Educação ambiental e educação física
Transcrição
Educação ambiental e educação física
Departamento de Geociências Laboratório de Pesquisas Urbanas e Regionais Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente HOMENAGEANDO LÍVIA DE OLIVEIRA |Londrina 2005| Educação ambiental e educação física: uma construção sustentável possível Álvaro José Gonçalves Neto Discente Curso de Educação Física/UEL Fabrizio Zandonadi Catenassi Discente Curso Educação Física/UEL Maria Aparecida Vivan de Carvalho Doutora em Educação; Docente/UEL RESUMO Os efeitos benéficos da manutenção de espaços que privilegiem a prática de atividades físicas, esportivas e de lazer sempre foram inerentes no que diz respeito à melhoria da qualidade de vida e bem-estar social. Frente às rápidas transformações pelas quais a sociedade passa, a Educação Física tem se aproximado e buscado a interdisciplinaridade com diversas áreas do conhecimento. O objetivo deste estudo foi de analisar o estado de conservação do Bosque Marechal Cândido Rondon (Zerinho), Centro de Recreação Luigi Borghesi (Zerão), Lagos Igapó I, II, III e IV da cidade de Londrina – PR, assim como investigar as potencialidades locais visando a realização de atividades físicas e obtenção de saúde. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram: relatório de observação, roteiro de entrevistas e registro fotográfico. No relatório de observação foram alvo da análise: estado de conservação (parque, brinquedos, quadras, pista de caminhada), limpeza, iluminação e arborização. Em relação ao roteiro de entrevistas, moradores das proximidades assim como freqüentadores elegeram pontos positivos e negativos destes locais. De forma geral, destacaram-se como elementos positivos: localização central e arborização e, como elementos negativos: segurança, iluminação, limpeza, presença de cães e bicicletas. Esses espaços, pontos de referência na cidade, apresentam potencialidade para o desenvolvimento de práticas esportivas em diferentes faixas etárias. Considera-se imprescindível a conservação destes locais, numa parceria entre a população e o poder público, com benefícios para toda a comunidade num exercício pleno de cidadania e preservação do meio ambiente. As contribuições do trabalho visam ampliar a percepção das possibilidades de construção de projetos pelas instituições de ensino superior, estimular professores a desenvolverem trabalhos orientados com a comunidade, oportunizando experiências diversificadas, conhecimento e compreensão de questões ambientais, associadas a um novo estilo de vida. -2- A POSSIBILIDADE DE UMA ARTICULAÇÃO SUSTENTÁVEL Fome, desemprego, guerras, depredação da natureza, crises de forma geral atingem o homem neste novo milênio. O risco ecológico é uma séria realidade: o aquecimento global e a previsão de catástrofes sociais devastam o planeta; planeta cuja maioria dos recursos está irremediavelmente comprometida como a contaminação de lençóis freáticos, poluição da água de rios, redução da quantidade de peixes, emissão de dióxido de carbono, expansão desenfreada da camada de ozônio, desmatamento, erosão do solo. Genes estão sendo incorporados a produtos agrícolas e a inúmeras espécies animais, ameaçando a biodiversidade do meio ambiente. A competição e o individualismo envolvem o ser humano privando-o do verdadeiro sentido da solidariedade. Neste surto neoliberal são gritantes as necessidades da população, cuja sobrevivência é incerta, convivendo com doenças tidas como extintas, cada vez mais sem direito à saúde e à educação. É um contingente significativo de marginalizados sociais, desestruturados familiarmente, para os quais o sentido da palavra cidadania está absolutamente e globalizadamente excluído. Para Giddens (2000, p.14), “a mudança do clima global e os riscos que a acompanham [...] resultam provavelmente de nossa intervenção no ambiente [...] A ciência e a tecnologia estão inevitavelmente envolvidas em nossas tentativas de fazer face a esses riscos, mas também contribuíram para criá-los”. O pique que vivenciamos de modernização capitalista e de exclusão social fortalece-se cada vez mais a partir de um projeto neoliberal, dentro de um modelo de desenvolvimento de globalização da economia, cujo interesse está em garantir os meios de produção e de mercado sem priorização de compromissos e posturas que assegurem a vida aos seres vivos do planeta. “Todos os seres humanos estão sujeitos às mesmas ameaças mortais da arma nuclear e ao mesmo perigo ecológico da biosfera, que se agrava com o ‘efeito estufa’ provocado pelo aumento de CO2 na atmosfera, os desmatamentos em larga escala das grandes florestas tropicais produtoras de nosso oxigênio comum”, alerta Morin (2000, p.72). Santos (2000, p.19) explora a discussão sobre a criação de um mundo voraz, onde “um mercado avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Há uma busca de uniformidades [...] o mundo se torna menos unido, tornando mais distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente universal”. Diante deste quadro, Moraes e Santos Filho (2000) apontam para uma preocupação com a universidade que, segundo esses autores, deve refletir sobre si mesma como instituição moderna e adaptar-se às profundas transformações que ocorrem na atualidade, sem entretanto prescindir do seu caráter dialético-crítico, que inevitavelmente será destruído se ela se submeter aos ditames do mercado. Este panorama de mundo totalmente globalizado requer a interdisciplinaridade, que consiste em um sistema de relações e ações permeadas por trocas e penetração em diversos ramos do saber. Em se tratando do meio ambiente a colaboração interdisciplinar é de fundamental importância (PEDRINI, 1997). Para Sato (2003, p.24), frente à Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -3- deterioração da qualidade de vida em nosso planeta e o comprometimento de aspectos físicos, biológicos, sociais, econômicos e políticos, “o ambiente não pode ser considerado um objeto de cada disciplina, isolado de outros fatores”. Os profissionais de diferentes áreas devem trabalhar juntos, contribuindo para o entendimento de que lidar com a problemática ambiental não é somente dever daqueles que governam, mas de graduados em Geografia, História, Matemática, Biologia, Educação Física, entre outros. Este intercâmbio consiste de pessoas com formação em diferentes campos do conhecimento, utilizando diferentes conceitos, métodos e termos. Tal situação é defendida por Maia e Bussons (1978, p.61), ao sugerirem a necessidade de formar grupos e “aglutinar pessoas em termos de idéias, interesses e objetivos”. Os efeitos benéficos da manutenção de espaços que privilegiam a prática de atividades físicas, esportivas e de lazer sempre foram inerentes no que diz respeito à melhoria da qualidade de vida e bem-estar social. Segundo Smirnov (apud PHILIPPI JR, PELICIONI e COIMBRA, 2002, p.127) “o mundo globalizado requer interdisciplinaridade”, que no campo da ciência baseia-se em relações e ações recíprocas, interpenetrações entre diversos ramos do saber chamados disciplinas científicas. A idéia de que a Educação Ambiental deve estar presente no contexto escolar foi reforçada em 1999 com a publicação da Política Nacional de Educação Ambiental, que traz em seu artigo 2º: “A educação ambiental é um componente essencial e permanente na educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. Desta forma, percebe-se que a Educação Ambiental já é uma realidade, que precisa ocupar espaços, principalmente na universidade, onde a resistência e a fragmentação estão fortemente arraigadas. No concreto do cotidiano escolar predominam posturas pouco críticas e conservadoras, a finalidade conteudista, a frágil abordagem interdisciplinar, os campos de disputa e de poder. Nesses tempos neoliberais, acreditamos como Morin (2000, p.89) que é preciso reformar o pensamento, pensar em religar os conhecimentos dispersos, operacionalizar a interdisciplinaridade, “é preciso substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une”. Em tal contexto, o educador é parte importante no processo, intermediando relações entre o homem e o meio, permitindo que ambos interajam de maneira satisfatória, contribuindo assim para o bem de todos, tanto para o homem quanto para o ecossistema. Philippi Jr, Pelicioni e Coimbra (2002, p. 328) reforçam este pensamento, ao afirmar que “todo educador precisa enxergar longe, transcender o cotidiano para projetar o cidadão e a sociedade do amanhã”. Para tal, é preciso utilizar estratégias diversificadas de ação (STERN, YOUNG e DRUCKMAN, 1993, p.198), sendo que “o pluralismo metodológico é a estratégia mais apropriada”, proporcionando visões atuais sobre as questões do meio ambiente e, como diz Fazenda (1993), trata-se de construir um novo Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -4- tipo de educador, o educador interdisciplinar, visando a formação de um novo graduando, com formação sólida e comprometida com o futuro do planeta. Para Medina e Santos (2001, p. 25) “a educação ambiental não se trata tão somente de ensinar sobre a natureza, mas de educar para e com a natureza, para compreender e agir corretamente ante os grandes problemas das relações do homem com o ambiente”. Por sua vez, Imbernón (2000) frisa que no processo de formação devemos dotar os professores de conhecimentos, habilidades e atitudes no sentido de desenvolver profissionais reflexivos e investigadores, constituindo-se, portanto, como um dos principais eixos do currículo, o aprender a interpretar, compreender e refletir sobre a realidade social. Vale mencionar, nesta perspectiva, citação de Guimarães (2000, p.17), onde traz que: “educando e educados são agentes sociais que atuam no processo de transformações sociais [...] o ensino é teoria/prática, é práxis”, reforçando que o ensino e a pesquisa devem se abrir para a comunidade e seus problemas sociais e ambientais. A interdisciplinaridade é uma forma de se ver e sentir o mundo, permitindo perceber e entender as modificações que acontecem ao nosso redor, abordando diferentes dimensões. Este termo tem muito haver com o conhecimento dos alunos, desenvolvendo competências e ampliando o saber. A prática da interdisciplinaridade não significa o abandono de disciplinas específicas, mas sim uma extensão e uma ampliação de conteúdos, conduzindo o aluno a uma formação diferenciada. É o que estamos fazendo na Universidade Estadual de Londrina, aproximar a realidade ambiental das pessoas, com a inserção da dimensão ambiental na formação do graduando em Educação Física, articulando os conhecimentos ambientais e esta área, na busca da preservação e recuperação do meio ambiente, com diagnósticos específicos de regiões da cidade de Londrina, cujo benefício se estende como um desafio para as relações da atividade física e da saúde, primando pela conservação de espaços de lazer. Nossa intenção é desenvolver pesquisas numa perspectiva de rompimento com a fragmentação de conhecimentos, voltada para a realidade do mundo e compromissada com o meio ambiente. Para os futuros profissionais da área de Educação Física, é importante aprender que apesar de todos os recursos modernos oferecidos para implementação de suas atividades, como nos dizem Weber e Bailly (2000, p. 272) “é preciso haver consciência de que o progresso tecnológico e industrial não deve interferir negativamente nem a curto, médio e longo prazo no meio ambiente”, e para isto é preciso estar preparado para o enfrentamento da tecnologia que massacra, aliena, individualiza e promove competitividade. A busca deve ser pela qualidade de vida para todos, numa relação equilibrada do ser humano com seu ambiente e, nesse sentido, cresce a responsabilidade do homem no que se refere à conservação do meio ambiente, cuja evidente degradação tem trazido agravos à saúde das pessoas. Ainda no tocante às relações interdisciplinares Barreiro (1991) cita que o estar e produzir em grupo, partilhar experiências, incorporar novas visões e paradigmas, Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -5- constitui-se como desafios que irão concorrer para a ampliação de nossa consciência e percepção. A Educação Ambiental tem significado educativo, no sentido do indivíduo aprender a compreender e agir de maneira correta diante de grandes percalços concernentes à relação entre o homem e o meio; trata-se de ensinar qual é o verdadeiro papel do homem no mundo, incorporando critérios imprescindíveis ligados a questões éticas, ecológicas e sócio-ambientais. Os conhecimentos que são produzidos e acumulados por uma sociedade, são muito importantes para a sobrevivência de toda uma espécie, protegendo a vida na Terra, em busca do desenvolvimento sustentável. Mesmo diante do progresso de uma cidade, é preciso haver consciência de que a preservação do meio é uma questão de vida, tanto para o homem, como para todo o ecossistema natural. Pensando a Educação Ambiental não como meramente informativa, mas sim participativa, lembramos de Dallacorte (2003, p.36) quando diz que esta deve ser participativa com tomada de consciência dos atos de cada indivíduo; cada um de nós “deve aprender melhorando a própria qualidade de vida, fazendo a recuperação de áreas degradadas e a superação de mazelas de uma sociedade de consumo, predatória e alienante”. É interessante referir, a este propósito, o alerta de Oliveira (1983) no fato de que a tomada de consciência ocorre quando uma situação ou acontecimento é decomposto em níveis conceituais pelo indivíduo e não como uma simples informação dada pela percepção. O CAMINHO PERCORRIDO NA INVESTIGAÇÃO Este trabalho está vinculado à linha de pesquisa Educação Ambiental e Saúde do grupo de pesquisa Educação em Ciências e Saúde da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Imbricados na área de Educação Ambiental, através de estudos, leituras, seminários e debates, graduandos do curso de Educação Física decidiram enfrentar o desafio e assumir o compromisso de participar desta pesquisa, tendo em vista que o aporte de conteúdos sobre a temática ambiental poderá conduzi-los a caminhos de superação de problemas e busca de formas alternativas de soluções. Procuramos trabalhar com objetivos citados por Smith (apud SATO, 2003, p.24): a) sensibilização ambiental: processo de alerta; b) compreensão ambiental: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem o sistema natural; c) responsabilidade ambiental: reconhecimento do ser humano como principal protagonista para determinar e garantir a manutenção do planeta; d) competência ambiental: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema; e) cidadania ambiental: capacidade de participar ativamente, resgatando os direitos e promovendo uma nova ética capaz de conciliar a natureza e a sociedade. Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -6- Frente às rápidas transformações pelas quais a sociedade passa, a Educação Física tem se aproximado e buscado a interdisciplinaridade com diversas áreas de conhecimento. O objetivo deste estudo foi analisar o estado de conservação de áreas de lazer centrais da cidade de Londrina – Paraná, e investigar as potencialidades locais visando a realização de atividades físicas e obtenção de saúde. Iniciamos os trabalhos com reuniões semanais onde debatíamos a literatura existente sobre Educação Ambiental e termos correlatos, assim como desenvolvemos um breve resgate histórico das áreas selecionadas para esta investigação: Lago Igapó (I, II, III, IV), Centro de Recreação e Lazer Luigi Borghesi (Zerão) e Bosque Marechal Cândido Rondon (Zerinho). A primeira parte desta pesquisa está baseada em uma avaliação diagnóstica dos locais supra referidos, através de roteiros de observação e de entrevista e registro fotográfico: a) roteiro de observação – diagnóstico do local através da identificação de: fontes de água, banheiros, tabelas, mastros, cestas, iluminação, bancos, parque infantil, telefone público e limpeza em geral, procurando averiguar se existe harmonia com os elementos da natureza. Verificação do estado de conservação, arborização, possibilidade de desenvolvimento de diferentes atividades para as faixas etárias específicas, existência de poluição tanto natural, provocada ou visual, presença de animais e bicicletas; b) entrevista com freqüentadores dos locais – levantamento de pontos positivos e negativos, assim como de sugestão de melhorias. A intenção foi de promover uma análise qualitativa a partir de relatos do observador e dos entrevistados. LAGO IGAPÓ: CARACTERÍSTICAS E POSSIBILIDADES Vale lembrar que no princípio uma única barragem foi erguida, formando o primeiro lago. No decorrer dos anos, outras barragens foram construídas definindo outros lagos que passaram a ser chamados de Igapó I, II, III e IV. A palavra “igapó”, que inspirou o nome, na língua tupi significa transbordamento de água. A análise dos dados encontrados no que se refere ao Lago Igapó permitiu traçar um panorama geral de características e possibilidades. O Lago Igapó I possui uma pista de caminhada/corrida (1900m) em bom estado de conservação, entretanto, cabe destacar que: várias luminárias estão com as lâmpadas quebradas ou queimadas; muitas lâmpadas ficam acesas durante o dia, gerando desperdício de energia; existem poucos cestos de lixo para a extensão do local e em péssimo estado de conservação (enferrujados, quebrados); os dois banheiros existentes estão interditados; as duas fontes de água estão em péssimo estado, impossibilitando aos usuários o acesso à água; presença de fossas destampadas ou com a tampa quebrada; limpeza razoável e número de bancos (quarenta e nove) bom. Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -7- Em se tratando da água do Lago há placas sinalizadoras indicando que a qualidade é imprópria para banho. Não há segurança ou vigilância nos arredores deste espaço de lazer; a arborização é nativa com a presença de algumas árvores frutíferas; o espaço é impróprio para crianças; há a presença de cães, cavalos e aves (gansos); as atividades são limitadas e, quase sempre, ocorrem individualmente. Encontramos um fluxo elevado de bicicletas na pista de caminhada. Além da etapa de observação foram entrevistados 15 freqüentadores do Lago Igapó I: 11 do sexo masculino (73,3%) e 4 do sexo feminino (26,7%); de profissões variadas: estudante (4), administrador (2), professor, advogado, bancário, engenheiro, costureira, esteticista, diarista, analista de sistema, técnico de enfermagem. Destes, 11 moram próximo deste local (73,3%); 13 são freqüentadores assíduos (86,7%); 7 caminham a mais de 8 anos (46,7%); 11 preferem caminhar no final da tarde (73,3%). Quanto à freqüência, encontramos pessoas que caminham: todos os dias – 5 pessoas (33,3%); nos finais de semana – 4 pessoas (26,7%); duas vezes na semana – 3 pessoas (20%); em dias alternados – 3 pessoas (20%). As pessoas utilizam o espaço do Lago com diferentes intenções: para alívio do stress (4 citações – 26,7%); para fazer caminhada/corrida (6 citações – 40%); por questões de saúde (5 citações – 33,3%); nota-se, principalmente, pela fala dos entrevistados que este espaço é utilizado para a prática de atividade física e esportiva, com a finalidade de manutenção da forma física, na busca da melhoria da qualidade de vida. Dos freqüentadores desta área de lazer, 5 (33,3%) não praticam outra atividade física e 10 (66,7%) fazem outras atividades como musculação, canoagem, futebol e dança de salão. Quando questionados sobre a segurança do local, os entrevistados manifestaramse afirmando que: não há segurança – 13 citações (86,7%); é preciso melhorar - 2 citações (13,3 %). Como pontos positivos do espaço do Lago Igapó I foram mencionados: o contato com a natureza, ar puro, arborização, paisagem, espaço de socialização, opção para esporte aquático. No tocante aos pontos negativos, foram enfatizados: a segurança, a presença de cães “perigosos” e bicicletas, banheiros. Como sugestões foram apontados os seguintes itens: melhorar a segurança, com a presença de policiais; aumentar o número de lixeiras e conservá-las; melhorar a iluminação; melhorar a limpeza; ativar os banheiros e deixar uma pessoa responsável para evitar depredação; proibir com rigidez a presença de bicicletas na pista de caminhada; oferecer atividades recreativas para crianças; promover conscientização da população sobre a manutenção e preservação do local, em especial, em se tratando do lixo que é jogado na pista e no Lago; envolver a comunidade em atividades físicas coletivas com acompanhamento; melhorar a pista que é específica para bicicleta; tirar os esgotos do lago; embelezar o local; cuidar da jardinagem. No que se refere ao Lago Igapó II, foram observados os seguintes aspectos: lago amplo, bem arborizado, em bom estado de conservação; ótima pista de caminhada com aproximadamente 2300m; possui dois espaços para prática de alongamentos e exercícios com barras e pranchas de abdominal; cestos de lixo em bom estado de Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -8- conservação; boa iluminação; presença de telefones públicos; há placas para conscientização dos usuários do local sobre a preocupação com os cuidados com o meio ambiente; a limpeza deixa a desejar, principalmente porque é significativo o número de pessoas que fazem pescaria e deixam sujeira espalhada nos arredores do Lago; não há segurança; bem arborizado, com presença de árvores frutíferas; não há parque para crianças; a poluição é natural; nota-se a presença de cães acompanhados pelos donos. Em uma parte do Lago há dois campos de futebol, uma quadra de futebol de areia, três quadras de vôlei / areia, seis quadras em bom estado, seis traves em bom estado, três fontes de água (torneiras). Há poluição natural e provocada, não há calçada em parte do trajeto do Lago, sendo que o espaço poderia ser bem aproveitado, inclusive com a construção de uma pista de caminhada, bancos e investimento em iluminação e segurança. Nos Lagos Igapó III e IV não houve investimento para prática esportiva, constituindo-se em espaços mal aproveitados, não há calçadas, bancos, fontes de água, cestos de lixo, banheiros; as pessoas caminham pelas ruas, que são movimentadas, gerando riscos para os freqüentadores; as pessoas utilizam o espaço para namorar, fazer piquenique, pescar, passear e apreciar a natureza. No Lago Igapó III existe uma quadra destruída (trave em péssimo estado de conservação). A água é imprópria para banho. O Lago Igapó IV é circundado por área ampla, bem arborizada; existe apenas um pequeno parque para crianças. Nota-se que apenas uma parte do Lago Igapó, que corresponde a ¼ do seu total, foi privilegiada por um processo de revitalização, sendo que as demais áreas carecem de um planejamento adequado para satisfazer as necessidades da população. CENTRO DE RECREAÇÃO E LAZER LUIGI BORGHESI (ZERÃO) O local é apropriado para o desenvolvimento de práticas esportivas, com boa iluminação (cerca de 50 postes na pista) e limpeza em bom estado, com quadras poli esportivas, campo de futebol suíço, anfiteatro aberto, barras e aparelhos para exercícios. Foram localizados 6 (seis) cestos de lixo em bom estado de conservação; 2 (dois) banheiros em péssimo estado, que se encontram, na maioria das vezes, interditados; 4 (quatro) tabelas / cestas em estado razoável de uso; 4 (quatro) quadras em estado razoável (gatebol – jogo japonês, voleibol, basquete, futsal); 5 (cinco) traves e 4 (quatro) mastros em estado bom; 3 (três) fontes de água tipo torneira, em estado ruim; 8 (oito) telefones públicos funcionando; 40 (quarenta) bancos em bom estado. O local caracteriza-se por ser ponto de referência na cidade; apresenta elevado potencial para as mais variadas modalidades esportivas e diferentes faixas etárias; está em estado de conservação razoável, mas com possibilidades de melhoras. Pode ser utilizado para o desenvolvimento de várias opções de atividades físicas, práticas esportivas e lazer. A segurança é razoável, eventualmente os freqüentadores observam a presença de policiais fazendo ronda no local. É bem arborizado, as árvores são antigas, sem a presença de árvores frutíferas. Há poluição natural e observa-se a presença de Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -9- alguns outdoors. Há um playground com aparelhos e brinquedos, com relativa segurança. Alguns brinquedos encontram-se quebrados (balanços). O relatório de observação apontou os seguintes elementos: apesar das placas de proibição, há a presença de animais, algumas vezes com proprietários, os de pequeno porte sem coleira e os de grande porte sem focinheira causando constrangimentos e intimidação nas pessoas. Há também cavalos em locais impróprios e bicicletas na pista competindo com pedestres. O espaço é freqüentado por um número grande de pessoas, principalmente no início da manhã e no final da tarde. Entre as áreas que requerem melhorias, está o Anfiteatro do Zerão, a área de alongamentos/exercícios e os banheiros. Para a prática esportiva é preciso melhorar as quadras/cestas de basquete. Na visão dos freqüentadores, a segurança precisa ser melhorada. Foram entrevistadas 20 pessoas: 15 (75%) com idade entre 19 e 42 anos; 13 (65%) do sexo masculino; 6 (30%) estudantes; 17 (85%) moram perto do Zerão e são freqüentadores assíduos do local – numa média de 3 a 5 dias por semana; 13 (65%) caminham a mais de 1 ano. As pessoas fazem uso do Zerão em busca de lazer e condicionamento – 8 pessoas (40%); alívio do estresse e manutenção de boa saúde – 6 pessoas (30%); qualidade de vida e bem-estar – 3 pessoas (15%); manutenção da boa forma – 3 pessoas (15%). Quanto à segurança no Zerão, as pessoas presenciaram ou passaram por constrangimentos, sendo que 16 indivíduos (80%) afirmaram que o local não oferece segurança. Como pontos positivos foram mencionados: a arborização; o fato de ser um local bem freqüentado; as várias opções como corrida, caminhada; alongamentos, exercícios; a existência de aparelhos para exercícios; a localização central. Vale trazer a citação de um aposentado, 67 anos: “É um local que une a família à natureza”. Como pontos negativos foram eleitos: a falta de segurança, o estado de conservação e limpeza dos banheiros, a presença de animais, a presença de bicicletas, a presença de adolescentes usuários de drogas, a poluição sonora; a conservação das quadras (ausência de bolas, redes), o abandono do anfiteatro, a má conservação dos brinquedos, entre outros. Como sugestões foram indicadas: a presença da guarda municipal, para atuar na segurança do Zerão e ao mesmo tempo controlar a presença de animais e bicicletas; reforma e conservação dos banheiros; melhorias nas pistas, quadras e parque com brinquedos; participação de pessoas que incentivem e orientem o desenvolvimento de diferentes tipos de atividades; investir no local como importante pólo turístico da cidade; utilizar o local para atividades que estimulem a prática de esportes, principalmente com crianças; manutenção da poda de árvores e de serviço de jardinagem; cuidar do aspecto social envolvendo a situação dos viciados; instalação de um quiosque para verificação da pressão arterial. Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -10- Os apontamentos feitos pelos freqüentadores do Zerão convergem com os relatos dos membros da pesquisa e os dados do relatório de observação. BOSQUE MARECHAL CÂNDIDO RONDON (ZERINHO) O Bosque apresenta uma pista para caminhada com aproximadamente 250 m de extensão, além de área verde com arborização antiga, e um espaço de parque de diversão. Na área de caminhada, a pista é revestida de brita, sendo encontrada a seguinte característica estrutural: 1 (um) telefone público; (duas) fontes de água (torneiras); 18 (dezoito) cestos de lixo (péssimo estado; quebrados ou enferrujados); 2 (dois) banheiros (ruim); 112 (cento e doze) luminárias (10% quebradas ou sem lâmpadas); 84 (oitenta e quatro) bancos. No local há 4 (quatro) pranchas para abdominal e 4 (quatro) barras. Identificamos quantidade significante de limo no chão e de pombos/andorinhas. A limpeza é precária. As árvores são antigas; há poucos pontos com vegetação rasteira. Há poluição natural: folhas e galhos de árvores espalhados pelo local. Algumas árvores possuem placas de identificação, porém estão enferrujadas, impossibilitando sua leitura. O espaço comporta o desenvolvimento de atividades para todas as faixas etárias. A análise de vinte entrevistas revela o que segue: a) idade dos freqüentadores - 9 pessoas (45%) entre 49 a 59 anos; 9 pessoas (45%) entre 60 a 79 anos; b) sexo: 15 pessoas (75%) do sexo feminino e 5 pessoas (25%) do sexo masculino; c) 12 pessoas (60%) são aposentados. Todos os entrevistados moram perto do Bosque (20 pessoas – 100%) e afirmam ser freqüentadores assíduos do local, sendo que 90% caminham há mais de um ano, em média de 3 a 7 anos. A freqüência de caminhada durante a semana varia: todos os dias (10 pessoas – 50%), de 2ª. à 6ª. feira (5 pessoas – 10%), três vezes por semana (4 pessoas – 20%) e quatro vezes por semana (1 pessoa – 5%). Interessante notar que, quando as pessoas vêm morar próximo do Bosque, já começam a freqüentar o local, apesar das inúmeras queixas: “ultimamente está impossível caminhar aqui” (aposentada, 55 anos). O horário e período preferidos para a caminhada no Bosque é entre 8 e 9 horas da manhã, sendo que a maioria dos entrevistados caminha no período da manhã (18 pessoas – 90%). As pessoas caminham no Bosque com diferentes intenções: a) para manter a forma física: 5 pessoas (25%); b) por questões de saúde: 4 pessoas (20%); c) porque apresentam: diabete (2 pessoas – 10%), colesterol alto (5 pessoas – 25%); d) por recomendação médica: 4 pessoas – 20% (após cirurgia, após infarto do miocárdio, início da menopausa, melhorar a circulação sanguínea); e) porque Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -11- desejam se distrair: 1 pessoa – 5%; f) para perder peso: 1 pessoa; g) para ter qualidade de vida: 1 pessoa – 5%; h) para liberar o stress (1 pessoa – 5%). Dos entrevistados, apenas um jovem (19 anos) referiu participar de outras atividades físicas, no caso, além do tiro de guerra, ele faz musculação em academia. Os entrevistados apenas caminham, ou seja, poucos se arriscam nos alongamentos e na prática de alguns exercícios. Tal fato é devido à falta de estímulo, incentivo e medo de fazer algum movimento brusco ou errado, que ao invés de trazer benefícios, podem trazer prejuízos (dores, problemas articulares). Todos os entrevistados são unânimes em afirmar que não há segurança no Bosque. Alguns já presenciaram jovens drogados sendo levados por policiais, roubos e é comum ouvir comentários sobre assaltos. No local são vistos com freqüência andarilhos, mendigos, moleques cheirando cola, suspeitos de uso de drogas, enfim, é comum a presença de pessoas estranhas. Segundo alguns freqüentadores, à noite “vira um caos” (aposentado, 76 anos). Os entrevistados não mencionaram ter passado por constrangimentos no local, mediante usuários de drogas ou assaltantes, mas todos tinham um caso para contar. Solicitados a destacar pontos positivos do local, os freqüentadores assim se manifestaram: a) ótima localização (central) (5 pessoas – 25%); b) o local é bom para fazer amizades (2 pessoas – 10%); c) é bem arborizado (1 pessoa – 5%); d) tem aparelhos para a prática de exercícios (1 pessoa – 5%); e) 11 pessoas (55%) não destacaram aspectos positivos. Sobre pontos negativos do Bosque, foram mencionados, na maioria das vezes com grande preocupação pelos entrevistados, questões sobre: a) sujeira do local - fezes dos pombos, quantidade de folhas e galhos - 16 pessoas – 80%; b) falta de segurança - 10 pessoas – 50%; c) iluminação precária - 5 pessoas – 25%; d) péssimo estado dos banheiros - 4 pessoas – 20%; e) falta de bebedouro - 3 pessoas – 15%; f) lixeiras todas enferrujadas e quebradas - 3 pessoas – 15%; g) presença de usuários de drogas - 3 pessoas – 15%; h) odor extremamente desagradável (fezes dos pombos), causando enjôos e alergias - 2 pessoas – 10%; i) impossibilidade de freqüentar o local em dias de chuva, pois o chão fica liso, escorregadio e forma-se uma “lama” a partir das fezes dos pombos - 2 pessoas – 10%; i) vandalismo - 2 pessoas – 10%. O Bosque têm atraído freqüentadores que, apesar dos obstáculos e problemas, não têm alternativa. Nesse sentido, vale trazer a fala de uma freqüentadora do local: “O Zerão é ótimo, mas é preciso atravessar muitas avenidas e ruas para chegar até lá” (aposentada, 76 anos). Outra pessoa refere-se com tristeza à situação do Bosque: “Daria para ser um local bem especial” (aposentada, 52 anos). Como sugestões, encontramos: a) melhorar a limpeza - 18 pessoas - 90%, tanto na qualidade quanto na quantidade de servidores para a execução do trabalho; b) maior segurança; ronda intensiva nas proximidades - 17 pessoas – 85%; c) maior atenção com a jardinagem e necessidade de cuidados com as árvores e plantas - 6 pessoas – 30%, inclusive com “o plantio de flores para alegrar o local que aparenta ser extremamente Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -12- sombrio” (aposentada, 84 anos); d) melhor iluminação - 4 pessoas – 20%; e) promoção de constantes vistorias por parte do poder público para acompanhar a situação do local 2 pessoas – 10%. Chamou-nos a atenção o fato de alguns entrevistados ter mencionado que se houvesse orientação para alongamentos ou mesmo a prática de exercícios, eles participariam. Duas aposentadas (84 e 78 anos) reiteraram a necessidade de estarem fazendo, pelo menos, alongamentos. Em termos da análise do parque de diversão, encontramos: uma quadra em péssimo estado de conservação, com tabela e cesta quebradas, 2 (duas) traves quebradas e enferrujadas, parte do alambrado danificado, 4 (quatro) postes de iluminação, muita sujeira, 3 (três) luminárias, presença de bêbados e mendigos, lixeiras enferrujadas e quebradas, além de um depósito para ferramentas e 2 (dois) banheiros em péssimo estado de conservação. Nos brinquedos destacam-se: 5 (cinco) escorregadores, 6 (seis) balanços, 2 (duas) barras de ferro de exercícios, 9 (nove) gangorras. A qualidade da areia localizada ao redor dos brinquedos, a olho nu, parece imprópria para estar sendo manuseada ou pisoteada. Infelizmente o Zerinho, localizado no “coração” da cidade, pelo olhar dos freqüentadores, não se constitui em alvo prioritário da administração pública municipal. Em resgate histórico do setor, através de jornais veiculados na cidade, tal assertiva é confirmada por décadas de existência deste local. CONSIDERAÇÕES FINAIS O conhecimento das características dos locais alvo desta investigação possibilita a construção coletiva de práticas de atividades físicas e ações ambientais integradas, já que é significativo o número de pessoas que procuram se aproximar da natureza. A participação da comunidade na pesquisa, com visão de freqüentador de área verde, fazendo apontamentos e fornecendo sugestões é uma forma de participação na busca de soluções para o tratamento das questões ambientais, além de se constituir num incentivo a uma maior consciência de sua conduta pessoal frente à natureza. É um momento de refletir, expor valores e mostrar atitudes, como uma co-responsabilização pelos problemas ambientais, que os atingem mais diretamente, produzidos pela conflituosa relação entre sociedade e meio ambiente. A relevância do tema ambiental permeia um processo permanente de reflexão sobre as relações dos seres humanos entre si e destes com a natureza, caracterizando-se, a nosso ver, como função primordial da universidade a preocupação com a produção de conhecimentos voltados para os problemas ambientais. Portanto, a universidade deve, prioritariamente, se constituir num espaço educativo sobre a temática ambiental, visando o entendimento de suas relações com a natureza e propondo ações diversificadas interdisciplinares que atendam às exigências ambientais da cidade e da região onde ela se situa. Para tal sugere-se a implementação de ações que Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -13- aproximem os docentes das diferentes áreas das questões ambientais, num processo contínuo de sensibilização e mobilização. A universidade, preocupada em consolidar as bases do conhecimento, tem possibilidades reais de desenvolver atividades ligadas à sua missão de forma comprometida com a preservação de um nível melhor de qualidade de vida. Considera-se imprescindível a conservação das áreas verdes e de lazer, numa parceria entre a população e o poder público, com benefícios para toda a comunidade num pleno exercício de cidadania e preservação do meio ambiente. As contribuições da pesquisa visam ampliar a percepção das possibilidades de construção de projetos pelas instituições de ensino superior, estimular professores a desenvolverem trabalhos orientados com a comunidade, oportunizando experiências diversificadas, conhecimento e compreensão de questões ambientais, associadas a um novo estilo de vida. Se a Educação Ambiental é, antes de tudo, uma questão de atitude, os alunos poderão vivenciar, no segundo momento da pesquisa, atividades de caráter preventivo e defensivo, manifestos na forma de uma campanha de conscientização para a preservação da natureza e o desenvolvimento de atividades esportivas nestes espaços de lazer. A base das atividades será o pensamento crítico e inovador, e o envolvimento com a comunidade. A segunda parte desta pesquisa será desenvolvida em praças públicas, áreas verdes e quadras esportivas da cidade, com uso de roteiros de observação e de entrevista e registro fotográfico. O roteiro de entrevista contemplará dois momentos de investigação: junto às pessoas responsáveis pelas quadras e junto a moradores das proximidades destes setores. No ato da entrevista serão entregues à comunidade panfletos de divulgação de idéias e noções de recuperação e preservação do meio ambiente. Faz-se importante registrar que encontramos algumas dificuldades no decorrer da pesquisa, até pelas próprias circunstâncias que envolvem a estrutura departamental vigente na universidade, fato também relatado por autores como Santos Filho e Moraes (2000) e Sato (2003). Os obstáculos foram gradativamente sendo superados graças à persistência do grupo de pesquisa e pelo entendimento da relevância dos estudos ambientais de forma interdisciplinar. Esperamos que estas reflexões possam colaborar com o debate sobre a formação e a intervenção profissional na área da Educação Física, contribuir com a sistematização de conhecimentos teórico-práticos sobre o tema, promoção de intercâmbios e ações expressivas para uma sólida formação e estreitamento de vínculos entre formação e intervenção profissional. Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -14- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARREIRO, Leda Breitenbach. Os descaminhos do ensino: algumas causas e conseqüências. Humanidades, v.7, n.2, p.184-187, 1991. DALLACORTE, Ivani Cristina Butzke. Percepção e educação ambiental como meios para a participação comunitária e a prática de cidadania nos processos de gestão ambiental. Revista de estudos ambientais, v.5, n.2 e 3, p. 25-42, 2003. FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: definição, projeto, pesquisa. In: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Práticas interdisciplinares na escola. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1993. p.15-18. GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole. Rio de Janeiro: Record, 2000. GUIMARÃES, M. Educação ambiental: temas em meio ambiente. Duque de Caxias: Unigranrio, 2000. ________. A formação de educadores ambientais. São Paulo: Papirus, 2004. ÍMBERNÓN, F. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. São Paulo: Cortez, 2000. MAIA, Francisco de Assis, BUSSONS, José. Ensaio de ensino: O futuro alternativo do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978. MEDINA, Naná Mininni, SANTOS, Elizabeth da Conceição. Educação Ambiental: Uma metodologia participativa de formação. 2.ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. MORAES, Sílvia E., SANTOS FILHO, José Camilo dos. Apresentação. In: SANTOS FILHO, José Camilo dos, MORAES, Sílvia E. Escola e universidade na pós-modernidade. São Paulo: Mercado das Letras, 2000. p.7-14. MORIN, Edgard. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. PEDRINI, Alexandre de Gusmão. Introdução. In: PEDRINI, Alexandre de Gusmão. (Org.). Educação Ambiental: Reflexões e práticas contemporâneas. 5.ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. p.11-19. PHILIPPI JR., Arlindo, PELICIONI, Maria Cecília Focesi, COIMBRA, José de Ávila Aguiar. Visão de interdisciplinaridade na Educação Ambiental. In: PHILIPPI JR., Arlindo, PELICIONI, Maria Cecília Focesi. (Eds.). Educação Ambiental: Desenvolvimento de Cursos e Projetos. 2. ed. São Paulo: Signus Editora, 2002. p.178-185. PHILIPPI JR., Arlindo, PELICIONI, Maria Cecília Focesi, COIMBRA, José de Ávila Aguiar. Educação Ambiental: Do passado e do presente para alcançar a sustentabilidade. In: PHILIPPI JR., Arlindo, PELICIONI, Maria Cecília Focesi. (Eds.). Educação Ambiental: Desenvolvimento de Cursos e Projetos. 2. ed. São Paulo: Signus Editora, 2002. p.321330. Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005| -15- SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000. SATO, Michele. Educação Ambiental. São Carlos: Rima, 2003. STERN, Paul C., YOUNG, Oran R., DRUCKMAN, Daniel. (Orgs.). Agressões ao Meio Ambiente. São Paulo: Makron Books, 1993. Mudanças e WEBER, Jacques, BAILLY Denis. Prever é governar. In: VIEIRA, Paulo Freire, WEBER, Jacques. (Orgs.). Gestão de Recursos Naturais Renováveis e Desenvolvimento: Novos desafios para a pesquisa ambiental. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000. p.269-302. Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e Cognição do Meio Ambiente |Londrina 2005|
Documentos relacionados
Faça o dowload aqui - Revista Mineira de Educação Física
potencialiáades locais, visando a realização de atividades físicas e obtenção de saúde. Iniciamos os trabalhos com reuniões semanais, em que debatíamos a literatura existente sobre Educação Ambient...
Leia mais