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MINISTÉRIO DA SAÚDE
p e r g u n t a s
f r e q u e n t e s
INFLUENZA:
aprender e cuidar
apresentação
gerais
Esta série de perguntas e respostas abordam as questões mais frequentes sobre síndrome gripal e a infecção pelo
vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009. Este conteúdo pode ser consultado, também, no formato INFLUENZA:
VADEMECUM AMPLIADO, que faz parte deste DVD. As questões abrangem uma introdução, com aspectos
conceituais, epidemiológicos e patogênicos, o diagnóstico clínico e laboratorial, o tratamento, a vigilância/
prevenção, a imunização e a organização de serviços. Outros detalhes buscar nos Protocolos que se encontram
no site do MInistério da Saúde.
1. O que é Influenza ou gripe?
A gripe ou infecção humana pelo vírus Influenza associa-se, em geral, com doença de evolução aguda e febril das vias
aéreas, em surtos anuais, de grande contagiosidade, e gravidade variável. Pode produzir diversas síndromes clínicas,
como resfriado comum, faringite, traqueobronquite e pneumonia, além de complicações variadas, favorecendo, inclusive,
a infecção por outros microrganismos. Usualmente, essa infecção acomete muitos membros da família no mesmo ano,
principalmente, no inverno, com pouca repercussão clínica. É reconhecida como Influenza sazonal e confundida, em geral,
com resfriado comum, rinite e rinite alérgica.
2. Qual a gravidade e a letalidade da Influenza Pandêmica (H1N1)2009?
A gravidade e a letalidade estão por ser estabelecidas; entretanto, em 99,6% dos casos, a evolução é de leve a moderada,
sendo mais intensa na faixa etária abaixo de dois e entre 20 a 29 anos de idade, na gravidez, ou quando associada a
alguma doença crônica, como pneumopatia, imunossupressão, cardiopatia, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus,
obesidade e nefropatia (comorbidades).
3. Resfriado comum e síndrome gripal são a mesma coisa?
Não. O resfriado comum, também chamado de coriza aguda, constitui-se na doença humana mais comum. A sua evolução
é aguda e autolimitada, em geral afebril, e caracterizada por inflamação das vias aéreas superiores com predomínio de
rinorreia, obstrução nasal, podendo ocorrer dor e prurido orofaríngeo e/ou tosse. Associa-se com a infecção pelos vírus:
Rino (50%), Corona (10-15%), e outros (Adeno, Influenza, ECHO, Coxsackie, Parainfluenza, Respiratório Sincicial).
A Síndrome gripal refere-se a indivíduo com doença aguda (com duração máxima de cinco dias), apresentando febre (ainda
que referida), acompanhada de tosse ou dor de garganta, na ausência de outros diagnósticos, e abrange as seguintes
infecções respiratórias agudas: nasofaringite aguda (resfriado comum), faringite aguda não especificada, amigdalite aguda
não especificada, laringite aguda, traqueíte aguda, laringotraqueíte aguda e infecção aguda das vias aéreas superiores de
localizações múltiplas e não especificadas.
4. O que é rinite?
A rinite se expressa por alterações nasais em que predominam prurido, gotejamento posterior e obstrução. Decorre da
irritação e inflamação da mucosa nasal e do aumento das suas secreções. A sua principal causa é o resfriado comum.
Pode ser alérgica (sazonal, perene, ocupacional); infecciosa (aguda: viral, bacteriana; crônica: específica: bacteriana,
fúngica; inespecífica: associada à imunodeficiência); não alérgica (idiopática, eosinofílica); outras formas (hormonal:
gravidez, hipotireoidismo; fármaco-induzida: ácido acetilsalicílico, anti-hipertensivos; alimentar: gustativa, mediada pela
IgE, induzida por conservantes; atrófica; mecânica: hipertrofia dos ossos turbinados, desvio de septo nasal, corpo estranho,
pólipos nasais).
5. O que é rinite alérgica?
A rinite alérgica caracteriza-se por paroxismos de espirros, prurido dos olhos, nariz e palato, rinorreia e obstrução nasal e,
com frequência, gotejamento pós-nasal, tosse, irritabilidade e fadiga, que surgem quando o paciente se expõe à inalação
de antígenos transportados pelo ar.
6. Qual a diferença entre Influenza Sazonal, Aviária, Suína e Pandêmica?
O vírus Influenza é capaz de desenvolver rearranjos genéticos, o que provoca a emergência potencial de novo subtipo viral,
ao qual a imunidade humana pode ser pequena ou ausente. As repercussões sobre o ser humano desse novo subtipo viral
dependerão da sua capacidade de transmissão interpessoal, da sua virulência e da disponibilidade de terapêutica eficaz.
A Influenza Sazonal é a gripe usual. A Influenza Aviária é a infecção pelo vírus Influenza de aves, que pode ser transmitido
raramente ao ser humano. A infecção com novo subtipo viral, hábil em infectar o ser humano com imunidade ausente ou
pequena, pode acometer grande proporção de pessoas e espalhar-se rapidamente em várias regiões do mundo – daí ser
chamada de pandêmica e pode ser por vários subtipos de vírus.
O vírus suíno − isolado pela primeira vez, em 1930, no porco − espalha-se facilmente entre porcos, sendo transmitido
ao ser humano, de forma direta ou indireta, pelas secreções respiratórias, ao contatar ou inalar partículas infectadas. Não
há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos cozidos a 70ºC durante 20 minutos. Observa-se também
transmissão inter-humana, que é, entretanto, menos infectiva do que o vírus Influenza Humano. O vírus Influenza Suíno
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gerais
causa doença respiratória altamente contagiosa entre suínos, sem provocar grande mortalidade e sem afetar, habitualmente,
o ser humano; contudo, existem casos esporádicos de contágio em grupos de risco (agricultores e profissionais dessa área).
A gripe suína é, em geral, idêntica à gripe humana sazonal.
A infecção pela nova cepa de vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 foi identificada no México, inicialmente, e espalhouse, gradativamente, em vários países, inclusive no Brasil, com transmissão autóctone e risco de pandemia.
7. Em que países já foram identificadas mutações no vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
Nos países: Noruega, China, Finlândia, França, Brasil, Itália, Japão, México, Espanha, Ucrânia e Estados Unidos da
América. No Brasil, entretanto, as mutações observadas, até o momento (início de 2010), não apresentam importância
epidemiológica.
8. O que é Influenza A, B ou C? E o que significa H1N1?
O vírus Influenza classifica-se em três grupos: A – o mais prevalente, infecta todos os anos, com novos sorotipos, causando
epidemias a cada três anos; B – também provoca infecções todos os anos, causando epidemias a cada quatro a seis anos;
C – endêmico, causa apenas casos esporádicos.
O vírus Influenza é caracterizado por proteínas de seu envelope, chamadas de H (hemaglutinina) e de N (neuraminidase),
sendo de importância humana os vírus que possuem as hemaglutininas 1, 2 ou 3; e as neuraminidases 1 e 2.
Existe, em aves, a possibilidade de infecção associada a outras hemaglutininas e neuraminidases, sendo 16 H e 9 N. Em
humanos, são de importância, entre as 144 combinações possíveis entre H e N, as infecções pelos subtipos, principalmente,
H1N1, H2N2, e H3N2. O subtipo H1N1 representa a etiologia mais comum da gripe no ser humano.
O vírus Influenza possui como característica especial a sua capacidade de variação antigênica, constituindo numerosas
cepas distintas, com pouca ou nenhuma resistência imunológica. Essas variações associam-se a pequenas alterações que
ocorrem em períodos de um até poucos anos, ou grandes alterações, capazes de provocar pandemias.
9. O que é emergência e reemergência de uma infecção?
A emergência de uma infecção é o surgimento de nova infecção antes não detectada, com significativo impacto: antropológico,
ético, biológico e, médico, seja pela gravidade e associação com o desenvolvimento de sequela e morte, seja pelas
repercussões sociais importantes (prevalência, degradação ambiental), como é o caso da síndrome de imunodeficiência
adquirida e o da febre hemorrágica e, atualmente, da infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009.
A reemergência de infecção é o surgimento de uma infecção que volta após longo período de declínio, como é o caso de
cólera e dengue, e que torna a ser importante, pelas mesmas razões da doença emergente.
10. Por que a preocupação especial com a infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, em 24 de abril de 2009, a emergência da infecção humana pelo vírus
Influenza Pandêmico (H1N1)2009, detectado no México 36 dias antes, com transmissibilidade interpessoal. Este vírus possui
origem suína, com dados iniciais alarmantes quanto a sua capacidade de promover síndrome gripal aguda em pessoas
entre cinco a 59 anos de idade, e letalidade inicial em torno de 6% a 10%, isto é, com capacidade inicial projetada de
provocar a morte de 100 a 200 milhões de pessoas em todo o mundo. Esses dados provocaram comoção mundial e alarme
da OMS, com alertas diários para a sua infectividade e patogenicidade e a introdução de medidas para sua suspeição,
identificação, biossegurança e tratamento.
11. Como é possível surgir uma infecção nova como essa, pelo vírus Influenza Pandêmico
(H1N1)2009?
A emergência ou reemergência de uma infecção está relacionada sempre com a presença de uma ou mais das seguintes
condições: evolução demográfica e comportamento humano; comércio e mobilidade humanos, sejam nacionais ou
internacionais; processos de desenvolvimento da indústria e da tecnologia; adaptação e mudança genética dos agentes
infecciosos; colapso e insuficiência de medidas de controle de saúde pública; mudança ecológica propiciada pelo processo
de desenvolvimento econômico e o uso da terra.
O caso da infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 relaciona-se, especialmente, com a adaptação e a
mudança genética do agente, em que são importantes a evolução natural e as mutações em microrganismos e a pressão
seletiva e o desenvolvimento de resistência de microrganismos aos agentes terapêuticos.
Esse fenômeno ocorre não só com os vírus (vírus da imunodeficiência humana e Influenza), mas também com as bactérias
(febre purpúrica brasileira por H. Influenzae), sendo também observada sua resistência aos antibióticos, antivirais,
antimaláricos, pesticidas, entre várias substâncias.
A infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 parece associada à emergência de uma variante do vírus Influenza,
que surgiu, possivelmente, de mutação de material genético de vírus humano, suíno e aviário, que se encontraram,
simultaneamente, em porcos, por reorganização genética. Os vírus Influenza de várias espécies, ao infectarem o mesmo
animal, podem se reorganizar geneticamente e originar nova estirpe de vírus, como atualmente parece ter ocorrido com a
emergência do vírus Influenza H1N1 2009. A análise do material genético desse vírus sugere combinação de características
dos vírus suíno, aviário e humano.
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gerais
12. O que é pandemia?
Pandemia é uma epidemia de grandes proporções que se dissemina a vários países e a mais de um continente.
A evolução de uma pandemia é definida pela OMS em seis fases. Para o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 podem
ser reconhecidas:
• Probabilidade incerta de pandemia, em que são observadas:
Fase 1: ausência de doença no ser humano por vírus influenza que circula entre animais.
Fase 2: doença no ser humano provocada por vírus influenza que circula em animais selvagens ou domésticos,
o que torna esse vírus capaz de provocar pandemia.
• Probabilidade média de pandemia, em que são observadas:
Fase 3: doença esporádica ou em pequenos surtos, sem evidência de transmissão inter-humana suficiente
para manter os surtos, mas com risco potencial de provocar pandemia.
Fase 4: pequeno(s) foco(s) de transmissão inter-humana com localização limitada, mas com risco potencial
de provocar pandemia.
• Probabilidade alta de pandemia, em que é observada:
Fase 5: maior expansão inter-humana, restrita a dois ou mais países de uma região do planeta, com risco
de provocar pandemia.
• Pandemia em evolução, em que é observada:
Fase 6: transmissão inter-humana sustentada em mais de dois países em diferentes regiões.
• Período pós-pico: eem que o nível de transmissão inter-humana encontra-se em diminuição em muitos países
que possuem vigilância epidemiológica eficaz e detectando casos abaixo dos valores detectados no momento do
pico da infecção.
• Nova onda possível: em que o nível de transmissão inter-humana aumenta de novo, em países que possuem
vigilância epidemiológica realizando análise de tendência e monitorando a situação .
• Período pós-pandêmico: em que a transmissão inter-humana retorna aos níveis vistos para a infecção pelo
vírus Influenza Sazonal em muitos países que possuem vigilância epidemiológica realizando análise de tendência.
13. É a primeira vez que o ser humano se depara com infecção pandêmica pelo vírus Influenza?
O vírus Influenza é capaz de provocar epidemias recorrentes de doença respiratória febril a cada 1-3 anos, já identificadas
há 400 anos. Evolui com pandemias emergentes de novo vírus às quais a população, em geral, não tem imunidade. Desde
o século 16 foram identificadas três pandemias por século, com intervalos de 10 a 50 anos.
No século passado foram identificadas: a Gripe Espanhola ou Pneumônica (1918-1919); a Gripe de Nova Jérsei (1976);
e a Gripe Russa (1977-1978).
A Gripe Espanhola, de origem aviária, provocou 50-100 milhões de mortes, sendo considerada a mais letal das pandemias
humanas, associada à cepa H1N1, cuja morte era devida ao superestímulo imune por citocinas e migração de leucócitos para
os pulmões, com destruição-exsudação alveolar, e estabelecimento de insuficiência respiratória. Acometeu, principalmente,
adultos jovens com imunidade normal.
A Gripe de Nova Jérsei, também associada ao vírus Influenza de origem suína, foi relatada após a morte de um soldado
do Fort Dix.
A Gripe Russa A/ USSR/90/77(H1N1), de 1977-78 associou-se à cepa similar de 1950 A H1N1, com acometimento,
principalmente, de crianças e adultos jovens com menos de 23 anos de idade.
14. A segunda onda no Brasil será mais agressiva do que a primeira?
Os dados disponíveis neste momento não permitem responder a essa questão.
15. A pandemia pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 já atingiu o ápice?
A diferença na intensidade da circulação viral nos diversos continentes e os dados disponíveis até agora, não permitem
responder a essa questão.
16. Quais são as áreas do planeta consideradas de risco?
As regiões com temperatura mais baixa são as que, em geral, apresentam maior frequência de casos de gripe.
17. A mortalidade da nova gripe é maior ou menor do que a da gripe comum?
Não tem havido diferença significativa entre a mortalidade associada ao vírus Influenza (H1N1)2009 e a associada ao vírus
sazonal. A diferença principal ocorreu por conta da maior gravidade do vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 em relação
a alguns grupos específicos, crianças entre seis meses a dois anos de idade, adultos jovens e gestantes.
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gerais
18. Por que se usam dados de morte da gripe comum juntando pneumonia e bronquite?
O monitoramento de internações e óbitos por pneumonia e bronquite constitui um dos componentes do Sistema de Vigilância
Epidemiológica da Influenza porque representa as suas principais complicações. O objetivo é avaliar a tendência desse
problema de saúde pública na população em geral e identificar eventuais mudanças no padrão de sua ocorrência.
19. Como é a capacidade de transmissão do vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
Sua infectividade (capacidade de transmissão) situa-se desde 24 horas antes até 10 dias após o início da sintomatologia.
A distribuição de sua prevalência em função da faixa etária é de 60% (entre 20 a 39 anos), 30% (de 0 a 19 anos) e 10%
(em maiores de 60 anos de idade).
20. Como ocorre a contaminação pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
A contaminação é igual à da gripe humana, isto é, ocorre pelas vias aéreas, por contato direto com paciente infectado,
e indireto, por intermédio da mão e de objeto contaminado. Não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos
suínos cozidos a 70ºC durante 20 minutos.
21. Qual a situação epidemiológica atual da infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
O vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 é cada vez mais de transmissão inter-humana, sendo o papel do suíno menos
importante.
A abordagem da infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 representa desafio epidemiológico-clínicolaboratorial-terapêutico em todo o mundo. Requer esforço multinstitucional para que sejam feitas atenção médica em ritmo
simultâneo à criação de conhecimento para o seu enfrentamento. Requer esforço coletivo para impedir o seu avanço e os
riscos de letalidade e mortalidade incluídos em sua disseminação.
Em 26 de abril de 2009, haviam sido detectadas 1500 pessoas infectadas em todo o mundo, com mais de 100 mortes no
México. O número de casos descritos em todo o mundo atinge mais de 420 000 pessoas com mais de 5 000 mortes, em
191 países, tendo o Brasil 46 810 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), com confirmação de 9 249 casos
relacionados ao vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009, com mortalidade variando desde 0,01 na Bahia, até 2,08 no
Paraná, respectivamente.
22. Quais os nomes dados até agora à infecção pelo vírus Influenza (H1N1)2009?
Gripe Suína, Gripe Porcina, Gripe Mexicana, Gripe Norte-americana, Nova Gripe, Influenza subtipo H1N1, Influenza
(H1N1)2009, Influenza Pandêmica (H1N1)2009.
23. Porque a OMS classificou a infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 como
pandemia?
diagnóstico
clínico
A OMS elevou, em 11 de junho de 2009, o nível de alerta da infecção para o de pandemia Fase 6 caracterizada por
transmissão inter-humana sustentada em mais de dois países em diferentes regiões, que se deve mais à extensão geográfica
do acometimento do que à sua gravidade.
24. Como reconhecer clinicamente a infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
As manifestações clínicas da infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 são, em geral, idênticas às descritas na
Influenza Sazonal humana. São caracterizadas, principalmente, pelo desenvolvimento de doença inflamatória aguda febril
das vias aéreas, altamente contagiosa.
A sintomatologia inicia-se após período de incubação de 24 a 72 horas, com aparecimento súbito de calafrios, aumento da
temperatura corpórea para 37,9 a 39,6ºC, mal-estar, astenia, cefaleia, mialgia, tosse improdutiva e, às vezes, rouquidão,
vermelhidão da conjuntiva palpebral, rinorreia e potencial evolução para insuficiência respiratória por distúrbio de ventilaçãoperfusão. Náuseas, vômitos e diarreia são mais frequentes, em comparação ao vírus Influenza Sazonal.
A sintomatologia costuma ceder em três a cinco dias; entretanto, a tosse e a fraqueza podem persistir. O aumento da
temperatura corpórea é, em geral, mais acentuado em crianças do que em adultos. A presença de rouquidão e de
linfadenopatia cervical é mais observada em crianças. A fadiga pode persistir por várias semanas, em idosos.
25. Quais são as complicações clínicas da infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
A principal complicação é a potencial evolução para insuficiência respiratória por distúrbio de ventilação-perfusão.
Podem ocorrer, ainda, miosite, com aumento da desidrogenase lática, da creatinina quinase sérica; linfocitopenia;
exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica; síndrome de Reye e, raramente, miocardite, pericardite, mielite
transversa e encefalite.
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diagnóstico
clínico
26. Quais são os sinais de agravamento?
A Síndrome Gripal pode evoluir potencialmente para insuficiência respiratória por distúrbio de ventilação-perfusão,
caracterizando a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O alerta de agravamento deve ser observado na presença
de, pelo menos, um dos critérios a seguir:
•agravamento dos sinais e sintomas iniciais (febre, mialgia, tosse, dispneia);
•alteração do estado de consciência;
•desidratação;
•convulsões;
•taquipneia (crianças – até 2 meses: FR > 60 irpm; > 2meses e < 12meses: > 50 irpm; 1 a 4 anos > 40irpm;
> 4 anos, FR > 30 irpm; adultos: FR > 25 irpm);
•batimento de asa de nariz; tiragem intercostal, cornagem, sinais de toxemia;
•alteração dos sinais vitais: hipotensão arterial (PAD < 60mmHg ou PAS < 90 mmHg); FC elevada (>
120bpm);
•febre (T > 38 graus) persistente por 3 a 5 dias;
•leucocitose, leucopenia ou neutrofilia;
•oximetria de pulso: saturação de O2 < 94%;
•radiografia de tórax: infiltrado intersticial localizado ou difuso ou presença de área de condensação;
•crianças: com cianose; desidratação/vômitos/inapetência/letargia, incapacidade de ingerir líquidos, de
amamentar ou qualquer um dos sintomas anteriores, dificuldades familiares em medicar e observar cuidadosamente
a criança;
•presença de comorbidades /imunodepressão: merece especial atenção o desenvolvimento dessas alterações
quando ocorrerem em pacientes com fatores de risco para a complicação por influenza.
27. Como proceder diante de evidências diagnósticas de Síndrome Respiratória Aguda Grave
(SRAG)?
Estabelecido o diagnóstico de SRAG e procedida a internação hospitalar, deve ser feita coleta de amostras de material
biológico para exames complementares, inclusive de secreção nasofaríngea, até o sétimo dia do início das manifestações
clínicas, e proceder à internação hospitalar.
28. Qual é o significado da persistência da febre por mais de três dias?
A presença de temperatura corpórea que persiste por mais de três a cinco dias insinua o desenvolvimento de alguma
complicação. A mais comum é a pneumonite, que ocorre tanto como pneumonia primária pelo vírus Influenza, com
condensação pneumônica bilateral, como por infecção bacteriana secundária.
29. Como as pessoas infectadas pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 que procuram o serviço
de saúde podem ser identificadas ao procurarem o serviço de saúde?
Podem ser identificadas como: 1 − caso suspeito; 2 − caso confirmado; e 3 − caso descartado.
30. O que é “caso suspeito” de infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
É o que se caracteriza por presença de aumento súbito da temperatura axilar acima de 37,5ºC, mais tosse ou dor de
garganta e, pelo menos, uma das seguintes queixas: cefaleia, mialgia, artralgia, dispneia. Ainda é considerado um caso
suspeito a pessoa que − até 10 dias após interromper o contato direto ou indireto − cuidou, conviveu, tocou em secreção
respiratória ou fluido corporal de alguma pessoa considerada caso suspeito.
31. O que é “caso confirmado” de infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
É o caso de pessoa que teve a infecção pelo vírus Influenza (H1N1)2009, confirmada pela reação em cadeia de polimerase
(PCR) em tempo real pelo laboratório de referência ou que apresenta a sintomatologia compatível com a doença e teve
contato com pessoas com SRAG pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 confirmadas laboratorialmente.
32. O que é “caso descartado” de infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
É o caso suspeito sem confirmação laboratorial da presença do vírus (H1N1) 2009 em amostra clínica, ou diagnosticado
como Influenza sazonal ou outra doença; ou, ainda, o contato assintomático próximo a caso laboratorialmente descartado
de quem a coleta de amostra é impossível ou inviável.
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diagnóstico
clínico
33. O leucograma ajuda a identificar a infecção viral?
Não. Entretanto, os casos não complicados apresentam redução da contagem de leucócitos e aumento dos linfócitos.
34. Quais são as principais complicações da infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009
nas crianças?
Otite média, bronquiolite, pneumonia viral primária, pneumonia bacteriana secundária, síndrome crupal; alterações
do sistema nervoso central (convulsão febril, encefalopatia, encefalite, síndrome de Guillain-Barré), miosite, miocardite,
pericardite.
35. Quais os critérios diagnósticos da lesão pulmonar aguda (LPA) /síndrome do desconforto
respiratório agudo (SDRA) em crianças?
Esses critérios derivam de quatro parâmetros clínicos, a saber:
•Início agudo da sintomatologia respiratória;
•Hipoxemia arterial grave não responsiva à oxigenoterapia (relação PaO2/FiO2 ≤ 200 mmHg para SDRA e
relação PaO2/FiO2 ≤ 300 mmHg para LPA);
•Inflamação pulmonar difusa (infiltrado bilateral à radiografia de tórax);
diagnóstico
laboratorial
•Ausência de evidência de hipertensão arterial esquerda.
36. Como identificar, laboratorialmente, o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
Por intermédio da análise das secreções das vias aéreas altas e da reação em cadeia de polimerase em tempo real. O tempo
gasto entre a coleta de material apropriado e a entrega do resultado é de 48 a 72 horas.
37. Em que caso é feito o diagnóstico laboratorial para o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
A coleta de material para exame está indicada em caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave, de internação hospitalar e
de surtos de Síndrome Gripal em comunidades fechadas (são coletadas três amostras).
38. Quantos laboratórios estão autorizados a fazer a reação em cadeia de polimerase (PCR) para o
vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
A rede de laboratório está sendo ampliada. Para realização da reação em cadeia de polimerase estão sendo preparadas
18 instituições localizadas em diferentes estados brasileiros.
39. Os laboratórios particulares podem realizar a reação em cadeia de polimerase (PCR) para o vírus
Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
Sim, devendo seguir o Protocolo do Ministério da Saúde e repassar os resultados das amostras para o Lacen do respectivo
Estado.
40. Qual é o tempo necessário para os exames ficarem prontos?
tratamento
A metodologia atual pela reação em cadeia de polimerase em tempo real requer até 72 horas para ser realizada.
41. Como tratar a síndrome gripal?
O tratamento requer:
•cuidados gerais: quanto à higiene para evitar a transmissão do vírus, pela promoção de barreira contra a
eliminação de aerossóis e contato com mãos, utensílios e roupas contaminados;
•repouso relativo determinado pela astenia apresentada pelo paciente;
•dieta hipercalórica e normoproteica;
•hidratação das vias aéreas – líquidos por via oral, nebulização e vaporização;
•uso de sintomáticos: pode ser necessário o uso de antitérmicos e analgésicos;
•cuidados com eventuais complicações, especialmente, infecção bacteriana secundária.
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tratamento
42. Como tratar a infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
O tratamento requer os mesmos cuidados gerais para a síndrome gripal:
•higiene pessoal para evitar a transmissão do vírus, promovendo barreira contra a eliminação de aerossóis e
contato com mãos, utensílios e roupas contaminados;
•repouso relativo e determinado pela astenia apresentada pelo paciente;
•dieta hipercalórica e normoproteica;
•hidratação das vias aéreas – líquidos por via oral, nebulização e vaporização;
•banhos de imersão quentes ou bolsas de água quente localizadas em áreas dolorosas podem aliviar a mialgia;
•uso de sintomáticos: pode ser necessário o uso de antitérmicos e analgésicos;
•uso de antiviral: em algumas situações específicas.
43. Quando deve ser necessária uma segunda consulta médica?
A consulta médica pode ser suficiente em um único atendimento; entretanto, o acompanhamento deve ser feito caso
não haja melhora. Os pacientes que compõem o grupo de risco requerem atenção para a possibilidade de evolução
conturbada. Há necessidade de nova consulta médica nas situações abaixo ou sempre que o médico solicitar::
•dispneia ao repouso ou aos mínimos esforços;
•dor ou dificuldade ventilatória dependente;
•aumento da tosse com hemoptoicos;
•desenvolvimento de desorientação ou confusão mental;
•febre e ausência de melhora clínica ou sensação de piora após quatro a cinco dias do início da sintomatologia;
•sensação de melhora seguida de febre elevada e impressão de estar pior;
•ausência de melhora após dois dias de administração de Oseltamivir.
44. Como tratar as complicações clínicas da infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
As complicações clínicas decorrem da insuficiência respiratória, metabólica e hemodinâmica, sendo necessário o suporte
ventilatório, básico e avançado de vida.
45. Quando está indicado o tratamento com antiviral na Influenza Pandêmcia (H1N1)2009?
O antiviral pode reduzir a duração e a gravidade da infecção, e o risco das complicações associadas ao vírus Influenza
Pandêmico (H1N1)2009, inclusive a morte associada à SRAG. Está recomendado diante de infecção confirmada e infecção
suspeita, de forma empírica, com evidência de alterações nas vias aéreas inferiores, de deterioração clínica, de risco de
complicações, como ocorre em crianças com menos de dois anos, adultos jovens, grávidas e puérperas até duas semanas
após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal); nas pessoas com doenças crônicas, como pneumopatias
(incluindo asma); cardiovasculopatias (exceto hipertensão); nefropatias; hepatopatias; doenças hematológicas (incluindo
anemia falciforme); distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus); transtornos que podem comprometer a função
respiratória, a eliminação das secreções respiratórias ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões
medulares, epilepsia ou outras doenças neuromusculares); imunossupressão, inclusive medicamentosa ou pelo vírus da
imunodeficiência humana; pessoas com menos de 18 anos de idade medicadas há longo período com ácido acetilsalicílico.
O tratamento não deve esperar a confirmação laboratorial, porque pode atrasá-lo, e o teste rápido negativo não exclui
a gripe (sensibilidade entre 10 a 70%). A maior frequência de hospitalização e de atendimento de urgência ocorre na
faixa etária entre dois a quatro anos, e em crianças que têm menos de dois anos de idade, respectivamente. O início do
tratamento deve ser o mais precoce possível; entretanto, os benefícios desse tratamento ocorrem mesmo se iniciado dois
dias depois de estabelecida a gripe. O vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 é suscetível aos antivirais inibidores da
Neuraminidase, como Oseltamivir e Zanamivir, e resistente aos antivirais Adamantano, como Amantadina e Rimantadina.
Esse padrão de sensibilidade foi observado, nos últimos anos, para o vírus Influenza Sazonal A (H3N2) e o vírus B. A
administração de antiviral durante a gravidez só deve ser feita se o seu benefício justificar o risco potencial para o feto.
46. Quando deve ser iniciado o tratamento com antiviral?
O tratamento deve ser iniciado até 48 horas após o início da sintomatologia, período que coincide com a maior replicação
viral.
47. Qual é o antiviral de indicação preferencial?
O medicamento preferencialmente indicado é o Oseltamivir.
48. Como está a situação de resistência ao Oseltamivir em todo o mundo?
Até o momento foram descritos 96 casos de resistência ao Oseltamivir. Em todas essas circunstâncias, o vírus era sensível
ao Zanamivir. Não há informações e registros sobre resistência do vírus no Brasil (2009).
8
tratamento
49. Como o Brasil está monitorando a resistência do vírus aos medicamentos?
O monitoramento da resistência é baseado na observação da resposta à ação do medicamento em cada tratamento, e pela
análise específica da sensibilidade e da resistência desenvolvidas pelo vírus, feita nos laboratórios de referência.
50. Em que momento o médico deve optar pela administração do Zanamivir (Relenza®)?
A utilização do Zanamivir no Brasil só está recomendada após a constatação de resistência viral ao tratamento com
Oseltamivir.
51. Quando usar antibióticos na síndrome gripal e na infecção por Influenza em crianças? Quais?
Sempre que o médico prescrever, a antibioticoterapia deve ser administrada nas crianças com risco de complicações ou
com doença grave para serem admitidas no hospital durante a pandemia de influenza objetivando a cobertura de pelo
menos para S. pneumoniae, S. aureus e Haemophilus influenzae. Para crianças com menos de 12 anos de idade, a droga
de escolha é a Amoxicilina-Ácido Clavulânico. A Claritromicina ou a Cefuroxima devem ser usadas em crianças alérgicas à
Penicilina. A alternativa para as crianças com mais de 12 anos de idade pode ser a Doxiciclina. A antibioticoterapia deve ser
pela VO, se a ingestão de líquidos é tolerada. As crianças gravemente doentes, com pneumonia complicando a influenza,
devem ter um segundo antibiótico adicionado ao esquema, por exemplo, Claritromicina ou Cefuroxima, administrada por
via IV para assegurar alto nível sérico e níveis teciduais adequados de antibiótico.
52. Quando se deve usar antibiótico na Síndrome Gripal (SG) e na Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG) nos adultos?
Existe possibilidade de existência de coinfecções bacterianas durante ou após a ocorrência da SG ou da SRAG. A
administração de antibióticos, quando necessária, deve ser considerada. O seguimento dos protocolos/consensos
autorizados pela Sociedade Brasileira de Infectologia, da Sociedade Brasileira de Medicina Trópica, da Sociedade Brasileira
de Pneumologia, orienta quanto à escolha da antibioticoterapia adequada.
Está indicado o uso empírico de antibióticos de forma precoce, que devem ser iniciados o mais breve possível, em até uma
hora após o diagnóstico da sepse. Os principais microrganismos associados são: Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus
aureus, Haemophilus influenza e bacilos Gram-negativos. As pneumonias comunitárias graves, principalmente com a imagem
radiológica revelando infiltrado intersticial, podem ser causadas por bactérias atípicas, como Legionella pneumophila,
Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae.
Vigilância/
Prevenção
A antibioticoterapia deve ser considerada para os pacientes previamente bem que apresentam febre recrudescente ou
aumento da dispneia. Os pacientes de alto risco de complicações secundárias devem ser considerados eletivos para a
antibioticoterapia na presença de manifestações clínicas das vias aéreas inferiores. A antibioticoterapia de escolha recai
sobre Amoxicilina-Ácido Clavulânico ou Claritromicina, Eritromicina, Fluoroquinolona ativa contra S. pneumoniae e S
aureus. A maioria dos pacientes pode ser tratada por VO. A terapia IV, quando necessária, deve ser com Amoxicilina-Ácido
Clavulânico ou Cefalosporina de segunda geração (Cefuroxima, Cefotaxima). Constitui alternativa a administração de
Claritromicina ou Fluoroquinolona ativa contra S. pneumoniae e S aureus. Na pneumonia grave pode ser administrada
Amoxicilina-Ácido Clavulânico ou Cefuroxima ou Cefotaxima com macrolídeo (Claritromicina ou Eritromicina). O esquema
alternativo pode ser constituído por Levofloxacino mais Amoxicilina-Ácido Clavulânico ou um Macrolídeo. A passagem da
antibioticoterapia IV para VO deve ser feita assim que ocorra melhora clínica e a temperatura seja normal por 24 horas, sem
contraindicação para a ingestão oral. O tempo de administração da antibioticoterapia deve ser de 7 e, nos casos graves,
de 10 dias. O tempo de tratamento deve atingir 14 a 21 dias se o microrganismo isolado e responsável pela pneumonia
for o S. aureus ou o bacilo Gram negativo entérico. A falha da terapêutica empírica em pacientes com pneumonia grave
requer a troca da medicação por uma Fluoroquinolona com efeito antipneumocóccico e antiestafilocócico. A presença de
microrganismo resistente à meticilina (MARSA) requer a associação de antibiótico efetivo.
53. Quais são os cuidados preventivos para a população em geral?
A prevenção ao vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 requer:
•manter hábito de higiene regular;
•lavar as mãos frequentemente com água e sabão, antes e após contato com pacientes contaminados;
•promover controle de aerossóis-perdigotos, o que inclui o uso de máscaras, e evitar locais cheios de pessoas;
•evitar exposição e mudança brusca de temperatura e contaminantes ambientais (pó, fumaça);
•não fumar em lugares fechados, próximo de crianças e idosos enfermos;
•manter distância de, pelo menos, três metros de pessoas com infecção aérea;
•não saudar pessoas com beijos, aperto de mão;
•não compartilhar alimento, copo, prato, cobertor;
•manter ambientes arejados, ensolarados;
•manter limpos os objetos de uso comum;
•vacinar-se contra o vírus da Influenza Pandêmica (H1N1), se portador de comorbidades, e contra o vírus da
Influenza sazonal, se tiver 60 anos ou mais;
•procurar serviço de saúde diante de febre alta repentina, tosse, cefaleia, mialgia, artralgia.
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Vigilância/
Prevenção
54. Quais são os cuidados preventivos com a pessoa com síndrome gripal ou suspeita de Influenza
Pandêmica?
Essa pessoa deve ser orientada a:
•cobrir a boca e o nariz com pano ao falar, tossir, espirrar;
•evitar tocar olhos, boca, nariz;
•evitar pó, fumaça, substância que afeta a respiração;
•retornar ao normal após 24 horas de estar assintomático;
•vacinar-se contra o vírus da Influenza Pandêmica (H1N1), se portador de comorbidades, e contra o vírus da
Influenza sazonal, se tiver 60 anos ou mais.
55. Na eventualidade de novo surto de infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 haverá
recomendações aos viajantes?
As recomendações aos viajantes se baseiam na realização de cuidados preventivos que podem evitar a disseminação
do vírus, tais como: lavar frequentemente as mãos com água e sabonete ou álcool gel a 70%; usar lenço descartável
para higiene nasal; proteger o nariz e a boca ao espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; lavar as
mãos após tossir ou espirrar; não dividir objetos de uso pessoal; procurar assistência de saúde; e evitar aglomerações se
apresentar sintomas gripais.
56. As pessoas ainda devem evitar aglomerações em locais fechados?
Sim. Esse comportamento reduz o risco de contrair, principalmente, as doenças respiratórias.
57. Haverá algum controle em portos, aeroportos e fronteiras na segunda onda pandêmica?
Não. As ações da ANVISA em portos, aeroportos e fronteiras têm como objetivo a orientação ao viajante (verbais e
distribuição de panfletos sobre cuidados preventivos, divulgação de informação sobre a situação epidemiológica da gripe
no Brasil e no mundo) e a notificação e o encaminhamento de casos suspeitos de síndrome respiratória aguda grave. Essas
ações poderão ser modificadas diante de alguma alteração no quadro epidemiológico da doença no Brasil ou em outro
país, de acordo com a necessidade, visando sempre à promoção e à proteção da saúde pública.
58. Haverá alguma ação específica nas cidades turísticas?
imunização
A ANVISA manterá as ações supracitadas nos portos, aeroportos e nas fronteiras, nas cidades litorâneas e em todos os
pontos de entrada do país onde existem postos de vigilância sanitária.
59. Quais as vacinas existentes contra a gripe?
Existem vacinas para o vírus Influenza Sazonal e para o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009.
60. Quais os tipos de vacina contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1) existentes? Vírus vivo
atenuado ou inativado?
A vacina contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 é monovalente, isto é, a vacina inativada é obtida inativando-se
o microrganismo (vírus da Influenza) através de procedimentos químicos ou físicos. Esse processo, em geral, induz resposta
imunológica menos intensa e menos duradoura do que a obtida com vacinas de microrganismos vivos atenuados e,
fundamentalmente, do tipo humoral, que se caracteriza pela formação de anticorpos e se baseia na reação dos linfócitos
B (produtores de anticorpos). As vacinas com microrganismos vivos atenuados contêm microrganismos que tiveram sua
virulência diminuída por diferentes processos que conseguem manter a sua viabilidade. Portanto, são capazes de se
multiplicar no indivíduo receptor e produzirem resposta imunológica específica.
61. A vacina contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 é segura?
Sim. Todas as informações asseguram que essa vacina é segura e está sendo usada em outros países.
62. A vacina contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1) no Brasil é a mesma utilizada no resto do
mundo?
O Ministério da Saúde adquiriu as doses de três laboratórios: Glaxo Smith Kline (GSK), SANOFI Pasteur (em parceria com
o Instituto Butantan) e Novartis. Esses laboratórios são fornecedores de vacinas para todos os países.
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imunização
63. Por que não haverá vacina para todos?
Não há necessidade de vacinar todos por que:
• A vacinação em massa para a contenção da pandemia não é o foco da estratégia estabelecida para o
enfrentamento da segunda onda pandêmica.
• Os principais objetivos são proteger os trabalhadores de saúde, de modo a manter o funcionamento dos serviços
de saúde envolvidos na resposta à pandemia, e para alguns grupos selecionados reduzir o risco associado à
pandemia de influenza de desenvolver doença grave e morrer
• Na vigência da pandemia no Brasil e em outros países, esses grupos foram evidenciados como os de maior risco
de apresentarem complicações graves e mortes por infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009
• Além disso não há disponibilidade do produto em escala mundial em quantidade suficiente para atender toda
a população. Há limitação da capacidade de produção por parte dos laboratórios produtores para entrega em
tempo oportuno, ou seja, antes do inicio da segunda onda.
64. Quem deverá ser vacinado?
Considerando os índices de incidência da Síndrome Respiratória Aguda Grave e de mortes no Brasil, os principais grupos
indicados a receber a vacina são os seguintes:
• trabalhadores da saúde envolvidos no cuidado de pacientes com o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009, pois
necessitam ser protegidos para garantir o funcionamento dos serviços de saúde;
•indígenas, que são considerados grupo prioritário para qualquer doença respiratória;
•grávidas: entre as mulheres em idade fértil que evoluíram SRAG pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009,
22% eram gestantes;
•portadores de comorbidades (doenças preexistentes). Entre os casos de SRAG pelo vírus Influenza Pandêmico
(H1N1)2009 com uma ou mais comorbidades, o grupo de doenças respiratórias crônicas foi o mais frequente, com
24,4% dos registros, seguido de doenças cardiovasculares e doenças renais. A vacina é recomendada ainda para
pessoas com diabetes mellitus e obesidade grau III;
•crianças de seis meses a cinco anos de idade;
• jovens de 20 a 29 anos;
• adultos de 30 a 39 anos.
65. Quem teve a infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 com confirmação laboratorial
está imune ao vírus durante nova (segunda) onda epidemiológica?
A pessoa infectada pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 desenvolve imunidade para o subtipo específico de vírus.
A duração da imunidade pode variar entre as pessoas. Mesmo assim, essas pessoas devem ser vacinadas porque poderá
ocorrer novo contágio, em caso de mutação do vírus.
66. Por que crianças com menos de seis meses não podem receber a vacina para o vírus Influenza
Pandêmico (H1N1)2009?
A vacina não é recomendada atualmente para esse grupo por não haver estudos que demonstrem boa resposta
imunológica.
67. Como as pessoas vão provar que têm comorbidades e prioridade para a imunização?
De modo geral, os portadores dessas patologias já freqüentam unidades de saúde ou serviços de referência, sendo
acompanhados por profissionais de saúde. A comorbidade poderá ser autoreferida.
68. Há risco de reações da vacina em pessoas com doenças crônicas?
A vacina é segura e a probabilidade de ocorrência de um evento não desejado é o mesmo para qualquer pessoa.
69. Que tipo de vacina os idosos receberão?
Todos os idosos receberão a vacina contra o vírus Influenza Sazonal. Aqueles que possuem alguma comorbidade serão
vacinados também para o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009.
70. Como foi possível produzir a vacina contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 tão
rapidamente, se o processo de desenvolvimento de uma vacina costuma ser longo?
Os laboratórios tem a experiência acumulada em décadas de produção de vacina contra a Influenza sazonal. Vários
laboratórios investiram em tecnologias preparando-se para a produção do imunobiológico. O Brasil investiu recursos para
adequação do parque produtor do laboratório do Instituto Butantan.
11
imunização
71. Como deve ser a vacinação para as grávidas?
O Brasil optou por administrar a vacina sem adjuvante nas grávidas por considerar que, dessa forma, todas estarão
protegidas, independentemente da idade gestacional. Os dados disponibilizados pela OMS indicam que a vacina contra o
vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 é segura para as gestantes.
72. A vacinação contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 determina algum risco para o
feto?
Não houve casos no hemisfério norte. Os relatos disponíveis, de acordo como os padrões de segurança declarados pelos
laboratórios produtores e a OMS, indicam que a vacina contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 não apresenta
riscos para o feto.
73. O que é adjuvante usado na constituição de uma vacina?
São substâncias imunoestimulantes que, combinadas às partículas (antígenos) do microrganismo, apresentam a propriedade
de induzir (estimulam) níveis mais altos de imunidade (produção de anticorpos).
74. As vacinas do Brasil terão adjuvantes?
O Brasil disponibilizará vacinas com e sem adjuvante. As vacinas sem adjuvante serão administradas em gestantes e
crianças de seis meses a dois anos de idade.
75. Quais são os possíveis eventos adversos da vacina?
Os eventos adversos relatados pelo laboratório produtor são:
•muito comuns: cefaleia, dor articular e muscular, dor no local da aplicação e fadiga;
•comuns: náusea, diarreia, sudorese, hiperemia no local da aplicação, inchaço no local da aplicação e
tremores;
•raros: linfadenopatia, insônia, tontura, parestesia, vertigem, dispneia, dor abdominal, vômitos, dispepsia,
desconforto gástrico, prurido, erupção cutânea, dor nas costas, rigidez músculo-esquelética, dor no pescoço,
espasmos musculares, dor nas extremidades, reações no local de injeção (hematoma, induração, prurido e aumento
de temperatura), astenia, dor no peito e mal-estar.
76. Por que crianças com menos de seis meses não serão vacinadas?
A vacina atualmente disponível não é recomendada para o grupo de menores de seis meses em razão de não haver estudos
que demonstrem a qualidade da resposta imunológica, ou seja, a proteção não é garantida.
77. A vacinação contra o vírus Influenza Sazonal protege contra a infecção pelo vírus Influenza
Pandêmico (H1N1)2009?
Não. A vacinação contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 deve ser feita, mesmo se for realizada a vacinação
contra o vírus Influenza Sazonal. Entretanto, a pessoa precisa pertencer ao grupo prioritário para a vacinação.
78. O que é a Síndrome de Guillain-Barré?
É uma reação auto-imune, do individuo. A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) ou polirradiculoneurite aguda caracteriza-se
por uma polirradiculoneuropatia inflamatória aguda de origem autoimune, adquirida e monofásica. Associa-se com a perda
da habilidade muscular em responder aos comandos cerebrais, ou seja, paralisia flácida de origem súbita. Acredita-se que
seja imunomediada, devido à geração de anticorpos autoimunes que apresentam reação cruzada com sítios específicos
(epítopos) dos nervos periféricos, ocasionando destruição desses nervos. Os autoanticorpos são formados em resposta à
variedade antigênica de estímulos, tais como infecções virais ou bacterianas. Os anticorpos (autoanticorpos) são produzidos
contra a própria mielina. Os nervos acometidos não podem transmitir com eficiência os sinais originados do sistema
nervoso central, levando à perda da habilidade de grupos musculares de responderem aos comandos cerebrais. O cérebro
também recebe menos sinais sensitivos do corpo, resultando em inabilidade para sentir o contato com a pele, com a dor
ou o calor.
A SGB é doença cosmopolita, com incidência anual entre 0,4 a 4 casos/100.000 habitantes (média de 1,3 casos).
Aumenta com a idade, sendo maior em adolescentes e adultos jovens (provavelmente devido ao maior risco de infecções a
que essa população está exposta), sendo maior do que 4 casos/100.000 ao ano, após os 75 anos de idade. Os homens
são afetados 1,5 vezes mais do que as mulheres. Acomete populações de todo o mundo, independentemente de fatores
sociais e hábitos de vida.
12
imunização
79. É possível que haja casos no Brasil de Síndrome de Guillain-Barré associados à vacinação contra
o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
Sim. Os estudos apontam incidência após a vacinação de 0,07 a 0,46 casos/100.000, ocorrendo até seis semanas após a
sua aplicação. O Ministério da Saúde dispõe de sistema de monitoramento de eventos adversos possivelmente associados
à vacinação. Todas as Secretarias Estaduais de Saúde estão sendo capacitadas para monitorar eventos que possam ser
associados ou não com a vacina contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009. Além disso, qualquer caso de Síndrome
de Guillain-Barré em menor de 15 anos já é, há muito de notificação ao Sistema de Vigilância de Paralisia Flácida Aguda,
do Ministério da Saúde.
80. O que se deve fazer se surgirem sinais e sintomas compatíveis com a Síndrome de GuillainBarré?
Referir o paciente, imediatamente a um médico de preferência neurologista.
81. A Síndrome de Guillain-Barré pode ser tratada?
Sim. O tratamento consiste, essencialmente, em medidas de suporte, como plasmaferese e infusão endovenosa de altas
doses de imunoglobulina e de fisioterapia. A maioria dos pacientes possui recuperação completa, embora possam ser
necessários meses ou anos para a recuperação da força e do movimento anteriores à doença. A fraqueza permanece em
30% dos pacientes até três anos após a sua instalação. A morte ocorre em 3% a 5% dos pacientes devido à insuficiência
cardíaca ou respiratória.
82. É segura a administração da vacina contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 mesmo com
a possibilidade de ocorrer a Síndrome de Guillain-Barré?
organização
de serviços
Sim. O risco de Síndrome de Guillain-Barré é expresivamente menor do que o de ser acometido pela Influenza Pandêmica
(H1N1)2009, a relação risco-benefício também é muito positiva.
83. Quais os objetivos do Sistema de Vigilância da síndrome gripal?
As unidades de saúde que compõem o Sistema de Vigilância Sentinela da Síndrome Gripal estão distribuídas em todos os
estados da federação, sendo localizadas estrategicamente também em três municípios de fronteira. são responsáveis:
•pela coleta de amostras de secreções respiratórias para o acompanhamento da síndrome gripal no Brasil;
•pela organização de dados epidemiológicos agregados por semana epidemiológica de evolução das infecções
das vias aéreas superiores;
•pelo monitoramento da demanda por atendimento devido à síndrome gripal;
•pela identificação dos vírus que circulam na comunidade, o que será fundamental para a adequação imunogênica
da vacina contra o vírus Influenza usada anualmente no Brasil;
•pela identificação de novas cepas do vírus Influenza.
84. O que a Influenza Pandêmica (H1N1)2009 oportuniza, como crise em termos de organização
de serviços?
A emergência do vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 representa oportunidade de promoção de políticas públicas para
o enfrentamento de calamidades e catástrofes, principalmente, de inclusão de todas as pessoas diante de possibilidades de
emergência, reemergência e permanência de doenças. A solidariedade entre entes federados, e a educação para a saúde
são essenciais para o enfrentamento da doença e a preservação da vida humana de forma definitiva, cuidadosa, ética e
cidadã. Esse momento representa também oportunidade de observação e reflexão de como será o comportamento da curva
epidemiológica dos países que enfrentam inverno rigoroso e de como poderá ser transposta para a provável evolução da
pandemia pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 no Brasil. A evidência dessa pandemia revela que o planejamento
estratégico em relação ao controle de doenças deve incluir todo o planeta.
85. Que prioridades existem, em termos dos sistemas de saúde estaduais e municipais, para a
distribuição de insumo para atenção à Influenza Pandêmica?
O Presidente da República, constituiu um Grupo Executivo Interministerial – GEI, coordenado pelo Ministério da Saúde, para
traçar as diretrizes nacionais; adquiriu antiviral, equipamentos de proteção individual e coletiva, equipamentos hospitalares,
vacinas e kits diagnósticos.
Os insumos – medicamentos, vacinas, equipamentos – são distribuídos para todos os estados e municípios, sem priorização
para nenhum deles. São obedecidos critérios técnicos, entre eles o de grupos populacionais mais vulneráveis.
86. Os hospitais são obrigados a atender as pessoas que apresentam sintomatologia de gripe,
mesmo que não sejam Centros de Referência?
Sim. De acordo com os preceitos do SUS todos os hospitais públicos e as instituições privadas devem estar preparados para
o atendimento de casos suspeitos de infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009.
13
organização
de serviços
87. Como será feita a distribuição do Oseltamivir?
Com base no Protocolo de Manejo Clínico de SRAG, na avaliação e indicação médica de seu uso.O medicamento além
de distribuído para as Secretarias de Estado da Saúde serão também disponibilizados nas farmácias “Aqui Tem Farmácia
Popular” adquiridos por valor simbólico e no Programa Farmácia Popular do Brasil de forma gratuita. Lembrando que em
qualquer uma das situações a receita médica será retida.
88. Como é feita a distribuição do Zanamivir? Será também constituído algum estoque para cada
estado?
A distribuição do Zanamivir será feita mediante a comprovação da resistência viral ao Oseltamivir. Não há no Brasil, até
o momento, a notificação oficial de casos resistentes ao tratamento com Oseltamivir. O Peramivir não possui registro para
utilização no país.
89. Haverá recomendações para intervir em atividades sociais?
Essa decisão poderá ser tomada localmente, após avaliação do Sistema de Vigilância Epidemiológica, e, se for necessário,
para a proteção social.
90. Haverá recomendação/protocolo específico para separar pacientes com sintomas de gripe nos
serviços básicos de saúde?
Não. Essa prática já ocorre em algumas unidades de saúde que dispõem de espaço físico. Existem os protocolos de Manejo
Clínico da SRAG e de Vigilância Epidemiológica da Influenza que definem as medidas de precaução e controle a serem
adotados. Estão disponíveis em www.saude.gov.br/svs.
91. Existe algum mecanismo de vigilância sobre a infecção pelo vírus Influenza Sazonal no Brasil?
Sim. Trata-se do Sistema de Vigilância Sentinela da Síndrome Gripal (Sivep_gripe) implantado desde 2000 e que conta,
atualmente, com 62 Unidades de Sentinela.
92. Como a vacina deve ser acondicionada?
Todas as vacinas são acondicionadas em equipamentos de refrigeração (geladeiras domésticas ou comerciais e câmaras
frigoríficas) e em caixas térmicas. A vacina contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 deverá ser armazenada e
acondicionada entre +2° a +8° C desde a Central Nacional de Armazenamento até o nível local, ou seja, utilizando os
mesmos equipamentos para as demais vacinas.
93. Há rede de frio suficiente para estocar vacina?
Não há necessidade de estocagem dessa vacina, devido ao fato de sua utilização ser rápida. As 36 mil salas de vacinas dos
5.565 municípios brasileiros possuem estrutura necessária para o armazenamento das vacinas de rotina e de estratégia.
Caso seja necessário o reforço de equipamentos, cada estado suprirá as necessidades conforme plano elaborado e recursos
distribuídos.
94. Por que os estados mais atingidos durante a primeira onda não receberão mais vacinas ou não
receberão as doses antes dos outros?
Nenhum estado deixará de receber a vacina, de acordo com dados populacionais e presença de grupos de risco. A
estratégia nacional de imunização contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 está sendo desenvolvida respeitando a
ordem de vacinação estabelecida para os grupos prioritários. Por questão operacional, o processo de vacinação ocorrerá
de forma simultânea, e o critério para estimativa do número de doses a serem distribuídas foi igualitário para todas as
Unidades Federadas.
95. Como deve estar paramentado o profissional de saúde que mantém contato com pessoa suspeita
da infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
Todos os profissionais de saúde necessários para a atenção ao paciente sob suspeita de infecção pelo vírus Influenza
Pandêmico (H1N1)2009 devem usar máscara cirúrgica e luvas de procedimento.
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organização
de serviços
96. Quais dados devem ser coletados no exame físico inicial do paciente que chega ao
ambulatório?
O paciente deve ser recebido pelo serviço administrativo, que preencherá uma ficha com seus dados, e acolhido pelo
(a) enfermeiro (a), para a coleta de dados, com anamnese orientada para o histórico de síndrome gripal e breve exame
físico priorizando a aferição de dados vitais. Na ausência de sinais indicativos de SG, o paciente deve ser orientado pelo
enfermeiro a procurar outro serviço de saúde de referência. O enfermeiro também deve encaminhar o paciente ao médico
ao evidenciar:
• Saturação de oxigênio < 95%;
• Pressão arterial < 90/60 mmHg;
• Frequência cardíaca > 120 bpm;
• Frequência respiratória > 25 irpm;
• Temperatura axilar > 38,5oC., ou febre alta e persistente por > 2 dias;
• Esforço respiratório ou presença de alguma comorbidade, gravidez ou obesidade.
97. Como deve ser o procedimento de coleta de secreções das vias aéreas em paciente com suspeita
de infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009?
A indicação de coleta de secreções de vias aéreas altas, por intermédio de swab nasofaríngeo, deve ser definida pelo
médico, utilizada nos casos de necessidade de internação, e também em gestantes suspeitas de infecção pelo vírus Influenza
Pandêmico (H1N1)2009. Esse procedimento é de realização do enfermeiro, sendo necessária paramentação completa, com
gorro, óculos de proteção, máscara N-95 ou PFF5, capote e luvas de procedimento e, após a coleta, toda a paramentação
deve ser desprezada. A paramentação é também necessária para a administração de medicamentos por via inalatória.
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