origem e evolução sítios arqueol origem e evolução do homem na
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ORIGEM E EVOLUÇÃO DO HOMEM NA AMÉRICA A origem do ser humano na América é ainda um ponto bastante controverso na ciência histórica, em face da diversidade de hipóteses e da precariedade das fontes de pesquisa. Ainda assim, é conclusivo que o continente americano foi o último a ser ocupado pela presença humana. De acordo com a teoria mais plausível, pequenos grupos humanos de caçadores e coletores nômades, vindos da Ásia, atravessaram o estreito es de Bering, durante as últimas glaciações, entre 20.000 e 10.000 a.C., em perseguição de fontes alimentares. A partir dessa teoria, o homem teria se desenvolvido no continente americano, de forma bastante variada, pois eram levadas em consideração as condições ambientais, as fontes de alimentos e as relações sociais. As diferentes formas de relação do homem com o meio material resultaram numa gigantesca diversidade étnica, social, cultural e lingüística por toda a geografia americana. No caso específico co da denominada pré-história pré história brasileira, podemos realizar, de forma pouco rígida, a seguinte periodização: PERÍODO PALEOÍNDIO ARCAICO FORMATIVO CARACTERIZAÇÃO O mais antigo período formativo do Homem no Brasil. Nesta fase, que vai até por volta de 10.000 a.C., predominava o nomadismo, assim como a utilização de instrumentos de pedra lascada e ossos de animais. É uma fase transitória, entre 10.000 e 7.000 a.C., caracterizada pelo surgimento de uma agricultura rudimentar e da domesticação de animais. Os instrumentos já eram, em sua maioria, de pedra polida. Ocorre a difusão da agricultura e da sedentarização. Surgem atividades ligadas ao artesanato, à cerâmica, à cestaria e à metalurgia (em (em áreas restritas). As formas sociais tornam-se se mais complexas. SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NO BRASIL LAGOA SANTA (MG) No século XIX, o naturalista Peter Lund descobriu, nas grutas da região, fósseis com datação de 8 mil anos, além de fósseis animais da fauna gigante. Nessa região, em 1975, foi encontrado o fóssil humano mais antigo das Américas, alcunhado de Luzia. A reconstrução computadorizada do rosto de Luzia revelou feições negroides, com nariz largo e queixo e lábios salientes. SÃO RAIMUNDO NONATO (PI) No século XX, pesquisas confirmaram restos de fogueiras, utensílios em pedra e pinturas rupestres, com datação superior a 30 mil anos. SANTARÉM (PA) Nas cavernas da Pedra Pintada, estudos revelam indícios da presença humana há pelo menos 11 mil anos. anos SAMBAQUIS (LITORAL) Depósitos de conchas em forma de colina de até 10 mil anos. Nos interiores destas “grutas de conchas”, encontram-se se vestígios de presença humana. 1 SOCIEDADES INDÍGENAS Desde a chegada dos primeiros grupos humanos na América e seu longo período evolutivo, como vimos anteriormente, progredimos até os nativos do Brasil, descendentes daqueles primeiros povoadores. Quando os europeus chegaram ao continente americano, nos séculos los XV e XVI, calcula-se calcula que cerca de 6 milhões de nativos ocupassem o território do atual Brasil. Essa população era constituída por, aproximadamente, 1500 grupos étnicos distintos que dividiam-se dividiam em três troncos lingüísticos: tupi-guarani tupi (litoral), macro-jê jê (interior e cerrados) e aruaque (Amazônia). O tronco lingüístico tupi-guarani guarani compunha o maior contingente populacional e foi o pioneiro no contato com os portugueses, sendo deste grupo que dispomos de estruturas estatais ou coercitivas, havendo autoridades idades respeitadas, mas de forma alguma arbitrárias. Os anciãos, os guerreiros e o pajé, liderança espiritual, eram sempre ouvidos antes da organização social mais abrangente; podia englobar várias aldeias e controlar extenso território. Apesar de centrarem m a obtenção de alimentos na caça e na coleta, desenvolveram uma atividade agrícola rudimentar, destinada à subsistência. De resto, não produziam excedentes, e o comércio era reduzido a trocas rituais de presentes. Dessa forma, a busca por acumulação de riqueza, riqueza, típica das sociedades capitalistas, inexistia na vida tribal. Na agricultura, praticada pelo método da coivara, produziam mandioca, mandioca milho, batata doce, amendoim, abacaxi e outras frutas. Socialmente, não havia distinção entre abastados e despossuídos, despossuídos, sendo a terra considerada sagrada e pertencente à coletividade. Vigora uma relação de igualdade social, típica do chamado “comunismo primitivo”. Entretanto, o trabalho era divido em atividades específicas para homens e para mulheres, além das tarefas para pa os mais idosos e para as crianças. Viviam, portanto, comunitariamente, em aldeias temporárias constituídas por habitações de seis a dez grandes casas. Religiosamente, cultuavam as forças da natureza numa composição politeísta. Além disso, realizavam rituais de antropofagia. A chegada dos portugueses e o seu contato com os nativos resultaram numa catástrofe para os indígenas, que se viram dominados, explorados e dizimados pelos “brancos” europeus. Atualmente, calcula-se calcula que restam apenas 400 mil índios no território brasileiro cuja maioria vive em precárias condições, à margem da sociedade ou em reservas pouco preservadas pelo Estado contra as depredações das mineradoras e companhias madeireiras. É verdade que a Constituição federal de 1988 assegura, no texto jurídico, a demarcação das terras indígenas e a proteção dessas terras, mas a prática da especificação legislatória é tímida e muitas vezes, inexistente. Por isso, diversas comunidades indígenas ainda lutam pelo reconhecimento de seus direitos, principalmente cipalmente sobre a terra ancestral. Nos últimos anos, o Governo brasileiro adotou uma série de ações afirmativas, entre as quais o regime de cotas no acesso ao ensino superior. Entretanto, o respeito e a integridade dos direitos indígenas ainda é uma realidade reali distante e precária. 1. (FURG) Os primeiros americanos Não são autóctones da América, porque nesse continente, SOMENTE foram encontrados (as) a) datações sobre o homem bem mais antigas que nos outros continentes. b) vestígios do Homo sapiens sapiens. c) vestígios de Australopithecus. d) vestígios do Homo erectus. e) vestígios de primatas próximos do homem como, como por exemplo, o gorila, chimpanzé e orangotango. 2. (UFSM) “Os índios andam nus sem se nenhuma cobertura. Vivem em aldeias com sete ou oito casas. Cada uma cheia de gente e nela cada um tem a sua rede de dormir armada. Não há entre elas nenhum rei, nem justiça.” (Pero de Magalhães Gandavo, séc. XVI) Através do texto, que se refere a vida cotidiana das comunidades indígenas brasileiras, destaca-se destaca que: a) as relações de parentesco representavam um papel secundário na comunidade a qual não tinha o rei, porque a unidade social era organizada pelo clã. b) inexistia, na vida tribal, uma atividade ativida coercitiva, porque os índios constituíam uma sociedade sem Estado. c) os índios viviam numa anarquia social, à medida que desconheciam a justiça. d) os índios não necessitavam do rei, porque vigorava o regime de economia natural, com um sistema de trabalho lho coletivo dirigido pelo “Xamã”. e) o fato de inexistir a figura do rei exclui a possibilidade da existência de qualquer tipo de hierarquia. 2 3. (FURG) “Quando vocês falam que foram mortos aproximadamente seis milhões de pessoas nos campos de concentração, das quais grande parte se sabe o nome e o dia da morte, nós, indígenas, lembramos os quase seis milhões de irmãos nossos exterminados sem que se tenha, na maioria dos casos, qualquer informação sobre esses massacres. Foi um extermínio silencioso oso e contínuo, que continua até hoje.” (Nailton Nailton Pataxó, numa visita a um campo de concentração nazista na Alemanha em 2000). Considerando esse posicionamento sobre a população indígena ocupante do atual território brasileiro desde, pelo menos, 12.000 anos ano atrás, é possível afirmar que: I. dezenas de milhares de pessoas morreram em conseqüência do contato direto e indireto com os europeus e as doenças por eles trazidas, a ponto de podermos falar na existência de um verdadeiro genocídio. II. as sociedades indígenas, ndígenas, especialmente as que habitaram os espaços de floresta, eram igualitárias e pacíficas. Tais atributos eram indispensáveis, pois sem cooperação e com o baixo nível tecnológico que caracterizava essas populações, não seria possível sobreviver nesses ambientes agressivos. III. o espaço ocupado pelo atual território brasileiro possuiu, e ainda possui, uma imensa diversidade étnica. Esta diversidade refletiu-se, se, na época da prépré conquista, numa grande variedade de formas de organização social, que vem sendo ndo conhecida através dos estudos arqueológicos. Estão corretas as afirmativas: a) II e III. b) I e II. c) I e III. d) I, II e III. e) nenhuma. 4. (PEIES) Considere os textos clássicos sobre os povos indígenas no Brasil: “Além do rio, andavam muitos deles [os índios] dançando e folgando, uns diante dos outros, sem se tornarem pelas mãos. E faziam-no bem. Passou-se Passou além do rio Diogo Dias, (...) e levou consigo um gaiteiro nosso com sua gaita. E meteu--se com eles a dançar, tomando-os os pelas mãos; e eles folgavam folg e riam, e andavam com ele muito bem ao som da gaita. Depois de dançarem, fez-lhes lhes ali, andando no chão, muitas voltas ligeiras e salto real, de que eles se espantavam e riam e folgavam muito.” CAMINHA, Pro Vaz de. Carta de Achamento do Brasil (1500). In. OLIVERI, e VILLA (org.). Cronistas do Descobrimento. 3a ed. São Paulo: Ática, 2002. p.21. “Quem podia esperar que uns índios, / Sem disciplina, sem valor, sem armas, / Se atravessassem no caminho dos nossos [os conquistadores] / E que se lhes disputassem disputas o terreno! / (...) Por toda a oposta margem se descobre / De bárbaros o número infinito / Que ao longe nos insulta e nos espera.” GAMA, Basílio da. O Uraguai (1768). 3a. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2000. p.18-19. A partir dessas duas visões sobre sobr os povos indígenas no Brasil, é possível inferir que: a) o primeiro narrador reconhece a aptidão dos índios para a música, enquanto o segundo os considera rudes, incapazes para tal aptidão, capazes apenas de guerrearem e se autodestruírem. b) o primeiro narrador descreve relações amistosas entre índios e portugueses, ao passo que o segundo barbariza os índios, vistos como um empecilho aos interesses colonialistas dos portugueses. c) a primeira narrativa revela um sentimento de respeito ao índio; entretanto, entretant a segunda o menospreza. Todavia, ambas identificam o índio como o bom selvagem. d) ambas apresentam o objetivo dos portugueses: colonizar os povos indígenas, reconhecendo, admitindo e administrando as diferenças culturais dos grupos. e) ambas defendem a civilização pacífica dos povos indígenas, pregando o desarmamento, o fim da antropofagia e despertando o gosto pela música. 5. (ENEM) Segundo a explicação mais difundida sobre o povoamento da América, grupos asiáticos teriam chegado a esse continente pelo pe Estreito de Bering, há 18 mil anos. A partir dessa região, localizada no extremo noroeste do continente americano, esses grupos e seus descendentes teriam migrado, pouco a pouco, para outras áreas, chegando até a porção sul do continente. Entretanto, porr meio de estudos arqueológicos realizados no Parque Nacional da Serra da Capivara (Piauí), foram descobertos vestígios da presença humana que teriam até 50 mil anos de idade. Validadas, as provas materiais encontradas pelos arqueólogos no Piauí a) comprovam que grupos de origem africana cruzaram o oceano Atlântico até o Piauí há 18 mil anos. 3 b) confirmam que o homem surgiu primeiramente na América do Norte e, depois, povoou os outros continentes. c) contestam a teoria de que o homem americano surgiu primeiro na América do Sul e, depois, cruzou o Estreito de Bering. d) confirmam que os grupos de origem asiática cruzaram o Estreito de Bering há 18 mil anos. e) contestam a teoria de que o povoamento da América teria iniciado há 18 mil anos. opinião que, até o final do século XXI, seja feita uma limpeza étnica no Brasil. d) Terena defende que a sociedade brasileira deve respeitar a cultura dos índios e Jaguaribe acredita na inevitabilidade do processo de aculturação dos índios e de sua incorporação à sociedade brasileira. e) Terena propõe que a integração indígena deve ser lenta, gradativa e progressiva, e Jaguaribe propõe que essa integração resulte de decisão autônoma das comunidades indígenas. 6. (ENEM) Os textos referem-se se à integração do índio à chamada civilização brasileira. I. “Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas de um pensamento que separa e que tenta nos eliminar cultural, social e até fisicamente. A justificativa é a de que somos apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus (...) É preciso congelar essas idéias colonizadoras, porque elas são irreais e hipócritas e também genocidas (...) Nós, índios, queremos falar, mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos no costumes.” 7. (UFSC) Sobre o contato entre europeus e indígenas no Brasil, no século XVI, é CORRETO afirmar que 01. no período inicial de contato entre europeus e indígenas a idéia que se tinha do Brasil corresponde ao “Paraíso Perdido”, o que se verificava pelas relações pacíficas em que viviam as nações indígenas no Brasil. 02. uma única nação habitava o território brasileiro no momento do contato: os tupis-guaranis. tupis 04. o conhecimento da arte de curar era um dos saberes dos indígenas mais cobiçados pelos europeus, que procuraram aprender com eles como utilizar as plantas nativas nativa em benefício próprio. 08. as sociedades indígenas brasileiras não possuíam riquezas em metais preciosos, ao contrário dos povos do México e dos Andes, cujas riquezas foram espoliadas pelos espanhóis. 16. os indígenas brasileiros se organizavam em cidades complexas, com grande concentração populacional e construções monumentais. Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações Indígenas, Folha de S. Paulo, 31 de agosto de 1994. II. “O Brasil não terá índios no final do século XXI (...) E por que isso? Pela razão muito simples que consiste no fato de o índio brasileiro não ser distinto das demais comunidades primitivas que existiram no mundo. A história não é outra coisa senão um processo civilizatório, que conduz o homem, por conta própria ou por difusãoo da cultura, a passar do paleolítico ao neolítico e do neolítico a um estágio civilizatório.” Hélio Jaguaribe, cientista político, Folha de S. Paulo, 2 de setembro de 1994. Pode-se se afirmar, segundo os textos, que a) tanto Terena quanto Jaguaribe propõe idéias inadequadas, pois o primeiro deseja a aculturação feita pela “civilização branca”, e o segundo, o confinamento de tribos. b) Terena quer transformar o Brasil numa terra só de índios, pois pretende mudar até mesmo a língua do país, enquanto a idéia de Jaguaribe é anticonstitucional, pois fere o direito à identidade cultural dos índios. c) Terena compreende que a melhor solução é que os brancos aprendam a língua tupi para entender melhor o que dizem os índios. Jaguaribe é de GABARITO 1. B 2. B 3. C 4. B 5. E 6. D 7. 4+8=12 4