Ano 11 Ed 121 Jun 2010

Transcrição

Ano 11 Ed 121 Jun 2010
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
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ato curioso acontece na Umbanda ou
talvez seja mesmo característica deste
povo brasileiro. Não sei se é falta de fé
ou “infidelidade” religiosa – como diria meu
amigo, irmão e Mestre Rubens Saraceni.
Tenho respeito por todas as religiões, mas
sei bem qual é a minha religião, Umbanda!
E Umbanda não é “kardecismo” nem
Candomblé.
Muitos englobam as três religiões
mediúnicas como “espiritismo”, esquecendo-se que Allan Kardec cunhou esta palavra como um neologismo exclusivo para
determinar um modelo de filosofia, “ciência
dos espíritos”, que por ele fora codificada
em suas cinco obras de base. Talvez por
esta confusão muitos freqüentam de tudo
e buscam de tudo, na ânsia de resolver
seus problemas como quem entra em um
“Drive-Thru”.
O mundo ocidental, essencialmente
capitalista, molda a mentalidade do homem
moderno e sua forma de ver o mundo, no
qual tudo está aí para ser consumido. E
F
muitos chegam ou procuram a Umbanda
com esta mesma mentalidade.
“Tipo assim”... sabe...:
Nº 1: Limpeza espiritual
e corta demanda.
Nº 2 Orientação e Prosperidade.
Nº 3 Abre Caminho e Sorte no Amor.
Se puder falar o quanto custa melhor,
sem comprometimento, sem envolvimento,
sem doutrina ou reflexão.
Muitos chegam assim de outras religiões na Umbanda e outros, umbandistas,
saem da Umbanda quando crêem que está
“demorando muito” para receber Nº 1, o
Nº 2 ou o Nº 3.
Alguns quando percebem que a Umbanda não os servirá em seus propósitos
de desavença, vingança, amarrações e
outros “trabalhinhos”. Facilmente encontrados nos classificados “marronzinhos”, que
prometem sorte, dinheiro, amor e poder
em 24 hs. Curioso é que, muitas vezes, é
A imagem publicada na capa desta edição, é
uma adaptação da pintura original do artista
plástico RODRIGO BUENO, editada livremente
por Laura Carreta.
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sofrimento, tenha fé na
Umbanda.
Tenha fé em Deus e nos
Orixás, agüente firme as dificuldades que a vida nos dá,
busque com os Guias – Entidades/Espíritos – de Umbanda
a melhor forma de passar por
esta dor seja ela qual for. E lembre-se de que enquanto umbandistas podemos e devemos aprender filosoficamente com todos os
mestres da humanidade.
Segundo o Mestre Sidharta
Gautama toda a dor é resultado
do apego a este mundo transitório
e passageiro, passamos maus bocados devido a ilusão em que se encontra
nosso ego.
Vamos então buscar na Umbanda
soluções para vencer o modo da ilusão e
do apego, vamos buscar merecimento para
a tão sonhada bem aventurança.
Nossa capa:
EXPEDIENTE:
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nem as pessoas que oferecem tais coisas as
possuem. Como oferecer algo que não se
tem para dar?
No caso da Umbanda podemos e
devemos dizer o que ela tem para dar:
HUMILDADE, AMOR e CARIDADE. Como
caminho para PAZ, HARMONIA e EQUILIBRIO, conquistados na busca em dar
um sentido para a vida que é em si a leitura
da mesma de uma perspectiva espiritual,
mágica e divina.
Se você que é Umbandista está passando por dificuldades, lembre-se todos
passam por dificuldades e não é por conta
de ser adepto desta ou daquela religião e
sim porque a vida tem algo para nos dizer,
algo para se aprender dentro de nossas
necessidades e merecimentos. Procure dar
um sentido a suas dores e frustrações.
Antes de sair correndo para buscar
receitas mágicas e mirabolantes da mão de
pessoas que só tem interesse em rendimentos monetários a custo de sua dor e
É uma obra filantrópica, cuja missão é
contribuir para o engrandecimento da
religião, divulgando material teológico
e unificando a comunidade Umbandista.
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião deste jornal.
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Favor citar o autor e a fonte (J.U.S.).
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Tenha Fé na Umbanda
na alegria e na tristeza; tenha fé
na Umbanda na saúde e na doença;
tenha fé na Umbanda na primavera,
verão, outono e inverno de sua vida.
Tenha fé na Umbanda e tenha Fé em
Deus, antes de procurar uma solução
fora de você e fora da Umbanda, busque
olhar um pouquinho para dentro de si. E
que possa ver no escuro e ouvir no silêncio
a presença e a voz de Deus que habita
dentro de cada um de nós.
contatos: [email protected]
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
A
s sete linhas são as sete irradiações divinas
emitidas pelo divino Criador Olorum, que é
Deus, e formam sete “eixos” divinos
sustentadores de toda a sua criação divina.
Esses sete eixos já foram descritos com vários
nomes simbólicos, tais como:
• As sete colunas sustentadoras da criação.
• Os sete pilares sustentadores do mundo.
• Os sete raios divinos.
• Os sete cajados sagrados.
• As sete lanças protetoras divinas.
• As sete flechas direcionadoras da criação.
• As sete linhas de evolução.
• Os sete caminhos sagrados etc.
A verdade, e isso é o que importa, é que as
Sete Linhas da Umbanda começam em Deus e chegam até nós aqui na terra, penetrando em nosso
mental, com uma delas entrando verticalmente
bem no centro do nosso chacra coronal criando
um eixo denominado “eixo do nosso equilíbrio”.
Sem esse eixo para nos equilibrar não conseguiríamos nos manter de pé, na posição vertical.
As outras seis irradiações entram em nosso
chacra coronal com cada uma em uma posição ao
redor dele e criando uma roda raiada com um eixo
central que nos faculta movimentarmos-nos para
a direção que quisermos sem que perder o equilíbrio, com cada um deles exercendo suas funções
energizadoras das nossas faculdades mentais e
dos nossos sete sentidos.
Em dado momento é um desses eixos que
envia-nos uma carga mais intensa de energia viva
e divina e em outro momento é outro desses sete
eixos.
Em nós, esses sete eixos ou essas sete linhas
são tão importantes e imprescindíveis, que se um
deles atrofiar-se ou torcer-se ou ter seu calibre
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reduzido, nos ressentimos da sua alimentação
energética e entramos em desequilíbrio mental,
fato esse que afeta algumas das nossas faculdades mentais e desvirtua algum dos nossos sentidos, fato esse que afeta nossa percepção, nossa
sensibilidade, nossas emoções, nosso humor, nossa razão, nosso caráter, nossa fé, nosso senso,
etc.
As sete linhas são bi-polizadoras e, graficamente, colocamos na ponta de cada uma um Orixá,
que em si uma manifestação e uma fateriorização
do Divino Criador Olorum, que é Deus.
Cada Orixá é em si uma exteriorização do Divino
Criador Olorum e é em si um mistério divino do
tamanho da criação. Sendo que tudo e todos depois Dele estão dentro dos seus campos vibratórios
mentais, sendo influenciados o tempo todo, hora
NOS ELEMENTOS TEMOS
ESSA NOMENCLATURA:
• Linha Cristalina (ou cristais)
• Linhas Mineral (ou minérios)
• Linha Vegetal (ou vegetais)
• Linha Ígnea (o fogo)
• Linha Eólica (o ar)
• Linha Telúrica (a terra)
• Linha Aquática (a água)
NOS SENTIDOS, QUE SÃO IMATERIAIS,
TEMOS ESSA NOMENCLATURA:
• Linha da fé e da religiosidade
• Linha do amor e da renovação
• Linha do conhecimento e do aprendizado
• Linha do equilíbrio e da razão
• Linha da lei e do caráter
• Linha da evolução e do saber
• Linha da geração e da criatividade
por um desses campos, hora por outro e noutra
hora por vários deles ao mesmo tempo, tudo
dependendo de nossas ações mentais.
Mas, alem da importância para nosso equilíbrio
e bem estar as Sete Linhas de Umbanda ou as
Sete Irradiações Divinas participam dos processos
criacionistas de Deus estabelecendo os eixos
cristalográficos que regulam o crescimento dos
minerais formadores da “matéria”.
Em outro campo de atuam de outras formas,
dando sustentação à formação de outros “materiais” e mesmo de coisas imateriais, tais como a fé,
o amor, etc.
Por isso tanto podemos nomear as sete linhas
pelos elementos formadores da natureza terrestre
e que são materiais ou pelos sentidos, que são
imateriais.
AS SETE LINHAS DE UMBANDA SÃO
PONTIFICADOS EM SEUS QUATORZE
PÓLOS REGENTES POR QUATORZE
ORIXÁS E, QUE SÃO ESSES:
•
•
•
•
•
•
Linha da fé Oxalá e Logunan
Linha do amor Oxum e Oxumaré
Linha do conhecimento Oxóssi e Obá
Linha da justiça Xangô e Egunitá
Linha da lei Ogum e Iansã
Linha da evolução Obaluayê
e Nanã Buruquê
• Linha da geração Iemanjá e Omulu
• Oxalá é a fé e Logunan é o fervor religioso.
• Oxum é a concepção e
Oxumaré é a renovação da vida.
• Oxossi é o conhecimento e
Obá é o aprendizado.
• Xangô é a razão e Egunitá é a condensadora dos estados de consciência.
• Ogum é Lei e Iansã as direções a
serem seguidas pelos seres.
• Obaluayê é a evolução transmutadora
e Nanã é o saber adquirido.
• Yemanjá é a gerção da vida e
Omulú é o seu estabilizador.
NOS FATORES, TEMOS ISSO:
• Oxalá é magnetizador
• Logunan é condutora
• Oxum é agregadora
• Oxumaré é renovador
• Oxossi é expansor
• Obá é concentradora
• Xangô é graduador
• Egunitá é energizadora
• Ogum é ordenador
• Iansã é direcionadora
• Obaluayê é transmutador
• Nanã é amadurecedora
• Yemanjá é geradora
• Omulu é estabilizador
NAS CORES TEMOS
ESSA CLASSIFICAÇÃO:
• A cor de Oxalá é branca
• A cor de Logunan é o azul escuro
• A cor de Oxum é o rosa
• A cor de Oxumaré é o azul turquesa
• A cor de Oxóssi é o verde
• A cor de Obá é magenta
• A cor de Ogum é o azul escuro
• A cor de Iansã é o amarelo
• A cor de Xangô é o vermelho
• A cor de Egunitá é laranja
• A cor de Obaluayê é o violeta
• A cor de Nanã Buruquê é o lilás
• A cor de Iemanjá é o azul claro
• A cor de Omulu é o roxo
TAMBÉM TEMOS ESSA
OUTRA CLASSIFICAÇÃO:
• Oxalá é o espaço e Logunan é tempo
• Oxum é a concepção e
Oxumaré é o renascimento
• Oxossi é a criatividade e
Obá é a racionalidade
• Xangô é a temperatura e
Egunitá é a energia
• Ogum é encaminhador e
Iansã é a direcionadora
• Obaluayê é a passagem e
Nanã é o abrigo
• Iemanjá é a natividade e
Omulu é a morte
São tantas as possibilidades de nomeação e
classificação da Sete Linhas de Umbanda que é
melhor pararmos por aqui.
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rovavelmente uma das manifestações divinas mais difíceis de se entender é a dualidade. O pensamento ocidental, maniqueísta, calcado em
valores cristãos – devidamente distorcidos de acordo com interesses políticos
e econômicos ao longo da História –
estabeleceu um padrão de pensamento
em que existem duas forças antagônicas: o bem e o mal, sempre em constante batalha pelo domínio do mundo e
da alma de seus habitantes. Assim, tudo
que não segue a estética e a moral
ocidental-cristã é imediatamente associado à sua antítese: as forças maléficas
regidas por seres do mal, chamado de
demônios.
Esse tipo de pensamento traz em si
um paradoxo, já que o próprio livro sagrado do Cristianismo afirma que Deus
é onipresente. Estando em todas as
partes, Deus estaria também nas regiões trevosas da espiritualidade – regiões que muitos tomaram por costume
chamar de inferno.
Então Deus estaria no inferno? Parece uma heresia total fazer tal afirmação, mas sendo Ele um ser onipresente,
deve (ou deveria) estar em todos os
lugares. A crença de um inferno de
penas eternas e governado por um ser
excepcionalmente maldoso também faz
parte do imaginário cristão e, dentro
desse raciocínio contraditório, não
haveria lugar para Deus nessa região –
mesmo sendo Ele onipresente (?).
Dentro da filosofia que norteia o
pensamento umbandista, descartamos
essa idéia de inferno. Admitimos a existência de regiões espirituais trevosas,
densas, onde se encontram aqueles espíritos que não atingiram a elevação
moral esperada, elevação essa que pode ser conquistada um dia, não necessariamente através de expiações, mas
também do trabalho árduo na espiritualidade. No entanto, nessas regiões
ainda reina uma espécie de barbárie
espiritual, já que os valores morais de
seus habitantes não são os mais elevados, necessitando assim de alguém
que controle suas ações, não permitindo
que outras esferas (como a dos encarnados, por exemplo) sejam alvos dos
ataques e obsessão desses espíritos.
É nesse contexto que começamos a entender o papel dos Exus, os guardiões
tão incompreendidos e injustiçados,
P
que atuam como agentes da Lei e da
Ordem dentro desse princípio da dualidade divina. Entender Exu é entender
o próprio funcionamento da Lei Maior.
Antes de qualquer coisa é preciso
saber a diferença entre o Orixá Exu e
o Exu catiço (entidade, espírito, guia),
da Umbanda. A palavra Exu, que significa “Esfera”, remete aos cultos africanos e ao Orixá de mesmo nome.
Como bem sabemos, por diversos
fatores históricos, houve no Brasil um
processo chamado sincretismo,
através do qual as divindades africanas
foram associadas aos santos católicos.
Assim, Iansã, por exemplo, que é
a divindade dos raios e das tempestades, foi sincretizada com Santa
Bárbara, já que essa santa também é
associada aos raios e trovões. Ogum, o Orixá guerreiro, foi sincretizado com São
Jorge, o patrono militar dos
católicos, e assim por diante.
No entanto, com o Orixá
Exu houve, ainda dentro do
sincretismo, um processo de
demonização. Sendo Exu a
divindade ligada à fertilidade,
à sexulidade e à virilidade –
inclusive carregando, em suas representações, um cetro
em forma de falo – e tendo
uma personalidade um tanto
rebelde, como nos contam as
itans (lendas africanas dos
Orixás), não tardou para que
fosse associado ao demônio
bíblico/católico. Assim, desde o princípio,
Exu foi temido, e provavelmente gostou
disso, levando-se em conta seu caráter
irreverente.
Apesar da confusão em torno da
natureza de Exu, não podemos esquecer e nem desprezar sua importância
dentro do panteão africano e de seu
funcionamento, já que ele atua como
“mensageiro” ou “intermediário” entre
os homens e os Orixás.
Nos cultos de Umbanda também
encontramos Exu, porém não na figura
de um Orixá, e sim de um espírito catiço,
um desencarnado, que viveu em Terra
e procura, através do trabalho na
espiritualidade, alcançar o progresso
moral.
Também associado a figuras demoníacas, o Exu da Umbanda é um valo-
roso trabalhador, que indiferente a
essas interpretações calcadas em visões preconceituosas, segue perseverante no cumprimento de sua tarefa.
O papel do Exu numa gira de Umbanda é de fundamental importância,
realizando a segurança do terreiro –
imaginem quantos kiumbas (espíritos
trevosos e zombeteiros) atacariam uma
tenda de Umbanda a fim de atrapalhar
seus trabalhos, se não fosse a presença
dos Exus, trancando a sua passagem.
Em casos de descarregos, também são
os Exus os principais agentes, pois cabe
a eles a tarefa de encaminhar cada
espírito, seja um pobre sofredor desorientado, ou um perigoso obsessor ao
seu local de merecimento e/ou tratamento.
Exu também é o agente da justiça
kármica, sendo sua tarefa levar a cada
um o que lhe é de direito ou merecimento
– por isso também a confusão em torno
de seu caráter, já que ao coração humano é muito fácil aceitar o que é agradável, mas muito difícil entender que
os revezes da vida muitas vezes são
resultado de nossas próprias ações.
Ao contrário daquilo que falam sobre eles, os Exu são fiéis amigos, sempre dispostos a ajudar seus protegidos,
mas também exigindo uma conduta deles, pois são extremamente rigorosos.
De uma forma bastante simplificada, podemos entender o Exu como
uma mistura entre o carteiro e o gari,
pois ele traz aquilo que deve ser entregue e varre aquilo que deve ser
levado.
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
lá meu caro leitor, umbandista,
espiritualista ou simpatizante,
venho a vocês explanar sobre
algumas coisas que se mostram aos
homens ao longo de anos, mas que
acabam sendo deixadas de lado por
falta de conhecimento humano.
Lembrando que a Ciência nunca
nega a Deus, quem o nega são os homens ao longo da história, talvez como
resultado de épocas opressoras da
informação e da pesquisa, por parte
das Religiões que já dominaram o mundo ocidental.
Quando rompidos os dogmáticos
grilhões das proibições sobre a indagação, os homens procuraram se afastar por completo de qualquer vinculo
com algo Divino ou intangível.
Pensando dessa forma, os homens
passaram a compreender as explicações sobre a Criação de forma calcada
em seu lado visível e palpável, fugindo
do que aos olhos deles era o “sobrenatural”, mas que traziam em sua origem
eventos perfeitamente naturais da
Criação.
Desta forma, muitos acreditaram que o
éter era um estado físico, algo mensurável
na matéria, e desde
Isaac Newton passando por Michelson Morley e outros , sempre
a coisa empacava em
medir materialmente o
éter. Embora nas observações dos
fenômenos naturais fosse fácil explicálo a falta de “materialidade” era motivo
para os cientistas abandonarem a
crença deste estado das coisas.
Isso ocorreu pela não observância
de que o éter era mais que um estado,
e sim um “lado” diferente da Criação,
ausente do material e objetivo, mas
integrante no todo, que envolve mais
do que podemos ver. Na sabedoria dos
povos antigos acreditava-se no éter
como um estado menos denso das
coisas, como um quinto elemento, que
era assim visto e nomeado Akasha (um
elemento espiritual), alem da classificação de fluído Universal, na Teosofia,
Kardecismo e nas filosofias orientais.
A Ciência moderna através da Física (ou Mecânica) Quântica vem chegando cada vez mais perto desta visão
do plano etérico, desde que um funcionário de um escritório de patentes
chamado Albert Einstein, ao ver metade da comunidade científica discutindo
que Luz era onda, e a outra que Luz
era partícula, ter usado em seu raciocínio a máxima de Hermes Trismegisto.
Interpretou o “Assim com o” luz é onda,
é partícula, em alternância de momentos
e surgiram os princípios da lei da relatividade que o tornou célebre.
Os Cientistas tem observado que
ondas e partículas, até mesmo mesuráveis do lado material, comportam-se no
O
vácuo de forma a dar possibilidade de um estado
etérico das coisas. Como
visto no experimento de
Hendrik Casimir, que numa
sala vazia, totalmente fechada e sem ar, com duas
placas de metal próximas,
com alimentação de energia, notou uma tendência
a aproximá-las , que cria
um efeito de distorção batizado de
“vácuo de Casimir”.
Mesmo Cientistas como Stephen
Hawking tem levado em consideração
algo além do vácuo em suas observações. Na Física Quântica o éter é considerado nas Teorias de Campo Unificado, Gravitação, e em variáveis da velocidade da Luz etc...
Bom, espero não ter forçado muita
Ciência aos leitores, mas na verdade
os incito a estudar estes itens e ler o
Livro das Energias e da Criação, do
Mestre Rubens Saraceni, no qual um
médium, que não tem experiência e nem
conhecimento profundo sobre estes
assuntos, psicografou
o que considero um
tratado de Ciência
Divina.
Apesar de ele afirmar que não é um livro
científico e sim esotérico ou espiritualista,
neste verdadeiro tratado vemos o surgimento de um “Amálgama Divino” de
Energias sutis. Preenchido por fatores,
com funções na criação, tanto ativas
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como passivas, que juntam-se em ondas de um
magnetismo sutil e não
materializado.
Este amálgama “elementaliza-se”, materializa-se, obedecendo um
critério de polaridade, positivo e negativo ou passivo e ativo (seria este
princípio também o que
os cientistas observam mesmo no plano
material, sobre a formação de pares de
partículas, chamado de pares de partículas e anti-partículas?).
Ainda de forma mais espantosa a
obra citada revela o conhecimento que
explica fatos impressionantes se corretamente lidos e interpretados, como
as infindáveis partículas sub-atômicas,
que surgem nos aceleradores de partículas pelo mundo.
Concluindo que não existe uma partícula material definitiva sendo a menor,
até porquê os experimentos conhecidos depois de um tempo conseguem
novas e menores partículas. O que
surpreende é o fato de que elas parecem obedecer a padrões que alguns
cientistas chegaram a chamar de
vontade própria (fatores e funções?).
O Mestre material, Rubens Saraceni, por meio do qual se comunicam os
Mestres da Luz, em humildade absoluta
nunca manifesta-se sobre os assuntos
que psicografa, mas simplesmente supera-se obra após obra, trazendo à
luz da verdade uma Ciência Divina, abrindo parênteses ao raciocínio lógico. Pois
Ciência é a observação de eventos e a
experimentação dos mesmos metodologicamente.
E como diria Allan Kardec,
também um cientista de primeiro
escalão em seu tempo, somos
todos crentes em Deus, no espírito e na mediunidade, todos
manifestados e provados em
inúmeras experiências, somente sendo contestados pela
coluna dos céticos que criam teorias vazias como fatos.
Eu estou impressionado
pela leitura deste que é um livro
sem precedentes, que aborda
de maneira superior e profunda, tópicos que trazem
novos rumos de interpretação a Ciência, que um dia
caminhará nesta direção,
entendendo que o “Big Bang”
e sua expansão mensurável
é a medição da “elementalização” dos fatores que
“explodiram” materializando-se, aglutinados num
amálgama de energia já
manifestada materialmente, e não uma
explosão sem sentido e sem motivo,
pois tudo ocorreu de forma ordenada
e pensada.
Trago estes fatos ao leitor mais
atento e estudioso, pois de forma
simples, podemos encontrar nesta
obra, Livro das Energias e da Criação,
muitos dos conhecimentos científicos
que podemos ver demonstrados atualmente, mas com nomenclatura mais
universalista e compreensível aos
leigos.
*Campo quântico seria um campo que
em teoria seria inerente a todas as coisas,
ajudando a manter a integridade das
estruturas, e que tem na obra de quadrinhos de Allan Moore uma colocação
errada, afinal como jogar alguém em algo
que está em tudo e nele também, pois ele
não seria uma realidade, e sim uma espécie
de força, daí a minha licença de usar o
termo enquanto local, para mostrar o
raciocínio na estória Watchmen.
SOBRE A POPULARIDADE DESTA NOVA E FUNDAMENTAL
CIÊNCIA OBSERVAMOS ALGUMAS PECULIARIDADES:
• É fato que a comunidade científica continua sempre dividindo a matéria em aceleradores de partículas e o
estudo da estrutura básica do átomo
e suas menores partículas não é algo
fechado, e bate plenamente com o
que li no livro.
• Existem partículas hipotéticas
como Tachyons que são aceitas em
cálculos científicos sérios, e embora
ainda sejam só calculadas, em tese
ate poderiam viajar no tempo (fatores
atemporais?).
• A Física Quântica esta tão disseminada, que desde os anos 80 temos
obras populares de ficção que se servem das teorias quânticas, como filmes de viagem no tempo, e até histórias em quadrinhos como a excelente
e premiada Watchmen, onde o Dr Manhatan, um personagem “super-poderoso”, ganha seus poderes quando é
jogado no *“Campo Quântico” (Éter),
desintegrando-se, mas de alguma forma, sua consciência
(Alma ou Espírito), consegue
reconstruir seus átomos
(aglutinando fatores até chegar na matéria), dando-lhe
poder sobre a manipulação da
matéria (como a matéria é
composta por fatores, controlá-los é controlar a mesma) mas
de forma incrível, é mais fácil
os homens se curvarem a uma
teoria fantasiosa, onde o
personagem atinge ares de
Divindade, do que propriamente entender que Deus, as Divindades
e mistérios, manifestam este controle
sobre o Natural, a “Físis”, de forma ordenada. Mistérios que podem ser
acessados via religiosa ou magística,
dentro de princípios inquebrantáveis de
ordem, afinal os limites definem o lugar
de cada um e cada qual na criação, sendo
o homem definido também por suas
limitações (Deus não dá asas a cobras).
• Podemos dizer que qualquer
tenro estudante conhece as teorias
que envolvem a formação da matéria,
e passa por ignorante qualquer um que
finja não conhecer que a teoria quântica aponta em toda sua força, mas
com outras palavras, a uma formação
da matéria vinda de partículas sutilíssimas, com funções, além de outras
realidades, um universo que faria parte
de um “multiverso”, de inúmeras
realidades, de dimensões (medidas) da
matéria conhecidas , ainda tendo o
tempo como uma quarta dimensão
(medida), pois ele determina a duração
das coisas, e a teoria M que nos da
outras 10 ou 11 dimensões possíveis
de observar na matéria (seriam planos
e estados da mesma neles?). E como
as realidades em si, são por muitos
autores entendidas como dimensões,
o conjunto da obra psicografada por
Rubens está acima de todas as expectativas, unindo o divino com o material,
de forma muito integral, trazendo à
nossa realidade conhecimentos sobre
a Criação e a natureza humana, que
se observados solucionariam lacunas
incríveis.
Enfim, leiam esta obra, e com certeza se encontrarão mais conhecedores de sua Fé e da Criação, pois eu
acredito, e dou um testemunho de
razão e racionalidade sobre a obra.
Contatos: [email protected]
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JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
uitos são os debates no campo
religioso, alguns com valor moral,
outros com valor individual. Cada um
faz o seu trabalho, e a partir disso, cada
um acha o “seu”, melhor que o do outro.
Religião é um fenômeno humano,
criação nossa, para atender as nossas
necessidades de organização e conduta em
relação ao Divino. Com essa criação, temos
sempre a vista os pregadores de
“verdades”. Não a minha verdade, mas
sempre a verdade individual de um
elemento. A Umbanda, por ser uma religião
nova, praticamente uma adolescente, tem
em seu meio a diversidade de forma,
trabalho e tradição. Todos estão certos, a
partir do seu ponto de vista, e todos estão
com problemas, quando abandonam a
essência do processo para acertar rixas,
desacordos pessoais e trincas particulares.
A bandeira desse ato sempre é a
Doutrina, que quando colocada à frente,
camufla o pessoal, o interesse particular. A
Doutrina, que deve conduzir os valores de
um sistema Religioso é usada como luva de
pelica para atingir uma desavença pessoal.
Escola contra escola, método contra
método, religião contra religião...
O prejuízo desse processo nos
pertence. Perdemos tempo, energia, foco
e crescimento com estes comportamentos.
Não conseguimos desenvolver um olhar
critico construtivo, só destruição e juízo
final em relação ao outro. Nada é aceito, a
inovação embolora e continuamos como a
“religião dos analfabetos, sem cultura, pé
no chão ou baixo espiritismo”.
Se gastássemos o mesmo tempo com
debates, fóruns e mudanças, buscando o
aprimoramento de nosso sistema religioso,
a preocupação com o fiel, desde as suas
necessidades espirituais até o nível de
instrução, teríamos um novo caminhar.
Afinal, o conhecimento e a educação,
quando bem direcionados, trazem
estruturação ao meio religioso.
As mudanças que ocorrem são tomadas
através de trombadas e empurrões, a
aceitação em relação ao sistema de ensino
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ia destes, ao final de uma gira
de desenvolvimento mediúnico, manifestou-se Pai João de
Angola, o Preto Velho regente da
casa.
Como de costume, acendeu seu
cachimbo, cumprimentou os
presentes e chamou todos para bem
perto dele e após se acomodarem
ele pediu que todos respondessem
uma pergunta simples:
– Do que a Umbanda precisa?
E assim um a um foram respondendo:
- Mais união...
– Mais estudo...
– Mais divulgação...
– Mais respeito...
– Mais reconhecimento...
Mais, mais e mais...
Após todos manifestarem suas opiniões, Pai João
sorriu e disparou:
– Muito se diz do que a Umbanda precisa, não é? E
eu digo que a Umbanda precisa de Filhos!
Silêncio repentino no ambiente.
Naturalmente os filhos ficaram surpresos e ansiosos
para a conclusão desta afirmação.
Pai João pitou, pensou, pitou, sorriu e continuou:
“É isso, a Umbanda precisa sobretudo de FILHOS.
Porque um filho jamais nega sua mãe, sua origem,
sua natureza.
Quando alguém questiona vocês sobre o nome de
sua mãe, vocês procuram dar um outro nome a ela que
não seja o verdadeiro? Um filho nem pensa nisso,
simplesmente revela a verdade. Assim é um verdadeiro
Filho de Umbanda, não nega sua religião, nem
conseguiria, pois seria o mesmo que negar a origem de
sua vida seria o mesmo que negar o nome de sua mãe.
Um filho de Umbanda, dentro do terreiro limpa o
chão como devoção e não como uma chata necessidade
de faxinar.
D
M
interno, escolas templos, é precário.
Todos os dias recebo e-mails com
observações pejorativas em relação aos
cursos ou ao modelo pelo qual trabalho. O
alvo da vez são os cursos EAD (ensino a
distância).
Método consagrado em meio a grandes
Instituições de renome internacional no
setor da educação.
Argumentos como: “isso não é Umbanda”, “umbanda acontece dentro do
terreiro, no pé do guia”, “isso não tem fundamento”, entre outras malcriações...
Na mesma proporção, recebo mensagens de pessoas que foram enganadas,
lubridiadas e tapeadas, dentro da
“umbanda”, “dentro do terreiro, no pé do
guia”, “com estranhos fundamentos...”
Nesse caso sou categórico:
A FALTA DE CONHECIMENTO ABRE
PORTAS PARA O DESASTRE, O ENGODO
E A ENGANAÇÃO!
A religiosidade tem dificuldade para
acompanhar o progresso da sociedade.
Se religião é um fenômeno humano, e
a mesma humanidade muda o tempo todo,
acreditar em uma religião sem mudanças,
é engessar o caminho pelo qual deveriam
existir alterações de forma natural.
Neste momento, gosto de pensar na
história, principalmente em personagens
como Sócrates e Galileu. Mentes a frente
do seu tempo, condenados pela sua visão
do futuro e consagrados longe do seu
próprio presente.
Vamos refletir...
Um filho de Umbanda dá o
melhor de si para e pelo o terreiro,
pois sente que ali, no terreiro ele está
na casa de sua mãe.
Um filho de Umbanda ama e respeita seus irmãos de fé, pois são filhos
da mesma mãe e sabem que por
honra e respeito a ela é que precisam
se amar, se respeitar e se fortalecer.
Um filho de Umbanda sente naturalmente que o terreiro é a casa
de sua mãe, onde ele encontra sua
família e por isso quando não está no
terreiro sente-se ansioso para
retornar e sempre que lá está é um
momento de alegria e prazer.
Um filho de Umbanda não
precisa aprender o que é gratidão. Porque sua entrega
verdadeira no convívio com sua mãe, a Umbanda, já
lhe ensina por observação o que é humildade, cidadania, família, caridade e todas as virtudes básicas que
um filho educado carrega consigo.
Um filho de Umbanda não espera ser escalado ou
designado por uma ordem superior para fazer e
colaborar com o terreiro, ele por si só observa as
necessidades e se voluntaria, pois lhe é muito
satisfatório agradar sua mãe, a Umbanda.
Um filho de Umbanda sabe o que é ser Filho e sabe
o que é ter uma Mãe.
Quando a Umbanda agregar em seu interior mais
Filhos que qualquer outra coisa, estas necessidades
que vocês tanto apontam como união, respeito,
educação, ética, enfim, não existirão, pois isto só existe
naqueles que não são Filhos de fato.
Tenham uma boa noite, meus filhos!”
Pai João pitou mais uma vez e desincorporou. Diante
dele, seus filhos, com olhos marejados, rosto rubro,
agradeciam a lição. Saravá a Umbanda, salve a
sabedoria, salve os Pretos Velhos.
Contatos:
www.rodrigoqueiroz.blogspot.com
contatos: [email protected]
lei da ação e reação, terceira Lei de Newton, conhecida por todos e após seu descobrimento muitas
coisas se explicaram.
No entanto, a maioria só a reconhece no plano físicomaterial.
É preciso, entretanto, que esta lei seja também
interpretada e entendida no plano espiritual.
No código penal existe a legítima defesa, que se
caracteriza no momento em que alguém se defende de
um ataque atual ou iminente - ação - se defendendo reação - a lei de Newton materializada.
Mas como vamos saber ou sopesar que tipo de reação espiritual terá a partir de nossa ação.
Aqui não precisamos de muitas explicações, até
mesmo para os que não acreditam, não querem acreditar
ou mesmo pensa que o único lugar existente e habitado
em todo planeta é a terra, logo não teremos consequências após a morte com nossas ações.
A bíblia sagrada base das religiões cristãs, que é
para todo efeito referência e suporte analógico para
muitas religiões em uma de suas parábolas diz : ame ao
A
seu próximo como a ti mesmo.
Esta pequena frase de conteúdo e alcance muito
além do gramatical, pois divino, explica sem muito esforço
de interpretação que tipo de reação espiritual teremos
com nossas ações.
Se sua ação é negativa para prejudicar o seu próximo, fazer-lhe mal e cometer injustiças, a reação,
indubitavelmente, voltará contra você no mesmo valor
e conteúdo, o mesmo valendo para ações positivas.
Enfim, se temos em nós algo que Deus não interfere, o nosso livre arbítrio, não podemos esquecer
desta lei da ação e reação, e achar, equivocadamente
que toda ação no campo espiritual, não terá uma
reação na mesma altura e espécie.
Contatos: [email protected]
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
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oje, temos uma compreensão razoável sobre a mediunidade graças ao trabalho magnífico de estudo dela realizado por volta de 1850
por Alan Kardec e seu grupo de pesquisadores na França.
Ele trouxe luzes para a compreensão da mediunidade retirando dela a
aura sombria do sobrenatural, explicando-a de forma nacional e compreensiva
às pessoas possuidoras de faculdades
mediúnicas.
A partir da expansão acelerada do
espiritismo todo um estado anterior de
sofrimento começou a mudar e milhares
de pessoas antes tidas como loucas ou
possuídas pelo demônio, tratadas em
sanatórios ou recolhidas em prisões,
começaram a ser beneficiadas pelos
tratamentos de desobsseções realizados nos Centros Espíritas. E muitos dos
“antigos loucos” tornaram-se grandes
médiuns de transporte, de cura, etc.
Livros com esse novo enfoque de
um velho problema de fundo espiritual
que assombrava os paises de cultura
ocidental onde o cristianismo era a
religião oficial, nunca mais deixaram de
ser escritos e publicados trazendo cada
vez mais luzes sobre o “mundo dos espíritos”.
Pessoas curadas das obsessões convertiam-se ao espiritismo e, já tendo vivido
o drama da perturbação espiritual, até
tinham uma certa facilidade em tratar
pessoas obsediadas porque tinham a
experiência própria como exemplo.
Aos poucos os familiares encaminhavam seus entes queridos, mas perturbados para os Centros Espíritas mesmo contrariando as orientações dos seus padres, que nada podiam fazer para
curar os obsediados e só em casos de
possessão total recorriam aos seus
ritos de expulsão do demônio conhecidos como “exorcismo”.
A despeito de toda perseguição seja
da igreja, seja da policia, o espiritismo
crescia sem parar devido às necessidades espirituais das pessoas.
H
MAS VOLTEMOS
UM POUCO NO
TEMPO!
Antes do advento
do “Cristianismo” em toda a Europa existiam religiões as mais diversas,
sendo que cada uma
possuía seus rituais de
afastamento de espíritos
“do mal” e de atração de
“espíritos do bem”.
Inclusive, possuíam
nomes para ambas as
classes de espíritos e em
seus panteões havia divindades que afastavam os espíritos
malignos, o infortúnio, as doenças, as
misérias, as intrigas, etc e outras que
propiciavam a prosperidade, a saúde,
etc, cada uma com seus rituais específicos e suas oferendas magísticas desenvolvidos no decorrer dos séculos.
Com o advento e posterior crescimento do Cristianismo a maioria das antigas religiões européias foram sendo desestruturadas e perseguidas pela
nova igreja cristã, que
condenava e perseguia todos os
“cultos pagãos” sendo que
chegou um momento que a igreja
e estados eram uma coisa só e a
religião oficial criou a “Inquisição”
para prender torturar e até
matar quem ousasse reavivar
qualquer culto anterior, atribuindo suas iniciativas à ação do
diabo em suas vidas.
Milhares de pessoas foram
mortas ou torturadas, tanto as
que reavivavam os cultos pagãos para
poderem auxiliar as pessoas necessitadas quanto estas, que não tinham
a quem recorrer e os padres atribuíam
seus problemas de fundo espiritual ou
mental à falta de fé e de fervor religioso.
ISSO É HISTÓRIA E OS NOSSOS
COMENTÁRIOS BASEIAM-SE EM
LIVROS DE HISTORIA ESCRITOS
POR AUTORES INSUSPEITOS.
Então, a partir do século XVI começou a grande Expansão dos impérios
Europeus de então, com todos apoiados pelo “Clero Romano” já indissociado
das Monarquias Européias.
Começou a conquista das Américas, da África, da Oceania, da Índia,
do Oriente Médio e até de pequenos
povos do Extremo Oriente.
Na frente iam os poderes político e
militar conquistando povos e nações e
logo atrás vinham os missionários consolando, confrontando e convertendo
os derrotados, prometendo-lhes o paraíso após a morte caso adotassem a
nossa religião, juntando à conquista física à espiritual, ou seja: do corpo e da
mente!
E antigas religiões
naturais também tachadas de “pagãs” começaram a ser extintas, perdendo boa parte dos seus rituais de afastamento
dos maus espíritos e de
atração dos bons espíritos, assim como foram
extintas desde 1500 até
agora, 500 anos depois,
muitas religiões primitivas associadas às forças
da natureza erroneamente classificadas como pagãs pela Igreja Apostólica
Romana e de “culto ao demônio” pelos
protestantes, também cristãos, mas tão
vorazes e tão opressores quanto os
católicos.
Muito se perdeu em termos de conhecimento sobre o mundo espiritual e
sobre rituais de afastamento e de atração de espíritos, mas boa parte desse
conhecimento oral “foi preservada,
existindo até hoje”.
Pois bem!
Milhões incontáveis de espíritos cujas ultimas religiões eram as tais “pagãs
ou do demônio”, já vivendo no mundo
espiritual se viram privados dos ritos
religiosos que conheciam muito bem e
pouco podiam fazer pelos seus descendentes que encarnavam nas nações
“Cristianizadas” e perseguidoras do
pouco que restava das antigas religiões.
Havia (e ainda há) um mundo espiritual paralelo a esse material superpovoado e com milhões de espíritos com
vastos conhecimentos de magias religiosas que poderiam atuar caso os canais
mediúnicos e anímicos voltassem a ser
desbloqueados.
Caso houvesse um desbloqueio
desses canais esses milhões de espíritos
poderiam atuar em beneficio das pessoas afastando os “espíritos do mal” e
com eles mesmos, os “espíritos do bem”,
assentando-se ao redor dos seus afins
aqui na terra, protegendo-os e direcionando suas evoluções.
Afinal, as legiões trevosas não encontravam mais nenhuma religião mágica organizada em um vasto corpo de
sacerdotes (Chamãs, Pajés, Feiticeiros,
Babalorixás, etc) conhecedores das
suas formas de atuação e possessão
contra as suas vitimas encarnadas, seguidoras de religiões que atribuem os
problemas de fundo espiritual à “falta
de fé” ou à “ação do demônio”, uma
vez que não aceitam a ação dos espíritos do bem e não sabem como lidar e
afastar os espíritos do mal.
Esses milhões de espíritos, ancestrais dos encarnados, viviam aflitos e
clamavam a Deus uma oportunidade
para poderem atuar em beneficio das
pessoas, tal como faziam quando viviam
na terra.
- Vários cultos religiosos magísticos
começaram a surgir, não através dos
remanescentes cultos, mas sim, meios
adaptados aos novos tempos e fundados por pessoas “batizadas” na igreja
católica, porém portadores de fortes
O
e
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o
s
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o
-
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
Página -9
faculdades mediúnicas.
Muitos cultos que guardavam resquícios das antigas religiões primitivas
renasceram por toda as Américas e
outras regiões do planeta. Tudo isso,
nos últimos 200 anos.
Mas ainda havia espaço para a
criação de uma “religião espírita” muito
próxima do espiritismo, mas não muito
distante dos cultos que, aqui no Brasil
eram chamados de “cultos de nação”
porque preservaram muitos dos rituais
de suas matrizes africanas.
Devido à forte presença de elementos e ritos africanos esses cultos de
nação ficaram restritos aos seus seguidores, não se abrindo de forma acolher
grandes contingentes de seguidores.
Alguns eram quase que secretos e
seus praticantes nada revelavam sobre
eles. Os sacerdotes desses cultos de
nação conduziam seus grupos de seguidores, ensinando-os gradativamente na
“tradição oral” e muitos viviam de consultar os necessitados, recebendo em
troca pequenos favores ou pagamentos, fato esse que lhes permitia dedicarem-se integralmente às suas atividades sacras.
Era preciso algo mais.
Eis que, como o espiritismo crescia
muito e de forma organizada não só no Brasil, mas
por todo o mundo, em
1908 serviu como modelo
para a criação de uma
nova religião espírita
denominada na Umbanda.
O plano espiritual
arregimentou em “linhas
de trabalhos” milhares (ou
milhões) de espíritos que
também não encontravam
espaço dentro dos renascidos cultos de nação,
mas que também não eram aceitos nas
sessões espíritas devido à falta por
parte deles de uma formação religiosa
cristã, anterior aos seus desencarnes,
ainda que tivessem muitos a oferecer
caso fossem aceitos.
Então, com tudo organizando no
plano espiritual em 15 de novembro de
1908 aconteceu a manifestação de um
espírito que se apresentou como Caboclo das Sete Encruzilhadas, que, entre
outras coisas afirmou que
vira para fundar uma nova
religião.
E isso, através de um jovem com graves problemas
mediúnicos que fora até um
centro espírita justamente
para ser tratado, pois sua
família era católica.
Agora, se não existissem tantas pessoas com a
mediunidade de incorporação, a nova religião não
cresceria tanto quanto cresceu a Umbanda e os demais cultos de
nação englobados no Candomblé.
Portanto, a Umbanda não foi criada
por acaso e sim, obedeceu a um desígnio divino.
lá, caro amigo das coisas do espírito. Não se surpreenda com as
tolices dos outros (nem com as
suas também). Você sabe: o mundo está
cheio de gente complicada. Muitos querem desenvolver poderes psíquicos ou
dominar certas magias.
No entanto, não suportam conviver
com a responsabilidade inerente a tal
abertura. Querem os poderes, mas
sem maturidade alguma. Querem a
magia, mas, sem profundidade alguma.
Inclusive, muitos são ridículos e se pelam de medo de espíritos.
Querem levantar o véu dos mistérios, mas estão cheios de leviandade.
E não se tocam de um detalhe fundamental: quando levantam o véu, eles
vêem o Invisível, mas também ficam
visíveis para outros planos.
E, com medo de espíritos, como é
que fica essa abertura?
Como essa gente leviana quer lidar
com o Invisível, se, ao mesmo tempo,
se borra de medo do Além?...
Para entrar e sair do Invisível, de
forma segura, é necessário usar um
preservativo de luz no corpo espiritual
- ou seria mais apropriado chamar isso
de “camisinha da alma”?
Ou seja, revestir-se de luz, para
vibrar energias salutares na própria
aura. E, como a luz de cada um reflete
o seu próprio nível de consciência, fica
claro que não pode haver medo ou falta
de caráter diante do Invisível.
Pensamentos claros e firmes produzem formas mentais limpas e saudáveis. Sentimentos bons propagam vibrações salutares e dissolvem conjunções negativas.
Ou seja, as energias revelam o padrão de pensamentos e sentimentos de
cada um. Ao levantar o véu dos mistérios, também se expõe a própria consciência ao Invisível.
Portanto, é necessário firmeza nisso! E resolução correta na perspectiva
espiritual. Para segurar a onda e crescer
direito, é preciso cercar-se de luz.
Alguns conseguem isso pela ação
da prece honesta e verdadeira (feita
de coração, e não por mera repetição
ou por algum tipo de condicionamento
religioso). Outros ativam os chacras e
movimentam suas energias. E outros
mais visualizam um fogo purificador
circulando em sua aura.
Há muitas maneiras de fazer isso,
mas todas elas demandam algum tipo
de concentração e esforço para sua
realização.
O fato é esse: é preciso revestirse de luz, com caráter e consciência.
Tentar acessar o Invisível sem a
proteção da luz é incorrer em graves
perigos psíquicos. Porque poder sem
sabedoria corrompe os melhores propósitos e leva a sérios riscos e entraves espirituais.
Sem amor, o bicho pega! E, sem
discernimento, a queda é certa.
Revestido de luz, pode-se entrar
e sair com segurança do Invisível.
Porém, sem esse revestimento, e
ainda cheios de leviandade e medo,
muita gente se submete ao Invisível,
que entra e sai delas, à sua revelia.
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- Companhia do Amor –
A Turma dos Poetas em Flor.
(Recebido espiritualmente por Wagner
Borges – Curitiba, 01 de maio de 2010.)
Contatos: www.ippb.com.br
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
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ADRIANO
CAMARGO
alve sagrado irmão e irmã em Mamãe Natureza. Salve leitor amigo e
dedicado observador da natureza
em tudo. Antes de falarmos sobre as
ervas nesse mês, quero falar um pouco
sobre a natureza e como a religião se
envolve com ela.
Quando lemos nos tratados literários sobre a religião de Umbanda, invariavelmente encontramos essa afirmação, de que somos a religião da natureza. E os diversos cultos, afro descendentes afirmam também que o são. E
as fantásticas religiões que usam os elementos naturais em sua liturgia também
afirmam que são elas. Enfim, todas estão, ou qual estaria fazendo a afirmação
mais correta sobre si mesma?
Ao falar sobre a natureza, devemos
lembrar qual a natureza, certo. A Umbanda é a religião da natureza de elementos, ou seja, do uso dos elementos
naturais em sua liturgia, a Terra, a Água,
o Fogo e o Ar, como a maioria das religiões tradicionais e ditas naturais, e após
a chegada de uma teologia coerente,
forte no sentido do entendimento das
Coisas Divinas, os elementos complementares a esse sistema quádruplo já
estabelecido que formam a coroa sétupla, o Cristal, o Mineral e o Vegetal.
Assim fechando o Setenário Sagrado.
Após esse entendimento, exteriorizado de forma que nosso mental humano
possa compreendê-lo, através de nossos amados Pais e Mães Orixás portadores dos sentidos, irradiações e emanações divinas dos elementos, cada um
participando integralmente da criação,
manifestando o seu sentido unigênito e
seu elemento primordial, vemos a Umbanda como a religião da ligação do ser
humano com sua origem Elemental.
Na Umbanda nosso entendimento
acerca dos Orixás é energético, magnético, natural e elemental, mas não recorremos a lendas humanas e à humanização de seus sentidos para comprende-los de forma integral, apenas parcial
ou fatoral. Na Umbanda as linhas de
trabalho lidam cada uma, com uma ou
mais partes desse sistema arquetípico
que traz a principal natureza de suas
obras: A NATUREZA HUMANA.
Isso mesmo, além de manipular os
elementos da natureza, a Umbanda lida
com a natureza humana em todos os
sentidos, gêneros e fatores.
Não esperamos que os consulentes
venham já prontos, limpos e cheirosinhos para os trabalhos espirituais, pois
lidamos com a natureza magnética,
energética de cada um. Somos a linha
de choque com os sentidos negativos
HUMANOS.
Ao apreciar uma paisagem agradável, o homem sente-se bem. Uma floresta harmônica em seu desenho, relevo,
cores e cheiros; uma cachoeira que ao
cair de águas, reflete a luz do sol; a lua
cheia num céu infinitamente estrelado;
o pôr do sol de outono e o nascer do sol
no inverno com seus tons avermelhados.
Tudo isso, ao ser observado pela
ótica humana, remete a um sentimento
S
de paz, tranqüilidade, prazer
espiritual. Então podemos dizer
por analogia que a natureza do
homem é tudo isso: a paz a
tranqüilidade a harmonia, ou O
BEM,
retratados
nesse
fantástico livro da vida que é a
Natureza Viva de Elementos. Da
mesma forma, ao observarmos
a fome, a miséria, a morte na
guerra ou na violência urbana,
somos remetidos a um
sentimento
confuso
de
impotência, asco, nojo mesmo.
Então nos resta afirmar que
Deus, na sua infinita bondade,
coloca a natureza à nossa volta
para que nos, seres humanos
conheçamos nossa natureza mais íntima, se relacionando com aquilo que mais
nos agrada.
Eu falo isso por mim, mas poderia
estar falando por milhares de pessoas
viventes em todo o mundo. Um número
(ainda bem) pequeno de pessoas tem
um gosto diferente. Poucos sentem
prazer no mal, na violência e na guerra.
CONCLUÍMOS QUE, OU O SER
HUMANO ESTÁ NO BEM, OU
AINDA NÃO COMPREENDEU O
SENTIDO DA VIDA.
A forma da Umbanda lidar com cada
um de nós, no momento que estamos
vivenciando, é a manifestação de várias personalidades Divinas personificadas nas linhas de trabalho. A alegria e
desenvoltura dos Baianos; a austeridade dos Caboclos; a pureza e felicidade
das Crianças;, a simplicidade dos Pretos
Velhos; a firmeza dos Boiadeiros; a coragem, determinação e imposição de
força de Exu e Pomba Gira, são essas
formas na Umbanda.
Tudo muda, a tecnologia impõe um
ritmo acelerado na evolução, mas os
tipos humanos continuam os mesmos,
e a natureza humana do bem é a mesma. A Umbanda ensina como filosofia
de vida, a busca do bem comum. A
convivência pacífica, a felicidade dos
sentidos, a abundância, a alegria, enfim, precisaríamos de muitas páginas
para descrever as bênçãos que estão
dentro da filosofia umbandista.
As ervas trazem como baterias carregadas de poder realizador, energia,
verbos atuantes e fatores divinos, a
possibilidade de aliarmos a permanência
do Poder Divino em nós e em nosso meio.
O elemento mais parecido com nosso
organismo humano são as ervas, o elemento vegetal, pois nasce, cresce, se
multiplica e retorna à terra, ou a seu
elemento de origem sustentadora.
Um cristal em qualquer estado que
se encontre, ainda é um cristal. A água
pode alterar seu estado (sólido, liquido,
gasoso) e não deixa de ser água, e
assim todos os elementos exceto o vegetal. Sua estrutura orgânica se assemelha à nossa, humana, por isso, os
fatores contidos nas ervas são facilmente compreendidos pela nossa estru-
uvimos de nossos guias que devemos deixar nossos problemas
do lado de fora de nossa Casa
Espiritual, a partir do momento em que
entramos para o trabalho religioso. Muitos já ouviram isso de seus próprios
mentores ou de mentores de seus
próximos. Acho que isso é comum dentro de nosso meio Religioso.
Até porque para que um bom
trabalho seja executado, precisamos no mínimo estar com a
mente livre de problemas e
aberta para fazer a “caridade” ao próximo.
Tudo isso parece fácil e maravilhoso, até
porque estamos falando de um problema que
geralmente é do próximo, mas e quando o
problema está dentro
de você ou está residente debaixo do seu
teto? O que fazer? Os
ensinamentos passados continuam os mesmos? Eu faço isso que
venho “pregando”?
Poucas serão as
respostas sinceras “NÃO”! Muitos “SIM”
surgirão com a sombra da incerteza, e
poucos dirão a verdade. Como diz o
dito popular: “Pimenta nos olhos dos
outros é refresco”. Pois bem!
Sempre esquecemos que estamos
lidando com pessoas, e é fácil apontar,
julgar, tirar conclusões, achar sempre
que estamos com a razão e os outros
estão errados, mas quantos de nós
nos colocamos realmente na mesma
situação em que a pessoa encontrase? Ou pelo menos tentamos entender
o que está acontecendo? Acho que
poucos têm esta atitude, é muito mais
fácil julgar se achando o conhecedor
da verdade, claro o meu Umbigo é o
mais importante. Só que somos seres
humanos e esquecemos que também
“já pisamos na bola”, e não apenas uma
vez, mas várias e se serve de consolo
para todos, continuaremos pisando,
porque somos os humanos pensantes
e errantes.
Já que estamos “pisando na bola”,
então vamos pisar um pouco mais, será
que o motivo pela qual você está
acusando o próximo, você também já
fez com alguém antes? Mas agora pode
ser que esteja tomando, então deva
doer mais, porque antes você praticou
e hoje você é alvo? Mas e aquela pessoa que um dia recebeu a “bordoada”
O
tura energo-magnética.
Associar ervas aos sentimentos positivos, assim assimilando-os e comparando-os aos Orixás, é a forma mais
correta de encontrarmos o “Orixá da
Erva” ou a Erva do Orixá.
Não apenas o formato da folha, seu
perfume mais ou manos doce, ou a cor
da erva são os pontos determinantes
para essa associação.
Use a cabeça, discuta, quebre os
padrões, experimente banhos e defumações diferentes do padrão, sempre
seguindo as regras de amor e bom
senso.
Muitos não entendem isso, mas
evoluir é estudar e aprender sobre o
ambiente e a natureza em que estamos
vivendo e aplicar o que aprendemos
imediatamente.
Seja seu próprio guru, mestre de si
mesmo, encontrando a divindade em
si, na sua natureza do bem. As religiões
são ferramentas, e seus religiosos também estão evoluindo.
Através do conhecimento teremos
cada vez mais uma Umbanda forte, coesa e pronta para crescer. Sempre teremos críticos e pessoas que verão a religião como fonte de renda e status, mas
isso faz parte do crescimento.
Queira uma religião que lhe bata,
torça o pescoço, coloque no eixo, aperte seu calo, mas que lhe dê também conforto, respeito e dedicação e que respeite quem demonstre conhecimento,
assertividade, vontade de aprender e
ensinar. Queira orientação, direção e
competência. Mas participe de tudo isso!
Nada menos interessa! Nós acreditamos no ser humano, mesmo quando
cai no orgulho e na vaidade acreditando
ser ele o único bem divino.
EU VIM PARA APRENDER
E ENSINAR, E VOCÊ?
A natureza é, verdadeiramente o
único livro escrito por Deus. Nas páginas de sua criação, os elementos naturais convergem à natureza humana de
forma graciosa, simples e sutil.
Aquele que compreender isso, certamente terá lido o livro da vida.
Contatos: www.erveiro.blogspot.com
www.ventosdearuanda.com.br
[email protected]
de você, seja ela qual for, como será
que esta pessoa se sente, com certeza
quem bateu esqueceu, mas quem
apanhou não.
Isso é muito visível quando falamos
de trair confiança, o que vem há ser
uma traição de confiança? Seria em
resumo a ação baseada em fofocas,
mentiras ou omissões de fatos. Seria
não acreditar mais no “caráter” do
próximo? Ah, tá! Vamos à hipocrisia, sempre fomos
Santos e nunca traímos ninguém?
Nunca traímos a confiança
de nossos Pais, de
nossos irmãos de
sangue, de nossos
amigos, de nossos parentes, de nós mesmos,
nossa vida é repleta de verdades? Sempre dissemos a
verdade? Sempre fomos puros
e cristalinos?
Me poupe, então eu “vou
acreditar pra não perder a amizade”.
E quem perdoou a traição? Ai que medo
das respostas, “eu não perdôo de jeito
nenhum, porque eu tenho vergonha na
cara!”. Legal, bacana da sua parte, só
que você já praticou tudo isso acima e
mesmo assim foi perdoado(a) um dia por
aquele que foi o seu alvo. Só que agora,
como você está com o sentimento ferido,
não tem a capacidade de olhar pra tudo
que fez no passado, e lembrar que um
dia teve este perdão, e hoje não é
capaz de fazer o mesmo pelo próximo.
É preciso aprender a PERDOAR,
até porque não temos o poder do julgamento, não temos a capacidade deste entendimento, então porque não
podemos perdoá-lo? Se você que está
julgando é tão traidor ou até pior quanto aquele que acusa. Muitos dirão: não
tenho o poder do Perdão, ou então
não me considero evoluído o suficiente
para saber perdoar, bacana, mas é
evoluído o suficiente pra julgar, que contraditório não acha?
Não aponte, pois será apontado,
não crucifique, pois será crucificado,
não ataque, pois será atacado, não
ache que a sua existência é melhor que
a existência do próximo, porque todos
nós diante do criador somos irmãos e
sendo assim somos todos iguais.
Agora abra teus olhos à luz, perdoe
e abrace aquele que estas julgando
hoje, pois amanhã você poderá ser
julgado e sentirá na pele os dedos que
lhe estão sendo apontados.
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
ai Xangô traz a Qualidade da Justiça Divina, que dá equilíbrio e harmonia a tudo e a todos. É o Orixá
do equilíbrio, da razão e do Juízo Divino
(=Justiça Divina).
Ele atua sobre nós para manter o
equilíbrio da Criação, purificando os
nossos sentimentos com a sua Irradiação incandescente, abrasadora e
consumidora dos excessos emocionais.
Ao absorverem essas Irradiações,
os seres se tornam racionais, ajuizados
e ótimos equilibradores do meio em que
vivem e dos seres à sua volta.
Essas Irradiações equilibradoras do
Pai Xangô dão estabilidade à Criação.
Só devemos invocar Pai Xangô para
devolver o equilíbrio e a razão aos seres
e aos procedimentos desequilibrados e
emocionados, ou para clamar pela Justiça Divina, que atuará em nossa vida
anulando demandas cármicas, magias
negras, etc., devolvendo-nos a paz, a
harmonia e o equilíbrio mental, emocional, racional e até a nossa saúde,
pois precisamos estar em equilíbrio vibratório também no nosso corpo físico.
Xangô é associado ao fogo universal
que traz o equilíbrio e a justiça, bem
como ao número 3, ao Sol e ao planeta
Júpiter. Seu primeiro elemento de atuação é o fogo e o seu segundo elemento
é o ar.
P
XANGÔ é o Orixá da Justiça e seu
campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de
equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais
valores da vida a evolução se processa
num fluir contínuo.
Temos, na Umbanda, os: Xangôs da
Pedra Branca, Xangôs da Pedra Preta,
Xangôs das Sete Pedreiras, Xangô das
Sete Montanhas, etc.
Que são, todos eles, Orixás Intermediadores e regentes de subníveis vibratórios ou regentes de pólos energomagnéticos cruzados por muitas correntes eletromagnéticas, onde atuam como
aplicadores dos mistérios maiores, mas
já em pólos localizados em subníveis
vibratórios.
E todos estes Xangôs intermediadores são regentes de imensas linhas
de trabalho, ação e reação. Na Umbanda, vemos manifestações dessa Qualidade Divina através da atuação dos
Caboclos de Xangô, que têm procedimentos justos, retos e equilibrados.
Alguns CABOCLOS DE XANGÔ:
Caboclo 7 Montanhas (Oxalá/
Xangô), Caboclo 7 Pedreiras (Oxalá/
Xangô), Caboclo da Pedra Preta (Xangô/
Omulu), Caboclo da Pedra Branca
(Oxalá/Xangô), Caboclo do Fogo,
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Caboclo Sumaré, Caboclo Rompe Montanha (Ogum/Xangô), Caboclo Rompe
Serra (Ogum/Xangô), Caboclo Guaracy,
Caboclo Pedra Vermelha (Oxalá/Xangô),
Caboclo Araúna, Caboclo do Sol, Caboclo Cajá, Caboclo Caramuru, Caboclo
Cobra Coral, Caboclo Goitacaz, Caboclo
Guará, Caboclo Jaguar, Caboclo Juparã,
Caboclo Mirim, Caboclo Janguar, Cabocla Jussara.
ALGUNS EXUS DE XANGÔ:
Exu Labareda, Exu Pedra Negra,
Exu da Pedra Preta, Exu 7 Montanhas,
Exu das Pedreiras, Exu do Fogo, Exu
Pinga Fogo, Exu Brasa, Exu 7 Fagulhas,
Exu Pedra do Fogo, Exu Corta-Fogo,
Exu Pimenta, Exu 7 Pedreiras.
ELEMENTO: fogo.
FATORES: graduador (fator puro)
e equilibrador (fator misto).
ESSÊNCIA: ígnea.
SENTIDO: justiça (graduador).
CORES: marrom-claro,
dourado, vermelho.
AMACI: água de cachoeira com hortelã macerada e curtida por 3 dias.
OFERENDA: velas brancas, vermelhas e marrons; cerveja escura, vinho
tinto doce e licor de ambrosia; flores
diversas (cravos vermelhos, flores do
campo marrons
ou vermelhas,
palmas vermelhas, rosas vermelhas, etc.) tudo depositado
numa cachoeira,
montanha ou pedreira.
Também é costume incluir-se numa
oferenda para Xangô o
dendê, pimentas dedo de moça e cumbucas com álcool- tudo simbolizando o
elemento fogo.
ERVAS DE XANGÔ: levante, alfavaca roxa, angelicó (mil homens), aperta-ruão, azedinha (trevo azedo, ou três
corações), caferana, alumã, cavalinha
(ou milho de cobra), eritina (ou mulungu), erva das lavadeiras (ou melão de
São Caetano), erva de São João, erva
grossa (ou fumo bravo), mimo de Vênus
(ou amor agarradinho), morangueiro,
musgo de pedreira, nega-mina, noz
moscada, panacéia, azougue de pobre,
pau de colher (ou leiteira), pau-pereira,
pessegueiro, pixirica (ou tapixirica),
romã, sensitiva (ou dormideira), taioba,
taquaruçu (ou bambu amarelo ou
bambu dourado), tiririca, umbaúba,
urucu.
Bebidas: cerveja preta, vinho tinto
doce, vinho tinto seco, licor de ambrosia, água mineral
Algumas frutas de Xangô: goiaba vermelha, marmelo, manga rosa,
abio, abricó, caqui, cajá-manga, jambo,
jerimum
PONTO
Xangô é Pai, É Orixá
Rei da justiça
Equilibre esse congá BIS
Rei das pedreiras
Senhor do trovão
Pai Xangô vem na Umbanda
Com seu machado na mão BIS
Que Pai Xangô, abençoe, ilumine e
equilibre vocês!!!
contatos: [email protected]
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
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Linha do Oriente é uma parte da
grande herança da Umbanda
brasileira. Ela é composta por
inúmeras entidades, classificadas em sete falanges, com maioria de origem asiática. Contudo, muitos espíritos desta Linha podem apresentar-se como caboclos
ou pretos velhos. O Caboclo Timbirí
(caboclo japonês) e Pai Jacó (Jacob do
Oriente, um preto velho bastante versado
na Cabala Hebraica), são os casos mais
conhecidos. Hoje em dia ganha força o
culto do Caboclo Pena de Pavão, entidade
que trabalha com as forças espirituais
divinas de origem indiana.
Mas nem todos os espíritos são
orientais no sentido comum da palavra.
Esta Linha procurou abrigar as mais
diversas entidades, que a princípio não
se encaixavam na matriz formadora do
brasileiro (índio, português e africano).
A Linha do Oriente foi muito popular
de 1950 a 1960, quando as tradições
budistas e hindus se firmaram entre o
povo brasileiro. Os imigrantes chineses
e japoneses, sobretudo, passaram a
frequentar a Umbanda e trouxeram
seus ancestrais e costumes mágicos.
Antes destas datas, também era
comum nesta Linha a presença dos queridos espíritos ciganos, que possuem
também origem oriental. Mas tamanha
foi a simpatia do povo umbandista por
estas entidades, que os espíritos
criaram uma “Linha” independente de
trabalho, com sua própria hierarquia,
magia e ensinamentos. Hoje a influência do Povo Cigano cresce cada vez mais
dentro da Umbanda.
Existem muitas maneiras de classificar esta Linha e este pequeno artigo,
não pretende colocar uma ordem na maneira dos umbandistas estudarem esta
vertente de trabalho espiritual. Deixo
a palavra final para os mais velhos e
sábios, desta belíssima e diversificada
religião.
A
Coloco aqui algumas instruções que
colhi com adeptos e médiuns afinados
com a Linha do Oriente. Recomendo o
interessante livro “A Linha do Oriente
na Umbanda” de Mãe Lurdes de Campos
Vieira e Alberto Marsicano, pela Editora
Madras.
Namaste e Salve o Oriente!
CARACTERÍSTICAS DA
LINHA DO ORIENTE:
Lugares preferidos para oferendas:
As entidades gostam de colinas descampadas, praias desertas, jardins reservados (mas também recebem oferendas
nas matas e santuários ou altares domésticos).
Cores das velas: Rosa, amarela,
azul clara, alaranjada ou branca.
Bebidas: Suco de morango, suco de
abacaxi, água com mel, cerveja e vinho
doce branco ou tinto.
Tabaco: Fumo para cachimbo ou
charuto. Também utilizam cigarro de
cravo.
Ervas e flores: Alfazema, todas as
flores brancas, palmas amarelas, monsenhor branco, monsenhor amarelo.
Essências: Alfazema, olíbano, benjoim, mirra, sândalo e tâmara.
Pedras: Citrino, quartzo rutilado, topázio imperial (citrino tornado amarelo
por aquecimento) e topázio.
Dia da semana recomendado
para o culto e oferendas semanais: Quinta-feira e domingo.
Lua recomendada (para oferenda mensal): Segundo dia do quarto
minguante ou primeiro dia da Lua
Cheia.
Guias ou colares: Colar com cento
e oito contas (108), sendo 54 brancas
e 54 amarelas. Enfiar sequencialmente
uma branca e uma amarela. Fechar
com firma branca. As entidades
indianas também utilizam o rosário de
sândalo ou tulasi de 108 contas (japa
mala). Algumas criam suas próprias
guias, segundo o mistério que trabalham.
CLASSIFICAÇÃO DA
LINHA DO ORIENTE
Suas Falanges, Espíritos e Chefes:
01. Falange dos Indianos:
Espíritos de antigos sacerdotes,
mestres, yogues e etc... Um de seus
mais conhecidos integrantes é Ramatis.
Está sob a chefia de Pai Zartu, o Indiano.
02. Falange dos Árabes e Turcos:
Espíritos de mouros, guerreiros nômades do deserto (tuaregues), sábios
marroquinos, etc... A maioria foi muçulmana. Uma Legião está composta de
rabinos, cabalistas e mestres judeus
que ensinam dentro da Umbanda a
misteriosa Cabala. Está sob a chefia
de Pai Jimbaruê.
03. Falange dos Chineses, Mongóis e outros Povos do Oriente:
Espíritos de chineses, tibetanos,
japoneses, mongóis, etc... Curiosamente, uma Legião está integrada por
espíritos de origem esquimó,
que trabalham muito bem no
desmanche de demandas e
feitiços de magia negra, sob a
chefia de Pai Ory do Oriente.
04. Falange dos Egípcios:
Espíritos de antigos sacerdotes,
sacerdotisas e magos de origem egípcia
antiga. Sob a chefia de Pai Inhoaraí
(alguns estudiosos dizem que a chefia
é de Pai Sesóstris, o Faraó).
O5. Falange dos Maias,
Toltecas, Astecas e Incas:
Espíritos de xamãs, chefes e
guerreiros destes povos. Sob
a chefia de Pai Itaraiací.
06. Falange dos Europeus:
Não são propriamente do Oriente,
mas integram esta Linha que é bastante
sincrética. Espíritos de sábios, magos,
mestres e velhos guerreiros de origem
européia: romanos, gauleses, ingleses,
escandinavos, etc... Sob a chefia do
Imperador Marcus I.
Hoje nesta Falange se destaca a
Legião dos Vikings, muito trabalhadora
e guerreira. Nela, as entidades dividemse em três grandes grupos, chamados
de Barbas. Existem os barbas amarelas,
vermelhas e negras.
Os mais importantes são os barbas
amarelas, chefiados por Pai Bárbaro e
Pai Kango, seguidos de Pai Peter (filho
de Pai Bárbaro), Pai William (filho adotivo de Pai Bárbaro, que desde menino
perdeu um olho e uma perna em batalha), Pai Robinson, Pai Viking, Pai Michael e Pai Jean Carlos (integrado na família
por seus feitos marciais). Também encontramos mulheres, como Mãe Érica e
Mãe Joana Viking.
Estes espíritos falam (ou misturam
com a nossa língua) uma espécie de
dialeto mágico chamado Vinlabo. Quando em trabalho nos terreiros os vikings
são aguerridos, firmes, irônicos, sinceros e destemidos. Seus Pontos Riscados
possuem espadas, serpentes, raios,
animais marinhos e Runas! Seus Pontos
Cantados falam do mar, guerras, feras,
ventos e tempestades. São entidades
invocadas, sobretudo, para destruir
demandas, dar proteção, curar e
aconselhar. Seu transe é muito intenso
e profundo, exigindo do médium muita
concentração e afinidade. Não aceitam
mentiras e futilidades, por isso, buscam
afilhados com alma guerreira e heróica.
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Os espíritos desta Falange são especializados na arte da cura, que é integrada por médicos e terapeutas de diversas origens. Sob a chefia de Pai
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JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/2010
le fez de tudo na vida. Foi ateu, marxista,
mercenário da Legião Estrangeira. Nas
guerras matou muita gente. De repente se
converteu. Fez-se monge sem sair do mundo.
Foi trabalhar como estivador. Mas todo o tempo
livre dedicava-o à oração e à meditação.
Durante o dia recitava mantras.
Estranhamente tinha um jeito próprio
de rezar. Pensava: se Deus se fez gente
em Jesus, então foi como nós: fez xixi,
choramingava pedindo peito, fazia
biquinho com as coisas que o
incomodavam como a fralda molhada.
No começo Jesus teria gostado mais
de Maria, depois mais de José, coisas
que Freud explica. E foi crescendo
como nossas crianças, brincando com
formigas, correndo atrás dos cachorrinhos e, maroto, levantando os vestidinhos
das meninas para vê-las furiosas como imaginou Fernando Pessoa.
Página -15
E
E então rezava a Nossa Senhora
imaginando como ela ninava Jesus, como
lavava no tanque as fraldinhas e como
cozinhava o mingau para o Menino as
comidas fortes para o bom José. E se
alegrava interiormente com tais matutações porque as sentia e vivia na forma
de comoção do coração. E chorava com
frequência de alegria espiritual.
Depois decidiu fazer-se religioso, da
ordem dos Irmãozinhos de Foucault,
desses que vivem pobres no meio dos
mais pobres. Continuou no mundo. Apenas encontrava de tempos em tempos
a fraternidade. Criou uma pequena comunidade na pior favela da cidade.
Tinha poucos discípulos. Apenas três
que acabaram indo todos embora.
Só, agregou-se então a uma paróquia que fazia trabalho popular. Trabalhava com os sem-terra e com os semteto. Corajoso, organizava manifestações públicas em frente à Prefeitura e
puxava ocupações de terrenos baldios. E quando os sem-terra e semteto conseguiam se estabelecer, fazia
belas celebrações ecumênicas com muitos símbolos.
Mas todos os dias, por volta das 10
da noite, se enfurnava na igreja escura.
Apenas a lamparina lançava lampejos
titubeantes de luz, transformando as
estátuas mortas em fantasmas vivos e
as colunas eretas, em estranhas bruxas. E lá se quedava até as 11 horas.
Todas as noites. Impassível, olhos fixos
no tabernáculo.
Um dia fui procurá-lo na igreja. Perguntei-lhe de chofre: “Meu irmão (não
vou revelar o nome para não ser identificado), você sente Deus, quando depois dos trabalhos, se mete a escutá-lo
na igreja? Ele te diz alguma coisa”?
Com toda a tranquilidade, como
quem acorda de um sono profundo,
apenas disse: “Eu não sinto nada. Há
muito tempo que não escuto sua voz.
Já senti um dia. Era fascinante. Enchia
meus dias de música. Hoje não escuto
mais nada. Talvez Deus não me falará
nunca mais”.
“E então”, retruquei eu, “por que
continua, todas as noites, aí na escuridão sagrada da igreja”?
“Eu continuo”, respondeu, “porque
quero estar disponível. Se Ele quiser se
manifestar, sair de Seu silêncio e falar,
eu estou aqui para escutar. E se Ele
quiser falar e eu não estiver aqui? Pois,
cada vez, Ele vem somente uma única
vez. Como outrora”.
Deixei-o em sua plena disponibilidade. Sai maravilhado e meditativo. É
por causa desses que o mundo não é
destruído e Deus continua a manter
sua misericórdia sobre a humana
perversidade: porque eles vigiam e
esperam, contra toda a esperança, o
advento de Deus que talvez nunca
acontecerá.
TOLERANTE???
D
izer que alguém é tolerante em face de outras religiões
ou filosofias, não é louvor, é censura.
O HOMEM PODE SER TOLERANTE:
1) ou por ser de absoluta indiferença em face do
mundo superior, como qualquer animal ou pedra;
2) ou por desdenhar sobranceiramente
as idéias dos outros.
por HUBERTO ROHDEN
os meus companheiros rumo ao Infinito, eu os compreende
e aprovo; sei que estão comigo na mesma direção. Mesmo
que alguns deles estejam ziguezagueando, incertos, para a
direita e para a esquerda, que importa? O erro também é
aliado da verdade: um dia, também eles entrarão na linha
reta e iniciarão a sua ascensão. O que eu posso fazer por
eles é prosseguir em linha reta e ser tão bom e feliz que
também eles tenham o desejo de seguir o mesmo caminho.
Mas, quando o homem compreende a Verdade universal,
deixa ele de ser simplesmente tolerante; sabe que a verdade é uma só, mas que muitos são os caminhos que conduzem a essa meta final – assim como muitos são os afluentes,
de águas límpidas ou turvas, que lançam à magna torrente
do Amazonas, a qual se afunda na imensidade do oceano;
compreende que cada homem tem de seguir o caminho
adaptado a seu gênio peculiar. Sabe que alguns dos seus
companheiros de jornada estão no marco 10, outros no 20,
outros no 50 da estrada – mas que importa?
E eu mesmo, em que ponto estou? No marco
20, 70, 90? Esteja onde estiver, o certo é que
há muitos viajores abaixo e muitos acima
de mim. Por isto, eu não apenas “tolero”
“IDE! EIS QUE VOS MANDO COMO CORDEIROS
AO MEIO DE LOBOS.” - JESUS. (LUCAS, 10:3.)
Naturalmente Jesus, em pronunciando semelhante
recomendação, reportava-se a cordeiros fortes que
conseguissem respirar em plano superior aos lobos
vorazes. Seria razoável enviar ovelhas frágeis a bestas
violentas? Seria o mesmo que ajudar a carnificina.
O Mestre, indubitavelmente, desejava as qualidades de ternura e magnanimidade dos continuadores,
mas não lhes endossaria as vacilações e fraquezas.
Aliás, para serviço de tal envergadura, desdobrado
em verdadeiras batalhas espirituais, ele necessitava de
cooperadores fiéis, bondosos, prudentes, mas valorosos. Enviava os discípulos ao centro de conflito áspero,
não no gesto de quem remete carneiros ao matadouro,
e sim à gleba de serviço, onde pudessem semear novos
e sublimados dons espirituais, entre os lobos famintos,
através da exemplificação no bem incessante.
Entretanto, há companheiros, ainda hoje, que se
acreditam colaboradores do Cristo apenas porque levantam
aos céus as mãos-postas, em atitude suplicante.
Esquecem-se de que Jesus afirmou, peremptório: “Ide!
eis que vos mando!...
“ Em tal determinação, vemos claramente que existem
trabalhos a efetuar, ações beneméritas a instituir.
O mundo é o campo, onde o trabalhador encontrará a
sua cota de colaboração.
É preciso realmente ir aos lobos.
Seria perigoso esperá-los.
Muitos lidadores, porém, reclamam contra a cruz e o
martírio, olvidando que o Senhor e seus corajosos sucessores
neles encontraram a ressurreição e a eternidade através da
resistência construtiva contra o mal.
Se os madeiros e leões retornassem, deveriam encontrar
o trabalhador no esforço que lhe compete e nunca em atitude
de inércia, a distância do ministério que lhe foi confiado.
O apelo do Cristo ressoa, ainda agora...
É imprescindível caminhar na direção dos lobos, não na
condição de fera contra fera, mas na posição de cordeirosembaixadores; não por emissários da morte, mas por doadores
da vida eterna.
Texto extraído do livro Vinha de Luz - Emmanuel Psicografia de Chico Xavier
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