Abrir Arquivo - MGM - Misnistérios Cristãos Grão de Mostrada

Transcrição

Abrir Arquivo - MGM - Misnistérios Cristãos Grão de Mostrada
O DNA
do
Grão de Mostarda
O plano de Deus para um Movimento bem sucedido
Copyright @2013 Editora Grão de Mostarda
CAPA E DIAGRAMAÇÃO: Bruno Marques e Inacio Mendes
SUPERVISÃO EDITORIAL: Iran Bernardes da Costa
COLABORAÇÃO: Rogério Mendes Teixeira e Nataniel Soares
Apoio:
SUPERINTENDENTE GERAL
Prs. Iran Bernardes da Costa e Neusa Maria dos Santos Costa
SUPERINTENDENTES
Prs. Daniel Rincon e Roseli Turati Rincon
Prs. Ricardo Gonçalves Garcia e Raqueline Bernardes Garcia
Prs. Wilson Sandoval e Maria do Carmo Ribeiro Sandoval
Brasilia
2013
Gráfica ATRIUM
O DNA do Grão de Mostarda
O Plano de Deus para um Movimento bem sucedido
Por
Iran Bernardes da Costa
E
Colaboradores
ESCOLA DE MINISTÉRIOS MGM
Junho de 2013
Grão Nacional
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................. 9
APRESENTAÇÃO .........................................................................................13
IDENTIDADE DO MINISTÉRIO GRÃO DE MOSTARDA ...............................17
A IDENTIDADE DO MINISTÉRIO ......................................................................18
EM QUE CREMOS .......................................................................................20
AS MARCAS DA IGREJA QUE JESUS PROJETOU E FUNDOU .......................................21
APERFEIÇOANDO NOSSO RELACIONAMENTO NA IGREJA - DEZ REGRAS BÁSICAS .........24
EIS O HOMEM! QUEM É ESSE HOMEM? ...........................................................25
CITAÇÕES IMPORTANTES ..............................................................................28
GRUPOS DE MINISTÉRIOS E SERVIÇOS EM FUNCIONAMENTO ...................31
ESCOLA DE MINISTÉRIOS GRÃO DE MOSTARDA ..................................................32
HESSED INSTITUTO FAMÍLIA ........................................................................38
EDITORA GRÃO DE MOSTARDA ......................................................................65
CHAMADO E COMPROMISSO...................................................................67
MORDOMIA BÍBLICA DO REINO DE DEUS ..........................................................68
UMA CHAMADA E UM COMPROMISSO ............................................................81
REVITALIZAÇÃO MISSIONAL ..........................................................................93
VALORES FUNDAMENTAIS .......................................................................107
COMPONENTES DE UM BOM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ................................. 109
EM QUE CREMOS – FÉ, NOSSO FIRME FUNDAMENTO ......................................... 109
VALORES DINÂMICOS OPERACIONAIS ............................................................. 130
UMA FILOSOFIA ECLESIAL PRÁTICA ............................................................... 131
NOSSA AGENDA DE ORAÇÃO ........................................................................ 136
EM QUE CREMOS...................................................................................... 138
JUSTIFICATIVAS ........................................................................................ 139
RESULTADOS JÁ ALCANÇADOS ...................................................................... 141
RESULTADOS ESPERADOS PARA O FUTURO A CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO ........... 142
MORDOMIA CRISTÃ ..............................................................................143
SANEAMENTO FINANCEIRO – DÍVIDAS, NUNCA MAIS! ........................................ 144
MOTIVAÇÃO DA MORDOMIA CRISTÃ .............................................................. 159
MOTIVAÇÃO DA MORDOMIA CRISTÃ - UM BOM EXEMPLO ................................. 166
ATITUDES CRISTÃS COM RELAÇÃO AO DINHEIRO .............................................. 172
A GRAÇA DA GENEROSIDADE ...................................................................... 180
ASPECTOS GERAIS .................................................................................... 190
7
O DNA do Grão de Mostarda
8
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Introdução
Daniel e Roseli Rincon e Nataniel e Denise Soares
No mundo orgânico, o DNA é o código ou pradão genético
que dita e produz a vida, saúde e reprodução de todos os seres
vivos. Em todo organismo é o DNA que codifica cada célula
tanto em sua função como em seu lugar no corpo. É no DNA
que toda a informação genética é armazenada e
posteriormente transmitida. Em sua estrutura, o DNA é
constituido por uma fita dupla em que se encontram os genes
com suas multiplas combinações, determinando as
caracteristicas fisicas, morfologicas e fisiologicas do organismo.
O que essa informação pode ajudar na compreensão do
corpo de Cristo? A analogia (metáfora) do corpo humano e do
corpo de Cristo—a igreja, foi usada por mais de trinta vezes no
Novo Testamento, revelando através dessa comparação que
realidades tangíveis encontradas no organismo fisico e
espiritual, partem de uma verdade essencial: o DNA do corpo;
tudo começa aqui!
E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser O cabeça
sobre todas as coisas,o deu a igreja, a qual é o corpo, a
plenitude daquele que a tudo enche todas as coisas (Ef
1:22-23).
Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros
desse corpo (1Co 12:27).
Na analogia do corpo humano com o corpo de Cristo não se
pretende afirmar que Deus tenha criado as células do corpo
humano com um objetivo espiritual ou que fatos biológicos
reflitam de forma precisa a verdade espiritual. Mas certamente
existe uma semelhança entre o corpo humano e o corpo
espiritual, a igreja; semelhança que vem do mesmo autor, o
9
O DNA do Grão de Mostarda
mesmo Deus criou ambos. O apóstolo Paulo foi inspirado a
procurar um modelo de verdade espiritual que do mesmo modo
como o corpo humano se estrutura e funciona, definisse o
padrão de vida na igreja, o Corpo de Cristo. Fato que pudesse
ser evidenciado tanto na menor como na maior unidade desse
corpo espiritual. Comparativamente ao DNA humano, o DNA da
igreja é formado também por "uma fita dupla" em que "genes
espirituais" definem as caracteristicas de uma igreja saudável.
Esse DNA do corpo de Cristo corresponde sem nenhuma
dúvida à verdade espiritual personificada em Jesus Cristo,
ensinada por Ele e definida como padrão essencial do corpo de
Cristo. Jesus resumiu em dois mandamentos, todo o Antigo
Testamento, definindo a divina verdade geradora do Novo
Testamento e da vida da igreja, o seu corpo espiritual aqui na
terra.
Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeulhes Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, de toda a tua alma e todo o teu entendimento. Este
é o maior e primeiro mandamento. O segundo e semelhante
a este; é : Amarás o teu proximo como a ti mesmo. Destes
dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas (Mt
22.34-40, Mc 12.28-34 e Lc 10.25-28).
Portanto, o DNA do corpo de Cristo, encontra-se constituído
por essa fita dupla entrelaçada e inseparável de dois
mandamentos em um, de onde procedem todas as realidades e
caracteristicas do corpo de Cristo por meio de "genes"
espirituais encontrados nesse DNA espiritual. Cremos que a
compreensão do DNA espiritual do corpo de Cristo é essencial
para o crescimento espiritual da pessoa enquanto individuo, e
da igreja.
O Ministério Grão de Mostarda como parte da igreja de
Cristo, tem buscado obter um maior discernimento do DNA do
Corpo de Cristo, à semelhança do mapeamento genético do
10
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
DNA humano, com vistas a dispensar todo esforço necessário
a fim de estabelecer uma identidade, propósito e destino
compatível com aquele DNA padrão.
Assim damos a todos os participantes e leitores deste livro,
as boas-vindas ao módulo da Escola de Ministérios: O DNA do
Grão de Mostarda, O plano de Deus para um movimento bem
sucedido.
11
O DNA do Grão de Mostarda
12
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Apresentação
Iran Bernardes da Costa
Como tem sido fácil nos referirmos ao materialismo como
uma característica dos outros grupos, denominações,
1
comunidades e tradições, exceto nós.
“Um líder precisa ser grande o suficiente para reconhecer
erros; precisa ser forte o suficiente para corrigir os erros;
precisa ser sábio o suficiente para tirar proveitos dos erros”
(John C. Maxwell).
O conteúdo com que lidamos nas páginas seguintes inclui
cinco blocos, constituindo-se de uma exposição lógica que
inicia com uma apresentação conceitual, o que aqui chamamos
de Identidade do Ministério.
Em seguida fazendo uma abordagem dos Grupos de
Ministérios e Serviços até então, implementados, a saber, a
Escola de Ministérios, o Hessed e a Editora Grão de Mostarda.
Chamada e compromisso constam do nosso terceiro bloco,
que oferece uma conscientização do nosso envolvimento e
comprometimento com Deus e com o ministério. Citamos aqui
uma expressão de Charles Spurgeon: “Compromisso vem com
um preço.”
Em quarto lugar lidamos com nossos Valores Fundamentais,
que além de reforçar a identidade do ministério, traz mais
convicção das realidades que temos por preciosas e que
constituem significativa parte de nosso etos (ethos). As coisas
existem, os valores valem.
Fechando o circulo temos uma abordagem, mesmo que
simples, da Mordomia Cristã visando o saneamento financeiro
de nosso povo e estimulando a generosidade, para que em
1
Randy Alcorn. Money Possessions and Eternity, p.73.
13
O DNA do Grão de Mostarda
boas condições, o Ministério possa, consequentemente, obter
recursos suficientes para a satisfação das necessidades
internas e externas e ainda poder contar com uma importante
reserva financeira. As contribuições, além de sua natureza
devocional, como ato de adoração e gratidão a Deus, servem
também como meio sacramental de suprir faltas e atender a
situações imprevista e ou emergenciais. As contribuições tem,
sim, uma natureza utilitária, como vemos de 1 Coríntios
capítulos oito e nove. Podemos ainda citar o tão conhecido
texto de Malaquias, “para que haja mantimento na minha casa.”
Ênfase especial será dada na área de Mordomia Cristã.
Temos uma boa razão para fazer isso; é que queremos que
Deus alcance e toque profundamente nossos corações. Então,
não deveríamos dar maior ênfase em outra área que fosse
mais espiritual ou mística? Muitas vezes não lembramos que
bens ou riquezas andam lado a lado com o nosso coração.
Riqueza e coração são irmãos gemelares, e, onde está um,
necessariamente, está o outro. Essa relação é sacramental – o
espiritual e o material se interlaçam. Jesus revelou esse
princípio ao afirmar, em Mateus 6.19-21, o seguinte:
Não acumuleis para vós outros tesouros sobre
a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde
ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós
outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem
corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;
porque, onde está o teu tesouro, aí estará também
o teu coração.
Quando colocamos os recursos financeiros de volta à
disposição de Deus, o qual é o criador e Senhor de tudo, junto
com eles vai o nosso coração. “Através do material o espiritual
se estabelece.”
14
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Isso mostra que a área financeira serve não só para suprir
necessidades materiais, mas opera grande poder moral e
espiritual quando administrada moral e espiritualmente.
Em relação à maximização de recursos financeiros por meio
de ofertas, dízimos e doações, é sempre bom considerar essa
pergunta: “Por que desejaria eu me envolver e me
comprometer com isso?” De outra forma, “Qual é meu propósito
em obter mais recursos para este ministério?” As respostas a
essas perguntas, muitas vezes nos enviam para a motivação
mais comum entre os líderes de ministérios, qual seja,
“estabilidade e expansão financeira.” Embora isso não seja
necessariamente um erro, é preciso responder ainda a esta
pergunta, “será que essa motivação é eticamente uma
realização satisfatória?” e, ainda, “Será que a motivação a que
nos propomos se harmoniza com os ensinos bíblicos e tem
fundamentação teológica sustentável?”
O porquê do que nos propomos a fazer determina o que
faremos. A melhor razão, ou o melhor porque, seguido de uma
base frágil sempre resulta em frustração. Não basta a gente
querer; é preciso ter uma razão cristã, plausível para que haja o
resultado justo e valioso.
Aspectos pessoais
Em nossas atividades ministeriais estaremos em
relacionamentos interpessoais. Isso requer uma profunda
percepção dos atributos pessoais para que sejamos eficientes
no que fazemos, sempre valorizando o ser.
O texto bíblico a seguir revela aspectos pessoais ou
psicológicos dos mais importantes, tanto de um líder, como
também daqueles a quem Deus lhe confia para serem
mobilizados e bem aproveitados no ministério.
15
O DNA do Grão de Mostarda
Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho
nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre
materno. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor,
seu Deus. E irá adiante do Senhor no espírito e poder de
Elias, para converter o coração dos pais aos filhos,
converter os desobedientes à prudência dos justos e
habilitar para o Senhor um povo preparado (Lc 1.15-17).
Esse texto refere-se a João Batista, como líder e profeta de
transição entre o velho e o novo regime testamental. Suas
qualidades pessoais são assim descritas:
...ele será grande diante do Senhor – grandeza proética;
...não beberá vinho nem bebida forte – vida de santificação;
...será cheio do Espírito Santo – carismático;
...E converterá muitos – Eficiente;
...E irá adiante do Senhor – Coragem, proatividade;
...habilitar para o Senhor um povo preparado – Habilidade;
...um povo preparado – Objetivo desejado, alcançado.
Aspirações
Ainda no domínio da personalidade, todo planejamento
estratégico precisa levar em conta o importante fator das
aspirações ou sonhos. Sonhos são bons combustíveis que
podem fazer funcionar a máquina humana a serviço da causa
de Deus. Fica sempre mais remota a possibilidade de Deus
usar pessoas que não tem sonhos.
16
Identidade
do Ministério
Grão de
Mostarda
17
O DNA do Grão de Mostarda
A Identidade do Ministério
Iran Bernardes da Costa
Declarações de fé do Ministério Grão de Mostarda
Bem-vindos ao Grão de Mostarda
Ministérios Cristãos
Nós somos um grupo de Cristãos comprometidos em
conhecer, amar e servir a Deus, bem como amar o próximo
como Ele nos amou. Primamos pela excelência neste Ministério
e procuramos viver uma vida simples sob o Senhorio de Cristo.
Nossa tarefa principal é proclamar o amor de Deus por todo o
mundo.
Nós submetemos nossas vidas...
À JESUS CRISTO, o Filho do Deus vivo, nosso Senhor,
Salvador e Amigo.
À AUTORIDADE das Escrituras, a Palavra escrita de Deus,
como nossa base de pregação e ensino e como o fundamento
de nossa orientação espiritual.
A UM ESTILO de vida cristão prático, que se inicia com o
novo nascimento pela fé, arrependimento e batismo, e continua
numa vida de obediência à Palavra de Deus, sob a direção do
Espírito Santo.
À ORAÇÃO, como parte vital para nosso relacionamento com
Deus, como fonte de poder espiritual e direção.
AO LOUVOR E ADORAÇÃO, que expressam a honra que ele
merece pelo que Ele faz e pelo que Ele é.
À COMUNHÃO UNS COM OS OUTROS, acatando a todos com
compaixão, perdão, encorajamento, integridade, e sendo
responsáveis uns para com os outros, dando nossas vidas em
favor das necessidades dos outros.
18
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
À UNIDADE de todos os Cristãos.
À PUREZA de vida para o bem-estar dos outros, para nossa
própria integridade, e, especialmente, para a glorificação de
Deus.
AO EVANGELISMO, como meio de levar aos outros as boasnovas de salvação, tanto local como mundialmente.
À LIDERANÇA, que através do exemplo e do ensino nos
equipa para o pleno cumprimento de nosso ministério.
AO SERVIÇO DA CASA DE DEUS, compartilhando com nosso
tempo, dinheiro, e energia, para alcançarmos a MISSÃO
GLOBAL DE DEUS.
19
O DNA do Grão de Mostarda
Em que Cremos
A Simplicidade é a Principal Marca da Fé Cristã
1. Nosso credo é Jesus Cristo.
2. Nosso Livro é a Bíblia.
3. Onde as Escrituras falam, nós falamos; Onde Elas
calam, nós calamos.
4. Não somos os únicos, mas unicamente discípulos.
5. Cremos que a Bíblia é infalível e inerrante.
6. Confessamos que Jesus Cristo é o Filho de Deus, e O
proclamamos como Senhor e Salvador.
7. Cremos que através do batismo em Cristo somos
introduzidos a uma vida nova e nos tornamos uma
unidade com Ele.
8. Através da leitura bíblica, da Ceia do Senhor e da
oração, mantemos comunhão com Deus.
9. Cremos no Batismo com o
acompanhado dos Dons Espirituais.
Espírito
Santo,
10. Cremos na Cura Divina, através da oração, mediante a
unção com óleo e a imposição das mãos.
11. Os espíritos maus são expelidos e as pessoas
atormentadas são libertas pelo poder do Nome de
Jesus.
20
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
As marcas da Igreja que Jesus projetou e
fundou
1. “Não somos os únicos, mas unicamente discípulos.”
2. A Igreja de Cristo é essencial, intencional, e
constitucionalmente uma só, constituindo-se de todos e
em todo lugar, que professam sua fé em Cristo e O
obedecem em todas as coisas de acordo com as
Escrituras e que manifestam essa fé através de seu
comportamento e conduta.
3. Embora essa unidade pressuponha e permita a
existência de congregações locais, deverá haver a mais
perfeita harmonia e unidade de espírito entre todas elas.
Somos uma parte distinta da família de Deus e
reconhecemos como irmãos todos os cristãos do item
anterior que não façam parte desta visão de restauração
da Igreja, e manifestamos a necessidade e desejo de
manter comunhão com eles, desde que essa comunhão
não ponha restrições do processo de restauração.
4. A Bíblia é a única regra de fé e prática para os cristãos,
os quais se sujeitam a todos os seus ensinos,
mandamentos e preceitos, tais como ensinados no
Novo Testamento, pelo Senhor Jesus Cristo e seus
apóstolos.
5. As Escrituras do Velho e Novo Testamento são
inseparavelmente ligadas, formando uma revelação
perfeita e completa da vontade divina para a edificação
da Igreja; portanto, neste particular, não poderão ser
separadas. Por outro lado, no que se refere direta e
propriamente ao seu objeto imediato, o Novo
Testamento é tão perfeito como constituição para o
culto, a disciplina e o governo da Igreja e regra tão
21
O DNA do Grão de Mostarda
perfeita para as obrigações individuais dos membros,
como foi o Velho Testamento para o culto, disciplina e
governo para o povo de Israel.
6. Interpretações e deduções das Escrituras, embora sob a
presunção
de
verdadeiras,
não
podem
ser
transformadas em mandamentos da Igreja.
7. Opiniões divergentes quanto a tais interpretações não
poderão constituir-se em obstáculos à comunhão no
corpo de Cristo.
8. A confissão de fé em Cristo Jesus, o Filho de Deus,
como o único Senhor e Salvador, mediante o
arrependimento e a conversão é o suficiente para que o
pecador seja batizado e se torne membro do corpo de
Cristo, restabelecendo, assim, sua comunhão com
Deus, e iniciando-se o processo de discipulado.
9. Batismo - A única forma de batismo que simboliza,
biblicamente, a morte, o sepultamento e a ressurreição
com Cristo e o novo nascimento para uma nova vida é a
imersão nas águas (Rm 6.3-5; CI 2.12).
10. Todo aquele, que assim crê, deverá demonstrar a
sinceridade de sua fé através de sua conduta, amando
e vivendo fraternalmente como membro do mesmo
corpo e co-herdeiros da mesma herança.
11. A divisão entre cristão é antibíblica e anormal. É uma
violação direta ao mandamento do Senhor Jesus (Jo 17;
Ef 4).
12. A negligência à vontade de Deus revelada nas
Escrituras e a introdução de inovação humanas são e
têm sido as causas de corrupção e divisões na Igreja.
22
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
13. A Igreja através dos séculos e até hoje, tem gozado da
presença do Espírito Santo, mediante Seu Ministério de
Consolador e através dos dons espirituais.
(Alexander Campbell tinha consciência de que o sistema de
congregações isoladas era inadequado. Fez grande esforço
para combater a postura doutrinária da total autonomia
congregacional - “A Autonomia Local” como slogan não
apareceu até o Século Vinte).2
2
H. Eugene Johnson.The Declaration And Address For Today (Nasville-TN: Reed And
Company, 1971), p. 17.
23
O DNA do Grão de Mostarda
Aperfeiçoando Nosso Relacionamento na
Igreja - Dez Regras Básicas
1. Reconheço que, sendo imperfeito, não me encaixaria
bem numa igreja perfeita, se tal igreja existisse.
2. Ao invés de criticar as falhas de alguns, é muito melhor
ressaltar as virtudes dos outros.
3. Se eu já sou velho, devo tratar os jovens como eu
gostaria de ter sido tratado no meu tempo de jovem; se
sou jovem, vou tratar os mais velhos como gostaria de
ser tratado quando ficar velho.
4. Quando vier o impulso para criticar os outros, oro
primeiro por eles. Talvez eles não vão mudar, mas Deus
poderá fazer maravilhas em minha própria vida.
5. Quando verificar que algum trabalho está sendo
negligenciado, ao invés de criticar, oferecerei ajuda.
6. Não vou culpar os outros por suas faltas. Cada indivíduo
pode ser fiel a Deus apesar de exemplos
desanimadores.
7. Quero sempre lembrar de que a forma mais eficaz de
melhorar o mundo é começar comigo mesmo.
8. Procurarei ressaltar as virtudes dos irmãos, anotando-as
mentalmente.
9. Farei todo possível para aumentar meu círculo de
amizade e trazer novos membros para a igreja.
10. Sei que toda igreja tem dificuldades. Pergunto a mim
mesmo: “estou contribuindo para a solução dos
problemas ou sou meramente um espectador crítico?”
“Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para
que venham as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai
que está nos céus” (Mt. 5:16).
24
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Eis o Homem! Quem é esse Homem?
Jesus através das Escrituras
Em Gênesis Ele é a Semente da Mulher.
Em Êxodo Ele é o Cordeiro Pascal.
Em Levítico Ele é o Sumo Sacerdote.
Em Números Ele é a Coluna de Nuvem de Dia e a Coluna de
Fogo à noite.
Em Deuterônimo Ele é o Profeta Semelhante a Moisés.
Em Josué Ele é o Capitão de nossa salvação.
Em Juízes Ele é o nosso Juiz e Legislador.
Em Rute Ele é o Remidor da nossa Parentela.
E I e II Samuel Ele é o nosso Profeta Confiável.
Em Esdras Ele é o nosso Escriba Fiel.
Em Neemias Ele é o Reconstrutor dos Muros Caídos de
nossas Vidas.
Em Ester Ele é o Mordecai de nossa Adoção.
Em Jó Ele é o nosso Sempre-Vivo Redendor.
Em Salmos Ele é o nosso Pastor.
Em Provérbios e Eclesiastes Ele é a nossa Sabedoria.
Em Cantares Ele é o nosso Noivo Amado.
Em Isaías Ele é o Príncipe da paz.
Em Jeremias Ele é o Ramo da Justiça.
Em Lamentações Ele é o nosso Profeta que chora.
Em Ezequiel Ele é o Maravilhoso Homem de Quatro Faces.
Em Daniel Ele é o Quarto Homem da Fornalha.
Em Oséias Ele o Marido Fiel, “Para Sempre Casado com os
Descaídos”.
Em Amós Ele é o Que suporta Nossos Fardos.
Em Obadias Ele é o Poderoso Para Salvar.
Em Jonas Ele é o Missionário Transcultural.
Em Miquéias Ele é o Mensageiro dos Pés Formosos.
25
O DNA do Grão de Mostarda
Em Naum Ele é Aquele que Exerce Vingança em Favor do
seu Povo.
Em Habacuque Ele é o Evangelista de Deus que Clama:
“Aviva a tua Obra no Meio dos Anos”!
Em Sofonias Ele é o nosso Salvador.
Em Ageu Ele é o Resgatador da Herança Perdida de Deus.
Em Zacarias Ele é a Fonte Aberta na casa de Davi para
remover o Pecado e a Impureza.
Em Malaquias Ele é o Sol da Justiça.
Em Mateus Ele é o Messias.
Em Marcos Ele é o Servo Maravilhoso.
Em Lucas Ele é o Filho do Homem.
Em João Ele é o Filho de Deus.
Em Atos Ele é o Espírito Santo.
Em Romanos Ele é o nosso Justificador.
Em I e II Coríntios Ele é o que nos Santifica.
Em Gálatas Ele é o que nos Redime da Maldição da Lei.
Em Efésios Ele é o Cristo das Riquezas Insondáveis.
Em Filipenses Ele é o Deus que supre em Glória todas as
nossas necessidades.
Em Colossenses Ele é a Plenitude Daquele que tudo enche.
E I e II Tessalonicenses Ele é o nosso Rei que em breve
Voltará.
Em I e II Timóteo Ele é o nosso Mediador entre Deus e os
Homens.
Em Tito Ele é o nosso Pastor Fiel.
Em Filemon Ele é o Amigo mais chegado que um irmão.
Em Hebreus Ele é o Sangue da Eterna Aliança.
Em Tiago Ele é o Grande Médico, porque “A Oração da Fé
Salvará o Enfermo”.
Em I e II Pedro Ele é o Supremo Pastor, que em breve
aparecerá com Imarcescível Coroa de Glória.
26
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Em I, II e III João Ele é o Amor.
Em Judas Ele é o Senhor que voltará com dezenas de
milhares de Santos.
Em Apocalipse Ele é o Rei dos Reis e o Senhor dos
Senhores.
ELE É JESUS DE NAZARÉ, O FILHO DO DEUS VIVO!
MEU SALVADOR! MEU COMPANHEIRO!
MEU SENHOR E REI!
27
O DNA do Grão de Mostarda
Citações Importantes
Nós tomamos conta de tudo - cidades, fortes, metrópoles,
centros financeiros, Sim! E quartéis, tribos, palácios, senados,
fóruns e tribunais. Tudo o que fica pra você é o templo
(Tertuliano, The Body, p. 359).
Nossa visão, pela qual nos empenhamos, é levar homens,
mulheres, jovens e crianças a se tornarem discípulos de Jesus
e a serví-lo em comunhão de uns com os outros e na
sociedade (Iran Bernardes da Costa).
O gesso serve para imobilizar os membros quebrados.
Quanto mais tempo durar a imobilização, mais atrofiados ficam
os membros. Assim são os “Templos” (Iran Bernardes da
Costa).
Eis o grande desastre evangélico - o fracasso do mundo
evangélico por não se posicionar pela verdade como verdade.
Só existe uma palavra que define tal situação – Acomodação
(Francis Schaeffer, The Body p. 227).
A tarefa do povo de Deus é, com o máximo empenho
possível dentro de uma geração perversa, resgatar o cosmos
para o propósito criado por Deus (Carl F. H. Henry, The Body,
p. 255).
O mundo bebe para esquecer; os cristãos bebem para
lembrar (Em memória de mim - Steve Brow, The Body, p. 121).
Se alguém tem Deus como Pai, terá a Igreja como Mãe
(Agostinho, The Body, p. 63).
28
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Eu não optei por uma religião para me tornar feliz. Eu sei que
uma garrafa de licor poderia suprir isso. Se você deseja uma
religião apenas para lhe trazer conforto, eu certamente não lhe
recomendo o cristianismo (C. S. Lews, The Body, p. 39).
Se você procura uma igreja só para se sentir seguro e
confortável, o ministério Grão de Mostarda poderá não ser um
bom lugar (Iran Bernardes da Costa).
29
Grupos de
Ministérios e
Serviços em
Funcionamento
Iran Bernardes da Costa, Bruce Vernon Colson
e Helio Alfinito Júnior
O DNA do Grão de Mostarda
Escola de Ministérios Grão de Mostarda
Palavra do Diretor Geral
É uma imensa alegria dizer a todos, bem vindos à Escola
de Ministério Grão de Mostarda! Depois de vinte e cinco anos
de tentativas ministeriais marcadas por frustrações, o Senhor
nos agraciou com um ministério emergente, revitalizado e
vibrante, e, Isto é o que precisávamos para servir de respaldo
para o que estamos iniciando agora.
A Escola de Ministérios Grão de Mostarda é uma iniciativa
da Missão Cristã Grão de Mostarda, uma pequena semente de
fé plantada no dia 11 de maio de 1994, em Brasília, DF. Desde
seu inicio, esta “Igreja“ tem sido muito bem sucedida, obtendo
resultados expressivos realizando ministérios com total
sucesso, em diversas áreas. Sua marca principal é a
simplicidade. Seu livro é a Bíblia, seu credo é Jesus Cristo;
postula que “Não somos os únicos, mas unicamente
discípulos.” Seu maior patrimônio é o seu povo.
(Iran Bernardes Costa é casado com Neuza Maria S. Costa. É
formado em Teologia pelo Seminário Teológico Evangélico do Brasil,
Belo Horizonte, MG; Bacharel em Direito pela UFMT, Mestre em Artes
em Religião pelo Emmanuel School of Religion, TN, USA. e é
Doutorando pela Faculdade Teológica Sul Americana, Londrina,
Paraná).
Palavra do Diretor de Formação Integral
Nos úlimos 50 anos temos constatado grandes mudanças
ocorridas no mundo. Palavras e conceitos que nem existiam há
pouco tempo passaram a fazer parte do dia-a-dia das pessoas.
Neste contexto a Igreja também tem passado muitas
32
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
mudanças, ainda que o Evangelho permaneça o mesmo. A
Escola de Ministérios Grão de Mostarda nasceu da
necessidade que a Igreja tem de levantar e treinar uma
liderança para esta época.
O Reino de Deus está expandindo por todo o mundo de
maneira assutadora através de pequenos grupos e pequenas
congregações espalhadas por várias regiões do mundo. Estas
pequenas congregações, bem como as grandes, contam com
líderes que ainda necessitam de treinamento à altura dos
desafios atuais.
Assim, temos o prazer de convidar a todos a se unirem a nós
nesta nova e empolgante aventura e iniciativa de desenvolver
uma nova geração de líderes de vanguarda para estes dias.
(Bruce Colson é casado com Marineide R. Colson. Bruce é
graduado em Teologia pelo Crossroads College, em Rochester, MN;
possui Mestrado em Divindade pelo Emmanuel School of Religion em
Johnson City, TN e Estudos Graduados de Missões, pelo Fuller
Theological Seminary).
Escola de Ministérios Grão de Mostarda
ESCOLA: A palavra escola neste caso indica nossa ênfase
no caráter humilde de um discipulado planejado para produzir
uma liderança e serviços de qualidade. Escola diz respeito à
busca de habilidades práticas, e não apenas informações.
Sobretudo, a escola visa o desenvolvimento do caráter pessoal,
preparando a Igreja e seus membros e líderes para o Ministério
da reconciliação.
...DE MINISTÉRIO: Trata-se de formação ministerial e não
apenas intelectual. A escola teológica convencional ensina
teologia para produzir ministros (servos obreiros e pastores). A
escola de Ministério, ao contrário, ministra serviços e assim,
33
O DNA do Grão de Mostarda
pretende obter ministros que acabam aprendendo também um
pouco de teologia.
...GRÂO DE MOSTARDA: é uma idéia de celebração da
insignificância e da simplicidade. Não pretendemos grandeza,
pelo contrário, “Deus escolheu as coisas humildes do mundo e
as desprezadas, aquelas que não são para reduzir a nada,
aquelas que são, a fim de que ninguém se vanglorie na
presença do Senhor” (1 Coríntios 1:28-29).
Tese fundamental
A Igreja é essencial para a redenção de toda a humanidade e
para a edificação de cada membro através do cumprimento de
ministérios efetivos e a continuada formação de novos líderes.
Missão
A Escola de Ministério Grão de Mostarda existe para,
enfaticamente, impactar a Igreja local, inspirando, equipando e
desafiando os membros do “corpo de Cristo” e seus líderes
com princípios aplicáveis e idéias práticas para viverem a vida
cristã em sua plenitude, e, assim, melhor cumprir o mandato da
Grande Comissão.
Visão
A Escola de Ministério Grão de Mostarda visa prover a igreja
local de um ministério revitalizado, em todo o mundo:
Desenvolvendo módulos de treinamento que sejam sólidos
em conhecimento e inspiração, e doutrinariamente sadios e
práticos para o ministério.
Desenvolvendo um corpo docente que possa guiar esses
módulos de tal maneira que sejam aplicáveis à vida ministerial
34
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
dentro do contexto cultural onde o módulo está sendo
oferecido.
Objetivo
Proporcionar ao discípulo, condições para viver a vida em
Cristo de forma plena, tornando-o um líder, e preparando-o
para exercer seu ministério de forma excelente. Objetivamos,
portanto, formar líderes capazes de exercer seu ministério,
muito mais por sua influência moral e espiritual do que pelo
conhecimento.... INTRACULTUL
Intracultural
Sendo dinâmica, a Igreja está em constante mudança, em
todo o mundo. A Bíblia apresenta princípios intraculturais que
podem ser aplicados a qualquer contexto cultural. Outros
princípios contudo existem, que são aplicáveis em determinada
cultura. A Igreja vive e ministra dentro do contexto de uma
cultura local.
1. Aspectos gerais
Princípio do sacerdócio universal – enfatizamos que todos os
membros da Igreja têm a incumbência da proclamação e do
discipulado, e para isso devem ser bem preparados;
Sistema consorcial de ensino e aprendizagem – isto significa
que “ninguém é tão ignorante que não possa ensinar; e
ninguém é tão sábio que não possa aprender mais”. Isto é a
prática da educação continuada, ao longo da vida e do
ministério;
Valores funcionais - Recursos humanos, tecnológicos,
físicos, Intelectuais, espirituais, motivacionais, são valores
funcionais nesta escola;
35
O DNA do Grão de Mostarda
Experiências transculturais - Através de Intercâmbios
internacionais de alunos e professores tais experiências serão
seriamente encorajadas.
2. Aspectos curriculares
O currículo da escola será constituído tanto de elementos
objetivos, ou seja, disciplinas que visam o desenvolvimento do
intelecto; como subjetivos, valores psicológicos internalizados
ao objetivo, tais como: atitudes, palavras e ações.
A Escola oferece um variado currículo, levando-se em conta
os aspectos da necessidade, da oportunidade, e da
aplicabilidade, nas áreas de:
 Divindade: Conhecendo Deus como Pai, Filho, e
Espirito Santo,
 Humanidade: Conhecendo o Homen, sua queda e
restauração,
 Revelação: Conhecendo e vivendo a Palavra de Deus
Profundamente, Comunidade: Vivendo como O Povo
de Deus aqui na Terra,
 Família: Restaurando os Principios de Deus para a
Familia
3. Público alvo
Esta instituição é aberta e pretende servir a todos os cristãos
interessados, procedentes de qualquer legenda evangélica,
com testemunho cristão autêntico. Esta iniciativa pretende
servir ao Reino de Deus, sem distinção ou barreiras
preconcebidas.
Todos aqueles que têm tido real experiência de salvação em
Jesus Cristo e que desejam servi-lo melhor, são muito bem
vindos. A Escola de Ministérios Grão de Mostarda estende esta
oportunidade a todos.
36
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Além do treinamento específico e habilidades ministeriais, a
escola oferece fundamentos para uma ética bíblica visando
resgatar os valores morais, atualmente tão raros na vida
profissional, na cidadania, na família, e na igreja.
4. Como funciona
A Escola de Ministério Grão de Mostarda funcionará de modo
a atender às necessidades de formação de líderes para a
igreja, onde quer que haja esse desafio, em qualquer parte do
mundo. Os estudantes terão suas aulas em módulos, tanto na
sede da escola, bem como em determinadas localidades.
A Escola procurará disponibilizar, dentro do possível,
professores com as habilidades e dons que melhor atendam às
necessidades da igreja local, no país onde ela se encontra.
Lembramos que esta escola não possui registro de
reconhecimento no Ministério da Educação, estando, portanto,
dentro da categoria de cursos livres.
37
O DNA do Grão de Mostarda
HESSED Instituto Família
Modelo de atuação Ministerial
Introdução
A família inegavelmente é o melhor projeto concebido e
implantado por Deus para relacionamento com Ele, entre seus
componentes e as pessoas com quem interage. A família
representa um grupo primário que influencia seus participantes,
produzindo valores de caráter e disseminando princípios por
toda a sociedade. Deus criou homem e mulher como núcleo
familiar monogâmico e o estruturou para que vivesse em amor,
harmonia, alegria e paz, segundo elevados padrões éticos e
morais, viabilizando maravilhosa experiência e formando a
base de gerações subsequentes felizes. Deus dá a vida ao ser
humano para que viva sobre o alicerce familiar estruturado
dentro dos padrões divinos. Havendo vida há que preservá-la e
destiná-la para viver numa boa família. Tudo de melhor que
pode acontecer à sociedade é consequência da educação
equilibrada em família.
Valores e influências distorcidas têm seduzido o ser humano
ao longo dos tempos e provocado consequências desastrosas.
Quantas vidas no útero de mulheres deixaram de existir por
medo de gravidez indesejada ou mesmo de receio “do que vão
dizer”. O aborto é egoísta, pois desconsidera a vida que se
formou no ventre da mulher. Os descontroles gerados pelos
vícios ou mesmo a falta de discernimento quanto ao adequado
convívio relacional produzem violência familiar que geralmente
alcança esposas e filhos, com sequelas de difícil cura e
relacionamentos normalmente restaurados somente em médio
e longo prazo. Nesse contexto ainda acontecem os abusos
sexuais, causadores de medos, inseguranças e depressões. Os
38
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
divórcios por sua vez têm dilacerado a sociedade, afetando
principalmente os filhos. Dificilmente filhos de pais divorciados
encontram norte para suas vidas. Sempre falta a presença do
pai ou da mãe nos momentos mais cruciais de formação do
caráter. Faltam referências, orientações e exemplos dignos.
São situações que produzem uma sociedade onde impera o
egocentrismo, o desejo de sempre levar vantagem sobre o
outro, a ganância de alcançar ganhos além das necessidades
sem honestidade de propósitos. Uma sociedade doente, ferida
e infeliz. Nela encontram-se inúmeras pessoas tristes e que
sofrem, quando poderiam se alegrar e viver em harmonia e
plenitude. Nela há ainda várias pessoas atribuladas pela
insegurança e falta de esperança, quando poderiam viver em
paz. Nela também se constata pessoas derrotadas que
poderiam ser vencedoras.
A família estruturada é verdadeiramente a célula de uma
sociedade saudável e produtiva. A vida equilibrada em família
necessita ser o foco das principais e prioritárias atenções. Se
não for, casamentos serão desfeitos, filhos estarão sujeitos à
violência familiar e às influências das más conversações e
costumes, e gerações serão perdidas.
Nossa missão é orientada pelo padrão da graça e do amor
de Deus revelados na Nova Aliança em Cristo Jesus, para
sermos agentes de transformação do contexto social das
famílias, procurando elevar a sociedade em que vivemos a
patamar superior de desenvolvimento, amor, harmonia e paz
planejados por Deus, preparando os escolhidos para a glória do
Pai na eternidade.
É nesse sentido que o presente documento trata do Modelo
de Atuação Ministerial do Instituto Família Hessed, criado parao
resgate e a restauração da identidade, da dignidade, da
integridade e do bem-estar da família.
39
O DNA do Grão de Mostarda
Contexto social das famílias
A formulação de um modelo de referência deve considerar o
contexto em que se insere a instituição e seus propósitos, para
contemplar a realidade e as necessidades das pessoas que
são alvo de suas ações.
No Século 21 as rupturas familiares aumentaram
consideravelmente e novos conceitos de convivência foram
criados naturalmente como forma de ajuste às realidades
sociais. Inúmeras famílias formadas pelos valores tradicionais casal composto de marido e esposa, com ou sem filhos - foram
desfeitas e isso acarretou mudanças na composição original do
grupo familiar concebido por Deus, produzindo as mais
diferentes configurações.
Trazendo a questão para o Brasil, que é o objeto focal do
Instituto Família Hessed, os números oficiais demonstram
alterações que merecem análise. O senso do IBGE de 2010
constatou que há cerca de 57 milhões de lares brasileiros e
uma nova distribuição das famílias no Brasil conforme a sua
composição.
As famílias segundo o IBGE estão assim
distribuídas:
a) 37,7 milhões ou 66,2% são Famílias Nucleares,
sendo que destas 61,9% são casais com filhos;
20,7% são casais sem filhos; 15,1% são mulheres e
seus filhos; 2,3% são homens que moram com seus
filhos;
b) 10,8 milhões ou 19% são Famílias Estendidas,
sendo que destas 43% são casais com filhos e
outro parente; 10,9% são casais sem filhos e outro
parente; 26,7% são mulheres com filhos e outro
parente; 3,6% são homens com filhos e outro
parente; 15,8% são outros tipos de famílias
estendidas;
40
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
c) 1,4 milhões ou 2,5% são Famílias Compostas,
sendo que destas 30,1% são casais com filhos
vivendo com não parentes; 9,9% são casais sem
filhos vivendo com não parentes; 15,8% são
mulheres com filhos vivendo com não parentes;
3,5% são homens com filhos morando com não
parentes; 40,6% são outros tipos de famílias
compostas;
d) 6,9 milhões ou 12,2% são Lares Unipessoais,
sendo que destes 51,2% são homens morando
sozinhos e 48,8% são mulheres vivendo sozinhas;
e) 60 mil são casais gays, sendo que 53,8% deles
são compostos por mulheres e 46,2% por homens.
O Anexo 1 demonstra a nova configuração das famílias
brasileiras, segundo o senso de 2010 do IBGE.
Importantes comparações podem ser feitas entre o senso
realizado no ano 2000 e no de 2010.
A proporção de divorciados quase dobrou, pois em 2000
eram 1,7% dos brasileiros e em 2010 passou para 3,1%
(aumento de 82,3%), o que significa que os filhos deixaram de
contar com a referência de pai ou mãe, afetando seu equilíbrio
formativo de valores e princípios.
O índice de casados caiu em menor proporção, uma vez que
em 2000 eram 37% dos brasileiros e em 2010 o percentual foi
de 34,8% (queda de 5,9%), representando que há menor
número de famílias estruturadas como núcleo social oficial.
Constatou-se por outro lado que 16,3% desses casais são
famílias reconstituídas, integradas por divorciados que se unem
novamente em casamento, trazendo os filhos de
relacionamentos anteriores. Essa situação, porém, traz
concepções novas para os filhos e futuras formas de
composição da família.
41
O DNA do Grão de Mostarda
Por sua vez, a união consensual cresceu 21,7%, na medida
em que no ano 2000 eram 28,6% dos brasileiros e em 2010
passou para 34,8%. Tal crescimento também se deveao fato de
que a Constituição Federal Brasileira de 1988 passou a
reconhecer expressamente a união estável entre homem e
mulher como entidade familiar, e, portanto, com especial
proteção do Estado, configurada na convivência pública,
continua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família. Todavia, tal união estável nem sempre
confere orientação segura ao companheiro ou companheira,
nem aos filhos do casal, tendo em vista que na maioria dos
casos é afastado qualquer balizamento de caráter bíblico e a
união torna-se frágil por facilitar a separação da família.
Os casamentos civis e religiosos reduziram 13,15%,
considerando que em 2000 houve 49,4% dos brasileiros
casando e em 2010 foram 42,9%. Muitos casais possivelmente
optaram pela união consensual, para posteriormente avaliarem
da conveniência ou não de casarem. Esse fato também mostra
que o número de famílias estruturadas como núcleo social
oficial vem reduzindo, com reflexos negativos para os filhos
quando tiverem de optar pela forma de composição da
respectiva família.
O Anexo 2 mostra graficamente as comparações entre o
senso realizado no ano 2000 e no de 2010.
Os efeitos do quadro exposto são nefastos, como já
comentados anteriormente. Contudo, há necessidade ainda de
trazer essa configuração constatada pelo senso oficial para o
contexto das igrejas cristãs.
Nesse sentido, a primeira pergunta que não pode calar é: Já
percebemos que quando pensamos em família a imagem que
nos vem à mente é um tipo de família nuclear, composta de pai,
mãe e filhos?
42
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Todavia, existe na igreja a maioria das composições de
família mostradas pelo senso IBGE. Portanto, a igreja necessita
ampliar o escopo de atuação junto às famílias, não se limitando
ao trabalho exclusivo com casais. Encontramos casais, homens
ou mulheres solteiros ou separados que não sabem fazer e/ou
não dedicam tempo à educação de seus filhos. Há filhos de
pais separados que ainda são crianças e adolescentes.
Existem jovens que pensam em relacionamento sério para
posterior casamento. Existem ainda os casais idosos, tão
carentes de atenção e oportunidades de comunhão com
pessoas de idade semelhante. Outros são adultos ainda
solteiros, divorciados, viúvos, mães e pais solteiros, sogros,
sogras, avós, noivos. São vidas preciosas que Jesus acolheu
com grande amor e a igreja do Senhor precisa alcançar,
aproveitando as oportunidades e enfrentando os desafios das
diferentes composições ou configurações de famílias.
A Bíblia mostra inúmeros exemplos de famílias constituídas
não só de casais. Tanto no Antigo como no Novo Testamento
citam-se exemplos de solteiros. Quem nunca leu que Jesus
amava estar na família de três irmãos solteiros: Marta, Maria e
Lázaro (Lc 10:38, Jo 11:1-3 e outros). A Bíblia mostra homens
e mulheres que criaram seus filhos sem a presença do cônjuge.
Um dos exemplos mais claros de alguém que vivenciou o que é
ser mãe solteira e ver a misericórdia de Deus na sua vida foi
Hagar (Gn 16:6-11; 21:14-18). E as viúvas? Tanto no Antigo
como no Novo Testamento temos relatos de viúvas que foram
usadas por Deus para cumprimento de seus propósitos: a
Viúva de Sarepta (I Re 17:10-12, Lc 4:26), Rute (Rt 1:16),
Noemi (Rt 1:8) e outras. A exortação que temos no Novo
Testamento é para que a igreja primitiva estivesse atenta às
suas dificuldades (At 6:1, I Tm 5:16). E os relacionamentos
fracassados? A Mulher Samaritana (Jo 4:1-42) é a
43
O DNA do Grão de Mostarda
representante de milhares de homens e mulheres que viram
seus projetos matrimoniais ou familiares destruídos por
circunstâncias diversas e Jesus mostra-lhe que há vida após
um relacionamento fracassado.
O fato de a igreja acolher o divorciado não é sinônimo de que
apoia ou incentiva o divórcio, mas que como igreja deve
pastorear aqueles que se encontram nesta situação.
Jesus também redefine o lugar da criança no Reino de Deus
(Mc 10:14, Mt 18:3). Vemos também exemplos de sogro e
sogra. Enfim, todas essas pessoas são amadas por Deus
independente do seu estado civil ou condições que vieram ao
mundoou nele estão. Necessitamos de um novo olhar ao
examinarmos a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, para
perceber o quanto podemos aprender no acolhimento às vidas,
criando um ambiente em que elas se sintam incluídas e
amadas.
Há ainda outros aspectos a considerar no contexto familiar,
qual sejam os efeitos da rápida evolução tecnológica
experimentada pelas pessoas em todo o mundo, especialmente
a informática e a Internet, que trouxeram inúmeras facilidades
de disseminação de informações em tempo real. Sob essa ótica
se enquadram as mais diferentes mídias como vídeos, blogs,
colunas e páginas atrativas operacionalizadas em site oficial,
Ensino à Distância (EAD), as redes de relacionamento como
Facebook e Twitter, que, ao invés de serem instrumentos
marginalizados pelas lideranças das igrejas, podem ser
oportunamente utilizados para disseminar valores e princípios
de uma família segundo os padrões da Nova Aliança,
alcançando o maior contingente possível de pessoas e famílias.
Isso sem falar nas crescentes evoluções do uso do celular
como instrumento de acesso à Internet e aos vídeos nela
disponíveis, envio de mensagens e outras formas de
44
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
comunicação. Claro que não perderam seu valor e devem ser
mantidos os instrumentos pedagógicos tradicionais como livros,
apostilas, revistas e outras literaturas, assim como os
encontros, seminários e cursos presenciais.
Pressupostos diretivos para o modelo de atuação
ministerial
Além de considerar o contexto com suas realidades e
necessidades, o Modelo de Atuação Ministerial é a referência
que deve ter como base os Fundamentos Norteadores e as
Condições de Caráter Operativo das ações da instituição objeto
de estruturação e implantação. É a forma de direcionar
conscientemente seus esforços produtivos e evitar o
desenvolvimento de trabalhos que não atingem o que
realmente necessita ser realizado, o que, caso contrário, seria
como dar a esmo “murros ou golpes no ar”.
Fundamentos norteadores
A publicação do livro Hessed, Pais e Filhos - Um Caminho
Sobremodo Excelente, produzida pelos Pastores Iran
Bernardes da Costa e Neuza Maria S. Costa, que foi
apresentada no XVII Encontro Nacional do Ministério Grão de
Mostarda de 2011, mostra os pontos de abordagem que devem
orientar todas as ações do Instituto Família Hessed. São pontos
que se constituem nos fundamentos norteadores do Hessed,
reproduzidos a seguir.
A ferramenta é o amor
Com ênfase na Nova Aliança, o Hessed busca um caminho
sobremodo excelente. Preterindo os meios até agora utilizados,
está voltado para as coisas que são melhores e pertencentes à
salvação. Estamos nos referindo ao que Cristo conquistou na
45
O DNA do Grão de Mostarda
cruz, um novo estado de espírito e um novo estilo de vida, que
o Novo Testamento chama de amor incondicional, ou Hessed
(1 Co 13; Hb 6:9).
O método é a aceitação
Uma das mais profundas e urgentes necessidades das
pessoas é a certeza de sua aceitação. Todas as pessoas são
preciosas e devemos aceita-las como elas estão ou são, pois
esta atitude oferece uma oportunidade para a operação da
Palavra de Deus e do Espírito Santo, que são poderosos para a
salvação de todos. Todavia, é importante ressaltar que aceitar
as pessoas não implica em concordar com o estilo de vida que
praticam. Por errar na distinção destes dois aspectos (valor
individual e estilo de vida) é que a igreja tem falhado em sua
principal missão: a de transmissora da graça de Deus e de
colaboradora para a transformação da vida das pessoas que
lhe são confiadas.
A sustentação é a oração
Respondendo a uma pergunta de D. L. Moody, uma criança
disse que “Oração é uma oferta que fazemos a Deus contando
nossos desejos por coisas da concordância dele, em nome de
Cristo, com confissão dos nossos pecados e com
agradecimento por sua misericórdia”.
A oração nunca é um fardo que temos que carregar ou uma
obrigação a cumprir. É, antes, um gozo do espírito e tem um
poder sem limite.
“Oração é o sincero desejo da alma;
Expresso, ou calado dentro em nós.
O mover de um rio, trazendo calma;
É a comoção de espírito, na congregação ou a sós.
Se preocupação distrai, ou temos assombra;
46
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Se culpa condena, ou pecados consomem;
Em todo caso, Ore! Ore! Descanse, Dele à sombra”. Iran
A atitude central é a compaixão
“Ao aflito deve o amigo mostrar compaixão, a menos que
tenha abandonado o temor do Todo-Poderoso” (Jó 6:14).
Será que esse preceito vaticinado por Jó foi validado na
Nova Aliança? Mateus registrou essas palavras de Jesus:
“Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que
permanecem comigo e não tem o que comer; e não quero
despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho” (Mt
15:32).
Compaixão e temor do Senhor andam de mãos dadas. Essa
deve ser sempre nossa atitude principal para com os que
sofrem.
O Empenho é o cumprimento do mandato do Pai
Empenho é sede inexaurível de servir. É o aguilhão que nos
move a cumprir nosso chamado.
Temos o exemplo tocante de Paulo, que disse: “Porém em
nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que
complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor
Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At
2:24).
A força é a identidade e o destino
Nosso maior exemplo é o Senhor Jesus. Quando perguntado
por Pilatos se ele era rei, Ele respondeu: “Tu dizes que sou rei.
Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar
testemunho da verdade” (Jo 18:37). Assim como Jesus,
buscamos a certeza de quem somos e para que estamos aqui.
47
O DNA do Grão de Mostarda
É esta convicção a força propulsora daquilo para o que fomos
chamados.
A Vida é para cumprir nossa Missão
Todos nós nascemos pelo desígnio de Deus e com uma
missão pessoal. Essa missão é a razão da nossa vida.
Atitudes Gerais
Para com os doentes, é curá-los
O ministério de Jesus, que é o nosso paradigma, foi
essencialmente de cura. Não temos em nós mesmos o poder
para curar, mas o fazemos pelo poder de Deus, que exercemos
em nome de Jesus. Também a Palavra de Deus ministrada traz
cura e libertação; traz alívio e conforto para as pessoas.
Através da oração podemos realizar um excelente ministério de
cura.
Para com os perdidos, é encaminhá-los.
A situação do mundo está igual ou pior do que nos dias de
Jesus. Por outro lado, encontramos multidões aflitas e
exaustas, como ovelhas que não tem pastor. Pessoas que não
sabem de onde vem nem para onde vão. Não sabem o
caminho; estão perdidas. O deus deste século as cegou de tal
maneira que estão sem a menor referência. É nossa
incumbência encaminhar essas pessoas. Tanto crianças como
adultos; todos precisam ser guiados em toda a verdade.
Para com os caídos, é levantá-los
Por todo o lugar encontramos pessoas caídas, em todos os
sentidos. Aqueles que perderam o ânimo para a vida; aqueles
que sofreram reveses nos negócios; aqueles que se acham mal
sucedidos na criação dos filhos; aqueles que foram vítimas do
48
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
pecado e muitos outros. Pessoas caídas de todas as maneiras.
Deus nos chamou a levantar os caídos, como fez o samaritano
ao homem caído no caminho, por onde já haviam passado o
sacerdote e o levita.
Para levantar os caídos, temos que nos nivelar a eles, não
da mesma realidade física ou moral, mas em atitude de
simplicidade e humildade; compreensão e aceitação.
Para com os marginalizados, é valorizá-los
Muitos que vivem à margem do caminho. São indecisos;
irresolutos; rejeitados; sem teto; sem voz; sem direito. Nossa
tarefa é valorizá-los. Isso significa abrir-lhes o entendimento de
que eles têm valor e ajudá-los a descobrir esse valor e utilizá-lo
para a viabilização da vida. É investir algum capital moral;
resgatar a dignidade; curar a autoestima e sugerir meios para
assumir a vida.
Para com os arruinados, é reconstruí-los
Não poucas são as vezes que encontro pessoas, e até
famílias inteiras, arruinadas. Às vezes a situação é muito
desanimadora e não temos a menor ideia do que fazer.
Entretanto, temos também visto pessoas e famílias
reconstruídas por Deus de maneira milagrosa. Temos de crer
que Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que
pedimos ou pensamos (Is 58; Ef 3:20).
Para com os quebrados, é reintegrá-los
Um sentimento de desintegração ocupa o coração de grande
parte da população hoje em dia. Não é apenas um sentimento,
mas uma realidade. Famílias despedaçadas; pessoas
portadoras de malformação social, espiritual e psicológica;
desajustes de toda ordem; feridas na alma; atitudes de
49
O DNA do Grão de Mostarda
aviltamento, de aniquilamento e de autoextermínio crescem a
cada dia. Essa é a hora de lembrarmo-nos do que vaticinou o
profeta Ezequiel, traduzindo o coração de Deus: “a perdida
buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a
enferma fortalecerei...” (34:16).
Tal foi o ministério de Jesus, tal deve ser também o nosso:
reintegrar os quebrados.
Para com os mortos no pecado, é dar-lhes a vida
Através do ministério realizado por humanos, o Divino
devolve a vida aos mortos no pecado. Este é o grande
sacramento. É como diz Paulo: “Ele vos deu vida, estando vós
mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes
outrora...” (Ef 2:1).
Ecologia Espiritual
Todo organismo precisa de um ambiente onde possa viver e
se expressar, para assim cumprir seus objetivos. O Hessed é
um ministério criado e fundamentado nas Escrituras Sagradas,
portanto é orgânico, e pede uma ecologia que lhe seja
apropriada, em três dimensões, a saber:
Relacionamento com Deus
As pessoas envolvidas e comprometidas com o ministério,
antes de tudo, são comprometidas com Deus. Vivem uma vida
piedosa e virtuosa; isto quer dizer que são devotas à oração e
vivem uma vida de pureza e integridade. Ouvem Deus através
das Escrituras sagradas e falam com Deus através da
comunhão e da oração. Tem espírito quebrantado e coração
humilde e não tem espírito de oposição.
50
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Relacionamento com as pessoas
Nosso relacionamento com Deus implica em relacionamento
com as pessoas e vice-versa. Construir, manter e restaurar
relacionamentos é uma chamada permanente na vida de cada
um de nós. Em relacionamentos, às vezes precisamos nos
arrepender, pedir perdão; perdoar e relevar muitas ofensas e
desapontamentos. Quando corrigia os irmãos de Corinto sobre
litígios entre eles, Paulo lhes faz duas perguntas em tom de
repreensão: “Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que
não sofreis, antes, os danos?” (1 Co 6:7). Isto significa que o
cristão assume os ônus e sofre os danos que porventura lhes
restarem nos relacionamentos.
Relacionamento com a natureza em geral
Cremos que a incumbência dada por Deus aos nossos
primeiros pais, no Éden, permanece como nosso dever: Cuidar
da criação. Deus criou; o ser humano, especialmente o cristão,
recria. Ele não só zela pela conservação, mas também pelo
desenvolvimento, limpeza e embelezamento de toda a criação.
Ecologia é do interesse de Deus e deve ser nosso também.
Quando essa ecologia é respeitada, o ser humano encontra
a verdadeira significância para sua vida, seu real propósito,
saúde e plenitude de vida.
Redenção
É Graça que inclui para transformar; Graça que transforma
para incluir.
Nome
Hessed, o Deus que faz, cumpre e nos ajuda a cumprir a
aliança.
Hessed, Amor Incondicional.
51
O DNA do Grão de Mostarda
Atitude para com Deus
Amor Incondicional, Hessed.
Natureza e Intensidade do Nosso Amor a Deus (Mt 22:37; Mc
12:30-33; Lc 10:27):
Afeição - de todo o coração;
Paixão - de toda a alma;
Razão - de todo o entendimento;
Dedicação - de toda a força.
Condições de caráter operativo
Objeto
As pessoas e as famílias necessitam de especial atenção em
todas as suas configurações e aspectos. Nesse sentido, o
Instituto Família Hessed tem por finalidade a pesquisa, a
estruturação, o desenvolvimento e a produção de material
pedagógico-educativo, que vise o resgate e a restauração da
identidade, da dignidade, da integridade e do bem-estar das
pessoas e da família.
Para cumprir sua finalidade, o Instituto Família Hessed
desenvolverá, produzirá e implementará ministérios e
respectivos conceitos, métodos, modelos, projetos, cursos,
seminários, vídeos, CD´s, DVD´s, slides, livros, EAD (Ensino à
Distância), site na Internet e outros instrumentos pedagógicos e
de comunicação, assim como encontros e congressos,
podendo capacitar e credenciar líderes específicos com esse
objetivo.
A instituição do Hessed, sua visão e o relacionamento com
outras Organizações
Na sua essência, o Instituto Família Hessed se constitui em
ministério que é fruto da convicção de que as famílias
brasileiras e em todo o mundo carecem de uma abordagem
52
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
cristã fundamentada na Nova Aliança, que vise à prevenção, a
cura e a restauração de pessoas e famílias, atuando para evitar
e minimizar os sofrimentos familiares e da sociedade em geral.
O Hessed foi criado dentro da ótica complementar e
cooperativa. Não vislumbra ser a única ou a mais importante
das iniciativas dedicadas à nobre tarefa de restaurar e edificar
as famílias, em apoio às igrejas e à sociedade. O Hessed
pretende unicamente realizar a missão que lhe foi confiada,
estando aberto às parcerias em prol do maior alcance possível
de pessoas e famílias.
Portanto, todas as organizações para-eclesiásticas e as
próprias igrejas que se dedicam às famílias têm importante
papel e necessitam permanecer dando suas valiosas
contribuições. Nenhum esforço é secundário. O importante é
somar e multiplicar. Nunca subtrair e dividir.
Dessa forma, o Hessed tem como princípio ético evitar a
competição e o desenvolvimento de atividades, conceitos,
métodos, modelos e projetos iguais aos adotados por outras
instituições empenhadas no resgate e restauração de famílias.
O alvo são as pessoas e famílias. Assim, o Hessed estará
sempre à disposição das igrejas cristãs de diversas
denominações para apoiá-las e com elas manter
relacionamento responsável que considere o contexto de seus
ministérios.
Abrangência e aderência do modelo de atuação Ministerial
Toda organização adequadamente estruturada e produtiva
se baseia em um modelo de atuação concebido de acordo com
suas finalidades, contexto aplicável e fundamentos
norteadores. O modelo é o instrumento que considera a
essência desse contexto, traduz os alvos a serem alcançados
por meio de ministérios, define as ações que necessitam ser
53
O DNA do Grão de Mostarda
realizadas e as interações existentes entre elas, elege os
atores envolvidos - em especial os seus beneficiários -, e ainda
estabelece os meios capazes de gerar resultados eficazes e
promover
a
transformação
esperada
no
contexto
socioeconômico.
No caso específico do Instituto Família Hessed, os aspectos
abrangidos pelo seu Modelo de Atuação Ministerial devem
guardar sintonia, coerência e consistência com as
ORIENTAÇÕES BÁSICAS definidas para o Hessed pelo
Ministério Grão de Mostarda, particularmente o estabelecido no
item 3.3 dessas Orientações. Nesse sentido, está estabelecido
que, no início das suas atividades, o Hessed deve formular o
seu modelo de atuação ministerial, contemplando pelo menos a
sistemática de trabalho e os temas básicos de ministérios
voltados para o resgate e restauração de famílias.
Operacionalização das atividades
O Hessed realizará suas atividades de forma criativa e
inovadora, empenhado na pesquisa e na formulação de
ministérios e respectivos conceitos, métodos, modelos e
projetos diferenciados dos existentes no mercado, podendo
contar com equipes destinadas a tal fim.
Nesse sentido, um dos alvos do Hessed é desenvolver
ministérios que guardem sintonia com os valores e princípios
da Nova Aliança em Cristo Jesus e a visão do Reino de Deus
nela revelada, sempre buscando trazer novas dimensões em
relação aos seminários e cursos já existentes.
Equipes de projetos poderão ser constituídas pelo Hessed,
de acordo com as necessidades, sempre levando em conta os
temas de ministérios e os respectivos requerimentos de
contribuições profissionais.
54
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Para viabilizar o maior alcance dos ministérios, conceitos,
métodos, modelos e projetos desenvolvidos, junto às pessoas e
famílias, o Hessed atuará com amplo processo de
disseminação, contemplando, dentre outros, a produção e
divulgação de CD´s, DVD´s, vídeos na Internet e EAD (Ensino
à Distância) e outras mídias, bem como seminários de
sensibilização de líderes.
Todas as lideranças facilitadoras dos seus seminários,
cursos e outros meios adotados deverão ser préviamente
capacitadas e credenciadas pelo Hessed.
O Hessed orientará seus ministérios pela edição de
literaturas, vídeos, CD´s, DVD´s, slides, EAD (Ensino à
Distância), site na Internet e outros instrumentos de
comunicação e educação de produção própria, assim como
outras iniciativas que se coadunem com suas finalidades.
Pessoas e configurações familiares, necessidades e
ministérios
Para direcionar conscientemente seus esforços produtivos e
evitar o desenvolvimento de trabalhos que não atingem o que
realmente precisa ser realizado, o Hessed focará seus
ministérios a partir das necessidades identificadas no contexto
social das famílias. Como o contexto é dinâmico, em função
dos ajustes sociais que ocorrem ao longo do tempo, sempre
que houver mudanças significativas das realidades do contexto,
os ministérios, isolada ou coletivamente, necessitarão ser
ajustados. Portanto, o quadro apresentado no Anexo 3 retrata
as pessoas e configurações familiares existentes e suas
necessidades no contexto social e as sugestões de ministérios
que as contemplem.
55
O DNA do Grão de Mostarda
Modelo de atuação ministerial
O presente Modelo procura retratar ilustrativa e
resumidamente a sistemática de trabalho e os temas básicos
de ministérios, considerando o Contexto e os Pressupostos
Diretivos anteriormente abordados, estando configurado no
Anexo 4 deste documento. Trata ainda do processo de
aplicação e operacionalização dos ministérios, em função do
grau dos problemas e necessidades de pessoas e famílias,
conforme apresentado no Anexo 5.
56
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Anexo 1
NOVA CONFIGURAÇÃO DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS
Fonte: Censo demográfico de 2010 - IBGE
57
O DNA do Grão de Mostarda
Anexo 2
PESSOAS E SITUAÇÃO DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS
COMPARAÇÕES ENTRE O SENSO IBGE 2000 e 2010
58
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Anexo 3
PESSOAS E CONFIGURAÇÕES FAMILIARES, NECESSIDADES E MINISTÉRIOS.
CONFIGURAÇÕES FAMILIARES
- Orientações básicas sobre o
relacionamento e estilo de vida do casal (*)
Famílias
Nucleares
MINISTÉRIOS HESSED
(títulos iniciais)
NECESSIDADES
Casais com ou sem filhos
- Aperfeiçoamento e consolidação do
relacionamento e estilo de vida do casal (*)
Mulher ou homem, morando com
seus filhos.
- Educação dos filhos (*)
 Aconselhamento
 CasaisHessed
 Sagrado Matrimônio
 Hessed - Pais e Filhos
- Orientações específicas para o
relacionamento e estilo de vida de casais
idosos (*)
- Orientações básicas sobre o
relacionamento e estilo de vida do casal (*)
- Aperfeiçoamento e consolidação do
relacionamento e estilo de vida do casal (*)
- Educação dos filhos (*)
 CasaisHessed - Melhor Idade
- Educação dos filhos (*)
 Aconselhamento
 Hessed - Pais e Filhos
- Orientações básicas sobre o
relacionamento e estilo de vida do casal (*)
- Aperfeiçoamento e consolidação do
relacionamento e estilo de vida do casal (*)
- Educação dos filhos (*)
 Aconselhamento
 CasaisHessed
Mulher ou homem com filhos,
morando com não parentes.
- Educação dos filhos (*)
 Hessed - Pais e Filhos
Lares
Unipessoais
Mulher ou homem morando
sozinho, sem relacionamento
anterior com sexo oposto.
Divorciados (as)
Viúvos (as)
- Orientações para a vida solitária e as
possibilidades de construção ou
reconstrução de lares
 Homem Hessed ou Mulher
Hessed
 Construindo Famílias Hessed
Casais
homossexuais
Mulher vivendo com mulher, ou
homem vivendo com homem.
- Orientações para resgate e restauração
espiritual e social
 Homem Hessed ou Mulher
Hessed
- Orientaçõespara os relacionamentos e
estilo de vida (*)
 Futura Geração
Casais Idosos
Famílias
Estendidas
Casais com ou sem filhos,
morando com um parente.
Mulher ou homem, morando com
filhos e um parente.
Famílias
Compostas
Solteiros(as)
vivendo com
a família
Sogros (as)
Gravidez
antes
do
casamento
Casal com ou sem filhos, vivendo
com não parentes.

Adolescentes

Pais de adolescentes




Aconselhamento
CasaisHessed
Sagrado Matrimônio
Hessed - Pais e Filhos
 Sagrado Matrimônio
 Hessed - Pais e Filhos
 Excelente Amor
Situação de corte, namoro ou
noivado.
- Orientações para os relacionamentos e
estilo de vida antes e após o casamento (*)
 Relacionamentos Hessed
Situação de dificuldades no
relacionamento com noras e
genros.
Filhas grávidas
- Orientações para esse tipo de
relacionamento (*)
 Sogros Hessed
- Orientações específicas para essas
situações (*)
 Amor Hessed
Filhos que engravidaram moças
(*) Inclui abordagem sobre cura e prevenção da violência familiar.
Obs.: 1) A designação de casal adotada no quadro acima independeu da situação marital em
que vivem (casados, união estável ou outra); 2) O quadro retrata também outras situações não
contempladas pelo Censo IBGE, mas que são realidades sociais a serem alcançadas, que existem
na igreja e fora dela
59
O DNA do Grão de Mostarda
Anexo 4
MODELO DE ATUAÇÃO MINISTERIAL
(apresentação-síntese)
Contexto
Mudança sociocultural da sociedade; Crescimento do
estresse e da competição; Intensificação da
desestruturação da família; Novas configurações de
vida de famílias e pessoas; Aumento significativo das
doenças psicossociais.



Alvos


Fundamentos
Princípios da Nova Aliança em Cristo
Jesus.
Amor, aceitação, oração, compaixão,
empenho, identidade e destino,
missão.
Atitudes: curar, encaminhar, levantar,
valorizar, reconstruir, reintegrar, gerar
vida.
Resgate e restauração da identidade, dignidade, integridade e bem-estar de famílias e
pessoas.
Promoção de transformação no contexto socioeconômico.
Famílias; Pessoas; Igrejas; Coordenadores de ministérios;
Ministradores; Conselho Hessed; Diretoria Hessed; Parceiros.
Plano de Operacionalização
Condições Operativas

 Ministérios que considerem contexto,
fundamentos e alvos.
 Atores motivados e engajados
 Ministérios amplamente divulgados e
disponibilizados em diversas mídias, para
aumento do seu espectro de alcance.
 Incremento do alcance de pessoas e famílias
pela cooperação e parceria com terceiros.
60
Criação do Conselho Hessed (CH)
 Definição dos ministérios
prioritários
 Escolha de equipe por ministério
(produção)
 Avaliação das propostas pelo CH
 Escolha de coordenador por
ministério
 Divulgação
 Implementação e
acompanhamento
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Anexo 5
PROCESSO DE APLICAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DOS MINISTÉRIOS
1 - Objetivo
O processo tem como objetivo definir as ações ministeriais a serem
adotadas após cuidadoso diagnóstico dos problemas e necessidades da
família e/ou pessoas. Portanto, o diagnóstico é o primeiro passo do
processo, vindo em seguida o tratamento a ser adotado por meio das ações
ministeriais aplicáveis.
2 - Diagnóstico
O diagnóstico é fundamental para definir o ministério apropriado a cada
caso. Será realizado inicialmente pela liderança mais próxima da família e/ou
pessoas, devendo essa liderança atuar em estreita sintonia e contando com
o assessoramento de pastor (a) com quem mantém vínculo ministerial. O
diagnóstico final será resultado do trabalho conjunto do (a) líder e do (a)
pastor (a), uma vez que é fundamental para definir o ministério aplicável ao
caso e o respectivo curso ou seminário a ser indicado às pessoas alvo do
processo.
3 - Tratamentos
Para facilitar a identificação das ações ministeriais necessárias em função do
diagnóstico, foi escolhido como referência o modelo utilizado pela medicina,
que define o tratamento mais adequado em função da situação do paciente.
Contempla duas grandes categorias:
 Medicina Preventiva;
 Medicina Corretiva.
A Medicina Preventiva é a especialidade médica que se dedica à prevenção
de doenças ao invés de seu tratamento. No caso do Instituto Hessed as
ações preventivas serão designadas de Ministérios de Edificação ou
Aperfeiçoamento.
A Medicina Corretiva é a especialidade médica que se dedica ao tratamento
curativo da doença ou do trauma causado por acidentes ou ações
deliberadas das pessoas. Em função do grau de intensidade da doença ou do
trauma, a Medicina Corretiva pode ser exercida em consultório, clínica ou
hospital. Em consultório ou clínica são tratados os casos de pouca ou média
urgência/seriedade e não acontece internação. Já em hospital o
atendimento é urgente/sério e poderá ocorrer em Pronto Socorro ou
61
O DNA do Grão de Mostarda
Emergência, requerendo ou não internação, conforme o caso. A internação
requer maior atenção e também pode acontecer para cirurgias eletivas, ou
seja, as programadas previamente. Seja em decorrência de quadro grave
atendido inicialmente em Pronto Socorro ou após cirurgias com risco de
vida, o paciente poderá ser alocado em UTI - Unidade de Tratamento
Intensivo, até que se restabeleça e possa ser internado em área hospitalar
de recuperação, com perspectiva de alta. No caso do Instituto Hessed as
ações corretivas serão designadas de Ministérios de Resgate ou
Restauração.
3.1 - Ministérios de Edificação ou Aperfeiçoamento:
São aplicáveis no caso de diagnósticos de problemas e necessidades de
famílias e/ou pessoas que não tenham problemas urgentes/sérios.
Contemplam ações de edificação ou aperfeiçoamento, objeto de cursos
e/ou seminários de ministérios Hessed voltados para este tipo de ações,
visando consolidar princípios e estilo de vida cristã e evitar problemas
futuros. O curso e/ou seminário será alocado de acordo com um dos perfis
de família ou pessoas abaixo listados:
 Adolescentes, jovens, namorados, solteiros (as);
 Casais recém-casados, casais unidos civilmente ou em união
estável;
 Pais ou mães que criam seus filhos sem companheira (o);
 Sogros (as), genros e noras.
3.2 – Ministérios de Resgate ou Restauração:
São aplicáveis no caso de diagnósticos de problemas enecessidades de
famílias e/ou pessoas que identifiquem problemas urgentes/sérios.
Contemplam ações de resgate ou restauração, objeto de aconselhamentos,
cursos e/ou seminários de ministérios Hessed voltados para este tipo de
ações. A indicação de aconselhamento, curso ou seminário acontecerá de
acordo com o perfil da família ou pessoas e com os graus de intensidade
acima expostos, semelhantes aos adotados no tratamento da medicina
corretiva (consultório, emergência, internação, UTI).
Para facilitar o tratamento em função dos graus de intensidade dos
problemas urgentes/sérios, será adotado o seguinte critério:
3.2.1 - Casos de menor urgência/seriedade com perspectiva de conserto
(brigas, ciúmes, egoísmos, adultério, vícios, dívidas, disciplina inadequada
nos filhos, etc):
62
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
 Aconselhamento inicial (consultório) e indicação de curso ou
seminário Hessed;
 Participação em curso e/ou seminário (internação);
 Aconselhamento de acompanhamento (consultório).
3.2.2 - Casos emergenciais/sérios com menor perspectiva de conserto
(separações de casais já efetivadas ou em vias de efetivação, doenças
transmissíveis, mulheres solteiras grávidas, violência familiar, filhos expulsos
de casa, dívidas impagáveis, drogas, etc):
 Aconselhamento de impacto (emergência);
 Aconselhamento especial para resgate (UTI);
 Participação em seminário emergencial de poucos dias (UTI);
 Participação em curso (internação);
 Aconselhamento de acompanhamento (consultório).
A apresentação gráfica do presente Processo de Aplicação e
Operacionalização dos Ministérios consta deste Anexo 5 e pode ser
visualizado na página a seguir.
63
O DNA do Grão de Mostarda
Anexo 5
PROCESSO DE APLICAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DOS MINISTÉRIOS
(Quadro Demonstrativo)
Passo 1 - Diagnóstico
Tipo de
Diagnóstico
O Que é
Problemas não
urgentes/sérios
Cuidadosa
descoberta e
identificação dos
problemas e
necessidades da
família e/ou
pessoas
Problemas
urgentes/sérios
Passo 2 - Tratamentos
Hessed - Instituto da Família
Associação com a
Medicina
Preventiva
(prevenção de
doenças ao invés de
seu tratamento)
Corretiva
(tratamento curativo
da doença ou do
trauma causado por
acidentes ou ações
deliberadas das
pessoas)
Ministério
Situação
Indicação
Edificação ou
Aperfeiçoamento
Necessidade de
consolidar princípios e
estilo de vida cristã,
para evitar problemas
futuros
Curso e/ou seminário de
acordo com o perfil da
família ou pessoa
Casos de menor
urgência/seriedade
com perspectiva de
conserto
(brigas, ciúmes,
egoísmos, adultério,
vícios, dívidas,
disciplina inadequada
nos filhos, etc)
Ações de acordo com o
perfil da família ou pessoa:
 Aconselhamento inicial
(consultório) e indicação
de curso ou seminário
Hessed;
 Participação em curso
e/ou seminário
(internação);
 Aconselhamento de
acompanhamento
(consultório).
Ações de acordo com o
perfil da família ou pessoa:
Resgate ou
Restauração
Tipos de
Tratamento:
Consultório,
emergência,
internação, UTI
64
Casos
emergenciais/sérios
com menor
perspectiva de
conserto
(separações de casais
já efetivadas ou em
vias de efetivação,
doenças
transmissíveis,
mulheres solteiras
grávidas, violência
familiar, filhos
expulsos de casa,
dívidas impagáveis,
drogas, etc)
 Aconselhamento de
impacto (emergência);
 Aconselhamento
especial para resgate
(UTI);
 Participação em
seminário emergencial
de poucos dias (UTI);
 Participação em curso
(internação);
 Aconselhamento de
acompanhamento
(consultório).
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Editora Grão de Mostarda
A escrita faz parte da história e cultura humana, e
particularmente, da nossa fé. A fé cristã é uma fé revelada e
nós a temos recebido através das Escrituras Sagradas. Deus
ao revelar-se a Moisés, disse: “Escreve estas palavras; porque
conforme o teor destas palavras tenho feito pacto contigo e
com Israel.” Para Jeremias, o Senhor disse: “Escreve, para que
fique registrado, tudo o que tenho dito.” Lucas, como um
historiador, pesquisou de forma acurada, a fim de registrar os
acontecimentos sobre a vida de Jesus. Estes são apenas
alguns exemplos de escritores bíblicos e a maneira como eles
registraram a revelação divina.
Deus se revela e se comunica através das palavras, e de
forma definitiva Ele se fez carne, e se revelou através de Cristo,
a Palavra. A história cristã e sua tradição é recheada de
escritos extraordinários sobre essa revelação.
O Ministério Grão de Mostarda é herdeiro de uma tradição
cristã cuja característica era registrar e publicar material cristão
para a divulgação do evangelho e dos princípios e valores que
norteavam aquele movimento. Alexander Campbell, um dos
fundadores do Movimento de Restauração, também conhecido
como Movimento Stone-Campbell, além de excelente pregador,
também era um editor e publicador. O crescimento da influência
de Campbell e do Movimento de Restauração pode ser
diretamente relacionado às suas atividades editoriais. Através
de revistas mensais, panfletos ocasionais, uma tradução da
Bíblia, livros de hinos, debates publicados, e outros livros, ele
proclamou os princípios e valores básicos do movimento. Foi a
imprensa acima de tudo que lhe permitiu dar forma e sentido a
65
O DNA do Grão de Mostarda
uma Igreja, Os Discípulos ou Cristãos, que não tinha nenhuma
organização central, mas foi organizada congregacionalmente.3
O Ministério Grão de Mostarda desde seu nascimento
mantém essa tradição. Todos os líderes e pastores são
incentivados e motivados a escrever suas palavras. O primeiro
livro publicado foi O Padrão para Crescimento, de autoria do Pr.
Gerald Holmquist, editado pelo Pr. Iran Bernardes da Costa. Os
Encontros Nacionais desde o início possuem material escrito.
Nos primeiros anos, foram confeccionadas apostilas e revistas.
A partir de 2009, passamos a publicar livros, os quais têm
ultrapassado as fronteiras do próprio ministério. A Escola de
Ministérios seguiu esse mesmo padrão, e todos os cursos tem
material escrito. A partir de 2013, a Escola de Ministérios
também passou a publicar o seu material em forma de livro, e o
primeiro módulo desse ano atingiu a frequência de mais de
quinhentos participantes.
Assim, mesmo como um pequeno “embrião,” a Editora Grão
de Mostarda é uma realidade, cuja missão é divulgar o
Evangelho de Jesus Cristo, que é o “poder de Deus para
transformar aquele que crê;” dessa forma a Editora Grão de
Mostarda objetiva influenciar famílias, líderes cristãos, igrejas e
a sociedade com princípios e valores morais coerentes com a
revelação de Deus e Sua perfeita vontade.
3
Gary Holloway. Alexander Campbell as a Publisher, Vol. 37/No. 1 (1995),
Institute for Christian Studies, Abilene Christian University.
66
Chamado
e
Compromisso
O DNA do Grão de Mostarda
Mordomia Bíblica do Reino de Deus
Bruce Vernon Colson
“Na eternidade muitos de nós se encontrarão em condições
opostas à atual situação em que se encontram aqui na terra.”4
Aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em
cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o
evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele (Lucas
8:1).
O etos do Reino de Deus
Jesus veio para anunciar o evangelho do Reino de Deus.
Este evangelho (boas novas) era bem diferente do que o povo
tinha ouvido sobre um reino. Jesus veio falar de um reino, não
estabelecido e dominado pelos homens, mas um reino criado, e
sustentado pelo amor de Deus. Antes de pensar sobre a
mordomia bíblica precisamos pensar sobre o etos (gênio) do
Reino de Deus. O etos é definido como: “a configuração
subjacente de paixões definidas e valores fundamentais que
moldam, guiam e colocam em movimento as atitudes pessoais
e comportamentais” (Mark McCloskey).
É a disposição de uma pessoa, comunidade ou época. O
Grão de Mostarda como movimento tem seu etos. Para
entendermos bem o Reino de Deus é necessário estudar e
compreender o etos deste reino porque é bem diferente de
qualquer outro reino estabelecido pelos homens.
4
Randy Alcorn, Money, Possessions and Eternity, p. 37.
68
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
O Reino de Deus no Velho Testamento
Sabemos que o Reino de Deus foi bem estabelecido desde a
criação. Foi Ele que criou todas as coisas no princípio (Gn1:1)
O homem foi criado por Deus e foi comissionado de cuidar tudo
o que Deus fez (Gn 1:28-30). Deus esperava que o homem
nunca fosse esquecer-se do fato de que Deus é o Criador de
todas as coisas, inclusive do homem (Rm 1:20-23).
Ao entrar na terra prometida, Deus colocou a seguinte
orientação para o povo de Israel: Ouça, ó Israel: O Senhor, o
nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de
todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas
forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam
em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos.
Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando
estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se
levantar. Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na
testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em
seus portões (Dt 6:4-9).
O povo de Israel entrou e possuiu a terra prometida. Mas
antes, já conhecendo o coração do homem, Deus sabia que
eles iam querer um rei, igual as outras nações. Uma atitude que
entristeceu o coração de Deus (1Sm 8:7-9; 12:12-15). Mesmo
assim, ele deu orientação sobre este rei, lembrando ao povo
que mesmo com um rei terreno, Ele era a autoridade suprema
sobre o rei e o povo.
Se quando entrarem na terra que o Senhor, o seu Deus,
lhes dá, tiverem tomado posse dela, e nela tiverem se
estabelecido, vocês disserem: ‘Queremos um rei que nos
governe, como têm todas as nações vizinhas’, tenham o
cuidado de nomear o rei que o Senhor o seu Deus,
escolher. Ele deve vir dentre os seus próprios irmãos
israelitas. Não coloquem um estrangeiro como rei, alguém
que não seja israelita. Esse rei, porém, não deverá adquirir
69
O DNA do Grão de Mostarda
muitos cavalos, nem fazer o povo voltar ao Egito para
conseguir mais cavalos, pois o Senhor lhes disse: ‘Jamais
voltem por este caminho’. Ele não deverá tomar para si
muitas mulheres; se o fizer, desviará o seu coração.
Também não deverá acumular muita prata e muito ouro.
Quando subir ao trono do seu reino, mandará fazer num
rolo, para o seu uso pessoal, uma cópia da lei que está aos
cuidados dos sacerdotes levitas. Trará sempre essa cópia
consigo e terá que lê-la todos os dias da sua vida, para que
aprenda a temer o Senhor, o seu Deus, e a cumprir
fielmente todas as palavras desta lei, e todos estes
decretos. Isso fará que ele não se considere superior aos
seus irmãos israelitas e que não se desvie da lei, nem para
a direita, nem para a esquerda. Assim prolongará o seu
reinado sobre Israel, bem como o dos seus descendentes
(Dt 17:14-20).
Não levou muito tempo para que o povo de Israel se
desviasse das orientações e dos mandamentos que Deus havia
dado a eles – então, eles foram punidos por Deus. Mas, o
Senhor sempre queria manter (nos corações das pessoas) este
reinado dEle sobre suas vidas.
Quando o Senhor viu que eles se humilharam, veio a
Semaías esta palavra do Senhor: “Visto que eles se
humilharam, não os destruirei, mas em breve lhes darei
livramento. Minha ira não será derramada sobre Jerusalém
por meio de Sisaque. Eles, contudo, ficarão sujeitos a ele,
para que aprendam a diferença entre servir a mim e servir
aos reis de outras terras (2Cr 12:7-8).
Toda essa história do Velho Testamento serve como
entendimento fundamental do etos do Reino de Deus. Assim
nasceu Jesus, não mais para estabelecer um reino físico com
Deus desejava no VT, mas agora um reino espiritual com o
mesmo etos do Reino de Deus desde o princípio. Não é
possível entender o conceito de mordomia bíblica sem entender
o conceito de Jesus como Rei e nós como cidadãos deste
Reino.
70
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Jesus o Rei
Então, Jesus nasceu como Rei do Reino de Deus. Ele
declarou isto diante de Pilatos que era a autoridade máxima em
Jerusalém naquela época: Tu dizes que sou rei. De fato, por
esta razão nasci e para isto vim ao mundo (Jo 18:37).
A mensagem que Jesus pregou foi o evangelho do Reino de
Deus (Mc 1:14; Lc 4:43; 8:1). Ele orou sobre a vinda do Reino
de Deus aqui na terra (Mt. 6:10) e viveu os princípios do Reino
de Deus (Jo 4:31-34). Ele morreu como Rei e um dia voltará
como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, Aleluia! (Ap 19:1116).
É importante salientar, mais uma vez, que o Reino de Deus é
diferente do nosso entendimento de um reino terrestre. Jesus
declarou isto diante de Pilatos quando disse: O meu Reino não
é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir
que os Judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é
daqui (Jo 18:36).
Jesus não era como um rei do mundo. Ele não veio para “ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos” (Mt. 20:28). Qual é o rei do mundo que tinha ou tem
esta atitude? Jesus não é conhecido como o Rei que manda
em todos, mas o servo sofredor. Ele é o Rei do Reino de Deus
e para entender o conceito que nós somos mordomos ou
administradores daquilo que Deus tem colocado em nossas
mãos, precisamos conhecer Jesus íntimamente e o etos da sua
vida e Reino. Ele é o Rei dos Reis e tem toda a autoridade nos
céus e na terra e tudo o que possuímos provem dEle. Mas para
sermos despenseiros fiéis precisamos compreender o coração
de Jesus (Jo 15:1-17). Se não, o mundo vai confundir o nosso
entendimento completamente.
A natureza do trabalho de um mordomo é determinado pela
natureza do trabalho do Mestre (Senhor). No caso de
71
O DNA do Grão de Mostarda
mordomia bíblica, é de colocar os recursos do Mestre para
trabalhar e cumprir os desejos do Mestre. A obra do Reino é
representada pelo amor de Deus. O amor de Deus é
demonstrado atravez de sua generosidade, graça, perdão,
provisão e proteção. A marca máxima da mordomia é de
demonstrar o amor de Deus para com os outros (Brandon
Ganz).
Filhos e Filhas/Servos e Servas
Diante de tudo isso quem somos nós no Reino de Deus? A
Bíblia diz que somos filhos e filhas de Deus (Gl 4:5). Nós
somos filhos e filhas de Deus em termos de herança. Nossa
herança é garantida pela morte de Jesus na cruz tirando a
inimizade entre nós e Deus.
Porém, em termos de ministério, a Bíblia usa outros termos:
servos, escravos, administradores, despenseiros, mordomos,
comissionados e os encarregados.
Há duas palavras no NT que são usadas para nos ajudar a
entender a mordomia. A primeira é oikonomos.
Oikonomos
OIKONOMOS vem de duas palavras: OIKOS que significa
casa e NEMO que significa despensar ou administrar. Um
oikonomo era a pessoa encarregada de administrar bem, em
todos os sentidos, a casa do seu patrão. Antigamente, no Brasil
surgiu a palavra MORDOMO para indicar essa pessoa. No NT
o trabalho dessa pessoa era descrito pela palavra oikonomia.
Hoje usamos a palavra mordomia ou administração.
Mordomia bíblica é o mandato dado a cada seguidor de
Jesus para trabalhar diligentemente para o progresso do
empreendimento do Seu Reino na terra, cuidando
ativamente de tudo que Ele provê e confia aos seus
seguidores para o sucesso deste Reino (Mark McCloskey).
72
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Jesus veio estabelecer o Reino de Deus aqui na terra. Ele
nos chamou para entrar e trabalhar neste Reino. Ele nos deu
dons, talentos, capacidades e recursos financeiros para
cooperar com Ele na edificação deste Reino. Como Rei Ele é o
dono de tudo. Ele nos deu tudo e vamos prestar contas diante
dEle como usamos o que colocou em nossas mãos. Na igreja,
no livro de Atos, lemos como os seguidores de Jesus
colocaram isto em prática.
Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão,
ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de
temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos
apóstolos. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo
em comum. Vendendo suas propriedades e bens,
distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos
os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam
o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições,
com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e
tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes
acrescentava diáriamente os que iam sendo salvos (At 2:4247).
Os primeiros seguidores reconheceram que não tinham nada
individualmente, mas tinham tudo em comum. Sobre isto
Brandon Ganz escreve:
A união e entendimento próprio do papel deles como
mordomos, não donos dos recursos disponíveis a eles,
permitiu que eles não sómente testemunhassem
poderosamente diante da comunidade, mas também os
levou a cuidar uns dos outros.
O mordomo de Deus reconhece que ele não tem nada pra si
mesmo, pois no Reino de Deus tudo pertence ao Rei que tem
confiado a ele dons, talentos e outros recursos para serem
usados para cumprir a missão do seu Rei.
73
O DNA do Grão de Mostarda
Fidelidade dos Mordomos
Paulo, escrevendo para a igreja em Corinto, coloca a
seguinte atitude que todos nós devemos ter: Portanto, nós
homens, devemos nos considerar como ministros (como
pessoas que servem os outros) de Cristo e administradores
(oikonomos) dos mistérios de Deus. Portanto, o que se requer
dos administradores (oikonomos) é que eles sejam encontrados
fiéis (1Co 4:1-2).
Então, o primeiro passo para entender mordomia bíblia, é o
de entender que não temos nada individualmente
(pessoalmente). Tudo o que temos e somos provem de Deus.
Jesus é o Rei das nossas vidas e como Rei é o dono de tudo e
reina soberano sobre cada um de nós. Somo servos,
mordomos, administradores, e despenseiros daquilo que Deus
tem colocado em nossas mãos, até as nossas próprias vidas. É
isto que Pedro falou no dia do Pentencostes quando disse:
“Portanto, que todo o Israel fique certo disto: Este Jesus, a
quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor (Rei) e Cristo
(Salvador) (At 2:36).
Tudo que temos aqui na terra seja a vida, dons, talentos,
recursos financeiros são do Rei. Ele coloca em nossas mãos
para usarmos enquanto estamos na terra. Mas nada é nosso!
Tudo pertence ao Rei, Jesus. Nós somos mordomos,
administradores, e despenseiros das riquezas de Deus, e um
dia vamos prestar contas da nossa fidelidade como mordomos
e administradores. Jesus ensinou sobre esta fidelidade em
Mateus 24:42-51.
Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o
seu Senhor. Mas entendam isto: se o dono da casa
soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de
guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.
Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o
74
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Filho do homem virá numa hora em que vocês menos
esperam.
Quem é, pois, o servo fiel e sensato, a quem seu senhor
encarrega dos de sua casa para lhes dar alimento no tempo
devido? Feliz o servo que seu senhor encontrar fazendo
assim quando voltar.Garanto-lhes que ele o encarregará de
todos os seus bens. Mas suponham que esse servo seja
mau e diga a si mesmo: ‘Meu senhor está demorando’, e
então comece a bater em seus conservos e a comer e a
beber com os beberrões. O senhor daquele servo virá num
dia em que ele não o espera e numa hora que não sabe. Ele
o punirá severamente e lhe dará lugar com os hipócritas,
onde haverá choro e ranger de dentes.
É interessante que no vs. 45 Jesus usa a palavra “doulos”
que normalmente significa escravo, para descrever o mordomo
da casa. O mordomo do Senhor, que está administrando bem
seu trabalho quando o Senhor voltar seria bem-aventurado
(vs.46). Tudo o que Deus tem determinado para o servo fiel
será colocado à disposição dele (vs. 47). Porém o mordomo
(Jesus continua usando a palavra doulos ou escravo) que não
está administrando bem os seus dons, talentos e recursos
financeiros que o Senhor colocou nas suas mãos, seria lançado
no inferno (veja Mt. 8:12).
A Edificação do Reino: Nosso Ministério como Mordomos
O segundo passo de entendimento é compreendermos que
devemos estar ativamente usando o que Deus tem colocado
em nossas mãos até a volta dEle. A edificação do Reino de
Deus é uma obra contínua. Não podemos aceitar nenhuma
atitude diferente do que a participação ativa na obra do Reino
de Deus, usando fielmente tudo o que Deus nos deu para o
sucesso do Seu Reino.
A parábola dos talentos também nos ensina sobre mordomia
bíblia. Mt. 25:14-30:
75
O DNA do Grão de Mostarda
E também será como um homem que, ao sair de viagem,
chamou seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu
cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de
acordo com a sua capacidade. Em seguida partiu de
viagem. O que havia recebido cinco talentos saiu
imediatamente, aplicou-os, e ganhou mais cinco. Também o
que tinha dois talentos ganhou mais dois. Mas o que tinha
recebido um talento saiu, cavou um buraco no chão e
escondeu o dinheiro do seu Senhor.
Depois de muito tempo o senhor daqueles servos voltou e
acertou contas com eles. O que tinha recebido cinco
talentos trouxe os outros cinco e disse: ‘O senhor me
confiou cinco talentos; veja, eu ganhei mais cinco’.
O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi
fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da
alegria do seu senhor!’
Veio também o que tinha recebido dois talentos e disse: ‘O
senhor me confiou dois talentos; veja, eu ganhei mais dois’.
O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi
fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da
alegria do seu senhor!’
Por fim veio o que tinha recebido um talento e disse: ‘Eu
sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde
não plantou ejunta onde não semeou. Por isso, tive medo,
saí e escondi o seu talento no chão. Veja, aqui está o que
lhe pertence’.
O senhor respondeu: ‘Servo mau e negligente! Você sabia
que eu colho onde não plantei e junto onde não semeei?
Então você devia ter confiado o meu dinheiro aos
banqueiros, para que, quando eu voltasse, o recebesse de
volta com juros.
‘Tirem o talento dele e entreguem-no ao que tem dez. Pois a
quem tem, mais será dado, e terá em grande quantidade.
Mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado. E
lancem fora o servo inútil, nas trevas, onde haverá choro e
ranger de dentes.’
Mais uma vez Jesus usa a palavra doulos (escravo) para
descrever este administrador. O ponto importante é que não há
muita diferença entre um escravo e um mordomo no sentido de
que ele não é dono de nada. O seu senhor é o dono e ele é o
76
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
administrador dos bens do verdadeiro dono, que para nosso
entendimento é Jesus, o Rei.
Também é importante salientar que a quantidade de talentos
é insignificante. O dono dá conforme a capacidade de cada um
(vs.15). Não precisamos cobiçar os talentos, sejam o que for,
dos outros, mas confiar que Deus coloca em nossas mãos
conforme a Sua sabedoria.
A Importância de Arriscar
O ensinamento importante desta parábola é que é importante
arriscar os dons, talentos, recursos financeiros para a
edificação do Reino de Deus. O servo (administrador)
negligente (vs. 26) ficou com medo e simplesmente escondeu
seu talento no chão. A obra do Senhor nos leva a arriscar
nossas vidas em prol do Reino de Deus. Muitos missionários
têm arriscado suas vidas para a edificação do Reino de Deus
na terra. Eles têm sido administradores fiéis e a recompensa
está nas mãos deles. Dando o dízimo ou até mais do que o
dízimos é arriscar nossos recursos financeiros. Confiamos que
enquanto estamos sendo fiéis com os recursos que Deus tem
colocado em nossas mãos, que Ele vai ser fiel conosco
cuidando das nossas necessidades.
O povo de Deus não pode ser dirigido pelos mêdos, pois “o
amor perfeito (completo e maduro) lança fora o mêdo” (1Jo
4:18). A mordomia bíblica não está motivada pelo medo, mas
pelo amor a Jesus que vem de um relacionamento íntimo com
Ele. Jesus nos ensinou sobre a necessidade da fidelidade
como mordomos dEle. Mas o motivo da fidelidade não é
obrigação, mas um amor tão profundo com Jesus que a missão
dEle de estabelecer o Reino de Deus aqui na terra pela qual
Ele deu sua própria vida, se torna nossa missão também.
77
O DNA do Grão de Mostarda
Epitropos
A segunda palavra no Novo Testamento traduzida como
mordomo é a palavra EPITROPOS que significa uma pessoa
encarregada de cuidar ou administrar algo ou alguem. Jesus
usou esta palavra na parábola dos trabalhadores na vinha em
Mt. 20. No versículo 8 o dono da vinha disse ao seu
administrador (epitropos) “chama os trabalhadores e paguelhes o salário...” O administrador não tinha dinheiro para pagar
os trabalhadores. Ele usou o dinheiro do dono. Ele era um
administrador dos recursos financeiros do dono da vinha.
Nós, como administradores de tudo o que Deus tem colocado
em nossas mãos, reconhecemos que o que temos não é nosso,
mas é do dono das nossas vidas, que é Jesus e que fomos
comprados por alto preço, e que devemos glorificar a Deus com
nossos corpos e tudo o que temos (1Co 6:20).
As duas palavras, oikonomos e epitropos são usadas em
Gálatas: Digo porém que, enquanto o herdeiro é menor de
idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de
tudo. No entanto, ele está sujeito a guardiões (epitropos) e
administradores (oikonomos) até o tempo determinado por seu
pai (Gl 4:1-2).
Mais uma vez queremos confirmar nossa posição diante de
Deus. Somos filhos e filhas de Deus e herdeiros das grandes
promessas dEle. Porém, em termos de ministério somos
meramente mordomos e administradores. Neste sentido
precisamos ser mais como crianças e escravos do que
herdeiros. Precisamos lembrar o que Jesus falou sobre
crianças:
Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o
Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas (Mt.
19:14).
78
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e
se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.
Portanto, quem se fez humilde como esta criança, este é o
maior no Reino dos céus (Mt. 18:3-4).
Crianças sabem muito bem que não são donos de nada, que
tudo pertence aos pais delas. As crianças vieram a Jesus, não
para receber status ou ganhar uma posição sobre as outras,
mas elas simplesmente queriam estar com Jesus. Este desejo
de intimidade com Jesus é necessário para sermos mordomos
fiéis de Jesus. Mark McCloskey escreve:
Os discípulos tinham que renunciar esse desejo crônico de
status e as outras preocupações semelhantes de posição,
poder, e prestígio, e em vez disto se humilhar alinhando
seus corações mundanos e orgulhosos com o coração de
uma criança – com pouco ou sem status.
Sem esta atitude de uma criança é muito difícil aceitar nosso
status de Reino de Deus de escravo e servo. As crianças, na
época de Jesus, eram o maior exemplo de pessoas sem direito,
status, poder ou privilégio. Por isso Ele disse que a não ser que
convertamos e nos tornemos como crianças JAMAIS
entraremos no Reino dos céus. É o passo de um mordomo fiel.
O Propósito de Deus e o Nosso
Jesus foi enviado à Terra para cumprir o propósito de Deus
de estabelecer Seu reinado sobre Seu povo (algo que Ele
queria desde a criação de todas as coisas). A história do VT
nos mostra que o homem como rei não funciona. Existe só um
Rei verdadeiro e seu nome é Jesus! Ele veio, ensinou sobre o
etos do Reino de Deus e morreu na cruz para estabelecer esta
nova aliança entre Deus e o homem. Agora a vontade do Pai e
Jesus é que este reino venha ser edificado aqui na terra como
está nos céus. Deus tem capacitado homens e mulheres com
79
O DNA do Grão de Mostarda
dons, talentos e recursos financeiros para cumprir esta missão.
A missão não é de ver quantas almas podemos salvar, pois a
salvação de almas não é o nosso trabalho. Só Deus pode
atraves do Espírito Santo, salvar uma alma. Nosso trabalho
como mordomos, administradores e despenseiros dos mistérios
de Deus é de usar, arriscar, ativamente investir tudo, fielmente,
todos os dias, o que Deus tem confiado a cada um de nós para
a edificação do seu Reino até que Ele venha.
Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim
vos tornareis meus discípulos (Jo 15:8).
80
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Uma Chamada e um Compromisso
Iran Bernardes da Costa
“Nenhum de nós pode entronizar o Deus verdadeiro a menos
que sejamos comprometidos o suficiente para destronar nossos
outros deuses.”5
Chamados ao discipulado
O conceito de discipulado era bastante conhecido nos dias
de Jesus. Assim, quando Ele chamou os seus primeiros
discípulos, estes tiveram em mente a idéia inicial, de que Jesus
pudesse ser mais um daqueles mestres do judaísmo ou mais
um sábio grego do seu tempo. Tal deve ter sido a surpresa dos
primeiros discípulos! Seu discipulado era para ser muito
diferente dos outros, como o dos fariseus, o de João Batista, e
outros.
Então, vemos que a idéia básica do discipulado era bastante
conhecida quando Jesus chamou os primeiros discípulos. A
principal diferença era que o discipulado de Jesus era muito
mais profundo e comprometedor. Enquanto o discipulado dos
outros vinculava às idéias e ensinos de seus mestres, o
discipulado de Jesus vinculava os discípulos à sua pessoa. No
discipulado de Jesus, ao contrário dos demais, os discípulos
comprometiam suas vidas com Ele por toda a vida. Enquanto
os demais discipulados eram baseados em um contrato, o de
Jesus era uma aliança.
5
Randy Alcorn, Money Possessions and Eternity, p. 5.
81
O DNA do Grão de Mostarda
Chamados por Jesus
Nos círculos rabínicos, o discípulo podia escolher seu próprio
mestre e voluntariamente se matricular na escola dele. Isto não
poderia acontecer no discipulado de Jesus. Ele tinha toda a
autonomia e autoridade para escolher e chamar seus
discípulos. Jesus chamou Simão, André, Filipe, Tomé, Tiago,
João, Mateus, Marcos e outros e lhes deu as condições do seu
discipulado e declarou-lhes o custo de tal projeto. Jesus foi
muito claro e sincero ao declarar: "Se alguém quer vir após
mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e sigame" (Lc. 9:23). No discipulado de Jesus ele escolhe os seus
discípulos: "Não fostes vós que me escolhestes a mim, pelo
contrário, eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que
vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça" (Jo. 15:16).
A questão de se escolher o mestre ou ser escolhido por ele
tem algumas implicações muito relevantes no discipulado.
Primeira: Quando somos escolhidos por Jesus, nossa visão
de nós mesmos e nossas atitudes, e motivação para com Ele e
sua obra são totalmente alteradas. A diferença é a mesma
entre um atleta que é convocado para defender seu país numa
olimpíada e um torcedor, que apenas escolheu uma equipe
para torcer por ela. O atleta é totalmente envolvido e
comprometido - seu tempo, esforço e total dedicação. O
torcedor fica livre - não tem obrigação alguma. Um é
competidor; o outro é espectador. Um é escolhido; o outro é
escolhedor. A igreja de hoje sofre de um mal terrível porque
tantos de seus membros sentem que eles fizeram uma escolha
e acabaram se filiando a uma igreja. Pensam que isto é tudo.
Esse costume de nós mesmos fazermos a escolha é
humanista, ego-centralizado, e por isso não produz os frutos
que Deus deseja.
82
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Somente quando somos escolhidos, e passamos a ter essa
convicção de que somos chamados e comissionados por Jesus
é que nós desejamos ardentemente apresentar nossos corpos
por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.
Os apóstolos tinham a convicção e a consciência de que
eram chamados e designados por Jesus. "Paulo, servo de
Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o
evangelho de Deus" (Rm. 1:1). "A todos os amados de Deus,
que estais em Roma, chamados para ser santos: Graças a vós
outros e paz..." (Rm. 1:7).
Segunda: A segunda implicação de sermos escolhidos ou
escolhermos é que isto vai determinar se o nosso discipulado
será o mesmo com relação uns com os outros ou não.
Se escolhermos, teremos vários mestres e não haverá
unidade; e, conseqüentemente, não poderíamos compartilhar
nossas vidas. Se Ele nos escolhe, somos todos co-discípulos,
unidos numa aliança a qual nos habilitou a sermos uma família,
uma nação imbatível, pois "onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mt 18:20). E
na força do nosso relacionamento comum com Cristo nós
podemos vencer as batalhas e anular os sofismas.
Chamados a Jesus
Não somos apenas chamados por Jesus, mas somos
também chamados a Jesus - para Jesus. Nos dias de Cristo na
terra, tanto os Rabis Judeus como os Filósofos gregos
esperavam que seus discípulos se comprometessem com seus
ensinos e com suas idéias. Jesus, porém, chama seus
discípulos, não às idéias, ensinos ou doutrinas, mas a Ele
mesmo. A chamada de Jesus não é idealística, mas pessoal e
personalizada. Jesus chama os discípulos a segui-lo, para
estarem com Ele; para crerem nele; e para sofrerem por ele.
83
O DNA do Grão de Mostarda
O elo entre Jesus e seus discípulos era uma forte aliança e
sua profundidade pode ser avaliada no comportamento dos
discípulos no período entre a morte e a ressurreição de Jesus,
como vemos no episódio de Lucas 4:13-25.
Quando Buda estava às portas da morte, ouviu seus
seguidores discutindo sobre como melhor poderiam lembrar-se
do seu mestre. Então Buda lhes disse: "Não é a minha pessoa
que deve ser lembrada, mas os meus ensinamentos". Jesus,
entretanto, antes de sua morte, reuniu os seus discípulos num
jantar e ali, pegou um pão e o abençoou e o deu aos discípulos
dizendo: "comei dele todos, pois isto é o meu corpo que é dado
por vós, e depois deu-lhes também um cálice com o fruto de
vide, e disse-lhes, bebei dele todos, pois isto é a nova aliança
no meu sangue, derramado em favor de muitos, para remissão
de pecados, e acrescentou; fazei isto em memória de mim". Ele
não disse: "em memória de minha doutrina"; mas "em memória
de mim". Jesus não veio para nos dar a melhor doutrina; Ele
veio para nos dar sua vida. Aleluia! Nosso discipulado de Jesus
significa conhecê-lo; crer nele, ser comprometido com Ele!
Chamados para Obedecer
Os discípulos dos rabis e filósofos tinham a obrigação de
obedecê-los até o dia de sua formatura, quando então se
tornariam mestres. Aí terminaria sua submissão ao mestre. No
discipulado de Jesus somos chamados a obedecê-lo por toda a
vida. Nesta escola nunca nos formamos! Somos sempre
discípulos.
A obediência a Jesus é a melhor forma de cumprirmos o
objetivo de nossas vidas. Não herdamos o reino por
observarmos os preceitos de uma religião, mas ao
obedecermos a Jesus. Ele disse: "Nem todo o que me diz
Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz
84
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
a vontade de meu Pai que está nos céus". Sorem Kierk uma
vez disse: "É muito difícil crer, pois isto implica em obedecer".
David Watson disse: "Se Jesus não é Senhor de tudo, Ele
não é Senhor de nada!". Devemos fazer de nós mesmos
verdadeiros discípulos que obedecem a Jesus. Jim Wollis
disse: "A grande tragédia da igreja de hoje é que muitos são
chamados a crer, e poucos a obedecer".
Chamados para Servir
Ao mesmo tempo em que os discípulos de Jesus são
chamados a estar com Ele, eles são também comissionados a
ir por todo o mundo para proclamar o evangelho. Os setenta
foram enviados a curar os enfermos e anunciar a chegada do
Reino de Deus (Lucas. 10:1-20).
Perigos e Tentação no Serviço
Ambição - (Mateus. 20:20-26)
Auto piedade - "Eis que tudo deixamos para te seguir" (Lc.
18:20-30).
Hoje há uma generalizada idéia de que Jesus é um tipo de
servo que resolve todos os problemas. Mas não nos
esqueçamos de que todas as nossas necessidades são
supridas quando comprometemos nossas vidas a Ele (Lc 6:38).
Chamados para sofrer
Ao serem chamados por Jesus, seus discípulos deveriam
estar dispostos a trilhar com Ele o caminho da cruz. Se eles
teriam que compartilhar suas vidas, eles deveriam, portanto,
compartilhar dores e alegrias. "Porque vos foi concedida a
graça de padecerdes por Cristo, e não somente de credes nele"
(Fp. 1:29).
85
O DNA do Grão de Mostarda
Jesus procurou preparar seus discípulos para isto falando
abertamente sobre o seu próprio sofrimento e o sofrimento que
seus seguidores deveriam experimentar. Entretanto, eles não
puderam ou não quiseram entender suas advertências. Em
Mateus 16:21 lemos que "Desde esse tempo, começou Jesus a
mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para
Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais
sacerdotes e dos escribas, ser morto, e ressuscitado no terceiro
dia". Neste ponto "Pedro chamando-o à parte, começou a
reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de
modo algum ti acontecerá". Por causa disso Pedro recebeu
uma forte repreensão: "Arreda! Satanás; tu és para mim pedra
de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e, sim das
dos homens" (Mt. 16:22-23). E, no caso, os discípulos estavam
sob o poder da ilusão, mas Jesus lhes falava abertamente
sobre o sofrimento deles próprios, também. "Se alguém quiser
me seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me".
Porquanto, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem
perder a sua vida por minha causa, achá-la-á" (Mt. 16:24-25). A
vida, para Jesus, termina com rejeição, dor, e morte
agonizante. Os discípulos não deveriam nunca se surpreender
se seguir o mestre conduz ao mesmo fim.
Sofrimento físico
Muitos sofreram perseguição física. Pedro e João foram
presos e espancados por causa de sua perseverança em
segui-lo. Estêvão foi apedrejado até a morte; Tiago foi morto ao
fio da espada. Em Atos 8 lemos: "Naquele dia levantou-se
grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos,
exceto os apóstolos, foram dispersos". Paulo mais tarde
escreve acerca das cinco vezes que fora açoitado com as
chamadas quarentenas dos Judeus, e três vezes com varas, e
86
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
também apedrejado. A maioria dos apóstolos sofreu martírio de
uma ou de outra forma. Durante os dias da igreja primitiva a
perseguição passou por toda a sucessão dos imperadores
romanos: Nero, Domiciano, Trajano, Plínio, Marco Aurélio,
Décio e Diocleciano. Em vários graus de ferocidade esta
perseguição continuou através da história da igreja cristã. Ainda
hoje, milhares de crentes em todo o mundo, sofrem
perseguições e prisões por causa de sua fé. Pesquisas revelam
que só neste último século tem havido mais mártires cristãos do
que em todo o resto da história da Igreja Cristã.
Nada disso tem vindo como surpresa. Jesus avisou os seus
discípulos acerca dos sofrimentos físicos que eles enfrentariam.
Em Mateus 10:17,21 e 22, Jesus diz: "Acautelai-vos dos
homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão
nas suas sinagogas...". Um irmão entregará à morte outro
irmão, e o pai ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os
progenitores, e os matarão. Sereis odiados de todos por causa
do meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse
será salvo".
Sofrimento mental e emocional
Será que as seguintes declarações de Paulo não nos
incomodam? "Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas,
tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para
Tessalônica; Crescente foi para a Galácia, Tito para a
Dalmácia. Somente Lucas está comigo... Alexandre, o latoeiro,
causou-me muitos males" (2Tm 4:9-11 e 14). Também nós,
freqüentemente temos sido feridos e desapontados uns com os
outros. Contudo, somos todos pecadores e sujeitos a esses
tipos de fraquezas humanas. Todos nós precisamos sempre de
perdoar e ser perdoados e sabemos que perdão é sempre uma
experiência profundamente dolorida. Perdão exigiu a vida de
87
O DNA do Grão de Mostarda
Jesus sobre a cruz. Para nós, também, o perdão é uma
experiência de crucificação. Perdoar alguém que nos traiu nos
abandonou e nos humilhou é ser crucificado com Cristo.
Entretanto, é nossa única alternativa de vida e paz.
Sofrimento espiritual
Paulo escreveu sobre sua preocupação e dor pelos Judeus
que rejeitaram crer no Senhor Jesus como o Messias: "Digo a
verdade em Cristo... que tenho grande tristeza e incessante dor
no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema,
separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus
compatriotas, segundo a carne" (Rm. 9:1-3). E durante seu
ministério em Éfeso ele disse que "por três anos, noite e dia,
não cessei de admoestar, com lágrima, a cada um" (Atos
20:31). Deus em sua grande compaixão estende suas mãos
todo dia, aos rebeldes e ingratos. Tendo nos feito à sua
imagem, Ele também providencia para que participemos do seu
amor. Desde que o amor não força o pecador que não deseja a
graça de Deus, Deus permite sua queda e afastamento dele e
uns dos outros. Deus vê tais pessoas em ressentimento, se
odiando, e matando umas as outras. Por isso Ele enviou seu
Filho, para trazer paz sobre a terra, mas porque a humanidade
não o recebe para reinar sobre nós, é que acontece tanto
sofrimento na vida das pessoas.
Seria surpresa para nós encontrarmos na bíblia um Deus que
sofre? Quando Jesus chora por seu corpo - a igreja quebrada,
os espinhos, as feridas - poderíamos ficar indiferentes? Quando
Jesus chora, como Ele o fez uma vez junto ao túmulo de
Lázaro, quando Ele vê hoje a vingança no coração dos
homens, poderíamos ficar apáticos? Quanto mais nós amamos
a Deus, mais próximos nós ficamos do seu coração cheio de
amor e a dor e sofrimento não são mais surpresas para nós.
88
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
O sofrimento é inevitável no processo de discipulado.
Entretanto, é no sofrimento que Deus trabalha mais
profundamente em nossas vidas. As pessoas que possuem
grande sensibilidade espiritual são sempre aquelas que já
experimentaram grandes sofrimentos. Um cristão que passou
dez anos na prisão comunista disse: "meus torturadores podem
quebrar meus ossos, mas meu espírito não". Ele se referia
àqueles anos como os anos de maior enriquecimento de sua
vida. Ele dizia: "nós temos que orar, não para que não venha a
perseguição, mas para que nós sejamos enriquecidos por ela, e
abertos para as bênçãos que Deus nos oferece através delas".
Chamados independentemente da nossa
qualificação
Enquanto que os rabis só podiam aceitar discípulos que
proviam de uma "pureza" cerimonial, e aqueles que eram
considerados justos de acordo com a lei, e aqueles que tinham
inteligência suficiente para estudar o Torah e se tornarem
também em mestres, Jesus chamou a si mesmo uma classe de
pessoas totalmente diferente. Alguns eram pescadores da
classe baixa; Tiago e João eram filhos de zelote (zelador); Levi
era um desprezível corrupto coletor de impostos; e entre os
doze encontramos nomes gregos e semíticos, o que revela que
Jesus chama pessoas de toda e qualquer raça.
O mais curioso é que, dentre os que Jesus chamou para
serem discípulos dele, estava um por nome Judas, o qual o
traiu. Jesus já sabia que ele o trairia, entretanto o chamou
assim mesmo, e cremos, para cumprir dois propósitos
específicos: Primeiro: Jesus amou Judas até o fim; Segundo:
Jesus teria que cumprir as profecias messiânicas do Velho
Testamento. Assim Jesus reconheceu que ele mesmo era o
servo sofredor; pôde então compreender o papel que Judas
89
O DNA do Grão de Mostarda
cumpriria como traidor, até mesmo com respeito às trinta
moedas de prata. Humanamente falando, nós teríamos
escolhido para fazer parte do grupo dos apóstolos, pessoas
bem melhor qualificadas do que aqueles doze. Mas "os
caminhos de Deus não são os nossos caminhos, e os seus
pensamentos não são os nossos pensamentos". Em obediência
ao Pai, Jesus chamou aqueles que mais tarde falhariam e o
decepcionaria, entretanto, nenhuma vez Ele lhes negou o amor.
Ele os amou até o fim.
Perfil do discipulado
Com esse grupo totalmente mesclado e plenamente falível,
de discípulos, Jesus estabelece o padrão para a Igreja Cristã
que seria fundada no dia de pentecostes. "Irmãos, reparai, pois,
na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos
sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de
nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as cousas
loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as
cousas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus
escolheu as humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas
que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que
ninguém se vanglorie na presença de Deus" (1Co 1:26-29).
Este conceito peculiar de discipulado, introduzido por Jesus,
inclui todos aqueles que ouviram o chamado de Jesus e se
decidiram segui-lo como salvador e Senhor. Nós não podemos
fugir desse padrão de discipulado. O chamado para obedecer,
para servir, para viver um estilo de vida simples, para sofrer e,
se for necessário, morrer, é comum a todos os que seguem a
Jesus. Sobretudo, nós temos que comprometer nossas vidas
sem reservas a Ele e uns aos outros como membros do corpo
de Cristo. A igreja não é um clube ao qual pertencemos e que
supre as nossas necessidades, não! A igreja é um corpo, uma
90
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
casa espiritual, uma família, um exército - estas são palavras
que retratam a igreja em nossas mentes e corações e que nos
estimulam a aceitar o desafio do chamado de Cristo, e que nos
encorajam a assumir nossa responsabilidade, a qual não
podemos evitar, se nós realmente queremos ser discípulos.
Não é uma questão simplesmente de sentimento pessoal ou de
escolha, mas é o fato de Jesus colocar sobre nós uma
demanda tão séria. Nós não somos mais nossos. Nós fomos
escolhidos por ele, chamados por ele, comprados por Ele;
portanto nós agora pertencemos a Ele, e por conseqüência
disso, nós pertencemos uns aos outros, contudo, seja fácil ou
difícil confortável ou dolorosa, esta é a verdade.
Se o custo é alto, o propósito, privilégios e recompensas são
infinitamente maiores. "Eu lhes tenho transmitido a glória que
me tens dado, para que sejam um como nós o somos. Eu neles
e Tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade,
para que o mundo conheça que Tu me enviaste, e os amaste
como também amaste a mim. Pai, a minha vontade é que onde
eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que
vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste
antes da fundação do mundo" (Jo 17:22-24).
Chamados para um grande propósito
Um propósito, uma grande causa, maior do que nossas
vidas.
O que marcou e continua marcando a vida de homens e
mulheres que fazem história, é a forte convicção de sua
identidade e destino. São pessoas que possuem a convicção
de que não vivem somente para si mesmas, nem somente para
este plano terreno, mas acima de tudo, crêem que suas vidas
serão perpetuadas por toda a eternidade. Essas pessoas
91
O DNA do Grão de Mostarda
viviam para um propósito maior do que elas mesmas. E para
nós, cristãos, a nossa grande causa, maior que nossas próprias
vidas, é o próprio Senhor Jesus Cristo:
Nós fomos chamados para um grande propósito. E o que é
propósito? É a intenção original na mente do criador que o
motiva a fazer alguma coisa. O Senhor quer que saibamos o
motivo, o significado de nossa vida aqui. O porquê e para que
existimos. O propósito de Deus é a razão única e singular da
nossa existência. Nós não somos obra do acaso, nem um
acidente. Deus intencionalmente nos criou, motivado pelo seu
profundo amor, e Ele tem algo especial para cada um de nós.
Deus tem uma grande causa, que deve nos motivar a
entregarmos as nossas próprias vidas por ela.
Fomos chamados para fazer algo relevante, algo do valor
para toda a eternidade. E o que pode agradar mais ao coração
de Deus, e ser de valor por toda eternidade? Penso que os
versículos, abaixo, respondem essa pergunta: Eis que eu vos
enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia
do SENHOR; E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e
o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira
a terra com maldição (Ml 4:5-6).
Nosso propósito é fazer discípulos em todas as nações, é
levar os pais a amarem seus filhos, é levar os filhos a amarem
seus pais, é converter o coração do marido à mulher e desta ao
marido, é “restaurar os tempos roubados pelo devorador”, é
ministrar princípios bíblicos que transformem as casas em lares
espirituais, desviando a maldição, e trazendo a bênção de Deus
para a terra. E Deus conta com cada um de nós para operar
essa grande transformação.
Então: Toda a terra se encherá da glória do Senhor, como as
águas cobrem o mar.
92
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Revitalização Missional
Daniel Rincon
Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me
confiaste para fazer (Jo 17.4).
Ao final de Sua vida, Jesus fez essa oração. Seu Pai o
enviara, dentro do tempo e espaço, para que cumprisse
objetivos específicos. Ele sabia quais eram esses objetivos e os
cumpriu. O trabalho de alcançar o mundo inteiro não foi
concluído na sua morte, mas Jesus entendeu que não tinha
sido enviado para fazer tudo. Uma grande parte da missão iria
ser completada pela Igreja que Ele estava deixando na Terra.
Mas, para aquele momento, a tarefa específica que devia
desempenhar como Filho e Messias estava concluída.
Muitas vezes, nós mesmos nem sabemos qual é a nossa
tarefa como servos do Senhor. Se algo precisa ser feito, então,
deve ser nossa responsabilidade fazê-lo! No entanto, Jesus
não achava que tudo era Sua responsabilidade. Ele sabia
exatamente o que o Pai lhe incumbira de fazer e sabia quando
seu trabalho tinha sido concluído.
Com esse exemplo de Jesus, podemos aprender muito para
nossas próprias vidas e chamados. Você sabe o que Deus lhe
chamou para fazer no Reino, como parte do corpo e
especificamente como servo dEle?
Para podermos desempenhar bem nossa função no Reino
temos de conhecer bem a nossa missão. É quase impossível
conseguir fazer bem aquilo que não se entende. Se a Igreja
deve fazer aquilo que Jesus nos deixou para fazer, devemos
saber qual é esse trabalho e como ele deve ficar depois de
concluído.
93
O DNA do Grão de Mostarda
Chama-nos atenção também nessa passagem é que o Pai
foi glorificado pela obediência do Filho no cumprimento de Sua
tarefa. Deus não está olhando só para o passado e presente,
mas também, para a linha de chegada. Ele me desafia a, não
somente começar bem, mas a terminar bem. Somente então
Ele será glorificado na minha vida e por meio do meu trabalho.
Essas duas situações são sérios desafios que devem estar
sendo constantemente levados em oração. Você está fazendo
aquilo que Deus o chamou para fazer? Você vai conseguir
cumprir sua tarefa?
Além da lição pessoal, também podemos fazer essas
perguntas como Igreja e Ministério. Qual é o nosso trabalho,
enquanto corpo, como Igreja e ministério? Como sabemos se
cumprimos o trabalho? Como podemos avaliar e medir a
obediência dessa geração como Corpo de Cristo?
Revitalização da Missão pessoal - realizando nossa
função de testemunha
Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo,
e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em
toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8).
Precisamos entender corretamente o que é ser uma
testemunha de Cristo. De alguma forma, talvez pela ênfase das
igrejas nesta direção, associamos o verbo “testemunhar” a
“pregar” ou “evangelizar”. Existe uma diferença entre
evangelizar e testemunhar.
Evangelizar significa anunciar as boas novas de João
3:16.
Testemunhar significa narrar algo que se presenciou ou
algo que aconteceu conosco. O significado original de
testemunha é mártir, e isso em face aos riscos que os
cristãos corriam diante da perseguição.
94
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Observamos então que qualquer um pode pregar o
Evangelho (Fp 1.15), mas só pode testemunhar aquele que foi
alcançado por este Evangelho. Mesmo aqueles que pregam
sem obedecer, estão evangelizando, contudo só quem obedece
pode, de fato, testemunhar.
Por isso entendemos que nem sempre quem evangeliza está
testemunhando e que alguns evangelizam com e em
testemunho. O testemunho dá mais vida e realidade à
evangelização. A evangelização, por sua vez, completa o
testemunho, levando a pessoa a experimentar a ação de Cristo
em sua própria vida. Razão pela qual o resultado do
testemunho dos apóstolos, logo após o pentecostes, levou
muitas pessoas a serem evangelizadas. Eles aproveitavam
muito bem suas oportunidades que tiveram de testemunhar
para proclamar a palavra de Deus.
Por isso, testemunhar não é pregar nem tampouco
evangelizar. Quando os líderes religiosos do judaísmo tentaram
proibir os apóstolos de falarem de Jesus, a resposta dada por
eles mostra que eles entendiam muito bem o significado de ser
uma testemunha de Cristo: Pois nós não podemos deixar de
falar das coisas que vimos e ouvimos (At 4:20).
Para eles não se tratava simplesmente de pregar, mas sim
de contar tudo o que viram e ouviram. Quem testemunha, é
como um cliente satisfeito, e não há método melhor de se
“vender” algo do que a divulgação “boca a boca” dos satisfeitos.
É isto que uma testemunha faz!
Testemunhar é como acontece em um tribunal, lá não se
espera que a testemunha debata o caso. Nem tampouco que
ela comprove a verdade; ou insista em determinado veredicto.
Esse é o trabalho dos advogados. A testemunha simplesmente
conta o que lhe aconteceu ou o que viu, e deixa a conclusão.
95
O DNA do Grão de Mostarda
Em um tribunal ninguém tem autoridade para testemunhar
com base no que outros viram, e sim naquilo que ele próprio
viu. Isto é testemunhar. Jesus não considerou seus discípulos
aptos a testemunhar somente pelo fato de o terem visto
ressuscitado. Isto tinha muito peso, mas não bastava. Se para
ser testemunha de Cristo fosse só quem O viu ressuscitado,
então a maioria dos crentes jamais poderia cumprir este papel.
O apóstolo Pedro declarou: Ora, nós somos testemunhas
destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou
aos que lhe obedecem (At 5.32).
Quando Paulo recebeu a comissão de ser uma testemunha
de Cristo, foi colocado debaixo do mesmo encargo de falar
daquilo que veria e ouviria: Porque terás de ser sua testemunha
diante de todos os homens, das coisas que tens visto e ouvido
(At 22.15).
Testemunhar é falar do que vimos e ouvimos, por isto, o que
mais precisamos é que o Espírito Santo nos leve a provar o
poder de Jesus Cristo em nossa vida. Por essas questões, será
que temos uma função como testemunhas de Cristo?
Testemunhando o que Provamos
Para que o testemunho seja eficaz, primeiramente é preciso
buscar a ação do poder de Deus em nós. Depois temos que
entender o quanto é importante repartir isto com outros.
Quando Jesus libertou o endemoninhado gadareno, aquele
homem quis acompanhá-lo em suas viagens e segui-lo, mas o
Mestre lhe fez outra proposta:
Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para
tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te
fez e como teve compaixão de ti. Então, ele foi e começou a
proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos
se admiravam (Mc 5:19-20).
96
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Sobre qual assunto este homem deveria conversar com as
pessoas? Sua única mensagem era dizer o que Cristo havia
feito na sua vida e com isto comunicar o que Deus queria fazer
em favor de cada um dos homens. Quando falamos daquilo
que evidenciamos, o impacto é muito maior nos que nos
ouvem. O mesmo se deu com aquela mulher samaritana que
Jesus encontrou junto ao poço de Jacó.
Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse
àqueles homens: Vinde comigo e vede um homem que me
disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o
Cristo?! Saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele (Jo
4:28-30).
Veja o resultado do testemunho dela:
Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude
do testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo
quanto tenho feito (Jo 4:39).
No início, as pessoas foram atrás de Jesus por causa da
experiência dela; mas depois disso começaram a ter suas
próprias experiências:
Vindo, pois, os samaritanos ter com Jesus, pediam-lhe que
permanecesse com eles; e ficou ali dois dias. Muitos outros
creram nele, por causa da sua palavra, e diziam à mulher: Já
agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque
nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é
verdadeiramente o Salvador do mundo (Jo 4.40-42).
Que maravilha! O testemunho daquela mulher permitiu que
outras pessoas conhecessem a Jesus. Primeiro provamos o
poder de Deus e temos nossas experiências, depois as
contamos. E quando testemunhamos o que provamos, Deus
age na vida daqueles que nos ouvem.
O livro de Atos também nos mostra Deus honrando o
testemunho dos apóstolos: Com grande poder, os apóstolos
97
O DNA do Grão de Mostarda
davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em
todos eles havia abundante graça (At 4.33).
Muitos cristãos têm tentado ser testemunha de coisas que
não viveram, mas o padrão de Deus é que o processo se
estabeleça primeiro na sua vida. Se entregue totalmente ao
Senhor, deixe-O agir na sua vida de forma plena, aprenda a
reconhecer o quanto Deus está disposto a te fazer testemunha
dEle. Receba o Espírito Santo e será uma testemunha de
Cristo e do Seu poder aonde quer que você vá.
Foi exatamente assim que se deu com os apóstolos: Dando
Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e
vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a
sua vontade (Hb 2.4).
Creio que já é hora da Igreja romper em sinais e milagres.
Mas primeiro precisamos levar os cristãos a entenderem a
importância de cada um. Experimentar o poder de Deus na sua
própria vida, para depois rompermos numa demonstração
maior do poder de Deus.
A minha palavra e a minha pregação não consistiram em
linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração
do Espírito e de poder (1Co 2.4).
As Escrituras Sagradas na Revitalização Missional
Nos últimos momentos de sua vida na Terra, Jesus deu
instruções aos seus discípulos.
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a
autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar
todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século (Mt
28.18-20).
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a
toda criatura (Mc 16.15).
98
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as
Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo
havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro
dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para
remissão de pecados a todas as nações, começando de
Jerusalém (Lc 24.45-47).
Muitos têm concentrado esses objetivos a dois simples
mandamentos que dizem que Jesus nos chamou para
"alcançar cada criatura e discipular as nações." Isso se encaixa
exatamente no que parece ser o enfoque de Deus por toda a
Bíblia para a existência humana. Há uma continuidade de Adão
até Jesus Cristo, uma espinha dorsal do propósito da nossa
existência. Para Adão e Eva, homem e mulher, Deus usa as
seguintes palavras: E Deus os abençoou e lhes disse: Sede
fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo
animal que rasteja pela terra (Gn 1.28).
Para Abraão e sua descendência, várias vezes, Deus disse:
Que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua
descendência como as estrelas dos céus e como a areia na
praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus
inimigos, nela serão benditas todas as nações da terra,
porquanto obedeceste à minha voz (Gn 22.17-18).
Parece claro que essa ênfase na multiplicação e na benção,
ou seja, na quantidade e na qualidade, está nos planos e
propósitos de Deus para o homem, desde a sua criação.
Estamos aqui para encher a Terra e também para zelar por ela.
Essa definição do nosso propósito não desapareceu com a
entrada do pecado no mundo. Ao contrário, ela continua,
apesar do trabalho extra que agora o pecado nos dá.
Podemos avaliar o trabalho da Igreja em duas dimensões: a
amplitude de alcançar cada criatura e a profundidade de
abençoar e discipular todas as nações (pessoas). Nosso
99
O DNA do Grão de Mostarda
trabalho é tanto quantitativo, como qualitativo. Nos dois últimos
séculos, temos compreendido muito bem o nosso trabalho
quantitativo.
A Tarefa Quantitativa: alcançando cada criatura
Essa tarefa quantitativa da Igreja pode ser medida, mapeada
e representada graficamente. O século XX foi provavelmente o
mais animador na história da Igreja com relação à estratégia de
alcance e ao mapeamento global dos povos não alcançados.
Atualmente, temos uma quantidade impressionante de
informações que nos ajudam a avaliar o nosso trabalho de
evangelização. Nos últimos trinta e cinco anos, organizações
inteiras foram criadas com o compromisso exclusivo de
acompanhar e documentar como a nossa geração está se
saindo no cumprimento dessa nossa tarefa de alcançar todas
as pessoas da Terra com o Evangelho.
Sabe-se ainda que, hoje, há aproximadamente mai de sete
bilhões de pessoas vivendo no nosso planeta, como também,
que mais de 90% daqueles que nunca ouviram sobre o
Evangelho vivem no que nós, em missões, chamamos de
"janela 10/40". Essa "janela" se localiza entre as latitudes 10 e
40 graus, indo do Oeste africano até atravessar todo o
continente asiático. Dentro dessa "janela," vivem a maioria dos
Muçulmanos, Budistas, Hinduístas e Confucionistas. Sabemos
que, menos de 5% dos missionários cristãos do mundo todo
trabalham dentro da janela 10/40 e que os 95% restantes
trabalham onde menos de 10% da população nunca sequer
ouviu falar de Jesus Cristo. Isso nos deixa com uma visão clara
sobre onde devemos concentrar nossas energias e sobre se
queremos completar a tarefa de alcançar cada criatura na
nossa geração.
100
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Além do conhecimento a respeito da população e dos
desafios geográficos da nossa tarefa, nós sabemos que,
atualmente, por volta de onze mil povos do mundo ainda não
têm o Evangelho. Sabemos quais desses grupos estão na mira
dos ministérios de tradução e quanto tempo eles levarão pra
cumprir o trabalho. Programas de computador, tradução e de
mapeamento, têm feito desse planejamento estratégico uma
área de pesquisa fascinante, que proporciona ferramentas
significativas aos obreiros no campo. Isso tudo nos ajuda na
avaliação do trabalho da Igreja e no planejamento necessário
para cumpri-lo.
Podemos comparar a tarefa atual de alcançar cada criatura
com o trabalho da primeira geração da Igreja. Sabemos que,
nos dias de Paulo, existia aproximadamente uma igreja para
cada quatrocentos ou mais povos que necessitavam ser
alcançados. Hoje, existem mais de quatrocentas igrejas para
cada tribo não alcançada.
Na primeira geração da Igreja, havia um cristão para cada
sete não alcançados. Hoje, existem sete cristãos para cada
pessoa que nunca ouviu o Evangelho. Mais pessoas vivem hoje
em dia no planeta que em toda a História, porém, existem mais
cristãos e mais igrejas tentando alcançá-las atualmente que em
qualquer outro momento na História da humanidade. A tarefa
quantitativa de "alcançar cada criatura" dessa geração está em
pleno avanço. Podemos ficar orgulhosos com o compromisso
da Igreja nessa obra e é claro que o trabalho deve continuar e
crescer. Se nós queremos ver Deus glorificado na nossa
geração, o nosso trabalho é concluir a tarefa.
Mas, e quanto a ensinar, abençoar e discipular todas as
nações? Estamos trabalhando nisso? O que significa essa
outra tarefa?
101
O DNA do Grão de Mostarda
A Tarefa Qualitativa: discipulando todas as nações
No final da sua vida, Jesus, além de dizer aos discípulos para
alcançar cada criatura, também reenfatizou a segunda
incumbência. Ele lhes pede para fazer discípulos em todas as
nações. O destino de Deus para a humanidade, para Israel,
para as nações e finalmente para a Igreja, nunca teve a ver
somente com a quantidade. Ele se preocupava com a nossa
qualidade de vida. Se alcançar indivíduos é a tarefa
quantitativa, discipulá-los, bem como, discipular suas
comunidades é o trabalho qualitativo de ensinar e aplicar as
verdades bíblicas para o nosso crescimento e para a nossa
maturidade.
O pesquisador cristão George Barna diz que, nos Estados
Unidos, não existe diferença significativa entre o
comportamento das pessoas que se dizem "nascidas de novo",
e as que não são. Creio que no Brasil não seja muito diferente.
Não é o suficiente alcançar os não alcançados. Não é o
suficiente implantar igrejas nos lugares onde não há igrejas.
Nós temos também de ensinar as pessoas a viver a palavra de
Deus. Por isso, salvar almas e implantar igrejas é só o começo.
O caráter dessas pessoas, a qualidade dessas igrejas e o
impacto da vida dos seus membros em suas comunidades é o
reflexo da qualidade de nosso trabalho para Jesus. No atual
momento, estamos mal neste aspecto.
Que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem
tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.
16
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção, para a educação na
justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra (2Tm 3.15-17).
A palavra de Deus tem de estar impressa nas nossas mentes
e nossos corações. A todo o momento temos que utilizá-la. No
102
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
nosso dia-a-dia (família, trabalho, escola, passeios, festas,
transito, igreja) temos de manifestar o conhecimento de Cristo.
A palavra de Deus nos ensina a verdade, condena os erros,
corrige as faltas e nos ensina a maneira certa de viver.
Como é valioso este entendimento. Tanto o de aprender
sobre praticar os princípios da palavra de Deus, como o da
missão de ensiná-la. Ensinar a palavra de Deus é a ação de
integrar um novo convertido dentro dos princípios e valores
espirituais, morais e éticos, os quais constroem a identidade
cristã perante o mundo. Sendo esses valores que servirão de
base para sua conduta social e espiritual. Tal aperfeiçoamento
contribuirá para agir segundo essa identidade, orientando suas
atitudes e ações no mundo que jaz no maligno; tornando-o apto
para o trabalho do reino de Deus.
O ensinamento das Sagradas Escrituras deve ser um ato
contínuo na Igreja para que haja a maturidade e crescimento
espiritual, e o aperfeiçoamento dos santos.
O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e
ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que
apresentemos todo homem perfeito em Cristo (Cl 1.28).
O cristão realiza sua função de testemunha, simplesmente
contando o que Cristo tem mudado e realizado em sua vida.
Através deste testemunho evangelístico novas pessoas são
conduzidas a Cristo, pela ação do Espírito Santo, no coração
das pessoas e através de sinais, prodígios e milagres. Surge,
então, a necessidade de batizar esses novos convertidos,
dando a eles a oportunidade de testemunhar publicamente a
sua decisão de servir a Cristo e lhes dando uma identidade
espiritual – filho de Deus. Após isto, se inicia o ensinamento
dos valores bíblicos, tanto do conhecimento das escrituras
sagradas quanto do viver em Cristo.
103
O DNA do Grão de Mostarda
“Em Cristo,” aspecto corporativo da Revitalização
Missional
Embora tenhamos sido chamados para testemunhar, e isso
fala da nossa função como indivíduos, Paulo usa
frequentemente, a metáfora “em Cristo,” a qual nos remete para
o aspecto corporativo. “Em Cristo” descreve o lugar onde a
nova vida começa e se desenvolve. “Em Cristo” identifica as
pessoas que abraçaram essa nova vida e foram incluídas na
igreja, a nova comunidade de Cristo, e afirma a unidade desses
novos cristãos, pois “não há judeu nem grego, escravo ou livre,
homem ou mulher; pois todos somos um em Cristo” (Gálatas
2:4). Esses irmãos e irmãs tem “em Cristo” uma igualdade
fundada no amor e na graça de Deus. Antes eles eram sujeitos
ao pecado, agora foram reconciliados com Deus, pela graça
através da fé, e devem eles mesmos cooperar com Deus nesse
ministério da reconciliação (2Co 5.19-20).
Missão Local
A mutualidade é esperada daqueles que estão “em Cristo.”
Eles devem edificar uns aos outros, devem consolar uns aos
outros, encorajar uns aos outros, amar uns aos outros. Onde há
diferenças de necessidades, há também a expectativa de que
aqueles que possuem mais possam compartilhar com aqueles
que têm menos (At 2.42-47). Como instrui Paulo, “enquanto
temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente
aos domésticos da fé” (Gl 6.10). A preocupação em suprir os
irmãos e irmãs em necessidades pode ser vista na carta aos
Romanos, onde Paulo fala daqueles que resolvem compartilhar
seus bens materiais com os pobres de Jerusalém:
Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia
levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre
104
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
os santos que estão em Jerusalém. Isto pois lhes
pareceu bem, como devedores que são para com
eles. Porque, se os gentios foram participantes das
bênçãos espirituais dos judeus, devem também
servir a estes com os materiais (15.26-27).
Missão Global
“Em Cristo” nós também devemos demonstrar reciprocidade
e mutualidade ao ajudar no trabalho em lugares distintos de
onde nos encontramos. Exemplo dessa atitude encontramos na
igreja de Filipos, que ajudou Paulo em suas necessidades, a
fim de que o Evangelho alcançasse outros lugares. Como
cristãos, somos chamados a cuidar uns dos outros, perto ou
longe. Temos exemplos recentes de irmãos e irmãs que fazem
contribuições generosas para outras localidades. O nosso
Ministério – Grão de Mostarda, em suas contribuições para os
irmãos em Memba – Moçambique, e no Haiti, também são
exemplos de mutualidade e ministração aos necessitados, que
não estão tão perto de nós assim.
Estar “em Cristo” abre-nos a possibilidade de fazer parte com
Deus do seu trabalho nesse mundo. O evangelho é o poder de
Deus que se concretizou em Cristo, e nós recebemos desse
poder, fomos transformados, e agora fazemos parte com Deus
desse trabalho. Fazemos parte com Deus do ministério de
reconciliação dos seres humanos com ele mesmo, e uns com
os outros (2Co 5.18-19). Nós participamos da obra dele, por
estarmos em Cristo; essa solidariedade com Cristo é expressa
quando nós como igreja fazemos o que Cristo pensa e quer.
105
O DNA do Grão de Mostarda
Conclusão
Assim como Jesus cumpriu o seu ministério, cada um de nós
fomos chamados, individualmente para sermos suas
testemunhas, encarnando sua pessoa e consequentemente
sua missão, e corporativamente, como igreja e ministério,
somos chamados a alcançar todas as criaturas, perto e longe.
O Ministério Grão de Mostarda tem desenvolvido um trabalho
de testemunhar perto e longe. Em nossa missão, temos diante
de nós, uma porta aberta tanto em Moçambique como no Haiti,
países que já temos servido, mas que sem dúvida, precisam de
nosso engajamento, oração, contribuições financeiras e
viagens missionárias. Essa é a nossa hora de avançar e
ampliar as fronteiras para a glória de Deus, o Pai.
106
Valores
Fundamentais
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Componentes de um bom planejamento
estratégico
“Um líder precisa ser grande o suficiente para reconhecer
erros; precisa ser forte o suficiente para corrigir os erros;
precisa ser sábio o suficiente para tirar proveitos dos erros”
(John C. Maxwell).
O que não pode faltar: Valores fundamentais.
Em que cremos – Fé, nosso firme fundamento
Rogério Mendes Teixeira
Se hoje estamos reunidos em torno de temas de tamanha
relevância, isso teve um início. Chegamos aqui pela fé. Nós
cremos no Evangelho, quando a fé foi gerada em nossos
corações pelo Espírito Santo. A caminhada cristã se inicia com
a fé. Em Efésios 2:10 Paulo nos diz que “Pela graça somos
salvos, por meio da fé, e isso não procede de nós, é dom de
Deus”, e aos Romanos ele escreve que “Sendo pois justificados
pela fé temos paz com Deus”.
O escritor aos Hebreus nos diz que “Sem fé é impossível
agradar a Deus”, pois aquele que dele se aproxima, precisa
crer em sua existência. A fé é, portanto, a condição para
mantermos um relacionamento com Deus. A fé consiste no
exercício de nos entregar aos cuidados de Deus, a fim de que
sejamos transformados a semelhança de Cristo. É uma atitude
de aceitação das realidades espirituais. Ela nos fala de uma
dimensão eterna, espiritual, convencendo-nos dessa realidade.
Através de relacionamentos mais significantes como os
relacionamentos de confiança e de lealdade que a fé acontece.
Em fé nós confiamos e somos leais. Estamos relacionados em
109
O DNA do Grão de Mostarda
confiança e lealdade não somente a pessoas e grupos, como
também a “centros de valores e poder”. O nosso
relacionamento com Deus e com sua igreja se dá pela fé.
Através dessa relação o nosso mundo é formado, recebe
significado, tanto dentro como fora de cada um de nós.
Os limites humanos são ampliados por meio da fé, que nos
dá uma visão adequada, revelando-nos o propósito da nossa
existência, encorajando-nos a viver alegremente em momentos
de grandes dificuldades. A fé exercida através das orações
abre caminhos de graça, misericórdia e infinitas bênçãos das
riquezas infindáveis do nosso Deus e Pai.
A fé cristã está firmada em uma revelação, a isso chamamos
de aspecto objetivo da fé, é a oferta da graça de Deus ao
homem. No evangelho se revela a justiça de Deus que deve
ser recebida pela fé (Rm 1.16,17).
Temos também outro aspecto da fé, o qual chamamos de
subjetivo, é a resposta do homem à verdade divina, é uma
atividade humana em resposta ao evangelho de Jesus Cristo, e
corresponde ao desenvolvimento do nosso estilo de vida, é um
dos lados do fruto do Espírito, nos capacitando a viver em
santidade, em fidelidade a Deus e aos seus princípios, sendo
desenhado e construído a partir do que objetivamente, nós
declaramos crer. É através dessa fé que nos apropriamos da
verdade divina, compreendemos o amor de Deus e
desfrutamos de um relacionamento de intimidade e comunhão
com Ele e uns com os outros.
Desde o novo nascimento até a glorificação do crente, a sua
vida deve ser pela fé. “O meu justo viverá pela fé”, e isso é uma
atividade do Espírito Santo na vida do homem, que por meio da
pregação, pois “a fé vem pelo ouvir e o ouvir a palavra de
Deus”, vai convencendo-o da necessidade de um
relacionamento com Deus.
110
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Entendemos também que é pela fé que se obtém resultado
significativo no ministério. O labor e o trabalho cristão ficam
sem sentido e sem vigor se não forem executados através da
fé. Tudo o que somos e o que fazemos, deve ter como
motivação a nossa fé.
A natureza da Fé
De acordo com o dicionário, fé é uma firme convicção de que
algo seja verdade, sem nenhuma prova, pela absoluta
confiança que se deposita neste algo ou alguém. A palavra fé
veio da palavra grega pístis, que transmite a idéia de confiança,
fidúcia, firme persuasão.
A fé se relaciona de maneira unilateral com os verbos
acreditar, confiar, ou seja, se alguém tem fé em algo, então
acredita, confia nisso. Pode-se considerar que ter fé é nutrir um
sentimento de afeição pelo que acredita e confia.
Na Bíblia, a fé é definida como confiança plena, expressando
segurança, convicção, fidelidade. A verdadeira fé é alcançada
quando sabemos no que cremos, o porquê cremos, e nos
entregamos completamente ao objeto da nossa fé. Quando a
verdadeira fé existe, ela permanece como forte base para a
esperança, e nos garante que vivendo assim, seremos
agradáveis a Deus (Hb 11.1,6).
Os tipos de fé encontrados no Novo Testamento
Nas páginas do Novo Testamento, podemos encontrar
sentidos diferentes conferidos a palavra “fé”. Nesse estudo,
trataremos de três desses sentidos: A fé Carismática, A fé
Objetiva e a Fé subjetiva.
111
O DNA do Grão de Mostarda
Fé, um dom carismático para grandes realizações
"E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé..." (1Co 12:9).
Na primeira carta aos Coríntios, Paulo fala que a uns é dado
o dom da fé. E mesmo Jesus, declarou que se alguém “tivesse
fé do tamanho de um grão de mostarda, poderia ordenar ao
monte e lançá-lo ao mar”, ou seja, poderia fazer coisas
extraordinárias. Esse é o dom da fé, que entendemos como
sendo um dom especial para alcançar grandes realizações no
reino de Deus, é a capacidade especial dada por Deus a alguns
membros do Corpo de Cristo, habilitando-os a discernir com
grande confiança a vontade de Deus para o desenvolvimento
do trabalho futuro.
O dom da fé carismática nos move a uma profunda
convicção e confiança íntima de que Deus realizará aquilo pelo
qual oramos, mesmo que as circunstâncias sejam contrárias.
Enquanto todos os cristãos devem possuir fé e confiar em
Jesus em todas as questões e situações da vida, Deus dá a
alguns, pelo “mesmo Espírito”, o dom especial da fé, “a fé que
remove montanhas”.
Esse dom da fé nos leva a crer incondicionalmente no poder
de Deus, crer e confiar que o Senhor agirá em favor do seu
povo, aqui e agora. Em João 11:40, Jesus declara para Maria:
“Se creres, verás a glória de Deus”. Essa fé tem levado homens
e mulheres a mudar o rumo da história, realizando grandes
feitos para Deus.
João Comênio, um exemplo
No período da Reforma (1500/1600) havia entre 150 a 200
mil membros em quatrocentas igrejas por toda a Europa
Central. Mas, no levante das guerras no início do século XVII,
por volta de 1618, a Boêmia e a Morávia (República Checa)
foram dominadas por um rei católico romano, o qual
112
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
desencadeou uma terrível perseguição contra os ”Irmãos
morávios”, grupo de cristãos autênticos e zelosos. Nesse
período, havia na Boêmia um pastor e professor da
“UnitasFratum”, chamado João Comênio. Ele se tornou líder do
Grupo dos Irmãos na Boêmia, e com a perseguição tiveram que
fugir do país. Peregrinaram durante sete anos, nos quais João
Comênio ia ministrando aos “Irmãos”. Antes de deixar sua terra
amada, Comênio pára e conduz o grupo em oração: “Senhor
preserve uma ‘semente oculta’ em seu povo, uma que possa
crescer e dar frutos mais tarde”. Comênio nunca mais viu sua
terra natal. Por quase cem anos a igreja dos Irmãos procurava
fugir da perseguição, “parece que o mundo não tinha lugar
eles”.
Comunidade de Herrnhut - resposta à oração de Comênio
Os irmãos Morávios continuaram fugindo da perseguição e
cruzaram a fronteira da Alemanha. Em torno de 1720, eles
ouviram falar de um lugar conhecido como Herrnhut, uma
pequena faixa de terra na propriedade de um conde chamado
Zinzendorf, um homem de família rica e tradição luterana, que
já tinha em seu coração o desejo de estabelecer naquele local
uma comunidade cristã. Quando foi procurado pelos “Irmãos
Morávios”, Zinzendrofos os recebeu de bom grado. A afinidade
entre eles foi crescendo, e em determinado momento, o conde
sentiu necessidade de deixar a sua Mansão Senhorial para
morar com a comunidade, quando passou a visitar e ministrar
aos seus membros.
Aquela comunidade tornou-se unida, e de cerca de 80
moravianos
inicialmente,
rapidamente
cresceu
para
aproximadamente trezentos. Eles mantinham oravam e
estudavam a bíblica com constância e regularidade. Após
alguns meses de intensa busca, entusiasmo e fervor espiritual,
113
O DNA do Grão de Mostarda
em um culto de confirmação de duas meninas, após a bênção
final, a igreja foi tomada por grande emoção. Alguns choravam,
outros cantavam, muitos oravam fervorosamente, entenderam
que não era outra coisa, senão a manifestação poderosa do
Espírito Santo de Deus.
A partir daquele dia, eles formaram um “corpo” em Herrnhut.
Além disso, procuraram fazer contatos com outros “Irmãos”
espalhados pela Europa, formando urna poderosa rede de
cristãos clandestinos. Desenvolveram um sistema de
discipulado e de correspondência. Muitos líderes eram
treinados para visitar outros grupos e compartilhar com eles o
que estavam vivendo em Herrnhut, além do envio de centenas
de missionários por toda a parte do mundo. O movimento
moraviano, através das missões tornou-se o maior movimento
de transformaçâo e evangelizaçâo do mundo depois da igreja
primitiva. A “semente oculta” pela qual João Comênio orou,
surgiu e produziu muito fruto.
Essa história ilustra a visão de um homem de fé. E como
essa, nós temos tanto na história bíblica como na história
eclesiástica, diversos testemunhos que expressam o dom
carismático da fé.
Em que cremos – A Fé objetiva
A fé objetiva é outro tipo de fé encontrada no Novo
Testamento. Essa fé refere-se ao conjunto dos ensinos
transmitidos por Jesus Cristo e seus discípulos, constituindo-se
na “fé cristã”. Ela tem toda a Escritura como a Palavra de Deus.
Essa fé nos remete às verdades reveladas por Deus, através
das Escrituras, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. Nós
cremos não só pela veracidade dessas verdades, mas pela
confiança que depositamos n’Aquele que as proclamou. Jesus
114
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
torna-se o centro de nossa vida sem precisarmos tê-lo visto
corporalmente, mas sentimo-lo e O vemos com o coração.
Esta fé apresenta Jesus Cristo como o enviado do Pai, o
Filho de Deus, o Salvador do mundo, o Espírito Santo que
edifica a Igreja de Cristo e a santifica. Essa fé é necessária
para a salvação. Ela vem em conseqüência do Batismo, da
pregação do evangelho de Jesus Cristo, do testemunho e da
comunhão entre a igreja. Essa fé nos protege, pois estamos
vivendo tempos nos quais os homens “...não suportarão a sã
doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as
suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos,
e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às
fábulas” (2 Tm 4.3-4).
Vejamos alguns aspectos da fé objetiva, que deve fazer parte
da nossa declaração de fé.
Nós cremos em Deus, o Pai, Criador
Podemos afirmar e declarar a nossa fé em Deus, o Pai,
criador do universo. O Deus que se revela se comunica e se faz
conhecido ao homem. Essa revelação pode ser percebida
pelas coisas criadas:
“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento as
obras das suas mãos.” (Sl 19.1);
“...Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto
entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos
invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a
sua própria Divindade, claramente se reconhecem, desde o
princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que
foram criadas...” (Rm 1.19,20).
Pode ser compreendida também pelas Escrituras Sagradas e
pelo próprio Filho:
115
O DNA do Grão de Mostarda
“Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas
maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos
falou pelo Filho...” (Hb 1.1,2).
Embora não possamos conhecer Deus plenamente, sabemos
que podemos conhecê-lo de modo verdadeiro. Esse Deus em
quem cremos é revelado nas Escrituras como um Deus
verdadeiro, cuja essência é o amor, esse amor que podemos
conhecer e experimentar em nossa vida. Podemos também
conhecer os seus caminhos e até mesmo os seus
pensamentos, e como Davi, considerá-los preciosos: E quão
preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão
grandes são as somas deles! (Sl 139.17).
Deus pode ser conhecido, pessoalmente. Ele não é Aquele,
como diz a filosofia deista, criou o mundo e deu “corda” como
se faz com um relógio, e a partir daí, passou a assistir a tudo de
longe.
O Deus em quem cremos é Pessoal, tem um Nome, Ele é
Santo, e também é um Deus que mesmo “habitando a
eternidade” interage com a sua criação, tornando-se acessível,
e demonstra que se importa com cada um de nós, pois “Ele
também habita com o contrito e quebrantado de coração”.
Estamos certos de que Ele preside todos os assuntos da vida,
“Ele é o governador de toda a humanidade, Sua mão controla
força e poder.” Pela fé, cremos que a atmosfera que nos rodeia
está permeada pela providência e graça de Deus, tudo
expressa a sua glória. Cremos que Ele está presente onde
estivermos agindo em favor do cumprimento dos seus
propósitos. Por isso podemos afirmar que Todas as coisas
contribuem juntamente para aqueles que amam a Deus,
aqueles que foram chamados pelo seu propósito (Rm 8.28).
Cremos em um Deus real, pessoal, que anseia por
relacionar-se com cada um dos seus filhos.
116
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
A experiência de Jó mostra que muitas vezes o nosso
conhecimento está limitado a algumas informações que temos
a respeito de Deus: “Antes eu te conhecia de ouvir falar, mas
agora meus olhos te vêem.” Mas, assim como Jó, pela fé
podemos conhecer Deus de forma pessoal.
Ter fé em Deus e conhecê-Lo pessoalmente deve ser a fonte
da nossa alegria e da nossa noção de importância. Veja o que
Jesus disse em sua oração:
“Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que
também o teu Filho te glorifique a ti; assim como lhe deste
poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos
quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti
só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste.” (Jo 17.1-3).
Jeremias também faz uma declaração que deveria
transformar a nossa mente:
“Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua
sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o
rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em
me entender e me conhecer, que eu sou o SENHOR, que faço
beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me
agrado, diz o SENHOR.” (Jr 9.23-24).
Esse Deus em quem cremos e temos o privilégio de nos
relacionar com Ele, se revelou de forma plena, através do seu
Filho Jesus Cristo.
Nosso credo é Jesus Cristo
A centralidade de Jesus Cristo para a fé cristã
A fé cristã, não é simplesmente um conjunto de doutrinas,
Ela está baseada e firmada em uma Pessoa. Por isso nós
devemos afirmar que confiamos em Jesus Cristo, Ele é o nosso
Credo.
117
O DNA do Grão de Mostarda
Cremos em tudo o que as Escrituras afirmam a respeito dele.
E podemos dizer como Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus
vivo” (Mateus 16:14-16).
Paulo descreve quem é Jesus, o Cristo: sua primazia, sua
relevância, sua participação na criação, sua suficiência, seu
poder, sua humilhação e exaltação.
“JESUS CRISTO é imagem do Deus invisível, o primogênito
de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas
que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos,
sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo
foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e
todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo,
da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para
que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do
Pai que toda a plenitude nele habitasse, e que, havendo por ele
feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que
estão na terra, como as que estão nos céus (Cl 1.15-20).
E continua:
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não
teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si
mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por
isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um
nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se
dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e
debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o
Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.5-11).
118
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Como não nos prostrarmos diante dessa revelação? Como
não declararmos a nossa fé, numa Pessoa tão proeminente,
como Jesus?
Em Jesus nós podemos confiar. Nós cremos também no que
João falou a respeito dele, que Ele é o Verbo feito carne, é o
próprio Deus que “fez seu tabernáculo” conosco, que andou
entre nós, que pode ser tocado, observado, contemplado
fisicamente. Temos a convicção de que Jesus de Nazaré é
Deus feito homem. Deus, Filho, a segunda pessoa da trindade,
tomou a forma humana sem perder a divindade. Cremos que
Jesus é Homem-Deus e Deus-Homem.
“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos
com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas
mãos tocaram da Palavra da vida (porque a vida foi
manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos
anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi
manifestada); o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos,
para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa
comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo
1:1-4).
Para nós a profecia de Isaías a respeito do nascimento de
Jesus, cumpriu-se literalmente, como registrado por Mateus:
“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será
chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus
conosco.” Temos a sua vida como exemplo e os seus ensinos
como os mais profundos e adequados para vivermos uma vida
plena.
Quando olhamos para a cruz, podemos ter a certeza de que
cada ferida de Jesus é remédio para a nossa alma, “ele foi
ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa
das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava
sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Sua morte
119
O DNA do Grão de Mostarda
na cruz do calvário foi um ato de pleno amor por nós, a fim de
que pudéssemos receber o perdão de Deus.
A sua obra foi completa. Ele mesmo afirmou isso: “Está
consumado.” A cruz que parecia ser o fim, foi o palco da
demonstração do grande amor de Deus pela humanidade. E
Jesus, não somente morreu, mas após três dias, deixou o
túmulo vazio, Ele ressuscitou. O nosso Salvador é um Deus
que vive, portanto, Ele é real, e tem toda a capacidade para nos
conceder a vida eterna.
“Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que
foi manifestado na carne foi justificado em espírito,
contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no
mundo, recebido na glória” (1Tm 3.16).
E um dia Ele voltará. Nós cremos que Jesus voltará para
buscar a sua igreja, voltará para nos levar para junto dele, para
que “...onde Ele estiver, estejamos nós também.”
Para confirmar e ajudar aqueles que creram e ainda irão crer
em seu nome, Jesus prometeu o Consolador.
O Espírito da Verdade, o Consolador6
Assim como confiamos em Jesus, depositamos também
nossa confiança no Espírito Santo, o Consolador prometido por
Jesus, para habitar a vida dos crentes. Nós cremos que o
Espírito Santo é Deus, cremos em sua Pessoa, e podemos
receber suas influências em nossas vidas.
Embora sendo uma pessoa, o Espírito Santo é, muitas vezes,
descrito de formas impessoais, tais como: “O Sopro que
preenche”; “O óleo que unge”; “O Fogo que queima e ilumina”;
“A Água que dessedenta e refresca”; “O vento que sopra”.
6
Iran Bernardes da Costa, Apostila do VIII Encontro Nacional do Ministério
Grão de Mostarda.
120
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
E como pessoa, o Espírito Santo exerce as funções próprias
de uma personalidade :Ele é capaz de sondar os corações (Rm
9.27) e de assistir-nos em nossa fraqueza (Rm 9.26); Ele
possui sentimentos (Ef 4.30); Exerce o ministério do ensino
(João 14:26). O Espírito Santo Fala (Ap 2.7), revela (2Pe 1.21)
e clama (GI 4.6).
Uma das mais preciosas ministrações do Espírito Santo
como pessoa é a sua atuação como Consolador. Esse é o título
que o Espírito Santo recebe do próprio Senhor Jesus:
Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque,
se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se,
porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do
pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou
para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o
príncipe deste mundo já está julgado... Quando vier, porém,
o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade;
porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir (Jo 16.712).
Sabemos que seu poder é ilimitado, por isso devemos
recorrer a Ele em todas as situações da vida, cremos na sua
função de intercessor que “por nós intercede com gemidos
inexprimíveis”. Cremos em seu testemunho e confirmação de
que somos filhos de Deus, e sua presença, é consolo para a
nossa alma.
O Espírito Santo é o Espírito da verdade, e foi enviado por
Jesus, para confirmar a verdade de Deus em nossas vidas, Ele
mesmo nos ensinará e nos ajudará a entender e compreender
a verdade da Palavra de Deus.
Nós cremos na Palavra de Deus
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção, para a educação na
121
O DNA do Grão de Mostarda
justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra (2Tm 3.16-17).
A Palavra Escrita
7
Nós cremos que a Bíblia é o registro fiel e inerrante da
Palavra de Deus. Nós valorizamos a Bíblia, nós cremos na
Bíblia, nós aceitamos a Bíblia como a inspirada Palavra de
Deus escrita. A Bíblia é a autoridade final em tudo o que se
refere à fé e à prática cristãs. Ela é tão importante porque nela
a suprema revelação de Deus, na pessoa de Jesus Cristo, está
fielmente gravada.
“A mensagem de Deus ao mundo foi falada em sua forma
plena e acabada através de uma pessoa e não através de um
livro, e essa pessoa é Jesus Cristo (não um livro) e Ele mesmo
é a Palavra de Deus. O livro, porém, é apenas um dos meios
materiais de testemunho acerca de tal pessoa através de quem
Deus revelou o conhecimento salvífico de si mesmo ao mundo
e é através das páginas do livro que nosso contato com a
pessoa de Jesus Cristo acontece” (Dr. Richardson, A Preface to
Bible Study, 11).
Precisamos dar ênfase na natureza histórica da revelação
bíblica. A Bíblia é um livro indispensável porque ela é
primeiramente um livro sobre Jesus e ela contém as primeiras
evidências concernentes a Ele.
A Bíblia contém todos os testemunhos históricos que existem
acerca de Jesus Cristo. Outros livros, tais como As Confissões
de Agustinho, ou O Peregrino, também contém o testemunho
de Cristo, mas eles não são históricos. O testemunho desses
livros, antes de tudo, é baseado no testemunho histórico da
7
Iran Bernardes da Costa, Ministério Saudável – Alicerçado nos valores
éticos sacramentais” (Londrina-PR:Descoberta, 2012), p. 27.
122
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Bíblia, isto é, derivado dela. A Bíblia é o livro de testemunho
histórico: o testemunho dos profetas de Israel acerca do Cristo
que deveria vir, e o testemunho dos apóstolos e da comunidade
apostólica do Novo Testamento acerca da verdade de que
Jesus de Nazaré é o que fora anunciado pelos profetas. A
Bíblia é o livro de testemunho histórico: É por isso que ela foi
encerrada por volta de 100 D.C., quando a geração dos que
conheceram o testemunho original estava morrendo e não
poderia mais haver testemunho histórico algum.
O Dr. Myron J. Taylor diz que: A Bíblia é, ao mesmo tempo, a
Palavra de Deus e as palavras dos homens. Ela é um livro
sacramental – através das palavras, A Palavra (logos) vem (Dr.
Myron J. Taylor).
E o Dr. Ladd, em comenta:
Aqui talvez esteja o maior milagre da Bíblia: O fato de que,
nas contingências e relatividades da História, Deus deu ao
homem uma auto-revelação salvadora em Jesus Cristo de
Nazaré, registrada e interpretada no Novo Testamento; e
que no próprio Novo Testamento, que são as palavras dos
homens escritas dentro de específicas situações históricas,
e ainda sujeitas a teorias e hipóteses de investigações
históricas e críticas, nós temos a salvadora, edificante, e
segura Palavra de Deus (Ladd, The New Testament and
Criticism, 218).
E o escritor aos Hebreus mostra porque podemos crer e confiar
plenamente na Palavra de Deus. Ela continua sendo relevante
e eficaz em todos os aspectos da nossa vida: Porque a palavra
de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer
espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e
espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que
não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as
coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem
temos de prestar contas (Hb 4.12-13).
123
O DNA do Grão de Mostarda
Nós cremos no poder da oração
Mesmo vivendo em um mundo onde as pessoas excluíram
Deus das suas vidas, nós ainda assim, cremos no poder da
Oração, cremos na diferença que fazem as lágrimas
derramadas aos pés da Cruz. Necessitamos adentrar o lugar
secreto, pois ali, os nossos corações são expostos a Deus, e
Deus nos comunica a sua vontade.
A oração traz para a terra, as realidades e os tesouros dos
céus. A oração nos leva à intimidade com Deus, através dela,
Deus nos escuta e estende para nós as suas poderosas mãos.
Jesus separou tempo para cultivar a sua vida de piedade,
através da oração. Jesus valorizou e deu grande importância a
oração. Diversos textos retratam isso.
“E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e
passou a noite em oração a Deus e, quando já era dia, chamou
a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também
deu o nome de apóstolos” (Lc 6.12-13).
”E aconteceu que, quase oito dias depois destas palavras,
tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao monte a
orar. E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu
rosto, e a sua roupa ficou branca e mui resplandecente” (Lc
9.28-29).
“E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras;
e também os seus discípulos o seguiram. E quando chegou
àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em
tentação. E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e,
pondo-se de joelhos, orava” (Lc 22.39-41).
A vida de Jesus foi permeada de oração, de fala com Deus,
de diálogo com Deus. Jesus sabia que para viver nesse mundo,
não há outro caminho que não seja através da oração, da
conversa com seu Pai. Isso era tão evidente, que em
124
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
determinado momento da sua vida e ministério, seus discípulos
pediram: Senhor, ensina-nos a orar.
Podemos pedir a Deus para nos ensinar a orar, nos ensinar a
compreender esse caminho deixado por Ele, que é a oração.
Cremos que quando abrimos a nossa alma e o nosso
coração de forma sincera e consciente diante de Deus, Ele nos
ouve. “Seus ouvidos estão atentos e os seus braços estão
estendidos”, oremos. Para nós a oração genuína é verdadeiro
poder.
A Fé - virtude, fruto do Espírito - Aspecto Subjetivo
Tendo Jesus concluído todas as suas palavras dirigidas ao
povo, entrou em Cafarnaum. E o servo de um centurião, a
quem este muito estimava, estava doente, quase à morte.
Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns
anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu
servo. Estes, chegando-se a Jesus, com instância lhe
suplicaram, dizendo: Ele é digno de que lhe faças isto;
porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a
sinagoga. Então, Jesus foi com eles. E, já perto da casa, o
centurião enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te
incomodes, porque não sou digno de que entres em minha
casa. Por isso, eu mesmo não me julguei digno de ir ter
contigo; porém manda com uma palavra, e o meu rapaz
será curado. Porque também eu sou homem sujeito à
autoridade, e tenho soldados às minhas ordens, e digo a
este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu
servo: faze isto, e ele o faz. Ouvidas estas palavras,
admirou-se Jesus dele e, voltando-se para o povo que o
acompanhava, disse: Afirmo-vos que nem mesmo em Israel
achei fé como esta (Lc 7.1-9).
O texto acima fala de um homem, que mesmo não fazendo
parte do então “povo de Deus”, possuía uma fé virtuosa. A fé
como uma virtude, é gerada em nossos corações pelo Espírito,
nos conduzindo a confiar plenamente em Deus, em suas
palavras e na realização das suas promessas. Ela nos leva a
125
O DNA do Grão de Mostarda
avançar, a ir além, conduzindo-nos ao descanso, pois sabemos
que Deus “cuida da flor do campo, e dos passarinhos”, Ele
sabe cuidar também, de cada um de nós. Essa fé nos faz
descansar na soberania e na providência divina (Mt 6.25).
Essa fé alimenta a vida cristã, aprofunda a esperança e leva
o homem a viver e agir em amor. Seu firme fundamento é a
Palavra de Deus, os sacramentos, a vida de oração e a vida
comunitária; ela é um grande suporte para que nós possamos
viver e vencer nesse mundo.
Ela nos ajuda a crer nas realidades espirituais, que não estão
à nossa vista “...pois não andamos por vista, mas por fé”, mas
que são reais. Ela também nos ajuda a experimentar a viva e
graciosa presença de Deus em nossa vida, independente das
circunstâncias.
Por essa fé, nos entregamos plenamente à bondade divina,
obedecemos e praticamos a Palavra de Deus, vivemos em
estilo de vida segundo a mente de Cristo. Os mandamentos de
Deus são interiorizados em nossos corações, seus
ensinamentos são desejados não como uma obrigação, mas
por devoção e amor.
Essa é a fé que nos leva a entregar a nossa vida aos
propósitos eternos de Deus, por ela demonstramos ao mundo
que a vida com Deus e a sua palavra são reais, e, até mesmo
podemos atender ao chamado “Sê fiel até a morte”. Essa fé nos
ajuda a perseverar, a manter pela graça de Deus, a aliança, e
mesmo num mundo onde “o amor de muitos tem se esfriado”,
nossos corações continuam aquecidos e cada vez mais firmes
em Deus.
Aqueles que têm permitido que o Espírito Santo viva em suas
vidas, vivem por essa fé, e demonstram em suas vidas uma
gloriosa dependência de Deus, são encorajados a
perseverarem a despeito das circunstâncias. Essa fé, como
126
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
virtude nos torna abundantes em boas obras, quase não há
limites para as possibilidades de nosso serviço. Além disso, ela
nos capacita a suportar grandes dificuldades e nas
adversidades e conflitos, ela nos capacita a “sofrer o dano” e ao
mesmo tempo perseverar no ministério.
O trabalho que resulta da Fé – nosso Ministério8
O apóstolo Paulo identifica o trabalho dos Tessalonicenses
ao referir-se “à operosidade da vossa fé”. Na versão NIV,
lemos: Nós sempre damos graças a Deus por todos vocês,
mencionando vocês em nossas orações. Nós continuamente
relembramos diante de nosso Deus e Pai o vosso trabalho
produzido pela fé (1Ts 1.3).
Nada pode nos falar tão bem sobre a vida de uma pessoa
como a maneira como ela trabalha. Uma pessoa pode
encontrar diversas razões e motivos para fazer o seu trabalho.
Trabalho forçado
A pessoa pode trabalhar por causa de medo do chicote do
patrão. Este é um trabalho tipicamente de constrangimento.
Neste caso a pessoa está trabalhando para um senhor duro e
tirano; ela não trabalha pelo princípio da liberdade, mas sob
ameaça.
Ganância
Uma pessoa pode trabalhar movida por uma ganância de
ganhar mais e mais; sua motivação está na imediata
retribuição. Nossa sociedade moderna é quase totalmente
educada com base na autogratificação, e por isso é que o
trabalho é penoso para muitos, no mundo.
8
Iran Bernardes da Costa, Apostila Costurando o Vestido da Noiva
(Brasilia-DF: Grão de Mostarda).
127
O DNA do Grão de Mostarda
Competição
Uma pessoa pode trabalhar movida pelo senso de
competição, e esta forma de trabalhar pode conduzir as
pessoas ao estresse, à exaustão e até à depressão. Ela é
insegura e sempre sente que precisa fazer mais do os outros.
Inspirado pela fé
Mas há outra motivação para o trabalho: É a motivação que
Paulo identificou na vida dos Tessalonicenses. Conforme uma
outra versão, o “trabalho dos tessalonicenses era inspirado pela
fé.” Que tipo de fé eles tinham para serem tão trabalhadores e
zelosos como Paulo os define?
A fé deles estava fundada no fato e na convicção de que sua
tarefa lhes fora confiada por Deus e não pelo homem. Em
última análise, o trabalho deles não era para homem algum e
sim para Deus, o Deus que inventou o trabalho, ao criar o
universo; o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual
disse: “Meu Pai trabalha até agora, eu trabalho também”.
Aquele que trabalha inspirado por essa fé tem a convicção
de que “Tudo quanto fazem, fazem-no de todo o coração, como
para o Senhor e não para homens, cientes de que receberão
do Senhor as recompensa da herança” (Cl 2.23,24).
Aqueles que trabalham inspirados pela fé, podem recitar com
alegria: “Tudo o que existe nos céus e na terra é teu, ó, Senhor
e teu é este reino. Nós adoramos a Deus porque Ele dirige
todas as coisas. Riquezas e honra vêm somente do Senhor, e
ele é o governador de toda a humanidade; sua mão controla
força e poder, e é por sua vontade que os homens se tornam
importantes e recebem força” (1Cr 29.11,12).
128
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Conclusão
Embora possamos falar de fé em diferentes caminhos,
podemos dizer que fé é relacionamento de confiança e
profunda dependência de Deus, é a resposta humana à graça
divina, como ilustrada pelo escritor aos Hebreus:
E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão,
e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de
Samuel e dos profetas, os quais pela fé venceram reinos,
praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as
bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do
fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se
esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.
As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos;
uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para
alcançarem
uma
melhor
ressurreição;
e
outros
experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e
prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao
fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de
cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o
mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e
pelas covas e cavernas da terra. E todos estes, tendo tido
testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo
Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles
sem nós não fossem aperfeiçoados (Hb 11.32-40).
129
O DNA do Grão de Mostarda
Valores dinâmicos operacionais
Iran Bernardes da Costa
1. Nós estamos criando para Deus Uma família de
sacerdotes do reino
2. Nós estamos aperfeiçoando para Deus Uma academia
de epistemólogos da obediência
3. Nós estamos atraindo para Deus Um bando de
fazedores de boas obras
4. Nós estamos arregimentando para Deus Um exército de
pessoas leais
5. Nós estamos adestrando para Deus Uma Companhia de
comprometidos
6. Nós estamos formando para Deus Uma comunidade de
adoradores
7. Nós estamos funcionando para Deus Uma alta corte de
reconciliação
8. Nós estamos formando para Deus Uma nação de
cidadãos do céu aqui na terra
9. Nós estamos funcionando para Deus Uma escola de
intérpretes da Bíblia
10. Nós fazemos parte com Deus de uma ecologia do amor,
da graça e da misericórdia
11. Nós fazemos parte com Deus de uma matilha de
raposas enviadas
12. Nós fazemos parte com Deus daqueles que “onde a
bíblia fala, nós obedecemos; onde a Bíblia cala, de nada
cogitamos”
13. Nós integramos a equipe
restaurando famílias em Cristo
130
daqueles
que
estão
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Uma Filosofia Eclesial Prática
Iran Bernardes da Costa
Filosofia ministerial
Um
ministério
eclesiástico
ou
uma
organização
denominacional, que se valoriza, precisa colocar seu conjunto
de valores, ideias, postulados e revelações dentro da moldura
do ministério de todos os cristãos, caracterizado aqui de uma
filosofia eclesial.
Nesta seção, eu quero compartilhar com você uma visão
prática que tem direcionado a nossa filosofia eclesial. São
frases e pensamentos a respeito da existência e funcionamento
da igreja e do ministério que ajudam a manter o foco no
trabalho que Deus nos deu para desenvolver. Intencionalmente
eu não desenvolvi e ampliei esses pensamentos, para que
cada líder, pastor, empreendedor cristão possa, em oração e
submissão a Deus, fazer a aplicação necessária à sua vida e
ministério.
Não temos uma igreja para ir; somos uma igreja para
levar.
Não só fazer, mas também ser. Às vezes, a igreja local
se dedica tanto às suas atividades, que acabar se
esquecendo de sua missão de SER.
No mundo, os pré-cristãos não leem a Bíblia; eles
observam a vida dos discípulos de Cristo.
A Igreja postulada9 constitui-se um obstáculo à verdade
do Evangelho, à atuação eficaz da Igreja e à sua
atuação.
9
Conceituamos postulado, neste trabalho, o que é fruto da elucidação
humana e não expediente de revelação divina.
131
O DNA do Grão de Mostarda
Evento “é vento”, enquanto que o estilo de vida é
consistente e produz frutos duradouros; programas
ocasionais só agitam as pessoas, tornado-as eufóricas
por algum tempo.
Teologia e Práxis. Uma teologia revitalizada conduz a
uma prática dinâmica. É importante notar o quanto uma
teologia sadia pode redefinir e reorganizar a nossa
mente e a nossa consciência ministerial, pois cria em nós
uma atitude positiva para um ministério revitalizado.
“Igreja, vá para casa! Lá é o seu lugar”. Se Jesus saísse
à porta, ordenaria: “Igreja, para casa!” Creio que a Igreja
que Jesus projetou , fundou e mantém, tem como seu
ambiente natural as casas. Estudiosos da Bíblia e a
história da Igreja confirmam que os mais importantes e
maiores avanços da fé e prática cristãs dependem do
retorno da Igreja para o seu ambiente familiar.
Antes de se expandir - “alargar o espaço da sua tenda,
antes de estender o toldo da sua habitação, e antes de
alongar as cordas e firmar bem as suas estacas” - sem
impedimentos, a igreja precisa se encolher. Uma igreja
não deve ser subdesenvolvida nem uma igreja faraônica.
Cada igreja (congregação/comunidade) deve ser do
tamanho próprio, levando-se em consideração sua idade
e outros fatores relacionados a ela. Ao multiplicar-se e
assumir novos territórios, a igreja estará se encolhendo e
assumindo uma forma e tamanho que nos previnem de
uma
atitude
megalomânica.
Em
pequenas
congregações, a igreja pode existir e funcionar
adequadamente, centrada em Jesus Cristo, seu
fundador. Assim, a igreja será pequena e grande ao
mesmo tempo.
A Igreja precisa de líderes bem preparados, firmes e
resolutos. Ela não deve se esquecer de que foi projetada
para funcionar como um corpo, mediante uma liderança
compartilhada, não centralizada.
132
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
O jogo de quebra-cabeça mantém suas peças em seus
lugares, de acordo com suas cores e formas.
O ministério pastoral funciona pelo princípio do
sacerdócio universal, embora a presença de um líder
catalítico seja necessária. O líder catalítico é capaz de
conduzir com habilidade um processo revolucionário
para alcançar e manter resultados a curto, médio e longo
prazo.
Sobre a natureza da igreja, precisamos entender se
somos organização ou um organismo, uma instituição ou
um grupo institucionalista.
Nós lidamos com valores relativos e valores absolutos.
Por exemplo, valorizamos nossa estrutura, nosso nome e
nossa reputação eclesiástica – valores relativos - que
são os meios de transmitirmos a realidade espiritual;
adoramos a Deus e louvamos a Jesus Cristo – valores
absolutos.
Estamos na contramão! Ao invés de convidar as pessoas
para visitar nossa igreja, nós preferimos levar a igreja até
as pessoas.
A igreja não deve ser a igreja da cidade, mas uma igreja
para a cidade.
A Ceia do Senhor não é uma missa, mas um
sacramento.
O batismo não é apenas um ritual de entrada, mas um
sacramento para remissão de pecado, de aceitação de
aceitação do evangelho e inclusão no Corpo de Cristo.
A igreja não é apenas uma receptora, mas uma
transmissora dos valores eternos.
O princípio da economia (oikósnomos) deve sempre ser
observado por nós. Fazer o máximo com o mínimo de
recursos.
133
O DNA do Grão de Mostarda
Nosso jejum deve ser primeiramente moral, depois,
material. Subjetivo, depois, objetivo. Primário, depois,
secundário (Is 58.1-14).
A nossa consagração deve ser primeiramente para Deus
e não para alcançar nossos objetivos pessoais.
O crescimento da igreja, o aumento de congregações e a
inclusão de novos membros, devem ser de modo natural
e não o resultado de uma estratégia artificial e periférica.
Cristãos se reproduzem em outros cristãos; igreja se
reproduz em outras igrejas.
Os pontos apresentados acima, nesta seção, constituem-se,
em parte, a nossa filosofia eclesial. O objetivo deste trabalho foi
colocar a igreja em destaque, como uma foto numa moldura.
Dentro desse contexto, Filosofia Eclesial é como uma usina
nuclear e está carregada de ideias, valores e convicções. Ela
nos inspira o tempo todo, nos motiva para o trabalho do Senhor
e nos conclama a participar de desafios cada vez maiores.
Esta filosofia não é político-democrática, mas aberta à
participação ministerial. Muito antes das técnicas e das
metodologias, esta filosofia já estava presente com seu poder
capacitador, que assalta nossa mente e coração para nos
tornar membros apaixonados de um movimento mundial que
começou com o Filho de Deus em Jerusalém, no ano trinta
aproximadamente. Com essa filosofia em nossas mentes e
corações, seremos sempre vitoriosos, sem precisar fazer parte
de ondas triunfalistas. Quando encontramos obstáculos, não
sucumbimos nem nos deixamos esmorecer de vez, pois dentro
de cada um de nós tem uma reserva de energia que nos
permite “olhar firmemente para Jesus, o autor e consumador da
nossa fé” e, assim, continuamos em nossa caminhada.
Todo verdadeiro líder está cheio desta Filosofia Eclesial.
Esses são orientados pela virtude da perseverança, dotados da
134
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
arte de enfrentar oposições, com autoridade, moderação e
doçura. Um ministério, formado por líderes com essa Filosofia,
também está preparado para todas as circunstâncias. Esse
ministério está pronto a responder conforme o caráter e ensinos
de Jesus.
135
O DNA do Grão de Mostarda
Nossa agenda de oração
Iran Bernardes da Costa
“Invoca-me, e te responderei: anunciar-te-ei causas grandes
e ocultas, que não sabes” (Jr 33.3).
“Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de
quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a
terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda
que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no
homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela
fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de
poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura,
e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o
amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais
tomados de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é
poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto
pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em
nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas
as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Ef 3.14-21).
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e
abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele,
comigo” (Ap 3.20).
Unção do Espírito Santo: Para a vida diária e realizações.
Visão Clara da Vontade de Deus: Para não estar em
desacordo com Ele.
Entendimento e Aceitação do Senhorio de Cristo: Para
uma completa rendição de tudo.
Frutificação do Ministério: Para uma multiplicação sem
precedentes.
136
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Atuação Sobrenatural de Deus no Ministério: Milagres,
Prodígios e Maravilhas.
Paz e Harmonia entre os Membros da Família de Deus:
Denominações, Igrejas e Membros.
Derramamento dos Dons do Espírito Santo: Manifestações
genuínas e espontâneas.
Desenvolvimento de Relacionamentos: Habilidade de não
ofender a outrem e capacidade de não se ofender.
Estilo de Vida de Contato: Evangelismo, Testemunho,
Salvando seu Óikos.
Santificação dos Nossos Filhos para Deus: Acordo entre
pais e filhos quanto à Corte; Honra entre pais e filhos.
Batalha Espiritual: Quebrar os poderes controladores em
familiars e membros da Célula.
Patrulhar a Cerca: Vigilância cerrada protegendo a família
contra álcool, fumo, drogas, sexo ilícito, namoro inconsequente
e “ficar”.
Discernimento de Espíritos Enganadores: Materialismo,
Mundanismo, Prazeres da carne.
137
O DNA do Grão de Mostarda
Em que cremos
A simplicidade é a principal marca da fé cristã.
1. O nosso credo e Jesus Cristo.
2. Nosso livro é a Bíblia.
3. Onde as Escrituras falam, nós falamos; onde elas
calam nos calamos.
4. Não somos únicos; mas unicamente discípulos.
5. Cremos que a Bíblia e infalível e inerrante.
6. Confessamos que Jesus Cristo é o filho de Deus, e o
proclamamos como senhor e salvador.
7. Cremos que através do batismo em Cristo somos
introduzidos a uma vida nova e nos tornamos uma
unidade com ele.
8. Através da leitura da Bíblica, da ceia do senhor e da
oração, mantemos comunhão com Deus.
9. Cremos no batismo como o espirito santo
acompanhando dos dons espirituais.
10. Cremos na cura divina, através da oração com óleo e
a imposição das mãos.10
11. Os espíritos maus são expelidos e as pessoas
atormentadas são libertas pelo poder do nome de
Jesus.11
10
Adicionado por Iran Bernardes da Costa.
11
Ibid
138
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Justificativas
Noção de necessidade interna e externa
Justificativa de existência própria
A Grande Comissão dada por Jesus Cristo a seus discípulos,
e por extensão, à Igreja, é uma tarefa ainda quase intacta,
constituindo-se no grande e urgente desafio que tem pela
frente. Com o passar do tempo e com o fator demográfico, fica
cada vez mais remota a sua compleição. A Igreja no mundo
deve sentir-se feliz pelo que já tem realizado dessa tarefa,
porém uma profunda insatisfação deveria atuar como uma força
movendo o povo de Deus a realizar muito mais. A Igreja em
geral e nosso movimento em particular, tem falhado em não
cumpri-la, pois não alcançamos resultados com impactos, nem
estatísticos, nem comportamentais na vida da sociedade nem
da própria Igreja.
Se o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o
que crê, como de fato o é, o Cristianismo não deve ser mais
uma mera religião que recai apenas no domínio sociológico,
mas deve ser um movimento, ou mesmo uma revelação
revolucionária, que transforma pessoas a partir de sua natureza
espiritual e moral, em índices tão expressivos de modo que
haja repercussão até mesmo nas instituições. Essa é uma
tarefa muito difícil, pois crer em Jesus Cristo como o filho de
Deus, e salvador do mundo, implica em obediência “Coisa dura
12
é crer, pois isso importa obedecer” . A obediência é o que
convalida a fé. O processo de alcance e transformação
proposto pelo Evangelho espera que as pessoas tomem
consciência de Jesus Cristo e creia nele como salvador e
12
Watson, David. Called and Committed, p. 9.
139
O DNA do Grão de Mostarda
senhor; passem a amá-lo de todo o coração, pois ele é Deus; e
comprometam suas vidas a ele radicalmente.
Através da História Deus tem suscitado movimentos
revolucionários para revitalizar a Igreja, ou parte dela, com o
fim de cumprir melhor a grande comissão. Esses movimentos
foram dinâmicas e/ou expedientes, como o Espírito Santo
moveu sobre as pessoas e os diversos grupos, em épocas
distintas, de diversas e particulares formas de atuação. Essas
iniciativas atuaram em todas as áreas da missão da Igreja, com
certas limitações, mas cada uma teve sua característica, ou
peculiaridade principal.
Quem vai dizer se o MGM é (foi) um movimento que justificou
sua existência e atuação nos seu tempo, são as gerações
futuras, contudo, hoje praticamos a fé e a vida da Igreja, como
sendo um movimento, tão histórico e autêntico como o foram os
outros. A diferença é para eles o tempo passou, para o MGM,
esta é a nossa hora.
140
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Resultados já alcançados
Vinte e duas congregações
Oitenta e sete pastores ordenados
Dezenas de líderes de células (pastores ainda não
ordenados).
Cidades e Estados onde temos congregações do MGM...
Número de membros em todo o Brasil...
Número de células existentes...
Vinte Encontros Nacionais com material escrito
Quinze módulos da Escola de Ministérios com conteúdo
escrito
Dezenas de seminários de edificação da família
141
O DNA do Grão de Mostarda
Resultados esperados para o futuro a curto,
médio e longo prazo
Todo planejamento leva em conta resultados já alcançados e
futuros. Até aqui, vimos como o Ministério Grão de Mostarda
funciona, sua identidade e seus valores fundamentais, e
certamente somos desafiados a comprometer nossas vidas,
pois é uma visão de Deus para nós, a fim de cumprirmos a
Grande Comissão deixada pelo nosso Senhor Jesus Cristo. No
próximo módulo da Escola de Ministérios, continuaremos
abordando esse tema, O Plano de Deus para um Movimento
bem sucedido, então, trataremos de resultados esperados para
o futuro a curto, médio e longo prazo.
142
Mordomia
Cristã
O DNA do Grão de Mostarda
Saneamento financeiro – Dívidas, nunca mais!
Iran Bernardes da Costa
Suas propriedades os mantem em cadeias... cadeias que
algemam sua coragem e sufocam sua fé e obstruem seus
julgamentos e estrangulam alma. Eles pensam que são
donos, mas na verdade eles são possuídos: escravos como
são de suas posses, eles não são senhores de seu
dinheiro, mas escravos dele13 (Cipriano).
Deus se opõe à usura e à ganância, e muitos não tem essa
consciência porque estas duas coisas não são simples
assassinos e assaltantes. Ao contrário, a usura é a mais
14
insaciável dos assassinos e assaltantes (Martinho Lutero).
A natureza de dívida
O que é dívida?
Uma das maneiras mais objetivas de entender a natureza de
dívida é fazendo uma antítese entre débito e crédito. É a
diferença diametral entre o haver e o dever. Isto é a noção
mais elementar das ciências contábeis. Todas as vezes que se
emite uma obrigação cria-se um débito; sempre que se
adquirem valores, estabelece-se um crédito. Todas as vezes
que se registra uma saída, a conta opera em dever; quando se
opera uma entrada, a conta fica em haver. Então, a antítese do
crédito é o débito. Quando uma conta bancária está em
excesso, se diz que está devedora. O correntista emitiu mais
saídas que entradas; mais gastos que depósitos.
Então, quando se gasta mais do que se recebe a pessoa fica
em débito; fica devedora. De forma simples e não jurídica
13
14
Randy Alcorn, Money, Possession and Eternity, p. 305.
Ibiden.
144
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
pode-se dizer que essa pessoa está em estado de insolvência;
ou seja, não tem aptidão financeira para corresponder a seus
compromissos.
A insolvência aludida acima nem sempre é de natureza
patrimonial, mas às vezes, apenas financeira. É o caso do
devedor ser proprietário de bens até mais que suficientes para
quitar seus débitos, mas não dispõe de fluxo financeiro que
possa cobrir suas dívidas. E, ainda, pode acontecer que o
devedor tenha recursos financeiros suficientes, mas tem o mau
costume de sempre prorrogar seus compromissos.
Então, dívida é um estado de nulidade financeira; é estar
vazio diante da obrigação; pessoa (física ou jurídica) para
quem a prestação deva ser cumprida. A inadimplência está
caracterizada.
Como as dívidas são contraídas
Antes de tudo o devedor em potencial “tem uma necessidade
inadiável” e não tem os fundos para tal aquisição. Essa
“necessidade”, na maioria das vezes, é uma comichão15 por
algo que vá lhe trazer satisfação, prazer, suprir necessidades,
etc.
O passo seguinte é dar uma boa enverniza na cara de pau,
e, então, como todo devedor sabe, existem múltiplas fontes
onde buscar os recursos, tais como bancos, financeiras, a
empresa onde trabalha, o patrão, colegas de trabalho, irmãos,
pais, filhos; financiamentos escolares. Empréstimo entre
amigos é a melhor providência para quebrar relacionamentos:
“...e, aí, será que dá pra me arrumar cento e vinte até o dia
do pagamento?”
15
Desejo ardente, incontrolável.
145
O DNA do Grão de Mostarda
“Vê pra mim aí uns cinquentinha até amanhã; eu tenho um
dinheiro para receber amanhã”.
“Cara, minha comissão atrasou e eu tô arrochado. Me
empresta aí seiscentos! Saindo, tá na sua mão”.
Bem, outras formas de endividamento: atrasando o aluguel;
o condomínio, a energia elétrica; a mensalidade escolar;
viagens precipitadas; uma cirurgia eletiva voluptuária, a troca
do carro meio forçada; a compra de um imóvel, mesmo que
aparentemente racional, não contando com os recursos para
as prestações, e muitas outras situações.
Às vezes o endividamento ocorre em situações imprevisíveis
e inevitáveis, em decorrência de compromissos normais e
justos e necessários. Às vezes acontece motivado por perdas,
desemprego, etc. Contudo, estamos falando do que é mais
comum no dia a dia das pessoas.
Então, todo comprometimento financeiro sem o lastro
correspondente, é dívida; todo crédito tomado a seu favor se
transforma simultaneamente em débito contra você; todo
serviço prestado a você sem a contraprestação, o torna
devedor.
Contudo, a forma mais comum e mais sutil e traiçoeira de
endividamento é o mau uso16 do cartão de crédito. Não
podemos, contudo, fazer do cartão de crédito o vilão, pois
presumimos uma capacidade moral do seu titular; entretanto,
na carência desta, é melhor sacrificá-lo.
Endividar-se “é comer o lanche antes do recreio”.
16
Se há o mau uso, deve haver o bom uso. Disciplina. “Se teu cartão de
crédito te faz tropeçar, cirurgia plástica nele!”
146
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Primeiro exercício:
1. Fazer uma lista de formas de endividamento não
mencionadas acima:
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2. Dê sua própria definição de dívida:
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3. Faça a lista de todas as suas dívidas:
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
147
O DNA do Grão de Mostarda
4. Descreva seu estado de espírito em razão do que as
dívidas representam para você em termos de
consciência; qualidade do repouso; relacionamentos
interpessoais; ameaças de protestos; cobranças
judiciais; seu nome e sua reputação, etc.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O crédito é como as delícias do amor furtado, que, uma vez
desfrutado, converte-se em débito; é como a picada de uma
víbora peçonhenta: Desvia-te do caminho das ofertas de
crédito e não te aproximes da casa delas, para que não cedas
a outrem a tua honra, nem o melhor de tua vida, à voracidade
da ganância. Assim, evitarás que os teus bens estufem os
celeiros dos poderosos, e guardarás o fruto do teu trabalho
para teus filhos e netos, e não lamentes no fim de tua vida.
Origem do comprometimento financeiro e do
endividamento
Esta é uma questão essencialmente visceral, vem das
entranhas. Jesus nos preveniu quanto à origem de coisas
inconvenientes. Ele falou assim:
O que sai da pessoa é o que a faz ficar impura. Porque é de
dentro, do coração, que vêm os maus pensamentos, a
imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os
adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as
imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir
148
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
sem pensar nas consequências. Tudo isso vem de dentro e
faz com que as pessoas fiquem impuras.17
O apóstolo Tiago, irmão do Senhor, lecionou também sobre
a subjetividade dos impulsos.
De onde vêm as lutas e as brigas entre vocês? Elas vêm
dos maus desejos que estão sempre lutando dentro de
vocês. Vocês querem muitas coisas; mas, como não podem
tê-las, estão prontos até para matar a fim de consegui-las.
Vocês as desejam ardentemente;18 mas, como não
conseguem possuí-las, brigam e lutam. Não conseguem o
que querem porque não pedem a Deus. E, quando pedem,
não recebem porque os seus motivos são maus. Vocês
pedem coisas a fim de usá-las para os seus próprios
prazeres. Gente infiel! Será que vocês não sabem que ser
amigo do mundo é ser inimigo de Deus? Quem quiser ser
amigo do mundo se torna inimigo de Deus. Não pensem
que não quer dizer nada esta passagem das Escrituras
Sagradas: “O espírito que Deus pôs em nós está cheio de
desejos violentos.”
Porém a bondade que Deus mostra é ainda mais forte, pois
as Escrituras Sagradas dizem: “Deus é contra os
orgulhosos, mas é bondoso com os humildes.” Portanto,
obedeçam a Deus e enfrentem o Diabo, que ele fugirá de
vocês. Cheguem perto de Deus, e ele chegará perto de
vocês. Lavem as mãos, pecadores! Limpem o coração,
hipócritas! Fiquem tristes, gritem e chorem. Mudem as suas
risadas em choro e a sua alegria em tristeza. Humilhem-se
diante do Senhor, e ele os colocará numa posição de
honra.19
Lembra-se da palavra comichão, que falamos bem no início?
Tiago a cita neste texto, assim: vocês as desejam
ardentemente.
17
Marcos 7.21-23
Destaque nosso
19
Tiago 4.1-10.
18
149
O DNA do Grão de Mostarda
O poder dos desejos
O apóstolo Tiago apresenta o grande desafio da questão. O
que você pensa: o objetivo da vida cristã é submeter os
desejos à vontade de Deus ou buscar a satisfação dos próprios
desejos pelos prazeres deste mundo? Se a vida for centrada
na busca dos desejos, muitos desgostos e decepções poderão
ocorrer. Tiago mostra que os resultados da atitude de uma vida
orientada pela busca dos desejos são guerras e batalhas. 20
O resultado prático dessa ardente busca por prazeres são os
maus sentimentos, tais como as competições, as rupturas nos
relacionamentos, as inimizades, as explosões de ira. Isso foi
tema de preocupação dos antigos moralistas, como deveria ser
para nosso mundo pós-moderno.
Considerem a contínua guerra que prevalece entre os
homens mesmo em tempos de paz, a qual existe não só
entre nações e países e cidades, mas também entre as
famílias, ou melhor, eu deveria dizer, uma guerra que está
presente em cada homem individualmente; observem a
indizível tempestade de fúria na alma das pessoas em
decorrência do violento empurra-empurra (rush) entre os
homens em sua busca por sobrevivência; e você ficará
abismado se encontrar alguém que possa ter alguma calma
ou tranquilidade dentro desse tsunami provocado por esse
mar indomável da vida.21
Filo, em suas considerações, concluiu que a razão de os Dez
Mandamentos encerrarem com “Não cobiçarás”, é que para
ele, os desejos são as piores paixões da alma.
Não é por causa dessas paixões que os relacionamentos
são quebrados e a natural boa disposição das pessoas são
transformadas em inimizade, e que os mais populosos
20
Polemoi, que significa guerras e machai, batalhas.
Philo, citadopor William Barklay in The Daily Bible Series, The Letter of
James and Peter, p. 98. Philo foi um filósofo Greco-judaico, em Português,
Filo de Alexandria, 25aC a 50dC.
21
150
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
países são desolados pelas dissenções domésticas? E terra
e mar estão sempre cheios denovos desastres através das
batalhas navais e campanhas? Por que as guerras famosas
em tragédias... todas procedem damesma fonte – os
desejos tanto por dinheiro ou glória ou prazer. Por essas
22
coisas o ser humano fica enfeitiçado.
É impressionante como esse homem já antevia o clima dos
relacionamentos sócias dos nossos dias. Ele sustenta que tudo
isso é por causa dos desejos: “A única causa das guerras, das
revoluções e batalhas não é outra senão o corpo e seus
desejos.”23
Barklay ainda cita Cícero, “São os insaciáveis desejos que
subvertem não só os homens individualmente, mas famílias
inteiras, e que até mesmo sucumbem o Estado. É dos desejos
que brotam o ódio, os cismas, as discórdias, as seduções e as
guerras”. 24
Os desejos são a raiz de todos os males que arruínam a vida
e dividem os homens. Os autores bíblicos são unânimes em
sustentar que os desejos e a busca pelo prazer são as forças
que dominam a humanidade e ameaçam a integridade moral e
a saúde espiritual das pessoas.
O apóstolo Paulo descreve para Tito o estilo de vida
daqueles que ainda não tinham a fé cristã: “Pois nós também,
outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados,
escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em
malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros”.25
Agora vejamos o que Jesus Cristo pontuou sobre o tema na
ocasião que explicou o sentido da parábola do semeador: “...a
semente é a Palavra de Deus... A que caiu entre espinhos são
22
Ibiden.
Platão, Grecia 427aC a 347dC. Citado por Barklay, p. 99.
24
Ibiden, p. 99.
25
Carta de Paulo a Tito 3.3.
23
151
O DNA do Grão de Mostarda
os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com
os cuidados, riquezas e deleites da vida”.26
Consequências das atitudes centradas nos desejos
A pessoa cuja mente é dominada pelos desejos sofrerá
danosas consequências. Como preconiza Tiago, esses desejos
são capazes de levar as pessoas a se agredirem e se
atracarem na garganta uns dos outros. Desejos são poderes
bélicos inerentes ao ser humano. Essa belicosidade
operacionaliza-se com sentimentos de ira no interior como
também se manifesta em explosões de agreções mútuas.
Invariavelmente os desejos são relacionados a três coisas
básicas: dinheiro, poder e sexo. Quando os seres humanos se
liberam para obter esses e outros itens, a vida torna-se uma
arena de competição e os homens fazem de tudo para
eliminarem seus rivais.
Como o processo ocorre
Tudo começa pela concepção de um desejo. Sempre através
de um ou mais sentidos. Vendo, cheirando, ouvindo, tocando,
degustando. É papel do marketing criar nas pessoas a
impressão de necessidade – quase sempre é uma necessidade
falsa; mero desejo. Inicialmente é um simples germe que vai se
evoluindo; a pessoa vai alimentando o desejo e este vai
dominando a mente da pessoa que, sob tal estado emocional,
não consegue livrar-se do sonho de obter o que deseja. Passos
são dados, providências tomadas e a decisão é feita. O desejo
triunfou sobre a razão.
Nesse ponto a vida relacional começa a mostrar os efeitos
danosos. Culpa e auto condenação; atritos domésticos;
26
Evangelho segundo Lucas 8.11,14.
152
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
abatimentos; depressões e angústias; a satisfação obtida
torna-se um laço de traição; orações interrompidas, pois
descobriu-se que antes suas orações tinham como propósito
obter os desejos; agora perdeu-se o verdadeiro objetivo da
oração, como revelado por Jesus Cristo, “seja feita a tua
vontade” mas até agora a pessoa sempre orou para que sua
própria vontade fosse feita.
Exercício
Citamos acima vários personagens, inclusive o Senhor Jesus
Cristo. Não temos a intensão de equipara-los numa taxonomia
absoluta, mas mostrar que todos foram unânimes em afirmar
que as guerras e disputas entre nações, povos e indivíduos,
vem dos desejos. Tiago chamou isso de desejos ardentes;
apelidamos isso de comichão.
1. Você concorda que falta de contentamento se aplica
bem ao que estamos falando: Sim ( ) Não ( ) Por
que?
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2. Abaixo temos uma lista de fatores subjetivos que podem
ou não influenciar nosso comportamento quanto à
satisfação dos desejos. Veja se você já foi ou tem sido
atingido
por
alguns deles
(Ofereça
alguns
comentários).
Inveja
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
153
O DNA do Grão de Mostarda
Ciúmes
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Vaidade
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Orgulho
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Grandeza
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Supremacia
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Competição
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Glamour
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Imitação
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Exaltação
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Pressão
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
154
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Cobiça
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Autoafirmação
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Imagem própria
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Alienação
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Sedução
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Encantamento
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Hábitos
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Impulso
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Ansiedade
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Pressa
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
155
O DNA do Grão de Mostarda
Busca de prestígio
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Sensação de posse e ou propriedade
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Afirmação do próprio gênero (homem ou mulher)
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3. A seguir a lista dos fatores objetivos que podem ou não
influenciar nosso comportamento quanto aos desejos.
Veja se você já foi ou tem sido atingido por alguns
deles (Ofereça alguns comentários)
Marca
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Modelo
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Moda
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Preço
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Oferta
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Oportunidade
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
156
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Disponibilidade
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Propaganda
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Novidade
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Lançamento
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4. Quando alguém vem dirigindo atrás de você um carro
bem mais imponente do que o seu e fica dando luz alta
e se aproxima da sua traseira...
Como se sente?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5. Quando você está dirigindo e faz o mesmo com o
motorista da frente, o que você poderá estar
demonstrando?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6. Que atitudes você resolutamente decide hoje tomar, em
relação ao comprometimento financeiro e ao
endividamento?
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
157
O DNA do Grão de Mostarda
7. Diante do que vimos qual é o caráter
comprometimento financeiro e do endividamento?
do
Bom ( )
X
( ) mau
Por que?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Obs.:
Em qual dos itens acima você porventura poderia ter sido
menos honesto na sua resposta ou consideração?
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Conclusão
Nossa atitude agora deve ser a de não contrair mais dívidas,
contudo em caso de recorrência, é melhor sentar e calcular os
custos e todas as consequências.
158
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Motivação da mordomia cristã
O sacramento de uma oferta
Iran Bernardes da Costa
Graça e gratidão se pertencem assim como o céu e a
terra.Graça evoca gratidão assim como a voz ressoa em
eco;Gratidão segue a graça assim como o trovão segue o
27
relâmpago.
Vivendo para doar; doando para viver.
Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do
que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a
aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela (a
fé) também mesmo depois de morto, ainda fala (Hb 11.4).
Introdução
Nosso país recebeu no dia sete de abril de 2011, um
batismo. Um batismo de sangue! 28 A gente não chora, nem se
lamenta, nem se dá conta da profundidade da dor que corta o
coração dos pais, dos avós, dos tios, dos primos, dos amigos,
dos professores, porque todos nós estamos desumanizados;
27
Barth, citadopor Randy Alcorn, Money, Possession and Eternity, p. 195.
28
Massacre de Realengo refere-se ao assassinato em massa ocorrido em
7 de abril de 2011, por volta das 8h30min da manhã (UTC-3), na Escola
Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo, na cidade do
Rio de Janeiro. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola
armado com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos
presentes, matando doze deles, com idade entre 12 e 14 anos. Oliveira foi
interceptado por policiais, cometendo suicídio.
159
O DNA do Grão de Mostarda
corações petrificados; corações materializados; enfeitiçados
pela cultua da banalização; encantados pela filosofia da
erotização; calejados pelo estilo de vida de consumo e
hipnotizados pela naturalização da violência!
Nosso coração está distanciado! Alienado! Adormecido! Num
paraíso diferente do de Deus. Jesus nos ensinou, que onde
está o teu tesouro, aí estará também o teu coração (Mt 6.1921).
O sistema econômico; o sistema de poder que rege a nação;
A cultura da corrupção – tudo isso em seus pormenores –
exerce uma poderosa e devastadora influência maligna sobre
toda a sociedade e também sobre a igreja.
Quase sempre me encontro “amarrotado”, como diz minha
mãe, e “acabrunhado”, como dizia meu pai.
Uma voz subliminar, me dizendo o tempo todo, “inventou,
agora aguenta!”
Nos últimos anos venho pensando em grandes desafios para
mim, para minha família e para todos nós que fazemos o MGM.
Desafios que demandem recursos financeiros expressivos;
muito mais consciência de nosso papel e atuação e muito mais
forte convicção! Mais trabalho, mais fidelidade, mais santidade,
mais oração.
Muitas vezes toco neste assunto, converso com a Neuza, e
sempre sofro a tentação do desânimo. É melhor adotar um
caminho mais fácil; que agrade a todos; que não desaponte a
ninguém; que traz felicidade geral. Por que ficar falando nesse
assunto toda vida?
Desde alguns anos venho procurando coragem para entrar
nessa Agenda em Aberto, mas a relutância quer sempre me
vencer. “Por que você não trata de assuntos espirituais ao
invés de ficar falando em dinheiro?”.
160
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Finalmente fui convencido. Convencido de que falar sobre
dinheiro sob a perspectiva divina é mais espiritual do que
qualquer outro assunto. Então, minha alternativa é completar o
que iniciei, ou iniciamos, e procurar glorificar a Deus com o
melhor entendimento sobre o assunto, e servi-lo como nosso
trabalho e com os bens que Ele nos confiou.
O autor aos Hebreus começa seu rol de personagens
honradas da Antiga Aliança, citando um homem que,
aparentemente, fez pouco pela causa de Deus: Abel.
A Bíblia não fala muito sobre Abel. O que sabemos dele a
partir de Gênesis é que ele era filho Adão e Eva; irmão mais
novo que Caim; que foi pastor de ovelhas; que sua oferta foi
aceita por Deus, e que foi assassinado por seu irmão. Na
verdade, a Bíblia não fala muito desse personagem, cuja
trajetória foi curta, mas fala o essencial. Em Hebreus temos
mais uma informação, à qual nos reportaremos mais adiante.
Atitudes sobre riquezas e bens
Atitudes incorretas sobre bens matérias e poder tem sido
causas de muita discórdia e atritos entre pessoas,
organizações e países. As pessoas, as organizações e os
países, quando percebem ou presumem que os outros dão
sinais de interesse nos seus bens, às vezes ficam inseguros e
desconfortáveis. O apego a bens e riquezas leva as pessoas a
uma atitude de constante vigilância para não deixar escapar
nada. Pessoas apegadas ao dinheiro gastam metade da vida
acumulando tudo o que puderem; a segunda metade a vida
eles gastam vigiando para não perder o que ganharam; assim,
elas não são felizes, nem na primeira nem na segunda parte da
vida.
Na tradição judaica tem uma explicação sobre o primeiro
homicídio da história. Naqueles dias, ainda bem no início de
161
O DNA do Grão de Mostarda
tudo, toda a terra estava para ser possuída e explorada, e a
humanidade estava em franco poder da queda. Então vejamos
o que diz uma tradição judaica.
Caim e Abel não estavam entrando em acordo sobre o que
cada um devia e poderia possuir de toda a terra e do que
dela pudessem tirar. Então Abel sugeriu um plano em que
eles pudessem chegar a um entendimento pacífico. Então
Caim, insatisfeito, procurou logo tomar posse dos melhores
lotes de terra, enquanto que Abel estava ficando sem boas
opções, e o que lhe restava eram bens “semoventes”, ou
seja, alguns animais. O coração de Caim já estava ficando
amargurado e invejoso, mesmo sem uma razão aparente.
Um dia Caim disse a seu irmão: “Se arranca! Tira o pé do
que é meu! Você não vê que eu já estou aqui nessa planície
há muito tempo!?” Abel juntou as coisas e partiu para as
montanhas. De repente, Caim chega lá,e lhe diz, “Você
parece que não entendeu nada mesmo, hein? Já te falei
que toda essa região montanhosa é minha! Será possível!?”
Esse estado de espírito de Caim continuou. Vários outros
episódios aconteceram, até que um dia Caim encontrou
Abel dormindo lá em cima de uma montanha. Chegou
devagarzinho, com uma enorme pedra nas mãos, e com
ela, esmagou a cabeça de seu irmão.
Essa estória traz um duplo fundo de verdade para nós.
Primeiro, é que a inveja e a cobiça existem. Um antigo
filósofo, Eurípedes, dizia, “a inveja é a maior de todas as
doenças entre os homens. Um antigo provérbio grego dizia: a
inveja não tem lugar na congregação (no coral) de Deus.” A
inveja e a cobiça levam à amargura, a amargura leva ao ódio, o
ódio leva ao assassinato.
Em segundo lugar, essa estória revela que Caim descobriu
um novo pecado. Caim introduziu o homicídio no mundo, uma
tragédia que tem produzido tantos desdobramentos!
Agora, o que me chama a atenção na história de Caim e
Abel é o fato de que esse homicídio aconteceu no meio de uma
situação em que ambos haviam trazido suas ofertas a Deus.
162
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Naquele contexto não era para ter esse espírito de inveja,
ciúme e avareza, vergonha, insegurança, desconforto, disputa.
Isso nos traz à lembrança Judas, um dos discípulos de Jesus,
que quando viu a mulher pecadora derramando tanto óleo
sobre a cabeça de Jesus, ficou indignado e exclamou, “por que
esse desperdício?”
A tragédia de uma oferta errada
Uma oferta errada é aquela que vem de um mau
procedimento. “...trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao
Senhor” (Gn 4.3b; 4.7b).
A primeira tragédia de uma oferta errada é que ela não é
aceita: (Gn 4.5). A rejeição da oferta leva o ofertante à
decepção: Semblante descaído.
A decepção conduz à amargura e ao sentimento faccioso. A
amargura é um mal incontido; a amargura tem o poder de
“enraizar” no coração das pessoas; tem o poder de “brotar”;
tem o poder de “contaminar a muitos”; e produzir as mais
graves devastações na vida e nos relacionamentos. O autor
aos Hebreus nos ensina isso de forma poderosa (Hb 12.14-15).
A amargura conduz à ira. Ira é um estado de espírito que se
inclina ao extermínio, ou liquidação do objeto da ira. O iracundo
não quer ouvir falar; não quer ver, muito menos se encontrar
com a pessoa contra quem está irado. O apóstolo Tiago
ministrou seriamente sobre isso (Tg 3.13-18).
Ódio conduz à violência A violência deixa um trágico legado
que atravessa toda a História da Humanidade. Caim introduziu
o homicídio no mundo. Como está o índice de violência hoje?
Quantos homicídios a cada dia, em nosso país? Oferta mal
motivada; oferta rejeitada.
163
O DNA do Grão de Mostarda
Oferta sacramental, oferta aceita
O eterno Deus já havia estabelecido a natureza éticosacramental das ofertas que ele receberia. Quando da queda
de Adão e Eva, Deus lhes fez uma oferta de natureza ética,
sacramental, suficiente para cobrir a nudez do casal. Essa
oferta foi através do sacrifício de um animal (Gênesis 3:21).
De acordo com toda a narrativa Bíblica na Velha Aliança,
bem como no Novo Testamento, aquela oferta que Deus fez no
Éden, para “cobrir a nudez de Adão e Eva”, era uma figura
tipológica da verdadeira e única oferta que viria no futuro, e que
seria capaz de cobrir a nudez espiritual de toda a humanidade.
Aquela oferta, no Éden, era o protótipo do “cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo”. Esse é o tipo de oferta que
agrada a Deus.
Por que a oferta é uma experiência sacramental?
Sacramento é uma poderosa atuação de Deus a favor do ser
humano, em resposta ao que este fez através das obras
materiais.
1. A oferta abre as janelas do céu (Ml 3.10,11; Lc
6.38);
2. A oferta leva as pessoas a darem graças a Deus
(2Co 9.11);
3. A oferta age como semente na terra, trazendo fruto
(2Co 9.6);
4. A oferta retorna em maior medida (2Co 9.6);
5. A oferta traz glória a Deus (2Co 8.19);
6. A oferta satisfaz necessidade dos filhos de Deus
(2Co 9.12);
7. A oferta promove a Justiça Social ( 2Co 8.14,15);
164
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
8. A oferta afeta as próximas gerações (Hb 11.4);
9. A oferta perpetua o testemunho do ofertante (Hb
11.4);
10. A oferta multiplica os frutos da justiça do ofertante
(2Co 9.8-11);
11. A oferta traz abundância da graça de Deus sobre o
ofertante
12. A oferta leva o ofertante a receber a aprovação de
Deus (Hb 11.4);
13. A oferta guia o coração para Deus (Mt 6.21);
14. A oferta é o símbolo e o sacramento da mais
perfeita oferta que o mundo recebeu, Jesus (Hb
10.9,10).
165
O DNA do Grão de Mostarda
Motivação da Mordomia Cristã - Um bom
exemplo
A história da oferta de uma menina chamada May
“Se formos fiéis nas ofertas a Deus, então poderemos ir a ele
em busca de ajuda para podermos pagar nossos
compromissos”29
Este sermão foi pregado por Russel Conwell para sua igreja,
a Temple Baptist Church em 1912 e é apresentado aqui devido
a questionamentos sobre uma estória baseada em uma versão
distorcida que algumas pessoas já ouviram em outro lugar.
Por favor, lembre que o retrato a que se refere o texto a
seguir é propriedade da atual Templo da Igreja Batista (Temple
Baptist Church) localizada na cidade de Blue Bell,
Pennsylvania. Uma imagem do retrato pode ser vista no final
deste sermão. O retrato por si mesmo nao esta no campus da
Universidade do Templo (Temple University). Observe também
que o Hospital Samaritano a que se refere o texto tem hoje o
nome de Hospital da Universidade do Templo (Temple
University Hospital). O edifício Templo Batista (Temple Baptist)
mencionado no texto é hoje propriedade de um Hospital
Universitário, da Temple University (Universidade Templo).
Embora não esteja atualmente em uso, o prédio esta passando
por uma extensa reforma e está fechado para o público, mas,
será eventualmente reaberto quando todas as reformas
estiverem completas. A sociedade Casa de Wiatt Mite
mencionada no texto foi substituída por um novo edifício há
algum tempo atrás.
29
Randy Alcorn. Money, Possessions and Eternituy, p. 313.
166
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
A Historia dos Cinquenta e Sete Centavos
Sermão de Russel H. Conwell
Domingo, 1 de Dezembro de 1912. Nós estamos prestes a
conhecer a foto de Hattie May Wiatt, uma menininha que
morreu em 1886. Muitos anos já se passaram desde sua
morte, mas sua estória fala até hoje. Nós pretendemos
pendurar esta foto no gabinete pastoral, no local de maior
destaque, e deixá-la ali pelos anos futuros, para que ao
passarem por ali as pessoas possam perguntar: “O que
significa esta foto?” E assim, a estória simples e maravilhosa,
possa ser contada.
A pequena Hattie May Wiatt morava em uma casa próxima a
igreja onde costumávamos frequentar, entre as ruas Berks e
Mervine, hoje ocupada por uma Igreja Evangélica. Era uma
igreja pequena e vivia cheia, ao ponto de senhas serem
distribuídas para a entrada para o culto, com semanas de
antecedência. A escola dominical também era muito cheia. Em
certo sábado quando eu fui à igreja para um estudo bíblico, eu
vi um grande numero de crianças do lado de fora. Elas
estavam muito incomodadas porque não conseguiam entrar,
devido à multidão de crianças que já estavam lá dentro nas
salas de estudo e a pequena Hattie May, que morava bem
próximo, havia trazido seus livros e também uma oferta, e
aguardava próximo ao portão, hesitando se voltava para casa
ou esperava para tentar entrar mais tarde. Eu a apanhei em
meus braços coloquei-a em meus ombros, e enquanto ela se
segurava em minha cabeça (um abraço que jamais esquecerei)
eu a carreguei através da multidão no corredor até chegarmos
à sala, onde a deixei em uma cadeira afastada num canto meio
obscuro.
167
O DNA do Grão de Mostarda
Na manhã seguinte quando eu vim de casa para a igreja eu
passei pela casa de Hattie May e ela estava subindo a rua em
direção à escola. Ao nos encontrarmos eu disse “Hattie, vamos
ter uma sala de escola dominical maior em breve,” e ela disse,
“eu espero que sim. É tão cheia que eu tenho medo de entrar
lá sozinha”. “Bem,” disse eu, “quando tivermos o dinheiro para
levantar o prédio da escola nós construiremos um que seja
grande o suficiente para acomodar todas as crianças e em
breve estaremos levantando os fundos para a construção.”
A imagem da escola estava ainda apenas em minha mente
como uma visão na minha imaginação, mas eu queria dizer
algo encorajador à pequena Hattie.
A próxima noticia que eu tive de Hattie era que ela estava
muito doente. Pediram-me para visitá-la. Eu fui e orei com ela.
Enquanto eu ia subindo a rua, orando pela recuperação da
menina, eu tinha durante todo o tempo, a convicção de que ela
não ficaria curada.
Hattie May Wiatt morreu. Ela havia juntado 57 centavos
(alguns dizem 54) que foram deixados como sua contribuição
para a construção de outro prédio para as crianças. Após o
funeral, sua mãe me entregou uma sacolinha com os 57
centavos. Eu a levei para a igreja e disse ás pessoas que já
havíamos recebido a primeira contribuição para o novo prédio
da escola dominical, que a pequena Hattie May Wiatt, que se
fora para a Glória, havia deixado para trás. Então, eu troquei o
dinheiro por moedas de um centavo e resolvi vende-las. Eu
recebi cerca de $250 dólares pelas 57 moedas; e, 54 centavos
dos 57 me foram devolvidos pelas pessoas que haviam
comprado. Então eu coloquei essas moedas devolvidas em
uma moldura e a pendurei em um lugar de destaque. Os $250
que recebemos da venda das 57 moedas foram suficientes
para comprarmos uma casa ao norte da igreja que ficava entre
168
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
as ruas Berks e Mervine. Aquela casa foi comprada pela
Sociedade Wiatt Mite, a qual fora organizada com o propósito
de tomar os 57 centavos e multiplicá-los em quantia suficiente
para comprar uma propriedade para hospedar o Departamento
de Escola Dominical infantil. Na Sociedade Wiatt Mite estava o
senhor Edward Elliot, hoje um de nossos conselheiros e
responsável pela moldura contendo os 54 centavos. Então,
quando o numero de pessoas tornou-se grande a ponto de o
novo prédio não comportar mais, um pensamento veio sobre a
congregação, “Precisamos de uma igreja maior e também de
uma sala para escola dominical mais ampla.” A fé em Deus era
uma característica de nosso povo, e eles disseram, “Nós
podemos fazer isto,” muito embora a igreja estivesse
hipotecada por $30.000 dólares e nós não tínhamos dinheiro
disponível. Contudo, a convicção de que devíamos construir
um edifício maior era grande a ponto de alguns sugerirem que
devêssemos construir a igreja em uma das principais ruas da
cidade. Mas a Sociedade Wiatt Mite, usando a influencia do
primeiro depósito de Hattie May Wiatt levantou o dinheiro para
pagar, como eu disse, pela casa, e então a tarefa estava diante
de nós: Será que deveríamos ir adiante e construir um templo
maior? Eu fui em direção ao senhor Baird, que vivia na esquina
da rua onde a Associação Atlética Alemã hoje se reúne, e o
perguntei quanto queria pelo terreno e dizer que tínhamos 54
centavos para oferecer, mas, que éramos tolos o suficiente
para pensar que um dia ainda compraríamos aquele terreno.
Encorajado pelo que disse, e sem oposição no conselho de
diáconos, eu fui novamente ao senhor Baird e perguntei se ele
não poderia segurar o lote por 5 anos. O senhor Baird falou,
“Eu tenho pensado sobre este assunto com frequência e decidi
que venderei o lote para vocês por $25.000, recebendo $5.000
a menos do que eu penso que ele vale, e eu receberei os 54
169
O DNA do Grão de Mostarda
centavos como entrada e financiarei o restante do pagamento a
5% de juros ao ano. Eu retornei e reportei a conversa para a
igreja, e eles disseram: “Bem, nos podemos levantar mais
dinheiro do que 54 centavos”, mas, eu fui de volta e deixei os
54 centavos com o senhor Baird e peguei um recibo como
entrada do pagamento pelo lote. Mais tarde o senhor Baird
devolveu os 54 centavos como oferta. Então nós compramos o
lote, e encorajados por Deus passo a passo, continuamos a
construir o edifício. Nós devíamos U$109.000 quando a
construção terminou, mas tínhamos a coragem e fé em Deus.
Nós mal poderíamos ter sonhado que nos anos que se
seguiram, nosso povo, sem grandes riquezas, cada um dando
apenas o que podia de seus ganhos, teria pago tamanha divida
sem contar com ajudas de fora da igreja.
A única ajuda de fora que realmente recebemos foi do
senhor Bucknell. Embora nossa igreja fosse chamada de Igreja
Batista da Graça naquela época, ele gostaria que não
chamássemos o edifício de igreja até que o financiamento
fosse quitado. Ele nos deu U$10.000 na condição de que nós
chamássemos este prédio por outro nome, mas não de Igreja
Batista da Graça, e isto explica porque nós chamamos “O
Templo” em vez de Igreja da Graça. Mais tarde, quando
quitamos definitivamente o financiamento, dedicamos o prédio
e temos agora o direito de chama-lo daquilo que bem
entendermos, mas apos 21 anos com o nome de O Templo
não há razão para mudarmos de nome, e não ha qualquer
esperança de tentarmos mudar de nome. O prédio será sempre
chamado de OTemplo. Eu devo dizer aqui também que dentro
da casa comprada com a venda dos 57 centavos foi planejada
170
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
e organizada o que hoje se conhece como A Universidade do
Templo.30
Para esta semana: Considere com sua família e diante de
Deus sua generosidade e separe suas ofertas especiais para
serem entregues na sua Celebração, conforme orientação dos
seus pastores.
Acerca da coleta para os necessitados da Judéia
Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como
ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana,
cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua
prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas
quando eu for. E, quando tiver chegado, enviarei, com
cartas, para levarem as vossas dádivas a Jerusalém,
aqueles que aprovardes. Se convier que eu também vá,
eles irão comigo (1Co 16.1-4).
30
Temple University, veja seu website http://www.temple.edu/.
171
O DNA do Grão de Mostarda
Atitudes Cristãs com Relação ao Dinheiro
Iran Bernardes da Costa
O Dinheiro
Textos bíblicos: Gênesis 1:31,28; Mateus 6:25-34;
MaIaquias.3:10; 1 Timóteo. 6:6-10; 2 Coríntios. 8:1-15; 6-15,
SaImos.19:1,4.
Introdução
Com relação à possessão de bens materiais, quero
inicialmente fazer a seguinte colocação:
Ninguém é tão rico que não possa receber mais; e ninguém
é tão pobre que não possa dar.
Perguntaram a Rockefeller:
- Quanto de dinheiro é o suficiente para satisfazer o homem?
- Só um pouquinho mais do que ele já tem, respondeu
Rockefeller.
O ser humano de fato, parece ser insaciável; quanto mais
tem, mais quer possuir.
Os bens foram criados por causa do homem, e não o
home por causa do dinheiro.
Deus criou todas as coisas
Tendo criado o mundo e tudo o que nele há, Deus declarou:
"Eis que tudo é muito bom". As coisas materiais são boas e
foram criadas para o bem e aprazimento da criatura humana.
Não há nada de mal naquilo que Deus criou. Pelo contrário,
tudo foi criado puro e para a satisfação das necessidades
humanas e para manifestar a glória de Deus.
172
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
A ordem da relação entre o ser humano e a natureza é:
"Dominar sobre ela", "sujeitai-a".
A natureza testemunha de Deus
A natureza (ou seja, os bens materiais), dá testemunho de
Deus.
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia
as obras das suas mãos (SI 19.1);
... Por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras
até aos confins do mundo (Sl 19.4).
A natureza fala de Deus e seus atributos
Fala da sua sabedoria
Fala da sua providência
Fala da sua bondade
Somos mordomos sob a autoridade de Deus
Deus deu ao homem uma tarefa: Administrar as coisas que
ele criou (Gn 1.28).
Não somos donos de nada, mas administradores das
riquezas de Deus. A noção de propriedade do homem surgiu
depois da queda e a partir daí o ser humano passou a buscar
sua identidade no TER e não no SER. Disputas, porfias,
ciúmes, invejas e competições surgiram. Sobre isto temos os
exemplos tristes de Caim e Abel (Gn 4.1-16) e de Lameque
(Gn 4.23-26); corrupção geral veio sobre a terra (Gn 6.11).
O ser humano, após a queda, passou a buscar, de forma
desesperada, a sua significação, e isto, através de conquistas
e acúmulo de bens. Hoje em dia, o homem só sente que é
alguém, se for "proprietário". Não é o seu nome e seu caráter,
isto é, o SER, mas o ter, que é valorizado.
173
O DNA do Grão de Mostarda
Bem mais tarde, tornou-se necessária uma legislação para
controlar as relações sociais. Foi então que Deus, através de
Moisés estabeleceu os Dez Mandamentos.
É muito interessante observar que todo e qualquer dos dez
mandamentos tem a ver com o mesmo problema, o egoísmo
do ser humano.
A queda da raça humana trouxe o egoísmo; a lei não foi
eficaz na sua finalidade. Só em Cristo o ser humano pode
deixar de querer ser o dono para ser um administrador dos
bens que foram criados por Deus e confiados aos cuidados dos
seus servos. O Senhor Jesus, “que sendo rico se fez pobre" é o
único que pode mudar nossa natureza egoísta e
egocentralizada, em uma natureza piedosa e generosa.
Uma coisa é certa, as coisas materiais são boas e existem
para o nosso aprazimento e servem como meio de viabilizar
nossas necessidades e como elemento usado por Deus,
através da Igreja, para promover o seu Reino no mundo inteiro.
As coisas materiais existem por causa de Deus e do seu
projeto de abençoar a toda criatura. Elas existem por causa do
ser humano e não o ser humano por causa delas.
Os bens materiais devem ser usados e administrados por
nós; e não o contrário, isto é, os bens materiais não podem
dominar e sujeitar nossas vidas. Quando Deus disse: "Não
terás outros deuses diante de mim", ele estava referindo-se a
qualquer coisa que possa se interpor entre nós e ele, inclusive,
os bens materiais.
Com relação a isto Jesus ensinou que nós não podemos
"servir a dois senhores; não podemos servir a Deus e às
riquezas" (Mt 6.24). Como é fácil colocar os bens materiais em
nossos corações, no lugar que é exclusivo do Senhor Jesus!
Nossa atitude para com as riquezas precisa ser levada cativa
ao trono de Deus. O mundo de hoje é mais materialista do que
174
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
nunca. Mamon é o Deus deste século. O Espírito Santo
questiona a cada um de nós: "Quem é o teu Deus?" Quem é o
Senhor da vida de cada um de vós?.”
Vejamos com que ternura o Senhor nos exorta com relação
à nossa atitude para com as riquezas: "Antes te lembrarás do
Senhor teu Deus, que é Ele o que te dá forças para adquirir
riquezas; para confirmar a sua aliança que, sob juramento,
prometeu a teus pais, como hoje se vê" (Dt 8.18).
Em Eclesiastes nós podemos ler a seguinte exortação:
"Quanto ao homem, a quem Deus conferiu riquezas e bens, e
lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e
gozar do seu trabalho: ISTO É DOM DE DEUS" (Ec 5.19).
Ao denunciar a ingratidão da nação de Israel, Deus assim a
exorta: "Ela, pois, não soube que eu é que lhe dei o grão, e o
vinho, e o óleo, e lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles
usaram para baal" (Os 2.8).
Em seu livro Prosperith In The End Time, Roger e David
Campbell colocam alguns pensamentos muito interessantes:
Aqueles que vivem em função das riquezas gastam metade
da vida ajuntando tudo o que podem dos outros; a outra
metade da vida eles gastam vigiando para que os outros
não lhes tomem de volta o que ajuntaram; e assim eles não
são felizes nem na primeira nem na segunda metade da
vida.
O dinheiro pode ser a palha do trigo. Nunca o grão.
O dinheiro pode lhe trazer comida. Nunca o apetite.
O dinheiro pode lhe comprar remédio. Nunca a saúde.
O dinheiro pode lhe dar fama. Nunca amigos.
O dinheiro pode lhe dar servos, nunca lealdade.
O dinheiro pode lhe dar momentos de prazer, nunca a
paz e a alegria eternas.
175
O DNA do Grão de Mostarda
Na lápide de uma sepultura na Inglaterra estava escrito:
“O que gastei, já era,
O que economizei, eu perdi.
O que eu dei, eu tenho.”
O apóstolo Paulo foi inspirado por Deus para registrar na sua
carta a Timóteo esta palavra tão maravilhosa, vejamos:
De fato, grande fonte de lucro é a piedade com
contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, e
manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém,
sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso
contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em
tentação e cilada, e em muitas concupiscências insensatas
e perniciosas, as quais afogam os homens na perdição e
ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os
males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e a si
mesmos se atormentaram com muitas dores (1Tm 6.6-10)
Deus nos chama a uma atitude nobre para com as
riquezas
Afastar nosso coração do materialismo
Em seguida às palavras de Paulo, que acabamos de
considerar, o Espírito Santo nos A encoraja a uma tomada de
posição radical: Tu, porém, o homem de Deus, foge destas
coisas (1Tm 6.11a).
Nossa conversão verdadeira em Cristo nos habilita a fugir do
materialismo e da ganância e do egoísmo. Às vezes já
nascemos de novo em Cristo, mas temos sido indisciplinados e
permitimos que nosso estilo de vida seja materialista e egoísta.
Isto pode ser uma fortaleza que o inimigo criou em nossa
mente contra o conhecimento de Deus. Temos que tomar uma
decisão radical contra tudo o que se coloca contra Deus.
A natureza de Deus habitando em nós nos fará servos,
humildes, obedientes e generosos e desprendidos.
176
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Buscar as virtudes de Deus
Antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância,
a mansidão (1Tm 6.11b).
Essas palavras descrevem bem a natureza do reino de
Deus, ou seja, “justiça, paz e alegria no espírito Santo”. E
Jesus nos ensinou: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu
reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt 6.33).
Um conselho de Deus aos que possuem riqueza
Exorta aos ricos do presente século que não sejam
orgulhosos, nem depositem a sua esperança na
instabilidade das riquezas, mas em Deus, que tudo nos
proporciona ricamente para nosso aprazimento; que
pratiquem o bem sejam ricos em boas obras, generosas em
dar e prontos a repartir, que acumulem para si mesmo
tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se
apoderarem da verdadeira vida (1Tm 6.17-19).
Jesus, com seu estilo de vida e com suas palavras, nos
exorta: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra,
onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e
roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde
traça nem ferrugem corrói; e onde ladrões não escavam nem
roubam; porque onde está o teu tesouro, aí estará também o
teu coração” (Mt 6.19-21).
É dando que se realiza
Em Atos 20:35, Paulo nos dá forte encorajamento na área da
nossa motivação com relação ao trabalho e o desprendimento
material: Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim,
é mister socorrer aos necessitados, e recordar as palavras do
próprio Senhor Jesus: mais bem aventurado é dar que receber.
177
O DNA do Grão de Mostarda
Exemplos nobres de liberalidade
Um menino dá a Jesus toda a sua provisão
Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois
peixinhos; mas isto que é para tanta gente? (Jo 6.9).
Jesus e seus doze discípulos, e uma imensa multidão
estavam na praia do Lago de Tiberíades. Todo mundo com
fome; e os discípulos sugerem que Jesus mande a multidão
para casa. Jesus, entretanto Ihes diz; "dai-lhes, vós mesmos de
comer". André informou a: Jesus: "Está aí um rapaz que tem
cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas isto que é para
tanta gente? Jesus, tomando os cinco pães e dois peixes,
erguendo os olhos ao céu, os abençoava. Depois, tenho
partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões"
(Mt 14.19).
Outro caso comovente é o da viúva pobre
Assentado diante do gazofilácio, observava Jesus como o
povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam
grandes quantias. Vindo, porém, uma viúva pobre depositou
duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. E,
chamando os seus discípulos, disse-lhes: em verdade vos digo
que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o
fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do
que lhe sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto
possuía, todo o seu sustento. (Mc 12.41-44).
Conclusão
“Ninguém é tão rico que não possa receber mais; ninguém é
tão pobre que não possa dar alguma coisa”.
178
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
...Daí, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida,
transbordante, generosamente vos darão; porque com medida
com que tiverdes medido vos medirão também (Lc 6.38).
179
O DNA do Grão de Mostarda
A Graça da Generosidade
Iran Bernardes da Costa
Como Igreja, herdamos dos movimentos dos últimos
cinquenta anos, com boas e honrosas exceções, os valores
referentes ao trato com finanças, mordomia e destinação dos
recursos arrecadados nos cultos, cuja principal motivação tem
sido infelizmente a troca com Deus, bem-estar pessoal e a
aquisição de bens de consumo. Nesse capítulo, por outro lado,
eu apresento algumas considerações sobre a aliança de Deus
com cada um de nós, que Ele demonstrou de maneira
inquestionável ao dar seu único filho, Jesus Cristo.
A motivação é sempre necessária para tudo que fazemos no
Reino de Deus. Com relação às contribuições que fazemos,
sejam elas em trabalho, tempo, doações, dízimos e ofertas,
tudo deve ser feito sob uma real e sadia motivação. Então,
como motivaremos nosso povo a contribuir significativa e
fielmente, mesmo em tempos de recessão, desemprego ou
apatia? Como motivar bem o nosso povo sem, contudo,
praticar constrangimentos ou abusos?
“A igreja só fala em dinheiro!” é o que as pessoas dizem,
quando estão nesse estado de espírito. São muitos os fatores
que fazem deste assunto uma questão muito delicada e
complexa e deixam os pastores e líderes reféns e sem
liberdade para abordarem a questão. Primeiro, tem-se
observado que uma boa parte dos líderes e pastores não
dispõe de uma preparação adequada; o fato de o salário deles
provir da igreja os torna ainda mais imobilizados, e, por outras
razões, essa importante questão bíblica deixa de ser
francamente ministrada na vida do povo de Deus. Entretanto,
quando temos o conhecimento da doutrina da mordomia cristã,
180
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
a compreensão e a convicção de que a Palavra de Deus é
verdadeira e fiel, nós também temos toda a liberdade para
tratar este assunto, bem como de todos os demais ensinos de
Deus, revelados nas Escrituras. Os líderes que desejam estar
alinhados com as Escrituras, sentindo-se seguros e com
liberdade para tocarem no assunto, precisam descobrir o ponto
vital do ensino bíblico sobre a matéria.
Ao escrever sua segunda carta aos Coríntios (2Co 8.8-15),
o apóstolo Paulo demonstra que sentia o dever de lidar com o
assunto tão delicado que é o dinheiro, precisamente sob
circunstâncias bastante graves. Paulo solicita uma ajuda para
os irmãos de Jerusalém, ou seja, ofertas para os menos
favorecidos daquela comunidade. O modo como Paulo tratou
do assunto nos chama a atenção, pois a sua abordagem foi
honesta, e, como não poderia deixar de ser, Cristológica. Paulo
decidiu fazer esse sincero, mas dramático apelo, pois, para ele,
as ofertas dos coríntios seriam um meio tangível (sacramento)
de demonstrarem amor aos irmãos de Jerusalém (Gl 2.10).
De fato, os gentios deveriam se sensibilizar ante o
sofrimento dos irmãos judeus. Em sua primeira carta aos
coríntios, Paulo refere-se a essa coleta que pretendia levantar
como podemos ver em (1Co 16:1). Na segunda carta, o
apóstolo inclui seu veemente apelo (2Co 8 e 9), pedindo que
aqueles irmãos completassem a parte deles naquela coleta.
Para mover o ânimo dos coríntios para envidar todos os
esforços e reunirem uma grande doação, Paulo precisava ter o
cuidado de motivá-los corretamente. Para isso, ele destacou
duas virtudes: honestidade e persuasão. Não seria uma tarefa
fácil. Paulo já havia tratado os coríntios um pouco duramente
sobre outros assuntos e agora não poderia mercadejar a
Palavra de Deus, como é muito comum em nossos dias. Então,
ele procedeu teologicamente e com muita prudência.
181
O DNA do Grão de Mostarda
A Abordagem do Apóstolo
O apóstolo aborda a doutrina da mordomia cristã tendo como
fundamento sua pura cristologia. A teologia de Cristo,
defendida por Paulo, seria a sua única argumentação. Para
isso, ele explora, como um ardoroso advogado cristão, um
conceito cristológico, quase irresistível. Esse conceito vem da
própria palavra “cristo”, ou seja, aquele que foi ungido,
crismado, carismado. A palavra “cristo” é um verbo na forma
passiva. Com relação a Jesus, o filho de Deus, isto significa
que ele recebeu a ministração do Espírito Santo, que o tornou
cristo, enchendo-o de graça. Este conceito vem da palavra
xaris (charis), que quer dizer “graça”, daí veio o termo
“carismático”.
Então Paulo utiliza a palavra “graça” (charis) como base de
seu argumento, como veremos a seguir nos seguintes
versículos.
Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus
concedida às igrejas da Macedônia; porque no meio de
muita prova de tribulação, manifestaram abundância de
alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em
grande generosidade (2Co 8.1,2).
Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que,
sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela
sua pobreza, vos tornásseis ricos (2Co 8.9).
Suprindo a vossa abundância, no presente, a falta
daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a
suprir a vossa falta, e, assim haja igualdade, como está
escrito: O que muito colheu não teve demais; e os que
pouco, não teve falta (2Co 9.14).
Essa é a mesma graça que capacitou os macedônios a
participarem da mesma ação benevolente em favor dos irmãos
da igreja em Jerusalém, mesmo em face à sua “profunda
pobreza” (2Co 8.1).
182
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Também a própria coleta é chamada de graça. “... o que nos
levou a recomendar a Tito que, como começou, assim também
complete essa graça entre vós” (2Co 8.6). “... e em todo
cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também
abundeis nesta graça” (2Co 8.7). É a própria oferta que é
chamada de graça, ou seja, “uma obra graciosa,” que se torna
possível pelo poder do Espírito Santo. “E não só isto, mas foi
também eleito pelas igrejas para ser nosso companheiro no
desempenho desta graça ministrada por nós, para a glória do
próprio Senhor e para mostrar a nossa boa vontade” (2Co
8.19). Além do mais, Paulo está certo de que Deus suprirá os
coríntios de toda a graça, isto é, toda a bênção, assim descrita:
“Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que,
tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em
toda boa obra, como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a
sua justiça permanece para sempre” (2Co 9:8,9).
A graça de Deus manifesta na generosidade dos coríntios,
certamente inspiraria os cristãos de Jerusalém (beneficiários da
graça) a orarem por eles, como sugere o texto bíblico:
“...enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em
virtude da superabundante graça de Deus que há em vós” (2Co
9.14). Paulo conclui apropriadamente a sua argumentação
sobre a coleta que pretende levantar entre os coríntios,
agradecendo a Deus por sua graça, vista primeiro nos irmãos
da Macedônia, e, agora, esperada também dos coríntios, como
segue: “Graças a Deus pelo seu dom inefável” (2Co 9.15).
Nesta carta, a mais comum declaração sobre a graça ocorre
em (2Co 8.9): “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus
Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que
pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.” Com estas palavras,
Paulo procura estabelecer uma co-relação vital entre Cristo e a
necessidade de se fazer a coleta. O material e o espiritual são
183
O DNA do Grão de Mostarda
aqui necessariamente vinculados. Como isso foi possível? Para
entendermos essa união, precisamos descobrir porque Paulo
introduz a graça exatamente neste ponto. Ele faz essa
abordagem cristológica, explorando a graça de Cristo. A sua
argumentação é essencialmente didática com respeito a dar e
receber, especialmente falando de bens materiais ou
financeiros.
Em seguida, conforme veremos no versículo abaixo, Paulo
explora o exemplo dos macedônios, que fizeram uma
contribuição generosa e muito expressiva para o mesmo
projeto, mesmo em face à extrema pobreza deles.
Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus
concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de
muita prova de tribulação, manifestaram abundância de
alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em
grande riqueza da sua generosidade (2Co 8.1-7).
Tendo isso em mente, ou seja, o conjunto de conhecimento,
atitudes e ações dos macedônios, Paulo envia Timóteo aos
coríntios para finalizar a obra graciosa, a coleta para os irmãos
de Jerusalém. Agora, Paulo insiste com os coríntios, que eram
muito ricos de outros dotes carismáticos (dons), para que
sejam também exemplares nas ofertas solicitadas: “Como,
porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na
palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor
para convosco, assim também abundeis nesta graça” (2Co
8.7).
É muito gratificante para nós, cristãos contemporâneos, ver
que Paulo não trata a mordomia em termos de coerção ou
obrigação, mas em termos de espontaneidade e graça. “Não
vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela
diligência de outros, a sinceridade do vosso amor” (2Co 8.8).
184
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Naturalmente, usando o exemplo dos macedônios, Paulo
corria o risco de motivar erroneamente os coríntios, sugerindo
indiretamente uma competição entre eles. Contudo, o apóstolo
ressalta a liberalidade dos macedônios em meio a tanta
pobreza, sob a grande rubrica da graça (2 Co. 8:1). Paulo faz
referência aos macedônios, não para compelir os coríntios a
darem, mas para oferecer-lhes a oportunidade de passarem no
teste da generosidade do amor deles. O amor não deve ser
compulsório. Amor não pode ser comandado, somente
demonstrado. Amor não é imposto, é expressão de
voluntariedade.
O que mais poderia provocar uma resposta em amor dos
coríntios ao apelo do apóstolo? Somente a graça de nosso
Senhor Jesus Cristo (2Co 8.9). Só uma cristologia bíblica
poderia dominar as mentes e os corações dos coríntios para se
tornarem prontos a atender aos clamores dos empobrecidos de
Jerusalém. Sobre a graça de Cristo, nós observamos que ela
está primeiramente em sua encarnação, assim descrita: “Pois
conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo
rico, se fez pobre por amor de vós, para que, por sua pobreza,
vos tornásseis ricos” (2Co 8.9).
O filho de Deus se tornou “pobre”, no sentido de pobreza
terrena e no sentido celestial, ao ter deixado toda a sua glória e
riquezas celestiais para tornar-se homem, como Paulo declara:
Pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como
usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se
esvaziou, assumindo a forma de servo, tornou-se em
semelhança de homem; e, reconhecido em figura humana,
a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a
morte, e morte de cruz. (Fp 2.6-8).
O propósito da encarnação de Cristo foi para que nos
tornássemos ricos. Sobre isso, podemos observar que Paulo
185
O DNA do Grão de Mostarda
tinha em mente não a pobreza e as riquezas materiais, mas,
sim as espirituais, como ele descreve neste trecho de sua carta
aos coríntios:
Sempre dou graças a [meu] Deus a vosso respeito, a
propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus;
porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a
palavra e em todo o conhecimento; assim como o
testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, de
maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a
revelação de nosso Senhor Jesus Cristo; o qual também
vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no
Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual
fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo,
nosso Senhor (1Co 1.4, 9).
De fato, o que é essa graça que tanto nos enriquece? Paulo,
na abrangência de sua Cristologia, tem na graça as obras de
Cristo a nosso favor, em todos os valores soteriológicos, como
por exemplo, a justificação, a reconciliação, a regeneração, a
libertação, a adoção, a habitação do Espírito Santo e muito
mais. Estes são valores da riqueza que provém da pobreza do
Senhor Jesus.
Será que o apóstolo Paulo está sugerindo que os cristãos
em geral devam tornar-se pobres de tal maneira que os outros
se enriqueçam? O que você pensa? Certamente que não.
Paulo traz à mente a figura da encarnação de Jesus para
afirmar que os coríntios já tinham sido enriquecidos pela graça
de Jesus Cristo e assim pudessem responder livremente em
amor às necessidades dos outros. Não sendo resistida, a graça
pode tocar a todos e transformá-los. A graça, em nossas vidas,
nos capacita a compartilhar os nossos recursos com os outros,
e certamente obteremos em retorno muito amor. Isto é o real
princípio da encarnação. De fato, a oferta dos coríntios para os
186
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
irmãos da Judéia é a melhor explicação do significado prático
da encarnação.
De uma forma maravilhosa, a encarnação de Cristo, de uma
vez e para sempre, funde as duas realidades, tanto a espiritual
como a material, em uma única realidade. Não há mais
distinção entre uma e outra. A vida em Cristo não é
simplesmente “uma doce comunhão mística” com outro mundo.
O drama da redenção acontece onde nós vivemos, no contexto
da realidade histórica, em Jesus de Nazaré. Assim,
compartilhar com os outros é uma excelente maneira de
vivenciar a própria encarnação do Verbo Divino e isto é graça.
Nós não podemos manifestar que somos irmãos apenas
através dos sentimentos místicos, mas através da realidade do
nosso dia-a-dia.
À luz dessa graça transformadora, os coríntios poderiam
renovar seus esforços para abençoarem os irmãos de
Jerusalém. Sabemos que não lhes faltava o desejo e agora
contam também com a oportunidade. Deus não se preocupa
com o tamanho do donativo, mas com a intensidade do desejo
de seus corações. Às vezes, nós nos sentimos inseguros
diante do desafio de contribuir, pois temos o sentimento de
empobrecimento. Em tempos de recessão, crises,
desemprego, este sentimento é compreensível. Os coríntios
poderiam ter sentido que Paulo quisesse inverter as posições,
tornando-os pobres e os da Judéia, ricos. À primeira vista,
pode parecer que sim, mas não era isso. O certo é que Deus
não queria o empobrecimento de ninguém; o que Ele queria
era ver o princípio da igualdade funcionando. Igualdade é a
abundância de alguns suprindo a falta de outros.
Assim, o que pode motivar nosso coração a contribuir para o
sustento da igreja, ou para outra causa igualmente justa?
Temos visto que diversas correntes doutrinárias têm sugerido
187
O DNA do Grão de Mostarda
várias motivações, algumas com caráter
recomendável. Como exemplos, podemos citar:
ético
pouco
Nobilidade – “Vocês viram o quanto ele é generoso?”;
Solidariedade humana – “Nós somos todos iguais”;
Necessidade – “Temos que ajudar os pobres”;
Reconhecimento pessoal – “Vou receber um ótimo brinde”;
Auto-gratificação – “Serei muito feliz ao dar”;
Campanhas – “Deus vai retribuir”;
Lealdade para com a igreja – “Tenho que mostrar que sou
fiel”;
Rivalidade ou inveja – “Quero ser o maior dizimista”;
Reputação – “O
generosidade”;
homem
é
reconhecido
por
sua
Graça – “Sua oferta é um gesto de gratidão”.
As correntes doutrinárias acima mostram o quanto é fácil
desenvolver teologias e hábitos que supervalorizam
motivações secundárias ou apelativas. Por isso, temos que ter
muito cuidado. Precisamos basear nosso apelo ou fazer nossa
contribuição, antes de tudo, sobre um firme fundamento
teológico, ou seja, na cristologia que expressa a graça de Deus
em Cristo.
Sem dúvida, a nossa motivação em dizimar e ofertar não
pode ser humanista, mas cristológica; não pode ser centrada
na natureza egoísta do ser humano, mas na natureza graciosa
de Jesus Cristo. Para que seja assim, precisamos adotar três
procedimentos fundamentais:
Identificação – Precisamos, antes de tudo, identificar a
graça de Jesus Cristo – A Bíblia nos diz que “Ele, sendo rico,
se fez pobre por amor de vós, para que por sua pobreza, vos
188
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
tornásseis ricos” (veja também Rm 3.21-26; 5.1-21; 8.18-30;
1Co 3.21-23; 2Co 12.1-10; Ef 1.3-14).
Experiência – Experimentar a graça de Jesus Cristo – A
graça são todos aqueles valores soteriológicos que Deus, em
Cristo, nos disponibilizou. Podemos verificar isto em nossa vida
ao observarmos que não tínhamos identidade nem destino.
Agora, somos cidadãos do reino de Deus, sabemos o que
somos em Cristo e sabemos porque estamos aqui. Agora
somos filhos de Deus com propósito na vida. Conhecendo e
experimentando a graça de Jesus, o discípulo abre seu
coração em amor e generosidade (veja também Rm 5.6-11; Gl
4.4; Cl 1.15-20; Jo 1.1-18; Jo 17.4,5).
Resposta – Responder à graça de Jesus Cristo – “De graça
recebestes, de graça dai.” Nossa resposta não será na base
secundária de motivação, mas fundada na graça que
recebemos e que gera em nós a correspondente gratidão por
aquilo que Cristo fez por nós.
A pregação do apóstolo é dialógica, isto é, Deus fala e o
homem responde. A graça é demonstrada e nós nos movemos
em amor, respondendo com nossa generosidade, em gratidão,
em reconhecimento e total devoção e dependência de Deus,
que nos ajuda a responder adequadamente à sua graça.
Temos, na narrativa bíblica, inúmeros exemplos de respostas,
encorajadoras e até comoventes, como foram os casos da
“viúva pobre”, “a mulher pecadora” e “Zaqueu”.
Generosidade é um valor ético-sacramental que deve ser
cultivado na igreja. Com base no que vimos neste capítulo, o
trato com o dinheiro, na igreja, não é um fardo nem para os
líderes e pastores, nem para os membros da igreja, pois todos
conheceram “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que,
sendo rico, se fez pobre por amor anós, para que, por sua
pobreza, nos tornásseis ricos” (2Co 8.9).
189
O DNA do Grão de Mostarda
Aspectos Gerais
Orçamento e Projeção Financeira
Dotações para estrutura
Dotações para pessoal
Dotações para missões
Dotações para o social
Dotações para bolsas de estudos especializados
Dotações para viagens
Dotações para produções
Dotações para edições e publicações
Prestação de contas
Prestação de contas é transparência
Prestação de contas cria confiabilidade
Prestação de contas elimina suspeita
Prestação de contras dá visibilidade e perspectiva
Prestação de contas demonstra fatos e realidades
Prestação de contas estimula participação
Prestação de contas traz segurança
Todas as contas bancárias farão prestação de contas
Como foram aplicados os recursos
Prestação de contas no ministério pastoral
Quantos batismos tiveram no mês passado
Quantas células estão em funcionamento
Quanto foi o total das contribuições desta celebração na
semana passada ou mês passado
190
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
Segmentos sociais com os quais devemos fazer
contato e ministrar
Congregações nacionais - todas
Membros das congregações - todos
Amigos
Simpatizantes
Pré-cristãos
Familiares
Colegas
Segmentos homogêneos com os quais devemos
trabalhar
Infantil até nove anos
Adolescentes de dez a dezoito anos
Solteiros e solteiras acime de dezoito anos
Mulheres
Homens
Casais
Melhor Idade
191
O DNA do Grão de Mostarda
Bibliografia
Alcorn, Randy. Money, Possessions and Eternity. Carol
Streeam, IL:Tyndale House Publishers, 2003.
Burkett, Larry. Negócios à Luz da Bíblia. Pompéia-SP:
Associação Nova Shalom, 2004.
Costa, Iran Bernardes da. Deixa o meu povo fazer; Deixa a
minha Igreja Crescer. Brasília, DF: Grão de Mostarda e
Atrium, 2013.
Dallas, Myers Wayne. Living Beyond the Possible. Dallas, TX:
The Great Comission Evangelist Association, 2003.
Dayton, Howard. O Seu Dinheiro. Pompéia, SP: Editora Bless,
2002.
Ellul, Jacques. O Homem e o Dinheiro. Brasília, DF: Editora
Palavra, 2008.
Ganz, Brandon. Toward a Theology of Stewardship” (Em
Direção à Teologia da Mordomia) Trabalho do curso de
Mestrado em Teologia, Bethel Seminary, St. Paul, MN.
McCloskey, Mark. Toward a Biblical Theology of Serving
Leadership” (Em Direção à Teologia Bíblica de
Liderança de Servos). Artigo do curso Transformational
Leadership.
192
Não os únicos, mas unicamente discípulos.
__________. Biblical Results Oriented Leadership. (Liderança
Bíblica Orientada pelos Resultados”. Artigo do curso
Transformational Leadership.
Panasiuk, Andrés. Como Chegar ao Fim do Mês. Pompéia,
SP: Associação Nova Shalom, 2008.
Ramsey, Dave. The Total Money Makeover. Nashville, TN:
Thomas Nelson, 2009.
__________. Your Money after the BIG 5-0. Nashville, TN:
Thomas Nelson, 2007.
Roger e David Campblel. Prosperith in the End Time. Fort
Washington, PA, 1983.
193

Documentos relacionados