TAXONOMIA – Ramo da Biologia que se ocupa da classificação

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TAXONOMIA – Ramo da Biologia que se ocupa da classificação
TAXONOMIA – Ramo da Biologia que se ocupa da classificação dos seres vivos e da
nomenclatura dos grupos formados.
SISTEMÁTICA – Biologia comparativa que utiliza todos os conhecimentos acerca dos seres
vivos para compreender as suas relações de parentesco, a sua história evolutiva e desenvolver
sistemas de classificação que reflectem essas relações.
EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
Classificações Biológicas
Práticas
Racionais
Horizontais
Artificiais
Naturais
Verticais
Filogenética
s
1. Classificações Práticas – são as mais primitivas, estão ligadas geralmente à satisfação
de necessidades básicas. Ex.: animais perigosos e não perigosos, plantas comestíveis e não
comestíveis,…
2. Classificações Racionais – (Aristóteles e Lineu) baseiam-se num pequeno número de
características estruturais. Ex.: cor do sangue, tipo de ovos, estrutura do coração, tipo de
respiração, reprodução, … constituindo um número restrito de grupos.
Classificações Horizontais – são estáticas, não tiveram em consideração o factor tempo –
Imutabilidade das Espécies.
Classificações Artificiais – têm por base um número reduzido de caracteres, escolhidos
arbitrariamente, reunindo no mesmo grupo indivíduos pouco relacionados filogeneticamente.
Ex.: Agrupar animais pelo voo – Aves, Mamíferos e Insectos.
1
Classificações Naturais – (Período Pós-Lineano e Pré-Darwiniano) transmitem mais
informação que as anteriores, os grupos formados reúnem organismos com maior grau de
semelhança e sabe-se hoje que estão mais relacionados filogeneticamente.
Classificações Verticais – (Período Pós-Darwinismo) têm em consideração o factor
tempo – carácter dinâmico da transformação dos organismos. As semelhanças
entre os seres vivos são interpretadas como consequência da existência de um
ancestral comum a partir do qual os grupos divergiram, há mais ou menos tempo.
O grau de semelhança reflecte o tempo em que se deu a divergência.
Classificações Evolutivas ou Filogenéticas – agrupam-se os organismos de acordo com
o grau de parentesco entre eles (árvore filogenética), baseando-se não apenas em critérios
estruturais e fisiológicos, mas também na Citologia, Embriologia, Genética e Bioquímica.
Actualmente em Taxonomia existem três escolas principais.
1. Classificações Fenéticas – baseadas num grande número de semelhanças ou
diferenças fenotípicas entre os organismos, têm um significado mais quantitativo do que
qualitativo. Os dados obtidos (maior ou menor número de características comuns) são tratados
por computador – taxonomia numérica.
Limitações: estas classificações são horizontais porque nem sempre as características
fenotípicas correspondem a proximidade evolutiva. Ex.: estruturas análogas – evolução
convergente.
2. Classificações Filéticas ou Cladísticas – dão ênfase à filogenia, de modo a reflectir
a história evolutiva dos seres.
- Características Primitivas/Ancestrais – partilhada por um grupo de organismos
como resultado de terem descendido de um ancestral comum antigo, onde essa característica
estava presente.
- Características Derivadas – presentes nos indivíduos de uma linhagem e ausentes
no ancestral dessa linhagem (separação de ramos).
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As relações filogenéticas entre os seres vivos são expressas através de Cladogramas.
Os cladogramas não pretendem descrever ancestrais, mas apenas evidenciar pontos a partir
dos quais se formaram linhagens divergentes precedentes de um ancestral comum.
3. Taxonomia Evolutiva Clássica – Conciliam-se critérios fenéticos com cladísticos.
Estabelecem-se árvores filogenéticas, com base em dados fornecidos pelo registo fóssil,
semelhanças estruturais, dados bioquímicos e embriológicos, utilizando principalmente
características ancestrais.
“Qualquer sistema de classificação reflecte em cada época, o grau de conhecimentos
científicos, não havendo, por isso, nenhuma classificação definitiva e perfeita”.
HIERARQUIA TAXONÓMICA
É a Lineu que se deve um dos primeiros sistemas de classificação com um grau de
estruturação assinalável. Os sistemas apesar de terem evoluído e de se terem diversificado,
mantêm parte da hierarquização proposta por Lineu.
Os grupos hierarquicamente relacionados designam-se de categorias taxonómicas ou
taxon (plural taxa).
Espécie → Género → Família → Ordem → Classe → Filo → Reino
+ Específico
- Específico
Os taxonomistas usam prefixos para considerar categorias intermédias. Ex.: super, infra e
sub.
Ex.: Espécies semelhantes agrupam-se para constituir um género; géneros mais relacionados
formam famílias e assim sucessivamente. Cada taxon está inserido no imediatamente acima e
contém os taxa que estão abaixo.
NOMENCLATURA – REGRAS BÁSICAS
Nomenclatura – conjunto de regras utilizadas na designação dos taxa.
3
 Nomenclatura Polinomial – (John Ray) cada espécie tinha um nome em latim que
consistia numa longa sequência de termos correspondentes a uma descrição desses
organismos. Ex.: Abelha – Apis, pubescens, pedibus,…
 Nomenclatura Binomial – (Lineu) cada espécie passou a ser designada por dois
termos. Ex.: Lobo - Canis lupus.
Género Epíteto ou restritivo
específico
REGRAS BÁSICAS UTILIZADAS EM NOMENCLATURA:

A designação dos taxa é feita em língua latina;

O nome da espécie tem sempre duas palavras o género e o epíteto específico, o
epíteto específico associado a géneros diferentes designa espécies diferentes;

A designação dos grupos superiores à espécie é uninomial, consta de uma única
palavra com inicial maiúscula;

O nome da família nos animais obtém-se acrescentando a terminação –idae
nas plantas obtém-se acrescentando a terminação –aceae;

Quando uma espécie tem subespécies utiliza-se uma nomenclatura trinomial e
escreve-se o nome da espécie seguido de um terceiro termo epíteto subespecífico;

Os nomes genéricos, específicos e subespecíficos são escritos a itálico;

À frente da designação específica deve-se colocar, o nome ou abreviatura do
taxonomista que atribuiu esse nome seguida de uma vírgula e da data de publicação.
Ex.: Canis familiaris Lin, 1758.
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO:
Critério Morfológico
Simetria Corporal
Comportamento
Tipo de Nutrição
Organização Estrutural
Embriologia
Carilogia
Dados Bioquímicos
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Critério de Classificação
Presença/ausência de tecidos condutores
- Padrão morfológico (*)
- Tipo de simetria (bilateral/radiada/assimetria)
- Presença/ausência de esqueleto
Morfologia
- Esqueleto interno/esqueleto externo
- Natureza do esqueleto (quitinoso/calcário/ósseo/cartilagíneo)
- Presença/ausência de metamerização ou segmentação
- Tipo de segmentação
- Quanto à fonte de energia – fototróficos/quimiotróficos
- Quanto à fonte de carbono – autotróficos/heterotróficos
- Consumo de matéria orgãnica pelos Heterotróficos Ingestão/Absorção
Nutrição
- tipo de pigmentos fotossintéticos
- tipo de substãncias de reserva
- Digestão intercorporal – digestão intracelular/extracelular
- Digestão extracorporal (absorção)
- estrutura celular (procariótica/eucariótica)
- unicelulares/pluricelulares
Organização - grau de diferenciação
Unicelulares/colónias/filamentosas/pluricelulares
Estrutural
- Com cápsula/sem cápsula
- Unicelulares/coloniais
Comparação de cariótipos de diferentes espécies
Cariologia
Diferenças no padrão do comportamento dos indivíduos. Ex.:
Comportamento parada nupcial, sons emitidos.
- Tipo de segmentação do ovo
- n.º de camadas germinativas (Diploblásticos/triploblásticos)
Embriologia - existência/ausência de celoma
(acelomados/pseudocelomados/celomados)
- origem da boca no embrião (protostómios/deuterostómios)
Comparação de biomoléculas, nomeadamente proteínas e
Dados
Bioquímicos ácidos nucleicos de vários seres vivos.
Categorias e
Grupos
Taxonómicos
em que se
aplicam
Plantas
Animais
Reinos
Algas
Animais
Fungos
Reinos
Algas
Bactérias
Reinos
Animais
Animais
Reinos
(*) Nem todas as semelhanças morfológicas devem ser consideradas como tradutoras de um passado
evolutivo com origem idêntica:
-
grande parte dos insectos e alguns anfíbios passam por metamorfoses, apresentando várias
formas durante o seu desenvolvimento.
-
Existência de polimorfismos, por exemplo nas abelhas (no estado adulto existem várias
formas fenotipicamente ditintas).
-
Fenómenos de convergência (ex.: eufórbias e cactos) e divergência evolutiva.
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Nenhum dos critérios de classificação pode ser utilizado com carácter de exclusividade.
CARACTERÍSTICAS CÉLULA PROCARIÓTICA
Tamanho
Parede Celular
Diâmetro médio 0,5-5 μm
Rígida,
constituída
Cerca de 40 μm de diâmetro
por
polissacarídeos com aminoácidos
Não existe invólucro nuclear, nem
Material Genético
nucléolo. O material genético está
em contacto com o citoplasma
Organelos
CÉLULA EUCARIÓTICA
Presente nas plantas (formada
por celulose) e nos fungos
(formada por quitina).
Possuem núcleo que contém um
ou mais nucléolos.
Ausência de organelos celulares. Muitos organelos membranares,
Contêm muitos ribossomas com como
mitocôndrias,
retículo,
6
menores dimensões que os das complexo de Golgi.
células eucarióticas
Hialoplasma
Estruturas
Respiratórias
e
membrana
plasmática
Hialoplasma e mitocôndrias
Sem cloroplastos. Tem lugar em Ocorre em cloroplastos com
Fotossíntese
alguns
casos,
em
lamelas uma
fotossintéticas
Flagelos
membranar
complexa.
Organelos locomotores simples não
rodeados
estrutura
pela
membrana
plasmática, ligados á superfície da
célula
Organelos
complexos,
locomotores
rodeados
por
membrana plasmática.
HIPÓTESES SOBRE A ORIGEM DOS SERES EUCARIONTES
1- Hipótese Autogénica:
A célula eucariótica teve origem em invaginações da membrana plasmática da célula
procariótica e posterior especialização de porções da membrana plasmática.
2- Hipótese Endossimbiótica (Lynn Margulis)
Através da associação entre diversas células procarióticas. Uma das células procarióticas
(célula hospedeira) capturava outras células procarióticas (células hóspedes) para o seu
interior estabelecendo-se relações simbióticas. Deste modo ocorreu a formação de organelos
da célula eucariótica.
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Argumentos que apoiam a Hipótese Endossimbiótica:
a) Cloroplastos e mitocôndrias, organitos semi-autónomos, pois:
-
produzem as suas próprias membranas internas;
-
dividem-se independentemente da célula;
-
contém DNA em moléculas circulares não associadas a histonas e outras proteínas.
b) Os ribossomas dos cloroplastos são mais semelhantes em tamanho e características
bioquímicas aos ribossomas dos procariontes do que aos existentes nos eucariontes.
c) Bactérias e alguns eucariontes formam alianças simbióticas em verdadeira
endossimbiose.
ORIGEM DA MULTICELULARIDADE
 Apenas os eucariontes apresentam uma verdadeira multicelularidade – associação
de células em que há interdependência estrutural e funcional entre as células
associadas.
 Associações de seres eucariontes da mesma espécie que estabelecem relações
estruturais → agregados coloniais ou colónias.
Gonium:
-
colónias de algas verdes que pertencem às Chlorophytas;
-
colónia muito simples constituída por 4, 8, 16 ou 32 células unidas por uma matriz
gelatinosa.
Volvox:
-
colónias de algas verdes pertencentes às chlorophytas;
-
colónia esférica, constituída por 500 a 50000 células biflageladas, unidas por
filamentos citoplasmáticos e baínhas gelatinosas, constituem uma esfera oca;
-
a colónia possui movimentos coordenados em volta do seu eixo, devido aos flagelos
das células da camada externa;
-
as células de maiores dimensões são as células reprodutoras;
8
-
as células reprodutoras são as únicas a apresentarem uma certa diferenciação celular,
por esta razão Volvox é considerada uma colónia e não um organismo multicelular.
Factos que apoiam esta hipótese:
-
A existência de clorofila a e b e da mesma estrutura de reserva, o amido, nas
Clorófitas e nas Plantas apoiam esta hipótese;
-
Pigmentos fotossintéticos encontrados nas Clorófitas e nas Plantas estão presentes
numa bactéria do género Prochloron (colónia)
Vantagens Evolutivas da Multicelularidade:
Na evolução da multicelularidade foram surgindo diferentes tipos de células –
tecidos – órgãos – sistemas de órgãos.
-
Maior diversidade de formas vivas – maior adaptação a diferentes ambientes;
-
Aparecimento de seres vivos de maiores dimensões (mantendo-se uma relação áreavolume ideal a nível celular para a manutenção das trocas do meio);
-
Utilização da energia de forma mais eficaz – diminuição da taxa metabólica;
-
Eficaz homeostasia (manutenção do meio interno em estado de equilíbrio dinâmico)
REINOS E SUA EVOLUÇÃO
1 – Sistemas de Classificação em 2 Reinos: Animais
e Plantas (Lineu, séc. XVIII)
Reino Plantae:
-
seres vivos imóveis (sem locomoção) e sem
ingestão;
-
seres unicelulares com cloroplastos
(fotossíntese);
-
células com parede celular (bactérias e fungos)
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Reino Animais:
-
seres não fotossintéticos (sem clorofila);
-
com locomoção, e obtém o alimento por ingestão;
-
células sem parede celular;
-
protozoários (seres unicelulares), metazoários (animais).
Limitações:
-
Euglena – tem estruturas locomotoras, flagelos (Animais) e tem cloroplastos
(Plantas);
-
Separação artificial de seres unicelulares;
-
Não é clara a posição das bactérias e dos fungos (diferem muito das plantas).
2- Sistema de Classificação em 3 Reinos: Animais, Plantas, Protista (Haeckel, 1866)
Reino Protista:
-
bactérias
(algas
unicelulares,
antes
Reino Plantas), protozoários (antes
Reino Animais) e os fungos passam a
ser incluídos neste reino porque não
realizam a fotossíntese e têm a parede
celular de natureza química diferente das
plantas).
3- Sistema de Classificação em 4 Reinos: Animais, Plantas, Protista, Monera (Copeland)
Reino Monera:
-
organismos unicelulares mais simples,
seres
procariontes,
sem
núcleo
individualizado.
Reino Protista:
-
inclui
os
organismos
unicelulares
eucariontes, com núcleo individualizado.
10
4- Sistema de Classificação em 5 Reinos: Monera; Protista; Animalia, Plantae; Fungi
(Whittaker, 1968)
Whittaker baseou-se em três Critérios Fundamentais
Organização Celular
Tipo de Nutrição
Interacções nos ecossistemas
(Interacções Alimentares)
Absorção,
Procarióticos
Monera
fotossíntese e
quimiossíntes
Monera
Produtores autotróficos
Plantae
e
Eucarióticos
Unicelulares
Absorção,
Protista
ingestão,
Protista
fotossíntese
Macroconsumidores
heterotróficos, ingestão
Animalia
alguns
Protistas
Microconsumidores
Eucarióticos
Multicelulares
Plantae
Animalia
heterotróficos (decompõem a
Fotossíntese
Plantae
Fungi
matéria orgânica –
decompositores ou
Monera
Fungi
saprófitas), absorção
Absorção
Fungi
Ingestão
Animalia
Reino Fungi:
Seres
que
apresentam
características que impedem a
inclusão
em qualquer
outro
reino:
-
nenhum
fungo
é
fotossintético;
-
absorvem os alimentos
depois de digeridos fora
do organismo;
-
parede celular nunca é
celulósica.
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5 – Classificação de Whittaker (versão modificada, 1979)
Reino
Monera
Tipo de célula
Organização
celular
Mobilidade
Tipo de
nutrição
Procariótica sem
autotróficos
organelos
móveis (por flagelos (fotossíntese ou
unicelulares, solitá
membranares. Parede
ou por deslizamento) quimiossíntese)
rios ou coloniais
celular presente na
ou imóveis
heterotróficos
maioria das células.
(absorção)
A maioria
Interacção nos
Ecossistemas
Exemplo
Produtores
microconsumidores
bactérias e
cianobactérias
autotróficos
Protista
Eucariótica. Núcleo, unicelulares, solitá
(fotossíntese)
produtores;
móveis (por flagelos)
rios alguns
heterotróficos macroconsumidores
(Protoctista mitocôndrias, algumas
ou imóveis
vezes cloroplastos
coloniais; outros
(absorção ou
microconsumidores
)
amibas,
paramécias,
algas
ingestão)
multicelulares
Fungi
Eucariótica. Núcleo,
mitocôndrias, sem
cloroplastos, parede
celular com quitina
multicelularidade
presente em muitas
formas, reduzida
diferenciação
imóveis ou fixos ao
substrato
heterotróficos
(absorção)
microconsumidores
cogumelos,
bolores,
leveduras
Plantae
Eucariótica. Núcleo,
mitocôndrias,
cloroplastos. Parede
celular celulósica.
multicelulares,
com progressiva
diferenciação
tecidular
imóveis, fixos ao
substrato
autotróficos
(fotossíntese, a
maior parte)
produtores
musgos, fetos,
plantas com flor
Animalia
Eucariótica. Núcleo,
mitocôndrias, sem
cloroplastos e sem
parede celular.
multicelulares,
com progressiva
diferenciação
tecidular
móveis
heterotróficos
(ingestão)
esponjas,
macroconsumidores moscas, homem
ouriços do mar
41
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-
seres procariontes unicelulares;
-
autotróficos (fotossíntese, quimiossíntese) e
heterotróficos (absorção);
-
produtores, microconsumidores;
-
vivem em todo o tipo de ambientes (ar, água, solo e
Cocos
dentro de outros organismos);
-
alguns aparecem em locais onde as temperaturas são
extremas.
Bacilos
MORFOLOGIA E ESTRUTURA:
-
diâmetro 0,5-5 µm;
-
vários tipos morfológicos (cocos, bacilos, espirilos e
Espirilos
vibriões);
-
vivem isoladamente ou em colónias;
-
relativa simplicidade biológica o que as torna um
excelente material para a investigação genética;
Escherichia coli
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Membrana plasmática
Citoplasma
Mesossoma
Parede celular
Cápsula
Fímbria
Ribossomas
Enzimas relacionadas
com a respiração,
ligadas à face
interna da membrana
plasmática
Nucleóide
Plasmídeos
Flagelo
DNA associado
ao mesossoma
Componentes
Características
Função
Protectora, funciona como defesa
Cápsula
Rica em glícidos e substâncias
em relação a anticorpos,
Bacteriana
proteicas. T
bacteriófagos e células
fagocitárias.
Polissacarídeos e polipeptídeos. De
Parede celular
acordo com a composição da
Dá forma, suporte e protecção à
parede as bactérias designam-se de
célula
Gram-positivas e Gram-negativas
Flagelos
Número variável
Permitem a deslocação da maior
parte das bactérias com movimento
Pensa-se que se relaciona com a
Pili ou Fímbrias
Natureza proteica, muito mais
fixação ao substrato, intercãmbio
curtas e finas que os flagelos.
de moléculas com o exterior, vias
de penetração dos bacteriófagos.
Membrana
Pode formar invaginações (mesossoma) para o interior da célula em cuja
Plasmática
superfície se localizam enzimas relacionadas com a respiração
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Citoplasma
Contém enzimas e substâncias de reserva, sem organelos celulares.
Material genético
DNA circular (a região do DNA é designada de nuclóide)
Ribossomas e
Inclusões
Ribossomas e grânulos de reserva livres no citoplasma
CIANOBACTÉRIAS:
-
seres fotossintéticos, desenvolvem-se em meios muito variado;
-
vida livre, simbiose com plantas ou outros organismos,
colónias (filamentosas, com uma cápsula mucilaginosa que
envolve toda a colónia).
Ex.: nas formas coloniais do género Nostoc observam-se
células de maior tamanho – heterocistos, especializadas na
fixação do azoto (N2 →NH3).
TIPOS DE CIANOBACTÉRIAS
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Diferenças entre cianobactérias e as restantes bactérias fotossintéticas:
Cianobactérias
Bactérias Fotossintéticas
- lamelas internas (percursoras dos tilacóides);
com enzimas e pigmentos fotossintéticos;
- não possuem lamelas internas;
-
- pigmento fotossintético :
presença
de
enzimas
e
pigmentos
fotossintéticos em expansões da membrana
-
clorofila a (presente nas plantas)
-
ficobilinas – ficocianina (azul) e
ficoeritrina (vermelho)
plasmática;
- pigmento fotossintético - bacterioclorofila
METABOLISMO
Procariontes
Quanto à fonte de Carbono
Autotróficos
Utilizam CO2 ou CO
Heterotróficos
Utilizam compostos orgânicos
Quanto à fonte de Energia
Quimiautotróficos
Utilizam a energia de
compostos químicos
Ex.: bactérias nitrificantes
Fotoautotróficos
Utilizam a energia da
luz solar
Ex.: cianobactérias
Fotoeterotróficos
Utilizam a energia da
luz solar
Ex.: algumas bactérias
Quimioeterotróficos
Utilizam a energia de
compostos químicos
Ex.: maioria das
bactérias
Grande parte das bactérias são quimioeterotróficas,
habitando nos diferentes meios em:
Saprofitismo
degradação da matéria
orgânica morta – digestão
extracorporal (absorção)
Simbiose – benefício
mútuo, relação
obrigatória (+,+)
Mutualismo
benefício mútuo,
relação facultativa e
temporária (+,+)
Endoparasitismo
Ectoparasitismo
Comensalismo
benefício para
um, mas sem
prejuizo para o
outro (+,0)
Parasitismo - benefício
para um e prejuizo para o
outro (+,-)
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DESENVOLVIMENTO DAS BACTÉRIAS (Dependendo ou não do Oxigénio)
 Aeróbios obrigatórios – usam o oxigénio na respiração celular e não podem viver
sem ele. Ex.: bactéria da difteria
 Aeróbios facultativos – usam o oxigénio quando está presente, mas na sua ausência
realizam a fermentação. Ex.: Escherichi coli.
 Anaeróbios obrigatórios – não pode usar o oxigénio e na presença dele morrem. Ex.:
Clostridium tetani.
REPRODUÇÃO
Reprodução Assexuada – Bipartição (multiplicam-se rapidamente, o grau de sensibilidade
aos antibióticos é variável)
Parede celular
Duplicação do DNA
Membrana
plasmática
Célula mãe
Molécula de DNA
Crescimento
Formação da
parede celular
Separação das células
Células
filhas
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IMPORTÂNCIA DOS PROCARIONTES
Aspectos Benéficos:
1) Ciclo do Azoto (79% do volume da atmosfera, azoto - componente dos ácidos
nucleicos e proteínas)
48
2) Ciclo do carbono
As bactérias decompõem macromoléculas de compostos orgânicos, libertando CO 2 –
fotossíntese das plantas.
3) Simbiose com seres vivos:
Ex.: Vaca/bactérias, coelho (ceco e apêndice cecal)/bactérias, homem (flora intestinal)/
bactérias.
4) Importância Industrial:
Ex.: fabrico de vinagre, iogurtes, queijo e bebidas alcoólicas
Ex.: antibióticos
Ex.: síntese de péptidos humanos (insulina, hormonas de crescimento)
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Aspectos maléficos:
a) Contaminação das águas
b) Doenças (lepra, diarreia, pneumonia,…)
CARACTERÍSTICAS GERAIS:

Seres eucariontes (núcleo, mitocôndrias e por vezes cloroplastos);

A maioria unicelular, outros multicelulares;

Nutrição: autotroficos (fotossíntese), heterotróficos (absorção e ingestão);

Produtores, macroconsumidores, microconsumidores;

Vivem em quase todos os lugares onde há água (plâncton), ambientes terrestres
húmidos, bem como em simbiose nos fluidos do corpo ou parasitando células dos
hospedeiros.
1) Protozoários (protistas semelhantes a animais)
- eucariontes unicelulares;
- Nutrição: heterotróficos (ingestão);
- Dimensões compreendidas entre 3 a 700 µm;
- Vivem em ambientes húmidos;
- Alguns são imóveis, outros deslocam-se por flagelos, cílios ou
psudópodes.
Filos:
- Rhysopoda (Amiba)
- Ciliophora (Paramécia)
- Flagellata (Tripanossoma)
- Sporozoa (Plasmoódio)
PROTISTAS
2) Algas (Protistas semelhantes a plantas)
Filos:
- Chrorophyta (algas verdes – Espirogira)
- Phaeophyta (algas castanhas – bodelha)
- Rhodophyta (algas vermelhas – coralina)
- Euglenophyta (euglena)
- Crysophyta (diatomáceas)
3) Mixomicetos (Protistas semelhantes aos fungos)
- constituídos por uma massa citoplasmática com muitos núcleosplasmódio, tem movimentos amebóides.
- O plasmódio alimenta-se de bactérias, leveduras e plantas em
decomposição por fagocitose.
- Quando não há alimento ou o meio começa a secar formam
esporângios idênticos aos fungos.
50
Ex.: Fisária
Vacúolos digestivos
Núcleo
Vacúolo
contráctil
(Osmorregulação
–
mantém o equilíbrio
hídrico da célula por
acumulação ou expulsão
do excesso de água).
Endoplasma
Membrana
plasmática
Ectoplasma
Pseudópodes (movimento e envolvem
as partículas alimentares).
DIGESTÃO INTRACELULAR
REPRODUÇÃO POR BIPARTIÇÃO
51
(Osmorregulação)
(Local onde o alimento
é ingerido)
(Metabolismo celular)
(responsável
pela
recombinação génica
na reprodução sexuada
– conjugação)
(Os
vacúolos digestivos
lançam
enzimas
que
intervém na digestão)
Cílios
(movimento – provocam
correntes de água que
conduzem o alimento
para o sulco oral
Exocitose (Os produtos resultantes da
digestão são lançados no citoplasma, os
restantes são expelidos por exocitose).
REPRODUÇÃO:
A paramécia possui dois tipos de reprodução:
-
reprodução sexuada por conjugação
52
-
reprodução assexuada por bipartição/cissiparidade (a mais frequente).
Trypanosoma gambiensi
-
deslocação por flagelos ( 1 ou mais flagelos), através de
movimentos ondulatórios);
-
Nutrição: ingestão (capturando a presa), absorção
(absorvendo nutrientes através da membrana);
-
Reprodução assexuada por bipartição;
-
Parasita, provoca a doença do sono (tem como hospedeiro intermediário a mosca tsétsé género Glossina)
Trypanosoma gambiensi
Desenvolve-se no interior do
intestino da mosca Tsé-tsé –
hospedeiro intermediário
Pica o hospedeiro, injectando o
Trypanosoma com a saliva
Doença do Sono
Preparação de sangue com Tripanossomas.
53
Plasmodium vivax
-
Desprovido de organelos locomotores;
-
Reprodução assexuada por esporulação (esporo que é
protegido por um invólucro capaz de infectar o
hospedeiro);
-
Parasita, provoca a malária ou paludismo (tem como
hospedeiro intermediário a fêmea do mosquito Anopheles)
Plasmodium vivax
Hospedeiro intermediário –
mosquito Anopheles
Pica o indivíduo, o parasita alojase no fígado, o sangue é
infectado e destrói os glóbulos
vermelhos humanos.
Preparação de sangue com plasmódios.
Paludismo/ Malária (arrepios e
temperaturas elevadas)
2) ALGAS
- unicelulares (Clamydomonas), formas coloniais (Volvox), ou
multicelulares (Spirogyra);
- maioria aquática, também vivem em ambientes terrestres húmidos;
a) Phylum
Chlorophyta
(algas verdes)
- apresentam clorofila a e b e carotenóides;
- substância de reserva é o amido;
- parede rica em celulose;
- existência de grana nos cloroplastos;
- a alga Chlorella, contém a maioria das vitaminas é utilizada como
fonte de alimento, bem como fonte de oxigénio em submarinos
atómicos.
54
- seres multicelulares;
- vivem quase todas em ambientes marinhos;
- tamanhos e formas variadas;
b) Phylum
- apresentam clorofila a e c e carotenóides, mas encontram-se
Phaeophyta
mascaradas pela fucoxantina (pigmento castanho);
(algas
castanhas)
- constituem a alimentação de muitos animais marinhos;
- parede celular rica em celulose e algina;
- a algina é utilizada na indústria de doces e sorvetes (regula o
comportamento da água numa grande variedade de produtos);
- substância de reserva a laminarina.
- Vivem em águas marinhas (zonas profundas, retêm as radiações azuis
que são as que entram mais profundamente na água), águas doces e
algumas no solo;
c) Phylum
Rhodophyta
(algas
vermelhas)
- apresentam clorofila a e d e carotenóides. Apresentam também
ficobilinas (ficoeritrina – cor vermelha)
- substância de reserva é o amido florídeo;
- parede celular de celulose e materiais pépticos;
- utilizadas na indústria das cápsulas gelatinosas e em material
dentário, bem como em cosméticos e meios de cultura para o
crescimento das células.
- seres unicelulares;
d) Phylum
Euglenophyta
(Euglena)
- ausência de parede celular;
- presentes nas águas dos tanques;
- possuem um flagelo;
- realizam a fotossíntese (cloroplastos) na presença de luz, na ausência
de luz são heterotróficos (ingerindo partículas por fagocitose)
- seres unicelulares;
e) Phylum
- são fotossintéticos (presentes no plâncton marinho e de água doce);
Crysophyta
- parede celular rica em sílica hidratada, formando carapaças ou
(diatomáceas) frústulas - diatomitos (camadas sedimentares extensas de frústulas);
- utilizadas como isoladores (filtrações) e em materiais de construção.
55
Clamydomonas
Volvox
Spyrogira
Gigartina pisttilata
Sargassum
Bodelha
Gracilaria verrucosa
56
Euglena
REPRODUÇÃO NAS ALGAS
-
Primavera
→
aumento
de
temperatura
→
multiplicação vegetativa das algas (formam-se
esporos móveis – zoósporos ocorrendo uma
dispersão rápida). Condições favoráveis do meio.
-
Reprodução sexuada que envolve dois processos complementares a meiose
(haploidia) e a fecundação (diploidia), a posição relativa destes dois processos tem
importância nos ciclos de vida (alterações no organismo desde que nasce até à
reprodução), nomeadamente no desenvolvimento relativo da haplofase e da diplofase.
Há alternância de fases nucleares (entidades haplóides alternam com entidades
diplóides. Condições desfavoráveis do meio.
A- Meise pós-zigótica, a diplofase está reduzida ao zigoto. Organismo Haplonte.
Ex.: Espirogira.
B- Meiose pré-gamética – o zigoto por mitoses sucessivas dá origem a um organismo
multicelular, constituído por células diplóides, no período de reprodução produz os
gâmetas. As únicas células haplóides são os gâmetas. Organismo Diplonte.
Ex.: Bodelha
C- Meiose pré-espórica – o zigoto por mitoses sucessivas dá origem a uma entidade
multicelular, constituído por células diplóides. Nesta entidade ocorre a meiose
originando-se células haplóides – os esporos, os quais ao germinarem produzem
células haplóides onde se vão produzir gâmetas. Organismo Haplodiplonte.
Ex.: Ulva
57
Membrana
plasmática
Parede esquelética
REPRODUÇÃO SEXUADA DA ESPIROGIRA
- Proximidade de dois filamentos de Espirogira
– crescem saliências que entram em contacto, por
dissolução das membranas de separação – tubo
de conjugação, pelo qual se desloca o conteúdo
de uma célula para outra.
- Gâmeta dador – conteúdo móvel que se
movimenta; Gâmeta receptor – conteúdo celular
que
permanece
imóvel.
Gâmetas
morfologicamente semelhantes, mas um é móvel
e o outro não – isogamia morfológica e heterogamia ou anisogamia funcional.
- Após a fecundação, cada zigoto fica rodeado por uma parede espessa, no estado de vida
latente, até que voltem a ser favoráveis as condições do meio. O zigoto, divide-se por meiose,
formando quatro núcleos, três degeneram, ficando a célula apenas com um novo filamento de
espirogira.
Espirogira
Gâmeta dador
n
Zigoto
2n
Espirogira
Células Haplóides
n
Gâmeta receptor
n
Duplicação
Cromossómica
Meiose
58
Gâmeta dador
(n)
Gâmeta receptor
(n)
42
Características fundamentais do ciclo de vida da Espirogira:
-
isogamia morfológia e heterogamia funcional;
-
meiose pós-zigótica;
-
organismo haplonte;
-
alternância de fases nucleares, sendo a fase haplóide unicelular e a fase diplóide
multicelular.
CARACTERÍSTICAS GERAIS :

Seres eucariontes

A maioria multicelular, alguns unicelulares (leveduras)

Muitas vezes as suas células possuem uma parede celular constituída por quitina
(polissacarídeo que se encontra na carapaça dos insectos)

Não possuem pigmentos fotossintéticos, nem cloroplastos.
ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL:
Hifas
Hifas Septadas
Monocarióticas
(um núcleo)
Dicarióticas
(dois núcleos)
Hifas Asseptadas
Cenocíticas
(multinucleadas)
Monocariótica
60

Os fungos multicelulares são constituídos por uma rede de filamentos ramificados –
Hifas

As hifas são formações tubulares iniciadas nos esporos, ramificando-se repetidamente,
constituindo uma rede mais ou menos densa de filamentos – Micélio
Micélio
NUTRIÇÃO DOS FUNGOS:
Todos os fungos são heterotróficos por absorção
3) Parasitas
1) Saprófitos
2) Simbiontes
1) Fungos Saprófitos
 Vivem sobre matéria orgânica, onde parte do micélio cresce por cima do alimento,
originando estruturas reprodutoras; outra parte do micélio desenvolve-se no interior do
substrato promovendo a sua decomposição.
 As hifas produzem enzimas hidrolíticas que actuam
sobre a matéria orgânica – digestão extracorporal,
decompondo-a em moléculas mais simples, prontas a
seres absorvidas, através das hifas, passando para todo o
Bolor do Pão
organismo.
 São fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas,
uma vez que decompõem a matéria orgânica
(cadáveres, folhas mortas, fezes,…) reciclando os
elementos químicos vitais como o C, N e P. Mas
Fungo Venenoso
Fungo Comestível
61
tornam-se prejudiciais quando atacam alimentos úteis ao Homem, como pão, queijo,
frutos, papel, estruturas em madeira,…para além de alguns também serem altamente
venenosos.
 Têm muita aplicação na Indústria – produção da
cerveja, do vinho, no fabrico do pão,…(leveduras
anaeróbias facultativas); queijos Roquefort e Camembert
são produzidos por acção de fungos especializados;
produção de antibióticos (Penicillium)
Penicillium
2) Fungos Simbiontes
 Estabelecem relações com outros organismos, recebendo o fungo os nutrientes que
necessita e tendo o organismo também alguma vantagem na associação. Esta associação
permite-lhes colonizar habitats, que isoladamente não podiam colonizar, ou torna-os mais
eficientes.
2.1 Líquenes – associação de algas verdes ou cianobactérias com hifas de um
fungo.
- fungo protege a alga da falta de água, fornece-lhe sais minerais e esta fornece ao
fungo a matéria orgânica resultante da actividade fotossintética.
Líquen
Estrutura de um líquen
2.2 Micorrizos – associação entre fungos e raízes das plantas.
-
existem na maioria das árvores (90% das grandes árvores);
-
as hifas do fungo aumentam muito a superfície de absorção da raíz, pois formam em
alguns casos um invólucro em torno dos pelos radiculares, noutros casos penetram nas
células das raízes mais delicadas, ficando o resto do micélio no solo circundante;
62
-
o fungo capta do solo materiais como fósforo, cobre,
zinco, água e outros nutrientes, a planta fornece ao fungo
compostos orgânicos (açúcares, aminoácidos);
-
revelam maior resistência do que outras plantas face a
situações de secura, baixa temperatura, carência de
alimento e chuvas ácidas;
-
Micorrizo – invólucro em
torno dos pêlos radiculares
os micorrizos têm sido encontrados em fósseis de plantas com raízes mais antigas –
talvez tenham auxiliado as plantas vasculares na colonização dos solos inorgânicos
iniciais.
2.3 Fungos Parasitas – causa mais importante de doenças nas plantas
-
míldio, oídio, morrão do milho e muitos outros fungos de frutos, afectam
tecidos/órgãos ou a planta toda, causando muitos prejuízos na agricultura;
-
possuem células especializadas – os haustórios, que penetram nas células do
hospedeiro de onde captam o alimento.
-
Oídio da videira
Míldio (Sclerotinia sclerotiorum)
Morrão do milho
Outros fungos
63
Tinha interdigital (pé de atleta)
Tinha do corpo
REPRODUÇÃO DOS FUNGOS:
1. REPRODUÇÃO ASSEXUADA
A) Fragmentação – divisão do micélio originando cada fragmento um novo fungo;
B) Gemiparidade – após a divisão do núcleo por mitose forma-se uma pequena gema,
onde se localiza um dos núcleos. Separam-se as duas células, uma pequena e a outra
com a maior parte do citoplasma.
C) Esporulação – formam-se esporos assexuados a partir de estruturas haplóides –
esporângios ou hifas especializadas, que posteriormente são levados pelo vento, pela
água ou pelos animais, germinando e dispersando geograficamente as várias espécies
de fungos.
Gemiparidade
Penicillium
Esporulação
Exósporos
Endósporos
64
Os esporos formados podem ser:
-
Endósporos – não utilizam a membrana do esporângio, cada esporo cria a sua própria
membrana;
-
Exósporos – há aproveitamento da membrana da própria hifa. Os esporos formam-se
por gemulação a partir da extremidade da própria hifa. À medida que os esporos
formados se destacam outros vão sendo formados na base da hifa.
2. REPRODUÇÃO SEXUADA
-
ocorre normalmente quando as condições do meio se tornam pouco favoráveis;
-
é importante pois fornece recombinação génica nos fungos – maior diversidade de
fungos;
Neste tipo de reprodução ocorre:
-
conjugação entre duas hifas pertencentes a micélios geneticamente diferentes;
-
nas extremidades de cada hifa forma-se uma estrutura reprodutora especializada –
gametângio;
-
por fusão dos gametângios forma-se um zigoto com vários núcleos diplóides,
revestido por uma parede resistente – zigósporângio;
-
o zigósporângio sofre meiose originando estruturas haplóides – hifas produtoras de
esporos;
-
os esporos germinam em condições propícias, dividem-se mitoticamente originando
um micélio haplóide.
65
ORIGEM – os animais talvez evoluíram a partir de Protistas flagelados (protozoários)
CARACTERÍSTICAS DOS ANIMAIS:
-
organismos eucariontes multicelulares;
-
heterotróficos por ingestão e realizam a digestão em órgãos especializados;
-
possuem diferenciação celular;
-
a maioria tem locomoção;
-
possuem um sistema nervoso que capta e coordenada informações do meio,
respondendo rapidamente aos estímulos;
-
possuem reprodução sexuada (gâmeta feminino é imóvel e grande, o gâmeta
masculino é móvel e pequeno).
Vertebrados – 5% dos animais existentes (possuem esqueleto interno - crânio e coluna
vertebral)
Invertebrados – 95% (não possuem esqueleto interno)
ALGUNS CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DOS ANIMAIS

Sub-Reino Parazoa (do gr. pára = ao lado de + zõon = animal) – ex.: esponjas

Sub-Reino Eumetazoa – outros filos

Radiata – animais com simetria radiata

Bilateria – restantes filos com simetria bilateral (ex: os equinodermes apresentam
simetria pentarriada na forma definitiva, mas na forma larvar a simetria é bilateral)
(ver pág. 244 do manual)
Desenvolvimento Embrionário:
o Embrião didérmico – constituído por dois folhetos embrionários (ectoderme e
endoderme, a qual delimita uma cavidade correspondente ao intestino primitivo, que
comunica com o exterior pelo blastóporo ou boca primitiva) → Animais
Diploblásticos ou Diblásticos, constituídos apenas por duas camadas de células.
66
o Embrião Tridérmico – constituído por três folhetos embrionários (ectoderme,
mesoderme e endoderme) → Animais Triploblásticos.

Animais sem celoma – acelomados, ex.: Platelmintes

Em alguns animais forma-se uma cavidade entre a mesoderme e a endoderme –
pseudoceloma – animais pseudocelomados, ex.: Nemaltelmintes

Na maioria dos animais constituiu-se uma cavidade no seio da mesoderme, totalmente
delimitada por ela – celoma – animais celomados, ex.: Annelida
 Animais Protostómios (do gr. protõ = primeiro + stoma = boca) - a boca primitiva
origina a boca definitiva, o ânus abre-se na extremidade oposta ao tubo digestivo. Ex.:
moluscos, anelídeos e artrópodes.
 Animais Deuterostómios (do gr. deútero = segundo + stóma = boca) – a boca
primitiva origina o ânus formando-se a boca na extremidade oposta
67
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-
animais muito simples (sem organização em verdadeiros tecidos,
as células mostram uma certa independência);
-
exclusivamente aquáticos, a maioria marinhos (uma só família de
água doce - Drulia);
-
vivem fixas isolados ou em colónias;
-
colorações variadas devido a associações com algas;
-
As esponjas mais simples apresentam simetria radiada enquanto
que a maioria é assimétrica.
ANATOMIA
-
A parede do corpo é perfurada por poros
inalantes,
constituídos
por
células
designadas porócitos.
-
O corpo é constituído por duas camadas
de células separadas por uma substância
gelatinosa – a mesogleia, onde se deslocam
células livres - os amebócitos.
-
A camada mais externa epiderme é
constituída por células achatadas – os
pinacócitos.
-
A camada interna é constituída pelos
coanócitos.
-
A cavidade do corpo, sem função
digestiva, é o espongiocélio ou átrio.
-
A abertura do espongiocélio designa-se ósculo.
68
CARACTERÍSTICAS DOS DIFERENTES TIPOS DE CÉLULAS
 Pinacócitos – células achatadas que revestem a parte externa das esponjas como uma
espécie de epiderme.
 Porócitos – células dotadas de um poro central que as atravessa de lado a lado, é
através delas que a água penetra no espongiocélio.
 Amebócitos – células livres, presentes na mesogleia. Originam todos os tipos de
células das esponjas, sendo responsáveis pelo seu crescimento e regeneração.
 Coanócitos – células flageladas, dotadas de uma expansão membranosa em forma de
colarinho, que revestem o espongiocélio. O movimento dos flagelos cria uma corrente
trazendo partículas nutritivas e oxigénio.
SUSTENTAÇÃO ESQUELÉTICA
-
Algumas esponjas possuem um esqueleto constituído por
espículas que se formam na mesogleia. Essas espículas podem
ser constituídas por carbonato de cálcio ou sílica.
-
Outras possuem o esqueleto constituído por uma rede de fibras
fortes e flexíveis de espongina (proteína).
-
Há esponjas que possuem espículas e fibras de espongina.
69
TIPOS DE ESPONJAS QUANTO À ORGANIZAÇÃO:
ASCON
SYCON
LEUCON
NUTRIÇÃO
-
As esponjas obtêm o alimento filtrando a água que fica
ao seu redor – animais filtradores.
-
O batimento contínuo dos flagelos dos coanócitos força a
saída da água através do ósculo e, em consequência, faz com
que a água ao redor seja sugada e penetre pelos porócitos.
-
Dissolvidas na água chegam ao espongiocélio partículas
alimentares microscópicas e oxigénio.
-
As partículas alimentares são captadas por endocitose
pelos coanócitos e digeridas nos vacúolos digestivos dos
coanócitos. Os nutrientes difundem-se para a mesogleia,
podendo os amebócitos transportá-las para as células da
epiderme.
-
Os resíduos não digeridos são lançados no
espongiocélio por exocitose e eliminados através do
ósculo, juntamente com a água que sai.
70
RESPIRAÇÃO E EXCREÇÃO
-
Oxigénio difunde-se da água para as células
-
Produtos do catabolismo (dióxido de carbono e amoníaco) deslocam-se em sentido
contrário.
REPRODUÇÃO ASSEXUADA
-
Fragmentação;
-
Gemulação, originando colónias de grandes dimensões.
REPRODUÇÃO SEXUADA
-
Os poríferos são hermafroditas. Tanto os óvulos como os espermatozóides formam-
se a partir dos amebócitos.
-
Os espermatozóides são libertados no espongiocélio, saindo juntamente com a água,
enquanto os óvulos ficam inseridos na mesogleia.
-
Se os espermatozóides levados pela água, entrarem nos poros de outra esponja, dá-se a
fecundação formando-se o zigoto.
-
Após a fecundação o zigoto desenvolve-se e forma uma larva ciliada – anfiblástula –
que sai pelo ósculo, fixa-se num substrato, cresce e origina um novo indivíduo.
71
FILOGENIA:
- Os Porifera parecem ter tido uma origem evolutiva diferente da dos outros representantes do
mesmo reino. Provavelmente, evoluíram a partir de protistas com coanócitos –
Coanoflagelados, o que é apoiado pelo facto de só nestes dois grupos aparecer este tipo de
células.
Esponjas de banho – esqueleto constituído por uma
rede de fibras fortes e flexíveis, formadas por uma
substância proteica – espongina.
Euspongia officinalis
RESUMO:
-
Animais aquáticos, a maioria marinhos, de vida fixa no estado adulto;
-
Assimétricos ou com simetria radiada;
-
Corpo com poros, canais e câmaras onde circula a água;
-
Corpo constituído por: epiderme, camada de coanócitos a revestir a camada interna e
mesogleia entre as duas camadas anteriores;
-
Apresentam esqueleto constituído por espículas siliciosas ou calcárias ou por fibras
de espongina (ou pela associação de ambas);
-
Sem órgãos ou verdadeiros tecidos;
-
Digestão intracelular;
-
Excreção e entrada de oxigénio por difusão directa;
-
Reprodução sexuada e assexuada (fragmentação e gemulação).
72
Anémona do mar
Corais
Hidra
Medusa
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
•Todos são aquáticos, sendo a maioria marinhos (alguns vivem na água doce: hidra).
•Animais sedentários (anémonas e corais) ou de vida livre (medusas).
•Animais isolados ou coloniais.
•A simetria é tipicamente radiada.
•Dois tipos morfológicos: pólipos e medusas.
•Apresentam cavidade gastrovascular que comunica com o exterior por uma única abertura
que funciona como boca e ânus.
•Sistema nervoso constituído por uma rede nervosa simples.
•Não possuem sistema circulatório, respiratório (difusão directa) nem excretor (difusão
directa).
•Células típicas: cnidócitos.
ORGANIZAÇÃO CORPORAL:
•Os cnidários apresentam-se sob dois tipos básicos: pólipos e medusas.
Pólipo
Medusa
73
Pólipos – vivem fixos pela extremidade oposta à boca, rodeada por uma coroa de tentáculos;
a mesogleia é pouco abundante.
Medusas – têm a forma de campânula e são livres, flutuando nas águas ou deslocando-se por
contracção da campânula. O grande desenvolvimento da mesogleia confere-lhe um aspecto
gelatinoso. A boca abre-se na face côncava.
Os Cnidários são animais Diploblásticos:
•A ectoderme origina a epiderme, que reveste externamente o animal sendo especializada na
protecção e defesa.
•A endoderme origina a gastroderme, que reveste a cavidade digestiva, denominada cavidade
gastrovascular.
•Entre a ectoderme e a gastroderme situa-se a mesogleia, uma massa gelatinosa. A mesogleia
dá suporte (sustentação) ao corpo do cnidário constituindo um esqueleto elástico e flexível.
•A disposição do corpo em duas camadas tem aspectos adaptativos: a distância entre o
ambiente e as células é reduzida, facilitando a entrada de oxigénio e de nutrientes por difusão,
bem como a eliminação de dióxido de carbono.
ANATOMIA:
74
TIPOS DE CÉLULAS DA EPIDERME:
A epiderme é formada por cinco tipos básicos de células: epiteliomusculares,
intersticiais, sensoriais, glandulares e cnidócitos.
•Células epiteliomusculares – função contráctil e de protecção.
•Células intersticiais – com características embrionárias. Podem diferenciar-se noutros
tipos de células.
•Células sensoriais – captam informações do meio externo.
•Células nervosas – situadas na base da epiderme.
•Células glandulares – segregam muco.
•Cnidócitos – células típicas do filo Cnidária, especializadas na defesa e na captura de
alimento.
Possuem no interior uma estrutura denominada nematocisto, cápsula ovóide que se
prolonga por um fio filamentoso que se enrola para o interior do nematocisto.
No cnidócito há uma expansão – cnidocílio. Este, quando sofre um estímulo
mecânico, faz disparar o nematocisto o qual lança um líquido urticante.
75
NUTRIÇÃO:
-
Os cnidócitos nos tentáculos permitem uma captação eficiente das presas que são
introduzidas na cavidade gastrovascular;
-
Células secretoras – produzem enzimas digestivas que lançam na cavidade
gastrovascular;
-
Células digestivas – digerem posteriormente os produtos da digestão extracelular, em
vacúolos digestivos;
-
Os produtos da digestão são difundidos para todas as células do organismo, e os
resíduos são lançados na cavidade gastrovascular;
RESPIRAÇÃO E EXCREÇÃO:
-
o oxigénio entra por difusão directa;
-
a água e os produtos de excreção (dióxido de carbono e
amoníaco) são eliminados por difusão directa.
REPRODUÇÃO ASSEXUADA:
-
Gemulação, formando-se pequenas gemas que dão lugar a novos organismos, por
vezes os novos organismos permanecem ligados ao progenitor constituíndo colónias;
-
Em muitas colónias há polimorfismo entre os indivíduos, sendo uns especializados na
captação e digestão do alimento, outros na reprodução e outros na defesa.
REPRODUÇÃO SEXUADA:
-
há espécies hermafroditas e outras gonocóricas;
-
os espermatozóides são libertados para a água para
fecundar os óvulos.
76
RESUMO:
•Animais aquáticos, geralmente marinhos.
•Ocorrem em dois tipos morfológicos: pólipos e medusas.
•As formas adultas apresentam simetria radiada.
•São animais diploblásticos, com duas camadas celulares,
epiderme e gastroderme, separadas pela mesogleia.
•Possuem cavidade gastrovascular que comunica com o exterior
por uma única abertura a qual desempenha a função de boca e
ânus.
•Digestão intracelular e extracelular.
•Possuem células características – cnidócitos.
•Rede nervosa simples.
•Sem sistema respiratório, circulatório e excretor.
•Reprodução assexuada e sexuada.
•Acelomados.
77
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-
vermes achatados dorso-ventralmente (do grego
“Platys = achatado” + “ Helminthes = vermes”), com a
boca na face ventral;
-
aquáticos de vida livre (planária), outros parasitas (fascíola hepática e ténia) com
adaptações específicas;
-
simetria bilateral;
-
triploblásticos (ectoderme, mesoderme e endoderme), por diferenciação estes folhetos
originam os diferentes tecidos e órgãos do animal definitivo e acelomados;
-
protostómios;
-
sem segmentação;
-
não possuem sistema respiratório, nem circulatório;
-
sistema digestivo incompleto – digestão extracelular e intracelular;
-
reprodução
assexuada
(bipartição
ou
fragmentação)
ou
sexuada,
sendo
hermafroditas ou gonocóricas.
LOCOMOÇÃO:
-
é mais eficaz no caso dos indivíduos apresentarem o corpo alongado, com a cabeça na
parte anterior, uma zona posterior,
e a face dorsal e ventral;
SISTEMA NERVOSO:
-
muito rudimentar, na região da
cabeça
situam-se
os
gânglios
78
cerebrais, dos quais partem dois cordões nervosos;
-
existem órgãos dos sentidos muito rudimentares, ex.: ocelos que percepcionam a luz.
CAPTAÇÃO E DIGESTÃO DOS ALIMENTOS:
-
sistema digestivo incompleto, pois a boca funciona como boca e como ânus (sendo
expelidos os resíduos alimentares através da boca)
-
na face ventral situa-se a boca, faringe musculosa (que se pode projectar para o
exterior para captar a presa), intestino (com um ramo anterior e dois posteriores), o
conjunto dos ramos constitui a cavidade gastrovascular muito ramificada;
-
Digestão extracelular na cavidade gastrovascular e intracelular nas células da
parede dessa cavidade.
RESPIRAÇÃO E EXCREÇÃO:
-
Trocas de gases por difusão directa com o meio;
-
Produtos de excreção eliminados por células especializadas - células –flama
79
PLATELMINTES PARASITAS
-
Os parasitas não têm boca nem
Fascíola hepática
cavidade digestiva;
-
Têm ciclos de vida de desenvolvimento complexos, necessitando, em regra de dois
hospedeiros de espécies diferentes para o completar;
-
Hospedeiro definitivo – aquele onde o parasita vive no estado adulto;
- Hospedeiro intermediário – onde o parasita vive no estado larvar.
TÉNIA:
-
absorvem os nutrientes digeridos através do tegumento;
-
o escólex fixa as ténias a parede intestinal;
-
a partir da região do colo, uma zona a seguir ao escólex, seguem-se segmentos
Ténia
designados de proglótides, cada proglótide apresenta testículos e ovários e pode
produzir 100000 ovos.
Proglótide
Escólex
CICLO DE VIDA DA Taenia solium (bicha-solitária):
-
as proglótides da extremidade oposta ao escólex cheias de ovos, desprendem-se e são
expulsas com as fezes;
-
cada ovo tem o embrião, ao serem ingeridos pelo hospedeiro intermediário (porco ou
vaca), as larvas libertam-se no tubo digestivo, atravessam a parede do intestino e
inquistam-se no musculo – cisticercos;
-
o Homem ao comer carne de porco mal cozinhada ou crua, ingere os cisticercos;
80
-
no tubo digestivo humano os sucos destroem o invólucro do cisticerco, libertando-se a
larva, que se fixa na parede do intestino, prosseguindo o seu desenvolvimento até ao
estado adulto.
Cisticerco
Cisticerco
Ovos
81
Lombriga
Filária
Oxiúros
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-
vermes de corpo cilíndrico com poucos milímetros até mais de um metro;
-
aquáticos (água doce ou salgada) e no solo, mas a maioria são parasitas quer de
plantas, quer de animais;
-
possuem uma cutícula espessa de quitina a revestir o corpo, segregada pela epiderme,
que os protege da dessecação;
-
sem segmentação;
-
simetria bilateral;
-
triploblásticos, pseudocelomados (esta cavidade está cheia de um líquido importante
na distribuição das substâncias no interior do corpo);
-
protostómios;
-
possuem sistemas de órgãos;
-
não possuem sistema respiratório (difusão directa dos gases), nem circulatório;
-
sistema digestivo completo – digestão
extracelular;
-
sistema nervoso simples (anel nervoso à
volta do esófago que se liga a nervos
anteriores e posteriores);
-
reprodução sexuada, com os dois sexos separados, há dimorfismo sexual (fêmeas
geralmente maiores do que os machos).
82
NEMATODES PARASITAS:
PARASITA
Lombriga
(Ascaris)
Oxiúros
(Oxiurus)
ENTRADA NO
ORGANISMO
Os ovos são expulsos
com as fezes, no solo
quente
e
húmido
transformam-se
em
Intestino
larvas,
as
quais
delgado
atravessam
a
pele,
penetram a corrente
sanguínea e atingem o
intestino delgado
De noite os oxiúros
deslocam-se até á região
anal, para a postura dos
ovos, causando prurido
Intestino
à volta do recto.
grosso
LOCAL
SINTOMAS
Anemia,
má
nutrição, palidez,
perda de peso, em
crianças retarda o
desenvolvimento
físico e mental
Prurido,
dor
abdominal,
diarreia. Ao se
coçar a área, os
ovos podem passar
para as mãos,
sendo transmitidos
aos
alimentos,
objectos.
DIAGNÓSTICO/
TRATAMENTO
Exame às fezes;
Alimentação rica
em proteínas
Medicamentos
para eliminar os
vermes
Exames às fezes
Medicamentos
para destruir os
vermes
Muita
limpeza
para se evitar a
reinfestação.
83
ENTRADA NO
ORGANISMO
Ingestão de carne de
porco infestada, crua ou
mal cozinhada.
As
larvas penetram na
corrente
sanguínea
Triquinas
espalham-se por todos
(Trichinella)
os tecidos. Na maior
parte
dos
tecidos
Músculos
causam uma inflamação
e são destruídas pelas
defesas do organismo.
No
entanto
podem
enquistar-se nas fibras
musculares,
sobrevivendo
durante
anos.
Larvas transmitidas pela
Filária
mordedura de mosquitos
(Wuchereria)
do género Culex que
vivem
em
climas
Sistema tropicais.
linfático Os vermes adultos têm 5
cm de comprimento e
vivem
no
sistema
linfático dos tecidos.
PARASITA
LOCAL
DIAGNÓSTICO/
TRATAMENTO
Deslocação
das Repouso
larvas
pelo Regime alimentar
organismo
(2 muito nutritivo
semanas): Febre,
náuseas, vómitos,
diarreia,
dores
abdominais.
SINTOMAS
Quando as larvas
se enquistam nos
músculos
vão
desaparecendo os
sintomas.
Inflamação,
Controlo sanitário
inchaço
e Medicamentos
endurecimento dos para eliminar os
tecidos.
parasitas
do
organismo
A região afectada
pode ser tratada
por
meio
de
intervenções
cirúrgicas.
CELOMAS E PROTOSTÓMIOS
-
A boca definitiva forma-se a partir da boca primitiva embrionária; abrindo-se o ânus
numa zona diametralmente oposta ao tubo digestivo;
-
Tubo digestivo completo;
-
Sistemas circulatório, nervosos e excretor bem desenvolvidos;
Vantagens da presença de Celoma:
-
o celoma determina uma separação nítida entre os músculos do tubo digestivo e os
músculos da parede do corpo, sendo os movimentos do tubo digestivo independentes
de outros movimentos;
84
-
o fluido que preenche o celoma é importante no transporte de materiais, tais como
nutrientes, oxigénio e excreções, as células banhadas por este líquido estabelecem
trocas com o mesmo;
-
o celoma constitui um espaço onde se desenvolvem e funcionam muitos órgãos. Ex.:
coração e vasos sanguíneos, os quais se podem dilatar sem seresm comprimidos
pelos restantes órgãos.
Caracol
Lula
Amêijoa
Polvo
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-
Seres aquáticos (marinhos ou de água doce) e terrestres (caracol e lesma);
-
Possuem corpo mole, com ou sem concha (de origem calcária) – exosesqueleto;
-
Corpo dividido em 3 regiões distintas: cabeça, massa visceral e pé;
-
Possuem celoma reduzido;
-
São protostómios;
-
Possuem simetria bilateral, embora alguns sejam assimétricos, a simetria é alterada
devido a fenómenos de torção durante o desenvolvimento embrionário;
-
Possuem tubo digestivo completo, geralmente possuindo rádula;
-
Possuem sistema circulatório com coração. Na maioria dos moluscos o sistema
circulatório é aberto;
85
CONSTITUIÇÃO BÁSICA DE UM MOLUSCO:
O corpo dos moluscos é constituído por:
-
Cabeça - nalguns moluscos, não está nitidamente separada do pé e noutros desaparece
totalmente. Aloja os gânglios nervosos, os órgãos dos sentidos (olhos) e inclui a
abertura bucal.
-
Massa visceral - contém os órgãos internos (digestivos, reprodutores e excretores)
-
Pé - órgão musculoso que pode desempenhar várias funções, tais como a locomoção,
captura de alimentos e fixação. Pode apresentar várias formas;
-
Manto - prega cutânea de tecido dorsal, rica em glândulas que segregam a concha,
rodeia o corpo e em certas regiões, destaca-se dele recobrindo a cavidade paleal, onde
se situam as brânquias nos moluscos aquáticos ou funciona como pulmões nos
moluscos terrestres;
-
Tubo digestivo completo – boca, esófago, intestino e ânus, possuem glândulas
anexas;
-
Alguns moluscos possuem rádula (placa raspadora), constituída por uma membrana
onde se dispõem dentes fino dirigidos para trás, funcionando como lima;
-
Sistema circulatório - com coração na posição dorsal, a maioria dos moluscos tem
sistema circulatório aberto, parte do trajecto do sangue é feito fora dos vasos
sanguíneos (lacunas);
-
Reprodução sexuada - geralmente os sexos são separados, existindo algumas
espécies hermafroditas. Nos moluscos aquáticos a fecundação é externa.
86
-
Gastrópodes (do grego: gastér = ventre + podós = pé)
-
Habitat: aquático (água doce e salgada) ou terrestre
-
Gastrópodes aquáticos – possuem brânquias na cavidade paleal (trocas gasosas), o
manto é muito vascularizado na zona
que
recobre
a
cavidade
funcionando o conjunto
paleal,
como
um
“pulmão”, as trocas dão-se entre o
“pulmão” e o ar que preenche a cavidade
paleal;
-
Concha univalve (apenas uma valva)
enrolada em hélice (ex. caracol), achatada (ex.: lapa) ou sem concha (ex. lesma)
-
O pé é desenvolvido e em forma de palmilha ventral, permitindo a reptação;
-
Todos os gastrópodes possuem rádula, que dilacera os alimentos;
-
Durante o desenvolvimento embrionário o ânus e a cavidade do manto, inicialmente
com posição posterior, sofreram uma rotação de 180º (torção do tubo digestivo que
descreve um U), passando para a região anterior e situando-se o ânus por cima da
cabeça.
87
-
Bivalves ou pelecípodes (do grego bis = duas + valva = batente de porta)
-
Habitat: aquáticos (vivem no mar e água doce, enterrados ou fixos em objectos
submersos, ex.: ostras e mexilhões)
-
Concha formada por duas valvas articuladas na zona dorsal (zona da charneira) e são
fechadas pela acção de músculos fortes ligados à concha, ficando o animal protegido
dentro dela;
-
O manto reveste internamente a concha, delimita a cavidade paleal que comunica com
o exterior por dois sifões (um para a entrada de água e outro para a saída de água),
filtram a água para obter os microrganismos de que se alimentam;
-
Cabeça não diferenciada
-
Pé em forma de machado (usado para escavar)
-
Sem rádula
-
Dois pares de brânquias em forma de lamela (lamelibrânquios) situadas na
cavidade do manto;
-
Sexos separados - fecundação geralmente externa, passando por metamorfoses ao
longo do desenvolvimento.
88
-
Cefalópodes (do grego Kephalé = cabeça + podos = pé), o pé rodeia a boca,
formando 8 a 10 tentáculos providos de ventosas;
-
Habitat: vivem exclusivamente no mar;
-
A cabeça é distinta, possuem olhos complexos semelhantes aos dos vertebrados;
-
Sistema nervoso desenvolvido, os cefalópodes são os invertebrados com maior
capacidade de aprendizagem e memorização;
-
Concha rudimentar interna (ex. lulas) ou sem concha (ex. polvo); algumas espécies
têm concha externa espiralada (ex. Nautilus existe no oceano Pacífico), nestes animais
a concha é formada por câmaras contíguas, construindo cada ano um
compartimento, o animal aloja-se no último compartimento, que é o maior;
-
A maioria é carnívora, capturando crustáceos, peixes e outros moluscos com os
tentáculos e dilacerando-os com duas mandíbulas córneas em forma de papagaio,
possuem rádula;
-
O manto delimita uma cavidade onde se situam as brânquias;
89
-
Sistema circulatório fechado, toda a circulação ocorre no interior de vasos (artérias,
capilares e veias);
-
Deslocam-se com grande velocidade por retropulsão e mudam facilmente de cor
(mimetismo) e podem produzir num órgão específico – bolsa do ferrado, um líquido
negro semelhante a tinta pedra, que lançam para a água, turvando-a para escaparem
aos predadores que ficam confusos e desorientados.
-
Sexos separados.
Nota: As amonites constituíram os invertebrados predadores dominantes nos oceanos durante
milhões de anos, tendo-se extinguido no final do Cretácico.
Minhoca
Nereide
Sanguessuga
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-
Triploblásticos celomados;
-
Simetria bilateral;
-
Protostómios;
-
Seres aquáticos (marinhos ou de água doce) e terrestres;
-
Possuem o corpo dividido em numerosos segmentos ou anéis idênticos –
segmentação, a segmentação não é apenas externa mas também interna, atingindo a
mesoderme e o celoma – metamerização, estando os metâmeros separados uns dos
outros por mesoderme;
-
Possuem numerosos filamentos quitinosos - sedas na superfície externa (na minhoca 4
pares por segmento na face ventral), permitindo uma fixação às asperezas do solo
durante a locomoção;
90
-
Os anelídeos terrestres têm uma cutícula externa, fina e transparente segregada pelas
células
da
epiderme,
que
os
protege da dessecação, a cutícula
reveste
um
epitélio
contendo
células glandulares segregam um
muco que mantém a superfície
humedecida;
-
Possuem tubo digestivo completo
(boca – esófago – papo – moela – intestino – ânus);
-
Sistema circulatório fechado, com um vaso dorsal e outro ventral unidos por vasos
transversais;
-
As trocas gasosas dão-se
ao nível da pele, que é
muito
vascularizada
–
hematose cutânea;
-
Sistema
constituído
excretor
pelos
metanefrídios (um par por segmento à excepção dos três primeiros e do último);
-
Reprodução sexuada (hermafroditismo insuficiente da minhoca ou com sexos
separados - nereides);
-
Possuem sistema nervoso bastante diferenciado – um par de gânglios cerebrais e
uma cadeia ganglionar ventral;
-
Filogenia: talvez os anelídeos
tivessem evoluído a partir dos
platelmintes.
-
Nereides: Possuem parápodes – expansões
membranosas do tegumento com função
locomotora;
-
Sanguessugas:
parasitam
vertebrados
aspirando o sangue que não coagula\1.
91
Insectos
Aranhas
Crustáceos
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-
Habitat: terrestre e aquático (água doce e salgada);
-
O corpo dos artrópodes, de simetria bilateral, apresenta segmentação heterónoma,
isto é, os segmentos apresentam em regra, variações estruturais
-
Apêndices articulados (do gr. Árthron = articulação + podós = pé) importantes na
locomoção, captação do alimento, receptores sensoriais, defesa e copulação;
-
Esqueleto externo ou exoesqueleto, segregado pela epiderme e constituído por
quitina, proteína, lípidos e impregnações de cálcio, com funções de suporte,
protecção, sustentação dos músculos que movem os apêndices e dificulta a
desidratação;
-
Corpo segmentado, podendo dar-se a fusão de alguns segmentos no estado
embrionário;
92
CLASSE ARACHNIDA
CLASSE CRUSTACEA
CLASSE DIPLOPODA
CLASSE CHILOPODA
93
CLASSE INSECTA
94
Estrela-do-mar
Ouriço-do-mar
Ofiurídeo
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-
triploblásticos;
-
celomados (com celoma muito desenvolvido);
-
deuterostómios;
-
habitat aquático marinho;
-
Simetria pentarradiada no estado adulto e bilateral no estado larvar;
-
Evolução dos equinodermes:
- calcificação de um esqueleto interno formado por placas calcárias recobertas de
epiderme (protecção contra os predadores),
- aparecimento de um sistema de órgãos
(sistema
ambulacrário/sistema
vascular hídrico),
o origem: cavidade celomática;
o constituição: tem uma rede de
canais e de ampolas por onde
circula a água, a qual entra por
uma
placa
designada
muito
perfurada,
de
placa
madrepórica. Esta dá acesso a
um canal – canal pétreo/canal
hidróforo que comunica com o anel ambulacrário que rodeia o esófago.
Desse anel partem cinco canais radiais, estendendo-se cada um ao longo de
uma zona ambulacrária. Aos canais radiais ligam-se pequenos tubos externos –
pés ambulacrários, que terminam numa pequena ventosa. No extremo interno
95
de cada pé existe uma ampola ambulacrária musculosa, cuja contracção
injecta água no pé, fazendo-o distender, o que permite a sua fixação, a situação
contrária torna o pé flácido. O funcionamento combinado de todos os pés
permite ao animal: subir superfícies verticais, fixar-se sobre as rochas, abrir
conchas de moluscos,…
o
-
funções: captação do alimento, locomoção e por vezes trocas gasosas;
Na carapaça distinguem-se cinco zonas com pequenos orifícios de onde saem os pés
ambulacrários, estas zonas alternam com cinco zonas interambulacrárias, onde não
existem pés ambulacrários;
-
Endoesqueleto ou esqueleto interno com origem na mesoderme e recoberto pela
epiderme, constituído por placas calcárias, com as quais se articulam espinhos;
-
Têm estruturas em forma de pinça com funções na captação do alimento e na
limpeza da carapaça – os pedicelários;
-
Sistema nervoso constituído por um anel nervoso em torno da boca, da qual partem
cinco nervos radiais, que se ramificam e atingem todo o corpo, possuem poucos
órgãos dos sentidos especializados;
-
Tubo digestivo completo – os ouriços alimentam-se de pequenos animais e algas. A
boca é constituída por cinco dentes, fazendo cada um parte de um mandíbula interna,
as cinco mandíbulas designam-se de lanterna de Aristóteles. As estrelas-do-mar têm
o estômago muito desenvolvido podendo projectar-se para o exterior, a digestão é
essencialmente extracelular;
-
Sistema circulatório muito reduzido;
-
Sistema respiratório constituído por brânquias;
-
Não têm órgãos excretores;
96
-
Reprodução - Sexos separados, passam por metamorfoses.
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
- Simetria bilateral;
- triploblásticos;
- tubo digestivo completo
- metamerização, embora não evidenciada externamente;
- cefalização acentuada;
- notocórdio/corda dorsal, (pelo menos durante o desenvolvimento embrionário), a qual tem
uma posição dorsal, é firme, flexível, com funções de suporte, onde se fixam os músculos;
- tubo nervoso com posição dorsal em relação ao tubo digestivo, na região anterior o tubo
nervoso dilata-se originando o encéfalo, dividido em cavidades;
- fossetas branquiais ao nível da faringe (pelo menos durante uma fase do desenvolvimento
embrionário):
- peixes: fossetas branquiais abrem-se formando fendas branquiais (cavidade faríngea
↔ exterior)
- vertebrados terrestres: fossetas branquiais permanecem fechadas, acabando por
desaparecer; ou transformar-se no canal auditivo externo;
- cauda com posição posterior em relação ao ânus (em alguns vertebrados é um órgão
vestigial);
- coração com posição ventral
CARACTERISTICAS GERAIS:
Ascídias:
- Cordados invertebrados com maior sucesso,
também
designados
de
tunicados
por
possuírem uma túnica envolvente constituída
por uma substância quimicamente idêntica à celulose;
97
- Urocordados (do gr. ourá=cauda + khordé=corda) têm corda dorsal na região da cauda;
- são animais marinhos, na forma adulta vivem fixos;
- as larvas (semelhantes a girinos de rã) não se alimentam, nadam durante bastantes horas até
se fixarem ao substrato por uma papila adesiva, sofrem metamorfoses regressivas, sendo o
animal adulto mais simples que a forma larvar, uma vez que a cauda regride e alguns órgãos
desaparecem/atrofiam;
- corda dorsal completamente reabsorvida e o tubo nervoso está reduzido a um gânglio na
zona dorsal da faringe, a qual é uma cavidade ampla e ciliada, perfurada por fendas
branquiais, onde ocorrem as trocas
gasosas;
- possuem dois sifões característicos
(um para a entrada da água que passa à
faringe,
atravessando
as
fendas
branquiais e outro para a saída da água
com as fezes, gâmetas,…);
- sistema circulatório constituído por
um coração e dois vasos um de cada
lado do coração, os quais se ligam a
uma rede difusa de pequenos vasos e
espaços;
-
Reprodução
assexuada
por
gemiparidade, formando por vezes
colónias,
geralmente
são
hermafroditas e a fecundação ocorre
na água.
98
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Anfioxo:
- animal pequeno (5-10 cm), comprido
lateralmente, translúcido;
- vive nos fundos arenosos das águas
costeiras de todo o Mundo, pode nadar livremente ou enterrar-se na areia com a cabeça de
fora;
- a corda dorsal estende-se desde a extremidade da cabeça até à extremidade da cauda, o
tubo nervoso acompanha dorsalmente o notocórdio e possuem muitos pares de fendas
branquiais na faringe alongada;
- metamerização visível nos músculos, devido à sua transparência;
- embora parecidos com os peixes, não têm barbatanas, nem maxilas e o encéfalo não é bem
definido;
- trajecto da água: entra pela boca, rodeada de estruturas sensoriais, designadas de cirros →
faringe → fendas branquiais → cavidade que envolve a faringe → exterior;
- sistema circulatório fechado, mas sem coração diferenciado, circulando o sangue devido
à aorta ventral;
- sexos separados e fecundação externa.
99
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
- A coluna vertebral desenvolve-se a partir da bainha da corda dorsal e é constituída por uma
série ordenada de vértebras;
- na cabeça (região anterior) existe o crânio que protege o encéfalo, o qual possui zonas
especializadas, e na cabeça há estruturas sensoriais (olhos, ouvidos, estruturas olfactivas,…) –
cefalização pronunciada.
- O crânio e a coluna vertebral constituem o esqueleto dos vertebrados. O endoesqueleto
tem funções de suporte e por vezes de protecção e é formado por um tecido vivo que
acompanha o crescimento do animal (contrariamente aos invertebrados);
- Sistema circulatório fechado - coração com posição ventral e com 2, 3 ou 4 cavidades, e
uma rede contínua de vasos sanguíneos (artérias, capilares e veias);
- Oxigenação do sangue - pode ocorrer em diferentes superfícies respiratórias: pele,
brânquias ou pulmões. As hemácias contêm hemoglobina;
- Tubo digestivo completo, com órgãos anexos (pâncreas, fígado bem desenvolvidos), as
vísceras ocupam o celoma que está bem desenvolvido;
- Sexos geralmente separados, fecundação interna ou externa, desenvolvimento directo
ou metamorfoses, conforme as espécies.
Superclasse Pisces (Peixes)
Superclasse Tetrapoda (Tetrápodes)
- aquáticos
- geralmente anfíbios ou terrestres
- corpo geralmente em escamas
- pele nua ou com diferentes tipos de revestimento
- presença de barbatanas, pelo menos ímpares
(pêlos, penas ou escamas)
- brânquias muito vascularizadas
- 2 pares de membros
- coração 2 cavidades (aurícula e ventrículo)
- hematose pulmonar
- coração com 3 ou 4 cavidades
Agnatha ou Chondrichthyes
Osteichthyes Amphibia Reptilia
Ciclostomata
(Peixes
(Peixes
Cartilagíneos)
Ósseos)
Aves
Mammalia
(Anfíbios) (Répteis)
100
CLASSE AGNATHA (CICLÓSTOMOS)
Lampreia:
- vivem em ambientes marinhos ou de
água doce, sendo umas predadoras e
outras parasitas de vertebrados (peixes);
- todas as lampreias sobem os rios para a
desova (os machos morrem pouco depois
da postura);
- as larvas permanecem 3 a 7 anos em zonas arenosas e calmas dos rios, na fase adulta se são
marinhas migram para o mar, se são de água doce permanecem nos rios;
- corpo cilíndrico, pele fina, com glândulas produtoras de muco;
- esqueleto cartilagíneo, corda dorsal persistente;
- não têm maxilas,
- ausência de escamas;
- barbatanas ímpares (barbatanas caudal e dorsal com raios cartilagíneos);
- possuem 5 a 7 pares de sacos branquiais;
- sistema digestivo sem estômago;
- na região bucal apresentam um disco em forma de ventosa com dentes córneos;
- sexos separados e fecundação externa
CLASSE CONDRICHTHYES (PEIXES CARTILAGÍNEOS)
Tubarões, Raias
- Endosqueleto inteiramente cartilagíneo;
- maxilas (2) com dentes pontiagudos;
- escamas do tipo placóide (pontiagudas
com composição idêntica à dos dentes);
- barbatanas pares (1 par de barbatanas
peitorais e outro de barbatanas pélvicas) e
ímpares (dorsal, caudal e em alguns anal).
101
A barbatana caudal tem 2 lobos assimétricos – heterocérquica;
- possuem cinco pares de brânquias com fendas branquiais externas independentes;
- boca em posição ventral;
- sexos separados e fecundação interna. O desenvolvimento embrionário pode ocorrer
dentro ou fora do corpo.
- tipos de reprodução:
- Ovíparos – os ovos são postos pela fêmea e o desenvolvimento embrionária ocorre
fora do corpo da fêmea;
- Ovovíparos – o desenvolvimento ocorre dentro do útero da fêmea, mas utilizando as
reservas do ovo;
- Vivíparos – o desenvolvimento embrionário dá-se dentro do útero, mas o embrião
recebe os nutrientes do sangue materno.
CLASSE OSTEICHTHYES (PEIXES ÓSSEOS)
Sardinha, Pescada:
- Endosqueleto predominantemente ósseo,
corda dorsal pode persistir parcialmente;
-
maxilas
(2)
com
muitos
dentes
pontiagudos;
- escamas finas e flexíveis, diferentes das
escamas placóides;
- barbatanas pares e ímpares, com raios ósseos ou cartilagíneos. Barbatana caudal
geralmente com dois lobos simétricos – homocérquica;
102
- 4 pares de brânquias suportadas por arcos branquiais ósseos e alojadas em duas
cavidades branquiais, uma de cada lado da cabeça. Cada cavidade branquial está recoberta por
uma lâmina óssea - opérculo;
- possuem bexiga natatória, com função hidrostática, uma vez que o animal faz variar a
densidade do corpo segregando
gases
para
natatória
dentro
ou
da
absorvendo
bexiga
esses
gases, o que lhe permite flutuar a
diferentes
profundidades
sem
esforço muscular;
- boca terminal;
- sexos separados, fecundação
geralmente externa.
Adaptações que permitiram o sucesso no ambiente terrestre:
- 2 pares de membros, que permitem uma boa deslocação no solo (especializações que
permitem o voo);
- camadas mais externas do tegumento revestidas por uma proteína – ceratina, que controla
as perdas de água;
- órgãos respiratórios e processos de reprodução.
CLASSE AMPHIBIA (ANFÍBIOS)
Rãs, salamandras, cecílias
Filogenia – os ancestrais foram peixes de barbatanas musculosas que viveram no Devónico,
os anfíbios do Devónico foram os únicos vertebrados terrestres até ao princípio do
Carbonífero, a partir deste período entraram em declínio.
103
- Tipo de cauda: - salamandras – cauda comprida;
- rãs e sapos – desprovidos de cauda na forma definitiva e possuem
membros adaptados ao salto;
- cecílias – desprovidos de membros (ápodes).
- Habitat: ambientes húmidos, ambientes terrestres, períodos na água e na terra;
- Pele nua e com glândulas mucosas
- Respiração: Hematose cutânea – pele nua, muito vascularizada e húmida, bem permeável
aos gases; por brânquias ou pulmões. Brânquias nas primeiras fases e pulmões na fase
adulta.
- Coração com três cavidades (2 aurículas e 1 ventrículo)
- Ectotérmicos (temperatura variável)
- 10 pares de nervos cranianos
- Reprodução: lançam os gâmetas na água, onde ocorre a fecundação. A maioria sofre
metamorfoses as quais transformam um ser completamente aquático num animal anfíbio.
CLASSE REPTILIA (RÉPTEIS)
Crocodilo, tartaruga, cobra, lagarto
Filogenia: os seus ancestrais são provavelmente anfíbios do Devónico.
Animais tipicamente terrestres, ocorrendo a reprodução fora de água, tal é devido a:
- Pele seca, córnea, com escamas ceratinizadas – evitam a desidratação e protegem dos
predadores;
- Dois pares de membros com 5 dedos (alguns sem membros)
- Respiração pulmonar
- Coração com duas aurículas e um ventrículo parcialmente dividido (nos crocodilos dois
ventrículos)
- Ectotérmicos - não possuem mecanismos reguladores da temperatura, mas apresentam
adaptações comportamentais que tendem a manter a sua temperatura mais elevada que a do
104
ambiente. Ex.: répteis expõem-se ao sol – aumenta a temperatura – aumenta a actividade
metabólica – procuram o alimento mais rapidamente.
- Perdem pouca água na excreção renal;
- 12 pares de nervos cranianos
- Sexos separados. Fecundação interna – ambiente adequado ao encontro dos gâmetas;
- Geralmente ovíparos - o ovo tem uma casca envolvente, protectora dos choques e da
desidratação, no interior existem substâncias de reserva que garantem um eficaz
desenvolvimento embrionário;
- Sem metamorfoses
CLASSE DAS AVES
Filogenia: evoluíram a partir de répteis durante a Era Mesozóica.
- Corpo com 4 regiões: cabeça, pescoço muito longo, o qual funciona como equilíbrio e
captura do alimento, tronco e cauda;
- 2 pares de membros – sendo o anterior em forma de asa para voar e o posterior adaptado ao
modo de vida. As asas representam a adaptação ao voo, apresentando músculos peitorais
poderosos, fixados sobre a lâmina óssea do esterno - quilha;
- possuem penas constituídas por ceratina e escamas nas patas;
- maxilas sem dentes e cobertas por um bico córneo, o qual pode ser de diversos tipos
conforme a alimentação;
- Esqueleto totalmente ósseo (ossos fortes mas ocos) com cavidades cheias de ar. A fusão
dos ossos do crânio e das vértebras entre si, confere ao corpo a rigidez necessária para voar. A
articulação do crânio com a coluna vertebral faz-se por um só côndilo occipital;
- Sistema nervoso bem desenvolvido com encéfalo e 12 pares de
nervos cranianos;
- Coração dividido em quatro cavidades (2 aurículas e 2
ventrículos);
- Homeotérmicos (temperatura do corpo constante) – metabolismo
muito activo, as penas contribuem para o isolamento do calor;
- Respiração por pulmões ligados a sacos aéreos (ventilação
eficiente dos pulmões);
105
- Sexos separados. Fecundação interna. Sem metamorfoses. Fêmeas geralmente só com o
ovário esquerdo. Ovíparas. Ovos com casca muito ricos em substâncias de reserva.
CLASSE MAMMALIA (MAMÍFEROS)
Filogenia: evoluíram a partir de répteis durante a Era Mesozóica.
Primeiros Mamíferos: pequenos, insectívoras, homeotérmicos, produziam leite para
amamentar as crias, tinham hábitos nocturnos. Com o declínio dos répteis: radiação
adaptativa dos mamíferos.
- Corpo coberto de pêlo – manutenção da temperatura corporal;
- Tegumento provido de glândulas sudoríparas, odoríferas, sebáceas e mamárias
(produzem leite para amamentar as crias);
- Articulação do crânio com a coluna vertebral através de 2 côndilos occipitais. Têm
geralmente sete vértebras cervicais e quase todos possuem cauda;
- Dentição diferenciada (caninos, incisivos e molares);
- Coração com quatro cavidades (2 aurículas e 2 ventrículos). Hemácias sem núcleo e
bicôncavas;
- Encéfalo muito desenvolvido. 12 pares de nervos cranianos;
- Respiração por pulmões. Um diafragma separa a cavidade torácica da cavidade
abdominal e condiciona a ventilação pulmonar;
- Homeotérmicos, com intenso metamorfismo
- Sexos separados. Fecundação interna. Desenvolvimento directo. A maioria são
vivíparos, com placenta que permite a troca de substâncias entre o embrião e a mãe.
106
As Plantas e a Colonização do Meio Terrestre
A aventura da conquista do meio terrestre – meio árido e hostil por parte das plantas
terá ocorrido há sensivelmente 430 M.a.
Esta passagem para o ambiente terrestre constituía um verdadeiro desafio biológico,
uma vez que para garantir a sua sobrevivência fora de água, as plantas tinham de resolver
problemas que iam desde o controlo das perdas de água, ao transporte de substâncias,
passando pelo próprio suporte da planta.
Ancestral Aquático (algas verdes
multicelulares da divisão Chlorophyta)
Passagem para o meio terrestre
1ª FASE
Ancestrais das Briófitas
- organismos pouco diferenciados
- sem tecidos condutores
2ª FASE
3ª FASE
Ancestrais das Plantas Vasculares
- apresentam diferenciação morfológica
- com tecidos condutores
Ancestrais das Gimnospérmicas (360 M.a)
- plantas vasculares com sementes não encerradas no
pericarpo
- contêm o embrião da planta e protegem-no da
dessecação, podendo passar por períodos de vida latente
- polinização feita pelo vento (anemófila)
Plantas com flores (130 M.a)
- estruturas reprodutoras altamente especializadas
- surge a polinização feita pelos insectos (entomófila),
mais avançada que a realizada pelo vento (anemófila)
Com o aparecimento
das flores há uma
maior eficiência na
permuta da
informação genética
entre os indivíduos
através da
polinização cruzada.
Maior sucesso das
Angiospérmicas
Adaptações das plantas ao meio terrestre:
-
diferenciação em raíz, caule, folhas e órgãos reprodutores;
-
cutina – substância impermeável que reveste a superfície externa da epiderme do
caule e das folhas, evitando excessivas perdas de água por evaporação;
-
Estomas – estruturas finas situadas na superfície dos órgãos aéreos para a realização
de trocas gasosas entre a planta e o meio;
-
Tecidos de suporte e de transporte de substâncias– com paredes espessadas para
manter a planta firme e erecta devido ao apoio mecânico necessário para suportar o
seu peso → sucesso de plantas de grande porte
107
-
Sementes – contêm o embrião da planta protegido
Fósseis Vivos (mantêm as
características morfológicas
primitivas)
Grande desenvolvimento das plantas vasculares sem sementes → grandes florestas
invadiram as áreas continentais sendo responsáveis pelos importantes jazigos carboníferos
hoje explorados.
Traqueófitas
Cenozóico
Mesozóico
As Gimnospérmicas
são as plantas mais
comuns
Declínio
de
algumas
plantas com sementes e
desenvolvimento
das
Gimnospérmicas
Paleozóico
108
CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS
Divisão
Bryophyta
Classe
Subclasse
Musci
(plantas não
vasculares)
Filicinae
Reino
Plantae
Traqueophyta
Gimnospermae
(plantas vasculares)
Monocotiledoneae
Angiospermae
Dicotiledoneae
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
-
eucariontes multicelulares autotróficos
-
apresentam clorofila a e b, carotenóides, localizados nos cloroplastos (estruturas
altamente diferenciadas com função fotossintética)
-
paredes celulares constituídas por celulose
-
polissacarídeo de reserva é o Amido
-
ciclos de vida haplodiplontes, pois como têm meiose pré-espórica apresentam uma
entidade multicelular haplóide (gametófito) que alterna com uma entidade multicelular
diplóide (esporófito)
-
As fases haplóide e diplóide são bem diferenciadas, com entidades multicelulares
que correspondem a duas gerações distintas:
- geração gametófita - haplóide (n), inicia-se num esporo e termina com a
formação dos gâmetas
- geração esporófita – diplóide (2n), inicia-se no ovo e termina com a formação
das células-mãe de esporos.
Meiose pré-espórica - ocorre quando se formam os esporos (células reprodutoras
haplóides), os quais germinam originando uma entidade multicelular haplóide o
gametófito na qual se formam os gâmetas. Da fecundação dos gâmetas resulta o
ovo/zigoto que por mitoses sucessivas origina o esporófito, onde se formam por meiose
os esporos.
109
Divisão Bryophyta
Classe Musci (Musgos)
-
rizóides, caulóides e filóides (filídios são ricos em cloroplastos), estruturalmente
diferentes das raízes, caules e folhas das plantas vasculares
-
rizóides fixam a planta ao substracto
-
a água e os sais minerais são absorvidos por difusão através dos caulóides e filóides
Funária:
-
espécie monóica – gâmetas femininos e masculinos produzidos no mesmo indivíduo;
-
caulóides na altura da reprodução evidenciam os gametângios – anterídeos (situados
na extremidade de uma ramificação principal do caulóide rodeados por filóides)
produzem os anterozóides com dois flagelos. Os arquegónios (situados na
extremidade de uma ramificação lateral do caulóide rodeados por filóides) produzem a
a oosfera localizada no ventre (região dilatada do arquegónio);
-
paráfises – filamentos estéreis situados entre os gametângios, com uma função
importante na retenção da água;
-
reprodução assexuada por fragmentação quando as condições do meio são
favoráveis.
110
Ciclo de vida da Funária (aspectos importantes):
-
ser haplodiplonte, pois a meiose é pré-espórica, havendo alternância de gerações;
-
geração gametófita mais desenvolvida que a esporófita;
-
entidade representativa da geração gametófita – protonema;
-
entidade representativa da geração esporófita – esporogónio;
-
geração esporófita desenvolve-se sobre o gametófito dependendo dele a nível
nutritivo;
-
os gâmetas desenvolvem-se dentro dos gametângios, estando mais protegidos da
dessecação;
-
fecundação dependente da água;
-
planta anisogâmica (gâmetas morfologicamente e fisiologicamente diferentes);
-
planta isospórica, sendo os esporos resistentes ao frio e à dessecação.
Divisão Tracheophyta
Classe Filicinae (Filicíneas)
Feto vulgar (género Polipodium)
-
habitam essencialmente as regiões tropicais podendo algumas espécies atingir
dimensões consideráveis (25 metros de altura), apenas um reduzido n.º de espécies
habitam em regiões temperadas e em lugares húmidos e sombrios;
-
exibem folhas muito desenvolvidas (muitas vezes com o limbo dividido em folíolos),
quando jovens as folhas apresentam-se enroladas, para diminuir a transpiração,
permitindo à folha desenvolver-se em lugares secos;
-
exibem caule subterrâneo do tipo rizoma que fixa a planta ao solo, de onde partem
raízes laterais e adventícias;
-
a planta adulta corresponde à geração esporófita;
-
a geração gametófita é representada pelo protalo nutricionalmente independente
Descrição do processo de reprodução sexuada nos fetos:
-
Em certas alturas do ano observam-se na página inferior das folhas, grupos de
pontuações granulosas – os soros – de cor acastanhada e dispostas em duas filas;
-
Os soros são sacos de esporângios, contendo estes as células mães dos esporos, que
por meiose pré-espórica originam os esporos morfologicamente semelhantes
(isósporos) – inicia-se a geração gametófita;
111
-
O esporângio é constituído por um semianel de células com paredes espessadas em U,
quando o semianel perde água contrai-se rebenta e liberta os esporos;
-
Os esporos germinam e por divisões mitóticas originam o protalo (gametófito)
estrutura com rizóides que o fixam ao solo, produzindo anterídeos (produzem os
anterozóides – gâmetas flagelados) arquegónios (produzem as oosferas) na sua
página inferior;
-
Quando os anterídeos atingem a maturidade libertam os anterozóides que
transportados pela água, atingem o arquegónio, fecundando a oosfera (zigoto) –
geração esporófita;
-
O zigoto por mitoses sucessivas origina um embrião pluricelular que permanece
ligado ao protalo, sendo dele dependente (numa primeira fase);
-
À medida que o embrião se desenvolve e dá origem a uma nova planta folhosa, o
protalo começa a definhar, acabando por morrer.
112
Ciclo de vida do Polipódio (aspectos importantes):
-
ser haplodiplonte, pois a meiose é pré-espórica, havendo alternância de gerações;;
-
geração esporófita mais desenvolvida que a gametófita;
-
entidade representativa da geração gametófita – protalo;
-
entidade representativa da geração esporófita – planta adulta (esporófito
independente);
-
o gametófito é monóico, autotrófico e independente;
-
fecundação dependente da água;
-
planta anisogâmica (gâmetas morfologicamente e fisiologicamente diferentes);
-
planta isospórica
Existem plantas vasculares sem sementes designadas de Heterospóricas que produzem:
Esporos morfologicamente diferentes
Microsporângio
Células mãe dos Micrósporos
Megasporângio
Células mãe dos Megásporos
Meiose
Micrósporos
Microgametófitos onde se
formam os anterozóides
Megásporos
Megagametófitos onde se
formam as oosferas
113
Divisão Traqueophyta
Classe Gimnospermae
-
exibem grande diferenciação em raíz, caule e folhas;
-
têm óvulos a descoberto em escamas ovulíferas;
-
possuem sementes a descoberto em escamas lenhosas;
-
apresentam gametófitos reduzidos (não fotossintéticos e sem vida livre);
-
os gâmetas femininos não são flagelados – polinização anemófila (vento);
-
fecundação independente da água (característica evolutiva);
-
heterospóricas.
Segundo alguns autores as Gimnospérmicas dividem-se em vários grupos:
-
Pteridospermae (Pteridospérmicas) – registo fóssil, aspecto
de um feto mas produtoras de sementes.
-
Cycadae (Cicadíneas) – semelhantes a palmeiras muito
comuns no Mesozóico; actualmente existem cerca de 100
espécies todas nas regiões tropicais, possui gâmetas masculinos
flagelados.
-
fóssil vivo).
Gimnospermae
(Gimnospérmicas)
Ginkgoae (Ginkgoíneas) – uma única espécie (Ginkgo biloba –
-
Gneteae – 70 espécies, algumas muito raras (Welwitschia
mirabilis) existem nos desertos africanos.
-
Coniferae (Coníferas) – mais representativas, existem cerca de
550 espécies distribuídas por todo o mundo, o esporófito é
utilizado para extracção da madeira, fabrico de pasta de
papel,…
Ex.: Pinus (pinheiro), Cupressus (ciprestes), Cedrus (cedros),
Sequóia (atingem grandes alturas 112 m, 11 m de diâmetro,
idade 4000 anos aproximadamente.
114
Divisão Traqueophyta
Classe Gimnospermae
Género Pinus
Apresentam estruturas reprodutoras especiais – os CONES- constituídos por várias
escamas férteis inseridas á volta do eixo.
Cones polínicos masculinos
Constituído por várias escamas –
escamas estaminais, dispostas à volta
de um eixo.
Cada escama tem na página inferior dois
sacos polínicos (microsporângios)
Contém as células mães dos grãos de pólen
(células mãe dos micrósporos), as quais por
meiose originam os grãos de pólen
(micrósporos)
Cones polínicos femininos
Constituído por várias escamas
ovulíferas ou carpelares inseridas à
volta de um eixo.
Cada escama tem na página superior dois
óvulos (microsporângios)
A partir dos óvulos fecundados
formam-se as sementes com uma asa
membranosa o que facilita a dispersão
pelo vento.
115
Divisão Traqueophyta
Classe Angiospermae
ANGIOSPÉRMICAS
GIMNOSPÉRMICAS
As flores podem ser conforme as As flores são em todas as espécies:
espécies:
FLORES
CARPELOS
FRUTO
nuas - não possuem perianto
-
nuas ou com perianto
unissexuais – os estames e os carpelos
-
monóicas ou unissexuais
estão separados em flores distintas
-
Presença de estigma
-
Ausência de estigma
-
Ovários fechados
-
Óvulos encerrados no ovário
-
-
Pericarpo fechado
-
Ovários abertos
Óvulos não encerrados
ovário
Pericarpo aberto
-
Sementes
-
Sementes não encerradas no
encerradas
no
pericarpo
no
pericarpo
Antera
c/ grãos
de pólen
Constituição da flor
pétalas
filete
corola
Estames
ANDROCEU
perianto
estigma
estilete
Carpelos
cálice
receptáculo
sépalas
GINECEU
pedúnculo
ovário
óvulo
Órgãos de Protecção
Órgãos de Suporte
Órgãos de Reprodução
Órgão Reprodutor Masculino
ANDROCEU – Conjunto de Estames, cada estame tem o filete e a antera. Cada antera
possui exteriormente células protectoras que constituem a epiderme.
Antera jovem → 2 sacos polínicos (microsporângios) → células-mães dos grãos de pólen
(diplóides) por meiose → 4 grãos de pólen (células haplóides - micrósporos)
116
Estrutura de um grão de pólen
Sacos
polínicos
Antera
jovem
 Os grãos de pólen são limitados por:
-
membrana externa – exina – membrana espessa cutinizada e rugosa
-
membrana interna – intina – membrana fina, celulósica e extensível
 O núcleo do grão de pólen divide-se por mitose, formando-se um núcleo germinativo (de
menores dimensões) e um núcleo vegetativo (de maiores dimensões)
Formação do Gametófito Masculino:
 Durante a maturação as células nutritivas que rodeiam os sacos polínicos acabam por ser
absorvidas, ficando os dois sacos polínicos unidos, após a maturação ocorre a deiscência e
consequente libertação dos grãos de pólen.
 Embora muitos grãos de pólen se percam, muitos outros são transportados até ao estigma
da mesma flor ou de outras – polinização, a qual pode ser efectuada por insectos (pétalas
grandes, vistosas e perfumadas) ou pelo vento (anteras grandes e estigmas plumosos).
 Os grãos de pólen caem no estigma e ficam aderidos à secreção açucarada e oleosa que
recobre o estigma.
117
 Quando as condições são favoráveis cada grão de pólen
germina formando o tubo polínico, que cresce em direcção ao
óvulo graças às substâncias nutritivas do estigma.
 Durante o crescimento do tubo polínico o núcleo vegetativo
vai à frente, acabando por se desorganizar e desaparecer, o
núcleo germinativo divide-se por mitose originando dois
anterozóides, que não são dotados de mobilidade dependendo
do tubo polínico para atingir o gâmeta feminino.
Órgão Reprodutor Feminino
Anterozóides
Formação do Gametófito Feminino:
GINECEU – Conjunto de carpelos, cada carpelo tem o ovário, estilete e estigma.
Considerando um gineceu tricarpelar e ovário trilocular. Cada lóculo do ovário tem 2
fiadas de óvulos.
118
Cada óvulo é constituído pelo nucelo, revestido por dois
tegumentos que têm uma interrupção designada de
micrópilo.
Óvulo jovem (megasporângio)→ célula mãe do saco
embrionário (célula mãe do megásporo – 2n) por
meiose pré-espórica → 4 células haplóides → 3 degeneram ficando uma, o saco
embrionário (megásporo - n)
 Ao longo da maturação o saco embrionário experimenta algumas divisões mitóticas
(n)
Podem fundir-se
Mesocisto (2n)
Oito núcleos
3 Mitoses sucessivas
Saco embrionário
germinado
 Saco embrionário germinado – Gametófito feminino ou megagametófito
Fecundação e Desenvolvimento
 Quando o tubo polínico atinge o ovário penetra no óvulo pelo micrópilo e o núcleo
vegetativo desorganiza-se. O tubo polínico entra no saco polínico liberta os dois
anterozóides:
um gâmeta masculino (n) funde-se com a oosfera (n)→ zigoto (2n) → Embrião
Dupla
outro gâmeta masculino (n) funde-se com os núcleos polares (2n)→ célula mãe do
fecundação
albúmen (3n) ou célula-mãe do endosperma → Albúmen ou endosperma secundário
 As antípodas e as sinergídeas degeneram

Forma-se
a
semente:
embrião
+
endosperma secundário + tegumento
 As paredes do ovário evoluem formando
o pericarpo que reveste a semente → Fruto
119
Ciclo de vida da açucena (aspectos importantes):
-
ser haplodiplonte (meiose pré-espórica);
-
geração esporófita inicia-se no zigoto o qual origina o embrião, que após um período
de latência forma a planta autónoma produtora de megasporângios e de
microsporângios;
-
geração gametófita inicia-se com a formação do saco embrionário e dos grãos de
pólen (esporos);
120
-
gametófitos – tubo polínico e saco embrionário germinado são reduzidos e
dependende nutritivamente do esporófito;
-
geração esporófita mais desenvolvida;
-
há heterosporia;
-
são plantas anisogâmicas;
-
fecundação independente da água;
-
produzem sementes.
Angiospérmicas plantas que na actualidade apresentam maior sucesso no
ambiente terrestre. Seguem-se as características relacionadas com esse sucesso:
-
mecanismos de polinização eficientes (insectos ou vento);
-
presença de sementes e variedade de processos de dispersão;
-
sistema vascular eficiente, tanto na distribuição da água como dos produtos da
fotossíntese;
-
sistema radicular que permite uma boa captação de água;
-
folhas desenvolvidas que possibilitam uma grande capacidade fotossintética;
-
variabilidade de genótipos, que conduz a uma maior capacidade de adaptação às
variações do ambiente;
-
geração gametófita protegida e alimentada pela esporófita;
-
redução da geração gametófita e predomínio da esporófita
-
fecundação independente da água.
Classe
Gimnospérmicas
Angiospérmicas
Óvulos a descoberto nas escamas ovulíferas
Óvulos dentro do ovário
Sementes não encerradas no pericarpo
Sementes encerradas no pericarpo
Polinização anemófila (vento)
Polinização entomófila (insectos)
Subclasse
Monocotiledóneas
Dicotiledóneas
Raíz fasciculada
Raíz aprumada
Caule simples
Caule ramoso
Nervuras paralelas
Nervuras ramificadas
Flor do tipo 3
Flor do tipo 4 ou 5
Perianto indiferenciado
Perianto diferenciado
Semente com 1 cotilédone
Semente com 2 cotilédone
Ovário tricarpelar
Ovário pentacarpelar
121
122