Quirão 151

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Quirão 151
Ano XXXIII - Nº 151 - Maio de 2016
Zootecnia:
50 anos de estudos
no Brasil
Goiás contra
a carne
clandestina
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Editorial
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
Zootecnia e sua importância
para o agronegócio brasileiro
No dia 13 de maio comemoramos o Dia do Zootecnista, profissional das ciências agrárias fundamental para o agronegócio brasileiro.
Nesta edição do Quirão falamos da primeira escola de Zootecnia do
Zoot. Elis Aparecido
Centro-Oeste, a então Escola Superior de Ciências Agrárias de Rio
Bento
Conselheiro efetivo do
Verde (ESUCARV), que era mantida pela Fundação de Ensino SupeCRMV-GO
rior de Rio Verde (FESURV), atual Universidade de Rio Verde (UniRV).
Mostramos depoimentos de profissionais que participaram deste
momento histórico no sudoeste goiano, em 1985, e desbravaram os caminhos para esta
grande profissão em Goiás.
A zootecnia surgiu na França em 1948, quando o conde Gasperin propôs a divisão do
ensino das plantas (agronomia), do estudo das técnicas de criação dos animais. Também
foi ele quem sugeriu o nome Zootecnia, aceito em quase todos os países, exceto os da língua inglesa que preferiram o termo “Animal Science”.
Para tanto, foi criada no Instituto Agronômico de Versailles em Paris a “cátedra” Zootecnia e escolhido para lecionar, sob concurso, o jovem naturalista Emile Beaudment, que,
aliás, com sua tese revolucionária para época, considerou os “animais como verdadeiras
máquinas vivas, transformadoras e valorizadoras dos alimentos”, tese essa que continua
até hoje como o fundamento teórico da Zootecnia em todo mundo, pois o jovem Emile já
previa aí a relação: máquina animal x fazenda empresa.
No Brasil a zootecnia surgiu por meio da luta do Engenheiro Agrônomo Otávio Domingues, considerado o pai da Zootecnia no país, mas que infelizmente não viveu para ver seu
sonho realizado, pois faleceu em 1965. O professor Domingues deixou um excelente legado para as gerações futuras com sua abnegação para conseguir realizar o sonho de criar
um curso nessa área do conhecimento agrário. Contribuiu ainda com uma das definições
mais completas e objetivas do segmento quando considerou a Zootecnia “uma ciência
aplicada que estuda e aperfeiçoa os meios de promover a adaptação econômica do animal
ao ambiente criatório e deste ambiente ao animal”. O primeiro curso de Zootecnia do Brasil
foi criado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), na cidade de
Uruguaiana-RS, em 13 de maio de 1966, portanto, há 50 anos.
Os Zootecnistas goianos têm motivos para comemorar. Hoje, o Estado de Goiás, cuja
economia é movida pelo agronegócio, possui sete instituições de ensino que oferecem o
curso. Aproveitamos o momento para parabenizar os profissionais que conseguem alavancar os números do agronegócio brasileiro, setor que em 2015 foi responsável por 23% da
fatia no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, um crescimento de 1,8% no ano passado em
relação ao ano anterior. Com certeza precisamos de mais profissionais capazes de enxergar
o agronegócio como elemento fundamental na economia brasileira. Para isso, esses profissionais precisam estar atentos às novas tecnologias, assim como serem capazes de desenvolver principalmente habilidades humanísticas e de gestão. O conhecimento técnico já
não é mais suficiente. O profissional precisa ser múltiplo e atento.
Outra questão discutida mundialmente é o desafio de reduzir a fome e a miséria no
mundo, por meio da produção racional de alimentos. O Brasil, com seu destaque na agricultura e pecuária, tem grande responsabilidade no contexto de formar profissionais comprometidos com esses grandes temas atuais e tão necessários para a sobrevivência de animais, humanos e meio ambiente.
Parabéns a todos os Zootecnistas de Goiás!
Mensagens
“Foi esclarecedor, sanando várias dúvidas e mostrando caminhos
para exercer bem a profissão”.
Med. Vet. Altino de Deus Filho, sobre Seminário Básico, dia 18 de março.
“O conteúdo foi muito bom e os apresentadores conhecem o assunto.”
Méd. Vet. Ricardo Ribeiro Alves, sobre Seminário Avançado, dia 4 de março.
Quirão
A mitologia grega relata que a medicina dos animais
teria sido descoberta pelo Centauro Quirão (Chiron),
figura metade homem, metade animal, filho de Saturno
e da ninfa Fílira. Em sua mão direita conduz a serpente e
o bastão, atributos de Esculápio, seu discípulo, símbolo
da arte de curar.
Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás
Goiânia:
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Vet Giro
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
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Labvet conquista selo de acreditação do Inmetro
Foto: Divulgação
O Laboratório de Análise e Diagnóstico
Veterinário (Labvet) da Agência Goiana de
Defesa Agropecuária (Agrodefesa) foi acreditado pelo Inmetro, no último dia 28 de
abril, para os seguintes escopos: Imunodifusão em Gel de Ágar (IDGA) para o diagnóstico de Anemia Infecciosa Equina; Fixação de Complemento para o diagnóstico de
Mormo; Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT), Teste do Anel do Leite (TAL)
e 2- Mercaptoetanol para o diagnóstico de
Brucelose. Todos os resultados dos ensaios
referentes a esses escopos já estão sendo
emitidos com o símbolo da acreditação.
Acreditação significa outorgar a uma organização um certificado de avaliação que
expressa a conformidade com um conjunto
de requisitos previamente estabelecidos.
Portanto, a acreditação de laboratórios,
segundo os requisitos estabelecidos na
norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005, é realizada pela Divisão de Acreditação de Laboratórios do Inmetro e representa o reco-
nhecimento formal da competência técnica
do laboratório, sendo uma maneira segura
de identificar que a instituição oferece a
máxima confiança em seus serviços.
Para isso, o Labvet foi avaliado, conforme requisitos fundamentados na NBR ISO/
IEC 17025:2005, e foi constatado que o laboratório de diagnóstico animal da Agrodefesa atende à legislação vigente, preza
pelo bom atendimento ao cliente, cumpre
boas práticas para realização de ensaios,
garante a validade dos reagentes e produtos utilizados, realiza calibração de aparelhos e equipamentos, faz capacitação da
sua equipe de trabalhadores e permite toda
a rastreabilidade do processo.
Neste contexto, a acreditação do Labvet
traz vantagens como melhoria da transferência interna de conhecimento, melhoria
da organização, aumento da competitividade, aumento da satisfação e fidelidade dos
clientes, exigência de mercado, redução
de custos, motivação da equipe e, especialmente, a confiabilidade nos resultados,
como ressaltou o Méd. Vet. Rafael Costa
Vieira, gerente do Labvet e também tesoureiro do CRMV-GO.
Para alcançar o status de laboratório
Acreditado, o Labvet percorreu um longo
caminho durante o processo, sendo relevante destacar o comprometimento de
toda a equipe (foto) na manutenção e melhoria contínua do Sistema de Gestão da
Qualidade, o compromisso da Direção da
Agrodefesa e o investimento financeiro do
Governo do Estado e do Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária do Estado
de Goiás (Fundepec).
Zona Livre de Peste Suína Clássica
Goiás, outros 13 Estados e o Distrito Federal estão na expectativa para obter em maio,
durante a assembleia da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a certificação
de área livre de peste suína clássica (PSC). A
Comissão Científica da OIE aprovou o pleito
brasileiro que solicita o reconhecimento dos
estados do Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, São
Paulo, Sergipe, Tocantins, parte do Amazonas, além do Distrito Federal.
Entre as exigências do código sanitário
de animais terrestres da OIE para que se
consiga a certificação estão as notificações
de suspeita de doença hemorrágica ou aumento de mortalidade, melhorar barreiras
Consulte no site
sanitárias fixas, estabelecer corredores sanitários e barreiras volantes. Atualmente,
apenas os estados do Rio Grande do Sul e
Santa Catarina possuem a certificação internacional, obtida em maio de 2015.
Desde 2015, a peste suína clássica (PSC)
passou a fazer parte da lista de doenças
de reconhecimento oficial da Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE), juntamente
com febre aftosa, peste bovina, encefalopatia espongiforme bovina, peste dos pequenos ruminantes e peste equina, por exemplo. A partir de então, o reconhecimento de
país ou área livre da doença é obtido através de certificação da OIE.
Com a nova regra, a peste suína clássica
deixou de ser uma doença de auto declara-
Foto: Divulgação
ção para ser de reconhecimento oficial. Na
situação anterior, cada país membro poderia declarar seu território ou parte dele
como livre da doença. Com a nova regra,
os países membros solicitam a certificação
internacional à Organização Mundial de
Saúde Animal.
Assessoria de Comunicação do CFMV com
informações do Mapa
Consulte no site do CRMV-GO os seguintes banners: Links Úteis (com informações
sobre as entidades ligadas ao agronegócio), Convênios com o CRMV-GO (temos convênio
com a Qualicorp), Classificados (com ofertas de empregos, venda de equipamentos
e outros anúncios), Agenda da Diretoria, entre outras informações importantes para
você ficar por dentro das notícias do CRMV-GO. Informe-se! Mande suas sugestões para:
[email protected]. Nosso site tem uma média de 10 mil visitas por mês.
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Clicks
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
Reunião, dia 11 de março, na Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema)
sobre atuações dos órgãos referente aos maus tratos dos animais (Resolução CFMV n° 1069/2015). O presidente do CRMV-GO, Méd. Vet. Benedito
Dias de Oliveira Filho, a Coordenadora Técnica do CRMV-GO, Méd. Vet.
Raquel de Sousa Braga e Comissão de Bem-estar Animal do CRMV-GO se
reuniram com o delegado da Dema, Alexandre Otaviano Nogueira.
Mais de 350 quilos de alimentos não perecíveis e 61 quilos de ração para
pets foram arrecadados nos três primeiros Seminários de Responsabilidade
Técnica de 2016. Os 372 quilos de alimentos foram doados, dia 4 de abril,
para o Movimento Jovens Livres, instituição filantrópica que existe há 47
anos, pioneira no Brasil no atendimento a toxicômanos. Na foto, a coordenadora técnica do CRMV-GO, Méd. Vet. Raquel de Sousa Braga e o fundador
do Movimento Jovens Livres, Paulo de Oliveira Brasil (de barba) e Jorcelino
José Soares, também da entidade, cuja sede administrativa está no Parque
Industrial de Goiás, em Goiânia. Os 61 quilos de ração foram doados para a
Associação Protetora e Amiga dos Animais (Aspaan), de Anápolis, dia 19 de
abril. Acompanhe as notícias do Projeto RT Solidário. Veja mais na página 9.
Reunião ocorrida no dia 14 de março, no CRMV-GO, discutiu as
estratégias para as próximas etapas da operação “Goiás contra a carne
clandestina”, deflagrada no ano passado. Vários órgãos participam do
projeto, desencadeado pelo Ministério Público Estadual (MP-GO) e que
tem o CRMV-GO como parceiro. A promotora Alessandra de Melo e Silva,
do Centro de Apoio Operacional (CAO) do Consumidor, está à frente dos
trabalhos. Veja matéria na página 11.
Profissionais da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) se
reuniram no auditório do CRMV-GO, nos dias 28 e 29 de março, para um
curso de atualização do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação
de Bovinos e Bubalinos (SISBOV). O órgão concluiu, em fevereiro, o relatório anual do Sisbov de 2015. Segundo o documento, 76 propriedades que
fazem parte do Sistema foram auditadas e 31 reauditadas. Deste total, 11
foram consideradas não conformes.
Parabólica
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
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Goiânia será a capital dos pequenos animais
No último dia 20 de abril, o presidente da Associação Nacional dos Clínicos
Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa Goiás), Méd. Vet. Ronaldo Medeiros de Azevedo, lançou uma rodada de
negócios do 37° Congresso Brasileiro da
Anclivepa (CBA) 2016. Na oportunidade,
foi inaugurada a nova sede da associação,
localizada na Avenida Contorno, n° 73, no
Centro de Goiânia, com amplo espaço
para atividades teóricas e práticas, um
marco para os Médicos Veterinários clínicos de pequenos animais do Estado. O
presidente do CRMV-GO, Méd. Vet. Benedito Dias de Oliveira Filho, participou da
solenidade de inauguração, assim como
várias outras autoridades e empresários
parceiros do CBA 2016.
As inscrições on-line para o 37° CBA
foram computadas até o dia 30 de abril.
Os interessados em participar do maior
evento nacional de clínicos veterinários
de pequenos animais, que será realizado
em Goiânia, de 12 a 14 de maio, poderão
fazer suas inscrições no Centro de Convenções de Goiânia, onde acontecerá o
congresso. Acesse a programação científica e social pelo www.anclivepa2016.
com.br. Na próxima edição do Quirão vamos divulgar os registros do evento, que
deve reunir cerca de três mil profissionais
na capital goiana.
Hospital-Modelo
O CBA traz, entre outras novidades,
um hospital-modelo e um pet shop-modelo para tirar as dúvidas dos profissionais que querem montar ou adequar suas
empresas de acordo com a Resolução do
CFMV n° 1015/2012, que estabelece critérios para estabelecimentos veterinários.
Fiscais do CRMV-GO e Vigilância Sanitária
estarão presentes para tirar as dúvidas.
A programação científica está repleta
de novidades e traz o Fórum Internacional
de Nutrição, curso de gestão de clínicas,
novidades sobre epilepsia canina, anorexia em gatos, zoonoses e medicina felina, novas perspectivas para a Parvovirose
canina, acupuntura no tratamento da dor
crônica, entre outros importantes temas,
inclusive o Congresso Brasileiro de Odontologia Veterinária, um dos sete eventos
paralelos ao CBA.
Uma palestra inédita em tempos
de crise: Quero ir embora. Como ser
médico veterinário nos EUA? Tudo que o
profissional gostaria de saber e não tinha
para quem perguntar, no dia 13 maio,
às 14 horas, com o Méd. Vet. Ronaldo
Casimiro. Acesse o site do congresso para
saber mais.
Veja os registros da
inauguração da nova sede
da Anclivepa Goiás em
www.crmvgo.org.br
(Galeria de Fotos) e
também nas redes sociais.
Nova sede da Anclivepa Goiás,
no Centro de Goiânia
Coleta nos estabelecimentos veterinários
Foto: Divulgação Comurg
A Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – seção Goiás
(Anclivepa-GO) está em negociação com a
Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) sobre o recolhimento do lixo hospitalar e retirada das carcaças de animais nos
estabelecimentos veterinários. A proposta
da entidade é que as carcaças, quando não
contaminadas, poderiam ser depositadas
junto ao lixo comum, de acordo com o horário pré-estabelecido da coleta, desde que
o material esteja devidamente embalado e
acondicionado.
Materiais passíveis de contaminação
ambiental seriam encaminhados via coleta
seletiva de lixo hospitalar, ao valor pré-estabelecido pela Comurg, que hoje é de R$
3,51 por quilo, ou ainda encaminhados para
outras empresas que também realizam trabalho de coleta. De acordo com o Méd. Vet.
Ronaldo Medeiros de Azevedo, presidente
da Anclivepa Goiás, as carcaças poderiam
ser encaminhadas pelos estabelecimentos
para o aterro sanitário em transporte próprio quando assim considerar necessário,
mediante pagamento do valor pré-estabelecido entre as partes e com a quantidade
mínima determinada. Representantes da
Anclivepa, CRMV-GO e Comurg vão se reunir para definir o assunto e acertar os valores. Acompanhe aqui no Quirão, site e redes
sociais as decisões.
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Especial
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
Zootecnia: 50 anos de estudos no Brasil
Selo comemorativo dos 50 anos da Zootecnia
promovido pela Associação Brasileira dos
Zootecnistas (ABZ). Baixe o arquivo no site
www.abz.org.br/zootecnia/logomarca-50-anos.
O primeiro curso de Zootecnia do Brasil foi criado pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS),
na cidade de Uruguaiana-RS, no ano
de 1966, portanto, há 50 anos. Este fato
ocorreu 13 anos após a primeira proposta
curricular para um curso de Zootecnia ter
sido elaborada. A profissão de Zootecnista foi regulamentada em 4 de dezembro
de 1968 pela Lei Federal 5.550, assinada
pelo então presidente Arthur da Costa
e Silva. Nessa época os profissionais estavam ligados aos Conselhos Regionais
de Engenharia e Agronomia (CREAs). De
acordo com o Art. 4° da Lei 5.550, “a fiscalização do exercício da profissão de
Zootecnista será exercida pelo Conselho
Federal e pelos Conselhos Regionais de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia,
enquanto são instituídos os Conselhos de
Medicina Veterinária ou os da própria entidade de classe”.
Com a criação dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária, em outubro
de 1968, os Zootecnistas passariam a ser
fiscalizados pelos CRMVs, de acordo com
o Decreto-lei n° 425, publicado em 21 de
janeiro de 1969, que revogou o Art. 4° da
Lei 5.550. Em 12 de julho de 1969, por
meio do Parecer 406, Resolução n° 6, foi
estabelecido o currículo mínimo e a duração para o curso de Zootecnia.
O Zootecnista pode atuar em empresas e propriedades rurais com melhoramento de rebanhos, acompanhamento
de abate de animais, preparação de rações, manejo de pastagens, elaboração
de projetos agropecuários e gestão de
negócios agrícolas. Seu campo inclui
ainda exposições e feiras agropecuárias
e atividades de ensino, pesquisa e extensão. O Centro-Oeste, devido à grande
quantidade de propriedades rurais, é um
bom campo para esse profissional, que
está em ascensão devido ao aumento
populacional, ao mesmo tempo em que
diminuem as terras de cultivo, o que gera
pressão por uma produção agrícola eficiente, lucrativa e capaz de atender à demanda por alimentos, que é crescente.
Primeira turma do Centro-Oeste
A primeira turma de Zootecnia da
região Centro-Oeste foi da então Escola
Superior de Ciências Agrárias de Rio Verde (EsucaRV), que era mantida pela Fundação de Ensino Superior de Rio Verde
(FesuRV), atual Universidade de Rio Verde (UniRV). A professora aposentada da
Unirv, Zoot. Isabel Dias Carvalho, que é da
primeira turma formada em 1985, conta
como foi na época da graduação inédita
em Goiás. “Um glamour”, segundo ela,
que ainda guarda o convite de formatura
e o jornal com o resultado do vestibular.
Nessa turma, que iniciou os estudos em
1981 e concluiu em 1985, 17 profissionais
se graduaram, sendo 11 homens e seis
mulheres.
A Zoot. Isabel Dias Carvalho conta ainda que, depois do glamour da formatura,
a preocupação era muito grande com o
mercado de trabalho na década de 80,
Conectados
Site do CRMV-GO – Cerca de 10 mil visitas por mês
Facebook – Mais de 6 mil curtidas
Twitter – Mais de 1,9 mil seguidores
por causa da novidade do curso. “Ninguém sabia exatamente o que iríamos
fazer”, comentou ela ao destacar que,
mesmo assim, todos os profissionais formados nessa primeira turma do Centro-Oeste seguiram carreira e se estabeleceram no mercado.
O Zoot. Luiz Antônio Cruvinel Nunes
também é da primeira turma do Centro-Oeste e atualmente ocupa o cargo de
gerente da fábrica de rações da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais
do Sudoeste Goiano (Comigo), em Rio
Verde. Ele foi o primeiro Zootecnista contratado pela empresa, em 1992, quando
a fábrica de ração produzia 12 toneladas
por hora contra as 120 toneladas por hora
Siga-nos
Zootecnista Isabel Dias Carvalho que ainda
guarda o convite de formatura (no detalhe).
www.crmvgo.org.br
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twitter.com/CRMVGO
Especial
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
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Foto: Bruno Kamogawa/Comigo
Instituições de ensino em Goiás
Em Goiás, existem sete instituições de ensino que oferecem o curso, atualmente:
- Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), em Goiânia –
www.pucgoias.edu.br
- Universidade Estadual de Goiás (UEG), câmpus São Luís de Montes Belos –
www.slmb.ueg.br
- Universidade Federal de Goiás, câmpus Jataí – www.jatai.ufg.br
- Escola de Zootecnia da UFG, câmpus Goiânia – www.evz.ufg.br
- Instituto Federal Goiano, câmpus Rio Verde - www.rioverde.ifgoiano.edu.br
Zootecnista Luiz Antônio Cruvinel Nunes, que é da
primeira turma de Zootecnistas do Centro-Oeste,
formada em 1985, e foi o primeiro Zootecnista da
Comigo, em Rio Verde.
produzidas hoje. A Cooperativa possui
em seus quadros atuais três zootecnistas
no setor de produção e outros três no departamento comercial.
Cruvinel conta que quando a turma se
formou, as pessoas pensaram que Zootecnia era um curso da escola agrícola da
cidade, de nível médio. “O desconhecimento era grande porque as pessoas só
conheciam a veterinária e a agronomia”.
Mas ele levou apenas dois anos para se
ingressar na área. O gerente da Comigo
frisou que o mercado é muito promissor,
principalmente no setor de granjas, pois
o manejo adequado e o foco na produção
são exatamente as habilidades requeridas pelos grandes empregadores. “Penso
que a Zootecnia está muito melhor hoje
em dia”, destacou ele.
Campanha
Hoje, existem 1.590 Zootecnistas inscritos em Goiás, até abril de 2016, sendo
914 ativos e 676 inativos. Para o presidente da Comissão Estadual de Zootecnia do
CRMV-GO, Zoot. Fabrício Estrela Mendon-
- Instituto Federal Goiano, câmpus Ceres – www.ifgoiano.edu.br/ceres
- Instituto Federal Goiano, câmpus Morrinhos – www.ifgoiano.edu.br/morrinhos
ça, também sócio-diretor da Biox, o propósito do Zootecnista é gerar valor para o
agronegócio brasileiro nas diversas áreas
da produção animal do país, ocupando as
funções em organizações de trabalho públicas e privadas. O Zootecnista de sucesso, além das competências técnicas, deve
reunir competências humanísticas como
trabalhar bem em equipe, obedecer a hierarquias, liderar e tomar decisões. Deve
possuir ainda habilidades gerenciais para
contribuir com os agentes envolvidos em
determinado negócio ou setor produtivo
para alavancar os resultados. “Aproveito
para parabenizar os profissionais de Goiás
que focam em seus propósitos e contribuem com a valorização do agronegócio
no Estado”, destacou Estrela.
O mote da campanha 2016 pelo Dia
do Zootecnista desenvolvido pelo sistema CFMV/CRMVs é “Zootecnista: um
profissional para criar, manejar e melhorar a genética dos rebanhos brasileiros”.
Veja no site www.crmvgo.org.br o material (impresso e vídeo) e compartilhe os
CENSURA PÚBLICA
conteúdos.
Atenção para o 5° Ciclo de
Palestras da Zootecnia, em
comemoração ao Dia do Zootecnista.
Data: 18 de junho de 2016, no
auditório da Faeg, no Setor Sul, em
Goiânia-GO. Iniciativa da Comissão de
Zootecnia do CRMV-GO.
Inscrições e programação disponíveis
a partir da segunda quinzena de maio
no site www.crmvgo.org.br.
Foto: Arquivo Pessoal
Zootecnista Fabrício Estrela Mendonça
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Goiás – CRMV-GO, Autarquia Federal de fiscalização do exercício profissional, no uso de
suas atribuições legais conferidas pela Lei Federal nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, regulamentada pelo Decreto nº 64.704, de 17 de junho de
1969, consoante a decisão proferida pelo Plenário do Conselho Federal de Medicina Veterinária, na Septuagésima Nona (LXXIX) Sessão Especial de
Julgamento, nos autos do Processo Ético- profissional CFMV nº 3540/2015 e CRMV-GO nº 9758/2014, vem executar a penalidade de CENSURA PÚBLICA
EM PUBLICAÇÃO OFICIAL, com fundamento no artigo 33, alínea “c” da Lei Federal nº 5.517/68, aplicada ao Médico Veterinário ISAÍAS ALVES VELOSO,
CRMV-GO 1623, pela violação aos artigos 1º; 3º; 5º; 6º, inciso I; 13 incisos V e IX; 14, incisos I e III; 24, inciso I, todos do Código de Ética do Médico
Veterinário, Resolução CFMV nº 722/2002.
Goiânia, 23 de março de 2016.
Benedito Dias de Oliveira Filho
Méd.Vet. CRMV-GO 0438
Presidente
8
Fique por dentro
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
Manejo do porquinho-da-índia em cativeiro
O porquinho-da-índia (Cavia porcellus)
é encontrado na América do Sul (Peru, Argentina, Brasil e Uruguai). É um dos animais
silvestres preferidos em Goiás. No hábitat
natural possui atividade diurna e forma
grupos de 8-10 indivíduos, sendo o macho
dominante.
Apesar do nome que levam, os porquinhos-da-índia nada têm a ver com suínos,
e nem mesmo são originários da Índia. O
nome “porquinhos” refere-se ao som que
produzem, similar ao grunhir dos porcos.
E “da Índia”, é devido ao fato de serem
originários da América do Sul, ou “Índias
Ocidentais”. Por terem os europeus confundido a América do Sul com as Índias,
deram este nome a estes animais que aqui
encontraram.
A maturidade sexual ocorre a partir da
10º semana de vida nos machos e da 6º nas
fêmeas. O período de gestação é de 59-72
dias, com um número de crias de 2-5 indivíduos que desmamam com 3-4 semanas
de vida. A longevidade média em cativeiro
é de 4 a 5 anos.
Os porquinhos-da-índia são herbívoros
e, por isso, necessitam de uma alimentação
rica em fibras, como capim, feno e vegetais
verdes escuros. Os vegetais podem ser servidos em porções (cerca de 1 copo) uma ou
mais vezes ao dia. Já o feno e o capim devem ser fornecidos em quantidade ilimitada. O consumo das fibras é vital para a boa
saúde deste animal, uma vez que promove
o desgaste dos dentes, mantém em pleno
funcionamento o sistema digestivo, auxilia
na produção dos cecótrofos, que são fezes
consumidas pela manhã que fornecem vitaminas e diminui o consumo de carboidratos (ração e frutas, principalmente), que
podem causar problemas se fornecidos em
excesso e de baixa qualidade. Por não possuírem a enzima necessária para a síntese
de vitamina C, esta deve ser suplementada,
de preferência, por meio de alimentos que
Foto: Divulgação
contenham teores elevados desta vitamina.
Os dentes incisivos, molares e pré-molares têm crescimento contínuo, o que aumenta as chances de patologia dentária, se
não fornecidos alimentos e materiais que
promovam o desgaste.
A falta de apetite é um motivo frequente de consultas veterinárias em porquinhos-da-índia. É um sintoma inespecífico,
que pode ser ocasionado por muitas enfermidades. Não comer é extremamente sério,
pois com cerca de 16 a 20 horas sem se alimentar, as células começam a se “romper”,
causando um quadro de lipidose hepática,
principalmente em animais obesos. Deste
ponto em diante, o estado do porquinho-da-índia só tende a piorar, em especial
quando este sintoma persiste por 2 dias ou
mais. Somado a isso, tem-se o fato de que
estes animais tendem a não lutar contra
doenças e começam a recusar alimentos, o
que os enfraquece ainda mais. Portanto, se
o porquinho-da-índia não está comendo,
leve-o a um Médico Veterinário especializado imediatamente.
Para o alojamento do porquinho-da-índia, o ideal é o cercadinho com telas aramadas, uma vez que este permite que sejam
montados espaços de diversos tamanhos
e formatos. O fundo pode ser feito com
plástico ou emborrachado grosso (soft). É
desaconselhado o uso de gaiolas de outros
pequenos roedores (como hamsters, ratos
e chinchilas), aves e aquários. Gaiolas para
coelhos devem ser evitadas. Além de o local
ser pequeno, o porquinho-da-índia precisa
de espaço para se exercitar. A restrição de
atividade física causa obesidade, pododermatite, problemas de coluna e impactação
intestinal. Se usadas, devem ter no mínimo
76 x 91cm, o chão não deve ser de grade e
o porquinho-da-índia deve ser solto várias
vezes ao dia. Se viveiro externo, estes podem ser feitos de madeira e cercado com
telas aramadas, possuir telhado para proteção do sol e chuva e o ambiente deve ser
fresco e ventilado, de modo a minimizar
correntes de ar, odores e aumento de umidade. O piso pode ser de grama natural.
A convivência entre coelhos e porquinhos-da-índia deve ser evitada. Os coelhos,
em geral, são portadores da bactéria Bordetella bronchiseptica, que é inofensiva para a
espécie, ao passo que para os porquinhos-da-índia essa bactéria causa pneumonia e
abortamento.
Autores: Méd. Vet. Marina Mendonça de Miranda, especialização em Clínica
Médica e Cirúrgica de Animais Selvagens e
Exóticos e membro da Associação Brasileira
de Veterinários de Animais Selvagens (Abravas) e Méd. Vet. Bruno Ferreira Carneiro,
mestrando em Ciência Animal pela UFG e
também membro da Abravas. Proprietários
da Clínica Refúgio Silvestre, em Goiânia.
REFERÊNCIAS:
1- QUESENBERRY, K. E; DONNELLY, T. M.;
MANS C. Biology, Husbandry and Clinical
Techniques of Guinea Pigs and Chinchillas.
In: QUESENBERRY, K. E.; CARPENTER, J. W.
Ferrets, Rabbits and Rodents- Clinical medicine and surgery Missouri: Elsevier, 2012,
p. 279-294.
2- TEIXEIRA, V. N. Rodentia-Roedores
Exóticos. In: CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de Animais Selvagens – Medicina Veterinária. Segunda edição. São Paulo: Roca, 2014, p. 1169-1208.
CENSURA PÚBLICA
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Goiás – CRMV-GO, Autarquia Federal de fiscalização do exercício profissional, no uso de
suas atribuições legais conferidas pela Lei Federal nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, regulamentada pelo Decreto nº 64.704, de 17 de junho de
1969, consoante a decisão proferida pelo Plenário do Conselho Regional de Medicina Veterinária, na Centésima Trigésima Primeira Sessão Especial de
Julgamento, nos autos do Processo Ético- profissional nº 31/2015, vem executar a penalidade de CENSURA PÚBLICA EM PUBLICAÇÃO OFICIAL, com
fundamento no artigo 33, alínea “c” da Lei Federal nº 5.517/68, aplicada ao Médico Veterinário ATAÍDES CÉSAR CASTANHEIRA NETO, CRMV-GO 6420,
pela violação aos artigos 1º; 3º; 13 incisos IX e XX; 14, incisos I e VIII, todos do Código de Ética do Médico Veterinário, Resolução CFMV nº 722/2002.
Goiânia, 25 de abril de 2016.
Benedito Dias de Oliveira Filho
Méd.Vet. CRMV-GO 0438
Presidente
Responsabilidade Técnica
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
9
Preenchimento da ART on-line
As Anotações de Responsabilidade
Técnica (ARTs) já podem ser preenchidas
on-line (Resoluções CFMV n° 1041/2013 e
683/2001). As três vias do documento são
preenchidas no site, então, o profissional
deve imprimí-las, assiná-las e enviá-las ao
CRMV-GO para homologação. A Coordenadora Técnica do CRMV-GO, Méd. Vet. Raquel
de Sousa Braga, informou que a vantagem
da ART on-line é evitar preenchimentos incorretos que são responsáveis por mais de
40% das devoluções de ART, em média, o
que torna moroso o processo de homologação.
No preenchimento via web, a maioria
dos campos apresenta uma explicação para
facilitar o entendimento, portanto, as chances de erros são quase nulas. Clique no banner Tudo sobre RT, que está em destaque no
site www.crmvgo.org.br e acesse o menu
Anotações de RT. Mais informações pelo (62)
3269-6527 ou [email protected].
Boletos para homologação de ART
O CRMV-GO informa que os boletos emitidos para homologação
de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) serão enviados exclusivamente para os e-mails da empresa e do profissional RT. Fique
atento e verifique também sua caixa de lixo eletrônico. Mantenha
seu endereço eletrônico sempre atualizado! Mais informações pelo
(62) 3269-6527 ou [email protected].
Registro de clínicas, consultórios e hospitais
Os proprietários de estabelecimentos veterinários devem enviar os documentos de
registo das clínicas, consultórios e hospitais
apenas após o término das obras da unidade e aquisição dos equipamentos, já que é
necessária uma vistoria dos fiscais para saber
se o local está de acordo com a Resolução
CFMV n° 1015/2012, antes de liberar o registro. Mais informações pelo (62) 3269-6527.
Projeto RT Solidário
Em 2016, o CRMV-GO implantou o Projeto “RT Solidário”, cujo objetivo é estimular a responsabilidade social dos profissionais inscritos em Goiás que participam das
atividades de Educação Continuada. Cada
Seminário de Responsabilidade Técnica
tem um “custo” de 2 quilos de alimentos
não perecíveis ou ração para pets. Os alimentos são doados para instituições filantrópicas de Goiânia. O projeto faz parte
das ações de Responsabilidade Social do
CRMV-GO e os profissionais se mostram
sempre dispostos a colaborar. Agradecemos a todos pelas importantes doações.
Acompanhe no menu Tudo sobre RT –
Projeto RT Solidário as arrecadações e os
registros das entregas dos produtos (veja
foto da primeira entrega dos alimentos na
página 4). Seja você também um RT Solidário!
A Coordenação Técnica do CRMV-GO informa que o Seminário
Básico de RT, que estava programado para o dia 17 de junho, em
Goiânia, foi remanejado para o dia 10 de junho. Programe-se!
Mais informações pelo (62) 3269-6527.
10
Fique por dentro
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
Médicos Veterinários, Zootecnistas e a Pegada Hídrica
Foto: Arquivo Pessoal
Entender a água como elemento
fundamental para a vida e para a economia é
um passo importante para que o Brasil tornese verdadeiramente um país desenvolvido.
Ter água de qualidade significa, também,
ter uma população mais saudável, um
meio ambiente melhor uma economia
mais fortalecida. No dia 22 de março
comemoramos o Dia Mundial da Água e no
dia 22 de abril, o Dia do Planeta Terra.
O consumo de água no planeta está
ligado às diversas funções da água,
tanto no cotidiano das pessoas, como na
produção de alimentos, roupas, papel
e entre outros. E, a quantidade de água
usada para esses meios é enorme e muitas
vezes desproporcional. Segundo dados da
Water Footprint, para produzir um quilo de
carne bovina, por exemplo, são gastos 15,5
mil litros de água, um pouco mais que os
dez mil litros de água gastos para fazer um
quilo de algodão.
Compreender como fazer um uso mais
sustentável e equitativo da água é um dos
grandes desafios que se colocam a empresas
e cidadãos para as próximas décadas. Nesse
contexto, surge o conceito de Pegada
Hídrica. E você conhece sua pegada hídrica?
Se nunca ouviu falar sobre Pegada Hídrica, é
bom saber: ela é um indicador do uso da água
que analisa sua utilização de forma direta
e indireta, tanto do consumidor quanto do
produtor. A Pegada Hídrica de um indivíduo,
comunidade ou empresa é definida como o
volume total de água doce que é utilizado
para produzir os bens e serviços consumidos
pelo indivíduo, comunidade ou produzidos
pelas empresas.
A Pegada Hídrica é dividida em três
tipos: a azul, que mede o volume das águas
de rios, lagos e lençóis freáticos, usualmente
utilizadas na irrigação, processamentos
diversos, lavagens e refrigeração; a pegada
hídrica verde, que se relaciona à água das
chuvas, necessária ao crescimento das
plantas; e a pegada hídrica cinza, que mede
o volume necessário para diluição de um
determinado poluente até que a água em
que este efluente foi misturado retorne
a condições aceitáveis, de acordo com
padrões de qualidade estabelecidos.
Sendo assim, com base nos dados da
ONU, a Pegada Hídrica de cada brasileiro
é de 2.027 m3/ano, que está acima da
média global de 1.385 m3/ano. Isso ocorre
basicamente por causa da nossa relevante
produção agrícola. Outra informação
interessante é que 9,2% desta Pegada
Hídrica per capita se refere a produtos
importados, ou seja, é a água virtual contida
nos produtos que importamos.
Sobrevivemos às mudanças climáticas,
hiperinflação, excesso de impostos, períodos
de recessão, estamos atordoados com as
frentes de corrupção, mas como sobreviver
e progredir nos negócios sem água? Não
é possível aceitar que esparsas campanhas
de diminuição de consumo de água pela
população resolvam o problema. É preciso
que o agronegócio e o setor industrial
participem efetivamente na gestão e o no
uso sustentável dos recursos naturais.
Nós, Médicos Veterinários e Zootecnistas,
precisamos saber gerenciar bem o uso
da água quando atuamos nos processos
produtivos, pois somos responsáveis
pelo futuro da alimentação no Brasil e no
mundo. Cerca de 72% da água captada
no país vai para a produção agrícola, o
que está em linha com a média de 70% no
mundo, segundo a ANA (Agência Nacional
de Águas). O fato é que não há como
produzir alimentos, fibras e outros produtos
agrícolas sem água. Se considerarmos a
dependência do agronegócio neste recurso
e o conteúdo de água em produtos como
leite (85% a 90%), mel (13% a 23%), carne
(70% a 75%) e ovo (75%), poderíamos até
criar o termo “agrohidronegócio”.
Finalizando, podemos então concordar
em uma coisa: o Brasil tem água o bastante
para todos, mas precisamos aprender a
geri-la de forma mais eficiente e combater
os desperdícios.
Consulte mais em www.pegadahidrica.org.
Méd. Vet. Márcia Cristina Barnabé
Membro da Comissão de Responsabilidade
Técnica do CRMV-GO
Mestre em Produção Animal
Especialista em Certificação Ambiental e
Produção Mais Limpa
SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Goiás – CRMV-GO, Autarquia Federal de fiscalização do exercício profissional, no uso de
suas atribuições legais conferidas pela Lei Federal nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, regulamentada pelo Decreto nº 64.704, de 17 de junho de 1969,
consoante a decisão proferida pelo Plenário do Conselho Regional de Medicina Veterinária, na Centésima Trigésima Sessão Especial de Julgamento, nos
autos do Processo Ético- profissional nº 13/2015, vem executar a penalidade de SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL, POR 30 (TRINTA) DIAS
com fundamento no artigo 33, alínea “d” da Lei Federal nº 5.517/68, aplicada ao Médico Veterinário ARTHUR MARTINS DE SOUZA, CRMV-GO 4360, pela
violação aos artigos 1º; 5º; 6º incisos I, VI e VII; 14, incisos I e VII; 24 inciso I; e art. 37, todos do Código de Ética do Médico Veterinário, Resolução CFMV nº
722/2002.
Goiânia, 25 de abril de 2016.
Benedito Dias de Oliveira Filho
Méd.Vet. CRMV-GO 0438
Presidente
Fique por dentro
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
11
Campanha Goiás contra a carne clandestina
Gravação de vídeo sobre carne clandestina que
será usado pela Escola Superior do Ministério
Público de Goiás.
Reunião ocorrida no dia 14 de março,
no CRMV-GO, discutiu as estratégias para
as próximas etapas da operação “Goiás contra a carne clandestina”, deflagrada no ano
passado. Vários órgãos participam do projeto, desencadeado pelo Ministério Público
Estadual (MP-GO): CRMV-GO, Vigilâncias
Sanitárias, Procon, Ministério da Agricultura
(Mapa), Sebrae Goiás, Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Agência
Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), entre outros. Em 2015, cerca de 25
toneladas de alimentos foram apreendidas
nas operações conjuntas ocorridas nas cidades de: Jussara, Santa Fé, Cristalina, Santo Antônio do Descoberto, São Miguel do
Araguaia, Bonópolis, Catalão, Três Ranchos,
Ouvidor, Silvânia, Padre Bernardo e Mimoso
de Goiás. Foram visitados mais de 240 estabelecimentos em 2015.
No dia 22 de março, a equipe da Escola
Superior do Ministério Público gravou um
vídeo com o presidente do CRMV-GO, Méd.
Vet. Benedito Dias de Oliveira Filho e com
a Coordenadora Técnica do CRMV-GO, Méd.
Vet. Raquel de Sousa Braga, para ser usado
em um curso à distância (EAD) de 60 horas
sobre carne clandestina, projeto voltado
para promotores e assistentes que atuam
nas comarcas de Goiás. Todos os representantes dos órgãos envolvidos na campanha
Goiás contra a Carne Clandestina darão
seus depoimentos que servirão de suporte
para as ações dos promotores. O vídeo estará disponível no segundo semestre deste
ano no site www.crmvgo.org.br menu Imprensa – Vídeos e será amplamente divulgado nos canais de comunicação do CRMV-GO. Confira o trabalho! Veja os materiais
(impresso e áudios) da campanha no site
www.crmvgo.org.br.
No dia 4 de abril, os fiscais do CRMV-GO,
Agência Goiana de Defesa Agropecuária
(Agrodefesa) e Procon estiveram no município de Taquaral onde foi apreendida cerca de 1,5 tonelada de produtos impróprios
para consumo e carne sem procedência,
alimentos que estavam sendo comercializados em casas de carne e supermercados da
cidade. Outra fiscalização, em Cristalina, dias
19 e 20 de abril, resultou na prisão de quatro
pessoas por comércio de carne clandestina e
apreensão de cerca de 2 toneladas de carne.
Os fiscais estiveram em cerca de 40 estabelecimentos.
As denúncias sobre venda de carne
clandestina em Goiás são recebidas
pelo número 127, do MPE. Veja no
site www.crmvgo.org.br os materiais
(impresso e áudios) da campanha e
compartilhe!
Fiscalização em Taquaral
Mutirão de Conciliação do CRMV-GO
Ações de execução do Conselho Regional de Medicina Veterinária
de Goiás (CRMV-GO) foram negociadas no Mutirão de Conciliação de
25 de abril até 06 de maio. A ação foi promovida pelo Centro Judiciário
de Conciliação (Cejuc-GO), em parceria com a 12ª Vara, onde já estão
sendo tratadas e negociadas as ações de execução envolvendo o Conselho. O Mutirão aconteceu na Sala de Audiências de Conciliação, no
Térreo do Edifício Sede da Justiça Federal, no Centro de Goiânia. Além
das partes intimadas, qualquer pessoa interessada em regularizar sua
situação pôde comparecer. Existem cerca de 800 processos pendentes
na 10° e 12° Varas da Justiça Federal envolvendo pessoas físicas e jurídicas devedoras do CRMV-GO.
12
Eventos
ANO XXXIII n° 151 – Maio de 2016
MAIO
JUNHO
03
12 a 14
37° Congresso Brasileiro da Anclivepa (CBA)
Local: Goiânia-GO
Informações: www.anclivepa2016.com.br
Seminário Avançado de Responsabilidade
Técnica. Tema: Comércio de Produtos
Agropecuários
Local: Caldas Novas-GO
Informações: Informações: (62) 3269-6527 e
www.crmvgo.org.br
7e8
I Seminário Nacional sobre o Papel do Médico
Veterinário e Zootecnista na área ambiental
Local: Cuiabá-MT
Informações: www.cfmv.gov.br.
25 a 29
20
16 a 18
AGOSTO
18
Congresso Mundial de Oncologia Veterinária
Local: Foz do Iguaçu-PR
Informações: www.wvcc2016.com.br/
8 a 10
Curso: ABC da Emergência na Clínica Cirúrgica
Local: Goiânia-GO
Informações:
Anclivepa Goiás pelo (62) 3565-4608.
Seminário Básico de Responsabilidade Técnica
Local: Goiânia-GO
Informações: Informações: (62) 3269-6527 e
www.crmvgo.org.br
VII Conferência Internacional de Medicina
Veterinária do Coletivo
Local: Porto Alegre-RS
Informações: www.itecbr.org
Seminário Avançado de Responsabilidade
Técnica. Tema: Indústria Cárnea
Local: Goiânia-GO
Informações: Informações: (62) 3269-6527 e
www.crmvgo.org.br
01
Seminário Avançado de Responsabilidade
Técnica. Tema: Comércio de Produtos
Agropecuários
Local: Goiânia-GO
Informações: Informações: (62) 3269-6527 e
www.crmvgo.org.br
Seminário Avançado de Responsabilidade
Técnica. Tema: Estabelecimentos Veterinários
Local: Goiânia-GO
Informações: Informações:
(62) 3269-6527 e
www.crmvgo.org.br
10
20
JULHO
5° Ciclo de Palestras da Zootecnia
Local: Auditório da Faeg
Informações: www.crmvgo.org.br
05
Seminário Avançado de Responsabilidade
Técnica. Tema: Comércio de Produtos
Agropecuários
Local: Jussara-GO
Informações:
Informações: (62) 3269-6527 e
www.crmvgo.org.br
18 e 19
Curso: Cirurgia do Abdome e Tórax em
Pequenos Animais
Local: Goiânia-GO
Informações: Anclivepa Goiás pelo
(62) 3565-4608.
19
Seminário Avançado de Responsabilidade
Técnica. Tema: Indústria Láctea
Local: Goiânia-GO
Informações: Informações: (62) 3269-6527 e
www.crmvgo.org.br
Consulte o ícone Eventos e Cursos no site www.crmvgo.org.br
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