto, portanto não há indicadores a mencionar do tipo: operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade de serviço. 1.4.16. Caracterização da prestação dos serviços. Os serviços são prestados diretamente pelo município (aprovação de projeto, vistoria do sistema instalado, problemas, etc.), através de algumas secretarias dependendo do tipo de demanda opta-se pela Fiscalização, Secretaria Municipal de Obras, Viação e Transportes, Departamento de Meio Ambiente ou Departamento de Engenharia. 115 1.5. INFRAESTRUTURA DE MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS 1.5.1. Verificar a existência de Plano Diretor municipal; No município de Teutônia não há Plano Diretor de Drenagem Urbana ainda estabelecido. 1.5.2. Verificar o conhecimento da legislação existente sobre parcelamento e uso do solo urbano e rural; A legislação existente de diretrizes Urbanas não contempla dimensionamento técnico ou especificações para elaboração dos projetos de drenagem urbana. Apenas menciona que o sistema de esgotamento sanitário não pode ser lançado na rede pluvial e vice versa. 1.5.3. Descrição do sistema de macrodrenagem (galeria, canal, etc.) e microdrenagem (rede, bocas-de-lobo e órgãos acessórios) atualmente empregado na área de planejamento. Conforme levantamento de campo realizados no município, Teutônia possui apenas um sistema de macrodrenagem sistema de macrodrenagem com galeria. Com relação à microdrenagem, o sistema é composto de rede traçada conforme as ruas vão sendo pavimentadas com as bocas-de-lobo dimensionadas conforme demanda calculada para cada projeto. 116 1.5.4. Descrição dos sistemas de manutenção da rede de drenagem. Atualmente a prefeitura não conta com sistema de manutenção, apenas quando há demanda uma equipe da secretaria de obras e enviada para correção ou manutenção do sistema de microdrenagem. 1.5.5. Verificar a existência de fiscalização do cumprimento da legislação vigente. Conforme mencionado, não há legislação sobre drenagem urbana especifica no município, por isso a fiscalização relacionada a parte de drenagem se resume ao cumprimento da separação dos esgotos sanitários da parte da drenagem, através de denuncias encaminhadas ao setor de fiscalização da prefeitura municipal. 1.5.6. Identificar o nível de atuação da fiscalização em drenagem urbana; O nível de atuação da fiscalização em drenagem urbana é pequena devido aos poucos recursos humanos e qualificação técnica da equipe da administração. 1.5.7. Identificar os órgãos municipais com alguma provável ação em controle de enchentes e drenagem urbana e identificar suas atribuições; Os órgãos municipais com ação em drenagem urbana é a Defesa Civil municipal, com atribuições de: Instruir a população sobre como proceder em casos de diferentes calamidades; Realizar a desocupação do pessoal e material das áreas atingidas; Proporcionar assistência aos flagelados; Adotar procedimentos e praticar os atos necessários à redução dos prejuízos sofridos por particulares e entidades públicas em decorrência de calamidade; 117 Assegurar o funcionamento dos principais serviços de utilidade pública; Criar condições para recuperação de moradias; Estudar e executar medidas preventivas; 1.5.8. Verificar a obrigatoriedade da microdrenagem para implantação de loteamentos ou abertura de ruas; Atualmente, conforme supracitado, não há legislação vigente específica para parcelamento de solo, portanto ainda não há obrigatoriedade da implantação e microdrenagem em novos loteamentos ou ruas. 1.5.9. Verificar a separação entre os sistemas de drenagem e de esgotamento sanitário; De acordo com o projeto de rede coletora e estação de tratamento de esgoto, a rede coletora é do tipo separador absoluto, portanto não é permitido que águas pluviais sejam despejadas nesta rede. Desta forma, também não é permitido que na rede pluvial seja coletado esgoto doméstico. 1.5.10. Verificar a existência de ligações clandestinas de esgotos sanitários ao sistema de drenagem pluvial; Conforme relato de moradores, em algumas ruas da cidade o sistema de tratamento individual apresenta problemas ou até mesmo seja inexistente, o efluente doméstico é destinado a rede de drenagem pluvial. 118 1.5.11. Identificar os principais tipos de problemas (alagamentos, transbordamentos de córregos, pontos de estrangulamento, capacidade das tubulações insuficientes, etc.) observados na área urbana: verificar a frequência de ocorrência e localização desses problemas; A estratégia de trabalho para identificação das áreas problemas, pelo entendimento do como o ambiente local concorre para que montagem das situações a serem enfrentadas e pela percepção dos reflexos no próprio ambiente. O cumprimento destas etapas permite a obtenção dos vários produtos desejados neste plano. O primeiro deles é propor um conjunto de ações que devem ser implantadas objetivando os ajustes necessários nos vários segmentos, buscando a correção das diversas causas associadas. O segundo, a hierarquização dos problemas, possível a partir do estabelecimento de indicadores que possam ser quantificados e comparados. Para tal objetivo, este plano emprega o conceito de Indicadores de Fragilidade do Sistema (IFS). Este plano recomenda que se estabeleça uma sistemática de periodicamente reavaliar os IFS`s nas suas diversas áreas problemas, permitindo o monitoramento permanente do sistema e o estabelecimento de revisões de metas e ações ao longo do tempo a medida que as propostas deste plano venham ou não a serem implantadas. Este estudo, na sua fase de Diagnóstico é desenvolvido dentro de uma sequência que primeiro aborda os aspectos gerais do sistema em estudo. Dentro de cada região são identificadas as áreas problemas. Cada uma delas e então detalhada para que se possa ter um amplo entendimento de como os problemas nela apresentados são formados e os transtornos que imprimem a comunidade local e o ambiente a ela relacionado. Em função desta analise é estabelecido, para cada uma delas, valores de IFG`s. São também identificadas as ações estruturais e não estruturais capazes de ajustar o sistema e refletir em melhora no comportamento de cada uma das áreas abordadas. Fatores Gerais de Caracterização do Sistema de Drenagem 119 Os fatores que caracterizam o Sistema de Drenagem foram divididos em quatro grupos: - Risco de ocorrência das chuvas intensas; - Fatores ambientais; - Fatores tecnológicos; - Fatores institucionais; Os fatores ambientais considerados mais significativos para o sistema em estudo foram os seguintes; - Aspectos gerais referentes a localização do perímetro urbano; - Integração do traçado das vias urbanas com a rede natural de drenagem; - Usos do solo; - Interação com outros segmentos do saneamento ambiental; - Natureza dos corpos receptores. Fatores tecnológicos levados em conta foram os a seguir apresentados: - As vias publicas como instrumentos de drenagem; - Adequação (distribuição espacial, dimensão e padrão construtivo) dos dispositivos existentes; - Manutenção e conservação da rede. Fatores institucionais levados em conta: - Estruturação administrativa; - Equipe; - Captação de recursos; - Existência de referenciais técnicos. 120 Tanto quando se caracteriza o sistema de maneira geral ou quando se analisa cada área de estudo em particular, estes conjuntos de fatores são levados em conta de forma integrada. No caso particular de cada área de estudo, os aspectos específicos relativos a cada um dos fatores intervenientes são quantitativamente avaliados a partir dos IFS`s e a soma deles resulta no que a metodologia define como Índice Geral de Fragilidade da área problema (IGF). Comparações entre os IGF`s de cada área permitem a hierarquização dos problemas a serem enfrentados. Posteriormente serão identificados os diversos indicadores considerados como os mais representativos para o sistema em estudo. Intensidade das chuvas e o risco de ocorrência. Não foi encontrado estudo anterior a este plano que apresentasse equação de intensidade de chuva em função da duração do evento e do tempo de recorrência esperado (equação intensidade x duração x frequência ou equação IDF). Desta forma, um dos primeiros passos dados foi o estabelecimento desta relação a partir das informações disponíveis. Síntese global do sistema de drenagem As primeiras considerações apresentadas neste relatório acerca do sistema de drenagem tratam de seus aspectos mais gerais. Na sua descrição, foram considerados os fatores já destacados como os mais significativos. Os fundos de vales associados as pequenas bacias de contribuição praticamente apresentam escoamento na maioria dos dias do ano. Quanto menos urbanizada a área mais este fato pode ser observado. Em face deste comportamento dos caminhos naturais de água, a ocupação das áreas pela urbanização quase sempre não respeitou o traçado da rede de drenagem natural e as vias implantadas frequentemente interceptam as linhas naturais de fluxo. Outro fato pode ser observado na maior parte da cidade é a presença de solo transportado pelas chuvas, despejado ao longo das vias públicas. Este material provoca o entupimento das caixas coletoras de drenagem (bocas de lobo) e das galerias, onde elas existem. 121 Dentro de uma abordagem mais geral, os fatos anteriores são os que se destacam como mais representativos e caracterizadores do sistema de drenagem de Capitão. A seguir, passa-se a um detalhamento dos problemas destacados por este diagnóstico. Estudo de áreas-problemas A análise dos principais pontos em que o sistema de drenagem de Capitão vem apresentando problemas mais significativos para a comunidade foi efetuada a partir de levantamentos de campo, conhecimento dos técnicos da prefeitura e através das mobilizações sociais realizadas. Durante o diagnostico foi realizada uma tabela conforme a descrita abaixo. Tabela 10- Exemplo de Áreas com Problemas de Drenagem. Áreas-problema CÓDIGO IDENTIFICAÇÃO AP1 A seguir seriam descritos os aspectos específicos de cada uma das áreas problemas, detalhando seus aspectos específicos. Este detalhamento será apresentado na forma de um quadro para cada área onde podem ser encontradas as seguintes informações: - Código e nome da área-problema; - Descrição do problema; - Ações propostas. 122 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE TEUTÔNIA SEGMENTO DRENAGEM URBANA CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS-PROBLEMAS CÓDIGO: AP1 IDENTIFICAÇÃO: DESCRIÇÃO DO PROBLEMA: AÇÕES PROPOSTAS: O Sistema de Drenagem e seus Indicadores de Fragilidade A análise do Sistema de Drenagem a partir de seus Indicadores de Fragilidade é uma prática que foi desenvolvida e aplicada pela primeira vez na elaboração do Plano de Saneamento Ambiental de Vitória da Conquista. Dois são os objetivos que buscam ser atingidos a partir da sua implementação. O primeiro deles é ajudar a estabelecer uma hierarquização dos problemas apresentados no Sistema de Drenagem servindo para definir prioridades entre os programas a serem propostos. O segundo é iniciar um processo permanente de avaliação do Sistema de Drenagem, permitindo periódicas reavaliações que possam verificar a eficácia das medidas tomadas e estabelecerem-se novos ajustes do sistema. Os Indicadores de Fragilidade do Sistema são estabelecidos de tal forma que possam bem representar os elementos que causam deficiência de funcionamento do sistema nos pontos ou em áreas onde ocorrem problemas que afetam a qualidade ambiental no que se refere aos seus aspectos relacionados com a drenagem urbana. Os Indicadores de Fragilidade selecionados para caracterizar o Sistema de Drenagem de Capitão foram divididos em três agrupamentos estabelecidos de acordo com a natureza do indicador. As classes consideradas foram as dos indicadores tecnológicos, dos 123 ambientais e dos institucionais. Os Indicadores de Fragilidade do Sistema (IFS) considerados neste plano estão apresentados na tabela a seguinte. Tabela 11 - Indicadores de Fragilidade do Sistema (IFS) PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE TEUTÔNIA SEGMENTO DRENAGEM URBANA NATUREZA DO INDICADOR INDICADOR CÓDIGO Escoamento ineficiente nas viasIFS-T1 Dispositivos de coleta ineficientes IFS-T2 Transporte hidráulico Tecnológico ineficiente IFS-T3 Encarecimento das soluções IFS-T4 Redução da vida útil dos equipamentos de drenagem IFS-T5 Redução da vida útil dos pavimentos IFS-T6 Abatimento de terrenos por carreamento de solo para Ambiental galerias e rede IFS-T7 Ocorrência de alagamentos IFS-A1 Prejuízos materiais IFS-A2 Risco de vidas humanas IFS-A3 Interferência negativa na rede natural de drenagem IFS-A4 124 Erosão nos terrenos da bacia IFS-A5 Arraste de material das vias sem pavimento IFS-A6 Deposição de sedimentos em vias públicas IFS-A7 Interação inadequada com esgotos IFS-A8 Interação inadequada com lixo IFS-A9 Elevação das vazões de cheias IFS-A10 Limitação das áreas de inundação IFS-A11 Interferência no transito de veículos IFS-A12 Interferência no transito de pedestres IFS-A13 Contaminação do corpo receptor IFS-A14 Contato da população com águas poluídas IFS-A15 Assoreamento do corpo receptor Institucional IFS-A16 Elevação de gastos com manutenção e conservação IFS-I1 Encarecimento das soluções técnicas IFS-I2 125 Perda de credibilidade da Administração Publica IFS-I3 Desgaste nas relações interinstitucionais IFS-I4 Ineficiente operação IFS-I5 Perda de arrecadação financeira IFS-I6 Falta de aplicação recursos normativos. IFS-I7 Embora eles possam ser separados nestas classes, a ação deles não se faz presente de forma isolada ou apenas dentro de uma mesma classe. Numa mesma área problema, podem estar se manifestando diversos Indicadores de Fragilidade do Sistema (IFS). Outra característica de um IFS é que ele pode se manifestar com grau de relevância diferente em cada área em que se manifesta. A tabela a seguir sintetiza a pontuação que foi adotada para quantificar cada IFS em cada área-problema onde ele se manifestava. 126 Tabela 12 - Pontuação adotada para quantificar cada IFS Importância Transtorno no local relativa na bacia Grau de relevância do IFS na área. Grande Grande 9 Grande Médio 8 Grande Moderado 7 Médio Grande 6 Médio Médio 5 Médio Moderado 4 Moderado Grande 3 Moderado Médio 2 Moderado Moderado 1 Com este critério de pontuação foi então estabelecido para cada áreaproblema o valor atribuído a cada um dos diversos IFS’s e a soma dos deles numa área-problema estabelece o Indicador Geral de Fragilidade (IGF) da área considerada. A seguir são apresentadas as tabelas com os valores dos IFS’s e IGF’s relativo a cada área-problema. Como não foi diagnosticado nenhuma área problema no diagnóstico relativo a áreas problemas, deve ser abordado no próximo capitulo do planejamento estratégico, programas, projetos e ações para melhorar e evitar possíveis problemas que possam a vir acontecer sem o devido planejamento urbano. 127 1.5.12. Verificar a relação entre a evolução populacional, processo de urbanização e a quantidade de ocorrência de inundações; Dentre as atividades sociais não teve nenhuma manifestação sobre inundações relacionadas ao crescimento populacional, porém no município existem áreas de inundação natural causada pelos recursos hídricos existentes no município, por isso segue abaixo o mapa da cota máxima de inundação dos córregos do município. 128 MAPA DA COTA DE CHEIA MÁXIMA 129 1.5.13. Verificar se existem manutenção e limpeza da drenagem natural e artificial e a frequência com que são feitas; Atualmente não há manutenção e limpeza da drenagem natural. Com relação a drenagem artificial, esta ocorre conforme descrito no item 1.5.4. 130 1.6. INFRAESTRUTURA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 1.6.1. Análise crítica dos planos diretores de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos ou planos de gerenciamento de resíduos sólidos da área de planejamento, quando houver; O município de Teutônia possui um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, onde consta diagnóstico e prognóstico com metas, programas e ações a serem realizadas. Durante a elaboração do Plano Municipal de Saneamento serão levadas em considerações as observações descritas no plano de resíduos, bem como as metas, ações e programas, acrescentando o que for necessário de acordo com as observações relatadas no diagnóstico técnico participativo. 1.6.2. Descrição da situação dos resíduos sólidos gerados, incluindo a origem, o volume e sua caracterização (domiciliares, construção civil, industriais, hospitalares e de serviços de saúde), bem como seu processamento, com base em dados secundários, entrevistas qualificadas, e inspeções locais. Essa descrição deverá englobar desenhos, fluxogramas, fotografias e planilhas que permitam um perfeito entendimento dos sistemas em operação; I - Gestão De Resíduos Sólidos Urbanos Para Santos e Schalch (2002), a gestão ambiental trabalha de forma ordenada as atividades humanas, para que estas originem o menor impacto possível sobre o meio. Esta organização vai desde a escolha das melhores técnicas ate o cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos humanos e financeiros. A administração integrada de uma região ou ambiente, com critérios de equilíbrio, promovendo o desenvolvimento e o bem estar harmonioso dos seres 131 humanos, através da melhoria da qualidade de vida e manutenção da disponibilidade dos recursos naturais, sem esgotar e/ou deteriorar os recursos renováveis e sem destruir os não renováveis, podemos também denominar de gestão ambiental (STRAUSCH E ALBUQUERQUE, 2008). Santos e Schalch (2002) colocam que, após a Rio-92, oficializou-se a politica de busca de minimização do resíduo sólido e buscou-se a utilização do conceito de gerenciamento integrado. Assim, o manejo sustentável de resíduo pressupõe a busca da minimização, seguida pela organização da coleta, transporte, tratamento e/ou destinação final do que, de fato, não possa ser reutilizado ou reciclado. Segundo Santos e Schalch (2002), atualmente são diretrizes prioritárias de políticas de resíduos: evitar ou, nos casos em que não for possível, diminuir a produção de resíduos; reutilizar ou, quando for possível, reciclar resíduos; utilizar a energia contida nos resíduos; tornar inertes os resíduos antes da disposição final. Assim, demonstra-se na tabela 01 a hierarquia de gestão e gerenciamento de resíduos. Tabela 13 – Hierarquia de gestão e gerenciamento de resíduos Ordem de Importância Ações 6 Prevenir a geração de resíduos na fonte. 5 Reduzir a geração de resíduos na fonte. 4 Reciclar no processo. 3 Reciclar e reutilizar em outros processos. 3 Tratar os resíduos sólidos para minimizar os impactos. 1 Dispor os resíduos de maneira responsável e segura. (Fonte: Santos e Schalch,2002). II - CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS Para Lima (1995), lixo é o resultado da atividade humana ou ainda o que é gerado pela natureza como folhas, terra e areia espalhadas pelo vento. Ainda 132 pode se confundido com tudo aquilo que se joga fora, que não tem mais utilidade. A terminologia ―resíduo sólido‖ passa a ser adotada neste trabalho em substituição ao termo ―lixo‖, mais largamente utilizado na linguagem comum. Os resíduos sólidos urbanos a serem focalizados como objetos de estudo são aqueles denominados inorgânicos pela sua composição química, especialmente: papel, metal, vidro, plástico e suas subclassificações. Esta delimitação faz-se necessária uma vez que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na norma 10.004/2004, classifica resíduos sólidos como: “Resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividade de origem industrial, domestica, hospitalar, comercial, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede publica de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções, técnicas e economicamente, inviáveis em face a melhor tecnologia disponível (brasil, 2004).” 133 Figura 16: classificação dos resíduos. 134 Obs. Os anexos referem-se à NBR 10.004/2004 Fonte: Resíduos sólidos industriais, elaborado pelo corpo técnico da CETESB. Tabela 14 - Anexos Contidos na NBR 10.004/2004 ANEXO DESCRIÇÃO A Resíduos perigosos de fonte não específica. B Resíduos perigosos de fonte especifica. C Substância que conferem periculosidade aos resíduos D Substâncias agudamente tóxicas. E Substâncias tóxicas F Concentração-Limite máximo no extrato obtido no ensaio de lixiviação. G Padrões para o ensaio de solubilização. CODIFICAÇÃO DE RESÍDUOS Tabela 15 - Não Perigosos-Classe II A e Classe II B Código Resíduo A001 Lixo de restaurante A002 Resíduos gerados fora do processamento industrial A003 Resíduos de varrição de fabricas A004 Sucata de metais ferrosos A104 Embalagens metálicas (latas vazias) A204 Tambores metálicos 135 A005 Sucatas de metais não ferrosos A105 Embalagens de metais não ferrosos ( latas vazias) A006 Resíduos de papel e papelão A007 Resíduos de plástico polimerizado de processo A107 Bombonas de plástico não contaminado A207 Filmes e pequenas embalagens de plástico A008 Resíduos de borracha A108 Resíduos de acetato de etilvinila (EVA) A208 Resíduos de poliuretano (PU) A308 Espumas A009 Resíduos de madeira A010 Resíduos de materiais têxteis A011 Resíduos de materiais não metálicos A111 Cinzas de madeira A012 Escória de fundição de alumínio A013 Escória de fundição de alumínio A014 Escória de fundição de latão A015 Escória de fundição de zinco A016 Areia de fundição 136 A017 Resíduos de refratários e materiais cerâmicos A117 Resíduos de vidros A018 Resíduos sólidos compostos de metais não tóxicos A019 Resíduos sólidos de estações de tratamento de efluentes A020 Resíduos Pastosos de estações de tratamento de efluentes contendo material biológico não tóxico. A021 Resíduos sólidos de estações de tratamento de efluente contendo substâncias não tóxicas. A022 Resíduos Pastosos de estação de tratamento de efluente contendo substâncias não tóxicas. A023 Resíduos pastosos contendo calcário A024 Bagaço de cana A025 Fibra de vidro A099 Outros resíduos não perigosos A199 Aparas salgadas A299 Aparas de peles caleadas A399 Aparas, retalhos de couro atanado A499 Carcaça A599 Resíduos orgânicos de processo 137 (sebo, soro, ossos, sangue, A699 Casca de arroz A799 Serragem, farelo e pó de couro atanado A899 Lodo do caleiro A999 Resíduos de frutas (bagaço, mosto, casca, etc.) A026 Escória de jateamento contendo substancias não toxicas A027 Catalisadores usando contendo substancias não toxicas A028 Resíduos de sistema de controle de emissão gasosa A029 Produtos fora da especificação ou fora do prazo de validade contendo substancias não perigosas Obs. Não Perigosos –Classe II A e II Obs. Não Perigosos – Classe IIA e II B B. Esses códigos só devem ser Se o resíduos for classificado como utilizados se o resíduo não for F030 utilizar: previamente classificado como perigoso. Ex. resíduo de varrição de unidade de embalagem de Parathion deve ser codificado - F130 para óleo lubrificante usado; - F 230 para fluido hidráulico; - F330 para óleo de corte da como D099 ou P089 e não como 138 A003. usinagem; - F430 para óleo usado contaminado em isolação ou na refrigeração; - F530 para resíduos oleosos do sistema separador de água e óleo. Embalagens vazias contaminadas F530 para resíduos oleosos de com substâncias dos anexos D e E sistema separador de água e esgoto da NBR 10004 são classificadas como resíduos perigosos. Tabela 16 - Perigosos – Classe I CÓDIGO C001 a C009 RESÍDUOS Resíduos perigosos por conterem componentes voláteis, nos quais não se aplicam testes de lixiviação e/ou de solubilização, apresentando concentrações superiores às indicadas na listagem 10 da BNR 10.004. D001 Resíduos perigosos por apresentarem inflamabilidade. D002 Resíduos perigosos por apresentarem corrosividade. D003 Resíduos perigosos por apresentarem reatividade. D004 Resíduos perigosos por apresentarem patogenicidade. D005 A D029 Resíduos perigosos caracterizados pelo Teste de lixiviação relacionados na Listagem 7 da NBR 10.004 139 K193 Aparas de couro curtido ao cromo. K194 Serragem e pó de couro contendo cromo. K195 Lodo de estações de tratamento de efluentes de curtimento ao cromo. F102 Resíduo de catalisadores não especificados na NBR 10.004 F103 Resíduos oriundo industriais (produtos especificados de laboratórios químicos) constantes na não NBR 10.004. F104 Embalagens vazias contaminadas, não especificadas na NBR 10.004. F105 Solventes contaminados (especificar o solvente e o principal contaminante). D099 F001A f030 Outros resíduos perigosos Resíduos reconhecidamente perigososClasse I de fontes não especificadas relacionados na listagem 1 da NBR 10.004. F100 Bifenilas Policloradas – PCBs. Embalagens contaminadas com PCBs inclusive transformadores e capacitores. P001 A p123 Resíduos perigos por conterem substâncias agudamente tóxicas (restos de embalagens contaminadas, resíduos de derramamento ou contaminadas, produtos especificação ou solos fora produtos de de comercialização proibida) relacionados 140 na listagem 5 da NBR 10.004. K001 A k209 Resíduos reconhecidamente perigosos. Classe I, de fontes especificas relacionadas na listagem 2 da NBR 10.004. K053 Restos de borra de tintas e pigmentos. K078 Resíduos de limpeza com solventes na fabricação de tintas. K081 Lodo de ETE de produção de tintas. K203 Resíduos de laboratórios de pesquisa de doenças. K207 Borra do rerrefino de óleos usados (borra ácida). U001 A U246 Resíduos perigosos substâncias tóxicas por conterem (resíduos de derramamento ou solos contaminados produtos fora de especificação ou produtos de comercialização proibida), relacionados na listagem 5 da NBR 10.004. A ABNT (Brasil, 2004) apresenta a seguinte classificação em função da origem dos resíduos: - Domésticos: são os resíduos gerados das atividades diárias nas residências, que também são conhecidos como resíduos domiciliares. - Estes apresentam em torno de 50% a 60% de composição orgânica, constituído por restos de alimentos, e o restante é formado por embalagens em geral, jornais e revistas, garrafas, latas, vidros, papel higiênico, fraldas descartáveis, e uma grande variedade de outros itens, 141 - Comerciais: estes resíduos variam de acordo com a atividade dos estabelecimentos comerciais e de serviço. No caso de restaurantes, bares e hotéis predominam os resíduos orgânicos, já nos escritórios bancos e lojas os resíduos são o papel, plástico e o vidro. Os resíduos comerciais podem ser divididos em dois grupos, dependendo da quantidade gerada por dia: o pequeno gerador de resíduos pode ser aquele em que o estabelecimento gera até 120 litros por dia e o grande gerador é aquele que gera um volume superior a esse limite; - Públicos: são os resíduos provenientes dos serviços urbana(varrição de vias publicas, de limpeza limpeza de praias, galerias, córregos, terrenos) entre outros. Também podem ser considerados os resíduos descartados irregularmente pela própria população, como entulho, papeis, restos de embalagens e alimentos. - Serviços de Saúde: segundo a resolução RDC nº 306/04 da ANVISA e a Resolução RDC nº. 358/05 do CONAMA, os resíduos de serviços de saúde são todos aqueles provenientes de atividades relacionadas com o atendimento a saúde humana ou animal, inclusive de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios; funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento; serviços de medicina legal; drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centro de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico “in vitro”; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares. De acordo com estas mesmas resoluções, os resíduos de serviços de saúde são classificados conforme a Tabela 05. 142 Tabela 17 – Resíduos de saúde (Fonte: ANVISA/CONAMA, 2006). GRUPO DESCRIÇÃO Culturas e estoques microrganismos; de resíduos de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. - Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de A1 risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. Bolsas transfusionais contendo GRUPO A ( Potencialmente infectante) sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas incompleta. - amostras de de Sobras coleta de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, materiais recipientes resultantes e do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos 143 corpóreos na forma livre. Carcaças, vísceras peças e outros resíduos de animais provenientes submetidos anatômicas, a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem A2 portadores de microorganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica. Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 GRUPO A ( Potencialmente infectante) gramas ou estatura menor que 25 A3 centímetros gestacional ou menor idade que 20 semanas, que não tenham valor cientifico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares. Kits de linhas endovenosas e arteriais, dialisadores, quando descartadas. - Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada;membrana filtrante A4 de equipamento médico- hospitalar e de pesquisa, entre outros similares. - Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes 144 contendo fezes, secreções, urina e provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentarem epidemiológica e relevância risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. - Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. - materiais Recipientes resultantes e do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. A4 - Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudo anátomopatológico ou de confirmação diagnóstica. - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos animais provenientes não submetidos processos de com inoculação de a experimentação de microrganismos, bem como suas forrações. - Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. 145 tecidos, orgânicos, fluidos materiais perfurocortantes infectante) GRUPO A ( Potencialmente Órgãos, ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde A5 GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. - Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; antiretrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações. - Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes. Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores). - Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clinicas. Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10,004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). Rejeitos radioativos contaminados ou com GRUPO C: Quaisquer materiais resultantes radionuclídeos, provenientes de de atividades humanas que contenham radionuclídeos laboratório de analises clinicas, em quantidades superiores aos limites de isenção serviços de medicina nuclear e especificados nas normas do CNEN e para os quais a radioterapia, reutilização é imprópria ou não prevista. resolução CNEN-6.05. segundo a 146 - papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em hemostasia anti-sepsia de e venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; sobras de alimentos e do GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco preparo de alimentos; - resto biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio alimentar de refeitório; - resíduos ambiente,podendo provenientes ser equiparados aos resíduos domiciliares. das áreas administrativas; - resíduos de varrição, flores, podas e jardins resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, brocas, ampolas limas de vidro, endodônticas, pontas diamantadas, lâmina de bisturi, lancetas; tubos capilares; GRUPO E: Materiais perfuro cortantes ou escarificantes micropipeta; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro laboratório quebrados (pipeta, tubos no de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. Fonte: ANVISA (2006: 15-17). - Especiais: são assim considerados em função de suas características tóxicas, radioativas e contaminantes. Devido a isso passam a merecer cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte e sua disposição final. Dentro da classe de resíduos de Fontes especiais, merecem destaque os seguintes: a) Pilhas e baterias – as pilhas e baterias contêm metais pesados, possuindo características de corrosividade, reatividade e toxicidade, sendo classificadas como Resíduos Perigoso de Classe I. Os principais metais contidos em ilhas e 147 baterias são: chumbo (pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), Zinco (Zn) e o manganês (Mn) entre outros compostos. Dentre esses metais, os que apresentam maior risco à saúde são o chumbo, que pode provocar doenças neurológicas, o mercúrio e o cádmio que afetam a condição motora. Esses metais causam impactos negativos sobre o meio ambiente, principalmente ao homem, se expostos de forma incorreta. Portanto, existe a necessidade de um gerenciamento ambiental adequado (coleta, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final correta), uma vez que descartados em locais inadequados, liberam componentes tóxicos, contaminando o solo, os cursos d’água e os lençóis freáticos, afetando a flora e a fauna das regiões circunvizinhas e o homem, pela cadeia alimentar. b) Lâmpadas Fluorescentes – compostas pelo mercúrio que é um metal altamente tóxico. Quando intacta, elas ainda não oferecem perigo. Sua contaminação dá-se quando ela é quebrada, queimada ou descartada em aterros sanitários. Assim, liberando vapor de mercúrio, causa grandes prejuízos ambientais, como a poluição do solo, dos recursos hídricos e da atmosfera. c) Óleos Lubrificantes – São poluentes devido aos seus aditivos incorporados. Os piores impactos ambientais causados por esse resíduo são os acidentes, envolvendo derramamento de petróleo e seus derivados nos recursos hídricos. O óleo pode causar intoxicação principalmente pela presença de ompostos como o tolueno, o benzeno e o xileno, que são absorvidos pelos organismos, podendo provocar câncer e mutações. c) Pneus – no Brasil, aproximadamente 100 milhões de pneus usados estão espalhados em aterros sanitários, terrenos baldios, rios e lagos, segundo estimativa da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos -0 ANIP (2006). Sua principal matéria-prima é a borracha vulcanizada, mais resistente que a borracha natural. Ela não se degrada facilmente e, quando queimada a céu aberto, gera enormes quantidades de material particulado e gases tóxicos, contaminando o meio ambiente com carbono, enxofre e outros poluentes. Esses pneus abandonados não apresentam somente problema ambiental, mas também de saúde pública. Se deixados em ambiente aberto, sujeito a chuvas, os pneus acumulam água, formando ambientes propícios para a disseminação de doenças como a dengue e a febre amarela. Devido a esses fatos, o descarte 148 de pneus é hoje um problema ambiental grave, ainda sem uma destinação realmente eficaz. d) Embalagens de Agrotóxicos – os agrotóxicos são insumos agrícolas, produtos químicos usados na lavoura, na pecuária e ate mesmo no ambiente doméstico, tais como: inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas, herbicidas, bactericidas, vermífugos. As embalagens de agrotóxicos são resíduos oriundos dessas atividades e possuem componentes que representam grande risco para a saúde humana e de contaminação do meio ambiente. Grande parte das embalagens possui destino final inadequado, sendo descartadas em rios, queimadas a céu aberto, abandonadas na lavoura, enterradas sem critérios algum, inutilizando dessa forma áreas agricultáveis e contaminando lençóis freáticos, solo e ar. Além disso, a reciclagem sem controle ou reutilização para acondicionamento de água e alimentos também são considerados manuseios inadequados. e) Radioativos – São resíduos provenientes das atividades nucleares, relacionadas com urânio, césio, tório, radônio, cobalto, que devem ser manuseados de forma adequada, utilizando equipamentos específicos e técnicos qualificados. f)Construção civil/entulhos - Os resíduos da construção civil são uma mistura de materiais inertes provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, os resultados da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, frequentemente chamados de entulhos de obras. De acordo com a CONAMA Nº 307, os resíduos da construção civil são classificados da seguinte forma: - Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: Construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; Construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, entre outros), argamassa e concreto; 149 Processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios, entre outros) produzidos nos canteiros de obras. - Classe B: São materiais recicláveis para outras destinações, tais como: plástico, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros; - Classe C –são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, sendo eles os produtos oriundos do gesso. - Classe D – são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, sendo eles: tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais. g) Industriais – São resíduos gerados pelas atividades dos ramos industriais, tais como: metalúrgica, química, petroquímica, papelaria, alimentícia, entre outras. São resíduos muito variados que apresentam características diversificadas, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas, etc. Nesta categoria também é incluída a grande maioria dos resíduos considerados tóxicos. Este tipo de resíduo necessita de um tratamento adequado e especial pelo seu potencial poluidor. Adota-se a NBR 10.004 da ABNT para classificar da seguinte maneira estes resíduos: - Resíduos classe I (perigosos): são resíduos que apresentam riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da morbidade, em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Também provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados os dispostos de forma inadequada. - Resíduos classe II (não perigosos): Resíduos classe II A – Não inertes: São resíduos que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I-perigosos ou de resíduos classe II B-Não inertes, nos termos da NBR 10.004. Os resíduos classe II A _ Não inertes podem ter propriedades tais como: biodegrabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água (ex. restos de alimentos, resíduos 150 de varrição não perigosos, sucata de metais ferrosos, borrachas, espumas, materiais cerâmicos, etc.). Resíduos classe II B – Inertes: Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo ABNT NBR 10.007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor (ex. rochas, tijolos, vidros, entulhos/construção civil, luvas de borracha, isopor, etc...). h) Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários: são os resíduos gerados em terminais, como dentro dos navios aviões e veículos de transporte. Os resíduos encontrados nos portos e aeroportos são devidos ao consumo realizado pelos passageiros. A periculosidade destes resíduos está diretamente ligada ao risco de transmissão de doenças. Essa transmissão também pode ser realizada através de cargas contaminadas (animais, carnes e plantas). i) Agrícolas: Originados das atividades agrícolas e da pecuária, formados basicamente por embalagens de adubos e defensivos agrícolas contaminados com pesticidas e fertilizantes químicos, utilizados na agricultura. A falta de fiscalização e de penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado destes resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos para a coleta municipal, ou, o que é pior, sejam queimados nas propriedades rurais, gerando gases tóxicos. O resíduo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de um tratamento especial. Assim demonstram-se na tabela 06 as responsabilidades dos Gerenciamento dos Resíduos. 151 Tabela 18 – Apresenta as responsabilidades do Gerenciamento dos Resíduos (Fonte: Sinduscom, 2005, EPA 2010, Cetesb, 2010 e Inpev, 2011). Resíduos Fontes Resíduos Sólidos Geradoras Produzidos Domiciliar Residenciai Sobras s, edifícios, alimentos, empresas, produtos (RSD) escolas. Responsáveis Tratamento e Disposição Final de Município 1. Aterro Sanitário; deteriorados, lixo de banheiro, 2. Central de triagem e reciclagem; embalagens de 3. Central de papel, vidro, plástico, metal, compostag isopor, longa em; vida, pilhas, eletroeletrônicos , baterias, fraldas e outros. Comercial Comércios, Pequeno bares, Gerador Embalagens de Município papel e plástico, define restaurantes sobras , empresas. alimentos de quantidade e outros. 1. Aterro a Sanitário; 2. Central de triagem da coleta seletiva; Grande Comércios, Gerador bares, Embalagens de Gerador papel e plástico, restaurantes sobras , empresas. alimentos de e outros. Público Varrição, Poeira, folhas e Município 1. Aterro Sanitário; 2. Central de triagem de recicláveis; 1. Aterro 152 poda. papéis e outros sanitário; 2. Central de compostag em; Serviços Hospitais, de Saúde clinicas, (RSS) consultórios , Grupo A- Município biológico: Gerador sangue, tecidos, vísceras, laboratórios, resíduos outros. de analises clinicas e 1. Incineração ; 2. Aterro Sanitário; 3. Vala séptica; e outros, Grupo B- 4. Microondas; Químicos: lâmpadas, 5. Autoclave; medicamentos vencidos e 6. Central de interditados, triagem de termômetros, recicláveis; objetos cortantes, e outros Grupo CRadioativos: Grupo D- Comuns, não contaminados, papeis, plásticos, vidros, embalagens e outros. Industrial Industrial Cinzas, lodos, Gerador 1. Aterro óleos, resíduos 153 alcalinos ou industrial; ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, escórias e outros. Portos. Portos, Aeroporto aeroportos, s, terminais. terminais Resíduos Gerador 1. Incineração sépticos, sobras de ; alimentos, material 2. Aterro de Sanitário; higiene e asseio pessoal e outros. Agrícolas Agricultura Embalagens de Gerador. 1. Reciclagem agrotóxicos, especial; pneus e óleos usados, embalagens de medicamentos veterinários, plásticos e outros. Construçã Obras e Madeira, o civil reformas cimento, blocos, Município (RCC) residenciais e comerciais. pregos, Gerador, e gesso, gerador tinta, latas, pequeno cerâmicas, pedra, areia e outros. 1. Ecoponto; grande porte. e 2. Área de transbordo e triagem; 3. Área de reciclagem; 4. Aterro de RCC; 154 Todas as fontes geradores acima citadas, passiveis de causar impacto ambiental, deverão elaborar seu plano de gerenciamento de resíduos, visando o controle a e correta destinação final dos mesmos. O município de Teutônia possui em seu rol de estabelecimentos, geradores de resíduos passíveis de logística reversas, dentre eles farmácias, mercados e agropecuárias, etc... Além disso, podem ser computados os estabelecimentos descritos no Censo agropecuário 2006-IBGE, os estabelecimentos de criação de aves e os estabelecimentos de criação de suínos também passiveis da elaboração dos eu plano de gerenciamento de resíduos próprio. III - Logística Reversa Conforme o Dicionário Aurélio o termo logística reversa vem do francês Logistique e tem como uma de suas definições ― a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos. Segundo entendimento Cavanha (2001, p.78 e 79) o processo logístico é muito abrangente e: (...) não se encerra na entrega do produto ao cliente, consumidor, usuário, mas no caminho completo de reciclagem dos objetos sem valor associado ao produto principal e ate ao próprio produto principal, quando seu valor estiver em decrescimento para seu utilizador. De acordo com Fleischmann et. Al (1997), mencionam que a logística reversa ―contem as atividades logísticas, ate o ponto de consumo, para os produtos usados que não deixam de ser necessários pelos usuários, até aos produtos que podem ser reutilizados no mercado‖. A sua definição considera os 155 aspectos do planejamento da distribuição, a gestão dos estoques e a planificação da produção. Existem dois tipos de logística reversa. - pós-consumo: não se resume somente a entrega do produto ao cliente, mas também o seu retorno, direcionando-o para ser descartado ou reutilizado. - pós-venda: segue o proposito da criação deste setor, agregando valor ao produto e garantindo um diferencial competitivo. A confiança entre os dois extremos da cadeia de distribuição pode se tornar o ponto chave para a próxima venda (GELOG, 2005). Conforme o manual de orientação, as redes de estabelecimentos que comercializam produtos da logística reversa poderão reservar áreas para concentração desses resíduos e definir os fluxos de retorno aos respectivos sistemas produtivos. A responsabilidade pela estruturação e implementação dos sistemas de logística reversa de alguns resíduos está bem definida na lei 12.305 como sendo dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. Os resíduos com logística reversa obrigatória são: os eletroeletrônicos, pilhas e baterias, pneus, lâmpadas fluorescentes, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens e, por fim, os agrotóxicos, também com seus resíduos e embalagens são obrigatórios. Segue abaixo a Figura 17 e etapas reversas do pós-consumo e pósvenda. 156 Figura 17 – Etapas do pós consumo. Cadeia de distribuição direta Consumidor Bens de pós-venda Bens e pós-consumo IV – Tipos de Resíduos, volume e sua caracterização. 1. Resíduo Doméstico 1.1. Responsabilidade Conforme demonstrado, a coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos resíduos sólidos domésticos e parte do resíduos comerciais é de responsabilidade do órgão municipal competente. Além disso, a Constituição Federal de 1988 confere ao Município, em seu art. 30, a competência de organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão os serviços públicos de interesse local (BRASIL, 1988). 1.2. Coleta Convencional Coletar o lixo significa recolher o lixo acondicionado por quem o produz para encaminhá-lo, mediante transporte adequado, a uma possível estação de transferência, a um eventual tratamento e à disposição final. A coleta do lixo é o segmento que mais se desenvolveu dentro do sistema de limpeza urbana e o que apresenta maior abrangência de atendimento junto à população, ao mesmo tempo em que é a atividade do sistema que demanda maior percentual, cerca de 50 a 60% dos recursos por parte da municipalidade. Esse fato se 157 deve à pressão exercida pela população e pelo comércio para que se execute a coleta com regularidade, respeitando a periodicidade, a frequência e o horário pré-determinado, evitando-se assim o incômodo da convivência com o lixo nas ruas. Logo, a coleta e o transporte do lixo é a parte mais sensível aos olhos da população e mais passível de crítica. Deve funcionar bem e de forma sistemática. Atualmente, no município de Teutônia, o serviço de coleta de resíduos domésticos e comercias atende toda a área urbana e, mensalmente, localidades rurais. O serviço de limpeza urbana, que compreende a coleta, transporte e destinação final dos resíduos, foi terceirizado através de processo licitatório. O município de Teutônia implantou um programa de coleta seletiva, com intuito de coletar materiais recicláveis: papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados. A coleta seletiva funciona, também, como um processo de educação ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo. A coleta seletiva contribui para a melhoria do meio ambiente, na medida em que: Diminui a exploração de recursos naturais; Reduz o consumo de energia; Diminui a poluição do solo, da água e do ar; Prolonga a vida útil dos aterros sanitários; Possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo; Diminui os custos da produção, com o aproveitamento de recicláveis pelas indústrias; Diminui o desperdício; Diminui os gastos com a limpeza urbana; Cria oportunidade de fortalecer organizações comunitárias; Gera emprego e renda pela comercialização dos recicláveis. 158 Segundo dados do IBGE (2008), os primeiros programas de coleta seletiva e reciclagem dos resíduos sólidos no Brasil começaram a partir de meados da década de 1980, como alternativas inovadoras para a redução da geração dos resíduos sólidos domésticos e estímulo à reciclagem. Desde então, comunidades organizadas, indústrias, empresas e governos locais têm sido mobilizados e induzidos à separação e classificação dos resíduos nas suas fontes produtoras. No ano de 2008 as informações oficiais sobre a coleta seletiva dos resíduos sólidos levantadas pela PNSB identificou 994 programas de coleta seletiva, demonstrando um grande avanço na implementação da coleta seletiva nos municípios brasileiros. Logo, 46,0% dos municípios da região Sul informaram a implantação de programas de coleta seletiva que cobriam todo o município. Na Região Sul, dos programas implementados, 42,1% se concentravam em toda a área urbana da sede do município e 46,0% cobriam todo o município (IBGE, 2008). Frente a esta pesquisa, o município de Teutônia faz parte dos resultados amostrados pelo IBGE, uma vez que o município possui em andamento um programa de coleta seletiva dos resíduos sólidos gerados no município. O programa é divulgado através de folders educacionais para toda a comunidade. Segundo a Prefeitura Municipal (2012), o programa visa a redução das fontes de poluição causadas pelo lixo, a melhora dos materiais para reciclagem, a prevenção de doenças, o despertar de uma consciência ambientalmente mais correta por parte da população e a geração de empregos e renda. 1.3. Itinerário e Frequência de Coleta Atualmente a coleta dos resíduos domésticos de Teutônia é realizada pela Engesa Engenharia e Saneamento Ambiental Ltda. As rotas e frequência de coleta foram definidas pela prefeitura municipal, por meio da equipe interna da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente, observando a legislação vigente, a quantidade de resíduos gerada no município, o sistema de trabalho e os recursos financeiros disponíveis para a implantação do projeto. 159 O município de Teutônia possui um roteiro de recolhimento diário/mensal dos resíduos sólidos gerados no setor urbano e rural do município em datas pré-estabelecidas no período diurno, conforme mostram as tabelas 19 e 20 seguintes. Tabela 19 - Roteiro de recolhimento de lixo no setor urbano Dia da Bairros semana Canabarro Manhã/Tarde Centro Administrativo Segunda- x x Resíduo Teutônia Languiru Alesgut Boa Vista Orgânico feira Terça-feira Quarta-feira x x X x x Orgânico x Quinta-feira Sexta-feira x x x x x Recicláv el/ Seco Recicláv el/ Seco Orgânico x x x x Orgânico x Sábado Fonte: Adaptado da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente (2012). Tabela 20 - Roteiro de recolhimento de lixo no setor rural Locais Bairro Teutônia Linha Clara Linha Welp Linha Geraldo Linha Harmonia Linha Frank Bairro Canabarro Linha Germano Travessão Linha Ribeiro Linha Wink Linha São Jacó Linha Morgeland Bairro Languiru Linha Boa Vista Linha Boa Vista do Meio Linha Boa Vista Fundos Linha Pontes Filho Linha Catarina Linha Gamela Dia do mês 1ª e 3ª Quarta-feira 2ª e 4ª Quartafeira x x x x x x x x x x x x x x x x x 160 Fonte: Adaptado da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente (2012). A frequência de coleta dos resíduos no município vem ocorrendo diariamente no setor urbano e mensalmente no setor rural, sendo neste setor, os resíduos coletados na 1ª, 2ª, 3ª e 4ª quarta-feira de cada mês. As rotas totalizam uma quilometragem mensal de aproximadamente 5.417 km. 1.4. Acondicionamento e Armazenamento Conforme verificado em campo, os munícipes de Teutônia armazenam grande parte do seu lixo em sacolas plásticas, principalmente as provenientes de supermercados ou em sacos de lixo. Destaca-se que a maioria das sacolas utilizadas para acondicionar os resíduos sólidos não são biodegradáveis e nem apresentam viabilidade econômica para serem recicladas, gerando sérios problemas ambientais. Os sacos plásticos são dispostos em lixeiras em frente às residências ou comércio (Figuras 18 e 19). É possível visualizar que em alguns locais ocorre à disposição de resíduos de maneira inadequada, devido à inexistência de lixeiras ou simplesmente fora das lixeiras existentes (Figuras 20 e 21). 161 Figura 18 - Lixeira para armazenamento do lixo em locais onde há predios Fonte: Autores Figura 20 - Disposição inadequada de lixo devido à falta de lixeiras Fonte: Autores Figura 19 - Lixeira para armazenamento do lixo Fonte: Autores Figura 21 - Disposição inadequada do lixo devido à inexistência de lixeira Fonte: Autores No centro da cidade e nas praças centrais, encontram-se lixeiras dispostas em pontos onde ocorre a maior circulação de pessoas, conforme mostram as Figuras 22 e 23 seguintes. 162 Figura 22 - Lixeiras identificadas para acondicionamento do lixo Fonte: Autores Figura 23 - Lixeiras para acondicionamento do lixo. Neste caso, danificada. Fonte: Autores Em pontos estratégicos da cidade, ou seja, em locais com grandes concentrações de lixo, como prédios residenciais, comércios e restaurantes, foram instalados contêineres para o armazenamento adequado dos resíduos descartados pela comunidade até o momento da coleta pelo caminhão (Figuras 24 e 25). A população foi orientada para que depositasse o seu lixo nos contêineres conforme os dias de coleta, ou seja, o orgânico nos dias em que houver a coleta deste tipo de lixo no bairro, e o lixo seco da mesma forma, nos dias especificados para cada bairro. Esse sistema de armazenamento evita o contato de animais e pessoas diretamente com o lixo, além de evitar a propagação de odores e acelerar a coleta com o caminhão adaptado para este serviço. 163 Figura 24 - Contêiner armazenamento do lixo Fonte: PMGIRS destinado ao Figura 25 resíduos - Coleta mecanizada dos Fonte: Prefeitura Municipal (2012) Com relação ao lixo gerado no setor rural do município, foi observado que os mesmos são acondicionados em sacos de lixo, sacolas plásticas e até mesmo em sacos de ração animal. Posteriormente, são armazenados ao longo da estrada ou em lixeiras até o momento da coleta pelo caminhão. 1.5. Transporte Para o transporte dos resíduos domésticos e comerciais no município de Teutônia, a Engesa dispõe de 02 veículos com caçamba compactadora de capacidade mínima de 15 m³ (Figuras 26 e 27), chassi para PBT mínimo de 15.000 (quinze mil) kg equipado com caçamba coletora de resíduos, com sistema de descarga automático, veículos com ano de fabricação mínima de 2007 devidamente licenciados e em perfeitas condições de trabalho para coletar e transportar os resíduos domésticos e comerciais até a sua destinação final. 164 Figura 26 - Caminhão destinado a coleta do lixo Figura 27 compactador. Caminhão do tipo Fonte: PMGIRS Fonte: PMGIRS Com relação a equipe de trabalho responsável pela de coleta e transporte dos resíduos, esta é composta por 02 (dois) motorista e 04 (quatro) coletores, sendo a mesma organizada pela própria empresa terceirizada Engesa Engenharia e Saneamento Ambiental Ltda. Conforme verificado em campo e demonstrado nas figuras 28 e 29, seguintes, os funcionários responsáveis pela coleta dos resíduos no município, não utilizam os equipamentos de proteção individual - EPI’s, como por exemplo: luvas, uniforme completo refletivo, calçado antiderrapante, entre outros. 165 Figura 28 - Garis responsáveis pela coleta do lixo Figura 29 – Inexistência de EPI´s Fonte: PMGIRS Fonte: PMGIRS 1.6. Tratamento e Disposição Final Segundo Casadei et al., (2011) o tratamento dos resíduos sólidos urbanos é definido como uma série de procedimentos destinados a reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo descarte de lixo em ambiente ou local inadequado, seja transformando-o em material inerte ou biologicamente estável. A necessidade de tratamento do lixo surge mais intensamente nos tempos atuais como resposta em que fazer com o lixo nos próximos anos já que as administrações municipais têm se defrontado com a escassez de áreas para a destinação final do lixo e a necessidade de ampliar a vida útil dos aterros em operação. Ressalta-se que o tratamento mais eficaz é o prestado pela própria população quando está empenhada em reduzir a quantidade de lixo, evitando o desperdício, reaproveitando os materiais, separando os recicláveis em casa ou na própria fonte e se desfazendo do lixo que produz de maneira correta. Os resíduos domésticos e comerciais coletados no município de Teutônia são encaminhados diariamente à usina de triagem e disposição final localizada na Linha Geraldo, no cruzamento da Via Férrea da RFFSA com a RS – 453, nas coordenadas geográficas: Lat. -29.45522000°; Long. 51.84521000 ° no município de Teutônia (Figuras 30 e 31). 166 Figura 30 - Localização da usina de triagem e disposição final do município de Teutônia Fonte: PMGIRS 167 Figura 31 - Vista área aproximada da área Fonte: PMGIRS O empreendimento possui Licença de Operação em vigor registrada sob o nº. 3416/2010 – DL, junto a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM). A Responsabilidade Técnica pela Operação do Aterro de Resíduos Sanitários do Município de Teutônia/RS, perante FEPAM é da empresa Conar Projetos Ambientais Ltda., contratada pela prefeitura municipal de Teutônia por meio de contrato de prestação de serviços. O empreendimento é composto de 02 células para disposição dos resíduos, célula 01 encerrada, célula 02 em operação (Figura 32), 02 centrais de triagem, uma desativada e outra em atividade (Figura 33) e 02 lagoas para tratamento do lixiviado (Figuras 34 e 35). 168 Figura 32 - Célula 02 em operação Fonte: PMGIRS Figura 34 - Lagoa de tratamento 01 Fonte: PMGIRS Figura 33 - Nova central de triagem Fonte: PMGIRS Figura 35 - Lagoa de tratamento 02 Fonte: PMGIRS Para o deslocamento e transporte dos resíduos na área do empreendimento é utilizado uma retroescavadeira e um trator com reboque, o qual transporta os resíduos da esteira de triagem até a vala de disposição final. As figuras seguintes demonstram os veículos utilizados. 169 Figura 36 - Trator com reboque utilizado para o transporte dos rejeitos Fonte: PMGIRS Figura 37 – Retroescavadeira utilizada no manejo dos resíduos sólidos Fonte: PMGIRS Os resíduos que chegam a usina de triagem e disposição final são encaminhados diretamente para central de triagem. Nesta, é feita a separação manual dos diversos componentes do lixo, que são divididos em grupos, de acordo com a sua natureza: matéria orgânica, materiais recicláveis, rejeitos e resíduos sólidos específicos. Após a descarga do lixo, os funcionários realizam uma ―pré-triagem‖, que consiste na retirada dos volumes considerados de médio ou grande porte como móveis, papelões, sucatas, plásticos, vidros, etc. e os menores são encaminhados à mesa de triagem. A nova central de triagem possui uma rampa mecanizada (Figura 38), esteira de catação mecanizada (Figura 39), piso concretado. Os materiais triados com potencial de reciclagem são armazenados em sacos do tipo bag, ou em alas individuais (Figuras 40 e 41). 170 Figura 38 - Rampa mecanizada Figura 39 - Esteira mecanizada Fonte: PMGIRS Fonte: PMGIRS Figura 40 - Acondicionamento dos resíduos recicláveis/secos em sacos do tipo bag Figura 41 - Alas para armazenamento dos resíduos conforme a sua tipologia Fonte: PMGIRS Fonte: PMGIRS Por meio de contrato de prestação de serviços com a Prefeitura Municipal de Teutônia, a empresa responsável pelo recebimento, seleção, separação e destinação final dos resíduos domiciliares do Município de Teutônia é a empresa terceirizada Estrela do Vale Ltda – ME, com sede no município de Estrela/RS. A mesma possui, junto a usina de triagem, uma equipe de trabalho permanente formada por 12 funcionários e 01 gerente de serviços. Além disso, a empresa é responsável pelo comércio e destino final de todos os produtos separados (recicláveis/secos), inclusive os de maior vulto, 171 tais como: móveis, madeiras diversas, equipamentos, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Logo, a destinação e disposição final dos resíduos sólidos ocorrem por meio da classificação e qualidade dos mesmos. Após o processo de triagem os resíduos orgânicos e rejeitos são encaminhados diretamente ao aterro sanitário. Já os resíduos inorgânicos dependendo da sua tipologia, são armazenados na área do empreendimento até a sua destinação final correta ou são destinados pela empresa Estrela do Vale para a reciclagem. A figura seguinte demonstra de maneira sucinta a forma pela qual ocorre o processo de triagem dos resíduos sólidos que chegam à usina. Figura 42 - Fluxograma do processo de triagem dos resíduos Fonte: PMGIRS O aterro sanitário é um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo, particularmente, resíduo doméstico que fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permite a confinação segura em termos de controle de poluição ambiental, proteção à saúde pública; ou, forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo, através de confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente, solo, de acordo com normas operacionais específicas, e de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais. 172 1.7. Caracterização Física dos Resíduos Sólidos Domésticos Ao se considerar a caracterização do lixo domiciliar de um município, é importante ressaltar que as suas características variam ao longo de seu percurso pelas unidades de gerenciamento do lixo, desde a geração até o destino final, bem como ao longo do tempo (VILHENA, 2010). Para inicio de caracterização dos resíduos sólidos gerados no município de Teutônia e destinados a usina de triagem e disposição final, foi pesquisado dados referentes ao sistema de limpeza pública, ou seja, os setores de coleta, frequência de coleta, características dos veículos coletores, distância dos locais de tratamento e disposição final e a quantidade de resíduo gerada. Conforme dados fornecidos pela administração municipal, a quantidade mensal (mês base: junho/2012) de resíduos sólidos que chega a usina de triagem corresponde á 325 toneladas. Ressalta-se que esse valor pode sofrer variação em função dos setores de coleta e dos aspectos climáticos e de sazonalidade, uma vez que, os respectivos aspectos interferem na composição física dos resíduos e, portanto, na representatividade da amostra. Além disso, feriados, datas comemorativas e período de férias escolares influenciam na quantidade de lixo gerada nas cidades. O quadro seguinte apresenta os principais fatores que exercem forte influência sobre as características dos resíduos sólidos. Quadro 21 - Fatores que influenciam nas características dos resíduos Fatores Climáticos Chuvas Outono Verão Épocas Especiais Carnaval e outras datas festivas Natal/Ano Novo/ Páscoa Dia dos Pais/Mães Férias escolares Influência Aumento do teor de umidade Aumento do teor de folhas Aumento do teor de embalagens de bebidas (latas, vidros e plásticos rígidos) Aumento do teor de embalagens de bebidas (latas, vidros e plásticos rígidos) Aumento de embalagens (papel/papelão, plásticos maleáveis e metais) aumento de matéria orgânica Aumento de embalagens (papel/papelão e plásticos maleáveis e metais) Esvaziamento de áreas da cidade em locais não turísticos aumento populacional em locais turísticos 173 Demográficos População urbana Quanto maior a população urbana, maior a geração per capita Socioeconômicos Nível cultural Quanto maior o nível cultural, maior a incidência de materiais recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica Nível educacional Quanto maior o nível educacional, menor a incidência de matéria orgânica Poder aquisitivo Quanto maior o poder aquisitivo, maior a incidência de materiais recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica Poder aquisitivo (no Maior consumo de supérfluos perto do recebimento do mês) salário (fim e início do mês) Poder aquisitivo (na Maior consumo de supérfluos no fim de semana semana) Desenvolvimento Introdução de materiais cada vez mais leves, reduzindo tecnológico o valor do peso específico aparente dos resíduos lançamento de aumento de embalagens novos produtos Promoções de lojas Aumento de embalagens comerciais Campanhas Redução de materiais não-biodegradáveis (plásticos) e ambientais aumento de materiais recicláveis e/ou biodegradáveis (papéis, metais e vidros) Fonte: PMGIRS Para a realização da caracterização gravimétrica dos resíduos sólidos domésticos que chegam à usina de triagem e disposição final de Teutônia, utilizou-se o método descrito na ABNT NBR 10007:2004, segunda edição 31.05.2004, que dispõe sobre a amostragem dos resíduos sólidos, fixando os requisitos exigíveis para amostragem dos mesmos. O objetivo da amostragem, segundo ao autor Vilhena (2010), é a obtenção de uma amostra representativa, ou seja, a coleta de uma parcela do resíduo a ser estudado que, quando analisado, apresente as mesmas características e propriedades de sua massa total. O procedimento adotado para a coleta das amostras representativas foi do tipo Amostragem em montes ou pilhas de resíduos. Esta etapa consistiu em retirar 3 amostras de pelo menos três seções (do topo, do meio e da base), conforme mostra a figura 43 seguinte. 174 Figura 43 - Pontos de retirada de amostras de montes ou pilhas de resíduos Fonte: ABNT NBR 10007 (2004). Em cada seção, foram coletadas quatro alíquotas, equidistantes, onde os amostradores penetraram obliquamente nos montes ou pilhas para retirar as amostras (Figura 44). Essa seleção de amostragem se deu, devido a função do tipo de acondicionamento do resíduo. Figura 44 - Coleta das amostras Fonte: PMGIRS Posteriormente, foi realizado o rompimento dos receptáculos (sacos plásticos em geral) e a homogeneização das alíquotas dos resíduos (Figura 45) de modo que a amostra resultante apresenta-se características semelhantes em todos os seus pontos. Feito isso, os materiais foram separados conforme a sua tipologia e pesados para diagnosticar a sua porcentagem em peso (Figura 46,47 e 48). 175 Figura 45 - Rompimento dos receptáculos e homogeneização da amostra Fonte: PMGIRS Figura 1- Separação dos materiais Figura 46 – Amostra resultante Fonte: PMGIRS Figura 48 - Pesagem dos materiais Fonte: PMGIRS Fonte: PMGIRS Foi considerado lixo orgânico todo resíduo que tem origem animal ou vegetal, ou seja, que recentemente fez parte de um ser vivo. Neles pode-se incluir restos de alimentos, folhas, sementes, restos de carne e ossos, papéis, madeira (palito de dentes) etc. 176 O lixo inorgânico foi definido como sendo todo o material que não possui origem biológica, ou seja, que foi produzido através de meios humanos, como plásticos, metais e alumínios, vidro etc. Depois da separação das amostras, os rejeitos foram disponibilizados para serem levados ao aterro sanitário. O roteiro de amostragem dos resíduos sólidos foi realizado com base no cronograma de coleta de lixo do município. Portanto, as amostragens foram realizadas diariamente durante a segunda semana do mês de julho/12, com vistas a caracterizar todos os resíduos provenientes do setor urbano e rural do município, totalizando 6 bairros e suas respectivas localidades abrangidos pela caracterização (Canabarro, Centro Administrativo, Teutônia, Languiru, Alesgut e Boa Vista). As tabelas 22, 23 e 24 seguintes apresentam os bairros abrangidos pela coleta seletiva, a data de amostragem, as condições do tempo e a quantidade de resíduos orgânico e reciclável/seco amostrados. Tabela 22 - Programação e pesagem das amostras Bairro Data Canabarro e Centro Administrativo Condiçõe Orgânico s do tempo (%) Inorgânic (%) o Segunda-feira 02/07/1 2 Ensolarad o 2,5 Kg 38,5 4 Kg Quarta-feira 04/07/1 2 Nublado 1,8 Kg 37,5 3 Kg Sexta- feira 06/07/1 2 Chuvoso 2,8 Kg 38,4 4,5 Kg 61,6 7,1 Kg 38,2 11,5 Kg 61,8 Total 61,5 62,5 Fonte: PMGIRS 177 Tabela 23 - Programação e pesagem das amostras Bairros Teutônia, Languiru, Data Alesgut e Boa Vista Condiçõe s do Orgânico tempo (%) Inorgânic (%) o Terça-feira 03/07/1 2 Ensolarad o 1,5 Kg 42,9 2 Kg 57,1 Quinta-feira 05/07/1 2 Chuvoso 2 Kg 44,5 2,5 Kg 55,5 Sábado 07/07/1 2 Nublado 1,8 Kg 47,4 2 Kg 52,6 5,3 Kg 45 6,5 Kg 55 (%) Inorgâni co (%) 0,5 Kg 33,3 1 Kg 66,7 1 Kg 45,5 1,2 Kg 54,5 0,3 Kg 23 1 Kg 77 1,8 Kg 36 3,2 Kg 64 Total Fonte: PMGIRS Tabela 24 - Programação e pesagem das amostras Zona Rural Interior Teutônia Data Condiçõe s do Orgânico tempo Bairro 11/07/1 2 Interior Bairro 11/07/1 Canabarro 2 Interior Languiru Bairro 04/07/1 2 Total Nublado Obs: Coletas realizadas na 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Quarta-feira de cada mês. Fonte: PMGIRS Através do cruzamento de dados de geração de lixo no município de Teutônia nos de 2010 e 2012, obtidos junto a administração municipal, foi possível verificar o aumento na geração de resíduos sólidos no município durante um período de 2 anos, conforme mostra a tabela seguinte. 178 Tabela 25 - Produção e composição dos resíduos sólidos do município de Teutônia (2010 e 2012). Tipo de material Ano de 2010 Ano de 2012 Material Orgânico 111.326,80 130.000 Kg/mês Kg/mês Material Inorgânico 166.990,20 Kg/mês 195.000 Kg/mês Kg/mês Total 278.317 Kg/mês Diferença Absoluta 18.673,20 28.009,80 Kg/mês 325.000 Kg/mês 46.683 Kg/mês Fonte: PMGIRS Através da análise da tabela 13, é possível verificar um aumento significativo na quantidade de resíduos sólidos domiciliares no município de Teutônia, sendo que no ano de 2010 a geração total de resíduos era de 278.317 Kg/mês, passando para 325.000 Kg/mês no ano de 2012. Esse fato se deve ao aumento da população ocorrido durante um período de 2 anos. Frente a esta abordagem e análise das amostras obtidas durante o período de diagnóstico junto a usina de triagem e disposição final do município de Teutônia, foi possível realizar a classificação dos resíduos sólidos que chegam á central de triagem. A respectiva classificação teve sua base fundamentada na NBR 10.004/04, a qual relata que os resíduos sólidos podem ser classificados quanto a sua natureza física, composição química, riscos potenciais ao meio ambiente e ainda quanto a sua origem. 1.8. Produção Per Capita de Resíduos Domésticos Segundo Oliveira et al., (2004), a produção per capita de resíduos sólidos de uma comunidade pode ser obtida pela divisão da quantidade total de resíduos coletados pela população atendida. Muitos técnicos consideram de 0,50 a 1,30 hab./dia como a faixa de variação média para o Brasil conforme quadro abaixo: 179 Tabela 26 - Geração Per Capita de Resíduos Domésticos no Brasil Tamanho da Cidade População (habitantes) Urbana Geração Per (Kg/hab.dia) Pequena Até 30.000 0,50 Média De 30.000 a 500.000 De 0,50 a 0,80 Grande De 500.000 a 3.000.000 De 0,80 a 1,00 Megalópole Acima de 3.000.000 De 1,00 a 1,30 Capita Fonte: PMGIRS Para o cálculo da geração per capita de resíduos domésticos do município de Teutônia, foi utilizada a população urbana estimada pelo IBGE (2011) e as quantidades de resíduos coletados mensalmente pela empresa Engesa, obtendo-se os seguintes dados apresentados no quadro abaixo. Tabela 27 - Produção Per Capita de Resíduos Domésticos no Município ano de 2010 População Urbana (hab) Coleta Doméstica Coleta Doméstica Per capita (kg/mês) (Kg/dia) (Kg/hab.dia) 27.272 278.317 9.277,23 0,34 Fonte: PMGIRS O valor obtido para o per capita foi de 0,34 kg/hab.dia), o qual pode ser considerado estimado em relação às referências bibliográficas que utilizam 0,50 kg/hab.dia para população urbana de até 30.000 habitantes. Ressaltamos que não foram incluídos os resíduos originados nos setores públicos, construção civil e industrial. 1.9. Coleta de terceiros ou informal O município de Teutônia possui apenas uma empresa licenciada para realizar a coleta, separação e destinação de materiais recicláveis. Trata-se de uma empresa particular, receptora de resíduos recicláveis provindos de empresas, indústrias, comércios e de catadores. As figuras seguintes demonstram as instalações da empresa de reciclagem. 180 Figura 49 - Vista geral da empresa Fonte: PMGIRS Figura 50 - Armazenagem de material reciclável Fonte: PMGIRS No município de Teutônia, segundo informações da prefeitura municipal e conforme verificado em campo, existem em torno de 15 carrinheiros e catadores informais, realizando a coleta de materiais recicláveis. Esta situação é bastante preocupante visto que, nestes casos, os catadores acabam fazendo a triagem e estocando os materiais em suas próprias residências, em condições e locais impróprios para tal atividade, conforme mostram as figuras seguintes. Figura 51 - Depósito informal de resíduos Fonte: PMGIRS Figura 52 - Depósito informal de resíduos em residência de catador Fonte: PMGIRS Cada vez mais a figura do catador ganha destaque no cenário nacional. Mesmo refletindo uma delicada condição socioeconômica, cumprem um papel essencial na re-inserção de matéria-prima secundária na cadeia de produção e consumo. Frente ao desafio crescente dos municípios em gerenciar de forma 181 adequada as quantidades cada vez maiores de resíduos, o catador passa a ser visto como um aliado das prefeituras no trabalho de coleta de resíduos sólidos. A catação de materiais recicláveis é um fenômeno típico dos países em desenvolvimento, variando de cidade para cidade em intensidade e complexidade, mas possuindo algumas características comuns, entre as quais: As péssimas condições de trabalho; A falta de apoio do poder público; Preconceito e desprezo da população. Alguns levam os resíduos recicláveis para separar em suas casas, obrigando suas famílias ao convívio com as consequências dos resíduos sólidos acumulados como o mau cheiro, moscas, baratas, ratos e outros insetos transmissores de doenças que podem até mesmo levar ao óbito. O crescimento da atividade de catação está relacionado com a pobreza e o desemprego. Alguns consideram a função como uma atividade transitória. Outros, porém, lutam pelo reconhecimento da categoria e das circunstâncias de trabalho. Trata-se de uma massa de trabalhadores, excluída socialmente, cuja cidadania se perdeu nas ruas, nos rejeitos dos lixões e na necessidade de sobrevivência. No entanto, são muitos os benefícios que os catadores trazem para as cidades, entre os quais: Redução dos gastos com limpeza pública; Coleta e encaminhamento dos materiais para as indústrias de reciclagem; Geração de empregos; Redução da quantidade de resíduos sólidos enviados aos aterros sanitários; Preservação do planeta por meio da poupança de recursos naturais, dentre outros. Em Teutônia, geralmente esses catadores efetuam as coletas de manhã cedo, antes da passagem dos veículos coletores, ou à noite. O transporte dos resíduos pelos catadores é feito através de pequenas carretas puxadas manualmente ou com auxílio de cavalos, conforme mostram as figuras 38 e 39 seguintes. 182 Figura 53 - Transporte dos resíduos Fonte: PMGIRS Figura 54 município - Catadora identificada no Fonte: PMGIRS 4.1.2. Limpeza Pública 4.1.2.1 Responsabilidade Conforme demonstrado no quadro 6 a coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos resíduos sólidos provenientes da limpeza pública são de responsabilidade do órgão municipal competente. Os sistemas de limpeza urbana são elementos essenciais ao planejamento urbano, à proteção e conservação do meio ambiente e acima de tudo, à garantia de uma qualidade de vida satisfatória para a população. São definidos como os serviços que tem sob sua responsabilidade a execução da coleta, remoção, transporte e destino final de resíduos sólidos em geral, remoção de podas, varrição e lavagem de vias públicas, conservação de monumentos, entre outros e possuem estreita relação com todos os demais componentes do saneamento básico, em especial com a drenagem urbana. 4.1.2.2 Infraestrutura de coleta Atualmente o gerenciamento operacional, ou seja, a limpeza, o recolhimento, o transporte e a destinação final dos resíduos sólidos provenientes da limpeza pública do município de Teutônia, sendo realizado pelo órgão municipal competente, por meio do departamento de obras. 183 4.1.2.3 Acondicionamento e armazenamento Os resíduos gerados durante os processos de varrição, raspagem, capina, limpeza de área, pós-eventos ou exposições, são acondicionados em sacos de lixo ou tonéis. Já os resíduos com maior volume, resultantes dos processos de roçagens e poda são armazenados no meio fio da calçada e posteriormente recolhidos por caminhão aberto ou diretamente triturados pelo caminhão triturados do município, conforme mostram as figuras seguintes. Figura 55 - Acúmulo de lixo verde no meio fio da calçada Fonte: Autores Figura 56 - Coleta do lixo verde Fonte: Autores Figura 57 - Resíduos de poda acumulados no meio fio da calçada Fonte: Autores 184 4.1.2.4 Setores, rotas e frequência. O recolhimento de lixo verde ocorre somente no setor urbano do município de Teutônia, devido a indisponibilidade de área para o armazenamento desses resíduos e com vistas a evitar os problemas. Destaca-se que o plano de varrição, com os roteiros executados está atribuído à todas as ruas do município. A varrição manual ocorre diariamente nos pontos mais movimentados conforme estabelecido no plano de varrição do município. Já os serviços de poda e capina, bem como o serviço de roçada no município são de pouca frequência, sendo realizados conforme a demanda. Os demais resíduos são coletados conforme a demanda, ou seja, datas festivas (exposições e eventos), campanhas especiais de recolhimento, campanhas especiais de limpeza, como é o caso do Programa REVIVE BOA VISTA (Figura 58) e véspera de finados. Figura 582 - Registro de uma das campanhas do Projeto REVIVE BOA VISTA Fonte: Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente 4.1.2.5 Equipe de trabalho, frota, ferramentas e equipamentos O quadro seguinte apresenta os serviços de limpeza urbana realizada no município de Teutônia, além da descrição da equipe de trabalho, frota, ferramentas e equipamentos utilizados pelos grais para o desenvolvimento da atividade. 185 Varrição e limpeza dos logradouros Manual: O processo de varrição manual e limpeza é executado por uma equipe composta de aproximadamente 14 funcionários, equipados com ferramentas e utensílios manuais, ou seja, vassoura grande e pequena, pá quadrada e enxada. Para o armazenamento dos resíduos são utilizados carrinhos de mão recobertos com sacos plásticos. Mecanizada: No processo de varrição mecanizada trabalha a mesma equipe. A varrição se dá por meio da utilização de varredeira mecânica. Capina e raspagem Para a atividade de capina e raspagem é disponibilizada uma equipe de 8 funcionários. Os quais são responsáveis pela remoção das ervas daninhas e raspagem da terra dos logradouros, para restabelecer as condições de drenagem e evitar o mau aspecto das vias públicas. Para o desenvolvimento da atividade os garis são equipados com enxadas, pá, raspadeira e trator com raspadeira que variam de tamanho e forma conforme as condições de trabalho. Roçada e Poda Com relação aos serviços de roçada realizados no município a prefeitura disponibiliza uma equipe de trabalho composta por 8 funcionários. As ferramentas e equipamentos utilizados no processo de roçagem variam conforme a área a ser limpa. Desta maneira, a roçagem pode ser manual, utilizando-se foices do tipo roçadeira ou gavião. Devido aos baixos resultados de produtividade com a utilização dessas ferramentas, os funcionários também utilizam os equipamentos de roçagem mecanizada, sendo eles: ceifadeiras mecânicas portáteis (carregadas nas costas dos operadores) e ceifadeiras montadas em tratores de pequeno, médio e grande portes, que possuem elevada qualidade e produtividade no corte da vegetação. Após, os resíduos são coletados pelo caminhão triturador (Figura 59), que automaticamente tritura o material coletado. Os serviços de poda das árvores situadas nos logradouros públicos, são realizados por uma equipe de 8 funcionários. Os mesmos desenvolvem a 186 atividade com o auxílio de uma motossera ou foices do tipo roçadeira. Após, os resíduos são coletados pelo caminhão triturador (Figura 59), que automaticamente tritura o material coletado. Figura 59 - Triturador de galhos Fonte: Prefeitura Municipal de Teutônia (2012) O triturador foi adquirido com o intuito de facilitar e agilizar o atendimento à população, o recolhimento de galhos das ruas. O maquinário tritura os galhos, transformando-os em pequenos pedaços de madeira (quase uma maravalha), que ocupa bem menos espaço se comparado aos galhos inteiros. Limpeza de áreas pós eventos, exposição e outros Para o processo de limpeza pós-eventos, exposições, resíduos de cemitérios, geralmente é disponibilizada uma equipe de trabalho formada por 8 funcionários. Os resíduos são coletados manualmente ou com o auxílio de lanças, sendo dispostos em caminhão aberto e encaminhados a central de triagem. 4.1.2.6 Destinação Final Os resíduos provenientes dos processos de roçada e poda, após serem triturados (Figura 60), são armazenados junto ao parque de máquinas da Prefeitura Municipal e posteriormente destinados à recuperação das saibreiras 187 do município, como também, é distribuído para as escolas e comunidades para fins de adubação dos jardins e hortas. Ainda, há registros de pontos de deposição irregular de lixo verde em áreas urbanas e impróprias (Figura 60). Figura 60 - Resíduos verdes triturados Figura 61 - Depósito irregular de lixo verde Fonte: Autores Fonte: Autores Os resíduos provenientes da limpeza dos cemitérios, exposições ou eventos e aqueles resultantes dos processos de varrição, capina e raspagem são coletados, armazenados e destinados a usina de triagem e disposição final do município de Teutônia. 4.1.2.7 Dificuldades encontradas - Quantidade de resíduos resultantes de podas ultrapassa a capacidade de recolhimento da Prefeitura Municipal, principalmente nos meses de maio, junho, julho e agosto, visto que nestes meses, em razão do inverno, as podas são constantes; - Aprimoramento da infraestrutura disponibilizada, com aquisição de mais equipamentos triturados e funcionários. - Deposição irregular de lixo verde em áreas urbanas e impróprias. 4.1.3 Resíduos de Serviço de Saúde 4.1.3.1 Responsabilidade Conforme o Art. 8º da Lei Estadual nº. 9.921 de 27 de Julho de 1993, a coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos 188 resíduos sólidos de saúde, são de responsabilidade da fonte geradora independentemente da contratação de terceiros, de direito público ou privado, para execução de uma ou mais dessas atividades. 4.1.3.2 Infraestrutura de coleta Conforme a RDC nº 306 (2004), da ANVISA, o gerenciamento dos RSS constitui-se de um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases cientificas e técnicas, normativas e legais, com objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. O Município de Teutônia/RS possui quatro unidades básicas de saúde e uma unidade móvel, além de hospitais, clínicas e laboratórios particulares que geram mensalmente resíduos sólidos de saúde. A Prefeitura Municipal contrata a empresa Aborgama do Brasil para a coleta, transporte e destinação final dos resíduos gerados nas Unidades de Saúde do município. As unidades de saúde atendidas e a frequência de coleta podem ser observadas na tabela 28 seguinte. Quadro 28 - Frequência de coleta de resíduos de saúde nas unidades municipais de Teutônia Unidade Endereço Frequência de coleta Centro Avançado de Rua Arnaldo Krug, 59, no Bairro Quinzenal Saúde Bruno Canabarro Leopoldo Schneider Posto de Saúde Rua Geraldo Snell, 662, Bairro Quinzenal Teutônia Teutônia Posto de Saúde Rua 31 de Agosto, 227, Bairro Quinzenal Alesgut Alesgut Posto de Saúde Rua Pedro Schneider, 841, Bairro Quinzenal Languiru Languiru Unidade Móvel de Interior do município Diária Saúde Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2012). Para os estabelecimentos privados, fica a critério dos mesmos a escolha e contratação da empresa. As coletas são efetuadas periodicamente, conforme 189 demanda (semanal, quinzenal ou mensalmente). Segundo a Prefeitura Municipal, os consultórios odontológicos e as farmácias são os estabelecimentos em maior número que contratam o serviço terceirizado de coleta, transporte e destinação final. 4.1.3.3 Acondicionamento Os resíduos gerados nas unidades de saúde de Teutônia são segregados no momento da sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. O acondicionamento dos resíduos segregados nas unidades de saúde é feito em sacos plásticos ou em recipientes específicos para o tipo de material. Os mesmos são identificados conforme a sua classificação, fornecendo informações ao correto manejo dos mesmos. 4.1.3.4 Armazenamento, coleta e transporte O armazenamento externo é a guarda dos recipientes de RSS, até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores. Os resíduos, já acondicionados e identificados são armazenados em bombonas de aproximadamente 200L (Figura 62) A remoção dos RSS do abrigo (Figura 63) de resíduos é realizada pela empresa Aborgama do Brasil, por meio da utilização de um veículo coletor fechado até a unidade de tratamento ou disposição final. 190 Figura 62 - Abrigo para armazenamento dos RSS Fonte: Autores Figura 63 - Vista geral das bombonas para armazenamento dos RSS. Fonte: Autores 4.1.3.5 Destinação Final Os RSS recolhidos são encaminhados para correta destinação final, que pode ser autoclavagem para reutilização, aterro de resíduos perigosos, incineração, dentre outros, de acordo com o grau de contaminação dos resíduos. 4.1.3.6 Dificuldades encontradas - Falta de local apropriado para armazenagem provisória até o recolhimento pela empresa contratada para dar destino final; - Segregação dos resíduos de acordo com o grau de contaminação. 4.1.4 Resíduos Industriais 4.1.4.1 Responsabilidade Segundo o Art. 8º da Lei Estadual nº. 9.921 de 27 de Julho de 1993, a coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos resíduos sólidos de estabelecimentos industriais são de responsabilidade da fonte geradora independentemente da contratação de terceiros, de direito público ou privado, para execução de uma ou mais dessas atividades. 191 A Resolução nº 313, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de 29 de outubro de 2002, define resíduo sólido industrial como todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso – quando contido, e líquido – cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou 16 economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. Segundo o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, etapa Rio Grande do Sul, realizado pela FEPAM no ano de 2002, o município de Teutônia está entre os 30 maiores geradores de resíduos sólidos industriais perigosos no Estado do RS, conforme mostra a figura seguinte. 192 Figura 64 - Maiores geradores de resíduos sólidos industriais perigosos, dos municípios inventariados no estado do RS Fonte: Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, etapa Rio Grande do Sul (FEPAM, 2002). As indústrias, que normalmente não tem uma quantidade tão grande de resíduos sólidos, contratam empresas particulares especializadas para coletarem e fazerem a correta destinação final dos resíduos industriais. Há casos em que os resíduos de uma empresa constituem matéria prima para outra. O problema de remoção é resolvido entre as firmas interessadas. Segundo a Prefeitura, o setor industrial representa 45,54% na economia do município. O município conta com 209 indústrias de transformação, entre pequenas, médias e grandes empresas. O número de indústrias é menor aos outros setores, apesar de significar a maior arrecadação municipal (74%). Os dados do IBGE demonstram que a indústria de transformação é a mais representativa no município. 193 4.1.4.2 Coleta e armazenamento Atualmente não há nenhuma atuação conjunta quanto à coleta e armazenamento dos resíduos industriais do município. Assim, as empresas adotam procedimentos próprios de coleta e armazenamento dos resíduos, da forma como melhor se adaptam. Com base nisto, e de acordo com dados do poder público, obtidos junto aos Planos de gerenciamento de resíduos industriais e nas planilhas de acompanhamento, as empresas, de uma forma geral, armazenam os resíduos em bombonas, tonéis e caixas, em área coberta ou descoberta, sobre piso impermeabilizado ou não, até transporte, normalmente terceirizado, até destinação final. 4.1.4.3 Transporte e Destinação Final As empresas de Teutônia destinam seus resíduos a vários locais. Alguns resíduos são destinados a recicladores intermediários, situados no próprio município, tais como: plásticos, papéis, embalagens diversas, aço inox, aço carbono, etc, ambos sem contaminantes. Os resíduos contaminantes são transportados por empresas terceirizadas e encaminhados à destinação final junto a ARIP’s, na região metropolitana ou na serra. Neste contexto e como forma de orientar e fiscalizar os geradores destes resíduos, o poder público municipal pode implantar as seguintes ações: - Solicitar Planos de gerenciamento dos resíduos industriais, quando a atividade envolver licenciamento ambiental; - Auxiliar os geradores no processo implementação do planos de gerenciamento de resíduos; - Fomentar empresas específicas para atuar no ramo de armazenamento, acondicionamento, transporte e destinação final. - Fiscalizar os geradores e orientar a correta destinação destes resíduos. - Implantar uma rede de informações de empresas recicladoras e receptoras de resíduos industriais. 194 4.1.5 Resíduos da Construção Civil 4.1.5.1 Responsabilidade Conforme demonstrado no quadro 6 fundamentado no Art. 8º da Lei Estadual nº. 9.921 de 27 de Julho de 1993, que dispões sobre a coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos resíduos sólidos da construção civil são da fonte geradora e na Resolução CONAMA nº. 307 de 05 de Julho de 2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. 4.1.5.2 Coleta e armazenamento Conforme verificado no município de Teutônia, os entulhos da construção civil são coletados pela empresa prestadora de serviço de construção e/ou reforma ou ainda por terceiros. Enquanto gerados, normalmente permanecem amontoados na área da construção ou lindeira, ou ainda nas calçadas ou ruas e raramente em contêineres. Uma pequena fração de resíduos da construção civil tem sido encaminhada á usina de triagem e disposição final do município, caracterizada como restos de madeira, latas de tintas, fiação elétrica, tubulação hidráulica, etc. Esses resíduos são segregados e armazenados na área da usina até a sua destinação final. 4.1.5.3 Transporte e Destinação Final O transporte dos resíduos é feito pela empresa que esta atuando na obra ou algum terceiro. No caso de contêineres (Figura 65), o transporte é realizado pela empresa que os disponibiliza. Esses resíduos são dispostos em áreas diversas, normalmente em terrenos desocupados, e alguns casos, em áreas impróprias, como é o caso de áreas de banhado, sobre vegetação nativa, etc. (Figuras 66 e 67) 195 Figura 65 - Contêiner para armazenamento de resíduos da construção civil Fonte: Autores Figura 66 - Vista geral do depósito de resíduos inertes Figura 67 - Vista aproximada dos resíduos da construção civil Fonte: Autores Fonte: Autores Neste contexto e como forma de orientar e fiscalizar os geradores destes resíduos, o poder público municipal pode implantar as seguintes ações: - Solicitar Planos de gerenciamento dos resíduos da construção civil, quando a atividade envolver licenciamento ambiental; - Auxiliar os geradores nos processo de regularização ambiental de áreas apropriadas para destinação dos resíduos; - Incentivar empresas específicas para atuar no ramo de armazenamento, acondicionamento, transporte e destinação final; 196 - Instalar placas indicativas em locais impróprios onde há destinação incorretas destes resíduos; - Fiscalizar os geradores e orientar a correta destinação destes resíduos. 4.1.6 Resíduos Especiais 4.1.6.1 Responsabilidade Conforme demonstrado no quadro 6, fundamentado no Art. 8º da Lei Estadual nº. 9.921 de 27 de Julho de 1993, a coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos resíduos sólidos especiais são da fonte geradora. Os resíduos especiais representam os resíduos que têm características de corrosividade, reatividade, toxidade, apresenta riscos à saúde ou ao meio ambiente, classificados na sua maioria, pela NBR/ABNT 10.004/04, Classe I, e necessitam passar por processos diferenciados em seu manejo, com ou sem tratamento prévio, podendo conter material biológico, químico ou radioativo. Tendo em vista, que os fornecedores e comerciantes estão tendo um tempo para se adaptar a nova legislação ambiental que exige a elaboração e execução do PGRS e a implantação do sistema de logística reversa para fontes geradoras de resíduos especiais, o município de Teutônia em parceria com outras entidades tem implantado pontos de coleta de resíduos especiais, para a disposição final ambientalmente adequada desses resíduos, evitando que os mesmos sejam encaminhados a usina de triagem do município ou que sejam lançados inadequadamente no meio ambiente. O município vem recolhendo nesses pontos de coleta resíduos especiais, como pilhas, baterias, materiais eletrônicos pequenos, lâmpadas fluorescentes e embalagens de agrotóxicos. 4.1.6.2 Pilhas e baterias 4.1.6.2.1 Coleta e armazenamento As pilhas e baterias descartadas podem ser encaminhadas pelos habitantes até os pontos de coleta de resíduos especiais devidamente 197 identificados. Nestes locais é feita a triagem dos tipos de pilhas e baterias entregues, sendo cada tipo armazenado em caixas, tambores ou bombonas identificadas (Figuras 68 e 69), dispostos sobre piso impermeabilizado e área coberta. Além de pilhas e baterias, esses locais coletam objetos eletrônicos, como calculadoras. Figura 68 - Ponto de coleta de pilhas e baterias Figura 3 - Recipientes utilizados para a coleta de pilhas, baterias e materiais eletrônicos Fonte: Autores Fonte: Autores Ressalta-se que não há pontos de coleta de pilhas e baterias no setor rural do município de Teutônia, os moradores encaminharem os seus resíduos nos pontos de coleta de resíduos especiais localizados em estabelecimentos comerciais junto ao setor urbano do município de Teutônia. 4.1.6.2.2 Transporte e Disposição Final Com a junção de uma quantia considerável de pilhas e baterias, o estabelecimento que procede com a coleta entra em contato com a empresa responsável, solicitando a retirada dos resíduos. Os mesmos são coletados e transportados por veículos normais, até empresa responsável pela destinação final dos resíduos. 198 4.1.6.3 Lâmpadas Fluorescentes 4.1.6.3.1 Coleta e armazenamento Frente a esta problemática, cada cidadão tem como responsabilidade realizar a triagem das lâmpadas fluorescentes dos demais resíduos domésticos e encaminhá-los aos postos de coleta autorizados no município de Teutônia. Em cada posto de coleta há uma estrutura mínima para o recebimento e armazenamento desses resíduos. Anterior à armazenagem, as lâmpadas florescentes são revestidas em jornais ou colocadas em caixas de papelão, sendo posteriormente armazenadas em prateleiras de madeira, permanecendo neste local até o momento da sua coleta e destinação final. Ressalta-se que não há pontos de coleta de lâmpadas fluorescentes no setor rural do município de Teutônia. Desta maneira, os moradores são instruídos a destinarem os seus resíduos de lâmpadas até os pontos de coleta de resíduos especiais localizados em estabelecimentos comerciais junto ao setor urbano do município de Teutônia. Teutônia registra vários casos onde as lâmpadas são armazenadas em lixeiras para o recolhimento público juntamente com o lixo doméstico. Os mesmos são triados e armazenados de forma incorreta junto à área da usina de triagem do município, ficando expostas as intempéries do tempo. 4.1.6.3.2 Transporte e Destinação Final O transporte das lâmpadas armazenadas nos pontos de coleta é realizado pelas próprias empresas terceirizadas contratadas para realizaram a reciclagem ou destinação final das lâmpadas descartadas. A destinação final das lâmpadas fluorescente pode ocorrer por meio da sua reciclagem, recuperação, tratamento e/ou disposição final. Atualmente as empresas responsáveis por esses processos são as mesmas citadas anteriormente. Com relação as lâmpadas fluorescentes armazenadas na usina de triagem do município de Teutônia, estas permanecem no mesmo local até o momento da sua destinação final pela empresa responsável. 199 4.1.6.4 Pneus 4.1.6.4.1 Coleta e armazenamento Mesmo com a resolução CONAMA em vigor, ainda é possível visualizar o descarte de pneus nas lixeiras de lixo doméstico no município de Teutônia. Os mesmos são coletados pelo serviço de coleta de lixo domiciliar e destinados à usina de triagem e disposição final do município. Os mesmos são armazenados de forma inadequada, sujeitos a processos de intempéries do tempo, podendo ocasionar a proliferação de vetores com o acúmulo de água. Ressalta-se que não há pontos de coleta de pneus no município de Teutônia. Desta maneira, os moradores são instruídos a destinarem os seus resíduos junto a empresas que atuam na troca de pneus, retifica de pneus, consertos de pneus em geral, ou ainda junto ao empreendedor teutoniense que atua no ramos de artesanato de pneus, com fabricação de balanços, cadeiras, mesas, bancos, etc (Figuras 70 e 71). Figura 70 - Identificação do reciclador Figura 71 reciclagem - Produtos resultantes da Fonte: Autores Fonte: Autores 4.1.6.4.2 Transporte e Destinação Final Conforme mencionado anteriormente, os pneus descartados pela comunidade no lixo domiciliar ou em locais impróprios, são coletados e transportados pelo serviço de coleta de domiciliar de lixo, ou seja, pela 200 empresa Engesa Engenharia e Saneamento Ambiental Ltda., sendo encaminhados diretamente a usina de triagem e disposição final do município. Esses pneus têm como destino final empresas de reciclagem e reutilização, escolhidas pela empresa responsável pelo gerenciamento dos resíduos recicláveis da usina, ou seja, a Estrela do Vale. Já os pneus coletados em estabelecimentos comerciais do município, são coletados e transportados pela própria empresa contratada para a destinação final desses resíduos. 4.1.6.5 Óleos e Graxas 4.1.6.5.1 Coleta e armazenamento Os resíduos gerados na manutenção dos veículos públicos são armazenados em tambores no barracão da oficina da Prefeitura, sito à Rua João Raimundo, s/n. Quando atingem 100 litros os mesmos são encaminhados a reciclagem. Nos estabelecimentos privados, tais como lojas, postos de combustíveis, oficinas mecânicas, concessionárias, indústrias em geral, transportadoras e agricultores, os resíduos de óleos e graxas também devem ser armazenados em tambores, e posteriormente coletados por empresas terceirizadas, as quais dão a destinação correta. No caso das estopas, filtros e serragem contaminadas com óleo e graxa, o processo de armazenamento ocorre da mesma forma. 4.1.6.5.2 Transporte e Destinação Final Os tambores com resíduos da manutenção dos veículos são destinados para recuperadoras ou recicladoras. As embalagens de óleos que são coletadas são transportadas e limpas por recicladores, os quais destinam para recicladores de plásticos. Para obter o Licenciamento Ambiental, os estabelecimentos de lavagem de automóveis são obrigados a instalar filtros para o tratamento de efluentes líquido, bem como caixas separadoras e coletoras de óleos e graxas. A coleta 201 é feita por uma empresa terceirizada através de um caminhão tanque munida de bomba de sucção. A destinação feita por estas empresa é a reciclagem. 4.1.6.6 Resíduo Agrícola 4.1.6.6.1 Coleta e armazenamento Coordenado pela Fundação Pró Rio Taquari, executado pela Cooperativa Languiru e apoiado pela Prefeitura Municipal de Teutônia, através de seu órgão de Proteção ao Meio Ambiente, da Emater/RS – Adscar e STR de Teutônia/Westfália foi criado o Programa de Recolhimento de embalagens de agrotóxicos destinado a coletar e destinar de maneira correta as embalagens de agrotóxicos em geradas em Teutônia. O programa conta com um roteiro pré-estabelecido informando a data, horário, localidade e propriedade ou entidade onde serão realizadas as coletas das embalagens (Quadro 29). Além disso, como forma de fiscalização e controle o programa possui um relatório anual da quantidade de embalagens recebidas junto a Cooperativa Languiru. O programa é divulgado nos jornais da Cooperativa Languiru, na CERTEL, nas reuniões das localidades rurais, por meio digital e/ou impresso, de forma que toda a sociedade fique informada e atenta aos dias de coleta das embalagens. Quadro 29 - Roteiro de recolhimento de embalagens de agrotóxicos Data Horário Localidade 20/06 07:30 09:00 10:00 13:30 14:45 15:45 16:30 Lª São Jacó Lª Ribeira LªWink LªGermana LªBoa Vista Fundos Lªcasa C. Strate LªBoa Vista 21/06 07:30 08:30 10:00 13:30 15:00 16:30 07:30 09:00 Lª Harmonia Alta Lª Harmonia Lª Welp Lª Clara Fundos Lª Clara Lª Catarina Pontes Filho Languiru 22/06 Propriedade ou Entidade Osmar Jacobs Zeno Luiz Blume Claúdio Deifelt Francisco Schaeffer Lírio e Marco Klein Boa Vista do Meio Luis Frederico Hergemöller Comunidade Concórdia Silverio Ruhrwien Orlando Hilgemann Sérgio Landmeier Armando Radaveli Sociedade Catarinense José e Roberto Echer Breno Schinwigel Fonte: Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente 202 O armazenamento temporário das embalagens pré-lavadas é feito nas propriedades rurais. Figura 72 - Verificação das embalagens de agrotóxicos Figura 73 - Recolhimento das embalagens Fonte: Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente Fonte: Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente 4.1.6.6.2 Transporte e Destinação Final O transporte e a destinação final das embalagens coletadas no município são de responsabilidade de empresa terceirizada. A mesma destina as embalagens de agrotóxicos para a reciclagem. Com a implantação do respectivo programa no município, observou-se uma redução na quantidade de embalagens de agrotóxicos encaminhadas a usina da triagem, sendo as mesmas destinadas diretamente á empresas de reciclagem para posterior reaproveitamento. 4.1.7 Resíduos Volumosos 4.1.7.1 Coleta e armazenamento Consiste na coleta sistemática dos objetos classificados como resíduos volumosos e não passíveis de remoção pela coleta regular de resíduo em razão de suas dimensões excessivas, compreendendo, restos de móveis, sofás, colchões, geladeiras, fogões e outros objetos de grande volume, julgados inservíveis pelo seu gerador. Os mesmos são armazenados até o momento da coleta em locais próximos das lixeiras ou em terrenos baldios. 203 4.1.7.2 Transporte e Destinação Final Os resíduos volumosos, aqui classificados, são recolhidos pela Engesa e encaminhados à usina de tratamento e disposição final do município de Teutônia. No local de recepção, os mesmos são armazenados, sendo posteriormente descaracterizado (reduzidos em pedaços) para a disposição final. Os materiais que possuem potencial de reciclagem são destinados às empresas de reciclagem, enquanto que os rejeitos são destinados ao aterro sanitário. 1.6.3. Receitas operacionais e despesas de custeio e investimento; Quanto às receitas operacionais e despesas, conforme informações da administração municipal, mobilizações sociais e SINS 2011 o município possui taxa sobre resíduos sólidos, com receita operacional de R$ 552.124,00. Quanto as despesas o município gasta anualmente R$ 491.264,00 com a coleta e destinação final de RSD,. 1.6.4. Apresentar os indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade dos serviços prestados; Com base nos dados que o município possui, e informações do SINS 2011 são apresentados os indicadores abaixo. 204 Tabela 30 – Indicadores de Resíduos Sólidos Urbanos. NOME DO INDICADOR Taxa de DEFINIÇÃO empregados Relação atendendo a UNIDADE entre a total de pop. quantidade Urbana empregados no manejo Empregado/1000hab. de RSU e a população 1,2 urbana Despesa média por Relação da despesa R$ 16.940,13/empregado empregado alocado nos total da prefeitura com serviços de manejo de manejo de RSU e a RSU. quantidade total de empregados no manejo de RSU Auto suficiência Relação da receita 106,3% financeira da prefeitura arrecadada com manejo com o manejo de RSU. de RSU e despesa total da prefeitura com manejo de RSU Despesa per capita com Relação entre a manejo de RSU total da relação à população prefeitura com manejo em despesa urbana 20,71% de RSU e o total da pop. Urbana Receita arrecadada per Relação entre o valor capita com outras taxas formas ou arrecadado R$ 22,00/hab/ano com de serviços de manejo de cobrança pela prestação RSU e a pop. Urbana de serviços de manejo de RSU. 205 Taxa de cobertura do Relação serviço de coleta entre 100% de população atendida e a RDO da população total população do município a urbana + rural Produtividade média dos Relação empregados na coleta quantidade entre 2.225,0kg/empregado/dia total de acordo com a massa coletada e a quantidade coletada total de envolvidos na coleta no ano 1.6.5. Identificação da existência de programas especiais (reciclagem de resíduos da construção civil, coleta seletiva, compostagem, cooperativas de catadores e outros); No município de Teutônia existe a campanha de coleta seletiva de materiais, porem existe algumas dificuldades e melhorias a serem realizadas pela administração como a coleta por caminhão específico que não prense o material, visando um melhor aproveitamento do material seco. Mas o município recolhe os resíduos e encaminha até o aterro sanitário onde é realizada a triagem do material antes da sua disposição final na vala. 206