Consciência

Transcrição

Consciência
JAN/FEV/MAR • 2010 • Ano 9 • nº 34
P A P E L
C H A MOIS
a arte de
ler
Sylvia Bandeira
EDUCAÇÃO EM
PRIMEIRO LUGAR
José Mindlin
“EM UM MUNDO
SEM LIVROS, NÃO
GOSTARIA DE VIVER”
Consciência
CHAMOIS, O PAPEL DO PRESENTE E DO FUTURO
Sumário
04
Publicação trimestral da MD PAPÉIS LTDA.
Rua Dr. Moisés Kahan, 140
Barra Funda – São Paulo - SP – 01139-040
Tel.: 11 3613 5225
Conselho Editorial:
Sergio L. Canela
Francine Felippe dos Santos
Ruy Marum
Agradecimentos:
Bertrand Brasil
BSP – Biblioteca de São Paulo
Difel
Eduardo Sab
Jaina Carvalho
POIESIS - Organização Social de Cultura
marca do manejo florestal responsável.
Rocco
1996 Forest Stewardship Council A.C.
Sylvia Buarque
08
03.
Que venham os livros, o melhor
transporte para o futuro
04.
consciência
06.
leitura em destaque
07.
08.
10.
11.
14
editorial
12.
13.
14.
Tiago Lanzoni
Projeto Gráfico/Editorial
Chamois, o papel do presente
e do futuro
Clarice na cabeceira
cultura
A pena que vence a pena
homenagem
José Mindlin
atualidade
Ilustração de livros infantis
entrevista
Sylvia Bandeira. Educação
em primeiro lugar
mercado
Rua Turiassu, 390 - cj. 112
Tel.: 11 3801-1083
[email protected]
Coordenação Geral
Ruy Marum ([email protected])
Mara Ribeiro ([email protected])
Redação
Mara Ribeiro
Ruy Marum
Antonio Alcivan
Atendimento ao leitor
[email protected]
Pré-impressão e Impressão
Agigraf
Mais que um vendedor, leitor
realidade
Tiragem
2.300 exemplares
Educação X Inclusão Social
em pauta
Tradução literária
15.
gente que lê
16.
chamois em destaque
Impresso em papel Chamois Bulk Dunas 90 g/m2,
certificado FSC e fabricado pela MD Papéis,
em harmonia com o meio ambiente.
É proibida a reprodução total ou parcial
de textos, fotos e ilustrações por qualquer
meio sem a prévia autorização.
Editorial
QUE VENHAM OS LIVROS,
O MELHOR TRANSPORTE
PARA O FUTURO
E
que venha o futuro, com homens mais conscientes de sua cidadania, conscientes do seu papel no Estado. Que
ele venha e, junto com ele, todo cidadão tenha a certeza de que sua base foi a educação e que os livros foram
o seu meio de transporte para um mundo melhor. Que venha o futuro com um país construído com bases
sólidas, formado por homens e livros, como dizia Monteiro Lobato.
Este é o futuro que imaginamos para o nosso país e é nele que queremos viver. Por isso, o que fazemos hoje faz toda a diferença. E,
se consciência é o que esperamos para o futuro, esta edição do Chamois Notícias chega totalmente produzida com papel certificado
com o selo FSC (Forest Stwardship Council), que garante que sua matéria-prima é proveniente do correto manejo das florestas.
Consciência ecológica e da importância da educação para a construção de um país melhor. E mais, consciência mais do que nunca
a respeito do valor dos livros, que hoje ocupam lugar de destaque naquele que um dia foi cenário de violência e palco de grandes
tragédias, o Complexo Prisional Carandiru. Consciência tem também um bom vendedor de livros que é, antes de tudo, um grande
leitor, que, conhecedor de autores e apreciador de uma boa leitura, não deixa passar despercebido aquele que engrandece a obra
dos escritores estrangeiros, o tradutor literário.
E, por falar em tradutor literário, o Brasil sempre contou com a colaboração de muitos deles, que nem sempre tiveram o merecido
reconhecimento, mas brilharam e brilham nas livrarias, a exemplo da inesquecível Clarice Lispector, que agora pode ficar ainda
mais próxima de seus leitores, através do livro “Na cabeceira com Clarice”, uma coletânea de 22 contos da escritora,
selecionados por 22 ilustres leitores e organizado pela escritora Teresa Monsanto.
Inesquecíveis também são as ilustrações de livros infantis, que valem por mil palavras e povoam o
imaginário da criançada estimulando-as a adentrar no mundo mágico dos livros. Mundo este que,
uma vez percorrido, não se esquece jamais. Foi assim com a atriz Sylvia Bandeira, que
através dos pais foi estimulada na leitura, paixão que traz até hoje e que procurou
inocular em seus filhos.
Mundo que o nosso querido José Mindlin deixou, após ter
dedicado sua vida a inocular o vírus da leitura em cada
pessoa que conhecesse. Com a missão cumprida,
ele partiu. E a ele, dedicamos esta edição,
totalmente consciente, assim como o mundo
deve ser, assim como o mundo que queremos viver.
Boa leitura e até a próxima edição.
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Consciência
CHAMOIS,
O PAPEL DO PRESENTE E DO FUTURO
O PAPEL DAS PRODUÇÕES EDITORIAIS DE SUCESSO
Q
uando se busca um papel
para impressão, o que
você espera encontrar?
Boa printabilidade, alta performance, excelente resultado... não é verdade? Afinal,
são atributos mínimos indispensáveis para
o resultado satisfatório de qualquer impressão. E com o livro não é diferente.
Acontece que nas últimas décadas, muita
coisa mudou. As empresas têm procurado
se superar a cada dia, passando a desenvolver produtos diferenciados, produtos
com valor agregado, e o consumidor, cada
vez mais atento a essas mudanças, tem se
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tornado cada vez mais exigente. Mas não
só isso, além da qualidade ele passou a
exigir produtos desenvolvidos de forma
consciente, que levem a chancela da ecologia, da preservação ambiental. E assim
tem sido, com resultados muito satisfatórios para toda a sociedade. Afinal de contas, ações de conscientização e preservação ambiental envolvem toda cadeia
produtiva, e contribui decisivamente para
que os fabricantes não apenas desenvolvam produtos ecologicamente corretos,
como também passem a exigir de seus
fornecedores esse compromisso com o
meio ambiente. Mas, e você, quando procura um papel para a impressão de livros e
revistas, sabe o que está por trás de todo
o seu processo de fabricação?
Papel Chamois, fabricação garantida
pela MD Papéis
Por trás do papel Chamois está a marca
MD Papéis, uma das mais respeitadas fabricantes de papéis do Brasil, que além de
ser reconhecida nacional e internacionalmente por sua incessante busca pela qualidade é também uma empresa consciente
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e compromissada com o bem do planeta
grandes editoras para a impressão de seus
best sellers. Com o Chamois, foram imprese que tem em sua política industrial, uma
sos os livros da série “Crepúsculo”, da esforte atuação na implantação de práticas
critora Stephenie Meyer, o “Código da Vinde preservação do meio ambiente.
ci”, de Dan Brown, “Marley & Eu” e muitos
Prova disso é a recente conquista do selo
outros que foram considerados grandes
FSC (Forest Stwardship Council), certificalançamentos editoriais nos últimos anos.
ção mundialmente reconhecida, que gaConhecido por ser diferenciado e sofistirante que o processo produtivo do papel
cado, o Chamois permite uma leituChamois obedece as boas práticas
de fabricação, com manejo corra muito mais agradável. Papel
reto das florestas – de onde é
off white, com alta opacidade
extraída a sua matéria-prie baixa reflexão de luz, ofema –, de maneira adequarece cores que facilitam a
da, socialmente justa e ecoleitura e não cansam a vista,
nomicamente sustentável. A
e pode ser encontrado na
partir de agora, quem escoversão Chamois Fine, gramalhe o papel Chamois para a imturas 67, 70, 75, 80 e 120g/m²
A marca do manejo florestal responsável.
pressão de livros, revistas ou matee Chamois Bulk, gramaturas 70, 80
© 1996
Forest
A.C.
2
e 90g/mCouncil
rial promocional, mais
que um
papelStewardship
de
.
Com essas cartacterísticas, eles suprem
qualidade, está também endossando o
suprem todas as necessidades do mercado
compromisso da MD Papéis com a preser
presereditorial e surpreendem pelos resultados
vação da natureza, com a certeza de que se
proporcionados. Para os leitores, um livro
trata de um papel que não degrada o meio
ambiente e contribui para o desenvolviimpresso em papel Chamois é sinônimo
de leitura agradável e de vida também.
mento das comunidades da floresta. E não
Porque estamos falando de futuro, de
é só isso, além de ser um papel com a
qualidade de vida e do planeta! n
chancela verde, é um dos preferidos das
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Leitura em destaque
CLARICE NA
CABECEIRA
N
a cabeceira, bem perto dos pensamentos. Não
poderia haver título melhor para este livro organizado pela escritora e doutora em letras Teresa
Monteiro. Afinal, na cabeceira ficam os nossos livros preferidos,
os inesquecíveis. Ficam também aqueles lidos, relidos e que acalentam a alma e o coração em momentos especiais. E também
aqueles, cujos autores nos tornamos amigos próximos, quase
íntimos, por que não dizer, autores que acreditamos conhecer
de tal forma, que os convidamos a fazer parte de nossas vidas.
Na cabeceira, fica a inesquecível Clarice Lispector, uma das mais
importantes escritoras brasileiras do século XX e também uma
das mais queridas. Complexa, enigmática, subjetiva e extremamente lúcida.
“Clarice na cabeceira” é uma coletânea de 22 contos selecionados por 22 personalidades do cenário cultural. Nomes como Rubem Fonseca, amigo pessoal da escritora, Lya Luft, Malu Mader,
Beth Goulart e Luiz Fernando Veríssimo enriquecem a obra com
a seleção de seus contos preferidos, depoimentos pessoais sobre
eles e a experiência de cada um com a obra da escritora.
Aqui, ilustres leitores revezam-se e fazem as vezes do escritor,
transformando em realidade uma frase dita por Clarice Lispector: “O personagem leitor é um personagem curioso, estranho.
Ao mesmo tempo que inteiramente individual e com reações
próprias, é tão terrivelmente ligado ao escritor que na verdade
ele, o leitor, é o escritor”.
Neste livro, leitores, amigos e fãs ilustres da escritora compartilham com os demais leitores o amor e a admiração pela escritora
e sua obra, respondendo à pergunta: Qual o seu texto de cabeceira de Clarice Lispector?
Os convidados responderam. E você, já sabe qual é o seu? n
“O personagem leitor é um personagem
curioso, estranho. Ao mesmo tempo que
inteiramente individual e com reações
próprias, é tão terrivelmente ligado ao escritor
que na verdade ele, o leitor, é o escritor”.
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CLARICE NA CABECEIRA
Clarice Lispector
Organização: Teresa Monteiro
Editora Rocco
256 págs.
Impresso em papel Chamois Fine Dunas 70g
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Cultura
A PENA QUE
VENCE A PENA
Márcia Alves
Dirceu Rodrigues
Dirceu Rodrigues
O
s antigos gregos já diziam que a cada escola
que se abre é uma cadeia que se encerra. Escrito há milhares de anos eles nunca estiveram
tão atuais. Em São Paulo, o antigo complexo prisional do Carandiru, nome herdado do bairro que o abriga, foi inaugurado em
1920, com a função de abrigar presos enquanto aguardavam o
seu julgamento, disto vem o nome “Casa de Detenção Provisória”.
Porém, na década de 70 ela começou a receber presos já condenados, numa mostra de que o sistema carcerário já estava em vias de
colapso desde a ditadura. Homens com sentimentos de revolta e
ódio em um ambiente minúsculo, mal iluminado e arejado, compartilhado muitas vezes com desafetos, esses os ingredientes básicos para o estouro de inúmeras rebeliões. E como mudar uma situação tão dantesca como esta? Como fazer brotar uma semente
de esperança em meio a um horizonte tão tenebroso?
Países como Japão e a própria Alemanha nos deram o caminho
para uma mudança, uma verdadeira revolução social e cultural.
Nações devastadas pela guerra transformaram-se em grandes potências mundiais através da educação. Instruindo sua população e
globalizando o conhecimento, tornando-o acessível a todos.
No dia 16 de janeiro de 2003 foi abaixo o símbolo máximo da falência do sistema prisional brasileiro, o complexo do Carandiru. A
atmosfera fria e penosa que um dia foi palco de muitos pesadelos,
deu lugar ao sentimento de esperança, de mudança de rumo.
No lugar, iniciou-se a construção de um parque linear com 240 mil
m2 de área, com diversos pontos de lazer, cultura e entretenimento, entre eles está a Biblioteca de São Paulo, ou simplesmente BSP.
A obra, hoje concluída, recebe centenas de pessoas todos os dias.
A BSP é uma nova ferramenta da Secretaria de Estado da Cultura
no programa Mais Cultura, ao incentivo à leitura por jovens e
adultos, integra diversas mídias, aproxima expressões artísticas e
coloca a literatura ao lado de fortes concorrentes como os jogos
eletrônicos e a televisão. Ocupando uma área de 4.257 m2 foi
concebida nos moldes da biblioteca de Santiago, no Chile. Tem
um apoio contundente da tecnologia: rede wireless, terminal de
auto-atendimento e computadores com acesso à internet.
Além de uma série de títulos de livros impressos nacionais e estrangeiros, inclusive muitos digitais, a biblioteca conta com um
bom acervo musical, acessível a todos os visitantes. Tida como a
biblioteca modelo em acessibilidade do portador de deficiência
física. Dispõe de equipamentos que auxiliam a localização e pesquisa por cegos e pessoas com baixa visão, além de mobiliário
especial para cadeirantes. Funcionários capacitados para comunicar-se em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) prestam assistência
aos usuários. A BSP tem ainda um olhar especial voltado à criança.
Possui um espaço infantil no primeiro andar onde os pais podem
permanecer com os filhos estimulando a leitura e acompanhando
as brincadeiras e jogos. A decoração, lúdica, estimula o imaginário
e a fantasia, com pinturas coloridas e aviõezinhos de papel suspensos no ar, indicando que ali a criatividade voa alto. Isto é inserção e universalização da cultura, garantindo um direito uniforme
de busca do saber, de sede por conhecimento. Hoje, caminhando
pelo parque, o ambiente é outro. O vento ganha terreno pelos
bosques e refresca o dia dos caminhantes. É um punhado de verde, paz e harmonia em meio à cidade de pedra. É um raio de luz
nascido das trevas. n
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Homenagem
SEMPRE VIVO
NA ESPERANÇA DA LEITURA
José Mindlin
28 de fevereiro de 2010, morre José Mindlin, o homem que fez de sua vida
uma devoção pelos livros e formou a maior biblioteca privada do Brasil.
E
sperança, a força que tem o poder para renovar o
mundo, sentimento de quem acredita que tudo é
possível.
Esperança de poder plantar no coração de cada cidadão a motivação pela leitura por prazer. “Se eu puder acordar a cada dia e catequizar o gosto pela leitura, em cada pessoa que eu encontrar,
terei a certeza de que o meu dia terá valido a pena”.
Essa a esperança de José Mindlin, um homem que antes de ser
considerado o maior bibliófilo da América Latina, já era respeitado
por seu comportamento e seu caráter. Por onde passou, deixou
bons e grandes exemplos de que é possível fazer a diferença e
acreditar. Quem conhece um pouco de sua trajetória, sabe que ela
foi marcada por escolhas decisivas e a ética sempre esteve presente em todas elas. Além de sua paixão pela cultura e pela arte, herança de seu pai, um imigrante russo judeu, Mindlin construiu uma
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vida profissional bem-sucedida. Ainda bem jovem, aos 15 anos,
iniciou sua carreira como jornalista no jornal O Estado de São Paulo, formou-se em direito pela Universidade de São Paulo. Sua atuação na advocacia o levou a dar um grande e decisivo passo como
empreendedor: fundou em 1946 a Metal Leve, fabricante de peças automotivas, um exemplo de empresa, moderna, que chegou
a ter 7000 funcionários e duas fábricas nos Estados Unidos. Em
1996, Mindlin vendeu a sua companhia para outra grande empresa, sua concorrente, a alemã Mahle. Assim, sedimentava-se um
caminho aberto quando ainda jovem passando a dedicar-se agora,
em tempo integral, à sua coleção. Mindlin foi um dos poucos empresários que se recusou a contribuir com a Operação Bandeirantes (Oban), organizada no II Exército para exterminar a esquerda
armada, em 1969. Outra decisão marcante em sua vida aconteceu
quando estava à frente da Secretaria de Cultura do Estado de São
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EM UM
MUNDO
SEM LIVROS,
NÃO
GOSTARIA
DE VIVER
José Mindlin
Paulo e se recusou a acatar determinação da ditadura militar, para
demitir o jornalista Wladimir Herzog, seu indicado para chefiar o
jornalismo da TV Cultura. Logo em seguida, firme em seus princípios, demitiu-se do cargo quando o jornalista foi morto pela mesma ditadura militar, em outubro de 1975.
Amante dos livros, apaixonado pela arte. Mindlin foi, indiscutivelmente, um dos principais difusores da cultura que o Brasil teve o
privilégio de conhecer. Privilégio também tiveram aqueles que
compartilharam minutos ao seu lado. Figura encantadora e gentil,
que em nenhum momento deixava de praticar a catequese da
leitura. “A leitura é um vício, que uma vez adquirido, não se pode
mais largar”, dizia ele. Eleito em 2006 imortal da Academia Brasileira de Letras, não fazia nada sem alegria e, se podemos dizer que
alguém veio para este mundo para fazer a diferença, este foi José
Mindlin. Por onde passou deixou a sua marca, o seu legado. No
dia 28 de fevereiro, ele nos deixou. Dos grandes exemplos, a sua
biblioteca particular, a maior do país, com 45000 volumes, doada
para a Universidade de São Paulo. Assim, o intelectual, o multiplicador de leitores deixa um espaço em branco, que não será preenchido, jamais. Ele foi único. Mas Mindlin nos deixa também a esperança de que um dia, o mundo sonhado por ele, possa ser uma
realidade na vida de todas as pessoas. n
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Atualidade
ILUSTRAÇÃO DE
LIVROS INFANTIS
ARTE DE DAR VIDA
E MOVIMENTO À
IMAGINAÇÃO
A
bre-se o senhor dos sonhos e o rei das estórias
se mostra aos olhares mais curiosos, revelando
seus segredos aos que sabem enxergar com os
olhos da alma. Abrem-se as páginas e ele com o poder soberano,
reina sobre as mentes abertas a este fascínio. Codificando fantasias e decodificando realidades, lá está ele, o livro infantil.
“Não tem figuras e nem diálogos; e pra que serve um livro sem
figuras e sem diálogos?”
Trecho de Alice no País das Maravilhas.
O universo infantil é rico, é terreno fértil à senhora criatividade que
ali encontra liberdade para desenvolver o que há de melhor na
infância: a imaginação.
A comunicação visual é anterior à verbal. Os antigos egípcios já a
utilizavam para desenhar em folhas de papiro aquilo que iriam ser
as grandes pirâmides. Comunicar-se por imagens é da natureza do
homem. Mas, palavras e imagens são como namorados, que flertam no olhar e andam de mãos dadas. Uma não é complemento
da outra, não têm sentimento de posse ou compromisso, mas ambas decidiram por si só, caminharem juntas. Porque, desta forma,
explicam o mundo à sua volta.
A indagação de Alice é um convite à leitura e nos mostra o forte
apelo que as imagens possuem no universo infantil.
As crianças entendem o mundo através das imagens, esse é o
passaporte que as leva a compreender o que se passa “fora do
aquário”. Infelizmente nossa educação básica é focada no ensino
e alfabetização através e, muitas vezes unicamente, das palavras.
Restringem o universo da criança a 10 algarismos e 26 letras sendo que existe todo um mundo de cores, traços, formas, texturas e
sensações inexploradas, prontas para serem descobertas. Tal é a
importância da alfabetização através das imagens que Paulo Freire
já dizia: “A leitura do mundo, precede a leitura da palavra”.
Daí a importância do ilustrador de literatura infantil, pois ele cria
uma ponte, uma via de acesso entre a comunicação escrita e a
criança, através da imagem. Permite ao menino a prática do sonhar, de criar suas próprias histórias, de interagir com as palavras,
interpretar o mundo através do seu olhar.
O ilustrador deve possuir o discernimento para não embutir nas
imagens os seus desejos e convicções pessoais, mas de adocicar,
instigar o que há por trás das imagens, embutido nas sombras.
Tem o dever de tornar fantástico o que é banal, de surpreendente
o que é cotidiano.
“Qualquer um pode ilustrar algo, mas um desenhista sabe captar
a essência, cativar pelo traço tornando a obra algo poético, romântico, excêntrico” diz o ilustrador Sérgio de Almeida.
O que mais fascina nesta arte é o fato de que a mesma obra pode
ser expressa de diversas formas. Porque cada artista possui um
traço particular, sua técnica de ilustração. É como caligrafia, cada
um tem a sua.
“Por isso que hoje temos desenhos de várias formas – Charlie e
Lola, Ben 10, Caverna do Dragão – já pensou como seriam seus
personagens sem a ilustração? Cada desenhista tem seu traço e
através dele cria um estilo que é reconhecido por todos. Eu posso
ter meu traço e desenhar tudo de forma semelhante ou posso
ousar e criar novos desenhos, com novas técnicas” completa o
ilustrador e animador Rinaldo Fonseca.
Com os mais variados estilos e técnicas, os ilustradores compartilham da grande responsabilidade que é atrair pequenos indivíduos
para transformá-los em futuros leitores. Todos eles sabem que técnica é importante, mas sensibilidade é fundamental. São eles que
transformam o real em lúdico, a razão em imaginação.
São eles também que nos dizem que, no universo infantil, figuras
e diálogos fazem uma grande diferença! n
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Entrevista
EDUCAÇÃO
EM PRIMEIRO LUGAR
A
humor do francês. Aqui existe um espírito de solidariedade e caridaptando-se aos diferentes países e às variadas
nho nato do nosso povo e apesar de todos nossos problemas acho
culturas. Assim foi a infância da atriz Sylvia
que é o melhor país do mundo e não trocaria por nenhum outro!
Bandeira, que em razão da profissão do pai, diplomata, passou a infância e a maior parte da juventude viajando
CH: Você tem o hábito de ler? O que o livro representa para
pelo mundo. Das constantes mudanças, a atriz traz uma grande
você?
recordação: a preocupação dos pais com a sua educação.
SB: O livro para mim é tudo, jamais fico sem ler. Hábito que desenCom uma vasta cultura e fluência em vários idiomas, Sylvia lembra
volvi muito pequena graças ao incentivo de meu pai. O livro me
da dificuldade que foi para ela, quando criança, se adaptar às conspossibilita sonhar, mergulhar em outros mundos, sofrer, me
tantes mudanças, deixando lares e amigos para traz e a recomeemocionar, rir e refletir.
çar sempre. “Eu não tinha raízes e isso era sofrido para
mim e para meu irmão. Hoje tenho uma visão ampla
O livro para
CH: Quais os seus autores preferidos? Algum
do mundo e me sinto confortável em qualquer lumim é tudo, jamais
livro marcou a sua vida? Qual?
gar, mas não sei se é a profissão ideal para os filhos
fico sem ler. Hábito
SB: Em diferentes momentos de minha vida, alesse tipo de vida mambembe”, diz ela. Da vida itique desenvolvi muito
guns livros me marcaram mais. Quando adolescennerante, veio o gosto pela arte. “Desenvolvi o lado
pequena graças ao
te (responsabilidade do pai), “O crime do padre
lúdico da profissão me fantasiando de diferentes
incentivo do
Amaro”, de Eça de Queirós, “Os Maias”, de Machapersonagens para brincar com meus pais , colegas e
meu pai
do de Assis, “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert,
amigos que sempre se surpreendiam com meus disfar“Le petit chose”, de Alphonse Daudet, “The old man and
ces. Também foi maravilhoso conhecer esse mundo vasto,
the sea”, de Hemingway, “O amor nos tempos do cólera”, de Garter contato com a cultura de cada lugar, igrejas milenares, museus,
cía Marquéz, “O jogo da amarelinha”, de Cortázar e milhares de
castelos. Coisas que ficaram incutidas em mim desde cedo mas que
outros. Um que marcou muito foi “o Idiota”, de Dostoievski. Ensó mais tarde fui apreciar”. Nascida em Genebra, mas brasileira de
fim, teria que preencher muitas páginas se começar a lembrar dos
coração, Sylvia Bandeira nos conta um pouco do seu encanto pelo
livros que marcaram minha vida e povoaram meus sonhos.
Brasil e a sua preocupação com educação e leitura, uma herança
de seus pais que procurou passar para os filhos. Em entrevista exCH: Como você vê a educacão no Brasil?
clusiva, Sylvia Bandeira falou ao Chamois Notícias:
SB: Ainda bastante deficitária, precisamos de mais escolas e mais
faculdades, apesar de termos escolas e faculdades excelentes preChamois Notícias: Em que momento chegou à conclusão de
cisamos de muito mais num país do tamanho do nosso.
que queria ser atriz?
Sylvia Bandeira: Eu morava em Chicago, Evanston, tinha uns
CH: Seus filhos estudaram aqui? De que forma você os estiquatro anos de idade quando perguntei para minha mãe o que
mulava na leitura?
era necessário fazer para ser uma movie star. O sonho vem de
SB: Os três estudaram aqui em excelentes colégios. Fiz tudo para
longe, a concretização veio com o primeiro filme do diretor Miguel
estimular a leitura neles, indicando, comprando, prometendo preFaria Jr., em “República dos Assassinos”.
sentes para cada livro lido. Essas táticas só funcionaram com minha
caçula que hoje tem 25 anos e adora ler. Mas meu pai também só
CH: Na sua opinião, o que o Brasil tem de melhor?
obteve essa paixão pela leitura comigo, meu irmão já não era tão
SB: A gentileza e o bom-humor do nosso povo, acabo de chegar
afeito e hoje prefere livros acadêmicos ligados à profissão dele. n
de 10 dias em Paris (cidade que amo) e me impressiona o malCHAMOIS NOTÍCIAS 11
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Mercado
MAIS QUE
VENDEDOR,
LEITOR
Q
ue venha a tecnologia, a informatização e
todo o suporte necessário para agilizar o atendimento ao cliente. Aqui temos máquinas leitoras em todas as seções, onde através da simples aproximação do
código de barras o senhor poderá verificar o custo do seu livro. Próximo passo?
Caixa um, dois ou três.
Ah, temos também o atendimento preferencial!
Eficiente, não?
E assim ficaram as nossas livrarias. Uma a uma padronizadas, e por
que não dizer, robotizadas. Ambiente frio, impessoal, mas totalmente de acordo com os novos tempos, high-tech.
Com este perfil, muitas livrarias cresceram, multiplicaram-se e conquistaram mercados e consumidores correspondendo às suas expectativas. Best sellers foram lançados, prateleiras esvaziadas e,
como previsto, a máquina não parou, enchendo de orgulho os simpatizantes do conceito fast-book. Mas o verdadeiro consumidor de
livros espera mais. Para ele, leitor contumaz, leitor por prazer, um
livro jamais pode ser trabalhado quantitativamente. Afinal, livro é
qualidade, é conteúdo, é essência. Não é simples mercadoria distribuída em pontos de vendas. E não é só isso. Máquinas não substituem um bom vendedor, jamais. Equilíbrio, esta é a palavra que
pode definir o caminho encontrado por muitas livrarias para atender o consumidor e o leitor. Através dele, ambientes aconchegantes
foram criados e, de pontos de vendas, as livrarias estão se transformando em pontos de encontro e entretenimento. As máquinas leitoras dão suporte a vendedores atenciosos e bem treinados, mas
antes de tudo, vendedores leitores. E estes, estão ganhando lugar
de destaque entre os leitores por prazer. Um grande exemplo está
na Livraria Cultura, que proporciona aos seus clientes um ambiente
confortável e aconchegante, composto por pufs, sofás e confortáveis poltronas, dispostos em diversos nichos, que convidam os clientes à experimentação dos produtos. Seu acervo de mais de 2 milhões de títulos, inclui livros raros e técnicos. E, os vendedores, mais
que vender, gostam do que fazem. E mais, entendem e sabem do
que estão falando. Para Marco Antônio Canela, vendedor da Livraria Cultura, sua função é ser um agente facilitador para o cliente
encontrar o que procura. “Para isso, conhecimento é fundamental”, arremata. Já o vendedor José Carlos de Oliveira, da Livraria do
Alto, uma pequena e charmosa livraria do bairro do Brooklin, tradicional bairro de São Paulo, acredita que o vendedor de livros deve,
em primeiro lugar, apreciar o livro e a leitura, procurando conhecer
um pouco de cada autor, dos clássicos aos populares. “Aqui recebemos pessoas que procuram por livros como a “Ilíada”, de Homero.
Então, é interessante saber que se este leitor procura por um livro
desses, certamente ele conhece um pouco da cultura grega antiga.
Já o leitor que procura por um best seller, ele tem outro perfil. Portanto, devemos estar preparados para atender às necessidades de
perfis distintos de leitores”, diz ele, que procura fidelizar seus clientes através de um atendimento diferenciado e personalizado. Diferenciados, mais que vendedores, leitores. Nas livrarias, conquistam
os consumidores não pela tática, mas pelo conhecimento. “Trabalhar com livros é muito bom. Cada dia, aprendo um pouco mais.
Aqui, costumamos dizer que não somos vendedores, mas sim evangelizadores literários”, finaliza entusiasmado José Carlos, o leitorvendedor ou o vendedor-leitor? n
12 CHAMOIS NOTÍCIAS
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Realidade
EDUCAÇÃO
“O
que pensar então dessa educação
bárbara que sacrifica o presente a
um futuro incerto, que cumula a
criança de cadeias de toda espécie e começa por torná-la miserável a fim de preparar-lhe, ao longe, não sei que pretensa felicidade
de que provavelmente não gozará nunca?”
A frase acima foi proferida pelo filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau, um dos mais influentes do século XVIII, mas bem poderia ser
dita hoje, a qualquer momento, por qualquer cidadão do mundo,
mas com muito mais propriedade se dita por um cidadão de um
país subdesenvolvido. Há mais de dois séculos Russeau fez essa
citação, mas ela nunca foi tão atual.
Não é segredo para ninguém que a educação é a melhor ferramenta para o crescimento. Porém, ela vai na direção contrária das
políticas populistas, afinal, não se trata de um investimento de
retorno a curto prazo. Pelo contrário, educação é a chave para
abrir as portas para o futuro.
Investir em educação foi a estratégia utilizada por países como
Coréia do Sul e Espanha, que acreditaram que este seria o caminho para o desenvolvimento. Ambos a priorizaram em detrimento
das demais necessidades de sua população, por acreditarem que
esta, também, seria uma necessidade básica.
Grande exemplo de país subdesenvolvido, em 1960 a Coréia do
Sul apresentava baixos índices sociais, econômicos e grandes taxas de analfabetismo. Hoje, sua população apresenta uma economia em plena expansão e sua renda per capita cresceu cerca de 20
vezes nos 40 anos que se passaram.
Para o sociólogo Glauco Arbix, o investimento em educação é a
melhor solução para diminuir a desigualdade social no Brasil.
A educação liberta, traz conhecimento, prepara o cidadão para o
mundo, uma criança para o amanhã, prepara uma nação para liderar. A educação é a política pública que sustenta as demais. Tem
poder de melhorar a renda e diminuir a violência, de prevenir doenças e construir qualidade, de escrever o presente e colher frutos
no futuro.
Mesmo sabendo disso, ainda vamos na contramão. O Brasil ainda
é considerado um dos países que menos investem em educação.
INCLUSÃO
SOCIAL
Segundo relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o investimento brasileiro anual (por
aluno) equivale a menos de um quarto que o investimento feito
por países como Áustria, Bélgica, Canadá, Japão, Suíça, Finlândia,
Reino Unido e Estados Unidos.
De acordo com o relatório, quanto maior for o investimento em
educação, menores serão as taxas de desemprego e consequentemente, melhor será o desenvolvimento do país. Em resumo, se o
índice de desemprego está alto, aumente o aporte em educação,
qualificando sua população.
Isso resulta em uma sociedade mais justa, igualitária e coesa. n
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Em pauta
TRADUÇÃO LITERÁRIA,
PAPEL PRINCIPAL OU COADJUVANTE?
P
ouco conhecido, algumas vezes, sequer reconhecido. Ele não atrai holofotes, não quer estar em
evidência. Seu trabalho é tão importante quanto o
de um autor, mas, muitas vezes, seu nome nem sequer é citado
nos créditos de um livro. Porém, isso não diminui a sua responsabilidade. Um bom tradutor tem que ter competência, dedicação e
uma grande dose de talento.
Técnica e sensibilidade também se juntam aos ingredientes acima
e contribuem para que as mais variadas obras, de autores dos
quatro cantos do mundo cheguem até nossas mãos, com a “nossa
cara”. E tudo isso, sem descaracterizar o título original. Trabalha
quase sempre à sombra do escritor, mas o seu trabalho está diretamente ligado ao sucesso de uma obra. E não é só isso. Um bom
tradutor, além de disciplina e vasto conhecimento cultural, deve
dominar o idioma original da obra a ser traduzida.
Tarefa impossível?
Não para um tradutor literário.
Por suas mãos, passaram Shakespeare, Dostoiévski, Tolstói e tantos
outros grandes nomes da literatura mundial, permitindo assim a
democratização e a popularização do conhecimento. Graças a eles,
“Dom Quixote de La Mancha” é presença marcante no imaginário
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de milhares de crianças no mundo inteiro e “Romeu e Julieta” será
considerado o casal mais romântico de todos os tempos.
Para o tradutor de literatura alemã para o português, Berthold
Zilly, a tradução é uma maneira de penetrar mais profundamente
nas entranhas do texto literário. Ao traduzir uma obra, ele primeiro a estuda em profundidade, levando às vezes alguns anos entre
as leituras da obra e o início da tradução. Já o escritor Guimarães
Rosa, definiu a tradução como a arte de conviver. Millôr Fernandes, escritor e tradutor, defende que o tradutor tem que ser, sobretudo, mimético, adaptando-se ao estilo do autor, procurando,
dentro de sua língua específica, o fulcro linguístico, onde se enquadra o traduzido. O escritor e tradutor italiano Francesco Luti
acredita que o tradutor não deve se esconder atrás do texto original. Segundo ele, durante o processo de tradução é importantíssimo fazer uma densa pesquisa, levantar a história da obra, toda a
crítica e acima de tudo ter um conhecimento mais profundo da
língua poética em questão. Quando se chega a essa fase, aí sim o
tradutor pode começar a recriar, reinventar a língua do autor.
Muitos conhecidos escritores brasileiros, ocuparam por muitos
anos o papel de tradutores. Grandes obras passaram por suas
mãos, mas o reconhecimento de seus trabalhos se deu através de
suas próprias obras. O escritor Antônio Houaiss é um grande
exemplo. Foi ele o primeiro brasileiro a traduzir para o nosso idioma o romance “Ulisses”, de James Joyce, mas é reconhecido por
todos nós por publicar o mais completo dicionário brasileiro de
todos os tempos, o “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa”.
Como ele, grandes nomes da nossa literatura, como Lygia Faabrilhangundes Telles, Clarice Lispector e Erico Veríssimo abrilhan
importaram a obra de muitos escritores, provando a impor
tância do ofício e confirmando que mesmo não
disestando à frente dos holofotes, estão bem dis
metantes do papel de coadjuvantes. E, para me
lhor definir a importância do tradutor, ninguém melhor que o traduzidíssimo
escritor José Saramago, que certa
vez disse: “O escritor faz literatura nacional, o tradutor faz literatura universal.” n
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Gente que lê
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Foto: divulgação
EDUARDO SAB
SYLVIA BANDEIRA
Publicitário
Atriz
Estudante
“Como o próprio subtítulo diz, Cultura geral, tudo o que você deveria saber. É exatamente por isso que este é um livro extremamente interessante, pois nos dá uma
panorâmica que vai desde os tempos bíblicos, passando pela mitologia grega, artes,
grandes revoluções até os tempos modernos. Muito bom!”
“Comecei trem noturno para Lisboa, de Pascal Mercier e acabo de ler Um toque na estrela, de Benoite Groult, uma feminista francesa
que disseca várias fases e idades da mulher
num romance genial, aliás, minha filha caçula, Melina também amou.”
“Este livro é bastante interessante, pois
apresenta a trajetória e como pensa Steve
Jobs, um dos principais empresários do século 20, que mais que construir uma marca, fez dela objeto de desejo em todo o
mundo.”
SINOPSE
Nesse deserto está a força plácida de uma
mulher que viveu seus sonhos. Benoite busca dar um testemunho pessoal sobre suas
experiências. Divaga, discute e versa, com
ímpeto, compaixão e muitas vezes bom humor sobre a história de Marion, sua mãe
Alice e Moira, deusa grega do destino, do
inexorável. Através dessa figura mítica que
observa, condena, julga e às vezes intervém
na vida dos outros personagens, a autora
convida o leitor para refletir a seu lado, indagar e contemplar o mundo.
SINOPSE
O autor destila os princípios que guiam
Jobs ao lançar produtos arrasadores, ao
atrair compradores fanaticamente fiéis e ao
administrar algumas das marcas mais poderosas do mundo. O resultado é este livro
singular sobre Steve Jobs que é, ao mesmo
tempo, uma biografia e um guia de liderança, impossível de largar.
SINOPSE
Cultura geral aborda episódios centrais
da Bíblia; a emergência dos Estados e a
epopéia da modernização, revoluções e
democracia; a evolução da literatura, da
arte e da música através de suas grandes
obras. A obra também inclui um quadro
cronológico, uma breve relação dos
livros que transformaram o mundo e
conselhos de leitura.
CULTURA GERAL,
TUDO O
QUE VOCÊ
DEVERIA SABER
Dietrich Schwanits
Martins Fontes
524 páginas
TIAGO LANZONI
UM TOQUE NA
ESTRELA
Benoite Groult
Record
224 páginas
A CABEÇA DE
STEVE JOBS
Leander Kahney
Agir
304 páginas
CHAMOIS NOTÍCIAS 15
Chamois em destaque
A VIÚVA CLICQUOT
OS FILHOS DE SÓCRATES
ALÉM DA ESCURIDÃO
Tilar J. Mazzeo
Editora Rocco
Tradução: Angela Lobo
304 páginas
Impresso em Chamois Fine Dunas 70 g/m2
Françoise Waquet
Editora Difel
Tradução: Marcelo Rouanet
322 páginas
Impresso em Chamois Fine Dunas 80 g/m2
Hilary Mantel
Editora Bertrand Brasil
Tradução Maria D. Alexandre
420 páginas
Impresso em Chamois Fina Dunas 80 g/m2
Numa época em que à mulher era legado tão
somente o papel do lar, ela teve a ousadia de
transformar uma empresa familiar num grande negócio, sob a marca Veuve Clicquot. Com
base em extenso e farto trabalho de pesquisa,
a historiadora cultural e biógrafa Tilar J. Mazzeo conta a trajetória de uma das casas de
champanhe mais famosas do mundo. BarbeNicole Clicquot Ponsardin, viúva aos 27 anos,
com uma filha pequena e sem qualquer formação empresarial, esta mulher visionária assumiu o controle da vinícola do marido.
Os filhos de Sócrates, de Françoise Waquet,
percorre livremente o período entre o século
XVII e os dias atuais, e revela, ao longo de relatos, rituais e práticas, a importância existente
na relação mestre-discípulo. Exemplos multidisciplinares reconstituem a variedade das figuras
magistrais cujos arquétipos são Sócrates e a
imagem do pai.
O livro não é uma história nostálgica, mas um
guia para a compreensão de uma relação mítica, que pode se revestir de mil facetas, até a
intimidade mais profunda.
Além da Escuridão, que conta a história da médium Alison Hart e de sua assistente Colette.
Juntas percorrem cidadezinhas da Inglaterra, fazendo a ponte entre os vivos e os mortos, o lugar
terreno e o lugar além da escuridão.
O livro é uma história de fantasmas. Os fantasmas da vida de Alison, do passado e os atuais,
que desenham o rumo da sua conturbada vida.
Por trás de sua gorda e sorridente pessoa, existe
uma mulher desesperada, traumatizada com as
memórias e os fantasmas do passado, e que precisa ocultar de seus clientes que a realidade após
a morte não é a maravilha que todos imaginam.
O MATADOR
TUTANCÂMON – O último segredo
O CASO SONDERBERG
Patrícia Melo
Editora Rocco
Tradução: Cecile Tricoire
208 páginas
Impresso em Chamois Fine Dunas 70 g/m2
Christian Jacq
Editora Bertrand Brasil
Tradução: Maria Alice de Samapio Doria
448 páginas
Impresso em Chamois Fina Dunas 80 g/m2
Elie Wiesel
Editora Bertrand Brasil
Tradução: Karina Jannini
208 páginas
Impresso em Chamois Fine Dunas 80 g/m2
Num estilo vertiginoso, com extrema violência
verbal à qual não faltam sensibilidade e humor,
ainda que abrasivo, Patrícia Melo nos mostra
o percurso de um jovem frustrado e perplexo,
que já não sabe a diferença entre a matança e
o baile funk, entre o amor e o ódio. Neste seu
segundo livro, Patrícia Melo mergulha nas raízes
da violência urbana e confirma as qualidades
apontadas pela crítica em “Acqua toffana”: a
prosa ágil, o vigor narrativo, o controle sobre o
texto, a ironia, a visão ácida, a criação de personagens aparentemente incoerentes, ao mesmo
tempo banais e esquisitas. O resultado não deixa ninguém indiferente.
Que segredo pode esconder a tumba de um
famoso faraó?
O mais recente romance de Christian Jacq é
uma união de história real com ficção, e apresenta ao leitor uma trama inteligente, com um
pano de fundo inovador para os romances de
suspense: o Egito e suas tradições faraônicas.
Depois de muitos thrillers ambientados em
Roma, Vaticano, Estados Unidos, dentre outros, Tutancâmon – O último segredo se desenrola quase que totalmente num país ainda
misterioso para todos nós.
A história apresenta dois personagens centrais:
Werner Sonderberg, estudante universitário
alemão, acusado de matar o tio durante uma
viagem, e Yedidyah, judeu polonês jornalista e
crítico teatral, que acaba, devido ao seu talento
para a interpretação de pessoas, escalado para
cobrir o julgamento.
Ao acompanhar os desmembramentos do caso,
o jornalista começa a analisar a própria vida e
suas escolhas. O livro é a imagem da alma humana. Um labirinto onde nos perdemos.
CHAMOIS NOTÍCIAS 16

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