A direcção tem assumido também o papel de advocacia no trabalho
Transcrição
A direcção tem assumido também o papel de advocacia no trabalho
| Benguela na rota do desenvolvimento Editorial Combate a pobreza passa pelo desenvolvimento agro-industrial “Os agricultores merecem o nosso respeito, pelo grande contributo que dão a uma actividade socialmente sustentável e de grande importância económica, que serve de ponte para o combate à fome e redução da pobreza”, afirmou o governador de Benguela, Armando da Cruz Neto, no Conselho de Produtores, órgão consultivo do ministério da Agricultura, que recentemente realizou um encontro em Benguela, para abordagem da sua funcionalidade. O N.º 1 - Julho 2011 Suplemento do Governo Provincial de Benguela Coordenação: Direcção Provincial da Comnunicação Social Produção: Zénite - Ramiro Aleixo Paginação e Design: Edson Macedo Impressão e Acabamento: Lito Tipo governador disse também que é preciso ajudar quem trabalha na agricultura com incentivos, para impedir a fuga em massa das populações do meio rural, um fenómeno que se assiste um pouco por todo o país. “Angola tem enormes potencialidades para resgatar a auto-suficiência alimentar, mas para isto acontecer, é necessário apoiar a agricultura familiar, reactivar as fazendas ainda adormecidas e fazer reflorescer as empresas agrícolas: estas são condições inadiáveis para o êxito dos programas no sector pecuário e agrícola” - acrescentou o governador Armando Cruz Neto, que deu igualmente conta das acções e programas do executivo para o aumento da produção alimentar que visam, em primeira instância, pôr termo à penúria alimentar. Para o governador, “é possível alcançar esta meta se houver forte participação do sector camponês, com auxílio da agricultura mecanizada”, deixando evidente que “é necessário o envolvimento de todos, para que a aposta no desenvolvimento agrícola traga abundância e estabilidade”. A defesa desses propósitos foi também anunciada, noutras circunstâncias, quer pelo director provincial da Agricultura, Carlos Abrantes Sequesseque, quer pelo presidente da Associação de Agricultores, Manuel Monteiro, tendo em conta que a produção agrícola é uma actividade geradora de grande valor, e tem sido determinante para o alcance dos níveis de prosperidade nos centros urbanos e rurais. E é com alguma satisfação, que já se vê nos mercados do interior e os de maior expressão ao longo da faixa litoral (o mercado da Canjala é uma grande referência) alguma diversidade e quantidade de produtos, que apesar de alguma agressividade da época das chuvas na actual época agrícola, constituem indicadores de que há passos positivos que se têm dado, para que se atinjam níveis de desenvolvimento acentuados também neste domínio. Como expressou o governador naquela ocasião, o sector agrícola pode ajudar o desenvolvimento industrial e a redução da importação de muitos produtos. E se houver uma aposta no crescimento da produção nacional, e se as novas gerações abraçarem essa actividade que se tornou mal amada no meio rural no quadro da instabilidade que o país viveu, haverá maior celeridade na resolução dos problemas que se põem nas zonas rurais. “Há necessidade de muita mão-de-obra nesta actividade. Se as pessoas quiserem, têm imensas oportunidades de emprego no sector da agricultura. Se houver uma aposta séria dos jovens no trabalho do campo, Angola atingirá, rapidamente, a segurança alimentar”, acrescentou o governador de Benguela. A dinamização do sector da agricultura em Angola passa por “melhorar os sistemas de produção, pôr no terreno homens com capacidade técnica reconhecida para auxiliarem as famílias produtoras e se houver essa aposta no crescimento da produção nacional, vamos substituir, a curto prazo, muitos dos produtos importados, sobretudo hortícolas, frutas, carnes entre outros bens alimentares de origem camponesa”, disse igualmente o governador de Benguela. No entanto, para Manuel Monteiro “a crise que se vive no sector está a deixar os agricultores de Benguela em sério risco de falência, porque os custos de produção aumentaram na ordem dos 50% e os empresários agrícolas, associações e cooperativas não conseguem fazer reflectir essa subida no valor do produto final”. A criação do Conselho de Produtores e a sua instituição como órgão de consulta do ministério da Agricultura representa para essa entidade, uma iniciativa encorajadora para os agricultores a todos os níveis, particularmente para Benguela, que tem sido parte activa na definição de estratégias que visam o funcionamento harmonioso do sector, que tem grande responsabilidade na contribuição do combate à pobreza. N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo N.º 1Provincial | Julho2011 de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | Água para todos Assegurado quase 70% das necessidades de distribuição de água potável O grau do cumprimento do programa “Água potável para todos” na província de Benguela, está quase a atingir os 70% das necessidades, e estima-se que até 2012, estará a jorrar em todas torneiras e chafarizes dos nove municípios, comunas e aldeias. De subordinação central, o programa está enquadrado na estratégia de combate e erradicação da pobreza, bem como, da melhoria e aumento da oferta de bens e serviços básicos `as populações. Pretende-se assim, com este exercício avaliado em 2,100 bilhões de Kzs, distribuir cerca de 98 milhões de litros de água potável/dia e contemplar cerca de 2,9 milhões de consumidores. D e acordo com Victor Sardinha Moita, director provincial das Águas e Energia, aquando da inauguração, em meados de Julho, de três chafarizes na sede comunal da Equimina (Baía-Farta), distanciada 120 quilómetros da cidade de Benguela, o governo da província cumpriu com seu programa que, numa primeira fase, previa levar água a todas sedes comunais. Nesse contexto, disse que mais de duzentas mil pessoas do meio rural, beneficiam já de água potável, com a instalação de sistemas de captação, tratamento e armazenamento em quase todas as sedes comunais, faltando apenas as de Kalohanga (Baía Farta), Chicuma e Casseque (Ganda), cujas inaugurações poderão acontecer até ao final deste mês. Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 Victor Moita assegurou o início dos trabalhos da instalação de mais 60 pequenos sistemas de abastecimento de água, que funcionarão com meios de geração de energia solar em várias aldeias e povoações dos municípios do Chongoroi e Caimbambo. O sistema inaugurado na sede comunal da Equimina integra equipamentos de captação, um tanque reservatório de 150 metros cúbicos, 640 metros de expansão da conduta adutora de 90 milímetros e a construção de três chafarizes. Do mesmo modo, em complemento, o governo de Benguela mandou construir 3 lavandarias para a população e efectuar 62 ligações domiciliares. A empreitada esteve a cargo da empresa Angolaca, duraram três meses e custou 132.522.046,50 milhões de Kz. A Equimina, com uma extensão de 1.757 quilómetros quadrados, possui uma população cerca de 4.500 habitantes distribuídos por 5 comunas e 33 povoações, cuja actividade principal é a pesca e agricultura. Num contacto anterior a esta inauguração, Victor Moita havia garantido que com a conclusão dos últimos 10 projectos, até ao final do mês, a distribuição de água potável poderá estar na ordem dos 60/70% em todo o território de Benguela, o que aumentará o grau de execução na ordem dos 100%, através de furos que funcionam com placas solares para o bombeamento da água. No que toca as sedes municipais que têm “com a conclusão dos últimos 10 projectos, até ao final do mês, a distribuição de água potável poderá estar na ordem dos 60/70% em todo o território de Benguela” | Benguela na rota do desenvolvimento Água para todos “mesmo com as limitações que se conhecem, algumas dessas zonas residenciais têm já assegurada iluminação pública e para inúmeras residenciais com consumos oficializados, dentro das regras estabelecidas pela companhia responsável pela distribuição da rede doméstica” maior concentração de pessoas, residências e de outras infra-estruturas devidamente urbanizadas, Victor Moita referiu que há um programa do governo central de reposição dos sistemas de captação e distribuição, que entrará em execução brevemente e que contemplará o Cubal, a Ganda, o Bocoio e o Balombo. Em simultâneo, como se pode observar pelas escavações que decorrem, está igualmente a decorrer com normalidade, a terceira fase do projecto “Águas de Benguela”, que contempla os municípios sede do Lobito, de Benguela e da Baía-Farta para que se atinja uma cobertura de distribuição na ordem dos 90%. Distribuição de energia será melhor com Lomaum No que toca a energia eléctrica, Victor Moita, mais cauteloso, disse que a satisfação de uma fatia das necessidades passa pela entrada em funcionamento da central do Lomaum, situada no Cubal, destruída durante o conflito armado, cuja reabilitação e reposição de equipamentos de geração está já num nível satisfatório, do mesmo modo que decorrem acções para a construção de subestações e linhas de transporte. No entanto, Victor Moita apontou como condicionantes e dificuldades para a conve- niente operacionalidade do fornecimento, o facto da rede de distribuição ser muito antiga, pelo que, serão necessários grandes investimentos complementares à medida da capacidade de afectação de recursos pelos órgãos centrais. “Estamos, neste ano e no próximo, engajados numa intervenção nas redes de baixa, média e alta tensão das cidades, fundamentalmente, do litoral”, reconhecendo que com a entrada em funcionamento da “central do Lomaum, a província estará melhor servida, apesar do muito trabalho que será necessário desenvolver para que se consiga alguma estabilidade na satisfação das necessidades de consumo, que dependerá sempre dos sistemas de produção e dos meios de distribuição”. Exemplificando o que se está a fazer, Victor Moita disse que, “estivemos há dias a ensaiar o funcionamento da nova subestação, cujos trabalhos estão quase a terminar, mas há ainda outras intervenções por realizar ao nível da subestação Benguela/Sul, da linha de transporte e depois teremos que aguardar ainda um pouco mais, para que haja energia em quantidade e qualidade para a província de Benguela”, concluiu. Inquirido sobre a necessidade de se contemplar a distribuição de energia aos residen- Responsável do MPLA manifesta satisfação Entretanto, durante uma visita realizada recentemente à comuna do Egipto Praia (município do Lobito), Veríssimo Sapalo, segundo secretário do comité provincial do MPLA em Benguela, manifestou a satisfação dos militantes do partido que coordena a governação, pelos resultados obtidos com a execução do programa “Água para todos”, particularmente para as populações das diferentes comunas, por regra distanciadas das principais fontes. Aquele dirigente político expressou esse sentimento, ao constatar que cerca de dois mil habitantes daquela comuna já tes dos considerados bairros emergentes das novas periferias, Victor Moita assegurou que essa é uma questão que está em franca evolução, até porque, acrescentou, mesmo com as limitações que se conhecem, algumas dessas zonas residenciais têm já assegurada iluminação pública e para inúmeras residenciais com consumos oficializados, dentro das regras estabelecidas pela companhia responsável pela distribuição da rede doméstica. E garantiu que o governo tem em carteira um projecto de electrificação de 10 novos bairros dos municípios de Benguela, do Lobito e da Baía. se abastecem de água por via do sistema de captação e distribuição instalado recentemente pelo governo. Veríssimo Sapalo assegurou àquelas populações, que o fornecimento de água potável às comunidades faz parte do cumprimento do programa de governação que o MPLA apresentou aos angolanos, nas últimas eleições legislativas. A construção de infra-estruturas sociais na comuna, como escolas, um centro médico, residências para professores e enfermeiros, mereceu também elogios daquele dirigente que, falando para os habitantes, exortou-os a ajudarem as autoridades do governo, nos programas de combate a fome, incentivandoos para a prática da agricultura, aliada à pesca, outra das principais actividades daquele aglomerado populacional. N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo Provincial de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | Urbanismo e Habitação Governo de Benguela pretende acabar com a desordem na urbanização Miguel Arcanjo Depois de alcançada a paz em 2002, a par da sinistralidade rodoviária, o principal calcanhar d’Aquiles para o governo tem sido a prática da construção desordenada (anárquica como se usa dizer), situação forçada pela migração do interior, particularmente para os grandes centros urbanos como consequência da guerra ao longo de mais de 30 anos. Milhares de compatriotas deixarem as suas zonas de origem causando, obviamente, o êxodo rural no interior e, consequentemente, um crescimento acelerado e “desordenado” das periferias, fazendo surgir inúmeros bairros, considerados “emergentes”, alguns com nomes bizarros atribuídos pelas próprias populações, com base em pequenas referências até do nome de um comerciante, de um meliante ou de uma personagem de uma novela brasileira. E ste processo proporcionou um ambiente de acasalamento com outros factores desagradáveis agregados à pobreza desde a falta de água, de luz, de saneamento básico, de vias de circulação, de redes técnicas de drenagem das águas fluviais; dificuldade de acessibilidade dos serviços de segurança e de protecção e civil para atendimento de casos de sinistro ou de urgência, mas também de infra-estruturas básicas como escolas, hospitais e de implantação de serviços públicos. Consolidada a paz e no quadro das políticas de combate a pobreza para a melhoria da condição de vida dos angolanos, esta tornou-se também uma das principais acções constantes dos programas da governação. E não adianta mais procurar culpados, porque os erros estão identificados e essa situação faz parte de todo um percurso que a cada dia procuramos ultrapassar, numa perspectiva de desenvolvimento abrangente, que começa pelo envolvimento e o engajamento de todos, através da criação das grandes centralidades, do apoio a auto-construção dirigida, mas também do respeito escrupuloso à um conjunto de regras e princípios que passam pela observância das orientações que já estão definidas, principalmente no que toca a construção em zonas não autorizadas ou de risco. Este processo já começou e para melhor esclarecimento e entrosamento entre todas as partes intervenientes, o governo de Benguela realizou, recentemente, um seminário sobre o urbanismo e ordenamento do território. Participaram os administradores municipais e funcionários ligados a essa área, autoridades tradicionais, estudantes universitários preocupados com a casa própria e com o ordenamento da província, empresas de construção e empresários do ramo, consultores e várias outras entidades. Com grande profundidade, abordaram a grande problemática da falta de habitação, a necessidade de se acabar com as construções anárquicas que descaracterizam as nossas cidades, uma prática que, por unanimidade, concordamos que não se justifica mais, se a implementação dos programas habitacionais decorrerem com transparência. O seminário iniciou com uma intervenção do director provincial do Urbanismo e Ordenamento do Território, Arquitecto Zacarias Kamwenho, que sublinhou os objectivos do encontro na sequência da preocupação, sobretudo da juventude, em encontrar respostas eficazes para a preocupação de falta de casas, tenho em conta que, diante de tanta necessidade, a excepção de Luanda agora, quase não se sente o impacto das acções dos organismos públicos, que têm a responsabilidade de dar solução ao caso. Para tal, exortou a sociedade para a importância do trabalho em conjunto, para que se possa dar respostas céleres a essa preocupação, que incorpora uma acção prática e cujos resultados sejam visíveis aos olhos dos cidadãos, razão pela qual, o governo convidou entidades com vasta experiência nessa matéria e o empresariado local, para que também participe no amplo programa de loteamento que se pretende lançar. Estamos profundamente convencidos, disse Zacarias Kamwenho, que do ponto de vista teórico, esse exercício permitirá chegar a resultados ajustados ao figurino legal existente, dimensiona-lo do ponto de vista prático e arregaçar as mangas para o trabalho. E reiterou aos parceiros sociais e a sociedade em geral, a convicção e o compromisso do executivo em trabalhar com vista a dar as respostas que os cidadãos anseiam, tais como: onde adquirir o espaço de terra que o direito de cidadania confere, para que ele mesmo, por via da autoconstrução dirigida, devidamente orientado pela administração local, possa erguer a sua habitação; como proceder ao registo do espaço adquirido ou da moradia adquirida; qual a capacidade e acção dos organismos responsáveis pelo auxilio técnico ao cidadão; qual o nível de organização técnica e de capacidade instalada das administrações municipais, visando realizar o trabalho que se espera, enfim… um universo de questões que é necessário dar resposta firme e definitiva, sendo indispensável, como ressaltou Zacarias Kamwenho, a adopção de uma postura hones- ta, responsável e pragmática. “Temos de ter a capacidade de depurar do nosso seio, todos aqueles cuja conduta esteja profundamente manchada pelo insistente vínculo à negociatas de venda de terrenos, colocando-se sob interrogação a imagem de pessoas e das instituições. Esse é um fenómeno que vem ganhando espaço, cujo reflexo periga a manutenção sob domínio privado do Estado, das reservas fundiárias já aprovadas e devidamente demarcadas” – acrescentou E para dissipar qualquer dúvida, Zacarias Kamwenho deixou uma vez mais clara a mensagem que se deve passar a sociedade, que as únicas entidades mandatadas pela lei para conceder terreno são: o ministro do Urbanismo e Construção, a nível central, o governador provincial e os administradores municipais ao nível que a lei prescreve, e fora desse âmbito, qualquer processo de obtenção de terreno é ilegal e corre-se o risco de se perder qualquer importância gasta. Essa mensagem é extensiva às autoridades tradicionais, porque Zacarias Kamwenho considerou que devem ter uma postura auxiliar das entidades administrativas, neste amplo trabalho de educação das populações. “os erros estão identificados e essa situação faz parte de todo um percurso que a cada dia procuramos ultrapassar, numa perspectiva de desenvolvimento abrangente” Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 | Benguela na rota do desenvolvimento Urbanismo e Habitação Princípio do Trato Sucessivo para construção de residência A abordagem deste tema coube a docente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Fernanda Paula Oliveira, nas vestes de consultora da empresa angolana Galvão Branco (GB) com representação em Benguela, que explicou os aspectos constantes no decreto 80/06 da Lei do Ordenamento do Território Angolano. Fernanda Oliveira considerou o Trato Sucessivo como o primeiro passo que se deve dar para se erguer as novas urbani- Diferença entre croqui e a licença de construção Pedro Canga, jurista do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), foi o convidado responsável pelo esclarecimento sobre o valor da licença de construção. E de forma peremptória, disse que o “croqui de localização não é licença para construção mas sim, um dos elementos para o processo de legalização e que serve para indicar a localização do espaço que o cidadão pretende, tendo validade apenas como intenção para legalização do terreno”. Essa questão foi considerada como oportuna, porque existem inúmeros casos de cidadãos que, por serem detentores de um croqui de localização, julgam que têm direitos de propriedade sobre o terreno, o que, segundo Pedro Canga fez saber, é profundamente errado. Para usufruírem de direitos sobre qualquer parcela de terreno, deve-se juntar ao croqui a cópia do bilhete de identidade (se for estrangeiro cópia do passaporte, cartão de residente e declaração de que aceita o postulado dades, de acordo com a lei que classifica os terrenos (em urbanos e urbanizáveis), seguindo-se as operações do loteamento, a construção dos lotes e, finalmente, a utilização dos edifícios. “Esta é a tramitação que está desenhada na lei e que deve ser seguida do princípio ao fim, até a construção de um edifício e a sua posterior utilização” - sustentou. Para essa docente nem todos os solos urbanos ou rurais podem ser utilizados para a construção, mas tudo passa primeiro pela sua classificação podendo, nesses solos, haver os dominantes para habitação, serviços, comércio ou indústria. Fernanda Oliveira disse ainda, que é necessário fazer um cru- zamento com a Lei de Terra que visiona terrenos que podem ser concebíveis ou não. E estes terrenos concebíveis para o domínio do Estado, privado ou das demais entidades públicas ou de particulares, podem ter objecto de classificação de urbanos e rurais. Definiu os terrenos urbanizáveis como aqueles que estão direccionados para a criação de novos núcleos urbanos, que a partida são terrenos vazios sem nenhuma infraestruturação, sem construção e podem estar disponíveis para ocupação urbana, onde se deve seguir os trâmites todos. Já os terrenos urbanizados, de acordo com a académica, são aqueles que não têm construção mas são já infra-estruturados, precisando apenas de loteamento e depois a construção. A lei faz igualmente referência aos terrenos de construção, que são aqueles que já passaram por todas as fazes da infra-estruturação e têm licença de construção, faltando apenas a construção e utilização do edifício. Fernanda Oliveira abordou também questões relacionadas com os terrenos reservados para fins colectivos de urbanização e de interesse público, de acordo a lei. “Tem que se pensar em espaços verdes e de lazer como garante da qualidade de vida das pessoas que vão utilizar este mesmo espaço” - alertou. na Lei de Terra) e um requerimento dirigido ao governador provincial ou administrador municipal, e isso para os casos em que a área de superfície não é superior aos 1.000 hectares. O jurista aproveitou a ocasião para explicar as competências o IGCA, que, em linhas gerais, são as de licenciar o exercício da actividade cartográfica, topográfica, cadastro e fiscalização das actividades de entidades licenciadas, proceder e revogar alvarás, bem como, homologar a sua produção. Quer dizer, acrescentou, que o IGCA é quem licencia qualquer empresa privada para o exercício de actividade de cartográfica, emite os alvarás e é responsável pelo cadastro urbano e rural, ainda que com a comparticipação de empresas privadas licenciadas para prestação de serviço, ao abrigo de contratos com os governos provinciais. No que toca ao cadastro nacional, Pedro Canga explicou ainda que durante muito tempo existiram problemas de sobreposição de responsabilidades na atribuição de espaços, o que fazia com que existissem por vezes mais do que uma pessoa com direito de posse de um terreno. Os ministérios da Agricultura e da Geologia e Minas, por exemplo, também já tiveram competência para atribuição de terrenos, para fins agrícola ou mineiro, respectivamente, situação que foi revista ao abrigo da aprovação da Lei de Terra que unificou o cadastramento e repôs a autoridade do IGCA, decisão que acabou por pôr fim aos conflitos causados pela duplicidade de processos e autorizações. O Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (antes Instituto de Geodesia e Cartografia) foi constituído em 2003, é pessoa colectiva de direito público com personalidade jurídica e autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Os institutos provinciais representam o IGCA central, e são serviços desconcentrados para assegurar a execução local e fazer funcionar as directrizes subordinadas de forma técnica e administrativa do Instituto, sem prejuízo das competências legais dos governos provinciais, podendo servir de apoio ao vice-governador para Área Técnica. Criação de Guiché para legalização das casas Durante o seminário, foi igualmente apresentado o projecto de constituição e funcionamento de um Guiché do Imóvel, bem como as inovações introduzidas no processo de registo predial angolano, que neste momento já está a ser implementado na nova centralidade do Kilamba, recentemente inaugurada pelo Chefe de Estado nos arredores de Luanda. Indagada sobre a questão, a jurista Tatiana Graça considerou que se avançou e se evoluiu consideravelmente neste domínio, para simplificar tudo o que envolvia a aquisição de uma residência, bem como toda a tramitação para a sua legalização, uma vez que no novo ordenamento jurídico o registo predial, para além da sua obrigatoriedade, obedece procedimentos mais directos. N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo Provincial de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | 7 Urbanismo e Habitação Problemática habitacional Zona litoral ganhará três novas centralidades De acordo com o vice-governador Henrique Calenga, a do Lobito é que está em fase mais avançada Ainda este ano, o governo da província de Benguela dará inicio a um programa de construção de 10 mil casas, cujo processo já iniciou na cidade de Benguela. Neste preciso momento a zona da Graça já está a beneficiar de obras para a construção de 3.500 casas; a Baía-Farta vai ter 1.000 casas; o Lobito também vai beneficiar de 3.500 e a Catumbela 2.000. Está também em curso, um processo de auto-construção dirigida de 1.200 casas, com duzentas casas em cada sede municipal. E stes dados foram divulgados, a margem do seminário promovido pelo governo de Benguela para abordagem da problemática da habitação, pelo vicegovernador para os Serviços Técnicos e Infraestruuras, Henrique Calenga, em entrevista concedida à Rádio Nacional em Benguela. O seminário, segundo disse, foi organizado tendo em conta “inúmeras dificuldades que encontramos na gestão urbana, e porque também notamos que há um elevado desconhecimento da população quanto as leis que existem, as metodologias para tratamento de documentação até chegar-se à fase de construção e legalização ao nível das instituições de registo predial”. Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 No seminário, disse Henrique Calenga, “abordamos o estado actual da gestão urbana em Benguela, os passos necessários para a gestão urbana desde o planeamento, loteamento até a fase de construção e licenciamento. Abordamos igualmente a questão das atribuições e competências do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola e falamos um pouco sobre o regulamento de concepção de terras e cadastro urbano e rural; abordamos também o papel e a intervenção do Instituto Nacional do Ordenamento do Território Urbano e das atribuições e competências deste órgão nos processos de ocupação e uso dos solos, do registo predial, ou seja, do processo de registo predial, de terrenos e edifícios. Fomos um bocado mais ao detalhe e vimos quais os documentos necessários”. Instado sobre o desordenamento da construção ao nível dos bairros periféricos, e sobre o que se está a fazer para normalizar esse quadro, Henrique Calenga começou por responder que “todo o processo de planeamento urbano começa pela urbanização”, acrescentando que, há necessidade de “se encontrar terrenos urbanizáveis, dotar esses terrenos de infra-estruturas de distribuição de água e de energia, e depois fazermos os loteamentos para que a população possa fazer as suas casas em locais com dignidade para dar melhor qualidade à sua vida”. Sobre as acções preconizadas, o vice-governador Calenga referiu que, neste momento existem vários programas em curso “designadamente, o Programa Nacional de Habitação que contemplará, ainda este ano, o inicio da construção de 10 mil fogos, cujo processo já iniciou na cidade de Benguela”. E adiantou que “neste preciso momento a zona da Graça já está a beneficiar de obras para a construção de 3.500 casas; a Baía-Farta vai ter 1.000 casas; o Lobito também vai beneficiar de 3.500 e a Catumbela de 2.000”. Do mesmo modo, disse ainda, “está igualmente em curso um processo de auto-construção dirigida de 1.200 casas, com 200 casas em cada sede municipal, ao abrigo de um programa em que a população encontrará um terreno já urbanizado, trabalho que será feito pelo governo, e depois receberá os kits para auto-construção dirigida, com acompanhamento das autoridades locais”. Henrique Calenga anunciou igualmente que, em “paralelo ao programa de construção das 10 mil casas para Benguela, mais as 1.200 da auto-construção dirigida, por ocasião da inauguração da nova centralidade de Kilamba, em Luanda, foi apresentado um projecto que dará a província de Benguela três centralidades: uma no Lobito, outra na Catumbela e a terceira em Benguela”. Segundo aquele governante, “a centralidade do Lobito é a que está mais avançada, já em fase de estudos e de projectos e para os casos de Benguela e a da Catumbela também já se realizou uma reunião com os empreiteiros e outros parceiros, para que esse projecto seja implementado com a participação pública e privada”. À parte dessas iniciativas do governo, complementou, “existem outras de domínio privado no Lobito, na Catumbela e em Benguela porque construir casas também é um negócio”. Sobre as políticas que estão traçadas para as zonas sem ordenamento, Henrique Calenga esclareceu que, “há várias modalidades que os países usam e o que o nosso governo tem gizado para as populações que estão em zonas de risco, em locais de passagem de água por exemplo, é que serão as primeiras a ser transladadas para áreas onde serão construídas as primeiras residências”. Isso quer dizer que, acrescentou, “as populações que estão em zonas de risco, vão ser as primeiras a ser beneficiadas com os primeiros lotes dessas casas que o governo mandará construir. E depois, obviamente, também haverá um processo em conjunto com a banca, que fará com que a população tenha acesso as residências. Neste momento, o governo já fez sair um regulamento que trata exactamente dessa questão, sobre a forma como a população pode ter acesso as residências” - concluiu. | Benguela na rota do desenvolvimento Celulose do Alto Catumbela O perigo dos resíduos tóxicos existentes naquela unidade deixará de constituir preocupação para o governo e a população A questão da remoção dos produtos químicos existentes nas instalações fabris da Companhia de Celulose de Pasta de Papel de Angola, situada na comuna da Babaera, Alto Catumbela, município da Ganda, entrou já em fase de implementação, ao abrigo de um contrato celebrado pelo governo com a Águas de Angola, que contará com a parceria da Oikos e de uma empresa sul-africana. D e acordo com o levantamento efectuado pela referida empresa, existem naquela unidade fabril paralisada desde finais dos anos 80, no quadro da instabilidade causada pela guerra, cerca de 100 toneladas de produtos altamente tóxicos como o perclorato de sódio, armazenado em condições deficientes numa nave em ruínas (cobertura e paredes), mais cerca de 3 toneladas de outros químicos diversos, tais como a soda cáustica, enxofre, permanganato de potássio e cloro em pó que também se encontram a céu aberto no que resta de um armazém que ardeu em 2004. Mas, segundo o levantamento, existem ainda resíduos de soluções ácidas e alcalinas que restam nos cerca de meia centena de reservatórios diversos, distribuídos pelas instalações da antiga Celulose, em condições muito precárias de estanquicidade Os estudos realizados confirmaram que a variedade de produtos tóxicos estão espalhados basicamente por quatro locais diferentes, três dos quais, nas instalações fabris e o último, junto à estrada de ligação entre a Ganda e área geográfica da província do Huambo, que também apresenta elevado risco de contágio e toxidade. A ameaça da perigosidade dos produtos químicos tornou-se evidente quando, após a paralisação, aquela unidade fabril foi alvo de vários assaltos e actos de vandalismo, destruição e subtracção de parte considerável do seu património, maquinaria e meios. Foi assim que, em 1996, quando a situação passou a oferecer melhores garantias de segurança, como medida extrema para se evitar que ocorresse um grande desastre, a Comissão de Gestão da unidade então criada decidiu que fossem enterradas 5 botijas contendo gás cloro, com um total de 200 l (aproximadamente 10 bar). Entretanto, em 2004, ocorreu um incêndio no armazém de químicos, que apesar de prontamente combatido, afectou profundamente toda a estrutura de protecção. A partir daí, os produtos que as naves continham ficaram expostos ao sol e a chuva, situação que só não atingiu proporções de grande gravidade, como ressalta o levantamento, graças a forma abnegada como a Comissão de Gestão manteve as populações e os animais que vivem em redor, afastados das zonas de contágio. Apesar do perímetro da antiga fábrica permanecer fechado, as condições de segurança sempre foram precárias. A população, alertada para os perigos de contaminação, manteve-se distanciada, mas, nem sempre foi possível evitar a entrada esporádica de animais, particularmente de gado bovino, de que resultaram, inclusive, algumas mortes. O levantamento reporta ainda que a zona apresenta sintomas evidentes de contaminação nos solos adjacentes aos locais de armazenamento, que o cheiro a químicos junto às instalações (particularmente a derivados clorados) é evidente, e segundo o coordenador da Comissão de Gestão que exerce igualmente as funções de administrador comunal, é frequente a existência de perturbações respiratórias entre a população residente nas imediações. O cronograma da intervenção da empresa de Águas de Angola estabelece três fases para resolução definitiva deste caso que tem preocupado, sobremaneira, as autoridades locais e centrais. Assim, na primeira fase tudo será feito para travar de imediato a contaminação e a possibilidade de contacto com os produ- tos, aproveitando o período seco e antes que iniciem as chuvas; a segunda, levar os produtos para o aterro controlado, e a terceira, para desmantelar, em condições de segurança, os reservatórios ainda existentes. A intervenção da primeira fase engloba a recolha dos químicos do armazém que ardeu, bem como, do perclorato de sódio em contentores que serão depois isolados e selados, mas também a limpeza dos dois armazéns com neutralizantes dos efeitos nocivos, a posterior demolição e colocação dos inertes também em contentores, respeitando os mesmos procedimentos de segurança com arrumação dos meios numa zona inviolável do perímetro da fábrica que não permita o acesso quer da população quer de animais. Seguir-se-á então a identificação dos pontos frágeis dos reservatórios metálicos, e o isolamento dos mesmos com uma substância adequada, provavelmente material de fibra de vidro ou resinas epóxidas especiais, consoante os casos. A segunda e terceira fases serão essencialmente de desmantelamento de todas as estruturas de acondicionamento, manuseamento e transporte. “A intervenção da primeira fase engloba a recolha dos químicos do armazém que ardeu, do perclorato de sódio em contentores que serão depois isolados e selados, a limpeza dos dois armazéns com neutralizantes dos efeitos nocivos e a posterior demolição e colocação dos inertes também em contentores” N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo Provincial de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | História da Celulose Botijas de cloro enterradas A informação produzida como resultado do levantamento efectuado pelos técnicos da empresa Águas de Angola refere que, a questão das cinco botijas de cloro enterradas desde 1996 nas proximidades da estrada que liga o município da Ganda à província do Huambo, constitui igualmente um grande perigo, porque, conforme atesta, o gás que elas contêm, considerado potencialmente letal, não será neutralizado nem reciclado pela natureza e, com o passar do tempo, aumentará o risco de degradação dos recipientes. Consequentemente, a sua libertação descontrolada, não admitirá acções de controlo fáceis. Nesse sentido, a solução apresentada pela empresa Águas de Angola passa pelo confinamento das botijas numa caixa de betão, com os espaços interiores preenchidos com neutralizantes. Para todas as acções equacionadas, a referida empresa estima que serão utilizadas mais de 1.000 toneladas de betão e aproximadamente 400 m3 de neutralizantes. O tempo de duração da empreitada bem como os custos globais não estão referenciados, mas estima-se que não será inferior aos dois milhões de dólares. Para além da Águas de Angola que fará a contentorização e selagem de resíduos, o transporte e a deposição em aterro seguro, intervirão as empresas Oikos, com representação em Benguela, e a Old World, da África do Sul. A primeira será responsável pelo revestimento de silos e acessórios para isolamento e impedimento de fugas, mas está também habilitada para trabalhos de hidráulica e construção civil, enquanto que a parceira sul-africana se encarregará do apoio técnico à neutralização de produtos químicos. De acordo com os relatórios periódicos referentes ao mês de Junho, as primeiras equipas de intervenção já começaram a actuar, com o intuito de planificar a execução dos trabalhos e identificação de meios necessários. A previsão, por essa altura, é que já terão iniciado acções para a desmatação da área, aquisição ou aluguer de meios e equipamentos de protecção individual, bem como dos contentores e produtos químicos para neutralização dos resíduos. Da parte do governo, segundo os relatórios, não tem havido constrangimentos na execução física e financeira do orçamento acordado. Até Junho já se acusava a recepção do equivalente a 40% no domínio financeiro, contra 10% da execução física prevista e executada. Por enquanto, não existe informação sobre o futuro da Companhia de Celulose de Pasta de Papel de Angola. A quase totalidade do seu equipamento não reúne condições de recuperação e a aposta em manter-se essa actividade requer praticamente um investimento de raiz. Contudo, por se tratar de uma actividade altamente poluente, principalmente para o rio Catumbela, o mais provável é que, uma unidade do género, ali, já não é aconselhável. Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 Assim se fez história Companhia de Celulose do Alto Catumbela O gigante morto que cumpriu com o seu papel Eng.º Gomes Bento A Celulose do Alto Catumbela, como tantas outras unidades fabris que nasceram até meados do século passado, foi sedeada no cruzamento de um curso permanente de água com uma estrada e um caminho-de-ferro. Ao tempo da sua criação, a linha eléctrica era projectada para tocar a mesma encruzilhada. A o redor da sede da empresa, desenvolvia-se uma das maiores plantações de árvores de Angola. Chegou-se a afirmar ser a maior floresta privada do mundo no tocante ao eucalipto. A madeira é a principal fonte de matéria-prima das fábricas de celulose. Nos nossos dias, existem fábricas de celulose que importam madeira desde países longínquos, situados a milhares de quilómetros de distância e separados por oceanos. Da pasta celulósica faz-se o papel e um sem número de artigos recicláveis. Na composição do fibrocimento também entrava pasta celulósica. No meio rural, não deve evitar-se o uso de pasta celulósica para certos isolamentos térmicos, como é o caso do exterior dos fornos de pão. As fábricas de celulose são muito poluentes, ao passo que as de papel são bem aceites nos países desenvolvidos. Por outro lado, é muito oneroso o tratamento das águas residuais e dos fumos das suas chaminés. O custo específico da despoluição diminui com o aumento dos níveis de produção, mas para serem competitivas, devem produzir acima das mil toneladas de pasta por dia, o suficiente para alimentar dois comboios diários em direcção ao porto de embarque, o do Lobito, o mais provável, no caso de Angola. A laboração das fábricas de celulose é contínua e a concorrência internacional não se compadece com debilidades nas redes técnicas nacionais que servem essas fábricas, nem com demoras de produtos químicos nos portos de desembarque ou nos comboios descarrilados. E uma década de intensas plantações de eucalipto será necessária, para que Angola possua matéria-prima suficiente que garanta a laboração de uma competitiva fábrica de celulose. Os países desenvolvidos, obviamente grandes consumidores e grandes produtores de papel, não sentem necessidade de construir novas fábricas para produzir pasta celulósica nos seus territórios. Isto porque o preço apresenta pouca flutuação no mercado internacional, já que são esses países que fabricam os equipamentos e porque a legislação ambiental é exigente no que giza a efluentes das fábricas de celulose. Em cada hora que passa, produzem-se centenas de toneladas de vapor de água nessas fábricas, usando combustível fóssil. Em menor quantidade, também se utilizam os resíduos e os concentrados de fibras de madeira do processo para alimentação das caldeiras químicas que emanam compostos de enxofre, e das caldeiras de simples produção de vapor. Em Angola, estes produtos químicos davam origem a chuva ácida, sempre que o fumo não era purificado antes da sua passagem à chaminé, isto é, sempre que os electrofiltros de alta tensão não estivessem activados. A contribuição para o efeito de estufa, cada vez mais é penalizada pela legislação internacional. A África do Sul, por exemplo, prefere que a sua electricidade atravesse Angola de Norte a Sul, a pagar elevadas somas pelos fumos sulfurosos das suas centrais a carvão. Então, nesses países desenvolvidos, torna-se pouco aliciante a implantação de complexos de produção simultânea de pasta e de papel. Celulose e Hidroeléctrica nasceram da mesma “barriga” A primeira pasta celulósica de Angola foi produzida há quarenta e quatro anos, mais precisamente, em Novembro de 1962. As potenciais fontes de matéria-prima para produção de pasta celulósica são a madeira, o sisal, as canas, os caniços e o capim elefante. Não há notícia de que a Celulose tenha efectuado experiências com embondeiro. Contudo, a sua mecanização afigura-se onerosa. Nem toda a madeira é apta para produzir pasta celulósica. Certas espécies de eucalipto são mais apropriadas que outras. De um modo geral, é mais utilizado o eucalipto rectilíneo, que desenvolve pequenos galhos apenas na extremidade superior. No Alto Catumbela, as destroçadeiras não aceitavam diâmetros superiores a quarenta centímetros nos troncos direitos, e muito menos nos troncos com curvatura. Nos seus trinta a quarenta anos 10 | Benguela na rota do desenvolvimento História da Celulose de vida, este eucalipto celulósico apresenta grande produtividade de cavacos, facilmente desintegráveis durante a “cozedura”. Então, o eucalipto celulósico ou “salygna” no nosso caso, permite quatro a cinco cortes antes da raiz ser arrancada para deixar espaço a outro eucalipto de viveiro. Da madeira de eucalipto obtém-se pasta de fibra curta que produz bons papéis de escrita, enquanto que, das resinosas e do sisal com o nome comercial de “estopa”, se obtém pasta de fibra longa, mais apropriada para o fabrico de papéis resistentes, como os da sacaria e os dos cartões canelados. Pinheiros e cedros permitem apenas um corte no seu longo ciclo de vida, e daí o conselho de não se cortar uma resinosa sem antes plantar, pelo menos, outra. O atropelo da legislação ambiental ao instalar uma fábrica de celulose, pode contaminar irremediavelmente um pequeno rio como o Catumbela e provocar dificuldades de aprendizagem nas crianças que usarem a água desse rio. Nos países nórdicos, dá-se especial ênfase à legislação ambiental. O parlamento sueco legislou a proibição de construção de certo tipo de barragens e decidiu encerrar os seus reactores termoeléctricos, mesmo antes de saber onde obter grande parte da energia de que a nação necessita. Na região de Kakoma e antes do avanço das plantações de eucaliptos e de pinheiros na área, as crianças dispunham de maiores escoamentos de água superficial para brincar. Em 1972, acordou-se que as plantações dos perímetros florestais deveriam afastar-se das linhas de água. A primeira direcção angolana da Celulose ratificou a ideia de manter esse afastamento em quinhentos metros. A Celulose do Alto Catumbela e a Hidroeléctrica do Alto Catumbela nasceram da mesma “barriga”. Não é caso único de verdadeira geminação da indústria com a hidroelectricidade. Também a Celangol e a então provável Hidroeléctrica do N’Govi se justificavam uma à outra. A Celangol era concorrente da Celulose do Alto Catumbela e, felizmente, foi afastada do foral da cidade da Caála. O demoníaco ambiente criado pela Celangol, amoníacos e outras fábricas químicas muito poluentes, teriam despoletado uma catástrofe ecológica na Caála, uma das regiões mais altas de Angola, que alimenta dois principais cursos de água nacionais (Keve e Catumbela) e um rio internacional (Cunene) que, nos seus troços médio e baixo, rasga a fronteira com a Namíbia. Abençoada independência que, adiando o avanço da indústria poluente do Parque Industrial do Huambo, contribuiu para que perdurem os laços de amizade entre angolanos e namibianos que bebem da bacia hidrográfica do rio Cunene. Afastada da Caála, a Celangol tentou ins- talar-se no Negrão. Era solução inteligente que, contudo, não deixou de ser regateada pela edilidade do Lobito. Hoje, para instalar uma competitiva fábrica de celulose, o dedo indicador aponta as margens íngremes do rio Mina, afluente do rio Cavaco, um pouco para lá do Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela-2. É óbvio que a água teria de ser levada a essa região, num já sonhado projecto integrado de Águas-Electricidade-Indústria-Turismo-Desertificação-Assentamento Populacional. Em Lisboa, no Lobito e no Alto Catumbela, a Celulose e a Hidroeléctrica eram vizinhos, porta com porta. Consta que as fontes de financiamento da Celulose eram as mesmas da Hidroeléctrica e que os administradores das duas empresas permutavam de assento. Celulose activa significava poder colonial. Entre outras razões, havia um exército de dez mil assalariados florestais que, com seus familiares directos, representava uma centena de milhar de almas dependentes do dinheiro de Lisboa. Então, mesmo que ficasse mais económico importar papel, o negócio celulose era politicamente rentável para Lisboa. Aliás, uma celulose polivalente, isto é, capaz de produzir diversos produtos industriais com a prata da casa, seria uma boa aposta em situação de isolamento internacional. Recorde-se que a Celulose produzia grandes quantidades de soda cáustica, de cloro e de lixívia concentrada para servir de branqueador de lavadeira e para tratar água potável; de ácido clorídrico, de dióxido de cloro e de hidrogénio, além da produção básica de pasta celulósica, papel, sacos e saquetas que constituía o seu objecto social. Além da madeira, a Celulose consumia grandes quantidades de sal de cozinha, de lenha nativa, de cal e de caulino, além dos desperdícios de sisal, de papéis e de cartões; empregava cerca de dois mil trabalhadores e mantinha em movimento outros tantos motores eléctricos, grande parte dos quais acoplados a bombas hidráulicas. O poder celulósico para a Ganda e o Cubal e a nova era da fábrica No ano da produção histórica de 1973, a fábrica de Celulose consumiu mais água que a cidade de Luanda, e o seu consumo de electricidade superou o da cidade do Lobito. Se o desmantelamento dos equipamentos de produção da fábrica de celulose é visto com bons olhos, o mesmo não poderá dizer-se no que tange a auxiliares de produção como é o caso do tratamento de águas e dos armazéns que poderiam abastecer as cidades da Ganda e do Cubal, com bombagem apenas na origem, e ser transformados em escolas e hospital. A Empresa de Celulose tinha escola, pen- sionato, clube e cooperativa, levava ao Alto Catumbela desportistas e artistas de nome internacional, e acelerou a criação e o desenvolvimento da cidade da Ganda. De forma geral, fomentava actividade social, como foi o caso do “Sporting do Tchimbila”. Um dia, alguém poderá calcular quantos postos de trabalho indirectos eram induzidos pela Celulose, ou quanto o poder colonial ganhava com o seu “enraizamento celulósico” no meio rural, mesmo no limite da província de Benguela com a do Huambo e a igual distância das províncias do Kwanza Sul e da Huíla. Para Lisboa era tão importante que laborou até mesmo depois de iniciada a ponte aérea a partir do aeroporto do Huambo. Na Celulose, os salários fluíram até Outubro de 1975, data em que os “pneumáticos” sul-africanos dominavam as estradas asfaltadas a Sul do paralelo treze. Tivemos sorte em não ficar na sua emboscada de Catengue, talvez porque não trazíamos ninguém fardado. Vínhamos fugidos do Alto Catumbela, onde se ouvia o ribombar de canhões lá para os lados do Ukuma e nos haviam segredado que Augusto Chipenda acabava de tombar. Dois meses antes, a fábrica tinha parado abruptamente de laborar, porque parte dos seus técnicos haviam rumado para Sul, em busca de sítios mais calmos, já que os detentores de Tchindjenje e de Membassoko iniciavam o braço de ferro pelo controlo do troço Alto-Ganda. A última grande caravana com colaboradores da Celulose foi aclarar ideias numa fazenda do Cubal da Hanha. Depois de pernoitar sem dormir, dividiu-se e um seu integrante rumou à cidade do Cubal e daí à de Benguela, onde o aguardava a dupla de políticos Kassanji-Pepetela. No momento da paragem da fábrica, os sistemas hidráulicos de pasta celulósica ficaram repletos e só viriam a ser desentupidos após à chegada dos técnicos checoslovacos. Ainda bem que assim foi, porque só eles, os checos, sabiam naquele tempo, como reanimar intoxicados fabris, especialmente os que entrassem nos digestores de cavacos de madeira, sem as devidas precauções. Contudo, os auxiliares de produção de água, de vapor e de electricidade, começaram a laborar no início de 1976, de sorte que, para o dia primeiro de Maio, a fábrica produziu sacos de papel para fuba de milho, com a inscrição: 1º DE MAIO. O carimbo para essa inscrição foi executado manualmente, iniciando na tipografia da fábrica chefiada por Dinis Sakananga e passando pelo bisturi do então jovem colaborador Ricardo Lourinho, colocado na sala de desenho e terminando na fábrica de sacos. Um momento alto do ano de 1976 ocorreu às 20 horas do dia primeiro de Setembro quando, pela primeira vez desde a paralisação de 1975, a prata da casa produziu papel. A equipa da fábrica de papel era chefiada por Alberto Capoco e tinha Ricardo Kaála à frente da preparação da pasta celulósica. Farinha e Silva parabenizou por telefone, em virtude de estar a embarcar para o Brasil. No mesmo mês de Setembro de 1976, sucederam-se as ordens de fabrico de papel duplicador, de papel jornal e de papel fino de cinquenta gramas. Havia sono acumulado, muita euforia, camaradagem e satisfação profissional. Ainda em 1976, outra equipa chefiada por Victor de Sousa, quase esgotou o stock de bobinas de papel kraft, para executar uma encomenda de meio milhão de sacos de papel de 50 kilos, destinados à Cimenterie de Loutete, instalada na República do Congo. Perante tal aceleração, a ajuda não se fez esperar. A Comissão Administrativa actuou atempadamente. O IDIA apoiou no tratamento de águas e na manutenção em geral, com um técnico dinamarquês que usava a saliva na ponta do dedo como termómetro e a esferográfica no ouvido para detectar rolamentos em fim de vida. Todos o admiraram e respeitaram, quando detectou um rolamento gasto na máquina de papel número 1. De todo o lado, vinha apoio moral. Logo, logo foi empossada a nova direcção com o casal Nuno e Fátima Borges à cabeça e a assessoria de Roquito e Margot. Não tardaram os tecnólogos cubanos para a manutenção e, acto contínuo, os primeiros especialistas checoslovacos para a produção. Idóneos, idosos e bons no amplo sentido da palavra. Um deles foi visto a chorar na véspera do Natal de 1977, no seu posto de trabalho da fábrica de pasta, diante de uma pequena árvore de natal desmontável, sobre a secretária. Eram tempos de figuras públicas no Alto Catumbela como Alfredo Tchambalela, Pedro Canísio, Elias Dumbu, João Baião, Tito-Grilo, Paulino Alexandre, Paulo Xavier. Na Ganda, de Santos Nunda, Lili, Lúcio Amaral, Mateus Kalumbu, Rodrigues e tantos outros. A fábrica de Celulose foi arrancando à medida que se curavam as mazelas provocadas pela paragem intempestiva de 1975 e, em 1982, alcançava demandas de energia superiores a 5MW de ponta de carga, sem contar com a produção própria de electricidade. Ainda no ano de 1976, outro facto ocorreu, qual chama que se mantém viva: reparou-se a microturbina Pelton da central mista – hídrica e térmica – da missão da Kamela, situada nas proximidades de Tchindjendje, mas na outra margem do rio Kwiva. Na acção de manutenção, uma chumaceira da microturbina recebeu novo rolamento, obtido no armazém geral da Companhia de Celulose. E uma vez mais, se cruzaram os caminhos da Electricidade e da Celulose. N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo Provincial de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | 11 Noticiário professor e educador social têm a obrigatoriedade de transmitir essa mensagem as crianças com exactidão, porque faz parte do processo permanente de formação do homem novo. “O hino nacional tem um valor e está envolto num sentimento que ao entoarmo-lo, não devemos fazê-lo como se estivéssemos a cantar qualquer música, porque é necessário sentirmos orgulho, e esta consciência só poderá ser transmitida por todos os que interferem no processo de formação, com particular realce para os professores”, defendeu Fátima Viegas. Ao intervir também, Eliseu Epalanga, considerou o acto como um exercício patriótico, que contribuirá para que as crianças tenham noção do conhecimento e da importância dos símbolos nacionais, amadurecendo e consolidando o seu amor à pátria e a tudo o que nos identifica. Do mesmo modo, enalteceu o lançamento da Símbolos nacionais Defendida necessidade do respeito a partir da infância A directora do gabinete para a cidadania e sociedade civil do Comité Central do MPLA, Fátima Viegas, defendeu recentemente em Benguela, a necessidade se cultivar nas crianças o respeito pelos símbolos nacionais. Fátima Viegas que acompanhada pelo vice-governador para a Área Social e Política, Eliseu Epalanga presidiu o acto de apresentação da brochura intitulada “Conheça os símbolos nacionais”, referiu que aquela actividade estava inserida no ante-projecto sobre educação cívica, que visa levar para todas as crianças em idade escolar e não só, a mensagem sobre o significado dos símbolos nacionais. Aquela entidade considerou no entanto que o conteúdo da brochura não se destina apenas as crianças e adolescentes, mas também para os adultos, porque reflecte a necessidade de se despertar na sociedade, melhor consciência dos símbolos que nos identificam. É importante, disse Fátima Viegas, que cada cidadão conheça os símbolos que nos identificam enquanto angolanos, e é neste sentido que o Gabinete Cívico da Sociedade Civil, com uma metodologia bastante pedagógica leva ao conhecimento das crianças o conteúdo dos símbolos nacionais. E, concomitantemente, considerou que, ao tomarem contacto com o livro os leitores, crianças, adolescentes e adultos, verão que os símbolos nacionais têm um valor extraordinário, porque representam a bravura, a integridade e identidade do povo angolano e a soberania do país. Fátima Viegas defendeu, de igual modo, que é necessário que as crianças saibam o valor e o conteúdo de cada um dos nossos símbolos e que cada Promoção da Mulher intensifica acções de resgate dos valores morais A direcção da Família e Promoção da Mulher está a intensificar as acções de resgate dos valores morais e cívicos, visando contribuir para o desenvolvimento harmonioso da sociedade angolana Para o efeito, segundo a Angop a referida direcção realizou recentemente um seminário sobre o resgate dos valores morais e cívicos, no quadro da necessidade dos jovens contribuírem para o êxito do processo de ensinamento de bons costumes nas zonas rurais, peri-urbanas e rurais, com vista a restauração de um clima harmonioso na região e na sociedade em geral. Durante o encontro que teve a duração de algumas horas, os participantes debateram temas relacionados com “a globalização e os valores culturais, papel das organizações juvenis no combate ao consumo exagerado de bebidas alcoólicas e a sociedade civil no resgate de valores morais e cívicos”. Participaram membros das comissões municipais de resgate dos valores morais e cívicos de Benguela, Lobito e Baía-Farta, de organizações femininas, sociedade civil e interessados. A campanha nacional do resgate dos valores morais e cívicos lançada pelo ministério da Família e Promoção da Mulher, visa a reforçar a necessidade e a importância de reflexão para que se encontrem vias que conduzam os cidadãos ao conhecimento sobre as regras de convivência, respeito pela vida, pelos bens públicos e pelo amor ao próximo. A sensibilização da população sobre a importância da família e da sua união, coesão e harmonia, para a construção de uma sociedade sã, foram tidos igualmente como outros objectivos amplos da campanha. Num comunicado final, os participantes recomendaram a realização de encontros do género ao nível municipal, comunal e comunitário, bem como a produção de programas televisivos e radiofónicos que retratam a realidade sócio-cultural da sociedade angolana, com vista a redução do impacto negativo das novelas estrangeiras, baseadas em realidades sociais diferentes. Neste sentido, sugeriram que as empresas angolanas e estrangeiras que patrocinam as telenovelas produzidas no estrangeiro sejam encorajadas a procederem da mesma forma, em relação aos programas nacionais que incentivem os bons hábitos e costumes. Os participantes defenderam igualmente a necessidade de se desencorajar o consumo de bebidas alcoólicas no seio da família e dos jovens, por conduzir à prática da violência e de outras acções indecorosas. Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 brochura, destacando que o seu conteúdo deve ser complementado com a mobilização dos adultos e especialmente do corpo docente, que considerou como elo fundamental da cadeia de transmissão de conhecimentos ao aluno, levando-o a compreender a função e o significado dos símbolos nacionais. Segundo ainda aquele governante, é importante que seja dada a oportunidade de contacto contínuo com os símbolos nacionais, quais fazem parte da nossa identidade como povo independente e soberano, logo no inicio do processo de educação das crianças. Eliseu Epalanga pediu a toda sociedade para que no seio das famílias, no convívio quotidiano, nas igrejas, em todas as comunidades seja difundida a mensagem respeitante a importância da simbologia que dá corpo a nossa soberania, liberdade e independência. Povoação de Chico Waith ganha escola com oito salas A comunidade da povoação do Chico Waith, comuna do Maka-Mombolo, município do Balombo, ganhou recentemente uma escola primária com capacidade para mais de 500 alunos da pré ao primeiro ciclo do ensino secundário. A escola com oito salas de aulas vai ainda beneficiar alunos das aldeias de Cavava, Lumingo, Ngundjo, Sapukusso e Caconda. Construída pela organização americana Rise Internacional, com a comparticipação da administração municipal, a instituição escolar possui ainda dois gabinetes e o mesmo número de wc. Falando no acto de entrega da escola, a directora executiva da Rise Internacional, Lynn Cole, disse que a acção é resultado do trabalho conjugado de muitas pessoas, da ONG e da administração municipal. Pediu aos docentes e alunos melhor engajamento e aos residentes da localidade maior atenção, preservação da escola e conservação das carteiras, para garantir melhores condições de estudo e de trabalho. Por seu turno, o administrador da comuna do Maka-Mombolo, António Ngando, reconheceu os esforços empreendidos na edificação da estrutura escolar, acrescentando que “estas acções mostram o interesse de ver a comuna a desenvolver, depois de uma guerra que devastou todo país”. Desde a sua implementação em Angola em 2003, a ONG Rise Internacional construiu no país 134 escolas rurais com sistemas de fornecimento de água, das quais 15 na província de Benguela. A Rise Internacional desenvolve em Angola, para além de construção de escolas, programas sobre VIH/SIDA, fornecimento de água potável nas zonas rurais, micro-crédito, capacitação e superação de professores, entre outras acções sociais. Ambiente Abate de árvores preocupa governantes O corte indiscriminado de árvores em várias localidades da província de Benguela para a produção de lenha e carvão está a preocupar o governo da provincial, de acordo com Abrantes Carlos Sequesseque, director provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Falando à Angop, no final do encontro de esclarecimento e auscultação que manteve com líderes de várias organizações sociais, disse que o governo provincial está preocupado com a desmatação de forma arbitrária, visto que a província de Benguela está numa zona ecológica considerada frágil. Para o responsável, os argumentos que os exploradores destes recursos apresentam está relacionado com a pobreza, e que a lenha e o carvão são uma fonte de rendimentos. Mas, para aquele técnico da Agricultura, há necessidade de se acabar com esta acção, porque continuando assim, nos próximos tempo, não haverá matas e elas são importante para equilíbrio ecológico. Segundo Abrantes Sequesseque, concluiu-se que as populações têm consciência do perigo que constitui a desmatação, e por isso mesmo o governo vai conceber programas para que haja outra forma de rendimento para essas famílias, sem prejuízo para as matas. E a título de exemplo, indicou a existência do Programa de Desenvolvimento Rural para combate a fome e pobreza constante no projecto Crédito de Campanha Agrícola, destinado a camponeses e pequenos agricultores. Com esse programa, disse, os recursos disponibilizados pelo governo serão dedicados à produção agrícola ou pecuária, de forma a aumentar o rendimento e evitar a justificação do corte de árvores, por falta alegada falta de formas de subsistência de algumas famílias e comunidades que se dedicam ao abate indiscriminado de espécies para a produção de combustível lenhoso. Abrantes Sequesseque argumentou por outro lado, que os conflitos de terra não são muito acentuados na província de Benguela. O que têm surgido, explicou, estão relacionados com casos de herança e falta de entendimento entre as próprias famílias e o de aproveitamento das antigas fazendas, que no entanto considerou de fácil resolução da parte dos órgãos do Estado. Do mesmo modo, sustentou ainda que “a resolução destes focos de tensão passa necessariamente pela implementação de programas concretos de ordenamento rural, onde o governo poderá acomodar tantos os camponeses como os agricultores”, E com esse programa, disse, pretende-se satisfazer tanto o sector empresarial agrícola como o camponês, avançando que é interesse do Estado incentivar a produção no sentido de se combater a fome e a pobreza. O encontro juntou membros de organizações de concertação e auscultação social, líderes políticos e religiosos, autoridades tradicionais e da sociedade civil, e para além da desmatação, debateu questões ligadas ao relançamento da produção agrícola, crédito de campanha, programa de vacinação de gado bovino e situação das fazendas agro-pecuárias. 12 | Benguela na rota do desenvolvimento Obras Públicas Volume de empreitadas realizadas demonstra grande desempenho da governação O desempenho das actividades da direcção provincial das Obras Públicas durante o 1º trimestre de 2011, apesar de alguns constrangimentos, pode ser considerado positivo. No âmbito das suas atribuições e competências, pelas quais é a responsável pela execução da política do governo da província no domínio do fomento da construção civil e obras públicas, dos materiais de construção, estudos e elaboração de projectos, bem como de regulador da política empresarial neste domínio, este órgão pode ser considerado fulcral na análise do bom ou mau desempenho do executivo. O lado mais expressivo é, sem dúvida, o da construção, tido como alavanca de maior relevância económica e social, face o seu peso como gerador e dinamizador de emprego, e na esteira desse desiderato, porque engrandece as relações de desenvolvimento de outros sectores económicos multidisciplinares, é responsável, de maneira geral, por uma elevada parcela do investimento público, factor fundamental do crescimento económico da província. Com efeito, a direcção provincial das Obras Públicas assume-se, integralmente, como órgão executivo do governo para dar o cumprimento aos programas designados pelo executivo aos níveis central e local, procedendo a adjudicações, consignações, acompanhamento institucional, bem como a fiscalização de obras no domínio de edifícios públicos e monumentos, infra-estruturas e materiais de construção. Ao nível de infra-estruturas públicas, segundo o relatório/balanço das actividades do sector referentes ao primeiro trimestre do ano em curso, decorreram, no município da Ganda, três obras, nomeadamente, de reabilitação do troço de terceira ordem desvio Casseque – Mini-hídrica, a construção de uma ponte sobre o rio Capungo, no troço Caliti – Chipeiya e de outra sobre o rio Catamba no mesmo troço, com graus de execução de física de 15, 65 e 95%, respectivamente, e avaliadas em Kz 126.526.833,52 milhões. No município do Lobito, terminaram a empreitada de reabilitação de 16 km do troço de estrada entre a Canjala e Caenda (km 0 ao km 32), a abertura de arruamentos na urbanização do bairro do Wimbalambe e a execução da limpeza e desmatação no Culango, que custam ao governo Kz 60.231.505,00 milhões. Nesse período, executou-se também a movimentação de terras na plataforma integrada do corpo de efectivos do ministério do Interior na Canjala, a segunda fase de abertura de arruamentos na urbanização do Wimbalambe, acções de embelezamento, de colocação de lancis e passeios na cidade do Lobito e na vila da Catumbela, com custos que rondaram os Kz 35.386.950,00 milhões. O município do Bocoio, no mesmo período, contou com duas obras terminadas e quatro em curso, designadamente, a reabilitação em terraplanagem do troço Bocoio – Cangoia, de 13 km da via entre a estrada nacional n.º 250 e a construção de valetas em betão (582ml) na comuna do Passe, de 33km da via e de três pontes do troço situado no desvio da estrada nacional n.º 250 no Cubal do Lumbo, bem como de 15km da via entre a Tola e a comuna do Cawombué. Estas empreitadas custaram Kz 180.037.794,70 milhões. “a segunda fase de abertura de arruamentos na urbanização do Wimbalambe, acções de embelezamento, de colocação de lancis e passeios na cidade do Lobito e na vila da Catumbela” O município do Balombo contou com a empreitada de reabilitação em terraplenagem de 30km da via que liga a comuna do Makamombolo, bem como das passagens hidráulicas, que totalizaram Kz 140.887.196,28 milhões. Acções a cargo do INEA No âmbito de recuperação das infra-estruturas rodoviárias, esta direcção provincial tem procurado manter o estado actual da estrada nacional n.º 100 (troço Lobito/Benguela), através da intervenção das suas equipas técnicas na recuperação, manutenção e substituição dos separadores das faixas de rodagem e guardas de segurança metálicas, bem como a recolocação de sinais e correcções pontuais nos retornos, com a intervenção do empreiteiro. Por outro lado, assegura a limpeza geral do pavimento retirando os detritos que sistematicamente surgem em consequência do movimento de viaturas, particularmente pesadas. O troço da estrada nacional n.º 100-2 (ramal da Baía-Farta) apresentava uma degradação muito acentuada e, que por administração N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo Provincial de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | 13 Obras Públicas directa do INEA, sofreu alguma intervenção no decorrer do último trimestre do ano findo, com excepção das lombas. Por altura da realização dos trabalhos ocorreram dificuldades no fornecimento do material, mas procurouse fazer o melhor para garantir a transitabilidade de veículos com menos constrangimentos, enquanto se aguarda pelo inicio da reabilitação mais profunda que já está programada. Obras de contratação de âmbito central Neste domínio, a tarefa da direcção provincial de Obras Públicas consistiu apenas no acompanhamento e supervisão dos trabalhos em curso, que decorreram num ritmo satisfatório, segundo o relatório. Assim, foram realizadas as empreitadas de construção da estrada de acesso ao bairro da nossa Senhora da Graça, asfaltagem do troço Balombo – Ganda, bem como a construção de residências para juventude. Na estrada nacional n.º 100, troço que liga o Lobito a Benguela, foram concluídos os trabalhos nas zonas de retorno no último trimestre do ano transacto, que estiveram a cargo do empreiteiro Mota - Engil. No período em referência, levou-se a cabo a correcção das intervenções nalguns retornos, face a destruição dos mesmos por viaturas pesadas. Ainda nessa estrada nacional, o troço entre o rio Eval e o Lobito apresentava saturação e deformação do pavimento, com maior índice de obstrução numa extensão de mais ou menos 50 km contra os 101 km de troço. Para o efeito, foi criada uma brigada mecanizada que está envolvida nessa empreitada que, posteriormente, será complementada com algum equipamento da firma Mota-Engil. Nessa altura, diversas operações foram efectuadas e continuam a estender-se ao longo da via. Os trabalhos na estrada nacional n.º100, no troço entre a rotunda do INEA e o km Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 0 no desvio da estrada Catengue, a cargo da Odebrecht, estiveram paralisados por falta de afectação de recursos. Ainda nesta estrada, mas no troço em direcção ao Dombe Grande, numa extensão de 43 km, o empreiteiro, a Odebrecht, concluiu os trabalhos de recuperação da via. Mas, saliente-se que, devido as calamidades naturais ocorridas na região, a circulação de viaturas pesadas pelas pontes sobre os rios Chivangurula e Coporolo foi condicionada. Tratam-se de infra-estruturas antigas e construídas com uma tecnologia que já não se enquadra na actualidade. Para o efeito, estão a decorrer estudos para ajudar futuras decisões sobre a sua substituição ou não por uma estrutura metálica, por enquanto, e, posteriormente, por uma definitiva. Do mesmo modo, foram realizados trabalhos preparatórios para a reabilitação das pontes sobre os rios Uche e Cocumba. No troço Dombe Grande – Equimina num total de 50 km, o empreiteiro, Terponte SA reiniciou a obra no último trimestre do ano findo, depois de uma paralisação no final do ano. Mas, de acordo com o balanço da direcção de Obras Públicas, no primeiro trimestre não ocorreram progressos consideráveis, pelo que, os indicadores de referência são os mesmos comparados com os do ano transacto. O relatório regista a ocorrência de deformações e estoiro contínuo do pavimento em quase toda a extensão de 108 km no troço entre Catengue e a Ganda, presumindo-se que seja consequência da preparação das camadas de base e sub base, assim como do efeito das condições geográficas. A empreitada, com duração de 12 meses, esteve a cargo da Conduril e foi fiscalizada pela Dar Al-Handasah. Entre Catengue e o Coporolo, numa extensão de 45,5 km, ocorreram ainda trabalhos de sinalização realizados pelo consórcio Lugomaco/Angolaca. Mas, entre o Coporolo e Quilengues, cerca de 86 km, empreitada a cargo da Construtora Camargo que tinha prazo de execução de 12 meses, a obra está paralisada faz mais de um ano, em função da falta de recursos financeiros. No período em referência criou-se uma equipe de emergência para aferir este caso, face ao índice de degradação muito acentuada que se constatou na via, para além da constatação da fraca qualidade do tipo do material aplicado, tendo ocorrido também a falta de pinos e manutenção na ponte. Edifícios públicos As acções inseridas no Programa de Investimentos Públicos contemplam oito dos nove municípios da província, ficando de fora o município da Baía-Farta por se ter terminado já as suas acções que estavam previstas. Assim sendo, no trimestre em questão há a referenciar a execução da empreitada de construção da escola secundária do I e II ciclos do ensino Técnico Profissional da Ganda, na sede, a reabilitação da residência do padre da missão da Cawanga e a construção de outras para os comandantes da Polícia Nacional, bem como as instalações para os postos policiais nas comunas do Casseque, Ebanga, Babaera e Chicuma, que orçaram na totalida- “Por altura da realização dos trabalhos ocorreram dificuldades no fornecimento do material, mas procurou-se fazer o melhor para garantir a transitabilidade de veículos com menos constrangimentos, enquanto se aguarda pelo inicio da reabilitação mais profunda que já está programada.” 14 | Benguela na rota do desenvolvimento Obras Públicas de, os Kz 732.310.946,30 milhões. No município de Benguela decorreu a reabilitação e apetrechamento da escola do 2º ciclo Comandante Kassange, com um contrato no valor de Kz 464.353.907,70 milhões, enquanto que, no município do Lobito, decorreu a empreitada de fornecimento e montagem de 12 residências sociais na urbanização do Cajueiro, no valor de Kz 45.864.000,00 milhões. Já no município do Bocoio, decorreu a construção de um balneário público que custou ao governo 7.999.000,00 milhões, mais um posto de polícia na comuna do Cubal do Lumbo, no valor de Kz 25.000.000,00 milhões, de uma residência para o comandante da Polícia, no valor de Kz 15.000.000,00 milhões. Nessa localidade, o governo contemplou de igual modo a construção de uma residência para o soba no valor de Kz 10.000.000,00 milhões. No município da Ganda, comuna do Casseque, efectuou-se a conclusão da escola e ampliação de 6 salas de aulas, a construção das residências dos enfermeiros, dos professores, de um posto de polícia, de um posto de saúde e da residência do vice-administrador que totalizam os Kz 148.325.478,92 milhões. Na comuna da Ebanga foi realizada apenas a reabilitação e ampliação da escola de 5 salas, no valor de Kz 42.566.300,83 milhões. No município de Caimbambo, comuna do Wiyangombe, realizou-se a construção do posto de saúde, no valor de Kz 16.500.000,00, enquanto que a comuna de Cayave foi contemplada também com um posto de saúde, que teve um custo de Kz 16.500.000,00 milhões. O Programa de Investimentos Públicos beneficiou o município do Chongoroi com mais obras, designadamente seis, que começaram na comuna do Senje com a construção da administração, da residência do administrador e da casa de passagem comunal, e terminaram na comuna do Camuine com a construção do mesmo conjunto de infra-estruturas que orçaram um total de Kz 124.930.996,00 milhões. A zona de Capilongo, em Benguela, também ganhou um posto policial, bem como a construção de uma residência para o comandante da Polícia Nacional, que consumiram Kz 39.473.928,37 milhões. O município sede contou com o maior bolo do orçamento com a implementação das obras de reabilitação e ampliação do centro infantil Pioneiro Zeca, de transformação dos armazéns em gabinetes no r/c do edifício sede do governo provincial de Benguela (3ª fase), a construção de um templo da Igreja Tocoísta, a reabilitação do escritório do Instituto de Pesca Artesanal, a reabilitação, fornecimento e aplicação de equipamento das instalações da Faculdade de Medicina, que custaram ao orçamento um total de Kz 640.850.904.31 milhões. O PIP contemplou igualmente o Biópio, comuna do município do Lobito com a construção de um posto de polícia, bem como da residência do comandante e na sede, com a reabilitação e ampliação da escola Cdte Dangereaux, que totalizam os Kz 168.665.837.87 milhões. O Bocoio contou com outra grande fatia, designadamente, a construção de um posto policial e da residência do comandante da polícia na comuna do Passe, a comuna do Cubal do Lumbo com a ampliação de uma escola de 3 salas de aula, a comuna do Monte Belo (povoação da Tola) das residências para professores e enfermeiros e de 6 salas de aulas. Já a comuna da Chila beneficiou com a construção da administração comunal, da residência do administrador e do vice, da casa de passagem comunal, de um posto médico, e igualmente das residências dos enfermeiros e dos professores, de uma escola de 6 salas de aulas que custaram o total de Kz 290.204.022.02 milhões. Estrada nacional nº 250 km 32 Bocoio/Balombo O troço em referência inicia no km 32 da via que liga o Bocoio e o Balombo, numa extensão de 118,6 km. O empreiteiro Queiroz Galvão retomou a sua actividade mas, não da forma célere engajada como se pretendia. Limitou-se apenas a fazer correcções e outros trabalhos de pouco vulto. O sub troço em falta, continua na mesma e a fábrica do betão betuminoso que é o órgão fornecedor do produto pretensioso (o asfalto) está praticamente paralisada. O sub troço já melhorado começa degradar-se, sem contudo continuarem com a camada de base e sub base. Registaram-se também danos na drenagem sobre o rio Cutembo, cujos pinos já foram reaplicados bem como garantida a sua manutenção. No sub troço Balombo – Ussoque desta mesma estrada nacional, o empreiteiro MCA, conforme comentários anteriores, deu inicio à recuperação do pavimento no troço. Destaca-se até essa altura a abertura das juntas de dilatação das pontes Caála e ChandongoI, que aumenta cada vez mais e o inicio de uma outra (Chongongo II) que pelo movimento do tráfego, devem com brevidade, merecer um tratamento. Salienta-se também que a ausência de reflexão de sinais tem aumentado sistematicamente, sugerindo que sejam substituídos por outros, já que não houve recuperação de guardas de segurança. A situação é igualmente grave no troço entre a Ganda e Quinjenje, da estrada nacional n.º 260, a cargo da Odebrecht. O troço em causa está bastante crítico e têm-se verificado paralisações do tráfego. Esta é uma região de chuvas torrenciais que provocam sistematicamente grandes estragos na via, que em mais de metade da sua extensão ainda não beneficiou do tapete asfáltico. Ao longo da mesma existem nascentes e poços de água, que dificultam também, sobremaneira, a circulação rodoviária nessa época, sugerindo-se a realização de novos estudos para que, a breve trecho, se possa fazer o tráfego mais célere e confortável. Na estrada nacional n.º 105, ainda na ligação entre Benguela e Catengue, sob responsabilidade da Odebrecht, foram efectuadas algumas correcções, com excepção de alguns pendentes que contemplavam o projecto e que por razões financeiras não foram executadas até a data. Este balanço prosseguirá na próxima edição, em que procuraremos, igualmente, contar com uma abordagem do director das Obras Públicas, Elmano Inácio, que apontou já como um dos maiores estrangulamentos do funcionamento de uma parte considerável das empresas envolvidas nessas acções, a falta de mão-de-obra especializada, inclusive de quadros administrativos. N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo Provincial de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | 15 Família e Promoção da Mulher Balanço do sector confirma avanços da integração feminina A representatividade das mulheres nos diferentes níveis da vida política, económica e social da província subiu consideravelmente, mas há a pretensão de se aumentar. Nas das administrações municipais 22,2% dos cargos de direcção e outros são ocupados por mulheres, nas comunais 20%. No executivo subiu para 17,3% e no exercício político (a nível do parlamento, no círculo provincial) é de 50% sendo igualmente de realce no poder judicial. O s dados foram revelados pela directora da pasta da Família e Promoção da Mulher, Idalina Carlos, que considerou, numa entrevista exclusiva a este suplemento, que o órgão que dirige tem trabalhado seriamente em prol da valorização do papel da mulher na sociedade, e que existe parceria com todos os sectores que directamente intervêm na melhoria da sua condição de vida económica e social, assim como da família. Idalina Carlos esclareceu que, no âmbito das suas atribuições, a direcção tem desenvolvido um programa que contempla vários itens, com particular destaque para o de “resgate dos valores morais e cívicos” que conta igualmente com a intervenção de organizações da sociedade civil, não governamentais e das igrejas. A comissão criada por despacho governamental trabalha para a capacitação e os resgates dos valores morais, cívicos e culturais, com vista a melhorar a conduta social das famílias e da sociedade em todos os municípios da província. Aquela entidade disse também que o programa de competências familiares foi o que mereceu particular destaque da sua direcção. Está, em fase de implementação com base nos 11 compromissos assumidos pelo governo angolano para com a criança. A direcção, segundo Idalina Carlos, tem assumido também o papel de advocacia no trabalho com as instituições financeiras com representação na província, no sentido de se incentivar as comunidades e as famílias a aderirem aos programas de micro-crédito, ao abrigo das diferentes estratégias de combate a pobreza. Como balanço, nesse trimestre, realizaram, em parceria do Banco Sol, seminários sobre a aderência ao micro-crédito nos municípios do Lobito, Benguela e Cubal. Embora não referenciando os montantes envolvidos, ao fazer um balanço e a avaliação da implementação desses programas, Idalina Carlos destacou o impacto como extremamente positivo, independentemente de alguns factores que ainda contribuem para a reduzida adesão das mulheres, fundamentalmente nas rurais, como por exemplo, a falta de documentos de identifica- ção nacional. A directora da Família e Promoção da Mulher realçou que com o sector da Agricultura e Desenvolvimento Rural, desenvolve programas ligados ao crédito de campanha agrícola. A principal filosofia de trabalho da direcção, acrescentou, é fazer com que a mulher se enquadre nas associações de camponeses. Do mesmo modo, tem prestado atenção especial ao programa ligado a violência doméstica, e para o efeito, ao longo do trimestre foram realizadas seis palestras para abordagem de temas ligados com a fuga à paternidade nos municípios de Benguela, Caimbambo, Cubal e Baía-Farta dirigidos a igrejas, grupos juvenis e casais, com o objectivo de transmitir normas de convivência familiar saudável. E realçou que o Centro de Aconselhamento familiar registou 605 casos de violência diversa, mas, igualmente, várias queixas de fuga a paternidade, bem como o incumprimento na atribuição de mesadas. Com a aprovação da Lei Contra a Violência Doméstica aprovada recentemente, Idalina Carlos disse que conta-se agora com um instrumento jurídico que vai penalizar os casos de excesso que ocorrem no seio familiar, pois a função das disposições do diploma também devem ser vistas como uma forma de mediação para as questões de conflito. Sobre a observância da política do género, afirmou que a nível da província de Benguela, a representação da mulher nesses últimos tempos atingiu níveis significativos, comparativamente aos anos anteriores. Assim, no que toca as administrações municipais há representatividade de 22,2% e nas comunais 20%. No que diz respeito ao executivo, entre directores e delegados a representação subiu para 17,3% e no exercício político (a nível do parlamento, no círculo provincial) é de 50% de mulheres. No poder judicial, há também uma participação significativa, com particular destaque para juízas. E disse ainda que se pretende ganhar maior representatividade em diversas áreas da vida governativa e política, e para o efeito, pede que as mulheres se filiem mais na diversidade de organizações, para que possam fazer valer a sua influência. CE “A direcção tem assumido também o papel de advocacia no trabalho com as instituições financeiras com representação na província, no sentido de se incentivar as comunidades e as famílias a aderirem aos programas de micro-crédito, ao abrigo das diferentes estratégias de combate a pobreza” Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 16 | Benguela na rota do desenvolvimento Auditoria aos Órgãos do Governo Auditoria na execução financeira para consolidar a transparência na gestão pública Ao abrigo da necessidade da observância de rigor, transparência, legalidade e ética na execução orçamental, o governo provincial de Benguela contratou os serviços da Galvão Branco (GB) Consultores Reunidos, Lda. para a formação dos seus quadros gestores, por via de um seminário de esclarecimento sobre os meandros da auditoria das suas unidades orçamentais e órgãos dependentes, um procedimento que passará a ser regular. D e acordo com os argumentos apresentados por um consultor afecto a GB, Dr. José Beleza, encarregue de fazer a abordagem e disseminação da informação recolhida e da legislação existe, o seminário serviu para sensibilizar todos sobre a importância da auditoria na execução financeira do OGE, evidenciar a preocupação e o esforço do governo provincial de Benguela em matéria de rigor e transparência na gestão do erário público, recordar as directrizes legais da execução financeira do OGE, apresentar as principais deficiências das unidades orçamentais e dos órgãos dependentes na execução financeira do OGE e alertar para as acções de fiscalização e sancionatórias resultantes delas resultantes. Ainda inserido nos objectivos da auditoria, o orador considerou como principal, com um grau de segurança aceitável, a execução financeira do OGE dos organismos, e que é fundamental que decorra isenta de erros, distorções, inconformidades legais e omissões material- mente relevantes. E de forma complementar, a necessidade de se identificar actos de gestão e controlo orçamental que justifiquem acções de fiscalização e eventuais medidas sancionatórias. Na sequência dessa abordagem, o orador dissertou sobre o enquadramento da análise da auditoria no OGE, sobre o ciclo da execução financeira, a análise complementar (situações específicas, designadamente, controlo de stocks, cadastro patrimonial, contas correntes, execução obras de construção), visando verificar a propriedade efectiva e a correcta utilização dos materiais e dos equipamentos, assegurar a inexistência de pagamentos duplicados, de adiantamentos não conformes ou incumprimento do princípio da anuidade orçamental, e verificar o equilíbrio entre a percentagem de execução e a percentagem de pagamentos efectuados. José Beleza apresentou depois um quadro com gráficos de despesas das actividades permanentes, nas categorias de bens/serviços e capital fixo previstas nas dotações orçamentais das unidades orçamentais e dos órgãos dependentes realizadas em 2009 e 2010 a um nível de 52 e 64%, respectivamente, de órgãos do governo provincial, serviços desconcentrados, administrações municipais, estabelecimentos de saúde e do ensino, bem como a serviços desconcentrados da administração central. Contratação pública O seminário serviu igualmente para esmiuçar explicações sobre o normativo legal, relativamente a legislação revogada, decreto n.º 40/05, de 08 de Junho, sobre o regime de empreitadas de obras públicas, o decreto n.º 7/96, de 16 de Fevereiro sobre regime de realização de despesas públicas, bem como sobre a prestação de serviços e aquisição de bens, decreto n.º 26/00, de 12 de Maio. José Beleza abordou também as normas reguladoras da aquisição, uso e abate de veículos do Estado, a legislação N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo Provincial de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | 17 Auditoria aos Órgãos do Governo de suporte nos exercícios de auditoria de 2009, lei 20/10 de 7 de Setembro. Na sequência do tema, no tocante ao âmbito da aplicação, o consultor falou sobre o entendimento sobre despesas correntes e de investimento de bens e serviços das entidades públicas, empreitadas de obras públicas, alocação e aquisição de bens móveis e imóveis, bem como a aquisição de serviços. Seguindo o estabelecido pela lei, José Beleza deixou claro que as entidades que têm que exercer a monitorização e fiscalização são o Gabinete de Contratação Pública, que fiscaliza, audita e supervisiona os processos de contratação que se constitui em observatório da contratação pública, elabora normas, regulamentos e instruções para normalizar os processos, decide sobre recursos apresentados e apoia o executivo, enquanto que o Tribunal de Contas, emite vistos para contratos quando o valor é superior ou igual a 91 milhões Kz. Seguiu-se a apresentação de tipos de procedimentos, designadamente, os comuns subdivididos pelas áreas de concurso público, concurso limitado por prévia qualificação, concurso limitado sem apresentação de candidaturas e procedimento por negociação, que de forma mais pormenorizada atendem pelo sistema aberto aplicado a contratações de elevado valor, ao qual podem concorrer todas as entidades nacionais e estrangeiras, que cumpram os requisitos exigidos no programa. No domínio de concursos públicos, o sistema é aberto e aplicado a contratações de elevado valor, ao qual podem concorrer todas as entidades nacionais e estrangeiras, desde que cumpram os requisitos exigidos no programa. No que toca ao concurso limitado por prévia qualificação do sistema aberto, ele exige a selecção das empresas pela entidade contratante. Já no concurso limitado sem apresentação de candidaturas, a entidade contratante convida pessoas singulares ou colectivas a apresentarem as suas propostas. Finalmente, quanto ao procedimento por negociação, o convite é endereçado aos interessados em geral ou a um grupo limitado de entidades, para apresentarem as suas candidaturas ou propostas que, depois de analisadas e valorizadas, serão alvo de negociação. Nos critérios de selecção, a escolha do procedimento deve ser efectuada em função do valor estimado no contrato, com base nos critérios materiais e técnicos. Entretanto, o valor estimado do contrato, exemplificados a partir dos 0 aos 500 milhões de Kz, bem como os critérios materiais aplicáveis à celebração de contratos de qualquer valor, fazem igualmente parte do processo de negociação para qualquer objecto contratual, processo de negociação para a locação ou aquisição de bens, processos de negociação para contratos de prestação de serviços. Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 Execução Orçamental Para o consultor José Beleza, a legislação existente, os decretos presidenciais 309/10 e 24/10 estabelecem as regras e instruções basilares para a execução orçamental de modo objectivo e adequadas à conjuntura económica, requerendo a máxima responsabilidade hierárquica dos gestores das unidades orçamentais e dos órgãos dependentes. Esses decretos, estabelecem por exemplo que “…as unidades orçamentais não estão autorizadas a manter contas bancárias abertas em nome próprio (…) salvo por autorização do ministério das Finanças, com base em fundamentação apresentada” (Dec. Pres. 309/10 –Art.4º, Nº1) e que “para a execução orçamental as unidades orçamentais não estão autorizadas a emitir Ordens de Saque em nome próprio, excepto para as despesas com o pessoal, constituição ou reconstituição do fundo permanente e ajudas de custo” (Dec.Pres. 309/10 –Art.4º, Nº2). No tocante a execução de despesa, designadamente, a sua cabimentação, liquidação e pagamentos, está estabelecido no Dec.Pres. 309/10 –Art.5º, Nº2 que “…Nenhum encargo pode ser assumido (…) sem que a respectiva despesa esteja devida e previamente cabimentada” e do mesmo modo, no Art.5º, Nº4 do mesmo decreto, que “… A execução orçamental da despesa deve observar, sucessivamente, as etapas de cabimentação, de liquidação e de pagamento, devendo a etapa de cabimentação ser precedida da geração do processo patrimonial, para os bens duradouros”. Na execução da despesa, referente aos termos da contratualização, o Dec.Pres. 309/10 –Art.5º, Nº6 estabelece que, “Os pagamentos iniciais dos contratos de fornecimento de bens e prestação de serviços (DownPayments) (…) não devem exceder o 15% do valor global” e no número 7 do mesmo Decreto, que “É vedada a celebração de adendas a contratos em execução ou finalizados, cujo valor total exceda 15% do contrato inicial”. Do mesmo modo no número 11 o mesmo decreto, define que “Não é permitida a realização de despesa em moeda estrangeira (…) nem a celebração de contratos”. O Dec.Pres. 309/10 –Art.19º estabelece a responsabilidade fiscal e infracções contra as Finanças Públicas, determinando que a “A não observância das disposições deste Decreto são tidas como infracções e faz incorrer os seus autores em responsabilidade disciplinar, administrativa, civil e criminal”. Constituem infracções passíveis de sanções, a realização de despesas para além dos limites do quadro detalhado de despesas; agenciamento de financiamento por parte dos órgãos da administração central e local do Estado; contratação de dívida de fornecedores de bens e serviços sem a cabimentação e liquidação da despesa; não recolhimento das receitas na Conta Única do Tesouro; assumpção de despesas sem a devida cabimentação prévia: liquidação de despesa sem que o bem tenha sido fornecido ou o serviço prestado; cabimentação de despesa de bens duradouros, investimento ou capital fixo sem ser precedida da geração do processo patrimonial; realização de despesas, o início de obras, a celebração de contratos ou a aquisição de bens e serviços em moeda estrangeira; propor a inscrição de despesas não cabimentadas em restos a pagar. O seminário foi precedido de uma cerimónia de abertura, em que esteve presente o governador provincial, general Armando da Cruz Neto. Mas coube ao vice-governador provincial para a Área Económica, Agostinho Estevão Felizardo, o pronunciamento do discurso formal em defendeu a necessidade de se enquadrar a execução da auditoria num processo de educação pedagógica, para capacitação das pessoas visando melhor e maior responsabilidade da sociedade. Agostinho Felizardo considerou que é necessário que as defesas sejam feitas com base nos resultados alcançados nas auditorias, olhando para as evidências para que se possa fazer um julgamento da atitude do gestor. E realçou que ela deve ser proactiva, sensível e de reflexão, visando o auto-julgamento para que se possa identificar e reconhecer as dificuldades nas unidades orçamentais. Referiu entretanto, que as deficiências encontradas, a maior parte delas reiteradas, são passivas de sanção, para que os infractores respondam administrativa, civil e criminalmente pelos actos em questão. Tendo em conta a importância desta matéria, voltaremos ao assunto na próxima edição. 18 | Benguela na rota do desenvolvimento Desporto Estado organizativo, administrativo, funcional e perspectivas do sector da juventude e desportos Juventude e desportos são duas vertentes importantes interligados no desenvolvimento sócio-económico harmonioso do país. O seu papel relevante e a aposta da governação mesmo nos períodos mais críticos de estabilidade política e económica, potenciaram Angola, catapultando-a para os areópagos de maior destaque nalgumas modalidades e eventos nacionais e de representatividade continental e do mundo. B enguela, apesar de todos os constrangimentos de guerra, de falta de quadros, de recursos, meios e até de infra-estruturas, como no passado colonial, continuou a ser um dos maiores viveiros de produção de talentos nos mais diferentes níveis: socioprofissional, académico, cultural e desportivo. Ao nível do governo provincial, a responsabilidade está aglutinada numa direcção provincial da Juventude e Desportos, que está subdividida para atender as diferentes áreas deste pelouro. Assim, no domínio da juventude, a direcção tem um departamento específico que se encarrega da materialização das políticas juvenis de Estado, tendentes a satisfação das necessidades dos jovens, salvaguarda e defesa dos seus direitos e deveres nos diversos domínios, com preponderância para: direito a educação, formação profissional, ao emprego, habitação, saúde, lazer entre outros; amor ao próximo, cumprimento de deveres patrióticos, cívicos e de exercício de cidadania. Associativismo Juvenil O departamento tem ainda sob sua alçada, responsabilidades de protecção e participação da juventude, no associativismo e em diferentes acções de ocupação dos tempos livres. O fomento, incentivo e apoio ao desenvolvimento do associativismo é tido como de extrema importância, e incide sobretudo, na organização de debates, na promoção do diálogo, no aconselhamento e no intercâmbio cultural, desportivo, de avaliação e concertação dos jovens para diminuição dos males que afectam ou preocupam a juventude. E em função dessas obrigações, o departamento fez a constituição de um grupo multidisciplinar com carácter provincial, integrado por jovens e adolescentes de ambos os sexos, com particular realce para as marjoretes e uma banda de música, cuja actividade principal consiste na representação da hospitalidade benguelense, dos costumes e da cultura de uma franja da população de Benguela. O departamento controla 64 associações juvenis, algumas das quais com ramificações em todos municípios da província, que congregam cerca de 350.250 mil jovens enquadrados ou associados em 36 organizações filantrópicas e socioprofissionais, 21 de carácter religioso, 7 políticas, 1 conselho provincial da juventude e 3 municipais, sedeados no Lobito, em Benguela e Baía Farta. Programa Angola Jovem Ministros em meados de 2005. A sua implementação visa, essencialmente, alcançar objectivos como o incentivo do autoemprego e redução dos índices de desemprego entre os jovens; promover e assegurar níveis mais altos de acesso dos jovens ao crédito bancário, com vista ao fomento do empresariado e do empreendendorismo juvenil. No tocante ao crédito bancário, no período compreendido entre 2008 e 2009, por via da direcção provincial da juventude e desportos, foram financiados 93 projectos de constituição de cooperativas nas áreas da agricultura, pesca, pequenas industrias, prestação de serviços e comércio, num valor global de 900.000 mil dólares. O total de beneficiários da primeira fase foi de cerca de 500 jovens de ambos os sexos. Neste momento em que decorre a segunda fase, mais de 90 cooperativas aguardam a disponibilização do financiamento por via do Banco de Poupança e Crédito (órgãos centrais) e do ministério da juventude e desportos. cos de cimento, carros para o processo de lavagem de viaturas, ferramentas para pedreiros, mecânica, pesca de entre outros. Esses meios foram distribuídos por todos municípios, contemplando um total de 12.265 mil jovens organizados em cooperativas. No quadro desse mesmo programa, está também em curso a construção de um bairro social da juventude, na zona da Graça, nos arredores do Estádio Nacional de Ombaka em Benguela, que será constituído por 92 casas pré-fabricadas de tipo T-3. Do mesmo modo, decorre a construção de centros comunitários juvenis e existe um compromisso do governo provincial para a edificação de outros aglomerados habitacionais, com financiamento do Programa de Investimentos Públicos, processo que integra também centros nos municípios do Cubal e da Baía Farta. Aguarda-se apenas pela infra-estruturação dos respectivos terrenos, acção sob responsabilidade do governo provincial e das administrações municipais. Crédito de kits profissionais Lazer, tempos livres e prevenção contra doenças Para a província de Benguela foram disponibilizados cerca de 1.435 kits profissionais Este programa, de grande impacto na- diversos, constituídos por materiais de conscional e local, está estruturado num conjun- trução, motorizadas, caixas de trabalho para to de subprogramas e projectos de apoio engraxadores de sapatos, safamaka fixos, roua juventude, aprovado pelo Conselho de lotes/bares, máquinas para produção de blo- A realização de actividades culturais, excursões juvenis, recreativas, festivais nacionais e internacionais multidisciplinares, acampamentos e intercâmbios com as províncias da Huíla, Cabinda, Namibe, Bié, Kuanza Sul e N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo Provincial de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | 19 Desporto planos de férias dos estudantes, são algumas das inúmeras acções identificadas e levadas à cabo, com o propósito de incentivar a juventude para o exercício de actividades socialmente úteis, do reforço da reconciliação e unidade nacional, bem como da educação patriótica e de cidadania. “está também em curso a construção de um bairro social da juventude, na zona da Graça, nos arredores do Estádio Nacional de Ombaka em Benguela, que será constituído por 92 casas pré-fabricadas de tipo T-3” A direcção provincial da juventude e desportos, em parceira com a UNICEF e diversas associações juvenis que constituem a rede de luta contra as endemias que afectam particularmente os jovens os adolescentes, bem como, algumas práticas nocivas à saúde, como são os casos do consumo exagerado de álcool, utilização de drogas, a prostituição e a gravidez precoce, desenvolveu uma série de acções para a execução do projecto designadamente: A realização de acções formativas para o refrescamento de activistas de HIV-SIDA provenientes de todos os municípios e ligados à diversas associações e organizações juvenis, ONGs nacionais e estrangeiras, cujo objectivo consistiu em levar o conhecimento sobre a prevenção e para sensibilização dos jovens e adolescentes e população em geral, sobre as consequências negativas dessas práticas, mas também sobre o HIV-SIDA, a violência doméstica, pública e a criminalidade, por forma a incutir e gerar comportamentos responsáveis e aceitáveis pelas comunidades de jovens, de modo geral. O projecto permitiu a colocação de diverso material de informação e divulgação sobre o HIV-SIDA, a distribuição de folhetos informativos e educativos, colocação de caixas públicas com preservativos nos principais estabelecimentos hoteleiros, praias, aeroportos e mercados informais de todos os municípios. A direcção provincial procedeu ainda a distribuição de material desportivo patrocinado pela UNICEF, tais como bolas de basquetebol, andebol, voleibol, futebol, material de xadrez, etc. Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 Desporto associado Ao nível do desporto, estão a ser desenvolvidas inúmeras actividades quer nos domínios competitivo como formativo, mas também das infra-estruturas pequenas e grandes, que têm vindo a determinar a representatividade da província em várias modalidades quer no âmbito provincial, como nacional e internacional. Benguela tem 20 associações e núcleos desportivos das modalidades de andebol, futebol, atletismo, basquetebol, boxe, ciclismo, futsal, hóquei em patins, judo, karaté, paraolímpico, tae kwon-do, ténis de campo e de mesa, xadrez, tiro (núcleo), natação, ginástica, voleibol e desportos motorizados. Em matéria de clubes, Benguela também não está mal servida, embora as discrepâncias entre umas e outras, nalguns casos, sejam abismais. Mas persiste a vontade dos seus dirigentes e de alguns associados, uma atitude louvável, face a gritante falta de recursos. Nos registos da direcção provincial, constam o Estrela Clube 1º de Maio, Académica Petróleos do Lobito, Sporting Clube de Benguela, Clube Nacional de Benguela, União Desportiva e Recreativa da Catumbela, Clube 17 de Maio de Benguela, Independente Electro Clube do Lobito, Clube de Tiro, Caça e Pesca de Benguela, Inter Clube de Benguela, Casa do Pessoal do Porto do Lobito, Escola de Andebol da Restinga do Lobito, BCA – 2 do Lobito, Marítimo de Benguela, Grupo Desportivo Hóquei Clube do Lobito, Escola de Futebol Amiguinhos de Benguela, Escolinha Acácias Rubras, Clube Angolano dos Desportos Motorizados “Tuku Tuku”, Karting Clube de Benguela. O número de atletas expressa todos esse movimento. São cerca de 4.607, sendo 3.524 de sexo masculino e 1.083 femininos, distribuídos pelos escalões de iniciados, juvenis, juniores e seniores, havendo a registar que nos últimos anos houve um aumento de 243 praticantes, ou seja 5% mais que o período anterior. O mesmo se pode dizer no que toca ao desporto para recreação. Existem cerca de 3 mil controlados, contando igualmente com atletas do desporto adaptado, onde 18 integram equipas de basquetebol em cadeiras de rodas, 13 nas várias disciplinas de atletismo, 8 no futebol com muletas e 15 enquadradas em diferentes modalidades, num projecto de apoio à criança com deficiência. No domínio de infra-estruturas, embora exista uma discrepância acentuada entre o litoral e o interior da província, os dados existentes colocam Benguela entre as melhores dotadas. Só campos de futebol existem 18, sendo 7 de relva natural e um de relva sintética; outros 18 são polivalentes e mais 6 pavilhões, 4 piscinas, bem como 2 pistas de atletismo. Sem dúvida alguma, as maiores empreitadas desde a ascensão de Angola a país independente, foram, por altura do Afrobasket, a construção de raiz dos pavilhões multiuso Acácias Rubras e o Matrindindi, e do Estádio Nacional de Ombaka, por altura do CAN de futebol, em 2010. Em simultâneo, há a referir também que, ocorreram profundas intervenções nos estádios Municipal de Benguela, do Nacional de Benguela, do União da Catumbela, do Buraco pertença do Académica Petróleos do Lobito, do Electro do Lobito, para além do viveiro da Base Aérea da Catumbela. Neste momento, está perspectivada a construção de 8 campos polivalentes e 8 campos de futebol nos vários municípios da província, e foram lançados concursos para a construção de mais 7 campos para multi-jogos. Relação das obras em concurso/11 Programas e projectos do período 2010/2011 No período em referência, a direcção provincial da juventude e desportos procedeu a elaboração de programas de actividade e de investimento das diferentes associações desportivas. Por outro lado, tem acompanhado e fiscalizado a implementação do programa “Despontar”, de carácter nacional, iniciado em 2008, cujos objectivos consistem no apoio a construção e recuperação de infra-estruturas desportivas públicas ou privadas, generalização da prática desportiva, ocupação dos tempos livres, formação e especialização de atletas. Este programa contemplará, na sua primeira fase, as modalidades de futebol, basquetebol, andebol, atletismo e xadrez, e os beneficiários serão crianças e jovens das faixas etárias entre os 7 aos 16 anos. Nas suas acções, estão integrados projectos de construção de 8 campos polivalentes e 8 campos de futebol 11, nos vários municípios. Proposta dos campos polivalentes e de futebol Nos valores apresentados, estão incluídas as áreas de jogo, de segurança de jogo que deverá ser vedada (44X24), e outras para, no futuro, construir-se bancadas e balneários, bem como, se for o caso, transformar-se o campo em pavilhão. Para os campos de futebol, estão incluídas a área de jogo (110X75), uma área obrigatória para pistas de atletismo com 8 raias, uma área para segurança do campo que deverá ser vedada, e outra para bancadas e balneários. Poderá ainda projectar-se espaços para estacionamento e embelezamentos ao redor do campo. 20 | Benguela na rota do desenvolvimento Comunicação Social Profissionais de Benguela e do K. Sul deram subsídios para o pacote legislativo Constantino Eduardo Jornalistas das províncias de Benguela e do Kwanza-Sul juntaram-se, no final do mês de Junho, para formular as suas contribuições em torno da futura Lei da Comunicação Social, que inclui os Projectos-lei da Rádio Difusão, sobre Televisão, da Publicidade e o seu Regulamento, sobre o Conselho Nacional da Comunicação Social, bem como, o Estatuto do Jornalista. O encontro, abrangente aos outros sectores da sociedade, decorreu no auditório da Emissora Provincial de Benguela da RNA, e foi orientada por Carolina Cerqueira, titular da pasta, que se fez acompanhar dos administradores das distintas empresas públicas de comunicação e por diferentes quadros do ministério. Mas contou, igualmente, com a presença do governador provincial de Benguela, general Armando da Cruz Neto, que como anfitrião, proferiu o discurso de abertura no qual fez votos para que as discussões fossem acaloradas, francas e construtivas, de modo a que no final, os resultados reflectissem a vontade da classe jornalística angolana. O governante realçou que o exercício foi uma manifestação da consolidação e amadurecimento do sistema democrático angolano, e que a abordagem prévia dos documentos normativos do sector em praça aberta, representou um sinal de abertura e de responsabilidade, tendo em conta a participação consciente de todos os profissionais. Por sua vez, a ministra Carolina Cerqueira afirmou que está Lei estabelecerá os limites do jornalismo no nosso país, e, que por outro lado, determinará quais as medidas que devem ser tomadas a nível da fiscalização, para que a actividade jornalística não fira os princípios da Lei. Carolina Cerqueira referiu que as discussões que o seu sector levou a cabo nas diferentes províncias, num período de quase 60 dias, foram sinónimo de democracia participativa da própria classe. As questões de maior realce colocadas no encontro de Benguela estiveram relacionadas com o artigo 3º do Estatuto do Jornalista, que estabelece que o exercício da profissão exige o curso médio de jornalismo e/ou licenciatura numa das ciências sociais, que os jornalistas, na generalidade, consideram limitativa, exagerada e inoportuna nesta fase, tendo em conta que, a excepção da província de Luanda, nenhuma das demais possuí infra-estruturas para a formação no domínio específico consagrado na proposta. Por outro lado, questionaram sobre o destino dos profissionais que exercem actividade sem a devida formação exigida na futura Lei, ao que a ministra e os técnicos do seu pelouro esclareceram que a ela é inclusiva, e os profissionais que se encontram nesta situação vão continuar o seu exercício, sem impedimento nenhum. Todavia, asseguraram, o ministério procurará reunir condições em termos de criação de infra-estruturas, no sentido de se assegurar a formação técnica e académica dos actuais e futuros quadros da comunicação social. Os debates em torno do pacote legislativo da comunicação social reuniram além dos profissionais da classe, representantes de partidos políticos, de igrejas, associações, organizações não-governamentais e de outros segmentos sociais. Apesar da abertura no debate, constatouse entretanto no final, que persistem muitas dúvidas no seio da classe, particularmente no que diz respeito a insistência na particularização da penalização do jornalista, com base em disposições de um Código Penal que também está em fase de revisão. Essa postura, segundo alguns argumentos, transmite uma visão errónea do papel do jornalista na sociedade, colocando-o inclusive numa posição de vulnerabilidade, tendo em conta a celeridade com que a sociedade assiste o exercício da Justiça em relação aos supostos crimes de “difamação” de quadros afectos à comunicação social, que não é igual nem sequer equiparado, à investigação dos mesmos órgãos, em relação as denúncias destes, por exemplo sobre o caso concreto da corrupção, má utilização de fundos e meios públicos, ou abuso de poder. Contudo, os que se mostraram mais cépticos acreditam que a passagem do pacote legislativo pelo crivo dos deputados para posterior aprovação pela Assembleia Nacional, servirá para aduzir outras contribuições, que podem transformar essas leis em instrumentos mais condicentes com a nossa realidade, e em consonância com os direitos estabelecidos na Lei Constitucional, por si só, suficientemente abrangentes e esclarecedores. N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo Provincial de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | 21 Economia BNA estabelece restrições no crédito em moeda estrangeira O Banco Nacional de Angola divulgou um aviso que dá conta da aplicação de restrição na concessão de crédito em moeda estrangeira às instituições financeiras, que visa a protecção dos agentes económicos e dos bancos comerciais do risco inerente ao crédito em moeda estrangeira e das pressões sobre a inflação, que podem advir do facto de não se ter controlo total do montante de moeda estrangeira a circular na economia angolana. A medida expressa o impedimento das realizações de operações de crédito por desembolso, em moeda estrangeira em qualquer dos prazos, para as finalidades de assistência financeira de liquidez, incluindo por exemplo, as contas correntes caucionadas, como a de financiamento automóvel, empréstimo bancário e consumo, micro-crédito, adiantamentos a depositantes ou descobertos e outras modalidades de crédito com natureza de curto prazo (inferior a um ano). O aviso do BNA, com o nº4/2011, estabelece que constituem excepção as operações de crédito a conceder junto de empresas com comprovadas receitas e recebimentos em moeda de estrangeira, para proceder ao seu reembolso, bem como as operações de Estado. O BNA elucida que apenas é permitida a concepção de crédito em moeda estrangeira para operações de investimento, cuja recuperação exija prazos relativamente longos. O documento do BNA refere ainda que a restrição não afectará os haveres já detidos pelos agentes económicos em moeda estrangeira, nem obriga a qualquer alteração não negociada de conversão da moeda dos créditos em curso. Segundo justificação do BNA, a decisão Orçamento Geral do Estado 2011 Balanço da Execução do 1º trimestre O ministério das Finanças divulgou recentemente o Balanço da Execução do I trimestre do Orçamento Geral do Estado 2011, que estimou inicialmente uma receita de Kz 4.172.417,7 milhões e fixou a despesa em igual montante. O documento refere que no decorrer desse período foram realizadas receitas no valor de Kz 939.671,6 milhões e despesas no valor de Kz 480.805,0 milhões, de que resultou num excedente orçamental de Kz 458.886,7 milhões. A receita realizada, incluindo a receita do Instituto Nacional de Segurança Social, situou-se em 22,5% em relação a receita total prevista para o ano, fortemente influenciada pelas receitas correntes arrecadadas. As receitas correntes totalizaram Kz 839.113,9 milhões, correspondente a um nível de realização de 24,7% em relação à previsão, tendo contribuído com 89,3% da receita Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 resulta da reflexão sobre o facto de a economia angolana se caracterizar pela circulação de duas moedas, designadamente, o Kwanza, moeda nacional, e o dólar, a moeda estrangeira. De acordo com o aviso, a concessão da moeda nacional é assegurada pela entidade emissora, o BNA, enquanto que da moeda estrangeira (dólar) depende do resultado das exportações e do endividamento externo, o que significa que a disponibilidade da moeda estrangeira está dependente de factores exógenos que por vezes criam uma certa volatilidade na sua oferta. total arrecadada. No âmbito da receita corrente destaca-se a receita petrolífera que ao averbar 27,7% da sua previsão anual evidencia sinais de bom desempenho não obstante a quebra da produção real de petróleo bruto (1,6 milhões de barris/dia), quando comparado com a produção média prevista de 1,9 milhões de barris/dia. Esta situação de equilíbrio, sustenta o balanço, foi compensada pela alta de preço de exportação de petróleo bruto sendo certo, entretanto, que o diferencial entre o preço real e o preço de referência fiscal é consignado a reserva financeira do tesouro. As receitas de capital, no valor de Kz 100.557,7 milhões, registaram uma realização de 13,0%, tendo uma participação no total da receita realizada de 10,7%. O balanço destaca igualmente do total da receita realizada: a receita petrolífera com um nível de arrecadação de 27,7% e uma contribuição de 70,9%; as outras receitas correntes com um nível de arrecadação de 17,3% e uma contribuição de 18,2%; a receita de financiamento com As instituições financeiras na qualidade de agentes de intermediação, prossegue o documento, concedem créditos denominados em moeda estrangeira. Estes créditos estão sujeitos a um risco mais elevado comparativamente aos denominados em moeda nacional, decorrente da volatilidade da procura e da oferta da moeda estrangeira na economia. A título de exemplo, o BNA refere que os empréstimos concedidos pelos bancos comerciais em dólares norte-americanos estão expostos a um maior risco de crédito devido ao facto de muitos tomadores de crédito possuírem as suas fontes de rendimento denominadas em Kwanzas. Neste exemplo, prossegue o aviso, um cenário de redução de oferta de dólares norte-americanos no mercado seria prejudicial quer para o tomador de crédito como para o banco comercial, dado que o primeiro entraria numa situação de incumprimento por lhe ser mais difícil comprar divisas e efectuar o reembolso quer para o segundo que incorreria em prejuízos financeiros. Por outro lado, para o BNA a concessão de crédito pelos bancos é também uma das formas de criação de moeda, e portanto, os bancos ao concederem crédito em moeda estrangeira, por exemplo em dólar norte-americano, estão implicitamente a criar moeda numa denominação na qual o país não tem controlo, o que pode criar problemas para a estabilidade da economia nacional. uma realização de 13,1% e uma contribuição de 10,6%. A despesa realizada, incluindo a despesa do Instituto Nacional de Segurança Social, foi de Kz 480.804,9 milhões, correspondendo a 11,5% da despesa prevista. As despesas correntes, no valor de Kz 326.815,6 milhões, foram executados 14,4% tendo uma participação de 67,9% no total das despesas. As despesas de capital cifraram-se em Kz 153.989,3 milhões, com um nível de execução de 8,2% e uma participação de 32,0% no total das despesas. A análise da despesa funcional, considerando os aspectos de realização do orçamento de cada área relativamente ao total realizado no trimestre, mostra que os gastos no Sector Social, Económico, Defesa e Segurança, Serviços Públicos Gerais e Encargos Financeiros do Estado foram na ordem dos 34%%, 11,3%, 25%, 14,7% e 14,4% respectivamente. | Benguela na rota do desenvolvimento Notícias Breves Catumbela Construção de campus para universidade k. Buila O primeiro campus universitário da comuna da Catumbela, no município do Lobito, vai começar a funcionar a partir de Março do próximo ano, com os primeiros cursos ministrados por uma instituição de ensino superior público, no âmbito da expansão da Universidade Katyavala Buila, segundo garantia do vice-governador provincial para a Área Social, Eliseu Epalanga. Orçado em 28 milhões de dólares, totalmente financiados pelo governo, o campus universitário vai ter capacidade para albergar cerca de 1.500 alunos, numa primeira fase, nos períodos da manhã e da tarde. A instituição contará com 24 salas, 10 laboratórios, área administrativa para gestão da actividade académica e científica, bibliotecas, 56 dormitórios, refeitório, central de emergência, sala de controlo, casa para o director e subdirector, bem como uma capela com 80 lugares. Eliseu Epalanga salientou que o empreendimento vai permitir à província, apostar na formação de quadros superiores em várias áreas, factor importante para o desenvolvimento económico e social da região. O reitor da Universidade Katyavala Buila, Albano Ferreira, que acompanhou a visita do governante, disse que os esforços que o executivo está a desenvolver visam concretizar os projectos de ampliação e desenvolvimento do ensino superior, em todas as regiões do país. Salientou do mesmo modo, que a instituição está a trabalhar no sentido de preparar cursos para a nova universidade, que tenham impacto no desenvolvimento da região académica. Nesse sentido, a primeira perspectiva jardim do livro infantil umA exPerIênCIA que DeverÁ rePetIr-Se Este ano, foi a vez de o Lobito acolher a realização desta iniciativa, que tem servido para confirmar que o acesso à literatura infantil ainda não satisfaz as necessidades das nossas crianças centra-se no curso de engenharia mecânica, especialidade que, futuramente, servirá de suporte ao grande desenvolvimento que a província está a conhecer. O reitor da universidade, que abrange a região do Kwanza-Sul e Benguela, adiantou que o curso tem a ver com um conjunto de empresas e infra-estruturas de carácter fabril, apoio que se dá a todo o sector dos transportes, desde a parte naval à ferroviária. Além disso, salientou a questão da engenharia mecânica virada para a produção de energia e a logística que todo esse processo envolve. No campus da Catumbela vão ministrar haver cursos complementares para conciliar aspectos da economia com a indústria e desta com o direito, para além de outros que possam atender a procura social, sem equivalência aos graus universitários, tais como educação de infância, assistência social, empreendedorismo e micro-crédito, que se enquadram nesse contexto. Quanto aos docentes que vão leccionar na universidade, Albano Ferreira disse que, neste momento, estão a ser encetados contactos com empresas locais, para que estas possam disponibilizar engenheiros formados em várias especialidades. Está-se ainda a contar com a formação de professores noutros estabelecimentos do ensino superior, além do apoio da cooperação. O empreiteiro da obra, Fernando Baptista, garantiu que quarenta por cento dos trabalhos iniciados, em 2010, estão concluídos. recursos humanos formação de quadros das administrações municipais F Uns grupos de quadros afectos às admi- az tempo que esta actividade se realiza, sobretudo na capital do país, para possibilitar o contacto das crianças com o mundo literário à dimensão delas. Na província de Benguela, o Jardim do Livro infantil começou a ser realizado de forma massiva em Junho do ano passado na Escola SOS Criança, numa iniciativa da direcção provincial da Cultura, sob promoção do Instituto Nacional das Industrias Culturais e colaboração das escolas primárias da zona F, Bibliotecas João Paulo II, KATEditora e Livraria Universitária de Luanda. Porque os resultados foram excelentes em termos de participação, este ano o INIC promoveu a acção e as direcções provinciais da Cultura realizaram em todo país, simultaneamente, o Jardim do Livro infantil. Este ano, foi o município do Lobito quem acolheu o acto provincial que decorreu de 23 a 26 nistrações municipais foram recentemente capacitados, em matéria de gestão de Recursos Humanos. Durante cinco dias, cerca de 23 técnicos receberam conhecimentos sobre a história de gestão de RH, a sua pertinência enquanto factor chave para o sucesso das organizações e da gestão de pessoas. O formador, Emanuel dos Santos, fez saber que a disciplina de gestão de recursos humanos tem como objectivos a formação de profissionais capazes de assumir com êxito o papel de acessória aos administradores e executivos das organizações, na função de gerir pessoas dentro das perspectivas de resultados que contribuam para os sucessos de negócios empresariais, e para a realização pessoal e profissional dos funcionários ou empregados. Ao intervir durante o seminário, o chefe de recursos humano da administração municipal de Benguela, Celino Loneke, explicou o que tem sido o seu trabalho de rotina, tendo realçado na ocasião que o seu trabalho é controlar os funcionários que prestam serviço naquela instituição e também o processo de admissão de novos funcionários, bem como o seu enquadramento. O formador acrescentou ainda que a gestão de recursos humanos tem vertentes diferentes no exercício das empresas privadas e públicas, e neste contexto, assinalou que há uma grande diferença porque o principal objectivo das empresas visa o lucro, ao passo que as empresas públicas é a satisfação da colectividade (as necessidades das populações sem discriminação). Referindo-se à ascensão ou promoções, aquele formador deixou claro que “quando somos nomeados é porque viram em nós capacidades, mas, no entanto, devemos mostras essa capacidade a quem nos nomeou”. de Junho no mercado Municipal, no Bairro do 28. Foram instaladas tendas de comercialização de livros mais infantis que outros pelas livrarias Sucam, KAT-Editora, Editora Escolar e INIC que abriam as 9horas com o fecho as 18h nos 4 dias que durou o evento. Em paralelo foram realizadas actividades recreativas com a participação dos alunos das escolas vizinhas do Mercado como o Colégio Chisola, Sagrado Coração de Jesus entre muitas. O vencedor do festival do coro infantil em prol dos 35 anos de independência foi o grupo infantil da igreja Tocoísta. Entre os vários atractivos do evento o destaque foi para a biblioteca móvel, ambulante ou itinerante que foi instalada naquele local. Com um acervo específico de livros infantis, a fluência de crianças durante os quatro dias que ali permaneceu confirmou que há uma grande escassez de livros infantis, e que há necessidade de se estender o serviço de bibliotecas por todos os recantos da província, sobretudo nas escolas. Dados estatísticos finais demonstram que no primeiro dia estiveram no local 248 leitores, no segundo 108, no terceiro 58 e no último 399, totalizando 813 leitores infantis, números que não deixam de ser expressivos, se tivermos em conta as limitações de muitas crianças, no tocante aos meios de locomoção. No último dia, a Rádio Lobito uniu o útil ao agradável fazendo o seu programa da manhã em directo com locutores infantis, que apresentaram todo o programa de encerramento do evento, a que se juntaram diversas entidades como o administrador municipal do Lobito, directores provinciais da Família e Promoção da Mulher, da Cultura, dos Transportes, do Gabinete do governador da província e outras que visitaram o espaço em actividade. Mais duas refinarias de petróleo em Angola O governo angolano no quadro da estratégia de refinação de petróleo, prevê implantar mais duas refinarias no Lobito e no Zaire. A intenção foi tornada pública recentemente, numa sessão da Assembleia Nacional onde foi aprovada a proposta de Lei sobre a Refinação, Armazenamento, Transporte, Distribuição e Comercialização de Produtos Petrolíferos. O relatório com o parecer, apresentado pelo deputado Ramos da Cruz, esclarece que a lei está enquadra no âmbito da política de governação aprovada pelo Executivo que, com a aprovação desta Lei, pretende adoptar novas formas de organização, estruturação e regras de acesso e de equidade para todos os intervenientes no mercado dos combustíveis, de modo a tornar o modelo proposto mais eficaz e eficiente, tendo em conta a realidade do país. O ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, disse que a lei vai criar oportunidades aos empresários colectivos e individuais para poderem comparticipar com o sector no desenvolvimento desta actividade. A lei, disse, vem dar uma abertura para que os empresários possam desenvolver actividade no sector. luanda e Bengo com nova divisão A Assembleia Nacional aprovou a proposta de lei sobre alteração da divisão político-administrativa das províncias de Luanda e do Bengo, que estabelece para a província de Luanda os municípios de Luanda, Cazenga, Cacuaco, Icolo e Bengo, Viana, Belas e Quiçama. O diploma passou, na generalidade, com 169 votos a favor do MPLA, PRS e FNLA, zero contra e 14 abstenções da UNITA e da Nova Democracia. O ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, disse na ocasião que a proposta de lei visou, fundamentalmente, apresentar uma nova divisão político-administrativa das províncias de Luanda e do Bengo. A província de Luanda é também ajustada com uma reestruturação interna dos municípios actualmente existentes. Assim, a localidade do Panguila deixa Luanda e passa a integrar a província do Bengo. Os municípios da Quiçama e do Icolo e Bengo, tem os municípios de Luanda, com sede na cidade de Luanda; de Cacuaco, com sede na cidade de Cacuaco; de Belas, com sede na cidade do Kilamba; de Viana, com sede na cidade de Viana; do Cazenga, com sede na comuna do Tala Hadi; do Icolo e Bengo, com sede na vila de Catete e da Quiçama, com sede na vila da Muxima. A província do Bengo mantém a sua sede em Caxito e integra os municípios de Ambriz, com sede na vila de Ambriz; Bula-Atumba, com sede na vila de Bula-Atumba; Dande, com sede em Caxito; Dembos, com sede na vila de Quibaxe; Nambuangongo, com sede na vila de Muxaluando; e Pangu-Aluquém, com sede na vila de Pangu-Aluquém. N.º 1 | Julho2011 | Suplemento do Governo Provincial de Benguela Benguela na rota do desenvolvimento | 23 Notícias Breves Filantropia Esmeralda da Cruz Neto, coordenadora do PARCIF (Programa de Apoio e Reforço da Capacidade das Instituições Filantrópicas) inteirou-se recentemente do funcionamento dos centros sociais dos antigos combatentes, no bairro do Luongo e do Calombutão. Os centros congregam mais de duzentas crianças que clamam por material didáctico, e mais escolas. No centro social do Luongo, o coordenador Abel Molongonga colocou como preocupação a necessidade do registo de algumas crianças, uma vez que grande parte delas não possui qualquer documento. Esmeralda da Cruz Neto prometeu angariar apoio para os centros, particularmente no que toca ao material didáctico e outros meios e manifestou igualmente a sua satisfação pelo nível de organização apresentado pelos centros. Aniversário O ministério do Interior comemorou recentemente em Benguela o seu 32.º aniversário com um vasto programa de actividades, que incluiu palestras, visitas a algumas infraestruturas socioeconómicas, acções desportivas e recreativas sob o lema “ministério do Interior 32 anos, firme na consolidação de uma nação pacifica, tranquila e segura”. De acordo com o coordenador adjunto da comissão organizadora do programa da efe- Postal Suplemento do Governo Provincial de Benguela | Julho2011 | N.º 1 méride, superintendente Gil Lopes Cordeiro, a jornada serviu de reflexão, bem como de homenagem aos efectivos já falecidos, com a realização de uma missa e a deposição de uma coroa de flores no túmulo do Soldado Defensor da Pátria, no cemitério da Camunda. Para Natália Adelino, representante da Reinserção Social em Benguela, a entrega das chapas simboliza o contributo das autoridades administrativas do município para a redução das dificuldades com que se debate a população afectada pelas chuvas. Entretanto, Leopoldo Muongo, admiFormação nistrador municipal adjunto, revelou que a administração municipal continuará a atender Um seminário de capacitação de quadros as preocupações dos munícipes mais carenciada UNTA decorreu recentemente em Ben- dos. guela, por iniciativa da união dos sindicatos de Benguela em parceria com AFA (Assistência à No Dombe-Grande Formação dos Trabalhadores em Angola). Segundo Joaquim Laurindo, secretário-geUm total de 601 sinistrados da povoação ral da organização em Benguela, o objectivo do Canto, à 26 quilómetros da comuna do foi o de transmitir conhecimentos aos qua- Dombe-Grande, município da Baía Farta, dros para a prevenção contra os acidentes de beneficiou de bens alimentares da primeira trabalho, riscos e controlo de efectividade. necessidades, tais como farinha de milho, arroz, óleo e roupa. A iniciativa pertenceu ao Solidariedade Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Juventude, Desporto e Comunicação Social de Um total de 52 pessoas, que perderam Benguela. as suas residências na sequência das últimas Alguns sinistrados ouvidos por um repórenxurradas que afectaram o bairro da Mina, ter da Rádio Nacional, disseram que o apoio comuna da zona F, em Benguela, beneficiou permitirá cobrir algumas lacunas existentes no de um donativo de 220 chapas de zinco da seio da comunidade. direcção provincial de Reinserção Social, para Para Clementina Tenha, administradora cobertura das suas residências. adjunta da comuna do Dombe-Grande, o Américo Mendes, um dos beneficiados, gesto tem grande importância no tocante à não escondeu a sua satisfação. E o coordena- solidariedade com o próximo. dor do bairro da Mina, Eugénio Baptista Silva, Júlia Bundo, vice-presidente do sindicato disse que o gesto vai minimizar as dificuldades apelou as autoridades competentes para uma existentes na comunidade. distribuição imparcial os produtos doados. Direitos Humanos A associação Justiça, Paz e Democracia promoveu um seminário sobre os direitos humanos dirigido aos investigadores e instrutores da direcção de Investigação Criminal em Benguela. A coordenadora da associação, Lúcia da Silveira afirmou na ocasião a ocorrência de actos de violação dos direitos humanos por parte de alguns efectivos da Polícia Nacional, mas reconheceu haver também desacato premeditado da parte de muitos cidadãos. Para se minimizar a situação, Lúcia da Silveira disse que a acção de formação vai munir os efectivos de alguma técnica que visa melhorar o exercício das suas actividades e tornar a relação entre os efectivos da Policia Nacional e o cidadão, cada vez mais próxima. Ao intervir, o delegado do Interior e Comandante da Polícia nacional, António Maria Sita, confirmou a existência de elementos em conflito entre os direitos e deveres dos cidadãos e o exercício da actividade policial, e por isso qualificou o seminário de estrema importância na medida em que vai dirimir algumas dificuldades. António Sita considerou fundamental que todos os dias os direitos e deveres sejam motivo de reflexão, para à mudança de mentalidade salvaguardando desta feita os interesses dos cidadãos.