Educação para a Saúde II - Programa Gestão Participativa com
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Educação para a Saúde II - Programa Gestão Participativa com
Educação para a saúde (II Parte) Coordenação: Drª Katia Siqueira de Freitas1 Vice-coordenação: Mara Schwingel2 Elaboração: Lindnoslen Guelnete Costa Pinna3 Marli Raquel Dias Souza4 Revisão: Drª Katia Siqueira de Freitas Eudes Rodrigues da Silva5 1 Ph.D. em Administração da Educação. Coordenadora do PGP/LIDERE. E-mail:[email protected] Pedagoga,UFBA. Especialista em Educação Inclusiva,UNIVATES/RS. E-mail:[email protected] 3 Licenciada em Ciências Biológicas,UFRPE. Bolsista do PGP/LIDERE.E-mail:[email protected] 4 Graduanda em Pedagogia, UFBA. Estagiária do PGP/LIDERE. E-mail: [email protected] 5 Licenciado em Geografia, UCSAL. Pós-graduando em Educação Ambiental, IBPEX/PR. Líder de Cursos e Oficinas PGP/LIDERE. E-mail:[email protected] 2 16 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Sumário Oficina III - Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) 18 Objetivo 18 Habilidades requeridas para os mediadores 18 Fundamentação Teórica I 18 Apresentação das transparências 29 Avaliação 35 Oficina IV - Gravidez na adolescência 36 Objetivo 36 Habilidades requeridas para os mediadores 36 Fundamentação Teórica II 37 Apresentação das transparências 49 Avaliação 52 Referências 53 Anexos 54 Promoção da Saúde 54 O corpo em formação 55 Desenvolvimento na adolescência 56 Dicas de locais que prestam serviços de saúde 57 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 17 Oficina III Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) Objetivo: Discutir as causas e conseqüências das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e a importância da prevenção para ter uma vida sexual saudável. Pauta: Apresentação Leitura da pauta e objetivos da oficina Fundamentação Teórica I Intervalo Fundamentação Teórica II Debate Avaliação 5' 5' 30' 10' 20' 45' 5' Público alvo: Educadores e coordenadores pedagógicos, alunos a partir da 5a série do Ensino Fundamental ao 3o ano do Ensino Médio. Habilidades requeridas para os mediadores: Os mediadores deverão possuir o conhecimento básico sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis. Na fundamentação teórica e nos textos de apoio é possível adquirir o conhecimento básico para aplicar a oficina para os alunos. Duração da oficina: 2 horas Recursos necessários Aparelho retroprojetor ou “Data Show” Transparências Cartaz com a pauta da oficina Papel e caneta para o debate Lista de presença Cópias dos textos de apoio Fichas de avaliação Fundamentação Teórica I Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) Os adolescentes passam por várias mudanças em seus corpos e sentimentos tendo que lidar com novos comportamentos principalmente na área da afetividade e sexualidade. Nesse contexto de mudança, as informações incompletas e distorcidas adquiridas durante a adolescência sobre sexualidade e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) aumentam o risco de contrair essas doenças e de engravidar precocemente. 18 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. A relação sexual, a masturbação, a gravidez e a AIDS são alguns dos temas ligados à sexualidade que afloram na cabeça dos adolescentes de forma natural, modificam comportamentos e despertam muita curiosidade. Nessa fase os adolescentes descobrem o próprio corpo e o interesse pelo sexo oposto aumenta. Vêem imagens eróticas na TV, acompanham assuntos referentes a sexo em revistas e jornais. É uma fase para a qual a escola não pode fechar os olhos ou transferir a responsabilidade para os pais. Mesmo porque a educação sexual na escola não concorre com a recebida da família, mas a complementa. Os professores desempenham um papel importante para informar aos estudantes sobre questões relacionadas à sexualidade e podem desenvolver um trabalho que contribua para a prevenção de problemas graves, como o abuso sexual, as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e a gravidez indesejada. Como tema transversal, os assuntos abordados não devem ter um caráter normativo. A recomendação é que a escola trabalhe com questionamentos e amplie o leque de conhecimentos dos alunos, para que eles tracem seus caminhos. Significa que o professor precisa ficar atento para não entrar na vida particular, na intimidade de cada um. Porém, é fundamental que o debate esteja sempre presente para que os jovens criem condições de formar suas atitudes e opiniões. Para obter bom resultado no trabalho de Orientação Sexual, é fundamental que o professor estabeleça uma relação de confiança com a turma. Isso porque ele é visto como referência para os alunos. Sendo assim, o professor deve se mostrar disponível para dialogar e responder às dúvidas de forma direta e esclarecedora. Durante um debate, deve conduzir as discussões, evitando emitir opiniões pessoais que possam ser vistas como modelo a ser seguido e inibam possíveis questionamentos. Se o tema for virgindade, por exemplo, podem-se levantar todos os aspectos e opiniões entre a classe, discutir seu significado para meninos e meninas, pesquisar suas implicações para diferentes culturas e momentos sem expor opiniões próprias. Os PCNs relacionam uma série de recomendações para postura do professor e da escola no trabalho de Orientação Sexual. O objetivo principal é desvincular a sexualidade dos tabus e preconceitos e como algo ligado ao prazer e à vida; não cabe à escola julgar a educação que cada família oferece a seus filhos. O respeito à diversidade de valores, crenças e comportamentos é uma atitude a ser estimulada no debate entre educadores e alunos. A escola deve atuar de forma integrada com os serviços públicos de saúde da região; é importante que os alunos conheçam os métodos contraceptivos, suas indicações e contra-indicações. Nesse item, cabe destacar o uso da camisinha como meio de prevenção da gravidez e da contaminação de Doenças Sexualmente Transmissíveis, especialmente a AIDS. É necessário que se trabalhe com informações atualizadas sobre transmissão e prevenção e contágio da AIDS, com o histórico da enfermidades, a diferença entre um portador do vírus e uma pessoa que desenvolve a doença e as formas de tratamento; repetição de conteúdos faz bem aos alunos, porque a sexualidade nas pessoas é despertada em momentos diferentes. O assunto pode ser examinado em diferentes disciplinas, como por exemplo: na área de Ciências Naturais pode-se tratar do vírus HIV e das formas de transmissão e prevenção da AIDS. Na disciplina Língua Portuguesa podem ser utilizados textos literários ou artigos de revistas e jornais relativos ao tema. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 19 Nas aulas de História podem-se comparar diferentes epidemias em outros períodos, como a peste negra ou a gripe espanhola. Nas aulas de Matemática podem entrar dados sobre as epidemias no estudo de gráficos e tabelas. Os países ou as regiões mais afetados e os índices de incidência da doença em diferentes cidades brasileiras podem ser estudados em Geografia. Peças teatrais que versem sobre o relacionamento humano e os cuidados necessários para evitar a infecção pelo HIV podem ser temas de Artes ou de aulas de Educação Física. Todas essas sugestões são para o tema AIDS, podendo haver outras formas de se trabalhar as DST e outros temas de interesse relacionados à sexualidade. Quanto mais informação, melhor. Experiências bem-sucedidas em Orientação Sexual indicam que adolescentes corretamente informados apresentam melhora no rendimento escolar, devido ao alívio de tensão e preocupação com questões da sexualidade e ao aumento da solidariedade e do respeito entre os colegas. Texto adaptado para fins educativos. Disponível em: <http://novaescola.abril.uol.com.br/PCNs/or_sexual5_8.pdf.> Acesso em: 25 abr. 2003 O que são Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)? Doenças sexualmente transmitidas ou DST são doenças infecciosas que podem ser disseminadas através do contato sexual. Algumas podem também ser transmitidas por vias não sexuais, porém formas não-sexuais de transmissão são menos frequentes. A transmissão de todas estas doenças só ocorre através do contato íntimo com a pessoa infectada, porque todos os organismos causadores morrem rapidamente se forem removidos do corpo humano. Apesar de a área de contato ser normalmente a genital, a prática de sexo anal e oral pode também causar infecções. Gonorréia, sífilis e infecção por clamídia podem ser transmitidas de uma portadora grávida ao filho que está sendo gerado, tanto através do útero como através do parto. Apesar das doenças venéreas se manifestarem na genitália externa, elas podem atingir a próstata, o útero, os testículos e outros órgãos internos. Algumas dessas infecções causam apenas uma irritação local, coceira e uma leve dor, porém a gonorréia e clamídia podem causar infertilidade em mulheres. A natureza epidêmica das doenças sexualmente transmitidas as torna de difícil controle. Algumas autoridades em saúde pública atribuem o aumento no número de casos destas doenças ao aumento de atividade sexual. Outro fator que também contribui significativamente é a substituição do uso de camisinha (condom) - que oferece alguma proteção - por pílulas e diafragmas com métodos anticonceptivos. Os padrões das doenças sexualmente transmissíveis são bastante variáveis. Enquanto a sífilis e a gonorréia eram ambas epidêmicas, o uso intensivo de penicilina fez com que a freqüência da sífilis caísse para um nível razoavelmente controlado; a atenção voltou-se então ao controle da gonorréia, foi quando a freqüência da sífilis aumentou novamente. Os casos de herpes genital e clamídia também aumentaram durante a década de 70 e durante o início da década de 80. O tratamento de DSTs é feito basicamente com antibióticos. A penicilina tem sido uma droga eficiente contra a sífilis e a gonorréia, porém muitos dos organismos causadores da gonorréia são hoje 20 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. resistentes à penicilina; usa-se nestes casos o ceftriaxone ou a spectinomicine. A tetraciclina é usada para tratar o linfogranuloma venéreo, o granuloma inguinal e a uterite clamidial. Existem tratamentos específicos para a maioria das doenças sexualmente transmitidas, com exceção do molluscum contagiosum. A droga antivirus aciclovir tem se mostrado útil no tratamento da herpes. A única forma de se prevenir a dispersão das doenças sexualmente transmitidas é através da localização dos indivíduos que tiveram contato sexual com pessoas infectadas e determinar se estes também necessitam tratamento. Localizar a todos, entretanto, é bastante difícil, especialmente porque nem todos os casos são reportados. AIDS (SIDA) e a hepatite B são transmitidas através do contato sexual, porém estas doenças podem também ser transmitidas de outras formas. Doenças Sexualmente Transmissíveis são infecções transmitidas através de uma relação sexual com alguém que já seja portador da infecção. Estas infecções são geralmente transmitidas através do contato sexual, como a relação sexual vaginal, anal e oral. Elas podem ser causadas por parasitas, bactérias ou vírus. Os vírus são causadores de grande parte das DST, como condiloma, herpes genital, hepatite B e a infecção pelo HIV. Já as bactérias são as causas de doenças como a gonorréia, a clamídia, o cancro mole e a sífilis. Finalmente, algumas outras doenças, como a escabiose (sarna), tricomoníase e a infestação por piolho púbico (chato) são causadas por parasitas. A importância destas doenças está no fato de além do alto risco de disseminação, poderem ocasionar graves danos à saúde do indivíduo acometido. As conseqüências podem ser desde distúrbios emocionais, infertilidade, lesões fetais, câncer, além de facilitar a transmissão do vírus da AIDS (HIV) e quando não tratadas a tempo causam complicações graves e até mesmo a morte. A incidência das DSTs vem aumentando nos últimos anos, sendo considerada como um problema de Saúde Pública. Este aumento ocorre em conseqüência das baixas condições socioeconômicas e culturais, das péssimas atuações dos serviços de saúde, do despreparo dos profissionais de saúde e de educação, e da falta de uma educação sexual adequada, principalmente, voltada para os jovens. A ineficácia dos serviços de saúde é notória. A notificação inadequada faz com que as estatísticas sejam falhas, dificultando a orientação de ações necessárias para o controle dessas doenças. Além disso, a automedicação, a prescrição por pessoas inabilitadas, a promiscuidade sexual, a dificuldade de investigação dos parceiros sexuais, a resistência aos antibióticos e o uso inadequado de métodos contraceptivos favorecem à disseminação destas patologias. Classificação No período pós-guerra observou-se aumento de doenças venéreas clássicas (sifílis, gonorréia, linfogranuloma venéreo, cancro mole e donovanose), além do crescimento de um novo grupo de doenças com características epidemiológicas diversas, com um traço comum: a transmissão sexual. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 21 Em 1982 surgiu uma classificação relacionada à transmissão: 1. Doenças essencialmente transmitidas por contágio sexual: • Sífilis • Gonorréia • Cancro mole • Linfogranuloma venéreo 2. Doenças freqüentemente transmitidas por contágio sexual: • Donovanose • Uretrite não-gonocócica • Herpes simples genital • Condiloma acuminado • Candidíase genital • Fitiríase • Hepatite B 3. Doenças eventualmente transmitidas por contágio sexual: • Pediculose (chato) • Escabiose (sarna) • Amebíase (ameba) Hoje, devido à multiplicidade de quadros relacionados a um mesmo agente, ou quadros clínicos semelhantes devidos a agentes diversos, torna-se difícil uma classificação mais simplificada e completa destas doenças e alguns autores adotam uma classificação baseada no tipo do agente causador da doença. Vírus • • • • • • Herpes simples. Vírus da hepatite B. Vírus da hepatite A. Papovavírus: condiloma acuminado, Vírus do molusco contagioso: molusco contagioso genital. Citomegalovírus: infecção congênita, mononucleose infecciosa. HIV - AIDS. Bactérias • Mycoplasma homínis – miocoplasma. • Ureaplasma urealiticum – ureoplasma. • Neisseria gonorrhoeae – gonorréia. • Chlamydia trachomatis – Clamídia. • Treponema pallidum: sífilis. • Gardnerella vaginallis: bacteriose vaginal. • Haemophilus ducreyi: cancro mole. • Calymmatobacterium granulomatis: donovanose. 22 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. • • • • Shigella sp: shigelose. Salmonella sp: salmonelose. Campylobacter foetus: enterite e proctite. Streptococcus do grupo B: septicemia e meniginte neonatal. Fungos • Candida albicans: vulvovaginite, balanite e balanopostite. Protozoários • Trichomonas vaginallis: vaginite, uretrite. • Entamoeba kystolitica: amebíase. • Giardia lamblia: giardíase. Ectoparasitas • Phthirus pubis: pediculose do púbis (chato). • Sarcoptes scabiei: escabiose (sarna). Texto adaptado para fins educativos. Fonte:Ginecologia e Obstetrícia - Manual Para o TEGO - 1. Ed. - 1997. Disponível em: <http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID= 2828&ReturnCatID=1802>. Acesso em 23 abr. 2003 AIDS A AIDS (sigla original da expressão em inglês Acquired Immune Deficiency Syndrome) ou SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma síndrome (uma variedade de sintomas e manifestações) causada pela infecção crônica do organismo humano pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus). O vírus compromete o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de executar sua tarefa adequadamente, que é a de protegê-lo contra as agressões externas provocadas por bactérias, vírus, parasitas e mesmo por células cancerígenas. Com a progressiva lesão do sistema imunológico o organismo humano se torna cada vez mais vulnerável a determinadas infecções e tumores conhecidos como doenças oportunísticas, que acabam por levar o doente à morte. A transmissão é feita por sangue e líquidos contaminados por sangue, sêmem, secreções vaginais e leite materno. O período de incubação é de três a dez anos entre a contaminação e o aparecimento de sintomas sugestivos da AIDS. Para o tratamento existem drogas que inibem a replicação (multiplicação) do HIV e que devem ser usadas associadas, mas ainda não se pode falar em cura da AIDS. As doenças oportunísticas são em sua maioria tratáveis, mas há necessidade de uso contínuo de medicações para o controle dessas manifestações. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 23 Prevenção: • Na relação sexual se recomenda sexo seguro com o uso de camisinha; • Cuidado no manejo de sangue: uso de seringas que devem ser descartáveis; exigir que todo sangue a ser transfundido seja previamente testado para a presença do HIV; • Uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente contaminados. Não há vacina efetiva para a prevenção da infecção pelo HIV. Cancro mole O cancro mole provoca o surgimento de uma ou mais feridas dolorosas, com pus, mau cheiro, que comprometem principalmente a genitália externa (pênis, no ânus ou na vulva) e podem comprometer também o ânus e mais raramente os lábios, a boca, língua e garganta. Estas feridas são muito contagiosas, auto-inoculáveis e geralmente múltiplas. As feridas podem apresentar sangramento. Além disso, podem surgir gânglios na região da virilha, que se estiverem inflamados podem soltar pus. Os sinônimos mais comuns do cancro mole são: cancróide, cancro venéreo simples, "cavalo". O agente causador da doença é o Haemophilus ducreyi que é transmitido durante a relação sexual e o período de incubação é de 2 a 5 dias. O tratamento é feito através de antibiótico. Prevenção: • Camisinha e higienização genital antes e após o relacionamento sexual. Sífilis Doença causada pela bactéria Treponema pallidum, capaz de infectar qualquer órgão ou tecido. É transmitida pela relação sexual, transfusão de sangue contaminado e da gestante para o filho (sífilis congênita). A bactéria atinge o organismo através de pequenas lesões na pele, nas mucosas, ou pela corrente sangüínea. Os sinônimos mais comuns são cancro duro, cancro sifilítico e Lues. A manifestação inicial da sífilis é chamada de Cancro duro. Aproximadamente entre o décimo e o trigésimo dia após o contágio, surge nos genitais uma ferida que não dói, não coça e não arde. A ferida desaparece espontaneamente, entretanto a doença continua a progredir e a ser transmitida. Após a primeira fase, do cancro duro, cerca de dois meses após o sumiço da ferida, aparecem manchas avermelhadas em toda a pele, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Caso não seja tratada, depois de alguns anos, pode afetar o cérebro, o coração e outros órgãos. Se tratado adequadamente, há cura. Prevenção: a camisinha protege a contaminação dos órgãos genitais. 24 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Candidíase A candidíase é uma das doenças femininas mais comuns, sendo observada inclusive entre crianças e idosas. O sinônimo mais comum é monilíase e o agente é a Candida albicans. O período de incubação é muito variável e o tratamento é feito com medicamentos locais e sistêmicos. A candidíase habita além da mucosa vaginal, o estômago, intestino, pele e boca. Caracteriza-se por coceira, ardor, dor no ato sexual e eliminação de um corrimento vaginal em grumos, semelhante à nata do leite. Com freqüência, a vulva e a vagina encontram-se inchadas e avermelhadas. No homem apresenta-se com vermelhidão da glande e prepúcio e eventualmente por um leve edema e pela presença de pequenas lesões puntiformes, avermelhadas e pruriginosas. Não é uma doença de transmissão exclusivamente sexual. Sabe-se que algumas situações favorecem o surgimento da infecção: atividade sexual, alguns antibióticos, anticoncepcionais, a gravidez, a menopausa, desequilíbrios hormonais, situações de estresse, roupas sintéticas muito justas etc. Prevenção: • Camisinha. • Higienização adequada. • Evitar roupas muito justas. Infecção por Clamídia A Clamídia é causada pela bactéria Chlamidia trachomatis e é também conhecida como uretrite ou cervicite inespecífica e uretrite não-gonocócica. A clamidíase é caracterizada por um pequeno corrimento, transparente que, geralmente, ocorre pela manhã. Pode ser reconhecida apenas pelo ardor na uretra ou vagina, muitas vezes é o único sintoma. Raramente a secreção pode ser abundante e purulenta. Se não tratada, a Clamídia pode permanecer por anos contaminando as vias genitais dos pacientes e mesmo sem sintomas o portador segue transmitindo a doença. É uma das doenças mais comuns entre as mulheres e pode ser de difícil diagnóstico: localiza-se no colo do útero e é, muitas vezes, assintomática. Sendo assim, junto com a Gonorréia, a Clamidíase pode ter por complicação a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), que vem a ser uma das causas de mortalidade feminina. É transmitida pela relação sexual e o período de incubação é de uma/duas semana a um mês ou mais e o tratamento é feito através de antibiótico oral e local. Prevenção: Camisinha e higiene após relação sexual. Condiloma acuminado - HPV Também chamado de crista de galo, jacaré, crista de jacaré ou verruga genital, o condiloma acumulado é uma infecção causada por vírus HPV (Human Papilloma Viruses) que forma lesões GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 25 com aspecto de couve-flor. HPV é um grupo de vírus com mais de 70 tipos. Os condilomas acuminados são apenas uma das manifestações da infecção pelo vírus do grupo HPV. Os sintomas do condiloma acuminado começam com o aparecimento de pequenas verrugas no pênis, ao redor do ânus, na vulva, no períneo, na vagina e no colo do útero da mulher. Com alguma freqüência a lesão é pequena, de difícil visualização. O período de incubação mais comum é de quatro a seis semanas, mas pode levar anos. Pode ser transmitido por contato anal, vaginal ou oral, mesmo que não haja penetração. Eventualmente, pode ocorrer a transmissão de forma vertical - da mãe para o bebê durante o parto. As complicações mais freqüentes são câncer do colo do útero e vulva e, mais raramente, câncer do pênis e também do ânus. O tratamento pode ser a cauterização no local ou intervenção cirúrgica para a retirada das verrugas. É comum a doença voltar a aparecer mesmo com o tratamento adequado. Pode ser também que as lesões desapareçam espontaneamente. Prevenção: • Camisinha usada adequadamente, do início ao fim da relação, pode proporcionar alguma proteção. • Exame preventivo mais freqüente. • Avaliação do(a) parceiro(a). • Abstinência sexual durante o tratamento. Infecção por Gardenerella A Gardnerella vaginalis é uma bactéria que faz parte da flora vaginal normal de 20 a 80% das mulheres sexualmente ativas. Quando, por um desequilíbrio dessa flora, ocorre um predomínio dessa bactéria temos um quadro que se convencionou chamar de vaginose bacteriana, caracterizando-se apenas pelo rompimento do equilíbrio microbiano vaginal normal. A vaginose por Gardnerella pode não apresentar manifestações clínicas (sinais ou sintomas). Quando ocorrem, estas manifestações caracterizam-se por um corrimento homogêneo amarelado ou acinzentado e com um odor ativo desagradável. O prurido (coceira) vaginal é citado por algumas pacientes, mas não é comum. Após uma relação sexual, com a presença do esperma (de pH básico) no ambiente vaginal, costuma ocorrer a liberação de odor semelhante ao de peixe podre. No homem pode ser causa de uretrite e, eventualmente, de balanite (inflamação do prepúcio e glande). A uretrite é geralmente assintomática e raramente necessita de tratamento. Quando presentes os sintomas restringem-se a um prurido e um leve ardor (queimação) miccional. Raramente causa secreção (corrimento) uretral. No homem contaminado é que podemos falar efetivamente que se trata de uma DST. 26 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Os sinônimos mais comuns são vaginite inespecífica e vaginose bacteriana. Causa complicações e conseqüências como: infertilidade, salpingite, endometrite e ruptura prematura de membranas. O período de Incubação é de dois a vinte e um dias e o tratamento é medicamentoso. Prevenção: camisinha. Gonorréia Doença que se caracteriza pela presença de abundante secreção (corrimento) purulenta pela uretra no homem e vagina e/ou uretra na mulher. Este quadro freqüentemente é precedido por coceira na uretra e ardência ao urinar. Em alguns casos podem ocorrer sintomas gerais, como a febre. Nas mulheres os sintomas são mais brandos ou podem estar ausentes na maioria dos casos. Os sinônimos mais comuns são: uretrite gonocócica, blenorragia e fogagem, seu agente é o Neisseria gonorrhoeae. Causa complicações e conseqüências como aborto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto, Doença Inflamatória Pélvica (DIP), infertilidade, epididimite, meningite, miocardite, gravidez ectópica, septicemia, infecção ocular, pneumonia, otite média do recém-nascido, artrite aguda etc. O período de incubação é de dois a dez dias e o tratamento é através de antibióticos. É transmitido pela relação sexual. O risco de transmissão é superior a 90%. O fato de não haver sintomas (caso da maioria das mulheres contaminadas), não afeta a transmissibilidade da doença. Prevenção: camisinha e higiene antes e depois da relação sexual. Granuloma Inguinal O granuloma inguinal é uma doença bacteriana de evolução crônica que se caracteriza pelo aparecimento de lesões granulomatosas (grânulos, caroços), ulceradas (feridas), indolores e autoinoculáveis.Tais lesões localizam-se na região genital, perianal e inguinal, podendo, eventualmente, ocorrer em outras regiões do organismo, inclusive órgãos internos. Os sinônimos mais comuns são: danovanose, granuloma venéreo, granuloma tropical, granuloma contagioso, úlcera venérea crônica etc. Seu agente é a Donovania granulomatis. Causa complicações e conseqüências como: deformidades genitais, elefantíase e tumores. O período de incubação é variável de três dias a seis meses e o tratamento é sistêmico, através de antibióticos, tratamento local, eventualmente cirúrgico. É transmitido pela relação sexual. Prevenção: camisinha e higienização antes e após a relação sexual. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 27 Herpes simples genital O herpes inicia-se com coceiras, seguidas de ardor nos órgãos genitais. Posteriormente, surgem pequenas bolhas, que estouram e se transformam em pequenas lesões dolorosas. Estas desaparecem espontaneamente, após um prazo aproximado de dez dias. Entretanto, as lesões retornam ciclicamente, sem tempo definido, principalmente se o portador tem uma baixa em seu sistema imunológico, que pode ser causada por estresse, desgastes emocionais ou físicos, exposição excessiva ao sol e alimentação inadequada. Médicos advertem que não existem remédios capazes de curar o herpes. Causa complicações e conseqüências como: aborto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, infecções neonatais, vaginite, ulcerações genitais etc. O período de incubação é indeterminado e não existe ainda tratamento eficaz que cure a doença. O tratamento tem por objetivo diminuir as manifestações da doença ou aumentar o intervalo entre as crises através de antibióticos, tratamento local, eventualmente cirúrgico. É transmitido freqüentemente pela relação sexual. Prevenção: não está provado que a camisinha diminua a transmissibilidade da doença. Higienização genital antes e após o relacionamento sexual é recomendável. Hepatite B Doença que causa a infecção do fígado com o vírus da Hepatite do tipo B (Hepatitis B Virus). O vírus pode ser transmitido pelo sangue, sêmen e secreções vaginais e, até, pela saliva. Os sintomas mais comuns, dentre outros, são: falta de apetite, febre, vômitos, náuseas, diarréia, icterícia (amarelamento da pele e mucosas), dores articulares. Convém destacar que a hepatite pode trazer uma série de conseqüências, como: a hepatite crônica, cirrose hepática, câncer do fígado, coma hepático e, até mesmo, a morte. Infelizmente, não existem remédios para combater diretamente o agente da doença mas os sintomas podem ser tratados. Especialistas indicam repouso domiciliar até que se finde o mal-estar, que poderá durar, em média, quatro semanas. Embora não se deva ingerir bebidas alcoólicas, não há nenhuma restrição alimentar. O período de incubação é de trinta a cento e oitenta dias (em média setenta e cinco dias), não existe ainda tratamento eficaz quanto à cura da doença. Não há medicamento para combater diretamente o agente da doença, trata-se apenas os sintomas e as complicações. É transmitido pelos seguintes líquidos do corpo: sangue e líquidos contaminados por sangue, sêmem, secreções vaginais e, menos comumente, a saliva. Prevenção: vacina, obtida por engenharia genética, com grande eficácia no desenvolvimento de níveis protetores de anticorpos (3 doses). Obs: Recomenda-se os mesmos cuidados descritos na prevenção da AIDS, ou seja, sexo seguro e cuidados com a manipulação do sangue. 28 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Linfogranuloma venéreo O linfogranuloma venéreo, causado pela Chlamydia trachomatis, também é conhecido como: Doença de Nicolas-Favre, Linfogranuloma Inguinal, Mula, Bubão. Caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão genital (lesão primária) que tem curta duração e que se apresenta como uma ferida ou como uma pápula (elevação da pele). Esta lesão é passageira, dura de 3 a 5 dias e freqüentemente não é identificada pelos pacientes, especialmente do sexo feminino. Após a cura desta lesão primária, em geral depois de duas a seis semanas, surge o bubão inguinal que é uma inchação dolorosa dos gânglios de uma das virilhas (70% dos casos ocorre de um só lado). Se este bubão não for tratado adequadamente ele evolui para o rompimento espontâneo e formação de fístulas que drenam secreção purulenta. As principais complicações são: elefantíase do pênis, escroto, vulva, proctite (inflamação do reto) crônica e estreitamento do reto. Textos adaptados para fins educativos. Disponivéis em: <http://www.dst.com.br> Acesso em 21.04.2003. Apresentação das transparências Transparência 01 AIDS • Sinônimos: SIDA, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, HIV-doença • Agente:HIV (Human Immunodeficiency Virus), com 2 subtipos conhecidos: HIV-1e HIV-2 • Complicações/Consequências: doenças oportunísticas como a tuberculose miliar e determinadas pneumonias, alguns tipos de tumores, como certos linfomas e o Sarcoma de Kaposi, distúrbios neurológicos. Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. Transparência 02 Cancro Mole • Sinônimos: Cancróide, cancro venéreo simples, “cavalo” • Agente: Haemophilus ducreyi • Complicações/ Consequências: Não tem • Transmissão: Relação sexual • Período de Incubação: 2 à 5 dias • Tratamento: antibiótico • Prevenção: camisinha, higienização genital antes e após o relacionamento sexual Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 29 Transparência 03 Cancro Duro (Sífilis) • Transmissão: relação sexual, transfusão de sangue contaminado, transplacentária (a partir do quarto mês de gestação) • Período de Incubação: 1 semana a3 meses • Tratamento: medicamentoso. Com cura, se tratado adequadamente • Prevenção: camisinha protege contaminação genital Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. Transparência 04 Candidíase • Sinônimos: Monilíase • Agente: candida albicans e outros • Complicações/consequências: nenhuma digna de nota • Transmissão: pode ser transmitida através da relação sexual. Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. Transparência 05 Condiloma acuminado - HPV • Sinônimos: jacaré, jacaré de crista, crista de galo, verruga genital. • Agente: HPV- DNA vírus. HPV é o nome de um grupo de vírus que inclui mais de 70 tipos. • As verrugas genitais ou condilomas acuminados são apenas uma das manifestações da infecção pelo vírus do grupo HPV e estão elacionadas com os tipos 6, 11 e 42, entre outros. Alguns tipos (2, 4, 29 e 57) causam lesões nas mãos e pés verrugas) Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. Transparência 06 Infecção por Gardenerella • Sinônimos: vaginite inespecífica. Vaginose bacteriana • Agente: Gardnerella vaginalis. • Complicações/consequências: infertilidade, salpingite, endometrite, ruptura prematura de membranas. Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. 30 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Transparência 07 Gonorréia • Sinônimos: Uretrite Gonocócica, Blenorragia, Fogagem Agente: Neisseria gonorrhoeae • • Complicações/consequências: aborto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto. Doença inflamatória pélvica, infertilidade, pielonefrite, meningite, miocardite, gravidez estópica, septicemia, infecção ocular, pneumonia e otite média do récem-nascido, artite aguda etc. Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. Transparência 08 Granuloma Inguinal • Sinônimos: Danovanose, Granuloma Venéreo, Granuloma Tropical, Granuloma contagioso, Úlcera Venérea Crônica, etc. • Agente: Donovania granulomatis (Calymmatobacterium granulomatis) • Complicações/Consequências: deformidades genitais, elefantíse, tumores Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. Transparência 09 Herpes simples genital • Sinônimos: Herpes Genital • Agente: DNA vírus • Complicações/consequências: Aborto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto, infecções peri e neonatais, vulvite, vaginite, cervicite, ulcerações genitais, proctite etc. Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. Transparência 10 Hepatite B • Sinônimos: Hepatite sérica • Agente:HBV (Hepatitis B vírus), que é um vírus DNA (hepadnavirus) • Complicações/Consequências: Hepatite crônica, Cirrose hepática, Câncer do fígado (Hepatocarcinoma), além de formas agudas severas com coma hepático e óbito. Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 31 Transparência 11 Linfogranuloma venéreo • Sinônimos: doença de Nicolas-Favre, Linfogranuloma Inguinal, Mula, Bubão • Agente: Chamydia trachomatis • Complicações/Consequências: elefantíase do pênis, escroto, vulva, Proctite (inflamação do reto) crônica, estreitamento do reto. Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. Transparência 12 Tricomoníase • Sinônimos: uretrite ou vaginite por Trichomonas, Tricomoníase vaginal ou uretral, uretrite não gonocócica (UNG) • Agente: Trichomonas vaginalis (protozoário) • Complicações/consequências: Vaginite Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. Transparência 13 Pediculose pubiana • Sinônimos: Chato • Agente: Phtirus pubis • Transmissão: principalmente pelo ato sexual, porém podem ocorrer através de roupas de cama, vestimentas, uso comum de toalhas e vasos sanitários. • Tratamento: local • Prevenção: Escolha do(a) parceiro(a) Fonte: CERRI, C.R. Doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <http://www.dst.com.br/index.htm>Acesso em: 12/05/2003. ATENÇÃO: As transparências a seguir só podem ser apresentadas após criteriosa avaliação da maturidade do público alvo, cabendo ao mediador decidir se irá apresentá-las ou não. 32 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Transparência 14 Cancro mole Fonte: Imagem disponível em: <http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/ aids_menu.htm> Acesso em:02/04/2003. Transparência 15 Cancro duro Fonte: Imagens disponíveis em: <http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/aids_menu.htm> Acesso em:02/04/2003. Transparência 16 Candidíase vulvovaginite Fonte: Imagens disponíveis em: <http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/aids_menu.htm> Acesso em:02/04/2003. Transparência 17 Infecção por Clamídia Fonte: Imagem disponível em: <http://ww.dstfacil.hpg.ig.com.br/ aids_menu.htm> Acesso em:02/04/2003. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 33 Transparência 18 Condiloma acuminado - HPV Fonte: Imagens disponíveis em: <http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/aids_menu.htm> Acesso em:02/04/2003. Transparência 19 Gonorréia Fonte: Imagens disponíveis em: <http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/aids_menu.htm> Acesso em: 02/04/2003. Transparência 20 Granuloma Inguinal Fonte: Imagem disponível em: <http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/ Transparência 21 Herpes simples genital Fonte: Imagens disponíveis em: <http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/aids_menu.htm> Acesso em: 02/04/2003. 34 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Transparência 22 Linfogranuloma venéreo Lesão ulcerada Elefantíase da bolsa escrotal Bulbão inguinal Fonte: Imagens disponíveis em: <http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/aids_menu.htm> Acesso em: 02/04/2003. Transparência 23 Tricomoníase Fonte: Imagem disponível em: <http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/ aids_menu.htm> Acesso em: 02/04/2003. Avaliação Objetivo da atividade: coletar impressões sobre a oficina e desempenho dos mediadores, visando o contínuo aperfeiçoamento da atividade. Tempo aproximado: 5 minutos Material Didático: papel ofício e caneta. Processo de trabalho: O mediador: 1. 2. 3. 4. 5. explica a finalidade da avaliação; esclarece a possibilidade do anonimato dos avaliadores; entrega papel e caneta para os participantes anotarem as avaliações; solicita que completem as frases: a)Que tal melhorar... b)Que bom... c)Recomendo... recolhe as avaliações; lê os resultados, compartilhando-os com os participantes da Oficina. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 35 Oficina IV Gravidez na adolescência 1 Objetivo: Conscientizar os alunos das implicações e conseqüências da relação sexual precoce e da gravidez na adolescência. Pauta: Apresentação Leitura da pauta e objetivos da oficina Fundamentação Teórica II Intervalo Debate Sensibilização Avaliação 5' 5' 50' 10' 30' 15’ 5' Público-alvo: Alunos a partir da 5a série do Ensino Fundamental ao 3o ano do Ensino Médio, educadores e coordenadores pedagógigos. Habilidades requeridas para os mediadores: os mediadores deverão possuir o conhecimento básico sobre a gravidez na adolescência, os métodos anticonceptivos e o aborto. Na fundamentação teórica e nos textos de apoio é possível adquirir um conhecimento razoável para aplicar a oficina para os alunos. Duração da oficina: 2 horas Recursos necessários Aparelho retroprojetor ou “Data Show” Transparências; Cartaz com a pauta da oficina; Papel e caneta para o debate; Lista de presença; Cópias dos textos de apoio; Fichas de avaliação. 36 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Fundamentação Teórica II No Brasil a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes. Esse número representa três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas em relação às garotas de mesma idade na década de 70 (PAULICS, 2003). A grande maioria dessas adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir a maternidade e por causa da repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam os estudos. A adolescência é um período de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que separam a criança do adulto, prolongando-se dos 10 aos 20 anos incompletos, segundo os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou dos 12 aos 18 anos de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente do Brasil. As piores complicações do parto tendem a acometer meninas com menos de 15 anos e, serão piores ainda em menores de 13 anos. A mãe adolescente tem maior morbidade e mortalidade por complicações da gravidez, do parto e do puerpério. A taxa de mortalidade é duas vezes maior que entre gestantes adultas. Em 2000, segundo a psicóloga Raquel Foresti, foram realizados 689 mil partos de adolescentes no Brasil, o equivalente a 30% do total dos partos do país. Hoje são mais de 700 mil partos de adolescentes por ano. O número é um golpe contra as várias iniciativas voltadas para a prevenção da gravidez na adolescência. Inegavelmente a gravidez precoce e/ou indesejada leva a algum prejuízo no projeto de vida da adolescente. Existem ainda os riscos relacionados ao aborto e a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) entre as quais a AIDS. As taxas de gravidez e infecções sexualmente transmissíveis na adolescência são indicativos da freqüência com que a atividade sexual (desprotegida) ocorre nessa faixa etária. Podem ser considerados aspectos sociais ou bio-psíco-sociais como fatores de risco para gravidez na adolescência, tais como: • antecipação da menarca (primeira menstruação); • educação sexual ausente ou inadequada; • atividade sexual precoce; • desejo de gravidez; • dificuldade para práticas anticoncepcionais; • problemas psicológicos e emocionais; • mudanças dos valores sociais; • migração mal sucedida; • pobreza; • baixa escolaridade; • ausência de projeto de vida. As complicações psicossociais relacionadas à gravidez na adolescência são em geral mais importantes que as complicações físicas. Fatos que devem ser levados em consideração, inclusive pela equipe que faz o pré-natal seriam, por exemplo, o abandono do lar dos pais, o abandono pelo pai da GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 37 criança, a opressão e discriminação social, a interrupção dos estudos e suas conseqüências futuras, tais como os empregos menos remunerados e a dependência financeira dos pais por mais tempo entre outros fatores. Segundo Censo de 2000, houve 44.976 nascimentos em Salvador, sendo que 23.639 das crianças tiveram como mães jovens com idade entre 10 e 24 anos. Muitas vezes a desinformação e a falta de acesso aos métodos anticonceptivos foram a principal causa da gravidez, visto que, nas classes populares a chegada de um filho é sinônimo de mais despesas para a família. As adolescentes grávidas enfrentam situações difíceis de serem resolvidas, pois o sistema de saúde é precário e o apoio familiar muitas vezes inexiste. Texto adaptado para fins educativos. (Ministério da Saúde. Saúde na escola. Brasília, DF: 2002./ FORESTI, R. Gravidez na adolescência. Disponível em: <http://www.nib.unicamp.br> Acesso em 20. abr. 2003. Anticoncepção na Adolescência O que verificamos nos tempos atuais é uma grande venerabilidade dos adolescentes para transformar suas primeiras experiências sexuais em fontes de problemas, inclusive em função da baixa utilização e da grande dificuldade de acesso aos métodos contraceptivos, uma vez que sua distribuição não é contínua. Nesse contexto é grande a responsabilidade da família e da escola na busca de alternativas para conscientizar e informar os adolescente que tem vida sexual ativa e precisam se prevenir de uma gravidez precoce e das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Métodos anticoncepcionais Os métodos contraceptivos ou anticoncepcionais previnem a fertilização ou a implantação do óvulo fecundado pelo espermatozóide e tem por objetivo evitar a gravidez. As estruturas e funções do aparelho reprodutor feminino são reguladas pelos hormônios sexuais, produzidos pelos ovários, o estrógeno e a progesterona. A menina já nasce com os folículos que durante a fase reprodutiva da mulher liberam aproximadamente 450 óvulos, um em cada ciclo menstrual. Os folículos restantes, com seus óvulos, degeneram ao longo dos anos. Quando não ocorre a fecundação, o óvulo é eliminado durante a menstruação, ao final do ciclo. No homem o hormônio testosterona estimula a produção dos espermatozóides nos testículos. Os métodos contraceptivos se dividem de acordo com o mecanismo de atuação em: Métodos de barreira: evitam a penetração dos espermatozóides no útero. Exemplos: camisinha masculina e feminina, diafragma, e os espermicidas, que matam os espermatozóides. Métodos hormonais ou anovulatórios: impedem a ovulação. Exemplos: anticoncepcionais orais (pílula), injetáveis ou subcutâneos, Mirena (Dispositivo Intra-Uterino (DIU), com hormônio) e a pílula do dia seguinte" (contracepção de emergência). 38 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Métodos cirúrgicos ou esterilização: impedem a entrada do óvulo no útero (ligadura das trompas) ou a chegada do espermatozóide ao esperma (vasectomia). Métodos comportamentais: impedem a fertilização do óvulo pelos espermatozóides.Exemplos: tabelinha e os métodos de determinação da ovulação por temperatura ou muco cervical. Métodos endoceptivos: evitam a implantação do ovo no útero. Exemplo: DIU. Camisinha Masculina Imagem disponível em: http://.www.aids.gov.br. Acesso em 20 jul. 2003. Hoje já existem os preservativos feminino e masculino, também chamados de "métodos de barreira", pois impedem que o esperma atinja o interior do útero, onde está o óvulo liberado durante a ovulação. O preservativo masculino, mais conhecido como camisinha ou condom, é o método contraceptivo de barreira mais utilizado. Ele também funciona como uma barreira de proteção em relação às doenças sexualmente transmissíveis e AIDS. Não tem contra-indicação, nem necessitam de receita médica. A maior desvantagem é causada pelas falhas de colocação ou vazamento durante o ato sexual. Índice de falha: 3% a 12% Camisinha Feminina O preservativo feminino tem a forma de uma camisinha de grandes dimensões que é inserida na vagina, recobrindo suas paredes, e deixando uma abertura voltada para fora, sobre os lábios da vagina. Portanto, tem o mesmo objetivo do diafragma, ou seja, evita a gravidez ao impedir que o esperma entre no útero e atinja o óvulo. Da mesma forma que o preservativo masculino, também é um método bastante eficiente para se proteger contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), principalmente a AIDS, e é descartável, não devendo ser reutilizado. É um método ainda relativamente novo e pouco difundido, mas que encontra um bom grau de aceitação, principalmente pelo homem. Índice de falha: 5% a 21% Imagem disponível em: http://.www.aids.gov.br. Acesso em 20 jul. 2003. Diafragma O diafragma é uma pequena capa de borracha ou de silicone que deve ser colocada na vagina pela mulher antes de cada relação sexual, de tal modo que obstrua a entrada (colo) do útero. Imagem disponível em: http://.www.aids.gov.br. Acesso em 20 jul. 2003. Seu uso exige atenção e muita responsabilidade por parte da mulher, que não pode esquecer de colocá-la antes da relação sexual. Antes da primeira colocação, o médico deve fazer um exame e determinar o tamanho adequado do diafragma. Existem poucas contra-indicações: não serve para mulher virgem ou que tenha algum problema no colo do útero. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 39 O diafragma, ao contrário da camisinha, pode ser lavado e reutilizado diversas vezes, durando um tempo relativamente longo. Para ser eficiente o ideal é que ele seja usado com um creme espermaticida e colocado 15 a 20 minutos antes da relação. Ele pode ser retirado de 6 a 8 horas depois da relação, lavado com água e sabão, secado e guardado no estojo próprio. Indice de falha: 6% a 18% Espermicidas Os espermicidas são cremes, supositórios, espumas ou geléias especiais colocados dentro da vagina antes da relação sexual. Eles contêm substâncias químicas que matam os espermatozóides, impedindo que eles fertilizem o óvulo. Não são muito divulgados no Brasil e são menos seguros que a camisinha. Devem ser usados preferencialmente em conjunto com algum método de barreira, como camisinha (masculina ou feminina) ou diafragma. Figura disponível em: http://www.nib.unicamp.br/svol/metodo.htm Os comprimidos e óvulos espermicidas demoram para dissolver, por isso devem ser colocados na vagina cerca de 15 minutos antes da relação sexual. As geléias, cremes e espumas podem ser colocados imediatamente antes da relação. Os espermicidas têm pouca contra indicação: devem ser evitados por mulheres que tenham alergia a eles. Índice de falha: 6% a 21% Anticoncepcionais Figura disponível em: http://www.nib.unicamp.br/ svol/metodo.htm Conhecidos também como "pílula", os anticoncepcionais usados por via oral são atualmente o método mais popular de controle da natalidade. As pílulas são hormônios sintéticos similares ao estrógeno e progesterona, os hormônios naturais produzidos pelo corpo da mulher. As pílulas atuam prevenindo a ovulação, ou seja, o óvulo não é liberado pelo ovário, como ocorre normalmente, aproximadamente no meio do ciclo menstrual. Deste modo não ocorre fertilização pelo espermatozóide. Algumas pílulas também causam um espessamento do muco cervical (secreção natural espessa logo à entrada do útero), dificultando a entrada do espermatozóide no útero. A pílula possui diversas vantagens: • • • • • 40 Pode proteger contra câncer uterino e ovariano. Reduz a cólica menstrual e a tensão pré-menstrual. Os períodos menstruais ficam mais regulares. É fácil de usar e custa pouco. Pode reduzir a acne. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Algumas desvantagens da pílula: • Pode causar efeitos colaterais em algumas mulheres, como náusea, sensibilidade dos seios, ganho de peso ou retenção de água, alterações no humor, manchas na pele, dor de cabeça, aumento na pressão sangüínea. • Podem causar riscos à saúde em mulheres fumantes, com problemas cardíacos, com doenças do fígado e do coração, hipertensão, suspeita de gravidez, flebite ou varizes, glaucoma, enxaqueca, derrame e obesidade. Nesses casos não se deve usar pílulas. • É menos efetiva quando tomada com algumas drogas, como antibióticos. • Uma falha no esquema de tomar a pílula pode cancelar ou diminuir sua efetividade. • Tomada por muito tempo, pode aumentar risco de câncer de mama. • Não se recomenda para mulheres com menos de 16 ou mais de 40 anos. A pílula só deve ser tomada depois de se fazer um exame médico completo com um ginecologista, que receitará a mais adequada para cada caso. Índice de falha: 0.1% a 5% Anticoncepcionais injetáveis É um método bastante seguro, constituído de injeções ou implantações subcutâneas sólidas de hormônios sexuais femininos que impedem a ovulação da mulher, impossibilitando desta forma a gravidez. Funcionam como a pílula, mas, ao invés de ser tomado oralmente todos os dias, pode ser aplicado Figura disponível em: http://www.nib.unicamp.br/svol/metodo.htm a cada três meses, ou mensalmente. Pode ser usado por mulheres que estejam amamentando e não oferece risco de câncer no seio nem no colo do útero. As principais indicações das injeções são para as mulheres que esquecem a pílula, que não podem tomar a pílula via oral e para as mulheres que precisem esconder que usam anticoncepcional. Somente o médico pode receitar injeções ou implantes anticoncepcionais. É importante fazer consultas regulares com o ginecologista ou toda vez que surgir algum efeito indesejável da injeção. As contra-indicações são semelhantes às das pílulas, mas como as dosagens dos hormônios injetáveis são mais fortes, os efeitos colaterais podem ser mais freqüentes. Mirena Lançado recentemente no Brasil, o Mirena é um novo método endoceptivo, como o DIU. Trata-se de um dispositivo de plástico ou de metal colocado dentro do útero. É um DIU combinado com hormônios. Tem forma de T com um reservatório que contém 52mg de um hormônio chamado levonogestrel. O Mirena atua liberando uma pequena quantidade de hormônio diretamente da parede interna do útero, continuamente por cinco anos. Ele também torna GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Figura disponível em: http://www.nib.unicamp.br/svol/ metodo.htm. 41 o muco do cervix (colo do útero) mais espesso, prevenindo a entrada do espermatozóide. A dosagem é equivalente a tomar duas a três mini-pílulas por semana. A diferença do Mirena em relação aos outros dispositivos intra-uterinos é que ele evita muitos efeitos colaterais. Vantagens: • A menstruação pode desaparecer completamente em algumas mulheres após poucos meses. • Tem duração de cinco anos • Método seguro (1 a cada 1000 mulheres poderão engravidar) • Risco de gravidez ectópica reduzido (cerca de 2 a cada 10.000 mulheres ao ano) • Reduz dores menstruais As desvantagens são semelhantes às do DIU. Índice de falha: 0.1% Pílula do Dia Seguinte São pílulas para prevenir uma gravidez indesejada dentro de 72 horas após a relação desprotegida ou acidental. Também é chamada de "método de contracepção de emergência". Isto significa dizer que deve ser usada tão logo seja possível após a relação desprotegida. Este método só deve ser usado nos casos de emergência, ou seja, nos casos em que os outros métodos anticoncepcionais não tenham sido adotados ou tenham falhado de alguma forma, como esquecimento, ruptura da caminsinha, desalojamento do diafragma, falha na tabelinha ou no coito interrompido, esquecimento da tomada da pílula por dois ou mais dias em um ciclo, em caso de estupro. Este contraceptivo contém o levonorgestrel, que é uma progestina. O levonorgestre previne a gravidez inibindo a ovulação, fertilização e implantação do ovo. Também atua espessando o muco cervical. É importante esclarecer que estas não são pílulas de aborto e não causam aborto, e elas não ajudarão se a mulher já estiver grávida. Ela pode ajudar somente a prevenir a gravidez. Esta medida tem causado vários efeitos colaterais e não deve ser usada regularmente. Um tablete original contém dois comprimidos. O primeiro comprimido pode ser tomado até 72 horas após a ocorrência de uma relação sexual desprotegida (mas nunca após esse prazo). O segundo deve ser tomado 12 horas após o primeiro. Se ocorrer vômito, a dose deve ser repetida. Nem sempre surte resultados e pode ter efeitos colaterais intensos. Os sintomas mais comuns são náusea, dores abdominais, fadiga, dor de cabeça, distúrbio no ciclo mesntrual, tontura, fragilidade dos seios, e, em casos menos comuns, diarréia, vômito, acnes. Índice de falha: Se usada até 24 horas da relação - 5%.; Entre 25 e 48 horas - 15% ; Entre 49 e 72horas - 42%. 42 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Ligadura das trompas A ligadura nas trompas, também conhecida como esterilização feminina, é um método permanente para as mulheres que decidiram não ter mais filhos. Este método consiste em ligar e cortar as Trompas de Falópio (tubas uterinas), para impedir que o óvulo atinja o útero, e dessa forma seja fecundado e implantado. A eficácia desse método é muito alta, mas não chega a 100%, pois falhas na operação fazem com que aproximadamente uma em cada 300 mulheres engravide depois da ligadura. Figura disponível em: http://www.nib.unicamp.br/svol/metodo.htm Por ser um método cirúrgico, é feito apenas após internação em uma clínica. Existem três métodos de ligadura: • método intra-abdominal, que requer a abertura da parede do abdômen e o acesso às trompas. Por ser muito traumático e geralmente é utilizado apenas durante uma cesariana ou em outra operação abdominal. Exige anestesia local-regional (raqui, por exemplo) ou geral. Tem eficiência praticamente de 100%; • método laparoscópico: nesse caso, instrumentos cirúrgicos e um tubo fino, chamado laparoscópio, são inseridos através de pequenos cortes na parede da barriga. O médico visualiza através do laparoscópio onde estão as trompas,e realiza a ligadura com os instrumentos especiais. Não exige a abertura ampla do abdômen, portanto a recuperação pós-cirúrgica é muito mais rápida e sem problemas. É tão eficaz quanto o método intra-abdominal e exige apenas anestesia local; • método intra-uterino (ou por via baixa) utiliza instrumentos cirúrgicos especiais que são inseridos através do útero dilatado especialmente para a ocasião, usando anestesia local. As trompas são ligadas "por dentro", uma de cada vez. É o método menos traumático e invasivo, mas é o que tem o maior numero de falhas. Em alguns casos, a ligadura das trompas pode ter efeitos adversos, como aderências cirúrgicas. Por ser irreversível deve ser bem pensado antes de ser adotado. Em muitos hospitais ele não é realizado em mulheres que nunca tiveram filhos. Índice de falha: 0.4% Vasectomia A vasectomia, também conhecida como esterilização masculina, é um procedimento nos quais os vasos deferentes (tubos que conectam os testículos ao pênis) são cortados. Quando estes tubos são cortados, a passagem dos espermatozóides produzidos pelos testículos é bloqueada e assim o esperma liberado durante a ejaculação é incapaz de fertilizar o óvulo, prevenindo desta forma a gravidez. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Figura disponível em: http://www.nib.unicamp.br/svol/metodo.htm 43 O método cirúrgico é muito simples, leva alguns minutos e geralmente não exige internação. O médico anestesia a parede do escroto e depois faz um pequeno corte próximo à sua raiz. Usando uma pinça, levanta o canal deferente e o secciona com bisturi ou tesoura, ligando com um fio depois as duas pontas. O corte no escroto é suturado e em seguida se repete a operação do outro lado. A incidência de complicações é mínima, a não ser um pouco de inchaço e dor. O homem deve se abster de relações sexuais por uma semana depois da operação, assim como de esportes ou esforços que possam prejudicar a cicatrização e a recuperação. Depois disso, pode ter relações sexuais normais, mas protegidas por algum método contraceptivo (camisinha, ou método feminino), pois o esperma não perde imediatamente todos seus espermatozóides. Depois de um mês a um mês e meio não precisa se preocupar mais em usar qualquer método contraceptivo. Em alguns casos é possível reverter a vasectomia através da rejunção das pontas cortadas dos vasos deferentes. Entretanto, a decisão por uma vasectomia deve ser feita com muita segurança e certeza, já que ela é uma solução praticamente permanente e sua reversibilidade não é garantida. É o método contraceptivo de mais baixa taxa de falhas. Mas não é recomendado para homens solteiros, que não têm certeza de que querem filhos. Índice de falha: 0.2% Tabelinha A tabelinha, ou método do calendário é um método de regulação de fertilidade através da abstenção de relações sexuais em determinados períodos. Através de seu ciclo menstrual a mulher pode saber quais os dias em que está em seu período fértil e os dias em que ela pode manter relações sexuais sem riscos de engravidar, por isso são chamados de métodos comportamentais. São os únicos métodos aprovados pela Igreja Católica no entanto, são pouco eficazes se não forem combinados com outros métodos, como preservativos ou espermaticidas, pois dependem da abstenção voluntária nos períodos férteis da mulher. Teoricamente a mulher é fértil no meio do seu ciclo. Ou seja nos ciclos mais comuns de 28 a 30 dias a fertilidade máxima seria entre o 13º,14º e 15º dia, contando o primeiro dia da menstruação como dia 1º. Para que o método comportamental funcione melhor, é importante determinar com maior precisão a data em que ocorre a ovulação. O primeiro método comportamental descoberto, chamado vulgarmente de "tabelinha", ou método de Ogino-Knaus (nome dos dois médicos que o inventaram), baseia-se apenas na duração teórica do ciclo menstrual e da época em que ocorre a ovulação, aproximadamente. É um método que deve ser utilizado apenas por mulheres que têm um ciclo menstrual regular, calculado hoje em 20% da população feminina. Dá muito trabalho antes, pois a mulher deve anotar o início e o fim da menstruação durante seis meses. Por esses motivos, caiu em desuso, pois ignora variações individuais e de ciclo para ciclo. Para calcular por esse método o seu período fértil, você deve subtrair 18 dias da duração do seu ciclo mais curto (anotado durante os seis meses de observação). Este é o dia em que se inicia o período fértil, estatisticamente. Para calcular o dia correspondente ao fim do período fértil, subtrair 11 dias da duração de seu ciclo mais longo. 44 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Por exemplo: Duração do ciclo mais curto: 26 dias Duração do ciclo mais longo: 30 dias Início do período fértil mais provável: 26-18=8 Fim do período fértil mais provável: 30-11=19 Então deve-se evitar relações entre o 8o e 19o dia do ciclo que é contado a partir do primeiro dia da menstruação. Vamos supor que este dia foi o dia 5 de dezembro. Então o período fértil será entre os dias 12 e 23 de dezembro. Método da Temperatura Atualmente os métodos de "tabelinha" mais utilizados são os que procuram determinar o período de ovulação por alguma forma objetiva ou de mensuração, tal como a medida da temperatura na vagina ou a observação do muco cervical. O primeiro método baseia-se no fato que por um ou dois dias no período da ovulação, a temperatura em repouso da mulher (logo ao acordar, chamada de "temperatura basal"), aumenta um pouco. Para usar esse método a mulher deve medir e anotar sua temperatura logo de manhã, todos os dias, antes de comer ou fazer qualquer esforço e anotar os resultados, durante dois ou mais ciclos menstruais. Depois de estabelecer qual é a sua variação normal e qual o padrão de aumento por volta do 14o dia da menstruação, na ovulação, ela pode usá-lo para evitar as relações sexuais no período fértil. Método de Billing Este também é um método comportamental em que o indicador objetivo da ovulação é a consistência do muco cervical, que pode ser tirado pela mulher da parte mais funda da vagina com o auxílio de um cotonete. O muco cervical aparece cerca de 2 a 3 dias depois da menstruação, e inicialmente é pouco consistente e espesso. Logo antes da ovulação, ele atinge o chamado "ápice", em que fica bem grudento. Testa-se colocando-o entre o indicador e o polegar e tentando-se separar os dedos. Cerca de 4 dias após este ápice inicia-se o período infértil novamente. Esse método também exige observação sistemática e responsabilidade por parte da mulher durante vários meses, até conhecer bem o seu ciclo e o muco. No entanto, qualquer alteração provocada por doença ou quando a mulher tem pouco ou muito torna o método pouco confiável. Apesar de ser muito raro há casos de mulheres que engravidaram em qualquer época do ciclo, até mesmo na menstruação. A Tabelinha é extremamente perigoso para adolescentes, pois seu ciclo pode sofrer variações muito grandes de mês a mês. Outra grande desvantagem do método da temperatura é que se a mulher tiver alguma doença, como um simples resfriado ou virose, todo o esquema se altera, tornando impossível retomar a linha basal, ou saber se o aumento de temperatura é devido à ovulação ou à febre. Por esses motivos esse método é mais utilizado para o objetivo inverso, ou seja, quando a mulher deseja engravidar. Índice de falha: 10% a 25% GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 45 DIU - Dispositivo Intra-Uterino O DIU ou Dispositivo Intra-Uterino é uma pequena peça com hastes de cobre ou polietileno que são introduzidas dentro do útero. Ele funciona impedindo que o óvulo fecundado se implante na parede do útero, portanto é um método denominado micro-abortivo. Mas atua também nas trompas e no espessamento do muco cervical (na entrada do útero). Existem diversos tipos de DIU, com formatos e formas de atuação variados. Figura disponível em: http://www.nib.unicamp.br/ svol/metodo.htm . Para implantá-lo a mulher deve fazer um exame ginecológico completo, para ver se o DIU é o método mais adequado. Depois o médico insere no útero, durante a menstruação, sob controle visual, um aplicador especial, que contém em sua ponta o DIU. Ao retirar o aplicador, o DIU se expande dentro do útero, ficando um fio de nylon para fora, para permitir o controle de sua presença (pode acontecer de o DIU escapar sozinho do útero sem a mulher perceber). O DIU é tão eficiente quanto a pílula e é uma boa escolha para aquelas mulheres que já tem filhos e que desejam espaçar a próxima gravidez por mais de dois anos, ou para aquelas que têm dúvidas sobre uma solução definitiva. Também é um método utilizado para dar uma pausa no uso de métodos hormonais. Os DIUs mais modernos duram de 5 a 10 anos no organismo da mulher. Existe um novo método que combina DIU com hormônio, o Mirena. Vantagens • Não suspende a menstruação, nem afeta o ciclo hormonal normal . • Atua por longo tempo, evitando erros ou distrações comuns em outros métodos. • Método bastante seguro (pouco menos do que a pílula). • É um método reversível: tirando-o, a mulher pode engravidar novamente. Desvantagens • É caro (porém pode ser proporcional ao valor da compra de anticoncepcionais durante cinco ou dez anos). • Precisa ser colocado pelo médico. • Não é aconselhado para nulíparas (mulheres que nunca engravidaram) • Pode aumentar o risco de infecção. • Causa sangramentos irregulares nos meses iniciais. • Nem todas as mulheres se adaptam bem ao DIU. • Mulheres que têm hemorragias muito abundantes ou cólicas fortes na menstruação, ou que tenham alguma anomalia intra-uterina, como miomas ou câncer ginecológico, infecções nas trompas, sangramentos vaginais ou alergia ao cobre não podem usar o DIU. Indice de falha: 0.5% 46 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Aborto na adolescência Reflexão sobre o aborto O aborto é a suspensão espontânea ou provocada da gravidez em suas primeiras 28 semanas, quando o feto ainda não pode viver extra uterinamente. O aborto provocado é considerado delito pela maioria das Legislações e condenado pela moral Católica. Aborto ou complicações no parto são a 5ª causa de morte entre adolescentes ou 6% do total de óbitos entre jovens no Brasil. A cada dia, cerca de 140 meninas têm a gravidez interrompida. A cada hora, seis adolescentes entram em processo de aborto. A cada 17 minutos, uma jovem se torna mãe no Brasil. Os dados acima são ainda mais alarmantes quando se sabe que são referentes a meninas com idade entre 10 e 19 anos. A adolescente que aborta é vítima de um sistema de desinformação, de falta de diálogo e de ineficácia na assistência médica. O aborto é uma situação de risco. Intervir neste processo e prevenir suas conseqüências é um grande desafio para todos aqueles que trabalham com jovens. Por isso mesmo, os métodos preventivos precisam ser discutidos com mais profundidade. É preciso incentivar programas que previnam o aborto e que enfatizem o uso da camisinha como forma de evitar os riscos de contaminação pelas DST/AIDS. Sobre o aborto A questão do aborto é tratada pela sociedade como um tabu. Discute-se muito sobre a legalização, mas fala-se pouco sobre os riscos e seqüelas que envolvem a interrupção de uma gravidez. O aborto precisa ser discutido com mais sensibilidade. As diferenças sócioeconômicas, as questões de gênero e os problemas afetivos devem ser considerados. As informações acima comprovam que o abortamento é uma questão de saúde pública tão importante quanto a AIDS e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Informação e educação são os meios mais eficazes para evitar os traumas e as mortes prematuras decorrentes do aborto. É preciso atuar na melhoria da distribuição de contraceptivos nas regiões mais pobres, aumentar o número de serviços de atendimento aos jovens, difundir as informações e disponibilizar os métodos de anticoncepção, principalmente da camisinha, para todos os níveis da população do país. Legislação No Brasil, o aborto é permitido desde 1940, no caso de risco à vida da mãe ou para interromper uma gravidez resultante de um estupro. No entanto, apesar de previsto no Código Penal, o aborto era proibido em hospitais públicos. Somente em agosto de 1997, foi aprovado o Projeto de Lei com 24 votos contra 23, que obrigou os médicos de hospitais públicos a realizarem os abortos autorizados pelo Estado. O Código Penal especifica que se uma mulher grávida provocar um aborto, ela é sujeita a uma sentença de um a três anos de detenção. Já o aborto realizado em uma mulher sem o seu consentimento acarreta punição de 3 a 10 anos de prisão. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 47 Pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com 2.300 adolescentes revelou que a maioria das jovens que aborta é contra o aborto, além de não desejarem o mesmo para amigas ou irmãs sendo que apenas 14% se declararam a favor. Há uma grande ambigüidade, pois a menina que aborta sofre pressões de todos os lados: da família, dos amigos, da religião e da sociedade. Discutir o aborto com os adolescentes é uma forma de fazê-los reflexionar sobre o tema, dando suas opiniões e esclarecendo suas dúvidas. Sugerimos que seja realizado um debate sobre o aborto e sejam abordados os seguintes aspectos: • O nível de informação sobre aborto junto aos adolescentes. Saber o que eles pensam sobre a legalização do aborto pode ser uma boa sugestão de pauta para o debate. Outra dica é promover e divulgar depoimentos de meninos e meninas relatando suas principais dúvidas, ansiedades e medos • A existência em seu estado de projetos sociais que trabalhem com adolescentes levando em consideração a questão do aborto. Questione sobre as estratégias para se resgatar a auto-estima e informe sobre atividades que possam ajudar as jovens na prevenção à gravidez e na conscientização de sua sexualidade. • O papel do homem no processo de interrupção da gravidez. Questione o fato de o aborto ser um fardo somente para a mulher. Como um rapaz vive este processo? Como ele influencia na decisão da garota e quando ele compartilha a situação com a família? Por que o Código Penal condena somente a mulher que aborta, não se referindo ao homem? Analise as injustiças sobre o aborto com o enfoque nas questões de gênero. Texto adaptado para fins educativos. Disponível em: <http://www.andi.org.br/noticias/templates/boletins/template_pontoj.asp? articleid=818&zoneid=23> Acesso em 23. abr. 2003. Tipos de Aborto Esquartejamento Consiste em esquartejar o feto ainda dentro do ventre da mãe. Como qualquer ser humano, ele sente dor e medo. Um feto de apenas um mês ao ser perseguido por algum objeto introduzido dentro do útero tenta desesperadamente fugir, mas não tem escapatória. Seus movimentos e a aceleração de seu pulso são sinais não só de que está vivo como também de seu instinto de sobrevivência. Retirada do líquido a amniótico Esta é uma das mais lentas e dolorosas maneiras de morrer: o abortista retira o líquido amniótico de dentro do útero e coloca uma substância contendo sal. Em algum tempo, a criança morrerá, será retirada de sua mãe e, finalmente, jogada no lixo. Sucção Nesse tipo de aborto, o médico suga o bebê e tudo que o envolve, despedaçando-o. Uma outra maneira de deixá-lo nesse estado é dando à mãe um remédio, muitas vezes vendido em farmácias, que fará o útero expelir tudo o que estiver em seu interior. Sufocamento Esse método de aborto é chamado de "parto parcial". Nesse caso, puxa-se o bebê para fora, deixando apenas a cabeça dentro, já que ela é grande demais. Daí introduz-se um tubo em sua nuca, que sugará a massa cerebral, levando-a a morte. Só então o bebê consegue ser totalmente retirado. Textos adaptados para fins educativos Aborto. Disponível em: <http://www.garotasadolescentes.hpg.ig.com.br/Aborto/menuaborto.htm> Acesso em 20 abr. 2003. 48 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Apresentação das Transparências Transparência 01: Quais são os seus planos para o futuro? Figuras disponíveis na Coleção: "Sexo e Sexualidade" Editora Brasileitura. Transparência 02: O que as pessoas sentem na hora da relação sexual? A menina quando menstrua sente dor? Figuras disponíveis na Coleção: "Sexo e Sexualidade" Editora Brasileitura. Transparência 03: Sistema Reprodutor Feminino Figuras disponíveis na Coleção: "Sexo e Sexualidade" Editora Brasileitura. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 49 Transparência 04: Sistema Reprodutor Masculino Figuras disponíveis na Coleção: "Sexo e Sexualidade" Editora Brasileitura. Transparência 05: Figuras disponíveis na Coleção: "Sexo e Sexualidade" Editora Brasileitura. Transparência 06: Como ocorre a fecundação? Figuras disponíveis na Coleção: "Sexo e Sexualidade" Editora Brasileitura. Transparência 07: Ao redor do óvulo existe uma espécie de gelatina que se encorpa após um espermatozóide conseguir entrar Figuras disponíveis na Coleção: "Sexo e Sexualidade" Editora Brasileitura. 50 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Transparência 08: A vida do bebê dentro do útero Figuras disponíveis na Coleção: "Sexo e Sexualidade" Editora Brasileitura. Transparência 09: Qual a diferença entre esses bebês? Figuras disponíveis na Coleção: "Sexo e Sexualidade" Editora Brasileitura. Transparência 10: Os órgãos sexuais diferenciam o homem da mulher, mas não os transformam em melhor ou pior Figuras disponíveis na Coleção: "Sexo e Sexualidade" Editora Brasileitura. Transparência 11: Aborto • É a suspensão espontânea ou provocada da gravidez em suas primeiras 28 semanas, quando o feto ainda não pode viver fora do útero. • O aborto provocado pode levar a gestante à esterilidade, hemorragias e morte. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 51 Aborto As imagens sobre o aborto são bastante chocantes, e fica a critério do mediador apresentá-las ou não, de acordo com o grau de maturidade do público alvo e o tipo de impacto desejado. Transparência 12: Esquartejamento Imagem disponível em: <http://www.8m.com/> Acesso em: 20/04/2003. Transparência 13: Retirada do líquido amniótico Imagem disponível em: <http://www.8m.com/> Acesso em: 20/04/2003. Transparência 14: Sucção Imagem disponível em: <http://www.8m.com/> Acesso em: 20/04/2003. Avaliação Processo de trabalho: O mediador: 1. explica a finalidade da avaliação (coletar impressões sobre a oficina e desempenho dos mediadores); 2. esclarece a possibilidade do anonimato dos avaliadores; 3. entrega papel e caneta para os participantes anotarem as avaliações; 4. solicita que completem as frases: a)Que tal melhorar... b)Que bom... c)Recomendo... 5. recolhe as avaliações; lê os resultados, compartilhando-os com os participantes da Oficina. 52 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. Referências Livros e periódicos consultados: BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília,DF. MEC/SEF, 1998. Geração Saúde. AIDS e doenças sexualmente transmissíveis. São Paulo: 2000. Coleção Sexo e sexualidade. São Paulo: Brasileitura, 2002. MEC. Fundação de Assistência ao Estudante. Manual do Agente de Saúde Escolar. 2.ed.Brasília, DF.2002. Ministério da Saúde. Saúde na escola. Brasília, DF. 2002. WOOLFOLK, A. Psicologia da Educação. 7.ed. Porto Alegre: ARTMED, 2000. Sites consultados: Aborto. Disponível: <www.garotasadolescentes.hpg.ig.com.br/ Aborto/metodos.htm-6k > Acesso em: 20 abr.2003. ALVIN NETTO, J. Higiene Mental. Disponível em: <http://www.portalnatural.com.br/ > Acesso em: 18 fev. 2003. A promoção da saúde. Disponível em: <http://www.medialsaude.com.br/noticia.asp?cod=176 > Acesso em: 18 fev. 2003. Artigos de saúde. Disponível em: <http://boasaude.uol.com.br> Acesso em: 19 fev. 2003. Conceito de educação para a saúde. Disponível em: <http://observaport.ensp.unl.pt/OPSS/Enciclopedia/PQR/P/ ?page=2http://observaport.ensp.unl.pt/OPSS/Enciclopedia/PQR/P/?page=2 > Acesso em: 17 fev. 2003. Doenças Sexualmente Transmissíveis. Disponível em: http://www.aids.gov.br/ Acesso em 02 abr. 2003 Doenças Sexualmente Transmissíveis. Disponível em: <http:// www.dstfacil.hpg.ig.com.br/aids_menu.htm> Acesso em 02 abr. 2003 FORESTI, R. Gravidez na adolescência. Disponível em: <http://www.nib.unicamp.br> Acesso em 20. abr. 2003 Hábitos de higiene. Disponível em: <http://www.atibaiamania.com.br/artigos/jan/higienemental.htm> Acesso em: 17 fev. 2003. Hábitos saudáveis. Disponível em: <http://www.medicina.ufmg.br/az/h.htm#higiene> Acesso em: 17 fev. 2003. Higiene. Disponível em: <http://www.canalkids.com.br> Acesso em: 19 fev. 2003. Higiene ocular. Disponível em : <http://www.portuguese.supranettes.com/> Acesso em:19 fev. 2003. Higiene dos ouvidos. Disponível em: <http://www.abcdasaude.com.br/ Acesso em:19 fev. 2003. Imagem de Adão e Eva. Disponível em: http://www.bolsademulher.com/revista/?id_secao=39&id_materia=370 Acesso em: 02 out. 2002 Imagens do Alfabeto do Corpo. Disponível em: http://www.humorlandia.com.br/01.asp?categ=3 Acesso em: 02 out. 2002. Lista de instituições que prestam serviços de saúde. Disponível em:<http://www.bemfam.org.br> Acesso em 02 abr. 20003. Saúde. Disponível em:<http://www.superdicas.com/netalmanaque/saude.html> Acesso em: 17 fev. 2003. Um conceito ampliado de saúde. Disponível em: <http://ids-saude.uol.com.br/SaudeCidadania/ed_02/03_01.html> Acesso em: 18 fev. 2003. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 53 Anexos Textos de Apoio Promoção da saúde A Promoção da Saúde consiste em controlar a saúde e desenvolver a aptidão para a satisfação das necessidades e aspirações dos indivíduos, gerando assim um estado de bem estar onde a doença tem difícil acesso. O conceito de promoção da saúde foi difundido a partir de 1986, data da Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em 1986. Esta conferência gerou a Carta de Ottawa, que é considerada como um documento-base para a promoção de saúde definindo-a como: (...) o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente... Assim, a promoção à saúde não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global. A Carta de Ottawa advoga que a saúde constitui o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, e que é somente através das ações de promoção que as condições e recursos fundamentais para a saúde se tornam cada vez mais favoráveis. Considera que esses recursos são: • • • • • • • • paz: redução da violência; habitação: condições dignas de moradia, tanto em relação ao espaço físico quanto ao assentamento legal; educação: cumprimento do ensino compulsório, redução da evasão escolar e revisão da qualidade de ensino; alimentação: garantia de política municipal de geração e de mecanismos de troca de produtos alimentícios e, principalmente, garantia de alimento na mesa da família; renda: a geração de renda para todos e com volume compatível com a vivência; ecossistema saudável: ar puro; água potável disponível 24 horas por dia; alimentos existentes em quantidade suficiente e de boa qualidade; os recursos renováveis: o mais importante é o próprio homem, que se renova cada vez que se recupera de um mal-estar... Os serviços de saúde devem estar aptos para atender o homem em todos os seus níveis de complexidade, seja com recursos próprios ou em parceria com outros municípios; justiça social e eqüidade: a iniqüidade é caracterizada pela diferença de velocidade com que o progresso atinge as pessoas... avaliada indiretamente pela área geográfica em que o cidadão reside. Dessa forma é que se busca, através do esquadrinhamento do município em territórios homogêneos, observar os determinantes e suas conseqüências ao bem-estar. A promoção da eqüidade é feita pela redução dos efeitos nocivos à salubridade e pelo reforço dos fatores positivos. 54 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. A Carta de Otawa consolida o compromisso dos participantes em: • • • • Intervir no domínio das políticas-públicas; Contrariar pressões a favor de produtos nocivos e a depreciação do meio-ambiente; Reorientar os serviços de saúde e sua organização no sentido de promoção de saúde; Reconhecer a saúde e sua manutenção como maior investimento e desafio social. O corpo em formação Hormônios Sexuais Femininos Os ovários são dois órgãos localizados na cavidade pélvica da mulher. É o órgão especializado na reprodução, produzindo os hormônios esteróides sexuais e o óvulo, ingrediente ativo e fundamental da fecundação. Aproximadamente a cada 28 dias, ou seja, a cada mês lunar, a mulher menstrua. Esse fenômeno biológico é regido pelos hormônios sexuais: Estradiol e Progesterona. Menarca é o nome dado ao período em que ocorre a primeira menstruação. A partir dos 9 até os 16 anos, ela poderá se estabelecer. São as transformações no organismo da menina que ocorrem durante, aproximadamente, 18 meses, para ter sua condição de reprodução ativada e assegurada. Se inicia com um leve e demorado crescimento das mamas. Os efeitos dos hormônios Estradiol e Progesterona se fazem sentir, na menarca, pelo crescimento das mamas, pêlos axilares e pubianos, crescimento corporal, culminando com a primeira menstruação. Na mulher adulta os seus efeitos são sentidos mensalmente através da sensibilidade das mamas nos dias que antecedem à menstruação e na menstruação propriamente dita. Hormônios Sexuais Masculinos Os testículos são glândulas sexuais masculinas primárias cuja função é gerar os espermatozóides e fabricar os hormônios masculinos que são os androgênios, que estimulam os órgãos sexuais secundários e geram o desenvolvimento dos caracteres masculinos extragenitais: • • • • Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo pubiano. Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo. Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do tamanho das fibras musculares. Ampliam a laringe e acrescentam a grossura das cordas vocais, tornando mais grave a voz GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 55 Desenvolvimento na Adolescência A medida que amadurecem as crianças encontram muitos desafios em suas vidas. O crescimento e desenvolvimento físico para maioria das crianças nos seus primeiros anos de vida, significa ficar maior, mais forte e mais coordenado. Isso também pode ser assustador, decepcionante, excitante e confuso. Nos diferentes estágios da vida escolar, poderemos perceber que o desenvolvimento influencia diretamente o comportamento e as habilidades do aluno. Na pré-escola as crianças são muito ativas e não tem uma coordenação motora muito desenvolvida. Nesse período, cerca de 85% das crianças preferem utilizar a mão direita e os que apresentarem preferência pela mão esquerda não devem ser forçados a mudar. Da quinta à oitava série as crianças se tornam mais magras e mais altas e são capazes de dominar esportes e jogos. Nessa fase, elas percebem as diferenças entre elas e os outros e tendem a dizer abertamente o que pensam da aparência física dos colegas. Comentários do tipo: “Você é muito pequeno pra estar na quinta série”, podem ser ditos sem que com isso se tenha intenção de perturbar o colega. Até a quinta série as meninas podem ser tão grandes ou maiores do que os meninos da turma. Dos 11 ao 14 anos as meninas são maiores e mais pesadas do que os meninos da sala. Na adolescência ocorrem mudanças em todas as partes do corpo e essas mudanças também se processam no comportamento do aluno. O resultado dessas mudanças é a capacidade de se reproduzir. As diferenças sexuais no desenvolvimento se tornam mais pronunciadas no início da puberdade. Em geral as meninas entram na puberdade dois anos antes que os meninos e alcançam sua altura final por volta dos 16 anos. Já os meninos continuam a crescer até por volta dos 18 anos. Para a maioria das meninas o estirão do crescimento da adolescência começa com o desenvolvimento dos seios entre os 10 e 11 anos e continua por aproximadamente três anos. Esse desenvolvimento é variável e pode ocorrer dos nove aos dezesseis anos. Para a maioria dos meninos, o estirão de crescimento começa entre 12 e 13 anos. As mudanças físicas da adolescência têm efeitos significativos na identidade dos indivíduos. Há diferenças no nível e grau de amadurecimento ao longo dos anos da adolescência. A maturação precoce pode apresentar vantagens para os meninos. O tipo físico alto de ombros largos do menino que amadurece mais cedo se encaixa no estereótipo cultural do ideal masculino. Esses meninos têm maior probabilidade de ter um status social mais alto, serem mais populares e líderes. Por outro lado,os meninos que amadurecem mais tarde têm dificuldades especiais. Tendem a ser menos populares, mais falantes e famintos por atenção. No entanto, quando adultos alguns estudos mostram que os homens que amadureceram depois tendem a ser mais criativos, tolerantes e perceptivos. Talvez as dificuldades e ansiedades da maturação tardia ensinem alguns meninos a resolver melhor seus problemas. Para as meninas tais efeitos são inversos. Amadurecer antes das colegas pode ser desvantagem. Ser maior do que todo mundo na turma não é uma característica valorizada nas meninas em muitas culturas. Uma menina que começa a amadurecer mais cedo provavelmente vai ser a primeira em seu grupo de pares a começar as mudanças da puberdade. Isso pode ser muito perturbador para algumas, especialmente se elas não forem preparadas para as mudanças ou se seus amigos implica56 GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. rem com elas. Aquelas que amadurecem mais tarde parecem ter menos problemas, mas elas podem temer que algo esteja errado com elas. Todos os alunos podem se beneficiar por saber que a variação "normal" nas taxas de maturação é grande e que existem vantagem para os que amadurecem cedo e tarde. Texto adaptado para fins educativos. WOOLFOLK, A. psicologia da educação, 7.ed. Porto Alegre: ARTMED, 2000. Dicas de locais que prestam serviços de saúde CAASAH Casa de Apoio e Assistência ao Portador do Vírus HIV/AIDS Serviços de infectologia, psiquiatria, nutrição, fisioterapia, enfermagem, serviços social, psicologia, musicoterapia. Com internação para portadores sintomáticos e comprovados do HIV/AIDS, debilitados. R.Rio Paraguassú n.8 - Boa Viagem/Mont Serrat. Tel:312-7655. Atendimento gratuito de 2ª a 6ª de 8 às 17h CAISA Centro de Assistência Integral à Saúde do Adolescente Assistência à saúde e ações educacionais (sexualidade, cidadania, prevenção e saúde, aprendendo a aprender, artes plásticas e computação) a adolescentes. R.Augusto Viana S/N, Canela. Tel: 339-6361/9982-7577. Atendimento gratuito diariamente, a partir de 13h (enfermagem); 3a e 5a de 13 às 19h (médico). Centro Referência das DST/CTA - COAS Educação em saúde, prevenção das doenças sexualmente transmissíveis - DST e AIDS e tratamento das DST em ambos os gêneros de todos os grupos etários, cursos e seminários. R.Comendador José Alves Ferreira n.240. Garcia.Tel: 328-0251 (r.240). Atendimento gratuito das 7 às 19h. GAPA - Grupo de Apoio à Prevenção a AIDS da Bahia Assistência e assessoria jurídica e assistência psicológica. a portadores de HIV e seus familiares. R. Dias D'Avila n.109, Barra. Tel: 264-5528/267-1727. Atendimento gratuito das 8h30 às 12h30 e 14 às 18h. Fundação Cidade Mãe Destinado a menores em risco social (abuso, pais alcoólatras, pobreza extrema) das áreas onde estão as unidades. Realiza formação para a cidadania, cursos de qualificação profissional, reforço escolar, prevenção do uso de drogas, DST/HIV, sexualidade, violência. Trabalha também com as famílias. R.Professor Aloísio de Carvalho n.219, Engenho Velho de Brotas. Tel: 381-8542/382-0003. Atendimento gratuito das 7h30 às 11h30 e 13h30 às 16h30. GGB - Grupo Gay da Bahia Distribuição de preservativos para a população em geral, atendimento jurídico, repasse de informações sobre direitos humanos e DST/AIDS. R.Frei Vicente n.24 Pelourinho Tel:321-1848/Fax:322-2552. Atendimento gratuito de 2 a a 6a, das 9h às 12h e das 14h às 18h. Reuniões às 4ª e 6ª feiras. Pastoral da Mulher - Projeto Força Feminina Visitas, acompanhamento individual, assessoria terapêutica, assessoria jurídica, biodança, dinâmicas de grupo, momentos formativos, oficinas terapêuticas (trabalhos manuais) e dá acolhida a mulheres e adolescentes em situação de risco de prostituição. R. Saldanha da Gama n.19, 1º andar, Praça da Sé. CEP: 40.020-220. Tel: 322-5432. Atendimento gratuito de 2ª a 6ª das 14h às 17h30. GERIR, Salvador, v.9, n.32, p.16-57, jul./ago.2003. 57