Ekosshop Magazine - #2 Setembro 2010

Transcrição

Ekosshop Magazine - #2 Setembro 2010
Notas
do Editor
Ficha Técnica
Número 2 - Setembro 2010
Editor :
EkosShop
Apartado 245
8126-903 Quarteira
Portugal
Directora Editorial :
Anabela Francisco
Director Gráfico :
Luís Almeida
Publicidade :
Contacto : [email protected]
Web Site :
http://ekosshop.com
Publicação Online ( ISSN 1647-8533 ).
Agradecemos ao Kent Lind a autorização para
utilizar uma das suas imagens como capa deste
número. Podem encontrar mais trabalhos deste
grande artista em : http://www.a2bd.com
A Ekosshop Magazine surgiu como um protótipo para a
divulgação da arte da aerografia em Portugal numa altura
em que pouco ou nada existe sobre este assunto na bela
língua portuguesa.
Procuramos dar a conhecer a arte, as ferramentas, os
meios disponíveis, os materiais a escolher e a melhor
forma de decidir como a aerografia pode fazer parte da
vida de cada um.
A aerografia tem a vantagem de não ser limitada a
determinadas superfícies, aumentando o leque de
desenvolvimento e exploração da expressão de cada
artista, desde que sejam utilizados os materiais e técnicas
adequadas a cada superfície. Os resultados podem ser
mesmo muito agradáveis e até bastante impressionantes.
Os artistas podem contar connosco para criar uma
plataforma (mesmo que em crescimento) para divulgarem
trabalhos, contactos, técnicas, etc.
Ficamos muito gratos pela recepção que este projecto
tem tido por parte dos nossos leitores e visitantes do site
http://ekosshop.com. Isso dá-nos força e energia para
continuar o nosso caminho e produzirmos mais números
desta Magazine.
O objectivo da iniciativa da Ekosshop Magazine é não
sermos apenas mais uma loja online mas também um
meio de divulgação, aprendizagem e troca de experiências
na aerografia.
Convidamos todos os profissionais e amadores desta arte a fazerem parte da
nossa tentativa de divulgação da aerografia ainda tão pouco desenvolvida em
Portugal.
Solicitamos a todos os artistas que partilhem algumas de suas experiências
enviando-nos fotos de trabalhos realizados acompanhadas de informação
sobre as mesmas. Também se agradece o envio de dicas e truques.
Todas as fotos serão redimensionadas e os textos serão editados para
adaptação ao espaço na revista.
Todos os direitos de autor serão garantidos na nossa divulgação e publicação
dos textos e fotos.
Muito Obrigado!
Equipa Ekosshop
G
uia do Iniciante
Como escolher um Compressor ?
limitam a dimensão do trabalho a efectuar. Os artistas
preferem estas bombas aos antigos compressores,
pois têm um fluxo contínuo, sem oscilações, totalmente
silencioso e sem necessidade de energia eléctrica
ou filtros de humidade (resultante do contacto do ar
quente com os depósitos de ar ou a mangueira dos
compressores). Por outro lado, têm o inconveniente de
esgotar a carga sem aviso e a reposição dessa carga
ter ser efectuada em empresas especializadas na área.
Ainda assim, em casos de determinados trabalhos
gráficos que impliquem transporte e independência de
energia eléctrica podem ser uma boa opção, uma vez
que se desenvolveram bombas de medidas intermédias
bastante manejáveis.
Felizmente, nos dias actuais, a indústria tem vindo
a desenvolver também modernos compressores
absolutamente silenciosos e de tamanho acessível
para melhor transporte sendo uma alternativa muito
positiva aos problemas antigos.
A garantia de um bom trabalho de aerografia, depende
essencialmente da existência de uma boa fonte de ar
comprimido que permita um fluxo de ar constante e sem
oscilações de pressão. Uma vez que a tinta é expelida
pela ponta do aerógrafo de forma manipulada, quanto
maior for a viscosidade da tinta usada, mais PSI serão
necessários para finalizar a tarefa.
Por exemplo, na utilização de tintas com baixa
viscosidade seriam necessários 10 a 30 PSI com
cabeças de aerógrafo entre 0,18mm e 0,35mm para
se obter um bom resultado. Já na utilização de tintas
da Createx, sendo de viscosidade mais alta e maior
pigmentação e cobertura, seria necessária a pressão
entre 40 a 60 PSI para obter resultados eficazes.
Até há pouco tempo, os únicos sistemas disponíveis
para usar com aerógrafos eram compressores de
grandes dimensões (ruidosos e caros), compressores
mais pequenos mas também menos fiáveis e
pesadas bombas de ar, difíceis de transportar e com
necessidades específicas para recarga.
Qualquer bom compressor ou Bomba de Ar CO2
funciona na aerografia. No entanto a utilização de
Bombas de ar, não é a mais aconselhada, uma vez que
Existem compressores eléctricos dos mais variados
tamanhos e formatos. Com ou sem depósitos directos,
com pistons, com diafragmas, com ou sem óleo e mais
ou menos silenciosos. Como podem imaginar, existe
uma vasta gama de modelos disponíveis para os mais
variados objectivos de cada artista e utilizador.
A primeira característica que deve ser procurada é a
quantidade de PSI necessários para o trabalho que
pretendem desenvolver. Por exemplo, em caso de
pintura de T-Shirts, com tintas naturalmente mais
viscosas, a pressão necessária varia entre os 40 a 60
PSI ou até mais, caso a tinta seja muito viscosa. No
caso de pretenderem ilustrações ou modelismo, as
tintas sendo mais finas, necessitam de menor pressão
algo entre os 10-30 PSI.
Os compressores de diafragma apenas deverão ser
utilizados com tintas com muito pouca viscosidade.
Apesar do baixo custo, com valor semelhante já podem
adquirir um mini compressor de pistons sem óleo, e
ficarão muito melhor servidos. O sistema de diafragma
funciona com efeito de pulsação o que se nota na
utilização do aerógrafo.
Os compressores de piston têm um funcionamento
simples: um motor eléctrico acciona o piston que
enche de ar o depósito do compressor que depois é
utilizado nos aerógrafos. Dependendo do tamanho do
depósito este tipo de compressor, poderá alimentar
diversos aerógrafos de uma só vez. Bem equipados
para utilização com tintas de alta viscosidade. Há que
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ter algum cuidado na aquisição dos mesmos, pois
têm tendência a serem muito ruidosos. Aconselhase a ouvi-los a trabalhar antes de comprar ou se não
for possível, verificar a quantidade de db(A) na ficha
técnica do mesmo.
Os compressores normalmente encontrados em
drogarias ou grandes distribuidores de material de
Bricolage tendem a ser muito ruidosos ( O ruído é
medido em decibel db(A) ), no entanto têm preços
muito acessíveis. Para obtenção de compressores
mais silenciosos, deve-se procurar junto de fabricantes
especializados no fabrico de compressores para uso
em estúdios e ambientes fechados. Esta decisão
prende-se principalmente com o local onde se pretende
trabalhar: se o atelier é dentro de casa numa zona mais
ou menos residencial ou se é num local mais isolado e
distante da área residencial.
Na aerografia não importa a fonte de ar, apenas terá
de ser uma fonte de ar seco, constante e com os PSI
correctos. Para a melhor escolha possível no que se
refere aos PSI, há que considerar os seguintes factores:
O Tipo de tinta:
- Fina e mais líquida (necessita menor quantidade
de PSI: 10-20) como por exemplo: House of Kolor;
- Viscosa com mais pigmentação e cobertura
(necessita maior quantidade de PSI: 40-60) como
por exemplo: Createx Classic, Createx Auto-Air,
Createx Wicked Colors;
O Tipo de aerógrafo:
- Aerógrafos com cabeças e agulhas maiores para
cobertura de grandes superfícies e “clearcoating”/
acabamento e “basecoating”/Base Isoladora necessitam de maior pressão;
- Aerógrafos com cabeças e agulhas mais finas
para uso em pintura de detalhe - necessitam de
menor pressão;
A nível de acessórios deve-se considerar também
os seguintes artigos:
- Mangueira - a mais aconselhável é de borracha
com revestimento de nylon, disponível em
tamanhos entre 1,5m a 5m;
- Filtros de humidade - devem ser utilizados com
qualquer tipo de compressor na aerografia. Estes
filtros captam a humidade excessiva criada com o
fluxo do ar quente pelo tanque e pela mangueira
(frios) até ao aerógrafo;
- Regulador de pressão de ar - para regular a
pressão da aspersão do ar e da tinta;
Antes de adquirir qualquer compressor, há que pesar as
diversas variantes para tirar o melhor proveito possível
do compressor escolhido. Ainda é um investimento a
considerar por isso tentem escolher o mais adequado
para o trabalho que pretendem realizar. Aconselha-se a
informação exaustiva sobre as características técnicas
dos aparelhos antes de tomar qualquer decisão.
Indicam-se aqui alguns exemplos de compressores
existentes no mercado para auxiliar na vossa escolha:
Tabela de comparação de db(A)
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1 - Werther TC 108 (52 db(A) / Pressão máxima: 55PSI
/ 3,8Bar)
Compressor eléctrico sem óleo, sem depósito de ar, de
pequena dimensão e muito adequado para utilização
em pinturas de detalhe com tintas e aerógrafos finos.
Devido à necessidade de parar após 10 minutos de
trabalho continuado, não é aconselhável para tarefas
gráficas mais exigentes a este nível. Considerado um
bom compressor tipo “Hobby” e ideal para trabalhos de
treino, iniciação e adaptação à aerografia. Com filtro de
humidade. Pouco ruidoso.
2 - IWATA Power Jet Pro (55db(A) / Pressão máxima:
80PSI / 5,5Bar)
3 - Werther Sil-Air 30/9 (40db(A) / Pressão máxima:
116PSI / 8Bar
Compressor a óleo, depósito de ar de 9l, de considerável
dimensão e pesando cerca de 18kg, adequado para
pinturas e aplicações de todos os tipos com tintas mais
ou menos viscosas, regulável para PSI mais baixos
para pinturas de detalhe e aerógrafos finos. Filtro de
humidade. Quase silencioso. Desenvolvido com a
tecnologia WERTHER. Especialistas em compressores
potentes e silenciosos.
Estes são apenas alguns dos exemplares disponíveis
no mercado. Esperamos ter sido de alguma ajuda nesta
vasta área. Como já dissemos antes, aconselhamos a
consultar e comparar exaustivamente as fichas técnicas
de cada aparelho e/ou a contactar o seu fornecedor
para obter o equipamento mais adequado.
Compressor a óleo, dois motores, com depósito ar de
2l, de dimensão média (33 x 23 x 18 cm), pesando
cerca de 12kg, adequado para pinturas com tintas de
viscosidade mais alta, adaptado tanto para aerógrafos
de fluxos mais fortes para aplicação de bases
isoladoras se necessário for, bem como regulável para
PSI mais baixos para pinturas de maior detalhe e mais
finas, versátil e pouco ruidoso. Filtro de humidade.
Desenvolvido com a tecnologia IWATA.
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T
écnicas Básicas
Sombras e Misturas (Parte II)
No exemplo descrito e demonstrado na Parte I deste
artigo, fez-se uso maioritário de cores primárias e
empregou-se a variedade dos traços a exercitar até à
perfeição.
O cenário montanhoso, tal como o cenário da praia,
inicia-se com um suave círculo violeta atravessado por
uma linha horizontal também violeta que representa o
horizonte.
Para continuar a provar os benefícios de dominar
magistralmente os traços base vamos demonstrar um
cenário montanhoso de seguida.
Inicia-se o trabalho utilizando principalmente cores
secundárias e depois iremos experimentando as cores
necessárias para produzir um resultado agradável e
simpático.
Figura 24
Figura 23
A forma base de uma montanha é feita com um traço
de contorno forte na parte de cima da linha do horizonte
e um traço suave/esbatido por baixo da linha do
horizonte.
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O contorno abaixo do horizonte deve se o mais parecido
possível com o contorno acima para o efeito de espelho.
Figura 25
Adicionamos linhas de detalhe para dar o toque realista
ao cenário montanhoso.
Figura 27
Notem como é eficaz e simples o traço de punhal (dagger
stroke) a produzir textura e detalhe na montanha, e
como os mesmos traços alongados/prolongados no
local previsto para o céu formam uma agradável base
para o mesmo.
Figura 26
Pequenos e suaves traços de punhal (dagger strokes)
são desenhados a partir das linhas de detalhe para dar
a ideia de sombra e começar a definir-se a textura.
Figura 28
No destaque sobre o detalhe, notem a suavidade dos
reflexos comparados com as linhas ligeiramente mais
fortes que fazem parte da montanha em si.
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Figura 29
Está na altura de adicionar mais cores e misturas.
Comecemos com o Caribean Blue.
Figura 31
O Amarelo Dourado ou Sunrise é adicionado muito ao
de leve entre o Azul e Laranja.
Figura 30
Aqui podem verificar como a aplicação de uma cor
secundária como o Laranja evidencia o cenário.
Tenham no entanto cuidado e evitem aplicar o laranja
onde anteriormente aplicaram o Caribean Blue.
Figura 32
Um leve toque de Hot Pink acentua as nuvens e a água.
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Figura 33
Amarelo Forte deve ser aplicado com generosidade para envolver as formas num cenário composto.
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Figura 36
Figura 34
Utilizando cores secundárias como o Verde Floresta
ou Folha aparecem umas árvores na linha horizontal e
algumas ervas na frente da composição.
Adicionam-se umas árvores usando sempre traços de
punhal (dagger strokes) e linhas horizontais para ajudar
a criar a perspectiva na água.
Figura 37
Figura 35
Highlight em branco definem as extremidades e
destacam o céu e a montanha.
Quando visto de perto verifica-se que a linha de árvores
no horizonte foi feita com uma série de traços de punhal
(dagger strokes).
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Figura 38
Neste caso adicionaram-se umas letras em caligrafia para personalizar e tornar o desenho numa recordação para
quem o pediu tornando-o único e especial.
Estes Tutoriais (Parte 1 e Parte 2) foram baseados nos
artigos publicados por Terry Hill.
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G
aleria do Artista
Artistas do Mundo da Aerografia
A Ekosshop Magazine, aposta na busca do talento e convida os Airbrushers espalhados por este país fora e
arredores a partilhar seus trabalhos e experiências com a aerografia.
De seguida podem ver alguns exemplos do que se faz por cá. Todas as imagens foram-nos enviadas pelos
artistas que tal como nós procuram a divulgação desta arte.
Que estes exemplos sirvam de inspiração para outros trabalhos.
As imagens publicadas pertencem aos respectivos artistas e a sua utilização deverá sempre passar pela
autorização dos autores.
Victor Sousa
Funchal
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“Paint to Live, Live to Paint”
Daniel Serrabulho
Style Spectrum
Portimão
http://www.stylespectrum.com
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EKOSSHOP MAGAZINE
http://ekosshop.com
[email protected]
#2 - Setembro 2010
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