Estudo de caso de evento extremo de chuva no
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Estudo de caso de evento extremo de chuva no
Estudo de caso de evento extremo de chuva no Paraná e em Santa Catarina entre os dias 06 e 08/06/2014 Grande parte da Região Sul do Brasil foi atingida por chuvas extremas entre os dias 06 e 08 de junho de 2014, principalmente os Estados do Paraná e de Santa Catarina, as quais trouxeram forte impacto à população e a agricultura da região. A chuva foi contínua em muitos municípios durante esse período e houve também abundantes descargas elétricas e rajadas de vento forte de forma isolada. As consequências dessa abundante chuva foram 11 mortes e três desaparecidos, muitos deslizamentos de encostas, alagamentos, enchentes, enxurradas e inundações e muitas pessoas desabrigadas e desalojadas. O acumulado de chuva em várias cidades ultrapassou a 150 mm e chegou a mais de 300 mm em alguns municípios desses Estados. Por ser considerado um evento extremo é analisado cartas meteorológicas de modelos de previsão de tempo com a finalidade de identificar o padrão atmosférico responsável por causar esse forte impacto nesses Estados e com isso ter uma referência para identificar futuros padrões. Para analisar o padrão atmosférico são utilizadas as cartas de tempo nos horários e as cartas sinóticas padrão entre os dias 06 e 08/06, imagens de satélite e de radar, além dos dados registrados em estações meteorológicas automáticas e convencionais e dados de descargas elétricas. 1 – Análise das cartas de superfície A Figura 1 mostra o padrão atmosférico em superfície para uma área compreendida do oceano Pacífico ao oceano Atlântico, onde há os principais sistemas meteorológicos atuantes e os dados synop plotados em várias cidades do continente sulamericano. Também está incluso o campo de altura geopotencial em 500 hPa. Na Figura 1a nota-se que no início do período em estudo dia 06/06 à 00 UTC havia uma frente fria na fronteira do RS com o Uruguai e no decorrer dos horários seguintes avançou lentamente pelo RS e terminando o dia como estacionária entre o norte e o litoral norte do RS. Entretanto, no final desse dia e começo do dia 07 (Figura 1d), essa frente estacionária se acoplou há um cavado invertido dominante no oeste da Região Sul e nesse mesmo horário uma alta pressão migratória de 1012 hPa atuava no litoral sul do RS, no leste do Uruguai e leste da Província de Buenos Aires na Argentina. O interessante é que durante o dia 07/06 esses sistemas continuaram a influenciar o tempo no Sul do Brasil e no Paraguai, ou seja, o domínio do padrão influencia a convergência de umidade para essa grande área, além disso, na noite do dia 07 (correspondente a carta da Figura 1h) o escoamento teve o reforço da formação de uma onda frontal no RS. Essa onda frontal deslocou a frente fria entre do norte do RS e ao Paraguai, oeste e sul do PR e nordeste de SC no final do dia 08 (Figura 1l), ao mesmo tempo houve a entrada de uma alta pressão continental que estava no centro da Argentina para o RS, norte do Uruguai e nordeste da Argentina com valor de 1016 hPa. Esse sistema contribuiu para estabilizar a baixa troposfera. a b c d e f g Figura 1 –Cartas sinóticas de superfície elaborada pelo Grupo de Previsão de Tempo do CPTEC/INPE dos dias 06 a 09/06/2014 a cada 12 UTC, contendo representação gráfica de frentes frias, quentes, estacionárias e oclusas, isóbaras em linhas amarelas contínuas e médias, altura geopotencial em 500 hPa em linhas vermelhas finas e plotagem de mensagem synop. 2 – Análise das cartas do nível de 850 hPa A Figura 2 mostra o padrão do escoamento atmosférico em 850 hPa para uma área compreendida do oceano Pacífico ao oceano Atlântico, onde há os principais sistemas meteorológicos atuantes como os ventos de noroeste identificados na carta pelas barbelas entre a Bolívia e o Sul do Brasil. Esses ventos são favoráveis a advecção de ar quente de latitudes baixas para áreas de SC e do PR – caracterizando o Jato de Baixos Níveis (JBN), principalmente, além de estarem na vanguarda de um cavado, o qual atua entre o sul do Paraguai e o RS nos dias 06 e 07, e no dia 08 também reforçado pela formação de uma onda frontal no RS. O resultado foi de forte convergência de massa para esta área durante esse período, uma vez que, a circulação do anticiclone do Atlântico Sul atuou com intensidade suficiente para impedir o deslocamento de sistemas transiente para o Sudeste do Brasil. a b c d e f g Figura 2 - Cartas sinóticas do nível de 850 hPa elaborada pelo Grupo de Previsão de Tempo do CPTEC/INPE dos dias 06 a 09/06/2014 a cada 12 UTC, contendo altura geopotencial em linhas contínuas médias, isotermas em linhas contínuas e tracejadas em preto, barbela de ventos e linhas de corrente contínuas e finas. 3 – Análise das cartas do nível de 500 hPa Na análise das cartas de altura geopotencial em 500 hPa nota-se uma atmosfera altamente baroclínica em latitudes médias e altas, devido ao forte gradiente de altura geopotencial, passagem de cavado de onda curta entre o norte da Argentina e o Sul do Brasil, a presença de um Vórtice Ciclônico (VC) no Atlântico Sudoeste, evidenciando uma atmosfera com o padrão de bloqueio, pois há uma ampla crista embebida no escoamento e atuando no Atlântico e à leste desse VC. Ao mesmo tempo esse VC fica retido nas proximidades das Ilhas Malvinas o escoamento no Pacífico emite ondas, que chegam no Chile e depois cruzam o continente em latitudes de 25°S e 35°S, reforçando a instabilidade entre o Paraguai e o Sul do Brasil do dia 06 ao dia 08/06, principalmente. Os ventos fortes de oeste evidenciam o aprofundamento dos ventos de altitude (Figura 4) referenciados pelos Jatos. Também nota-se que na região central do Brasil atua um forte anticiclone, que inibe o deslocamento de sistemas transientes para latitudes mais baixas no Brasil. a c b d e f g Figura 3 – Cartas sinóticas do nível de 500 hPa elaborada pelo Grupo de Previsão de Tempo do CPTEC/INPE dos dias 06 a 09/06/2014 a cada 12 UTC, contendo altura do geopotencial em linhas contínuas médias, vento forte em área sombreada e linhas de corrente em linhas contínuas finas. 4 – Análise das cartas do nível de 250 hPa Nas cartas do nível de 250 hPa pode-se notar a presença de uma atmosfera fortemente baroclínica com a presença dos Jatos Subtropical e Polar (áreas sombreadas na Figura 4). Isto evidencia a presença de massas de ar com densidades diferentes: uma com ar frio e seco a sul de SC e outra mais quente e seco a norte do PR. Neste escoamento aparecem cavados de onda curta atuando em latitudes continentais entre a Bolívia e o centro da Argentina e o Sul do Brasil e um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) o Atlântico sudoeste. No dia 06 (Figs. 4 a, b e c) a difluência do escoamento em altitude foi determinante para as tempestades no PR, pois contribui para a convergência em baixos níveis e com isso ao movimento ascendente do ar. No dia 07 persistiu esse mesmo tipo de escoamento influenciando o tempo entre o Paraguai, PR e SC, também é evidenciado no Atlântico uma crista que forma um padrão típico de bloqueio atmosférico. Já no domingo (08), como a crista domina o escoamento no Atlântico, o cavado começa a de amplificar pelo oeste do continente e ao mesmo tempo aumentar a divergência em altos níveis entre o PR e SC. a b c d e f g Figura 4 - Cartas sinóticas do nível de 250 hPa elaborada pelo Grupo de Previsão de Tempo do CPTEC/INPE dos dias 06 a 09/06/2014 a cada 12 UTC, contendo altura geopotencial em linhas brancas contínuas médias, ventos fortes e acima de 20 m/s em área sombreada e linhas de corrente em linhas contínuas finas. 4 – Imagens de satélite – GOES 13 Analisando as imagens de satélite dos dias 06 a 08/06 das Figuras 5 a 7, pode-se notar que o Estado do Paraná teve bastante nebulosidade do tipo convectiva nesse período, onde é referenciado pelos tons do azul escuro ao rosa, sendo que atingiram valor de -80°C no topo, nesse caso a cor branca. Figura 5 – Imagem realçada do dia 06/06/2014 nos horários: 04 UTC –esquerda-; 18 UTC – central-; 21 UTC –direita-. Figura 6 – Imagem realçada do dia 07/06/2014 nos horários: 06 UTC –esquerda-; 15 UTC – central-; 21 UTC –direita-. Figura 7 – Imagem realçada do dia 08/06/2014 nos horários: 04 UTC –esquerda-; 15 UTC – central-; 21 UTC –direita-. Um exemplo do registro da intensidade da chuva é mostrado na Figura 8, onde pode-se observar na imagem do radar da REDEMET localizado no Morro da Igreja-SC, que a região nordeste de SC teve forte reflectividade no horário das 20:45 UTC, onde a intensidade da chuva atinge picos de forte em alguns municípios, região que teve mais de 462 mm de chuva no município de Corupá-SC entre os dias 05 e 09/06. Figura 8 – Imagens do radar da REDEMET do dia 07/06/2014 às 20:45 UTC. 5 – Descargas elétricas Na Figura 9 pode-se observar a abundância de descargas elétricas em SC, no PR, sul e oeste de MS e no leste do Paraguai, as quais representam os dias: 06 (Figura da esquerda), 07 (Figura central) e 08 (Figura da direita). As cores se referem ao período do dia, onde as cores em azul são das primeiras horas e a vermelha das últimas horas. A presença dessas descargas elétricas estão associadas a forte atividade convectiva gerada pela elevada instabilidade baroclínica em 500 hPa. Figura 9 - Descargas elétricas acumuladas nos dias 06, 07 e 08/06/2014. Fonte: Elat/INPE Na tabela 1 estão as várias cidades de Santa Catarina e do Paraná que tiveram os maiores acumulados de chuva em 96h, do dia 06 ao dia 09/06. Estado Santa Catarina Município Corupá Schroeder Rio Negrinho Mafra Joinville Rio do Campo Luiz Alves Pomerode Barra Velha Benedito Novo Blumenau José Boiteux Timbó Rodeio Witmarsum Gaspar Itajaí Precipitação acumulada em 96h (06 a 09/06/2104) 341 337 303 302 263 259 257 247 245 244 242 238 232 220 209 189 180 Paraná Campo Mourão General Carneiro Ivaí 235 223 194 Curitiba Castro Almirante Tamandaré Antonina 169 153 134 94 Tabela 1 – Dados de precipitação acumulada em 96 h – do dia 06 ao dia 09/06- de estações meteorológicas automáticas e convencionais para os Estados do Paraná e de Santa Catarina. Fontes: INMET e CEMADEN Na Figura 10 pode-se verificar que a região central do PR teve os maiores acumulados de chuva no período de 06 a 08/06, atingindo valor de quase 376 mm. Figura 10 – Mapa com destaque para o Estado do Paraná com a precipitação acumulada entre os dias 06 e 08/06/2014. Fonte: sítio do Simepar do dia 08/06. 6 – Avaliação de modelos Uma análise da destreza dos modelos de previsão numérica de tempo do CPTEC/INPE é realizada tomando-se como exemplo as Figuras de 11 a 25, as quais mostram o campo de precipitação acumulada em 24 UTC dos dias 06 a 09/06/2014 com os modelos BRAMS5 (até 72 horas), ETA15km, G3DVAR, T299 e o modelo GFS. A seguir é mostrado os dados observados de chuva através do satélite da NASA TRMM (Tropical Rainfall Measuring Mission) e comparado com a previsão dos modelos BRAMS5, ETA15, G3DVAR, GLOBAL T299 e GFS. Os valores acumulados de chuva nas Figuras abaixo referem-se ao período de 24 h compreendido para o horário de 12 UTC para os dias 06, 07, 08 e 09/06/2014. As áreas sombreadas e coloridas estão relacionadas à chuva e o tom de cor verde escuro é de acumulado de chuva de 120 mm ou mais em 24 horas e em vermelho a partir de 1 mm. Na rodada do dia 07 o modelo BRAMS5 apresentou uma previsão com boa acurácia do acumulado de chuva para o Estado do Paraná e para o norte do Estado de Santa Catarina nesse dia (Figuras 11 a 14) , inclusive com a presença de maiores acumulados de chuva no sul e sudoeste e parte do centro do PR e norte/nordeste de SC. Também em 72h antes, rodada do dia 06/06/2014, teve um boa concordância de chuva para o domingo (08/06), que é mostrado na Figura 12, para o centro e sul do PR e norte/nordeste de SC. O modelo ETA15 (Figuras 15 a 18) também, embora com uma resolução um pouco menor do que o modelo BRAMS5, teve uma ótima acurácia na previsão para o PR e SC, principalmente nas áreas que ocorreram maiores acumulados de chuva. Os modelos G3DVAR, T299 e GFS tiveram uma boa previsibilidade nesse período para os Estados do Paraná e de Santa Catarina. Modelo Regional BRAMS5 Figura 11 – Previsão de 24 horas do Modelo BRAMS 05 km - Análise Inicializada em: 05/06/2014, 12 UTC (quinta-feira). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 06/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 12 – Previsão de 24 horas do Modelo BRAMS 05 km - Análise Inicializada em: 06/06/2014, 12 UTC (sexta-feira). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 07/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 13 – Previsão de 24 horas do Modelo BRAMS 05 km - Análise Inicializada em: 07/06/2014, 12 UTC (sábado). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 08/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 14 – Previsão de 24 horas do Modelo BRAMS 05 km - Análise Inicializada em: 08/06/2014, 12 UTC (domingo). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 09/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Modelo Regional ETA15 Figura 15 – Previsão de 24 horas do Modelo ETA 15 km - Análise Inicializada em: 05/06/2014, 12 UTC (sexta-feira). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 06/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 16 – Previsão de 24 horas do Modelo ETA 15 km - Análise Inicializada em: 06/06/2014, 12 UTC (sábado). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 07/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 17 – Previsão de 24 horas do Modelo ETA 15 km - Análise Inicializada em: 07/06/2014, 12 UTC (sábado). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 08/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 18 – Previsão de 24 horas do Modelo ETA 15 km - Análise Inicializada em: 08/06/2014, 12 UTC (domingo). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 09/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Modelo G3DVAR Figura 19 – Previsão de 24 horas do Modelo G3DVAR - Análise Inicializada em: 05/06/2014, 12 UTC (quinta-feira). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 06/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 20 – Previsão de 24 horas do Modelo G3DVAR - Análise Inicializada em: 06/06/2014, 12 UTC (sexta-feira). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 07/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 21 – Previsão de 24 horas do Modelo G3DVAR - Análise Inicializada em: 07/06/2014, 12 UTC (sábado). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 08/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 21 – Previsão de 24 horas do Modelo G3DVAR - Análise Inicializada em: 08/06/2014, 12 UTC (domingo). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 09/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Modelo Global T299 Figura 22 – Previsão de 24 horas do Modelo Global T299 - Análise Inicializada em: 05/06/2014, 12 UTC (quinta-feira). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 06/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 23 – Previsão de 24 horas do Modelo Global T299 - Análise Inicializada em: 06/06/2014, 12 UTC (sexta-feira). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 07/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 24 – Previsão de 24 horas do Modelo Global T299 - Análise Inicializada em: 07/06/2014, 12 UTC (sábado). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 08/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 23 – Previsão de 24 horas do Modelo Global T299 - Análise Inicializada em: 08/06/2014, 12 UTC (domingo). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 09/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Modelo GFS Figura 23 – Previsão de 24 horas do Modelo GFS - Análise Inicializada em: 05/06/2014, 12 UTC (quinta-feira). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 06/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 23 – Previsão de 24 horas do Modelo Global T299 - Análise Inicializada em: 06/06/2014, 12 UTC (sexta-feira). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 07/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 24 – Previsão de 24 horas do Modelo Global T299 - Análise Inicializada em: 07/06/2014, 12 UTC (sábado). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 08/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. Figura 25 – Previsão de 24 horas do Modelo Global T299 - Análise Inicializada em: 08/06/2014, 12 UTC (domingo). Previsão válida para 24 horas a 72 horas no horário de 12 UTC de antecedência para o dia 09/06/2014. Variável: Precipitação Acumulada em 24h - [mm]. Os dados observados correspondem a figura superior esquerda e refere-se a um produto derivado de satélite. 7 – Previsão de tempo e monitoramento elaborados pelo Grupo de Previsão de Tempo do CPTEC/INPE. No dia 04 de junho os meteorologistas do Grupo de Previsão de Tempo já haviam emitidos avisos meteorológicos de tempo severo para os Estados do Paraná e de Santa Catarina, devido a grande probabilidade de ocorrer chuvas extremas, tanto pela continuidade da mesma como por forte instabilidade da atmosfera. Nos dias subsequentes também foram emitidos avisos meteorológicos e continuou o monitoramento das condições atmosféricas para esta Região. CPTEC INPE - Centro de Instituto Previsão de Nacional Tempo de e Estudos Pesquisas Climáticos Espaciais Avisos Meteorológicos - 2014-06-04 08:55:44 Estado de Tempestades Severas no Sul Atenção e em parte de MS e SP A partir da tarde ou noite de hoje (04/06) ocorrerá chuva forte no sudoeste e oeste do RS (microrregiões: Vale do Uruguai e Missões). No final do período a chuva forte poderá atingir a faixa central do RS (Depressão Central) e no extremo oeste de SC e do PR. A chuva forte virá acompanhada de abundantes descargas elétricas, rajadas de vento e queda de granizo. A chance de ocorrência de granizo será maior no extremo oeste do RS (divisa com o Uruguai e Argentina). <br> Amanhã (05/06) a chuva forte se propagará pelas demais áreas da Região Sul, podendo atingir o sul e oeste de SP e o sul de MS. Durante o período da manhã deste dia, a intensidade da chuva deverá diminuir no sul e sudoeste do RS. No centro-leste de SC, centro-leste e norte do PR, sul e oeste de SP e sul de MS, a chuva forte deverá ocorrer principalmente a partir da tarde. <br> Os volumes mais significativos de chuva e a maior severidade deverão se concentrar no noroeste do RS, oeste de SC e no sudoeste do PR. <br> A chuva forte virá acompanhada de abundantes descargas elétricas, rajadas de vento e queda de granizo. Por isso, não se descarta a ocorrência de tempestades severas com alto poder destrutivo (destelhamento de casas, queda de árvores, falta de energia e alagamentos). <br> Na sexta-feira (07/06) a chuva forte deverá se concentrar entre o extremo norte do RS, SC, PR, sul e oeste de SP e no sul de MS. <br> A maior severidade deverá se concentrar sobre o SC e no sul e leste do PR. <br> CPTEC/INPE CPTEC INPE - Centro de Instituto Avisos Previsão de Nacional Tempo de Meteorológicos Estado de atenção Tempestades em parte da Região Sul, de SP e de MS - e Estudos Pesquisas Climáticos Espaciais 2014-06-05 09:33:55 Hoje (05/06) ocorrerá chuva forte no leste, nordeste e centro-norte do RS (microrregiões: Porção norte do Vale do Uruguai, Missões, Planalto, Serra do Nordeste, Litoral e Porto Alegre e Depressão Central), SC, PR, sul de MS e extremo sul de SP. <br> Os volumes mais significativos de chuva e a maior severidade deverão se concentrar entre o norte do RS e PR. <br> A chuva forte virá acompanhada de abundantes descargas elétricas, rajadas de vento e queda de granizo. Por isso, não se descarta a ocorrência de tempestades severas com alto poder destrutivo (destelhamento de casas, queda de árvores, falta de energia e alagamentos). <br> Amanhã (06/06) a chuva forte deverá se concentrar no norte e nordeste de SC, PR, e no extremo sul de SP e de MS. No final do período as tempestades deverão se propagar para o centro e o oeste de SC e no extremo oeste do RS. Os volumes mais significativos de chuva se concentrarão no centro-norte do PR. <br> No sábado (07/06) a chuva forte deverá se concentrar sobre SC e no centro-sul e leste do PR. <br> CPTEC/INPE CPTEC INPE - Centro de Instituto Previsão de Nacional Tempo de e Estudos Pesquisas Climáticos Espaciais Avisos Meteorológicos - 2014-06-07 09:35:37 Estado de atenção Tempestades severas no Sul do Brasil e em parte de MS e sul de SP Neste sábado (07/06) a chuva forte deverá se concentrar sobre SC, grande parte do PR e extremo sul de MS e o sul de SP. Os volumes mais significativos deverão se concentrar no centro-oeste e planalto norte de SC e no sudoeste, centro e sul do PR. <br> Ressalta-se que chuva forte terá alto potencial destrutivo (destelhamento de casas, queda de árvores, corte de energia, alagamentos) e virá acompanhada de abundantes descargas elétricas, rajadas de vento e queda de granizo. Em várias cidades o acumulado deverá ultrapassar a 100 mm para este dia. <br> No domingo (08/06) a chuva forte deverá se concentrar em SC, centro-sul, oeste e leste do PR, no sul de MS e norte/nordeste do RS. Os volumes mais significativos deverão se concentrar do oeste ao sul de SC e no sudoeste do PR. No decorrer do período a intensidade da chuva diminuirá do oeste ao sul de SC e no sudoeste do PR e aumentará nas demais áreas do PR e de SC e no sul e sudoeste de MS. <br> Na segunda-feira (09/06) ocorrerá chuva localmente forte no sul e oeste do MS, norte e nordeste do PR e no sul e litoral sul de SP. <br> CPTEC/INPE CPTEC INPE - Centro de Instituto Avisos Estado de Atenção Tempestades severas em Previsão de Nacional Tempo de Meteorológicos parte da Região - Sul, e Estudos Pesquisas Climáticos Espaciais 2014-06-06 10:27:12 de SP e de MS Hoje (06/06) ocorrerá chuva forte que deverá se concentrar no centro-oeste, norte e nordeste de SC (microrregiões: Oeste, Meio Oeste e Vale do Rio Peixe, Planalto Sul, Planalto Norte, Alto Vale Itajaí e Litoral Norte e Médio Vale), PR, sul e extremo sudoeste de SP e no sul de MS. Os volumes mais significativos se concentrarão no centro, norte e noroeste do PR. <br> Ressalta-se que chuva forte terá alto potencial destrutivo (destelhamento de casas, queda de arvores, corte de energia, alagamentos) e virá acompanhada de abundantes descargas elétricas, rajadas de vento e queda de granizo. <br> Amanhã (07/06) a chuva forte deverá se concentrar sobre SC e no centro-sul e leste do PR. Os volumes mais significativos deverão se concentrar no centro-oeste de SC e no sudoeste do PR. <br> No domingo (08/06) a chuva forte deverá se concentrar em SC, centro-sul, oeste e leste do PR e no sul de MS. Os volumes mais significativos deverão se concentrar no oeste de SC e no sudoeste do PR. No decorrer do período a intensidade da chuva diminuirá no oeste de SC e no sudoeste do PR. <br> CPTEC/INPE Abaixo há algumas fotografias das consequências desse evento extremo de chuva em Santa Catarina e no Paraná. Jaraguá do Sul –SC 14/06/2014 Fonte:www.deolhonotempo.com.br. Foto de Blog-Por-Acaso-21. Cantagalo-PR Fonte:www.deolhonotempo.com.br. Foto de Sérgio Moruchak. Cruz Machado-PR em 08/06/2014 Fonte:www.deolhonotempo.com.br. Foto de Jornal Regionaus. Guaramirim-SC em 08/06/2014 Fonte:www.deolhonotempo.com.br. Foto de Chalimar Junkes. Analisando as várias cartas meteorológicas e imagens de satélite conclui-se que a presença de uma atmosfera fortemente baroclínica em 500 hPa, a presença de uma advecção de ar quente de noroeste através da presença de ventos fortes em 850 hPa – característica do Jato de Baixos Níveis (JBN), a formação de uma baixa pressão em superfície no Paraguai e o deslocamento de uma frente fria, além de umidade do ar suficientemente elevada em baixos níveis foram algumas das variáveis meteorológicas que causaram esse forte evento de chuva extrema em Santa Catarina e no Paraná. Os modelos de previsão numérica de tempo do CPTEC/INPE e o modelo GFS tiveram uma boa previsibilidade no campo de precipitação, que de certa forma foi contribuída por uma atmosfera que tinha uma frente estacionária na região. Esses eventos são raros, mas não difíceis de acontecer por isso se faz necessário o contínuo monitoramento de tempo e também documentar tais eventos para poder futuramente ter uma noção do comportamento da atmosfera e evitar que essas catástrofes possam, pelo menos, ser minimizadas em termos de perdas de vidas humanas e animais e de prejuízos econômicos e financeiros. Elaborado pelo Meteorologista Luiz Kondraski de Souza
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