Versão de Impressão - Sistema Eletrônico de Administração de
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Versão de Impressão - Sistema Eletrônico de Administração de
Sistema de Fluxo Automatizado para Testes de Cabeçote (1). Humberto R. Cazagi(4); Giana de Almeida Pereira(5) ; Marcelo Vandresen (2); Richard Chaplin(3); Resumo Expandido (1) Trabalho executado com recursos do Edital 12/2012, da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (2) (3) (4) (5) Professor; Instituto Federal de Santa Catarina; Florianópolis, SC; [email protected]; Estudante; Instituto Federal de Santa Catarina; Florianópolis, SC; [email protected]; Professor; Instituto Federal de Santa Catarina; Florianópolis, SC; [email protected]; Estudante; Instituto Federal de Santa Catarina; Florianópolis, SC; alemã[email protected]; RESUMO: Este projeto visa à melhoria de um equipamento, instalado no Laboratório de Motores do Curso Técnico em Manutenção de Automóveis no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), utilizado por alunos e docentes tanto para aulas práticas quanto para estudos realizados pelo grupo de pesquisa para o CNPq de “Avaliação do Desempenho de Motores de Combustão Interna” (AdeMCI). O projeto consiste no desenvolvimento de uma bancada de teste de fluxo de cabeçotes automatizada utilizando recursos de eletrônica como sensores do tipo MAP (manifold absolute pressure) e MAF (manifold air flow), comumente empregados nos sistemas automotivos para o controle dos motores por injeção eletrônica. As bancadas de fluxo automatizadas já existem no mercado internacional, mas seu custo para aquisição é elevado. Porém permitem que um teste seja reduzido a um menor tempo, tendo uma precisão de leitura maior sem a influência direta da capacidade do operador do equipamento. O desenvolvimento de um produto assim no nosso laboratório auxiliaria professores, alunos e pesquisadores. Palavras-chave: bancada de fluxo, automação, cabeçote, sensores. INTRODUÇÃO Conforme define o site “TMC Motos”, cujo endereço eletrônico encontra-se nas referências deste artigo, uma bancada de fluxo é um equipamento onde testa-se o fluxo dos cabeçotes e componentes fazendo com que se possa identificar se o cabeçote realmente obteve uma melhoria no fluxo sem gerar turbulencia. Segundo SOUZA, em seu artigo “Estudo Experimental e Numérico do Sistema de Admissão de um motor de Combustão Interna” nos motores de combustão interna, a troca de gases na câmara de combustão (admissão e escapamento) e sua efciciência volumétrica afetam diretamente a eficiência do motor. Ou seja, as características que podem ser avaliadas em um motor de combustão interna como torque, potência e consumo, por exemplo - estão intimamente ligadas à eficiência (ou falta dela) da entrada e saída de gases na câmara de combustão, através do cabeçote do motor. Melhorando-se a capacidade de admissão de oxigênio melhorase o desempenho do motor, pois se consegue queimar uma massa maior de combustível e liberar uma quantidade maior de energia que posteriormente será convertida em trabalho (movimento) pelo motor. O equipamento que é utilizado para medir as perdas de carga entre entrada (admissão) e saída (escapamento) dos gases em uma câmara de combustão é a bancada de fluxo. No IFSC, no Curso Técnico de Manutenção de Automóveis e no ADeMCI, é empregada uma bancada de fluxo (figura 1) com operação e leitura totalmente mecânica, através do manuseio de válvulas (manípulos) e leitura de pressão e eficiência através de escalas com o equilíbrio de fluídos, que pode ser encontrado no site do fabricante “SuperFlow”. METODOLOGIA Para existir fluxo de ar atravéz de um duto ou orifício qualquer, é necessário haver uma diferença de pressão entre eles. Este fluxo irá variar conforme a diferença de pressão que ele estiver exposto, então quanto maior a diferença de pressão maior será o fluxo, mesmo que o cabeçote permaneça inalterado. Segundo o site “Hot Flow” a bancada de fluxo nos permite fixar um diferencial de presssão que, por sua vez, irá gerar um fluxo atravéz de qualquer dispositivo que ali estiver convenientemente acoplado. Então pode-se efetuar uma mudança neste dispositivo e expô-lo novamente ao mesmo diferencial de pressão previamente determinado, e assim verificar se o fluxo aumentou ou diminuiu. Portanto quando o fluxo de um cabeçote for medido é importante saber qual foi o diferencial de pressão usado. Um cabeçote medido com um diferencial de pressão de 20 polegadas de coluna de água terá um fluxo maior do que o mesmo cabeçote medido com um diferencial de pressão de 10 polegadas de água. da diferença entre as pressões nos dois reservatórios. Conforme afirma o autor, o liquido usado no manômetro geralmente tem maior peso específico que o dos fluídos cuja pressão se pretende medir sem se deve misturar com os líquidos adjacentes. Segundo o mesmo, os líquidos mais comumente usados são o mercúrio (densidade 13,6), água (densidade 1), álcool (densidade 0,9), e óleos manométricos comerciais de varias densidades. O manômetro da bancada de fluxo a ser automatizada possui como líquido água com corante. Para o controle da temperatura há na bancada como instrumento de medição um termômetro de mercúrio. Segundo FREEDMAN e YOUNG no livro “Física II - Temodinâmica e Ondas” 2006, um termômetro de mercúrio possui sua escala embasada na conversão da dilatação térmica em temperatura. Para medir a temperatura de um corpo o termômetro deve estar encostado a ele. Conforme explicam os autores, após um determinado tempo o recipiente esfriará e o termômetro aquecerá, ou seja, terão alcançado equilíbrio térmico. Ao ser aquecido, o mercúrio dilatará e por meio desta dilatação sabe-se a temperatura. Figura 1: Bancada de fluxo do IFSC Fonte: ADeMCI Para medir o diferencial de pressão há um manômetro na bancada de fluxo. Segundo as definições de HWANG em seu livro “Fundamentos de Sistemas de Engenharia Hidráulica” – 1981, um manômetro é um tubo curvado geralmente com o formato de um U contendo um fluído de densidade conhecida. A diferença de cotas entre as superfícies do líquido sob pressão indica a diferença entre as pressões nas duas extremidades do tubo. Segundo ele há dois tipos de manômetros: • manômetro aberto: possui uma das extremidades aberta submetida à pressão à pressão atmosférica e pode ser utilizado para medir a pressão interior do reservatório. • manômetro diferencial: possui ambas as extremidades ligadas a dois reservatórios com pressões diferentes e permitea medição Os testes realizados nas bancadas de fluxo manuais dependem muito da capacidade do operador, bem como do seu cuidado no manuseio dos manípulos e na leitura dos valores de fluxo e pressão. PROGRAMAÇÃO E AUTOMAÇÃO Um teste de um cabeçote numa bancada mecânica leva em torno de uma hora para cada cilindro, ou seja, em um motor com quatro cilindros, o teste leva em torno de quatro horas. Sendo assim um estudo aprofundado da influência dos ângulos das válvulas, por exemplo, pode levar de uma semana a um mês. Segundo CORREIA e ROCHA em seu artigo “Utilização de Sensores na Indústria Automóvel”, atualmente temos uma grande inclusão de componentes eletrônicos no universo automobolístico, essa crescente inclusão da eletrónica no universo automobilistico(sensores e atuadores) resulta no conforto, na segurança e na optimização do funcionamento que obtêm-se com os mesmos. Conforme definem os autores sensores são transdutores que convertem grandezas físicas em sinais elétricos que são enviados posteriormente para a unidade de controle correspondente ao sistema a ser medido. Na bancada do ADemCI coleta-se dados de forma manual, possuindo um termômetro de mercúrio e um manômetro diferencial de coluna d'água. A precisão de tais ferramentas é boa, porém a leitura é dependente da habilidade do operador. Utilizando sensores não limitamos mais o uso da bancada ao nivel de conhecimento do operador com a máquina, deixando-a intuitiva, de fácil operação mantendo a precisão. As bancadas de fluxo automatizadas já existem no mercado internacional, mas seu custo para aquisição é elevado. Elas permitem que um teste seja reduzido a um menor tempo, tendo uma precisão de leitura maior sem a influência direta da capacidade do operador do equipamento. A proposta do artigo é demonstrar como se é possivel realizar uma automação de leituras com um custo bem inferior ao que já existe no mercado. No IFSC – campus Florianópolis – utiliza-se o uCduino, que consiste em uma placa microcontrolada desenvolvida pelo professor Édson Melo, baseada no Atmega328 cujo conceito é similar ao Arduino Pro(placa simples, para deixar embarcada em projeto, sem interface de programação). O uCduino é concebido a baixo custo somado a uma fácil montagem, realizada pelos alunos nas disciplinas cujo o mesmo é utilizado. Pode ser encontrado juntamente com seus periféricos e material de apoio no site “FPGA para todos” cujo o mesmo encontra-se nas referências deste artigo. O controle dos sensores será feito pelo uCduino, sendo este programado em linguagem C. Inicialmente o sensor utilizado para a leitura da pressão diferencial era o SDP610, cuja comunicação com o uCduino realiza-se por I2C. Segundo o site “Portal Embarcados” o barramento I2C consiste fisicamente de 2 fios e uma conexão com o terra. Os dois fios são bi-direcionais, um para envio de dados e outro para o clock (SDA Serial Data Line; e SCL - Serial Clock Line. Os dispositivos são interconectados por meio desses dois sinais. Um dispositivo atua como “master” e outro(s) como slave, quem dita o comando e o passo da comunicação (clock) é o master. No nosso caso o master seria o uCduino que faria isto por meio de seu microcontrolador e o slave seria o sensor que receberia o comando e atuaria conforme o programado. Figura 2: Fluxograma da programação do sensor de pressão Fonte: ADeMCI Porém o sensor SDP610 possui um alto custo e uma das metas deste projeto é automatizar uma bancada a baixo custo. Então este tipo de sensor foi substituído por sensores do tipo MAP, MPX4250A. Seu custo é baixo e sua leitura é analógica, podendo ser transformada para leitura digital com o auxílio de alguns capacitores. Segundo seu datasheet, o MPX4250A é um sensor de pressão absoluta Manifold para controle do motor, é projetado para detectar pressão absoluta do ar dentro do coletor de admissão. Esta medida pode ser utilizada para calcular a quantidade de combustível necessária para cada cilindro. Os sensores podem ser vizualiados conforme ilustra a figura 3. Figura 3: Sensores em teste de diferença de pressão com o uCduino Fonte: ADeMCI Conforme demonstra seu datasheet, encontrado no site “Freescale”, no MPX4250A o transdutor piezo-resistivo é um estado do sensor de pressão de silício monolítico concebido para uma larga gama de aplicações, especialmente aqueles que utilizam um microcontrolador ou microprocessador com uma entrada A/D. Este transdutor combina técnicas microtorneamento avançada, metalização de película fina e de processamento para proporcionar um sinal de saída analógico preciso de alto nível, que é proporcional à pressão aplicada. O fato de possuir formato pequeno e ser de alta confiabilidade de integração faz o sensor de escala livre a escolha lógica e econômica para o engenheiro de sistema automotivo. A lógica utilizada para a programação aplica via uCduino expressa-se no fluxograma ilustrado pela figura 2. cuja a mesma foi confeccionada no site "Lucidchart", um editor online de fluxogramas, cujo endereço eletrônico encontra-se nas referências. A série de sensores de temperatura são LM35 "de circuitos integrados de precisão", sendo utilizado a principo com encapsulamento plástico TO-92. Conforme demonstra seu datasheet encontrado no site da Texas Instruments, sua tensão de saída é linearmente proporcional à temperatura em graus Celsius. O LM35, portanto, tem uma vantagem sobre os sensores de temperatura linear calibrados em Kelvin, pois o usuário não é obrigado a subtrair uma grande tensão constante de sua produção para obter conveniente escala centígrados. Os sensores podem ser vizualiados conforme ilustra a figura 4. pode ser utilizado com fontes de alimentação individuais. Não há muito auto-aquecimento, menos de 0,1 ˚ C no ar. Na bancada de fluxo mede-se com o termômetro a temperatura da válvula de admissão ou da válvula de escape. Com os sensores de temperatura a leitura, que antes era feita analisando a dilatação do mercúrio, agora passará a ser exibida em um display LCD. A vantagem do uso de displays LCD é que o usuário já recebe o valor pronto, tendo ao lado a unidade física utilizada. Assim o operador recebe os dados prontos de forma rápida e instantanea. Figura 5: Fluxograma da programação do LM35 Fonte: ADeMCI A lógica utilizada para a programação aplica via uCduino expressa-se no fluxograma ilustrado pela figura 5, cuja a mesma foi confeccionada no site "Lucidchart". CONCLUSÃO Figura 4: Sensores de temperatura, um para a temperatura atmosférica que servira como referencia e outro para a temperatura final. Fonte: ADeMCI O LM35 não necessita de qualquer calibração externa ou aparamento de proporcionar precisão típicos de ± 1/4 ˚ C à temperatura ambiente, e ± 3/4 ˚C durante intervalo de temperatura de -55 a +150 C ˚. Baixo custo, A automação a baixo custo de uma bancada de fluxo didática é viável. A disponibilização deste equipamento automatizado para o ensino e para a pesquisa será um complemento na bancada existente, permitindo a otimização do desenvolvimento das pesquisas, ou seja, este projeto auxiliará muitos outros. REFERÊNCIAS 1. GARCIA, O.; BRUNETTI, F. Motores de combustão interna. São Bernardo do Campo, Opus, 1992. SuperFlow. http://www.superflow.com/Flowbenches/ . Acesso em 26/02/2013. 3. CORREIA, Daniel. ROCHA, Daniel. Utilização de sensores na indústria de automóveis:< http://ave.dee.isep.ipp.pt/~mjf/act_lect/SIAUT/ Trabalhos%202011-12/SIAUT_201112_Sensores.pdf > Acesso em 2 de Maio. 4. Texas Instruments <http://www.ti.com/lit/ds/symlink/lm35.pdf> Acesso em 12 de Junho. 5. Freescale – Datasheet MPX4250A <http://www.freescale.com/files/sensors/doc/d aa_sheet/MPX4250A.pdf> Acesso em 14 de Maio. 6. Portal FPGA para todos <http://200.135.184.52/kits.html > Acesso em 17 de Maio. 7. HWANG, Ned H. C. Fundamentos de Sistemas de Engenharia Hidráulica, 1981. 8. Bancada de Fluxo :: TCM Motos <http://www.tmcmotos.com/servi %C3%A7os/bancada-defluxo> Acesso em 24 de Maio. 9. Hot Flow <http://hot-flow.com.br/? 2. page_id=173 > Aceddo em 24 de Maio. 10. Portal Embarcados <http://www.embarcados.com.br/Artigos/Hard ware-Embarcado/Barramento-I2C.html> Acesso em 22 de Maio. 11. FREEDMAN, Roger A; YOUNG, Hugh D. Física II - Temodinâmica e Ondas . 2006. 12. SOUZA, G, R. Estudo Experimental e Numérico do Sistema de Admissão de um motor de Combustão Interna <http://www.fem.unicamp.br/~phoenics/EM974 /PROJETOS/PROJETOS%202%20SEM11/TURMA%20A/G8%20OK/referencias.pdf> Acesso em: 8 de Maio. 13. Lucidchart – Editor de Fluxogramas Online <https://www.lucidchart.com/documents//edit4 3/79-00ec-51c057a7-81a6-0ce00a004538#? demo=on> Acesso em: 27 de Maio.