Relatório Final

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Relatório Final
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Sumário
1. Apresentação
2. Encontros
2.1. Cronograma dos Encontros
3. Catálogos
4. Vídeos
5. Comunicação e Mídia
6. Núcleo Estratégico e Criativo do AfroReggae – NAR
6.1 Avaliação Debates Cultura de Ponta – Temas
6.2. Avaliação Debates Cultura de de Ponta – Catálogo
7. Lista de Anexos
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1. Apresentação
O AfroReggae, Light e a Secretaria de Cultura lançaram o Projeto Cultura de
Ponta com o objetivo de conectar diferentes referências artísticas e culturais,
estimulando a reflexão e a transformação social.
Ao todo foram 49 encontros divididos em 15 eixos temáticos, com a missão
de garantir um espaço democrático para exposição, divulgação e intercâmbio
de elementos culturais da sociedade brasileira. Os debates discorreram sobre
teatro, dança, música, empreendedorismo social, audiovisual, manifestações
da cultura urbana, aspectos associados a violência e a segurança pública,
Religião, dentre outros.
Mais de 1.180 pessoas de todo o Brasil passaram pela sede do AfroReggae,
na Lapa, buscando aprender, debater e ensinar sobre os temas abordados. O
Brasil inteiro pôde assistir, online e ao vivo, a importantes artistas, produtores
e intelectuais discutirem o que, de fato, orienta a cultura brasileira, seja da
favela, seja do asfalto, dos jovens, qualquer público. Foram mais de 50
debatedores e mediadores enchendo o palco do Cultura de Ponta com
perguntas e respostas que, ao fim de cada encontro, apresentaram caminhos
para orientar os espectadores.
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Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
Além do espaço para debates, o Cultura de Ponta foi extremamente
importante para ampliar a rede de relacionamento do AfroReggae com as
escolas de todo estado do Rio de Janeiro. Entre os nossos espectadores, a
maior parte eram alunos dos Ensinos Fundamental e Médio, de escolas
parceiras da instituição. A cada novo aluno visitando a sede, uma nova luz
para a descoberta e para a transformação.
Como produto de cada eixo, foi produzido um catálogo com a síntese do que
foi apresentado em cada encontro, com sugestão de debates a serem
realizados dentro da sala de aula, ou entre uma equipe de trabalho, para que
encontrem respostas e/ou novas perguntas sobre temas relevantes ao
exercício da cidadania.
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2. Encontros
O Cultura de Ponta é um projeto que se articula por meio da organização de
um espaço de debate e troca de experiências sobre vários temas
contemporâneos. Foram realizados 49 encontros, divididos em 15 eixos
temáticos.
Cada eixo gerou um instrumento pedagógico na forma de um catálogo,
sintetizando o debate e oferecendo pontos a serem discutidos posteriormente
em sala de aula. Esse material
foi distribuído para mais de 220 escolas
públicas do Estado do Rio de Janeiro e parceiros, a fim de multiplicar ainda
mais o debate realizado.
O projeto Cultura de Ponta ocorreu entre o mês de dezembro de 2013 e
dezembro de 2014, na sede do Afro Reggae, com entrada gratuita e
transmissão ao vivo pela internet. Os vídeos dos encontros estão disponíveis
na íntegra e gratuitamente no portal Afro Reggae (www.afroreggae.org).
A parceria com a Light permitiu que estudantes, gestores públicos,
intelectuais, produtores culturais e diversos outras comunidades pudessem
debater temas importantes para o desenvolvimento e valorização da cultura
em diferentes áreas.
Os encontros contaram com grandes nomes entre artistas, produtores e
intelectuais. (Anexo I)
A seguir, será apresentada a síntese de cada encontro, por eixo temático com
o respectivo link para o vídeo, com o debate integral e um breve currículo dos
palestrantes.
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1º EIXO TEMÁTICO: DANÇA
A arte é um patrimônio da humanidade. Refletir sobre esse fenômeno é
pensar criticamente sobre a nossa condição existencial e sobre tudo o que
nos cerca, seja dentro ou fora das linhas tradicionais das disciplinas
escolares.
Pensar
sobre
arte
é,
dependendo
da
habilidade
e
da
disponibilidade do professor em abraçar novos desafios, pensar em história,
geografia, literatura, língua portuguesa, sociologia, filosofia, ensino religioso,
música, economia. Conheça os principais pontos debatidos em cada encontro
deste eixo temático.
Debate sobre Dança Negra. Foto: Arquivo Afroreggae.
Assista
aos
melhores
momentos
dos
encontros
de
Dança
em:
http://goo.gl/f44q2H
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DANÇA NEGRA
DANÇA NEGRA: “ONDE ESTÃO NOSSOS BAILARINOS E COREÓGRAFOS NEGROS?”
Entre a afirmação política, o preconceito e a necessidade de
consolidação conceitual, a dança negra constrói seu espaço
O que é a dança negra? O que é que se dança na dança negra? De onde
vem este tema? Quatro grandes nomes da dança carioca – os coreógrafos e
estudiosos Gatto Larsen, Fábio Batista e Charles Nelson, mediados pelo
também coreógrafo Luiz Monteiro - tentaram responder a estas difíceis
perguntas.
A dança negra tem na dança afro uma de suas maiores matrizes, mas
engana-se quem pensa que terminam aí as suas fronteiras. Ela alcança
horizontes que vão desde a dança afro primitiva indo até a batalha do
passinho, passando pelo contemporâneo de Alvin Ailey, e está em pleno
processo de auto descoberta e construção. Sistematizada por Mercedes
Batista, que coletou as manifestações populares e consolidou seu o aspecto
acadêmico da dança afro-brasileira, a dança negra vem evoluindo como
instrumento de reflexão e expressão sobre africanidade, corporalidade,
cultura, preconceito, aceitação religiosa, estética, linguagem, técnica, etc.
Palestrantes:
Gatto Larsen – Coreógrafo e co-gestor da Cia. Rubens Bardot
Charles Nelson – Professor de dança Afro do Afro Reggae
Fábio Batista – Coreógrafo e professor de dança Afro do Espaço Cultural de
Arte e Dança do Rio de Janeiro.
Mediação: Luiz Monteiro – Coreógrafo, professor e pesquisador de danças
afro primitivo e contemporâneo.
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DANÇA CLÁSSICA: “Só a Bailarina é que não tem…”
Toda menina já ficou na ponta dos pés, e quando se fala em dança, a
primeira imagem que nos vem à cabeça é a da sapatilha e do saiote. Como
está, hoje, o universo da dança clássica? Exigências, sacrifícios físicos e
sociais, muito estudo, mercado profissional restrito, e, compensando tudo
isso, a realização do sonho de subir ao palco e praticamente voar. Este é o
balé clássico!
Três experientes professoras – Alice Arja, Nelma Darzi e Creuza Joaquim –
se debruçaram sobre o assunto, e analisaram diversos aspectos da dança
clássica.
A dança clássica não é só sapatilha e se, depois dos primeiros anos de
contato com a dança, o jovem decidir ser um bailarino profissional? O que ele
pode esperar? O mercado de trabalho da dança, de modo geral, e do balé
clássico, especificamente, é bastante restrito no Brasil, e quase sempre é
preciso conciliar a atuação nos palcos com aulas ministradas em escolas ou
academias.
Palestrantes
Nelma Darzi – Fundadora da Escola Petite Danse
Creuza Joaquim – Professora de Balé do Afro Reggae e da Uniartes e
Instituto Ama.
Alice Arja – Fundadora da Escola de Dança Alice Arja.
Mediação: Luiz Monteiro – Coreógrafo, professor e pesquisador de danças
afro primitivo e contemporâneo.
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DANÇA CONTEMPORÂNEA: Ousada a ponto de, muitas vezes,
ultrapassar os limites da dança e invadir outras áreas, quais as
características da dança contemporânea?
O mundo está mudando, a dança está mudando e muitos bailarinos chegam a
uma encruzilhada em suas
carreiras, ansiando por novas formas de
expressão. Esgotados os caminhos já conhecidos do jazz, da dança moderna
e do clássico, buscam novas experimentações. Mais liberdade para
coreógrafos e produtores, novos desafios para os bailarinos, novas formas de
relação com o público. Regina Sauer, Renato Vieira e Betho Pacheco –
experientes bailarins e coreógrafos, “craques” da dança contemporânea no
Brasil, acreditam que ela ainda não está formatada, ainda não é um conceito
reconhecível como o jazz e o moderno, embora existam técnicas de aulas e
exercícios que já atendam por este nome.
De origem européia mas bastante forte também nos EUA, a dança
contemporânea surgiu para preencher esta lacuna, e, como toda novidade,
tem suas polêmicas e contradições. Desta nova linguagem surgiram nomes
como Pina Baush, com sua belíssima obra, mas, por outro lado, espetáculos
de dança contemporânea, por vezes, incorporam movimentos e opções
estéticas que só com muito boa vontade podem se chamados de “dança”.
Palestrantes
Renato Vieira: Coreografo, professor, diretor de movimento e diretor artístico
da Cia. De Dança Renato Vieira.
Regina Sauer: Diretora e coreógrafa da Cia. Nós da Dança, criou mais de 20
obras completas apresentadas no Brasil e no exterior.
Mediação: Beto Pacheco - Coreógrafo, bailarino, professor e diretor de
Dança do AfroReggae.
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O DESAFIO DA DANÇA NO BRASIL
No último ciclo de debates sobre dança, o assunto foi o futuro, para onde
aponta o mercado e quais estratégias estão sendo testadas pelos
profissionais da dança para garantir não só a sobrevivência, mas,
principalmente o crescimento desta arte.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
Na composição da mesa estiveram: Andrea Raw, Thiago Engels, Luiz
Monteiro, Renato Valverde, Charles Nelson, Carlos Magno e Creuza Joaquim.
Beto Pacheco foi o anfitrião da noite, e abriu a conversa esclarecendo o que
unia todas aquelas pessoas:
“Eu trouxe aqui pessoas que são super parceiras nossas, que são
jovens, que hoje estão fazendo com que a dança aconteça de
alguma forma. Em termos de produção, em termos de execução,
de arte, de cultura, e fazendo com que isso cada vez mais seja
possível de se tornar uma profissão rentável. São pessoas que
estão realizando alguma coisa dentro da dança, ou do cenário do
Rio de Janeiro hoje”. Beto Pacheco
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Palestrantes:
Creuza Joaquim - Professora de Balé do AfroReggae e da Uniartes e
Instituto Ama.
Carlos Magno - Professor de Dança do AfroReggae.
Andrea Raw - Professora de Dança Moderna e criadora do Congresso
Brasileiro de Dança Moderna.
Luiz Monteiro - Coreógrafo, professor e pesquisador de danças afro primitivo
e contemporâneo
Thiago Engels - Produtor da CLANM - Companhia Laboratório de Arte Negra
e Movimento.
Renato Valverde - Produtor da Companhia de Ballet do Rio de Janeiro e da
Escola Alice Arja.
Mediação: Beto Pacheco - Coreógrafo, bailarino, professor e diretor de
Dança do AfroReggae.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
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2º EIXO TEMÁTICO: CIDADANIA
O termo cidadania tem origem etimológica no latim civitas, que significa
"cidade". Cidadania é o exercício pleno dos direitos políticos, civis e sociais. A
cidadania esteve e está em permanente construção, através daqueles que
sempre buscam mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais
e coletivas, não se conformando com barreiras legais ou de preconceito. No
Brasil ainda há muito que fazer em relação à questão da cidadania, pois,
apesar das extraordinárias conquistas dos direitos após o fim do regime
militar (1964-1985), persiste o drama de milhões de pessoas em situação de
miséria, desemprego, privação de educação, sem falar nas vítimas dos
variados tipos de violência, ou aqueles que, por pertencerem a grupos
minoritários, são obrigados a se adaptarem à “regra geral”, vendo
desrespeitados seus direitos pessoais.
As lutas sociais são todos os esforços desenvolvidos por um grupo de
pessoas ou por um povo para conseguir obter seus direitos diante das
autoridades, frente aos mais poderosos ou contra fatos e situações
prejudiciais à comunidade. Os chamados “movimentos sociais” são ações
reunindo pessoas pertencentes a diferentes classes e camadas sociais, mas
que têm uma causa ou situação em comum, que os une. Os movimentos
geram uma série de mudanças na vida pública e privada, contribuindo para o
desenvolvimento e transformação da sociedade civil e política, e a
participação da população em movimentos sociais foi fundamental para que
houvesse uma ampliação significativa dos direitos políticos, sociais e civis das
minorias.
Este eixo debateu os principais temas relevantes ao exercício da cidadania
tangenciando os direitos humanos.
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/cMyYlw
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DIVERSIDADE SEXUAL
Lésbicas, gays, travestis e transexuais têm muito em comum, e ao mesmo
tempo, um universo de diferenças e especificidades, que só fazem aumentar
se considerarmos ainda as diferenças de classes sociais e de origem. Como
conciliar tudo isso e unificar uma pauta de reivindicações que permita ao
movimento LGBT avançar na conquista dos direitos humanos e civis de seus
integrantes? Dois experientes lutadores nesta área, Bruno Bimbi e Eduardo
Piza, tentaram responder a esta difícil pergunta, dando ainda depoimentos
sobre ações já desenvolvidas, no encontro que ocorreu no dia 27/01/14.
Casamento igualitário, direito civil, mercado de trabalho foram alguns dos
temas abordados neste encontro. O debate foi transmitido ao vivo pela
internet.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
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Palestrantes:
Bruno Bimbi. Assessor do deputado Jean Wyllys e Coordenador da
campanha pelo casamento civil igualitário no Brasil.
Eduardo Piza. Advogado especialista em direito público, militante do
movimento LGBT em São Paulo.
Mediação: Sergio Carrara. Cientista Social e Doutor em Antropologia.
Coordenador do Centro Latino-Americano em sexualidade e Direitos
Humanos.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
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QUESTÃO RACIAL
No segundo encontro do tema cidadania, foi a vez de debater a questão
racial. O Brasil foi o último país independente do continente americano a
eliminar completamente a escravidão. A libertação significou integração?
Depois de conquistada a igualdade de direito, aconteceu à igualdade de fato?
O longo período de escravidão deixou consequências para a população negra
de hoje?
Os professores, pesquisadores e militantes do movimento negro Jorge da
Silva e Ivanir dos Santos no dia 03/02/14, procuraram esclarecer essas
questões e mapear a cena atual da luta contra o preconceito racial e pela
integração da população negra. O debate foi transmitido ao vivo pela internet
e contou com 16 pessoas na plateia.
Palestrantes:
Ivanir dos Santos. Criador do Centro de Articulação de Populações
Marginalizadas – CEAP.
Jorge da Silva. Cientista Social, Professor da Universidade Estadual do Rio
de Janeiro e ex - secretário de Estado de Direitos Humanos – RJ.
Mediação. Felipe Pasquollotto – Coordenador do Projeto Além do Arco-íris do
AfroReggae.
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CONDIÇÃO FEMININA
No dia 10/02/14 foi à vez das mulheres entrarem no debate. O terceiro
encontro sobre cidadania debateu a atual condição feminina, lutas, conquistas
e reinvindicações foram pautas do encontro.
Fábio Lopes e Irina Bacci levaram a plateia a refletir sobre o papel da mulher
na sociedade, suas escolhas, os preconceitos e limites impostos pela
sociedade. O debate foi transmitido ao vivo pela internet e contou com 17
pessoas na plateia.
Palestrantes
Fabio Lopes. Doutor em História pela Unicamp e Université Paris VII.
Pesquisador sobre gênero e violência.
Irina Bacci. Integrante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República.
Mediação: Felipe Pasquollotto. Coordenador do Projeto Além do Arco-íris
do AfroReggae.
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SÍNTESE - LUTAS PELA CIDADANIA
No dia 17/02/14 o eixo temático sobre cidadania chegou ao fim, para a
síntese do tema as lutas pela cidadania entraram em pauta. Na mesa Marcus
Faustini e Nataraj Trinta falaram dos movimentos da rua que eclodiram em
junho do ano passado. Contextualizando as lutas do passado e as lutas de
hoje. O debate foi transmitido ao vivo pela internet e contou com a presença
de 13 pessoas na plateia.
No Brasil ainda há muito que fazer em relação à questão da cidadania, pois,
apesar das extraordinárias conquistas dos direitos após o fim do regime
militar (1964-1985), persiste o drama de milhões de pessoas em situação de
miséria, desemprego, privação de educação, sem falar nas vítimas dos
variados tipos de violência, ou aqueles que, por pertencerem a grupos
minoritários, são obrigados a se adaptarem à “regra geral”, vendo
desrespeitados seus direitos pessoais.
Palestrantes
Marcus Vinícius Faustini - Fundador da Agência de Redes para Juventude,
diretor teatral, documentarista e escritor.
Nataraj Trinta - Historiadora e ativista ligada à Articulação de Mulheres
Brasileiras (AMB); atua como professora e pesquisadora em história.
Mediação: Felipe Pasquollotto – Coordenador do Projeto Além do Arco-íris
do AfroReggae.
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3º EIXO TEMÁTICO: FUNK
Pelas características do tema, as atividades deverão ser fundamentalmente
audiovisuais: muitas audições de clássicos do funk,apresentações musicais e
resgate de imagens que contem e acompanhem a história do funk desde a
década de 80 até hoje. Com este panorama, será fácil tratar com os alunos
questões como cultura, moda, poesia, música de protesto, estilos musicais e
muitos outros temas que sejam adequados à matéria tratada e ao nível da
turma.
História,
Geografia
e
Língua
Portuguesa
são
especialmente
privilegiadas. Certamente não será difícil localizar, na própria comunidade,
personagens que possam, com seus depoimentos, “ilustrar” o assunto e,
claro, os próprios alunos têm muito o que contar.
Por ser um tema bastante presente na vivência dos alunos, tão amplo, que
em si já sugere atividades coletivas e fora dos muros escolares, e
(aparentemente) descolado dos currículos básicos e tradicionais, o tema funk
presta-se bem para as classes de alunos mais velhos, que podem trabalhar
com mais autonomia, bem como a uma abordagem do tipo “projeto”, ou seja,
mais prolongada no tempo, com um objetivo final e com “times” de trabalho e
não necessariamente às turmas existentes. Conheça as principais questões
debatidas!
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/qo9vD9
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EMPREENDEDORISMO NO FUNK: TAMBORZÃO S.A.
O funk cresceu rapidamente, não apenas como expressão cultural,
mas também como nicho de mercado e oportunidade de negócios.
Olho vivo e informação são as palavras-chave.
A palavra empreender pode ter diversas definições. De modo geral, podemos
dizer que significa identificar as oportunidades, desenvolver meios de
aproveitá-las e, assumindo os riscos e desafios, transformá-las em um
negócio lucrativo.
Três nomes de peso estiveram reunidos para conversar sobre as
oportunidades de negócios do funk. Batutinha, produtor musical de nomes
como Anitta, Naldo e Roberto Carlos, Dennis DJ, produtor, criador e
apresentador do programa do Som do Galerão, e criador do selo Galerão
Records, e Mateus Aragão, idealizador e produtor da festa ”Eu amo baile
funk” discutiram as características de um empreendedor cultural, a cadeia
produtiva deste estilo musical, capaz de movimentar milhões, e contaram
suas histórias de empreendedores de sucesso.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
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Está mais do que provado que é possível viver de funk, e este é um momento
especial, com a vinda da Copa e das Olimpíadas. Hoje, se você fala em
empreendedorismo no funk, você fala de milhões de reais, milhares de
empregos. Quem quiser apostar nesse movimento deve procurar se informar
sobre a legislação tributária, direitos autorais, legalização de eventos, etc. O
funk hoje é uma grande realidade, esperando quem souber explorá-lo! E
você, tem alguma ideia para empreender no mundo funk?
Palestrantes:
Batutinha é DJ, produtor musical, compositor, músico e engenheiro de som.
Toca gêneros como: Funk carioca, Soul, Hip Hop, Rap e Reggae. Como
produtor muscial trabalhou com Anitta, Naldo. Entre Outros.
Dennis é DJ e, aos 28 anos de idade, já é veterano não só dos bailes, mas
também dos estúdios de produção.
Mateus Aragão, Produtor da Eu Amo Baile Funk (a festa de maior sucesso
do Circo Voador desde a sua reabertura, em 2004), está à frente da também
da Rio Parada Funk: um encontro inédito de MCs, DJs, dançarinos e equipes
de som.
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RESOLUÇÃO 0013- E AÍ?: QUANDO O BAILE FUNK VIRA CASO DE
POLÍCIA
Solta a batida, mas só com autorização! O que fazer quando a lei se
torna um impedimento para a realização de atividades culturais?
Editada em janeiro de 2007, para regulamentar a organização de eventos
artísticos, sociais e desportivos, a Resolução 013 gerou polêmica pois
conferia poderes totais às autoridades policiais para proibir a realização de
tais eventos. A Resolução caiu como uma bomba no universo funk, e
praticamente calou o batidão em todo o Rio. O fundador da Associação dos
Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk) e autor do clássico “Endereço dos
Bailes” MC Leonardo, e o major da Policial Militar Leonardo Nogueira, atual
comandante da Unidade de Polícia Pacificadora do Morro do São Carlos,
tiveram uma conversa franca sobre as causas e consequências da norma,
hoje já revogada, mas cujos efeitos ainda se fazem sentir.
Com a Resolução 132, aparentemente, a realização dos bailes encontrará
menos obstáculos. Os
produtores
compreendem
a
necessidade
de
regulamentação e são enfáticos em dizer que querem segurança em suas
festas. As autoridades, em geral, se mostram flexíveis nas comunidades.
“Nós, policiais,estamos aprendendo a lidar com essa informalidade da favela,
de maneira que você não aniquile a cultura funk. Por isso, estamos tendo um
diálogo, talvez não seja ainda o ideal, mas nós já iniciamos esse diálogo”,
afirma o major Nogueira.
O que todo mundo quer é paz para agitar!
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Palestrantes:
Major Nogueira é Policial Militar de Carreira, com extensa atividade em
UPPs. Ele inaugurou a UPP do Pavão-Pavãozinho, em 2009, e a UPP da
Mangueira, em 2011. Em 2013 o Major assumiu o comando da UPP do São
Carlos.
Marcson Muller é DJ, diretor artístico e produtor Musical. Este a frente da
direção artística da rádio FM O Dia 100.5 por 5 anos. Atualmente é consultor
do AfroReggae e Multishow. Graduado em Propaganda e Marketing com
Inglês fluente, cursando o MBA de Gestão em negócios no Ibmec.
Mc Leonardo faz parte da primeira geração de Mc’s no Funk carioca. Com o
seu parceiro e irmão, McJúnior, ele forma há 21 anos a dupla Júnior e
Leonardo. Em 2008 , fundou a Associação do Profissionais e amigos do Funk
(APAFUNK), e com ela conseguiu vários avanços, mas o principal foi o
reconhecimento por Lei do Funk enquanto movimento cultural. Leonardo
assina uma coluna na revista Caros Amigos e apresenta o programa Funk
Nacional, na Rádio Nacional AM 1130.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
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CULTURA FUNK: DO RIO PARA O MUNDO
Depois de anos lutando para a ser reconhecido como movimento
cultural, o funk finalmente começou a quebrar barreiras e
preconceitos.Mas a luta continua.
O funk já tem história! Hoje com cerca de 40 anos, o movimento tornou- se
símbolo do espírito do carioca e, recentemente, foi reconhecido como
manifestação cultural. Seus principais ícones são o MC, o DJ, as equipes de
som e os bailes, mas não podemos deixar de lado, como importantes
elementos culturais, a moda, a dança e o vocabulário funkeiros. Dois
personagens dessa história nos ajudam a entender como tudo aconteceu: o
DJ Sany Pitbull e o cantor Buchecha, conversaram lembrando suas trajetórias
e contando como o funk se tornou o que é hoje. Qual a festa hoje não toca
funk? Qual o evento hoje não toca funk? Presente em maior ou menor grau
em todas as camadas sociais, o ritmo é sinônimo de festa e alegria, e garantia
de pista cheia. Mas a aceitação do funk ainda não é completa, e ele
permanece cercado por muitos preconceitos. Apologia ao crime, pornografia,
violência, pobreza poética e associação ao tráfico são as principais
acusações. Os bailes têm uma trajetória cheia de altos e baixos. Já foram
centenas, realizados semanalmente em todo o estado, já foram tratados como
caso de policia, sendo fechados muitas vezes a bala, e, depois de
praticamente proibidos pela famosa Resolução 013, hoje tentam retomar sua
força. Grande parte da fama de violência do funk vem dos “corredores” dos
bailes dos anos 80 e 90, quando galeras se enfrentavam em grandes brigas.
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Palestrantes:
Claucirlei Jovêncio de Souza, mais conhecido por todos como Buchecha,
estreou no cenário musical aos 17 anos de idade ao lado de seu amigo
Claudinho. Juntos, fizeram do funk mania nacional e conquistaram uma legião
de admiradores. Após a perda trágica do seu companheiro Claudinho,
Buchecha lançou a sua carreira solo em 2003 pela Universal Music,
distribuído pela Sony-BMG.
Sanny Pitbull
é DJ e Produtor Musical. Tem se diferenciado de outros
produtores de funk por estar apostando na vertente instrumental do gênero.
Marcson Muller é DJ, diretor artístico e produtor Musical. Este a frente da
direção artística da rádio FM O Dia 100.5 por 5 anos. Atualmente é consultor
do AfroReggae e Multishow. Graduado em Propaganda e Marketing com
Inglês fluente, cursando o MBA de Gestão em negócios no Ibmec.
MC Sapão. Com apenas 20 anos, lançou seu primeiro disco intitulado de
"Papo de futuro" e teve mais de 120 mil cópias vendidas.
Desde então, a carreira de Sapão foi marcada por shows nos mais diversos
estados brasileiros, turnê pelos Estados Unidos, aparições nos principais
programas de TV
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DESCRIMINALIZAÇÃO DA MASSA FUNKEIRA: A CONSCIÊNCIA DE
QUE O POBRE TEM SEU LUGAR
Os funkeiros são marginalizados, os bailes são tratados como caso
de polícia e o preconceito impede a real visão deste universo que
só quer é ser feliz
O cidadão funkeiro, o “Silva” de que fala o clássico Rap do Silva, de Bob
Rum, continua sem poder andar tranquilamente na favela onde nasceu. Para
a grande massa que curte o batidão, ainda vale a famosa frase do expresidente Washington Luís, que no século passado afirmou: “Questão social
é caso de polícia”. O movimento funk é visto, praticamente desde o seu
nascimento, com inegável preconceito, e seus integrantes, mais do que
simplesmente discriminados, são criminalizados – todo mundo é culpado de
alguma coisa, até que se prove o contrário. Para falar sobre este terrível
aspecto do universo funk, o DJ Grandmaster Raphael, o MC Sapão e Mr.
Catra estiveram juntos e relembraram momentos em que o preconceito doeu
na pele. Muitas manifestações culturais nasceram e se afirmaram sob o olhar
desconfiado do preconceito. O Brasil ainda mantém um alto grau de
desigualdade, herança da escravatura, e as formas de expressão das
populações pobres são frequentemente vistas como contravenção e até
crime: foi assim com a capoeira, as religiões de matriz africana, os batuques e
o samba - sambista era sinônimo de vagabundagem, de malandragem. O
primeiro “crime” de que o funk é acusado é o de fazer, com suas letras, o
elogio e a defesa do tráfico, das facções e de seus líderes – a famosa
“apologia”. Ora, o funk, assim como o rap, é uma crônica social, uma narrativa
do cotidiano do MC e de sua comunidade. É inevitável que seus temas
abordem a violência, o tráfico e seus personagens. Se alguns MCs apoiam
claramente a ilegalidade, eles são apenas “alguns” dentro de um grande
universo de cantores e compositores. Indivíduos podem ter feito apologia do
crime, mas o movimento como um todo não pode responder por isso.
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Palestrantes:
Grandmaster Raphael: DJ e produtor musical. Um dos mais conceituados
produtores da Cena Funk do Brasil. O DJ também está profundamente
envolvido na formação de jovens da periferia, em Vigário Geral comanda o
Estúdio Red Bull Favela Beats, que oferece formação em música eletrônica
para jovens que não podem pagar por seus estudos. Para, além disso,
Grandmaster também viaja a outras regiões do país dando palestras e
ministrando cursos que oferecem uma oportunidade de capacitação para os
Jovens.
Mr. Catra, foi aluno do Colégio Pedro II e líder estudantil. Montou uma banda
de rock chamada "O Beco", que chegou a fazer um sucesso relativo em
festivais de música de escolas e faculdades, em meados da década de 80. No
ano de 2004, Mr Catra recebeu o primeiro convite para fazer seu show e levar
uma parte da cultura do FUNK CARIOCA para fora do Brasil ... fez seu
primeiro show no exterior ... mais precisamente no Favela Chic da Franca ... e
dali não parou mais de trabalhar por la ... em suas turnês anuais já pode
mostrar seus trabalhos por paises como : Suécia, Suíça, Inglaterra,
Dinamarca, Alemanha, Polônia, Israel, Noruega, Holanda, Rússia, Espanha,
Franca, Bélgica, etc.
MC Sapão Com apenas 20 anos, lançou seu primeiro disco intitulado de
"Papo de futuro" e teve mais de 120 mil cópias vendidas. Desde então, a
carreira de Sapão foi marcada por shows nos mais diversos estados
brasileiros, turnê pelos Estados Unidos, aparições nos principais programas
de TV.
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4º EIXO TEMÁTICO: CULTURA URBANA
Muito do que vivemos, conhecemos gostamos, compramos, ouvimos,
falamos, vestimos etc., surgiu nas ruas. As ruas são responsáveis por
importantes capítulos da cultura. Claro, quando dizemos “rua” não é do
elemento físico da paisagem urbana, da “rua de verdade” que falamos, mas
sim de ideias, influências, costumes e comportamentos que são públicos,
coletivos.
A cultura produzida nas ruas, a chamada “cultura urbana”, tem diversas
manifestações, e ao mesmo tempo em que engloba rap e grafite, encontrados
praticamente em todos os países, também inclui cenas bastante localizadas e
inesperadas, como a luta livre mexicana, protagonizada por homens
mascarados, e as turmas de motociclistas da Rússia.
Muitas das manifestações de cultura urbana que conhecemos surgiram nos
bairros pobres das cidades em resposta à exclusão social, ao racismo, à crise
econômica, à falta de acesso à educação, etc. Sua origem é a periferia e as
camadas mais jovens da sociedade.
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/6F5gkz
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STREET ART
GRAFITE E XARPI: ARTE, VANDALISMO E PRECONCEITO
Os muros gritam mensagens todos os dias, mas é preciso ter olhos
para ler o que a arte urbana tem para dizer
Ainda há muita controvérsia quando o assunto é grafite ou pichação.
Enquanto para alguns as duas formas de representação deveriam ter o
mesmo status e respeitabilidade, para outros elas são coisas totalmente
diferentes. Qualquer expressão que apareça nos muros da cidade deve ser
considerada uma manifestação artística? Qual o papel político da pichação?
Para ajudar a entender estas e outras questões, Gustavo Coelho, doutorando
em Educação pela UERJ, e Rafo Castro, designer e ilustrador, conversaram
sobre o tema. Recentemente um decreto foi baixado para normatizar a ação
da Prefeitura do Rio e seus órgãos (Comlurb, Rioluz, Conservação, etc), e
para fazer com que seus representantes entendessem o que essa arte
representa. O decreto determina em quais superfícies os trabalhos podem ser
aplicados, sem que haja repressão, deixando claro que o patrimônio tombado
não pode ser usado como suporte.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
28
O debate entre o individual e o público, o direito à visibilidade e à propriedade
privada, à liberdade de expressão e criação, em oposição ao gosto e à
estética de cada um, é amplo e complexo, e, no caso dos grafites e
pichações, talvez tenha que ser resolvido praticamente caso a caso, metro a
metro de parede desenhada ou repintada.
Palestrantes:
Gustavo Coelho - Doutorando em Educação (UERJ). Mestre em Educação
(UERJ). Documentarista e pesquisador interessado nas formas de resistência
subjetivas que operam no nível do inconsciente, camufladas nos cotidianos de
culturas populares, em especial, as culturas jovens periferizadas. Dirigiu o
documentário "Luz, Câmera, PICHAÇÃO", sobre a pouco compreendida
cultura da pixação de rua no Rio de Janeiro.
Rafo Castro - Designer e ilustrador que trabalhou ao lado de nomes como
Marcelo Sommer, Gringo Cardia e O estúdio
Marcelo Dughettu - rapper e presidente do Instituto EixoRio.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
29
COMPORTAMENTO URBANO - A INFLUÊNCIA DA MODA URBANA
NAS GRANDES MARCAS: A RUA SOBE NA PASSARELA
As tendências surgidas na pista influenciam as novas coleções e,
ao mesmo tempo, o que está nas vitrines afeta o gosto da galera,
num grande ciclo fashion
A partir dos anos 50 a moda deixou de brotar apenas da mente dos criadores
consagrados e dos ateliês de alta costura, e começou a refletir um pouco o
desejo de quem estava consumido aquela roupa na rua, no dia-a-dia. Desde
então, é quase impossível desvincular a influência do comportamento urbano
do que é produzido para vestir.
Mais adiante, nos anos 90 ocorre outro fenômeno: todo mundo começa a ter
mais acesso a coisas que antes eram muito restritas, em razão da
multiplicação da quantidade de confecções e de acesso a um produto mais
barato. A moda entra na moda, porque, com a facilitação do acesso, as
pessoas começam a ter a oportunidade de fazer o que quisessem com o seu
vestir. Da soma dos dois momentos surge uma maneira de vestir mais livre,
mais independente das grandes tendências, mais individual. Cada um passa
a ter a liberdade e a possibilidade de misturar uma peça cara, de grife, com
outra comprada em lojas de departamento, outra comprada num brechó,
customizando as três e criando uma quarta coisa, diferente das outras, que
reflete todas as influências que aquela pessoa recebeu e recebe diariamente
nas grandes cidades. O conjunto das coisas que cada um elege para si é que
está gerando novas verdades.
Para discutir o fenômeno da moda de rua, Pedro Perdigão, gerente de
branding da Redley, Elle Alves, professora de design na universidade Veiga
de Almeida, e Robson Teixeira, sócio fundador da Grife DNegro, estiveram
reunidos e deram seus depoimentos.
30
Talvez não seja possível prever o futuro deste ciclo, mas uma tendência que
já se apresenta é a absorção, por produtores e consumidores, de vários
aspectos ligados às responsabilidade do fazer e do consumir. Preocupações
com sustentabilidade, uso otimizado de materiais, redução de impactos e
responsabilidade social são palavras que, pouco a pouco, estão se
incorporando ao mundo fashion.
Palestrantes:
Robson Teixeira. Sócio fundador, foi camelo na Uruguaiana e montou uma
loja ao lado da portela e virou um ponto de referencia da cultura urbana onde
varias tribos se encontram. A grife tem a proposta de não ser somente uma
marca de roupa urbana, mas com a ideologia de unir por meio da moda as
diferenças de credo, cores e estilo.
Elle Alves – Diretora da agência Elephante Amarelo; professora de design na
universidade Veiga de Almeida; trabalhou na Vogue, L’Officiel e Jornal do
Brasil e há 18 anos se dedica à pesquisa e ao desenvolvimento de produtos
de moda associados ao comportamento de consumo.
Pedro Perdigão – Gerente de branding da Redley; observador e pesquisador
do comportamento contemporâneo e fotógrafo nas horas vagas.
Marcelo Dughettu, rapper e presidente do Instituto EixoRio.
31
MÚSICA E MERCADO: AS ALTERNATIVAS DE UM
TERRITÓRIO EM CONSTANTE MUDANÇA
As diferentes formas de consumir música aumentam, tudo está a
um clique de distância e a indústria fonográfica luta para se adaptar
Durante várias décadas, o número de discos vendidos - fossem LPs ou CDs –
era a marca do sucesso de um artista. Premiações como Disco de Ouro ou
Disco de Platina indicavam uma curva ascendente na carreira de um cantor, e
as vendas eram uma fatia importante do bolo financeiro do mercado musical.
Eis que chega a tecnologia embaralhando tudo, facilitando a informação,
barateando
o
acesso,
eliminando
etapas
e
colocando
em
contato
praticamente direto o criador e o ouvinte. A frase “ninguém mais vende disco”
já é quase um bordão nos meios musicais, caminhos alternativos surgem, a
cena independente ganha força e a fórmula para medir o sucesso é
reinventada. Como fazer a sua música circular? Como viver de música? DJ
Saddam, referência na cena musical carioca, e Evandro Fioti, criador do selo
Laboratório Fantasma e responsável pela carreira do rapper Emicida,
estiveram juntos para ajudar a descobrir os novos rumos da música e do
mercado fonográfico.
O pensamento é pragmático: avaliando estrategicamente a sua carreira, por
que não usar a verba de patrocínio para investir em algo que pode tornar seu
trabalho maior? A primeira coisa é ter confiança dentro de você mesmo e
saber o que está fazendo, e porque está fazendo. Com essa segurança, você
vai poder passar isso para os outros e levar seu projeto adiante.
32
Palestrantes:
Evandro Fioti. Com apenas 25 anos de idade, Evandro Roque de Oliveira,
conhecido como Fioti, é seguramente um dos mais promissores nomes por
trás do atual mercado musical brasileiro, especialmente no segmento
independente. Ao lado do irmão Emicida criou o selo musical/gravadora
Laboratório Fantasma há 5 anos e, se hoje o rapper é um dos maiores
expoentes do gênero no Brasil, Fioti certamente tem sua parcela neste êxito.
Agenciando e gerenciando a carreira de Emicida desde o início, aprendeu
fazendo na prática. Com o tempo vieram turnês internacionais, prêmios
grandes shows nos maiores festivais do Brasil. Hoje Fioti acumula também no
currículo o empresariamento do rapper Rael, que já desponta como uma
grande revelação da nova geração da música brasileira, além da produção e
promoção de eventos com outros artistas, incluindo a curadoria da Virada
Cultural de São Paulo.
DJ Saddam. Há 18 anos em atividade, Mauricio Carneiro, mais conhecido
como DJ Saddam, se tornou uma referência na cena musical carioca. O cara
já abriu shows de nomes como 50 Cent, Mos Def, The Beatnuts, Ja Rule,
Chamillionaire, Charlie Brown Jr., O Rappa, MV Bill, Marcelo D2, Pitty e
Natirruts. Graduado em direito, já trabalhou como radialista, tocou nos
principais eventos e casas noturnas do Rio de Janeiro e promoveu batalhas
de Mc’s.
Marcelo Dughettu rapper e presidente do Instituto EixoRio.
33
OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO: A ARTE É UM FOCO DE LUZ
A cidade é nossa? Como aproveitar de fato os espaços que a rua
oferece? Os espaços públicos oferecem uma experiência realmente
democrática para todos?
Quantas vezes passamos por uma praça, um jardim, um calçadão ou uma
quadra de esportes abandonados e pensamos no desperdício de dinheiro
público e de oportunidades de lazer? Ou, pior ainda, quantas vezes passamos
por estes espaços e sequer nos sensibilizamos, como se eles nem existisse
mais? E se este espaço estivesse ocupado por um mágico, um palhaço, um
músico ou uma peça de teatro? André Garcia Alves, do Grupo Boa Praça e
integrante do projeto Arte Pública, Antônio Consciência, rapper, compositor,
produtor cultural e advogado, e Fabio Broa, produtor fonográfico e DJ oficial
do Mc Coé, conversaram para refletir sobre a nossa relação cotidiana com o
espaço público.
É importante lembrar que o Brasil, por motivações histórias, sociais
religiosas, tem um perfil coletivo, público. Somos um povo que adora estar no
espaço público. A qualquer momento do dia ou da noite, em qualquer cidade
do interior do Brasil, existe uma manifestação de rua acontecendo. O Brasil é
a maior praça de arte pública do mundo...
Palestrantes:
André Garcia Alves. Ator, Palhaço, Diretor, Professor e Produtor. Iniciou
como ator profissional em 1995, neste mesmo ano começou como produtor,
pesquisador e assistente de oficinas teatrais. Há seis anos fundou a Cia. Será
O Benidito!?, que tem sua historia e origem no teatro de rua. Nos 2 últimos
anos desenvolveu e fundou o Núcleo de Teatro de Rua do CBTIJ com o
Projeto Boa Praça e tenho ajudado a difundir e articular a Rede de Teatro de
Rua e Artes Afins do Rio de Janeiro e do Brasil.
34
Antônio Consciência. Rapper, compositor, produtor cultural e advogado,
Antonio
Carlos
Ribeiro
Coelho,
também
conhecido
como
Antonio
Consciência, iniciou sua carreira artística aos 21 anos, quando formou a
banda Consciência Tranquila. Morador do morro da mineira e posteriormente
no complexo do Turano, se Formou em Direito e em Técnico de Sonorização
pela Iatec.
Fábio Broa. Produtor e DJ. Durante o início do seu envolvimento com
projetos culturais, foi conhecendo pessoas do meio artístico, produtores
culturais e, desde então, participa de eventos, tais como as Batalha de MCs,
promove eventos de Rap na rua, que tiveram início pelo Méier, Zona Norte do
Rio de Janeiro.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
35
5º EIXO TEMÁTICO: NOVAS MÍDIAS
O jeito de consumir informação em todo mundo mudou! Diariamente somos
bombardeados por milhares de mensagens. Quem produz informaçãoprecisa
entender que a forma ou o meio utilizado influencia o conteúdo, e modifica
nossa maneira de compreender e reter o que é oferecido. Artistas,
comunicadores e - por que não? - professores devem saber usar isso ao seu
favor na hora de produzir conteúdo!
A
possibilidade
de
conexão
através
de
dispositivos
pessoais
(celulares,laptops, tablets) e de tecnologias sem fio (3G, Wi-Fi, GPS,
Bluetooth) vem transformando os processos de comunicação. Qualquer um
pode pesquisar, comprar, vender, conversar, namorar, jogar, se divertir,
trabalhar e realizar sabe-se lá quantas outras atividades na internet. Pessoas
podem estar juntas, mesmo estando em continentes diferentes. Que
alterações acomunicação móvel promoveu no pensamento e na forma de as
pessoasse relacionarem? A utilização das novas tecnologias pode levar os
alunos a desenvolverem capacidades críticas e reflexivas? Ou, ao contrário,
ao apresentar tudo ao alcance de um clique, diminui a capacidade de pensar
por si só? Estas e outras questões foram debatidas nos encontros
apresentados a seguir.
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/GAhQcj
36
HUMOR NA INTERNET: A EXPERIÊNCIA DE FAZER COMÉDIA NAS
NOVAS MÍDIAS
Se rir continua sendo o melhor remédio, qual a receita para ter
sucesso com a tradicional arte da comédia no novíssimo espaço da
internet?
Já na Grécia antiga as artes cênicas eram representadas por duas máscaras:
a da tragédia e a da comédia. O uso de humor existe desde o nascimento do
teatro. Desde sempre, o riso foi usado para criticar os poderosos, as ideias
estabelecidas, os preconceitos, o status quo. Gueminho Bernardes e Fábio
Nunes, atores, roteiristas e protagonistas de grandes sucessos na internet,
estiveram juntos para discutir como esta arte nascida na antiguidade se
encaixou com perfeição no novo mundo das mídias digitais.
A internet é uma ferramenta que aproxima muito o artista do público. Talvez
nenhum outro aproxime tanto, porque, embora no teatro artista e público
estejam no mesmo espaço físico, é um espaço público e consentido. Já na
internet o fã entra na casa do artista, mesmo sem ser convidado, por email,
pelo Facebook, pelos sites, etc. O artista precisa estar sempre atento ao fato
de que ele fala – potencialmente - para milhões, e que é impossível saber o
certo como será a recepção do que é dito ou postado.
Palestrantes:
Gueminho Bernardes: Autor, ator e diretor teatral. Criador, há 35 anos, do
Teatro de Quintal. Atualmente com os espetáculos “Como Fracassar na Vida
e Ser Infeliz no Amor” e “Mau Humor”, é ainda roteirista e co-criador do
personagem “Dilma”, com o ator Gustavo Mendes, com quem também faz o
show de “stand-up comedy” “Ponto GG – Tudo que você sempre quis saber
sobre sexo, mas nunca teve um comediante para explicar”
37
Fábio Nunes: Integrante do grupo Avacalhados, de comédia e improvisação
teatral. Atuou no grupo Os Inclusos e os Sisos – Teatro de Mobilização pela
Diversidade. Autor das séries de humor Sobrevivendo à Maioria das Coisas,
do canal Anões em Chamas, e diversos esquetes do canal Parafernalha. Fez
participações em Será que Faz Sentido? E Adorável Psicose (Multishow).
Com Felipe Neto, roteirizou e atuou no quadro Sem Noção, do Esporte
Espetacular. Foi um dos protagonistas do especial de final de ano
PaPePiPoPu (Record).
Assista ao debate completo em: http://migre.me/jzSDE
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
38
PROTAGONISMO NA INTERNET:
Um indivíduo pode transformar as pessoas e seu entorno? Como uma
experiência local pode virar inspiração e motivação para outras
pessoas
Algumas pessoas, tomadas por um sentimento de desconforto com “tudo isso
que está aí” decidem arregaçar as mangas e intervir de alguma forma na sua
rua, escola, igreja, praça, local de trabalho, etc, agindo individualmente para o
bem coletivo. Destacam-se, assim, e, com sua iniciativa e entusiasmo,
frequentemente conseguem contagiar todo o grupo. O esforço de um só, em
pouco tempo, torna-se uma corrente coletiva. Tornam-se protagonistas,
personagens de referência, transformadores. Para contar suas experiências
com mobilização e discutir como a experiência deles pode virar inspiração e
motivação para outras pessoas, os jovens ativistas Rene Silva e Bábara Betts
conversaram sobre o significado de ser protagonista de ações na internet.
Plateia fazendo perguntas aos debatedores. Foto: Arquivo AfroReggae.
39
As redes, grupos que se encontram para trocar experiências e compartilhar
ideias, soluções, exemplos e atitudes, são muito importantes na busca de
ideias e canais, e saber trabalhar em equipe é fundamental. Não ser o dono
da verdade é uma forma de somar esforços à sua proposta, de formar uma
relação com a comunidade. O protagonismo é um tipo de educação para a
cidadania, as relações sociais e as questões comunitárias. Requer coragem e
intuição, mas os frutos colhidos, tanto para o indivíduo que se dispõe a
trabalhar quanto para a comunidade que se mobiliza, são compensadores.
Palestrantes:
Rene Silva estudante, morador do Complexo do Alemão, é repórter,
fotógrafo, redator, editor e colunista do “Voz da comunidade”, jornal que criou
para denunciar os problemas da sua região. Ficou conhecido por tuitar em
tempo real o que aconteceu no Complexo do Alemão no dia da ocupação pela
polícia e pelo seu trabalho no jornalismo comunitário.
Bábara Betts. Estudante, comanda o blog chamado Faça Diferença, cujo
objetivo é influenciar jovens a pensar e fazer diferente. Já foi voluntária no
Grupo Ambiental Escola Parque, e atuou em prol do meio ambiente. Foi
palestrante no Rio+20. Participou da reunião internacional de jovens através
da ONG CISV em 2013.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/jzSRP
40
DIREITO NO MEIO DIGITAL
MARCO CIVIL DA INTERNET: LIBERDADE,
NEUTRALIDADE E PRIVACIDADE
Como uma lei foi construída a muitas mãos, e quais os problemas ela
ajuda a resolver
Em 23 de junho de 2014 sancionou-se a Lei 12.965/14, o chamado Marco
Civil da internet, depois de um longo e original processo de construção e
evolução de seu texto. A nova lei que estabelece princípios, garantias, direitos
e deveres das pessoas, empresas e governo para o uso da internet no Brasil.
O que isso significa para cada um de nós, brasileiros? Que lições eleitores e
parlamentares podem tirar daí?
O deputado Alessandro Molon e a mestra em Administração Pública e
Governos Juliana Nolasco, ambos conhecedores e articuladores dessa
regulamentação, estiveram reunidos para explicar melhor os detalhes dessa
verdadeira "Constituição da Internet".
Dentro da ideia de privacidade, um tema polêmico é o chamado “direito ao
esquecimento”. Muito já foi feito, e de um modo absolutamente novo e
positivo. Mas ainda há muito que fazer, e cada cidadão é responsável por
construir a internet
que queremos.
Palestrantes:
Deputado Alessandro Molon. Advogado e professor de Direito na PUC-Rio,
além de mestre em História pela UFF. Dois mandatos na Assembleia
Legislativa do Rio. Em 2012, liderou e concluiu uma proposta de reforma do
Código Penal. Foi relator do Marco Civil da Internet, aprovado no Congresso e
sancionado pela presidente Dilma Rousseff.
41
Juliana Nolasco. Trabalha no Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio;
mestre em Administração Pública e Governos pela FGV; trabalhou no
Ministério da Cultura, na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência
da República, no Centro de Referência da Música Brasileira e já realizou
projetos de consultoria para UNESCO, Casa de Cultura Digital, Instituto
Overmundo e Eletrocooperativa.
Assista ao debate completo em:http://migre.me/jzSN1
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
42
6º EIXO TEMÁTICO: ARTE DA COMUNICAÇÃO
A comunicação humana é um elemento central que atinge todos os setores
dos nossos relacionamentos com as pessoas. É ela que torna possível a
própria vida em sociedade. Tudo o que fazemos ou que deixamos de fazer
está de alguma forma ligado à comunicação, seja ela verbal ou não verbal. A
comunicação é tão presente em nossas vidas e tão abrangente que até
mesmo quando escrevemos um lembrete para nós mesmos e colamos na
porta da geladeira, estamos realizando um ato de comunicação.
Comunicação é, numa definição rápida, o processo de troca de informações.
O ato de comunicar é a materialização do pensamento e do sentimento em
signos conhecidos pelas partes envolvidas. Mas o termo comunicação, com o
tempo, adquiriu significados muito amplos e variados. Existe a comunicação
do dia-a-dia, informal, através da fala, do gesto, do telefonema, da carta. Mas
também são formas ou canais de comunicação a propaganda, o discurso
político, o cinema, o teatro, a novela, rádio, show, circo, folclore, o jornal,
revista, TV, rádio, pelas agências de notícias, os livros, sejam didáticos ou de
ficção, aulas, palestras, etc.
Mas textos não são só aqueles formados por palavras e frases. Os grafites,
as pinturas, a música, obras de arte em geral, são formados por sinais que
precisam ser decodificados, lidos, para serem compreendidos.Aarte também
comunica.
Conheça os pontos mais importantes do debate sobre a Arte de
Comunicação, no Cultura de Ponta.
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/QDhsuF
43
LITERATURA NAS FAVELAS: UMA CONVERSA SOBRE A PRODUÇÃO
INTELECTUAL DA PERIFERIA
FLUPP, saraus literários, novos autores e a efervescência da arte da
palavra nas comunidades
Nem sambista nem jogador de futebol. Muitos jovens nas comunidades
querem ser escritores. Ao mesmo tempo, quando perguntados sobre seus
hábitos de leitura, muitos outros jovens dessas mesmas comunidades
respondem, quase sem constrangimento, que nunca leram um livro. Projetos
como a Feira Literária da Periferia (FLUPP) e Ler é 10 tentam fazer a ponte
entre estas duas realidades, levando os jovens autores aos leitores potenciais
e estimulando o prazer – e, principalmente o hábito! - da leitura entre aqueles
que ainda acham que um livro é um obstáculo quase intransponível. Os
criadores da FLUPP e do Ler é 10 estiveram juntos e, além de contar suas
experiências de vida, explicaram como a presença da literatura pode ser
transformadora na formação de cada um. Se olharmos em volta, vamos ver
que o diálogo por meio da escrita permanece e é muito forte mesmo entre os
jovens que, supostamente, “não leem nada”. Eles leem e escrevem o dia
todo, rápidos com seus polegares sobre os teclados dos celulares.
Compositores de samba, de rap, de funk, por exemplo, escrevem poesia. E a
periferia tem muita história para contar. Várias experiências ligadas à
literatura e à poesia, à palavra escrita ou falada, esteticamente, já acontecem
pelo Brasil. Embora a questão da qualidade seja frequentemente colocada,
devemos lembrar que a literatura é uma forma de expressão, e que o
importante, no processo de formação de leitores e escritores, é garantir a
possibilidade de se expressar através da palavra poética. A qualidade é uma
conquista posterior.
44
Palestrantes:
Écio Salles. Formado em Letras, mestre em Literatura Brasileira, na UFF, e
doutor em Comunicação e Cultura na ECO-UFRJ. Mentor e realizador da
FLUPP – Festa Literária das UPPs, que já está em quatro cidades brasileiras.
Otávio Júnior. Morador do Complexo da Penha, da comunidade do Caracol,
é autor de 4 livros que aproximam o leitor da vida nas comunidades,
buscando a identificação dos leitores com os personagens e ambientes. É o
criador e realizador de projetos de promoção e mediação de leitura como o
“Ler é Dez, ler é Favela”, que têm o objetivo de democratizar o acesso à
leitura nessas comunidades.
Heloisa Helena Oliveira Buarque de Hollanda Possui graduação em Letras
mestrado em Letras ( Literatura Brasileira) e doutorado em Letras ( Literatura
Brasileira) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979). Fez PósDoutorado em Sociologia da Cultura na Columbia University (1982-83).
Atualmente é Professora Emérita de Teoria Crítica da Cultura da Escola de
Comunicação
e
Coordenadora
do
Programa
Avançado
de
Cultura
Contemporânea, órgão complementar à Faculdade de Letras, ambos da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. É diretora da Aeroplano Editora e
Consultoria e, há mais de dez anos, criadora e curadora do Portal Literal
(www.literal.com.br) especializado em literatura brasileira.
Assista ao debate completo em:
https://www.youtube.com/watch?v=zgAD7Vk2wYY
45
A COMUNICAÇÃO ALÉM DA FALA: UM DIÁLOGO COM DEFICIENTES
AUDITIVOS
Uma conversa sobre a importância da Libras e como se dá a
comunicação tátil
Normalmente associamos a comunicação à oralidade. A música, a literatura,
a arte também podem ser consideradas expressões de uma fala. O que tem
isso a ver com os deficientes auditivos? Tudo. Os surdos se expressam,
"falam com as mãos". De acordo com o neurocientista Oliver Sacks "ver
vozes" é o mesmo que ouvir a fala, pois é o que observamos ao
acompanharmos um bom papo entre surdos. Os deficientes auditivos têm seu
próprio senso poético, artístico e musical, onde tudo é comunicado por
gestos.As mãos do surdo são a sua fala. E o que dizermos da surdocegueira?
Isso mesmo, surdocegueira, uma só palavra, uma única deficiência que afeta
todo o acesso à comunicação informação e mobilidade de uma pessoa. E
como essas pessoas se comunicam? Também com as mãos. Agora é o tato,
associado ao gesto, que se torna voz. Para entender melhor toda essa
questão, professores do Instituto dos Surdos-Mudos, hoje, Instituto Nacional
da Educação de Surdos (INES) estiveram reunidos, falando de suas
experiências.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
46
Palestrantes:
Vanessa Miró. Formada em Arquitetura e Urbanismo e em Letras / Libras.
Pós-graduanda em especialização de Libras: Ensino. Nove anos de
experiência no magistério de LIBRAS para ouvintes. Planejou e ministrou
aulas de sexualidade para alunos surdos desde Educação Infantil ao Ensino
Médio. Produziu, como colaboradora de imagem, material didático para o
Manual de DST / Aids do Instituto Nacional de Educação de Surdos.
Educadora no Curso de Agente Multiplicador em Saúde Sexual e
Reprodutiva.
Marcia Noronha - Graduada em História e Mestre em Educação na Linha de
Políticas Públicas e Gestão. Especialista na Área de Deficiência Visual.
Formação em Libras e
pós-graduada em Saúde Mental da Infância e da Adolescência. É responsável
pelo Programa de Atendimento e Apoio ao Surdocego do Instituto Benjamin
Constant.
Indira Cardoso Santos da Silva. Tradutora e intérprete de Libras do Instituto
Benjamin Constant. Mediadora de situações de comunicação entre os alunos
surdocegos e demais membros do setor de reabilitação da Surdocegueira no
Instituto. Certificada pelo 6º exame nacional de proficiência em Libras.
Assista ao debate completo em:
http://www.youtube.com/watch?v=Przll_0ZShY
47
TALK SHOW COM JORGE MAUTNER: O CANTOR, COMPOSITOR E
ESCRITOR BRASILEIRO EXIBE SUAS MÚLTIPLAS FACETAS
Filho do Holocausto e mensageiro do Kaos mostra que é, também,
muito bom de papo.
Qual a relação entre arte e comunicação? Por intuição, todo mundo sabe que
elas se relacionam, se alimentam mutuamente, mas nem todo mundo sabe,
como o cantor, compositor, instrumentista e pesquisador Jorge Mautner,
explicar como as duas coisas “conversam” entre si. Antes de mais nada, uma
afirmativa categórica: a arte e seu uso para a comunicação estão na natureza.
Por exemplo, o canto do pássaro, o macho e a fêmea: o canto mais bonito
para atrair. Tem pássaros que é o macho que produz o ninho, e conquista a
fêmea o que faz o ninho mais bonito. O tempo todo é isso: gritos e
chamamentos... Isso tudo é a arte da comunicação.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
48
Para Mautner, todas as produções humanas estão de alguma forma
relacionadas à produção artística. Ritos de nascimento, funerais, casamentos,
cantos de guerra, vestimentas de festa, fardas, trajes cerimoniais, tudo é uma
forma de arte, visual, tátil, auditiva. Até a gastronomia tem o seu aspecto
artístico. As religiões são feitas com o que? Com rituais, que são o teatro, são
feitas com música. O que são as orações? São poemas. A arte integra o ser
humano, acompanha desde o nascimento. A pessoa morre e o enterro
também é feito com arte: as pessoas que rezam um poema entoam cânticos.
Ferramenta de integração do homem com a natureza, e do EU com os outros
indivíduos, a arte é também instrumento de expansão da mente e da
criatividade. Sem o convívio com os artistas, os cientistas dos séculos XIX e
XX talvez não tivessem alcançado as grandes descobertas nas áreas da
Física, afirma Mautner: Os cientistas são unânimes em dizer que não teriam
conseguido criar as teorias de tudo o que pavimenta a nossa ciência de hoje,
se eles, depois de discutir nos laboratórios, não fossem sempre se encontrar
com os artistas.
Eram os artistas que davam a dimensão de como imaginar o espaço.
Assista ao debate completo em:
https://www.youtube.com/watch?v=GUhrwWGZVoY
49
7º EIXO TEMÁTICO: AUDIOVISUAL
Inventado em 1895, a primeira exibição no Brasil aconteceu em 1896, quando
foram projetados pequenos filmes, pouco maiores que os comerciais de TV
atuais, que mostravam cenas de cidades da Europa. Nos anos seguintes, o
Brasil já produzia seus primeiros filmes. Em 1908 havia 20 salas de cinema
no Rio. Nos anos 30 – já com o cinema falado - destacam-se o mineiro
Humberto Mauro, autor de “Ganga Bruta”, e as chanchadas, comédias
musicais com cantores do rádio e atrizes do teatro de revista. É quando surge
o mito CarmenMiranda.
Nos últimos tempos, ouviu-se falar bastante sobre a nova lei da TV paga, que
obriga os canais a apresentar “conteúdo qualificado brasileiro”. A Lei 12.485 é
extensa, mas fica explícita em alguns aspectos: canais que exibem
predominantemente filmes, séries, animação e documentários passam a ter
obrigação de dedicar à veiculação de conteúdos brasileiros três horas e 30
minutos semanais de seu horário nobre – das 11h às 14h e das 17h às 21h
nos canais direcionados para as crianças e de 18h à 0h para os demais. Além
disso, a lei estabelece que todos os pacotes oferecidos aos consumidores
devem incluir um canal de espaço qualificado de programadora brasileira para
cada três canais de espaço qualificado.
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/q5lXOy
50
A NOVA LEI DA TV POR ASSINATURA: UMA TRANSFORMAÇÃO
RADICAL NO MERCADO BRASILEIRO DE AUDIOVISUAL
Apenas 30 minutos a mais por dia de programação nacional provocam
uma pequena revolução para público, profissionais, produtores e
exibidores.
A Lei 12.485, conhecida como Lei da TV por assinatura, depois de
longamente discutida no Congresso Nacional, foi sancionada em 2011. Desde
então, canais que exibem filmes, séries, animação e documentários passam a
ter obrigação de dedicar três horas e 30 minutos semanais de seu horário
nobre para conteúdos brasileiros. A transformação aconteceu de forma
gradativa, atingindo a totalidade em setembro de 2013, e agora todos os
canais já estão obrigados a cumprir a chamada “cota”.
A 12.485 abriu oportunidades de crescimento para diferentes segmentos do
mercado: para as produtoras, pela enorme demanda de conteúdos nacionais
e independentes inéditos, para as programadoras brasileiras, já que a lei
levará ao aumento de canais de TV brasileiros de espaço qualificado, e para
as programadoras estrangeiras, que terão uma proximidade maior do público
brasileiro. A primeira constatação é a de que este é um momento único,
histórico, porque, além da implementação da lei da cota, mais dois fatores
contribuem para a explosão que se vê no mercado. Primeiro, com a famosa
ascensão da classe C, houve um grande aumento da base de assinantes, ou
seja, temos hoje mais pessoas vendo TV a cabo, buscando novidades,
assuntos de interesse, novas histórias. Aliado a isso, a evolução tecnológica que hoje permite ao usuário ver filmes, séries e programas na TV, no
computador de mesa, no laptop, no tablet e no celular - multiplica a demanda
e as oportunidades de exibição e distribuição.
51
Para quem ainda não pegou o “bonde da história” e procura a porta de
entrada para este mercado, o primeiro passo é se associar a uma casa
produtora. O audiovisual é uma indústria, uma estrutura mais ou menos
sistematizada, e, salvo algumas exceções, estar vinculado a uma produtora –
como contratado ou freelancer, e seja qual for a função – é a melhor forma de
ganhar capacitação profissional, realizar contatos, mostrar seu trabalho e
apresentar suas ideias.
Palestrantes:
Debora Ivanov – Advogada e produtora cultural, diretora do Sindicato da
Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo – SIAESP e sócia da Gullane
Entretenimento. Em atividades de inclusão social, atua como Diretora
Executiva do Instituto Querô, organização voltada para a inserção no mercado
audiovisual de jovens na região portuária de Santos (SP).
Mara Lobão – Produtora e diretora, sócia da produtora carioca Panorâmica
Comunicação, produtora executiva de programas dos canais GNT, Multishow
e Futura. Formada pela PUC / RJ em Comunicação Social, com cursos de
especialização em cinema em Los Angeles.
Maria Carolina Telles – Supervisora de produção e desenvolvimento do
canal Discovery, de TV por assinatura. Foi produtora, diretora e roteirista nas
TVs Globo e Record.
Assista ao debate completo em:
https://www.youtube.com/watch?v=1UWpgGzNCGc
52
A POPULARIZAÇÃO DO AUDIOVISUAL: CADA VEZ MAIS, UMA CÂMERA
NA MÃO E UMA IDEIA NA CABEÇA
Câmeras menores, melhores e mais baratas, celulares e tablets tornaram
a produção e a exibição de filmes cada vez mais rápidas, simples e
quase sem custos. Que efeitos isso pode causar?
Uma pesquisa do Instituto Pereira Passos no Complexo do Alemão indicou
que 90% dos freqüentadores da sala de cinema inaugurada lá em 2010 nunca
tinha ido ao cinema até então. Uma taxa quase inacreditável, considerando
que são moradores de uma comunidade encravada no meio de uma das
maiores cidades do Brasil e da América Latina. Ao mesmo tempo, embora a
pesquisa não tenha este dado, é quase certo que todos, ou pelo menos a
esmagadora maioria dos “sem-cinema” tenha no bolso um celular com
câmera e acesso à internet. Em outras palavras, são cineastas em potencial.
Crianças, jovens e adultos de todas as idades utilizam celular, câmeras
fotográficas e de vídeos para gravar situações cotidianas a qualquer hora.
Cenas cuja filmagem custava milhares de dólares agora podem ser
conseguidas com um equipamento de preço médio de US$ 400, sem perda
de qualidade.
Assim, produções de todos os gêneros e formatos pipocam nos sites todos os
dias. Se a produção e a distribuição têm muito a ganhar com os novos
formatos e a sua popularização, qual o futuro da comercialização? Para
discutir a consequência desta popularização para o cinema, a TV e para a
própria internet, estiveram reunidos o produtor cultural Anderson Quack, a
gerente de projetos da Rio Filme Márcia Mansur e a coordenadora de
produção Mariana Ferraz.
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Palestrantes:
Márcia Mansur - Gerente de Projetos na RioFilme
Mariana Ferraz – Formada em Comunicação Social, sempre trabalhou com
produção audiovisual. Produtora e diretora, coordenadora de produção da
Matizar.
Anderson Quack – Produtor cultural, diretor de teatro, de comerciais, de TV
e de cinema. Autor do livro autobiográfico “No olho do furacão”. Secretário
geral da Central Única das Favelas (Cufa).
Assista ao debate completo em:
https://www.youtube.com/watch?v=47VmN8rrpNk
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
54
O MERCADO DE TRABALHO E O PROFISSIONAL DE AUDIOVISUAL: A
TEORIA E A PRÁTICA
Vivendo um momento de enorme demanda por produção de conteúdo, o
mercado de trabalho do profissional de audiovisual vive crise de
amadurecimento
Até pouco tempo, não havia formação teórica voltada para o mercado
audiovisual. Profissionais das mais diferentes áreas se aventuravam no
cinema e ali desenvolviam um currículo totalmente baseado na experiência
prática. Hoje, os tempos são outros: houve um aumento na oferta de cursos
universitários na área de cinema e vídeo. Porém, nem sempre um bacharel
em cinema está apto a atuar no mercado ao sair da universidade, e vemos
cada vez mais bons profissionais surgirem em cursos técnicos ou até mesmo
autodidatas. E ainda: aumentam os projetos de capacitação em áreas de
favela e periferia, revelando talentos para o mercado.
Fica a questão: o mercado deve se fechar ao profissional sem formação
teórica, ou os cursos de cinema devem fazer prevalecer a prática sobre a
teoria?
Rafael Dragaud, roteirista e diretor, Luciano Vidigal, ator, professor de teatro
do Grupo Nós do Morro e cineasta, e Patrícia Rebello, doutora e mestra em
Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
conversaram sobre as características e dificuldades da formação do
profissional de audiovisual.
55
Neste cenário, em que todos somos amadores, a formação do profissional de
audiovisual entrou em crise de identidade. A universidade, as escolas
técnicas, os cursos livres, etc, devem formar as pessoas para irem para o
mercado, preparadas técnica e esteticamente para lidar com o que já existe,
na certeza da empregabilidade, ou elas devem ser estimuladas a desafiar o
mercado, rompendo com padrões, inserindo inovações, mas com risco à sua
empregabilidade? A questão talvez seja encontrar o difícil equilíbrio, o meio
termo entre o conhecimento já cristalizado e as mudanças formais e
tecnológicas que não param de acontecer. É uma via de mão dupla que
começa a se reinventar.
Palestrantes:
Rafael Dragaud - Roteirista e diretor. Na TV Globo, além dos programas de
Regina Casé, trabalhou no Fantástico e no Som Brasil e Amor e Sexo. Foi
diretor do programa Conexões Urbanas, do AfroReggae, o roteirista de 5 x
favela – Agora Por Eles Mesmos. Esteve na produção executiva de Falcão, os
meninos do tráfico.
Luciano Vidigal - Ator, professor de teatro do Grupo Nós do Morro e
cineasta. É um dos diretores do filme 5 x favela – Agora Por Eles Mesmos,
ganhou prêmios em 2010 com seu episódio " Concerto para Violino". Diretor
de Copa Vidigal. Foi preparador de elenco em "Cidade de Deus" de Fernando
Meirelles e atuou em mais de 13 filmes.
Patrícia Rebello - Doutora e mestra em Comunicação Social pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pesquisa orientada para
o campo do cinema documentário. Membro do comitê de seleção de curtametragens do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade.
Assista ao debate completo em:
https://www.youtube.com/watch?v=P4bo7ASiCB4
56
8º EIXO TEMÁTICO: ESPORTES
A escolha do tema “esporte” permitiria uma infinidade de abordagens. Falar
de esporte significa falar também de diferentes campos do conhecimento. A
prática esportiva alcança a criança, o jovem e a terceira idade. Alcança o
amador e o profissional. Alcança a formação física e psicológica do indivíduo.
Falar de esporte também é tocar em temas como inclusão social,
discriminação, preconceito, política educacional, gestão pública, formação do
profissional de Educação Física e do atleta, direito ao lazer, economia,
história, política... Poderíamos continuar enfileirando objetos de discussão e
talvez não esgotássemos todas as possibilidades.
O Brasil foi invadido pelo esporte ao ser escolhido para sediar, entre 15 de
junho de 2013 e 18 de setembro de 2016, a Copa das Confederações, a Copa
do Mundo, os Jogos Olímpicos e os Paraolímpicos. Um período intenso, em
que todos os tópicos acima – e muitos outros – vieram à tona. Como isso
repercute na escola, e como o professor pode usar isso a seu favor?
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/veib74
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
57
PRECONCEITO NO ESPORTE: A DISCRIMINAÇÃO NÃO PODE ENTRAR
EM CAMPO
A prática esportiva pode ser uma poderosa ferramenta para superação
de todas as formas de discriminação. Mas o que fazer quando o
preconceito está dentro das quatro linhas?
Diversas manifestações de preconceito de raça, gênero e opção sexual são
frequentes no mundo esportivo, ocorrendo tanto em esportes de massa, como
o futebol, quanto em modalidades bastante específicas, como a luta grecoromana e o fisiculturismo.
Para discutir as razões que ainda alimentam o preconceito, bem como as
possíveis soluções para expulsá-lo das quatro linhas, estiveram reunidos o
jogador de futebol Tinga e Caio Pannain, primeiro campeão do Brasil no
Arnold Classic de fisiculturismo. As manifestações de preconceito podem
estar presentes em várias situações da vida, e o que se passa nos campos,
quadras e estádios apenas reflete um tipo de pensamento que ainda persiste
na sociedade.
Apesar das vitórias contra a discriminação e o preconceito, essas questões
ainda permanecem e ainda há muito para mudar.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
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Palestrantes:
Tinga – jogador de futebol do Cruzeiro Esporte Clube, de Minas Gerais.
Começou sua carreira no Grêmio, jogou no Kawasaki Frontale, no Botafogo,
no Sporting, no Internacional e no Borussia Dortmund.Emfevereiro de 2013,
foi alvo de racismo durante o jogo Real Garcilaso x Cruzeiro, no Peru. Após a
partida, lamentou o acontecido, afirmando que "trocaria todos meus títulos por
igualdade".
Smigol - jornalista esportivo, ex-atleta de remo
Caio Pannain – fisiculturista, primeiro campeão do Brasilemsua categoria no
Arnold Classic Ohio, em 2013, vice-campeão do Arnold Classic Brasil
(abril/2014) e faixa preta de judô.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
59
O LEGADO DA COPA: AS EXPECTATIVAS E O QUE REALMENTE FICOU
PARA OS BRASILEIROS
Interesses privados, benefícios coletivos, sonhos, decepções, perdas
e ganhos – passada a euforia, quais foram realmente os ganhos para
o país?
Desde que o Brasil foi anunciado como sede da Copa de 2014, a palavra
“legado” entrou para o vocabulário de gestores públicos, jornalistas e da
população, a ponto de ficar até um tanto desgastada, e ter perdido o seu
significado. Podemos dividir o tal “legado”, esta espécie de “herança” que a
Copa deixou para o Brasil, em duas categorias: uma delas seria o legado
direto, o que foi construído ou preparado especialmente para os jogos. Outra
categoria seria a das ações ou iniciativas que deveriam ser feitas de qualquer
modo, para benefício da cidade, e que foram aceleradas ou estimuladas por
causa da realização do evento.
Além dos estádios-sede, construídos a custo altíssimo e alvos de muita
polêmica, o que ficou para o Brasil e os brasileiros? Qual foi o chamado
“legado da Copa”, seja do ponto de vista material, ou do imaterial? Afinal,
auto-estima, confiança e patriotismo também podem crescer entre os
habitantes de um país que recebe um grande evento internacional, e podem
ser considerados parte deste legado.
Para fazer esta avaliação, estiveram reunidos Romulo Macedo, especialista
em gestão de arenas e participante próximo de toda a estruturação do evento,
e Felipe Barcellos, jornalista, produtor e crítico da forma como a gestão do
evento se relacionou com as camadas mais populares das cidades em que
aconteceram os jogos.
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Palestrantes:
Romulo Macedo – especialista em gestão de arenas.
Felipe Barcellos - jornalista, diretor e produtor.
Fernando Medeiros - coordenador de projetos esportivos no AfroReggae.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
61
APARELHOS ESPORTIVOS NAS CIDADES: ENTRE O LAZER E A
PERFORMANCE DE ALTO NÍVEL
Do Parque Madureira ao novo Maracanã e ao Parque Aquático Maria
Lenk, como funciona o universo dos espaços públicos destinados
aos esportes?
Às vésperas da Olimpíada, momento em que todas as atenções estarão
sobre a prática esportiva e a formação dos atletas nacionais estará em foco,
que reflexões podemos fazer sobre nossos espaços públicos dedicados ao
esporte? O que podemos constatar e o que devemos cobrar dos gestores,
para que este momento – o das Olimpíadas – seja, ao mesmo tempo, uma
oportunidade para a ampliação e democratização da prática esportiva e um
passo adiante na preparação de atletas de alto nível no Rio e no Brasil?
Para conversar sobre isso estiveram reunidos o atleta do surf Scooby e
Marcos Vinícius Freire, executivo do Comitê Olímpico Brasileiro, que deram
seus depoimentos sobre a preparação do atleta, a expectativa para 2016 e o
uso público e coletivo dos centros esportivos.
No Rio de Janeiro, quando se fala em equipamento público para a prática de
atividades físicas e esportivas, o primeiro exemplo que vem à cabeça é o
Parque Madureira, espaço com mais de 100 mil metros quadrados, equipado
com quadras poliesportivas, ciclovia e uma pista de skate que já ficou famosa
pela sua qualidade. É um grande exemplo do que deve ser a ação do poder
público em favor do desenvolvimento do esporte.
62
Palestrantes:
Pedro Scooby - surfista especializado em ondas grandes, é um dos
principais nomes da nova geração do freesurf brasileiro. Avesso as
competições, seu trabalho é surfar ondas perfeitas e captar imagens para os
seus patrocinadores.
Marcos Vinícius Freire – Diretor Executivo de Esportes do Comitê Olímpico
Brasileiro. Como atleta, integrou a chamada "Geração de prata" do vôlei
brasileiro, onde conquistou a medalha pela segunda colocação nos Jogos
Olímpicos de 1984 em Los Angeles, nos Estados Unidos. Foi chefe da missão
do Brasil nos Jogos Pan-americanos de 1999 em Winnipeg, no Canadá, e
2007, no Rio, e também chefe da missão nos Jogos Olímpicos de 2008,em
Pequim, na China.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
63
9º EIXO TEMÁTICO: TRIBOS URBANAS
Três eixos conceituais precisam ser bem compreendidos para se discutir a
formação de tribos , e os problemas e questões daí decorrentes: o primeiro,
obviamente, é o próprio conceito de tribos urbanas. O segundo –
comportamento e tecnologia - ajuda a compreender a forma como os jovens
se relacionam uns com os outros nesta
sociedade em constante
transformação e cada vez mais rápida e conectada. Por fim, e como resultado
dos dois anteriores, a relação desses jovens com o consumo.
Embora o pertencimento a uma determinada tribo leve o jovem a entrar em
choque com pais, professores e autoridades, em geral estes jovens não
questionam ou se opõem à sociedade de consumo ou ao capitalismo, como
ocorria em décadas anteriores. Pode ser simplesmente a expressão da
preferência por uma moda ou estilo. Punks, skinheads, rappers, clubbers,
pagodeiros e, claro, a “massa funkeira”, são alguns exemplos, mas não os
únicos, dessa forma de organização e agrupamento.
Os meios de comunicação impõem necessidades, valores e costumes. A
novidade de um produto é um dos principais atributos procurados pelos que
compram, especialmente roupas e eletrônicos. Um exemplo é a quantidade
de celulares vendidos, com o “novo” modelo se tornando uma necessidade
imediata.
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/JQRMDG
64
REDES SOCIAIS: OPORTUNIDADES E RISCOS
Ao mesmo tempo em que oferece uma infinidade de opções de
conhecimento e diversão, a internet também pode ser uma perigosa
armadilha, envolvendo consumo, sexo e até risco de vida.
Cerca de 80% das crianças e adolescentes brasileiros têm pefil em alguma
rede social, como, por exemplo, MySpace, hi5, Facebook, Flickr, Friendster,
Orkut, MSN Spaces e You Tube, o que quer dizer que praticamente todos os
jovens têm na internet um importante meio de contato social e com o mundo.
Quais as vantagens e desvantagens de tamanha abertura para o
desconhecido? Que benefícios e quais os principais riscos podem vir daí?
Para ajudar a refletir sobre estas perguntas a mediadora Vanessa Pascale
recebeu a pesquisadora Camila Garroux, jornalista e coordenadora da
pesquisa Kids Online Brasil, cujo alvo é exatamente a população nesta faixa
etária.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
65
Os brasileiros têm presença maciça nas redes sociais, chegando a ser
maioria. E. pela próprias características do nosso povo, acabamos adotando
alguns
comportamentos
considerados
“de
risco”.
Compartilhamos
informações pessoais, ficamos “amigos” de completos desconhecidos, na
ânsia de termos tantos ou mais seguidores quanto fulano ou beltrano,
permitimos que nossas crianças tenham contas próprias, relaxamos as
configurações de segurança e privacidade e exibimos imagens por vezes até
comprometedoras, sem muitos freios ou cuidados.
A internet é como se fosse uma rua, e a diferença é que cada vez mais as
crianças estão sozinhas, uma vez que elas estão usando cada vez mais
dispositivos móveis. O uso mediado, ou seja, a participação dos pais e
professores, se torna ainda mais importante no sentido de orientar, já que a
mediação restritiva - filtros de conteúdo, bloqueios de sites, etc – perde o
sentido e a eficácia técnica. O grande desafio é fazer com que o uso da
internet seja cercado de senso crítico, de reflexão e responsabilidade, tanto
por parte dos pais e professores, que não podem abrir mão de seu papel de
mentores, quanto pelos jovens, que não podem, em nome da diversão ou da
curiosidade, abrir mão da segurança e da cautela, como fariam no mundo
real.
Palestrantes:
Vanessa Pascale – Atriz, modelo e apresentadora do Canal Futura.
Camila Garroux – Jornalista e coordenadora das pesquisas TIC Educação e
pesquisa Kids Online Brasil
Assista ao debate completo em:: http://migre.me/lt78C
66
TOLERÂNCIA, IDENTIFICAÇÃO E BULLYING: SER DIFERENTE É
NORMAL
Agressões por diferenças de cor, raça e sexo são frequentes nas salas
de aula. Educação pode ser o único caminho para desconstruir o
preconceito.
A escola, todos sabemos, é o reflexo e a continuação da sociedade que a
cerca. Assim sendo, ela não deixa de reproduzir a violência, a intolerância e
os preconceitos existentes fora de seus muros. Por isso, o tema da violência
na escola não pode ser tratado somente pelo que acontece dentro da sala de
aula. Há um conjunto de violências na sociedade que contamina os
relacionamentos, vindo da estrutura que essa sociedade oferece às famílias,
às comunidades e às pessoas. Para debater o problema da violência em sala
de aula, a mediadora Eliane Arenas recebeu Alice Yamasaki, doutora em
Educação da UFF, Janine Rodrigues, escritora especialista em bullying,
preconceito e baixa autoestima, e Luiz Henrique Rosa, professor da rede
pública criador do projeto "Qual é a Graça?", de combate ao preconceito.
Para a vítima de violência e de bullying, dois pontos são essenciais: a
manutenção da autoestima e a recusa do silêncio. Primeiro: o jovem agredido
precisa manter firme a certeza de que ele não merece a violência de que é
vítima, que não é inferior e que suas escolhas e características – sexuais, de
cor, religiosas, etc – devem ser respeitadas. A violência se alimenta da
baixaautoestima do agredido. E, segundo: denunciar sempre. Porque a cada
vez que você é agredido e se cala, você está alimentando o agressor.
67
Palestrantes:
Alice Yamasaki. Doutora em Educação, Prof. Adjunta e Chefe da
Subcoordenadora de Estágio da UFF.
Janine Rodrigues. Escritora especialista em bullying, preconceito e baixa
autoestima.
Luiz Henrique Rosa. Prof. de Biologia e criador do "Qual é a Graça?”.
Mediação: Eliane Arenas Mora. Doutora em Educação. Atualmente é
professora adjunta da Universidade Federal Fluminense.
Assista ao debate completo em:: http://migre.me/ls08E
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
68
CONSUMO CULTURAL: O QUE O CONSUMO DIZ SOBRE VOCÊ?
O que é o consumo? Qual a relação dele com as nossas vidas? Os bens
culturais são acessíveis? Qual é o cenário cultural oferecido para
nossos jovens consumidores?
Quem for curioso e der uma navegada pela internet vai ver que os estudos
um pouco mais acadêmicos, universitários, teóricos, sobre a área cultural têm
um certo receio de tratar os bens culturais como uma mercadoria a ser
adquirida. Quanto cobrar por um ingresso? Quanto cobrar por um cachê?
Quanto é necessário para viabilizar uma produção? Parece que isso
desqualifica o bem cultural, tornando-o uma mercadoria qualquer.
Para falar de consumo em geral e, em especial, do consumo desta
mercadoria tão especial que é a cultura, o mediador Guti Fraga, presidente da
Funarte e fundador do grupo Nós do Morro, recebeu para um bate papo o
produtor cultural independente e gestor do Nós do MorroAlexandre Barreto e
Saul Mizrahi, doutor em Engenharia da Produção e pesquisador do Instituto
Nacional de Tecnologia, que desenvolve tecnologias assistivas.
O consumo de cultura é algo muito frequente nas nossas vidas, embora
muitas vezes não tenhamos essa consciência. Estamos consumindo – e
consumindo cultura – quando nos divertimos com um gibi, assistimos TV ou
lemos alguma coisa no metrô ou no ônibus. Provavelmente alguém neste
momento deve estar mexendo no celular, dando uma olhadinha no Facebook,
mexendo na internet, mandando uma foto para alguém. Isso é consumo
cultural também.
69
Palestrantes:
Guti Fraga – Presidente da Funarte e fundador da ONG Nós do Morro,
Diretor e Ator.
Alexandre Barreto – Gestor do Grupos Nós do Morro, Administrador, Gestor
Cultural e Produtor Independente
Saul Mizrahi – Doutor em Engenharia de Produção e Pesquisador do Instituto
Nacional de Tecnologia (INT)
Assista ao debate completo em::http://migre.me/lseo6
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
70
10º EIXO TEMÁTICO: POLÍTICAS CULTURAIS
Quando se fala em política cultural, de que exatamente se está falando?
Artistas, governo e empresários têm o mesmo entendimento e objetivos para
as políticas públicas para a promoção da cultura? Cultura é negócio? É
responsabilidade apenas do Poder Público? Qual o papel das empresas e da
iniciativa privada no desenvolvimento da nossa identidade cultural?
Políticas
culturais
são
propostas,
iniciativas
e
medidas
de
apoio
desenvolvidas principalmente pela administração pública - mas também por
organizações não-governamentais e empresas privadas - para promover
intervenções na sociedade através da cultura, e assim estimular e proteger
seu patrimônio material e imaterial.
Assista aos melhores momento em: http://goo.gl/9lrM1V
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
71
POLÍTICAS CULTURAIS: O DIÁLOGO ENTRE ESTADO E SOCIEDADE
Um dos grandes desafios do campo da cultura é estruturar uma
política que garanta direitos e também o seu desenvolvimento como
um braço econômico importante do país
Falar de política cultural é falar sobre política pública. O recurso do incentivo
fiscal, amplamente utilizado no Brasil – Lei Rouanet, Lei do ICMS, Lei do ISS,
Lei do Audiovisual – é bastante criticado, acusado, principalmente, de colocar
nas mãos das empresas um poder que deveria ser do estado. e não pode ser
a única alternativa para os atores da cena cultural. Como montar uma política
pública que permita e garanta o direito ao acesso à cultura, e que torne os
produtos culturais um potencial econômico para o mercado, dando
sustentabilidade ao setor e, consequentemente, libertando-o da dependência
dos incentivos?
Dois experientes gestores de projetos culturais – Junior Perim, fundador do
Circo Crescer e Viver, e Marcus Faustini, fundador da Agência de Redes Para
Juventude – estiveram ao lado do advogado especialista em Leis de Incentivo
e Audiovisual Roberto Jucá para debater os mecanismos de elaboração e
realização das políticas para a cultura no país.
A presença da sociedade na mesa de discussões sobre a elaboração de
políticas culturais é uma experiência relativamente recente, e teve sua
concretização nas experiências dos Pontos de Cultura e do programa Cultura
Viva, experiências essas pelas quais passaram vários atores sociais de
cultura vindos das camadas populares. É aí que se desenha a ideia de que,
além do reconhecimento pelo Estado como uma interlocutora válida, essa
produção cultural precisava também se afirmar na sua dimensão econômica,
mantendo um nível de sustentabilidade que lhes permitisse ampliar o impacto
da sua atuação, realizando o seu papel transformador.
72
Alguns dos atores sociais de cultura que passaram por essas esferas e esses
programas chegaram ao limiar de se tornarem protagonistas no processo de
transmutação da cultura em eixo estratégico de desenvolvimento econômico,
humano e social, na sua capacidade de enfrentar as desigualdades. Contudo,
o mesmo Estado que os trouxe até este ponto não promove as condições
para o passo seguinte. Um exemplo simples: um circo-escola, contemplado
com os recursos dos programas oficiais, e que alcança um nível de
amadurecimento que lhe permitiria transformar a realidade social dos jovens
atendidos, paga uma energia elétrica mais cara que uma pequena indústria, o
que o inviabiliza economicamente, impedindo assim a realização de seu
potencial. Ou ainda: gerar um emprego num organismo social custa mais caro
que um emprego gerado pela grande indústria.
É preciso dar conta dos direitos de acesso e realização, mas também do
desenvolvimento campo popular como economia da cultura.
Palestrantes:
Eliza Seoud.Advogada, Assessora Jurídica “Projeto Portnari".
Jair Miranda. Prof. Unirio, mestre em Memória Social, doutorando em Ciência
da Informação.
Márcio do Val . Relações Institucionais Ecad.
Mediação: Ana Luzia Campos . Advogada, especialista em direito de
propriedade intelectual.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/lzi6P
73
DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL: A PROTEÇÃO DA
CRIATIVIDADE
Proteger a criação do artista, remunerando seu trabalho, mas ao mesmo
tempo permitir o acesso e o uso social das obras de arte. Um dilema de
difícil solução
O artista, apesar do aspecto muito especial de sua obra, é um trabalhador
como qualquer outro, ou seja, precisa ser remunerado pelo que produz, sob o
risco de não ter mais condições – ou interesse - de continuar produzindo.
Quantos pintores, escultores e compositores de talento simplesmente
abraçaram outras profissões, simplesmente porque não conseguiram viver de
sua arte?
Por outro lado, a obra de arte, uma vez pronta e tornada pública, é
incorporada ao patrimônio cultural daquele povo, país ou comunidade. Tornase um bem comum, e sua circulação – seja de uma música, de uma técnica
de artesanato, de um texto literário – deve ser estimulada, como ferramenta
de educação e de construção de cidadania e coesão social. Somos mais
brasileiros apreciando as obras de Portinari, mais cariocas apreciando o
desfile das escolas de samba e nos sentimos membros da nossa comunidade
ouvindo um funk que fala de nossa vizinhança.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
74
Equilibrar estes dois aspectos da mesma situação é um grande desafio, e
estes são apenas dois dos aspectos que podemos apontar quando falamos
em direito de propriedade intelectual. Se pensarmos ainda no surgimento de
obras
coletivas,
nos
trabalhos
disponibilizados
–
voluntária
ou
involuntariamente – na internet, na apropriação privada dos bens elevados à
categoria de patrimônio da humanidade, e no recurso do crowdsourcing, que
torna todos “sócios” de um trabalho, o cenário se complica ainda mais. Para
tentar esclarecer o assunto, ou, pelo menos, apontar direções na discussão,
estiveram reunidos Ana Luzia Campos, advogada especialista em direito de
propriedade intelectual, Eliza Seoud, assessora Jurídica do Projeto Portinari,
Jair Miranda, presidente do Centro de Referência e Informação em Artes,
Entretenimento e Cultura Brasileira, e Márcio do Val, gerente de Relações
Institucionais do Ecad.
Palestrantes:
Junior Perim - Fundador do Circo Crescer e Viver.
Roberto Jucá - Advogado, especialista em Leis de Incentivo e Audiovisual.
Mediação: Marcus Faustini - Diretor teatral, documentarista, escritor e
Fundador da Agência de Redes para a Juventude.
Assista ao debate completo em:http://migre.me/lxaD1
75
POLÍTICAS CULTURAIS E SEGURANÇA PÚBLICA: A POLÍTICA
CULTURAL ENCURRALADA
Manifestações culturais em áreas de periferia acabam sendo, na prática,
demarcadas pelas permissões policiais
O que políticas culturais têm a ver com segurança pública? Se pensarmos em
ações culturais que acontecem em áreas de periferia, nós vamos ver que têm
tudo a ver. O que pode ou não acontecer na lanhouse, as circulações que
acontecem no território da favela, as possibilidades de diversão, de
entretenimento e até a permissão para usufruir os seus bens culturais,
acabam, infelizmente, sendo reguladas pelas autorizações ou restrições
policiais.
Três pessoas que conhecem bastante esta realidade – a professora-doutora
do Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia e pós-doutoranda no
Museu Nacional/ UFRJ Pâmella Passos, o coordenador e professor do curso
de Produção Cultural do Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia
João Guerreiro, e o ator, diretor e artista-educador Veríssimo Junior –
debateram este triste relacionamento entre políticas culturais e a presença
dos agentes de segurança e da repressão dirigida às manifestações
populares.
Não é de hoje que se diz que “A questão social é uma questão de polícia, e
não de política”. A capoeira e o samba são exemplos da desconfiança com
que sempre foram vistas e tratadas as expressões culturais vindas das
camadas populares. Atualmente, talvez o melhor exemplo seja o funk e tudo o
que o cerca – a música, os bailes, a estética, os dançarinos, etc. Olhadas com
desconfiança, todas as faces dessa expressão tipicamente carioca são
tratadas – e reprimidas – como se delas, necessariamente, decorresse algum
crime ou irregularidade. Assim, os bailes são sumariamente proibidos, seus
adeptos interrogados, vigiados e detidos, etc.
76
As manifestações culturais que vêm da periferia são criminalizadas e
reprimidas de diversas formas, não apenas com o fuzil em punho. Quando
uma autoridade local faz exigências tão rigorosas à produção de um evento
que acaba por inviabilizar sua realização, também está contribuindo para este
entrelaçamento entre política cultural e segurança pública, remetendo,
inclusive, a práticas muito comuns à época da ditadura, quando artistas
sofriam com exigências burocráticas inexplicáveis.
Palestrantes:
Pâmella Passos. Professora doutora do Instituto Federal de Ciência,
Educação e Tecnologia e pós-doutoranda no Museu Nacional/ UFRJ.
Veríssimo Junior. Ator, diretor e artista-educador.
Mediação: João Guerreiro. Coordenador e professor do curso de Produção
Cultural Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/lztGX
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
77
11º EIXO TEMÁTICO: VIOLÊNCIA E SEGURANÇA PÚBLICA
Pergunte a qualquer morador de uma grande cidade do Brasil quais são as
suas principais preocupações. Sem medo de errar, podemos afirmar que a
dupla “Segurança Pública” e “violência” estará na lista de praticamente todos
os entrevistados. É fácil entender o motivo: o Brasil apresenta estatísticas
comparáveis a países em guerra, em número de mortos e feridos. Mas, afinal,
o que é Segurança Pública – assim mesmo, com letra maiúscula? Usando um
conceito bem enxuto e objetivo, é tudo aquilo que é feito pelo Estado com o
objetivo de dar segurança ao cidadão.
Segurança Pública não é apenas um problema de polícia, e uma boa política
pública de segurança é – ou deveria ser - uma rede de proteção em torno da
sociedade, para garantir sua defesa contra as diversas manifestações de
violência.
Contudo, quando todos os outros pontos dessa rede, em maior ou menor
grau, falham, a população acaba vendo exclusivamente na atuação da polícia
um sinônimo de “Segurança Pública”, e cobrando mais policiais nas ruas,
mais prisões, mais ações espetaculares, mais medidas duras, tudo se
resumindo ao combate das consequências, e não à prevenção das causas.
A Segurança Pública é um dos temas mais debatidos e pesquisados nos
últimos anos no Brasil. O Culura de Ponta não poderia deixar de discutir este
tema. Conheça os principais assuntos debatidos.
78
FAIXA DE GAZA: VIOLÊNCIA E SEGURANÇA PÚBLICA: UMA “FAIXA DE
GAZA” EM CADA ESQUINA
O cotidiano de algumas comunidades do Rio é de tal modo afetado
pelos conflitos armados e pelas fronteiras imaginárias por eles
criados que seus moradores se identificaram com um dos territórios
mais conflagrados do mundo
Diversos bairros e comunidades do Rio são cortados por fronteiras
imaginárias e possuem “territórios proibidos”, apelidados de “Faixas de Gaza”.
Frequentes confrontos armados, disputas territoriais entre facções e o
bloqueio à livre circulação dos moradores e demais cidadãos despertam essa
sensação de semelhança entre o cotidiano das comunidades e a guerra no
Oriente Médio. A economista Joana Monteiro, o coronel da Polícia Militar
Robson Rodrigues e Washington Rimas, o Feijão, ex-traficante e hoje
funcionário do AfroReggae, debateram o assunto e apontaram algumas
possíveis soluções.
A participação da plateia trouxe um ponto importante para o debate: a
descriminalização das drogas e do jogo. A necessidade de alteração da
política de drogas foi consenso entre os participantes da mesa, assim como a
certeza de que muitas dúvidas e detalhes precisariam ser discutidos antes de
qualquer alteração na legislação.
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
79
Palestrantes:
Joana Monteiro. Pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getulio Vargas. Doutora e Mestre em Economia pela PUC-Rio e
Bacharel em Economia pela UFRJ.
Washington Rimas (Feijão). Ex-chefe do tráfico, foi mediador de conflitos no
AfroReggae, atuou no filme 5x favela e na peça teatral “Urucubaca”. Já fez
intercâmbio nos Estados Unidos, convidado pelo Departamento de Estado
Americano, foi palestrante no Fórum de Desenvolvimento Social, em Lisboa, e
em três edições do Fórum Econômico Mundial, no Rio e em Cartagena, na
Colômbia.
Mediação: Robson Rodrigues. Coronel da PMERJ, Bacharel em Direito pela
UERJ, Mestre em Antropologia pela UFF e professor da Universidade
Cândido Mendes (UCAM).
Assista ao debate completo em: http://youtu.be/qi9WrDmmBV8
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
80
VIOLÊNCIA POLICIAL – SUAS PERCEPÇÕES E POSSIBILIDADES DE
TRANSFORMAÇÃO
Por que bater, torturar e eliminar criminosos são
atitudes ainda consideradas necessárias para a proteção e defesa da
ordem?
Estado de Exceção, Direitos Humanos, Auto de Resistência e Pacificação são
algumas das palavras e expressões sempre empregadas quando se trata de
analisar a relação da polícia com as classes menos privilegiadas. Segurança
Pública e violência policial estão sempre perigosamente próximas, na medida
em que se vê na sociedade um anseio cada vez maior pelo endurecimento
das ações policiais. Para falar disso, o psicólogo Luiz Alberto, o coronel da
Polícia Militar Robson Rodrigues, Diego Santos, jornalista e ativista social, e a
assistente social Priscila Martelo estiveram diante de uma plateia de jovens
estudantes. A política pública de segurança hoje virou ponto de debate em
vários canais - está na mídia, nas universidades e nas queixas dos cidadãos.
Segundo alguns autores, o Rio de Janeiro viveria hoje o chamado “estado de
exceção”, situação em que, para alguns indivíduos, em determinadas
situações, os direitos não são garantidos, a lei “não vale”.
81
Palestrantes:
Priscilla Martelo. Assistente Social, especialista em psicologia jurídica.
Diego Santos. Jornalista e ativista social, foi Conselheiro Nacional de
Juventude e desenvolveu trabalhos como a criação do Núcleo de Articulação
para a Juventude na Grande Tijuca. Coordenou o projeto “Correspondente da
Paz”, no Instituto de Estudos da Religião (Iser) como correspondente
comunitário em oito favelas do Rio de Janeiro.
Mediação: Luiz Alberto.
Psicólogo graduado pelas Faculdades Maria
Thereza com ênfase em Psicologia e Processos Sócios Institucionais. Pós
Graduado em Psicologia Jurídica pela UERJ
Assista ao debate completo em: http://youtu.be/K2fkWIUcqNI
82
Projeto “Comandos” – jogo aberto sobre crime, violência e a realidade
da Segurança Pública
Depois de um passado de conflito direto, ex-criminosos e policiais se
encaram frente a frente sem meias palavras, e aceitaram o desafio de
debater a dura realidade das forças policiais, o papel do Estado, a
dificuldade da ressocialização e a exclusão social
Reunindo
ex-integrantes
do
crime
organizado
do
Rio
de
Janeiro
erepresentantes das forças legais do Estado, o Projeto Comandos se propõe
a apresentar e difundir visões de mundo opostas, mas unidas pela vontade de
transformação social. Personagens que até então estavam em lados opostos
se unem pela crença na educação e na transformação social, a partir de
histórias de vida que contribuem para a formação de uma consciência crítica.
Alguns dos integrantes do Comandos, mediados pelo inspetor da Polícia Civil
José Magalhães, também participante do projeto, estiveram reunidos durante
o ciclo de debates sobre Segurança Pública do Cultura de Ponta, e contaram
suas histórias. Abrindo o encontro, o inspetor Magalhães fez questão de
enfatizar que a ação correta da polícia permite que aproximações como o
Comando ocorram: “Meorgulho de sempre ter feito o meu papel de maneira
correta, e por isso hoje estou aqui, tenho o respeito deles, porque sempre agi
de maneira a cumprir a lei. Eu não sou justiceiro, não sou a favor de quem é
justiceiro, acho que a quem a gente deve pagar é a justiça – tanto a justiça
nossa dos homens quanto a justiça divina.”
A primeira a se apresentar foi Daniela Pereira, que esteve presa por 3 anos, e
que hoje coordena aAgência Segunda Chance, cujo principal foco do projeto
é empregar ex-detentos, facilitando sua reintegração à sociedade.Também
contaram suas histórias de vida Rogério Menezes e Ademir Salerme, o
“Ziquinho” , ex-Comando Vermelho. Rogério Menezes hoje é o “Pastor
Rogério”, conhecido por conseguir resgatar pessoas condenadas pelo
“tribunal do tráfico”.
83
Palestrantes:
José Luiz Magalhães. Investigador da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Daniela Pereira.Ex-detenta, coordenadora da Agência 2ª Chance.
Rogério Menezes. Agente de Projetos e mediador de conflitos.
Robson Homes. ex-miliciano, supervisor da Agência 2ª chance.
Ademir Salerme (“Ziquinho”). Funcionário do AfroReggae, ex-Comando
Vermelho.
Gato. Ex- detendo, supervisor da Agência 2ª chance.
Assista ao debate completo em:
www.youtube.com/watch?v=GhbxtGN3HLA
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
84
12º Eixo Temático: Educação
Enquanto
os
outros
encontros
introduziram
novos
temas
para
o
enriquecimento do trabalho dos professores com seus alunos (dança,
esportes, novas mídias, cultura urbana, etc), este fala justamente sobre a
prática em sala de aula, e convida a discutir o ato de educar. Então, este
“começo de conversa”, não é, como nos outros fascículos da coleção, uma
apresentação do tema, mas sim um convite à reflexão. A educação, em seu
sentido amplo, e não apenas no que se refere à educação escolar, está
presente em todos os aspectos da vida humana: no trabalho, na vida social e
na família, estamos sempre aprendendo ou ensinando algo. Esse processo
não acontece de forma única e estática, mas de forma natural, vindo por
vários canais. É a educação que permite que os homens compreendam,
participem e transformem uma sociedade, mas também é a educação que,
em determinadas circunstâncias, perpetua e congela o preconceito e a
discriminação
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
85
DIVERSIDADE, INCLUSÃO E EDUCAÇÃO
Mesas e cadeiras enfileiradas, horários controlados, roupas iguais,
regras pouco flexíveis. Esta é a descrição da maioria das escolas. Mas,
se somos todos únicos e especiais, como podemos nos adaptar a este
ambiente uniformizador, às aulas sempre iguais e às avaliações que
não enxergam diferenças?
O aluno que é barrado na entrada da escola porque usava várias guias de
candomblé sobre o uniforme, as estatísticas que revelam o fracasso e a
reprovação em massa de um tipo específico de aluno e o professor que
insiste em chamar pelo nome de registro o aluno ou aluna que pede para ser
chamado por seu nome social não são fatos isolados. São manifestações
cotidianas da dificuldade que temos todos – uns mais outros menos – em lidar
com o diferente, com a diferença, com o outro, com a alteridade. Quantas
palavras para a mesma ideia, não? E foi para discutir sobre tudo isso que se
reuniram, em mais uma edição do Cultura de Ponta, Camila Menergado,
especialista em História Africana e Brasileira, Rodrigo Ramos, professor de
História e militante da causa LGBT, e Marcelo Andrade, professor, filósofo,
sociólogo, historiador e Doutor em Ciências Humanas, todos mediados por
Renata Coutinho, pedagoga do Grupo Cultural AfroReggae.
Três “provocações” abriram o debate, apresentadas pelo professor Marcelo.
Primeiro, a constatação de que a escola é um ambiente uniformizador.
Segundo, a investigação sobre os motivos do fracasso de determinados
indivíduos na escola. E, por fim, a indagação sobre a viabilidade de uma
educação intercultural.
Os três debatedores concordam que é na escola que vamos conseguir, de
certa maneira, trazer as diferentes culturas de modo que se possa harmonizar
isso e não trazer um discurso de violência e de ódio. E o professor Rodrigo
conclui: - O que a gente está perdendo com esse discurso de ódio e de
violência emrelação a essas culturas diferentes é a oportunidade de aprender
com elas.
86
Palestrantes:
Camila Menergado. Professora de História pela Faculdade de Formação de
Professores da UERJ e pós-graduada em Ensino de História e Culturas
Africanas e Afro-brasileiras pela IFRJ.
Rodrigo Ramos. Formado em História pela Faculdade de Formação de
Professores da Uerj, milita no coletivo LGBT Diversitas, da UFF. É mestrando
do programa de pós graduação em história das ciências e da saúde da casa
de Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde pesquisa a construção dos discursos
médicos brasileiros sobre a homossexualidade no período Vargas.
Marcelo Andrade. Licenciado em Filosofia, Sociologia e História. Mestre em
Educação e Doutor em Ciências Humanas - Educação pela PUC do Rio de
Janeiro. Realizou o Programa de Doutorado no Exterior - PDSE/CNPq na
Universitat de València, Espanha. Tem experiência como professor de ensino
fundamental, médio e como educador popular.
Mediação: Renata Coutinho. Formada em Pedagogia pela Universidade
Estácio de Sá. Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela
mesma Universidade, em Enfrentamento da Violência e Defesa de Direitos,
pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – FIO CRUZ, e em
Diversidade Sexual na Escola. Atuando desde 2007 na Equipe Técnica Social
do Grupo AfroReggae e desde 2010 como professora do Município do Rio de
Janeiro.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/moBZj
87
NOVOS MODELOS PEDAGÓGICOS
A sociedade muda, a tecnologia muda, as pessoas mudam, e a
educação...
não pode ficar parada! O que existe por aí para substituir o famoso (e
antiquado) “cuspe-e-giz”?
São evidentes os sinais de que os modelos pedagógicos clássicos - a escola
que está no imaginário de todos nós, com mesas enfileiradas, um professor
falando para muitos alunos, herança do século XVIII, etc. - precisam de
renovação e, quem sabe, até superação. Em meio a tantas inovações
tecnológicas e com o fenômeno ds redes sociais, as pessoas mudaram seu
modo de se relacionar, se divertir, trabalhar e de aprender. O formato da
educação e da escola que temos hoje é posto em questão todos os dias, a
cada nota baixa de um aluno, a cada criança que desiste de estudar.
Mas nem tudo é mesmice, e aqui e ali surgem novas experiências, até mesmo
dentro da rede pública. Três exemplos desses novos modelos pedagógicos
foram apresentados em mais uma edição do Cultura de Ponta. O Ginásio
Experimental Olímpico Juan Antonio Samaranch foi apresentado por seu
diretor, professor José Edmilson; a professora Thalita Marques explicou como
funciona a escola Árvore, que desenvolve a metodologia Waldorf, e a
psicóloga e professora Maria Clara Fernandes falou sobre o modelo da
Faetec.
Dois pontos são comuns a todos os métodos debatidos: a necessidade de
comprometimento e contínuo aperfeiçoamento do professor e a inclusão da
sociedade na escola, com todos os envolvidos – pais, alunos, funcionários,
coordenadores, etc – produzindo esse espaço. - Qualquer escola só dá certo
se tiver a presença de todo mundo. Não éresponsabilidade só do diretor, do
professor. A escola se constrói com todas asforças que ela possui. – resumiu
o professor Edmilson.
88
Palestrantes:
Thalita Marques. Formada em pedagogia, e na pedagogia Waldorf
desde2008. Professora da escola Árvore Jardim de Infância e Escola de Pais.
Maria Clara Fernandes . Psicóloga e professora de psicologia na rede
Faetec. Doutoranda em psicologia pela UFF, estudando os diferentes
processos de subjetivação contemporâneos relativos à juventude.
José Edmilson . Diretor do Ginásio Experimental Olímpico Juan Antonio
Samaranch.
Mediação: Renata Coutinho. Formada em Pedagogia pela Universidade
Estácio de Sá. Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela
mesma Universidade, em Enfrentamento da Violência e Defesa de Direitos,
pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – FIO CRUZ, e em
Diversidade Sexual na Escola. Atuando desde 2007 na Equipe Técnica Social
do Grupo AfroReggae e desde 2010 como professora do Município do Rio de
Janeiro.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/moC2R
89
EDUCAÇÃO ALÉM DA ESCOLA
A escola não é uma ilha, e a educação não acontece apenas nos
bancos escolares. Outros espaços, outros formatos de relacionamento
entre quem ensina e quem aprende e a incorporação de novas
ferramentas podem levam o processo educativo para lugares antes
impensáveis
Carlos Bezerra e Desirre Reis são educadores no sentido mais amplo do
conceito. São “professores”, no sentido tradicional da palavra, com formação
pedagógica, etc, mas, principalmente, são pessoas que tratam a educação
como um processo presente nas 24 horas do dia, em qualquer situação em
que estejamos envolvidos. Foi para discutir esta forma de ver a educação e
apresentar suas experiências que ambos estiveram presentes em mais uma
edição co Cultura de Ponta.
“Educar é um pouco assaltar a atenção dos jovens”. Esta frase, dita por
Carlos Bezerra durante o debate, talvez sintetize bem a ideia de que a
educação pode acontecer a toda hora, em qualquer situação, desde que o
foco do processo – o educando, o aluno – esteja interessado, ou seja, tenha a
sua atenção “roubada”. E isso pode acontecer tanto na escola quanto fora
dela, nos chamados “processos informais”.
O mediador do debate, o pedagogo André Silva, lembrou que o conceito de
“educação além da escola” pode acontecer até mesmo dentro dos muros
escolares, quando estes se abrem para experiências do mundo exterior.
Proponente do projeto que tornou o samba patrimônio cultural do Brasil, o
CCC tem um plano de salvaguarda desse bem cultural, e uma das medidas
deste plano é trabalhar com educação patrimonial, dentro da qual a mostra foi
desenvolvida. Assim, a exposição percorre atualmente um circuito de oito
escolas no entorno da Mangueira, e pretende ampliar o roteiro.
90
Palestrantes:
Carlos Bezerra .Pedagogo, foi professor da rede municipal de ensino de
João Pessoa e Rio de Janeiro. Foi coordenador do projeto Escola (centro de
estudos e atenção a infância e as drogas). Implantou cerca de 20 projetos
entre os quais "Sou menina e mãe" (voltado para meninas de rua com filhos),
OBA (Oficinas básicas de arte), Repúblicas (programa de construção de
autonomia), O tambor e a palavra (ensino de língua portuguesa através de
percussão). Criador do projeto" Rádio Madame Satã FM" ( rádio comunitária
voltado para população de rua).
Desirre Reis. Pesquisadora do Centro Cultural Cartola. Mestranda em
História (PUC-Rio), pós-graduada em Gestão Governamental e Avaliação de
Políticas Sociais (PUC-Rio). Membro do Conselho Editorial da "Samba em
Revista". Graduação em História (UFRJ). Co-autora do livro paradidático
"Ditadura Militar e Democracia no Brasil: História, Imagem e Testemunho".
Mediação: André Silva. Licenciatura plena em pedagogia pela UNIRIO,
curso de extensão universitária do Programa Avançado de Cultura
Contemporânea (PACC) da UFRJ, Universidade das Quebradas. Professor
do Município desde 2008 atuando na área da Educação Infantil. Atuando
desde 2012 na equipe técnica social do AfroReggae, Vila Cruzeiro e Vigário
Geral.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/moC6X
91
13º Eixo temático: Cultura e Território
Cultura e território são conceitos bastante complexos e estabelecer a relação
entre eles já não seria tarefa fácil. Se a eles se juntam ainda as ideias de
violência, pertencimento e mudança de comportamento, a reflexão se torna
muitíssimo mais difícil.
Este ciclo de debates do Projeto Cultura de Ponta não se propõe nem a
explicitar os conceitos, nem a esgotar o assunto, mas sim trazer para debate
exemplos concretos de seu entrelaçamento, no que têm de positivo e
negativo, oferecendo subsídios para novos debates, descobertas e superação
de posições cristalizadas e pré-conceitos.
As palestres deste ciclo têm como ponto comum a ideia de cultura como
impulsionadora de transformações, desde o nível bastante concreto do lixo na
rua e do estacionamento irregular, até o mais abstrato, que trata da violência
invisível presente no dia-a-dia, passando pelo espinhoso terreno da religião e
da política. Temas como cidades criativas, conflitos entre religiões e a
violência urbana no geral, foram amplamente debatidos. Conheça os
principais pontos de vista em cada tema.
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/AFHU5A
92
CIDADES CRIATIVAS E TRANSFORMAÇÕES CULTURAIS
Usar a arte e a cultura como propulsoras de transformação urbana e
social tem sido o caminho trilhado por grupos que pretendem
sensibilizar a população na busca de soluções criativas para os
pequenos e grandes problemas das cidades
É inegável que as grandes ações necessárias à evolução e à manutenção de
cidades como o Rio de Janeiro dependem fortemente de grandes
intervenções, que por sua vez dependem, quase sempre, de grandes
investimentos. Melhorar o trânsito construindo um viaduto, por exemplo. Ou
renovar a frota de caminhões da empresa responsável pelo recolhimento do
lixo, para aprimorar as condições de limpeza da cidade. A presença do
Estado ou de grandes empresas privadas sempre foi considerada essencial
para a dobradinha “ordem e progresso”, e Governo e empresas continuam
sendo os parceiros principais neste jogo. Contudo, aos poucos, algumas
pessoas estão percebendo que pequenos gestos cotidianos, pequenas
iniciativas individuais ou de grupos de amigos e vizinhos são igualmente
poderosos na arte de gerar mudanças positivas, de educar para a cidadania e
de promover um convívio mais harmonioso nas grandes cidades.
Para falar sobre essa nova forma de cuidar do que é de todos, e de mudar
comportamentos relacionados ao bem comum usando a arte, a cultura e a
criatividade, a representante do movimento Rio Eu Amo Eu Cuido, Ana Lycia
Gayoso, e a fundadora do coletivo Cidade Criativa / Transformações
Culturais, Regina Miranda, juntamente com Paula de Oliveira Camargo,
gerente do Centro Carioca de Design, conversaram diante de uma plateia de
estudantes e professores, em mais um edição do Projeto Cultura de Ponta.
93
Esta onda de iniciativas que buscam uma forma criativa de cuidar da cidade
não é exclusiva do Rio. Movimentos semelhantes já aconteceram, por
exemplo, em Bogotá (Colômbia) e em Nova York (EUA). Em geral, são
grupos interdisciplinares – artistas, arquitetos, comunicadores, ambientalistas,
advogados, web designers, etc., pessoas que sentem que podem e devem
colaborar com a cidade em que vivem.
A questão econômica é sempre um gargalo, e financiar estes projetos um
permanente desafio. O
trabalho é
sempre fortemente baseado
no
voluntariado, mas este não é suficiente para dar conta das necessidades de
gestão e operação dos projetos e ações. É preciso encontrar uma forma de
remunerar os profissionais envolvidos, para manter a ideia em movimento. As
encubadoras são uma solução possível. Outra são as parcerias em troca de
espaço de marketing. Editais de cultura e financiamento por fundações ou
governos também podem viabilizar movimentos semelhantes. Os caminhos
ainda estão sendo descobertos...
Palestrantes:
Ana Lycia Gayoso. Gestora do Move Rio, associação sem fins lucrativos
cujo objetivo é potencializar projetos de valor no Rio de Janeiro, e
coordenadora do Rio Eu Amo Eu Cuido, desde 2011. Pioneiro como iniciativa
que visa a melhoria do Rio através da mudança de comportamento dos
cariocas, nascidos e de espírito, o Rio Eu Amo Eu Cuido incentiva os
pequenos gestos e atitudes que estão ao alcance de todos e são capazes de
transformar toda a cidade. Usando uma comunicação irreverente, ele procura
sensibilizar o cidadão e mobilizar voluntários para as ações que têm foco na
limpeza urbana, preservação do espaço público e educação no trânsito.
94
Regina Miranda. Uma premiada artista, sociocoreóloga e gestora cultural,
que se dedica a desenvolver projetos artísticos inovadores e a prestar
consultoria para executivos, políticos e planejadores urbanos sobre o
relevante papel da arte e da cultura na revitalização de organizações, bairros
e cidades. Possui Bacharelado em Teoria da Dança, pela State University of
New York, e Mestrado em Ciências, pela Ken Blanchard School of Business,
com foco em "Gestão de Processos de Transformação Cultural em
Organizações, Bairros e Cidades". Fundadora e diretora geral do Cidade
Criativa / Transformações Culturais.
Mediadora.
Paula de Oliveira Camargo. Gerente do Centro Carioca de
Design. Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. Prefeitura da Cidade do Rio
de Janeiro. Rio de Janeiro City Hall.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/mMeWG
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
95
CONFLITOS TERRITORIAIS ISRAEL & PALESTINA
Um complexo, longo e doloroso conflito, que mexe com os
sentimentos de nacionalismo e religião de dois povos, na disputa pelo
direito à soberania e pela posse da terra. Existem caminhos para a
construção da paz neste território conflagrado?
Diversos bairros e comunidades do Rio são cortados por fronteiras
imaginárias e possuem “territórios proibidos”, apelidados de “Faixas de Gaza”.
Frequentes confrontos armados, disputas territoriais entre facções e o
bloqueio à livre circulação dos moradores e demais cidadãos despertam essa
sensação de semelhança entre o cotidiano das comunidades e a guerra no
Oriente Médio. Mas o que sabemos realmente sobre o conflito que, há
décadas, divide o território e põe vizinho contra vizinho? É só uma questão de
terras? É uma guerra religiosa? É um conflito étnico? Mais do que isso: existe
alguma chance de solução e pacificação?
O assunto é complexo demais para ser compreendido de uma só vez, e para
ajudar nos primeiros passos do entendimento do que ocorre entre israelenses
e palestinos o Projeto Cultura de Ponta recebeu dois grandes conhecedores
do assunto: Leonardo de Carvalho Augusto, mestre em História Social da
Cultura, e Kike Rosenburt, que além de já ter trabalhado no Parlamento
israelense, atua há mais de 10 anos com desenvolvimento de lideranças
juvenis em Israel. A conversa foi mediada por Dario Bialer, sociólogo e que
atualmente exerce a função de rabino na Associação Religiosa Israelita do
Rio de Janeiro.
96
Finalizando, Dario retomou o apelo à informação e lembrou qual deve ser o
papel da religião no relacionamento entre os homens: Quanto mais
informados estivermos, quando conseguimos falar sem preconceito, com mais
informação, mais vamos estar mais perto de alcançar, se não uma solução
total, pelo menos pequenas soluções que nos aproximem mais de uma
convivência pacífica, que é o que todo mundo quer. Temos pessoas sofrendo
em ambos os lados, e gostaríamos que pudessem viver em paz. A religião é
uma coisa muito sagrada para colocarmos Deus neste tipo de acontecimentos
assassinos.
Palestrantes:
Prof.
Murilo
Sebe
Bon
Meihy.
Professor
Adjunto
de
História
Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), possui
bacharelado e licenciatura em História pela Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro (2004), mestrado em História Social da Cultura pela mesma
instituição (2007), e doutorado em Estudos Árabes pela Universidade de São
Paulo (2013). Tem experiência na área de História e Estudos Culturais, com
ênfase em História Moderna e Contemporânea do Oriente Médio e Norte da
África, atuando principalmente nos seguintes temas: Nação e Revolução no
Oriente Médio, Cultura Árabe-Islâmica, Orientalismo, Vocabulário político
árabe, Guerra Fria e Petróleo, e árabes no Brasil.
Prof. Michel Gherman: Possui graduação em História com licenciatura em
Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestrado
em Antropologia e Sociologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém
(Israel). Atualmente é professor da UFRJ, onde coordena o Núcleo
Interdisciplinar de Estudos Judaicos (NIEJ).
97
Mediador: Dario Bialer: licenciado em Sociologia pela Universidade de
Buenos Aires, com mestrado em Literatura Rabínica pelo Schechter Institute
of Jewish Studies, em Jerusalém. Vindo do programa “The Senior Educators
Program” em The Melton Centre for Jewish Education, Universidade Hebraica
de Jerusalém, onde escreveu sua tese final sobre aEducação Adulta. Pósgraduação em Liderança e Gestão Institucional pelo Joint Distribution
Committee.
Foi
representante
da
“International
Raoul
Wallenberg
Foundation”, onde promove o diálogo inter-religioso e, atualmente, exerce a
função de Rabino na Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro – ARI.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/mPRB5
Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
98
TERRITORIO, VIOLÊNCIA e CULTURA
A violência urbana possui vínculos estreitos com o território utilizado,
assim como a cultura das favelas possui com a territorialidade. E
violência nem sempre é o que dói apenas na pele: muitas vezes, é o
que dói na alma
A violência está frequentemente associada à agressão física, mas ela
também tem a sua dimensão simbólica, ações que não estamos acostumados
a enxergar como violência. E, ao se falar de violência, imediatamente o senso
comum associa o tema às periferias e aos territórios de pobreza. A favela é
vista como o lugar da violência.
Para ajudar a desconstruir esse mito, revelar as violências silenciosas e
apontar mecanismos que ajudem a superar esta situação, o Projeto Cultura
de Ponta recebeu Mônica Francisco, ativista social e estudante de Ciências
Sociais na UERJ, Marize Bastos da Cunha, pesquisadora da Fundação
Oswaldo Cruz e doutora em Educação, e Tatiana Lima, mestranda do
Programa de Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense.
Qualquer morador de áreas de periferia ou já viveu a situação ou conhece
alguém que já sofreu algum tipo de restrição, perda ou desqualificação por
viver em favela, ou foi vítima de algum gesto que, embora não tenha se
concretizado em agressão física, configurou claramente um gesto de
violência. Exemplos são aquele jovem que não conseguiu a vaga de emprego
por morar em comunidade, o outro que, sem cometer nenhuma irregularidade
é obrigado a apresentar documentos ou a justificar o que faz dentro do
shopping de classe alta, aquele evento que é “monitorado” por policiais só
porque envolve moradores da periferia, ou ainda a adolescente que precisa
trocar de calçado para sair de casa, pois a rua em que mora está inundada
por esgoto. Em nenhum desses casos ocorreu a violência física, o “tapa na
cara”, mas ela – a violência – estava inegavelmente lá, associada ao “território
da favela”.
99
Romper com a relação, estabelecida há décadas, entre periferia e violência,
passa por não se vitimizar e saber criar mecanismos para reagir, não só
reagir no sentido de reclamar, mas no sentido de reagir ao silenciamento. E é
a cultura que, talvez, melhor esteja desenvolvendo este papel.
Palestrantes:
Monica Santos Francisco. Ativista social e cursa a licenciatura em Ciências
Sociais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Moradora do Morro do
Borel é uma das articuladoras e fundadoras da Rede de Instituições local,
criada em 2010 quando da ocupação da favela para a instalação de uma
Unidade de Polícia pacificadora.
Marize Bastos da Cunha. Pesquisadora da Escola Nacional de Saúde
Pública (ENSP), Fundação Oswaldo Cruz, onde trabalha no Departamento de
Endemias Samuel Pessoa e atua no Laboratório Territorial de Manguinhos
(LTM). Tem experiência na área de História e Educação, com ênfase na
História das Favelas e periferias urbanas e em Educação popular, atuando
principalmente nos seguintes temas: educação popular, educação popular em
saúde,
história
das favelas,
metodologias
qualitativas
em
territórios
vulneráveis, memória social.
Mediador: Tatiana Lima. É mestranda do Programa de Mídia e Cotidiano da
Universidade Federal Fluminense (PPGMC-UFF). Possui graduação em
Comunicação Social pelo Centro Universitário da Cidade (UNIVERCIDADE),
bacharel em JORNALISMO, Brasil (2010). Tem experiência na área de
jornalismo com ênfase em Comunicação Comunitária, Comunicação Popular,
Comunicação Sindical, Segurança Pública, Política e Movimentos Sociais.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/mMeHu
100
14º Eixo Temático: Sexualidade
Apesar de todas as transformações sofridas pela sociedade nas últimas
décadas, a sexualidade permanece cercada de tabus e preconceitos, e este
tema nas escolas ainda gera bastante preocupação. Em geral, a opção é não
abordar, ou abordar superficialmente, deixando as respostas no nível do
senso comum. Contudo, o tema já está lá, no dia-a-dia dos alunos: namoros
entre colegas, beijos no pátio, formas de se vestir de meninos e meninas e,
claro, os inúmeros casos de gravidez na adolescência são alguns exemplos.
No Brasil podemos encontrar leis que protegem e defendem as minorias
sexuais brasileiras. A Constituição de 88 proíbe qualquer manifestação de
discriminação, e alguns estados têm promulgado leis que punem a
discriminação por orientação sexual.
É importante que a escola saiba deixar claro quais são as normas de
comportamento sexual entre seus muros. Uma vez que a escola tenha clara a
sua postura, isso deve ser comunicado aos pais e alunos. Evidentemente, se
é impensável proibir tudo, também é impraticável permitir todos os impulsos
dos alunos. Então, que tal inserir o debate sobre a sexualidade na escolas.
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/cMyYlw
101
DIVERSIDADE SEXUAL: A LIBERDADE DE ESCOLHA
Como construir uma sociedade em que a diversidade sexual seja não
apenas tolerada, mas plenamente incorporada, e onde não existam
mais questões como violência física e dificuldade de acesso ao
mercado de trabalho?
GLS, LGBT, LGBTQI... Não faltam siglas e rótulos na tentativa de dar conta
da variedade de vivências sexuais, uma sopa de letrinhas perfeitamente
incorporada ao vocabulário politicamente correto. Mas, e no dia-a-dia, na vida
real, como se dá a integração de gays, lésbicas, transexuais, transgêneros,
queers, travestis e intersexuais?
No Brasil, das 27 unidades federativas, 19 contam com leis anti-discriminação
em pelo menos um de seus municípios. No Rio de Janeiro, temos a Lei
Estadual 3406/00, a Lei Orgânica do Município, de 1990, e a Lei Municipal
2475/96, todas proibindo a discriminação em virtude de orientação sexual. O
artigo 5º da Constituição afirma que “todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantida aos brasileiros e estrangeiros
residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade”. Embora não haja referência à orientação
sexual, podemos considerar que ela está garantida quando falamos de
autonomia. Não falta, portanto, arcabouço legal para a promoção da
igualdade. Contudo, o discurso de todos os que passam pelos rótulos
daquelas letrinhas é quase sempre marcado por discriminação e violência.
Como se dá a aceitação da diversidade sexual? Para dar o seu depoimento e
discutir o tema, estiveram reunidos em mais uma edição do Projeto Cultura de
Ponta Laura Mendes, agente social do Projeto Além do Arco-Íris, Yone Lidgre,
ativista do movimento LGBT, e Pedro, integrante do Grupo Arco-Íris de
Cidadania LGBT, mediados por Margareth Gomes, pesquisadora em Gênero,
Sexualidade e Saúde.
102
Há uma longa discussão sobre se devemos nos referir à sexualidade e à sua
vivência como uma opção sexual. O termo mais adotado é “orientação
sexual”, que não diz tanto do sujeito escolhendo isso ou aquilo, mas se
permitindo viver algo que o seu desejo manda, pleiteia.
Palestrantes:
Laura Mendes. Integrante do Grupo Cultural AfroReggae, relata sua trajetória
como a descoberta de sua identidade de gênero, e hoje atua como agente
social do Projeto Além do Arco-Íris (pioneiro de inclusão social das
Transgêneros do Rio de Janeiro que estão em vulnerabilidade social), na
função de atendimento e encaminhamento das área de saúde, educação e
atenção social desse público.
Yone
lidgren.
Militante,
Ativista
do
Movimento
LGBT/Homossexual,
Defensora, Promotora e Consultora em Direitos Humanos, coordenadora
Geral do Movimento D´ELLAS, Coordenação Política Nacional da Articulação
Brasileira de Lésbicas. Participante da Comissão Provisória de Trabalho para
Elaboração do Programa Brasil Sem Homofobia, entre outras.
Pedro. Graduando em História. Membro do Grupo Arco-Íris de Cidadania
LGBT.
Mediadora. Margareth Gomes. Sanitarista, mestre em Saúde Coletiva pelo
IMS/UERJ, pesquisadora em Gênero, Sexualidade e Saúde. Atualmente
doutoranda em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ e consultora do Ministério da
Saúde na temática da Diversidade Sexual, particularmente Saúde LGBT.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/nlwhG
103
É NORMAL OU TRANSTORNO SEXUAL?
Entre quatro paredes tudo é normal, ou algumas práticas podem ser
consideradas transtornos de comportamento? E quem dita as regras
do que é certo ou errado?
Toda doença tem uma história, e alguns comportamentos que há 30, 50 anos
atrás não eram considerado uma doença, podem ser considerado hoje uma
patologia, assim como patologias de outrora são hoje perfeitamente aceitas
como um comportamento perfeitamente normal. Então cabe perguntar: como
começa a história dos transtornos sexuais?
A doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ, Jane Araujo
Russo, juntamente com o também doutor em Ciências Sociais Bruno Zilli,
mediados por Michele Oliveira Assistente Social do Grupo Cultura
AfroReggae, nos ajudam a entender melhor essa história. Já na segunda
metade do século XX, com os movimentos feminista e homossexual, há toda
uma luta contra os tabus que cercavam a sexualidade. A homossexualidade,
que até então era considerada uma doença mental, é excluída do Manual da
Associação Psiquiátrica Norte-Americana, e a sexualidade se torna uma
questão política.
104
Palestrantes:
Jane
Araujo
Nacional/UFRJ,
Russo.
Doutora
professora
do
em
Antropologia
Instituto
de
Social
Medicina
pelo
Museu
Social/UERJ,
pesquisadora do Centro Latino-americano em Sexualidade e Direitos
Humanos (CLAM/IMS/UERJ).
Áreas de atuação:
Gênero, sexualidade e
ciência. Temas de pesquisa: a constituição do campo sexológico e da
medicina sexual, construção do diagnóstico em psiquiatria e medicina sexual.
Bruno Zilli. Doutor em Ciências Sociais (PPCIS/UERJ), e Mestre em Saúde
Coletiva pelo Instituto de Medicina Social (IMS/UERJ), onde é atualmente
pós-doutorando. Suas pesquisas têm ênfase na área de antropologia médica
e antropologia das emoções, e nos temas de sexualidade, gênero, direitos
humanos e psiquiatria.
Mediação: Michele Oliveira. Assistente Social do Grupo Cultura AfroReggae.
Aluna da Especialização de Gênero, Sexualidade e Direitos Humanos da
Escola nacional de Saúde Pública ENSP - DIHS - Fio Cruz.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/nlJpl
105
SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO: DIRETO AO PONTO
Todo jovem hoje é bombardeado por inúmeras informações sexuais o
tempo todo - na TV, na internet, no cinema, nas músicas, na propaganda.
Como o professor pode ajudar a organizar tudo isso na cabeça do
aluno?
Provavelmente todo aluno tem um colega de classe gay ou lésbica, talvez até
mesmo uma travesti. Esses temas não são distantes da vida cotidiana dos
jovens. Contudo, a sexualidade raramente é tratado nas escolas com a
frequência e a naturalidade que ele pede e merece. Para entender a razão de
tanto tabu, e também para apresentar um caso de sucesso, Letícia Serafim,
coordenadora de Comunicação no Instituto Promundo, Marcello Accetta,
psicólogo, e Renata Coutinho, pedagoga da Equipe Técnica Social do Grupo
AfroReggae, participaram de mais uma edição do Projeto Cultura de Ponta.
É conversando que é possível, por exemplo, perceber que cada um vive e
pensa o sexo de um modo diferente, e que não há certo ou errado. A gente
vai crescendo, as nossas práticas sexuais vão se transformando, nossos
desejos sexuais vão mudando, porque isso tudo o que a gente diz agora não
é uma verdade que está para sempre com a gente. A sexualidade, a nossa
orientação sexual, não é uma coisa que determina a nossa vida. Não é uma
coisa que tem sempre que ser igual. Vocês vão mudando, e vão
acrescentando isso e outras coisas, ao longo da vida. No entender de
Marcelo, o mais difícil de ser absorvido pelos jovens é que o que eles
entendem como “natural”, “padrão” ou “normal” é, na verdade uma construção
social.
106
Palestrantes:
Leticia Serafim. Jornalista, formada pela PUC-RIO, é coordenadora de
Comunicação no Instituto Promundo, que tem como missão promover
masculinidades não-violentas e relações de gênero equitativas no Brasil e
internacionalmente.
Marcello Accetta. Psicólogo, mestrando em Psicologia na Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Gênero e Sexualidade
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Integra o Projeto de
Extensão "Diversidade Sexual na Escola" (UFRJ) onde desenvolve oficinas e
atividades relacionadas aos temas de gênero, sexualidade, violências e
inclusão. Professor dos cursos de extensão em Gênero e Diversidade, em
parceria com o Ministério da Educação.
Mediação. Renata Coutinho. Formada em Pedagogia pela Universidade
Estácio de Sá. Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela
mesma Universidade. Atuando desde 2007 na Equipe Técnica Social do
Grupo AfroReggae e desde 2010 como professora do Município do Rio de
Janeiro. Últimas Pós-graduações em nível de Atualização: Curso de
Enfrentamento da Violência e Defesa de Direitos na Escola Nacional de
Saúde Pública Sergio Arouca - FIO CRUZ e Curso de Diversidade Sexual na
Escola – UF.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/nlTY8
107
15º EIXO TEMÁTICO: RELIGIÃO, ESOTERISMO & CULTURA
O sentimento religioso - que não significa, necessariamente, a prática de
nenhuma crença em particular - é uma característica do ser humano. Refletir
sobre esse fenômeno é pensar sobre a nossa condição existencial, é buscar o
entendimento das questões ligadas à própria vida e à transcendência, é
procurar resposta para as perguntas essenciais da existência, como “Por que
nascemos?”, “Por que morremos?”, “Qual o objetivo da vida?”, “Existe algo
depois da morte?”.
Conhecer para compreender deve ser o mote não só especificamente do
Ensino Religioso como disciplina, como também de toda discussão em torno
do sagrado – mesmo em outras áreas de estudo - favorecendo o respeito à
diversidade cultural, combatendo preconceitos e levando o aluno a refletir
sobre vários aspectos da existência e sobre o sentido da vida, descobrindo
seu comprometimento com a comunidade.
O fenômeno religioso pertence ao universo da cultura, e a diversidade cultural
e a diversidade religiosa andam juntas. As tradições religiosas e o sentimento
do sagrado devem ser abordados com seriedade na escola, dentro e fora da
sala de aula, de modo que crianças e jovens estudantes possam se situar
diante das diferentes expressões e manifestações religiosas. O espaço
escolar é especialmente propício para este debate por ser o lugar onde se
discute o conhecimento historicamente produzido. Conheça o que debateu-se
sobre este tema nos encontros a seguir.
Assista aos melhores momentos em: http://goo.gl/rPsPb5
108
RELIGIÃO, ESOTERISMO E ESPIRITUALIDADE: A DIVERSIDADE
DOS CAMINHOS PARA O AUTOCONHECIMENTO
Na certeza de que existem mais coisas entre o céu e a terra do que o
que supõe a nossa vã filosofia, a Humanidade buscou caminhos
diversos para compreender as leis do Universo
Se a própria ciência reconhece que mais da metade de tudo o que está à
nossa volta é formado pela chamada “matéria escura”, ainda indetectável
pelos
instrumentos
de
medição
dos
cientistas
e
cuja
natureza
é
desconhecida, como duvidar ou desqualificar as diversas formas criadas pelo
homem para explicar as linguagens do universo? Se ainda há tanto o que
descobrir, porque duvidar que este ou aquele seja o caminho certo? Como
negar que esta ou aquela forma de exploração pode vir a ser a ferramenta
adequada?
Astrologia, numerologia, cabala, quirologia, meditação, alquimia... existe uma
infinidade de nomes, escolas e filosofias que procuram entender como as leis
do universo atingem a cada um de nós. Nesta última série de debates do
Projeto Cultura de Ponta, dedicada à religião e também ao esoterismo, o
monge Mahakala Dasa, a professora Maíra Graber, do Kabbalah Center, e a
Mãe Flávia Pinto, mediados por André Porto, astrólogo e espiritualista, vieram
discutir estas formas ainda pouco conhecidas de integração do ser humano
com o universo e a transcendência. Aceitando que estamos todos aqui para
evoluir nossa consciência e nosso espírito, essas ferramentas das tradições
espirituais são uma forma de iluminar o caminho em direção a esta evolução.
Essas linguagens ajudam muito você a acelerar o seu crescimento. Não é só
a questão mística. É você ser um cidadão mais bacana, uma pessoa mais
centrada, mais equilibrada. A espiritualidade fala de tudo isso. Ainda há muito
preconceito contra a espiritualidade, uma visão muito limitada dessas outras
energias subjetivas – explica André Porto.
109
O objetivo final de todas essas religiões, seitas, crenças, escolas, filosofias e
tradições – o nome não importa tanto – é a felicidade do ser humano. Ela está
no centro de tudo, e cada uma dessas opções é um caminho até ela. Objetivo
comum, estratégias diferentes.
Palestrantes:
Flávia Pinto. Sacerdotisa da Casa do Perdão, Socióloga, Escritora,
ganhadora do Prêmio Direitos Humanos 2011. Assessora na Coordenadoria
de Direitos Humanos Prefeitura do Rio.
Mahakala Dasa. Monge da tradição gaudiya-vaisnava desde 1973, é
discípulo iniciado de Shrila Bhaktivedanta Swami Prabhupada, o fundador do
Movimento Hare Krishna no Ocidente. Desde 1975, tem contribuído, como
tradutor e editor, para a divulgação da obra literária de diversos mestres
espirituais gaudiya-vaisnavas em língua portuguesa.
Maíra Graber. Professora do Kabbalah Centre e estuda essa sabedoria há 13
anos. O Kabbalah Center é uma organização internacional fundada em 1922
em Jerusalém para estudo e disseminação da Kabbalah.
Mediador: André Porto. Astrólogo e Espiritualista desde a adolescência,
também atuou por 17 anos nas ONGs Viva Rio, ISER e URI – Iniciativa das
Religiões Unidas onde coordenou vários projetos de Cultura de Paz,
cidadania e diálogo entre as diversas tradições religiosas. Ele também é
fotógrafo e esteve em 35 países a trabalho.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/nvcBD
110
RELIGIÃO NA EDUCAÇÃO: DIÁLOGO E VIVÊNCIA
O Ensino Religioso está na lei, mas como será que ele está nas nossas
salas de aula?
Alcorão, Bíblia, candomblé, catolicismo, centro, Cristo, espiritismo, igreja,
islamismo, Jeová, judaísmo, Maomé, mesquita, Orixas, Oxalá, sessão,
sinagoga, templo, umbanda... A lista das palavras ligadas às diversas
tradições religiosas que ouvimos todos os dias poderia não ter fim. Mas o que
sabemos verdadeiramente sobre elas? E mais: o que sabemos sobre a ideia
de sagrado, e sobre o sentimento de religiosidade que é comum a todos os
seres humanos?
A educação religiosa começa em casa, com os conselhos, opções e
exemplos dos nossos pais, avós ou responsáveis, e segue, dentro da própria
crença abraçada, com o convívio com os irmãos de fé, com a frequência às
cerimônias religiosas, com os ritos de passagem, etc, etc.
Recentemente, não sem polêmicas, a escola foi trazida para dentro deste
processo educativo, com a legislação determinando a obrigatoriedade da
oferta da disciplina Ensino Religioso. Para conversar sobre as iniciativas de
algumas escolas, o Cultura de Ponta recebeu a irmã Vaneide Chagas,
religiosa da Congregação Nossa Senhora de Sion, e Rafael Azamor, membro
da Comissão de Diálogo Inter-religioso e professor da Escola Israelita
Brasileira Liessin Scholem Aleichem. O Ensino Religioso nas escolas, longe
de ser o espaço destinado à catequese e ao proselitismo, deve ser uma
ferramenta para reconhecer as semelhanças, e principalmente, respeitar as
diferenças.
111
Palestrantes:
Prof.
Rafael
Azamor.
Mestre
em
ciências
pelo
Instituto
Oswaldo
Cruz/FIOCRUZ, trabalhei durante 10 anos na preparação de jovens judeus
para a realização da cerimonia da Bar Mitzvá (maioridade religiosa) na
Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro(ARI-RJ); Membro da
comissão de diálogo inter-religioso da ARI-RJ; professor da Escola Israelita
Brasileira Liessin Scholem Aleichem desde 2007 aonde ministro aulas sobre
diálogo inter religioso e atualidades no oriente médio.
Irmã Vaneide Chagas. Religiosa da Congregação Nossa Senhora de Sion,
que é uma congregação internacional cujo carisma visa a promoção do
Diálogo Inter-religioso. Sou Pedagoga, Pós Graduada em Cultura CristãJudaica e atualmente estudo MBA em Gestão na UFRJ.
Mediadora: Renata Coutinho. Formada em Pedagogia pela Universidade
Estácio de Sá. Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela
mesma Universidade. Atuando desde 2007 na Equipe Técnica Social do
Grupo AfroReggae e desde 2010 como professora do Município do Rio de
Janeiro. Últimas Pós-graduações em nível de Atualização: Curso de
Enfrentamento da Violência e Defesa de Direitos na Escola Nacional de
Saúde Pública Sergio Arouca - FIO CRUZ e Curso de Diversidade Sexual na
Escola – UF.
Assista ao debate completo em: http://migre.me/nvcDn
112
ENCONTRO INTER RELIGIOSO: A INTEGRAÇÃO DAS DIFERENÇAS
O esforço para integrar as diferenças deve se dar em todo plano da
vida, não apenas no diálogo inter-religioso
No último encontro de sua última série de debates, o projeto Cultura de Ponta
promoveu uma grande celebração à diversidade, convidando representantes
religiosos para não só falarem da história e das características de suas
tradições, como também para discutir a proposta “como integrar as
diferenças”?
O islamismo, o cristianismo, o judaísmo e o candoblecismo foram
representados,
respectivamente,
por
Fernando
Celino,
assessor
de
comunicação da Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro,
Nelson Águia, secretário da Comissão da Arquidiocese do Rio para o diálogo
interreligioso e ecumênico, Dario Bialer, mestre em Literatura Rabínica pelo
Schechter Institute of Jewish Studies e Marcio de Jagun, Babalorixa. O
encontro foi mediado por Carla Habif, diretora de diálogo inter-religioso e
intercultural da Federação Israelita do Rio de Janeiro.
O encontro teve, além das conversas, um momento bastante simbólico em
que todos, debatedores e plateia, independentemente da religião professada,
entoaram um mantra, o famoso Hare Krishna, vibrando pela concórdia e pela
harmonia, vivendo o entendimento real de que existe igualdade na
diversidade. É a partir dessa consciência que desenvolvemos a disposição de
dialogar com aquele que pensa, crê ou é diferente, e a força de vontade que
faz com que essas coisas saiam do discurso e venham para prática.
113
Palestrantes:
Fernando Celino (Comunidade Muçulmana). Graduado em Comunicação
Social - Jornalismo. Já ministrou diversas palestras sobre o Islam e diálogo
inter-religioso, além de ter escrito artigos e revisado livros acerca das mesmas
temáticas. Atualmente exerce o cargo de assessor de comunicação da
Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro (SBMRJ).
Diácono Nelson Águia (Comunidade Católica). Diácono da Igreja Católica
Romana. Membro da Comissão Estadual de Combate à Intolerância
Religiosa. Secretário da Comissão da Arquidiocese do Rio para o diálogo
inter-religioso e ecumênico.
Rabino Dario Bialer (Judaísmo). licenciado em Sociologia pela Universidade
de Buenos Aires, com mestrado em Literatura Rabínica pelo Schechter
Institute of Jewish Studies, em Jerusalém. Vindo do programa “The Senior
Educators
Program” em
The
Melton
Centre
for
Jewish
Education,
Universidade Hebraica de Jerusalém, onde escreveu sua tese final sobre a
Educação Adulta. Pós-graduação em Liderança e Gestão Institucional pelo
Joint Distribution Committee.
Marcio
de
Jagun
(Candomblé).
Babalorixa,
advogado,
professor
universitário, conferencista, articulista, escritor, apresentador do Programa
Ori, militante pela tolerância religiosa, fundador e presidente da Associação
Nacional de Mídia Afro - ANMA.
Mediadora: Carla Albala Habif. Historiadora e mestranda em História pela
UFRJ. Atua como professora no colégio Eliezer, Max e como facilitadora de
diálogo na Conferência Judaico Muçulmana. Atualmente, Carla é a diretora de
diálogo inter-religioso e intercultural da Federação Israelita do Rio de Janeiro
(FIERJ).
Assista ao debate completo em: http://migre.me/nvcFo
114
2.1. Cronograma dos Encontros
CRONOGRAMA CULTURA DE PONTA
ENCONTROS
DATA
1
2
3
4
02/12/2013
09/12/2013
16/12/2013
13/01/2014
5
6
7
8
27/01/2014
03/02/2014
10/02/2014
17/02/2014
9
10
11
12
24/02/2014
10/03/2014
17/03/2014
24/03/2014
13
14
15
16
07/04/2014
14/04/2014
28/04/2014
05/05/2014
17
18
19
20/05/2014
21/05/2014
22/05/2014
20
21
03/06/2014
04/06/2014
22
05/06/2014
TEMA
DANÇA
DANÇA NEGRA
DANÇA CLÁSSICA.
DANÇA CONTEMPORÂNEA.
O DESAFIO DA DANÇA NO BRASIL.
CIDADANIA
DIVERSIDADE SEXUAL.
QUESTÃO RACIAL NO BRASIL.
CONDIÇÃO FEMININA.
LUTAS PELA CIDADANIA.
FUNK
EMPREENDEDORISMO DO FUNK.
RESOLUÇÃO 0013.
CULTURA FUNK.
DESCRIMINALIZAÇÃO DO FUNK.
CULTURA URBANA
STREET ART.
COMPORTAMENTO URBANO.
MÚSICA E MERCADO.
OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO.
NOVAS MÍDIAS
HUMOR NA INTERNET.
PROTAGONISMO NAS REDES SOCIAIS.
DIREITO NO MEIO DIGITAL.
ARTE DA COMUNICAÇÃO
LITERATURA NAS FAVELAS
A COMUNICAÇÃO ALÉM DA FALA
TALK SHOW JORGE MAUTNER: O CANTOR, COMPOSITOR E
ESCRITOR BRASILEIRO EXIBE SUAS MÚLTIPLAS FACETAS.
115
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
AUDIOVISUAL
15/07/2014 A NOVA LEI DA TV POR ASSINATURA.
16/07/2014 A POPULARIZAÇÃO DO AUDIOVISUAL.
O MERCADO DE TRABALHO E O PROFISSIONAL DE
17/07/2014
AUDIOVISUAL
ESPORTE E CULTURA
29/07/2014 PRECONCEITO NO ESPORTE.
30/07/2014 O LEGADO DA COPA.
31/07/2014 APARELHOS ESPORTIVOS NAS CIDADES.
TRIBOS URBANAS
12/08/2014 REDES SOCIAIS: OPORTUNIDADES E RISCOS.
13/08/2014 TOLERÂNCIA, IDENTIFICAÇÃO E BULLYING
14/08/2014 CONSUMO CULTURAL.
POLÍTICAS CULTURAIS
26/08/2014 POLÍTICAS CULTURAIS.
27/08/2014 DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL.
28/08/2014 POLÍTICAS CULTURAIS E SEGURANÇA PÚBLICA.
VIOLÊNCIA E SEGURANÇA PÚBLICA
10/09/2014 FAIXA DE GAZA.
11/09/2014 TEM JEITO?
12/09/2014 COMANDOS:
EDUCAÇÃO
23/09/2014 DIVERSIDADE, INCLUSÃO E EDUCAÇÃO.
24/09/2014 NOVOS MODELOS PEDAGÓGICOS.
25/09/2014 EDUCAÇÃO ALÉM DA ESCOLA.
CULTURA E TERRITÓRIO.
21/10/2014 CIDADES CRIATIVAS TRANSFORMAÇÕES CULTURAIS
22/10/2014 CONFLITOS TERRITORIAIS | ISRAEL & PALESTINA
23/10/2014 TERRITORIO E VIOLÊNCIA | TERRITORIALIDADE E CULTURA
SEXUALIDADE
11/11/2014 DIVERSIDADE SEXUAL – A LIBERDADE DE ESCOLHA
12/11/2014 É NORMAL OU TRANSTORNO SEXUAL?
13/11/2014 SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO: DIRETO AO PONTO
RELIGIÃO, ESOTERISMO E CULTURA
02/12/2014 ESOTERISMO & ESPIRITUALIDADE.
03/12/2014 RELIGIÃO NA EDUCAÇÃO.
04/12/2014 ENCONTRO INTER-RELIGIOSO
116
3. Catálogo Cultura de Ponta
Com o intuito de fomentar debates dentro de instiuições de ensino, outras
ONGs, entre gestores públicos e funcionários de empresas privadas, o NAR –
Núcleo Estratégico e Criativo do AfroReggae -
desenvolveu o Catálogo
Cultura de Ponta.
O catálogo é a síntese de debates realizados em torno de temas pertinentes
para o crescimento e transformação individual e coletiva. Ostemas foram
discutidos nos encontros semanais e o debate era o resultado da interação
entre o público presente os econvidados especializados.
Os exemplares são formatados com o objetivo de colaborar com os
professores, fornecendo sugestões para a preparação de atividades esendo
um facilitador das discussões. Não pretende esgotar aspossibilidades de
abordagem
dos
conteúdos,
e
sim
instigar
o
professor
abuscar
encaminhamentos diferentes, criativos e atraentes, oferecendolheum material
que proponha reflexões e, ainda, sugira novas formas de desenvolver o
conhecimento em sala de aula, independentemente damatéria lecionada.
Queremos que a rede escolar possa acessar conteúdos de qualidadepara
estimular sua comunidade local a desenvolver e colocar em práticaideias
criativas, fornecendo ferramentas que aperfeiçoem suas atitudesdiante dos
obstáculos e aprimorem seu repertório para a construção dabase de criação
artística, econômica e social.
117
Os catálogos possuem uma tiragem de 300 exemplares, sendo 217
distribuídos para escolas parceiras e Coorenadorias de Educação da cidade
do Rio de Janeiro bem cmo Secretarias Municipais de Educação e Cultura de
Nova Iguaçu e Rio de Janeiro (Anexo II), 10 unidades para Light e 73 para
núcleos do AfroReggae e CEDOC – Centro de Documentação do
AfroReggae.
Ao todo foram desenvolvidos 15 catálogos da Coleção Cultura de Ponta
(Anexo III), um para cada eixo do projeto:
1. DANÇA
9. TRIBOS URBANAS
2. CIDADANIA
10. POLÍTICAS CULTURAIS
3. FUNK
11. VIOLÊNCIA E SEGURANÇA PÚBLICA
4. CULTURA URBANA
12. EDUCAÇÃO
5. NOVAS MÍDIAS
13. CULTURA E TERRITÓRIO
6. ARTE DA COMUNICAÇÃO
14. SEXUALIDADE
7. AUDIOVISUAL
15. RELIGIÃO, ESOTERISMO CULTURA
8. ESPORTE E CULTURA
118
4. Vídeo Pílula
Com o intuito de divulgação, os vídeos de curta duração apresentam a
síntese dos debates realizados em decorrência do projeto Cultura de Ponta,
na sede do Afro Reggae. A montagem dos depoimentos dos diferentes
debates em torno de um eixo temático tem por objetivo ampliar a divulgação
dos melhores momentos de cada encontro para o público. Todo o conteúdo
audiovisual é disponibilizado gratuitamente no site do AfroReggae. (Anexo
IV)
Vídeo 1. Dança: http://goo.gl/VAdMwT
Vídeo 2. Cidadania: http://goo.gl/AvPu9F
Vídeo 3. Funk: http://goo.gl/qo9vD9
Vídeo 4. Cultura Urbana: http://goo.gl/6F5gkz
Vídeo 5. Novas Mídias: http://goo.gl/GAhQcj
Vídeo 6. Arte da Comunicação: http://goo.gl/QDhsuF
Vídeo 7.Audiovisual: http://goo.gl/q5lXOy
Vídeo 8. Esportes: http://goo.gl/veib74
Vídeo 9. Tribos Urbanos: http://goo.gl/JQRMDG
Vídeo 10. Políticas Culturais: http://goo.gl/9lrM1V
Vídeo 11. Violência e Segurança Pública: http://goo.gl/rPsPb5
Vídeo 12. Educação: http://goo.gl/xkVIjo
Vídeo 13. Cultura e Território: http://goo.gl/AFHU5A
Vídeo 14. Sexualidade: http://goo.gl/QDhsuF
Vídeo 15. Religião, Esoterismo e Cultura: http://goo.gl/rPsPb5
119
5. Comunicação e Mídia
Convite
Para cada encontro, foram disponibilizados 10 convites para a Secretaria de
Cultura do Rio de Janeiro. Entretanto, é importante salientar que os todos os
encontros foram abertos ao público sem necessidade de apresentação do
convite
Fotografia
Todos os encontros foram registrados, via vídeo e fotografia. Esse material
foveiculado nas mídias como material de divulgação do projeto, além de
compor o acervo do site para consulta integral e gratuita. (Anexo V)
Postagens no site (Anexo VI)
O Portal AfroReggae ( www.afroreggae.org ) disponibiliza todo o material
audiovisual desenvolvido por meio do Projeto Cultura de Ponta, entre
catálogos, vídeos pílula, cartazes de divulgação, notícias com fotografias e
texto descritivo de todos os debates realizados.
Postagens no facebook (Anexo VII)
O Facebook se mostrou como uma importante ferramenta não só para a
divulgação dos encontros, como também para convidar aos internautas a
acompanhar ao vivo os debates. Todos os 49 encontros foram divulgados
entre os seguidores da página do AfroReggae.
120
Vídeos Streamming
A fim de se universalizar os encontros, disponibilizou-se, em cada encontro, o
debate ao vivo pela internet. Os vídeos estão disponibilizados pelo canal do
AfroReggae no Youtube para que todos os interessados possam acessar.
Produção para o Cultura de Ponta. Foto: Arquivo AfroReggae.
Divulgação por Folders e Banners
Os encontros também foram divulgados por meio de cartazes afixados em
locais de grande circulação do potencial público dos debates, estudantes,
gestores públicos da área cultural e pensadores.
Em locais onde havia uma
grande circulação de pessoas e já existiam outros cartazes afixados,
desenvolvemos banners para chamar ainda mais a atenção, esse locais
foram universidades e casas de show. (Anexo VIII)
121
6. Núcleo Estratégico e Criativo do Afro Reggae - NAR
O NAR – Núcleo Estratégico e Criativo do AfroReggae, desde o seu
surgimento por meio do Projeto Cultura de Ponta, tem sido um instrumento de
grande importância dentro do AfroReggae. O NAR se mostra como um
ambiente democrático de participação uma vez que os funcionários da
instituição são convidados a participar das reuniões a partir das pautas
específicas levantadas em cada reunião.
A partir das reuniões do conselho técnico do editorial do NAR, variadas
demandas foram debatidas de forma a contribuir com as diversas áreas do
AfroReggae, por exemplo:

Sugestão e definição dos eixos temáticos, temas e palestrantes dos
encontros do Cultura de Ponta;

Sugestão para atividades específicas em datas comemorativas, bem
como publicações nas mídias sociais da instituição sobre o tema;

Debate sobre os temas e impacto social dos vídeos educativos
desenvolvidos pela produtora do AfroReggae.

Elaboração do plano de divulgação de cada encontro do Cultura de
Ponta. Definição de espaços onde seriam publicados os cartazes com
as datas, temas e palestrantes.

Programação e plano das aulas dos cursos oferecidos pelo projeto Na
Realidade. Discussão de exercícios e formas de avaliação dos cursos.

Elaboração de questionários de avaliação utilizados pelo Cultura de
Ponta e outros projetos;

Avaliação dos encontros no Cultura de Ponta, assim como das
pesquisas desenvolvidas pelo AfroReggae para a avaliação dos
debates.

Avaliação dos catálogos desenvolvidos pelo Cultura de Ponta e
distribuídos para instituições de ensino e outras ONGs.

Acompanhaento das atividades e ações sociais desenvolvidas nos
núcleos em Vigáreio Geral, Parada de Lucas, Cantagalo e Caju.
122

A equipedo NAR é comporta por 12 profissionais, entre os quais, 6
professores, 1 coordenador pedagógico, 3 agentes de projeto, 1
assistente social e 1 pedagogo.

Com frequência mensal, foram realizadas 12 encontros durante 2014.
Todas as reuniões aconteceram na sede da instituição, registradas em
atas (Anexo IX) e publicizadas no portal AfroReggae, por meio da
sessão Transparência.
6.1 Avaliação Debates Cultura de Ponta – Temas
A gestão do Cultura de Ponta realizou uma pesquisa entre os colaboradores
do AfroReggae que trabalham na Sede da instituição para saber o que eles
pensam em relação ao Projeto Cultura de Ponta. Ao todo, 26 pessoas
responderam o questionário.
Gráfico 1. Você Sabe o que é o Projeto Cultura de Ponta?
Não
11,5%
Sim
88,5%
Fonte: Avaliação debates Cultura de Ponta
Quase todos os colaboradores do AfroReggae que trabalham na Sede da
instituição conhecem o projeto Cultura de Ponta. Dentre as 26 pessoas que
responderam o questionário, apenas 3 não sabiam o que era o projeto.
123
Gráfico 2. O que Você Acha da Iniciativa?
Indiferente
Não Gosta 11,5%
3,8%
Gosta
Muito
30,8%
Gosta
53,8%
Fonte: Avaliação debates Cultura de Ponta
Gráfico 3. Você já participou de Algum dos Debates na
Varanda?
0% 0%
Não
53,8%
Sim
46,2%
Fonte: Avaliação debates Cultura de Ponta
124
Gráfico 4. Você já Acessou o Streaming? Plataforma Online
que Exibe o Debate ao vivo no Site do AfroReggae?
0%
Não
46,2%
0%
Sim
53,8%
Fonte: Avaliação debates Cultura de Ponta
Apesar de 53,8% dos colaboradores do AfroReggae nunca terem participado
de nenhum encontro do Cultura de Ponta, esse mesmo número se repete em
relação aos trabalhadores da Sede que assistiram o debate ao vive pela
internet.
Gráfico 5. Você Acha que o Dia é Adequado?
Não
42,3%
Sim
57,7%
Fonte: Avaliação debates Cultura de Ponta
125
Gráfico 6. Você Acha que o Horário é Adequado?
0% 0%
Não
34,6%
Sim
65,4%
Fonte: Avaliação debates Cultura de Ponta
Mais da metade dos funcionários do AfroReggae consideram adequado o dia
e o horário que o Cultura de Ponta acontece. Quando questionados sobre
sugestões para temas, surgiram as seguintes questões:
PAZ
RESSOCIALIZAÇÃO
VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO
MEIO AMBIENTE
MÍDIA ENQUANTO FORMADORA
SISTEMA GLOBAL
DE OPINIÃO
SAÚDE PÚBLICA
A IMPORTÂNCIA DO SORRISO
PEDOFILIA
TEMAS SOBRE FELICIDADE
MAUS
EDUCAÇÃO
ESPECIAIS
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
COMUNIDADES
PRECONCEITO OBESIDADE
ALCOOLISMO
ABORTO
FAMILIAS CARENTES
VIOLÊNCIA SEXUAL
DROGAS EM GERAL
INCLUSÃO SOCIAL
CORRUPÇÃO POLITICA
VIOLÊNCIA EM GERAL
LIBERALIZAÇÃO DAS DROGAS.
TRATOS
A
CRIANÇAS
126
6.2 Avaliação Debates Cultura de Ponta – Catálogo
Uma outra função de grande importância do NAR está relacionado à
avaliação do material produzido pela instituição com o intuito de indicar
alterações e melhorar o projeto. Entre as principais avaliações, podemos
destacar os catálogos do Cultura de Ponta, desde o primeiro momento
acompanhados pelo grupo e, por sugestão da equipe, desenvolveram em
conjunto com a equipe técnica social grupos focais de acompanhamento.
(Anexo X).
O NAR também buscou conhecer os hábitos de consumo das pessoas que
vieram assistir ao encontro “Consumo Cultural: O que consumo diz quem eu
sou? Quem eu sou e onde estou na sociedade de consumo?”, realizado no
dia 14 de agosto no eixo temático Tribos Urbanas, através de um pesquisa
entre os convidados do debate.
Gráfico 1 - Você diria que comprar está entre suas diversões?
30,0%
20,0%
50,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
Foi observado entre os convidados do debate que metade fazem compra
apenas por diversão.
127
Gráfico 2 - Você calcula antes de gastar?
20,0%
40,0%
35,0%
5,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
Um dado preocupante observado pela pesquisa é o fato que 40% dos
convidados não fazem calculo antes de irem às compras.
Gráfico 3 - Você sente culpa ou medo após uma sessão de
compras?
Série1; Nunca;
50,0%
Série1; Raramente;
35,0%
Série1;
Frequentemente;
15,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
128
Gráfico 4 - Você sente, ao mesmo tempo, euforia e ansiedade
quando faz compras?
Série1; Sempre;
35,0%
Série1; Raramente;
25,0%
Série1; Nunca ;
30,0%
Série1;
Frequentemente;
10,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
Gráfico 5 - Você sente desconforto quando vai às compras
acompanhado e a outra pessoa compra mais que você?
Série1; Nunca;
60,0%
Série1; Sempre;
20,0%
Série1;
Frequentemente;
15,0%
Série1; Raramente;
5,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
129
Gráfico 6 - Fazer compras, pra você é como um ato proibido e
desejado?
Série1; Nunca;
Série1; Raramente;
40,0%
45,0%
Série1;
Frequentemente;
15,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
Gráfico 7 - Seus hábitos de compra tem colocado você em
apuros?
Série1; Nunca;
50,0%
Série1; Raramente;
35,0%
Série1; Sempre;
5,0%
Série1;
Frequentemente;
10,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
Entre os convidados, metade nunca ficaram em apuros pelos hábitos de
compra, apesar de 40% dos entrevistados raramente ou nunca calcular antes
de comprar.
130
Gráfico 8 - Você costuma ir a teatro?
Série1; Raramente;
40,0%
Série1; Nunca;
40,0%
Série1;
Frequentemente;
20,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
Gráfico 9 - Você vai a exposição?
Série1; Raramente;
40,0%
Série1; Nunca;
40,0%
Série1;
Frequentemente;
20,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
131
Gráfico 10 - Vai ao cinema?
Série1; Sempre;
35,0%
Série1; Raramente;
35,0%
Série1;
Frequentemente;
30,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
Gráfico 11 - Frequenta Shows?
Série1; Raramente;
50,0%
Série1; Sempre ;
15,0%
Série1;
Frequentemente;
25,0%
Série1; Nunca; 5,0%
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
Foi observado entre as pessoas que responderam o questionário, que menos
da metade não costumam ter momentos de lazer em cinemas, teatros,
exposições e shows.
132
Gráfico 12 - Você se entende como um consumidor de
cultura?
Não
45,0%
55,0%
Sim
Fonte: Pesquisa Hábitos de Consumo
Embora menos da metade dos convidados terem respondido que vão pouco a
teatros, cinemas e shows, 55% se consideram consumidores de cultura.
133
7. Lista de Anexos
Anexo I
–
Lista de Palestrantes
Anexo II
–
Lista de Escolas e Secretarias Municipais de Educação
Anexo III
–
Coleção Cultura de Ponta
Anexo IV
–
Vídeos Pílula
Anexo V
–
Registro Fotográfico
Anexo VI
–
Postagens no Site
Anexo VII –
Postagens no Facebook
Anexo VIII – Cartazes e Banners de divulgação
Anexo IX
–
Anexo X
– Grupo Focal de Acompanhamento
Atas Reunião NAR
134

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