Panorama da Semiótica por Nordan Manz
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Panorama da Semiótica por Nordan Manz
Resenha Panorama da semiótica de Winfried Nöth Nordan Manz Panorama da Semiótica de Platão a Peirce de Winfried Nöth é fruto de um curso intensivo, ministrado por ele em 1994 na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O livro foi publicado pela editora Annablume em 2008 (4ª. Ed.), 155 páginas. Resumo: O autor desenvolve um panorama abrangente da semiótica, suas origens e sua terminologia, percorre a linha do tempo da ciência geral dos signos aprofundando-se no legado filosófico e lógico de Charles Sanders Peirce. Toma como objeto para análise a obra literária Alice no País das Maravilhas utilizando como instrumento a teoria de Peirce. Finalmente, discute os pontos de convergência entre a semiótica e a ciência cognitiva. Palavras-chave: História da Semiótica, Semiótica Peirceana, Ciências Cognitivas ABSTRACT: The author develops a comprehensive overview of semiotics, its origins and its terminology, goes to the timeline of the general science of signs, and stops with more details in Peircean semiotics. The author takes as his object of analysis the book Alice in The Wonderland, using Pierce's theory as an a guide. Finally, he discusses the convergent points between semiotics and cognitive science. Keywords: History of Semiotics, Peircean Semiotics, Cognitive Science. NOTH apresenta em 5 capítulos, de forma rica, um conciso panorama dos diversos conceitos e teorias semióticas, em uma visão que toma como ponto de partida Platão e sua filosofia. Vale destacar a apresentação da obra, elaborada por Lúcia Santaella, uma das maiores semioticistas brasileiras, que não apenas expõe um quadro geral como nos prepara para a leitura que se segue, além de estimular o leitor, aumentando sua expectativa para a obra. No primeiro capítulo, “Termo, Origens e Precursores da Semiótica”, NOTH informa o leitor sobre os movimentos precursores e a história terminológica da Semiótica, além de demonstrar as diferenças conceituais entre semiótica e semiologia. Já no capítulo “História da Semiótica”, o autor, de maneira objetiva, aprofundase em uma abordagem histórica, percorrendo a linha do tempo da ciência geral dos signos desde o período Greco-romano até o século XIX, passando também pelo racionalismo, empirismo e o iluminismo. Mais uma vez as informações são colocadas de forma didática, apresentando as questões mais relevantes. Tomando como base a teoria semiótica desenvolvida por Charles Sanders Peirce, o terceiro capítulo, “A Semiótica Universal de Peirce”, NOTH apresenta o caráter triádico da semiótica peirceana, demonstrado a partir dos conceitos de signo, objeto e interpretante e suas categorias e classificações. Os níveis de abstração e complexidade da semiótica peirceana são características logo percebidas, fatores que são comentados principalmente por aqueles que se iniciam nessa ciência. Entretanto, o autor explana e discute de forma clara e objetiva, tornando o assunto envolvente e convidativo até mesmo para aqueles que estão tendo seu primeiro contato com os conceitos desenvolvidos por Peirce. NOTH demonstra grande habilidade ao abordar e discutir o tema de forma concisa, mas ainda assim de maneira profunda e detalhada. No quarto capítulo, “Semiótica Aplicada de Extração Peirceana”, NOTH vai além das discussões de conceitos e faz uma exploração no tocante à semiose da língua. Em seguida, aplica a teoria em sua análise da fábula Alice no País das Maravilhas e demonstra o valor investigativo das categorias peirceanas. A prática é trabalhada de maneira interessante e possibilita ao leitor acompanhar a aplicação dos conceitos vistos no terceiro capítulo, levando-o a um novo patamar de entendimento ou, em termos semióticos, a novas semioses. Este capítulo representa, com certeza, o ponto alto do livro. O autor discute, por fim, os pontos convergentes entre a ciência cognitiva e semiótica, introduzindo o quinto capítulo, “Peirce e as Bases Semióticas do Paradigma Cognitivo”, colocando em pauta as relações entre a iconicidade e representações mentais, além da “importância da mediação sígnica para superação de modelos diádicos de cognição”. A obra cumpre, com maestria, as expectativas criadas em sua apresentação e oferece uma visão ampla, rica e detalhada, mas ainda assim, sucinta, clara e direta da semiótica, oferecendo uma viagem histórica pelas diferentes especificidades dessa ciência, aprofundando-se camada a camada da teoria peirceana, discutindo as várias facetas dessa ciência e sua aplicabilidade. Nordan MANZ é Especialista em Docência no Ensino Superior, Mestrando em Comunicação e Semiótica na PUCSP, onde pesquisa a série japonesa Kyou Tokuso Juspion. Participa do Grupo de Estudos Orientais.
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