Autismo: papel do Fonoaudiólogo e a Inclusão

Transcrição

Autismo: papel do Fonoaudiólogo e a Inclusão
Autismo: papel do
Fonoaudiólogo e a Inclusão
na escola
Palestrantes: Francielle Martins e Julia Tognozzi
Orientadoras: Profª Drª Dionísia Ap. Cusin Lamonica e Fga. Ms. Camila da Costa Ribeiro
O que é autismo?
• Considerado Transtorno Invasivo do Desenvolvimento:
 Desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes
dos 3 anos.
 Perturbação nos seguintes domínios: interação social,
comunicação e comportamento.
 Acompanhado de outras manifestações como fobias,
perturbações do sono, da alimentação, agressividade e
interação.
(CID-10, 2000)
Histórico
• A expressão autismo foi utilizada pela primeira vez por
Bleuler em 1911, para designar a perda do contato com
a realidade, o que acarretava uma grande dificuldade
ou impossibilidade de comunicação.
• Em 1943, Kanner usou a mesma expressão para
descrever 11 crianças que tinham em comum o
comportamento. Então, sugeriu que se tratava de uma
inabilidade inata para estabelecer contato efetivo e
interpessoal e que era uma síndrome bastante rara, mas,
provavelmente, mais frequente do que o esperado.
GADIA. C.A et al. Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento. Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº2(Supl), 2004
Diagnóstico
Baseado em características de comportamento.
Diagnóstico
• O diagnóstico é realizado pelo neurologista ou
neuropediatra
• Raramente é diagnosticado antes dos 2 anos
• O diagnóstico precoce é essencial para a eficácia da
intervenção inicial, no momento em que o cérebro é mais
plástico.
Baird, G. et al. (2006); Knapp, M. et al. (2007); Palomo, R. et al. (2006)
Elsabbagh, M. andJohnson,M.H. (2007)
Autism Spectrum Disorder
Caracteriza-se por:
•Déficits na comunicação social e interação social
•Atividades, interesses e comportamentos restritos e repetitivos.
•Rigidez e resistência a mudanças
•Ausência de reciprocidade social ou emocional
Prevalência
A prevalência de autismo tem variado de 40 a 130
por 100.000, ocupando o terceiro lugar entre os
distúrbios do desenvolvimento, na frente das
malformações congênitas e da Síndrome de Down.
GADIA. C.A et al. Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento. Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº2(Supl), 2004
Etiologia
Etiologias múltiplas
Fatores
genéticos
Fatores
ambientais
Fatores
Neurológicos
Alterações
neuroquímicas
(Hansen et al, 2006)
Fatores genéticos
• Evidências principais que apontam para a contribuição de
fatores genéticos na base desta perturbação:
1. Os irmãos de autistas têm mais 6% de probabilidade de ter
esta perturbação.
2. Estimativas apontam que menos de 10% dos casos de
autismo são causados por doenças genéticas tais como o Xfrágil e esclerose tuberosa .
3. Os familiares de indivíduos com autismo demonstram um
conjunto de diferenças cognitivas e sociais que não são
encontradas em outros grupos familiares.
•
Muhle et al, 2004
Fatores ambientais
• Os fatores mais estudados compreendem:
1.
2.
3.
4.
Agentes teratogénicos
Infecções
Exposição a tóxicos
Stress pré-natal
Fatores neurológicos
Maior perímetro
cefálico
Défices no
hemisfério
esquerdo do lobo
frontal
Aumento do
volume cerebelar
Diferenças de
simetria no giro
fusiforme
temporal
Envolvimento do
tronco cerebral
Disfunção no lobo
temporal
Células da
amígdala são
menores
(Singh et al, 2002)
(Herbert et al, 2003)
(Zibovicius et al, 2000).
Alterações neuroquímicas
1. Alterações da serotonina
2. Alterações do sistema dopaminérgico
3. Alterações das endorfinas
(Whitaker-Azmitia, 2001)
(Johnson et al.,2006)
Tríade autista
Comunicação
• Alteração em níveis:
Semântico
Pragmático
Sintático
Fonético e
fonológico
Atuação fonoaudiológica
Os problemas de comunicação das crianças autistas podem ter
uma grande variação e podem depender do desenvolvimento
social e intelectual do indivíduo.
Alguns podem ser completamente incapazes de falar enquanto
outros tem um vocabulário bem desenvolvido e podem falar
sobre uma série de tópicos do seu interesse.
Qualquer programa terapêutico deve começar
acessando o ponto em que as habilidades
linguísticas da criança se encontra!
O Objetivo da atuação fonoaudiológica
A intervenção precoce e continuada
do fonoaudiólogo nos Distúrbios
do Desenvolvimento, é fundamental
para que o quadro clínico
apresentado pelos indivíduos
portadores de autismo evolua
satisfatoriamente, no que tange à
sua comunicação geral, e em
especial, para o desenvolvimento
de sua linguagem receptiva e
expressiva, oral, gestual e escrita,
capacitando–o para compreender,
realizar demandas e agir sobre o
ambiente que cerca.
O Profissional Fonoaudiológo
• Conhecedor do desenvolvimento infantil e do
desenvolvimento atípico do portador de autismo
• Saber diagnosticar, avaliar e planejar
• Profissional atualizado e seus estudos devem ter
bases científicas.
Terapia Fonoaudiológica
• Embora nenhum tratamento seja efetivo em normalizar a
comunicação, os melhores resultados são conseguidos
com o início da terapia na idade pré-escolar e que
envolve a família junto com os profissionais.
• A meta terapêutica é conseguir que a criança utilize a
comunicação funcional, e possa interagir com o ambiente
Terapia Fonoaudiológica
• Planejamento Terapêutico:
• 1. Aumentar o uso da comunicação verbal
• 2. Melhorar o desempenho sócio cognitivo
FERNANDES, F.D. et all. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. 2008 out-dez;20(4).
Terapia Fonoaudiológica
Sugere-se que a intervenção deva ser
individualizada, no sentido de envolver o nível de
desenvolvimento atual da criança e de identificar o
perfil de facilidades e dificuldades de cada uma.
FERNANDES, F.D. et all. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. 2008 out-dez;20(4).
Dúvidas dos pais
“Meu filho
vai para a
escola regular
ou especial??”
“Ele vai
conseguir
cursar o
Ensino
Superior?”
“Como vai ser
a interação
com as outras
crianças?”
Inclusão na escola
Pouco estudada
Polêmica
PEREIRA, M.F.S. SANTOS, S.M. Inclusão de autistas em escolas regulares: um trabalho multidisciplinar.
Educação Inclusiva
• Educação especial é a modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,
para pessoas com necessidades educacionais especiais.
Esta reorganização na qual a educação especial passa a
integrar a ação pedagógica do ensino regular chama-se
Educação Inclusiva.
PEREIRA, M.F.S. SANTOS, S.M. Inclusão de autistas em escolas regulares: um trabalho multidisciplinar.
Processo de inclusão
• O Processo de Inclusão tem início na primeira instituição
da qual o indivíduo faz parte, que é a família, esta é a
principal fonte de referência de valores morais e sociais,
complementada pela escola.
PEREIRA, M.F.S. SANTOS, S.M. Inclusão de autistas em escolas regulares: um trabalho multidisciplinar.
Processo de inclusão
• As práticas pedagógicas têm como função elaborar, a
partir da identificação das limitações, recursos
pedagógicos que possibilitem a plena participação,
buscando a autonomia e a independência do indivíduo,
para isto, adequar a realidade familiar e social ao
aprendizado e o que fora passado enquanto conhecimento
moral, educativo, e da própria formação do ser.
PEREIRA, M.F.S. SANTOS, S.M. Inclusão de autistas em escolas regulares: um trabalho multidisciplinar.
Estratégias pedagógicas
• 1. Psicomotricidade: os jogos trabalham o lúdico; o
psicológico; o físico; o motor, considerado como uma ação
livre que possibilite expressar a sua imaginação e promover a
relação corporal.
• 2. Inserir o aluno em toda e qualquer atividade que seja
realizada. Ou seja, atividades em grupo junto aos colegas de
classe, atividades culturais e brincadeiras.
• 3. A escola deve conhecer o desenvolvimento da criança e
quais as adaptações necessárias.
• 4. O professor deve reconhecer os esforços da criança.
PEREIRA, M.F.S. SANTOS, S.M. Inclusão de autistas em escolas regulares: um trabalho multidisciplinar.
Estratégias pedagógicas
• 5. É necessário que o professor apresente características como
flexibilidade, saber motivar a criança, senso de humor. As
qualidades do professor irão refletir nas atitudes dos alunos.
• 6. A escola deve ter ambientes estruturados, que permita o
aluno a exploração do meio a que está inserido.
• 7. Contar com os interesses do aluno como apoio ao processo
de ensino e aprendizagem.
• 8. O professor deve apresentar uma linguagem clara e objetiva,
que se faça ser entendido pela criança.
PEREIRA, M.F.S. SANTOS, S.M. Inclusão de autistas em escolas regulares: um trabalho multidisciplinar.
Escola e Família
• Em um trabalho conjunto com a escola, a família também
é um dos principais agentes socializadores e eficaz para o
desenvolvimento cognitivo, social e comunicativo.
• Assim pode-se afirmar que a aceitação e o
acompanhamento da família junto a escola promovem o
desenvolvimento da criança autista em suas principais
limitações tornando-as independentes e autônomas em
seu âmbito social.
PEREIRA, M.F.S. SANTOS, S.M. Inclusão de autistas em escolas regulares: um trabalho multidisciplinar.
• Sabemos que trabalhar com esses alunos é uma tarefa
.
complexa
que precisa ter mais investimentos por parte das
autoridades
governamentais
responsáveis
pela
implementação de um sistema eficaz de escolas inclusivas,
incentivando e gerando cursos capacitativos para os
educadores. E pensar, principalmente, que a aquisição do
conhecimento passa pela esfera de troca de experiências com
outros profissionais que trabalham e estudam o complexo e
intrigante tema do autismo
Lei nº 12.764
"Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista". (Sancionada em
Dezembro 2012, pela presidente Dilma Rousseff)
revistaescola.abril.com.br/imprima-essa-pagina.shtml?http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/inclusao-autistas-direitoagora-lei-732658.shtml?pa
Lei nº 12.764
• Direito da Educação Básica e de Ensino Profissionalizante;
• A punição será de três a 20 salários mínimos e, em caso de
reincidência, levará à perda do cargo;
• “ficam ressalvados os casos em que, comprovadamente
(...), o serviço educacional fora da rede regular de ensino
for mais benéfico ao aluno com transtorno do espectro
autista”
revistaescola.abril.com.br/imprima-essa-pagina.shtml?http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/inclusao-autistas-direitoagora-lei-732658.shtml?pa
Mais do que leis, é preciso mudar
a cultura da escola
•
•
•
•
Capacitação dos professores;
Mobilização de diretores, funcionários, pais e alunos;
Número de alunos nas salas;
Respeitar o ritmo de aprendizagem do aluno e
preferências;
• Fazer com que o professor reconheça que a inclusão trará
a ele e aos demais alunos benefícios.
Número de alunos em sala de aula prejudica o aprendizado dos autistas, Flávia Villela, Da Agência Brasil. Revista UOL, Rio
de Janeiro 02/04/2013.
AUTISMO E INCLUSÃO: DA TEORIA À PRÁTICA, CESUMAR, Maria do Carmo Bezerra de Lima,Centro Universitário
de Maringá, outubro de 2009
O autismo sob outra
perspectiva
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