Variedades: ao gosto dos clientes

Transcrição

Variedades: ao gosto dos clientes
1
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
2
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Editorial
A
3
Variedades: ao
gosto dos clientes
importância do programa de melhoramento genético da cana-de-açúcar para o desenvolvimento do setor
sucroenergético é, sem dúvida, opinião unânime entre os envolvidos no segmento. Os materiais desenvolvidos especialmente para diferentes áreas do Brasil, têm proporcionando ganhos significativos, tanto
de produção agrícola, como de rendimentos de açúcar por hectare.
A matéria de capa desta edição mostra que 16 novas variedades acabam de ser disponibilizadas no mercado e
foram desenvolvidas pela RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético),
que detém um dos principais programas de desenvolvimentos de cultivares. As novas variedades chegam no
momento em que se comemoram os 45 anos das Variedades RB e os 25 anos da RIDESA, período no qual foram
produzidas 94 variedades RB.
A edição de janeiro também traz uma matéria sobre a 15ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e
Etanol, momento no qual foram debatidos a atual situação e as perspectivas para o setor sucroenergético. Na ocasião, foi entregue ainda o Prêmio 40 anos de Etanol para personalidades que contribuíram para o desenvolvimento
do biocombustível no país. Como também a cobertura de outros eventos do setor realizados nos últimos tempos,
como o 4º Fórum Nacional de Agronegócio, o Simpósio Desafio do Agro, o 14º Seminário de Produtividade &
Redução de Custos, reunião anual da Canaplan, entre outros.
Desta vez, temos três entrevistas com empresários de diferentes esferas do agronegócio: com Luiz Carlos
Dalben, presidente da Agrícola Rio Claro; com Paulo Gallo, presidente do CEISE Br e com o consultor Luiz
Almeida Marins Filho. Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo professor Marcos Fava Neves opinam no
“Ponto de Vista” José Oswaldo Bozzo, Coriolano Xavier e Tercio Marques Dalla Vecchia e artigo técnico de
Alessandra Durigan.
As notícias do Sistema trazem uma expectativa da diretoria sobre a próxima safra a se iniciar oficialmente em
abril e mostram também que a campanha Copercana Premiada surpreendeu os consumidores. Destacam ainda
que Canaoeste e Orplana debateram a perspectiva econômica da biomassa. Além de assuntos legais, informações
setoriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferidas na revista de janeiro.
Boa leitura!
Conselho Editorial
RC
Expediente:
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Editora:
Carla Rossini - MTb 39.788
RC
Projeto gráfico e Diagramação:
Rafael H. Mermejo
Equipe de redação e fotos:
Andréia Vital, Fernanda Clariano e Rafael H.
Mermejo
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente
aos cooperados, associados e fornecedores do
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
As matérias assinadas e informes publicitários
são de responsabilidade de seus autores. A
reprodução parcial desta revista é autorizada,
desde que citada a fonte.
Comercial e Publicidade:
Marília F. Palaveri
(16) 3946-3300 - Ramal: 2208
[email protected]
Impressão: São Francisco Gráfica e Editora
Revisão: Lueli Vedovato
Tiragem DESTA EDIçÃO:
22.000 exemplares
ISSN: 1982-1530
Endereço da Redação:
A/C Revista Canavieiros
Rua Augusto Zanini, 1591
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550
Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008)
[email protected]
Boa leitura!
Conselho Editorial
www.revistacanavieiros.com.br
www.twitter.com/canavieiros
www.facebook.com/RevistaCanavieiros
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Variedade: RB985476
4
Ano IX - Edição 115 - Janeiro de 2016 - Circulação: Mensal
Índice:
Capa - 34
Variedades: ao gosto dos clientes
Ridesa lança 16 novas cultivares
que contribuirão para a melhoria da
produtividade, qualidade e lucratividade da cadeia canavieira
E mais:
Entrevista:
Luiz Carlos Dalben
.....................página 05
Paulo Gallo
.....................página 08
10 - Entrevista
Luiz Almeida Marins Filho
Consultor de empresas no Brasil e exterior, empresário
de sucesso no ramo do agronegócio, educação e marketing,
com 29 livros e mais de 400 vídeos e DVDs publicados
18 - Notícias Copercana
- Campanha Copercana Premiada
- Controlar pragas é essencial para garantir a produtividade
22 - Notícias Canaoeste
- Canaoeste e Orplana discutem a “Perspectiva Econômica da Biomassa” em Sertãozinho-SP
28 - Notícias Sicoob Cocred
- Balancete Mensal
46 - Destaque
- Prêmio 40 anos de Etanol
Em comemoração aos 40 anos do etanol no Brasil, com a criação do PROÁLCOOL
(Programa Nacional do Álcool), personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do biocombustível foram homenageadas com o “Prêmio 40 anos de Etanol”.
Pontos de Vista:
José Osvaldo Bozzo
.....................página 12
Coriolano Xavier
.....................página 13
Tercio Marques Dalla Vecchia
.....................página 14
Coluna Caipirinha
.....................página 16
Assuntos Legais
.....................página 26
Retrospectiva
.....................página 30
Artigo Técnico
.....................página 42
Destaque:
15° Congresso Brasileiro do Agronegócio acontece em agosto
.....................página 41
Inovação será o caminho para a
recuperação
.....................página 44
60 anos da república de Jacarepaguá
é comemorado com evento
.....................página 48
Expectativas otimistas para o setor
sucroenergético
.....................página 52
Qualidade da matéria-prima será
inferior à safra passada, diz Canaplan
.....................página 54
Segurança Jurídica é vital para o
campo
.....................página 56
Informações Setoriais
.....................página 60
Acompanhamento de Safra
.....................página 62
Classificados
.....................página 65
Cultura
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
....................página 70
5
Entrevista I
Pioneiro no assunto palha da cana-de-açúcar
Luiz Carlos Dalben
Um dos primeiros produtores no
Brasil a fazer o recolhimento e comercialização da palha da cana-de-açúcar, Luiz Carlos Dalben, é
presidente da Agrícola Rio Claro,
de Lençóis Paulistas-SP, e utiliza o
método de enfardamento para levar a palha para a indústria. Dalben foi um dos palestrantes no I
Seminário de Biomassa “Perspectiva Econômica da Biomassa (Palhada e Bagaço de Cana-de-Açúcar)” realizado pela Canaoeste
(Associação dos Plantadores de
Cana do Oeste do Estado de São
Paulo) e pela Orplana (Organização dos Plantadores da Região
Centro-Sul do Brasil) no auditório
da Canaoeste, em Sertãozinho-SP. Ele conversou com a Revista
Canavieiros e falou sobre várias
questões envolvendo custos e receitas sobre a operação de recolhimento da palha. Acompanhe!
Fernanda Clariano
Revista Canavieiros - Em termos
de custo-benefício, o que se pode dizer
sobre o recolhimento da palha?
Dalben - Como trabalho com palha
já há 11 anos, consigo ter um ganho financeiro com a venda. Um dos grandes
benefícios é que a minha região é fria
e retirando a palha eu tenho uma temperatura de solo maior, então tenho um
crescimento mais rápido da soqueira
da cana nos meses mais frios do ano.
Não aplico, por exemplo, nem um produto para cigarrinha, porque como não
tenho a palha, não tenho infestação de
cigarrinha. Esses são os itens mais importantes de ganho na questão da palha
e é lógico que você tem outros ganhos
indiretos, por exemplo: não tem fogo
no canavial depois da colheita porque
a minha palha está aleirada ou está recolhida, então são algumas coisas que
temos avaliado e visto que hoje a gente
não consegue mais trabalhar a agricultura da cana sem recolher a palha.
Revista Canavieiros - Quais as perspectivas futuras de mercado da palha?
Dalben - Vai depender muito do
mercado de energia de biomassa, mas
eu acho que futuramente vamos ter um
mercado muito bom da palha, pois as
máquinas estão sendo melhores desenvolvidas, a tecnologia das máquinas estão melhorando. Temos hoje um
conceito diferente em conservação do
solo, ou seja, deixando só 50% da palha, ficando o suficiente para ter a reciclagem de nutriente. Eu estou acreditando muito nesse mercado da palha
e acho que dificilmente ele irá regredir
nessa questão de biomassa para energia. Quando o etanol 2G realmente se
concretizar, a palha será necessária
porque só o bagaço vai ser insuficien-
te. Eu acho que a palha é uma alternativa boa tanto para as usinas como
para algumas termoelétricas que devem contar com a biomassa. Eu acredito nesse mercado e a remuneração
vai ser em função do poder calorífico.
Se você entregar uma palha com 20%
de umidade você vai ter um preço, se
você entregar com 15% com 10% você
vai ter outro preço.
Revista Canavieiros - Quais os impactos positivos e negativos do recolhimento da palha?
Dalben – É preciso estar atento porque se não tiver um bom cuidado pode
haver o pisoteio da lavoura e isso é um
impacto negativo. No nosso caso é o
único impacto negativo, o restante deles, a questão do custo, de doenças e
pragas, dos tratos culturais, eu diria que
a palha só tem resultados positivos.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
6
Revista Canavieiros - O recolhimento pode ser uma alternativa de
renda para o produtor rural?
Dalben - Com certeza. Ele tem que
ser rentável, porque se não for, a gente
não vai fazer. Hoje eu diria que já deixa
uma margem de lucro, nos anos anteriores não. Estamos com dificuldades por
causa da chuva, então
não está ligado à biomassa, está ligado ao clima,
como a cana e este ano,
nós vamos deixar muita
cana de pé.
Revista Canavieiros
- Em relação a precificação da palha, você
concorda com a inclusão dela no Consecana?
Dalben - A palha não.
Eu acho que o bagaço no
Consecana sim. Agora
palha é uma opção ou
não se você quer ou não vender, já o
bagaço vai junto com a cana. A partir
do momento em que a usina utiliza, há
maneiras de ter uma viabilização desse
custo também para o produtor.
Revista Canavieiros - Em palestra
você comentou que este ano está muito ruim para o recolhimento de palha.
Falando sobre os riscos de custos,
como tem sido essa variação do custo
de recolhimento de palha?
Dalben - Eu diria que no meu caso
específico, risco da venda da palha não
tem. Tenho contrato com uma usina de
entregar a palha nos próximos quatro
anos, que é mais ou menos o tempo
que dura uma enfardadora que custa
200 mil euros. Este é o tempo estimado, mas a gente ainda não tem nenhuma
temos duas enfardadoras e as duas estão
paradas há mais de 40 dias por questão
de chuva e eu estou pagando as máquinas. Então o ano mais chuvoso você
vai demorar mais para pagar máquina.
Com a chuva como esta que está tendo
agora, é seis, sete dias de sol para você
tirar palha.
com quatro anos. Então, no nosso caso,
o risco não existe, ou seja, existe o compromisso de entregar a palha e a usina
nos pagar por essa palha de acordo com
a metodologia que nós combinamos, independentemente da variação do preço
da energia no mercado. Com relação a
chuva, nós nunca tivemos um ano tão
ruim para entregar a palha como esse,
se tivemos foi em 2009, mas tínhamos
uma condição diferente da de hoje. Esse
ano foi realmente um ano que pegou,
Revista Canavieiros - Quanto tempo é viável armazenar a palha?
Dalben - Na Argentina armazenam
por seis meses. Nós estamos lá em Lençóis Paulista-SP com pelo menos três
meses armazenados. Depende muito
do tempo, se chove ou não. O fardo é
muito bem prensado. Eu acredito que
quatro meses é absolutamente normal.
Perde-se um pouco, mas não é algo que
realmente vá comprometer. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
7
PROTEÇÃO E PERFORMANCE
PARA A CANA-DE-AÇÚCAR.
A T E NÇÃ O
Estes produtos são perigosos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga
rigorosamente as instruções contidas nos rótulos,
nas bulas e nas receitas. Utilize sempre equipamentos de proteção individual. Nunca permita a
utilização dos produtos por menores de idade.
Venda sob receituário agronômico.
Consulte sempre um Engenheiro Agrônomo.
Evos possui elevada seletividade e mobilidade que proporciona o pleno desenvolvimento da cana e obtém
controle efetivo sobre a podridão-abacaxi e as ferrugens. É um fungicida de amplo espectro de ação pronto
para promover melhor sanidade e qualidade do canavial, mais produtividade e lucro direto ao produtor.
CONHEÇA NOSSA LINHA PARA CANA-DE-AÇÚCAR:
+55 (41) 3071.9100
Uma empresa do grupo
fb.com/altaagricola
www.alt a - b r a s i l . c o m
América Latina Tecnologia Agrícola
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
8
Entrevista II
Nova diretoria do CEISE Br para o triênio 2016-2018 promete
continuar intensificando o relacionamento com empresas e
entidades ligadas ao setor sucroenergético
Paulo Gallo
Após cerimônia de posse que
reuniu associados, empresários,
parceiros ligados ao setor e autoridades políticas no Cred Club,
em Sertãozinho-SP, o novo presidente do CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis),
Paulo Gallo, falou com a Revista
Canavieiros sobre a entidade e
prometeu dar continuidade nos
trabalhos realizados no comando
de Antonio Eduardo Tonielo Filho,
seu antecessor.
Acompanhe!
Fernanda Clariano
Revista Canavieiros: Como é para
você retornar à presidência dessa instituição após 18 anos?
Gallo: Vejo esse retorno com muita
alegria e bons olhos, principalmente por
observar como a entidade se desenvolveu
nesse período e tomou um âmbito nacional. O CEISE Br hoje, além de ser reconhecido em nível de Brasil, é também
conhecido lá fora, recebemos várias delegações de outros países que nos visitam.
Isso é importante e me entusiasma.
Revista Canavieiros: Na época em
que presidiu, o CEISE Br não era Nacional, era local. Fale sobre essa mudança.
Gallo: O Ceise nasceu basicamente
por questões trabalhistas, pois existiam
muitos conflitos na época. Tinha do
lado dos trabalhadores um sindicato estruturado, mas ele não tinha com quem
conversar, não existia uma entidade local para debater, discutir. Então, os fundadores do Ceise, João Luiz Sverzut,
Wagner Stefanoni, Carlos Liboni e outros diretores na época, acharam importante criar a entidade que num primeiro
instante estava mais focada nas ques-
tões locais, mas foi tomando proporção,
evoluindo, cresceu e virou nacional. O
que foi uma excelente ideia, pois está aí
apresentando resultados.
Revista Canavieiros: Durante três
anos, você acompanhou, como diretor
técnico, os trabalhos do até então presidente do CEISE Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho. Você vai seguir a
mesma estratégia de trabalho?
Gallo: Todas as ações que essa diretoria implementou serão mantidas,
sem exceção. Claro que terão ações
novas e algumas pretendemos até ampliar, mas vamos ouvir a opinião dos
associados. O Tonielo Filho fez um
trabalho excelente, principalmente
na questão política, política partidária mesmo. Ele conseguiu reunir os
extremos, nós temos um gerente que
é do PT e temos várias cabeças que
pensam de outra forma e o legal é
isso, é você ter os opostos pensando
e buscando soluções comuns e isso
fez a entidade crescer muito. O que a
gente puder melhorar a gente vai melhorar, mas parar não.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Revista Canavieiros: Quais serão
os principais desafios no comando dessa entidade?
Gallo: O nosso desafio em termos
práticos é fazer o máximo possível para
que o setor sucroenergético volte a comprar. Hoje o grande problema do nosso
parque industrial não só de Sertãozinho,
lembrando que o Ceise é nacional, é
carteira. Hoje, muitas coisas que estão
acontecendo como, por exemplo, a recuperação do preço do etanol, a volta da
CIDE (Contribuições de Intervenção no
Domínio Econômico) na gasolina, uma
melhoria nos preços da energia elétrica,
são resultados de ações as quais o CEISE Br tem participado e vamos continuar mantendo essas ações. Além disso,
queremos junto com a Reed Exhibitions
Alcantara Machado, que é nossa grande
parceira na Fenasucro, levar nossas empresas para vender em outros segmentos.
Não podemos só ficar em açúcar e etanol, não podemos abandonar o açúcar e
o etanol, mas temos que buscar as alternativas e esses são os grandes desafios.
Os desafios e a falta de mercado são o
que estão nos matando hoje.
9
Revista Canavieiros: Quais são
as estratégias que vocês pretendem
buscar junto ao Governo em termos
de apoio para a indústria?
Gallo: Temos feito um trabalho
muito intenso em Brasília e, inclusive, em São Paulo, e estamos abertos
a conversar com qualquer Governo.
Não temos cor partidária, se é PT,
PSDB, PMBD, para nós é indiferente,
no sentido de que nós queremos conversar e levar as nossas dificuldades.
Estamos procurando política pública para o setor sucroenergético,
não é o CEISE Br, não é o empresário industrial quem vai determinar a
política de preço de gasolina, quem
vai fazer isso é o Governo Federal e o
que nós queremos é estreitar cada vez
mais a relação com o Governo. Não
é nossa obrigação criticar A, B ou C,
temos que procurar espaços para nossas empresas associadas e é isso que
vamos continuar fazendo.
Revista Canavieiros: Você acredita que a indústria vai encontrar
uma luz no fim do túnel em 2016?
Gallo: Isso vai depender muito do
desenrolar dessa crise que temos hoje,
"O nosso desafio em
termos práticos é fazer
o máximo possível
para que o setor
sucroenergético volte
a comprar.
porque o grande problema é a crise política. Existe uma crise econômica, é
claro, é obvio que existe, mas ela está
sendo alimentada pela crise política.
Esse é o grande problema, nós estamos
encerrando 2015 e o Governo não conseguiu definir nem o ajuste fiscal. Se
ele é bom ou se ele é ruim, não vou
entrar no mérito, mas o que quero deixar claro é que já se passou um ano e o
Governo não conseguiu avançar. A cri-
se política está travando o país. A partir do momento em que ela se resolver,
eu tenho certeza que a crise econômica
se resolve muito rapidamente. Não dá
para ter uma bola de cristal porque o
Brasil é uma caixinha de surpresa, mas
vamos torcer para que o pessoal crie
bom senso lá em Brasília e que a gente
possa ver o país andar.
Revista Canavieiros: O que o associado do CEISE Br pode esperar
dessa nova diretoria?
Gallo: Pode esperar transparência
e portas abertas. A gente quer ouvir
os associados que sempre tiveram
acesso à entidade e a gente quer abrir
ainda mais as portas. Pretendemos
trazer empresas de fora de Sertãozinho, fechamos parceria com o APLA
(Arranjo Produtivo Local do Álcool)
que está em Piracicaba. Então, o que o
associado pode esperar é mais acesso
para a entidade, mas ele também precisa participar. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
10
Entrevista III
Antropologia no mundo corporativo
Luiz Almeida Marins Filho
Consultor de empresas no Brasil
e exterior, empresário de sucesso
no ramo do agronegócio, educação e marketing, com 29 livros e
mais de 400 vídeos e DVDs publicados, Luiz Almeida Marins Filho
é um dos mais requisitados palestrantes do país. Em novembro,
o professor se apresentou no IV
Encontro de Gerentes, realizado
pelo sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, no auditório
da Canaoeste, em Sertãozinho-SP, onde discorreu o tema “Os
desafios da motivação pela razão
e não pela emoção num mercado
competitivo”. Em um bate-papo
agradável, Marins falou com a
Revista Canavieiros. Siga!
Fernanda Clariano
Revista Canavieiros: Como é aplicar a antropologia no mundo corporativo?
Marins: A antropologia estuda o
ser humano, “anthropos” é ser humano e “logos” é estudo e a metodologia
principal da antropologia chama-se
observação participante. Ou seja, você
convive numa sociedade, num grupo e
estuda quais são os comportamentos
que aquelas pessoas emitem e a partir
daí você descobre o que é que aquela
empresa quer, aonde ela quer chegar.
É feito o estudo do comportamento e
a partir daí, o que é que faz com que
empurre a empresa para onde ela quer
ir e o que é que puxa a empresa para
onde ela não quer ir. E fazemos uma
série de trabalho para conduzi-la na direção certa. A empresa é tecnologia, é
recursos e principalmente gente. Você
pode ter os melhores recursos, toda a
tecnologia etc., mas gente é que faz a
diferença. Às vezes, a maneira como
as pessoas interagem, como elas entendem o processo de comunicação, a
incoerência entre o discurso e a prática, por exemplo, faz com que elas
não deem tudo o que elas podem dar
para que a empresa cresça. Por meio da
antropologia a gente estuda a empresa
e o mercado dela, as pessoas e onde é
que ela está inserida, para ver se ela
não está, por exemplo, trabalhando no
mercado de maneira contrária às tendências. Se o mercado está indo para
um lado e ela querendo ir para o outro
e assim por diante.
Revista Canavieiros: Ao pararmos
para pensar na atual situação do país
em que vivemos não corremos o risco
de nos desmotivar? Como se motivar
diante dessa situação toda?
Marins: A gente não pode confundir motivação com autoajuda e nem
motivação com emoção. Têm pessoas
que dizem que assistiram a uma palestra de motivação e permaneceram uma
semana motivadas e depois ficaram
piores do que estavam antes. Elas não
ficaram motivadas, ficaram emocionadas. Motivação são os motivos, as
razões de ordem lógica, racional, cartesiana, motivos pelos quais eu faço
as opções na vida. Se eu não tiver os
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
meus motivos, eu sou desmotivado. O
prefixo des na língua portuguesa é um
prefixo de negação, descascar - tirar
casca, desatualizado - não atualizado,
sem motivo, se você não tiver motivos
você não consegue andar. Motivação
é você poder discutir porque está trabalhando, aonde quer chegar, por que
quer chegar, de que maneira quer chegar, qual é o seu papel na sociedade.
As pessoas precisam de um sentimento
de missão e proposta naquilo que fazem senão não vão para frente.
Revista Canavieiros: As suas palestras estão entre as mais requisitadas, quais os fatores que explicam
essa demanda?
Marins: Eu acho que é porque
sou professor, só por isso. Eu procuro
mostrar o que está acontecendo com o
mundo e porque a gente tem uma visão
de que só o Brasil é ruim. Por exemplo,
a carência de mídia acontece no mundo inteiro, é um problema mundial e
as pessoas começam a entender melhor
e você vai ver quais são as vantagens
comparativas que nós estamos viven-
11
do. Não se pode só olhar a parte vazia do cálice chamado Brasil, tem que
olhar a parte cheia também. Nós temos
vantagens comparativas que o mundo inteiro não tem, por exemplo, nós
não temos fundamentalismos - fundamentalismo islâmico, ninguém está
com medo que estoure uma bomba por
aqui, então isso é uma das vantagens
que a gente tem que ver a longo prazo
e que tem que estudar melhor.
Revista Canavieiros: Em suas
apresentações, o que as pessoas mais
estão querendo ouvir?
Marins: Elas estão querendo ouvir
alguma coisa que desembace a visão
porque está muito embaçado. O grande
problema não é que está ruim, está embaçado. As pessoas estão querendo que
alguém lhes apresente um caminho, porque a análise do quadro negativo elas já
têm todos os dias na televisão. Então, o
que elas querem é saber qual é a luz no
fim do túnel e no que podem acreditar, é
isso que elas querem: saber e ouvir.
Luiz Almeida Marins Filho foi palestrante no IV Encontro de Gerentes do Sistema
Revista Canavieiros: Gostaria de
deixar uma mensagem?
Marins: Pensar é fundamental, o
único animal que pensa, planeja e que
pensa o futuro é o ser humano, por isso
que é importante pensar e ele se motiva pela razão, não é pela emoção. Se
você não ouvir as coisas, não pensar,
você não pode se motivar. Se você não
for roteirista da sua vida, alguém vai
ser e é bom que você seja. É bom que
você encontre os seus motivos para
lutar ou não lutar, para acordar cedo,
para fazer a diferença onde for. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
12
Ponto de Vista
Agronegócio, esteio da economia brasileira
Por José Osvaldo Bozzo*
E
m meio a tantas más notícias
vindas da economia brasileira,
um dado trouxe um pequeno
alento aos mercados no início deste
ano. Superando as previsões mais otimistas, a balança comercial do país –
que mede a diferença entre exportações
e importações – registrou em 2015 um
superávit de US$ 19,8 bilhões, melhor
resultado desde 2011.
É claro que nem tudo foram flores.
Afinal, os números refletem o significativo recuo da atividade econômica
no Brasil, a alta da inflação – que ultrapassou os 10% no ano passado – e a
disparada do dólar – com a desvalorização de quase 50% do real. Com isso,
as importações levaram um tombo de
24,3% em 2015. As exportações caíram
um pouco menos (14%), o que permitiu
o saldo positivo da balança comercial.
Mais uma vez os agronegócios tiveram participação de destaque no resultado. Mesmo com uma queda significativa nos preços internacionais das
commodities agrícolas, o valor das exportações do segmento recuou 9% entre
2014 e 2015, percentual menor que o
tombo de 14% na média geral das vendas externas.
Mesmo com o recuo do valor obtido pelo agronegócio, a participação do
segmento na composição das exportações brasileiras avançou de 29,2% em
2014 para 31,2% no ano passado, uma
diferença de um ponto percentual, de
acordo com a CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil).
A alta do dólar em relação ao real foi,
evidentemente, um fator positivo para
as exportações, que compensou parte
da queda dos preços internacionais de
commodities. Mas nada disso adiantaria caso a produtividade dos agronegócios nacionais tivesse recuado.
Um dado que tem influência significativa sobre os preços internacionais
das commodities foi divulgado em
meados deste primeiro mês de 2016: a
economia chinesa cresceu apenas 6,9%
no ano passado, menor patamar desde
1990. Isso significa que um dos principais motores da economia mundial,
a China, está desacelerando gradativamente, o que preocupa, sem dúvidas.
Porém sabemos que os mais de 1,3
bilhão de chineses precisam continuar
sendo alimentados. Pode até haver queda de preços das commodities, mas esse
mercado seguirá tendo de ser atendido,
e o agronegócio brasileiro está preparado para dar conta dessa demanda.
Além disso, boas perspectivas estão
se abrindo em relação à nossa vizinha e
parceira Argentina. O novo governo, do
presidente Mauricio Macri, tem dado
sinais de que as políticas restritivas ao
comércio internacional adotadas pela
administração anterior devem ser abandonadas ou, ao menos, abrandadas, o
que pode significar uma maior abertura
aos produtos brasileiros.
Sabemos que há ainda outros bons
mercados estrangeiros que podem ser
prospectados pelo nosso agronegócio.
Talvez esse seja um dos grandes desafios para os produtores rurais, já que a
exigência por qualidade e disponibilidade cresce muito quando os negócios
são fechados internacionalmente. Isso
sem falar da necessidade de cumprimento de regras sanitárias rígidas, que
muitas vezes acabam sendo, de fato,
barreiras quase que intransponíveis às
exportações nacionais.
Também, o considerável estímulo
dado pela alta do dólar às exportações
deve seguir permitindo melhores preços para os produtos em nosso próprio
mercado interno, o que garante retornos
mais adequados ao agronegócio.
Na outra mão, no entanto, o segmento sofrerá com a redução na oferta de
crédito à expansão agrícola, além de ser
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Por José Osvaldo Bozzo*
ainda mais onerado pelas altas taxas de
juros cobradas atualmente pelo mercado financeiro.
Quem atua no agronegócio sabe
que a atividade não é simples, e lidar
com as variáveis nele envolvidas é um
exercício de persistência e coragem.
Depender das condições climáticas em
um país com tanta variedade de climas
é um dos principais desafios. Podemos
tomar como exemplo as chuvas, que
faltaram em muitos lugares no início do ano passado e que agora estão
castigando certas regiões. Mesmo que
um segmento se beneficie desse clima,
surge o desafio de escoar a produção,
especialmente em estradas de terra que,
em alguns casos, ficam intransitáveis
devido à lama.
Afinal, sabemos bem que não é fácil
viver do agronegócio. Ser um profissional do campo é um exercício de fé e de
perseverança. Mas saber que a economia
de todo um grande país, como o Brasil,
depende dos resultados obtidos por esse
segmento é sem dúvida um fator de estímulo para se apostar em seu potencial.
*José Osvaldo Bozzo ([email protected]) é consultor tributarista e
sócio da MJC Consultores. Formado em
Direito, iniciou carreira na PwC. Foi tam-bém sócio da BDO e da KPMG e professor
de Planejamento Tributário na USP. RC
13
Ponto de Vista II
Sem ciência, sem futuro
Coriolano Xavier*
N
o Canadá, o chefe de Governo eleito no final de 2015 (J.
Trudeau) está oxigenando a
administração pública. A começar por
um critério macro, promessa de campanha já cumprida após a posse, que
previa mulheres ocupando 15 dos 30
ministérios. Perguntado sobre o porquê de um gabinete igualitário entre
gêneros, respondeu: “Porque é 2015”.
Século XXI.
No gabinete canadense, a gestão
ambiental posicionou-se com um novo
conceito perante a sociedade: mudou de Ministério do Meio Ambiente
para Ministério do Meio Ambiente e
Mudança Climática, fazendo um alinhamento automático e de responsabilidade explícita com uma questão ambiental primordial, da atualidade.
A contemporaneidade do gabinete canadense também está no tratamento prioritário reservado à ciência que – junto com a democracia
– será pilar estratégico para atravessarmos com sucesso este século e
seu dinâmico mundo.
Para isso, o Governo canadense
criou um Ministério da Ciência e lá
colocou um cientista de renome, aparentemente com a tarefa de fomentar
ciência pura e pesquisas de interesse
público em áreas que no momento
estão recebendo pouca atenção do
capital privado.
Até então, a gestão de Estado para
a ciência como um todo estava alocada no Ministério da Indústria, Ciência
e Desenvolvimento Econômico, que
conserva um papel de gestão científica, mas agora com foco no estímulo
da inovação tecnológica no setor privado.
Ou seja: criou-se uma nova estrutura para incentivar a ciência pura e
um foco renovado para estimular a
evolução tecnológica na economia
real – do chão da fábrica à amplitude
dos campos. Coisa um pouco diferente do que acontece aqui em nossas
paragens tropicais, onde a gestão de
Estado para a ciência anda meio cabisbaixa.
Não é que esse modelo caia como
uma luva aqui no Brasil. Talvez sim
talvez não, é preciso estudar, pois
temos realidades, exigências e anseios
diferentes. No entanto, o importante
é que por trás da proposta canadense
parece
haver
um
pensamento
estratégico e um propósito claro de
alavancagem científica e de inovação.
Poweringscience, todo poder à
ciência, como palavra de ordem.
À primeira vista, isso pode parecer
meio distante para empreendedores
e lideranças do nosso agronegócio.
Mas basta lembrar o papel que a pesquisa agropecuária teve no progresso
do nosso agronegócio, dos anos 1970
Coriolano Xavier
para cá, para ver que ciência tem tudo
a ver com o futuro que queremos ter
na produção de alimentos, fibras e
energia renovável.
Nossos cientistas – integrados à ciência e tecnologia internacional – são
os potencializadores de nosso agro.
Já fizeram um trabalho heroico no
passado, continuam a ser referência
de excelência científica nos trópicos
e certamente passa por eles um porvir de liderança internacional para o
agronegócio brasileiro. Vamos cultivar a ciência e os cientistas do agro.
Sem eles, não há futuro.
*Coriolano Xavier é vice-presidente de CCAS (Comunicação do
Conselho Científico para Agricultura
Sustentável), professor do Núcleo de
Estudos do Agronegócio da ESPM.RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
14
Ponto de Vista III
2016 VAI PASSAR!
Etapa básica do planejamento de plantio
Tercio Marques Dalla Vecchia
O
ano de 2016 será mais um ano
difícil para o Brasil! Mas o mundo não acaba em 2016. Vamos
torcer para que os corruptos e incompetentes sejam enjaulados e eliminados da
sociedade brasileira. Tem muita coisa
para lá de 2016 e uma delas nos chama
a atenção: a firme convicção das nações
que o meio ambiente não pode ser mais
prejudicado do que já foi pelo homem.
A Conferência sobre as Mudanças
Climáticas (COP21) realizada em Paris
em dezembro de 2015 demonstrou claramente isto. Todos que participam da
cadeia da cana-de-açúcar sabem da importância desta lavoura e de seus produtos para a redução da emissão de gases
geradores de efeito estufa.
O desafio de chegar a 2.100 sem consumir uma gota de combustível fóssil
(carvão, petróleo e gás) mostra como
estão todos preocupados com o que
pode acontecer neste planeta.
Estamos em 2016, faltam apenas 84
anos. Foram 6.000 anos usando combustíveis fósseis e agora vamos extirpá-los de nosso convívio...
Quem já viveu 50 anos sabe quão
curtos são 84 anos. Usamos a cana-de-açúcar há mais de 4.000 anos...e ela
não será eliminada nunca!!!
Mas há muito que fazer nesta lavoura
para melhorar sua relação com o meio ambiente. Alguns exemplos: redução de fertilizantes químicos, do consumo de diesel e
outros derivados de petróleo, uso racional
da água, aumentar a produção de bioeletricidade, etanolquímica, sucroquímica,
bagaço e palhoquímica (!!) e assim vai!
Tercio Marques Dalla Vecchia
palha como combustível para produção
de bioeletricidade. Que o potencial é fantástico, ninguém duvida! Que há entraves
políticos, econômicos e outros, também
ninguém nega! Mas, o futuro é inexorável e a bioletricidade veio para ficar tanto
quanto as energias eólicas e solares.
A palha é um combustível diferente
do bagaço! A palha é altamente corrosiva, suas cinzas têm características muito particulares de comportamento reológico e a físico-química de combustão
é diferente do bagaço. A presença de
enxofre e cloro é a grande responsável
pela corrosividade deste combustível. A
proporção S/Cl e a temperatura de fusão da fuligem (característica de cada
palha) são os principais itens que definem a agressividade do combustível.
Grandes desafios! E quem disse que
não gostamos de desafios?
Estamos com tecnologia de caldeiras
de palha trazida da Europa. Estas caldeiras são apropriadas para operar com
qualquer tipo de palha (cana, milho,
soja, trigo, canola etc.). Operam com os
fardos inteiros, facilitando o armazenamento e manuseio da palha. Estas caldeiras podem ser projetadas para operar,
simultaneamente, com diferentes tipos
de biomassa, inclusive bagaço de cana.
Vamos explorar estes assuntos aos
poucos, começando com a utilização da
Um modelo de Unidade Termoelétrica
típica é composto de uma caldeira de 140
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
toneladas de vapor por hora e um gerador de 35 MW, exportando 30 MW, 330
dias por ano. O custo de implantação está
em torno de R$ 150 mi. A taxa de retorno
para o investidor pode chegar a 30% a.a.
O potencial da palha é enorme. Para
uma produção de 642 milhões de toneladas de cana por ano e usando 50% da
palha, podem ser gerados 68 TWh por
ano. Para efeito de comparação, Belo
Monte produzirá em média 39,5 TWh
por ano! Isso só da palha da cana!
Temos ainda a produção de mais de
uma 200 milhões de toneladas de grãos!
Isso adicionaria outro tanto nestas contas! Hoje, o Brasil padece de linhas
de transmissão de energia. Esta é uma
grande vantagem da utilização das palhas. A energia é naturalmente distribuída. O Brasil tem centenas de geradores
eólicos enfeitando as paisagens, pois
sua energia não consegue ser levada
onde deveria ser consumida.
Com pequenas térmicas, a palha da
energia pode ser produzida e consumida no local. Aliás, a energia distribuída
é tema central dos estudos energéticos
neste ano. O meio ambiente agradece!
Tercio Marques Dalla Vecchia é engenheiro químico e CEO da Reunion RC
15
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
16
Coluna Caipirinha
Caipirinha
O Ânimo Volta Após Muitos Anos
O que acontece com nosso agro?
O agro fechou 2015 com um saldo
de mais de US$ 75 bilhões na balança
comercial, chegando a incríveis 46%
do total exportado e contribuindo fortemente para o saldo de quase US$ 20
bilhões conseguido pelo Brasil. Se não
fosse o agro, teríamos 55 bi de déficit, e
um buraco maior ainda. As exportações
caíram dos 96 bilhões em 2014 para
pouco mais de US$ 88 bilhões em 2015,
principalmente devido à queda em dólar,
nos valores dos produtos exportados, e
as importações também caíram.
O índice das commodities da
FAO fechou o ano com um tombo de
19% em relação ao final de 2014. O que
salvou nossos produtores foi a desvalorização do real. Se está difícil para nós,
imaginemos para os países produtores
que não tiveram tal desvalorização de
suas moedas. Vale dizer que é o quarto
ano consecutivo de queda de preços.
-Estudo recentemente publicado
pelo MAPA (Ministrério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) mostra
que a agricultura brasileira, entre 2000
e 2014 teve sua produtividade crescendo a 4% ao ano, bem superior à média
mundial, que foi de 1,84%. O único
show do Brasil hoje é o agro.
A produção mundial de cereais
no ciclo 2015/16 será de 2,527 bilhões
de toneladas, 34 milhões abaixo do recorde de 2014. Como o consumo estimado é de 2,529 bilhões, haverá uma
redução de apenas cerca de 3 milhões
de toneladas do alto volume de estoques existentes. Portanto, não devemos,
nas condições climáticas atuais, esperar
reação de preços em 2016, a menos que
o clima prejudique as lavouras. O consumo cresceu em 2015 quase 1%, o que
representou quase 26 milhões de toneladas de grãos a mais.
O que acontece com nossa cana?
Começam a sair as primeiras
projeções para a safra 2016/17, que se
inicia em 1 de abril. Entre 605 a 630 milhões de toneladas no Centro-Sul. Datagro coloca algo próximo a 606 m.t.,
quase 6% acima de 15/16.
Existem cerca de 35 m.t. que foram bisadas.
56 unidades entraram em 2016
ainda moendo.
A visão é de um ciclo com maior
dedicação de cana para açúcar quando
comparado com 2015, ficando ao redor
de 44%.
Fechado o relatório de dezembro,
a moagem de cana desde 1 de abril até o
final do ano de 2015 foi de 594,08 m.t.,
4,58% acima da safra anterior (568,07
m.t.). Em dezembro foram moídas quase 10,5 m.t., contra apenas pouco mais
de 3 m.t. no ciclo anterior. Quase 68%
da cana foi dedicada a etanol.
O que acontece com nosso açúcar?
Marcos Fava Neves*
m.t., o que deve manter uma perspectiva de preços melhor.
Em reais no mercado interno o
açúcar atinge o maior preço histórico,
quase R$ 85/saca. Pena que a inflação e
o aumento de custos comeram boa parte
da margem que este preço poderia trazer. Mas vale a nota que desde o início
da safra os preços do açúcar no mercado interno subiram 63%.
Na Índia também os preços internos aumentaram 15% nos últimos 30
dias. Isto estimula vendas no mercado
interno e ajuda a secar a oferta para exportação, refletindo em preços.
Ou seja, o ano começa doce para
o açúcar!
O que acontece com nosso etanol?
Os dados de 2015 pelo Sindicom
Segundo a Archer, a fixação de
preços para o açúcar do ciclo 16/17 está
em quase 56% da exportação prevista
(pouco mais de 13 milhões de toneladas).
Datagro estima produção de 33,5
m.t. de açúcar no ciclo 16/17, 12% mais
que as 30,7 m.t. do ciclo 15/16.
Continuam saindo previsões sobre o déficit de açúcar no mundo no
ciclo 2016/17. Vão desde 2 a quase 9
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
mostram que o consumo no país caiu
3% em 2015. As vendas de gasolina
caíram 8,6%, as de etanol cresceram
39,2% e as vendas de diesel caíram 5%,
mostrando a retração na movimentação
de cargas, consequência da queda da
nossa economia. O espaço para o etanol
17
crescer em 2016 será em cima do mercado da gasolina, pois a crise brava que
temos pela frente em 2016 deve reduzir
o consumo de combustíveis no Brasil,
impactando também o etanol.
Datagro estima produção de 28,6
b.l. de etanol no ciclo 16/17, pouco a
mais do que mais que os 27,8 b.l. do
ciclo 15/16.
Em dezembro, segundo a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), foram comercializados 2,52
b.l. de etanol, sendo 1,4 b.l. de hidratado (8,43% acima de 2014) e 935
m.l. de anidro. O acumulado desde o
início da safra é de 22,89 b.l. (21,21
b.l. mercado interno e 1,68 b.l. exportados). O volume de vendas é quase
24% maior que na safra anterior.
Boa notícia também de 2015
foram as exportações totais de etanol
(Centro Sul e Nordeste): 1,862 b.l. e
com isto crescemos 33,6% em relação
a 2014. Em dezembro foram 286 m.l.
Preços em 2016 devem ser bem
melhores, aliviando um pouco o caixa
do setor. Para maio, o contrato BMF
mostra R$ 1.455/m³ quase 30% acima
do valor de 2015.
E o petróleo chega a US$ 30 o
barril. Temos que acompanhar com alguma preocupação este fato. A BP nos
EUA vai diminuir a produção e demitir muita gente. Os preços do galão em
postos nos EUA estão abaixo de US$
2,0. Isto dá ao redor de R$ 2,0/litro.
Porém, a imensa crise onde enfiaram a
Petrobrás e a necessidade de arrecadação impedirão a meu ver, a redução do
preço da gasolina.
O acordo atingido pelos países na
COP 21 em Paris deve ser comemorado
pelo setor de cana. Aumenta no mundo
a aceitação de que precisamos precificar cada vez mais as emissões e partir
para uma economia de baixo carbono.
E o etanol e a eletricidade da cana ganham com isto.
Quem é o homenageado do mês?
Todos os meses nossa coluna traz
uma singela homenagem a alguém que
sempre contribui com o agronegócio e
com a cana. Neste mês, o homenageado é o Mauro Xavier, um grande craque pesquisador que temos no Centro
Cana do IAC (Instituto Agronômico).
Haja Limão: Passo o mês de janeiro aqui nos EUA, de onde escrevo
nossa coluna. Uma mescla de sabático
estudando todas as manhãs, lendo e escrevendo e curtindo a família à tarde.
Aproveito para visitar supermercados,
fotografar tudo o que posso e aprender
sobre tendências e modelos de negócios. Vejo TV, jornais e converso com
empresários. Entre milhares de diferenças, aqui tem um aspecto que chamo a
atenção nesta coluna. Eles não tomam
um banho diário de desânimo com
notícias de corrupção que temos, que
dominam os telejornais, os jornais, os
editoriais e outros. Fora as centenas de
whats-ups de protestos que recebemos
diariamente. Já pararam para pensar na
perda de produtividade pelo tempo que
isto nos toma, mas principalmente, pela
depressão que isto nos dá? A sociedade
americana avança enquanto a nossa retrocede. Consequência da nossa opção
atual pelo mundo bolivariano, que espero que possamos abandonar logo.
Sempre defendendo a agricultura,
onde quer que eu esteja, aqui neste mês
nos EUA só coloco etanol no carro, o
E85. Vejam que interessante a forma
como ele aparece nos postos.
Marcos Fava Neves é Professor Titular
da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto.
Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue University (EUA) e desde
2006 é Professor Visitante Internacional da
Universidade de Buenos Aires.RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
18
Notícias Copercana
Campanha Copercana Premiada
Por mais um ano a Campanha Copercana Premiada surpreende os consumidores
Fernanda Clariano
A
ssim como nos anos anteriores, a Campanha Copercana
Premiada vem fazendo sucesso e premiando os consumidores.
Além dos tradicionais veículos de passeio e das “seladinhas” premiadas, a
campanha de 2015 inovou sorteando
cinco viagens e cinco prêmios de 1 ano
de supermercado grátis.
Os sorteios aconteceram nos dias 30
de dezembro e 13 de janeiro de 2016,
na Loja de Ferragem e Magazine em
Sertãozinho-SP e contaram com as presenças do presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo,
do diretor da Copercana, Pedro Esrael
Bighetti, do avaliador da Ford Ortovel
de Sertãozinho, Celso Bianchini, da supervisora de vendas da Ford Ortovel,
Andressa Lança, do assessor das diretorias, Manoel Sérgio Sicchieri, do auditor do sistema, Moacir Roberti Garcia,
do gerente comercial da Copercana, Ricardo Meloni, além de colaboradores e
clientes que acompanharam.
Moacir Roberti Garcia (auditor da Copercana), Pedro Esrael Bighetti (diretor da
Copercana), Antonio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana) e Manoel Sérgio
Sicchieri (assessor das diretorias do Sistema)
tes aderiram a campanha, compraram
na rede Copercana e pudemos contemplar toda a região, isso é muito bom”,
destacou o diretor da Copercana.
De acordo com o presidente da Copercana, a cada ano a campanha vem fazendo sucesso e atraindo mais consumidores.
“Este ano, o volume de cupons participantes foi bem maior do que no ano anterior, 700 mil cupons. Isso demonstra
o sucesso da campanha. Eu gostaria de
cumprimentar todos os ganhadores e
agradecer a confiança que nos depositam
ao consumir em nossas redes e prestigiar
as nossas promoções. Esperamos que todos possam fazer bom proveito dos prêmios e que em 2016 possamos premiar
mais clientes”, disse Tonielo.
O gerente comercial da Copercana reforçou a tradição das campanhas
que vêm sendo realizadas. “Cada ano
estamos aprimorando as campanhas e
fazendo com que um ano seja melhor
do que o outro e com isso, deixando-as mais atrativas para o cliente e para o
consumidor, que espera a nossa campanha e torce para que ele seja premiado.
Em 2015, o sucesso se confirmou, e não
vamos parar por aí, estamos finalizando essa campanha, mas os clientes já
podem esperar que muitas promoções
vão acontecer no decorrer deste ano”,
afirmou Meloni.
“Cada vez mais a Copercana vem
inovando suas promoções e isso é muito bom porque incentiva o consumidor
e nós da diretoria estamos procurando
fazer cada vez mais para agradar os
nossos cooperados e clientes. São 700
mil, 700 mil cupons participando dos
sorteios e isso demonstra que os clien-
A CAMPANHA
A campanha Copercana Premiada aconteceu entre 15 de outubro de
2015 e 12 de janeiro de 2016 e distribuiu mais de R$ 220 mil em prêmios.
Ao todo, foram 700 mil cupons -“seladinhas” participantes depositadas nas
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Ricardo Meloni,
gerente comercial da Copercana
urnas espalhadas na matriz e filiais. A
cada compra no valor de R$ 70 reais,
efetuada na rede Copercana: Supermercados, Lojas de Ferragem e Magazine,
Auto-Center e Postos de Combustíveis,
o cliente ganhou um cupom para concorrer a vários prêmios instantâneos
nos valores de R$ 50, R$ 100 e R$ 200
reais, a viagens (cinco premiados), a 1
ano de supermercado grátis (cinco premiados) e no final a dois carros Ford
KA 0km ano/modelo 2014/2015.
19
SORTEIOS
Abertas ao público, as apurações
aconteceram nos dias 30 de dezembro
de 2015 e 13 de janeiro de 2016 na loja
de Ferragem e Magazine da Copercana
– Rua Dr. Pio Dufles, 556 – Jardim Soljumar em Sertãozinho-SP.
Confira os ganhadores:
1 ano de Supermercado grátis
Marcela B Morilha – Jaboticabal-SP
Galeno Muniz – Pitangueiras-SP
Pedro E. Sichieri – Pontal-SP
Maria Gislene A. Franco – Serrana-SP
José Roberto Moré – Sertãozinho-SP
Antônio Esteves Azedo e sua família receberam a chave do carro zero km
Ganhadores da Viagem (Equivalente em Certificado em Barras de Ouro)
Josias F. de Souza – Pitangueiras-SP
Luiz R. Trindade – Pontal-SP
Ivana M. Mendes – Sertãozinho-SP
Renata C. B. da Silva – Sertãozinho-SP
Vivian J. dos Santos – Sertãozinho-SP
Ganhadores do Novo Ford KA 0km
Antônio Esteves Azedo – Sertãozinho-SP
Francisco de Assis Pontes – Pontal-SP
Francisco de Assis Pontes também esteve presente junto de sua família para receber o prêmio
“Eu estava na casa da minha filha quando recebi a ligação avisando e cheguei a
achar que fosse um trote, fiquei sem reação,
mas depois foi “caindo a ficha” e foi muito
emocionante, uma sensação muito boa. Eu
sou cliente da Copercana já há alguns anos
e com certeza irei continuar comprando na
rede Copercana. Eu participei dos sorteios
com aproximadamente 60 cupons, acredito
que não se pode deixar de acreditar, só
precisa tentar que um dia a sorte chega e
ela chegou pra mim”, ressaltou o eletricista
Francisco de Assis Pontes.
“Sou cliente da Copercana desde que
me mudei para Sertãozinho em 1994. Esse
prêmio foi uma surpresa muito grande.
Toda a família ficou feliz principalmente
porque eu e minha esposa estamos comemorando 21 anos de casados e esse está
sendo um grande presente para nós. O que
eu tenho a dizer é que tem que acreditar.
Toda vez que você tiver a oportunidade de
receber um cupom, preencha e participe
porque você nunca sabe quando a sorte vai
chegar e ela está disponível. Uma pessoa
vai ganhar e pode ser você”, enfatizou o
médico veterinário Antônio Esteves Azedo.
RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
20
Notícias Copercana
Controlar pragas é essencial para garantir a
produtividade
Professor da UFSCAR dá noções sobre monitoramento e combate de pragas da cana
Andréia Vital
“
Manejo das principais
pragas da cana” foi o
tema da palestra técnica ministrada pelo engenheiro agrônomo, dr. Newton
Macedo, professor da UFSCar (Universidade Federal
de São Carlos), no dia 2 de
dezembro, no auditório da
Canaoeste, em Sertãozinho-SP. Produtores e representantes de usinas participaram
do evento promovido pela
Bayer Cropscience, em parceria com a Copercana e Canaoeste.
Na ocasião, Macedo, que é especialista em fitossanidade na cana-de-açúcar, deu noções sobre o controle e
combate da Broca, Cigarrinha e Sphenophorus levis, pragas que têm contribuído para a redução da produtividade
dos canaviais do Centro-Sul. Segundo
ele, o controle das pragas é mais efetivo
quando feito no início das infestações,
por isso, é importante o monitoramento
das populações para que a aplicação de
defensivos ocorra no período correto.
“Nós estamos em um momento muito oportuno porque começa a renovação
de canaviais para a próxima safra e é
agora que é preciso fazer o reconhecimento dos ataques das pragas”, disse o
1% de infestação, são contabilizadas perdas de 1,14%
na produtividade, 0,42% na
produção de açúcar e 0,21%
a 0,25% na produção de etanol. “No caso das brocas, os
níveis médios de infestação
desejável são inferiores a
1,0%, médios até 30% são
aceitáveis, mas superiores a
3,0% são intoleráveis”, disse.
consultor, contando que as principais
pragas, que ocorrem na região de Ribeirão Preto-SP, são em ordem de dificuldades econômicas e abrangência:
o Sphenophorus levis, a cigarrinha das
raízes e a broca.
De acordo com o especialista, a variedade é um fator determinante de produtividade, mas a praga é um redutor
dessa produtividade, então não adianta
o produtor plantar uma variedade certa,
adubar e tudo mais se ele não controlar as pragas. “O produtor não vai sair
do negócio cana por errar no plantio
da variedade, mas pode quebrar se não
controlar as pragas, porque vai perder
muito dinheiro”, constatou, dizendo que
existem outros fatores que influenciam
no rendimento da cana, tais como solo,
clima, adubação, irrigação, maturadores,
micronutrientes e viveiros de mudas.
O consultor alegou que, em relação a
custo, a redução de adubo ou de outro fator, equivale ao controle de pragas, dando como exemplo que a adubação para
1 ha custa R$ 6,0 t/ha e aumenta 10% a
produtividade prevista, que neste caso é
considerada 90 ton, já o controle de pragas para esta área sai por 2,0 t/ha e evita
a perda de 10% da produtividade.
Dr. Newton Macedo,
professor da UFSCar
Ao falar sobre broca da cana-de-açúcar, Macedo explicou que para cada
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
“De outubro a abril, deve-se fazer levantamento na
lavoura onde houver variedades mais
susceptíveis, nos primeiros cortes, áreas fertirrigadas e onde aparecer sintomas de ataque”, afirma, ensinando que
a equipe de monitoramento deve seguir
aproximadamente o seguinte cronograma: outubro/novembro/(1/2) dezembro: monitorar a cana de início de safra
(canas plantas, socas de mudas e socas
precoces); (1/2) dez /janeiro/(1/2)fevereiro: cana de meio de safra (média) e
(1/2) fev / março / abril, verificar as canas de final de safra (tardias).
Já com a cigarrinha da raiz, que como
a broca é incidente no período de primavera/verão, as perdas são computadas
por redução de 10 a 30 t cana/ha na produtividade; de 1,0 a 1,5 pontos na PCC
e baixa qualidade de açúcar. O controle
dessas pragas pode ser feito com defensivos, sendo biológico e químico para a
broca e químico para a cigarrinha.
No caso do Sphenophorus levis, uma
nova e resistente praga que cresceu assustadoramente depois que a cana passou a ser colhida sem a queima prévia,
o consultor indica: “O momento da destruição é o período seco (junho a setembro), não fazendo em dias de chuva e ou
solo muito úmido” disse, ressaltando
que é indicado tratar as soqueiras logo
após a colheita em operação cortando a
linha de cana.
21
Controlar Sphenophorus levis exige
ações ousadas, sendo que em áreas com
altas infestações, quando se encontram
mais de 35% de tacos atacados, o produtor tem que optar por reforma. Já
ações abrangentes, como investimentos
na formação de viveiros, de mudas, na
capacitação de pessoas e controle em
todas as áreas de ocorrência do inseto,
assim como ações contínuas e duradouras, como o monitorar sistematicamente com levantamento em soqueiras e
usar quando necessário inseticida, com
ações de choque e poder residual (60
dias), são necessárias.
Durante a palestra, tecnologia e inovações da Bayer em relação ao controle
de pragas foram apresentadas por Ricardo Eleotério e Matheus Dônega, engenheiros agrônomos da multinacional.
Um dos destaques foi para o inseticida
Curbix, especialmente recomendado
para o controle da cigarrinha-das-raízes.
“O evento é muito importante devido ao
momento que a cultura passa, com alto
ataque de pragas como broca, cigarrinha
e Sphenophorus levis e estamos tendo a
Ana Paula Marchesi Borges, associada da Canaoeste, conta com orientações do técnico
agrícola Carlos Madeira, da Copercana e Thiago Verri, da Canaoeste
oportunidade de ouvir o dr. Macedo, que
é uma referência no mercado de manejo
dessas pragas que vem trazer solução,
tecnologia e informação para os produtores, para que eles consigam ter um aumento de produtividade e sucesso na sua
produção”, disse Eleotério.
As informações obtidas na ocasião
foram muito úteis para Ana Paula Marchesi Borges, associada da Canaoeste,
que tem lavoura de cana plantada em 70
hectares, em Pitangueiras-SP, onde produz, em média, 12 mil toneladas por safra. Enfrentando problemas com pragas
em sua área, a produtora, que também
é médica ginecologista, achou o evento
muito didático e esclarecedor. “Foi interessante saber o quanto é importante
tratar as pragas, porque no meu caso, eu
priorizava mais a adubação e não ligava
muito para as pragas e agora com essa
nova visão vou intensificar mais o controle que já é feito”, afirmou. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
22
Notícias Canaoeste
Canaoeste e Orplana discutem a “Perspectiva
Econômica da Biomassa” em Sertãozinho-SP
O I Seminário de Biomassa reuniu produtores rurais, agrônomos, técnicos, empresas ligadas ao
setor sucroenergético e representantes de entidades do Estado de São Paulo e de Minas Gerais
Fernanda Clariano
C
omo o assunto biomassa é algo
em evidência, a Canoeste (Associação dos Plantadores de Cana
do Oeste do Estado de São Paulo), com o
apoio da Orplana (Organização dos Plantadores da Região Centro-Sul do Brasil),
realizou no dia 26 de novembro, no auditório da Canaoeste em Sertãozinho-SP, o
I Seminário de Biomassa – “Perspectiva
Econômica da Biomassa (Palhada e Bagaço de Cana-de-Açúcar)”.
Estiveram presentes, produtores
rurais, agrônomos, técnicos, empresas ligadas ao setor sucroenergético e
representantes de entidades como Asforama (Associação dos Fornecedores
de Cana da Região de Iturama-MG);
Afocap (Associação dos Fornecedores
de Cana de Piracicaba e Região); Afcop
(Associação dos Fornecedores de Cana
da Região Oeste Paulista) de Valparaíso; Assobari (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri);
Assocap (Associação dos Fornecedores
de Cana de Capivari); Oricana (Associação dos Fornecedores de Cana da
Região de Orindiúva); Aplacana (Associação dos Plantadores de Cana da
Região de Monte Aprazível) e Ascana
(Associação dos Plantadores de Cana
do Médio Tietê) - Lençóis Paulista.
Marcos Guimarães de Andrade Landell,
diretor do Centro de Cana do IAC
Luiz Carlos Dalbenm consultor da
Agrícola Rio Claro
Marcos Fava Neves,
Markestrat Consultoria
Vinícius Casseli, Consultor em equipamentos
para processamento de biomassa
que explanou sobre os “Ônus e Bônus da
Palha”. Já o consultor da Agrícola Rio
Claro, Luiz Carlos Dalben, apresentou
“Detalhamento, custos e receitas sobre
a operação de recolhimento da palha”.
O professor da USP de Ribeirão Preto e
Na ocasião foram apresentadas informações que servirão de base para
que os fornecedores comecem a pensar
nas novas estratégias. Para a Canaoeste
também foi uma oportunidade de estender as comemorações pelos seus 70
anos de existência completados no dia
22 de julho de 2015.
O evento contou com palestrantes renomados, como o diretor do Centro de
Cana do IAC (Instituto Agronômico),
Marcos Guimarães de Andrade Landell,
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
23
viabilidade de incluir o bagaço e a palha no sistema Consecana. “Realizamos
um seminário analítico sobre as novas
alternativas de renda pelo potencial que
temos, não só da biomassa oriunda da
palha e do bagaço, mas também do cavaco de madeira, entre outros. Além disso,
foi colocado em pauta o que vem sendo
estudado no que se refere à remuneração
pelo seu excedente”, afirmou Torcato.
Roberto Sachs, gerente de departamento
técnico da Assocap/Canacap
Celso Albano,
gestor superintendente da Orplana
sócio da Markestrat Consultoria, Marcos
Fava Neves, abordou “Quanto vale o
bagaço?”. O consultor em equipamentos e máquinas para colheita florestal e
processamento de biomassa, Vinícius
Casseli, articulou sobre o “Mercado de
biomassa: comercialização e transporte” e o gerente de departamento técnico
da Assocap/Canacap (Associação dos
Fornecedores de Cana de Capivari-SP
e Cooperativa dos Plantadores de Cana
da Região de Capivari) e coordenador
da Canatec - Câmara Técnica do Consecana (Conselho dos Produtores de Cana
de São Paulo), Roberto Sachs, proferiu
sobre “Estudo a remuneração do bagaço
de cana excedente”.
vas ações da Orplana para 2016. “A Orplana já tem várias ações previstas para
acontecerem no ano que vem. Dentro
dos projetos está a Academia da Cana,
que pretende entrar na sociedade e nas
escolas mostrando a mensagem de modo
positivo do setor”, informou Albano.
“O sincronismo dos temas abordados
neste I Seminário de Biomassa foi excelente. Estamos felizes porque o evento
foi valorizado, tivemos um número expressivo de participantes”, disse o gestor
superintendente da Orplana,Celso Albano, que ainda chamou a atenção para no-
De acordo com o gestor da Canaoeste, Almir Torcato, um dos objetivos do
evento foi iniciar uma análise sobre a
Almir Torcato,
gestor da Canaoeste
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan,
presidente da Canaoeste e da Orplana
Para o presidente da Canaoeste e da
Orplana, Manoel Carlos de Azevedo
Ortolan, a questão da remuneração pela
biomassa é atual e precisa ser analisada.
Uma possível mudança no Sistema Consecana não deve, na visão dele, ser imediata, já que a discussão deverá se intensificar só a partir de 2016. “A biomassa
já vem, há algum tempo, nos motivando
nessa direção. Só estávamos esperando
atingir um número de unidades industriais que fosse representativo para o setor, a partir do qual se reconhecesse que
existe um bom mercado, uma boa defini-
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
24
Notícias Canaoeste
nível de meio ambiente, mas também o
crescimento de todas as regiões”, avaliou a produtora rural, Maria Conceição
Ferreira Turini.
ção que pudesse ser remunerada. Como
fizemos, por exemplo, com o etanol, que
não existia no Consecana, mas entrou à
medida que se tornou um mercado significativo”, avaliou Ortolan.
Depoimentos
Ulisses Fanton,
diretor da Assobari
Paulo Roberto Artioli,
diretor agrícola da Tecnocana
“Eu acho não só oportuno, mas de
extrema necessidade, termos eventos
como esse, pois o setor está carente de
informações. A cultura da cana teve uma
mudança tremenda e nós não podemos
mais ficar na mesmice do passado, quando queimávamos a palha. A biomassa,
como hoje especificamente neste evento, está nos mostrando diversas alternativas. A energia de biomassa soluciona
um monte de problema, ela fica barata
sendo bem produzida e nós, dentro do
setor de cana, ainda temos aquela imagem de como vai ficar a produção da
cana em si, se vamos retirar a palha, não
vamos retirar, o que atrai agronomicamente de prejuízo, se o financeiro repõe
o agronômico e o operacional. Tudo isso
está em estudos e não sabemos ainda o
certo. Esse tipo de evento vem agregar
muito para que os conhecimentos em
cima disso possam contribuir para que o
produtor de cana tome suas decisões na
hora de fazer a escolha certa do recolhimento de palha ou de uma mudança de
tecnologias, com a parte nutricional da
cana. A Canaoeste e a Orplana estão de
parabéns por promover este evento que
só vai engrandecer o produtor de cana”,
afirmou o diretor agrícola da Tecnocana,
Paulo Roberto Artioli.
“Esse evento é de grande valia porque traz um assunto que está em evidência, um assunto que está prometendo, que são as novas energias geradas
pela biomassa. Esse foi um dia muito
enriquecedor, tivemos várias versões
de pensamentos, a biomassa da cana,
a biomassa da madeira, a biomassa do
resíduo. Tem uma infinidade de opções
a serem criadas, algumas efetivamente sendo usadas, é um potencial muito
grande. Eu acho que foi bem legal essa
iniciativa e bem esclarecedora”, destacou o diretor da Assobari (Associação
dos Fornecedores de Cana da Região de
Bariri), Ulisses Fanton.
Carlos Eduardo Osório Xavier,
pós-doutorando da UFSCar
“Todas as palestras foram ótimas e
se complementaram, deixando aí uma
boa mensagem para os associados da
Canaoeste e Orplana, e também para
o público que pôde comparecer. Como
evento de difusão técnica para aproveitamento de biomassa, esse seminário
foi excelente, pois, esse é um recurso
que vem ganhando cada vez mais relevância na produção sucroenergética”,
observou o pós-doutorando da UFSCar,
Carlos Eduardo Osório Xavier.
Maria Conceição Ferreira Turini,
produtora rural
“Esse é um momento propício para
viabilizar os negócios dos fornecedores
porque eles estão tendo uma vida muito sofrida em decorrência dos preços,
dos custos e não só os custos de CCT
(Corte, Carregamento e Transporte da
cana-de-açúcar), mas os custos de plantio, enfim, de todos os demais custos.
É uma nova geração de rentabilidade
para amenizar os custos que a gente
tem, é uma perspectiva nova e os fornecedores vão ter que se unir, vão ter
que trabalhar pra que ocorra e acho que
são duas vertentes: uma, nossa vertente
como fornecedores de cana, para que
aumente os valores, as nossas rentabilidades, os nossos lucros, que pelo menos
surja um lucro. E a segunda vertente é
a questão de energia limpa, não só em
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Maria Christina Pacheco,
presidente da Assocap
“Eu acho que esse é o momento adequado para este tipo de evento, para essa
discussão. O bagaço é nosso e está na
hora de receber por ele, independente de
recolher ou não a palha. A cana que já
vai para a indústria tem 1/3 de bagaço
que é nosso. Acho que as palestras foram interessantes e vieram de diferentes
níveis, num momento muito oportuno”,
disse a presidente da Assocap (Associação dos Fornecedores de Cana de Capivari), Maria Christina Pacheco. RC
25
Cooperados e Associados,
- A COPERCANA estará fornecendo mudas de cana certificadas e isentas de doenças e pragas.
- Local de retirada das mudas: Fazenda Santa Rita, no município de Terra Roxa.
- Os interessados deverão fazer suas reservas até 12 de fevereiro de 2016. Os pedidos posteriores serão atendidos mediante possíveis desistências ou sobras de mudas.
- Os pedidos serão analisados, segundo a disponibilidade, com o propósito de atendimento a todos os cooperados e associados. Deste modo, as quantidades de mudas, por variedades, estarão sujeitas a rateios, objetivando-se adequar ao total de
reservas.
- As Variedades CTC estão sujeitas ao pagamento de Royalties.
- Preço: R$ 120,00 por tonelada de muda, cortada e carregada.
- Condições de pagamento: parcela única em 10 de agosto de 2016.
- Observações importantes da Fazenda Santa Rita:
- As mudas estarão disponíveis somente a partir de 22 de fevereiro de 2016.
- Os carregamentos estão sujeitos às condições de umidade do solo, pedindo-se, o favor, de confirmar tais condições, com
Vadelei;
- A Fazenda Santa Rita dispõe de balança;
- O horário de atendimento será das 07h às 17h, de segunda-feira a sábado.
Obs: Outras informações são encontradas no site CANAOESTE em: www.canaoeste.com.br, “clicando” Sua Lavoura e
Variedades de Cana.
As reservas poderão ser feitas através do Departamento Técnico CANAOESTE / COPERCANA, fone (0xx16) 3946- 3300
- ramais 2032 e 2035; na Fazenda Santa Rita, fone (0xx17) 3392 2157, email: [email protected], com Amauri,
Alessandra e Vadelei, ou ainda, com os técnicos CANAOESTE / COPERCANA, nas Filiais ou Escritórios Regionais.
Atenciosamente,
CANAOESTE - Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo
CANA-DE-AÇÚCAR, ENERGIA E ALIMENTO.
COPERCANA - Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo
Referência em cooperativismo para o Brasil e ao Mundo RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
26
Assuntos Legais
PRA – Programa de Regularização
Ambiental Paulista Regulamentado
P
rezados leitores, após quase 1
(um) ano de intensas discussões
e debates, o Poder Executivo
de São Paulo publicou em 13/01/2016
o Decreto n. 61.792/2016, que regulamenta a Lei n. 15.684/2015, de
14/01/2015, instituidora do PRA – Programa de Regularização Ambiental de
Imóveis Rurais no Estado de São Paulo.
Tal decreto regulamenta formalmente artigos do Código Florestal (Lei
Federal n. 12.651/2012) e do Programa de Regularização Ambiental de
São Paulo (Lei n. 15.684/2015), determinando que:
1. Para aderir ao PRA, deve-se
proceder a (i) inscrição no CAR –
Cadastro Ambiental Rural através do
sistema eletrônico SICAR-SP. (Decreto Estadual n. 59.261/2013), onde
(ii) requererá a inclusão no PRA, com
PRADA (Projeto de Recomposição
de Áreas Degradadas ou Alteradas)
– , que (iii) aguardará a homologação
do PRADA no prazo de 12 (doze) meses para, após, (iv) assinar TC (Termo
de Compromisso) para cumprimento
das referidas obrigações, (v) a ser assinado em até 90 (noventa) dias após
a notificação da homologação. (vii) O
órgão ambiental deverá acompanhar a
execução do PRADA a cada 2 (dois)
anos, findo o qual (viii) procederá a
homologação final da regularização,
podendo converter eventuais multas
suspensas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso das áreas rurais consolidadas
identificadas no PRA.;
2. Pois bem, o prazo para a adesão
ao PRA é de 1 (um) ano a cotar da sua
implantação, que se dará com uma Resolução da Secretaria do Meio Ambiente. Ressalte que a Secretaria do Meio
Ambiente publicou em 14/01/2016 a
Resolução SMA 04/2016, tendo a revogado integralmente através da Resolução SMA n. 05/2016, publicada em
19/01/2016 por motivos que falaremos
mais adiante;
3. Com o pedido de adesão, poder-se-á o interessado requerer que os
Termos de Compromisso celebrados antes da vigência da Lei Federal
12.651/2012 (Código Florestal) sejam
revistos para adequarem-se à nova lei;
4. Há previsão de apoio técnico
gratuito para a regularização ambiental dos pequenos imóveis rurais, a ser
feito pelas Secretarias da Agricultura
e Meio Ambiente ou instituições por
elas autorizadas Já a homologação
do PRADA e acompanhamento da
execução das obrigações destes imóveis ficará à cargo da Secretaria da
Agricultura;
5. Para facilitar a regularização
ambiental, a Secretaria do Meio Ambiente disponibilizará banco de áreas
disponíveis para compensação da Reserva Legal - mesmo em Unidades de
Conservação pendentes de regularização fundiária - e banco de áreas de
preservação permanente em imóveis
rurais disponíveis para recomposição;
6. Para se calcular o percentual da
Reserva Legal e das obrigações de recomposição de APP, devem ser excluídas as áreas de servidão administrativas informadas no SICAR-SP.;
7. Fica a cargo da Secretaria do
Meio Ambiente aprovar a localização
da Reserva Legal dentro do imóvel a
ser regularizado, observando alguns
critérios contidos no Decreto;
8. A compensação da Reserva Legal
será feita por bioma em área de extensão equivalente, através da aquisição
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
de (i) CRA (Cota de Reserva Ambiental), (ii) arrendamento de área sob regime de servidão ambiental ou Reserva
Legal excedente e (iii) doação da área
pendente de regularização fundiária
em unidade de conservação;
9. Ficará a critério da Secretaria da
Agricultura e Abastecimento analisar
a ocupação do imóvel rural e a época
do desmatamento da vegetação nativa
nele existente anteriormente a 2008,
para fins de dispensa da implementação de Reserva Legal para aqueles
quem desmataram observando a legislação da época, pois referido órgão
detém os dados necessários para tal
verificação;
10. A possibilidade de se realizar a
recomposição de Área de Preservação
Permanente e de Reserva Legal dos
imóveis rurais no âmbito do Programa
Nascentes, instituído pelo Decreto n.
60.521/2014, com incentivos governamentais.
Estas são, em síntese, as normas
constantes do Decreto que os proprietários e possuidores de imóveis rurais
devem observar para proceder a regularização ambiental destes, ficando aqui
consignado que guardam total coerência tanto com o novo Código Florestal
como com a Lei do PRA Paulista.
27
Descompasso momentâneo dentro do governo paulista
Neste espaço convém relatar aos leitores que o Governo Paulista atou em
um descompasso sem precedentes na
elaboração de suas normas, pois os debates que antecederam o referido Decreto do PRA envolveram os mais diversos
órgãos governamentais que, de alguma
forma, seriam os agentes de sua aplicação e fiscalização, assim como representantes do setor privado e da sociedade
organizada, no intuito de garantir a tão
almejada segurança jurídica.
rização ambiental dos imóveis rurais,
criando obrigações não existentes na lei
e no decreto e, o que é pior, excluindo
direitos e benefícios dos proprietários e
possuidores de imóveis rurais garantidos pelo novo Código Florestal e pela
Lei do PRA paulista.
Pois bem, chegado ao consenso final
sobre a redação do documento legal, fez-se sua publicação no Diário Oficial do Estado em 13.01.2016. Como há a previsão
no Decreto de que o início de sua implantação deve se dar por Resolução da Secretaria do Meio Ambiente, esta o fez no dia
seguinte, através da Resolução n. 04/2016,
publicada no dia 14.01.2016. Verificando-se os prazos, tudo dentro da normalidade,
mas, verificando o conteúdo da referida
resolução, tudo estava muito mal.
Ferindo de morte a Constituição Federal e a legislação de vigência, um ato
infra-legal, no caso uma Resolução que
apenas deve dizer a conduta e o procedimento do agente público na realização da lei e do decreto, fez exatamente
o contrário, excedeu os seus limites normativos. O que mais chama a atenção
é que a Secretaria do Meio Ambiente
é dotada de profissionais do mais alto
gabarito, em termos de conhecimento
jurídico, o que nos força a concluir que
praticaram tal ato em total rebeldia ao
sistema democrático e legal ora instituído, colocando em desnecessário constrangimento o seu chefe maior, no caso
o Governador do Estado.
Isto porque, malfadada resolução
praticamente inviabilizava a regula-
A Secretaria do Meio Ambiente, assumindo mesmo que implicitamente o
equívoco que cometera, publicou no
Diário Oficial do Estado de 19.01.2016
a Resolução SMA 05/2016, revogando
integralmente a malfadada Resolução
SMA. 04/2016, após alerta da Secretaria da Agricultura e Abastecimento,
provocada por uma onda de protestos
feitos por diversas entidades representativas do setor produtivo e, também,
entidades jurídicas.
De tudo isto, devemos tirar uma
lição de que as entidades de classe
e as representativas da sociedade,
quando devidamente aparelhadas por
profissionais capacitados, são o melhor elo de comunicação com os governantes e legisladores, além de serem os mais eficazes instrumentos de
defesa dos direitos da sociedade para
evitar abusos, como o acima citado,
antes mesmo de judicializar a questão. Tomara que, de ora em diante,
tanto o Governo Bandeirante como
outros, fiquem mais atentos com a
atuação descompassada de seus servidores públicos pois, certamente, a
sociedade está mais atenta. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
28
Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal - (prazos segregados)
Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do
Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados)
- Novembro/2015 - “valores em milhares de reais”
Sertãozinho/SP, 30 de Novembro de 2015.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
29
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
30
Especial do Sistema
Diretores do Sistema Copercana, Canaoeste e
Sicoob Cocred fazem retrospectiva/perspectiva
de 2015-2016
Fernanda Clariano
O
cenário de 2015 foi marcado pela instabilidade política, econômica e social. E após passar por uma das
piores crises da história, com aumento nos índices de desemprego, aumento da inflação, dentre outros, vários setores que movimentam a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, trabalham em busca da recuperação. A
Revista Canavieiros falou com os diretores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, para saber como foi
o ano de 2015 e o que esperam para o ano de 2016 que acaba de chegar.
AÇÚCAR E ETANOL
Para o presidente da Copercana e
presidente do Conselho de Administração da Sicoob Cocred, Antônio Eduardo Tonielo, 2015 foi um ano complicado. Segundo ele, não sabiam ao certo
o que iria acontecer com o mercado
nem com o clima. “No início do ano,
tivemos problemas de produtividade de
cana, depois muita chuva que veio atrapalhando a safra e atrapalhou o ATR
(Açúcar Total Recuperável) que foi
uma das mais baixas dos últimos tempos”, disse Tonielo. O empresário ainda falou sobre a perspectiva para 2016,
sua expectativa é de que os preços se
comportem para que a safra deste ano
seja melhor. “Tivemos ¾ de safra com
preço de médio para ruim e um final
de safra que vai ser vendida até março
com preços bons, tanto do açúcar como
do etanol. Tudo isso porque os estoques
foram se esgotando e agora temos que
recompor. Eu acredito que 2016 será
um ano um pouco melhor, pois é um
ano em que vamos ter uma estabilidade boa para desempenho, é claro que
nem todas as indústrias estão preparadas porque ficaram muito sucateadas.
O que a gente espera é que pelo menos
agora dê uma “ajeitada” e se faça uma
safra bem melhor com mais cana, com
mais açúcar e com preços rentáveis e
que pelo menos dê para equilibrar receita e despesa e pagar um pouco das
Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana
e do Conselho Administrativo da Sicoob Cocred
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
contas porque as usinas estão muito
endividadas. Mas eu acredito que as
expectativas para este ano são bem melhores”, avaliou Tonielo.
De acordo com o presidente da Canaoeste e diretor Superintendente da
Copercana, Manoel Carlos de Azevedo
Ortolan, além da redução do ATR que
vai ser de aproximadamente 6kg/ton.
de cana, o principal desafio para os produtores é a recuperação das lavouras.
“Agora, com as chuvas voltando à normalidade, é preciso fazer um trabalho
de recuperação dos canaviais, tanto na
renovação quanto na soqueira. As reformas estavam reprimidas, então muita
gente não vinha renovando o canavial
ou renovando uma área muito pequena
em função dos investimentos que são
necessários. Houve uma melhora significativa no preço do açúcar, no preço do
etanol, e consequentemente essa melhoria vai também para a cana-de-açúcar.
Com isso, volta a oportunidade de cuidar bem da lavoura e da produção para
31
Pedro Esrael Bighetti,
diretor Secretário da Copercana
dos preços favoráveis, os investimentos
dificilmente irão retornar se essas indefinições persistirem”, ressaltou Ortolan.
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan,
presidente da Canaoeste e diretor
Superintendente da Copercana
que o resultado da atividade seja favorável”, ressaltou Ortolan que também
falou sobre desafios. Para ele, o mercado agiu de forma favorável e também
em função da conjuntura internacional,
a perspectiva é que as próximas duas,
três safras tenham um desempenho satisfatório bem melhor do que as últimas
cinco safras. “Houve nesses últimos
anos melhorias como aumento de preço - a questão do ICMS tornou o etanol
mais competitivo em alguns Estados,
o aumento na demanda de etanol, também estamos exportando mais etanol. O
setor vai continuar lutando pela volta da
CIDE (Contribuições de Intervenção no
Domínio Econômico) como uma forma
de contemplar as externalidades do etanol e das políticas públicas que definam
melhor as regras para inserir definitivamente o etanol na matriz energética
brasileira, assim como a energia elétrica. Isso daria mais segurança para o
setor, para o empreendedor, pois apesar
COOPERATIVA E ASSOCIAÇÃO
Embora 2015 tenha sido um ano difícil para a economia do país, o diretor
Secretário da Copercana, Pedro Esrael
Bighetti, destacou que com muito otimismo e “pé no chão” a cooperativa
conseguiu ter um bom ano e espera continuar trabalhando junto aos cooperados
e clientes para vencer os desafios de
2016. “O Governo virou as costas para o
setor sucroenergético, mas a Copercana
não parou, buscou recursos e se virou.
Mesmo com as adversidades enfrentadas no ano passado, nós conseguimos
aumentar em aproximadamente 25% o
nosso faturamento e estou otimista, pois
acredito que este ano não será diferente,
iremos vencer todos os desafios e para
isso iremos continuar ao lado dos cooperados e clientes das nossas 20 filiais
espalhadas pelo Estado de São Paulo
e Minas Gerais, os apoiando em suas
necessidades e tentando levar esse país
para frente sem esperar pela vontade do
Governo”, garantiu Bighetti.
Já para a Canaoeste, como afirma o
presidente Manoel Ortolan, 2015 não
foi um ano bom para a Associação, devido o aumento de preço dos insumos
e com preços de cana que não remuneravam os produtores e nem atividade.
“Levando em conta as dificuldades que
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
32
o país atravessa bem como a baixa remuneração, aumento dos custos de produção, nós tivemos a receita da Associação comprometida e fizemos alguns
ajustes no orçamento. Iniciamos um
trabalho de reestruturação da Canaoeste
e vamos fazer o possível para continuar
assistindo os nossos associados da melhor forma possível”, disse Ortolan.
Márcio Meloni, diretor Administrativo Financeiro
da Cooperativa de Crédito Sicoob Cocred
SICOOB COCRED
Apesar da crise política e econômica que se agravou em 2015, a Sicoob
Cocred e as cooperativas de crédito, de
um modo geral, apresentaram um crescimento relevante em comparação ao
mercado bancário.
“Mesmo diante de um cenário de
pessimismo, a Sicoob Cocred conseguiu manter seu vigor e, por meio de
uma gestão cautelosa, continuou a amparar as atividades de seus associados
de forma satisfatória, com planos de
ampliar ainda mais sua cobertura no
Estado de São Paulo e, desta forma,
levar os benefícios do cooperativismo
para cada vez mais pessoas”, afirmou
o diretor Administrativo Financeiro da Cooperativa de Crédito Sicoob
Cocred, Márcio Meloni, que ainda foi
enfático ao dizer que o sistema bancário estará muito mais seletivo na concessão de crédito durante esse ano, o
que segundo ele, é extremamente natural diante do cenário econômico e
político do país. “Apesar da tendência
de arrocho de crédito ser a tônica do
mercado financeiro em 2016, esperamos manter o nosso ritmo de crescimento aliado ao nosso principal objetivo que é amparar nossos associados
e continuar a fomentar as suas atividades. Temos boas expectativas, apesar do cenário adverso, porque desde
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
o ano de 2008, quando despontou
a crise econômica mundial iniciada
nos Estados Unidos, a Sicoob Cocred
e as demais cooperativas de crédito
apresentaram índices percentuais de
crescimento superiores em relação ao
sistema bancário. Isso demonstra que
estamos no caminho certo”.
O país vive uma crise complexa,
permeada por fatores internos e também a crise internacional que, para
quem vem acompanhando seus desdobramentos já está em seu nono ano,
ou seja, não é algo novo. Ao ser questionado sobre os principais desafios da
economia e o que o Brasil precisa para
voltar a crescer, o diretor Administrativo e Financeiro da Sicoob Cocred
foi enfático ao dizer que precisa de
reorganização. “Para voltar a crescer
é que o p'aís precisa se reorganizar e
retomar os investimentos em seus setores estratégicos. Também precisa de
maior eficiência da gestão pública e
reformas urgentes na esfera fiscal, política e trabalhista, além da criação de
novos programas de investimentos que
contribuam com a geração de emprego e renda, o que fará o Brasil crescer
com sustentabilidade. Um dos principais desafios do país será reconquistar
a confiança do mercado internacional,
retomar seus investimentos e voltar a
crescer”, concluiu Meloni.RC
33
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
34
Variedades:
ao gosto dos
clientes
Ridesa lança 16 novas cultivares que contribuirão para a melhoria da produtividade,
qualidade e lucratividade da cadeia canavieira
Andréia Vital
O
setor sucroenergético teve um
bom motivo para comemorar,
no dia 25 de novembro passado, quando foram liberadas 16 novas
variedades de cana-de-açúcar. O lançamento das novas cultivares aconteceu
durante o Encontro Nacional da RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético), realizado em Ribeirão Preto-SP,
que marcou também a comemoração
dos 45 anos das Variedades RB e dos
25 anos da RIDESA.
Monalisa Sampaio Carneiro, doutora em genética e melhoramento de
planta da UFSCar, abriu oficialmente
o evento que contou com a presença
de pesquisadores das dez universidades federais que fazem parte da Rede,
como de outras instituições, além da
participação de importantes autoridades, como o professor da Universidade
Federal do Goiás, Edward Madureira
Brasil, atual secretário de Ciência e
Monalisa Sampaio Carneiro, doutora
em genética e melhoramento de
planta da UFSCar
Tecnologia Para Inclusão Social do
Governo Federal; Oswaldo Baptista
Duarte Filho, ex-reitor da UFSCar;
Lourdes Souza Morais, diretora executiva da FAI UFSCar; Antonio Cesar Salibe, presidente da UDOP; José
Paulo Stupiello, presidente da STAB
Nacional, entre outros. Na ocasião, foram homenageados pesquisadores que
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Targino de Araújo Filho, prof. dr. e reitor
da Universidade Federal de São Carlos
participaram do desenvolvimento das
variedades de cana-de-açúcar.
Targino de Araújo Filho, prof. dr. e
reitor da Universidade Federal de São
Carlos, afirmou que o programa da RIDESA é o modelo de inovação mais
eficiente do país, que se consolidou
ao longo das últimas duas décadas e
35
outra para meio de safra, muito produtiva e dois materiais tardios, um tardio
para solo fraco e outro para solo fértil”,
explicou Hoffmann, afirmando que as
novas cultivares são resistentes a doenças e fruto de um intenso trabalho de
pesquisa realizado nos últimos 18 anos.
O lançamento das novas cultivares aconteceu durante o Encontro
Nacional da RIDESA, que marcou também a comemoração dos
45 anos das Variedades RB e dos 25 anos da RIDESA.
meia, quando foi criado. Araújo Filho
representou o presidente da RIDESA, o
prof. Dr. Zaki Akel Sobrinho, na oportunidade. O professor salientou ainda
que o programa dará o título ao Brasil
de detentor da melhor tecnologia para a
produção de cana-de-açúcar global.
Ao explanar, o coordenador geral da
RIDESA e coordenador do Programa
de Melhoramento da Cana-de-Açúcar
na UFPR (Universidade Federal do Paraná), Edelclaiton Daros, lembrou a trajetória da pesquisa de melhoramento e o
trabalho das universidades na busca dos
melhores materiais para o produtor. Daros afirmou ainda que a RIDESA comemora as suas bodas de prata marcando
a história do setor. “Hoje a Rede possui
o mais abrangente e eficiente programa
de melhoramento de cana-de-açúcar
do mundo”, afirmou, explicando que a
academia prima pela competência, sua
interação com a comunidade, com a
competitividade e com o seu compro-
Edelclaiton Daros,
coordenador geral da RIDESA
misso com o país, para dar segurança ao
setor canavieiro.
Emocionado, fez um agradecimento
ao setor sucroenergético pela parceria ao
longo dos 25 anos. “Nestas variedades
estão mais do que o nosso trabalho e empenho, está a nossa alma”, disse, completando “Ficamos cinco anos de stand
by para escolhermos bem as variedades
a serem lançadas”, conta o pesquisador,
explicando que a última liberação de variedades da Rede foi em 2010.
Anfitrião do evento, Hermann Hoffmann, coordenador do PMGCA
(Programa de Melhoramento Genético
de Cana-de-açúcar) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) afirmou que os novos materiais são muito
competitivos e resistentes às principais
doenças da cultura. Das 16 novas espécies liberadas, quatro são da UFSCar,
“sendo uma precoce para solo fértil que
até o momento não existia no mercado;
Hermann Hoffmann, coordenador do
PMGCA da UFSCar
“As novas liberações têm condições
de contribuir para aumentar a produtividade do setor sucroenergético. Os materiais já foram multiplicados pelas usinas conveniadas ao programa em São
Paulo e no Mato Grosso do Sul, e apresentaram grande potencial. Inclusive a
RB975201 já está entre as 10 variedades mais plantadas em Mato Grosso”,
contou o pesquisador, lembrando que a
lavoura comercial apontará como serão
os resultados comerciais.
As cultivares RB ocupavam 5%
da área cultivada com cana no
Brasil na safra 1990/1991, e hoje,
com a evolução do plantio
de variedades, representaram
até a safra 2014/2015, 68% da
área cultivada no país.
A criação da Ridesa
A importância do programa de melhoramento para o desenvolvimento
do setor sucroenergético foi destacada
durante palestra do prof. dr. da Universidade de Alagoas, Geraldo Veríssimo
de Souza Barbosa. “O rendimento médio de ATR tem aumentado na razão de
155,7 kg/ha nas últimas quatro décadas,
o que representou um ganho de 4% ao
ano, sendo que metade desse ganho se
deve ao melhoramento. Acréscimo de
700,65 milhões de ton.de ATR devido
à substituição contínua de variedades.
Um ganho de R$ 350 milhões na safra
2014/2015”, contabilizou o professor.
A história da RIDESA, desde sua criação em 1991, até os dias atuais, foi destaque em sua palestra. De acordo com Barbosa, a RIDESA nasceu após a extinção do
IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool), órgão do Ministério da Indústria e Comércio
e do PLANALSUCAR (Programa Nacional de Melhoramento da Cana-de-açúcar),
que foi criado em 1971, tendo como escopo a melhoria dos rendimentos da cultura,
tanto no campo, como na indústria.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
36
A partir de 1988 foi estabelecido um
novo cenário para a política econômica,
encerrando-se os programas de subsídios para os combustíveis, dentre eles
o PROALCOOL. Com o encerramento do IAA e do PLANALSUCAR, em
1990, as unidades foram incorporadas
por cinco universidades, que criaram a
RIDESA. A sigla RB continuou a ser
usada para identificar seus cultivares. A
parceria público-privada já existia desde
o PLANALSUCAR, porém foi mantida
e aperfeiçoada pela RIDESA, e neste
segundo momento o custeio das pesquisas passou a ser financiado pelas usinas,
destilarias e fornecedores de cana.
Atualmente, as universidades que
abrigam os programas são as seguintes:
UFAL (Universidade Federal do Alagoas); UFG (Universidade Federal de
Goiás); UFMT (Universidade Federal
do Mato Grosso); UFPR (Universidade
Federal do Paraná); UFPI (Universidade Federal do Piauí); UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco);
UFRRJ (Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro); UFSCar (Universidade
Federal de São Carlos; UFS (Universidade Federal de Sergipe) e UFV (Universidade Federal de Viçosa). Há ainda
314 empresas parceiras, 79 bases de pesquisa e duas estações para cruzamento.
94 cultivares de RB disponíveis
Em 45 anos de pesquisa em cana-de-açúcar foram produzidas 94 variedades RB, sendo 19 cultivares liberadas
durante o PLANALSUCAR; 35 variedades lançadas durante a transição
PLANALSUCAR/RIDESA e 40 produzidas durante os 25 anos de RIDESA, incluindo as 16 lançadas em 2015.
Entre elas, Barbosa citou a
RB867515, a variedade mais plantada
no Brasil. Lançada oficialmente em dezembro de 1997, pela Universidade Federal de Viçosa, se expandindo a partir
de 2000, atingiu em 2015 cerca de 25%
da área total cultivada com cana. O seu
sucesso é devido, principalmente, por
permitir a expansão da área de cultivo
em solos de baixa fertilidade, arenosos
e com restrições hídricas onde outras
variedades não têm apresentado o mesmo desempenho que ela.
Mas a história não para aqui e novos
cultivares devem ser liberados a partir
de 2016. “Temos também um olhar para
o futuro e a cana energia já vem sendo desenvolvida na última década pela
RIDESA e irá contribuir para a solução
energética do Brasil”, afirmou.
Estima-se que sejam necessários
investimentos na ordem de 50
milhões de dólares para desenvolvimento de uma variedade
de cana. Atualmente, o custo de
uma cultiva dessa cultura, como
percentagem do custo de produção, é bem inferior ao de outras.
Esse custo tem variado em torno
de 1 a 6 dólares por hectare, o
que representa menos de 0,3% do
custo de produção.
Variedade é o grande alicerce do setor
“A boa casa é aquela que está em
cima do bom alicerce e eu acho que a
variedade é o grande alicerce do setor
porque tudo parte da cana, sem ela nada
é feito”, ressaltou Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e Orplana, ao participar do evento. Ortolan esclareceu
que os programas de melhoramento
dispõem de variedades que têm proporcionado ganhos significativos, tanto de
produção agrícola, como de rendimentos de açúcar por hectare.
“A atuação dos programas de melhoramento é muito importante e o lançamento de novas espécies é essencial para
a renovação do canavial ao longo do
tempo, já que algumas variedades precisam ser substituídas. O número maior de
variedades nos dá mais segurança, pois
é possível diversificar o plantio com
número maior de variedades em uma
menor área, evitando assim, prejuízo expressivo caso tenha problema com uma
dessas cultivares”, explicou.
Para Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana
do IAC (Instituto Agronômico), que
na ocasião, representou o secretário de
estado da Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, o evento de lançamento das novas espécies é um sinal
de vitalidade do setor sucroenergético.
“O Brasil tem grandes programas de
melhoramento genético da cana, que
nestas últimas décadas têm sustentado a agroindústria canavieira do país e
contribuído para o aumento da produtividade. A RIDESA é um modelo de
eficiência nesta questão”, afirmou, comentando que, normalmente nas estruturas públicas, é necessário ter pessoas
comprometidas e apaixonadas pelo que
faz, a exemplo da equipe da Rede, para
que resultados sejam positivos.
“O programa tem sido realmente uma inspiração para nós, do IAC.
Quando redesenhamos o nosso programa, há pouco mais de 20 anos, nós
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Marcos Landell, diretor do Centro de Cana do IAC e
Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana
olhamos para eles, como estavam se estruturando naquela ocasião, reagindo às
ameaças que sofreram com a extinção
do PLANALSUCAR e do IAA e isso
foi muito importante e de certa forma,
indicou um caminho de captação de
recursos privados através do modelo
público/privado e o programa de Cana
IAC seguiu mais ou menos este cami-
37
nho. Então, eu fico muito feliz de ver
este trabalho hoje sendo apresentado”,
afirmou, contando que nos últimos 10
anos, o IAC lançou 22 variedades.
de Governo. Quem acaba movendo
essa roda é o setor, com a sua própria
demanda, que é o que inspira as ações
dessas instituições públicas”, concluiu.
Landell frisou ainda que a ocasião
serve para refletir também. “O setor
tem que celebrar e fazer uma reflexão
sobre o que esse momento significa e
entender que se tratam de tecnologias
que são geradas e demoram de 15 a 20
anos para serem liberadas. Não é uma
coisa imediata. Precisa de investimento de longo prazo e hoje, quem sustenta isso efetivamente é o próprio setor,
muito mais do que uma ação pública,
A relevância do lançamento também foi pontuada pelo presidente da
Copercana, Antonio Eduardo Tonielo.
“A indústria sucroenergética depende de cana e de variedades com mais
qualidade, mais resistentes à praga, à
mecanização, que é muito importante
para nós hoje. Com novas cultivares,
nós vamos vencer esta fase, pois tem
que ter produção de açúcar no campo
por que daí para frente a usina faz, o
difícil é nós produzirmos no campo”,
esclareceu, apontando um novo tempo para o setor sucroenergético com
a valorização dos produtos da cana.
“Eu acho que os preços estão chegando agora onde já deviam estar há dois
anos, mas as usinas não recuperam
tudo porque a safra já está no fim e
com mais um agravante. Nós já tivemos problema com a falta de chuva,
hoje nós estamos com problema com
muita chuva, então tudo isso traz um
transtorno, mas um transtorno que
para frente pode melhorar, então eu
acho que este resultado nós poderemos ver no próximo ciclo”.
Safra em Pernambuco deverá ser 20% menor do que o ciclo passado
De acordo com Djalma Euzébio Simões Neto, presidente da STAB Setentrional e coordenador do programa da
RIDESA na UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), a safra no
Nordeste mais uma vez enfrentou o déficit hídrico e deve terminar menor do que
o ciclo passado. “Enfrentamos muita
seca nos últimos anos e este ano não foi
diferente, o canavial sentiu muito, então
acredito que os estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba terão uma redução
expressiva na safra”, afirmou, explicando que em Pernambuco a safra deverá
ser cerca de 20% menor do que no ciclo
anterior, quando a moagem foi de 15,5
milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
Djalma Euzébio Simões Neto, presidente
da STAB e coordenador do programa da
RIDESA na UFRPE
“Mas é necessário conviver com estas intempéries e se investir mais, em
novas tecnologias de irrigação e manejo,
em áreas mais favoráveis às condições
climáticas e se crescer verticalmente
com novas variedades”, apontou ele,
ressaltando a relevância das novas cultivares da RIDESA, das quais duas foram desenvolvidas pela UFRPE. “As 16
novas variedades são mais modernas,
mais tolerantes e resistentes ao estresse
hídrico, a ambientes mais desfavoráveis,
a pragas e doenças. Cada uma tem suas
características e qualidades específicas,
sendo que algumas vão estar em vários
Estados, outras em determinados Estados, com potencial para aquele tipo de
ambiente, mas a gente espera ter dado
um passo importante para melhorar a
produtividade do setor e a condição do
produtor”, alegou.
Simões Neto comentou ainda que a
busca por mais produtividade dos canaviais através de inovações vem se intensificando em Pernambuco e no norte de
Alagoas que têm uma característica específica, que é a plantação da cana em
encostas, acima dos 12% onde se pode
mecanizar. “Os produtores estão desenvolvendo suas próprias máquinas e algumas já estão contribuindo e fazendo
uma diferença, reduzindo os custos de
colheita, sem usar mão de obra, mesmo
nessas encostas”, contou ele frisando
que a indústria de máquina não contemplou nenhum equipamento para atender
à demanda daquela região.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
38
As novas variedades RB
Conheças as 16 variedades lançadas e as universidades que as desenvolveram:
Universidade Federal de Alagoas
(UFAL)
RB961552
florescimento.
Experimentação e recomendações
para o Estado de Alagoas:
Ambientes de produção e épocas de
colheita:
Sequeiro: Outubro a dezembro;
Irrigado: Outubro a fevereiro.
Universidade Federal de Goiás
(UFG)
RB034045
RB 036088
Tem alta produtividade agrícola, elevada massa foliar, excelente fechamento das entrelinhas; responsiva à fertirrigação e raro florescimento.
Experimentação e recomendações
para o Estado de Alagoas:
Ambientes de produção e épocas de
colheita:
Sequeiro: Novembro e dezembro;
Irrigado: Novembro a fevereiro.
RB991536
Tem alta produtividade agrícola; alto
teor de sacarose no meio de safra; raro
Clone com rápido crescimento inicial e fechamento das entrelinhas;
elevado perfilhamento e potencial
produtivo e responsiva a melhoria ambiental; tolerante as principais doenças
da cana-de-açúcar.
Experimentação e Recomendações
para o Estado de Goiás:
Ambientes A,B e C;
Épocas de colheita: Junho a agosto.
Universidade Federal do Paraná
(UFPR)
RB036066
Clone com rápido crescimento inicial e alto perfilhamento. Elevado potencial produtivo e com ampla adaptabilidade e estabilidade da produção
agrícola.
Experimentação e recomendações
para o Estado do Paraná:
Ambientes de produção A, B,C e D;
Épocas de colheita: Junho a setembro.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Elevada sanidade às principais doenças, elevada estabilidade da produção
agrícola e ótima colheitabilidade.
Experimentação e recomendações
para o Estado do Paraná:
Ambientes de produção A,B e C;
Épocas de colheita: Setembro e outubro.
RB036091
Clone com rápido crescimento inicial e fechamento das entrelinhas, elevado perfilhamento e potencial produtivo e responsiva à melhoria ambiental;
tolerante às principais doenças da cana-de-açúcar.
39
Experimentação e recomendações
para os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia:
Ambientes de produção B, C e D;
Épocas de colheita: Junho a setembro.
RB988503
Experimentação e recomendações
para o Estado do Paraná:
Ambientes de produção A,B e C;
Épocas de colheita: Junho a agosto.
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
RB992506
RB002754
Destaca-se pelo alto teor de sacarose; elevado potencial produtivo; colheita no início da safra.
Experimentação e recomendações
para o Estado de Pernambuco, Paraíba
e Rio Grande do Norte:
Ambientes de produção e épocas de
colheita:
Sequeiro: Setembro e outubro;
Irrigado: Novembro a janeiro.
Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro - UFRRJ
RB969017
Clone com bom fechamento das entrelinhas, elevado perfilhamento e alto
potencial produtivo principalmente em
socarias; tolerante às principais doenças da cana-de-açúcar.
Experimentação e recomendações
para os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia:
Ambientes de produção B, C e D;
Épocas de colheita: Junho a setembro.
Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
RB975201
Elevado potencial produtivo e
com ampla adaptabilidade e estabilidade da produção agrícola; excelente comportamento em ambientes
restritivos.
Experimentação e recomendações
para o Estado de Pernambuco, Paraíba
e Rio Grande do Norte:
Ambientes de produção e épocas de
colheita:
Sequeiro: Outubro e novembro;
Irrigado: Novembro a janeiro.
Clone com rápido crescimento inicial e fechamento de entrelinhas, elevado perfilhamento e potencial produtivo
e responsiva à melhoria ambiental; tolerante às principais doenças da cana-de-açúcar.
Tem alta velocidade de crescimento e
elevada produtividade; ausência de flo-
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
40
rescimento e isoporização e resistente às
principais doenças da cana-de-açúcar.
Experimentação e recomendações
para o Estado de São Paulo:
Ambientes de produção A, B e C;
Épocas de colheita: Agosto a novembro.
RB975242
na-de-açúcar;
Experimentação e recomendações
para o Estado de São Paulo:
Ambientes de produção A, B e C;
Épocas de colheita: Abril a julho.
RB985476
tação em colheita mecanizada, elevado
perfilhamento, com ótimo fechamento
das entrelinhas; tolerante às principais
doenças da cana-de-açúcar.
Experimentação e recomendações
para o Estado de São Paulo:
Ambientes de produção A, B e C;
Épocas de colheita: Julho a setembro.
RB988082
Material rústico, com alta produtividade; ausência de florescimento e
isoporização; resistente às principais
doenças da cana-de-açúcar.
Experimentação e recomendações
para o Estado de São Paulo:
Ambientes de produção C e D;
Épocas de colheita: Agosto a novembro.
RB975952
Material precoce, com elevado teor
de sacarose e alta produtividade; florescimento difícil e pouca isoporização;
resistente às principais doenças da ca-
Tem alta produtividade e elevado teor
de sacarose no meio de safra; elevada
estabilidade de produção; resistente às
principais doenças da cana-de-açúcar.
Experimentação e recomendações
para o Estado de São Paulo:
Ambientes de produção A, B, C e D;
Épocas de colheita: Julho a setembro.
Universidade Federal de Viçosa - UFV
RB987935
Tem médio teor de sacarose, alta
produtividade agrícola; excelente bro-
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Tem médio teor de sacarose e alta
produtividade agrícola, excelente sanidade, responsiva ao maturador e com
ampla adaptabilidade e estabilidade;
tolerante às principais doenças da cana-de-açúcar.
Experimentação e recomendações
para o Estado de São Paulo:
Ambientes de produção A, B e C;
Épocas de colheita: Junho a setembro.
RC
41
Destaque I
15° Congresso Brasileiro do Agronegócio
acontece em agosto
Uma feira de negócios está entre as novidades do tradicional evento do setor
Andréia Vital
O
Diversas lideranças participaram do lançamento oficial do evento, que discutiram os rumos do setor
15° Congresso Brasileiro do
Agronegócio deverá movimentar a Capital paulista em agosto.
Realizado pela ABAG SP (Associação
Brasileira de Agronegócio), no Hotel WTC – World Trade Center (SP), o
evento acontece no dia 8, seguido de
dois dias de fóruns que abordarão aspectos atuais e relevantes para o Agronegócio, debatidos por profissionais e especialistas nacionais e internacionais com
profundo conhecimento do assunto.
Lideranças do agronegócio participaram do lançamento oficial da edição
de 2016 realizada em novembro/2015,
em São Paulo. Citando a versão passada, a qual teve como tema “Sustentar é
integrar” e reuniu 1.200 participantes
entre empresários, lideranças setoriais,
gestores de propriedades rurais e executivos de empresas da cadeia produtiva, o presidente da ABAG (Associação
Brasileira do Agronegócio), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, destacou a importância dos temas debatidos nos eventos.
“Fazem elos uns com os outros, somando no sentido de debater claramente a
sustentabilidade do agronegócio brasileiro”, disse ele, completando. “Liderança, protagonismo e sustentabilidade
no agronegócio nortearão a programação do Congresso. Queremos evidenciar o domínio da tecnologia tropical,
que foi espetacular e que explica a expansão, a grande oferta de produtos e
os constantes ganhos em produtividade
nos diversos biomas”, elucidou.
Já Luiz Cornacchioni, diretor executivo da ABAG, apontou, na ocasião, o
trabalho da entidade, que completa em
2016, 23 anos de atuação. “Desde sua
criação, a ABAG tem trabalhado para o
fortalecimento das cadeias produtivas
do agronegócio e é com este foco, no
sentido de fomentar as discussões sobre
este setor, que corresponde por cerca de
23% do PIB (Produto Interno Brasilei-
ro), que realizamos as últimas 14 edições do congressos”, afirmou.
Uma das novidades da edição de
2016 será a realização de uma feira
de negócios, que será organizada pela
Reed Exhibitions Alcantara Machado.
“Nosso compromisso é potencializar as
competências da ABAG no Congresso,
contribuindo para aumentar a qualidade
e ampliar as oportunidades de negócios
do evento”, disse Juan Pablo De Vera,
presidente da multinacional.
A programação do congresso, que
terá transmissão ao vivo pela Internet
para todo o Brasil e outros países, deverá ser divulgada em breve. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
42
Artigo Técnico
Manejo Varietal na cultura da cana-de-açúcar
Etapa básica do planejamento de plantio
Alessandra Durigan - Gestora Técnica da Canaoeste
N
os últimos anos, o desenvolvimento de novas variedades pelos programas de melhoramento genético vem incorporando maiores
produtividades às lavouras de cana-de-açúcar e contribuem significativamente para o aumento da lucratividade
Existem atualmente três programas
de melhoramento genético de cana-de-açúcar no Brasil: o IAC (Instituto
Agronômico de Campinas), a Ridesa
(Rede Interuniversitária para Desenvolvimento do Setor Sucroenergético)
e o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). Esses programas trabalham
ativamente para o desenvolvimento de
materiais produtivos, com alto teor de
sacarose e adaptados às diferentes condições de cultivo. Nos últimos cinco
anos mais de 30 novas variedades foram lançadas em todo Brasil.
Plantar cana de maneira correta e aumentar as produtividades são prioridades para o Setor Sucroenergético, dessa
forma, o manejo varietal é etapa básica
do planejamento do plantio e ferramenta de manejo importante, que tem como
objetivo racionalizar a distribuição das
variedades pelo canavial. Escolher qual
está mais apta a ser plantada em determinada área e quais devem ser combinadas a ela é uma tarefa necessária para
os produtores que almejam alcançar resultados favoráveis.
O manejo varietal adequado e que
deve ser adotado é aquele onde a área
de uma determinada variedade não ultrapasse 20% da área da propriedade,
respeitando sempre o ambiente de produção e a época de colheita adequada.
Muito interessante também é que o produtor diversifique o seu plantio em rela-
ção às variedades, ou seja, não plantar
apenas uma variedade, assim, pode-se
evitar que uma doença ou praga se prolifere na sua lavoura.
Os Ambientes de Produção são definidos pela interação de dois fatores:
tipo de solo e produtividade das variedades de cana-de-açúcar e visam separar as áreas em diferentes potenciais
de produção de cana de açúcar (A, B,
C, D e E), A = solos de alto potencial
produtivo a E = solos de baixo potencial produtivo. Para otimizar o manejo
varietal é fundamental identificar o potencial produtivo dos solos. A classificação e enquadramento desses solos
nos ambientes de produção permitem a
realização de manejos mais específicos.
Realizar um adequado manejo varietal, com materiais modernos, mais
produtivos e adaptados às mais adversas situações de cultivo, faz toda
a diferença, principalmente diante do
novo cenário: regiões que apresentam
condições edafoclimáticas diferentes
das tradicionais; aumento do corte mecanizado; extinção da queima; adoção
do plantio mecanizado, incidência de
novas pragas e doenças. Essas mudanças elevam as exigências em relação às
variedades de cana, que além de eretas,
ricas e produtivas, deverão brotar bem
sob palha, tolerar ataques de pragas, resistir às doenças, tolerar a seca, ter boa
performance em solos mais fracos e ter
boa longevidade da soqueira.
Outro ponto importante e de muita atenção é a sanidade das mudas. O
conhecimento da procedência é muito
importante. Mudas sadias, oriundas de
tratamento térmico, produzidas em viveiros certificados, onde todos os cui-
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Alessandra Durigan
dados fitossanitários são realizados, nos
dão a segurança e conforto para a multiplicação das variedades nos próximos
plantios. Ambientes favoráveis a patógenos e falta de cuidado disseminam doenças e causam prejuízos para a produção.
Portanto, a busca por maiores produtividades da cana-de-açúcar depende
do correto planejamento de plantio e de
adequado manejo varietal, estando o Departamento Técnico da Canaoeste capacitado para fornecer aos seus associados
orientações para a escolha adequada da
variedade a ser implantada no canavial.
Ressaltamos que a Associação (Canaoeste) e a Cooperativa (Copercana) mantêm
um viveiro de mudas de cana-de-açúcar,
na Fazenda Santa Rita, em Terra Roxa.
Anualmente, são produzidas aproximadamente 5 mil toneladas de mudas
de cana com qualidade e com garantia
de sanidade. O intuito é que o associado
tenha acesso rápido às novas variedades
e assim aumente a produtividade e a longevidade do seu canavial. Maiores informações, fone (0xx17) 3392-2157 ou
e-mail: [email protected].
43
RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
44
Destaque II
Inovação será o caminho para a recuperação
Especialistas debatem a situação atual e as perspectivas para o setor sucroenergético
Andréia Vital
“
Desafios e Oportunidades: planejando para o futuro” foi o tema
da 15ª Conferência Internacional
DATAGRO sobre Açúcar e Etanol realizada em setembro passado, na Capital paulista. Autoridades e lideranças
do setor sucroenergético participaram
do encontro, que é o evento técnico
oficial do Sugar Dinner, e reuniu 650
participantes e 49 palestrantes de 32
países. Estimativas de safra, tendências de mercado de açúcar no Brasil e
no mundo, a competitividade do etanol
no segmento de combustíveis, custos
de produção, estratégia, finanças e serviços, além de tecnologias e inovação
foram discutidas na ocasião, a qual serviu também para a comemoração da 15ª
edição do evento.
“Conseguimos fazer uma combinação nesta conferência de temas de mercado, de tecnologia e de políticas públicas que nos permitiu fazer uma nova
radiografia completa dessa indústria,
tanto no Brasil quanto no mundo inteiro, bastante completa”, afirmou Plínio
Nastari, presidente da DATAGRO, que
ao lado de Arnaldo Jardim, secretário
de Agricultura do Estado de São Paulo,
fez a abertura do evento. Ambos apontaram para a importância de discutir e
planejar ações, reforçando o desempenho da indústria sucroenergética.
Plínio Nastari, presidente da DATAGRO
José Orive, diretor executivo da ISO
Guilherme Nastari, diretor da DATAGRO
José Orive, diretor executivo da ISO
(International Sugar Organization), fez
um balanço sobre a oferta-demanda de
açúcar no mercado mundial e os principais fatores de influência, em painel que
teve como moderador o economista e
ex-presidente da UNICA, Eduardo Pereira de Carvalho. O executivo afirmou
que os preços da commoditie estão em
queda desde 2011, devido à alta oferta
do produto, e o volume mundial deve
sofrer deficit, sendo 1% menor este ano.
meros em box ao lado) e mostrou que
será a safra mais alcooleira dos últimos
oito anos, isso devido à situação de
aumento de consumo de etanol, como
também pela oferta maior devido à crise no mercado de açúcar.
Já as perspectivas e desafios a serem
enfrentados pelo Brasil foram assuntos da palestra de Guilherme Nastari,
diretor da DATAGRO, em painel que
contou com a coordenação de Manoel
Ortolan, presidente da Canaoeste e ORPLANA. Nastari apontou os números
desta temporada e as expectativas para
a safra 2016/17 (ver atualização dos nú-
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Um dos destaques do evento foi um
painel que discutiu a estratégia do setor
sucroenergético e reuniu representantes
das entidades ligadas à cadeia produtiva da cana-de-açúcar. Participaram das
discussões, o presidente do SIFAEG,
André Rocha; o presidente da UDOP,
Celso Torquato Junqueira Franco; o
presidente do SINDALCOOL – PB, Edmundo Barbosa; a presidente da UNICA, Elizabeth Farina; o presidente do
Sindalcool-MT, Jorge Santos; o presidente da Canaoeste e ORPLANA, Manoel Ortolan; o presidente do SIAMIG,
Mário Campos Filho; o presidente da
45
ALCOPAR, Miguel Rubens Tranin; o
presidente da SINDAÇUCAR-AL, Pedro Robério de Melo Nogueira; o presidente do SINDAÇUCAR-PE, Renato
Pontes Cunha e o presidente da BIOSUL, Roberto Hollanda Filho.
Além da produção, a competividade
do etanol no mercado de combustível
levantou importantes discussões acerca
de soluções para o setor. Especialistas e
líderes questionaram as iniciativas governamentais adotadas, recentemente,
para a recolocação do etanol. O retorno
da CIDE, por exemplo, é considerado insuficiente para alavancar as usinas, que
ainda enfrentam baixa produtividade.
Durante painel “Finanças e Serviços”,
o diretor do Banco ITAÚ BBA S/A, Alexandre Enrico Figliolino, debateu sobre
as soluções para o endividamento do
setor, e mostrou que embora ocorreram
alguns fatores positivos, como o aumento do anidro na mistura, a elevação da
tributação da gasolina e a taxa de câmbio mais favorável, a realidade do setor
é ainda muito dura e difícil. “Os efeitos
benéficos no longo prazo, a elevação
da taxa de câmbio no curto prazo está
causando forte impacto nas dívidas do
setor que possui aproximadamente 40%
de seu endividamento atrelado à moeda
americana”, avaliou o executivo.
"A falta de regulação tem criado a
possibilidade de subsídio cruzado na
área de combustível como ocorre atualmente entre diesel e a gasolina, que cria
situação de conforto para a Petrobras,
desconforto para os produtores de etanol e desequilibro de preço no mercado
interno", afirmou o presidente da DATAGRO, durante o painel “Competitividade do etanol com a gasolina". De
acordo com ele, o preço do hidratado
ainda não está cobrindo os custos de
produção. “Sua comercialização é frágil”, afirmou Nastari.
Para grandes traders, como o presidente da Tereos, Jacy Costa Filho, e presidente da Raízen, Pedro Mizutani, o setor
segue prejudicado por falta de estímulos
ao produtor, os quais necessitam de novos
investimentos e incentivos de precificação para alavancar o etanol no mercado.
"Depois da proibição da queimada precisamos a aprender a plantar cana e ainda
estamos aprendendo" afirmou Mizutani.
Já Costa Filho, ressaltou a importância da
implantação de marco regulatório para o
setor, como também, reforçou que o aumento da CIDE, ajudaria a produção, distribuição e preço para o consumidor.
Ao falar sobre financiamentos para
investimento, produção agrícola e ino-
vação, Carlos Eduardo Cavalcanti, chefe
do departamento de biocombustíveis do
BNDES, contou que o banco de fomento desembolsou mais de R$ 55 bilhões
para o setor sucroenergético no período
de 2001 a 2015, sendo que mais de 120
novos projetos foram financiados no período. Segundo Cavalcanti, é necessário
promover uma transformação estrutural
do sistema produtivo agrícola e industrial, com introdução de novas tecnologias baseadas no tripé etanol 2G, cana
transgênica e químicos renováveis. “A
mitigação dos impactos ambientais envolve aumento substancial das fontes
de energia de baixo carbono. A contribuição do Brasil é relevante”, alertou.
Fez parte deste painel também a palestrante Ana Paula Malvestio, sócia da
PWC, que mostrou as soluções para
aumento de eficiência.
Tecnologia e inovação foi tema do último painel da conferência e teve como
coordenador Renato Junqueira Santos Pereira, Diretor de Açúcar, Etanol
e Energia da Adecoagro e palestrantes
Marcos Guimarães de Andrade Landell,
Jucelino Oliveira De Sousa, presidente do Grupo Coruripe, Fabio Venturelli,
presidente do Grupo São Martinho, Pedro Mizutani, vice presidente da Raízen e
Jacyr Costa Filho, diretor do Grupo Tereos
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
46
tão promissoras quanto importantes
para o desenvolvimento do setor. Ficou clara também a oportunidade de
geração de venda adicional do aproveitamento do recolhimento de palha,
muito embora ainda há uma série de
questões a serem aprofundadas e mapeadas adequadamente na questão
deste recolhimento”, afirmou Nastari.
Henrique Vianna de Amorim, presidente da Fermentec, Renato Junqueira
Santos Pereira, Diretor de Açúcar, Etanol e Energia da Adecoagro, Victor
Campanelli, diretor da Agro Pastoril Paschoal Campanelli e Marcos Guimarães
de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana do IAC
diretor do Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico), que abordou os conceitos e vantagens das mudas pré-brotadas; Victor Campanelli, diretor da Agro
Pastoril Paschoal Campanelli S/A, debatendo sobre os resultados positivos da
agricultura de precisão e Henrique Vianna de Amorim, presidente da Fermentec
S/A, que falou sobre fermentação.
“Ficou muito clara a necessidade
de controle dos índices de performance operacional, cuidados na operação agrícola e industrial durante os
painéis realizados nestes dois dias.
As inovações e tecnologias novas
que vêm sendo implementadas são
Outros grandes nomes da indústria
também contribuíram para os demais
debates, tais como: o diretor executivo da LMC, Martin Todd; presidente da AKS Sugar (maior refinaria do
mundo), Jamal Al-Ghurair; diretor da
RCMA Sugar, Jonathan Drake; presidente do Grupo São Martinho, Fábio
Venturelli; diretor executivo da Bioagência, Tarcílo Ricardo Rodrigues;
presidente da Archer Consulting, Arnaldo Correia, entre outros.
Prêmio 40 anos de Etanol
mos receber este prêmio é muito importante por que é um estimulo para a
gente continuar trabalhando por aquilo
que sempre acreditou: o setor sucroenergético”, afirmou.
Em comemoração aos 40 anos do
etanol no Brasil, com a criação do
PROÁLCOOL (Programa Nacional do
Álcool), personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do biocombustível foram homenageadas com
o “Prêmio 40 anos de Etanol”.
Inédita, a premiação foi uma maneira de comemorar a data na qual foi
tomada a decisão de se promover a
produção e o consumo em larga escala
de etanol combustível no Brasil. Nestas últimas quatro décadas, esta diversificação permitiu relevantes avanços
econômicos, tecnológicos e ambientais.
“Isso aconteceu pelo trabalho e dedicação dos produtores e dos consumidores
que acreditaram na atividade. Agora é
um momento de fazermos um reconhecimento merecido para autoridades que
se destacaram nestes últimos 40 anos”,
afirmou Plinio Nastari, completando
“Desejamos que nossos homenageados
continuem servindo de exemplo e referência a avanços futuros do setor”.
Manoel Ortolan, presidente
da Canaoeste e ORPLANA
fornecedores e usinas”. Para o executivo, o reconhecimento foi relevante.
“Neste momento difícil que atravessa-
Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e ORPLANA, foi um dos homenageados e recebeu o prêmio como
“Líder do setor produtor de cana-de-açúcar e promotor da integração entre
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Ortolan ressaltou ainda que o prêmio
pode ser entendido como o reconhecimento da contribuição que o trabalho
dos produtores de cana-de-açúcar, das
associações de produtores de cana, da
própria ORPLANA vem fazendo ao
longo dos anos em prol da cadeia produtiva canavieira. “Com certeza, a homenagem deixa a todos orgulhosos e
felizes por fazer parte do rol de pessoas
que fizeram e fazem parte da história do
PROÁLCOOL e de outras conquistas
conseguidas até os dias atuais. Certa-
Plínio Nastari também foi homenageado
47
mente será um impulso para seguir em
frente, lutando para que o segmento tenha mais presença de mercado, ajudando a solucionar os problemas ambientais, grande foco atual, e contribuindo
para o bem-estar de todos”, concluiu.
Na ocasião foram homenageados
também: Alfred Szwarc; Antonio Cesar
Salibe; Antonio Delfim Neto, Cicero
Junqueira Franco; Eduardo de Carvalho; Fernando de La Riva Averhoff;
Gabriel Murgel; Gyorgy Böhm; Henry Joseph Jr; Homero de Arruda Filho;
Ismael Perina; Jairo Balbo; João Gui-
lherme Ometto; José Carlos Maranhão;
José Goldemberg; Lamartine Navarro
Jr; Leontino Balbo Jr; Luiz Antonio
Ribeiro Pinto; Luiz Gonzaga Bertelli;
Maurilio Biagi; Maurilio Biagi Filho;
Paulo Saldiva; Roberto de Rezende;
Rubens Ometto Melo; Shigeaki Veki; e
Werther Annicchino.
Ao final, aclamado pelos homenageados e pelo público o presidente da DATAGRO, Plínio Nastari foi agraciado,
de surpresa, com a medalha do Prêmio
40 Anos de Etanol, somando-se aos demais 27 laureados.
“Nós tivemos a oportunidade durante este evento, não só de comemorar os 15 anos da nossa conferência, mas também de celebrar os 40
anos da diversificação do etanol aqui
no Brasil. Tivemos a oportunidade de reconhecer 27 personalidades
extraordinárias que se destacaram
nestes 40 anos, pela sua contribuição
para as conquistas que foram realizadas e nós agradecemos e ficamos
muito gratificados pela oportunidade
de poder fazer este reconhecimento e
também pela homenagem recebida”,
finalizou Nastari.
DATAGRO prevê redução de moagem na safra 2016/17
Segundo estimativa da consultoria, serão processados entre 610 a 630 milhões de toneladas durante o
próximo ciclo, que se inicia oficialmente em abril
A DATAGRO estima que as unidades do país devem moer de 610 a 630
milhões de toneladas de cana na safra
2016/17, que se inicia oficialmente em
abril. A previsão foi divulgada durante
coletiva de imprensa coordenada pelo
presidente da consultoria, Plínio Nastari, na primeira semana de janeiro/16.
Segundo o executivo, a safra será
mais alcooleira. “Isto foi previsto, já
que 58,89% do ATR da cana foi destinado para a produção de etanol. Além
disso, o consumo de hidratado aumentou 40,1% de janeiro a novembro de
2015 em relação ao mesmo período de
2014”, elucidou.
Com menos produção de açúcar, as
exportações da commodity foram a menor em cinco anos: 24 bilhões de toneladas, o que contribuiu para aumentar
o deficit mundial de açúcar, agora em
3,87 milhões de toneladas. "Para a safra
2016/17, há perspectivas de aumento nas
exportações da commodity brasileira para
a China, já que haverá uma queda de produção no país asiático", afirmou Nastari.
Conforme dados apresentados, a produção de açúcar deve ficar entre 33,5 a
34,5 milhões de toneladas e a de etanol,
de 28 a 28,6 bilhões de litros. Nastari
disse ainda que a safra 2016/17 terá de
35 a 37 milhões de toneladas de cana
bisada no Centro-Sul devido às chuvas.
Só para ter uma ideia, um levantamento
feito pela consultoria mostrou que até o
dia 31 de dezembro de 2015, as usinas
perderam 49,5 dias de moagem por cau-
sa do tempo, contra 41,7 do ano retrasado. Devido ao período extenso de chuvas, 45 unidades produtoras na região
Centro-Sul ainda estão moendo. No
acumulado até o dia 16 de dezembro
de 2015, a moagem chegou a 581 milhões de toneladas de cana. A estimativa da DATAGRO é que na segunda
quinzena do mês passado, a quantidade de cana esmagada tenha ficado entre 12 a 13 milhões de toneladas. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
48
Destaque III
60 anos da república de Jacarepaguá é
comemorado com evento
Alunos e ex-alunos da ESALQ/USP reúnem especialistas para discutir os desafios do agronegócio
Andréia Vital
A realização do I Simpósio Desafios
do Agronegócio ocorrida recentemente
em Piracicaba-SP teve um motivo mais
do que especial para um grupo de ex-alunos e alunos da ESALQ/USP. É que
o evento, que abordou temas como os
desafios da produção sustentável, das
instituições e do futuro profissional,
logística e mercado, marcou a comemoração dos 60 anos da Jacarepaguá,
uma das mais tradicionais repúblicas da
cidade piracicabana.
“A Jacarepaguá é uma república
muito tradicional de Piracicaba e ainda
está em atividade depois de 60 anos. Todos os anos nos reunimos com nossos
familiares para comemorar e relembrar
o passado, é muito bom”, contou Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e
Orplana, que foi um dos moradores da
república entre os anos de 1966 e 1969.
Segundo ele, além do encontro interno, é praxe a realização de um evento
maior, como o ocorrido na ocasião,
reunindo diversas gerações do agronegócio para discutir os rumos que o setor
está tomando no país e no mundo.
“Com a chegada dos 60 anos da
república, queríamos trazer o debate
de fora para dentro da universidade,
Prof. da Esalq Fernando
Campos Mendonça
Engenheiro Agrônomo
Cristiano Walter Simon, Esalq
além de oferecer suporte para o aluno
e para o profissional, para que os desafios não sejam grandes o suficiente
e que eles consigam enfrentar a situação no mercado”, explicou o estudante
Gustavo Bernardo de Andrade, um dos
atuais moradores da Jacarepaguá. Além
da república, a organização do evento
contou com o apoio do Departamento
de Engenharia de Biossistemas, com
coordenação do prof. Fernando Campos Mendonça, sendo presidido pelo
engenheiro Agrônomo Cristiano Walter
Simon, ambos da ESALQ.
Especialistas debateram o futuro do agronegócio
Manoel Ortolan,
presidente da Canaoeste e Orplana
Estudantes, profissionais e autoridades do agronegócio lotaram o Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia da Escola Superior de Agricultura da ESALQ
para abordar os temas mais discutidos
no cenário da agricultura nacional, tais
como produção sustentável, a correta
utilização da água, entendimento do
clima, o domínio do mercado e logísti-
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
ca, assim como a compreensão sobre os
próximos passos das instituições para
lidar com esses desafios e fortalecer os
atuais e futuros profissionais da área.
O ex-ministro da Agricultura e atual
coordenador de Agronegócio da FGV
(Fundação Getúlio Vargas), Roberto
Rodrigues, abriu os debates do dia e
49
logística e estrutura, política de renda
para o campo, investimentos em tecnologia, defesa sanitária, entre outros”,
elucidou Rodrigues.
Roberto Rodrigues, ex-ministro da
Agricultura e atual coordenador de
Agronegócio da FGV
ressaltou que, embora o agronegócio
represente ¼ do PIB do país, 1/3 dos
empregos e é responsável pelo saldo
comercial, não tem o respaldo político
correspondente ao valor econômico-social que tem, sendo necessária uma
melhor comunicação destacando a sua
Luíz Gustavo Nussio, diretor da ESALQ
importância para que as estratégias sejam adequadas e posicione o Brasil no
patamar que merece estar. “O Brasil
tem tudo para ser um campeão mundial da segurança alimentar e aqui salientamos quais são os desafios enfrentados pelo setor como a falta de uma
estratégia para alguns setores, como
Para o professor Luíz Gustavo Nussio, diretor da ESALQ, o agronegócio
tem suportado e carregado o Brasil.
“Cabe à instituição gerar conhecimento
e pessoal que possam ir à frente e fazer
essa agricultura andar num ritmo maior
do que atualmente e estou muito animado com a perspectiva de poder inserir a
ESALQ nesse grande plano de expansão do agronegócio”, alegou durante
sua fala no primeiro painel do simpósio, que contou ainda com a participação do engenheiro agrônomo, Cristiano
Walter Simon e do estudante Gustavo
Bernardo de Andrade.
Os desafios da produção sustentável
“A agricultura é dentre as atividades econômicas a mais afetada pelas
condições de tempo/clima, as quais
são responsáveis por cerca de 80% da
variabilidade interanual da produção
agrícola no mundo”, explicou o professor Paulo Sentelhas (ESALQ), durante o painel que tratou dos desafios
da produção sustentável.
De acordo com ele, além do efeito
direto na produtividade das culturas,
o clima e sua variabilidade interanual
e sazonal definem o sistema agrícola,
o manejo das culturas e a escolha das
espécies/culturas, a qualidade dos produtos agrícolas, entre outros aspectos.
“A nossa habilidade é saber se adaptar
a cada mudança, dentro deste conceito, temos que pensar em se adaptar”,
alertou ele, lembrando que a pesquisa
agropecuária brasileira já vem fazendo
isso no intuito de tornar a agricultura
cada vez mais eficiente, independentemente do cenário de clima.
As medidas de adaptação das culturas às mudanças climáticas podem ser
classificadas em: medidas de menor
impacto no custo de produção, com
o uso de cultivares tolerantes à seca
e altas temperaturas; com ajustes da
população de plantas e das épocas de
semeadura. Ou com medidas de maior
impacto no custo de produção, tais
como preparo profundo dos solos, uso
de autotranspirantes, irrigação, agricultura de precisão, etc. “A combinação dessas medidas, caso as mudanças
do clima venham a se confirmar, levará
a uma agricultura de maior sustentabilidade, porém com maiores investimentos em tecnologia”, finalizou.
detectar os sinais do futuro e começar a fazer a lição de casa já. “Este é
o nosso grande desafio. O Brasil tem
pouca memória, a gente não se prepara para as coisas porque não acredita, porque não tem organização para
isso”, afirmou ele, ao dizer que muitas mudanças estão ocorrendo e o país
tem que se atentar e ter um papel de
protagonista nos negócios, na formação de recursos humanos e no desenvolvimento das tecnologias.
O ex-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, alertou que é necessário
Emiliano Graziano, gerente de
Sustentabilidade da BASF
Professor Paulo Sentelhas (ESALQ)
Silvio Crestana,
ex-presidente da Embrapa
Já o coordenador do painel, Emiliano Graziano, gerente de Sustentabilidade da BASF South América,
lembrou que o Brasil está credenciado
para a questão da adaptação e das mudanças porque aqui já foi feito muita
coisa que nos orienta a avançar nesta
direção. Participou ainda deste painel,
o professor Fernando Campos Mendonça, da ESALQ.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
50
Destaque III
Desafios das instituições e do futuro profissional
Luís Carlos Corrêa Carvalho,
presidente da ABAG
Laércio Giampani, presidente da
Syngenta no Brasil
Angelo Petto Neto,
do presidente AEASP
“Abordar, debater e esclarecer dúvidas de temas sensíveis da agricultura
em eventos como este são de extrema
importância para toda a cadeia e se tornem mais uma ferramenta para o crescimento das empresas e profissionais
do ramo e principalmente na evolução
e fortalecimento do agronegócio”, destacou Luís Carlos Corrêa Carvalho,
presidente da (ABAG) Associação
Brasileira do Agronegócio, ao falar sobre os desafios das instituições sobre a
contratação de profissionais, a importância de se formar líderes e qualificação. “Estamos vivendo uma nova grande mudança na qual, nós, engenheiros
agrônomos, teremos uma participação
muito importante. Esta nova realidade
vai requerer profissionais que tenham
uma visão do agro global, tem que ter
um domínio da operação de algoritmos,
ter modelos para deslumbrar o futuro
ou traçar metas e chegar a elas de uma
forma competitiva, integrar sistemas e
saber utilizá-los, ou seja, ter a visão da
catedral integrando os vários sistemas e
ter uma visão muito clara da questão de
custo e da produtividade”, alertou.
Ao responder como funciona o processo de admissão de novos funcionários na Syngenta, Giampani pontuou
que antes do conhecimento técnico, o
caráter de cada um é levado em conta
para confirmar a contratação. “Você não
será contratado pelo conhecimento técnico que teve na universidade, seguramente não. É uma combinação de como
o candidato é como pessoa, de onde
veio, que referências tem, o que fez na
vida, com que cenários e ambientes já
viveu, quem é sua família. Tudo isso
vale mais no momento da contratação
do que o conhecimento técnico que o
candidato tem. A partir daí, tem a entrega, tem performance, as habilidades,
aquelas que são natas, que vieram com
a pessoa e aquelas que são aprendidas
desenvolvidas, trabalhadas, a partir do
momento que o candidato entra. Então
são dois mundos, um mundo para entrar, e um mundo para estar” explicou,
pontuando ainda que a competição para
ingressar em uma empresa como a Syngenta é maior do que entrar na ESALQ,
por exemplo, que tem em média 10 candidatos por vaga a cada vestibular, sendo que no último processo de recrutamento da empresa, quando contrataram
12 engenheiros agrônomos, a disputa
foi de 37 por cada vaga, essas somente
concorridas por alunos da instituição.
Opinião compartilhada com Laércio
Giampani, presidente da Syngenta no
Brasil. “A competitividade que existe dentro do setor exige que você seja
rápido, que seja preparado com as melhores análises para dar, para suportar e
para tomar a melhor decisão, que saiba
fazer uma boa negociação. É desse profissional que precisamos e que buscamos”, afirmou.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Outro palestrante, Angelo Petto
Neto, do presidente AEASP (Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo) abordou o associativismo dentro da carreira do engenheiro
agrônomo ao encerrar painel.
51
Desafios de logística e mercado
José Vicente Caixeta Filho, prof. titular
do Depto de Economia, Administração e
Sociologia da ESALQ
Ao falar sobre os entraves da logística no agronegócio, José Vicente
Caixeta Filho, prof. titular do Depto
de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ, fez referência da
lógica da logística, pontuou o porquê
da prevalência do modal rodoviário
e das mudanças lentas que revertem
este cenário.
“A nossa matriz de transporte é desequilibrada porque existe uma participação muito expressiva do transporte rodoviário, que se por um lado
traz a vantagem de flexibilidade, é o
transporte mais caro, então sim, precisamos construir mais ferrovia, precisamos usar mais a hidrovia, precisamos
ter mais armazéns, precisamos investir
mais no porto, mas tudo isso leva tempo. É muito improvável a tal da reversão da matriz de transporte acontecer
em um período inferior a 15 anos, são
200 mil quilômetros de estradas pavimentadas contra menos de 30 mil quilômetros de ferrovias, se a gente for
incluir as não pavimentadas batem 1
milhão”, exemplificou.
Segundo ele, dependendo da carga,
do instante de tempo, da região em si,
produtora ou de destino, existem despesas logísticas que podem impactar por
demais aquele agronegócio específico.
“Há situações em que o peso das despesas logísticas chega a superar o 50%
do valor final do produto, o que é muita
coisa”, diz ele, constatando a morosidade em relação a gestão dos projetos
logísticos que precisam ser implementados no país, embora tenha algumas
ações sendo feitas neste sentido.
Victor Abou Nehmi Filho,
diretor da Sparta
José Stamato Neto, assessor de
investimento do Banco Tokyo Mitsubishi
O professor ressaltou ainda que os
avanços neste segmento vão depender
fundamentalmente da desburocratização dos processos e até mesmo da eliminação de certas questões até de caráter ético. Também citou as licitações
do segmento que são feitas no Brasil
em que as questões ambientais ganham
uma dimensão cada vez mais relevante.
negócio”. Já Stamato Neto destacou os entraves que espantam investidores no país,
tais como custo Brasil e insegurança jurídica, entre outros.
Os ex-moradores da república de Jacarepaguá, Victor Abou Nehmi Filho, diretor
da Sparta e José Stamato Neto, assessor de
investimento do Banco Tokyo Mitsubishi,
abordaram temas como o Brasil no Mercado Internacional e as Perspectivas de investimentos durante o último painel do dia
que teve como moderador o diretor-fundador da Scot Consultoria Alcides Torres.
Nehmi Filho ressaltou a importância de se
agregar valor ao Brasil “É importante pensar em produtividade, mas se estivermos
agregando valor, a gente tem muito mais
estabilidade na renda e no controle dos
fluxos de produto e dá para ganhar muito
dinheiro. Agregar valor pode ser um bom
“Há um otimismo no geral, todos sabemos que o mundo vai precisar mais do
Brasil na área de alimentos e nós temos
um avanço tecnológico que nos credencia
a ampliar as ambições de participações
no cenário mundial”, afirmou Roberto
Rodrigues, ao finalizar o simpósio, mas
ponderou que é preciso ter interesse do
governo brasileiro neste sentido. “Estamos todos otimistas, mas não podemos
ser inocentes, é preciso trabalhar para que
as coisas aconteçam. É preciso ter amor
por este país, acreditar que temos todas as
condições para crescer, inovar com tecnologia, reduzir a burocracia, a corrupção,
agregar valor, negociar melhor, colocar o
Brasil como agente, como sujeito e não
como objeto do negócio e acreditar nisso,
pois se não lutarmos, o trem vai passar
mais uma vez e vamos ficar olhando”, finalizou o ex-ministro da agricultura. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
52
Destaque IV
Expectativas otimistas para o setor
sucroenergético
Grupo IDEA encerra o último evento de 2015 em clima de otimismo
Fernanda Clariano com informações da assessoria
P
ara encerrar o ciclo de eventos
promovidos em Ribeirão Preto-SP pelo Grupo IDEA e fechar
2015, ano que marcou a comemoração
dos 20 anos da empresa com chave de
ouro, a consultoria realizou o 14º Seminário de Produtividade & Redução de
Custos. O evento ocorreu em dezembro
no Centro de Convenções e reuniu mais
de 350 participantes, dentre eles especialistas, profissionais da cadeia sucroenergética, empresas e agrônomos, que
na oportunidade fizeram uma análise
ampla do setor sucroenergético e também discutiram as perspectivas e os desafios para a próxima safra a partir de
palestras variadas, onde foram abordados: os dados mais atuais de custos para
a produção de cana, etanol e açúcar; as
possíveis grandes mudanças que estão
por vir nos mercados interno e externo;
apresentações de como as empresas estão alcançando sucesso com o aperfeiçoamento de seus procedimentos; novas tecnologias de adubação que estão
dando excelentes retornos financeiros;
onde e como proceder para recuperar
o ATR perdido, dentre outros assuntos.
Alguns especialistas que palestraram
no seminário apresentaram sinais claros
de que a recuperação do setor sucroenergético brasileiro está em curso, depois de sete anos seguidos de crise.
Em discurso, o diretor do Grupo
IDEA, Dib Nunes, afirmou que o setor, mesmo em crise, não reduziu sua
capacidade de moagem, sendo que sua
produção continua em altos patamares. Segundo ele, esse é primeiro passo
rumo à retomada. Mas a recuperação
deve acontecer de forma gradativa. O
empresário também fez uma análise da
atual situação do setor sucroenergético,
que, segundo ele, tem se recuperado e
já mostra que tem um bom futuro pela
frente. “Já estimamos um deficit de 4
milhões de toneladas de açúcar no mer-
Dib Nunes,
diretor do Grupo IDEA
Francisco Oscar Louro Fernandes,
consultor da Sucrotec
cado internacional, o que empurrará as
cotações para cima. Vimos que o setor
está superando os problemas que enfrentou nos últimos anos por causa do
Governo para buscar uma nova fase,
marcada por bons preços do açúcar e
do etanol e por expectativa de crescimento”, disse o empresário.
Já o trader da Sucden, Eduardo Costa
Carvalho, falou sobre o que se pode esperar para 2016 quanto aos mercados de
açúcar e etanol. A expectativa, segundo
ele, é que haja um deficit no mercado
global de açúcar, depois de cinco anos
de superavit, o que trará pressão altista
sobre os preços da commodity.
O comportamento dos custos na safra 2015/16, em comparação com os
últimos anos, foi analisado pelo consultor da Sucrotec, Francisco Oscar Louro
Fernandes. Para ele, a perspectiva do
ciclo 2016/17 é bastante positiva para
as empresas que conseguirem equacionar as dificuldades de fluxo de caixa e
de capital de giro, problemas que permanecerão na entressafra que se aproxima. “Teremos boa disponibilidade
de matéria-prima e preços mais remuneradores para o próximo ano, mas o
desafio de conter os custos de produção
permanecerá”, afirmou.
Os números da safra comprovam
que já se ensaia uma retomada. Segundo levantamento da Unica (União
da Indústria de Cana-de-Açúcar) até a
primeira quinzena de novembro, 544,5
milhões de toneladas havia sido processado na região, aumento de 1,11% ante
o mesmo período da safra anterior.
Eduardo Costa Carvalho,
trader da Sucden
Antonio de Pádua Rodrigues,
diretor técnico da Unica
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
O diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, apresentou
uma análise da safra 2015/16 e fez projeções para o próximo ciclo. De acordo ele, a oferta de cana em 2016 não
será diferente do registrado na atual sa-
53
fra, fechando entre 630 milhões e 640
milhões de toneladas. “Minha dúvida
fica se vamos conseguir processar toda
essa cana disponível, devido ao fechamento de várias usinas, que impacta a
capacidade instalada, além do baixo
aproveitamento de tempo”, disse Pádua
que ainda afirmou, “as perspectivas do
mercado de açúcar são favoráveis, com
a manutenção da valorização do dólar,
que beneficia as receitas geradas pela
exportação. Para o etanol, a expectativa
é positiva porque o preço da gasolina
não tem nenhuma perspectiva de retração, o que favorece a margem para o
combustível de cana”, disse Pádua.
Marcos Fava Neves,
professor da FEA-RP/USP
Alessandra Durigan, gestora técnica
operacional da Canaoeste
O professor da FEA-RP/USP, Marcos Fava Neves, destacou em sua apresentação o cenário para o setor sucroenergético, com aumento no consumo
interno de etanol. Segundo ele, esta
mudança de cenário para o setor já foi
inclusive percebida pelos negócios realizados na Bolsa de Valores. “As ações
das empresas listadas tiveram seus papéis valorizados em 20%”.
rados relevantes pelos participantes.
“É muito interessan-te participar do
Seminário porque são apresentadas alternativas para a redução de custos de
produção como, por exemplo, a racionalização e otimização da adubação
e também novas tecnologias voltadas
principalmente para a área de nutrição
que podem contribuir para o aumento
das produtividades”, disse a gestora
técnica operacional da Canaoeste, Alessandra Durigan.
Os temas debatidos foram conside-
Desafio CanaMáxima premia os vencedores
O 14º Seminário de Produtividade &
Redução de Custos também foi palco
para a premiação da primeira edição do
Desafio CanaMáxima, promovido pela
Basf e pelo CTC (Centro de Tecnologia
Canavieira) - iniciativa que comprovou
que, utilizando tecnologia de ponta e
aplicando as melhores práticas agrícolas, é possível elevar a produtividade
substancialmente. O CanaMáxima é um
convite ao setor para utilizar o conhecimento e a prática de seus profissionais,
ligados à área de produção. Estimulando
as equipes técnicas das usinas a ousarem em suas ideias, e utilizarem práticas
de cultivo inovadoras que possibilitem
extrair o potencial máximo da cultura,
com sustentabilidade e rentabilidade. O
concurso contou com 39 usinas e grupos
participantes e quatro premiados.
“Nosso objetivo é levar a mensagem de que é possível alcançar o tão
desejado três dígitos em produtividade,
possibilitando a redução no custo por
tonelada produzida, como ocorre em
outras culturas”, enfatizou o gerente de
Marketing de Biotecnologia do CTC
(Centro de Tecnologia Canavieira) Virgílio Vicino. RC
Confira as usinas campeãs do desafio:
Categoria solos desfavoráveis - CTC 15
Umoe Bioenergia (campeã)
Delta Sucroenergia - Unidade Volta
Grande (vice-campeã)
Categoria solos favoráveis - CTC2, CTC4, CTC20
Raízen - Unidade Jataí (campeã)
Araporã Bioenergia (vice-campeã)
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
54
Destaque V
Qualidade da matéria-prima será inferior à
safra passada, diz Canaplan
Previsão foi divulgada durante 2ª reunião da consultoria quando foi feita a reavaliação do ciclo 2015/16
Andréia Vital
O
ciclo 2015/16 da cana-de-açúcar na região Centro-Sul
deverá encerrar com 610 milhões de toneladas, prevê a Consultoria
Canaplan, que fez uma revisão de safra,
durante reunião anual realizada em outubro, em Ribeirão Preto-SP. O volume
representa cerca de 5% acima da moagem da safra 14/15, quando foram processadas 571,3 milhões de toneladas e
confirma moagem recorde de cana, mas
a safra será “pobre” em qualidade, afirma a consultoria.
“Tínhamos uma visão do Centro-Sul
com um potencial de redução de produtividade muito grande devido ao deficit hídrico da safra 2014, mas as chuvas trouxeram importantes mudanças,
transformando a expectativa de uma
Luiz Carlos Corrêa de Carvalho,
diretor da Canaplan
produtividade baixa, em uma produtividade realmente espetacular de novo.
Isso virou o jogo de uma forma impressionante, do ponto de vista de produtividade, mas de qualidade da cana, nem
tanto”, constatou Luiz Carlos Corrêa de
Carvalho (Caio), diretor da Canaplan.
Segundo ele, a queda se deve às chuvas em maior volume na safra 15/16,
assim o ATR (Açúcar Total Renovável)
deve ficar em 131,7 kg/t, ante 145 kg/t
no ciclo passado. Já a produtividade deverá encerrar o período em 82 kg/t, sendo que no ciclo anterior foi de 78 kg/t.
A justificativa, segundo Caio, é que os
canaviais estão mais produtivos, pois
60% deles estão no terceiro corte.
Já a produtividade agroindustrial
deverá ser de 10,8 t ATR/h e o mix de
produção de 41,4% para açúcar (31,7
milhões t) e 58,6% para etanol (27,6 bilhões de litros).
“Há claros sinais de deterioração dos
indicadores-chave da oferta de cana-de-açúcar, contudo a oferta de ATR total
não deve apresentar redução significativa
na safra 2016/17”, esclarece o executivo.
Geração de caixa na veia das empresas
Ao traçar cenários para a economia
em 2016, o economista-chefe da MB
Associados, Sérgio Vale, afirmou durante sua participação na reunião, que
com a saída de Dilma Rousseff da presidência, em 2016, o câmbio chegaria
a R$ 3,00, abrindo espaço para queda
maior da inflação e da taxa de juros
concomitante com aperto fiscal maior.
Já se a presidente permanecer no cargo
até o fim do mandato, a crise cambial
seria mais grave, passando de R$5, com
inflação mais elevada, acima de 6,5% e
juros caindo mais lentamente, com fiscal sem recuperação em 2016.
“A recessão se aprofunda podendo se
estender a 2017. A visão de que a presidente está isolada é irrecuperável, travando qualquer evolução na negociação
de ajustes com o Congresso”, afirmou
ele, constatando que “Se a presidente
sai no começo de 2016, o mercado de
ativos se tranquiliza e melhora números
de 2016. Se o processo se arrasta, 2016
fica perdido e a inflação fica maior pelo
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Sérgio Vale, economista-chefe
da MB Associados
55
efeito permanente do câmbio. Se a presidente fica, a crise se estende até o final
do mandato”, elucidou.
Com relação ao cenário internacional, o economista destacou que alguns
indicadores têm piorado nos EUA,
além disso, o efeito imigração na Europa e a desaceleração na China, com
PIB caminhando para crescer 6%, indica risco de recessão. Afirmou ainda
que a CPMF (Contribuição Provisória
Sobre Movimentação Financeira) não
deverá ser aprovada no governo atual
e que a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) seria
a principal saída para ampliar a arrecadação no curto prazo.
Alexandre Figliolino, diretor de
Agronegócios do Itaú BBA
Já Alexandre Figliolino, diretor de
Agronegócios do Itaú BBA, apresentou uma análise positiva para o setor
sucroenergético, na ocasião. Segundo o executivo, o segmento vai viver,
agora, um momento muito positivo devido a fatores como a recuperação dos
preços do açúcar no mercado mundial,
a desvalorização do real e a questão
dos combustíveis, o que causou uma
mudança de humor e de expectativa,
com a volta de otimismo para a agroindustrial canavieira. “Começamos a fazer projeções do desempenho das empresas com os novos preços, tanto de
etanol, como de açúcar, e observamos
a melhora. É geração de caixa na veia
das empresas”, constatou.
Embora o clima seja mais otimista,
o executivo ponderou que o ciclo de
expansão só retornará a partir de 2018,
pois para acontecer tem que haver bases muitos sólidas para gerar confiança
nos investidores.
“Estamos entrando em um ciclo mais
positivo para o setor, as empresas que
estão razoavelmente bem voltam a respirar, já as com endividamento elevado
enfrentaram dificuldades”, finalizou.
Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência
Durante o encontro, empresas do segmento, tais como BASF, Bayer, DuPont,
GAtec, John Deere e Syngenta apresentaram suas soluções e tecnologias para o
setor. O encontro contou também com
representantes das usinas para debater a
reavaliação da safra 15/16 e as Sombras
da 16/17 e encerrou com painel sobre a
expectativas do mercado internacional
e doméstico de açúcar e etanol, em momento de mudança de cenário com palestra de Martin Todd, executivo da Gareth Forber, LMC International e Tarcilo
Rodrigues, diretor da Bioagência. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
56
Destaque VI
Segurança Jurídica é vital para o campo
Andréia Vital com informações da assessoria
A
nálise sobre os principais entraves jurídicos, legais e ideológicos que impedem o pleno
avanço do agronegócio no Brasil foram
os principais assuntos debatidos durante a realização do 4º Fórum Nacional
de Agronegócio, evento promovido
pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), presidido por João Doria, e LIDE
Agronegócio, liderado pelo ex-ministro
Roberto Rodrigues, recentemente, em
Campinas-SP. Com o tema “O Campo
e a Legalidade: Jurídica, Trabalhista,
Ambiental, Agrária e Biotecnológica”,
o fórum reuniu diversas autoridades e
lideranças do setor.
Moderador do fórum, Roberto Rodrigues explicou que o evento, nas outras
edições, tratou das questões da economia que envolviam o agro, mas infelizmente as “Cartas de Campinas’, geradas
após os debates sobre os problemas que
envolvem o setor e que são enviadas ao
Governo Federal, não têm obtido resultado. "Dado o momento econômico
debatemos desta vez sobre a questão
institucional do agro. Questões que perturbam o setor e que influenciam diretamente na renda", explicou ele, ressaltando a necessidade de garantir a segurança
jurídica para o campo, questão muito
evidenciada durante o encontro.
“Foi ressaltada no encontro a falta
de contato dos Tribunais com a realidade do campo, até mesmo em função de
regras e legislações inconsistentes com
tal realidade”, afirmou o ex-ministro,
dizendo que temas críticos para o bom
andamento do agronegócio foram tratados com rigor na ocasião. “Entre eles,
um destaque foi dado à falta de conhecimento realista sobre os resultados
efetivos da reforma agrária frente aos
custos desse programa bancado pela
sociedade brasileira”, afirmou, dizendo
ainda que a necessidade de avanços da
biotecnologia e os resultados do Código Florestal e suas consequências na
importante necessidade de sustentabilidade da produção rural também foram
assuntos no encontro.
“Temas agudos foram tratados com
rigor, tais como, a falta de conhecimento realista dos resultados efetivos da
reforma agrária frente aos custos desse
programa bancado pela sociedade brasileira”, pontou Rodrigues.
Durante sua participação no evento,
o governador de São Paulo, Geraldo Al-
Geraldo Alckmin, governador de São Paulo
ckmin, destacou a importância do agronegócio para o Brasil e ressaltou que o
Governo Estadual tem se empenhado
em fazer ações em prol do agronegócio,
como melhorar a infraestrutura para escoamento da safra com destino ao Porto
de Santos-SP. Citou os investimentos
feitos em relação a defesa sanitária, no
rodoanel e ferroanel e a volta das atividades da hidrovia Tietê-Paraná, entre
outras iniciativas.
Visão jurídica
Na palestra do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que teve como tema “Como o Judiciário vê o Agro no Brasil”, pontos que
geram distorções e insegurança jurídica
no campo mereceram destaque.
Ex-ministro Roberto Rodrigues
Questões como as demarcações de terras para indígenas, as regras sobre trabalho
análogo, a condição de escravo e áreas
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
destinadas à comunidades de quilombolas acabam aumentando o que se passou a
se chamar de “judicialização” do sistema
judiciário brasileiro. “Temos de trabalhar
fortemente no sentido de desjudicializar
a Justiça”, disse o ministro do STF, completando “Estamos hoje com cerca de 100
milhões de processos em análise nas várias
instâncias. Se nada for feito, vamos chegar
fácil a 200 milhões de processos e isso,
57
apesar de anualmente, julgarmos algo na
casa de 25 milhões processos”, informou.
Mendes ressaltou ainda a importância das entidades ligadas ao agronegócio
acompanhar de perto as indicações e nomeações de juízes, tanto do STF quando
do TST (Tribunal Superior do Trabalho).
“Especialmente nesse último, entendo
que há graves problemas no âmbito da
Justiça do Trabalho. A meu ver, temos
de analisar as demandas trabalhistas
pensando na empregabilidade, pois se
tornarmos essa questão onerosa, teremos
Gilmar Mendes, do STF
problemas no futuro”, comentou.
Ao encerrar sua participação, o ministro disse que estar em um Estado de Direito é ter certeza de que quem bate à porta bem cedinho é o leiteiro e não a polícia.
Participaram deste painel também
Márcio de Freitas, presidente da OCB
(Organização das Cooperativas Brasileiras); Gustavo Diniz Junqueira, presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira) e
Antonio Alvarenga, presidente da SNA
(Sociedade Nacional de Agricultura).
Legislação trabalhista ultrapassada
“O poder judiciário tornou-se uma
fonte de insegurança jurídica porque
passou a adotar o populismo judiciário,
sobretudo na esfera do Direito do Trabalho, o que fez explodir as demandas
trabalhistas”, disse o ex-ministro do
Trabalho e do TST, Almir Pazzianotto
Pinto, durante sua participação no segundo painel do evento, que teve como
tema “Visão trabalhista, biotecnologia,
ambiental e agrária”. Segundo ele, nos
últimos quatro anos as Varas do trabalho pagaram mais de R$ 70 bilhões
a reclamantes em ações trabalhistas.
Além disso, há um volume de R$ 18
bilhões em precatórios em fase final de
julgamento e 2,5 bilhões de sentenças
pendentes. Isso não pode continuar”,
alertou Pazzianotto.
A legislação ultrapassada e desapegada da realidade atual também foi
destacada pelo ex-ministro, afirmando
que o clima no Brasil é de insegurança. “O Brasil não tem vontade de progredir, nos acomodamos no subdesenvolvimento porque não resolvemos as
Almir Pazzianotto Pinto,
ex-ministro do Trabalho e do TST
Segundo painel contou também com a participação da advogada Samanta Pineda,
consultora jurídica da Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional
questões mais prioritárias para permitir
uma atividade econômica sadia, vigorosa, segura e é a insegurança que impede investimentos e destrói empregos”,
constatou ele, citando a morosidade
em definir alguns pleitos, dando como
exemplo a terceirização, que aguarda
uma legislação desde 1986.
“A solução vem pela via política.
2018 está aí, mais perto do que os senhores imaginam. Então nos preparamos para 2018 ou o PT ou algum
aventureiro protelará mais uma vez o
problema”, finalizou.
O segundo painel contou também
com a participação da advogada Samanta Pineda, consultora jurídica da
Frente Parlamentar da Agropecuária no
Congresso Nacional, que iniciou sua palestra lembrando que a atual legislação
brasileira aplicada ao campo é a mais
rigorosa do mundo e que APP (Área de
Proteção Permanente) e Reserva Legal
são instrumentos que só existem aqui.
“Mesmo com todas essas medidas restritivas, o produtor brasileiro conseguiu,
entre 1960 e 2010, ampliar a produção
de grãos em 830%, com um crescimento de apenas 127% na área plantada.
Na pecuária o estoque de gado cresceu
251%, enquanto que a área ocupada por
este gado cresceu só 39%. Isso foi obtido graças a muita tecnologia e empenho
do homem do campo. É óbvio que um
desempenho espetacular como esse despertou atenção dos demais produtores de
alimentos, fibra e energia do mundo”,
observou Samanta.
A consultora jurídica destacou ainda
que a legislação brasileira está descolada da realidade. “Entendo que o atual
Governo tem um discurso ambientalista
hipócrita, na medida em que deixa quebrar usinas que produzem o etanol, um
combustível comprovadamente menos
poluidor, negligencia com os programas
de vistoria em veículos, que poderia reduzir as emissões e que deixa sucatear
as estruturas de fiscalização de órgãos
ambientais”, comentou a palestrante.
Damares Monte, pesquisadora da
Embrapa e especialista em engenharia
genética, falou sobre a potencialidade
da biotecnologia no Brasil e destacou
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
58
tiu Graziano, informando que já foram
assentadas 962 mil famílias. “O ponto
obscuro desse processo, é que não se
sabe o resultado dele. Não se medem
os resultados em termos de produção e
de produtividade desses assentamentos,
nem a qualidade de vida dessas pessoas
e nem quanto custaram todos esses assentamentos”, comentou.
Damares Monte, pesquisadora da Embrapa
e especialista em engenharia genética
Xico Graziano, ex-secretário do Meio
Ambiente de São Paulo
que existe uma percepção pública negativa sobre os organismos geneticamente
modificados. “As pessoas, sobretudo
nos centros urbanos, têm dificuldades
em entender os benefícios dos avanços.
Talvez por não compreenderem direito
as enormes dificuldades de se conseguir
produzir alimentos, elas fazem um julgamento equivocado da questão. Entendo que, nesse caso, um empenho maior
em esclarecer, via educação, seria uma
forma de contornar esse conceito equivocado”, disse a palestrante.
Fechando o painel, o ex-secretário
do Meio Ambiente de São Paulo, Xico
Graziano, tratou da questão agrária e
fez um apanhado dos assentamentos de
reforma agrária promovidos pelo Governo brasileiro nos últimos anos. “O
Brasil já fez a maior reforma agrária
jamais executada no mundo”, garan-
Outro ponto questionado por Graziano
é em relação a notícias sobre negociações
que são feitas com essas terras. “Mas o
mais grave é que o Ministério do Desenvolvimento Agrário firmou, de 2003 a
2014, nada menos que 1.424 convênios
com ONGs, que implicaram no repasse
de R$ 2,7 bilhões para realização de ações
sociais que não são fiscalizadas ou auditadas. Essa é uma das grandes deformações
do processo de reforma agrária. São recursos públicos que não são investigados
se estão realmente sendo aplicados onde
devia”, finalizou Graziano.
Visão parlamentar
O senador Ronaldo Caiado abriu os
debates do terceiro painel do dia e enfatizou as preocupações em relação ao
acirramento da disputa por terras entre
produtores rurais e índios. “O Governo
Federal, por meio de órgãos como Incra
e Funai, está organizando uma verdadeira máquina de invasões, utilizando
como instrumentos ONGs e o MST”,
afirmou o senador.
O parlamentar esclareceu que, apesar de haver atualmente no Brasil 113
milhões de hectares de terras demarcadas para uso de comunidades indígenas,
a Funai, o Conselho Indígena Missionário e alguns integrantes do Ministério
Senador Ronaldo Caiado
Público Federal reivindicam ainda outros 113 milhões de hectares e existem
cerca de 600 processos demarcatórios
em andamento. “Nesse caso, ocorre
algo totalmente contrário à Constituição, uma vez que o Artigo 67 da Carta
Magna determina que a demarcação de
terras indígenas deveria ocorrer somente 5 anos após a promulgação da Constituição de 1988. No entanto, passados
12 anos após o término da determinação constitucional, ainda presenciamos
expropriações de terras produtivas”,
alegou Caiado.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Ao discursar, o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo,
Arnaldo Jardim, reforçou a iniciativa
do Governo Paulista na implantação de
um plano de defesa sanitária, comentado durante a participação do governador Geraldo Alckmin. “A defesa sanitária dispõe novos desafios no momento
em que o mundo precisa disso como
questão fundamental até para mesmo
no contexto da exportação”, afirmou.
Além de Caiado e Jardim, participaram desse painel final os deputados
59
federais Marcos Montes (PSD-MG)
e Carlos Melles (DEM-MG) e o presidente da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo, Fernando Capez.
Todos foram unânimes em salientar os
aspectos apontados pelos demais participantes do Fórum sobre a insegurança
jurídica que afeta o agronegócio. Capez
instigou o LIDE a organizar um grupo
de notáveis para discutir saídas para a
atual crise brasileira. “No caso do LIDE
Agronegócios, nós já fazemos isso com
regularidade, quando reunimos grupos
de 60 a 80 pessoas, em pequenos seminários, nos quais os graves problemas
do setor são analisados em detalhe”,
comentou João Doria.
Ao finalizar o fórum, o ex-ministro
Roberto Rodrigues apresentou o Legado do Fórum, no qual o ponto principal
mostra que é essencial para o avanço do
Brasil que se tenham legislações e regras
que garantam a segurança jurídica à Nação. “Até mesmo a possibilidade da revisão da Constituição de 1988 deve ser revisitada no interesse de toda a sociedade.
João Doria, Cláudia Tonielo e Arnaldo Jardim destacaram a importância dos debates
Aqui entram a preservação do Estado de
Direito, garantido o direito de propriedade, a desideologização dos Tribunais do
Trabalho, uma nova Legislação com uma
Agenda Político Partidária com ampla
participação da sociedade civil organizada, cuidando até mesmo de eventuais
Empresas e entidades são premiadas
abusos de autoridade”, disse Rodrigues,
afirmando ainda que ficou clara a necessidade de legislar sobre a sustentabilidade
produtiva em temas como o Pagamento
por Serviços Ambientais e avanços na
biotecnologia alinhados com os interesses da sociedade toda.
Pesquisa mostra
insatisfação
No final do evento, diversas empresas e entidades setoriais da cadeia do agronegócio foram homenageadas pela sua atuação no mercado. Na área de defensivos,
foram premiadas a ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal); a ANDAV
(Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários); e o
INPEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias). No segmento de fertilizantes, as empresas premiadas foram a Mosaic e Yara, na de implementos agrícolas, a Jacto, Jumil e Marchesan. No setor de sementes, recebem o prêmio
a Monsanto, Du Pont Pioneer e Syngenta; e no de tratores as montadorasAGCO,
CHN e SANY do Brasil.
Durante o fórum foi feita pesquisa
com os participantes que constatou pessimismo no setor. Conduzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a sondagem, denominada “Índice LIDE–FGV
de Clima do Agronegócio”, e que levou
em conta componentes relacionadas a
Governo, negócios e lucro, variando
de zero a 10, ficou em 2,8. Em relação
ao tema que mais preocupa o agronegócio atualmente, 47% dos empresários
consideraram que é a legislação trabalhista, 20% afirmaram ser a legislação
ambiental, 17% o avanço tecnológico e
16% a questão fundiária. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
60
Informações Climáticas
Chuvas de dezembro &
previsões de janeiro a março de 2016
Quadro 1: Chuvas anotadas durante o mês de dezembro de 2015.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Consultor
A média das chuvas de dezembro de 2015
(243m) foi exatamente igual a da média histórica (243mm) e acima da média do mês de dezembro de 2014 (194mm). Merece destacar os
menores volumes de chuvas registrados na faixa
entre Cajobi/Severínia-Faz. Monte Verde, Bebedouro-EECB, Pitangueiras-Andrade e CFM e,
também, Biosev-Santa Elisa.
O
s mapas A1 e A2, a seguir,
ilustram interessantes semelhanças em dezembro de 2014
e de 2015, quais sejam: faixas centrais
Norte-Sul do estado de São Paulo que
mostraram menores volumes de chuvas
em dezembro destes dois anos. Se bem
que, em 2014 (mapa A1), menores chuvas (100mm a 50mm) foram, também,
anotadas em larga área Sudoeste do Estado. Nas demais áreas sucroenergéticas de São Paulo, os volumes de chuvas
em dezembro destes dois anos também
se assemelharam (200 a 300mm).
Os artigos mensais de Informações
Setoriais (Climáticas) contam com o
trabalho diário das anotações de chuvas dos Escritórios Regionais e, neste
mês, foram condensados em Morro
Mapa A1
Agudo e Pitangueiras. Estes dados são
disponibilizados diariamente pelo site
Canaoeste e, as suas médias mensais e
as normais climáticas, são também aqui
apresentadas no Quadro 2.
Os dados do Quadro 2 mostram, no
destaque do canto inferior direito, as
expressivas diferenças observadas entre
os totais dos meses de janeiro a dezembro de 2015, 2014 e 2013. Observa-se
que o acumulado das médias mensais
das chuvas em 2015 está quase 300mm
menor que a de 2013 (devendo-se, quase que somente, às menores chuvas de
janeiro), e quase uma vez e meia maior
que a de 2014. As normais climáticas
(1.544mm, em 2013; 1.445mm, em
2014 e 1.433mm em 2015) se mostram
diferentes face as ponderações das méMapa A2
dias históricas (normais climáticas) observadas nestes três anos.
Nos mapas B1 (2014) e B2 (2015)
são apresentados e discutidos os comparativos de distribuição das chuvas entre
os meses de dezembro destes dois anos,
nos principais estados sucroenergéticos
da Região Centro-Sul do Brasil, exceto
para o estado de São Paulo, que já foi
mostrado e discutido nos mapas A1 e
A2. Na região do Triângulo Mineiro
pode-se notar poucas diferenças de distribuições de chuvas entre dezembro de
2014 e 2015. As áreas sucroenergéticas
do Centro-Sul do Mato Grosso do Sul
e quase toda do Paraná (exceto a faixa
Bandeirantes/Jacarezinho a São Bento
do Ivaí) tiveram menores volumes de
chuvas em 2014 que em 2015. As regiões canavieiras de Goiás e Mato Grosso
foram, em dezembro de 2015, mais beneficiadas em chuvas que em 2014.
Para planejamentos próximo-futuros,
a Canaoeste resume o prognóstico de
consenso entre o Instituto Nacional de
Meteorologia e o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais para os meses de janeiro a março de 2016, como descrito a
seguir e ilustrado no Mapa 3 abaixo:
• Nestes meses, as temperaturas tendem a ser acima das respectivas normais climáticas para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, já na Região
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
61
Quadro 2:- Chuvas mensais de janeiro a dezembro de 2013, 2014 e 2015 anotadas pelos
Escritórios Regionais; bem como, as respectivas médias mensais e normais climáticas.
Mapa 3:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico
de Consenso entre INMET-INPE para janeiro a
março de 2016
OBS:- Normais climáticas (ou médias históricas de 10-15 anos ou mais) correspondem as
dos locais enumerados de 1 a 10 e mais a do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto.
Mapa B1
Sul, poderão prevalecer temperaturas
médias próximas das normais climáticas locais;
• Pelo consenso climático INMET-INPE, as chuvas poderão ocorrer com
iguais probabilidades para as três categorias (acima, próxima e abaixo das
normais climáticas) em todas as áreas
assinaladas em cinza; enquanto que
prevalecem previsões de chuvas acima
das respectivas normais climáticas na
área verde do Mapa.
• Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas
das chuvas em Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 270mm em ja-
Mapa B2
neiro, 215mm em fevereiro e 165mm
em março.
• Os modelos climáticos empregados pela SOMAR Meteorologia prevê
para a Grande Região de Ribeirão Preto, e alguns comentários para o Centro-Sul do Brasil, que:
1) Em janeiro, as chuvas tendem a diminuir a partir do dia 17 (domingo), de 17
a 23 de janeiro as chuvas tenderão a ser
mais esparsas e de menores volumes. Volta a chover a partir de 26-27, se bem que
com menores volumes e intensidades;
2) Para fevereiro, durante a primeira quinzena, preveem-se chuvas mais
frequentes e intensas no Centro-Sul do
Mato Grosso do Sul, Centro Norte do
Paraná e Sudoeste de São Paulo. Na
segunda quinzena ocorrerão chuvas de
100 a 200mm e mais constantes em
toda Região Centro-Sul do Brasil;
3) Em março, como mais distante
e sujeita a alterações, poderão ocorrer
chuvas mais frequentes durante a primeira quinzena do mês;
4) Quanto ao El Niño, prevê-se tendência de redução gradativa de seus
efeitos ao longo do verão e meados de
outono de 2016.
A Canaoeste recomenda, ainda e em
função das chuvas de dezembro e janeiro, especial atenção aos produtores
de cana sobre incidências de cigarrinha
das raízes que poderão ser mais frequentes. Se foram deixadas áreas remanescentes de cana para a próxima safra,
o monitoramento e controle desta praga
exigirão, ainda, muito mais atenção.
Caso contrário, correm riscos de grandes perdas em qualidade e produtividade para a próxima colheita.
Estes prognósticos serão revisados
nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes
serão noticiados em
www.canaoeste.com.br
www.revistacanavieros.com.br
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos mais próximos ou através do
Fale Conosco Canaoeste. RC
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
62
Safra
Acompanhamento da safra 2015/2016
E
ste trabalho tem como objetivo apresentar
os dados obtidos quinzenalmente na safra
2015/2016, em comparação com os obtidos na safra 2014/2015.
A Tabela 1 contém o ATR médio acumulado
(kg/tonelada) desta safra 2015/2016, em comparação com o obtido na safra 2014/2015, sendo
que o ATR desta safra ficou 7,5 Kg abaixo do
obtido na safra anterior.
Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos
fornecedores de cana da Canaoeste das safras 2014/2015e 2015/2016
Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana
da Canaoeste, na safra 2014/2015.
Thiago de Andrade Silva
Gerente de Planejamento, Controle,
Topografia e T.I. da Canaoeste
As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da
qualidade tecnológica da matéria-prima
nas safras 2014/2015 e 2015/2016.
O Gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra 2015/2016
em comparação com a safra 2014/2015.
O BRIX do caldo da safra 2015/2016
ficou bem abaixo em relação ao da safra
2014/2015 durante todo o período, com
menor acentuação no mês de agosto.
Na média, o BRIX do caldo obtido nesta safra está 5,4% inferior ao da safra
2014/2015.
Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de
cana da Canaoeste, na safra 2015/2016
O Gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra 2015/2016
em comparação com a safra 2014/2015.
Pode-se observar que a POL do caldo apresentou o mesmo comportamento do BRIX do Caldo, sendo que na
média, nesta safra de 2015/2016, a POL
do caldo está 5,6% inferior a da safra
2014/2015.
O Gráfico 3 contém o comportamento da pureza do caldo na safra
2015/2016 em compara-ção com a safra
2014/2015.
A Pureza do caldo da safra 2015/2016
ficou muito abaixo da obtida na Safra
2014/2015 durante todo o período, com
acentuação na segunda quinzena de
abril, exceto a partir da segunda quinzena de junho que ficou equiparado.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
63
Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2015/2016 e 2014/2015
Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015
O Gráfico 4 contém o comportamento da Fibra da cana na safra 2015/2016
em comparação com a safra 2014/2015.
A Fibra da cana na safra 2015/2016
ficou muito abaixo daquela obtida na
safra 2014/2015 no mês de abril e com
menor acentuação na segunda quinzena
de julho, primeira quinzena de agosto,
no mês de setembro e no mês de outubro e pouco abaixo no mês de maio, na
segunda quinzena de junho, na primeira
quinzena de julho e na segunda quinzena
de agosto, igualando na primeira quinzena de junho, ficando na média 0,5%
inferior à observada na safra 2014/2015.
O Gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra 2015/2016
em comparação com a safra 2014/2015.
A POL da safra 2015/2016 ficou muito abaixo da obtida na safra
2014/2015 durante todo o período, ficando, nesta safra 5,4% inferior a da
safra 2014/2015.
Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015
O Gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2015/2016 em comparação com a safra 2014/2015.
O ATR, expresso em kg/t de cana na
safra 2015/2016 ficou muito abaixo do
obtido na safra 2014/2015 durante todo
o período apresentando, portanto, um
comportamento semelhante ao da POL
da cana, tendo em vista que a mesma
participa com 90% do ATR. Na média o
teor de ATR desta safra está 5,2% inferior ao da safra anterior.
Gráfico 4 – Comparativo da Fibra da cana
O Gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2015/2016 em
comparação com a safra 2014/2015.
A precipitação pluviométrica média
observada nos meses de fevereiro, março, maio e novembro de 2015 ficaram
muito acima da obtida em 2014, equiparada no mês de janeiro, abaixo nos
meses de abril e julho e pouco acima no
mês de junho, agosto, setembro, outubro e dezembro.
O Gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométriRevista Canavieiros - Janeiro de 2016
64
Safra
Gráfico 5 – POL da cana obtida nas Safras 2015/2016 e 2014/2015
ca acumulada por trimestre na safra
2015/2016 em comparação com a safra
2014/2015.
Em 2015, observa-se um volume de
chuva muito acima no primeiro Trimestre, no segundo Trimestre e em menor
proporção no quarto Trimestre e pouco
acima no terceiro Trimestre, se comparado aos volumes médios de 2014.
Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2015/2016 e 2014/2015
Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2014 e 2015
Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por Trimestre, em 2014 e 2015
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Mesmo com deficit hídrico em relação à média histórica, a precipitação pluviométrica de 2015 ficou muito acima da
verificada em 2014. A safra adentrou ao
mês de janeiro, finalizando em sua maioria até o mês de novembro. Observa-se
que, nessa safra, a produtividade foi próxima em relação a da safra 2014/2015,
apesar do deficit hídrico ocorrido na
safra 2014/2015, que comprometeu o
crescimento vegetativo da matéria-prima para a colheita na safra 2015/2016.
Por outro lado, verificou-se uma queda
na qualidade média, intensificada pelas
chuvas, comparativamente com a safra
2014/2015, fazendo com que o ATR
médio ficasse 5,2% (7,5 kg/t) abaixo do
obtido na safra 2014/2015. RC
65
VENDEM-SE
- Curral de cordoalha, palanques de
aroeira cerrada 15/15, 16 anos de vida,
20m /30m de comprimento, palanques
de 2 em 2 metros em Pereira Barreto-SP.
Tratar com Arnaldo pelo telefone
(16) 9 9962-0247
VENDEM-SE
- Conjunto completo de equipamento para combate a incêndio (tanque do pipa) R$ 35.000,00 Patrol
- máquina moto niveladora, marca
Dresser, modelo 205-c, 1988, revisada, pneus novos, motor novo cumins,
em bom estado, R$ 80.000,00;
- Caminhão Volks 31260, 2006,
com carroceria e carreta reboque Fachini de 2 ei-xos para cana inteira, em
bom estado.
Tratar com Marcos Aurélio Pinatti pelos telefones (17) 3275-3693 ou
(17) 9 9123-1061
VENDE-SE
- 1 caminhão Volvo FM, 2007, com
ar-condicionado, manual, único dono,
de cor branca, com 46.000 km, impecável, revisões feitas em concessionária.
Tratar com Thiago Pelá pelo fone
(16) 3942 2779.
VENDE-SE
Tanque de Expansão de 1.200 litros.
Tratar com Milton Garcia Alves
pelos telefones (16) 3761-2078 ou
(16) 9 9127-8649.
VENDE-SE
Terreno de 2.000 metros em excelente localização. Ótimo para chácara.
Tratar com Antonio Celso Magro
pelo telefone: (16) 9 9211- 1916.
VENDEM-SE
- 01 roçadeira Baldan RD 1700 R$ 5.500,00;
- 01 bazuca com capacidade de
6.000 Kg - R$ 4.000,00;
- 01 Pá carregadeira, modelo 938
GII, ano 2006, série 0938 GERTB,
em bom es-tado de conservação. R$
150.000,00;
- 01 conjunto de irrigação completo com Ferti-Irrigação, filtro de
areia e goteja-dor Uniram Flex 2,31
x 0,70m com +\- 30 mil metros, sem
uso. R$ 52.000,00;
- 01 Trator modelo BH 205, gabinado, completo com ar-condicionado
e hiflow, ano 2010, com 4.241,3 horas
de uso. R$ 120.000,00;
- 01 Trator modelo BH 205, gabinado, completo com ar-condicionado
e hiflow, ano 2010 com 5.356,1 horas
de uso. R$ 120.000,00;
- 01 Compressor, modelo ACC115,
motor 115 HP/84KW, pressão de trabalho 06 BAR, Fad 350 pés cúbicos
por minuto, peso 1950 Kg, acoplado
com carreta. R$ 119.000,00;
- 01 grade niveladora de 48 discos
nvcr. R$ 14.000,00.
Tratar com Furtunato pelos telefones (16) 3242-8540 – 9 9703-3491 ou
[email protected] Prazo a combinar.
VENDEM-SE
- Sítio de 14 alqueires , com APP
e Reserva Legal formadas, excelente
para gado (leite e corte) e piscicultura
(2 minas com 1 milhão de litros/dia,
rio ao fundo e um córrego em um dos
lados), em Descalvado/SP;
- Caminhonete C-10, ano 71, bom
estado de conservação, gasolina.
Tratar com Luciano pelo telefone
(19) 9 9828-3088
VENDEM-SE
02 bombas Jacto Condor de
600 lts - ano 2003, no valor de
R$ 7.000,00 cada.
Tratar com Wilson pelo telefone
(17) 9 9739-2000 - Viradouro SP.
VENDEM-SE
- 01 Perua Kombi ano 1994, cor
branca, pneus em bom estado, gasolina;
- 01 Gol Special 1.0, ano
2002/2003, cor branca, 04 pneus seminovos, 02 portas, álcool;
- 01 Corsa Wind 1.0, ano 2002, cor
branca, pneus em bom estado, 04 portas álcool;
- 01 Perua Kombi, ano 1995, cor
branca, motor em bom estado, pneus
em bom es-tado, gasolina;
- 01 Caminhão D60, ano 1971,
toco, azul, 04 pneus novos, motor
perkins, em bom estado, com carroceria de madeira, diesel.
Tratar com a empresa Limpsert
pelo telefone (16) 3945-9335.
VENDE-SE
Amarok, com ar-condicionado,
direção hidráulica, vidros elétricos,
alarme, trava elétrica 2012/2012, cor
prata, cabine dupla, 4 portas, diesel.
Tratar com Fernando pelos telefones (14) 9 9677-9396 ou
(14) 3441-1722.
VENDEM-SE
- Fazenda no município de Buritizeiro com área de 715 hectares, toda
cercada, 200 ha para desmate, 300 ha
formados, 2 córregos e 1 barragem,
casa, curral, energia elétrica a 400 metros (aguardando instalação), propriedade a 6 km de Buritizeiro (Rio São
Francisco). Valor R$ 2.500.000,00;
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
66
- Sítio em Buritizeiro com área de
76,68 hectares, formado, casa e curral, energia elétrica, cercada a 18 km
de Buritizeiro (Rio São Francisco)
valor R$ 250.000,00.
Tratar com Sérgio pelos telefones (16) 9 9323-9643 (Claro) e
(38) 9 9849-3140 (Vivo).
VENDEM-SE
- Fazenda localizada no município
de São Roque de Minas, com área de
82,7 hectares, contendo: Casa antiga grande, energia elétrica, queijeira, curral coberto, aproximadamente
20.000 pés de café em produção, água
por gravidade, 3 cachoeiras dentro
da propriedade, vista panorâmica do
parque da serra da canastra;
- Eliminador de soqueira usado e
em bom estado.
Tratar
com:
José Antônio
(16) 9 9177-0129.
VENDEM-SE
- Palanques de Aroeira;
- Madeiramento, Vigas, Pranchas,
Tábuas, Porteiras, Moirões e Costaneiras até 3m.
Tratar com Edvaldo pelos telefones (16) 9 9172-4419 (16) 3954-5934
ou pelo e-mail:
[email protected]
VENDEM-SE
- Kombi/09, branca, flex, STD, 9
passageiros, único dono 135.000km,
perfeito estado de conservação;
- Camioneta Silverado 97/98,
prata, banco de couro, diesel, único
dono, bom estado de conservação;
- F.4000 91/92, prata, segundo
dono, MWM, funilaria, pintura e
carroceria reformadas, mecânica em
ordem.
Tratar com Mauro Bueno pelos telefones (16) 3729-2790 ou
(16) 9 8124-1333.
VENDE-SE
Resfriador de leite RF 2000, Tecnofrio, seminovo. Encontra-se na
Fazenda em Sacramento-MG, encerramento da atividade leiteira, pagamento facilitado.
Tratar com Álvaro pelos telefones
(16) 99740-4316 ou (16) 3945-1780.
VENDE-SE
S-10, 2011/2011, cor branca, cabine dupla, executiva, completa,
42.000 km roda-dos, R$ 49.000,00,
conservada.
Tratar com Sr. Anézio (Ducha)
pelos telefones (16) 3945-4167
(16) 9 9627-2479.
VENDE-SE
Chácara com 2.242 m², na região
de Ribeirão Preto, casa com 3 quartos, 1 sala de estar e 1 sala de jantar,
cozinha, 1 banheiro interno e 1 externo, área externa com piscina, murada
e com pomar.
Tratar com Alcides ou Patrícia
pelos telefones (16) 9 9123-5702 ou
9 9631-8879.
VENDE-SE
Trator Valtra B.H 165 com cabine
de fábrica, ar-condicionado, ano de
fabricação 2.009, com 630 horas.
Tratar com Neif pelo telefone
(34) 8719- 9338.
VENDE-SE
Sítio em Cajuru, 3 alqueires formados em pasto, 2 casas, represa e
outras benfeitorias.
Tratar com Carlos pelo telefone
(16) 9 9264-4470.
VENDEM-SE
- Distribuidora Antoniosi, GS
1102, 2014;
- Carroceria de ferro de 8 metros
para plantio e transporte de cana inteira, marca Galego, 2008;
- Bomba alta pressão 3”, saída de
2, adaptada com carrinho e motor
acoplado, valor R$ 2.000,00;
- Carreta de 2 rodas;
- 2 Rolos compactadores para adaptar
em escalificador (sem uso) R$ 1.000,00;
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
- 1 Conjunto para transporte de
cana picada, sendo 1 carroceria e
2 julietas;
- 2 pneus seminovos ref, 18-4-38
– 12 lonas Pirelli com 2 rodas seminovas (aro e disco) 18-4-38;
- 2 pneus seminovos ref. 14-9-28
– 10 lonas Pirelli com 2 rodas seminovas (aro e disco) 14-9-28;
- Propriedade agrícola com 51 alqueires paulista, com 48 alqueires
plantado em cana-de-açúcar sendo a
maioria de 2º corte, totalmente plana
na melhor região de Frutal, próximo
a 2.000 metros do bim do Cutrale e
11 km de asfalto e 2 km de terra até
a cidade de Frutal-MG, com as devidas benfeitorias e distância de 29
km da Usina Coruripe e 17 km até a
Usina Frutal;
- Propriedade agrícola de 58 alqueires paulista com 47 alqueires
plantado em cana-de-açúcar sendo a
maioria de 2º e 3º corte, a 2 km do
asfalto ótima localização e excelentes
benfeitorias na região de Frutal-MG
com distância de 25 km da Usina Coruripe e 40 km da Usina Cerradão;
“Sendo que ambas as propriedades
aceita-se permuta com áreas maiores
ou menores”;
- 1 micro ônibus sem uso, Marco
Polo Volare V8 on, capacidade para
transporte de 27 passageiros, mais um
auxiliar mais um motorista, totalizando 29 lugares, ar-condicionado e direção hidráulica, 011.108 km de fábrica
"seminovo", prata, 2012, equipamentos de segurança completo conforme
determina o CONTRAN p/ veículos
de passageiros, totalmente estofado os
bancos e assoalho. Preço de ocasião.
Tratar com Marcus ou Nelson pelos telefones (17) 3281-5120, 9 81581010 ou 9 8158-0999.
VENDE-SE
Amarok prata, cabine simples 4x2 - Ano 2012 - 70.000 km, único
dono. R$ 58.000,00.
Tratar com Alexandre Moré pelo
telefone (18) 9.9716-4562
67
VENDE-SE
Sítio com 13 alqueires, localizado na Vicinal Vitor Gaia Puoli Km 2, em Descalvado-SP, em área
de expansão urbana, com nascente,
rio, energia elétrica, rede de esgoto
e asfalto.
Tratar com o proprietário - Gustavo F. Mantovani, pelos telefones:
(19) 3583- 4173 e (19) 9 9767-3990.
VENDE-SE
- Carregadeira CMP 1.200 Master,
BM 85 4X4, 2007, R$ 57.000,00.
Tratar com Cláudio pelo telefone
(16) 9 9109-8693.
VENDEM-SE
LIQUIDAÇÃO GIROLANDO E
GIR PO
- 4 touros GIR PO, 1 com 18 meses
e 3 com 26 meses;
- 11 novilhas girolando, grande
sangue 3/4 e 5/8, todas de inseminação. Seis já estão prenhas;
Obs.: Sítio localizado na cidade de
Santo Antônio da Alegria - SP, há 15
anos trabalhando com inseminação.
Tratar com José Gonçalo pelo telefone e/ou e-mail (16) 9 9996-7262
– [email protected].
VENDEM-SE
- Sítio de 9 alqueires, sem mato ou
brejo (100% aproveitável) em OlímpiaSP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10 minutos
dos Thermas dos Laranjais, 25 minutos
de Rio Preto, 35 minutos de Barretos,
plaino, na rodovia, sem benfeitorias,
mas com energia na propriedade;
- Sítio Arlindo - município de
Olímpia, área de12 alqueires, casa de
sede, área de churrasco (100 m²), casa
de funcionário reformada, pomar e árvores ao redor da sede, 4 alqueires de
mata nativa de médio/grande porte,
terras de "bacuri" (indicador de terras
muito férteis). Rede elétrica nova, divisa com fazenda Baculerê, distância
de 25 Km de Olímpia.
Tratar com David pelo telefone:
(17) 9 8115-6239.
VENDEM-SE
- Caminhonete F 250 XLT, 2007,
cor preta, ar-condicionado, bancos de
couro, Air-bag;
- Caminhonete D20 Custom de
Luxe, 1995, cor verde;
- Caminhonete D20 Custom S,
1992, cabine dupla, cor vinho;
- Caminhão Mercedes Benz 1418,
1990, caçamba basculante.
Tratar com João Pedro pelo telefone (14) 9 9758-1249 - Tupã-SP.
VENDEM-SE
- S10 tornado, 2009, prata, cabine
dupla, diesel 4x4;
- D20, 1992, vinho, turbo de fábrica;
- D20, 1987, branca e bege, motor
com 1000 km;
- Montana Sport, 2012, prata;
- F250 XLT, 2003, preta;
- Uno 2012, Vivance, preto;
- F4000 1989, cinza, carroceria
madeira;
- Trator MF 50x1973, MB 1313,
carroceria truck, 1979, vermelho, motor zerado;
- Saveiro 1991, álcool, prata, motor com 1000 km;
- Gol 2000, álcool, prata.
Tratar com: Diogo (19) 9 92136928, Daniel (19) 9 9208-3676 e Pedro (19) 9 9280-9392.
VENDEM-SE
- Caminhão VW 26310, ano 2004 canavieiro 6x4, cana picada;
- Carreta de dois eixos, cana picada
– Rondon.
Tratar com João pelos telefones:
(17) 3281-1359 ou (17) 9 9732-3118.
VENDE-SE
Área de mata fechada para reserva
ambiental de 90 hectares, Guatapará/
Pradópolis -SP, R$ 27.000,00 o hectare.
Tratar pelo telefone: (16) 9 9992-1910.
VENDE-SE
Gleba de terras sem benfeitorias
(30 alqueires), boas águas, arrenda-
mento de cana com Usina ABENGOA (Pirassununga). Localizada no
município de Tambaú-SP (Fazenda
família Sobreira).
Tratar com proprietário, em Ribeirão Preto, pelos telefones: (16) 36302281 ou (16) 3635-5440.
VENDEM-SE
- Transformador trifásico de 15
KWA, preço R$ 2.400,00;
- Transformador trifásico de 30
KWA, preço R$ 2.600,00.
Tratar com Chico Rodrigues pelos telefones: (16) 9 9247-9056 ou
(16) 3947-3725 ou (16) 3947-4414.
VENDEM-SE
- Mudas de seringueira, Clone
RRIM 600 com alta produção de látex. Viveiro credenciado no RENASEM Nº SP 14225/2013, localizado
na Rodovia Vicinal Carlos Deliberto,
a 2 Km da rotatória que leva à Usina
Moema, município de Orindiúva-SP.
Preço: R$ 4,50/muda;
-Fazenda com 48 alqueirões no
município de Carneirinho-MG, localizada próxima da rodovia asfaltada.
Ótimo aproveitamento para plantio de
cana, seringueira e/ou pastagens. Preço: R$ 60.000,00/alqueirão;
-Imóvel sobradado em Ribeirão Preto - SP, localizado na Av. Plínio de Castro Pra-do, com salão e WC privativos,
sacada, 03 dormitórios, sendo 1 suíte,
armários embutidos, banheiro social,
sala, sala de jantar, jardim de inverno,
cozinha com armários, área de serviço,
quarto com estante em alvenaria, WC,
despensa, varanda coberta, ótima área
externa. Excelente ponto comercial.
Área construída: 270 m².
Tratar com Marina e Ailton pelos telefones: (17) 9 9656-3637 e
(16) 99134-8033 - Marina (17) 9 96562210 e (16) 9 9117-2210 – Ailton.
VENDE-SE
Destilaria completa com capacidade
para 150.000 litros de etanol hidratado
por dia. Composta por preparo de cana
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
68
com picador, nivelador, desfibrador, turbina e esteira de 48”; 4 ternos de moenda 20 x 36 com turbina e 2 planetários
TGM; caldeira; destilaria; trocadores
de calor; tratamento de caldo e Gerador
2000 KVA, enfim, Destilaria completa
a ser realocada. Na última safra obteve uma moagem de aproximadamente
350.000 toneladas. Preço a combinar.
Localizada no município de Tambaú-SP.
Tratar com Edson pelos telefones e/ou e-mail (19) 9 9381-3391 /
9 9381-3513 / 9 9219-4414, e-mail:
[email protected].
VENDEM-SE
- Motor de 75CV com bomba KSB
100/6 revisada e sem uso;
- Chave de partida ''a óleo";
- Transformador de 75 KVA;
- Postes duplos T de cimento;
- Chaves de alta, para raios, cabo e etc.
Tratar com Francisco pelo telefone
(17) 9 8145-5664.
VENDE-SE
Ordenhadeira mecânica completa
com 4 unidades, Usinox.
Obs: também funciona quando ligada no trator.
Tratar com José Augusto pelo telefone (16) 9 9996-2647.
VENDEM-SE
- Duas casas, no mesmo terreno,
com três cômodos cada, localizada à
Rua Pedro Biagi, 789, em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 220.000,00;
- 1 estabelecimento comercial,
montado com base para Academia, em
um terreno de 200m², contendo uma
casa de laje com dois quartos, sala, cozinha, copa e banheiro e, ainda, uma
sala comercial para escritório. O estabelecimento fica localizado à Rua. Ângelo Pignata, 23, em Sertãozinho-SP.
Valor: R$ 220.000,00;
- 1 casa de aproximadamente
500m², com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separados da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056, Sertão-zinho-SP.
Preço a combinar.
Tratar com João Sacai Sato pelo
telefone (16) 3610-1634.
todo revisado, 73, vermelho.
Tratar com Saulo Gomes pelo telefone (17) 9 9117-0767.
VENDEM-SE
- Fazenda de 124 alqueires em Patrocínio Paulista, na beira do asfalto,
sem benfeitoria, terra vermelha, 2
matrículas, 54 e 70 alqueires;
- Sítio de 12 alqueires em Cássias
dos Coqueiros, casa simples, curral,
estrutura completa para pecuária.
(Aceita imóvel na negociação);
-Fazenda de 4.085 hectares em Tocantins, está aberta 90%, 100% plana,
excelente logística, na beira do asfalto,
faz divisa com o rio Dueré, boa para
gado, plantio de feijão, arroz, melancia
e outras culturas, documentação Ok.
Tratar com Miguel pelo telefone
(16) 9 9312-1441.
VENDEM-SE
- Colheitadeira Case A7700, ano
2009, 7700, esteira, motor Cummins
M11, Auto-trac, máquina utilizada na
última safra. Valor: R$ 128.000,00;
- Colheitadeira Case A8800, ano
2011, esteira, máquina na colheita de
cana funcionando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00;
- Colheitadeira Case A7700, ano
2007, série 770678, motor Scania
novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$ 118.000,00;
- Colheitadeira Case 8800, ano
2010, motor refeito em julho de 2014,
máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 250.000,00;
- Transbordo de 10 toneladas, 2006
e 2007, R$ 20.000,00;
- Transbordo de 8,5 toneladas, ano
2002, R$ 15.000,00.
Tratar com Marcelo pelos telefones
(16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.
VENDEM-SE
- Fazenda em Rancharia -SP, com
400 alqueires, em cana própria, às
margens da rodovia, 40 Km da Usina;
- Sítio de 2,7 alqueires, em Cajuru-SP, R$ 220.000,00;
- Apartamento em lançamento,
próximo à USP, com parcelas a partir
de R$ 505,00;
- Casa no condomínio Ipê Amarelo,
em Ribeirão Preto, nova, maravilhosa;
-Apartamento Jardim Botânico, 3
suítes, com armários, imóvel novo,
próximo ao Parque Carlos Raya;
- Sala comercial em Ribeirão Preto, próximo ao Ribeirão Shopping;
-Terreno no condomínio Olhos
D'Água em Ribeirão Preto, prolongamento da Avenida Prof. João Fiusa;
- Casa no Condomínio Quinta do
Golfe, em Ribeirão Preto, armários e
toda estrutura de lazer no condomínio.
W W W. S O R D I E M P R E E N D I MENTOS.COM.BR.
Tratar com Paulo pelos telefones
(16) 3911-9970 ou (16) 9 9290-0243.
VENDEM-SE
-Trator 292 MF, traçado, 2007;
-Caminhão Mercedes 1113 truck,
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
VENDEM-SE
- VW 17190 / 13 comboio;
- VW 31320 / 12 chassi;
- VW 31320 / 11 pipa bombeiro;
- VW 31320 / 10 pipa bombeiro;
- VW 26260/09 betoneira;
- VW 15180 / 09 comboio de lubrificação e abastecimento;
- VW 17180 / 08 munck 15 toneladas;
- VW 15180 / 07 pipa bombeiro;
- VW 12140 / 96 oficina móvel;
- MB 2318 / 94 pipa bombeiro;
- MB 2318 / 94 basculante;
- MB 2831 / 12 basculante;
- MB 1725 / 06 comboio;
- MB 2220 / 90 pipa bombeiro;
- MB 2013 / 81 munck 6 toneladas;
- MB 1513 / 75 toco chassi;
- MB 1725 / 06 guindaste oficina;
- MB 1113 / 69 toco chassi;
- F.Cargo 1719 / 13 toco chassi;
- F.Cargo 2628 / 07 basculante;
- F.Cargo 2626 / 05 pipa bombeiro;
- F12000 / 95 pipa bombeiro;
69
- F14000 / 90 pipa bombeiro;
- Prancha Facchini 2008 3 eixos;
- Carreta Tanque Fibra 16.000 litros;
- Tanque fibra 36.000 litros;
- Tanque fibra 16.000 litros;
- Tanque 14.000 litros pipa bombeiro;
- Comboio Gascom 2.000 litros;
- Comboio Gascom 4.000 litros;
- Basculante 14m³;
- Basculante 5m³;
- Munck Hincol H 43000;
- Munck Masal MS 12000;
- Munck Hincol H 4000;
- Munck 640-18;
- Baú 7.80;
- Carroceria de madeira, 8.20 metros;
- Carroceria de ferro, 4.30 metros;
- Borracharia móvel.
Tratar com Alexandre pelos telefones: (16) 3945-1250 / 9 9766-9243
Oi / 9 9240-2323 Claro, whatsApp /
78133866 id 96*81149 Nextel.
VENDEM-SE
- Trator Ford 6600, 1979;
- Trator Valmet 1280, 4x4, 1993;
- trator Maxion 9150, 4x4, 1995;
- Plantadeira Semeato, 5 Linhas PH 2700;
- Plantadeira Jumil, 7 linhas Modelo 2980, plantio direto a ar;
- Plantadeira Semeato, 3 Linhas;
- Grade Intermediaria Baldan, 18 x
28, espaçamento 270mm;
- Subsolador de arrasto 5 astes,
com pistão pneus 1000x20;
- Eliminador Soqueira, DMB, 2012;
- Carreta basculante com desarme
manual de duas rodas;
- Sulcador DMB, com marcador de
pistão caixa quadrada;
- Sulcador DMB, com marcador de
pistão caixa redonda;
- Sulcador DMB, com marcador de
pistão desarme automático e motor
hidráulico Ano 2013;
- Cultivador DMB, São Francisco
para cana queimada com 2 astes de
sulcar sem marcador;
- Pulverizador Jacto Condor, 600
Litros com mexedor;
- Cobridor de cana, Dria, oscilante com
aplicador de inseticida tanque de 300 litros
- Kit's de Amendoim;
- Arado 3 bacia reversível;
- Grade Niveladora 20 x 20;
- Tanque de 10 mil litros, com
bomba KSB chuveiro e canhão;
- Tanque Bombeiro, 5 mil litros,
com bomba e tanque Andrade chassi
Facchini, 2015;
- Enleradeira de Palha DMB;
- Carreta de 01 eixo com tanque de
água de 4 mil litros;
- Prancha Acoplada no chassi do
caminhão Medida: 6 x 2.60;
- Carreta graneleira de basculante manual 1 eixo e pneus duplo de 3
mil kg, acoplada com ensiladeira EN6600 F.4, Nogueira;
- Trator Valtra Modelo 785 4x4
com redutor comando hidráulico de 4
saídas, 2009, com 1.556 horas.
Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008/ 9 9326-0920.
VENDE-SE OU ALUGA-SE
Salão medindo 11,00 metros de
frente por 42,00 metros de fundo, 462
metros, possui cobertura metálica
com 368,10 metros, localizado à Rua
Carlos Gomes, 1872, Centro, Sertãozinho-SP. Preço a combinar.
Tratar com César pelo telefone
(16) 9 9197-7086.
VENDEM-SE ou ARRENDAM-SE
- Destilaria de cachaça e álcool, completa, (10.000 litros de cachaça por dia);
- Esteira de cana inteira, picador com
22 facas, esteira de cana picada, dois
ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira
Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m²;
- Máquina a vapor de 220 HP (toca
os ternos e o picador);
- Seis dornas de fermentação de
10.000 litros cada;
- Destilaria de bandeja/calota A e B de
600 mm de diâmetro com trocador de calor;
- Dois tonéis de madeira amendoim
com capacidade de 50.000 litros cada;
Valor Total R$ 600.000,00. Estudo
troca por imóvel.
Localização: Laranjal Paulista.
Tratar com Adriano pelos contatos:
[email protected] ou (15) 9 97059901. Veja vídeo em: www.youtube.
com/watch?v=_mzWp3PCavA.
ALUGA-SE
Estrutura de confinamento com capacidade para 650 cabeças com: 1 vagão forra-geiro + 1 carreta 4 rodas + 1
carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1
trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 misturador de ração, 3 silos trincheiras de
porte médio, sendo uma grande possibilidade de área para produção de
silagem com irrigação ao redor de 30
ha, Jaboticabal–SP, a 2 km da cidade.
Tratar com Luiz Hamilton Montans pelo telefone (16) 9 8125-0184.
PROCURAM-SE
Glebas de Cerrado em pé, no Estado
de São Paulo, para reposição Ambiental. Não pode ser mata. Área total da
procura: Cinco mil hectares, podendo
ser composta por várias áreas menores. Documentação Atualíssima, com:
CCIR/CAR/Certificação de (Georreferenciamento) Georreferenciamento/
mapa do perímetro da área em KMZ e
Autocad/Bioma:/vegetação.
Valor por hectare, condição de pagamento e opção de venda.
Tratar com Ricardo Pereira pelo e-mail e telefone – [email protected] – (16) 9 8121-1298.
- A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade
exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.
- A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores,
tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as
partes interessadas.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
70
Biblioteca “General Álvaro
Tavares Carmo”
Ética na gestão empresarial
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
...e a cada dia que levanto curvo-me frente a Deus, Agradeço-o.
Renovo meu contrato de vida.
In Trechos Tecidos com Palavras... Sentimentos... Afins... Sem Fim...
Madras Editora/Renata Carone Sborgia
“Nos momentos de crises institucionais,
é vital resgatar a credibilidade nos valores,
nas virtudes e na excelência do desempenho
em servir. Ética na gestão empresarial propõe um modelo para aplicação dos principais
conceitos teóricos e o ferramental para gestão da ética de modo a garantir a perenidade
das organizações.
O primeiro desafio do livro é motivar o
leitor a refletir a própria competência em
Ser Ético. Daí os cuidados com a seleção de
conteúdos e a metodologia na apresentação
de conceitos e aplicações. A obra é complementada por recursos que visam auxiliar no
entendimento do tema e foi estruturada para
atender a públicos diversos, como executivos, professores e estudantes.”
Referência: MATOS, Francisco Gomes de.
Ética na gestão empresarial: da conscientização à ação. -2.ed. – São Paulo: Saraiva, 2011.
Os interessados em conhecer as sugestões
de leitura da Revista Canavieiros podem
procurar a Biblioteca da Canaoeste.
[email protected]
www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste
Fone: (16) 3524-2453
Rua Frederico Ozanan, nº842
Sertãozinho-SP
Renata Sborgia
Prezados amigos leitores:
Seja bem-vindo 2016!
Sempre grata por tê-los como meus queridos leitores e há anos acompanhando
o meu trabalho na mídia impressa e virtual.
Vale lembrar: “A presidente Dilma Roussef decidiu prorrogar por mais três anos
a entrada em vigor, em caráter definitivo, do novo Acordo Ortográfico da língua
portuguesa. Em decreto publicado ontem no “Diário Oficial”, a presidente determina que o período de transição para implementação das novas regras vai até 31 de
dezembro de 2015. O prazo original ia até 31 de dezembro de 2012.
Com o novo decreto, as determinações do novo acordo deverão ser seguidas,
obrigatoriamente, a partir de 2016. Durante a transição, valem as duas normas
ortográficas”. - Cito a fonte: Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação
e Participações S.A.
Assim, a partir do dia 01 de janeiro de 2016 usaremos as novas regras ortográficas, conforme o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - 5 edição. Seja
bem-vinda a nova grafia!
Com o carinho e atenção
Renata Carone Sborgia
1) Seja “bem vindo” 2016!
... com a grafia escrita de forma incorreta não será!
O correto é: bem-vindo (com hífen)
Regra fácil para as expressões abaixo:
Bem-vindo, bem vindo, benvindo
Estas três palavras nos causam muita confusão na hora de escrever.
Ao chegar em toda cidade sempre encontramos aquela famosa placa. Na placa
encontramos a seguinte frase:
Seja Bem-vindo a ...
Exemplo: Bem-vindo a São Paulo.
Segundo o Acordo Ortográfico, usa-se o hífen com o composto bemExemplos:
bem-dizer; bem-estar; bem-falante; bem-humorado; bem-me-quer; bemnascido; bem-te-vi; bem-vestido; bem-vindo; bem-visto.
Portanto, sem hífen NÃO existe a expressão BEM VINDO!
Benvindo sem hífen e com n é um nome de pessoa.
Exemplo: Benvindo, meu tio, é um homem honesto.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
Coluna mensal
* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de
vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
71
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016
72
Revista Canavieiros - Janeiro de 2016