DOSSIER de IMPRENSA
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DOSSIER de IMPRENSA
CCB | MUSEU COLECÇÃO BERARDO | CULTURGEST | CINEMATECA PORTUGUESA | FUNDAÇÃO EDP | LX FACTORY | MNAC | GALERIA GRAÇA BRANDÃO | EMBAIXADA DE FRANÇA FUNDADORES: ARTE E LA FERME DU BUISSON, SCÈNE NATIONALE DE MARNE-LA-VALÉE CO-PRODUTOR PORTUGAL: CENTRO CULTURAL DE BELÉM PARCEIROS: CULTURGEST, MNAC – MUSEU DO CHIADO, MUSEU COLECÇÃO BERARDO, CINEMATECA PORTUGUESA, EMBAIXADA DE FRANÇA APOIOS INSTITUCIONAIS: CML, EGEAC, ICA, GESTÃO DOS DIREITOS DOS ARTISTAS, INSTITUTO FRANCO-PORTUGUÊS, FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN, RTP 2 APOIOS: EMPARQUE, JAMESON, CAFETARIA MUSEU DO CHIADO PARCEIROS INTERNACIONAIS: LES HALLES, ROMAEUROPA FESTIVAL, tanzhaus nrw, TRAFÓ, CSW ZAMEK UJAZDOWSKI, VON KRAHLI TEATER, ARTLINK, GARAJISTANBUL, USINE C A DUPLACENA É UMA ESTRUTURA FINANCIADA PELO MINISTÉRIO DA CULTURA/ DIRECÇÃOGERAL DAS ARTES O FESTIVAL TEMPS D’IMAGES É UM PROJECTO APOIADO PELA COMISSÃO EUROPEIA Festival Temps d’Images2008 1 TEMPS D’IMAGES, um festival nacional TEMPS D’IMAGES completou seis anos em Portugal. Seis anos de reflexão em imagens e em palavras, no ecrã e no palco, para este festival idealizado e realizado pela ARTE e La Ferme du Buisson, que se implantou em Portugal e se espalhou por uma Europa cujas fronteiras não param de se alargar. Este é, por sinal, o fio condutor da edição de 2008, que põe em termos artísticos a questão da transgressão das fronteiras, sejam elas artísticas ou geográficas. Em suma, uma volta às origens para TEMPS D’IMAGES, que convida artistas de palco e da imagem a trabalhar juntos na elaboração de um espectáculo. Teatro e cinema confrontam in vivo aquilo que dá forma e distingue as suas ficções, para imaginar novas formas de escrita. Articulação, desconstrução, imagens que se reflectem ao infinito ou jogos de espelhos estão no âmago dos espectáculos, instalações, filmes e performances apresentados no CCB, Culturgest, Museu do Chiado, Fundação Museu Colecção Berardo, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, Fundação EDP, Galeria Graça Brandão e LX Factory. No TEMPS D’IMAGES, o processo de descoberta mútua e de criação comum tem tanta importância quanto o objecto acabado que, oferecido ao público, transforma este festival numa plataforma reveladora de talentos. E como há sempre novos nomes a surgir, estamos presentes. TEMPS D’IMAGES, um festival europeu Nascido da colaboração entre a ARTE e La Ferme du Buisson, TEMPS D’IMAGES é um festival que, na sua essência, é europeu. Além de suscitar o cruzamento entre artistas de palco e artistas da imagem filmada e a hibridação de formas que estes encontros suscitam, TEMPS D’IMAGES é um festival resolutamente internacional, desde a sua primeira edição, em 2002. Seduzidos por este conceito inédito, os programadores e produtores estrangeiros logo quiseram associar-se ao festival. Dez países participam da edição de 2008, entre os quais dois recémchegados, a Roménia e a Turquia, que afirmam a vontade de TEMPS D’IMAGES de estender as fronteiras da Europa até às margens do Bósforo. Com a cumplicidade dos fundadores, cada um se apropria do tema do festival para construir a sua própria programação. Festival nómada e autónomo, TEMPS D’IMAGES constitui actualmente uma rede de solidariedade na Europa, na qual o que conta é o acompanhamento dos artistas e dos seus projectos, sem que nenhum obstáculo de exclusividade venha entravar a circulação das obras e dos artistas. Se TEMPS D’IMAGES fosse uma planta, seria um rizoma. António Câmara Manuel Outubro 2008 Festival Temps d’Images2008 2 |PROGRAMAÇÃO| [instalação] WESTERN UNION: SMALL BOATS ISAAC JULIEN 29 OUT a 1 FEV MNAC - MUSEU DO CHIADO WESTERN UNION: Small Boats, de Isaac Julien, encerra a trilogia de instalações audiovisuais iniciadas com True North (2004) e continuada com Fantôme Afrique (2005). Estes trabalhos exploram o impacto da localização – tanto cultural como física – através de um retumbante efeito de justaposição de regiões globais em oposição. Este novo trabalho de Isaac Julien, WESTERN UNION: Small Boats, aborda as viagens através no mar Mediterrâneo dos chamados “clandestinos”, que partem da Líbia, fugindo das guerras e da fome. Podem ser vistos como trabalhadores migrantes da economia, tais como outros europeus - “Anjos” na terminologia de Walter Benjamin -, testemunham o fracasso da esperança e dos sonhos da modernidade e erram agora através dos oceanos, alguns sem nunca chegarem, nem regressarem. Expandindo a temática da viagem, excursão e expedição, WESTERN UNION: Small Boats, é produzido na era em que o avanço da comunicação global e das novas tecnologias são permanentemente celebradas. Uma das principais questões levantadas por este desenvolvimento é precisamente o papel do indivíduo neste fluxo de informação. A circulação das vidas humanas, os movimentos dos corpos e as histórias das suas vidas, tornam-se oportunas quando as políticas de imigração geram diariamente controvérsia e as relações entre nações são fonte de um permanente e alargado debate. WESTERN UNION: Small Boats | 5 projecções vídeo | Filme 35mm, cor, som surround, 18' | Transferido para DVD/HD, 5.1 | 2007 Conceito original Isaac Julien Realização Isaac Julien Desenvolvido em colaboração com Russell Maliphant Coreografia Russell Maliphant Produção Paula Jalfon Produtor executivo Mark Nash Director de fotografia Nina Kellgren BSC Montagem Adam Finch, The Offline Editing Festival Temps d’Images2008 3 Company, London Desenho de som Andy Cowton Russell Maliphant Dance Company: Juliette Barton, Saiko Kino, Riccardo Meneghini, Kyoung-Shin Kim, Alexander Varona Actriz Vanessa Myrie Homens no barco Richmond-Niamkey, Ezolia, Aka Kablan Francis, Ba Abdou Laye, Buutol, Dieng Sergigne Ibra Lô Festival Temps d’Images2008 4 [instalação/ambiente interactivo | performance] REAIS JOGOS VIRTUAIS ISABEL VALVERDE 1 e 2 NOV | 15h00-19h00; 1 NOV | 21h30; 2 NOV |19h30 e 21h30 LX FACTORY Reais Jogos Virtuais (RJV) integra dança/performance e artes media, numa colaboração transdisciplinar. Numa arquitectura híbrida, os espaços físicos e virtuais interagem com os seus habitantes, performers e audiência, ao vivo e como avatares. RJV problematiza os ambientes dos videojogos e espaços de sociabilidade virtual, como o Second Life, as suas interfaces físicas (através da utilização de óculos de realidade virtual, motion capture, controlador Wii, e câmara web) e relações com a descorporalização. Nesta criação coreográfica híbrida, personagens ao vivo e virtuais interagem entre si para assumir modos de comunicação. Movimento - físico e virtual -, imagética e sonoplastia afectam-se reciprocamente através de sistemas de interacção computacionais. Esta interactividade entre movimento físico e modelos de mediação e representação virtual: os avatares, parte da ideia de deslocação do espaço virtual (videojogo/animação 3D) para o espaço físico e vice-versa (via motion capture). RJV situa-se na reflexão sobre o corpo face às tecnologias digitais, particularmente a aderência aos videojogos, e aos modelos imersivos de comunicação em tempo real da Internet. Direcção artística/ coreografia transdisciplinar Isabel Valverde Arte multimédia interactiva António Caramelo Performance Jorge Gonçalves/ Inês Negrão Sonoplastia Ru*mor* Desenho de luzes Nuno Valverde Animação avatar (Second Life) Isabel Valverde Assistentes motion capture José Maria Dinis Espaço cénico híbrido Maria Matos Figurinos Alexandra Sobral Produção executiva Sérgio Parreira Apoio DGA, MovLAb/ULHT, VIMMI/INESC-ID e CIIST/GAEL, CENTA, Rumo do Fumo, UAveiro e Sylgrut Center, Vipulamati, Lx Factory, NCS, FCG, Fórum Dança, ZDB http://reaisjogosvirtuais.blogspot.com Festival Temps d’Images2008 5 [projecção] VÍDEO-DANÇA ALBERTO MAGNO 2 NOV | 15h30 TERREIRO DO PAÇO Projecção de uma selecção de vídeo dança, por Alberto Magno, director do Festival Frame Festival Internacional de Vídeo-Dança, uma iniciativa da Fábrica de Movimentos, e tem como objectivos promover e divulgar produções em vídeo-dança. O Festival Internacional de VídeoDança vai na 7ª edição e é apresentado no Porto. PROGRAMAÇÃO AIDSKILL |Alex Fischer | 11’ / The Nederland’s/Germany, 2005 Em honra ao Dia Mundial da Sida, Aidskills foi criada para relembrar aqueles que passaram esse vírus fatal. Esse vídeo traz consciência para as pessoas das consequências dessa doença. TEXT FIELD|Chirstinn Whyte| 1' / Reino Unido/ United Kingdom, 2002 Uma sequência contínua de movimentos improvisados é traduzida para uma animação de base electrónica, com uma banda sonora gerada por um computador a partir do último frame da sequência. TRALALA |Magali Charrier|3mins. 35mm. / Inglaterra, 2004 Uma produção Inglaterra/Canadá - co-produção apoiada pelo / co-production commissioned by Channel4 and BRAVO!Fact. Menção Especial no / Special Mention at The Alternativa Festival, Barcelona, Dec 2005. Prémio de Audiência do / Winner of the Audience Prize at the Moving Picture Festival, Toronto, Nov 2005. Vencedor do / Winner Prize at Cinedans, Amsterdam, July 2006. TRACE|Chirstinn Whyte |1'' / Inglaterra, 2005 O programa de composição Shake foi usado para dar visibilidade do único movimento padrão de um único performer que improvisou a sua passagem pelo frame do ecrãn. LÁ OÙ JE DORS|Isabel Barros|7' 43'' / Portugal, 2005 Para Isabel Barros, a matéria de Lá où je dors são os sonhos. O sono transforma a noite em possibilidade de sonho. E é o sonho, como um chamamento irresistível, misterioso e perigoso, Festival Temps d’Images2008 6 que a coreógrafa escolhe para criar o espaço das imagens inconscientes, o espaço das personagens de um teatro interior e íntimo, alusivo, repetitivo, persistente e sem fim... NO FLY ZONE|Né Barros| 6' 40'' / Portugal, 2005 Da viagem improvável e contínua chegamos a um lugar suspeito, à paisagem territorializada. Em No Fly Zone define-se uma área de interdição, um lugar vazio como tantos outros da vida na metrópole. Numa quase-instalação, é recriado um ambiente suspeito onde sujeitosdinâmicos se substituem ao indivíduo psíquico, presenças conotam ausências e a acção é nãoreacção. MINOU|Magali Charrier| 7mins. Super 8. / Inglaterra, 2002 Prémio de / Award for the Best Screen Choreography, IMZ Festival, Monaco, Dec 2002 Apresentado no / Broadcast on Channel 4 e exibido internacionalmente / and toured internationally. 11B|António M. Cabrita| 11mins. / Portugal, 2007 O Tempo; O Espaço; Do Corpo “físico-real”. Dois corpos; tensão forte... IIB ...55 80 ANIMALZ|Sérgio Cruz| 3’20’’ / Inglaterra, 2006 Animalz é uma curta metragem, na qual os 16 intérpretes entre os 8 e 14 anos da companhia de break-dance B3 Boys - Brighton Youth Dance Company, foram encorajados a revelar animalidade, nas suas energéticas performances. KILLING AN ARAB| Sheila Ribeiro| 3mins. / Canada, 2004 Projecto de vídeo-dança que reinterpreta uma das músicas da banda inglesa The Cure. Inspirando-se na estética pop e no tom do videoclip, mostra fantasias íntimas de violência tratadas com leveza, denegrindo assim a sua intensidade. CARLOTA |João Galante| 3'20'' / Portugal, 2004/2007 ONE IN A MILLION|Nicole Seiler| 9' 17'' / Suiça/ Switzerland, 2004 One in a million é um filme de dança que procura explorar os limites do corpo humano e reinventar a sua linguagem através das técnicas do vídeo. O trabalho expande as possibilidades coreográficas e a diversidade de movimentos em termos de ritmo, tempo e espaço. Festival Temps d’Images2008 7 SCANNER |Sérgio Cruz| 9'/ Portugal, 2004 MOTION CONTROL| Liz Aggiss / Anderson Cowie 8mins./Inglaterra (Dance on Camera - USA), 2002 Uma velha e glamorosa intérprete!. Prenda-a no mundo real, e aperte-a na sua realidade privada. Controle seus movimentos, contenha sua emoção. Você pode tentar, mas ela já desfez tudo isto. Com uma super desperta consciência submeta-se a esta bizarra viagem a esta “prisão”. Festival Temps d’Images2008 8 CICLO DE CINEMA 3 a 8 NOV CINEMATECA PORTUGUESA Depois de uma primeira programação em 2007 sobre o tema: cinematografia-coreografia, Temps d'Images, com esta terceira edição de "o cinema à volta de cinco artes - cinco artes à volta do cinema", continua a explorar este vasto território . Esta programação foi concebida por Pierre-Marie Goulet e Teresa Garcia em parceria com a Cinemateca-Portuguesa e em estreita colaboração com Ricardo Matos Cabo, Stefani de Loppinot, Cyril Neyrat. Tal como no ano anterior os filmes serão olhados por dentro, pela sua forma cinematográfica, o seu ritmo, o seu movimento, a sua coreografia. Serão apresentados filmes onde se revelam autênticos bailados do gesto e dos corpos, a dança com os elementos, as deambulações pela cidade, corpos e gestos que hesitam, movimentos que nunca vão até ao fim, corpos em desequilíbrio, corpos mutantes, danças que irrompem inesperadamente criando roturas, metamorfoses, etc. Um catálogo acompanha esta programação e alguns dos autores dos textos estarão presentes nas projecções para falar e dialogar sobre os filmes. Estarão em Lisboa durante todo o programa; André S. Labarthe, realizador, autor de livros sobre cinema, produtor (com Janine Bazin) da série "Cinastes de notre temps", que vem apresentar o seu filme " Carolyn Carlson Solo", Jean-Andr Fieschi, realizador, autor, crítico dos Cahiers de Cinema na época dos Cahiers "amarelos", Cyril Neyrat (crítico nos Cahiers de Cinéma, responsável da revista Vertigo), Cyril Beghin (autor de diversos livros sobre cinema, escreve também para a revista Vertigo, Cahiers du Cinema). Contamos ainda com filmes, textos e a presença dos realizadores portugueses: Fernando Lopes (Belarmino), Zepe (Stuart), Alberto Seixas Santos, João Botelho, Marina Estela Graça, Nuno Amorim, Margarida Gil, e ainda a escritora Maria Andresen, António Rodrigues e Luis Henriques. Festival Temps d’Images2008 9 PROGRAMAÇÃO SEGUNDA-FEIRA | 3 de Novembro 21h30 | Sessão de Abertura Com a presença de André S.Labarthe e Jean-André Fieschi CAROLYN CARLSON SOLO de A.S.LABARTHE 1985 – 52’ Si vous aimez Venise et si vous aimez qu'on déchire devant vous ce que vous avez le plus aimé, Si vous aimez les chapeaux noirs et les robes bleues, et si vous aimez la frustration lorsqu'elle est bien faite, Bref, si vous préférez le 16mm au 35mm, le super 8 au 16 mm, et Carolyn de Venise à Caroline de Monaco, Alors bienvenue à bord. La Carlson vous y attend. ELLE SERA SEULE. André S.Labarthe PAS DE DEUX de Norman McLAREN 1968 -13’ Pas de Deux faz parte de uma trilogia de filmes com Ballet Adagio, 1972, e Narcissus, 1983. Estes são exercícios fílmicos nos quais a expressão de uma forma muito específica e codificada de acção, o ballet, é abordada. McLaren há-de declarar muitas vezes a sua devoção à dança sublinhando nela a dimensão do movimento: “Every film for me is a kind of dance, because the most important thing in film is motion, movement. No matter what it is you’re moving, wether it’s people or objects or drawings; and in what way it’s done, it’s a form of dance.” Marina Estela Graça Festival Temps d’Images2008 10 TERÇA-FEIRA | 4 de Novembro | 19h30 Com a presença de João Botelho DIE PUPPE (A Boneca) de E.LUBITSCH 1919-58’ A genialidade de Die Puppe vem-lhe de uma aliança muito feliz entre a exploração das tendências primitivas do cinema, o uso e abuso das potencialidades técnicas dos códigos do mudo, a veia burlesca e a influência pictórica, e, last but not least, os elementos próprios do universo Lubisch. Assim se explicam as referências a este filme quase sempre combinando termos não necessariamente compatíveis, “um conto de fadas expressionista”, “um fantástico burlesco”, um filme onde coexistem “o caligarismo, Méliès e o desenho animado”, onde “se sentem os ecos da Alemanha romântica”, e onde “as sombras demoníacas do cinema alemão servem de motivo de riso”. Maria João Madeira CARABOSSE de Lawrence JORDAN 1980-5’ TERÇA-FEIRA | 4 de Novembro | 22h00 Com as presenças de João Botelho e Maria João Madeira O VENTO / THE WIND De V.SJOSTROM 1928 – 79’ Algumas passagens deste filme aparecem como outros tantos «acontecimentos coreográficos». Criadores de beleza, eles atingem uma intensidade particular capaz de transmitir a «virtualidade dançante» do filme. Não há, nesta obra, «execução» de uma dança mas nascimento de um corpo dançante, dado que «[…] o espectáculo da dança é o corpo subtraído a saber tudo de um corpo, o corpo como eclosão». De cada vez, a eclosão desses momentos singulares provém da inconsciência da dança por Lillian Gish: a dançarina não é dançarina, mas sim um corpo compelido ao movimento dançado. Fabienne Costa Festival Temps d’Images2008 11 BLACK ICE de Stan BRAKHAGE 1994-3’ WATER MOTOR de Babette MANGOLTE 1978-7’ QUARTA-FEIRA | 5 de Novembro | 19h30 Com as presenças de António Rodrigues e Nuno Amorim A TRINDADE MALDITA / THE UNHOLY THREE de Tod BROWNING 1925-86’ CAPRICES DE NOËL de Norman McLAREN 1962- 9’ QUARTA-FEIRA | 5 de Novembro | 22h00 Com a presença de Jean-André Fieschi A FORÇA DO SEXO FRACO de Ingmar BERGMAN 1964-80’ Il y a bien longtemps, un jeune scribe intrépide écrivait, après avoir loué la franchise et l’insolence du film, « être surtout sensible à une sorte d’élégance chorégraphique dont le charme semble précisément se jouer des règles habituelles de la danse » (4), avant d’évoquer quelques hypothèses plus ou moins périlleuses. Jean-André Fieschi A Força do Sexo Fraco de comédia tem apenas a forma, a estrutura "fárcica" e farsante, como sublinhado absoluto da representação e do artificialismo. E o abismo que aí se desenha, no espaço entre, por um lado, a euforia e movimento constante do que é da ordem da farsa, e por outro a viagem labirintíca às memórias (memórias "vivas": a sua casa, e "todas as suas Festival Temps d’Images2008 12 mulheres") de um homem morto é de molde a suscitar vários tipos de perturbação que pouco ou nada têm que ver com o riso. Luís Miguel Oliveira CANON de Norman McLAREN 1964 – 10’ McLaren é um jogador, e joga sempre a vários níveis, sendo pioneiro exímio e inovador no que toca à representação e distorção da dimensão temporal ou à encenação espacial e temporal das acções, em que além da coreografia visual e cénica, se acrescenta a dimensão temporal, ligada á musicalidade própria da linguagem cinematográfica no seu estado mais puro, bem como á utilização (por vezes demasiado obvia) da musica como suporte da “narração” visual. Nuno Amorim QUINTA-FEIRA | 5 de Novembro | 19h30 Com a presença de Cyril Neyrat e Cyril Béghin CARNIVAL OF SOUL de Herk HAREY 1962 – 84’ Pour qu’un film promis à l’oubli devienne culte, il lui suffit d’être vu par les bonnes personnes au bon moment. George Romero a vu Carnival of souls dans un drive-in. Il y a trouvé l’héroïne banale et frigide, les zombies maquillés à la truelle et les paysages désolés de sa Nuit des morts-vivants. Cyril Neyrat NECROLOGY de S.LAWDER 1971- 11’ Uma longa fila de corpos anónimos desfilam lentamente, às arrecuas, de baixo para cima do ecrã, onde são absorvidos pela obscuridade. Como se resvalassem para trás ou fossem descritas por uma interminável panorâmica vertical, as silhuetas deslizam e desaparecem sem nunca regressarem, engolidas por um negro fúnebre. Não se trata de uma cadeia, cada corpo é Festival Temps d’Images2008 13 diferente dos outros, mas da vista parcial de uma sombria escada de Jacob: o filme chama-se Necrology Cyril Béghin QUINTA-FEIRA |5 de Novembro | 22h00 Com a presença de Alberto Seixas Santos e Cyril Béghin O CARTEIRISTA / PICKPOCKET de Robert BRESSON 1959 – 75’ De Pickpocket tanto se pode falar em termos de “tratado de moral” (e avançar em domínios aflorados, como o das relações entre o roubo e a homossexualidade, a propósito da relação Michel-Jacques ou Michel com os outros carteiristas, o tema da mãe, cuja ligação com o filho passa também pelo roubo mas principalmente pela morte) como em termos estritamente “materiais”, na medida em que se pode sustentar, igualmente, que é um filme sobre mãos, olhares, sem outra “metafísica” que não essa. João Benard da Costa LE HORLA de Jean-Daniel POLLET 1966-38’ Peu d’œuvres cinématographiques sont placées comme celle de Pollet sous le signe de la danse, qu’elle soit apparente ou latente, enjeu narratif (le tango dans L’Acrobate) ou principe esthétique (la chorégraphie du monde dans Dieu sait quoi). Le Horla appartient à la seconde catégorie : pas de danse en acte, mais une puissance chorégraphique qui conduit souverainement le récit et la mise en scène. Cyril Neyrat SCHWECHATER de Peter KUBELKA 1957-58’ 35 mm, couleur, 2mn Festival Temps d’Images2008 14 SEXTA-FEIRA | 7 de Novembro | 19h30 Com a presença de Fernando Lopes, Jean-André Fieschi e Cyril Neyrat BELARMINO de Fernando LOPES 1963-80’ O Fernando [Lopes] só fica certo em movimento. Para mim foi sempre uma espécie de Mercúrio lisboeta, deus mensageiro de sandálias aladas, voando de mesa em mesa, de grupo em grupo, de pai em pai, num afã incansável e sem fim. De Mercúrio vem o “mercurial” que o define. Alberto Seixas Santos UN JEU SI SIMPLE de Gilles GROULX 1963-28’ Cette même année 64, Gilles Groulx réalise (et monte) Le Chat dans le sac et Un jeu si simple (tourné avant, montré après). C'est l'avènement du cinéma québécois dans ce qu'il a de plus neuf, de plus frais, de plus proche des vibrations de la vie même. Le cinéma direct autorise alors chez quelques rares poètes de la caméra (Rouch !) (…) Il savait bien la possibilité du montage de créér du rythme et du sens, indissociablement, de répartir et d'organiser le chaos initial des sensations en forme musicale, progressive, évolutive : Gilles avait débuté comme monteur à Radio-Canada et monteur il est resté, c'était fondamentalement un réalisateurmonteur. Comme Vertov, comme Resnais, comme Godard, chacun à leur façon. Jean-André Fieschi SEXTA-FEIRA | 7 de Novembro | 22h00 Com a presença de Margarida Gil, Zepe, Luís Henriques ERA UMA VEZ UM MELRO CANTOR de Otar IOSSELIANI 1970-85’ Guia [a personagem principal do filme] é alguém que não sabe estar quieto, não sabe estar senão em todo o lado e em lado nenhum, não tem a capacidade de se fixar e está sempre Festival Temps d’Images2008 15 aparentemente disponível para todas as solicitações que apareçam por incompatíveis que sejam, nem que seja por coincidirem no tempo. Maria João Madeira STUART de ZEPE 2006-11’ O filme Stuart é uma experiência quase musical ou, como sugere o seu autor, «coreográfica». A imagem a preto e branco intensifica as possibilidades de modulação do espaço em signos, «como uma escrita corrida ou uma caligrafia em movimento» Luís Henriques SÁBADO | 8 de Novembro | 19h30 Com a presença de Cyril Béghin e Cyril Neyrat SALOMÉ de Carmelo BENE 1972 – 80’ Salomé torna-se a incarnação inquietante de um desejo que afunda Herodes, lhe faz perder o pé, se lhe cola à pele, à retina, à boca – o faz gaguejar, gemer e delirar. O doentio cume erótico que se supõe advindo da dança dos sete véus deve então ser disperso por todo o lado e já de seguida: Salomé fica simultaneamente nua, lasciva e escultural. Em lugar da cena da dança, já não se trata de ver dançar Salomé, mas de colocar Herodes no mais agudo de uma tortura libidinosa que já existe, desde a primeira sequência. O desfolhar dos sete véus torna-se portanto na decepagem do rei numa espécie de deserto canicular, no enervamento generalizado do seu corpo e no momento em que Salomé, debruçada sobre ele como um grande e cruel insecto colado à sua pele, que ela descasca lentamente, possui inteiramente o campo do seu olhar, pressionada sobre os seus olhos como um sal sobre uma ferida. Cyril Béghin Festival Temps d’Images2008 16 SÁBADO | 8 de Novembro | 22h00 Com a presença de Cyril Béghin, Alberto Seixas Santos e Cyril Neyrat MURIEL de Alain RESNAIS 1963 – 115’ «Arquejantes» e inquietos são a maior parte dos gestos, seja porque testemunham de uma imprecisão ou de uma contradição, seja, pelo contrário, porque a sua precisão demasiado grande, apoiada pela brevidade dos planos e motivos musicais, parece absurda: panorâmica que segue a mão de Alphonse segurando um cigarro, dedo de Bernard raspando o cano da sua pistola depois de ter atirado sobre Robert, etc. Difícil de revelar lapsos ou impulsos a esse propósito, ou de aí ver de cada vez que tal acontece testemunhos de memória ou convites à perseguição: é o turbilhão dos raccords que acelera o seu ritmo e, encadeando as histórias individuais, trama a intimidade histórica sobre as indecisões e um sentimento de desorientação (divagação, delírio) – «Onde é o centro?», «Quem tem a hora certa?», «Onde estão as minhas chaves?» – «Ah, se eu tivesse feito o que devia…». Cyril Béghin HOME STORIES de Matthias MÜLLER 1990-10’ SÁBADO | 8 de Novembro | 15h30 Com a presença de Maria Andresen e Cyril Neyrat MÉDITERRANÉE de Jean-Daniel POLLET 1963-45’ (,,,) Os mesmos movimentos dominam uma montagem cuja lucidez parece movida por uma espécie de cegueira.. que, seleccionando muito poucos objectos, sobrepõe ao carácter obsessivo dos travellings de aproximação, assim os ampliando, um alinhamento de recorrência e repetição que cria um ritmo muito semelhante ao que existe na poesia. A recorrência é, como se sabe, o que coreografa a poesia, em rimas, ritmos sonoros e medidas dos versos. E o ritmo da recorrência é o que faz emergir as coisas, na sua Festival Temps d’Images2008 mudez espessa, no seu poder 17 encantatório, na sua face cega: cego é o olhar das cabeças de estátua, o olhar de medusa, o olhar esfíngico, de pedra. Cega e silenciosa é a mais transparente imagem. (…) Maria Andresen FIM e VIDA de Artavazd PELECHIAN SÁBADO | 8 de Novembro | 19h00 Com a presença de Cyril Neyrat AS NOITES BRANCAS / LE NOTTI BIANCHE de Luchino VISCONTI 1957-97’ La mise en scène s’appuie principalement sur la lumière et les travellings : les contrastes lumineux, qui utilisent toutes les nuances du noir-et-blanc – clair-obscur très sombre pour les moments oniriques, grisaille pour les scènes réalistes, blanc irréel de certains flashbacks – sont unifiés par l’agencement chorégraphique des travellings et des plans fixes. Comme deux ans plus tard dans Hiroshima mon amour, c’est l’agencement chorégraphique des mouvements, des durées et des rythmes qui distribue le jeu des passages entre niveaux de réalité et temporalités. Une séquence vient trouer le tissu continu et feutré de ces passages en perçant la bulle onirique et affective dans laquelle évoluaient aussi bien Mario que Natalia. La danse n’y est plus simplement le principe virtuel de la mise en scène, elle devient réalité explosive et charnelle. Cyril Neyrat Festival Temps d’Images2008 18 SÁBADO | 8 de Novembro | 21h30 Com a presença de Cyril Neyrat LAÇOS ETERNOS / UN SOIR, UN TRAIN de André DELVAUX 1986 -97’ Après un accident de train, un homme se retrouve mystérieusement en pleine campagne, accompagné de deux voyageurs qu’il ne connaît pas. Dans leur esprit, le train s’est simplement arrêté, puis est reparti les abandonnant dans un paysage inconnu. Leur errance les conduit dans une ville dont les habitants parlent une langue inconnue. Dans un dancing, l’un d’eux est attiré par une serveuse. Il se plante devant elle, l’orchestre commence à jouer, eux à danser face-à-face, les yeux dans les yeux, vite rejoints par une foule de danseurs surgis comme par enchantement, appelés par la musique. L’hypnose produit un paradoxal retour à la réalité, au présent… (…) Cyril Neyrat Festival Temps d’Images2008 19 [estaleiro] UNII SE ÎNEACĂ, ALłII O STRĂBAT UNS AFOGAM-SE, OUTROS FRANQUEIAM-NO MARLENE FREITAS + BOGDANA PASCAL 4 e 5 de NOV | 21h00 CENTRO CULTURAL DE BELÉM | SALA DE ENSAIO Uma viagem entre o real e a ficção, a partir da criação de um falso diário. Um pretexto para se encontrar um género quase privado, quase secreto. As sereias são como os emigrantes, disse o meu amigo Nuno, não pertencem a lado nenhum. A coisa comum entre elas é que dançam melhor que o Michael Jackson. Festival Temps d’Images2008 20 [estaleiro] SÌNCOPE INÊS JACQUES + EDGAR SANTINHOS 6 e 7 NOV | 19h30 e 20h30 CULTURGEST | FOYER DO PEQUENO AUDITÓRIO Lá estava ela no meio daquele espaço de silêncio esbatido, de abandono, composto por carcaças de automóveis empilhadas que aguardam pela chegada do tempo para se transformarem em pó. A pele branca contrasta com o ocre do óxido de ferro, com o castanhoescuro, com o negro da fuligem. A suavidade láctea dos movimentos e da cor do seu corpo são recortados pela dureza da chapa, do metal encarquilhado, torcido, esmagado e disforme. Que faz ela ali? O que a leva a estar ali? O silêncio? As memórias de tristeza, de felicidade, que residem naquele lugar? Memórias já sem dono, dispersas e fragmentadas, anacrónicas, depositadas nos restos de coisas que já foram coisas. Ela move-se entre a luz exterior de um sol alto e ofuscante e a penumbra dos interiores das viaturas sinistras. É um ritmo visual de luz, negro, luz, negro. Um compasso que a acompanha nos seus movimentos. Mas porque está ela ali? Procura a sua própria redenção, a reconstrução de uma tranquilidade que foi perdida numa estrada em que os traços eram de giz e o pavimento de ardósia negra como os quadros de escola, foi qualquer coisa que escreveu, num percurso em que se despistou e por mais que retome os acontecimentos passados, não os consegue sequenciar na ordem certa. É esse lapso, a fractura que não se refez, que a assombra nos gestos mais simples, entre as palavras pronunciadas, ditas e ouvidas, no intervalo do som, no silêncio. Sim, é por isso que ela ali está, porque encontra naquele lugar o maior dos silêncios, o maior dos seus receios, é o desejo de confronto com aquilo que não se lembra que a impele a escutar atentamente as vivências mudas de tempos remotos que ali residem. Concepção e direcção Inês Jacques e Edgar Santinhos Câmara Edgar Santinhos Som Ricardo Ganhão Interpretação Inês Jacques Produção Zut! Co-Produção DuplaCena/ Temps d’Images Festival Temps d’Images2008 21 [espectáculo] TELA IVO SERRA 6 e 7 NOV | 21h30 CULTURGEST | PEQUENO AUDITÓRIO Corpos que medem, que marcam, que informam, enformam, constroem, subtraem, extraem, criam. Corpos que respiram, que agem, que se encontram, que se cruzam, que comunicam. Corpos que existem, que são expostos à sua própria existência. A identificação é sempre necessária para se poder existir, identificamo-nos e existimos a partir dos outros, com os outros e entre outros... Os corpos lançam-se no espaço e no tempo, a visão tece uma parte da memória, a memória cria as referências necessárias e as referências soltam-se na história. Tela é uma peça com 5 artistas. 5 corpos. 5 pessoas, numa performance com um só fim: existir. Sonoridade e texto criam, distendem/ampliam imagens e pensamentos sobre pontos de partida simples, sobre um imaginário da banalidade. NÓS - os performers - executamos. É uma questão de sugestão. Ou, simplesmente, de mapear uma experiência. Resta saber, nesse acto de cartografar (coreografar), qual a medida comum dessa experiência. Concepção e direcção Ivo Serra Criação Adriana Sá, Ana Ribeiro, André Gonçalves, Ivo Serra e Rita Natálio Textos Ana Ribeiro, Ivo Serra e Rita Natálio Dispositivo Cénico André Gonçalves e Ivo Serra Som Adriana Sá e André Gonçalves Luz Adriana Sá e Ivo Serra Imagem Ivo Serra Acompanhamento crítico Rita Natálio Produção Bomba Suicida Co-Produção Bomba Suicida, Festival Temps d’Images, Culturgest Apoio RE.AL Design Gráfico Nuno Ribeiro A Bomba Suicida é uma estrutura financiada pela DGArtes (Direcção Geral das Artes) / MC (Ministério da Cultura). Festival Temps d’Images2008 22 [estaleiro] LIVELY DREAMS LÍGIA TEIXEIRA + IVAN FRANCO 8 e 9 NOV | 19h00 CENTRO CULTURAL DE BELÉM | SALA DE ENSAIO Lively Dreams procura dar forma às imagens e sensações de um sonho intenso e torná-las parte de um mundo paralelo, que decorre sem as exigências da lógica e da razão que prevalecem no mundo real. A coreógrafa Lígia Teixeira e o artista digital Ivan Franco criaram Lively Dreams, uma performance que pretende explorar a capacidade dramatúrgica da recriação de um sonho, construindo um contexto, por vezes surreal, de relação entre personagens, objectos, espaço e tempo, conseguidas nesta peça através de técnicas de cenografia digital. Direcção artística Lígia Teixeira e Ivan Franco Direcção artística Lígia Teixeira e Ivan Franco Coreografia e Interpretação Lígia Teixeira Música André Rocha, Ivan Franco Design e Ilustração Carlos Guerreiro, Leonel Duarte, Pedro Cardoso, Valjean Modelação 3D Luís Miguel Duarte Programação multimédia André Almeida, Gonçalo Lopes, João Frazão Assistência Técnica José Pedro Gouveia Produção Lígia Teixeira Co-produção Duplacena / Festival Temps d’Images Apoios YDreams, A Menina dos Meus Olhos, Fórum Dança Festival Temps d’Images2008 23 [exposição colectiva] LUMIÉRE TOUJOURS JOÃO PAULO FELICIANO, PEDRO CABRITA REIS, NUNO DA SILVA, PERRINE LACROIX, NUNO MAYA e CAROL PURNELLE Inauguração 7 NOV | 18h00 Visitas guiadas das 18h00 às 19h00 | 11, 13, 15, 18, 21, 26 NOV | 5, 12, 15 DEZ Projecção exterior a partir das 20h00 | 8 a 22 NOV EMBAIXADA DE FRANÇA | PALÁCIO DE SANTOS No âmbito da 6ª edição do Festival Temps d’Images e da Presidência Francesa da União europeia, a Embaixada de França em Portugal abre o Palácio de Santos à Arte contemporânea. De 8 de Novembro até 17 de Dezembro a Embaixada acolherá, no seu interior, peças de artistas portugueses e franceses e uma grande instalação de luz no muro circundante do Palácio, visível desde a Calçada de Santos até à Avenida 24 de Julho. O público poderá descobrir não só a riqueza patrimonial do Palácio de Santos (os salões, a capela, a sala das porcelanas), mas também obras de arte contemporânea existentes (obras de Martinha Maia, Jacques Villeglé, Hubert Le Gall) e as que serão exibidas excepcionalmente para esta ocasião: Among the trees, uma obra de Pedro Cabrita Reis, concebida especificamente para este evento (colecção Berardo); Árvore sem Sombra de João Paulo Feliciano (colecção Berardo), apresentada ao público uma única vez, no ano passado na Assembleia da República; Uma instalação de Nuno da Silva (Galeria Caroline Pagès) e uma instalação da artista de Lyon, Perrine Lacroix, Lumières d’aveugles (galeria Caroline Pagès). No muro circundante do Palácio, projecções de imagens de luz concebidas e realizadas pelos artistas Nuno Maya e Carole Purnelle, mostrarão, em tamanho natural, cidadãos franceses em Lisboa, iluminados pelas cores da bandeira francesa e da Europa. Festival Temps d’Images2008 24 [projecção] MESSAGES CINEASTAS PORTUGUESES 9 NOV | 15h30 TERREIRO DO PAÇO No âmbito da Expo Zaragoza 2008, foram convidados 11 jovens artistas portugueses cujo trabalho se estabeleceu já no século XXI. Messages, é a recolha de ideias que incluí os temas da Expo Zaragoza 2008 (Água Fonte de Vida, A Água e as suas Paisagens, A água e o Encontro Humano, Água, Recurso Partilhado) que resulta numa obra unificada na sua homogeneidade geracional, diferenciando-se na expressão artística e estética. Este projecto composto por 11 curtas-metragens, será apresentado pelos seus realizadores. PROGRAMAÇÃO LABIRINTO|Sara Vizinho e Petar Toskovic Duas meninas entram nos misteriosos labirintos da memória levadas pela descoberta da água. FOLK-LORE |Tiago Pereira Água leva o regadinho A água na cultura popular A água é o sangue da terra, mata se por água nesse Portugal rural e recôndito. STILL LIFE|André Gonçalves Still Life pretende ser um retrato do algoritmo "Game of Life" de John Conway, uma interpretação metafórica que através da substituição de processos matemáticos por processos físicos recria e documenata, através de imagens, um sistema que pode ser encarado como um Festival Temps d’Images2008 25 sistema social em mutação no qual a alteração de pequenas variáveis podem alterar drasticamente o comportamento e reacção de todo o sistema. Com base na utilização de um fluido não-newtoniano, fluidos que não têm uma viscosidade constante, representando a condição humana, e que através de frequências sub graves, frequências sonoras abaixo da percepção auditiva humana, como elemento representante de toda a informação quase subliminar à qual somos expostos diariamente, e como através do segundo elemento o primeiro é excitado para formar padrões que reagem em ressonância com as frequências utilizadas. Uma caricatura de um sistema comportamental em que a informação criada pelo sistema tem por interesse excitar e conduzir à concretização de determinadas acções que alimentam o próprio sistema. FONTE SANTA|André Godinho Todos os fins-de-semana, as Termas de Luso enchem-se de pessoas, carregadas de garrafões de plástico, em busca da água que corre das bicas gratuitamente. Apesar da área da nascente se encontrar em obras, obrigando as pessoas a desenhar percursos incómodos no meio da convulsão, a água abundante continua a ser irresistível. Num cenário que se pode crer de pós-catástrofe, a peregrinação incessante parece assumir um carácter visualmente esclarecedor de um futuro não tão distante, da água como um bem escasso e precioso. No entanto, aqui, a "fonte santa" corre ainda ininterruptamente, um sinal inequívoco para os "peregrinos" da bondade da Natureza ou da graça divina. IMERGÊNCIA Cláudia Varejão Imergência; urgência de imergir num lugar seguro, mergulhar, entrar, adormecer. Este fiilme explora a ideia de (re)encontro do corpo através da sua relação com a água. A ausência de ar é a única forma de respirar, um golpe de ar no peito obriga a novas referências físicas e no espaço que estabelecem um confronto entre o possível e o impossível, entre resistir e aceitar, entre querer e não querer, entre o real e a ficção. É essa dissonância constante, imposta pela complexidade do momento histórico que ocupamos que apela a um regresso urgente à origem. Imergência, é uma causa natural. DESAPARECIDA|Elsa Aleluia Um retrato num registo de ambiguidade, uma imagem miragem num estádio de espera que se esvazia, no horizonte do mar, lugar íconico estático da cultura portuguesa. O som do fado, lugar da saudade. Retrato miragem de uma identidade miragem. Festival Temps d’Images2008 26 GARDEN|Nuno Madeira e David La Rua Do jardim à raiz do pé Do mar à maresia do olhar Ela ri, o regador foge A caixa range Como aperta a madeira molhada Tem uma linguagem só dela Não há pressa Tudo Flui Cai uma gota sobre o reflexo Eco DEBUT #2|Sofia Arriscado Ela apaga a história porque nos restabelece num novo estado. Mas não apaga tudo. APARIÇÃO|Pedro Sena Nunes História de um mergulho e de uma respiração desejada. Investigações sobre o sorriso. A LANDSCAPE OF FAILURE|Miguel Bonneville Inevitavelmente ligado a uma sensação de liberade e a um sentimento de desespero. Inevitavelmente ligado a ti. A obrigatoriedade. A impossibilidade. Haverá sempre esta ligação entre ela, tu e eu. Haverá sempre um trauma que me ligará a ti. E hoje. Treze anos depois. Hoje posso aproximar-me do mar sem teres que me dar a mão ou levares-me aos ombros. Posso ver reflectida nele uma paisagem de fracassos que reconheço e a que me dedico repetidamente. ZARCO|Miguel Gonçalves Mendes "Basta a miséria de um desgraçado para que todos nós sejamos miseráveis." Teixeira de Pascoaes Produção DuplaCena Programa Cultural da Participação Portuguesa na Expo Zaragoza 2008 Comissariado por António Câmara Manuel Conceito Alberto Lopes Direcção técnica Alexandre Coelho Duração 47'16'' Festival Temps d’Images2008 27 [performance] ENTREVISTAS MÁRIO AFONSO INSTALAÇÂO | 12 a 22 de NOV ESPECTÁCULO | 20, 21 e 22 NOV MUSEU DA ELECTRICIDADE - FUNDAÇÃO EDP Entrevistas é o novo espectáculo de Mário Afonso, que se insere na continuidade da pesquisa e criação do coreógrafo desenvolvida nos últimos anos. A construção da peça surge da vontade de confrontar uma noção de pluralidade do discurso artístico com a figura do solo, contextualizado nas influências dos vários ambientes vitais e sociais inerentes ao acto criativo. Adoptado o solo, forma considerada emblemática da expressão individual, o espectáculo, contudo, põe em acção um conjunto vasto de comunidade artística, onde o palco é apresentado como um espaço de paradoxo que reformula a noção de espaço próprio, sendo o eu, antes de tudo, uma questão de relação com os outros. Concepção direcção e interpretação Mário Afonso Colaboração dramaturgica Bojana Bauer Colaboração na concepção de espaço Iñaki Zoilo Consultoria artística Maria Filomena Molder Sonoplastia Jari Marjamaki Desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção Designer gráfico Nuno Luz Comunicação Rodrigo Saturnino Coordenação técnica e operação luz e som Robert Fuchs Gestão administrativa e financeira Dora Carvalho/Fórum Dança Consultoria de produção Sofia Campos Assistente de produção Tânia Afonso Agradecimentos Bomba suicida, Alkantara, Galeria Monumental, Paulo Caramujo, Guy Dusars, Mónia Lopes, Sérgio Silva Cruz, José Mário Brandão Agradecimentos aos artistas convidados Tomás Aragay, Sofia Ascencio, Teo Baró Ubach, Sergi Faustino, Ernesto Collado, Carla Bolito, Margarida Mestre, Miguel Pereira, Sílvia Firmino, Patrícia Portela, Adriana Sá, Daniela Krtsch, João Tabarra, Marília Maria Mira, Pedro Barateiro, Beatriz Cantinho, Graça Paços, Leonor Keil, Vera Mantero, André Guedes, Lula Pena, Maria Duarte, Cláudia Dias, Gonçalo Ferreira de Almeida, João Fiadeiro, Lilia Mestre, Susanne Themlitz. Apoios Teatro Praga, Fórum Dança, Atelier RE.AL, CENTA (residência artística), Sintra Verde, Câmara Municipal de Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian Co-produção Festival Temps d’Image - Lisboa, Bains::Connective - Bruxelas, Fundação EDP Financiamento Ministério da Cultura/Direcção Geral das Artes/Dança Festival Temps d’Images2008 28 [espectáculo] BLACKOUT JOÃO SAMÔES 12 e 13 NOV | 19h30 e às 20h30 CULTURGEST | SALA 2 «Não há diferença entre a morte e a sexualidade. Elas não passam de momentos agudos de uma festa que a natureza celebra com a multidão inesgotável dos seres, e ambas têm o sentido do desperdício ilimitado que a natureza leva a cabo contra o desejo de durar que é próprio de cada ser.» *Georges Bataille* Nesta performance experimental de João Samões, dois intérpretes percorrem e exploram a superfície e as texturas dos ossos de um modelo anatómico de esqueleto humano através de pequenos microfones de contacto, enquanto um sonoplasta manipula e esculpe electronicamente o som em tempo real. Blackout é uma obra híbrida sob a forma de performance sonora e refere-se a um trabalho que lida com concepções criativas que buscam integrar noções de som, tempo, espaço, imagem e movimento. Centra-se num objecto manipulado como gerador de som, ressonância e sentido, e num entendimento do corpo como uma inesperada montagem de símbolos e códigos. Esta performance sonora foi concebida em Novembro de 2007 a partir de um fragmento da peça «O Labirinto a Morte e o Público», e tem como referência simbólica e antropológica determinados rituais arcaicos em que a redução e a visualização ao estado de esqueleto através do pensamento e da meditação tem um valor ascético e metafísico, onde a Vida regressa à sua primordial condição de ilusão efémera em perpétua transformação. Concepção e Espaço Cénico João Samões Convidado para Design de Som e processamento em tempo real Vítor Joaquim Interpretação João Samões/João Galante Vídeo João Dias/João Samões Produção executiva casaBranca Co-Produção Dupla Cena/Temps d’Images 2008, Culturgest Apoio TeDance, Bazar do Vídeo *Blackout é uma performance desenvolvida a partir da peça O Labirinto a Morte e o Público, um projecto financiado pela Direcção Geral das Artes/ Ministério da Cultura em 2007, com produção de O Rumo do Fumo na altura da sua criação. *Vídeo a partir de imagens de Helena Inverno da peça O Labirinto a Morte e o Público captadas em Julho de 2007 no CCB. Festival Temps d’Images2008 29 [espectáculo] HE VISTO CABALLOS MAL PELO 12 e 13 NOV | 21h30 CULTURGEST | GRANDE AUDITÓRIO “Um centímetro no “contentor” é importante. Un pequeno erro de cálculo pode ser perigoso ou fatal para qualquer dos dois. Ao mesmo tempo, o que inspira os seus passos, cada salto, cada pausa, cada enlace, é a ânsia dos amantes de atravessar a distância imensa que os separou à força. A precisão de um relójio e a rotação da terra.” John Berger. A companhia de dança Mal Pelo, com direcção artística de María Muñoz e Pep Ramis, foi fundada em 1989. Desde o início, caracterizou-se por uma pesquisa constante de linguagens, assumindo como veículo de expressão, mais do que a dança, o próprio corpo. Durante os primeiros anos, a companhia realizou numerosas digressões (Europa, Estados Unidos e América Latina), actividade que combinou com períodos de criação, realizando residências artísticas em vários países. Esta itinerância provocou um intercâmbio de ideias, técnicas e métodos de trabalho com outros criadores, que fez com que a companhia resolvesse potenciar a sua pesquisa artística iniciando um caminho paralelo através de um novo projecto: L’animal a l’esquena - Cuerpo, creación y pensamiento, um centro de investigação e estudo inaugurado em 2001, com a colaboração, na direcção artística e gestão, de Toni Cots, actor, director e gestor cultural. Mal Pelo apresenta na Culturgest, em colaboração com o Festival Temps d’Images, em estreia absoluta, o seu novo espectáculo, He visto caballos, un dueto dos dois codirectores do grupo, Maria Muñoz e Pep Ramis, o terceiro após Quarere (1989) e L’animal a l’esquena (2001) e uma nova colaboração com o escritor John Berger. Depois de Lisboa, o espectáculo seguirá para Barcelona (Teatre Lliure), Girona (Festival Internacional de Tardor Temporada Alta) e Palma de Mallorca (Teatre Principal). Direcção e espaço cénico maria muñoz / pep ramis Criação e interpretação maria muñoz / pep ramis / jordi casanovas Colaboração artística john berger Assistência de direcção leo castro Apoio à assistência de direcção cristina cervià Textos john berger / mal pelo / mahmoud darwish Música steve noble (entre outros) Desenho de luz ramon rey / august viladomat Elementos cenográficos ben heinzel – lichtwark Espaço sonoro marc paneque Vídeo xavier pérez Figurinos carmepuigdevalliplantés Fotografía jordi bover Produção executiva mamen juan-torres Gestão e apoio à produção susanna saguer Promoção e Festival Temps d’Images2008 30 coordenação eduard teixidor Co-produção mal pelo, teatre lliure (barcelona), culturgest (lisboa), festival de tardor de catalunya - temporada alta 2008 (girona) e fundació teatre principal de mallorca com a colaboração de szene salzburg, áustria duração 60 minutos http://www.lanimal.org/index.php?page=anual&lg=cast Festival Temps d’Images2008 31 [espectáculo infantil] A CAÇA a partir da curta-metragem homónima de Manoel de Oliveira TEATRO O BANDO 13 NOV | 11h00; 14 NOV | 11h00 e 15h00; 15-16 NOV | 15h30 CCB | PEQUENO AUDITÓRIO A CAÇA encerra uma trilogia teatral iniciada em 2006. Depois de GRÃO DE BICO, ponto de partida que explorou a Voz e o Gesto, e de LINHA DA VIAGEM, a qual percorreu a Pintura de Nadir Afonso e nos hipnotizou com a vertigem da Dança, chegamos agora ao plano da estação com A CAÇA, onde se exploram as sensações surpreendentes despoletadas pelo Cinema. Com encenação de Rogério de Carvalho (galardoado com o Prémio da Crítica por duas vezes e tanbém com o Prémio Garrett e o Prémio Almada), A CAÇA é também o nome da curtametragem homónima de Manoel de Oliveira, estreada em 1964. Cruzando as linguagens do Teatro e do Cinema, colocamo-nos assim entre o palco e a tela, entre os actores e a projecção, de modo a podermos acompanhar os passeios de dois amigos, dois caçadores sem espingarda que atravessam lameiros e observam a violência quotidiana dos homens, a agressividade da Natureza. Apresentada no ambiente intimista de uma tenda idealizada propositadamente para esta trilogia, n’ A CAÇA cruzam-se também dois universos: o mundo adulto e o imaginário da infância, num espectáculo que sublinha e sublima a definição de plano – objecto geométrico infinito a duas dimensões. Encenação Rogério de Carvalho Espaço cénico Rui Francisco e João Brites Corporalidade Luca Aprea Figurinos e adereços Clara Bento Interpretação Crista Alfaiate, Miguel Eloy e Sara de Castro Criação Teatro o bando Parceria Centro Cultural Vila Flor Festival Temps d’Images2008 32 [instalação] MB #6 MIGUEL BONNEVILLE 13 e 14 NOV | 17h00 às 20h00 on going presentation GALERIA GRAÇA BRANDÃO Em MIGUEL BONNEVILLE #6 entro numa nova etapa do meu trabalho. Um trabalho com uma filosofia mais aprofundada sobre autobiografia. Parto de personas, de alter egos, duplos, extensões de mim. MIGUEL BONNEVILLE #6 é uma pesquisa sobre o trabalho que tenho vindo a desenvolver, uma investigação que cruza várias disciplinas com o intuito de ampliar e aprofundar as questões de identidade. Convido seis mulheres para falarem a partir de mim. As seis mulheres que integram MB#6, interpretarão uma determinada concepção do mundo, uma espécie de organização de consciência. Como em todos os meus trabalhos, este também é de cariz autobiográfico. E, por isso, escolho mulheres e não homens para interpretar esta peça. Uma autobiografia será sempre uma obra incompleta, em contínua transformação e em constante regeneração. O espectáculo toma a forma de uma conferência sobre mim, sobre o meu trabalho. A persona é a aparência que cada um apresenta ao mundo. As intérpretes não farão ‘poses’ ou dirão pedaços de informações falsas intencionais de mim, mas serão como uma auto-interpretação de mim. Procuro que estas personas não sejam apenas meros duplos, meras imitações ou personagens. O processo para chegar a um Miguel Bonneville comum terá de ser intenso. No fundo, falo de criar uma nova identidade. A utilização do vídeo neste espectáculo é fundamental para acentuar a ideia de auto-retrato, a ideia de aproximação e pormenor. Procuro, assim, encontrar caminhos para um maior conhecimento sobre o que somos e quem somos. Concepção e interpretação Miguel Bonneville Com a colaboração de Sofia Arriscado, Joana Craveiro, Joana Linda, Rita Só, Cláudia Varejão e Sara Vaz Edição Sofia Arriscado Design Inês Ferreira, Joana Linda Fotografia de cena Ynaiê Dawson Produção Tânia Guerreiro Apoio Eira Festival Temps d’Images2008 33 [filme | instalação] GENTE DA CASA CARLOS GOMES 13 NOV|19h00 14NOV a 14 DEZ|12h às 20h LX FACTORY O projecto Gente da Casa nasce da vontade de dar expressão e visibilidade a um conjunto de profissões e profissionais que, normalmente, só por acidente ou por ocorrências relacionadas com questões laborais e legais, são alvo de notícia e interesse por parte do resto da sociedade civil. No entanto, essas profissões e pessoas são os edificadores do território em que habitamos, das nossas casas, das nossas cidades, dos lugares onde vivemos. O projecto cruza diversas linguagens e sensibilidades artísticas – Arquitectura, Vídeo, Fotografia e Sonoplastia. Estas foram usadas para indagar e retratar, a uma escala local, uma actividade económica global e fundamental nas sociedades contemporâneas – a construção. O que propus ao António Câmara, director do Festival Temps d’Images foi uma metáfora: que o plateau da obra fosse visto como o palco de uma peça de teatro em construção e os seus trabalhadores como os personagens da mesma. A captura de imagens ao longo do tempo da construção constituiria o making of da peça, que na realidade seria uma exposição e um filme/documentário sobre o processo construtivo e os seus intervenientes. Ao longo de 14 meses, entre Maio de 2007 e Julho de 2008, acompanhámos todos os trabalhos e os cerca de 100 trabalhadores dos vários ofícios e especialidades. No total foram registadas cerca de 7000 imagens fotográficas e 60 horas de vídeo e som de material muito diverso. Lançamento do livro “Gente da Casa” Fábrica do Braço de Prata Sábado dia 15 de Novembro 19h00 Ciclo de conferências paralelo à exposição Festival Temps d’Images2008 34 datas e locais a anunciar no site do Festival Temps d’Images, no site da Fábrica do Braço de Prata, na agenda da FNAC e em www.gentedacasa.net A Fábrica do Braço de Prata, a Fnac e a Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos associam-se na organização de um ciclo de conferências paralelo à exposição do projecto. Arquitectos, filósofos, jornalistas e historiadores serão convidados a debater temas relacionados com o trabalho, sua organização, hierarquia e transformação nas sociedades contemporâneas. Criação e direcção de projecto Carlos Gomes Produção Duplacena/ António Câmara Manuel Fotografia Luísa Ferreira Realização do documentário Ruy Otero Captação e edição de som Rui Viana Edição e montagem Ruy Otero, Ricardo Tabosa e Carlos Gomes Webdesign António Coxito Crítico convidado e discutidor do projecto Michel Toussaint Style e Ambiências Lidija Kolovrat Banda Sonora do filme/documentário Paulo Furtado Consultoria Musical Vítor Belanciano Visualização 3D LT Studios Projecto Financiado pela DGARTES MINISTÉRIO DA CULTURA Patrocinador Geral do Projecto SECIL Patrocinadores da Exposição EPSON TECNICON Apoio a edição do livro e dvd DPI CROMOTIPO SILVA DESIGNERS STAFF Apoios CÂMARA MUNICIPAL DE PALMELA CASA ERMELINDA FREITAS FESTIVAL TEMPS d’IMAGES FNAC LT STUDIOS ORDEM DOS ARQUITECTOS RTP 2 T2 (VOID) – PRODUÇÕES E EVENTOS VIROC WALL STREET INSTITUTE Festival Temps d’Images2008 35 [performance] SÈANCES DE CHUTES ALEXANDRE PERIGOT 15 NOV 17h00 | 16 NOV 17h00 MUSEU BERARDO A performance Séances de Chutes explora a noção de queda dos corpos em três vertentes da representação: teatro, artes marciais e dança. Para esta performance são convidados a participar um encenador, uma escola de artes marciais e um coreógrafo. Cada um propõe ao público uma iniciação às diferentes técnicas da queda, estas três sequências alternam com a projecção de dois vídeos Kill Kill Chorégraphie e Synopsis Catharsis. Afonso Guerreiro interpretará à capela a versão fado da canção The Man with a golden Gun, a partir da letra e música de um dos célebres filmes de James Bond. Séances de Chutes é a ocasião de revisitar com humor a queda e a morte na representação, uma nova dança macabra, uma catarse colectiva. Performance Alexandre Perigot Colaboração Afonso Guerreiro Coreografia Filipa Francisco Festival Temps d’Images2008 36 PRÉMIOS DE CINEMA TEMPS D’IMAGES 15 e 16 NOV 14h30|18h00|20h00 17 NOV 14h00|16h00|18h00 MUSEU BERARDO Filmes sobre arte ou sobre artistas são transdisciplinares pela própria natureza, já que o realizador tem de confrontar o seu filme com o trabalho do artista que quer mostrar. Os filmes de arte também são uma maneira de levar enfoques artísticos, modos de pensar e de viver a um público que não está essencialmente ligado às artes e que, por isso, pode ter dificuldades em perceber obras ou artistas que costumam ser considerados inatingíveis numa conversa "normal". Com esta competição de filmes, o Temps d'Images tem a intenção de promover este enfoque particular sobre a vida, a sociedade e a responsabilidade e ao mesmo tempo estimular o público a ter ideias diferentes, criativas e ousadas. Dos filmes que concorreram à pré-selecção, vindos de mais de vinte e cinco países em todos os continentes, cerca de 22 foram seleccionados. Todos são de elevada qualidade e usam formas tradicionais ou contemporâneas: há filmes em homenagem a artistas, ensaios cinematográficos, observações a longo termo, exemplos de pesquisa histórica e filmes experimentais, que são eles próprios obras de arte, devido à maneira como são filmados ou montados. Além de filmes como Pintura Habitada, da realizadora Portuguesa Joana Ascensão sobre Helena Almeida, ou Sally Gross - The Pleasure of Stillness dois realizadores americanos, Albert Maysles e Kristen Nutile, que escolheram com sensibilidade a linguagem cinematográfica e dramatúrgica que utilizaram nos seus filmes em função da linguagem do artista que retrataram, Temps d'Images vai mostrar filmes em que o realizador traz ao de cima o enfoque pessoal e único de um artista em relação à sua vida, à sua arte e ao seu trabalho, depois de um grande esforço para vencer a hostilidade, a timidez ou a desconfiança que sentia em relação ao realizador: é o caso de Worldstar, da teuto-checa Natasa von Kopp sobre o fotógrafo checo Miroslav Tichy, que ficou mundialmente célebre numa idade tão avançada que a sua própria celebridade já nem sequer o interessa; do filme israelita Rosh Geranium de Amit Goren, sobre o carismático Raffi Lavie, que nos anos 60 foi um pioneiro na nova arte em Israel; ou ainda de Festival Temps d’Images2008 37 My Father's Studio, em que a realizadora Jennifer Alleyn, depois da morte do seu pai, o artista Edmund Alleyn, descobre um universo artístico rico e único de que nunca suspeitara. Há filmes que examinam a urgência do artista em criar obras de arte não comerciais, pelas quais geralmente não é pago ou é muito mal pago em relação ao tempo e ao empenho que pôs na obra; filmes que investigam por que há pessoas que escolhem a difícil vida do artista marginal e como fazem frente às consequências desta decisão; filmes como El Último Paisajista, do espanhol Gonzalo Ballester, Portrait of the Artist as a Middle-Aged Man, da britânica Fiona Collins, Still Life With Wife, de estónio Kersti Uibo, Dichosos los que Sin Ver Crean, do espanhol Sérgio Blanco ou Concrete, dos islandeses Markús Thór Andrésson e Ragnheidur Gestsdóttir, no qual vemos artistas célebres, como Björk ou Roni Horn. Alguns filmes reflectem as dificuldades, as reflexões ou a atracção do realizador ao tentar estabelecer um diálogo com um artista ou com uma obra de arte, como por exemplo You Wanted to Make a Film? (At ratzit laasot seret?) do israelita Gali Weintraub, Lost in Art Looking for Wittgenstein, de João Louro e Luís Alves de Mattos, Brancusi, de Alexandre Martins e Nuno Miguel ou A Lontra, de Eduardo Abrantes, todos portugueses. O modo como a vida e a sociedade influenciam as obras de arte pode ser visto em Watercolor's Trace do ucraniano Vyacheslav Propopenko, que nos leva à Rússia de inícios do século XIX e ao pintor Maximilian Voloshyn; Outside, do luso-britânico Sérgio Cruz, que observou a relação entre a arte e a vida na China; Madrid, la Sombra de un Sueño, do mexicano Alejandro Andrade Pease, que tenta retraçar a movida que se seguiu à morte de Franco e da qual emergiram artistas como Pedro Almodóvar ou Ouka Leele, sem nos esquecermos do filme belga Luc de Heusch - Wild Thinking, de Karine de Villers, sobre um cineasta inacreditavelmente fascinante e de mente independente. Os espectadores que acabem por se sentir estimulados ao ponto de se porem a pensar na sua própria criatividade e em novos projectos, não deveriam perder filmes como Miraslava, do canadiano Roberto Santaguida, que já tinha concebido o seu filme, mas mudou de planos depois de ser confrontado à realidade ou Everyday Life's Changing Moods, da croata Azra Svedruzic, que tem a certeza de que vai ter uma ideia, mas tem primeiro de despachar problemas quotidianos… Ou se os espectadores pensarem que, afinal, já são capazes de reconhecer um verdadeiro artista e perceber o seu trabalho, devem saber que muitas surpresas ainda os esperam, como se vê em Pietà do vídeo-flâneur grego Konstantinos-Antonios Goutos, que encontrou por acaso uma pietà na rua ou em Relevé, dos alemães Sebastian Natto, Denis Truembach e Bastian Caspar, cujo desenlace não podemos absolutamente contar! O Festival Temps d'Images, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, vai premiar cinco filmes: o melhor primeiro filme ou filme de estudante português; o melhor filme sobre a arte; o melhor filme a mostrar a importância da arte na sociedade; e duas menções honrosas, para filmes com méritos específicos. O Júri é formado pelo director do Festival Temps d'Images de França, José Manuel Gonçalves e por seis estudantes portugueses de arte, multimedia e artes performativas, Nikolai Nehk, Rita Barracha, Diogo Leôncio, José Jesus, Bruna Esgaio, Pedro Festival Temps d’Images2008 38 Matias. O concurso foi organizado e é dirigido pela artista multimédia e realizadora de filmes Rajele Jain. PROGRAMAÇÃO 14h30 14h00* 15NOVSAB 16NOVDOM 17NOVSEG A PORTRAIT OF THE ARTIST AS A MIDDLE AGED MAN de Fiona Collins A LONTRA (The Otter) de Eduardo Abrantes BRÂNCUSI - as raízes e os ramos de Alexandre Martins, Nuno Miguel Reino Unido | 2008 - 3' PINTURA HABITADA de Joana Ascensão Portugal | 2006 - 50' MIRASLAVA de Roberto Santaguida *dia 17 Canada | 200 - 78' YOU WANTED TO MAKE A FILM? (At ratzit laasot seret?) de Gali Weintraub Israel | 2007 - 25' Portugal | 2008 - 19' WATERCOLORS' TRACE (SLED) de Vyacheslav Prokopenko Portugal | 2008 - 29' Ukraine | 2008 - 19' ÍMAN (Magnet) de João Pinto Portugal | 2008 - 30' MADRID - THE SHADOW OF A DREAM (MADRID - LA SOMBRA DE UN SUEÑO) de Alejandro Andrade Pease SALLY GROSS - THE PLEASURE OF STILLNESS de Albert Maysles, Kristen Nutile USA | 2007 - 56' Spain | 2007 - 29' 16h00* 18h00 EVERYDAY LIFE'S CHANGING MOODS de Azra Svedruzic THE LAST LANDSCAPE PAINTER (EL ULTIMO PAISAJISTA) de Gonzalo Ballester Croatia | 2008 - 11' Spain | 2007 - 25' ROSH GERANIUM de Amit Goren STILL LIFE WITH WIFE de Kersti Uibo Israel | 2007 - 85' Estonia | 2006 - 52' BLESSED ARE THOSE WHO BELIEVE WITHOUT SEEING (DICHOSOS LOS QUE SIN VER CREAN) de Sergio Blanco Spain | 2008 - 9' OUTSIDE de Sergio Cruz Portugal/United Kingdom/China | 2008 - 16' *dia 17 LUC DE HEUSCH, WILD THINKING de Karine de Villers Belgium | 2007 - 50' 18h00* 20h00 RELEVÉ de Sebastian Natto, Denis Truembach, Bastian Caspar PIETÀ de Konstantinos-Antonios Goutos Greece/Germany | 2007 - 8' Iceland | 2007 - 67' Alemanha | 2007 - 8' LOST IN ART - LOOKING FOR WITTGENSTEIN de João Louro, Luis Alves de Matos *dia 17 CONCRETE (STEYPA ) de Markús Thór Andrésson, Ragnheidur Gestsdóttir WORLDSTAR de Natasa von Kopp Alemanha/Czech Republic | 2007 - 75' Portugal | 2007 - 11' MY FATHER'S STUDIO IN SEARCH OF EDMUND ALLEYN... de Jennifer Alleyn Canada | 2008 - 72' Festival Temps d’Images2008 39 PRODUÇÃO CO-PRODUÇÃO PROJECTO APOIADO pela Comissão Europeia financiada por:DGArtes / MC INICIATIVA APOIOS INSTITUCIONAIS Festival Temps d’Images2008 PARCEIROS APOIOS 40 DuplaCena Maria Schiappa [email protected] 931 121 604 rua da horta seca 44 - 2ºdto 1200-221 lisboa tel: 213 230 074 | fax: 213 431 611 [email protected] Festival Temps d’Images2008 41