todo o poder às mulheres

Transcrição

todo o poder às mulheres
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Ano 12
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Seu Jeito de Ler
●
Março 2016
Ilustração Jonas Ribeiro
Edição 143
TODO O PODER ÀS MULHERES
A inteligência, a sensibilidade, as reflexões e as palavras que superam a
questão do gênero para documentar, em livros, o estilo de autoras que
cativam pelo prazer da leitura
ENTREVISTA
Raphael Montes lança
Dias perfeitos nos Estados
Unidos e na Europa
RETRATO
A despedida de
Umberto Eco e o legado
de uma obra genial
TEATRO
Memória a dois
resgata lembranças
do ator Sergio Britto
2
ÍNDICE | março_2016
5editorial
17teatro
Livro da Funarte revê a obra
e o sistema de Stanislávski
Por Samuel Seibel
18festa
Curitiba festeja seu
aniversário de 323 anos
19boa mesa
Foto Divulgação
Gastronômade Brasil, o evento
de gastronomia, vira livro
20cinema
Livros que inspiraram os
filmes mais comentados
da temporada
6entrevista
O escritor Raphael Montes fala
sobre sua estreia internacional
21imprensa
Belisa Ribeiro resgata a história
do Jornal do Brasil em livro
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Edição 143
●
Ano 12
●
Seu Jeito de Ler
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Março 2016
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Ilustração Jonas Ribeiro
Ilustração Jonas Ribeiro
Campinas
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22retrato
TODO O PODER ÀS MULHERES
A inteligência, a sensibilidade, as reflexões e as palavras que superam a
questão do gênero para documentar, em livros, o estilo de autoras que
cativam pelo prazer da leitura
ENTREVISTA
Raphael Montes lança
Dias perfeitos nos Estados
Unidos e na Europa
RETRATO
A despedida de
Umberto Eco e o legado
de uma obra genial
10capa
O estilo de autoras
poderosas, que cativam
pelo prazer da leitura
16palco
Memória a dois resgata
lembranças do ator
Sergio Britto
TEATRO
Memória a dois
resgata lembranças
do ator Sergio Britto
A despedida de Umberto Eco,
um filósofo contemporâneo
24aconteceu
As atrações que movimentaram
as lojas da Vila em fevereiro
25programação
Cursos, teatro, lançamentos
e outras atrações da
agenda de março
39nossas dicas
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A Revista Vila Cultural é uma publicação mensal da Livraria da Vila • Editor-chefe: Samuel Seibel
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Sérgio Araújo MTB - 4422 • Publicidade: Gil Torres [email protected] • Programação: Gil Torres
e Wilson Junior [email protected] • Estagiária de eventos: Mariana Ramiro • Revisão:
Valéria Palma • Colaboraram: Dan Vieira e Marina Scobino • Estagiária de criação: Fernanda Oliveira
• Capa & Diagramação: Jonas Ribeiro [email protected]
3
4
EDITORIAL | por Samuel Seibel
Contagem regressiva
V
ou ser avô! Os que eu conheço garantem que é a melhor coisa do mundo.
Tem piadinha que diz assim: “Ah, se
eu soubesse que ser avô era tão bom, já ia
direto pros netos.”
Eu discordo. Adorei (e continuo adorando)
cada minuto de ser pai. A gente sempre acha
que faz o melhor, mas é claro que não é bem
desse jeito. Erramos, falamos coisas que
não deveríamos, deixamos de falar quando
o momento pedia uma palavra.
Por sua vez, o filho (felizmente) desafia,
discute, quer seguir caminho próprio. Também erra, também fala coisas que não deveria
e deixa de falar nos momentos adequados.
Mas ver um filho crescer, dar rumo e sentido à sua vida, constituir novo ciclo de família,
voar, mexe demais com coração e mente de
um pai. Tenho a sensação de que
este sentimento de orgulho e saudades dos “velhos tempos” irá
ocorrer de forma e intensidade
diferentes com os netos.
Sai a responsabilidade direta, entra a parte
lúdica, divertida.
Eu sou amarradão em crianças. Derreto-me
todo se uma criança, qualquer criança, sorri
para mim, me estende os bracinhos, dá a mão
para passear. Com os netos vai ser fantástico,
emocionante, maravilhoso, eterno.
Mas nada é mais forte do que o amor aos
filhos. Amarei meus netos perdidamente, mas
parte deste amor vem do amor aos próprios
filhos. É uma extensão, um complemento.
Creio que me perdi por aqui. Quis escrever
sobre a minha imensa alegria com a chegada
do meu primeiro neto e acabei falando sobre
o profundo amor que tenho pelos meus filhos.
Afinal, se não fosse por eles, e pelas minhas
adoráveis noras, nem haveria projeto de netos.
Pensando melhor, não vejo a hora de setembro chegar!
Boa leitura!
Abraços. Samuel.
5
ENTREVISTA | Raphael Montes
O contador de histórias
“Não é demérito para nenhum escritor tentar manter a
atenção do leitor usando elementos típicos da narrativa”,
diz Raphael Montes, que comemora o lançamento de
Dias perfeitos nos Estados Unidos e na Europa
A
os 26 anos, o carioca Raphael Montes é um sucesso.
Formado em Direito, o
escritor e roteirista publicou seu
primeiro livro, Suicidas (Benvirá),
quando tinha 20 anos. Seis anos
depois da estreia no mercado
editorial brasileiro, Montes comemorava no mês passado o lançamento de Perfect days, a versão
em inglês para Dias perfeitos,
seu segundo livro – publicado no
Brasil em 2014 pela Companhia da
Letras e agora nos Estados Unidos
e na Europa. “Em todos os países,
foi mantido o título original. Quando
escrevi, meus ‘leitores-teste’, que é
um grupo de pessoas com quem
compartilho o que escrevo, diziam
que achavam o título fraco, meio
vago. É um título que depende da
imagem da capa para ter sentido,
para ter a ironia que imaginei.
A capa americana é incrível e a
britânica também é muito legal”,
disse o escritor em entrevista à Vila
Cultural dias antes do lançamento
internacional do livro.
O impacto da capa, neste caso,
é maximizado por elogios explícitos de autores consagrados no gênero ao qual Montes se dedica, as
histórias policiais. “(...) Romance
perfeito na fusão de sensibilidade
literária, insight psicológico e suspense de tirar o fôlego”, escreve
o escritor americano Jeffery Deaver. “Raphael Montes é dos mais
brilhantes jovens ficcionistas da
atualidade”, recomenda outro best-seller, o também americano Scott
Turow. Montes admite que é “meio
6
surreal” hoje trocar e-mails e ideias
com autores que ele lia vorazmente
já na pré-adolescência. “Você vai
fingindo que acha normal”, diz
Raphael, que também publicou
O vilarejo (Suma das Letras), e
gosta de “mesclar subgêneros
clássicos do policial em uma roupagem moderna”. Como amante
e pesquisador do tema, orgulha-se da biblioteca que formou com
milhares de títulos do gênero.
Foi lendo compulsivamente que
Montes descobriu sua vocação
para contar histórias e diz que
às vezes sente falta, na literatura
brasileira, do cuidado dos autores
em manter o interesse e a atenção
do leitor. É o que ele mais gosta de
fazer em suas narrativas. Em Suicidas, nove jovens universitários
da elite carioca participam de uma
roleta-russa com uma Magnum
608 em um porão, que é o cenário
de um evento trágico e misterioso
investigado pela delegada Diana
Guimarães, numa narração que
sugere um quebra-cabeça. Já
em O vilarejo, a história se passa
em 1589, quando o padre e demonologista Peter Binsfeld fez a
ligação de cada um dos pecados
capitais a um demônio supostamente responsável por invocar o
mal nas pessoas. Tudo acontece
no vilarejo do título. Dias perfeitos
é protagonizado por Téo, estudante de medicina que divide seu
tempo entre os cuidados com a
mãe paraplégica e a investigação
de cadáveres nas aulas de anatomia. Ele se apaixona pela jovem
Clarice, uma garota de espírito
livre, e resolve sequestrá-la depois
de muitas tentativas malsucedidas
de conquista. Téo se apropria da
ideia de um roteiro no qual Clarice
trabalhava e elabora um plano para seduzi-la, colocando-a sedada
no banco carona de seu carro para
uma viagem muito animada pelas
estradas do Rio de Janeiro.
Leia a seguir a entrevista de
Raphael Montes, que é um dos
convidados da edição 2016 do
Navegar é Preciso, a viagem ecoliterária promovida pela Livraria da
Vila e pela Auroraeco.
Vila Cultural. Como aconteceu
a oportunidade de lançar Dias
perfeitos em inglês?
Raphael Montes. A Penguin
norte-americana foi a primeira a
comprar os direitos no exterior.
O livro foi contratado por eles e
depois por vários outros países. O
processo editorial de lançamento é
mais calculado. Quando os direitos
foram vendidos já sabíamos que
demoraria dois anos para o livro
ser lançado, ou seja, sairia em
2016, o que está acontecendo agora. Nesse período, trabalhamos na
tradução, que é da Alison Entrekin,
americana que mora no Brasil, e na
edição do livro.
VC. Que expectativa tem com o
lançamento?
RM. O Brasil nunca teve uma tradição de literatura de suspense,
de mistério. Em geral, são poucos
os leitores desse gênero no país,
Foto Divulgação
O escritor Raphael Montes planeja concluir um
novo livro em 2016 e participa, no mês que vem,
da sexta edição do projeto Navegar é Preciso, que
acontece entre os dias 25 e 29 de abril
ENTREVISTA | Raphael Montes
com livros cujas tiragens normalmente ficam entre três e cinco mil
exemplares. Com o livro saindo em
inglês, fico muito feliz, primeiro,
por estar de algum modo chegando em lugares onde este tipo de
literatura é valorizado. Para mim,
é quase um filtro, inclusive porque
eles são bastante fãs do gênero.
E poucos autores chegam lá. É
como uma aprovação do trabalho de literatura policial que tento
fazer, principalmente porque sou
apaixonado pelo gênero. Além de
escritor policial, sou leitor voraz de
suspense e mistério. Há também
este lado de conseguir fazer minha
história chegar a mais pessoas
e, assim, atingir um público muito maior do que o que temos no
Brasil. Ao mesmo tempo, é uma
oportunidade de levar ao leitor
estrangeiro um pouco da cultura
e das questões brasileiras, ainda
que eu tente, enquanto escrevo,
fazer algo universal – porque os
temas são humanos antes de serem brasileiros. De um modo ou de
outro, a história se passa no Brasil
e há todas as referências da cultura brasileira, dos personagens,
dos lugares – da Ilha Grande a
zona sul do Rio, o que envolve,
nesse caso, questões cariocas
bem típicas.
VC. Como lidou com os desafios
de tradução e o resultado final do
texto em inglês?
RM. Falo inglês razoavelmente
bem e, durante o processo, minha
participação maior foi em questões bem específicas, em que, por
causa do idioma, não era possível
traduzir algumas sutilezas ou
brincadeiras do texto original. O
desafio era mais de como resolver
estas questões. Cortar ou manter?
Mas acho que esta participação,
este trabalho, foi uma experiência
bem interessante. Sem falar que
ver minha história policial em inglês
também foi bem interessante.
VC. Por que decidiu trabalhar com
o que chama de “leitores-teste”?
RM. Gosto de mostrar a história
para determinadas pessoas, um
grupo de oito ou nove leitores, que
8
Por que só os livros-cabeça, que
trabalham a linguagem, é que
interessam? Tem terror, aventura,
humor. Tudo isso compõe essa coisa
chamada literatura brasileira.
começam a ler o livro em fases
diferentes. Com cinco ou seis capítulos prontos, mostro para duas
pessoas. Na medida em que o
livro vai crescendo, aumentando,
aumento também este grupo de
“leitores-teste”. O engraçado é
que, se por um lado faço isso, por
outro, altero muito pouco a partir
dos comentários deles. Sempre
os deixo à vontade para dizerem
o que gostam, o que não gostam,
para criticarem ou elogiarem, mas
mais do que isso o que me interessa, na verdade, é a reação deles.
Ver como eles se posicionam criticamente. Basicamente me interessa ver se a história prende o leitor.
Acho que faltam, na literatura brasileira, autores que se preocupem
em fazer histórias que prendam o
leitor. Além da qualidade literária,
além de trabalhar a linguagem,
além de ter uma boa história, ter
essa preocupação que, falando
assim, soa até meio absurda, como
subliteratura. Nos Estados Unidos
todo mundo faz porque a coisa
mais básica é prender a atenção.
É o mais importante. E isso não
é demérito para nenhum escritor.
Ou seja, manter a atenção usando
todos os elementos típicos de uma
narrativa, policial ou não.
VC. Você se formou em Direito e
chegou a estudar para concursos
públicos?
RM. Estudei, sim, para concursos
públicos. Entrei na faculdade aos
17 anos e saí aos 22. Sou formado em Direito, mas nunca exerci.
Comecei a estudar para concursos porque a minha ideia era ser
juiz. Mas quando Dias perfeitos
foi publicado, comecei a ser muito
convidado para fazer audiovisual,
cinema e televisão. Como gosto
muito de contar histórias e o Direito
era uma alternativa para ter um trabalho, um emprego mais seguro,
sem ser a minha grande paixão,
eu decidi largar e me dedicar totalmente à literatura e a contar
histórias.
VC. Dá para viver bem contando
histórias?
RM. Eu tenho conseguido. Mas
muitas pessoas, especialmente
os mais jovens, sempre me perguntam isso. Digo que, de algum
modo, dei, sim, um salto no vazio,
mas na verdade não foi tão no vazio assim. Quando decidi, já tinha
dois projetos na televisão, um livro,
um longa-metragem, um contrato
com a Companhia da Letras, ou
seja, alguma base. E pensei: “Se
der tudo errado um dia, eu volto
pro Direito”. Foi uma escolha por
algo que é mais instável, mas com
alguma base de segurança. Quando ouço estórias de que a pessoa
não quer ir para faculdade porque
vai ficar em casa escrevendo livro,
eu digo: “Olha, não é bem por
aí”. Minha ideia foi a de um risco
calculado.
VC. Em que projetos audiovisuais
está envolvido?
RM. Estou acabando de fazer o
trabalho na novela A regra do jogo, da Globo, e tenho projetos
para seriados. Junto com outros
roteiristas, participei também de
uma série de terror realizada pela
Globo, que, parece, vai sair este
ano. Gosto bastante desse tipo
de trabalho. A base do roteiro,
para o cinema ou para a televisão, é a sequência de cenas que
devem prender a atenção – e que
precisam de um cuidado quase
arquitetônico para que a trama
funcione – e os diálogos. São basicamente as duas coisas que mais
A Europa inteira lê muita literatura
policial, lê fantasia e algumas seleções só
fazem reafirmar que tudo a respeito do
Brasil e da sua literatura é sempre algo
meio exótico e hermético.
gosto de fazer. De algum modo,
me dei bem porque gosto de fazer
isso. É claro que o diretor às vezes
faz diferente do que você havia
imaginado, mas isso faz parte da
ideia de trabalho conjunto. É da
natureza do trabalho coletivo. A
dinâmica na literatura é outra. E a
literatura cumpre um papel muito
importante nas minhas ideias. É
a hora que sei que posso fazer o
que quiser, tratar de assuntos absurdos. Não dependo de ninguém
colocar dinheiro ali porque sou eu
quem está fazendo. Vou gastar
tinta e papel e posso me dar ao
luxo de fazer o que quiser.
VC. Você tem algum livro pronto?
RM. Desde o lançamento de Dias
perfeitos, em 2014, eu venho trabalhando num outro livro. Já está
bastante grandinho, com muitas
páginas. Se tudo der certo, até
o fim do ano vai estar pronto. É
mais um livro de suspense, com
histórias meio loucas e bastante
humor negro.
VC. O que você pensa sobre o atual momento político brasileiro?
RM. Outro dia eu estava comentando que, com a política do jeito que
está, seria incrível fazer uma House
of cards brasileira. Ainda que a
nossa “direita” hoje em dia não
seja lá uma direita de verdade, seja
uma direita meio capenga, parece
que a esquerda foi para direita e
a direita foi para extrema direita...
Tudo bem confuso, sempre com
opiniões tão extremadas. Observando o Facebook, eu percebo
quase que uma guerra. É uma
era de extremos, com situações
bizarras de humor negro. Mas sinceramente prefiro me abster de dar
opiniões públicas ou uma posição
sobre a questão política.
VC. A que você atribui o seu sucesso, com elogios de autores
consagrados como Scott Turow
ou Jeffery Deaver?
RM. Para mim, de algum modo,
ainda é meio surreal receber e-mails desses escritores quando
penso que quando tinha 13 anos
eu já lia esses caras. Mas na medida em que coisas loucas assim
acontecem você vai ficando surpreso, mas também vai fingindo
que é natural porque não tem muito
o que fazer. Eu acho que, sem
querer, sem pensar friamente nisso, acabei ocupando um espaço
que estava vago na literatura feita
no Brasil, um lugar que não era
ocupado: o de alguém que conta
histórias. Meus livros não são reconhecidos, por exemplo, por ter
elocubrações ou por ter trechos
que mereçam ser lidos em voz alta,
tipo “olha como isso é bonito”. Não
é exatamente um texto que ganha
os seus leitores pela linguagem,
digamos assim. Ainda que eu tenha a preocupação com a linguagem, com a simplicidade e com
o ritmo – com momentos de mais
agilidade em situações de tensão
ou mais densos em momentos de
reflexão –, a linguagem não é o que
sobressai no meu texto. O mais
importante é a história que estou
contando. Acho que essa noção do
contador de histórias da literatura,
que tem referências e grandes
escritores como um Jorge Amado,
perdeu para outros experimentos.
VC. Mas há muitos outros autores
contando histórias.
RM. Claro que tem muita gente fazendo isso, mas quando o escritor
faz isso e consegue, por exemplo,
a resenha do jornal, ele se destaca. Quando saiu a resenha de O
vilarejo na Folha de S. Paulo eu
me perguntei: “Quando foi a última
vez que um escritor brasileiro de
terror foi resenhado num jornal?”.
Eu acho muito bom que isso esteja acontecendo. Por que só os
“livros-cabeça”, que trabalham
a linguagem, é que interessam?
Tem terror, aventura, humor. E tudo
isso compõe essa coisa chamada
literatura brasileira. Não só o que
faz uma linguagem “mais trabalhada”. Se, por um lado, ocupei
certo espaço, sei que a batalha
é longa. Em alguns eventos e em
algumas comissões para feiras
no exterior, por exemplo, as definições ainda são muito calcadas
nas escolhas óbvias, como se não
houvesse no Brasil a literatura
policial, como se não houvesse
a literatura de terror, de aventura, como se não houvesse nada
disso. Se você pegar a lista de
convidados, são todos do mesmo
pacote. Falta representatividade.
A Europa inteira lê muita literatura policial, lê muita fantasia e
algumas seleções só fazem reafirmar que tudo a respeito do
Brasil e da sua literatura é sempre
algo meio exótico e hermético e
limitado aos brasileiros, mesmo
porque, afinal de contas, é uma
literatura muito própria. Mas seria
bom saber que há de tudo um
pouco. Em geral, as pessoas aqui
ignoram isso.
VC. Qual sua expectativa com o
projeto Navegar é Preciso?
RM. Eu estou bastante animado.
Quando recebi o convite para edição do ano passado, infelizmente
eu não podia ir, mas na hora eu falei: “Se puder ser no ano que vem,
quero muito”. Vou aproveitar para
passar um dia em Manaus, que
não conheço. Vai ser muito bom
encontrar pessoas como o Mario
Prata, um nome ímpar, uma das
pessoas mais queridas da literatura brasileira, alguém que eu adoro,
e autores com quem já estive como
a Noemi Jaffe, o Rodrigo Lacerda
ou o Fernando Morais, que ainda
não conheço. E a ideia de estar
num rio, num barco, falando de
literatura, é genial. Ainda mais para
um escritor policial.
9
CAPA
Mulheres de palavra
“D
iante do machismo
naturalizado, esse
que inclui violência
simbólica e verbal, econômica e
epistemológica contra mulheres
e contra pessoas transformadas
em minorias em geral, feminismo
é o nome da teoria e da prática
que pode desmontar esse sistema
de injustiça. E isso é complexo.
O feminismo é resistência, combate e luta, mas não nos moldes
da dominação masculina que é
excludente, opressora, violenta,
aviltante e, ao mesmo tempo, posta
como natural”, diz a filósofa Marcia
Tiburi (leia entrevista nas próximas
páginas) ao ser questionada sobre
o legado e o sentido do movimento que enfrentou, em meados do
século passado, as distorções
e desigualdades historicamente
baseadas na questão do gênero.
Autora de alguns livros em que
a mulher é o tema mais importante, Marcia vive atualmente um
paradoxo: o contentamento com o
sucesso do seu livro mais recente
– que escritor, afinal, não gosta de
ser lido? – e a preocupação com
o interesse evidente provocado já
pelo título do livro, Como conversar
com um fascista (Record). Com
toda a complexidade que o atual
momento histórico – brasileiro e
mundial – representa, sobretudo
para os que se dedicam a pensar,
refletir e tentar contribuir para um
país e um mundo menos absurdos,
Tiburi é uma referência do poder e
do alcance de autoras que, para
muito além das questões pessoais,
10
fazem ecoar pontos de vista, ideias
e palavras que, invariavelmente,
enriquecem a produção literária,
o mercado editorial e o fascínio
por uma observação que pode
até ser essencialmente feminina
sim, mas que jamais exclui outras
percepções.
O feminismo
é resistência,
combate e luta, mas
não nos moldes
da dominação
masculina que
é excludente,
opressora, violenta,
aviltante e, ao
mesmo tempo,
posta como natural.
No mês do Dia Internacional da
Mulher, 8 de março, há motivos de
sobra não só para fazer atenção à
data como para celebrar o espaço
fundamental ocupado por mulheres com seus livros. Cultuada entre
leitores, homens e mulheres, como
uma referência que faz o gênero
parecer algo menos importante
(tamanha a complexidade das
questões humanas) e um orgulho
nacional pela produção literária em
língua portuguesa, até a escritora
Clarice Lispector (1920-1970) dá o
ar da graça com um “novo” título.
A Rocco promete para o mês que
vem a versão brasileira de The
complete stories, que integrou, no
fim de 2015, a sempre prestigiosa
lista em que o jornal The New York
Times relaciona os livros notáveis
do ano. Com prefácio e organização de Benjamin Moser, o biógrafo
americano de Clarice, o livro junta
todos os 85 contos da escritora
que, ainda hoje, é uma predileção
de autoras como a roteirista Tati Bernardi, 37 anos, que acaba
de lançar, na Livraria da Vila da
Fradique, Depois a louca sou eu
(Companhia da Letras). O livro é
um misto de crônicas e confissões
em que pânico, ansiedade e humor
são palavras-chaves (leia sobre o
livro nas próximas páginas) para
a compreensão de uma época de
transformações, inclusive quando
se pensa nas futuras gerações.
Feito especificamente para
crianças, livros como As mulheres
e os homens (Boitatá) parecem
cada vez mais adequados para
um futuro menos injusto. Com uma
paleta de cores que foge do já
consagrado azul-para-meninos
e rosa-para-meninas, conforme
ressaltam os editores, o título do
livro propõe atividades para promover uma discussão mais ampla
sobre a divisão das tarefas domésticas, a desigualdade salarial e o
espaço social que cada gênero
ocupa – deixando a certeza de
que a expectativa por um mundo
mais igualitário não tem nada de
ultrapassada.
Foto Simone Marinho/Divulgação
Do livro com todos os contos de Clarice Lispector às
reflexões contundentes da filósofa Marcia Tiburi, ideias
e textos com assinaturas femininas são ótimos motivos
para citar neste mês o Dia Internacional da Mulher
Foto Divulgação © Tim Burton
A filósofa e escritora Marcia Tiburi, autora de
Como conversar com um fascista, em que ela
trata de autoritarismos de toda ordem
Menina azul com vinho, 1997, óleo sobre tela da coleção particular de Tim Burton
11
CAPA
Depois a louca é ela
“O que eu escrevo tem uma neurose que é tanto do
homem como da mulher”, afirma a escritora e roteirista
Tati Bernardi, que acaba de lançar um livro sobre a
ansiedade urbana de uma geração
A
12
A escritora e roteirista Tati Bernardi
de Tati, que é fã de autores como
Antonio Prata, Santiago Nazarian,
Reinaldo Moraes, Valter Hugo Mãe,
Fabrício Corsaletti e da poetisa
e escritora mineira Ana Martins
Marques, autora do elogiado
O livro das semelhanças.
“Agora tomo um remédio de
manhã. Que engulo como se fosse
uma vitamina que a natureza fez
brotar para mim de uma frondosa
árvore outonal. Nem sei o que estou escrevendo, mas sei que não
me parece química, de verdade.
As pessoas me dizem: ‘Larga essa
merda’. Segurando seus copos,
seus cigarrinhos, seus vícios todos, suas manias, suas madrugadas fritas, seus dias fazendo de
conta que não é assim, seus iPods,
phones, pads. “Quem é que larga
essa merda? Quem é que para de
chacoalhar a perna, estalar o pescoço, ranger os dentes, torcer os
dedos do pé até soar um barulho
relaxante de quebrado? Vamos
como der. Primeiro até a padaria. Ainda procuro sentar perto da
saída. Ainda pergunto, sempre,
aliás: ‘E se eu precisar ir embora,
por onde saio?”, escreve Tati em
Depois a louca sou eu.
“O que eu escrevo tem uma
neurose que é tanto do homem como da mulher”, afirma a escritora.
“Definitivamente temos que saber
entender e respeitar as diferenças
entre a mulher e o homem, mas
a palavra igualdade cabe perfeitamente se for para falarmos de
respeito, de salários, de direitos”,
declara Tati.
Foto Renato Parada/ Divulgação
escritora e roteirista Tati
Bernardi acaba de lançar
Depois a louca sou eu
(Companhia da Letras), que ela
define como um livro de memórias
e que trata especialmente de uma
característica evidente de sua
personalidade: a ansiedade. Para
ela, é um traço acentuado pelas
condições urbanas de uma cidade
como São Paulo e que, de alguma
forma, Tati, 37 anos, reconhece entre as pessoas com quem convive,
uma geração com idade entre 30
e 40 anos e que não se importa no
caso de precisar de recursos como
os remédios tarja-preta, alguma
droga ou algum vício tipo comida-álcool-sexo ao lidar com o stress
da metrópole.
Como ansiosa confessa, com
dez anos de terapia no currículo e
sempre disponível para qualquer
alternativa possível – dos ansiolíticos à ioga ou acupuntura –, Tati
faz o maior sucesso nas redes sociais, nas quais chega a ter quase
dois milhões de seguidores. Ela
atribui a audiência ao fato “falar
de coisas que em maior ou menor
grau acontecem com todo mundo,
com certo humor e sem nenhum
medo de me expor”. Escrever
é a única coisa que não deixa
Tati ansiosa.
Com estilo ágil e escrachado
da autora, o livro trata das crises de
pânico e da mania de organização,
sempre sob o filtro de uma cabeça
fervilhante de pensamentos. A capacidade de rir de si mesma é outro aspecto característico do texto
Tema para crianças
Na coleção Livros para o amanhã, a ilustradora
espanhola Luci Gutiérrez cria uma série de desenhos
que atualiza o debate sobre gênero para torná-lo
acessível ao universo infantil
Foto Divulgação
L
ançada há pouco no Brasil,
a coleção Livros para o amanhã, do selo Boitatá, ganhou
recentemente o Bologna Ragazzi
Award na categoria não ficção.
Concedido na maior feira de livros
infantis do mundo, o prêmio é, de
alguma forma, uma celebração
da importância atual de compartilhar com as crianças assuntos,
histórias e temas não restritos
“aos convites à imaginação e à
fantasia”. Ou seja, com um pé bem
firme na vida e nas discussões da
realidade. Recém-lançado, o livro
As mulheres e os homens, que integra a coleção, discute exatamente
a questão do gênero.
Meninas usam rosa e meninos
usam azul? Eis a questão. De forma divertida, o livro responde a
esta e outras interrogações pensando sempre em igualdade e no
respeito à pluralidade partindo do
pressuposto que “as conquistas
no campo político e social levaram
as mulheres a ganhar espaço em
várias esferas da vida pública, mas
ainda falta muito para alcançarmos
a igualdade de direitos quando
se trata de gênero. As mulheres
continuam sofrendo muita discriminação no mundo todo e ainda são
poucas ocupando cargos de grande responsabilidade e liderança,
mesmo estando tão preparadas
quanto os homens”, conforme escrevem os editores.
É nesse contexto, que valoriza
a maneira como as crianças
estão sendo educadas e o que
significa, para elas, ser homem
ou mulher, que as respostas vão
aparecendo. Assim, a ilustradora
espanhola Luci Gutiérrez cria uma
série de desenhos que atualiza o
debate sobre gênero para torná-lo acessível ao universo infantil. Especialmente pelo uso da
imagem, o livro expressa muitos
elementos sutis que não estão
no texto. Na cena em que é dito
que desde pequenos os meninos e as meninas são tratados de
formas distintas, ela mostra, por
exemplo, um garoto tendo a mão
apertada com força, enquanto a
menina é tratada com delicadeza.
Isso porque é comum se ensinar
aos homens que eles devem ser
viris e às meninas que elas são o
sexo frágil.
13
CAPA
Um convite à reflexão
“A grande contribuição da filosofia para a sociedade
contemporânea é o diálogo”, diz a escritora e filósofa
Marcia Tiburi ao falar sobre o sucesso Como conversar
com um fascista, seu livro mais recente
E
ntres os diversos livros de
filosofia que Marcia Tiburi já
publicou, estão As Mulheres
e a Filosofia (Unisinos), de 2002,
Filosofia cinza – A melancolia e
o corpo nas dobras da escrita
(Escritos), de 2004, Mulheres,
filosofia ou coisas do gênero (Edunisc), de 2008, e Filosofia prática,
ética, vida cotidiana, vida virtual
(Record), de 2014. Professora do
programa de pós-graduação em
Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie
e colunista da revista Cult, Tiburi
também é autora dos romances
Magnólia, A mulher de costas e
O Manto, que formam sua Trilogia
íntima, e Era meu esse rosto. No
ano passado, lançou Como conversar com um fascista (Record),
que já teve cinco edições em
três meses. A escritora e filósofa
concedeu a seguinte entrevista à
Vila Cultural:
Vila Cultural. Que avaliação faz
da trajetória de Como conversar
com um fascista desde o lançamento do livro?
Marcia Tiburi. Por um lado, fico
muito feliz que o livro esteja sendo
lido por tantas pessoas. Escritores gostam naturalmente de ter
leitores. Os leitores de Como conversar com um fascista sentem-se convocados pela questão que
está no título porque ela se tornou,
infelizmente, comum entre nós, em
um nível de urgência, envolvidos
que estamos com o fascismo da
vida cotidiana. O autoritarismo e o
14
contexto em que tudo convida
à brutalidade, à agressão, à
despolitização, à idiotização,
então o esforço que o promoveu
terá valido a pena. Parece que
a questão é mundial. Depois de
cinco edições em menos de três
meses, uma editora portuguesa
comprou seus direitos para onze
países da Europa. O fascismo tem
histórias, não começou por aqui, e
o debate quanto aos seus motivos
e efeitos precisa ser trabalhado em
escala particular e mundial.
preconceito têm ameaçado a compreensão da alteridade sem a qual
não há democracia em que direitos
fundamentais sejam respeitados. É
inacreditável o nível de autoritarismo que estamos vivendo no dia a
dia, mas também na esfera da governabilidade, com a quantidade
de projetos de leis, e de leis, e de
ações políticas institucionalizadas
que promovem retrocesso social.
Então, não fico feliz quando vejo
uma sociedade afundada em um
profundo sofrimento político e sei
que o sucesso do meu livro se
dá porque estamos afundados
até o pescoço em um sistema de
preconceitos. No entanto, se o
livro ajudar a mudar, pela reflexão,
essa mentalidade, se pudermos
não nos tornamos fascistas nesse
VC. Com abordagem tão “sob
medida” para o atual cenário
político-social brasileiro – ou
mundial –, o que há, na sua
opinião, de mais intemporal no
livro? Por quê?
MT. O livro trabalha com manifestações de preconceito e de
brutalidade social e política em
nosso tempo atual, mas o foco
mais conceitual é a experiência
empobrecida, manipulada e rebaixada da linguagem, típica do
fascismo em todos os tempos.
Por outro lado, o que chamamos
de fascismo é, na verdade, um
regime de pensamento autoritário
que forma subjetividades. Infelizmente, esse modo de pensar, que
provoca também ações, sobrevive
na história por ondas.
VC. O que acredita ser essencial,
na prática, para manter uma conduta ética na “arte de resistir”
aos “fascistas” ou aos autoritarismos de toda ordem? Por quê?
MT. O que isso que chamei de
regime de pensamento autoritário
produz é o esvaziamento da reflexão. Pensar, refletir, fazer filosofia
crítica e sustentar o diálogo como
método de ação diário, é, a meu
ver, essencial. A grande contribuição da filosofia para a sociedade
contemporânea é o diálogo. Mas
esse regime de pensamento é
também um regime de afetos, ou
seja, há um esvaziamento das
emoções, o que abre espaço para que elas sejam manipuladas
pelos meios de comunicação de
massa, pelas religiões, formando
um senso comum muito aquém do
que se poderia esperar do senso
comum, muito distante de qualquer questionamento possível,
afundado na falta de capacidade
para compreender. A presença
do ódio entre nós, por exemplo,
é fruto de uma manipulação da
lacuna do pensar e do sentir. As
ações das pessoas, nesse caso,
também estão prejudicadas. E
podemos pensar também que há
um esvaziamento da ação que
é substituída pela compulsão a
produzir e a consumir, que chamamos de consumismo. O fascismo
é a mentalidade que se expressa
na forma de uma discursividade
que ampara esse cenário, esse
sistema de ações falsas, no sentido de não nos assegurar nossa
própria realização como “pessoas
humanas” e como seres sociais e
políticos. No entanto, o fascismo
é político, mas político por uma
distorção da própria política da
qual ele se vale para sustentar o
poder como violência e assim a
vantagem de uns contra outros.
VC. O que pensa sobre a ideia
(recorrente ou atual) de “empoderamento” feminino nos
diálogos (ou enfrentamentos)
sobre igualdade/diferenças de
gêneros?
MT. A questão de gênero tem sido
capturada no cenário fascista,
sobretudo a partir das ações discursivas, executivas e legislativas
de políticos homofóbicos e machistas, preconceituosos de todo
tipo, como uma questão central a
A reflexão é um contraponto
ao autoritarismo fascista. É
resistência. Por isso a população é,
programaticamente, afastada dela.
ser combatida. Por que o debate,
sobretudo a questão da educação
sobre gênero, está proibido na
ditadura da ignorância que tem
sido levada a cabo por vários políticos? Pelo motivo óbvio de que
“gênero” é um tema desconstrutivo
e crítico. Obviamente temos que
falar cada vez mais de gênero,
bem como de sexualidade, de
classe social e de raça, justamente
para promover a democracia
que está perigosamente
ameaçada. A reflexão é um
contraponto ao autoritarismo
fascista. É resistência. Por isso a
população é, programaticamente,
afastada dela. Os políticos
homofóbicos, machistas e que
pregam a criminalização são
sacerdotes.
VC. Como mulher, pensadora,
filósofa, professora e escritora,
o que pensa sobre as repercussões atuais do “legado” e da
experiência feminista?
MT. O feminismo é o conjunto das
teorias críticas e desconstrutivas
das ilusões promovidas pelo capitalismo e pela dominação masculina própria do patriarcado. Falar
capitalismo, patriarcado, dominação masculina ofende algumas
pessoas que ainda estão submersas na naturalização do sistema
em que vivemos. Mas esses são
nomes que podemos dar ao sistema político e econômico no qual
a questão de gênero deveria ser
ocultada para sua melhor manutenção. Diante do machismo naturalizado, esse que inclui violência
simbólica e verbal, econômica e
epistemológica contra mulheres
e contra pessoas transformadas
em minorias em geral, feminismo
é o nome da teoria e da prática
que pode desmontar esse sistema
de injustiça. E isso é complexo.
O feminismo é resistência, combate e luta, mas não nos moldes
da dominação masculina que é
excludente, opressora, violenta,
aviltante e, ao mesmo tempo, posta como natural.
VC. Em que projetos você trabalha atualmente?
MT. Nesse ano, lançarei um romance pela editora Record sobre
um personagem que tem uma séria questão corporal. O romance
como narrativa está inscrito na
tradição da formação da subjetividade. Isso quer dizer que
o que lemos não apenas deriva
do que já experimentamos em
termos de cultura, do que já nos
aconteceu, mas também do que
imaginamos que poderia ser e,
certamente, da invenção do futuro
no qual se insere a ficção. Nesse
sentido, a ficção tem tudo a ver
com as avaliações do passado
e projeções do futuro. Digo isso
tentando entender qual pode ser a
validade da escrita literária em um
mundo carente de pensamento,
que espera respostas, mas não
quer se dedicar à árdua tarefa de
se colocar perguntas. Ao mesmo
tempo, os romances da minha Trilogia íntima, esgotada nas livrarias
brasileiras há tempo, deve sair em
Portugal e em vários outros países
da Europa. Bem como o romance
Era meu esse rosto e os ensaios
filosóficos que venho publicando
há anos. Fico muito feliz em ver
minha obra provocando interesse
para além do Brasil. Fico feliz, pois
somos nacionalmente muito descrentes da “filosofia brasileira” e,
no entanto, a sociedade contemporânea, para além dos nossos
limites geográficos e linguísticos,
pode provar o contrário.
15
TEATRO
Um ator extraordinário
Diálogo em forma de relato que o ator Sergio Britto
fez ao sobrinho Paulo Brito, o livro Memória a dois
documenta as lembranças e o talento do artista que
trocou a medicina pelos palcos
16
Romeu e Julieta, de
William Shakespeare,
no Teatro Universitário. Ator, diretor e
produtor, Britto fez
parte de importantes
companhias, como o
Teatro do Estudante
de Paschoal Carlos
Magno, Teatro dos
Doze, Teatro de Arena, Teatro Brasileiro
de Comédia (TBC) e
a Companhia Maria
Della Costa.
Durante sua carre i r a , re c e b e u o s
mais importantes
prêmios de atuação
e d i re ç ã o t e a t r a l ,
entre os quais três prêmios, como diretor, por Os veranistas, de
Gorki; Prêmio Molière Especial
por Rei Lear, de Shakespeare; e
Prêmio Mambembe por A cerimônia do adeus, de Mauro Rasi. Na
televisão, foi pioneiro do teleteatro
como criador, diretor e ator do
Grande Teatro Tupi, que produziu
mais de 450 peças. Participou de
novelas, minisséries e especiais.
Em 2010, publicou O teatro & eu
– Memórias (Tinta Negra), que
ganhou o Prêmio Jabuti 2011 na
categoria Biografia.
LANÇAMENTO
Do livro Memória a dois, de Sergio
Britto e Paulo Brito (Funarte), dia 7
de março, a partir das 18h30, na
Livraria da Vila da Fradique.
Fotos Divulgação
U
m dos grandes
nomes do teatro
brasileiro, o ator
e diretor Sergio Britto
(1923-2011) ganha justa homenagem e um
importante documento
biográfico com o lançamento do livro Memória
a dois (Funarte) dia 7
de março, na Livraria
da Vila da Fradique. Escrito entre abril e maio
de 2011, ano em que o
ator morreu, o livro é um
diálogo em forma de relato que Britto fez ao seu
sobrinho Paulo Brito.
O ator Sergio Britto e a capa do livro
Em 184 páginas,
com diversas imagens
do acervo da família, as lembranno poder espiritual da vontade.
ças muitas vezes se confundem
A reflexão que Sergio Britto faz
com a intensa luta do ator para
para si mesmo ao terminar sermanter a vida, a lucidez e a espeve também para todos nós que o
rança. No exercício de memória
acompanhamos em sua trajetória
compartilhado com Paulo, Britto
de estrela fulgurante: ‘Agora é hora
relembra vários momentos de vida,
de esperar com calma e tentando
os estudos de medicina, parte de
não sofrer as próximas palavras’”,
sua trajetória profissional, além de
escreve, no prefácio, o médico e
movimentos importantes do teatro
analista junguiano Walter Boechat,
brasileiro e de artistas com quem
a quem o ator recorreu em 2005
dividiu experiências marcantes,
para ajudá-lo com os conceitos
nomes como Fernanda Monteneda psicologia de Carl Gustav Jung
gro, Ítalo Rossi, Nathalia Timberg,
para a peça Jung e eu, monólogo
entre outros.
de Domingos de Oliveira e Giselle
“Depois de legar para a culKosovski.
tura brasileira esses importantes
Carioca, Sergio Pedro Corrêa
diálogos, Sergio Britto nos deixou
de Britto morreu em dezembro de
órfãos de sua rica presença. Este
2011, aos 88 anos. Formado em
Memória a dois é sua derradeira
medicina, dedicou a vida ao teatro.
obra criativa, uma mensagem de
Sua estreia foi em 1945, interpreotimismo, força criativa e crença
tando Benvóglio na montagem de
DOCUMENTO
Stanislávski em cena
Aimar Labaki e Elena Vássina autografam
dia 29 na Livraria da Vila da Fradique o
livro sobre a vida e o famoso sistema de
interpretação do diretor russo
Foto Divulgação
A
imar Labaki e Elena
Vássina autografam
dia 29 de março na Livraria da Vila da Fradique o
livro Stanislávski: Vida, obra,
sistema (Funarte), que, entre
outras, quer ser uma fonte
de atualização para atores,
pesquisadores e estudiosos
brasileiros do teatro sobre o
trabalho do diretor russo que
entrou para história da dramaturgia mundial ao sistematizar,
entre os séculos 19 e 20, uma
série de procedimentos para
interpretação, o famoso Sistema Stanislávski.
“A publicação de Stanislávski preenche uma imensa
lacuna na bibliografia do autor
no Brasil, já que muitas de
suas obras não foram vertidas
diretamente do russo. A própria genealogia de seu sistema dificulta o estabelecimento
de um modelo fixo, uma vez
que seus livros tiveram edições
muito diferentes na Rússia e nos
Estados Unidos”, escreve Ivam
Cabral, no prefácio do livro.
A fonte primária para o livro,
segundo os editores, é a última
edição das obras completas em
nove volumes de Stanislávski, em
russo. Para tanto, partiu-se de documentos originais com o objetivo
de traçar a história da evolução
do sistema de Stanislávski, desde
seu início, em 1906, até a morte do
diretor, em 1938.
O objetivo é explicar e exemplificar as diversas fases do sistema,
em suas versões teóricas e práticas, identificando, em alguns
casos, raízes externas ao teatro
– como na ioga ou psicologia, por
exemplo. A edição, que promete
virar item de colecionador para
amantes do teatro, inclui recortes
dos cadernos de anotações, registros dos ensaios, cartas, além de
depoimentos ou lembranças de
atores, diretores, colegas e discípulos de Stanislávski. A partir da
seleção e tradução do material, o
livro é estruturado para possibilitar
tanto uma visão da formação e
da evolução histórica do sistema
como uma compreensão de
cada um de seus estágios.
Constantin Stanislávski
(1863-1938) nasceu em Moscou, em uma família endinheirada que tinha até um pequeno
teatro dentro da própria casa,
onde aconteciam apresentações privées para os amigos
da família ou intelectuais da
cidade. Aos 25 anos, Stanislávski funda, junto com outras
personalidades, a Sociedade
Literária de Moscou. Objetivo:
estudar teatro. Começa a se
destacar como ator e diretor. Uma década depois, ele
encontra o escritor e professor Vladímir Dântchenco e juntos fundam o Teatro de Arte de
Moscou, cujo objetivo é tentar
uma unidade teatral inovando
no jeito de interpretar ao proporcionar à plateia o acesso à
realidade nos palcos, quebrando o que fosse “paradigma
pré-imposto”. Tudo baseado em
estudos sobre expressão corporal,
vocal e técnicas de preparação
do ator. É dessa experiência que
começam a ganhar forma definitiva
a série de técnicas e exercícios
que se aprimoram no sistema
criado por Stanislávski.
LANÇAMENTO
Do livro Stanislávski: Vida, obra,
sistema (Funarte), de Aimar Labaki
e Elena Vássina, dia 29 de março,
na Livraria da Vila da Fradique, a
partir das 18h30.
17
DATA
Viva Curitiba, 323!
A capital do Paraná festeja mais um aniversário
no próximo dia 29 e a Livraria da Vila celebra a
sintonia com a vida cultural de uma das cidades
mais importantes do país
C
18
A contadora de histórias Gizáh Ferreira
na pauta do workshop, que será
finalizado com uma dinâmica envolvendo todos os participantes.
Autora de vários livros que as
crianças adoram, Marilza Conceição também produz o blog
Pedagogia do imaginário, em
que compartilha uma ideia principal: “Literatura é porta aberta
para o mundo. Por isso, ler é o
maior exercício de liberdade”.
“Observo a escuta das crianças na tarefa humana de ler o
mundo. Compartilhamos sonhos,
imaginamos juntos. É no encontro que nos transfor mamos”,
escreve Marilza.
A mediação do workshop na
loja do Batel será da contadora
de histórias Gizáh Ferreira, que
acumula experiência e elogios pela
seriedade do trabalho que realiza
com crianças.
Outros destaques este mês na
loja de Curitiba são os lançamentos dos livros Ensaio avançado de
controle interno (Fórum), de Rodrigo Pironti Aguirre de Castro, no dia
3 de março; Os caminhos da reflexão metafísica: Fundamentação
e crítica (InterSaberes), de Mauro
Cardoso Simões, que participa de
um bate-papo com os convidados,
no dia 9; e O direito de ser rude
(Bonijuris), de Max Paskin Neto,
que recebe amigos e convidados
para noite de autógrafos no dia 10.
ESPECIAL
Workshop de contação de histórias, com a escritora Marilza Conceição e mediação de Gizáh Ferreira, dia 10 de março, às 18h30,
na Livraria da Vila do Pátio Batel,
em Curitiba.
Foto Divulgação
uritiba se prepara para a
comemoração dos seus 323
anos, no dia 29 de março, e
a Livraria da Vila, completamente
integrada à vida cultural local com
sua loja no Pátio Batel, também
festeja a possibilidade de compartilhar a data e a presença em uma
das cidades mais importantes do
país. Além de manter sabidamente
outras referências fundamentais
para o Brasil, a capital do Paraná,
terra do poeta Paulo Leminski, é
a primeira cidade fora do estado
de São Paulo a ter uma Livraria
da Vila.
Com uma programação regular
de lançamentos e de teatro para a
garotada, a agenda de março inclui,
no dia 10, a partir das 18h30, um
workshop especial sobre contação
de histórias com a escritora Marilza
Conceição, que é coordenadora da
regional do Paraná da Associação
dos Escritores e Ilustradores de
Literatura Infantil e Juvenil. Para
atender a demanda especial do
público da cidade – o que inclui
educadores e profissionais que
trabalham com crianças –, a ideia
é a abordar algumas das técnicas
para se contar uma boa história.
Como prender a atenção do
espectador ou maximizar a utilização de recursos disponíveis? Que
critérios usar na escolha de repertório? Como fazer adaptações de
histórias? Como trabalhar as técnicas de respiração de acordo com
os diferentes momentos e emoções de uma história? Estas são
algumas das questões prioritárias
LANÇAMENTO
Experiência deliciosa
Com a proposta de ser um “restaurante
sem paredes”, que junta boa gastronomia,
gourmands e produtores locais, o projeto
Gastronômade brinda vinhos e espumantes em livro
Foto Divulgação
I
dealizado para comemorar
o quinto ano do projeto
homônimo, o livro Gastronômade Brasil – Vinhos e
espumantes, organizado por
Renata Runge, celebra os
“prazeres de criar, preparar
e desfrutar de boa comida” e
reúne uma seleção de vinhos
e espumantes produzidos no
país. O lançamento do livro
acontece no dia 16 de março
na Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi.
O Gastronômade é inspirado no conceito do famoso
festival gastronômico norte-americano Outstanding in the
field, cuja proposta é ser um
“restaurante sem paredes”,
uma vitrine itinerante de sustentabilidade ao conectar, em
diferentes regiões, a gastronomia
de qualidade, os gourmands e os
produtores locais. Além de compartilhar 30 receitas especiais de
grandes chefs do Brasil, o livro traz
um guia assinado pela especialista
em vinhos Alessandra Esteves,
com informações sobre as regiões
vinícolas, produtores e avaliações
de rótulos.
“A ideia do livro existe, na verdade, desde o início do projeto
no Brasil. Isso porque o modelo
norte-americano no qual o projeto
é baseado também tem um livro
lançado pelo seu fundador, Jim
Denevan. Ambas as publicações
seguem moldes similares, com um
pouco da história do projeto, das
propriedades onde aconteceram
os eventos, dos produtores parceiros e as receitas dos chefs que
passaram pelo projeto ao longo
destes cinco primeiros anos”, diz
Renata Runge, idealizadora do
Gastronômade. “O que difere a
publicação nacional é que resolvemos incorporar um produto
específico do Brasil e publicar
junto com o livro um estudo mais
aprofundado dele.”
Para Renata, que vive entre o
Brasil e o Canadá, o sucesso da
versão nacional do projeto veio
da persistência e do apoio dos
produtores brasileiros, dos proprietários dos lugares que receberam
o Gastronômade e dos chefs que
aderiram ao evento. “A região Sul
do Brasil foi a que mais recebeu
o projeto, desde o início. A
comunidade gastronômica
brasileira é bem unida, seja
entre os gourmands, que no
boca a boca vão levando seus
amigos aos eventos, seja entre
os chefs e produtores que vão
indicando novos parceiros, e
isso vai dando força ao evento.
Algumas modificações foram
necessárias no Brasil em relação ao formato que vemos nos
Estados Unidos. Por exemplo,
lá cada comensal leva o seu
próprio prato para ser colocado
na mesa, como uma maneira
de contribuir. Aqui não consegui visualizar a viabilidade
deste modelo”, declara.
Segundo Renata, há um
planejamento para que, em
médio prazo, outros títulos
venham a compor uma coleção
de livros. Cada volume falando
especificamente dos produtores,
das propriedades que recebem o
evento, das receitas produzidas,
e oferecendo também um guia de
um setor especifico. “Começamos
com o setor vinícola e a ideia é
passearmos pelo setor cafeeiro no
próximo volume. O projeto gostaria
de lançar um livro a cada dois
anos”, diz Renata.
LANÇAMENTO
Do livro Gastronômade Brasil –
Vinhos e espumantes, de Renata
Runge, dia 16 de março a partir
das 19h, na Livraria da Vila do
Shopping JK Iguatemi.
19
OSCAR
Filmes para ler
Na “atração fatal” do cinema
pela literatura, quatro dos filmes
mais comentados da temporada do Oscar deixam
em evidência os livros originais que os inspiraram
20
do filme, que traz atuações memoráveis das atrizes Cate Blanchett e
Rooney Mara. No Brasil, o livro foi
lançado pela L&PM.
Perdido em Marte, com a performance irretocável do ator Matt
Damon, é um roteiro adaptado do
best-seller de Andy Weir, originalmente escrito como e-book e
lançado posteriormente no formato
tradicional. No Brasil, o livro saiu
pela editora Arqueiro. A história
é uma “ficção” meio amalucada
que conta a experiência do astronauta Mark Watney, “esquecido”
pelo resto da tripulação da missão
Ares 3 em Marte, durante uma
tempestade, e que faz malabarismos inacreditáveis para sobreviver
enquanto se projeta uma tentativa
de resgate.
Provavelmente o mais comentado dos filmes atuais – por causa da atuação surpreendente de
Leonardo DiCaprio –, O regresso,
do diretor Alejandro González Iñárritu, é inspirado no livro homônimo de
Michael Punke, publicado no Brasil
pela editora Intrínseca. A história é
fabulosa. Em 1823, numa missão de
caçadores de peles em terras selvagens nos Estados Unidos, Hugh
Glass, um dos melhores do grupo,
é atacado por um urso e termina
gravemente ferido. Os homens que
deveriam esperar sua morte e lhe
oferecer um funeral apropriado o
abandonam, levando consigo as
armas e os suprimentos. Entre delírios, Glass os observa fugindo e é
tomado pelo desejo de vingança,
que dá o tom de toda a trama.
Foto Divulgação
E
ntre os filmes mais elogiados
da temporada, A garota dinamarquesa, do diretor Tom
Hooper, é baseado no romance
homônimo de David Ebershoff –
que foi lançado recentemente no
Brasil pela editora Fábrica 231.
Junto com a evidência nas telas,
garante visibilidade e interesse dos
leitores para a história da pintora
Lili Elbe, que se transformou numa
referência global dos movimentos
LGBT. Com todo o preconceito e
a incompreensão que costuma
provocar, o tema da transexualidade dá o tom no drama do pintor dinamarquês Einar Wegener
(1882-1931). Um século atrás, ele
resolveu enfrentar a situação que
é considerada uma das primeiras
cirurgias de mudança de gênero.
Einar (Eddie Redmayne, indicado
ao Oscar pelo filme) adota o nome
Lili e passa a ser socialmente reconhecido como mulher depois da
experiência transformadora de posar usando roupas femininas para
a sua esposa, a também pintora
Gerda Wegener.
Carol, outro filme de temática
gay que deu o que falar no Oscar,
é baseado em The price of salt, romance da escritora americana Patricia Highsmith, que usou até um
pseudônimo para não se envolver
em polêmicas sobre homossexualidade quando do lançamento do
livro, na década de 1950. Tudo para contar a história da vendedora
Therese, que, em pleno trabalho,
se apaixona à primeira vista por
Carol, a elegante cliente do título
IMPRENSA
As histórias do JB
Com depoimentos de alguns dos jornalistas mais
respeitados do país, Belisa Ribeiro lança Jornal do
Brasil – Memória e história, que celebra 125 anos do
veículo que deu o que falar
Foto Divulgação
E
m pleno momento de transformações da comunicação
na era digital, a função social e o exercício profissional do
jornalismo não podem e não vão
acabar. Esta é a principal impressão e a sugestão mais evidente
que Jornal do Brasil – Memória
e história (Record), da jornalista
Belisa Ribeiro, deixa ao leitor do
livro que acaba de ser lançado
e registra, em março de 2016, os
125 anos do JB.
A ideia de escrever o livro, diz
Belisa, surgiu de um dos encontros dos “jotabeninos”, como se
autointitulam os profissionais que
trabalharam no JB. Durante um
ano e meio, a jornalista manteve
no ar um site para recolher depoimentos. “Ouvindo os colegas
relembrarem seus ‘feitos’, os casos
do passado, as reportagens históricas, decidi escrever não somente
sobre a história do Jornal do Brasil,
mas sobre as memórias de quem
tornou o veículo inesquecível. E
contar também quem são ou quem
foram essas pessoas”, diz Belisa,
que começou a carreira como estagiária no JB, na década de 1970,
e voltou ao jornal 30 anos depois
como editora.
O livro registra depoimentos
de alguns dos mais importantes
jornalistas brasileiros que, em
épocas diferentes, marcaram a
trajetória do jornal e contribuíram
para torná-lo um dos maiores de
seu tempo. São nomes como o
do jornalista e escritor Affonso
Romano de Sant’Anna, de Alberto
Dines, Chico Caruso, Elio Gaspari,
Iesa Rodrigues, Janio de Freitas,
José Carlos Assis, Malu Fernandes, Norma Couri, Paulo Henrique
Amorim, Ricardo Boechat, Tânia
Malheiros, Walter Fontoura, entre
dezenas de outros que, de A a Z,
mantêm-se como referências de
credibilidade.
Criado para defender a monarquia, o JB passou, ao longo
de mais de um século, pela fase
popular de jornal de classificados
e pelas reformas editoriais que
modernizaram a imprensa. Foi trincheira muitas vezes para o combate à censura, para a denúncia de
corrupção e malfeitos com o dinheiro público, má administração
e outras mazelas da República.
Foi também veículo de vanguarda, ditando moda, descobrindo
tendências e revelando culturas.
Belisa lembra histórias de
edições corajosas, como a que
noticiou a morte do presidente chileno Salvador Allende na primeira
página inteira do jornal (sem manchete, como mandara a censura);
de grandes reportagens, como a
que revelou a reunião, no interior
do Rio de Janeiro, de um grupo
nazista, ou a que desvendou a farsa militar da bomba no Riocentro.
“Um jornal não muda o mundo,
diz Belisa Ribeiro no seu prólogo.
Está certa. Mas ao longo deste
verdadeiro filme Belisa sutilmente
comprova o contrário: aqueles
doidos e doidas envolvidos na
preparação do jornal do dia seguinte são possuídos pela mesma
obsessão – fazer daquela edição
algo único, especial, capaz de
transformar o leitor, movimentar
sua vida, alterar o seu olhar,
enfiá-lo na história”, escreve o
jornalista Alberto Dines na orelha do livro. Dines prossegue:
“A ‘última profissão romântica’
foi assim definida por conta da
penosa dualidade que sujeita as
emoções do relato à frieza da
razão. No caso do jornalismo, a
contradição se manifesta entre a
imutável, implacável rotina diária
e a sensação de transcendência
que vai se filtrando, infiltrando
à medida que as circunstâncias
captadas tornam-se palavras, relatos, imagens, percepções”.
21
RETRATO | UMBERTO ECO (1932-2016)
O nome da lucidez
Com uma vida dedicada a pensar as questões
de sua época, o escritor e filósofo italiano
Umberto Eco se consagrou na literatura com um
romance ambientado na Idade Média
A
morte do escritor do escritor
italiano Umberto Eco, aos
84 anos, no último dia 19
de fevereiro, reverberou globalmente como uma certeza de que,
infelizmente, o mundo ficou menos
inteligente com o desaparecimento
de um pensador fundamental para
a época contemporânea. E se as
despedidas nunca são fáceis, o
legado intelectual e criativo do
escritor permanecerá como referência e pretexto para celebrar a
inteligência humana e a vocação
para pensar as questões mais
relevantes ou intrigantes que movem o mundo. Quinze anos atrás,
no texto Cenários de uma guerra
global, publicado originalmente no
jornal italiano La Republlica e, no
Brasil, pela Folha de S. Paulo, Eco
antecipava com precisão o atual
clima de terror global que podia ter
origem no então recém-acontecido
atentado de 11 de setembro de
2001 em Nova York.
Em O nome da rosa, seu livro
mais ilustre, Eco diz que o amor é
mais sábio que a sabedoria, numa
das tantas construções em que
exercitou, com a habilidade para
o jogo de linguagem, sua lucidez
altiva e nenhum temor de se envolver em polêmicas. Por esses e
tantos outros motivos, a produção
intelectual de Eco se transformou
simultaneamente em uma aula de
conhecimento, estilo e sabedoria.
Falando de corrupção, em um
tema tão familiar aos brasileiros,
o escritor declarou à agência de
notícias EFE que “hoje, quando
afloram os nomes de corruptos e
22
fraudadores, as pessoas não se
importam com isso, e só vão para
a cadeia os ladrões de galinhas”.
Sem papas na língua, ele também
costumava detonar a falta de critérios dos novos comportamentos digitais, como fez numa declaração
ao jornal italiano La Stampa. “As
redes sociais dão o direito de falar
a uma legião de idiotas que antes
só falavam em um bar depois de
uma taça de vinho, sem prejudicar
a humanidade. Então, eram rapidamente silenciados, mas, agora,
têm o mesmo direito de falar que
um prêmio Nobel. É a invasão dos
imbecis”.
As redes sociais dão
o direito de falar
a uma legião de
idiotas que antes só
falavam em um bar
depois de uma taça
de vinho.
Para muito além das polêmicas
ou das opiniões radicais e contundentes, Umberto Eco manteve conduta ética e coerência singulares.
Filósofo, crítico literário, linguista
e romancista traduzido em mais
de quarenta idiomas, nasceu 5
de janeiro de 1932, na cidade de
Alessandria, na região do Piemonte, Itália. Ficou conhecido,
primeiro, por causa da produção
acadêmica, com estudos e textos
sobre semiótica, estética medieval,
comunicação de massa e filosofia. Foi professor na Universidade
Harvard, nos Estados Unidos, e
também deu aulas nas universidades de Oxford, Columbia e Indiana,
na Universidade de San Marino e
na Universidade de Bologna, onde
era presidente da Faculdade de
Ciências Humanas.
Quando tinha 50 anos, em
busca de novos desafios, estreou
“oficialmente” na literatura com
O nome da rosa, romance ambientado na Idade Média e que
vendeu mais de 30 milhões de
exemplares. O livro foi adaptado
para o cinema em 1988, com Sean
Connery dando vida ao protagonista Baskerville. Na ficção, publicou
O pêndulo de Foucault (1988), A
ilha do dia anterior (1994) e Baudolino (2000). No ano passado, a
Record publicou no Brasil Número
zero, o romance mais recente de
Eco, que criou, com todas as referências da realidade, um manual
do mau jornalismo, evidentemente
inescrupuloso e ambientado na
redação de um jornal imaginário.
A história se passa em 1992, ano
que entrou para história italiana
por ser marcado pelos escândalos
de corrupção e pela investigação
Mani Pulite (Mãos Limpas) – que
inspirou inclusive a Operação Lava
Jato brasileira –, capaz de detonar
toda a classe política da época.
Segundo o editor Mario Andreose
declarou à imprensa internacional,
um novo livro de Eco será lançado
este mês, reunindo artigos publicados pelo italiano desde 2000.
Ilustração Jonas Ribeiro
COMO USAR A INTERNET
“A internet é como Funes, o memorioso, o personagem de Jorge Luis
Borges: lembra tudo, não esquece
nada. É preciso filtrar, distinguir.
Sempre digo que a primeira disciplina a ser ministrada nas
escolas deveria ser
sobre como usar
a internet: como
analisar informações. O problema é que nem
mesmo os professores
estão preparados para isso.
Foi nesse sentido que defendi recentemente que os jornais, em vez de se
tornar vítimas da internet, repetindo
o que circula na rede, deveriam dedicar
espaço para a análise das informações que
circulam nos sites, mostrando aos leitores
o que é sério, o que é fraude. Será que os
jornais estão prontos para isso? A crítica
da internet exige um novo tipo de expertise,
mesmo para os jornais. E isso é muito importante para os jovens, pois eles não têm, aos 15,
16 anos, os conhecimentos necessários para filtrar
as informações a que têm acesso na rede. Ora, assim
como quem lê diversos jornais acaba aprendendo
a distinguir as abordagens distintas de cada um
deles, os jovens hoje precisam aprender a buscar
essa variedade de abordagens nos sites que
frequentam.”
(Umberto Eco, em entrevista à Eduardo Wolf para a
revista Veja, em junho de 2015)
23
ACONTECEU
Cenas urbanas
Com a música do Quarteto Quadrantes fazendo
a melhor trilha sonora da temporada, fevereiro
também teve noite de autógrafos de Maria
Valéria Rezende para lançar Quatro cantos
A
24
Lançamento e leitura de trechos do livro Depois a louca sou eu, de Tati Bernardi
Maria Valéria Rezende na loja da Fradique
o sertão em um ônibus que a leva a
algum ponto isolado do Nordeste e
relembra sua primeira incursão na
região agreste, quarenta anos antes, até se exilar em Olho D’Água,
na Paraíba, para ensinar jovens
e adultos a ler e a escrever. As
lembranças do tempo passado no
lugar se cruzam a outras, entre freiras educadoras na Argélia ou como
viajante no México, deparando-se com costumes distantes e ao
mesmo tempo com pessoas de
coragem e pureza evidentes que a
ajudam a enfrentar as dificuldades
do caminho.
Fotos Wilson Junior (Tati Bernardi) e Mariana Ramiro (Maria Valéria Rezende)
lém de toda a energia carnavalesca, fevereiro teve
ótimos momentos na agenda cultural repleta de atrações pensadas para movimentar as lojas da
Livraria da Vila. Cercada de amigos
por todos os lados, Tati Bernardi
autografou Depois a louca sou eu
(Companhia da Letras) na loja da
Fradique (leia sobre o livro nesta
edição de Vila Cultural), enquanto
a música do Quarteto Quadrantes
fez trilha sonora mais que especial nas lojas do Shopping Pátio
Higienópolis e do Shopping JK
Iguatemi. Lançando Sinuosa, seu
segundo CD, o Quadrantes assume definitivamente a vocação para
uma música autoral que parte das
influências do jazz, da MPB e da
música erudita para produzir uma
sonoridade contemporânea, que
junta experimentações na composição ou na improvisação. Formado
por Arnaldo Nardo (bateria) Bruno
Elisabetsky (composições/violão/
guitarra/voz), Gabriela Machado
(flautas/escaleta) e Renato Leite
(contrabaixo), o Quadrantes convidou o produtor Swami Jr. para
assinar a produção do novo trabalho, que tem 11 composições
e uma homenagem à cantora e
compositora Joyce Moreno.
Na loja da Fradique, a escritora
Maria Valéria Rezende, ganhadora
o Jabuti de melhor livro de ficção
em 2015 com Quarenta dias, autografou seu novo livro, Outros cantos
(Alfaguara), um romance sobre
“viagens movidas a sonhos”, segundo ela diz. No livro, Maria cruza
PROGRAMAÇÃO | março_2016*
Foto Azevedo Lobo
Dinâmica musical
Cursos, lançamentos, estreias teatrais e um debate
sobre a nova música independente, com o show
do “power trio” Maglore, estão entre as atrações da
agenda cultural em março
Formada há seis anos, a banda Maglore, com Teago Oliveira (voz e
guitarra), Rodrigo Damati (voz e baixo) e Felipe Dieder (bateria) se
autoapresenta como um “power trio de canção popular brasileira com
referências de pop e rock psicodélico”. O Maglore faz pocket show dia 17
de março na loja do Shopping JK Iguatemi, às 19h, para o debate Sofar
Talks – Nova música independente
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PROGRAMAÇÃO | março_2016*
Lançamentos
17/3, QUINTA, das 19h30 às 21h30
Numerologia do amor
De Luiz Alexandre Junior
Ed. Griot
4/3, SEXTA, das 18h30 às 21h30
Mentiras
De Felipe Franco Munhoz
Ed. Nós
7/3, SEGUNDA, das 18h30 às 21h30
Memória a dois
De Sergio Britto e Paulo Brito
Ed. Funarte
Haverá bate-papo com Paulo Brito.
8/3, TERÇA, das 18h30 às 21h30
Ponte aérea – Manual de
sobrevivência entre Rio e São
Paulo
De Felipe Frisch
Ed. Matrix
9/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Transformações: Arte urbana e
cidadania
De Vários autores/artistas
Ed. Via das Artes
10/3, QUINTA, das 18h30 às 21h30
Alcoolismo
De Maria de Lurdes de Souza Zemel e
Luciana Saddi
Ed. Blucher
11/3, SEXTA, das 18h30 às 21h30
Presídio Romão Gomes:
A religião como meio de
emancipação e submissão
De Maria Carolina Rissoni Andery
Ed. Appris
12/3, SÁBADO, das 15h às 18h
Certas mulheres
De Mirian Gomes Canavarro Batista
Ed. Scortecci
16/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Os nomes dos outros: Etnografia
e diferença em Roy Wagner
De Iracema Dulley
Ed. Humanitas
17/3, QUINTA, das 19h às 21h30
Eliana aos 13
De Fernando Zanetti
Ed. Olho d'Água
Haverá bate-papo sobre criação
literária.
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22/3, TERÇA, das 18h30 às 21h30
Turismo, arquitetura e cidade
De Heliana Comin Vargas e Ricardo
Alexandre Paiva
Ed. Manole
23/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Que dança é essa? – Uma
proposta para a educação
infantil
De Fernanda de Souza Almeida
Ed. Summus
29/3, TERÇA, das 18h30 às 21h30
Stanislávski: Vida, obra e
sistema
De Aimar Labaki e Elena Vássina
Ed. Funarte
30/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Psicodrama público na
contemporaneidade – Cenários
brasileiros e mundiais
De Mariângela Pinto da Fonseca
Wechsler e Regina Forneaut Monteiro
(Orgs.)
Ed. Summus
31/3, QUINTA, das 18h30 às 21h30
Correspondências paulistas: As
formas de tratamento em cartas
de circulação pública (1765-1775)
De Vanessa Martins do Monte
Ed. Humanitas
8/3, TERÇA, das 19h às 21h30
Mulheres na resistência
De Frida Milgron
Ed. Ipsis
10/3, QUINTA, das 19h às 21h30
A mulher incrível
De Alexandre Petillo
Ed. Belas-Letras
12/3, SÁBADO, das 15h às 18h
Nova economia política dos
serviços
De Anita Kon
Ed. Perspectiva
14/3, SEGUNDA, das 18h30 às 21h30
Inovação – Diálogos sobre a
prática
De Celso Braga, Flávia Ramos, Sidirley
Fabiani
Ed. Bridge
15/3, TERÇA, das 18h30 às 21h30
O consentimento do ofendido
como excludente do tipo no
direito pena brasileiro
De Rossana Brum Leques
Ed. LiberArs
16/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Que ninguém nos ouça
De Leila Ferreira e Cris Guerra
Ed. Planeta
Lorena
2/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
A segunda vida: Um guia para a
mulher madura
De Marisa Sanábria
Ed. Êxito
Haverá bate-papo com a autora.
3/3, QUINTA, das 18h30 às 21h30
Controle da atividade do árbitro
De Lucas Britto Mejias
Ed. Thomson Reuters
17/3, QUINTA, das 18h30 às 21h30
Introdução à sociologia do
direito
De Henrique Garbellini Carnio e Willis
Santiago Guerra Filho
Ed. Revista dos Tribunais
21/3, SEGUNDA, das 18h30 às 21h30
Strategic sourcing
De Cilene Bim
Independente
23/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Vamos juntas? – O guia da
sororidade para todas
De Babi Souza
Ed. Record
Haverá bate-papo com a autora.
* Programação sujeita a alteração.
Fradique
4/3, SEXTA, das 18h30 às 21h30
Museu Paulista - 120 anos de
história
De Denyse Emerich
Retrato dos 460 anos da história
de São Paulo
De Francisco Cabral Alambert Junior
Ed. Arte e Cultura
Shopping
Pátio Higienópolis
Shopping
JK Iguatemi
3/3, QUINTA, das 19h às 21h30
O direito de ser rude
De Max Paskin Neto
Ed. Bonijuris
Haverá bate-papo com o autor
3/3, QUINTA, das 18h30 às 21h30
Propriedade intelectual, internet
e o Marco Civil
De Vários autores
Ed. Edipro
8/3, TERÇA, das 18h30 às 21h30
Depois de magro: A ação do
psicólogo articulada à da equipe
no pós-operatório de cirurgia
bariátrica
De Carmen Neves Benedetti, Luciana
Rodrigues Theodoro
Ed. Vetor
6/3, DOMINGO, das 15h às 18h
Pole gym fitness - Metodologia de
ensino de técnica e treinamento
com ênfase interdisciplinar
D e F e r n a n d a N a rd y B e l l i c i e r i e
Elizabeth Chen
Independente
9/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Acidentes de trabalho no esporte
profissional
De Diego Petacci
Ed. LTr
12/3, SÁBADO, das 15h às 18h
13º Universo – A longa jornada
De Danniel Teller
Independente
17/3, QUINTA, das 18h30 às 21h30
A psiquiatria interdisciplinar
De Eduardo de Castro Humes, Márcio
Eduardo Bergamini Vieira e Renério
Fráguas Jr
Ed. Manole
22/3, TERÇA, das 17h às 21h30
Jornalismo em trânsito: O
diálogo social solidário no
espaço urbano
De Mara Ferreira Rovida
Para além do código digital:
O lugar do jornalismo em um
mundo interconectado
De Carlos Sandano
Ed. EdUFSCar
Haverá bate-papo com os autores.
9/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Infraestrutura no Direito do
Ambiente
De Édis Milaré, Priscila Santos Artigas
e Roberta Jardim de Morais (Coords.)
Ed. Thomson Reuters
Pátio Batel
3/3, QUINTA, das 18h30 às 21h30
Ensaio avançado de controle
interno – Profissionalização e
responsividade
De Rodrigo Pironti Aguirre de Castro
Ed. Fórum
9/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Os caminhos da reflexão
metafísica: Fundamentação e
crítica
De Mauro Cardoso Simões
Ed. InterSaberes
Haverá bate-papo com o autor.
10/3, QUINTA, das 19h às 21h30
O direito de ser rude
De Max Paskin Neto
Ed. Bonijuris
15/3, TERÇA, das 18h30 às 21h30
Neurologia – Diagnóstico e
tratamento
De Paulo Henrique Ferreira Bertolucci,
José Luiz Pedroso, Henrique Ballalai
Ferraz, Orlando Graziani Povoas
Barsottini
Ed. Manole
11/3, SEXTA, das 18h30 às 21h30
A importância do planejamento
da avaliação ambiental nos
locais de trabalho dos serviços
públicos federais
De Rui Bocchino Macedo, Leslie de
Oliveira Bocchino e Isaura Alberton
de Lima
Paco Editorial
16/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Gastronômade Brasil – Vinhos e
espumantes
De Renata Runge e Alessandra Esteves
Independente
18/3, SEXTA, das 18h30 às 21h30
Mapa da Vida
De Mauricio Sita e Edson de Paula
Ed. Ser Mais
22/3, TERÇA, das 18h30 às 21h30
Coleção Direito Civil (Vol. 1 a 8)
De Silvio de Salvo Venosa
Grupo Gen
Parque Shopping Maia
12/3, SÁBADO, das 16h às 19h
Pinóquio do asfalto
De Egidio Trambaiolli Neto
Ed. Uirapuru
Clube de leitura
14/3, SEGUNDA, das 20h às 21h
Clube de Leitura:
Hereges, de Leonardo Padura
Com Kim Doria
Apoio: Boitempo
Loja: Fradique
18/3, SEXTA, das 19h30 às 21h30
Leitura Compartilhada
Com Os Espanadores
Loja: Fradique
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PROGRAMAÇÃO | março_2016*
Palestras
8/3, TERÇA, das 19h30 às 21h30
Mais Ainda: Bate-papo sobre
literatura e psicanálise
C o m P a b l o P e u s n e r, F e r n a n d a
Zacharewicz, Maria Claudia Formigoni
e Patrizia Corsetto
Evento Gratuito
Loja: Higienópolis
12/3, SÁBADO, das 10h30 às 13h30
Diálogos do Lacaneando
Com Welson Barbato e Ana Suy
Sesarino Kuss e mediação da jornalista
Patrizia Corsetto
Evento Gratuito
Loja: Higienópolis
15/3, TERÇA, das 19h30 às 21h30
Mais Ainda: Bate-papo sobre
literatura e psicanálise
Com Conrado Ramos, Flávio Vassoler
e mediação da jornalista Patrizia
Corsetto
Evento Gratuito
Loja: Higienópolis
15/3, TERÇA, das 19h às 21h30
Share Talks: Employer branding
Com Tatiana Godoi, Oshry Vidal e Luiz
Eduardo Drouet
Inscrições: [email protected] ou
(19) 3578-1220
Evento Gratuito
Loja: Galleria (Campinas)
17/3, QUINTA, das 19h às 20h
Criação literária:
Poesia, conto e romance
Com Fernando Zanetti
Evento Gratuito
Apoio: Ed. Olho d’Água
Loja: Fradique
19/3, SÁBADO, das 11h às 13h
Sócrates ao Café:
O terceiro ouvido
Com Gabriel Martins, Thaisa Barros e
Bernadette Biaggi
Evento Gratuito
Apoio: Istituto Biaggi
Loja: Fradique
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19/3, SÁBADO, das 18h às 19h
Musas e músicas – A mulher por
trás da canção
​C om Rosane Queiroz (autora) e
Guilherme Monteiro (violão)
Evento Gratuito
Loja: Fradique
23/3, QUARTA, das 19h às 21h30
Noites de Gestão
Com Almir Neves
Evento Gratuito
Loja: Pátio Batel (Curitiba)
26/3, SÁBADO, das 11h às 13h30
Diálogos do Lacaneando:
Exibição e discussão do filme
Elena
Com Ana Suy Sesarino Kuss, Clarissa
Metzger e mediação de Patrizia
Corsetto
Evento Gratuito
Loja: Pátio Batel (Curitiba)
Cursos e Workshops
Educacuca
O objetivo primordial do Educacuca é
promover o desenvolvimento, a aprendizagem e a socialização das crianças
em seus primeiros anos de vida, além
de instrumentalizar o adulto cuidador,
orientando-o e enriquecendo seu repertório de brincadeiras. Para isso,
oferecemos um programa em que a
criança e um adulto responsável, mediados por educadoras capacitadas,
participam de até dois encontros semanais em que, inseridos num grupo,
vivenciam uma série de experiências
lúdicas, planejadas e organizadas
cuidadosamente de modo a estimular
seu desenvolvimento físico, socioemocional e cognitivo, além de propiciar
a aquisição e o aprimoramento da
linguagem verbal.
Para agendamento de aula experimental e informações sobre horários
para cada grupo, consulte o site www.
educacuca.com.br
Idade Permitida: 3 a 30 meses.
Terças e quintas – Loja: Lorena
Quartas – Loja: Fradique
Dia 5/3, SÁBADO, das 14h às 16h
O papel voou para o céu, caiu no
chão e virou chapéu
Com Érika Lúcia Paulino
Uma oficina em que vamos utilizar
materiais recicláveis para criar um
chapéu feito à mão. Vagas limitadas.
Inscrições e informações: erikaluciah@
gmail.com
Idade indicada: acima de 16 anos
Valor: R$ 60 (material incluso)
Loja: Lorena
De 9/3 a 30/3, QUARTAS, das 19h30
às 21h30
A figura do duplo no romantismo
alemão
Com Alessandra Parente
O Romantismo é um movimento que se
inicia como contraponto do Iluminismo,
após os abalos da Revolução Francesa.
Seus traços estão entranhados ainda
hoje em nossa forma de olhar a arte e a
cultura. O conceito de gênio romântico
é aquele que mais se observa de
forma frequente no discurso comum.
Neste curso, a ideia é esclarecer
essa noção, contrastando-a com a
figura do duplo, recorrente na literatura
romântica. Tanto o gênio como o duplo
serão analisados a partir de obras
literárias do romantismo alemão.
O texto freudiano Das Unheimlich
(O inquietante) será uma referência
importante para as análises, assim
c o m o a l g u m a s o b r a s d e Wa l t e r
Benjamin sobre o Romantismo.
Valor: R$ 150
Inscrições: www.eventbrite.com.br
Loja: Fradique
10/3, QUINTA, das 18h30 às 21h30
Workshop de Contação de
História
Com Marilza Conceição e
Gizáh Ferreira
Com o intuito de resgatar a tradição
oral, o workshop vai abordar as técnicas
utilizadas para contar uma história e
prender a atenção do espectador, bem
como utilização de recursos, escolha
de repertório, adaptações de histórias
e técnicas de respiração.
Inscrições e informações: contarte.
[email protected] ou (41) 3205-0588
e (41) 9767-7494
Valor: R$ 35
Loja: Pátio Batel (Curitiba)
* Programação sujeita a alteração.
5/3, SÁBADO, das 10h30 às 12h
Encontro de gestantes:
Sexualidade na gestação e
puerpério
Com Carolina Camargo Copolla,
Luciane Fernandes, Sílvia Delman e
Tatiana Maekawa
Evento Gratuito
Loja: Galleria (Campinas)
Sarau
12/3, SÁBADO, das 14h às 16h
O papel voou para o céu, caiu no
chão e virou chapéu
Com Érika Lúcia Paulino
Uma oficina em que vamos utilizar
materiais recicláveis para criar um
chapéu feito à mão. Vagas limitadas.
Inscrições e informações: erikaluciah@
gmail.com
Idade indicada: acima de 16 anos
Valor: R$ 60 (material incluso)
Loja: Lorena
De 14/3 a 6/4, SEGUNDAS, QUARTAS
E SEXTAS, das 18h45 às 21h45
Curso Escola São Paulo:
Art Business
Com Ana Helena Curti
Valor: R$ 400 (entrada) + 2 parcelas
de R$ 400
Mais informações:
www.escolasaopaulo.org/atividades/
art-business-1-semestre-2016/artbusiness
Loja: Higienópolis
29/3, TERÇA, das 19h às 21h30
O poder das redes: Novos
paradigmas na esfera do
trabalho, estilo de vida e
tendências culturais futuras
Com Max Nolan Shen
Apoio: Laboratórios Empáticos
Inscrições: www.sympla.com.br
Loja: Fradique
30/3, QUARTA, das 18h30 às 21h30
Plano de Negócios: O que é, por
que fazer, quando fazer e como
fazer
Com Carlos dos Santos
Pensando no desejo das pessoas em
iniciar o seu próprio negócio e tendo
em vista a necessidade de que essa
decisão seja embasada em dados que
mostrem a viabilidade do negócio, e
não apenas no “desejo”, a CS Consultoria e Treinamento resolveu trazer ao
futuro empreendedor o conhecimento
de uma ferramenta essencial para esta
importante tomada de decisão, que é
o Plano de Negócio.
Apoio: CS Consultoria
Inscrições: contato@csconsultoriae
treinamento.com.br
Valor: R$100
Loja: Galleria (Campinas)
26/3, SÁBADO, das 19h às 21h
Sarau dos Conversadores
Com Os Conversadores
O Sarau dos Conversadores traz este
mês, na literatura, a jovem estudante
Luisa Bortolatto e seu livro Narrativas
de ponto, o professor universitário
e escritor Edu Bieb, autor do livro
de poesias O livro do cão negro, e
a declamadora Zoraide Liger, que
vai falar sobre poemas de vários
autores brasileiros. Na música, Zulu
de Arrebatá, de São Miguel Paulista,
bairro da zona leste de São Paulo, Júlio
Cesar Neto, músico de raiz, de Poços
de Caldas (MG), e o Duo Café com
Leite, formado pela violoncelista Agata
Christie e o violonista Paco Nabarro.
O público será convidado para subir
ao palco e mostrar sua arte, ampliando
o diálogo e compartilhando seu talento
e criatividade. Para abrir e fechar
o evento, Edson Tobinaga e Cacá
Mendes apresentam sua música e
poesia falada.
Evento gratuito.
Loja: Lorena
Informações: [email protected] e
(11) 99338-9088 ou em http://facebook.
com/sarau.dos.conversadores
29
PROGRAMAÇÃO | março_2016*
VILA DA CRIANÇA
MOEMA
13/3, DOMINGO, das 16h às 17h
Oficina Compactor
Com Ateliê Maria Flor
12/3, SÁBADO, das 16h às 17h
Oficina Compactor
Com Ateliê Maria Flor
19/3, SÁBADO, das 16h às 17h
Oficina:
Meu livro de formas na selva
Com Planeta Vega
Apoio: Vergara & Riba
FRADIQUE
12/3, SÁBADO, das 16h às 17h
Pocket show: Canções e histórias
Com Thais Conti e Celelê
13/3, DOMINGO, das 16h às 17h
Oficina:
Meu livro de formas − Dinos
Com Planeta Veja
Apoio: Vergara & Riba
19/3, SÁBADO, das 15h às 18h
Lançamento: O segredo do anel e
outros contos do bem-viver
De Lauro Henrique Jr.
Ed. Tordesilhinhas
Haverá atividade infantil.
LORENA
19/3, SÁBADO, das 15h às 16h
Lançamento do CD:
Trem de histórias
De Maluah Produções
Haverá pocket show.
26/3, SÁBADO, das 16h às 17h
Contação de histórias: A Páscoa
Com Vânia Cavazzana
O segredo do anel e outros contos
do bem-viver
Autor: Lauro Henrique Jr.
Ilustrações: Ianit Zilberman
Ed. Tordesilhinhas
30
GALLERIA
26/3, SÁBADO, das 15h às 16h
Caça aos ovos de Páscoa:
As aventuras de Pedro Coelho
Com Patricia Meira
Uma gincana em que as crianças
sairão à procura dos ovos deixados
pelo coelho Pedro na livraria.
Apoio: Companhia das Letras
* Programação sujeita a alteração.
CIDADE JARDIM
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PROGRAMAÇÃO | março_2016*
Teatro Infantil
De 5/3 a 27/3, SÁBADOS E DOMINGOS, às 16h
Páscoa em apuros
O Coelhinho da Páscoa está realmente triste este ano, mesmo
sabendo que a data mais importante do ano para ele estava
chegando: ele descobriu que o significado da Páscoa está
cada vez mais esquecido pelas crianças e chegou à conclusão,
depois de muito pensar e analisar muitos pequenos e pequenas
do mundo todo, que elas só pensam em chocolate e não sabem
a verdadeira essência da data. Eis que o Coelhinho decide que
agora as coisas vão mudar, e informa que a entrega dos ovos
está suspensa. Isso mesmo, nada de ovos de Páscoa este ano!
Local: Galleria Shopping de Campinas
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
De 5/3 a 1/5, SÁBADOS E DOMINGOS, às 16h
Chapeuzinho Vermelho e o Lobo bom
Nesta adaptação de mais um livro clássico dos Irmãos Grimm, a
figura de que o Lobo é um personagem malvado é desmitificada.
Na história, além de muito estudioso e culto, o lobinho ainda mostra
valores como respeito ao próximo e aos idosos, e, por sua vez,
conquista o amor e a amizade de Chapeuzinho Vermelho e da
Vovozinha.
Local: Pátio Batel de Curitiba
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
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* Programação sujeita a alteração.
De 5/3 a 1/5, SÁBADOS e DOMINGOS, às 15h
João e Maria
O espetáculo, baseado no conto dos Irmãos Grimm, narra a
história de João e Maria, dois irmãos que desobedecem seus pais
e entram na floresta para brincar. Lá, eles acabam se perdendo e
não conseguem encontrar o caminho de volta para a cidade. Na
floresta dos encantos, e com muito medo, descobrem o quanto
a desobediência é ruim. Na tentativa de encontrar o caminho de
volta, as crianças avistam uma casa feita de doces e com muita
fome começam a comer as guloseimas, mais uma vez fazendo o
que não é certo...
Local: Shopping JK Iguatemi
Valor: R$ 30 inteira | R$ 15 meia-entrada
Teatro Jovem
De 5/3 a 27/3, SÁBADOS e DOMINGOS, às 17h30
O alvo
Amanda, Maria Anna, Rebecca e Nina são amigas
inseparáveis desde o Ensino Fundamental. Já viveram
um monte de coisas juntas, algumas legais e outras
nem tão legais assim, que de uma maneira ou de outra
uniu todas elas até o primeiro ano do Ensino Médio. Mas
agora que elas estão na sala de espera da diretoria do
colégio, a amizade está ameaçada. Em meio a divertidas
situações e discussões acaloradas, a trama fará com que
elas revelem fatos e opiniões surpreendentes e mudem
as suas vidas para sempre.
Local: Shopping JK Iguatemi
Valor: R$ 50 inteira | R$ 25 meia-entrada
Teatro Adulto
Fotos Divulgação
De 5/3 a 26/3, SÁBADOS, às 20h
As lágrimas quentes de amor que só
meu secador sabe enxugar
Uma atriz em busca de uma personagem,
uma pessoa a procura do amor. Com humor
e delicadeza, Paula estabelece uma relação
íntima com a plateia, mesclando confissões
dadas ao secador enquanto encena sua
trajetória. Todos os figurinos e cenários
da peça surgem de malas e nécessaires
carregadas pela personagem na cena
inicial, em que ela passa em revista todas as
suas bagagens na alfândega, quando volta
com tudo o que tem ao seu País. A peça traz
encontros e descobertas da protagonista
em sua busca pela identidade.
Local: Shopping JK Iguatemi
Valor: R$ 60 inteira | R$ 30 meia-entrada
TEATRO DA LIVRARIA DA VILA
Mais informações e ingressos: www.ingressorapido.com.br
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PROGRAMAÇÃO | dezembro_2015*
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Vila do Leitor
por Larissa Bochorny *
* Larissa Bochorny tem 18 anos, vive e estuda na Granja Viana, em Cotia, São Paulo, e diz que começou a se interessar por artes visuais
desde muito cedo. Já trabalhou na produção de estampas com motivos típicos brasileiros para diferentes marcas, é admiradora confessa
da obra de Margarett Mee e da fauna e flora brasileiras e planeja se aprofundar no estudo de desenho botânico.
A página Vila do Leitor é um espaço aberto para todos aqueles que gostam de escrever, ilustrar e fotografar. Os trabalhos devem ser enviados
para o e-mail: [email protected]
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NOSSAS DICAS
MAIS VENDIDOS |fevereiro_2016
LI E GOSTEI
CDs
DVDs
Dan Vieira
JK Iguatemi
1º 25
Adele (Sony Music)
2º Blackstar
David Bowie (Sony Music)
3º Dois amigos, um século de música
– Ao vivo
Gilberto Gil e Caetano Veloso (Sony
Music)
4º 1 (Remastered edition)
The Beatles (EMI Music)
5º Purpose (Deluxe)
Justin Bieber (Universal Music)
1º Caderno de poesias
(Biscoito Fino)
2º Chico – Artista brasileiro
(Sony Pictures)
3º Divertida mente
(Disney Home)
4º Dois amigos, um século de
música – Ao vivo
(Sony Music)
5º Star Wars – A nova trilogia
(Fox)
Ficção
Não Ficção
1º A garota no trem
Paula Hawkins (Record)
2º Mulheres de cinzas
Mia Couto (Companhia das Letras)
3º Homens sem mulheres
Haruki Murakami (Alfaguara)
4º Toda luz que não podemos ver
Anthony Doerr (Intrínseca)
5º O homem que amava os cachorros
Leonardo Padura (Boitempo)
1º A mágica da arrumação
Marie Kondo (Sextante/GMT)
2º Bela cozinha 2
Bela Gil (Globo)
3º Francisco – O nome de Deus é
misericórdia
Andrea Tornielli (Planeta)
4º Sapiens – Uma breve história da
humanidade
Yuval Noah Harari (L&PM)
5º Como curar um fanático
Amós Oz (Companhia das Letras)
Infantil
Juvenil
O coelhinho que queria dormir
Carl-Johan Forssén Ehrlin (Companhia
das Letrinhas)
2º Diário de um zumbi do Minecraft 1
– Um desafio assustador
Herobine Books (Sextante)
3º O grande livro da Clara e do
Gabriel
Ilan Brenman (Brinque-Book)
4º Star Wars – Academia Jedi
Jeffrey Brown (Aleph)
5º Vamos ajudar o Gildo?
Silvana Rando (Brinque-Book)
1º A sereia
Kiera Cass (Seguinte)
2º Dois mundos, um herói – Uma
aventura não oficial de Minecraft
(Suma de Letras)
3º Diário de um Banana – Bons
tempos
Jeff Kiney (Vergara & Riba)
4º Guinness world records 2016
(Agir)
5º A rainha vermelha
Victoria Aveyard (Seguinte)
Importados | adulto
Importados | infantojuvenil
Caninos Brancos
Jack London
Jack London, escritor americano, escreveu seu romance
sob o ponto de vista de lobos
para representar a angústia e
a luta do homem quando ele
está na condição de seguir
contra a sua natureza. No decorrer da
narrativa, Caninos Brancos, o lobo protagonista da história capturado por homens
de distintas civilizações, cria proximidade
e identificação com o leitor em certas fases de socialização com o mundo em que
temos que nos adequar e nos adaptar aos
padrões exigidos no decorrer de nossas
vidas, seja com nossos pais, professores
ou chefes. Caninos Brancos foi lançado em
1906, e trata de como aprendemos a lidar
com um sistema imposto pela sociedade
que perdura até os dias atuais. Desta forma, é uma leitura ainda atual que quebra
barreiras para além do seu tempo.
Ed. Penguin Companhia
VI E GOSTEI
Marina Scobino
Site
The beach boys – Uma
história de sucesso
Bill Pohlad
O filme é uma cinebiografia
de Brian Wilson, um dos
três irmãos que fundaram
o Beach Boys e seu líder. A
narrativa se passa em dois
momentos, na década de 60, no auge do
sucesso, e na década de 80, e fala de
sucesso e experimentos musicais que
uniram gêneros e alteraram a estrutura
da música pop e do rock para sempre. A
história aborda também a mente torturada
do protagonista, as suas composições
cada vez mais complexas e psicodélicas
que geraram o afastamento dos primeiros
fãs e a sua decadência e manipulação
por parte de um terapeuta abusivo, abuso
de drogas e de remédios. Dirigido por
Bill Pohlad, conhecido produtor de vários
sucessos, com John Cusack no papel
do protagonista, o filme foi elogiado nos
festivais de Toronto e de Berlim. Vale a
pena para quem se interessa por história
da música e para quem gosta de histórias
de superação e redenção.
Sony Pictures
1º O livro dos símbolos
(Taschen)
2º Perfume de sonho
Sebastião Salgado (Paisagem)
3º Alchemy & mysticism
Alexander Roob (Taschen)
4º Genesis
Sebastião Salgado (Taschen)
5º Love style life
Gerance Doré (Spiegel & Grau)
1º Star Wars – Jedi Academy:Return
of the Padawan
Jeffrey Brown (Scholastic)
2º Harry Potter – Hedwig owl kit
and sticker book
(Running Press)
3º Star Wars – A pop-up guide to
the galaxy
Matthew Reinhart (Scholastic)
4º Harry Potter – Lord Voldemort’s
wand with sticker kit
(Running Press)
5º Time for a hug – Book & blankie
gift set
Phillis Gershator e Mim Green
(Scholastic)
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