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faça o
tricoladas / 04 / calendário tricolor / 15 / análise tática / 28 /
rockolor / 22 / la cancha / 30 / baú tricolor / 32 /
edição no 07/13 -
A CULPA É
SEMPRE DO
TÉCNICO?
Desde que Muricy Ramalho
saiu foram sete técnicos
no comando do Tricolor.
Hora de dar sequencia a
Paulo Autuori? p.24
ENTREVISTA
Darío Pereyra dá a receita para a
volta por cima tricolor p.20
Ano 1
carta ao leitor
PRECISAMOS ACORDAR!
Expediente
Vinícius Ramalho – Editor Chefe e Jornalista
Responsável (MTB 73523)
Alessandra Nogueira – Repórter
Gustavo Ramalho – Colunista e Editor
Leonardo Léo – Colunista e Repórter
Thiago Moura – Colunista e Repórter
Que mês foi esse de julho hein torcedor são paulino?
Apesar que o problema já não é mais um único mês, mas sim, um ano em que
estamos tendo que pagar por erros de planejamento e de gestão da atual diretoria
do Tricolor Mais Querido do Mundo.
Dando aquela "geral" final na revista, reparei que no pós-jogo não tivemos
nenhuma vitória. Isso é inadmissível para um clube do tamanho do São Paulo.
Pensando nisso, nossa matéria de capa fala do rodízio de técnicos no comando
Colunistas: Alberto Ferreira, Bruno Fekuri,
Fabrício Gomes, Jussara Araujo,
Leandro Pinheiro, Renato Ferreira,
Roney Altieri, Ulises Cárdenas.
tricolor desde a saída do vitorioso Muricy Ramalho. Pesquisamos os números dos
Coluna Arte Tricolor: Lucas Martins
Falando em técnico, nada melhor que lembrar do Mestre Telê Santana que está na
Erika Ostark – Projeto gráfico e diagramação
Silva Leite Júnior – Fotógrafo
Alexandre Ramos – Soluções Digitais
nossos técnicos e até concordamos que mudanças eram necessárias, mas parece
que o problema não passa somente por quem senta no banco para comandar o
time.
nossa matéria especial, escrita pelo colunista Leonardo Léo.
Buscando trazer a raça uruguaia, tão presente na história tricolor, a entrevista do
mês é com Dom Darío Pereyra. O zagueiro uruguaio, que brilhou nas décadas de
70 e 80 com o manto sagrado do São Paulo, falou do momento atual do time, das
lembranças de sua passagem pelo clube e da seleção uruguaia que se encontra
Número 07/2013 - Ano 01
Periodicidade mensal
Fechamento da edição: 31 de julho de 2013
@RevistaTMQ
facebook.com/RevistaTMQ
www.revistatmq.com.br
em momento complicado nas eliminatórias para a Copa do Mundo. Vale a pena
conferir.
O destaque dessa edição fica para o texto da coluna La Cancha, tão bem escrito
pelo nosso tricolor chileno Ulises Cárdenas. Volverá el Campeón deveria ser lido no
vestiário do São Paulo para os jogadores na próxima partida do time. Quem sabe o
clima de guerra não faria esse time voltar a vencer?
Além disso tem as colunas que você já está se acostumando a ver nas páginas
da revista mais tricolor da web. Eternizados, com o craque Pita; Esquecidos
lembrando Carabáli; Baú Tricolor, resgatando os técnicos das antigas que passaram
pelo São Paulo; as análises do mês de julho; Tricolor de Cabeceira, com um filme da
época que estávamos acostumados a ganhar e a coluna São Paulo Collection com
ítens do nosso glorioso ano de 2005.
No calendário a musa escolhida para o mês de agosto é a bela Samanta Collor,
representante tricolor no concurso Belas da Torcida do portal UOL.
Que a viagem para Europa e Ásia sirva para que o time volte mais forte, pois, até o
A Revista TMQ é uma publicação
independente, onde as opiniões expressas
são de responsabilidade dos colunistas.
fim do ano, ainda tem muita coisa para acontecer.
Nosso papel é continuar fazendo uma revista de acordo com as tradições do São
Paulo, torcer e empurrar o time, que não pode ficar na parte de baixo da tabela
como nesse início de Brasileirão.
Um agosto tricolor a todos nossos leitores!
VAMOS TRICOLOR, VAMOS NÃO PARA DE LUTAR
VAMOS TRICOLOR, PARA SEMRE VOU TE AMAR!
Anuncie na Revista TMQ
[email protected]
VINÍCIUS RAMALHO
editor chefe
NESTA EDIÇÃO
CAPA
24
E agora professor?
TRICOLADAS
04
ANÁLISE TÁTICA
28
Acreditei no peso da camisa
ESPECIAL
06
Mestre Telê, saudade eterna
PÓS-JOGO
CONTE SUA HISTÓRIA
29
Leandro Benaglia
08
LA CANCHA
30
Volverá el campeon?
ARTE TRICOLOR
13
BAÚ TRICOLOR
32
A rica galeria tricolor de treinadores
TRICOLOR EM NÚMEROS
14
TRICOLOR DE CABECEIRA
34
Soberano: seis vezes São Paulo
CALENDÁRIO TRICOLOR
15
ANÁLISE EM TRÊS CORES
35
O fim de uma era
ENTREVISTA - DARÍO PEREYRA
16
Classe e raça na zaga tricolor
ETERNIZADOS
20
A hora do Rush
TRICOLOR NA REDE
37
Soberanos
21
Nosso volante de seleção.... equatoriana
ROCKOLOR
36
A coisa tá feia...
Pita, o craque em extinção
ESQUECIDOS
FALA RAPAZIADA
SÃ-PAULINAS
38
Pelos lados do campo
22
SÃO PAULO COLLECTION
Autuori lembra 2005 e 2005 lembra títulos!
40
Divulgação/Penalty/VIPCOMM
revista tmq / 4 /
TRICOLADAS
01.07.13 a 31.07.13
A volta do que não foi
No início do mês de julho, Paulo Miranda foi
negociado por cerca de R$ 13,2 milhões junto
ao Olympique de Marseille. O estranho é que,
após recuperar-se de uma cirurgia na mão
esquerda, a negociação não vingou e o zagueiro
permaneceu no São Paulo. Vai entender...
Homenagem ao diamante negro
No dia 19 de julho, dia nacional do futebol, foi lançado em evento
no centro de São Paulo os uniformes da linha Penalty Raiz. O clube
Outra
expulsao
aproveitou a proposta de fazer uniformes com estilo retrô para
homenagear o centenário de Leônidas da Silva, o Diamante Negro,
que será celebrado no mês de setembro.
Dessa vez o atacante deixou o São Paulo
Caiu!
com um a menos na derrota para o
Luis Fabiano foi expulso outra vez.
REINTEGRADO
Depois da derrota na primeira partida
Quem se deu bem com a mudança do
Bahia, em pleno Morumbi. Ao ouvir
da decisão da Recopa, Ney Franco foi
comando técnico tricolor foi o volante Fabrício.
os gritos de “pipoqueiro”, gesticulou
demitido do São Paulo. Ney deixou o
Pouco aproveitado por Ney Franco, o jogador
apontando para as arquibancadas e foi
cargo no dia em que completou um ano
ganhou nova chance com Paulo Autuori,
para os vestiários sem conversar com a
no São Paulo. O anúncio foi feito em
que pediu sua volta antes mesmo de dar sua
imprensa. Calma, Fabuloso!
entrevista coletiva no CT.
primeira entrevista como técnico do São Paulo.
Churrasco da discórdia
vai estrear?
No dia seguinte à derrota para o Cruzeiro por 3 a 0 em pleno
Após se contundir logo na chegada ao São Paulo,
Morumbi, um churrasco, para promover a inauguração do
o atacante Negueba voltou aos treinos e deve ser
placar eletrônico das quadras de society da sede social, foi
opção para o técnico Paulo Autuori. “Vou buscar
motivo de muita polêmica. O clima de eleição tomou conta
o entrosamento ideal para poder entrar em
do encontro e simpatizantes de Juvenal Juvêncio acabaram
campo e tirar o São Paulo dessa situação”, disse o
entrando em atrito com associados que usavam camisas
jogador que veio do Flamengo.
apoiando a candidatura de Marco Aurélio Cunha.
Até que enfim
Depois de declarações infelizes e demonstrações
de falta de conhecimento de futebol, o diretor
de futebol Adalberto Baptista deixou o cargo
no São Paulo. O dirigente alegou ter recebido
ameaça e, por isso, deixou o cargo de confiança
do Presidente Juvenal Juvêncio.
revista tmq / 5 /
EM QUEDA LIVRE!
SE A FASE É TERRÍVEL EM
CAMPO, OS BASTIDORES
NÃO FICARAM POR MENOS.
MUITAS FARPAS E DECLACÕES
POLÊMICAS MARCARAM ESSE
PERÍODO NEFASTO.
JUVENAL JUVêNCIO -
Sobre o processo de troca de técnico :
“Vocês que falam que o Leco chegou e vetou o Muricy, não é verdade.
Primeiro que ele não tem poder de veto, segundo que não falou
palavra alguma sobre isso. Ele chegou todo alinhado lá e estou
falando. Não vetou não. E, também, se vetasse não seria ouvido”.
E mais Juvenal:
"Torcida é paixão. Administração é razão! Certa vez a torcida pediu
a contratação do Cicinho. Pedi: ‘vá lá e traga o Cicinho, nem que seja
por seis meses'. Passados seis meses ele quis renovar. Eu disse: ‘não,
você quer ir embora'. Depois ele afirmou o seguinte, que teve seis
meses enganando o São Paulo, bebendo. Agora ele tá ai, pela rua”.
ROGÉRIO CENI -
diagnóstico preciso:
“Nos últimos meses, nós paramos no tempo. Os adversários
cresceram, se reforçaram, e nós ficamos para trás”.
ADALBERTO BAPTISTA - em resposta ao Mito:
"Todos sabem que ele está em vias de se aposentar e gostaria
de terminar esse ano ainda com título. Todos sabem que ele
ainda sente algumas dores no pé. No seu ponto alto, as
saídas e reposições de bola, ele está com deficiência".
ROGÉRIO CENI -
sobre jogar machucado:
“Quero deixar claro que desde a Copa das Confederações
não sinto dor alguma no meu pé(...) dizem que sou chato
e até posso ser, mas gosto de ganhar sempre, é meu
jeito de ser. Perder uma final deixa qualquer atleta com
identificação com o clube chateado".
ADALBERTO BAPTISTA - na contramão da tabela:
"Existe o grupo daqueles que brigam pelo título, no
qual eu incluo o São Paulo, e o grupo que luta para
não cair, onde ninguém coloca o São Paulo".
ROGÉRIO CENI -
realista:
“Há campeonatos em que você joga para ganhar,
enquanto em outros você tem de pensar em se salvar.
Neste ano, vamos ter de jogar para nos salvar".
Ilustração: Lucas Martins
PAULO AUTUORI - sobre o afastamento de Lúcio:
É uma hora de necessidades e não de vontades
pessoais. Enquanto eu estiver aqui, nunca vamos
priorizar as vontades pessoais. Não tenho
nenhuma dificuldade em tomar decisões.
especial
Foto: IG
revista tmq / 6 /
MESTRE TELÊ,
SAUDADE ETERNA
O São Paulo Futebol Clube, que já era grande, tornou-se
gigante. E isso graças a um “ex pé-frio” que se tornou
mestre. O Mestre Telê Santana, maior técnico da história
do Tricolor.
por LEONARDO LÉO
especial
F
revista tmq / 7 /
alta perigosa para o São Paulo - Raí na cobrança. O
Mas não começou assim tão bem. Logo em seu primeiro desafio
camisa 10 bate com maestria e manda a bola no ângulo
Telê fez um ótimo trabalho, tirando leite de pedra e levando o
do goleiro Zubizarreta. O São Paulo fazia 2 a 1 no todo
Tricolor até a final do brasileirão, mas perdeu o título para o rival
poderoso Barcelona e colocava a mão na taça.
SCCP.
Assim como é impossível esquecer o golaço de Raí, é impossível
Telê Santana não se abateu e deu a volta por cima.
esquecer a comemoração daquele que é um dos gols mais
bonitos da história do São Paulo Futebol Clube.
No ano seguinte, com um time mais constante, um grupo unido
e sob o comando de Raí, o São Paulo de Telê encontrava o rival
Raí corre em direção ao banco, de encontro ao mestre,
mais uma vez em uma final de campeonato, dessa vez pelo
de encontro ao principal resposável pelo primeiro título
Campeonato Paulista. E desta vez deu a lógica: São Paulo Campeão
mundial do Tricolor Mais Querido. Telê Santana se levanta do
Paulista. O mesmo São Paulo, que ganharia o Brasileiro daquele
banco sorrindo e grava na história do São Paulo um sorriso
ano, o terceiro da sua história e o primeiro título expressivo do
inesquecível.
“ex-pé-frio”.
O São Paulo Futebol Clube conquista o mundo pela primeira vez,
Mas foi em 1992 que Telê deu um bico na fama de pé-frio, entrou
Telê também; e prova que o mundo era seu há muito tempo, só
para a história do São Paulo, transformou o Mais Querido no
precisava de um grande aliado, o maior clube do Brasil.
maior time do Mundo e se tornou um Mestre do futebol.
O ex-jogador, conhecido como “Fio de Esperança”, apelido que
São Paulo Campeão da Libertadores sobre o argentino Newell's
ganhou por ter o corpo franzino, fez história jogando
Old Boys. Raí brilhou mais uma vez, mas desta vez com a ajuda
pelo Fluminense.
de Zetti. A América era tricolor pela primeira vez, mas só o
continente era pouco para essa máquina, ou melhor, para
essa Ferrari.
SÃO PAULO CONQUISTA
O MUNDO PELA PRIMEIRA
VEZ, TELÊ TAMBÉM; E
PROVa QUE O MUNDO ERA
SEU HÁ MUITO TEMPO
Mas antes de viajar para o Japão em busca do título mundial, o
São Paulo venceu o SEP no primeiro jogo da final do Paulista. Do
outro lado do mundo, mais uma vez, o terror do Morumbi, Raí, foi
decisivo e o São Paulo atropelou o temido Barcelona. São Paulo
campeão do mundo; e antes do mágico ano de 1992 chegar ao fim,
o São Paulo venceu o SEP no segundo jogo da decisão do Paulista e
gritou “é campeão” mais uma vez.
Se 1992 foi ano da consagração, 1993 foi o ano da consolidação. O
São Paulo conquistou a Libertadores e o Mundial mais uma vez,
Craque dentro das quatro linhas, Telê mostrava-se grande
contra Universidade Católica e Milan, respectivamente.
conhecedor de futebol e admirador do futebol arte. Não deu
Em 1994 o Tricolor buscava a sua terceira Libertadores, mas um
outra, Telê se tornou técnico de futebol.
time argentino e um goleiro paraguaio impediram esse sonho.
Seu primeiro trabalho foi no, até então clube do coração,
Fluminense.
Telê teve passagens por Atlético MG, Palmeiras, Grêmio, entre
outros grandes clubes brasileiros, mas o que poucos se recordam,
ou até mesmo não sabem, é que Telê foi técnico do São Paulo na
década de 70. Não obteve sucesso, mas ele voltaria um dia para
brilhar.
Antes de retornar ao Maior do Mundo, Telê foi técnico da seleção
brasileira, dirigindo a seleção canarinha nas Copas de 1982 e
1986 e ficando famoso por comandar uma das maiores seleções
de futebol do mundo, que encantou, mas não levou. Nascia ali,
Porém, essa não foi a maior derrota do Mestre. Em 1996 Telê
sofreu uma isquemia e teve que abandonar futebol. Dez anos
depois, o Mestre Telê Santana partia dessa para uma melhor.
O maior técnico da história do São Paulo se foi, mas sempre estará
gravado em nossos corações. É uma honra saber que o maior
técnico de futebol que o Brasil já conheceu pôde dar a volta por
cima vestindo o nosso agasalho.
Um mestre, um gênio do futebol, um ídolo, uma saudade eterna,
uma emoção indescritível, quando estamos em um Morumbi
lotado e podemos gritar, cheios de orgulho e ao mesmo tempo
com nó na garganta:
injustamente, o apelido de “pé-frio”.
Calma nação vermelha, branca e preta, esse apelido seria
substituido por outro. Alguns anos depois, em 1990, Telê
acertava seu retorno ao Tricolor. Era o inicio da “Era Telê”.
olê,Olê,olê, TelÊ! Telê!
revista tmq / 8 /
PÓS-JOGO
03.07.13 a 31.07.13
São Paulo 1 x 2 SCCP
03 de julho de 2013
Na primeira partida da Recopa era esperado que o São
Paulo encontrasse padrão tático após a longa parada em
virtude da Copa das Confederações. Tão logo começou a
partida as esperanças da torcida Tricolor acabaram. O
time portou-se de maneira apática e desorganizada. No
primeiro tempo o adversário abriu o placar após jogada
realizada nas costas de Juan. Na etapa complementar o
São Paulo voltou com Aloísio no lugar de Ganso. Em seu
Público: 31.691 Renda: R$ 1.237.275,00
Estádio: Morumbi
primeiro toque na bola o atacante arriscou de fora da
GOLS: SÃO PAULO: Aloísio, a um minuto do segundo tempo. SCCP:
Guerrero, aos 28 minutos do primeiro tempo; e Renato Augusto, aos 30
minutos do segundo tempo
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Douglas (Wellington), Lúcio, Rafael Toloi
e Juan; Rodrigo Caio, Denilson (Lucas Evangelista), Jadson e Ganso
(Aloísio); Osvaldo e Luis Fabiano. Técnico: Ney Franco.
área e o goleiro adversário aceitou de forma ridícula. O
empate motivou um ligeiro abafa, mas logo os visitantes
retomaram o comando da partida, as falhas defensivas
do São Paulo voltaram a aparecer e resultaram em mais
uma derrota dentro do Morumbi. Fim melancólico da era
Ney Franco no São Paulo.
São Paulo 0 x 2 SFC
07 de julho de 2013
Sob o comando de Milton Cruz, o elenco tricolor teve a
capacidade de ser derrotado novamente no Morumbi,
dessa vez por um time em reestruturação e composto
em sua maioria por jogadores que disputaram a Copa
São Paulo 2013. No primeiro tempo o São Paulo teve
oportunidade de abrir boa vantagem mesmo sem
realizar grande partida. Após o intervalo o time da
Público: 11.819 Renda: R$ 345.930,00
Estádio: Morumbi
baixada foi a campo apostando em contra-ataques e
GOLS: SFC: Giva, aos 12 minutos e Cícero aos 36 minutos do segundo
tempo
conseguir algo apostando na bola na aérea é bem alta.
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Rodrigo Caio, Lúcio, Rhodolfo e Juan
(Ademilson); Wellington, Denilson (Maicon), Jadson e Ganso (Aloísio);
Osvaldo e Luis Fabiano Técnico: Milton Cruz (interino)
destaque para a atuação abaixo da crítica de Rhodolfo na
se deu bem. Todo adversário sabe que a chance de
Foi assim que saíram os dois gols dos visitantes, com
terceira derrota seguida do Tricolor dentro do Morumbi.
revista tmq / 9 /
São Paulo 1 x 2 Bahia
10 de julho de 2013
Cada vez mais em crise e ainda com técnico interino, o
São Paulo foi a campo tentando se reerguer. Parecia que
a reação aconteceria quando Aloísio abriu o placar logo
no início da partida. Mas o gol foi um achado. O time
continuava sem padrão tático, sem garra e sobretudo sem
qualidade. Clemente Rodriguez (estreante da noite) e Luis
Público: 4.579 Renda: R$ 116.450,00
Estádio: Morumbi
Fabiano foram expulsos (ambos levaram dois cartões
SÃO PAULO: Aloísio, aos 14 minutos do primeiro tempo; BAHIA: Anderson
Talisca, aos 18, e Fahel, aos 42 minutos do segundo tempo
virada e chegou a uma sequência inédita de quatro
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Lucas Farias (Silvinho), Lúcio, Rhodolfo e
Clemente Rodríguez; Rodrigo Caio, Maicon e Jadson; Aloísio (Ademílson),
Osvaldo (Roni) e Luis Fabiano. Técnico: Milton Cruz
aguardar a chegada de um treinador que fizesse milagre
amarelos). Com nove em campo o São Paulo levou a
derrotas seguidas no Morumbi. Restava ao São Paulo
para tirar o Mais Querido da pior fase de sua história.
Técnico: Milton Cruz (interino)
Vitória 3 x 2 São Paulo
14 de julho de 2013
O jogo de estréia de Paulo Autuori no comando serviu
para o treinador ter idéia do tamanho do problema que
ele resolveu encarar. Se o time do São Paulo já é limitado
quando joga completo, imagine sem seis selecionáveis?
Apesar de ter saído na frente no começo da partida a
equipe voltou a apresentar falhas gritantes no setor
defensivo e permitiu a virada. O Mito ainda empatou
Público: 11.227
Renda: R$ 203.280,00
Estádio: Estádio Manoel Barradas - Barradão (Salvador/BA)
Gols: VITÓRIA: Dinei, aos 20 minutos do primeiro tempo; Maxi Biancucchi, aos 28
minutos do primeiro tempo e dez minutos do segundo tempo ;SÃO PAULO: Aloísio,
aos nove minutos, e Rogério Ceni, aos 35 minutos do primeiro tempo
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Lucas Farias (Fabrício), Lúcio, Edson Silva e
Juan; Wellington, Rodrigo Caio, Maicon (Ademilson) e Ganso; Osvaldo e
Aloísio; Técnico: Paulo Autuori
com um golaço de falta. Mas o time não apresentou
maturidade para se manter competitivo na partida. No
segundo tempo o Vitória dominou amplamente e deu
números finais a partida. Wellington foi o expulso da
vez, nesse time que raramente termina com 11 jogadores
em campo. Oito jogos sem vencer, seis derrotas seguidas.
Situação pavorosa no Morumbi.
revista tmq / 10 /
PÓS-JOGO
03.07.13 a 31.07.13
SCCP 2 x 0 São Paulo
17 de julho de 2013
O que já era esperado aconteceu: O São Paulo foi
derrotado na final da Recopa sem apresentar o menor
perigo ao adversário. Paulo Autuori tentou reconstruir o
São Paulo à partir da defesa e apostou em três volantes.
Com Jadson fora de jogo por causa de contusão, a
responsabilidade de criação ficou toda com PH Ganso e
o meia mais uma vez não correspondeu à expectativa. O
Tricolor precisava do resultado mas apenas limitou-se a
defender. E nem isso conseguiu fazer. Foi um time apático
Público: 36.050
Renda: R$ 1.875.887,00
Estádio: Estádio Paulo Machado de Carvalho - Pacaembu
e não ofereceu maiores problemas para o rival ampliar a
Gols: SCCP: Romarinho, aos 35 minutos do primeiro tempo; Danilo, aos
23 minutos do segundo tempo
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Rafael Toloi e Juan (Maicon);
Wellington (Aloísio), Denilson, Rodrigo Caio e Ganso; Osvaldo e Luis
Fabiano; Técnico: Paulo Autuori
vantagem conquistada no Morumbi e ficar com o título.
Desde 1936 o São Paulo não encarava uma série tão
grande de derrotas. Além disso passou a perder torneios
para times sem tradição.
São Paulo 0 x 3 Cruzeiro
20 de julho de 2013
A má fase do São Paulo parece não ter fim. Na semana
em que o diretor de futebol do São Paulo veio a público
para garantir que o elenco era qualificado e digno de
disputar a ponta da tabela, o choque de realidade veio
com três gols de Luan em pleno Morumbi. O roteiro é o
mesmo. O Tricolor começa minimamente organizado, não
consegue marcar gols, falha defensivamente e entra em
parafuso. Foi assim no segundo tempo, quando após falha
de Douglas o Cruzeiro abriu o placar. O time se abateu e
Público: 11.675 Renda: R$ 325.545,00
Estádio: Morumbi
foi uma questão de tempo até a derrota transformar-se
Gols: CRUZEIRO: Luan, aos 6, 34 e 37 minutos do segundo tempo
Sete derrotas seguidas. A torcida entrava em desespero.
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Rafael Toloi e Clemente
Rodríguez; Rodrigo Caio, Denilson (Roni), Jadson e Ganso; Osvaldo
(Silvinho) e Luis Fabiano (Aloísio) Técnico: Paulo Autuori
Os jogadores acusaram o golpe. E a diretoria continuava
em vexame. O time completava dez partidas sem vitória.
vivendo numa realidade paralela.
revista tmq / 11 /
São Paulo 0 x 1 Internacional
24 de julho de 2013
Mais um jogo no Morumbi e outra oportunidade de afastar
a crise. Mas o elenco tricolor preferiu que a noite fria
terminasse de maneira melancólica. Com mais uma atuação
desastrosa, o São Paulo perdeu o oitavo jogo consecutivo e viu
o adversário assumir a liderança do Brasileirão. O roteiro foi
o mesmo: começo bom, até tendo chances de abrir o placar,
mas outro gol sofrido nas costas do zagueiro que quer ser
meia Lúcio, dessa fez de Leandro Damião, que aproveitou o
Público: 6.275 Estádio: Morumbi
contra ataque e deslocou Rogério Ceni em um chute fraco.
Renda: R$ 163.900,00
Após o gol o time se perdeu mais uma vez. Aloísio entrou no
segundo tempo no lugar de Osvaldo, correu muito mas não
Gols: INTERNACIONAL: Leandro Damião, 13'/1T (SCI)
fez o gol que poderia trazer um pouco mais de tranquilidade
ao time. Ao final gritos pressionando os jogadores e também
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Lúcio, Rafael Toloi e Douglas;
Denilson, Rodrigo Caio, Jadson e Ganso (Maicon); Osvaldo (Aloísio) e
Luis Fabiano (Ademilson) Técnico: Paulo Autuori
pedindo a saída da diretoria foram a música de um Morumbi
com pouco mais de 6 mil guerreiros.
SCCP 0 x 0 São Paulo
28 de julho de 2013
Fase complicada e novamente teríamos que enfrentar um
clássico fora de casa. Se a vitória não veio, pelo menos o
São Paulo mostrou um crescimento absurdo no sistema
de marcação e defesa e não passou sustos diante do
rival. No segundo tempo, Ademilson chutou da entrada
da área e quase abriu o placar a favor do tricolor. Além
desse lance, nenhum outro para que o jejum de gols e
vitórias acabassem no clássico. Os destaques ficaram
para a estreia do lateral esquerdo Reinaldo, que não se
assustou e fez bem seu papel de marcação em Romarinho
Público: 33.338
Renda: R$ 1.116.631,00
Estádio: Estádio Paulo Machado de Carvalho - Pacaembu
e Fabrício, que tomou conta do meio campo, inclusive
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Douglas, Paulo Miranda, Rafael Toloi e
Reinaldo; Wellington, Rodrigo Caio, Fabrício (Maicon) e Jadson; Osvaldo e
Ademilson; Técnico: Paulo Autuori
marcações a favor do São Paulo. Estava faltando alguém
sendo o líder que toda hora se dirigia ao juíz cobrando
mais "macaco velho" nesse time.
revista tmq / 12 /
PÓS-JOGO
03.07.13 a 31.07.13
Bayern Munchen 2 x 0 São Paulo
31 de julho de 2013
Público/Renda: não disponíveis
Estádio: Allianz Arena - Munique/ALE
Gols: BAYERN DE MUNIQUE: Mandzukic, aos nove minutos do segundo
tempo, e Weiser, aos 40 minutos do segundo tempo
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Douglas (Lucas Farias), Paulo Miranda (Edson
Silva), Rafael Toloi (Lucas Silva) e Reinaldo; Wellington, Fabrício, Rodrigo
Caio (Maicon) e Jadson (Ademilson); Osvaldo (Ganso) e Aloísio (Silvinho);
Técnico: Paulo Autuori
Nada melhor que um resgate histórico para animar
um time cabisbaixo e cheio de resultados adversos
certo? Errado! Pela Copa Audi, o Tricolor enfrentou
nada mais, nada menos que o Bayern de Munique,
atual campeão da Champions League e perdeu por
2 a 0. Apostando na forte marcação que deu certo
no clássico antes da viagem, o São Paulo conseguiu
segurar os donos da casa até os 9 minutos do segundo
tempo. Mas água mole e pedra dura, tanto bate até
que fura. Foi assim que Mandzukic abriu o placar
após cruzamento de Robben. Welser fez o segundo e
sacramentou a classificação para a decisão do torneio.
No final da partida, o M1to Rogério Ceni, que fechou
o gol diante dos alemães, perdeu um pênalti que
nada mudaria na história do jogo que marcou a volta
tricolor ao velho mundo.
TRICOLOR EM NÚM3R05
revista tmq / 14 /
01.07.13 a 31.07.13
No ano
No período
Jogos
Vitórias
Empates
Derrotas
GP
GC
46
19
7
20
65
57
9
0
1
8
4
17
no ano
Artilheiros
no período
Luis Fabiano
Jadson
Aloísio
Osvaldo
Rogério Ceni
Ademilson
Ganso
Lúcio
Thiago Carleto
Cañete
Maicon
Rhodolfo
Édson Silva
Rafael Tolói
Rodrigo Caio
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
calendário tricolor
AGOSTO
D
2013
S
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
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28
29
30
31
01.08.13
13:15
Milan x São Paulo*
03.08.13
15:45
Benfica x São Paulo*
07.08.13
07:00
Kashima Antlers x São Paulo*
10.08.13
21:00
Portuguesa x São Paulo*
15.08.13
21:00
São Paulo x Atlético PR
18.08.13
a definir Flamengo x São Paulo**
25.08.13
a definir São Paulo x Fluminense
*Jogos fora de casa
** Local a definir
Copa Audi
Copa Eusébio
Copa Suruga Bank
Campeonato Brasileiro
Samanta Collor
@samantacollor
Foto: Cristiano Soares Fotografia
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entrevista
Foto: Alessandra Nogueira / Revista TMQ
revista tmq / 16 /
DARÍO PEREYRA:
CLASSE E RAÇA NA
ZAGA TRICOLOR
Em tempos de crise, nada melhor que ouvir histórias e dicas de quem
já escreveu sua história com o manto sagrado de três cores. Ainda
mais se esse ídolo tiver em seu DNA a raça uruguaia.
A Revista Tricolor Mais Querido entrevistou o xerife Dario Pereyra,
em uma tarde ensolarada no gigante Morumbi. Confira nas próximas
páginas, a história de um dos maiores zagueiros da nossa história.
por VINÍCIUS RAMALHO e ALBERTO SILVA
revista tmq / 17 /
Tarde de quinta-feira após a derrota na primeira partida da
RTMQ – Aproveitando o gancho da pergunta, muita gente diz que
decisão da Recopa Sul-americana. O clima de desânimo tomava
se deve ter paciência com o Ganso e até comparam esse longo
conta dos torcedores tricolores. Nessa hora em que as coisas não
período que você levou para se adaptar ao São Paulo. Você acha essa
acontecem de acordo com nossa história vencedora, nada melhor
comparação válida?
que recorrer a um ídolo do passado e bater um papo com ele no
Morumbi, onde ele conhece, como poucos, cada atalho daquele
gramado onde conquistou tantas vitórias.
DP: Eu acho que o problema do Ganso é diferente, não passa por
adaptação até porque de Santos para São Paulo não tem muita
diferença, por estar no mesmo país, com a família, está com
Entre uma foto com torcedores que visitavam o estádio e até uma
tudo. Acho que o problema é que ele teve lesões e precisa de uma
orientação de como turistas de Santa Catarina deveriam fazer
recuperação, então ele não voltou a jogar o que jogou no Santos
para chegar até outro ponto da megalópole que hoje é sua casa,
porque a gente ainda vê que ele não está com aquele ritmo, agilidade
Dom Darío Pereyra concedeu entrevista exclusiva para a revista
e força que um jogador precisa para jogar futebol. Hoje só técnica
mais tricolor da web. Confira!
não joga, senão o Zico ainda estaria jogando, porque, tecnicamente,
ele ainda conhece, mas fisicamente não tem mais condições. Eu
Revista TMQ: Darío, fale sobre sua chegada ao São Paulo. Sua
adaptação demorou a acontecer; como foi esse período até se
consolidar como um grande ídolo da história do São Paulo?
poderia estar jogando se fosse só a técnica. O problema do Ganso é
que quando a equipe não está bem, não joga bem, não consegue o
resultado e isso, claro, cai em cima das estrelas: Rogério Ceni, Luis
Fabiano e Ganso. Se o time estivesse ganhando com certeza o Ganso
Darío Pereyra: Eu demorei a me adaptar porque eu era muito
estaria jogando bem porque tudo fica mais fácil. Você ganhando de
novo e não existia o intercâmbio de hoje. Hoje o jogador vai para
2 a 0, todo mundo joga bem, joga bonito. Agora perdendo de 2 a 0
a Europa, vai com a família toda, assessoria, papagaio, cachorro,
quem cresce é o adversário, então eu acho que o problema dele é
leva todo mundo. Eu vim só, deixei lá a família, todos os amigos,
esse.
tinha até namorada... então sofri mais por isso. Estando com a
família você come a mesma comida. Eu vim e fiquei em uma casa
RTMQ – Hoje estamos com um tabu com o SCCP. Você participou de
dos atletas e a comida era diferente do que eu estava acostumado
uma quebra de tabu em 1980. Quando acontece isso, os jogadores
a comer, então sofri muito. Emagreci, perdi um pouco de força, os
precisam de uma motivação extra?
treinamentos eram diferentes, o ritmo de jogo era diferente aqui,
os campeonatos mais puxados. Por isso demorei para me adaptar.
Naquela época era mais difícil. Hoje, com internet, com as
condições que vão os jogadores hoje, vão com toda a mordomia,
então é muito mais fácil. Agora, tem gente que não se adapta
porque vai com essas mesmas condições e aí fica difícil.
DP: Eu participei disso e o tabu realmente atrapalha. Atrapalha para
quem tem que quebrar o tabu. Psicologicamente atrapalha porque
parece que o adversário joga e sempre tem mais sorte. Então a gente
vê assim: que a gente jogava naquela época bem e perdia, por um
gol, por um erro. Então existe esse negócio de tabu, porque o que
acontece três, quatro vezes, tem grande possibilidade de acontecer
cinco ou seis. Realmente atrapalha. A gente acabou vencendo nesse
tabu de 80, eu joguei no dia que a gente quebrou esse tabu, mas
realmente não é fácil. Agora o momento do São Paulo é diferente do
SCCP. Eles são campeões mundiais, têm um elenco que joga junto
há dois anos, saem poucas peças; só saiu o Paulinho. Os demais tão
"o problema do
ph ganso é que
quando a equipe
não está bem, a
responsabilidade cai
em cima das estrelas"
vindo, mais jogadores, reforços, então é um time que foi campeão da
Libertadores, Brasileiro, Paulista e está em um nível bem alto. O São
Paulo... o problema não é só contra o SCCP, é contra o Atlético...
Por que? Porque é um time que ainda não está bem formado, precisa
de peças importantes onde você vai criar corpo, um time mais
competitivo e poder enfrentar seja o Fluminense, Atlético/MG ou o
SCCP. Hoje o time é médio.
RTMQ - Qual o treinador mais importante na sua passagem pelo São
Paulo: Minelli, Carlos Alberto Silva ou Cilinho?
DP: Todos foram importantes. O primeiro foi o Minelli que tinha uma
característica de muita marcação, força, inclusive treinando muito
a parte física deixando até um pouco a parte técnica de lado. Ele
entrevista
revista tmq / 18 /
gostava de jogadores fortes, assim foi campeão brasileiro, na força!
O Atlético tinha um time técnico com grandes jogadores e só ganhava
RTMQ – Lugano passou pelo São Paulo e deixou sua marca,
de goleada. Nosso time ganhava de 1 a 0, não jogava bonito mais
sempre sendo lembrado para voltar. Você acha que uma volta dele
marcava muito. Nunca dava espetáculo, mas tinha jogadores fortes
nesse momento turbulento seria uma boa, ou um risco de acabar
como Chicão, Teodoro, Serginho na frente, eu jogava no meio,
manchando uma história tão vencedora desse seu compatriota?
na lateral Getúlio, Antenor, tudo cara forte e atrás também tinha
Estevam, Bezerra, todo mundo muito forte. Além disso eram quatro
jogadores de seleção: Serginho, Valdir Perez, Getúlio e Chicão. Então
era um time forte e o Minelli gostava desse tipo de time.
Depois veio o Carlos Alberto, que fomos campeões paulistas e vice
campeões brasileiros. Era outro estilo, um treinador que trabalhava
físico e técnico, que motivava os jogadores, trabalhava muito bem
também e a gente conseguiu muitas vitórias com ele.
O Cilinho era bem diferente dos outros dois. Era um treinador que
motivava os jogadores, gostava de trabalhar com jogadores novos,
incentivava. Por isso que ele conseguiu fazer o trio Silas, Muller
e Sidnei, todos jogadores novos, que foram misturados com Pita,
Careca, eu, Nelsinho... Ele priorizava muito o toque de bola, o drible,
o jogo bonito. Então nosso time quando fazia um, depois fazia três ou
quatro, porque sabia jogar, jogava bonito e dava espetáculo.
Foram técnicos diferentes, com estilos diferentes mas todos muito
bons e vencedores.
RTMQ – O Uruguai está em uma situação complicada nas
eliminatórias. Depois da boa campanha na Copa das Confederações,
você acredita que o time adquiriu a confiança necessária para
garantia a vaga na Copa de 2014?
DP: O Uruguai na verdade jogou duas partidas boas e as outras não
(na Copa das Confederações). Por que? Eu vejo que o Uruguai precisa
se unir, os jogadores estão muito dispersos, não sei se era porque
era fim de temporada, todo mundo cansado querendo férias. Pode
ser que seja por isso. Contra o Brasil jogaram muito bem. Se jogarem
como contra o Brasil nas eliminatórias, não perde e vai classificar
que é o mais importante. Mas tem que jogar como jogou: unido, com
espírito de luta e companheirismo. Equipe mesmo, coisa que não
teve nos primeiros jogos, jogando contra a Nigéria, contra a Espanha
não teve isso e a Espanha jogou muito melhor. Contra o Brasil jogou
bem, está no caminho certo e sabe como tem que jogar. Agora eu
DP: Eu acho que o Lugano está mais forte e não está com uma
continuidade de jogos e por isso está mais pesado. Caso venha a
jogar ele melhora, pois precisa de ritmo de jogo. Se vier para o São
Paulo com Reffis, todas as condições e treinando bem ele vai ficar
ágil novamente. Na Europa é diferente, se você não está jogando,
não treina muito e o jogador tem que se cuidar. A impressão que
tenho é que na Europa, dizem, se você não cuidar de você, ninguém
vai cuidar porque lá eles contratam outro, se você não jogar eles
colocam outro. Aqui não, aqui todo o staff é preocupado, se o
jogador não joga a responsabilidade é de todo mundo, não tem
outro, tem que jogar e melhorar. Então aqui se ele vier, vai jogar
bem como na outra passagem. Ele chegou, não estava tão bem assim
e de repente ele subiu e agora seria igual. Ele poderia vir e ajudar
muito, principalmente porque zagueiro precisa de liderança, saber
conversar, orientar os laterais, volantes e faria bem ao São Paulo
que hoje precisa disso.
RTMQ – E sobre o atual momento do tricolor. O que o técnico ou
diretor de futebol Darío Pereyra faria para o time voltar ao caminho
de glórias?
DP: Primeiro o Paulo Autuori precisa trabalhar o entrosamento, dar
um padrão de jogo, mas fundamentalmente precisa pensar em dois
ou três reforços. Precisa disso para dar mais consistência ao time. O
plantel é bom, mas faltam algumas peças de raça, que sejam fortes
fisicamente que se imponham e sejam líderes dentro do campo
também. Chegando dois ou três jogadores, vai dar uma moral para
os garotos que estão começando como o Rodrigo Caio, Tolói, Osvaldo
que também é novo. Esses dois ou três ajudariam o Rogério Ceni, o
Lúcio, Luis Fabiano na frente. O São Paulo precisa de um time mais
experiente e mais forte fisicamente.
RTMQ – Como foi a experiência de treinar o São Paulo em 1997?
espero que continue assim, não se disperse novamente, não comece
DP: Nosso time também era muito novo. Era a época que tinha que
a se desentender. Parece que os atacantes não se entendem, não dão
arrumar o Morumbi e não se podia gastar. Gastaram 26 milhões de
a bola um para o outro, mas caso se unir dá para classificar sim.
dólares e não tinham dinheiro. Então subiram muitos jogadores,
a gente fez campanhas boas, mas faltou experiência. Agora todos
"O são paulo precisa
de um time mais
experiente e mais
forte fisicamente"
jogadores que saíram nessa época foram muito bem: Dodô,
Aristizábal, França, Fábio Aurélio, Sydnei, Luís Fabiano, Denílson,
só jogadores bons mas muito novos. Naquela época também
precisávamos de três ou quatro, até o Rogério estava começando e
não era tão experiente, então se tivéssemos jogadores experientes
para juntar com a garotada, talvez seríamos campeões paulista e da
Sulamericana que perdemos por falta de experiência.
Foto: Alessandra Nogueira / Revista TMQ
revista tmq / 19 /
RTMQ – Todos se lembram da dupla Oscar e Darío Pereyra como
RTMQ – De bate pronto, qual seu principal momento no São Paulo
uma das maiores zagas da história do São Paulo, foi a maior dupla
como jogador?
de zaga que você jogou? Qual o diferencial de vocês para essa dupla
dar tão certo? Vocês ainda tem contato?
DP: Eu acho que o título brasileiro de 1986 e o título paulista de 1987.
Teve outros também. O bicampeonato paulista também foi muito
DP: Sim tenho, ele tem um hotel em Águas de Lindoia e a gente
bom, com um timaço. É difícil falar, mas se tiver que falar de um
procura se ver sempre ou se falar por telefone. Foi uma dupla
time que jogou bonito, deu espetáculo era aquele São Paulo de 1986
muito boa porque o Oscar era jogador de seleção e mundialista,
que foi campeão brasileiro e paulista no ano seguinte.
muito seguro, difícil de passar por ele, bom na marcação e muito
bom de cabeça. Então eu era mais habilidade e saia mais para o
jogo. A gente fazia uma boa dupla porque sem olhar eu já sabia
onde ele estava posicionado, se eu tinha que voltar ou não. A gente
também se falava muito e orientava os laterais e volantes que
tínhamos na nossa frente. O lateral cobre as costas do zagueiro
e o volante é o que faz a proteção da frente. Então eu pegando a
minha parte com os laterais e volante a defesa ficava muito boa.
Acho que não era só a zaga boa. Sim a zaga era boa, se entendia
muito bem, mas a defesa era boa! O sistema defensivo era bom,
RTMQ – O que você sente quando entra novamente aqui nesse estádio?
DP: É um estádio muito bonito. Uma sensação gostosa. Dá vontade
de jogar novamente. Infelizmente não dá, só se tiver um jogo de
veteranos. Mas o estádio está muito bonito, bem cuidado, está lindo.
É um passeio, mas dá emoção de lembrar dos jogos que fiz aqui,
estádio cheio. É gostoso, muito legal e a dá saudade. Agora eu venho
e fico na arquibancada, é outra sensação. Estar ali dentro, com
estádio cheio é coisa bonita. É uma sensação muito boa.
mas a gente se falava muito. Não adianta você ter zagueiros bons,
se o lateral não cobre, o volante não marca. Não dá para zagueiro
nem goleiro salvar a pátria. A gente errava tinha o Gilmar atrás
que pegava, era jogador de seleção. O sistema defensivo acabava
ajudando a gente, porque todo mundo se conhecia. Todo mundo
lembra tanto de nós, porque hoje de um tempo para trás, se você
pensar, varia muito a zaga. Nós ficamos três ou quatro anos juntos,
então teve um período vitorioso. Por isso que a gente era tão bom,
a defesa era muito boa.
"Sem olhar eu já sabia
onde ele (oscar) estava
posicionado, se eu tinha
que voltar ou não"
eternizados
revista tmq / 20 /
Pita,
o craque em extinção
por Alberto Ferreira
N
ós, que tivemos a sorte de ver futebol
Em 86, o time já estava mais maduro e
nos anos 70 e 80, podemos nos
consequentemente mais forte. Quase
considerar privilegiados.
Foi uma época em que todo time grande
tinha um camisa dez de verdade.
Pita era um deles. Chegou ao São Paulo em
84, numa troca com o SFC onde também
foram envolvidos Zé Sérgio e Humberto.
Essa troca acabou sendo vantajosa para
ambos os lados.
Estreou no Tricolor num jogo contra a
Ferroviária, no Morumbi. E nesse jogo
mostrou sua faceta de artilheiro, marcando
os três gols da vitória de três a zero.
Pode-se dizer que o Pita deu certo no
Tricolor praticamente desde a sua chegada.
Não me lembro de nenhuma má fase dele
chegou às finais do Paulista e foi campeão
brasileiro. Na final contra o Guarani, Pita
fez um dos gols do tricolor naquele jogo
épico em Campinas que não cansamos de
citar aqui nos nossos textos.
No ano seguinte, Pita jogou ainda mais. E
Raio-X
Nome: Edivaldo Oliveira Chaves
Nascido em: Nilópolis, RJ
Data de nascimento: 04 de agosto de 1958
Clubes em que atuou
comandou o time na conquista do Paulista
1977 - 1984
Santos
daquele ano. Na sequência, quase chegou
1985 - 1988
São Paulo
1988 - 1989
Strasbourg (França)
em 88. E o Pita foi um dos que saiu, indo
1989 - 1990
Guarani
jogar na França. Mas, com certeza, esse foi
1991 - 1992
Fujita (Japão)
1993
Nagoya Grampus (Japão)
às finais da Copa União.
Mas, infelizmente, o timaço se desmontou
um que honrou a camisa dez do tricolor.
Obs: Paulo Henrique Ganso deveria ler
esse texto...
no time.
Nesse Campeonato Paulista, Pita comandou
o time que terminou em terceiro lugar. A
partir daí o treinador Cilinho iniciou uma
grande reformulação na equipe.
No ano seguinte, Pita foi o maestro de
um time espetacular. Quem viveu aquela
época nunca esquece o ataque formado por
Muller, Silas, Careca, Pita e Sidney.
E foi nesse ano que Pita fez o gol mais
bonito que já vi num estádio. Jogo contra
a SEP no Paraembu, pelo Campeonato
Foto: Alberto Marques /AE
Foto: Alberto Marques/AE
Brasileiro. Pita pega a bola no meio de
campo, olha pro lado, olha pro outro... e
resolve sair driblando todo mundo. Driblou
cinco e saiu na cara do Leão. Que também
foi driblado e daí foi só tocar pra rede.
Golaço!!!
Nesse ano, os Menudos foram campeões
paulistas. Cada jogo era um show.
Um craque. Um autêntico camisa 10. Um maestro sem direito à má fase.
esquecidos
revista tmq / 21 /
Nosso volante de seleção...
equatoriana
Nosso jogador chegou credenciado por atuações na seleção de seu país
por Bruno Fekuri
D
ia 29 de Janeiro de 1999. Nesta data,
Quem olha seus números pelo tricolor
o então diretor de futebol do nosso
até se espanta, afinal, em 19 jogos que
tricolor, Pérsio Rainho, confirmava a
atuou com o manto, o meio campista saiu
contratação de um jogador polivalente para
vitorioso em 15, além de 2 empates e 2
o restante da temporada.
derrotas. Uma boa média pra alguém tão
Hector Carabalí era o nome da fera.
limitado tecnicamente.
Equatoriano, dono do meio campo da
O que ficou marcado para os torcedores
seleção de seu país, vinha para tomar
tricolores, foi o visual da figura, que logo
conta da meia cancha tricolor. E olha que
em sua chegada pediu para desenharem
foi uma novela até a concretização de
o escudo do São Paulo em seu cabelo.
sua transferência. Pérsio Rainho chorou
Segundo o próprio viu jogares da NBA e
muito e conseguiu um pagamento em três
parcelas de R$ 50 mil pelo empréstimo de
um ano do equatoriano.
Nascido em: Guayaquil, Equador
Data de nascimento: 15 de fevereiro de 1972
Clubes em que atuou
Barcelona (Equador
1999 São Paulo
gostou da idéia.
2000 - 2005
Deportivo Quito (Equador)
Por sorte, sua passagem não durou muito
2006
Olmedo (Equador)
e o volante logo voltou para o Equador,
2006
Manta (Equador)
2007 - 2009
Deportivo Quito (Equador)
2009
Espoli (Equador)
especificamente para o Deportivo Quito, por
credenciado por sua seleção e um vice-
onde permaneceu longos anos. Encerrou
campeonato da Libertadores do ano
sua carreira em 2009, aos 37 anos, no
anterior pelo Barcelona de Guayaquil,
Espoli, também do Equador.
um tanto quanto furada, como o até então
Nome: Hector Johnny Carabalí Cevallos
1992 - 1999
Com 27 anos na época, bom porte físico e
chegou junto com uma barca de jogadores
Raio-X
As canelas adversárias agradeceram!
zagueiro, Wilson, sobrinho do gambá
Wladimir.
Nosso técnico de 1999, Paulo César
Carpegiani, fez questão da contratação do
volante equatoriano, que conhecera no
confronto contra a seleção equatoriana
quando ainda era técnico do Paraguai
em 1998.
O volante até tinha garra, atuava
também como zagueiro, seu porte físico
o credenciava para a posição. Mas isso
era pouco pra um São Paulo. Se bem
que comparado aos volantes da época
Foto: El Universo
não ficava tão atrás. Abusava das faltas
e seu passe de lado era o melhor de suas
características. Era um “brucutu” autêntico,
ao estilo Dunga, piorado algumas vezes.
Jogador de seleção e finalista de Libertadores. No fim, só mais um esquecido...
rockolor
revista tmq / 22 /
A Hora do Rush
Foto: Divulgação/rUSH
por Thiago Moura
C
aros tricolores, esse mês vamos homenagear uma das
O show foi uma troca de experiências e emoções que renovou o
bandas mais influentes de todos os tempos. O maior
Rush. Os fãs, que aguardaram décadas para isso, retribuíram de
power trio da história do Rock: a banda canadense Rush.
O Rush veio pela primeira vez ao Brasil em 2002 e, claro, a
nossa casa foi o palco para uma grande apresentação. Grande
em todos os sentidos - até hoje esse é o maior público de sua
história. Mas para o Rush chegar até aqui foram anos de
espera, uma espera que parecia que seria eterna. Devido a duas
tragédias na vida do baterista Neil Peart (primeiro a perda de
sua filha, em um acidente de carro, e depois de sua mulher, por
conta de uma grave doença) a banda suspendeu as atividades.
Durante esse hiato, Peart pegou sua moto e rodou sem destino
uma forma que eles jamais se esquecem. Para provar que eles
estavam empolgados pra tocar, o show começou com um dos seus
maiores clássico, "Tom Sawyer". A galera foi a loucura. O show
seguiu com vários clássicos dos primeiros álbuns da banda, até
a parada. Na volta eles priorizaram músicas dos álbuns mais
recentes. O ponto alto de todo show do Rush, na minha opinião, é
o maestral e maravilhoso solo de bateria de Neil Peart! Naquele
dia foi especial, por tudo: pela volta aos palcos, pela primeira vez
no Brasil e por ele ter executado com um toque latino misturado
às suas viradas que são características.
percorrendo o Canadá, EUA e México. Quando voltou para a
A segunda passagem demorou quase uma década - foi em 2011,
banda, gravaram o álbum "Vapor Trails" e ,depois de alguns
também no Morumbi. Dessa vez o público era menor, talvez pelos
pequenos shows nos EUA, a banda achou que era a hora de vir
altos preços dos ingressos que já nos assolam há algum tempo,
para o Brasil pela primeira vez.
porém, com a mesma empolgação.
Com a turnê "Time Machine" eles reviveram os grandes sucessos
de sua carreira.
Foto: Divulgação/Rush
revista tmq / 23 /
Eu não estava no primeiro show, mas estava nesse e posso dizer
Curiosidade: Gine Simmosn, baixista e líder do Kiss, disse que
que foi uma grande experiência. Aprendi a gostar de Rush com
quando viu o Rush pela primeira vez ele estava no backstage
uma parte da equipe aqui da Revista TMQ e posso garantir que
do show, apenas ouvindo as músicas. Quando resolveu dar
ver aqueles senhores ao vivo é uma coisa impactante, sublime e
uma olhada para ver como era a banda, ele ficou em choque.
contagiante. Todos tocam muito. Neil Peart e sua reputação de ser
"Eles são em três?! Apenas três?! Não pode ser!" foram as suas
um dos maiores, se não o maior, bateristas de todos os tempos;
palavras para o Rush, que depois fez turnês conjuntas com
Geddy Lee e sua incrível capacidade de cantar, tocar baixo e teclado,
o Kiss no final dos anos 70. Enquanto Gene e os membros do
quase ao mesmo tempo; Alex Lifeson com riffs progressivos e
Kiss estavam nos corredores atrás de groupies, os caras do
pesados, todos dominando o público com técnica e carisma, com
Rush ficavam trancados no quarto, sozinhos, escrevendo
seus objetos estranhos no palco, como máquinas de lavar roupa,
músicas ou lendo livros.
dinossauros de brinquedo e aquelas fornos que assam frango na
padaria. Esse é o Rush, uma banda que tem um estilo único, de tocar
Até a próxima e rock on!
e de impressionar as pessoas.
DICA PARA OUVIR
Dica: A minha música favorita é "Working Man", clássico do primeiro álbum do
Rush. Eu acho que a primeira frase da música é uma das coisas mais geniais e
simples que eu já escutei na vida: "I get up 7am and I go to work at 9..." Isso é uma
amostra de onde eles vieram, de famílias humildes e trabalhadoras do Canadá;
simplesmente genial. A segunda dica é o documentário "Rush - Beyond the Lighted
Stage", da Banger Filmes. Ele conta toda a trajetória da banda até 2010. Um grande
material para quem quer ter uma verdadeira aula de Rock'n Roll.
E AGORA
PROFESSOR?
Desde a saída de Muricy Ramalho sete técnicos
dirigiram o time e não tiveram a continuidade
que o técnico tricampeão brasileiro teve. Paulo
Autuori chegou com currículo vencedor no
tricolor. Mas a culpa é só do técnico?
por VINÍCIUS RAMALHO
C
rise no São Paulo, a pior série de derrotas da história do
A chegada do treinador, somada à contratação de Amoroso, é
clube e mais uma vez chega um novo treinador para
considerada por muitos a grande cartada tricolor para voltar ao
tentar salvar a pátria de três cores.
topo da América.
Paulo Autuori é o oitavo técnico que passa pelo São Paulo após a
Autuori chegou e, numa época que ganhar do rival regional era
passagem vitoriosa de Muricy Ramalho que ficou mais de três anos
barbada, viu o time aplicar um sonoro 5 a 1 em pleno Pacaembu,
comandando o time tricampeão brasileiro de forma consecutiva.
com direito a demissão de Daniel Passarella e torcedor adversário
Com muito conhecimento de futebol e uma sobriedade que talvez
chorando no alambrado do estádio municipal.
seja necessária para um momento onde tudo que é falado volta
Em 2013 o cenário podia ser o mesmo caso Autuori ganhasse
contra o próprio São Paulo, Autuori retorna para continuar o que
o título da Recopa Sulamericana, em partida contra o mesmo
parou logo após o título mundial de 2005.
adversário no primeiro confronto valendo título internacional
Ciente de que não era o preferido entre os torcedores, ele voltou
entre as equipes.
após oito anos e dois meses da sua primeira chegada ao São Paulo
Infelizmente não foi assim. O técnico chegou e viu o clube
e já na primeira entrevista mostrou entender que o momento é
caminhar para a pior série de derrotas da história. Viu jogadores
diferente daquele vivido em 2005.
sendo expulsos em quase todos os jogos e um time abalado
Diferente dentro e fora de campo: fora de campo, pois a diretoria
que deu respaldo e o buscou logo após a saída do campo, bate
psicologicamente; tomar um gol era a senha para mais um vexame
e protestos vindos das arquibancadas.
cabeça e não dá o suporte necessário para um trabalho tranqüilo.
A primeira mudança significativa do treinador foi antes do
Dentro de campo, porque o time tem jogadores que foram
jogo contra o SCCP, válido pelo Brasileirão, quando barrou os
contratados a peso de ouro, mas que têm mostrado um futebol
medalhões Lúcio e Paulo Henrique Ganso. A medida aconteceu
abaixo das expectativas.
exatamente um dia após a saída do Diretor de Futebol Adalberto
Diante dessas mudanças e desse novo momento do São Paulo (que
esperamos que passe logo), a Revista TMQ faz um raio-x de todos os
técnicos que passaram pelo São Paulo nos últimos tempos e ajuda
você, torcedor, a responder aquela velha pergunta:
A culpa é sempre do técnico?
Baptista, considerado pela diretoria um grande negociador
justamente por conseguir trazer para o Morumbi jogadores caros
e cobiçados por qualquer grande clube do futebol mundial.
Agora Autuori deve aproveitar a excursão para Alemanha,
Portugal e Japão para tentar fazer o que disse que precisaria ser
feito na sua chegada: formar um grupo.
Grupo que hoje tem Rogério em fim de carreira dando mostras
CAMPEÃO DO MUNDO
PARA APAGAR O INCÊNDIO.
ESCOLHA ACERTADA?
que já não tem mais paciência diante de companheiros que não
mostram o mesmo compromisso que ele sempre teve vestindo a
camisa tricolor.
Grupo que tem jogadores com passagens por seleção brasileira
e que tem na frente um jogador que mostra que a ansiedade de
ganhar um título pelo clube que tanto se identifica o atrapalha na
A torcida recorreu ao passado. A diretoria também. Muricy, voltou?
Não. Quem veio foi Paulo Autuori
“Não vim aqui para ser amado, vim para ser campeão”.
Assim Paulo Autori retornou ao São Paulo. A afirmação faz qualquer
torcedor achar que o técnico acreditou que encontraria um São
Paulo como em 2005.
Mas engana-se quem acha que ele chegou em um momento
tranqüilo naquela ocasião. Após uma derrota para o Paraná Clube
em um Morumbi vazio, a torcida do São Paulo reclamou da falta de
empenho do time e Milton Cruz que havia assumido o comando do
time interinamente após a saída de Émerson Leão, deixou o cargo
para que Autuori assumisse.
hora que precisa ter a tranqüilidade que sempre teve para
fazer gols.
Será que Autuori será o salvador da pátria e colocará o São Paulo
de volta ao caminho das vitórias?
Será que Autuori será o técnico que, depois de muitos que
duraram pouco no Morumbi, terá continuidade e tempo para
ganhar outros títulos capitaneando o tricolor?
Experiência e confiança por parte de diretoria e do maior ídolo da
história ele tem. Então, torcedor, deixa o homem trabalhar!
capa
AUTUORI TEM A
CONFIANÇA DO M1T0.
ÓTIMA CREDENCIAL PARA
LEVAR O SÃO PAULO AO TOPO
revista tmq / 26 /
Adilson comandou o São Paulo em 22 jogos venceu, empatou 9
e perdeu 6. Aproveitamento fraco de apenas 45,45%. Números
parecidos aos de Sérgio Baresi. O técnico, que era aposta por
conhecer a base de garotos revelados em Cotia, dirigiu o profissional
em 14 jogos, vencendo 5, empatando 4 e sendo derrotado em outras
5 oportunidades. Aproveitamento de 45,24%.
Os números ainda desbancam aquela tese de que Milton Cruz é o
Aproveitamento não é nada sem títulos.
Certo, Carpegiani?
interino que faz o time correr e por isso consegue bons resultados.
A passagem de Muricy Ramalho pelo São Paulo foi vitoriosa e
Nessas oportunidades, esteve no banco de reservas em 15 jogos.
ninguém contesta esse fato. Para ser tricampeão brasileiro, o
Venceu 6, empatou 4 e perdeu 5 jogos. Esses números fazem o eterno
discípulo de Telê Santana teve um aproveitamento de 64,14%.
garimpeiro de contratações para o tricolor ter um aproveitamento de
Entre janeiro de 2006 e junho de 2009, foram 251 jogos no comando
apenas 48,89%.
do tricolor, vencendo 139 jogos, empatando 66 e perdendo em 46
oportunidades.
Ele assumiu o São Paulo interinamente 5 vezes após a saída de
Muricy Ramalho.
Ainda bem que o futebol se faz com títulos e não com matemática,
ainda mais quando se dirige o time com maior número de títulos
Agora, já pensou se você continuar lendo essa matéria e descobrir
internacionais entre os clubes brasileiros, não é mesmo torcedor do
um técnico que passou pelo São Paulo, após a saída de Muricy, com
São Paulo?
aproveitamento de pontos superior ao técnico conhecido pelo jargão:
“Aqui é trabalho, meu filho!”?
TENTATIVAS NOS MAIS
DIVERSOS ESTILOS
Pois bem. Paulo Cesar Carpegiani ficou no São Paulo entre outubro
de 2010 e julho de 2011. No período o São Paulo fez 47 jogos. Ganhou
30, empatou somente 4 e perdeu 13. Aproveitamento próximo a 67%,
portanto, em números, melhor que Muricy Ramalho.
Agora pergunte ao torcedor se ele se lembra do aproveitamento
ou da insistência de Carpegiani em não dar chances para Rivaldo
jogar. Isso sem falar da vexatória eliminação da Copa do Brasil para
Para um treinador conseguir êxito ele precisa da aprovação dos
jogadores. Afinal, quem vai para o campo e coloca em prática o que é
treinado durante a semana são os 11 escolhidos pelo comandante.
o Avaí, tomando uma virada em Florianópolis e na beira do campo
O treinador pode ser motivador, tático, amigão, calmo, mas o que a
mostrando que não sabia o que fazer com o time.
torcida mais quer mesmo é ver o time jogando bola.
Outro que teve um aproveitamento melhor que o de Muricy, mas
O São Paulo tentou os mais diversos tipos de técnicos nos últimos
que o torcedor não quer ver nem pintado de ouro para os lados do
quatro anos, mas nada conseguiu chegar nem perto do incomparável
Morumbi, é Émerson Leão. Também em sua segunda passagem
Telê Santana e seu discípulo Muricy Ramalho.
pelo comando técnico do São Paulo, entre outubro de 2011 e junho
Ney Franco chegou com sua calma e falando grosso. Disse que queria
de 2012, teve um aproveitamento de 63,64%, vencendo 26 dos jogos
ser cobrado, pois aceitando o convite de um time grande, tinha
disputados sobre seu comando.
que lutar por títulos. Mas, nos bastidores, o que se dizia era que o
Depois de Leão o melhor aproveitamento foi de Ricardo Gomes. O
treinador do estilo mineirinho perdeu o comando por não fazer o
treinador que chegou muito perto de levar o time para mais uma
trabalho tático com o time, deixando tal tarefa para seu auxiliar
decisão de Libertadores em 2010, sendo eliminado na semifinal
técnico.
pelo Internacional que conquistaria aquela edição do campeonato,
Antes dele Émerson Leão também não teve sucesso no CT da Barra
teve um aproveitamento de 58,9%. Em 73 jogos foram 38 vitórias, 15
Funda. Seu estilo egocêntrico parecia não deixar espaço para que
empates e 20 derrotas.
estrelas pudessem brilhar no elenco tricolor. Vale lembrar que ele
Último técnico antes de Paulo Autuori, Ney Franco até ganhou a Copa
não conseguiu fazer o futebol de Lucas, vendido no final de 2012
Sul-americana de 2012, mas teve um aproveitamento abaixo dos
para o Paris Saint-Germain, decolar.
anteriores citados. Em 79 jogos, ganhou 40, empatou 17 e perdeu 22,
Adilson Batista foi uma aposta da diretoria em alguém novo no
resultando um aproveitamento de 57,81%.
cenário dos técnicos. Não durou muito com seu estilo de futebol
Alguém se lembra de Adilson Batista e Sérgio Baresi? Essa dupla não
de resultados, apostando em congestionar o meio campo com três
dá para ser lembrada nem por títulos, nem por números.
volantes. O tal futebol de resultados não deu o resultado esperado
pela diretoria e pela torcida e ele foi embora do São Paulo.
Vitórias
Empates
2006 a 2009
Muricy Ramalho - O Discípulo
251
139
66
46
64,14
2012 a 2013
Ney Franco - O mineirinho
Treinador de fala tranqüila chegou ao São Paulo após bom trabalho nas divisões de base da CBF.
Era a aposta para enfim fazer jogadores de Cotia brilhar no time de cima, mas não deu certo.
79
40
17
22
57,81
2009 a 2010
Ricardo Gomes - O Europeu
73
38
15
20
58,90
2010 a 2011
Paulo César Carpegiani - O professor pardal
O treinador que gostava de improvisar ganhou o apelido de professor pardal da torcida do São
Paulo. Os zagueiros Renato Silva, Xandão e Luiz Eduardo jogaram na lateral esquerda sob seu
comando. Tá explicado o apelido?
47
30
4
13
66,67
2011 a 2012
Emerson Leão - O egocêntrico
Time de estrelas para ser comandado por Emerson Leão não dá liga. O ex-goleiro ficou
conhecido por querer brilhar mais que os craques que são protagonistas dentro de campo.
44
26
6
12
63,64
22
7
9
6
45,45
2009/11/12/13
Mílton Cruz - O Interino
Com a troca desenfreada de treinadores, o caça-talentos tricolor virou figurinha carimbada no
banco. Na última passagem na posição obteve 2 resultados pífios e muitas críticas, antes, raras.
15
6
4
5
48,89
2010
Sérgio Baresi - O sem moral
Vindo de Cotia, onde treinava o time sub-20 do São Paulo, mostrou não ter comando sobre os
mais experientes, após ser orientado por Rogério Ceni sobre a substituição que deveria fazer em
um jogo contra o Atlético/GO.
14
5
4
5
45,24
2011
Jogos
Aprendiz e admirador de Telê Santana, foi no Mais Querido que se tornou “técnico de ponta”.
Porém, nem os três títulos nacionais consecutivos seguraram o professor após a quarta
eliminação seguida na Libertadores. Assim começava a dança dos técnicos tricolores.
Ainda em tempos do discurso da soberania tricolor, era a aposta de um técnico que ficou
durante muitos anos no futebol europeu. Educado e paciente com os jogadores, não agüentou a
eliminação da Libertadores de 2010
Adílson Batista - Futebol sem resultados
Defensor do estilo de marcação com três volantes, sempre foi adepto do futebol de resultados. O
problema é que os resultados e títulos não apareceram na sua carreira.
Derrotas Aproveitamento
Fonte: Michael Serra/Acervo histório SPFC
% de aproveitamento
64%
Paulo César Carpegiani
59%
55%
52%
51%
Emerson Leão
Muricy Ramalho
Ricardo Gomes
Ney Franco
Mílton Cruz
Sérgio Baresi
Adílson Batista
40%
36%
32%
Paulo César Carpegiani chegou no final de 2010 e, sem compromisso
Com aprovação de Raí, Ricardo Gomes chegou ao São Paulo para
no campeonato brasileiro onde o time ocupava posição intermediária
trazer o estilo europeu ao clube mais vitorioso do Brasil. Foi o
na tabela, mostrou ousadia conseguindo bons resultados. Mas com
que levou o Tricolor mais longe, à semifinal da Libertadores, mas
tempo para trabalhar e iniciar uma temporada apostou novamente
também não teve vida longa no Morumbi.
nas improvisações que sempre marcaram seu trabalho e voltou a
ser chamado de professor pardal pela torcida do São Paulo. Não deu
oportunidades para Rivaldo, que tinha o nome gritado pela torcida a
cada insucesso, e caiu no início do Brasileirão de 2011.
A resposta é quase que óbvia, mas aqui evidenciamos que o
problema não são só os técnicos, seus estilos ou suas convicções.
A máquina precisa estar funcionando e a retaguarda é
necessária para um técnico ter vida longa no comando de um
Sérgio Baresi era uma aposta em um treinador que conhecia as
time de futebol. Que essa receita seja seguida durante mais uma
jóias de Cotia e poderia fazê-las amadurecerem mais rápido no
passagem de Paulo Autuori no São Paulo.
profissional. O problema é que não tinha o respeito dos jogadores
mais experientes do elenco e não teve vida longa no time profissional.
análise tática
revista tmq / 28 /
acreditei no peso da camisa
Foto: Penalty / VIPCOMM
por Leandro Pinheiro
H
á quem diga que tradição pode ganhar jogo. Confesso
que mesmo ciente das deficiências do São Paulo
ao longo da temporada e, principalmente, nos últimos
meses, acreditei que a camisa tricolor seria capaz de fazer
valer a sua força nos momentos decisivos. Foi com esse
pensamento que vesti o manto e marquei presença nas
arquibancadas durante os dois jogos da final da Recopa
Sul-Americana. Triste ilusão... Apesar da grandeza do Mais
Querido e toda história da nossa camisa, infelizmente, hoje
não temos um time capaz de bem representá-lo.
Culpo vários fatores para esse atípico mau momento
tricolor. Não só a falta de um padrão tático à equipe, que
chega ao segundo semestre com os mesmos (ou piores)
problemas do início do ano, mas também a indolência de
alguns jogadores dentro campo, a falta de seriedade com
que alguns dirigentes vêm encarando a situação delicada
que o clube atravessa, e, como não é difícil de perceber,
a falta de boas opções no elenco, com alguns setores
sofrendo de uma carência absurda.
Os mandatários que comandam o futebol dentro
do clube sentaram em cima do rótulo de Soberano
e deixaram a coisa desandar. Contratações que não
vingaram e não substituíam à altura as antigas
peças, indevida interferência da direção em aspectos
exclusivamente técnicos, dispensa de profissionais que
fizeram grandes trabalhos dentro do Morumbi (e agora
fazem o mesmo grande trabalho em outros clubes).
Fazer críticas ao trabalho do Autuori neste momento
não é justo, e nem possível. Ele pegou o barco andando,
e afundando, e praticamente não teve tempo para
corrigir as deficiências e emplacar um novo padrão
tático para o time. Vamos dar tempo ao chefe. Espero
que na próxima vez em que eu escrever essa coluna, o
Tricolor já tenha alcançado o mínimo de organização
para tentar salvar a temporada. Esse é o meu desejo,
como são-paulino que aprendeu e se acostumou a torcer
por times competitivos, e o grito de toda nação tricolor:
Dou toda razão para o discurso do M1T0, que afirmou
que o São Paulo “parou no tempo”. É a mais pura verdade.
VAmos são paulo!
conte sua história
revista tmq / 29 /
CONTE SUA HISTÓRIA:
Leandro Benaglia
por Jussara Araujo
Meu jogo inesquecível foi: Meu jogo inesquecível ao
vivo foi a final do Paulista de 92, quando o São Paulo
enfiou quatro no “Parmera” do meu avô!!! Naquele ano,
eu havia repetido o ano na escola, quase não fui ao jogo
porque estava de castigo!!!
Meu herói tricolor é: Pela idade que eu tinha, fico com
Raí. Mas, como torcedor, sou Ceni!!!!
Se eu pudesse escalar um São Paulo com jogadores
de todos os tempos, minha escalação seria: Não tinha
uma pergunta mais fácil não????
Minha história inesquecível como torcedor é:
Uma história legal foi quando fomos ao Morumbi ver
São Paulo e Cruzeiro no Brasileiro de 2008, se não
me engano. Minha namorada, ex-SCCP, chorou muito
quando entrou no estádio na arquibancada azul e viu
o Morumbi lotado, ela grudou naquela barra e ficou
olhando e chorando sem parar, e adivinha? Mais uma
Apaixonada pelo nosso São Paulo.
Hoje, se eu fosse presidente do clube, mudaria:
Nome: Leandro Benaglia
Idade: 34
São-paulino desde: Dezembro/1985 (nascimento)
Como virei são paulino: Nesta data, quando eu ainda
tinha seis anos de idade, fui convidado pelo meu tio
Celsinho, "santo tio", para ir até São Paulo ver a final do
campeonato paulista daquele ano. Eu ainda não entendia
nada de futebol, e meu pai sempre foi santista, mas nunca
me obrigou a torcer pelo Santos. Hoje certamente eu
seria santista, mas quis o destino, graças a Deus, que eu
me transformasse em mais um apaixonado pelo Tricolor
Paulista... Desse jogo lembro-me de muitos lances, dos gols,
por exemplo, da bola na trave que o São Paulo tomou...
Bom demais!!!
Se eu fosse presidente hoje eu pediria pra sair e
colocaria o MAC (Marco Aurélio Cunha). Visão
nova, articulado, parece ser amigo de todos... O
tricolor precisa abrir as portas e janelas, sacudir a
poeira e dar boas vindas a novos torcedores, novas
maneiras de se gerenciar um clube... Acredito nele!!!
Precisamos lembrar sempre que o São Paulo é um time
mundialmente conhecido, vamos levar nosso nome para
fora, estamos ficando para trás!!!
Minhas três maiores razões para ser eternamente
tricolor são: As três se resumem em uma só, amor, é
bom demais torcer por um time que tem história no
mundo. Por isso tricolor sempre!
Quer participar desta seção e contar sua história? Envie um e-mail para [email protected].
ou preencha o formulário em www.revistatmq.com.br/csh
la cancha
revista tmq / 30 /
Volverá el campeon?
Combate Naval de Iquique», óleo de Thomas Somerscales
por Ulises Cárdenas
A história respeita
quem tem coragem. Não
importa o tamanho do
inimigo, lutem até o fim!
#Clubedafé
revista tmq / 31 /
G
ostaria de começar essa coluna com
que os novatos em títulos internacionais é
um pouco de história.
que deveriam entram em campo tremendo.
No dia 21 de Maio de 1879, na cidade de
Iquique, norte do Chile, travou-se um dos
mais famosos combates da Guerra do
Pacífico: A Batalha Naval de Iquique. A
frota peruana era superior. Muito mais
forte, mais armada e tinha um diferencial
intransponível para a época: um navio
No mesmo dia, lá no Paraguai, o Olímpia,
tricampeão da Libertadores, fez o Galo sentir
o peso da tradição. Entrou em campo de
cabeça erguida, com direito a mosaico da
torcida exibindo as três taças. Conquistou a
vitória. Não ficou com a taça, mas honrou
sua história.
couraçado de aço. O almirante chileno,
É amigos, devo admitir que temos que
Arturo Prat, não hesitou quando avistou a
mudar muitas coisas ali. Ainda mais com os
frota inimiga desde a praia, não se intimidou
campeonatos internacionais que estão por
diante do poder dos oponentes, zarpou
vir. Se liguem:
em direção ao combate, e morreu sobre
o convés inimigo. Todos os marinheiros
daquele navio chileno morreram. Todos
são lembrados até hoje, no feriado nacional
de 21 de Maio. A derrota não apagou sua
• Copa Audi: enfrentaremos Manchester
City, Milan, e nada mais do que o Bayern
de Munique;
• Copa Eusébio: em homenagem ao grande
glória. Por quê? Porque lutaram até o
ídolo português. O São Paulo enfrentará o
fim sem medo e, mesmo derrotados, são
Benfica em partida única;
reconhecidos e respeitados.
Vocês jogam ao lado de um herói. Sejam dignos.
• Copa Suruga: competição envolvendo os
Agora, alguém ai vai dizer: "mas que
campeões da Copa Sul-Americana e da
vocês fizeram a diferença. Só assim vocês
estranho, o cara escreve sobre futebol, mas
Copa da Liga Japonesa do ano anterior,
serão imortais. Qualquer um que triunfar
tá falando de Guerra do Pacífico?" Pois
onde enfrentaremos o Kashima Antlers.
ao lado do maior de todos, será lembrado na
é amigos, "será uma guerra" é o que se
costumávamos ouvir quando nosso clube
do coração subia a campo para travar os
mais diversos combates contra os rivais.
Mas não é o que acontece hoje. Hoje estamos
longe de atingir tal glória como a de meus
patrícios, dois séculos atrás. Entramos em
campo com cara de derrotados, querendo
perder de pouco. Hoje, depois do apito final,
mesmo derrotados, não nos entreolhamos
mais e ponderamos "foi uma partida
fantástica amigos, valeu o esforço". Não, a
partida acaba e fica o sentimento de que não
merecem vestir o manto sagrado. Poucos ali
merecem as estrelas que carregam no peito.
Ninguém ali merece, com raras excessões,
ser lembrado.
Na coluna do mês passado exaltei o peso da
camisa Tricolor, pontuei claramente qual
o nosso lugar. Apresentei dados, títulos
internacionais, e fica clara a superioridade
do Mais Querido, diante dos rivais. Mas
me parece que os nossos "guerreiros" não
entenderam isso. Parece que não sabem o
que significa o legado do Soberano. Notem
uma coisa, na segunda partida pela Recopa
Sul-Americana, não se fez sentir o peso da
tradição internacional. Não se fez sentir
Três títulos em disputa que aumentariam
posteridade.
nosso quadro. Mas será que esse time esta
Uma coisa é certa, o passado não será
ciente do que isso tudo quer dizer? Saberão
mudado. O futuro é conquistado. Não adianta
mostrar tradição? Na minha humilde
em nada ficar exaltando o passado se não
opinião este atual time esta rasgando a
estamos trabalhando para construir um
tradição internacional do Tricolor. Está
futuro próspero. O passado fica para trás, e
jogando fora o que mais nos diferencia
se não nos preocupamos com o que podemos
dos demais. Em 2013 comemora-se 20
conquistar além do que já se tem então o
anos das conquistas de 1993: Bicampeão
passado ficará muito mais para trás, muito
da Libertadores, Bi-ampeão Mundial,
mais distante, se é que me entendem.
Campeão da Recopa, Campeão da Super
Copa Libertadores. Só esse pequeno quadro
supera em muito rivais que nem precisam
ser pronunciados aqui. Mas o atual elenco
não sabe o que é isso.
Diante da situação que estamos passando
ouço muitas bobagens envolvendo o Capitão
Rogério Ceni. Bobagens que nem merecem
ser mencionadas por aqui, não vale a pena.
Um ídolo imortalizado na história do esporte
não merece o tratamento que vem levando.
Óbvio, os rivais o odeiam e com razão, afinal
nunca terão um igual. E por isso falta que
Ah! Esqueci de uma coisa. Antes de Arturo
Pratt cair morto no convés inimigo, ai vai
um trecho das palavras desferidas antes da
abordagem:
"¡Muchachos!: La contienda es desigual, pero
ánimo y valor. Nunca se ha arriado nuestra
bandera ante el enemigo y espero que no sea
ésta la ocasión de hacerlo. Por mi parte, os
aseguro, que mientras yo viva, esa bandera
flameará en su lugar y si yo muero, mis
oficiales sabrán cumplir con su deber ¡Al
abordaje!".
alguns, quase todos, ouçam o seguinte:
Arturo Prat. 21 de mayo de 1879
Vocês estão jogando ao lado do maior ídolo
Não importa o tamanho do inimigo. Lutem até
de todos os tempos deste clube. Se querem
ser lembrados, façam com que o seu último
ano neste glorioso time, seja o ano em que
o fim! #clubedafé.
Avante “Tu és forte, Tu és grande” Tricolor!
baú tricolor
revista tmq / 32 /
A RICA
GALERIA
TRICOLOR DE TREINADORES
Atualmente ser técnico do Mais Querido é emprego
temporário. Nem sempre foi assim. O Baú Tricolor
mostra que tradicionalmente o cargo de técnico do
São Paulo foi ocupado por vencedores que deixaram
saudades
Foto: Acervo Gazeta
por RONEY ALTIERI
revista tmq / 33 /
E
m tempos de muito mais barulho por problemas
Poy quase conseguiu nosso primeiro título de Libertadores, no vice-
administrativos do que propriamente por conquistas de títulos
campeonato de 1974. Tem o segundo melhor aproveitamento dos
tão comuns nessa última década, novamente nos vimos envolvidos
pela polêmica da contratação de um novo treinador.
nossos treinadores, com 61% em 422 partidas.
Discípulo do Mestre Telê, Muricy Ramalho também marcou presença
Os números mostram o quanto mudamos nesse que foi sempre um
em suas passagens pelo São Paulo. De jogador formado na base até
quesito de equilíbrio em nossa gloriosa história. Enquanto nossa
conquistar três títulos nacionais seguidos (2006/07/08), sua história,
média é de 12 mudanças de treinadores por década, somente
por mais que mostre o contrário (por tudo aquilo que ganhou fora
nesses últimos 4 anos (de 2010 a 2013), tivemos as mesmas 12
do Tricolor), parece não se dissociar do Clube do Morumbi.
mudanças já realizadas. E nem acabamos 2013...
Implacável com os jogadores que não honram a camisa fez 364
Por vezes idolatrado (o nosso Mestre Telê), por outras odiado (que
partidas no Tricolor com um aproveitamento de 64% (o quarto
o digam Emerson Leão e Carpegiani), o “professor” tornou-se uma
maior treinador em partidas no São Paulo).
figura não só obrigatória nas equipes, mas também polêmica e
questionável, afinal, no país da bola, milhões são os técnicos
de futebol.
Não é preciso ser são-paulino para saber o quanto sempre
privilegiado fomos quando o assunto é o tal "professor”.
Porém a “pedra preciosa” dessa tão valiosa galeria com certeza
foi o Mestre Telê Santana, o homem que nos abriu a porta para a
Conquista da América e do Mundo.
Exigente, organizado, dono de uma visão extraordinária quando
o assunto era tática, o Mestre esbanjou categoria no comando
Para que tenham uma ideia da importância do cargo em nossa
Tricolor e arrebatou uma série de campeonatos “menores” (Paulista,
Instituição, passaram por nossas fileiras os treinadores das
Brasileiro, Torneios Internacionais) quando nos referimos às
seleções brasileiras nas Copas do Mundo de 1950 (Flávio Costa),
históricas conquistas acima citadas.
1954 (Zezé Moreira), 1958 e 1966 (Vicente Ítalo Feola), 1962
(Aimoré Moreira), 1982 e 1986 (Telê Santana) e 1994 (Parreira).
Mesmo não tendo a mesma felicidade em Copas do Mundo (82/86),
saiu aplaudido por todo o Planeta Bola, fazendo todos se renderem
Técnicos estrangeiros também marcaram presença em nossa
ao futebol que a seleção Brasileira apresentou principalmente na
vitoriosa história. Foram quatro uruguaios (destaques para os ex-
primeira participação.
jogadores Darío Pereyra e Pablo Forán), três argentinos (um deles
José Poy), três húngaros (um deles Bela Guttmann, "o homem que
transformou o futebol”), um chileno e um português.
Além disso, 15 ex-jogadores tricolores assumiram também o
cargo de treinador, com destaques para Milton Cruz (mesmo
que interino) por sete vezes, o grande e inesquecível José Poy em
Foram 412 (1973/1990 a 96) partidas no comando do Clube das três
cores com um aproveitamento de 58%. E que aproveitamento, hein?
E pensar que em sua primeira passagem, o Mestre acabou “engolido”
pelos jogadores numa das mais frustrantes experiências que teve no
futebol, segundo seus próprios relatos.
cinco oportunidades, o supercampeão Muricy Ramalho, o craque
Outros grandes nomes do futebol que defenderam as nossas cores
mundialmente reconhecido Leônidas da Silva e até o “foi tudo, até
como treinadores e que não podemos deixar de citar foram Rubens
presidente, passando por treinador”, Manoel Raimundo Paes
Francisco Minelli (nos deu o primeiro Brasileiro em 77), Pepe (o
de Almeida.
segundo Brasileiro em 86), Oswaldo Brandão, Carlos Alberto Silva,
Porém, de todos esses, alguns merecem destaque.
Vicente Ítalo Feola está com certeza entre os três maiores
treinadores da nossa história.
Cilinho, Nelsinho Batista, Vadão, Levir Culpi todos técnicos campeões
regionais e com destaque no cenário nacional.
Porém a nossa realidade agora é outra e chama-se Paulo Autuori.
Em sua segunda passagem pelo Tricolor (na primeira em 2005 nos
Foram sete passagens (1937 a 38, 38 e 39, 41 e 42, 47 a 50, 51
deu uma Libertadores e um Mundial) ele tem a exaustiva tarefa de
a 53, 55 a 57, 59 e 60) em 532 partidas pelo Tricolor, com um
nos recolocar no caminho das vitórias depois das últimas frustrantes
aproveitamento de 63%. Duas Copas do Mundo (e só não esteve em
campanhas, exceção feita à Ney Franco e sua conquista da Sul
62 por causa de uma doença que o tirou da Copa) e uma história
Americana, até então inédita.
de se tirar o chapéu, inclusive com a responsabilidade de ter
implantado no São Paulo e dado valor as categorias de base, que
hoje tantos talentos revela nas mãos de Sergio Baresi.
José Poy, goleiro dos maiores que tivemos, também ocupou o cargo
de treinador em cinco oportunidades (1964 a 65, 71 a 72, 73 a 76,
82 a 83). Campeão paulista de 1975 e revelado o maior artilheiro
da nossa história (Serginho Chulapa),
Respiremos fundo que o momento não é bom, mas sempre com a
certeza de que, quem nasceu para ser sempre grande, não se abala
tão facilmente com os momentos menos favoráveis.
Avante “Tu és forte, Tu és grande” Tricolor!
tricolor de cabeceira
revista tmq / 34 /
SOBERANO - Seis Vezes São Paulo
por Fabrício Gomes
O
lá Amigos! Agora que o campeonato nacional está rolando
solto pelos campos, vamos falar de uma grande campanha.
Com o início do segundo turno do Brasileirão, não poderia
lembrar de outro assunto, senão da espetacular arrancada do
Jason Tricolor rumo ao Hexacampeonato de 2008. E, para contar
esta história, o DVD Soberano o faz com muita emoção.
Este kit é composto por diversos documentos e artigos históricos,
Aliás, neste DVD, o torcedor tricolor encontrará relatos incríveis
de todos os nossos títulos brasileiros, não só o de 2008. Desde
1977, naquela épica final contra o supertime do Galo Mineiro, até
a partida contra os goianos na última rodada do ano do hexa.
Cada campeonato é contado em, aproximadamente, 15 minutos.
Pode parecer pouco, mas não. Acreditem-me: é o tempo exato
para deixar a sensação de euforia tomar conta de si a cada
narrativa. E, claro, com a curiosidade aguçada, você pode
pesquisar a respeito depois, inclusive com os livros que já
indiquei aqui.
Depoimentos são imprescindíveis neste tipo de obra e a qualidade
dos depoentes é sensacional: Waldir Peres, Careca, Raí, Rubens
Minelli, Muricy, Ceni... até o Telê! Isso, aliado à emoção dos
torcedores que também contam suas histórias, cria um clima
intimista em que é possível se identificar em muitos aspectos.
Direção: Carlos Nader e
Maurício Arruda
Ano: 2010
Duração: 90 min
Produtora: G7 Cinema
Como falar de São Paulo é sinônimo de inovação, o cartaz do
filme (que é a capa do DVD) foi escolhido pelos torcedores numa
votação pública, através do site do clube, com cinco opções. O
pleito obteve mais de 14 mil votos!
Outro ponto de curiosidade: já no primeiro fim de semana, sendo
exibido em 50 salas, “Soberano” levou aos cinemas mais de 18 mil
pessoas, número 20% maior que “Fiel”, de 2009. Novo recorde!
Nunca é demais relembrar: no ano do Hexa, o São Paulo perdeu
o jogo da 20ª rodada, justamente contra o líder, que abriu 11
pontos de vantagem sobre nós, que ficamos na quinta colocação;
na 24ª rodada, chegamos à sexta; na 33ª assumimos a ponta. Nas
palavras do Capitão:
“De 2008, pra mim, é o Campeonato mais fantástico de todos.
Porque era o elenco mais limitado (...) e mais enxuto que nós
tínhamos”. Mas, São Paulo é São Paulo e o caneco veio para o
Morumbi!
Um abraço e bom filme!
análise em três cores
revista tmq / 35 /
Foto: Luiz Pires / VIPCOMM
O Fim de uma era
por Renato Ferreira
N
açãoTricolor, já estava claro, mas ficou
mesmo tendo acertado, chega uma hora
de aumentar a crise instaurada no clube,
mais evidente ainda com os fracassos
que se desgasta e uma mente nova e jovem,
expondo um “racha” entre elenco, o maior
vexatórios na Libertadores contra o CAM
com novas ideias e novas ações pode
ídolo e diretoria, rebatendo o M1to dizendo
e na Recopa contra o SCCP que finalmente
reerguer um clube. Esperamos que não
que parte da culpa do momento do time
chegou o fim. O fim da era Juvenal Juvêncio.
aconteça conosco o mesmo com os rivais
é um mau momento do arqueiro que joga
Existe porém um problema... Alguém
que passearam pela série B.
lesionado (comprometendo inclusive o
precisa dizer isso a ele. A soberba de Juvenal
em não admitir os próprios erros pode
custar uma mancha maior ainda na história
gloriosa do São Paulo. Em suas entrevistas,
faz chacotas e utiliza de palavras difíceis
e comparações sem sentido com os rivais,
tentando eximir-se da culpa.
Juntamente com Juvenal, Adalberto Baptista
vem protagonizando cenas bizarras, como
a ausência em jogos decisivos, omissão em
derrotas e na derrota diante do Bahia no
Morumbi, como um adolescente fugindo
da bronca, escapou dos repórteres pelo
vestiário visitante, se esquivando de
departamento médico) e não acerta mais
saídas e reposições de bola. Realmente,
Adalberto Baptista encontra-se totalmente
perdido em um mundo que não é o dele,
colocado lá, não faz ideia do que fala e faz,
inclusive qualificando esse fraco e limitado
elenco como candidato ao título nacional.
É uma criança com um Porsche na mão.
Mesmo o M1to, que sempre manteve uma
perguntas e da responsabilidade. Na edição
postura positiva quanto à diretoria, após
passada da Revista TMQ, nesta mesma
Agora o que resta à torcida é mais uma vez
os jogos da Recopa, deu declarações que
coluna, foi dito que Adalberto Baptista
rezar ao próprio Santo São Paulo, para que
mostraram a sua insatisfação com o modelo
manda e desmanda no clube com a benção
o vexame não seja ainda pior e que com
de gestão adotado. Rogério após o jogo no
de JJ e que por sua culpa, Ney Franco havia
a vinda de Paulo Autuori, o time alcance
Pacaembu disse: “Os problemas do São
sido mantido no cargo e que seria demitido
pelo menos uma boa colocação, entre os
Paulo são muito grandes. Nós paramos no
em caso de revés na Recopa, perdendo a
10 primeiros no mínimo, no Brasileirão.
tempo”. Rogério disse tudo o que todos estão
chance de aproveitar a pausa de um mês
E também nos resta esperar mais 8 meses
cansados de saber. Temos uma diretoria e
para o novo treinador acertar o time. E foi
até o fim da era Juvenal no clube, torcendo
um presidente estagnados, com uma ideia
o que aconteceu, mesmo antes do jogo final,
para que ele não eleja um sucessor e sim
antiga de que o que deu certo no passado
logo após a primeira partida, Ney Franco
que o novo presidente seja alguém mais
dará certo sempre. Juvenal, João Paulo, Leco
foi desligado do clube. E o que ele deixou de
novo, com novas ideias e sem os velhos
e Adalberto se esquecem de como o futebol é
legado no clube?
preceitos ultrapassados de um senhor que
dinâmico. Aproveitando a comparação de JJ
ao SCCP, este pode ser usado como exemplo
de que um presidente que se perpetua,
Segundo o M1to: “Zero, zero, nenhum,
zero”. Além disso, após as declarações já
citadas de Rogério, o dirigente fez questão
quis se perpetuar e escrever o nome na
história. Realmente conseguiu, mas não
como ele queria e a torcida esperava.
Foto: Ricardo Nogueira/Folhapress
fala rapaziada
A Coisa tá Feia...
por Alberto Ferreira
A
coisa tá feia, né? Acompanho o São Paulo há mais de quarenta
Outro erro foi dispensar Carlinhos Neves. Podem reparar como
anos e não me lembro de ter visto um time tão sem-vergonha,
de uns tempos prá cá o time tem caído fisicamente, com os atletas
tão descompromissado, tão sem alma como esse.
Mas a culpa principal não é deles, mas sim de quem os trouxe.
demorando prá se recuperar. Hoje, Carlinhos Neves está na final da
Libertadores.
Eles não têm culpa de serem ruins, de serem fracos técnica e
Apostou no CT de Cotia, mais um grande erro. Dizia que o objetivo
psicologicamente. Quem é que não quer jogar no São Paulo? Vocês
era montar um time só com atletas da base. Só que isso nunca
acham que o Douglas, o Juan, o Edson Silva (entre outros) vão deixar
chegou nem perto de acontecer. O único jogador de nível que
passar uma oportunidade dessas? E aí quem sofre somos nós com
atuou bem no time foi o Lucas. Não me venham falar de Oscar ou
tanta ruindade.
Lucas Piazon porque esses aí nunca jogaram pelo time. Pra vender
Mas quando e como isso começou?
Até o final de 2008, Juvenal mandou muito bem. Acertou na maioria
das contratações, segurou a comissão técnica indo contra diretores
e conselheiros e conseguiu três Brasileiros seguidos, coisa que
nenhum clube conseguiu até hoje.
A partir daí, Juvenal começou a se achar mais realista que o rei. A
soberba tomou conta do presidente, e aí a coisa começou a desandar.
Começou na montagem daquele time. Juvenal achou que deveria
colocar dois bons jogadores prá cada posição. A idéia na teoria era
boa, mas na prática acabou sendo um desastre. O time campeão
acabou sendo desmontado devido as disputas por vaga no time. O
Muricy já não sabia mais qual era o time titular. Cada jogo entrava
um time diferente. Resultado, eliminações no Paulista e Libertadores.
Muricy caiu. Até aí nada de anormal, mas o problema veio depois.
Juvenal cometeu o segundo erro. Em vez de trazer um treinador
jogador até que o negócio é bom, mas pro time não acrescenta nada.
Tanto é verdade que Cotia não deu certo que o Juvenal trouxe
sessenta jogadores em pouco mais de quatro anos, sendo muitas
dessas contratações sem critério nenhum.
Aliás, acho muito estranha essa história de CT de Cotia. Toda vez
que me atrevo a ver um jogo das equipes de base fico impressionado
com a ruindade dos moleques. Como é que pode investir milhões
numa baita estrutura e não revelar ninguém? Tem alguma coisa
muito estranha aí. Mas isso é assunto pra depois ...
Voltando ao Juvenal. Mudou o estatuto prá poder se manter como
presidente. Exemplos anteriores mostram como isso não funciona.
Mas a cadeira de presidente deve ser muito boa, né?
Além disso, escolheu muito mal seus companheiros de diretoria.
Leco, João Paulo e principalmente o Adalberto já mostraram que
não são do ramo.
qualificado, Juvenal inventou de trazer Ricardo Gomes, praticamente
Se tivesse trazido o Muricy, pelo menos teria conseguido acalmar a
um desconhecido prá nós.
maioria da torcida. Mas preferiu o Autuori...
E continua errando nisso até hoje. Depois do Ricardo Gomes,
Dizem que quer colocar o Leco como seu sucessor na presidência...
passaram Sergio Baresi, Carpegiani, Adilson Batista, Leão e Ney
Nada é tão ruim que não possa piorar.
Franco. Todos fracos, nenhum técnico de nome.
Deve ter mais erros, mas esses são os principais.
É isso.
tricolor na rede
revista tmq / 37 /
Os soberanos - soberania
em informação tricolor
por Vinícius Ramalho
T
odo mês aqui na revista mais Tricolor da web, apresentamos a
Os colunistas que hoje fazem parte do time são: Janaína
você algum canal que o coloque em contato com pessoas que
Aveiro, Fred Valoz, Diana Mara, Renato Alves e Lidiane
fazem um bom trabalho em prol do nosso São Paulo.
Nesse mês vamos falar do portal Os Soberanos, que surgiu em
Pereira. Além da Simone Fialho, que representa o portal em
eventos e faz os registros que vão ao ar no portal.
2010 após a vitória do São Paulo sobre o Cruzeiro na Libertadores
Quer conhecer mais? Acesse os canais do portal nas redes
da América: “Pensamos ali em aproveitar a parada da Copa do
sociais e prestigie esse trabalho para informar o torcedor
Mundo para criar uma conta no twitter para nos aproximarmos
são paulino.
dos são-paulinos”, conta Julio César Santos Ramos, um dos
administradores do portal.
Com o surgimento da conta no twitter, foi também criado um blog
na semifinal do torneio mais importante do continente naquele
mesmo ano. Após a eliminação contra o Internacional, um texto
publicado no blog teve boa repercussão e o grupo que se conheceu
ACESSE
www.soberanos.com.br
na faculdade foi crescendo.
Em 2011 a equipe do blog se fortaleceu e conseguiu importantes
entrevistas com ídolos do passado como Waldir Peres, Cafu, Zetti
e Ronaldão.
TWITTER
@os_soberanos
E como todo time que começa a crescer precisa de investimento,
chegou a hora de virar um site, também em 2011. Um pouco
antes de virarem o soberanos.com.br receberam o reforço e na
FACEBOOK
/SoberanoSPFC
equipe daquela que é a responsável pelo Soberanos estar no ar até
hoje que é a Adriane Ribeiro. Desde então ela coordena todas as
postagens e colunistas do portal.
Conhece ou tem alguma iniciativa na web dedicada ao São Paulo Futebol Clube
que você gostaria de ver na coluna Tricolor na Rede? Compartilhe conosco:
[email protected]
sã-paulinas
revista tmq / 38 /
Pelos Lados do campo
por Jussara Araújo
E
stamos aqui, mais uma vez, nos dedicando a conhecer o elenco
A função dos laterais é estabelecer a ligação entre a defesa e o meio
do nosso tricolor. Desde o lançamento deste nosso espaço, já
de campo e apoiar o ataque, como o próprio nome diz, pelas laterais.
tivemos a oportunidade de conferir um breve perfil dos integrantes
Em geral, essa posição demanda jogadores de grande velocidade
da defesa, do meio de campo e do ataque, bem como as indas e vindas
e resistência, já que precisam percorrer toda a extensão do campo
da última janela de contratações e dispensas. Nesta edição, vamos
durante os 90 minutos de jogo.
juntas conhecer os laterais.
Atualmente, contamos com sete jogadores no elenco para essa posição.
São estes:
L
OS LATERAIS
C. RODRIGUEZ
REINALDO
THIAGO CARLETO
Pode acreditar, nossa lista começa
O alagoano Reinaldo, de
O jogador de 23 anos, natural
com um argentino de 31 anos e,
apenas 23 anos, foi revelado
de São Bernardo do Campo,
diga-se de passagem, com um
pelo Penapolense, um clube
foi revelado no Santos e teve
extenso e invejado currículo.
do interior de São Paulo. Foi
passagem pelo Valencia da
Revelado pelo Boca Juniors,
emprestado ao Paulista, ao
Espanha, clube com o qual
onde conquistou diversos títulos
Sport e, em maio deste ano,
teria contrato até 2014. Foi
(incluindo a nossa tão amada e
ao São Paulo. Não era muito
apresentado no São Paulo em
saudosa Libertadores), foi para
querido por lá, mas estreou
2010, mas logo foi emprestado
o futebol russo, foi contratado
em um clássico complicado
ao Olímpia, América Mineiro e,
pelo Estudiantes, voltou ao Boca,
contra o SCCP e mostrou
depois, Fluminense, retornando
teve convocações para a seleção
a personalidade que pode
ao Tricolor esse ano para ser
Argentina e, por fim, veio parar
lhe garantir mais alguns
a sombra de Cortez. Ganhou
no tricolor. Infelizmente, já
jogos como titular da lateral
a posição, mas está afastado
estreou na derrota contra o Bahia,
esquerda tricolor.
atualmente por causa de uma
amargando uma expulsão.
grave lesão sofrida logo no início
do Brasileirão desse ano.
revista tmq / 39 /
JUAN
DOUGLAS
CARAMELO
LUCAS FARIAS
O controverso jogador de 31 anos
Apareceu no São Paulo em
Mateus Caramelo, ou somente
Lucas Farias tem apenas 19
foi revelado nas categorias de
2012 como uma possível
Caramelo, tem apenas 18
anos e é mais uma das apostas
base do São Paulo e atuou como
solução para a carente posição
anos e foi revelado pelo Mogi
da molecada de Cotia. Sempre
profissional por apenas um ano,
de lateral direito da equipe,
Mirim, clube no qual estreou
dito por quem acompanha
as divisões de base que seria
sendo vendido ao Arsenal em
mas permanece bastante
justamente em um jogo com
2011. Retornou ao Brasil pelo
criticado. Com 22 anos, foi
derrota do São Paulo. Chegou
titular dos profissionais
Fluminense, Flamengo, voltou
revelado nas categorias de
ao tricolor ainda em 2013, como
quando subisse, ainda não
ao São Paulo e foi emprestado
base do Goiás. Adorado por
mais uma aposta da diretoria
teve grandes oportunidades de
ao Santos. Por fim, na grande
Ney Franco por ser polivalente,
que mostrou não confiar no
uma sequencia onde pudesse
reviravolta de dispensas e
o jogador é um dos mais
futebol do único jogador do
mostrar que realmente pode
reintegrações do início deste ano,
questionados pela exigente
elenco para a posição, mas não
ser o dono da camisa 2 do time
passou a integrar novamente
torcida tricolor. Jogou até de
teve chances com Ney Franco.
principal do tricolor.
a equipe tricolor, mas com a
atacante com o
chegada de Paulo Autuori voltou
antigo treinador.
para a reserva e deve ser moeda
de troca em futuras negociações.
Foto: Divulgação/Site Oficial SPFC
SÃO
PAULO
FUTEBOL COLLECTION
revista tmq / 40 /
As tuas glórias vêm do passado
Autuori lembra
2005 e 2005 lembra títulos!
Impossível se lembrar do ano de 2005 e não se lembrar que o atual
Mas Rogério marcou naquela competição pela atuação
técnico tricolor, foi o comandante daquele time que ganhou tudo.
digna de um super-herói na decisão diante do Liverpool. Fez
Sob o comando de Paulo Autuori, o tricolor ganhou a Libertadores
depois de 12 anos e também foi ao Japão para faturar mais uma taça
do Mundial Interclubes.
Agora imagine você, fanático pelo Tricolor Mais Querido, tocando e
vendo algo que fez parte daquele ano de glórias.
É isso que a coluna São Paulo Collection quer mostrar para os nossos
torcedores.
Nessa edição temos a camisa usada no Mundial daquele ano, pelo
M1to Rogério Ceni, que fez um gol de pênalti na semifinal na suada
vitória sobre o Al-Ittihad por 3 a 2. Naquele jogo o goleiro artilheiro
entrou para a história com mais um feito que só os que são acima
pelo menos 4 defesas milagrosas e foi o grande responsável
pelo tricampeonato do mundo. A camisa que você vê aqui é
justamente a da final.
Outro item raro que apresentamos a você torcedor é a medalha
daquela conquista. Na foto, Amoroso beija orgulhoso essa
relíquia que só 23 jogadores e alguns membros da comissão
técnica tiveram direito de levar para suas galerias.
Mas aqui na Revista TMQ você também terá essa relíquia!
Quer conhecer mais itens raros da história do São Paulo?
Acesse os canais SPFCollection e desfrute desse raro acervo de
itens da nossa história gloriosa.
da média são capazes de conquistar. Se tornou o primeiro goleiro a
fazer um gol em uma competição organizada pela Fifa entre clubes.
TWITTER
@spfcollection
INSTAGRAM
@spfcollection
YOUTUBE
/SPFCollection
revista tmq / 41 /
Essa foi a medalha que os jogadores levaram
do Japão para suas casas. Repare o detalhe
das cores da bandeira japonesa no cordão da
medalha, uma das mais raras e importantes da
história do Tricolor Mais Querido.
Essa é a camisa usada pelo M1to na
decisão em Yokohama. Repare para
detalhes que só as camisas usadas
pelos jogadores tem. Diferente
das vendidas em loja, essa camisa
tem um patch na manga direita
indicando que a camisa foi usada
naquela competição
Revista TMQ
toda 1ª segunda-feira do mês
você conta com um novo meio para
saber tudo sobre o São Paulo Futebol Clube.
@RevistaTMQ
facebook.com/RevistaTMQ
www.revistatmq.com.br

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