Janeiro - Adventist World

Transcrição

Janeiro - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Jane iro 2008
Cr ança
Uma
os
Gu a á
8 Compartilhando
Responsabilidade e Confiança
14
Atrás das Grades
22
Vivendo
Nossa Crença
Jane iro 2008
A
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial........................ 3
Notícias do Mundo
3 Imagens & Notícias
Janela
7 A Tailândia por Dentro
Visão Mundial
8 Compartilhando
Responsabilidade e Confiança
ARTIGO
DE
C A PA
Uma Criança os Guiará
Por Wilona Karimabadi .............................................................. 16
Pode-se ver que são crianças, mas sua mensagem
não é nada infantil.
DEVOCIONAL
Preparando-me para Cultivar Maçãs
Por D. Reid McCrary................................................................... 12
O que devemos saber antes de tentar cultivar
o fruto do Espírito.
VIDA
ADVENTISTA
Atrás das Grades Por George Uba ........................................ 14
Os adventistas da Romênia têm uma perspectiva
singular do que significa “libertar os cativos”.
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
O Que é Ser Cristão? Por Robert K. McIver ........................ 20
É necessário apenas um momento para nos tornarmos cristãos,
e a vida inteira para sermos realmente cristãos.
ESPÍRITO
DE
SAÚDE
Cistite Intersticial ..... 11
Por Allan R. Handysides e
Peter N. Landless
PERGUNTAS
BÍBLICAS
Amor em Todas
as Direções ................. 26
Por Angel Manuel Rodríguez
ESTUDO
BÍBLICO
Jesus: O Conquistador
Poderoso ..................... 27
Por Mark A. Finley
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas
30 O Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Idéias
O Lugar das
Pessoas ........................ 32
PROFECIA
Vivendo Nossa Crença Por Ellen G. White......................... 22
Tradução: Sonete Magalhães Costa
SERVIÇO
Sendo as Mãos de Deus Por Jill Walker Gonzalez .............. 24
Um novo e audacioso programa envia pessoas
onde elas realmente são necessárias.
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing
Association. Copyright (c) 2005. Vol. 4, nº 1, Janeiro de 2008.
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Adventist World | Janeiro 2008
Capa: PREGAÇÃO PODEROSA: Kevin e
Dailyn Patiño pregam e cantam sobre
o evangelho há anos, e eles ainda
estão na escola primária.
A Igreja em Ação
Editorial
Aquele que Está no Centro
H
á aproximadamente 90 anos, o poeta irlandês William
Butler Yeats lamentou o caos absoluto de um mundo
manchado pelo pecado. No poema místico intitulado “A Segunda Vinda”, Yeats anunciou: “Tudo desmorona; o centro não
pode suportar.”
A declaração de Yeats foi uma das frases mais famosas de
seu tempo. Era tanto a afirmação de fatos como uma profecia
do século mais anárquico e violento que o mundo conheceu.
Esse mundo carente de uma crença central e organizada em
um Deus bom, com sua força centrífuga natural dos corpos
em movimento, atira pessoas, grupos, culturas e sociedades
em impetuosas e violentas colisões. “As torrentes de sangue
são liberadas”, diz Yeats em desespero, “e em toda parte é submerso o rito da inocência.”
Os cristãos, de um modo geral e especificamente os adventistas, enxergam a vida através de lentes totalmente diferentes.
Embora tenhamos de concordar que o mundo está enlou-
quecendo com orgulho, lascívia, cobiça e violência – todos
os chamados “pecados mortais” – afirmamos que existe uma
força coesiva no centro de todas as coisas, a qual preserva os
elementos de racionalidade e bondade que ainda existem no
mundo. “Ele [Cristo] é antes de todas as coisas”, o apóstolo
Paulo escreveu em um hino que só Cristo poderia ter inspirado: “Nele, tudo subsiste” (Cl 1:17).
O simples fato de nos reunirmos para adorar o Senhor
ressurreto é um testemunho de Seu poder coesivo – na Sua
igreja e em todo o mundo. O divino desejo que sentimos de
encontrar outros cristãos para com eles aprender e orar, é um
testemunho de Sua autoridade sobre as forças de certa forma
caóticas que ameaçam nossa paz. A presença do povo remanescente no mundo – os 15 milhões que somos – como povo
de esperança e comunidade de fé, relembra ao mundo em desespero que não fomos destinados a um fim inexpressivo. Por
meio do poder dAquele que sustenta todas as coisas, incluindo
Sua preciosa igreja, podemos viver com alegria e confiança,
enquanto esperamos pela Segunda Vinda.
Elevamos um hino na noite de gemidos de um mundo
perdido: Cristo sustém todas as coisas. Cristo, o centro, sustém
Seu povo com tenacidade grandiosa e amorável.
—Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO
Barry Oliver é Eleito Líder Adventista no Sul do Pacífico
conhecido como “the San”. Evans era
conhecido como forte patrono por usar
a tecnologia moderna para cumprir a
missão da igreja, principalmente
da televisão via satélite e a vídeoconferência.
Oliver serviu a Igreja Adventista do
Sétimo Dia do sul do Pacífico como
pastor, evangelista, professor e administrador. É casado com Julie, que é professora e tem três filhos.
Oliver nasceu em lar adventista
em Goulburn, New South Wales. Freqüentou o Avondale College, escola de
terceiro grau da igreja, onde cursou teologia. Em 1973, a família Oliver aceitou
o chamado para pastorear a igreja em
Queensland. Cuidaram de igrejas em
N AT H A N
■ Líderes da Comissão Diretiva da Divisão do Sul do Pacífico (DSP) elegeram
Barry Oliver, atual secretário geral da
Igreja Adventista do Sétimo Dia no sul
do Pacífico, como o novo presidente
da região.
Laurie Evans, presidente da DSP
desde 1998, anunciou sua jubilação na
reunião de 13 de novembro de 2007.
Durante seu mandato como presidente, Evans promoveu uma reorganização dos recursos (reduzindo
o número de administradores para
cortar despesas). Dirigiu também a
reestruturação legal na incorporação
do Sanitarium Health Food Company
(Companhia de Alimentos Saudáveis)
e o Hospital Adventista de Sidney,
B R O W N / R E C O R D
Lawrence Tanabose, um ilhéu, é o novo secretário geral
ORANDO JUNTOS: Da esquerda para
direita, Barry Oliver, Lawrence
Tanabose, Laurie Evans, presidente
jubilado da DPS, e Jan Paulsen,
presidente da igreja mundial, durante
reuniões administrativas nas quais
Oliver foi eleito presidente da DSP, e
Tanabose, secretário-geral da divisão.
Janeiro 2008 | Adventist World
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
Maryborough e Hervey Bay, ao sul de
Brisbane e na Darling Downs durante
os cinco anos seguintes. Foi ordenado
ao ministério em 1976.
Foi chamado para trabalhar como
supervisor distrital, evangelista e capelão universitário em Port Moresby, distrito de Papua-Nova Guiné, no fim de
1978. Foi transferido para Rabaul, como
presidente da Missão da Nova Bretânha/Nova Irlanda, após um ano. Cinco
anos mais tarde, Oliver foi admitido no
corpo docente do Avondale, onde completou seu mestrado em religião.
Mudou-se, com sua família, para a
Universidade Andrews, em Michigan,
Estados Unidos, no fim de 1985, onde
cursou o doutorado em Ministério
Pastoral, focalizando a estrutura organizacional adventista. Retornou a
Avondale, onde permaneceu por mais
nove anos e desenvolveu um programa
de treinamento ministerial, baseado
no campo, integrando a teoria com a
prática. Foi, ainda, pioneiro no treinamento de evangelistas que ajudaram a
preparar centenas de pessoas para
o batismo.
Oliver foi eleito secretário geral da
Divisão do Sul do Pacífico em 1997.
Serviu por 10 anos como segundo oficial para a igreja naquela região.
Como autor reconhecido, Oliver
escreveu mais de 100 artigos para os periódicos da igreja, incluindo artigos de
capa para as revistas Adventist Review e
Adventist World.
Substituindo Oliver como secretário
geral, Lawrence Tanabose tornou-se
o primeiro ilhéu do Pacífico a ser escolhido como administrador da Igreja
Adventista do Sétimo Dia no sul do
Pacífico.
Atual presidente da União Missão
Trans-Pacífico (UMTP), Tanabose e
sua esposa, Rosina, servem a Igreja
Adventista desde 1974. Foi eleito presidente da UMTP em 2005. Aproximadamente 90 mil membros da igreja
residem na região, que inclui países
como Fiji, Tonga, Kiribati, Vanuatu e as
Ilhas Salomão.
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Adventist World | Janeiro 2008
Em seu primeiro ano como presidente, Tanabose dirigiu a formação
e uma única estrutura administrativa
para a igreja nas Ilhas Salomão. Anteriormente, havia na ilha três missões:
Missão Oriental das Ilhas Salomão,
Missão do Malaita e Missão Ocidental
das Ilhas Salomão, que atendiam os
34.387 membros das 417 igrejas organizadas e grupos do país.
Tanabose, 54, nasceu em PapuaNova Guiné e é filho de pais missionários, das Ilhas Salomão. Serviu a igreja
como instrutor bíblico, pastor, evangelista do campo, departamental e secretário geral na UMTP. Trabalhou como
representante da Igreja Adventista
para os governos de Vanuatu, Ilhas
Salomão e Fiji.
É formado em administração e tem
doutorado em teologia. Ele e sua esposa
têm uma filha e três filhos. Conhecido
por sua paixão pelo evangelismo e o desejo de levar pessoas a Cristo, Tanabose
ainda prega, regularmente, em campanhas evangelísticas.
Jan Paulsen, presidente da igreja
mundial, dirigiu a nomeação dos administradores da igreja. Um presidente
de divisão é também vice-presidente da
Associação Geral (AG) e, como tal, a
recomendação da comissão diretiva da
DPS é submetida à ratificação da comissão diretiva da AG.
Paulsen expressou sua apreciação
pela liderança de Evans: “Trabalhamos
bem de perto e sempre apreciei a experiência e participação criativa de Laurie
no trabalho da igreja global”, disse. “A
meu ver, ele fez um bom trabalho nesta
divisão.
“Estou, também, extremamente
satisfeito com a recomendação que nos
chega agora”, disse Paulsen, ao cumprimentar Oliver por sua nomeação.
Oliver disse: “Sempre me senti feliz
e satisfeito em trabalhar onde Deus me
coloca, mesmo que o lugar e as atividades sejam diferentes.”
Ele compartilhou a reação de sua
esposa, Julie, à notícia de sua nomeação
pelos membros da comissão. “Ela me
disse que ‘sempre cremos que onde o
Senhor nos chamasse e o que pedisse
que fizéssemos, Ele nos ajudaria a realizar o trabalho. E agora não vai ser diferente’. Conto com suas orações e orarei
por vocês também.”
Oliver disse que está entusiasmado
com as possibilidades e, particularmente, com o povo da igreja no sul do
Pacífico. “Temos que continuar fazendo
bem as coisas como fizemos até aqui
e descobrir novas maneiras de fazer o
que não fizemos e o que deveríamos ter
feito”, comenta ele. “Quero que a igreja
esteja aberta e pronta para seguir na direção para onde Deus está nos guiando.
Gostaria de ver a igreja utilizando todo
o seu potencial, usando sua diversidade
e vários talentos para que, juntos, cumpramos a missão.” – Por Melody Tan,
diretor de Comunicação da Divisão do
Sul do Pacífico (DSP), e Nathan Brown,
editor/Record.
HOLANDA: Aumenta o Número de
Membros e Novos Líderes são Eleitos
em Reuniões de Fim de Ano.
■ Wim Altink, pastor da Igreja
Adventista do Sétimo Dia em The Hague, Holanda, é o novo presidente da
igreja naquele país, que é uma das nações mais seculares da era “pós-moderna”, na Europa. Por muito tempo pastor
distrital, Altink é o sucessor de Reinder
Bruinsma, líder veterano da igreja, que
decidiu se aposentar.
Foram anunciadas mais duas mudanças na liderança: Gerard Frenk, que
serviu como diretor do Departamento
de Escola Sabatina e secretário ministerial por 15 anos, é o novo secretário
geral, enquanto J. Andre Amsen foi eleito tesoureiro.
Durante os últimos cinco anos, o
número de membros da Igreja na Holanda cresceu quase cinco por cento por
meio de batismo, não por imigração,
anunciaram os líderes da igreja local
durante as reuniões dos líderes. O número total de membros chega a aproximadamente 5 mil nessa nação de 16,6
milhões de pessoas.
BATISMO NO
MAR DO NORTE:
Wim Altink, à
esquerda, batiza
jovem de 17
anos nas águas
geladas do Mar
do Norte, em
março de 2004.
Por muito tempo pastor distrital,
Altink é agora o presidente da
Igreja Adventista do Sétimo Dia na
Holanda.
A R Q U I V O
F O T O G R Á F I C O
D A
para comunicação interna como para
treinamento.
No fim da cerimônia, Bruinsma
referiu-se brevemente às palavras de
Moisés ditas ao seu sucessor sobre
como confiar no apoio irrestrito de
Deus. Altink estimulou os delegados a
concentrar-se na importância da comunidade da igreja como uma força na
restauração do mundo. – Equipe da AW,
com reportagem da União Holandesa
A W
O item-chave foi a adoção de um
relatório sobre a “Unidade na Diversidade da Igreja Adventista Holandesa”. O
documento passou por intenso processo preparatório com o objetivo de servir
como diretriz que mostra como o diálogo construtivo pode ser útil em meio
à considerável diversidade em pontos
de vista teológicos e éticos. Nos últimos
anos, a igreja holandesa tornou-se multicultural e multiétnica. A liderança da
igreja motivou seus membros a enfrentar tais desafios com uma abordagem
proativa, identificando as possibilidades
de estimular o crescimento e enriquecimento mútuo.
Dezesseis recomendações foram processadas pela comissão de planejamento
e aprovadas pelo fórum de 170 delegados. As recomendações cobriam uma
grande variedade de assuntos, desde o
evangelismo e trabalho com os jovens
até a inovação do uso da Internet, tanto
POLÔNIA: Adventistas se Unem a
Outros Protestantes Denunciando
Ataques a Martinho Lutero
■ Líderes protestantes de uma das
maiores cidades polonesas condenaram
uma campanha com cartazes denunciando Martinho Lutero, o líder protestante alemão do século XVI, como
blasfemo e herege, segundo reportagem
publicada na revista Notícias Ecumênicas Internacionais (NEI).
“O que aconteceria se alguém dependurasse cartazes nas paredes de uma
igreja católica acusando o Papa João
Paulo II de blasfemo e herege? Ou a
‘Maomé de herege’, em uma mesquita?”
pergunta Mariusz Maikowski, pastor
da igreja adventista do sétimo dia em
Lublin, no leste da Polônia. “Essas são
ações ilegais (na Polônia); entretanto, a
justiça local não se pronunciou”, disse
Maikowski na revista Notícias Ecumêmicas Internacionais.
Cartazes diziam: “A blasfêmia e heresia de Marinho Lutero”, e estampavam
APOIANDO A REFORMA: Mariusz
Maikowski, pastor da Igreja
Adventista do Sétimo Dia em Lublin,
leste da Polônia, expressou a
preocupação de centenas de protestantes do país, sobre a recente
campanha publicitária comparando
o reformador Martinho Lutero com
o diabo. Segundo ele, a campanha foi “chocante” e “altamente
ofensiva”.
F O T O
D A
R E D E
A D V E N T I S TA
D E
a figura do diabo cochichando ao ouvido do reformador protestante.
Os cartazes foram expostos em toda
a cidade de Lublin, para anunciar as
conferências de Ryszard Mozgol, oficial
do Instituto da Memória Nacional da
Polônia, instituição encarregada dos
relatórios da polícia secreta do país na
era pós-comunista.
As conferências foram realizadas
nos dias 15 e 31 de outubro, no 490°
aniversário da Reforma Protestante de
Lutero, e foram planejadas pela Organização Polonesa Monarquista. Fundado
em 1989, o grupo alega ter alguns milhares de membros e busca estabelecer
um “Estado Católico” na Polônia.
Dos 38 milhões de habitantes da
Polônia, 95% são católicos. “É chocante
e inacreditável que retratos de Martinho Lutero como anti-cristo ainda
apareçam em pleno século XXI”, disse
Maikowski à revista.
Maikowski disse ainda que a campanha “causou ofensa profunda” às
comunidades protestantes e ortodoxas
de Lublin. Disse também que o promotor público local deveria abrir uma
investigação.
O Rev. Dariusz Chwastek, pastor
luterano de Lublin, descreveu os cartazes
como “altamente ofensivos”. Chwastek,
administrador da paróquia da Santa
Trindade em Lublin, disse: “Penso que
muito sangue foi derramado e muitas
fogueiras foram acesas, para que reiniciemos essa disputa, tantos séculos depois.”
O presidente da organização monarquista, Lukasz Kluska, se negou a
pedir desculpas e foi citado pelo jornal
polonês Dziennik Wschodni como tendo
dito que os representantes da igreja minoritária deveriam ter apresentado sua
opinião durante as conferências.
A igreja adventista central de Varsóvia foi a única igreja protestante, no
país, a organizar uma comemoração
pelos 490 anos do Movimento da Reforma, informa a igreja na Polônia. – Por
Jonathan Luxmoore, Notícias Ecumênicas Internacionais, com equipe da Rede
Adventista de Notícia (ANN)
N O T Í C I A
Janeiro 2008 | Adventist World
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
cuba:
Dedicação do Templo
“Casa
de Luz”
Presidente Mundial da Igreja Visita
a Ilha e Divisão Realiza Reuniões.
Por Rajmund Dabrowski, diretor
do Departamento de Comunicação da Associação
Geral, escrito por Buey Arriba, Cuba
Esquerda: LOTADO: Mais
de 500 pessoas ocupam
os assentos disponíveis e
se espremem junto das janelas, durante a dedicação da Casa de Luz em
Buey Arriba, dia 4 de novembro. A casa de culto é uma das muitas em
Cuba, as quais servem como casa pastoral e templo. Direita: DIÁLOGO
EM CUBA: Durante sua visita de quatro dias a Cuba, o presidente da Igreja Adventista mundial, pastor Jan Paulsen, dialogou com Daniel Fontaine,
presidente da igreja adventista na ilha, sobre a posição da igreja no país,
que, no mês de novembro, sediou reuniões da administração regional
pela primeira vez em 62 anos.
R A J M U N D
D A B R O W S K I / A D V E N T I S T
Quando os oficiais da igreja e convidados se uniram à multidão de 500 pessoas para a inauguração da nova casa de culto
em Buey Arriba, Raul Alvarez recebeu calorosos aplausos.
Pastor recentemente jubilado, Alvarez foi recebido como
herói por sua contribuição para com a congregação adventista
do sétimo dia que, no domingo, 4 de novembro, dedicou oficialmente um novo santuário.
Anteriormente conselheiro político dos líderes da revolução cubana no início dos anos 60, Alvarez abraçou a mensagem adventista e respondeu a um chamado diferente. Até
recentemente, serviu como presidente da igreja na região. Alvarez retornou faz pouco tempo a uma cidade, ao pé da montanha, a sudeste da Sierra Maestra, em Cuba, para celebrar a
vitória da graça de Deus.
Na cerimônia de corte da fita inaugural, junto a centenas
de outras pessoas, Alvarez não conseguiu esconder a emoção.
Os anos gastos tentando construir um santuário, com recursos
limitados, culminaram na noite daquele domingo em abraços
emocionados e lágrimas de alegria.
Denominada “Casa de Luz de Buey Arriba”, a igreja – uma
casa pastoral cuja sala de estar acomoda 200 membros sentados – foi inaugurada em grande estilo.
As pesadas chuvas que caíram no dia da celebração atrasaram a chegada dos líderes vindos dos Estados Unidos – da
organização Voluntários Internacionais Maranata (VIM) – responsáveis pela construção do templo, e dos oficiais da igreja
adventista. Quando chegaram, às 18 horas, já estavam duas horas
atrasados para a cerimônia. Uma multidão de mais de 500 pessoas, porém, lotava o local construído para 250 pessoas apenas.
Laura Noble, do VIM, se lembra de quando visitou a casa
de culto de Buey Arriba, há alguns anos. Em suas muitas viagens, esse foi um dos lugares onde realmente ficou assustada.
O telhado era feito com telhas bem pesadas, sobre um madeiramento no qual as vigas eram presas, em cada junção, com
apenas um prego. Pior ainda, ela se lembra, cada viga estava
infestada de cupins.
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Adventist World | Janeiro 2008
N E W S
N E T W O R K
Segundo Adalberto Gonzalez, pastor da igreja, a necessidade de uma nova casa de culto tornou-se ainda maior quando a
congregação cresceu para 200 pessoas. Mas, em lugar de aprovar os planos da construção de uma nova igreja, o governo
cubano estendeu a permissão para construir a “Casa de Luz”.
A Casa de Luz Maranata serve de casa pastoral e como casa
de culto. “Mas é suspeitamente parecida com uma igreja!” disse Noble. Após a cerimônia de dedicação, dez pessoas foram
batizadas.
Daniel Fonatine, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Cuba, expressou sua gratidão pela Casa de Luz
em Buey Arriba. “Para nós é muito significativo. Pelo menos
podemos ter um lugar, uma luz, onde as pessoas podem ir
em busca da paz e esperança que só Jesus Cristo pode dar.
Estamos também muito gratos ao nosso país por permitir que
tivéssemos um lugar como esse”, disse ele.
Em Havana, a igreja adventista local deu as boas-vindas a
Jan Paulsen, presidente da Igreja Adventista mundial. No dia 2
de novembro, sexta-feira, Paulsen uniu-se aos 80 delegados da
igreja na região da Divisão Interamericana (DIA) que foram
participar do concílio anual de sua comissão diretiva. Caridad
Diego, diretora de Assuntos Religiosos do Governo de Cuba,
recebeu Paulsen no aeroporto de Havana.
Ao falar no culto de sábado no templo adventista de Víbora, em Havana, Paulsen disse aos ouvintes: “Sinto a força de
seu comprometimento e espiritualidade. Há tanto fervor!
“Esta visita a Cuba é muito significativa, especialmente
para a igreja e o governo”, disse Israel Leito, presidente da igreja na Divisão Interamericana.
Segundo fontes da própria igreja, embora Cuba seja um
dos 15 maiores territórios da região, não sediou nenhuma
reunião da comissão diretiva da igreja nos últimos 62 anos.
No meio dos anos 40, por dois anos, a Divisão Interamericana
teve sua sede em Cuba. Com mais de três milhões de membros, espalhados por 36 países, essa divisão representa a maior
região da igreja adventista mundial.
JANELA
A
R I C K
M c E D W A R D
Ta lândia
por Dentro
Tailândia é uma nação com beleza natural, rica em cultura e uma herança religiosa peculiar. Os habitantes da
“Terra do Sorriso” são conhecidos por seu calor, hospitalidade
e gentileza.
A Tailândia é a única nação a sudeste da Ásia que nunca foi
colonizada pelo poder europeu. Foi governada pela dinastia
Chakri desde 1782, embora em 1932 o país tenha se tornado
uma monarquia constitucional. No ano de 2007, o rei Bhumibol Adulyadej completou seu sexagésimo ano de reinado.
Embora ele não dirija os problemas do dia-a-dia do governo,
o povo o respeita e estima.
A despeito de a maioria dos tailandeses serem budistas,
outros grupos de pessoas vivem no país. O sul da Tailândia
é predominantemente muçulmano. Nos últimos anos, essa
região tem experimentado muita violência pela tensão entre
vários grupos. O governo atual tem negociado a paz para a
região com os líderes dos grupos do sul.
O maior grupo de minoria étnica na Tailândia é o thaichinês, mas eles são muito importantes nos negócios da nação.
Estima-se que 49% dos residentes de Bangkok sejam parcialmente descendentes dos chineses.
Outro grupo inclui os Hmong, Shan, Khmer,
Karen, Mien, Akka, Lahu e outros grupos tribais que
habitam os limites do norte do país. O trabalho dos
missionários é mais efetivo entre esses grupos, enquanto a maioria étnica Thai continua difícil de
ser alcançada pelo evangelho, pois é fiel à sua
herança budista.
Os Adventistas na Tailândia
O primeiro pioneiro adventista,
R. A. Caldwell, chegou à Tailândia
TAILÂNDIA
Capital
Línguas
Religiões
População
Membros Adventistas
Proporção
Pastores
Igrejas e grupos
Bangkok
Thai, inglês e dialetos étnicos regionais
Budistas 94,6%; Muçulmanos 4,6%;
Cristãos 0,7%
65 milhões
11.555
1 adventista para 5.625 habitantes
35 ordenados, 34 licenciados
40 igrejas organizadas, 81 grupos
F O T O S :
A
em 1906 para distribuir nossa literatura. Após mais de 10
anos, chegaram outros colportores e descobriram grupos de
guardadores do sábado em Bangkok. Um empresário chinês, Tan Thiam Tsua, estabeleceu-se em Bangkok e ajudou a
fundar a primeira igreja adventista do país, que, a princípio,
cresceu entre os chineses que moravam na cidade. A Missão
Adventista da Tailândia foi organizada em 1919 pelas famílias
missionárias de E. L. Longway e Forrest A. Pratt.
O desenvolvimento das instituições adventistas foi muito importante para o crescimento da igreja na Tailândia. O
Colégio Missionário oferece um curso de quatro anos, com
certificado, tanto em thai como em inglês, e agora oferece
também um mestrado. Há várias escolas de ensino fundamental e médio em funcionamento em várias partes do país,
além da dinâmica escola de inglês em Bangkok. Há ainda dois
hospitais: Hospital Adventista de Bangkok e Hospital Missão
Phuket. A Missão opera uma fábrica de alimentos saudáveis
que fabrica e distribui vários produtos. Logo depois do tsunami de dezembro de 2004, a ADRA/Tailândia e o Hospital Missão Phuket desempenharam papéis importantes nos esforços
de recuperação do país.
Um dos maiores desafios da Missão está na região de
Bangkok, onde apenas sete igrejas organizadas têm mais de 10
milhões de pessoas para evangelizar. Em 2006, vários centros
comunitários foram abertos para ensinar inglês aos residentes
das redondezas. Cada um desses centros tem uma equipe
formada por um professor de inglês estrangeiro e um implantador de igrejas tailandês.
Hoje, mais de 11 mil membros de igreja servem a Deus na
Tailândia. A Missão Tailandesa, em convênio com o Ministério
de Missão Global e outros ministérios, iniciou 81 novas congregações ou grupos em toda a nação. As novas congregações,
com o esforço evangelístico dos membros, instituições e
igrejas, indicam um futuro brilhante para a igreja na Tailândia,
com a esperança na eternidade.
Preparado por Rick McEdward, diretor de Missão Adventista,
Divisão do Sul do Pacífico.
Janeiro 2008 | Adventist World
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A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
compartilhando
Responsabilidade
e
Confiança
Esta é uma adaptação do sermão do Pastor Jan Paulsen, presidente da Associação Geral, proferido no sábado, 13 de outubro,
no Concílio Anual (reunião dos líderes de todas as divisões da
igreja mundial).
O
apóstolo Paulo confrontou-se com um dilema
que ele mesmo descreve em 1 Coríntios 8 a 10.
Trata-se do dilema que todo líder da igreja enfrenta, não importa se é pastor distrital ou administrador. Um dilema que atinge frontalmente a unidade da
igreja.
A questão diante de Paulo era: que conselho dar às pessoas sobre comer ou não carne oferecida aos ídolos? Sua conclusão foi: “A comida, porém, não nos torna aceitáveis diante
de Deus; não seremos piores se não comermos, nem melhores
se comermos” (1Co 8:8 NVI).
E completa – e aqui está o ponto crítico – dizendo que
se o exercício da minha liberdade causa dano a alguém, está
errado e não está em harmonia com a vontade de Cristo.
A prática do amor e cuidado pelos outros deve ser pautada
pelo exercício da minha liberdade e pelas escolhas que faço.
Esse princípio bíblico deve definir as ações de todos os que
exercem liderança na igreja. “Todas as coisas me são lícitas”,
diz Paulo, “mas nem todas edificam.” E acrescenta: “Ninguém
busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem” (1Co
10:23, 24). Então conclui dizendo: “Sede meus imitadores,
como também sou de Cristo” (1Co 11:1).
É claro que, para Paulo, não se trata de um assunto sobre
alimentação. O alimento é apenas uma ilustração. O assunto
é: Quais são os valores que dirigem suas ações e decisões? Sua
resposta é clara: consideração e deferência. Ou seja, renunciar
a direitos em vez de reivindicá-los. É perguntar: Se eu fizer
isso – e está no meu direito fazê-lo –, qual será o impacto
sobre os outros? É o reconhecimento genuíno de que nosso
dever para com os outros é mais importante do que para
8
Adventist World | Janeiro 2008
conosco. Essa passagem consiste em descobrir o que significa ser parte de algo maior que qualquer um de nós e nossas
comunidades. É um princípio muito importante para nós,
como igreja mundial.
Permita-me destacar alguns pensamentos que podem ser
extraídos desse texto.
1. Aprendendo a confiar. É bom ser capaz de partilhar recursos e, ao mesmo tempo, delegar o controle. Sem confiança,
não podemos funcionar como igreja. Você e eu temos áreas
de responsabilidade delimitadas. Façamos o nosso melhor em
nossa área e confiemos em outros para cuidar da vida e da
missão da igreja onde estão. Todos teremos que prestar conta
de nosso procedimento, se não nesta vida, na por vir, com
certeza.
2. Aceitando as diferenças. As palavras de Paulo nos
aconselham também a aceitar quem é diferente de nós e de
nossa maneira de pensar. “Aceitação” não significa, necessariamente, assumir algo como meu, mas não impor sua
importância sobre os que vivem em diferentes circunstâncias
e culturas. Não somos filhos da mesma cultura, mas compartilhamos dos mesmos laços de família. Estamos ligados pela
unidade e temos que confiar que todos nós faremos o que
é correto.
3. Compreendendo o essencial. Esse texto nos aconselha a
sermos sensíveis ao que está no coração da fé adventista e ao
que não está; que não elevemos excessivamente nosso ponto
de vista particular, e o imponhamos a outros; que não superestimemos o valor de nossa cultura ao relacionar-nos com
outros.
4. Cultivar os laços familiares. Um ponto fundamental
desse texto está relacionado ao cultivo dos laços que nos
mantêm unidos como “família”. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é assim. Você apóia essa família por causa de seu
amor e lealdade para com o Senhor e Seu povo, mas não
apóia os que têm a tendência de pensar que foram
Comprometimento com a
Unidade
S A N D R A
B L A C K M E R
A igreja é única. Não é apenas uma
idéia de Deus, mas uma comunidade de
alto valor para Ele. Ellen White escreveu: “Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre que
Deus concede em sentido especial Sua
suprema atenção.”* A igreja é profundamente amada por Deus. É �o cenário de
Sua graça e Ele tem firme compromisso
com ela. A mensagem da Escritura, da
pena de Ellen White e de nossa própria
história, confirma que Deus quer que
Sua igreja permaneça unida.
De tempos em tempos, surgem problemas que testam nosso comprometimento com a unidade.
É aí que o compartilhamento da confiança e da responsabilidade sinaliza o caminho para frente.
“chamados” para dar declarações judiciosas e mensagens
de crítica negativa que se tornam uma ofensa ao Senhor e
aborrecimento para a igreja e seus líderes. Esse é um hábito
perigoso, por ser prejudicial e destrutivo para a igreja
como família.
5. Representando a Cristo e Seus valores. Tudo que faço,
diz Paulo, quero que seja aprovado por Cristo. Embora eu
seja livre, me faço de escravo, disciplino a mim mesmo pela
causa do evangelho e por Seu povo. Em tudo que faço, diz
Paulo, faço “para ganhar tantos quantos seja possível”, de tal
maneira que a voz de Cristo e Seu amor pela igreja sejam
constrangedores e claros.
O conceito de responsabilidade e confiança compartilhado por Cristo e pela unidade da igreja define a liderança
adventista. A igreja está longe de ser uma comunidade perfeita. Mas é o povo de Deus, o corpo de Cristo, e cuidar da igreja
é um ato de adoração.
Seja qual for sua esfera de responsabilidade, sempre haverá a tentação de assumir responsabilidades delegadas a outros, ou desafios interessantes que não se recusaria a assumir.
Você pode ser solicitado a intervir em algo que esteja acontecendo em algum lugar na igreja mundial. Você pode envolverse profundamente, achando que tem a solução.
Meu conselho é: “Não faça isso!” Provavelmente você não
percebeu o quadro completo. Freqüentemente, recebo o que
chamo de “10% das histórias” – mas é nos 90% do que não me
contaram que encontramos a verdadeira causa do problema.
Mantenha seu foco, portanto, no trabalho para o qual foi
chamado. Deixe que outros lidem com as responsabilidades
confiadas a eles. Se, no fim, tiverem êxito ou fracasso, terão
que responder ao Senhor, como cada um de nós.
O que você faz como líder de igreja, faça pelo amor ao
Senhor e pelo Seu povo, faça com integridade e mantenha
seu coração limpo, pois a meu ver é isso que o Senhor espera
de nós.
Crenças Compartilhadas
Não conheço nada com maior potencial para dividir a
igreja que a Teologia. Sempre foi assim. Alguns de vocês, que
estudam a história da igreja, devem se lembrar de que, muitos
séculos atrás, houve uma controvérsia que dividiu a igreja do
Oriente da igreja do Ocidente. Constantinopla separou-se
de Roma, a Igreja Ortodoxa, do Cristianismo ocidental. O
âmago do problema ficou conhecido como a controvérsia
do “Filioque”. O problema tinha que ver com a procedência
do Espírito Santo após a ascensão de Cristo. Os cristãos do
Oriente diziam que o Espírito Santo procedia do Pai, enquanto a igreja do Ocidente adicionava “e do Filho”. E a igreja foi
dividida.
Como adventistas do sétimo dia, temos forte convicção
a respeito das doutrinas e da Teologia. Isso não deveria surpreender-nos, pois está relacionado às nossas raízes e à nossa
compreensão do assunto. Tem que ver com escatologia e com
o fato de preparar um povo para estar pronto para o retorno
de Cristo.
Digo a todos os líderes da igreja: Temos 28 crenças fundamentais que mantêm a unidade do cerne de nossa identidade
em termos de fé e doutrina. Isso resiste a qualquer tendência
de desestabilizar uma delas para transformá-la em nova doutrina que possa dividir a comunidade global dos adventistas
do sétimo dia! Hoje estamos crescendo tão rapidamente como
igreja mundial que, para mim, é importante que tenhamos as
28 crenças fundamentais, como declaradas, bem compreendidas e aceitas por todos os novos membros que estão se unindo
a nós. Esse é um desafio monumental. O maravilhoso fato de
estarmos crescendo rapidamente ao redor do globo é também
nosso grande desafio, e não podemos distrair-nos.
Janeiro 2008 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
Encontrando um Consenso
Há ainda desafios como o tão discutido assunto do papel
da mulher no ministério. Esta é uma preocupação que vem à
tona de tempos em tempos, tanto em minhas conversas com
jovens como durante uma recente conversa, televisionada,
com um grupo de pastores da América do Norte. Alguns
perguntaram: “Temos que continuar falando sobre isso?” Parece-me que sim. Podemos inclusive achar que deveríamos ter
lidado com o problema de maneira diferente, desde o princípio. Entretanto, aconselhamo-nos como uma família mundial
e chegamos a uma conclusão. Houve decisões a respeito, das
quais todos participaram e não podemos nos desviar delas,
dizendo: “Eu não gosto disso! Não importa o que os outros
digam, vou corrigir no meu território o que, a meu ver, é um
áreas: coabitação, casamento e relacionamento entre pessoas
do mesmo sexo. Essa já é uma controvérsia entre a sociedade
e a igreja. As leis impactarão, cada vez mais, nossa conduta
como igreja e talvez em assuntos trabalhistas e na maneira
como administramos nossas instituições. Posso antever tensão entre o fato de, por um lado, sermos justos com todos e
não atrair litígio, e por outro, permanecermos firmes aos valores bíblicos importantes.
Somos um povo que respeita as leis, em qualquer país
somos cidadãos obedientes; mas a obediência a Deus é prioritária. É importante não perdermos isso de vista quando os
valores dos dois mundos diferentes colidirem.
Mesmo quando isso acontecer e as coisas se tornarem
difíceis, temos que nos perguntar: Como cumpriremos nossa missão em um mundo imperfeito, repleto de
valores sociais e legais que não podemos aceitar?
Em tal cenário, creio que precisamos nos lembrar
de que somos chamados para cumprir a missão
em um mundo dominado pelo pecado. Em alguns
casos, as leis do país podem restringir nossa reação
pública com o que não compactuamos. Isso é difícil, mas assim é o mundo em que vivemos e não
podemos sair dele. É onde fomos colocados para
cumprir nossa missão.
Como cumpriremos nossa
missão em um mundo
imperfeito, repleto de valores
sociais e legais que não
podemos aceitar?
engano.” Não funciona assim na igreja. Antes de tomarmos
um novo caminho, especialmente quando se trata de um
ponto difícil e, potencialmente, divisor, deve haver amplo
consenso entre a liderança, disposição para ouvir uns aos
outros e para concluir que chegou o momento de pensar de
maneira diferente.
A grande preocupação de muitas mulheres que se sentem
chamadas ao ministério, e que possuem formação profissional para tanto, não é a ordenação, mas apenas o fato de serem
admitidas e ter a oportunidade de trabalhar no ministério.
As igrejas locais são relutantes e as associações encontram
dificuldade para empregá-las. Essa é, em minha opinião, uma
grande falha. Os jovens, tanto homens quanto mulheres,
devem aceitar o chamado que Deus colocou em seu coração.
Vamos necessitar de todos para concluir nossa missão e sermos recebidos por Deus na eternidade.
A Missão e um Mundo Imperfeito
A sociedade secular e a igreja fazem parte do mesmo
mundo, mas são divididas por valores muito importantes. A
sociedade, porém, irá testar nossa conduta em algumas dessas
10
Adventist World | Janeiro 2008
Obediência
O que é, então, realmente importante quando
tudo é dito e feito a nós, individual e pessoalmente e também como líderes desta igreja que cremos
ser a comunidade de Deus nos últimos dias da
história da Terra? Se tivesse que me expressar em apenas
uma palavra, provavelmente usaria a palavra “obediência”
– obediência a Deus. Porque obediência expressa o lado
prático da fé; seu ponto de referência é sempre alguém ou
alguma coisa fora da minha pessoa. Não há outra maneira de
expressar fé.
Como os dirigentes da igreja deveriam reagir a questões
difíceis? Como deveríamos tomar decisões quando as conseqüências podem ser incertas ou imprevisíveis? Se, após termos discutido o assunto, orado por ele, nossa mente estiver
em paz com o que acreditamos ser correto, é importante que
a perspectiva das conseqüências incertas não nos impeça de
avançar. Se você tem certeza do que é correto, vá em frente.
Não seja político. Conserve limpo seu coração. Seja auto-crítico em relação a potenciais conflitos de interesses e só faça o
que sabe ser correto. Você vai dormir melhor, pois fez o máximo para ser leal e obediente a Deus. Neste mundo incerto, de
futuro incerto, esta é, creio eu, a única atitude segura que um
líder da igreja pode assumir.
*Atos dos Apóstolos, p. 12
S A Ú D E
N O
M U N D O
Cistite
Intersticial
Recebi de meu médico o diagnóstico de
cistite intersticial, a qual tem me causado muitos problemas. Vocês têm algum
conselho que me ajude?
cistite intersticial (CI) é uma
inflamação crônica da bexiga,
que continua sendo um enigma
no campo da urologia. Estudos sobre
sua epidemiologia e sintomas trouxeram
algum esclarecimento, mas a questão
principal sobre sua causa ainda não foi
identificada. Pessoas que têm história de
CI na família, por exemplo, apresentam
grande potencial para desenvolver a doença, assim como aqueles que ‘urinaram
na cama’ após os cinco anos de idade,
têm grande possibilidade de adquiri-la.
A CI ocorre predominantemente em
mulheres. É caracterizada por problemas
na bexiga, necessidade e incontinência
urinária, além de dor no baixo abdome.
A princípio, as pessoas são diagnosticadas como recorrentes de infecção do trato urinário, mas tal diagnóstico requer
cultura da urina, não apenas o exame
comum. Se a cultura não é realizada,
pode-se não obter o diagnóstico correto.
Estudos recentes sobre a CI têm
levado os médicos a crer que esse é um
problema mais comum do que imaginavam. De cada grupo de 1.000 pacientes,
200 apresentam algum grau da doença.
Ela é freqüentemente associada a outros
sintomas como a síndrome de irritação
intestinal e a vulvovaginite, nas mulheres (ou dor). Acredita-se que quando há
dor prolongada, necessidade e disfunções na bexiga, tanto mais difícil será
obter a cura.
Existe um mecanismo pelo qual a
dor crônica sensibiliza os nervos da medula espinal, aumentando sua atividade
e refletindo em outros órgãos da região,
A
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
causando irritabilidade e dor. Cerca de
80% dos pacientes com CI desenvolvem
irritabilidade nos músculos da pelve,
conhecido como ‘levantador do ânus’.
Essa irritação pode tornar-se espasmódica, interferindo na função sexual. Os
músculos podem estar tensos à apalpação, dando aos médicos a sensação de
faixas estiradas. Quanto mais tempo o
paciente demorar em iniciar o tratamento, mais difícil será obter um bom
resultado.
Muitas pessoas são beneficiadas pela
mudança na dieta e na ingestão de líquidos. Condimentos, ácidos e grande ingestão de cítricos podem irritar a bexiga.
Cafeína e café são também elementos
irritantes para a bexiga em muitos portadores da síndrome. Alguns reduzem a
ingestão de líquidos no desejo de diminuír a freqüência da diurese, mas isso
aumenta a concentração de substâncias
irritantes na urina.
O controle da diurese permite avaliar quantas vezes a pessoa, de fato,
urina nas 24 horas (o que normalmente
acontece oito vezes, na média).
Administrar a CI nem sempre é
fácil, pois requer paciência e disciplina.
O primeiro passo é modificar a dieta e
controlar o consumo de água. Uma dieta mais alcalina, como a vegetariana, é
mais benéfica.
É muito importante, também, que
seu médico tenha certeza do diagnóstico.
É provável que ele solicite alguns exames,
que podem incluir um questionário, instilação de cloreto de potássio na bexiga e
até uma solução anestésica. A citoscopia
é usada como o principal exame para o
diagnóstico, embora seja eficiente para
confirmar casos crônicos, pode não detectar a doença em seu início, quando
melhor responde ao tratamento.
O tratamento previne a elevação
dos níveis de dor, como também limita
a zona de desconforto. Geralmente, é
utilizada uma medicação chamada amitriptilina em pequenas doses. Outra medicação que ajuda a tornar a parede da
bexiga menos permeável a irritantes, é o
polissulfeto de pentosano. Esta, porém,
pode levar semanas para fazer efeito.
Medicações mio-relaxantes (relaxantes
musculares) podem ser usadas para relaxar os músculos da pélvis, e ainda para
dissimular a alta freqüência elétrica, o
que geralmente reduz bastante a dor e o
desconforto. Freqüentemente, requer-se
uma equipe composta por ginecologistas, urologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e enfermeiros para se obter
melhores resultados.
Allan R. Handysides, M.B., Ch.B.,
FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor
do Departamento de Saúde da
Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B., B.Ch.,
M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C.,
é diretor executivo da ICPA e
diretor associado dos
Ministérios da Saúde.
Janeiro 2008 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
prepar a nd o- m e pa r a
Cultivar
Maçãs
Por D. Reid
McCrary
Essa experiência me
ensinou algumas
coisas sobre as pessoas.
Neste artigo, vários termos e expressões
podem ser peculiares aos Estados Unidos.
Acreditamos, porém, que os leitores não
terão dificuldade em relacioná-los à sua
experiência, não importando em que parte do mundo vivam. — Os Editores
M
inha esposa e eu desejávamos
plantar um pequeno pomar
em nosso quintal. Por isso,
pesquisamos nos catálogos não apenas
as qualidades de vários tipos de frutas,
como também os vários tipos de uma
mesma fruta. Como nosso espaço era
limitado, resolvemos plantar apenas
D. Reid McCrary e sua
esposa, Marilyn, se
aposentaram após muitos
anos de serviço como
professores em pequenas
escolas da Associação Norte do Pacífico.
Residem nas colinas de Orofino, Idaho
(Estados Unidos).
12
Adventist World | Janeiro 2008
duas macieiras e uma ameixeira.
Foi nesse ponto que nossa diversão
começou.
Ao ler todos aqueles catálogos e livros sobre pomar, mergulhamos numa
multidão de opções. O que, a princípio,
parecia algo para ser decidido facilmente, em cinco minutos tornou-se um labirinto de possibilidades.
Uma Maçã é uma Maçã? Na
Realidade, Não.
De repente, descobrimos que existem mais de duas dúzias de variedades
de maçãs, das quais conhecíamos
menos de cinco, como a “Red Delicious,
Jonathan e Winesap.” Nunca antes
havíamos ouvido falar na maioria dos
outros tipos, como “Holland, North
Spy e Buckley Giant”.
Pensei que a escolha ainda seria
simples. Seria, apenas, escolher uma
das maçãs que conhecíamos desde pequenos e desfrutarmos dos frutos. Mas
não é bem assim. Devo acrescentar que
crescemos ignorando que vivíamos na
(chamada) área da zona 17. Mas agora
vivemos na área da zona 1 (ou seria
zona 2?). Tínhamos que decidir, ainda,
quando gostaríamos de comer as maçãs: se em junho, julho, agosto ou mais
tarde. Além disso, podíamos optar entre
maçãs vermelhas, vermelho-escuro,
verdes, verdes com listras vermelhas ou
vermelhas com listras verdes. De que
tamanho deveriam ser? Do tamanho de
maçã para lanche, ou bem grande, suficiente para duas pessoas?
Tínhamos que decidir ainda se gostaríamos que fossem doces ou ácidas,
crocantes ou macias. Iríamos usá-las
em tortas para o almoço de sábado? Em
purê de maçã? Iríamos desidratá-las
para usá-las nos presentes de Natal? Ou
queríamos, simplesmente, comer nossas
maçãs colhidas da árvore? Qual o tipo
de maçãs seria mais resistente para guardarmos no porão durante o inverno?
Para tomar nossa decisão final,
tínhamos de considerar mais de uma
dúzia de diferentes características em
cada maçã. Todas eram maçãs, claro,
R A C H E L
K I R K
/
M O D I F I C A D O
D I G I TA L M E N T E
mas cada uma delas assimilava de maneira diferente a luz do sol, água e os
nutrientes de maneira que isso as tornava distintas em cor, sabor, utilidade, etc.
Aprendemos, então, que existem milhares de diferentes variedades de maçãs.
Após termos tomado tão significativa (e erudita) decisão, percebemos que
nem havíamos começado a pesquisar
sobre peras e ameixas.
Para “pomicultores” novatos, essa
não era uma decisão fácil. Mesmo sabendo que nossa decisão teria sido muito mais fácil se tivéssemos apenas uma
opção de maçã, estou grato pela imensa
variedade que Deus nos oferece.
Agora Posso Ver Melhor
Após essa aventura de perplexidade
mental pelos catálogos de cultivo de pomar, pude compreender, mais claro que
nunca antes, a diversidade do “fruto do
Espírito” descrita em Gálatas 5:22 e 23.
O apóstolo diz: “Mas o fruto do Espírito
é: amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio...”
Se tivéssemos que pesquisar o catálogo do Pomicultor celestial e examinássemos, atentamente, as variedades de
amor por Ele listadas (sem mencionar
alegria, paz, paciência, etc.), creio que
encontraríamos uma variedade igual à
dos seres humanos que vivem ou já viveram na Terra.
Para escolher as maçãs, tivemos que
considerar o clima, formato, tamanho,
sabor, data de maturação, cor, textura,
resistência a pragas, necessidade de polinização e uso. É o fato de levarmos em
consideração “clima”, “sabor”, “resistência a pragas”, “uso”, etc., o que faz de nós
o que somos, com as ilimitadas possibilidades de combinações.
Todos os fatores descritos a seguir
(há ainda muitos, muitos mais) ajudam
a moldar nossa individualidade.
1. O Clima. Em que país você
cresceu? Era democrático? Comunista?
Facista? Você viveu em época de crise
econômica ou de prosperidade? Sua família era grande ou pequena? Com pais
separados ou com ambos os pais? Que
tipo de irmãos e irmãs você tem? Que
lugar você ocupa na família – primeiro
filho, do meio, caçula? Você viveu em
ambiente violento ou amoroso?
2. Sabor. Sua cultura era reservada
ou expressiva? Cresceu em lar cristão?
Qual a sua nacionalidade? Você cresceu
em lar “racista” ou seu lar foi vítima de
racismo e discriminação? Qual é seu
vínculo cultural? Seu tipo de personalidade? De que gosta e de que não gosta?
Qual é seu temperamento?
3. Resistência a Doenças. Quais as
tendências herdadas ou cultivadas você
tem para o mal? Com que defeitos você
nasceu? Que problemas de saúde você
herdou?
4. Uso. Quanta habilidade, talento e
educação você recebeu?
Onde você cresceu? Em uma
grande ou pequena família? Com pais
separados ou com ambos os
pais? Seus pais eram
rudes ou gentis?
Na verdade, são necessários computadores celestes para registrar tudo
isso. Por essa experiência, cheguei à
conclusão de que se sou uma maçã
transparente, quem sou eu para dizer
à ‘Granny Smith’ que ela demora muito para amadurecer? Ou se sou uma
‘Gravenstein’(cujo sabor é potencializado sob calor e pressão e liberado
quando transformado em purê de
maçã), como posso criticar a ‘Red June’
que, por natureza, é boa para se comer
fresca? Como posso criticá-la por ser
muito macia para agüentar o calor?
Ou, talvez, sou uma ‘Jonathan’, que
não necessita de polinização. Será
que isso me dá o direito de criticar a
‘McIntosh’ só porque precisa de uma
ajuda extra?
Respeitando Nossas Diferenças
Tudo isso me lembra o capítulo no
livro A Ciência do Bom Viver, intitulado
“Em Contato com os Outros” (p. 483):
“Todas as relações sociais exigem o
exercício do domínio próprio, paciência
e simpatia. Diferimos tanto uns dos outros em disposições, hábitos e educação,
que variam entre si nossas maneiras de
ver as coisas. Julgamos diferentemente.
Nossa compreensão da verdade, nossas
idéias em relação à conduta de vida não
são idênticas sob todos os pontos de vista. Não há duas pessoas cuja experiência
seja igual em cada particular. As provas
de uma não são as provas de outra. Os
deveres que para uma se apresentam
como leves, são para outra mais difíceis
e inquietantes .”
Isso, também, dá um novo significado para o texto do salmo 87:6: “O
Senhor, ao registrar os povos, dirá: Este
nasceu lá.”
Enquanto vivemos nos “pomares” da
sociedade, todos nós recebemos a mesma luz do sol, a mesma água, os mesmos
nutrientes. Mas a maneira singular
como aproveitamos tudo isso faz de nós
expressões peculiares do fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão e
domínio próprio.
Janeiro 2008 | Adventist World
13
V I D A
A D V E N T I S T A
N
inguém está fora do alcance
de Deus, mesmo os que estão
na prisão pelo fato de terem
roubado, assassinado e abusado de
outros. Eles também são de inestimável
valor para nosso Pai celestial e somos
instruídos, em Mateus 25, a não negligenciá-los (veja versos 31 a 46). A igreja
adventista na Romênia está levando a
sério essa incumbência.
O Início
14
Adventist World | Janeiro 2008
Atrás
das
rades
G
D A
U N I Ã O
R O M E N A
Por
George Uba
C O R T E S I A
Após a queda do comunismo
em 1989, a União Romena da Igreja
Adventista do Sétimo Dia fundou uma
instituição para o ministério nos cárceres: Serviço Humanitário nas Prisões
(SHP). Tanto pastores como membros
voluntários leigos são dedicados à missão e estão levando a mensagem aos
prisioneiros que cumprem sentença nas
prisões romenas. O pastor adventista
Lucian Cristescu, pioneiro do projeto
SHP e coordenador do programa nas
seis associações da união, centenas de
voluntários e indivíduos comprometidos com a missão nos Estados Unidos,
participam do florescente projeto e lhe
dão apoio.
Primeiro os coordenadores e voluntários entregam Bíblias aos prisioneiros, seguida do livro O Desejado
de Todas as Nações e outros livros
impressos especialmente para esse fim.
Milhares de livros já foram distribuídos
nas prisões.
O programa evolui à medida que
recebe apoio financeiro. Desde que o
pastor Lucien foi nomeado diretor e
coordenador do SHP na União Romena, em 2005, o número de voluntários
aumentou de 450 para 1.200.
O Serviço Humanitário nas Prisões
é reconhecido como uma das organizações humanitárias mais expressivas da
Romênia. De um total de 44 presídios
e cinco hospitais penitenciários existentes hoje naquele país, o SHP funciona em 42 presídios e dois hospitais
penitenciários. Os coordenadores das
seis filiais do SHP nas seis associações
Um adventista
romeno destaca
ministério nas
prisões.
De cima para baixo: MÃES ORGULHOSAS:
Ministério adventista em prisões da Romênia
cria oportunidades para que mães prisioneiras falem com os filhos – para algumas
delas, isso ocorre pela primeira vez muitos
anos depois. PRESENTEANDO: Mães
presas dão presentes singelos a seus filhos
durante período de visitação.
da união reúnem-se regularmente com
os departamentais de Escola Sabatina
e Ministério Pessoal da União Romena
para planejar e desenvolver projetos
que supram as necessidades dos
prisioneiros.
Projetos em Funcionamento
Um empreendimento arrojado, que
já está em seu estágio final de desenvolvimento, desafia as igrejas locais a
“adotar” uma prisão e suprir as várias
necessidades de seus prisioneiros e
administradores. Adotar uma prisão
inclui dar palestras sobre saúde, cursos
de capacitação profissional, seminários
sobre como deixar de fumar e estudos
bíblicos.
O SHP criou também um curso
bíblico por correspondência que atualmente possui mais de 1.500 alunos.
Os organizadores esperam dobrar esse
número em 2008.
O esforço intenso está resultando
em vidas transformadas e prisioneiros
aceitando Jesus como seu Amigo e
Salvador. Nos últimos meses, 13 presos foram batizados, nove dos quais
cumprem prisão perpétua. Mais de 200
outros já expressaram o desejo de ser
batizados.
Centenas de membros da igreja
escrevem cartas para os prisioneiros
das 42 penitenciárias. As muitas visitas
geralmente desenvolvem forte amizade
e lhes dão apoio espiritual e emocional.
Unindo as Famílias
Os coordenadores do SHP compreendem a importância de manter o
relacionamento entre os prisioneiros e
seus filhos.
“Durante as reuniões com as mu-
lheres do presídio de Moldávia, enquanto estudavam sobre a família,” diz
Mihai Enea, diretor assistente do SHP
na Associação de Moldávia, freqüentemente surgia a pergunta: ‘Será que
ainda sou mãe?’
“Devolvíamos a pergunta: ‘O que
a faz crer que você não é mais mãe?’ A
resposta, geralmente entre lágrimas,
era: ‘Que tipo de mãe sou eu se meus
filhos estão crescendo em orfanatos ou
com outras famílias? Eu mereço minha
sentença, mas que culpa têm meus
filhos? Não os vejo há anos... Será que
ainda se lembram de mim? Quais são
seus sentimentos a meu respeito?’”
Enea diz que muitas vezes pergunta
a si mesmo o que Jesus faria se estivesse
em seu lugar. “Muitas vezes tenho feito
essa pergunta ao Senhor, em minhas
orações pessoais,” diz ele. “Mas tenho
certeza de uma coisa – essas mães
merecem uma segunda chance.” Por
isso, ele e outros coordenadores organizaram visitas dos filhos às suas
mães na prisão.
Enea descreve a parceria da Penitenciária de Botosani com o Departamento de Proteção à Criança no projeto
que enfatiza as necessidades das famílias dos prisioneiros. Após identificar as
prisioneiras que não têm visto os filhos
por muito tempo, os coordenadores do
SHP organizam uma visita. Enea relembra claramente a experiência.
“Não podemos nos esquecer do
momento em que as crianças [...] que
foram adotadas por diferentes famílias
e em diferentes países, se encontraram
(com suas mães) pela primeira vez em
três ou quatro anos”, diz ele. “Quando
as mães entraram no salão e viram seus
filhos, foi um momento dramático. Elas
choravam e não sabiam qual dos filhos
abraçar primeiro.”
Embora quase todas as famílias estivessem muito felizes por poderem ver
uns aos outros, nem todos os encontros
eram alegres.
Um garoto de 14 anos de idade,
chamado Ionut, disse que não queria
falar com sua mãe. Ela tentou oferecerlhe um presente, mas ele se recusou a
aceitá-lo e perguntou: “Por que você
me abandonou? Por que tive que ser
criado por estranhos?”
São desafios como esses que levam
o SHP a ajudar as famílias na solução
de seus problemas.
Expandindo a Visão
O SHP está organizando um centro
de reintegração social em Buciumeni,
no município de Dambovita. O local
será equipado para acomodar 16 pessoas, por um período de mais de seis
meses. Os colaboradores do centro social irão prestar apoio na recuperação
emocional e espiritual dos prisioneiros
libertados e introduzidos na sociedade
e apoiarão ex-presidiários que não têm
família ou abrigo na reintegração social
e profissional. Em conjunto com esse
projeto, o SHP tem planos de desenvolver outro centro em uma propriedade doada em Targsor, município de
Dambovita, para reintegração social de
ex-prisidiárias.
Resultados Animadores
É animador ver ex-presidiários
que, agora, compartilham seu amor
por Jesus com outros, servindo como
voluntários no SHP, sendo donos de
seu próprio negócio, oficiais de igreja,
assistentes sociais e ajudando em outras áreas.
Somos todos “prisioneiros” neste
mundo, mas muito em breve, quando
Jesus vier para nos levar para o Céu
com Ele, encontraremos nossos queridos outra vez. As mães verão seus
filhos. Os filhos correrão para suas
mães e pais. Mas, até lá, nós da União
Romena estamos fazendo o que está
ao nosso alcance para oferecer esperança e alegria aos que estão atrás das
grades.
George Uba é diretor do
Departamento de Escola
Sabatina e do Ministério Pessoal da União
Romena.
Janeiro 2008 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
A
o subir ao púlpito, o pregador ora silenciosamente, enquanto se prepara para dar a mensagem à congregação expectante. A cantora, à sua frente, é sua irmã e preparou os ouvintes por
meio da música. Ele está pronto.
Cumprimenta o auditório com entusiasmo e vigor, com um
belo sorriso nos lábios, enquanto observa a multidão. Com a
Bíblia na mão, comprometido mentalmente com a mensagem
e com o zelo pela Palavra de Deus no coração, ele começa. Prega
com entusiasmo, poder e convicção. Agita a Palavra com ênfase,
movimenta-se com energia, proclama o evangelho com paixão
sem precedente. A multidão está nitidamente emocionada e o
apelo, no fim do sermão, é muito bem aceito. Esse pregador tem
tocado poderosamente o coração das pessoas com a mensagem
de Cristo. Está inflamado com o fogo do Senhor. Esse pregador
tem sete anos de idade.
O cenário acima está longe de ser uma ficção; ao contrário,
é apenas um vislumbre da vida de um verdadeiro pregador-mirim – Kevin Patiño. Com apenas 7 anos de idade, Kevin já prega
há algum tempo. É filho de Edgar Patiño, pastor da Divisão Interamericana, que mora e trabalha no México.
Kevin e sua irmã de seis anos de idade, Dailyn, são extremamente ativos em seu ministério para o Senhor, pregando e
cantando em locais grandes e pequenos através do território de
sua divisão.
O Início
Como é que essas duas crianças que acabaram de entrar
na escola se envolveram com a pregação? Essa é uma atividade que, para ser assumida, requer geralmente anos de estudo e
experiência. Será que essas crianças iniciaram esse trabalho por
aventura? Ou foi, realmente, um chamado de Deus?
Desde seus primeiros anos de vida, Kevin e Dailyn sempre
participaram ativamente em sua classe da Escola Sabatina,
decorando perfeitamente os versos e hinos. Seus professores
perceberam e reconheceram que eles possuíam algo muito especial. Como resultado, Kevin foi convidado para fazer seu
primeiro sermão no programa do dia das crianças. O pastor
Edgar Patiño diz: “Minha esposa e eu começamos a preparar o
Kevin e a Dailyn, mas o que não sabíamos era que, na realidade, o Senhor estava preparando um ministério especial para
eles. Quando iniciamos nosso trabalho com eles para aquela
ocasião, percebemos que ambos aprendiam muito rapidamente. Dailyn estava com apenas 2 anos de idade e Kevin, 3.
Não encontramos limitação alguma por causa da idade, para
o que poderiam fazer. Na verdade, eles ainda não sabiam ler.
Para eles, não havia nada mais divertido do que participar das
atividades da igreja.”
Wilona Karimabadi é editora chefe e dire-
tora de marketing da KidsView, revista para
crianças.
16
Adventist World | Janeiro 2008
Cr an
Uma
Gu
os
ança
Gu a á
A Palavra de Deus é proclamada
de maneira incomum.
Por Wilona Karimabadi
Esquerda: FAMÍLIA PATIÑO: Jogly, Edgar,
Dailyn e Kevin. Direita: Kevin e Dailyn Patiño
pregam e cantam a Palavra anos antes de
entrarem na escola.
O programa do dia das crianças deveria ter uma audiência
de mais de 250 pessoas. Os Patiños decidiram que seria melhor
se Kevin tivesse a oportunidade de pregar em outro lugar, antes
desse evento. O pastor distrital foi consultado e, alegremente,
convidou Kevin para falar numa reunião com 150 pessoas. Kevin
acabara de completar 4 anos de idade e sua irmã Dailyn, apenas 3.
“Como pais, estávamos muito preocupados com a expectativa da congregação,” disse o pastor Patiño. “As pessoas
perguntavam como uma criança tão pequena iria pregar. Os
adultos esperam que as crianças recitem alguns versos bíblicos
e outras coisas de memória, mas não era isso. O Espírito Santo
estava no comando e, quando Kevin terminou o sermão de
25 minutos, na hora do apelo toda a igreja se levantou e foi à
frente, alguns chorando, outros louvando a Deus pelo que
haviam acabado de ouvir.”
É evidente que Kevin e Dailyn Patiño estão desenvolvendo
uma obra especial para o Senhor. “Como pais, nunca imaginamos que essa apresentação fosse causar tal impacto na igreja,”
acrescenta o pai. Mas a notícia logo chegou a outras congregações adventistas em todo o Panamá, onde a família morava
na ocasião. A notícia da pregação de Kevin e Dailyn havia se
espalhado e, quando chegou a data do programa do dia das
crianças, os membros da congregação esperavam ansiosos pelos pregadores mirins.
À Semelhança de Samuel
Talento à parte, como Kevin Patiño reconheceu que estava
realmente recebendo um chamado do Senhor para ser pregador? Por que agora e não depois de formado em Teologia? O
pastor Patiño e a esposa, Jogly, oraram e jejuaram para saber
a vontade de Deus sobre esse ministério e se era próprio para
seus filhos.
“Eu sempre quis fazer o que meu pai faz, queria imitá-lo,
pois assistia a suas pregações e conferências. Meu grande desejo
era fazer a mesma coisa”, diz Kevin. “Um dia, uma coisa muito
especial aconteceu. Às onze e meia da noite eu estava dormindo,
mas meus pais estavam orando sobre o assunto, como haviam
feito por mais de seis meses. Eles nunca pediram para ter filhos
que pregassem, embora sempre observassem minha irmã e eu
brincando de pastor e cantora. Meu pai dissera que, de repente,
ouviu uma voz dizendo: ‘Kevin pregará.’ Ele se virou e olhou
para minha mãe para perguntar se ela havia dito alguma coisa,
mas continuou orando. Outra vez, a voz disse: ‘Kevin pregará.’
Ele foi ao meu quarto, me acordou e disse: ‘Kevin, você quer
pregar?’Eu respondi: ‘Claro!’ Então ele me levou para a varanda
e me explicou tudo o que estava acontecendo.
“Meu pai disse: ‘Kevin, o Senhor está chamando você para
pregar’”, disse ele. “Para dizer a verdade, eu não compreendi e
perguntei a Deus se Ele havia me chamado como chamou Samuel. Naquela mesma hora, levantamos os braços e entregamos tudo o que tínhamos ao Senhor. Então, pregar tornou-se
minha missão e mostrar que meu pai não estava inventando
isso, mas que Deus havia me chamado. Quando preguei aquele primeiro sermão, a igreja estava lotada e o Espírito Santo
confirmou que meu pai não estava inventando coisas.”
Janeiro 2008 | Adventist World
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Dom
Seu FilhoTem o
Pregar?
de
POR BARAKA MUGANDA
Baraka Muganda, diretor do Ministério Jovem da Associação Geral, tem tido o privilégio de conhecer e trabalhar
com pregadores mirins, ao redor do mundo. A seguir, ele dá
algumas sugestões simples para identificar esse dom em
uma criança, e como reconhecer e estimular o ministério da
palavra. — OS EDITORES
n É imprescindível que os pais criem, em casa, um ambiente
que ajude a criança a identificar e desenvolver o raro dom
da pregação.
n Os pais têm um papel muito importante no desenvolvimento
de pregadores mirins, ao demonstrar seu amor pela Palavra
de Deus e ao tomar tempo, durante o culto em família, para
ler histórias da Bíblia e outros livros de histórias sagradas.
Devem pedir às crianças que recitem algumas das principais histórias/conceitos. Enquanto recitam, pode ser observada a habilidade da criança para tal atividade, além de
oferecer ajuda para desenvolver as habilidades de falar em
público, assim como ajudá-la a fazer da Bíblia algo real em
sua vida. Comece com as histórias simples dos evangelhos,
introduzindo aos poucos as mais complexas.
n Conte histórias que você sabe de memória. Quanto mais seu
filho ouvir você, mais tentará imitá-lo.
n A oração é o alicerce para o sucesso do desenvolvimento
dos talentos que Deus deu às crianças. Ore com e por elas,
de maneira que reconheçam e apreciem esse dom, à medida que crescem.
n Ao participarem dessa nobre experiência, a vida espiritual
das crianças é nutrida e amadurecida. Os pais desempenham um papel importantíssimo.
n Pela maneira como conduzem o tempo dedicado ao culto
familiar, os pais se tornam professores de homilética de
seus filhos. É em casa, na hora do culto, o melhor lugar
para reconhecer e cultivar o talento das crianças. A
Bíblia diz que pela contemplação somos transformados
(veja 2Co 3:18); quanto mais as crianças observarem
seus pais contando histórias e falando sobre Jesus,
mais desejarão imitá-los. Meus pais foram muito
importantes na minha vida; sua influência foi tão
impactante que me ajudou a responder ao chamado
de Deus para o ministério.
18
Adventist World | Janeiro 2008
A irmãzinha Dailyn, usando diferentes talentos na ocasião,
não foi excluída do chamado ao ministério. Ela diz: “No início do nosso ministério, eu apenas cantava. Minha mãe era o
meu maior exemplo. Ela canta muito bem e, como eu, canta
desde bem pequena. Então eu também cantava. Quando tinha
3 anos de idade e meu irmão 4, fizemos nosso primeiro programa com música e sermão, chamado: ‘Jesus, Nosso Amigo
Verdadeiro’.
“Quando completei 5 anos, decidi que também queria
pregar. Dentro de mim, senti que poderia fazê-lo, e louvo a
Deus, pois estou pregando!”acrescentou Dailyn. “Eu sei que o
Senhor também me chamou, embora não tenha feito comigo
exatamente igual ao que fez com a vida do Kevin. Ele permitiu
que eu me apaixonasse por isso e hoje me sinto extremamente
feliz de servir nosso Senhor.”
Espalhando as Boas Novas
Desde aquele primeiro programa no dia das crianças, no
Panamá, o ministério da pregação dos pequenos Patinõs tem
crescido constantemente. Definitivamente, não foi fácil, uma
vez que as pessoas têm dificuldade para acreditar que crianças
possam dar uma mensagem séria pela pregação. Lentamente,
porém, pela graça de Deus, as portas continuam a se abrir
para a família. O que começou como um programa especial
para crianças, transformou-se num ministério internacional, e
os Patiños viajam por toda a Divisão Interamericana, pregando e cantando sobre a salvação.
Preparar os sermões e pregá-los para as congregações não
é tarefa fácil – mesmo para os adultos. Como, então, essas
crianças preparam suas mensagens? A família constitui um
time de cinco, contando com o Espírito Santo como a força
maior por trás dos sermões, uma vez que é Ele quem os ajuda
a preparar as mensagens, treina e converte os corações. Segundo, é o pastor Patiño quem escreve os sermões, após bastante
tempo gasto com o Senhor, em oração. Entra em ação aí um
componente único no processo de preparação. Jogly, a mãe
das crianças, transforma os textos dos sermões em desenhos.
Kevin e Dailyn não decoram os sermões, mas usam os esboços
para, em sua mente, dar vida aos tópicos. Os sermões, normalmente, têm a duração de 25 a 30 minutos, fazendo com que
uma mensagem, às vezes, contenha de 200 a 300 diferentes
desenhos, todos feitos a mão pela mãe.
Segundo o pastor Patiño, “eu contribuo com os sermões,
mas Kevin e Dailyn nem sempre pregam tudo o que escrevo.
No princípio, isso era um desafio para mim, uma vez que, especialmente o Kevin, nem sempre gostava do que eu escrevia
para ele. Como pastor, estudei teologia, homilética, hermenêutica e exegese bíblica, mas um dia cheguei à conclusão de
que precisava do treinamento do Espírito Santo, em lugar de
somente o preparo acadêmico. Então, Kevin e eu oramos juntos, pedindo a Deus para nos ajudar a combinar nossas idéias
de maneira que fosse possível organizar um sermão adequado para o Kevin, e Ele nos respondeu imediatamente. Desde
aquele momento, toda vez que vou preparar um sermão,
chamo o Kevin e lhe faço perguntas. Oramos juntos e pronto!
Preparo sermões que são adequados para ele.”
Mas o que realmente significa para uma criança ficar em
pé, em frente a uma multidão de pessoas muito mais velhas do
que ela e pregar? O que passa pela mente de Kevin e Dailyn?
Kevin diz: “Há um texto na Bíblia que se tornou um de
nossos versos preferidos. Está em 1 Coríntios 9:16: ‘Se anuncio
o evangelho, não tenho do que me gloriar, pois sobre mim pesa
essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!’”
Essa é, realmente, sua responsabilidade no ministério.
“Muitas vezes, quando estamos lá na frente, com pequena ou
grande audiência, sinto algo especial que me leva a dizer coisas
que não estão no esboço do sermão e, às vezes, digo coisas que
não sei por que estou dizendo. Mas elas tocam a vida das pessoas e as levam a tomar a decisão para o batismo.”
Ainda Crianças
A despeito de Kevin e Dailyn estarem envolvidos num
trabalho de ‘gente grande’, ninguém se esqueça de que são
crianças ainda. “Em 2005, estávamos fazendo uma série evangelistica na Colômbia, para mais de 5.000 pessoas. Era sábado
à tarde, e tínhamos cantado e pregado. No dia seguinte, demos
uma entrevista na emissora local. O pastor que conduziu a entrevista perguntou: ‘Kevin, do que você mais gostou no evento
de ontem?’ E eu lhe respondi: ‘Havia muitas crianças para
brincar!.’ Digo isso porque muitos se esquecem de que ainda
somos crianças. Quando estamos ao púlpito, podemos parecer
adultos porque o Senhor opera milagres em nós. Mas nosso
coração ainda é jovem,”Kevin e Dailyn disseram.
Kevin e Dailyn são educados e encorajados na vida diária
como muitas crianças. Sua mãe, Jogly, não trabalha fora e
leva muito a sério a tarefa de cuidar de suas crianças, participando com eles dos cultos matutinos e vespertinos; estando
disponível para responder suas perguntas, alimentando-os
com alimento nutritivo e saudável e colocando-os na cama
na hora, enquanto os ajuda a lembrar-se de que são, acima de
tudo, filhos queridos do Deus vivo. Jogly diz: “Toda sexta-feira
à noite, não importa o que esteja acontecendo ou onde estejamos, é a noite da família, que as crianças chamam de ‘Mota’.
Nessa noite especial, dormimos juntos na mesma cama, bem
apertados, mas ninguém se importa. Gostamos disso! Cremos
que fazendo coisas como essas, mantemos as crianças felizes e
encorajadas.”
Pequenos Vasos, Poderosas Vozes
Crianças que têm o dom de pregar estão provando ter
habilidade para esse magnífico trabalho de disseminar o evangelho. Como mostra o ministério de Kevin e Dailyn Patiño,
o Senhor opera maravilhas com indivíduos – jovens e não
tão jovens – quando colocam a vida completamente em Suas
mãos.
Kevin e Dailyn declaram ter três alvos para seu ministério:
“1. Sonhamos em lotar grandes estádios e batizar muitas pessoas; 2. Queremos ser apóstolos Paulos modernos, pregadores
fiéis à Palavra de Deus; 3. Queremos continuar viajando o
mundo todo levando a mensagem da segunda vinda de Jesus.”
Baraka Muganda, diretor do Ministério Jovem da Associação Geral, que viu os irmãos Patiños em ação, diz: “Eu
comparo pregadores mirins a gigantes que dormem em
nossa igreja. Essas crianças estão prontas para participar da
missão da igreja se lhes dermos oportunidade. Têm a mente
tão aguçada e aprendem muito rápido. Eles acreditam nos
ensinamentos da Bíblia e estão prontos e desejosos de compartilhar com os outros, sem nenhum temor. São arrojados
para defender aquilo em que acreditam. Estou muito impressionado com o conhecimento bíblico que possuem. Ouvimos
adultos perguntando a si mesmos: ‘Se essas crianças são tão
inspiradas pela Palavra de Deus, então deve haver alguma
coisa especial nesse livro.’”
Certamente, há algo especial.
Os Patiños aceitam perguntas sobre seu ministério e podem ser contatados pelo seguinte
endereço eletrônico: [email protected] ou [email protected]
crianças no discipulado:
Jesus
Ensinando e Capacitando
para
POR WILONA KARIMABADI
Em 2002, Don MacLafferty, pastor e líder
do ministério infantil e dos adolescentes,
iniciou um projeto singular, apenas para
crianças. Freqüentemente preparados
para o batismo com uma porção de doutrinas, as crianças, geralmente, têm que
descobrir, como caminhar na vida cristã,
por elas mesmas. Nem sempre são criadas
oportunidades para usarem seus talentos
individuais, ou ainda, encontrar pessoas
que estejam dispostas a ajudá-las.
Esses padrões, porém, estão mudando
no Centro de Discipulado para Crianças da
Igreja Adventista do Sétimo Dia de Collegeadale, Tennessee, Estados Unidos. Segundo sua página na Internet, “o propósito
do centro é encaminhar as crianças para
serem discípulos fiéis e que produzam
frutos para Jesus Cristo.” Essa missão
é realizada de várias maneiras, uma das
quais, ajudando a cada criança a descobrir seus dons e paixão pelo ministério e
equipá-la para compartilhá-lo agora — em
seus lares, escolas e igrejas. Isso inclui
pregando, cantando e muito, muito mais.
As congregações, comunidades e famílias são encorajadas a descobrir como o
ministério do discipulado para Jesus pode
realizar maravilhas ao ser desenvolvido
entre suas crianças. Para mais informações, acesse www.thekidscenter.org.
Janeiro 2008 | Adventist World
19
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
Ser
Cr stão?
NÚMERO 10
O Que é
A resposta depende
totalmente do grau de
confiança que temos em Jesus.
O que é ser cristão?
Essa pergunta é muito importante, pois muitas pessoas
abandonaram o cristianismo por não compreenderem o que
significa ser cristão. O assunto me interessa muito porque,
entre essas pessoas, estão amigos meus.
Antes de tudo, precisamos voltar ao processo de como nos
tornamos cristãos e examinar como isso acontece.
Tornando-se Cristão
Geralmente somos levados ao cristianismo pela combinação da experiência e do conhecimento. Nossa experiência
como não-cristãos é muito triste. Quando examinamos como
é nossa vida, separados de Deus, percebemos nela muitas
coisas das quais não gostamos. Poderíamos aceitar certa porção de indolência e descaso como parte de nossa condição
humana, mas o problema vai além. Às vezes, agimos de tal
modo que só pode ser descrito como ‘do mal’. Fazemos coisas
que sabemos estarem erradas, prejudicando a nós mesmos e a
outras pessoas.
Pior ainda quando tentamos melhorar e percebemos que
não podemos, sequer, mudar nossos atos e motivos. Queremos
ser diferentes, e não importa quanto nos esforcemos, sempre
falhamos. Para nosso horror, descobrimos que nossa condição,
na descrição bíblica, está correta. Todos somos pecadores
(Ro 3:9-18).
Essa é a nossa experiência. A verdade que aprendemos da
Bíblia (nosso conhecimento) torna, ao mesmo tempo, as coisas ainda piores, mas nos dá esperança. Torna as coisas piores
porque a Bíblia afirma que Deus é justo e todo pecado diante
dEle resulta em morte. Não apenas isso, aprendemos também
que Deus irá voltar para dar a recompensa que cada um mere-
Robert K. McIver é conferencista, veterano
em estudos bíblicos no Avondale College,
New South Wales, Austrália.
20
Adventist World | Janeiro 2008
Por Robert K. McIver
ce, tanto aos que estarão vivos quanto aos que estiverem mortos (Ap 19:11, 12). Sendo assim, as conseqüências dos nossos
maus atos nos seguirão além da tumba!
A Bíblia, porém, nos dá esperança. Encontramos essa
esperança em Jesus, que, sendo Deus, Se tornou humano (Fl
2:5-11); embora sem pecado, aceitou nosso castigo ao morrer
na cruz por nossos pecados (Gl 1:3, 4; Cl 2:14; 1Jo 2:2; 2Co
5:21). A Bíblia também nos assegura que podemos ser salvos
dos nossos pecados se crermos em Jesus e O aceitarmos como
nosso Salvador e Senhor (Ro 10:9 e 10; At 16:31). Em outras
palavras, me torno cristão quando reconheço meus atos e
aceito a salvação oferecida por Jesus. Então faço a oração que
Deus sempre ouve: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!” (Lc 18:13, NTLH).
O que significa tornar-se cristão? Uma vez que a pessoa
aceita o perdão que Jesus oferece, há um sentimento de alívio,
alegria e paz (Ro 5:1; 14:17). Não estamos mais condenados a
viver sob a escravidão do pecado (Ro 6:17, 19), mas podemos
ser livres em Cristo.
Tudo isso é verdade, mas descobrimos que algumas coisas
não são como esperávamos. Descobrimos que, enquanto novos
impulsos tomam nossa vida, alguns dos velhos ainda permanecem e criam uma aparente contradição, pois, afinal de contas,
nos tornamos cristãos exatamente para escapar do poder do
pecado!
Mas o cristianismo realmente dos dá poder para vencer
– para vencer o pecado? Ou o cristianismo é baseado em uma
mentira? Não, não é baseado em mentira; mas essas perguntas
são importantes porque, ao reconhecemos quão profundo é
nosso problema com o pecado, ficamos desanimamos e por
isso muitos novos cristãos desanimam.
Como, então, o cristão maduro se relaciona com o pecado
em sua vida? Quero abordar essa questão por dois aspectos: o
teológico e o prático.
Pecado em minha Vida? Uma Resposta Teológica
A resposta teológica para essa questão está atrelada à maneira como os cristãos crêem no tempo do fim. Eles esperam,
com ansiedade, o retorno de Jesus à Terra para colocar um
ponto final na história do pecado. Os mortos ressuscitarão, os
maus serão destruídos e todas as coisas serão refeitas de modo
que a perfeita vontade de Deus será refletida no mundo. Então, morte e pecado não existirão mais (Ap 21:4).
Com a vinda de Jesus (primeira), porém, chegarão as bênçãos de uma nova era. Se crermos nEle, passaremos da morte
para a vida (Jo 5:24); na verdade, podemos ter vida eterna agora
(Jo 3:16-18). A ressurreição e a vida eterna fazem parte das
bênçãos do Céu, e como cristãos, podemos desfrutá-las agora.
Esse prazer, entretanto, é uma antecipação das bênçãos futuras.
Quando Paulo explica por que o cristão não deseja mais pecar,
ele o faz tendo em vista o batismo. Quando somos batizados,
mortos para o pecado e vivos para Jesus. Os cristãos são filhos
da esperança; eles estão em Cristo.
Pecado em Minha Vida? Uma Resposta Prática
Se o cristianismo não trouxer mudança para a vida dos
crentes, então estaria baseado numa falsidade que poucos aceitariam. Na realidade, para cada cristão hipócrita podem existir
dois ou três que, a cada dia, se tornam mais semelhantes ao
seu Senhor – sendo amáveis, gentis, atenciosos e verdadeiros.
Entretanto, o problema do pecado permanece na vida, até
mesmo dos melhores cristãos. Em minha opinião, a resposta
depende do ponto de vista de quem observa. Se observado de
fora, pode-se ver que Jesus trouxe mudanças dramáticas na vida das pessoas e que, mesmo permanecendo humanos, o caráter vai se tornando mais
e mais semelhante ao de Cristo. Mas se perguntarmos a essas mesmas pessoas como é a sua experiência de estar cada vez mais perto do Senhor,
provavelmente responderão que à medida que
percebem quão pecadores realmente são, sentem
muito mais necessidade de dependerem de Jesus.
Não sei como tem sido sua experiência
como cristão, mas a minha tem sido um processo contínuo de aprendizado no qual, longe de Jesus, não consigo deixar de pecar. Na verdade, quanto mais conheço a mim
mesmo, mais reconheço minha necessidade de Jesus.
Então, o que realmente é ser um cristão? É baseado na
razão que aceitamos o cristianismo: sem Jesus, estamos perdidos. Ao crescermos como cristãos, crescemos em nossa dependência de Cristo. Ao aceitarmos em nossa vida a real vida nova
que Jesus nos dá, experimentaremos as bênçãos do porvir,
aqui e agora; e desfrutaremos paz, aceitação e alegria.
Os cristãos são filhos
da esperança; eles estão
em Cristo.
unimo-nos a Cristo em Sua morte (Ro 6:4 e 5). Ele diz, então,
que devemos nos considerar mortos para o pecado e vivos para
Jesus (Ro 6:11).
Para Paulo, esse é o segredo de ser cristão. Ainda vivemos
neste mundo com a natureza pecaminosa em nós, mas devemos viver de acordo com a nova realidade disponível por meio
de Jesus. Continuamos sendo filhos de Adão, mas como cristãos, temos nova realidade dominando nossa vida. Podemos
viver as bênçãos do porvir, agora mesmo, se nos considerarmos
A
Experiência
da
Salvação
Em Seu infinito amor e misericórdia, Deus
fez de Cristo (que não conheceu pecado)
pecado por nós, para que nEle pudéssemos ser justiça de Deus. Guiados pelo Espírito Santo, sentimos nossa necessidade,
reconhecemos nossa condição pecaminosa, nos arrependemos de nossas transgressões e exercitamos a fé em Jesus,
Senhor e Cristo, como Substituto e Exemplo. A fé que aceita a salvação vem por
meio do poder divino da Palavra, sendo um
presente da graça de Deus. Por meio de
Cristo, somos justificados, adotados como
filhos e filhas de Deus e libertados do
senhorio do pecado. Por meio do Espírito,
nascemos de novo e somos santificados; o
Espírito renova nossa mente, escreve a lei
de amor de Deus em nosso coração e nos
dá o poder para vivermos uma vida santa.
Permanecendo nEle, nós nos tornamos
participantes da natureza divina e temos a
certeza da salvação agora e no julgamento
(2Co 5:17-21; Jo 3:16; Gl 1:4; 4:4-7; Tt 3:3-7;
Jo 16:8; Gl 3:13, 14; 1Pe 2:21, 22; Rm 10:17;
Lc 17:5; Mc 9:23, 24; Ef 2:5-10; Ro 3:21-26;
Jo 1:13, 14; Rm 8:14-17; Gl 3:26; Jo 3:3-8;
1Pe 1:23; Rm 12:2; Hb 8:7-12; Ez 36:25-27;
2Pe 1:3, 4; Rm 8:1-4; 5:6-10).
Janeiro 2008 | Adventist World
21
E S P Í R I T O
D E
P R O F E C I A
V vendo
Nossa
rença
C
Por
Ellen G. White
Estão as pessoas vendo a Cristo em
S
er um cristão significa ser semelhante a Cristo e seguir o Salvador. Seguir implica obediência.
Nenhum soldado segue seu
líder a não ser que lhe obedeça. Seguir
significa imitar. “Aprendei de Mim”, diz
o grande Professor para os que adotaram o nome de cristão. Mantenha os
olhos fixos no Modelo. Faça todas as
coisas para Sua glória e pelo amor dedicado por Ele.
O cristão é a luz do mundo e a
única bíblia que muitos podem ler. É
por meio dos cristãos que a humanidade vê a Deus. Quão cuidadosos devem
ser aqueles que adotaram o nome de
cristãos. Muitos dos que professam
ser cristãos, porém, crucificam novamente o Filho de Deus e O expõem ao
vexame. Falham, ainda, em corrigir os
erros mostrados pelo espelho divino,
22
Adventist World | Janeiro 2008
representando miseravelmente a Cristo
perante o mundo. Anjos escondem o
rosto com tristeza. O mundo reconhece
os que não são o que professam ser e
desviam-se dos impostores. Os cristãos
estão sob o comando de Cristo ou
sob o controle do inimigo. Sua influência pode ser de vida para vida ou
de morte para morte. Podem exercer
um bem extraordinário ou um mal
incalculável.
Os filhos de Cristo foram redimidos
do cativeiro de Satanás e devem permanecer sob a bandeira ensangüentada
do Príncipe Emanuel, trabalhando
com desprendimento e fidelidade para
Aquele que os comprou. Devem sempre
lembrar-se das palavras: “Porque fostes
comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” Quando
assumiram o nome de cristãos, juraram
para si mesmos ser verdadeiros para
com Deus. Estão ligados a Ele e Seus
anjos, em relação familiar, porque Jesus
os libertou da tirania opressora. Suas
ações, em todos os aspectos, devem ser
de tal forma que os torne santos. Abandonando tudo que é impróprio, devem
viver vida nova e santa. Agindo assim,
mostram que merecem a confiança
sagrada, colocada sobre eles; mostram
que nasceram de novo, não da carne,
mas do Espírito, que não mais vivem
para si, mas para Deus, a quem pertencem e servem.
Paulo diz: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que
vos torneis irrepreensíveis e sinceros,
filhos de Deus inculpáveis no meio de
uma geração pervertida e corrupta, na
qual resplandeceis como luzeiros no
mundo.” Como bravos e verdadeiros
O evangelho
é a voz do
dever e a voz
T H O M A S
K A R U V E L I L
de Deus.
Seus Seguidores?
soldados, os cristãos devem obedecer
às ordens de seu Capitão, pois fizeram
juramento sagrado de portar-se bem.
Devem esforçar-se com determinação
para superar qualquer coisa que os
impeça de cumprir sua alta e santa decisão. Mente e corpo devem ser tratados
com grande respeito, pois são de Cristo.
Dia a dia devem ser aperfeiçoados para
que, ao serem observados pelos anjos,
seja revelado que Cristo não morreu
em vão.
Quem assume o nome de cristão
promete preparar-se nesta vida para
a vida no reino de Deus. Tome a vida
de Cristo como modelo. Mantenha os
olhos na eternidade. Aja com princípios
de justiça, que, com refinada influência,
restaurará no homem a imagem moral
de Deus. Quando, pela fé, adotamos
os princípios que são a expressão da
vida de Cristo, a alma torna-se fonte
a jorrar para a vida eterna. A alma
transborda com as riquezas da graça de
Cristo e refrigera outras almas. Desta
forma, o agente humano mostra estar
cumprindo o juramento feito. Assim,
pode trabalhar em parceria com Cristo,
mostrando ao mundo o que significa
ser cristão.
O evangelho é a voz do dever e a
voz de Deus. O significado de falhar em
obedecer aos princípios pode ser visto
na história de Satanás que, por sua desobediência, foi eliminado do Céu. Os
mais altos dons concedidos a uma criatura, foram conferidos a Satanás, o querubim cobridor. Antes de cair, era um
ser glorioso, ocupando a posição mais
próxima de Cristo nas cortes celestes.
Mas, ao procurar ser igual a Deus, trouxe sobre si mesmo ruína irreparável.
Com tal lição diante de nós, escondamo-nos em Cristo. Ele é a fonte de
toda sabedoria e poder. Contemple na
cruz do Calvário a garantia de nossa
salvação. Contemple o Salvador entregando Sua vida por nós para que sejamos cristãos.
Aqueles que vivem a vida do cristão
estão lutando contra a mentira do diabo – o homem não consegue guardar
a lei de Deus. Podemos nós duvidar
do resultado desse conflito? Deus vive,
Deus reina e está operando milagres
diariamente. “Os que são de Cristo
crucificaram a carne com suas paixões e
lascívia.” Diante do Universo, mostram
que estão tentando viver as palavras:
“Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
respeitável, tudo o que é justo, tudo o
que é puro, tudo o que é amável, tudo
o que é de boa fama, [...] seja isso o que
ocupe o vosso pensamento.”
“Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio” − é o fruto
da árvore do cristão, e a árvore que
possui apenas folhas, a vida que apenas
aparenta, deve secar pela maldição de
Deus, mesmo que, embora sem frutos,
exiba exuberante folhagem diante do
Salvador.
Que Deus nos ajude a ser verdadeiros cristãos, coerentes hoje, coerentes
amanhã, corretos nas ações, gentis nas
palavras e de pensamentos puros. O
verdadeiro cristão vive a vida de Cristo.
Em todo procedimento, eleva a bandeira da cruz. Quando é mal compreendido, não se ofende, mas procura aplainar
o seu caminho. É amável, solícito e
paciente. Examina-se cuidadosamente,
para que nem em atos ou em palavras
negue ao seu Senhor. Escolhe as veredas
de Deus. Ministra aos outros, com desprendimento, todos os dias de sua vida.
Sua luz é brilhante e silencia as línguas
da contenda. Dia a dia, ignorando a si
próprio, vive vasta e sublime experiência diante de homens e de anjos. Mostra
o que o evangelho pode fazer pelos seres humanos caídos.
Esse artigo foi publicado, pela primeira
vez, na revista Sings of the Times, de 10 de
julho de 1901. Os adventistas do sétimo dia
crêem que Ellen G. White exerceu o dom
de profecia bíblico durante mais de 70
anos de ministério público.
Janeiro 2008 | Adventist World
23
S E R V I Ç O
“Por que não haveriam de os membros de uma igreja, ou de várias pequenas igrejas, unir-se para manter um
missionário em campos estrangeiros?”
perguntou Ellen White (Obreiros Evangélicos, p. 466).
A família Radoi precisava de ajuda.
O esposo, esposa e oito filhos pequenos
moravam em uma pequena vila romena, num quarto de uma casa velha, diz
Cristian Modan, diretor de jovens na
Romênia e assistente do programa de
voluntariado. Pior ainda, a casa estava
inabitável. “Não havia janelas e o forro
estava gotejando”, diz Modan. “Por causa disso, duas das crianças estavam muito doentes. O pai contraiu tuberculose
e não podia trabalhar, restando à mãe
encontrar trabalho, todos os dias, onde
fosse possível.”
Essa foi a rotina diária da família Radoi até que um grupo de voluntários romenos se reuniu para ajudar. Por meio
de campanhas para angariar dinheiro,
diz Modan, “os voluntários levantaram
6.000 euros e compraram uma casa para
aquela família.”
Quem são esses voluntários capazes
de fazer tal diferença na vida dessa família romena? Trata-se de um pequeno
grupo, de várias partes do mundo, que
participa do programa “Suas Mãos”,
um Serviço de Voluntariado Adventista,
uma iniciativa que procura estimular
os voluntários a servir como as mãos de
Deus a um mundo necessitado.
Nascido da Necessidade
Criado no fim de 2006, o projeto “Suas
Mãos” foi inspirado pelo Espírito Santo e
pela premente necessidade de voluntários
em todo o mundo, mas especialmente em
lugares como Camarões e Costa do Marfim, na África Ocidental, informa Vernon
Parmenter, diretor do Centro Adventista
de Voluntariado da Associação Geral.
Com a ajuda de uma comissão especial,
Parmenter conseguiu fazer do projeto
uma ferramenta abrangente.
A idéia original para o projeto “Suas
Mãos” era que igrejas e organizações
em países desenvolvidos patrocinassem
24
Adventist World | Janeiro 2008
s e rv i n d o c o m o
ãos
MDeus
de
Por Jill Walker Gonzalez
Adventistas servem a
outros ao redor do mundo,
em nome de Deus.
voluntários para ajudar países de alémmar com projetos missionários específicos e de longo prazo.
Todas as despesas deveriam ser pagas
pela igreja ou instituição patrocinadora,
de maneira que a organização que chamasse o missionário voluntário o recebesse sem nenhum custo. Isso é o ideal
para as organizações que precisam de
ajuda de voluntários, mas não têm como
mantê-los.
Quando o “Suas Mãos” foi apresentado na Nigéria, foi imediatamente
bem aceito, mas de forma um pouco
diferente. Gideon C. Nwaogwugwu,
presidente da União Missão Nigéria
Oriental (ENUM), diz que, pelo fato de
raramente irem missionários à Nigéria,
“decidimos que não necessitávamos
de missionários de outros países. Já
tínhamos missionários aqui em nossas
igrejas”. Com isso em mente, a ENUM
iniciou um programa onde as igrejas
nigerianas patrocinam voluntários nigerianos do “Suas Mãos” para que ajudassem projetos em seu país.
Houve um grande avanço como resultado da contribuição dos voluntários
do projeto “Suas Mãos” nigeriano. N.
John Enang, coordenador do voluntariado para a Divisão África Ocidental
(DAO) relata que um total de 177 pessoas foram batizadas como resultado do
projeto assumido pelos voluntários do
“Suas Mãos”.
Um desses projetos foi uma série
evangelística no final do ano passado,
em Okoita, Nigéria. Na realidade, a
história começa muito antes da campanha. Bassey Udoh, secretário executivo
da ENUM, relata que muitos meses
antes de começar a série evangelística,
oito voluntários do “Suas Mãos” foram
enviados para Okoita. “Eles percorreram a cidade dando estudos bíblicos e
fazendo amizade com as pessoas”, diz
ele. Quando começaram as reuniões, as
pessoas daquela cidade, segundo Udoh,
“eram muito resistentes à mensagem
adventista”, mas agora pareciam prontas
para ouvir o que o pregador tinha a dizer. “Mais de 300 pessoas compareceram
todos os dias”, afirma Udoh. “Nunca
tínhamos conseguido, em nosso território, esse tipo de freqüência, mesmo
em lugares onde temos forte presença
adventista. Muitos já estão demonstrando interesse pelo batismo.”
Abaixo: EXPANSÃO DO MUNDO ADVENTISTA: Novos conversos,
em Okoita, Nigéria, mostram seu certificado de batismo e cópias
da Adventist World. Eles foram batizados após uma campanha
evangelística dirigida pelos voluntários do “Suas Mãos”.
Acima: UM PRÉDIO
MELHOR: No quarto da
antiga casa onde a família
Radoi morava, os voluntários preparam a mudança
para um lugar melhor e
mais adequado.
C O R I N A
O Próximo Passo
Ao observar o que estava acontecendo na Nigéria, Parmenter sentiu-se
impressionado a repensar a estratégia
do programa. Ele concluiu que os voluntários do “Suas Mãos” não precisam
ir apenas de países desenvolvidos para
países não desenvolvidos; poderiam ser
patrocinados por seu próprio país e pela
divisão. É isso que está acontecendo não
só na Nigéria e Romênia, mas também
em outros países.
“Suas Mãos” começou bem na Divisão Euro-Asiática (DEA). Segundo
Michael Kaminsky, coordenador do
voluntariado e secretário executivo da
DEA, têm chegado relatórios animadores do programa “Suas Mãos” de todas
as partes da divisão. Os voluntários do
“Suas Mãos” em Belarus introduziram a
mensagem adventista do sétimo dia em
25 lugares diferentes, informa Kaminsky,
e como resultado, 33 pessoas foram batizadas.
Kaminsky relata a história de um
voluntário do “Suas Mãos” de Moldávia:
“Na vila de Kishkaren, da Moldávia,
Yeshanu Konstantin foi convidado por
uma família pentecostal para ir à sua
igreja. Konstantin logo fez amizade
com o pastor daquela comunidade e
foi convidado para pregar ali. Em seu
sermão, Konstantin usou o material do
Seminário do Apocalipse. Os membros
da igreja ouviram com muita atenção e
tentaram anotar cada palavra dita por
ele. Uma senhora estava tão interessada
na mensagem que pediu a Konstatin
para dirigir um Seminário do Apocalipse para sua família. É claro que Konstantin aceitou e como resultado toda a
família uniu-se à Igreja Adventista do
Sétimo Dia.
Yeshanu Konstantin é apenas um
dos que, por meio do programa “Suas
Mãos”, estão fazendo um grandioso trabalho – o trabalho das mãos de Deus.
Mais Oportunidades
Outros, ao redor do mundo, estão
se dispondo a dedicar os talentos para
fazer o trabalho do “Suas Mãos”. Embora o programa seja relativamente
novo, a liderança já iniciou atividades
relacionadas ao projeto em cinco divisões e, como resultado, já está havendo
uma grande colheita. Após alguns meses somente, pelo menos 224 pessoas
R U S Z A
E
M A D A L I N
V O I N E A
foram batizadas, e isso é apenas o começo. Outras divisões, como a Divisão
Ásia Pacífico Norte (APN), estáo planejando e estruturando um projeto “Suas
Mãos” próprio.
Se os voluntários do “Suas Mãos”
procedem de seu próprio território ou
de outras divisões, é o Espírito Santo
quem os guiará para servir em número
cada vez maior. Seu trabalho fala por
eles; só podemos imaginar o que aconteceria se muitos mais se comprometessem, pelo poder do Espírito Santo, a
pregar o evangelho.
Para saber mais sobre o programa
“Suas Mãos”, visite o site: hishands.
adventist.org. Ali, as divisões podem obter a informação de como divulgar suas
necessidades, e as igrejas/instituições
como adotar um projeto.
Jill Walker Gonzalez é
coordenadora assistente
do Serviço Voluntário
Adventista.
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P E R G U N TA S B Í B L I C A S
PERGUNTA:Que
simbolismo bíblico é associado
às quatro direções dos pontos cardiais?
tas viajavam para adorar no templo, eles seguiam em direção
ao oeste e tinham o sol nascendo por detrás deles. Esse movimento para o oeste começou com Abrão, quando deixou
A bússola na Bíblia é rica de significado. Conhecer seu
o leste e foi para Canaã, a oeste, em obediência a Deus (Gn
simbolismo ajuda a interpretar alguns textos bíblicos. Geral11:31). Esse é um símbolo da bênção divina. Quando os eximente nos orientamos olhando pelo norte. No mundo antilados foram libertados de seus inimigos, no leste, viajaram
go, o ponto de orientação era o leste. O leste estava à frente
em direção ao oeste, para a terra de Israel. Naquela jornada,
deles, o oeste atrás, o sul à direita e o norte à esquerda. O
o próprio Deus viajou com eles (Ez 43:2-5).
futuro não estava à frente, mas atrás, ou seja, era invisível.
3. O Norte: Os estudantes da Bíblia sugerem que o norte
1. O Leste: A importância do leste como o ponto princi- é o símbolo do permanente ou do eterno, talvez porque as
pal de orientação pode estar relacionado ao nascer do sol e à
estrelas polares são visíveis, permanentemente, no céu. Esse é
sua importância na religião dos povos da antiguidade, no
o lugar da habitação de Deus (Is 14:13) e de onde Sua glória
Oriente. Na Bíblia, seu
procede (Jo 37:22) com
simbolismo aparece, pela
bênçãos ou juízos (Ez
primeira vez, em Gênesis.
1:4). Ele é o verdadeiro
O Jardim do Éden estava
Rei do Norte.
localizado no leste (Gn
O representante do
2:8) e sua entrada também
norte pela mão esquerda,
estava no lado este (capíporém, é ainda símbolo
tulo 3:24). Após pecarem,
de desastre. O inimigo
Adão e Eva deixaram o
do povo de Deus veio
jardim e seguiram para o
do norte (Jr 1:14, 15; Ez
leste (capítulo 3:24). Esse
38:6), trazendo destruimovimento em direção
ção. De certo modo, o
ao leste continua com Cão
inimigo era o falso rei do
(capítulo 4:16) e culmina
norte que tentou usurpar
Por
com o movimento da raça
a imagem de Deus e é,
Angel Manuel Rodríguez
humana em direção ao lesfinalmente, destruído
te (capítulo 11:2-4).
pelo Senhor (Sf 2:12; Dn
Nesse contexto, o leste
11:21-45).
é simbolicamente ambiva4. O Sul: O sul é,
lente. O jardim colocado ali simbolizava proteção e seguranprimariamente, um símbolo negativo. Mas o fato de ser
ça. Após o pecado, quando se tornou a direção do exílio, ele
representado pela mão direita o torna positivo também.
representava a condição de alienação de Deus. Esse também
É negativo porque ao sul de Israel estava o deserto, região
era o local do deserto, de onde vinham ventos destrutivos,
onde a vida não prospera (Is 30:6). Ao sul estava o Egito,
ameaçando a vida (Sl 48:7; Ez 27:26). Para o profeta, o leste
que se opôs ao poder de Deus e oprimiu Seu povo. Mas ao
simbolizava o exílio em Babilônia e a presença salvadora de
sul estava o lugar onde Deus apareceu a Moisés, foi com ele
Deus. Ele viajou para Babilônia e, finalmente, redimiu Seu
ao Egito, libertou Seu povo e apareceu a eles no Monte Sinai
povo (Ez 10:18, 19; 11:22, 23). O leste tornou-se o lugar
(e.g., Dt 33:2).
onde Deus agiu em favor de Seu povo, levando a salvação
A natureza ambivalente dos símbolos das direções dos
(cf Ap 16:12).
quatro pontos cardeais parece estar baseada no fato de
2. O Oeste: O oeste simboliza tanto os elementos positi- que o mal foi concebido para estar presente em todos os
vos como os negativos. A oeste das terras estava o mar, repre- lugares, e que a presença salvadora de Deus sempre esteve
sentando o mal e a morte (Dn 7:2,3). Na realidade, o termo
acessível ao Seu povo, de um lado a outro do mundo
“mar”, freqüentemente se refere ao oeste (Nm 3:23). É ainda
(Sl 139:7-12). De certa forma, eles apontam para além dos
o lugar de trevas, pois é onde o sol se põe (Sl 104:19,20).
pontos cardeais, apontam para o conflito cósmico entre o
O significado positivo é sua associação com o tabernácubem e o mal.
lo/templo israelita. Embora estivesse de frente para o leste,
para se ter acesso a ele era necessário seguir em direção ao
oeste. Nesse sentido, o oeste indicava a direção da unidade
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas
com Deus; o retorno ao Jardim do Éden. Quando os israeliBíblicas da Associação Geral.
Amor
em Todas as
Direções
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Adventist World | Janeiro 2008
JOesus:
E S T U D O
B Í B L I C O
Conquistador Poderoso
Por Mark A. Finley
Nosso planeta transformou-se num campo de batalha. Em todos os lugares, ao nosso redor,
há uma luta entre o bem e o mal, a batalha cósmica entre Cristo e Satanás.
Através dos séculos, Jesus sempre venceu Satanás. Em alguns períodos, tinha-se a
impressão de que os poderes do inferno haviam triunfado, mas Jesus está trabalhando,
constantemente, para realizar Seu propósito.
1. Como o apóstolo Paulo descreve a realidade desse combate espiritual? Leia o texto e
responda nas linhas abaixo.
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os dominadores deste mundo tenebroso,
contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6:12).
Nossa luta espiritual é contra:
a.
b.
c.
2. Onde começou esse conflito? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco.
“Houve peleja no Céu. Miguel e os Seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão
e seus anjos” (Ap 12:7).
A primeira guerra teve seu início no
.
Lúcifer, um ser perfeito e de brilho fascinante, rebelou-se contra Deus e semeou sementes
de rebelião no Universo. A razão da existência de guerras na Terra é porque houve primeiro
uma guerra no Céu.
3. Que palavras, do livro de Apocalipse, advertem o povo deste mundo sobre a batalha
cósmica em que todos nós estamos envolvidos? Leia o texto abaixo e preencha os
espaços em branco.
“Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da Terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio
de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12).
“
até vós, cheio de
ó céus e vós, os que neles habitais. Ai da Terra e do mar, pois o diabo desceu
,
.”
Janeiro 2008 | Adventist World
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4. Por que Jesus veio a este mundo? Leia o texto abaixo e circule a resposta correta.
“Para isto Se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1Jo 3:8).
5. Como Jesus destruiu as obras do diabo? Leia o texto abaixo e resposta às perguntas.
“Aquele que não conheceu pecado Ele O fez pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos
justiça de Deus” (2Co 5:21).
a. Alguma vez Jesus cometeu pecado?
SIM
NÃO
b. Jesus tornou-Se pecado por nós?
SIM
NÃO
c. Uma vez que Jesus Se tornou pecado por nós, o que podemos receber dEle?
Jesus viveu uma vida perfeita, vida sem pecado. Ele enfrentou tentações lideradas pelo
próprio Satanás e derrotou o mal em nosso favor. Por Sua morte, assumiu, na cruz, a culpa
e a vergonha de nossos pecados. Por Sua morte, recebemos vida.
6. O que nosso Senhor prometeu a todo aquele que O aceitar? Leia o texto e preencha
os espaços em branco.
“Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que
crêem no Seu nome” (Jo 1:12).
Aceitar a Jesus é tornar-se
.
Jesus é um poderoso conquistador. Sua morte resgatou-nos do domínio de Satanás e nos
dá autoridade para nos tornar filhos de Deus.
7. Qual é a promessa de Deus para Seus filhos? Leia o texto e preencha os espaços
em branco.
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5:4).
Por intermédio de Jesus, podemos ser
.
A vitória sobre o poder de Satanás só vem através
.
O Apocalipse, último livro da Bíblia, descreve os filhos de Deus como vencedores no fim
dos tempos (Ap 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21). No conflito final da Terra, o Cordeiro (Jesus)
domina o dragão (Satanás) (Ap 17:14). Ao longo do livro do Apocalipse, o povo de Deus é
vitorioso. Satanás não tem poder sobre ele. Essa é a maravilhosa, a inacreditável notícia:
por meio de Jesus, todas as cadeias do diabo foram quebradas. Por meio de Jesus, somos
vitoriosos.
No próximo mês, exploraremos ainda mais
as promessas de Deus para crescermos
na vida cristã.
28
Adventist World | Janeiro 2008
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Cultura da Celebridade
Estou escrevendo sobre o artigo “A
Cultura da Celebridade”, por David N.
Marshall, na Adventist World de outubro
de 2007.
Muito obrigado por esse artigo tão
oportuno. O fascínio do “estrelato” é
excessivo, hoje, em nossa sociedade.
Infelizmente, isso atingiu a igreja. Ellen
White, de fato, declarou em tom enérgico: “Ergo minha voz de advertência contra louvar ou lisonjear os pastores. Vejo
o mal, o terrível mal dessa atitude. Nunca, nunca falem palavras de louvor diretamente aos pastores. Exaltem a Deus.
Respeitem um pastor fiel, reconheçam
suas responsabilidades e busquem aliviá-las se possível, mas não o elogiem,
porque Satanás está vigilante para fazer
ele mesmo essa espécie de trabalho.”
(Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 474).
Isso não quer dizer que, de tempos em
tempos, não devamos dizer ao pastor
que seus comentários nos ajudaram em
nossa jornada.
Em relação à afirmação de Marshall
de que “a exaltação inapropriada não é
um problema do pregador [...] O problema está nas atitudes dos ouvintes em
relação ao pregador”, deixe-me acrescentar que, algumas vezes, o pregador
tem sua parcela de culpa. Como pastor,
tenho consciência de me guardar contra
essa mentalidade enquanto permaneço
no sagrado trabalho. Preciso ser sempre
cuidadoso, para que ao falar não leve
a congregação a agir de maneira que a
atenção seja para a minha pessoa e não
para Cristo.
Por favor, espero que, ao ressaltar
esse ponto, não lance sombra de dúvida
sobre minha apreciação pela perspectiva
poderosa e singular de Marshall em seu
artigo.
Dave Moench
Washington, Estados Unidos
Acabo de ler o capítulo de O Desejado de Todas as Nações, intitulado: “É
Necessário que Ele Cresça”, e o artigo de
David N. Marshall me ajudou a aplicar
tais princípios a mim mesma. Avaliei
meu entusiasmo na presença de dois de
nossos “grandes adventistas”, e lembreime de como me senti e de como agi.
Senti-me acusada e culpada.
João Batista teve que lembrar seus
seguidores que Jesus é quem deveria ser
exaltado, não ele. Não era culpa de João
Batista que o povo o estava idolatrando,
mas ele, gentilmente, redirecionou a
adoração para Jesus. Obrigada por redirecionar-me a Ele também.
Kathy Loewen
Oregon, Estados Unidos
Um Concerto,
Três Garotas e
Um Pregador
Gostaria de comentar o artigo
“Um Concerto de
Rock, Três Garotas
e um Pregador”,
de Mark Finley
(Adventist World de setembro de 2007).
Como Finley conclui seu artigo, também
creio que “servimos a um grande Deus
que, às vezes, não entendemos o modo
como age”.
A Bíblia está repleta de histórias
verdadeiras do povo de Deus que nEle
confiou e, finalmente, foi recompensado.
Quem poderia crer que José se tornaria
o grande governador e primeiro-ministro do Egito, após seus irmãos tê-lo
vendido aos ismaelitas, e estes a Potifar?
De lá, como escravo, José foi lançado na
prisão. Mas Deus estava com ele; e em
tudo o que fazia, era guiado pelo Todopoderoso, a quem também servimos
agora no tempo do fim.
A paixão e a missão de José não
são diferentes das que alimentamos. Se
analisarmos sua vida tumultuada, concluiremos que ele foi bem-sucedido em
todos os testes e provações que bravamente enfrentou. Ele foi recompensado
no fm por causa de sua integridade
como homem de Deus.
Larry R. Valorozo
New York, Estados Unidos
A Mensagem Certa, na
Hora Certa
Muito obrigado por ministrar através da
Adventist World. Bom trabalho! Ela nos
mostra como está o ministério em várias
partes do mundo, embora meu maior
interesse esteja nas experiências do ministério em áreas não alcançadas.
Por essa razão, permita-me enviar
um especial muito obrigado pela edição
de setembro de 2006, para: Gary Swanson (diretor associado de Escola Sabatina
e Ministério Pessoal da Associação Geral)
pelo artigo “O Caminho para a Luz”;
a Betina Krause (assistente especial da
presidência para a Igreja Adventista do
Sétimo Dia mundial) pelo movimento de
Janeiro 2008 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
implantação de igrejas em áreas não
alcançadas e pela experiência de Abraham
Henry, mencionada em “Conte ao Mundo”; e a Míriam Taylor, que, com seu
artigo “Guarde Meus Pés”, me fez pensar.
Todos esses artigos foram uma bênção especial, inclusive porque a revista é
raramente recebida aqui (ou chega atrasada). Orem por nós enquanto oramos
por vocês.
Geoffrey Lwokyaza
Jinja, Uganda
Todos São Dotados
Minhas saudações, em nome do nosso
Senhor Jesus Cristo. Estou escrevendo
sobre o artigo da Adventist World, na
edição de fevereiro de 2006: “Somos
Todos Dotados”, por Ellen White. Quão
bom seria se mais cristãos desejassem
crescer na Palavra de Deus, como descrito pela Sra. White! Seria uma ajuda na
missão de ganhar almas. Esses cristãos
seriam de grande benefício ao cultivar
seus diferentes dons para ajudar a construir o reino de Deus.
Estou feliz por ter acesso a tal revista
e creio que muitos dos que separam
tempo para lê-la saberão o que é estar
em Cristo e viver para Ele, porque as
coisas deste mundo não têm valor, se
não temos Jesus. Que Deus os abençoe
por nos transmitir essa mensagem. Permaneçam firmes!
O. O. Obafemi
Via E-mail
Mensagens de Gratidão
Gostaria de agradecer-lhes por oferecer
conhecimento necessário (nas páginas
da Adventist World) para o fortalecimento de minhas crenças espirituais.
Sherwin Sollano
Filipinas
Para mim, é uma grande bênção ter
a revista Adventist World on line (www.
adventistworld.org).
Muito obrigada pelo bom trabalho.
Marlene Bacchus
Maryland, Estados Unidos
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO
Nossa igreja local está atravessando uma
fase de desunião interna. Por favor, orem
por nós. Orem também por mim para
que eu possa alcançar meus objetivos
de vida.
Phalula, via e-mail
Orem para que eu consiga um emprego
e seja fortalecido na fé.
Zachary, Quênia
Por dias melhores. No lugar onde moro,
existe um conflito entre os cristãos e os
adoradores de ídolos. Em junho passado, houve um festival “Ibono”, durante
o qual homens e mulheres não podem
ver uns aos outros. Decidimos mudar o
horário de nosso culto para que pudéssemos nos reunir, como igreja. Infelizmente, os adoradores de ídolos descobriram
nosso novo horário e invadiram nosso
pequeno salão, destruindo portas, janelas
30
Adventist World | Janeiro 2008
e o teto. Alguns de nossos irmãos foram
feridos. Somos muito poucos para enfrentá-los, por isso deixamos tudo nas
mãos de Deus. Por favor, orem para que
descubramos uma forma de reconstruir
nosso salão. Muito obrigado.
John, Nigéria
Sinto que estou perdendo a esperança.
Por favor, orem para que eu consiga ajuda para freqüentar um colégio
adventista. Quero estudar teologia.
Asa, Quênia
Por favor, orem para que Deus cure minha mãe.
Dan, Uganda
Por favor, orem por minha amiga que
está com problemas de visão, câncer de
mama, já com metástase nos ossos.
Marjorie, Filipinas
Os negócios de meu esposo não estão
indo bem. Passei por um aborto, no
início do ano. Por favor, orem para que
nossa situação financeira melhore e que
minha gravidez atual transcorra sem
complicações.
Nancy, Zâmbia
Por favor, unam-se a mim em oração
por meus filhos. Precisamos encontrar a
escola certa para eles no próximo ano.
Muito Obrigada.
Sara, Estados Unidos
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
“Eis que cedo venho…”
INTERCÂMBIO DE IDÉIAS
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Como Participar
do
Intercâmbio
O
Intercâmbio Mundial desta
revista é para você e também a seu respeito, caro leitor.
Sua participação nesta coluna da
Adventist World será muito bemvinda nas seguintes seções:
Editor Administrativo
Bill Knott
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon
K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C.
Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert
E. Kyte, assessor jurídico
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson;
Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Vamos Orar - envie para:
[email protected]
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta
à oração). Sua participação deve
ser concisa e de, no máximo, 75
palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão resumidas por uma questão
de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu
nome e o país onde vive.
Cartas para o Editor – envie para: [email protected]
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devem ser escritas com clareza e ao ponto, com máximo de 250 palavras. Lembre-se
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O Lugar das Pessoas (contra capa) – enviar para: marank@gc.
adventist.org
Esta é uma coluna com assuntos de todo o mundo; são pequenas porções do
cotidiano que fará com que o leitor pense, sorria e desfrute da família adventista.
Esperamos participações breves nas seguintes seções:
■ Frases (ou citações profundas e espontâneas)
■ Que Lugar é Esse? (Fotos, com alta qualidade, dos membros de igreja de todo mundo)
■ Conheça Seu Vizinho (Fotos, com alta qualidade, acompanhadas de pequena biografia de membros recém-batizados, adventistas engajados em serviço comunitário,
na formação de pequenos grupos ou novas maneiras de partilhar o evangelho. Máximo de 100 palavras).
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Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados
Unidos.
Vol. 4, No.1
Janeiro 2008 | Adventist World
31
Q U E
—Winfield Scott, Branson, Missouri (EUA)
F R A S E
D O
N E W S
AS
EST I L O D E V I D A
AD V E N T I S TA
Enquanto trabalhava no Museu Titanic, em
Branson, Missouri (EUA), tinha a oportunidade de falar com muitos turistas. Geralmente
iniciava a conversação perguntando ao visitante onde ele morava. A resposta mais freqüente
era a cidade, o estado, ou uma combinação
dos dois.
Um dia, um senhor idoso passou pela
minha seção e eu perguntei:
— De onde o senhor é?
Sua resposta me pegou de surpresa. Ele disse:
— Do Céu! Estou aqui só de passagem.
Não tive o que responder a não ser:
— Amém, meu irmão!
Que maneira simples de testemunhar sobre
as “boas novas” da vida eterna com nosso Pai!
Encorajo a cada membro de nossa igreja
mundial a adotar esse método quando alguém
perguntar de onde você é. Garanto que
muitos, ao ouvir essa resposta, vão parar para
pensar de “onde” realmente são.
E S S E ?
A D V E N T I S T
PESS
É
N E T W O R K
O Lugar Das
L U G A R
B E M - V I N D O A O “L U G A R D A S
P E S S O A S” , N O A N O N O V O !
Convidamos os leitores de todas as partes do mundo a fazer
desta página o seu lugar especial. Envie fotos de lugares interessantes de sua região para a seção “Que Lugar é Esse?”. Queremos
encorajá-lo também a se apresentar ou apresentar um líder ou
membro leigo de sua igreja, ou ainda, apresentar um membro
recém-batizado para sua família mundial, enviando foto e sua
apresentação para a seção “Conheça Seu Vizinho”. Se você não puder enviar a foto e a apresentação, por favor, pense em uma frase
interessante ou em algum fato humorístico ou inspirador sobre a
vida adventista em sua igreja.
Sua contribuição para a seção “O Lugar das Pessoas” pode encorajar e inspirar seus irmãos e irmãs ao redor do mundo a crescer
em Cristo e a partilhar sua fé e alegria em Jesus, de um modo
como nunca imaginaram antes.
Apresente-se à sua família mundial em “O Lugar das Pessoas”! Envie seu e-mail para: [email protected]; ou
envie um fax para: 1-301-680-6637. Você ainda pode escrever
para: Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA
M Ê S
“A semente semeada por muitos anos está dando frutos. Isso, porém,
não deve nos levar a uma atitude de auto-satisfação e contentamento.
Agora é o tempo de estarmos mais atentos e ativos do que nunca.”
—Pastor Matthew A. Bediako, Concílio Anual de 2007
RESP O S TA : No Brasil, jovens dialogam com o pastor Jan Paulsen, presidente mundial da Igreja Adventista
do Sétimo Dia, no programa “Let’s Talk”, realizado no dia 23 de abril de 2006, em São Paulo.

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