USO DE ANIMAIS PARA O ENSINO DA CIRURGIA NA MEDICINA

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USO DE ANIMAIS PARA O ENSINO DA CIRURGIA NA MEDICINA
USO DE ANIMAIS PARA O ENSINO DA CIRURGIA NA MEDICINA VETERINÁRIA.
QUAL A ALTERNATIVA?
João Moreira da Costa Neto1, Emanoel Ferreira Martins Filho2
A formação cirúrgica envolve complexos conceitos teóricos e práticos, particularmente relacionados à
Técnica Operatória e suas fases fundamentais, dentre os quais o desenvolvimento de habilidades é considerado
indispensável. Em geral, a aquisição de competências psicomotoras ainda se faz pelo modelo observacional,
conhecido como “ver, fazer e repetir” onde o estudante além de acompanhar a rotina cirúrgica com a devida
supervisão do professor, realiza procedimentos cirúrgicos experimentais em animais vivos e durante sua execução
adquire competências cirúrgicas fundamentais, por tentativa e erro (SMEAK, 2003).
A aquisição de habilidades e os conhecimentos práticos obtidos através da vivissecção, além de
questionáveis, são conflitantes com os modernos conceitos de bem estar animal e também prejudicam a formação do
estudante. A desinformação dos estudantes sobre ética e uso de animais, associada à obrigatoriedade de participação
em atividades didáticas que usam este método de ensino, sem o direito formal de objeção de consciência ou a opção
de alternativas têm sido relacionados como causa de dessensibilização de profissionais (GREIF & TRÉZ, 2000).
Complementarmente, a ampla fundamentação teórica exigida na formação cirúrgica, assim como o número
limitado de professores são fatores limitantes ao treinamento prático. A diminuição da ênfase e do tempo dedicado
às aulas práticas, particularmente no âmbito hospitalar, também prejudicam o desenvolvimento de habilidades
técnicas essenciais para a boa evolução profissional (JENKINS et. al., 2008).
Contrários aos argumentos vivisseccionistas, afirmam que os procedimentos cirúrgicos experimentais não
suprem completamente a experiência clínica cirúrgica. De acordo com SMEAK (2003) a avaliação das
competências do estudante é difícil porque cada animal reage de forma diferente ao trauma cirúrgico e apresenta
variáveis graus de hemorragia. O procedimento é praticado normalmente apenas uma vez, o que torna difícil a
obtenção da autoconfiança e da retenção de competências. Além disso, muitos estudantes têm que obter experiência
utilizando um único animal, reduzindo assim o tempo de prática individual.
A atual diversidade e a complexidade do conhecimento médico cirúrgico, requer um novo direcionamento
no ensino através de meios inovadores. Por conseguinte, para garantir a aquisição de habilidades, diversos métodos
alternativos também denominados “substitutivos” têm sido desenvolvidos, buscando-se cumprir a função
educacional/científica sem causar prejuízo aos animais. A intenção deve ser a de transmitir em adequado período de
tempo, informações necessárias para satisfatória formação profissional, maximizando, assim o aprendizado e
minimizando ou abolindo o uso de animais (CAMPOS & ROCHA, 1996; BUYUKMIHCI, 2007).
Neste contexto, podemos relacionar: a utilização de cadáveres preservados (MATERA, 2008); o emprego
de artefatos confeccionados a partir de espuma, látex e outros materiais sintéticos (BUYUKMIHCI, 2007;
ANDRADE, 2009); utilização de órgãos e tecidos obtidos em matadouros (BUYUKMIHCI, 2007, TUDURY &
11– Médico Veterinário - Professor Adjunto IV
- Departamento de Patologia e Clínicas – EMV – UFBA.
2 – Médico Veterinário – Doutorando - Programa de Pós gradução – Cirurgia Veterinária – FCAV Jaboticabal - UNESP.
POTIER, 2008) e uso de manequins anatômicos em resina emborrachada (1RNET, 2011). Vale, porém considerar
que apesar de contribuírem para consolidação do pensamento ético e serem bastante difundidos, ainda são poucos os
métodos que possuem comprovação de sua eficácia e padronização.
Visando a substituição do uso de animais no ensino da Cirurgia Veterinária, particularmente na disciplina
Técnica Cirúrgica Veterinária do Departamento de Patologia e Clínicas da Universidade Federal da Bahia, a partir de
2005 reformulamos o conteúdo programático da disciplina e adotamos protocolos que favoreceram a adoção de
métodos alternativos.
Sabemos que o processo de aprendizagem é constituído pelo desejo de esclarecer dúvidas para construção
do conhecimento e pelo envolvimento, participação e interpretação, por parte do estudante, de uma série de
situações que se mostram e são vivenciadas. Devido à limitação curricular de tempo despendido para as aulas
práticas, o estudante de medicina veterinária necessita realizar estágios para complementar e aperfeiçoar a suas
habilidades. Com esse propósito, implementamos o “estágio extracurricular”, junto ao Setor de Cirurgia do Hospital
de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Tal iniciativa permitiu o ingresso de
acadêmicos matriculados nos primeiros semestres do Curso de Medicina Veterinária, sem nenhuma experiência
hospitalar. Durante o estágio, com carga horária de quatro horas semanais, o acadêmico, previamente instruído e sob
supervisão, desenvolve apenas atividades na área de Enfermagem Veterinária e integra-se à rotina hospitalar. Com o
passar do tempo, ao cursar a disciplina Técnica Cirúrgica, os estudantes passam a acompanhar os pacientes
submetidos a atendimentos clínico-cirúrgicos sob supervisão constante de um profissional capacitado, para
gradativamente aumentar o seu nível de envolvimento, passando a executar manobras básicas com posterior
execução de procedimentos considerados de menor complexidade. Tal conduta favorece o aprendizado, pois de
acordo com Matera (2008), o centro cirúrgico permanece ainda como o ambiente onde os estudantes aprendem “a
unir tudo” nas diferentes circunstâncias como ocorre na prática.
Procedimentos cirúrgicos de interesse didático, executados no Centro Cirúrgico do HOSPMEV, passaram a
ser registrados em vídeo utilizando-se equipamentos profissionais aliados a conhecimentos técnicos de vídeoprodução. O tratamento e edição destas imagens resultou em vídeos de alta definição (High Definition Video) em
AVI, que foram comprimidos em formato MPEG-2 possibilitando assim sua reprodução em computadores com
limitação de Hardware. Além disso, esses arquivos gerados permitiram a criação de um banco de imagens que
passaram a ser empregadas para demonstração de procedimentos cirúrgicos. Proposta semelhante foi desenvolvida
pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que desenvolveu um modelo de navegação em hipermídia, que
permite a exploração multi-direcional dos conteúdos implícitos nos vídeos, permitindo uma maior interatividade do
usuário e um melhor domínio para o aprendizado cirúrgico (TIELLET et al., 2008).
Na UFBA, essa interatividade foi possível com a implementação da homepage www.cirurgia.vet.ufba.br
que disponibiliza na web todo conteúdo didático e serve da ambiente virtual de aprendizado à distancia,
potencializando a interação e a interlocução entre professores, estudantes e profissionais. Também utilizando
estratégias de educação a distância via Web, Giglio (2007) desenvolveu, implementou e avaliou, junto a Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, uma disciplina on-line de Clínica Cirúrgica de
Pequenos Animais, complementar à presencial.
Como modelo de simulador, passamos a empregar bastidor confeccionado a partir de tecido brim sol a sol
em moldura de madeira para o ensino de padrões de sutura. Embora não seja descrito na literatura, o artefato já vem
sendo rotineiramente empregado para o ensino de padrões de suturas em algumas escolas de Medicina Veterinária, a
exemplo da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Campina Grande e da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista-UNESP. O referido simulador diferencia-se do
bastidor convencional (petrecho para costura e bordado formado por dois anéis), por possuir maiores dimensões e
permitir a confecção de pregas de tecido que mimetizam os diversos planos anatômicos. Na avaliação de sua
aplicabilidade para o desenvolvimento de habilidades psicomotoras no ensino de padrões de sutura, o método
alternativo apresentou excelente grau de aceitação. Um grande percentual de estudantes que empregaram o método
afirmaram que o artefato é apropriado no desenvolvimento de habilidades requeridas (81,7%), que o mesmo
possibilita a repetição dos procedimentos (78,3%) e que permite associação da teoria com a prática (80%). Estes
fatores estão fortemente ligados à filosofia dos 3R`s que promovem a substituição animal por métodos alternativos,
o que faz deste artefato uma alternativa viável ao uso de animais em aulas praticas (1RNET, 2011).
Inspirados no trabalho pioneiro da Prof a. Dr. Júlia Matera (Matera, 2008) que implementou a
utilização de cadáveres quimicamente preservados nas aulas de disciplinas de cirurgia na Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP), moderadamente,
iniciamos com o emprego de cadáveres de cães conservados em solução modificada de Larsen para
ensino de manobras e procedimentos não cirúrgicos, como passagens de sondas, posicionamento
cirúrgico, preparação de panos de campo, para posteriormente emprega-los como modelos alternativos
para o ensino de procedimentos gerais e ortopédicos. A técnica de conservação mostrou-se adequada para
a função desejada, ou seja, foi capaz de manter as características organolépticas do cadáver e sua
semelhança com o organismo vivo, particularmente no que se refere a coloração e consistência dos
tecidos. Os cadáveres preservados por esta técnica possibilitam diversos treinamentos, dentre eles os de
abordagens e correções cirúrgicas, possibilitando uma capacitação proveitosa através de manobras
repetitivas e sem efeitos danosos, uma vez que o treinamento não é realizado em animais vivos.
Com a evolução da informática, surgiram os Sistemas Educacionais Hipermídia (SEH), que reportam
recursos didáticos inteiramente novos para o desenvolvimento de habilidades mediadas por computador. Associando
a experiência didática à necessidade de inovação e por considerar que a “síntese dos tecidos”, possui todas as
características de aprendizado adequadas para um recurso deste tipo, desenvolvemos e avaliamos um “Sistema
Educacional Hipermídia” destinado ao aprendizado desta, que é uma das etapas fundamentais para o sucesso do ato
operatório.
O recurso áudio visual interativo, além de uma ampla fundamentação teórica, disponibilizou ferramentas
alternativas que simularam e favoreceram o aprendizado didático dos padrões de sutura, propiciando ao estudante, a
possibilidade de aprender em seu próprio ritmo. A partir de gifs animados, o mesmo pode visualizar, sob vários
enquadramentos, todo o trajeto do fio nos principais tipos de tecido, facilitando assim o entendimento das manobras
necessárias para a confecção de vários padrões de sutura, posteriormente visualizadas em vídeo. Os vídeos inseridos
no recurso, não somente no tocante aos padrões de sutura, como também para demonstração de outras manobras,
como os métodos de confecção de nós, considerados essenciais ao recurso, adicionaram realismo e permitiram
demonstrações que imagens estáticas e animações nunca poderiam mostrar. A possibilidade de se pausar, adiantar ou
retroceder a cena e, em tempo real, e do estudante realizar a mesma manobra exibida em bastidor ou em outro
método alternativo, favoreceu o melhor entendimento das descrições técnicas e também permitiu o desenvolvimento
de habilidades, pois as manobras em vídeos puderam ser visualizadas quantas vezes fossem necessárias até a
aquisição da destreza manual.
Complementarmente, também foi desenvolvido e avaliado um software educacional em padrão CD-Rom
para o ensino teórico-prático do instrumental e instrumentação Cirúrgica. A ampla fundamentação teórica presente
neste aplicativo permitiu o conhecimento conciso sobre os instrumentos e e proporcionou o conhecimento de uma
quantidade maior de itens de instrumentos, muitas vezes não disponível para estudo. Além disso, minimiza o uso
errôneo destes instrumentos e a redução da vida útil dos mesmos, entre outros cuidados necessários para o sucesso
operatório, além de facilidade de transporte e utilização. A análise dos resultados de sua avaliação permitiu verificar
uma melhoria significativa na dinâmica educacional que reflete na maximização do aprendizado e
consequentemente melhores resultados da avaliação do desempenho cirúrgico do estudante na execução de
procedimentos cirúrgicos reais.
Um dos principais desafios para criação e emprego de métodos alternativos para o ensino da cirurgia é
conseguir simular artificialmente situações próprias de um procedimento cirúrgico, a exemplo da hemorragia.
Contrariamente ao descrito por Oliveira (2008) acreditamos que o condicionamento emocional dos acadêmicos não
necessariamente precisa ser alcançado através do contato com situações estressantes, vivenciadas em procedimentos
cirúrgicos reais. Neste âmbito buscamos idealizar um equipamento que mimetizasse o processo hemorrágico e
proporcionasse um ambiente de treinamento livre de estresse causado pela presença de sangue. Idealizamos um
equipamento que permite a simulação da circulação sanguínea e do frêmito cardíaco, através da perfusão de um
liquido semelhante a do sangue em circuito fechado em artefato que mimetiza o leito cirúrgico, com seus tecidos e
vasos sanguíneos. O equipamento, além de alto grau de aceitação por parte dos alunos, promoveu o adequado
suporte para o treinamento de técnicas hemostáticas. Observou-se que durante o uso do simulador, a reação
comportamental gerada pelo extravasamento do "sangue artificial” foi considerada similar ao observado durante
uma hemorragia em uma situação real. Porém, diferentemente do visto em procedimentos cirúrgicos reais, as
técnicas hemostáticas puderam ser devidamente exercitadas pelo estudante até que o mesmo adquira a autoconfiança
e o conhecimento necessários para executar com segurança as mesmas manobras em um procedimento cirúrgico
real.
Segundo Smeak (2003) o eficaz ensino de competências psicomotoras através de recursos alternativos
permite que os acadêmicos portadores de competências cirúrgicas básicas realizem, sem medo, procedimentos com
a devida supervisão de seus preceptores. Tal prática favorece o aprendizado e resulta no aumento da autoconfiança
do cirurgião iniciante. Desta forma, acreditamos que através de métodos alternativos é possível garantir ao
acadêmico, o conhecimento e a destreza necessários para a condução do procedimento cirúrgico, sem a necessidade
do emprego da vivissecção para esta formação.
Com o desenvolvimento de competências psicomotoras adquiridas por meio de recursos substitutivos, os
estudantes da disciplina técnica cirúrgica complementam seu aprendizado seu conhecimento em animais vivos, sem
que isso resulte em ações anti-éticas ou transtornos psicológicos. Igualmente ao preconizado por Matera (2008)
através de convênios com ONGs e prefeituras, o HOSPMEV - UFBA estimula o aprendizado o cirúrgico, ético e de
cidadania, realizando aulas práticas sob a supervisão de professores e monitores, onde são executados
procedimentos cirúrgicos eletivos esterilizantes, com a autorização de seus proprietários e seguindo-se
rigorosamente os princípios de assepsia e anestesia, assim como bem estar animal.
Com postura ética e recursos substitutivos simples e acessíveis buscamos proporcionar ao estudante do
Curso de Medicina Veterinária da UFBA, um nível adequado de consciência ética, aliado a um aprendizado e
aquisição de competências psicomotoras suficientes para que, quando da execução de procedimentos cirúrgicos
reais, o animal seja considerado seu paciente e não seu objeto de aprendizagem.
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