Doclisboa`15 Dossier de Imprensa

Transcrição

Doclisboa`15 Dossier de Imprensa
Doclisboa’15
Dossier de
Imprensa
O doclisboa é um festival
extraordinário, com excelentes
recursos, com uma aposta pelo
cinema documental mais
experimental e com espaços
fantásticos como o histórico Cinema
São Jorge no centro da cidade.
Javier Tolentino – EL SÉTIMO VICIO
Há 12 anos a animar as salas de
cinema de Lisboa em Outubro, o
Doclisboa tornou-se uma espécie de
farol - discreto, mas audaz - na
paisagem movediça de festivais de
cinema europeus.
Isabelle Reigner – LE MONDE
O Doclisboa firmou-se um dos mais
importantes festivais de cinema
documentário a nível mundial.
James Norton – VERTIGO
Para informações complementares, contacte:
Joao Ricardo Oliveira – Assessor de Imprensa
[email protected]
t. +351 91 317 34 00
Para assuntos relacionados com apoios e parcerias de comunicação, contacte:
Teresa Sequeira – Coordenadora de Comunicação
[email protected]
t. +351 91 024 74 94
www.doclisboa.org
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Doclisboa’15
Parceiros
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CML
EGEAC
Culturgest
Liscont
Programação
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Retrospectivas
Secções
Arché
Doc Alliance
A Apordoc
Espaços
Ficha técnica
Parceiros
Contactos
Doclisboa’15 / Dossier de Imprensa
DOCLISBOA’15
O Doclisboa prepara neste momento a sua 13ª edição, continuando a defender e a mostrar um
cinema vivo, verdadeiramente questionador de si mesmo e do seu presente.
Este ano o festival apresentará, como habitualmente, duas retrospectivas: Želimir Žilnik apresentará uma retrospectiva da sua obra, e reuniremos um conjunto de filmes em torno do título "I don't
throw bombs, I make films" – Terrorismo, Representação.
Estas duas retrospectivas trazem uma rede de problemas, propostas, interrogações quanto a uma
importante parte da nossa experiência contemporânea - territorialidades, mutações geo-políticas e
sociais, uma ideia de Europa que comporta sobretudo uma profunda crise com múltiplas determinações, a representação do poder de Estado, as revoluções havidas ou por haver. Em ambos os
programas o cinema está directamente posto em jogo, reinventando-se e forçando-se a constituir
novas formas e gramáticas, revelando-se verdadeiramente como uma arte crítica e livre.
Nesta edição trazemos algumas mudanças no desenho das secções do festival, num esforço por
irmos mais longe na nossa proposta de um cinema infinitamente mais rico do que o que nos permite
pensar um discurso centrado em classificações de géneros e formatos. Defendemos um cinema
que estabelece com o real uma relação antes do mais problemática, instável, irredutível a abordagens normativas.
Criámos um novo projecto que se desenha neste sentido: Arché, um conjunto de actividades
profissionais que tem como determinação fundamental os processos artísticos de construção
cinematográfica, defendendo-os como o principal valor inerente aos filmes. É um projecto que
estamos a experimentar, para o qual convocamos realizadores, produtores, e todos os interessados
neste domínio. O projecto será constituído por uma oficina de escrita e desenvolvimento de projecto,
uma oficina de visionamento e discussão de projectos em curso, encontros individuais com convidados, e um conjunto de apresentações e masterclasses aberto a todo o público profissional. Arché
prefere a reflexão alongada, a intensidade da discussão, a criação de um espaço que convoque os
realizadores e os produtores a pensarem cada filme como uma singularidade que deve ser reconhecida enquanto tal.
Agradecemos desde já aos parceiros do Doclisboa que continuam a apoiar-nos e a acreditar no
festival, tornando-o possível e acompanhando-os em desafios importantes, aos novos parceiros
que se juntaram este ano, e que temos muito prazer e honra em ter connosco, e à equipa incansável,
que continua a garantir que a força e energia do Doclisboa nasce do seu quotidiano, do seu
processo de construção, implicando-se todos os dias neste festival que quer antes do mais afirmar
a alegria desta comunidade incontrolável, ágil e verdadeiramente criadora de possibilidades, que é
o cinema.
A Direcção do Doclisboa
Cíntia Gil, Davide Oberto, Tiago Afonso
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Doclisboa’15 / Dossier de Imprensa
A Câmara Municipal de Lisboa associa-se a mais uma edição do Doclisboa, concedendo o seu
apoio àquele que é considerado um dos mais importantes certames nacionais de cinema documental. A qualidade artística e cultural do evento e a sua aposta consistente na renovação e ampliação
de conteúdos permite reunir em Lisboa uma selecção de filmes de mais de 50 países. Centenas de
agentes culturais cruzam-se no território da cidade, contribuindo para reforçar a sua dimensão
internacional e cosmopolita e para promover a cultura cinematográfica enquanto factor de
conhecimento, competitividade e inovação.
Acreditamos que a incerteza da actualidade mundial privilegia um tipo de cinema mais independente e experimental, apostado na revelação de temáticas prementes como sucede este ano, por
exemplo, com o fenómeno do terrorismo e os seus múltiplos desafios. À Câmara Municipal de
Lisboa importa ainda a atenção prestada à retrospectiva de obras de realizadores singulares como
Želimir Žilnik e o seu questionamento em torno das mutações políticas, sociais e territoriais da
contemporaneidade. Uma lógica de diversificação e oferta formativa pensada para os profissionais
desta arte compromete-os, a par do grande público, a envolverem-se totalmente na iniciativa,
garantindo a oferta não apenas de bons filmes como de um espaço para o aprofundamento do
pensamento e da reflexão identitárias do Doclisboa.
Catarina Vaz Pinto
Vereadora da Cultura
Câmara Municipal de Lisboa
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Doclisboa’15 / Dossier de Imprensa
Passaram doze anos desde a primeira edição do Doclisboa. Num constante exercício de diálogo
entre as criações do passado e o cinema da actualidade, o Doclisboa tem na sua génese a ideia do
cinema como uma ferramenta de criação plena de liberdade, rejeitando categorizações e rótulos.
Assente na necessidade, cada vez mais urgente, de reflexão sobre a contemporaneidade, na
apresentação e análise de enfoques diversos sobre a realidade e na materialização de ideias nas
mais múltiplas formas de criação visual, é sobre estes pilares que o Festival se mantém fresco e
inovador, lançando um olhar transversal sobre a realidade.
A aproximação das novas tendências estéticas ao público, a aposta num serviço educativo de qualidade, formação, sustentabilidade, ética e responsabilidade social são outras chaves do sucesso
deste festival que promove o cinema e posiciona Lisboa nos principais circuitos internacionais.
É a partir destas premissas que a EGEAC apoia aquele que é um dos principais festivais de cinema
da cidade. Ano após ano, o Doclisboa é um espaço de debate e de descoberta que faz caber todo o
mundo em Lisboa.
Joana Gomes Cardoso
Presidente do Conselho de Administração da EGEAC
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Doze anos dura a relação privilegiada que temos com a Apordoc e o Doclisboa. Em 2004, e nos dois
anos seguintes, ainda todo o Festival cabia na Culturgest. Depois cresceu, o público acompanhou, e
o Doc estendeu-se pela cidade, sem nunca nos deixar.
Diz quem sabe que este é o melhor festival de cinema documental que existe. Ou, pelo menos, um
dos melhores.
A importância que se dá no nosso país a este género cinematográfico, quer pelo que nos faz
conhecer sobre o mundo e sobre o que mulheres e homens dele ou nele fazem, quer pelas linguagens novas que tem explorado, contribuindo para o desenvolvimento da arte cinematográfica,
resulta do trabalho criativo dos cineastas e, em grande parte, do trabalho de divulgação que os
nossos parceiros têm persistentemente conduzido.
A Culturgest tem orgulho em estar há tanto tempo associada a este projeto de enorme repercussão
na nossa vida cultural.
Miguel Lobo Antunes
Administrador
Culturgest
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A cultura volta ao nosso DOC
Lisboa e o seu porto partilham uma longa relação com séculos de história. Em épocas de dificuldades, antigas ou mais recentes, queremos acreditar que o reflexo do rio Tejo inspira o povo português, mostrando qual o rumo a seguir. E assim tem sido. Tanto no passado, em que guiados por uma
corajosa visão de futuro partimos em busca de geografias distantes, definimos rotas comerciais,
inimagináveis, abrimos as portas do país à entrada de novas culturas, raças e crenças. Conquistas
que alargaram os horizontes de uma pequena nação, que hoje se assume do tamanho do mundo,
cosmopolita e moderna. Quer também em tempos recentes, nos quais tem sido por este porto que
passou e passa parte da significativa diversificação dos mercados das empresas portuguesas,
factor chave para a recuperação económica.
É neste cenário que a Liscont opera. Todos os dias, com a nossa dedicação, damos apoio às
pessoas que nos envolvem e criamos riqueza e desenvolvimento para a economia portuguesa. Mas
queremos fazer mais. Queremos manter no Tejo uma faceta inspiradora de arrojo, tão presente e
que tanto tem oferecido ao nosso país.
E que desta forma, mais uma vez, o porto de Lisboa volte a contribuir para a cultura da nossa
cidade, tornando-a também mais rica, mais próxima e acessível a todos.
Neste sentido, é com muito prazer que a Liscont se associa às boas emoções da nova edição do
Doclisboa 2015.
Este é um acontecimento cultural com uma programação fílmica muito diversificada onde pontuam
excelentes realizadores e obras cinematográficas que proporcionam momentos inesquecíveis a
todas as audiências que anualmente seguem o Doclisboa.
Venha pois ao Doclisboa '15 com a Liscont apreciar bons momentos do melhor cinema documentário.
Atenciosamente
Eduardo Pimentel
Presidente do Conselho de Administração Liscont
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PROGRAMAÇÃO
Retrospectivas
Em 2015 o Doclisboa traz ao público do festival duas retrospectivas, uma de autor e outra temática.
ŽELIMIR ŽILNIK
DE TODOS OS QUE NÃO EXISTEM
A maior parte das vezes, Želimir Žilnik conta histórias de pessoas no limite da não existência: a
Jugoslávia comunista não reconhecia oficialmente que os seus cidadãos podiam não ter trabalho
(Nezaposleni Ljudi [The Unemployed]), ser negligenciados pelos pais (Pioniri Maleni mi smo Vojska
Prava, svakog Dana ničemo ko Zelena Trava [Little Pioneers]), ou estar desalojados (Crini Film [Black
Film]). O inatacável bastião da Europa e um passaporte do espaço Schengen como quimera de toda
a gente constituem os temas das trilogias Kenedi e Immigrant (a última consistindo em Tvrđava
Evropa [Fortress Europe], Evropa preko Plota [Europe Next Door], e Destinacija_Serbistan
[Logbook_Serbistan]). Talvez tenha sido no irrequieto cigano Kenedi, que sente que não pertence a
lado nenhum, que Žilnik encontrou o seu herói arquetípico, disposto a defender as pessoas que ele
tem apoiado há décadas. O crítico de cinema Jurij Meden chega mesmo a dizer que Kenedi é o alter
ego do realizador, louvando este ciclo em particular como o trabalho mais pessoal de Žilnik.
Na obra-prima crucial do seu período mais recente, Stara Škola Kapitalizma [The Old School of
Capitalism] (2009), o cineasta orquestra várias cenas complexas, povoadas por uma série de
personagens embrenhadas em discussões acesas. Dirigindo a discussão política que improvisam,
Žilnik filma-as com três câmaras em simultâneo, o que comprova o seu método democrático.
Alimentados pela dúvida, os seus filmes permitem aos antagonistas discutir o assunto ou mesmo
lutar por causa dele e abstêm-se de postular Verdades com V grande ou de propor soluções
prontas a utilizar. Em Stara Škola, comunistas idosos partilham a mágoa de se ter desperdiçado o
legado de Tito. Pirika na Filmu [Pirika on Film] (2013) termina com uma conversa com antigos
cidadãos jugoslavos e soviéticos, que procuram explicar como é que encontraram um lugar para si
num mundo que mudou.
Pirika na Filmu prova, de forma muito categórica, a quantidade de cuidado e tacto com que Žilnik
trata as suas personagens. Não é coincidência ele regressar, frequentemente, às vidas precárias de
pessoas apenas tangencialmente envolvidas nas suas produções anteriores. Por exemplo, o
realizador conhecera pela primeira vez a menina de rua Pirika Capko, quando estava a rodar Pioniri
(1968). Depois, incluiu-a no elenco de Rani Radovi [Early Works] (1969), como irmã da personagem
principal, Yugoslava. Quarenta e cinco anos mais tarde, cruzou-se com ela na rua e fez um filme
inteiro sobre ela. Destino semelhante aguardava Vjeran Miladinović, que interpretou o incomparável
Merlin, em Marble Ass (1995), após ter tido um pequeno papel em Lijepe Žene prolaze kroz Grad
[Pretty Women walking through the City] (1986).
Para Žilnik, o cinema é um meio genuinamente democrático, conferindo um significado sem
precedentes àqueles cuja própria existência é colocada em questão por qualquer estrutura de
poder. Esta dotação é um resultado directo de encontrar consolo em imagens gravadas. Num
auditório apinhado do cinema Arsenal, em Berlim, Pirika vê-se enquanto criança. Kenedi acarinha a
cassete de vídeo da reunião da sua família e pede a Žilnik para enviar uma cópia de Kenedi se vraća
Kući [Kenedi goes back Home] (2003) aos seus familiares. Há uma raça rara de cineastas que, ano
após ano, filme após filme, continuam a construir uma narrativa histórica, enquanto criam, fabricam
ou inventam abertamente um país cinematográfico próprio. Peter von Bagh fê-lo pela Finlândia, Lav
Diaz pelas Filipinas. Žilnik foi o primeiro a fazer a crónica da desintegração da Jugoslávia, quando
filmou um retrato único do seu país. Bolest i Ozdravljenje Bude Brakusa [Illness and Recovery of
Buda Brakus], Prvo Tromesečje Pavla Hromiša [The First Trimester of Pavle Hromiš], Komedija i
Tragedija Bore Joksimovića [The Comedy and Tragedy of Bora Joksimović]: deu o nome dos
protagonistas a vários dos seus filmes, como se compilasse o seu próprio panteão, um santuário de
pessoas que interessam realmente. Apesar de a Jugoslávia ter desaparecido do mapa do mundo,
persistirá, uma vez que, junto destes homens invisíveis, que absorveram a sua história nas suas
biografias e que se sentem perdidos sempre que têm de encarar o sistema, há sempre um homem
com uma câmara. Želimir Žilnik, 72 anos, advogado, ainda a fazer filmes.
Boris Nelepo colabora na programação da retrospectiva Želimir Žilnik
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"I DON'T THROW BOMBS, I MAKE FILMS" – TERRORISMO, REPRESENTAÇÃO
O título desta retrospectiva corresponde à frase que constou no poster do filme "Terceira Geração"
de Rainer W. Fassbinder. Esta é uma retrospectiva que não nasce apenas de uma urgência de
actualidade, mas também de uma vontade de compreender a nossa contemporaneidade, no que
toca a heranças ideológicas, dinâmicas de poder, determinações geopolíticas.
O fenómeno do Terrorismo foi representado de forma plural na história do cinema, muitas vezes até
de forma premonitória. Foi, inclusive, um problema cinematográfico, no sentido em que forçou
cineastas a repensarem o seu cinema perante acontecimentos de tal forma ruptores da ordem
política, social, mesmo estética. É deste esforço e das estratégias cinematográficas inventadas
pelos cineastas que esta retrospectiva nos falará.
De Espanha à Alemanha, de Itália à Irlanda, dos EUA ao Japão, à Palestina, ao Bangladesh, França e
Peru, apresentaremos um grande número de filmes, muitos deles inéditos em Portugal, que
colocam o problema do Terrorismo antes de mais como um desafio às comunidades mas também
ao cinema.
Incluiremos, neste conjunto, filmes realizados por membros de diferentes lutas armadas, que viram
no cinema espaço de reflexão mas também de elaboração ideológica.
Como representar cinematograficamente um acto de tal forma singular, traumático, que transforma
irremediavelmente o presente e a história? Quais os problemas de representação próprios ao
fenómeno em si? - Representação do poder, do Estado, da Revolução, do terrorista, das classes, da
territorialidade ou do futuro. Esta retrospectiva põe em jogo uma história possível do mundo
contemporâneo, mas também uma interrogação sobre a dinâmica estética e política de um cinema
que enfrenta directamente um tal fenómeno.
A retrospectiva conta com 19 sessões.
Filmes confirmados:
— 3000 Häuser (3000 Houses), Hartmut Bitomsky, Holger Meins, RFA, 1967, 17'
— Johnson & Co und der Feldzug gegen die Armut, (Johnson & Co and the campaign against
poverty), Hartmut Bitomsky, Holger Meins, RFA, 1968, 18'
— Bambule, Ulrike Meinhof, Eberhard Itzenplitz (realização), RFA, 1970, 90'
— Les Ordres (The Orderers), Michel Brault, Canadá, 1974, 109'
— Underground, Emile de Antonio, Mary Lampson, Haskell Wexler, EUA, 1976, 87'
— Deutschland im Herbst (Germany in Autumn), Alf Brustellin, Rainer Werner Fassbinder,
Alexander Kluge, Maximiliane Mainka, Beate Mainka-Jellinghaus, Peter Schubert, Bernhard
Sinkel, Hans Peter Cloos, Edgar Reitz, Katja-Rupé, Volker Schlöndorff, RFA, 1978, 123'
— Colpire al Cuore (Blow to the Heart), Gianni Amelio, Itália, 1982, 105'
— Elephant, Alan Clarke, Reino Unido, 1989, 39'
— Die Innere Sicherheit (The State I Am In), Christian Petzold, Alemanha, 2000, 106'
— Das Netz (The Net), Lutz Dammbeck, Alemanha, 2004, 115'
— La Trinchera Luminosa del President Gonzalo, Jim Finn, EUA, 2007, 60'
— Jitsuroku Rengo Sekigun: Asama sanso e no michi (United Red Army), Kôji Wakamatsu, Japão,
2007, 190'
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Secções
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
Filmes oriundos de todo o mundo, com diferentes escritas, formatos, durações, dando-nos um
mapa do cinema actual e a intuição dos horizontes que ele vai abrindo. Filmes produzidos em
2014/15, em grande parte em estreia internacional ou mundial.
COMPETIÇÃO PORTUGUESA
Filmes de produção e/ou realização portuguesa, sem limites de formatos ou durações. Esta secção
apresenta um panorama da diversidade de olhares, práticas e linguagens do cinema neste país,
numa selecção rigorosa, aberta e atenta. Filmes produzidos em 2014/15, na sua quase totalidade em
estreia mundial.
RISCOS
Criada em 2007 para alargar a vocação do Doclisboa em se dedicar mais latamente ao cinema do
real, e nesse sentido com uma especifica vocação para as chamadas "ficções do real" ou "docufictions", a secção Riscos assumiu também desde o princípio uma vertente reflexiva e de questionamento dos modos de enunciação e de expressão cinematográfica, uma interrogação sobre os
modos de apreensão do real.
Com o decorrer dos anos a secção consolidou-se, de resto reconhecida pela crítica internacional
como um "protótipo" da identidade particular que o Doclisboa foi afirmando.
Afigura-se agora importante preparar uma edição que sublinhe os eixos fundamentais da secção
bem como proceder a algumas reformulações.
Assim, importa relembrar esses eixos fundamentais:
1) Ficções de clara inscrição no real;
2) Materiais da história do cinema, em particular cópias recentemente restauradas, bem como
obras baseadas em materiais de arquivo, ou seja a importante prática contemporânea
de trabalho de "found footage";
3) Obras de questionamento e inovação da linguagem cinematográfica;
4) Particular destaque aos modos de enunciação do sujeito, designadamente diários filmados,
auto-retratos e "video letters", bem como obras de claro pendor reflexivo e ensaístico.
Importa ainda sublinhar que os Riscos estão também em diálogo com a restante programação do
festival, o que este ano sucederá nomeadamente com a retrospectiva "Terrorismo, Representação".
Impõem-se também algumas reformulações, uma das quais passará a ser estrutural à secção: um
Autor em Foco.
O primeiro será Robert Gardner (1925-2014), nome capital da antropologia visual, fundador e
primeiro director do Film Study Center de Harvard - e de resto autor de referência dos recentes
realizadores surgidos no âmbito daquela conhecida universidade, vários dos quais já presentes no
historial do Doclisboa.
Desde logo entendemos também que um autor da envergadura de Gardner, e que tanto urge dar a
conhecer em Portugal, não deveria ser evocado numa sessão de homenagem, mas sim ser objecto
de uma abordagem mais desenvolvida, o que agora será feito em colaboração com o Harvard Film
Archive.
Igualmente em colaboração com o Archive apresentaremos, em cópias restauradas, uma singularíssima cineasta, Anne Charlotte Robertson (1949-2012), que, num misto de diário, auto-retrato,
performance e ensaio, prosseguiu ao longo do projecto Five Years Diary, (1981.1997), uma prática
documental por ela considerada também terapêutica, de ir registando em filmes de super 8 a sua
condição de distúrbio mental.
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Doclisboa’15 / Dossier de Imprensa
Outro destaque da edição dos Riscos deste ano será a colaboração com o Temenos Archive, que
preserva o legado de um dos mais cruciais autores do New American Cinema, Gregory
Markopoulos (1928-1992), projecto encetado pelo seu companheiro, Robert Beavers, a quem já foi
dedicado uma sessão no ano passado, e que voltará para apresentar os filmes de Markopoulos e
dele próprio.
Augusto M. Seabra
HEART BEAT
Filmes construídos em forte ligação com a música e as artes performativas. Esta secção apresenta
em diálogo filmes contemporâneos e históricos, trazendo ao público uma enorme diversidade de
propostas.
CINEMA DE URGÊNCIA
Filmes que documentam e testemunham situações e acontecimentos relativamente aos quais é
urgente criar uma comunidade de debate, de reflexão, de modo a que nos possamos posicionar.
São filmes feitos a partir de uma absoluta implicação no real. Podem não ter encontrado ainda a
distância necessária à criação de uma obra cinematográfica mas encontram um ancoramento
imediato com a realidade que, cada vez mais, desafia os cineastas a uma prática quotidiana da
cidadania.
Filmes que respondem às lacunas do exercício dos media, que existem através de redes sociais e
outros meios que tentam abrir brechas no controlo da informação. Estes filmes devem ter lugar,
precisamente, num festival que quer pensar o cinema nas múltiplas faces da sua implicação no real.
VERDES ANOS
A secção Verdes Anos apresenta filmes produzidos no contexto de escolas de vídeo, cinema,
audiovisuais e comunicação, bem como em cursos de pós-graduação relacionados com o cinema e
em particular o cinema documental.
Verdes Anos procura sobretudo abrir uma plataforma de diálogo e reflexão em torno dos filmes
produzidos bem como do ensino destas áreas. Pretende-se dar a oportunidade aos jovens realizadores ainda em contexto de formação de mostrarem o seu trabalho a um público alargado facilitando, com isso, a sua entrada futura para o contexto profissional, bem como o seu enriquecimento
enquanto realizadores
PASSAGENS
Passagens nasce da confluência de dois movimentos recentes: a saída do cinema para os museus e
a entrada do documentário na arte contemporânea. «documentary turn», «expanded documentary»
são algumas das expressões utilizadas nestes últimos dez anos para caracterizar este cenário cuja
diversidade e complexidade tem vindo a redesenhar a prática e a abrir novas perspectivas para a
reflexão do cinema documental. Esta secção, que apresenta instalações e obras de carácter
híbrido, integra um colóquio internacional que traz a Portugal teóricos e artistas de renome
internacional.
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Doclisboa’15 / Dossier de Imprensa
Novo Projecto
ARCHÉ
O Arché é um laboratório de actividades profissionais, destinado a realizadores, produtores e outros
profissionais de cinema, que pretende colocar à disposição ferramentas, bem como momentos de
reflexão e formação para a criação de novos projectos.
O Arché nasce da necessidade e responsabilidade que o Doclisboa tem vindo a sentir, de criar
espaço de pensamento e desenvolvimento criativo para profissionais e estruturas independentes,
com força para impulsionar projectos, garantindo a sua identidade e qualidade.
Compõe-se de uma oficina de Escrita e Desenvolvimento de Projecto, orientada por Marta Andreu
(coordenadora de programação no Mestrado de Criação Documental da Universidade Pompeu
Fabra em Barcelona), e por uma oficina de Visionamento e Discussão de Projectos em Curso,
orientada por Luciano Rigolini (commissioning editor para o canal ARTE, onde é responsável pelo
Documentário de Autor).
O Arché é aberto a todos os profissionais de cinema provenientes de Portugal e de um outro país
que será convidado anualmente pelo Doclisboa.
O país convidado para esta primeira edição será a Espanha.
OBJECTIVOS
O Arché tem como objectivos fundamentais:
• Proporcionar um espaço de reflexão profunda sobre projectos de filmes em diferentes fases da
sua produção, contribuindo para a sua qualidade e portanto para a sua carreira futura;
• Proporcionar um trabalho sobre os projectos participantes que seja livre de objectivos
imediatos de carácter financeiro ou logístico, mas que incida directamente na reflexão sobre o
processo criativo ao nível da realização e produção;
• Incentivar a criação de redes de colaboração entre diferentes projectos e estruturas de
produção, possibilitando a colaboração entre estruturas independentes, de modo a salvaguardar a identidade dos projectos participantes;
• Proporcionar um contacto com agentes internacionais de grande qualidade, num ambiente de
trabalho profundidade;
• Criar um modelo de mercado focado em projectos e em autores, pensando o processo de
produção como um processo antes de mais autoral;
• Contribuir para a integração dos autores e produtores portugueses nas redes internacionais,
dando-lhes acesso às problemáticas, temáticas e terminologias mais importantes. 14
Doclisboa’15 / Dossier de Imprensa
Doc Alliance
Em 2013, o Doclisboa tornou-se no sétimo membro do projecto Doc Alliance, iniciativa que nasce da
parceria de outros seis festivais de cinema documental europeus: CPH:DOX Copenhagen
(Dinamarca), DOK Leipzig (Alemanha), FID Marseille (França), Jihlava IDFF (República Checa),
Docs Against Gravity (Polónia), Visions du Réel Nyon (Suíça). O objectivo desta parceria é apoiar, de
forma sistemática, o cinema documental, oferecendo a realizadores e produtores formas alternativas de distribuição, tanto através do seu portal online (www.dafilms.pt), bem como através dos
festivais e membros junto dos seus públicos.
SELECÇÃO DOC ALLIANCE
Todos os anos, cada parceiro do Doc Alliance selecciona um filme para representar o seu país. São
primeiras obras, de realizadores emergentes. No total, sete filmes compõem uma selecção do
melhor documentário na Europa.
Cada um dos festivais programa, assim, uma secção dedicada a estes filmes, reforçando esta
parceria como rede de divulgação do cinema documental dos países representados.
DOC ALLIANCE AWARD
Este é um prémio atribuído ao melhor filme da Selecção Doc Alliance. O júri é constituído por sete
críticos de renome internacional, convidados pelos diferentes festivais associados.
Em 2013 o filme vencedor foi o filme selecionado pelo Doclisboa, o português “Cativeiro”, de André
Gil Mata. Em 2014, o prémio foi novamente atribuído a um filme português, “Campanha do Creoula”,
de André Valentim Almeida.
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A APORDOC
O Doclisboa é organizado pela Apordoc – Associação pelo Documentário, uma associação cultural
sem fins lucrativos cujo objectivo é estimular e promover uma cultura do documentário. Formada
em 1998, a Associação pretende ser um espaço de encontro e discussão permanente para todos os
interessados no documentário.
Desde a criação da Apordoc, importa sobretudo assinalar o crescimento do documentário a todos
os níveis: produção de filmes, distribuição em sala e noutras plataformas e até no espaço televisivo.
Cresceu a base de espectadores, a curiosidade transmutou em interesse ou mesmo a fidelidade,
como testemunham os festivais e mostras de cinema que programam documentário.
O Doclisboa tornou-se o festival de documentário por excelência em Portugal e de referência na
Europa e noutras partes do mundo.
A Apordoc tem vindo a implantar-se na cidade de Lisboa e no restante território nacional de forma
profunda e perene, em particular na área de programação de documentário e de projectos de
literacia visual. Pretende cultivar e afirmar no espaço público outras frentes de trabalho e de relação
com a sociedade portuguesa e com parceiros internacionais, para além dos eventos concentrados
em poucos dias e que têm sido as principais marcas da Apordoc nos seus anos de existência: a
Apordoc organiza, além do Doclisboa, o Doc’s Kingdom – Seminário Internacional de Cinema
Documental, o PANORAMA – Mostra do Documentário Português e o Lisbon Docs – Fórum
Internacional de Financiamento e Co-produção de Documentários.
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ESPAÇOS
Culturgest
Bilheteira Central / Central Ticket Office Doclisboa'15
Fundação Caixa Geral de Depósitos - Culturgest
Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos
Rua Arco do Cego
Tel:+351 217 905 155
Grande Auditório da Culturgest [612 lugares]
Pequeno Auditório da Culturgest [145 lugares]
Cinema São Jorge
Av. da Liberdade, 175
1250-141 Lisboa
Tel: +351 213 103 400
Sala Manoel de Oliveira [827 lugares]
Sala Montepio [100 lugares]
Sala 3 [181 lugares]
Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema
Rua Barata Salgueiro, 39
1269-059, Lisboa
Tel.: +351 21 359 6200
Sala Dr. Félix Ribeiro [227 lugares]
Sala Luís de Pina [47 lugares]
Cinema Ideal
Rua do Loreto, 15
1200-208 Lisboa [190 Lugares]
Cinema City Campo Pequeno
Centro de Lazer Campo Pequeno
1000-082 Lisboa
Tel.: +351 21 798 14 20
Sala 3 [220 Lugares]
Museu da Eletricidade – EDP
Av. Brasília
1300-598 Lisboa
Tel.: +351 21 002 81 30
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FICHA TÉCNICA
Direcção
Cíntia Gil
Davide Oberto
Tiago Afonso
Curador Riscos / Consultor de Programação
Augusto M. Seabra
Programadora Associada
Agnès Wildenstein
Programação Retrospectiva Želimir Žilnik
com a colaboração de
Boris Nelepo
Programação Restrospectiva "I don't throw bombs, I make films" - Terrorismo,
Representação
Agnès Wildenstein
Augusto M. Seabra
Cíntia Gil
Davide Oberto
Tiago Afonso
Comité Selecção Competição Internacional
Adriano Smaldone
Miguel Ribeiro
Pedro Fortes
Tomás Baltazar
Comité Selecção Competição Portuguesa
Adriano Smaldone
Pedro Fortes
Programação Secções Paralelas
Ana Pereira
Adriano Smaldone
Miguel Ribeiro
Teresa Sequeira
Tomás Baltazar
Oficinas Arché
Luciano Rigolini
Marta Andreu
Coordenação e Programação Arché
Ana Pereira
Glenda Balucani
Direcção de Produção
Joana Gusmão
Vanessa Alvarez
Produção Executiva
Glenda Balucani
Coordenação de Programação e Gestão de Cópias
Miguel Ribeiro
18
Doclisboa’15 / Dossier de Imprensa
Assistentes de Programação e Gestão de Cópias
Joana Galhardas
Joana Sousa
Coordenação Actividades Paralelas, Doc Alliance e Extensões
Ana Pereira
Serviço Educativo
Amarante Abramovici (coordenação)
Cláudia Alves (Docs 4 Kids)
Pedro Fortes
Coordenação de Comunicação e Parcerias
Teresa Sequeira
Assessoria de Imprensa
João Ricardo Oliveira
Publicações
Nuno Ventura Barbosa (coordenação e edição)
Tomás Baltazar (apoio)
Teresa Sequeira (produção)
Imagem e Design
Pedro Nora
Webdesign
Sara Orsi
Coordenação de Convidados
Mariana Dias
Coordenação de Voluntários
Ana Pereira
Gestão de Bilheteiras
Bruno Sousa
Tradução e Legendagem
Paulo Montes
Tesouraria e Contabilidade
Ana Flores - Enumerarte
Apoio à Direcção Técnica
Adriano Smaldone
Rodrigo Dâmaso
Assistência Informática
Nelson Lopes - naoarranca.com
19
Doclisboa’15 / Dossier de Imprensa
O R G A N IZ AÇÃO
FI N A N C I A M ENTO
PA R C ER I A E STR ATÉG I CA
C O - PR O D U ÇÃO
PATR O C I N A D O R O FI C I A L
PATR O C I N A D O R
PA R C EI R O S M ED I A
ATL - Atelier de Turismo de Lisboa / Cinema Ideal / FCSH - Faculdade de Ciências Sociais
e Humanas / FLAD – Fundação Luso-Portuguesa para o Desenvolvimento / Futurdata /
Hotel 3K Europa / Inatel / Íngreme - Pós Produção / Largo Residências / New Lineo Cinemas /
Pastéis de Belém / SPA - Sociedade Portuguesa de Autores / Universidade Lusíada de Lisboa /
Void Creations
APOIOS
C O - PR O D U ÇÃO PAS SAG EN S
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Doclisboa’15 / Dossier de Imprensa
CONTACTOS
Doclisboa – Festival Internacional de Cinema
Casa do Cinema
Rua da Rosa, 277 – 2º / 1200-385 Lisboa
Tel.: +351 213 470 816 / Tlm.: +351 938 701 689
[email protected]
Facebook: https://facebook.com/doclisboa
Twitter: https://twitter.com/doclisboa
Assessoria de Imprensa
João Ricardo Oliveira
Tlm.: +351 91 317 34 00
[email protected]
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Há filmes a mais neste Doc? Parece
que sim. São cerca de 250, reza o
dossiê de imprensa. O problema é que
a probabilidade de comprar um
bilhete qualquer e acertar em cheio
num grande filme nunca foi tão alta.
Francisco Ferreira – ATUAL-EXPRESSO
Lisboa é talvez a única cidade do
mundo onde o amor pelo cinema é tão
grande que, no contexto de um
festival de documentários, a
apresentação de um filme sobre João
Bénard da Costa suscita um tal
frenesim e excitação, dir-se-ia, dignas
de uma noite de gala.
Isabelle Reigner – LE MONDE
Talvez o Doc tenha percebido que a
sua tarefa principal não é melhorar o
gosto do ‘público’ (essa palavra
demagógica que se esquece que não
há dois espectadores iguais), mas
melhorar o próximo cinema.
Francisco Ferreira – ATUAL-EXPRESSO
Em outubro
o mundo inteiro
cabe em Lisboa