RPDM - Cinfães R01 Caracterização - v07
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RPDM - Cinfães R01 Caracterização - v07
VOLUME I REVISÃO DO PDM DE CINFÃES Câmara Municipal de Cinfães GeoAtributo | Abril 2015 RPDM de Cinfães Ficha Técnica do Documento Título: Estudos de Caracterização e Diagnóstico da Revisão do PDM de Cinfães Descrição: Relatório que pretende realizar a caracterização e o diagnóstico da realidade atual do concelho de Cinfães. Data de produção: 04 de fevereiro de 2015 Data da última atualização: 6 de maio de 2015 Versão: Versão 07 Desenvolvimento e produção: GeoAtributo, C.I.P.O.T., Lda. Coordenador de Projeto: Ricardo Almendra | Geógrafo – Desenvolvimento e Ambiente Equipa técnica: Elisa Bairrinho | Arquiteta Paisagista Raquel Nogueira | Engenheira Civil - Hidráulica e Ambiente Consultores: Manuel Miranda | Engenheiro Civil Código de documento: 105 Estado do documento Apresentação no âmbito da 2ª reunião da CA. Código do Projeto: 011180403 Nome do ficheiro digital: 01_Relatorio_Caracterizacao_RPDM_Cinfaes_v07 Modelo 30602 R01 | Caracterização e Diagnóstico 2|P á g i n a ÍNDICE GERAL CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO ............................................................................................................. 17 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 17 2 ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E ADMINISTRATIVO ..................................................................... 21 3 ARTICULAÇÃO DO PLANO COM OUTROS INSTRUMENTOS E POLÍTICAS COM INCIDÊNCIAS ESPACIAIS 23 3.1 ÂMBITO NACIONAL ........................................................................................................................ 23 3.1.1 Estratégias, Programas e Planos Estratégicos ........................................................................... 23 Portugal 2020 ..................................................................................................................................... 23 Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENDS) ................................. 24 Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais (ENEAPAI) .......................... 27 Estratégia Nacional para as Florestas (ENF) ....................................................................................... 28 Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA) ............................................................... 30 Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PANCD) ................................................. 33 Plano Nacional da Água (PNA)............................................................................................................ 35 Plano Nacional de Emergência e Proteção Civil (PNEPC) ................................................................... 39 Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI) ..................................................... 40 Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR II) ....... 42 Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU 2020) .................................................. 43 Plano de Desenvolvimento Rural do Continente 2014 - 2020 (PDR 2020) ........................................ 44 Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas ........................................................................... 45 Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) .................................................................................. 47 3.1.2 Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) .................................. 50 3.1.3 Planos Setoriais.......................................................................................................................... 53 Plano Setorial da Rede Natura 2000 (PSRN 2000) .............................................................................. 53 Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica do Douro (PGBH-D) .............................................................. 56 Plano Rodoviário Nacional (PRN 2000) .............................................................................................. 58 3.1.4 Planos Especiais de Ordenamento do Território ....................................................................... 60 Plano de Ordenamento de Albufeiras de Águas Públicas (POAAP) .................................................... 60 3.2 ÂMBITO REGIONAL ........................................................................................................................ 64 3.2.1 Plano Regional de Ordenamento do Território da Região Norte (PROT-N) .............................. 64 3.2.2 Plano Regional de Ordenamento Florestal do Tâmega (PROF-T) .............................................. 64 3.2.3 Programa Operacional Regional do Norte (2014-2020) (PORN) ............................................... 68 3.3 3.3.1 ÂMBITO MUNICIPAL ...................................................................................................................... 70 Plano Diretor Municipal (PDM) em Vigor .................................................................................. 70 RPDM de Cinfães 3.3.2 Planos de Urbanização (PU) de Cinfães ..................................................................................... 71 3.3.3 Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) ......................................... 72 3.3.4 Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil (PMEPC) ...................................................... 73 CAPÍTULO II – CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO .................................................................................... 75 1 SISTEMA BIOFÍSICO .......................................................................................................................... 75 1.1 GEOLOGIA ...................................................................................................................................... 75 1.2 MORFOLOGIA................................................................................................................................. 76 1.2.1 Relevo e altitude ........................................................................................................................ 76 1.2.2 Declives ...................................................................................................................................... 77 1.2.3 Exposição de vertentes .............................................................................................................. 78 1.3 1.3.1 Bacias e sub-bacias hidrográficas .............................................................................................. 80 1.3.2 Qualidade da água ..................................................................................................................... 82 1.4 3 4 SOLOS ............................................................................................................................................. 86 1.4.1 Unidades pedológicas ................................................................................................................ 86 1.4.2 Carta da Aptidão da Terra para Uso Florestal ........................................................................... 88 1.4.3 Carta da Aptidão da Terra para Uso Agrícola ............................................................................ 89 1.5 2 HIDROGRAFIA................................................................................................................................. 79 CLIMA ............................................................................................................................................. 91 1.5.1 Temperatura do ar..................................................................................................................... 91 1.5.2 Precipitação ............................................................................................................................... 93 PATRIMÓNIO NATURAL .................................................................................................................... 95 2.1 VALORES NATURAIS ....................................................................................................................... 95 2.2 BIODIVERSIDADE .......................................................................................................................... 102 2.3 UNIDADES DE PAISAGEM ............................................................................................................. 109 PATRIMÓNIO CULTURAL CONSTRUÍDO .......................................................................................... 113 3.1 IMÓVEIS CLASSIFICADOS E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO ............................................................. 117 3.2 PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO .................................................................................................... 121 OCUPAÇÃO DO SOLO...................................................................................................................... 130 4.1 SOLOS ........................................................................................................................................... 130 4.2 OCUPAÇÃO AGRÍCOLA ................................................................................................................. 131 4.3 OCUPAÇÃO FLORESTAL ................................................................................................................ 132 R01 | Caracterização e Diagnóstico 4|P á g i n a RPDM de Cinfães 5 4.3.1 A Floresta do concelho e o Plano Regional de Ordenamento Florestal .................................. 133 4.3.2 Risco de Incêndio Florestal ...................................................................................................... 147 POPULAÇÃO E ATIVIDADES ............................................................................................................ 155 5.1 5.1.1 População residente ................................................................................................................ 155 5.1.2 Taxas de natalidade e mortalidade ......................................................................................... 157 5.1.3 Estrutura etária da população ................................................................................................. 159 5.1.4 Densidade populacional .......................................................................................................... 161 5.1.5 Nível de instrução da população ............................................................................................. 163 5.2 ATIVIDADES ECONÓMICAS E EMPREGO ...................................................................................... 167 5.2.1 Caracterização geral das atividades económicas por setores de atividade ............................. 167 5.2.2 Caracterização geral do emprego ............................................................................................ 169 5.3 AGRICULTURA E PECUÁRIA .......................................................................................................... 177 5.3.1 Estrutura das explorações agrícolas ........................................................................................ 177 5.3.2 Utilização das terras ................................................................................................................ 183 5.3.3 Efetivos animais ....................................................................................................................... 187 5.3.4 Máquinas agrícolas .................................................................................................................. 188 5.3.5 População e mão-de-obra agrícola .......................................................................................... 189 5.4 6 DEMOGRAFIA ............................................................................................................................... 155 TURISMO ...................................................................................................................................... 190 5.4.1 Identificação dos recursos turísticos ....................................................................................... 191 5.4.2 Turismo em espaço rural ......................................................................................................... 193 5.4.3 Alojamento .............................................................................................................................. 193 ESTRUTURAÇÃO TERRITORIAL ........................................................................................................ 196 6.1 DINÂMICA URBANA ..................................................................................................................... 196 6.1.1 Áreas urbanas e Áreas rurais ................................................................................................... 196 6.1.2 Análise comparativa da evolução do edificado ....................................................................... 198 6.1.3 Situação urbanística................................................................................................................. 209 6.1.4 Evolução (1995-2012) .............................................................................................................. 217 6.2 INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS ........................................................................................ 221 6.2.1 Rede viária e transportes ......................................................................................................... 221 6.2.2 Equipamentos coletivos........................................................................................................... 228 6.2.3 Eletricidade e telecomunicações ............................................................................................. 240 6.2.4 Abastecimento de água ........................................................................................................... 242 6.2.5 Drenagem de águas residuais .................................................................................................. 245 R01 | Caracterização e Diagnóstico 5|P á g i n a RPDM de Cinfães 6.2.6 7 RISCOS NATURAIS E TECNOLÓGICOS .............................................................................................. 250 7.1 Risco de cheias e inundações .................................................................................................. 253 7.1.2 Risco de sismos ........................................................................................................................ 255 7.1.3 Risco de movimentos de massa ............................................................................................... 257 RISCOS TECNOLÓGICOS ............................................................................................................... 258 7.2.1 Riscos rodoviários .................................................................................................................... 258 7.2.2 Risco de incêndios urbanos ..................................................................................................... 261 7.2.3 Risco de cheias e inundações por rotura de barragens ........................................................... 263 7.3 7.3.1 RISCOS MISTOS ............................................................................................................................ 265 Incêndios florestais .................................................................................................................. 265 SERVIDÕES E RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA .......................................................................... 267 8.1 9 RISCOS NATURAIS ........................................................................................................................ 253 7.1.1 7.2 8 Resíduos sólidos ...................................................................................................................... 248 RECURSOS NATURAIS ................................................................................................................... 268 8.1.1 Recursos Hídricos .................................................................................................................... 269 8.1.2 Recursos Geológicos ................................................................................................................ 276 8.1.3 Recursos Agrícolas ................................................................................................................... 278 8.1.4 Recursos Florestais .................................................................................................................. 280 8.1.5 Recursos Ecológicos ................................................................................................................. 287 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO ....................................................................................... 293 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... 301 R01 | Caracterização e Diagnóstico 6|P á g i n a ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Carta Geológica de Portugal ............................................................................................................. 75 Figura 2: Qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Douro, em 2013 .................................................... 83 Figura 3: Evolução da qualidade da água na bacia hidrográfica do Douro, entre 1995 e 2013 ...................... 84 Figura 4: Fontes de poluição urbana na bacia hidrográfica do Douro ............................................................ 84 Figura 5: Percentagem ocupada pelas unidades pedológicas existentes no concelho de Cinfães................. 87 Figura 6: Aptidão florestal do concelho de Cinfães (Percentagem) ................................................................ 89 Figura 7: Aptidão agrícola do concelho de Cinfães (Percentagem) ................................................................. 90 Figura 8: Gráfico termopluviométrico para a Estação da Régua (1971-2000) ................................................ 92 Figura 9: Temperatura (⁰C) média, máxima e mínima – valores médios diários............................................. 92 Figura 10: Unidades e grupos de unidades de paisagem em Portugal Continental ...................................... 110 Figura 11: Pelourinho de Nespereira ............................................................................................................. 118 Figura 12: Igreja Românica de Santa Maria Maior, de Tarouquela ............................................................... 119 Figura 13: Pelourinho de Cinfães ................................................................................................................... 119 Figura 14: Igreja Matriz de Escamarão .......................................................................................................... 120 Figura 15: Percentagem de ocupação do solo no concelho de Cinfães ........................................................ 131 Figura 16: Número de ocorrências e área total ardida nos concelhos do PROF Tâmega, entre 2004 e 2013 ....................................................................................................................................................................... 151 Figura 17: Distribuição anual da área ardida e número total de ocorrências no concelho de Cinfães, entre 2004 e 2013 ............................................................................................................................................................ 152 Figura 18: Distribuição da área ardida e do número de ocorrências em 2013 e média do quinquénio (20082012), por freguesia ...................................................................................................................................... 153 Figura 19: Área ardida em espaços florestais no concelho de Cinfães, entre 2009 e 2013 .......................... 154 Figura 20: Evolução da taxa bruta de natalidade no concelho de Cinfães e nas NUT em que se insere, entre 2000 e 2013 ................................................................................................................................................... 158 Figura 21: Evolução da taxa bruta de mortalidade no concelho de Cinfães e nas NUT em que se insere, entre 2000 e 2013 ................................................................................................................................................... 159 Figura 22: Estrutura etária da população residente em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2011 ...... 160 RPDM de Cinfães Figura 23: Taxa de analfabetismo em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2001 e 2011 e respetiva variação ....................................................................................................................................................................... 164 Figura 24: População residente em Cinfães e nas NUT em que se insere, segundo o nível de escolaridade mais elevado compelo ........................................................................................................................................... 166 Figura 25: População empregada em Cinfães e nas NUT em que se insere, por setor de atividade económica ....................................................................................................................................................................... 168 Figura 26: Desemprego registado em Cinfães segundo o grupo etário, em dezembro de 2013 .................. 170 Figura 27: Desemprego registado em Cinfães por níveis de escolaridade, em dezembro de 2013 .............. 171 Figura 28: Desemprego registado em Cinfães por motivos de inscrição, em dezembro de 2013 ................ 172 Figura 29: População ativa e população inativa de Cinfães, por grupo etário, em 2011 .............................. 173 Figura 30: População empregada e população desempregrada em Cinfães, por grupo etário, em 2011 .... 173 Figura 31: População empregada/estudante em Cinfães, por local de trabalho/estudo, em 2011 ............. 174 Figura 32: Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares e principal meio de transporte (%) para o concelho de Cinfães ........................................................................................................................... 177 Figura 33: Variação relativa do número de explorações agrícolas em Cinfães e nas NUT em que se insere, entre 1999 e 2009 ......................................................................................................................................... 178 Figura 34: Forma de exploração da superfície agrícola utilizada em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2009 ............................................................................................................................................................... 181 Figura 35: Natureza jurídica do produtor agrícola em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2009 ........ 182 Figura 36: Contabilidade agrícola no concelho de Cinfães, em 2009 ............................................................ 182 Figura 37: Variação relativa da SAU e do número de explorações agrícolas em Cinfães e nas NUT em que se insere, entre 1999 e 2009 ............................................................................................................................. 183 Figura 38: Composição da SAU em Cinfães, em 2009 ................................................................................... 186 Figura 39: Varialção relativa da composição da SAU em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 1999 e 2009, e respetiva variaçaõ relativa.......................................................................................................................... 186 Figura 40: Classes da SAU no concelho de Cinfães, em 2009 ........................................................................ 187 Figura 41: Variação relativa do número de explorações com animais e do número de cabeças em Cinfães, entre 1999 e 2009 ......................................................................................................................................... 188 Figura 42: Variação relativa do número de tratores e de explorações agrícolas com trator em Cinfães e nas NUT em que se insere, entre 1999 e 2009 .................................................................................................... 189 R01 | Caracterização e Diagnóstico 8|P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 43: Origem do rendimento do agregado doméstico do produtor no concelho de Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2009 ................................................................................................................................. 190 Figura 44: Variação do parque habitacional e da população residente entre 2001 e 2011 .......................... 200 Figura 45: Variação do número de edifícios licenciados nos concelhos da NUT III – Tâmega, entre 2001 e 2013 ....................................................................................................................................................................... 200 Figura 46: Variação relativa do número de famílias clássicas entre 2001 e 2011 ......................................... 202 Figura 47: Alojamentos familiares segundo a forma de ocupação em Cinfães, em 2011 ............................. 203 Figura 48: Evolução do número de edifícios em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2011, e respetiva variação relativa ............................................................................................................................................ 204 Figura 49: Edifícios (%), por forma de utilização, em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2011 .......... 206 Figura 50: Edifícios segundo o escalão da dimensão de alojamento em Cinfães, em 2011 .......................... 208 Figura 51: Edifícios segundo a dimensão de pisos em Cinfães, em 2011 ...................................................... 208 Figura 52: Variação do número de edifícios (1995-2012) e da população residente (1991-2011) ............... 220 Figura 53: Rede rodoviária nacional .............................................................................................................. 222 Figura 54: População servida (%) por sistemas de abastecimento de água (2009) ...................................... 243 Figura 55: População servida por sistemas de drenagem de águas residuais, em 2009 ............................... 248 Figura 56: Árvore de Interesse Público em Cinfães – Cupressus sempervirens L. .......................................... 285 ÍNDICE DE MAPAS Mapa 1: Enqudramento geográfico e administrativo do concelho de Cinfães ............................................... 21 Mapa 2: Carta geológica do concelho de Cinfães ............................................................................................ 76 Mapa 3: Carta hipsométrica do concelho de Cinfães ...................................................................................... 77 Mapa 4: Carta de declives do concelho de Cinfães ......................................................................................... 78 Mapa 5: Carta de exposição de vertentes do concelho de Cinfães ................................................................. 79 Mapa 6: Rede hidrográfica do concelho de Cinfães ........................................................................................ 81 Mapa 7: Unidades pedológicas existentes no concelho de Cinfães ................................................................ 86 Mapa 8: Carta da aptidão da terra para o uso florestal do concelho de Cinfães ............................................ 88 Mapa 9: Carta da aptidão da terra para o uso agrícola do concelho de Cinfães (classes e subclasses) .......... 89 R01 | Caracterização e Diagnóstico 9|P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 10: Sítios de Interesse Comunitário da RN 2000 no concelho de Cinfães ............................................. 96 Mapa 11: Unidades de Paisagem do Concelho de Cinfães ............................................................................ 111 Mapa 12: Património imóvel “classificado” do concelho de Cinfães ............................................................ 120 Mapa 13: Ocupação atual do solo do concelho de Cinfães, segundo a COS2007 ......................................... 130 Mapa 14: Ocupação agrícola no concelho de Cinfães, segundo o nível 2 da COS2007 ................................ 132 Mapa 15: Ocupação florestal do concelho de Cinfães, segundo o nível 2 da COS2007 ................................ 133 Mapa 16: Sub-regiões homogéneas do PROF – concelho de Cinfães ........................................................... 136 Mapa 17: Equipamentos florestais de recreio do concelho de Cinfães ........................................................ 147 Mapa 18: Risco de incêndio florestal para o concelho de Cinfães ................................................................ 148 Mapa 19: Áreas ardidas no concelho de Cinfães, entre 2004 e 2013 ........................................................... 154 Mapa 20: População residente no concelho de Cinfães (2011) e respetiva variação relativa (2001 e 2011) 157 Mapa 21: População residente no concelho de Cinfães, por grupo etário, em 2011 ................................... 160 Mapa 22: Densidade populacional em Cinfães, em 2011 ............................................................................. 163 Mapa 23: Variação relativa do número de explorações agrícolas no concelho de Cinfães, entre 1999 e 2009 ....................................................................................................................................................................... 180 Mapa 24: Variação relativa da SAU no concelho de Cinfães, entre 1999 e 2009 .......................................... 185 Mapa 25: Tipologia das áreas urbanas no concelho de Cinfães, em 2014 .................................................... 198 Mapa 26: Número de alojamentos no concelho de Cinfães (2011) e respetiva variação relativa (2001-2011) ....................................................................................................................................................................... 201 Mapa 27: Número de edifíciosno concelho de Cinfães, em 2011, e respetiva variação relativa (2001-2011) ....................................................................................................................................................................... 205 Mapa 28: Edifícios segundo o tipo de utilização (principalmente residenciais) em Cinfães, em 2011 ......... 207 Mapa 29: Situação urbanística do concelho de Cinfães, em 1995 ................................................................ 209 Mapa 30: Avaliação da situação urbanística existente.................................................................................. 212 Mapa 31: Situação urbanística existente (MSUE), incidência no concelho de Cinfães ................................. 215 Mapa 32: Evolução do edificado de Cinfães: edifícios até 1995 e edifícios até 2012 ................................... 218 Mapa 33: Densidade de edifícios (N.º/ha) no concelho de Cinfães .............................................................. 221 Mapa 34: Rede viária do concelho de Cinfães............................................................................................... 223 R01 | Caracterização e Diagnóstico 10 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 35: Equipamentos administrativos do concelho de Cinfães ............................................................... 230 Mapa 36: Equipamentos culturais e de lazer do concelho de Cinfães .......................................................... 231 Mapa 37: Equipamentos desportivos do concelho de Cinfães ..................................................................... 232 Mapa 38: Equipamentos religiosos do concelho de Cinfães ......................................................................... 235 Mapa 39: Equipamentos sociais do concelho de Cinfães .............................................................................. 236 Mapa 40: Equipamentos de saúde do concelho de Cinfães .......................................................................... 238 Mapa 41: Equipamentos de educação do concelho de Cinfães .................................................................... 239 Mapa 42: Equipamentos de Prevenção e Segurança Pública do concelho do Cinfães ................................. 240 Mapa 43: Infraestruturas de energia elétrica do concelho de Cinfães ......................................................... 241 Mapa 44: Infraestruturas de abastecimento de água do concelho de Cinfães ............................................. 245 Mapa 45: Infraestruturas de águas residuais do concelho de Cinfães .......................................................... 247 Mapa 46: Suscetibilidade de cheias e inundações no concelho de Cinfães .................................................. 255 Mapa 47: Carta de suscetibilidade sísmica no concelho de Cinfães ............................................................. 256 Mapa 48: Carta de suscetibilidade de movimentos de massa do concelho de Cinfães ................................ 258 Mapa 49: Carta de suscetibilidade de acidentes rodoviários no concelho de Cinfães .................................. 260 Mapa 50: Carta de suscetibilidade de incêndios e colapsos em centros históricos e em edifícios com elevada densidade populacional ................................................................................................................................ 263 Mapa 51: Carta de suscetibilidade de cheias e inundações por rotura de barragens no concelho de Cinfães ....................................................................................................................................................................... 265 Mapa 52: Carta de risco de incêndios florestais do concelho de Cinfães ..................................................... 266 Mapa 53: Perímetro Florestal da Serra de Montemuro ................................................................................ 282 Mapa 54: Distribuição espacial das áreas ardidas no concelho de Cinfães, entre 2004 e 2013 ................... 287 Mapa 55: Rede Natura 2000 no concelho de Cinfães ................................................................................... 290 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1: Área das freguesias do concelho de Cinfães .................................................................................. 22 R01 | Caracterização e Diagnóstico 11 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 2: Estruturação Temática do Portugal 2020 ....................................................................................... 23 Quadro 3: Linhas de orientação e objetivos estratégicos da ENEAPAI ........................................................... 28 Quadro 4: Objetivos estratégicos e respetivos objetivos específicos, assumidos pela ENF............................ 29 Quadro 5: Objetivos estratégicos estabelecidos pelo PNUEA, para cada setor de consumo de água ............ 31 Quadro 6: Metas estabelecidas pelo PNUEA segundo o setor de consumo da água...................................... 32 Quadro 7: Objetivos estratégicos e específicos do PANCD ............................................................................. 33 Quadro 8: Eixos Estratégicos de Atuação ........................................................................................................ 41 Quadro 9: Objetivos estratégicos e respetivas necessidades, do PDR 2020 ................................................... 44 Quadro 10: Programas e projetos do PENT 2013-2015 .................................................................................. 47 Quadro 11: Habitats Prioritários identificados nos SIC abrangidos pelo concelho de Cinfães ....................... 55 Quadro 12: Especificação de áreas temáticas e objetivos estratégicos do PGBH-Douro. .............................. 57 Quadro 13: Objetivos Temáticos e correspondentes Prioridades de Investimento escolhidas na estruturação estratégica e programática do Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 ................................... 69 Quadro 14: Objetivos estratégicos e objetivos operacionais associados a cada eixo estratégico .................. 72 Quadro 15: Classes de classificação da qualidade da água ............................................................................. 83 Quadro 16: Classificações disponíveis e parâmetros responsáveis pela classificação no período 2011-2013 85 Quadro 17: Habitats naturais e seminaturais do SIC Serra de Montemuro constantes do anexo B-I do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro ............................................................................................................................ 97 Quadro 18: Espécies de fauna e flora do SIC Serra de Montemuro constantes do anexo B-II do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro ........................................................................................................................................... 98 Quadro 19: Outras espécies do SIC Serra de Montemuro constantes nos Anexos B-IV e B-V do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro ........................................................................................................................................... 99 Quadro 20: Habitats naturais e seminaturais do SIC Rio Paiva constantes do anexo B-I do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro .............................................................................................................................................. 100 Quadro 21: Espécies de fauna e flora do SIC Rio Paiva constantes do anexo B-II do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro ........................................................................................................................................................ 101 Quadro 22: Outras espécies do SIC Serra de Montemuro constantes nos Anexos B-IV e B-V do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro ......................................................................................................................................... 102 Quadro 23: Espécies de herpetofauna presentes no Vale do Rio Bestança .................................................. 104 R01 | Caracterização e Diagnóstico 12 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 24: Avifauna presente no Vale do Rio Bestança ............................................................................... 105 Quadro 25: Mamíferos terrestres presentes no Vale do Rio Bestança ......................................................... 108 Quadro 26: Espécies de quirópteros identificadas no Vale do Rio Bestança ................................................ 109 Quadro 27: Património imóvel classificado do concelho de Cinfães............................................................. 117 Quadro 28: Património arquológico do concelho de Cinfães ........................................................................ 122 Quadro 29: Monumentos da Rota do Românico........................................................................................... 128 Quadro 30: População residente em Cinfães, por freguesia, e respetiva variação relativa .......................... 156 Quadro 31: População residente no concelho de Cinfães, por grupo etário, em 2011 ................................ 161 Quadro 32: Densidade populacional de Cinfães, por freguesia, em 2001 e 2011 e respetiva variação relativa ....................................................................................................................................................................... 162 Quadro 33: Taxa de analfabetismo em Cinfães em 2001 e 2011 e respetiva variação relativa .................... 164 Quadro 34: População residente segundo o nível de escolaridade mais elevado completo, em 2011 ........ 166 Quadro 35: Número de empresas em Cinfães, por atividade económica (CAE), em 2012 ........................... 168 Quadro 36: Género, tempo de inscrição e situação face à procura de emprego da população desempregada de Cinfães, em dezembro de 2013 ................................................................................................................ 170 Quadro 37: População empregada por atividade económica (CAE Rev. 3) em Cinfães, em 2011 ................ 175 Quadro 38: Explorações agrícolas em Cinfães, por freguesia, em 1999 e 2009 e respetiva variação relativa ....................................................................................................................................................................... 179 Quadro 39: Superfície Agrícola Utilizada em Cinfães, por freguesia, em 1999 e 2009, e respetiva variação relativa ........................................................................................................................................................... 184 Quadro 40: Pontos de interesse turístico existentes no concelho de Cinfães .............................................. 192 Quadro 41: Empreendimentos turísticos classificados pelo Turismo de Portugal ........................................ 194 Quadro 42: Outros estabelecimentos do tipo turístico de Cinfães ............................................................... 194 Quadro 43: Estabelecimentos de Alojamento Local existentes no concelho de Cinfães .............................. 195 Quadro 44: Número de fogos e número de alojamentos em Cinfães, em 2001 e 2013, e respetiva variação relativa ........................................................................................................................................................... 199 Quadro 45: Número de famílias clássicas em Cinfães, em 2001 e 2011, e respetiva variação relativa ........ 202 Quadro 46: Número de edifícios em Cinfães, em 2001 e 2011, e respetiva variação relativa ...................... 204 Quadro 47: Avaliação da situação urbana existente em 1995, por freguesia ............................................... 211 R01 | Caracterização e Diagnóstico 13 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 48: Avaliação da situação urbana existente em 2012, por freguesia ............................................... 214 Quadro 49: Situação urbanística existente, por freguesia ............................................................................ 216 Quadro 50: Comparação da situação urbanística entre 1995 e 2012 ........................................................... 217 Quadro 51: Número de edifícios em Cinfães, em 1995 e em 2012, e respetiva variação relativa (1995-2012) ....................................................................................................................................................................... 219 Quadro 52: Circuitos escolares no concelho de Cinfães, para o ano letivo 2014/2015 ................................ 226 Quadro 53: Equipamentos religiosos do concelho de Cinfães ...................................................................... 233 Quadro 54: Captações de água do concelho de Cinfães, 2009 ..................................................................... 243 Quadro 55: Resíduos urbanos recolhidos no concelho de Cinfães, em 2013 ............................................... 249 Quadro 56: Principais troços da rede viária com suscetibilidade elevada a acidentes rodoviários .............. 260 Quadro 57: Servidões e Restrições de Utilidade Pública com incidência no concelho de Cinfães ................ 267 Quadro 58: Atividades interditas e condicionadas nas zonas de proteção de albufeiras de água pública ... 271 Quadro 59: Atividades interditas nas zonas de proteção e zona de respeito da barragem e dos órgãos de segurança e de utilização da albufeira .......................................................................................................... 276 Quadro 60: Distâncias de Proteção das Zonas de Defesa ............................................................................. 277 Quadro 61: Pedreiras Existentes no concelho de Cinfães ............................................................................. 278 Quadro 62: Correspondência das áreas estabelecidas no Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de março, e as novas categorias de áreas integradas na REN ......................................................................................................... 289 Quadro 63: Uso do solo no concelho de Cinfães abrangido pela RN2000 .................................................... 291 R01 | Caracterização e Diagnóstico 14 | P á g i n a RPDM de Cinfães ÍNDICE DE ACRÓNIMOS ANPC Autoridade Nacional de Proteção Civil CA Comissão de Acompanhamento CAE Classificação das Atividades Económicas COS Carta de Ocupação do Solo DD Informação Insuficiente DGADR Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural DGOTDU Direção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano DGPC Direção Geral do Património Cultural DL Decreto-Lei DOP Denominação de Origem Protegida ENF Estratégia Nacional para as Florestas EP Estradas de Portugal ETA Estação de Tratamento de Água ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais GNR Guarda Nacional Republicana IEFP Instituto do Emprego e Formação Profissional IGP Indicação Geográfica Protegida IGT Instrumento de Gestão Territorial IIP Imóvel de Interesse Público IM Interesse Municipal INE Instituto Nacional de Estatística INE Instituo Nacional de Estatística INSAAR Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais IPMA Instituo Português do Mar e da Atmosfera IPMA Instituo Português do Mar e da Atmosfera LC Pouco Preocupante LNEG Laboratório Nacional de Energia e Geologia MIP Monumento de Interesse Público MN Monumento Nacional NA Não Aplicável NT Quase Ameaçada NUT Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos OT Objetivo Temático PANCD Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação PDM Plano Diretor Municipal R01 | Caracterização e Diagnóstico 15 | P á g i n a RPDM de Cinfães PDR 2020 Plano de Desenvolvimento Rural do Continente PEAASAR II Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais PENT Plano Estratégico Nacional do Turismo PENT Plano Estratégico Nacional do Turismo PERSU 2020 Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos PGBH-D Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica do Douro PMDFCI Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios PMEPC Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil PNA Plano Nacional da Água PNDFCI Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios PNEPC Plano Nacional de Emergência e Proteção Civil PNPOT Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território PNUEA Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água POAAP Plano de Ordenamento de Albufeiras de Águas Públicas POACL Plano de Ordenamento da Albufeira de Crestuma Lever POARC Plano de Ordenamento das Albufeiras da Régua e de Carrapatelo PORN Programa Operacional Regional do Norte PRN 2000 Plano Rodoviário Nacional PROF-T Plano Regional de Ordenamento Florestal do Tâmega PROT-N Plano Regional de Ordenamento do Território da Região Norte PSRN 2000 Plano Setorial da Rede Natura 2000 PU Plano de Urbanização RJIGT Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial RN2000 Rede Natura 2000 RNAIP Registo Anual do Arvoredo de Interesse Público SIC Sítio de Interesse Comunitário SIV Suporte Imediato de Vida SNIRH Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos VU Vulnerável ZEC Zona Especial de Conservação ZPE Zona de Proteção Especial R01 | Caracterização e Diagnóstico 16 | P á g i n a RPDM de Cinfães CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO 1 INTRODUÇÃO De modo a compreender a importância que o Plano Diretor Municipal (PDM) assume enquanto Instrumento de Gestão Territorial (IGT), é importante que se realize uma reflexão sobre os propósitos e as questões inerentes ao ordenamento e planeamento do território. Apesar do ordenamento e do planeamento operarem a escalas de análise distintas, ambos pressupõem a organização e a gestão do espaço territorial. Neste sentido, é fundamental que se depreenda a diferença entre estes dois conceitos, de modo a que não seja restringido o âmbito do primeiro. O ordenamento, de acordo com a Direção-Geral de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU), é o “resultado da implementação espacial coordenada das políticas económica, social, cultural e ecológica da sociedade”, cujo objetivo é atingir um desenvolvimento equilibrado das regiões, através da organização do espaço físico pensada à escala regional. O planeamento do território consistirá assim na concretização das ações que daqui decorrem. Ao estabelecer a estrutura espacial para o território do município, a classificação dos solos, os perímetros urbanos e os indicadores urbanísticos, o PDM dá resposta aos referidos pressupostos, para que seja alcançado o desenvolvimento territorial, através da distribuição racional das atividades económicas, do desenvolvimento social e igualdade entre os cidadãos, do acesso aos serviços e equipamentos públicos, redes de transportes, comunicações e infraestruturas, entre outros. O PDM de Cinfães atualmente em vigor foi aprovado pela Assembleia Municipal em 27 de junho de 1994 e ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 102/94, de 17 de outubro, com publicação em Diário da República – I Série – B, n.º 240, a 17 de outubro de 1994, estabelecendo os seguintes objetivos: Promover o ordenamento do território concelhio; Preservar e potenciar os recursos concelhios; Promover o desenvolvimento; R01 | Caracterização e Diagnóstico 17 | P á g i n a RPDM de Cinfães Fixar a população no concelho; Melhorar as acessibilidades, internas e ao exterior, aos serviços, infraestruturas e equipamentos; Preservar e valorizar o património concelhio. A revisão agora em curso foi determinada em reunião ordinária da Câmara Municipal de Cinfães a 20 de março de 2014, tendo sido tornada pública através do Edital (extrato) n.º 297/2014, de 4 de abril, publicado em Diário da República, 2.ª série – N.º 73, a 4 de abril. Esta revisão justifica-se pela profunda alteração ao enquadramento legislativo, reforçado pela necessidade de adequar o PDM à realidade socioeconómica, ambiental, demográfica e cultural atuais. A desadequação da cartografia que serviu de base à elaboração do PDM e a desatualização das peças que o constituem e acompanham constituem também fatores determinantes e fundamentais da corrente revisão. O Aviso n.º 13871/2014, publicado em Diário da República, 2.ª série, N.º 239, de 11 de dezembro de 2014, constituiu a Comissão de Acompanhamento (CA) da revisão do PDM de Cinfães, que é assim composta por 24 entidades. CONTEÚDO DO DOCUMENTO O Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) (Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, com redação dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro, atualizado pelo Decreto-Lei n.º 181/2009, de 7 de agosto, e pelo Decreto-Lei n.º 2/2011, de 6 de janeiro), refere nos seus artigos 85.º e 86.º quais são os conteúdos material e documental dos PDM. O presente documento pretende dar cumprimento ao estabelecido na alínea a) do n.º 2 do artigo 86.º, que estabelece o seguinte: Artigo 86.º Conteúdo documental 1 — O plano diretor municipal é constituído por: a) Regulamento; R01 | Caracterização e Diagnóstico 18 | P á g i n a RPDM de Cinfães b) Planta de ordenamento, que representa que representa o modelo de organização espacial do território municipal, de acordo com os sistemas estruturantes e a classificação e qualificação dos solos e ainda as unidades operativas de planeamento e gestão definidas; c) Planta de condicionantes que identifica as servidões e restrições de utilidade pública em vigor que possam constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma específica de aproveitamento. 2 — O plano diretor municipal é acompanhado por: a) Estudos de caracterização do território municipal; b) Relatório, que explicita os objetivos estratégicos e as opções de base territorial adotadas para o modelo de organização espacial, bem como a respetiva fundamentação técnica, suportada na avaliação das condições económicas, sociais, culturais e ambientais para a sua execução; c) Relatório ambiental, no qual se identificam, descrevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objetivos e o âmbito de aplicação territorial respetivos; d) Programa de execução, contendo designadamente disposições indicativas sobre a execução das intervenções municipais previstas, bem como sobre os meios de financiamento das mesmas. 3 — Os demais elementos que acompanham o plano diretor municipal são fixados por portaria do membro do Governo responsável pelo ordenamento do território. O presente relatório de caracterização e diagnóstico irá debruçar-se sobre as temáticas relevantes, entre as enumeradas no artigo 85.º, designadamente: Caracterização económica, social e biofísica, incluindo da estrutura fundiária da área de intervenção; Definição e caracterização da área de intervenção, identificando as redes urbana, viária, de transportes e de equipamentos de educação, de saúde, de abastecimento público e de segurança, bem como os sistemas de telecomunicações, de abastecimento de energia, de captação, de tratamento e abastecimento de água, de drenagem e tratamento de efluentes e de recolha, depósito e tratamento de resíduos; R01 | Caracterização e Diagnóstico 19 | P á g i n a RPDM de Cinfães Definição dos sistemas de proteção dos valores e recursos naturais, culturais, agrícolas e florestais, identificando a estrutura ecológica municipal; Identificação de condicionantes, designadamente reservas e zonas de proteção, bem como das necessárias à concretização dos planos de proteção civil de carácter permanente; Com a apresentação deste documento pretende-se espelhar a realidade do concelho de Cinfães, com o objetivo de fornecer um diagnóstico fiel e atual, que servirá de suporte para a definição do futuro modelo territorial, dos objetivos e das estratégias de desenvolvimento e de ordenamento do território a prosseguir ou a implantar, bem como as propostas de alteração a formular, seja de caráter regulamentar ou programáticas. R01 | Caracterização e Diagnóstico 20 | P á g i n a RPDM de Cinfães 2 ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E ADMINISTRATIVO Em termos administrativos, o concelho de Cinfães localiza-se no distrito de Viseu e enquadra-se na NUT II – Norte e na NUT III - Tâmega, juntamente com os concelhos de Castelo de Paiva, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Amarante, Baião, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Mondim de Basto, Ribeira de Pena, Cinfães e Resende. Este concelho encontra-se delimitado a norte pelos municípios de Marco de Canaveses e Baião, a este por Resende, a sueste por Castro Daire, a sudoeste por Arouca e a oeste por Castelo de Paiva. Mapa 1: Enqudramento geográfico e administrativo do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). De acordo com a Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, expressa na Lei n.º 11A/2013, de 28 de janeiro, o concelho de Cinfães, que apresenta uma área de 239,3 km2, passou a ser constituída por 14 freguesias, nomeadamente: Cinfães, Espadanedo, Ferreiros de Tendais, Fornelos, Moimenta, Nespereira, Oliveira do Douro, Santiago de Piães, São Cristóvão de Nogueira, Souselo, Tarouquela, Tendais, Travanca e União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires. A área ocupada por cada uma das freguesias que constituem o território concelhio é apresentada no quadro seguinte. R01 | Caracterização e Diagnóstico 21 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 1: Área das freguesias do concelho de Cinfães ÁREA (km2) ÁREA (%) 25,42 10,63 Espadanedo 5,3 2,22 Ferreiros de Tendais 16 6,68 Fornelos 10,08 4,21 Moimenta 6,54 2,73 Nespereira 35,99 15,04 Oliveira do Douro 14,13 5,9 Santiago de Piães 17,59 7,35 São Cristóvão de Nogueira 18,15 7,59 Souselo 9,17 3,83 Tarouquela 6,64 2,78 Tendais 31,77 13,28 Travanca 4,97 2,08 União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 37,52 15,68 Concelho de Cinfães 239,29 100,00 FREGUESIA Cinfães R01 | Caracterização e Diagnóstico 22 | P á g i n a RPDM de Cinfães 3 ARTICULAÇÃO DO PLANO COM OUTROS INSTRUMENTOS E POLÍTICAS COM INCIDÊNCIAS ESPACIAIS 3.1 ÂMBITO NACIONAL 3.1.1 ESTRATÉGIAS, PROGRAMAS E PLANOS ESTRATÉGICOS PORTUGAL 2020 De acordo com do Regulamento (UE) n.º 1303/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, Portugal submeteu à Comissão Europeia o Acordo de Parceria (AP), denominado por Portugal 2020, tendo sido aprovado a 30 de julho de 2014 por Decisão de Execução da Comissão Europeia. Este vem adotar para o novo período de programação dos fundos europeus (2014 – 2020) os princípios de programação estabelecidos para a implementação da “Estratégia Europa 2020” e ainda consagra as políticas de desenvolvimento económico, social, ambiental e territorial necessárias para apoiar, estimular e assegurar um novo ciclo de crescimento inteligente, sustentável e inclusivo para Portugal (Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro de 2014). O Portugal 2020 vem assim suceder ao anterior Quadro de Referência Estratégica (2007-2013). A programação e implementação do Portugal 2020 estão organizados em quatro Programas Operacionais (PO) temáticos: i) Competitividade e Internacionalização; ii) Inclusão Social e Emprego; iii) Capital Humano; iv) Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos. Os quatro domínios temáticos configuram as dimensões prioritárias para a intervenção dos fundos, evidenciados no quadro seguinte: Quadro 2: Estruturação Temática do Portugal 2020 DOMÍNIOS TRANSVERSAIS DOMÍNIOS TEMÁTICOS ABORDAGEM TERRITORIAL REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OT 1. Reforço da investigação, do desenvolvimento tecnológico e da inovação. Competitividade e Internacionalização OT 2. Melhoria do acesso às TIC, bem como a sua utilização e a sua qualidade. OT 3. Reforço da competitividade das PME. OT 7. Promoção de transportes sustentáveis e eliminação dos estrangulamentos nas principais infraestruturas das redes. R01 | Caracterização e Diagnóstico 23 | P á g i n a RPDM de Cinfães DOMÍNIOS TRANSVERSAIS ABORDAGEM TERRITORIAL REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OT 11. Reforço da capacidade institucional das autoridades públicas e das partes interessadas e da eficiência da administração pública. Inclusão Social e Emprego Capital Humano OT 8. Promoção da sustentabilidade e da qualidade do emprego e apoio à mobilidade dos trabalhadores. OT 9. Promoção da inclusão e combate à pobreza e à discriminação. OT 10. Investimentos na educação, na formação e na formação profissional para a aquisição de competências e a aprendizagem ao longo da vida. OT 4. Apoio à transição para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores. Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos OT 5. Promoção da adaptação às alterações climáticas e prevenção e gestão dos riscos. OT 6. Preservação e proteção do ambiente e promoção da utilização eficientes dos recursos. Fonte: Acordo de Parceria, julho 2014, pp.103. Além dos quatro programas temáticos já mencionados o Portugal 2020 é operacionalizado pelos PO Regionais (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo. Algarve, Madeira e Açores), o PO de Assistência Técnica, por três PO de Desenvolvimento Rural (Continente, Açores e Madeira) e um por um PO para os Assuntos do Mar e das Pescas. ESTRATÉGIA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DA BIODIVERSIDADE (ENDS) A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENDS) foi adotada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001, de 11 de outubro, constituindo “um instrumento fundamental para a prossecução de uma política integrada num domínio cada vez mais importante da política de ambiente e nuclear para a própria estratégia de desenvolvimento sustentável” (Preâmbulo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001, de 11 de outubro), formulando 10 opções estratégicas (idem): 1) Promover a investigação científica e o conhecimento sobre o património natural, bem como a monitorização de espécies, habitats e ecossistemas; 2) Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natureza e o Sistema Nacional de Áreas Classificadas, integrando neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas; R01 | Caracterização e Diagnóstico 24 | P á g i n a RPDM de Cinfães 3) Promover a valorização das áreas protegidas e assegurar a conservação do seu património natural, cultural e social; 4) Assegurar a conservação e a valorização do património natural dos sítios e das zonas de proteção especial integrados no processo da Rede Natura 2000; 5) Desenvolver em todo o território nacional ações específicas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valorização do património paisagístico e dos elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e paleontológico; 6) Promover a integração da política de conservação da Natureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas diferentes políticas setoriais; 7) Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local; 8) Promover a educação e a formação em matéria de conservação da Natureza e da biodiversidade; 9) Assegurar a informação, sensibilização e participação do público, bem como mobilizar e incentivar a sociedade civil; 10) Intensificar a cooperação internacional”. A referida estratégia, nas suas múltiplas vertentes, rege-se por 10 princípios fundamentais, que se expõem de seguida (n.º 10 do Capítulo I da Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001, de 11 de outubro): a) “Princípio do nível de proteção elevado, visando uma efetiva salvaguarda dos valores mais significativos do nosso património natural; b) Princípio da utilização sustentável dos recursos biológicos, promovendo a compatibilização em todo o território nacional entre o desenvolvimento socioeconómico e a conservação da Natureza e da diversidade biológica, ao serviço da qualidade de vida das populações e das gerações futuras; c) Princípio da precaução, aplicando à conservação da Natureza e da diversidade biológica o princípio in dubio pro ambiente, tal como vem sendo reconhecido pela ordem jurídica; d) Princípio da prevenção, impondo uma intervenção antecipativa ou cautelar ante os riscos de degradação do património natural e privilegiando a ação sobre as respetivas causas; R01 | Caracterização e Diagnóstico 25 | P á g i n a RPDM de Cinfães e) Princípio da recuperação, determinando a limitação ou eliminação dos processos degradativos nas áreas relevantes para a conservação da Natureza e a adoção de medidas de salvaguarda e requalificação dessas áreas; f) Princípio da responsabilização, assumindo, para além do princípio do poluidor-pagador, a responsabilidade de cada um dos agentes na utilização sustentável dos recursos biológicos e entendendo a defesa do património natural como uma responsabilidade partilhada pela comunidade, pelos agentes económicos, pelos cidadãos e suas associações representativas e, nos termos da lei, pela administração central, regional e local; g) Princípio da integração, preconizando que a estratégia de conservação da Natureza e da biodiversidade seja assumida, por forma coordenada, pelas diferentes políticas setoriais relevantes, reconhecendo-se a sua interdependência; h) Princípio da subsidiariedade, implicando uma distribuição de atribuições e competências que confie as decisões e as ações ao nível da administração mais próximo das populações, salvo quando os objetivos visados sejam melhor realizados a nível superior, materializandose assim, conforme mais apropriado, nos subprincípios da descentralização, da desconcentração ou da centralização; i) Princípio da participação, promovendo a informação e a intervenção dos cidadãos e das suas associações representativas na discussão da política e na realização de ações para a conservação da Natureza e para a utilização sustentável dos recursos biológicos; j) Princípio da cooperação internacional, articulando a presente Estratégia e a sua implementação com os objetivos prosseguidos pela comunidade internacional e pela União Europeia, valorizando os processos de cooperação internacional em curso, reconhecendo a especial relevância da cooperação luso-espanhola neste domínio e apostando no reforço da cooperação com os países de língua oficial portuguesa em matéria de conservação da Natureza e da biodiversidade”. Por sua vez, os objetivos gerais da ENCNB dizem respeito a (n.º 11 do Capítulo I da Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001, de 11 de outubro): a) “Conservar a Natureza e a diversidade biológica, incluindo os elementos notáveis da geologia, geomorfologia e paleontologia; b) Promover a utilização sustentável dos recursos biológicos; R01 | Caracterização e Diagnóstico 26 | P á g i n a RPDM de Cinfães c) Contribuir para a prossecução dos objetivos visados pelos processos de cooperação internacional na área da conservação da Natureza em que Portugal está envolvido, em especial os objetivos definidos na Convenção sobre a Diversidade Biológica, designadamente a conservação da biodiversidade, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização dos recursos genéticos.” ESTRATÉGIA NACIONAL PARA OS EFLUENTES AGROPECUÁRIOS E AGROINDUSTRIAIS (ENEAPAI) A Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais (ENEAPAI), aprovada pelo Despacho conjunto do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP) e do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Territórios e do Desenvolvimento Regional (MAOTDR) n.º 8277/2007, de 9 de maio, é “um plano com incidência territorial e setorial, estando desenhado para um horizonte de sete anos, abrangendo o período entre 2007-2013” (n.º 1, do anexo do Despacho n.º 8277/2007, de 9 de maio). A ENEAPAI assenta em abordagens de intervenção, integradas territorialmente e multisetorialmente, para a definição de soluções sustentáveis do ponto de vista ambiental que garantam a eliminação de situações de poluição causadas por descargas de efluentes não tratados nas linhas de água e solos, gerados por atividades relacionada às agropecuárias e agroindustriais De acordo com a ENEAPAI “é comummente aceite que a decisão sobre a definição de soluções de valorização e de tratamento se deverá basear na escolha da tecnologia económica e ambientalmente mais adequada. Neste enquadramento não é despiciendo o facto de que, além de se aplicar o princípio do utilizador-pagador, dever-se-ão também criar as condições desejadas para que em termos globais determinadas regiões criem e possam usufruir de soluções de valorização e de tratamento o mais integradas e adequadas possível à sua realidade. A evidência da complexidade e das características associadas à problemática do tratamento dos efluentes destas atividades justifica a precaução na escolha das soluções técnicas e económicas e do modelo de gestão associado”. Assim sendo, as soluções a desenvolver deverão assentar nas seguintes orientações: Adotar um modelo institucional para a conceção, construção, gestão e exploração das soluções de valorização e de tratamento de efluentes, através de entidades com R01 | Caracterização e Diagnóstico 27 | P á g i n a RPDM de Cinfães reconhecida capacidade técnica, que garanta o bom funcionamento das instalações e o controlo das descargas; Adotar soluções coletivas para o tratamento dos efluentes, quando tal se revelar a solução técnica, económica e ambientalmente mais adequada; Aplicar uma tarifa de tratamento ao utilizador o mais baixa possível, através da escolha da melhor solução técnica e que seja também a melhor solução em termos económicos, refletindo um modelo de gestão e exploração otimizado; Garantir a responsabilidade e o envolvimento dos setores económicos.” A ENEAPAI define os seguintes objetivos estratégicos: Quadro 3: Linhas de orientação e objetivos estratégicos da ENEAPAI LINHAS DE ORIENTAÇÃO OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Cumprimento do Normativo Ambiental e dos objetivos da Política de Ambientes e de Ordenamento do Território Cumprimento do Normativo Legal Abordagem territorial e setorial integrada. Modelos de gestão eficientes e sustentáveis. Sustentabilidade dos Modelos de Gestão Gestão Eficiente dos Recursos Financeiros Aplicar o princípio do utilizador-pagador e garantir o quadro tarifário sustentável para os Setores Económicos. Utilizar adequadamente os instrumentos cofinanciamento, designadamente o QREN. de Potenciar as soluções coletivas e a utilização de infraestruturas já existentes. Apesar do horizonte temporal da referida Estratégia estar ultrapassado, como esta ainda não foi revista ou revogada será considerada como uma referência estratégica para revisão do PDM de Cinfães. ESTRATÉGIA NACIONAL PARA AS FLORESTAS (ENF) A Estratégia Nacional para as Florestas (ENF) aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 6-B/2015, de 4 de fevereiro, constitui a primeira atualização a ENF aprovada Resolução do Conselho de Ministros n.º 114/2006, de 15 de outubro, e revoga esta última. R01 | Caracterização e Diagnóstico 28 | P á g i n a RPDM de Cinfães A ENF constitui “o documento de referência estratégica do setor, de orientação para os planos setoriais de nível regional e para os instrumentos de planeamento florestal” (art.º 7.º do Anexo do Decreto-Lei n.º 254/2009). A ENF tem como grande objetivo a gestão sustentável das florestas, em linha com a nova Estratégia da União Europeia para as Florestas e Setor Florestal e a Visão para as Florestas Europeias 2020, acordada na Conferência Ministerial de Oslo em 2011 (ponto 2 do Anexo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 6-B/2015). Os objetivos estratégicos e respetivos objetivos específicos da ENF, apresentam-se no Quadro 4 e pretendem “a curto prazo, diminuir os riscos e, a médio prazo, melhorar a competitividade (qualidade e eficiência) do setor em áreas e domínios específicos que contribuam para garantir a sua sustentabilidade e para aumentar o seu valor económico total” (ponto 4 do Anexo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 6-B/2015). Quadro 4: Objetivos estratégicos e respetivos objetivos específicos, assumidos pela ENF OBJETIVOS ESTRATÉGICOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais. Redução da incidência dos incêndios. Garantir o cumprimento do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Minimização dos riscos de incêndios e agentes bióticos Aumentar o conhecimento sobre a presença de agentes bióticos nocivos. Reduzir os danos nos ecossistemas florestais e consequentes perdas económicas. Reduzir o potencial de introdução e instalação de novos agentes bióticos nocivos. Aumentar o conhecimento científico sobre os agentes bióticos nocivos. Recuperar e reabilitar os ecossistemas florestais afetados. Planear a abordagem regional. Conservar o solo da água em áreas suscetíveis a processos de desertificaçãoGarantir a proteção de áreas florestais prioritárias para a conservação da biodiversidade. Especialização do território Promover a proteção das áreas costeiras. Conservar o regime hídrico. Adequar as espécies às caraterísticas da estação. Aumentar o contributo das florestas para a mitigação das alterações climáticas. R01 | Caracterização e Diagnóstico 29 | P á g i n a RPDM de Cinfães OBJETIVOS ESTRATÉGICOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS Promover a resiliência da floresta. Melhoria da gestão florestal e da produtividade dos povoamentos Assegurar e melhorar a produção económicas dos povoamentos. Diversificar as atividades e os produtos nas explorações florestais e agroflorestais. Responder às exigências de mercado no sentido de fornecimento de produtos certificados. Internacionalização e aumento do valor dos produtos Reforçar a orientação para o mercado. Reforçar a integração horizontal e vertical das fileiras. Modernizar e capacitar as empresas florestais. Recolher e processar informação do setor de forma sistemática. Promover o Inventário da propriedade florestal. Aumentar a representatividade e sustentabilidade das organizações do setor. Melhoria geral da eficiência e competitividade do setor Dinamizar novas formas de organização e gestão dos espaços florestais. Desenvolver a inovação e a investigação florestal, nomeadamente através da criação de Centros de Competência para cada uma das principais fileiras florestais. Qualificar os agentes do setor. Fomentar a cooperação internacional. Garantir a existência de mecanismos de coordenação no plano político e nas instâncias técnicas. Racionalização e simplificação dos instrumentos de política Melhorar o desempenho dos instrumentos de política florestal. Racionalizar e simplificar o quadro legislativo. Conferir o enquadramento fiscal favorável ao investimento e gestão florestal. Fonte: Anexo da RCM n.º 6-B/2015. PROGRAMA NACIONAL PARA O USO EFICIENTE DA ÁGUA (PNUEA) O Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2005, de 30 de junho. Neste diploma está expressa a certeza de que “um uso eficiente, racional e parcimonioso deste recurso [água] e a preservação da sua boa qualidade ecológica constituem as melhores garantias de que Portugal possa dispor dos recursos hídricos de R01 | Caracterização e Diagnóstico 30 | P á g i n a RPDM de Cinfães que necessita num horizonte transgeracional” (Preâmbulo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2005, de 30 de junho). O objetivo principal do PNUEA é a “promoção do uso eficiente da água em Portugal, especialmente nos setores urbano, agrícola e industrial, contribuindo para minimizar os riscos de escassez hídrica e para melhorar as condições ambientais nos meios hídricos sem pôr em causa as necessidades vitais e a qualidade de vida das populações, bem como o desenvolvimento socioeconómico do país” (PNUEA – Implementação 2012 - 2020, 2012, pp. 19). Além disso, com a implementação deste plano também se pretende reduzir os volumes de água rejeitados para os meios hídricos e os consumos de energia. O PNUEA estabelece os seguintes objetivos gerais (PNUEA – Implementação 2012 2020, 2012, pp. 20): “Melhorar a eficiência de utilização da água, sem pôr em causa as necessidades vitais e a qualidade de vida das populações, bem como o desenvolvimento do país, tendo como objetivos complementares a redução da poluição das massas de água e a redução do consumo de energia; Promover o Uso Eficiente da Água em Portugal, contribuindo para a minimização dos riscos decorrentes da carência de água em situação hídrica normal, potenciada durante os períodos de seca; Contribuir para a consolidação de uma nova cultura da água em Portugal que valorize de forma crescente este recurso, atribuindo-lhe a importância devida no desenvolvimento humano e económico e contribuindo para a preservação do meio natural, numa ótica de desenvolvimento sustentável.” Além dos objetivos supramencionados, o PNUEA estabelece os objetivos estratégicos constantes o quadro seguinte para cada setor de consumo de água: Quadro 5: Objetivos estratégicos estabelecidos pelo PNUEA, para cada setor de consumo de água SETOR DE CONSUMO DE ÁGUA Urbano OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Redução de perdas de água nos sistemas de abastecimento. Redução de perdas de água nos sistemas de condução de água para rega e das dotações brutas de rega. Agrícola Articulação gradual das receitas associadas aos tarifários e o custo real da água, com ênfase nos volumes utilizados, sem perda de competitividade do setor. R01 | Caracterização e Diagnóstico 31 | P á g i n a RPDM de Cinfães SETOR DE CONSUMO DE ÁGUA Industrial OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Otimização do uso da água na unidade industrial, sem prejuízo na eficiência dos processos e operações em que decorre esta utilização, tal como no âmbito da aplicação das Melhores Técnicas Disponíveis (MTD) no contexto do regime de Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP). Limitação dos impactos no meio ambiente associados às descargas de águas residuais industriais, conseguida através de uma melhor gestão do ciclo da água, no sentido da prevenção ligada a uma maior poupança já prevista em sede da PCIP. Fonte: PNUEA, Implementação 2012 – 2020, 2012, pps. 21-23. Considerando a água como um elemento essencial para alcançar o desenvolvimento social e económico do País, esta deve ser considerada como um recurso estratégico, levando consequentemente à necessidade premente de garantir uma elevada eficiência no seu uso, quer a nível doméstico, como agrícola ou industrial (ver n.º 5 do Anexo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2005, de 30 de junho). O PNUEA estabelece as metas constantes no Quadro 6 para cada setor de consumo de água. Quadro 6: Metas estabelecidas pelo PNUEA segundo o setor de consumo da água SETOR DE CONSUMO DE ÁGUA METAS Urbano “(...) verifica-se que a eficiência atual de utilização da água é de cerca de 60%. Tendo em conta as perspetivas de evolução em termos de controlo de perdas, de procedimentos dos utilizadores e de evolução tecnológica dos equipamentos, propõe-se atingir, ao fim de um período de 10 anos, uma eficiência de utilização da água de 80% (...) é expectável que esta média nacional possa atingir variações apreciáveis à escala regional ou local”. Agrícola “(...) verifica-se que a atual eficiência de utilização da água é de cerca de 60%. Tendo em conta as perspetivas de evolução em termos de área regada, de procedimentos dos utilizadores e de evolução tecnológica dos equipamentos, propõe-se atingir a 10 anos uma eficiência de utilização de água de 65% (...) é expectável que esta média nacional possa atingir variações apreciáveis à escala regional ou local”. R01 | Caracterização e Diagnóstico 32 | P á g i n a RPDM de Cinfães SETOR DE CONSUMO DE ÁGUA METAS Industrial “(...) verifica-se que a atual eficiência de utilização da água é de cerca de 70%. Tendo em conta as perspetivas de evolução em termos de procedimentos dos utilizadores industriais e de evolução tecnológica dos equipamentos, propõe-se atingir ao fim de um período de 10 anos uma eficiência de utilização da água de 85%. Tendo em conta a variabilidade (...) em termos tecnológicos e nos processos nos vários setores de atividade industrial, resultando de situações muito diferenciadas, é expectável que esta média nacional, quando interpretada setorialmente, possa atingir variações significativas mas com tendência para reduzir no horizonte do Programa”. Fonte: Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2005, de 30 de junho (n.º 7 do Anexo). PROGRAMA DE AÇÃO NACIONAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO (PANCD) O Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PANCD), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 78/2014, de 24 de dezembro, constitui a primeira revisão e atualização do PANCD aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/99, de 9 de julho. A aprovação do PANCD surge como uma obrigação dos Estados aderentes à Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (CNUCD) nos Países Afetados por Seca Grave e ou Desertificação, particularmente em África, que tem aplicação em Portugal desde 26 de dezembro de 1996 (ponto 1, do Anexo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 78/2014, de 24 de dezembro). O PANCD tem por objetivos a aplicação das orientações, das medidas e dos instrumentos da CNUCD nas áreas semiáridas e sub-húmidas secas do território nacional, bem como nas iniciativas de cooperação multilateral e bilateral do país, que se inscrevam no seu âmbito (Anexo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 78/2014, de 24 de dezembro). O PANCD estabelece quatro objetivos estratégicos definidos pela CNUCD, dando prioridade às questões das populações das áreas afetadas aos sistemas que estão na base das síndromas de desertificação identificados para Portugal, às principais sinergias com outros processos convergentes em desenvolvimento na agenda interna e internacional e às questões da governação dos recursos (Preâmbulo Resolução do Conselho de Ministros n.º 78/2014, de 24 de dezembro). Quadro 7: Objetivos estratégicos e específicos do PANCD OBJETIVOS ESTRATÉGICOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS Qualificar e valorizar os territórios. R01 | Caracterização e Diagnóstico 33 | P á g i n a RPDM de Cinfães OBJETIVOS ESTRATÉGICOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS Promover a capacitação e a diversificação económica. Promover a melhoria das condições de vida das populações das áreas suscetíveis Promover o reconhecimento e a valorização dos serviços ambientais prestados pelos espaços e comunidades rurais. Diferenciar positivamente os projetos e intervenções rurais nas áreas suscetíveis. Apoiar e promover a defesa das populações contra os efeitos de fenómenos meteorológicos extremos. Conservar e promover os montados e outros sistemas agroflorestais mediterrânicos e macaronésicos. Promover a gestão sustentável dos ecossistemas das áreas suscetíveis e a recuperação das áreas afetadas Promover, conservar e gerir adequadamente as outras florestas e os matagais mediterrânicos e macaronésicos. Conservar e promover os sistemas de produção agrícola mediterrânicos com adequação às especificidades regionais. Controlar e recuperar áreas degradadas. Proteger e conservar o solo. Gerar benefícios globais e potenciar sinergias com os processos das alterações climáticas e da biodiversidade nas áreas suscetíveis Promover o aproveitamento e a gestão sustentável da água. Conservar e promover a biodiversidade das zonas áridas e subhúmidas, secas. Promover a mitigação e a adaptação às alterações climáticas. Reorganizar as estruturas do PANCD; - Assegurar a representação externa portuguesa dos órgãos e estruturas do PANCD; - Promover ações de cooperação e ajuda ao desenvolvimento; - Promover e apoiar a organização e a intervenção participativa das populações e as suas organizações na PANCD; Promover e mobilizar recursos para aplicar a CNUCD e o PANCD - Promover e apoiar o desenvolvimento do conhecimento científico e técnico de forma articulada sobre a desertificação e o seu combate; - Desenvolver o PANCD com integração no Planeamento Estratégico Nacional e nos IGT aplicáveis às áreas suscetíveis e afetadas; - Promover a divulgação sobre a desertificação e o seu combate; Promover ações para que as entidades que integram os órgãos do PANCD proporcionem os recursos financeiros, técnicos e tecnológicos necessários para a sua aplicação e para a cooperação e desenvolvimento. Fonte: Anexo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/99. R01 | Caracterização e Diagnóstico 34 | P á g i n a RPDM de Cinfães PLANO NACIONAL DA ÁGUA (PNA) O Plano Nacional da Água (PNA) é o documento que define orientações de âmbito nacional para a gestão integrada dos recursos hídricos, fundamentadas em diagnóstico de situação relativo a 2020 e na definição de objetivos a alcançar através de medidas e ações, elaborado de acordo com o Decreto-Lei n.º 45/94 de 22 de fevereiro, tendo sido aprovado pelo Decreto-Lei n.º 112/2002, de 17 de abril. Atualmente está em fase de conclusão a revisão do PNA, de acordo com a Lei da Água (Decreto-Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 130/2012, de 22 de junho). O PNA em vigor assumiu os seguintes objetivos gerais, no contexto “da gestão da procura, da sustentabilidade ambiental das utilizações atuais e potenciais dos recursos hídricos, da correção das disfunções ambientais existentes, e, tendo presente o quadro institucional e legal” (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 3), e sobre os quais foram associados objetivos específicos que se relacionam com a resolução de problemas atuais e potenciais identificados na Caracterização e Diagnóstico (idem): 1. Promover a sustentabilidade ambiental, económica e financeira das utilizações dos recursos hídricos, como forma de gerir a procura e garantir as melhores condições ambientais futuras (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 4-7): “Promover a proteção, a melhoria e a recuperação da qualidade dos meios hídricos superficiais e subterrâneos, no cumprimento da legislação nacional e comunitária, nomeadamente através do tratamento e da redução das cargas poluentes tópicas e da poluição difusa (...); Assegurar, através da abordagem integrada e efetiva de todas as vertentes ambientais no processo de licenciamento, o controlo integrado da poluição da água associada às atividades industriais contempladas no Anexo I do Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto (...); Assegurar, através da aplicação da abordagem combinada pelas autoridades competentes nos respetivos processos de licenciamento, a prevenção e o controlo integrado da poluição associada às atividades industriais contempladas no Anexo I do Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto; Promover a conservação da natureza e a biodiversidade bem como a salvaguarda da integridade ecológica dos ecossistemas aquáticos e terrestres associados dependentes dos meios hídricos (...); R01 | Caracterização e Diagnóstico 35 | P á g i n a RPDM de Cinfães Promover a preservação e a recuperação de troços de meios hídricos de especial interesse ambiental, nomeadamente os estuários, os que se inserem em áreas protegidas e nos sítios da “Lista Nacional", bem como os que contenham espécies e habitats protegidos pela legislação nacional e comunitária e por acordos internacionais relevantes (...); Evitar a excessiva artificialização do regime hidrológico, assegurar a minimização e a compensação dos impactes ambientais causados pela artificialização dos meios hídricos e garantir o regime de caudais ambientais necessários à manutenção dos sistemas aquáticos fluviais, estuarinos e costeiros (...) ”. 2. Assegurar a gestão integrada do domínio hídrico, promovendo a integração da componente recursos hídricos nas outras políticas setoriais e assegurando a integridade hídrica das regiões hidrográficas, bem como a integração dos aspetos da quantidade e da qualidade da água e dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 8): “Promover a gestão da procura e da oferta de água de acordo com as disponibilidades existentes em cada bacia hidrográfica e assegurar a gestão integrada das origens de água superficiais e subterrâneas (...); Promover a definição de condicionantes ao uso do solo e às atividades nas albufeiras e nos troços em que o uso não seja compatível com os objetivos de proteção dos recursos (...); Promover a proteção de recursos hídricos subterrâneos, com prioridade para os considerados estratégicos como origens de água para produção de água para consumo humano; Assegurar que as utilizações setoriais da água, nomeadamente para fins agrícolas, turísticos, industriais, energéticos e de abastecimento urbano, contemplem a potenciação e a harmonização de objetivos e fins múltiplos incluindo os ambientais; Promover a valorização económica dos recursos hídricos, nomeadamente os com interesse ambiental e paisagístico, cultural, de recreio e lazer, turísticos, energéticos e outros, desde que contribuam ou sejam compatíveis com a proteção dos meios hídricos lênticos e lótico; R01 | Caracterização e Diagnóstico 36 | P á g i n a RPDM de Cinfães Promover o ordenamento das áreas ribeirinhas sujeitas a inundações e a definição de critérios de regularização e conservação da rede hidrográfica, a consagrar nos planos de ordenamento, bem como estabelecer soluções de contingência, visando a proteção de pessoas e bens e a minimização dos prejuízos dos efeitos das cheias, das secas e de acidentes de poluição; Promover o planeamento integrado das zonas costeiras, garantindo uma adequada articulação com águas interiores”. 3. Promover a gestão sustentável da procura de água, baseada na gestão racional dos recursos e nas disponibilidades existentes em cada bacia hidrográfica e tendo em conta a proteção a longo prazo dos meios hídricos disponíveis e as perspetivas socioeconómicas (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 8-10): “Garantir a qualidade da água em função dos usos atuais e potenciais (...); Garantir a quantidade de água necessária na origem e promover o adequado nível de abastecimento de água às populações e às atividades económicas (...); Assegurar o aumento do nível de atendimento da população com sistemas públicos de drenagem e tratamento de águas residuais domésticas e promover o tratamento dos efluentes industriais, com soluções técnicas adequadas (...); Promover o estabelecimento de soluções integradas, com dimensão territorial que assegure uma gestão equilibrada e eficiente da água (...); Promover a reutilização da água para fins qualitativamente menos exigentes, sempre que técnica e economicamente viável (...) ”. 4. Promover o aumento do conhecimento, o estudo e a investigação aplicada dos sistemas hídricos (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 11): “Assegurar a existência e operacionalidade de sistemas de informação sobre recursos hídricos, à escala nacional e da bacia ou região hidrográfica; Garantir a operacionalidade e a atualização da informação das redes de monitorização de variáveis hidrológicas e climatológicas, de sedimentos e da qualidade química e ecológica da água (...); R01 | Caracterização e Diagnóstico 37 | P á g i n a RPDM de Cinfães Promover a existência de cadastros e de inventários atualizados das infraestruturas, dos usos e das ocupações do domínio hídrico; Promover a conceção, a implementação e a atualização de um sistema de informação estatística relativo ao estado e às utilizações dos recursos hídricos; Promover, em cooperação com as instituições de investigação, programas de estudos e de investigação aplicados à gestão dos meios hídricos”. 5. Promover a aplicação efetiva do regime económico-financeiro ao Domínio Público Hídrico, nomeadamente os princípios do utilizador-pagador e do poluidor-pagador e, ainda, estabelecer um sistema de preços da água (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 11). 6. Promover a racionalização, a otimização e a eficácia do quadro institucional, a adequação do quadro normativo nacional às novas perspetivas e exigências da gestão e planeamento em matéria de recursos hídricos e o cumprimento da legislação, nacional, comunitária e das convenções e acordos internacionais subscritos por Portugal, nomeadamente a convenção de Albufeira (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 12): “Exercer a jurisprudência do Estado sobre o domínio público hídrico titulado ou não por licença ou concessão (...); Adequar a Administração para um desempenho mais eficaz, nomeadamente nas áreas de obtenção de dados, do licenciamento, da fiscalização, da simplificação e da racionalização dos processos administrativos, bem como na criação de condições para proceder à implementação e à aplicação da Diretiva Quadro da Água; Promover a melhoria da coordenação intersetorial e constitucional, nomeadamente no planeamento, no ordenamento do território e nos empreendimentos de fins múltiplos; Promover a gestão integrada dos estuários e das zonas costeiras (...); Assegurar o efetivo cumprimento da legislação nacional, comunitária e internacional relacionada com os recursos hídricos, nomeadamente a Diretiva Quadro da Água; Harmonizar e coordenar o planeamento, a monitorização e a permuta de informação referentes aos recursos hídricos das bacias hidrográficas luso-espanholas no contexto da Convenção de Albufeira e da Diretiva Quadro da Água; R01 | Caracterização e Diagnóstico 38 | P á g i n a RPDM de Cinfães Assegurara que, sempre que Portugal verifique que é suscetível de ser fortemente afetado pelos efeitos de exploração de uma instalação industrial situada em território transfronteira, possa tomar posição sobre o assunto antes da autoridade competente do país vizinho tomar uma decisão”. 7. Promover a informação e a participação das populações e das suas instituições representativas nos processos de planeamento e gestão dos recursos hídricos (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 12-13): “Assegurar a disponibilização da informação ao público, tendo em consideração a convenção de Arhus e o normativo nacional e comunitário, propiciando o conhecimento aprofundado do sistema português de participação, informação e coresponsabilização, no âmbito da água, bem como a sua divulgação; Assegurar a dinamização da participação pública, através da representação equitativa das populações da defesa do direito do ambiente, dos interesses difusos, dos interesses indiretos e diretos de propriedade, de emprego e de segurança; Dinamizar a participação dos utilizadores na implementação do Plano Nacional da Água e dos Planos de Bacia Hidrográfica, através do reforço continuado da aplicação dos princípios da participação e da responsabilização nas alterações institucionais; Promover a sensibilização das populações e dos agentes para as diversas vertentes do planeamento e da gestão dos recursos hídricos (...) ”. PLANO NACIONAL DE EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO CIVIL (PNEPC) O Plano Nacional de Emergência e Proteção Civil “é um instrumento de suporte às operações de proteção civil em caso de iminência ou ocorrência de um acidente grave ou catástrofe em Portugal Continental, com vista a possibilitar a unidade de direção das ações a desenvolver, a coordenação técnica e operacional dos meios a empenhar e a adequação das medidas de caráter excecional a adotar” (PNEPC, pp. 5). Este plano foi aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 87/2013, de 11 de dezembro. O PNEPC constitui-se como uma plataforma que se encontra preparada para responder organizadamente a situações de acidente grave ou catástrofe, definindo as estruturas de R01 | Caracterização e Diagnóstico 39 | P á g i n a RPDM de Cinfães Coordenação, Direção, Comando e Controlo e regulando a forma como é assegurada a coordenação institucional e a articulação e intervenção das organizações integrantes do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro e de outras entidades públicas ou privadas a envolver nas operações. O PNEPC tem os seguintes objetivos gerais: Providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e os meios indispensáveis à minimização dos efeitos adversos de um acidente grave ou catástrofe; Definir as orientações relativamente ao modo de atuação dos vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil; Definir a unidade de direção, coordenação, comando e controlo das ações a desenvolver; Coordenar e sistematizar as ações de apoio e de reforço, promovendo maior eficácia e rapidez de atuação das entidades intervenientes; Inventariar os meios e recursos disponíveis para acorrer a um acidente grave ou catástrofe; Minimizar a perda de vidas e bens, atenuar ou limitar os efeitos de acidentes graves ou catástrofes e restabelecer o mais rapidamente possível, as condições mínimas de normalidade; Habilitar as entidades envolvidas no Plano a manterem o grau de preparação e de prontidão necessário à gestão de acidentes graves ou catástrofes; Promover o aviso e informação permanente da população, de modo a que esta possa seguir as instruções das autoridades e adotar as medidas de autoproteção mais convenientes. PLANO NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS (PNDFCI) “A política de defesa da floresta contra incêndios, pela sua vital importância para o País, não pode ser implementada de forma isolada, mas antes inserindo-se num contexto mais alargado de ambiente e ordenamento do território, de desenvolvimento rural e de proteção civil, envolvendo responsabilidades de todos, Governo, autarquias, organismos, cidadãos, no desenvolvimento de uma maior transversalidade e convergência de esforços de todas as partes envolvidas, de forma direta ou indireta. Neste contexto, o Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios R01 | Caracterização e Diagnóstico 40 | P á g i n a RPDM de Cinfães (PNDFCI), enuncia a estratégia e determina os objetivos, as prioridades e as intervenções a desenvolver para atingir as metas preconizadas” (Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006, 26 de maio, pp.3511). “O PNDFCI pretende contribuir, a par de demais legislação já aprovada e a aprovar, para a definição de uma estratégia e a articulação metódica e equilibrada de um conjunto de ações com vista a fomentar a gestão ativa da floresta, criando condições propícias para a redução progressiva dos incêndios florestais. Para alcançar os objetivos, ações e metas desenvolvidos no PNDFCI, preconizase uma implementação articulada e estruturada em cinco eixos estratégicos de atuação”: Quadro 8: Eixos Estratégicos de Atuação EIXOS ESTRATÉGICOS DE ATUAÇÃO Aumento da Resiliência do Território aos Incêndios Florestais; Rever e integrar políticas e legislação. Promover a gestão florestal e intervir preventivamente em áreas estratégicas. Educar e sensibilizar as populações. Redução Incêndios da Incidência dos Melhorar o conhecimento das causas dos incêndios e das suas motivações. Capacidade de dissuasão e fiscalização. Articulação dos sistemas de vigilância e deteção com os meios de 1.ª intervenção. Reforço da capacidade de 1.ª intervenção. Melhoria da Eficácia do Ataque e da Gestão dos Incêndios Reforço da capacidade de ataque ampliado. Melhoria da eficácia do rescaldo e vigilância pós rescaldo. Melhoria das comunicações. Melhoria dos meios de planeamento, previsão e apoio à decisão. Melhoria da capacidade logística de suporte à DFCI. Recuperar e Ecossistemas Reabilitar os Adaptação de uma Estrutura Orgânica e Funcional Eficaz Avaliação e mitigação dos impactos causados pelos incêndios e implementação de estratégias de reabilitação a longo prazo Definir uma forma de organização interna nas entidades envolvidas capaz de satisfazer, de forma consequente, a um elevado nível de resposta no cumprimento das missões que lhes são atribuídas Preparar uma estrutura para sustentar as ações e metas antes abordadas aos níveis Municipal, Distrital e Nacional Fonte Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006, 26 de maio. R01 | Caracterização e Diagnóstico 41 | P á g i n a RPDM de Cinfães PLANO ESTRATÉGICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS (PEAASAR II) O diploma legal que aprovou o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais, para o período de 2007-2013, foi o Despacho n.º 2339/2007, de 14 de fevereiro. Este plano estabelece os seguintes objetivos estratégicos: A universalidade, a continuidade e a qualidade do serviço; A sustentabilidade do setor; A proteção dos valores ambientais. Associados aos objetivos estratégicos encontram-se os seguintes objetivos operacionais de prossecução da estratégia definida: Servir cerca de 95% da população total do País com sistemas públicos de abastecimento de água; Servir cerca de 90% da população total do País com sistemas públicos de saneamento de águas residuais urbanas, sendo que em cada sistema integrado o nível de atendimento desejável deve ser de, pelo menos, 70% da população abrangida; Garantir a recuperação integral dos custos incorridos dos serviços; Contribuir para a dinamização do tecido empresarial privado nacional e local; Cumprir os objetivos decorrentes do normativo nacional e comunitário de proteção do ambiente e saúde pública. Deve-se ainda destacar a importância do papel das autarquias na operacionalização da estratégia, “enquanto responsáveis regionais e locais pela prestação de serviços de qualidade aos consumidores finais e parceiros decisivos no processo de reorganização do setor” (PEAASAR, 2007, pp. 83). Face ao término do horizonte temporal do PEAASAR supra apresentado, foi elaborado o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais 2020 (PENSAAR 2020), ao abrigo do Despacho n.º 9304/2013, de 2 de julho, do Secretário de Estado do Ambiente, no entanto, este ainda se encontra em discussão pública. R01 | Caracterização e Diagnóstico 42 | P á g i n a RPDM de Cinfães PLANO ESTRATÉGICO PARA OS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (PERSU 2020) O Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU 2020) nasceu da revisão do PERSUII (2007), constituindo o novo referencial para os agentes do setor dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) para o período temporal 2014-2020. O PERSU 2020 foi aprovado pela Portaria n.º 187-A/214, de 17 de setembro, e apresenta as seguintes metas globais atingir até 2020: Reduzir 63% para 35% a deposição, em aterro, dos resíduos urbanos biodegradáveis, relativamente ao ano de referência 1995; Aumentar de 24% para 50% a taxa de preparação de resíduos para reutilização e reciclagem; Assegurar níveis de recolha seletiva de 47 kg/habitante/ano. Os princípios gerais estabelecidos pelo PERSU 2020 são concretizados em oito objetivos, que fundamentam o estabelecimento das metas e medidas para os resíduos urbanos (RU) entre 2014 e 2020 (preâmbulo da Portaria n.º 187-A/2014, de 17 de setembro): “Prevenção da produção e perigosidade dos RU; Aumento da preparação para a reutilização, da reciclagem e da qualidade dos recicláveis; Redução da deposição de RU em aterro; Valorização económica e escoamento dos recicláveis e outros materiais do tratamento dos RU; Reforço dos instrumentos económico-financeiros; Incremento da eficácia e capacidade institucional e operacional do setor; Reforço da investigação, do desenvolvimento tecnológico, da inovação e da internacionalização do setor; Aumento do contributo do setor para outras estratégias e planos nacionais.” R01 | Caracterização e Diagnóstico 43 | P á g i n a RPDM de Cinfães PLANO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO CONTINENTE 2014 - 2020 (PDR 2020) O Plano de Desenvolvimento Rural do Continente 2014 -2020 (PDR 2020) foi aprovado na sequência da decisão da Comissão Europeia – Decisão C (2014) 9896, final de 12 de dezembro de 2014. O PDR 2020 pretende o Crescimento sustentável do setor agroflorestal em todo o território nacional, tem por objetivos: O aumento do valor acrescentado do setor agroflorestal; Contribuir para o equilíbrio da balança comercial; Assegurar condições que permitam melhorar a gestão sustentável dos recursos, nomeadamente através de uma utilização mais eficiente dos mesmos, assegurando a sua proteção, e a dinamização económica e social do espaço rural. A definição da estratégia nacional para o setor agrícola e para o desenvolvimento rural, é realizada nomeadamente pela formulação do PDR do Continente, tendo como principio determinante a concentração dos apoios no setor e na produção de bens transacionáveis que estejam diretamente relacionados na criação de valor das atividades agroflorestais. Assim sendo, e tendo em conta os três objetivos da Política Agrícola Comum (PAC), o PDR 2020 tem por objetivos estratégicos associados a necessidades, os constantes na seguinte tabela: Quadro 9: Objetivos estratégicos e respetivas necessidades, do PDR 2020 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS NECESSIDADES Melhorar a eficiência na utilização dos consumos intermédios na produção agrícola e florestal. Aumentar o investimento no setor agroflorestal. Crescimento do valor acrescentado do setor agroflorestal e rentabilidade económica da agricultura Renovar e reestruturar as explorações agrícolas. Melhorar a distribuição de valor ao longo da cadeia alimentar. Dinamizar novos mercados de destino para os produtos agroalimentares e florestais. Aumentar a produção de matérias-primas florestais de forma sustentável. Reforçar os mecanismos de gestão do risco. Promoção de uma gestão eficiente e proteção dos recursos Ultrapassar as limitações na disponibilidade de água e melhoria da eficiência na sua utilização. Aumentar da eficiência energética. Aumentar a produtividade da terra. R01 | Caracterização e Diagnóstico 44 | P á g i n a RPDM de Cinfães OBJETIVOS ESTRATÉGICOS NECESSIDADES Proteger dos recursos naturais: água e solo. Proteger e promover a biodiversidade. Combater a desertificação. Criação de condições para a dinamização económica e social do espaço rural Diversificar a atividade económica. Criar de condições de viabilidade da pequena agricultura; Melhorar a qualidade de vida das zonas rurais. Fonte: PRD 2020 (dezembro 2014, versão 1.4, pp. 155-158). Além dos objetivos supra citados o PDR 2020, tem os seguintes objetivos transversais: Aumentar a capacidade de inovação, de geração e transferência de conhecimento para o setor agroflorestal; Melhoria do nível de capacitação e de aconselhamento dos produtores agrícolas e florestais, nomeadamente na gestão e utilização eficiente dos recursos. De forma a concretizar a estratégia preconizada no PDR 2020, os objetivos referidos são operacionalizados ao nível de medidas e ações integradas em quatro grandes áreas de intervenção: i) Inovação e conhecimento; ii) Competitividade e organização da produção; iii) Ambiente, eficiência no uso dos recursos e clima e iv) Desenvolvimento local. PLANO ESTRATÉGICO DE TRANSPORTES E INFRAESTRUTURAS Na sequência do Plano Estratégico dos Transportes – Mobilidade Sustentável para o período 20112015, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 45/2011, de 10 de novembro, foi aprovado em reunião de Conselho de Ministros, de 3 de abril de 2014, o Plano Estratégico dos Transportes dos Transportes e Infraestruturas (PETI3+) para o horizonte 2014-2020, sendo este uma atualização do primeiro. O PETI3+ estabelece os seguintes objetivos estratégicos: A. Contribuir para o crescimento económico, apoiando as empresas portuguesas e a criação de emprego: R01 | Caracterização e Diagnóstico 45 | P á g i n a RPDM de Cinfães 1. Reduzir os custos de contexto que incidem sobre as exportações Portuguesas por via do aumento da competitividade e eficiência do setor dos transportes; 2. Promover a maior integração de Portugal no espaço económico europeu, designadamente através do gradual desenvolvimento da RTE-T; 3. Potenciar o papel das infraestruturas e serviços de transportes no desenvolvimento do setor do turismo nacional e promover a melhoria das condições de acolhimento e da qualidade do serviço e informação ao público nos transportes, contribuindo para o grau de satisfação dos passageiros, em particular dos turistas; 4. Alavancar as vantagens competitivas de Portugal decorrentes do seu posicionamento geoestratégico, na interceção de grandes corredores internacionais marítimos e aéreos; 5. Promover o aumento da concorrência entre os operadores nos segmentos de mercadorias e passageiros. B. Assegurar a competitividade do setor de transportes e a sustentabilidade financeira para os contribuintes portugueses: 1. Prosseguir o esforço de reformas estruturais; 2. Consolidar a sustentabilidade financeira presente e futura do setor, aliviando o peso das responsabilidades transferidas para as futuras gerações; 3. Focar a intervenção direta do Estado nas áreas que constituem o seu verdadeiro papel, promovendo a participação da iniciativa privada nas áreas em que oferece maior eficiência e valor acrescentado na prossecução dos objetivos da política de transportes. C. Promover a coesão social e territorial, assegurando a mobilidade e acessibilidade de pessoas e bens, em todo o país: 1. Assegurar a mobilidade e acessibilidade de pessoas e bens em todo o território nacional, de forma eficiente e adequada às necessidades; 2. Implementar o princípio da equidade de oportunidades no acesso ao sistema de transportes, promovendo a coesão social e territorial; 3. Reorganizar e fortalecer o papel da regulação no setor dos transportes; R01 | Caracterização e Diagnóstico 46 | P á g i n a RPDM de Cinfães 4. Assegurar uma clara, racional e equilibrada alocação de competências na planificação, organização e financiamento do sistema de transportes. PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DO TURISMO (PENT) O Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) 2013 -2015, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º24/2013, de 16 de abril, é o resultado da revisão da estratégia, objetivos, políticas e iniciativas do PENT 2006-2015. Este documento define novos objetivos nacionais tendo em consideração a evolução económica global e a auscultação dos agentes do setor do turismo de forma a executar 8 programas de desenvolvimento e os 38 projetos de implementação definidos. Quadro 10: Programas e projetos do PENT 2013-2015 PROGRAMAS PROJETOS Ancorar a comunicação nas pessoas e no propósito de Destino Portugal Alinhar a estratégia de comunicação do turismo nacional com as novas tendências 1. Promoção e Venda Lançar um novo modelo de intervenção nos mercados alvo Implementar um programa de marketing dirigido aos agentes que organizam e distribuem o produto no mercado Diversificar a carteira de mercados turísticos para Portugal Desenvolver conteúdos e estratégias de comunicação 2. Conteúdos e Experiências Incentivar a criação empreendedorismo de experiências inovadoras e o Sol e mar – qualificação do produto e enriquecimento da proposta de valor Circuitos turísticos – reforçar o desenvolvimento de experiências turísticas que destaquem a diversidade do património cultural, religioso e natural 3. Produtos Estratégicos Estadias de curta duração em cidade – melhorar as centralidades turísticas e enriquecer a oferta Turismo de negócios – promover a oferta de serviços e infraestruturas: Turismo de natureza – qualificar os recursos e os agentes em segmentos com potencial de diferenciação R01 | Caracterização e Diagnóstico 47 | P á g i n a RPDM de Cinfães PROGRAMAS PROJETOS Turismo náutico – desenvolver a oferta de atividades náuticas Turismo residencial – promover a oferta existente e facilitar o acesso à informação por cidadãos estrangeiros Turismo de saúde – tornar Portugal num destino de excelência internacional para o produto Gastronomia e vinhos – enriquecer a experiência turística por via da gastronomia e vinhos nacionais Desenvolver rotas aéreas de interesse turístico – initiative.pt 2.0 Desenvolver o turismo marítimo e implementar um projeto para captação de cruzeiros (Cruise Portugal) Implementar um projeto para a captação de estágios desportivos Turismo Militar e Turismo Científico Reforçar a competitividade do destino Algarve 4. Destinos Turísticos Desenvolver destinos turísticos sustentáveis Promover a implementação de sistemas de qualidade no setor do turismo Tornar Portugal num destino acessível para todos Promover a simplificação de processos e a redução de custos de contexto Consolidar a estrutura financeira das empresas 5. Capacitação Modernização Financeira e Qualificar as empresas por via da modernização Valorizar a oferta turística Organizar a educação e a formação para o setor do turismo Desenvolver as profissões estratégicas para o turismo Proporcionar uma base de formação comum e transversal para os profissionais do turismo 6. Qualificação e Emprego Qualificar outros profissionais para o turismo e a interação com o turista Promover o emprego jovem no setor do turismo Disseminar o conhecimento sobre as novas tendências e a inovação no setor 7. Plataformas Distribuição e Canais de 8. Inteligência de Mercado e I&DT Criar referencial para representação das empresas na Internet Preparar as empresas para as redes digitais Aprofundar o conhecimento de mercado Dinamizar projetos de I&DT com incidência no Turismo Fonte: PENT 2013-2015. R01 | Caracterização e Diagnóstico 48 | P á g i n a RPDM de Cinfães O PENT identifica para a região Norte a necessidade de apostar em cinco produtos tradicionais para desenvolver a sua oferta. Ao nível do produto o PENT identifica as seguintes linhas de atuação para a Região Norte (PENT 2013-2015, pp. 28): Nos circuitos turísticos religiosos e culturais, verifica-se a necessidade de colocar os recursos georreferenciados em valor e desenvolver conteúdos e informação para o cliente, bem como incentivar e diversificar as experiências, em particular as que se referem à ligação do Porto à região do Douro e de turismo rural, e colocar o produto no mercado. No turismo de saúde, vertente termas, verifica-se a necessidade de requalificar zonas envolventes, desenvolver serviços especializados, criar conteúdos para disponibilização em canais internos e externos e reposicionar o produto termal no mercado. A nível do bem-estar (spa e talassoterapia), verifica-se a necessidade de desenvolver conteúdos para a sua disponibilização em canais específicos, bem como apostar na diversidade de experiências de spa e talassoterapia. No domínio do turismo médico verifica-se a necessidade de fazer um diagnóstico global da articulação entre serviços médicos e de turismo, bem como proceder à análise da situação competitiva nacional e definição do modelo de negócio que melhor potencie os serviços de turismo. Nas estadias de curta duração em cidade, deve-se requalificar e valorizar o espaço público, colocar recursos georreferenciados em valor e desenvolver conteúdos de informação para o cliente, bem como colocar o produto no mercado, promover a cidade e desenvolver ofertas que promovam o prolongamento da estadia, em particular as que se referem à ligação do Porto à região do Douro. No turismo de negócios, verifica-se a necessidade de desenvolver infraestruturas e serviços especializados, prospetar e colocar o produto no mercado. No turismo de natureza, na vertente passeios, verifica-se a necessidade de desenvolver infraestruturas e serviços especializados, diversificar experiências de turismo rural, criar conteúdos e a sua disponibilização em canais, colocar no mercado o produto dos passeios a pé, de bicicleta ou a cavalo. Na vertente do turismo equestre (cavalo lusitano), verifica-se a necessidade de desenvolver serviços à volta da cultura do cavalo e sua disponibilização ao turista. R01 | Caracterização e Diagnóstico 49 | P á g i n a RPDM de Cinfães No âmbito da gastronomia e vinhos, verifica-se a necessidade de desenvolver roteiros enograstronómicos, densificar atividades, desenvolver conteúdos e experiências, em particular os relacionados com os vinhos do Douro e Porto, e integrar a oferta em plataformas de promoção e comercialização. O produto reúne condições para se autonomizar e criar afluência específica para a região. No golfe, deve estruturar-se a oferta para complementar outros produtos de motivação primária. No turismo náutico (vela e surfing), existe a necessidade de sensibilizar os serviços de estrangeiros e fronteiras e capitanias para continuar e incrementar a aposta na normalização e agilização dos procedimentos, desenvolver sistemas de qualidade para as marinas e portos de recreio e divulgar a oferta de surfing.” 3.1.2 PROGRAMA NACIONAL DA POLÍTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO (PNPOT) O Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), aprovado pela Lei n.º 58/2007, de 4 de setembro, tem como âmbito o desenvolvimento a nível estratégico do território nacional. Este Programa constitui, aliás, um dos instrumentos-chave para a implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimentos Sustentável (ENDS), pondo em relevo o contributo das políticas de ordenamento do território para que Portugal seja (i) um espaço sustentável e bem ordenado, (ii) uma economia competitiva, integrada e aberta, (iii) um território equitativo em termos de desenvolvimento e bem-estar, (iv) uma sociedade criativa e com sentido de cidadania. Particularmente para a Região Norte, onde o concelho de Cinfães se insere, estabeleceram-se um conjunto de opções estratégicas territoriais de forma a promover a valorização integrada das diversidades do território ao corrigir as assimetrias regionais e ao assegurar a igualdade de oportunidades dos cidadãos (PNPOT, 2007, pp. 88-89): “Estruturar o sistema urbano e reforçar o policentrismo, envolvendo: a qualificação funcional do Porto e da sua área metropolitana, o desenvolvimento de polarizações estruturantes na conurbação do litoral e o reforço dos pólos e eixos urbanos no interior; R01 | Caracterização e Diagnóstico 50 | P á g i n a RPDM de Cinfães Valorizar as infraestruturas aeroportuárias e portuárias de internacionalização e inserir a região nas autoestradas do mar de ligação ao Norte da Europa, com uma aposta forte nas infraestruturas e nos serviços de logística; Reordenar e qualificar os espaços de localização empresarial na lógica de disponibilização de espaços de qualidade e de concentração de recursos qualificados, para maior atratividade de investimento direto estrangeiro, de fomento de economias de aglomeração e de densificação das interações criativas e inovadoras; Estruturar a rede de Instituições de Ensino Superior, de I&D, Centros Tecnológicos e Áreas de Localização Empresarial tendo em vista consolidar pólos de competitividade articulados pelas novas condições de acessibilidade; Organizar o sistema de acessibilidades de forma a reforçar o papel dos pontos nodais e a valorizar o futuro serviço de comboio de alta velocidade na cidade do Porto, incluindo a ligação a Vigo, no sentido de aumentar o seu potencial na organização das cidades do Noroeste peninsular; Reforçar a rede ferroviária convencional que estrutura os atuais serviços “suburbanos” nas suas ligações quer à cidade do Porto a partir das sub-regiões envolventes com maiores problemas de mobilidade, quer das principais cidades da região entre si, no sentido de diminuir a pressão automóvel sobre os principais centros urbanos, e também como forma de potenciar a utilização do futuro eixo ferroviário norte-sul em altas prestações na fachada atlântica do Noroeste peninsular; Reforçar a cooperação transfronteiriça e transnacional, valorizando especializações, complementaridades e sinergias para o desenvolvimento de projetos de dimensão europeia; Valorizar o património cultural, em particular as sinergias resultantes dos valores culturais inscritos na Lista do Património Mundial (UNESCO): Centros Históricos do Porto e Guimarães, Alto Douro Vinhateiro, Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa; Proteger a paisagem e ordenar os espaços protegidos como um pilar fundamental de desenvolvimento, de sustentabilidade e de expansão da atividade turística; R01 | Caracterização e Diagnóstico 51 | P á g i n a RPDM de Cinfães Preservar as condições de exploração das produções agropecuárias de qualidade; Desenvolver o cluster florestal, estruturando a rede de empresas e outras organizações que operam em atividades relacionadas com os recursos florestais e que se pretende que venham a constituir uma rede estratégica de base tecnológica; Assumir como prioridade estratégica a recuperação dos défices ambientais; Garantir a concretização de reservas estratégicas de água, com especial incidência na Bacia Hidrográfica do Douro; Explorar as potencialidades no domínio das energias renováveis, em particular de produção de energia eólica, e da eficiência energética; Incentivar o aproveitamento de forma ambientalmente sustentável da riqueza em termos geológicos, nomeadamente rochas industriais e minérios metálicos.” Em particular, o PNPOT assume para a Região urbano-metropolitana do Noroeste (NUT III Tâmega onde o concelho de Cinfães se insere) as seguintes opções para o desenvolvimento do território (PNPOT, pp. 90): “ Reforçar o papel da metrópole Porto no sentido da sua afirmação como principal centro terciário do Noroeste Peninsular, desenvolvendo as acessibilidades, as funções aeroportuárias, portuárias e de plataforma logística intermodal e as funções ligadas à ciência e à cultura, explorando o potencial das novas tecnologias e qualificando os serviços urbanos em geral; Ordenar o território e estruturar o policentrismo, criando âncoras para o desenvolvimento de um terciário avançado dando prioridade, para além da afirmação da metrópole Porto, ao reforço da organização do triângulo Braga-Guimarães-Vila Nova de Famalicão e apoiando a emergência de sistemas urbanos sub-regionais, em especial nas áreas mais criticas para a estruturação do território; Reordenar e qualificar os espaços industriais para a transformação das estruturas empresariais, apostando em espaços de qualidade e em relações de proximidade e de forte interação, o que implica uma rutura com o modelo atual de unidades dispersas e estruturas industriais locais fortemente especializadas; R01 | Caracterização e Diagnóstico 52 | P á g i n a RPDM de Cinfães Consolidar uma rede de espaços qualificados de acolhimento de atividades inovadoras e de base tenológica; Criar redes de cooperação interurbana capazes de promoverem a reorganização especial dos serviços não mercantis, de forma a permitir ganhos de eficácia (escala, especialização, multifuncionalidade) e de qualidade; Organizar o sistema territorial de mobilidades, de modo a reforçar as polarizações urbanas e a estruturar sistemas urbanos e sub-regionais, e conciliar o serviço público de transporte rodo e ferroviário com a racionalização de uso do automóvel; Qualificar as periferias da AMP, ordenar a implantação de equipamentos e infraestruturas de referência e promover a operacionalização das redes necessárias à superação dos défices ambientais; Controlar os impactes ambientais da urbanização difusa e dos previsíveis processos de abandono de algumas instalações industriais, através da valorização do património e dos espaços públicos.” 3.1.3 PLANOS SETORIAIS Os planos setoriais são instrumentos de programação ou de concretização das diversas políticas com incidência na organização do território. São considerados planos setoriais, de acordo com o RJIGT, os planos, programas e estratégias de desenvolvimento respeitantes aos diversos setores da administração central, nomeadamente nos domínios dos transportes, das comunicações, da energia e dos recursos geológicos, da educação e da formação, da cultura, da saúde, da habitação, do turismo, da agricultura, do comércio, da indústria, das florestas e do ambiente. PLANO SETORIAL DA REDE NATURA 2000 (PSRN 2000) A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica europeia formada por áreas de importância comunitária para a conservação de determinados habitats e espécies, nas quais as atividades humanas deverão ser compatíveis com a preservação desses valores naturais. Esta rede foi criada pela Diretiva do Conselho n.º 92/43/CEE, de 21 de maio, compreendendo as zonas de proteção especial designadas pelos Estados-Membros, nos termos da Diretiva do R01 | Caracterização e Diagnóstico 53 | P á g i n a RPDM de Cinfães Conselho n.º 79/409/CEE, de 2 de abril, e que se destinam essencialmente a garantir a conservação das espécies de aves, e seus habitats, e das espécies de aves migratórias, e que ocorram de forma regular. A Diretiva nº 92/43/CEE define nos seus Anexos I e II os tipos de habitats naturais e das espécies, respetivamente, que devem ser considerados na criação da rede em cada EstadoMembro. Esta Diretiva foi transposta para o quadro legal português pelo Decreto-Lei n.º 226/97, de 27 de agosto, revisto pelo Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, na sua atual redação no Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de fevereiro. Segundo o Decreto-Lei n.º 140/99, na redação do Decreto-Lei n.º 49/2005, “a Rede Natura 2000 (...) compreende as áreas classificadas como ZEC1 e as áreas classificadas como ZPE2” (art. 4º) e a sua execução deverá ser “objeto de um plano setorial (...), tendo em conta o desenvolvimento económico e social das áreas abrangidas e estabelecendo orientações para: a) a gestão territorial nos sítios da lista nacional de sítios, nos sítios de importância comunitária, nas ZEC e nas ZPE; b) as medidas referentes à conservação das espécies da fauna, flora e habitat” (n.º 4 do art.º 8.º do Decreto-Lei n.º 140/99 na sua atual redação). O Plano Setorial da Rede Natura 2000 (PSRN2000) está em vigor, tendo sido ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 115-A/2008, de 21 de julho, e constitui “um instrumento de gestão territorial, de concretização da política nacional de conservação da diversidade biológica, visando a salvaguarda e valorização dos sítios e das ZPE do território continental, bem como a manutenção das espécies e habitats num estado de conservação favorável nestas áreas. Na sua essência, é um instrumento para a gestão da biodiversidade.” (Preâmbulo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 115-A/2008). Considere-se que o “PSRN2000 vincula as entidades públicas, dele se extraindo orientações estratégicas e normas programáticas para a atuação da administração central e local, devendo as medidas e orientações nele previstas ser inseridas nos planos municipais de ordenamento do território (PMOT) e nos planos especiais (PEOT)” (idem). O PSRN2000 tem como objetivos (n.º 3 do Anexo I da Resolução do Conselho de Ministros n.º 115A/2008): 1 Zona Especial de Conservação (ZEC) – “um sítio de importância comunitária no território nacional em que são aplicadas as medidas necessárias para a manutenção ou o restabelecimento do estado de conservação favorável dos habitats naturais ou das populações das espécies para as quais o sítio é designado” (alínea n) do n.º 1 do art. 3º do DL n.º 140/99, na sua atual redação). 2 Zona de Proteção Especial (ZPE)– “uma área de importância comunitária no território nacional em que são aplicadas as medidas necessárias para a manutenção ou restabelecimento do estado de conservação das populações de aves selvagens inscritas no anexo A-I e dos seus habitats, bem como das espécies de aves migratórias não referidas neste anexo e cuja ocorrência no território nacional seja regular” (alínea o) do n.º 1 do art. 3º do DL n.º 140/99, na sua atual redação). R01 | Caracterização e Diagnóstico 54 | P á g i n a RPDM de Cinfães “Estabelecer o regime de salvaguarda dos recursos e valores naturais dos locais integrados no processo, fixando os usos e o regime de gestão compatíveis com a utilização sustentável do território; Representar cartograficamente, em função dos dados disponíveis, a distribuição dos habitats presentes nos Sítios e ZPE; Estabelecer diretrizes para o zonamento das áreas em função das respetivas características e prioridades de conservação; Definir as medidas que garantam a valorização e a manutenção num estado de conservação favorável dos habitats e espécies, bem como fornecer a tipologia das restrições ao uso do solo, tendo em conta a distribuição dos habitats a proteger; Fornecer orientações sobre a inserção em plano municipal ou especial de ordenamento do território das medidas e restrições mencionadas nas alíneas anteriores; Definir as condições, os critérios e o processo a seguir na realização da avaliação de impacte ambiental e na análise de incidências ambientais”. O concelho de Cinfães é abrangido por dois sítios de Interesse Comunitário (SIC): SIC da Serra de Montemuro (PTCON0025) e SIC Rio Paiva (PTCON0059), que são analisados, de forma mais pormenorizada, no subcapítulo relativo ao “Património Natural”. No quadro seguinte apresenta-se a síntese das orientações de gestão dos Habitats Prioritários3, identificados nos SIC abrangidos pelo concelho de Cinfães. Quadro 11: Habitats Prioritários identificados nos SIC abrangidos pelo concelho de Cinfães HABITATS PRIORITÁRIOS CONSTANTES DO ANEXO B-I DO DL N.º49/2005 SÍNTESE DAS ORIENTAÇÕES DE GESTÃO Charcos temporários mediterrânicos Condicionar a drenagem; adotar práticas de pastoreio específicas; condicionar a mobilização do solo; condicionar uso de agroquímicos/adotar técnicas alternativas em áreas contíguas ao habitat; monitorizar, manter/melhorar a qualidade da água; condicionar a captação de água; regular o uso de açudes e charcas; regular dragagens e extração de inertes. Charnecas húmidas atlânticas temperadas de Erica ciliaris e Erica tetralix Condicionar a drenagem; condicionar a expansão do uso agrícola; condicionar a florestação; adotar práticas de pastoreio específicas; condicionar queimadas; outros condicionamentos específicos a práticas agrícolas. 3 “Habitat natural ameaçados de extinção e existentes no território nacional” (alínea e) do n.º 1 do art. 3º do DL n.º 49/2005). R01 | Caracterização e Diagnóstico 55 | P á g i n a RPDM de Cinfães HABITATS PRIORITÁRIOS CONSTANTES DO ANEXO B-I DO DL N.º49/2005 SÍNTESE DAS ORIENTAÇÕES DE GESTÃO Matagais arborescentes de Laurus nobilis Condicionar a construção de infraestruturas; impedir a introdução de espécies não autóctones/controlar existentes; condicionar a expansão do uso agrícola; adotar práticas silvícolas específicas; condicionar expansão urbano-turística; condicionar ou tomar medidas que impeçam o corte e a colheita de espécies; tomar medidas que impeçam a circulação de viaturas fora dos caminhos estabelecidos; ordenar acessibilidades; criar alternativas à colheita de espécies, promovendo o seu cultivo. Subestepes de gramíneas e anuais da Thero-Brachypodietea Condicionar a construção de infraestruturas; impedir a introdução de espécies não autóctones/controlar existentes; manter práticas de pastoreio extensivo; condicionar a mobilização do solo; efetuar desmatações seletivas. Formações herbáceas de Nardus, ricas em espécies, em substratos siliciosos das zonas montanas (e das zonas submontanas da Europa continental) Condicionar o uso de agroquímicos e construção de infraestruturas; ordenar atividades de recreio e lazer; aumentar a pressão do pastoreio, além de adotar práticas de pastoreio específicas; promover a remoção da biomassa aérea não pastoreada e controlar a predação, parasitismo e a competição interespecífica. Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Frexinus excelsior (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae) Condicionar intervenções nas margens das linhas de água e construções de açudes e barragens. Promover a regeneração natural e diminuir o risco de incêndio. Adotar ainda práticas silvícolas específicas e a manter os habitats contíguos. Fonte: Resolução do Conselho de Ministros n.º115-A/2008, Anexo II e III. PLANO DE GESTÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO DOURO (PGBH-D) Os planos de gestão de bacia hidrográfica são instrumentos de planeamento das águas que, visam a gestão, a proteção e a valorização ambiental, social e económica das águas ao nível da bacia hidrográfica (Lei n.º 58/2005, n.º 1 do artigo 29.º). O PGBH do Douro (RH3) foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 16-C/2013. A região hidrográfica do Douro (RH3) é constituída por nove sub-bacias hidrográficas: Águeda, Côa, Ribeiras Costeiras entre Douro e o Vouga, Douro, Paiva, Rabaçal/Tuela, Sabor, Tâmega e Tua. O Concelho de Cinfães é abrangido pela sub-bacia do Douro (72%) e pela sub-bacia do Paiva (28%). “A sub-bacia do Douro é a maior da região hidrográfica do Douro, com 6 027 km2 e 55 concelhos abrangidos, onze desses concelhos encontram-se totalmente incluídos na sub-bacia do Douro, sendo que os restantes apenas o estão parcialmente. A principal linha de água desta sub-bacia é o rio Douro. Este nasce em Espanha, na serra de Urbión (Cordilheira Ibérica), a cerca de 1 700 m de altitude. Com 927 km de extensão, é o terceiro maior rio R01 | Caracterização e Diagnóstico 56 | P á g i n a RPDM de Cinfães ibérico, depois dos rios Tejo e Ebro, dos quais 597 km são em território espanhol, 122 km acompanham a fronteira e os restantes 208 km são percorridos em Portugal” (PGRH-Douro, parte 5, pp. 14, agosto de 2012). “A sub-bacia do Paiva tem 790 km2 de área e abrange 12 concelhos: Arouca, Castelo de Paiva, Castro Daire, Cinfães, Lamego, Moimenta da Beira, São Pedro do Sul, Sátão, Sernancelhe, Tarouca, Vila Nova de Paiva e Viseu. O rio Paiva, principal linha de água da sub-bacia do Paiva, nasce na serra de Leomil, a cerca de 1 000 m de altitude, no concelho de Moimenta da Beira e desagua em Castelo de Paiva, no rio Douro, 110 km depois” (PGRH-Douro, parte 5, pp. 20, agosto de 2012). No quadro seguinte apresenta-se os objetivos estratégicos do Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica do Douro. Quadro 12: Especificação de áreas temáticas e objetivos estratégicos do PGBH-Douro. ÁREA TEMÁTICA OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Proteger a qualidade das massas de água superficiais (costeiras, estuarinas e interiores) e subterrâneas, visando a sua conservação ou melhoria, no sentido de estas atingirem o bom estado; Qualidade da Água Garantir a proteção das origens de água e dos ecossistemas de especial interesse, incluindo a manutenção de um regime de caudais ambientais e, em particular, de caudais ecológicos. Assegurar a quantidade de água para os usos e promover e incentivar o uso eficiente do recurso, contribuindo para melhorar a oferta e para gerir a procura; Promover as utilizações de água com fins múltiplos e minimizar os conflitos de usos. Prevenir e minorar riscos naturais e antropogénicos associados a fenómenos hidrológicos extremos e as situações de risco de poluição acidental. Gestão de risco e valorização do domínio hídrico Preservar o domínio hídrico, assegurando a sua gestão integrada, nomeadamente no que diz respeito ao controlo dos fenómenos de erosão hídrica e costeira ou à melhoria da qualidade dos ecossistemas. Fomentar o ordenamento dos usos e ocupações do domínio hídrico, articulando o planeamento e ordenamento do domínio hídrico com o ordenamento do território, promovendo o licenciamento e controlo dos usos do domínio hídrico e a valorização económica dos recursos compatíveis com a preservação dos meios hídricos. R01 | Caracterização e Diagnóstico 57 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro Institucional e Normativo Promover a adequação do quadro institucional e normativo para assegurar o planeamento e gestão integrada dos recursos hídricos com uma intervenção racional e harmonizada dos diferentes agentes. Quadro Económico e Financeiro Promover a sustentabilidade económica e financeira, visando a aplicação dos princípios do utilizador-pagador e poluidor-pagador, permitindo suportar uma política de gestão da procura com base em critérios de racionalidade e equidade e assegurando que a gestão do recurso é sustentável em termos económicos e financeiros. Monitorização, conhecimento investigação Comunicação e Governança e Aprofundar o conhecimento técnico e científico sobre os recursos hídricos e promover a implementação de redes de monitorização de variáveis hidrológicas e de qualidade física, química e ecológica da água, nomeadamente das substâncias perigosas e prioritárias; Promover o aumento do conhecimento, do estudo e da investigação aplicada aos sistemas hídricos e ecossistemas envolventes, incluindo o desenvolvimento de um sistema de informação relativo ao estado e utilizações do domínio hídrico. Promover a informação e participação do cidadão nas diversas vertentes do planeamento e da gestão dos recursos hídricos e assegurar a disponibilização de informação ao público e a dinamização da participação nas decisões; Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local e também com instituições congéneres de outros Países, em particular com o Reino de Espanha. Fonte: PGRH-Douro, (2012). PLANO RODOVIÁRIO NACIONAL (PRN 2000) O Plano Rodoviário Nacional foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 222/98, de 17 de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 19-D/98, de 31 de outubro, e alterado pela Lei n.º 98/99, de 26 de julho, e pelo Decreto-Lei n.º 182/2003, de 16 de agosto. Na definição da Nova Rede Rodoviária Nacional adotaram-se critérios funcionais, operacionais e de acessibilidade. Em termos de funcionalidade, serão assegurados por estradas nacionais as seguintes ligações: a) Da sede de cada distrito com os contíguos; b) Da sede de cada distrito com os centros urbanos do mesmo; R01 | Caracterização e Diagnóstico 58 | P á g i n a RPDM de Cinfães c) Entre a sede de cada distrito o porto e a fronteira mais importantes desse distrito, quando existentes. Sob o ponto de vista operacional, serão servidos por estrada nacional os percursos de extensão superior a 10 km e tráfego médio diário superior a 2.000 veículos relativo ao ano de 1975 (4.300 em 1990), bem como aqueles que, com tráfego médio diário superior a 1.000 veículos, estabeleçam a ligação entre sedes de concelho. Finalmente, estabeleceu-se que todas as sedes de concelho terão acesso por estrada nacional à rede definida a partir dos critérios acima enunciados. Importa salientar que, para aquela determinação, se procedeu ao agrupamento dos centros urbanos, em função do seu potencial demográfico, dos serviços de apoio às atividades económicas e às populações e da sua capacidade exterior, em três grupos: A – Sede de distrito e centros urbanos equiparados; B - Centros urbanos de influência supraconcelhia, mas infradistrital; C – Centros urbanos só com influência concelhia. A Rede Nacional integra apenas duas categorias de estrados, que constituirão a Rede Nacional Fundamental e a Rede Nacional Complementar. A Rede Nacional Fundamental tem menor extensão, a fim de a dotar de características técnicas indispensáveis num período de tempo aceitável. Assim, definiram-se nove Itinerários Principais, três longitudinais e seis transversais, numa extensão de cerca de 2.500 km. Os Itinerários longitudinais terão o nível de serviço B, o que significa que asseguram correntes de tráfego estáveis, permitindo a circulação em excelentes condições de comodidade e segurança. A Rede Nacional Complementar, com a extensão total de 7.500 km, assegura as ligações entre os centros urbanos de nível B e C, assim como as ligações operacionais e as resultantes do critério de acessibilidade. Esta rede integra quatro Itinerários Complementares longitudinais, dez transversais, as vias de acesso e envolventes das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, bem como outros lanços de estrada. As vias da Rede Nacional Complementar terão o nível de serviço C, que proporciona boas condições de circulação. R01 | Caracterização e Diagnóstico 59 | P á g i n a RPDM de Cinfães 3.1.4 PLANOS ESPECIAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO PLANO DE ORDENAMENTO DE ALBUFEIRAS DE ÁGUAS PÚBLICAS (POAAP) Sobre o território do concelho de Cinfães incidem dois POAAP: o da albufeira de Crestuma Lever e das albufeiras de Régua e Carrapatelo. Estes são instrumentos de gestão territorial de natureza especial que definem os princípios e regras de utilização das águas públicas e da ocupação, uso e transformação do solo nas zonas de proteção das albufeiras classificadas. Os Planos de Ordenamento de Albufeiras compreendem uma área na qual se integra o plano de água e a zona envolvente de proteção numa faixa de 500 ou 100 m, contados a partir do nível de pleno armazenamento da albufeira (Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de maio). Os planos de ordenamento de albufeiras são os únicos planos onde os objetivos de planeamento se orientam sobretudo para o ordenamento do plano de água e, a partir daí se extrapolam as regras para uso, ocupação e transformação do solo na sua envolvente. Será, portanto, determinante que seja estabelecido um zonamento que respeite a capacidade de carga do meio hídrico, quer em termos físicos quer em termos de qualidade. Associado a este conceito, têm vindo a ser considerados outros fatores inerentes às características físicas das albufeiras que influenciam a sua capacidade para acolher as diversas utilizações, nomeadamente: Características ambientais da área onde se insere a albufeira designadamente, Áreas Classificadas (zonas de proteção especial, parque natural/nacional/área protegida); Características da ocupação urbana na envolvente da albufeira e infraestruturas turísticas existentes, localização da albufeira em relação à população servida; Usos múltiplos do plano de água, uma vez que o aumento de atividades potenciais, promove uma diminuição na capacidade específica para cada atividade. Importa assim acautelar as incompatibilidades /compatibilidades e complementaridades entre as atividades recreativas; Configuração das margens, uma vez que a uma maior irregularidade das margens corresponderá uma menor capacidade de carga recreativa; R01 | Caracterização e Diagnóstico 60 | P á g i n a RPDM de Cinfães Dimensões do plano de água pela existência de áreas abertas e extensas no plano de água tornando-o necessariamente mais seguro como suporte de atividades recreativas. A existência de extensas áreas aumenta a capacidade do plano de água; ecorrentes do regime de exploração, as albufeiras são frequentemente sujeitas a variações de nível do plano de água. A esta situação acresce que a época do ano onde naturalmente se verifica maior procura, coincide com a altura de maior carência de recursos hídricos, assim as dimensões do plano de água encontram-se reduzidas. Em todas as albufeiras existem áreas que não podem ser utilizadas por questões de segurança e que por essa razão, são incluídas nas áreas de proteção enquanto áreas críticas: áreas pouco profundas, afloramentos rochosos ou pequenas elevações, baixios, pontes e outras construções submersas. Estas áreas devem ser reduzidas à área total do plano de água e só o remanescente deve ser considerado como potencialmente utilizável. A integração destes diversos fatores nas propostas de plano, associados a disposições que asseguram a salvaguarda dos recursos presentes em especial da água, tem conduzido a zonamentos específicos para cada albufeira e zona de proteção. Plano de Ordenamento da Albufeira de Crestuma Lever (POACL) O POACL foi aprovado e publicado pelo Concelho de Ministros n.º 187/2007, de 21 de dezembro de 2007. A barragem de Crestuma Lever localizada no rio Douro, no município de Vila Nova de Gaia, em 1985 para produção de energia hidroelétrica. No entanto, desde essa data tem sido utilizada como origem de água para o abastecimento, sendo atualmente a principal origem de água para um conjunto de municípios da área metropolitana do Porto. A albufeira da barragem de Crestuma-Lever, ocupa uma área de cerca de 1298 há, foi classificada como albufeira de águas públicas de “utilização livre” pelo D. R. n.º 2/88, de 20 de janeiro. A área de intervenção do POACL abrange o plano de água e a zona de proteção, integrando o território dos concelhos de Castelo de Paiva, de Cinfães, de Gondomar, de Marco de Canaveses, de Penafiel, de Santa Maria da Feira e de Vila Nova de Gaia. R01 | Caracterização e Diagnóstico 61 | P á g i n a RPDM de Cinfães O POACL estabelece usos e regimes de utilização da área de intervenção, determinados por critérios de salvaguarda de recursos e de valores naturais compatíveis com a utilização sustentável do território, que visam os seguintes objetivos específicos: Definir regras de utilização do plano de água e da sua envolvente, de forma a valorizar e salvaguardar os recursos naturais, em especial os recursos hídricos; Definir regras e medidas para o uso, a ocupação e a transformação do solo que permitam gerir a área objeto de plano, numa perspetiva dinâmica e integrada; Compatibilizar os diferentes usos e atividades com a proteção e valorização ambiental e as finalidades principais da albufeira; Identificar as áreas de risco, as áreas mais adequadas para a conservação da natureza, as áreas mais aptas para atividades recreativas, prevendo as compatibilizações e complementaridades entre as diversas utilizações; Identificar as áreas sujeitas a risco de erosão marginal e deslizamentos na margem da albufeira e definir medidas de conservação e corretivas; Aplicar as disposições legais e regulamentares vigentes quer do ponto de vista de gestão dos recursos hídricos quer do ponto de vista do ordenamento do território; Garantir a articulação com planos, estudos e programas de interesse local, regional e nacional; Garantir a compatibilidade com o regime previsto no Decreto-Lei n.º 344-A/98, de 6 de novembro, relativo à utilização da via navegável do Douro. Plano de Ordenamento das Albufeiras da Régua e de Carrapatelo (POARC) O POARC foi aprovado pelo Conselho de Ministros n.º 62/2002, 23 de março, suspenso parcialmente pelo prazo de dois anos pela Resolução de Concelho de Ministros nº 107/2012 para áreas abrangidas pelo Aproveitamento hidroelétrico de Foz de Tua (concelhos de Alijó e Carrazeda de Ansiães), tendo sido prorrogado pelo prazo de um ano a suspensão parcial pela Resolução do Concelho de Ministros n.º 107/2012, de 18 de dezembro. As albufeiras da Régua e do Carrapatelo constituem albufeiras de águas públicas de utilização livre. A área de intervenção do POARC, abrange os planos de água das albufeiras da Régua e do R01 | Caracterização e Diagnóstico 62 | P á g i n a RPDM de Cinfães Carrapatelo e respetivas zonas de proteção até ao limite de 500 m, medidos a partir do nível de pleno armazenamento e estende-se pela área territorial dos municípios de Alijó, Armamar, Baião, Carrazeda de Ansiães, Cinfães, Lamego, Marco de Canaveses, Mesão Frio, Peso da Régua, Resende, Sabrosa, São João da Pesqueira e Tabuaço. O POARC tem os seguintes objetivos: A definição de regras de utilização do plano de água e das zonas de proteção das albufeiras por forma a valorizar os recursos do leito e margens durienses, reforçando o Douro como elemento de projeção regional; A maximização do uso do recurso de água e zonas de proteção no sentido de diversificar a estrutura produtiva da região duriense numa ótica de desenvolvimento sustentável, através da gestão racional dos recursos naturais, da proteção do meio ambiente e da correta implantação e instalação das diferentes atividades produtivas, de recreio e de lazer; A compatibilização dos usos e das atividades existentes e das propostas, a criar e instalar, com a proteção e valorização ambiental e com as finalidades primárias das albufeiras, defendendo a diversidade da paisagem e preservando a imagem cénica representada pela bacia visual do Douro; A definição de estratégias de atuação, conjugando as ações e atividades das entidades públicas e privadas que participam na utilização e valorização da área de intervenção; A promoção do usufruto da área de intervenção, estabelecendo, sem prejuízo dos usos primários, os usos secundários para as albufeiras da Régua e do Carrapatelo, tendo em consideração as especificidades próprias e as capacidades de carga do meio ambiente; A identificação nos planos de água das áreas mais adequadas para a prática de atividades recreativas e de lazer, disciplinando as respetivas compatibilidades e complementaridades; A criação de infraestruturas recreativas e de lazer, assegurando a melhoria da qualidade da água; A articulação das orientações do POARC com as demais orientações de ordenamento do território estabelecidas em instrumentos próprios para a área de intervenção. R01 | Caracterização e Diagnóstico 63 | P á g i n a RPDM de Cinfães 3.2 ÂMBITO REGIONAL De acordo com o RJIGT, “os planos regionais de ordenamento do território integram as opções definidas pelo programa nacional da política de ordenamento do território e pelos planos setoriais preexistentes”. 3.2.1 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DA REGIÃO NORTE (PROT-N) Relativamente a este plano, importa referir que não é descrito no presente documento, uma vez que o mesmo se encontra ainda em fase aprovação. 3.2.2 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO TÂMEGA (PROF-T) O PROF-T, aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 41/2007, de 10 de abril, abrangendo os concelhos de Ribeira de Pena, Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto, Celorico de Basto, Felgueiras, Amarante, Lousada, Paços de Ferreira, Marco de Canavezes, Paredes, Penafiel, Baião, Resende, Cinfães e Castelo de Paiva, assume os seguintes objetivos gerais (n.º 3 do artigo 5º da Lei n.º 33/96, de 17 de agosto): “Avaliar as potencialidades dos espaços florestais, do ponto de vista dos seus usos dominantes; Definir o elenco de espécies a privilegiar nas ações de expansão e reconversão do património florestal; Identificar dos modelos gerais de silvicultura e de gestão dos recursos mais adequados; Definir áreas críticas do ponto de vista do risco de incêndio, da sensibilidade à erosão e da importância ecológica, social e cultural, bem como das normas específicas de silvicultura e de utilização sustentada dos recursos a aplicar a estes espaços.” O PROF-T subdivide a região do Tâmega, em dez sub-regiões homogéneas: Aboboreira, AlvãoMarvão, Cabreira, Douro, Paiva, Ribadouro-Montemuro, Santa Justa-Pias, Tâmega, Tâmega-Sousa, Xistos durienses (art.º 12.º do Decreto Regulamentar n.º 41/2007, de 10 de abril). O município de Cinfães é abrangido por quatro dessas sub-regiões homogéneas: Douro, Paiva, RibadouroMontemuro, Tâmega Sousa. R01 | Caracterização e Diagnóstico 64 | P á g i n a RPDM de Cinfães Douro Situando-se a Sudeste da Região PROF, esta sub-região homogénea, engloba parte da bacia hidrográfica do rio Douro e distribui-se por algumas das freguesias mais baixas dos concelhos de Baião, Cinfães e Resende. A sub-região homogénea Douro foram traçados os seguintes objetivos (Proposta do Plano PROF-T, pp.38 e39): “Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e Pinheiro manso, com função de proteção das encostas do Douro; Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e Pinheiro manso, com função de produção de cortiça e pinhão; Adaptar as práticas silvícolas e maior rigor na seleção das espécies, em situações de elevado risco de erosão; Desenvolver o ordenamento cinegético; Potenciar expandir o ordenamento aquícola; Garantir um mosaico paisagístico diversificado, compatibilizando as atividades florestais e vitivinícolas; Expandir a produção de produtos associados, nomeadamente o medronho e o mel; Adequar a gestão dos espaços florestais às necessidades de conservação de habitats, de fauna e de flora classificada”. Paiva A sub-região homogénea Paiva localiza-se na sub-bacia hidrográfica do rio Piava, a sul da região do PROF-T, e carateriza-se por se achar no seu interior parte do sítio da Rede Natura 2000 designado como “Rio Paiva” (Proposta do Plano PROF-T, pp. 40). A sub-região homogénea Paiva tem os seguintes objetivos específicos (Proposta do Plano PROF-T, pp. 42 e 43): R01 | Caracterização e Diagnóstico 65 | P á g i n a RPDM de Cinfães “Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e Pinheiro manso, com função de proteção das encostas do Douro; Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e Pinheiro manso, com função de produção de cortiça e pinhão; Adaptar as práticas silvícolas e maior rigor na seleção das espécies, em situações de elevado risco de erosão; Desenvolver o ordenamento cinegético; Potenciar expandir o ordenamento aquícola; Garantir um mosaico paisagístico diversificado, compatibilizando as atividades florestais e vitivinícolas; Expandir a produção de produtos associados, nomeadamente o medronho e o mel; Adequar a gestão dos espaços florestais às necessidades de conservação de habitats, de fauna e de flora classificada”. Ribadouro-Montemuro A sub-região homogénea Ribadouro-Montemuro situa-se a sul da região PROF-T e é constituída pelas freguesias mais serranas dos concelhos de Cinfães e Resende. A referida sub-região homogénea tem os seguintes objetivos específicos (Proposta do Plano PROFT, pp. 47): “Adaptar as práticas silvícolas e ser mais rigoroso na escolha das espécies, em situações de elevado risco de erosão; Fomentar o potencial do turismo de natureza desta sub-região, aliada aos valores de conservação e a diversidade florística e faunística; Expandir a produção de produtos associados; Compartimentar as áreas arborizadas contínuas e/ou monoespecíficas através do aproveitamento da regeneração natural de espécies autóctones menos suscetíveis aos incêndios ou ainda pela intercalação de áreas agrícolas ou de pastagens; Proteger, conservar e potenciar a utilização de espécies autóctones; R01 | Caracterização e Diagnóstico 66 | P á g i n a RPDM de Cinfães Condicionar as arborizações com espécies de rápido crescimento; Ordenar e promover a exploração dos recursos não lenhosos como a pesca, a apicultura, os cogumelos silvestres, as plantas aromáticas e medicinais, entre outros; Diversificar a arborização utilizando preferencialmente espécies autóctones, que garantam áreas de baixo nível de combustível acumulado; Recorrer ao fogo controlado para reduzir a carga de combustível das áreas arborizadas e na gestão de matos e pastoreio; Implementar nos espaços florestais sob gestão da administração pública, planos de gestão adequados e servindo de exemplos piloto para os proprietários particulares; Valorizar as áreas de matos ou incultos através do ordenamento e fomento do pastoreio, dos recursos cinegéticos, da arborização, quando possível e desejável, e de outros usos do espaço florestal; Requalificar e proteger as faixas ribeirinhas”. Tâmega Sousa A sub-região homogénea Tâmega Sousa é a maior de todas a sub-regiões que constituem do PROFT (representa cerca de 40%), prolonga-se desde Nordeste até Sudeste da dita região Para a sub-região homogénea foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos (Proposta do Plano PROF-T, pp. 59 e 60): “Promover a requalificação dos povoamentos florestais e inverter a degradação destes, bem como, a sua subexploração; Controlar e minimizar o avanço das invasoras lenhosas; Compartimentar as áreas arborizadas contínuas e/ou monoespecíficas através do aproveitamento da regeneração natural de espécies autóctones menos suscetíveis aos incêndios ou ainda pela intercalação de áreas agrícolas ou de pastagens; Conceber mecanismos de proteção do solo, devido ao excesso de mobilizações na sua exploração; Criar unidades de gestão com dimensão significativa, com especial incidência no fomento do associativismo; R01 | Caracterização e Diagnóstico 67 | P á g i n a RPDM de Cinfães Diversificar a arborização, recorrendo a espécies ecologicamente bem adaptadas e que garantam áreas de baixo nível de combustível acumulado; Promover a defesa do espaço florestal da pressão urbanística, evitando a disseminação da mesma; Fomentar a plantação de árvores produtoras de madeiras nobres nas áreas agrícolas abandonadas; Fomentar a plantação de árvores de não rápido crescimento nos solos de melhor aptidão florestal, tendo em vista não só a produção de lenho de qualidade, bem como, a adaptação deste espaço florestal periurbano às necessidades sociais da população residente; Ordenar e promover a exploração dos recursos não lenhosos como a pesca, a apicultura, os cogumelos silvestres, as plantas aromáticas e medicinais, entre outros; Criar zonas de preservação ambiental como objetivos de recreio e lazer e nichos ecológicos, com especial preocupação em defender e proteger os núcleos de quercíneas, e as manchas ripícolas; Promover e estimular a educação ambiental das populações residentes e visitantes”. 3.2.3 PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO NORTE (2014-2020) (PORN) A iniciativa Norte 2020 visa uma estratégia regional para o próximo período de programação das políticas comunitárias com o horizonte 2014-2020, promovendo à escala regional o mote da estratégia “Europa 2020: um “crescimento inteligente, inclusivo e sustentável”. “O PO Norte, ainda que com algumas diferenças nas prioridades de intervenção definidas, dá, em diversos domínios, continuidade à atuação promovida no âmbito do Programa Operacional do Norte, ON.2 – “O Novo Norte”, em vigor entre 2007-2013 (AAE- PO Norte 2014-2020)”. “O PO da Região Norte 2014-2020 carateriza-se por uma significativa concentração dos apoios em medidas de política regional com efeitos permanentes (estruturais) do lado da oferta, (i) promovendo-se a intensificação tecnológica da base produtiva, (ii) valorizando-se os ativos e recursos intensivos em território e suscetíveis de produção de bens serviços comercializáveis em mercado alargado, (iii) explorando-se novos mercados e novos modelos de negócio e de internacionalização do tecido empresarial, isto a par com um (iv) forte investimento na melhoria R01 | Caracterização e Diagnóstico 68 | P á g i n a RPDM de Cinfães das competências do capital humano, nomeadamente na área da formação avançada (Portugal 2020, Programa Operacional da Norte 2014-2020)”. Os objetivos temáticos e as correspondentes prioridades de investimento escolhidos na estruturação estratégica e programática do Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020, estão enumerados no quadro seguinte. Quadro 13: Objetivos Temáticos e correspondentes Prioridades de Investimento escolhidas na estruturação estratégica e programática do Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 Objetivo temático Prioridades de investimento Reforço da infraestrutura de investigação e inovação (I&I) e das capacidades destinadas a desenvolver a excelência na I&I, bem como promoção de centros de competência, em particular os de interesse europeu. 1. Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação 2. Melhorar o acesso às tecnologias da informação e da comunicação, bem como a sua utilização e qualidade 3. Reforçar a competitividade das PME e dos setores agrícolas A promoção do investimento das empresas na I&D, o desenvolvimento de ligações e sinergias entre empresas, centros de investigação e desenvolvimento e o setor do ensino superior, em especial a promoção do investimento no desenvolvimento de produtos e serviços na transferência de tecnologia, na inovação social, na ecoinovação, em aplicações de interesse público no estímulo da procura, em redes, clusters e na inovação aberta através da especialização inteligente e o apoio à investigação tecnológica e aplicada, linhas-piloto, ações de validação precoce dos produtos, capacidades avançadas de produção e primeira produção, em especial no que toca às tecnologias facilitadoras essenciais, e à difusão de tenologia de interesse geral. O reforço das aplicações no domínio das TIC para a administração em linha, aprendizagem em linha, a ciberinclusão, a cultura eletrónica e a saúde em linha. A promoção do espírito empresarial, facilitando nomeadamente o apoio à exploração económica de ideias novas e incentivando a criação de novas empresas, inclusive através de incubadoras de empresas. Desenvolvimento e a aplicação de novos modelos empresariais para as PME, especialmente no que respeita à internacionalização. A concessão de apoio à criação e ao alargamento de capacidades avançadas de desenvolvimento de produtos e serviços. 7. Promover transportes sustentáveis e a eliminação de estrangulamentos nas principais infraestruturas de rede Desenvolvimento e reabilitação de sistemas ferroviários abrangentes, interoperáveis e de alta qualidade e promoção de medidas de redução do ruído. Apoio ao espaço único europeu de transportes multimodais, mediante o investimento na RTE-T. R01 | Caracterização e Diagnóstico 69 | P á g i n a RPDM de Cinfães Objetivo temático Prioridades de investimento Desenvolvimento e melhoria de sistemas de transportes ecológicos (incluindo de baixo ruído) e de baixo teor de carbono, incluindo vias navegáveis e transportes marítimos interiores, portos, ligações multimodais e infraestruturas aeroportuárias, a fim de promover a mobilidade regional e local sustentável. 8. Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade dos trabalhadores Adaptação à mudança dos trabalhadores, das empresas e dos empresários. 11. Melhorar a capacidade institucional das autoridades públicas e das partes interessadas e a eficiência da administração pública Investimento na capacidade institucional e na eficiência das administrações e dos serviços públicos a nível nacional, regional e local, tendo em vista a realização de reformas, uma melhor regulamentação e uma boa governação. Fonte: Versão aprovada do PO-Norte, (2014). 3.3 ÂMBITO MUNICIPAL 3.3.1 PLANO DIRETOR MUNICIPAL (PDM) EM VIGOR O Plano Diretor Municipal (PDM) de Cinfães, aprovado pela Assembleia Municipal em 27 de Junho de 1994 e publicado em Diário da República – I Série – B, n.º 240 a 17 de outubro de 1994, assumia como objetivos principais: Promover o ordenamento do território concelhio; Preservar e potenciar os recursos concelhios; Promover o desenvolvimento; Fixar a população no concelho; Melhorar as acessibilidades, internas e ao exterior, aos serviços, infraestruturas e equipamentos; Preservar e valorizar o património concelhio. O PDM vigente estabelece como uso dominante do solo as seguintes classes: a) Espaços Urbanos e Urbanizáveis; i. Aglomerados Urbanos; R01 | Caracterização e Diagnóstico 70 | P á g i n a RPDM de Cinfães ii. Aglomerados Rurais; b) Espaços Industriais e de Armazenagem; c) Espaços Agrícolas; d) Espaços Florestais; e) Espaços Naturais e Culturais; f) Espaços Canais. Importa referir que ao longo do período de vigência do PDM não foi efetuada nenhuma alteração a este instrumento. Contudo, o RJIGT, no seu ponto 3 do artigo 98.º, determina que os planos diretores municipais sejam revistos no prazo de 10 anos após a sua entrada em vigor ou após a sua última revisão. Tendo decorrido mais de 19 anos da publicação do PDM de Cinfães, torna-se premente a revisão deste instrumento de gestão territorial municipal, por forma a que acompanhe a evolução das condições socioeconómicas, ambientais, demográficas e culturais do concelho. Outra razão que justifica a revisão do PDM, é a profunda alteração do enquadramento legislativo bem como a entrada em vigor de novos instrumentos de gestão territorial com incidência no concelho, nomeadamente o Plano de Ordenamento das Albufeiras da Régua e do Carrapatelo (POARC), o Plano de Ordenamento da Albufeira de Crestuma-Lever (POACL) e o Plano Setorial da Rede Natura 2000 (PSRN2000), sendo fundamental assegurar a compatibilização do PDM com os mesmos. Finalmente, a desatualização da cartografia e necessária adequação dos elementos constituinte e que acompanham o PDM aos atuais sistemas de informação geográfica são outro constrangimento, que justifica a necessidade de revisão do PDM de modo a adequar os seus elementos ao avanço tecnológico ocorrido nos últimos 19 anos. 3.3.2 PLANOS DE URBANIZAÇÃO (PU) DE CINFÃES O Plano de Urbanização de Cinfães foi publicado em Diário da República, 2.ª Série, n.º 75, a 30 de março de 1993. De acordo com o artigo 1.º do respetivo Regulamento, “os terrenos incluídos na área a urbanizar na zona rural envolvente são classificados, para efeitos de utilização, nas seguintes zonas e áreas, indicadas na planta de zonamento: P – Zona para edifícios e instalações de interesse público; R01 | Caracterização e Diagnóstico 71 | P á g i n a RPDM de Cinfães E – Espaços livres; HA – Zona residencial existente; HN – Zona residencial nova e rica; HC – Zona residencial nova e económica; N – Zona interdita à construção; R – Zona de reserva para utilização futura; V – Zona rural envolvente.” 3.3.3 PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS (PMDFCI) O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) do concelho de Cinfães, atualmente em elaboração, “visa estabelecer a estratégia municipal que defina as medidas necessárias para o efeito e planeamento integrado das diferentes intervenções das entidades, de acordo com os objetivos estratégicos decorrentes do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI), em consonância com o Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF) e com o Plano Distrital de Defesa da Floresta Contra Incêndios respetivos, no âmbito das atribuições da Comissão Municipal de Defesa da Floresta, conforme o previsto no Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, alterado pelo Decretos-Lei n.º 15/2009 e 17/2009, de 14 de janeiro, n.º 114/2011, de 30 de novembro, e n.º 83/2014, de 23 de maio” (PMDFCI de Cinfães, Caderno I, pp. 1). Este Plano representa um instrumento de planeamento que se pretende dinâmico e adaptado à realidade local, promovendo-se a “articulação das características sócio biofísicas com as dinâmicas e responsabilidades das entidades presentes no território municipal, de forma a efetivar as alterações necessárias que maximizem a Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI)” (AFN, 2012). Quadro 14: Objetivos estratégicos e objetivos operacionais associados a cada eixo estratégico EIXOS ESTRATÉGICOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS I Aumento da Resiliência do Território aos Incêndios Florestais Promoção da gestão florestal e intervir preventivamente em áreas estratégicas R01 | Caracterização e Diagnóstico OBJETIVOS OPERACIONAIS Proteção das urbano/florestal. zonas de interface Implementação de programa de redução de combustíveis. 72 | P á g i n a RPDM de Cinfães EIXOS ESTRATÉGICOS II Redução da Incidência dos Incêndios III Melhoria da Eficácia do Ataque e da Gestão dos Incêndios OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Sensibilização populações. e educação OBJETIVOS OPERACIONAIS das Sensibilização e educação escolar. Melhoria do conhecimento das causas dos incêndios e das suas motivações. Articulação dos sistemas de vigilância e deteção com os meios de 1.ª intervenção. Adequação da capacidade de 1.ª intervenção. Melhoria da eficácia do rescaldo e vigilância pós-incêndio. Fiscalização. Estruturação e gestão da vigilância e da deteção como um sistema integrado. Estruturação intervenção do nível municipal de 1.ª Garantia da correta e eficaz execução do rescaldo e da vigilância pós-incêndio. Integração e melhoria dos meios planeamento, previsão e apoio à decisão. de Recuperar e reabilitar os ecossistemas. Avaliação e mitigação dos impactes causados pelos incêndios e implementação de estratégias de reabilitação a curto e médio prazo. Operacionalização da Comissão Municipal de Defesa da Floresta Fomento das operações de DFCI e garantia do apoio técnico e logístico IV Recuperar e Reabilitar os Ecossistemas Sensibilização da população. V Adaptação de Uma Estrutura Orgânica Funcional e Eficaz Fonte: Adaptado do PMDFCI de Cinfães, Caderno II (2015). 3.3.4 PLANO MUNICIPAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CIVIL (PMEPC) O Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil (PMEPC) de Cinfães, datado de 1999 e atualmente em revisão de acordo com a atual legislação, “é um documento formal que define o modo de atuação dos vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil a nível municipal. Em suma, o PMEPCC exprime um conjunto de medidas, normas, procedimentos e missões, destinado a fazer face a uma situação de acidente grave ou catástrofe e a minimizar as suas consequências” (PMEPC, Parte I – Enquadramento Geral do Plano, pp. 4), tendo a atual revisão do PMEPC assumido os seguintes objetivos (PMEPC, Parte I – Enquadramento Geral do Plano, pp. 8): “Providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e os meios indispensáveis à minimização dos efeitos adversos de um acidente grave ou catástrofe; Definir as orientações relativamente ao modo de atuação dos vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil; R01 | Caracterização e Diagnóstico 73 | P á g i n a RPDM de Cinfães Definir a unidade de direção, coordenação e comando das ações a desenvolver; Coordenar e sistematizar as ações de apoio, promovendo maior eficácia e rapidez de intervenção das entidades intervenientes; Inventariar os meios e recursos disponíveis para acorrer a um acidente grave ou catástrofe; Minimizar a perda de vidas e bens, atenuar ou limitar os efeitos de acidentes graves ou catástrofes e restabelecer o mais rapidamente possível, as condições mínimas de normalidade; Assegurar a criação de condições favoráveis ao empenhamento rápido, eficiente e coordenado de todos os meios e recursos disponíveis num determinado território, sempre que a gravidade e dimensão das ocorrências o justifique; Habilitar as entidades envolvidas no plano a manterem o grau de preparação e de prontidão necessário à gestão de acidentes graves ou catástrofes; Promover a informação das populações através de ações de sensibilização, tendo em vista a sua preparação, a assumpção de uma cultura de autoproteção e o entrosamento na estrutura de resposta à emergência”. A Resolução n.º 25/2008, de 18 de JULHO, da Comissão Nacional de Proteção Civil veio aprovar “a diretiva relativa aos critérios e normas técnicas para a elaboração e operacionalização de planos de emergência de proteção civil” (n.º 1 da Resolução n.º 25/2008). A referida Diretiva estabelece que “os planos de emergência que se encontram elaborados à data de aprovação da presente diretiva devem ser revistos no prazo máximo de dois anos, de forma a ficarem em conformidade com a presente diretiva” (n.º 3 do art.º 10.º da Diretiva anexa à Resolução n.º 25/2008). R01 | Caracterização e Diagnóstico 74 | P á g i n a RPDM de Cinfães CAPÍTULO II – CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO 1 SISTEMA BIOFÍSICO 1.1 GEOLOGIA De acordo com o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), “a carta geológica à escala 1/50 000 de uma qualquer região constitui um instrumento fundamental para o seu progresso sustentado em termos de recursos endógenos (materiais metálicos e não metálicos, incluindo água, hidrocarbonetos e geotermia), risco geológico (deslizamentos de solos, subsidências, tremores de terra, etc.) e o ordenamento do território (localização de obras de engenharia, edifícios, pontes, linhas de caminhos de ferro, estradas, cemitérios, armazenamento de resíduos, etc.).”4 Figura 1: Carta Geológica de Portugal Fonte: LNEG (http://www.lneg.pt/download/2769/cgp500k.pdf) 4 http://www.lneg.pt/iedt/projectos/334/ R01 | Caracterização e Di agnóstico 75 | P á g i n a RPDM de Cinfães O concelho de Cinfães encontra-se abrangido pelas folhas 10-C (Peso da Régua), 13-B (Castelo de Paiva) e 14-A (Lamego) da Carta Geológica de Portugal, à escala 1:50 000, da Direção Geral de Minas e Serviços Geológicos. O mapa geológico do concelho de Cinfães (Mapa 2) evidencia a maioria do concelho implanta-se maioritariamente em formações graníticas, ocorrendo a sul unidades metassedimentares de idade Ordovícico, constituídas litologicamente por xistos grauvaques, quartezitos e corneanas. Segundo a informação disponibilizada pelo LNEG, “as formações graníticas englobam granitos litofáceis de tonalidade cinzenta, predominantemente biotiticas, de granularidade diversa, com predominância do grão médio e do tipo porfiroide”. Ainda segundo a mesma entidade é reconhecida a aptidão ornamental dos granitos ocorrentes na freguesia de Nespereira e cuja área potencial de ocorrência é considerável. Mapa 2: Carta geológica do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). 1.2 MORFOLOGIA 1.2.1 RELEVO E ALTITUDE A Serra de Montemuro, que atinge uma altitude de 1.382 metros, e o vale do Douro, que limita o concelho a norte, constituem os dois grandes traços morfológicos do concelho de Cinfães. R01 | Caracterização e Di agnóstico 76 | P á g i n a RPDM de Cinfães Localizados de oeste para este situam-se ainda os vales do rio Paiva, dos ribeiros de Piães, de Sampaio, de Bestança e do Cabrum, originando um contraste acentuado entre as áreas ribeirinhas junto ao rio Douro e ao rio Paiva, nas quais imperam os fundos dos vales com altitudes inferiores a 50 metros, e o interior do concelho, com áreas serranas de altitudes superiores a 1.000 metros. Pelo Mapa 3 constata-se um aumento das classes altimétricas de noroeste para sudoeste, que culmina na parte mais alta da Serra de Montemuro. Mapa 3: Carta hipsométrica do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). 1.2.2 DECLIVES O declive pode ser entendido como a inclinação de um terreno em relação a um plano horizontal. Este, por ser uma das formas de medição do relevo, constitui um dos indicadores indispensáveis ao ordenamento do território, uma vez que repercute nas “condicionantes positivas e negativas para usos e funções existentes ou previstos no território riscos de erosão, drenagem hídrica e atmosférica, implantação de estruturas e infraestruturas, trabalho de maquinaria diversa, sistemas agrícolas e florestais, etc.” (Cancela d’Abreu, 1989). R01 | Caracterização e Di agnóstico 77 | P á g i n a RPDM de Cinfães O concelho de Cinfães caracteriza-se, em termos de declives, pela existência de algumas vertentes de declive forte, com predominância da classe de declives dos 10 a 20 graus (44,1% da área total do concelho), da classe de declives dos 20 a 30 graus (25,9% da área total do concelho) e ainda da classe de declives inferiores a 10 graus (23,6% da área total do concelho). Mapa 4: Carta de declives do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Em termos da distribuição estatística das classes de declives, perceciona-se que no concelho de Cinfães a classe com maior representatividade é a classe dos 5 a 10 graus, que ocupa uma área de 93,96 km2, ou seja, 46,3% da área total do concelho. Seguidamente encontra-se a classe dos declives iguais ou superiores a 20 graus, abrangendo uma área de 77,13 km2, o que corresponde a 38,1% do total da área concelhia. Em oposição, encontra-se a classe dos 10 a 15 graus, com uma área de 14,41 km2, equivalendo assim a 7,1% da área total ocupada pelo concelho de Cinfães. 1.2.3 EXPOSIÇÃO DE VERTENTES A carta de exposição de vertentes exibe o maior ou menor grau de insolação face à orientação das vertentes. Com efeito, no hemisfério norte as vertentes voltadas a sul estão mais expostas ao sol, razão pela qual têm maior insolação, correspondendo às vertentes soalheiras. Por outro lado, as R01 | Caracterização e Di agnóstico 78 | P á g i n a RPDM de Cinfães vertentes umbrias correspondem às vertentes voltadas a norte, uma vez que possuem mais horas de sombra e, como consequência, menor insolação. A carta de exposição de vertentes do concelho de Cinfães exibe o predomínio das vertentes com orientação a oeste (78 km2, ou seja, 32,6% da área do concelho), a norte (72 km2, o que corresponde a 32,6% da área do concelho) e a este (54,2 km2, isto é, 22,7% da área do concelhio). Com menor representatividade encontram-se as vertentes orientadas a sul, com uma expressão de 12,8% da área total do concelho (30,7 km2) e as vertentes planas, que ocupam apenas 1,8% do total da área do concelho de Cinfães (4,3 km2). Mapa 5: Carta de exposição de vertentes do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). 1.3 HIDROGRAFIA A hidrografia corresponde à ciência que estuda a ocorrência, circulação, distribuição e as propriedades da água na terra, assim como a sua interação com o ambiente5. Assim, esta ciência 5 “The science that treats the occurrence, circulation, distribution, and properties of the waters of the earth, and their reaction with the environment” (em: http://glossary.pt.eea.europa.eu/terminology/concept_html?term=hidrologia). R01 | Caracterização e Di agnóstico 79 | P á g i n a RPDM de Cinfães estuda os processos físicos, químicos e biológicos inerentes ao ciclo da água, e onde se incluir a relação com os seres vivos. Neste sentido, e considerando a necessidade, por parte dos seres vivos, de recursos hídricos em quantidade e em qualidade, é importante que se compreenda a forma como este ocorre no meio, procedendo ao enquadramento dessa informação no quadro de ordenamento que se pretende e permitindo, assim, um conjunto de atividades nomeadamente: Abastecimento de água; Agricultura; Aquicultura; Produção de energia elétrica; Recreio e lazer; Preservação da fauna e da flora; Etc. Nos termos do n.º 1 do artigo 1.º da Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro, que estabelece a titularidade dos recursos hídricos, os recursos hídricos “compreendem as águas, abrangendo ainda os respetivos leitos e margens, zonas adjacentes, zonas de infiltração máxima e zonas protegidas” que, em função da sua titularidade, incluem, pelo n.º 2 do artigo 1.º do mesmo diploma legal, “recursos dominiais, ou pertencentes ao domínio público, e os recursos patrimoniais, pertencentes a entidades públicas ou particulares”. Neste sentido, é importante que se conheça quais os recursos hídricos que estão presentes no concelho de Cinfães, com vista a integrar o seu planeamento estratégico no quadro de ordenamento deste concelho. No presente capítulo será assim apresentada uma caracterização das bacias e sub-bacias hidrográficas em que o concelho está inserido, analisando-se também, ainda que de uma forma abreviada, a qualidade da água presente. 1.3.1 BACIAS E SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS A rede hidrográfica do concelho de Cinfães, apresentada no Mapa 6, corresponde a uma rede bastante densa, cujo traçado se apresenta bastante encaixado e onde sobressaem duas direções, nomeadamente a direção nordeste/sudoeste e a direção noroeste/sueste. Os cursos de água presentes neste concelho possuem água ao longo de todo o ano, consequência do clima húmido R01 | Caracterização e Di agnóstico 80 | P á g i n a RPDM de Cinfães que a barreira de condensação da serra de Montemuro lhes proporciona, assumindo um regime torrencial, resultado da acentuada inclinação dos seus perfis longitudinais. Mapa 6: Rede hidrográfica do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Os principais cursos de água existentes no território concelhio são os rios Douro, Paiva, Cabrum e Bestança. O rio Douro, com uma direção este-oeste, caracteriza-se por um amplo vale, com vertentes bastante inclinadas e em que o desnível pode chegar aos 600 metros. O rio Bestança (curso de água exclusivo do concelho de Cinfães) apresenta-se quase perpendicular ao rio Douro, com características que passam por um traçado retilíneo, com orientação segundo o rumo nor- R01 | Caracterização e Di agnóstico 81 | P á g i n a RPDM de Cinfães noroeste/su-sueste. O seu vale, que se apresenta apertado, retilíneo e profundo, com uma extensão de aproximadamente 15 km, evidencia desníveis da ordem dos 300-400 metros. Por sua vez, o rio Paiva assume uma direção noroeste-sueste, infletindo para uma direção nortesul, antes de desaguar no rio Douro. O vale deste rio apresenta-se amplo, com vertentes de decrescem, de forma gradual, de 600 para 300-350 metros de altitude. O seu traçado meandrizado e o acentuado declive longitudinal proporcionam a este curso de água uma elevada velocidade de escoamento. Finalmente, o rio Cabrum, com cabeceiras na serra de Montemuro, apresenta uma orientação noroeste-sueste, assumindo um pequeno desvio para norte, já na parte final do seu vale. Este curso de água desagua no rio Douro. Ainda no que concerne aos recursos hídricos do concelho de Cinfães, não pode deixar de ser referido o aproveitamento hidroelétrico existente em algumas das linhas de água anteriormente referidas, designadamente do rio Cabrum e do rio Douro, nos quais existem importantes albufeiras. Assim, no rio Douro encontra-se localizada a albufeira do Carrapatelo, mais concretamente na freguesia de São Cristóvão de Nogueira, concelho de Cinfães. Esta assume uma capacidade total de 148.400 dam3, uma capacidade útil de 13.840 dam3 e uma cota máxima de cheia de 47,58 m. Por sua vez, a albufeira de Freigil situa-se no rio Cabrum, na freguesia com o mesmo nome (concelho de Resende). Esta albufeira caracteriza-se por uma capacidade total de 140 dam3, uma capacidade útil de 138 dam3 e uma cota máxima de cheia de 319,2 m. Refere-se ainda que a entidade exploradora das referidas albufeiras é a EDP – Gestão da Produção de Energia, S.A. Direção da Produção Hidráulica. 1.3.2 QUALIDADE DA ÁGUA Os recursos hídricos, apesar de desempenharem um papel preponderante e insubstituível no equilíbrio ecológico e na manutenção da vida na Terra, são dos recursos naturais mais afetados pelas atividades antropogénicas. Assim, a sua disponibilidade, quer em termos de qualidade quer em termos de quantidade representa, na maioria das vezes, um fator condicionante e limitante da fixação de populações (Spellman, 1998). Assim, afigura-se preponderante que seja conhecida a qualidade de água dos meios hídricos, uma vez que a sua disponibilidade, em termos de qualidade e quantidade, é fundamental para a existência do Homem e de todos os seres vivos. R01 | Caracterização e Di agnóstico 82 | P á g i n a RPDM de Cinfães A classificação da qualidade da água para usos múltiplos, de acordo o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) é efetuada tendo em consideração cinco classes distintas: Quadro 15: Classes de classificação da qualidade da água CLASSE DE CLASSIFICAÇÃO Classe A Excelente Classe B Boa Classe C Razoável Classe D Má Classe E Muito Má DESCRIÇÃO Águas com qualidade equivalente às condições naturais, aptas a satisfazer potencialmente as utilizações mais exigentes em termos de qualidade. Águas com qualidade ligeiramente inferior à classe A, mas podendo também satisfazer potencialmente todas as utilizações. Águas com qualidade aceitável, suficiente para irrigação, para usos industriais e produção de água potável após tratamento rigoroso. Permite a existência de vida piscícola (espécies menos exigentes) mas com reprodução aleatória; apta para recreio sem contacto direto. Águas com qualidade medíocre, apenas potencialmente aptas para irrigação, arrefecimento e navegação. A vida piscícola pode subsistir, mas de forma aleatória. Águas extremamente poluídas e inadequadas para a maioria dos usos. Fonte: SNIRH (2015). Uma vez que os recursos hídricos presentes no concelho de Cinfães integram a bacia hidrográfica do Douro, expõe-se na Figura 2 a qualidade da água verificada na referida bacia, no ano de 2013. É assim possível averiguar que, das 14 estações de monitorização existentes, 8 estações obtiveram a classificação “Classe C – Razoável”, 3 foram classificadas como “Classe D – Má”, 2 foram classificadas como “Classe B – Boa” e apenas 1 obteve a classificação de “Classe A – Excelente”. Figura 2: Qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Douro, em 2013 R01 | Caracterização e Di agnóstico 83 | P á g i n a RPDM de Cinfães Fonte: SNIRH (2015). Em termos da evolução da qualidade da água na bacia hidrográfica do Douro, no período compreendido entre 1995 e 2013 (Figura 3), observa-se que apenas nos anos de 2006, 2011, 2012 e 2013 existiram estações onde a qualidade da água obteve a classe A. De uma forma geral, constata-se que a qualidade da água é razoável, uma vez que a classe C é a que obtém a maior proporção de estações. A classe E apenas assume valores superiores a 10% nos anos de 2005 e 2007, ao mesmo tempo em que se tem assistido a um aumento das estações classificadas como “classe B”. O ano de 2005 corresponde assim ao ano crítico em termos da classificação da qualidade da água no concelho de Cinfães, uma vez que a classe E atinge o seu pico, em termos da percentagem de estações, enquanto que a classe A não é obtida em nenhuma estação. Figura 3: Evolução da qualidade da água na bacia hidrográfica do Douro, entre 1995 e 2013 Fonte: SNIRH (2015). Quanto às fontes de poluição, os dados do SNIRH mostram que, do total das 995 fontes de poluição urbana identificadas, 83% correspondem a fossas sépticas coletivas, 9% dizem respeito a descargas diretas e 8% são devidas a ETAR. Figura 4: Fontes de poluição urbana na bacia hidrográfica do Douro R01 | Caracterização e Di agnóstico 84 | P á g i n a RPDM de Cinfães Fonte: SNIRH (2015). Importa ainda ter em consideração a qualidade da água obtida nas estações de monitorização existentes no território concelhio, nomeadamente na estação da Albufeira do Carrapatelo e na estação de Ponte Pias 2. Refere-se que os dados disponibilizados pelo SNIRH são apenas relativos aos anos de 2011, 2012 e 2013. Assim, e de acordo com o exposto no Quadro 16, a albufeira do Carrapatelo é a que apresenta uma melhor qualidade da água no período analisado, sendo que em 2011 é classificada como classe C, em 2012 como classe B e no ano de 2013 obtém novamente a classificação “C”. Por sua vez, na estação de monitorização de Ponte Pias 2, a água superficial foi classificada como classe B nos anos de 2011 e 2012, tendo, contudo, sido classificada como “D” no ano de 2013. Quadro 16: Classificações disponíveis e parâmetros responsáveis pela classificação no período 2011-2013 ALBUFEIRA DO CARRAPATELO PONTE PIAS 2 2011 Coliformes totais Estreptococos fecais, coliformes fecais, coliformes totais e pH 2012 Coliformes totais, carência química de oxigénio, estreptococos fecais e coliformes fecais Estreptococos fecais, manganês, coliformes totais, coliformes fecais e pH 2013 Fenóis Fenóis Fonte: SNIRH (2015). R01 | Caracterização e Di agnóstico 85 | P á g i n a RPDM de Cinfães 1.4 SOLOS 1.4.1 UNIDADES PEDOLÓGICAS A representação das unidades pedológicas existentes no concelho de Cinfães teve por base a Carta dos Solos e Carta de Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho, à escala 1:100 000, publicada pela Direção Regional de Agricultura Entre Douro e Minho (DRAEDM) em 1995. Deste modo, e de acordo com a Carta dos Solos e Carta de Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho (1:100 000), as unidades pedológicas existentes no território concelhio de Cinfães são cinco, designadamente: Água, Antrossolos, Leptossolos, Regossolos e Urbano. A distribuição das unidades pedológicas no concelho de Cinfães representa-se no Mapa 7. Mapa 7: Unidades pedológicas existentes no concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). As Antrossolos correspondem aos “solos que, pela atividade humana, sofreram uma modificação profunda por soterramento dos horizontes originais do solo ou através de remoção ou perturbação R01 | Caracterização e Di agnóstico 86 | P á g i n a RPDM de Cinfães dos horizontes superficiais, cortes ou escavações, adições seculares de materiais orgânicos, rega contínua e duradoura, etc.” (DRAEDM, 1995). Os Leptossolos dizem respeito a “solos limitados em profundidade, até 30 cm a partir da superfície, por rocha contínua e dura ou material muito calcário ou uma camada muito cimentada contínua ou com menos de 20% de terra fina até 75 cm a partir da superfície: não tendo outros horizontes de diagnóstico além de um A mólico, úmbrico ou ócrico, com ou sem horizonte B câmbrico” (idem). Por sua vez, os Regossolos são “solos de materiais não consolidados, com exceção de materiais com profundidades flúvicas ou de textura grosseira ou muito pedrogosa, não tendo horizontes de diagnóstico além de um A ócrico ou úmbrico e sem propriedades hidromórficas a menos de 50 cm da superfície” (Martins & Lourenço, 2012). Relativamente à representatividade das unidades pedológicas no concelho de Cinfães, através da Figura 5 é visível o claro predomínio dos Regossolos face às restantes unidades, ocupando cerca de 72,3% da área do território concelhio. Por sua vez, os Antrossolos correspondem à segunda unidade pedológica com maior expressividade (23,9% da área do concelho de Cinfães), seguindo-se, com uma expressão muito inferior, os Leptossolos (2,9%), a água (0,9%) e o urbano (0,1%). Figura 5: Percentagem ocupada pelas unidades pedológicas existentes no concelho de Cinfães Urbano 0,1% Agua 0,9% Antrossolos 23,9% Regossolos 72,3% Leptossolos 2,9% Agua Antrossolos Leptossolos Regossolos Urbano Figura Fonte: Carta dos Solos e Carta de Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho, à escala 1:100 000 (DRAEDM, 1995). R01 | Caracterização e Di agnóstico 87 | P á g i n a RPDM de Cinfães 1.4.2 CARTA DA APTIDÃO DA TERRA PARA USO FLORESTAL De acordo com a Carta dos Solos e Carta de Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho, à escala 1:100 000, da qual foi retirada a informação de modo a obter a Carta de Aptidão da Terra para Uso Florestal (Mapa 8), constata-se que, predominantemente, o território concelhio apresenta aptidão floresta marginal, aferindo-se ainda que não existe, no território concelhio, qualquer área de aptidão florestal elevada. Mapa 8: Carta da aptidão da terra para o uso florestal do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Com efeito, as manchas do solo com aptidão florestal marginal ocupam 51,9% da área total do concelho de Cinfães, distribuindo-se por todas as suas freguesias, enquanto que as manchas de R01 | Caracterização e Di agnóstico 88 | P á g i n a RPDM de Cinfães ocupação florestal moderada ocupam cerca de 47,1% da área concelhia. Perceciona-se ainda a ocorrência de áreas sem aptidão florestal, cuja expressividade incide em 1% do concelho de Cinfães. Figura 6: Aptidão florestal do concelho de Cinfães (Percentagem) Moderada 47,1% Marginal 51,9% Sem aptidão 1,0% Marginal Moderada Sem aptidão Fonte: Carta dos Solos e Carta de Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho, à escala 1:100 000 (DRAEDM, 1995). 1.4.3 CARTA DA APTIDÃO DA TERRA PARA USO AGRÍCOLA Com recurso à Carta dos Solos e Carta de Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho à escala 1:25 000, da DRAEDM, foi possível obter-se uma maior pormenorização da tipologia de solos que caracterizam o concelho de Cinfães, tendo-se obtido assim as subclasses da classificação da aptidão da terra para o uso agrícola. É assim percetível que as classes de aptidão elevada se localizam fundamentalmente nas zonas norte e oeste do concelho de Cinfães. Mapa 9: Carta da aptidão da terra para o uso agrícola do concelho de Cinfães (classes e subclasses) R01 | Caracterização e Di agnóstico 89 | P á g i n a RPDM de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). A classe de aptidão da terra para o uso agrícola no concelho de Cinfães com maior representatividade corresponde à classe “sem aptidão”, que abrange cerca de 72% da área total do território concelhio. Por sua vez, as manchas de classe moderada estão presentes em aproximadamente 17% do concelho de Cinfães, as classes de aptidão marginal ocupam 5,3% da área total do concelho e, finalmente, as classes de aptidão moderada incidem em cerca de 5% do território concelhio. Figura 7: Aptidão agrícola do concelho de Cinfães (Percentagem) R01 | Caracterização e Di agnóstico 90 | P á g i n a RPDM de Cinfães Elevada 5,1% Moderada 17,4% Sem Aptidão 72,2% Elevada Marginal 5,3% Moderada Marginal Sem Aptidão Fonte: GeoAtributo (2015). 1.5 CLIMA De acordo com o Instituo Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), “o conhecimento do clima de uma região é fundamental para o planeamento e gestão das atividades sócioeconómicas, e também essencial para mitigar as consequências dos riscos climáticos.”. Neste sentido, nos pontos que se seguem serão analisados de forma mais pormenorizada três elementos climáticos, nomeadamente a temperatura, a precipitação e o índice de conforto bioclimático. Importa referir que a caracterização dos referidos parâmetros teve por base os valores das normais climatológicas relativos à estação da Régua, disponibilizados pelo IPMA. 1.5.1 TEMPERATURA DO AR De acordo com o Atlas Climático Ibérico, “a temperatura do ar mede-se com termómetros instalados em abrigos meteorológicos, com reservatório a 1,5 m de altura do solo e os valores experimentam-se em graus Célsius (ºC)”. De acordo com o exposto no gráfico termopluviométrico para a estação da Régua (Figura 11), perceciona-se que o ano pluviométrico pode ser dividido em duas estações, ambas bem definidas e constantes. Assim, a primeira estação diz respeito ao período de inverno, em que se observam R01 | Caracterização e Di agnóstico 91 | P á g i n a RPDM de Cinfães temperaturas baixas e elevada precipitação. Por seu lado, a segunda estação está relacionada com os meses de verão, durante os quais as temperaturas registam valores mais elevados e a precipitação é fraca. Constata-se ainda que o período compreendido entre os meses de junho e setembro é considerado o período seco, já que o quantitativo de precipitação nesse período é duas vezes inferior ao da temperatura. Figura 8: Gráfico termopluviométrico para a Estação da Régua (1971-2000) Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). Em termos de valores médios diários da temperatura, observa-se que esta aumenta progressivamente desde o mês de janeiro até o mês de julho, altura em que é atingida a temperatura média mais elevada. A temperatura térmica anual, ou seja, a diferença entre a temperatura máxima e a temperatura mínima observadas é de 15,8 ⁰C. A partir do mês de agosto a temperatura média decresce novamente, registando os valores mais baixos nos meses de inverno, mais concretamente no mês de janeiro (8,1 ⁰C) e no mês de dezembro (9,5⁰C). Figura 9: Temperatura (⁰C) média, máxima e mínima – valores médios diários R01 | Caracterização e Di agnóstico 92 | P á g i n a RPDM de Cinfães Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). Os valores médios diários da temperatura máxima oscilam entre os 12,4 ⁰C, observados no mês de janeiro, e os 31,8 ⁰C registados no mês de agosto. Por sua vez, os valores médios diários da temperatura mínima, estes são mais baixos nos meses de janeiro e fevereiro, registando valores de 3,8 ⁰C e 5.1 ⁰C, respetivamente, e mais elevados no mês de julho (16,3 ⁰C) e agosto (15,9 ⁰C). 1.5.2 PRECIPITAÇÃO Segundo o IPMA, a precipitação pode ser definida como todo o conjunto de partículas de água, tanto em estado líquido como em estado sólido, ou em ambos, que se precipitam da atmosfera e atingem a superfície terrestre. Os dados relativos à estação da Régua, para o período compreendido entre 1971 e 2000, dão conta de que, nesta região, a precipitação média anual é de 848,9 mm, chovendo em cerca de 115,6 dias por ano. Constata-se ainda que a precipitação aumenta progressivamente do mês de agosto ao mês de dezembro, a partir do qual diminui de forma também progressiva, atingindo o seu valor mínimo em agosto (13,7 mm). Figura R01 | Caracterização e Di agnóstico 93 | P á g i n a RPDM de Cinfães Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). Os maiores quantitativos pluviométricos são registados nos meses de dezembro (144,3 mm), janeiro (113,6 mm), fevereiro (103,9 mm) e novembro (100,5 mm), em oposição aos meses de julho (14,5 mm) e agosto (13,7 mm), em que registam os menores quantitativos pluviométricos. Em termos dos valores máximos da precipitação máxima diária, assumem destaque os meses de fevereiro, em que a precipitação atinge 76 mm, e janeiro, em que a precipitação máxima é igual a 75 mm. Do lado oposto encontram-se os meses de julho e agosto, com 21 mm e 28,8 mm, respetivamente. R01 | Caracterização e Di agnóstico 94 | P á g i n a RPDM de Cinfães 2 PATRIMÓNIO NATURAL 2.1 VALORES NATURAIS No que concerne ao património natural do concelho de Cinfães, assume relevância a Rede Natura 2000 (RN2000), que compreende as áreas classificadas como Zona Especial de Conservação (ZEC) e as áreas classificadas como Zona de Proteção Especial (ZPE), definidas em resultado da transposição, para o Ordenamento Jurídico Português, das Diretiva do Conselho Europeu n.º 79/409/CEE, (Diretiva Aves) e Diretiva nº 92/43/CEE (Diretiva Habitats). As ZEC, ainda designadas SIC no território nacional continental 6 , correspondem aos sítios de importância comunitária onde se aplicam as medidas necessárias para manter ou restabelecer o estado de conservação favorável dos habitats naturais ou das populações das espécies para as quais o sítio é designado. Os sítios da lista nacional aprovados pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 142/97, de 28 de agosto (1.ª fase) alterada pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 76/2000, de 5 de julho (2.ª fase) e pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 135/2004, de 30 de setembro, foram reconhecidos como SIC pela Portaria n.º 829/2007, de 1 de agosto, que constam dos anexos I e II daquela portaria, enquadram os habitats naturais constantes do anexo B-I e as espécies do anexo B-II do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de fevereiro. Por seu lado, as ZPE são áreas de importância comunitária no território nacional em que são aplicáveis as medidas necessárias para manter ou restabelecer o estado de conservação das comunidades de aves selvagens elencadas no Anexo A-I do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de fevereiro, e dos seus habitats, bem como das espécies de aves migratórias não referidas nesse anexo e cuja ocorrência no território nacional seja regular. Para o território nacional, as ZPE foram aprovadas pelo Decreto-Lei n.º 280/94, de 5 de novembro, e o Decreto-Lei n.º 384-B, de 23 de setembro, atualizados posteriormente pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 115-A/2008, de 21 de julho. 6 De acordo com a Diretiva Habitats, no prazo máximo de seis anos após a seleção de um sítio como sítio de importância comunitária, o Estado-Membro em causa designa esse sítio como zona especial de conservação. R01 | Caracterização e Di agnóstico 95 | P á g i n a RPDM de Cinfães No caso concreto do concelho em análise, este é abrangido por 2 Sítios de Interesse Comunitário (SIC), nomeadamente o SIC PTCON0025 Serra de Montemuro e o SIC PTCON0059 Rio Paiva (Mapa 10), ou seja, 59,60% do território concelhio é abrangido por RN2000. Mapa 10: Sítios de Interesse Comunitário da RN 2000 no concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). O SIC Serra de Montemuro apresenta uma área total de 38.762 ha, abrangendo cinco concelhos, nomeadamente Arouca, Castro Daire, Cinfães, Lamego e Resende. Este SIC é um dos que apresenta maior expressão na região Norte, desempenhando um papel preponderante na preservação do património natural e na valorização ambiental e paisagística do território por ele abrangido. O SIC Serra de Montemuro contribui para a continuidade e para a extensão territorial dos sistemas e dos valores naturais a defender, pela continuidade espacial que apresenta conjuntamente com o Sítio PTCON0047 Serra da Freita e Arada e com o Sítio PTCON0059 Rio Paiva. Relativamente a este sítio, é preponderante a referência ao Plano de Gestão Integrada do Sítio PTCON0025 Montemuro, realizado em 2009 em parceria entre a Associação de Municípios do Vale do Douro Sul e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Este estudo engloba um plano de ação nas áreas temáticas do desenvolvimento rural, da conservação da natureza e da competitividade económica das zonas de montanha desfavorecidas. R01 | Caracterização e Di agnóstico 96 | P á g i n a RPDM de Cinfães “O Sítio é dominado pelo maciço montanhosos, cuja plataforma se desenvolve entre os 1200 e os 1300 m, atingindo um máximo de 1381 m. Possui áreas em bom estado de conservação, que mantêm uma grande diversidade biológica, nomeadamente no que respeita aos habitats. Este território caracteriza-se por um uso predominantemente florestal com uma representação muito significativa de matos. (…) Em conjunto com as serras da Freita e Arada, este sítio constitui atualmente a área mais importante para a conservação da subpopulação de lobo (Canis lupus) que ocorre a sul do Douro, cuja situação é muito precária devido ao seu isolamento e elevado nível de fragmentação. Estes dois Sítios albergam entre 30 a 50% do reduzido efetivo populacional que ocorre a sul do rio Douro. (…) Neste Sítio estão integradas algumas linhas de água importantes para a toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), nomeadamente alguns afluentes do Paiva e as cabeceiras de Balsemão.” (ICNB 7 , Ficha de Caracterização do Sítio PTCON0025 – Serra de Montemuro). Este Sítio encontra-se inserido nas áreas geográficas de produção de Carne Arouquesa, Mel das Terras Altas do Minho, Castanha de Soutos da Lapa e Maçã Bravo de Cabrito da Gralheira e Maçã da Beira Alta, ambos produtos Indicação Geográfica Protegida (IGP). No concelho de Cinfães o SIC Serra de Montemuro ocupa uma área de 13.717 ha, o que corresponde a 35% da área total do sítio e 57% da área total do território concelhio, sendo os habitats naturais e seminaturais presentes neste sítio expostos no Quadro 17. Quadro 17: Habitats naturais e seminaturais do SIC Serra de Montemuro constantes do anexo B-I do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro 7 CÓDIGO HABITAT 3120 Águas oligotróficas muito pouco mineralizadas em solos geralmente arenosos do oeste mediterrânico com Isoëtes spp. 3130 Águas estagnadas, oligotróficas a mesotróficas, com vegetação da Littorelletea uniflorae e ou da Isoëto-Nanojuncetea 3170* Charcos temporários mediterrânicos 3260 Cursos de água dos pisos basal a montano com vegetação da Ranunculion fluitantis e da Callitricho-Batrachion 4020* Charnecas húmidas atlânticas temperadas de Erica ciliaris e Erica tetralix 4030 Charnecas secas europeias 6160 Prados oro-ibéricos de Festuca indigesta Atualmente, ICNF. R01 | Caracterização e Di agnóstico 97 | P á g i n a RPDM de Cinfães CÓDIGO HABITAT 6230* Formações herbáceas de Nardus, ricas em espécies, em substratos silicosos das zonas montanas (e das zonas submontanas da Europa continental) 6410 Pradarias com Molinia em solos calcários, turfosos e argilo-limosos (Molinion caeruleae) 6510 Prados de feno pobres de baixa altitude (Alopecurus pratensis, Sanguisorba officinalis) 7140 Turfeiras de transição e turfeiras ondulantes 8220 Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica 91E0* Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae) 9230 Carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica 9260 Florestas de Castanea sativa *Habitats prioritários Para além dos valores naturais anteriormente referidos, constam do SIC Serra de Montemuro um conjunto de espécies faunísticas e florísticas que se listam de seguida. Quadro 18: Espécies de fauna e flora do SIC Serra de Montemuro constantes do anexo B-II do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro CÓDIGO Flora Fauna ESPÉCIE 1885 Festuca elegans 1865 Narcissus asturiensis 1733 Veronica micrantha 1078 Callimorpha quadripunctaria 1065 Euphydryas aurinia 1083 Lucanus cervus 1116 Chondrostoma polylepis 1123 Rutilus alburnoides 1172 Chioglossa lusitanica 1259 Lacerta schreiberi 1351 Canis lupus 1301 Galemys pyrenaicus 1355 Lutra lutra A negrito: espécies prioritárias R01 | Caracterização e Di agnóstico 98 | P á g i n a RPDM de Cinfães Importa ainda fazer referência a outras espécies que, para além dos habitats e espécies de fauna e flora referidos, encontram-se presentes neste SIC e que constam igualmente dos anexos B-IV e B-V do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro. Quadro 19: Outras espécies do SIC Serra de Montemuro constantes nos Anexos B-IV e B-V do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro ESPÉCIE Anarrhinum longipedicelatum Arnica montana Narcissus bulbocodium Flora Narcissus triandrus Ruscus aculeatus Scilla beirana Teucrium salviastrum ssp. salviastrum Alytes obstetricans Discoglossus galganoi Hyla arborea Rana iberica Fauna Rana perezi Triturus marmoratus Chalcides bedriagai Coronella austriaca Genetta genetta Mustela putorius O SIC Rio Piva apresenta uma área total de 14.562 ha, envolvendo 10 concelhos distintos, nomeadamente Arouca, Castelo de Paiva, Castro Daire, Cinfães, Moimenta da Beira, São Pedro do Sul, Sátão, Sernancelhe, Vila Nova de Paiva e Viseu. “O Sítio assume um formato linear, sendo a estrutura dominante o rio Paiva. Este curso de água de média dimensão percorre um planalto no seu troço inicial, área onde predominam os matos, campos agrícolas, prados e carvalhais, apresentando a vegetação um carácter continental. (…) De uma forma geral o Sítio apresenta uma vegetação ripícola relativamente bem conservada, com bosques de amieiros (Alnus glutinosa) formando galeria (91E0*), frequentemente bordejada por carvalhais de (Quercus robur) (9230) fragmentários. Assinala-se a ocorrência do endemismo lusitano Anarrhinum longipedicellatum. Em R01 | Caracterização e Di agnóstico 99 | P á g i n a RPDM de Cinfães termos de qualidade da água, o rio Paiva é considerado um dos melhores da Europa, assumindo bastante importância para a conservação da fauna aquática e ribeirinha, sendo de destacar a toupeira-de-água (Galemyspyrenaicus), a lontra (lutra lutra) e o lagarto-de-água (Lacerta schreiberi). E também importante para algumas espécies piscícolas endémicas, e para uma das raras populações de mexilhão-de-rio (Margaritifera margaritifera) que tinha sido considerada extinta. Para o lobo (Canis lupus) constitui uma importante zona de passagem/ ligação entre as Serras de Montemuro, Freita/ Arada e Lapa/ Leomil.” (ICNB 8 , Ficha de Caracterização do Sítio PTCON0059 – Rio Paiva). No território Cinfanense, o SIC Rio Paiva ocupa uma área igual a 626 ha, o que corresponde a 3% do território concelhio classificado e a 4% deste Sítio no concelho de Cinfães. Os habitats naturais e seminaturais que assumem presença neste sítio são os que se expõem no quadro seguinte: Quadro 20: Habitats naturais e seminaturais do SIC Rio Paiva constantes do anexo B-I do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro 8 CÓDIGO HABITAT 3260 Cursos de água dos pisos basal a montano com vegetação da Ranunculion fluitantis e da Callitricho-Batrachion 4030 Charnecas secas europeias 5230* Matagais arborescentes de Laurus nobilis 5330 Matos termomediterrânicos pré-desérticos 6220* Subestepes de gramíneas e anuais da Thero-Brachypodietea 6230* Formações herbáceas de Nardus, ricas em espécies, em substratos silicosos das zonas montanas (e das zonas submontanas da Europa continental) 6410 Pradarias com Molinia em solos calcários, turfosos e argilo-limosos (Molinion caeruleae) 6430 Comunidades de ervas altas higrófilas das orlas basais e dos pisos montano a alpino 6510 Prados de feno pobres de baixa altitude (Alopecurus pratensis, Sanguisorba officinalis) 8130 Depósitos mediterrânicos ocidentais e termófilos 8220 Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica 8230 Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo-Scleranthion ou da Sedo albi- Veronicion dillenii 91E0* Florestas aluviais de Anus glutinosa e Fraxinus excelsior (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae) 91F0 Florestas mistas de Quercus robur, Ulmus laevis, Ulmus minor, Fraxinus excelsior ou Fraxinus angustifolia das margens de grandes rios (Ulmenion minoris) Atualmente, ICNF. R01 | Caracterização e Di agnóstico 100 | P á g i n a RPDM de Cinfães CÓDIGO HABITAT 92A0 Florestas-galerias de Salix alba e Populus alba 9230 Carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica 9260 Florestas de Castanea sativa 9330 Florestas de Quercus suber *Habitats prioritários Estão ainda presentes no SIC Rio Paiva, para além dos valores naturais já referidos, um conjunto de espécies de fauna e flora que a seguir se apresentam: Quadro 21: Espécies de fauna e flora do SIC Rio Paiva constantes do anexo B-II do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro CÓDIGO Flora Fauna ESPÉCIE 1793 Centaurea micrantha ssp. herminii 1088 Cerambyx cerdo 1083 Lucanus cervus 1029 Margaritifera margaritifera 1041 Oxygastra curtisii 1116 Chondrostoma polylepis 1 1135 Rutilus macrolepidotus 1172 Chioglossa lusitanica 1259 Lacerta schreiberi 1352 Canis lupus 1301 Galemys pyrenaicus 1355 Lutra lutra A negrito: espécies prioritárias Referem-se ainda, relativamente ao SIC Rio Paiva, outras espécies para além das referidas, que estão presentes neste SIC e que constam igualmente dos anexos B-IV e B-V do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro. R01 | Caracterização e Di agnóstico 101 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 22: Outras espécies do SIC Serra de Montemuro constantes nos Anexos B-IV e B-V do DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro ESPÉCIE Anarrhinum longipedicelatum Arnica montana Flora Narcissus bulbocodium Narcissus triandrus Ruscus aculeatus Scilla beirana Rana iberica Fauna Rana perezi Triturus marmoratus 2.2 BIODIVERSIDADE “O Rio Bestança nasce a uma altitude de cerca de 1230m na serra de Montemuro, área montanhosa caracterizada pelo relevo acidentado, muito declivoso e de constituição essencialmente granítica. Seguindo a direção NW-SE, o Bestança percorre, desde a nascente, um vale profundo e encaixado numa extensão total de cerca de 15 km, indo desaguar ao Rio Douro, junto ao Porto Antigo a uma altitude de 110m e sob a influência do regolfo da barragem de Carrapatelo.” (Freshwater, 2014). O Vale do Rio Bestança possui uma elevada diversidade biológica, caracterizando-se por uma diversidade de espécies com relevância de âmbito nacional, sendo algumas detentoras de estatutos de conservação que podem implicar a adoção de medidas específicas para a sua salvaguarda e proteção. Um estudo efetuado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro possibilitou a concretização da caracterização dos recursos florísticos e faunísticos do Vale do Rio Bestança, que até então se apresentava bastante escassa. “Globalmente, o vale do rio Bestança é caracterizado pro condições propícias à ocorrência de uma biodiversidade relativamente elevada (…). A observação de fauna está intimamente associada a outros valores ecológicos, paisagísticos e culturais, o que proporciona o desfrutar de uma região R01 | Caracterização e Di agnóstico 102 | P á g i n a RPDM de Cinfães marcada pelo vale do rio desde a nascente até à foz, enquadrada por um rico património cultural e belas paisagens rurais e naturalizadas.” (UTAD, 2015). “A biodiversidade associada ao vale do rio Bestança e ao Concelho de Cinfães, que se considera importante no contexto nacional e mesmo europeu, deverá priorizar a implementação destes programas, de forma a garantir a proteção da fauna existente na região bem como a monitorização da biodiversidade face às alterações nos ecossistemas” (idem). A existência de uma abrupta morfologia na qual se encontra presente um gradiente climático complexo que apresenta uma resposta florística diversa representam dificuldades inerentes à análise da flora existente. Com efeito, na bacia hidrográfica em análise é possível descobrir mais de 500 exemplares de flora vascular, que se distribui por mais de 30 famílias botânicas. Em termos de habitats, esta riqueza e diversidade encontra-se igualmente presente, identificandose cerca de cinco habitats de caráter geral e um variado conjunto de subtipos dentro de cada um destes habitats. As principais características associadas a cada um dos habitats presentes explanase de seguida: Terrenos cultivados e ruderalizados: habitat que se caracteriza pela presença do estrato herbáceo, de forma quase exclusiva ou claramente dominante, que resulta da atividade antrópica relacionada com a presença de atividade humana. No caso dos terrenos cultivados, devem ser distinguidas as culturas agrícolas hortícolas e de regadio relativamente às culturas de sequeiro, culturas permanentes e pastagens e lameiros de montanha. Por sua vez, as áreas ruderalizadas ocorrem e, áreas não agricultadas, mas nas quais se verifica a presença e atividade humana, de forma mais ou menos permanente. Matagais: são percetíveis um ou dois estratos arbustivos, um mais baixo e outro de maior porte, para além do estrato herbáceo. Os habitats de matagais contêm, para além de comunidades arbustivas sobre terrenos abandonados de cultivo, giestais, piornais ou urzais. Rupícolas: habitats onde predominam afloramentos rochosos, povoados por comunidades vegetais com estratos herbáceos e arbustivos limitados, que ocorrem fundamentalmente nas fendas das rochas e nas superfícies que apresentam cobertura muscícola. Bosques: habitats onde surgem formações vegetais com um desenvolvido estrato arbóreo, sobre os estratos herbáceo e arbustivo. Estes habitats podem ocorrer em zonas húmidas R01 | Caracterização e Di agnóstico 103 | P á g i n a RPDM de Cinfães (galerias ripícolas, por exemplo), em terrenos encharcados (por exemplo, vidoeiros) ou em encostas de montanha. Produção florestal: habitat de características antrópicas, representado pelos pinhais e eucaliptais. Os estudos realizados para a avaliação faunística do Vale do Rio Bestança permitiram identificar e inventariar a fauna presente em três grandes grupos, nomeadamente herpetofauna, avifauna e mamofauna. O Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal identifica 45 espécies de herpetofauna para Portugal Continental, que são divididas em 17 espécies de anfíbios e 28 espécies de répteis, das quais 11 espécies de anfíbios e 18 espécies de répteis estão identificadas como presentes no Vale do Rio Bestança. Os resultados do trabalho de campo permitiram identificar a ocorrência confirmada de 19 espécies, nomeadamente 9 espécies de anfíbios e 10 espécies de répteis, assim como 2 locais com relevância para a produção de anfíbios (Quadro 23). Em termos de estatutos de conservação, duas das espécies identificadas estão classificadas como “Espécies Vulneráveis” (VU), enquanto que as restantes estão classificadas como “Pouco Preocupantes” (LC). Quadro 23: Espécies de herpetofauna presentes no Vale do Rio Bestança NOME COMUM NOME CIENTÍFICO ESTATUTOS DE CONSERVAÇÃO Salamandra-lusitânica Chioglossa lusitanica VU Salamandra-de-pintas-amarelas Salamandra salamandra LC Tritão-de-ventre-laranja Triturus boscai LC Tritão-marmorado Triturus marmoratus LC Sapo-parteiro Alytes cistermasii LC Sapo-parteiro-comum Alytes obstetricans LC Sapo-comum Bufo bufo LC Rã-ibérica Rana iberica LC Rã-verde Rana perezi LC Cobra-de-vidro Anguis fragilis LC Lagarto Timon lepida LC Lagarto-de-água Lacerta schreiberi LC Lagartixa-ibérica Podarcis hispanica LC Lagartixa-do-mato Psammodromus algirus LC Fura-pastos Chalcides striatus LC Cobra-de-escada Rhinechis scalaris LC R01 | Caracterização e Di agnóstico 104 | P á g i n a RPDM de Cinfães NOME COMUM NOME CIENTÍFICO ESTATUTOS DE CONSERVAÇÃO Cobra-rateira Malpolon monspessulanus LC Cobra-de-escada Rhinechis scalaris LC Cobra-rateira Malpolon monspessulanus LC Cobra-de-água-de-colar Natrix natrix LC Víbora-cornuda Vipera latastei VU Fonte: UTAD (2015). Por sua vez, em termos de avifauna, o Livro Vermelho de Vertebrados em Portugal referencia 262 espécies de aves para o território continental português, das quais 91 espécies possuem ocorrência confirmada no Vale do Bestança (UTAD, 2015). Os trabalhos de campo realizados no âmbito do referido estudo, permitiram assinalar a presença de 72 espécies de aves distintas que se expõem no quadro seguinte. Quadro 24: Avifauna presente no Vale do Rio Bestança NOME COMUM NOME CIENTÍFICO ESTATUTOS DE CONSERVAÇÃO Corvo-marinho Phalacrocorax carbo LC Bútio-vespeiro Pernis apivorus VU Açor Accipiter gentilis VU Gavião Accipiter nisus LC Águia-d'asa-redonda Buteo buteo LC Perdiz-comum Alectoris rufa LC Pombo-das-rochas Columba livia LC Pombo-torcaz Columba palumbus LC Rola-turca Streptopelia decaocto LC Cuco Cuculus canorus LC Mocho-d'orelhas Otus scops DD Coruja-do-mato Strix aluco LC Poupa Upupa epops LC Peto-verde Picus viridis LC Picapau-malhado-grande Dendrocopos major LC Cotovia-dos bosques Lullula arborea LC Laverca Alauda arvensis LC Andorinha-das-barreiras Riparia riparia LC Andorinha-das-rochas Ptyonoprogne rupestris LC Andorinha-das-chaminés Hirundo rustica LC R01 | Caracterização e Di agnóstico 105 | P á g i n a RPDM de Cinfães NOME COMUM NOME CIENTÍFICO ESTATUTOS DE CONSERVAÇÃO Andorinha-daurica Hirundo daurica LC Andorinha-dos-beirais Delichon urbicum LC Petinha-dos-campos Anthus campestris LC Petinha-dos-prados Anthus pratensis LC Petinha -ribeirinha Anthus spinoletta LC Alvéola-cinzenta Motacilla cinerea LC Alvéola-branca Motacilla alba LC Carriça Troglodytes troglodytes LC Ferreirinha Prunella modularis LC Pisco-de-peito-ruivo Erithacus rubecula LC Rouxinol Luscinia megarhynchos LC Rabirruivo-preto Phoenicurus ochruros LC Cartaxo-comum Saxicola torquatus LC Melro-das-rochas Monticola saxatilis EN Melro-preto Turdus merula LC Tordo-pinto Turdus philomelos LC Tordeia Turdus viscivorus LC Rouxinol-bravo Cettia cetti LC Toutinegra-de-barrete-preto Sylvia atricapilla LC Felosa-do-mato Sylvia undata LC Toutinegra-de-cabeça-preta Sylvia melanocephala LC Felosa de bonelli Phylloscopus bonelli LC Felosa-comum Phylloscopus collybita LC Felosinha-ibérica Phylloscopus ibericus LC Felosa-musical Phylloscopus trochilus NE Estrelinha-real Regulus ignicapilla LC Papa-moscas-cinzento Muscicapa striata NT Papa-moscas-preto Ficedula hypoleuca NA Chapim-rabilongo Aegithalos caudatus LC Chapim-de-poupa Parus cristatus LC Chapim-preto Parus ater LC Chapim-azul Parus caeruleus LC Chapim-real Parus major LC Trepadeira-azul Sitta europaea LC Trepadeira-comum Certhia brachydactyla LC Papa-figos Oriolus oriolus LC R01 | Caracterização e Di agnóstico 106 | P á g i n a RPDM de Cinfães NOME COMUM NOME CIENTÍFICO ESTATUTOS DE CONSERVAÇÃO Picanço-real Lanius meridionalis LC Gaio Garrulus glandarius LC Pêga Pica pica LC Gralha-preta Corvus corone LC Corvo Corvus corax NT Estorninho-preto Sturnus unicolor LC Pardal-comum Passer domesticus LC Pardal-montês Passer montanus LC Tentilhão Fringilla coelebs LC Chamariz Serinus serinus LC Verdilhão Carduelis chloris LC Pintassilgo Carduelis carduelis LC Pintarroxo Carduelis cannabina LC Dom-fafe Pyrrhula pyrrhula LC Escrevedeira Emberiza cirlus LC Cia Emberiza cia LC Sombria Emberiza hortulana DD Fonte: UTAD (2015). Das espécies identificadas, uma espécie encontra-se classificada como “Em Perigo” (EN), duas estão classificadas como “Vulnerável” (VU), duas como “Informação Insuficiente” (DD), duas espécies, por não estarem classificadas são incluídas na categoria de “Não Aplicável” (NA) e as restantes são classificadas como “Pouco Preocupante” (LC) ou “Quase Ameaçada” (NT). Relativamente aos mamíferos terrestres, em Portugal estão registadas 45 espécies distintas, sendo que, relativamente ao Vale do Rio Bestança, a bibliografia referencia a ocorrência de 29 espécies de mamíferos (15 micromamíferos e 14 macromamíferos). O trabalho de campo realizado permitiu identificar a ocorrência confirmada de 16 espécies de mamíferos, das quais 6 espécies correspondem a macromamíferos e 10 a micromamíferos. Das 16 espécies de mamíferos terrestres identificadas, três espécies estão classificadas como “Vulnerável” (VU), “Informação Insuficiente” (DD) e “Não Ameaçada” (NT), sendo que as restantes encontram-se classificadas com o estatuto de conservação “Pouco Preocupante” (LC). R01 | Caracterização e Di agnóstico 107 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 25: Mamíferos terrestres presentes no Vale do Rio Bestança NOME COMUM NOME CIENTÍFICO ESTATUTOS DE CONSERVAÇÃO Ouriço-cacheiro Erinaceus europaeus LC Musaranho-de-dentes-vermelhos Sorex granarius DD Musaranho-de-dentes-brancos Croccidura russula LC Toupeira-de-água Galemys pyrenaicus VU Toupeira Talpa occidentalis LC Esquilo Sciurus vulgaris LC Rata-de-água Arvicola sapidus LC Rato-do-campo-de-rabo-curto Microtus agretis LC Rato-do-campo Apodemus sylvaticus LC Rato-das-hortas Mus spretus LC Coelho-bravo Oryctolagus cuniculus NT Raposa Vulpes vulpes LC Doninha Mustela nivalis LC Fuinha Martes foina LC Geneta Genetta genetta LC Javali Sus scrofa LC Morcego-de-ferradura-grande Rhinolophus ferrumequinum VU Morcego-de-ferradura-pequeno Rhinolophus hipposideros VU Morcego-de-bechstein Myotis bechsteinii EN Morcego-de-franja do sul Myotis escalerai NA Morcego-de-água Myotis daubentonii LC Morcego-anão Pipistrellus pipistrellus LC Morcego-de-kuhl Pipistrellus kuhlii LC Morcego-pigmeu Pipistrellus pygmaeus LC Morcego-de-savi Hypsugo savii DD Morcego-arborico-pequeno Nyctalus leisleri DD Morcego-negro Barbastella barbastellus DD Morcego-de-peluche Miniopterus schreibersii VU Morcego-rabudo Tadarida teniotis LC Fonte: UTAD (2015). No que concerne aos quirópteros, a bibliografia referência a ocorrência de 25 espécies em Portugal Continental, tendo sido identificados, através do trabalho de campo efetuado no Rio Bestança, 12 espécies, assim como 12 locais de socialização e 3 locais de alimentação. Das 12 espécies observadas, 3 estão classificadas como “Vulnerável” (VU), 3 espécies como “Informação R01 | Caracterização e Di agnóstico 108 | P á g i n a RPDM de Cinfães Insuficiente” (ID) (não permitindo, por isso, a sua identificação) e 1 espécie integra a categoria de “Não Aplicável”. As 5 espécies restantes identificadas estão classificadas como “Pouco Frequentes” (LC). Quadro 26: Espécies de quirópteros identificadas no Vale do Rio Bestança NOME COMUM NOME CIENTÍFICO ESTATUTOS DE CONSERVAÇÃO Morcego-de-ferradura-grande Rhinolophus ferrumequinum VU Morcego-de-ferradura-pequeno Rhinolophus hipposideros VU Morcego-de-franja do sul Myotis escalerai NA Morcego-de-água Myotis daubentonii LC Morcego-anão Pipistrellus pipistrellus LC Morcego-de-kuhl Pipistrellus kuhlii LC Morcego-pigmeu Pipistrellus pygmaeus LC Morcego-de-savi Hypsugo savii DD Morcego-arborico-grande Nyctalus noctula DD Morcego-negro Barbastella barbastellus DD Morcego-de-peluche Miniopterus schreibersii VU Morcego-rabudo Tadarida teniotis LC Fonte: UTAD (2015). 2.3 UNIDADES DE PAISAGEM A Paisagem tem vindo a ser reconhecida como um elemento fundamental do património natural e cultural, constituindo um elementos crucial na identidade local e regional. O conceito de Paisagem é abrangente e utilizado em vários contextos. Segundo a Convenção Europeia da Paisagem de 20 de Outubro de 2000 (publicada em Portugal no Decreto-Lei nº 4/2005, de 14 de Fevereiro), entende-se por paisagem “qualquer parte do território, tal como é apreendido pelas populações, cujo carácter intrínseco é resultado da ação e interação de fatores naturais e humanos”. Outros autores, Pereira (1995), designam paisagem como a “expressão espacial da interação das componentes biofísicas e socioeconómicas que constituem o sistema ambiente”. A paisagem é um sistema dinâmico constituído por várias componentes, bióticas e abióticas, e independentemente da sua definição, é unanime o entendimento sobre a necessidade da preservação dos valores fundamentais que a caracterizam. É por isso primordial criar políticas de R01 | Caracterização e Di agnóstico 109 | P á g i n a RPDM de Cinfães gestão e proteção, que reconheçam as suas potencialidades e fragilidades numa visão holística. Para tal é fundamental a identificação de territórios de marcada singularidade, de características homogéneas, que se evidencia na imagem de unidades de paisagem. A DGOTDU (2011) define unidades de paisagem como sendo as “áreas em que a paisagem se apresenta com um padrão específico, a que está associado um determinado caráter que lhe confere uma certa identidade”. Por sua vez, Batista et al. (…) referem que as “paisagens distinguem-se pelas relações espaciais que se estabelecem entre os seus componentes, caracterizando-se tanto pela sua composição e configuração, os quais independentemente ou em conjunto, afetam os processos ecológicos e a biodiversidade”. No estudo realizado pela Universidade de Évora, “Contributos para a identificação e caracterização da Paisagem em Portugal Continental”, promovido pela DGOTDU em 2004, são identificadas para o território de Portugal Continental 128 Unidades de Paisagem, agrupadas em 22 Grupos de Unidades de Paisagem, como é visível na Figura 10. Figura 10: Unidades e grupos de unidades de paisagem em Portugal Continental Fonte: DGOTDU (2011). R01 | Caracterização e Di agnóstico 110 | P á g i n a RPDM de Cinfães O concelho de Cinfães abrange duas unidades de paisagens, Douro e Beira Alta. Efetivamente o Rio Douro é um elemento estruturante na paisagem, com características muito próprias, que evoluem também ao longo do seu percurso. O concelho de Cinfães integra-se mais concretamente no designado “Douro Verde”, caracterizado por relevos acidentados, com fortes declives e uma densa rede hidrográfica, onde a presença do rio Douro é vincada e cujo caracter resulta da história das interações humanas com o mesmo. A delimitação das unidades de paisagem de Cinfães teve como base a altitude, a morfologia, hidrografia e o contexto ecológico A variável sub-bacias hidrográficas é determinante na definição das unidades de paisagem na medida em que permite definir limites físicos dessas unidades, expressos através dos horizontes de observação constituídos pelas linhas de festo entre as bacias hidrográficas. No entanto, considerando que os fatores antrópicos modelam a paisagem existente, estes foram, igualmente, considerados na sua delimitação, uma vez que ambos estão intimamente relacionados e são fundamentais para a caracterização da paisagem. Desta forma distinguem-se 4 unidades de paisagem para o concelho de Cinfães (Mapa 14): Encosta do Douro, Vales dos Rios Paiva e Ardena, Serra de Montemuro e Vale do Rio Bestança. Mapa 11: Unidades de Paisagem do Concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo, 2015. R01 | Caracterização e Di agnóstico 111 | P á g i n a RPDM de Cinfães ENCOSTA DO DOURO – Caracteriza-se por encostas dom declives acentuados de encaixe com o Rio Douro. A definição desta unidade tem como principal fator o Rio Douro, um elemento natural que marca uma região. Trata-se de uma área com uma densa ocupação humana, com padrão de edificação dispersa ao longo das principais vias de comunicação misturada com mosaicos agroflorestais característico do minifúndio do Entre Douro e Minho. VALES DOS RIOS PAIVA E ARDENA- Corresponde essencialmente à área do concelho abrangida pela bacia do rio Paiva, incluindo o vale do rio Ardena. Os principais elementos desta unidade são os rios Paiva e Rio Ardena e os valores naturais associados a estes (áreas de rede Natura200). Caracterizase por uma ocupação agroflorestal rica em manchas de floresta de folhosas e áreas agrícolas de culturas permanentes de pomares, vinha e olivais em interstício com sistemas culturais e parcelares complexos. O modelo de ocupação urbana distingue-se na encosta do rio Paiva do vale do Rio Ardena. Enquanto na primeira, a ocupação urbana segue a matriz da unidade da Encosta do Douro, embora de forma menos densa e mais contida, os povoamentos do vale do Rio Ardena são mais concisos e rodeados de áreas agrícolas ora de culturas temporários ou pastagens associadas a culturas permanentes. SERRA DE MONTEMURO – Corresponde à Serra de Montemuro, marcada pelas áreas de maior altitude do concelho (maioritariamente acima dos 800m) e maioritariamente de morfologia suave de planaltos serranos. Caracteriza-se por uma ocupação essencialmente de áreas de matos, áreas de vegetação herbácea natural ou áreas com pouca vegetação. Os poucos aglomerados habitacionais existentes caracterizam-se por um modelo nucleado e estão localizados em áreas do planalto serrano com características favoráveis à prática agrícola. Trata-se de uma unidade de grande sensibilidade ambiental, correspondente praticamente na sua totalidade a área de Rede Natura 2000. VALE DO RIO BESTANÇA - Esta Unidade tem como elemento principal o Rio Bestança e a paisagem que o acompanha desde a sua nascente até ao desaguo no rio Douro. O vale do Rio Bestança caracteriza-se por encostas com declives acentuados ocupados por uma matriz agroflorestal onde predominam as áreas florestais de folhosas e floretas mista e espaços agrícolas de culturas temporários e sistemas culturais parcelares complexos. Os aglomerados urbano presentes são contidos e de reduzida dimensão. Tal como a unidade de paisagem anterior, trata-se de uma unidade de grande sensibilidade ambiental, inserida em Rede Natura 2000. R01 | Caracterização e Di agnóstico 112 | P á g i n a RPDM de Cinfães 3 PATRIMÓNIO CULTURAL CONSTRUÍDO Reconhecendo a importância que o Património Cultural construído assume para a permanência e construção da identidade nacional, regional e local e para a própria democratização da cultura, no presente capítulo irá proceder-se à descrição do Património Arquitetónico e Arqueológico existente no concelho de Cinfães, tendo em vista a sua proteção e consequente valorização. Relativamente ao enquadramento legal, o conceito e o âmbito de Património Cultural são definidos na Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, que estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural, que substitui a Lei n.º 13/85, de 6 de julho, sendo que, esta última, nunca chegou a ser regulamentada, tendo assim contribuído de forma pouco relevante para a proteção e salvaguarda do Património Cultural. Após a publicação da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, foram publicados diversos diplomas legais com o objetivo de consagrar as medidas estabelecidas na referida lei, designadamente: Decreto-Lei n.º 138/2009, de 15 de junho; Decreto-Lei n.º 139/2009, de 15 de junho; Decreto-Lei n.º 140/2009, de 15 de junho; Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro. Nos termos da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, o património cultural é constituído por “todos os bens que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devem ser objeto de proteção e valorização. O referido diploma legal refere ainda que o “interesse cultural relevante, designadamente histórico, paleontológico, arqueológico, arquitetónico, linguístico, documental, artístico, etnográfico, científico, social, industrial ou técnico, dos bens que integram o património cultural refletirá valores de memória, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou exemplaridade.”. O património cultural é ainda constituído por todos os bens imateriais que constituam parcelas estruturantes da identidade e da memória coletiva de Portugal, assim como outros bens que sejam considerados património cultural, por força das convenções internacionais que vinculem o Estado Português. O património cultural é integrado “não só pelo conjunto de bens materiais e imateriais de interesse cultural relevante, mas também, quando for caso disso, os R01 | Caracterização e Di agnóstico 113 | P á g i n a RPDM de Cinfães respetivos contextos que, pelo seu valor de testemunho, possuam com aqueles uma relação interpretativa e informativa”. O Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro, define o procedimento de classificação dos bens imóveis de interesse cultural, bem como o regime jurídico das zonas de proteção e do plano de pormenor de salvaguarda. Este estabelece, no n.º 1 do artigo 2.º, que “um bem imóvel é classificado nas categorias de monumento, conjunto ou sítio” e que pode incluir “prédios rústicos e prédios urbanos, edificações ou outras construções que se incorporem no solo com caráter de permanência, bem como jardins, praças ou caminhos” (n.º 2 do mesmo artigo). No que concerne à categoria dos bens imóveis, estes podem integrar as categorias de monumento, conjunto ou sítio e, em termos de classificação, estes podem ser classificados como de interesse nacional, de interesse público ou de interesse municipal. De acordo com o artigo 15.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, um bem imóvel poderá ser considerado de interesse nacional “quando a respetiva proteção e valorização, no todo ou em parte, represente um valor cultural de significado para a Nação”. Por seu lado, um bem será considerado de interesse público “quando a respetiva proteção e valorização represente ainda um valor cultural de importância nacional, mas para o qual o regime de proteção inerente à classificação como de interesse nacional se mostre desproporcionado”. Finalmente, os bens culturais são considerados de interesse municipal quando a sua “proteção e valorização, no seu todo ou em parte, representem um valor cultural de significado predominante para um determinado município.” Um bem cultual é considerado “em vias de classificação” a partir da notificação ou publicação do ato que determine a abertura do procedimento respetivo (n.º 5 do artigo 25.º da Lei n.º. 107/2001, de 8 de setembro). “Os bens imóveis, nas suas categorias de monumento, conjunto ou sítio, classificados como monumento nacional ou imóvel de interesse público constituem testemunhos de especial importância da civilização e da cultura portuguesa, justificando-se plenamente que sejam objeto de especial proteção e valorização” (DGOTDU, 2006), pelo que no Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro, são definidos os diferentes tipos de proteção. Com efeito: “os bens imóveis em vias de classificação beneficiam automaticamente de uma zona especial de proteção” (n.º 1 do artigo 36.º); “os bens imóveis em vias de classificação podem beneficiar, em alternativa à zona de proteção prevista anteriormente, de um zona especial de proteção provisória” (n.º 2 do artigo 36.º); R01 | Caracterização e Di agnóstico 114 | P á g i n a RPDM de Cinfães “os bens imóveis classificados beneficiam de uma zona especial de proteção” (n.º 3 do artigo 36.º). De acordo com o artigo 37.º do supracitado diploma legal, a zona geral de proteção “tem 50 metros contados dos limites externos do bem imóvel” e “quando o limite da zona geral de proteção abrange parcialmente um bem imóvel, considera-se o mesmo sujeito na sua totalidade ao regime aplicável aos bens imóveis situados na zona de proteção”. A zona especial de proteção provisória é criada quando a Direção Geral do Património Cultural (DGPC) considerar que a zona geral de proteção não é suficiente ou não está adequada à proteção e valorização do bem imóvel em questão. O estudo desta deve ser concretizado em articulação com o município onde se situa o imóvel em questão e com a Direção Regional de Cultura competente. Esta “tem a amplitude adequada em função da proteção e valorização do bem imóvel em vias de classificação, podendo incluir zonas non aedificandi” (artigo 39.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro). Por sua vez, segundo o artigo 43.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro, a zona especial de proteção possui a extensão e impõe as restrições adequadas, de acordo com a proteção e valorização do imóvel classificado, podendo definir: “Zonas non aedificandi; Áreas de sensibilidade arqueológica com a graduação das restrições, nomeadamente quanto ao tipo de procedimento de salvaguarda de carácter preventivo; Bens imóveis, ou grupos de bens imóveis, que: i) podem ser objeto de obras de alteração, nomeadamente quanto à morfologia, cromatismo e revestimento exterior dos edifícios; ii) devem ser preservados; iii) em circunstâncias excecionais, podem ser demolidos; iv) podem suscitar o exercício do direito de preferência, em caso de venda ou dação em pagamento; Identificação das condições e da periodicidade de obras de conservação de bens de imóveis ou grupo de bens imóveis; As regras genéricas de publicidade exterior”. A zona especial de proteção garante assim o enquadramento paisagístico do bem imóvel e as perspetivas da sua contemplação, devendo integrar os espaços verdes (jardins ou parques de interesse histórico) que sejam importantes para a defesa do contexto do bem imóvel classificado. R01 | Caracterização e Di agnóstico 115 | P á g i n a RPDM de Cinfães Refere-se ainda que é ainda decretado pelo artigo 64.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro, que os Planos de Pormenor de Salvaguarda que definem “as orientações estratégicas de atuação e as regras de uso e ocupação do solo e edifícios necessárias à preservação e valorização do património cultural existente na sua área de intervenção, desenvolvendo as restrições e os efeitos estabelecidos pela classificação do bem imóvel e pela zona especial de proteção”, podendo abarcar o solo rural e o solo urbano. O Decreto-Lei n.º 138/2009, de 15 de junho, veio constituir o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural, com o intuito de financiar medidas de proteção e de valorização relativas a: Imóveis, conjuntos e sítios integrados na lista do património mundial; Bens culturais classificados, ou em vias de classificação, como de interesse nacional ou de interesse público em risco de destruição, perda ou deterioração. O referido Fundo pretende ainda dar resposta às necessidades de salvaguarda dos bens culturais em situações de emergência, ao mesmo tempo que tem por finalidade assegurar uma política programada de aquisição, reabilitação, conservação e de restauro dos bens culturais cuja importância se afigure preponderante, de modo a assegurar a salvaguarda da herança nacional portuguesa. O regime jurídico de salvaguarda do património cultural imaterial é estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 139/2009, de 15 de junho, em desenvolvimento do estabelecido na Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, abrangendo as medidas de salvaguarda, o procedimento de inventariação e a criação da Comissão para o Património Cultural Imaterial, compreendendo os domínios seguintes: Tradições e expressões orais, incluindo a língua como vetor do património cultural imaterial; Expressões artísticas e manifestações de carácter performativo; Práticas sociais, rituais e eventos festivos; Conhecimentos e práticas relacionadas com a natureza e o universo; Competências no âmbito de processos e técnicas tradicionais. O Património Cultural Imaterial “desempenha na sedimentação das identidades coletivas, a nível local e nacional, ao mesmo tempo que se propícia um espaço privilegiado de diálogo, conhecimento R01 | Caracterização e Di agnóstico 116 | P á g i n a RPDM de Cinfães e compreensão mútuos entre diferentes tradições” (Preâmbulo do Decreto-Lei n.º 139/2009, de 15 de junho). O mecanismo de controlo prévio e de responsabilização relativamente a todas as obras ou intervenções no património cultural foi determinado pela Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, pelo que foi, recentemente regulamentado, através do Decreto-Lei n.º 140/2009, de 15 de junho, o regime jurídico dos estudos, projetos, relatórios, obras ou intervenções sobre bens culturais classificados, ou em vias de classificação, de interesse nacional, público ou municipal. Este prevê a necessidade de ser realizado um relatório prévio, por técnicos legalmente qualificados, em relação às obras ou intervenções, assim como o acompanhamento destas pela administração do património cultural competente e ainda a entrega de um relatório final. Com efeito, o referido diploma “adapta as regras (do regime jurídico da urbanização e edificação) às especificidades do património cultural imóvel de forma a facilitar a apreciação, por parte da administração autárquica, e da administração central, da necessidade, pertinência e adequação das propostas de obras ou intervenções” (Preâmbulo do Decreto-Lei n.º 140/2009, de 15 de junho) aos bens imóveis. 3.1 IMÓVEIS CLASSIFICADOS E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO De acordo com a DGPC, no concelho de Cinfães encontram-se identificados 8 imóveis classificados, dos quais 5 estão classificados como Imóvel de Interesse Público, 1 como Monumento Nacional, 1 classificado como Interesse Municipal e 1 imóvel com a classificação de Monumento de Interesse Público. Importa ainda referir que, à data, não existem imóveis em vias de classificação no concelho de Cinfães. Quadro 27: Património imóvel classificado do concelho de Cinfães CATEGORIA DE PROTEÇÃO DESIGNAÇÃO CATEGORIA/TIPOLOGIA DECRETO Imóvel de Interesse Público (IIP) Arquitetura Civil/Pelourinho Decreto n.º 23 122, DG, I Série, n.º 231, de 11-101933 Igreja românica de Santa Maria Maior, de Tarouquela Monumento Nacional (MN) Arquitetura Religiosa/Igreja Decreto n.º 34 452, DG, I Série, n.º 59, de 20-031945 Penedo de granito com motivos insculturados e esculturados Interesse (IM) Arqueologia/Arte Rupestre Decreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-091978 Pelourinho Nespereira de R01 | Caracterização e Di agnóstico Municipal 117 | P á g i n a RPDM de Cinfães DESIGNAÇÃO CATEGORIA DE PROTEÇÃO Igreja de Ferreiros de Tendais Monumento de Interesse Público (MIP) Arquitetura Religiosa/Igreja Portaria n.º 740-L/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 (suplemento), de 24-122012 Ilhota do Outeiro Imóvel de Interesse Público (IIP) Não Definida/Monumento Decreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-021982 Imóvel de Interesse Público (IIP) Arquitetura Religiosa/Igreja Decreto n.º 37 728, DG, I Série, n.º 4, de 5-01-1950 Pelourinho de Cinfães Imóvel de Interesse Público (IIP) Arquitetura Civil/Pelourinho Decreto n.º 23 122, DG, I Série, n.º 231, de 11-101933 Casa da Calçada Imóvel de Interesse Público (IIP) Arquitetura Civil/Casa Portaria n.º 443/2006, DR, II Série, n.º 49, de 9-032006 Igreja Matriz Escamarão de CATEGORIA/TIPOLOGIA DECRETO Fonte: DGPC (2015). O Pelourinho de Nespereira “ergue-se no Figura 11: Pelourinho de Nespereira largo que tomou o seu nome (…). O pelourinho esteve, pelo menos até 1942, encravado no muro que acompanha uma estrada da povoação; dois anos mais tarde, uma notícia de Jornal dava conta do estado deteriorado no qual se encontrava. Foi levantado na sua implantação atual nesse mesmo ano.” (DGPC, 2015). Fonte: Sítio na Internet da Junta de Freguesia de Nespereira9 (2015). 9 http://jf-nespereira.pt/91 R01 | Caracterização e Di agnóstico 118 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 12: Igreja Românica de Santa Maria Maior, de Tarouquela “Tarouquela é uma pequena, porém importante, igreja românica da região de Lamego, zona onde este estilo artístico deixou marcas de um regionalismo próprio. A sua construção data da segunda metade do século XII, por iniciativa do braço feminino dos Regrantes de Santo Agostinho (…). O que hoje podemos observar é o templo de um mosteiro referenciado em 1162 (…) e cuja vitalidade se encontra testemunhada documentalmente ao longo de toda a Baixa Idade Média.” (DGPC, 2015). Fonte: Sítio na Internet da Rota do Românico10 (2015). Figura 13: Pelourinho de Cinfães “Durante a Idade Média, Cinfães foi honra e centro das Terras de Ribadouro (…) O concelho foi extinto em 1836, e restabelecido em 1855. O pelourinho que conserva deverá datar de então, uma vez que se trata de exemplar de fatura moderna, ainda que glosando um modelo antigo (manuelino?)”. (DGPC, 2015). Fonte: Sítio na Internet “Ver Portugal”11 (2015). 10 http://www.rotadoromanico.com/vPT/Monumentos/Monumentos/Paginas/IgrejadeSantaMariaMaiordeTarouquela.as px?galeria=Fotografias®iao=Cinf%C3%A3es&monumento=Igreja%20de%20Santa%20Maria%20Maior%20de%20Tar ouquela&categoria=&TabNumber=0&valor=/vPT/Monumentos/Monumentos/Paginas/IgrejadeSantaMariaMaiordeTaro uquela.aspx&guid={94E6D235-9029-4747-8D65-F504963B1D5E} 11 http://www.verportugal.net/Viseu/Cinfaes/Patrimonio/Pelourinho-de-Cinfaes=005684 R01 | Caracterização e Di agnóstico 119 | P á g i n a RPDM de Cinfães “Escamarão é uma pequena, porém muito interessante igreja tardo-românica Figura 14: Igreja Matriz de Escamarão do concelho de Cinfães, por onde passava a Carraria Antiquam, uma das mais importantes vias medievais do território português. A sua construção não está documentada, (…) equacionando-se o largo tempo que vai da segunda metade do século XII aos finais do século XIII como possibilidade mais concreta. (…) Na Baixa Idade Média, crê-se que o templo tenha sido parcialmente intervencionado, conforme atesta a inclusão de azulejos hispano- Fonte: Sítio na Internet “Ver Portugal”12 (2015). árabes, hoje reaproveitados nos retábulos laterais.” (DGPC, 2015). Mapa 12: Património imóvel “classificado” do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). 12 http://www.verportugal.net/Viseu/Cinfaes/Patrimonio/Pelourinho-de-Cinfaes=005684 R01 | Caracterização e Di agnóstico 120 | P á g i n a RPDM de Cinfães 3.2 PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO O património arqueológico representa «um valor indispensável ao conhecimento da história e cultura dos povos e uma “fonte de memória coletiva europeia e instrumento do estudo histórico e científico”.» (Resende, Jorge; 2013). Nos termos da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, integram o património arqueológico todos os vestígios, bens e outros indícios da evolução do planeta, da vida e dos seres humanos, cuja preservação e estudo possibilitam traçar a história da vida e da humanidade e a sua relação com o ambiente e cuja principal fonte de informação seja composta por escavações, prospeções, descobertas ou outros métodos de pesquisa que se relacionem com o ser humano e o ambiente que o rodeia. Estes vestígios podem localizar-se no solo, subsolo ou em meio submerso e integram objetos, depósitos, estruturas, construções ou conjuntos arquitetónicos, evidências de alteração das paisagens ou outros sinais que testemunhem atos ou vivências anteriores aos nossos tempos. Neste sentido, e de acordo com o mesmo diploma legal, é um dever do Estado, tanto ao nível da administração central como ao nível da administração local, estudar, proteger, valorizar e divulgar o património cultural, tal como é um dever cívico da sociedade. Com efeito, o n.º 3 do artigo 36.º desta Lei decreta que, aquando do licenciamento e autorização de operações urbanísticas, a administração pública deve “certificar-se de que os trabalhos por si autorizados, que envolvam transformação de solos, revolvimento ou remoção de terreno no solo, subsolo ou nos meios subaquáticos, bem como a demolição ou modificação de construções, estão em conformidade com a legislação sobre a salvaguarda do património arqueológico.” Os Instrumentos de Gestão Territorial devem identificar o património arqueológico, de modo a que sejam estabelecidos os parâmetros urbanísticos aplicáveis e a delimitação das zonas de proteção. De acordo com o artigo 70.º do Decreto-Lei n.º 181/2009, de 7 de agosto, os Planos Municipais de Ordenamento do Território devem definir “os princípios e as regras de garantia da qualidade ambiental e da preservação do património cultural”. Assim, no Quadro 28 expõem-se os 145 elementos do património arqueológico identificados pela DGPC para o concelho de Cinfães, no âmbito da revisão do Plano Diretor Municipal. R01 | Caracterização e Di agnóstico 121 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 28: Património arquológico do concelho de Cinfães DESIGNAÇÃO TIPO DE SÍTIO FREGUESIA Carraria Antiqua em Escamarão Via Souselo Alto da Coruja 1 Dólmen Tarouquela Alto da Coruja 2 Monumento Megalítico Tarouquela Alto das Covas da Raposa Mamoa Cinfães Arcela Vestígios Diversos São Cristóvão de Nogueira Aveloso Mamoa Tendais Azevedo Sarcófago Tendais Azibeiro Capela Ferreiros de Tendais Bustelo - Alhões Via Bustelo Cabril/Alto da Tapada Mamoa Tendais Calhau das Cântaras Menir Cinfães Campo de Moimentos Necrópole São Cristóvão de Nogueira Cancelhô Necrópole Souselo Capela de Santa Bárbara Capela Ferreiros de Tendais Casa do Outeiro Sarcófago Tendais Casais Via Tendais Castelo Povoado Fortificado Tendais Castelo Velho Castelo Roqueiro Ramires Castro Cio - Ferreiro de Tendais Via Ferreiros de Tendais Castro de Sampaio Povoado Fortificado São Cristóvão de Nogueira Castro do Cio / Castro das Corôas Povoado Fortificado Ferreiros de Tendais Chieira da Quinta Arte Rupestre Cinfães Chã dos Pastores 1/ Mamoa 1 do Lameiro dos Pastores Dólmen Cinfães Chã dos Pastores 2/Mamoa 2 do Lameiro dos Pastores Dólmen Cinfães Chã dos Pastores 3/Mamoa 3 do Lameiro dos Pastores Dólmen Cinfães Chão de Brinco 1 Mamoa São Cristóvão de Nogueira Chão de Brinco 2 Mamoa São Cristóvão de Nogueira Chão do Brinco 3 Mamoa São Cristóvão de Nogueira Chão do Brinco 4 Mamoa São Cristóvão de Nogueira Chão dos Farelos Mamoa Gralheira Chãos de Castro Cio/Senhora da Aparecida Habitat Ferreiros de Tendais R01 | Caracterização e Di agnóstico 122 | P á g i n a RPDM de Cinfães DESIGNAÇÃO TIPO DE SÍTIO FREGUESIA Chãos de Castro Cio 3 Vestígios de Superfície Ferreiros de Tendais Coucela Tesouro Santiago de Piães Covelas - Chã - Carreira Chã - Arruinha Via Ferreiros de Tendais Covelas - Ferreiros - Marco de Cima Via Ferreiros de Tendais Covelas - Riba Lapa - Rebolfe - Chã - Soutelo Via Ferreiros de Tendais Covelas - Vila de Muros - Portela da Mó Via Ferreiros de Tendais Crasto Povoado Fortificado Fornelos Devesa Via Ferreiros de Tendais Eira do Castelo Arte Rupestre São Cristóvão de Nogueira Escamarão Lagar Souselo Ferreiro de Tendais - Pimeirô Via Ferreiros de Tendais Ferreiros - Marco de Cima/Caminho do Marco Via Ferreiros de Tendais Gandarela Arte Rupestre Tendais Gralheira Via Gralheira 1 Arte Rupestre Gralheira Gralheira 2 Arte Rupestre Gralheira Igreja Matriz de Bustelo Sarcófago Bustelo Igreja de Ferreiros de Tendais/Igreja de S. Pedro Igreja Ferreiros de Tendais Ladário Sepultura Tendais Laje Gorda Achado(s) Isolado(s) Gralheira Lameirão Vestígios de Superfície Ferreiros de Tendais Lugar de Mouros Arte Rupestre Mamoa 1 da Cruz/Aveloso 2 Mamoa Tendais Mamoa 1 de Pedra Posta Monumento Megalítico Cinfães Mamoa 1 do Alto da Chã Mamoa Nespereira Mamoa 2 da Cruz/Aveloso 3 Mamoa Tendais Mamoa 2 da Pedra Posta Monumento Megalítico Cinfães Mamoa 2 de Alfranceira Mamoa São Cristóvão de Nogueira Mamoa 2 do Alto da Chã Mamoa Nespereira Mamoa 3 do Alto da Chã Mamoa Nespereira Mamoa 4 da Lameiro dos Pastores Tumulo Cinfães Mamoa 5 do Lameiro dos Pastores Tumulo Cinfães Mamoa 6 do Lameiro dos Pastores Tumulo Cinfães Mamoa da Corga da Lebre Mamoa Gralheira R01 | Caracterização e Di agnóstico 123 | P á g i n a RPDM de Cinfães DESIGNAÇÃO TIPO DE SÍTIO FREGUESIA Mamoa das Aradas Mamoa Ferreiros de Tendais Mamoa de Agracias Mamoa Cinfães Mamoa do Alto do Miradouro Monumento Megalítico Cinfães Mamoa do Alto do Miradouro 2 Mamoa Cinfães Mamoa do Tambor Tumulo São Cristóvão de Nogueira Marcelim - S. Pedro Via Tendais Marcelim 1 Achado(s) Isolado(s) Tendais Marcelim 2 Sarcófago Tendais Marcelim 3 Achado(s) Isolado(s) Tendais Marco 1 Vestígios de Superfície Ferreiros de Tendais Marco da Jogada ou Vale do Asno - Cinfães Menir Tendais Marco de Cornipos Marco Santiago de Piães Menir da Pedra Posta Menir Cinfães Menir do Alto do Miradouro Menir Cinfães Meridãos Via Tendais Meridãos 2 Via Tendais Monte da Senhora do Castelo/GIA Povoado Fortificado Santiago de Piães Monte das Corôas/Cabouco 1 Povoado Fortificado Ferreiros de Tendais Monte das Penegotas Arte Rupestre Souselo Montemuro Arte Rupestre Mourelos Via Tendais Nespereira Arte Rupestre Nespereira Outeiro d'Asna Arte Rupestre Santiago de Piães Outeiro d'Asna 2 Arte Rupestre Santiago de Piães Outeiro d'Asna 3 Arte Rupestre Santiago de Piães Outeiro d'Asna 4 Arte Rupestre Santiago de Piães Outeiro do Castelo Habitat Souselo Paradela/Sequeiro Longo Estrutura Cinfães Passos Estrutura Tarouquela Penedo Gordo Vestígios de Superfície Ferreiros de Tendais Penedo do Bico/Menir do Urgal Menir Tendais Perneval Recinto Tendais Perneval Arte Rupestre Tendais R01 | Caracterização e Di agnóstico 124 | P á g i n a RPDM de Cinfães DESIGNAÇÃO TIPO DE SÍTIO FREGUESIA Petisqueira - Castro Cio - Aldeia - Ribeiro de Ourique/Marco Via Ferreiros de Tendais Picoto Mamoa Gralheira Ponte de Covelas Ponte Ferreiros de Tendais Ponte de Soutelo Ponte Tendais Portas de Montemuro Povoado Fortificado Alhões Quinhão - Bustelo - Ribeiro Santo Via Bustelo Quinhão - Valverde Via Tendais Quinta da Chieira Estrutura Cinfães Ramires Sepultura Ramires Ramires Sepultura Ramires Ramires/Escola Primária Sepultura Ramires Recinto de Agracias Recinto Cinfães Recinto de Alfranceira Recinto Cinfães Relva/Rocha da Gralheira Sepultura Gralheira Ribama Povoado Fortificado Oliveira do Douro Ribeira de Tendais Via Tendais Ribeiro Santo Vestígios Diversos Tendais Ruivais - Covelas/Caminho do Socrasto Via Ferreiros de Tendais Ruivais - Monte das Corôas Via Ferreiros de Tendais Ruivais - Ribeiro de Ourique 1 Via Oliveira do Douro Ruivais - Ribeiro de Ourique 2 Via Ferreiros de Tendais Ruivais - Ribeiro de Ourique 3 Via Ferreiros de Tendais Sampaio Vicus Cinfães Sarabigo/Santa Marinha Sepultura Ramires Sepultura do Alto do Miradouro Sepultura Cinfães Serra de São Pedro Monumento Megalítico Tendais Sogueire Mamoa São Cristóvão de Nogueira São Cristóvão de Nogueira Inscrição São Cristóvão de Nogueira São Pedro de Campos Mamoa Tendais São Pedro de Campos 4 Mamoa Tendais São Pedro do Campo Cista Tendais São Pedro do Campo Recinto Tendais São Pedro do Campo Arte Rupestre Tendais R01 | Caracterização e Di agnóstico 125 | P á g i n a RPDM de Cinfães DESIGNAÇÃO TIPO DE SÍTIO FREGUESIA São Pedro do Campo 2 Mamoa Tendais São Pedro do Campo 3 Mamoa Tendais Tambor 1/Mamoa 1 de Alfranceira Mamoa São Cristóvão de Nogueira Tambor 2/Mamoa 3 de Alfranceira Mamoa São Cristóvão de Nogueira Tambor 3 Mamoa São Cristóvão de Nogueira Tambor 5/Sogueire Mamoa São Cristóvão de Nogueira Testoire Menir Cinfães Torre da Chã Torre Ferreiros de Tendais Vale do Asno Mamoa Tendais Valverde - Prado Via Tendais Via de Ervilhais Via Nespereira Vila Boa de Cima - Soutelo - Quinhão Via Tendais Vila Boa de baixo - Marco de baixo Via Ferreiros de Tendais Vila Pouca 3 Mamoa Santiago de Piães Fonte: DGPC (2015). Um estudo realizado em 2013, relativamente à inventariação do património arqueológico do concelho de Cinfães, mostram um cenário de abandono parcial deste património, em particular no que respeita à conservação dos sítios e à cobertura vegetal dos mesmos. “Referente ao estado de conservação o cenário não é insatisfatório de todo. Sendo que 69,3% dos sítios registados apresentam um estado de conservação bom ou razoável, segundo os termos definidos para o referido inventário. Contando ainda com 4,6% de registos cujo estado de conservação é indeterminado (…). Dos restantes 26% destacam-se alguns vestígios (9,3%) subterrados e semisubterrados”. (…) Contudo, o grande sinal de abandono do património arqueológico de Cinfães é o avanço da cobertura vegetal, contando apenas com 58,3% de registos cuja cobertura vegetal é inexistente ou muito pouco densa. (…) Há ainda que destacar que, muitos dos sítios com um fraco estado de conservação e/ou com elevada cobertura vegetal são dos mais relevantes do concelho.” (Resende, Jorge; 2013). No processo de revisão do PDM de Cinfães é imprescindível que seja reconhecida a necessidade de encarar o património cultural como um fator de desenvolvimento e de melhoria da qualidade de vida da população, ao mesmo tempo da indispensável consolidação urbana e melhoria das infraestruturas viárias. Na fase seguinte do processo de revisão do Plano Diretor Municipal de R01 | Caracterização e Di agnóstico 126 | P á g i n a RPDM de Cinfães Cinfães, o património classificado ou em vias de comunicação deve ser representado na Carta de Condicionantes e o restante património arquitetónico e arqueológico, ou seja, não classificado deverá ser projetado e georreferenciado na Carta de Ordenamento. Em termos regulamentares, devem ser definidas medidas de salvaguarda para que seja atenuado o risco de destruição, assim como deverão ser previstas medidas cautelares adequadas, extensíveis à possibilidade de achados fortuitos (património arqueológico). Ainda ao nível do Regulamento, devem ainda ser concretizadas medidas de integração e valorização do património, pois apenas desta forma será possível que se crie e assegure uma política municipal de salvaguarda e promoção do património cultural existente no concelho de Cinfães. Para além do referido, deve estruturar-se uma estratégia de intervenção para o concelho, que possibilite o desenvolvimento equilibrado, sustentado e harmonioso dos aglomerados, promovendo a requalificação da imagem urbana através da salvaguarda e da valorização do património cultural. “Em terras dos vales do Sousa, Tâmega e Douro, no coração do Norte de Portugal, ergue-se um importante património arquitetónico de origem românica. Traços comuns que guardam lendas e histórias nascidas com a fundação da Nacionalidade e que testemunham o papel relevante que este território outrora desempenhou na história da nobreza e das ordens religiosas em Portugal.”13 O concelho de Cinfães insere-se na Rota do Românico, juntamente com os restantes concelhos integrantes da NUT III - Tâmega, designadamente Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Amarante, Baião, Celorico de Basto, Marco de Canaveses e Resende. “Ancorada num conjunto de monumentos de grande valor e de excecionais particularidades, esta Rota pretende assumir um papel de excelência no âmbito do touring cultural e paisagístico, capaz de posicionar a região como um destino de referência do românico” (idem). À data, a Rota do Românico integra, no total, 58 monumentos, dos quais 3 estão localizados no concelho de Cinfães e nos quais estão se encontram a decorrer, desde o mês de agosto de 2014, obras de conservação e salvaguarda. 13 Sítio da Rota do Românico, disponível em: http://www.rotadoromanico.com/vPT/QuemSomos/ARotadoRomanico/Paginas/ARotadoRomanico.aspx R01 | Caracterização e Di agnóstico 127 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 29: Monumentos da Rota do Românico DESIGNAÇÃO CONCELHO Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro Felgueiras Igreja de São Vicente de Sousa Felgueiras Igreja do Salvador de Unhão Felgueiras Ponte da Veiga Lousada Igreja de Santa Maria de Airães Felgueiras Igreja de São Mamede de Vila Verde Felgueiras Torre de Vilar Lousada Igreja do Salvador de Aveleda Lousada Ponte de Vilela Lousada Igreja de Santa Maria de Meinedo Lousada Ponte de Espindo Lousada Mosteiro de São Pedro de Ferreira Paços de Ferreira Torre dos Alcoforados Paredes Capela da Senhora da Piedade da Quintã Paredes Mosteiro de São Pedro de Cête Paredes Torre do Castelo de Aguiar de Sousa Paredes Ermida da Nossa Senhora do Vale Paredes Mosteiro do Salvador do Paço de Sousa Penafiel Memorial da Ermida Penafiel Igreja de São Pedro de Abragão Penafiel Igreja de São Gens de Boelhe Penafiel Igreja do Salvador de Cabeça Santa Penafiel Igreja de São Miguel de Entre-os-Rios Penafiel Marmoiral do Sobrado Castelo de Paiva Igreja de Nossa Senhora da Natividade de Escamarão Cinfães Igreja de Santa Maria Maior de Tarouquela Cinfães Igreja de São Cristóvão de Nogueira Cinfães Ponte da Panchorra Ponte da Panchorra Resende Mosteiro de Santa Maria de Cárquere Resende Igreja de São Martinho de Mouros Resende Igreja de Santa Maria de Barrô Resende Igreja de São Tiago de Valadares Baião Ponte de Esmoriz Baião R01 | Caracterização e Di agnóstico 128 | P á g i n a RPDM de Cinfães DESIGNAÇÃO CONCELHO Mosteiro de Santo André de Ancede Baião Capela da Senhora da Livração de Fandinhães Marco de Canaveses Memorial de Alpendorada Marco de Canaveses Mosteiro de Santa Maria de Vila Boa do Bispo Marco de Canaveses Igreja de Santo André de Vila Boa de Quires Marco de Canaveses Igreja de Santo Isidoro de Canaveses Marco de Canaveses Igreja de Santa Maria de Sobretâmega Marco de Canaveses Igreja de São Nicolau de Canaveses Marco de Canaveses Igreja de São Martinho de Soalhães Marco de Canaveses Igreja do Salvador de Tabuado Marco de Canaveses Ponte do Arco Ponte do Arco Marco de Canaveses Igreja de Santa Maria de Jazente Amarante Ponte de Fundo de Rua Amarante Igreja de Santa Maria de Gondar Amarante Igreja do Salvador de Lufrei Amarante Igreja do Salvador de Real Amarante Mosteiro do Salvador de Travanca Amarante Mosteiro de São Martinho de Mancelos Amarante Mosteiro do Salvador de Freixo de Baixo Amarante Igreja de Santo André de Telões Amarante Igreja de São João Baptista de Gatão Amarante Castelo de Arnoia Celorico de Basto Igreja de Santa Maria de Veade Celorico de Basto Igreja do Salvador de Ribas Celorico de Basto Igreja do Salvador de Fervença Celorico de Basto Fonte: Rota do Românico14 (2015). 14 http://www.rotadoromanico.com/vPT/Monumentos/Monumentos/Paginas/Monumentos.aspx R01 | Caracterização e Di agnóstico 129 | P á g i n a RPDM de Cinfães 4 OCUPAÇÃO DO SOLO 4.1 SOLOS A reflexão sobre a atual ocupação do solo de um determinado território deve constituir o ponto de partida para qualquer exercício de planeamento e ordenamento desse território. A análise da ocupação atual do solo do concelho de Cinfães foi efetuada tendo por base os resultados cartográficos da desagregação de nível 1 da Carta de Ocupação do Solo de 2007 (COS2007). “A COS2007 é uma cartografia temática que pretende caracterizar com grande detalhe a ocupação/uso do solo no território de Portugal Continental. (…) A COS2007 foi produzida com base na interpretação visual de imagens aéreas ortorretificadas de grande resolução espectral (50 cm) e quatro bandas espectrais (…). A informação cartográfica da COS2007 encontra-se em formato vetorial e possui uma unidade mínima cartográfica de 1ha. A nomenclatura é constituída por um sistema hierárquico de classes de ocupação/uso do solo, com cinco níveis, e possui 193 classes ao nível mais detalhado.” (IGP, 2010). Assim, e de acordo com o nível 1 da COS2007, o concelho de Cinfães é maioritariamente ocupado por florestas e meios naturais e seminaturais, abrangendo um área de 17.751,80 ha, o que corresponde a cerca de 74% da área total do território concelhio. Mapa 13: Ocupação atual do solo do concelho de Cinfães, segundo a COS2007 Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Di agnóstico 130 | P á g i n a RPDM de Cinfães Por sua vez, as áreas agrícolas e agroflorestais ocupam 5335,99 ha, o que equivale a 22,3% da área total do concelho de Cinfães. Com uma ocupação menos expressiva encontram-se os territórios artificializados, com uma área de 568,46 ha, o que corresponde a 2,4% da área total concelhia, e os corpos de água, que ocupam apenas 2571,87 há, o que representa apenas 1,1% da área total ocupada pelo concelho de Cinfães. Figura 15: Percentagem de ocupação do solo no concelho de Cinfães Corpos de água Territórios 1,1% artificializados 2,4% Florestas e meios naturais e seminaturais 74,2% Áreas agrícolas e agroflorestais 22,3% Territórios artificializados Áreas agrícolas e agroflorestais Florestas e meios naturais e seminaturais Corpos de água 4.2 OCUPAÇÃO AGRÍCOLA Efetuando agora uma análise mais pormenorizada de cada uma das ocupações dominantes, constata-se que, no que respeita às áreas agrícolas e agroflorestais, existe uma clara predominância das áreas agrícolas heterogéneas, que ocupam 3.454,22 ha, o que corresponde, em termos percentuais, a 14,44% da área total do concelho de Cinfães. Seguem-se, em termos de representatividade, as culturas temporárias, abrangendo uma área de 1.619,61 ha (6,77% da área do concelho), e as culturas permanentes, cuja ocupação abrange 262,16 ha (1,10% da área total do concelho). R01 | Caracterização e Di agnóstico 131 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 14: Ocupação agrícola no concelho de Cinfães, segundo o nível 2 da COS2007 Fonte: GeoAtributo (2015). 4.3 OCUPAÇÃO FLORESTAL Em termos de ocupação florestal, constata-se que as florestas abertas e vegetação arbustiva e herbácea constituem a ocupação com maior expressão no concelho de Cinfães, ocupando uma área de 17.751,80 ha, o que equivale a cerca de 45,20% da área deste concelho. De segunda, encontramse as florestas, com uma ocupação de cerca de 28%, ou seja, com uma área de 6.792,55 ha. Finalmente encontram-se, com uma ocupação quase residual, as zonas descobertas e com pouca vegetação, incidindo numa área de 143,74 ha, o que se traduz em 0,6% da área total do concelho de Cinfães. R01 | Caracterização e Di agnóstico 132 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 15: Ocupação florestal do concelho de Cinfães, segundo o nível 2 da COS2007 Fonte: GeoAtributo (2015). 4.3.1 A FLORESTA DO CONCELHO E O PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL Nos termos do Decreto-Lei n.º 204/99, de 9 de junho, “Os PROF são instrumentos de política setorial que incidem exclusivamente sobre os espaços florestais, (…), e estabelecem normas específicas de intervenção sobre a ocupação e utilização florestal destes espaços, de modo a promover e garantir a produção sustentada do conjunto de bens e serviços a eles associados, na salvaguarda dos objetivos da política florestal nacional.” Com efeito, os PDM devem necessariamente integrar as orientações estratégicas constantes do PROF, entendendo-se, assim, pertinente, que seja analisada a floresta do concelho de Cinfães à luz da identificação dos recursos florestais existentes, assim como dos objetivos e medidas de proteção e valorização que tenham sido definidas no âmbito dos instrumentos de gestão territorial de nível inferior. Regime Florestal O Regime Florestal é entendido como “o conjunto de disposições destinadas não só à criação, exploração e conservação da riqueza silvícola, sob o ponto de vista da economia nacional, mas também o revestimento florestal dos terrenos cuja arborização seja de utilidade pública, e R01 | Caracterização e Di agnóstico 133 | P á g i n a RPDM de Cinfães conveniente ou necessária para o bom regime das águas e defesa das várzeas, para a valorização das planícies áridas e benefício do clima, ou para a fixação e conservação do solo, nas montanhas, e das areias no litoral marítimo” (Germano, 2004). O concelho de Cinfães integra, em termos de ordenamento florestal, o Plano Regional de Ordenamento Florestal do Tâmega (PROF-T), aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 41/2007, de 10 de abril. Estão também abrangidos por este instrumento os concelhos de Amarante, Baião, Cabeceiras de Basto, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Felgueiras, Lousada, Marco de Canavezes, Mondim de Basto, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Resende e Ribeira de Pena. Sub-regiões homogéneas De acordo com o n.º 3.º do artigo 5.º da Lei das Bases da Política Florestal, os PROF assumem como objetivos gerais: (i) a avaliação das potencialidades dos espaços florestais, do ponto de vista dos seus usos dominantes; (ii) a definição do elenco de espécies a privilegiar nas ações de expansão e reconversão do património florestal; (iii) a identificação dos modelos gerais de silvicultura e de gestão dos recursos mais adequados; (iv) a definição das áreas críticas do ponto de vista do risco de incêndio, da sensibilidade à erosão e da importância ecológica, social e cultural, bem como das normas específicas de silvicultura e de utilização sustentada dos recursos a aplicar nestes espaços. No caso concreto do PROF Tâmega, os objetivos estratégicos dizem respeito a (PROF T, 2006): “Defender e prevenir as áreas florestais da região PROF das ameaças que constituem os fogos florestais; Promover uma deteção do fogo mais célere e uma intervenção mais eficaz; Assegurar a planificação e a Gestão florestal sustentável das áreas públicas e privadas com especial atenção para a planificação e gestão de Áreas Protegidas; Adequar as espécies e os modelos de silvicultura à estação; Estimular o aumento da área de espaços florestais com dimensão apropriada à gestão florestal profissional; Impulsionar um mosaico florestal diversificado e descontinuado; Beneficiar os espaços florestais da região PROF de forma a assegurar o cumprimento das suas múltiplas funções, a sua sanidade e continuidade; R01 | Caracterização e Di agnóstico 134 | P á g i n a RPDM de Cinfães Aumentar a área florestal arborizada, com espécies bem adaptadas; Promover a produção de produtos não-lenhosos, nomeadamente, o mel, as plantas medicinais e aromáticas, os frutos silvestres e os cogumelos silvestres; Impulsionar o ordenamento silvopastoril e a gestão das áreas de pastagem; Promover a ampliação dos espaços florestais destinados ao recreio e lazer; Fomentar a adoção de modelos de silvicultura com vista à maior valorização e diversificação dos espaços e produtos florestais; Restaurar as áreas florestais ameaçadas, danificadas ou afetadas com problemas erosivos e controlar o avanço da desertificação ou destruição pontual causada pelos incêndios florestais, pragas e doenças; Promover a utilização do uso múltiplo da floresta; Conservar o património florestal em bom estado, da diversidade biológica, geológica e paisagística da região PROF e dos seus habitats naturais, com especial atenção para as Áreas Protegidas; Contribuir para a valorização dos recursos naturais, pela preservação e/ou recuperação de zonas sensíveis do ponto de vista ambiental. Valorizar o potencial produtivo do espaço florestal e sua defesa contra incêndios.” À região do PROF-T estão afetas dez sub-regiões homogéneas, nomeadamente Aboboreira, AlvãoMarão, Cabreira, Douro, Paiva, Ribadouro-Montemuro, Santa Justa-Pias, Tâmega, Tâmega-Sousa e Xistos Durienses. O concelho de Cinfães está inserido em quatro regiões homogéneas, a saber: Sub-região homogénea do Douro (freguesia de Oliveira do Douro); Sub-região homogénea do Paiva (freguesias de Souselo, Travanca e Fornelos); Sub-região homogénea de Ribadouro-Montemuro (freguesias de Cinfães, São Cristóvão de Nogueira, Ferreiros de Tendais, Tendais, Nespereira e União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires); R01 | Caracterização e Di agnóstico 135 | P á g i n a RPDM de Cinfães Sub-região homogénea do Tâmega-Sousa (freguesias de Espadanedo, Tarouquela, Santiago de Piães e Moimenta). Mapa 16: Sub-regiões homogéneas do PROF – concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Seguidamente expõem-se as funcionalidades, pontos fortes, limitações/ameaças e os objetivos específicos correspondentes a cada uma das sub-regiões homogéneas já enunciadas. DOURO Funcionalidades 1. Recreio e enquadramento estético da paisagem: A porção da albufeira do Douro, que aqui está contida, assume grande importância para o desenvolvimento da sub-região. Zona de forte aposta turística, possui diferentes polos de interesse turístico: turismo rural, turismo enológico, desportos de natureza e outros; 2. Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores: Boas condições para a promoção das atividades de caça e pesca, dadas, quer pela presença de zonas de caça, quer pela presença da albufeira do Douro; R01 | Caracterização e Di agnóstico 136 | P á g i n a RPDM de Cinfães 3. Produção: A ocupação atual e a aptidão florestal moderada, associadas ao clima e às exposições dominantes, oferecem situações ideais para a expansão da subericultura e do pinheiro manso. Situando-se a Sudeste da Região PROF, esta sub-região homogénea, engloba parte da bacia hidrográfica do rio Douro e distribui-se por algumas das freguesias mais baixas dos concelhos de Baião, Cinfães e Resende. A sua área física distribui-se, predominantemente, pelos andares Basal e Submontano da classificação da carta ecológica. Pontos fortes Elevado potencial turístico; Elevado potencial de uso múltiplo da floresta, sobretudo caça e pesca; Condições propícias para a expansão do sobreiro e Pinheiro manso; Existência de áreas consideráveis com potencial para a produção de mel e medronhos; Área com elevado valor para a conservação – Serra de Montemuro; Presença do movimento associativo; Potencial para produção de cortiça. Limitações/ameaças Propriedade florestal de pequena dimensão e pulverizada; Ausência de gestão e absentismo generalizado dos espaços florestais; Rede de infraestruturas florestais deficiente; Existência de núcleo com elevado risco de erosão; Conflito de usos: agricultura/floresta. R01 | Caracterização e Di agnóstico 137 | P á g i n a RPDM de Cinfães Objetivos específicos Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e Pinheiro manso, com função de proteção das encostas do Douro; 15 Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e Pinheiro manso, com função de produção de cortiça e pinhão; 1 Adaptar as práticas silvícolas e maior rigor na seleção das espécies, em situações de elevado risco de erosão; 1 Desenvolver o ordenamento cinegético; Potenciar expandir o ordenamento aquícola; Garantir um mosaico paisagístico diversificado, compatibilizando as atividades florestais e vitivinícolas; Expandir a produção de produtos associados, nomeadamente o medronho e o mel; Adequar a gestão dos espaços florestais às necessidades de conservação de habitats, de fauna e de flora classificada. PAIVA Funcionalidades 1. Conservação dos habitats, de espécies de fauna e flora e de geomonumentos: A presença da figura de conservação “Rio Paiva” impõe a conservação de diferentes espécies da fauna e flora, proporcionando uma valorização crescente desta área; 2. Proteção: Os solos apresentam grande suscetibilidade à erosão, causada pelos acentuados declives; 3. Produção: A ocupação atual dos espaços florestais, associada ao bom potencial produtivo e à aptidão florestal, aponta para a promoção da floresta de produção. 15 Estes objetivos não se adequam à realidade do território do concelho de Cinfães. R01 | Caracterização e Di agnóstico 138 | P á g i n a RPDM de Cinfães Pontos fortes Área com elevado valor para a conservação, Rio Paiva; Vegetação ripícola com Alnus glutinosa e Salix spp relativamente bem conservada e frequentemente bordejada por carvalhais de Quercus robur fragmentários; Elevado potencial produtivo e considerável aptidão florestal; Tradição para a cultura lenhosa; Proximidade à indústria da celulose; Elevado nível de gestão florestal da maior parte das áreas exploradas pelas celuloses; Rede viária florestal satisfatória; Presença do movimento associativo; Elevado potencial para a pesca nas águas interiores. Limitações/ameaças Propriedade florestal de pequena dimensão e pulverizada; Ausência de cadastro da propriedade; Presença de algumas áreas invadidas pelas acácias; Extensas áreas de povoamentos monoculturais de eucaliptos; Ausência de gestão dos espaços florestais não pertencentes as celuloses; Risco de erosão elevado motivado por solos instáveis torna esta zona sensível sob o ponto de vista da conservação do solo. Objetivos específicos Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e Pinheiro manso, com função de proteção das encostas do Douro; R01 | Caracterização e Di agnóstico 139 | P á g i n a RPDM de Cinfães Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e Pinheiro manso, com função de produção de cortiça e pinhão; Adaptar as práticas silvícolas e maior rigor na seleção das espécies, em situações de elevado risco de erosão; Desenvolver o ordenamento cinegético; Potenciar expandir o ordenamento aquícola; Garantir um mosaico paisagístico diversificado, compatibilizando as atividades florestais e vitivinícolas; Expandir a produção de produtos associados, nomeadamente o medronho e o mel; Adequar a gestão dos espaços florestais às necessidades de conservação de habitats, de fauna e de flora classificada. RIBADOURO – MONTEMURO Funcionalidades 1. Conservação dos habitats, de espécies de fauna e flora e de geomonumentos: A presença da figura de conservação, impõe a conservação de diferentes espécies da fauna e flora, proporcionando uma valorização crescente desta área; 2. Proteção: Os solos apresentam grande suscetibilidade à erosão, acelerada pelo acidentado do terreno e pressão silvopastoril; A proteção às folhosas ripícolas nas cabeceiras de linhas de água é fundamental para a manutenção do equilíbrio hidrológico. O elevado risco de incêndio, aconselha a tomar algumas providências para proteção das manchas florestais; 3. Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores: Significativa utilização silvopastoril. Os recursos hídricos existentes apontam no sentido da promoção da pesca. R01 | Caracterização e Di agnóstico 140 | P á g i n a RPDM de Cinfães Pontos fortes Presença da figura de conservação; Potencial para as atividades de silvopastorícia e pesca; Possibilidade de expansão florestal; Unidades de gestão com dimensão, administradas pelo estado (perímetros florestais); A criação de melhores acessos ao espaço florestal provocado pela presença da exploração de energia eólica; Presença de espécies promotoras da conservação dos níveis freáticos. Limitações/ameaças Elevada pressão silvopastoril; Extensas áreas de matos sem vegetação arbórea; Ausência de cadastro da propriedade; Relativa continuidade das manchas de pinheiro; Zona sensível do ponto de vista da conservação do solo; Conflito de usos: silvopastorícia/floresta; Elevado risco de incêndio. Objetivos específicos Adaptar as práticas silvícolas e ser mais rigoroso na escolha das espécies, em situações de elevado risco de erosão; Fomentar o potencial do turismo de natureza desta sub-região, aliada aos valores de conservação e a diversidade florística e faunística; Expandir a produção de produtos associados; R01 | Caracterização e Di agnóstico 141 | P á g i n a RPDM de Cinfães Compartimentar as áreas arborizadas contínuas e/ou monoespecíficas através do aproveitamento da regeneração natural de espécies autóctones menos suscetíveis aos incêndios ou ainda pela intercalação de áreas agrícolas ou de pastagens; Proteger, conservar e potenciar a utilização de espécies autóctones. Condicionar as arborizações com espécies de rápido crescimento; Ordenar e promover a exploração dos recursos não lenhosos como a pesca, a apicultura, os cogumelos silvestres, as plantas aromáticas e medicinais, entre outros; Diversificar a arborização utilizando preferencialmente espécies autóctones, que garantam áreas de baixo nível de combustível acumulado; Recorrer ao fogo controlado para reduzir a carga de combustível das áreas arborizadas e na gestão de matos e pastoreio; Implementar nos espaços florestais sob gestão da administração pública, planos de gestão adequados e servindo de exemplos piloto para os proprietários particulares; Valorizar as áreas de matos ou incultos através do ordenamento e fomento do pastoreio, dos recursos cinegéticos, da arborização, quando possível e desejável, e de outros usos do espaço florestal; Requalificar e proteger as faixas ribeirinhas. TÂMEGA – SOUSA Funcionalidades: 1. Produção: Propriedade privada com elevado potencial e tradições silvícolas, principalmente na utilização de matos. A floresta ocupa já solos com boa aptidão, com possibilidade de aceitar outras espécies que não o pinheiro e o eucalipto; 2. Recreio e enquadramento estético da paisagem: A floresta constitui-se como, parte do mosaico agroflorestal, agente despoluidor e filtro ambiental; R01 | Caracterização e Di agnóstico 142 | P á g i n a RPDM de Cinfães 3. Proteção: Os núcleos florestais assumem grande importância para compartimentação da agricultura e dos espaços urbanos. Importante também a preservação dos corredores ecológicos nas bandas ripícolas e nas cumeadas dos montes. Pontos fortes Tradição silvícola na utilização de matos; Elevado potencial produtivo; Possibilidade de expansão florestal; Possibilidade de diversificar o coberto florestal; Proximidade relativa à indústria da celulose e presença do maior centro de transformação de madeira do país;2 Rede viária florestal satisfatória; Valor estético do mosaico agro-florestal; Agente despoluidor e filtro ambiental; Presença do movimento associativo; Existência de brigadas de sapadores florestais. Limitações/ameaças Propriedade florestal, de pequena dimensão e pulverizada; Ausência de cadastro da propriedade; Falta de gestão dos espaços florestais; Subaproveitamento do potencial produtivo; Tendência para a expansão do eucalipto na vertente Oeste; R01 | Caracterização e Di agnóstico 143 | P á g i n a RPDM de Cinfães Pressão social e industrial elevada; 16 Conflito de usos: floresta/agrícola/social; Risco de incêndio elevado e muitas ocorrências. Objetivos específicos Promover a requalificação dos povoamentos florestais e inverter a degradação destes, bem como, a sua subexploração; Controlar e minimizar o avanço das invasoras lenhosas; Compartimentar as áreas arborizadas contínuas e/ou monoespecíficas através do aproveitamento da regeneração natural de espécies autóctones menos suscetíveis aos incêndios ou ainda pela intercalação de áreas agrícolas ou de pastagens; Conceber mecanismos de proteção do solo, devido ao excesso de mobilizações na sua exploração; Criar unidades de gestão com dimensão significativa, com especial incidência no fomento do associativismo; Diversificar a arborização, recorrendo a espécies ecologicamente bem adaptadas e que garantam áreas de baixo nível de combustível acumulado; Promover a defesa do espaço florestal da pressão urbanística, evitando a disseminação da mesma; Fomentar a plantação de árvores produtoras de madeiras nobres nas áreas agrícolas abandonadas; Fomentar a plantação de árvores de não rápido crescimento nos solos de melhor aptidão florestal, tendo em vista não só a produção de lenho de qualidade, bem como, a adaptação deste espaço florestal periurbano às necessidades sociais da população residente; 16 Estes aspetos não se aplicam à realidade do território do concelho de Cinfães. R01 | Caracterização e Di agnóstico 144 | P á g i n a RPDM de Cinfães Ordenar e promover a exploração dos recursos não lenhosos como a pesca, a apicultura, os cogumelos silvestres, as plantas aromáticas e medicinais, entre outros; Criar zonas de preservação ambiental como objetivos de recreio e lazer e nichos ecológicos, com especial preocupação em defender e proteger os núcleos de quercíneas, e as manchas ripícolas; Promover e estimular a educação ambiental das populações residentes e visitantes. No que concerne a Perímetros Florestais, o concelho de Cinfães é abrangido pelo Perímetro Florestal da Serra de Montemuro, que apresenta uma área total de 3.320 ha. A ocupação deste Perímetro Florestal é maioritariamente de incultos, que ocupam cerca de 2.259 ha, o que corresponde, em termos proporcionais, a 68% da sua área. Por sua vez, cerca de 348 ha são ocupados por espaços florestais arborizados (o que corresponde a 10,5% da sua área total) e 658 ha são ocupados por áreas improdutivas (19,8% da área total). Equipamentos florestais As atividades associadas às áreas florestais representam atividades sociais que podem produzir impactes nestes espaços, tanto positivos como negativos. Se, por um lado, a presença humana é importante na área da deteção de incêndios florestais ou mesmo até como elemento dissuasor da prática de atos criminosos, por outro, poderá representar um fator de perigo, na medida em que, frequentemente, a prática de determinadas atividades de lazer e culturais contribui para a destruição do património florestal concelhio. Em termos de equipamentos florestais, constata-se que o concelho de Cinfães possui um conjunto de equipamentos de recreio, do tipo “espaço livre” ou “parques de merendas”, a saber: Parque do Ladário (freguesia de Cinfães); Parque da Trincheira (freguesia de Oliveira do Douro); Parque do Valado (freguesia de Nespereira); Parque de Nossa Senhora de Lurdes (freguesia de Nespereira); R01 | Caracterização e Di agnóstico 145 | P á g i n a RPDM de Cinfães Parque de São Pedro (freguesia de Tendais); Parque de Mourilhe (freguesia de São Cristóvão de Nogueira); Parque de Sampaio (freguesia de São Cristóvão de Nogueira); Parque de Alhões (União de Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires); Parque de Barrondes (freguesia de Tendais); Parque de Barriguda (freguesia de Tendais); Parque de Azevedo (freguesia de Tendais); Parque de Pias (freguesia de Tendais); Parque de Ribeira de Piães (freguesia de Santiago de Piães); Parque de Souselo (freguesia de Souselo); Parque de Oliveira do Douro (freguesia de Oliveira do Douro); Parque de Bustelo (União de Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires); Parque de Gralheira (União de Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires) R01 | Caracterização e Di agnóstico 146 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 17: Equipamentos florestais de recreio do concelho de Cinfães Fonte: PMDFCI de Cinfães, Caderno I (GeoAtributo, 2015). 4.3.2 RISCO DE INCÊNDIO FLORESTAL Um dos elementos a considerar no planeamento municipal, no que concerne ao uso dos solos e à compatibilização dos mesmos é, no âmbito da floresta, o risco de incêndio florestal. A atualização do quadro legislativo referente ao fenómeno dos incêndios florestais tornou-se evidente aquando dos grandes incêndios que deflagraram nos anos de 2003 e 2004. Essa atualização passou pela revogação de alguns conteúdos do Decreto Regulamentar n.º 55/81, de 18 de dezembro, e pela publicação do Decreto-Lei n.º 156/2004, de 30 de junho, que mais recentemente foi revogado pelo Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, alterado pelos DecretosLei n.º 15/2009 e 17/2009, de 14 de janeiro, n.º 114/2001, de 30 de novembro, e n.º 83/2014, de 23 de maio. O surgimento dos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) têm como base o Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, tendo vindo substituir os Planos Municipais de Intervenção na Floresta (PMIF), impostos pelo Decreto-Lei nº423/93, de 31 de dezembro. Em concreto, a estrutura base do PMDFCI está prevista na Portaria n.º 1139/2006, de 25 de outubro. R01 | Caracterização e Di agnóstico 147 | P á g i n a RPDM de Cinfães De acordo com a referida Portaria, a carta de risco de incêndios constitui um dos elementos a incluir no PMDFCI, sendo que, a inclusão desta carta no PDM está relacionada com o estabelecido no artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, segundo o qual “(...) a construção de edificações para habitação, comércio, serviços e indústria é interdita nos terrenos classificados nos PMDFCI com risco de incêndio elevado ou muito elevado sem prejuízo das infraestruturas definidas nas redes regionais de defesa da floresta contra incêndios”. O PMDFCI de Cinfães, datado de 2015, apresenta a distribuição espacial do risco de incêndio florestal para o concelho de Cinfães, de acordo com as cinco classes de risco, nomeadamente as classes muito baixa, baixa, média, alta e muito alta (Mapa 18). Mapa 18: Risco de incêndio florestal para o concelho de Cinfães Fonte: PMDFCI de Cinfães, Caderno II (GeoAtributo, 2015). É assim percetível que a classe de risco predominante é a classe baixa, abrangendo cerca de 52% da área total do concelho de Cinfães. Por sua vez, a classe média incide em 24% do território concelhio, a classe alta representa 14% da área total, a classe muito alta corresponde a 9% do concelho de Cinfães e, finalmente, a classe de risco muito baixo incide apenas em 1% da área total ocupada pelo concelho em análise. A análise relativa aos incêndios florestais surge da obrigatoriedade de identificação das áreas percorridas por incêndios florestais e da sua identificação como condicionante ao uso do solo. De R01 | Caracterização e Di agnóstico 148 | P á g i n a RPDM de Cinfães acordo com o Decreto-Lei n.º 327/90, de 22 de outubro, alterado pela Lei n.º 54/91, de 8 de agosto, e Decreto-Lei n.º 34/99, de 05 de fevereiro, por sua vez revogado pelo Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro, o ordenamento da floresta deve ser “contemplado no âmbito das preocupações do ordenamento do território e, consequentemente, ter expressão efetiva ao nível dos instrumentos de planeamento, designadamente no que concerne aos planos diretores municipais”. De acordo com o disposto no artigo 1.º do Decreto-Lei atrás referido: Neste sentido, afigura-se pertinente que seja realizada uma análise, ainda que sumária, do histórico de incêndios florestais ocorridos no concelho de Cinfães. O histórico apresentado tem por base os dados disponibilizados pela entidade de tutela, para o período compreendido entre 2004 e 2013. De modo a enquadrar o histórico dos incêndios florestais ocorridos no concelho de Cinfães, procedeu-se à apresentação do número total de ocorrências e da área total ardida, para o período entre 2004 e 2013, para os concelhos que integram o PROF Tâmega (Figura 16). Assim, observa-se que o concelho de Cinfães se encontra entre os concelhos que registam um maior número total de ocorrências entre 2004 e 2013, juntamente com os concelhos de Marco de Canaveses, Amarante, Paredes, Penafiel e Cabeceiras de Basto. Relativamente à área total ardida, Cinfães ocupa um lugar de destaque, correspondendo ao segundo concelho, entre aqueles que integram a região do PROF Tâmega, que apresentam maior área total ardida. Assim, na década compreendida entre 2004 e R01 | Caracterização e Di agnóstico 149 | P á g i n a RPDM de Cinfães 2013 registaram-se em Cinfães um total de 5.051 incêndios florestais responsáveis por uma área total ardida igual a 10.705 ha. R01 | Caracterização e Di agnóstico 150 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 16: Número de ocorrências e área total ardida nos concelhos do PROF Tâmega, entre 2004 e 2013 Fonte: ICNF, 2015. R01 | Caracterização e Diagnóstico 151 | P á g i n a RPDM de Cinfães Analisando agora a distribuição anual do número de ocorrências e da área ardida entre 2004 e 2013, constata-se que o ano mais crítico em termos de ocorrências corresponde ao ano de 2009, registando-se 529 ocorrências. Por sua vez, o ano em que se verificou uma maior área ardida corresponde ao ano de 2005 (2.341,6 ha), seguindo-se os anos de 2004 e 2010 (2220,5 ha e 1896,9 ha, respetivamente). Outra ilação obtida através da análise da Figura 17 que o número de ocorrências é bastante irregular, não sendo assim possível estabelecer uma correspondência entre o número de ocorrências e a área ardida. Figura 17: Distribuição anual da área ardida e número total de ocorrências no concelho de Cinfães, entre 2004 e 2013 2500 600 500 400 1500 300 1000 200 500 0 área ardida (2004-2013) 100 2004 2005 2006 2007 2220,5 2341,6 1012,8 365,7 n.º ocorrências (2004-2013) 246 490 297 256 2008 2009 2010 2011 2012 2013 0 75,5 1671,2 1896,9 501,1 504,3 1505,7 160 529 276 397 293 287 Fonte: PMDFCI de Cinfães, Caderno I (GeoAtributo, 2015). Pormenorizando a análise do histórico de incêndios florestais por freguesia (Figura 18), observa-se que, em termos médios do último quinquénio, as freguesias com maior área ardida correspondem a União de Freguesias de Bustelo, Gralheira e Ramires (226,6 ha) e Nespereira (198,0 ha). Quanto ao número de ocorrências, as freguesias em que o cenário se apresenta mais crítico dizem respeito a Santiago de Piães (43 ocorrências), Cinfães (38 ocorrências) e Nespereira (33 ocorrências). Relativamente ao ano de 2013, os valores mais elevados em termos de ocorrências observaram-se em Santiago de Piães (67 ocorrências) e São Cristóvão de Nogueira (33 ocorrências), enquanto que, em termos de área queimada, a União de Freguesias de Bustelo, Gralheira e Ramires registou um valor significativamente mais elevado (1133,1 ha) comparativamente com as restantes. R01 | Caracterização e Diagnóstico 152 | P á g i n a N.º ocorrências Área ardida (ha) 2000 RPDM de Cinfães Figura 18: Distribuição da área ardida e do número de ocorrências em 2013 e média do quinquénio (2008-2012), por freguesia Fonte: PMDFCI de Cinfães, Caderno I (GeoAtributo, 2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 153 | P á g i n a RPDM de Cinfães Finalmente, analisa-se a área ardida correspondente a espaços florestais, observando-se, durante o último quinquénio, a clara preponderância da área ardida em matos comparativamente com a área ardida em povoamentos. Esta diferença apresenta-se mais expressivas nos primeiros dois anos da década em análise. No referido período, o peso da área ardida em matos corresponde a cerca de 86% da área ardida em povoamentos. Área ardida (ha) Figura 19: Área ardida em espaços florestais no concelho de Cinfães, entre 2009 e 2013 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 2009 2010 2011 2012 2013 área ardida em matos (2009-2013) 1303,7 1809,0 448,5 408,6 1263,9 área ardida em povoamentos (20092013) 367,5 87,9 52,5 95,7 241,8 Fonte: PMDFCI de Cinfães, Caderno I (GeoAtributo, 2015). A representação anual das áreas ardidas no território concelhio de Cinfães é exposta no mapa seguinte. Mapa 19: Áreas ardidas no concelho de Cinfães, entre 2004 e 2013 Fonte: PMDFCI de Cinfães, Caderno I (GeoAtributo, 2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 154 | P á g i n a RPDM de Cinfães 5 POPULAÇÃO E ATIVIDADES 5.1 DEMOGRAFIA A análise das dinâmicas demográficas constitui um fator preponderante para a compreensão de um determinado território, sendo assim fundamental para o processo de planeamento e ordenamento de uma região. No presente ponto será analisado um conjunto de indicadores que permitirão conhecer e avaliar a realidade demográfica do concelho de Cinfães, nomeadamente: população residente, taxa de natalidade e taxa de mortalidade, estrutura etária da população, densidade populacional e níveis de instrução da população. De acordo com o estudo denominado “A situação demográfica recente em Portugal”17, entre 2001 e 2009 Portugal tem vindo a crescer de forma pouco acentuada, sendo que o crescimento observado resulta quase em exclusivo do saldo migratório. Quanto ao salto natural, este tem-se apresentado diminuto, apresentado uma média negativa nos três últimos anos. Relativamente ao processo de envelhecimento demográfico, este tem vindo a acentuar-se, com a fecundidade a assumir níveis bastante inferiores aos necessários para renovar as gerações e a longevidade a aumentar. 5.1.1 POPULAÇÃO RESIDENTE De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a população residente diz respeito ao “conjunto de pessoas que, independentemente de estarem presentes ou ausentes num determinado alojamento no momento de observação, viveram no seu local de residência habitual por um período contínuo de, pelo menos, 12 meses anteriores ao momento de observação, ou que chegaram ao seu local de residência habitual durante o período correspondente aos 12 meses anteriores ao momento de observação, com a intenção de aí permanecer por um período mínimo de um ano”. No concelho de Cinfães tem-se assistido a um decréscimo da população residente ao longo dos últimos anos, à semelhança do verificado na maioria dos outros concelhos que integram a NUT III – Tâmega, sendo que em 2011 a população residente no concelho em análise representava apenas 3,4% da população total da sub-região do Tâmega. 17 In Revista de Estudos Demográficos – 2.º Semestre de 2010, Maria José Carrilho, Lurdes Patrício R01 | Caracterização e Diagnóstico 155 | P á g i n a RPDM de Cinfães À data dos Censos 2011, a população residente no concelho de Cinfães era de 20.427 habitantes, o que representa uma diminuição de 8,9% comparativamente com o momento censitário anterior, no qual se regista um total de 22.424 indivíduos a residir neste concelho. Com efeito, analisando os dois últimos momentos censitários (Censos 2001 e Censos 2011), constata-se que a variação da população residente nas várias freguesias tem sido negativa, sendo a freguesia sede do concelho a única a apresentar um aumento do número de habitantes. Quadro 30: População residente em Cinfães, por freguesia, e respetiva variação relativa POPULAÇÃO RESIDENTE 2001 POPULAÇÃO RESIDENTE 2011 VARIAÇÃO (%) Cinfães 3290 3395 3,2 Espadanedo 1406 1318 -6,3 Ferreiros de Tendais 802 695 -13,3 Fornelos 835 703 -15,8 Moimenta 468 408 -12,8 Nespereira 2217 1977 -10,8 Oliveira do Douro 1785 1529 -14,3 Santiago de Piães 2027 1797 -11,3 São Cristóvão de Nogueira 2215 1930 -12,9 Souselo 3407 3202 -6,0 Tarouquela 1339 1242 -7,2 Tendais 894 807 -9,7 Travanca 959 829 -13,6 União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 780 595 -23,7 22424 20427 -8,9 FREGUESIA Concelho de Cinfães Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 156 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 20: População residente no concelho de Cinfães (2011) e respetiva variação relativa (2001 e 2011) Fonte: GeoAtributo (2015). 5.1.2 TAXAS DE NATALIDADE E MORTALIDADE Segundo o INE, a taxa bruta de natalidade é definida como o “número de nados vivos ocorrido durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de nados vivos por 1000 (10^3) habitantes) ”. Em Portugal, a taxa bruta de natalidade tem vindo a diminuir entre 2000 e 2007, tendo apresentado um ligeiro aumento no ano de 2008 e 2010 (comparativamente com os anos anteriores), para depois decrescer novamente até ao último ano analisado, ou seja 2013, ano em que atinge o seu valor mínimo (7,9 ‰). No concelho de Cinfães a taxa bruta de natalidade, entre 2000 e 2013, temse apresentando quase sempre inferior à observada nas unidades territoriais nas quais este concelho se insere, tendo, em 2012, atingido o seu valor mais baixo para o período analisado, ou seja, 6,7 nascimentos por cada 1.000 habitantes. Em termos médios, a taxa bruta de natalidade em Cinfães, entre 2000 e 2013, é ligeiramente inferior à taxa bruta de natalidade média de Portugal Continental, ou seja, a taxa bruta de natalidade média para Cinfães é de 8,8‰ e para o Continente é de 9,9‰. R01 | Caracterização e Diagnóstico 157 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 20: Evolução da taxa bruta de natalidade no concelho de Cinfães e nas NUT em que se insere, entre 2000 e 2013 15 Permilagem 12 9 6 3 0 2000 2001 2002 2003 2004 Continente 2005 2005 Norte 2007 2008 Tâmega 2009 2010 2011 2012 2013 Cinfães Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). A taxa bruta de mortalidade corresponde ao “número de óbitos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de óbitos por 1000 (10^3) habitantes) ” (INE, 2015). Em Portugal Continental a taxa bruta de mortalidade tem-se mantido sensivelmente constante ao longo dos 14 anos em análise, tendo atingido os seus valores mínimos em 2004 e 2006, em que, por cada 1.000 habitantes, foram registados 9,7 óbitos. No que concerne ao concelho de Cinfães, a taxa bruta de mortalidade tem sido superior, em todos os anos, à registada nas unidades territoriais em que está integrado, com destaque para o ano de 2003, em que se atingiu a taxa bruta de mortalidade mais elevada, sendo que, por cada 1.000 habitantes, foram registados 13,1 falecimentos. O valor médio da taxa bruta de mortalidade, para o concelho de Cinfães, entre 2000 e 2013 é de 11,1 ‰, valor ligeiramente superior ao valor médio nacional deste parâmetro para o mesmo período (10,0‰). R01 | Caracterização e Diagnóstico 158 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 21: Evolução da taxa bruta de mortalidade no concelho de Cinfães e nas NUT em que se insere, entre 2000 e 2013 15 Permilagem 12 9 6 3 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Continente 2005 Norte 2007 2008 2009 Tâmega 2010 2011 2012 2013 Cinfães Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). 5.1.3 ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO O conceito do envelhecimento demográfico traduz-se no aumento do número de habitantes com 65 ou mais anos e/ou no decréscimo do número de habitantes com menos de 15 anos. Para efetuar esta análise, a população residente foi repartida em quatro grandes grupos etários: crianças (efetivos com menos de 14 anos), jovens (indivíduos com idade entre os 15 e os 24 anos), adultos (indivíduos com idade entre os 25 e os 64 anos) e população idosa (indivíduos com 65 ou mais anos). Os baixos índices de natalidade, associados a um aumento da esperança média de vida à nascença proporcionam o cenário de envelhecimento demográfico a que se tem assistido nos últimos anos em Portugal. O concelho de Cinfães tem acompanhado esta tendência, sendo que, entre 1991 e 2011 a população jovem diminuiu cerca de 24%, enquanto que o número de idosos aumentou aproximadamente 2%. Em termos da população total, o número de indivíduos com 65 ou mais anos tem um peso significativo, uma vez que representam cerca de 21% da população total, enquanto que os jovens representam cerca de 15% da população total residente em Cinfães. A maior proporção da população diz respeito aos adultos, uma vez que, em cada 100 habitantes, 53 têm entre 25 e 64 anos. R01 | Caracterização e Diagnóstico 159 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 22: Estrutura etária da população residente em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2011 100 Percentagem 75 65 e mais anos 25 - 64 anos 50 15 - 24 anos 0 - 14 anos 25 0 NUT I - Continente NUT II - Norte NUT III - Tâmega Cinfães Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). No que concerne às freguesias do município de Cinfães, constata-se que o cenário é análogo, ou seja, está também patente o fenómeno do envelhecimento demográfico. As freguesias com cenário mais negativo são Tendais, Ferreiros de Tendais e a União das freguesias de Alhões, Bustelo, Galheira e Ramires, nas quais os indivíduos idosos assumem a maior proporção na população residente, enquanto que os jovens (0 – 14 anos) assumem a menor representatividade. Mapa 21: População residente no concelho de Cinfães, por grupo etário, em 2011 Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 160 | P á g i n a RPDM de Cinfães As freguesias que concentram um maior número de jovens são Cinfães, Souselo, São Cristóvão de Nogueira e Nespereira, sendo que estas correspondem também às freguesias em que o número de idosos é superior. Quadro 31: População residente no concelho de Cinfães, por grupo etário, em 2011 INDIVÍDUOS POR GRUPO ETÁRIO (N.º) FREGUESIA 0 – 14 anos 15 – 24 anos 25 – 64 anos 65 e mais anos Cinfães 559 376 1809 651 Espadanedo 203 173 719 223 Ferreiros de Tendais 90 82 306 217 Fornelos 85 73 358 187 Moimenta 55 34 215 104 Nespereira 263 240 994 480 Oliveira do Douro 213 199 767 350 Santiago de Piães 265 248 967 317 São Cristóvão de Nogueira 305 232 1040 353 Souselo 514 373 1781 534 Tarouquela 193 159 682 208 Tendais 99 70 350 288 Travanca 122 109 455 143 União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 56 67 301 171 3.022 2.435 10.744 4.226 Concelho de Cinfães Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). 5.1.4 DENSIDADE POPULACIONAL A densidade é um fator preponderante quando se analisa a dinâmica demográfica de um determinado território, permitindo compreender a relação entre o número de indivíduos que aí habitam e a superfície do mesmo. De acordo com o INE, em 2011 a densidade populacional de Cinfães era de 85 hab/km2, o que traduz um decréscimo de 7,5 hab/km2 comparativamente com 2001, o que representa um decréscimo de 8,1% na última década. As freguesias com maior número de habitantes por quilómetro quadrado são Souselo (349,1 hab/km2), Espadanedo (248,5 hab/km2), Travanca (166,6 hab/km2) e Cinfães (133,5 hab/km2), constatando-se inclusive que a densidade populacional da freguesia de Cinfães chega a ser superior R01 | Caracterização e Diagnóstico 161 | P á g i n a RPDM de Cinfães à média concelhia. Em oposição, a União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires (20,79 hab/km2) e Tendais (25,4 hab/km2) correspondem às freguesias em que a densidade populacional é a mais baixa. Quadro 32: Densidade populacional de Cinfães, por freguesia, em 2001 e 2011 e respetiva variação relativa FREGUESIA DENSIDADE POPULACIONAL VARIAÇÃO (%) 2001 2011 Cinfães 127,77 133,5 4,5 Espadanedo 257,84 248,5 -3,6 Ferreiros de Tendais 49,40 43,5 -11,9 Fornelos 93,24 69,7 -25,2 Moimenta 73,08 62,4 -14,6 Nespereira 58,11 54,9 -5,5 Oliveira do Douro 140,90 108,2 -23,2 Santiago de Piães 117,81 102,2 -13,3 São Cristóvão de Nogueira 118,42 106,3 -10,2 Souselo 405,68 349,1 -13,9 Tarouquela 188,30 186,9 -0,7 Tendais 28,99 25,4 -12,4 Travanca 144,31 166,6 15,4 União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 16,80 20,79 23,8 Concelho de Cinfães 92,94 85,4 -8,1 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Em termos de variação do número de habitantes por quilómetro quadrado no período intercensitário entre 2001 e 2011 observa-se que Fornelos e Oliveira do Douro registaram variações negativas superiores a 23%. Importa, contudo, referir as freguesias cuja variação foi positiva, ou seja, em que houve um aumento da densidade populacional, nomeadamente Cinfães (4,5%), Travanca (15,4%) e União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires (23,8%). R01 | Caracterização e Diagnóstico 162 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 22: Densidade populacional em Cinfães, em 2011 Fonte: GeoAtributo (2015). 5.1.5 NÍVEL DE INSTRUÇÃO DA POPULAÇÃO De forma a caracterizar o nível de instrução da população do município de Cinfães, proceder-se-á à análise da taxa de analfabetismo e do grau de escolaridade. O INE define a taxa de analfabetismo como uma variável que considera como “referência a idade a partir da qual um indivíduo que acompanhe o percurso normal do sistema de ensino deve saber ler e escrever”, considerando que essa idade “corresponde aos 10 anos, equivalente à conclusão do ensino básico primário”. Entre 2001 e 2011 assistiu-se um decréscimo da taxa de analfabetismo no território Português, devido, essencialmente, a dois fatores: por um lado, dá-se a substituição gradual da população idosa, que normalmente apresentam índices de analfabetismo mais elevados e, por outro lado, há uma maior escolarização da população em idade escolar. O cenário de decréscimo da taxa de analfabetismo esteve também presente na NUT II – Norte, em que este indicador passou de 8,34% em 2001 para 5,00% em 2011, e na NUT III – Tâmega, em que a taxa de analfabetismo passou de 10,20% em 2001 para 6,22% em 2011. Em Cinfães foi também verificada uma diminuição dos níveis de analfabetismo, tendo esta sido, inclusive, superior ao observado nas unidades territoriais em que o concelho se insere. Assim, o valor da taxa de R01 | Caracterização e Diagnóstico 163 | P á g i n a RPDM de Cinfães analfabetismo registado em 2001 era igual a 14,82% e em 2011 era de 9,33%, correspondendo assim a um decréscimo de 5,49%. Figura 23: Taxa de analfabetismo em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2001 e 2011 e respetiva variação Cinfães NUT III - Tâmega NUT II - Norte NUT I - Continente % -10 -5 0 2001 5 2011 10 15 20 25 30 Variação (2001-2011) Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Contudo, apesar do decréscimo verificado na década em análise, a taxa de analfabetismo no concelho de Cinfães apresenta-se elevada, uma vez que em cada 100 indivíduos com mais de 10 anos, 9 não sabem ler nem escrever. Pormenorizando a análise da taxa de analfabetismo por freguesia, verifica-se que a União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires evidencia-se significativamente das restantes freguesias, pelo valor bastante elevado da taxa de analfabetismo que apresenta (56,0%). Com valores também elevados deste parâmetro destacam-se Ferreiros de Tendais (17,2%), Oliveira do Douro (13,0%) e a União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires (14,9%). Quadro 33: Taxa de analfabetismo em Cinfães em 2001 e 2011 e respetiva variação relativa FREGUESIA TAXA DE ANALFABETISMO (%) VARIAÇÃO (%) 2001 2011 Cinfães 13,0 7,6 -42,1 Espadanedo 9,2 5,3 -42,5 Ferreiros de Tendais 23,0 17,2 -25,1 Fornelos 15,0 8,5 -43,3 Moimenta 14,0 8,2 -41,5 Nespereira 17,8 10,6 -40,6 R01 | Caracterização e Diagnóstico 164 | P á g i n a RPDM de Cinfães FREGUESIA TAXA DE ANALFABETISMO (%) VARIAÇÃO (%) 2001 2011 Oliveira do Douro 20,5 13,0 -36,5 Santiago de Piães 15,1 10,1 -32,8 São Cristóvão de Nogueira 16,2 10,3 -36,2 Souselo 11,6 7,8 -32,6 Tarouquela 10,5 6,5 -38,1 Tendais 19,5 12,1 -37,9 Travanca 11,5 7,4 -35,6 União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 20,3 14,9 -26,6 Concelho de Cinfães 14,8 9,3 -37,0 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Quanto à variação da taxa de analfabetismo no período intercensitário em análise, todas as freguesias apresentaram uma diminuição da taxa de analfabetismo superior a 25%, com maior relevância nas freguesias de Fornelos (-43,3%), Espadanedo (-42,5%), Cinfães (-42,1%) e Moimenta (-41,5%). No que concerne ao nível de escolaridade mais elevado completo, constata-se que em todas as NUT a maior proporção diz respeito a indivíduos que apenas concluíram o 1.º Ciclo do Ensino Básico (antiga quarta classe), com a proporção relativa à ausência de qualificação académica a apresentar também um peso significativo. Quanto ao ensino superior, observa-se que, em Portugal Continental à data dos Censos 2011, apenas 12 em cada 100 habitantes possui um nível académico superior. R01 | Caracterização e Diagnóstico 165 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 24: População residente em Cinfães e nas NUT em que se insere, segundo o nível de escolaridade mais elevado compelo 100 Percentagem 80 60 40 20 0 NUT I - Continente Nenhum Básico - 1.º ciclo NUT II - Norte Básico - 2.º ciclo NUT III - Tâmega Básico - 3.º ciclo Cinfães Secundário Pós-secundário Superior Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Relativamente à população residente nas várias freguesias de Cinfães de acordo com o nível de escolaridade mais elevado completo, à data dos Censos 2011, verifica-se que em quase todas as freguesias a maioria dos indivíduos tem apenas completo o 1.º ciclo do ensino básico, à exceção de Oliveira do Douro, em que o maior número de indivíduos não possui qualificação académica. Cinfães, Moimenta e Souselo destacam-se por corresponder às freguesias onde se regista o maior número de indivíduos com qualificação académica superior. Quadro 34: População residente segundo o nível de escolaridade mais elevado completo, em 2011 NÍVEL DE ESCOLARIDADE MAIS ELEVADO COMPLETO (N.º) FREGUESIA NENHUM BÁSICO 1.º CICLO BÁSICO 2.º CICLO BÁSICO 3.º CICLO SECUNDÁRIO PÓSSECUNDÁRIO SUPERIOR Cinfães 22,7 30,3 15,7 12,1 12,4 0,6 6,2 Espadanedo 18,1 39,2 21,0 11,8 6,6 0,3 3,0 Ferreiros de Tendais 29,1 35,3 18,0 10,6 5,3 0,1 1,6 Fornelos 25,0 40,5 14,9 9,7 6,0 0,6 3,3 Moimenta 31,1 33,1 17,4 8,1 5,9 0,0 4,4 Nespereira 26,9 33,0 16,5 13,9 6,9 0,2 2,8 Oliveira do Douro 30,5 29,4 18,3 13,5 5,6 0,2 2,5 Santiago de Piães 27,9 33,4 19,6 11,2 5,6 0,3 1,9 São Cristóvão de Nogueira 27,6 34,0 16,5 11,5 6,8 0,6 3,1 Souselo 23,5 31,9 20,8 12,1 7,0 0,5 4,1 R01 | Caracterização e Diagnóstico 166 | P á g i n a RPDM de Cinfães NÍVEL DE ESCOLARIDADE MAIS ELEVADO COMPLETO (N.º) FREGUESIA NENHUM BÁSICO 1.º CICLO BÁSICO 2.º CICLO BÁSICO 3.º CICLO SECUNDÁRIO PÓSSECUNDÁRIO SUPERIOR Tarouquela 22,8 31,7 23,2 12,0 6,9 0,2 3,1 Tendais 25,8 39,0 13,6 11,8 7,1 0,0 2,7 Travanca 23,8 31,2 22,6 11,7 7,4 0,2 3,1 União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 26,4 37,3 17,5 10,6 5,0 0,2 3,0 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). 5.2 ATIVIDADES ECONÓMICAS E EMPREGO 5.2.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ATIVIDADES ECONÓMICAS POR SETORES DE ATIVIDADE Nos termos do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 183/93, de 14 de maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro, a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas, adiante denominada por CAE, representa o quadro comum de classificação de atividades económicas a adotar a nível nacional. O referido diploma legal contém um anexo onde se explana a estrutura dos setores de atividade económica, que são diferenciados em três grupos principais: setor primário (Secção A), setor secundário (Secção B a F) e setor terciário (Secção G a U). No período intercensitário entre 2001 e 2011, o setor predominante em Portugal Continental era o setor terciário, sendo que “apenas os indivíduos do terciário ganhavam acima da média (em 5,2%)”18. Este setor “é constituído por um conjunto diversificado de segmentos, sendo que alguns destes segmentos marcam a diferença em termos de desenvolvimento económico dos países” (Pedroso et al., 2011). O setor terciário caracteriza-se igualmente por ser vasto, disperso e por abranger atividade de natureza diversa e diversificada, que não podem ser incluídas no setor primário nem no setor secundário. Nas NUT-II Norte e NUT-III Tâmega, assim como no concelho em análise, o cenário é análogo, com o claro predomínio do setor terciário relativamente aos setores primário e secundário. 18 Anuário Estatístico de Portugal 2011, INE. R01 | Caracterização e Diagnóstico 167 | P á g i n a RPDM de Cinfães No caso particular do concelho de Cinfães perceciona-se, contudo, que na década em análise, a população ativa no setor terciário permanece praticamente inalterada. A maior variação diz respeito ao setor primário, em que a população ativa referente a este setor decresceu cerca de 15%, representando apenas 7,8% da população empregada neste município. Figura 25: População empregada em Cinfães e nas NUT em que se insere, por setor de atividade económica Cinfães NUT III - Tâmega NUT II - Norte NUT I - Continente % 0 20 Setor Primário 40 60 Setor Secundário 80 100 Setor Terciário Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Segundo a base de dados do INE, em 2012 existiam no território concelhio um total de 1.121 empresas, sendo que cerca de 30% destas eram respeitantes a “comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos”. As empresas de “Construção” e “Alojamento, restauração e similares” assumem também alguma representatividade no território concelhio, perfazendo um total de aproximadamente 30% do número total de empresas. Em oposição, as empresas relativas a “indústrias extrativas”, “eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio”, “captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição” e “atividades de informação e de comunicação” assumem uma proporção inferior a 1% no volume total de empresas. Quadro 35: Número de empresas em Cinfães, por atividade económica (CAE), em 2012 CAE (REV. 3) N.º % Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 67 6,0 Indústrias extrativas 2 0,2 Indústrias transformadoras 60 5,4 Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 1 0,1 R01 | Caracterização e Diagnóstico 168 | P á g i n a RPDM de Cinfães CAE (REV. 3) N.º % Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição 1 0,1 Construção 179 16,0 Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos 341 30,4 Transportes e armazenagem 29 2,6 Alojamento, restauração e similares 126 11,2 Atividades de informação e de comunicação 5 0,4 Atividades imobiliárias 13 1,2 Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 55 4,9 Atividades administrativas e dos serviços de apoio 46 4,1 Educação 62 5,5 Atividades de saúde humana e apoio social 64 5,7 Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 16 1,4 Outras atividades de serviços 54 4,8 Total 1.121 100,0 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). 5.2.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO EMPREGO O INE define o desemprego como correspondendo ao “conjunto de indivíduos com idade mínima especificada, inscritos nos Centros de Emprego, que não têm emprego, que procuram um emprego e que estão disponíveis para trabalhar”. De acordo com a Publicação “ Concelhos – Estatísticas Mensais” do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o município de Cinfães registava, em dezembro de 2013, um total de 2.274 desempregados. Relativamente à diferença de géneros, constata-se que a proporção de desempregados do sexo masculino e do sexo feminino apresentam valores muito aproximados, não se verificando assim um panorama diferenciador neste aspeto. Em termos do tempo de inscrição no Centro de Emprego observa-se que cerca de metade dos desempregados estava registado há menos de um ano, enquanto que a restante população desempregada encontrava-se inscrita há pelo menos 12 meses. Finalmente, no que concerne à situação face à procura de emprego, constata-se que cerca de 15% dos desempregados está à procura do primeiro emprego, enquanto que os restantes 85% encontra-se à procura de novo emprego. R01 | Caracterização e Diagnóstico 169 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 36: Género, tempo de inscrição e situação face à procura de emprego da população desempregada de Cinfães, em dezembro de 2013 GÉNERO TEMPO DE INSCRIÇÃO SITUAÇÃO FACE À PROCURA DE EMPREGO NÚMERO PERCENTAGEM Homens 1120 49,3 Mulheres 1154 50,7 Menos de 1 ano 1132 49,8 1 Ano ou mais 1142 50,2 1.º Emprego 346 15,2 Novo emprego 1928 84,8 Fonte: Concelhos – Estatísticas mensais, IEFP (dezembro, 2013). Quanto ao número de desempregados por grupo etário, o IEFP dá conta que, em final de 2013, cerca de metade da população desempregada de Cinfães (48%) inseria-se no grupo etário dos 35 aos 54 anos. Por sua vez, os desempregados do grupo etário mais elevado (55 e mais anos) representavam 20% da população total desempregada, seguindo-se os indivíduos desempregados com idades entre os 25 e os 34 anos (17%) e, finalmente, a população desempregada com menos de 25 anos (15%). Figura 26: Desemprego registado em Cinfães segundo o grupo etário, em dezembro de 2013 20% 48% 15% 17% Menos de 25 anos 25 - 34 anos 35 - 54 anos 55 e mais anos Fonte: Concelhos – Estatísticas mensais, IEFP (dezembro, 2013). Analisando a proporção de desempregados segundo os 6 níveis de escolaridade, nomeadamente inferior ao 1.º Ciclo do Ensino Básico, 1.º Ciclo do Ensino Básico, 2.º Ciclo do Ensino Básico, 3.º Ciclo do Ensino Básico, Secundário e Ensino Superior, verifica-se a predominância da população com o nível de escolaridade relativo ao 1.º Ciclo (33%). Seguem-se os indivíduos que completaram o 2.º R01 | Caracterização e Diagnóstico 170 | P á g i n a RPDM de Cinfães Ciclo do Ensino Básico (5.º e 6.º anos de escolaridade) (20% da população desempregada), os desempregados que possuem o ensino secundário (18%) e os efetivos que completaram o 3.º Ciclo do Ensino Básico (16%). Numa proporção menor encontram-se os indivíduos com habilitações inferiores (inferior ao 1.º Ciclo do Ensino Básico) e os indivíduos com curso superior. Figura 27: Desemprego registado em Cinfães por níveis de escolaridade, em dezembro de 2013 20% 16% 18% 33% 6% 7% < 1º Ciclo EB 1º Ciclo EB 2º Ciclo EB 3º Ciclo EB Secundário Superior Fonte: Concelhos – Estatísticas mensais, IEFP (dezembro, 2013). Outra constatação importante é a enorme discrepância entre o número de desempregados inscritos e o número de ofertas recebidas, sendo que dos 205 desempregados inscritos no centro de emprego, foram recebidas apenas duas ofertas de emprego. Relativamente ao motivo de inscrição dos desempregados do concelho de Cinfães no Centro de Emprego, verifica-se que mais de metade destes (60%) efetuou a sua inscrição por “fim de trabalho não permanente” . “Outros motivos” e “Ex-inativos” representam cerca de 30% dos motivos que originam a inscrição destes desempregados no Centro de Emprego, em dezembro de 2013. Os restantes 10% devem-se aos seguintes motivos: “despedido” (6%), “trabalho por contra própria” (2%), “despediu-se” (1%) e “despedimento por mútuo acordo” (1%). R01 | Caracterização e Diagnóstico 171 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 28: Desemprego registado em Cinfães por motivos de inscrição, em dezembro de 2013 2% 16% 60% 14% 6% 1% Ex-inativos Despedimento mútuo acordo Outros motivos 1% Despedido Fim trab. não permanente Despediu-se Trab. conta própria Fonte: Concelhos – Estatísticas mensais, IEFP (dezembro, 2013). O INE define a população ativa como correspondendo ao “conjunto de indivíduos com idade mínima de 15 anos que, no período de referência, constituíam a mão-de-obra disponível para a produção de bens e serviços que entram no circuito económico (empregados e desempregados)”. Por outro lado, de acordo com a mesma entidade, a população inativa corresponde ao “conjunto de indivíduos, qualquer que seja a sua idade que, no período de referência, não podiam ser considerados economicamente ativos, isto é, não estavam empregados, nem desempregados, nem a cumprir o Serviço Militar Obrigatório”. À data dos Censos 2011, o total da população ativa em Cinfães era de 7.598 indivíduos e o total da população ativa era de 12.829 pessoas. Em termos do número de indivíduos ativos por grupo etário, constata-se que a maior proporção da população ativa tem idade compreendida entre os 15 e os 60 anos, correspondendo a 96% do total de indivíduos ativos, em 2011, no concelho de Cinfães. Relativamente à população inativa, esta assume superioridade comparativamente com a população ativa nos restantes grupos etários, com especial relevância para os indivíduos com mais de 70 anos. Mais uma vez está patente o cenário tendencial de envelhecimento populacional que se tem feito sentir ao longo dos últimos anos. R01 | Caracterização e Diagnóstico 172 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 29: População ativa e população inativa de Cinfães, por grupo etário, em 2011 N.º de indivíduos 8000 6000 4000 2000 0 Menos de 15 anos 15 - 60 anos 61 - 65 anos População ativa 66 - 70 anos Mais de 70 anos População inativa Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Em termos da distribuição da população empregada e desempregada por grupo etário, em 2011, constata-se que são as faixas etárias mais jovens aquelas que sentem mais dificuldades em integrar o mercado de trabalho, nomeadamente os grupos etários dos 20 aos 24 anos e dos 25 aos 29 anos. Por outro lado, relativamente à população empregada, há uma predominância do número de indivíduos com idade adulta, com maior relevância para os efetivos com idade entre os 30 e os 49 anos. Constata-se ainda que não se registam, à data dos Censos 2011, indivíduos desempregados de idade superior a 65 anos e que a menor proporção de desempregados insere-se nas faixas etárias dos 15 – 19 anos e dos 60 – 64 anos. Figura 30: População empregada e população desempregrada em Cinfães, por grupo etário, em 2011 1000 N.º de indivíduos 800 600 400 200 População empregada R01 | Caracterização e Diagnóstico 65 e mais anos 60 - 64 anos 55 - 59 anos 50 - 54 anos 45 - 49 anos 40 - 44 anos 35 - 39 anos 30 - 34 anos 25 - 29 anos 20 - 24 anos 15 - 19 anos 0 População desempregada 173 | P á g i n a RPDM de Cinfães Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Outro aspeto que interessa conhecer relativamente à caracterização geral do emprego no concelho de Cinfães é o local de trabalho ou estudo da população residente em Cinfães. Assim, de acordo com os dados dos Censos 2011, observa-se que 56% da população reside e trabalha ou estuda no concelho de Cinfães. Relativamente à restante população empregada/estudante, 30% exerce esta atividade noutro município e, os restantes 13%, encontram-se a trabalhar/estudar no estrangeiro. Figura 31: População empregada/estudante em Cinfães, por local de trabalho/estudo, em 2011 30% 56% 13% Reside e trabalha ou estuda no concelho de residência Noutro municipio No estrangeiro Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Finalmente, importa analisar a origem económica do emprego presente no concelho de Cinfães, através da análise da população empregada por atividade económica (CAE Rev. 3). Constata-se assim que a maior atividade empregadora em 2011 em Cinfães era a ”construção”, abrangendo 32% da população. Segue-se o “c mércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos” que emprega cerca de 11% da população residente, importando referir que as restantes atividades económicas empregam, individualmente, menos der 10% da população. Outra constatação importante é a empregabilidade quase residual das seguintes atividades (todas com uma empregabilidade inferior a 0,7%): “atividades imobiliárias”, “atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas”, “captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição”, “indústrias extrativas”, “atividades de informação e de comunicação”, “atividades financeiras e de seguros” e “eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio”. R01 | Caracterização e Diagnóstico 174 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 37: População empregada por atividade económica (CAE Rev. 3) em Cinfães, em 2011 CAE (REV. 3) N.º % Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 475 7,8 Indústrias extrativas 24 0,4 Indústrias transformadoras 384 6,3 Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 42 0,7 Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição 24 0,4 Construção 2189 36,0 Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos 662 10,9 Transportes e armazenagem 186 3,1 Alojamento, restauração e similares 314 5,2 Atividades de informação e de comunicação 32 0,5 Atividades financeiras e de seguros 35 0,6 Atividades imobiliárias 4 0,1 Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 78 1,3 Atividades administrativas e dos serviços de apoio 159 2,6 Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória 377 6,2 Educação 500 8,2 Atividades de saúde humana e apoio social 294 4,8 Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 11 0,2 Outras catividades de serviços 83 1,4 Atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e catividades de produção das famílias para uso próprio 209 3,4 Total 6082 100 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Para além dos indicadores analisados, concertantes com a caracterização das atividades económicas e do emprego no município de Cinfães, considera-se igualmente importante analisar os indicadores de poder de compra, o meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares, o principal meio de transporte e a duração média dos movimentos pendulares da população que reside neste concelho. Os dados mais recentes relativos ao Estudo Sobre o Poder de Compra Concelhio, da autoria do INE, são relativos ao ano de 2011. Estes dão conta que o indicador per capita, traduz o poder de compra R01 | Caracterização e Diagnóstico 175 | P á g i n a RPDM de Cinfães manifestado quotidianamente, em termos per capita, nos diferentes municípios ou regiões, é igual a 49,87%, que valor que é inferior ao verificado nos seus concelhos limítrofes. Este estudo mostra ainda que os municípios com menor poder de compra per capita pertencem ao Interior da Região Norte, distribuindo-se pelas sub-regiões do Tâmega, Douro e Alto Trás-os-Montes. De acordo com o referido estudo, a percentagem do poder de compra para o concelho de Cinfães, que reflete o peso do poder de compra manifestado regularmente em cada município ou região no total do país (cujo valor de referência é 100%) é 0,096 e o fator de dinamismo relativo, que pretende refletir o poder de compra de manifestação irregular, geralmente sazonal, e que está relacionado com os fluxos populacionais induzidos pela atividade turística associados à dinâmica económica, era igual a -0,175. “A análise dos movimentos pendulares de uma determinada população é um importante contributo para o conhecimento das unidades espaciais envolvidas. Constitui matéria relevante no processo de tomada de decisão, nomeadamente nas políticas de transporte e ambiente, quer a nível regional, quer nacional.” (INE, 2003) À data dos Censos 2011, o meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares e o principal meio de transporte no concelho de Cinfães era o automóvel ligeiro (como condutor), que era utilizado por 32,5% da população concelhia. Observa-se também que o uso de nenhum meio de transporte é a segunda forma de locomoção mais utilizada pela população concelhia (18,1%), seguindo-se o uso do automóvel ligeiro (como passageiro) (17,4%). Os meios de transporte menos utilizado nos movimentos pendulares, com uma expressão residual e que num total perfazem apenas 1,9%, dizem respeito ao metropolitano, comboio, motociclo, bicicleta e outro. R01 | Caracterização e Diagnóstico 176 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 32: Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares e principal meio de transporte (%) para o concelho de Cinfães 18,1% 0,1% 17,4% 0,6% 9,3% 1,9% 0,6% 0,1% 32,5% 20,9% 0,6% A pé Automovel ligeiro - como condutor Automovel ligeiro - como passageiro Autocarro Transporte colectivo da empresa ou da escola Metropolitano Comboio Motociclo Bicicleta Outro Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Segundo a base de dados do INE para o momento censitário em análise, a duração média dos movimentos pendulares da população residente em Cinfães, empregada ou estudante, é de cerca de 24 minutos, o que se traduz num decréscimo de 12% relativamente ao valor registado no momento censitário anterior (27 minutos). 5.3 AGRICULTURA E PECUÁRIA 5.3.1 ESTRUTURA DAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS De acordo com a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), a “estrutura fundiária é a forma como se organizam no espaço rural, o conjunto de prédios rústicos, os caminhos, as linhas de água e as benfeitorias (melhoramentos fundiários, plantações, construções).”19 Por forma a caracterizar a estrutura fundiária do concelho de Cinfães, foram analisados os seguintes parâmetros: estrutura das explorações agrícolas, utilização de terras, efeitos animais, máquinas agrícolas e população e mão-de-obra agrícola. Para esta abordagem recorreu-se à base de dados do INE, relativa ao Recenseamento Geral da Agricultura para os anos de 1999 e 2009. 19 DGADR – Estruturação da Exploração Agrícola, disponível em: http://www.dgadr.mamaot.pt/exploracaoagri/estruturacao-fundiaria R01 | Caracterização e Diagnóstico 177 | P á g i n a RPDM de Cinfães Número de Explorações Agrícolas e Superfície Total De acordo com o INE, as explorações agrícolas dizem respeito à “unidade técnico-económica que utiliza fatores de produção comuns, tais como: mão-de-obra, máquinas, instalações, terrenos, entre outros, e que deve satisfazer obrigatoriamente as quatro condições seguintes: 1. produzir produtos agrícolas ou manter em boas condições agrícolas e ambientais as terras que já não são utilizadas para fins produtivos; 2. atingir ou ultrapassar uma certa dimensão (área, número de animais); 3. estar submetida a uma gestão única; 4. estar localizada num local bem determinado e identificável.” A mesma entidade define ainda a superfície agrícola utilizada como sendo a “superfície da exploração que inclui: terras aráveis (limpa e sob-coberto de matas e florestas), horta familiar, culturas permanentes e pastagens permanentes.” Assim, de acordo com o Recenseamento Geral da Agricultura, contabilizaram-se, em 2009, um total de 1.337 explorações agrícolas no concelho de Cinfães, o que representa um decréscimo de cerca de 25% face ao recenseamento agrícola anterior, em que se contabilizaram 1.775 explorações agrícolas. Nas unidades territoriais em que este município se insere o cenário é idêntico, ou seja, assistiu-se a uma variação negativa, entre 1999 e 2009, no número de explorações agrícolas existente. Figura 33: Variação relativa do número de explorações agrícolas em Cinfães e nas NUT em que se insere, entre 1999 e 2009 Cinfães NUT III - Tâmega NUT II - Norte NUT I - Continente -30 -25 -20 -15 -10 -5 0 Explorações agrícolas Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 178 | P á g i n a RPDM de Cinfães Analisando a distribuição das explorações agrícolas por freguesia, constata-se que estas têm maior expressividade em Nespereira (12,6%), Cinfães (11,3%), Santiago de Piães (11,0%) e São Cristóvão de Nogueira (10,1%). Em oposição, Moimenta (2,6%) e Tarouquela (3,2%) correspondem às freguesias com menor número de explorações agrícolas, sendo que nestas apenas 3 em cada 100 explorações existentes em Cinfães localizam-se nestas freguesias. Relativamente à variação relativa do número de explorações agrícolas nas freguesias do território concelhio, constata-se que apenas a freguesia de Espadanedo apresentou uma variação positiva na década entre 1999 e 2009, tendo aumentando significativamente o número de explorações agrícolas existentes (81,1%). As freguesias em que o decréscimo foi mais pronunciado dizem respeito a Tarouquela, Fornelos e Travanca, em que o número de explorações registou diminuições acima dos 40%. Quadro 38: Explorações agrícolas em Cinfães, por freguesia, em 1999 e 2009 e respetiva variação relativa EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS (N.º) FREGUESIA VARIAÇÃO (%) 1999 2009 Cinfães 220 151 -31,4 Espadanedo 37 67 81,1 Ferreiros de Tendais 83 79 -4,8 Fornelos 124 69 -44,4 Moimenta 37 35 -5,4 Nespereira 225 168 -25,3 Oliveira do Douro 103 91 -11,7 Santiago de Piães 169 146 -13,6 São Cristóvão de Nogueira 190 135 -28,9 Souselo 109 84 -22,9 Tarouquela 94 43 -54,3 Tendais 157 117 -25,5 Travanca 105 64 -39,0 União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 120 84 -30,0 Concelho de Cinfães 220 151 -31,4 Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 179 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 23: Variação relativa do número de explorações agrícolas no concelho de Cinfães, entre 1999 e 2009 Fonte: GeoAtributo (2015). Formas de Exploração Entende-se por forma de exploração a “forma jurídica pela qual o produtor dispõe da terra, determinando a relação existente entre o(s) proprietário(s) das superfícies de exploração e o responsável económico e jurídico de exploração (o produtor), que tem dela a fruição” (INE, 2015). Os dados do último recenseamento agrícola mostram que nas várias unidades territoriais em análise, a exploração por conta própria é a forma de exploração predominante, com evidente superioridade relativamente às restantes. No caso concreto do concelho de Cinfães, as explorações por conta própria representam cerca de 76% do total das explorações existentes, enquanto que as explorações por arrendamento representam aproximadamente 21% e as outras formas de exploração apenas 3%. R01 | Caracterização e Diagnóstico 180 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 34: Forma de exploração da superfície agrícola utilizada em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2009 Cinfães NUT III - Tâmega NUT II - Norte NUT I - Continente 0 20 Conta Própria 40 60 Arrendamento 80 100 Outras formas Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). Enquadramento Jurídico e Contabilístico das Explorações Agrícolas Analisando a natureza jurídica do produtor agrícola em 1999, verifica-se que nas várias unidades territoriais em análise, há uma clara predominância do produtor autónomo, com utilização maioritária de mão-de-obra familiar. No caso particular do concelho de Cinfães, este cenário está igualmente presente, sendo que 92 em cada 100 hectares da superfície agrícola utilizada é autónoma, com utilização maioritária de mão-de-obra familiar. Por seu lado, os baldios representam cerca de 7% das superfícies agrícolas utilizadas, sendo que as demais três formas jurídicas perfazem o 1% restante [empresário (utilização maioritária de mão-de-obra assalariada), sociedades e outras formas de natureza jurídica do produtor (cooperativas, associações, fundações, mosteiros, conventos, seminários, escolas privadas)]. R01 | Caracterização e Diagnóstico 181 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 35: Natureza jurídica do produtor agrícola em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2009 Cinfães NUT III - Tâmega NUT II - Norte NUT I - Continente 0 20 40 60 80 100 Autónomo (utilização maioritária de mão-de-obra familiar) Empresário (utilização maioritária de mão-de-obra assalariada) Sociedades Baldios Outras formas da natureza jurídica do produtor (cooperativas, associações, fundações, mosteiros, conventos, seminários, escolas privadas) Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). Em termos do tipo de contabilidade, observa-se que, em 2009, cerca de 85% das explorações agrícolas dispõem de contabilidade sem registo sistemático de receitas e despesas, sendo que a contabilidade com registo sistemático de todas as receitas e despesas assume pouca importância, representando apenas 13%, e a contabilidade organizada assume uma expressão muito reduzida (apenas 2%). Figura 36: Contabilidade agrícola no concelho de Cinfães, em 2009 2% 85% 13% Organizada Registo sistemático de todas as receitas e despesas Sem registo sistemático de receitas e despesas Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 182 | P á g i n a RPDM de Cinfães 5.3.2 UTILIZAÇÃO DAS TERRAS Tal como já foi referido, a Superfície Agrícola Utilizada (SAU) corresponde à superfície da exploração que está ocupada por terra arável (limpa e subcoberto de matas e florestas), horta familiar, culturas permanentes e/ou pastagens permanentes. À semelhança do verificado relativamente à variação do número de explorações agrícolas registado nos Recenseamentos Agrícolas de 1999 e 2009, também a área ocupada por SAU nas unidades territoriais em sofreu um decréscimo. Contudo, a NUT III – Tâmega foi uma exceção a este comportamento, com a área de SAU a apresentar um acréscimo de 4,6%. No que concerne ao concelho de Cinfães, houve igualmente uma variação negativa na SAU no período compreendido entre 1999 e 2009, tendo passado de 4.746 ha em 1999 para 4.455 ha em 2009. Figura 37: Variação relativa da SAU e do número de explorações agrícolas em Cinfães e nas NUT em que se insere, entre 1999 e 2009 Cinfães NUT III - Tâmega NUT II - Norte NUT I - Continente -30 -25 -20 -15 Superficie agrícola utilizada -10 -5 0 5 10 Explorações agrícolas Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). Os dados do Recenseamento Geral da Agricultura de 2009 mostram que cerca de ¼ do total de SAU existente no concelho de Cinfães localizava-se na freguesia de Nespereira. Por outro lado, Tarouquela e Travanca são as freguesias em que a SAU tem menor representatividade (2,1% e 2,6%, respetivamente). Em termos da variação da SAU no período compreendido entre os dois últimos recenseamentos agrícolas, a maioria das freguesias de Cinfães apresentou um decréscimo, que foi mais acentuado em Tendais, cuja área de SAU foi reduzida para metade. Tendência totalmente oposta foi verificada R01 | Caracterização e Diagnóstico 183 | P á g i n a RPDM de Cinfães em Espadanedo e Nespereira, em que a SAU aumentou, na década entre 1999 e 2009, cerca de 107% e 106%, respetivamente. Quadro 39: Superfície Agrícola Utilizada em Cinfães, por freguesia, em 1999 e 2009, e respetiva variação relativa SUPERFÍCIE AGRÍCOLA FREGUESIA VARIAÇÃO (%) 1999 2009 Cinfães 618 372 -39,8 Espadanedo 75 155 106,7 Ferreiros de Tendais 227 327 44,1 Fornelos 300 182 -39,3 Moimenta 72 83 15,3 Nespereira 559 1150 105,7 Oliveira do Douro 147 249 69,4 Santiago de Piães 431 419 -2,8 São Cristóvão de Nogueira 401 355 -11,5 Souselo 123 138 12,2 Tarouquela 121 94 -22,3 Tendais 841 401 -52,3 Travanca 178 114 -36,0 União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 653 417 -36,1 Concelho de Cinfães 4746 4456 -6,1 Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 184 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 24: Variação relativa da SAU no concelho de Cinfães, entre 1999 e 2009 Fonte: GeoAtributo (2015). À data do último Recenseamento Geral da Agricultura, a SAU do concelho de Cinfães eram maioritariamente ocupada por pastagens permanentes, ou seja, por “terras ocupadas com erva ou outras forrageiras herbáceas, quer cultivadas (semeadas) quer naturais (espontâneas), não incluídas no sistema de rotação da exploração por um período igual ou superior a cinco anos” [Regulamento (CE) N.º 796/2004 da Comissão de 21 de abril de 2004]. A restante área ocupada com SAU é composta por terras aráveis20 (23%), culturas permanentes21 (12%) e hortas familiares (2%). 20 Terras frequentemente mobilizadas e que se destinam a culturas temporárias de sementeira anual, geralmente associadas a um sistema de rotação cultural (INE, 2009). 21 Culturas que ocupam a terra durante vários anos e fornecem repetidas colheitas (INE, 2009). R01 | Caracterização e Diagnóstico 185 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 38: Composição da SAU em Cinfães, em 2009 23% 63% 2% 12% Terras aráveis Horta familiar Culturas permanentes Pastagens permanentes Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). Relativamente à variação relativa da composição de SAU na década em análise, constata-se que as terras aráveis e as culturas permanentes tiveram decréscimos em todas as unidades territoriais em que o concelho de Cinfães se insere. No que concerne às hortas familiares, estas registaram uma diminuição na NUT I – Continente, tendo apresentado uma variação positiva nas restantes, enquanto que as pastagens permanentes registaram um aumento em todas as NUT que o município de Cinfães integra. Figura 39: Varialção relativa da composição da SAU em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 1999 e 2009, e respetiva variaçaõ relativa Cinfães NUT III - Tâmega NUT II - Norte NUT I - Continente -100 Terras aráveis -50 Horta familiar 0 50 Culturas permanentes 100 150 200 Pastagens permanentes Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 186 | P á g i n a RPDM de Cinfães No que concerne à área da SAU existe no concelho de Cinfães, verifica-se que maioritariamente esta apresenta uma área entre 1 hectare e <20 hectares. Com representatividade inferior encontram-se as SAU com área igual ou superior a 100 hectares (7%), área entre 20 hectares e <50 hectares (5%), área inferior a 1 hectare (2%) e área entre os 50 hectares e <100 hectares. Figura 40: Classes da SAU no concelho de Cinfães, em 2009 35% 5% 1% < 1 ha 7% 1 ha - < 5 ha 2% 5 ha - < 20 ha 20 ha - < 50 ha 50 ha - <100 ha >=100 ha 50% Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). 5.3.3 EFETIVOS ANIMAIS O INE define os efetivos animais como correspondendo aos “animais que são propriedade de uma exploração agrícola, bem como os criados sob contrato pela exploração”. À data do último Recenseamento Geral da Agricultura, no concelho de Cinfães existiam um total de 3.517 explorações com efetivos animais, das quais 29,8% continha aves, 22,6% ovinos, 16,9% das explorações continham bovinos, 13,4% das explorações possuíam coelhos, 7,8% abarcavam suínos, 7,3% caprinos, e finalmente, 1,3% continham equídeos e 1% colmeias e cortiços povoados. Em termos da variação relativa, entre 1999 e 2009, das explorações com efetivos animais, constata-se que apenas os equídeos registaram uma variação positiva (29,4%). Relativamente à tendência de decréscimo verificada nos restantes efetivos animais, esta foi mais expressiva nos suínos, que diminuíram cerca de 66%, e nos bovinos, cujo decréscimo rondou os 46%. No que concerne ao tipo de efetivos animais, constata-se que mais de metade dos efetivos existentes em Cinfães (54,5%) são bovinos. Os ovinos assumem também alguma representatividade no número total de efetivos animais, representando ¼ destes. Contrariamente, os efetivos animais com menor representatividade são os coelhos (0,9%) e os equídeos (2,1%). Analisando a variação R01 | Caracterização e Diagnóstico 187 | P á g i n a RPDM de Cinfães relativa dos efetivos animais entre 1999 e 2009, constata-se que apenas os coelhos (38,9%) e os equídeos (63,9%) apresentaram um aumento quanto ao seu número, enquanto que as maiores perdas em termos de efetivos animais verificaram-se nos suínos (-65,2%). Figura 41: Variação relativa do número de explorações com animais e do número de cabeças em Cinfães, entre 1999 e 2009 Coelhos Aves Equídeos Caprinos Ovinos Suínos Bovinos % -100 -80 -60 -40 -20 Cabeças de animais 0 20 40 60 80 100 Explorações com efetivos animais Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). 5.3.4 MÁQUINAS AGRÍCOLAS No concelho de Cinfães tem-se assistido a uma progressiva mecanização da agricultura. Com efeito, na década decorrida entre os dois últimos recenseamentos agrícolas, o número de explorações agrícolas com tratores aumentou significativamente, sendo que, em cada 100 explorações agrícolas, 95 possuem trator. A tendência relativa ao aumento do número de explorações agrícolas com tratores é também verificada nas unidades territoriais em que o município se insere. Quanto ao número de tratores, a tendência também é positiva, uma vez que este também aumentou de forma relevante em Cinfães, tendo passado de 159 tratores em 1999 para 305 tratores em 2009 (aumento de 91,8%). Nas unidades territoriais em análise houve igualmente um aumento do número de tratores agrícolas, com destaque para a NUT III – Tâmega, uma vez que apresenta o aumento mais pronunciado comparativamente com as NUT I e II (Continente e Norte, respetivamente). R01 | Caracterização e Diagnóstico 188 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 42: Variação relativa do número de tratores e de explorações agrícolas com trator em Cinfães e nas NUT em que se insere, entre 1999 e 2009 Cinfães NUT III - Tâmega NUT II - Norte NUT I - Continente (%) 0 20 40 N.º tratores 60 80 100 N.º explorações com tratores Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). Os dados do Recenseamento Geral da Agricultura de 2009 dão também conta de que, à data da sua realização, o número de tratores por exploração agrícola no concelho de Cinfães era igual a 0,2, valor inferior ao observado nas unidades territoriais em que se insere, nomeadamente NUT I – Continente (0,6), NUT II – Norte (0,6) e NUT III – Tâmega (0,4). 5.3.5 POPULAÇÃO E MÃO-DE-OBRA AGRÍCOLA Origem do rendimento do agregado doméstico do produtor familiar Os dados do último Recenseamento Geral da Agricultura mostram que, em 2009, a origem do rendimento do agregado doméstico do produtor singular é, principalmente de origem exterior à exploração. Com efeito, nas três unidades territoriais em análise, mais de 80% do rendimento do agregado doméstico é de origem exterior à atividade de exploração. No caso do concelho de Cinfães, no ano de 2009, por cada 100 explorações agrícolas, em 85 o agregado familiar do produtor singular obtinha rendimentos principalmente exteriores à exploração. Na verdade, apenas 7,4% do rendimento do agregado familiar tem origem exclusivamente da atividade de exploração, constatando-se assim que o plurirrendimento é um cenário altamente questionável no município de Cinfães. Observa-se ainda que em cerca de 8 por cada 100 explorações era obtido rendimento com origem principalmente na atividade de exploração. R01 | Caracterização e Diagnóstico 189 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 43: Origem do rendimento do agregado doméstico do produtor no concelho de Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2009 100 80 % 60 40 20 0 NUT I - Continente NUT II - Norte Exclusivamente da atividade da exploração NUT III - Tâmega Cinfães Principalmente da atividade da exploração Principalmente de origem exterior à exploração Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, INE (2015). Face ao momento censitário anterior, verifica-se que em Cinfães houve um decréscimo relativamente às várias origens do rendimento do agregado doméstico do produtor singular. Assim, o rendimento com origem principalmente da atividade da exploração representa a maior quebra, tendo decrescido sensivelmente para metade (-53%). No que concerne à origem exclusivamente da atividade da exploração, esta assume uma variação negativa de 43% na década em análise, enquanto que o rendimento principalmente de origem exterior à exploração diminuiu aproximadamente 18%. 5.4 TURISMO De acordo com a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, “Visto pela perspetiva do desenvolvimento rural, o turismo no espaço rural é uma das atividades mais bem colocadas para assegurar a revitalização do tecido económico rural, sendo tanto mais forte, quanto conseguir endogeneizar os recursos, a história, as tradições e a cultura de cada região. (…) Importa, pois, promovê-lo de forma harmoniosa e sustentada, no respeito pelas diferenças que caracterizam cada região e pelos requisitos de qualidade e de comodidade exigidos pela clientela que o procura.”22 22 http://www.dgadr.mamaot.pt/diversificacao/turismo-rural R01 | Caracterização e Diagnóstico 190 | P á g i n a RPDM de Cinfães O Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), que estabelece as linhas orientadoras da estratégia para a política do turismo, define dez produtos estratégicos, de forma a “desenvolver ofertas distintivas para cada uma das regiões, reforçando os fatores de qualificação” (PENT, 2013), designadamente: Sol e Mar; Touring Cultural e Paisagístico; City Break; Turismo de Negócios; Turismo de Natureza; Turismo Náutico; Saúde e Bem-Estar; Golf; Resorts Integrados e Turismo Residencial; Gastronomia e Vinhos. Das referidas tipologias destaca-se o Touring Cultural e Paisagístico, o Turismo de Natureza, o Turismo Náutico e a Gastronomia e Vinhos, como tendo possibilidades de desenvolvimento no contexto da oferta potencial do território no qual o concelho de Cinfães se insere. 5.4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS TURÍSTICOS O recurso turístico enquanto “conjunto de elementos naturais, atividades humanas ou produtos antrópicos que podem motivar uma deslocação que não vise o lucro, mas que seja motivada pela curiosidade ou pela possibilidade de realizar uma atividade intelectual ou física por parte de um indivíduo” 23 , assume um papel central na oferta turística que uma determinada área pode apresentar. Com efeito, a inventariação e o correto ordenamento dos recursos turísticos a nível da estratégia de desenvolvimento local é um passo de significativa importância, que se estende ao nível do PDM, uma vez que a identificação da localização dos recursos e a sua hierarquização 23 Lois, Francisco, et al (s/d), disponível em http://www.monografias.com/trabajos12/artturis/artturis.shtml R01 | Caracterização e Diagnóstico 191 | P á g i n a RPDM de Cinfães possibilitam o enquadramento desta temática, ao nível da revisão dos elementos que constituem o plano, nomeadamente o Regulamento e a Carta de Ordenamento. A listagem dos recursos turísticos existentes no concelho de Cinfães fornecida pelo Município de Cinfães é apresentada no Quadro 40. Quadro 40: Pontos de interesse turístico existentes no concelho de Cinfães DESIGNAÇÃO CATEGORIA LOCALIZAÇÃO Espaço Cultural Cinfães Aldeia de Boassas Eira Popular Boassas Aldeia de Bustelo da Laje Eira Popular Bustelo da Laje Cais de Escamarão Cais de Amarração Albufeira de Crestuma-Lever Cais de Porto Antigo Cais de Amarração Albufeira de Carrapatelo Monumento São Cristóvão de Nogueira Casa da Cultura Espaço Cultural Cinfães Castro de S. Paio Monumento Joazim Castro do Monte das Coroas Monumento Ferreiros de Tendais Força Judicial de Cinfães Monumento Cinfães Igreja de Ferreiros de Tendais Monumento Ferreiros de Tendais Igreja de São Cristóvão de Nogueira Monumento São Cristóvão de Nogueira Igreja Matriz de Cinfães Monumento Cinfães Igreja Matriz de Escamarão Monumento Escamarão Igreja Românica de Tarouquela Monumento Tarouquela Monte da Gralheira Área Verde Gralheira Monte de S. Pedro Área Verde Tendais Muralha das Portas de Montemuro e Capela Monumento Portas de Montemuro Museu Escolar de Vilar do Peso Museu São Cristóvão de Nogueira Museu Etnográfico de Nespereira Museu Nespereira Museu Serpa Pinto Museu Cinfães Parque de Nossa Senhora de Lurdes Área Verde São Cristóvão de Nogueira Parque de Sampaio e Mourilhe Área Verde São Cristóvão de Nogueira Parque do Ladário Área Verde Cinfães Parque do rio Ardena e Paiva Área Verde Travanca Parque do rio Bestança Área Verde Tendais Ponte de Covelas Monumento Covelas Canal Oliveira do Douro Eira Popular Cinfães Auditório Municipal Capela de Nossa Senhora de Cádiz Rio Cabrum Aldeia de Vale de Papas R01 | Caracterização e Diagnóstico 192 | P á g i n a RPDM de Cinfães Fonte: Município de Cinfães (2015). 5.4.2 TURISMO EM ESPAÇO RURAL De acordo com o Plano Estratégico Nacional de Desenvolvimento Rural (PENDR), “o turismo em espaço rural é um dos exemplos mais marcantes, tendo quadruplicado a sua importância na indústria hoteleira nacional desde 1990, representando atualmente cerca de 49% do total de número de estabelecimentos hoteleiros nacionais, e 4% da capacidade de alojamento local. As unidades de turismo rural e de turismo de habitação têm o maior peso (42% e 28%, respetivamente), embora as unidades de agroturismo e as casas de campo já tenham uma relativa expressão (17% e 13%, respetivamente). As funções de recreio e estética da paisagem desenvolvem-se em cerca de 51% dos espaços florestais, representando o turismo nesses espaços 16,5 milhões de euros. A atividade cinegética, com um valor aproximado de 21,4 milhões de euros, atingiu já uma expressão estratégica para o setor, nomeadamente na dinamização e criação de emprego ao nível local, especialmente nas zonas de interior mais desfavorecidas.” No concelho de Cinfães existe apenas um empreendimentos classificado como afeto ao Turismo em Espaço Rural, nomeadamente a Casa da Geada, localizada em Ferreiros de Tendais. 5.4.3 ALOJAMENTO De acordo com a informação recebida do Turismo de Portugal, os empreendimentos turísticos atualmente existentes no concelho de Cinfães e que estão classificados por esta entidade encontram-se listados no quadro seguinte: R01 | Caracterização e Diagnóstico 193 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 41: Empreendimentos turísticos classificados pelo Turismo de Portugal DESIGNAÇÃO N.º DE CAMAS N.º DE UNIDADES DE ALOJAMENTO FREGUESIA Hotel Porto Antigo 40 20 Oliveira do Douro Casa de Campo Casa do Lódão 6 3 Oliveira do Douro Casa de Campo Quinta da Loginha 4 2 Espadanedo Casa de Campo Quinta do Moleiro 8 4 Ferreiros de Tendais Casa de Campo Quinta da Ventuzela – Casa da Eira 4 2 Cinfães Casa de Campo Quinta da Ventuzela – Casa do Caseiro 4 2 Cinfães Casa de Campo Casa da Geada 12 6 Ferreiros de Tendais Casa de Montemuro 20 10 Cinfães Casa Altamira 15 8 Espadanedo Quinta da Ventuzela 7 4 Cinfães Casa da Quinta da Calçada 14 7 Oliveira do Douro Casa de Rebolfe 10 5 Cinfães Quinta da Miragaia 8 4 Travanca TIPO DE EMP. TURÍSTICO Estabelecimentos Hoteleiros Turismo em Espaço Rural Turismo de Habitação Hotel Turismo de Habitação Fonte: Turismo de Portugal, I.P. (2015). Para além dos referidos empreendimentos, existe ainda um empreendimento turístico do tipo “Hotel Rural”, o Hotel Rural Arsdurium, sito na freguesia de Oliveira do Douro, que detém parecer favorável por parte da entidade competente (Turismo de Portugal). Além da Informação disponibilizada pela entidade Turismo de Portugal, o Município de Cinfães identifica outros empreendimentos turísticos. Quadro 42: Outros estabelecimentos do tipo turístico de Cinfães TIPO DE EMP. TURÍSTIC Turismo em Espaço Rural DESIGNAÇÃO CAPACIDADE FREGUESIA Casa de Campo Cerrado dos Outeirinhos 6 Cinfães Casa de Campo Vinha Velha 5 Oliveira do Douro Casa de Campo Casa de Campo do Enxidrô 2 Tendais Casa de Campo Quinta da Costeira 5 Cinfães R01 | Caracterização e Diagnóstico 194 | P á g i n a RPDM de Cinfães Fonte: Município de Cinfães (2015). A par dos empreendimentos turísticos existem um conjunto de estabelecimentos de alojamento local, cuja responsabilidade de licenciamento pertence exclusivamente à Câmara Municipal de Cinfães, de modo a que não é necessário parecer do Turismo de Portugal. Quadro 43: Estabelecimentos de Alojamento Local existentes no concelho de Cinfães DESIGNAÇÃO TIPOLOGIA Nº DE QUARTOS Estabelecimento Hospedagem de Varanda Estabelecimento Hospedagem de Quinta do Cadafaz Casas de Montanha Quinta Casal de Vila Pouca FREGUESIA 7 Cinfães 20 Cinfães Moradia 3 Nespereira Moradia 2 Gralheira Fonte: Município de Cinfães (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 195 | P á g i n a RPDM de Cinfães 6 ESTRUTURAÇÃO TERRITORIAL 6.1 DINÂMICA URBANA 6.1.1 ÁREAS URBANAS E ÁREAS RURAIS O reconhecimento de áreas “urbanas” e “rurais” no território constitui uma questão com relativa complexidade. As situações polares são facilmente reconhecíveis, sendo que, num extremo encontram-se as zonas fortemente urbanizadas, incluindo os núcleos centrais das grandes cidades. No extremo oposto encontra-se o espaço rural profundo, incluindo zonas de povoamento muito escasso e áreas naturais protegidas (INE/Direção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano - DGOTDU, 1999). A tipologia das áreas urbanas, para fins estatísticos, resulta do trabalho conjunto realizado pelo INE e pela DGOTDU. A 158.ª Deliberação do Conselho Superior de Estatística, publicada em Diário da República, 2.ª série, de 11 de setembro de 1998, aprovou a tipologia das áreas urbanas, assim como a aplicação da mesma às freguesias de Portugal Continental. Por sua vez, a 158ª Deliberação do Conselho Superior de Estatística, publicada em Diário da República, 2.ª série, de 17 de abril de 2000, aprovou a aplicação da referida tipologia às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. A tipologia das áreas urbanas consiste numa classificação das freguesias em três categorias diferenciadas: APU (área predominantemente urbana), AMU (área medianamente urbana) e APR (área predominantemente rural). De acordo com o INE, uma APU a uma “freguesia que contempla, pelo menos, um dos seguintes requisitos: 1) o maior valor da média entre o peso da população residente na população total da freguesia e o peso da área na área total da freguesia corresponde a espaço urbano, sendo que o peso da área em espaço de ocupação predominantemente rural não ultrapassa 50% da área total da freguesia; 2) a freguesia integra a sede da Câmara Municipal e tem uma população residente superior a 5.000 habitantes; 3) a freguesia integra total ou parcialmente um lugar com população residente igual ou superior a 5.000 habitantes, sendo que o peso da população do lugar no total da população residente na freguesia ou no total da população residente no lugar, é igual ou superior a 50%.”. Por sua vez, o INE considera como AMU uma “freguesia que contempla, pelo menos, um dos seguintes requisitos: 1) o maior valor da média entre o peso da população residente na população R01 | Caracterização e Diagnóstico 196 | P á g i n a RPDM de Cinfães total da freguesia e o peso da área na área total da freguesia corresponde a Espaço Urbano, sendo que o peso da área de espaço de ocupação predominantemente rural ultrapassa 50% da área total da freguesia; 2) o maior valor da média entre o peso da população residente na população total da freguesia e o peso da área na área total da freguesia corresponde a espaço urbano em conjunto com espaço semiurbano, sendo que o peso da área de espaço de ocupação predominantemente rural não ultrapassa 50% da área total da freguesia; 3) a freguesia integra a sede da Câmara Municipal e tem uma população residente igual ou inferior a 5.000 habitantes; 4) a freguesia integra total ou parcialmente um lugar com população residente igual ou superior a 2.000 habitantes e inferior a 5.000 habitantes, sendo que o peso da população do lugar no total da população residente na freguesia ou no total da população residente no lugar, é igual ou superior a 50%” Finalmente, e segundo a mesma entidade (INE), uma APR corresponde a uma “freguesia não classificada como "Área Predominantemente Urbana" nem "Área Mediamente Urbana". A metodologia seguida para a classificação das freguesias de acordo com a TIPAU 2014 acompanha a metodologia definida na TIPAU 2009: critérios quantitativos e qualitativos objetivos, facilmente operacionalizáveis e que asseguram a comparabilidade entre classificações. Os estudos de base à metodologia da TIPAU 2014 foram desenvolvidos no âmbito das competências da Secção Permanente de Estatísticas de Base Territorial do Conselho Superior de Estatística, num grupo de trabalho que envolveu o Instituto Nacional de Estatística, I.P. (INE), o Ministério da Agricultura e do Mar, a Direção Geral do Território (DGT), a Direção Geral das Autarquias Locais (DGAL), o Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional, I.P. (IFDR, atualmente integrado na Agência para o Desenvolvimento e Coesão), as cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Continente (CCDR), o Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), a Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).” Assim, tendo em consideração essa classificação, e como é visível no mapa seguinte, Cinfães é um concelho predominantemente rural, uma vez que a maioria das suas freguesias está classificada como áreas predominantemente rurais. Como áreas medianamente urbanas estão classificadas as freguesias de Cinfães, Espadanedo, Oliveira do Douro, Souselo, Tarouquela e Travanca, não existindo freguesias classificadas como áreas predominantemente urbanas. R01 | Caracterização e Diagnóstico 197 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 25: Tipologia das áreas urbanas no concelho de Cinfães, em 2014 Fonte: GeoAtributo (2015). 6.1.2 ANÁLISE COMPARATIVA DA EVOLUÇÃO DO EDIFICADO Expansão do Parque Habitacional O INE define como fogo “parte ou totalidade de um edifício dotada de acesso independente e constituída por um ou mais compartimentos destinados à habitação e por espaços privativos complementares.” Os dados mais recentes desta entidade (2001-2013), relativos ao parque habitacional, mostram que o número de fogos licenciados em construções novas diminuiu significativamente na NUT I – Continente (-94%), NUT II – Norte (-93%) e NUT III – Tâmega (-91%), assim como no concelho de Cinfães (-85%). Já os alojamentos familiares clássicos, isto é, o “local distinto e independente, constituído por uma divisão ou conjunto de divisões e seus anexos, num edifício de carácter permanente, ou numa parte distinta do edifício (do ponto de vista estrutural), que considerando a maneira como foi construído, reconstruído, ampliado ou transformado se destina a servir de habitação, normalmente, apenas de uma família/agregado doméstico privado. Deve ter uma entrada independente que dê acesso (quer diretamente, quer através de um jardim ou um terreno) a uma via ou a uma passagem comum no R01 | Caracterização e Diagnóstico 198 | P á g i n a RPDM de Cinfães interior do edifício (escada, corredor ou galeria, etc.). As divisões isoladas, manifestamente construídas, ampliadas ou transformadas para fazer parte do alojamento familiar clássico/fogo são consideradas como parte integrante do mesmo” (INE, 2015), aumentaram nas unidades territoriais em análise. Com efeito, na NUT I – Continente, o número de alojamentos familiares clássicos aumentou cerca de 10% entre 2001 e 2013, na NUT II – Norte teve um incremento de 9% e na NUT III – Tâmega houve uma variação positiva na ordem dos 10%. No caso concreto do concelho de Cinfães, o número de alojamentos também aumentou, ainda que de forma pouco pronunciada, tendo passado de 11.555 alojamentos em 2001 para 11.736 alojamentos em 2011. Quadro 44: Número de fogos e número de alojamentos em Cinfães, em 2001 e 2013, e respetiva variação relativa FOGOS (N.º) ALOJAMENTOS (N.º) 2001 2013 VARIAÇÃO (%) 2001 2013 VARIAÇÃO (%) NUT III – Continente 107.543 6.937 -93,5 5.151.939 5.683.247 10,3 NUT II – Norte 44.815 3.248 -92,8 1.710.642 1.870.413 9,3 NUT I – Tâmega 7.427 642 -91,4 229.635 252.403 9,9 172 26 -84,9 11.555 11.736 1,6 Cinfães Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Realiza-se agora uma análise comparativa entre a variação do parque habitacional e da população residente no período compreendido entre os dois últimos momentos censitários, na NUT I Continente, NUT II – Norte e nas sub-regiões que a integram. Assim, pela Figura 44 constata-se que na região Norte existem grandes assimetrias, apesar de existir sempre uma variação da população residente inferior à variação do parque habitacional. Aliás, nas NUT III – Alto Trás-os-Montes, Douro, Entre Douro e Vouga e Minho-Lima esta assimetria é mais significativa, com a população residente a variar negativamente, enquanto que o parque habitacional apresenta variações positivas e próximas das verificadas para as restantes unidades territoriais. R01 | Caracterização e Diagnóstico 199 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 44: Variação do parque habitacional e da população residente entre 2001 e 2011 NUT III - Alto Trás-os-Montes NUT III - Douro NUT III - Entre Douro e Vouga NUT III - Tâmega NUT III - Grande Porto NUT III - Ave NUT III - Cávado NUT III - Minho-Lima NUT II - Norte NUT I -Continente -10 -5 0 5 População residente (2001-2011) 10 15 20 Alojamentos (2001-2011) Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Se debruçarmos a nossa análise sobre a variação do número de edifícios licenciados nos vários concelhos que integram a sub-região do Tâmega, constatamos que em todos houve um decréscimo considerável dos números de licenciamento de edifícios, com variações negativas superiores a 50% na maioria dos concelhos. O concelho de Cinfães está entre os municípios com decréscimos mais acentuados, tendo-se verificado uma diminuição de cerca de 75% do número de edifícios licenciados. Figura 45: Variação do número de edifícios licenciados nos concelhos da NUT III – Tâmega, entre 2001 e 2013 Ribeira de Pena Resende Penafiel Paredes Paços de Ferreira Mondim de Basto Marco de Canaveses Lousada Felgueiras Cinfães Celorico de Basto Castelo de Paiva Cabeceiras de Basto Baião Amarante -100 -90 -80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 Fonte: INE (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 200 | P á g i n a RPDM de Cinfães À data dos Censos 2011, o número de alojamentos familiares clássicos (11.602) era bastante superior comparativamente com o número de famílias clássicas (7.254), analogamente ao verificado nas unidades territoriais em que está inserido. De acordo com o INE, atualmente as famílias em Portugal são “mais e têm menor dimensão média, em consequência do aumento do número das famílias unipessoais e da redução do número de famílias numerosas (…)”24. No período intercensitário decorrido entre 2001 e 2011, constata-se que, em Cinfães, houve um aumento de aproximadamente 10% relativamente ao número de alojamentos familiares clássicos, tendo passado de 10.563 alojamentos familiares clássicos em 2001 para 11.616 alojamentos familiares clássicos em 2011. Mapa 26: Número de alojamentos no concelho de Cinfães (2011) e respetiva variação relativa (2001-2011) Fonte: GeoAtributo (2015). Contudo, em termos do número de famílias clássicas, ou seja, do “conjunto de pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento. Considera-se também como família clássica qualquer 24 Destaque do INE, de 14 de maio de 2013 – Dia Internacional da Família (2013) R01 | Caracterização e Diagnóstico 201 | P á g i n a RPDM de Cinfães pessoa independente que ocupe uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento” (INE, 2015), o concelho de Cinfães assistiu a uma variação negativa de 1,3%. A realidade concelhia em termos da variação do número de famílias clássicas na última década é assim semelhante à dos concelhos de Resende, Ribeira de Pena, Mondim de Basto e Baião. Figura 46: Variação relativa do número de famílias clássicas entre 2001 e 2011 Resende Cinfães Ribeira de Pena Mondim de Basto Penafiel Paredes Paços de Ferreira Marco de Canaveses Lousada Felgueiras Baião Amarante Celorico de Basto Cabeceiras de Basto Castelo de Paiva NUT III - Tâmega NUT II - Norte NUT I -Continente -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Quanto à variação do número de famílias clássicas ao nível das freguesias do concelho, constata-se que houve um incremento nas freguesias de Cinfães (12,0%), Souselo (3,8%), Espadanedo (3,5%) e Nespereira (0,8%). Em contrapartida, Tendais (-14,4%), Ferreiros de Tendais (-11,9%) e Oliveira do Douro (-10,4%) correspondem às freguesias onde o decréscimo do número de famílias clássicas foi mais evidente. Quadro 45: Número de famílias clássicas em Cinfães, em 2001 e 2011, e respetiva variação relativa FREGUESIA FAMÍLIAS CLÁSSICAS (N.º) VARIAÇÃO (%) 2001 2011 Cinfães 1111 1244 12,0 Espadanedo 430 445 3,5 Ferreiros de Tendais 302 266 -11,9 Fornelos 292 266 -8,9 Moimenta 155 153 -1,3 Nespereira 725 731 0,8 Oliveira do Douro 594 532 -10,4 R01 | Caracterização e Diagnóstico 202 | P á g i n a RPDM de Cinfães Santiago de Piães 626 616 -1,6 São Cristóvão de Nogueira 695 650 -6,5 Souselo 1059 1099 3,8 Tarouquela 438 413 -5,7 Tendais 353 302 -14,4 Travanca 287 283 -1,4 União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 282 254 -9,9 Concelho de Cinfães 7349 7254 -1,3 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Analisando os alojamentos familiares segundo a sua forma de ocupação, constata-se que, à data do último Recenseamento Geral da População, do total de 602 alojamentos familiares clássicos existentes, cerca de 92% encontravam-se ocupados, havendo apenas 8% de alojamentos vagos. No que concerne à forma de ocupação destes, grande parte dos alojamentos familiares clássicos eram de residência habitual (7.233 alojamentos), seguindo-se os alojamentos familiares de uso sazonal ou de residência secundária. Relativamente aos alojamentos vagos, cerca de metade destes tinha outras formas de ocupação (477 alojamentos), enquanto que, dos restantes, 218 estavam disponíveis para alugar, 134 para venda e 60 para demolir. Figura 47: Alojamentos familiares segundo a forma de ocupação em Cinfães, em 2011 Alojamentos ocupados Alojamentos vagos Outros 477 Para demolir 60 Para aluguer 218 Para venda 134 Uso sazonal ou residência secundária 3.480 Residência habitual 7.233 0 2000 4000 6000 8000 N.º de edifícios Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 203 | P á g i n a RPDM de Cinfães Evolução do número de edifícios Segundo o INE, um edifício corresponde a uma “construção permanente, dotada de acesso independente, coberta e limitada por paredes exteriores ou paredes-meias que vão das fundações à cobertura e destinada à utilização humana ou a outros fins.” Assim, no que respeita à variação do número de edifícios na década entre 2001 e 2011, o seu aumento tem sido notório nas unidades territoriais em análise. No que concerne ao concelho de Cinfães, observa-se que este aumento também foi notório, tendo-se equiparado ao verificado na NUT II – Norte e estando próximo das restantes NUT (Continente e Tâmega). Figura 48: Evolução do número de edifícios em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2011, e respetiva variação relativa 3.500.000 16 14,4 3.000.000 12 11,9 2.500.000 10,0 10,0 2.000.000 8 1.500.000 1.000.000 4 500.000 0 0 NUT I - Continente NUT II - Norte 2001 NUT III - Tâmega 2011 Cinfães Variação 2001-2011 (%) Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Particularizando a análise por freguesia, verifica-se que apenas em Oliveira do Douro houve um decréscimo do número de edifícios no período temporal ocorrido entre os dois últimos momentos censitários. Relativamente às freguesias em que esta variação foi positiva, merecem destaque Nespereira (22,8%), Tendais (18,8%) e Cinfães (17,7%) por corresponderem às freguesias em que se registou o maior acréscimo em termos de número de edifícios existente. Quadro 46: Número de edifícios em Cinfães, em 2001 e 2011, e respetiva variação relativa FREGUESIA EDIFÍCIOS (N.º) VARIAÇÃO (%) 2001 2011 Cinfães 1341 1579 17,7 Espadanedo 491 507 3,3 R01 | Caracterização e Diagnóstico 204 | P á g i n a RPDM de Cinfães Ferreiros de Tendais 644 674 4,7 Fornelos 438 465 6,2 Moimenta 223 227 1,8 Nespereira 1021 1254 22,8 Oliveira do Douro 876 838 -4,3 Santiago de Piães 747 818 9,5 São Cristóvão de Nogueira 797 853 7,0 Souselo 1144 1323 15,6 Tarouquela 462 489 5,8 Tendais 629 747 18,8 Travanca 366 385 5,2 União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 685 695 1,5 Concelho de Cinfães 9864 10854 10,0 Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Mapa 27: Número de edifíciosno concelho de Cinfães, em 2011, e respetiva variação relativa (2001-2011) Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 205 | P á g i n a RPDM de Cinfães Tipos de Ocupação No que concerne à forma de utilização dos edifícios existentes, constata-se que há uma evidente predominância dos edifícios de uso exclusivamente residencial, assumindo, em todas elas, um peso superior a 90%. Nas unidades territoriais em análise também é visível que a segunda forma de utilização com maior representatividade é o principalmente residencial, com a utilização principalmente não residencial a apresentar uma expressão muito residual (inferior a 1%). No caso do concelho de Cinfães a tendência verificada é análoga, sendo que o uso do edifício exclusivamente residencial representa 94,2%, o uso principalmente residencial 5,3% e, por último, o uso principalmente não residencial que representa apenas 0,6%. Figura 49: Edifícios (%), por forma de utilização, em Cinfães e nas NUT em que se insere, em 2011 100 80 60 40 20 0 NUT I - Continente NUT II - Norte Edifício exclusivamente residencial (100%) NUT III - Tâmega Cinfães Edifício principalmente residencial (de 50% a 99%) Edifício principalmente não residencial (até 49%) Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Quanto às freguesias que constituem o concelho de Cinfães, verifica-se na grande maioria mais de 94% dos edifícios são exclusivamente residenciais. As únicas exceções dizem respeito às freguesias de Ferreiros de Tendais e Souselo, em que os edifícios de uso exclusivamente residencial representam 72% e 88% do total de edifícios aí existente, respetivamente. Importa aqui destacar as freguesias de Fornelos e Moimenta, em que 99,6% dos edifícios aí existentes são de uso exclusivamente residencial. R01 | Caracterização e Diagnóstico 206 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 28: Edifícios segundo o tipo de utilização (principalmente residenciais) em Cinfães, em 2011 Fonte: GeoAtributo (2015). Tipologia de Construção No concelho de Cinfães, analisando os edifícios existentes segundo o escalão da dimensão de alojamento, facilmente se perceciona a clara predominância dos edifícios com 1 alojamento, correspondendo a 95,95% das preferências. Por sua vez, os edifícios com 2 a 6 alojamentos correspondem a 4,00% dos edifícios existentes em Cinfães, enquanto que os edifícios com 7 ou mais alojamentos representam uma parte muito ínfima no número total de edifícios existente (0,06%). R01 | Caracterização e Diagnóstico 207 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 50: Edifícios segundo o escalão da dimensão de alojamento em Cinfães, em 2011 0,05% 4,00% 95,95% 0,01% 1 alojamento 2 - 6 alojamentos 7 - 12 alojamentos 13 ou mais alojamentos Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). Considerando o piso como correspondendo a “cada um dos planos sobrepostos e cobertos nos quais se divide um edifício e que se destinam a satisfazer exigências funcionais ligadas à sua utilização” (INE, 2015), verifica-se que os edifícios com 2 pisos predominam no concelho de Cinfães. Com efeito, os edifícios com 2 pisos representam 64,76% das preferências, seguindo-se os edifícios térreos, ou seja, apenas com 1 piso (28,16%). No extremo oposto encontram-se os edifícios com 4, 5 ou 6 pisos, assumem um peso de apenas 0,66% face ao número de edifícios total. Figura 51: Edifícios segundo a dimensão de pisos em Cinfães, em 2011 64,76% 0,55% 6,41% 0,66% 0,10% 0,01% 28,16% 1 piso 2 pisos 3 pisos 4 pisos 5 pisos 6 pisos Fonte: Recenseamento Geral da População, INE (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 208 | P á g i n a RPDM de Cinfães 6.1.3 SITUAÇÃO URBANÍSTICA Nos termos do estabelecido no artigo 19.º do Decreto Regulamentar n.º 11/2009, de 29 de maio, que estabelece os critérios de classificação e reclassificação do solo, bem como os critérios e as categorias de qualificação do solo (rural e urbano), as áreas de edificação dispersa correspondem a “espaços existentes de usos mistos, devendo ser objeto de um regime de uso do solo que garanta a sua contenção e o seu ordenamento numa ótica de sustentabilidade e serem infraestruturados com recurso a soluções apropriadas às suas características”. Por sua vez, a alínea b) do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 12/2006, de 4 de abril, são consideradas áreas consolidadas aquelas que “possuem uma estrutura consolidada ou compactação de edificados, onde se incluem as áreas urbanas consolidadas e outras áreas edificadas em solo rural classificadas deste modo pelos instrumentos de gestão territorial vinculativos dos particulares”. A avaliação da situação urbanística do concelho de Cinfães um ano após a entrada em vigor do atual PDM, ou seja, em 1995, mostra que 13% do seu território está ocupado tanto por áreas consolidadas (11%), como por áreas de edificação dispersa (2%), o que é equivalente a aproximadamente 3.036 ha. Da avaliação efetuada, apuraram-se 27 polígonos de áreas consolidadas e/ou em consolidação, que perfazem uma área de 335,6 ha, e ainda 127 polígonos de áreas de edificação dispersa, que contabilizam uma área total de 2.701 ha. Mapa 29: Situação urbanística do concelho de Cinfães, em 1995 Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 209 | P á g i n a RPDM de Cinfães Assim, e com base no representado no mapa anterior, perceciona-se que não se identificam áreas de edificação consolidada nas freguesias de Travanca, São Cristóvão de Nogueira e Ferreiros de Tendais, apesar destas freguesias mostrarem uma área de edificação dispersa representativa. A União de freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires merece destaque, uma vez que no ano em análise esta apresentava quatro núcleos urbanos consolidados, constituindo assim a única freguesia em que a área consolidada (70% da área total da freguesia) é superior à área de edificação dispersa. Perceciona-se ainda a clara influência do rio Douro e da estrada nacional EN 222 na fixação da população no território cinfanense, notada através da faixa quase contínua de áreas de edificação dispersa ao longo do limite norte deste município, bem como a influência do concelho de Castelo de Paiva junto das freguesias de Souselo e Travanca. No Quadro 47 apresenta-se uma avaliação da situação urbana existente em 1995, nas várias freguesias que constituem o concelho de Cinfães. As freguesias de Cinfães, Nespereira e a União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires destacam-se das restantes por corresponderem às freguesias cuja área consolidada é inferior comparativamente com a área de edificação dispersa, apresentando assim uma área consolidada igual a 63,97 ha, 50,91 ha e 58,85 ha, respetivamente. Cenário oposto é observado na União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires, que corresponde à freguesia em que a área consolidada assume maior relevância, representando 70% da área ocupada por esta freguesia. As freguesias com maior área de edificação dispersa correspondem aquelas cujos limites confinam com as margens do rio Douro, designadamente Cinfães (421 ha), Tarouquela (321 ha), Santiago de Piães (253 ha), São Cristóvão de Nogueira (246 ha), Oliveira do Douro (243 ha) e Nespereira (273 ha). Nas referidas freguesias a proporção da área de edificação dispersa é largamente superior à área consolidada, que oscila entre 87% em Cinfães e 100% em São Cristóvão de Nogueira, o que significa que nesta última não se identificam áreas consolidadas. Em termos da percentagem de ocupação do território, isto é, quando somadas as áreas consolidadas e as áreas de edificação dispersa face à área efetiva das freguesias, constata-se que Tarouquela (51%), Travanca (33%) e Souselo (27%) dizem respeito às freguesias em que a percentagem de ocupação é mais elevada, na medida em que em todas as referidas freguesias a percentagem de edificação dispersa é maior do que a área consolidada. R01 | Caracterização e Diagnóstico 210 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 47: Avaliação da situação urbana existente em 1995, por freguesia TOTAL DE ÁREA OCUPADA (CONSOLIDADA + EDIFICAÇÃO DISPERSA) % DE OCUPAÇÃO DA FREGUESIA (HA) % (HA) % Cinfães 485,30 19 63,97 13 421,33 87 Espadanedo 58,35 11 5,80 10 52,55 90 Ferreiros de Tendais 161,55 10 … 0 161,55 100 Fornelos 158,93 16 14,08 9 144,85 91 Moimenta 70,32 11 7,57 11 62,75 89 Nespereira 324,85 9 50,91 16 273,94 84 Oliveira do Douro 263,23 19 19,40 7 243,83 93 Santiago de Piães 281,29 16 29,15 10 252,14 90 São Cristóvão de Nogueira 246,75 14 … 0 246,75 100 Souselo 243,73 27 40,85 17 202,88 83 Tarouquela 338,59 51 19,35 6 319,24 94 Tendais 161,06 5 27,73 17 133,33 83 Travanca 161,82 33 … 0 161,82 100 União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 81,07 2 56,81 70 24,26 30 3036,86 13 335,64 11 2701,22 89 FREGUESIA Concelho de Cinfães ÁREA CONSOLIDADA ÁREA DE EDIFICAÇÃO DISPERSA Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 211 | P á g i n a RPDM de Cinfães Aplicando a mesma metodologia à cartografia de base de 2013, com o intuito de caracterizar a situação atual, aferiram-se 59 polígonos de área consolidada e/ou em vias de consolidação, perfazendo um total de 993 ha, e 131 polígonos de áreas de edificação dispersa, contabilizando um total de 2.615 ha. Mapa 30: Avaliação da situação urbanística existente Fonte: GeoAtributo (2015). Assim, constata-se que o somatório das áreas de edificação dispersa e das áreas consolidadas constitui uma ocupação de 15% da área total do território concelhio, sendo que 72% é respeitante a áreas de edificação dispersa e somente 28% do território concelhio poderá ser consolidado ou em consolidação. O Mapa 30 mostra que, em oposição ao observado em 1995, a situação urbanística apresenta núcleos edificados consolidados em todas as freguesias, com distribuição mais ou menos linear e que apresentam, na sua maioria, extensão de áreas de edificação dispersa. Através da observação do Quadro 48, onde se expõe a avaliação da situação urbana existente em 2012 nas várias freguesias do território concelhio, é possível aferir que as freguesias localizadas no setor norte do concelho, junto ao rio Douro, apresentam uma área construída superior, com destaque para as freguesias de Souselo (44,12%), Espadanedo (41,15%), Tarouquela (33,38%), R01 | Caracterização e Diagnóstico 212 | P á g i n a RPDM de Cinfães Santiago de Piães (30,45%) e Oliveira do Douro (27,83%). Em oposição, a União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires destaca-se por corresponder à freguesia em que a área construtiva é inferior, na qual somente 2,55% do seu território está ocupado, sendo que deste 79% corresponde a áreas consolidas e em consolidação. Segue-se a freguesia de Tendais, na qual apenas 4,79% do seu território está ocupado. Contudo, nesta freguesia a diferença entre a proporção de área consolidada (52%) e de edificação dispersa (48%) é pouco acentuada. Importa ainda realçar que com exceção para a União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires, todas as freguesias tem maior área de edificação dispersa comparativamente com a área consolidada, realçando-se as freguesias de Moimenta, Nespereira, Souselo e Tendais como aquelas que se apresentam mais equilibradas, sugerindo que poderão estar numa tendência de consolidação dos seus núcleos urbanos. De uma forma geral, a ocupação do concelho de Cinfães pode ser considerada como dispersa, realizada ao longo das principais vias de comunicação, em particular das Estradas Nacionais e das Estradas Regionais, e ao longo da encosta do rio Douro. Verifica-se ainda a influência da freguesia sede de concelho de Castelo de Paiva, devido à proximidade desta freguesia com o limite do concelho sobre as freguesias de Travanca e Fornelos. Constata-se ainda a influência das características geomorfológicas do concelho, especialmente na freguesia de Nespereira que centraliza a ocupação do território no vale do rio Ardena (afluente do rio Paiva). R01 | Caracterização e Diagnóstico 213 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 48: Avaliação da situação urbana existente em 2012, por freguesia TOTAL DE ÁREA OCUPADA (CONSOLIDADA + EDIFICAÇÃO DISPERSA) % DE OCUPAÇÃO DA FREGUESIA (HA) % (HA) % Cinfães 323,87 12,74 101,74 31 222,13 69 Espadanedo 218,28 41,15 52,66 24 165,62 76 Ferreiros de Tendais 242,37 15,15 38,51 16 203,86 84 Fornelos 151,88 15,07 27,93 18 123,95 82 Moimenta 48,20 7,38 20,16 42 28,04 58 Nespereira 356,11 9,89 165,9 47 190,21 53 Oliveira do Douro 393,20 27,83 58,44 15 334,76 85 Santiago de Piães 535,66 30,45 89,22 17 446,44 83 São Cristóvão de Nogueira 357,89 19,71 52 15 305,89 85 Souselo 404,75 44,12 163,98 41 240,77 59 Tarouquela 221,82 33,38 114,05 28 160,43 72 Tendais 152,04 4,79 79,07 52 72,97 48 Travanca 106,58 21,42 6,91 6 99,67 94 União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 95,51 2,55 75,11 79 20,40 21 3.608,15 15,08 993,02 28 2.615,13 72 FREGUESIA Concelho de Cinfães ÁREA CONSOLIDADA ÁREA DE EDIFICAÇÃO DISPERSA Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 214 | P á g i n a RPDM de Cinfães Por forma a complementar a análise da situação urbanística do concelho de Cinfães, foi tido em consideração o estudo concretizado pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N), em 2011. Este estudo teve por objetivo avaliar a Situação Urbanística Existente na Região Norte de Portugal, tendo, para tal, sido utilizados os critérios fixados pelo Anexo I do PROT-N, que resulta da configuração espacial exposta no Mapa 31. Mapa 31: Situação urbanística existente (MSUE), incidência no concelho de Cinfães Fonte: CCDR-N. Os resultados do estudo da FLUP mostram que, para o caso concreto do concelho de Cinfães, foram delimitados 31 polígonos, que contabilizam um total de 325,22 ha de área consolidada, 80 polígonos de área de edificação dispersa com IBOSi > 0,1 m2/m2, com um total de 1000,15 ha, e ainda 16 polígonos de área de edificação dispersa com IBOSi entre 0,01 – 0,1 m2/m2, que contabilizam um total de 85,23 ha. Avaliando por freguesia (CAOP 2014), observa-se que as freguesias de Espadanedo (14,50%) e Travanca (14,39%) expõem o maior valor percentual em termos de áreas de edificação dispersa R01 | Caracterização e Diagnóstico 215 | P á g i n a RPDM de Cinfães face ao seu território. Cenário oposto é observado na União das Freguesias de Alhões, Bustelo Gralheira e Ramires, que exibe a área de edificação dispersa (5,3 ha) mais baixa, ocupando apenas 0,28% da área total afeta ao seu território. Quadro 49: Situação urbanística existente, por freguesia MSUE - ÁREA EDIFICADA CONSOLIDADO (HA) EDIFICAÇÃO DISPERSA IBOS>0,1 (HA) EDIFICAÇÃO DISPERSA IBOS 0,01 – 0,1 (HA) 57,92 135,37 7,65 19 Ferreiros de Tendais FREGUESIA Cinfães % DA FREGUESIA (CONSOLIDADO/ EDIFICAÇÃO DISPERSA) 2,28 5,63 76,89 3,58 14,50 6,61 68,91 0,41 4,31 Fornelos 10,29 67,79 1,02 6,72 Moimenta 10,25 24,95 1,57 3,82 Nespereira 55,16 90,6 10,52 1,53 2,81 Oliveira do Douro 12,99 83,7 4,09 0,92 6,21 Santiago de Piães 22,81 83,09 1,30 4,72 São Cristóvão de Nogueira 10,21 133,17 0,56 7,56 Souselo 69,98 64,58 7,63 7,04 Tarouquela 8,5 66,97 5,79 1,28 10,95 Tendais 7,8 27,25 48,08 0,25 2,37 Travanca --- 71,6 --- 14,39 União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 33,72 5,3 5,11 0,90 0,28 Concelho de Cinfães 325,24 1.000,17 85,24 1,36 4,54 Espadanedo 4,00 Fonte: CCDR-N. Em forma de conclusão, apresenta-se o Quadro 50, onde se apresenta a evolução da situação urbanística entre 1995 e 2012 e a respetiva variação. Assim, perceciona-se que, genericamente, houve um incremento da área consolidada em todo o concelho, que se apresentou mais significativa nas freguesias de Espadanedo, Souselo, Nespereira, Santiago de Piães e Oliveira do Douro. A área de edificação dispersa também apresentou um aumento, de cerca de 36% no período em análise. Atualmente, a área de edificação dispersa ocupa cerca de 11,36% do território do concelho de Cinfães. Por sua vez, a variação da área de edificação dispersa nestes 17 anos corridos mostra ainda que em algumas freguesias houve um decréscimo da área de edificação dispersa, o significa que nessas freguesias ocorreu efetivamente uma consolidação da área edificada, sendo R01 | Caracterização e Diagnóstico 216 | P á g i n a RPDM de Cinfães esta mais expressiva nas freguesias de Cinfães, Moimenta, Tarouquela, Tendais, Travanca e Nespereira. Quadro 50: Comparação da situação urbanística entre 1995 e 2012 ÁREA CONSOLIDADA (HA) FREGUESIA ÁREA DE EDIFICAÇÃO DISPERSA (HA) 1995 2012 VARIAÇÃO (%) 1995 2012 VARIAÇÃO (%) Cinfães 63,97 101,74 59,05 421,33 222,13 -47,28 Espadanedo 5,80 52,66 807,23 52,55 165,62 215,17 - 38,51 - 161,55 203,86 26,19 Fornelos 14,08 27,93 98,37 144,85 123,95 -14,43 Moimenta 7,57 20,16 166,21 62,75 28,04 -55,31 Nespereira 50,91 165,9 225,85 273,94 190,21 -30,57 Oliveira do Douro 19,40 58,44 201,17 243,83 334,76 37,29 Santiago de Piães 29,15 89,22 206,07 252,14 446,44 77,06 - 52 - 246,75 305,89 23,97 Souselo 40,85 163,98 301,38 202,88 240,77 18,68 Tarouquela 19,35 61,39 217,28 319,24 160,43 -49,74 Tendais 27,73 79,07 185,11 133,33 72,97 -45,27 Travanca - 6,91 - 161,82 99,67 -38,41 União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 56,81 75,11 32,22 24,26 20,40 -15,91 Concelho de Cinfães 251,79 993,02 294,39 1920,94 2615,13 36,14 Ferreiros de Tendais São Cristóvão Nogueira de Fonte: GeoAtributo (2015). 6.1.4 EVOLUÇÃO (1995-2012) A análise dos compromissos urbanísticos, ou seja, de todos os atos administrativos, assumidos por um município, que consolidam direitos de edificação no âmbito jurídico dos particulares, designadamente através de informação prévias favoráveis, com eficácia (legitimidade de um ano), aprovação de projetos de arquitetura e/ou licenciamento administrativo de processo, com eficácia (legitimidade de um ano) e licenças e autorizações emitidas, no âmbito de qualquer operação urbanística (incluindo os licenciamentos, as comunicações prévias acolhidas e as autorizações válidas, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro e suas alterações), assumem R01 | Caracterização e Diagnóstico 217 | P á g i n a RPDM de Cinfães pertinência na avaliação da eficácia do instrumento em vigor. Para tal, será efetuada, no presente subcapítulo, uma análise da evolução do edificado no concelho de Cinfães. Inicia-se assim a avaliação pretendida através da avaliação da evolução do edificado do concelho de Cinfães, entre os anos de 1995 e 2012. Para tal, foi efetuada esta representação (Mapa 32), que inclui todos os edifícios existentes no concelho de Cinfães, nomeadamente os edifícios familiares de residência habitual, os edifícios destinados a equipamentos e serviços, os anexos, os edifícios utilizados para armazenamento, segundas habitações, entre outros. Mapa 32: Evolução do edificado de Cinfães: edifícios até 1995 e edifícios até 2012 Fonte: GeoAtributo, 2014. No ano de 1995 existiam no concelho de Cinfães um total de 27.998 edifícios, dos quais 13,5% estavam localizados na freguesia de Cinfães (3.775 edifícios), 9,9% situavam-se na freguesia de Nespereira (2.781 edifícios) e 9,8% na freguesia de Souselo (2.744 edifícios). Corridos 17 anos, o número de edifícios aumentou cerca de 63% (o que corresponde a um aumento de 17.740 edifícios), passando a registar um total de 45.738 edifícios. Assim, no ano de 2012, as freguesias de Cinfães (6.385 edifícios), Nespereira (4.911 edifícios) e São Cristóvão de Nogueira (4.834 edifícios) diziam respeito às freguesias que concentravam o maior número de edifícios neste concelho. Focando agora a presente análise em termos da variação, entre 1995 e 2012, do número de edifícios nas várias freguesias, é percetível que todas apresentaram um incremento do número de edifícios R01 | Caracterização e Diagnóstico 218 | P á g i n a RPDM de Cinfães superior a 400. No entanto, Cinfães (aumento de 2.610 edifícios), São Cristóvão de Nogueira (acréscimo de 2.484 edifícios) e Nespereira (aumento de 2.130 edifícios) sobressaem por apresentarem um aumento mais expressivo, ou seja, superior a 2.000 edifícios. Quadro 51: Número de edifícios em Cinfães, em 1995 e em 2012, e respetiva variação relativa (1995-2012) FREGUESIA ÁREA DE EDIFICAÇÃO DISPERSA (HA) VARIAÇÃO (1995-2012) 1995 2012 N.º % Cinfães 3.775 6.385 2.610 69,14 Espadanedo 1.260 2.154 894 70,95 Ferreiros de Tendais 1.733 2.717 984 56,78 Fornelos 1.427 2.220 793 55,57 Moimenta 902 1.317 415 46,01 Nespereira 2.781 4.911 2.130 76,59 Oliveira do Douro 2.081 3.530 1.449 69,63 Santiago de Piães 2.328 3.690 1.362 58,51 São Cristóvão de Nogueira 2.350 4.834 2.484 105,70 Souselo 2.744 4.017 1.273 46,39 Tarouquela 1.208 2.016 808 66,89 Tendais 2.351 3.406 1.055 44,87 Travanca 1.031 1.732 701 67,99 União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires 2.027 2.794 767 37,84 Concelho de Cinfães 27.998 45.738 17.740 63,36 Fonte: GeoAtributo, 2015. Apesar da consciência de que os dados referentes à variação do edificado do concelho de Cinfães e à variação da população aí residente serem referentes a períodos temporais ligeiramente diferentes (3 anos), decidiu-se que, ainda assim, seria importante realizar uma análise comparativa entre ambas. Deste modo, depreende-se que existe uma discrepância, dado que o número de edifícios aumentou em todas as freguesias, o que não se verifica, de todo, para a população residente. Assim, São Cristóvão de Nogueira corresponde à freguesia onde ocorreu o aumento mais expressivo do edificado, sendo que nesta a população residente diminui cerca de 19%. Com efeito, a população residente é sempre inferior ao número de edifícios existentes nas várias freguesias, o que leva a concluir que o parque habitacional do concelho de Cinfães está à altura das necessidades da população. Importa, no entanto, não esquecer que o número de edifícios em questão abarca R01 | Caracterização e Diagnóstico 219 | P á g i n a RPDM de Cinfães tanto os edifícios de residência habitual, como os edifícios destinados a equipamentos e serviços, armazenagem, anexos e segundas habitações. Figura 52: Variação do número de edifícios (1995-2012) e da população residente (1991-2011) U.F. Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires Travanca Tendais Tarouquela Souselo São Cristóvão de Nogueira Santiago de Piães Oliveira do Douro Nespereira Moimenta Fornelos Ferreiros de Tendais Espadanedo Cinfães -35,7 37,84 -21,4 67,99 -24,4 44,87 -0,7 66,89 -4,6 46,39 -18,7 105,70 -21,3 58,51 -13,5 69,63 -23,4 76,59 -23,3 46,01 -31,2 55,57 -22,9 56,78 -11,8 70,95 69,14 -40 -20 0 20 Edifícios (1995-2012) 40 60 18,0 80 100 População (1991-2011) Fonte: GeoAtributo, 2015. No que concerne à densidade do edificado nas várias freguesias, ou seja, do número de edifícios por unidade de área (hectare), constata-se que Souselo e Espadanedo são as freguesias que apresentam uma densidade de edifícios superior. Tal justifica-se pela proximidade destas freguesias com o rio Douro, bem como pela sua contiguidade com o concelho de Castelo de Paiva. Outra circunstância que merece destaque é o facto de estas freguesias serem atravessadas por um dos principais eixos viários deste município, a EN 222, verificando-se que a edificação foi-se concentrando ao longo desta infraestrutura viária. Em oposição, e com uma densidade de edifícios inferior á do restante território concelhio, encontra-se a União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires, uma vez que esta concentra menos do que um edifício por cada unidade de área. Com efeito, julga-se que este aspeto é devido ao facto de nesta se concentrarem altitudes elevadas (1.000 metros e superior), correspondendo esta ocupação a edificações com relativa antiguidade, ou seja, não dizem respeito a novos/recentes edifícios. Uma constatação importante relaciona-se com o facto de a densidade de edificação predominante estar compreendida entre 2,01 edifícios/ha e 3,00 edifícios/ha, registada nas freguesias de R01 | Caracterização e Diagnóstico 220 | P á g i n a 120 RPDM de Cinfães Moimenta, Fornelos, Santiago de Piães, São Cristóvão de Nogueira, Cinfães e Oliveira do Douro. Conclui-se assim que a sede concelhia não se evidencia, em termos da densidade de edifícios, relativamente ao restante território concelhio. Finalmente, observa-se que as freguesias localizadas no setor norte do concelho possuem uma densidade de edifícios por hectare superior, quer pelo traçado da Estrada Nacional que liga Cinfãeas aos concelhos vizinhos de Resende e Castelo de Paiva quer pela proximidade com o rio Douro, que constitui o recurso hídrico mais marcante tanto para o concelho como para a presente região. Mapa 33: Densidade de edifícios (N.º/ha) no concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo, 2015. 6.2 INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS 6.2.1 REDE VIÁRIA E TRANSPORTES Rede Rodoviária A análise da rede rodoviária é essencial para o planeamento e ordenamento do território, na medida em que as infraestruturas de suporte à circulação de pessoas, bens e serviços são um fator R01 | Caracterização e Diagnóstico 221 | P á g i n a RPDM de Cinfães determinante para o desenvolvimento social, económico e cultural da população das áreas territoriais que servem. A construção de uma boa rede de infraestruturas viárias contribui para melhorar ligações e acessibilidades, o que é determinante para uma maior abertura e possibilidade de revitalização do tecido social e económico. De facto, a rede viária assume uma importância particular na fixação da população residente e no desenvolvimento local, sendo fundamental o seu bom estado de conservação, pelo que a sua manutenção é igualmente crucial. A rede rodoviária nacional é constituída pela rede nacional fundamental (Itinerários Principais – IP) e pela rede nacional complementar (itinerários complementares – IC – e estradas nacionais – EN). Figura 53: Rede rodoviária nacional Rede Nacional Fundamental •A rede nacional fundamental integra os Itinerários Principais (IP). Estes correspondem às vias de comunicação de maior interesse nacional e servem de base de apoio a toda a rede rodoviária nacional, assegurando a ligação entre os centros urbanos com influência supradistrital e destes com os principais portos, aeroportos e fronteiras. Rede Nacional Complementar •A rede nacional complementar é constituída pelos Itinerários Complementares (IC) e pelas Estradas Nacionais (EN). A rede nacional complementar assegura a ligação entre a rede nacional fundamental e os centros urbanos, de influência concelhia ou supraconcelhia, mas infradistrital. Os itinerários complementares são as vias que, no contexto do plano rodoviário nacional, estabelecem as ligações de maior interesse regional, bem como as principais vias envolventes e de acesso nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Fonte: Estradas de Portugal (2015). A rede viária com incidência no concelho de Cinfães é constituída pelos seguintes troços: Rede Nacional Complementar (Estradas Nacionais) EN 211, entre o limite do concelho de Baião e Cinfães (entroncamento da EN 222); R01 | Caracterização e Diagnóstico 222 | P á g i n a RPDM de Cinfães EN 222, entre o limite do concelho de Castelo de Paiva e o limite do concelho de Resende, sendo que o troço entre o km 79,000 e o km 81,200 está sob a gestão do município de Cinfães (desde novembro de 2004); Estradas Regionais ER 321, entre o concelho de Cinfães (entroncamento da EN 222) e o limite do concelho de Castro Daire, sendo que o troço entre Cinfães (km 24,500 – entroncamento da EN 222) e o Entroncamento Acesso ao Mercado (km 25,600), está sob gestão do Município de Cinfães (desde abril de 2013). Estradas Desclassificadas sob jurisdição da EP – Estradas de Portugal EN 225, entre o limite do concelho de Castelo de Paiva (km 6,455) e o limite do concelho de Arouca (km 11,937) e desde o limite do concelho de Arouca (km 15,881) até ao limite do concelho de Arouca (km 25,458). Para além dos eixos viários anteriormente referidos, Cinfães é também servido por um conjunto de estradas e caminhos municipais da rede municipal, estruturantes na organização da circulação viária e dos transportes. Mapa 34: Rede viária do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 223 | P á g i n a RPDM de Cinfães A rede viária existente no concelho de Cinfães compreende uma servidão administrativa, no âmbito do Decreto-Lei n.º 13/94, de 15 de janeiro, que define o regime de proteção da Rede Rodoviária Nacional, fixando as zonas de servidão non aedificandi de 50 m para os Itinerários Principais, 35 m para os Itinerários Complementares e 20 m para as Estradas Nacionais (artigo 5.º). Por sua vez, o Decreto-Lei n.º 13/71, de 23 de janeiro, estabelece o regime de proteção da rede de estradas não classificadas no Plano Rodoviário Nacional (estradas desclassificadas sob jurisdição da empresa Estradas de Portugal – EP), bem como as situações em que é obrigatória a aprovação, autorização ou licença a conceder pela EP, SA. Por seu lado, a Lei n.º 2110, de 19 de agosto de 1961, que apresenta o regulamento geral das Estradas e Caminhos Municipais, estabelece, no n.º 1 do artigo 58.º, que "não é permitido efetuar qualquer construção nos terrenos à margem das vias municipais (...) dentro das zonas de servidão non aedificandi, limitadas de cada lado da estrada por uma linha que dista do seu eixo 6m e 4,6m, respetivamente para as estradas e caminhos municipais", podendo estas distâncias serem alargadas até "8m e 6m, para cada lado do eixo da via, respetivamente para as estradas e caminhos municipais, na totalidade ou apenas em alguma ou algumas das vias municipais" (idem), caso a Câmara Municipal assim o entenda. Rio Douro Importa não esquecer, e tendo em consideração a indiscutível importância do rio Douro para o concelho de Cinfães e para a região onde o mesmo se insere, a acessibilidade fluvial a este concelho através da Via Navegável do Douro. Esta via apresenta um canal de navegação com 60 m de largura em leito arenoso e 40 m em leito rochoso, assumindo uma profundidade, para ambos os casos, de 4,2 m. As referidas características garantem a navegabilidade de embarcações com 80 m de comprimento ”fora a fora”, 11 m de boca e calado de 3,80 m. Mais recentemente, no PETI3+, De acordo com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I.P. (2015) “(…) a navegabilidade do Douro uma das valências de reconhecido potencial no co desenvolvimento do turismo e atendendo ao peso crescente da navegação marítimo-turística (cruzeiros fluviais), que no ano de 2014 chegou a 600.000 passageiros (….)”. «Desde tempos imemoráveis que o rio Douro constitui um importante meio de comunicação e de transporte de produtos da região, tendo sido até aos finais do século passado a sua única via de acesso. Há registos da utilização deste rio e do conhecimento profundo do seu curso em documentos do tempo da ocupação romana. A história duriense reflete a evolução das embarcações e dos R01 | Caracterização e Diagnóstico 224 | P á g i n a RPDM de Cinfães transportes neste rio: seja a concessão de barcas de passagem, as almadias de cortiça que deslizavam pelo rio, carregadas de mercadorias para o Porto ou os almocreves (uma centena, com o seu regimento na Câmara de Lamego, do século XVI). Até 1887, altura da conclusão da linha do caminho-de-ferro a via fluvial era a única via utilizada. No século passado – segundo um escritor da época – “nem estradas carreteiras, nem caminhos para jornadear a cavalo, permitiam sem interrupções essas alcantiladas ribas”»25. Largura Em leito rochoso: 40 m Em leito aluvionar: 60 m 4,20 m do mar até ao Pinhão e do Pocinho ate Barca d’Alva Profundidade (valores mínimos) 2,50 m do Pinhão até à barragem do Pocinho (no entanto existem troços onde o valor é superior) A navegação na Via Navegável do Douro apresenta-se sob varias formas, podendo ser turística, comercial, de recreio ou desportiva. Em termos de navegação turística, os dados do IMT dão conta de que atualmente operam no Douro 52 barcos turísticos, com capacidades entre os 20 e os 350 passageiros, que possibilitam uma variada oferta de cruzeiros turísticos (desde cruzeiros de curta duração, a cruzeiros semanais e cruzeiros temáticos). A navegação comercial, por seu lado, passa sobretudo pelo transporte de pipas de vinho, através de um barco característico – o barco rabelo. Transportes escolares Os transportes escolares efetuam a deslocação entre as escolas e o local de residência dos alunos, sendo os horários e os circuitos ajustados em função dos horários de entrada e saída na escola, conciliando os tempos de percurso entre as diferentes localidades, uma vez que não seria sustentável alocar um autocarro para uma única localidade. No concelho de Cinfães, no que concerne ao ano letivo 2014/2015, encontram-se definidos um total de 45 circuitos escolares. 25 http://www.douro.iptm.pt/PT/via_navegavel/index.aspx R01 | Caracterização e Diagnóstico 225 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 52: Circuitos escolares no concelho de Cinfães, para o ano letivo 2014/2015 N.º CIRCUITO DESCRIÇÃO 1 Transporte de 81 alunos residentes nos lugares de Santa Marinha, Pindelo, Ervilhais, Vilar do Peso e Joazim, para as Escolas EB2,3 General Serpa Pinto, Profissional e Secundária de Cinfães 2 Transporte de 52 alunos residentes nos lugares de Torneiros, Mourilhe, Rossio e Louredo, até às Escolas E.B. 2,3, Profissional e Secundária de Cinfães 3 Transporte de 40 alunos residentes nos lugares de Ramires, Montão e Vila Nova, até às Escolas E.B. 2,3, Profissional e Secundária de Cinfães 3A Transporte de 65 alunos residentes nos lugares de Finzes, Oliveira, Boassas, Pias e Cidadelhe, até às Escolas E.B. 2,3 e Secundária de Cinfães 4 Transporte de 40 alunos residentes nos lugares de Alhões, Bustelo, Soutelo, Granja e Fermentãos, até às Escolas E.B. 2,3, Profissional e Secundária de Cinfães. 5 Transporte de 26 alunos residentes nos lugares da Gralheira, Pimeirô, Vila Boa de Cima, Meridãos, Mourelos, Vila Viçosa e Travassos até às Escolas E.B. 2,3, Profissional e Secundária de Cinfães 5A Transporte de 31 alunos residentes nos lugares de Vila Boa de Baixo, Ferreiros, Covelas, Ruivais e Desamparados, até às Escolas E.B. 2,3 e Secundária de Cinfães 6 Transporte de 216 alunos residentes nos lugares de Pereira, Feira, Vila Chã, Macieira, Guisande, Vilar d'Arca, Santo António e Piães, até às Escolas E.B. 2,3, Profissional e Secundária de Cinfães 7 Transporte de 68 alunos residentes nos lugares de Travanca, Ortigosa, Moimenta, Ventuzelas, Sanfins e Valbom, até às Escolas E.B. 2,3, Profissional e Secundária de Cinfães 8 Transporte de 180 alunos residentes nos lugares de Escamarão, Couto, Fonte Coberta, Souselo, Espadanedo, Tarouquela, Concela (Piães), Valbom e S. Cristóvão, até às Escolas E.B. 2,3, Profissional e Secundária de Cinfães 9 Transporte 22 alunos residentes nos lugares de Porto Antigo, Pias (Ponte), Souto Rio, Casal e Painçais, até às Escolas E.B. 2,3, Profissional e Secundária de Cinfães 10 Transporte de 106 alunos residentes nos lugares de Concela, Colégio (Tarouquela), Vila Celina e Presinha (Espadanedo), até à Escola E.B. 2,3 de Souselo 10A Transporte de 30 alunos residentes nos lugares de Saímes, Meijoadas e Pousada (Espadanedo), até a Escola E.B. 2,3 de Souselo 11 Transporte de 27 alunos residentes nos lugares de Escamarão, até à Escola E.B. 2,3 de Souselo 12 Transporte de 64 alunos residentes nos lugares de Travanca, Chousas e Covelo, até à Escola E.B. 2,3 de Souselo 12A Transporte de 36 alunos residentes nos lugares de Fornelos, Moimenta e Cale, até a Escola E.B. 2,3 de Souselo 13 Transporte de 3 alunos residentes nos lugares da Feira e Travanca, até à EB 2,3 de Castelo de Paiva 14 Transporte de 5 aluno residente no lugar de Souselo, até à Escola EB 2,3 de Castelo de Paiva R01 | Caracterização e Diagnóstico 226 | P á g i n a RPDM de Cinfães 15 Transporte 47 alunos residentes nos lugares de Valverde, Vila de Muros, Avitoure, Açoreira, Pias, Ameal/Seixo e Casal, até às Escolas Secundária, E.B. 2,3 de Cinfães e Complexo Escolar de Cinfães 15A Transporte 49 alunos residentes nos lugares de Seara, Ferreira, S. Cristóvão, Temporão, até às Escolas Secundária, Profissional e E.B. 2,3 de Cinfães 16 Transporte de 7 alunos, residentes no lugar de Marcelim e Vila Viçosa, Lagarelhos e Travassos, até às Escolas E.B. 2,3, Secundária de Cinfães e Complexo Escolar de Cinf 17 Transporte de 10 alunos residentes no lugar de Joazim, Sanguinhedo e Contença, até ao Complexo Escolar de Cinfães 18 Transporte de 10 alunos residentes nos lugares de Sanguinhedo e Contença, até às Escolas E.B. 2,3 e Secundária de Cinfães 19 Transporte de 13 alunos, do secundário, 3.º e 2.º ciclo, residentes no lugar de Aveloso e Macieira até Fermentãos. Transporte de 5 alunos, do 1.º ciclo e pré-escolar, de Aveloso, Macieira e Cimo de Vila, até à Escola do 1.º C.E.B. de Meridão 20 Transporte de 14 alunos, residentes no lugar de Paradela até Santa Marinha, do ensino secundário, do 2.º e 3.º ciclo. Transporte de 7 alunos dos lugares de Paradela e Outeiro, até ao Centro Escolar de Nespereira 21 Transporte de 12 alunos residentes nos lugares de Vilar de Arca, Vilarinho e Sanfins, até à Escola do 1º C.E.B. de S. Cristóvão 22 Transporte de 11 alunos, do 1.º ciclo, residentes nos lugares de Vilar do Peso e Sogueire, até à Escola do 1º C.E.B. de S. Cristóvão 23 Transporte de 30 alunos, do1.º ciclo e JI, residentes nos lugares do Castelo, Ervilhais, Pindelo e Pereira, até ao Centro Escolar de Nespereira 24 Transporte de 34 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes no lugar de Fornelos, Cunha, Ladário e Macieira, até ao Centro Escolar de Nespereira. Transporte de 18 alunos, 1.º ciclo e JI, residentes no lugar de Vila de Chã, até ao Centro Escolar de Nespereira 25 Transporte de 1 aluno, do 2.º ciclo, paraplégico, de Espadanedo, até à Escola EB 2,3 de Souselo 26 Transporte de 1 aluno, do 1.º ciclo, com deficiência motora, de Pindelo, até ao Centro Escolar de Nespereira 27 Transporte de 14 alunos, do 2.º, 3.º ciclo e secundário, residentes no lugar de Boassas, até lugar de Pias/ponte. Transporte de 14 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes no lugar de Boassas, até ao Centro Escolar de Oliveira do Douro 28 Transporte de 18 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes nos lugares de Montão, Vila Nova e Paredes, até ao Centro Escolar de Oliveira do Douro 29 Transporte de 8 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes no lugar de Bustelo, até ao Centro Escolar de Oliveira do Douro 30 Transporte de 8 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes nos lugares de Chã, Ruivais, Fundoais, Seixedo e Tojal, até ao Centro Escolar de Oliveira do Douro 31 Transporte de 6 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes nos lugares de Porto Antigo e Carregosa, até ao Centro Escolar de Oliveira do Douro 32 Transporte de 6 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes nos lugares de Pelisqueira, Covelas e Rosendo, até ao Centro Escolar de Oliveira do Douro R01 | Caracterização e Diagnóstico 227 | P á g i n a RPDM de Cinfães 33 Transporte de 7 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes nos lugares de Ferreiros e Aldeia, até ao Centro Escolar de Oliveira do Douro 34 Transporte de 8 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes nos lugares da Gralheira, Vale de Papas e Ramires, até ao Centro Escolar de Oliveira do Douro 35 Transporte de 8 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes nos lugares de Alhões, Bustelo e Vila Boa, até ao Centro Escolar de Oliveira do Douro 36 Transporte de 1 aluno do 3.º ciclo, residente no lugar de Casais, até Meridãos. Transporte de 8 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes no lugar da Granja, Quinhão e Fermentãos, até à Escola do 1º C.E.B. de Meridãos nº1 37 Transportes de 1 aluna, com deficiência motora, do lugar de Santa Isabel - Travanca, até à Escola EB 2,3 de Souselo. Transporte de 3 alunos residentes no lugar de Gatão, até à Escola do 1º C.E.B. de Santa Isabel/Travanca 38 Transporte de 19 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes nos lugares de Guimbra, Cruzeiro, Pinhal e Várzea, até ao Centro Escolar de Tarouquela 39 Transporte de 26 alunos, do 1.º ciclo e JI, residentes nos lugares de Covelo e Escamarão, até ao Centro Escolar de Fonte Coberta 40 Transporte de 19 alunos, 1.º ciclo e JI, do lugar de Meijoadas e Saímes, até à Escola do 1.º C.E.B. da Lavra 41 Transporte de 22 alunos residentes nos lugares de Trigais, Concela, Torneiros Ameal e Ventuzelas, até ao Centro Escolar de Santiago de Piães Fonte: Câmara Municipal de Cinfães, 2015. 6.2.2 EQUIPAMENTOS COLETIVOS A transferência progressiva de competências da administração central para a administração local tem sublinhado o papel das autarquias enquanto gestores de um número acrescido de equipamentos coletivos. Torna-se imperativo, no processo de programação e planeamento dos equipamentos coletivos, que seja avaliada a necessidade de provimento de equipamentos coletivos de um município, no que respeita à oferta e diversidade de tipologias, bem como seja estimada a dimensão e a área de influência de cada um dos equipamentos existentes. A preponderância da oferta e programação adequada de equipamentos coletivos num determinado território leva às várias definições deste conceito que a seguir se apresentam, quer por documentos legais em vigor, quer pelas entidades responsáveis pelo ordenamento do território: “Edificações onde se localizam atividades destinadas à prestação de serviços de interesse público imprescindíveis à qualidade de vida das populações” (DGOTDU, 2004). "Áreas afetas às instalações (inclui as ocupadas pelas edificações e os terrenos envolventes afetos às instalações) destinadas à prestação de serviços às coletividades (saúde, ensino, R01 | Caracterização e Diagnóstico 228 | P á g i n a RPDM de Cinfães administração, assistência social, segurança pública, proteção civil, etc.), à prestação de serviços de carácter económico (mercados, feiras, etc.) e à prática de atividades culturais, de recreio e lazer e de desporto" (Portaria n.º 216-B/2008, de 3 de março). Os equipamentos coletivos representam elementos estruturantes do território, assumindo cada vez mais um papel decisivo a qualidade de vida das populações. Neste sentido, foram analisadas as seguintes tipologias de equipamentos: Equipamentos Administrativos; Equipamentos Culturais; Equipamentos Desportivos; Equipamentos Religiosos; Equipamentos Sociais; Equipamentos de Saúde; Equipamentos de Ensino; Equipamentos de Prevenção e Segurança Pública; Outros equipamentos. Equipamentos Administrativos Os equipamentos administrativos existentes em Cinfães dizem respeito à Câmara Municipal, às várias Juntas de Freguesia, ao Tribunal Judicial, ao Instituto da Segurança Social, à Repartição de Finanças, aos CTT e à Conservatória do Registo Civil. A maioria dos equipamentos administrativos estão alocados na freguesia sede de concelho, com exceção para as Juntas de Freguesia que se localizam nas freguesias a que respeitam. R01 | Caracterização e Diagnóstico 229 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 35: Equipamentos administrativos do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Equipamentos Culturais e de Lazer O Museu Serpa Pinto, a Casa da Cultura (atualmente Academia de Artes de Cinfães), a Biblioteca Municipal e o Auditório Municipal Joaquim Araújo Pereira Pinto constituem alguns dos equipamentos culturais existentes no concelho de Cinfães, todos localizados na sede concelhia. Porém, estes não são os únicos, existindo ainda um conjunto de associações e coletividades e Casas do Povo, sendo que todas as freguesias possuem as respetivas sedes das associações culturais que aí têm lugar. Em termos de equipamentos de lazer, o concelho de Cinfães possui, entre outros, a Zona de Lazer da Granja, localizada na freguesia de Espadanedo, o Parque da Nossa Senhora de Lurdes, sito em Nespereira, e ainda os parques de lazer do Ladário, Valado, S. Pedro do Campo, Mourilhe, Ribeira de Piães, Gralheira, Bustelo, Tarouquela, Alhões e Espadanedo. Para além dos referidos equipamentos de lazer, existem também 2 cais no rio Douro, designadamente Porto Antigo e Escamarão. R01 | Caracterização e Diagnóstico 230 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 36: Equipamentos culturais e de lazer do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Equipamentos Desportivos Cada vez mais é considerado fundamental o reconhecimento do desporto como um meio privilegiado da qualidade de vida, através da prática de exercício físico de forma regular e na própria promoção do bem-estar dos indivíduos, quer no que concerne à condição física, como no estímulo da interação social. Nos termos do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 141/2009, de 16 de junho, são consideradas instalações desportivas “o espaço edificado ou conjunto de espaços resultantes da construção fixa e permanente, organizados para a prática das atividades desportivas, que incluem as áreas de prática e as áreas anexas para os serviços de apoio e instalações complementares”. As instalações desportivas podem ser organizadas em: Instalações desportivas de base que constituem o nível básico da rede de instalações para o desporto, agrupando-se em recreativas e formativas; Instalações desportivas especializadas ou monodisciplinares; Instalações especiais para o “espetáculo desportivo”. R01 | Caracterização e Diagnóstico 231 | P á g i n a RPDM de Cinfães Os equipamentos desportivos do concelho de Cinfães são constituídos por um conjunto alargado de elementos, nomeadamente: Um pavilhão gimnodesportivo municipal; Três pavilhões escolares; Treze campos de futebol (dos quais 2 encontram-se desativos); Quinze polidesportivos; Duas piscinas (uma coberta e outra descoberta); Um estádio de futebol e campo secundário (campo principal com relva natural e campo secundário com relva sintética); Dois minicampos de jogos; Dois campos de tiro. Mapa 37: Equipamentos desportivos do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 232 | P á g i n a RPDM de Cinfães Equipamentos Religiosos No que concerne aos equipamentos religiosos, que constituem espaços destinados à prática religiosa da população concelhia, é possível observar que o município possui um vasto número destes elementos, que correspondem, em concreto, a igrejas Quadro 53: Equipamentos religiosos do concelho de Cinfães TIPO DESIGNAÇÃO Igreja Matriz de Ferreiros Tendais/Igreja de São Pedro Igreja FREGUESIA de Ferreiros de Tendais Igreja Matriz de Cinfães/Igreja de São João Baptista Cinfães Igreja de Casal Cinfães Igreja de Covelas Ferreiros de Tendais Igreja de Ruivais Ferreiros de Tendais Igreja da Santo Ericío Nespereira Igreja Matriz de Espadanedo Espadanedo Igreja Matriz de Nespereira Nespereira Igreja de Santa Marinha Nespereira Igreja Matriz de Souselo Souselo Igreja Matriz da Gralheira União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires Igreja Matriz de Tendais Tendais Igreja de Vilar de Arca Santiago de Piães Igreja Matriz de Bustelo União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires Igreja Matriz de Alhões União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires Igreja Matriz de Fornelos Fornelos Igreja Matriz de Ramires União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires Igreja Matriz de Moimenta Moimenta Igreja de Santiago de Piães Santiago de Piães Igreja Matriz de Tarouquela Tarouquela Igreja de Oliveira do Douro Oliveira do Douro Igreja Matriz de Travanca Travanca Igreja de São Cristóvão de Nogueira São Cristóvão de Nogueira R01 | Caracterização e Diagnóstico 233 | P á g i n a RPDM de Cinfães Igreja de Nossa Senhora da Agonia Tendais Igreja de S. Pedro do Campo Tendais Igreja do Senhor dos Enfermos Fornelos Igreja de Nossa Senhora Natividadede de Escamarão Cemitério da Souselo Cemitério de Bustelo União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires Cemitério de Souselo Souselo Cemitério de Espadanedo Espadanedo Cemitério de Nespereira Nespereira Cemitério de Moimenta Moimenta Cemitério da Gralheira União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires Cemitério de Tarouquela Tarouquela Cemitério de Fornelos Fornelos Cemitério de Escamarão Souselo Cemitério de Boassas Oliveira do Douro Cemitério de Soutelo Tendais Cemitério de Ruivães Ferreiros de Tendais Cemitério de Alhões União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires Cemitério de Ramires União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires Cemitério de Tendais Tendais Cemitério de Travanca Travanca Cemitério de Fundo de Vila Fornelos Cemitério de Ferreiros de Tendais Ferreiros de Tendais Cemitério de Vila de Muros Tendais Cemitério de Vilar de Arca Santiago de Piães Cemitério de Santiago de Piães Santiago de Piães Cemitério de Vila Viçosa Cinfães Cemitério de Vale de Papas União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires Cemitério de Oliveira de Douro Oliveira do Douro Cemitério de São Cristóvão de Nogueira São Cristóvão de Nogueira Cemitério de Cinfães Cinfães R01 | Caracterização e Diagnóstico 234 | P á g i n a RPDM de Cinfães Todas as freguesias sem exceção possuem uma igreja e um cemitério, sendo as freguesias que concentram um maior número de equipamentos religiosos a União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires (9 equipamentos religiosos), Tendais (5 equipamentos religiosos) e Cinfães, Ferreiros de Tendais, Fornelos, Nespereira, Santiago de Piães e Souselo (4 equipamentos religiosos em cada freguesia). Mapa 38: Equipamentos religiosos do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Equipamentos Sociais De acordo com a Carta Social (2011) pode ser considerado equipamento social toda a estrutura física onde se desenvolvem as diferentes respostas sociais ou estão instalados os serviços de enquadramento a determinadas respostas que se desenvolvem diretamente junto dos utentes. Neste sentido, os equipamentos sociais existentes no concelho de Cinfães são respeitantes às valências de Lar de Idosos, Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário, Creche, Centro de Atividades Ocupacionais e Jardim de Infância Privado, com a seguinte distribuição territorial: Ferreiros de Tendais: Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário; Oliveira do Douro: Serviço de Apoio Domiciliário; R01 | Caracterização e Diagnóstico 235 | P á g i n a RPDM de Cinfães São Cristóvão de Nogueira: Lar de Idosos e Serviço de Apoio Domiciliário; Souselo: Lar de Idosos, Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário e Creche; Nespereira: Lar de Idosos, Serviço de Apoio Domiciliário e Creche; Cinfães: 2 Lares de Idosos, Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário, Creche e Jardim de Infância Privado; Tendais: Lar de Idosos e Serviço de Apoio Domiciliário; Fornelos: Serviço de Apoio Domiciliário; Espadanedo: Lar Residencial e Centro de Atividades Ocupacionais. É assim percetível que o concelho de Cinfães possui um conjunto de equipamentos sociais destinados essencialmente à população idosa, grupo etário que é considerado como objetivo prioritário das políticas sociais locais. Mapa 39: Equipamentos sociais do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 236 | P á g i n a RPDM de Cinfães Equipamentos de Saúde Ao nível dos equipamentos de saúde, o concelho de Cinfães tem como hospital de referência o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, EPE que serve todas as suas freguesias nas diversas áreas de especialidade (anestesiologia, cardiologia, cirurgia geral, cirurgia plástica, endocrinologia e nutrição, gastroenterologia, ginecologia, ginecologia/obstetrícia, imunohemoterapia, medicina no trabalho, medicina física e de reabilitação, medicina interna, neurologia, obstetrícia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologista, patologia clínica, pediatria, pneumologia, psiquiatria, psiquiatria da infância e da adolescência, radiodiagnóstico, urologia, etc.). Para além do hospital de referência, este município integra ainda o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Tâmega I – Baixo Tâmega que é composto, entre outros, pela Unidade de Saúde de Cinfães à qual se encontram associadas várias extensões de saúde, nomeadamente: Extensão de Saúde de Oliveira do Douro; Extensão de Saúde de Moimenta; Extensão de Saúde de Nespereira; Extensão de Saúde Santiago de Piães; Extensão de Saúde de Souselo. Para além dos equipamentos de saúde, existe ainda, na freguesia de sede de concelho, uma unidade de cuidados continuados (de média e longa duração) e ainda um conjunto de farmácias, que se distribuem territorialmente por Cinfães, Nespereira, Santiago de Piães e Souselo. R01 | Caracterização e Diagnóstico 237 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 40: Equipamentos de saúde do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Equipamentos de Ensino Os equipamentos escolares, ao abrigo do disposto no Decreto-Lei n.º 33575., de 8 de outubro de 1949, representam elementos a incluir na Planta de Condicionantes. Este diploma legal estabelece no artigo 1.º que os “edifícios escolares não deverão ficar, em regra, a menos de 200 metros de cemitérios ou estabelecimentos qualificados na respetiva legislação como insalubres, incómodos, tóxicos ou perigosos”. O referido Decreto-Lei foi parcialmente revogado pelo Decreto-Lei n.º 42220, de 3 de março de 1962, no que concerne ao afastamento mínimo entre os cemitérios e os edifícios escolares. De acordo com o artigo 2.º do Decreto Regulamentar n.º 12/2000, de 29 de agosto, o “agrupamento de escolas é uma unidade organizacional, dotada de órgãos próprios de administração e gestão, podendo integrar estabelecimentos de educação pré-escolar e de um ou mais ciclos do ensino básico, a partir de um projeto pedagógico comum”. A rede escolar do concelho de Cinfães integra dois agrupamentos escolares, designadamente o Agrupamento de Escolas de Cinfães e o Agrupamento de Escolas de Souselo. Os referidos agrupamentos escolares são compostos por 5 R01 | Caracterização e Diagnóstico 238 | P á g i n a RPDM de Cinfães centros escolares, 2 escolas básicas do 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico e 18 escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Estes equipamentos distribuem-se espacialmente pelas freguesias de Tendais, Cinfães, Oliveira do Douro, S. Cristóvão de Nogueira, São Tiago de Piães, Tarouquela, Espadanedo, Souselo, Travanca e Nespereira. Para além destes, existe ainda uma escola secundária/não agrupada e uma escola profissional, ambas sitas em Cinfães. Mapa 41: Equipamentos de educação do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Equipamentos de Prevenção e Segurança Pública Segundo o n.º 1 do artigo 46.º da Lei n.º 27/2006, de 3 de julho, que constitui a Lei das Bases de Proteção Civil, são considerados agentes de proteção civil os corpos de bombeiros, as forças de segurança, as forças armadas, a autoridade marítima e aeronáutica, o INEM e demais serviços de saúde e os sapadores florestais. Por seu lado, a Cruz Vermelha Portuguesa exerce, em cooperação com os demais agentes e em harmonia com o seu estatuto próprio, funções de proteção civil nos campos da intervenção, apoio, socorro e assistência sanitária e social (n.º 2 do artigo 46.º da Lei das Bases de Proteção Civil). R01 | Caracterização e Diagnóstico 239 | P á g i n a RPDM de Cinfães Considerando o exposto, observa-se que, no caso de Cinfães, servem este concelho 2 corpos de bombeiros e 2 postos territoriais da Guarda Nacional Republicana (GNR), existindo também uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV), integrada no serviço de urgência básica de Cinfães. Mapa 42: Equipamentos de Prevenção e Segurança Pública do concelho do Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). 6.2.3 ELETRICIDADE E TELECOMUNICAÇÕES O Sistema Elétrico Nacional está dividido, de acordo com a Lei das Bases da Eletricidade (DecretoLei n.º 172/2006, de 23 de agosto) em seis grandes áreas, nomeadamente produção, transmissão, distribuição, comercialização, operação do mercado elétrico e operações logísticas facilitadoras da transferência entre comercializadores pelos consumidores. De acordo com a EDP, as linhas de alta tensão ou transporte correspondem a linhas cuja tensão nominal é igual ou superior a 60 kV. Estas linhas, normalmente aéreas, unem os centros produtores (centrais térmicas, hídricas, eólicas) às subestações ou entre várias subestações. Por seu lado, as linhas de média tensão dizem respeito às linhas cuja tensão nominal é inferior a 60 kV. Estas linhas, que podem ser aéreas ou subterrâneas, estabelecem a ligação entre as subestações R01 | Caracterização e Diagnóstico 240 | P á g i n a RPDM de Cinfães aos Postos de Transformação ou unem diferentes postos de seccionamento/transformação entre si. Finalmente, a EDP define as linhas de baixa tensão como sendo aquelas que “levam a energia elétrica desde os Postos de Transformação, ao longo das ruas e caminhos até aos locais onde é consumida em Baixa tensão (230 V entre fase e neutro e 400 V entre fases). Podem ser de 2 tipos: aéreas ou subterrâneas”. No que concerne aos postos de transformação, estes assumem como função reduzir a média tensão para a baixa tensão utilizável pelo consumidor doméstico final, comercial ou pequeno industrial, podendo ser de 2 tipos: encerrado numa construção de alvenaria (eventualmente numa caixa metálica) ou aéreo (suspenso em poste). Quanto às subestações, estas têm como finalidade elevar a tensão da eletricidade produzida nas centrais para ser transportada em alta tensão para as zonas de consumo ou, quando instaladas perto das zonas de consumo, para baixar o nível da tensão para que possa ser distribuída em média tensão. O concelho de Cinfães é servido por linhas de média tensão, alta tensão e muito alta tensão, de acordo com o exposto no Mapa 43. Importa ainda referir a existência da central hidroelétrica do Carrapatelo, instalada contiguamente à barragem do Carrapatelo, cuja potência total instalada é de 201 Mw, produzindo anualmente, em média, uma energia de 870,6 GWh. Mapa 43: Infraestruturas de energia elétrica do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 241 | P á g i n a RPDM de Cinfães De acordo com o n.º 1 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 446/76, de 5 de junho, que procede à alteração do Decreto-Lei n.º 26852, de 30 de julho de 1936, estabelece que os “planos de urbanização de aglomerados populacionais (…) deverão incluir sempre as infraestruturas de abastecimento de energia elétrica” e decreta ainda que nos terrenos a ocupar por urbanização, caso sejam atravessados por linhas elétricas de alta tensão, estas devem ser assinaladas devidamente. Por outro lado, na alínea b) do n.º 1 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, alterado pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, é referida a necessidade de a entidade responsável “pelas linhas de transporte e distribuição de energia elétrica em muito alta tensão e em alta tensão providencie a gestão do combustível numa faixa correspondente à projeção vertical dos cabos condutores exteriores acrescidos de uma faixa de largura não inferior a 10 m para cada um dos lados”. 6.2.4 ABASTECIMENTO DE ÁGUA A rede de abastecimento de água do concelho de Cinfães é constituída por duas captações de água, localizadas no lugar de Meridãos, freguesia de Tendais, e no lugar de Pias, freguesia de Cinfães, servindo um total de 8.178 indivíduos residentes em Pias, Bouças e Porto Antigo. De acordo com os dados do INE, relativos ao ano de 2009, apenas 42% da população residente no município de Cinfães era servida por sistemas de abastecimento de água, constituindo assim um dos concelhos da NUT III - Tâmega com menor proporção da população residente servida por estes sistemas. De facto, Lousada corresponde ao único concelho desta unidade territorial em que a cobertura do sistema de abastecimento de água é de 100%. Constata-se ainda que a taxa de cobertura no concelho de Cinfães é inferior à verificada nas unidades territoriais em que se insere, nomeadamente NUT I – Continente (96%), NUT II – Norte (92%) e NUT III – Tâmega (80%). R01 | Caracterização e Diagnóstico 242 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 54: População servida (%) por sistemas de abastecimento de água (2009)26 Fonte: INE (2015). De acordo com os dados do Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais (INSAAR), relativos ao ano de 2009, existem no concelho de Cinfães 7 captações de água, das quais 6 correspondem a captações subterrâneas e 1 a águas superficiais. Estas captações distribuem-se pelas freguesias de Cinfães, Oliveira do Douro e Tendais, assumindo três tipologias distintas: galeria de mina, furo e poço com drenos. Quadro 54: Captações de água do concelho de Cinfães, 2009 DESIGNAÇÃO FREGUESIA TIPO DE ORIGEM TIPO DE CAPTAÇÃO POPULAÇÃO SERVIDA (HAB) VOLUME ANUAL DE ÁGUA CAPTADO (m3) Floresta (Mina) Cinfães Águas Subterrâneas Galeria de mina 270 11.664 Bouças Cinfães Águas Subterrâneas Furo 270 11.664 Pias (Rio Bestança) Oliveira do Douro Águas de Superfície Poço com drenos 2.475 8.909 Sá Tendais Águas Subterrâneas Furo 267 n.d. Quinta Cinfães Águas Subterrâneas Furo 270 11.664 Sanguinhedo Cinfães Águas Subterrâneas Furo n.d. 11.664 26 Apesar do concelho de Baião também integrar a NUT III – Tâmega, este não está representado no gráfico, uma vez que o INE não dispõe dados relativos à população servida por sistemas de abastecimento de água neste município. R01 | Caracterização e Diagnóstico 243 | P á g i n a RPDM de Cinfães DESIGNAÇÃO Sernada TIPO DE ORIGEM TIPO DE CAPTAÇÃO POPULAÇÃO SERVIDA (HAB) VOLUME ANUAL DE ÁGUA CAPTADO (m3) Águas Subterrâneas Furo 270 11.664 FREGUESIA Cinfães Fonte: INSAAR (2013). “As águas subterrâneas constituem importantes origens de água, efetivas ou potenciais, que importa preservar. Porém, a qualidade das águas subterrâneas é suscetível de ser afetada pelas atividades socioeconómicas, designadamente usos e ocupações do solo, em particular pelas áreas urbanas, infraestruturas e equipamentos, agricultura e zonas verdes. A contaminação das águas subterrâneas é, na generalidade das situações. Persistente pelo que a recuperação da qualidade destas águas é, em regra muito lenta e difícil. A proteção das águas subterrâneas constitui, assim, um objetivo estratégico de maior importância, no quadro de um desenvolvimento equilibrado e duradouro.”27 (DGOTDU, 2010). As captações de água subterrâneas para abastecimento público constituem assim uma servidão administrativa e de utilidade pública, de acordo com o Decreto-Lei n.º 382/99, de 22 de setembro, com as alterações decorrentes do artigo 37.º da Lei da Água (aprovada pela Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro), pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio e pela Portaria n.º 702/2009, de 6 de julho. A informação fornecida pelas Águas do Noroeste, relativa ao sistema multimunicipal de abastecimento de água do concelho de Cinfães, permitiu a obtenção do Mapa 44. É assim possível constatar que Espadanedo, Tarouquela, Moimenta, São Cristóvão de Nogueira e Ferreiros de Tendais não são servidas pela rede de abastecimento de água, nem possuem qualquer reservatório, estação elevatória ou estação de tratamento de água. 27 Servidões e Restrições de Utilidade Pública, DGOTDU, 2010. R01 | Caracterização e Diagnóstico 244 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 44: Infraestruturas de abastecimento de água do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Ainda de acordo com os dados do INSAAR, em 2009 existiam no concelho de Cinfães duas Estações de Tratamento de Água (ETA), ou seja, dois espaços onde são realizadas as várias etapas do processo de tratamento de água, localizadas em Oliveira do Douro e em Cinfães. Estas duas estruturas servem, em conjunto, um total de 3.555 habitantes, tratando um volume anual total de 12.797 m3. 6.2.5 DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS De acordo com o n.º 2 do Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de junho, as águas residuais podem ser classificadas, em função da sua origem, em águas residuais domésticas, industriais ou urbanas. Assim, este diploma legal define que as águas residuais domésticas correspondem às “águas residuais de serviços e de instalações residenciais, essencialmente provenientes do metabolismo humano e de atividades domésticas”. Por seu lado, as águas residuais industriais são aquelas que são “provenientes de qualquer tipo de atividade que não possam ser classificadas como águas residuais domésticas nem sejam águas pluviais”. Finalmente, as águas residuais urbanas, dizem R01 | Caracterização e Diagnóstico 245 | P á g i n a RPDM de Cinfães respeito a “águas residuais domésticas ou a mistura destas com águas residuais industriais e ou com águas pluviais”. O sistema de drenagem das águas residuais corresponde à rede fixa de coletores que fazem afluir as águas residuais a uma estação de tratamento ou a um ponto de descarga, juntamente com os componentes de transporte e elevação que a integram. Segundo o Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de agosto, os sistemas de drenagem de águas residuais podem ser de 2 tipos, em função da natureza da qualidade da água que transportam, nomeadamente unitários e separativos. Os sistemas de drenagem unitários são compostos por uma rede única de coletores, onde são admitidas, em simultâneo, águas residuais domésticas, industriais e pluviais. Por seu lado, os sistemas de drenagem do tipo separativo são constituídos por duas redes distintas de coletores, das quais uma se destina ao transporte das águas residuais domésticas e industriais e outra à drenagem de águas pluviais e similares. As Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) corresponde a uma instalação onde é efetuado o tratamento de águas residuais, que se processa através de uma sequência de operações físicas, químicas e biológicas. Por sua vez, as Fossas Séticas (FS) dizem respeito aos órgãos de decantação e digestão onde as águas residuais domésticas permanecem por um período de tempo que é suficiente para que estas sofram um tratamento físico e no qual se processa o tratamento biológico das lamas (que se designa por digestão anaeróbia). A rede de drenagem de águas residuais do concelho de Cinfães é do tipo unitária, prestando um serviço essencialmente doméstico, e cobrindo um total de 7.257 habitantes e apresentando um volume anual (setor “doméstico”) igual a 177.600 m3. No que concerne a infraestruturas de tratamento de águas residuais, os dados disponibilizados pelo INSAAR, referentes ao ano de 2009, dão conta da existência de 9 ETAR e de 7 fossas séticas, distribuindo-se espacialmente pelas freguesias de Cinfães, Espadanedo, Fornelos, Gralheira, Oliveira do Douro, Santiago de Piães, Souselo e Tendais. Finalmente, os dados do INSAAR dão também conta da existência de 16 pontos de rejeição das águas residuais, dos quais 15 correspondem a descarga no meio recetor após tratamento e 1 ponto de descarga direta no meio recetor. Relativamente às infraestruturas de drenagem de águas residuais, o Mapa 45 foi igualmente obtido a partir de informação fornecida pelas Águas do Noroeste. Deste modo, é facilmente depreendido que, e à semelhança do verificado para o abastecimento de água, as freguesias de Espadanedo, R01 | Caracterização e Diagnóstico 246 | P á g i n a RPDM de Cinfães Tarouquela, Moimenta, São Cristóvão de Nogueira e Ferreiros de Tendais não são servidas por sistemas de saneamento. É ainda notória a pretensão de construção de uma estação elevatória na freguesia de Souselo e de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais na União de freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires. Mapa 45: Infraestruturas de águas residuais do concelho de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Os dados do INE, reportados ao ano de 2009, mostram que, nesse ano, apenas 36% da população residente nesse concelho era servido por sistemas de drenagem de águas residuais. Este valor é ligeiramente superior ao verificado nos concelhos de Celorico de Basto (21%), Castelo de Paiva (21%), Marco de Canaveses (28%) e Cabeceiras de Basto (34%) sendo, contudo, inferior ao observado nos restantes municípios integrantes da NUT III – Tâmega. Por seu lado, nas unidades territoriais em que o concelho de Cinfães está integrado, a população servida por sistemas de drenagem de águas residuais é superior, sendo que na NUT I – Continente 84% da população é servida por sistemas de drenagem, na NUT II – Norte 76% e na NUT III – Tâmega 59% da população residente é servida por estes sistemas. R01 | Caracterização e Diagnóstico 247 | P á g i n a RPDM de Cinfães Figura 55: População servida por sistemas de drenagem de águas residuais, em 2009 28 Ribeira de Pena 65 Resende 61 Penafiel 55 Paredes 68 Paços de Ferreira 80 Marco de Canaveses 28 Lousada 99 Felgueiras 67 Cinfães 36 Celorico de Basto 21 Castelo de Paiva 21 Cabeceiras de Basto 34 Amarante 53 NUT III - Tâmega 59 NUT II - Norte 76 NUT I - Continente 84 0 20 40 60 % 80 100 Fonte: INE (2015). No artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 34021, de 11 de outubro de 1944, é estabelece “de utilidade pública as pesquisas, os estudos e os trabalhos de abastecimento de águas potáveis ou de saneamento de aglomerados populacionais”, pelo que as redes de abastecimento de água e as redes de drenagem de águas residuais devem ser devidamente representadas na Planta de Condicionantes. 6.2.6 RESÍDUOS SÓLIDOS O concelho de Cinfães integra um sistema intermunicipal de recolha, triagem, valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos, a RESINORTE. Para além deste, são abrangidos por esta empresa os municípios de Alijó, Amarante, Armamar, Baião, Boticas, Cabeceiras de Basto, Chaves, Fafe, Guimarães, Lamego, Marco de Canaveses, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Mondim de Basto, Montalegre, Murça, Penedono, Peso da Régua, Resende, Ribeira de Pena, Sabrosa, Manta Marta de Penaguião, Santo Tirso, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Trofa, Valpaços, Vila Nova de Famalicão, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Vizela. 28 Apesar do concelhos de Baião e Mondim de Basto também integrarem a NUT III – Tâmega, estes não estão representados no gráfico, uma vez que o INE não dispõe dados relativos à população servida por sistemas de drenagem de águas residuais nestes dois municípios. R01 | Caracterização e Diagnóstico 248 | P á g i n a RPDM de Cinfães O concelho de Cinfães encontra-se assim inserido num dos quatro pólos que constituem a RESINORTE, o Polo de Vale do Douro, que é composto por dois aterros, cinco ecocentros, três estações de transferência e uma estação de triagem. De acordo com a informação disponibilizada no site da RESINORTE 29 , no concelho de Cinfães existem 64 ecopontos, que se distribuem pelas várias freguesias do território concelhio. Por sua vez, os dados do INE mostram que, em 2013, foram recolhidos, no total, 5.197 toneladas de resíduos, dos quais 4.871 toneladas dizem respeito a resíduos recolhidos de forma indiferenciada, enquanto que 326 toneladas foram recolhidas de forma diferenciada. Quadro 55: Resíduos urbanos recolhidos no concelho de Cinfães, em 2013 TIPO DE RECOLHA TIPO DE DESTINO Aterro Recolha indiferenciada Recolha diferenciada TONELADAS 4871 Valorização energética 0 Valorização orgânica 0 Valorização multimaterial 0 Aterro 0 Valorização energética 0 Valorização orgânica 0 Valorização multimaterial 326 Fonte: INE (2015). 29 http://www.resinorte.pt/pages/ecocentroslista/9/0/0, acedido a 24 de fevereiro de 2015 R01 | Caracterização e Diagnóstico 249 | P á g i n a RPDM de Cinfães 7 RISCOS NATURAIS E TECNOLÓGICOS “Os riscos materializam processos ou ações, naturais ou tecnológicos, que adquirem relevância socioeconómica e têm expressão territorial. A análise e gestão dos riscos constituem foros de ação e decisão integrantes das atividades em sociedade, embora com diferentes graus de visibilidade e explicitação. (CCDRC, Riscos Naturais e Tecnológicos – Contributo para a Síntese de Diagnóstico e Visão Estratégica, 2007). Os diferentes tipos de riscos podem ser classificados em função da sua origem, como riscos naturais, riscos tecnológicos e riscos mistos. Segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), os riscos naturais dizem respeito aos riscos que resultam do funcionamento dos sistemas naturais, tais como, por exemplo, sismos, movimentos de massa em vertente, erosão do litoral, cheias e inundações, entre outros. Por sua vez, os riscos tecnológicos correspondem a riscos resultantes de acidentes, normalmente súbitos e não planeados, resultantes da atividade humana. São exemplos de riscos tecnológicos cheias e inundações por rotura de barragens, acidentes no transporte de mercadorias perigosas, etc. Finalmente, os riscos mistos são aqueles que resultam da combinação de ações continuadas da atividade humana com o funcionamento dos sistemas naturais (incêndios florestais, contaminação de cursos de água e aquíferos, degradação e contaminação dos solos, etc.). Com as transformações globais, as dinâmicas populacionais de urbanização e litoralização, a não reversibilidade de muitos dos processos naturais, adquirem importância a expressão espacial dos riscos e a qualificação da probabilidade de ocorrência de eventos extraordinários. A preocupação dos cidadãos, dos grupos, das comunidades, das instituições, ou dos estados relativamente aos valores ambientais e aos critérios de segurança e fiabilidade dos processos, estruturas e equipamentos, determinou a incorporação de princípios éticos na gestão dos perigos.” (CCDRC, Riscos Naturais e Tecnológicos – Contributo para a Síntese de Diagnóstico e Visão Estratégica, 2007). A prevenção dos riscos implica que seja conhecido o local onde estes vão ocorrer ou o local onde estes têm probabilidade de ter origem. Com efeito, com maior ou menor grau de dificuldade associado, de acordo com os tipos de instabilidade ambiental, torna-se possível identificar e localizar os setores onde há maior probabilidade de ocorrência de riscos e, a partir daí, atuar por forma a evitar ou a reduzir os seus efeitos. Neste sentido, é premente que sejam elaborados mapas R01 | Caracterização e Diagnóstico 250 | P á g i n a RPDM de Cinfães cujo conteúdo, escala e modo de representação podem variar em função dos objetivos e dos destinatários. Face ao exposto, é importante que se considere uma análise territorial que reflita a avaliação dos diferentes tipos de risco que podem afetar as atividades humanas, assim como os elementos naturais, em particular os referentes ao concelho de Cinfães. A identificação das áreas de risco baseia-se na relação entre a suscetibilidade do território e os vários elementos expostos. Neste sentido, afigura-se importante definir os vários conceitos associados à obtenção das áreas de risco, para uma melhor compreensão desta temática. Assim, e de acordo com a ANPC, as cartas de suscetibilidade representam a incidência espacial dos perigos, permitindo a análise e a identificação das áreas com propensão para serem atingidas por um determinado perigo em tempo indeterminado. Estas cartas classificam as áreas de suscetibilidade segundo quatro classes distintas: elevada, moderada, baixa, nula ou não aplicável). Por sua vez, as cartas de risco “devem identificar e localizar convenientemente os perigos que afetam as comunidades, permitindo proceder ao adequado enquadramento das dinâmicas naturais e antrópicas com tradução territorial (…)” (ANPC, 2009). No caso concreto do concelho de Cinfães, e em sede do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, foram consideradas as várias tipologias de riscos naturais mistos e tecnológicos, nomeadamente: 1. Riscos Naturais: Risco de nevões; Risco de ondas de calor; Risco de vagas de frio; Risco de secas; Risco de ventos fortes; Risco de cheias e inundações; Risco de sismos; Movimentos de massa. R01 | Caracterização e Diagnóstico 251 | P á g i n a RPDM de Cinfães 2. Riscos Mistos: Risco de incêndios florestais; Risco de erosão hídrica dos solos; Risco de degradação e contaminação dos solos; Risco de degradação e contaminação dos aquíferos; Risco de degradação e contaminação de águas superficiais. 3. Riscos Tecnológicos: Risco de acidentes rodoviários; Risco de acidentes fluviais; Risco de acidentes aéreos; Risco de acidentes no transporte de mercadorias perigosas; Risco de colapso de túneis, pontes e outras infraestruturas; Risco de cheias e inundações por rotura de barragens; Risco de acidentes em instalações de combustíveis, óleos e lubrificantes; Risco de acidentes em áreas e parques industriais, em estabelecimentos de atividades sujeitas a licença ambiental e/ou que envolvam substâncias perigosas; Risco de incêndios urbanos e colapsos em Centros Históricos e em edifícios com elevada densidade populacional. No entanto, e dado o âmbito de aplicação do Plano Diretor Municipal, importa apenas destacar os riscos que têm tradução ao nível deste Plano e que têm incidência no concelho de Cinfães, de acordo com as características do território concelhio (a título de exemplo, o risco de acidentes fluviais não tem aplicabilidade no município em análise). Assim, no presente documento, a análise relativa a esta temática irá debruçar-se apenas sobre os seguintes riscos: 1. Riscos Naturais: Risco de cheias e inundações; R01 | Caracterização e Diagnóstico 252 | P á g i n a RPDM de Cinfães Risco de sismos; Risco de movimentos de massa. 2. Riscos Mistos: Risco de incêndios florestais. 3. Riscos Tecnológicos: Risco de acidentes rodoviários; Risco de incêndios urbanos; Risco de rotura de barragens. 7.1 RISCOS NATURAIS 7.1.1 RISCO DE CHEIAS E INUNDAÇÕES As cheias dizem respeito “a um fenómeno hidrológico extremo, de frequência variável, natural ou induzido pela ação humana, que consiste no transbordo de um curso de água relativamente ao seu leito ordinário, originando a inundação dos terrenos ribeirinhos (leito de cheia). As inundações são fenómenos hidrológicos extremos, de frequência variável, naturais ou induzidos pela ação humana, que consistem na submersão de uma área usualmente emersa. As cheias são fenómenos hidrológicos temporários, enquanto as inundações (na sua maioria temporárias) podem ser definitivas (à escala da vida humana), como é o caso, por exemplo, da subida eustática do nível do mar, devido ao aquecimento global que está a submergir os terrenos costeiros.” (Ramos, 2013) As inundações podem ser divididas em vários tipos, consoante as causas que lhes dão origem, nomeadamente: Inundações fluviais ou cheias; Inundações de depressões topográficas; Inundações costeiras; Inundações urbanas. R01 | Caracterização e Diagnóstico 253 | P á g i n a RPDM de Cinfães Em Portugal as cheias devem-se, em grande parte, a cheias lentas dos grandes rios, cheias rápidas dos rios e ribeiras de pequenas e médias bacias hidrográficas, subida das águas subterrâneas em locais tipograficamente deprimidos, inundações devidas à sobrecarga dos sistemas de drenagem artificiais nos meios urbanos e inundações costeiras devidas a galgamentos oceânicos. No caso do concelho de Cinfães, a suscetibilidade elevada a este tipo de risco localiza-se nas seguintes freguesias que integram o território concelhio: Oliveira do Douro; Tendais; Ferreiros de Tendais; Cinfães; São Cristóvão de Nogueira; Santiago de Piães; Tarouquela; Espadanedo; Souselo; Travanca; Nespereira. R01 | Caracterização e Diagnóstico 254 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 46: Suscetibilidade de cheias e inundações no concelho de Cinfães Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). 7.1.2 RISCO DE SISMOS “O risco sísmico representa uma medida das perdas (económicas e humanas) esperadas para determinados elementos expostos ao risco, como resultado de riscos futuros, e a probabilidade das mesmas ocorrerem para um certo período de tempo de exposição. (…) A dimensão e a gravidade dos efeitos de um sismo numa sociedade, dependem diretamente da extensão e grau de danificação provocado pelo sismo que, por sua vez, resulta da intensidade da ação sísmica e da vulnerabilidade (entendida como a medida do dano nos elementos em risco em resultado da ocorrência de um sismo de uma dada intensidade) dos elementos expostos.” (Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Departamento de Estruturas – Núcleo de Engenharia Sísmica e Dinâmica de Estruturas: Informações de Interesse Geral – Risco Sísmico em Portugal)30 30 http://www-ext.lnec.pt/LNEC/DE/NESDE/divulgacao/risco_sismico.html R01 | Caracterização e Diagnóstico 255 | P á g i n a RPDM de Cinfães O risco sísmico trata-se assim de “uma descrição probabilística das consequências para a sociedade da ocorrência de sismos. O risco sísmico é essencialmente percecionado a partir dos efeitos de alguns grandes sismos cujos efeitos ficam na memória das populações.” (Miranda et al., 2010). Segundo a ANPC, e em função do enquadramento geodinâmico regional do território de Portugal Continental, constata-se que a sismicidade, associada a falhas ativas, assume dois casos distintos: 1. Para sismos gerados no oceano (sismos interplacas) a sismicidade pode considerar-se elevada. Os sismos apresentam magnitudes elevadas (M>6) e períodos de retorno de algumas centenas de anos; 2. Para sismos intraplaca a sismicidade é moderada passando a baixa nas zonas Para sismos intraplaca a sismicidade é moderada passando a baixa nas zonas situadas no norte de Portugal. Este facto não significa que nestas zonas não possam ocorrer sismos de magnitudes significativas mas que os seus períodos de retorno são da ordem dos milhares a dezenas de milhares de anos. No concelho de Cinfães a suscetibilidade sísmica é baixa, uma vez que este está inserido na classe de intensidade seis no que concerne com a sismicidade histórica, correspondendo a uma das mais baixas registadas no território de Portugal Continental. Mapa 47: Carta de suscetibilidade sísmica no concelho de Cinfães Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). R01 | Caracterização e Diagnóstico 256 | P á g i n a RPDM de Cinfães 7.1.3 RISCO DE MOVIMENTOS DE MASSA A ANPC define um movimento de massa como correspondendo a um “movimento de descida, numa vertente, de uma massa de rocha ou solo. O centro de gravidade do material afetado progride para jusante e para o exterior. Incluem Desabamentos (Quedas); Tombamentos (Balançamentos), Deslizamentos (Escorregamentos), Expansões Laterais e Fluxos (Escoadas). Os movimentos de vertente em Portugal são geralmente desencadeados pela precipitação, por sismos ou por redefinição morfológica.” (ANPC, 2009). Em Portugal, a ocorrência de movimentos de massa devem-se, fundamentalmente, a precipitação, sismos ou redefinição morfológica. O território do concelho de Cinfães apresenta suscetibilidade elevada a movimentos de massa, sendo que as áreas mais representativas em termos da sua incidência se localizem a norte, sul e este deste concelho, devido ao relevo acidentado que estas zonas apresentam. Com efeito, o acentuado encaixe de alguns rios e ribeiras origina acentuados declives nas vertentes, como é o caso do rio Douro, do rio Paiva e da ribeira de Bestança e das suas encostas. Assim, as freguesias com suscetibilidade elevada a este tipo de risco dizem respeito a: Souselo; Espadanedo; Tarouquela; Santiago de Piães; São Cristóvão de Nogueira; Cinfães; Oliveira do Douro; Ferreiros de Tendais; Tendais; Travanca; Nespereira. R01 | Caracterização e Diagnóstico 257 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 48: Carta de suscetibilidade de movimentos de massa do concelho de Cinfães Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). 7.2 RISCOS TECNOLÓGICOS 7.2.1 RISCOS RODOVIÁRIOS Nos dias de hoje, os acidentes rodoviários constituem uma preocupação importante ao nível dos riscos tecnológicos, sendo que, “em 2013, registaram-se 30.339 acidentes rodoviários em Portugal Continental. Face a 2012 registou-se um aumento de cerca de 1,6%, mas foram os acidentes de que resultaram feridos leves os que mais contribuíram para esta subida” (Anuário de Segurança Rodoviária 2013, Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, 2013). A maioria dos acidentes rodoviários devem-se a erros humanos, impossíveis de ser transportados para a cartografia de risco. “Tomando como exemplo a não utilização do cinto de segurança, em 2010 10% dos condutores mortos não o usavam à altura do acidente, em 2011 14%, em 2012 11% e em 2013 16%. Em 2013, cerca de 7% dos passageiros menores de 13 anos vítimas num acidente viajavam sem qualquer sistema de segurança. (…) Continua a ser preocupante a condução com taxas de álcool no sangue acima do limite legalmente estabelecido. Das Vítimas Mortais de Acidentes de Viação R01 | Caracterização e Diagnóstico 258 | P á g i n a RPDM de Cinfães Autopsiadas pelo INML em 2010 37% dos condutores tinham uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 0,5g/l, em 2011 33% e em 2012 37% e em 2013 33%.” (Idem). Assim, as variáveis consideradas na determinação da suscetibilidade à ocorrência de acidentes rodoviários são o tipo de via, a intensidade do tráfego, a conservação da via, cruzamentos e entroncamentos existentes e a proximidade a meios de combate. Uma vez que a vulnerabilidade está relacionada, quase em exclusivo, com as pessoas envolvidas nos acidentes rodoviários, a vulnerabilidade não é particularmente aferida neste tipo de risco. Deste modo, as freguesias do concelho de Cinfães que possuem troços da rede viária com suscetibilidade elevada a acidentes rodoviários são as seguintes: Souselo; Espadanedo; Tarouquela; Moimenta; Santiago de Piães; São Cristóvão de Nogueira; Cinfães; Oliveira do Douro; Ferreiros de Tendais; Tendais; União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires; Nespereira. R01 | Caracterização e Diagnóstico 259 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 49: Carta de suscetibilidade de acidentes rodoviários no concelho de Cinfães Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). Assim, os principais troços da rede viária do concelho de Cinfães com suscetibilidade elevada a acidentes rodoviários são listados no quadro seguinte: Quadro 56: Principais troços da rede viária com suscetibilidade elevada a acidentes rodoviários VIA TROÇO FREGUESIAS CM 1002 Entroncamento com a EN 222. Souselo CM 1003 Choupo a Altamira Espadanedo CM 1011 Chã de Devesas Tarouquela CM 1013 Entroncamento com a EN 222 até próximo de Concela. Crastos. Santiago de Piães e Tarouquela CM 1014 Quinta da Quebrada Santiago de Piães CM 1015 Ferreira São Cristóvão de Nogueira CM 1016 Vilar do Peso São Cristóvão de Nogueira CM 1019 Temporão São Cristóvão de Nogueira CM 1020 Medados Cinfães CM 1021 Casa Nova Cinfães CM 1022 Pias a Souto do Rio Cinfães CM 1025 Lodo a Pias Cinfães R01 | Caracterização e Diagnóstico 260 | P á g i n a RPDM de Cinfães VIA TROÇO FREGUESIAS CM 1026 Porto Antigo Oliveira do Douro CM 1027 Ponte de Pias; Boavista. Oliveira do Douro CM 1035 Pereira Nespereira EM 553-1 Gralheira União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires EM 553-2 Alhões, Bustelo, Vila Boa de Cima, Vila Boa de Baixo, União das Freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires e Ferreiros de Tendais EM 556 Vila Chã, Cunha, Barrêlo, Barral, Portela, Vila Pouca, Várzea, Cale, Torre, Chousas, Além, Fonte Coberta, Biqueira e Pinheiral. Nespereira, Fornelos, Moimenta e Souselo. EM 556-1 Sobreirinho a Santa Isabel. Travanca EM 556-2 Estrupe a S. Sebastião. Moimenta EM 556-3 Lameiras; Seixos, Outeiro de Mouros e Castro. Santiago de Piães EN 211 Ponte de Mosteiró ao entroncamento com a EN 222. Oliveira do Douro EN 222 Bouça, Cruz, Lameiros, Couto, Trigais, Caselhos, Choupo, Aldeia de Baixo, Adega, Crastos, Tapados, Souto, Guanal, Regadinhas, Mourões, Outeiro de Lobo, Carapito, Porta, Temporão, Medados, Cidadelhe, Casa Nova, Santo António, Pias, Porto Antigo, Barbeita, Rebogato. São Cristóvão de Nogueira, Oliveira do Douro, Santiago de Piães, Tarouquela, Espadanedo, Souselo, Cinfães ER 225 Pereira, Fundo de Vila, Feira, Feira Franca, Vila Chã, Carril, Sobreirinho, S. João. Nespereira, Travanca e Souselo. ER 321 Quinhão, Meridãos, Mourelos, Casal de Matos, Travassos, Ruivas. Cinfães e Tendais Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). 7.2.2 RISCO DE INCÊNDIOS URBANOS Os incêndios urbanos constituem uma preocupação para as entidades responsáveis pela proteção civil, uma vez que estes podem por em risco os indivíduos que utilizam os edifícios para habitação ou outros fins. A maior concentração de edificado e também de população e suas características inerentes podem representar um maior risco de incêndio em alguns setores das áreas urbanas. R01 | Caracterização e Diagnóstico 261 | P á g i n a RPDM de Cinfães No risco de incêndios urbanos a época e materiais de construção, assim como o tempo de resposta a uma primeira intervenção são aspetos que devem ser tidos em consideração. A consideração dos elementos de perigosidade para este tipo de risco acarta algumas dificuldades, dado que é necessário que sejam conhecidos todos os edifícios do concelho, em particular no que respeita ao estado de conservação dos mesmos, materiais utilizados na sua construção e eventuais descuidos com material inflamável (dado que este tipo de incêndio pode ser causado por fatores humanos). Neste sentido, considera-se como determinante da referida vulnerabilidade a localização dos centros históricos, uma vez que nestes locais os edifícios são mais antigos e a circulação rodoviária é mais difícil, assim como a importância dos aglomerados populacionais e a proximidade aos meios de combate existentes. No concelho de Cinfães a suscetibilidade elevada a incêndios urbanos está presente em todas as freguesias que constituem este concelho, destacando-se aquelas que apresentam áreas mais extensas de suscetibilidade elevada: Souselo; Tarouquela; Espadanedo; Nespereira; Oliveira do Douro; Bustelo; Alhões; Gralheira. R01 | Caracterização e Diagnóstico 262 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 50: Carta de suscetibilidade de incêndios e colapsos em centros históricos e em edifícios com elevada densidade populacional Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). 7.2.3 RISCO DE CHEIAS E INUNDAÇÕES POR ROTURA DE BARRAGENS As barragens representam estruturas fundamentais para a gestão adequada das águas, nomeadamente para o abastecimento de água às populações, rega, controlo de cheias, produção de energia, atividades turísticas e industriais e ainda à navegação (Preâmbulo do Decreto-Lei n.º 11/90, de 6 de janeiro). No entanto, há que ter sempre presente que a existência destas estruturas pode constituir um risco tecnológico, sendo que a sua construção e exploração podem envolver danos potenciais para as populações e bens materiais e ambientais que as rodeiam. De acordo com a ANPC 31 , “em Portugal existem atualmente cerca de 600 barragens que são abrangidas pelo Regulamento de Segurança de Barragens (Decreto-Lei nº 344/2007, de 15 de outubro). Destas cerca de 100 são consideradas de maior risco, sendo denominadas de Classe 1. 31 http://www.proteccaocivil.pt/RiscosVulnerabilidades/RiscosNaturais/SegurancaBarragens/Pages/RoturadeBarragens.as px R01 | Caracterização e Diagnóstico 263 | P á g i n a RPDM de Cinfães Apesar de projetadas e edificadas com toda a segurança, existe sempre algum risco de ocorrer a rotura de uma barragem, quer por colapso da sua estrutura, quer por cedência das fundações.” A rotura de uma barragem origina uma onda de inundação a jusante desta, que poderá afetar um grande número de vidas humanas e provocar danos materiais elevados (idem). Em Portugal, o atual Regulamento de Segurança de Barragens foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 344/2007, de 15 de outubro, que revoga o Decreto-Lei n.º 11/90, de 6 de janeiro. Este diploma legal aplica-se (n.º 1 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 11/90, de 6 de janeiro): a) “A todas as barragens de altura igual ou superior a 15 m, medida desde a cota mais baixa da superfície geral das fundações até à cota do coroamento, ou a barragens de altura igual ou superior a 10 m cuja albufeira tenha uma capacidade superior a 1 hm3, no presente Regulamento designadas por grandes barragens; b) Às barragens de altura inferior a 15 m que não estejam incluídas na alínea anterior e cuja albufeira tenha uma capacidade superior a 100 000 m3”. Para a determinação das áreas de suscetibilidade de cheias e inundações por rotura de barragens são consideradas, como variáveis, as áreas inundáveis, ou seja, quais as áreas que podem ser afetadas pelas águas libertadas com a rotura das barragens, e a proximidade à barragem, isto é, a distância à barragem como elemento fundamental para a sua pontuação. No concelho de Cinfães estão localizadas duas barragens, nomeadamente a Barragem do Carrapatelo e a Barragem de Freigil. A Barragem do Carrapatelo situa-se no rio Douro, na freguesia de São Cristóvão de Nogueira, entre os concelhos de Cinfães e Marco de Canaveses. Por seu lado, a Barragem do Freigil situa-se no rio Cabrum, na freguesia de Oliveira do Douro, entre os concelhos de Cinfães e Resende. A análise do território de Cinfães ao risco de cheia e inundações por rotura de barragens mostra que, numa situação de rotura da barragem do Carrapatelo, seriam afetadas as seguintes freguesias: São Cristóvão de Nogueira; Santiago de Piães; Tarouquela; Espadanedo; Souselo. R01 | Caracterização e Diagnóstico 264 | P á g i n a RPDM de Cinfães Por sua vez, num episódio de rotura da barragem de Freigil seria unicamente afetada a freguesia de Oliveira do Douro. Mapa 51: Carta de suscetibilidade de cheias e inundações por rotura de barragens no concelho de Cinfães Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). 7.3 RISCOS MISTOS 7.3.1 INCÊNDIOS FLORESTAIS A ANPC (2009) define o incêndio floresta como “um fogo incontrolado em florestas, matas e outros espaços com abundante vegetação (matos, áreas de incultos e áreas agrícolas). Os incêndios florestais são habituais nas áreas de clima mediterrânico, particularmente em dias quentes e secos, sobretudo quando se associa também o vento forte. Podem ser o resultado de causas naturais (trovoadas secas), mas, em regra, são devidos à negligência humana e, muitas vezes, a atos de natureza criminosa”. R01 | Caracterização e Diagnóstico 265 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 52: Carta de risco de incêndios florestais do concelho de Cinfães Fonte: PME de Cinfães – Parte IV, Secção II Caderno I (GeoAtributo, 2014). R01 | Caracterização e Diagnóstico 266 | P á g i n a RPDM de Cinfães 8 SERVIDÕES E RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA De acordo com a Direção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU), na sua publicação denominada “Servidões e Restrições de Utilidade Pública” (2011), o «conceito de servidão administrativa deriva do conceito de servidão predial do direito civil, sendo esta entendida como o “encargo imposto num prédio em proveito exclusivo de outro prédio pertencente a dono diferente: diz-se serviente o prédio sujeito à servidão e dominante o que ela beneficia.” (…) No entanto, este conceito tem evoluído na medida em que, por um lado, a servidão administrativa pode incidir sobre imóvel não considerado prédio ou até sobre um direito e, por outro lado, as servidões administrativas também podem ser constituídas por atos administrativos praticados para o efeito.» Importa ainda referir que o conceito de restrição de utilidade pública é distinto do conceito de servidão administrativa. Assim, “por restrição de utilidade pública deve entender-se toda e qualquer limitação sobre o uso, ocupação e transformação do solo que impede o proprietário de beneficiar do seu direito de propriedade pleno, sem depender de qualquer ato administrativo uma vez que decorre diretamente da Lei” (idem). As Servidões e Restrições de Utilidade Pública presentes no concelho de Cinfães correspondem às que, até à data, se encontram na legislação em vigor e que podem constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma de intervenção no concelho. A organização dos elementos a ter em conta teve por base o guia da DGOTDU “Servidões e Restrições de Utilidade Pública, 4ª edição – 2005”. De acordo com o levantamento efetuado em janeiro de 2015, as servidões administrativas e restrições de utilidade pública presentes no concelho de Cinfães são as que constam do Quadro 57: Quadro 57: Servidões e Restrições de Utilidade Pública com incidência no concelho de Cinfães SERVIDÕES E RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA Domínio Hídrico Recursos Hídricos Zonas Inundáveis ou Ameaçadas pelas Cheias Albufeiras de Águas Públicas RECURSOS NATURAIS Recursos Geológicos Exploração de Massas e Depósitos Minerais (Pedreiras) Recursos Agrícolas Reserva Agrícola Nacional Recursos Florestais Espécies Florestais Azinheira e Azevinho) R01 | Caracterização e Diagnóstico Protegidas (Sobreiro, 267 | P á g i n a RPDM de Cinfães SERVIDÕES E RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA Regime Florestal Árvores e Arvoredos de Interesse Público; Povoamentos Florestais Percorridos Incêndios nos últimos 10 anos; por Áreas de Perigosidade de Incêndio Alta e Muito Alta; Recursos Ecológicos PATRIMÓNIO Património Cultural Reserva Ecológica Nacional Rede Natura 2000 Imóveis Classificados e em Vias de Classificação Infraestruturas de Abastecimento de Água Infraestruturas de Drenagem de Águas Residuais Rede Elétrica INFRAESTRUTURAS Infraestruturas Rede Rodoviária Nacional e Regional Estradas e Caminhos Municipais Telecomunicações32 Marcos Geodésicos Ao longo do presente capítulo serão analisadas as várias condicionantes ao uso do solo no que respeita aos recursos naturais presentes no concelho de Cinfães. As restantes servidões administrativas e restrições de utilidade pública foram analisadas ao longo do presente documento, consoante os assuntos em análise (rede viária, infraestruturas, património cultural, etc.). 8.1 RECURSOS NATURAIS As servidões administrativas e restrições de utilidade pública a analisar ao longo do atual subcapítulo são unicamente referentes a recursos naturais existentes no concelho de Cinfães, seguindo-se a análise respetiva consoante o tipo de servidão que estes representam. 32 Em processo de constituição, a estação remota de Montemuro. R01 | Caracterização e Diagnóstico 268 | P á g i n a RPDM de Cinfães 8.1.1 RECURSOS HÍDRICOS Domínio Hídrico O domínio público hídrico (DPH) é constituído pelo conjunto de bens que pela sua natureza são considerados de uso público e de interesse geral, que justificam o estabelecimento de um regime de carácter especial aplicável a qualquer utilização ou intervenção nas parcelas de terreno localizadas nos leitos das águas do mar, correntes de água, lagos e lagoas e margens e zonas adjacentes a fim de os proteger (DGOTDU, 2006, adaptado). Nas áreas de DPH deve garantir-se o acesso universal à água e a passagem ao longo das águas. A Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro, define, no n.º 1 do artigo 1.º, a titularidade dos recursos hídricos, englobando as águas e “os respetivos leitos e margens, zonas adjacentes, zonas de infiltração máxima e zonas de protegida.” Nos termos do n.º 1 do artigo 12.º da supracitada Lei, os leitos e margens de águas públicas são “particulares, sujeitos a servidões administrativas, (...) que forem objeto de desafetação e ulterior alienação, ou que tenham sido, ou venham a ser, reconhecidos como privados por força de direitos adquiridos anteriormente, ao abrigo de disposições expressas desta lei, presumindo-se públicos em todos os demais casos”. Por sua vez, o n.º 2 do artigo 21.º é estabelecido que nessas áreas “não é permitida a execução de quaisquer obras permanentes ou temporárias sem autorização da entidade a quem couber a jurisdição sobre a utilização das águas públicas correspondentes”. Ainda segundo a Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro (n.º 1 do artigo 24º.º), as zonas adjacentes correspondem à “área contígua à margem que como tal seja classificada por se encontrar ameaçada (...) pelas cheias”. No caso particular de Cinfães estão sujeitos a servidão e restrições de utilidade pública os leitos e margens de cursos de água navegáveis e não navegáveis e as áreas ameaçadas por cheias ou zonas inundáveis conhecidas (identificadas no PMEPC ou na REN). Albufeiras de Águas Públicas O novo regime de proteção das albufeiras de águas públicas de serviço público e das lagoas ou lagos de águas públicas é estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de maio, sendo aplicável (n.º 1 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de maio) “a) às albufeiras de águas públicas de serviço público, (...) decorrentes da construção de uma infraestrutura hidráulica, bem como aos R01 | Caracterização e Diagnóstico 269 | P á g i n a RPDM de Cinfães respetivos leitos, às margens e aos terrenos circundantes, numa faixa que corresponde à zona terrestre de proteção; b) às lagoas ou lagos de águas públicas (...), bem como aos respetivos leitos, às margens e aos terrenos circundantes, numa faixa que corresponde à zona terrestre de proteção”. A Portaria n.º 522/2009, de 15 de maio, que procede à reclassificação das albufeiras de águas públicas de serviço público, classifica a Albufeira de Crestuma-Lever e a Albufeira do Carrapatelo como Albufeiras Protegidas, isto é, “aquelas que se destinam a abastecimento público ou se prevê venham a ser utilizadas para esse fim e aquelas onde a conservação dos valores naturais determina a sua sujeição a um regime de proteção mais elevado, designadamente as que se encontram inseridas em áreas classificadas, tal como definidas na Lei da Água” (alínea a) do n.º 2 do artigo 7.º). Assim, as zonas de proteção das albufeiras de águas públicas classificadas como protegidas, de utilização limitada e de utilização livre terão a largura de 500 metros, a partir da linha do nível de pleno armazenamento (NPA) O PDM em vigor considerava já, na planta de condicionantes, a zona de proteção das referidas albufeiras, bem como a zona de proteção da barragem de Freigil. Seguidamente apresenta-se um resumo das atividades interditas e condicionadas em cada faixa de proteção da albufeira. R01 | Caracterização e Diagnóstico 270 | P á g i n a RPDM de Cinfães Quadro 58: Atividades interditas e condicionadas nas zonas de proteção de albufeiras de água pública ARTIGOS/TEMAS ATIVIDADES INTERDITAS ATIVIDADES CONDICIONADAS a) A realização de atividades subaquáticas recreativas; [Exceção: (...) sempre que a albufeira apresente características compatíveis com a sua realização (...) e desde que tais atividades se integrem em programas organizados para o efeito (...)] b) A execução de operações urbanísticas e de atividades agrícolas nas ilhas existentes no plano de água; c) A execução, nas áreas interníveis33, de obras de estabilização e consolidação, bem como a realização de atividades agrícolas; [Exceção: (...) nos casos em que seja comprovado (...) que tais obras são imprescindíveis para assegurar a segurança de pessoas ou bens ou a segurança da barragem (n.º 3)] Albufeiras (art.º 17.º e artº. 18.º) 1 – (...) a pesca com recurso a engodo, no âmbito de concursos, competições ou provas de pesca desportiva, está sujeita a autorização da ARH (...). 2 – (...) são ainda condicionadas (...): d) O abeberamento do gado, nas albufeiras de utilização protegida; a) A navegação de recreio está condicionada ao cumprimento do disposto no Regulamento da Navegação em Albufeiras (...); e) A caça, incluindo nas ilhas existentes no plano de água, até à aprovação de plano de gestão cinegética (...); b) A atividade marítimo-turística está condicionada ao cumprimento do disposto no Regulamento da Atividade Marítimo-Turística (...); f) A instalação ou ampliação de estabelecimentos de aquicultura; c) O exercício da pesca está condicionado ao disposto na Lei da pesca nas águas interiores (...). g) A extração de inertes, salvo quando realizada nos termos e condições definidos na Lei da Água e no regime jurídico de utilização dos recursos hídricos; h) O estacionamento de embarcações com abandono das mesmas (...); i) A prática de pára-quedismo rebocado por embarcações ou outras formas de reboque; 33 “a faixa do leito da albufeira situada entre o nível de pleno armazenamento e o nível do plano de água em determinado momento” (alínea d) do art.º 3.º do DL n.º 107/2009). R01 | Caracterização e Diagnóstico 271 | P á g i n a RPDM de Cinfães ARTIGOS/TEMAS ATIVIDADES INTERDITAS ATIVIDADES CONDICIONADAS j) A rejeição de efluentes de qualquer natureza, mesmo quando tratados; l) A deposição, o abandono, o depósito ou o lançamento de entulhos, sucatas ou quaisquer outros resíduos; m) A introdução de espécies não indígenas da fauna e da flora, em incumprimento da legislação em vigor; n) A prática balnear, incluindo banhos ou natação, nas zonas de proteção às captações de água; o) A lavagem e o abandono de embarcações; p) A circulação de embarcações de recreio motorizadas nas zonas balneares. (…) R01 | Caracterização e Diagnóstico 272 | P á g i n a RPDM de Cinfães ARTIGOS/TEMAS ATIVIDADES INTERDITAS 2 – (...) são interditas as atividades elencadas no n.º 3 do artigo 20.º da Lei da Água: a) O estabelecimento de indústrias que produzam ou usem produtos químicos tóxicos ou com elevados teores de fósforo ou de azoto; b) A instalação de explorações pecuárias intensivas, incluindo as avícolas; c) O armazenamento de pesticidas e de adubos orgânicos ou químicos; d) O emprego de pesticidas, a não ser em casos justificados e condicionados às zonas a tratar e quanto à natureza, características e doses dos produtos a usar; Zona terrestre de proteção (art.º 19.º e art.º 20.º) e) O emprego de adubos químicos azotados ou fosfatados, nos casos que impliquem risco de contaminação de água destinada ao abastecimento de populações e de eutrofização da albufeira; f) O lançamento de excedentes de pesticidas ou de caldas pesticidas e de águas de lavagem com uso de detergentes; g) A descarga ou infiltração no terreno de esgotos de qualquer natureza não devidamente tratados e, mesmo tratados, quando excedam determinados valores fixados nos instrumentos de planeamento de recursos hídricos dos teores de fósforo, azoto, carbono, mercúrio e outros metais pesados; h) A instalação de aterros sanitários que se destinem a resíduos urbanos ou industriais.] a) A deposição, o abandono ou o depósito de entulhos, sucatas ou quaisquer outros resíduos fora dos locais para tal destinados; b) A rejeição de efluentes de qualquer natureza, mesmo quando tratados, nas linhas de água afluentes ao plano de água; R01 | Caracterização e Diagnóstico ATIVIDADES CONDICIONADAS 1 – (...) estão sujeitas a parecer prévio vinculativo da ARH (...): a) A instalação, alteração ou ampliação de qualquer tipo de empreendimentos turísticos (...); b) A instalação ou ampliação de campos de golfe, quando não sujeitos a avaliação de impacte ambiental; c) A instalação ou alteração de estabelecimentos industriais, com exceção dos estabelecimentos referidos na alínea a) do n.º 3 do artigo 20º da Lei da Água e na alínea h) do n.º 3 do artigo 19º do presente DL; d) A instalação, alteração ou ampliação de explorações ou instalações pecuárias, com exceção das explorações ou instalações referidas na alínea b) do n.º 3 do artigo 20º da Lei da Água; e) A instalação, alteração ou reconversão de parques industriais ou de áreas de localização empresarial; f) A realização de quaisquer operações urbanísticas, operações de loteamento e obras de demolição; g) A realização de atividades de prospeção, pesquisa e exploração de massas minerais; h) A realização de acampamentos ocasionais, sempre que esta atividade se realize ao abrigo de programas organizados para esse efeito. 2 - São aplicáveis ao parecer referido no número anterior, quando respeite a operações urbanísticas, os artigos 13º a 13º -B do regime jurídico da urbanização e edificação (...). 4 - As atividades florestais a realizar (...) que impliquem significativas mobilizações do solo, que representem riscos para o meio hídrico ou que possam conduzir ao aumento da erosão ou ao transporte de material sólido 273 | P á g i n a RPDM de Cinfães ARTIGOS/TEMAS ATIVIDADES INTERDITAS ATIVIDADES CONDICIONADAS [Exceção: (...) nos casos em que não haja qualquer alternativa técnica viável (n.º 4)] para o meio hídrico estão sujeitas a autorização da (...) AFN, que deve ser precedida de parecer prévio favorável da ARH (...). c) A prática de campismo ou caravanismo fora dos locais previstos para esse fim; 6 - As atividades agrícolas a realizar (...) não podem implicar significativas mobilizações do solo, representar riscos para o meio hídrico, ou conduzir ao aumento da erosão ou ao transporte de material sólido para o meio hídrico. d) A realização de acampamentos ocasionais; [Exceção: (...) quando autorizada nos termos e condições previstos na alínea h) do n.º 1 do art.º 20.º (n.º 5)] e) A prática de atividades passíveis de conduzir ao aumento da erosão, ao transporte de material sólido para o meio hídrico ou que induzam alterações ao relevo existente (...); [Exceção: a prática das atividades permitidas ou autorizadas nos termos do n.º 4 do art.º 20º (n.º 6)] f) A introdução de espécies não indígenas da fauna e da flora, em incumprimento da legislação em vigor; g) O encerramento ou bloqueio dos acessos públicos ao plano de água; h) A instalação de estabelecimentos industriais que, nos termos do regime do exercício da atividade industrial, aprovado pelo DecretoLei n.º 209/2008, de 29 de Outubro, sejam considerados de tipo 1; (…) Zona reservada (art.º 21º e art.º 22.º) 1 - (...) para além das interdições constantes dos n.º 2 e 3 do artigo 19º, são ainda interditas, com exceção das obras que venham a ser autorizadas nos termos do artigo 22º: 1 – (...) para além das atividades condicionadas referidas no art.º 20.º, estão ainda sujeitas a autorização da ARH (...): a) As operações de loteamento e obras de urbanização; a) Obras de construção ou montagem de infraestruturas de apoio à utilização da albufeira de águas públicas; b) As obras de construção; R01 | Caracterização e Diagnóstico 274 | P á g i n a RPDM de Cinfães ARTIGOS/TEMAS ATIVIDADES INTERDITAS ATIVIDADES CONDICIONADAS c) As obras de ampliação; b) Obras de estabilização e consolidação das margens; d) A instalação ou ampliação de estabelecimentos de aquicultura; e) A realização de aterros ou escavações; c) A instalação de florestas de produção, cujo regime de exploração seja passível de conduzir ao aumento de erosão e ao transporte de material sólido para o meio hídrico; f) A instalação de vedações com exceção daquelas que constituam a única alternativa viável à proteção e segurança de pessoas e bens, sem prejuízo do dever de garantia de acesso à albufeira e circulação em torno da mesma; d) A realização de aterros ou escavações, resultantes da prática agrícola ou florestal, nos casos em que estas atividades não estejam previstas em plano de gestão florestal (PGF) que tenha sido objeto de parecer favorável da ARH. g) A pernoita e o parqueamento de gado e a construção de sistemas de abeberamento, mesmo que amovíveis; 2 — Quando os aterros e escavações referidos na alínea d) do número anterior se encontrem previstos em PGF que tenha sido objeto de parecer favorável da ARH, as referidas atividades ficam isentas de qualquer tipo de autorização ou licenciamento no âmbito do presente Decreto-Lei. h) A abertura de novas vias de comunicação ou de acesso ou a ampliação das vias existentes sobre as margens; i) As atividades de prospeção, pesquisa e exploração de massas minerais; j) A instalação ou ampliação de campos de golfe; 3 — Independentemente da sua previsão em PGF ou da sua autorização pela ARH, os aterros e escavações resultantes da prática agrícola ou florestal devem obrigatoriamente aproximar-se das curvas de nível, não podendo ser constituídos depósitos de terras soltas em áreas declivosas e devendo existir dispositivos que evitem o arraste de terras ou solo. l) A aplicação de fertilizantes orgânicos no solo, nomeadamente efluentes pecuários e lamas; m) O abandono de embarcações nas margens. Fonte: Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de maio. R01 | Caracterização e Diagnóstico 275 | P á g i n a RPDM de Cinfães Por último, a zona de proteção da barragem e dos órgãos de segurança de utilização da albufeira corresponde, de acordo com a alínea z) do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de maio, à “faixa delimitada a montante da barragem, no plano de água, definida com o objetivo de salvaguardar a integridade da barragem e dos órgãos de segurança e de utilização da albufeira e garantir a segurança de pessoas e bens” e, segundo a alínea aa) do artigo 3.º do mesmo diploma legal, a zona de respeito da barragem e dos órgãos de segurança e de utilização da albufeira integra a “faixa delimitada a jusante da barragem, na zona terrestre de proteção, definida com o objetivo de salvaguardar a integridade da barragem e dos órgãos de segurança e de utilização da albufeira e garantir a segurança de pessoas e bens”. Para as referidas zonas são consideradas como interditas as seguintes atividades: Quadro 59: Atividades interditas nas zonas de proteção e zona de respeito da barragem e dos órgãos de segurança e de utilização da albufeira ARTIGOS/TEMAS ATIVIDADES INTERDITAS a) A prática balnear, incluindo banhos ou natação; Zona de proteção da barragem e dos órgãos de segurança e de utilização da albufeira (art.º 23.º) b) A pesca; c) A realização de competições desportivas ou de atividades ou desportos náuticos, tais como remo, vela, prancha à vela, windsurf, canoagem, mota de água ou jet-ski; d) A navegação de qualquer tipo de embarcações, com exceção de embarcações destinadas à fiscalização, à manutenção ou a operações de emergência. Zona de respeito da barragem e dos órgãos de segurança e de utilização da albufeira (art.º 24º) É interdita a edificação, com exceção das obras que forem necessárias ao funcionamento da infraestrutura hidráulica. 8.1.2 RECURSOS GEOLÓGICOS Constituem servidão e restrição de utilidade pública os seguintes recursos geológicos: Águas de nascente, águas minerais naturais e as áreas de exploração de massas e depósitos minerais (pedreiras). Exploração de Massas e Depósitos Minerais (Pedreiras) Entende-se por pedreira “o conjunto formado por qualquer massa mineral objeto do licenciamento, pelas instalações necessárias à sua lavra, área de extração e zonas de defesa, pelos R01 | Caracterização e Diagnóstico 276 | P á g i n a RPDM de Cinfães depósitos de massas minerais extraídas, estéreis e terras removidas e, bem assim, pelos seus anexos” (alínea p) do art. 2º do DL n.º 270/2001, de 6 de Outubro, na redação do DL n.º 340/2007, de 12 de Outubro). A exploração de pedreiras resulta várias vezes em desequilíbrios ambientais provocados pela destruição de vegetação, pelo ruído provocado, pelas poeiras produzidas, entre outros aspetos, sendo necessário condicionar a localização de tais explorações. Assim, e considerando a redação do DL n.º 90/90, de 16 de Março, deve-se estabelecer uma Zona de Defesa, onde fica vedada a exploração de massas minerais, em terrenos que circundem “edifícios, obras, instalações, monumentos, acidentes naturais, áreas ou locais classificados de interesse científico ou paisagístico” (n.º 1 do art. 38º do DL n.º 90/90). Estas Zonas de Defesa compreendem as larguras fixadas por portaria de cativação e, na falta destas, estabelecidas segundo o Anexo II do DL n.º 270/2001, na redação do DL n.º 340/2007, designadamente: Quadro 60: Distâncias de Proteção das Zonas de Defesa OBJECTOS A PROTEGER Prédios rústicos, urbanos ou mistos vizinhos, murados ou não Cursos de água não navegáveis e de regime não permanente Caminhos públicos DISTÂNCIAS DE PROTECÇÃO (EM METROS) 10 15 Condutas de fluidos Postes elétricos de baixa tensão Linhas aéreas de telecomunicações telefónicas não integradas na exploração 20 Linhas de telecomunicações e teleférico Cabos subterrâneos elétricos e de telecomunicações Pontes Postes elétricos aéreos de média e alta tensão 30 Postos elétricos de transformação ou de telecomunicações Rios navegáveis e canais Nascentes de águas, cursos de água de regime permanente e canais 50 Nascentes ou captações de água Linhas férreas Edifícios não especificados e não localizados em pedreira e locais de uso público 50 Estradas nacionais ou municipais Auto -estradas e estradas internacionais 70 Monumentos nacionais, locais classificados de valor turístico, instalações e obras das Forças Armadas e forças e serviços de segurança, escolas e hospitais 100 R01 | Caracterização e Diagnóstico 277 | P á g i n a RPDM de Cinfães Locais e zonas classificadas com valor científico ou paisagístico 500 Estas distâncias devem também verificar-se “sempre que se pretendam implantar, na vizinhança de pedreiras, novas obras ou outros objetos referidos no anexo II e alheios à pedreira” (n.º 2 do art. 4º do DL n.º 270/2001, na redação do DL n.º 340/2007). Refere o RJGIT, que os instrumentos de gestão territorial identificam os recursos territoriais e, dentro destes, os recursos e valores naturais, onde se inserem os que aqui se identificam. Assim sendo, as pedreiras e respetivas áreas de defesa devem constar da Planta de Condicionantes da proposta de revisão do PDM. Segundo os dados da Direção Regional de Economia, existem no concelho de Cinfães seis áreas de exploração de massas minerais ativas e uma inativa, identificadas no Quadro 61. Quadro 61: Pedreiras Existentes no concelho de Cinfães Pedreira N.º Nome Substância Local Freguesia 5334 Fraga do Fojo Granito Ativa Fraga do Fojo Gralheira 6531 Vila Pouca Granito Ativa Vila Pouca Moimenta 80048 Tapada do Castelo Granito Ativa Tapada do Castelo Moimenta 5335 Grou Granito Inativa P103 Toca do Lobo Granito Ativa Toca do Lobo Souselo 6636 (EX P68) Tarouquela Granito Ativa Tarouquela Tarouquela Souselo P88 Vale de Moinhos Granito Ativa Vale de Moinhos Oliveira do Douro Nespereira e Fonte: Direção Regional de Economia, 2015 8.1.3 RECURSOS AGRÍCOLAS Reserva Agrícola Nacional A Reserva Agrícola Nacional (RAN) em vigor foi delimitada em conformidade com a legislação em vigor à data de ratificação do PDM, designadamente o Decreto-Lei n.º 196/89, de 14 de junho (que veio revogar o Decreto-Lei n.º 451/82, de 16 de novembro, tendo sido alterado pelo Decreto-Lei n.º 274/92, de 12 de dezembro) e o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de março (alterado pelo DecretoLei n.º 316/90, de 13 de outubro, e pelo Decreto-Lei n.º 213/92, de 12 de outubro). R01 | Caracterização e Diagnóstico 278 | P á g i n a RPDM de Cinfães De acordo com o n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 196/89, de 14 de junho, a RAN corresponde ao “conjunto das áreas que, em virtude das suas características morfológicas, climatéricas e sociais, maiores potencialidades apresentam para a produção de bens agrícolas”. A delimitação da RAN do concelho de Cinfães atualmente em vigor foi determinada pela Portaria n.º 305/93, de 14 de março, revogando a Portaria n.º 615-Z3/91, de 7 de julho. O diploma legal que aprovou o novo regime jurídico da RAN e que irá orientar a atualização desta restrição de utilidade pública é o Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março. No n.º 1 do artigo 20.º do referido diploma é estabelecido que “as áreas da RAN devem ser afetas à atividade agrícola e são áreas non aedificandi, numa ótica de uso sustentado e de gestão eficaz do espaço rural”. Neste sentido, são integradas em RAN as áreas com aptidão agrícola elevada e muito elevada e, na ausência de classificação face ao nível de aptidão agrícola dos solos, são incluídas (n.º 2 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março): “As áreas com solos das classes de capacidade de uso A, B e Ch34 (...); As áreas com unidades de solos classificados como baixas aluvionares e coluviais; As áreas em que as classes e unidades referidas nas alíneas a) e b) estejam maioritariamente representadas, quando em complexo com outras classes e unidades de solo”. Considerando o estabelecido no artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março, estas áreas são reservadas ao uso agrícola, ficando interditas “todas as ações que diminuam ou destruam as potencialidades para o exercício da atividade agrícola”, a saber: “Operações de loteamento e obras de urbanização, construção ou ampliação, com exceção das utilizações previstas no artigo seguinte; Lançamento ou depósito de resíduos radioativos, resíduos sólidos urbanos, resíduos industriais ou outros produtos que contenham substâncias ou microrganismos que possam alterar e deteriorar as características do solo; 34 Segundo as alíneas a), b) e d) do n.º 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março, os solos classificam-se em: classe A – capacidade de uso muito elevada, com poucas ou nenhumas limitações, sem riscos de erosão ou com riscos ligeiros, suscetíveis de utilização intensiva ou de outras utilizações; classe B – capacidade de uso elevada, limitações moderadas, riscos de erosão moderados, suscetíveis de utilização agrícola moderadamente intensiva e de outras utilizações; subclasse Ch – apresentam excesso de água ou uma drenagem pobre, que constitui o principal fator limitante da sua utilização ou condicionador dos riscos a que o solo está sujeito em resultado de uma permeabilidade lenta, de um nível freático elevado ou da frequência de inundações. R01 | Caracterização e Diagnóstico 279 | P á g i n a RPDM de Cinfães Aplicação de volumes excessivos de lamas nos termos da legislação aplicável, designadamente resultantes da utilização indiscriminada de processos de tratamento de efluentes; Intervenções ou utilizações que provoquem a degradação do solo, nomeadamente erosão, compactação, desprendimento de terras, encharcamento, inundações, excesso de salinidade, poluição e outros efeitos perniciosos; Utilização indevida de técnicas ou produtos fertilizantes e fitofarmacêuticos; Deposição, abandono ou depósito de entulhos, sucatas ou quaisquer outros resíduos”. Apesar do exposto, permanece em aberto a possibilidade de ocorrerem utilizações não agrícolas em áreas afetas à RAN desde que seja considerado que “não existe alternativa viável fora das terras ou solos da RAN, no que respeita às componentes técnica, económica, ambiental e cultural, devendo localizar-se nas terras e solos classificadas como de menor aptidão” (n.º 1 do artigo 22.º do DecretoLei n.º 73/2009, de 31 de março) e compreendam as ações referidas nas alíneas a) até o) do n.º 1 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março. É ainda importante mencionar que, de acordo com o referido no artigo 10.º do Decreto-lei n.º 73/209, as áreas inseridas em perímetros urbanos identificados em PMOT não integram a RAN, sendo que esta orientação estava já presente no anterior regime jurídico da RAN, em concreto no artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 196/89, de 14 de junho. 8.1.4 RECURSOS FLORESTAIS Regime Florestal As restrições ao uso do solo dos terrenos submetidos a Regime Florestal são estabelecidas nos artigos 34.º e 36.º do Código Florestal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro, onde é decretado que “todos os espaços florestais submetidos ao regime florestal, independentemente da sua área, encontram-se sujeitos a PGF (...)” (n.º 1 do artigo 34.º) e, dado que os “planos de gestão florestal dos terrenos submetidos ao regime florestal garantem, obrigatoriamente, a manutenção da utilização florestal do solo e a conservação de níveis adequados de coberto florestal, de acordo com os objetivos estabelecidos nos PROF (...)” (art.º 36.º). R01 | Caracterização e Diagnóstico 280 | P á g i n a RPDM de Cinfães O Regime Florestal pode ser de três tipos distintos, nomeadamente Regime Florestal Total, Regime Florestal Parcial e Regime Florestal Especial. O Regime Florestal Total inclui os espaços florestais de valor elevado para a proteção do solo e dos recursos hídricos, dos habitats e das espécies protegidas, do recreio e da paisagem, tendo como objetivos específicos “a) a proteção do solo, em especial nas zonas litorais e de montanha; b) a proteção das bacias hidrográficas e a conservação dos recursos hídricos; c) A conservação de valores naturais classificados; d) A salvaguarda de formações de especial interesse histórico, botânico ou científico; e) A valorização do recreio e da paisagem em áreas florestais sensíveis; f) O enquadramento a infraestruturas especiais” (n.º 1 do art.º 29.º do Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro). O Regime Florestal Parcial assume como objetivos específicos “o combate à erosão e a diminuição da suscetibilidade à desertificação; b) a conservação de valores naturais classificados; c) a valorização do potencial produtivo, sobretudo em sistemas florestais de médio e lento crescimento; d) o ordenamento silvopastoril nas zonas de montanha.” (n.º 1 do artigo 30.º do supracitado diploma legal). Encontram-se sujeitos a este regime os espaços florestais cuja gestão está subordinada a um conjunto de fins de utilidade pública, nomeadamente (n.º 2 do art.º 30.º do Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro): a) “Matas de proteção de bacias hidrográficas e de conservação dos recursos hídricos, bem como as matas de proteção a estuários e albufeiras, lagoas e lagos de águas públicas; b) Matas de conservação de espécies e habitats classificados; c) Matas de elevado valor produtivo, em regiões de montanha; d) Matas em regiões de elevada suscetibilidade à desertificação; e) Matas em espaços de proteção a instalações de segurança.” O Regime Florestal Especial reconhece dois objetivos específicos, nomeadamente a valorização dos recursos florestais privados e a salvaguarda dos investimentos efetuados com recurso a subvenções públicas. Estão submetidos a este tipo de regime florestal (n.º 2 do art.º 31 do Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro): R01 | Caracterização e Diagnóstico 281 | P á g i n a RPDM de Cinfães a) “Os espaços florestais privados, cujos proprietários voluntariamente solicitem a submissão; b) Os espaços florestais comunitários não inseridos em perímetro florestal, cujos órgãos de administração de baldios voluntariamente solicitem a submissão; c) Os espaços florestais, não incluídos no regime florestal total ou parcial, que beneficiem de apoios públicos para a constituição ou beneficiação de povoamentos florestais.” O ICNF afirma que o Regime Florestal representa um instrumento jurídico fundamental na gestão florestal do país, uma vez que tenta colmatar a degradação rápida dos recursos florestais, bem como os fenómenos erosivos consequentes de uma inadequada exploração dos terrenos baldios. O concelho de Cinfães encontra-se abrangido pelo Perímetro Florestal da Serra de Montemuro, sujeito a regime florestal parcial, que apresenta uma área total de 3.320 ha, dos quais 348 ha (10,5%) correspondem a espaços florestais arborizados, 658 ha (19,8 ha) dizem respeito a áreas improdutivas e 2.259 ha (68%) são ocupados por incultos. Este perímetro inclui as freguesias de Cinfães, Tendais, São Cristóvão de Nogueira, Nespereira e União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires. Mapa 53: Perímetro Florestal da Serra de Montemuro Fonte: GeoAtributo (2015). R01 | Caracterização e Diagnóstico 282 | P á g i n a RPDM de Cinfães Povoamentos de Sobreiros e Azinheiras O enquadramento legal da proteção ao sobreiro e à azinheira é estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 169/2001, de 25 de maio, que estabelece medidas de proteção ao sobreiro e à azinheira, e pelo Decreto-Lei n.º 155/2004, de 30 de junho (que procede à alteração do anterior). A Lei das Bases da Política Florestal, decretada pela Lei n.º 33/96, de 17 de agosto, já reconhecia a importância económica e ambiental destas espécies, na medida em que já estabelecia como um dos objetivos da política florestal nacional “garantir a proteção das formações florestais de especial importância ecológica e sensibilidade, nomeadamente os ecossistemas frágeis de montanha, os sistemas dunares, os montados de sobro e azinho e as formações ripícolas e das zonas marginais dulçaquícolas” (alínea g) do artigo 4.º). Ao mesmo tempo, “estas espécies representam um recurso renovável de extrema importância económica, a nível nacional e a nível local” (Preâmbulo do Decreto-Lei n.º 169/2001, de 25 de maio). A Lei das Bases da Política Florestal define, na alínea q) do artigo 1.º, os povoamentos de sobreiro, de azinheira ou misto como “formação vegetal onde se verifica presença de sobreiros ou azinheiras, associados ou não entre si ou com outras espécies, cuja densidade satisfaz os seguintes valores mínimos: i. “50 árvores por hectare, no caso de árvores com altura superior a 1 m, que não atingem 30 cm de perímetro à altura do peito; ii. 30 árvores por hectare, quando o valor médio do perímetro à altura do peito das árvores das espécies em causa se situa entre 30 cm e 79 cm; iii. 20 árvores por hectare, quando o valor médio do perímetro à altura do peito das árvores das espécies em causa se situa entre 80 cm e 129 cm; iv. árvores por hectare, quando o valor médio do perímetro à altura do peito das árvores das espécies em causa é superior a 130 cm;” Nos povoamentos de sobreiros, de azinheira e/ou mistos não são permitidas as seguintes atividades: R01 | Caracterização e Diagnóstico 283 | P á g i n a RPDM de Cinfães Conversões35, com exceção para as condições descritas no n.º 3 do artigo 44.º do Código Florestal; Corte ou arranque de espécimes sem autorização, nos termos do artigo 45.º do Código Florestal. Para além das ações referidas, e nos termos no artigo 47.º do Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro, “ficam vedadas por um período de 30 anos quaisquer alterações do uso do solo e de composição dos espaços florestais em áreas ocupadas por povoamentos de sobreiro ou azinheira e que tenham sofrido conversões por: a) terem sido percorridas por incêndio (...); b) terem sido realizados cortes ou arranques não autorizados; ter ocorrido anormal mortalidade ou depreciação do arvoredo em consequência de ações ou intervenções por qualquer forma prejudiciais que determinaram a degradação das condições vegetativas ou sanitárias do povoamento”. Arvoredo de Interesse Público O Decreto-lei n.º 254/2009, de 24 de setembro (alínea h) do artigo 2.º), define arvoredo de interesse público como “os povoamentos florestais, bosques ou bosquetes e jardins de interesse botânico, histórico, paisagístico ou artístico, bem como os exemplares isolados de espécies vegetais que pela sua representatividade, raridade, porte, idade, historial ou significado cultural possam ser considerados de relevante interesse público, e se recomende a cuidadosa manutenção, gestão e conservação”. De acordo com o Registo Anual do Arvoredo de Interesse Público (RNAIP), no concelho de Cinfães encontra-se localizada uma Árvore de Interesse Público, a Cupressus sempervirens L., vulgarmente conhecida por cipreste-comum, classificada pelo Aviso n.º 6344/2006. Este exemplar localiza-se na Quinta do Outeiro, Lugar de Boassas, Oliveira do Douro, “(…) no jardim de uma casa senhorial de 35 Trata-se da, “para efeitos de intervenção nos povoamentos de sobreiro e azinheira ou mistos destas espécies, (...) alteração que implica a modificação de regime, da composição ou a redução de densidade do povoamento abaixo dos valores mínimos definidos (...)” (alínea l) do art.º 2.º do Anexo do Decreto-Lei n.º 254/2009). R01 | Caracterização e Diagnóstico 284 | P á g i n a RPDM de Cinfães época pós barroca, datada de 1733. O cipreste era, não só na região, a árvore que identificava as casas de carácter senhorial daquela época, como servindo também de ponto de referência a grandes” (INCF36, 2015). Figura 56: Árvore de Interesse Público em Cinfães – Cupressus sempervirens L. Fonte: ICNF (Ficha da Árvore de Interesse Público). O Código Florestal, no n.º 1 do artigo 41.º, decreta que “são proibidas quaisquer intervenções que possam destruir ou danificar o arvoredo de interesse público, designadamente: a) o corte do tronco, ramos ou raízes; b) a remoção de terras ou outro tipo de escavação, na zona de proteção; c) o depósito de materiais, seja qual for a sua natureza, e a queima de detritos ou outros produtos combustíveis, bem como a utilização de produtos fitotóxicos na zona de proteção; d) qualquer operação que possa causar dano, mutile, deteriore ou prejudique o estado vegetativo dos exemplares classificados.” 36 http://www.icnf.pt/portal/florestas/ArvoresFicha?Processo=KNJ1/472&Concelho=&Freguesia=&Distrito= R01 | Caracterização e Diagnóstico 285 | P á g i n a RPDM de Cinfães A zona de proteção referida no n.º 1 do artigo 41.º do Código Florestal corresponde à “área correspondente à projeção vertical da copa dos exemplares classificados multiplicada pelo fator de 1,5, sempre que não seja definida outra para o efeito” (artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro). Espaços Florestais Percorridos por Incêndios O Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro, estabelece o ordenamento e a recuperação dos espaços florestais percorridos por incêndios, decretando que “nos espaços florestais percorridos por incêndios, em solo rural, durante o período de 15 anos a contar da data de ocorrência do incêndio, não podem ser alteradas, revistas ou suspensas as disposições dos planos municipais de ordenamento do território ou elaborar-se novos instrumentos de planeamento territorial que conduzam ao aumento da superfície urbanizável ou da edificação nesses espaços relativamente ao disposto nos instrumentos em vigor à data do incêndio” (n.º 1 do artigo 22.º do referido diploma). Neste é ainda estabelecido, no n.º 4 do artigo 22.º) um período de 5 anos para a proibição da “nos espaços florestais percorridos por incêndios, em solo rural, durante o período de 15 anos a contar da data de ocorrência do incêndio, não podem ser alteradas, revistas ou suspensas as disposições dos planos municipais de ordenamento do território ou elaborar-se novos instrumentos de planeamento territorial que conduzam ao aumento da superfície urbanizável ou da edificação nesses espaços relativamente ao disposto nos instrumentos em vigor à data do incêndio”. A obrigatoriedade dos PMOT em identificar as áreas de maior risco de incêndio florestal e em estabelecer as medidas de prevenção contra incêndios em áreas florestais é estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de janeiro (n.º 6 e n.º 7 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro). No Mapa 54 representam-se as áreas ardidas em Cinfães no período compreendido entre 2004 e 2013, percecionando-se que no referido período o território concelhio tem sido bastante afetado por incêndios florestais. Constata-se ainda que todas as freguesias deste município têm sido afetadas pro incêndios florestais, com particular incidência na União das freguesias de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires. Na carta de condicionantes da presente revisão serão identificadas as áreas percorridas por incêndio florestal ocorrido durante 2005 e 2015. R01 | Caracterização e Diagnóstico 286 | P á g i n a RPDM de Cinfães Mapa 54: Distribuição espacial das áreas ardidas no concelho de Cinfães, entre 2004 e 2013 Fonte: PMDFCI de Cinfães, Caderno I (GeoAtributo, 2014). Os espaços florestais percorridos por incêndios ficam sujeitos, de acordo com os artigos 21.º e 23.º do Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro, à realização de ações de estabilização de emergência e de reabilitação, de curto e médio prazos, e à execução de ações de recuperação estrutural, de longo prazo. 8.1.5 RECURSOS ECOLÓGICOS Reserva Ecológica Nacional A Reserva Ecológica Nacional (REN) é entendida como a “estrutura biofísica básica e diversificada que, através do condicionamento à utilização de áreas com características ecológicas específicas, garante a proteção de ecossistemas e a permanência e intensificação dos processos biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado das atividades humanas” (artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de março). A delimitação da REN do concelho de Cinfães foi aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 123/95, de 6 de novembro, integrando os seguintes sistemas: R01 | Caracterização e Diagnóstico 287 | P á g i n a RPDM de Cinfães Áreas com risco de erosão; Áreas de infiltração máxima; Cabeceiras das linhas de água; Escarpas e áreas de proteção às escarpas; Leitos dos cursos de água; Albufeira de Crestuma-Lever; Albufeira de Carrapatelo; Albufeira de Freigil; Faixa de proteção às albufeiras; Lagoas e respetiva faixa de proteção. A legislação que atualmente rege o regime jurídico da REN diz respeito ao Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto, sendo que, de acordo com o mesmo, as áreas a integrar na REN de Cinfães correspondem às seguintes tipologia (artigo 4.º do referido diploma legal): Áreas relevantes para a sustentabilidade do ciclo hidrológico terrestre: a) “Cursos de água e respetivos leitos e margens; b) Lagoas e lagos e respetivos leitos, margens e faixas de proteção; c) Albufeiras que contribuam para a conectividade e coerência ecológica da REN, bem como os respetivos leitos, margens e faixas de proteção; d) Áreas estratégicas de proteção e recarga de aquíferos.” Áreas de prevenção de riscos naturais: a) “Zonas adjacentes; (...) b) Zonas ameaçadas pelas cheias não classificadas como zonas adjacentes nos termos da Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos; c) Áreas de elevado risco de erosão hídrica do solo; d) Áreas de instabilidade de vertentes.” R01 | Caracterização e Diagnóstico 288 | P á g i n a RPDM de Cinfães No n.º 1 do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto, são ainda apresentados os “usos e as ações de iniciativa pública ou privada” interditos nas áreas afetas à REN, nomeadamente: “Operações de loteamento; Obras de urbanização, construção e ampliação; Vias de comunicação; Escavações e aterros; Destruição do revestimento vegetal, não incluindo as ações necessárias ao normal e regular desenvolvimento das operações culturais de aproveitamento agrícola do solo e das operações correntes de condução e exploração dos espaços florestais”. Dos referidos usos e ações excetuam-se aqueles que, de acordo com o n.º 2 do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 66/2008, de 22 de agosto, “sejam compatíveis com os objetivos de proteção ecológica e ambiental e de prevenção e redução de riscos naturais”. Integradas nessa exceção encontram-se as operações de loteamento, desde que as áreas abrangidas por REN “não sejam objeto de fracionamento nem destinadas a usos ou ações incompatíveis com os objetivos de proteção ecológica e ambiental e de prevenção e redução de riscos naturais” (n.º 1 do artigo 26.º do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto). Face ao exposto, em oposição ao legalmente estipulado para a RAN, as áreas de REN podem localizar-se dentro dos perímetros urbanos identificados em PMOT, desde que apresentem usos compatíveis com os seus objetivos. Importa neste ponto expor a correspondência entre as áreas definidas pelo Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de março, e as categorias incluídas pelo Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto (Anexo IV). Quadro 62: Correspondência das áreas estabelecidas no Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de março, e as novas categorias de áreas integradas na REN NOVAS CATEGORIAS DE ÁREAS INTEGRADAS NA REN Cursos de águas e respetivos leitos e margens ÁREAS DEFINIDAS NO DL N.º 93/90, DE 19 DE MARÇO Leitos dos cursos de água (As margens não integravam a REN.) Ínsuas. Lagoas e lagos e respetivos leitos, margens e zonas de proteção. Lagoas, suas margens naturais e zonas húmidas adjacentes e uma faixa de proteção delimitada a partir da linha de máximo alagamento. Albufeiras que contribuam para a conectividade e coerência ecológica da REN, bem como os respetivos leitos margens e faixas de proteção. Albufeiras e uma faixa de proteção delimitada a partir do regolfo máximo. R01 | Caracterização e Diagnóstico 289 | P á g i n a RPDM de Cinfães NOVAS CATEGORIAS DE ÁREAS INTEGRADAS NA REN ÁREAS DEFINIDAS NO DL N.º 93/90, DE 19 DE MARÇO Áreas estratégicas de proteção e recarga de aquíferos. Cabeceiras das linhas de água. Zonas adjacentes. Não estavam integradas na REN. Zonas ameaçadas pelas cheias não classificadas como zonas adjacentes nos termos da Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos. Zonas ameaçadas pelas cheias. Áreas de elevado risco de erosão hídrica do solo. Áreas com risco de erosão. Áreas de instabilidade de vertentes. Escarpas, sempre que a dimensão do seu desnível e comprimento o justifiquem, incluindo faixas de proteção delimitadas a partir do rebordo superior e da base. Áreas de máxima infiltração. Fonte: Adaptado do Anexo IV do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto. Rede Natura 2000 O ICNF define a Rede Natura 2000 (RN2000) como “uma rede ecológica para o espaço comunitário da União Europeia resultante da aplicação das Diretivas n.º 79/409/CEE (Diretiva Aves) e n.º 92/43/CEE (Diretiva Habitats) que tem como finalidade assegurar a conservação a longo prazo das espécies e dos habitats mais ameaçados da Europa, contribuindo para parar a perda da biodiversidade. Constitui o principal instrumento para a conservação da natureza na União Europeia”. A RN2000 no concelho de Cinfães é composta por dois Sítios de Interesse Comunitário (SIC): SIC Serra de Montemuro (PTCON0025), classificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 142/97, de 28 de agosto; SIC Rio Paiva (PTCON0059), classificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 76/00, de 5 de julho. Com o intuito de compreender o tipo de ocupação atual do solo do concelho de Cinfães nas áreas abrangidas pela RN 2000, promoveu-se uma análise comparativa entre a cartografia da RN 2000 e a COS 2007, tendo-se obtido o mapa seguinte: Mapa 55: Rede Natura 2000 no concelho de Cinfães R01 | Caracterização e Diagnóstico 290 | P á g i n a RPDM de Cinfães Fonte: GeoAtributo (2015). Relativamente ao SIC Serra de Montemuro, esta análise comparativa permitiu aferir que cerca de 17,4% da área deste SIC no concelho de Cinfães é ocupada por áreas agrícolas e agroflorestais e que as florestas e meios naturais e seminaturais ocupam cerca de 80,8% da sua área. Relativamente aos territórios artificializados, constata-se a sua existência na área ocupada pelo SIC Serra de Montemuro, ainda que residual (cerca de 1%). No que concerne ao SIC Rio Paiva, aproximadamente 3% da área ocupada por este sítio é relativa a territórios artificializados. Por sua vez, as áreas agrícolas e agroflorestais ocupam cerca de 28,6% da área total do sítio, enquanto que aproximadamente 66,6% corresponde a florestas e meios naturais e seminaturais. Quadro 63: Uso do solo no concelho de Cinfães abrangido pela RN2000 CLASSE DE OCUPAÇÃO DO SOLO SIC PTCON0025 SERRA DE MONTEMURO SIC PTCON0059 RIO PAIVA ÁREA (HA) % ÁREA (HA) % 155,1 1,13 20,3 3,24 1044,1 7,61 13,1 2,10 1. Territórios artificializados 2. Áreas agrícolas e agroflorestais 2.1 Culturas temporárias R01 | Caracterização e Diagnóstico 291 | P á g i n a RPDM de Cinfães SIC PTCON0025 SERRA DE MONTEMURO CLASSE DE OCUPAÇÃO DO SOLO ÁREA (HA) % ÁREA (HA) % 20,1 0,15 33,2 5,31 1316,6 9,60 132,8 21,22 2538,0 18,50 393,1 62,79 8459,5 61,67 23,5 3,76 82,7 0,60 0,1 0,01 100,9269 0,74 9,8329 1,57 2.2 Culturas permanentes 2.4. Áreas heterogéneas SIC PTCON0059 RIO PAIVA agrícolas 3. Florestas e meios naturais e seminaturais 3.1 Florestas 3.2 Florestas abertas vegetação arbustiva herbácea e e 3.3 Zonas descobertas e com pouca vegetação 5. Corpos de água Fonte: GeoAtributo (2015). As orientações anteriormente apresentadas relativas ao SIC Serra de Montemuro e ao SIC Rio Paiva devem ser devidamente enquadradas na proposta de ordenamento a apresentar nas fases seguintes do processo de revisão do PDM de Cinfães, de modo a tornar sustentável o desenvolvimento económico e social deste concelho, a par da proteção e valorização dos recursos naturais que nele existem. R01 | Caracterização e Diagnóstico 292 | P á g i n a RPDM de Cinfães 9 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO O presente capítulo constitui um exercício de reflexão e sintetização de toda a análise apresentada até ao momento, pretendendo-se efetuar um diagnóstico geral das características ambientais, socioeconómicas, patrimoniais e de ordenamento do território existentes no concelho. Este diagnóstico será concretizado através da análise SWOT 37 , em que a apresentação da realidade concelhia é organizada e estruturada sob a forma de oportunidades, ameaças, pontos fortes e pontos fracos. A exposição das oportunidades, ameaças, pontos fortes e pontos fracos combina duas escalas de análise fundamentais. Por um lado, a componente endógena do desenvolvimento, traduzida em (i) PONTOS FORTES (valores próprios positivos do território que contribuem para a sua distinção) – que deverão ser potenciados – e (ii) PONTOS FRACOS (valores próprios negativos que determinam a degradação do território) – que deverão ser minimizados. Por outro lado, o contexto territorial externo, que se divide em (i) OPORTUNIDADES (fatores externos que poderão potenciar as características próprias do território) – que deverão ser aproveitadas – e (ii) AMEAÇAS (fatores externos que poderão contribuir para a desagregação e degradação da integridade e dos valores existentes) – que deverão ser contrariadas. Pontos Fracos Pontos Fortes Ameaças Oportunidades Neste sentido, os quadros seguintes identificam os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças do concelho de Cinfães, agrupadas de acordo com as grandes temáticas abordadas ao longo do presente documento de caracterização. 37 O termo SWOT é uma sigla, de origem inglesa, e um acrónimo de Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). R01 | Caracterização e Diagnóstico 293 | P á g i n a RPDM de Cinfães VALORES NATURAIS E OCUPAÇÃO DO SOLO PONTOS FORTES Extensa área de património natural. Diversidade e riqueza de valores naturais. A floresta e meios naturais e seminaturais ocupam cerca de 74% do território concelhio. Propensão dos solos para produção florestal. Apenas 3% do território é constituído por leptossolos (limitados em profundidade por rocha contínua e dura ou material muito calcário ou uma camada muito cimentada). Existência de áreas de importância ecológica. Aptidão florestal elevada é inexistente e aptidão agrícola elevada representa apenas 5%. Decréscimo do número de explorações agrícolas entre 1999 e 2009. O rendimento do agregado doméstico do produtor com origem exclusivamente da atividade de exploração e principalmente da atividade de exploração é muito baixo. ANÁLISE INTERNA As áreas com declives menos elevados são propícias ao desenvolvimento da agricultura/pecuária. Elevado potencial produtivo para a caça e pesca, silvopastorícia e exploração dos produtos não lenhosos, apicultura, cogumelos silvestres e plantas aromáticas e medicinais e de adornamentos. Biodiversidade de valor elevado. Elevado potencial para a criação de espaços de recreio e lazer. Elevado potencial para a produção de energia a partir dos recursos hídricos presentes (muita já instalada) e eólica (ainda pouco explorada). PONTOS FRACOS O solo concelhio não apresenta, na sua maioria, aptidão agrícola (72%). Vasta área do concelho com declives superiores a 30%. Em cerca de 30% do território, as vertentes são expostas a norte, o que condiciona a edificação/ocupação/uso do solo nas mais variadas atividades. Gestão incipiente dos recursos florestais. Elevada área florestal percorrida, anualmente, por incêndios. Risco elevado de incêndio florestal. R01 | Caracterização e Diagnóstico 294 | P á g i n a RPDM de Cinfães OPORTUNIDADES Forte vertente de apoio focalizado projetos de agricultura intensiva em determinados nichos de ANÁLISE EXTERNA produção, como produtos biológicos e produtos regionais de qualidade. Aposta na produção florestal como atividade para as áreas rurais. Coordenação e planeamento da política de ordenamento florestal e proteção da floresta. Exploração de potencialidades cinegéticas, juntamente com a exploração florestal. Aposta na energia eólica como fonte de rendimento para as áreas de montanha. Necessidade de planear a localização de parques eólicos em termos paisagísticos (a exploração deste recurso não deve nunca comprometer a exploração de outros recursos como o turístico). AMEAÇAS Crise económica a nível nacional e internacional. Progressivo abandono da paisagem agrícola e da pastorícia. Risco de incêndio e destruição do coberto vegetal pela existência de extensões de povoamentos de acácias e eucalipto. Desaproveitamento das potencialidades naturais e paisagísticas do concelho em prejuízo do desenvolvimento turístico. Potencial ampliação dos perímetros urbanos para áreas afetas a RAN e REN. Existência de situações que podem constituir potenciais disfunções ambientais (como a extração de inertes ilegais, deposição de entulho lixo e sucata, unidades de produção animal, utilização excessiva de adubos e pesticidas, etc.). SOCIODEMOGRAFIA ANÁLISE INTERNA PONTOS FORTES Aumento da esperança média de vida. Taxa de analfabetismo em decréscimo (apesar de ainda ser elevada). A maior proporção da população ativa tem idade entre os 15 e os 60 anos (96% dos indivíduos ativos). O número de indivíduos empregados é superior ao número de indivíduos desempregados, em todos os grupos etários. A maioria da população residente trabalha ou estuda no concelho de Cinfães (56%). R01 | Caracterização e Diagnóstico 295 | P á g i n a RPDM de Cinfães Aumento significativo do número de explorações agrícolas na freguesia de Espadanedo (81%) entre 1999 e 2009. Claro predomínio das explorações por conta própria (76%). Setor terciário predominante na estrutura do emprego da população concelhia. PONTOS FRACOS Crescente evolução da tendência de decréscimo populacional, acompanhado do generalizado envelhecimento da população residente. População ativa com baixos níveis de qualificação escolar. Pronunciado aumento da população ativa no setor terciário à custa da perda de efetivos no setor primário. Taxa bruta de natalidade baixa e inferior à média nacional. Cerca de metade dos desempregados do concelho de Cinfães têm entre 35 e 54 anos. A maior proporção de desempregados possui apenas o 1.º ciclo do ensino básico. A agricultura, produção animal, floresta, caça e pesca empregam apenas 8% dos indivíduos. Clara predominância do produtor autónomo, com utilização maioritária de mão-de-obra familiar. Cerca de 85% das explorações agrícolas possuem contabilidade sem registo sistemático de receitas e despesas. OPORTUNIDADES Incremento e incentivo à natalidade através da oferta de qualidade de vida que passa, indiscutivelmente pelo acesso a serviços de apoio à família (educação, saúde, etc.). ANÁLISE EXTERNA Aposta nos sectores de atividade que revelam alguma dinâmica no concelho, por forma a, se não criar novos empregos, assegurar a manutenção dos existentes. Aposta na formação profissional/ requalificação da mão-de-obra. Aposta na qualidade da oferta turística no concelho. Difusão das novas TIC poderá originar novos serviços e atividades no espaço rural, em particular o recurso ao teletrabalho e às teleatividades Nova fase de política de coesão / fundos estruturais QREN (2007-2013) a disponibilizar pela União Europeia, na salvaguarda e dinamização económica e social das comunidades locais. Maior consciencialização para a criação de parques tecnológicos de cariz não poluente. R01 | Caracterização e Diagnóstico 296 | P á g i n a RPDM de Cinfães AMEAÇAS Persistência de uma estrutura demográfica envelhecida com tendência para um aumento do peso da população dependente (fruto da transição de ativos para segmentos terminais da pirâmide etária). Progressiva tendência para o esvaziamento populacional do concelho e consequente perda de massa crítica. Falta de investimentos significativos públicos e privados. TURISMO PONTOS FORTES Aumento da esperança média de vida. Taxa de analfabetismo em decréscimo (apesar de ainda ser elevada). A maior proporção da população ativa tem idade entre os 15 e os 60 anos (96% dos indivíduos ativos). O número de indivíduos empregados é superior ao número de indivíduos desempregados, em todos os grupos etários. A maioria da população residente trabalha ou estuda no concelho de Cinfães (56%). Aumento significativo do número de explorações agrícolas na freguesia de Espadanedo (81%) ANÁLISE INTERNA entre 1999 e 2009. Claro predomínio das explorações por conta própria (76%). Setor terciário predominante na estrutura do emprego da população concelhia. PONTOS FRACOS Subaproveitamento dos recursos endógenos. Falta de mão-de-obra qualificada. Falta uma estratégia para o turismo por parte do município. Falta de perspetiva empresarial por parte dos proprietários dos alojamentos. Necessidade de um maior esforço de qualificação de algumas estruturas. Reduzida aposta numa estratégia turística moldada em atividades sustentáveis. A insípida cooperação regional e transfronteiriça no desenvolvimento de projetos comuns. Ausência de estruturas organizativas do sector turístico e produtivo, em dinâmicas associativas e de cooperação. R01 | Caracterização e Diagnóstico 297 | P á g i n a RPDM de Cinfães OPORTUNIDADES Aposta em estratégias de marketing e da promoção da imagem do concelho de Cinfães e das suas mais-valias. Definição da estratégia do concelho para o Turismo. Identificação dos recursos turísticos e enquadramento dos mesmos nas políticas municipais, por forma a garantir a sua utilização sustentada. Promoção de processo de Certificação de qualidade para os serviços associados à oferta ANÁLISE EXTERNA turística. Campanha/ incentivos de “legalização” dos estabelecimentos que oferecem alojamento. Apostar numa oferta cultural específica que identifique o concelho, numa ótica de marketing para o próprio município. AMEAÇAS Fraco potencial de conhecimentos/ adaptabilidade e inovação, decorrente da fraca formação e qualificação dos ativos. Fraca autonomização nos vários segmentos produtivos e consequente perda de valor acrescentado resultante da transformação de produtos locais. Ausência de empreendedorismo que resulta num fraco dinamismo e incipiente inovação. Necessidade de reforço da competitividade e valorização do território. Legislação fortemente restritiva no sector hoteleiro. Forte aposta turística de outras regiões (Alentejo, Algarve). Dificuldades de implementação de estratégias de desenvolvimento do turismo decorrentes da sazonalidade que afeta o setor. DINÂMICA URBANA ANÁLISE INTERNA PONTOS FORTES Aumento da área consolidada globalmente por todo o concelho entre 1995 e 2012. Consolidação das áreas edificadas, mais expressiva nas freguesias de Cinfães, Moimenta, Tarouquela, Tendais, Travanca e Nespereira. Aumento de 63% dos edifícios existentes, entre 1995 e 2012. Existência de espaços naturais com valor paisagístico. Baixos níveis de ruído ambiente. R01 | Caracterização e Diagnóstico 298 | P á g i n a RPDM de Cinfães Arquitetura tradicional, bastante presente nos núcleos antigos de alguns aglomerados. Existência de ensino profissional. PONTOS FRACOS Acentuada diminuição do número de edifícios licenciados. Ocupação genericamente dispersa, realizada ao longo dos eixos viários principais. Quase todas as freguesias apresentam maior área de edificação dispersa, comparativamente com a área consolidada. Aumento da área de edificação dispersa (36%) entre 1995 e 2012. Discrepância entre o número de edifícios e da população residente. Baixa densidade de edifícios nas zonas de elevadas altitudes (acima dos 1.000 metros). Densidade de edifícios da sede concelhia inferior à de algumas freguesias. OPORTUNIDADES Criação de um quadro normativo na revisão do PDM que controle a ocupação fora das áreas urbanas que promova a renovação dos edifícios nos núcleos mais antigos dos aglomerados e ANÁLISE EXTERNA que controle a cércea dos edifícios a construir. Implementação de projetos de requalificação urbana. Elaboração de projetos de execução com vista ao desenvolvimento desportivo/turístico/de lazer do concelho. AMEAÇAS Aumento da desertificação e da degradação dos núcleos antigos em função da construção de novas habitações. Tendência para a ocupação urbana se efetuar ao longo dos principais eixos viários e caminhos existentes. INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS ANÁLISE INTERNA PONTOS FORTES Transporte escolar assegurado. Acessibilidade fluvial, através da Via Navegável do Douro. As várias freguesias facultam o acesso a um equipamento desportivo. PONTOS FRACOS R01 | Caracterização e Diagnóstico 299 | P á g i n a RPDM de Cinfães Progressivo envelhecimento da população, necessitando de cuidados de saúde regulares e continuados. Dificuldade em fixar a população. Pouca oferta do serviço de transportes públicos. A localização dos equipamentos de saúde pressupõe áreas centrais, e uma dimensão populacional que justifique a sua implantação. Incipiente cobertura da rede de abastecimento de água e da rede de drenagem de águas residuais. OPORTUNIDADES Avaliar a necessidade de criar Centros de Convívio, Centros de Dia e Lar de Idosos. Avaliar a necessidade de novos CAT’s e Lares para crianças e jovens. Apostar em nichos de oferta diferentes dos existentes nos centros urbanos próximos; apostar na complementaridade. Diversificação na oferta de equipamentos desportivos, sobretudo ao nível dos equipamentos de base (formativo e recreativo). ANÁLISE EXTERNA Melhorar a rede de transportes ao nível de percursos/trajetos e horários associados e/ou criar percursos especiais de transporte para a população com idades mais avançadas. Planificar, juntamente com as empresas transportadoras, um serviço de transporte coletivo que proporcione maiores possibilidades de mobilidade da população. Planear a oferta, juntamente com os operadores, e melhorar a imagem dos transportes coletivos. AMEAÇAS Algumas das atividades existentes em espaço rural (agricultura, pequenas indústrias ou armazéns, pecuária, etc.) podem ter consequências ao nível da qualidade dos solos e água. Contaminação das linhas de água pelas descargas efetuadas sem tratamento. Dependência funcional do concelho de Cinfães face a outros centros urbanos de maior dimensão no acesso a determinados serviços e equipamentos. Equipamentos de apoio à terceira idade a funcionar próximo da saturação das suas capacidades o que acrescido ao progressivo envelhecimento populacional, poderá significar que a médio/longo prazo não consigam responder eficazmente à procura. R01 | Caracterização e Diagnóstico 300 | P á g i n a RPDM de Cinfães BIBLIOGRAFIA ANPC (2009), “Guia metodológico para a produção de cartografia municipal de risco e para a criação de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) de base municipal”. Autoridade Nacional de Proteção Civil, setembro de 2009. ANSR (2013), “Anuário de Segurança Rodoviária 2013”. Ministério da Administração Interna – Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária”, 2013, Lisboa, Portugal. Batista, Teresa; Mendes, Paula; Vila-Viçosa, Carlos; Gomes, Carlos Pinto; Fernández, Luis; Cabezas, José (2011), “Unidades Locais de Paisagem: ensaio aplicado à área Alentejo-Extremadura no âmbito OTALEX II”. Universidade de Évora, Évora, Portugal. Cancela d’Abreu, Alexandre d’Orey (1989), “Caracterização do sistema biofísico com vista ao ordenamento do território”. Dissertação de Doutoramento, Universidade de Évora, Évora, Portugal. CCDRC (2007), “Riscos Naturais e Tecnológicos – Contributo para a Síntese de Diagnóstico e Visão Estratégica”. Plano Regional do Ordenamento do Território do Centro, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, 2007. DGOTDU (2011), “A Paisagem na revisão dos PDM – Orientações para a implementação da Convenção Europeia da Paisagem no âmbito municipal”. 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Instituo Nacional de Estatística, julho de 2003, Lisboa, Portugal. Martins, Armindo Aires Afonso; Lourenço, José Martinho (2012), “Carta dos solos e carta da aptidão da Terra do Nordeste de Portugal – Síntese da Informação Contida na Memória Descritiva”. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, maio de 2012, Vila Real, Portugal. Miranda, J. M.; Batista M. A.; Costa, P. T. (2010), “Riscos Naturais – Cap. 2 Risco Sísmico”. Instituto Dom Luiz. Pedroso, Paulo; Elyseu, João; Magalhães, João (2011), “Análise prospetiva da evolução setorial em Portugal”. Ramos, Catarina (2013), “Perigos naturais devidos a causas meteorológicas: o caso das cheias e inundações”. Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal. Resende, Jorge Manuel Teixeira do Amaral (2013), “O Inventário Arqueológico de Cinfães – uma Reflexão: O Inventário como ferramenta de Gestão, Divulgação e Conservação do Património Arqueológico”. Dissertação 2.º Ciclo de Estudos em História e Património – Especialização em Mediação Patrimonial, Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Porto, Portugal. Spellman, F.R. (1998), “The Science of Water - Concepts and applications (2ª ed.)”. CRC Press. UTAD (2015), “O Vale do Bestança – Bases para a Proposta de criação de uma Área Protegida”. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, fevereiro de 2015, Vila Real, Portugal. R01 | Caracterização e Diagnóstico 302 | P á g i n a