Museus da RPM
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Museus da RPM
dezembro 2007 26 > Notícias RPM • ProMuseus/2007 • Participação em Encontros [ editorial ] A notícia de capa deste Promuseus/2007 último Boletim RPM do ano de 2007 destaca a celebração dos contratos entre o Instituto – Celebração dos contratos • Artigos sobre a RPM dos Museus e da Conservação e os museus No dia 19 de Novembro de 2007 teve lugar no Museu Nacional da Rede Portuguesa de Museus que se do Teatro a cerimónia de celebração dos Contratos entre a Direcção > Artigo candidataram e beneficiaram dos apoios do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) e os responsáveis • O Texto nas Exposições do V&A, financeiros do novo ProMuseus. Num ano, das tutelas dos Museus da Rede Portuguesa de Museus (RPM) com cuja conjuntura financeira não foi fácil para candidaturas aprovadas no âmbito do novo programa financeiro a maioria dos museus portugueses, o lança- do IMC/RPM, o ProMuseus. mento deste novo programa de apoio signi- Este Programa, destinado aos museus integrados na Rede Portuguesa fica um alento à concretização de projectos, de Museus não dependentes da Administração Central, foi criado que, apesar dos respectivos valores unitá- mediante o Despacho Normativo n.º 3/2006, de 13 de Julho de rios não serem quantitativamente muito ele- (cont. na página 2) • Conferência de Lucy Trench por Lucy Trench > Notícias Museus RPM > Edições de Museus da RPM > Exposições Itinerantes > Em Agenda... vados, não encontrariam frequentemente possibilidade de efectivação sem o estabele- > Outras Notícias cimento das parcerias firmadas no passado • Reunião anual do DEMHIST dia 19 de Novembro de 2007. A qualidade • APOM – Associação Portuguesa de das quatro centenas de projectos apoiados Museologia ao longo dos últimos seis anos pelo anterior • Guia Acessibilidade e Mobilidade para Todos Programa de Apoio à Qualificação de Museus • Comemorações dos 200 Anos da constituiu o motor e o alento para a prepa- ida do Príncipe Regente D. João para ração deste renovado programa que agora o Brasil incide em alguns domínios de acção anteriormente não contemplados, como é o caso > Encontros da informatização dos inventários, e que > Centro de Documentação da traz como novidade principal o estímulo à RPM – Destacável constituição de parcerias. (cont. na página 2) Museu Municipal de Vila Franca de Xira – Núcleo Museológico de Alverca Reabertura a 24 de Novembro de 2007 (página 26) (continuação da página anterior) No âmbito da acção da RPM, o ano de 2007 é marcado Num ano que viu nascer o Instituto dos Museus e da de forma central pela abertura das candidaturas à creden- Conservação, na sequência da fusão dos anteriores Instituto ciação, lançada no Dia Internacional dos Museus, que Português de Museus e Instituto Português de Conservação motivou até ao presente a apresentação de cerca de três e Restauro, e em que foi dominante o trabalho interno dezenas de pedidos formais por parte de museus que de reestruturação e de adaptação às novas directivas pretendem iniciar os respectivos processos de candidatura. emanadas do PRACE, é com especial regozijo que se O reforço da RPM, que, em última instância, se reflec- dá conta das concretizações referidas, as quais vêm tirá na extensão quantitativa desta rede, terá certamente colocar em evidência a capacidade de iniciativa dos um impacto, que desejamos muito positivo, na multi- museus e das suas entidades de tutela e as possibilidades plicação de espaços museológicos de qualidade, que ser- de parceria com as entidades que, na administração virão melhor os públicos e serão agentes qualificados na central, apoiam financeiramente e supervisionam a preservação e na divulgação do património cultural. qualidade técnica da acção museológica. A excelente colaboração e a profícua articulação, que, Também em 2007 a actividade editorial periódica do desde o ano 2000, se desenrolou entre a RPM e o IMC foi reforçada com a publicação de um novo título, Programa Operacional da Cultura, ganharam ao longo de cadência anual, a revista Museologia.pt, que veio de 2007 a esperada visibilidade, mediante a abertura complementar o papel já desempenhado por este boletim, ao público de novos e/ou renovados museus, com apoio alargando-se agora a nova revista para as áreas da refle- financeiro do POC. Salientem-se, entre outros: na cidade xão e do debate museológico e pretendendo constituir-se de Braga, o Museu D. Diogo de Sousa, dependente do como um instrumento de referência para os profissionais IMC e o Tesouro-Museu da Sé, na dependência da Igreja do sector. Católica; o Museu de Arte Contemporânea de Elvas, sob Pelo Boletim n.º 26 perpassam alguns dos temas que tutela da respectiva Câmara Municipal; no concelho de acabamos de abordar e outros que marcam os últimos Vila Franca de Xira, o Núcleo Museológico de Alverca meses do ano, como sucede com o intenso leque de e o Museu do Neo-Realismo, ambos na dependência encontros e de seminários que tradicionalmente assinalam da Câmara Municipal. As possibilidades oferecidas pelo o calendário museológico neste período do ano. De uma POC reflectiram-se na ampliação de equipamentos pré- dessas jornadas de trabalho, dedicada à questão dos -existentes (casos do Tesouro-Museu e do Núcleo de textos em exposições, nasceu o artigo desta edição, da Alverca), na adaptação de antigos edifícios (como em autoria de Lucy Trench, do Departamento de Comunicação Elvas sucedeu com um antigo hospital) e na construção do Museu Victoria & Albert, de Londres: O texto nas de raiz de dois importantes museus, o Museu D. Diogo exposições do V & A. de Sousa, relevante museu de arqueologia do Norte do A terminar este editorial, desejo a todos os leitores do País, e o Museu do Neo-Realismo, que assenta neste Boletim RPM um Feliz Ano de 2008! importante movimento artístico e literário a sua original temática. Clara Camacho Subdirectora do Instituto dos Museus e da Conservação (continuação da página anterior) Promuseus/2007 – Celebração dos contratos 2006, vindo substituir o anterior Programa de Apoio avaliação dos projectos candidatados foi constituído à Qualificação de Museus (PAQM). pelos seguintes elementos: Manuel Bairrão Oleiro Nomeado por despacho do Secretário de Estado (Director do IMC), que preside; Maria Clara de da Cultura de 04 de Abril de 2007, o júri que fez a Frayão Camacho (Subdirectora do IMC); Joana Sousa Fotografia gentilmente cedida pela Agência Lusa 2 | Boletim Trimestral Fotógrafo: José Sena Goulão Notícias RPM Fotografia gentilmente cedida pela Agência Lusa Monteiro (então Coordenadora-Adjunta da RPM); de Estado da Cultura em 9 de Novembro de 2007, José d’Encarnação (Docente do Mestrado de Museo- tendo os Contratos correspondentes sido celebrados logia da Faculdade de Letras da Universidade de na referida cerimónia que contou com a presen- Coimbra); António Nabais (então Presidente da ça da Ministra da Cultura. O montante global do Associação Portuguesa de Museologia). apoio financeiro atribuído pelo IMC aos museus be- As actas de apreciação das candidaturas apresen- neficiários do ProMuseus do ano de 2007 foi de tadas mereceram homologação por parte do Secretário 580.968,86€. Fotógrafo: José Sena Goulão – Projectos apoiados Os projectos candidatados a cada uma das áreas pre- edição, da educação e da exposição, motivados ora por ferenciais de apoio definidas para o ProMuseus de 2007 afinidades temáticas, ora por afinidades regionais. De – Informatização do inventário (Área 2); Conservação forma a estimular a cooperação entre os museus da e segurança (Área 3); Reservas (Área 4); Parcerias (Área RPM, é objectivo futuro reforçar esta linha de apoio. T 7) – foram avaliados pelo júri de acordo com critérios de elegibilidade, inovação, qualidade e pertinência. Foram alvo de apoio 55 projectos apresentados por parte de 34 museus de diversas tutelas, nomeadamente 24 dependentes de Câmaras Municipais, 3 de Associações, 3 de Fundações, 1 da Igreja e ainda 3 do IMC, estes últimos enquanto parceiros de outros museus da RPM na Área das Parcerias. O número mais expressivo de projectos recaiu sobre a área da Conservação e Segurança (20), correspondendo na sua maior parte a projectos de aquisição de equipamento especializado. A Área da Informatização do Inventário (12) e a Área das Reservas (13) contaram com número aproximado de projectos. Quanto à Área das Parcerias, importa destacar o número de 10 projectos, envolvendo 17 museus da RPM, os quais se uniram para concretizar acções conjuntas nos domínios do estudo e da investigação em torno de colecções, da Área 2. Informatização do inventário 12 22% Área 3. Conservação e segurança 20 36% Área 4. Reservas 13 24% Área 7. Parcerias 10 18% Total de projectos 55 100% Projectos Apoiados no âmbito do ProMuseus/2007 ECOMUSEU MUNICIPAL DO SEIXAL MUSEU DE ARQUEOLOGIA E NUMISMÁTICA DE VILA REAL Área das Parcerias Projecto em parceria com o Museu Nacional de Arqueologia • Exposição “Olaria Romana da Quinta do Rouxinol” Área das Parcerias Projectos em parceria com o Museu de Olaria e com o Museu de Alberto Sampaio • Projecto “Olaria do Norte de Portugal – Um Mundo Feito de Memórias” • Projecto “Olaria de Bisalhães – Rostos de Barro Negro” MUSEU ANJOS TEIXEIRA Área das Reservas • Aquisição de Estantaria para Acomodação de Esculturas e Desenhos do Museu Anjos Teixeira na Reserva dos Museus Municipais MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO Área da Informatização do Inventário • Inventário e Informatização das Obras de Arte em Reserva no Museu Arqueológico do Carmo Rede Portuguesa de Museus | 3 MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE SERRALVES MUSEU MUNICIPAL AMADEO SOUZA-CARDOSO Área da Conservação e Segurança • Melhoria do Sistema de Segurança da Fundação de Serralves Área da Conservação e Segurança • Remodelação dos Sistemas de Segurança do Museu MUSEU MUNICIPAL DE ARQUEOLOGIA DE ALBUFEIRA MUSEU DE ARTE SACRA E ETNOLOGIA Área da Conservação e Segurança • Sistema de Vídeo-vigilância Área das Reservas • Controlo de Humidade Relativa da Reserva MUSEU BERNARDINO MACHADO Área da Conservação e Segurança • Aquisição de Equipamentos para controlo da temperatura e humidade relativa Área das Reservas • Aquisição de materiais para acondicionamento de Reservas Área das Parcerias Projecto em parceria com o Museu de Alberto Sampaio • Programa Educativo das Comemorações do Centenário de Alberto Sampaio MUSEU DO CARAMULO Área da Conservação e Segurança • Remodelação dos Sistemas de Alarme de Intrusão e Detecção de Incêndio MUSEU DA CASA GRANDE Área da Informatização do Inventário • Inventário da Colecção de Arqueologia Área da Conservação e Segurança • Controlo Ambiental MUSEU DE CERÂMICA DE SACAVÉM Área das Parcerias Projecto em parceria com o Museu de Cerâmica • Projecto “O Modernismo nas Colecções dos Museus de Cerâmica e de Cerâmica de Sacavém” MUSEU DA CIDADE DO PORTO Área da Conservação e Segurança • Monitorização das condições ambientais do Núcleo Museológico – Casa do Infante Área das Reservas • Qualificação das Reservas dos Museus Municipais da Câmara Municipal do Porto Área das Parcerias Projectos em parceria com o Museu Municipal de Portimão, o Museu Municipal de Faro e o Museu Municipal de Tavira • Projecto “Caixa-Viagem pelas Histórias do Algarve” • Projecto “Quatro Museus do Algarve, Quatro Edifícios com História” MUSEU MUNICIPAL DE BENAVENTE Área da Conservação e Segurança • Conservação e Segurança Área das Reservas • Qualificação das Reservas MUSEU MUNICIPAL CARLOS REIS Área da Conservação e Segurança • Conservação e Segurança Área das Reservas • Aquisição de Equipamentos, Materiais e Mobiliário Apropriados para Acondicionamento em Reservas MUSEU MUNICIPAL DE CORUCHE Área da Conservação e Segurança • Aquisição de Aparelhos de Monitorização Área das Reservas • Aquisição de Mobiliário e Equipamento para Reservas Área das Parcerias Projecto em parceria com o Museu Nacional de Arqueologia • Roteiro Megalítico de Coruche MUSEU MUNICIPAL DE FARO Área da Conservação e Segurança • Instalação de Sistema de Segurança de Detecção de Incêndio Área das Parcerias Projectos em parceria com o Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira, o Museu Municipal de Portimão e o Museu Municipal de Tavira • Projecto “Caixa-Viagem pelas Histórias do Algarve” • Projecto “Quatro Museus do Algarve, Quatro Edifícios com História” MUSEU MUNICIPAL LEONEL TRINDADE MUSEU ESCOLAR DE MARRAZES Área da Informatização do Inventário • Projecto de Estudo e Investigação Área da Conservação e Segurança • Conservação e Segurança Área das Parcerias Projecto em parceria com o Museu Municipal de Loures e com o Museu Municipal de Vila Franca de Xira • Projecto “Olhar as Linhas de Torres” MUSEU MUNICIPAL DE LOURES MUSEU DA FUNDAÇÃO CUPERTINO DE MIRANDA Área da Informatização do Inventário • Informatização do Inventário do Museu Área da Conservação e Segurança • Conservação Preventiva do Museu Área das Reservas • Equipamento e Mobiliário da Reserva do Museu MUSEU MUNICIPAL DE ALJUSTREL Área da Conservação e Segurança • Projecto “Colecções Preservadas” 4 | Boletim Trimestral Área das Parcerias Projecto em parceria com o Museu Municipal de Vila Franca de Xira e com o Museu Municipal Leonel Trindade • Projecto “Olhar as Linhas de Torres” MUSEU MUNICIPAL DE PENAFIEL Área da Informatização do Inventário • Informatização do Inventário da Colecção de Numismática • Informatização do Inventário das Colecções de Arqueologia Área da Conservação e Segurança MUSEU DE OLARIA • Aquisição Complementar para Sistema de Monito- Área da Conservação e Segurança rização do Tipo Datalogger Área das Reservas • Colocação de um Sistema de Vídeo-vigilância nas Áreas Públicas do Museu • Aquisição de Unidades de Instalação Área das Reservas • Aquisição de Unidades de Acondicionamento • Remodelação das Reservas Visitáveis do Museu Área das Parcerias MUSEU MUNICIPAL DE PORTIMÃO Projectos em parceria com o Museu de Arqueologia Área das Parcerias e Numismática de Vila Real e com o Museu de Alberto Projectos em parceria com o Museu Municipal de Sampaio Arqueologia de Albufeira, o Museu Municipal de • Projecto “Olaria do Norte de Portugal – Um Mundo Faro e o Museu Municipal de Tavira • Projecto “Caixa-Viagem pelas Histórias do Algarve” • Projecto “Quatro Museus do Algarve, Quatro Feito de Memórias” • Projecto “Olaria de Bisalhães – Rostos de Barro Negro” Edifícios com História” MUSEU DA PEDRA MUSEU MUNICIPAL DE SANTARÉM Área da Informatização do Inventário Área da Conservação e Segurança • Ampliação do Sistema de Vídeo-vigilância • Informatização do Inventário do Acervo do Museu • Levantamento Fotográfico Digital das Colecções Municipais MUSEU MUNICIPAL DE TAVIRA Área da Conservação e Segurança • Conservação e Segurança no Museu Área das Parcerias Projectos em parceria com o Museu Municipal de Albufeira, o Museu Municipal de Portimão e o Museu Municipal de Faro • Projecto “Caixa-Viagem pelas Histórias do Algarve” • Projecto “Quatro Museus do Algarve, Quatro Edifícios com História” MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES Área da Conservação e Segurança • Vigilância no Museu MUSEU DA VILLA ROMANA DO RABAÇAL Área da Informatização do Inventário • Inventário, Estudo e Digitalização da Colecção de Cerâmica Comum/Cerâmica de Cozinha, Mesa e Armazenamento • Inventário, Estudo e Digitalização da Colecção de Numismática e da Colecção de Instrumentos e Utensílios Metálicos • Inventário, Estudo e Digitalização da Colecção de MUSEU MUNICIPAL DE VILA FRANCA DE XIRA Baixo-relevos e Outros Elementos Arquitectónicos Área da Informatização do Inventário e Inventário, Estudo e Digitalização da Colecção • Inventariação e Digitalização das Colecções de Fotografia e Arqueologia Área da Conservação e Segurança • Aquisição e Montagem de Películas para Protecção UV no Núcleo Museológico de Alverca de Materiais de Construção Área das Reservas • Mobiliário e Equipamento para a Reserva da Estação Arqueológica Área das Parcerias Área das Reservas Projecto em parceria com o Museu Nacional de • Aquisição de Equipamento para a Reserva do Núcleo Arqueologia Museológico de Alverca • Estudo para o Corpus dos Mosaicos Romanos Área das Parcerias de Portugal. Documentação, Apresentação e Projecto em parceria com o Museu Municipal de Exposição sobre Registo Gráfico de Mosaicos in Loures e o Museu Municipal Leonel Trindade situ (Rabaçal) e em Reserva (Museu Nacional de • Projecto “Olhar as Linhas de Torres” Arqueologia) Credenciação de Museus Desde a abertura das candidaturas à credenciação de museus no passado 18 de Maio que já chegaram ao Instituto dos Museus e da Conservação 28 pedidos para dar início ao processo de credenciação, tendo sido atribuído a cada entidade um código específico para aceder ao formulário de candidatura disponível no sítio da RPM na Internet: www.rpmuseus-pt.org – Credenciação. T Rede Portuguesa de Museus | 5 Participação em Encontros – Repensar el património – Blanca 2007, Murcia No âmbito do curso Repensar el Património – Blanca O curso teve a duração de 5 dias e destinava-se a 2007, promovido pela Universidade Internacional do alunos de licenciatura e de mestrado nas áreas de Mar/ Universidade de Múrcia, no dia 17 de Setembro, História e de História da Arte, entre outras. Os orado- foi apresentada uma comunicação intitulada “A Rede res do referido curso eram especialistas em áreas, Portuguesa de Museus, um projecto em evolução”, como Comunicação Visual, História da Arte, Arqueo- por Joana Sousa Monteiro, da Divisão de Credenciação logia, Conservação e Programação de Exposições. e Qualificação de Museus do IMC. – I Encontro de Museus do Douro Nos dias 24 e 25 de Setembro de 2007, teve lugar no tulada “O Modelo da Rede Portuguesa de Museus (e os Teatro de Vila Real o I Encontro de Museus do Douro, Museus da RPM no Douro)”. No mesmo painel, parti- cuja sessão de abertura esteve a cargo de Fernando Maia ciparam Ana José Oliveira, Directora do Museu Municipal Pinto, Director do Museu do Douro, à qual se seguiu de Santa Maria da Feira, e Graça Filipe, Directora do uma conferência inaugural proferida por Hugues de Ecomuseu Municipal do Seixal, que apresentaram as res- Varine. pectivas experiências locais, tendo igualmente sido apre- O primeiro painel foi dedicado a “Museus e Desenvol- sentado o projecto da Rede do Museu do Douro por vimento” contando com a participação de David Morgans Natália Fauvelle e Susana Marques. (European Route of Industrial Heritage, U.K.), de Alice No painel “Práticas Museológicas no Douro” comuni- Semedo (FLUP), Ricardo Magalhães (Unidade de Missão caram Vítor Nogueira (Teatro de Vila Real), Eduardo Félix do Douro) e Álvaro Domingues (FAUP). No painel dedi- (Oficina Vinária), Artur Pimentel e Artur Castarejo, res- cado a “Modelos de Redes de Museus”, Clara Camacho, pectivamente Presidentes das Câmaras Municipais de Subdirectora do IMC, apresentou uma comunicação inti- Vila Flor e de Alijó. – Colóquio Internacional “Patrimónios Marítimos e Museologia” Nos dias 19 e 20 de Outubro decorreu no Museu Marítimo Saldanha (Sociedade de Geografia de Lisboa), Maria do de Ílhavo o Colóquio Internacional sobre “Patrimónios Céu Baptista (projecto Who Cares? promovido pela Marítimos e Museologia”, cuja sessão de abertura con- Mútua dos Pescadores), Graça Filipe (Ecomuseu Municipal tou com a participação de José Ribau Esteves, Presidente do Seixal) e João Falcato (Oceanário de Lisboa). do Município de Ílhavo, de Clara Camacho, Subdirectora No dia seguinte, Francisco Oneto Nunes (ISCTE/ do IMC, e de Álvaro Garrido, Director do Museu Marítimo Departamento de Antropologia) apresentou a confe- de Ílhavo. rência “Motricidade, Materialidade, Intencionalidade: A conferência de abertura sob o título “Que fazer com Um olhar sobre Culturas Marítimas”. No painel “Cultura o mar: Dúvidas sobre património, museus e conheci- Marítima e perfis de Museus Marítimos” foram apre- mento” foi proferida por Joaquim Pais de Brito, Director sentadas experiências do Norwegian Maritime Museum do Museu Nacional de Etnologia. O painel “O Mar nas por Per G. Norseng, do Museo do Mar de Galicia por representações das Artes” integrou comunicações de Pablo Carrera e do Museu de la Pesca de Palamós por Tiago Baptista (Cinemateca Portuguesa), Duarte Ivo Cruz Raul Mata. No painel “Gestão de entidades patrimoniais: (Escola Superior de Teatro e Cinema), de João Pedro projectos e práticas museológicas” outras experiências Vale e de Fátima Lambert. No painel “Investigação e foram ressaltadas por José Luís Casado Soto (Museo Projectos em Rede: património(s) marítimo(s), museo- Marítimo del Cantábrico), Jaume Badias (Càtedra d’Estudis logia e investigação científica” participaram José Bastos Marítims do Museu de la Pesca de Pálamos/Universitat 6 | Boletim Trimestral de Girona), António Rodrigues Pereira (Museu de Marinha) e Álvaro Garrido, Director do museu anfitrião. Dada a intensidade dos debates e as questões que ficaram por aprofundar, no final do Colóquio foi acordada a criação de um Blogue no qual todos os participantes e os interessados nestes temas e problemas pudessem prosseguir o diálogo: http://museumaritimoilhavo.blogspot.com. Desenho feito durante o Colóquio por Clarinha Oneto Vidigal – XII Atelier Internacional do MINOM De 26 a 28 de Outubro teve lugar, na Universidade cidadãos”, “Os profissionais”, “Os conceitos”, “A Gestão” Lusófona e no Museu do Trabalho Michel Giacometti, o –, respectivamente apresentados por Hugues de Varine, XII Atelier MINOM Internacional. Mário Moutinho, Pierre Mayrand e Mercedes Stoffel, foi A sessão de abertura deste Atelier contou com a partici- colocado um desafio por parte de Mário Chagas que exi- pação de Raul Méndez, Presidente do MINOM Internacio- gia uma reflexão conjunta sobre a necessidade de ade- nal, Alfredo Tinoco, Presidente do MINOM Portugal, Mário quação das práticas dos museus às realidades sociais Moutinho, Reitor da Universidade Lusófona de Humani- actuais, acabando por ser realizada uma mesa-redonda dades e Tecnologias (ULHT), e de Judite Primo, represen- geral por decisão dos participantes no Encontro. tante do Centro de Estudos de Sociomuseologia da ULHT, No Museu do Trabalho Michel Giacometti, a visita foi tendo sido igualmente convidados a intervir as seguintes acompanhada e apresentada por Isabel Victor e Fernando personalidades: Adelaide Rocha (Governo Civil de Lisboa), António Baptista Pereira, após a qual foi realçado o papel Piet Pow (ICOM Internacional), Graça Filipe (ICOM do “Museu como Fórum de Cidadania” através da par- Portugal), Clara Camacho (IMC), João Neto (APOM), Mário ticipação de Cidadãos de Setúbal, bem como do “Museu Chagas (DEMU-IPHAN, Brasil) e Adolfo Samir (ABM, Brasil). como Fórum de Cidadania no Mundo” através da reali- José Gabriel Pereira Bastos proferiu a conferência de aber- zação de uma mesa aberta que envolveu intervenções tura decicada ao tema “A Mudança na Cultura: Intercul- de representantes de vários continentes e países – Portugal, turalidade e hibridação cultural”, à qual se seguiu o pai- Itália, França, Espanha, Holanda, Québec, México, Brasil, nel “A Mudança e as Instituições Culturais Museológicas”, Moçambique, Cabo Verde e Angola. na qual intervieram representantes da UNESCO, do ICOM No último dia, foi feito o balanço do XII Atelier do MINOM Internacional/Portugal, da APOM e do MINOM, abordan- e debatidas as suas Conclusões, tendo sido ainda orga- do as respectivas linhas de actuação face às transforma- nizada uma Assembleia-Geral do MINOM Internacional. ções que se têm operado nas sociedades nos últimos A tarde foi dedicada a visitas ao Museu Nacional de tempos. Arqueologia, ao Ecomuseu Municipal do Seixal e à expo- Embora prevista a organização de grupos para o debate sição “Arte e Cultura do Império Russo nas Colecções do em torno de quatro temas previamente definidos – “Os Hermitage – De Pedro, o Grande, a Nicolau II”. – Conferência Nacional de Educação Artística Museu do Papel Nos dias 29, 30 e 31 de Outubro, teve lugar, na Casa sentantes de organizações governamentais e não gover- da Música, no Porto, a Conferência Nacional de namentais. Foi aberto espaço para a discussão e refle- Educação Artística (CNEA). Esta conferência preten- xão sobre a Educação Artística, em particular sobre o deu assegurar um debate sobre o papel e o espaço reforço do papel das artes na aprendizagem e sobre da Arte no sistema educativo, reunindo peritos e repre- o ensino das artes. Rede Portuguesa de Museus | 7 Foi objectivo da CNEA produzir recomendações sobre Na sessão plenária da 3.ª sessão, decorrida no dia 30 o desenvolvimento da Educação Artística nas escolas de Outubro, dedicada ao tema “Educação Artística: e sobre a configuração do ensino das artes, contri- Redes e Parcerias”, Clara Camacho, Subdirectora do buindo para uma maior consistência das práticas decor- IMC, apresentou uma comunicação sobre “Museus e rentes dos quadros legais existentes e proporcionando Educação em Portugal – No Caminho das Parcerias”. elementos de reflexão para a sua eventual revisão. Para a Conferência foi ainda organizada uma mostra A sessão de abertura contou com a presença das de publicações de carácter educativo dos Museus da Ministras da Cultura e da Educação e, ainda, do RPM, incluindo diversos tipos de edições, jogos, male- Presidente da Comissão Nacional da Unesco. tas pedagógicas, Cd-Roms e Dvds. – II Jornadas Nacionais dos Museus da Igreja No dia 26 de Novembro de 2007, tiveram lugar na Director e Subdirectora do IMC, e de Joana Sousa Biblioteca Municipal de Santiago do Cacém as II Jornadas Monteiro, da Divisão de Credenciação e Qualificação de Nacionais dos Museus da Igreja sob o tema “Credenciação Museus do IMC. As respectivas comunicações dedica- e Qualificação de Museus”. Promovidas pela Associação ram-se aos temas da Lei Quadro dos Museus Portugueses, Portuguesa dos Museus da Igreja Católica, estas Jornadas da Lei Orgânica do IMC, da Rede Portuguesa de Museus foram realizadas no âmbito da exposição No Caminho e do novo sistema de Credenciação de Museus. sob as Estrelas – Santiago e a Peregrinação a Compostela, Participaram nas Jornadas representantes de vários museus que esteve patente ao público na Igreja Matriz de Santiago da Igreja, sendo de destacar a presença de D. Alcino do Cacém até ao passado dia 30 de Novembro. Cleto, Bispo de Coimbra e de José António Falcão, As Jornadas contaram com a participação de Manuel Presidente da Associação Portuguesa dos Museus da Igreja Bairrão Oleiro e de Clara Camacho, respectivamente Católica. – Conferência “Museus e Sociedade” No dia 1 de Dezembro de 2007, pelo segundo ano con- do IMC), Helena Santos (Faculdade de Economia secutivo, a Câmara Municipal de Caminha organizou a Universidade do Porto), Diogo Gaspar (Director do Museu Conferência “Museus e Sociedade”, celebrando deste da Presidência da República) e Maria João Vasconcelos modo o aniversário do Museu Municipal. Comunicaram (Directora do Museu Nacional Soares dos Reis). na Conferência vários técnicos e especialistas na área da A RPM foi mais uma vez alvo de referência na comuni- Museologia: Alice Semedo (Coordenadora do curso de cação da Subdirectora do IMC, cuja comunicação se inti- Pós-graduação em Museologia da Faculdade de Letras tulou “Museus ao encontro dos públicos e das comuni- da Universidade do Porto), Carla Fernandes (Directora dades: perspectivas e experiências no quadro da Rede dos Museus de Cascais), Clara Camacho, (Subdirectora Portuguesa de Museus”. – Como fazer os museus acessíveis a todos? No passado dia 11 de Dezembro foi organizado pela Portugal), João Neto (presidente da APOM) e Manuel Comissão Nacional do Conselho Internacional dos Bairrão Oleiro (Director do IMC) foram os oradores Museus (ICOM-Portugal) e pela Associação Portuguesa convidados. O debate foi muito participado, tendo de Museologia (APOM), um debate em torno da ques- sido ressaltadas muitas das questões e dificuldades tão Como fazer os museus acessíveis a todos?. José que os museus portugueses enfrentam, tendo os par- d’Encarnação (administrador do fórum MUSEUM), Luís ticipantes reforçado a necessidade de reflexão e de Raposo (membro dos corpos gerentes do ICOM- mudança de práticas. T 8 | Boletim Trimestral Museu de José Malhoa Artigos sobre a RPM – I Encontro Internacional de Arte Nova A Câmara Municipal de Aveiro publicou as comuni- ção breve da sua criação, caracterização e activi- cações do I Encontro Internacional de Arte Nova, que dades desenvolvidas e da sua situação à data do decorreu em Aveiro, entre os dias 11 e 13 de Outubro referido Encontro, designadamente enquanto inte- de 2006. Do conjunto das comunicações, refere-se a grada nas alterações do quadro legislativo introduzi- de Joana Sousa Monteiro sobre a Estrutura de Projecto das pela Lei Quadro dos Museus Portugueses publi- Rede Portuguesa de Museus, que inclui a apresenta- cada em 2004. – Serviços Educativos na Cultura Foi lançado em Novembro de 2007 o número 2 da colec- Gomes da Silva sob o título “Serviços Educativos na ção Públicos, editado pela Setepés, dedicado aos Serviços Cultura: Desenhar Pontos de Encontro”, são os seguin- Educativos na Cultura. Coordenado por Sara Barriga e tes: “Viagem ao continente da “multiplicação dos senti- Susana Gomes da Silva, este número reúne artigos de dos””, de Miguel Honrado; “Plano de Acção Educativa: vários especialistas nacionais, entre os quais o de Clara alguns contributos para a sua elaboração”, de Sara Camacho intitulado “Serviços educativos na Rede Barriga; “Enquadramento teórico para uma prática Portuguesa de Museus: panorâmicas e perspectivas”. O educativa nos museus”, de Susana Gomes da Silva; artigo estabelece a relação entre os museus e a educa- “Avaliação”, de Margarida Lima de Faria; “Museus e ção no contexto da política museológica actual e futura, comunidades”, de Ana Duarte; “Acessibilidade nos analisando a realidade nacional, no geral, e as activida- Museus”, de Maria Vlachou e Fátima Alves; “Websites de des desenvolvidas em museus da RPM, em particular. projectos recentes e instituições”, de Ana Rita Canavarro. Os outros artigos desta edição, com prefácio de João Em www.setepes.pt/Edicoes é possível aceder aos Teixeira Lopes e introdução de Sara Barriga e Susana conteúdos desta edição. T Conferência de Lucy Trench Sendo o V&A – Victoria and Albert Museum, em cussão dos aspectos positivos e dos problemas detec- Londres, um museu internacionalmente conhecido tados. Na sequência da conferência, dado o interesse pelas suas boas práticas no que toca à importância dos temas tratados, Lucy Trench foi convidada a escre- dada à acessibilidade da informação, o Instituto dos ver um artigo que se publica neste Boletim. (Ver p. 10) Museus e da Conservação convidou Lucy Trench, edi- A divulgação dos espaços e das colecções dos museus tora para as questões de interpretação no V&A, para dependentes do IMC junto dos públicos mais diver- proferir uma conferência destinada aos profissionais sos tem sido uma preocupação subjacente a todas as dos museus da Rede Portuguesa de Museus, que teve linhas de trabalho seguidas pelo Instituto. Esta polí- lugar no passado dia 4 de Outubro, no auditório do tica tem como objectivo último tornar os museus mais Museu Nacional de Arte Antiga. acessíveis e vai sendo concretizada das mais diversas A partilha de experiências por parte desta especialista formas. Uma delas tem sido a organização de acções inglesa com profissionais dos museus portugueses foi de formação promovidas no âmbito da Rede uma oportunidade para suscitar a reflexão sobre as Portuguesa de Museus sobre a acessibilidade em práticas adoptadas nos respectivos museus. Nesta con- museus. Não só é importante tornar os espaços dos ferência, Lucy Trench propôs ainda uma vertente prá- museus mais acessíveis nos seus aspectos físicos e tica de observação e análise da eficácia da comuni- arquitectónicos, mas também é determinante que os cação com os públicos nas exposições do Museu museus forneçam informação acessível e facilitem o Nacional de Arte Antiga, à qual se seguiu uma dis- contacto com os respectivos acervos. T Rede Portuguesa de Museus | 9 Artigo O Texto nas Exposições do V&A Lucy Trench* * Editora para questões de interpretação no Victoria and Albert Museum, Londres Imagine que vê uma escultura quando atravessa um museu. Traz consigo a sua tia, que perdeu os óculos, e uma criança pequena que quer saber quem é esta figura agora. Você só tem trinta segundos para ler a tabela. Conte o tempo. O ‘Torso Sanchi’ foi descoberto em 1883 durante a escavação de uma parte da porta de entrada (torana) de Stupa N.º 1 em Sanchi. A sua identificação rigorosa permaneceu incerta até 1971 quando dois fragmentos de uma escultura inteira foram identificados num armazém da escavação. Vestígios da nagapuspa, o símbolo floral de Bodhisattva Maitreya, identificaram a figura recentemente descoberta e permitiram retirar todas as dúvidas de que o torso do V&A representava a outra figura salvífica budista principal, Bodhisattva Avalokitesvara. Acabou? É capaz de dizer o que isto é? Talvez não. O defeito não é seu, mas do texto. Desafia todos os princípios da boa maneira de escrever tabelas. Primeiro, assume que o leitor está familiarizado com a arquitectura e a iconografia budista. Segundo, descreve com grande detalhe outra escultura que não está em exposição – a Bodhisattva Maitreya. Terceiro, só lhe diz na última frase o que esta escultura é – Bodhisattva Avalokitesvara. Não explica o termo bodhisattva, senão dizendo que é uma figura salvífica budista. Finalmente, com 80 palavras, é demasiadamente longo. A criança já desapareceu. Esta tabela do Victoria and Albert Museum foi escrita há mais de 20 anos, e daí para cá temos feito grandes avanços na maneira de escrever textos para as nossas exposições. O facto provavelmente mais importante é que agora reconhecemos que os nossos visitantes não são especialistas. As sondagens mostram-nos que só 26 % têm um conhecimento especializado em arte e design – e mesmo assim o seu conhecimento pode limitar-se a uma área restrita, como a edição de livros renascentistas e não escultura budista. Por isso, em vez de encarar os textos nas exposições como uma conversa entre peritos (como no caso da tabela acima), vemo-los antes como uma comunicação com o público, em que as necessidades dos visitantes prevalecem sobre os interesses dos conservadores. Na origem da nossa nova política estão imperativos tanto filosóficos quanto económicos. O enfoque na acessibilidade – intelectual e física – nos museus foi uma iniciativa do governo trabalhista em 2001. O aumento do financiamento público veio com a condição de os museus atraírem públicos novos e mais diversificados. Ao mesmo tempo, a preocupação com o financiamento tornou prioritária a criação de receitas por parte dos próprios museus. No V&A as grandes exposições temporárias representam uma fonte de rendimento significativa para o nosso orçamento. A exposição Art Deco em 2003 atraiu 360.000 visitantes que pagaram as suas entradas, o que representou mais de 770,000 £ de receita para o museu. Não nos podemos dar ao luxo de apresentar exposições que só interessem a uma mão cheia de especialistas. Assim sendo, como podemos comunicar com um público tão diversificado sem infantilizar o texto? Em última análise, tudo depende de um certo bom senso e equilíbrio, mas no entanto pode ser útil lembrar algumas ideias importantes. UM Escreva para o seu público-alvo. Não é realista pensar que o seu texto vai ser adequado a todos os visitantes do museu. As exposições recentes no V&A vão desde Kylie, popular entre a gente jovem e os novos públicos, até ao Modernismo, para um público mais adulto e conhecedor de design. O texto foi concebido de acordo com isso. Tradução de Clara Mineiro, Assessora DOIS na Divisão de Documentação e Divul- Escreva como um jornalista, não como um erudito. Os eruditos assumem que as pessoas são obrigadas gação do Instituto dos Museus e da a ler os seus textos, mesmo que nos deixem sem fôlego ou sejam aborrecidos. Os jornalistas sabem Conservação 10 | Boletim Trimestral que têm que conquistar e manter a atenção do leitor. Têm técnicas especiais para conseguir isso, que nós nos museus podíamos bem estudar. Repare neste exemplo sobre o ornitorrinco: O ornitorrinco é uma das três únicas espécies existentes de monotrématos, o que quer dizer que põe ovos em vez de dar à luz as suas crias. Mas esta não é a sua única característica extraordinária. Os ornitorrincos são também venenosos, pois os machos possuem um esporão cheio de veneno que pode causar uma dor terrível nos humanos e até matar um cão. Portal da BBC, David Attenborough: A vida dos Mamíferos Em contraste com a tabela do Torso Sanchi, a linguagem é directa e ainda assim viva e rigorosa. Inclui termos especializados como ‘monotrémato’ mas explica-os de imediato. Põe em primeiro lugar a parte mais importante da informação – a escrita erudita faz frequentemente o contrário, analisando primeiro uma situação com detalhe antes de expor a conclusão. Há também uma certa emoção que se desprende do texto, sinal do enorme entusiasmo de David Attenborough pelo assunto. Também isto é importante em contexto museológico. A tradição académica de suprimir as reacções pessoais em favor de abordagens em que os sentimentos não aparecem podem aborrecer ou mesmo desagradar aos visitantes. TRÊS Limite o número de palavras. As pesquisas do V&A mostram que mesmo os especialistas preferem ler textos curtos num museu, onde estão sempre de pé e muitas vezes cansados. Recomendamos que os painéis não tenham mais de 150 palavras e as tabelas não mais de 50. QUATRO Aperfeiçoe a estrutura do seu texto. Com um número de palavras limitado e a atenção do visitante concentrada, o texto tem que ser tão transparente como o cristal. Escrever com clareza é uma consequência de pensar com clareza. Deve escrever uma ideia por frase e um assunto por parágrafo. As frases devem ser curtas, com uma subordinação no máximo. A primeira frase não deve ter mais de 16 palavras, mas no conjunto o tamanho das frases deve ser variável, pois isso ajuda a manter o interesse do leitor. A sintaxe deve ser perfeita. Por vezes o texto é ‘inacessível’ simplesmente porque está mal escrito. CINCO Relacione o texto com o assunto da exposição. O texto faz parte de uma matriz tridimensional composta por objectos, instalações e palavras. Esta matriz deve veicular uma mensagem clara e o texto deve reforçar essa mensagem, não divergir dela. Este facto e a limitação no número de palavras levam-nos a ter que ser muito criteriosos na escolha do que se deve dizer. A tabela para a jarra Gaignières-Fonthill, por exemplo, centra-se no facto de ser a primeira peça de porcelana chinesa de que há registo na Europa. E isto porque a jarra foi exposta numa parte da exposição chamada ‘Descobertas’. Noutra situação, o conservador teria optado por escrever sobre vidrado celadon ou sobre aplicações decorativas europeias. A JARRA GAIGNIÈRES-FONTHILL China Dinastia Yuan; cerca de 1300-30 Esta é a peça de porcelana chinesa mais antiga de que há registo na Europa. Pertenceu a Luís o Grande, da Hungria, a quem foi oferecida provavelmente em 1338, quando uma embaixada chinesa passou pelo seu reino a caminho do Papa. Em 1383, o rei ofereceu a peça a Carlos III de Nápoles. Mais tarde pertenceu a vários coleccionadores famosos, incluindo o Duque de Berry e William Beckford. [68 palavras] Exposição ‘Encontros’ no V&A SEIS Relacione o texto com o objecto. Tal como tem que relacionar o texto com a exposição, também tem que o relacionar com o objecto e responder a questões que ele possa suscitar ao observador. Rede Portuguesa de Museus | 11 No caso da Paisagem com Figura num Terminal tem que explicar o que significa um terminal. A maior parte dos visitantes de língua inglesa relacionará esta palavra com uma estação de comboios. JEAN-FRANÇOIS MILLET Paisagem com uma Figura num Terminal Cerca de 1864 Esta vista da costa francesa perto de Cherbourg é um estudo para a pintura Primavera, pertencente a uma série alusiva às Quatro Estações. O pedestal envolvido pela hera suporta um busto masculino. É um ‘terminal’, figura que representava Terminus, o deus romano das fronteiras e marcos territoriais. [47 palavras] SETE Hierarquize a informação. Ao escrever textos para painéis, lembre-se que as pessoas retêm ideias, não factos. Às vezes vemos textos tão carregados de nomes, lugares e datas que perdemos a mensagem principal. Em vez disso, os painéis deveriam conter as ideias mais generalistas, enquanto que as tabelas deveriam desenvolver essas ideias relacionando-as com os objectos concretos. Uma maneira clássica de escrever textos para painéis é usar esta estrutura: Tópico Assuntos Mensagem (‘Quando as pessoas acabarem de ler isto, ficarão a saber que…’) Se aplicar esta grelha de interpretação ao texto deste painel, verá como se desenvolve da seguinte maneira: Tópico Arte coreana Assuntos História ancestral e clara identidade nacional / Respeito pela austeridade, autoridade e ordem social / Características particulares da arte coreana / Continuidade na tradição Mensagem A arte coreana tem um carácter único A Coreia tem uma história longa e contínua como país independente. O seu povo tem uma língua própria e uma clara identidade nacional. Tradições únicas no que respeita ao vestuário, culinária e arquitectura contribuem para um forte sentido de nação. Os ensinamentos do filósofo chinês Confúcio têm exercido uma forte influência na sociedade coreana, assim como o Budismo. Ambos coexistem desde há séculos, mas o Confucionismo em particular promoveu o respeito pela austeridade, autoridade e ordem social. A maior parte dos objectos expostos nesta sala foram feitos para a sofisticada e cosmopolita elite coreana. Mostram a preocupação coreana com as formas simples, as cores primárias e uma decoração contida, a par de um simbolismo rico e amor à natureza. Este património é ainda venerado. Tanto na Coreia do Norte como na Coreia do Sul, o estado proporciona apoio financeiro aos artistas que reinventam as formas tradicionais e mantêm vivos os ofícios tradicionais. [152 palavras] OITO Ponha-se no lugar do visitante. Precisa de pensar no que os visitantes sabem ou não. Muitos visitantes têm poucos conhecimentos sobre história, religião e cultura geral. Conhecimentos de base que os conservadores assumem como adquiridos podem ser novos para o visitante. NOVE Inclua o elemento humano. O historiador francês Marc Bloch escreveu em tempos: ‘O bom historiador é como o gigante do conto de fadas. Ele sabe que a sua presa está onde sentir o cheiro de carne humana.’ Bloch compreendeu instintivamente aquilo que pesquisas recentes nos museus confirmaram, que as pessoas reagem a outras pessoas. Este interesse humano pode ser difícil de encontrar em salas de exposição cheias de objectos inanimados, principalmente se forem de artes decorativas e não de pintura ou escultura. Mas não deixe de tentar. Anedotas, humor e citações podem ser uma grande ajuda para prender a atenção do visitante. 12 | Boletim Trimestral Esta tabela do busto de Lady Morgan tem subjacente a preocupação com a acessibilidade que temos nos dias de hoje e ao mesmo tempo explica porque é que de quatro bustos, numa mesma fila, só um tem o olhar dirigido para cima e não para baixo. DAVID D’ANGERS Lady Morgan Assinado e datado 1830 Lady Morgan (cerca de 1778-1859) foi uma romancista irlandesa muito bem sucedida cujos livros defendiam os direitos das mulheres e dos católicos irlandeses. Tinha menos de 1,20 m de altura e uma ligeira deformidade na coluna e na cara. Este busto, encomendado por ela a um famoso escultor francês, consegue fixar a sua personalidade viva e determinada. [58 palavras] DEZ Certifique-se que o seu texto é legível. Não adianta ter um texto perfeito se ninguém for capaz de o ler. Recomendamos um tamanho de letra mínimo de 18 pontos para as tabelas e 36 pontos para os painéis. Deve testar o grafismo com a iluminação adequada. Pode ser perfeitamente legível na luz clara do seu Para saber mais, consultar no sítio gabinete, mas não na obscuridade de uma sala de exposição. www.vam.ac.uk os seguintes documentos: British Gallery Text Guidelines (2003) Escrever textos para exposições que tenham eficácia requer uma disciplina rigorosa, quase como escrever FuturePlan Graphic Design Guidelines poesia japonesa haiku em vez de um artigo ou ensaio convencional. Mas quando resulta e os visitantes (2007) reconhecem, isso é muito gratificante. Text Management Guidelines for FuturePlan (2007) Um crítico escreveu sobre uma exposição recente no V&A que ‘Esta história complexa e fascinante Gallery Text at the V&A: A Ten Point é contada com uma clareza exemplar. Escrever tabelas pressupõe um trabalho em que simplesmente o uso Guide (January 2008) de linguagem clara e elegante torna acessíveis as coisas difíceis sem um vislumbre de paternalismo.’ T * Notícias exclusivamente baseadas em informações enviadas Notícias Museus RPM* pelos Museus integrados na RPM Museus da RPM – Novos Sítios na Internet INSTITUTO DOS MUSEUS E DA CONSERVAÇÃO • Museu D. Diogo de Sousa: http://mdds.imc-ip.pt • Museu de Évora: http://museudevora.imc-ip.pt • Museu da Guarda: http://museudaguarda.imc-ip.pt • Museu de José Malhoa: http://mjm.imc-ip.pt • Museu Nacional de Machado de Castro: http://mnmachadodecastro.imc-ip.pt CÂMARA MUNICIPAL DE ALJUSTREL • Museu Municipal de Aljustrel: http://ww.museualjustrel.com Rede de Museus do Algarve O Museu Municipal de Faro organizou em Novembro O Grupo de Trabalho reuniu periodicamente em várias de 2006 um workshop intitulado “Para uma articula- cidades do Algarve e desenvolveu um Documento ção entre os museus do Algarve”, o qual teve segui- de Trabalho que foi apresentado a cinco instituições mento na constituição de um Grupo de Trabalho, com da região e a uma nacional: Direcção Regional da vista à concretização de uma Rede de Museus do Cultural do Algarve, Área Metropolitana do Algarve, Algarve. Universidade do Algarve, Comissão de Coordenação Rede Portuguesa de Museus | 13 da Região do Algarve, Região de Turismo do Algarve Museu Municipal de Lagoa; Idalina Nunes, Museu e Rede Portuguesa de Museus. Municipal de Arqueologia de Albufeira; e Joana Pires, O Grupo de Trabalho foi constituído por: Dália Paulo, Museu Municipal de Arqueologia de Silves. Museu Municipal de Faro; Emanuel Sancho, Museu Na sequência do trabalho deste grupo foi a elaborada do Trajo de S. Brás de Alportel; Jorge Queiroz, Museu uma Carta de Princípios da Rede de Museus do Algarve, Municipal de Tavira; José Gameiro, Museu Municipal bem como apresentadas duas candidaturas ao Programa de Portimão; Luís Guerreiro, Museu Municipal de Loulé; de Apoio do Instituto dos Museus e da Conservação e Capitão-tenente Graça Barreiro, Museu da Marinha. – ProMuseus – na área 7 dedicada a parcerias. T Posteriormente, juntaram-se ao grupo: António Dália Paulo Carrilho, Museu Municipal de Lagos, Bárbara Ribeiro, Museu Municipal de Faro Carta de Princípios da Rede de Museus do Algarve A composição da Rede de Museus do Algarve tem por base os Museus algarvios integrados actualmente na Rede Portuguesa de Museus (Albufeira, Faro, Portimão e Tavira) alargando-se a todos os Museus da região independentemente das tutelas. 1.1. MISSÃO DA REDE DE MUSEUS DO ALGARVE A Rede de Museus do Algarve tem por missão articular, cooperar e partilhar responsabilidades e recursos entre os museus do Algarve, visando o desenvolvimento integrado da acção museológica e patrimonial da região, reforçando as opções da sua oferta cultural. 1.2. PRINCÍPIOS 1 – Princípio da liberdade de adesão A Rede de Museus do Algarve será formada pelos Museus do Algarve e formalizada na base da adesão voluntária e da aprovação da Carta de Princípios, através da assinatura do termo de aceitação, pelas respectivas tutelas. 2 – Princípio da cooperação em rede Promover a emergência de projectos, actividades museológicas e culturais em rede, inspiradas nos princípios da cooperação e responsabilidade, com justa partição de meios materiais e recursos humanos, através da possibilidade de celebração de protocolos entre tutelas, museus, associações, grupos culturais afins, administrações locais, regionais e centrais, visando o desenvolvimento cultural do Algarve. 3 – Princípio de serviço público e da ética profissional Contribuir para a afirmação dos Museus enquanto instituições permanentes sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade, no respeito pelas normas nacionais (Lei-Quadro dos Museus Portugueses, n.º 47/2004 de 19 de Agosto) e códigos deontológicos aplicadas aos Museus. 4 – Princípio de informação e comunicação Estabelecer entre os membros da Rede de Museus do Algarve, e respectivas tutelas, o acompanhamento e a avaliação da sua actividade, através de uma regular informação e comunicação, de reuniões de trabalho e da utilização dos meios e dos canais mais adequados à sua missão. 5 – Princípio da formação e inovação Promover uma formação e actualização profissional contínua, estimulando o contacto técnico e científico com novas realidades na área da museologia, proporcionando a qualificação dos seus recursos humanos e a complementaridade de programas e projectos. 6 – Princípio de programação museológica Programar e desenvolver projectos concretos entre os Museus, intervindo no aconselhamento, na programação e nos contributos para uma visão prospectiva, na definição das políticas museológicas no Algarve, junto das instituições locais, regionais e nacionais, visando o desenvolvimento sustentado das comunidades. Ecomuseu Municipal do Seixal – Seminário dedicado ao Inventário No dia 23 de Novembro de 2007, o Ecomuseu Municipal ções fotográficas e divulgação de acervo (móvel e imóvel) do Seixal organizou um Seminário para divulgação do promovido entre 2006 e 2007, ao abrigo do Programa projecto Inventário museológico e digitalização de colec- Operacional da Cultura – Medida 2.2. – Acção 1. 14 | Boletim Trimestral Inventário e Digitalização do Património Imóvel e Móvel jectos do IMC, por Paulo Costa, do Instituto de Gestão e sua Divulgação. O referido Seminário teve ainda como do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), objectivo contribuir para contextualizar alguns aspec- por Rita Aragão e Catarina Oliveira, e da Direcção Geral tos metodológicos e de aproveitamento dos inventá- de Arquivos (DGARQ), pelo seu Director, Silvestre Oliveira. rios e programas de digitalização na continuidade do O Seminário contemplou em seguida uma visita ao trabalho científico e no acesso público ao património Núcleo Naval do Ecomuseu Municipal do Seixal, onde cultural e museológico. foi realçada a utilização de conteúdos digitais na res- A sessão de abertura contou com a participação de pectiva exposição. Graça Filipe, Chefe de Divisão de Património Histórico Da parte da tarde, teve lugar o segundo painel do semi- e Natural, de Corália Loureiro, Vereadora do Pelouro de nário sob o título “O projecto de Inventário museoló- Ecomuseu Municipal do Seixal Recursos Humanos, Património e Acção Social da Câmara gico e digitalização de colecções fotográficas e divulga- Praça 1.º de Maio, n.º 1 Municipal do Seixal, e de Manuel Bairrão Oleiro, Director ção de acervo (móvel e imóvel)” do Ecomuseu Municipal do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC). do Seixal, sistema de informação e preservação do patri- O primeiro painel foi dedicado ao tema “Inventários e mónio cultural e museológico, cuja apresentação esteve [email protected] programas de digitalização de património – metodolo- a cargo de Graça Filipe, Jorge Raposo e Ana Machado, www.cm-seixal.pt/ecomuseu gias, meios e utilizadores”, tendo sido apresentados pro- por parte do Ecomuseu, e de Luís Pavão. T Informações e contactos 2840-485 Seixal Tel.: 21 097 61 12 Fax: 21 097 61 13 Museu de Alberto Sampaio – Comemorações do Centenário da Alberto Sampaio No passado dia 1 de Dezembro de 2007, no Museu Directamente envolvida nestas comemorações esteve de Alberto Sampaio, iniciaram-se oficialmente as também a família do homenageado. Comemorações do centenário da morte de Alberto No Museu de Alberto Sampaio inaugurou, no dia 1 Sampaio (1908-2008), o qual nasceu em Guimarães, de Dezembro de 2007, a exposição Alberto Sampaio: na rua da Rainha, a 15 de Novembro de 1841, e fale- exposição bibliográfica, onde são apresentadas obras ceu, em Famalicão, na sua Quinta de Boamense, a 1 da biblioteca pessoal do historiador, doada ao Museu de Dezembro de 1908. Será em Vila Nova de Famalicão de Alberto Sampaio em 2005. A exposição estará que terá lugar o encerramento das referidas patente ao público até 31 Março de 2008. Comemorações a 1 de Dezembro de 2008. No âmbito das comemorações, actuou no museu o O programa das comemorações é fruto de um tra- Grupo Instrumental do Grupo Coral da Justiça e foi Informações e contactos balho de equipa entre a Câmara Municipal de efectuado o lançamento do livro infantil História de Museu de Alberto Sampaio Guimarães, a Câmara Municipal de Famalicão, a Alberto, da autoria de Emília Nóvoa Faria e ilustrado Sociedade Martins Sarmento e o Museu de Alberto por Fedra Santos, editado pela Campo das Letras num Sampaio. A estas comemorações estão também liga- projecto em parceria com a Câmara Municipal de Vila Fax: 253 423 919 das três Universidades – a Universidade do Minho, a Nova de Famalicão, o qual recebeu o apoio da Rede [email protected] Universidade do Porto e a Universidade de Coimbra. Portuguesa de Museus. T Rua Alfredo Guimarães 4810-251 Guimarães Tel.: 253 423 910 Museu Carlos Machado – Projecto O Museu em sua Casa Iniciou-se a 25 de Novembro de 2007, com a cola- Numa altura em que o edifício sede do Museu, boração do Jornal Açoriano Oriental, um projecto de o Convento de Santo André, se encontra encerrado divulgação do acervo do Museu Carlos Machado, sob para obras de remodelação e ampliação e estando o título “O Museu em Sua Casa”. a decorrer em simultâneo os trabalhos de inventariaRede Portuguesa de Museus | 15 ção e de restauro das suas colecções, esta iniciativa acervo do Museu, aproximando-o do público. Estas surge como uma forma diferente de manter o Museu fichas coleccionáveis vão estar igualmente on-line, no vivo, enquanto instituição de serviço público que ambi- site do projecto – www.museuemsuacasa.org, onde ciona promover o património multifacetado da cultura estarão patentes, também, algumas propostas de açoriana, numa preocupação constante de abordar a actividades para os mais novos. Convento de Sto. André sua relação com o mundo que nos rodeia. Este projecto foi preparado e realizado pela equipa Rua João da Moreira Ao longo de 52 semanas, será inserida na revista do Museu Carlos Machado, tendo sido apoiado pelo Açores, semanalmente, uma ficha em cartolina, de grupo de Amigos deste Museu e patrocinado por um relevante qualidade documental e gráfica, com o objec- conjunto de instituições públicas e de empresas [email protected] tivo de dar a conhecer um conjunto de peças do privadas. T www.museucarlosmachado.pt Informações e contactos Museu Carlos Machado 9500-075 Ponta Delgada Tel.: 296 283 814/285 532 Fax: 296 629 504 Museu de Francisco Tavares Proença Júnior – IV Semana Transnacional – Projecto REPORT O Museu de Francisco Tavares Proença Júnior (MFTPJ) nómico, antropológico, estético e técnico; o software e a cidade de Castelo Branco receberam de 4 a 7 de Risco especialmente concebido para ser aplicado na Dezembro a “IV Semana Transnacional do Projecto execução do desenho do Bordado e desenvolvido REPORT”, que integra o Projecto Ex-Libris dedicado ao pelos informáticos do Instituto Politécnico; o refe- Bordado de Castelo Branco e desenvolvido pela parce- rencial de formação específico para os profissionais ria constituída pelo MFTPJ, Câmara Municipal de Castelo do Bordado de Castelo Branco, elaborado pela Branco, ADRACES e Instituto Politécnico de Castelo ADRACES; o estudo de marketing sobre as potencia- Branco, e o Projecto CASES dedicado às habitações tra- lidades dos Bordados de Castelo Branco, elaborado dicionais, desenvolvido pela Ilha de Reunião (França). pela Câmara Municipal de Castelo Branco; e a Imagem Este foi o último encontro do Projecto, tendo sido de Marca do Bordado de Castelo Branco, desenvol- apresentados ao público os resultados dos últimos vida por alunos da Escola Superior de Artes Aplicadas Museu de Francisco Tavares Proença Júnior dois anos de trabalho: o Caderno de Especificações do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Largo da Misericórdia do Bordado de Castelo Branco; o livro “Bordados de A “IV Semana Transnacional do Projecto REPORT” Castelo Branco – percursos por terra e mar” – com o incluiu ainda uma conferência Internacional, dedicada resultado da investigação efectuada sobre os Bordados à temática “Contributos do Património Cultural para [email protected] de Castelo Branco do ponto de vista histórico, eco- o desenvolvimento dos territórios”. T www.ipmuseus.pt Informações e contactos 6000-462 Castelo Branco Tel.: 272 344 277 Museu da Fundação Cupertino de Miranda – Homenagem a Mário Cesariny A Fundação Cupertino de Miranda (Vila Nova de Famalicão) e um dos grandes Mestres do Surrealismo (português e internacional), Mário Cesariny, assumiram ao longo dos últimos anos uma relação de grande proximidade. Mário Cesariny possibilitou à referida Fundação a aquisição, quer por compra, quer por doação, de uma grande parte da sua Biblioteca e do seu Espólio artístico e documental. Na passagem do 1º aniversário da sua morte, o Centro de Estudos 16 | Boletim Trimestral Fax: 272 347 880 do Surrealismo, promoveu, na sua sede na Fundação Mário Cesariny) e José Manuel dos Santos; apresenta- Cupertino de Miranda, uma homenagem, sob o título ção de “Titânia”, nova edição com os desenhos originais “Encontros I”, que teve lugar de 22 a 24 de Novembro de Cruzeiro Seixas e do áudio-livro de Mário Cesariny; de 2007. Esta homenagem contemplou: inauguração intervenção de Maria Joaquina Madeira, Presidente da Praça D. Maria II de uma exposição com obras, manuscritos e objectos Comissão Instaladora da Casa Pia; conferência profe- 4760-111 Vila Nova de Famalicão de Mário Cesariny; exposição e venda de livros de Mário rida por João Pinharanda e por Perfecto Cuadrado, Cesariny (edição Assírio & Alvim); conferência proferida Coordenador do Centro de Estudos do Surrealismo; por Rui Mário Gonçalves intitulada “História abreviada apresentação do projecto do edifício do Centro de [email protected] de uma espiral sem fim”; intervenção proferida por Estudos do Surrealismo; sessão musical com Afonso www.fcm.org.pt Manuel Rosa (relativa à experiência como editor de Malão ao Piano; recital de poesia por João Grosso. T Informações e contactos Museu da Fundação Cupertino de Miranda Tel.: 252 301 650 Fax: 252 301 669 [email protected] Museus Municipais do Porto – Museu da Cidade – Casa TAIT – Exposição Comunidades Casa Tait – Exposição Comunidades No âmbito do Projecto Porto sem Fronteiras, que tórios, a zona metropolitana do Porto integra neste envolve a Câmara Municipal do Porto e a Fundação momento imigrantes provenientes de 135 países. Porto Social, em parceria com as Associações que A exposição «Comunidades» acolheu objectos da União representam as comunidades imigrantes na cidade do Europeia, de África, da América do Sul, do Oriente Porto, foi organizada na Casa Tait, de 14 a 30 de e do Leste da Europa, cedidos por Associações de Setembro, a exposição «Comunidades». A iniciativa Imigrantes, Espólio de ofertas da Câmara Municipal constituiu um pretexto para promover o reencontro e do Porto, Consulados e Embaixadas. No âmbito da a participação das comunidades imigrantes na cidade exposição, decorreu na Galeria do Palácio, a 17 de do Porto, num espaço de divulgação das suas culturas Setembro, um workshop de percussão. e expressão das diferentes realidades sócio-culturais. António Almeida Sintomático da secular tradição de afluxos migra- Técnico de Museografia da Câmara Municipal do Porto – O Porto, São Nicolau e as Jornadas Europeias do Património – 2007 Instituídas pelo Conselho da Europa, as Jornadas que contou a história da Rua do Infante Dom Henrique; Europeias do Património transformaram-se num impor- e o Dr. Manuel Luís Real, que falou sobre a Casa do tante veículo de divulgação de um legado que é, Infante. Nos dias seguintes, foram realizadas quatro visi- simultaneamente, factor de identidade e de qualidade tas guiadas: dia 27 – Rota das Capelinhas, conduzida de vida das sociedades modernas. Sendo já uma tra- pela Dr.ª Orquídea Félix, percorrendo pequenos tem- dição no panorama cultural da Cidade, a Câmara plos da Cidade; dia 28 – Rota dos Conventos, condu- Municipal do Porto decidiu marcar presença pelo zida pelo Mestre Manuel de Sampayo Pimentel Azevedo décimo ano consecutivo, preparando um programa Graça, visitando-se os grandes conventos doutros tem- de actividades para os últimos dias de Setembro. pos; dia 30 – Rota do Tempo, conduzida pela Dr.ª Manuela Seguindo uma linha traçada nos últimos anos, o Carmona Graça Pinto da Costa, que andou por entre Municipal do Porto programa de 2007 centrou-se numa única freguesia, as ruas do burgo histórico; e Rota das Obras Urbanísticas, Rua de Entrequintas, 219 cujo património se tentou divulgar. Seleccionou-se conduzida pela Dr.ª Susana Pacheco Barros, que correu a freguesia de São Nicolau. A 26 de Setembro, o Auditório os séculos, na perspectiva das transformações da Cidade. Informações e contactos Departamento Municipal de Museus e Património Cultural da Câmara 4050-240 Porto Tel.: 22 605 70 00 Fax: 22 605 70 01 da Casa do Infante acolheu três conferencistas: o Prof. [email protected] Doutor Amândio Jorge Morais Barros, que falou sobre Manuel de Sampayo Pimentel Azevedo Graça www.cm-porto.pt o Porto na Época Moderna; o Mestre José Ferrão Afonso, Técnico Superior de História da Arte da Câmara Municipal do Porto Rede Portuguesa de Museus | 17 – Casa Museu Marta Ortigão Sampaio – A educação artística num contexto não formal A variedade temática do acervo da Casa Museu Marta As pinturas têm sugerido pequenas exposições de Ortigão Sampaio e a herança cultural da família a que colecções municipais, que enriquecem o discurso pertenceu permitem ao Serviço Educativo, através de museológico, diálogos e dramatizações. variadas metodologias e abordagens lúdico-pedagó- No contexto da Colecção de Joalharia tem vindo a gicas, criar actividades direccionadas para todos os concretizar-se um Ciclo de Exposições de Joalharia tipos de públicos. Contemporânea – que é também inspiradora de O Serviço Educativo realiza projectos que integram actividades oficinais, promovendo o espaço da Casa regularmente visitas orientadas, visitas temáticas com Museu como local de encontro entre o passado e parte oficinal, roteiros e fichas de exploração das dife- o presente, entre pessoas, artistas e obras de dife- rentes colecções e peças, percursos exteriores, pedi- rentes épocas. papers, actividades lúdicas no jardim e actividades Para além das suas intenções cognitivas, o Serviço performativas de teatro, fantoches e recitais. Educativo da Casa Museu pretende criar uma relação No que diz respeito às temáticas, estas têm como afectiva Públicos/ Museu, através de projectos ponto de partida as peças das diferentes colecções – continuados, de média e longa duração, com Jardins pintura, mobiliário, joalharia, leques, maquetas, cerâ- de Infância, Escolas, Universidades, Centros Hospi- mica, fotografia e outras –, assim como a Cidade do talares, Centros de Terceira Idade, Associações de Porto e aspectos das vivências e do quotidiano dos Pessoas com Necessidades Especiais, Associações pintores e escritores presentes na família, ampliados Culturais, Famílias e outros. Para um maior alcance e vividos a partir de fotografias e pinturas. do desempenho do respectivo Serviço Educativo, a As actividades oficinais, como os origamis, os fotogramas, Casa Museu estabelece parcerias com outros Museus, Casa Museu Marta Ortigão Sampaio as silhuetas de papel, o desenho e/ ou a modelagem, Instituições e Grupos Culturais. Paralelamente, tam- Rua de Nossa Senhora de Fátima, enquadram temas transversais às diferentes colecções. bém disponibiliza materiais informativos referentes n.os 291-299 As peças da Casa Museu não são só sujeitas a dife- às diferentes colecções e temas sob a forma de Kits – rentes olhares, mas também vividas numa viagem às Maletas Pedagógicas. T Casa Museu Marta Ortigão Sampaio Casa Museu Marta Ortigão Sampaio – Serviço Educativo Informações e contactos Tel.: 22 606 65 68 Fax: 22 605 70 01 suas representações, sempre numa perspectiva huma- Isabel Andrade nista de valorização do homem e da sua obra. Técnica Superior de Serviços Educativos da Câmara Municipal do Porto Museu Nacional de Machado de Castro – O Projecto Sol do Pintor. Olhares Transversais – Uma exposição [no] plural Inaugurada no dia 5 de Março de 2007, a exposição Tendo como fio condutor uma abordagem diacrónica Sol do Pintor. Olhares Transversais resulta de uma pro- com início na actualidade, recuando até ao séc. XV, posta de colaboração apresentada pelo Museu de a exposição concretizou-se no Museu de Física – átrio, Física da Universidade de Coimbra ao Museu Nacional anfiteatro e salas de exposição – e procurou a arti- de Machado de Castro (MNMC) e ao Exploratório – culação entre a exibição e fruição ‘passiva’ dos ins- Centro Ciência Viva de Coimbra, para concretização trumentos e pinturas do Museu de Física e do Museu de uma exposição na qual o diálogo entre Ciência e Nacional de Machado de Castro e a interactividade, Arte se articularia em torno do tema central da IX através dos módulos construídos pelo Exploratório. A Semana Cultural da Universidade de Coimbra, Estou iniciar o percurso, uma instalação da artista plástica vivo e escrevo Sol. Ao projecto associaram-se, finan- Mariana Ramos – encomendada para o efeito e finan- ceiramente, a Agência Nacional Ciência Viva e a Reitoria ciada pela Fundação Calouste Gulbenkian – que con- da Universidade de Coimbra. densava em si mesma o conceito da exposição, de 18 | Boletim Trimestral 4050-428 Porto [email protected] www.cm-porto.pt Finalmente, a última sala foi dedicada ao tema geral da Perspectiva. Procurou-se uma abordagem que assume a descoberta da perspectiva como um novo olhar sobre o mundo, a qual condensou conhecimentos que derivaram tanto da investigação científica como artística, através sobretudo da aplicação dos conhecimentos de geometria, óptica e astronomia a uma nova forma de representação do real. diálogo entre a Arte e a Ciência intermediado pela No vasto programa de actividades educativas merecem tecnologia. destaque as iniciativas criadas em parceria com diversas No átrio do Museu ficava sintetizado o tema da expo- instituições da cidade de Coimbra, para apresentação sição através do módulo interactivo Sombras coloridas e nas datas celebrativas do Dia Internacional dos Museus da instalação artística Pontuação a três cores primárias, e da Noite dos Museus. Finalmente, e naquele que foi de autoria de Mariana Ramos. um dos momentos mais singulares da frutuosa colabo- No Anfiteatro foi abordado o tema geral da interacção ração entre um Museu Universitário de Ciência e um luz/matéria. Os temas foram tratados pedagogicamente, Museu Nacional de Arte, saliente-se a festa de encerra- com recurso aos módulos interactivos As cores do branco, mento Ocaso, no dia 29 de Setembro, e a viagem final Arco colorido, Disco de Newton, O que é o negro e Mesa ao Sol do Pintor – visita encenada – com a participação de luz e cor. activa de toda a equipa que criou, produziu e dinami- A sala seguinte tinha como assuntos principais A técnica zou a exposição O Sol do Pintor. Olhares transversais. T do olhar e A Natureza da luz. Através destes temas era abordada a intermediação da tecnologia óptica na apli- Catarina Pires cação do conhecimento científico à criação artística e a Museu de Física da Universidade de Coimbra evolução do próprio conhecimento científico acerca da Virgínia Gomes luz, da cor e do fenómeno da visão. Museu Nacional de Machado de Castro – Um projecto com continuidade – Curso de Teatro da AMIC no Museu de Física Informações e contactos Num Museu nem só o material se conserva. A cida- Este curso tem como objectivo dotar as crianças e os Museu Nacional de Machado de Castro dania, o belo e o espírito crítico são conceitos que se jovens de ferramentas que potenciem o pensamento conservam praticando. criativo e a sensibilidade. Pretende contribuir para a Se a formação artística mobiliza, através da prática, formação de espectadores e cidadãos, além de pos- Fax: 239 822 706 todos os saberes, o diálogo entre a Arte e a Ciência, síveis artistas. Juntar pessoas de vários estratos sociais [email protected] formas de saber que articulam imaginação, razão e e etários, para que, ludicamente, se possa alargar o emoção, permite desenvolver o pensamento criativo conhecimento do outro enquanto pessoa igual. e a sensibilidade, explorar e transmitir novos valores. Desde 22 de Outubro de 2007 e até Junho de 2008, Universidade de Coimbra Partindo da convicção comum nestes pressupostos e estão a decorrer dois cursos no Museu de Física da Departamento de Física – FCTUC da importância da aprendizagem pela arte para o Universidade de Coimbra, um destinado a crianças Rua Larga à Universidade desenvolvimento e o enriquecimento pessoal do ser dos 8 aos 12 anos e outro a jovens dos 13 aos 16 humano, o Museu Nacional de Machado de Castro anos, estando prevista a apresentação pública do tra- (MNMC) e o Museu de Física prolongam a experiência balho realizado no final dos mesmos. T Largo Dr. José Rodrigues 3000-236 Coimbra Tel.: 239 823 727 mnmachadodecastro.imc-ip.pt Museu de Física [Museu da Ciência] 3004-516 Coimbra Tel.: 239 410 602 Fax: 239 829 158 Ricardo Silva Tel.: 96 477 95 30 de colaboração através de (mais) um curso de teatro [email protected] da Liga de Amigos do MNMC. Ricardo Silva Rede Portuguesa de Museus | 19 Museu Nacional de Soares dos Reis – Exposição Obras-Primas da Cerâmica Japonesa No dia 2 de Dezembro de 2007 encerrou a exposição complementou a apresentação da cerâmica japonesa, com “Obras-Primas da Cerâmica Japonesa”, depois de dois peças pertencentes a colecções portuguesas, para o que meses e meio de abertura ao público no Museu Nacional contou com o apoio do Museu Nacional de Arte Antiga de Soares dos Reis. A exposição resultou de um intercâm- e do Palácio Nacional da Pena. bio com o Museu Nacional de Kyushu, para cuja inaugu- É de salientar ainda a colaboração imprescindível da ração em 2005 foram cedidos os biombos Namban da Embaixada do Japão, que apoiou esta iniciativa em todos colecção do Museu. os aspectos que lhe foram pedidos, quer traduzindo os As peças apresentadas completavam um percurso crono- títulos em japonês que constaram da exposição, quer lógico pela produção cerâmica japonesa, com peças desde orientando e emprestando materiais para a recriação de o segundo milénio a.C. até ao Séc. XX da nossa era. uma Casa do Chá, que o Museu montou à margem da Foi assim possível conhecer esta actividade tão relevante exposição e que ajudou à compreensão do núcleo de pe- na cultura japonesa, que valoriza não só as peças, muitas ças do período Momoyama, quer ainda patrocinando o delas classificadas como tesouros nacionais, mas também concerto inaugural, por um grupo de artistas japonesas. os ceramistas que as fizeram, também eles acarinhados A aceitação e adesão do público a esta exposição foi muito como “tesouros nacionais vivos”. Tivemos o privilégio de significativa, ultrapassando os sete mil visitantes. contar com a visita de um deles, autor da peça mais O Serviço de Educação do Museu organizou um pro- recente apresentada na exposição, datada de 1991. Serviu grama, a que chamou “Cinco Passos”, que ensinou pro- a exposição ainda de pretexto para o aprofundamento fessores e alunos a fazer origamis, que depois trouxeram do conhecimento de outros aspectos da cultura japonesa, e penduraram no Museu, quando vieram visitar a expo- que ajudaram a contextualizar as peças e a sua utilização, sição. Este programa será completado no próximo ano bem como do contacto histórico entre Portugal e o Japão. com uma nova visita ao Museu, desta vez voltada para A organização japonesa esteve a cargo da Agência para outros aspectos ligados ao Oriente e centrada nas peças os Assuntos Culturais do Governo do Japão, que junta- expostas na sala da exposição permanente dedicada à mente com o Instituto dos Museus e da Conservação e arte oriental. o Museu Nacional de Soares dos Reis estabeleceram a Em torno da exposição foi organizado um ciclo de con- orientação dada à exposição, contemplando um âmbito ferências sobre vários temas relacionados com o Japão, Informações e contactos cronológico tão vasto, uma vez que foi a primeira vez que que resultou da colaboração prestada pelos investigado- Museu Nacional de Soares dos Reis uma exposição deste tipo foi trazida à Europa. As peças res do Centro de História de Além Mar, da Universidade pertenciam a Museus de todo o Japão, mas também a Nova de Lisboa. T Aspectos da montagem da exposição Origami. Participação das Escolas que visitaram a Exposição Palácio dos Carrancas I Rua D. Manuel II 4050-342 Porto Tel.: 223 393 770 coleccionadores particulares e foi de facto uma oportu- Margarida Correia nidade única de poder ver e apreciar estas obras. O Museu Conservadora do Museu Nacional de Soares dos Reis [email protected] www.ipmuseus.pt Museu de Olaria – Ciclo de Conferências “No Mundo dos Jovens” Informações e contactos Museu de Olaria Rua Cónego Joaquim Gaiolas Com o apoio do Instituto Português da Juventude e o encontro entre jovens e especialistas em diferentes em parceria com o Museu de Olaria, a Associação áreas. AMIMUOLA – Amigos do Museu de Olaria organizou, No dia 9, teve lugar “À conversa com... um psicó- no mês de Novembro, o Ciclo de Conferências “No logo” com Miguel Gonçalves e no dia 15 “Corpo e [email protected] Mundo dos Jovens” com o objectivo de proporcionar Emoção” com Nereida Vilela. T www.amimuola.maisbarcelos.pt 4750-306 Barcelos Tel.: 253 82 47 41 20 | Boletim Trimestral Fax: 253 80 96 61 Museu do Trabalho Michel Giacometti – Varinos, nós? – Como musealizar um sentimento* “O objecto só tem existência no gesto que o torna setubalenses em geral, do tão aclamado pescador de tecnicamente eficaz” Setúbal. A. Leroi-Gourhan Pergunta-se mesmo à laia de provocação – constituiria motivo de interesse etnográfico, pretexto foto- Mas então, que objectos são esses que nos propu- gráfico, bandeira turística ou tema patrimonial, um semos apresentar nesta exposição? Que gestos ou, jovem pescador que de manhã navega no rio e à tarde mais precisamente, que gestualidades, os tornam na Internet? Alguém aparentemente indistinto, que significativos? Que subtilezas lhes conferem emoção? usa calças “Lois”, polos “Lacoste” e óculos “Ray Ban” Como musealizar um sentimento... eis a questão. cabe no nosso imaginário de pescador? Em que O desafio era suscitar inquietação relativamente a uma cartografia da memória se inscreve este homem? Em categoria identitária – os varinos, em Setúbal, apa- que paisagem humana o fantasiamos? Que futuro rentemente cristalizada num beco histórico. Ora, tendo lhe vaticinamos? E ele, como se sentirá neste tempo como lastro o aturado trabalho de campo realizado ambíguo? por Marta e Ricardo, finalistas de Antropologia da Esta personagem, paradigma de muitas outras, não Universidade Nova de Lisboa, em estágio académico é ficção, tem uma existência real na comunidade marí- no Museu do Trabalho Michel Giacometti, procurá- tima local, sintetizada na história de vida do elo mos transpor para uma linguagem museográfica um mais jovem de uma das famílias de varinos por nós dos aspectos mais marcantes deste estudo. A identi- estudadas. Por imposição dos tempos, por mimetismo ficação de “um sentimento varino“, algo difuso, social, em resposta a novas necessidades e funciona- de difícil definição, de que nos falam algumas pes- lidades da vida moderna, este pescador de novo tipo, soas, de várias gerações, ligados a famílias de origem cortou as amarras com os estereótipos, perdeu murtoseira que migraram para Setúbal desde meados definitivamente os sinais exteriores de exotismo, dita- do Século XIX, em demanda de trabalho nas pescas dos pelo vestir, pelo falar e pelo estar. Habita hoje e nas conservas. outro espaço na cidade, portanto é dentro de si A identificação desta identidade, tantas vezes paten- próprio que temos que ir descobrir o tal “sentimento teada como um pitoresco “bilhete-postal” carece varino” que vem à baila, quando nos fala da infância de redefinição. Carece de perguntas para as quais no Bairro Santos, dos magotes de rapazes que per- raramente encontramos respostas nas palavras ditas. corriam a pé a cidade, dos tempos passados com o Hoje, quando perguntamos aos nossos informantes, pai na pesca, da ritualização dos costumes, do bater o que é e como se distingue um varino, reportam-se das cartas nas tabernas. É alguém que se sente filho a coordenadas de espaço/tempo – alguém que habita do mundo contemporâneo, membro da comunidade algures entre as Fontaínhas e o Bairro Santos Nicolau, global, mas ciente e seguro de uma origem determi- que tem ascendentes na Murtosa e que vivia de certa nada que o engrandece e ancora a um passado maneira, segundo certos princípios... hoje, muito difí- marcante. Falou-nos do alto dos seus trinta e cinco ceis de identificar e quase impossíveis de materializar anos de idade, da enorme vontade de deixar tudo expograficamente… (actualmente é motorista de rebocadores), e seguir A questão está em que os tempos mudaram e a ideia as pegadas do pai, investir no velho barco de famí- idealizada do pescador “bilhete postal” de camisa de lia, um gasolino chamado “ Alice dos Santos “, vezeiro xadrez e boné também de alterou. Assim sendo, urge nas Festas da Tróia e zarpar, mar dentro, a capturar questionar que auto-representação têm os mais jovens chocos, lulas etc., seguindo a tradição da família, desta suposta identidade varina, que imagem têm os sem abdicar da companhia do moderno pc portátil Rede Portuguesa de Museus | 21 que o atira para as velozes ondas do mundo, quando antigas famílias, mostra-nos que este assume as águas do rio estão mais paradas e o peixe teima distintas formas de se fazer ao corpo, consoante a em não aparecer. ocasião e a disposição. Uma linguagem simbólica Assim, voltando à questão como musealizar um subtil, provavelmente um traço da identidade varina sentimento, neste caso “um sentimento varino”, (a confirmar em estudos comparados), reconhecido optámos por pedir a cada família que escolhesse um entre as mulheres da comunidade, passado de objecto significativo da herança varina, com o intuito geração em geração. Uma memória singular, de apresentar cinco objectos com “estória”, de sedimentada nos gestos: – “o xaile para o dia-a-dia”, significante memória. Surgiu um problema – homens caído pelo corpo sem artifícios; “o xaile para festa”, e mulheres não convergem nessa escolha. Então alegre, descaído sobre os ombros; “o xaile para a mudámos as regras e combinámos expor dois objec- missa” e o “xaile para sentimento” que, em sinal de tos por cada família, um escolhido pelos homens e respeito ou de luto, tapa a cabeça e aconchega a dor. outro pelas mulheres. Também cada família retirou Os objectos nesta exposição são um mote para desfiar do álbum as fotografias mais significativas para expor- “estórias”, âncoras de memórias, contornos de um mos no museu. Tudo será legendado com a partici- “sentimento varino” que talvez um dia venhamos a pação dos nossos interlocutores e na sua forma de compreender. contar. Mas alguns, sobretudo os mais velhos, não Por essa mesma razão começámos este texto com sabem ler... então filmámos, para acesso visual, o que um ponto de interrogação – Varinos, nós? – Assim se nos disseram sobre os respectivos objectos, as signi- interrogam os mais jovens, surpreendidos com a ficações e gestualidades associadas. Então, foi muito persistência deste epíteto, tão longe vai o tempo da interessante descobrirmos o que, nem sempre, as pala- varinagem; acabamos com reticências... em sinal de vras explicam. continuação. T Informações e contactos Museu do Trabalho Michel Giacometti Largo dos Defensores da República 2901-340 Setúbal A exemplificação gestual do uso de um simples xaile Tel.: 265 537 880 preto de merino, com franjas de seda, guardado há Isabel Victor cerca de noventa anos, no seio de uma das mais Museu do Trabalho Michel Giacometti Fax: 265 537 889 [email protected] Museu dos Transportes e Comunicações – Acção de Sensibilização “Prevenção e Segurança Rodoviária” O Museu dos Transportes e Comunicações, em parceria com a Auto-Sueco e APSI (Associação para a Promoção da Segurança Infantil), dinamizou uma acção de sensibilização sobre “Prevenção e Segurança Rodoviária” nos dias 12 e 13 de Outubro de 2007, respectivamente destinada às escolas e às famílias. Informações e contactos Nesta acção foram transmitidas as normas essenciais Museu dos Transportes e Comunicações necessárias para uma circulação automóvel segura, Edifício da Alfândega bem como salientadas as vantagens do uso correcto 4050-430 Porto Tel.: 22 340 30 00 de equipamentos de segurança infantil em automó- Fax: 22 340 30 98 veis, havendo ainda lugar para testar a efectiva segu- [email protected] rança com recurso a simuladores. T www.amtc.pt 22 | Boletim Trimestral Edições de Museus da RPM Museu de Olaria – Rosa Ramalho, a colecção Integrado na série Colecções do Museu (número 5), foi publicado pelo Museu de Olaria o catálogo da sua colecção de peças de Rosa Ramalho, com o apoio do Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa de Museus no âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de Museus. Da autoria de Alexandre Alves Costa e de Isabel Maria Fernandes, o catálogo acompanha a exposição de algumas das peças da colecção, patente ao público entre Junho de 2007 e Julho de 2010 no Museu de Olaria. Com introdução de Cláudia Milhazes, Directora do Museu, o volume inclui, além do catálogo das peças, três textos sobre a vida e obra de Rosa Ramalho, o processo de atribuição de autoria da colecção e sobre o fabrico da olaria e do figurado nos últimos duzentos anos. – Louceiros de Santa Comba: histórias que o barro escreve O número 6 da série Colecções do Museu apresenta o catálogo da exposição Louceiros de Santa Comba: histórias que o barro escreve, comissariada por Maria da Graça Araújo, aberta ao público de Julho de 2007 a Junho de 2008, na Sala de exposições temporárias do Museu de Olaria. A obra faz a introdução ao trabalho dos louceiros de Santa Comba de Foz Côa e à produção de cerâmica nesse território, ilustrada com fotografias, e apresenta o estudo da colecção do Museu de Olaria de objectos cerâmicos provenientes do Centro Oleiro de Santa Comba, incluindo o respectivo catálogo. O volume inclui ainda um glossário e bibliografia de referência. – Catálogo. Cerâmica – Cerâmica. Catálogo toponímico Importa destacar ainda que o Centro de Documentação de Olaria do Museu de Olaria publicou o catálogo geral e o catálogo toponímico de cerâmica, divulgando, deste modo, o espólio documental do museu, constituído por monografias, periódicos e analíticos especializados na área temática da cerâmica e olaria. Museu de Olaria | Rua Cónego Joaquim Gaiolas | 4750-306 Barcelos | Tel.: 253 82 47 41 | Fax: 253 80 96 61 | [email protected] | www.amimuola.maisbarcelos.pt Instituto dos Museus e da Conservação / A arte do restauro na valorização do património cultural português Integrada no âmbito das comemorações dos 40 anos do Instituto José de Figueiredo, foi editada a compilação das mais significativas intervenções de restauro desenvolvidas neste Instituto e no Instituto Português de Conservação e Restauro em áreas diversificadas – Documentos gráficos, Escultura, Metal, Mobiliário, Pintura, Pintura mural, Talha, Têxteis. A importância das intervenções a par da sua reduzida visibilidade pública estiveram na origem do projecto de divulgação e na sua co-edição pelo Instituto dos Museus e da Conservação e pela editora Medialivros. Museu de Alberto Sampaio / Vimaranenses Livro associado às exposição colectiva de fotografia com o mesmo título, ambos integrados no projecto Cadernos de Imagens que resulta da parceria do Cineclube de Guimarães com o Museu de Alberto Sampaio. Este projecto trata-se de um trabalho subordinado, em grande medida, a imagens – Imagens de Guimarães, da sua gente, da sua paisagem, do seu património construído, da sua actividade comercial e industrial – um trabalho que pretende reflectir sobre diversos traços caracterizadores da identidade de Guimarães. Cadernos de Imagens é uma colecção de trabalhos inéditos, realizados propositadamente para este projecto por personalidades das mais diversas áreas – fotografia, literatura, arquitectura, jornalismo, geografia, economia, etc.. Rede Portuguesa de Museus | 23 Museu de Alberto Sampaio / Mestres ourives de Guimarães: século XVIII-XIX Nesta obra, da autoria de Manuela de Alcântara Santos, que foi directora do Museu de Alberto Sampaio entre 1993-1999, são analisados pormenorizadamente a corporação dos ourives vimaranenses, os contrastes ensaiadores de ouro e de prata, o seu estatuto social, a sua riqueza e família, a sua produção e também, num interessante capítulo, são contadas «histórias dentro da História». Esta co-edição do Museu Alberto Sampaio e da Editora Campo das Letras integra ainda um catálogo de peças e de marcas de ourivesaria vimaranense. Museu Bernardino Machado / Obras – Ciência (1875-1907) O Museu Bernardino Machado, em colaboração com a editora Húmus, lançou o primeiro volume das Obras, de Bernardino Machado, colecção coordenada por Norberto Ferreira da Cunha, coordenador científico do Museu. Dedicado à produção científica de Bernardino Machado, o primeiro volume – Ciência (1875-1907) – inclui dissertações de matemática, física, filosofia natural e antropologia, com textos introdutórios de Manuel Laranjeira Rodrigues de Areia e José Francisco Rodrigues, Professores da Universidade de Coimbra e da Universidade de Lisboa, respectivamente. Museu Carlos Machado / Pentateuco. Pintura de Ilda David O Museu Carlos Machado e a editora Assírio & Alvim publicaram o catálogo da exposição de pintura de Ilda David sobre os cinco primeiros livros da Bíblia, Pentateuco. Expostas no Núcleo de Arte Sacra do Museu Carlos Machado, entre Setembro e Outubro de 2007, as pinturas de Ilda David foram reunidas no volume agora editado, que conta com uma introdução de Duarte Mello, Director do Museu, e um texto do poeta e teólogo José Tolentino de Mendonça. Museu Ferreira de Castro / 100 Cartas a Ferreira de Castro Com selecção, transcrição, comentários e notas de Ricardo António Alves, esta obra foi reeditada em Agosto de 2007, com o apoio do Instituto Português de Museus/ Rede Portuguesa de Museus no âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de Museus. Desde a sua primeira edição, em 1992, data da reabertura do Museu Ferreira de Castro ao público, foi aprofundado o conhecimento do espólio documental do escritor, razão pela qual se refundiu esta nova edição, acrescentando cerca de 35 missivas inéditas. Museu da Fundação Cupertino Miranda / Retorno ao selvagem. Desenhos de Sergio Lima O Centro de Estudos do Surrealismo da Fundação Cupertino Miranda editou o catálogo da exposição de desenhos de Sergio Lima, um dos artistas mais importantes do Surrealismo brasileiro. Comissariada por Perfecto E. Cuadrado e António Gonçalves, a exposição apresentou ao público, entre Setembro e Novembro de 2007, cerca de uma centena de desenhos. Museu da Fundação Cupertino Miranda / Poemas tableau. Vivant comme tes yeux éperdues d’amour A acompanhar a exposição de desenhos de Sérgio Lima, a Fundação lançou ainda o sexto Caderno do Centro de Estudos do Surrealismo, com uma antologia breve da obra poética do artista. 24 | Boletim Trimestral Museu da Guarda / Um menino chamado Jesus Edição lúdico-didáctica relacionada com obras de pintura e escultura sacras, dos séculos XVI e XVII, que fazem parte das colecções do Museu da Guarda. Este livro destina-se a ser oferecido a todos os participantes em visitas temáticas, servindo de apoio à exploração das obras ali focadas. Museu da Guarda / Uma história aos bocadinhos Pequeno livro dedicado às crianças dos 6 aos 10 anos, que contextualiza algumas peças de arqueologia da época romana pertencentes ao acervo do Museu. O livro é, simultaneamente, um jogo de descoberta e de apelo à criatividade plástica. Disponível gratuitamente, este material lúdico-pedagógico permite que a criança efectue a visita, sozinha ou acompanhada, descubra as peças em destaque e tome contacto com outras colecções. Museu Municipal de Faro / Kiko & Kamica e o mosaico oceano Com o apoio do Instituto Português de Museus/ Rede Portuguesa de Museus, no âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de Museus foi publicada esta edição educativa, da autoria de Joana Oliveira e coordenação de Dália Paulo e de Rosa Trindade. Fruto de uma parceria entre o Museu e a Escola Secundária Tomás Cabreira (Faro), o livro propõe aos “leitores” que construam a sua própria história a partir das ilustrações. Museu Nacional da Imprensa / Desigualdades, Discriminações e Preconceitos Esta obra reúne os 200 melhores trabalhos resultantes do Concurso Europeu de Cartoon com o mesmo nome, promovido pelo Instituto Nacional para a Reabilitação e organizado pelo Museu no âmbito do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos. O livro contém 135 páginas, é bilingue (português/inglês) e conta com uma mensagem da Secretária de Estado para a Reabilitação, Idália Moniz. Nos desenhos do catálogo podem ser vistos caricaturados estereótipos, preconceitos e todos os tipos de discriminação. Museu Nacional de Soares dos Reis / Serviços educativos O Museu Nacional de Soares dos Reis editou um conjunto de materiais didácticos destinados ao público infanto-juvenil. O material – desdobráveis, folhetos, cadernos e dossiês – dá a conhecer o Museu, as suas colecções e as suas exposições temporárias, a partir das quais propõe uma série de actividades. Museu do Papel / O papel dos aerogramas no contexto da guerra colonial O catálogo da exposição, patente ao público de Novembro de 2005 a Novembro de 2007 no Museu do Papel, dá a conhecer o papel dos aerogramas no contexto da guerra colonial. Coordenado por Maria José Santos, Directora do Museu, investigadora da História do Papel e autora do estudo das marcas de água dos dezasseis aerogramas expostos, o catálogo da exposição insere-se no Projecto educativo O despertar do Museu a novos públicos, que o Museu tem vindo a desenvolver desde 2004, apoiado pelo Programa Operacional da Cultura. Rede Portuguesa de Museus | 25 Agenda Museu Municipal de Vila Franca de Xira Reabertura do Núcleo de Alverca No passado dia 24 de Novembro de 2007 reabriu ao público o Núcleo Museológico de Alverca, o qual foi alvo de um projecto de ampliação e renovação da responsabilidade dos arquitectos Isabel Aires e José Cid. Este Núcleo do Museu Municipal de Vila Franca de Xira localiza-se no antigo edifício setecentista da Câmara de Alverca que foi reconstruído em 1764, após o grande terramoto de 1755. Este albergou a sede do concelho de Alverca até 1855, tendo ao longo dos anos tido diferentes reutilizações: como cadeia, posto da GNR, Junta de Freguesia, Biblioteca Municipal e por último Museu Municipal. Em frente a este conjunto edificado – casa da câmara e casa do ferrador, agora objecto da intervenção de preservação e ampliação, ergue-se um pelourinho de estilo manuelino, datado de 1530 e classificado como imóvel de interesse público (desde 1933, pelo Decreto n.º 23 122/33 de 11 de Outubro de 1933). A ampliação do museu foi efectuada para a zona do edifício adossado ao do município de Alverca – a antiga Casa do ferrador. A intervenção de recuperação do antigo edifício e a construção de um novo permitiram a realização de uma escavação arqueológica, que veio dar a conhecer bastantes pormenores construtivos do primitivo edifício quinhentista, os quais foram evidenciados no espaço para memória da sua funcionalidade, por exemplo: vestígio de agulheiro do antigo lagar de vinho, abóbada setecentista no Centro de Documentação, pavimento calcetado provavelmente da antiga cadeia quinhentista e vestígio de construção anti-sísmica pós-terramoto de 1755 – «gaiola pombalina». A estratigrafia de terreno balizava-se entre o período paleolítico até ao Séc. XVIII, havendo uma maior prevalência de vestígios quinhentistas. Na renovação deste Núcleo contemplaram-se espaços funcionais para exposições de longa duração e temporárias, recepção, loja, centro de documentação, pequeno auditório e oficina educativa para o acolhimento dos públicos infanto-juvenis. Nos programas museológico e de preservação patrimonial foram englobados o arranjo exterior e a requalificação da zona envolvente ao pelourinho. A intervenção museográfica no largo do pelourinho foi feita através de um painel informativo que explica a importância histórico-patrimonial do mesmo. No programa museológico, devido às características da colecção e à dinâmica gerada junto da população durante as campanhas de recolha, revelou-se importante a preparação de uma exposição de longa duração que apresentasse de uma forma genérica os traços do quotidiano da região. Deste modo, a exposição Alverca da terra às Gentes releva as actividades tradicionais no período que antecedeu a forte industrialização da zona, enquanto que a exposição temporária Guardadores de gestos. Espaços e Contrastes é dedicada a uma actividade tradicional de Alverca, já praticamente desaparecida, a do pastoreio de ovelhas. Museu do Neo-Realismo Numa iniciativa da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, que contou com o co-fianciamento do POC (Programa Operacional da Cultura) e o apoio da Associação Promotora do Neo-Realismo, foi inaugurado nesta cidade, pelo Presidente da República, no passado dia 20 de Outubro de 2007, o novo Museu do Neo-Realismo. O programa museológico foi preparado pela equipa deste museu com a colaboração do Museu Municipal de Vila Franca de Xira e da Associação Promotora do Neo-Realismo. O Museu do Neo-Realismo, cujo projecto é da autoria do arquitecto Alcino Soutinho, apresenta uma programação diversificada, que conta com exposições ligadas ao movimento do Neo-Realismo (como Batalha pelo Conteúdo – movimento neo-realista português ou, entre outras, Uma arte do povo, pelo povo e para o povo – Neo-Realismo Artes Plásticas) e ainda mostras de arte contemporânea (a exposição de João Tabarra inaugura o ciclo The Return of the Real) e literatura contemporânea (com exposições biobibliográficas de Arquimedes da Silva Santos; Baptista-Bastos e Mário Braga). O Museu propõe, ainda, para o novo auditório, leituras públicas e vários debates que relacionam a arte e a ciência com os temas sociais e políticos da nossa contemporaneidade. Museu Municipal de Vila Franca de Xira | [email protected] | www.museumunicipalvfxira.org Núcleo Museológico de Alverca | Praça João Mantas | 2615 Alverca | Tel.: 21 957 03 05 | [email protected] Museu do Neo-Realismo | Rua Alves Redol, 45 | 2600-099 Vila Franca de Xira | Tel.: 263 28 56 26 | Fax: 263 28 48 14 | [email protected] | www.museudoneorealismo.pt 26 | Boletim Trimestral Visitas orientadas a partir de 4 de Março de 2008: Oficina da Mala Posta – pré-escolar 3.as feiras, 15h00 Oficina de Escrita – 3.º ciclo e Secundário Domingo, 30 de Março de 2008, 11h00 Oficinas do Conhecimento – 3.º ciclo e Secundário Exposição Obras-primas de Arte Islâmica da Colecção do Museu Animações – grupos escolares Arte e Cultura do Império Russo nas Colecções do Aga Khan Vamos internetizar o selo? Hermitage – De Pedro, o Grande, a Nicolau II Inauguração a 28 de Fevereiro de 2008. Preciso urgentemente de falar com alguém Até 17 de Fevereiro de 2008 na Galeria de Pintura do Rei Até 18 de Maio de 2008 A Super Avózinha Instituto dos Museus e da Conservação Os testes do Jarbas D. Luís I O mestre sabichão Pintura, escultura, mobiliário, ourivesaria A Dama da Mala Posta e traje das colecções do Museu Hermitage Rua do Instituto Industrial, n.º 16 Comissários: Natália Guseva 1200-225 Lisboa e Tamara Rappe (Museu Her- Tel.: 800 21 52 16 / 21 393 51 59 mitage), Fernando António Baptista Pereira (Faculdade de Estandarte (‘aslam) [email protected] Belas Artes da Universidade de Pérsia, c. 1500 www.fpc.pt Aço Lisboa) e Graça Mendes Pinto 81,5 x 32,5 cm (IMC). © Aga Khan Trust for Culture, Geneva Organização: Aga Khan Trust of Culture Museu da Fundação Cupertino de Miranda 1000 anos da produção artística do Séc. IX ao Séc. Exposição XIX representativa de uma ampla área geográfica que Jorge Camacho – Obra Plástica Palácio Nacional da Ajuda se estende de Espanha até à Indonésia. Até 29 de Fevereiro de 2008 1349-021 Lisboa Visitas orientadas a partir de 6 de Março de 2008: Tel.: 21 365 08 00 5.as feiras, 15h00/Domingo, 20 de Abril, 11h00 Retrato de Pedro I (início do Séc. XVIII), Museu Hermitage, São Petersburgo © Hermitage Nacional, São Petersburgo, 2007, © Ministério da Cultura de Portugal, Lisboa, 2007, © Instituto dos Museus e da Conservação, Lisboa, 2007 Fax: 21 364 78 21 www.ipmuseus.pt/exposicao-hermitage Av. de Berna 45A 1067-001 Lisboa Codex Tel.: 21 782 34 55/6 Museu do Brinquedo Fax: 21 782 30 32 Exposições Deolinda Cerqueira: [email protected] Brinquedos de Hoje Isabel Oliveira e Silva: [email protected] Até 29 de Fevereiro de 2008 Maria do Rosário Azevedo: [email protected] www.museu.gulbenkian.pt Museu das Comunicações Comissários: Perfecto Cuadrado Fernández e António Exposições Gonçalves Vencer a Distância – 5 Séculos de Comunicações em Portugal Praça D. Maria II Mala Posta 4760-111 Vila Nova de Famalicão Casa do Futuro Inclusiva Tel.: 252 301 650 Permanentes Fax: 252 301 669 Por entre as linhas [email protected] Até 30 de Abril de 2008 [email protected] Rua Visconde de Monserrate, 26 10 artistas contemporâneos em interacção com as www.fcm.org.pt Tel.: 21 910 60 16 colecções do museu a partir da palavra “linha” Fax: 21 923 00 59 Oficinas www.museu-do-brinquedo.pt Oficinas do Conhecimento Museu Grão Vasco Utilização da Internet como ferramenta de aprendi- Exposição zagem, conhecimento, criação e partilha de conteú- Monumentos de Escrita: 400 Anos da História da Sé dos on-line e da Cidade de Viseu (1230-1639) Museu Calouste Gulbenkian Exposições Até 17 de Fevereiro de 2008 O Gosto «à grega» Coordenador Científico: Anísio Miguel de Sousa Saraiva Nascimento do Neoclassicismo em França, 1750-1775 Inauguração a 14 de Fevereiro de 2008. Paço dos Três Escalões Até 11 de Maio de 2008 Adro da Sé Organização: Museu do Louvre em colaboração com 3500-195 Viseu o Patrimonio Nacional de Espanha. Tel: 232 422 049 Comissariado científico: Marie-Laure de Rochebrune, Fax: 232 421241 Conservadora do Departamento das Artes Decorativas [email protected] do Museu do Louvre. www.ipmuseus.pt Rede Portuguesa de Museus | 27 As Flores do meu Jardim, de Madalena Rosalis Museu da Guarda Até Março de 2008 Serviço educativo Visitas guiadas Largo Júlio de Castilho Edifício e colecções 1600-483 Lisboa Centro histórico Tel.: 21 759 03 18 Fax: 21 759 12 24 Visitas temáticas [email protected] Uma história aos bocadinhos – 6 aos 10 anos Arqueologia da época romana em exposição per- Museu Nogueira da Silva manente Projecto À descoberta da pintura – pré-escolar, 1.º Ciclo e ATLS Animação O ferro na arquitectura – 14-20 anos Concurso de trabalhos fotográficos sobre o concelho A Casa da Árvore, livro de Margarida Botelho – pré-escolar, 1.º Ciclo e alunos do curso superior de Professores do 1.º Ciclo de Penafiel Exposição de 1 a 30 de Março de 2008 Conferência A Arquitectura do Ferro, por Prof. Doutor António Cardoso Rua General Alves Roçadas, 30 6300-663 Guarda 1 de Março de 2008 Escultura em ferro Tel.: 271 213 460 / 271 21 47 16 Fax: 271 223 221 A minha família vai ao Museu… traz a tua também [email protected] 1.º sábado de cada mês: Na semana de Ramos Museu Municipal de Coruche Exposição Até Junho de 2009 4560-483 Penafiel Tel.: 255 71 27 60 A exposição apresenta os resultados da intervenção arqueológica de emergência realizada em 2001, no âmbito do estágio de Raquel Duarte (Licenciatura em Educação) • Percepções de Porcelana e Faiança 6 a 15 de Fevereiro de 2008 • Percepções de Pintura e Azulejo 19 de Fevereiro a 1 de Março de 2008 Av. Central, 61 4710-228 Braga Tel.: 253 601 275 Fax: 253 264 036 [email protected] www.mns.uminho.pt 8 de Março de 2008 Rua Conde de Ferreira São Pedro – entre o Céu e a Terra destinado a adultos e jovens com deficiência visual Workshop com o escultor Manuel Patinha 16 de Fevereiro de 2008 [email protected] Outras Percepções: percursos multi-sensoriais Museu de Vila do Conde Casa de José Régio Exposições Fax: 255 71 10 66 José Régio e os Mundos em que Viveu [email protected] Até 15 de Dezembro ????? na vila de Coruche, junto à Igreja de S. Pedro – no Presença – 80 anos da Folha de Arte e Crítica sítio da demolição de um antigo celeiro –, onde foi Até 30 de Abril de 2008 possível identificar a ocupação romana do local, bem como estruturas medievais e modernas, associadas a um espólio considerável, nomeadamente cerâmico, numismático e osteológico. Atelier Museu Nacional de Arqueologia Serviço Educativo Exposição (Re)Visitar José Régio O Ouro Tradicional de Viana do Castelo. Da Pré-História à Actualidade Av. José Régio Até 29 de Abril de 2008 4480-671 Vila do Conde Arqueólogo por um dia – Pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos Tel.: 252 63 15 32 [email protected] Rua Júlio Maria de Sousa 2100-192 Coruche Museu das Rendas de Bilros Tel.: 243 610 823 Fax: 243 610 821 Exposições [email protected] Da Planta às Rendas de Bilros www.museu-coruche.org Até 31 de Março de 2008 Serviço Educativo Com “paus” se produz uma renda Museu Municipal de Penafiel Organização: Museu Nacional de Arqueologia e Exposição Câmara Municipal de Viana do Castelo Rua de S. Bento, 70 Artes do Ferro Comissário: Alberto A. Abreu 4480-781 Vila do Conde Tel.: 252 24 84 70 Até Março de 2008 [email protected] Serviço educativo Praça do Império Visitas guiadas 1400-260 Lisboa Oficinas do ferro Tel.: 21 362 00 00 Nós reutilizamos Fax: 21 362 00 16 Alfândega Régia – Museu da Construção Naval Construção de brinquedos www.mnarqueologia-ipmuseus.pt Serviço Educativo de folha com materiais reu- [email protected] As Naves dos séculos XV e XVI tilizados Pelo cheiro eu descubro... Hora do imaginário 28 | Boletim Trimestral Histórias contadas: Museu Nacional do Traje Rua do Cais da Alfândega “Mitologia dos deuses fer- Exposições 4480-702 Vila do Conde reiros” e “Contos e histó- Trajes Reais. Rainha D. Amélia e D. Manuel II Tel.: 252 24 07 40 rias de Mestre Ferreiro” Até Dezembro de 2008 [email protected] Outras Notícias Reunião anual do DEMHIST – 21.ª Conferência Geral/22.ª Assembleia Geral do ICOM De 19 a 24 de Agosto realizou-se em Viena, na Áustria, envolver as comunidades na programação e na vida das a 21.ª Conferência Geral e 22.ª Assembleia Geral do instituições, particularmente das Casas-museu tantas vezes ICOM. O tema geral foi Museus e Património Universal, directamente ligadas à história local. A tentação econo- tendo os trabalhos realçado o papel social dos museus micista, que se acentua ultimamente, está a ter um e o impacto da globalização na Memória e nos espaços impacto muito negativo nas pequenas instituições e, se de Memória que são os museus. nos países onde está muito enraizada a participação e Tal como os restantes comités internacionais, o DEMHIST intervenção comunitárias, o voluntariado e o volunta- teve a sua reunião anual no seio deste evento aglutina- rismo ajudam a enfrentar estes problemas, nos países em dor. O tema geral foi, neste caso, tratado sob a pers- que as instituições estão mais centralizadas/ burocratiza- pectiva As Casas Históricas Património Local, Regional e das, torna-se mais difícil sensibilizar poderes públicos e Universal. Os trabalhos começaram com a apresentação privados para a mais valia cultural e social de pequenos de situações características do país de acolhimento: a espaços com diminuto potencial mediático. musealização das vastas colecções e dos numerosos edi- Os momentos dedicados a visitar espaços museológicos fícios propriedade dos Esterhazy (Stefan Körner, Fundação foram preenchidos com visitas aos museus Liechtenstein Esterhazy); as colecções da Abadia Beneditina de e Belvedere, Casa de Mozart e a Postsparkasse, cons- Kremsmünster acumuladas desde o ano 777 com ges- truída entre 1904-06, com projecto concebido integral- tão ininterrupta pela Igreja, que supervisiona o inventá- mente pelo arquitecto Otto Wagner. Foram visitados rio, conservação, estudo e apresentação ao público (Irmão igualmente Laxenburg e de Schloss Hof, ambos fora de Dr Klaudius Wintz); Wolfgang Kippes, responsável téc- Viena. A última visita foi efectuada à abadia de Kloster nico da Fundação que gere o Palácio de Schönbrunn, Neuburg, um imponente conjunto monástico. especialista em controlo ambiental e avaliação de risco O próximo encontro realizar-se-á em Bogotá, na Colômbia, em edifícios históricos, falou-nos essencialmente dos desa- entre 19 e 24 de Setembro de 2008, com o tema A Casa- fios de gestão sob uma perspectiva privada, mas man- Museu, ponte entre o indivíduo e a comunidade. Na mesma tendo a propriedade pública de um património com a altura realizar-se-ão eleições para os corpos gerentes deste dimensão e recursos de Schönbrunn. comité internacional. Susan Jenkins falou nos desafios de estudar e interpre- Esta tipologia de museu continua a interessar um número tar Apsley House (Londres) e Minerva Keltanen do significativo de profissionais de museu, que promovem Sinebrychoff Art Museum (Helsínquia), mas o grande encontros, debates e publicações. Chegam-nos ecos de tema foi que fazer face ao número crescente de Casas- próximos encontros em S. Paulo, Brasil e em Madrid, a -museu que correm o risco de encerrar: foram apresen- organizar pelo Museo Romântico. Estejamos atentos! T tados exemplos do universo anglo-saxónico. No espaço de discussão que se seguiu foi realçada a importância de Maria de Jesus Monge APOM – Associação Portuguesa de Museologia – Novos Corpos Sociais No passado dia 12 de Setembro, foram eleitos triénio 2007-2010, tendo sido eleita por unani- na sede da Associação Portuguesa de Museolo- midade a lista A, única apresentada a sufrágio. gia, os novos corpos sociais da APOM relativos ao No horizonte dos próximos três anos, a responsabili- Rede Portuguesa de Museus | 29 dade associativa da APOM traduzir-se-á, entre mios a novas realizações e realidades museológicas. outras acções, pelo incremento de parcerias, na Perante os desafios que se colocam ao nível da museo- organização de colóquios, promoção de visitas de logia nacional, a APOM estará atenta a aspectos rela- estudo, realização de debates e de cursos de forma- cionados com os profissionais e com a função social ção, edição de publicações, atribuição anual de pré- dos museus. APOM – NOVOS CORPOS SOCIAIS Mesa da Assembleia-geral Presidente: António Nabais – Prof. Universitário Vice-Presidente: João Brigola – Prof. Universitário 1.ª Secretária: Leonor Sá – Museu da Polícia Judiciária 2.ª Secretária: Alva Santos – Museu das Comunicações Direcção Presidente: João Neto – Museu da Farmácia Vice-presidente: Pedro Inácio – Museu da Água da EPAL Secretária-geral: Aida Rechena – Museu de Francisco Tavares Proença Júnior Tesoureiros: Cristina Gonçalves – Museus de Cascais Vogal: Susana Menezes – Museu da Chapelaria Vogal: Amélia Ricon Ferraz – Museu da Medicina – Maximiano Lemos Conselho Fiscal Presidente: Maria Rosa Figueiredo – Museu Calouste Gulbenkian Vice-presidente: Sara Silva – Museu da Electricidade Vogal: Lídia Barros – Núcleo Museológico da CGD – Prémios APOM 2006 No dia 29 de Novembro realizou-se, no anfiteatro do (Paços Brandão/Santa Maria da Feira), tendo o Museu Laboratorio Chimico do Museu de Ciência da da Presidência da Republica e o Museu Regional Universidade de Lisboa, a cerimónia de entrega dos de Beja sido reconhecidos com Menções Honrosas. Prémios APOM/2006. Os Prémios, repartidos em seis Construindo a Memória – As Colecções do Museu categorias, tiveram por objectivo distinguir os museus Arqueológico do Carmo* (Associação dos Arqueólogos nacionais e os projectos desenvolvidos no âmbito da Portugueses) foi contemplado com o Prémio “Melhor museologia portuguesa. Catálogo”, tendo Um Olhar do Porto – Uma Colecção Entre os premiados, importa destacar a forte presença de Artes Decorativas, edição do Museu Quinta das de Museus integrados na Rede Portuguesa de Museus. Cruzes* (Funchal) recebido uma Menção Honrosa. No âmbito do Prémio “Melhor Museu Português” foi O Prémio “Melhor Trabalho sobre Museologia” coube galardoada a Casa de Camilo – Museu Centro de Estudos* em Ex Aequo à Revista Museal, editada pelo Museu (S. Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão), tendo Municipal de Faro*, e à obra Gestão e Administração recebido Menções Honrosas o Museu do Caramulo* e dos Museus Portugueses, Tese de Mestrado de Filipe o Laboratorio Chimico (Universidade de Coimbra). Mascarenhas Serra publicada pela Universidade Católica. O Prémio “Melhor Exposição” foi atribuído à exposi- O Professor Galopim de Carvalho foi homenageado ção “Um Tempo e um Lugar” organizada pelo Museu com o Prémio “Personalidade na Área da Museologia”. Municipal de Vila Franca de Xira* em colaboração No próximo ano, os Prémios APOM, referentes a 2007, com o Museu do Neo-Realismo. passarão a integrar três novas categorias: “Melhor O Prémio “Melhor Serviço de Extensão Cultural” foi Site”, “Melhor Design de Comunicação”, “Melhor dado ao Museu do Papel de Terras de Santa Maria* Peça Jornalística”. T Entrega dos prémios APOM 2006 30 | Boletim Trimestral * Museu da RPM Guia Acessibilidade e Mobilidade para Todos Foi recentemente editado o guia Acessibilidade e construção de espaços públicos, equipamentos colec- Mobilidade para Todos, previsto no Plano de Acção para tivos e edifícios públicos e habitacionais, o guia a Integração das Pessoas com Deficiências ou apresenta explicações detalhadas e ilustradas dos Incapacidade 2006-2009, realizado pelo SNRIPD, actual seus artigos. Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P (INR) em Este útil guia foi incorporado no Centro de Docu- parceria com o Instituto Nacional de Habitação, o mentação da RPM, bem como outras obras editadas Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P Laboratório Nacional de Engenharia Civil, a Rede Nacional pelo SNRIPD (actual INR), nomeadamente Acessibilidade Av. Conde Valbom, 63 de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos e o – exemplos em Portugal, Acessibilidade dos locais de Centro de Estudos e Formação Autárquica. trabalho, entre outras. Visando esclarecer e ajudar na interpretação do Decreto- Através do sítio na Internet do INR é possível ace- [email protected] -lei n.º 163/2006, de 8 de Agosto, referente a condi- der a grande parte das respectivas publicações http://www.inr.pt/ ções de acessibilidade a satisfazer no projecto e na (http://www.inr.pt/category/1/14/edicoes). T Informações e contactos 1069-178 Lisboa Tel.: 21 792 95 00 Fax: 21 792 95 96 Comemorações dos 200 Anos da ida do Príncipe Regente D. João para o Brasil As comemorações da chegada da corte portuguesa ao do Príncipe Regente, uma exposição intitulada Mostra, Brasil contam com um programa diversificado, envol- Memórias da Partida, visitas guiadas sob o título Um vendo várias entidades num programa que decorre percurso na história de D. Maria I a D. Pedro IV e ainda em ambos os países e que se prolonga até 2008. um Concerto, com temas da época, pela Orquestra Rui Rasquilho, director do Mosteiro de Alcobaça, é o do Exército. comissário para as comemorações, que pretendem ter Em Coimbra, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da um forte pendor contemporâneo. Universidade de Coimbra inaugurou no Museu de Em Portugal, as actividades programadas começaram Botânica a exposição O Gabinete de curiosidades de em Outubro com um Seminário Internacional sobre a Domenico Vandelli (o transnatural). Memória Lusófona, intitulado A Saída da Corte para o Em Lisboa, inaugurou a exposição Rio e Lisboa – cons- Brasil e com a 12.ª reunião da Coluso, ambas no Arquivo trução de um Império no Torreão Nascente da Cordoaria Histórico Ultramarino. Ainda em Outubro, inaugurou Nacional, da iniciativa conjunta do comissariado dos no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), no Rio 200 anos da Prefeitura do Rio de Janeiro e apoio da de Janeiro, a exposição Lusa – A Matriz Portuguesa e, Câmara Municipal de Lisboa. Em Dezembro decorre- por iniciativa do Departamento de História da Faculdade ram várias actividades em Salvador da Bahia, da ini- de Letras de Lisboa, a Conferência dos 200 anos. ciativa do EGEAC da Câmara Municipal de Lisboa. Em O mês de Novembro contou com várias iniciativas Lisboa, inaugurou a exposição No Cais do Império, o promovidas no Museu de Marinha: uma Cerimónia reino na ausência da Corte, 1807-1821 no Átrio da Militar Evocativa do embarque da Família Real para o Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e decor- Brasil com a participação de elementos da Marinha reu um congresso interdisciplinar, com o mesmo título. do Brasil, uma Reconstituição histórica do embarque Do vasto programa para 2008 constam exposições da Família Real para o Brasil e ainda uma exposição que terão lugar em instituições, entre as quais se des- evocativa da viagem para o Brasil. O Palácio Nacional tacam os Palácios Nacionais da Ajuda, de Mafra, de de Queluz organizou um Jantar evocativo da época Queluz e a Biblioteca Nacional de Portugal. T Rede Portuguesa de Museus | 31 Rede Portuguesa de Museus Calçada da Memória, 14 • 1300-396 Lisboa Tel.: 351 21 361 74 90 Fax: 351 21 361 74 99 [email protected] www.rpmuseus-pt.org DESIGN Artlandia IMPRESSÃO Facsimile 3000 Exemplares DEPÓSITO LEGAL Museu do Chiado – Stan Douglas (Hors-Champs, 1992) ISSN 1645-2186 Exposição Centre Pompidou Novos Media 1965-2003 – de 19 de Outubro de 2007 a 6 de Janeiro de 2008 Encontros Os interiores em Portugal 20.ª Conferência Anual I Congresso Internacional: – Colóquio de História da Arte – Os Museus e a Web 2008: Os museus na Educação. e do Design Conferência Internacional A formação dos educadores 12-13 de Fevereiro de 2008 para a Cultura e o património 9-11 de Abril de 2008 Palácio Pombal, Lisboa on-line Museu Thyssen-Bornemisza, Madrid Organização 9-12 de Abril de 2008 Organização Unidade de Investigação em Design e Comunicação Montreal, Quebeque, Canadá Fundación Caja Madrid, Fundación Pryconsa e Museu (UNIDCOM/IADE) do Instituto de Artes Visuais Design Organização Thyssen-Bornemisza e Marketing (IADE), em colaboração com a Escola Archives & Museum Informatics Temas Superior de Design (ESD) Jennifer Trant e David Bearman Educação Artística e Museus Temas Toronto, Ontario, Canadá Estudos actuais sobre inovações metodológicas com Os Interiores em Portugal entre o século XVI e os Department of Canadian Heritage through the Canadian importância nos programas educativos alvores do século XXI Heritage Information Network (CHIN) e Canadian Culture Informações e contactos Leituras e Percursos Funcionais Online (CCO). Museu Thyssen-Bornemisza Organização e vivência dos interiores domésticos Temas Paseo del Prado, 8 Decoração e Artes Decorativas Cultura, Ciência e Património on-line: 28014 Madrid – Espanha A metamorfose dos espaços sociedade, cultura, design, tecnologia, economia [email protected] Público e Privado e organização numa perspectiva internacional. http://www.educathyssen.org/html/informa/Congreso Programas decorativos oitocentistas Informações e contactos: 2008/fines-congreso2008.html Do Fin de Siècle ao Pós-Modernismo. Jennifer Trant e David Bearman Informações e contactos Archives & Museum Informatics IADE – Instituto de Artes Visuais Design e Marketing 158 Lee Avenue 2008 Av. D. Carlos I, 4 Toronto, Ontario Ano Europeu do Diálogo Intercultural 1200-649 Lisboa Canadá Tel.: 21 393 96 00 – ext. 373 Tel.: +1 416 691 2516 Gabriela Campos: [email protected] Fax: +1 416 352-6025 • 17 de Maio www.iade.pt/interiores_em_portugal [email protected] Dia Internacional dos Museus www.archimuse.com/mw2008/ • 18 de Maio Tema: “Museus como agentes da mudança social e do desenvolvimento” Ano Ibero-Americano de Museus Noite dos Museus