alunos do santa maria se destacaram em 2011

Transcrição

alunos do santa maria se destacaram em 2011
REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA – N0 58
ESPECIAL
O TRABALHO
DE INSERÇÃO
SOCIAL
MÉRITO
ACADÊMICO
ALUNOS DO SANTA MARIA SE DESTACARAM EM 2011
MENSAGEM
Natal o ano inteiro
N
este período que antecede o Natal, como
busca de excelência, de benefícios coletivos.
manda o hábito, todos pensam em como
Quando alguém se supera, toda a sociedade
presentear as pessoas. Porém, nesta edição
ganha porque, atualmente, na era da inter-
da Caleidoscópio, decidimos chamar atenção
net, qualquer conhecimento é rapidamente
para os “presentes” que os alunos do Santa
compartilhado.
Maria entregam o ano todo a quem mais
Quando tinha 18, 19 anos, Steve Jobs já
necessita deles. Os alunos doam seu tempo,
começava a criar tecnologias que mudariam a
seu carinho, sua emoção e suas pequenas
cultura mundial. E quem pode dizer que hoje,
habilidades em organizar jogos ou trabalhos artísticos ou,
aqui no próprio Colégio, não estejam sendo desenvolvidos
às vezes, apenas a disposição de sentar ao lado de alguém
talentos que um dia também contribuirão de maneira deci-
solitário, para alguns minutos de conversa. O que eles têm
siva para o progresso social?
a dar é sua atenção e sua curiosidade a respeito da vida
Não há como saber, mas é possível, isso sim, estimular a
do outro. Isso significa energia, luz, alegria, risos. E existe
criatividade, a inovação e o espírito de superação. Todos os
algum presente mais bonito e mais importante do que esse?
campos do conhecimento são impulsionados por pessoas
Jesus decidiu viver entre os homens para dedicar sua vida
que criam, inovam e têm o dom da originalidade. Por exem-
a nós, com sua presença amorosa. É essa lição que orienta
plo, os alunos do 3o ano do Ensino Médio estão realizando
os alunos do Colégio quando, ao longo do ano, visitam
um projeto de empreendedorismo relacionado à sustentabi-
creches e lares de idosos, participam de ações dedicadas
lidade, perfeitamente sintonizados com as demandas atuais.
à preservação da natureza ou integram qualquer outra ini-
Portanto, a capa da revista e a matéria na página 9
ciativa de inserção social. Não é uma celebração de um dia
representam uma homenagem a todo aluno que estuda
e, sim, a expressão de uma conduta, de um compromisso
bastante, que se dedica e que não se intimida em buscar
em fazer o bem e se aproximar de seu semelhante, para
parâmetros e se testar perante outros jovens de sua idade,
conhecê-lo melhor. Em algum momento de sua trajetória es-
a fim de superar barreiras específicas e descobrir como
colar, o aluno do Santa Maria passa por essa experiência – e
seguir em frente.
a leva durante a vida inteira, sempre presente na memória.
A todos, um bom Natal, cheio de “presenças” fraternas.
***
Também homenageamos nesta revista todos os alunos
que se destacaram em concursos, olimpíadas ou outro
tipo de disputa acadêmica. Embora se imagine que uma
Irmã Diane Clay Cundiff
medalha ou um troféu seja uma conquista individual, na
Diretora-geral do
verdade, o que está em jogo é um trabalho mais amplo de
Colégio Santa Maria
Revista bimestral do Colégio Santa Maria – No 58 – Dezembro de 2011 – [email protected]
COLÉGIO SANTA MARIA
Av. Sargento Geraldo Santana,
890/901
Jardim Marajoara,
São Paulo, SP
Telefone (11) 2198-0600
[email protected]
www.colsantamaria.com.br
2 CALEIDOSCÓPIO
DEZEMBRO
EQUIPE DE REDAÇÃO
Irmã Diane Clay Cundiff,
Irmã Anne V. Horner Hoe,
Ana Cristina Proietti Imura, Camila
Giamarino, Edith Sonagere Nakao,
Maria Lúcia Sanches Callegari,
Maria Soledad Mas Gandini,
Sueli Aparecida Gonçalves Gomes
PRODUÇÃO EDITORIAL
Editor: Ricardo Marques da Silva
MTb. 10.937
Editor de arte: Renato Akimasa Yakabe
Produtora: Camila Giamarino
Revisora: Sonia Regina Yamadera
Capa: foto de João Neto
Impressão: CompanyGraf
educação infantil Imaginação e cultura
A
partir das pesquisas em neurociência, aprendemos
imaginar, cantar, desenhar, ouvir histórias e dramatizar
muito a respeito do desenvolvimento humano e,
são ações fundamentais para o desenvolvimento da
no nosso caso, do desenvolvimento infantil. Sabemos,
função simbólica, da percepção e da memória.
por exemplo, que a infância constitui um período fun-
Ao elaborar os projetos, pretendemos contemplar
damental para a formação do indivíduo, que está cons-
todas as áreas do conhecimento, interligando-as aos
tantemente apreendendo as informações do mundo.
conteúdos da série e articulando as diversas linguagens.
A criança se desenvolve biológica e culturalmente;
Por exemplo, ao trabalhar com poesias, dramatizamos,
ou seja, sua ação depende da maturação orgânica e
assistimos a filmes, cantamos, desenhamos, declama-
das possibilidades que o meio lhe oferece. Por isso pre-
mos, pintamos e até cozinhamos. As-
cisamos propiciar vivências e experiências significativas
sim, aguçamos todos os sentidos.
que possibilitem que as informações às quais ela tem
Aprimoramos e criamos conexões
acesso sejam reelaboradas, criando-se novas estruturas
a partir de um único trabalho, con-
de pensamento e, consequentemente, conhecimento. templando as múltiplas inteligências
Embora as crianças de hoje estejam inseridas numa
e as individualidades.
sociedade repleta de imagens, os pesquisadores dizem
Certamente, todos podem pro-
que há diminuição do universo imaginativo. Portanto, é
mover situações culturais e de apren-
função da escola cuidar intencionalmente do desenvolvi-
dizagem. Mas é no meio escolar que
mento da imaginação, base de todas as aprendizagens
ocorre a ampliação mais significativa
futuras. A criança, por meio da experimentação, da
das experiências humanas, pois há
exploração e das pesquisas, estabelece relações entre
um elemento fundamental: o outro. O o que já foi aprendido e os novos saberes. Dessa forma,
conhecimento é construído na interação
seu cérebro cria novas conexões neuronais e armazena
física e social e, nesse processo, modifi-
na memória de longa duração os
diversos aprendizados. Portanto, planejamos momentos
que propiciem um desenvolvimento
camos e somos modificados.
Claudia Regina Simões Lacerda,
Luciana Boggi Proença e Rosane
Callegari, professoras do Jardim I
saudável às nossas crianças: brincar,
dezembro caleidoscópio 3
e d u c a ç ã o infantil
vamos à
feira?
N
o fim de agosto, as
turmas de Jardim II re-
ceberam um lindo presente:
uma barraquinha de feira contendo frutas, hortaliças
curiosidade natural pelos números. Enfim, cada criança
e legumes. No princípio, a curiosidade tomou conta das
encontrou sua maneira de vencer os desafios e explorou
crianças e a exploração se deu de forma espontânea.
estruturas de raciocínio lógico, escolheu estratégias e
Num segundo momento, propusemos situações vividas
desenvolveu habilidades.
no cotidiano, como comprar e vender produtos.
Além do conhecimento lógico-matemático, outras
Nosso objetivo: trabalhar, de forma lúdica, noções
áreas foram trabalhadas: listas de compra, a origem da
conceituais matemáticas fundamentais para a com-
feira, a rotina e o perfil dos trabalhadores e a apreciação
preensão de determinados conteúdos. A comparação
de obras de arte sobre o tema. Foi gratificante observar
dos produtos, a classificação e a correspondência termo
o envolvimento das crianças em uma divertida e praze-
a termo para efetuar a contagem e o pagamento das
rosa brincadeira que se tornou espaço de elaboração,
compras são exemplos das noções trabalhadas.
investigação e construção de muitos conhecimentos.
Pagar pelo produto adquirido: eis outra questão
E você, costuma ir à feira? Não perca essa oportuni-
desafiadora. Questionamentos e hipóteses surgiram
dade de levar seus filhos para incentivar ainda mais o
entre os alunos e alunas do Jardim II: “Como vamos
desenvolvimento das noções matemáticas conceituais
pagar se não temos cartão de crédito?” “Onde vai ficar o
– e não se esqueça de parar na barraca do pastel!
banco para a retirada do dinheiro?” São discussões que
mostram a criança integrada ao cotidiano familiar e sua
4 caleidoscópio dezembro
Maria Beatriz B. Rossetti e Fernanda S. Lugatto,
professoras do Jardim II
1 o ano ef Alfabetização e letramento:
as conquistas do 1º ano
D
o universo de 219 alunos ma-
mas, compreen­der a formação das
triculados no 1o ano do Ensino
sílabas, decifrar o que está escrito.
Fundamental em 2011, 117 vieram de
É preciso inserir o letramento nesse
diferentes escolas de Educação Infantil:
processo, ou seja, usar os textos que
um grande desafio para nossa equipe
os alunos e alunas trazem, inserir ou-
de professoras alfabetizadoras. A mo-
tros, relacioná-los com uma variedade
tivação dos alunos era clara: “Quero
de gêneros trazidos à sala de aula por
aprender a escrever, quero saber
meio da leitura diária. É isso que permite
ler”. E tudo o que queríamos
a reflexão a respeito da escrita: como
era ensinar, da forma mais
escrever e o que escrever. Não é possí-
atrativa e produtiva possível.
vel pensar na escrita sem relacioná-la à
Quanta expectativa! Aprender
prática de leitura. Aprende-se a escrever
não é mágica, ninguém pode
também por meio dos textos de tercei-
fazer isso por nós. É necessário
ros. É com a convivência com textos de
ter esforço, dedicação, momentos
diversos gêneros que nos inscrevemos
de reflexão e de frustração, mas
também muitas brincadeiras, desco-
nessa teias.
Assim, os alunos e as alunas do
bertas, prazer, alegria – encontros
1o ano tiveram a oportunidade de
verdadeiros entre quem ensina e
interagir com adivinhas, parlen-
quem aprende.
Saber ler e escrever vai muito
das, quadrinhas, músicas,
poesias, legendas, textos
além de aprender as letras,
informativos, histórias em
relacionar grafemas a fone-
quadrinhos e contos, integrando a oralidade, a audição, a
leitura e a escrita.
O resultado? Apreciem algumas criações. “Eu sei ler!” “Eu
sei escrever!” “Eu aprendi letra
cursiva!”
Cássia A. José Oliveira,
professora do 1o ano EF
dezembro caleidoscópio 5
2 o a n o e f
a matemática
do dia a dia
A
matemática está presente em nossas necessida-
gem se situa entre os séculos 4o e 5o, na Alemanha,
des cotidianas. Deve ser considerada como uma
nossos alunos puderam vivenciar momentos desafia-
forma de compreender e atuar no mundo e de pertencer
dores e registrar as estratégias de cálculo para elaborar
à sociedade no seu contexto social, cultural e natural.
o conceito da multiplicação a partir dos pinos caídos
Identificamos as ideias matemáticas em embalagens
no arremesso da bola. É importante acrescentar que,
de alimentos, receitas médicas, números de telefone,
como nas demais áreas do conhecimento, o registro
calendários; enfim, em situações que são fruto da cons-
escrito exerce um papel fundamental na estruturação
trução humana. Assim, quando chegam à escola, os
do pensamento, auxiliando na validação das hipóteses
alunos já têm uma história, um conjunto de experiências
ao confrontá-las com as dos colegas.
que são socializadas com seu grupo, adquirindo sentido.
Cabe à escola recorrer a esses conhecimentos e
ampliá-los, pois é fundamental que se observem padrões e regularidades e se apliquem
os conhecimentos adquiridos na resolução
de problemas, a fim de desenvolver formas de raciocínio e estratégias e de ser
As regras – Vejamos, por exemplo, a descrição do jogo
de boliche feita por Paola Dutra Esteves, aluna do 2o
ano F: “Material necessário: 10 garrafas plásticas,
1 bola pequena, 1 régua grande. Como jogar:
você é obrigado a jogar a bola na mira dos
pinos para acertar. Depois, marque os
perseverante na busca de soluções.
pontos em uma folha. Regras: pegar
O 2 ano do Ensino Fundamental
a régua e colocar no chão a uma
o
do Colégio Santa Maria se preocupa
com o desenvolvimento dessas
habilidades e competências
distância certa dos pinos. Cada
pessoa joga na sua vez. Cada
garrafa vale 2 pontos. Se
dos alunos. O jogo de boliche
alguém derrubar todas as
é um exemplo de material
garrafas, ganha 10 pontos.
utilizado pela série a fim de
instrumentalizar a aprendizagem do conceito de
multiplicação.
Por meio desse
jogo milenar, cuja ori6 caleidoscópio dezembro
Vence quem ganhar mais
pontos”, ela ensina.
Adriana Breviglieri Pechi
Antonio e Glaucia Savioli
Fisner Piva, professoras do
2o ano do Ensino Fundamental
5 O ANO EF
A SOBREVIVÊNCIA DOS
OCEANOS,
NOSSA SOBREVIVÊNCIA
O
s alunos do 5o ano iniciaram em 2011 o estudo
fundamental para a vida na Terra: a produção de oxigê-
dos oceanos. Realizamos o estudo de meio dos
nio. Após a palestra, Giulia Moretti, do 5o D, comentou:
ecossistemas litorâneos, fizemos debates, assistimos a
“Cerca de 70% do oxigênio da atmosfera é produzido
vídeos e nos encontramos com a oceanógrafa Patrícia
pelo fitoplâncton durante a fotossíntese”.
Bianca Ribeiro, do Instituto Oceanográfico da USP.
Os alunos se surpreenderam ao descobrir que a água
da se sabe muito pouco sobre os oceanos. Crescimento
que ingerimos pode ser a mesma que existia na época
das cidades, expansão das indústrias, aumento da po-
dos dinossauros! “Se o ciclo da água for interrompido,
pulação, pesca, poluição... O impacto da ação do homem
todos os seres vivos da Terra serão afetados”, alerta
tem colocado em risco a saúde dos oceanos, podendo
Augusto Lima Alves, aluno do 5 D.
acarretar a extinção em massa das espécies marinhas.
o
FOTO DE FUNDO: NASA
Mesmo com tanto avanço científico e tecnológico, ain-
Foi nos oceanos que a vida se iniciou. “O mar abriga
Ana Beatriz Mitsutani, do 5o D, adverte: “Quando um
várias espécies de peixes, plantas e crustáceos. Muitas
recife de coral é destruído, estamos matando também
dessas espécies nos alimentam”, lembra Tiago Tortella,
milhares de espécies que moram nesse ecossistema”.
aluno do 5o D. Além de nos fornecer alimento, os rios e
Patrícia Ribeiro deixou-nos esta reflexão: “Antes de
os mares servem para o transporte de pessoas e mer-
tudo, é preciso mudar a percepção sobre os oceanos.
cadorias. Tiago Tortella complementa: “Também usamos
Conhecimento é o primeiro e mais importante passo
os oceanos para nos divertir. Navios e lanchas enchem
para a compreensão de que há limites para o que po-
os mares, pessoas mergulham para observar as belezas
demos fazer ao mundo a nossa volta, sem prejudicar
do fundo do mar e banhistas lotam as praias”.
nossa própria sobrevivência e nosso bem-estar”.
Em sua palestra, a oceanógrafa Patrícia Ribeiro
ressaltou a importância dos oceanos num processo
Pensem nisso.
Equipe do 5o ano
DEZEMBRO
CALEIDOSCÓPIO 7
8O ANO
EXCELÊNCIA
ACADÊMICA NA
ARTE
A
excelência acadêmica na área de
que o cerca. Essa experimentação é
Arte não está ligada apenas a aptidões,
essencial para o processo de construção
mas também ao desenvolvimento da sensibilidade. É por
do indivíduo.
meio do contato com a história da arte, seus artistas e suas
A área de Arte favorece a integração das demais
obras que o indivíduo tem a oportunidade de desenvolver
áreas, pois proporciona uma visão mais global e sensível
o senso estético e a sensibilidade para olhar, perceber e
do mundo. A aptidão artística vem como consequência,
sentir toda a linguagem emocional ali contida.
permitindo que o aluno aprenda a se expressar de for-
A sensibilidade também está ligada à experimenta-
ma mais consciente e adequada, seguindo padrões e
ção do aluno com os diversos tipos de material artístico.
regras de composição, até chegar ao nível de excelência
É dessa maneira que desenvolverá sua criatividade e
para o 8o ano.
expressará ideias, sentimentos e percepções do mundo
Adriana Felix Pistori, professora de Arte
EDUCAÇÃO E TRABALHO A SERVIÇO DA VIDA
O
ensino de língua contempla focos necessariamente
esse conhecimento nas diferentes situações. Isso está presente
inter-relacionados, que implicam o desenvolvimento, nos
neste trecho da resenha crítica da aluna Amanda Silvério Fer-
alunos, das competências em comunicação, texto e gramá-
rari, do 8o C: “A revolução dos bichos conta a história de uma
tica. Isso equivale a abrir espaço para que possam exercitar
revolução de animais cansados de ser explorados. Eles expul-
e ampliar sua capacidade de comunicação oral e escrita nas
sam os humanos da fazenda e fazem a promessa de uma
mais diversas situações sociais.
sociedade harmoniosa, na qual todos serão iguais. Porém, em
O processo de trabalho a partir da leitura de A revolução dos
certo momento, os porcos tomam o poder e oprimem os de-
bichos, de George Orwell (Companhia das Letras), promoveu
mais animais, tornando-se ditadores. No Brasil, muitos líderes
situações de troca entre os componentes curriculares
se assemelham ao ‘governo’ do porco Napoleão. No
e de interação, com propostas em que os alunos fo-
mundo, há países que ainda sofrem com ditaduras.
ram convidados a repensar os valores apresentados
E, em todos os casos, sempre encontramos aqueles
no enredo, a recorrer às suas experiências pessoais,
que só querem tirar vantagem, que só pensam em
a estabelecer relações históricas.
si próprios e se tornam lideres; aqueles que, no livro,
Os procedimentos para o
são os ‘porcos’. A trama tem inúmeras relações que
trabalho com a língua não são
são facilmente percebidas e,
estanques e, sim, interativos.
em cada relação, uma crítica”.
O aluno que verdadeiramente
Sonia Regina Yamadera,
aprende contextualiza os
professora de Língua
conteúdos e é capaz de expor
Portuguesa
8 CALEIDOSCÓPIO
DEZEMBRO
mérito
2011
quem se destacou em
O
limpíadas Brasileira e Latino-Americana de Astronomia
alunos que, com qualidades semelhantes, não participaram
e Astronáutica, Olimpíada Paulista de Matemática,
de eventos. Assim, a homenagem que o Colégio presta aos
Parlamento Jovem, Olimpíadas Brasileira e Paulista de
destaques do ano na capa desta Caleidoscópio se estende
Química... Foram muitos os eventos de mérito acadêmico
a todos aqueles que levam os estudos a sério, participam
nos quais os alunos do Santa Maria se destacaram em 2011.
e têm consciência de seu papel na sociedade. Conheçam
Esse grupo representa, de fato, um número bem maior de
a seguir quem brilhou neste ano.
Olimpíadas e vestibular
medalha de bronze na OBA. Luiz Felipe Guain Teixeira, do 3o ano,
Organizada anualmente pela Sociedade Astronômica Bra-
conquistou medalha de bronze na OBA e na Olimpíada Paulista
sileira, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
de Química, além de menção honrosa na Olimpíada Brasileira
(OBA) é quase um território dos alunos do Santa Maria, tantas
de Química, ficando em 40o lugar na classificação nacional e em
são as premiações. Em 2011, do 3 ano do Ensino Fundamental,
quarto lugar no estado de São Paulo. Além disso, Luiz Felipe foi
ganharam medalha de ouro Vicente Costa Leal Torrico, André
o terceiro colocado para o curso de Física no vestibular Unesp
Mouri Ishii e Matheus Almeida Aranha; Letícia Martins Peñaranda
2012. Matheus Bellini, do 3o ano, também brilhou no vestibular,
conquistou a medalha de prata e Laura Bach Santa Catarina,
classificando-se em primeiro lugar para o curso de Matemática
Julia Savian Serai, Vitor Pedro G. Fanucchi e Maria Letícia Neves
da Unesp.
o
Hansen ganharam bronze. No 4o ano, Gustavo Breviglieri Pechi e
Kenzo Komatsu Takano receberam medalha de prata. No 5o ano,
Outros destaques
ganharam ouro André Fontanez Bravo e Nelson Alves Yamashita.
Giovanna Mantovani Salim, do 5o E, venceu o 7o Concurso
No 6 , foram medalhistas Caetano Gabriel Basso, Kenzo Ishibashi
Cultural Ler e Escrever é Preciso – Ecofuturo, cujo tema foi “Vamos
e Sophia Faula Leite de Oliveira.
cuidar da vida”. Criado para incentivar o hábito da leitura e da
o
No 7 ano, Bruno Akira Toshimitsu Oda e Henrique Cao
balleria Mesquita conquistaram bronze na OBA, enquanto
expressão autoral, o concurso registrou a participação de mais
de 4.500 redações de todo o país.
Pedro Takahaski Fernandes e Lucas Giusti Kolbe ganharam,
Giovanna Milano Mota, do 5o G, e Giovanna Camargo, do 5o
respectivamente, prata e bronze na Olimpíada Paulista de
A, destacaram-se no concurso de frases promovido pela Sabesp
Matemática (OPM).
para comemorar o Dia Mundial da Água. Entre mais de 300 frases
No 8o, conquistaram medalha na
inscritas, Giovanna Milano ficou em
OBA os alunos Arthur Neto dos Santos
primeiro lugar e Giovanna Camargo
e Julia Geiling Cardoso Falcone. No 9o
em nono na categoria de 9 a 11 anos.
ano, Gustavo Ingnieri ganhou prata,
Pedro Geiling Cardoso Falcone,
enquanto Giovanna Giorgii, Carolina
do 8o E, foi o terceiro colocado no
di Senna, Gabriel Diniz e Fabrizio
Parlamento Jovem Paulistano e
Boer foram duplamente premiados,
teve seu projeto publicado no Diário
com medalhas na OBA e também
Oficial. Ele será o representante do
na OPM.
partido Natureza na décima edição
No Ensino Médio, Victor Moraes
de Oliveira, do 2o ano, obteve me-
do Parlamento Jovem Municipal,
como um “jovem vereador”.
dalha de ouro na OBA e de prata na
No 9o ano, Fernanda Guedes,
Olimpíada Latino-Americana de As-
Marilia della Barba e Cinthia Isawa
tronomia e Astronáutica (OLAA). Tiago
foram destaques no Projeto Social –
Dias Guimarães, do 3o ano, ganhou
Trabalho Voluntário.
dezembro caleidoscópio 9
e special
inserção s o c i a l
Para sempre na memória
Q
uando relembram o período em que estudaram
cepção clara das diferenças sociais, de contextos que,
no Santa Maria, os ex-alunos, invariavelmente,
embora dolorosamente reais, nunca seriam conhecidos
citam os trabalhos de inserção social e afirmam que
com tanta proximidade.
a experiência marcou a vida deles e influenciou suas
Para o Santa Maria, a construção do conceito de ci-
atitudes e sua trajetória profissional. De fato, não há
dadania e responsabilidade social, desde as séries da
como esquecer o contato com as crianças das creches,
Educação Infantil, é um de seus papéis mais relevantes.
com pessoas com necessidades especiais, com idosos
Algumas dessas experiências de inserção estão em
dos lares da terceira idade ou com as comunidades de
destaque nas páginas seguintes e explicam, em grande
regiões como o Vale do Ribeira e Telêmaco Borba. É um
parte, por que os alunos do Colégio se tornam adultos
passo definitivo para a descoberta do outro, para a per-
participantes, ativos, responsáveis e comprometidos.
O trabalho do Ensino Médio
na pediatria. Além das músicas e
No Ensino Médio, as atividades de
brincadeiras, cada voluntário se veste
inserção acontecem semanalmente no
com uma fantasia e pinta o rosto.
Hospital Regional Sul, no Hospital Geral
Para nós é muito recompensador.
de Pedreira, na Creche Verbo Divino e
Gosto tanto deste projeto que há
no Centro Santa Marta, com aulas de
dois anos participo dele. Em 2011,
informática para alunos do Supletivo.
estou me dedicando três vezes por
O contato com essas instituições é uma
semana ao voluntariado no hospital.
experiência que nos possibilita aprender
Allan Massaini, aluno do
muito com o outro, pois a realidade nos
3o ano do Ensino Médio
desafia a refletir sobre a vida, rotinas,
hábitos de consumo, práticas sociais,
O trabalho dos alunos aqui no hospital
crenças, sentimentos, valores e projetos
faz bem para as crianças e para os
de vida. Conheçam, a seguir, mais de-
acompanhantes. Quando eles estão
talhes desse trabalho, na visão de pro-
aqui, todos esquecem os problemas. As
fessores, alunos, pais e representantes
crianças não reclamam da dor. Todos se
das instituições.
contagiam com a alegria deles.
Paulo Pedro Felipe, coordenador
Maria do Carmo, recreacionista
dos projetos de inserção social
do Hospital Regional Sul
Projeto Arte É Saúde –
Hospital Regional Sul
Projeto Arte É Saúde –
Hospital Geral de Pedreira
A dinâmica do trabalho voluntário
O trabalho no Hospital Geral de Pedreira
no Hospital Regional Sul é muito
começou em 2010, com um grupo de vo-
boa, porque há apoio e espaço. Um
luntários que já havia atuado no Hospital
grupo fica entretendo as pessoas no
Regional Sul. Nesses dois anos, aprendi
pronto socorro infantil e outro atua
muito. Descobri que a dedicação gera
10 caleidoscópio dezembro
e nsi no m é dio
confiança por parte da instituição, que
abre as portas ao voluntariado.
O Centro de Educação Infantil – Instituto
Gabriel Single Toledo, aluno do
Verbo Divino parabeniza a dedicação e
3 ano do Ensino Médio
o compromisso dos alunos voluntários
o
do Santa Maria, seus gestores e eduO projeto beneficia tanto as crianças
cadores pelo excelente trabalho feito
hospitalizadas quanto os próprios alu-
sei que daqui para a frente só depende
com as crianças em nossa instituição.
nos voluntários, proporcionando uma
de mim continuar me aperfeiçoando.
Há mais de dez anos essa parceria
vivência diferenciada.
Luiz Gonzaga de Macedo, aluno
vem proporcionando alegria e vivências
Luzia Medeiros, pedagoga
do Supletivo
significativas às crianças do Parque
do Hospital Geral de Pedreira
Santo Antônio.
Na monitoria no Supletivo, eu mais
Instituto das Mensageiras
Esse contato com os adolescentes foi
aprendi do que ensinei, pois muitas
de Santa Maria
muito importante para o meu filho. Ele
lições de vida e de superação vou levar
ficou mais alegre, mais ágil, batendo
para o resto da minha vida. Entrei no
Campanha Solidária
palmas. Parabéns!
Santa Maria em 2011 e foi a monitoria
A Campanha Solidária é uma parceria
Anderson, pai de Deivison, de 5 anos
que me ajudou a conhecer pessoas
com a área de Educação Física, que
novas e a ficar mais entrosado com as
organiza competições esportivas entre
Informática para Todos
coisas que ocorrem no Colégio.
as turmas do Ensino Médio, quando os
Quando se aprende a lidar com o com-
Pedro Guilherme Pirillo, aluno
alunos se mobilizam para ajudar institui-
putador, novos horizontes se abrem.
do 1o ano do Ensino Médio
ções que prestam serviços de assistên-
Isso não é diferente para o aluno do
cia social. O objetivo é vincular o evento
Supletivo. Apesar da diferença de idade,
Creche Verbo Divino
esportivo à prática da solidariedade. Os
o respeito por quem está ensinando é
Na Creche Verbo Divino, semanalmente,
alunos participam de todo o processo
muito grande. É prazeroso constatar que
os voluntários interagem com crianças
de organização da campanha, até a
o que antes representava um obstáculo
de 2 a 4 anos. Percebemos que todos os
entrega das doações. Nas três etapas
hoje significa oportunidade.
nossos problemas se tornam minúsculos
realizadas em 2011, foram arrecada-
Sandra Rossi, professora do Supletivo
quando estamos com elas e que o brilho
das 6.659 fraldas, doadas ao Amparo
no olhar de cada uma não tem preço.
Maternal; 2.556 quilos de alimentos,
Adorei as aulas de informática e a equi-
Acreditamos que nós temos muito mais
entregues nas comunidades do Vale do
pe de voluntários. O conhecimento de
a aprender do que a ensinar.
Ribeira atingidas por enchentes; e 2.834
informática nos ajuda muito na hora de
Bianca Guedes e Beatriz Ferreira,
produtos de higiene pessoal, doados
conseguir emprego. Agradeço a todos e
alunas do 3o ano do Ensino Médio
ao Lar de Idosos Luz Divina, no Grajaú.
dezembro caleidoscópio 11
e special
inserção s o c i a l
en s i no mé dio
os 33 de telêmaco
C
Nada é por acaso
Pensando em como escrever memórias e lembranças de Telêmaco Borba,
erta vez um adolescente fez-me
resgato, emocionada, experiências que
esta pergunta: “É possível mudar
vivi e tudo o que aprendi. Percebi que,
o mundo e aproveitar a vida?”. Ou seja,
ao passar na vida de muitas crianças e
como se engajar em causas sociais, cul-
comunidades, levei um pouco deles e
tivar a solidariedade e, simultaneamen-
deixei um pouco de mim. Tenho certeza
te, considerar as instâncias individuais,
de que não nos encontramos por acaso.
particulares de nossa vida privada?
Nossa missão é compartilhar o que te-
Como escreveu o poeta João Cabral
mos de melhor: solidariedade, respeito,
de Melo Neto, “é difícil defender com
zelo, amor.
palavras a vida”. Dessa forma, é melhor
Eliane Lima, professora do Jardim II A
deixar a própria vida responder. Em
junho, recebi um convite do professor
Mais do que uma viagem
Paulo Felipe para participar de uma
Somos o que fazemos. Se você faz boas
viagem a Telêmaco Borba, no Paraná,
ações, você é uma pessoa boa, e uma
onde a Congregação da Santa Cruz
pessoa boa é amada por muitos. Foi
possui um centro pastoral.
com esse pensamento que viajamos
De 27 de julho a 3 de agosto, esteve
ao Paraná para passar uma semana
em Telêmaco um grupo de 25 alunos,
promovendo atividades e ajudando as
três ex-alunos, três professores, minha
comunidades de lá. Se alguém pergun-
esposa, Viviane, e o motorista Agnaldo:
tar o que ganhamos com isso, aposto
33 pessoas. O número 33 é um signo
que todos iremos responder que o sor-
repleto de sentidos. Jesus tinha 33 anos
riso de uma criança, o abraço e o choro
quando morreu. Quando se acrescenta
de pessoas quando vamos embora e a
o número 3 (o número de dias em que
alegria que havia entre nós, voluntários,
Jesus esteve no sepulcro) se obtém 333,
são coisas que o dinheiro não consegue
um símbolo dos passos que o homem
pagar. Vimos pessoas que lutam pelo
precisa dar para renascer – morte, res-
que querem e, por mais difícil que seja
surreição e ascensão.
a vida, nunca se lamentam. Mais do que
Irmã Rosa acompanhou o grupo dos
uma simples viagem, foi uma lição de
33 de Telêmaco. Ela nos disse: “É preciso
vida. Acredito que a vida seja como um
amar a terra, os seres vivos. O amor e a
quebra-cabeça que vai se preenchendo
bondade são como diamante: brilham
com as experiências que adquirimos. E
para sempre”. Irmã Rosa é uma das
faço um apelo a você, aluno do Ensino
parteiras de um mundo diferente, um ser
Médio: junte-se ao grupo de trabalho
humano imprescindível. Sinto que os 33
voluntário e se dedique à construção de
de Telêmaco também o são.
um mundo melhor.
Jorge Miklos, professor
Vitor Campos da Paz Silva,
do Ensino Médio
aluno do 1o ano do Ensino Médio
12 caleidoscópio dezembro
PrÉ
MoMenTos Que FaZeM a
n
osso projeto de inserção social, no abrigo solar da
DiFerença
em relação à integração, é um momento de enorme valor,
alegria, tem como objetivo favorecer o contato dos
pois eles se divertem nos ambientes diferentes, interagem e
alunos com crianças de uma realidade social diferente. essa
partilham juntos. as crianças curtem bastante e relembram
instituição acolhe órfãos ou menores retirados do convívio
momentos únicos que viveram. e nós, educadores, ficamos
familiar por sofrerem maus tratos. Há desde recém-nascidos
felizes ao sentir a felicidade deles”.
até crianças de 7 anos, que recebem vestuário, alimentação,
as ações em prol dessa instituição sempre tiveram
assistência educacional, de saúde e lazer, o que os prepara
grande adesão, e as contribuições foram significativas. o
para reintegrar-se às famílias biológicas ou a uma nova
Natal está chegando e já iniciamos uma nova campanha.
família, em caso de adoção.
Nas rodas de conversas, nossos alunos já planejam como
a coordenadora do abrigo, em seu depoimento, retrata
a riqueza da nossa presença: “É um trabalho muito bonito
e de grande importância para a vida das nossas crianças.
1 o a N o eF
Troca
enriQueceDora
o
vão participar. Junte-se a nos em mais esse momento que
faz a diferença.
Monica Farinelli e Rosana Mendes Pereira, professoras do Pré
em seguida, uma vez por mês, cada sala visitou a creche. Nossos alunos levavam seus conhecimentos para
partilhar e eram recebidos com lanche, brincadeiras
e atividades-surpresa preparadas com cuidado pelas
educadoras marisa e Gina. esta é a meta: aprender com
projeto de inserção social do 1o ano envolve a
o outro. conhecer outro modo de vida, outra escola, com
creche Nossas crianças que, neste ano, ganhou
procedimentos próprios e, assim, ampliar o universo de
mais uma unidade. as crianças da instituição, com idade
referências. Nossas professoras preparam “aulas espe-
entre 2 e 5 anos, nos visitaram no início do ano, parti-
ciais” em que contam histórias e confeccionam persona-
cipando de atividades de música, artes e brincadeiras
gens. e os alunos também ensinam – brincando, é claro.
nos parques. Nossos alunos as acolheram com muito
a troca entre as crianças sensibiliza quem a pre-
carinho, ajudando as menores a usar os aparelhos do
sencia. Nem sabemos quem aprende mais, se nossos
parque, partilhando o lanche pre-
alunos ou as crianças da creche, pois
parado coletivamente e ensinando
essa riqueza não pode ser medida:
parlendas e cantigas que haviam
pode apenas ser sentida nos olhares,
aprendido recentemente. Foi uma
nos sorrisos, na expectativa de um
alegria ver as crianças correndo pelo
novo encontro, nas atitudes.
colégio, guiadas pelos nossos alunos
e chamadas pelos nomes.
Elaine Soares da Silva,
professora do 1o ano EF
dezembro
caleidoscópio 13
e special
inserção s o c i a l
2 o a n o ef
Vivenciar outras
C
realidades
om o projeto de inserção social no Abrigo Vila
Ao longo de 2011, todas as classes do 2o ano visita-
Acalanto, os alunos do 2o ano observam uma
ram o Abrigo para compartilhar saberes e sentimentos.
realidade diferente daquela a que estão habituados e
Respeito, solidariedade e aprendizagem não faltaram
vivenciam momentos de partilha. Procuramos desenvol-
nessas visitas, e todos os envolvidos acabaram perce-
ver atitudes de compromisso e reflexão que promovam
bendo que amor compartilhado é amor multiplicado.
uma ação transformadora e, quem sabe, auxiliem na
construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Em uma das visitas, convidamos a dentista Silvia, mãe
de Bruno Giusti, do 2o C, para dar uma palestra sobre
Iniciamos o ano recebendo a visita da irmã Esmeral-
higiene bucal. “Foi gratificante ensinar o que eu sei para
da, uma das responsáveis pelo Abrigo. Ela nos contou
as crianças e as cuidadoras do Abrigo. Quem ajuda o
como foi sua infância e sua juventude e como tomou a
outro ajuda a si mesmo”, disse a dra. Silvia.
decisão de seguir a carreira religiosa. Contou também
Ana Heloísa e Vinícius, alunos do 2o E, afirmaram:
como é a rotina das crianças na Vila Acalanto. Suas
“Gostamos muito de tomar lanche com nossos novos
palavras semearam encantamento. Seus relatos trans-
amiguinhos, ir ao berçário e segurar os bebês. Ficamos
bordaram amor pelo próximo!
felizes em saber que as crianças de lá também podem
ter uma família que as
adotem e as amem como
os nossos pais”.
Irmã Regineide, da Vila
Acalanto, acrescentou: “É
uma alegria receber as
visitas do Santa Maria. É
um momento de partilha, interação e convivência com
as crianças. Parabenizamos o Colégio pela disposição
em construir um mundo melhor, em que as diferenças
são colocadas de lado. Para nós, tudo é importante: a
visita, a partilha do lanche, as comemorações, as brincadeiras, as palestras que fazemos juntos e as doações.
Para que haja um mundo melhor, é preciso amar-nos
uns aos outros, fazer com que o outro seja importante na
nossa vida e, para que isso aconteça, devemos começar
mesmo pelas crianças. Que Deus abençoe a todos nós”.
Rosilene Moutinho Arriola e Sílvia Sonagere,
professoras do 2o ano EF
14 caleidoscópio dezembro
3 o a no ef
Abraçando a diversidade
“A
prendendo com a melhor idade” é o tema que
permeia os estudos do 3o ano. O objetivo é
construir o conceito do envelhecimento com dignidade,
respeito e preservação dos direitos fundamentais. Os
alunos conheceram o Estatuto dos Idosos, discutiram sua
representação na sociedade e vivenciaram momentos
inesquecíveis ao lado de seus avós, de quem ouviram
histórias e ensinamentos.
Merece destaque a visita ao Asilo Ondina Lobo e ao
Espaço Aberto, onde os alunos aprenderam, na prática,
valores como respeito, dignidade e amor. Esse contato
entre gerações envolve emoções, sentimentos, atitudes
e são essenciais para preparar o olhar dos mais jovens.
É na escola que os alunos desenvolvem habilidades,
ampliam as relações sociais e são preparados para o
futuro. Incentivá-los a ser agentes multiplicadores no
cuidado e no respeito com o idoso é uma de nossas
metas. “Acho que o projeto faz com que tenhamos a
consciência de ajudar os idosos e respeitá-los no dia a
dia”, disse Pedro Paiva, do 3o G. “Visitando o Ondina Lobo
e o Espaço Aberto, aprendi a solidariedade, o respeito e
o amor”, completou Lara Sobreira Ferraz Egídio, do 3o G.
Katya Jurdy Martins Bayer, professora do 3o ano EF
Depoimentos dos moradores do Espaço Aberto
Idália Sbano, 81 anos: “Dentre os momentos mais felizes que tive nesses
14 meses em que estou aqui, destaco, como jornalista que sou,
uma das visitas feitas pelos alunos do Santa Maria. Eles
fizeram o papel de jornalistas e nos entrevistaram
com brilho, competência e entrosamento entre
gerações. Foi perfeito”.
Silvio Alves: “Com as crianças, vieram as lembranças de 25 anos atrás, quando meu filho
Marco Aurélio ingressou no Santa Maria. Com
muita emoção, comentei isso com as crianças,
porque sinto saudade de quando eu tinha as
minhas próprias crianças”.
Nicodemos Rocha: “Achei muito interessante as piadinhas das crianças.
Elas são muito educadinhas, principalmente o Nicolas. Eu quero que
eles venham sempre nos visitar, porque é uma juventude que está
crescendo com educação, e eles vieram nos ensinar várias coisas que
tínhamos esquecido com o passar do tempo”.
Depoimentos dos moradores do Ondina Lobo:
Loraci, 77 anos: “Acho as crianças do Santa Maria maravilhosas. Tocam
bem seus instrumentos. Me perguntam sempre: o que a senhora faz
aqui? Respondo: tenho aula de pintura em tecido, cuidados médicos
e inclusão digital”.
Tales, 88 anos: “Eu adoro os alunos do Santa Maria. Eles trazem muita
alegria com sua presença e música. Mostro para eles meu trabalho”.
Zulmira, 93 anos: “Gosto muito dos alunos porque
eles trazem alegria, cantando e nos abraçando.
Trabalhei 40 anos com um artista chamado Nho
Totico, que dirigia um programa na rádio onde
apresentava uma sala de aula com seus alunos.
Com ele aprendi a amar as crianças”.
Francisco, 80 anos: “Gosto quando os alunos do
Santa Maria vêm nos visitar. Sei cantar, toco cavaquinho e já fiz versos para as professoras do Colégio:
Colégio Santa Maria/tem o nome da mãe de Jesus/Colégio que ensina e educa as crianças/A caminhar no Caminho de Luz”.
Rubens, 85 anos: “Essas crianças lembram sempre minha infância.
Agradeço ao Colégio que envia crianças inteligentes que testam nossa
capacidade com perguntas difíceis”.
Pedro Mariano, 86 anos: “Sou repentista e faço quadrinhas para os
alunos que nos visitam. Faço perguntas que eles não sabem responder.
Me divirto muito com eles”.
dezembro caleidoscópio 15
e special
inserção s o c i a l
4o ano
mpulsionados pela reflexão da Campanha da Fra-
futuro
ternidade, “Fraternidade e vida no planeta”, e pelo
compaixão e amor foi a responsabilidade assumida pe-
reconhecimento de que todos somos agentes efetivos
los alunos nas creches Vila Nicarágua e Nossa Senhora
da história, as atividades no 4 ano renderam bons
Aparecida. Eles transferiram às creches os conhecimen-
frutos em 2011, com os projetos Coopercaps, creche e
tos adquiridos durante o plantio, os cuidados e a colheita
horta. Visando a favorecer o diálogo entre os diferentes
na horta do Colégio. Lá, como citaram as coordenadoras
saberes, transmitir benefícios às comunidades e fazer
e diretoras, a iniciativa do Santa Maria de “interagir com
do aluno cidadão e agente da história, os projetos se
as crianças foi enriquecedora, pois os alunos mostra-
tornaram ações concretas, com a visita à Coopercaps,
ram que queriam estreitar os laços com a comunidade
seguida de entrevistas e palestras.
e transmitir o que aprenderam na escola”. Partilhar as
Um compromisso
para o
I
o
Cuidar da comunidade e da vida com compreensão,
Os alunos fizeram um relato do que aprenderam e
aprendizagens foi o que fez Fabrício Venticinque, do 4o
seus pais observaram mudanças de atitude que esse
A: “Nunca pensei que pudesse ensinar alguém a plantar.
estudo gerou em casa – como Renata Carvalho, mãe de
Hoje me senti muito importante”, disse.
Lara, do 4o E, que escreveu: “Acho interessante todos os
Os alunos apresentaram na Semana Padre Moreau,
trabalhos realizados pelas séries. Esse, na Coopercaps,
sob o tema “O consumo e o estilo de vida das famílias
ensina a criança a perceber outras realidades, a respei-
brasileiras entre os anos 1950 e 2011”, o que apren-
tar mais os materiais e a enxergar novas possibilidades.
deram a respeito de consumismo, descarte do lixo e
É participando e multiplicando atividades como essa que
educação para a cidadania. Colocando-se a serviço do
o mundo se torna melhor”. O cooperado Talines
Basílio Nascimento observou: “Aprendemos
juntos e crescemos juntos, agregando
valores eternos a todos”.
16 caleidoscópio dezembro
engajamento consciente, criativo e responsável
no mundo, cumprimos mais uma missão, e
esperamos que seja para hoje e sempre.
Equipe do 4o ano
5 o a no
Redes
solidárias
A
grande rede solidária do Projeto Conte Comigo e
da Pastoral da Criança envolve professores, alunos
do 5 ano, suas famílias, as famílias da comunidade Sano
ta Clara e São Francisco e agentes da Pastoral. Mônica
Tomomitsu, mãe de Rafael, do 5o D, relata: “Participar da
visita à Pastoral foi gratificante. O debate sobre violência
com as mulheres da comunidade me apontou uma rea­
Enquanto as mães se debruçam sobre os trabalhos
lidade presente no cotidiano de muitas pessoas, mas
artesanais, as crianças se integram nas dramatizações,
que de forma geral não é vista. Todas puderam falar,
jogos, brincadeiras e histórias. Giulia Moretti, do 5o D,
sem preconceitos nem julgamentos”.
comenta: “Segurei um bebê no colo, senti muita respon-
Despertar a ideia da possibilidade de uma economia
sabilidade, e me senti muito bem. Aprendi muitas coisas.
solidária baseada em cooperação, autogestão e ação
Foi uma das experiências de que eu mais gostei no 5o
responsável foi o objetivo das oficinas de artesanato.
ano”. Ivanilda Barroso, mãe de quatro filhos, diz: “Gostei
Eliane, moradora da comunidade, afirma: “A participa-
muito das oficinas de pintura. Meus filhos passaram a
ção do Santa Maria está cada vez melhor. Somos incen-
gostar de contar histórias e querem fazer um teatrinho
tivadas, respeitadas e ouvidas nas rodas de conversa”.
como as crianças do Santa Maria”. Felipe Sorrilha, aluno
Givanilda Cavalcante de Oliveira, mãe de sete filhos,
do 5o B, reconhece o novo vínculo: “Gostei bastante. A
diz: “Gosto de tudo da Pastoral. Eu e meus filhos sempre
gente cria laços. Cuidei do Reginaldo e fiquei triste por
fomos muito bem-tratados. E com o que eu aprendi nas
deixar meu novo amigo”.
oficinas dá até para ganhar um dinheirinho”.
Equipe do 5o ano
Bom para todos
Este é o depoimento da coordenadora da Pastoral:
“Eu, Efigenia, coordenadora paroquial da Pastoral da Criança na
Santa Clara e São Francisco, ao lado do grupo de líderes voluntárias
desde 2005, estamos muito felizes com a integração dos professores,
alunos, coordenação e direção do Colégio Santa Maria, pois contamos
com um grupo de profissionais da área da saúde para fortalecer nosso
trabalho, as oficinas práticas feitas com muito amor e carinho e mães
de alunos que também se envolvem e participam junto com os filhos,
fazendo com que as nossas crianças se sintam cada vez melhores.
Agradecemos e pedimos a Deus que abençoe a todos. Obrigada por
fazerem parte da nossa vida”.
Efigenia, Cleonice, Helena, Amélia, Priscila, Maria e Josef
dezembro caleidoscópio 17
e special
inserção s o c i a l
6o ano
A arte amorosa
de compartilhar
A
escola, conforme disse Padre Moreau, tem um
“Com esse trabalho no Abrigo, fiquei mais madura e
papel fundamental na sociedade, como espaço
descobri o valor da vida. A cultura, a educação, o amor
privilegiado de reflexão, transformação e formação de
e o carinho que dei e recebi me transformaram e sempre
seres humanos integrais, comprometidos com a justiça
estarão em meu coração, fazendo de mim uma pessoa
social. Entendemos que o projeto de inserção social do
melhor e me ajudando a construir um mundo melhor”,
Santa Maria seja a expressão da solidariedade fundada
afirma Isabella Ruivo Andrade, aluna do 6o B.
na responsabilidade cristã e nos valores ético-religiosos.
Vula Maria Ikonomidis, coordenadora pedagógica
A proposta aos alunos do 6o ano é auxiliar o aten-
da AHIMSA, acrescenta: “Os alunos do Santa Maria
dimento às crianças no Abrigo Solar da Alegria e
potencializam sua autoconfiança, sua perseverança
acompanhar portadores de necessidades especiais na
e seu senso de compromisso e responsabilidade. Eles
APOIE (Associação para Profissionalização, Orientação e
mostram uma maturidade social pouco vista até em
Integração do Excepcional) e portadores de deficiências
adultos. Adoramos recebê-los”.
múltiplas da AHIMSA (Associação Educacional para
A ação que mais importa é a que contribui para
Múltipla Deficiência).
transformar a realidade. “Sendo voluntária, estou
Cristina Pineda Fava de Almeida, coordenadora
da APOIE, diz: “A convivência regular com os alu-
aprendendo e crescendo”, relata Renata Guedes,
do 6o G. Trilhando esse caminho, podemos
nos do Santa Maria traz aos nossos jovens a
confirmar que é possível banir preconceitos,
possibilidade de interagir com crianças alegres,
construir novos referenciais e desenvolver a
participativas e carinhosas. É um modelo de
intercâmbio que serve de exemplo para
outros projetos educacionais”.
18 caleidoscópio dezembro
arte amorosa e solidária de compartilhar.
Áurea Maria, professora de
Ensino Religioso do 6o ano
7 o a no
N
Sabedoria
posta em
prática
o 7o ano, dedicamo-nos ao estudo da mensagem
beneficiadas com as atividades, a alegria e a atenção
dos profetas clássicos da Bíblia, sempre aproxi-
dos alunos que se dispõem a trabalhar com os pe-
mando esses discursos à nossa realidade. Trata-se de
quenos. Eles sempre promovem atividades divertidas
discursos poderosos, marcados pelo desejo de denun-
e enriquecedoras, como dobraduras, música, recortes
ciar o sofrimento do povo e de anunciar possibilidades
e brincadeiras monitoradas, entre outras, resgatando,
de superação. Nada muito diferente do que, infelizmen-
de maneira diferenciada, os valores da infância. Nossos
te, ainda vemos todos os dias em todas as partes do
educadores interagem com o grupo no momento das
nosso país. Por isso é importante estudar o profetismo.
atividades, organizando as crianças e ajudando na ex-
Orientados pela Palavra de Deus, os profetas sou-
plicação das propostas. É um trabalho muito bonito, no
beram ler a realidade em que viviam e propor soluções
qual percebemos que tanto as crianças visitadas quanto
para as dificuldades. Paralelamente aos estudos aca-
o grupo de alunos do Santa Maria acabam interagindo
dêmicos, alguns alunos também participam de ações
e construindo uma relação de carinho, parceria, entu-
voluntárias em creches vinculadas
siasmo e comprometimento”.
à prefeitura de São Paulo. Visitamos
Ana Paula Zanardo, coordena-
quatro instituições, ocasiões em
dora pedagógica do CEI Vila Nicará-
que os alunos convivem com as
gua: “A educação ocorre mediante
crianças atendidas, desenvolven-
iniciativas, projetos e ensinamentos
do atividades socioeducativas. É o
que nós, do CEI Vila Nicarágua,
conhecimento do discurso profético
apreciamos nas visitas às nossas
levado para a ação prática.
crianças feitas pelos alunos do Co-
Vejamos, pelo depoimento dos
légio Santa Maria. Nossas crianças
responsáveis de algumas dessas
se sentem felizes e privilegiadas
instituições, qual é o significado,
com o trabalho prestado e temos a
para eles, das nossas visitas.
certeza de que uma sementinha foi
Equipe do MDLD IV – Sorriso de
plantada nos saberes de cada um.
Criança: “O que dizer do trabalho
Agradecemos pelo convívio durante
voluntário desenvolvido pelo Santa
este ano de 2011”.
Maria na nossa instituição? Pelas
visitas, as nossas crianças são
Pedro Moisés, professor de
Ensino Religioso do 7o ano
dezembro caleidoscópio 19
e special
inserção s o c i a l
8o aNo
“ToDos TeMos a MesMa
essência”
e
m 1994, fomos convidados pelas comunidades
são João e são Francisco a oferecer reforço escolar
às crianças atendidas. depois de um diagnóstico da
situação e da definição de objetivos, começamos a
desenvolver, com os alunos do 8o ano, atividades ludo-
pedagógicas, recursos de teatro, jogos e brincadeiras
dirigidas, além do reforço escolar propriamente dito.
com o passar dos anos, o número de voluntários cres-
luciana silva passos, educadora do Núcleo Villa
ceu e outras entidades também nos convidaram para
criança Feliz, afirma: “É muito importante a integração
o mesmo trabalho. atualmente, estamos atuando na
entre os alunos e os educandos do núcleo. os trabalhos
paróquia santa clara e são Francisco, na Villa criança Feliz
em conjunto contribuíram para o ensino-aprendizagem,
e nas comunidades dom oscar e são Joaquim santana.
principalmente na questão da afetividade”.
aparecida maria Neves, coordenadora do centro de
leiam agora os depoimentos dos alunos do 8o ano.
promoção Humana são Joaquim santana, diz: “É uma
arthur alcântara: “o trabalho voluntário me ajudou a
parceria de valor indiscutível, que auxilia nossas crian-
superar preconceitos e a me aproximar das pessoas.
ças, principalmente, no aspecto afetivo. esses momentos
percebi que no fundo todos temos a mesma essência”.
são esperados com ansiedade pelas nossas crianças”.
Helena murakami: “o trabalho voluntário me fez cres-
as visitas ocorrem semanalmente, acompanhadas
cer e perceber que posso me aproximar das pessoas
pelos professores eliane lima, denise Guain e José antônio. Há treinamentos específicos no começo do ano
letivo, para preparar os voluntários para a realização
das atividades.
independentemente de sua condição social”.
luisa Watanabe: “criamos tanta amizade com as
crianças que parece que nos conhecemos há anos”.
paula Naomi: “esse trabalho é muito importante para
nossa formação e para nosso futuro”.
ana carolina arvati: “Todos ficamos ansiosos para
chegar sexta-feira. a melhor sensação é ver o sorriso
de cada criança quando chegamos. percebo que posso
fazer o outro feliz”.
Victor Noda Vieira: “o trabalho voluntário muitas vezes
é visto como perda de tempo, mas você sabe como é
importante sua presença para as crianças”.
José Antônio Piñedo, professor de Ensino Religioso
20 caleidoscópio
dezembro
9 o a no
Adere e Vale do Ribeira
O
trabalho de inserção social no 9o
você vai fazer isso? Não vai ganhar
ano se desenvolve de duas for-
nada mesmo’. Hoje, descobri que essas
mas: na Adere, instituição que atende
pessoas estavam erradas e que eu fui o
pessoas com deficiência intelectual,
‘esperto’. Ganhei muito. Ganhei coisas
e na missão ao Vale do Ribeira, com
que dinheiro nenhum pode oferecer.
atividades em escolas rurais. Na Adere,
Ver o outro feliz e perceber que eu era
os alunos têm vivências de integração
importante para os outros me encheu
que possibilitam a aprendizagem, a
de alegria”.
troca de conhecimentos e a criação de
Cíntia Anacleto Isawa relata: ”O
produtos que podem ser desenvolvidos
trabalho voluntário é uma troca de
pelos aprendizes e comercializados.
carinho, de alegria, histórias, amor,
A riqueza desse trabalho pode ser
abraços, beijos, felicidade. É um orgulho
percebida nas palavras da psicóloga
ver que o seu sorriso passa para muitos
da instituição, Sueli Evaristo Fernandes:
outros, o seu abraço aquece muitos
“Há oito anos, com muito orgulho,
corações. E, se cada pessoa pudesse
mantemos uma importante parceria
dar um pouco do seu tempo para
com o Santa Maria. Este é o modelo de
ajudar tanto a si mesma quanto aos
inclusão no qual acredito: sem discrimi-
outros, tenho a certeza de que nossa
nação, de forma espontânea”.
sociedade seria muito melhor”.
Quanto ao trabalho desenvolvido no Vale do Ribeira,
Giovanna Giorgi acrescenta: “O trabalho voluntário
logo no início do ano letivo, Sister Anne, a orientadora
é uma das melhores experiências da minha vida. O
Ana Cristina e o professor José Antônio visitam a região
fato de conhecer e conviver com pessoas ‘especiais’
e fazem o levantamento das prioridades que serão pre-
foi extraordinário. Abriu minha mente e meu coração”.
paradas com os alunos ao longo do primeiro semestre.
Eduardo Andreucci tem opinião semelhante: “Quando
Nas comunidades de Itapeúna, Batatal, Nhunguara
comecei a fazer o trabalho voluntário, pensei que fosse
e Icomanger, os alunos realizam atividades culturais,
apenas mais uma experiência. Porém, logo nas primei-
esportivas e de lazer. A aluna Fabiana Stefanelli explica:
ras visitas à Adere, percebi que estava ganhando muitos
“Cada ano é um novo desafio. Comecei com crianças em
valores: aprendi a respeitar as diferenças, aprendi que
um abrigo e hoje atuo na Adere. E a experiência no Vale
o dinheiro não é tudo diante das pessoas, aprendi a
do Ribeira superou minhas expectativas. Temos a certeza
conviver e a interagir com a diferença”.
de que somos importantes e necessários no mundo”.
Felipe Pecim Silva afirma: “Quando comecei a fazer
o trabalho voluntário, muitos me perguntaram: ‘Por que
E Marcelo Machado resume: “Esse trabalho muda
nosso olhar”.
José Antônio Piñedo, professor de Ensino Religioso
dezembro caleidoscópio 21
E X T R A C U R RICULAR
INGLÊS
O
AVANÇADO
curso extracurricular Advanced English teve seu
discurso e habilidades que são de grande importância
início neste ano e foi organizado de forma a privi-
no trabalho, na escola ou em viagem.
legiar o uso social da língua estrangeira para um grupo
Áreas diferentes da habilidade de falar inglês são
muito especial de alunos participativos e com muita
divididas em duas categorias: precisão e fluência. Pre-
vontade de aprender sempre mais. O foco do curso era
cisão foca o uso correto da gramática, o vocabulário e
ir além do trabalho com temas e ensinar os alunos a
outras habilidades. A precisão é construída por meio de
discutir em língua estrangeira, a fim de promover uma
atividades total ou parcialmente controladas. Os alunos
transformação social na aquisição da habilidade de falar
praticam um padrão e usam a língua no contexto. Con-
inglês por meio de atividades que proporcionam o “tra-
versas a partir de perguntas curtas e aulas de culinária
balho com a performance”, ou seja, uma possibilidade
são exemplos do início da construção da precisão comu-
de ação no mundo.
nicativa dos alunos no primeiro semestre.
Para tanto, as aulas apresentaram atividades que
Fluência é a habilidade de falar bem e com clareza.
estendem as habilidades da classe, especialmente com
Com estudantes avançados, também se refere à capa-
alunos avançados na língua inglesa, nos aspectos mais
cidade de participar, em vez de apenas reagir a uma
sutis da aquisição da linguagem. Por exemplo, os alunos
conversa. Muito além das conversas, o aluno se sente
precisam, eventualmente, aprender a ajustar o tom e a
em uma entrevista (student A faz uma pergunta, student
pronúncia das palavras e frases ou usar expressões no
B a responde). Atividades relacionadas à fluência apare-
contexto e na situação adequada.
ceram no fim do primeiro semestre, com o jogo Taboo e
Dessa forma, a troca de experiências e pontos de vista a respeito do tema de cada aula
realmente não é nada mais
em atividades orais com temas mais abertos, mas
sempre mantendo o foco.
É importante notar que to-
do que uma conversa
dos os falantes precisam
da exposição e da
confortável e livre.
prática com a
As atividades de
linguagem, antes
conversação permitiram que os alunos
avançados fizessem uso,
na prática, dos conhecimentos
de gramática e vocabulário já adquiridos, desenvolvendo estratégias de
que possa haver confortável e correta utilização.
Por isso a prática é fundamental.
P.S.: no site do Colégio há um vídeo
produzido pelos alunos, ensinando a
jogar Taboo.
Da esquerda para a direita:
Victor Misawa Borelli, Cíntia
Anacleto Isawa e Ana Luísa Lang
22 CALEIDOSCÓPIO
DEZEMBRO
Tatiani Basso, professora do curso
Advanced English
ENSINO MÉDIO
A
MOON
PROJECT
lunos do 2o ano do Ensino Médio do nível First
A seguir, os textos de Vitor da Mata Vaz, do 2o A, e Bea-
Certificate in English (FCE) de Inglês participam
triz Marcondes dos Anjos, do 2o B, escolhidos como mo-
desde agosto de 2011 do Moon Project, um projeto
delos de postagem para todas as escolas participantes.
interdisciplinar internacional realizado em parceria
“Hello, my name is Vitor. I’m sixteen and I’m from
com a Texas Tech University, nos Estados Unidos, e es-
São Paulo, Brazil. I’m happy to share information
colas de todo o mundo. Os alunos observaram a Lua e
about the moon. On September the 30th I observed
completaram três postagens no site oficial do projeto.
the moon at 6:00pm. It was on the west at 70°. The
Na primeira, compartilharam suas observações com
moon looked like a bitten doughnut .The moon was
jovens de diversos países. Na segunda, escreveram
waxing. I was in São Paulo, Brazil. On October the
a respeito de semelhanças e diferenças que notaram
5th I observed the moon at 9:00 pm. It was on the
entre seus registros e os dos demais estudantes. Na
northwest at 90º. The moon looked like a bitten dou-
terceira, explicaram as razões científicas que susten-
ghnut but inverted. The moon was quarter. I was in
tam as conclusões a que chegaram.
São Paulo, Brazil. On October the 6th, I observed the
O projeto propicia experiências de aprendizagem
em diferentes áreas. Os alunos aplicam o conheci-
moon at 4 pm. It was on the west at 80°. The moon
looked like a C letter. I was in Piracicaba, Brazil.”
mento de língua inglesa, adquirem noções de geo-
“Hi, everybody! My name is Beatriz, I’m 15 years
grafia e astronomia e desenvolvem estratégias de
old and I am very happy to participate of the Moon
pesquisa, além de aprender a trabalhar em equipe.
Project. On October the first I observed the moon at
Mariana Bittencourt, do 2 C, comenta: “Agora já
9:15 p.m. It was on North West at 50°degrees. The
não consigo sair sem procurar pela Lua. Já sei até
moon looked like a slice of water melon and was
onde ela vai surgir”.
crescent. On October the 5th I observed the moon at
o
Em 9 de novembro, alunos do Moon Project
observaram a Lua, suas crateras, mares e diferentes
tonalidades, com o telescópio Meade do Colégio
9:20 p.m. It was on North West at 90°degrees. The
moon looked like a Alice´s cat smile and was crescent.
On October 7th I observed the moon at 9:40 p.m. It
was on West at 60° degrees. The moon looked like
half trousers pocket and was crescent. I live in São
Paulo, SP, Brazil. Thanks, see you, Bia.”
Ednilson Oliveira (Astronomia) e Denise Maciel
Selmo (Inglês), professores do Ensino Médio
DEZEMBRO
CALEIDOSCÓPIO 23
N O S S A H I STÓRIA
estímulo às
artes
I
novações educacionais acompanharam a expansão
física do Colégio Santa Maria, que vimos na última edi-
ção da Caleidoscópio. No fim da década de 50, surgiram
novos desafios pedagógicos. A escola se transformou
numa espécie de semi-internato, com alunas estudando
nos períodos da manhã e da tarde. A séria responsabilidade de formar pessoas independentes e capazes de,
por conta própria, buscar informações e ter senso crítico
tornou-se um objetivo.
A escola cuidou, também, da dimensão artística e
musical. O pintor Oswaldo Andrade Filho dava aulas
de História da Arte. Alguns quadros pintados por ele,
de Nossa Senhora – a “Santa Maria” –, foram doados
ao Colégio (foto abaixo). Ele promoveu viagens para a
Europa, em que acompanhava as alunas e as orientava
na experiência direta com as grandes obras visitadas
em museus e catedrais.
No âmbito musical, uma moça missionária leiga da
Congregação da Santa Cruz garimpou o ouro do talento
inerente às alunas e, num ambiente acolhedor e animado, conseguiu montar o primeiro “Glee Club” da escola
(na foto acima, uma das apresentações). Esse “Glee”
ganhou certo renome na época.
Irmã Catherine O’Brien
Acesse: www.colsantamaria.com.br
MATRÍCULAS ABERTAS PARA 2012
DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO MÉDIO – AGENDE SUA VISITA
Telefone (11) 2198-0600 – Av. Sargento Geraldo Santana, 890 - Jardim Marajoara - São Paulo - SP

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