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8 SÉRIE 9 oANO - WordPress.com
a
o
8 SÉRIE 9 ANO
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
Caderno do Professor
Volume 1
EDUCAÇÃO
FÍSICA
Linguagens
8 SERIE 9ANO_EDFIS_CP.indd 1
11/7/13 7:22 PM
governo do estado de são paulo
secretaria da educação
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
8a SÉRIE/9o ANO
VOLUME 1
Nova edição
2014 - 2017
São Paulo
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Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
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Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colaboradores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abordagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orientações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avaliação constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
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Sumário
Orientação sobre os conteúdos do volume
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Tema 1 – Luta – Capoeira 7
Situação de Aprendizagem 1 – O que os alunos sabem sobre capoeira? 8
Situação de Aprendizagem 2 – Conhecendo a capoeira e seus movimentos 12
Situação de Aprendizagem 3 – Os instrumentos da capoeira 23
Atividade Avaliadora 27
Proposta de Situações de Recuperação 29
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 29
Tema 2 – Atividade rítmica – Hip-hop e street dance: diferentes estilos, principais passos
e movimentos 31
Situação de Aprendizagem 4 – “Todo o poder para o povo” 33
Situação de Aprendizagem 5 – São quatro elementos. Será que cabe mais um? 34
Situação de Aprendizagem 6 – Os manos e as minas: coisa do hip-hop ou coisa de
paulista? 38
Atividade Avaliadora 40
Proposta de Situações de Recuperação 40
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 41
Tema 3 – Atividade rítmica – Hip-hop e street dance: criando as próprias coreografias 43
Situação de Aprendizagem 7 – Coreografia com estilo livre 46
Atividade Avaliadora 51
Proposta de Situações de Recuperação 51
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema
Tema 4 – Esporte – Modalidade coletiva: futebol de campo
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Situação de Aprendizagem 8 – Futebol se joga em grupo 59
Situação de Aprendizagem 9 – O esporte coletivo na comunidade local 60
Situação de Aprendizagem 10 – De olho na telinha! 64
Atividade Avaliadora 70
Proposta de Situações de Recuperação 71
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 72
Quadro de Conteúdos do Ensino Fundamental – Anos Finais 74
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
Orientação sobre os conteúdos do VOLUME
Professor, este volume foi elaborado para
servir de apoio ao seu trabalho pedagógico
cotidiano com a 8a série/9o ano do Ensino
Fundamental. Os temas deste volume baseiam-se
na concepção teórica da disciplina, já explicitada
anteriormente, fundamentada nos conceitos de
Cultura de Movimento e Se-Movimentar.
Assim, pretende-se que as Situações
de Aprendizagem aqui sugeridas para os
temas “Luta”, “Atividade rítmica” e “Esporte” possibilitem aos alunos diversificar,
sistematizar e aprofundar suas experiências
do Se-Movimentar no âmbito das culturas
rítmica, esportiva e de lutas. Isso proporcionará aos alunos novas experiências de
Se-Movimentar, nas quais eles estabelecerão novas significações e ressignificarão
experiências já vivenciadas. Espera-se que
o enfoque adotado para o desenvolvimento
dos conteúdos deste volume seja compatível com as intencionalidades do projeto
político-pedagógico de cada escola.
No tema “Luta” será trabalhada a capoeira. A essa manifestação também se atribuem
características do jogo, do esporte e da dança,
mas a opção de abordá-la como expressão de
luta justifica-se pela importância histórica e
cultural que têm seus elementos fundamentais:
a sobrevivência de seres humanos escravizados,
a luta de mulheres, homens, crianças, jovens e
idosos que foram “arrancados” de suas terras,
de seus reinos, de suas origens familiares e culturais (identitárias) e trazidos para um lugar
desconhecido chamado Brasil.
O tema “Atividade rítmica” abordará as
manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem,
com destaque para o hip-hop e o street dance
(dança de rua), que se tornaram populares no
Estado de São Paulo em meados da década de
1980. Serão trabalhados os diferentes estilos
desses movimentos, tomados como expressões
socioculturais. Contudo, outras manifestações
rítmicas da cultura jovem poderão ser objeto
das aulas.
Propõe-se abordar o street dance, com ênfase na elaboração de coreografias. Porém, o
projeto político-pedagógico da escola poderá
optar por outra manifestação rítmica associada à cultura jovem neste volume, bem como
por outra modalidade esportiva coletiva.
No tema “Esporte” será abordado o futebol de campo para tratar do ensino do esporte
coletivo. O futebol de campo é a modalidade
esportiva mais intensamente propagada pela
televisão, exemplificando a espetacularização
do esporte no mundo contemporâneo. Ao
mesmo tempo, tal modalidade, por alcançar
e incorporar todas as camadas da população,
permite iniciar a abordagem do trato do esporte na comunidade escolar e em seu entorno.
Por Cultura de Movimento entende-se o conjunto de significados, sentidos, símbolos e códigos que
se produzem e reproduzem dinamicamente nos jogos, esportes, danças e atividades rítmicas, lutas,
ginásticas etc., os quais influenciam, delimitam, dinamizam e/ou constrangem o Se-Movimentar dos
sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros.
O Se-Movimentar é a expressão individual e/ou grupal no âmbito de uma Cultura de Movimento; é a
relação que o sujeito estabelece com essa cultura a partir de seu repertório (informações, conhecimentos, movimentos, condutas etc.), de sua história de vida, de suas vinculações socioculturais e de seus desejos.
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As estratégias escolhidas – que incluem a
realização de gestos, movimentos e exercícios
físicos, a busca de informações, a elaboração
de materiais alternativos e a simulação de
luta – procuram ampliar as possibilidades
de aprendizagem e compreensão dos alunos
no âmbito da Cultura de Movimento.
A avaliação é proposta de modo integrado ao processo de ensino e aprendizagem,
sem se restringir a procedimentos isolados e
formais (como provas, por exemplo). Sugere-se privilegiar a proposição de Atividades
Avaliadoras que, integradas ao percurso da
aprendizagem, favoreçam a elaboração de
sínteses relacionadas aos temas e conteúdos
abordados e a aplicação, em situações-problema, das habilidades e competências que
se pretende formar nos alunos.
As Atividades Avaliadoras devem favorecer a geração, por parte dos alunos, de
informações ou indícios – qualitativos e
quantitativos, verbais e não verbais – que
são, então, interpretados pelo professor,
nos termos das expectativas de aprendizagem em relação aos conteúdos. Nesse
sentido, o professor pode valer-se de observações sistemáticas sobre interesse, participação e capacidade de cooperação do
aluno, autoavaliação, trabalhos e provas
escritas, resolução de situações-problema,
elaboração e apresentação de situações táticas nos esportes e dramatizações, entre
outros recursos.
Por fim, é importante lembrar que a avaliação não tem como finalidade primeira atribuir
conceitos e notas aos alunos, mas conscientizá-los sobre suas aprendizagens, assim como problematizar e aperfeiçoar a prática pedagógica
para que essas expectativas sejam atingidas.
A quadra é o tradicional espaço da aula de
Educação Física, mas algumas Situações de
Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser desenvolvidas na sala de aula, de informática ou
de vídeo, no pátio externo, na biblioteca, bem
como em espaços da comunidade local, desde
que compatíveis com as atividades programadas. Algumas etapas podem ser também realizadas pelos alunos como atividade extra-aula
(pesquisas, produção de textos etc.).
As orientações e sugestões a seguir têm a intenção de oferecer-lhe subsídios no sentido de
facilitar o desenvolvimento dos temas e conteúdos apresentados. Não pretendem definir as Situações de Aprendizagem como únicas a serem
realizadas, nem restringir sua criatividade para
elaborar outras atividades ou para variações de
abordagem dos mesmos temas.
As Situações de Aprendizagem aqui propostas também poderão ser enriquecidas com
leitura de textos (adequados ao nível do Ensino Fundamental) e exibição de filmes relacionados aos temas. Sugestões nesse sentido são
apresentadas ao longo deste volume.
Isso posto, professor, bom trabalho!
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
Tema 1 – Luta – Capoeira
Os povos de diferentes países que compõem a África lutaram bravamente e resistiram por mais de quatro séculos (do século XV
ao XIX) contra a expansão e a dominação
europeia. Trazidos em condições desumanas
ao Brasil, os negros escravizados tiveram de
reconstruir aqui os elementos culturais que faziam referência às suas origens. É possível acreditar, com base em Iório (2004), que na África
não existe a capoeira tal qual a praticada no
Brasil. Logo, aqui essa modalidade constitui-se
em uma manifestação da cultura afro-brasileira
que caracteriza a luta de diferentes povos.
A capoeira, segundo Falcão (2003), permite aos alunos o entendimento de diferentes
realidades, como a compreensão de alguns
preconceitos construídos socialmente e que
extra­polam conotações específicas. O trabalho
pedagógico com a capoeira nas aulas de Educação Física requer do professor disponibilidade e intencionalidade para tratar de questões
intrínsecas ao Se-Movimentar, influenciadas
por diversas áreas do conhecimento, como História, Política, Religião, Estética e Cultura.
Há muitos anos temos a capoeira como elemento de nossa cultura, mas ela é, sem dúvida,
um dos conteúdos mais recentes do trabalho
pedagógico na instituição escolar na disciplina
de Educação Física. Por muito tempo, a capoeira sofreu alguns preconceitos, principalmente
quando nos reportamos à figura do “capoeira”. Muitas vezes, era tido como marginal e delinquente pela sociedade.
A capoeira constituiu-se no Brasil por meio
dos negros escravizados provenientes da África Ocidental, que trouxeram consigo as suas
tradições culturais. A homogeneização dos
povos africanos sob a opressão da escravidão
foi o catalisador da capoeira, desenvolvida pelos escravizados como forma de resistir a seus
opressores. O processo de escravidão contou
com o apoio do Estado e da Igreja, esta objetivando a evangelização.
A prática da capoeira ocorria às escondidas, para que os negros escravizados pudessem “treinar” os movimentos e preparar-se
para fugir do cativeiro. “Esteticamente”,
passava-se a ideia de uma dança ou de uma
simples manifestação de “lazer” e “diversão”,
porém, essa era uma das “armas” que eles tinham para se defender.
O surgimento da capoeira funde-se com a
história da resistência dos negros no Brasil.
Muitos autores que pesquisam a questão associam
o aparecimento da capoeira ao surgimento dos
primeiros quilombos no país. Alguns chegam
a identificar, especificamente, o Quilombo de
Palmares como berço da capoeira. Supõe-se
que esse quilombo, destruído em 1694, tenha
reunido entre 25 e 50 mil pessoas.
Segundo Iório (2004), a partir da década de
1930 já havia dois tipos de capoeira no Brasil: a
angola e a regional. A angola caracterizava-se pelo
uso de instrumentos musicais e vestes brancas. Já
a regional, criada pelo mestre Bimba, ganhava
contribuições de lutas como o jiu-jítsu e o caratê,
permitindo uma movimentação mais rápida e a
criação de métodos pedagógicos para o ensino de
sequências de golpes.
Atualmente, a capoeira é retratada em filmes,
videogames, desenhos, revistas etc. Mas como trabalhá-la dentro da escola? Que pontos podem ser
abordados? Que relação a capoeira pode ter com
outros temas? Como coordenar, consensualmente, os diferentes ritmos durante a movimentação?
Qual a intenção dos gestos elaborados? Por meio
das atividades propostas, tentaremos dialogar sobre essas questões e contribuir para uma ressignificação quanto ao trato desse elemento cultural.
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Possibilidades interdisciplinares
Professor, o tema capoeira poderá ser desenvolvido de modo integrado com a disciplina de História, na medida em que envolve conteúdos a respeito do povo brasileiro e africano (construção
de identidades), de tradições e costumes culturais dos povos africanos no contexto brasileiro, do
processo de escravidão e das consequências percebidas nos dias atuais (a Lei no 10.639/03 torna obrigatória a inclusão da história e da cultura afro-brasileiras nos currículos escolares). Esse tema também
dialoga com a disciplina de Geografia, já que envolve conteúdos a respeito da localização geográfica,
da economia e do desenvolvimento humano do continente africano. Converse com os professores
responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteú­
dos de forma mais global e integrada pelos alunos.
Situação de Aprendizagem 1
O que os alunos sabem sobre Capoeira?
A capoeira é um elemento cultural presente na vida cotidiana dos alunos, que entram em contato com a luta nas ruas, nas
escolas, nas academias, em campeonatos ou
na TV. Alguns aspectos relativos à capoeira
ainda beiram a ignorância, em função da
ausência de expe­
riências significativas na
escola. Nesta Situação de Aprendizagem, a
intenção é saber quais são os conhecimentos
e informações que os alunos têm a respeito
do tema. Será que os movimentos e gestos
característicos da capoeira são conhecidos
pelos alunos? Primeiro, sugere-se que eles
elaborem e compartilhem suas experiências. Após trocarem informações e vivenciarem, livremente, diferentes movimentos
relativos à capoeira, na segunda etapa
os alunos participarão de uma vivência na
qual terão de fu­gir e capturar uns aos outros
por meio de um jogo de perseguição.
Conteúdo e temas: movimentos, ritmos e gestos da capoeira; processo histórico dessa modalidade.
Competências e habilidades: identificar e relacionar informações e conhecimentos referentes à capoeira;
criar e elaborar possíveis movimentos e associá-los à capoeira; compreender o processo histórico da
capoeira, identificar os gestos nela realizados e relacioná-los com a condição de escravizados.
Sugestão de recursos: papel sulfite; caneta; instrumentos de capoeira (opcionais); aparelho de som;
CD com músicas de capoeira; arcos; cordas; bolas e/ou rede de voleibol ou futebol.
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 1
Etapa 1 – A história da capoeira
Peça para os alunos se manifestarem,
individualmente, no momento da chamada,
dizendo uma palavra e/ou realizando um
movimento que se relacione à capoeira
(“chamada temática”). O objetivo é verificar
o que eles conhecem sobre o tema. Todas
as respostas podem ser registradas em uma
folha para que sirva como material para
posterior consulta pelos alunos, bem como
para futuras intervenções.
Em seguida, solicite que todos se espalhem em um espaço (quadra, gramado, pátio etc.), com música de fundo (músicas de
capoeira ou aluno tocando um instrumento
característico ou cantando uma ladainha).
Os alunos se movimentarão conforme o ritmo das músicas, podendo realizar os movimentos que desejarem, de capoeira ou não.
É importante que eles, nesse primeiro momento, não sejam motivados a reproduzir
movimentos, mas a experimentar possibilidades diversas. Estimule os alunos com
questões como: Será que os negros também
cantavam quando jogavam capoeira? Os
movimentos que realizavam sempre tinham
o acompanhamento de música? Que tipo de
ritmo estava presente neles? Esses movimentos eram parecidos com os atuais? Em seguida, procure destacar movimentos que,
realizados por alguns alunos, se assemelham aos da capoeira, estimulando todos a
realizá-los.
Etapa 2 – Fui pego na capoeira
Proponha um jogo de perseguição com
as seguintes regras: em uma área previa-
mente delimitada, um grupo deve tentar
fugir da vigilância de dois fiscais, cujo
papel é perseguir (correr atrás de) os que
ultrapassarem o limite estabelecido. Para
reconduzir os fugitivos à área delimitada,
os dois fiscais deverão usar um arco, corda, bola ou rede.
Permita que o jogo transcorra durante determinado tempo e depois reorganize o grupo para que todos vivenciem e experimentem
as duas funções. É importante que os alunos
pensem em diferentes estratégias para fugir.
Elabore com eles regras para capturas e fugas
(por exemplo, quem estiver fazendo algum
movimento característico da capoeira não
pode ser pego).
Nesse momento de reorganização, procure atribuir significado à palavra capoeira
(angola): “mato rasteiro” em tupi-guarani.
Segundo Iório (2004), quando o capitão-do-mato voltava para a fazenda sem ter capturado ninguém, o fazendeiro ou o senhor
perguntava: “Cadê o escravo?”, ao que o
capitão respondia: “Pegou-me na capoeira”
(mato rasteiro). As clareiras abertas na mata
serviram de canal para a fuga em busca de
liberdade e melhores condições de vida nos
quilombos (organização política).
Selecione e mostre algumas imagens relacionadas à capoeira e discorra sobre o
seu surgimento. À medida que as imagens
são apresentadas, prepare os alunos para
uma discussão sobre as condições de vida
dos negros: Por que os negros vieram para o
Brasil? De quais regiões do continente africano foram trazidos? O que faziam na África? Que tipos de castigos sofreram? Quais
eram as formas de organização (resistência)
para fugir dos castigos e do cativeiro? Quem
eram as figuras opressoras? Os movimentos
da capoeira eram executados nos momentos
de fuga?
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© Museus Castro Maya - IBRAM/MinC
© Museus Castro Maya - IBRAM/MinC
Figura 1 – Isidore Laurent Deroy, seg. J.M. Rugendas – Jogar capoera ou danse de guerre (Jogo de capoeira ou dança de guerra), 1827-1835 C. Litografia cor 29,7 x 422,4 cm – MEA 3300.
Figura 2 – Isidore Laurent Deroy, seg. J. M. Rugendas – Nègres a fond de calle (Negros no porão de um navio),
1827-1835 C. Litografia 35,8 x 55,4 cm – MEA 3559.
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© Paul Harro-Harring/Iconografia Brasileira/Acervo Instituto Moreira Salles
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Figura 3 – Danse de Nègres. Musiciens jouant les instruments de leur pays, obra de Paul Harro-Harring (c. 1840).
Professor, após as Etapas 1 e 2, sugerimos trabalhar com a seção
“Para começo de conversa” do Caderno do Aluno.
respeito da questão associa o aparecimento da
capoeira ao surgimento dos primeiros quilombos, e alguns chegam a identificar o Quilombo
dos Palmares como o berço dessa luta.
Falar da história da capoeira brasileira é
reportar-se à história da resistência dos negros
no Brasil.
A capoeira, criada pelos negros escravizados
para ser executada em situações arriscadas de
confronto, é hoje praticada em diferentes espaços públicos e privados. Os capoeiras, ou capoeiristas, geralmente representam um grupo do qual
participam e que carrega um nome que, normalmente, simboliza a força negra nos tempos da
escravidão. Os grupos costumam interpretar a
capoeira de maneiras distintas, alguns trabalham
a capoeira numa visão mais folclórica, outros entendem que a modalidade é uma forma de luta;
alguns dão maior ênfase à parte esportiva; outros
valorizam principalmente o aspecto educativo.
Os negros escravizados, que vieram da África Ocidental e trouxeram consigo suas tradições
culturais, apresentavam-na como uma dança ou
um divertimento para treinar seus movimentos e
preparar-se para fugir do cativeiro. Era uma das
“armas” que os escravos tinham para se defender de seus opressores.
Grande parte dos autores que escrevem a
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© Alexandre Cappi/BrStock
Figura 4 – Capoeira, Grupo Angoleiro Sim Sinhô.
Situação de Aprendizagem 2
Conhecendo a Capoeira e seus movimentos
Após um diálogo sobre os costumes e gestos da capoeira, os alunos participarão de uma roda
que caracteriza o ritual presente nesse elemento cultural.
Conteúdo e temas: movimentos característicos da capoeira; ritual da roda de capoeira.
Competências e habilidades: identificar os movimentos característicos da capoeira; identificar costumes
e elementos ritualísticos da capoeira: a roda.
Sugestão de recursos: aparelho de som (opcional); CD com músicas de capoeira (opcional); instrumentos de capoeira (opcionais).
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 2
Etapa 1 – Raízes da capoeira
Peça que os alunos organizem e apresentem as informações a partir de vivências
da Situação de Aprendizagem anterior. A
intenção é propiciar aos alunos momentos
que lhes permitam perceber como determinados elementos presentes na Cultura de
Movimento da capoeira foram constituídos
e elaborados.
Questione os alunos a respeito da capoeira: Como ela foi praticada no passado?
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
Como é praticada hoje? Em que locais foi ou
pode ser praticada? Quantas pessoas praticavam ou praticam a capoeira? O que é necessário para organizar uma roda de capoeira?
São necessários instrumentos para compor
uma roda? Quais são esses instrumentos?
Em quais lugares do bairro/comunidade se
pratica a capoeira?
Organize os alunos em duplas, trios
ou quartetos. Sugira que elaborem movimentos associados à capoeira e simulem um encontro ou um confronto sem
contato. Proponha que imaginem estar
em frente a um espelho: um aluno elabora o movimento e o outro reproduz, depois trocam as funções. Questione-os:
Se estivessem sendo perseguidos, realizariam
que movimentos para se defender? Quais são
os critérios de escolha de determinados movimentos em situações de fuga? Quais são os
movimentos realizados para a defesa? Quais
são os movimentos realizados para o ataque?
Que partes do corpo são utilizadas para rea-
lizar os movimentos? Que tipo de posições o
corpo assumiu no espaço: deitado, agachado,
posição invertida, em pé, de costas, equilíbrio em um só pé, giros?
Etapa 2 – roda de capoeira
Forme uma roda com todos os alunos e
sugira que, de forma voluntária, no meio
da roda, criem alguns movimentos. A forma de acompanhamento dos movimentos
pode ser decidida pelo próprio grupo: música, instrumentos ou batidas de palmas.
Em seguida, destaque os movimentos realizados por alguns alunos e sugira que todos
os vivenciem.
O Quadro 1 apresenta a descrição e as
imagens de alguns golpes da capoeira. Vale
lembrar que não é necessário saber realizar
os movimentos, o objetivo é agregar informações a respeito do significado e da intenção
de cada gesto.
Quadro 1 – Alguns movimentos da capoeira
© Conexão Editorial
Armada: na execução, pode-se pular com as duas pernas ou com uma perna giratória,
mantendo-se o tronco ereto. Funciona como esquiva. Ao aplicá-lo, o capoeirista
posiciona-se em pé; um pé firma no chão e o outro faz um movimento livre. Com um
movimento de rotação, ele varre na horizontal e atinge o oponente com a parte lateral
externa do pé.
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© Conexão Editorial
Aú: nesse movimento, conhecido como estrela, coloca-se as mãos no chão e joga-se os pés
para o ar. É utilizado na entrada da roda.
bênção: tem como objetivo acertar o adversário do abdome para cima. A perna de trás da
ginga é colocada para a frente com a intenção de empurrar o oponente.
Cabeçada: realizado para desequilibrar o adversário, normalmente, acertando-lhe o
abdome ou o peito.
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
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Chapa ou escorão: golpe executado com a “chapa” (região plantar) do pé.
Cocorinha: esquiva que consiste em agachar o corpo, posicionando-se de cócoras (com os joelhos flexionados, mas sem tocar o dorso no chão). um dos cotovelos permanece flexionado e o
respectivo antebraço é mantido levantado para bloquear golpes na cabeça.
Esquiva: forma de se livrar de um golpe. Pode ser lateral, diagonal, atrás ou com a mão no
chão. Após a esquiva, pode-se realizar um salto mortal.
Ginga: sequência que mais se assemelha a uma dança. É comum esconder na ginga a malandragem do capoeira, para enganar o adversário. Serve também para descanso, sem comprometer a possibilidade de ataque e contra-ataque.
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© Conexão Editorial
macaco: projeção de cócoras. uma das mãos pode estar apoiada no chão. Realiza-se um
movimento completo (giro) sobre o corpo, de modo transversal ao adversário. Nesse gesto, é
fundamental olhar nos olhos do oponente.
martelo: movimento que se executa erguendo-se a perna ao mesmo tempo que o corpo é inclinado lateralmente. O golpe é realizado com a parte superior do pé.
martelo cruzado: salto no qual o capoeira gira para o lado em que o oponente será atingido.
Também conhecido como martelo rodado ou parafuso.
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
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meia-lua de compasso: aqui se usa o calcanhar para acertar o adversário. Gira-se o corpo
mantendo uma das mãos no chão, colocando-as para a parte de dentro da ginga.
meia-lua de frente: semelhante à meia-lua de compasso, mas aqui o corpo permanece ereto,
formando a imagem de uma meia-lua para baixo.
ponteira: golpe frontal em que o capoeira usa a ponta do pé para atingir o adversário.
Executa-se de baixo para cima, de modo semelhante ao martelo, diferindo por ser frontal,
e não lateral.
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Quebra de rins: o capoeira finaliza um aú ou qualquer outro movimento similar, flexionando o membro superior de apoio (usado para “sair” do aú) e levando o cotovelo em direção ao abdome, na altura dos rins, de modo que o corpo fique apoiado sobre o antebraço e o cotovelo flexionado, enquanto
o outro antebraço permanece na altura da cabeça, até que um dos pés toque no chão. Nesse momento, deve-se fazer o movimento chamado “negativa” para finalização. Ao chegar nessa posição
(negativa), pode-se levantar usando-se o chamado rolê ou apenas “sair” da negativa, levantando-se
e mantendo a posição de base da capoeira, dando sequência com outro golpe ou apenas gingando.
Queixada: são possíveis dois tipos de execução (lateral e frontal). Na queixada lateral, a perna
de trás da ginga cruza com a da frente, que é levantada, simultaneamente, fazendo um semicírculo. Na queixada frontal, a perna de trás da ginga faz um movimento circular de dentro
para fora a fim acertar o rosto do adversário com a parte externa do pé. A queixada frontal
também é chamada meia-lua de frente.
rasteira: consiste em apoiar as mãos no chão e girar a perna, em um ângulo de 360º, até que
se encaixe por trás do pé do adversário, arrastando-o com o objetivo de derrubá-lo.
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Existem muitos movimentos que
caracterizam a capoeira. Tente
exercitar a ginga, movimento típico a partir do qual se realizam
todos os demais. É um movimento ritmado
e constante que envolve todo o corpo do capoeirista, que simula tentativas de ataque e
contra-ataque. Inicie afastando lateralmente os pés. Desloque um dos pés para trás,
mantendo o braço contrário à frente, com o
tronco em pequena inclinação. Retorne à
posição inicial e repita o movimento com o
outro pé. Veja na figura a seguir a movimentação dos pés:
Primeira movimentação da ginga: um pé desloca-se
para trás e volta à posição inicial.
Figura 5 – Movimentos de capoeira.
Segunda movimentação da ginga: o outro pé
desloca-se para trás e volta à posição inicial.
Agora, experimente! Faça o movimento
de forma relaxada, descontraída. Você poderá convidar alguns amigos para praticar
a ginga. Dividam-se em dois grupos, um
que pratica a ginga e outro que faz o ritmo;
façam a ginga dois a dois, dentro de uma
roda. Alguns instrumentos poderão ser
adaptados: atabaque (balde), berimbau e
cabaça (bambu, arame e latinha de alumínio ou pote plástico), agogô (duas latinhas
de alumínio), reco-reco e baqueta (madeira/
bambu talhado e vareta de bambu), caxixi
(garrafa plástica pequena com grãos) e pandeiro (tampa de plástico resis­tente com tampinhas de garrafa). Fica o desafio de criar
o acompanhamento rítmico a partir desses
instrumentos adaptados. Se você tiver um
CD com músicas de capoeira, também poderá utilizá-lo, fazendo os movimentos na
cadência da música.
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desafio!
Caça-palavras com imagens.
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1. Indique o nome de cada movimento da capoeira.
a) Armada.
b) Rasteira.
c) Cocorinha.
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d) Bênção.
e) Martelo.
f) Escorão.
g) Ponteira.
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h)
Macaco.
2. Agora, encontre os nomes dos movimentos, que podem estar na vertical, na horizontal,
na diagonal ou invertidos.
R R Z U V B N A K L U S
à P R D S Q V N O K
A X Y A M T
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
Situação de Aprendizagem 3
Os instrumentos Da Capoeira
Os alunos adaptarão instrumentos utilizados em uma roda de capoeira a partir de
objetos utilizados no cotidiano. Na definição e caracterização de dois tipos de capoeira, a angola e a regional, pode-se questionar
alguns aspectos dessa modalidade, que per-
mitirão aos alunos identificar e perceber
como determinados elementos da nossa cultura desenvolveram-se em função das condições e contextos de vida dos praticantes e de
sua necessidade de sobrevivência e reconhecimento social.
Conteúdo e temas: os instrumentos como elementos do ritual da roda de capoeira; capoeira angola e
capoeira regional – contextos.
Competências e habilidades: identificar e adaptar instrumentos utilizados em uma roda de capoeira;
identificar, relacionar, caracterizar e analisar a transformação e/ou necessidade do surgimento da capoeira angola e da regional.
Sugestão de recursos: papel sulfite; caneta; objetos diversos: balde, bambu, arame, latinhas de alumínio
ou potes plásticos, garrafas plásticas, tampas de recipientes plásticos e tampinhas de garrafa.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 3
Etapa 1 – O ABC dos instrumentos:
agogô, berimbau, caxixi...
Sugira, previamente, que os alunos tragam de
casa diferentes objetos para improvisar e construir alguns instrumentos utilizados na capoeira.
Organizados em grupos, os alunos poderão fazer
uma apresentação a partir do que foi produzido,
movimentando-se ao som e ao ritmo sugeridos
pelos objetos confeccionados. Questione-os: Há
necessidade de instrumentos para acompanhar
uma roda de capoeira? Os instrumentos de capoeira podem ser produzidos por vocês?
Cada grupo entregará a você, professor,
uma folha avulsa na qual indicará o nome
dos instrumentos que conseguiram adaptar.
Os instrumentos confeccionados poderão
ficar expostos na escola para que outros
alunos os conheçam e os experimentem. Alguns objetos poderão ser adaptados: atabaque (balde), berimbau e cabaça (bambu,
arame e latinha de alumínio ou pote plástico), agogô (duas latinhas de alumínio),
reco-reco e baqueta (madeira/bambu talhado e vareta de bambu), caxixi (garrafa
plástica pequena com grãos) e pandeiro
(tampa de plástico resistente com tampinhas de garrafa).
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Reco-reco
O reco-reco, de som peculiar,
se incorpora a outros instrumentos de percussão e, na
capoeira angola, produz uma
variação sonora combinada
com o agogô.
Agogô
O agogô é de origem africana,
tem som metálico e faz contraponto com o berimbau e o
atabaque. Também foi incorporado a outras manifestações
musicais.
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Pandeiro
De origem asiática, foi trazido
para o Brasil pelos colonizadores portugueses, que os utilizavam nas procissões. Este
instrumento hoje faz parte das
composições de várias manifestações musicais. Nas rodas
de capoeira, tem presença certa ao lado de atabaques, berimbau e caxixi.
Atabaque
Presente nos rituais de candomblé, o atabaque, de origem
afro-brasileira, é tocado com
as mãos e dita, com outros instrumentos de percussão, o ritmo na capoeira angola.
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Berimbau
De origem africana, o berim­
bau, instrumento-símbolo da
capoeira, é composto de um
arco, um dobrão (moeda de
cobre) e uma baqueta. Os afrodescendentes brasileiros desenvolveram estilos próprios
para tocar o instrumento, que
diferem da maneira como é tocado nas regiões africanas de
ocupação banta.
Caxixi
De origem ambígua (atribuem-se influências dos índios brasileiros e de africanos), este cesto
com sementes é utilizado, na
capoeira, com o berimbau.
Fonte: Grupo Nzinga de Capoeira Angola. Disponível em: <www.nzinga.org.br>. Acesso em: 27 maio 2013.
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Professor, para que os alunos ampliem seus conhecimentos, sugira
que realizem a atividade proposta
nas seções “Para começo de conversa” e “Pesquisa de campo”, do Caderno do
Aluno. Nela, a turma terá a oportunidade de
identificar músicas relacionadas à capoeira.
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Você conseguiria identificar cada um dos
instrumentos a seguir pelo nome?
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Arts/Corbis/Latinstock
c) Atabaque.
d) Agogô.
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a) Berimbau.
b) Pandeiro.
A música e o canto são elementos
fundamentais para uma roda de
capoeira, acompanhando e cadenciando os movimentos dos
capoeiristas. Você conhece alguma música ou
letra de música utilizada na capoeira? Para
ampliar seu campo de conhecimento, converse com colegas e verifique quem conhece e/ou
tem músicas utilizadas na capoeira. Se considerar necessário, anote a letra e tente cantá-la acompanhada de palmas. Talvez você
consiga encontrar algum site ou CD com essas canções. Tente realizar alguns dos movimentos da capoeira enquanto alguém canta a
música. Durante as aulas de Educação Física, é possível usar músicas e letras ao trabalhar a capoeira; nessas ocasiões, você poderá
contribuir propondo que sejam utilizadas
aquelas que você encontrou na sua pesquisa.
Aproveite para apresentar os movimentos
que aprendeu.
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Etapa 2 – Capoeira angola e capoeira regional
Apresente o Quadro 2, que oferece algumas informações a respeito da capoeira regional
e angola:
Quadro 2 – Características das capoeiras regional e angola
Regional
Angola
Criada pelo mestre Bimba.
Criada pelo mestre Pastinha.
Mais recente.
Menos recente.
Movimentos rápidos.
Movimentos lentos.
Movimentos semelhantes aos das lutas e artes
marciais.
Movimentos originais da capoeira.
Aproxima-se da condição de esporte.
Procura preservar as tradições.
Contexto de desenvolvimento: espaço privado
(academia).
Contexto de desenvolvimento: espaço público
(rua).
Depois de apresentar o Quadro 2, sugira
que os alunos conversem a respeito dos movimentos vivenciados e experimentados anteriormente. Ajude-os a relacionar e analisar
a transformação e/ou a necessidade do surgimento da capoeira regional e angola.
Se possível, convide um aluno que tenha
uma vivência anterior, um membro da comunidade ou até algum mestre de capoeira
para realizar uma demonstração na escola,
destacando as diferenças entre os dois tipos
de capoeira.
Peça que os alunos identifiquem, nessa vivência, as principais características da capoeira
e sua relação com o jogo, a dança e o esporte. Faça algumas perguntas do tipo: A capoeira tem características da dança? Quais? Parece
com uma modalidade esportiva ou jogo?
Professor, antes da Atividade Avaliadora, você pode recomendar à turma a seção
“Você aprendeu?”, do Caderno do Aluno, para que ampliem a compreensão do tema estudado.
1.O estilo de capoeira que até hoje está mais próximo das tradições africanas relacionadas é:
( X ) capoeira angola.
( ) capoeira regional.
2.Qual das capoeiras tem uma metodologia
própria para ensinar os golpes a seus participantes?
( ) capoeira angola.
( X ) capoeira regional.
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3.Assinale os instrumentos que costumam
integrar as atividades de acompanhamento
musical e rítmico das rodas de capoeira.
( ) bateria.
( X ) agogô.
( ) flauta.
( ) sanfona.
( X ) pandeiro.
( X ) atabaque.
( X ) reco-reco.
( X ) berimbau.
( X ) caxixi.
4. Assinale os nomes dos movimentos que integram o jogo de capoeira.
( X ) martelo.
( X ) bênção.
( X ) aú.
( X ) ponteira.
( ) gancho.
( ) serrote.
( ) kata.
( X ) armada.
( X ) rasteira.
5. No jogo de capoeira, o movimento ritmado
e constante que simula tentativas de ataque
e contra-ataque e do qual partem todos os
outros movimentos é chamado de:
( ) armada.
( ) bênção. ( X ) ginga.
Atividade avaliadora
A partir das informações e dos conhecimentos disponibilizados nas aulas, complementados por pesquisa na internet e/ou
outras fontes, os alunos, divididos em grupos, deverão demonstrar o desenvolvimento
das seguintes habilidades:
úteis para resistir a situações de opressão;
ff identificar e descrever as condutas esperadas durante a realização dos movimentos
em uma roda de capoeira (ritual);
ff descrever os aspectos que identificam ou
caracterizam a capoeira como esporte.
ff identificar os nomes dos movimentos da
capoeira (cinco nomes cada grupo);
ff identificar, nas músicas de capoeira, os instrumentos utilizados;
ff relacionar e descrever as dificuldades que
encontraram para realizar os movimentos
da capoeira;
ff estabelecer relações entre os movimentos
da capoeira atual e as necessidades dos
capoeiristas durante a escravidão, questionando se os movimentos da capoeira foram
Não é necessário que todos os grupos
atendam a todos os tópicos. O resultado da
pesquisa de cada grupo (que poderá incluir
textos, imagens, desenhos etc.) pode ser apresentado em um mural ou página na internet.
Para você não perder a postura!
Nas aulas de Educação Física, você
deve experimentar diversos movimentos,
inclusive alguns que caracterizam a capoeira, como os tratados neste tema. Será
que você prestou atenção em seu corpo?
Professor, após a avaliação, você pode
propor um momento de leitura que
ajude os alunos a se conscientizar acerca de sua postura corporal. Para isso,
sugira-lhes a seção “Aprendendo a aprender”.
Sentiu que nem sempre consegue fazer
os movimentos porque não tem tanta flexibilidade ou força? Será que em alguns
momentos você sentiu uma dorzinha nas
costas, na coluna? Pois é, temos uma coluna vertebral que funciona como uma
haste cuja parte inferior equilibra-se sobre
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uma base, que é o quadril; na outra ponta ela
equilibra a cabeça. Há ainda as partes que
ficam presas à região intermediária da coluna, como o tórax, os ombros e os braços.
Parece um edifício. Por ser tão importante,
precisamos cuidar muito bem dela.
núcleo vai para trás quando inclinamos o
tronco para a frente e vice-versa.
Vejamos algumas dicas para você não
perder a postura!
Devemos evitar as posturas que levem o
núcleo muito para trás. Por exemplo: ficar
sentado em uma cadeira mantendo o tronco inclinado para a frente.
Você sabe como a coluna vertebral funciona?
Imagine um tubo flexível, composto de
33 vértebras (ossos). Entre elas há um disco
de cartilagem, parecido com uma borracha,
chamado disco intervertebral. Dentro dessa
“borracha” fica uma parte gelatinosa (núcleo pulposo). Esse disco é responsável pelo
amortecimento dos impactos que a coluna
vertebral sofre.
Alguns movimentos são prejudiciais para
a coluna vertebral quando realizados por
muito tempo!
O disco possui pouca resistência para o
movimento de rotação (torção do tronco).
Evite o excesso desse movimento.
Manter o núcleo centralizado para não
sobrecarregar uma parte do disco é a melhor maneira de cuidar da sua coluna.
Agora que você já conhece o funcionamento da coluna vertebral, evite realizar
movimentos incorretos!
Para amortecer o peso, o núcleo pulposo
desloca-se em várias direções. Esse deslocamento é sempre contrário ao movimento. O
Você pode equilibrar um livro de capa dura
sobre a cabeça. Esse exercício estimula os músculos responsáveis pela manutenção da postura.
© Alexandre Jubran
Observe, na figura a seguir, o movimento do tronco e o deslocamento do núcleo
dentro do disco intervertebral.
Fonte: SANTOS, Angela. Postura
corporal: um guia para todos. São Paulo:
Summus, 2005, p. 79.
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proposta de Situações de recuperação
Durante o percurso pelas várias etapas
das Situações de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos da
forma esperada. É necessário, então, que
novas Situações de Aprendizagem sejam
propostas, permitindo ao aluno revisitar o
processo de outra maneira. Tais estratégias
podem ser desenvolvidas durante as aulas ou
em outros momentos, individualmente ou em
pequenos grupos, envolvendo todos os alunos ou apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:
ff roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você, para
posterior apresentação por escrito;
ff apreciação e análise de filmes ou documentários, orientadas por você;
ff apreciação e registro, por parte do aluno,
de movimentos próprios e dos colegas;
ff elaboração e apresentação (pode-se optar pelo registro com uso de palavras,
desenhos, audiovisual etc.) de exercícios,
pequenas coreografias, jogos etc., a partir de referenciais e elementos sugeridos
por você;
ff resolução de outras situações-problema,
não contempladas na Atividade Avaliadora, referentes aos gestos e movimentos da
luta proposta;
f f reapresentação da Atividade Avaliadora, desenvolvida em outra linguagem
(por exemplo: descrever verbalmente e/
ou com desenhos as atividades realizadas na quadra);
ff atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias tarefas sejam refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente (por exemplo: ritual da roda de
capoeira).
recursos para ampliar a perspectiva do professor
e do aluno para a compreensão do tema
Livros
AREIAS, Almir. O que é capoeira. São Paulo:
Brasiliense, 1993. Apresenta o processo histórico da capoeira, associando-o ao período da
escravidão negra no Brasil.
FALCÃO, José Luiz C. Unidade didática 2: capoeira. In: KUNZ, Elenor. Didática da Educação Física 1. Ijuí: Editora Unijuí, 2003. p. 55-94.
Aborda a possibilidade de organizar unidades
temáticas sobre conteúdos da capoeira, a partir
de um enfoque crítico-emancipatório.
PASTINHA, Mestre. Capoeira angola. 3. ed.
Salvador: Fundação Cultural do Estado da
Bahia, 1988. Traz comentários sobre a capoeira angola, na perspectiva de seu maior mestre.
SILVA, G. O. Capoeira: do engenho à universidade. São Paulo: Cepeusp, 1985. Apresenta
um pouco da história e do desenvolvimento
dos movimentos da capoeira.
SOUZA, Thiago V.; SOUZA NETO, Samuel;
SILVA, Melissa F. G. O mestre de capoeira angola ensina pegando pela mão: saberes, artefatos
e rituais no processo de formação. São Paulo:
Cultura Acadêmica, 2011. Apresenta e discute
os processos formativos da capoeira angola e regional na visão dos mestres de capoeira.
Dissertação
IÓRIO, Laércio S. Capoeira e Educação Física escolar: novos olhares e perspectivas.,
2004. Dissertação (Mestrado em Ciências
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da Motricidade). Rio Claro: Faculdade de
Educação Física, Universidade Estadual
Paulista Jú­lio de Mesquita Filho (Unesp),
2004. Trata das relações entre a capoeira e
a Educação Física escolar, analisando possibilidades pedagógicas para elaborar diferentes dimensões dos conteúdos nas aulas.
Sites
Capoeira Brasil. Disponível em: <www.
capoeiradobrasil.com.br>. Acesso em: 27
maio 2013. Apresenta informações básicas
sobre a capoeira caracterizada como modalidade esportiva.
Grupo Nzinga de Capoeira Angola. Disponível em: <www.nzinga.org.br>. Acesso
em: 27 maio 2013. Apresenta informações a
respeito da origem e da história da capoeira
angola e também disponibiliza artigos, dissertações e teses.
Museu Afro Brasil. Disponível em: <www.
museuafrobrasil.org.br>. Acesso em: 27
maio 2013. O museu, localizado no Parque
do Ibirapuera, na cidade de São Paulo, possui um significativo acervo no que se refere à cultura dos povos africanos. Recebe
mostras temáticas e, além de ser um espaço
de formação continuada para professores
e oferecer oficinas educativas para alunos,
realiza visitas monitoradas para estudantes
de escolas públicas.
Filmes
Besouro. Direção: João D. Tikhomiroff.
Brasil, 2009. 90 min. Na Bahia, por volta
dos anos 1920, os negros continuavam a ser
tratados como escravos. O filme aborda, ao
tratar da educação de uma criança e da capoeira, as contradições da justiça, a opressão e o preconceito.
Cordão de ouro. Direção: Antônio Carlos
Fontoura. Brasil, 1977. 77 min. Em Eldorado,
onde a Companhia Progresso reúne técnicas
modernas e formas primitivas de trabalho, Jorge, um escravo de uma mina de selênio, consegue escapar valendo-se de suas habilidades
na capoeira.
Os grandes aventureiros (Zulu Dawn). Direção: Douglas Hickox. África do Sul/Holanda/ EUA, 1979. 117 min. Épico baseado
em fatos reais. Narra a história da batalha de
Rouke’s Drift, ocorrida em janeiro de 1879,
quando aproximadamente cem soldados ingleses tiveram de defender um posto militar
de um ataque maciço realizado por guerreiros
zulus (mais de 4 mil homens).
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
Tema 2 – Atividade Rítmica – Hip-Hop e Street
Dance: DIFERENTES ESTILOS, PRINCIPAIS PASSOS
E MOVIMENTOS
A intenção, ao tratar de hip-hop e street
dance, é enfatizar suas características rítmicas,
mas, para isso, é necessário identificar aspectos
mais amplos dessas manifestações, que não se
restringem a um estilo musical ou de dança.
A dança de rua tornou-se popular no
Estado de São Paulo em meados da década
de 1980. As primeiras manifestações ocorreram na capital paulista, nos arredores de
estações de metrô no centro da cidade. O
principal local que agrupava os interessados
nessa manifestação sociocultural era a Estação São Bento, devido ao amplo espaço
externo ali disponível, no formato de “concha acústica” e com pavimentação em mármore, o que facilitava tanto a acústica para
a música rap (sigla para rhythm and poetry
– ritmo e poesia) quanto a movimentação no
solo para a dança dos b-boys (dançarinos de
street dance). Nesse sentido, houve uma rápida associação entre o movimento hip-hop,
cuja origem foi em Nova Iorque, nos EUA, e
sua repercussão inicial em São Paulo e, posteriormente, em todo o Brasil.
O hip-hop surgiu nos Estados Unidos da
América no início da década de 1980, após a
intensificação da luta dos cidadãos negros daquele país pelos direitos civis desde o final da
década de 1960 e por toda a década de 1970,
com a criação do Partido dos Panteras Negras.
O aumento da população imigrante proveniente da América Latina e do Caribe foi determinante para a miscigenação cultural nos grandes
centros urbanos e regiões metropolitanas, especialmente em Nova Iorque, criando as condições para que o hip-hop se constituísse ali como
manifestação sociocultural urbana. Há indícios de que na Jamaica já havia manifestações
semelhantes ao que os mestres de cerimônia
(MCs) fazem, para organizar eventos populares com música e discussão política.
O estilo mais conhecido dessa cultura
urbana e metropolitana tornou-se sinônimo
da dança de rua na época: o break dance.
Há duas interpretações para a nomenclatura, já que break em inglês significa “quebrar” ou “interromper” (fazer um intervalo
de tempo). A dança simulava movimentos
como se as articulações estivessem “quebradas” e ocorria nos intervalos das apresentações de cantores de rap e disc jockeys (DJs).
O hip-hop é uma manifestação sociocultural que pode ser compreendida somente no
próprio contexto dos grupos interessados
no seu processo coletivamente e na história
de vida de cada uma dessas pessoas. Atualmente, há grupos interessados também nos
produtos derivados do hip-hop e na sua
“imagem” para comercialização.
Há quatro principais elementos constituintes do hip-hop: o DJ (disc jockey responsável
pela produção musical), o MC (mestre de cerimônia ou apresentador do evento), o b-boy
ou a b-girl (break boy/girl, street dancer ou
dançarino de rua) e o grafiteiro (interessado
na expressão gráfica da cultura urbana). A associação desses elementos ocorreu pela aproximação dos interesses dos jovens pela música
mais falada que cantada (rappers e também
cantores de R&B – rhythm and blues), pela
discotecagem e produção de música a partir
de fragmentos ou samples (DJs), pela dança
(estilos de street dance pelos b-boys), pela organização e produção de eventos (pelos MCs)
e pela expressão gráfica com um sentido estético diferenciado (grafite).
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Figura 6 – Os quatro principais elementos do hip-hop.
Há, ainda, a aproximação de outros grupos socioculturais ao hip-hop, acrescentando elementos a essa dinâmica na chamada
“cultura de rua”, por exemplo: os jovens interessados no street ball (basquete de rua)
ou no uso de skates. Em todos os casos há
destaque para o protagonismo juvenil de
forma muito ampla, pois o movimento foi
criado por jovens como manifestação de um
estilo de vida que confronta certos valores
tradicionais.
Embora a questão étnica predominante
no contexto original do hip-hop fosse a realidade vivida por negros em uma região urbana e tenha se popularizado por evidenciar
seus conflitos (McLAREN, 2000), em todo
o mundo parece haver associação entre o
hip-hop e a luta por poder e representatividade. Por exemplo, entre os rappers há estadunidenses, judeus e negros que moram em
regiões rurais, franceses muçulmanos e brasileiros umbandistas.
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
Situação de aprendizagem 4
“Todo o poder para o povo”
A frase “Todo o poder para o povo” foi proferida por Angela Yvonne Davis, a primeira mulher a concorrer à vice-presidência dos Estados
Unidos da América, e incorporada no discurso
dos rappers estadunidenses e brasileiros. A música Fight the power (Combata o poder), do grupo
Public Enemy, de Nova Iorque, nos anos 1980, e
a sigla “4P” (Poder Para o Povo Preto), em uma
música do grupo paulistano DMN, nos anos
1990, são exemplos dessa incorporação.
A busca pelo poder para garantir o direito
à expressão livre e a reivindicação de representatividade política pelo próprio povo foi
declarada, abertamente, pelos jovens naqueles
tempos. A música Política, do grupo Athalyba e a Firma, é um exemplo nesse sentido.
Alguns desses jovens encontraram no hip-hop
um modo de expressão.
O propósito desta Situação de Aprendizagem é que os alunos identifiquem e vivenciem
algumas formas de expressão comuns ao hip-hop.
São apresentadas, inicialmente, duas vivências relacionadas à produção de sons com o
próprio corpo e, a seguir, uma terceira com a
elaboração de movimentos que acompanham
os sons produzidos.
Conteúdo e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem – hip-hop e street dance; diferentes
estilos como expressão sociocultural.
Competências e habilidades: identificar os diferentes elementos constitutivos do hip-hop; compreender
o contexto sociocultural do hip-hop e suas manifestações rítmicas.
Sugestão de recursos: papel sulfite; canetas.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 4
Etapa 1 – Percussão corporal
Etapa 2 – Beat box
Peça aos alunos que se expressem com ritmos e sons produzidos por seus corpos, experimentando, assim, uma “percussão corporal”.
Sugira que todos comuniquem alguma ideia
para os demais, individualmente ou em grupos.
Peça que identifiquem as partes do corpo que
emitem sons, classificando-os. Questione-os
sobre como podemos produzir sons que não
percebemos no cotidiano e quais sons são mais
valorizados no convívio social.
O beat box (caixa de sons) é um termo utilizado para se referir a um rádio de grandes
dimensões, também chamado, nesse caso,
de boom box, ou aos sons produzidos com o
próprio corpo, principalmente com a boca,
simulando efeitos sonoros das pick-ups
e dos scratches nos discos. Solicite aos alunos que comuniquem ideias utilizando o
estilo sonoro beat box, produzindo sons
com a boca.
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Possibilidades interdisciplinares
Professor, o tema hip-hop poderá ser desenvolvido de modo integrado com as disciplinas de Artes, Geografia, História, Língua Portuguesa e Língua Estrangeira, na medida em que os conteúdos
remetem a costumes brasileiros e de outros países, localização geográfica e situação econômica,
expressões idiomáticas, termos estrangeiros e representações estéticas. Converse com os professores
responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteú­
dos de forma mais global e integrada pelos alunos.
Peça que criem passos de dança ao som do
beat box, harmonizando o ritmo com os sons e
os movimentos criados, os quais podem ser nomeados e registrados por escrito (ou por meio de
desenhos), para que possam ser aproveitados para
discussão nas próximas aulas e também avaliados.
Professor, para este momento você pode
sugerir que os alunos leiam o texto do box
“Você sabia?”, do Caderno do Aluno.
Professor, não é necessário que você saiba executar os movimentos do street dance.
Se for preciso, peça aos alunos que já possuem vivências das danças de rua para auxiliá-lo em algumas etapas da Situação de
Aprendizagem. A mesma estratégia pode ser
utilizada para qualquer outra manifestação
rítmica que seja abordada em aula.
Você sabia?
Que é possível fazer música com o corpo? Palmas, marcação com os pés, sons com a boca
etc. Essa técnica é chamada percussão corporal. Experimente “tirar” sons graves, médios e agudos do seu corpo. Por exemplo, se você bater com a palma das mãos no peito, encontrará
sons graves; no abdome, médios; nas coxas, agudos. Experimente! Para saber mais acesse o site
<http://www.barbatuques.com.br/br> (acesso em: 27 maio 2013), mantido por um grupo brasileiro de percussão corporal internacionalmente reconhecido. Confira, você vai gostar!
Situação de Aprendizagem 5
São quatro elementos. será que cabe mais um?
No hip-hop, o MC é o responsável pela organização e apresentação do evento: uma batalha entre DJs, um duelo entre rappers, um
desafio de b-boys ou um concurso de grafite.
Os DJs são responsáveis pela produção musical; os rappers, pela elaboração das rimas; os
b-boys, pelos passos de dança; e os grafiteiros,
pela expressão gráfica.
Nesta Situação de Aprendizagem, os alunos vivenciarão um evento característico do
hip-hop, elaborando os elementos culturais
que constituem essa manifestação e, a seguir,
relacionarão os elementos do hip-hop aos estilos de street dance.
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
Conteúdo e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem – hip-hop e street dance; diferentes
estilos como expressão sociocultural; principais passos e movimentos.
Competências e habilidades: identificar os diferentes elementos constitutivos do hip-hop; compreender o contexto sociocultural do hip-hop e suas manifestações rítmicas; identificar os diferentes estilos de street dance;
perceber e nomear passos e movimentos característicos de street dance; criar e nomear movimentos de street
dance; perceber e compreender o ritmo individual e coletivo na construção dos movimentos de street dance.
Sugestão de recursos: imagens sobre hip-hop; aparelho de som; CD sobre hip-hop; TV; aparelho de
DVD; DVD sobre hip-hop; cartolina; giz; lousa.
Etapa 1 – Os quatro elementos do hip-hop
Apresente, rapidamente, aos alunos os elementos do hip-hop, se possível com imagens
(verifique as apresentadas neste Caderno). Se
preferir, peça para que eles pesquisem, previamente, o assunto ou verifique se já têm algum envolvimento com o hip-hop.
Organize os alunos em grupos, associando-os
a um dos elementos constitutivos do hip-hop e às
suas respectivas funções: MC, DJ, rapper, grafiteiro e b-boy (ou b-girl, no caso das alunas). Cada
grupo será responsável por uma das funções. O
grupo de MCs organizará eventos envolvendo
os demais, propondo temas ou desafios. Os DJs
providenciarão a música (com aparelhos de som
eletrônicos ou com o recurso do beat box e da
percussão corporal ou, ainda, improvisando objetos disponíveis). O grupo de rappers elaborará
as rimas (poderão escrevê-las ou improvisá-las).
Os grafiteiros farão as ilustrações gráficas (podem ser criações a partir dos temas que surgirem
nas músicas) em cartazes ou utilizando bastões
de giz em uma lousa, por exemplo. E os b-boys e
as b-girls elaborarão os passos de dança.
Peça para os grupos apresentarem suas
produções. Pode haver um rodízio entre eles,
para que todos possam experimentar diferentes elementos do hip-hop. Se for possível, peça
para que tragam outros objetos que possam
ser associados ao hip-hop e/ou “cultura de
rua” contemporânea, como patins e skates.
Alguns movimentos de capoeira podem ser
também associados aos passos dos b-boys.
Etapa 2 – São quatro estilos, mas cada um
tem o seu
Há quatro estilos principais de street dance:
no breaking, a impressão é de que as articulações estão sendo “quebradas” nos movimentos;
no popping, parece que as articulações estão
“saltando” em espasmos musculares; no locking,
as articulações estão “trancadas”, restringindo
os movimentos; e, no freestyle, a improvisação
assemelha-se a uma coreografia.
© Fernando Favoretto
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 5
Figura 7 – Popping.
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© Alexandre Cappi/BrStock
A dinâmica da aula poderá ser agilizada se
os alunos tiverem em mãos os nomes dos principais movimentos e as respectivas imagens para
que possam associá-los à vivência. Procure elaborar esse material com antecedência ou solicite
que os próprios alunos pesquisem e tragam seus
registros (textos e figuras) para a aula.
© Atsuko Tanaka/Corbis/Latinstock
Figura 8 – Breaking.
© Fernando Favoreto
Figura 9 – Locking.
Professor, neste momento você poderá solicitar ao aluno a leitura e a realização das atividades “Para começo
de conversa”, “Pesquisa individual” e
“Lição de casa” sugeridas no Caderno do Aluno.
Se você mora ou já viajou para alguma das regiões metropolitanas do Estado de São Paulo, já
deve ter visto apresentações informais de b-boys
pelas ruas. O movime­nto hip-hop em São Paulo,
influenciado pelo hip-hop de Nova Iorque, associa manifestações culturais como música, grafite
e dança de rua ou street dance (recentemente, o
basquete de rua e o skate foram agregados) a
questões sociais como racismo, livre expressão e
maior representatividade política dos segmentos
sociais presumidamente desfavorecidos.
Os quatro elementos principais do hip-hop são:
Apresente aos alunos uma produção audiovisual: trechos de filmes ou videoclipes sobre o
street dance nos quais sejam apresentados movimentos específicos (veja a seção “Recursos
para ampliar a perspectiva do professor e do
aluno para a compreensão do tema”), contendo movimentos específicos.
© Conexão Editorial
Figura 10 – Freestyle individual.
ff MC – mestre de cerimônia ou apresentador do evento;
ff DJ – disc jockey, responsável pela produção musical;
ff grafiteiro – realiza a expressão gráfica da
“cultura de rua”;
ff b-boy – dançarino de rua (se for menina, b-girl).
A seguir, proponha que analisem a complexidade e o significado dos movimentos,
vivenciando-os e registrando suas impressões
e sensações enquanto os realizam.
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
b) DJ.
c) MC ou rapper.
© Fernando Favoretto
© iStockPhoto/Thinkstock/Getty Images
a) Grafiteiro.
© Mie Ahmt/Vetta/Getty Images
© Sean Murphy/Getty Images
1. Identifique nas imagens a seguir os quatro elementos principais do hip-hop:
d) B-boy.
Você sabia que existem quatro
estilos de street dance? Pesquise
na internet ou em outras fontes
vídeos e fotos dos quatro estilos,
observe as características dos movimentos e
responda:
Respostas pessoais. A intenção, nestas questões, é perceber
1. Você se identifica com algum deles? Com
qual?
Escreva um rap falando da sua experiência com o hip-hop na sua escola.
Não se esqueça das rimas.
2. Se pudesse ter aulas de street dance, qual
estilo gostaria de aprender? Por quê?
se os alunos se identificam com algum dos estilos. De posse
dessa informação, as práticas poderão ser propostas a partir
das preferências da turma.
Mano que é mano sabe...
Espera-se que o aluno consiga construir, a partir do conteúdo
desenvolvido, um dos elementos do hip-hop, no caso um rap.
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Situação de Aprendizagem 6
Os manos e as minas: coisa do hip-hop
ou coisa de paulista?
A xenofobia é a aversão ao estrangeiro, ao
que vem de fora, é um tipo de “bairrismo” e
de preconceito de quem vive na região urbana
em relação a quem mora no interior e vice-versa, ou de quem mora no litoral em relação
ao turista.
No Brasil, parece comum a desvalorização da cultura nacional, como ocorre nos
casos de desrespeito e desvalorização da cultura indígena ou dos costumes dos migrantes
de outras regiões do país que moram no Estado de São Paulo. O inverso também ocorre:
valorizar a cultura nacional sem sequer co-
nhecer manifestações semelhantes de outros
países é evitar o conflito de costumes que
caracteriza a própria identidade brasileira,
repleta de contradições desde a colonização
europeia e a escravidão negra.
No caso do hip-hop, a contradição é evidente: não se trata de uma manifestação originalmente brasileira, mas apresenta características
próprias no nosso país, como a relação com a
embolada e o repente nordestino ou com expressões regionais. O contexto sociocultural parece
permanecer: há espaço para a diversão, mas sem
a alienação de quem está apenas se divertindo.
Conteúdo e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e street dance; diferentes
estilos como expressão sociocultural; principais passos e movimentos.
Competências e habilidades: identificar os diferentes elementos constitutivos do hip-hop; compreender
o contexto sociocultural do hip-hop e suas manifestações rítmicas; identificar os diferentes estilos de
street dance; perceber e nomear passos e movimentos característicos de street dance; criar e nomear
movimentos de street dance.
Sugestão de recursos: aparelho de som; CD com música rap; letras de música rap; filmadora (opcionais).
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 6
Etapa 1 – Diversão sem alienação
Organize os alunos em dois grupos, um de
meninas e outro de meninos. Solicite que apresentem os movimentos e passos de street dance
mais comuns associados ao seu gênero, conforme sua própria percepção. Os alunos podem
nomear os movimentos apresentados.
A seguir, os movimentos e passos realizados por alunos e alunas devem ser contextualizados. Por exemplo: Remetem à diversão
ou à alienação? Apresente, brevemente, aos
alunos alguns trechos de música rap ou R&B
que contenham aspectos ideológicos presentes no hip-hop, voltados ao entretenimento
ou à conscientização política. Por exemplo,
na música Lean back (Encoste-se), do grupo
estadunidense Terror Squad, o refrão propõe
que as pessoas “não devem dançar, só ficar segurando as calças, se encostar e relaxar”. Já
na música Fim de semana no parque, do grupo
paulistano Racionais MC’s, há uma crítica à
exclusão a que estão submetidos os que vivem
longe da região central das cidades. Várias letras de música podem ser obtidas em sites. Se
possível, peça aos alunos para trazerem músicas e letras de sua preferência.
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
Etapa 2 – “Na real” ou é só imagem?
nalmente, as apresentações podem ser gravadas em vídeo para que os movimentos sejam
analisados com mais detalhes.
A expressão em inglês keep it real (que significa “mantenha as coisas como são na realidade”), utilizada na Cultura de Movimento
hip-hop, indica a crítica que alguns de seus
adeptos fazem ao consumismo e aos modismos associados à imagem comercializada desse elemento cultural.
Depois de terem realizado as dramatizações, solicite aos grupos que opinem sobre as
produções dos demais colegas, desde a complexidade dos movimentos até os significados
e sentidos expressos.
Sugira aos alunos, agora em grupos mistos, que dramatizem um videoclipe envolvendo todos os elementos do hip-hop e os estilos
de street dance. A mensagem do video­clipe
deve ficar explícita na dramatização. Opcio-
Professor, antes de iniciar a Atividade
Avaliadora, você poderá solicitar ao aluno
que realize as atividades das seções “Desafio!” e “Você aprendeu?”, sugeridas no Caderno do Aluno.
Desafio!
Você sabe o que é xenofobia? É a aversão a pessoas ou objetos estranhos do ponto de vista
do observador. O termo adaptado à área social designa aversão ao estrangeiro, ao que vem de
fora, uma espécie de bairrismo. Por exemplo: o preconceito de quem vive na capital em relação
a quem mora no interior, ou o preconceito de quem vive nas regiões centrais em relação a quem
vive na periferia. O movimento hip-hop denuncia toda forma de preconceito.
Encontre no quadro a seguir as palavras que se relacionam com os elementos da cultura de rua.
DJ
Popping
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Preconceito
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1. O street dance é um dos elementos do hip-hop e possui
quatro estilos diferentes. Assinale a alternativa que corresponde a esses estilos:
a)MC, popping, DJ e breaking.
b)grafite, freestyle, locking e b-boy.
a) popping.
b) freestyle.
c) breaking.
d) locking.
3. Os quatro elementos principais do hip-hop são:
c) breaking, popping, freestyle e locking.
a) MC, DJ, b-boy e grafite.
d) b-boy, breaking, grafite e MC.
b)grafite, freestyle, MC e b-boy.
2. O movimento de street dance em que a ênfase está na improvisação é o:
c) popping, freestyle, b-boy e DJ.
d) b-boy, breaking, grafite e MC.
Atividade avaliadora
Solicite que os alunos escrevam uma letra
de música rap com informações pertinentes
ao hip-hop e aos estilos de street dance. Depois, peça que apresentem a música usando
os movimentos e passos aprendidos. Caso
seja possível, a apresentação pode ser gravada no formato de videoclipe.
Peça também para os alunos identificarem
em um site ou mural, com imagens diversas,
trazidas por eles mesmos, as que são associadas aos elementos do hip-hop e aos estilos de
street dance. Sugira que apresentem os principais movimentos de cada estilo de street dance, nomeando os que realizarem.
proposta de Situações de Recuperação
Durante o percurso pelas várias etapas das
Situações de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, que novas Situações
de Aprendizagem sejam propostas, permitindo
ao aluno revisitar o processo de outra maneira.
Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolvendo
todos os alunos ou apenas os que apresentaram
dificuldades. Por exemplo:
ff roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você, para posterior
apresentação por escrito;
ff apreciação e análise de filmes ou documentários, orientadas por você;
ff apreciação e registro, por parte do aluno, de
movimentos próprios e dos colegas;
ff elaboração e apresentação (pode-se optar pelo registro com uso de palavras,
desenhos, audiovisual etc.) de exercícios,
pequenas coreografias, jogos etc., a partir de referenciais e elementos sugeridos
por você;
ff resolução de outras situações-problema, não
contempladas na Atividade Avaliadora, referentes aos gestos e movimentos das atividades rítmicas propostas;
ff reapresentação da Atividade Avaliadora, desenvolvida em outra linguagem (por
exemplo: descrever verbalmente e/ou com
desenhos as atividades sugeridas);
ff atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias atividades sejam refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente (por exemplo: dramatização de
videoclipe com elementos do hip-hop).
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Educação Física – 8ª série/9º ano – Volume 1
recursos para ampliar a perspectiva do professor
e do aluno para a compreensão do tema
Livros
FERRÉZ. Palavrarmas. In: CAMPELLO,
Carmute (org.). Tenso equilíbrio na dança da
sociedade. São Paulo: Sesc, 2005. p. 40-53.
Narrativa poética sobre a visão que se tem
da violência atribuída ao hip-hop e à periferia
urbana, na perspectiva de quem mora na própria periferia.
McLAREN, Peter. Pedagogia gangsta e guetocentrismo: a nação hip-hop como uma esfera
contrapública. In: ______ (org.). Multiculturalismo revolucionário: pedagogia do dissenso para o novo milênio. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2000. p. 153-193. Trata do processo
de resistência e de transformações no hip-hop,
desde sua origem marginalizada até sua incorporação pela indústria do entretenimento nos
Estados Unidos da América. Aponta possibilidades pedagógicas a partir dessa temática.
Artigos
ALVES, Flávio S.; DIAS, Romualdo. A
dança break: corpos e sentidos em movimento no hip-hop. Motriz, Rio Claro, v. 10,
n. 1, p. 1-7, jan./abr. 2004. Disponível em: <www.
rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/10n1/07FSAA.
pdf>. Acesso em: 27 maio 2013. Aborda como
os dançarinos de street dance percebem sua
inserção na cultura do movimento hip-hop.
MAGRO, Viviane M. M. Adolescentes
como autores de si próprios: cotidiano, educação e hip-hop. Caderno Cedes, Campinas,
v. 22, n. 57, p. 63-75, ago. 2002. Disponível
em: <www.scielo.br/pdf/ccedes/v22n57/12003.
pdf>. Acesso em: 27 maio 2013. Analisa
como os adolescentes envolvidos com a
cultura urbana do hip-hop desenvolvem-se
como protagonistas de seu próprio processo
educativo.
WELLER, Wivian. A presença feminina nas
(sub)culturas juvenis: a arte de se tornar visível. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 13,
n. 1, p. 107-126, jan./abr. 2005. Disponível
em: <www.scielo.br/pdf/ref/v13n1/a08v13n1.
pdf>. Acesso em: 27 maio 2013. Discute como
adolescentes negras e jovens de origem turca
requerem sua visibilidade em diferentes contextos do hip-hop, analisando, comparativamente, as cidades de São Paulo e Berlim.
Filmes
Antônia. Direção: Tata Amaral. Brasil, 2006. 90
min. 12 anos. Quatro amigas de infância, que
moram na zona norte da cidade de São Paulo,
formam um grupo de rap e tentam seguir carreira como cantoras, enfrentando o machismo
no meio musical. O longa-metragem deu origem a uma minissérie com a mesma temática.
Batalha: a guerra do vinil. Direção: Rafael Terpins.
Brasil, 2002. 15 min. Animação com técnica do
tipo stop motion, em que bonecos de massinha são
movimentados e filmados passo a passo. A história
trata de um duelo entre dois DJs mediado por um
MC. O curta-metragem deu origem a uma minissérie de animação com o mesmo tema.
8 Mile: rua das ilusões (8 Mile). Direção: Curtis
Hanson. EUA, 2002. 111 min. 16 anos. Um rapaz
branco mora em uma região predominantemente habitada por negros nos arredores de Detroit,
nos Estados Unidos da América. Para chegar lá,
é preciso acessar a estrada 8 Mile. O maior sonho
do rapaz é conquistar um lugar no mundo do rap.
Durante uma disputa de rappers, que têm de improvisar longas letras diante da plateia, ele “trava”
e não consegue exibir seu talento. Fica marcado
na comunidade como covarde e sua única saída é
tentar uma revanche, ajudado pelos amigos, entre
eles um DJ e um MC.
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Ela dança, eu danço. Direção: Anne Fletcher.
EUA, 2006. 98 min. Após depredar o patrimônio
de uma escola de artes, um jovem é condenado a
prestar serviços na mesma escola. Nesse processo
ele passa a se interessar pela dança, porém, à
primeira vista, há pouca relação entre o street
dance, já praticado pelo jovem, e a dança ensinada na escola. Essa situação é modificada a partir
do envolvimento do rapaz.
No embalo do amor (Brown Sugar). Direção: Rick
Famuyiwa. EUA, 2002. 109 min. 16 anos. A história de dois amigos de infância bem-sucedidos
em suas carreiras: ele é o produtor musical de
uma gravadora e ela é a editora de uma revista, ambas as empresas especializadas no gênero
hip-hop. Quando voltam a conversar sobre sua
paixão pelo ritmo desde crianças, descobrem-se
também apaixonados um pelo outro.
Entre nesta dança: hip-hop no pedaço. Direção: Chris Stokes. EUA, 2004. 90 min. Trata
da competitividade na dança de rua, na qual
grupos disputam entre si em troca de dinheiro
e reconhecimento. Esse conflito é evidenciado
quando dois grupos rivais, de diferentes classes sociais, passam a se enfrentar. No filme, há
também a indicação de movimentos específicos
de street dance.
Tupac: resurrection. Direção: Lauren Lazin.
EUA, 2003. 90 min. História do rapper estadunidense Tupac Amaru Shakur, ator e cantor
formado em Artes, que foi assassinado aos 25
anos de idade. Destaque para uma entrevista (cena 3) concedida por ele aos 17 anos de
idade, na qual critica o sistema educacional
de seu país e, particularmente, a Educação
Física escolar.
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
Tema 3 – Atividade Rítmica – Hip-Hop e Street
dance: CRIANDO AS PRÓPRIAS COREOGRAFIAS
Durante a primeira metade do século
XX, alguns ritmos prevaleceram nos Estados Unidos da América e, à medida que o
país passou a dominar economicamente e
influenciar política e culturalmente todo o
mundo, seus costumes ganharam destaque
internacional. Entretanto, a população negra estadunidense se situava à margem das
conquistas globais de seu próprio país. Na
década de 1930, durante a recessão, dançarinos sapateavam nas ruas ao som do jazz
e tentavam estabelecer um estilo de vida de
forma pacífica. Décadas depois, ao longo
dos anos 1960, os passos de dança seguiam
o ritmo predomi­nante do soul e do funk, enquanto a população negra buscava um estilo
de vida que confrontava explicitamente certos valores daquela sociedade.
Na década de 1980, os passos de dança
realizados nas ruas acompanhavam o ritmo
da música rap. O estilo de vida dos negros
estadunidenses passou a repercutir na mídia
com mais impacto, com uma atitude agressiva que revelava contradições na estrutura
social dos Estados Unidos da América. O
interesse mundial pela cultura desse país e
a exploração desse elemento cultural pela
mídia fomentaram a popularização do movimento hip-hop no início do século XXI.
A dança de rua, ou street dance, tornou-se
quase um modismo, parecendo uma prática
desvinculada de seu próprio processo histórico. Enquanto isso acontecia, verificou-se certa confusão entre a “cultura de rua”,
da qual não se tem controle, e o movimento hip-hop, que consiste em um conjunto de
elementos culturais articulados entre si de
forma intencional.
Assim como os demais elementos que compõem o hip-hop, o street dance apresenta diferentes estilos que se mesclam. No Brasil, a
população negra do Estado de São Paulo foi
pioneira na popularização desse movimento,
ainda no início dos anos 1980. O termo mais
popularmente utilizado para designar a dança
que acompanhava as manifestações de hip-hop
era o break. O sentido do termo era o mesmo utilizado em Nova Iorque em relação aos
“rapazes que dançavam nos intervalos” (break
dance boys ou b-boys).
Com o passar do tempo, detalhes do
street dance foram identificados a partir de
influências de outras regiões, e convencionou-se tratar esse elemento cultural como
um conjunto formado por quatro estilos
principais: breaking, popping, locking e
freestyle. O popping e o locking parecem ter
sua origem associada às ruas de Los Angeles, ao passo que o freestyle é um estilo ainda mais livre de dançar com improvisação
de movimentos.
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© Erik Isakson/Getty Images
Top-rock ou up-rock
O top-rock, movimento realizado em planos altos, é um
tipo de provocação para outro b-boy e serve como preparação para movimentos
mais complexos que serão
realizados.
Down-rock ou foot-work
São movimentos em que os
membros superiores e o tronco, em contato com o solo,
servem como apoio para que
os membros inferiores possam ser movimentados de
forma ainda mais complexa.
© Fernando Favoretto
O up-rock tem a mesma
função do top rock, mas é
mais elaborado, pois envolve a presença de dois
b-boys que simulam um tipo
de combate com ataque
e defesa (algo semelhante
à capoeira quando realizada sem contato entre os
oponentes).
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São movimentos que exigem bastante força nos
apoios com os membros
superiores e nos quais o
praticante assume posições
invertidas semelhantes às
observadas em alguns movimentos da ginástica.
Freeze ou suicide
© Fernando Favoretto
Power moves
© Fernando Favoretto
Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
É a manutenção, por alguns segundos, da posição
final assumida após a realização de uma sequência
de movimentos. Se houver
uma queda proposital do
b-boy ao solo, o movimento
final é chamado de “suicídio” (suicide).
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Situação de Aprendizagem 7
Coreografia com Estilo Livre
Os alunos vivenciarão os passos/movimentos de street dance e, em seguida, criarão e apresentarão uma coreografia mais complexa, porém mais livre: o freestyle.
Conteúdo e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem – hip-hop e street dance; diferentes
estilos como expressão sociocultural; principais passos/movimentos e coreografias.
Competências e habilidades: compreender os diferentes estilos de street dance e seu processo histórico; perceber e nomear passos/movimentos característicos de street dance; criar coreografias de
street dance; perceber e compreender o ritmo individual e coletivo na construção dos movimentos
de street dance.
Sugestão de recursos: aparelho de som; DVD; CDs; videoclipes (opcionais) e letras de músicas relacionadas
ao hip-hop.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 7
Etapa 1 – A sequência
Organize a turma em grupos com quatro
alunos cada um. Se possível, apresente uma
imagem referente a cada movimento (verifique sugestões nas páginas anteriores). Explique que cada componente do grupo será
responsável por apresentar um dos passos/
movimentos do street dance. Solicite a cada
grupo que realize a sequência de passos propostos e que a demonstre aos demais colegas
de turma. É necessário que todos os alunos
vivenciem todos os movimentos propostos.
Os nomes dos passos/movimentos têm relação com seu contexto original (há possibilidade de trabalhar com os professores de
Inglês neste tema), mas os alunos podem
propor outros nomes. Sugere-se que sejam
utilizadas músicas relacionadas ao hip-hop
durante a aula. Você pode solicitar, opcionalmente, aos próprios alunos que tragam
as músicas que preferirem.
Etapa 2 – A batalha
Mantenha os grupos da etapa anterior e
peça que inventem um nome para as respectivas
equipes. Organize um “torneio” e solicite que
cada grupo enfrente os demais, apresentando a
sequência de passos. A complexidade dos movimentos será determinante para decretar a “vitória” de um grupo sobre outro, e os próprios
alunos é que devem escolher os “vencedores”.
Orientem os grupos para que discutam as dificuldades encontradas na vivência.
Etapa 3 – A liberdade
Mantenha os grupos das etapas anteriores e solicite que elaborem uma coreografia
que vá além dos passos já vivenciados, criando outros movimentos. Permita que todos os
grupos se apresentem. Ao final, peça que registrem por escrito a sequência de movimentos, nomeando os passos que inventaram.
Professor, o Caderno do Aluno traz,
na seção “Para começo de conversa”, uma breve descrição do contexto em que surgiram a cultura hip-hop
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
e o street dance. Recomende aos alunos que
leiam o texto reproduzido nessa seção e realizem as atividades nela propostas.
Os países que se destacam no cenário econômico tendem a disseminar e ditar comportamentos e estilos de vida, influenciando a cultura de
outros povos. Exemplo típico dessa afirmação é
a sociedade estadunidense que, por meio do cinema, da música e, por vezes, de sanções econômicas, medidas protecionistas e até mesmo guerras,
assistiu à crescente globalização de seus costumes.
Contudo, apesar do crescimento econômico
experimentado pelos Estados Unidos da América no século XX, as desigualdades sociais em
seu território tornavam-se cada vez mais evidentes, e a população negra local permanecia à
margem do crescimento econômico de seu país.
1. Assinale se as afirmações são falsas ou ver­
dadeiras:
a) O dançarino de street dance é chamado
de b-boy.
( ) Falsa ( X ) Verdadeira
b)A letra “b” da palavra b-boy significa
big (grande).
( X ) Falsa ( ) Verdadeira
c) Popping e locking são estilos do street
dance.
( ) Falsa ( X ) Verdadeira
d) Breaking e freestyle são tipos de grafite.
( X ) Falsa ( ) Verdadeira
e)A letra “b” da palavra b-girl significa
break dance.
( ) Falsa ( X ) Verdadeira
© Fernando Favoretto
Foi nesse contexto que surgiram manifestações pacíficas, por meio de estilos musicais,
para confrontar o estilo de vida e os valores
dessa sociedade. Na década de 1980, o rap ganhou espaço na mídia e, hoje, o movimento
hip-hop é uma realidade, inclusive no Brasil.
No Tema 2 foram apresentados os quatro
elementos principais que compõem o hip-hop.
Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre
o street dance.
Figura 11 – B-boy.
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Agora, professor, é hora de
propiciar à turma a oportunidade de criar coreografias de
hip-hop. Para tanto, recomende que realizem a atividade descrita na seção
“Pesquisa em grupo”, do Caderno do Aluno.
Você viu que no movimento hip-hop existem quatro estilos principais de dança praticados pelos b-boys/b-girls (dançarinos de
rua). Agora, o desafio é elaborar uma coreografia freestyle. Em grupos, selecionem os
movimentos e criem uma coreografia. O número de movimentos pode variar, mas procurem realizar pelo menos três ou quatro
diferentes. Posteriormente, pratiquem juntos
para uma eventual apresentação ou torneio
com os outros grupos.
Você sabia que na cultura hip-hop apresen-
tações desse tipo são uma espécie de competição, chamada “batalha”, “racha” ou “rinha”,
em que os b-boys e as b-girls competem em
uma roda, apresentando a sua coreografia e simulando um desafio?
Para ajudar o grupo na pesquisa, segue
uma sugestão de roteiro. Coloquem o nome
da música escolhida (que seja uma música
bem marcada, que estimule a realização dos
movimentos, e não se esqueçam de levá-la
no dia da apresentação). Há ainda a possibilidade de o grupo criar a música a ser
coreografada. Anotem os passos que vocês
pretendem usar e os ordenem a fim de compor a coreografia.
Se preferirem, registrem por meio de ilustrações (desenhos, recortes etc.) a sequência
de movimentos.
Música escolhida:
Passos a serem utilizados na coreografia:
Sequência (coreografia):
Esta é uma atividade em que os alunos registrarão a coreografia elaborada.
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
para o seu grupo. Observe as definições e
imagens a seguir e nomeie os passos retratados em cada item.
a) O top-rock é um movimento realizado em planos altos,
que caracteriza um tipo de provocação para outro b-boy
e serve como preparação para movimentos mais complexos que serão realizados.
O up-rock tem a mesma função, mas é mais complexo,
© Erik Isakson/Getty Images
No Tema 2, vocês já pesquisaram
os quatro estilos de street dance e
agora criaram uma coreografia
c) Power moves são movimentos que exigem bastante força
nos apoios com os membros superiores, assumindo
posições invertidas semelhantes às observadas em alguns movimentos da ginástica.
d) Freeze é a manutenção, por alguns segundos, da posição
final assumida após a realização de uma sequência de
movimentos.
Se houver uma queda proposital do b-boy ao solo, o
movimento final é chamado de suicide.
© Fernando Favoretto
são movimentos em que os
membros superiores e o tronco, em contato com o
solo, servem como apoio para que os membros inferiores possam ser movimentados de forma ainda
mais complexa.
foot-work
© Fernando Favoretto
b) Down-rock ou
© Fernando Favoretto
pois envolve a presença de dois b-boys que simulam
um tipo de combate com ataque e defesa (algo semelhante à capoeira quando realizada sem contato entre
os oponentes).
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Desafio!
Escreva, no diagrama, as palavras a seguir, respeitando os cruzamentos.
Por falar em hip-hop
Coreografia
Breaking
FreestyleLocking
Par
PoppingRap
Preconceito
MC
Batalha
GrafiteDJ Breakers
Dança
B-boyB-girl
B
B
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
Com base em seus registros e
vivências, responda às seguintes questões.
1. O passo que envolve a presença de dois
b-boys simulando um combate é o:
( X ) up-rock.
( ) foot-work.
( ) power moves.
( ) freeze.
2. Os movimentos que exigem muita força
dos membros superiores em posições invertidas, semelhantes às da ginástica, são
denominados:
( ) up-rock.
( ) foot-work.
( X ) power moves.
( ) freeze.
3.No hip-hop, o evento em que os b-boys e
as b-girls se reúnem em roda e cada um
apresenta sua coreografia procurando superar o outro, é conhecido como:
Batalha.
4. Breaking, popping, locking e freestyle são
estilos:
( ) do grafite.
( X ) do street dance.
( ) de b-boys.
( ) de rap.
ATIVIDADE Avaliadora
Escolha, em conjunto com os alunos, uma
música relacionada ao hip-hop e solicite que
elaborem por escrito uma coreo­grafia para
ela, com os movimentos/passos aprendidos,
e que a apresentem. As coreografias exibidas nas aulas também podem ser consideradas, sendo possível, neste caso, avaliar todo
o processo de elaboração. Procure verificar
se os alunos utilizam os passos/movimentos
aprendidos, se sabem nomeá-los e se criam
coreo­grafias coerentes com o ritmo individual e coletivo, e também com a música proposta. A apresentação pode, opcionalmente,
ser registrada/gravada no formato de videoclipe para que os próprios alunos apreciem a
complexidade dos movimentos.
proposta de Situações de Recuperação
Durante o percurso pelas Situações de
Aprendizagem, é possível que alguns alunos não
apreendam os conteúdos e não desenvolvam as
habilidades da forma esperada. É necessário, então, que novas Situações de Aprendizagem sejam
propostas, permitindo ao aluno revisitar de outra maneira o processo. Tais estratégias podem
ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, envolvendo todos os alunos ou
apenas aqueles que apresentaram dificuldades.
Podem, ainda, ser elaboradas individualmente
ou em pequenos grupos. Por exemplo:
ff roteiro de estudos com perguntas norteadoras, elaboradas por você, referentes ao
hip-hop e ao street dance, para posterior
apresentação em registro escrito;
ff apresentação das características do processo histórico do movimento hip-hop,
bem como dos passos e das coreografias
de street dance;
ff apreciação e análise de filmes ou documentários, orientadas por você, professor;
ff apreciação e registro, por parte do aluno, de
movimentos próprios e dos colegas;
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ff elaboração e apresentação (pode-se optar
pelo registro com uso de palavras, desenhos, audiovisual etc.) de pequenas coreografias com base em referenciais e elementos sugeridos por você;
ff reapresentação da Atividade Avaliadora,
desenvolvida em outra linguagem (por
exemplo: descrever, verbalmente e/ou com
desenhos, as atividades realizadas);
ff atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias tarefas sejam refeitas
numa única aula e discutidas posteriormente
(por exemplo: dramatização de videoclipe com
elementos do hip-hop e passos de street dance).
RECURSOS para ampliar a PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A compreensão do tema
Livros
CASSEANO, Patrícia; ROCHA, Janaina;
DOMENICH, Mirella. Hip-hop: a periferia
grita. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2001. Interpreta a situação do hip-hop
no Brasil por meio de depoimentos de seus
adeptos, destacando os diferentes elementos
culturais que o compõem, além da participação feminina e da influência estadunidense. Resenha disponível em: <http://novo.
fpabramo.org.br/content/hip-hop-periferiagrita>. Acesso em: 25 out. 2013.
Artigo
FERRÉZ. Capão pecado. São Paulo: Labortexto Editorial, 2000. Romance que mostra
a realidade da região do Capão Redondo,
na zona sul da cidade de São Paulo. Lá vivem, aproximadamente, 200 mil habitantes,
espalhados por mais de 80 bairros. O livro
conta a história de Rael, um jovem que vive
o cotidiano duro dos moradores do local e
que se apoia nos livros, tentando ocupar seu
tempo com o trabalho. Resenha disponível
em: <http://www.revistas.uepg.br/index.ph
p?journal=folkcom&page=article&op=v
iewFile&path%5B%5D=505&path%5B%
5D=338>. Acesso em: 28 maio 2013.
SOUZA, Gustavo. Um novo cenário sociocultural nas metrópoles brasileiras: descentramento, consumo e estilo cultural no
movimento hip-hop. In: XXVI Congresso
Brasileiro de Ciências da Comu­nicação, 2003,
Belo Horizonte. Disponível em: <http://
www2.intercom.org.br/navegacao Detalhe.
php?option=trabalho&id=42376>. Acesso
em: 28 maio 2013. Apresenta três aspectos
do movimento hip-hop e suas relações na sociedade brasileira: a relação do sujeito com
a cidade, a constituição do estilo cultural
desse sujeito e o paradigma entre a noção de
consumo e cidadania.
PIMENTEL, Spency. O livro vermelho do
hip-hop. Disponível em: <https://clam.sarava.
org/sites/clam/files/Pimentel,Spensy.PDF>.
Acesso em: 28 maio 2013. Apresenta uma análise
comparativa dos elementos culturais do hip‑hop
nos Estados Unidos da América e no Brasil, interpretando variantes do seu processo histórico a
partir de frases dos principais participantes dessa
manifestação, sobretudo em São Paulo.
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
Filmes
Hip-hop SP. Direção: Francisco César Filho.
Brasil, 1990. 11 min. Documentário. Possivelmente, esse é o primeiro filme a registrar o hip-hop
no Brasil. O curta-metragem contém imagens
históricas da geração original do movimento, em
ação na estação São Bento do Metrô.
Onde São Paulo acaba. Direção: Andréa Seligman. Brasil, 1995. 12 min. Documentário.
Quando o gangsta rap estadunidense atingia
seu ápice de popularidade mundo afora, esse
curta-metragem já mostrava possíveis implicações dessa ideologia no Brasil. As cenas gravadas no extremo sul da cidade de São Paulo
são impactantes.
Street Prophetz. Direção: Martelli Brothers.
EUA, 2003. 90 min. Documentário. A partir do conceito de “cultura de rua”, esse
filme explora a ligação entre diferentes expressões como skate, rap e grafite, dando
voz a quem de fato faz parte de cada uma
dessas atividades.
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Tema 4 – Esporte – Modalidade Coletiva:
Futebol de Campo
No Currículo de Educação Física, as modalidades esportivas coletivas são compreendidas a partir da categoria esporte coletivo,
que reúne o futsal, o handebol, o basquetebol, o voleibol, o futebol de campo e outras
modalidades menos conhecidas. Em todas
elas duas equipes disputam um implemento
(a bola), criando táticas para levá-lo a um alvo
enquanto protegem o próprio alvo das investidas da equipe adversária. O voleibol, sem dúvida, apresenta algumas variações em relação
ao alvo, à circulação de bola e à marcação,
conforme tratado na 6a série/7o ano.
Nas séries/anos anteriores do Ensino Fundamental, os alunos tiveram a oportunidade de
compreender algumas modalidades esportivas
coletivas mediante a visão de esporte coletivo
que privilegia a técnica e a tática como partes
indissociáveis do processo de aprendizagem, o
“como fazer” e as “razões do fazer”.
A vantagem de trabalhar com o esporte coletivo por meio dessa perspectiva é, primeiro,
evitar a especialização precoce em uma modalidade esportiva, buscando o conhecimen­
to da estrutura de todas elas. Em segundo
lugar, essa perspectiva estimula os praticantes
a com­preenderem a dinâmica tática do esporte coletivo, procurando ações mais inteligentes
para a solução das situações-problema que
constantemente surgem no jogo. O objetivo
da Educação Física escolar não é fazer que os
alunos pratiquem uma modalidade esportiva
com virtuosismo, mas que conheçam todas as
modalidades e possam exercitá-las nas aulas e
também em seus momentos de lazer, durante
toda a vida. Além disso, o melhor conhecimento do esporte permitirá ao aluno assistir
à transmissão esportiva pelos veículos midiáticos e compreendê-los criticamente.
Na 8a série/9o ano espera-se que os alunos
sejam capazes de praticar esportes coletivos
de um modo mais estruturado em relação às
séries/anos anteriores, tendo já superado as fases de jogo anárquico e descentrado. A intenção, agora, é permitir aos alunos desta série/
ano a compreensão cada vez melhor do esporte
coletivo, praticando-o de forma elaborada.
Ao tomar o futebol de campo como exemplo, a técnica e a tática, assim como noções de
arbitragem, são apresentadas como importantes fatores para que o aluno se perceba dentro
de um universo de ações comunicativas estruturadas em diferentes níveis de complexidade
para vivenciar o esporte coletivo.
O futebol de campo expressa uma contradição dentro das escolas e no âmbito da Educação Física, uma vez que é a modalidade que
mais mobiliza os alunos e a que mais compõe
os espaços e os tempos nas várias formas de mídia esportiva. Porém, pelas exigências de grandes
espaços para sua prática, quase nunca pode ser
praticado nas escolas. Isso não quer dizer que
o futebol de campo não deva ser tratado como
tema da Educação Física, mas sim que os limites
para sua prática impõem outras formas de
abordagem, como a aqui proposta.
O futebol, como o conhecemos atualmente, é considerado um esporte moderno
em virtude de sua estrutura e organização e
constitui-se em fenô­
meno social, cultural,
econômico e midiático.
Para Daolio (2005), o futebol, particularmente o futebol de campo, é a expressão e, ao
mesmo tempo, modelo da e para a sociedade
brasileira, sendo capaz de refletir toda a dinâmica, as contradições e as riquezas dessa
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© Clinton Friedman/Gallo Images/Getty Images
Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
Figura 12 – Campo de futebol.
sociedade. Uma das contradições percebidas
no desenvolvimento do futebol no Brasil é, a
despeito de ser uma modalidade de origem
europeia, organizada na e pela elite, ter sido
intensamente apropriada pelas camadas populares no início do século XX. A rapidez com
que se expandiu, principalmente nos Estados
de São Paulo e Rio Janeiro, permite perceber
a imensa identificação por meio das emoções,
dos comportamentos e das diferentes formas
de organização para vivenciar o futebol.
representativos, a classe operária, estimulada
também pelos donos das fábricas, organizou-se
e apropriou-se de tal forma dessa modalidade,
que provocou uma ocupação de diferentes espaços nas cidades. Os espaços ocupados nas
imediações dos locais de trabalho (fábricas e
ferrovias), os terrenos baldios e as margens
dos rios, conhecidas como várzeas, passaram
a ser pontos de encontro de trabalhadores, futuros jogadores profissionais, famílias e grupos de amigos.
Àquela época, em vários países, o futebol
tornou-se assunto recorrente na conversa social
de bar, uma linguagem para todos os operários.
Tal jogo se aproveitou do vazio deixado pelas esferas comunitárias (a aldeia, a família, o bairro,
a paróquia) em desagregação na cidade moderna (Hobsbawm, 1991).
A partir da década de 1930, na cidade de São
Paulo, por exemplo, os bairros se relacionavam
por meio do futebol. Seabra (2000) identificou
a existência de inúmeros campos de futebol na
várzea paulistana entre os anos de 1940 e 1950,
todos intensamente utilizados, formando uma
rede de sociabilidade entre os bairros.
Enquanto o futebol era praticado por uma
elite dentro dos clubes e nos campeonatos
O futebol vivido fora dos clubes privados (responsáveis pelo futebol profissional),
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© Nilton Fukuda/AE
© João Prudente/Pulsar Imagens
Figura 13 – Futebol de várzea.
Figura 14 – Futebol: espaço público.
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
conhecido como futebol amador ou futebol de
várzea, apresenta peculiaridades que precisam
ser exploradas, pois permitem ressignificar a
memória de um local, perceber os variados
modos de vida, alimentar possibilidades de
contatos e encontros entre diferentes grupos,
identificar as condições sociais, culturais e
econômicas, perceber a desordenada ocupação geográfica das cidades (exploração imobiliária e submoradias), bem como a violência e,
principalmente, a necessidade de reocupação
dos espaços públicos pela comunidade como
espaços locais de lazer.
De modo mais intenso, a partir do final
da década de 1980, muitas áreas das cidades
passaram a ser ocupadas por “escolinhas de
esporte”, instituições privadas que alimentam as escolhas de muitos jovens esperançosos em “mudar de vida” por meio do esporte.
O que era antes organizado e vivido nas ruas,
nos parques e nas praças passou a ser decidido pelo “dono do negócio”. Muitas “escolinhas” são constituídas, principalmente, em
função do apelo das mídias para que crianças
e adolescentes sejam “esportistas” ou “atletas
famosos” e garantam seu lugar no futuro espetáculo esportivo.
Não é difícil perceber que, nos dias de
hoje, o esporte está associado às mídias, em
especial à televisão. Em toda a programação
televisiva, há referências ao esporte: nos seriados, nos desenhos animados, nas novelas,
nos documentários, nos programas de auditório, nas propagandas. A programação,
especificamente, esportiva (transmissão de
eventos ao vivo, noticiários, “mesas-redondas” etc.), bem como a presença do esporte
em jornais, revistas e sites, evidencia as relações de parceria entre o esporte e as mídias.
O esporte depende das mídias, pois estas
viabilizam os patrocinadores que financiam
a
eventos, clubes e atletas; e as mídias dependem do esporte para atrair e formar aficionados que consumam seus produtos.
Mas a referida relação de parceria não se
estabelece de modo igualitário, pois as empresas de comunicação, na medida de seus
interesses econômicos, acabam por intervir
no próprio contexto de produção do esporte. Nesse sentido, são bastante conhecidos
os casos de mudanças nas regras (no caso do
voleibol, por exemplo) e a imposição de horários dos eventos (no caso do futebol, por
exemplo), de modo a promover adequações
à dinâmica da espetacularização promovida
pela televisão.
A partir da década de 1960, com a popularização da televisão e o início de transmissões
ao vivo de eventos esportivos (os sistemas de
satélite garantem que as imagens e os sons alcancem, simultaneamente, todo o planeta), o
esporte transforma-se em um telespetáculo,
“realidade textual relativamente autônoma
face à prática ‘real’ do esporte, construída pela
codificação e mediação dos eventos esportivos
efetuados pelo enquadramento das câmeras
televisivas, a edição das imagens e os comentários que se acrescentam a elas, que interpretam para o espectador o que ele está vendo”a.
Ou seja, a experiência de assistir a um esporte
pela televisão não é a mesma de assistir ao vivo,
pois o que vemos na “telinha” é produto do
olhar direcionado das câmaras, da opinião do
comentarista, da música de fundo, acrescidos
ainda de recursos tecnológicos como a “câmera lenta”, o “tira-teima” etc.
Assim, a televisão transforma o esporte, de
uma possibilidade do Se-Movimentar, em um
produto de consumo instantâneo, composto
de imagens, sons e palavras: um texto audiovisual. E não é só isso: a televisão alimenta
BETTI, Mauro. Mídias: aliadas ou inimigas da Educação Física Escolar? Motriz, v. 7, n. 2, p. 125-129, 2001.
Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/7n2.htm>. Acesso em: 28 maio 2013.
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a falação esportiva em todas as mídias, para
usar uma conhecida expressão do italiano
Umberto Eco (1984). Fala-se sobre tudo e sobre todos nos programas e noticiários esportivos, nas matérias jornalísticas e nas colunas
de opinião de jornais e revistas especializadas,
nas entrevistas com os atletas. Mas, eis o discurso, predominante, sobre o que é esporte:
esforço máximo, busca da vitória a qualquer
preço, dinheiro, campeões.
só vitória, dinheiro, competição extrema, mas
também sociabilização no confronto com o
outro, prazer e ludicidade, vivências que não
são privilegiadas pelas mídias. Já as manifestações de violência (quer da torcida, quer dos
atletas), às vezes presentes em eventos esportivos, são objeto de destaque nas mídias. Por
exemplo, cenas de “brigas” nos estádios de futebol correm todo o mundo, induzindo-nos a
acreditar que o futebol é um esporte violento.
O processo de espetacularização traz consequências importantes para o modo como
enten­demos, apreciamos e praticamos o esporte. Em primeiro lugar, a espetacularização
fragmenta e descontextualiza o fenômeno esportivo. A experiência global de quem pratica
esporte é desconsiderada, pois esporte não é
É importante ressaltar também que não se
pretende, neste volume, esgotar essa temática em tão poucas aulas. O futebol de campo,
como modalidade coletiva, permite, em suas
várias formas, com seus vários signi­ficados e
suas formatações, ser recontextualizado outras
vezes ao longo do ciclo de escolarização.
Possibilidades interdisciplinares
© Michael Robinson/Corbis/Latinstock
Professor, o tema futebol de campo poderá ser desenvolvido de modo integrado com as disciplinas de
História, Geografia, Arte, Língua Portuguesa e Língua Estrangeira, na medida em que envolve conteúdos relacionados às manifestações culturais de diferentes contextos, regiões e épocas. Converse
com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada pelos alunos.
Figura 15 – Futebol: espaço privado.
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
Situação de Aprendizagem 8
Futebol se joga em grupo
Divididos em dois grupos, os alunos vivenciarão a prática do futebol de campo em um
espaço pequeno, para que percebam alguns
dos fatores que interferem na estrutura e na
dinâmica dessa modalidade. A seguir, com o
auxílio do professor, os alunos buscarão identificar e explicitar as dificuldades encontradas,
e estabelecerão algumas regras para uma nova
vivência do jogo: dois alunos farão o papel de
“árbitros”. Após algum tempo, os alunos deverão definir quais das regras sugeridas são mais
coerentes e adequadas para propiciar maior
dinamismo e melhora da qualidade técnica e
tática do jogo. Essas normas serão registradas e definidas como um código a ser respeitado por todos.
Conteúdo e temas: futebol de campo: técnicas e táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo; noções de arbitragem.
Competências e habilidades: identificar e analisar as diferentes possibilidades de espaço e o número de
participantes na organização do futebol de campo; compreender e valorizar as ações técnico-táticas
no futebol de campo; compreender e valorizar a função do árbitro na prática do futebol de campo.
Sugestão de recursos: bolas de diferentes dimensões; papel sulfite; canetas.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 8
Etapa 1 – O que é para fazer?
Divida a turma em dois grupos (preferencialmente, formado por meninos e meninas) e
delimite um espaço na quadra (ou pátio, rua,
campo etc.), de maneira que a relação entre
o número de alunos (grande) e o espaço disponível (pequeno) acarrete dificuldade para a
movimentação deles. A quantidade de participantes é importante para que os alunos percebam alguns dos fatores que interferem na
estrutura e na dinâmica do jogo de futebol. A
princípio, não estabeleça orientações técnicas
ou táticas, informe apenas que o objetivo de
cada grupo é atingir a meta, chutando a bola.
Se possível, utilize bolas de diferentes tamanhos e pesos. Estabeleça um tempo até que os
alunos percebam a dificuldade de organizar e
identificar os componentes de cada grupo.
Etapa 2 – Assim não dá! Para tudo!
Reúna os alunos e pergunte a eles quais foram as dificuldades encontradas para vivenciar
o jogo (registre-as, se possível). Para isso, pode-se abordar, por exemplo, a quantidade de participantes, a limitação do espaço, a dificuldade
técnica e tática dos participantes, o peso e o
tamanho da bola, a ausência de um árbitro ou
“juiz” etc. Em seguida, sugira, novamente, que se
organizem em dois grupos (os mesmos da etapa
anterior) e estabeleçam regras para jogar. Para
que tais normas possam ser seguidas, cada grupo
deverá escolher dois alunos que farão os papéis
de árbitros da partida e serão os responsáveis por
verificar se todos estão seguindo as regras.
Etapa 3 – Estamos quase... organizados!
Os dois grupos deverão, novamente, se reunir
e definir quais das normas sugeridas são mais
coerentes e adequadas para propiciar maior dinamismo e melhora da qualidade técnica e tática
do jogo no que se refere a: espaço, tempo, participantes, característica do implemento (bola),
número de infrações etc. Essas normas serão registradas e definidas como um código a ser respeitado por todos. Os grupos deverão também
avaliar de que forma a participação dos árbitros
contribuiu para o andamento do jogo.
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Situação de aprendizagem 9
O Esporte Coletivo na comunidade local
Os alunos identificarão espaços na comunidade que permitam a manifestação de modalidades
esportivas coletivas e as características dos praticantes.
Conteúdo e temas: o esporte coletivo na comunidade; organização e estrutura do espaço público na comunidade e a relação com as modalidades coletivas esportivas; características dos
grupos praticantes.
Competências e habilidades: identificar quais modalidades coletivas são mais praticadas no bairro ou
entorno da escola; identificar as características do espaço geográfico e do público participante;
identificar e sugerir outras possibilidades de compartilhar o espaço público por meio de diferentes modalidades esportivas coletivas.
Sugestão de recursos: mapas do bairro; papel sulfite; canetas.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 9
Etapa 1 – Identificando o esporte coletivo
na comunidade local
Organize os alunos em grupos (se possível,
utilize a proximidade geográfica das residências
dos alunos como critério para composição dos
grupos) e solicite que identifiquem as modalidades esportivas mais praticadas nos arredores
do lugar onde residem. Solicite aos grupos que
façam registros das modalidades, dos locais de
prática e das características dos praticantes.
Etapa 2 – Mapeando o esporte coletivo
da comunidade local
Antes de iniciar esta etapa, tenha em mãos
cópias de mapas com a localização geográfica
(bairro) da escola. Você pode obter esses mapas em sites da internet.
Os grupos que identificaram as diferentes
modalidades esportivas na etapa anterior terão a tarefa de apontar no mapa as localidades e estabelecer legendas de identificação:
nome das modalidades, características dos
praticantes, distância da escola etc. Auxiliados pelo professor, terão ainda a tarefa de, se
possível, agendar uma visita de toda a turma
a algum dos locais apontados.
Por fim, solicite aos alunos que apresentem algumas alternativas para diversificar e
aumentar a ocupação dos espaços públicos
disponíveis na comunidade, por meio da prática de modalidades coletivas.
Professor, oriente os alunos a realizar as atividades propostas na
seção “Para começo de conversa”, do Caderno do Aluno, para
que retomem os conhecimentos de que dispõem sobre o futebol.
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© Rogério Reis/Pulsar Imagens
Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
Figura 16 – Futebol de várzea.
1. Com base nessa imagem, escreva, em poucas palavras, o que significa futebol de várzea. Se tiver dúvidas, consulte livros, revistas
e sites que tratem desse assunto, ou mesmo
pessoas que conheçam o futebol de várzea.
Resposta pessoal.
2.Você conhece algum campo de futebol de
várzea? Onde fica? Como é esse campo?
um telejornal. Em época de Copa, até aqueles que não ligam para esporte acabam sabendo o que acontece. Com a expansão e os
avanços tecno­lógicos dos meios de comunicação (televisão, rádio, jornal, revista, internet), a cobertura de grandes eventos alcança
regiões bastante remotas e, de uma forma ou
de outra, notícias sobre o mundo do futebol
chegam às casas das pessoas.
Resposta pessoal.
3.Você sabe quais são as diferenças e as semelhanças entre o futebol de campo e o
futebol de várzea?
Espera-se que o aluno identifique as características dos campos
de futebol de várzea, associando sua organização com alguns
aspectos das regiões onde se localizam, bem como a relação
entre essas localidades e a questão da especulação imobiliária.
Você se liga em futebol? Sim? Então vai
tirar de letra. Não? Não gosta? Pode ser, mas
é difícil não se envolver quando todo mundo
fala do Brasil na Copa. Nem que seja participar da conversa, de um bolão ou assistir a
Vamos ver se isso ocorre de fato? Responda às perguntas a seguir.
4. O capitão da seleção brasileira em 1994 foi
o técnico que comandou a seleção na Copa
do Mundo de futebol em 2010. Trata-se de:
a)Romário.
b)Zagallo.
c)Dunga.
d)Leão.
e)Bebeto.
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5. Em termos de conquistas de títulos em Copas do Mundo de futebol, o Brasil é:
a)bicampeão.
b) tricampeão.
d)Guarani.
e)Santos.
8.Rogério Ceni, também conhecido como
goleiro-artilheiro, defende a meta do:
c)tetracampeão.
a)Palmeiras.
d) pentacampeão.
b) São Paulo.
e)hexacampeão.
c)Corinthians.
6. Muricy Ramalho, em 2008, foi técnico do:
a)Palmeiras.
b) São Paulo.
c)Corinthians.
d)Guarani.
e)Santos.
7. Depois de vários anos jogando na Europa,
Ronaldo “Fenômeno” voltou ao Brasil, em
2009, para jogar no:
a)Palmeiras.
b) São Paulo.
c) Corinthians.
d)Guarani.
e)Santos.
9. Em que ano ocorreu a Copa do Mundo de
futebol na África do Sul?
a)2009.
b) 2010.
c)2011.
d)2012.
e)2013.
Agora, professor, recomende aos alunos a
leitura do quadro “Curiosidade”, do Caderno
do Aluno, para que conheçam, resumidamente, a história do futebol no Brasil.
Curiosidade
Você sabia que muitos dos craques que fizeram a história do futebol brasileiro começaram a vida de jogador em campos de várzea? (O termo “várzea” está associado a
terras férteis localizadas em vales, à margem de rios ou ribeirões.) As escolinhas de futebol
que conhecemos hoje não existiam há alguns anos. Elas surgiram com o crescimento das
grandes cidades e a diminui­ção de áreas livres. No passado, bastava um terreno plano, descampado, para aparecer um campinho de futebol no qual a molecada pudesse se divertir.
O futebol foi introduzido no Brasil em 1894 por Charles Miller, brasileiro, filho de ingleses. Em abril de 1895, na várzea do Carmo, no bairro do Brás, em São Paulo, foi realizado o primeiro jogo entre funcionários da Companhia de Gás e da Companhia Ferroviária
São Paulo Railway (time de Charles Miller). A partida aconteceu nos arredores da Rua do
Gasômetro, região que sofria com as constantes inundações do Rio Tamanduateí. O São
Paulo Railway venceu a Companhia de Gás por 4×2.
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
Pesquise sobre as modalidades esportivas mais praticadas nas proximidades da escola ou de onde
você mora. Procure saber quantos
e quais espaços esportivos existem (clubes,
campos, quadras, praças etc.). Se possível,
converse com frequentadores desses espaços
Perguntas e aspectos
pesquisados
Entrevistado 1
para saber quais esportes são praticados ali e
quem são as pessoas que participam (idade,
profissão). Aproveite para perguntar sobre
outras curiosidades que você tenha.
Registre as respostas dos entrevistados
no quadro:
Entrevistado 2
Entrevistado 3
Local (quadra,
campo, clube etc.)
Idade do entrevistado
Profissão do entrevistado
(se for estudante, indicar
a série/ano que cursa)
Modalidades oferecidas
e praticadas no local
Há quanto tempo
existe o local
É frequentado por quem
(homens, mulheres,
crianças, jovens,
idosos)
Outras informações
Sugere-se, por meio de roteiro, um diagnóstico dos espaços para prática esportiva disponíveis nas proximidades da escola ou na região
onde o aluno mora.
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Situação de aprendizagem 10
De olho na telinha!
Alguns alunos ficarão um ou mais dias
sem assistir à televisão; os demais registrarão os programas/eventos esportivos a que
assistirem. Será feito um levantamento das
modalidades e dos eventos esportivos mais
assistidos, e os alunos que se abstiveram de
ver TV apresentarão seus depoimentos para
verificar se e como obtiveram informações
sobre os acontecimentos e eventos esportivos. Os dados dos dois grupos serão comparados. Por fim, o professor encaminhará uma
discussão, de modo que os alunos percebam
como as informações de que dispomos sobre
o esporte dependem em grande medida da
televisão, que não apresenta fatos “neutros”,
mas os interpreta em nosso lugar.
Conteúdo e temas: a espetacularização do esporte e o esporte profissional – o esporte na televisão.
Competências e habilidades: identificar e analisar o modo de construção do discurso televisivo
sobre o esporte.
Sugestão de recursos: papel sulfite; canetas; aparelho de DVD e televisão (opcionais).
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 10
Etapa 1 – Alguns com TV, outros sem TV.
Pode um negócio desse?!
Previamente, solicite voluntários que se
disponham a ficar alguns dias (ou no mínimo
um dia) sem assistir à televisão. Solicite aos
demais alunos que anotem, durante alguns
dias da semana, os programas/eventos esportivos a que assistem e o respectivo número de
horas/minutos que o fazem.
Os alunos que assistiram a programas/eventos esportivos deverão apresentar e comparar os
dados que obtiveram em termos de modalidades
esportivas e tipos de programas assistidos. Auxilie na identificação das modalidades esportivas
mais frequentes nos programas e eventos assistidos. Os alunos que se abstiveram de assistir à
televisão apresentarão seus depoimentos para
verificar se e como obtiveram informações sobre
acontecimentos e eventos esportivos.
Auxilie os alunos a compararem os depoimentos, principalmente no que se refere à
quantidade e ao conteúdo de informações se-
melhantes, associando às suas respectivas fontes. Por exemplo: um árbitro cometeu um erro
(que não influenciou no resultado da partida)
em uma determinada modalidade esportiva,
porém os comentaristas “criaram” uma polêmica sobre o fato e o equívoco foi diversas
vezes reprisado. O grupo que assistiu à televisão deve comentar e analisar a maneira como
a informação foi transmitida e se houve necessidade de tanta polêmica; o grupo que obteve
a informação por outras fontes deve comentar
como entendeu a situação.
Encaminhe a discussão de modo que os alunos percebam como as informações de que dispomos sobre o esporte dependem, em grande
medida, da televisão, que não apresenta fatos
“neutros”, mas os interpreta em nosso lugar.
Provavelmente, a maior parte dos programas e
eventos assistidos refere-se ao esporte praticado em nível profissional, em especial o futebol,
e/ou a um grande evento esportivo que esteja
em andamento. Destaque esse fato aos alunos e
também suas implicações, como interesses dos
patrocinadores, ênfase na busca da vitória, culto ao ídolo, estímulo à rivalidade etc., e como
isso contribui para a construção do modo pelo
qual a televisão aborda o esporte.
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
Procure garantir que os alunos percebam
como é construído o discurso das mídias em torno dos eventos esportivos, com ênfase em determinados aspectos da prática esportiva, de modo
a prender a atenção do telespectador.
Decida com seu professor o tipo de participação que você terá nesta atividade: a) ser voluntário, propondo-se a ficar um ou mais dias sem
assistir à televisão; ou b) assistir à televisão com
a incumbência de registrar algumas informações.
Se houver necessidade, grave um trecho
de um programa/evento esportivo e analise-o
com os alunos.
Se você optar pela situação a, abstinência televisiva, mesmo sem assistir à TV, faça um diário
sobre fatos da atualidade referentes às práticas esportivas (competições, resultados, jogadores, times
etc.), explicando como obteve essas informações.
Professor, solicite aos alunos que,
para a próxima aula, preparem as
atividades sugeridas na “Lição de
casa”, do Caderno do Aluno.
No Brasil, a primeira transmissão, em tempo real, de uma partida de futebol foi pelo rádio, na década de 1930. As transmissões dos
jogos de futebol pela televisão se iniciaram na
década de 1950, sendo a TV Tupi a precursora
da transmissão comercial. Desde essa época,
o futebol faz parte da programação das emissoras de rádio e televisão, que procuram conquistar a audiência da população brasileira.
A proposta desta “Lição de casa” é identificar a influência dos meios de comunicação,
especialmente a televisão, nas informações
que temos sobre os esportes e na formação da
opinião da população.
Caso você opte pela situação b, deverá
registrar os fatos esportivos a que assistiu
nos dias destinados para o trabalho (um ou mais
dias, conforme decidido previamente).
Se você assistiu a transmissões de jogos, anote quais viu; que comentários foram feitos pelos
locutores esportivos sobre os jogadores, os times, os técnicos, a arbitragem etc.; o que as pessoas à sua volta disseram sobre as partidas etc.
Se assistiu a noticiários, comentários esportivos
ou a outra matéria, registre também quais foram
os principais assuntos tratados, os elogios, as críticas, entre outros. Anote comentários que você
tenha ouvido de parentes, amigos e vizinhos a
respeito de alguma prática esportiva.
Espera-se que o aluno, com base no relato das suas experiências
e das dos colegas, identifique: a influência da mídia na disseminação e formação de opiniões, os diferentes discursos veiculados
pelas diferentes mídias, os assuntos esportivos mais polêmicos etc.
Desafio!
© Danilo Verpa/Folhapress
Vamos ver se você realmente é bom de bola...
Como são conhecidos, popularmente, estes estádios?
Estádio Municipal Paulo Machado de Carva­lho.
a) Pacaembu.
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© Ana Carolina Fernandes/Folhapress
Estádio Jornalista Mário Filho, sede da Copa de 1950.
© Moacyr Lopes Junior/Folhapress
b) Maracanã.
Estádio Cícero Pompeu de Toledo, sede do time campeão do Campeonato Brasileiro em 2008.
c) Morumbi.
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© Moacyr Lopes Junior / Folhapress
© Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
Estádio Palestra Itália, sede do time que conquistou o Campeonato Paulista em 2008.
© Luciano Netto/Folhapress
© Luciano Netto/Folhapress
d) Parque Antártica.
Estádio Urbano Caldeira, sede do clube do rei Pelé.
e) Vila Belmiro.
Nem todos os que desconhecem esses estádios não são bons de bola. Você já visitou algum
deles? No Estádio do Pacaembu, por exemplo, há um museu do futebol que vale a pena conhecer. Você conhece outros estádios? Em caso afirmativo, indique o nome oficial e o nome
popular de cada um.
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O futebol é um fenômeno social,
cultural, econômico e midiático.
Sua estruturação e organização
é resultado de um processo histórico cuja evolução o coloca entre os esportes
modernos do mundo. De esporte amador, nascido nos campos de várzea de São Paulo, o futebol é hoje uma modalidade que envolve grande
volume de investimentos e interesses.
Assinale a alternativa que completa corretamente as frases:
A introdução do futebol no Brasil foi feita
por um brasileiro, filho de ingleses, chamado:
( ) William More.
( X ) Charles Miller.
( ) Thomas Bell.
Enquanto o futebol era praticado por
uma elite, em clubes, a classe operária organizou-se e apropriou-se da modalidade,
ocupando espaços nas imediações dos locais de trabalho, em terrenos baldios e às
margens dos rios. Esse futebol, vivido fora
dos clubes privados, ficou conhecido como:
( ) futebol de rua.
( ) futebol operário.
( X ) futebol de várzea.
Segundo o jornalista Flávio Adauto (1999),
a chegada da indústria automobilística ao Brasil, na década de 1950, impulsionou a expansão imobiliária. Com o crescimento urbano,
a aglomeração da indústria e do comércio e a
ampliação da malha viária, muitos campos foram extintos.
Com a retificação das margens dos Rios
Tietê e Pinheiros para receber o asfalto das vias
em suas laterais e com a abertura da Avenida 23
de Maio, ligando o aeroporto de Congonhas ao
centro da cidade, desapareceram, por exemplo,
os campos do Lusitano e do Éden, entre outros.
Tudo foi substituído por prédios, avenidas,
shoppings. Foram engolidas dezenas, talvez centenas, de campos da cidade. No final do século
passado e início deste, o futebol tornou-se altamente profissionalizado. É um negócio, sem dúvidas. O talento, que antes nascia nos campos de
várzea, hoje é produzido. Os jovens dos grandes
centros urbanos iniciam sua prática nos esportes
em espaços diferenciados, como:
( X ) escolinhas de futebol.
( ) faculdades.
( ) centros de reabilitação.
Essas instituições foram criadas em função do apelo das mídias, as quais influenciam
crianças e adolescentes que sonham em ser “esportistas” ou “atletas famosos” para, um dia,
terem seu lugar no espetáculo esportivo.
O futebol, como negócio, atrai a atenção
da mídia, especialmente:
( ) da internet.
( ) das revistas.
( X ) da televisão.
O esporte depende das mídias, que viabilizam patrocinadores e financiam os atletas, os
clubes e os eventos, assim como as mídias dependem do esporte para formar consumidores
dos produtos por elas anunciados.­
O esporte transformou-se, assim, em:
( X ) telespetáculo.
( ) teatro.
( ) circo.
O esporte que vemos na tela é resultado do
parecer do comentarista, do olhar de quem está
com a câmera e registra o que considera importante (e que nem sempre é o que nós achamos
relevante). A isso somam-se emoção em função
da música de fundo, o apelo do “tira-teima” e
tantos outros recursos tecnológicos que influenciam a opinião de quem assiste ao jogo pela TV.
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
Desafio!
Escreva, no diagrama, o nome dos jogadores, respeitando os cruzamentos.
Craques que fizeram história nas seleções brasileiras
4 letras
6 letras
7 letras
9 letras
Leão
Bebeto
Edmundo
Garrincha
Pelé
Falcão
Romário
Jairzinho
Zico
Júnior
Ronaldo
5 letras
Tostão
Rivaldo
11 letras
Telê Santana
Zagallo
Dunga
13 letras
8 letras
Roberto Carlos
Rivelino
Carlos Alberto
Sócrates
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Cuidando de sua postura
Quando pegamos um peso, ele
torna-se uma carga adicional. Além
disso, o modo como realizamos esse
movimento influencia na intensidade
de compressão do disco (coitadinho!).
© Conexão Editorial
Você sabia que, quando estamos em pé, a região lombar
(parte inferior da coluna vertebral) recebe o peso da cabeça, dos membros
superiores, dos nossos órgãos, do tórax e das vértebras que estão acima?
Só isso equivale a 100% de compressão
no disco vertebral (lembre-se, ele fica
entre as vértebras)!
Quando você for pegar ou levantar um
peso acima da cabeça, para evitar prejuí­
zos à sua coluna, apoie o objeto em seu
corpo e suba em algum banquinho ou escada para que os braços fiquem, pelo menos, na mesma linha do local em que você
colocará ou de onde pegará o objeto.
É por isso que há tantas recomendações quanto à forma de transportar ou
pegar peso. Então, veja mais estas dicas!
© Conexão Editorial
Outra dica serve para as atividades do
dia a dia, em que você precisará manter os
braços elevados: procure mantê-los na altura dos ombros ou, no máximo, na altura
da cabeça. Coloque um banquinho, uma
escada ou outro apoio para você ficar em
uma posição adequada.
Você também deve evitar ficar curvado para a frente, sem o apoio das mãos,
por exemplo, quando escova os dentes.
Lembre-se da sobrecarga na coluna.
ATIVIDADE AVALIADORA
Proponha situações encontradas no futebol de campo, apresentadas como problemas
a serem discutidos, vivenciados e solucionados pelos alunos, por escrito ou mediante demonstração na quadra. Com isso, será
possível avaliar, inicialmente, a capacidade
dos alunos de pensar taticamente o futebol de
campo. Não valorize a realização em termos
de execução perfeita das ações específicas do
jogo nem se a ação proposta culminou na
consecução de gol, em caso de demonstração
da solução na quadra. Avalie a compreen-
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são por parte dos alunos da situação de jogo
proposta e das iniciativas para solucioná-la.
Para tanto, você poderá perguntar-lhes:
ff Qual a melhor estratégia para uma equipe de futebol numa situação de ataque na
qual dispusesse de superioridade numérica
de jogadores?
ff Qual a melhor estratégia para uma equipe de futebol numa situação de defesa na
qual estivesse em desvantagem numérica
de jogadores?
ff Como uma equipe de futebol deveria se comportar se estivesse perdendo o jogo e faltasse
pouco tempo para o término da partida?
ff Em quais aspectos o espaço físico é fator
importante para garantir a organização do
futebol?
ff Em quais aspectos a presença do árbitro é
importante no futebol?
ff Por que não precisamos de árbitros quando jogamos futebol com os colegas na rua,
no parque ou no clube?
ff Em quais espaços da comunidade o futebol
é praticado? Por quem? Como poderíamos
aumentar e melhorar a prática do futebol
em nossa comunidade?
Discuta com os alunos as respostas apre-
sentadas e realize as correções necessárias. É
importante garantir que os alunos atentem
para a organização tática coletiva do futebol.
Descreva para eles situações reais de partidas de futebol de campo, colocando-os na
situação de árbitros e pedindo que opinem.
Essa situação pode ser operacionalizada na
forma de uma gincana em que os vários grupos devem responder a questões propostas,
contando pontos para as respostas certas. O
objetivo é que os alunos relembrem as regras
do futebol.
Durante as Situações de Aprendizagem
referentes ao tema “espetacularização do esporte e esporte profissional”, procure avaliar
se os alunos percebem e identificam como se
constrói o discurso televisivo com relação à
seleção das modalidades abordadas e ao enfoque adotado, que privilegia a espetacularização dos eventos. Por exemplo: os alunos
conseguem perceber a ênfase em determinados temas, como a busca da vitória, a violência, a rivalidade, o culto ao ídolo, a criação
de expectativas etc., e como tais escolhas
condicionam um modo de perceber e consumir o esporte? Quais as modalidades esportivas mais “divulgadas” na televisão e que não,
necessariamente, são as mais praticadas?
PROPOSTA DE SituaÇÕES de Recuperação
Durante o percurso pelas Situações de
Aprendizagem, alguns alunos poderão não
apreender os conteúdos nem desenvolver as
habilidades da forma esperada. É necessário,
então, que novas Situações de Aprendizagem
sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar
de outra maneira o processo. Tais estratégias
podem ser desenvolvidas durante as aulas ou
em outros momentos, envolver todos os alunos
ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Podem ser, ainda, trabalhadas individualmente ou em pequenos grupos. Por exemplo:
ff roteiro de estudos com perguntas norteadoras
elaboradas por você, referentes aos princípios técnico-táticos ou às regras do esporte
coletivo, para posterior apresentação em
registro escrito;
ff atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias tarefas sejam refeitas
numa única aula e discutidas posteriormente
(por exemplo: circuito que contemple diferentes preceitos e sistemas táticos das modalidades do esporte coletivo);
ff exibição de um programa televisivo sobre esporte, com elaboração por escrito de comentários sobre o conteúdo tratado, com base
em roteiro elaborado por você, professor.
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RECURSOS para ampliar a PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A compreensão do tema
Livros
Artigos
BETTI, Mauro. A janela de vidro: esporte,
televisão e Educação Física. Campinas: Papirus, 1998. O autor discute a fragmentação
do discurso da mídia televisiva sobre o esporte, vista como uma “janela de vidro”. Com
o dinamismo dos seus recursos audiovisuais,
cria polêmicas e manipula a percepção dos
telespectadores sobre o fenômeno esportivo.
BETTI, Mauro. Mídias: aliadas ou inimigas
da Educação Física Escolar? Motriz, v. 7, n. 2,
p. 125-129, 2001. Disponível em: <http://www.
rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/7n2.htm>. Acesso
em: 28 maio 2013. Aborda as relações entre a
escola e as mídias, a espetacularização nas mensagens veiculadas pela mídia e as possibilidades
de uso da televisão e do vídeo nas aulas de Educação Física.
DAOLIO, Jocimar (org.). Futebol, cultura e sociedade. Campinas: Autores Associados, 2005.
No Brasil, a expressão popular “jogar bola”
refere-se, claramente, ao futebol, e a nenhum outro esporte com bola. Este livro reúne seis textos
que tomam o futebol como foco de análise. Com
base em referências das Ciências Sociais, são discutidos: a superstição no futebol, a construção
social da paixão do torcedor, o estilo de jogo
brasileiro, a rivalidade entre torcidas, a questão
da violência e o futebol como espaço masculino.
CALDAS, Valdenyr. A geografia do futebol
de várzea em São Paulo. In: Estudo do tombamento do Parque do Povo. Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,
Artístico e Turístico do Estado de São Paulo
– CONDEPHAAT: São Paulo, 1994. Estudo
que apresenta a geografia do futebol de várzea
em São Paulo.
FOER, Franklin. Como o futebol explica o
mundo: um olhar inesperado sobre a globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. O
autor analisa o intercâmbio entre o futebol
e a economia global, buscando compreender
a época contemporânea. Discute, a partir do
futebol, as forças do livre comércio, as multinacionais e o imperialismo cultural.
DAOLIO, Jocimar. Jogos esportivos coletivos:
dos princípios operacionais aos gestos técnicos
– modelo pendular a partir das ideias de Claude
Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 10, n. 4, p. 99-103, out. 2002. Disponível em: <http://portalrevistas.ucb.br/index.
php/RBCM/article/view/478/503>. Acesso em:
28 maio 2013. O artigo parte das ideias de
Claude Bayer sobre o esporte coletivo e propõe
um modelo para seu tratamento pedagógico.
HOBSBAWM, Eric. Nações e nacionalismos
desde 1780. São Paulo: Paz e Terra, 1991. Apresenta como a vida cotidiana, nos últimos séculos,
está associada à noção de nação e nacionalismo,
atrelando-se a vários elementos culturais.
JESUS, Gilmar M. São Paulo: a cidade e o
futebol. Revista Digital, Buenos Aires, ano
8, n. 46, mar. 2002. Disponível em: <http://
www.efdeportes.com/efd46/cidade1.htm>.
Acesso em: 28 maio 2013. Analisa a forma
72
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Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 1
pela qual nas últimas décadas fatores diversos
como a expansão do tráfego de veículos e a
especulação imobiliária proporcionaram forte redução no número de campos de várzea
na cidade de São Paulo, embora se note uma
quantidade expressiva desses espaços na periferia metropolitana. Ao mesmo tempo, proliferam campos fechados, de acesso pago e de
uso social muito restrito.
SEABRA, Odette C. L. Urbanização: bairro e
vida de bairro. Travessia. São Paulo, v. 13, n.
38, p. 11-17, set./dez., 2000. São Paulo, 2001.
Apresenta as implicações do processo de urbanização nos costumes que caracterizam a vida
cotidiana nos bairros da cidade de São Paulo.
Sites
Federação Paulista de Futebol. Disponível em:
<http://www.futebolpaulista.com.br>. Acesso
em: 28 maio 2013. Apresenta notícias e informações atualizadas sobre o futebol paulista,
além de comentários sobre as regras do futebol
e divulgação das tabelas dos campeonatos.
Museu do Futebol. Disponível em: <http://
www.museudofutebol.org.br>. Acesso em: 25
out. 2013. Apresenta informações sobre os diferentes clubes do futebol brasileiro e sobre a
seleção, além de divulgar exposições e oficinas
temáticas para escolas e público em geral.
Filmes
Boleiros, era uma vez o futebol. Direção: Ugo
Giorgetti. Brasil, 1998. 98 min. Livre. Um
grupo de ex-jogadores de futebol reúne-se, habitualmente, em um bar para relembrar e contar suas histórias de vida: fama, superstições,
suborno, detecção de futuros talentos etc.
Boleiros 2. Direção: Ugo Giorgetti. Brasil,
2006. 86 min. 12 anos. No cenário modernizado do bar onde foram contadas as histórias do filme Boleiros, era uma vez o futebol,
ex-jogadores acompanham as conversas e
relatam outros acontecimentos.
Uma história de futebol. Direção: Paulo Machline. Brasil, 1998. 21 min. Livre. Documentário
que conta a história de Pelé. Narrado por um de
seus amigos de infância, também trata do cotidiano de um grupo de jovens e do descobrimento
dos grandes ídolos. Aborda, ainda, o envolvimento das famílias e da comunidade no futebol.
Você pode assistir ao documentário no site Porta Curtas. Disponível em: <http://portacurtas.
org.br/filme/?name=uma_historia_de_
futebol>. Acesso em: 28 maio 2013.
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QUADRO DE CONTEÚDOS DO
Volume 2
Volume 1
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
5a série/6o ano
6a série/7o ano
7a série/8o ano
Jogo e esporte: competição
e cooperação
Jogos populares
Jogos cooperativos
Jogos pré-desportivos
Esporte coletivo: princípios gerais
– Ataque
– Defesa
– Circulação da bola
Esporte
Modalidade individual: atletismo
(corridas e saltos)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Esporte
Modalidade individual: atletismo
(corridas, arremessos e lançamentos)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Luta
Modalidade: capoeira
– Capoeira como luta, jogo e
esporte
– Princípios técnicos e táticos
– Processo histórico
Atividade rítmica
Manifestações e representações
da cultura rítmica nacional
– Danças folclóricas/regionais
– Processo histórico
– A questão do gênero
Luta
Modalidade: caratê.
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Atividade rítmica
Manifestações rítmicas ligadas
à cultura jovem: hip-hop e
street dance
– Coreografias
– Diferentes estilos como
expressão sociocultural
– Principais passos e
movimentos
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Capacidades físicas: noções
gerais (agilidade, velocidade e
flexibilidade)
– A importância do alongamento e do aquecimento
Organismo humano, movi­mento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações no
atletismo e na atividade rítmica
Organismo humano, movi­mento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações no
atletismo e na luta
Esporte
Modalidade coletiva: a escolher
– Técnicas e táticas como fatores de
aumento da complexidade do jogo
– Noções de arbitragem
Esporte
Modalidade coletiva: futsal
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Esporte
Modalidade coletiva: basquetebol
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Capacidades físicas: noções
gerais (força e resistência)
– A importância da postura
adequada
Organismo humano, movi­mento
e saúde
Capacidades físicas e aplicações
no basquetebol
Esporte
Modalidade individual: ginástica artística
– Principais gestos técnicos
– Principais regras
– Processo histórico
Esporte
Modalidade individual: ginástica
rítmica
– Principais gestos técnicos
– Principais regras
– Processo histórico
Atividade rítmica
Manifestações e representações de
outros países
– Danças folclóricas
– Processo histórico
– A questão do gênero
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Aparelho locomotor e seus
sistemas
Ginástica
Ginástica geral
– Fundamentos e gestos
– Processo histórico: dos
métodos ginásticos à ginástica
contemporânea
Ginástica
Práticas contemporâneas: ginásticas
de academia
– Padrões de beleza corporal, ginástica e saúde
Esporte
Modalidade coletiva: handebol
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Noções gerais sobre ritmo:
jogos rítmicos
Esporte
Modalidade coletiva: voleibol
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Luta
Princípios de confronto e
oposição
– Classificação e organização
– A questão da violência
Ginástica
Práticas contemporâneas
– Princípios orientadores
– Técnicas e exercícios
Organismo humano, movimento
e saúde
Princípios e efeitos do treinamento
físico
8a série/9o ano
Esporte
Modalidade coletiva: futebol
de campo
– Técnicas e táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo
– Noções de arbitragem
– Processo histórico
– O esporte na comunidade
escolar e em seu entorno: espaços, tempos e interesses
– Espetacularização do esporte
e o esporte profissional
– O esporte na mídia
– Os grandes eventos esportivos
Esporte
Jogo e esporte: diferenças
conceituais e na experiência
dos jogadores
– Modalidade “alternativa”
ou popular em outros países:
beisebol
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Atividade rítmica
Organização de festivais de
dança
Esporte
Organização de campeonatos
Esporte
Modalidade individual ou coletiva
(ainda não contemplada)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movimento
e saúde
Atividade física/exercício físico:
implicações na obesidade e no
emagrecimento
Doping: substâncias proibidas
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CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL
NOVA EDIÇÃO 2014-2017
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB
Coordenadora
Maria Elizabete da Costa
Diretor do Departamento de Desenvolvimento
Curricular de Gestão da Educação Básica
João Freitas da Silva
Diretora do Centro de Ensino Fundamental
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação
Profissional – CEFAF
Valéria Tarantello de Georgel
Coordenadora Geral do Programa São Paulo
faz escola
Valéria Tarantello de Georgel
Coordenação Técnica
Roberto Canossa
Roberto Liberato
Suely Cristina de Albuquerque Bomfim
EQUIPES CURRICULARES
Área de Linguagens
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli
Ventrela.
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Silveira.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes
Nogueira.
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa,
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros,
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley
Aparecido Cornatione.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e
Rodrigo Ponce.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e
Maria da Graça de Jesus Mendes.
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte.
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Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos
Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João
Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus.
Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Meira de Aguiar Gomes.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e
Teônia de Abreu Ferreira.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Santana da Silva Alves.
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso,
Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria
Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy
Fernandez.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Almeida e Tony Shigueki Nakatani.
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO
PEDAGÓGICO
Área de Linguagens
Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes,
Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves
Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista
Bomfim, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia
Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza,
Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena
Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de
Campos e Silmara Santade Masiero.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M.
de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,
Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina
Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda
Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,
Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar
Alexandre Formici, Selma Rodrigues e
Sílvia Regina Peres.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis
Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi,
Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia,
Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan
Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello,
Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi,
Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro,
Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Luís Prati.
Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino,
Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Plana Simões e Rui Buosi.
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
e Sonia Maria M. Romano.
História: Aparecida de Fátima dos Santos
Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Tânia Fetchir.
Apoio:
Fundação para o Desenvolvimento da Educação
- FDE
CTP, Impressão e acabamento
Esdeva Indústria Gráfica Ltda.
11/11/13 17:12
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
EDITORIAL 2014-2017
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI
Presidente da Diretoria Executiva
Antonio Rafael Namur Muscat
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Alberto Wunderler Ramos
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS
À EDUCAÇÃO
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Editorial: Amarilis L. Maciel, Angélica dos Santos
Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina
Carvalho, Carla Fernanda Nascimento, Carolina
H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão,
Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento,
Flávia Medeiros, Gisele Manoel, Jean Xavier,
Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leandro
Calbente Câmara, Leslie Sandes, Mainã Greeb
Vicente, Marina Murphy, Michelangelo Russo,
Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula
Felix Palma, Priscila Risso, Regiane Monteiro
Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella
Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e
Tiago Jonas de Almeida.
CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS
CONTEÚDOS ORIGINAIS
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
Martins e Renê José Trentin Silveira.
COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS
CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS
CADERNOS DOS ALUNOS
Ghisleine Trigo Silveira
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e
Sérgio Adas.
CONCEPÇÃO
Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo,
Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini
(coordenadora) e Ruy Berger (em memória).
AUTORES
Linguagens
Coordenador de área: Alice Vieira.
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami
Makino e Sayonara Pereira.
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana
Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti,
Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles
Fidalgo.
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel
Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues
Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia
González.
História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
Raquel dos Santos Funari.
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Schrijnemaekers.
Ciências da Natureza
Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.
Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,
Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso
Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
José Luís Marques López Landeira e João
Henrique Nogueira Mateos.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,
Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo
de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,
Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell
Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e
Yassuko Hosoume.
Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca
Micsik, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana
Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida
Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro e
Vanessa Leite Rios.
Matemática
Coordenador de área: Nílson José Machado.
Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz
Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério
Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e
Walter Spinelli.
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse
Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda
Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza
Design Gráfico e Occy Design (projeto gráfico).
Ciências Humanas
Coordenador de área: Paulo Miceli.
Caderno do Gestor
Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de
Felice Murrie.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são
indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de
terceiros e mantêm as características dos originais, no que
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no
Caderno do Professor para apoiar na identificação das
atividades.
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S239m
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; educação física,
ensino fundamental – anos finais, 8a série / 9o ano / Secretaria da Educação; coordenação geral,
Maria Inês Fini; equipe, Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches
Neto, Mauro Betti, Sérgio Roberto Silveira. - São Paulo: SE, 2014.
v. 1, 80 p.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino
Médio e Educação Profissional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.
ISBN 978-85-7849-587-9
1. Ensino fundamental anos finais 2. Educação física 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II.
Souza, Adalberto dos Santos. III. Daolio, Jocimar. IV. Venâncio, Luciana. V. Neto, Luiz Sanches. VI. Betti,
Mauro. VII. Silveira, Sérgio Roberto. VIII. Título.
CDU: 371.3:806.90
11/11/13 17:12
Validade: 2014 – 2017
a
o
5 SÉRIE 6 ANO
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
Caderno do Professor
Volume 1
ARTE
Linguagens

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