Atendimentos de 2007. - CIT
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Atendimentos de 2007. - CIT
Universidade Federal do Amazonas Hospital Universitário Getúlio Vargas Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas Atendimentos Atendimentos do do Centro Centro de de Informações Informações Toxicológicas Toxicológicas do do Amazonas Amazonas em em 2007 2007 2008. Universidade Federal do Amazonas. Hospital Universitário Getúlio Vargas. ã Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas. É permitida a reprodução parcial desta obra, desde que citada a fonte. Elaboração, edição e distribuição: Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas Av. Apurinã, n° 4, Praça 14 CEP - 69020-170 – Manaus /AM Telefone: (92) 3621-6502 – Fax: (92) 3621-6532 Telefone de Emergência: 0800 722 6001 / (92) 3622-1972 Site: www.cit.ufam.edu.br E-mail: [email protected] Ficha catalográfica elaborada por Maria Siméia Ale Girão – CRB11/284 U58a Universidade Federal do Amazonas. Hospital Universitário Getúlio Vargas. Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas. Atendimentos do Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas em 2007 / Universidade Federal do Amazonas, Hospital Universitário Getúlio Vargas, Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas; organização: Taís Galvão. – Manaus, AM : EDUA, 2008. 1 v. : 49 p.: il. color. ; 30 cm; ISBN 978-85-74014036 Inclui referências. 1. Toxicologia 2. Intoxicações – Manaus (AM) - Estatística I. Galvão, Taís (Org.) II. Título CDU (1997): 615.9 (811.3) Tiragem: 2.000 exemplares Impresso em papel reciclado Universidade Federal do Amazonas Hospital Universitário Getúlio Vargas Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas Atendimentos do Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas em 2007 Sumário Apresentação ............................................................................................................................ 05 Capítulo 1. Dados Gerais de Atendimento .............................................................................. 06 Organização: Taís Galvão Capítulo 2. Exposições Humanas ........................................................................................... 12 Organização: Taís Galvão Agentes tóxicos envolvidos nas exposições humanas ..................................... 18 Bibliografia ............................................................................................................................... 23 Capítulo 3. Outras Atividades do CIT/AM ................................................................................ 24 Organização: Taís Galvão Capítulo 4. Praguicidas: benefícios, riscos e prevenção de intoxicações ................... 26 João Ferreira Galvão e Taís Galvão 1. Introdução ........................................................................................................................... 28 2. Principais aspectos da história dos praguicidas ............................................................. 29 3. Conceitos importantes e classificação dos praguicidas .............................................. 32 3.1. Definições e conceitos ..................................................................................................... 32 3.2. Aplicações dos praguicidas ............................................................................................ 33 4. Os riscos e os benefícios dos praguicidas ....................................................................... 34 4.1 Substâncias seguras ........................................................................................................... 35 4.2 Riscos que os praguicidas oferecem ............................................................................. 35 5. Prevenção das intoxicações por praguicidas .................................................................. 37 5.1 Medidas preventivas no ambiente doméstico ............................................................... 41 5.2 Medidas preventivas no local de trabalho ..................................................................... 41 6. Recomendações gerais ........................................................................................................ 42 7. Bibliografia consultada .......................................................................................................... 44 Apresentação Pelo terceiro ano consecutivo, o Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas (CIT/AM) publica seus dados de atendimentos, relatando o perfil das exposições a substâncias tóxicas no Estado do Amazonas. O esforço da equipe em tornar realidade mais esta publicação é estimulado pela constante necessidade de afirmação destes serviços no nosso país e, conseqüentemente, em cada região. Especializados em prover informações atualizadas e seguras na área de toxicologia, através de plantão permanente, os Centros de Informações Toxicológicas colaboram na assistência a pacientes expostos a substâncias químicas, orientando profissionais da área da saúde e o público em geral, no manejo correto dos acidentes tóxicos, agravo cada vez mais impactante no sistema público de saúde e diretamente relacionado ao crescente número de produtos químicos com potencial tóxico disponíveis no mercado nacional. Além de disponibilizar imediatamente e sem custos as informações necessárias para tratar a exposição, muitas vezes a intervenção dos CITs evita condutas contra-indicadas, obsoletas ou tratamentos de maior custo. Estimular a implantação e manutenção destes é uma estratégia de saúde pública já consolidada em diversos países. Em nosso estado, pioneiramente na região norte, o CIT/AM teve seu projeto iniciado na Universidade Federal do Amazonas em 1985, e, em 1991 instalado no Hospital Universitário Getúlio Vargas, onde funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana. Com uma equipe de mais de 20 pessoas, entre farmacêuticos e acadêmicos que desempenham as atividades de atendimento e acompanhamento das exposições humanas e animais, desenvolvem programas de prevenção de intoxicações, realizam cursos e treinamentos em toxicologia para melhor qualificar o diagnóstico clínico laboratorial, o CIT/AM busca proporcionar à população amazonense um serviço de qualidade que colabore com a assistência toxicológica do estado. Com a divulgação dos atendimentos realizados em 2007 e informações relevantes na área de atuação do CIT/AM, a presente publicação busca aproximar a população do tema, trazendo ilustrações e textos explicativos que mostram que a exposição a substâncias químicas faz parte do cotidiano de nossas comunidades, e que todos os esforços devem ser somados para evitá-las. Esperamos que a leitura seja agradável e esclarecedora, alcançando o objetivo de toda a equipe envolvida. 05 1. Dados Gerais de Atendimento Através do plantão do Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas (CIT/AM) são atendidos via telefone casos de exposição humana, animal e solicitações de informações toxicológicas. As informações pertinentes a cada caso são passadas pelos plantonistas do CIT e os dados registrados padronizadamente na Ficha de Notificação e Atendimento. Após revisão, os dados são digitados em planilha do Microsoft Excell® e anualmente analisados, utilizando o software SPSS 12.0 for Windows. No ano de 2007, o CIT/AM realizou 1008 atendimentos, ilustrados no gráfico baixo. Atendimentos realizados em 2007 Exposição x Intoxicação Exposição é o contato do organismo vivo com um agente externo. A partir deste contato pode desenvolver-se um processo patológico, denominado intoxicação. De maneira mais simples, podemos dizer que intoxicação é a doença causada por substâncias químicas. Nem toda exposição leva à intoxicação, e os CITs ajudam nestas situações através da orientação da melhor conduta a ser tomada, o que evita a ocorrência de danos maiores. Informação 43; 4% Exposição Animal 31; 3% Exposição Humana 934; 93% 06 Atendimentos realizados por mês 110 91 95 96 92 88 86 85 82 79 74 75 69 56 55 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Out Set Nov Dez Média de Atendimentos por Dia da Semana 160 120 80 150 152 141 116 167 166 116 40 0 Domingo 2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira Sábado Atendimentos realizados por Turno 400 300 200 100 0 Manhã (06-12h) Tarde (12-18h) Noite (18-24h) Madrugada (24-06h) O mês com maior número de atendimentos em 2007 foi julho, com 110; o mês de março registrou o menor número de ocorrências, com 56 casos. A média de atendimentos foi 2,8 casos/dia. A maior quantidade de chamadas foi observada no período entre 6 e 24 h - dado semelhante a relatados na literatura - com maior prevalência no turno da tarde (12-18 h). 07 O Amazonas é o maior estado do Brasil em área, com 1.570.745,680 km², possui 3.167.668 habitantes e 62 municípios. Manaus, a capital, tem a população de 1.612.475 habitantes, respondendo por 51% da população do estado. A principal interligação entre os municípios do Amazonas é por meio dos seus rios, tornando as distâncias entre estes ainda maiores. Em 2006, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam)estabeleceram uma parceria para permitir maior integração do CIT/AM com as localidades mais afastadas. Foi criado um link direto do CIT/AM nos terminais do Sipam presentes em 169 comunidades e aldeias dos estados do Amazonas, Acre e Roraima. Desta forma, utilizando os terminais do Sipam (ramais dentro das comunidades, interligados via satélite), o morador destas comunidades disca um código de 6 dígitos e é conectado imediatamente ao plantão de atendimento do CIT/AM. O Sistema de Proteção da Amazônia (www.sipam.g ov.br) é um órgão da Casa Civil/Presidência da República com a missão de integrar informações e gerar conhecimento atualizado para a articulação, o planejamento e a coordenação de ações globais de governo na Amazônia Legal brasileira, visando a proteção, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável da região. Atendimentos por Unidades de Federação (UF) Estado Nº atendimentos 1 Acre 991 Amazonas Pará 2 Rondônia 3 Roraima 9 Santa Catarina 1 São Paulo 1 1008 Total 90% dos atendimentos do ano de 2007 foram provenientes do Estado do Amazonas e destes, 98% oriundos da capital, Manaus. A divulgação no interior do Estado mostra-se como fator limitante para disponibilização do serviço em áreas remotas do maior Estado do Brasil, onde o transporte entre os municípios é muitas vezes uma jornada de dias. 08 Atendimentos por Microrregiões e Municípios do Estado do Amazonas Microrregião/município Médio e Baixo Amazonas e Rio Negro Nº atendimentos Maués Rio Negro e Solimões 899 Manaus 10 Itacoatiara 3 Presidente Figueiredo 11 São Gabriel da Cachoeira 3 Manacapuru 7 São Sebastião do Uatumã 2 Rio Preto da Eva 2 Barcelos 1 Autazes 1 Urucurituba Careiro da Várzea 1 Coari 1 Boca do Acre 4 Iranduba 1 Humaitá 4 Manaquiri 1 Borba 2 Novo Airão 1 Lábrea 1 Manicoré 1 Médio e Baixo Amazonas e Rio Negro Parintins 20 1 Juruá, Purus e Madeira Fonte: http://www.saude.am.gov.br/polos/index.php Alto Solimões e Triângulo Tabatinga 12 Benjamin Constant 2 Atendimentos por Zonas da Cidade de Manaus Zona Casos N % N % Leste 383.658 23,3 119 20,7 Norte 334.260 20,3 121 21,0 Oeste 251.930 15,3 69 12,0 Centro-oeste 166.307 10,1 51 8,9 Sul 363.899 22,1 137 23,8 Centro-sul Total Fonte: IBGE 2008; SEBRAE, 2005. População 146.548 8,9 78 13,6 1.646.602 100 575 100 Nota: 324 sem informação de zona da cidade (missing values). A cidade de Manaus é dividida em 6 zonas. Analisados os casos com identificação de zona, observou-se que, em termos relativos, a origem da chamada é eqüânime entre essas zonas, com exceção da zona centro-sul, que abrange 8,9% da população, porém representa 13,6% dos atendimentos. 09 Exposições Animais Tipo de Animal N (%) Circunstância Evolução N (%) Cachorro 22 (71,0) Acid. Individual Cura 20 (64,5) Gato Ignorado 8 (26,8) Acid. Coletivo 2 (6,5) Cura provável 6 (19,4) 1 (3,2) Violência 2 (6,5) Óbito Total 31(100) 27 (87,1) N (%) 31 (100) Total 5 (16,1) Total 31 (100) A grande maioria das exposições animais atendidas pelo CIT/AM ocorreram em cães (71%), e a causa principal foi acidental (93,5%). A ocorrência de óbitos nos animais intoxicados foi bastante significante, sendo 16,1% do total. Informações Toxicológicas No ano de 2007 foram atendidas 43 solicitações de informações toxicológicas, cujo perfil está ilustrado na tabela abaixo. As solicitações são em maior parte provenientes de pessoas que não são da área da saúde, sobre uma ou mais substâncias tóxicas. Categoria Solicitante Leigo Profissional de Saúde Total N° de substâncias 1 (%) N 26 60,5 17 39,5 43 100 N 32 (%) 74,4 2 3 ou + 6 14,0 5 11,6 Total 43 100 N 20 (%) 33,3 Prod. Químicos Industriais Drogas de Abuso 10 16,7 8 13,3 Produtos de Limpeza 10,0 Outros 6 16 26,7 Total 60 100 Classe Medicamentos 10 Série histórica dos atendimentos do CIT/AM 1008 817 860 660 477 460 260 71 63 97 117 159 132 158 60 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 O registro de casos atendidos pelo CIT/AM apresenta-se crescente nos últimos anos, o que não indica aumento das exposições a substâncias químicas, mas sim que o serviço está sendo mais utilizado pela população. Com a utilização do CIT é oferecida melhor assistência ao paciente intoxicado, pela orientação da conduta mais eficiente e segura, contribuindo para redução de custos em saúde pública, conforme mostram vários estudos. O registro dos atendimentos dos CITs colaboram no conhecimento da realidade tóxica da região que estão inseridos e desta forma previne situações comprovadas de risco, através da implementação de ações de toxicovigilância. Em alguns países estas ações são integradas com autoridades sanitárias competentes, possibilitando respostas rápidas em casos necessários, como por exemplo, na contaminação de recursos hídricos locais ou evidenciando necessidade de restrição de conteúdo de produtos comercializados. CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS DO AMAZONAS 11 2. Exposições Humanas Em 2007 foram atendidos 934 casos de exposição humana pela equipe de plantão permanente do CIT/AM. O público que busca o auxílio do CIT é classificado em dois tipos: o profissional da saúde e o leigo. Por leigo entende-se qualquer pessoa que não seja da área da saúde, que recebe atendimento do CIT. Muitas vezes é um parente ou o próprio paciente. A maioria das solicitações de 2007 foi dos profissionais da saúde (65,3%), com predomínio da classe médica (80,7%). Para cada público, o plantonista do CIT/AM realiza atendimento específico, adaptando as consultas à realidade que está do outro lado da linha, além de fazer avaliação de risco para recomendar encaminhamento à unidade de saúde ou tratamento no próprio local. Exposições humanas por solicitante e classe do solicitante Outro 35; 5,7% Leigo 324; 34,7% Outro 35; 5,7% Farmacêutico 16; 2,6% Enfermeiro 67; 11,0% Médico 492; 80,7% Próprio 89; 27,5% Parente 200; 61,7% Prof. de Saúde 610; 65,3% Local de ocorrência e solicitação Ocorrência Solicitação Local As intoxicações podem acontecer % % N N nos mais diversos ambientes: em casa, Residência 82,9 30,1 774 281 na escola, na rua, no trabalho. 81,6 28,4 762 265 Própria Poder contar com auxílio especializado De outros 1,3 1,7 16 12 onde quer que esteja é uma grande Serviço de Saúde 2,9 65,1 27 608 vantagem que os CITs proporcionam à Pronto-Socorro/Hospital 1,9 62,1 18 580 população. 0,7 1,6 7 15 Consultório/Ambulatório Em 2007 o principal local de Unid. Básica de Saúde 13 2 0,2 1,4 ocorrência foi a residência (82,9%), Ambiente de Trabalho 6,3 2,0 59 19 seguido do ambiente de trabalho Outro 3,7 0,5 35 5 (6,3%). Por outro lado, as solicitações Desconhecido 4,2 2,2 39 21 provêm em sua maioria dos serviços de 100 100 934 934 Total saúde (71,1%). Entrar em contato com o CIT o mais breve possível permite que condutas necessárias para resolução do caso sejam mais rapidamente tomadas, além de evitar que sejam feitos tratamentos desnecessários ou mesmo contra-indicados. 12 Tipo de exposição (relação temporal) Exposições agudas (95,9%) são aquelas que ocorrem em curto intervalo de tempo, podendo ocorrer em uma ou mais ocasiões (aguda repetida), enquanto as crônicas perduram por mais tempo, podendo chegar até anos (maior ocorrência: 20 anos - resultado não apresentado aqui). Crônica 38; 4,1% Aguda repetida 27 Crônica agudizada 4 Aguda 895; 95,9% Nota: 1 registro sem informação de tipo de exposição (missing value). Via das exposições humanas A exposição a agentes tóxicos pode ser por uma ou mais vias, tendo grande importância na instituição do tratamento pelo conhecimento da absorção do agente tóxico pelas variadas vias e formas de descontaminação, além da avaliação da gravidade do caso. No ano de 2007, as exposições humanas foram mais comuns pela via oral (ingestão), seguida da via cutânea (pele e mucosas), respiratória, mordedura/ picada (por animais) e ocular. Outras vias, menos comuns, foram nasal, parenteral (intravenosa, intramuscular, subcutânea), retal e não Oral 70,5% informada. Gênero e faixa etária das exposições humanas Faixa Etária < 23 meses 2 a 5 anos M (%) Ign. (%) Total (%) 72 (7,7) 95 (10,2) 3 (0,3) 170 (18,2) 18,2 106 (11,6) 123 (13,2) 5 (0,5) 234 (25,1) 31,5 F (%) % cumulativo 6 a 12 anos 38 (4,1) 30 (3,2) 0 68 (7,3) 38,8 13 a 19 anos 63 (6,7) 23 (2,5) 0 86 (9,2) 48,0 Criança (desc.) 4 (0,4) 2 (0,1) 2 (0,2) 8 (0,9) 48,8 20 a 29 anos 58 (6,2) 65 (7,0) 0 123 (13,2) 62,0 30 a 39 anos 48 (5,1) 47 (5,0) 0 95 (10,2) 72,2 40 a 64 anos 40 (4,3) 47 (5,0) 0 87 (9,3) 81,5 82,4 > 65 anos Adulto (desc.) Total 4 (0,4) 47 (5,0) 0 9 (1,0) 22 (2,4) 26 (2,8) 6 (0,6) 54 (5,8) 88,2 455 (48,7) 463 (49,6) 16 (1,7) 934 100,0 13 Cutânea 11,1% Respiratória 8,8% Mordedura/Picada 3,9% Ocular 2,6% Outras 3,2% Circunstância (motivos) das exposições humanas As exposições atendidas em 2007 foram classificadas em 4 motivos principais (não intencional, intencional, reação adversa e outro), seguindo a especificação abaixo: N % 680 72,8 564 60,4 Individual 530 56,7 Coletivo 34 3,6 45 4,8 Circunstância Não Intencional Acidente Erro Terapêutico Erro de dosagem 22 2,4 Troca de medicamento 17 1,8 6 0,6 Ocupacional 43 4,6 Ingestão de Alimento 19 2,0 Outro 9 1,0 Intencional 203 21,7 Tentativa de Suicídio 165 17,7 Automedicação 15 1,6 Abuso 11 1,2 Uso indevido 8 0,6 Outro Desconhecido 4 0,4 Reação Adversa 33 3,5 Medicamentos 26 2,8 Cosméticos 3 0,3 Alimentos 4 0,4 Outro 18 1,9 Violência/homicídio 7 0,7 Contaminação/Adulteração 9 1,0 Tentativa de Aborto 2 0,2 934 100 Total Não intencional A exposição ocorre sem intenção da vítima ou do responsável Acidente individual: acidente envolvendo uma só pessoa. Acidente coletivo: acidente envolvendo mais de uma pessoa. Erro terapêutico: desvio não intencional de esquema terapêutico, podendo ser por: Erro de dosagem: dose administrada diferente da indicada. Troca de medicamento: utilização de medicamento diferente do indicado. Troca de formulação: utilização do medicamento correto em forma farmacêutica diferente da indicada. Erro de administração: troca da via de administração ou erro do procedimento. Erro de prescrição: erro terapêutico ocorrido pela prescrição médica. Ocupacional: exposição proveniente da atividade laboral. Ingestão de Alimento: exposição a substâncias decorrente da ingestão de alimentos. Intencional Exposição que se dá por vontade do próprio paciente Tentativa de suicídio: exposição a substâncias em intenção de auto-extermínio. Automedicação: uso de medicamentos ou plantas medicinais sem indicação médica, para tratamento de doenças ou sintomas de doenças. Abuso: uso recreativo de substâncias lícitas ou ilícitas; Uso indevido: uso de substâncias para finalidades diversas a correta. Reação Adversa Qualquer efeito nocivo, não intencional e indesejado de uma substância observado em seres humanos após uso normal, prescrito ou recomendado de um produto (medicamento, cosmético, alimento, etc). Outra Exposição por outros motivos Abstinência: conseqüência natural da exposição a fármacos ou drogas devido a uma adaptação fisiológica do organismo à interrupção do uso dessas substâncias. Contaminação/adulteração: exposição não intencional a substâncias que foram adulteradas pela introdução de outra substância indesejada. Violência: exposição ocasionada com intenção de causar dano à vítima. Tentativa de Aborto: uso de substâncias para promover interrupção da gravidez. Outra: exposição não adequada a outras classes. As exposições humanas de razão não intencional predominaram no ano de 2007, correspondendo a 72,8% do total de casos registrados, dos quais 56,7% referem-se a acidentes individuais. Dentre as exposições de caráter intencional (21,7%), destaca-se a tentativa de 14 suicídio (17,7%). Reações adversas a cosméticos, medicamentos e alimentos representaram 3,5% das exposições humanas no período. Outras circunstâncias totalizaram 1,9%. Circunstância das Exposições humanas pelo sexo e faixa etária Classe da Circunstância Feminino Masculino 12a. 13a. Desc. 12a. 13a. Desc. N (% da circ.) N (% da circ.) N (% da circ.) N (% da circ.) N (% da circ.) N (% da circ.) Total Sexo desc. N (% do total) 8 (3,9) 109 (53,7) 8 (3,9) 3 (1,5) 66 (32,5) 9 (4,4) - 203 (21,7) 200 (29,4) 88 (12,9) 15 (2,2) 243 (35,7) 103 (15,1) 17(2,5) 14 (2,1) 680 (72,8) Outro 3 (16,6) 7 (38,9) 1 (5,6) - 5 (27,8) - 2 (11,1) 18 (1,9) Reação Adversa 5 (15,2) 9 (27,3) 2 (6,1) 2 (6,1) 13 (39,4) 2 (6,1) - 33(3,5) Total N (% circ.) 216(23,1) 213 (22,8) 26 (2,8) 248 (26,6) 187 (20) 28 (3,0) 16 (1,7) 934 (100,0) Intencional Não Intencional Das 934 notificações de intoxicações realizadas pelo CIT/AM, 72,8% dos casos tiveram uma exposição não intencional, destas, as crianças abaixo de 12 anos do sexo masculino predominaram (35,7%). Já nas circunstâncias intencionais – que como mostrado anteriormente, as tentativas de suicídio são a maior parte – a faixa de idade acima de 13 anos no sexo feminino, foi a principal, com 53,7%, comparando-se com a mesma faixa etária no sexo masculino, que teve 32,5%. Dados da literatura que mostram que as mulheres realizam mais investidas de autoextermínio que os homens, o perfil apresentado em 2007 e 2006 confirmam este achado. Nº de ligações para acompanhamento realizadas em 2007 Nº de ligações N % Nenhuma 298 31,91 1 502 53,75 2 87 9,31 4a7 18 1,92 Total 934 100,00 7 9 6 4 5 3 2 1 Foram realizadas 852 ligações para acompanhamento dos casos atendidos (Mín. = 0; Máx. = 7; média = 0,91; mediana = 1). Nestas ocasiões são obtidas informações sobre a evolução do paciente, bem como são repassadas orientações adicionais, quando necessário. Os dados aqui registrados são referentes a ligações efetivas, em que a comunicação com a outra parte foi possível, excluindo-se tentativas de ligação. A maior parte das exposições atendidas foi tratada em unidades de saúde (70%), recebendo principalmente tratamento sem internação (54%), conforme ilustra a tabela a seguir. 15 Local de tratamento Local de Tratamento N % Em serviço de saúde 654 70,0 Tratado e liberado (ambulatorial) 504 54 Internado em enfermaria 102 10,9 Internado em UTI/CTI 34 3,6 Transferido para outra unidade 6 0,6 Paciente evadido 6 0,6 Desconhecido 2 0,2 Fora do serviço de saúde Total 280 30 934 100,00 Nº de efeitos clínicos Nº de efeitos N % 0 224 24,7 21,8 1 200 2 204 22,3 3 159 17,4 4 69 7,5 5 38 4,2 6 a 10 19 2,1 Total 913 100 Nota: 21 registros sem informação de nº de efeitos (missing values). A média de sintomas apresentados pelos pacientes foi 1,8 por caso e a mediana 2,0; desvio padrão 1,6. Foram registrados até 10 sintomas em alguns casos. Os sintomas apresentados são classificados segundo a gravidade; de acordo com a tabela abaixo, verificamos que a maioria dos casos atendidos em 2007 apresentaram efeitos leves ou moderados (45,2 e 25,7%, respectivamente). Classificação dos efeitos clínicos Classificação dos efeitos Sem efeitos N % 224 24,0 Leves 422 45,2 Moderados 240 25,7 Graves 24 2,6 Óbito 6 0,6 Desconhecido 18 1,9 Total 934 100,0 16 Avaliação das exposições humanas pela classe da circunstância Classe da Circunstância - N (% da circunstância) Avaliação Reação Adversa Não Intencional Intencional Toxicidade Nula 205 (30,1%) 17 (8,4%) - Intoxicação Leve 314 (46,2%) 74 (36,5%) Intoxicação Moderada 134 (19,7%) 83 (40,9%) Intoxicação Grave 17 (2,5%) 17 (8,4%) Reação Adversa 4 (0,6%) Total (% do total) Total 224 (24%) - 9 (50%) 397 (42,5%) - 6 (33,3%) 223 (23,9%) - 1 (5,6%) 35 (3,7%) - 42 (4,5%) 33 (100%) 5 (2,5%) - 6 (0,9%) 7 (3,4%) 680 (72,8%) 203 (21,7%) Desconhecido Outro 2 (11,1%) 18 (1,9%) 33 (3,5%) 13 (1,4%) 934 (100%) - Valor numérico igual a zero. A maior parte das exposições atendidas em 2007 foram intoxicações leves (42,5%). Exposições sem toxicidade (nula) corresponderam a 24% dos casos. Como apresentado anteriormente nem toda exposição leva à intoxicação. Os motivos deste resultado podem ser variados: dose não tóxica, via pela qual o agente foi administrado sem absorção efetiva ou descontaminação eficaz, evitando que efeitos danosos do agente se estabeleçam no organismo (intoxicação). Avaliando a classificação das exposições quanto à circunstância, verificamos que dentre a circunstância não intencional a intoxicação leve é mais prevalente (46,2%), seguido do quadro de toxicidade nula (30,1%) e intoxicação moderada (19,7%). Na intencional, a intoxicação moderada é mais comum (40,9%), sendo observado em seguida a intoxicação leve (36,5%) e grave (8,4%). Evolução das exposições humanas Evolução Cura Lesão temporária não grave Lesão temporária grave N % 842 90,1 32 5 3,4 0,5 Cura Provável 68 7,3 Lesão permanente (seqüela) 5 0,5 Óbito 6 0,6 Desconhecido 13 1,4 Total 934 100,00 Mais de 90% dos casos evoluíram para cura, sendo que 37 destes apresentaram lesões temporárias, com posterior restabelecimento. Em 68 casos não se pode confirmar a cura do paciente, porém o prognóstico era favorável à cura (cura provável). Foram registrados 5 casos com seqüelas e 6 que evoluíram para óbito. 17 2.1 Agentes Tóxicos Envolvidos nas Exposições Humanas Total de Em 2007 foram atendidas Nº de Agentes % N agentes 934 exposições humanas pelo 90,0 841 1 841 CIT/AM, das quais 90% 134 7,2 envolviam apenas um agente 2 67 tóxico e 10% de 2 a 5 agentes, 8 0,9 24 3 totalizando 1075 agentes. Diante 4 1,5 56 14 de uma exposição a vários 0,4 20 4 5 p r o d u t o s, o s C e n t r o s d e 100,0 1075 Total 934 Infor mações Toxicológicas trabalham no sentido de proporcionar adequada avaliação de risco da situação e colaborar no manejo racional do quadro. Dos 997 produtos comerciais envolvidos em exposições humanas, 92 (9,2%) eram clandestinos e 31 (3,1%) tinham sua situação legal desconhecida. Os produtos clandestinos representam um grande risco para a população que os utiliza e uma especial preocupação no tratamento da intoxicação, uma vez que não há segurança na informação do princípio ativo, sendo em algumas vezes substâncias proscritas no país. Agente Tóxico Medicamentos N % 364 33,9 Praguicidas 230 21,4 Produtos de limpeza 137 12,7 Prod. químicos industriais 63 5,9 Produtos de manutenção doméstica e de automóveis 60 5,6 Animais peçonhentos 48 4,5 Cosméticos e higiene pessoal 41 3,8 Plantas 27 2,5 Drogas de abuso 26 2,4 Alimentos 22 2,4 Miscelânea 21 2,0 Produtos Veterinários 17 1,6 Outros 19 1,8 1075 100,0 Total Os agentes tóxicos envolvidos nas exposições humanas atendidas pelo CIT/AM em 2007 foram distribuídos em 13 classes, abaixo especificadas: 18 Alimentos: produtos de origem animal, vegetal ou mineral, utilizado para nutrição; Animais peçonhentos/ venenosos: animais que possuem peçonha, compreendida como mistura complexa de substâncias orgânicas, contendo diversos componentes químicos, que causam efeito nocivo ou morte a um organismo vivo; Cosméticos e higiene pessoal: produtos para uso externo, destinados à proteção, higiene ou ao embelezamento das diferentes partes do corpo; Drogas de abuso: fármaco ou droga, que por agir sobre os mecanismos do cérebro são usados de forma recreativa para obter efeitos estimulantes, euforizantes e/ ou tranqüilizantes; Medicamentos: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico; Miscelânea: materiais de expediente, utilizados em ambiente residencial, escolar ou de escritório e produtos para entretenimento; Plantas: organismos ou produtos de origem vegetal, utilizados na ornamentação de ambientes ou em medicina popular/ alternativa; Praguicidas: produtos químicos destinados à prevenção, destruição ou ao controle de qualquer praga; Agrotóxico: praguicida de uso em agricultura; Raticida ou rodenticida: praguicida destinado ao controle dos roedores. Inseticida de uso doméstico: praguicidas destinados ao controle de insetos, utilizados no perímetro domiciliar; Repelente de insetos: produto utilizado para repelir insetos com ingrediente(s) ativo(s), aplicáveis em ambientes ou em humanos, dependendo da sua composição; Produtos de Limpeza Doméstica: Produtos químicos destinados à limpeza dos diversos ambientes da residência; Produtos de manutenção doméstica e de automóveis: produtos utilizados em manutenção residencial (reparo, reforma e construção) e de automóveis; Produtos Químicos Industriais: produtos químicos utilizados em processos industriais; Produtos Veterinários: produtos destinados ao tratamento de animais; Outro: produtos diversos que não puderam ser classificados nas classes acima. 19 Agentes Tóxicos As 716 exposições humanas envolveram 817 agentes tóxicos, classificados a seguir conforme as classes previamente definidas. Classificação/Substância Medicamentos Fármacos que atuam no SNC Anorexígenos Sibutramina Femproporex Anfepramona Anorexígeno não identificado Anticonvulsivantes Carbamazepina Fenobarbital Antidepressivos Sertralina Mianserina Imipramina Amitriptilina Paroxetina Antipsicóticos Zuclopentixol Tioridazina Pimozida Levomepromazina Haloperidol Carbonato de Lítio Clorpromazina Risperidona Nº 364 108 6 1 3 1 1 17 9 8 17 1 1 1 13 1 22 1 2 1 2 10 2 3 1 Benzodiazepínicos Benzodiazepínico não identificado Bromazepam Alprazolam Clonazepam Flunitrazepam Diazepam Outros fármacos que atuam no SNC Biperideno Ciproeptadina Ciproeptadina, Cobamamida Ciproeptadina, Vitaminas B1, B2, B3, C, Nicotinamina Oxicodona Fármacos que atuam na transmissão neuro-humoral periférica, sistema endócrino e metabolismo 35 1 7 1 18 1 7 11 3 1 2 4 1 80 Analgésicos e antipiréticos Ácido acetilsalicílico Dipirona Dipirona, Isometepteno, Cafeína 26 5 13 2 Paracetamol Anti-histamínicos e anti-gripais Dexclorfeniramina Dexclorfeniramina, Pseudoefedrina Efedrina Flunarizina Hidroxizina Loratadina Paracetamol, Clorfeniramina, Fenilefrina Prometazina Anticoncepcionais Ciproterona, Etinilestradiol Gestodeno, Etinilestradiol Levonorgestrel, Etinilestradiol Anti-inflamatórios não-esteroidais Clonixinato de Lisina Diclofenaco Fenilbutazona Cálcica Ibuprofeno Naproxeno Nimesulida 6 16 3 1 1 2 1 2 2 4 4 2 1 1 20 1 6 3 1 2 7 Classificação/Substância Beclometasona Dexametasona Prednisolona Prednisona Hipoglicemiantes Insulina Metformina Relaxantes musculares Cloridrato de ciclobenzaprina Diclofenaco, carisoprodol, paracetamol, cafeína Dipirona, orfenadrina, cafeína Paracetamol, carisoprodol, cafeína, diclofenaco sódico Antiinfecciosos Antibacterianos Amoxicilina Ampicilina Cefalexina Dapsona Doxiciclina Eritromicina Penicilina benzatina Rifampicina Sulfadiazina Sulfametoxazol, Trimetoprima Tetraciclina Antiparasitários Albendazol Antimoniato de Meglumina Benzoato de Benzila Cloroquina Deltametrina Mebendazol Metronidazol Primaquina Secnidazol Outros antiinfecciosos Anfotericina B Antiretroviral não identificado Fluconazol Nº 6 1 1 2 2 2 1 1 6 1 1 2 2 53 22 5 1 6 1 1 1 2 1 1 2 1 28 1 1 7 1 9 4 2 2 1 3 1 1 1 Medicamentos de uso tópico Ácido bórico Benzidamina Cânfora Clorexidina Cloridrato de nafazolina (colírio) Cloridrato de nafazolina, Cloreto de Benzalcônio, Cloreto de sódio Cloridrato de prilocaína, felipressina (colírio) Iodo Nistatina, Óxido de Zinco Óleo de Copaíba, Óleo de Eucalipto, Cânfora Óxido de Zinco, Glicerina, Talco (Pasta d'água) Permanganato de Potássio Peróxido de benzoíla, enxofre Polimixina B, neomicina, lidocaína, fluocinolona Pomada para mancha de pele Tartarato de Brimonidine (colírio) Fármacos que atuam nos sistemas cardiovascular e respiratórios Anti-hipertensivos Captopril Metoprolol Nifedipina Broncodilatadores e expectorantes Acebrofilina Ipratrópio Fenoterol Guaifenesina Salbutamol 36 1 1 1 2 1 8 41 2 1 3 1 6 1 1 1 2 29 7 4 2 1 19 1 1 12 1 4 Corticóides 20 Agentes Tóxicos Classificação/Substância Outros fármacos que atuam nos sistemas cardiovascular e respiratório Nº Amiodarona Codeína Digoxina Fármacos que atuam no sistema digestório Antieméticos Bromoprida Dimenidrinato Metoclopramida Ondasetrona Outros fármacos que atuam no sistema digestório Bisacodil Dicicloverina Dimeticona Hioscina Laxante desconhecido Ranitidina Vitaminas e sais minerais Cobre (em fórmula manipulada) Polivitamínico - desconhecido Quelato de Ferro, ácido fólico, cianocobalamina Sulfato ferroso 1 1 1 19 11 1 2 7 1 8 1 1 1 2 1 2 7 1 1 1 1 Vitamina C Vitamina E Vitaminas A, C, D, E, B1 e B2 Vacinas e antígenos Antígenos bacterianos, proteínas inaláveis e alimentares Vacina da febre amarela Vacina tetravalente (difteria, tétano, coqueluche e meningite) Vacina tríplice viral (rubéola, sarampo, caxumba) Outros medicamentos Alcachofra (Cynara scolymus L.), cinarina, flavonóides, enzimas catalase, cinarinase. 1 1 1 5 1 1 2 1 22 Bicarbonato de Sódio, Carbonato ácido de sódio, ácido acetilsalicílico Contraste Mel, Aroeira (Schinus sp.), Quebra Pedra (Phyllanthus niruri) Metionina, Glicerina, Nicotinamida, Tinturas de Alcachofra e de Boldo Montelucaste Sódico (anti-asmático/anti-leucotrieno) Passiflora alata, Erythrina mulungu, Crataegus oxyacantha Passiflora alata, Erythrina mulungu, Leptolobio elegans, Adonis vernalis Passiflora incarnata, Salix alba, Crataegus oxyacantha, Gluconato de cálcio, colecalciferol, peptonas, silicato de magnésio Quitosana Saccharomyces cerevisiae Varfarina Medicamento não identificado 2 1 2 1 1 3 2 Classificação/Substância Produtos de Limpeza Desinfetantes Cresol Desinfetante multiuso Desinfetante sanitário Etanol Hipoclorito de cálcio Hipoclorito de Sódio Desincrustantes Ácidos inorgânicos (Limpa Alumínio) Hidróxido de Sódio Surfactantes Amaciante de roupas Desodorizante sanitário Detergente Limpa vidros Sabão em barra Sabão em pó Solução p/ limpeza de ar condicionado Outros Ácido Oxálico (tira-ferrugem) Desodorizador de ambiente Lustra-móveis a base de silicone Classificação/Substância Praguicida não identificado Agrotóxicos Inseticidas e acaricidas Abamectina Carbamato granulado não identificado Enxofre Fipronil Anticolinesterásico não identificado Inseticida não identificado Tiametoxam Piretróides Cipermetrina Deltametrina Lambdacialotrina Organofosforados Clorpirifós Diclorvós Metamidofós Organofosforado não identificado Parationa metílica Fungicidas Brometo de Metila Fungicida não identificado Mancozebe Nº 230 15 118 106 1 61 1 2 8 1 1 10 1 7 2 21 1 2 1 14 3 6 3 1 2 Herbicidas Ác. Ariloxialcanóico+Ác. Piridinocarboxílico Glifosato Herbicida Fumigantes Fosfeto de Alumínio Inseticidas de uso doméstico Piretróides Cipermetrina D-aletrina, D-tetrametrina, permetrina Deltametrina Lambdacialotrina Piretróide não identificado Outros Inseticidas Hidrametilnona Organofosforado não identificado 3 1 1 1 3 3 57 32 1 1 1 1 28 4 1 2 Desconhecido Repelente de insetos Álcool, Miristato de Isopropila, Butano e Propano Naftaleno Raticidas Brodifacum Carbodifacum Cumarínico não identificado Cumatetralil Warfarina 1 21 1 20 40 17 1 12 9 1 Praguicida 3 1 1 1 1 1 7 Nº 137 88 7 4 10 6 1 60 18 6 12 22 2 1 7 1 Classificação/Substância Animais peçonhenos/ venenosos Insetos Abelha (Apis millifera) Embuá (Lulus sabulosus cllindroiulus) Inseto não identificado Lacraia (Scolopendra sp.) Lagarta (Megalopyge sp.) Vespa (Polistes sp.) Aranhas e escorpiões Aranha não identificada Aranha Armadeira (Phoneutria sp.) Escorpião (Tytius sp.) Serpentes Jararaca (Bothrops sp.) Surucucu (Lachesis sp.) Peixes Arraia (Potamotrygon sp.) 6 4 1 9 7 1 1 21 Nº 48 37 6 3 2 3 20 3 5 1 2 2 4 2 2 2 2 Agentes Tóxicos Classificação/Substância Produtos químicos industriais Ácidos e álcalis Ácido Sulfúrico Ácido Acético Ácido não especificado Hidróxido de Sódio Amônia Sais Sulfato de alumínio Sulfato de sódio Sulfato de níquel Dióxido de silício Sal industrial (Cloreto de potássio) Sulfato de amônia Solventes Álcool Isopropílico Éter Sulfúrico Metanol O-toluidina Tolueno Tricloroetileno Preservantes Conservante de madeira (Hidrocarbonetos) Pirossulfito de Sódio Formaldeído Nº 63 19 1 4 7 3 4 15 4 4 1 1 1 4 9 1 1 2 1 1 3 7 1 1 5 Polímeros Polipropileno Acrilonitrila, Butadieno, Estireno Poliuretano Poliestireno Elastómeros Poliacetal Metais Chumbo Cloreto de Níquel Cromo hexavalente Mercúrio Solda Elétrica (Fe, Mn, Ni, Be, O3, CO2, CO, Cr, Si, C, P, F) Outros Dodecilbenzeno sulfonato de sódio, dietanolamida Catalisador (Peróxido de hidrogênio, naftenato, cobalto) 6 1 1 1 1 1 1 5 1 1 1 1 1 2 1 1 Classificação/Substância Plantas Oxalato de Cálcio Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta) Jibóia (Scindapsus sp.) Taioba brava (Colocasia antiquorum) Tajá (Caladium bicolor) Toxalbumina Pinhão Roxo (Jatropha curcas) Açacu (Hura crepitans) Látex Irritante Avelós (Euphorbia ticuralli) Coramina (Pedilanthus tithymaloides) Outros Cacto (Cereus grandiflorus) Capim Erva cidreira (Melissa officinalis) Pau d'arco (Tabebuia sp.) Timbó (Tephrosia sp.) Nº 27 11 5 1 2 3 9 8 1 2 1 1 5 1 1 1 1 1 Classificação/Substância Miscelânea Materiais de Escritório Tonner de Copiadora (Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos) Cola tudo (Cianoacrilato) Pilhas e baterias Bateria de Relógio Pilha (Hidróxido de lítio, hidróxido de níquel) Materiais de festas Fumaça de discoteca (Glicerol, glicol) Pulseira neon (Peróxido de hidrogênio, éster de fenil oxalato) Outros Sílica Tinta de tecido (Hidrocarbonetos) Nº 21 8 1 7 4 1 3 4 3 1 5 4 1 Classificação/Substância Outros Agentes lacrimogêneos Gás lacrimogêneo Gás de pimenta (Capsaicina, álcool isopropílico) Produtos de uso em serviços de saúde Amálgama (Mercúrio) Fenol MIF (Glicerina, iodo, formaldeído) Formaldeído Fertilizantes Adubo (Azoto, amônia, uréia, fósforo, nitrogênio, potássio, magnésio) Desconhecido Nº 19 8 4 4 5 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 3 Nº 26 9 12 2 3 2 1 Nº 22 1 1 1 1 1 4 1 10 2 Classificação/Substância Cosméticos e Higiene pessoal Produtos de uso corporal Creme depilatório (Hidróxido de cálcio, tioglicolato de potássio) Loção Adstringente Loções e óleo corporais hidrantes Perfumes e colônias Repelente de uso corporal (Dietiltoluamida) Sabonete Talco Produtos para as unhas Acetona (Propanona) Esmalte (Tolueno) Removedor de esmalte (Acetato de amila) Produtos para cabelos Descolorante (Persulfato de amônio, silicato de sódio, bicarbonato de sódio) Nº 41 14 1 2 4 3 1 1 2 11 9 1 1 16 Formaldeído Tintura de cabelo (Amônia) Xampu 1 13 1 Classificação/Substância Drogas de Abuso Cocaína Etanol Nicotina Solventes Cola de sapateiro (Tolueno) Loló (Clorofórmio, éter) Classificação/Substância Produtos veterinários Praguicidas de uso veterinário Amitraz Carrapaticida Cipermetrina Deltametrina Lambdacialotrina Medicamentos uso veterinário Vitaminas A, D e E Sulfato de mesentermina, Vit. B2, B3, B5, B6 Nº 17 14 3 1 4 5 1 3 2 1 Classificação/Substância Alimentos Ácido Acético (vinagre) Cafeína Caranguejo Cerveja sem álcool (Malte, niacina, riboflavina) Fermento químico Leite adulterado (Leite, hidróxido de sódio e peróxido de hidrogênio) Pimenta vermelha (Capsicum sp.) Toxinas Bacterianas Desconhecido Glutaraldeído Animais não peçonhentos Caramujo Africano (Achatina fulica) Carrapato (Ixodes sp.) 1 22 Bibliografia BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos de Farmacovigilância. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/farmacovigilancia/conceito.htm> Acesso em 10 jun. 2008. BRASIL. Lei nº 6360, 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências In: Diário Oficial da União, Brasília, 24 set. 1976. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contagem da população 2007: Brasil, grandes regiões, unidades da federação e municípios. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. BRONSTEIN, A.C.; SPYKER, D.A.; CANTILENA JR., L.R.; GREEN, J.; RUMACK B.H.; HEARD, S.E. 2006 Annual Report of the American Association of Poison Control Centers' National Poison Data System (NPDS). Clin Toxicol (Phila). 2007 Dec;45(8):815-917. DALY, F.F.; LITTLE, M.; MURRAY, L. A risk assessment based approach to the management of acute poisoning. Emerg Med J. 2006 Mai;23(5):396-9. DART R.C. (Editor). Medical toxicology. 3. ed. Philadelphia (PA):Williams & Wilkins, 2004. GALVÃO, T.F. Classificação de agentes tóxicos na análise estatística dos casos atendidos pelo CIT/AM em 2006. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 240. INSTITUTE OF MEDICINE. Board on Health Promotion and Disease Prevention. 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Genebra: OMS PNUMA OIT, 1998. SEBRAE. Ações executivas de planejamento estratégico municipal visando a alavancagem dos indicadores de desenvolvimento socioeconômico a partir da educação e suas interfaces setoriais imediatas. Manaus: SEBRAE, 2005. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES TÓXICO-FARMACOLÓGICAS. Casos Registrados de Intoxicação Humana e Envenenamento. Brasil, 2006. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/sinitox> Acesso em 13 mar. 2008. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES TÓXICO-FARMACOLÓGICAS. Manual de Preenchimento da Ficha de Notificação e Atendimento Centros de Informação, Controle e Atendimento Toxicológico. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS. Hospital Universitário Getúlio Vargas. Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas. Atendimentos do Centro de Informações Toxicológica do Amazonas em 2006 (Taís Galvão, org.). Manaus: EDUA, 2007. VASSILEV, Z.P.; MARCUS, S.M. The impact of a poison control center on the length of hospital stay for patients with poisoning. J Toxicol Environ Health A. v. 70(2) p. 107-110, jan. 2007. WATSON, W.A.; LITOVITZ, T.L.; BELSON, M.G.; FUNK WOLKIN, A.B.; PATEL, M.; SCHIER, J.G.; REID, N.E.; KILBOURNE, E.; RUBIN, C. The Toxic Exposure Surveillance System (TESS): Risk assessment and real-time toxicovigilance across United States poison centers. Toxicol Appl Pharmacol 2005; 207(Suppl):604610. WOLKIN, A.F.; PATEL, M.; WATSON, W.; BELSON, M.; RUBIN, C.; SCHIER, J.; KILBOURNE, E.M.; CRAWFORD, C.G.; WATTIGNEY, W.; LITOVITZ, T. Early detection of illness associated with poisonings of public health significance. Ann Emerg Med 2006; 47:1701769 23 3. Outras Atividades do CIT/AM Solicitações diversas (não-toxicológicas) no ano de 2007 Solicitações N % Saúde 76 56 Acadêmico 25 18 Conhecimento Pessoal 18 13 Outro 17 13 Total 136 100 Além de casos de intoxicações e informações toxicológicas, foram realizados 136 atendimentos de solicitações de informações diversas (não-toxicológicas) em 2007. Trabalhos apresentados em Congressos no ano de 2007 1. BARROS, A. O.; BARROS, C.R.T.; GALVÃO, T.F. Perfil das tentativas de suicídio atendidas pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas (CIT/AM). In: II Congresso Brasileiro de Toxicologia Clínica e I Congresso da Associação Brasileira de Centros de Informação Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (ABRACIT), 2007, Vitória/ES. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007. v. 20. p. 23. 2. GARCIA, N.P.; PINTO, P.M.; FREIRE,A. K.L.; GALVÃO, T.F.; CHAVES, J.N.; LAGO, P.A.; MANRIQUE, W. L.M. Intoxicações infantis atendidas pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas nos anos de 2005 e 2006. In: II Congresso Brasileiro de Toxicologia Clínica e I Congresso da Associação Brasileira de Centros de Informação Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (ABRACIT), 2007, Vitória/ES. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007. v. 20. p. 9. 3. BARROS, A.O.; BARROS, C.R.T.; GALVÃO, T.F. Tentativas de suicídio por medicamentos atendidas pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas (CIT/AM). In: II Congresso Brasileiro de Toxicologia Clínica e I Congresso da Associação Brasileira de Centros de Informação Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (ABRACIT), 2007, Vitória/ES. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007. v. 20. p. 25. 4. PINTO, P.M.; CHAVES, J.N.; GALVÃO, T.F. Relato de óbito por ingestão de japana (Eupatorium triplinerve, Vahl.) atendido pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas. In: II Congresso Brasileiro de Toxicologia Clínica e I Congresso da Associação Brasileira de Centros de Informação Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (ABRACIT), 2007, Vitória/ES. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007. v. 20. p. 38. 5. CHAVES, J.N.; PINTO, P.M.; GALVÃO, T.F. Ocorrência de manifestações colinérgicas por ingestão de urtiga – relato de um caso atendido pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas. In: II Congresso Brasileiro de Toxicologia Clínica e I Congresso da Associação Brasileira de Centros de Informação Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (ABRACIT), 2007, Vitória/ES. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007. v. 20. p. 36. 6. DE ANDRADE, I.M.C.; PARÁ, C.D.C.; OLIVEIRA, R.S. relato de óbito por ingestão de paraquat atendido pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas. In: II Congresso Brasileiro de Toxicologia Clínica e I Congresso da Associação Brasileira de Centros de Informação Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (ABRACIT), 2007, Vitória/ES. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007. v. 20. p. 38. 7. OLIVEIRA, F.R.G.; BEZERRA, M.R.; GALVÃO, T.F.; OLIVEIRA, R.S. Epidemiologia das intoxicações medicamentosas: casos atendidos pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas no período de 2004 a 2006. In: II Congresso Brasileiro de Toxicologia Clínica e I Congresso da Associação Brasileira de Centros de Informação Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (ABRACIT), 2007, Vitória/ES. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007. v. 20. p. 4. 8. BARROS, A.O.; GALVÃO, T.F. Perfil das intoxicações medicamentosas atendidas pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas no ano de 2006. In: II Congresso Brasileiro sobre o Uso Racional de Medicamentos, 2007, Florianópolis/SC [CD-ROM]. 24 9. DE ANDRADE, I.M.C.; SAHDO, A.M. Ocorrência de Reações Adversas por metoclopramida notificados pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas – Relato de Casos. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 232. 10. GALVÃO, T.F.; BARROS, A.O.; GONZÁLEZ, M.D.; HADDAD, E.; BELTRAMI, A.C. O Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas como articulador de um trabalho Multiinstitucional de prevenção, preparação e resposta para desastres com produtos químicos. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 167. 11. OLIVEIRA, F.R.G.; GALVÃO, T.F. Extensão Universitária em prevenção e primeiros socorros de intoxicações pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas no ano de 2006. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 232. 12. SAHDO, A.M.; DE ANDRADE, I.M.C.; GALVÃO, T.F. Perfil Epidemiológico dos casos de intoxicação por produtos clandestinos notificados no ano de 2006 pelo CIT/AM. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 229. 13. MARQUES, V.B.P.; MOTA, P.; GALVÃO, T.F. Perfil Epidemiológico dos casos de exposição humana a praguicidas notificados no ano de 2006 pelo CIT/AM. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 235. 14. GALVÃO, T.F. Classificação de agentes tóxicos na análise estatística dos casos atendidos pelo CIT/AM em 2006. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 240. 15. BOTARO, J.T.; GALVÃO, T.F.; BARROS, C.R.T.; SAHDO, A.M. Análise das exposições em gestantes a substâncias químicas atendidas no Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas (CIT/AM) no período de 2004 a 2006. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 233. 16. BARROS, C.R.T.; SILVA, M.H.; BOTARO, J.T.; BEZERRA, M.R.; TOLEDO, F.C. A.S.; GALVÃO, T.F. Raticidas: Perfil Epidemiológico das intoxicações notificadas pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas de 2004 a 2006. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 236. 17. BEZERRA, M.R.; TOLEDO, F.C.A.S.; BARROS, C.R.T.; GALVÃO, T.F. Intoxicação por plantas notificadas pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas no período de 2004 a 2006. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 236. 18. BARROS, C.R.T.; BOTARO, J.T.; BARROS, A.O.; TOLEDO, F.C.A.S.; BEZERRA, M.R.; GALVÃO, T.F. Relato de caso de intoxicação crônica por organofosforado atendido pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas – CIT/AM. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 235. 19. BARROS, A.O.; GALVÃO, T.F. Análise dos atendimentos do Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas por zonas da cidade de Manaus – AM. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 246. 20. MOTA, P.S.; MARQUES, V.B.P.; GALVÃO, T.F. Epidemiologia das exposições infantis a medicamentos: Casos atendidos pelo CIT/AM em 2006. In: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2007, Búzios/RJ. Rev. bras. toxicol. São Paulo: Sociedade Brasileira de Toxicologia, 2007, v.20, suplemento n° 3, p. 254. Atividades de Divulgação do CIT/AM no ano de 2007 Atividade de Divulgação N Palestras realizadas em escolas públicas 27 Palestras em instituições 6 Divulgação em stands (feiras e eventos) 9 Divulgação do CIT/AM em Prontos-Socorros de Manaus 4 Colagem de cartazes em empresas de ônibus 3 Total 49 Os resumos dos trabalhos apresentados e outras informações sobre as atividades desenvolvidas pelo CIT/AM estão disponíveis no site: www.cit.ufam.edu.br. 25 João Galvão1 Taís Galvão2 “Os produtores criam necessidades não em função do bem-estar do homem, e sim em função do bem-estar do mercado” D'Elme, 1973 Praguicidas: benefícios, riscos e prevenção de intoxicações 1- Professor Titular da UFAM. Mestre e Doutor em Toxicologia/USP; 2- Farmacêutica, coordenadora do CIT-AM/HUGV/UFAM; Sumário 1. Introdução ........................................................................................................................... 28 2. Principais aspectos da história dos praguicidas ............................................................. 29 3. Conceitos importantes e classificação dos praguicidas .............................................. 32 3.1. Definições e conceitos ..................................................................................................... 32 3.2. Aplicações dos praguicidas ............................................................................................ 33 4. Os riscos e os benefícios dos praguicidas ....................................................................... 34 4.1 Substâncias seguras ........................................................................................................... 35 4.2 Riscos que os praguicidas oferecem ............................................................................. 35 5. Prevenção das intoxicações por praguicidas .................................................................. 37 5.1 Medidas preventivas no ambiente doméstico ............................................................... 41 5.2 Medidas preventivas no local de trabalho ..................................................................... 41 6. Recomendações gerais ........................................................................................................ 42 7. Bibliografia consultada .......................................................................................................... 44 Introdução Ao observarmos a estatística local e nacional de intoxicações por agente tóxico, verificamos que os praguicidas não são o principal agente envolvido nas exposições humanas. Porém, observando a morbidade e mortalidade que a exposição a estes agentes resulta, verificamos que é superior quantitativamente a agentes mais prevalentes, chamando atenção para o risco do uso destas substâncias. Os praguicidas são produtos importantes para nossa sociedade e são compreendidos como substâncias, ou misturas de substâncias, destinadas a prevenir, destruir ou controlar qualquer praga, incluindo os vetores de enfermidades humanas ou dos animais, as espécies não desejadas de plantas ou animais que causam prejuízo ou que interfiram de qualquer outra forma na produção, elaboração, armazenamento, transporte ou comercialização de alimentos, produtos agrícolas e madeira. São produtos químicos largamente empregados em nossa sociedade, sendo essenciais nas seguintes áreas: a) Campanhas de saúde pública: no combate a vetores de doenças como chagas, malária e outros; b) Agricultura: melhorando o rendimento das colheitas e protegendo os grãos armazenados (café, arroz, trigo, milho); c) Pecuária: combatendo os ectoparasitas (carrapatos, berne, bicheira) e os endoparasitas (verminoses); d) Uso doméstico: no combate as moscas, baratas, mosquitos, ratos e outros. Por outro lado, Hernandez e Benderly (1982) apontam os principais problemas relacionados à utilização dos praguicidas, quais sejam: a) persistência de agentes tóxicos no ambiente; b) ausência de especificidade da maioria dos praguicidas comercializados; c) geração de resistência das pragas aos praguicidas; d) toxicidade crônica de muitos praguicidas, incluindo a carcinogênese. O uso racional e fundamentado cientificamente de praguicidas é uma ferramenta indispensável na prevenção da contaminação ambiental e humana; evitando-se intoxicações a curto e a longo prazo. 28 2. Principais aspectos da história dos praguicidas O principal fato histórico que impulsionou a pesquisa de agentes químicos com propriedades para combater as pragas foi a grande descoberta de Paul Müller das propriedades inseticidas do DDT [2,2-bis (p-clorofenil-1,1,1-tricloroetano)] em 25 de setembro de 1939. Este acontecimento foi de tal importância, que marcou uma brusca transição na metodologia do controle de pragas e o seu autor foi contemplado com o prêmio Nobel de 1948 “pela sua descoberta de forte ação do DDT contra uma ampla variedade de artrópodes”. Marcante também para o surgimento de outro período – da consciência ambiental – através do relato dos efeitos do DDT pela ecologista norte-americana Rachel Carson no livro Primavera Silenciosa (1962), título em alusão ao impacto do inseticida na mortalidade de pássaros, subtraindo o canto dos mesmos da primavera. A seguir apresentamos um pequeno resumo, em ordem cronológica, dos principais fatos que contribuíram para o largo emprego e o uso abusivo que levou a ocorrência de diversos incidentes envolvendo os praguicidas: § 1829 – Descoberta do emprego da nicotina para destruir pragas das plantas sem causar danos à folhagem; § 1848 – Primeiro uso de rotenona (composto de origem vegetal) como inseticida; § 1850 – Utilização do pó de piretro para combater piolhos e pulgas; § 1867 – Comercialização do acetoarseniato de cobre, famoso pelo nome de verde Paris, indicado para o controle de uma variedade de pragas; § 1894 – Quase trinta anos depois, o acetoarseniato de chumbo (PbHAsO4) é utilizado como inseticida; § 1924 – Início do uso dos raticidas com atividade anticoagulantes; § 1925 – O composto dinitro-o-cresol passa a ser utilizado na agricultura; § 1929 – Alguns compostos de flúor começam a ser utilizados como inseticidas. No mesmo ano ocorre uma intoxicação coletiva causada por tricresil-o-fosfato, afetando mais de 20 mil pessoas nos Estados Unidos; § 1930 – O ziram (carbamato) e sulfato de tálio começam a ser utilizados como praguicidas; § 1936 – Ocorre a introdução do pentaclorofenol recomendado como preservativo da madeira; § 1941 – Dois pesquisadores, H. A. Campbell e P. K. Link, isolaram a 3, 3'-metileno- bis–(4-hidroxicumarina), utilizando o trevo doce alterado. Este composto apresenta atividade anticoagulante; 29 § 1942 – W. H. Tisdale e A. L. Flener demonstram atividade fungicida dos derivados do ácido ditiocarbâmico. No mesmo ano é lançado no mercado o Dithane (sal sódico do etilenobisditiocarbâmico); § 1944 – Começa a industrialização dos inseticidas organofosforados, pela Bayer, com a comercialização do Paration etílico; § 1947 – Os compostos ativos do piretro denominados piretrinas, são identificados; § 1948 – Começa a comercialização da warfarina, com alta eficácia raticida; § 1952 – Segundo Fitzgerald, R. (2006). A produção e a utilização de praguicidas sintéticos, nos Estados Unidos aumenta de 1952 até 1987 13 vezes mais rapidamente que nos anos imediatamente anteriores e posteriores à segunda guerra mundial; § 1956 - Ocorre no Iraque uma intoxicação envolvendo o fungicida etilmercúrio-ptolueno- sullfanilida, utilizado no tratamento das sementes de farinha de trigo. No mesmo ano ocorre acidente semelhante no Paquistão, com trinta e quatro mortos, por intoxicação devido a ingestão de farinha de trigo tratado com etilmercúrio e acetato de metilmercúrio. § 1959 – O DBCP (dibromocloropropano) é lançado no mercado pelas companhias Shell e Dow Chemical e passa a ser utilizado como fumigadores de solo. De acordo com Fitzgerald, R (2006) “Centenas – senão milhares – de homens, que trabalhavam como fumigadores em plantações se tornaram estéreis por causa do contato com essa substância”. O referido autor assinala que foram necessários vinte anos para que a EPA banisse o DBCP, rotulando-o como o agente tóxico perigoso; § 1962 – Lançamento do livro Primavera Silenciosa (Silent Spring), da norte-americana Rachel Carson, o qual denunciava os efeitos altamente nocivos e alarmantes do inseticida organoclorado DDT, quando aplicados sem cuidados básicos; § Década de 1970 – Lançamento dos compostos piretróides no mercado (cipermetrina, deltametrina, fenpropanato e fenvalerato), devido à segurança e menor toxicidade; § 1970-80 – Na Costa Rica há registro de que mais de 1500 trabalhadores de plantações de bananas foram afetados por infertilidade permanente e trauma psicológico associado, após exposição ao nematocida DBCP (1,2-dibromo-3-cloro-propano); § 1972 – A EPA (Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos) decreta o banimento do inseticida organoclorado DDT, devido seu potencial cancerígeno em seres humanos; 30 § 1977 – Na Índia, o consumo de farinhas tratadas com o fungicida hexaclorocicloexano, ocasionou 268.000 neurointoxicações e porfírias; 1984 – Ocorre a Tragédia de Bopal, na Índia, causada pelo escape de metil-isocianato de uma fábrica de praguicidas, afetando 200 mil pessoas, e dois mil mortos; § 1987 – Carne e derivados contaminados com o praguicida arsenical (arsenito de sódio), ocasionou a intoxicação aguda de aproximadamente 720 pessoas, em Olavarria, na Argentina; § 1993 – A produção de herbicidas nos EUA é estimada em 375 milhões de quilos por ano, o que resulta no equivalente a um quilo e meio para cada homem, mulher ou criança do referido país; § 1996 – Um novo alerta é feito por Theo Colborn, Dianne Dumanoski e John Peterson Myers com o lançamento do livro O futuro roubado, que faz um relato sobre as graves conseqüências do uso indiscriminado de praguicidas e diversos outros agentes químicos cuja contaminação humana pode resultar problemas de fertilidade (alterações hormonais) além de outros distúrbios funcionais e metabólicos; § 1997 – Análises toxicológicas realizadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos demonstram que 72% das frutas, legumes e vegetais, produzidos no país apresentava níveis detectáveis de praguicidas. A pesquisa mostra que 92 tipos de praguicidas foram encontrados em 10 mil amostras de alimentos analisados. O dado mais alarmante é que o DDT apesar de banido foi detectado a 25% das amostras analisadas. § 2007 – O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos – PARA da ANVISA demonstrou que 17,28% das frutas, legumes e vegetais analisadas estavam insatisfatórias para o uso, ou seja, apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para cultura, ou níveis de resíduos acima do Limite Máximo de Resíduo. As análises mostraram a presença de resíduo de metamidofós em tomate que não está autorizado para cultura de tomate de mesa, cujo modo de aplicação é menos tecnificado, devido sua elevada toxicidade para o aplicador. O resultado mais grave foi a detecção de monocrotofós na cultura do tomate, ingrediente ativo que não tem mais uso autorizado no Brasil devido sua elevada toxicidade aguda e neurotoxicidade. 31 3. Conceitos importantes e aplicações 3.1. Definições e conceitos Uma das principais questões em Toxicologia, que dificulta o ensino e propicia o uso inadequado dos praguicidas é o emprego incorreto da terminologia. Infelizmente, no Brasil são muitas vezes criados termos para especificar determinadas substâncias. Quando se trata do emprego na agricultura e na pecuária utilizam-se termos como: defensivos agrícolas, defensivos químicos e agrotóxicos. A seguir apresentamos alguns conceitos importantes: Praga - segundo a OMS é toda a população de organismos que, ao crescer em forma descontrolada, causa danos econômicos ou transmite enfermidades às plantas, aos animais ou ao homem. Alguns exemplos de pragas são os insetos, ervas daninhas, os fungos e muitos outros agentes quando crescem descontroladamente. Na tentativa de facilitar o esclarecimento da terminologia científica, devemos evitar a utilização de alguns termos para denominar praguicidas: Pesticida - termo usual na língua inglesa, permite interpretação literal de agente utilizado no controle da peste, que é qualquer doença epidêmica grave muitas vezes endêmica. Agrotóxico - refere-se somente aos praguicidas utilizados em agricultura, não podendo ser empregado na denominação de todos os agentes praguicidas. Defensivo - tem sentido de processo preventivo, também induzindo interpretação incorreta. Deste modo, o termo que corretamente devemos utilizar em bom português é praguicida, o agente químico utilizado para controlar uma praga. A legislação brasileira (Lei n° 7.802, de 11 de julho de 1989) define o termo agrotóxico, sendo restrito aos agentes de uso em agricultura e pecuária. Também são definidos os termos inseticidas e raticidas, sendo classificados como saneantes domissanitários (Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976). A RDC 326/2005 da ANVISA apresenta o termo desinfestante (praguicida) domissanitário, incluindo os inseticidas e os raticidas. Não há, em âmbito legal, denominação ampla para incluir todos os agentes para controle de pragas (praguicidas), sendo muitas vezes intercambiado erroneamente como agrotóxico. 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS DO AMAZONAS ERGODESIGN Apoio: Realização: