A REPRESENTAÇÃO DOS ATORES SOCIAIS NO POLIAMOR Ana

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A REPRESENTAÇÃO DOS ATORES SOCIAIS NO POLIAMOR Ana
“A MONOGAMIA É UMA INVENÇÃO SOCIAL”: A REPRESENTAÇÃO DOS
ATORES SOCIAIS NO POLIAMOR
Ana Carolina de Almeida MARQUES (UFSJ)1
Introdução2
Este trabalho pretende, sob a perspectiva da Análise Crítica do Discurso, analisar a
representação dos atores sociais no texto Redes sociais aproximam brasileiros adeptos do
‘poliamor’, publicado pelo site BBC Brasil. Nesse texto, aborda-se uma temática pouco
convencional, pois apresenta relacionamentos que não se adaptam ao modelo socialmente
compartilhado de relações amorosas no nosso país, relacionamentos não-monogâmicos.
As bases teóricas dessa discussão se constituem, mais especificamente, pelos
escritos de Pilão & Goldenberg (2012) e de Marcuschi (2007). Quanto à nossa metodologia
utilizada, ela se compõe pelas categorias de análise da representação de atores sociais de
van Leeuwen (1997).
1. Referencial Teórico
1.1. Categorização e a construção do mobiliário do mundo
No livro Cognição, linguagem e práticas interacionais (2007), Luiz Antônio
Marcuschi observa que a maior parte, ou mesmo boa parte das habilidades cognitivas da
espécie humana, não são resultado de uma herança exclusivamente biológica, mas de uma
variedade de processos sociais, históricos e ontogenéticos. Para ele, a cultura é o nosso
“nicho” ontogenético. É através dela que nós elaboramos nossa cognição, tornando-nos
seres sociais. Cultura, sociedade e cognição estão, para o autor, na base de toda a
capacidade do ser humano de pensar e dizer o mundo (MARCUSCHI, 2007, p. 83).
Além disso, Marcuschi afirma que não existem categorias naturais, já que não
existe um mundo naturalmente categorizado. Para o autor, “as coisas ditas são
Aluna do Programa de Mestrado em Letras, Teoria Literária e Crítica da Cultura da Universidade Federal
de São João del-Rei (UFSJ), vinculada à linha de pesquisa Discurso e Representação Social.
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Agradeço a leitura e sugestões de meu orientador, professor doutor Antônio Luiz Assunção
(Delac/PROMEL/UFSJ).
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discursivamente construídas e a maioria de nossos referentes são objetos do discurso”
(MARCUSCHI, 2007, p. 89). O mundo em que se dá a experiência sensorial não possui
uma face externa que seja diretamente palpável aos nossos sentidos ou às nossas teorias.
Toda e qualquer expressão do mundo articula-se inferencialmente na base de categorias e
conceitos.
Marcuschi partilha das ideias de Kant (anti-realistas), as quais afirmam que não é
possível representar uma realidade que seja independente de nós. É preciso que ocorra a
nossa participação cognitiva, pois, sem ela, não conseguiríamos atingir a coisa em si, não
havendo, então, representação da realidade nem acesso à ela. (MARCUSCHI, 2007, p.90)
Sendo assim, toda a nossa atuação sobre o mundo requer uma participação
cognitiva. A maneira como nós dizemos as coisas aos outros é consequência da nossa
atuação linguística sobre o mundo. As categorias, por exemplo, são construídas pelos
sujeitos em suas práticas discursivas sob a base de processos cognitivos que podemos
considerar sociais e culturalmente situados. Elas não são dadas nem naturais, mas
construídas discursivamente.
As categorias pretendem algo impossível, ou seja, mapear as estruturas do real
num conjunto limitado e econômico de índices. Contudo, as categorias não
podem ser tomadas como estruturas invariantes capazes de agruparem a
realidade extramente de modo culturalmente insensível. Categorias não são
entidades naturais. (MARCUSCHI, 2007, p. 99)
Mais adiante, o autor defende quatro importantes teses. Para ele, a mente não é
um museu mobiliado a priori; o mundo não é um museu mobiliado a priori; a linguagem
não é um sistema ontológico nem classificatório; todos os objetos do conhecimento são
objetos do discurso. (MARCUSCHI, 2007, p. 129) A mente, mais pontualmente, não é um
mítico museu que é mobiliado a priori com entidades mentais como, por exemplo, as ideias
platônicas, e nem o mundo está mobiliado pronto para receber etiquetas. Não existe algo
como um museu mental ou como um museu mundano que operam como deterministas
para as nossas significações discursivas.
Ao levantar as quatro teses, o teórico aponta para “o problema da construção das
categorias numa língua e numa cultura por uma comunidade de mentes sociais e
elas sistemas de cognição e não contextos de inserção fixos. E ainda, a produção de
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formas de representação do mundo. Para ele, as categorias estão ligadas à cultura, sendo
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históricas”. (MARCUSCHI, 2007, p. 129) Marcuschi não entende as categorias como
categorias pode ser vista como uma atividade sociocognitiva que se situa em contextos
culturais específicos na tentativa de construção de conhecimento. (MARCUSCHI, 2007, p.
136)
Por fim, para o autor, o sistema categorial de uma língua é fluido, o que pode ser
visto como o efeito do princípio de simbolização. As categorias são mais modelos
socioculturais do que mentais, sempre que designamos eventos, fatos ou indivíduos,
fazemos com nomes que são, no geral, partilhados por uma comunidade que os usa.
1.3. A representação dos atores sociais
O trabalho de Theo van Leeuwen (1997), A representação dos actores sociais,
apresenta, logo em seu início, a questão geral à qual o autor pretende responder ao longo
de seu texto: “quais são os diversos modos pelos quais os atores sociais podem ser
representados no discurso inglês? Que escolhas nos apresenta a língua inglesa para nos
referirmos às pessoas?” (VAN LEEUWEN, 1997, p. 169) De acordo com ele, essa questão
é gramatical e, apoiando-se em Halliday, vê a gramática como sendo um potencial de
significados – o que pode ser dito – em vez de um conjunto de regras – o que deve ser dito.
Contrariamente a muitas outras formas de Análise Crítica do Discurso, orientadas
em termos linguísticos, o autor procura delinear um inventário sócio-semântico dos modos
pelos quais se pode dar a representação dos atores sociais e estabelecer a relevância
sociológica e crítica de suas categorias antes de se dedicar à questão de como é que se
realizam linguisticamente. De acordo com van Leeuwen, não há uma co-referência exata
entre as categorias sociológicas e linguísticas e, se a Análise Crítica do Discurso se
restringir demais a operações ou categorias linguísticas ao analisar um determinado tipo de
representação, muitos exemplos podem ser desconsiderados. (VAN LEEUWEN, 1997, p.
170)
Em seguida, o teórico expõe categorias, de forma clara e detalhada, para a análise
da representação dos atores sociais. A primeira categoria apresentada é a exclusão. Nessa
categoria, “as representações incluem ou excluem actores sociais para servir os seus
interesses e propósitos em relação aos leitores a quem se dirigem” (VAN LEEUWEN,
sociais. Já, ao se colocar em segundo plano, os atores sociais são não mencionados em
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em segundo plano. Na supressão, não há referência, em qualquer parte do texto, aos atores
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1997, p. 180) A exclusão pode acontecer de duas formas, através da supressão e do colocar
relação a uma certa atividade, mas são mencionados em partes distintas do texto e
podemos inferir com alguma certeza quem eles são.
A segunda categoria apresentada por van Leeuwen (1997) é a distribuição de
papéis. Para ele, “quem é representado como agente (Actor), e como paciente (Finalidade)
no que diz respeito a uma dada acção?” (VAN LEEUWEN, 1997, p. 186) De acordo com o
autor, não é necessário que exista uma coerência entre os papéis que os atores sociais
desempenham nas práticas sociais e os papéis gramaticais que lhes são imputados nos
textos. As representações podem caracterizar os atores, então, com papéis ativos ou com
papéis passivos (ou beneficiários).
A associação é uma maneira pela qual os atores sociais podem ser representados
como grupos. Sendo assim, “consiste em grupos formados por actores sociais e/ou grupos
de actores (referidos quer genérica quer espeficicamente) que nunca são classificados nos
textos (embora os actores ou grupos que integram a associação possam, naturalmente, ser
nomeados e/ou categorizados)”. (VAN LEEUWEN, 1997, p. 197) A forma mais comum
de realização da associação é através da parataxe, na qual a representação de um grupo é
dada como uma aliança existindo apenas em relação a uma atividade específica ou a um
conjunto de atividades.
Por fim, é apresentada a categoria de identificação. (VAN LEEUWEN, 1997, p.
202) Essa categoria ocorre quando os atores sociais são definidos com relação àquilo que,
mais ou menos permanente, ou, de certa forma, inevitavelmente, são. Van Leeuwen (1997)
distingue três tipos: classificação, identificação relacional e identificação física. A
classificação inclui dados como a “idade, sexo, origem, classe social, riqueza, raça,
etnicidade, religião, orientação sexual etc”. (VAN LEEUWEN, 1997, p. 202) A
identificação relacional, de acordo com o autor, possui um papel menos importante do que
o da classificação. A identificação relacional representa os atores sociais através das
relações pessoais, de parentesco ou de trabalho que existem entre si, sendo realizada pelos
substantivos que denotam essas relações. A identificação física é a categoria que representa
os atores sociais em termos de características físicas que possam identificá-los de forma
singular num determinado contexto.
termo “poliamor”, que teria aparecido em dois momentos distintos da década de 1990.
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Pilão e Goldenberg (2012), ao citar Cardoso (2010), apresentam o surgimento do
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1.4. Poliamor
Primeiro, em um evento público em Berkeley (Califórnia), em agosto de 1990, composto
por “neopagãos” pertencentes à “Igreja de todos os mundos”, que se destinava a criar um
“Glossário de Terminologia Relacional”. Essa foi considerada por Cardoso (2010), como
afirmamos autores, a primeira vertente poliamorista, com bases espiritualistas e pagãs. No
entanto, não houve uma grande circulação do termo, o que acabou favorecendo um
segundo surgimento, com um viés mais cosmopolita e menos transcendentalista, que
pretendia ajudar a solucionar problemas práticos dos relacionamentos. Em maio de 1992,
Jennifer Wesp utilizou o termo como sinônimo da não monogamia em um grupo de
discussões pela internet, criando, em seguida, o primeiro grupo de e-mails que tinha como
objetivo discutir o “poliamor”, o alt.polyamory. (PILÃO & GOLDENBERG, 2012, p. 63)
Os autores afirmam que o termo poliamor, tomado como uma alternativa ao de
“não monogamia”, é explicativo para que se possa compreender a relação entre poliamor e
monogamia. Pois, de acordo com Pilão e Goldenberg, o termo depende de seu oposto para
que o seu sentido seja constituído. Mesmo que essa afirmação se mostre pouco sustentável
devido à existência de outros modelos de relacionamento não monogâmicos, os
pesquisadores citam a poligamia, o swing e o relacionamento aberto.
Os sociólogos apresentam os resultados de entrevistas feitas com “poliamoristas”.
Para os entrevistados, ainda a respeito de outros modelos de relacionamento não
monogâmico,“(...) a poligamia pressupõe assimetria de gênero, ou seja, há um único
polígamo em cada relação. Já no poliamor, é indispensável que a possibilidade de mais de
um relacionamento simultâneo seja tanto de homens quanto de mulheres.” (PILÃO&
GOLDENBERG, 2012, p. 64). Já a respeito do swing e do relacionamento aberto:
O swing e o ‘relacionamento aberto’ (RA) seriam outras formas de ‘não monogamia’ uma
vez que prevêem relações sexuais com mais de uma pessoa. No entanto, como mostra, Von
der Weid (2008), do ponto de vista amoroso, os ‘swinguers’ afirmam-se monogâmicos. O
mesmo é observável entre praticantes de relacionamento aberto’, em que, em geral, há um
único amor possível. (PILÃO, 2012, p. 64)
Como afirmam os autores do texto, alguns pesquisadores, ao enfatizarem a
percepção hierárquica das identidades, os modelos de relacionamento amoroso da
envolvimento de ciúme, competição, controle, posse e mentira. O poliamor, por sua vez,
apresenta-se no ponto máximo da escala, pois se aproximada liberdade, igualdade,
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escala evolutiva. A monogamia está, dessa forma, no estágio menos desenvolvido, pelo
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monogamia, swing, relacionamento aberto e poliamor podem ser vistos a partir de uma
cooperação, compersão3 e honestidade. Funda-se, então, um binarismo identitário, de
acordo com o autor, em que a monogamia é o “outro absoluto” do poliamor e o
relacionamento aberto e o swing, o “entre lugar”. (PILÃO& GOLDENBERG, 2012, p. 65)
2. Contextualização
A seguir, analisar-se-á uma publicação4 do dia 08 de dezembro de 2014 feita pelo
site BBC Brasil. Essa publicação se constitui por um texto multimodal, assinado por
Ricardo Senra, cujo nome é acompanhado pelas informações Da BBC Brasil em São
Paulo. O texto pode ser acessado através da seção presente no topo da página inicial do
site intitulada #SalaSocial.
A publicação em questão possui o título #SalaSocial: Redes Sociais aproximam
brasileiros adeptos do ‘poliamor’, estruturando-se em cinco pequenos textos, cada um
sendo identificado enquanto tal pelo seu subtítulo, “A monogamia é uma invenção social.”,
Famílias, ‘Amar é natural’, Encontros, Jurisprudência.
3. Análise
3.1. Metodologia de análise
Para este trabalho, serão utilizadas as categorias e subcategorias de representação
dos atores sociais de van Leeuwen (1997), inclusão, exclusão, distribuição de papéis,
associação e identificação. Através dessas categorias, os modos pelos quais os atores
sociais são representados no discurso podem ser identificados e analisados para se
determinar os efeitos de sentido dessas escolhas linguísticas.
Para que a análise possa ser realizada de forma mais didática, foram utilizados seis
tipos de símbolos para a indicação das categorias e subcategorias encontradas em cada
recorte (neste trabalho, refere-se ao subtítulo e o texto apresentado abaixo desse). Sendo
assim, tem-se, quando um ator social for incluído, o símbolo seta () para indicá-lo. No
entanto, quando a inclusão acontecer por associação, ela será indicada pelo uso do
sublinhado (associação). Considerando-se os papéis que são dados aos atores, eles serão
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Sentimento explicado como o oposto dos ciúmes. (Site Poliamor Brasil)
Último acesso em 10 de dezembro de 2014 às 14h 22 minutos.
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marcados na publicação pelo uso do negrito seguido por passivo ou ativo entre parênteses.
A subcategoria de inclusão, funcionalização, será demarcada pelo uso das chaves
{funcionalização}, a classificação entre barras //classificação// e a identificação relacional
entre colchetes [identificação relacional].
3.2. Redes sociais aproximam brasileiros adeptos do ‘poliamor’
Para este trabalho, a publicação do site BBC Brasil será dividida em recortes e
esses analisados para que as categorias e subcategorias de representação de atores sociais
de van Leeuwen (1997) possam ser localizadas e consideradas.
1 -“A monogamia é uma invenção social."
(a) Se por muito tempo a opinião dos chamados poliamoristas foi compartilhada(PASSIVO)à boca
pequena, em reuniões íntimas ou mesas discretas de fundo de bar, agora a banda toca diferente: com ajuda
das redes sociais, o poliamor "saiu do armário".
(b) Em grupos secretos ou fechados no Facebook, milhares de "trisais"("casais" formados por três
indivíduos), "quatrilhos" (quatro pessoas), grupos e curiososdefendem(ATIVO)a possibilidade de
múltiplos relacionamentos amorosos simultâneos, sempre com o consentimento de todos os envolvidos.
(c) Nas redes, compartilham (ATIVO)suas fotos, dúvidas e experiências. Discutem(ATIVO)ciúme,
fidelidade e regras para relacionamentos "poli". Detalham(ATIVO) diferentes modelos de relações.
Trocam (ATIVO) dicas para a discussão do tema em família etomam(ATIVO)coragem para se
assumirem publicamente.
(d) Também, claro, aproveitam (ATIVO) o espaço para flerte e para encontrar novos pares.
O uso, em (a), do léxico “poliamoristas” e, depois, em (b), dos léxicos "trisais",
"quatrilhos", grupos e curiosos associam atores sociais em relação a uma atividade
específica, neste caso, na prática do poliamor. A associação dos atores também acontece,
de maneira mais abrangente, através da conjunção aditiva, em (b), e que coordena quatro
grupos nominais. Esses atores são incluídos novamente no trecho, através das desinências
dos verbos “compartilham”, “discutem”, “detalham”, “trocam” e “tomam” em (c); e, em
(d), “aproveitam”. A inclusão dos atores sociais é representada, nos recortes analisados,
por uma seta.
Em seguida, pode-se observar, através dos processos verbais, em negrito, que os
atores sociais recebem papéis, podendo esses serem ativos ou passivos. Em (a), há um
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como se estivessem se submetendo a essa ação. Já em (b), (c) e (d), por outro lado, todos
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papel passivo, distanciando os atores da ação de compartilhar suas opiniões, representados
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que foram incluídos aparecem como atores do processo material, representados com forças
ativas e dinâmicas nas atividades abordadas.
2 –Famílias
(e) "Sou casada no papel com Joviano há 12 anos. Conhecemos (ATIVO)Daiane há sete. Há dois,
moramos(ATIVO)todos juntos. Dois [filhos] são biologicamente meus e dois são dela. No coração,
eles são [filhos] dos três", conta(ATIVO)a {dona de casa} Juliana Cabral, de 30 anos, ao #SalaSocial.
(f) Ao lado de Daiane, Joviano e dos quatro[filhos], ela diz(ATIVO)viver uma experiência familar
poliamorosa "bem-sucedida".
(g) Os [filhos] hoje aceitam(ATIVO)bem o modelo não-convencional. "Eles dizem (ATIVO) para os
amiguinhos que têm duas mães", conta (ATIVO), orgulhosa.
(h) Mas nem sempre foi assim. "Foi difícil para o mais velho. Ele perguntou (ATIVO): 'você é
//sapatão//, [mãe]?'. Eu disse (ATIVO) que não. Contei (ATIVO) queamo (ATIVO) estas duas pessoas
igualmente, independente de gênero. Aí ele começou a relaxar."
(i) A dificuldade não residia só dentro da casa simples onde vivem (ATIVO), na cidade goiana de Aporé,
cuja população não chega a quatro mil pessoas.
(j) "Minha [mãe]deixou(ATIVO)de falar comigo. Meu [pai] não toca (ATIVO) no assunto. Às vezes,
{professoras} nos chamam para entender como são as coisas. Tudo bem, vou (ATIVO) e explico
(ATIVO). Já aconteceu de uma delas, //evangélica//, proibir as crianças de tocarem no assunto. 'Era pecado'.
Então, mudamos(ATIVO)de escola."
Os sujeitos incluídos pela publicação são representados pelas setas. Essa inclusão
aconteceu através do uso dos nomes do atores, Jovino, Daiane, Juliana Cabral e através de
pronomes possessivos, meus, dela em (f). Os atores sociais são incluídos também em
termos de suas ocupações ou funções, como se pode ver nas palavras entre chaves em (f) e
(l), “dona de casa” e “professora”, correspondendo à subcategoria funcionalização. Em (i)
e (l), as palavras “sapatão” e “evangélica” são utilizadas para fazer referência aos atores
sociais pelas categorias ou instituições que diferenciam classes de pessoas. Dessa maneira,
têm-se exemplos da subcategoria identificação, a classificação. A identificação relacional,
outra categoria da identificação, também pode ser encontrada. Em (f), (g), (h), (i) e (l),
têm-se os atores sociais sendo representados através de relações pessoais de parentesco,
como pode ser notado pelos substantivos entre colchetes. A associação também é
encontrada em 2. Em (g), o uso das conjunções ao lado de e e associa o ator social Juliana
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(relacionamento poliamoroso) que eles vivem.
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aos outros grupos nominais, Jovino, Daiane, quatro filhos com relação ao tipo de atividade
A exclusão é outra categoria que pode ser identificada no recorte anterior. Através
do colocar em segundo plano ou do encobrimento, os atores sociais Daiane e Joviano são
secundarizados na publicação, seus papéis são reduzidos. Em (f) os atores são
apresentados, mas somente retomados depois em (i), pela desinência do verbo “vivem”, e,
em (l), pela desinência verbal “mudamos”. Juliana, ao contrário dos outros dois, é o ator
social mais incluído, pois a publicação representa, através de entrevista, seus pontos de
vista. Pode-se apontar também o encobrimento de três dos quatro filhos do ‘trisal’, pois
somente o filho mais velho tem uma de suas falas representada.
No recorte 2, observa-se que os papéis distribuídos aos atores sociais foram de
agentes. Os atores sociais são representados com forças ativas e dinâmicas, o que pode ser
percebido pelos verbos em negrito.
3 -‘Amar é natural'
(k) A principal das barreiras a se enfrentar, diz(ATIVO) Juliana, era ela própria.
(l) "Atédescobrir o grupo, eu me sentia pessoa errada. Lá quedescobri (ATIVO) que amar é natural.
Então procuramos (ATIVO) ajuda psicológica e só confirmamos(ATIVO)isso. Se dá para amar seis
filhos, por que não amar seis maridos ou esposas? O que impede a gente? Aprendi (ATIVO) a resposta:
a sociedade."
(m) O grupo a que Juliana se refere (ATIVO) está no Facebook, chama-se Poliamor e reúne mais de 5 mil
interessados. "A internet me ajudou (ATIVO) muito, moço. No começo eu tinha (ATIVO) vergonha de
dizer que era casada com um homem e uma mulher. Vendo (ATIVO) os depoimentos,
vi(ATIVO)muita gente como eu. E era gente feliz."
(n) Com a ajuda dos desconhecidos da rede, vergonha se tornou orgulho.
(o) "Ponho (ATIVO) foto no Facebook. Faço (ATIVO) declarações. Todo mundo sabe. Nos queremos
(ATIVO) bem, não fazemos (ATIVO) mal a ninguém e precisamos (ATIVO) ser respeitados.
Poliamor não é suruba ou safadeza. Poliamor é amor."
Neste recorte, novamente, os atores sociais são representados, unicamente, por
ações com forças ativas. Constituem-se, assim, papéis ativos. Observa-se isso pelos
processos em negrito, seguidos pela sua classificação entre parênteses.
Com relação à categoria de inclusão, o ator social Juliana é incluído, em (m) e em
(o), através de seu nome e, através das desinências dos verbos “descobri”, “aprendi” em
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incluído também através do pronome oblíquo “me”. Os outros atores sociais participantes
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(n), “tinha”, “vi” em (o) e, em (q), “ponho”, “faço”. Em (n) e (o), esse ator social é
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do ‘trisal’, Daiane e Joviano são incluídos através das desinências dos verbos
“procuramos”, “confirmamos” em (n), “queremos”, “não fazemos” e “precisamos” em (q).
Ao se considerar a recorrência com que o ator social Juliana é incluído, e, mais
uma vez, Jovino e Daiane são colocados em secundo plano, podemos afirmar, dessa forma,
que a representação dos últimos é reduzida na publicação.
As categorias de associação e de identificação não foram encontradas em 3.
4 –Encontros
(p) A principal dificuldade relatada nos grupos pelos novatos (PASSIVO)é identificarem qual categoria
poliamorosa se encaixam (ATIVA).
(q) Mais comum, o termo poligamia é rechaçado pela maioria dos poliamoristas(PASSIVO). "A
poligamia sempre foi associadaaos haréns, a relações machistas entre homens e várias mulheres. Aqui os
direitos são iguais e mulheres têm direito(ATIVO) de ter quantos homens desejarem",explicam.
(r) O cardápio é vasto, e incluitriângulos abertos (por exemplo, uma mulher casada com dois homens que não
se relacionam(ATIVO) entre si), triângulos fechados (trios em que todos os membros se
relacionam)(ATIVO) a grupos em que os quatro integrantes se relacionam(ATIVO).
(s)Nuno*, Lucas* e Rômulo* formam(ATIVO) um triângulo fechado. "Esse é meu{marido}e esse
é meu{namorado}", diz(ATIVO) o primeiro, apontando (ATIVO) para a foto em que aparece abraçado
a dois rapazes - um, com quem se casou(ATIVO) no papel no ano passado e outro, com quem ambos se
relacionam (ATIVO) (e vivem(ATIVO) juntos) há dois meses.
(t) Ele conta(ATIVO) que, uma vez juntos, precisaram(ATIVO) conversar para definir as regras da
relação para driblar o ciúme e possíveis frustrações.
(u) "O 'contrato' padrão dos namoros e casamentos por aí é normativo: 'eu não traio(ATIVO) e você não
me trai(ATIVO)'. Quando fugimos(ATIVO) desse padrão, precisamos(ATIVO)colocar parâmetros:
Seremos só nós três? Podemos fazer com mais gente? Sempre todos juntos ou pode separado? Tem que
avisar antes ou não tem?".
(v) As regras, diga-se, ainda são obscuras na legislação.
Em 4, como se pode atentar, são incluídos novos atores sociais e retomados outros.
Poliamoristas, em (q), aparecem novamente incluídos pela publicação. Em (p), tem-se a
inclusão dos novatos e, em (s), dos participantes do ‘trisal’, Nuno, Lucas e Rômulo. Podese observar ainda, que o ator social Nuno, é incluído, sozinho, através do uso de pronomes
possessivos e do pronome oblíquo me em (u).
pela conjunção coordenada aditiva e na construção Nuno, Lucas e Rômulo, que funciona
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associando esses nomes. Além da conjunção, a preposição com também pode ser
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A categoria associação é encontrada, em (s), pelo uso da parataxe, caracterizada
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considerada como a representação de uma ligação ou aliança dos atores sociais em relação
a uma atividade específica.
É necessário notar, ainda em (s), que a identificação relacional se faz presente. São
utilizados os substantivos marido e namorado para representar os atores sociais em termos
de relações pessoais.
Pode-se afirmar, da mesma forma que se fez no trecho 3, que um ator social é mais
incluído pela publicação do que os outros, sendo esses colocados em segundo plano.
Apesar dos três serem apresentados pelos nomes em (s), é Nuno quem é incluído através
dos pronomes possessivos e oblíquo, da identificação relacional e das desinências dos
verbos diz, se casou, conta, traio. Um dos atores participantes do ‘trisal’, Lucas ou
Rômulo, é incluído pelas desinências dos verbos relacionam, vivem, precisaram. Por essas
desinências, é possível constatar que estão incluídos Nuno e o seu marido, mas, como a
publicação não se expressa claramente a esse respeito, não se pode afirmar se esse é Lucas
ou Rômulo. Em (u), por outro lado, pode-se dizer que os três participantes da relação são
incluídos pelas desinências de fugimos, precisamos, seremos, podemos.
Além disso, vale destacar que os nomes dos participantes são seguidos por
asterisco, o que nos leva a uma informação apresentada no final da página: os nomes são
fictícios a pedido dos entrevistados. Isso nos permite afirmar, considerando um dos
possíveis efeitos de sentido dessa escolha, que os entrevistados buscaram se proteger,
preocupados com a repercussão de se assumir homossexual e poliamorista em seus meios
familiares, sociais e profissional.
Para considerarmos a última categoria presente neste recorte, é preciso se ater à
distribuição de papéis. Em (p) e (q), têm-se, aos atores sociais, atribuídos papéis passivos.
Os atores são representados como se estivessem submetidos às ações, faltando-lhes forças
ativas. Nos outros processos presentes em 4, os papéis representados pelos atores são
ativos, representados com forças dinâmicas. Como parece ser comprovado por esse e pelos
outros recortes da publicação, é predominante a representação dos atores sociais, na
publicação em questão, com papéis ativos, com formas dinâmicas.
cidade de Tupã, interior de São Paulo. Uma escritura pública de União Afetiva uniuoficialmente duas
mulheres e um homem que viviam(ATIVO) na mesma casa há três anos.
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(w) A principal experiência de oficialização de relações poliafetivas no Brasil foi registrada em 2012, na
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5 –Jurisprudência
(x) Em entrevista à BBC Brasil na época, a {tabeliã} Claudia do Nascimento Domingues, que
lavrou(ATIVO) a união, defendeu(ATIVO) que nada na Constituição brasileira impedia mais de duas
pessoas de viverem(ATIVO) como família.
(y) "O modelo descrito na lei é de duas pessoas. Mas em nenhum lugar está dizendo que é crime constituir
uma família com mais de dois. E é com isso que eu trabalho(ATIVO), com a legalidade. Sendo assim o
documento me pareceu bastante tranquilo. Trata-se de um contrato declaratório, não estou
casando(ATIVO) ninguém", afirmou(ATIVO) Claudia na oportunidade.
(z) Nuno*, o rapaz que vive(ATIVO)com outros dois apresentado (PASSIVO) nesta reportagem,
reclama (ATIVO):
(a) "Estes documentos de cartório funcionam como uma declaração de sociedade. Aí tudo é gerenciado como
se fosse uma empresa, para efeito de partilha de bens. Não é a mesma coisa (que uma relação reconhecida no
papel)."
No recorte anterior, é possível identificar a inclusão do ator social Claudia do
Nascimento Domingues em (x). A sua inclusão aconteceu através da funcionalização,
sendo representada como tabeliã (entre chaves no trecho). Nuno, o ator social apresentado
em 4, é retomado em (z). Ele, novamente, é associado, através da preposição com, aos
outros membros do trisal do qual faz parte, mas, os outros membros do trisal são colocados
em segundo plano, pois não são incluídos através de desinências verbais ou pronomes. São
somente associados a Nuno, enquanto esse é representado pela construção o rapaz que
vive, apresentado e pela desinência do verbo reclama.
Os papéis distribuídos em 5, são, em sua maioria, de atores sociais ativos. Os atores
são representados como se participassem efetivamente das ações, com forças dinâmicas.
Foi encontrado, em (z), o único papel passivo representado no trecho. O processo em
questão caracteriza o ator social como se esse estivesse se submetendo a atividade de sua
apresentação.
3.3. A representação do atores sociais no poliamor
Outra forma de apreciar as categorias analisadas anteriormente é apresentada, a
seguir, em um gráfico que demonstra o número de ocorrências de cada categoria.
O maior número de dados encontrados é referente aos papéis atribuídos aos atores
sociais. Em 61 das ocorrências, os atores são representados com forças ativas e dinâmicas,
apresentadas buscam representar os poliamoristas a partir de seus pontos de vista. Quanto
aos papéis passivos, em somente 3 das ocorrências foram atribuídos esses papéis.Pode-se
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representação que a publicação faz dos atores em questão, pois as construções linguísticas
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como participantes efetivos das ações. Esse fato pode se relacionar ao tipo de
notar, em 1(a), que o uso da passivação representa o distanciamento dos atores e da ação
propriamente dita, como, se devido à obscuridade que envolvia esse tipo de
relacionamento, pudesse-se submeter os atores à prática. Nos outros casos de atribuição de
papéis passivos, nota-se, já que os atores não são representados com forças dinâmicas, que
os seus papéis perdem a força e, consequentemente, aquilo que “relatam”, em 4 (p), e que
“rechaçam” em 4 (q).
Representação dos atores sociais
Associação
Papéis Ativos
Papéis Passivos
Funcionalização
Identificação Relacional
Classificação
Gráfico – Representação dos atores sociais na publicação analisada
Em 11 das ocorrências, a categoria associação foi utilizada para a representação dos
atores sociais. A própria escolha do tema, poliamor, pode ser vista como uma forma de
associar os atores, já que, ao se discorrer sobre o tema, praticantes desse tipo de
relacionamento são pontuados. Além disso, busca-se representar, na publicação, vários
pontos de vista de atores que se relacionam ao poliamor de uma forma ou outra, sendo
assim, os atores acabam sendo associados.
Com relação às 3 ocorrências de funcionalização, entende-se que o uso dessa
categoria se deva a uma razão: legitimação. Como pode ser observado quando as funções
tabeliã, professoras e dona de casa foram citadas. Em 2 (j), professoras são representadas
para a legitimação da relação entre os filhos do ‘trisal’ e as profissionais de uma instituição
frequentada por eles. Ao se pensar numa relação etnográfica de poder, o professor é aquele
que pode corrigir e avaliar o seu aluno. Justificando-se, assim, a atitude de Juliana quando
essa disse ter mudado os filhos de escola quando uma das professoras não os permitia tocar
trecho de subtítulo Jurisprudência. A sua profissão foi citada para a legitimação de sua
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fala, como se tivesse sido utilizado um argumento de autoridade. Em 2(e), quando Juliana
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no tipo de relacionamento vivido pelos seus pais. A profissão tabeliã foi representada no
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é citada como dona de casa, a publicação a representa como uma mulher não diferente de
outras, que se dedica em tempo integral à cuidar de sua casa e família. A categoria
identificação relacional, também pode ser associada à legitimação, pois os substantivos
utilizados relacionam-se a relações de parentesco, que constituem uma família. Mais uma
vez demonstrando, dessa forma, que o relacionamento vivido por Juliana e seus parceiros e
filhos, apesar de um pouco diferenciado, constitui uma família assim como qualquer
relacionamento monogâmico. Em 4(s), quando a publicação aborda a relação de Nuno,
Lucas e Rômulo, pode-se identificar também uma aproximação à família, pelo uso do
substantivo marido. No entanto, em seguida, o substantivo marido é associado ao
substantivo namorado através da conjunção coordenativa aditiva e, o que representa uma
característica dessa família.
Por fim, é necessário apontar que alguns atores sociais podem ser considerados
mais incluídos que outros, como é o caso de Juliana e Nuno. A publicação representa o
ponto de vista desses atores sociais poliamoristas, percebidos através do uso de aspas nos
recortes 2, 3 e 4. No entanto, os outros atores sociais participantes dos relacionamentos são
colocados em segundo plano, como acontece com Daiane, Jovino e com Lucas e Rômulo.
Considerações Finais
A análise da representação dos atores sociais na publicação da BBC Brasil
demonstrou que os praticantes do poliamor foram incluídos em todas as partes do texto.
Foram utilizadas diversas formas de incluí-los, como associação, funcionalização,
classificação e identificação relacional. Os atores, em sua maioria, foram representados
com papéis ativos. No entanto, apesar disso, pode-se perceber que não são representados
todos os atores sociais envolvidos num relacionamento poliamoroso. Na publicação
estudada, para cada relacionamento, somente uma das pessoas é representada, as outras são
incluídas, mas em segundo plano.
Essas características de representação podem estar relacionadas à visão ainda
preconceituosa a respeito de relações amorosas diferentes da convencional que, no Brasil, é
que recorrem a argumentos ligados à moral e aos bons costumes.
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como correta pelos preceitos religiosos e por parcelas mais conservadoras da sociedade,
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exemplificada pelo relacionamento monogâmico. Essa forma de relacionamento é vista
Diante disso, representações do poliamor na mídia se fazem, a cada dia, mais
necessárias para que essa forma de relacionamento possa ser conhecida, derrubando-se
falsas assunções que a relacionam a posturas de indecência e imoralidade.
Referências Bibliográficas
MARCUSCHI, L. A. Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2007. (Capítulos 4 e 6).
VAN LEEUWEN, T. A representação dos actores sociais. In: PEDRO, E. R.
(Org.).Análise Crítica do Discurso: uma perspectiva sociopolítica e funcional. Lisboa:
Editorial Caminho, 1997. p. 169-221.
PILÃO, A. C.; GOLDENBERG, M. Poliamor e monogamia: construindo diferenças e
hierarquias. In: Revista Ártemis, Edição V. 13; jan-jul, 2012. pp. 62-71.
Referência do material de análise
Página
15
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/12/141206_salasocial_poliamor_rs
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