novos - ACIL

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EDITORIAL
Venha ser líder
Recentemente,
participamos
do
Seminário Regional de Liderança,
promovido pelo Sebrae em Londrina, e
falamos sobre um dos maiores desafios
do nosso tempo: a formação de líderes.
Antes de tudo, é preciso acabar com
o mito de que o líder já nasce pronto.
Na maioria absoluta dos casos, o
suposto “líder nato” passa por diversas
experiências
transformadoras
que
o capacitam a ser referência para as
pessoas.
Líder, muitas vezes, é aquele que não
quer ser líder, mas cujas qualidades
acabam conduzindo-o naturalmente a
posições de liderança. Não há líder sem
moral; se não tem moral, nunca passará
de autoridade ou mandachuva.
O líder sabe ouvir a todos; mas também
sabe tomar decisões que não agradam a
todos. Ele não está aí para ser servido,
mas para servir. Ensina, mas também
aprende. Inova, mas também conserva.
Irriga, não drena. Aceita desafios.
Compartilha ideias. Aproxima os iguais.
Une os diferentes. Avalia desempenhos,
mas também princípios. Para o líder, os
fins não justificam, mas condicionam os
meios.
O verdadeiro líder não tem medo da
verdade – porque ela é libertadora.
Planeja o futuro, age no presente,
valoriza o passado. Enxerga além do
imediato, mas não deixa para amanhã o
que pode muito bem ser feito hoje.
Desde a sua fundação, a ACIL é uma
escola de lideranças. Cada um de nossos
2.500 associados precisa ser líder em
seu dia a dia. A missão da entidade é
fazer com que esses líderes-empresários
produzam o desenvolvimento de
Londrina.
O associativismo é transformador. Não
por acaso, onde as entidades são mais
fortes, as cidades são melhores. Nesta
edição da revista Mercado em Foco,
você vai encontrar vários exemplos da
transformação que a ACIL está ajudando
a fazer em nossa cidade: a aproximação
com o Canadá; o lançamento do aplicativo
Cidade na Vitrine; o aperfeiçoamento de
nosso sistema gerencial; a memorável
palestra de Amália Sina; o projeto Nova
Saul Elkind; o melhor Londrinatal da
história...
Há 76 anos, a ACIL é líder – e convida
você a fazer parte dessa liderança.
Flávio Montenegro Balan
Presidente da ACIL
DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2012/2014
Fundada em 5 de junho de 1937
Rua Minas Gerais 297 – 1º andar
Ed. Palácio do Comércio
Londrina (PR) – CEP 86010-905
Telefone (43) 3374-3000
Fax (43) 3374-3060
E-mail [email protected]
Flávio Montenegro Balan
Presidente
Luiz Carlos I. Adati
Vice-Presidente
Ary Sudan
Diretor Secretário
Fabricio Massi Salla
2º Diretor Secretário
Rogério Pena Chineze
Diretor Financeiro
Rodolfo Tramontini Zanluchi
2º Diretor Financeiro
Marcelo Paganucci Ontivero
Diretor Comercial
Herson R. Figueiredo Júnior
Diretor Industrial
Marcelo Bisatto Cardoso
Diretor de Serviços
Brasilio Armando Fonseca
Diretor de Comércio Internacional
Luigi Carrer Filho
Diretor de Produtos
Fernando Lopes Kireeff
Diretor Institucional
Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita.
Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo
e-mail [email protected]
Rosangela Khater
Presidente do Conselho da
Mulher Empresária
CONSELHO DELIBERATIVO
Carlos Alberto De Souza Faria
David Dequêch Neto
Eduardo Yoshimura Ajita
Enio Luiz Sehn Júnior
Fábio Aurélio Mansano Melaré
José Guidugli Júnior
Paulo Briguet
Coordenação
Fernanda Bressan
Edição
Susan Naime
Reportagem
Josoé de Carvalho
Fotografia
Thiago Mazzei
Projeto gráfico
Marcelo Massayuki Cassa
Nivaldo Benvenho
Oswaldo Pitol
Rubens Benedito Augusto
Silvana Martins Cavicchioli
Valter Luiz Orsi
Wellington Moreira
CONSELHO FISCAL
Diego Rigon Menão
Superintendente
Claudia Motta Pechin
Coord. Comercial e SPC
Barbara Della Libera
Analista de Marketing
Colaboradores
Jota
Maria Eduarda Gomes de
Oliveira
Muriel Amaral
Renato Oliveira
Titulares
Jaime Celeste Ponce
Michel Menegazzo
Gouvêa
Ronaldo Pena Chineze
Suplentes
Marcus Vinícius Bossa
Grassano
Marcus Vinicius Gimenes
Rafael Andrade Lopes
Impressão
Midiograf
Tiragem
8 mil exemplares
ÍNDICE
ILEGALIDADE
Excesso de ambulantes prejudica
compras de fim de ano ........................................................
11
MEIO-AMBIENTE
14
COMÉRCIO
16
O MONITOR DA CÂMARA
25
GESTÃO
26
EMPREENDEDORISMO
28
ENTREVISTA
30
Arborização em debate .......................................................
Araguaia: a rua das oficinas e loja de peças .........................
Às pressas, câmara aprova aporte para a CMTU ..................
90 dias que mudaram a ACIL ............................................
Inovar pode ser simples e saboroso ....................................
O valor de empreender ........................................................
PERFIL
Com açúcar e com afeto .......................................................
UNIÃO
LONDRINATAL
34
NOTAS DA ACIL
38
ARTIGO
41
HUMOR
42
Palavras, imagens e ideias de Jota .....................................
8
CINCO CONJUNTOS
A nova Saul Elkind
TECNOLOGIA
Cidade na Vitrine:
comércio e serviços na tela
36
Vitrine é Propaganda? ........................................................
Um natal de muitos prêmios
19
Convenção Regional destaca
“Associativismo de Resultados” ........................................
Sicredi homenageia a ACIL ................................................
6
22
MISSÃO EMPRESARIAL
Canadá: o futuro passa por lá
Associação Comercial e Industrial de Londrina
5
LONDRINATAL
6
novembro de 2013 | www.acil.com.br
“COM OS PRÊMIOS, COM CERTEZA, VAMOS AQUECER A ECONOMIA LOCAL”
Por Fernanda Bressan
Ganhar um carro zero-quilômetro, R$ 1 mil para gastar no
comércio ou uma moto Harley Davidson. Quem comprar nas
lojas participantes da campanha Londrinatal terá a chance de
concorrer a esses prêmios. Esse ano, a ação promocional da
ACIL uniu as duas modalidades de premiação para contemplar
um número maior de consumidores junto com a chance de ser
o ganhador mais sortudo e levar para casa um veículo zerinho.
Serão sorteados 2 carros do modelo Novo Palio, 1 moto Harley
Davidson, além de 75 cartões pré-pagos com o valor de R$ 1 mil.
“Anteriormente fazíamos o sorteio dos vale-compras. No ano
passado tivemos uma campanha positiva com o sorteio de quatro
carros, mas entendemos que esse mix de premiação, que une o
crédito para gastar no comércio com os prêmios que são desejo de
consumo de muitos, é interessante porque aumenta as chances de
ganhar e mantém o sonho do carro zero. É um novo formato que
está na medida certa”, aponta Flávio Balan, presidente da ACIL.
Ele completa que o valor mais alto do cartão pré-pago – de
mil reais – é outro diferencial. “Optamos por sortear um valor
único que fará a diferença para gastar nas lojas participantes
da Londrinatal”, pontua. Serão três sorteios, dias 13, 20 e 27 de
dezembro. Nos dois primeiros serão sorteados 25 cartões prépagos e um carro. No último, além dos 25 cartões, haverá o
sorteio da Harley Davidson.
A campanha começa no dia 2 de dezembro. Para participar, o
consumidor precisa adquirir produtos nas lojas identificadas
com os materiais da Londrinatal. Nelas, eles ganharão cupons
que precisam ser preenchidos e colocados em uma das urnas
distribuídas no próprio comércio (além de uma grande urna na
sede da ACIL – Rua Minas Gerais, 297).
ações e, com isso, ser um fomentador do comércio em Londrina.
“Com a Londrinatal fechamos esse ciclo de campanhas com
chave de ouro. Com os prêmios, com certeza, vamos aquecer a
economia local”, acredita.
Essa é a campanha mais tradicional da cidade, que vem
acompanhada de toda a magia do período. “Faz parte da nossa
cultura as pessoas se presentearem no Natal. Nessa época, temos
a injeção de mais de R$ 300 mil em Londrina com o 13º salário.
Sempre orientamos que os consumidores usem essa verba
extra de forma inteligente, pagando dívidas, guardando para os
impostos que chegam no início do ano e também presenteando a
quem amam. O consumo consciente é importantíssimo”, reforça
Balan.
Com a campanha, além de presentear as pessoas, os consumidores
podem ser presenteados. “É uma forma de premiar as pessoas que
compram no comércio que aderiu à Londrina. Muitos alimentam
o desejo de ter um carro novo e a Harley Davidson faz parte do
sonho de consumo de muitas pessoas”, cita.
Adesões
Ainda dá tempo de aderir à campanha de Natal. Quem não
participou da Ação 2013 pode entrar na Londrinatal, que é aberta
a associados e não associados da entidade.
Informações: 3374-3000.
É importante ressaltar que os dados constantes no cupom
precisam estar corretamente preenchidos, o que inclui letra
legível, endereço, telefone e número de um documento (RG e
CPF). Sem esses dados o cupom é invalidado.
Ação 2013
As campanhas da ACIL tiveram um diferencial esse ano.
Muitos lojistas aderiram à Ação 2013, participando de todas as
campanhas feitas nas datas comemorativas – Dia das Mães, Dia
dos Pais, Dia das Crianças e Natal. Entre as vantagens do combo
está a programação e o parcelamento do pagamento das adesões.
“Muitos já estão com a campanha paga e agora podem investir no
negócio, como um visual diferente na loja”, diz Balan.
Flavio Balan: “Com a Londrinatal fechamos esse ciclo de
campanhas com chave de ouro. Os prêmios, com certeza,
vamos aquecer a economia local”
Para ele, o fato de poder se organizar financeiramente dá mais
tranquilidade ao empresário, que pode participar de todas as
Associação Comercial e Industrial de Londrina
7
CINCO
CONJUNTOS
Todas as segundas-feiras um grupo de empresários se reúne para idealizar
a revitalização de uma das avenidas mais tradicionais de Londrina
Por Susan Naime
Já dizia o velho e conhecido ditado:
“Sonho que se sonha só, é apenas um
sonho, mas sonho que se sonha junto é
realidade”. A tradicional expressão, que
foi até mesmo incorporada em letras de
música, cai como uma luva para definir
a meta estabelecida por um grupo de
empresários da Região Norte de Londrina
– dar cara nova à Avenida Saul Elkind.
A via se caracteriza como um dos
principais pontos da região mais
populosa do município. Segundo dados
da Prefeitura de Londrina, o eixo norte
da cidade possui aproximadamente 126
mil habitantes. Como se não bastasse,
a “Saul”, como é conhecida, abriga
cerca de 500 empresas somente no
eixo comercial, sem contar com as ruas
paralelas e adjacências. Não é a toa que
8
os investimentos econômicos de muitos
empresários estão concentrados lá.
Na contramão, alguns fatores críticos
ganharam notoriedade à medida que
esse “boom” econômico foi despertado
na região. O empresário Éberson Ricardo
vive há 30 anos no lado Norte de Londrina
e há dez inaugurou o Restaurante Prato
Fino, na tradicional Saul Elkind. Para
ele, os gargalos da via ficaram evidentes
pelo aumento do fluxo de carros e
pessoas. “Perto dos bancos não temos
estacionamento, o trânsito é ruim, faltam
arborização e segurança. É difícil fazer
uma projeção de melhorias para cinco
anos se a avenida continuar dessa mesma
forma. Temos que dar uma nova cara para
o local. A vontade é grande. É um sonho.
Vimos a Saul começar e por isso estamos
nos empenhando bastante”, ressalta.
Ricardo é um dos 15 empresários que
se reúnem todas as segundas-feiras para
idealizar a revitalização da Saul Elkind.
As ideias vêm sendo discutidas desde
o ano passado, quando o grupo buscou
o apoio de entidades, como a ACIL,
Sebrae, Sicoob e a própria associação dos
moradores locais. “Precisamos de força.
Sozinhos não vamos longe. Agora, em
grupo, vamos devagar, mas chegamos lá”,
afirma o empresário.
Projeto de
revitalização
Para os empresários da Saul Elkind,
a avenida já tem data para estar de
roupagem nova: 2016. Alguns projetos
que tratam da modernização da via já
existem desde 1995, mas a ideia nunca
novembro de 2013 | www.acil.com.br
A DECISÃO PELA COMPRA, DO CONSUMIDOR, VAI ALÉM DE SUAS NECESSIDADES ESPECIAIS
“
A ACIL é a casa
dos empresários,
precisamos de
demandas pontuais
como essa iniciativa
para que engrossemos
o caldo e cobremos
o poder publico com
atitudes propositivas
que fomentem a
economia de Londrina.
Sem dúvida, a Saul
é um dos polos mais
relevantes da nossa
cidade
“
Flávio Balan,
presidente da ACIL
Heverson Feliciano: “O fato
mais positivo desse movimento
da Saul Elkind, e que faz a
diferença, é a iniciativa e
motivação dos empresários”
saiu do papel. Inicialmente, o projeto
prevê as mudanças para o trecho que
vai da Rua Angelina Ricci Vezozzo até a
Rotatória da Rodovia João Carlos Strass.
“O lugar cresceu demais. Tem muita
gente morando lá. Tem muito carro
andando lá. O local precisa de um
comércio, porque a região dos Cinco
Conjuntos é praticamente uma cidade
independente. A avenida realmente
merece um tratamento diferenciado e
ser modernizada. Só não podemos abrir
mão da mobilidade urbana”, explica
João Lopes, diretor de Trânsito do
Instituto de Pesquisa e Planejamento
Urbano
de
Londrina
(Ippul).
O projeto de revitalização da Saul será
construído através das diretrizes traçadas
durante as reuniões entre empresários e
entidades. Entre os principais destaques
estão o paisagismo da área; a criação de
ciclovia, já prevista no plano de mobilidade
urbana; sinalização; drenagem adequada;
calçadas reparadas; travessias elevadas
para pedestres; acessibilidade; fachadas
reformadas; segurança; e capacitação de
empresários.
A Secretaria Municipal de Obras
finalizou no último mês o levantamento
topográfico cadastral da avenida. Os
dados foram repassados ao Ippul para
a elaboração do projeto. “Temos a meta
de entregar o projeto em seguida à
finalização do BRT, que está previsto para
5 de março do próximo ano. Pode ser que
o projeto de revitalização da Saul esteja
finalizado ainda no primeiro semestre
de 2014”, analisa Humberto Carneiro
Leal, diretor de Projetos do Ippul.
Após o trâmite, o projeto segue para a
pasta de Obras, que fará a elaboração
do orçamento de execução. De acordo
com o secretário Sandro Nóbrega,
possivelmente, o procedimento passará
por licitação e os recursos serão garantidos
através do Governo Estadual ou Federal.
Gestão e bons
negócios
O motivo para que o consumidor decida
pela compra ou não vai muito além de
suas necessidades especiais. O ato de se
Associação Comercial e Industrial de Londrina
Humberto Leal e João Lopes, do
IPPUL: “O lugar cresceu demais.
A avenida realmente merece um
tratamento diferenciado e ser
modernizada”
deslocar até determinada região da cidade
envolve um conjunto de condições, como
o prazer de encontrar pessoas, passear em
um lugar diferente e agradável e, claro,
receber um bom atendimento.
Para garantir estes quesitos, o Sebrae
colocou à disposição dos empresários
da Avenida Saul Elkind um pacote
de serviços que faz toda a diferença
quando o assunto é cliente satisfeito.
“Essa contrapartida vai de acordo com
a necessidade deles. Abordamos a parte
de capacitação, finanças, planejamento
estratégico, visual de loja, melhoria de
logomarca, e-commerce. Tudo que estiver
ligado à gestão da empresa nós podemos
assessorar”, elenca Heverson Feliciano,
gerente regional do Sebrae no Norte do
Paraná.
“O fato mais positivo desse movimento
da Saul Elkind e que faz a diferença é a
iniciativa e motivação dos empresários.
Esse é o fator essencial. Sempre que você
começa um projeto como esse, antes é
necessário conquistar a confiança do
empresário e, nessa situação, foi o inverso.
Eles tomaram a iniciativa e procuraram
o apoio de diversos órgãos. E isso é
fundamental para o projeto dar certo”,
ressalta Feliciano.
O presidente da ACIL, Flávio Balan,
9
Carlos Antônio Delfino: “Se
essa região estiver ativa,
bonita, cuidada e conservada,
para nós será importante
porque o público vai olhar mais
para cá e participar também”
também enalteceu a iniciativa dos
empresários da Avenida que, através da
revitalização, querem fomentar o polo
econômico na região Norte de Londrina.
“A ACIL é a casa dos empresários,
precisamos de demandas pontuais como
essa iniciativa para que engrossemos o
caldo e cobremos o poder publico com
atitudes propositivas que fomentem a
economia de Londrina. Sem dúvida, a
Saul é um dos polos mais relevantes da
nossa cidade”, analisa.
Atrativos à parte
Atrativos não faltam à região Norte, em
especial à Avenida Saul Elkind, para torná-la
mais um cartão-postal de Londrina. Todos
os domingos a feira livre da Saul, com mais
de um quilômetro de extensão, entre as ruas
Éberson Ricardo: “Precisamos de força. Sozinhos não vamos
longe. Agora, em grupo, vamos devagar, mas chegamos lá”
Capitão do Mato e Rudolfo Keihold, atrai
centenas de adeptos que buscam variedade
de produtos. Dentre as quase 300 barracas
que se instalam na via, os visitantes podem
encontrar mercadorias divididas em três
setores: hortifrutigranjeiros, camelôs e feira
do produtor.
Outro ponto forte da região é o Centro
Cultural Lupércio Luppi. O espaço atende
cerca de oito mil pessoas todos os meses com
quatro projetos principais: Escola de Dança,
Biblioteca, Escola de Artesanato e Escola de
Circo. Para o coordenador do Centro, Carlos
Antônio Delfino, a revitalização da Saul
Elkind já é uma necessidade. “Hoje temos
três pontos a serem considerados. O trânsito,
que é quase intransitável com tantos carros
e motoristas que não respeitam; o meio
ambiente, já que nossas árvores são muito
antigas e os canteiros malcuidados; e, por
último, a cultura, que poderá ser alavancada
com essa revitalização”, ressalta.
Os argumentos de Delfino por uma Saul
de cara nova vão além. “Esses fatores
negativos impossibilitam fazer eventos.
Como você trabalha com o trânsito
desorganizado? É um risco até para a
segurança. Agora, se essa região estiver
ativa, bonita, cuidada e conservada, para nós
será importante porque o público vai olhar
mais para cá e participar também”, defende.
E por falar em conservação, o grupo de
empresários que luta pela revitalização da
Avenida Saul Elkind já programou um
mutirão de limpeza na via para o dia 21 de
novembro. O trabalho vai contar com o
apoio da Companhia Municipal de Trânsito
e Urbanização (CMTU), Força Verde, Polícia
Militar, comerciantes da avenida, igrejas,
além dos colégios estaduais Professora
Ubedulha Correia de Oliveira e Professora
Olympia Moraes Tormenta.
ILEGALIDADE
Bancas “estacionadas” em frente às lojas promove
concorrência desleal e atrapalham pedestres nas calçadas
EXCESSO DE
AMBULANTES
PREJUDICA
COMPRAS DE
FIM DE ANO
ACIL cobra autuações de
camelôs ilegais com mais
frequência em dezembro,
época das compras de Natal
Associação Comercial e Industrial de Londrina
Por Renato Oliveira
Cintos, carteiras, bolsas. Sombrinhas, guarda-chuvas
e meias. Relógios, controle remoto, celulares. Maços
de cigarro, CDs e DVDs. Se pensou que a cena fosse
em algum recém-inaugurado shopping center ou
hipermercado, errou. É no calçadão, nas ruas próximas
do Terminal Urbano, e em parte do Centro de Londrina
que estão tomados por ambulantes ilegais. Com a
chegada das compras de final de ano, a tendência é
de aumentar o número de camelôs que atrapalham o
tráfego de pedestres no comércio de rua e promovem
concorrência desleal com os lojistas.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de
Londrina (ACIL), Flávio Balan, afirma que somente
no decorrer deste ano a entidade protocolou dois
pedidos junto à Companhia Municipal de Trânsito
e Urbanização (CMTU) cobrando mais fiscalização
contra os ambulantes irregulares. Diante da falta de
respostas efetivas, ele vai solicitar providências, “em
última instância”, diretamente ao prefeito Alexandre
Kireeff (PSD).
“No período de festas de final de ano aumenta a
proliferação de ambulantes ilegais no centro. A gente
preza pela livre concorrência e pela legalidade. Isso exige
11
Lucineide Isabel da Silva: “Não é que a gente não quer. Mas a gente
paga imposto, água, luz... Eles vendem mais barato e judiam de nós”
que todos trabalhem com seus devidos
alvarás, licenças e impostos pagos para
que a concorrência seja justa”, defende.
A batalha contra a proliferação de
camelôs irregulares faz parte do Plano de
Revitalização do Centro, promovido pela
ACIL, que ainda é composto de outras três
metas: erradicação das fezes das pombas e
poda das árvores, melhora na iluminação
e troca do piso do calçadão. Segundo
Balan, outro pedido é para que as obras de
instalação do piso paver comecem apenas
depois do dia 15 de janeiro, mesmo que a
licitação ocorra ainda neste ano, para não
atrapalhar o fluxo de pedestres no centro
durante as compras de final do ano.
autorizados a trabalhar no quadrilátero
central. O número corresponde a quase
um quarto de toda a cidade, que tem 300
no total. Mas é importante ressaltar que a
lei permite a venda no varejo de apenas
25 produtos, como cachorro-quente,
salgados, frutas, sucos, entre outros, além
da prestação de serviços, como conserto
de sombrinhas, guarda-chuvas e panelas
e venda de jornais. Piratarias, como CDs
e DVDs, falsificações e contrabando são
proibidos.
De acordo com Geirinhas, quem não
correr atrás para regularizar a papelada
junto à CMTU certamente terá problemas
com a fiscalização que se intensificará
a partir do dia 25 de novembro, com
Código de Posturas
12
“
A gente paga
imposto, eles não.
Temos gastos com
funcionários, eles
não. Não é nada
contra eles. Só
que eu acho que
prejudica quem
trabalha dentro da
lei
Terezinha Afonso
“
Em vigor desde 2012, o Código de
Posturas também é conhecido como lei
11.486 e prevê quais produtos podem ser
comercializados e estipula a quantidade
máxima de 200 ambulantes no
“quadrilátero central”, que compreende a
Avenida Leste-Oeste, a Rua Fernando de
Noronha e avenidas Juscelino Kubitschek
e Duque de Caxias.
Na tentativa de fazer a lei sair do papel,
durante a primeira quinzena de novembro,
a CMTU promoveu o cadastro dos que
estavam irregulares ou mesmo de novos
interessados em vender nas ruas. Segundo
o presidente da companhia, Carlos
Alberto Geirinhas, existem 72 ambulantes
objetivo de enquadrar ambulantes em
desacordo com a lei.
Mesmo diante do cadastro que a
CMTU está promovendo, o presidente
da ACIL insiste para que o poder
público aperte o cerco no final de ano,
principalmente contra produtos piratas,
como CDs e DVDs, relógios e cigarros
contrabandeados e, até mesmo, artigos
que não se enquadram no Código de
Posturas, como cintos, carteiras e bolsas.
“Mesmo que haja um trabalho de
regularização, eles devem fiscalizar quem
vende produto de origem ilegal como
pirataria. Existem locais como na esquina
da Rua João Cândido com Sergipe onde
tem ambulante vendendo até utensílios
domésticos. Na própria esquina da ACIL
(Minas Gerais com Maranhão) tem
ambulante comercializando perfumes”,
pontua Flávio Balan.
Comerciantes
reclamam
A loja Pouco Jeans, que além de
roupas vende presentes e acessórios
como bolsas, cintos e carteiras, fica na
Avenida São Paulo, quase esquina com
a Rua Sergipe. A região é uma das que
mais concentra ambulantes irregulares
do centro, devido à proximidade com
o Terminal Urbano, que registra alto
fluxo de pedestres.
Segundo a gerente da loja, Terezinha
Afonso, o ambulante não atrapalharia
tanto se estivesse em movimento. O
problema, diz ela, é ficar parado nas
proximidades das lojas ou, muitas vezes,
na frente, promovendo concorrência
desleal. “A gente paga imposto, eles não.
Temos gastos com funcionários, eles
não. Não é nada contra eles. O sol brilha
para todos. É melhor estar vendendo
do que roubando. Só que eu acho que
prejudica quem trabalha dentro da lei”,
critica.
Ela conta que o período de compras para
as festas de final de ano atraem camelôs
até do Nordeste, que vendem artigos que
variam de redes a sandálias e tapetes. O
principal problema, segundo Terezinha,
novembro de 2013 | www.acil.com.br
“TINHA QUE TER FISCALIZAÇÃO CONSTANTE”
Mais fiscalização
A falta de fiscalização serve como
atrativo para quem quer trabalhar na
clandestinidade. Terezinha diz que removêlos para locais próprios não adianta,
a exemplo do Camelódromo e outros
shoppings populares de Londrina. “O
problema é que muitos deles não querem
pagar água, luz, impostos... Por isso é mais
fácil ficar trabalhando na rua. Conheço
alguns que possuem pontos nas galerias e
saem para rua com produto para vender.
Por isso tem que ter fiscalização”, defende.
“Não é que a gente não quer. Mas a
gente paga imposto, água, luz... Eles
vendem mais barato e judiam de nós.”
O desabafo é da comerciante Lucineide
Isabel da Silva, proprietária de uma
loja de utensílios para o lar na Rua João
Cândido, próxima à Rua Sergipe. Ela
reclama da falta de fiscalização. “De vez
em quando eles dão algumas ‘batidas’.
Mas depois fica um tempo sem aparecer
e os ambulantes voltam. Tinha que ter
fiscalização constante. E mesmo quando a
prefeitura aparece, eles possuem olheiros
que avisam quando os fiscais estão
chegando. Isso facilita na hora de salvar a
mercadoria”, comenta.
Segundo o presidente da CMTU, a
necessidade de apoio da Polícia Militar
(PM) e Guarda Municipal (GM) dificulta
o trabalho de fiscalização dos agentes
nos demais períodos do ano. Somente
até outubro deste ano, a CMTU afirma
ter feito 200 apreensões de produtos de
ambulantes ilegais, volume que “não
foi maior devido à dificuldade de ações
continuadas de fiscalização,” afirma
Geirinhas.
“
A gente preza pela
livre concorrência
e pela legalidade.
Isso exige que todos
trabalhem com seus
devidos alvarás,
licenças e impostos
pagos para que a
concorrência seja
justa
Flávio Balan
“
é a obstrução do fluxo de pessoas nas
calçadas, que atrapalha até o deficiente
físico. “Eles ficam parados com as
barraquinhas bem no meio daquelas
faixas que servem de orientação para
quem é cego. Sempre os vejo tentando
desviar”, observa.
MEIO-AMBIENTE
Por Susan Naime
Segundo especialistas, a arborização bem-feita pode ser relacionada
ao aumento da expectativa de vida, baixo nível de estresse e
irritabilidade. Entre as justificativas para tal afirmação pode se
destacar a capacidade das árvores em absorver ruídos do dia a dia,
o que leva a melhor qualidade de vida do homem. O assunto ganha
corpo ao se pensar nos gargalos enfrentados pela política brasileira.
Todos os anos, milhões de reais são gastos pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) com doenças respiratórias. Um estudo feito em Nova
York mostra que a arborização planejada e eficaz economizaria 8,3
milhões de dólares com saúde.
Em Londrina, o Poder Executivo estima que a cobertura arbórea da
14
cidade esteja em torno de 50% e
propõe o aumento de mais 40% da
área verde. A projeção é fundamentada
em índices publicados por órgãos
internacionais e pela legislação brasileira. Na
ponta do lápis, a área do município é dividida
pelo número da população.
De acordo com a Diretoria Operacional da
Secretaria Municipal do Ambiente (SEMA),
as áreas com deficit de arborização de rua em
Londrina são Vila Brasil, no Centro da cidade;
Conjunto Maria Celina, Jardim Vista Bela e
Conjunto Maria Cecília, região Norte; Jardins
Shangrilá A e B, Bandeirantes, Maracanã e
Olímpico, região Oeste; Jardim San Fernando
e Monte Carlo, região Leste.
Para recompor essa cobertura, a gestão do
prefeito Alexandre Kireeff (PSD) apresentou
à Câmara de vereadores um substitutivo
do projeto de lei do Plano Diretor de
Arborização. A matéria original foi para a
Casa em agosto de 2010, mas dividiu-se
entre vereadores, Prefeitura e Conselho
Municipal da Cidade (CMC) e não teve
sequência. Dois anos depois, em 24 de
novembro de 2012, o Executivo realizou
novembro de 2013 | www.acil.com.br
“É IMPORTANTE QUE O PORTE DAS ÁRVORES SEJA ADEQUADO AO TAMANHO DE CALÇADA E FIAÇÃO ELÉTRICA”
uma audiência
pública sobre o tema,
mas o projeto não
voltou a ser discutido.
Recentemente
ele foi submetido
a tramitação
especial por
integrar os projetos
complementares ao
Plano Diretor.
“Precisamos dar
novas diretrizes,
conceituar, dar regras
e apontar as espécies
que foram pensadas
tecnicamente
para contemplar
Árvores reduzem a temperatura e o as questões das
ruído, trazem qualidade de vida
espécies corretas
para fugir dos conflitos que temos hoje. Inclusive com indicação
de penalizações”, ressalta o secretário municipal do Ambiente,
Cleuber Moraes Brito. As multas serão aplicadas para aqueles que
descumprirem a legislação e irão variar de R$ 500 a R$ 3 mil.
Problemas expostos
Fiscalização, informação e
educação. Este é o tripé relacionado
pela SEMA para superar a ausência
de área verde no município.
“Temos vários aspectos negativos.
Primeiro, a forma de arborizar,
além da escolha de espécies e a
não previsibilidade dos conflitos.
Isso gera conflito na rede elétrica,
problemas nas calçadas e pragas.
É o resultado da falta de diretrizes,
combinada com uma fiscalização
e manutenção ruim”, reconhece
Cleuber Moraes Brito.
Cleuber Moraes: “Precisamos O presidente da ACIL, Flávio
dar novas diretrizes, conceituar, Montenegro Balan, tem
dar regras e apontar as espécies, acompanhado a discussão entre
inclusive com indicação de
penalizações” Executivo e Legislativo, e define
o projeto de lei como utilidade
pública. “O Plano de arborização precisa ser bem aplicado para que as
árvores que estão condenadas não causem danos à vida das pessoas
nas questões climáticas, além de uma poda geral para que as áreas que
servem como dormitório de pombas sejam reduzidas, diminuindo as
fezes, aumentando a iluminação e, consequentemente, a segurança do
Associação Comercial e Industrial de Londrina
local”, exalta.
Por outro lado, a SEMA não
possui atualmente a estrutura necessária
para dar conta do problema. O operacional
da secretaria conta com cerca de seis mil pedidos
de supressão e necessidade de poda não atendidos,
contra 38 servidores para atender a demanda no mesmo
setor. Como se não bastasse, todos os dias a pasta recebe
pelo menos 100 novos pedidos. O número de maquinário
também não colabora. São apenas quatro caminhões.
“A SEMA é a responsável pela implantação, fiscalização
e manutenção da arborização. Já o cidadão precisa de
informação sobre as espécies que ele pode plantar e, ao
mesmo tempo, consciência sobre a sua responsabilidade em
relação às árvores”, afirma o secretário.
Escolha certa
Apesar das vantagens indiscutíveis, o plantio e a presença
de algumas espécies de árvores em determinados pontos
urbanos merece atenção e responsabilidade. As árvores
com raízes mais grossas, por exemplo, podem entrar em
conflito com a tubulação de água, esgoto, telefone ou cabo
de TV, dependendo da profundidade. Outro problema
está relacionado à sua poda. São as raízes grossas que dão
sustentação à espécie e, quando podadas, podem perder o
equilíbrio e cair no primeiro vendaval. Sem falar nas árvores
que possuem a copa desproporcional para a sua localidade,
provocando problemas na rede elétrica, como se evidenciou
no temporal que atingiu Londrina no dia 22 de setembro.
“Muitas espécies são proibidas porque podem causar
danos à infraestrutura, rede de esgoto, água e rede elétrica.
Por isso é importante que o porte dessas árvores seja
adequado ao tamanho de calçada e à fiação elétrica. O
Plano de Arborização aborda itens fundamentais, como
o distanciamento de postes e os espaços corretos para
se plantar as árvores”, explica Paulo Cezar Dolibaina,
biólogo e diretor técnico da SEMA.
Para regiões onde a faixa de calçada está sob a
rede elétrica, a Secretaria Municipal do Ambiente
recomenda o plantio de espécies como a
Quaresmeira, Pata-de-vaca, Resedá e Escova-degarrafa. Já para faixas de calçada sem rede elétrica
são indicadas Alecrim-de-campinas, Ipê, Canelinha
e Oiti.
Serviço: Para evitar problemas, a população pode
entrar em contato com o setor de Áreas Verdes
da SEMA e consultar a melhor espécie para o
plantio. O telefone é o (43) 3372-4750.
15
COMÉRCIO
Situada na região central de Londrina, a rua faz esquina com a Guaporé,
que é considerada referência na prestação de serviços e comércio de peças
automotivas e pede mais atenção em termos de segurança pública
Parafusos, porcas e arruelas. Graxa e óleo
para motor. Oficinas e lojas de peças. Este
cenário predomina nas ruas Araguaia
e Guaporé, que ficam numa região que
engloba parte do Centro e Vila Nova,
logo abaixo da Avenida Leste Oeste.
Conhecida por abrigar botequins de todas
as espécies, além das lojas de peças para
carros, o local que atualmente tem uma
infinidade de estabelecimentos como
padarias, lanchonetes, supermercados,
bancos e academias clama por mais
atenção do poder público.
Um dos pioneiros é o comerciante José
Valter Tumiotto, mais conhecido como
J.Tumiotto, que há 30 anos se instalou
na região. Aos 64 anos, já criou a família
e se tornou referência no sul do Brasil
16
em sistemas de injeção eletrônica e
carburadores para veículos trabalhando
na Rua Araguaia. O temor é que a região
tenha o mesmo destino da Avenida Duque
de Caxias, que passa por um período de
evasão de empresários e lojas.
Ele explica que com o aumento no
movimento e, consequentemente, do
fluxo de veículos, o número de vagas para
estacionar está a cada dia mais concorrido
nos horários de rush. “Eu mesmo resolvi
deixar as vagas na frente da minha loja
para motos. É o que tem mais rotatividade
e dá para atender mais gente”, conta.
Nos anos 80, quando a Guaporé ficou
saturada de lojas de peças para veículos,
a Araguaia se tornou a melhor opção
para novos comércios em virtude da
proximidade de estabelecimentos do
ramo. “Como hoje é muito difícil o
“
Vamos reforçar o
efetivo por lá de
qualquer maneira.
Não basta o cidadão
estar seguro, mas
é necessário que
a sensação de
segurança seja
perceptível,
“
Por Renato Oliveira
Capitão Nelson Villa
novembro de 2013 | www.acil.com.br
REVISTA MERCADO EM FOCO | NOVEMBRO DE 2013
José de Faria: “Nossos vizinhos contam vários
relatos de assaltos. Outro dia a funcionária de uma
loja aqui do lado foi roubada quando ia ao banco.
Até durante o dia os ladrões agem”
trânsito, o comércio está ficando ruim.
É o mesmo que ocorreu com a avenida
Duque de Caxias. Tenho receio que isso
aconteça aqui. O comerciante não vai ter
como ficar aqui e vai mudar para onde o
acesso é mais fácil”, ressalta.
Londrinense de certidão de nascimento,
Tumiotto é filho de um mecânico que
trabalhou a vida toda para a Viação
Garcia. Ele é do tempo que nem asfalto
havia na Araguaia. “Tinha uma série
de bares e uma quadra de bocha. Os
botequins começaram a fechar há uns 10
anos. Os que trabalham na madrugada já
não vendem mais pinga. A maioria é só
lanche”, diz.
Segundo ele, a Guaporé e Araguaia
surgiram como opção de comércio
em Londrina logo depois que a região
da Vila Brasil se consolidou. “São a
terceira e quarta ruas da cidade que se
especializaram em comércio. Só um
tempão depois que veio a Quintino
Bocaiúva, porque era acesso à Nova
Dantzig, que hoje é Cambé”, recorda.
Pioneiro na Guaporé, o proprietário de
autopeças Leonildo Hilário de Paiva está
há 20 anos com as portas abertas no local.
Ele acredita que os políticos e autoridades
não dão o devido valor à região, que é
a maior referência na área automotiva
de Londrina e vizinhança. A falta de
segurança é a principal queixa, mas ele
acha que falta um projeto de revitalização
para o entorno. “O problema é que depois
que a prefeitura fez o pessoal tirar o painel
Associação Comercial e Industrial de Londrina
WWW.ACIL.COM.BR
Leonildo Hilário de Paiva: “O problema é que depois que a
prefeitura fez o pessoal tirar o painel das lojas (Lei Cidade Limpa),
faltou uma reforma em algumas fachadas para revitalizar. Quando
tiraram a maquiagem, mostrou o que estava por baixo”
das lojas, faltou uma reforma em algumas
fachadas para revitalizar. A Sergipe
mesmo passou por isso. Foi feito um
trabalho para melhorar o visual. Quando
tiraram a maquiagem, mostrou o que
estava por baixo”, disse.
Empreendedor
O professor de educação física e
empresário Ricardo França é outro
que apostou no potencial da Araguaia.
Proprietário da primeira academia da
região, ele conta que na época os amigos
acharam uma “loucura” abrir um negócio
onde não havia concorrência e um
monte de loja de peças para veículos há
19 anos. Hoje, o entorno conta com 12
concorrentes.
“Muitos pensam em abrir um negócio
perto de outros comerciantes para
disputar os clientes. Eu não. E eu
considero aqui, pelo foco comercial,
como uma avenida Paraná ou rua Sergipe.
É difícil encontrar casas na rua Araguaia.
A maioria se transformou em um ponto
comercial”, observa.
Para França, o entorno da Araguaia é
uma região considerada central, mas com
características de bairro. Muitas casas de
madeira foram demolidas e deram lugar
a construções de alvenaria. No futuro,
ele acredita que possa até se verticalizar
devido à proximidade com o centro.
“Há pessoas que compraram imóvel na
região por ter características de bairro
mesmo estando na área central. Muitos
comerciantes e empresários que são
clientes da academia contam isso”, diz.
Em quase 20 anos, a lição que França
tira é a transformação pela qual a região
passou. Da alta concentração de botecos
e oficinas, hoje é possível observar um
mosaico de padarias e lanchonetes,
bancos e supermercados, academias
e lojas de roupas, etc. “Aqui tem uma
diversidade grande de comércios. Para
que os comerciantes sejam estimulados
a investir no seu imóvel, seja ele alugado
ou não, é fundamental a ação do poder
público. Isso vai animar o comerciante na
hora de investir”, opina.
A maioria dos comerciantes da região
reclama da falta de policiamento
preventivo durante o dia e parte da noite.
Os assaltos são constantes. Uma casa
lotérica, que abriu na Araguaia há seis
meses, não aguentou um mês e fechou as
portas. Depois de três assaltos em uma
semana, o comerciante resolveu se mudar
da região.
O proprietário de autopeças José de Faria,
que está há três anos na região, nunca foi
visitado por bandidos, mas já presenciou
por diversas vezes as ações deles. “Nossos
vizinhos contam vários relatos de assaltos.
Outro dia a funcionária de uma loja aqui
do lado foi roubada quando ia ao banco.
Até durante o dia os ladrões agem”, diz.
No ano passado, Faria enviou um pedido
à Guarda Municipal para a instalação
17
Ricardo França: “Muitos pensam em abrir um
negócio perto de outros comerciantes para
disputar os clientes. Eu não. E eu considero
aqui, pelo foco comercial, como uma avenida
Paraná ou rua Sergipe”
de uma câmera de segurança na esquina
da Araguaia com a Guaporé. Até agora
o pedido não foi atendido. Outra
reivindicação é pela revitalização da região,
assim como ocorreu com a rua Sergipe.
“Do meu ponto de vista essa região é
meio esquecida pelas autoridades. Falta
limpeza nas ruas. Quando a lei Cidade
Limpa, que tirou as placas das fachadas,
fez o pessoal tirar as placas, faltou algum
apoio na hora de reformar a frente das
lojas. Eles precisam olhar mais para essa
região que hoje é um centro comercial.”
Ricardo França analisa que a segurança já
foi mais precária e melhorou depois que
moradores e comerciantes do entorno
reclamaram junto a Polícia Militar.
No entanto, como sua academia fica
aberta até a meia noite, seria necessário
reforçar o policiamento em horário
noturno. “Escuto falar muito de assaltos
esporádicos. São muitos comércios
abertos a noite. Têm outros comércios
como padarias e lanchonetes que também
funcionam até mais tarde. E com certeza
deve ter comércio que fecha mais cedo
justamente por medo de assalto”, diz.
PM e GM
O oficial de comunicação da Polícia
Militar (PM) de Londrina, capitão
Nelson Villa, afirma que o policiamento
é intenso e feito diariamente. Ele diz que
como o local é movimentado, pode ser
“que a população não perceba”. “Quando
ocorrem delitos a resposta é rápida, pois
temos patrulhamento na avenida LesteOeste. A 5ª Companhia de Trânsito
fica nas imediações (Vila Portuguesa)
e o deslocamento leva menos de cinco
minutos”, defende.
Ele afirma que o maior problema para o
policiamento do entorno da Guaporé e
Araguaia é a falta de um ponto estratégico
para posicionar as viaturas. “Mas vamos
reforçar o efetivo por lá de qualquer
maneira. Não basta o cidadão estar
seguro, mas é necessário que a sensação
de segurança seja perceptível”, comenta.
De acordo com o secretário de Defesa
Social de Londrina, coronel Rubens
Guimarães, nenhuma solicitação de
instalação de câmeras de segurança que
são monitoradas pela Guarda Municipal
(GM) havia sido registrado na esquina
da Araguaia com Guaporé. No entanto,
ele acredita que seja sim necessária a
presença do equipamento, pois a região
é considerada também rota de fuga de
assaltos na região central. “Na nova leva
de câmeras vamos incluir a solicitação
dos comerciantes e acho possível atender.”
TECNOLOGIA
Associação Comercial e Industrial de Londrina
19
Por Maria Eduarda Oliveira
No encerramento da Semana do
Empreendedor Digital (SED), realizada
na ACIL em outubro, o aplicativo Cidade
na Vitrine foi apresentado a profissionais
de marketing e tecnologia. A partir de
dezembro, consumidores de Londrina
poderão acessar via smartphone informações
sobre produtos, serviços, lojas e promoções
sem precisar sair de casa. Segundo o diretor
de Relações Internacionais da entidade,
Brasílio Armando Fonseca, a ideia do
programa surgiu da vontade de modernizar o
comércio e valorizar os associados da ACIL:
“Queríamos fazer algo que fortalecesse a
nossa Associação. Também pensamos que
devemos valorizar as tecnologias disponíveis
atualmente.”
O aplicativo Cidade na Vitrine tem como
objetivo principal divulgar os produtos e
serviços de Londrina e trazer mais facilidade
para todos os consumidores da região.
Segundo Diego Menão, superintendente da
ACIL, o aplicativo rompe paradigmas. “É um
projeto ousado, que estabelece uma outra
forma de interagir com os consumidores.”
Menão aponta que a principal vantagem
da nova ferramenta é que ela permitirá
que os consumidores tenham acesso aos
produtos das empresas associadas a qualquer
momento e ainda tenham informações
extras. “Os consumidores terão informações
que os auxiliarão, tais como: acesso ao
estabelecimento, promoções, empresas
conveniadas, entre outras funções.”
O aplicativo estará disponível para todos
os consumidores no dia 1° de dezembro.
Na data, também entrará no ar um portal
(site) que terá as mesmas funções do
aplicativo. Marco Quinelato, desenvolvedor
do aplicativo junto com seu sócio Wladimir
Barros, ambos da empresa BQ Tecnologia,
lembra que o programa é extenso e que mais
atualizações serão feitas ao longo do tempo.
Primeiros passos
Para dezembro, o aplicativo oferecerá as
seguintes funções:
- Pesquisa de produtos e serviços (ficará
disponível aos consumidores a pesquisa
de produtos ou serviços, por exemplo, se
20
Wladimir Barros e Marco Quinelato, da empresa BQ Tecnologia, responsáveis pelo
desenvolvimento do aplicativo
você procura por uma televisão, todas as
lojas associadas que vendem a televisão
aparecerão em uma lista. No caso de serviços,
se procura um restaurante self-service, acha
os associados que oferecem tal serviço);
- Acesso às ofertas de produtos e serviços
disponibilizados pelas empresas (no
caso de lojas ou empresas de serviços
estarem fazendo alguma promoção,
elas serão disponibilizadas no portal e
no aplicativo para que o consumidor
fique sabendo por quanto os produtos
ou serviços estão sendo ofertados);
- Pesquisa de empresas associadas
(todas as empresas associadas à ACIL
estarão disponíveis para consulta no
aplicativo – com dados como endereço
e produtos ou serviços oferecidos);
- Localização das empresas por GPS (se
o consumidor precisa chegar até o local
e não sabe como, ele poderá traçar uma
rota por GPS para chegar até o local –
ou mesmo seguir as coordenadas a pé);
- Visualização de empresas conveniadas
(caso a loja ou empresa tenha convênio
com estacionamentos, por exemplo);
- Criação de listas de desejos (se o
consumidor gostou de algum produto ou
serviço, pode acrescentá-lo a sua lista de
desejos para ver posteriormente. A lista
de desejos será armazenada em nuvem,
ou seja, on-line, não deixando aberta a
possibilidade de perder os dados).
O aplicativo será gratuito e todos os
consumidores que o baixarem terão acesso
a todas as suas funções, sem restrição.
Associados interessados devem entrar em
contato com a entidade (3374-3000).
QR-Code
Outro recurso disponível no aplicativo
é o leitor de QR-Code. Wladimir Barros
explica que o QR-Code é uma espécie de
código de barras bidimensional, que pode
ser capturado e traduzido por meio dos
smartphones.
Segundo Barros, o QR-Code tem
como função armazenar vários tipos
de informações. “Ele armazena textos,
dados pessoais, imagens, cartões de
visitas e sites”. As lojas e empresas
associadas da ACIL terão o QR-Code
adesivados em suas vitrines ou portas
para que os consumidores possam utilizar
seus smartphones para o traduzirem e
baixarem o aplicativo Cidade na Vitrine.
Pela captura do QR-Code, após baixar
o aplicativo pela primeira vez, os
consumidores poderão visualizar a
Vitrine Virtual de cada loja. Nela estarão
disponíveis os produtos que a loja
comercializa, seus preços e também as
possíveis promoções que estão sendo
feitas. No caso de empresas de serviços,
será disponibilizado para o consumidor
o cartão de visitas com nome, endereço e
novembro de 2013 | www.acil.com.br
O “CIDADE NA VITRINE” IRÁ MODERNIZAR O COMÉRCIO E VALORIZAR OS ASSOCIADOS
Consumidor está
conectado
Os smartphones (celulares inteligentes) estão
mudando o comportamento do consumidor.
Em restaurantes, shoppings, filas e praças já
é cena comum pessoas não olhando mais ao
seu redor, tendo a visão focada somente em
seus celulares. Segundo dados da IDC Brasil,
o segundo trimestre de 2013 foi expoente
para a venda de smartphones, que cresceram
110%, e os celulares tradicionais tiveram uma
diminuição de 35%. Do total de 8,3 milhões
de smartphones vendidos neste período, 90%
são dispositivos com o sistema operacional
Android.
Segundo pesquisas, a decisão de compra
dos consumidores atuais é alterada por
meio do uso dos smartphones. Quando
o cliente vê algo em alguma vitrine, ele
pesquisa automaticamente em seu celular
para saber se existe algum produto que tem
o preço menor sendo disponibilizado e o
aplicativo Cidade na Vitrine já mostrará
estes melhores preços.
De acordo com Barros, a principal função
do aplicativo é trazer a comodidade para o
consumidor, que poderá ter acesso a tudo
no momento em que desejar e onde estiver.
“Ele não precisa estar na rua, andando,
parado em frente a uma vitrine para ver
as ofertas do dia, ou o que quer ou não
comprar. O cliente pode capturar a vitrine
e analisá-la em casa, em um momento
mais calmo de seu dia. Depois que decidir,
pode ver como chegar na loja através do
GPS, saber como está o transito, saber em
qual estacionamento vai parar, sem perder
tempo nenhum.”
Segundo Menão, o aplicativo torna a cidade
mais moderna e a deixa em consonância
com os consumidores, que estão se
modernizando cada vez mais. “Queremos
colocar o setor de comércio e serviços
de Londrina de forma mais acessível às
pessoas. Esperamos que todo londrinense e
morador da região que tenha esta tecnologia
em seu celular possa usar o aplicativo para
decidir suas compras”. O sistema básico
do aplicativo ficará disponível a todos os
associados da ACIL.
Para Dezembro, estará disponível o
Portal e a versão Android do Cidade na
Vitrine. As versões iOS e Windows Phone
serão lançadas no primeiro trimestre do
próximo ano. Em janeiro de 2014 também
será realizada a integração do Cidade na
Vitrine com o Facebook. Os consumidores
poderão compartilhar as listas de desejos
com amigos, criar listas em conjunto, curtir
algum produto ou serviço e compartilhar as
vitrines com amigos.
“
O consumidor
não precisa estar
na rua, andando,
parado em frente
a uma vitrine para
ver as ofertas do
dia, ou o que quer
ou não comprar.
O cliente pode
capturar a vitrine
e analisá-la em
casa, em um
momento mais
calmo de seu
dia. Depois que
decidir, pode ver
como chegar na
loja através do
GPS, saber como
está o transito,
saber em qual
estacionamento
vai parar, sem
perder tempo
nenhum
“
telefone. Barros explica que “o prestador
de serviços não precisará mais ter o seu
cartão de visitas em papel, somente um
com o QR-Code. Este código pode ser
apresentado para o cliente que, na hora,
já pode escaneá-lo e armazenar todas as
informações do prestador em sua nuvem,
não perdendo nunca as informações”.
Wladimir Barros
Brasílio Fonseca: “Queríamos fazer algo que fortalecesse a
nossa Associação. Também pensamos que devemos valorizar as
tecnologias disponíveis atualmente”
Associação Comercial e Industrial de Londrina
21
MISSÃO
EMPRESARIAL
CANADÁ:
O FUTURO PASSA POR LÁ
ASSIM É O
CANADÁ
Capital: Ottawa
Cidade mais populosa: Toronto
Línguas oficiais: inglês e francês
Governo: democracia parlamentar
Governador-geral: David Johnston
Primeiro-ministro: Stephen Harper
Divisão política: 10 províncias e 2
territórios
Área territorial: 9 984 670 km² (2.º)
População (2010): 34 019 0003 hab.
(36.º)
Densidade: 3,2 hab./km² (228.º)
PIB per capita: US$ 51 1475
(10.º)
IDH (2012): 00,911 (11.º) – muito
elevado
“Ó Canadá, nós ficamos de guarda para vós!”
(Hino Nacional Canadense)
ACIL participa de missão empresarial e conhece exemplos de
desenvolvimento e inovação de um país que deu certo
22
novembro de 2013 | www.acil.com.br
O CANADÁ SE TORNOU REFERÊNCIA MUNDIAL NAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
Por Paulo Briguet
O caminho de Londrina para o Canadá
começou no dia 29 de maio de 2013, quando
o cônsul-geral canadense, Stéphane Larue,
visitou a cidade e recebeu um presente das
mãos do vice-presidente da ACIL, Luiz
Carlos Adati. O souvenir consistia numa
garrafinha cheia de terra vermelha e grãos
de café. Adati leu uma mensagem ao cônsul:
“Mesmo com toda a diversidade de nossa
economia, o café e a terra continuam sendo
a nossa identidade. Essa terra foi revolvida e
trabalhada por nossos pioneiros. Representa
a base ética, a fecundidade, o sangue e o
coração de nossa gente. Leve um pedacinho
da nossa terra, senhor cônsul – e assim não
esquecerá Londrina.”
O cônsul não esqueceu. Quatro meses depois
da visita de Stéphane Larue, o vice-presidente
Adati e mais 15 lideranças do Norte
paranaense foram convidados a visitar o
Canadá em missão empresarial. A missão ao
Canadá foi realizada de 21 a 28 de setembro
e contemplou as cidades de Ottawa, SaintHyacinthe, Montreal e Toronto.
Após a viagem, restou provado que Paraná e
Canadá não são apenas nomes que rimam;
podem ser também grandes parceiros de
cooperação econômica, social e cultural – e
até mesmo no aperfeiçoamento da gestão
pública. “As sementes foram lançadas, vamos
agora trabalhar para que os frutos sejam
colhidos em breve”, afirmou Adati.
Inovação e
pesquisa para uma
vida melhor
“Desde o primeiro momento da viagem
começamos a perceber porque o Canadá é
um país altamente desenvolvido e um dos
melhores lugares para se viver no mundo”,
comenta o vice-presidente da ACIL. No
Canadá, as pequenas empresas têm até 100
funcionários, representam 90% da força
de trabalho e 39% do PIB nacional. Os
maiores desafios são o acesso ao crédito e
ao mercado, porque o país tem uma grande
área geográfica e uma pequena população
consumidora, concentrada ao Sul, perto da
fronteira com os EUA.
Associação Comercial e Industrial de Londrina
Em Ottawa, a capital do país, o grupo
paranaense conheceu o National Research
Council (Conselho Nacional de Pesquisa),
centro canadense para inovação industrial,
cuja principal missão é aumentar a
produtividade e a competitividade das
pequenas empresas canadenses.
A Carleton University, também situada
em Ottawa, prioriza a inovação e o apoio
ao empreendedorismo. A exemplo de
todas as universidades canadenses,
o ensino da Carleton é público, mas
pago. Ali há programas como o TIM
(Technology Innovation Management),
que estimula pesquisas universitárias para
o desenvolvimento da economia local. “O
programa é focado em tecnologia para
resolução de problemas reais da sociedade”,
diz o professor Charles Vezozzo, decano
da PUC-PR em Londrina, que fez parte da
comitiva paranaense. As empresas apoiadas
pelo TIM têm o desafio de criar no mínimo
seis empregos e atingir o faturamento de 1
milhão de dólares canadenses em até três
anos.
Após a grande crise financeira de 2008
– que atingiu seriamente o Canadá –, os
pesquisadores da Carleton concluíram que
no futuro a competição não se daria mais
entre empresas, mas entre ecossistemas. O
3CI (Centro de Carleton para a Inovação
Comunitária), também com base na
Carleton University, atua exatamente para
fortalecer os ecossistemas produtivos locais,
congregando líderes comunitários, políticos,
empresários, sindicalistas e pesquisadores
que produzem conhecimento em busca
de uma vida melhor para os cidadãos. “O
3CI avalia microcrédito para iniciativas de
interesse comunitário e com alto impacto
social”, afirma o presidente do Sinduscon
Londrina, Gerson Guariente Júnior.
Em Londrina, a Codel e a ACIL pretendem
criar agência de desenvolvimento econômico
– e encontraram no Canadá um interessante
modelo: a Ottawa Invest, organização
do terceiro setor voltada à criação de
empregos e atração de investimentos. Com
foco em setores estratégicos – ciências da
vida, energia verde, mídia digital, cinema
e televisão –, a Ottawa Invest incuba 200
empresas e seus gestores demonstraram
grande interesse em estabelecer parceria
com o Brasil, especialmente na área de TI.
A entidade é subsidiada pela província de
Ontário, mas o governo não tem controle
sobre seu funcionamento, sendo apenas um
parceiro. “No Canadá, ficou bastante claro
que as políticas públicas são voltadas para o
desenvolvimento econômico, e não para o
assistencialismo”, avalia o diretor da Codel,
Bruno Veronesi, representante da Prefeitura
de Londrina na Missão Canadá.
Parque
tecnológico, berço
do futuro
Com 8 milhões de habitantes, Quebec é
a maior província canadense e representa
cerca de 20% da economia do país. Montreal
é a mais importante cidade dessa região de
23
Joia da coroa
no setor
agroalimentar
Saint-Hyacinthe, localizada perto de
Montreal, é uma pequena cidade que
desenvolve grandes projetos. Polo
tecnológico reconhecido mundialmente,
Saint-Hyacinthe sedia algumas das
principais empresas canadenses do setor
agroalimentar. Com 1.400 fazendas
de plantações e rebanhos, a região
conta com mais de 150 instituições de
pesquisa, intercâmbio tecnológico e
agroindústrias. Há dez anos funciona
na cidade um parque tecnológico
voltado exclusivamente à indústria
agroalimentar – o único com essas
características na América do Norte.
Um das “joias da coroa” em SaintHyacinthe é o Instituto de Tecnologia
Agroalimentar (ITA), colégio de
formação técnica de 2º grau que
24
trabalha de forma integrada com
empresas locais. Com mil estudantes e
150 professores, o ITA dispõe de duas
escolas agrícolas, complexo de estufas,
viveiros, parque de maquinaria, jardim
florestal, fábricas-piloto, laboratórios,
incubadora bioalimentar e centro
equestre. Todos os alunos formados
pelo ITA já saem empregados ao final
do curso. “E o mais surpreendente é
que não se trata de uma universidade,
mas de uma escola técnica”, comenta
o presidente do Sinduscon Londrina,
Gerson
Guariente
Júnior.
Uma
curiosidade: a cidade é governada há 21
anos pelo mesmo prefeito, o simpático
sr. Claude Bernier.
PPPs: uma solução
inteligente
Nos últimos anos, o Canadá se tornou
uma referência mundial nas parcerias
público-privadas – as PPPs. Sediado
em Toronto, a maior cidade do país,
o Conselho Canadense de Parcerias
Público-Privadas é uma entidade
do terceiro setor, apartidária e sem
fins lucrativos. Fundado em 1993, já
desenvolveu 205 projetos que totalizam
62 bilhões de dólares canadenses em
investimentos. O Canadá tem PPPs em
áreas tão diversas quanto transporte,
energia, serviços públicos, educação,
saúde, cultura, justiça e meio ambiente.
As PPPs canadenses indicam uma
solução inovadora para grandes
gargalos da sociedade contemporânea:
o déficit da infraestrutura pública e a
baixa capacidade de investimento dos
governos. Com um arcabouço legal bem
fundamentado, é possível que a iniciativa
privada construa prédios públicos,
hospitais, centros culturais, rodovias,
pontes e outras obras de interesse
comunitário. “É importante destacar que
o controle dessas estruturas continua
pertencendo ao governo, portanto não
se trata de uma privatização”, observa
Heverson Feliciano, do Sebrae. “Com
regras claras e transparência, todos
podem ganhar com essas parcerias”,
complementa.
Amizade e
trabalho: o começo
de uma história
Quando o cônsul canadense Stéphane
Larue recebeu a garrafinha com a
terra vermelha e os grãos de café,
todos perceberam que o diplomata se
emocionou. Na ocasião, Larue disse: “Vou
colocar este presente no meu gabinete de
trabalho e mostrá-lo a todos para dizer:
Aqui está o futuro do Brasil!”
Seis meses depois daquele acontecimento,
é possível dizer, com todas as letras,
que Londrina e o Canadá começaram
a escrever juntos uma bela história de
amizade e trabalho. As sementes foram
plantadas.
“
A Missão Canadá
foi ao mesmo
tempo necessária,
estratégica e
enriquecedora.
Necessária, porque
abriu caminho para
parcerias econômicas,
acadêmicas e
culturais. Estratégica,
porque nos fez
conhecer excelentes
modelos de
desenvolvimento
aplicáveis a Londrina.
Enriquecedora,
porque ampliou
os nossos
conhecimentos
sobre a atividade
empresarial e a
gestão pública,
“
fala francesa. O setor aeroespacial representa
mais de 50% da economia da província,
graças à presença da companhia Bombardier.
Ciente da importância estratégica do setor, o
governo de Quebec investe 2,41% do PIB em
pesquisa e inovação tecnológica, possuindo
inclusive um ministério específico para essa
finalidade.
O Parque Tecnológico de Montreal, com
26 anos de existência, é um dos pilares do
desenvolvimento da região. Financiado em
parceria pelo governo de Quebec e a prefeitura
de Montreal, o parque é administrado
por uma organização sem fins lucrativos
e reúne empresas de 34 países (inclusive o
Brasil). Um dos critérios para a instalação
de empresas é que 30% dos investimentos
sejam voltados para tecnologias limpas
(não-poluentes). A maioria das empresas
sediadas no parque são pequenas, com até
10 funcionários. Como sempre acontece
no Canadá, existe uma definição bastante
clara dos focos para investimentos: setor
aeroespacial, TI, tecnologias limpas e ciências
da vida. “Em todos os lugares que visitamos,
existem focos estratégicos para as políticas
de desenvolvimento”, afirma o gerente do
Sebrae em Londrina, Heverson Feliciano.
Flávio Montenegro Balan,
presidente da ACIL
novembro de 2013 | www.acil.com.br
ÀS PRESSAS, CÂMARA APROVA
APORTE PARA A CMTU
Segundo a companhia, o repasse de R$ 10,8 milhões da
administração direta garante a continuidade de serviços,
como varrição e coleta de lixo
Por Susan Naime
Os vereadores aprovaram o projeto
282/2013 que autoriza o Executivo a
realizar o aporte de recursos no valor
de R$ 10,8 milhões para o Fundo
de Urbanização de Londrina (FUL),
administrado pela Companhia Municipal
de Trânsito e Urbanização (CMTU). A
matéria foi tramitada em urgência após
apelo do Executivo.
Segundo o presidente do órgão, Carlos
Alberto Geirinhas, os recursos permitirão
o pagamento, até dezembro, da coleta de
lixo, coleta seletiva, varrição, além de
novos contratos para a capina, roçagem
e o recolhimento de entulhos. “Milagres
ninguém faz. Se não fizermos o aporte,
os serviços em Londrina param. Alguns
no mês de setembro já não foram pagos”,
desabafa.
Inicialmente, o orçamento aprovado
à companhia para 2013 era de R$ 55
milhões. No entanto, segundo Geirinhas,
pelo menos R$ 5,6 milhões foram
retirados e repassados a outras secretarias.
Além disso, a CMTU esperava arrecadar
R$ 19 milhões com a taxa da coleta do
lixo, o que não deve acontecer. “Vamos
recolher cerca de R$ 5 milhões a menos”,
revela o presidente.
Mais um deixa o PP
O vereador Marcos Belinati deixou o
Partido Progressista (PP) para se filiar
ao Partido Republicano da Ordem
Social (PROS). No Paraná, a legenda é
comandada pela deputada federal Cida
Borghetti, esposa de Ricardo Barros,
presidente do PP no Estado. No início de
Associação Comercial e Industrial de Londrina
outubro, Sandra Graça também anunciou
a sua saída do PP. A vereadora migrou
para o Solidariedade (SDD), capitaneado
pelo deputado estadual de São Paulo
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da
Força Sindical. A legisladora informou
que o cenário político em Londrina
culminou para a mudança.
Sem mágoa
Segundo Marcos Belinati, a saída do
PP aconteceu sem mágoa ou qualquer
outro desacordo. O convite teria como
principal objetivo ajudar a construir o
diretório municipal do PROS. “Sempre
tive excelentes relacionamentos com
a legenda PP. Houve apenas a vontade
de auxiliar o PROS em Londrina. Não
sou candidato a nada no ano que vem,
não há qualquer pretensão política.
Espero dar a minha contribuição a esse
partido que está surgindo”, explica.
Diversidade de Partidos
Agora, o único representante do
Partido Progressista na Câmara de
Londrina é Jamil Janene. As recentes
trocas de legendas fez aumentar a
representatividade na Casa. Apenas três
partidos ficaram com dois vereadores
cada um – PDT, PSDB e PTB. No total,
são 16 partidos para 19 vereadores,
exatamente a metade dos 32 constituídos
no Brasil.
Câmara terá comissão para acompanhar
trabalhos da CPI do Pedágio
Os vereadores aprovaram a criação de uma
Comissão Especial de Acompanhamento
da CPI do Pedágio para acompanhar os
trabalhos da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) instalada pela Assembleia
Legislativa do Estado. O requerimento foi
proposto pelo vereador Professor Fabinho
(PPS). A Comissão deverá exercer seus
trabalhos por tempo indeterminado.
A CPI do Pedágio tem a função de
investigar as licitações e contratos do
governo estadual com as concessionárias
das rodovias paranaenses.
Puxão de orelha
No último mês o presidente da Câmara,
Rony Alves (PTB), precisou dar um
puxão de orelha nos vereadores de
Londrina. Durante reunião de portas
fechadas, a bronca foi dada devido a
algumas discussões acaloradas que foram
protagonizadas em Plenário. Em um
único dia foram dois atritos. O primeiro
foi entre Rony Alves e Jamil Janene
(PP). Já o segundo aconteceu no apagar
das luzes, entre Mário Takahashi (PV)
e Sandra Graça (SDD), quando apenas
vereadores e assessores estavam na Casa.
Alves garantiu que a Mesa Executiva não
permitirá agressões e cinismo de um
vereador com o outro.
Flores para homenagens
A Câmara de Londrina quer embelezar
um pouco mais o plenário durante
as festividades e homenagens que
acontecerem na Casa. Para isso, lançou
um edital de licitação, na modalidade
pregão presencial, para registro de preços.
O teto estipulado é de até R$ 16,2 mil para
“eventual aquisição de arranjos de flores
para decoração”.
25
GESTÃO
Paulo Muller e Tiago Chaves: “A ACIL tem uma grande força em Londrina, é um modelo e uma referência para toda a comunidade”
90 DIAS QUE MUDARAM A ACIL
Trabalho de consultoria realizado por Paulo Müller e Tiago Chaves tem impacto
direto na eficiência e na força da entidade. Quem ganha com isso é o associado
Por Paulo Briguet
Quando os consultores Paulo Müller e Tiago
Chaves subiram as escadas da ACIL, leram
uma frase escrita na placa: “A casa é sua”. Em
pouquíssimo tempo, eles descobririam que
a mensagem não era mero formalismo ou
gentileza, mas a expressão de uma verdade
profunda. Foram tão bem recebidos pela
equipe que Paulo fotografou a placa de
entrada em seu celular. Data da fotografia: 9
de julho. Data de chegada dos consultores: 8
de julho.
Com ampla experiência em consultoria
empresarial e conhecedores do ideal
associativista, os sócios-proprietários da
PRO-CD Consult, de Curitiba, chegaram
a Londrina com a missão de aperfeiçoar
26
os métodos gerenciais e administrativos
da ACIL. Fizeram mais: tornaram-se
personagens ativos de uma história que já
dura 76 anos – e se confunde com a história
do desenvolvimento da cidade, da região,
do Paraná. Tiago e Paulo ficaram 90 dias
trabalhando na entidade. Com a entidade.
Pela entidade. Isso significa: por você,
associado da ACIL.
Semeando o
conhecimento
“Hoje você vê a flor. Agradeça a
semente de ontem.” A frase do
fotógrafo e agricultor londrinense
Haruo Ohara (1909-1999) aplica-se
com perfeição ao trabalho realizado
pela dupla de consultores. As sementes
que eles lançaram nestes três meses
continuarão frutificando e florescendo
por um tempo muito maior. Aos 43
anos, Paulo Müller afirma que uma
consultoria, se bem-feita, não acaba
quando os consultores vão embora.
“Nosso maior objetivo é a formação
da base de conhecimento. Esse é o
legado que nós pretendemos deixar
nas empresas e organizações com que
trabalhamos.”
A formação da base de conhecimento
é um legado que a consultoria deixa
– não para as ferramentas, mas
para as pessoas que constituem a
essência de toda organização humana.
novembro de 2013 | www.acil.com.br
“PARA SER UMA ENTIDADE FORTE, NÓS PRECISAMOS SER UMA EMPRESA FORTE”
Paulo Müller
“Ferramenta a gente substitui com
relativa facilidade. Mas substituir
pessoas capacitadas não é fácil. Por
isso nosso trabalho é voltado para a
formação”, explica Tiago.
Quando chegaram à ACIL, Tiago
e Paulo avaliaram a ferramenta
administrativa da entidade – o sistema
de gestão Supera. E levaram poucos
dias para concluir que o sistema é
bom. O desafio dos consultores não
foi substituir, mas, sim, aproveitar ao
máximo a capacidade do sistema e da
equipe ACIL. “É possível fazer mais, em
menos tempo, com maior eficiência,
sem precisar explorar ninguém”, define
Paulo. Não se trata, portanto, de uma
consultoria puramente de sistemas
ou puramente de processos, mas uma
consultoria de aplicação – algo que se
encontra na exata fronteira entre teoria
e prática, tática e estratégia, trabalho e
resultado.
A fotografia de um
novo tempo
Tiago Chaves chegou à ACIL
exatamente no dia de seu aniversário
de 33 anos. No dia seguinte, Paulo fez
a foto da placa de entrada. De certa
maneira, esses dois fatos representam
aspectos fundamentais do trabalho por
eles realizado: iniciar um novo tempo
na ACIL e oferecer uma visão em
Associação Comercial e Industrial de Londrina
A mudança que
já acontece
Há a ACIL empresa e há a ACIL
entidade. Ambas se complementam e
se fortalecem mutuamente. Quando
a consultoria promove melhorias
no sistema de contas ou elabora
um
manual
de
procedimentos
para a equipe de colaboradores, as
informações que circulam dentro da
entidade se tornam muito mais claras,
precisas e confiáveis. Ao perguntarmos
qual “será” a mudança mais importante
na ACIL depois da consultoria, Paulo
Müller corrige: “A mudança não será.
A mudança é. Já está sendo!” Isso quer
dizer que os associados começam a
sentir uma ACIL mais presente e mais
eficiente a partir de agora. Eficiência
que se vê em diversos produtos e
serviços da entidade: campanhas
comerciais,
SPC,
certificação
digital, cursos, palestras, eventos de
capacitação, Fácil Imobiliário, Núcleo
de Desenvolvimento Empresarial,
Sociedade Garantidora de Crédito,
convênios,
Programa
Compras
Londrina, revista Mercado em Foco,
Portal ACIL...
Depois de 90 dias trabalhando com a
ACIL, Paulo e Tiago sabem, agora com
certeza, que já são da casa. “Só o fato de
você ter uma entidade de 76 anos numa
cidade de 79 já diz muita coisa. A ACIL
tem uma grande força em Londrina,
é um modelo e uma referência para
toda a comunidade”, diz Tiago. “Aqui
encontramos profissionais e diretores
abertos a novas ideias, dispostos a
mudar e melhorar suas práticas. Gente
que ama o que faz”, comenta Paulo.
Certo dia, quando Paulo fazia as malas
para mais uma viagem de consultoria,
o filho pequeno lhe perguntou: “Pai, o
que é um consultor?” Paulo pensou por
um momento e respondeu: “Consultor
é um professor de trabalho”. Professor,
como dizia Guimarães Rosa, é a pessoa
que ensina e, de repente, aprende.
Os consultores que passaram 90 dias
na ACIL aprenderam que agora eles
também são o Paulo e o Tiago da ACIL.
“
Ferramenta a gente
substitui com relativa
facilidade. Mas
substituir pessoas
capacitadas não é
fácil. Por isso nosso
trabalho é voltado
para a formação
“
“
“
Nosso maior objetivo
é a formação da base
de conhecimento.
Esse é o legado que
nós pretendemos
deixar nas empresas e
organizações com que
trabalhamos
perspectiva da entidade.
A partir de uma reestruturação
do departamento administrativofinanceiro, os consultores procuraram
criar uma base sólida e segura para
todas as atividades da ACIL – algo
como “a casa construída sobre a pedra”,
de que falam os Evangelhos. “Se a base
é forte, o prédio é alto. E o prédio alto,
para a ACIL, é o desenvolvimento dos
profissionais e da organização. Em
consequência, o desenvolvimento da
cidade”, analisa Paulo. “Não estamos
falando de um prédio físico, mas de um
conjunto de pessoas, de um organismo
vivo, da história das pessoas que
ajudaram a construir a entidade.”
A gerente administrativa da ACIL,
Elisângela Andrade, foi a grande
parceira de Paulo e Tiago nestes 90
dias de aperfeiçoamento. Feliz com
os resultados já visíveis, ela observa:
“Para ser uma entidade forte, nós
precisamos ser uma empresa forte.
O que éramos há alguns anos, não
somos mais hoje. O mundo passa por
mudanças muito aceleradas e a ACIL
precisa garantir maior competitividade
aos seus associados”.
Tiago Chaves
27
EMPREENDEDORISMO
Por Fernanda Bressan
Quando pensamos em inovação, em
um novo negócio, lembramos logo de
tecnologia, novos produtos, criação. Mas
o que dizer quando a novidade volta ao
passado com sabor de bolo de fubá, laranja,
cenoura e coco? Pois é, esse foi o caminho
escolhido por dois empresários de Londrina
para 2013. Eles abriram um negócio com
foco nos bolos caseiros e não se arrependem
de ter resgatado o sabor dos tempos da vovó.
“Bolos sempre foram uma referência da
família, minhas avós e minha mãe eram
boleiras em casa. Há uns dois anos surgiu
a ideia de transformar bolos em negócio,
fui amadurecendo, pesquisando, vi que
tinha em São Paulo e em janeiro inaugurei a
loja”, diz Gustavo Domingues, proprietário
do Bolos da Vovó Maria. Nesses 9 meses
a produção saltou de 30, 40 bolos diários
para cerca de 150. “Os bolos são simples,
mas a vida não é mais simples, as pessoas
não fazem mais bolo em casa e agora
descobriram que podem ter esse bolo para
tomar o café da tarde”, resume o empresário.
Esse resgate ao passado foi um caminho
percebido pelo também empresário Luiz
Carlos Santi, do Bolos do Frade, que em
breve se chamará Bolos do Santo Frei.
Professor de marketing por 20 anos,
ele trocou a sala de aula pelo negócio,
aproveitando todo o conhecimento
teórico que tem. “Existe uma tendência no
comportamento do consumidor de buscar
qualidade de vida, de sair da cidade grande e
ir para o interior, de plantar horta no fundo
de casa e ter mais tempo com a família.
Nossos pais tinham isso, mas nós perdemos
em algum momento. Agora cansamos da
overdose e queremos sossego”, analisa.
Nessa volta ao que foi perdido, os bolos
caseiros foram percebidos como um filão
a ser explorado. Afinal, quem não gosta de
um bolinho quentinho? “A ideia foi trazer
a opção de um bolo para comer com café,
mas com criatividade. Assim temos o limão
siciliano que podemos colocar amora, o
bolo de laranja pode ganhar castanhas”, cita
Santi.
O empresário não se resumiu às receitas,
mas criou todo um ambiente propício
para encantar. “Precisamos oferecer a
experiência completa de compra que inclui
28
novembro de 2013 | www.acil.com.br
“A EMPRESA NÃO PODE PARAR NO TEMPO, TEM QUE RESPIRAR E PULSAR JUNTO COM O MERCADO”
trabalhar os 5 sentidos. Isso envolve ter uma
música ambiente agradável aos ouvidos,
tem a sensação olfativa do bolo sendo
assado, a tátil que o cliente experimenta
ao tocar o bolo, a visual com os móveis e
decoração. Assim o cliente chega e se sente
acolhido”, ensina. Aliás, esse conhecimento
ele afirma ter passado a todos os alunos
que estiveram com ele. “Não faço nada
diferente do que ensinei, às vezes as pessoas
simplesmente não colocam em prática essas
coisas, não pensam no cliente. A loja é fruto
da observação do consumidor”, avalia.
Essa mistura de ingredientes tem feito tanto
sucesso que Santi já está para inaugurar
mais uma unidade da Bolos do Frade em
Londrina. A previsão é para novembro e
o espaço terá como diferencial área para
tomar um café. “Depois vamos expandir
para Curitiba e Maringá, isso no primeiro
semestre de 2014. A loja nasceu para ser
uma franquia, mas as coisas aconteceram
muito rápido”, destaca.
Gustavo Domingues também observa essa
crescente procura pelos bolos caseiros.
“Quando abri, eu tinha essa esperança
da procura pelo produto, acreditava, mas
não imaginava que fosse tanto. O boca a
boca é forte e acredito que o fato de ter
preço justo com qualidade no atendimento
ajuda”, analisa. Hoje a Vovó Maria tem 6
funcionários – eram 3 em janeiro. “Quando
éramos crianças tínhamos a mãe em casa
que fazia bolo, hoje ela trabalha fora, não há
mais a cultura de ter empregada em casa, as
pessoas até almoçam fora. Com isso não tem
mais bolo para o café da tarde. De bolo tinha
apenas o de aniversário para a compra, mas
como é bom ter um bolo quente, foi isso que
conquistou”, diz. Para ele, o negócio foi uma
boa escolha. “O produto não é novo, mas a
proposta é nova. Estou bem feliz”.
Inovar, resgatar,
renovar
Luiz Carlos Santi critica a postura de
boa parte do empresariado brasileiro.
Segundo ele, há um certo comodismo das
pessoas que estão à frente dos negócios.
“Tem que sair do feijão com arroz e
renovar. O sucesso está relacionado a esse
cuidado, mas no Brasil parece que essa
falta de vontade de planejar é endêmica.
Não é preciso ser um Einstein para fazer
um bolo gostoso, acho que falta boa
vontade”, avalia.
Entre os cuidados ele aponta o fato de
oferecer sempre bolos fresquinhos, feitos
no próprio dia. “A fornada sai de hora em
hora, essa é a proposta. Melhor vender
menos e ser fiel à sua filosofia”, reforça.
Ele ensina ainda que a inovação pode
aparecer na forma de oferecer o produto.
“Nossa carta é renovada a cada 3 meses,
para o Natal já entram novos sabores. A
ideia da loja é que ela se renove a cada três
meses com tudo: bolo, decoração, música,
até porque tem frutas que só dão em
determinada época do ano”, cita.
Para quem tem um negócio, o
conhecimento em marketing de Santi é
uma aula. “A empresa não pode parar no
tempo, tem que respirar e pulsar junto
com o mercado, observar o que ele deseja
e oferecer respostas diferentes. A compra
é com sentimento”, ensina.
Serviço:
Bolos do Frade – Rua Piauí, 822
Fone: 3024-3453
Bolos Vovó Maria – Rua Mossoró, 689
Fone: 3324-9897
Gustavo Domingues: “Os bolos são
simples, mas a vida não é mais simples,
as pessoas não fazem mais bolo em casa
e agora descobriram que podem ter esse
bolo para tomar o café da tarde”
Luiz Carlos Santi: “A fornada sai de hora
em hora, essa é a proposta. Melhor vender
menos e ser fiel à sua filosofia”
ENTREVISTA
Por Susan Naime
Com vasta experiência em alta
gestão, no Brasil e na América
Latina, e determinação para
liderar sob diferentes segmentos
de mercados, a palestrante
Amália Sina dividiu com um
auditório lotado, na ACIL, as
premissas, os desafios e os
arrependimentos de sua trajetória
como líder e empreendedora.
O evento ocorreu no dia 25 de
outubro, durante a Convenção
Regional da Faciap - Federação
das Associações Comerciais do
Paraná. É dela a famosa teoria
dos 70% que diz que a mulher,
com tantos papéis que assumiu
na sociedade, fica impossibilitada
(humanamente falando) de
exercer em 100% o seu papel de
mãe, esposa ou empresária. Por
isso, se você for 100% em algo
vai deixar alguma outra coisa a
desejar. O importante é buscar
o equilíbrio e criar uma média
de 70% para cada afazer. Amália
Sina tem oito livros publicados,
dá palestras há 18 anos, mas
conta que em todas elas,
antes de subir ao palco, sente
“borboletas na barriga.”
30
Mercado em Foco: Você teve uma
história de vida de muita luta e
desafios. Em que você pensa para
escolher os temas dos seus livros?
Amalia Sina: É interessante você
perguntar isso porque a minha palestra
vai permear exatamente isso: viver cada
momento da minha vida baseado numa
sensação que eu estou sentindo. E os
livros marcaram momentos específicos
da minha vida, no meio do momento
em que eu estava vivendo. Não foi
um tema que eu fui buscar. O tema
apareceu. Por isso eu acho que foram
livros que tiveram um relativo sucesso
porque eles eram extremamente
verdadeiros. Nenhum deles foi ficção.
Mercado em Foco: Você se inspira
nos costumes da filosofia chinesa?
Amalia Sina: Eu sou filha de chinês,
então é impossível você não ser afetada
por essa cultura que é milenar. E o
lado oriental sempre me fascinou.
Como a minha vida foi mais ou menos
pautada por crises em determinados
momentos, não necessariamente crises
ruins, mas crises boas. Mas é claro que
também tem muita coisa que a China
faz que não é motivo de orgulho para
quem é chinês. Então tem essa cultura,
mas não é algo que sobrepõe o meu
lado ocidental. Eu sou mais ocidental
do que oriental.
Mercado em Foco: Qual é a
principal mensagem que você
tenta passar para as pessoas
que assistem às suas palestras?
Amalia Sina: A minha vida tem sido
novembro de 2013 | www.acil.com.br
REVISTA MERCADO EM FOCO | NOVEMBRO DE 2013
“
“
Tem que saber cair
e aprender com a
queda. Às vezes a
pessoa até sabe cair,
apoia, se segura,
mas quando ela sobe
de novo, ela fica
arrogante novamente.
Ela esquece como é
a queda e a partir dali
não consegue mais
lidar com o fato de
que ela pode cair de
novo.
“Se você não tem o dom em determinada
coisa, você pode ter disciplina. Se você
repetir várias vezes uma ação, uma hora
você vai fazer certo”
Amália Sina, empresária e escritora
Associação Comercial e Industrial de Londrina
permeada em uma frase que eu criei
quando tinha 23 anos de idade e ela
continua sendo verdadeira. Até eu
encontrar uma melhor ela vai permear
a minha história. Inclusive, eu a escrevi
na minha empresa, na parede principal
do fundo da sala: “com o passar do
tempo, as pessoas ficam do tamanho
que são”. E essa frase é meio assustadora.
Se elas (pessoas) estão grandes hoje,
elas têm que ficar espertas porque
pode ser que lá na frente elas fiquem
pequenas. Mas se você é pequena hoje,
não tem um grande desenvolvimento
como empresa ou como pessoa, você
pode pensar o seguinte: pode ser que
eu cresça também. Então, da mesma
forma, ela é um alerta para você ter
humildade, para você entender que
Deus dá e Deus tira, e, ao mesmo
tempo, ela te dá esperança de buscar
um amanhã melhor. Para mim foi
um norte muito grande acreditar
que amanhã seria melhor. As minhas
palestras não são de autoajuda, mas se
elas ajudarem eu vou ficar muito feliz.
Eu acredito que as pessoas, quando
vão para uma palestra, vão para buscar
algo de utilitário, receitas, dicas, elas
procuram respostas para melhorar
a vida delas. E seria extremamente
egoísta se eu fosse para uma palestra
sem me preocupar com isso. O que é
importante é imaginar que quando
eu terminar as pessoas que estarão lá
se sentirão melhor. Vou arriscar dizer
que elas estarão melhor. Se eu não fizer
isso, eu não cumpri o meu papel.
Mercado em Foco: Vale a pena
trocar um cargo excelente em
uma grande empresa para tocar
o sonho do seu próprio negócio?
Amalia Sina: Quando você tem uma
carreira, uma história de sucesso,
se tornar empresário é só uma
continuidade. Você não deixa nada.
Você continua de uma forma diferente.
Eu sempre fui muito inquieta e gostava
de criar coisas diferentes, me testar.
Acho que por conta da minha história
mesmo eu sempre vivi uma situação
de instabilidade. E essa instabilidade
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me forçava a saltar mais alto. Fui
presidente três vezes de grandes
empresas. Então eu já conhecia o
desafio. Ser empresário significaria
construir um legado, gerar emprego e
seria tão desafiador quanto sentar na
cadeira da presidência de uma grande
empresa. O topo te dá aquela sensação
de que você cumpriu o seu papel. E,
dali para frente, o que você vier a fazer
é reconstruir uma história diferente.
Mercado em Foco: Existem itens
decisivos para alcançar o sucesso?
Amalia Sina: O sucesso em si não é o
objetivo, ele é a consequência daquelas
ações que você fez. Então a pessoa
não pode sair em busca do sucesso,
ela tem que sair em busca do que ela
estabeleceu como objetivo, como
foco. Muita gente se engana porque
quer ter sucesso antes de ser uma boa
pessoa, um grande profissional, um
ser humano mais completo. O sucesso
é uma combinação de características
tangíveis e intangíveis da sua vida.
Então o que eu tenho percebido é que as
pessoas dividem a sua vida entre vitória
e derrota. E a vitória, o que ela tem de
mau, é o fato dela não ser definitiva.
E o que tem de bom nas derrotas é
que elas também não definitivas. Você
sempre pode sair daquele momento
em que não está bem. O sucesso é esse
caminho entre as derrotas e as vitórias.
E o que separa uma pessoa da outra é
o quanto ela persiste quando ela tem a
derrota. É muito fácil a gente conviver
com o fracasso. Você culpa alguém, se
culpa, culpa o que você quiser. Agora,
não tem desculpa para o sucesso.
Quando você atinge o sucesso você
sabe que tem que tomar mais cuidado.
Mas a gente não pode confundir
também o fato de que quando a pessoa
busca o sucesso ela está realizando
o que ela gosta de fazer. Às vezes é
melhor você ter fracasso no que você
gosta de fazer do que ter sucesso
naquilo que você odeia. Porque se você
vive fazendo o que você não gosta, mas
supostamente você tem dinheiro, tem
status, é um sucesso relativo. O que é
31
Mercado em Foco: É preciso saber cair?
Amalia Sina: Tem que saber cair e
aprender com a queda. Às vezes a pessoa
até sabe cair, apoia, se segura, mas quando
ela sobe de novo, ela fica arrogante
novamente. Ela esquece como é a queda e
a partir dali não consegue mais lidar com
o fato de que ela pode cair de novo.
Mercado em Foco: E como não
desistir diante de tantos desafios?
Amalia Sina: Excelente sua pergunta,
porque desistir é muito fácil quando
você encontra alguns nãos, né? O
sucesso é feito de quantos nãos? A
gente não sabe. Sabemos que o sucesso
é feito pelo sim. Mas quantos vieram
antes ninguém quer saber, ninguém
pergunta. Então, enquanto você está
fazendo determinadas coisas do seu dia
a dia, tem muita gente que está fazendo
mais que você. E isso ninguém quer
saber. Enquanto você está descansando,
32
tem gente estudando, trabalhando. O
sucesso é derivado de muita dedicação,
de muita persistência. Como é que faz
pra gente persistir, perseverar? Isso vem
de dentro. Dificilmente alguém vai dar
isso pra você. Ou a pessoa tem ou não
tem. E se ela não tiver uma tendência a
ser perseverante ela vai ter dificuldade
para aguentar as frustrações.
Mercado em Foco: Você acha que o Brasil
é muito burocrático, favorecendo
para entraves no empreendedorismo?
Amalia Sina: Acho que a legislação é
muito dura com as pequenas e médias
empresas à medida em que as pequenas
e médias tem que agir exatamente
como as grandes. No que se refere
à burocracia, impostos, há todo um
entrave para se manter. A concorrência
é muito desleal. As pequenas e médias
empresas entram no mercado e têm
que cumprir uma quantidade de
leis tão exorbitantes que dificulta o
fato delas se tornarem competitivas.
Por isso muitas fecham antes de ter
três, quatro, cinco anos e, outras,
nem conseguem passar do primeiro.
Mercado em Foco: Você concorda
com a tese que diz: “Não ser
inimigo
do
seu
concorrente”?
Amalia Sina: Acredito que hoje em
dia conviver em comunidade no
cooperativismo, na junção de interesses
comuns, é o futuro. Eu acredito que as
pessoas sozinhas são fortes, mas, unidas,
são bem mais. E isso temos visto com
a participação de muitas empresas de
órgãos importantes do comércio. É
importante você entender o sucesso e
o fracasso do outro e, juntos, conseguir
construir pontes para chegar mais longe.
“
Quando você tem
uma carreira, uma
história de sucesso,
se tornar empresário é
só uma continuidade.
Você não deixa nada.
Você continua de uma
forma diferente.
“
o sucesso para você? Hoje as pessoas
estão extremamente frustradas por
que alguém disse como é o sucesso
e, quando ela não atinge, ela sofre.
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PERFIL
Por Muriel Amaral
Antes de começar a matéria, é importante deixar claro que
a reportagem não resistiu em degustar uma fatia de um dos
bolos feitos pela dona Vilma. “Você aceita um pedaço de
bolo com café? Fiz agora pouco”, oferece a simpática senhora.
Como recusar uma fatia daquele bolo que praticamente
se tornou um mito em Londrina? Seria quase uma ofensa.
Depois de degustar uma farta fatia deu para entender porque
o bolo da dona Vilma se consagrou no paladar do londrinense.
Aliás, não só dos londrinenses, mas de muita gente. Ela atende
pedidos de clientes das cidades da região; em Curitiba e São
Paulo alguns também puderam saborear as delícias que as
34
mãos dela conseguem fazer.
Para atender a todos os pedidos, nos dias de hoje, ela conta
com uma equipe de sete pessoas entre confeiteiros e ajudantes.
Para se ter ideia da dimensão da produção de Vilma, são
comercializados mais de 300 quilos de bolo na semana. Para
dar conta do recado, ela adaptou o quintal da casa para ser
o ambiente de trabalho. Na liderança dos pedidos está o
de abacaxi, creme e ameixa, seguido pelo de nozes e de
brigadeiro. “Alguns clientes encomendam para comer no dia
a dia, nem precisa ser alguma data especial”, afirma. Além
dos tradicionais bolos de casamento e aniversário de 15 anos,
ela também já atendeu pedidos diferentes como bolo para
aniversário de cachorro e também bolo para a criança destruir.
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FAZIA BOLOS PARA AMIGOS E PARENTES, SEM COBRAR NADA. DEPOIS, OS PEDIDOS FORAM AUMENTANDO”
de aperfeiçoar o contato com os clientes. “É muito legal que
em alguns casos eu faço o bolo de aniversário, de casamento e
do aniversário dos filhos”, recorda.
O uso de tecnologias não se restringe apenas às estratégias
para relacionamento de clientes, mas invade a cozinha.
Recentemente ela adotou um sistema diferente para transporte
e manutenção dos bolos. No método chamado cake in box, o
bolo é congelado e fechado a vácuo em embalagens especiais
o que o preserva por mais tempo o sabor e a textura. “É muito
prático”, garante. O único empecilho é que a embalagem
comporta um pouco mais de um quilo de bolo.
Recordando...
Isso mesmo, destruir para registrar a farra dos pequenos em
álbuns de fotografia.
A iniciativa de fazer bolo começou quase que por acaso.
“Primeiramente, fazia bolos para amigos e parentes, sem
cobrar nada. Depois, os pedidos foram aumentando e tive que
me profissionalizar”, recorda a boleira que está desde 1972
em plena atividade. Foi em 1975 que ela fez o primeiro bolo
de casamento e, assim, pôde acompanhar o crescimento do
seu empreendimento com a ajuda do marido, Ildo Cordeiro,
que deixou o emprego no ramo farmacêutico para poder
acompanhá-la na nova empreitada. “Foram mais de 20 anos de
companhia e de trabalho”, relembra. Ildo faleceu há quase dez
anos, mas as manobras com a massa não pararam.
Mesmo mantendo as ferramentas tradicionais para atendimento
dos clientes, ela precisou se modernizar e acompanhar os
novos comportamentos de consumo e interação. “Temos uma
página no Facebook e muitos dos pedidos são feitos por lá”,
explica Vilma. Com a ajuda do filho, ela mantém o perfil da
rede social, onde o visitante pode encontrar algumas receitas
de outros doces, dicas para cozinhar e as novidades que ela
oferece aos clientes. Resultado desse investimento: aumento
das vendas. “Eu gostei do resultado”, aponta.
A fidelização dos clientes mantém o modo tradicional, tanto
que alguns deles se tornaram amigos dela. A divulgação
começou pelo boca a boca, sem grandes investimentos em
propaganda ou publicidade, mas, agora, ela viu na necessidade
Associação Comercial e Industrial de Londrina
Há tanto tempo na ativa, o que não faltam são histórias para
contar. Ela se lembra do grande destaque na carreira como
boleira quando pôde servir o presidente da República, João
Batista Figueiredo, em visita a Londrina, em 1980. “O pedido
era um bolo diferente. Então, fiz com a massa branca, merengue,
sorvete e chantilly que foi servido na casca de mamão papaia.
Foi feita uma degustação um dia antes de servir e a sobremesa
foi aprovada”, recorda. Um mérito que ela guarda com muito
orgulho.
Antes de se profissionalizar, a carga de trabalho era árdua. “Houve
dias que precisei varar madrugadas para dar conta dos pedidos”,
lembra. Hoje, isso não acontece mais, devido à organização
melhor do tempo, do espaço e também do planejamento. “Assim,
pude aproveitar mais as horas de trabalho”, acrescenta.
Quando a massa desanda...
Mesmo com muita destreza na cozinha na produção dos bolos,
nem tudo foram flores na carreira de Vilma. Grandes catástrofes
na cozinha não aconteceram, mas ela já passou por situações
embaraçosas quando teve que entregar alguns dos pedidos. Um bolo
de três andares e com o design bem diferente do convencional seria
servido em uma festa de casamento. “Fui levar de carro, o carro era
uma Brasília e na subida da rua Brigadeiro Faria Lima, o bolo se
moveu”. Resultado: alguns momentos de pânico e muita agilidade
para reverter o desastre. “Cheguei no local e consegui fazer uma
produção no bolo para que ele pudesse estar prefeito na hora da
festa”. Dito e feito, lá estava o bolo impávido com seus três andares.
A receita do sucesso
O segredo para estar há mais de 30 anos em pleno vapor não
fica às escondidas. Nada de receitas mirabolantes ou de grandes
investimentos. “Os produtos são de primeira qualidade: frutas
frescas e de boa procedência, assim como tudo que uso na
cozinha. A outra coisa é amor. Faço tudo com muito amor”,
sintetiza. Bem simples, não é?
35
UNIÃO
Por Fernanda Bressan e Susan Naime
No dia 25 de outubro a ACIL recebeu a
Convenção Regional da Faciap – Federação
das Associações Comerciais do Paraná. O
evento teve a presença do presidente da
Faciap, Rainer Zielasko, o presidente da
Fomento Paraná, Juraci Barbosa Sobrinho
(representando o governador Beto Richa)
o presidente da Cacinp, Hélder Miranda,
a presidente da Cacinorp, Silvia Flores,
a presidente do Conselho Estadual da
Mulher Empresária, Maria Salette de Mello,
o presidente da ACIL, Flávio Balan, o
superintendente do Sebrae Regional Norte,
Heverson Feliciano e o gerente do SPC Brasil,
Bruno Lozzi. Autoridades e diretoria da ACIL
também marcaram presença no evento.
Balan deu as boas vindas: “Estamos em um
dia especial e a ACIL se sente lisonjeada
de receber esse evento. Essa casa nunca
pensa no nós, mas sempre no coletivo”,
resumiu. Juraci Barbosa falou sobre a
importância das Associações Comerciais
(ACE’s). “Vocês representam a economia
36
da cidade e é fundamental entender que a
cidade é um organismo vivo, como o nosso
corpo. Não bastam só as ações do Governo,
mas o setor empresarial precisa atuar, ele
é o coração da cidade e tem que fazer esse
papel. É importante que o associativismo
esteja presente e que se crie um ambiente
favorável ao empreendedorismo. As
Associações Comerciais precisam ser a casa
do empresário, seja ele associado ou não.
Do lado do setor público, ele precisa criar
mecanismos para que esse setor possa se
fortalecer”, destacou na abertura do evento.
Heder Miranda Paiva, presidente da Cacinp,
destacou que as associações comerciais
oferecem muito e podem oferecer ainda
mais. “Como um corpo bem formado,
podemos atuar como cabeça pensante,
essas convenções são necessárias para
que possamos agir sinergicamente e não
isoladamente, olhando só para temas locais.
As ACE’s têm extrapolado o ambiente
local, precisamos ter essa visão”, disse.
Rainer Zielasko destacou a importância
das convenções regionais para ouvir as
demandas das associações comerciais e que
isso mostra a força do associativismo. O
dia teve vários painéis e palestras, como a
ministrada por Amália Sina (leia entrevista
na página 30 desta edição).
Cases de sucesso
Um dos painéis trouxe cases de Associações
Comerciais da região. Pela ACIL, os
consultores Paulo Müller e Tiago Chaves
falaram sobre o trabalho executado na
entidade que aperfeiçoou os processos de
gestão (leia mais na página 26). Segundo
a dupla, o importante para todas as ACE’s,
e também para as empresas, é organizar a
casa. “É importante olhar para os processos,
repensar. Da mesma forma que organizamos
nosso guarda-roupas uma vez por ano para
eliminar o que não usamos mais, precisamos
organizar as entidades e empresas”, orientou.
Um processo bem definido garante a
continuidade dos negócios e das ações
mesmo que algum profissional venha a
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faltar na empresa. Afinal, como eles mesmos
apontaram, todo mundo tira férias um dia,
mas o tempo não para.
Quem também falou foi a presidente da
ACE de Marialva. Márcia Cristina Murata
lembrou da situação difícil que encontrou
quando chegou à Acimar. “A coisa estava
bem desarrumada”, resumiu. Foi quando
eles conheceram o projeto Capacitar e deram
uma reviravolta na entidade. Entraram em
cena planejamentos estratégico e financeiro,
o controle de ações da diretoria, além
de dedicar um cuidado especial com a
gestão e marketing da entidade. “Também
regularizamos a situação dos funcionários,
demitimos uma que não atendia às
necessidades e legalizamos o registro de
outro. Custou, mas hoje está tudo dentro da
lei”, contou.
Márcia se emocionou ao falar que hoje a
entidade é superavitária, realiza eventos,
campanhas e tem uma sala do Banco
Empreender. “Quero mostrar que a
associação pode ter serviços que fazem a
diferença”, finalizou.
Encerrando o painel, Taísa Betelli, da ACE
de Apucarana, falou sobre a experiência da
entidade com o projeto empreender, que
reúne empresários de um mesmo segmento
em busca de melhorias para o setor. Hoje
há 7 núcleos ativos na associação, além de 2
em fase de reestruturação. “10% dos nossos
associados está inserido em algum dos
núcleos”, contabilizou.
Liderança
Feminina
O tema Liderança Feminina também foi
debatido. A coordenadora estadual do
Sebrae/PR, Rosangela Angonese, conduziu o
assunto para dezenas de pessoas influenciada
Associação Comercial e Industrial de Londrina
por três aspectos: suas próprias experiências,
pesquisas e observações cotidianas. “Se não
soubermos ser líderes do bem, quem vai
fazer? É nos líderes que as boas ações do
mundo se sustentam”, começou.
Durante a conversa, Rosangela Angonese
enfatizou o potencial das pessoas para se
poder liderar, argumentou sobre o talento de
cada uma, sem se esquecer do limite racional
do homem. “O líder precisa desenvolver a
sua inteligência emocional. O líder eficaz não
sabe de tudo, ele pode errar, mas é importante
aprender com os erros”, disse.
O líder eficaz deve estar atento a três
fatores fundamentais: o elevado grau de
autoconhecimento e autopercepção; a
escuta do seu entorno, seu mercado; e a
elevada capacidade de perceber o outro.
“Para atrair talentos é preciso muito mais
que bons salários, é preciso ter benefícios
valiosos, líderes que tenham habilidades de
conduzir pessoas”, ressaltou a coordenadora
do Sebrae/PR.
“Hoje a atenção não está mais no capital
tangível, nas máquinas, equipamentos,
prédios. Hoje o foco está no capital
intelectual, nas pessoas, nas mentes. As
pessoas movem as suas próprias empresas.
As instituições precisam todos os dias ser
renovadas”, concluiu.
Prefeito de Astorga
trouxe projeto de
revitalização das
calçadas
O prefeito de Astorga, Arquimedes Ziroldo
(Bega), esteve na Convenção, prestigiando o
encontro. “As associações comerciais exercem
um papel muito importante na gestão e
administração pública dos municípios,
é fundamental a parceria com elas e em
Astorga nós temos uma grande parceria, não
conseguimos resolver os problemas sem as
parcerias”, defendeu.
Bega estava falando da ação feita para
reformar as calçadas do município, que
começou há um ano e meio e até agora já
atingiu mais de 1,2 mil metros de calçadas
revitalizadas. “Tínhamos pouco recurso
e precisávamos melhorar o visual das
principais avenidas comerciais da cidade.
Chamamos a associação comercial para
conversar”, contou. A prefeitura ficou
responsável pelo asfalto, pela retirada do
piso antigo e pela colocação do pó de pedra.
A Associação Comercial de Astorga reuniu
os empresários que arcaram com a mão de
obra e paver. Hoje há acessibilidade e flores
enfeitando as principais vias da cidade.
Presidente da Associação Comercial de
Astorga, Lourival Macedo também esteve
no evento. Ele lembrou do início do
projeto das calçadas e disse que a adesão
foi surpreendente. “Quando começamos,
fizemos uma reunião com os empresários
e tivemos 97% de adesão. Hoje há 50
quarteirões esperando para também
revitalizar as calçadas.”
A ação trouxe benefícios para o comércio,
além de deixar a cidade colorida. “As ruas se
tornaram mais bonitas, com acesso tranquilo
para mães com carrinho, idosos, pessoas
com cadeiras de roda. Percebemos que
começamos a atrair mais os consumidores
vizinhos porque a cidade está mais bela. Com
as calçadas revitalizadas, os comerciantes
passaram a investir também nas calçadas”,
afirmou Macedo.
O projeto foi apresentado a alguns dos
participantes do evento, como o presidente
da Faciap Rainer Zielasko, o presidente da
Fomento Paraná, Juraci Barbosa Sobrinho,
e o presidente da ACIL, Flávio Balan, em
reunião.
37
COLUNA DA ACIL
ACIL recebe homenagem de
conselheiros do Sicredi
O presidente da ACIL, Flávio Balan, ministrou palestra de
apresentação da ACIL aos conselheiros do Sicredi União PR/SP no
dia 28 de outubro. Ele falou sobre a identidade entre o associativismo
e o cooperativismo, dois indutores essenciais do desenvolvimento no
Estado. Ao final da palestra, presidente do Sicredi União, Wellington
Ferreira, fez uma homenagem a Balan, definindo a ACIL como “uma
instituição sustentável na essência, no jeito de pensar, de agir e de
contribuir para o desenvolvimento de Londrina e região”.
Também acompanharam a palestra o vice-presidente da ACIL, Luiz
Carlos Adati, os diretores Brasilio Fonseca, Fernando Lopes Kireeff e
Rogério Pena Chineze. A seguir, leia os principais trechos da palestra
de Flávio Balan:
Um exemplo é a recente proposta da Rodovia do Desenvolvimento.
Outro exemplo é a força do Sicredi União PR/SP.”
EXPERIÊNCIA TRANSFORMADORA
“A dedicação ao associativismo acaba resultando em mudanças
pessoais importantes. Quem atua numa entidade como a ACIL ou
o Sicredi se torna melhor na empresa, na família, na vida. Entidades
fortes geram pessoas e cidades melhores.”
Kogut anuncia vinda de
policias em coletiva na ACIL
DNA COMUM
“Existe uma grande semelhança entre os ideais do associativismo
e do cooperativismo. ACIL e Sicredi têm a mesma vocação para
promover o bem comum nas sociedades em que atuam. Como
bem observou o presidente da Faciap, Rainer Zielasko, onde as
associações e cooperativas são mais fortes, as cidades são melhores.
Para usar uma linguagem da agricultura, são instituições que irrigam
o desenvolvimento – e não drenam recursos das sociedades.”
SERVIR, E NÃO SER SERVIDO
“Estamos aqui para servir – e não para ser servidos. Ao trabalhar
pelo bem da comunidade, precisamos colocar o nós à frente do eu,
e é exatamente isso que acontece no Sicredi, com quem temos uma
parceria bem-sucedida há dois anos.”
BENEFÍCIO E ORGULHO
“As pessoas entram para o associativismo atraídas por benefícios,
que realmente são importantes. Na ACIL oferecemos uma série de
benefícios aos associados: Serviço de Proteção ao Crédito, Certificação
digital, Fácil Imobiliário, Centro de Capacitação, Projeto Empreender,
Aplicativo Vitrine na Cidade, Projeto Nova Sergipe, Projeto Nova Saul,
campanhas comerciais... Mas as pessoas, quando se envolvem com o
associativismo, com o tempo acabam sentindo ORGULHO por fazer
parte de uma história de 76 anos e ajudar no desenvolvimento da
cidade e da região. Esse sentimento de orgulho também existe entre os
cooperados do Sicredi.”
ENFOQUE REGIONAL
“Nenhum homem é uma ilha; nenhuma entidade ou cooperativa
existe isoladamente. Em todas as nossas ações, precisamos dialogar
com outros municípios e com lideranças políticas de todos os partidos.
38
Coronel César Kogut recebe placa do presidente da
ACIL, Flávio Balan
O coronel César Vinícius Kogut, novo comandante da Polícia Militar
do Paraná, concedeu entrevista coletiva no dia 17 de outubro na
ACIL. Ele falou sobre os próximos passos que tomará no novo cargo.
“Vamos olhar o Estado como um todo, mas Londrina receberá todos
os recursos disponíveis pois sabemos as necessidades da cidade”,
antecipou.
Segundo ele, 2,4 mil homens devem ser incorporados à Polícia Militar
em todo o Estado, e cerca de 150 virão a Londrina. “No ano passado,
o governo do Estado enviou 160 homens para a 4ª companhia da
PM. Com mais esses 150 que virão, serão mais de 300 homens. É um
efetivo que dá condições para o comando desempenhar um bom
trabalho”, acredita. Kogut aponta que o efetivo é realmente o grande
gargalo da polícia atualmente, mas ressaltou que o atual governo está
olhando para isso. “O problema é a falta de efetivo, mas com esses
novos policiais nós atenderemos a demanda das cidades do interior
do Paraná”, pontua.
A instalação dos módulos móveis também foi apontada pelo coronel
como mais uma ação para melhorar a sensação de segurança no
Paraná. Serão mais de 100 unidades para todo o estado, além de 200
novembro de 2013 | www.acil.com.br
CPI: “SABEMOS QUE A ESPECTATIVA DA SOCIEDADE PARANAENSE É GRANDE”
motocicletas, que começarão a chegar conforme a entrega da fábrica
(Renault). “Essas viaturas ficarão nos setores que apresentam maior
problema de segurança pública nos bairros e nos horários de maior
demanda. Elas vão atender às necessidades das regiões que não
precisam de UPS (Unidade de Polícia Segura)”, diz. Ainda não se sabe
quantas viaturas virão à cidade. “Vamos definir o plano de distribuição
nos próximos dias”, afirma Kogut. Cada módulo móvel é formado por
um veículo equipado para servir como posto policial volante, uma
viatura e duas motocicletas.
Outro anseio da comunidade, uma unidade da PM na Zona Norte,
também está sendo estudada pelo novo comandante. “Isso está sendo
discutido junto com o Governo e vai depender dos recursos que
tivermos. A unidade da Zona Norte já é uma questão amadurecida,
mas não posso falar em data para isso acontecer”, disse.
César Vinícius Kogut assumiu o lugar do coronel Roberson Bondaruk.
“Quero deixar como marco um bom trabalho e um bom resultado
para o Estado”, definiu. Na ACIL, ele foi homenageado pele presidente
da entidade, Flávio Balan, pelos relevantes serviços prestados à cidade.
“Ele (Kogut) chegou à cidade logo que comecei na ACIL. Eu não o
conhecia. Hoje digo que aprendemos muito com ele. O fato do coronel
ter assumido o comando-geral é fruto do trabalho dele, sempre
buscando o diálogo sem perder o pulso firme além de estabelecer
parecerias com as entidades locais”, disse Balan.
anos apenas dois setores ganharam com o pedágio no Paraná: os
governos (federal e estadual) e as concessionárias. “De 1998 para
cá, todos os governos são culpados por não exigir transparência e
eficiência das concessionárias. É o que estamos tentando mudar
com esta CPI. Sabemos que a expectativa da sociedade paranaense é
grande.”
O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de
Londrina, Carlos Alberto Della Rosa, afirmou que a falta de obras
estruturais nas rodovias é a principal causa do elevado número de
acidentes. “Quantas vidas foram perdidas? Cadê o dinheiro? Cadê as
duplicações?”
Integrantes do movimento Por Amor a Londrina fizeram
manifestação durante a audiência da CPI, com o enterro simbólico
do pedágio e cruzes que simbolizam as vítimas de acidentes nas
estradas pedagiadas. O presidente da ACIL saudou os manifestantes.
“Este auditório sempre foi e sempre será o espaço do debate aberto e
democrático”, disse Balan.
Entidades levam proposta da
Rodovia do Desenvolvimento
a Beto Richa
CPI quer mudar os rumos do
pedágio no Paraná
Antes da audiência, no dia 18, uma reunião na ACIL reuniu
prefeitos, deputados e representantes de entidades para
debater proposta.
Assembleia Legislativa realiza audiência da CPI
do Pedágio na ACIL
A CPI do Pedágio da Assembleia Legislativa realizou no dia 17 de
outubro uma audiência extraordinária no auditório da ACIL. “Nosso
objetivo é mostrar a realidade do pedágio no Paraná, diminuir os
preços e garantir o cumprimento de contratos pelas concessionárias”,
disse o presidente da CPI, deputado Nelson Luersen (PDT). “Para isso,
precisamos ouvir a população e as entidades.”
O presidente da ACIL, Flávio Balan, afirmou que a cidade deixa
de receber investimentos por causa dos pedágios e da falta de
infraestrutura nas rodovias. “Recentemente, em Londrina, perdemos a
Eletrolux, e o pedágio foi o principal motivo”, disse Balan. “Não somos
contra o pedágio, somos contra os preços abusivos e as estradas ruins.”
O relator da CPI, deputado Douglas Fabricio, disse que nos últimos
Associação Comercial e Industrial de Londrina
A Rodovia do Desenvolvimento foi o tema central de uma audiência
realizada no dia 23 de outubro entre o governador Beto Richa (PSDB),
o presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan, o presidente da
ACIM, Marco Tadeu Barbosa, e o deputado estadual Tercilio Turini
(PPS). Richa recebeu o documento assinado por lideranças políticas,
empresariais e comunitárias do Norte do Paraná solicitando ao
governo do Estado a elaboração dos projetos para abertura da Rodovia
do Desenvolvimento. Eles ressaltaram a importância da estrada e da
ponte sobre o Rio Tibagi para o desenvolvimento socioeconômico e
integração entre municípios da Região Metropolitana de Londrina,
Norte Pioneiro e Vale do Ivaí.
O governador Beto Richa considerou boa a proposta e encaminhou
para análise do secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná,
José Richa Filho. Turini e Balan informaram que o próximo passo
será acompanhar o trabalho dos técnicos da secretaria. “As lideranças
devem manter a mobilização iniciada na semana passada para
39
mostrar que toda região tem interesse na concretização da Rodovia
do Desenvolvimento. É importante marcar uma conversa com o
secretário Pepe Richa para conhecer a posição dele e contar com seu
apoio”, disse Turini após a audiência com o governador.
O traçado da Rodovia do Desenvolvimento deve ligar Apucarana à
PR 090, passando pela Rodovia Alvaro Godoy e PR 445, na região
sul de Londrina, com sobreposição do Rio Tibagi. Reunidos na ACIL
no último dia 18, prefeitos, deputados e representantes de diversas
entidades empresariais aprovaram documento que pede ao governo
estadual a elaboração dos projetos. A intenção é buscar recursos do
Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do governo federal.
A mobilização foi lançada pela ACIL a partir de sugestão do
deputado estadual Tercilio Turini e do vice-presidente da Câmara
Federal, deputado André Vargas. Ele informou que com os projetos
prontos é mais fácil conseguir apoio da União para execução da obra.
Participaram da reunião na ACIL e firmaram apoio ao movimento
pela Rodovia do Desenvolvimento os prefeitos de Londrina,
Alexandre Kireeff, de Apucarana, Beto Preto, de Arapongas, Padre
Beffa, de Ibiporã, José Maria Ferreira, de Tamarana, Paulino Souza,
de Santa Cecília do Pavão, Padre Zezinho, de Santa Mariana, Jorge
Nunes, e o vice de São Sebastião da Amoreira, Sergio Soares.
do Programa Paraná Competitivo e coordenou este programa que
já atraiu R$ 25 bilhões com a geração de mais de 150 mil empregos
diretos. Também participou ativamente na luta pela melhoria do
Aeroporto de Londrina; como Secretário da Fazenda, repassou R$
16 milhões para desapropriações dos terrenos que vão viabilizar a
ampliação do local.
Outro empenho foi pela duplicação da PR-445. Ao lado do
governador Beto Richa, garantiu os recursos para a obra, o maior
investimento em rodovias, mais de R$ 110 milhões de reais.
Congresso de agentes de
crédito promove troca de
experiências
Deputado federal Hauly
recebe homenagem da ACIL
Luiz Carlos Adati, vice-presidente da ACIL; Luiz Carlos
Hauly, deputado federal, e Flávio Montenegro Balan,
presidente da ACIL
A ACIL homenageou o deputado federal Luiz Carlos Hauly pelos
serviços prestados como secretário da Fazenda do Paraná. Hauly
já exerceu o cargo entre 1987-1990, no Governo Álvaro Dias. Na
gestão Beto Richa, liderou os estudos técnicos que levaram à criação
No dia 4 de novembro a Fomento Paraná realizou o 1º Congresso de
Agentes de Crédito em Curitiba. Participaram do encontro funcionários
de associações comerciais do Paraná e também de prefeituras municipais
e secretarias de estado, de cooperativas de crédito, de sociedades de
garantia de crédito, de sindicatos patronais. A ACIL foi representada por
Valéria Furlan Sitta, analista de negócios que cuida de áreas como Banco
do Empreendedor e Programa Bom Negócio.
Para ela, entre as principais novidades, destaca-se as novas
possibilidades de crédito disponíveis pelo banco. “Foram
apresentadas novas categorias de valores para as linhas de crédito,
ampliando o leque de possibilidades para os empresários”, afirma.
O presidente da Fomento Paraná, Juraci Barbosa, esteve presente
durante todo o evento, que teve início com uma palestra motivacional
proferida por Maurino Veiga. Ao longo do dia temas como Políticas
para Micro e Pequenas Empresas e Cenário para a Economia
Paranaense foram debatidos. O encontro visa fortalecer e integrar a
rede de agentes pela troca de experiências.
ARTIGO
VITRINE É
PROPAGANDA?
Por Renato Martins
Na década de 90 (do século passado) escrevi
um artigo para o Jornal da ACIL e, se me
recordo bem, questionava a falta de visão de
não abordar a Vitrine como uma estratégia de
Marketing. Na época, vitrine não servia para
atrair, informar o conceito da loja e cativar o
consumidor. Era mais uma “entrada” da loja,
sem muito aproveitamento ou solução visual.
Transmitir os valores da marca então, nem
pensar.
Atualmente, utilizar os espaços das vitrines
para atrair consumidores é um grande
diferencial estratégico. No varejo cada
vez mais competitivo, onde as grandes
corporações – com capacidade de negociação
impensável naquela época – estão asfixiando
os pequenos comerciantes, a necessidade de
chamar atenção do cliente na calçada ou no
corredor do shopping, aumenta o tempo de
permanência do cliente na loja e melhora o
resultado geral das vendas.
A vitrine, como parte integrante do processo
Associação Comercial e Industrial de Londrina
de comunicação, segue a mesma regra
máxima conhecida como AIDA: deve
chamar a Atenção do seu target, precisa
obrigatoriamente criar o seu Interesse, depois
despertar o Desejo pelo produto e então levar
o cliente à Ação. Ou seja, primeiro chame sua
atenção para depois oferecer-lhe algo e assim
gerar vendas.
O ponto de venda – PDV para os iniciados
no Marketing – deve servir para encantar
o comprador e envolvê-lo na atmosfera da
marca. Lembre que o merchandising é uma
das principais ferramentas mercadológicas
para se comunicar com o comprador que
é altamente ligado na característica visual.
Basta andar pelos shoppings e perceber
como as marcas de sucesso investem em
merchandising.
A vitrine serve para atrair, mas acima de tudo
para anunciar! Deve contar uma estória e de
preferência aquela que a marca deseja narrar
para construir uma imagem positiva na
mente do consumidor. Portanto, não há como
não fazer parte de um planejamento maior,
deixando-a isolada do resto da comunicação
da empresa. Em outras palavras, é importante
melhorar o ambiente de consumo – o local da
decisão de compra – que deve ser integrado e
tratado com seriedade e profissionalismo.
Uma vitrine, ou o visual merchandising como
é tratado pelo pessoal da área, tem suas
estratégias próprias e técnicas fundamentais
para o sucesso do projeto. Após a vitrine
despertar interesse e levar o cliente para dentro
da loja, o interior deve criar pontos focais para
direcionar o consumidor por caminhos prédeterminados, criando estímulos prazerosos
ao comprador. São esses pontos focais que
direcionam o olhar e despertam a atração do
cliente, levando-o a ação.
Ambientação é a palavra-chave para o
aumento do tempo de permanência do cliente
no PDV. Aumento da permanência na loja
significa faturamento. Isso mesmo. Diversas
pesquisas de Marketing indicam que quanto
mais agradável for o ambiente, mais tempo ele
permanecerá na loja e mais consumo haverá.
Essa é a grande estratégia atual: aumentar o
ticket médio do consumidor.
Vale lembrar que as técnicas de exposição
incluem outros elementos sensoriais para
que uma experiência seja o mais prazerosa
possível. A atual sociedade é de aparência,
altamente visual, mas a percepção sensorial
passa por outros aspectos como o tato, a
sonorização e os aromas, que já são utilizados
em ambientes comerciais.
Não esqueça que a vitrine é comunicação
e deve se comportar como qualquer
outro instrumento da área. Tem que estar
integrada aos departamentos de Marketing,
Comercial, de Comunicação e de todas as
outras ferramentas do visual merchandising
da empresa. Só assim vai existir harmonia na
mensagem, com todos comunicando uma
mesma mensagem.
E para encerrar uma última lembrança.
O visual merchandising serve tanto para a
venda de produtos quanto para os serviços
e não exclua nunca o pessoal de vendas, que
deve ser informado e treinado para estar em
sintonia com a mensagem da vitrine, pois só
assim o ciclo se fecha.
Renato Martins, é consultor e professor de
graduação e pós-graduação da Universidade
Estadual de Londrina. É pesquisador em
Comunicação Mercadológica Internacional.
www.profrenatomartins.com
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HUMOR
Foi um homem tão
sincero a vida toda que
até sua autobiografia era
desautorizada.
Desse jeito vai ser difícil passar
o Brasil a limpo: todo mundo quer
escrever sua própria versão da
história.
...
Dirigido por mim e guiado
por Deus, tudo bem. Mas quando
o motorista bebe quem toma a
direção é outro deus: Baco.
...
O sol nasceu pra todos, mas sol
da liberdade em raios fúlgidos
depende muito do advogado.
...
O pior cego não é o que não
quer ver. O pior mesmo é aquele
que não acredita no que está
vendo.
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2013
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