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Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae Nacional Armando Monteiro Neto Diretor-Presidente Paulo Tarciso Okamotto Diretor-Técnico Luiz Carlos Barboza Diretor-Financeiro César Acosta Rech Gerente da Unidade de Acesso a Mercados Raissa Rossiter Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo - Agronegócios e Territórios Específicos Juarez de Paula Coordenação Técnica Patrícia Mayana Pedro Paulo Beck Ênio Queijada de Souza Concepção e Execução Unidade de Acesso a Mercados Consultoria Sônia Goulart 2 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 1 Introdução A informação consistente, objetiva e facilmente encontrada é uma necessidade estratégica dos empresários. A competitividade do mercado exige hoje um acesso imediato a informações relevantes que auxiliem a tomada de decisões empresariais. Com esse estudo, o SEBRAE, por iniciativa da Unidade de Acesso a Mercados – UAM, apresenta um estudo de Análise Mercadológica que visa suprir as carências do empreendedor em relação ao conhecimento atualizado do mercado em que atua, seus aspectos críticos, seus nichos não explorados, suas tendências e potencialidades. 1.1 Objetivo Geral Tornar disponível para o empresário do Setor de Ovinos e Caprinos, uma Análise de Mercado Setorial, com dados secundários, em âmbito nacional e com foco no mercado interno. 1.2 Objetivos Específicos Fornecer ao empresário do setor de ovinocaprinocultura um diagnóstico nacional do mercado, que lhe permita ter uma visão estratégica, identificar as oportunidades e incrementar a produção e a comercialização de seu produto. Consolidar um banco nacional de informações setoriais, atualizado e acessível ao empresário e instituições relacionadas ao setor. Contribuir para a disseminação de informações atualizadas e confiáveis sobre o setor. 1.3 Seleção do Setor A seleção do setor a ser pesquisado – Ovinocaprinocultura – foi realizada pela Unidade de Atendimento Coletivo Agronegócios do SEBRAE. 3 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 1.4 Coleta de Informações As informações constantes da Análise de Mercado foram integralmente pesquisadas em fontes secundárias, de acesso público. 1.5 Diagnóstico setorial O diagnóstico aborda uma visão global do mercado para produtos derivados da ovinocaprinocultura: carne, pele e leite, tendo como foco o mercado interno, ressaltando suas características, vantagens, oportunidades, produção e comercialização, bem como os pontos críticos existentes na cadeia produtiva. São apresentadas informações de pesquisas de mercado, realizadas em algumas regiões brasileiras, que revelam as potencialidades para o consumo de carne caprina e ovina, leite e derivados. O estudo aponta ainda as tendências para o mercado de ovinos e caprinos e faz recomendações estratégicas para o setor. 1.6 Apresentação do estudo O estudo é apresentado em formatos específicos para cada público-alvo definido: Relatório completo Sumário Executivo Boletim de Mercado Setorial para empresários estabelecidos ou interessados no setor 4 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 2 Panorama atual da Ovinocaprinocultura no Brasil Mercado no Brasil Segundo o IBGE o rebanho brasileiro é estimado em 9,5 milhões de caprinos e 14,6 milhões de ovinos. A Região Nordeste é detentora da maior parte desse total – 94% dos caprinos e 55% dos ovinos. A Região Sul também se sobressai com 34,5% dos ovinos. O Brasil detém 3,3% do efetivo mundial, somados ovinos e caprinos. Norte Caprinos – 139.791 (1,40%) Ovinos – 372.027 (2,50%) Nordeste Caprinos – 8.908.722 (93,40%) Ovinos – 8.060.619 (55,00%) Centro Oeste Caprinos – 92.144 1,00%) Ovinos – 722.882 (5,00%) Sudeste Caprinos – 210.763 (2,20%) Ovinos – 435.586 (3,00%) Sul Caprinos – 187.020 (2,00%) Ovinos – 5.047.811 (34,50%) Figura 1 - Distribuição geográfica dos rebanhos ovino e caprino Fonte: IBGE Pesquisa Pecuária Municipal – 1990 a 2001 Os produtos originados da ovinocaprinocultura têm crescente procura e aceitação no mercado interno e externo: carne, leite e pele. Para atender à demanda de mercado começam a ser observadas mudanças nos segmentos de produção e comercialização: surgimento de criadores especializados na caprinocultura de corte ou leite e na ovinocultura de corte, que têm superado a condição de produtores para o mercado local ou autoconsumo. A ovinocaprinocultura é hoje uma das esperanças do agronegócio brasileiro. 5 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Notícias recentes apontam para o incremento da produção no país: Governo da Paraíba vai investir em Caprinovinocultura O governo do Estado da Paraíba, em parceria com a Finep, pretende investir R$ 960 mil para o Projeto de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico dos Arranjos Produtivos Locais da Caprinovinocultura Paraibana (APL-Capri). Diferentes áreas do APL-Capri receberão os recursos, desde o manejo, a genética, a reprodução e a sanidade, até a parte de processamento de carne, leite e peles. A idéia é gerar, a partir do projeto, informações tecnológicas para o APL da Caprinovinocultura do Estado e, também, gerar produtos que serão diretamente utilizados nas propriedades agrícolas. Ainda são parceiros do projeto a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado (Fapesq), Programa de Modernização e Competitividade dos Setores Econômicos Tradicionais (Compet) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Gestão C&T - Nº 390 — Ano 6 - 25 a 27 de julho de 2005 Publicação editada pela Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica-ABIPTI Setor de carnes da Bahia vai ter aporte de R$ 110 milhões SALVADOR - A região nordeste da Bahia está recebendo investimentos de cerca de R$ 110 milhões no setor de carnes e leite este ano. A empresa de origem espanhola Alma e Pedras do Brasil vai aplicar 30 milhões de euros em um complexo industrial para produção de carne, leite e beneficiamento de pele de caprinos e ovinos. A unidade será montada em Ribeira do Pombal, a 270 quilômetros de Salvador, no nordeste do Estado. Na mesma cidade, a Fribahia Indústria e Comércio de Carne vai instalar uma planta. O grupo baiano investirá R$ 9 milhões na implantação de um abatedouro de gado bovino. Ambas as empresas assinaram protocolo de intenção de investimento com o governo do Estado na última quinta-feira.O plano do Alma e Pedras é abater 300 cabeças de caprinos diariamente, processar 90 mil litros de leite e beneficiar 900 mil peles. Já o Fribahia pretende abater 300 bois por dia na unidade. Jornal Valor Econômico- 16/06/2005 Ceará define 15 instituições para compor a Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio O comitê cearense da Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (Ripa) definiu, no dia 25 de agosto, durante reunião na sede da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza (CE), as 15 instituições cearenses que irão contribuir para a atuação da rede no Estado. O comitê conta com representantes do governo, setor produtivo, terceiro setor e comunidades acadêmica e de pesquisa. Durante a reunião, também foram definidas as plataformas prioritárias do agronegócio para o Estado, que conta com 13 itens. Entre eles, a cajucultura (com ênfase em produção e processamento); floricultura; fruticultura; aqüicultura; caprinos e ovinos; biodiesel, mel e algodão. ............................................................................................................................... Entre as ações prioritárias da rede no Ceará constam: a identificação do quadro real da participação do segmento de CT&I na atual composição do PIB do Estado dentro do conjunto das variáveis macroeconômicas estaduais; apontar necessidades de investimentos nos diferentes setores, além de ser responsável pela alimentação do portal da Ripa. As seguintes empresas compõem o comitê estadual da Ripa no Ceará: Embrapa Agroindústria Tropical, Embrapa Caprinos, Secretaria da Agricultura e Pecuária, Secretaria da Ciência e Tecnologia, Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Instituto Frutal, Instituto Centec, Universidade Federal do Ceará (UFC), Organização das Cooperativas do Estado do Ceará, Banco do Nordeste, Instituto Agropólos, União dos Produtores do Vale do Acaraú (Univale) e Sebrae. Gestão C&T - Nº 405 — Ano 6 - 08 a 11 de setembro de 2005 Publicação editada pela Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica-ABIPTI 6 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 O abastecimento dos mercados urbanos de carne, leite e seus derivados constitui-se no foco principal da atividade, onde a carne assume uma posição de destaque ao ser compensadores. comercializada Contudo, em maiores ambientes preços são especializados acompanhados a de preços algumas exigências a mais, relacionadas ao padrão de qualidade desse produto (carne oriunda de animais jovens em bom estado nutricional e sanitário) e a regularidade de oferta. (1) O momento atual, embora bastante favorável aos produtores, é também um momento de grande expectativa para toda a cadeia produtiva deste agronegócio. Essa expectativa decorre da necessidade de modernização de importantes elos desta cadeia, principalmente naqueles segmentos localizados no pós-porteira das fazendas, nas atividades agroindustriais, nas ações mercadológicas, na distribuição e comercialização dos produtos. (2) 3 Cadeia Produtiva da Ovinocaprinocultura Nos últimos dez anos, ocorreram mudanças significativas para a consolidação da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura no Brasil. Nesse período, a atividade despertou maior atenção de governantes, técnicos e produtores, acarretando mudanças significativas em alguns segmentos dessa atividade, podendo-se destacar: intensificação da pesquisa voltada para produção de animais e beneficiamento de seus produtos, crescimento do nível de organização dos produtores, aumento da absorção das novas tecnologias, maior atuação dos agentes financeiros para facilitar o acesso ao crédito e, o mais importante, aumento da demanda por produtos derivados de caprinos e ovinos. As agroindústrias representadas pelos frigoríficos, curtumes e laticínios, desempenham diferentes papéis em complementação às atividades produtivas. Os frigoríficos existem em quantidades ainda tímidas, operam com elevada capacidade ociosa e funcionam de forma pouco articulada com os produtores. Os laticínios se caracterizam como unidades pequenas e, em razão da limitada produção de leite de cabra e do baixo consumo do leite e seus derivados, inspiram pouca confiança aos investidores. Os curtumes, por sua vez, representam o segmento industrial mais desenvolvido desse agronegócio, contudo, enfrentam problemas com a baixa 7 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 qualidade das peles ofertadas e com ociosidade na capacidade instalada. A baixa qualidade das peles provoca oscilações nos preços desestimulando os produtores a melhorar a qualidade das mesmas. (3) Insumos Ração Matrizes Produtos veterinários Vacinas Máquinas Produção Leite Carne Pele Esterco Processamento e transformação Frigoríficos Curtumes Queijarias Indústria de Laticínios Distribuição/ Consumo Restaurantes Hotéis Padarias Delicatessen Boutique de carnes Supermercados Exportação C O N S U M I D O R Infra-estrutura Veterinários, Institutos de Pesquisa (EMBRAPA Caprinos), Consultoria (SEBRAE), Apoio ao crédito (BNDES), Programas (PNSCO – Ministério da Agricultura), Associações, Cooperativas, Capacitação (SENAR), transporte, marketing, vendas, exportação (APEX) e outros. Figura 2 - Cadeia Produtiva da Ovinocaprinocultura – GOULART (2005). A cadeia produtiva ressente-se de informações mercadológicas objetivas que chamem a atenção dos consumidores para a excelência das carnes caprina e ovina, sendo a primeira reconhecida como uma das carnes vermelhas de menor teor de colesterol e as duas preferidas pela qualidade de boa digestibilidade. Também faz-se necessário a realização de novas pesquisas de mercado buscando quantificar o consumo destes produtos e mostrar aos investidores o potencial do mercado nacional. (4) SILVA (2002, apud ROSANOVA, 2004), retratou que apesar de os principais atores, seus segmentos e suas relações estarem bem identificados na cadeia produtiva da ovinocaprinocultura brasileira, torna-se extremamente complexo delimitar essa estrutura, devido às suas especificidades, distribuição espacial da produção e por serem duas espécies animais, muito próximas em alguns pontos de vista e, ao mesmo tempo, tão distantes noutros. O referido autor, cita ainda que, a cadeia produtiva sofre muito com o nível de intermediação e de assimetria de informação, e o produtor rural é o agente mais prejudicado da cadeia, haja vista 8 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 que não existem na prática, incentivos para modificações nos padrões de concorrência, formas de governança e de sistemas de comercialização. (5) Ainda, de acordo com o autor, o ambiente institucional da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura ainda é centrado no crédito rural, e possui poucas políticas e regulamentos de incentivo à produção e comercialização; tem se dado destaque especial à atuação do SEBRAE, que vem desenvolvendo programas regionais e ações de apoio ao setor por meio de treinamentos, missões técnicas, promoção comercial, adequação tecnológica dentre outras. Já o ambiente organizacional, basicamente permeia o segmento da produção pecuária, ou seja, conecta as associações de produtores com interesses diferentes, nas esferas nacional, estadual e municipal. As organizações podem ser representantes de um segmento específico, como também permear toda a cadeia produtiva; como exemplos, em esfera nacional temos a ARCO e a ABCC responsáveis pelo registro genealógico, a EMBRAPA como o desenvolvimento de pesquisa e tecnologia, o SENAR com ações de treinamento e qualificação e o SEBRAE que vem desenvolvendo um programa de apoio à cadeia produtiva da ovinocaprinocultura denominado APRISCO – Apoio a Programas Regionais Integrados e Sustentáveis da Cadeia da Ovinocaprinocultura. Quanto ao ambiente tecnológico, no momento, o mais importante é a transferência de tecnologias para os produtores, uma vez que, os índices de produtividade não têm crescido significativamente, e em segunda instância a criação de novos produtos e de tecnologias que privilegiem a qualidade da carne e da pele de ovinos e caprinos. (6) 3.1 Estruturas de apoio à produção Como forma de dar sustentabilidade ao setor é necessário que seja incrementada uma articulação institucional, desenvolvida por meio de intercâmbio com as instituições de pesquisa, ensino, desenvolvimento regional, creditícias e de classe. 9 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 MEDEIROS (2002, apud ROSANOVA, 2004), identificou alguns aspectos com que devemos nos defrontar na estruturação e funcionamento da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura de corte: o primeiro diz respeito ao conhecimento da estrutura atual da demanda e das possíveis tendências de segmentação de mercados, que vem se orientando para um mercado de rendas mais altas devido a grande oportunidade de obter agregação de valor a este produto; e o segundo, visa a circulação desta carne pelos canais de distribuição utilizados pelos demais tipos de carnes, com as mesmas funções de produção das demais carnes, em relação a freqüência de entrega, padronização, qualidade, entre outros. (7) Os estudos comprovam a importância do agronegócio da ovinocaprinocultura como estratégia para o desenvolvimento rural, que pode gerar um grande impulso na economia do país. Para isso é necessário que exista uma integração entre os diversos participantes do negócio, principalmente nas fases de produção- processamento e de distribuição. O produtor deve estar atualizado com as exigências sanitárias, conhecer as pesquisas que se fazem na área e saber a que instituições recorrer para sanar suas dúvidas. Algumas instituições são: INSTITUIÇÕES DE PESQUISA EMBRAPA Caprinos – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Endereço eletrônico: http://www.cnpc.embrapa.br EMATER-Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - Unidades Estaduais, Emater/MG: http://www.emater.mg.gov.br Emater/PR:http://www.emater.pr.gov.br Emater/RS: http://www.emater.tche.br/site/inicial/ptbr/php, entre outras. EMEPA - Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S/A Endereço eletrônico: http://www.emepa.org.br EMPARN - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte – EMPARN Endereço eletrônico: http://www.emparn.rn.gov.br 10 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A. Endereço eletrônico: http://www.epagri.rct-sc.br/epagri GECO - Grupo de Estudos de Caprino e Ovino da UFBA Endereço eletrônico: http://www.geco.cjb.net INSTITUIÇÕES DE CONSULTORIA GERENCIAL E TÉCNICA SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Nacional e Unidades Estaduais) Endereço eletrônico: http://www.sebrae.com.br EMBRAPA Caprinos – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária IDAM – Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas Endereço eletrônico: http://www.sepror.am.gov.br/programas_02.php?cod=0125 EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Unidades Estaduais) APEX BRASIL – Agência de Promoções de Exportações e Investimentos do Brasil Endereço eletrônico: http://www.apexbrasil.com.br INSTITUIÇÕES DE APOIO AO CRÉDITO PRODECAP - Programa de Desenvolvimento da Ovinocaprinocultura Agentes financeiros credenciados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). BASA – Banco da Amazônia Endereço eletrônico: http://www.basa.com.br/fno_main.htm Linha de crédito : Fundo Constitucional de Financiamento do Norte – FNO Fonte de recursos financeiros para crédito de fomento, dirigido para atender às atividades produtivas de baixo impacto ambiental, cuja macrodiretriz é o desenvolvimento sustentável da Região Norte, com tratamento preferencial às atividades produtivas de mini/pequenos produtores rurais e micro/pequenas 11 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 empresas. A área de atuação do FNO abrange toda a Região Norte, compreendendo os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. (8) BANCO DO BRASIL Endereço eletrônico: http://www.agronegocios-e.com.br/agronegocios/index.jsp Portal de Agronegócio do Banco do Brasil, com informações sobre financiamentos (comercialização, custeio e investimentos), mercado futuro e política agrícola, entre outras, voltado para o produtor rural, agricultura familiar, agroindústria e cooperativas agrícolas. BRB – Banco de Brasília Endereço eletrônico: http://www.brb.com.br Creditrabalho - Programa instituído pela Secretaria de Estado de Trabalho do Distrito Federal destinado a propiciar condições favorecidas de acesso ao crédito a microprodutores rurais e urbanos dos setores formal e informal, sendo os seguintes limites máximos de financiamentos: Carteira de Crédito Urbano - R$ 10 mil para pessoa física, R$ 20 mil para microempresa e empresa de pequeno porte e R$ 50 mil para associações e cooperativa; Carteira de Crédito Rural - R$ 10 mil por produtor. (9) BANCO DO NORDESTE Linha de Crédito Cresce Nordeste – Ovinocaprinocultura Endereço eletrônico: http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/Produtos_e_Servicos/Cresce_Nordeste/g erados/cresce_nordeste_ovinocaprino.asp Linha de financiamento para aquisição de matrizes e reprodutores; equipamentos necessários ao manejo; construção de benfeitorias e investimentos necessários ao suprimento de água e de alimentação dos animais. Destina-se a produtores rurais (pessoas físicas e jurídicas); Cooperativas de produtores rurais (em operações diretas com os cooperados) e Associações de produtores rurais (em operações diretas com os membros da associação). (10) 12 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 INFRA-ESTRUTURA MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Endereço eletrônico: http://www.agricultura.gov.br MMA - Ministério do Meio Ambiente Endereço eletrônico: http://www.mma.gov.br MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário Endereço eletrônico: http://www.mda.gov.br SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Endereço eletrônico: http://www.senar.org.br/index/index.htm Secretarias de Agricultura e Pecuária - Governos Estaduais ASSOCIATIVISMO - CAPRINOCULTURA (11) FEPAC - Federação Paranaense das Associações de Criadores Sede: Rua XV de Novembro, 279 – 9º Andar CEP 80.020 – 921 – Curitiba – PR E-mail: [email protected] CAPRIPAR - Associação Paranaense de Criadores de Caprinos Sede: Rua dos Funcionários, 1558 – CEP 80.035 – 050 – Curitiba – PR E-mail: [email protected] ABCCAA – Associação Brasileira de Criadores de Cabras alpina Americana Rua Domingos Bastos, 178 – CEP 52.030 – 020 – Encruzilhada - Recife – PE Site: www.abccaa.com.br CAPRISUL -Associação dos Criadores de Cabras do Rio Grande do Sul Av. Borges dos Medeiros, 541 – 5º Andar – CEP 90.020 - 023 – Casa Rural da FARSUL Centro – Porto alegre – RS E-mail: [email protected] ACCOBA – Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia Av. Luiz Viana Filho, s/n – Parque de Exposições Agropecuárias CEP 41.635 – 570 – Salvador – BA E-mail: [email protected] ou [email protected] Site: www.accoba.com.br ABCC – Associação Brasileira de Criadores de Caprinos Av. Caxanga, 2200 – CEP 50.711 – 000 – Cordeiros – Recife – PE 13 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 RIOCAPRI – Associação dos Caprinocultores do Estado do Rio de Janeiro Caixa Postal nº 81.643 – CEP 27.511 – 971 – Resende – RJ Site: www.riocapri.hpg.ig.com.br – E-mail: [email protected] CAPRIPAULO – Associação Paulista de Criadores de Caprinos Av. Francisco Matarazzo, 455 – Sala 18 – CEP 05.0001 – 300 – São Paulo - SP Site: www.capripaulo.hpg.com.br E-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CRIADORES DE CABRAS LEITEIRAS Av. Francisco Matarazzo, 455 – CEP 05.0001 – 300 – São Paulo – SP CAPRIOVINOGO - Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos de Goiás Rua 250 s/n - Parque de Exposição Dr. Pedro Ludovico Teixeira – Nova Vila CEP 74.653 – 200 – Goiânia – Goiás E-mail: [email protected] CAPRILEITE - Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais Av. Amazonas, 6020 – Parque de Exposições Bolivar de Andrade – Gameleira CEP 30.510 – 000 – Gameleira – Belo Horizonte – MG E-mail: [email protected] ASSOCIATIVISMO - OVINOCULTURA (12) FEPAC - Federação Paranaense das Associações de Criadores Sede: Rua XV de Novembro, 279 – 9º andar CEP 80.020-921 – Curitiba - PR E-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE CRIADORES DE OVINOS DA RAÇA SUFFOLK Sede: Rua Senador Aciole Filho - 2221 CEP 81.350 – 200 – Curitiba - PR ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OVINOS POOL DORSET Sede: rua Visconde de Guarapuava, 3 945 – Apto 1501 – CEP 80.250 – 220 – Curitiba – PR ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE CRIADORES DE OVINOS HAMPSHIRE DOWN Rua Marechal Deodoro, 2610 – 1º andar – loja 04 – CEP 80.220 – 000 - Curitiba – PR ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE OVINOS ILE DE FRANCE Caixa Postal 734 – CEP 85.100 – 970 – Guarapuava – PR OVINOPAR – ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE CRIADORES DE OVINOS Parque Lacerda Werneck Caixa Postal 707 - CEP 85.100 – 970 – Guarapuava - PR OVINOS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA -UEPG Praça Santos Andrade, s/n – Cx Postal 992/3 – CEP 84.410-030 E-mail: [email protected] 14 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OVINOS CRIOULOS Rua Rio Pardo, 409 – Porto Alegre – RS CEP 90.520 – 430 ARCO - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE OVINOS Av. 7 de setembro, 1159 – CEP 96.400 – 901 - Bagé – RS Site: http://www.arcoovinos.com.br/index.html ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE OVINOS SUFFOLK R. Joaquim Pedro Soares, 475 CEP 93.510 – 320 – Novo Hamburgo – RS FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE OVINOS CARNE Av. Borges de Medeiros, 541 – 5 A CEP 90.020 – 023 – Porto Alegre – RS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES POLWARTH Rua Humaitá, 192 CEP 96.470 –000 – Pinheiro Machado - RS DE OVINOS IDEAL OU ABCIF -ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE OVINOS ILE DE FRANCE Fazenda Mangueira das Pedras CEP 96.330 – 000 – Arroio Grande – RS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE KARAKUL Rua Nossa Senhora Aparecida, 167 CEP 91.920 – 890 – Porto Alegre – RS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MERINO AUSTRALIANO Rua Santana, 2717, 6A, Apto A CEP 97.510 -471 – Uruguaiana – RS ASSOCIAÇÃO DE CRIADORES DE OVINOS POLYPAY Av. Princesa Isabel, 395 CEP 90.620 – 001 – Porto Alegre - RS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TEXEL Rua 7 de Setembro, 594 CEP 97.573 – 470 – Santana do Livramento – RS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ROMNEY MARSH Rua Uruguai, 390 CEP 96.400 – 520 – Bagé – RS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE OVINOS DA RAÇA LACAUNE Praça Dom Pelicano, 78 – Conjunto 509 CEP 90.020 – 160 – Porto Alegre – RS 15 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BORDER LEICESTER Caixa Postal 16 – CEP 96.470 –000 - Pinheiro Machado – RS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE CORRIEDALE Rua XV de Novembro, 563 – Cjto 601/602 CEP 96.015 – 015 – 000 – Pelotas – RS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HAMPSHIRE DOWN Av. Beira Rio, 16 – CEP 91.780 – 010 – Porto Alegre – RS 3.2 Programas governamentais PNSCO - Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos (13) Evoluindo de criações voltadas para a subsistência, hoje a expansão do agronegócio da caprinovinocultura está transformando o cenário produtivo no Brasil. O mercado vem crescendo rapidamente, exigindo uma maior preocupação com aspectos sanitários. A produção de caprinos e ovinos deve ser fundamentada em sistemas de exploração que possam garantir melhores condições sanitárias para estes animais, através de medidas de biosegurança e de exames diagnósticos confiáveis e acessíveis. Através da Instrução Normativa Nº 87 da Secretaria de Defesa Agropecuária, de 10 de dezembro de 2004, foi aprovado o Regulamento Técnico do PNSCO. O controle e erradicação das doenças de caprinos e ovinos, por meio de ações sanitárias e de vigilância epidemiológica definidas pelo DDA – Departamento de Defesa Animal, e executadas pelos serviços oficiais e médicos veterinários cadastrados, estão entre os objetivos do Programa. Dentre as estratégias de atuação, serão destacadas: o cadastro de estabelecimentos, o controle de trânsito de animais, a certificação de estabelecimentos, o cadastramento de Médicos Veterinários do setor privado e o credenciamento de laboratórios para realização de exames diagnósticos das doenças de controle oficial. 16 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Atualmente, o PNSCO encontra-se em fase de estruturação. Foi formado um Comitê Técnico Científico, composto de profissionais dos diversos setores da caprino e ovinocultura, com o objetivo de dar suporte técnico às decisões do Programa. As propostas sanitárias estão em fase de conclusão e estão sendo disponibilizadas por meio de Consulta Pública, de maneira a permitir a participação de todos setores interessados. Composição do Comitê Técnico Científico do PNSCO: · Dr. Elmiro Rosendo do Nascimento - Universidade Federal Fluminense; · Dr. Fernando Ferreira - Universidade de São Paulo; · Dr. Francisco Selmo F. Alves - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; · Dr. Gesseraldo José G. de Souza - Delegacia Federal de Agricultura do Estado da Paraíba; · Dra. Isabel Cristine Silveira de Oliveira - Departamento de Defesa Animal - MAPA; · Dr. Luiz Alberto Oliveira Ribeiro - Universidade Federal do Rio Grande do Sul; · Dr. Marcelo de Andrade Mota - Departamento de Defesa Animal - MAPA; · Dr. Otavio Diniz - Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; · Dr. Roberto Soares de Castro - Universidade Federal Rural de Pernambuco. Responsável pelo PNSCO Dr. Marcelo de Andrade Mota Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco D, anexo A, sala 334. CEP: 70.043-900 Brasília - DF Tel: +55 (61) 218-2735 Fax: +55 (61) 224-4180 E-mail: [email protected] LEGISLAÇÃO A oferta de carnes de caprinos e ovinos oriundas de animais abatidos em frigoríficos industriais licenciados pelos Serviços de Inspeção Federal (SIF) ou Inspeção Estadual (SIE), se caracteriza como um fator importante para o crescimento da demanda, assegurando aos produtos industrializados, um elevado padrão de qualidade sanitária. 17 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Programa Cabra Forte Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia. OBJETIVO GERAL Melhorar a qualidade de vida da população rural, através do estímulo à produção agropecuária sustentável em 25.286 propriedades localizadas em 17 municípios do semi-árido baiano. O alcance deste objetivo está alicerçado no reforço da infra-estrutura hídrica, na produção estratégica de forragem na sanidade, na melhoria qualitativa dos rebanhos e na modernização dos processos de comercialização, tendo como fundamento básico a capacidade de organização dos produtores. BENEFICIÁRIOS Pequenos produtores rurais e suas organizações. METAS Ao longo dos quatro anos de sua execução, o Projeto deverá alcançar as seguintes metas: 1. Pólo de Jaguarari • Assistência técnica à 10.810 propriedades • Atendimento a 1.150.476 cabeças de caprinos, ovinos e bovinos • Produzir, no quarto ano do projeto, 21.000 toneladas de carne • Capacitar 10.810 produtores e técnicos. 2. Pólo de Remanso • Assistência à 7.264 propriedades • Atendimento a 1.191.376 cabeças de caprinos, ovinos e bovinos • Produzir, no quarto ano do projeto, 21.000 toneladas de carne • Capacitar 7.264 produtores e técnicos 3. Pólo de Conceição do Coité • Assistência técnica à 7.212 propriedades • Atendimento a 305.404 cabeças de caprinos, ovinos e bovinos • Produzir, no quarto ano do projeto, 5.000 toneladas de carne 18 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 • Capacitar 7.212 produtores e técnicos 4. Implantar 08 (oito) áreas irrigadas de produção coletiva de feno ("Pulmões Verdes") INVESTIMENTO Para atingir os objetivos do Projeto, serão investidos R$ 180 milhões, cabendo ao Governo do Estado investir, nos quatro anos de sua execução, R$ 50 milhões, destinados a: perfuração e instalação de poços, construção de cisternas e barragens, capacitação, assistência técnica, reservas estratégicas de forragens ("Pulmão Verde") e oferta de material genético. ESTRATÉGIAS DO PROGRAMA Melhoria Organização Capacitação Articulação qualitativa dos dos Produtos e assistência institucional sistemas de e da Produção técnica produção Criação de Ponto de Água Confiável Redução da vulnerabilidade à seca Aumento da renda agropecuária Melhoria de vida da população beneficiada IMPACTOS DO PROJETO • Contribuir para a melhoria de vida de, pelo menos, 126.000 pessoas; • Elevar a renda agrícola, através do incremento da produção de 22.000 toneladas de carne, nos pólos de produção do projeto; • Criar a possibilidade da implantação de empreendimentos agroindustriais, tais como frigoríficos, curtumes, dentre outros; • Contribuir em, pelo menos, 30%, para a preservação da vegetação nativa ("caatinga") devido à diminuição da pressão do pastejo no período seco; • Promover o aumento da taxa de desfrute, de 15% para 25%, com o aumento do peso médio para abate, por animal, de 16kg para 18kg de carne; • Permitir o aumento da oferta de forragem no período seco, para fins de suplementação, pela incorporação de 160.000 toneladas de matéria seca, através das áreas coletivas de produção, denominadas "Pulmão Verde". (In: http://www.seagri.ba.gov.br/programas.asp?qact=viewprogram&prgid=43. Acesso em 05/09/2005). 19 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Projeto PROCABRA UFV – Universidade Federal de Viçosa e CCA – Celles Cordeiro Agroindustrial Ltda. O Convênio CCA e a UFV, denominado PROCABRA, foi celebrado objetivando desenvolvimento de um programa de ensino pesquisa e extensão voltada para o fomento da caprinocultura na Região da Zona da Mata Mineira e Região Serrana Fluminense. QUALIFICAÇÃO • Conceito A na CAPES desde sua criação • Sede da Sociedade Brasileira de Zootecnia • Tabela de Exigências nutricionais • Melhoramento genético de aves e suínos • Desenvolvimento de Software - SAEG • 150 alunos de pós graduação e 250 na graduação • Unidades de apoio -220 ton. de ração mensal. DESCRIÇÃO DOS SUBPROGRAMAS ESPECÍFICOS PROCABRA – UFV • Banco genético e teste de progênie. • Avaliação da viabilidade econômica de sistemas de produção de leite. • Queijaria escola. • Programa de inseminação artificial e transferência de embriões. • Banco de dados relacional para gerenciamento de rebanhos. • Acompanhamento técnico a rebanhos filiados ao PROCABRA. (In: http://www.ccalaticinios.com.br/blocos_fixos.php?bid=121. Acesso em 05/09/2005.) 20 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Projeto APRISCO - SEBRAE Apoio a Programas Regionais Integrados e sustentáveis da Cadeia de Ovinocaprinocultura Criado pelo Sebrae, em 1999, para desenvolver a criação de cabras, bodes e ovelhas no nordeste brasileiro, região que concentra 69% do rebanho nacional, o Projeto Aprisco adotou uma série de iniciativas para levar inovações tecnológicas e gerenciais às pequenas propriedades rurais. Em pouco mais de um ano de existência, o Projeto Aprisco capacitou criadores de pequeno porte dos 9 estados nordestinos. O projeto adotou a metodologia das Redes Associativas Empreendedoras, para incentivar a organização de associações e cooperativas de produtores de leite de cabra e carne de bode. Nesse período, mais de um milhão de pessoas visitaram os 23 Espaços Aprisco que foram levados a municípios dos 9 estados nordestinos. Nesses espaços, os produtores puderam conhecer novas tecnologias, trocar experiências e fazer negócios. Em pouco mais de um ano o volume de negócios nas feiras organizadas dentro dos Espaços Aprisco ultrapassou os R$ 4 milhões. Neste mesmo período foram realizadas 11 rodadas de negócios, que resultaram em negociações agendadas superiores a R$ 3,1 milhões. Os Espaços Aprisco abrigaram ainda 245 clínicas tecnológicas com mais de 5,3 mil participantes, 60 cursos e oficinas de redes Associativas Empreendedoras com mais de 1,2 mil participantes, 60 cursos e oficinas de Redes Associativas Empreendedoras, 6,9 mil atendimentos de balcão, 137 seminários, 45 mini-cursos, 89 missões técnicas e sete festivais gastronômicos. 21 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 No endereço eletrônico do Projeto Aprisco, (http://www.aprisco.sebrae.com.br/sbaprisco.htm), na o criador Internet, pode encontrar informações (endereço, telefone, nome de contato) agrupadas por Estado brasileiro, nas seguintes categorias: Associações e Cooperativas Criador Melhorista Curtume Fornecedor de Insumos Frigorífico Parceiro (Instituições parceiras do projeto) Usina de Leite Projeto de Incentivo à Caprinocultura Leiteira no Estado do Rio Grande do Norte. Iniciado em 1998, Este projeto é fruto de uma parceria do SEBRAE/RN com o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, tendo como objetivos: estimular o crescimento da caprinocultura leiteira no Estado, promover a geração de emprego e renda no meio rural e, conseqüentemente, melhorar as condições socioeconômicas dos produtores. Os resultados obtidos são bastante significativos, haja visto que a produção de leite de cabra cresceu de 2000 l/dia para 8000 l/dia, num período de dois anos. Este acréscimo na produção transformou o Estado do Rio Grande do Norte no maior produtor de leite de cabra pasteurizado do Nordeste. O leite pasteurizado de cabra é comercializado totalmente para o Programa do Leite do Rio Grande do Norte, que busca reduzir a carência nutricional de famílias indigentes com prioridades para crianças, gestantes e desnutridos, através da distribuição diário de 01 (um) litro de leite por família. Vale ressaltar que além de beneficiar as famílias mais pobres o programa do leite gerou a criação de 7.800 empregos diretos, beneficiando os produtores, as usinas e o sistema de distribuição nas comunidades. (14) 22 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 4 Análise do Mercado 4.1 Evolução Histórica do Mercado No ano de 1970 o efetivo caprino era da ordem de 14,6 mil animais, elevando-se para 8.236, 5 mil em 2001. Já o de ovinos era da ordem de 18,3 mil animais, passando para 14.200 mil cabeças em 2001. O abate mundial de caprinos e ovinos no período de 1991 a 2000 cresceu 7,5 %. Em 1970 foram abatidos no país 752 mil unidades caprinas e 692 mil unidades ovinas. Em 1992, esses números elevaram-se para 1.639 mil cabeças caprinas e 1.196 mil cabeças ovinas, representando um crescimento da ordem de 45,9 % e 57,8 % para caprinos e ovinos, respectivamente. A produção brasileira de peles de caprinos e de ovinos deslanados, em 2000, foi de 6 milhões de unidades. Já a de ovinos lanados foi de 1,3 milhões de unidades. (15) Em 2001, o rebanho brasileiro de caprinos era de 9,5 milhões de cabeças e, o de ovinos era de 14,6 milhões de cabeças. Destes totais, o Nordeste brasileiro respondia por 93% e 55% desses rebanhos, respectivamente. A Bahia detinha o maior rebanho do Nordeste, totalizando 6,8 milhões de cabeças, sendo 56% de caprinos e 44% de ovinos, concentrados em três regiões baianas: caprinos no Vale do São Francisco, 47%, Nordeste, 21%, e Centro Sul, 16%; e ovinos: Nordeste, 32%, Vale do São Francisco, 28%, e Centro Sul, 18%. Em comparação com dados de 1990, os números de 2001 sugerem mudanças na produção baiana, as quais ainda não foram plenamente estudadas. (16) Tabela 1 - Evolução do Rebanho CAPRINO, por região e Brasil - Período de 1990 a 2001 Região 1990 Número de Cabeças Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte Brasil 455.094 362.052 159.087 10.677.129 241.255 11.894.587 2001 % 3,8 3,0 1,4 89,8 2,0 100,0 Número de Cabeças 187.020 210.762 92.144 8.908.722 139.791 9.537.439 1990/2001 % 2,0 2,2 1,0 93,4 1,4 100,0 Variação (%) -58,9 -41,8 -42,1 -16,6 -42,5 -19,8 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal, 2001 23 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 De 1990 a 2001 o efetivo do rebanho caprino reduziu-se em todas as regiões do País, com índices variáveis de 16,6% (Nordeste) a 58,9% (Sul). Em nível de Brasil, o índice de retração foi de 19,8%. Tabela 2 - Evolução do Rebanho OVINO, por região e Brasil – Período de 1990 a 2001 Região 1990 Número de Cabeças Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte Brasil 11.265.818 405.277 392.826 7.697.746 252.838 20.014.505 2001 % % Número de Cabeças 56,3 5.047.811 34,5 2,0 435.586 3,0 1,9 722.882 4,9 38,5 8.060.619 55,1 1,3 372.027 2,5 100,0 14.638.925 100,0 1990/2001 Variação (%) -55,2 7,5 84 4,7 47,1 -26,9 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal, 2001 De 1990 a 2001 o efetivo do rebanho ovino reduziu-se na Região Sul em 55,2% e ampliou-se em 47,1% na Região Norte e 55,1% na Região Centro-Oeste. No cômputo geral do Brasil verificou-se queda de 26,9%. Apesar do rebanho expressivo a produção brasileira de carne de caprinos e ovinos é insuficiente para atender ao consumo interno. Para suprir a demanda, o País tem de importar esses produtos de países vizinhos, principalmente Uruguai e Argentina, além da Nova Zelândia. O Brasil importa ovinos vivos para abate, carcaças de ovinos resfriadas ou congeladas e carne desossada, resfriada ou congelada. O presidente da Associação Paulista de Criadores de Caprinos (Capripaulo), Wilson Valentini Junior, em resposta à consulta efetuada no portal do Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (In: <http://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt925.pdf. Acesso em 25.07.2005), aponta boas perspectivas para a caprinocultura. "A atividade está crescendo muito", afirma. "No Nordeste, o forte é a criação voltada para corte, na sua maioria extensiva e a partir de animais sem registros", diz. "Já o Sul, reúne a elite da caprinocultura de leite. Tanto que São Paulo, principalmente, Minas Gerais e Rio de Janeiro são exportadores de genética caprina para outros Estados." 24 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 São Paulo detém o maior rebanho de cabras leiteiras do País, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro. O presidente da Capripaulo informa que estudo realizado há dois anos indicava que 50% da demanda de leite de cabra e derivados eram supridas pelas importações. No entanto, ele diz que têm surgido novas queijarias no País, com expectativa de pequena redução nas compras externas. Ele acrescenta que 90% da carne caprina consumida em São Paulo é importada do Nordeste, principalmente da Bahia, que é livre de barreira sanitária e pode vender a produção para todo o Brasil. As explorações de caprinos e ovinos no Nordeste do Brasil são, na maioria, do tipo extensivo, sendo em geral, compostos por pequenos e médios produtores, os quais possuem baixo nível tecnológico. Agrava-se ainda mais o problema, naqueles casos cujos produtores sentindo a necessidade de produzir uma quantidade maior de animais, procuram aumentar o rebanho, sem se preocupar com índices produtivos, lotação adequada nas pastagens, e tampouco com a sanidade dos animais ou em adotar ou melhorar tecnologias. O Brasil ocupa a décima-primeira colocação no efetivo de rebanho caprino mundial, com uma participação de 1,3%. Tabela 3 – Rebanho Caprino Mundial Países China Índia Paquistão Sudão Bangladesh Nigéria Irã Somália Indonésia Tanzânia BRASIL Demais Mundo Número de Cabeças 161.374.353 124.000.000 50.900.000 40.000.000 34.400.000 27.000.000 25.757.000 12.700.000 12.400.000 11.650.000 9.800.000 233.393.000 743.374.353 % 21,7 16,7 6,8 5,4 4,6 3,6 3,5 1,8 1,7 1,5 1,3 31,4 100,0 Fonte: ONU/FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAOTAST – 2002. 25 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Em relação à produção temos o seguinte quadro: Peles Frescas (t) Mundo Brasil Participação Ranking 0,6% 22 871.802 5.000 Ranking Mundo Brasil Carne(t) Participação 3.963.493 39.750 1,0% Ranking Mundo Brasil Leite(litros) Participação 11.845.744 138.000 1,1% 12 14 Fonte: ONU/FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação -2002 No Nordeste, e mais especificamente na Bahia, a produção de caprinos e ovinos ocorre, principalmente, em estabelecimentos de base familiar, frágeis financeiramente, com baixa tecnologia e pouco acesso à crédito. A comercialização de caprinos, ovinos e seus produtos se caracteriza por canais de comercialização relativamente curtos, em zonas rurais ou pequenas cidades do interior, com pouca ou nenhuma participação de frigoríficos e indústrias de frios. No entanto, começam a ser observadas mudanças nos segmentos de produção e comercialização de caprinos e ovinos. (17) No caso da caprino-ovinocultura, essas mudanças se expressam no surgimento de criadores especializados na caprinocultura de corte ou leite e na ovinocultura de corte, bem como na gradativa superação da histórica condição de produtores para o autoconsumo e para o mercado local. No entanto, para a maioria dos produtores, ovinocultura é acredita-se parcial, ou que seja, a os especialização agricultores, da caprinocultura sobretudo os e da familiares, implementam melhorias à exploração de caprinos e ovinos, mas não se tornam exclusivamente caprinocultores ou ovinocultores. Eles continuam desenvolvendo outras atividades agrícolas ou não-agrícolas, dentro ou fora das unidades produtivas, o que lhes permitem manter certa autonomia em relação ao mercado. (18). 26 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Em conseqüência do baixo nível de organização dos produtores do Nordeste, comparando-se com o nível de organização dos Estados do Sul e Sudeste, os produtores nordestinos também não estão conseguindo tirar proveito da abertura de mercado para o Mercosul. Além do Mercosul e do mercado interno, existem outros mercados que podem e devem ser conquistados, como, por exemplo, o Oriente Médio. Esses países são grandes consumidores de carne ovina, e já se aproximaram das Associações de Criadores da Região Nordeste em busca dessa carne. A região sul teve um queda no seu efetivo, em função principalmente por seus rebanhos, até então, serem de raças lanadas ou de dupla aptidão, com o objetivo de se produzir principalmente a lã. Com a queda no preço do produto, o reflexo imediato foi a diminuição do número de animais. Não é o caso de se afirmar que os produtores do sul estão deixando de produzir a lã, pois esta ainda tem o seu lugar, mas estão se tornando produtores não só de lã como de carne ovina. A produção de lã no Sul concentra-se em uma determinada época do ano, com 85% da produção sendo exportada. Apesar do que foi citado acima, notamos que a atual demanda está abaixo da capacidade de consumo que permanece em estado latente. O aumento do consumo pode ser maior com o crescimento da produção, acompanhada de uma ação de marketing junto ao consumidor (estimulando o consumo), uso de embalagem adequada e com a venda de produtos de qualidade, ou seja, venda da carne de cordeiros. De acordo com Fernandes e Oliveira (2001), o baixo consumo da carne ovina se deve: à falta de hábito do consumidor em muitas regiões; à falta e irregularidade da oferta; à má qualidade do produto, às vezes, colocado a venda; à má apresentação comercial do produto oferecido no mercado interno. (19) 4.2 Rebanho brasileiro por regiões Ao avaliarmos cada região, a maior parte dos rebanhos se concentra nas regiões Sul e Nordeste, sendo essas as maiores fornecedoras do produto ovino. Verificamos que a região nordeste é a que tem apresentado um crescimento mais acentuado em relação às demais. Talvez esse fato se deva ao “boom” das raças deslanadas, principalmente a Santa Inês, utilizadas com sucesso na produção de carne, às vezes em sistemas de cruzamento com raças especializadas, 27 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 aproveitando assim, a rusticidade dos deslanados. A produção de carne ovina no Nordeste ocorre durante todo o ano, de forma predominam constante. Entretanto, ainda os abates clandestinos, que não têm rigor na higiene no local do abate, além de toda a falta de condições que proporciona a apresentação de um produto sem qualidade. (20) A Região Nordeste, detentora do maior rebanho brasileiro de caprinos e ovinos, abrange uma área total de 166,2 milhões de hectares, dos quais 95,2 milhões (57 %) estão inseridos na zona semi-árida. As microrregiões geográficas de Juazeiro (BA), Euclides da Cunha (BA), Alto Médio Canindé (PI), Campo Maior (PI), São Raimundo Nonato (PI), Petrolina (PE) destacam-se como principais produtoras de caprinos. No aspecto de densidade, as microrregiões Cariri Ocidental (PB) e Itaparica (PE) destacam-se como as mais importantes. No caso dos ovinos, as microrregiões de Juazeiro (BA), Alto Médio Canindé (PI), Euclides da Cunha (BA), Sertão dos Inhamuns (CE), Sertão de Crateús (CE) e Serrinha (BA) são as principais produtoras. A ovinocultura se apresenta mais importante nas microrregiões do Médio Jaquaribe (CE) e Serrinha (BA). Cerca de 50 % do rebanho de caprinos e ovinos do Nordeste estão localizados em propriedades com menos de 30 ha. (21) TABELA 4 – Estados com maiores rebanhos caprinos – Participação e Ranking no contexto nacional Estados Bahia Piauí Pernambuco Paraíba Maranhão Rio Grande do Sul Paraná Demais Brasil Número de Cabeças Participação Colocação 3.849.986 40,4 1 1.455.135 15,3 2 1.443.597 15,1 3 608.155 6,4 4 340.880 3,6 5 333.314 3,5 6 80.880 0,8 7 1.425.492 14,9 9.537.439 100,0 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal, 2001 28 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 TABELA 5 - Brasil e Regiões – Efetivo do Rebanho Caprino e Participação percentual por regiões, 2001 Regiões Número de Cabeças 187.020 210.762 92.144 8.908.722 138.791 9.537.439 Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte Brasil Participação(%) 2,0 2,2 1,0 93,4 1,4 100,0 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal, 2001 GRÁFICO 1 - Efetivo do Rebanho Caprino por Regiões Brasileiras, 2001 9.000.000 8.000.000 7.000.000 6.000.000 5.000.000 4.000.000 3.000.000 2.000.000 1.000.000 0 Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte TABELA 6 - Brasil e Regiões – Efetivo do Rebanho Ovino e Participação percentual por regiões, 2001 Regiões Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte Brasil Número de Cabeças 5.047.811 435.586 722.882 8.060.619 372.027 14.638.925 Participação(%) 34,5 3,0 5,0 55,0 2,5 100,0 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal, 2001 29 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 GRÁFICO 2 - Efetivo do Rebanho Ovino por Regiões Brasileiras, 2001 9.000.000 8.000.000 7.000.000 6.000.000 5.000.000 4.000.000 3.000.000 2.000.000 1.000.000 0 Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte TABELA 7 – Estados com maiores rebanhos ovinos – Participação e Ranking no contexto nacional Estados Número de Cabeças Participação Rio Grande do Sul 4.311.723 29,4 Bahia 2.86.224 20,3 Ceará 1.666.822 11,4 Piauí 1.422.224 9,7 Pernambuco 815.322 5,6 Paraná 543.954 3,7 Demais 2.892.656 19,9 Brasil 14.638.925 100,0 Colocação 1 2 3 4 5 6 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal - 2001 4.3 Equilíbrio entre oferta e demanda No presente contexto, pesquisa direta realizada em Fortaleza pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará - SEBRAE/CE (1998), estimou um consumo per capita anual de 0,590kg para a carne ovina e 0,375kg para a carne caprina, totalizando um consumo per capita anual de 0,965kg. Com base no consumo per capita estimado em 1998 e considerando que o mesmo tenha se mantido constante, estima-se que o consumo atual da cidade de Fortaleza seja de aproximadamente 2.060 toneladas. (22) 30 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Em trabalho de pesquisa desenvolvido por Moreira et al. (1998), nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), os resultados obtidos revelaram um consumo per capita anual de 10,81kg em Juazeiro e 11,73kg em Petrolina, representando um consumo atual em torno de 1.880 t em Juazeiro e 2.500 t em Petrolina, considerando a população atual destas cidades. Esse fato demonstra o elevado grau de condicionamento cultural na alimentação do nordestino, no que se refere ao consumo de carnes caprina e ovina. Se o consumo per capita mostra-se significativamente inferior nos maiores centros urbanos – as capitais, por exemplo isso se deve bem mais a uma demanda reprimida (insuficiência na oferta), que propriamente da necessidade de introdução de novos hábitos de consumo. (23) No Distrito Federal, o consumo anual de carne ovina, em 1998, foi estimado em 300t, conforme levantamento realizado pelo SEBRAE/DF (1998), representando um consumo per capita anual em torno de 0,150kg. A partir do consumo per capita estimado e da população atual da cidade de Brasília estima-se que o consumo atual da carne ovina seja de 310t, dada a condição de que o consumo per capita tenha se mantido constante. Este mercado se apresenta como um centro consumidor bastante atrativo uma vez que grande parte da população se origina do Nordeste, onde o consumo de carnes ovinas e caprinos é uma tradição, alem disso, em Brasília se concentra uma das mais elevadas renda per capita do Brasil. (24) De acordo com estudo realizado pelo SEBRAE/RN (2000) na cidade de Natal (RN), o consumo per capita, foi estimado em 0,467kg para carne caprina e 0,430kg para a carne ovina, totalizando 0,897kg per capita ano. Projetando o consumo total com base na população atual daquela cidade, estima-se que o mesmo atinja 330t. 4.4 Importações MEDEIROS (2002), cita que o Brasil importou, entre os meses de janeiro a outubro de 2000, um total de 5.395t de ovinos vivos para abate e 5.909t de carcaças e cortes diversos, sendo o valor total destas importações de US$ 11,19 milhões, o que corresponde a um rebanho de 572.566 borregos de 30kg cada, valor maior que o de todo rebanho do Centro Oeste. 31 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 No Brasil, a importação de carne ovina passou de 2,3 mil toneladas em 1992 para 14,7 mil toneladas em 2000, representando um crescimento acima de 600%. A importação de carne caprina passou de US$ 833 em 1996 para US$ 17,1 mil em 2000, representando, também, um crescimento muito significativo. (25). O aumento no consumo interno resultou em crescimento das importações de carne ovina. Para o abastecimento do mercado interno o Brasil vem importando ovinos vivos para abate, carcaças de ovinos resfriadas ou congeladas e carne desossada resfriada ou congelada, conforme mostra a Tabela abaixo. (26) TABELA 8 – Importações de carne de ovinos no período de 1999 a 2000. Anos 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Ovinos vivos Carcaças de borregos Total de carcaças (t) 119,5 2180,8 4628,9 1630,9 5732,0 8674,1 5179,4 4056,1 6245,9 (t) 163,9 309,9 823,5 444,0 325,4 520,6 530,4 231,7 278,6 (t) 2.075,9 3.702,6 4.694,5 3.869,3 5.715,1 4.961,2 6.148,3 4.343,5 8.216,4 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio - MDIC 4.5 Comparação de Investimento Inicial e Recuperação de Capital (bovinos e caprinos) Os dados a seguir fazem uma comparação entre a exploração de bovinos e ovinos. Não se pretende, com ela, concluir que a ovinocaprinocultura é uma atividade mais rentável do que a criação de bovinos, mas sim demonstrar que a exploração de caprinos e ovinos na região semi-árida é também uma opção viável e economicamente lucrativa, desde que sejam adotadas as tecnologias adequadas e haja integração entre os subsistemas da cadeia produtiva, sobretudo em relação aos elos produção- processamento: 32 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 a. a quantidade diária de volumoso necessária para alimentar um bovino adulto de 450kg é suficiente para alimentar 8 ovinos adultos; b. um ovino mestiço (cruzamento com a raça Dorper ou Texel, por exemplo) atinge 40kg de peso vivo em apenas quatro meses; c. em um ano, onde se cria 1 bovino, criam-se 24 ovinos; d. um bovino com quatro anos pesa em torno de 400kg, enquanto na mesma área e no mesmo período são produzidos 96 ovinos, que pesam 3.840kg (96 cabeças x 40kg); e. um boi bebe 80 litros de água por dia. Em um mês, bebe 2.400 litros de água, quantidade suficiente para o consumo de 80 ovinos; e f. em geral, os ovinos são criados e engordados com alimentação à base de pastagens cultivadas (leucena, cunhã, guandú, gramíneas etc) e/ou nativas melhoradas, enquanto os bovinos, normalmente, exigem, além das pastagens, alimentação suplementar à base de concentrados. (27) TABELA 9 – Comparação entre as evoluções de rebanhos bovino e caprino em um período de 5 anos. Ano Vacas Crias Total Cabras Crias Total 1 10 4 bezerras 14 10 8 até um ano 18 2 9 4 bezerras + 4 garrotas 17 12 10 até um ano + 3 mais de um ano 25 3 8 3 bezerras + 4 garrotas + 4 novilhas 19 18 15 até um ano + 4 mais de um ano 37 4 11 4 bezerras + 3 garrotas + 4 novilhas 22 24 21 até um ano + 6 mais de um ano 51 5 13 5 bezerras + 4 garrotas + 3 novilhas 25 34 29 até um ano + 9 mais de um ano 72 Fonte: Adaptado de Rubênio Borges de Carvalho In: http://www.capritec.com.br/art040521.htm. Acesso 15/07/2005 4.6 Produto: Carne e Derivados 33 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 A demanda por carnes de caprinos e ovinos, em cortes padronizados; bem como por vísceras devidamente processadas, embaladas e comercializadas de forma resfriada ou congelada, vem apresentando crescimento considerável nas grandes cidades do Nordeste e do Sudeste do Brasil, principalmente nas áreas habitadas pelo segmento populacional detentor de maior poder aquisitivo. (28) No entanto, segundo Zapata et al. (1995), o consumo das carnes de caprinos e ovinos no Nordeste é ainda classificado como baixo em decorrência da baixa qualidade do produto ofertado, que é resultado de deficientes critérios de seleção dos animais para o abate, estocagem e comercialização das carnes e do baixo nível de higiene nas operações de abate e comercialização, tendo verificado que no comercio varejista da cidade de Fortaleza 48,5% da carne caprina é fornecida aos consumidos sem o uso de embalagem, o que expressa a baixa qualidade dos produtos em termos de higiene. (29) A produção média atual de carne ovina no semi-árido Nordestino é de 2,8kg/ha na caatinga nativa. Entretanto, pode alcançar de 31,4kg/ha a 71,2kg/ha com o uso de técnicas de manipulação da vegetação nativa. A produtividade da caprino-ovinocultura de corte no Brasil ainda é baixa. Uma das razões está no regime de manejo da exploração que, predominantemente, é o extensivo, com alta dependência da vegetação nativa, utilização de raças não especializadas, uso de práticas rudimentares de manejo, assistência técnica deficitária, baixo nível de organização e de gestão da unidade produtiva. (30) 4.6.1 Classificação do Consumidor Os consumidores das carnes de caprino e ovino, se caracterizam pelo alto nível de exigência com a qualidade, uma vez que atendam a um público classe A e B, que muito bem informado estará sempre atento à qualidade do produto expressa no processo de produção e embalagem. O consumidor da região Nordeste, continuará por algum tempo consumindo produto sem qualidade, comprado em feiras e açougues do interior sem qualquer controle sanitário, uma vez que esta é a tradição local que demandará muito esforço para mudar, através da conscientização da população. (31) O consumo per capita de carne ovina no Brasil foi estimado em 0,7kg, pouco representativo em relação ao consumo das carnes bovina, frango e suína, 34 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 estimado em 36kg, 24kg e 10kg, respectivamente SEBRAE/DF (1998). Assim, existe um grande espaço para a expansão do consumo de carne ovina no mercado de carnes. O aumento no consumo interno resultou em crescimento das importações de carne ovina. Para o abastecimento do mercado interno o Brasil vem importando ovinos vivos para abate, carcaças de ovinos resfriadas ou congeladas e carne desossada resfriada ou congelada. (32) 4.6.2 Volume de Produção – por região A produção média atual de carne ovina no semi-árido Nordestino é de 2,8kg/ha/ano na caatinga nativa. Entretanto, pode alcançar de 31,4kg/ha a 71,2kg/ha com o uso de técnicas de manipulação da vegetação nativa. A produtividade da caprino-ovinocultura de corte no Brasil ainda é baixa. Uma das razões está no regime de manejo da exploração que, predominantemente, é o extensivo, com alta dependência da vegetação nativa, utilização de raças não especializadas, uso de práticas rudimentares de manejo, assistência técnica deficitária, baixo nível de organização e de gestão da unidade produtiva. No que concerne à carne, apenas no Nordeste brasileiro existem 09 abatedouros-frigoríficos especializadas em pequenos ruminantes, com capacidade total para abate de 31.550 animais/dia. (33) 4.6.3 Característica do mercado A indústria de carne de ovinos e caprinos tem como alvo, um mercado em plena expansão que até pouco tempo se caracterizava como “mercado de subsistência”, no qual o produtor não conseguia ter excedentes para venda, em âmbito nacional como “mercado de carnes exóticas”, uma vez que não havendo oferta suficiente a preços adequados, não se conseguiu estabelecer o hábito de consumo, como conseguiram as carnes de frango, bovino e suíno, que passaram a fazer parte do cardápio diário da população brasileira em geral. (34) 35 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Os clientes potenciais dessa indústria de carne são as grandes redes de supermercados, os restaurantes e hotéis; as casas de delicatessens, as lojas de conveniências etc. Pelas características que tem, principalmente, baixos teores de gorduras, colesterol, fácil digestibilidade etc, a carne caprina não terá dificuldade de vencer os preconceitos que a cercam, tão logo haja oferta suficiente para consolidar o processo histórico desse hábito alimentar. (35) Além do esforço direto às cadeias de supermercados e outros agentes do comércio, também deverá ser levado à população em geral a informação precisa e diversificada nas formas, que assegure a disposição de testar uma alternativa alimentar saudável e economicamente vantajosa. (36) 4.6.4 Derivados e industrializados Em função do crescimento da demanda por essas carnes, produtos industrializados têm surgido no mercado, desenvolvidos por instituições de pesquisa como o Centro Nacional de Pesquisa de Caprinos/EMBRAPA; a Universidade Federal do Ceará, através do Departamento de Tecnologia de Alimentos; a Universidade Federal da Paraíba, através do Núcleo de Pesquisa de Processamento de Alimentos (NUPPA) ou ainda pela iniciativa privada. Entre os produtos desenvolvidos destacam-se: lingüiças frescal e calabresa, defumados, manta de carne seca, hambúrguer e, mais recentemente, os pratos preparados (arroz de carneiro, buchada, sarapatel, panelada, entre outros). Os produtos industrializados e os pratos preparados representam uma alternativa importante para o aproveitamento da carne dos animais fora do padrão de abate, ou seja, aqueles que por razões diversas não se prestam para a produção de cortes padronizados. (37) 4.6.5 Política de preços 36 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Carneiro Kg - R$ 3,00 (Borrego) – Carcaça R$ 7,00 – Ovelha e carneiro para descarte R$ 2,50 – Carcaça R$5,80 Fonte : Frigorífico LM - Disponível em: Boletim da EMATER DF n. 023 de 27.06.2005 http://www.emater.df.gov.br/sites/200/229/agroinf/Boletim2327062005.doc 4.6.6 Promoção do produto – estratégias A questão promocional assume grande importância, onde o marketing deve explorar o baixo teor de colesterol da carne e a característica de fácil digestibilidade. Isto representa um fator importante de atratividade de mercado, visto que o apelo de saúde sempre influi de forma relevante no comportamento do consumidor, especialmente naqueles de nível cultural mais elevado. Assim, o esforço de marketing deverá se concentrar nas classes A e B, inicialmente, explorando as vantagens das carnes caprina e ovina em relação as demais carnes. As classes populares, virão oportunamente a reboque, como tem sido sempre em todos os processos de formação de opinião pública e desenvolvimento de mercados desenvolvidos no Brasil. (38) 4.6.7 Valores Nutricionais das Carnes de Caprinos e Ovinos As vantagens comparativas, em termos nutricionais, da carne de caprino relativamente às demais carnes consumidas no mercado, estão relacionadas aos baixos teores de calorias e colesterol, a alta digestibilidade, além de elevados níveis de proteína e ferro. Excluindo-se o componente cultural no hábito alimentar nordestino e brasileiro no que se refere ao consumo de carne de caprinos e ovinos – um aspecto mercadológico da maior relevância consiste no envelhecimento da população do País, fato que resulta na busca natural por alimentos mais saudáveis, fato que se coaduna com um potencial aumento no consumo das carnes em consideração, sobretudo quando se considera os fatores acima mencionados. Sequenciando a presente linha de argumentação, é válido salientar os resultados da pesquisa publicada pelo Dairy Goat Journal, citado por Moreira et al. (1998), a qual demonstra que dos cinco principais tipos de carnes consumidos no Brasil, a carne de caprino é uma das que apresenta os mais baixos níveis 37 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 calóricos e de colesterol, apresentando em cada 100g (cem gramas) de carne assada os seguintes quantitativos, conforme apresentado na Tabela a seguir. (39) TABELA 10 – Componentes de diferentes tipos de carne Carne assada (100g) Caloria (kcal) Gordura (g) Gordura Saturada (g) Proteína (g) Ferro (g) Bovino 263 17,14 7,29 25 3,11 Frango 129 3,75 1,07 25 1,62 Caprino 131 2,76 0,85 25 3,54 Ovino 252 17,14 7,82 24 1,50 Fonte: Dairy Goat Journal, Jan/Fev 1996. 4.7 Produto: Leite e Derivados Um produto começa a se firmar e ganhar conceito como um alimento de valor na dieta do povo brasileiro. Trata-se do leite de cabra. Ele tem valor nutritivo 38 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 e é conhecido, contendo os elementos necessários à nutrição humana, como Açúcar (Lactose), Proteínas, Gorduras, Vitaminas, Ferro, Cálcio, Fósforo e outros minerais. O produto tem reação alcalina e dificilmente azeda no estômago humano, tornando-se assim um fator de alta eficiência no tratamento de cólicas em crianças. Sua digestibilidade é elevada e ocorre pelo tamanho reduzido e fácil dispersão dos seus glóbulos de gordura e pela sua proteína de coagulação que forma uma coalhada fina, macia e com perfeita digestão em um curto espaço de tempo. (40) Apesar de dispor de apenas 3,5% do efetivo caprino do Brasil, a Região Sudeste destaca-se pela representatividade de seus Estados no agronegócio caprino leiteiro, tanto pela produção comercial (21% do total produzido no país) quanto pela participação no mercado do leite de cabra e seus derivados. Destaca-se ainda pelas iniciativas pioneiras de produtores e indústrias quanto à legislação sanitária e marketing do leite de cabra, coleta granelizada, produção de leite em pó, leite longa vida, leite achocolatado, leite light, queijos finos, sorvetes e cosméticos. A produção de leite de cabra na Região Sudeste do Brasil caracteriza-se pelo uso de sistemas de produção intensivos confinados, na sua grande maioria em pequenas áreas próximas das regiões metropolitanas e centros urbanos. Nesses sistemas, animais de raças leiteiras especializadas (Saanen, Alpina e Toggenburg) ou mestiços destas raças são mantidos em áreas restritas ou galpões, sendo toda a alimentação fornecida no cocho. Há uma grande dificuldade de se medir a competitividade dos sistemas de produção de leite de cabra porque a grande maioria dos produtores desconhece os indicadores técnicos e econômicos de suas unidades produtoras. Bresslau et al. (1997) caracterizaram os sistemas de produção de leite de cabra dos fornecedores da Queijaria Escola de Nova Friburgo - RJ e observaram que, apesar de 81% dos produtores considerarem satisfatória a rentabilidade da atividade, 67% desconheciam o custo de produção do litro de leite de cabra. (41) 4.7.1 Volume de produção – por região 39 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 A produção nacional diária de leite de cabra é de 22.000 litros, sendo a produção mensal de 660.000 litros e a produção anual de 7.920.000 litros. O potencial de demanda, mesmo se considerando que a clientela para o leite de cabra é formada por um público diferenciado é, com certeza, o dobro destes valores de produção, havendo, portanto, um déficit de oferta de 22.000 litros de leite por dia e 660.000 litros de leite por mês. A região Nordeste produz diariamente 10.000 litros de leite de cabra, 45.4% da produção nacional. O Estado do Rio Grande do Norte é o principal produtor, com 8.500 litros-dia. No Estado do Ceará, a produção de leite diária chega aos 1.000 litros, sendo que a região Norte do Estado apresenta um potencial de produção de 400 litros de leite por dia. A produção do Sudeste é de 12.000 litros, 54.6% de todo o leite de cabra que é produzido no País, e por apresentar uma cadeia produtiva organizada, com processamento industrial e a garantia de comercialização do leite e de seus derivados, o que garante a evolução do setor. (42) Tabela 11– Resumo dos custos de produção do leite de cabra na Região Sudeste do Brasil. Fonte Cabras em lactação Haas e Haas (1997) Fonseca et al (1997) Perosa (1998) Borges e Bresslau(2001) Guimarães (2001) Borges e Bresslau (2002) Oliveira (2003) 36 108 100 27 78 70 92 76 Litros por lactação R$ por litro (2003)* 600 600 650 600 730 915 911 2,15 1,80 1,58 0,07 1,34 0,98 0,98 0,92 ( * ) Valores corrigidos pelo IGP-DI para julho/2003. Fonte: BORGES, Carlos Henrique Pizarro. 2003. Analisando-se os dados apresentados no quadro observa-se uma grande variação nos valores encontrados, provavelmente em função dos procedimentos 40 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 metodológicos utilizados, principalmente no que diz respeito ao custo da mão-deobra familiar e aos critérios de depreciação e remuneração do capital investido, ou em função de algum dos seguintes fatores: aproveitamento insuficiente dos recursos de produção, principalmente da mão-de-obra contratada; rebanhos em expansão, com grande número de animais jovens improdutivos e baixa porcentagem de cabras em lactação; renda proveniente da venda de animais; adoção de diferentes tecnologias, tais como conservação de forragens, estação de monta na primavera, inseminação artificial, ordenha mecânica, tanque de expansão; diferentes níveis de produção e produtividade dos animais; falta de habilidade administrativa dos proprietários ou responsáveis pela produção. No mundo inteiro, o leite é uma atividade com pequena margem de ganho por litro, por isso é essencial o volume de produção. Não adianta custo baixo com volume baixo, pois a renda também será baixa. O baixo nível de produção de leite por animal, aliado à pequena escala de produção e ao uso excessivo de mão-de-obra contratada, podem ser considerados como fatores determinantes dos altos custos de produção observados em sistemas de confinamento de cabras leiteiras na Região Sudeste do Brasil. (BORGES, 2003). 4.7.2 Derivados e industrializados O leite pasteurizado é o produto mais comercializado no mercado regional, no entanto apresenta limitações com relação a validade de consumo, além da desvantagem de ser conservado de forma congelada. Diante destas limitações o leite UHT vem surgindo como uma alternativa para atender a demanda de leite fluido, sendo encontrado em algumas redes de supermercados do país. O leite em pó é produzido e comercializado, basicamente na Região Sudeste. Todavia, em razão da maior durabilidade e praticidade para o consumo, tem 41 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 revelado boa aceitação no mercado de laticínios apesar do elevado preço, deixando alguns produtores otimistas com a aceitação deste produto no mercado nacional. O leite em pó também atua como um regulador de oferta de leite no mercado, garantindo ao consumidor leite durante o ano inteiro e possibilitando ao produtor o escoamento do leite na época de maior produção. Quanto aos demais derivados do leite de cabra merece destaque o iogurte, que apresenta ótimas características dietéticas e palatáveis. (43) Outra vertente que se mostra bastante promissora consiste na utilização do leite de cabra como matéria-prima para a indústria de cosméticos. Atualmente, algumas empresas já estão com seus produtos no mercado, entre elas destaca-se a Valtex Comércio e Indústria (com nome fantasia de Ubon). Participa na formulação de seus produtos com 5% do leite caprino, e hoje 30% do seu faturamento é proveniente dos produtos a base de leite caprino. Os principais produtos encontrados no mercado são: sabonete, xampu, condicionador, loção cremosa, sabonete líquido, display com mini sabonetes, entre outros. Os produtos são apresentados em duas linhas distintas, sendo uma linha TOP composta de produtos com preços mais elevados e uma linha popular apresentando produtos com preços mais baixos. Estes produtos já podem ser encontrados em algumas regiões brasileiras. (44) Segundo Fisberg (1999), o leite de cabra, diferentemente do leite de vaca, tem características únicas como: alta digestibilidade, alcalinidade distinta e maior capacidade tamponante. A característica de alta digestibilidade é devida ao percentual mais elevado de ácidos graxos de cadeia curta e média, facilitando a digestibilidade e favorecendo o esvaziamento gástrico e, em conseqüência, reduzindo a incidência de aparecimento de refluxo gastroesofágico. Os teores de vitaminas no leite de cabra estão próximos aos do leite de vaca, exceto pelas vitaminas B6, B12 e ácido fólico, as quais estão diminuídas no leite de cabra; os teores de vitaminas A estão aumentadas e, além disso, as cabras fisiologicamente convertem todo o caroteno em vitamina A, conferindo ao leite a coloração esbranquiçada, pela ausência deste pigmento. Os níveis de vitaminas C e D do leite são aproximadamente os mesmos para o leite de cabra e de vaca. 42 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Quanto aos minerais, o leite de cabra apresenta maior quantidade de cálcio, potássio, magnésio, fósforo, cloro e manganês, porém, menor quantidade de sódio, ferro, zinco, enxofre e molibdênio, quando comparado ao leite de vaca. A importância do leite de cabra na alimentação infantil não reside apenas no valor biológico de seus nutrientes, mas também em suas características de hipoalergenicidade. Isto vem aumentando gradativamente o seu consumo nos processos alérgicos de origem alimentar, particularmente aqueles relacionados às proteínas do leite de vaca. (45) Tabela 12 – Composição do Leite de Diversas Espécies Espécie Cabra Vaca Búfala Ovelha Extrato seco total % Gordura % Proteínas % Lactose % Cinza% 12,4 12,7 23,2 18,4 3,7 3,9 12,5 6,5 3,3 3,3 6 6,3 4,7 4,8 3,8 4,8 0,7 0,7 0,9 0,8 Fonte: Revista da Terra (http://www.revistadaterra.com.br/caprileite.asp). Acesso em 08/07/2005. 4.7.3 Padrões de qualidade do produto Em atenção à importância do produto leite de cabra para a diversificação das atividades rurais, a pesquisa agropecuária, através da Embrapa Caprinos, criou um Núcleo de Pesquisa que tem como tema central o agronegócio sustentável do leite caprino com qualidade, dando ênfase à produção, ao processamento e ao mercado, com o objetivo geral de contribuir para promover o desenvolvimento da cadeia produtiva da caprinocultura leiteira. O Núcleo Temático de Pesquisa com leite de cabra já está em funcionamento e de inicio estão sendo desenvolvidas, a partir de demandas solicitadas pelos próprios produtores, três propostas de Pesquisa relacionadas com Biotecnias de Reprodução em Pequenos Ruminantes Domésticos com Inseminação Artificial e Transferência de Embriões, Sistemas de Alimentação para Cabras 43 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Leiteiras e Avaliação da Resistência a Verminose Gastrointestinal em Caprinos Leiteiros. (46) O mercado está subdividido em venda de leite fluído (93%), venda de leite em pó (4%) e venda de queijos, doces e iogurtes (3%). O preço médio do leite in natura adquirido aos produtores é de R$ 0,70 e o leite pasteurizado chega aos varejistas com o preço médio de R$ 1,30 e chega aos consumidores a um preço médio de 1,80. (47) O leite de cabra aos poucos vai gerando emprego e renda nas propriedades rurais. No Estado do Rio Grande do Norte, por exemplo, existe uma atividade organizada com 300 produtores em 33 municípios com produção diária de 8.500 litros de leite gerando ao todo 35.000 empregos e garantindo uma renda de um salário mínimo de R$ 180.00 por mês com a produção de sete cabras em lactação. Este leite está sendo adquirido pelo Governo daquele Estado e distribuído para a merenda escolar e para crianças carentes já tendo contribuído para reduzir em 39% a mortalidade infantil naquela região. (48) 44 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 4.8 Produto: Pele e Derivados A pele dos caprinos e ovinos do Nordeste pode ser considerada importante produto da caprinovinocultura, podendo alcançar até 30% do valor total do animal. Essa pele apresenta alto padrão de qualidade, resultante da sua excelente flexibilidade, grande resistência e principalmente, pela maciez permitindo seu uso em diversos produtos manufaturados. Este fato é mais proeminente nas raças nativas de caprinos e ovinos como por exemplo; a Moxotó e Morada Nova Santa Inês . Por outro lado, os prejuízos causados por defeitos na pele, devido a vários fatores tais como: manejo inadequado dos animais, esfola mal executada e conservação, tem acarretado grandes prejuízos para a economia da região. De acordo com dados dos curtumes, para cada 100 peles adquiridas, pela indústria apenas 7 são classificadas como de primeira, sendo o restante de segunda e terceira categoria. Portanto, é necessária nova avaliação das peles das atuais raças de caprinos e ovinos criados no Brasil, bem como a adoção de novos métodos para melhorar o processo de produção, esfola e conservação das peles e treinamento de pessoal com o objetivo de oferecer uma melhor matéria prima para a indústria coureira do Brasil. As peles de ovinos deslanados têm maior valor de mercado pela sua maior elasticidade e resistência associadas a uma textura fina, prestando-se para uma maior utilização na industria de acessórios tais como: vestuário e calçados finos. As peles dos caprinos têm também boa aceitação pela indústria tendo, porém, menos opções de uso e conseqüentemente um valor ligeiramente menor com valores de R$ 8,00 para caprinos e R$ 12,00 para ovinos deslanados. As indústrias do Nordeste enfrentam o grande problema da qualidade das peles que recebem. Como predomina o abate clandestino, a esfola é normalmente feita com facas ou outros instrumentos cortantes que perfuram ou cortam a pele, danificando-a. Os arbustos e os cactus da caatinga e o arame 45 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 farpado das cercas arranham as peles por fora, prejudicando a qualidade. Doenças como a Linfadenite caseosa e ectoparasitos também prejudicam a pele. Pelas suas características intrínsecas; os caprinos promovem maior nível de danos às suas peles que os ovinos. (49). No Nordeste, a capacidade instalada dos curtumes é de 12,2 milhões de peles/ano. Em 1998 os curtumes processaram 7,6 milhões de peles ficando, portanto, com uma capacidade ociosa de 37,7 %. No Sul, a produção de peles curtidas em 2000 foi em torno de 1,8 milhões de peles e os curtumes funcionaram com uma capacidade ociosa em torno de 50%. Um programa de aumento do efetivo no Brasil irá contribuir para diminuir a ociosidade dos curtumes, aumento de empregos e a eficiência do setor. (COUTO, 2001). As importações e as exportações de peles ovinas e caprinas têm variado bastante conforme demonstra a Tabela abaixo. Os dados de exportação mostram haver uma tendência nítida de exportar mais peles ovinas de que caprinas. Quanto à importação, a tendência é inversa, isto é, importar mais peles de caprinos do que de ovinos. Pode-se concluir que o mercado interno está proporcionalmente consumindo mais peles de caprinos de que de ovinos. Tabela 13 - Brasil - Importação e exportação de peles de ovinos e caprinos, entre os anos de 1992 e 2000. Dados em US$ milhões Item Exportação Ovinos 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 13,3 13,2 9,7 9,9 13 12 8,9 7,1 7,1 Exportação Caprinos 8,0 5,9 4,2 3,3 3,7 0,3 0,2 0,3 0,3 Importação Ovinos 4,0 5,0 5,8 11,4 10,2 9,6 5,8 2,8 6,1 Importação Caprinos 12,6 9,8 11,4 9,3 3,1 9,6 3,1 1,6 8,9 Fonte: MDIC 46 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Com relação à agroindústria, no Nordeste brasileiro a capacidade instalada dos curtumes é para o processamento de 12,2 milhões de peles/ano. No Sul do país em torno de 1,8 milhões de peles/ano. No que concerne à carne, apenas no Nordeste brasileiro existem 09 abatedouros-frigoríficos especializadas em pequenos ruminantes, com capacidade total para abate de 31.550 animais/dia. A exportação de peles ovinas acumulada no período de 1992 a 1999 foi de US$ 87,1 milhões. Em 2000, representou US$ 7,1 milhões. Os principais países importadores foram a Nigéria, Espanha e o Quênia. A exportação de peles caprina acumulada no período de 1992 a 1999 foi de US$ 25,9 milhões. A exportação de peles caprina em 2000 representou US$ 0,3 milhões. Os principais países importadores foram a Argentina, a Nigéria e a Itália. A importação de peles ovinas acumulada no período de 1992 a 1999 foi de US$ 54,6 milhões e de peles caprinas de US$ 60,5 milhões. Em 2000, a importação de peles ovinas representou US$ 6,1 milhões e de peles caprinas US$ 8,9 milhões. Os principais exportadores de peles ovina foram a Espanha, a Itália e a Finlândia e de peles caprina a Espanha, os Estados Unidos e a Itália. (50) A indústria curtidora anseia pelo desenvolvimento da atividade e pelo seu amadurecimento. Todo e qualquer projeto de fortalecimento desta atividade reverterá em benefício da cadeia das peles. Os curtumes são o melhor ponto para medir se os resultados estão sendo alcançados, pela concentração e facilidade no levantamento de dados estatísticos/quantitativos. As peles são a "embalagem" que atestam se o animal foi bem cuidado ao longo da sua criação e no seu abate. Ao longo dos anos as Políticas Públicas voltadas para o setor sempre foram muito tímidas ou inexistentes. Mesmo assim foram as restrições impostas pelo Governo às exportações de peles brutas (secas ou salgadas) durante a década de 1970 que obrigaram os grandes comerciantes da época a iniciarem o processo de industrialização, responsável pela alavancagem da indústria curtidora de peles. Esta decisão foi muito questionada na época, mas reconhecidamente criou um importante núcleo industrial. A maioria dos curtumes de peles do Nordeste surgiu neste momento, inclusive com a instalação na década de 1980 de empresas multinacionais ou de capital misto. Os curtumes do Nordeste são uma importante atividade industrial para a região, tecnologicamente atualizados, inseridos num 47 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 contexto extremamente competitivo, preparados para abastecer a indústria calçadista brasileira e enfrentar o mercado internacional. (51) Detendo-se exclusivamente no Nordeste, temos um rebanho de 12 milhões de cabras, com um abate anual inferior a 4 milhões, e um rebanho de 9 milhões de carneiros deslanados com um abate anual inferior a 4,5 milhões, ou seja, o Nordeste produz pouco mais de 8 milhões de peles brutas por ano. Esta produção é insuficiente para atender a demanda brasileira. Os curtumes têm capacidade instalada para processar mais de 12 milhões de peles por ano. Apenas os curtumes do Nordeste importaram em 2002 quase US$ 5 milhões em peles. Atualmente a política tarifária externa brasileira, acordada com o Mercosul determina alíquotas de importação de peles de acordo com o estágio de industrialização que variam de 2% a 11,5%. No período de 1992 a 1999 importamos e exportamos quase os mesmos valores em peles: US$ 115 milhões contra 113 milhões, gerando um déficit de apenas US$ 2 milhões. No triênio de 2000 a 2002 exportamos menos de US$ 30 milhões e importamos mais de US$ 52 milhões. Apenas no ano de 2002 nossas importações foram superiores a US$ 20 milhões enquanto as exportações foram inferiores a US$ 9 milhões. Do total importado, 70% são peles de cabras e mais da metade adquiridas pela indústria calçadista do Sul, geralmente em regime de "draw back". Mais de 50% do calçado de couro exportado pelo Brasil é produzido com peles (caprinos e ovinos) e couros (bovinos) importados, devido às limitações de quantidade e qualidade das matérias primas brasileiras. (52) Historicamente 80% das exportações brasileiras são de peles de carneiro deslanado e 20% de cabras. É importante mencionar que a pele do carneiro deslanado (ovino) do Nordeste é um produto nobre pelas suas propriedades de maciez, resistência e elasticidade, possui valor comercial muito superior à das ovelhas do Sul, com aplicações distintas na indústria. As peles das ovelhas do Sul são utilizadas para lã ou forro devido à sua baixa resistência. Os curtumes do Nordeste são responsáveis pela quase totalidade das exportações brasileiras, principalmente para a Itália, maior centro processador de peles e couros do mundo e para a Espanha. (53) 48 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 O mercado fornecedor de peles é extremamente pulverizado, reflexo do perfil do setor, formado por milhares de pequenos produtores que abatem seus animais nas suas propriedades ou nos espaços disponíveis nas cidades, sem nenhum controle fito-sanitário. As peles na sua maioria são comercializadas nas centenas e centenas de feiras espalhadas por todas as cidades do Nordeste, fomentando a atuação dos atravessadores que funcionam como a rede coletora nesta complicada logística regional. Esta longa cadeia de distribuição prejudica inclusive a qualidade de conservação das peles. As peles brutas são compradas por unidade, praticamente sem classificação. A expectativa é criar um sistema mais criterioso de tipificação considerando: conservação, esfola, tamanho e defeitos. Assim será possível beneficiar os produtores mais cuidadosos e incentivar a cadeia a trabalhar melhor. A atividade curtidora requer um grande volume de investimentos e um elevado custo de operação - devido às rigorosas exigências de qualidade do mercado consumidor, que demanda investimentos pesados na aquisição de equipamentos, na contratação de pessoal capacitado e no carregamento de estoques. É uma atividade que requer grande consumo de água, e a consciência ecológica conduziu as empresas a adotar critérios severos no controle e tratamento de efluentes, a custo muito elevado. Apesar disto, a indústria curtidora nordestina está confiante, preparada para absorver o incremento de produção e disposta a ser um elo forte neste grande desafio de levar adiante o desenvolvimento da caprinoovinocultura na nossa região. (54) A Bahia construiu há três anos uma grande vantagem competitiva, que foi inserir o Estado como zona livre de aftosa, com vacinação reconhecida pela comunidade internacional. Essa condição lhe permitiu exportar carnes não só para todos estados brasileiros, como para o mercado internacional. Entretanto o segmento agroindustrial da cadeia produtiva da carne caprina e ovina da Bahia não tem sabido aproveitar-se dessa grande oportunidade de negócio, dessa ação arquitetada e agregada do ambiente institucional da cadeia produtiva. Enfim, é preciso agora que os empresários e empreendedores percebam que o grande mercado para carne caprina e ovina reside no triângulo do consumo alimentício brasileiro, composto pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal. 49 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Essas localidades estão pagando por um quilo do pernil no varejo preços que variam de R$ 12,00 a R$ 25,00, enquanto o quilo varia na Bahia entre R$ 7,50 a R$13,00. O segmento da produção, neste momento, é o único beneficiado por essa condição de zona livre de aftosa com vacinação, visto que intermediários estão pagando aos produtores baianos cerca de R$ 5,00 por quilo vivo, ou até mais, e levando esses animais para serem abatidos em São Paulo e para formação de rebanhos pelo Brasil, já que a Bahia tem o maior rebanho caprino e o segundo em ovino do país e é o único grande produtor de caprino e ovino do Brasil, livre de aftosa com vacinação. (55) Na região Centro –Oeste já existem grandes projetos como o da MARFRIG (http://www.marfrig.com.br/), que irá produzir e abater ovinos e que hoje é o maior importador e distribuidor brasileiro de carne ovina, procedente do Uruguai e Chile. Em Goiás, o Frigorífico Margem também já iniciou um trabalho integrado com os produtores daquela região e também já existe um interesse semelhante da Perdigão no estado do Mato Grosso. Pode se levar em conta o grande consumo em São Paulo desses produtos, onde já existem frigoríficos e entrepostos que atuam naquele mercado tão só com o serviço de inspeção estadual (SIE), não precisando recorrer assim, em exportação. (56). As peles dos caprinos e ovinos tropicais poderiam representar importante fonte de renda para os criadores do Nordeste, porque são consideradas as melhores do mundo, com destaque especial para a da raça Moxotó. No entanto, as práticas adotadas no sistema de produção predominante na região (manejo inadequado e parasitas) e, principalmente, no abate, processo de retirada da pele (esfola) e préprocessamento, fazem com que essa importante matéria-prima apresente inúmeros defeitos, reduzindo substancialmente o seu valor comercial, com evidentes prejuízos para o produtor. Os curtumes operam com capacidade ociosa, não por falta de matéria-prima, mas em função dos defeitos e da baixa qualidade apresentadas pelas peles. Há, portanto, um amplo e estável mercado para peles de qualidade. 50 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 O setor coureiro emprega quase 50 mil pessoas e representa 0,6% do PIB nacional. Tem como características importantes a predominância do capital nacional (95%) e a gestão familiar. O setor é bastante diversificado e produz couros nos mais variados estágios, desde o "wet-blue" a couros acabados, destacando-se os artigos para calçados, estofados "nobuck", camurça (excelente valor comercial), pelicas e vestuários. Os rebanhos caprino e ovino têm condições de abastecer os curtumes da região Nordeste, podendo, inclusive, exportar para outras regiões do país. No entanto, cuidados especiais no manejo, esfola e pré-processamento das peles são exigências indispensáveis para que o produtor atinja esses mercados, aumentando suas receitas. (57) 51 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 5. Cenários e Tendências Alguns cenários já anteriormente elaborados sobre os rumos do agronegócio brasileiro podem ser mencionados, servindo como referência para orientar a futura elaboração dos estudos. Estas tendências, sinteticamente listadas a seguir, terão forte influência futura sobre o desempenho das cadeias produtivas: 1. Globalização dos mercados: as commodities agrícolas e produtos diferenciados terão que se desenvolver em um ambiente de competição de mercados; 2. Mudança de perfil dos fatores de produção - mão-de-obra e terra - capital, mecanização e terra - conhecimento: tecnologia, mercado, integração agroindustrial 3. Transição da agricultura tradicional para o negócio agrícola e cadeias produtivas: cada vez mais, o sucesso econômico das cadeias produtivas vai depender do desenvolvimento de estratégias criativas para a agregação de valor ao longo da cadeia. Os maiores benefícios estarão relacionados aos elos e segmentos que logrem maior eficiência neste empreendimento; e 4. Mudança de papel do setor público: o papel tradicionalmente desenhado para o setor público está sendo fortemente questionado e ainda não ocorreu uma definição precisa do novo papel, que certamente será muito mais normativo e muito menos executivo. O setor privado deverá estar preparado para assumir papéis hoje desempenhados pelo governo e ainda estabelecer competitividade frente aos concorrentes externos; A partir desta evolução, o desenvolvimento das cadeias produtivas será fortemente baseado em conhecimento de avanço tecnológico, em conhecimento de mercados e de integração, ou seja em visão sistêmica do negócio; Estes macrocenários sinalizam um futuro onde eficiência produtiva e qualidade de processos e produtos serão primordiais ao desenvolvimento das cadeias produtivas em geral. (Castro, 2000) 52 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 5.1 Associativismo e Informação Em Agropecuária 2002, a Brasileira, EMBRAPA realizou onde demonstra um que Diagnóstico o Sociotécnico associativismo é da um comportamento bem mais característico dos produtores agropecuários do Sul e do Sudeste, que do resto do País. Em ambas as regiões, mais da metade se associam a cooperativas ou a outros tipos de organizações de produtores, enquanto nas demais, as proporções ficam em torno de um terço. Dentre os meios de informação que alimentam a inserção dos produtores na sociedade contemporânea, a televisão é, de longe, o mais importante. Nada menos de 73,7% responderam que se informam na televisão. A seguir estão o rádio (33,4%), o jornal (29,6%), as revistas (17,2%) e outros (3,8%). A televisão é, de longe, o mais importante meio de comunicação onde procuram informação. Quase três quartos do total o fazem, e a proporção é de mais de 80% no Sudeste e no Sul. Mesmo o Nordeste e o Norte, que têm os menores índices, mostram quase dois terços usando a televisão como principal fonte informativa. O rádio é veículo informativo para um terço dos produtores agropecuários do País, mas tem maior presença no Sul e no Nordeste, ficando bem abaixo no Sudeste. A leitura de revistas tem maior freqüência no Centro-Oeste e no Sudeste. A Tabela a seguir mostra as percentagens de produtores que se associam em cooperativas ou outro tipo de organização. Menos da metade (43,4%) respondeu afirmativamente. No Sul e no Sudeste, porém, mais da metade dos produtores é associada, respectivamente 54,6% e 51,0%. No Nordeste, são apenas 31,6% os que se associam, sendo 36,0% no Norte e 39,2% no Centro-Oeste. 53 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 TABELA 14 - Porcentagem de produtores associados a cooperativas ou outros tipos de associação, no País e por região. Brasil 43,4 Norte 36,0 Nordeste 31,6 Sudeste 51,0 Sul 54,6 Centro-Oeste 39,2 A estrutura formada pela importância relativa dos meios de comunicação enquanto fontes de informação, deixa supor que a visão global do mundo e do País está se sobrepondo à visão local. Com efeito, a maioria da informação televisada se dirige aos interesses de uma audiência disseminada por grandes áreas e distribuída por todas as camadas sociais (exemplo: o Jornal Nacional da Rede Globo de televisão). É esse o veículo de informação a que os produtores agropecuários estão mais expostos. Quando perguntados como têm acesso às informações sobre as tecnologias da Embrapa, 29,2% dos produtores agropecuários indicaram que têm acesso pela imprensa, 11,1%, pelas cooperativas e associações, 9,8%, por escritórios de extensão e 0,9% pela Internet. 5.2 Tendências de Consumo O mercado tem se mostrado consumidor tanto no Brasil como no exterior. A tendência do mercado é de aumentar o consumo de carne fresca ou resfriada em substituição à carne congelada. Esta tendência do mercado consumidor poderá favorecer as regiões que tenham maior presença no mercado durante maior número de meses ao ano. Assim, os efetivos de caprinos e ovinos precisam ser aumentados rapidamente para diminuir as importações e cobrir as ociosidades existentes nos abatedouros/frigoríficos e nos curtumes Portanto, planejamento adequado aliado à organização dos produtores e à pesquisas bem orientadas poderão aumentar o período de oferta de animais para abate por maior número de meses do ano. 54 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 O Brasil apesar de deter um rebanho significativo de caprinos e ovinos, dos quais 93,7% e 48,1%, respectivamente, na Região Nordeste (IBGE, 2002), continua importando carne de ovinos e, principalmente, peles de caprinos. CARVALHO (2002) cita que as importações de carne ovina no Distrito Federal aumentaram entre 1992 e 2000. Mesmo sendo um negócio economicamente rentável, a produção/oferta de carnes caprinas e ovinas não tem aumentado na mesma proporção da demanda em todo o País (SANTANA, 1999). Estes dados justificam a importância do agronegócio da caprino-ovinocultura como estratégia para o desenvolvimento rural, visto que este é uma atividade chave e pode gerar um grande impulso na economia nordestina, caso a sua integração agroindustrial seja adequadamente localizada, conduzida e estimulada. (58) 5.3 Potencialidades A existência de diferentes consumidores abre possibilidades, a exemplo de outros produtos agropecuários, para estabelecimento de diferentes tipos de mercados que se diferenciam tanto pelo destino final do produto, como pelo volume, a qualidade e a forma de organização dos atores da distribuição. Os tipos de mercado são: (a) o mercado local, representado pelas cidades ao redor das zonas de produção; (b) o mercado regional, que compreende as cidades de pequeno, médio e grande portes, inclusive, capitais dos estados do Nordeste; (c) o mercado extra-regional ou nacional, sendo os maiores centros consumidores do Brasil localizados na região Sudeste; e (d) o mercado internacional. (59) Nos médios e grandes centro urbanos, além de consumidores que compram unicamente preços, marcas, qualidade e conveniências, existem os consumidores “politicamente à busca corretos” de ou produtos com “naturais” ou elevada com identidade qualidades cultural nutritivas ou e organolépticas específicas. (60) Cabe ao Estado, em suas instâncias estadual e/ou federal, a coordenação institucional e de políticas e das ações locais para o desenvolvimento local. Cumpre ainda promover um esforço de ação conjunta com o setor privado para o desenvolvimento da cadeia produtiva regional de caprino-ovinocultura, pelo fortalecimento dos pólos de produção, processamento (no local de origem) e 55 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 serviços. A ausência de leis e regulamentos estabelecendo padrões de procedimentos operacionais que definem e regulam os atributos de qualidade dos produtos dá lugar a um sistema de classificação e padronização caótico que caracterizam o atual sistema de distribuição no mercado e impede uma maior agregação de valor aos produtos e derivados da caprino-ovinocultura regional. Urge, portanto, a necessidade de medidas legais para vincular os produtos derivados da caprino-ovinocultura a localidade através do estabelecimento de nomes e marcas registradas que refletem a proveniência local e qualidade do produto. Cite-se, por exemplo, a experiência francesa que conferem aos produtos de origem agrícola a denominação de origem controlada – “appellation d'origine controlleé” (AOG). (61) No momento, cerca de 50,0% da carne ovina comercializada nas regiões Nordeste e Centro-Oeste provém do estado do Rio Grande do Sul, da Argentina, do Uruguai e da Nova Zelândia. Isto denota uma possibilidade enorme de mercado a ser conquistado. Ressalte-se que a carne ovina proveniente do RS e daqueles países pode ser de qualidade inferior em virtude de, em grande parte, ser oriunda de animais de raças produtoras de lã. A produção de carne proveniente de animais deslanados e semi-lanados poderá atender à demanda interna e, em um futuro próximo, adentrar aos mercados internacionais. A pele por seu turno, é o produto que mais oferece possibilidade de retorno econômico quando se agrega valor. No entanto, na atualidade as peles brasileiras estão chegando aos curtumes com uma elevada porcentagem de defeitos que podem ser minimizados ou mesmo evitados procedendo-se mudanças nos sistemas de exploração, investindo-se na qualificação da mão-de-obra, reduzindo-se a idade de abate dos animais, dentre outros aspectos. (62) Atualmente, o cenário interno e externo apresenta alguns fatores que favorecem o desenvolvimento do agronegócio de caprinos e ovinos, viabilizando a agregação de valor à produção tanto no âmbito doméstico quanto internacional, numa escala sem precedentes, dadas às oportunidades reais de mercado. No cenário externo, pode-se citar a manifestação da gripe do frango nos países asiáticos e a incidência da encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como o mal da vaca louca, nos rebanhos de vários países da Europa e dos Estados Unidos. No cenário doméstico, a estabilização econômica, a melhoria do nível de renda da população e as políticas sanitárias e de regulamentação do comércio 56 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 interno de produtos agropecuários, são alguns dos fatores favoráveis, dentre outros. Ademais, está acontecendo uma mudança de atitude por parte dos consumidores de alimentos, existindo uma tendência principalmente nos países desenvolvidos, de que as preocupações com a saúde e bem-estar em geral, incluindo receios ambientais, passem a ter cada vez mais importância no processo de escolha dos consumidores. Este cenário, aliado ao fenômeno da globalização poderá impulsionar o consumo mundial de carne caprina. Ressalte-se que dentre as carnes mais consumidas no mundo, a carne caprina é a mais magra (contém o menor teor de gordura), sendo inclusive mais magra que a carne de frango. Por exemplo, em cada 100 gramas de carne assada ao forno, a carne caprina apresenta 2,75 gramas de gordura, contra 3,75 gramas da de frango, 17,14 gramas da bovina e 25,74 gramas da suína. Este diferencial, aliado às estratégias de conquista de novos mercados poderá impulsionar consideravelmente o consumo mundial de carne caprina (MARTINS, 2002). Segundo COUTO (2001), a tendência do mercado é de aumentar o consumo de carne fresca ou resfriada em substituição à carne congelada. Esta tendência favorece as regiões que tenham maior presença de mercado durante maior número de meses do ano. Na região Sul, em virtude das condições climáticas e das raças existentes há um período concentrado de oferta de produtos entre setembro a fevereiro, já na região nordeste o abate vai de julho a dezembro. No Centro Oeste, Norte e Sudeste, onde predominam as raças deslanadas e a monta pode ser feita durante todo o ano, verifica-se uma predominância de partos nos meses de março a junho e outra entre agosto e novembro, o que permite a oferta de animais para o abate durante quase todo o ano, traduzindo-se em vantagem competitiva para essas regiões. (63) O leite e seus derivados estão entre os produtos de origem caprina mais comercializados nos mercados locais, regionais e nacional. No entanto, a industrialização do leite ainda é restrita devido a fatores tais como: pequena produção do leite “in natura”; desconhecimento dos valores nutricionais deste produto, falta de hábito alimentar da população; preconceito quanto ao produto e seus derivados; elevado preço quando comparado ao de origem bovina, já estabelecido no mercado; entre outros. 57 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Para que os produtos nacionais, derivados do leite de cabra, sejam inseridos nos mercados nacional e internacional, faz-se necessário realizar ações de mercado, tais como: adequação de produtos abrangendo o desenvolvimento de marcas e formas de acondicionamento; prospecção de mercados, buscando identificar nichos e os produtos mais consumidos; certificação de qualidade, proporcionando ao produto um elevado padrão de qualidade; e marketing e publicidade dos produtos. (64) Para expandir o consumo de leite e de carne caprina e ovina o produtor deve estar consciente de que o consumidor atual é muito exigente, não somente quanto à qualidade do produto, mas também em relação ao preço final, o que exige sintonia com o mercado e sobretudo competitividade de toda a cadeia produtiva. Finalmente, para alcançar esses objetivos – considerando predominarem na atividade os pequenos e médios produtores - três ações devem ser desenvolvidas: a. organização da produção, a partir das cooperativas, sindicatos e associações de classe; b. capacitação empresarial, levando em consideração a tradição, a cultura e o nível educacional dos produtores; e c. aumento da produtividade e da competitividade por meio da qualificação da mão-de-obra, melhoria da qualidade dos produtos, incorporação de novas e modernas tecnologias e disponibilidade do produto durante todo o ano. (65) Pelo que se observa, as condições dos mercados externo e interno são favoráveis ao desenvolvimento da caprino-ovinocultura. Entretanto, para criar, manter e/ou ampliar parcelas nos mercados externo e interno há que se produzir com qualidade total. Algumas marcas começam a se firmar no mercado consumidor, trazendo a garantia de produtos com a qualidade exigida. Em Nova Friburgo/RJ, a indústria Waltex produz e comercializa a linha de produtos Suavitrat, à base de leite de cabra. 58 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Na área de leite, a CCA Laticínios detém a marca mais conhecida de leite UHT e em pó – CAPRILAT, e apresenta diversos produtos ao mercado: • Leite em Pó Instantâneo SCABRA - lata 400g • Leite em Pó Integral CAPRILAT - Caixa 200g • Leite UHT (Longa-vida) CAPRILAT INTEGRAL - 1 litro • Leite UHT (Longa-vida) CAPRILAT LIGHT - 1 litro • Leite UHT (Longa Vida) CABRITIM – 200ml Na área de carnes, temos dois bons exemplos de marcas: a Carneiro & Cia, da Bahia: e a Cabrito Candango, de Brasília, onde se pode comprar produtos via Internet, com entrega em domicílio para a região do Distrito Federal: 5.4 Fragilidades Presume-se que um dos principais entraves ao desenvolvimento da cadeia produtiva seja a estacionalidade na oferta. Esta é decorrente, dentre outros fatores, da quase completa ausência de organização e gestão da unidade produtiva em forma empresarial. Particularmente, na zona semi-árida da Região Nordeste, esta é fortemente influenciada pelos fatores climáticos que afetam a produção, quantitativa e qualitativa de forrageiras, com fortes conseqüências no desempenho produtivo e no desfrute dos rebanhos. 59 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Tendo em vista a estacionalidade na produção e, conseqüentemente, na oferta, a demanda permanece reprimida. Entretanto, os consumidores buscam fontes de proteína que estejam disponíveis durante todo o ano. Sendo o consumidor o elo final das cadeias sendo, pois, os demais elos focados nele. (FURLANETTO, 2000; GUIMARÃES FILHO, 1999; GUIMARÃES FILHO & CORREIA, 2001). (66) Outros fatores limitantes afetam a comercialização das carnes de caprinos e ovinos, podendo-se destacar: a falta de padronização de carcaças, em razão do baixo padrão racial dos rebanhos; a irregularidade no fornecimento de carne e derivados ao mercado; o abate clandestino, que concorre deslealmente com frigoríficos industriais; a ausência de promoção comercial e os elevados preços praticados no mercado, impossibilitando a abertura de mercado e reduzindo a competitividade com os produtos concorrentes. (67) A demanda por carnes de caprinos e ovinos, em cortes padronizados; bem como por vísceras devidamente processadas, embaladas e comercializadas de forma resfriada ou congelada, vem apresentando crescimento considerável nas grandes cidades do Nordeste e do Sudeste do Brasil, principalmente nas áreas habitadas pelo segmento populacional detentor de maior poder aquisitivo. No entanto, o preço da carne ovina, em comparação com a bovina, ainda está longe de se tornar um fator de competitividade, conforme demonstra a tabela abaixo. Tabela 15 – Comparativo de preços de cortes de carne bovina e ovina Corte Bovino (preço por kg) Caprino (preço por kg) Filé R$ 17,00 R$ 33,00 Picanha R$ 14,00 R$ 20,00 Contra-filé R$ 11,00 R$ 30,00 Carré R$ 14,00 Carré fancês R$ 35,00 Pernil R$ 14,00 Fonte: Pesquisa supermercados e frigorífico LM - Brasilia/DF- Jul.2005 60 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 A oferta de carnes de caprinos e ovinos oriundas de animais abatidos em frigoríficos industriais licenciados pelos Serviços de Inspeção Federal (SIF) ou Inspeção Estadual (SIE), se caracteriza como um fator importante para o crescimento da demanda, assegurando aos produtos industrializados, um elevado padrão de qualidade sanitária. (68) A questão promocional assume grande importância, onde o marketing deve explorar o baixo teor de colesterol da carne e a característica de fácil digestibilidade. Isto representa um fator importante de atratividade de mercado, visto que o apelo de saúde sempre influi de forma relevante no comportamento do consumidor, especialmente naqueles de nível cultural mais elevado. Assim, o esforço de marketing deverá se concentrar nas classes A e B, inicialmente, explorando as vantagens das carnes caprina e ovina em relação as demais carnes. As peles de ovinos e caprinos, industrializadas no Nordeste, são exportadas preferencialmente na forma de wet-blue, que corresponde ao couro curtido. Embora algumas indústrias realizem o processo de acabamento, sendo produzidos vários e importantes tipos de couros, tais como: marroquins, camurças, pergaminhos, algumas napas, pelica etc, utilizados na produção de calçados, bolsas, vestuários, entre outros. Um fator importante que poderá estimular o crescimento do mercado de peles na região Nordeste consiste na instalação de fábricas de calçados oriundas das regiões Sul e Sudeste do país, atraídos pelos incentivos fiscais concedidos pelos estados nordestinos, especialmente o Ceará e a Bahia, poderá ser mais uma alternativa para a comercialização de peles beneficiadas de ovinos e caprinos. Em razão do elevado índice de defeitos observados nas peles de caprinos e ovinos, apresenta-se como alternativa para o aproveitamento destas peles o couro atanado, que é obtido pelo processo de curtimento vegetal a base de tanino. O couro atanado é largamente utilizado em produtos artesanais (bolsas, calçados etc), assim como em produtos de montaria. (69) 61 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 O aumento de consumo de produtos caprinos e ovinos pode ser maior com o crescimento da produção, acompanhado de uma ação de marketing junto ao consumidor, para que ele conheça o valor nutricional da carne e do leite; uso de embalagem adequada e venda de produtos de qualidade. As pesquisas registram que o baixo consumo da carne ovina se deve a: falta de hábito do consumidor; falta e irregularidade da oferta má qualidade do produto colocado à venda e má apresentação comercial do produto oferecido no mercado interno. 62 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 6 Considerações finais Um dos aspectos mais importantes a serem definidos pela cadeia produtiva da ovinocaprinocultura é o posicionamento estratégico a ser adotado. A partir da metodologia SWOT, do inglês strong (pontos fortes), weak (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças), ROSANOVA (2004) faz uma análise para definição das estratégias futuras a serem aplicadas na cadeia produtiva da ovinocaprinocultura. AMEAÇAS OPORTUNIDADES Hábito de Crescimento do consumo consumo de carnes incipiente alternativas Cadeias produtivas Crescimento do de outras carnes consumo global de mais carnes desenvolvidas Aumento do Tecnologias básicas consumo de disponíveis produtos semiprontos. Capacidade de expansão PONTOS FRACOS PONTOS FORTES Sazonalidade na Tradição pecuária do oferta dos produtos país Apresentação e qualidade dos produtos Condições edafoclimáticas favoráveis Canais de distribuição Forte presença comercial na Região Sudeste Política tributária insuficiente Mercado nacional e internacional em franca expansão Ociosidade dos frigoríficos Sustentabilidade tecnológica Assistência técnica Produto de grande deficitária e baixo nível de organização aceitação dos produtores Fonte: SILVA (2002) e NETO (2003), adaptado por ROSANOVA (2004). Com base nos aspectos levantados, ROSANOVA (2004) sugere duas opções: liderança no custo e diferenciação. O quadro a seguir ilustra os aspectos do negócio pela ótica das duas estratégias sugeridas. 63 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Estratégia: LIDERANÇA NO CUSTO Estratégia: DIFERENCIAÇÃO Visão do Negócio Tornar as carnes ovinas e caprinas uma opção preferencial no cardápio dos brasileiros Identificar segmentos de mercado não bem atendidos pelas outras carnes e desenvolvimento de produtos Unidades Industriais De grande porte, ganhos de escala, pouca flexibilidade Pequenas, flexíveis e personalizadas Transporte Em grandes lotes, logística integrada Em pequenos lotes Distribuição Em escala nacional e internacional, utilizando linhas independentes Em pequena escala, geralmente acoplada a outros produtos Canais de Comercialização Redes de Supermercados Restaurantes especializados, boutique de carne Política de Preços Médio ou desconto Premium ou médio Especialização do Produtor Separação de tarefas (criador– engordador) Criação artesanal Alta capacidade em engenharia de processo (zootecnia e engenharia industrial). Alta capacidade em ASPECTO DO NEGÓCIO Competências essenciais Sistemas de distribuição de baixo custo. Rígido controle de custos. engenharia de produto. Grande habilidade em pesquisa e marketing. Forte coordenação. Fonte: NETO (2003), adaptado por ROSANOVA (2004). A ovinocaprinocultura dada a sua importância socioeconômica para a região Nordeste carece de uma política de desenvolvimento que priorize: a oferta contínua de carnes com elevado padrão de qualidade; a competitividade de preços em relação aos produtos concorrentes; 64 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 a comercialização de carnes submetidas aos serviços de inspeção federal ou estadual; e ações voltadas para promoção comercial (prospecção de mercado, adequação de produtos, marketing e publicidade, participação em feiras nacionais e internacionais de alimentos, entre outras). (70) Finalmente, vale ressaltar algumas ações importantes para estimular o crescimento da produção e comercialização das carnes de caprinos e ovinos: organização dos produtores em associações e cooperativas; capacitação tecnológica e gerencial; melhoramento genético dos rebanhos; acesso a linhas de crédito com juro diferenciados; certificação de qualidade das carnes; política de marketing para as carnes de caprinos e ovinos e o combate aos locais de abate clandestino. (71) Identificação e caracterização dos produtos locais podem constituir novas oportunidades econômicas de geração de renda para os caprino-ovinocultores da região. Como ressalta Clóvis Guimarães Filho, pesquisador da Embrapa Semi-Árido, um “produto do território” efetivamente diferenciado, do tipo “sabor caatinga”, atenderia uma opção de mercado e se constituiria em importante alternativa de resgate social e econômico dos caprino-ovinocultores da região semi-árida. Para tanto é fundamental a realização de ações de pesquisa e desenvolvimento visando o estabelecimento de critérios de definição da qualidade dos produtos e derivados típicos da região, inclusive aqueles que são ainda pouco conhecidos, mas apresentam alguns elementos de tipicidade que são distintos de outras regiões produtoras do país e do mundo. (72) Contudo, ressaltam a dificuldade enfrentada por lacticínios nacionais em concorrer com os produtos lácteos importados, principalmente da França. Desta forma, seria mais racional voltar-se para o mercado interno, que se apresenta com um grande potencial. Uma alternativa para conquistar esse mercado seria a fabricação de queijos menos requintados e produtos fluidos variados e com uma boa apresentação (desnatados e achocolatados) a preços mais acessíveis, contribuindo para a expansão do mercado. A questão promocional assume grande importância, onde o marketing deve explorar as vantagens nutricionais do leite e seus derivados como: o baixo teor de colesterol, a alta digestibilidade e sua característica de hipoalergenicidade. Isto representa um fator importante de atividade de mercado, visto que o apelo de 65 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 saúde sempre influi de forma relevante no comportamento do consumidor, especialmente naqueles de nível cultural mais elevado. Também, devem ser considerados como fatores importantes para o crescimento do mercado a qualidade do produto, a apresentação e o acondicionamento, a oferta constante e o preço compatível com os produtos similares. (73) Para que o crescimento do setor ovinocaprino se faça com sustentabilidade, é necessário atentar para alguns dos problemas apontados por SILVA (2002), juntamente com as propostas de políticas elencadas para a cadeia produtiva da carne ovina e caprina, dentre os quais destacamos: PROBLEMAS Riscos na oferta dos produtos A falta de regularidade de oferta do produto em função da sazonalidade de produção, aliado a baixa qualidade dos produtos, acarreta em aumento de preços e baixa freqüência na negociação. Formação de preços A sazonalidade na produção, a presença de produtos importados, o pouco uso de tecnologias e a baixa qualidade dos produtos, faz com que ocorram oscilações de mercado, daí a necessidade de regularidade da oferta para garantir cenários de preços. Sistema de informações A assimetria de informações é elevada e tratada de forma isolada, não disponibilizando as informações sobre os fluxos físicos do produto ao longo do sistema e os preços na produção. PROPOSTAS Escalonamento da produção e utilização de estações de monta regionais, visando o planejamento da produção. Utilização sistemática de reserva de alimentos. Implementação dos instrumentos de comercialização que garanta ao produtor e comprador, um preço justo, matéria prima de qualidade e no tempo futuro acordado. Valorização da pele dos caprinos e ovinos como item importante na formação de preço da carcaça. Estímulo à integração da produção com o processamento e isenção do ICMS para os produtos ovino e caprino. Planejamento da produção. Informar aos mercados as estimativas de produção por região. Divulgação diária das cotações praticadas no mercado por órgãos de imprensa. 66 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Falta de coordenação e organizações de representação da cadeia produtiva É preciso construir novas formas de agregação entre os agentes, constituindo assim, de forma cooperada e integrada ações que favoreçam o bom desempenho do seu segmento. Promover a troca de informações entre os atores da cadeia e o imediato aumento do grau de coordenação dos agentes integrantes do sistema. Melhorar a utilização da comissão nacional na CNA como instrumento coordenador da cadeia para reivindicar junto aos governantes um eficiente sistema de comercialização e financiamento, gerando ações unificadas como um grupo de interesse específico. Elevação no consumo per capita Faz-se necessário o estabelecimento de políticas que auxiliem a determinação das necessidades do consumidor. Criar campanhas de promoção do consumo ressaltando as qualidades nutricionais do produto. Incentivar a pesquisa de processos industriais que agreguem valor e conveniência ao produto. Inserir o produto em programas de assistência alimentar e na merenda escolar. Capacitação A baixa capacitação e escala do produtor rural geram problemas na implantação e adoção de tecnologias, além de dificultar a formação de associações que representem os interesses do setor. Capacitação do produtor rural através de feiras e encontros rurais. Treinamento de difusores de tecnologia. Fonte: Adaptado de ROSANOVA(2004). A tônica que prevalecerá neste mercado globalizado, e cada vez mais exigente quanto à qualidade dos produtos, será o de desenvolvimento de projetos cooperativos, e a interação entre os órgãos governamentais e a iniciativa privada, terá que ser permanente e crescente. Investimentos deverão ser realizados pelas instituições oficiais e pelos empresários do setor, seguindo-se planos de trabalho e de governança que propiciem um retorno alentador no mais breve espaço de tempo possível. O mercado acena com grandes oportunidades, mas somente através de uma atividade organizada o Brasil poderá inserir-se de forma competitiva neste emergente segmento da economia. (74) 67 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 Referências (1) BORGES, Rubenio. Potencialidades dos Mercados para os produtos derivados de Caprinos e Ovinos. In: http://www.capritec.com.br/art040521.htm. Acesso em 15/07/2005. (2) Idem (3) Idem (4) Idem (5) ROSANOVA, Clauber. Fatores favoráveis e limitantes ao desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Ovinocaprinocultura de corte no Brasil. Monografia apresentada ao Departamento de Administração e Econômica da Universidade Federal de Lavras, MG, 2004. (6) Idem (7) Idem (8) Plano FNO 2005-2007. In: http://www.basa.com.br/fno_main.htm. Acesso em 05/09/2005. (9) Programas Sociais. Creditrabalho. In: http://www.brb.com.br . Acesso em 05/09/2005. (10) Cresce Nordeste – Ovinocaprinocultura. Acesso em 05/09/2005. In: http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/Produtos_e_Servicos/Cresce_Nordes te/gerados/cresce_nordeste_ovinocaprino.asp. (11) SILVA, Roberto de Andrade. Caprinocultura – Mundo, Brasil e Paraná. Governo de Estado do Paraná. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. DERAL – Departamento de Economia Rural. DCA – Divisão de Conjuntura Agropecuária. Paraná, 2003. (12) SILVA, Roberto de Andrade. Ovinocultura – Mundo, Brasil e Paraná. Governo de Estado do Paraná. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. DERAL – Departamento de Economia Rural. DCA – Divisão de Conjuntura Agropecuária. Paraná, 2003. (13) PNSCO – Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos. In: http://www.agricultura.gov.br/ - Programas - Área Animal. Acesso em: 05/09/2005. (14) Idem (1) (15) VASCONCELOS, Vania Rodrigues. VIEIRA, Luiz da Silva. A Evolução da Caprino-Ovinocultura Brasileira. In: http://www.cnpc.embrapa.br/artigo-8.htm. Acesso em 15/07/2005. (16) HOLANDA JR., Evandro.SILVA, Pedro Carlos G. As cadeias produtivas e as tendências de consumo das carnes de caprino e ovino. EMBRAPA/CPATSA, 2003. http://www.agronline.com.br/artigos/artigo.php?id=123. Acesso em In: 23.07.2005 (17) Idem (18) Idem (19) PEREZ, Juan Ramón O. FURUSHO-GARCIA, Iraides F. Mercado Mundial e Brasileiro da Carne Ovina e Considerações Sobre Tendências e o Futuro do Sistema de Produção - II Encontro de Caprino-Ovinocultores de Corte da Bahia, 2002. (20) Idem (15). (21) Idem (15). (22) Idem (1) (23) Idem (1) (24) Idem (1) 68 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 (25) Idem (1) (26) Idem (1) (27) NOGUEIRA FILHO, Antonio. Sistema Agroindustrial e Potencialidades da Ovinocaprinocultura. In: http://www.ovinocultura.com.br/artigo6.htm. Acesso em 08/07/2005. (28) Idem (1) (29) Idem (1) (30) Idem (15) (31) Idem (1) (32) Idem (1) (33) Idem (15) (34) Idem (15) (35) Idem (1) (36) Idem (1) (37) Idem (1) (38) Idem (1) (39) Idem (1) (40) COSTA, Arlindo Luiz. Leite caprino: um novo enfoque de pesquisa In: http://www.cnpc.embrapa.br/artigo-4.htm. Acesso em 15/07/2005. (41) Idem (42) Idem (43) Idem (1) (44) Idem (1) (45) Idem (1) (46) Idem (40) (47) Idem (40) (48) Idem (15) (49)Apoio à cadeia produtiva da ovinocaprinocultura brasileira: Relatório Final. Brasília: MCT/CNPq/CGAPB, 2001. (50) A evolução da caprinovinocultura brasileira - 06/02/2003 - Revista O Berro. Acesso em 08/07/2005. In: http://www.accoba.com.br/ap_info_dc.asp?idInfo=237&idCategoria=1 (51)As peles mostram o caminho. Revista O Berro n. 61 - 21/01/2004 – Anais do Sincorte 2003, p. 21-23 - Original: "Políticas públicas e desempenho da cadeia produtiva das peles caprina e ovina". In: http://www.accoba.com.br/ap_info_dc.asp?idinfo=312&idcategoria= 1. Acesso em 05/09/2005). (52) Idem (53) Idem (54) Idem (55) Idem (56) SILVA, Roberis Ribeiro. Exportar carne ovina e caprina: o desafio para a Bahia. Jan.2005. In:http://www.accoba.com.br/ap_info_dc.asp?idInfo=410&idCategoria=1. Acesso em 05/09/10025) (57)NOGUEIRA FILHO, Antonio. Sistema Agroindustrial e potencialidades da Ovinocaprinocultura. In: http://www.ovinocultura.com.br/artigo6.htm. Acesso em 08/07/2005. (58) Sistema de Produção de Caprinos e Ovinos de Corte para o Nordeste Brasileiro. MCT/CNPq/CGAPB, 2001. 69 Análise Mercadológica - Ovinocaprinocultura / UAM / set.2005 (59) Idem (16) (60) Idem (16) (61) Idem (16) (62) SIMPLICIO, Aurino Alves. Caprino-ovinocultura: uma alternativa à geração de emprego e renda. In: http://www.cnpc.embrapa.br/artigo-6.htm> Acesso em 15/07/2005. (63) Idem (5) (64) Idem (1) (65) Idem (27) (66) Idem (51) (67) Idem (1) (68) Idem (1) (69) Idem (1) (70) Idem (1) (71) Idem (1) (72) Idem (16) (73) Idem (1) (74) Idem (5) BORGES, Carlos Henrique Pizarro. Custos de Produção do Leite de Cabra na Região Sudeste do Brasil. Anais do I Simpósio Internacional sobre o Agronegócio da Caprinocultura Leiteira. 29/09 a 03/10 de 2003 – João Pessoa – PB – Brasil CARVALHO, R.B.D. 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