Ingestão de resíduos sólidos por juvenis de

Transcrição

Ingestão de resíduos sólidos por juvenis de
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Departamento de Oceanografia
Laboratório de Microcontaminantes Orgânicos e Ecotoxicologia
Aquática
Ingestão de resíduos sólidos por juvenis
de tartaruga-verde (Chelonia mydas) na
costa do Rio Grande do Sul, Brasil
Paula da Silva Tourinho
Monografia apresentada à Fundação Universidade Federal do Rio Grande
como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de graduado
em Oceanologia.
Orientador: Prof. Dr. Gilberto Fillmann
Co-orientador: Oc. Juliana A. Ivar do Sul
Rio Grande, Novembro de 2007
Agradecimentos
Primeiramente, quero agradecer aos meus pais e a toda minha família que
sempre me apoiaram em todos os momentos, independente da distância.
Pela orientação e pelos ensinamentos, agradeço ao Gilberto Fillmann cuja
convivência foi fundamental para minha formação profissional e acadêmica.
Agradecimentos especiais a minha co-orientadora, Juliana do Sul, pelo
intenso envolvimento e interesse no trabalho. Valeu por tudo, Ju.
Agradeço também a Mônica Wallner por participar da banca examinadora e
pelas críticas, sugestões e observações.
Ao Nema, por toda ajuda nas saídas e necropsias. Ju Barros, Dani, Serginho,
e todos outros que estiveram envolvidos.
Ao Museu Oceanográfico, principalmente à Alice e à Andréia.
Aos funcionários da Furg, especialmente os motoristas (Candinho, Giba,
Valdir, Paulo).
Aos meus colegas de casa - Lanari, Ileini, Priscilla, Theo, Salame – obrigada
pelo apoio, pela amizade, pelas risadas, pelos finais de semana de chuva em
casa, por agüentarem minhas amostras fedorentas, enfim, por tudo! E
também a todos agregados e ex-moradores - Noca, Nana, Claudinha, Lolo,
Amália, Roro - valeu pela companhia e apoio de vocês.
À todos meus amigos do Cassinão. Sou muito feliz por ter cada um de vocês
na minha vida! Agradecimento especial à Bel, por ter sido a primeira pessoa
a me ajudar quando este trabalho ainda era um pré-projeto. Agradeço
também a Julia Reisser por me ensinar (em campo!) sobre las tortugas e
pelas sugestões.
Aos colegas do CONECO que sempre me ajudaram. Além da convivência,
agradeço pela força e companheirismo – Boris, Koike, Bianca, Patrícia, Ítalo,
Gabi, Grasi, Nilson, Fernando, Bárbara, Gabi Kolb, Luciara, Pri.
Às gurias de Recife – Mônica, Cris, Jaqueline, Ângela, Scheilinha – obrigada
pelo acolhimento e pela ajuda!
Ao todo mundo que de alguma forma contribuiu para a iniciação,
desenvolvimento, conclusão ou melhoria do trabalho. Muito obrigada!
ii
Índice
Lista de Figuras e Tabelas...............................................................................iv
Resumo.............................................................................................................v
1. Introdução .................................................................................................. 1
1.1. Resíduos sólidos....................................................................................... 1
1.2. Tartarugas Marinhas ................................................................................. 5
1.3. Interação das tartarugas marinhas com os resíduos sólidos .................... 7
2. Objetivos .................................................................................................... 9
3. Material e métodos .................................................................................. 10
3.1. Área de estudo........................................................................................ 10
3.2. Coleta e análise das amostras ................................................................ 11
4. Resultados ............................................................................................... 14
4.1. Dados biológicos e número e peso dos itens ingeridos .......................... 14
4.2. Composição e coloração dos itens ingeridos.......................................... 17
4.3. Distribuição dos itens no trato gastrointestinal........................................ 21
5. Discussão ................................................................................................ 23
5.1. Estudos com C. mydas ........................................................................... 23
5.2. Resíduos sólidos ingeridos ..................................................................... 24
5.3. Relação das tartarugas marinhas com os resíduos sólidos ingeridos..... 27
5.4. Compartimentos do trato gastrointestinal................................................ 28
6. Conclusão ................................................................................................ 30
7. Referências bibliográficas ........................................................................ 31
iii
Lista de Figuras e Tabelas
Figura 1: Estimativa da população mundial até 2050. Fonte: U.S. Census
Bureau............................................................................................................. 1
Figura 2: Área de estudo............................................................................... 11
Figura 3: Número de itens ingeridos por cada tartaruga amostrada em ordem
crescente de CCC (n=29).............................................................................. 16
Figura 4: Peso dos itens ingeridos por cada tartaruga em ordem crescente de
CCC. ............................................................................................................. 16
Figura 5: Freqüência de incidência (F.I.) dos tipos de itens. ......................... 19
Figura 6: Freqüência de ocorrência (F.O.) em porcentagem das categorias
por cada indivíduo. ........................................................................................ 19
Figura 7: Diferentes cores dos itens amostrados e suas porcentagens. ....... 20
Figura 8: Número de itens ingeridos em cada compartimento do trato
gastrointestinal. ............................................................................................. 21
Figura
9:
Peso
dos
itens
ingeridos
por
compartimento
do
trato
gastrointestinal. ............................................................................................. 22
Figura 10: Número de fragmentos originados por cada item ingerido........... 22
Tabela
1:
Classificação
e
exemplos
das
categorias..............................................12
Tabela 2: Data das saídas de campo, CCC e peso das tartarugas
amostradas. .................................................................................................. 14
Tabela 3: Número total e porcentagem dos tipos de itens encontrados........ 18
Tabela 4: Número de C. mydas amostradas (N), freqüência de ingestão,
comprimento de carapaça (CCC) em centímetros e estágio de maturação em
diferentes estudos. ........................................................................................ 24
Tabela 5: Tipos de item e suas prováveis fontes .......................................... 27
iv
Resumo
Os resíduos sólidos são materiais de origem antrópica e, em grande parte,
são compostos por materiais sintéticos tais como os plásticos. A
contaminação por resíduos sólidos se agravou nas últimas décadas devido à
alta persistência destes materiais no ambiente. Provenientes de diversas
fontes, os resíduos sólidos estão amplamente distribuídos no ambiente
marinho e costeiro, estando disponíveis para interação com a biota. Um dos
principais tipos de interação é a ingestão dos resíduos sólidos que ocorre
intencionalmente quando confundidos com os alimentos naturais, ou
acidentalmente quando o resíduo é ingerido juntamente com o alimento.
Tartarugas marinhas estão sujeitas ao contato com os resíduos sólidos, uma
vez que habitam os mais diversos ambientes marinhos durante os diferentes
estágios de seu desenvolvimento. Os tratos gastrointestinais de 29 juvenis de
tartarugas-verdes (Chelonia mydas) foram analisados para avaliar a ingestão
de resíduos sólidos no litoral do Rio Grande do Sul. Todos os tratos
gastrointestinais analisados continham resíduos sólidos, ou seja, 100% dos
animais estavam contaminados. No total foram encontrados 1.271 itens, dos
quais 73,7% eram representados por itens da categoria Plástico. Esta
categoria foi dominada por itens plásticos moles, seguidos de itens plásticos
rígidos, e em menores quantidades ocorreram esférulas plásticas, borrachas,
balões de festa e canudos. A segunda categoria mais abundante foi
composta por itens relacionados à atividade pesqueira (21,5%) constituída
por linhas, cordas, isopor e redes de pesca. Outros resíduos representaram
4,8% dos itens ingeridos, entre eles: espuma, carvão, tecido, ponta de
cigarro, papel, vela, barbante e metal. Apesar de itens plásticos moles terem
sido os mais abundantes (36,5% do total de itens ingeridos), não houve
diferença significativa entre o número de plásticos moles ingeridos e o
número de plásticos rígidos (28,5%), linhas de pesca (11%) e cordas de
pesca (6,5%). Quanto à coloração dos itens, houve predominância das cores
branca (33%) e transparente (26%), apesar de não ter sido encontrada
diferença significativa na quantidade de itens ingeridos em cores claras e
v
escuras. A maior quantidade de resíduos sólidos foi encontrada no intestino
(62% do total), seguido do estômago (33,3%) e esôfago (3,9%). Os itens
tendem a passar pelo trato gastrointestinal, podendo ser expelidos, e durante
este percurso sofrem fragmentação. A passagem e a fragmentação dos itens
dentro do trato gastrointestinal sugerem que a ingestão de resíduos sólidos
tenha causado preferencialmente efeitos subletais nos animais analisados.
Entretanto, a morte de 3 tartarugas ficou evidenciada pela completa
obstrução do trato gastrointestinal.
vi
1.
Introdução
1.1.
Resíduos sólidos
A população mundial cresceu em ritmo acelerado durante o último século,
atingindo atualmente 6,6 bilhões de pessoas (U.S. Census Bureau, 2007). O
crescimento ocorreu de forma desordenada e foi acompanhado do
surgimento de uma sociedade moderna com perfil consumista e da produção
de bens em larga escala. Os produtos passaram a ser manufaturados a partir
de novos materiais sintéticos, como os plásticos, que possuem alto tempo de
persistência no ambiente. A falta de planejamento urbano, o aumento na
produção de bens e a menor capacidade de decomposição dos materiais,
resultaram no aumento do volume dos dejetos produzidos pelas atividades
humanas. Irregularidades na disposição destes dejetos resultaram na
presença destes nos ambientes costeiros, surgindo em escala global um
novo tipo de contaminante marinho: os resíduos sólidos.
Observando as projeções do crescimento populacional para as próximas
décadas (Figura 1), e sabendo que a geração per capita destes resíduos é
grande (Coe & Rogers, 1997), pode-se considerar este tipo de contaminação
como um dos principais problemas do século XXI (Goldberg, 1995; Clark,
1999).
Figura 1: Estimativa da população mundial até 2050. Fonte: U.S. Census Bureau (2007).
1
Por definição, os resíduos sólidos são quaisquer materiais sólidos de
origem antrópica encontrados no ambiente. A maioria é composta por
produtos manufaturados, podendo ser divididos em categorias como plástico,
papel, metal, madeira, vidro, entre outros (IOC/FAO/UNEP, 1989). A origem
destes resíduos no ambiente pode ser dividida em terrestre ou marinha,
implicando em fontes baseadas no continente ou no mar, respectivamente.
As fontes terrestres (ou continentais) de resíduos sólidos são os aterros
sanitários e esgotos (doméstico ou industrial) de cidades costeiras, a
atividade turística, a drenagem dos rios e o escoamento superficial terrestre.
Fontes
terrestres
estão
principalmente
associadas
a
disposições
inadequadas dos resíduos sólidos (Nolkaemper, 1997).
As fontes marinhas são os despejos de embarcações (que podem ser
intencionais ou acidentais), que inclui as atividades pesqueiras, e as
atividades de plataformas de óleo e gás. Os resíduos sólidos de fontes
marinhas são facilmente identificados (Coe & Rogers, 1997), pois resíduos
oriundo de atividades pesqueiras são bem característicos, além dos produtos
de embalagens internacionais ou resíduos incrustados por organismos
marinhos, que necessariamente implicam no transporte oceânico. A
importância dos resíduos de fontes marinhas foi reconhecida em 1978, na
Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Marinha por Navios
(MARPOL 73/78), através do Anexo V, que controlava os despejos de
resíduos sólidos em alto-mar por todos os tipos de embarcações. A partir do
Anexo V tornou-se ilegal o lançamento de resíduos sintéticos em qualquer
local do oceano, estando permitido o lançamento, a uma distancia mínima de
12 milhas da costa, para outros materiais (papel, vidro, metal). O Anexo V da
MARPOL também obrigou portos e terminais marítimos a possuírem
instalações adequadas para o recebimento dos resíduos sólidos produzidos
pelas embarcações. A aderência do Anexo V passou a ser efetivo em
Dezembro de 1988, e hoje possui a ratificação de mais de 130 países (IMO,
2007).
2
A importância das diferentes fontes dos resíduos sólidos, entretanto, variou
com o tempo. Atualmente sabe-se que fontes terrestres originam a maior
parte dos resíduos sólidos (Gregory & Ryan, 1997), estando concentradas
nos grandes centros urbanos.
De acordo com o tipo de material, os resíduos sólidos são predominados
por resíduos plásticos (Derraik, 2002), que podem constituir entre 60% a 80%
dos resíduos sólidos (Gregory & Ryan, 1997). Estudos realizados nos anos
80 já apontavam o plástico como item mais abundante no ambiente marinho
(Pruter, 1987; Gabrielides et al., 1991). Além do baixo preço, o plástico
apresenta características físicas que o tornam muito utilizado: alta
resistência, baixa densidade, durabilidade. Estas características são
responsáveis pela grande quantidade e distribuição de plásticos no ambiente
(Derraik, 2002).
No processo industrial, o plástico é sintetizado na forma de pequenas
esférulas plásticas, também conhecidas como nibs. Estas esférulas possuem
alguns milímetros de diâmetro e são, posteriormente, comercializadas às
indústrias que transformam o plástico bruto nos mais diversos objetos.
Durante o manuseio industrial e os transportes marinho e terrestre ocorrem
perdas acidentais, e por isso as esférulas são encontradas nos ambientes
marinho e costeiro há décadas (Gregory, 1978; Shiber, 1979), inclusive na
costa brasileira (Gomes, 1973). À deriva no oceano, as esférulas podem
flutuar, afundar ou ficar suspensas na coluna d’água, e são sujeitas a
processos hidrodinâmicos que afetam sua flutuabilidade (Redford et al.,
1997). Também transportadas pelas correntes, as esférulas plásticas são
encontradas abundantemente na costa (Moore et al., 2001b).
Os
resíduos
sólidos
flutuantes
no
ambiente
marinho
podem
ser
redistribuídos e depositados em costas distantes de suas origens ou podem
afundar acomodando no fundo oceânico (Uneputty & Evans, 1997). O
transporte de resíduos sólidos pelos oceanos pode ser comprovado pela
contaminação já constatada em locais remotos (Benton, 1995; Edyvane et
3
al., 2004), como no Alasca (Merrell, 1980) e na Antártica (Walker et al.,
1997).
A ampla distribuição dos resíduos sólidos nos mais diversos ambientes
causa inúmeros problemas. O primeiro impacto a ser percebido é o visual,
como a deposição dos resíduos nas praias, comprometendo a estética do
local (Abu-Hilal & Al Najjar, 2004). Assim, pode ocorrer a diminuição da
atividade turística, o que pode causar prejuízos sócio-econômicos, visto que
muitas cidades costeiras têm sua economia dependente do turismo. Os
resíduos sólidos nas praias podem ser perigosos para saúde humana quando
causam cortes e ferimentos, ou quando são possíveis vetores de doenças
(Suess, 1992). Também ocorrem gastos para realização de limpezas de
praia, uma medida simplesmente temporária (Kirkley & McConnel, 1997).
Os prejuízos causados pela contaminação por resíduo sólido não são
restritos ao ambiente costeiro, mas ocorrem também no ambiente marinho.
Redes perdidas durante a atividade de pesca ficam a deriva das correntes
oceânicas e podem capturar espécies de valor comercial (Edyvane et al.,
2004). Os resíduos sólidos podem se enredar em embarcações, aumentando
gastos com manutenções e atrapalhando o tráfego marítimo (Kirkley &
McConnell, 1997; Ballance et al., 2000).
Os resíduos sólidos estão ainda disponíveis para interagir com a biota
marinha. Os três principais tipos de interação são o enredamento, a ingestão
e a incrustação. Relatos de enredamentos são comuns para mamíferos
marinhos (Stewart & Yochem, 1987; Fowler, 1987; Arnould & Croxall, 1995;
Hanni & Pyle, 2000; Page et al., 2004; Greg Hofmeyr et al., 2006), aves
(Degange & Day, 1991; Baker et al., 2002), tartarugas (Seminoff et al., 2003;
James et al., 2005) e peixes (Anon, 1975; Sazima et al., 2002). O
enredamento ocorre quando o resíduo sólido possui tamanho suficiente para
aprisionar os animais, sendo muito deles de formas circulares ou curvadas ou
com aberturas (Laist, 1997).
Quaisquer
resíduos
sólidos
no
ambiente
podem
ser
ingeridos,
independentes do tamanho ou formato. Há registro de ingestão para inúmero
4
grupos de animais marinhos, entre eles mamíferos (Secchi & Zarzur, 1999),
aves (Azzarello & Van Vleet, 1987; Ryan, 1987; Zarzur, 1995; Vlietstra &
Parga, 2002; Mallory et al., 2006), tartarugas (Bjorndal et al., 1994; Barreiros
& Barcelos, 2001; Bugoni et al., 2001; Seminoff et al., 2002; Tomas et al.,
2002; Mascarenhas et al., 2004; Kaplan, 2005; Ozdilek et al., 2006), peixes
(Anon, 1975) e invertebrados (Uneputty & Evans, 1997; Moore et al., 2001a).
Além disso, os resíduos sólidos podem introduzir espécies exóticas quando
percorrem grandes distâncias e atingem novos ambientes com organismos
incrustados (Minchin, 1996). Outras formas de impacto são ainda
identificadas, como o uso dos plásticos na construção de ninhos pelas
gaivotas da espécie Rissa tridactyla (Hartwig et al., 2007).
1.2.
Tartarugas Marinhas
Tartarugas marinhas compreendem 7 espécies distribuídas em duas famílias.
A família Dermochelydae inclui apenas uma espécie vivente, a Dermochelys
coriacea ou tartaruga de couro. A família Cheloniidae inclui as outras 6
espécies que são Chelonia mydas (tartaruga-verde), Caretta caretta
(tartaruga-cabeçuda),
Eretmochelys
imbricata
(tartaruga-de-pente),
Lepidochelys kempii (tartaruga lora), Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva) e
Natator depressus (tartaruga flatback).
Tartarugas marinhas habitam os três oceanos tropicais (Pritchard, 1997),
com exceção da D. coriacea, espécie que habita somente águas temperadas.
No Brasil, 5 espécies (D. coriacea, C. mydas, C. caretta, E. imbricata e L.
olivacea) utilizam a costa para reprodução e alimentação (Marcovaldi &
Marcovaldi, 1999).
São animais de baixa diversidade e apresentam crescimento, tanto
populacional quanto individual, lento. Seis espécies (C. mydas, C. caretta, E.
imbricata, L. kempii e L. olivacea) estão ameaçadas de extinção (IUCN, 2007)
e muitas populações que já foram abundantes, hoje estão em declínio (WWF,
2000).
5
A espécie C. mydas é encontrada nos oceanos tropicais e temperados,
apresentando uma distribuição circunglobal. Populações foram extintas
devido à exploração comercial e as populações restantes estão em declínio,
tanto para esta como as demais espécies (King, 1995).
Nos primeiros estágios da vida, C. mydas são preferencialmente carnívoras
e se alimentam em áreas de convergência no ambiente pelágico. Quando
juvenis tem uma alimentação mais variada já que passam a se alimentar
também
no
ambiente
bentônico.
Na
fase
adulta,
tartarugas-verdes
representam a única espécie de tartaruga marinha herbívora. Assim, são
fundamentais na ciclagem de nutrientes e alteram a estrutura da comunidade
de plantas aquáticas nas áreas de alimentação (Bjordnal, 1997). A pastagem
da C. mydas exerce influência sobre pradarias, podendo mudar a sucessão
de espécies, a densidade da fauna e as relações presa-predador do
ambiente (Bjordnal, 1997).
Além da forma de alimentação, o habitat da C. mydas também é modificado
durante seu ciclo de vida. Os indivíduos recém-nascidos habitam os
ambientes pelágicos oceânicos, passando ao ambiente nerítico na fase
juvenil (Musick & Limpus, 1997). Quando adultos realizam migrações entre as
áreas de alimentação e de reprodução, freqüentemente com distâncias
maiores que 1500 km (Pough, 1993). Desta forma, estas tartarugas
dependem de todos os ambientes marinhos durante os diferentes estágios de
seu desenvolvimento, inclusive do ambiente costeiro, local onde as fêmeas
realizam a postura dos ovos.
Juvenis de tartarugas-verdes utilizam áreas continentais para alimentação
em latitudes temperadas no verão, mas retornam às menores latitudes no
inverno para evitar o contato com águas frias (Musick & Limpus, 1997). A
costa do Rio Grande do Sul é uma importante área de desenvolvimento e
alimentação desta espécie (Bugoni, 2003), principalmente no verão e na
primavera austral (Soto & Beheregaray, 1997).
6
1.3. Interação das tartarugas marinhas com os resíduos
sólidos
As atividades antrópicas estão causando o declínio nas populações de
tartarugas marinhas (Lutcavage et al., 1997), e a contaminação do meio
marinho é responsável por afetar um grande número de indivíduos
(Gramentz, 1988).
As tartarugas estão sujeitas a dois tipos de interações com os resíduos
sólidos marinhos: enredamento e ingestão. As tartarugas podem se enredar
nos resíduos sólidos, impedindo a mobilidade dos animais, e podendo causar
dificuldades na captura de presas e fuga de predadores, e até mesmo, a
morte
por
afogamento.
A
ingestão
dos
resíduos
sólidos
ocorre
intencionalmente quando confundidos com os alimentos naturais, ou
acidentalmente quando o resíduo é ingerido juntamente com o alimento
(Laist, 1987).
Os efeitos causados pela ingestão de resíduos sólidos podem ser letais,
causando diretamente a morte do animal, ou subletais, quando são
indiretamente responsáveis pelas mortes. Sabe-se que a morte diretamente
causada pela presença do resíduo sólido acontece com a obstrução do trato
gastrointestinal mesmo quando pequenas quantidades são ingeridas
(Bjordnal, 1997). Efeitos subletais podem ser mais prejudiciais às populações
de tartarugas marinhas, pois estão relacionados à diminuição do crescimento
e da reprodução destes animais (Bjordnal,1997).
Os efeitos subletais estão relacionados primeiramente a danos nas paredes
do trato gastrointestinal, como necroses e ulcerações (Bjordnal, 1997), que
podem afetar a fisiologia do animal, reduzindo o ganho nutricional (diluição
nutricional) (McCauley & Bjorndal, 1999) e interferindo no metabolismo dos
lipídios (George,1997). A presença de resíduos pode causar o aumento do
tempo dos alimentos nos compartimento do trato e acúmulo de gases no
intestino, e até a perda do controle sobre a flutuabilidade (George, 1997). Os
resíduos sólidos no trato gastrointestinal causam falsa saciedade nos
animais, resultando na diminuição pela procurar de alimento. As tartarugas
7
marinhas também ficam expostas aos possíveis contaminantes (i.e. PCB e
pesticidas) que podem estar adsorvidos aos resíduos sólidos (Mato et al.,
2001).
8
2.
Objetivos
O objetivo geral do presente estudo é avaliar a ingestão dos resíduos sólidos
pelas tartarugas C. mydas encontradas no litoral do Rio Grande do Sul. Os
objetivos específicos do estudo são:
-determinar a freqüência de ingestão dos resíduos;
-estimar as quantidades e os tipos de resíduos sólidos ingeridos por estas
tartarugas;
-verificar se há algum tipo de padronização dos itens;
-relacionar os dados biométricos com as quantidades de itens ingeridos;
-observar a distribuição e o comportamento dos resíduos sólidos dentro do
trato gastrointestinal.
9
3.
Material e métodos
3.1.
Área de estudo
O presente estudo foi realizado no estado do Rio Grande do Sul entre a
Barra
da
Lagoa
do
Peixe
(31°19’S/50°58’W)
e
o
Arroio
Chuí
(33°45'S/53°23'W), abrangendo 350 km de extensão (Figura 2). A costa,
orientada na direção NE-SW, apresenta regime de micromaré semidiurno
associado a praias expostas com características predominantes dissipativas
e intermediárias (Dillenburg et al., 2004).
Ondas de média energia dominam os processos hidrodinâmicos no local, e
os ventos (associados ao anticiclone semifixo do Atlântico Sul e ao
anticiclone polar) possuem padrão predominante do quadrante Nordeste,
apresentando variações sazonais com ventos do quadrante Sudoeste mais
comuns nos meses de inverno e outono (Calliari & Klein, 1993). Os ventos
provenientes do Sul são responsáveis por causar marés meteorológicas
caracterizadas pelas principais variações do nível de água (Calliari & Klein,
1993) e as maiores alturas de ondas na costa do Rio Grande do Sul (Esteves
et al., 2003).
Por conseqüência das más condições do tempo durante o inverno (baixas
temperaturas, ventos fortes e constantes, águas frias e turvas) para fins de
recreativos (Esteves et al., 2003), as praias do local de estudo são
freqüentadas nos meses de verão entre Dezembro e Março (Esteves et al.,
2004). A região costeira do Rio Grande do Sul apresenta baixa densidade
populacional (representando menos que 5% da população do estado) e é
considerada uma região de baixo desenvolvimento. Entretanto a população
da zona costeira apresenta crescimento mais rápido que a média do estado
do Rio Grande do Sul desde 1990 (Esteves et al., 2003).
10
Figura 2: Área de estudo compreendida entre a Lagoa do Peixe e o Arroio Chuí.
3.2.
Coleta e análise das amostras
O estudo foi realizado em conjunto com o Projeto ‘Tartarugas Marinhas do
Rio Grande do Sul’ desenvolvido pelo Núcleo de Educação e Monitoramento
Ambiental (NEMA). No total, foram realizadas 18 saídas de campo entre
Novembro de 2006 e Abril de 2007, sendo coletadas 29 tartarugas-verdes
(Chelonia mydas).
A costa foi percorrida utilizando uma viatura com velocidade suficiente para
avistar animais mortos na praia. No momento em que alguma tartaruga-verde
era identificada, o grau de decomposição e o comprimento curvilíneo de
carapaça (CCC) eram anotados. Quando os exemplares estavam em
avançado estado de decomposição, os tratos gastrointestinais eram retirados
em campo e levados ao laboratório. Enquanto, animais em estágio inicial de
decomposição eram coletados na integra e levados ao laboratório onde seus
pesos eram medidos.
Na abertura dos tratos gastrointestinais, os órgãos (ou compartimentos)
foram analisados separadamente (esôfago, estômago e intestino). Todos os
órgãos foram incluídos, pois somente a análise do esôfago e estômago
11
(comum em estudos que visam examinar os hábitos alimentares) subestima
os resultados. Os resíduos sólidos foram distinguidos e separados dos itens
alimentares. Depois de lavados, os itens estavam prontos para quantificação
e classificação.
A quantificação visou avaliar o número de resíduos sólidos ingeridos pelas
tartarugas e não o número de itens presentes conseqüentes da fragmentação
ocorrida dentro do trato do animal. Deste modo, quando foram observados
fragmentos pertencentes a um mesmo resíduo, estes foram quantificados
como um único resíduo.
Os itens foram classificados em categorias como plástico, materiais de
pesca e diversos, conforme sua composição e/ou origem. Os itens oriundos
de atividades pesqueiras, por serem facilmente identificados, foram
separados em uma categoria. As categorias foram subdivididas pelo tipo de
item amostrado (Tabela 1).
Tabela 1: Classificação e exemplos das categorias.
Categorias
Tipo de item
Exemplo
Plásticos
Plástico Mole
Fragmentos de
sacolas de
supermercado,
balas; canudos
Plástico Rígido
Fragmentos de
embalagens de
limpeza e higiene
pessoal, tampinhas,
brinquedos
Borracha e espuma
Fragmentos de
borracha, espumas,
balões de festa
Esférula plástica
-
Ponta de cigarro
-
12
Atividades
Linha
Fragmentos de
pesqueiras
linhas de nylon
Isopor
Bóias
Corda
Fragmentos de
cordas de nylon
Rede
Fragmentos de
redes
Diversos
Carvão
-
Tecido
Roupas, linhas
Outros
Barbantes, pontas
de cigarro, papel,
fragmentos de metal
e velas
Os itens também foram classificados quanto à coloração dominante.
Primeiramente foram classificados pela cor específica e depois estas cores
foram unidas em duas classes: cores claras e cores escuras. Em seguida, os
itens foram pesados utilizando uma balança digital de precisão (0,01g) e,
posteriormente, fotografados.
As variáveis que não apresentaram distribuição normal pelo teste de
Kolmogorov-Smirnov
foram
normalizadas
através
da
transformação
logarítmica neperiana (Ln). Correlações entre os dados biométricos do animal
(CCC e peso) e a quantidade (em número e peso) dos itens ingeridos foram
analisadas utilizando a Correlação Linear de Pearson. Para a análise da
composição (tipos de itens e coloração) e da distribuição dos itens no trato
gastrointestinal foi feita a Análise de Variância (ANOVA) bifatorial e, quando
necessário, o teste a posteriori de Tukey também foi aplicado.
13
4.
Resultados
Todos os 29 tratos gastrointestinais analisados continham resíduos sólidos,
ou seja, 100% dos animais estavam contaminados. No total foram
encontrados 1.271 itens.
4.1.
Dados biológicos e número e peso dos itens ingeridos
O comprimento curvilíneo de carapaça (CCC) destes animais variou entre
32,5 e 56 cm (Tabela 2), com uma média de 40,06 ± 6,34 cm. O peso, obtido
para 17 dos 29 exemplares, e variou entre 2,5 e 9,25 kg, com uma média de
5,29 ± 1,61 kg.
Tabela 2: Data das saídas de campo, CCC e peso das tartarugas amostradas.
Data da
CCC
Peso
coleta
(cm)
(kg)
1
6/4/2007
31,5
-
2
21/1/2007
32,5
2,5
3
29/1/2007
33
3,05
31°52'37.7''S/51°45'43.2''W
4
26/2/2007
33
3,5
32°33'31.5''S/52°23'55.6''W
5
7/12/2006
34
4,65
6
24/1/2007
34,5
-
7
20/11/2006
34,5
5,1
8
4/3/2007
35
-
9
25/1/2007
36
4,4
10
13/11/2006
37
6
11
15/2/2007
37
5,05
12
20/2/2007
37,5
6,2
13
7/3/2007
37,5
5,5
14
26/2/2007
38
-
32°56'43.4''S/52°32'19.5''W
15
16/11/2006
38
4,4
32°48'48.4''S/52°28'25.2''W
16
17/1/2007
38,5
-
33°06'20.7''S/52°37'31.0''W
17
16/11/2006
41
5,1
33°28'07.4''S/53°00'29.1''W
18
15/2/2007
41
5,6
31°32'57.6''S/51°13'57.6''W
19
29/1/2007
42
7,4
31°31'58.6''S/51°12'52.5''W
20
29/1/2007
42
6
31°40'07.0''S/51°23'26.7''W
Amostra
14
Localização
32°44'47.1''S/52°27'06.8''W
31°44'48.6''S/51°30'38.6''W
21
7/11/2006
43
9,25
22
15/2/2007
43
6,3
32°05'33.8''S/52°01'45.7''W
23
19/12/2006
44
-
33°33'51.3''S/53°07'35.2''W
24
19/12/2006
44,6
-
33°01'09.0''S/52°34'41.3''W
25
22/11/2006
48
-
31°22'07.2''S/51°02'58.2''W
26
29/3/2007
48
-
31°24'14.0''S/51°05'10.0''W
27
15/3/2007
49,5
-
33°17'43.9''S/52°47'30.3''W
28
26/2/2007
51
-
32°37'15.3''S/52°25'14.7''W
29
29/1/2007
56
-
31°32'26.1''S/51°13'24.2''W
A quantidade de itens ingeridos por organismo variou entre 3 e 134, com
uma média de 43,8 ± 31,5 itens (Figura 3). Foi encontrada correlação positiva
entre o tamanho da carapaça (CCC) e o número de itens ingeridos pelas
tartarugas amostradas (Figura 3).
O peso total dos itens amostrados nos tratos gastrointestinais foi de 310,5
g, variando entre 0,36 e 68,6 g/indivíduo, com média de 10,7 ± 13,16
g/indivíduo (Figura 4). Também foi encontrada correlação positiva entre o
CCC e o peso dos itens ingeridos.
Para verificar possíveis variações temporais, as quantidades de itens
ingeridos pelas tartarugas em 2006 e 2007 foram comparadas. Não houve
diferença significativa em número de itens ingeridos (ANOVA, F=1,5403,
p>0,05) e em peso dos itens ingeridos (ANOVA, F=1,6438, p>0,05) entre os
indivíduos coletados em 2006 e 2007.
15
160
y = 0,9985x + 28,85
140
2
R = 0,1346
Número de itens
120
100
80
60
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
Indivíduos
Figura 3: Número de itens ingeridos por cada tartaruga amostrada em ordem crescente de
tamanho de carapaça (n=29). No gráfico estão representados a reta de regressão e
coeficiente de correlação de Pearson (R²).
80
y = 0,6547x + 0,8853
70
R2 = 0,2297
Peso dos itens
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
Indivíduos
Figura 4: Peso dos itens ingeridos por cada tartaruga em ordem crescente de CCC. No
gráfico estão representados a reta de regressão e coeficiente de correlação de Pearson.
16
4.2.
Composição e coloração dos itens ingeridos
A grande maioria dos itens ingeridos pertenceu à categoria dos plásticos
(73,7%). Enquanto que os itens relacionados à atividade de pesca
representaram 21,5%. A categoria Diversos obteve 3,1% do total (Tabela 3).
Dentro da categoria Plásticos, itens de plásticos moles foram o tipo de item
mais abundantes com 464 itens (36,5% do total), seguido pelos itens
plásticos rígidos com 362 itens (28,5% do total). Somente estes dois tipos de
itens contabilizaram 65% do total dos resíduos amostrados. Outros tipos de
itens desta categoria, que ocorreram em menor proporção, foram esférulas
plásticas (2,8%), fragmentos de borracha (2,6%), balões de festa (1,7%) e
canudos (1,6%).
Os resíduos oriundos de atividades pesqueiras foram compostos por linhas
(11%), cordas (6,5%), fragmentos de isopor (3,5%) e fragmentos de rede
(0,4%).
Na categoria Diversos foram encontrados pedaços de espuma (1,6%),
carvão (1,1%), tecido (0,7%), além de outros itens como ponta de cigarro,
papel, vela, barbante e metal (1%).
Em número de itens ingeridos, os plásticos moles foram significativamente
mais abundantes que os demais itens, com exceção dos plásticos rígidos,
linhas e cordas de pesca (ANOVA, F=73,3557, p<0,05). Em peso, os itens
não apresentaram diferença significativa.
17
Tabela 3: Número total e porcentagem dos tipos de itens encontrados.
Diversos
Pesca
Plásticos
Categoria
Tipo de item
Plástico mole
Plástico rígido
Esférula
Borracha
Balão
Canudo
Total
Linha
Corda
Isopor
Rede
Total
Espuma
Carvão
Outros
Tecido
Total
Total
Total de itens
464
362
36
33
22
20
937
140
83
45
5
273
20
14
18
9
%
36,5
28,5
2,8
2,6
1,7
1,6
73,7
11,0
6,5
3,5
0,4
21,5
1,6
1,1
1,4
0,7
61
1271
4,8
100
O tipo de item com maior incidência foram os plásticos moles, presentes em
todos os 29 indivíduos analisados. Em seguida, estão os plásticos rígidos e
linhas de pesca, presentes em 26 indivíduos (Figura 5). A freqüência da
incidência dos tipos de itens não foi diferente significativamente (ANOVA,
F=0,4804, p>>0,05).
18
n=29
30
25
F.I.
20
15
10
5
Tecido
Outros
Carvão
Espuma
Rede
Isopor
Corda
Linha
Canudo
Balão
Borracha
Esférula
Plástico rígido
Plástico mole
0
Figura 5: Freqüência de incidência (F.I.) dos tipos de itens.
A categoria plástico teve, em porcentagem, uma freqüência de ocorrência
entre 43,8 e 100% (média de 70,2±11,9%) (Figura 6). Os itens provenientes
da atividade de pesca tiveram uma freqüência entre 0 e 50% (com média de
22,8±11,6%). Enquanto que os itens Diversos entre 0 e 22,2% (média de
7±5,4%).
100%
90%
80%
F.O.(%)
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011 12131415161718 19202122232425 26272829
Indivíduos
Plástico
Pesca
Outros
Figura 6: Freqüência de ocorrência em porcentagem das categorias por cada indivíduo.
19
Quanto à coloração, os itens ingeridos foram classificados em nove cores
diferentes. A cor mais abundante foi a branca, com um total de 410 itens
(33%), seguida por itens transparente, com um total de 335 itens (26%).
Outras cores identificadas foram preta (11%), azul (11%), verde (6%),
marrom (4%), vermelha (3%), outras (4%) e amarela (2%) (Figura 7). Houve
diferença significativa entre as cores dos itens ingeridos (ANOVA, F=24,8324,
p<0,01), os itens brancos e transparentes foram significativamente mais
abundantes que os itens das demais cores.
Considerando-se o total de itens ingeridos, 774 (61%) puderam ser
classificados em cores claras (branca, transparente e amarela) e 497 itens
(39%) em cores escuras (preto, azul, verde, marrom, vermelho, outros).
Entretanto, não foi observada a predominância significativa das cores claras
sobre as escuras (ANOVA, F=3,2751, p>>0,05).
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
transparente branco
preto
azul
verde
amarelo
vermelho
marrom
outros
Figura 7: Diferentes cores dos itens amostrados e suas porcentagens.
20
4.3.
Distribuição dos itens no trato gastrointestinal
A maior quantidade de itens (799 itens ou 62,8% do total) foi encontrada no
intestino, seguido do estômago (423 itens ou 33,3% do total) e esôfago (49
itens,ou 3,9%). A média de itens encontrados foi de 27,6±24,5 itens no
intestino, 14,6±14,0 itens no estômago e 1,7±3,0 itens No esôfago por
tartaruga amostrada. O número de itens presentes em cada órgão do trato
gastrointestinal foram significativamente diferentes (ANOVA, F=73,3557,
p<0,01) (Figura 8).
Esôfago
Estômago
Intestino
300
Número de itens
250
200
150
100
50
Tecido
Outros
Carvão
Espuma
Rede
Isopor
Corda
Linha
Canudo
Balão
Borracha
Esférula
Plástico rígido
Plástico mole
0
Figura 8: Número de itens ingeridos em cada compartimento do trato gastrointestinal.
Somente os itens da categoria Plástico foram pesados separadamente
(Figura 9). O peso total de itens encontrados no esôfago foi de 13,48g, com
média de 0,5±1,3g por tartaruga. Enquanto que no estômago foi de 95,14g
com uma média de 3,3±4,1g, e no intestino, 201,83g com uma média de
7,0±11,3g. Houve diferença significativa entre o peso dos itens no esôfago e
intestino (ANOVA, F=32,085, p<0,01), sendo o peso dos itens no intestino
significativamente maior.
21
Esôfago
70
Estômago
Intestino
Peso dos itens
60
50
40
30
20
10
Diversos
Pesca
Canudos
Balão
Borracha
Esférulas
Plástico
rígido
Plástico
mole
0
Figura 9: Peso dos itens ingeridos (g) por compartimento do trato gastrointestinal.
Os itens que sofreram fragmentação dentro do trato gastrointestinal dos
animais também foram quantificados. Os 1.271 itens ingeridos estavam
fragmentados
em
3.594
itens.
Todos
os
itens
ingeridos
sofreram
fragmentação, com exceção das esférulas plásticas. Para obter o número de
fragmentos gerados por um único item, o número de fragmentos foi dividido
pelo número de itens ingeridos (Figura 10). As redes de pesca foram os itens
que sofreram mais fragmentação dentro do trato gastrointestinal, em média
cada rede de pesca ingerida se fragmentou em 5,4 itens.
6
5
4
3
2
Esférula
Tecido
Canudo
Balão
Borracha
Plástico rígido
Corda
Espuma
Outros
Plástico mole
Isopor
Linha
Carvão
Rede
1
Figura 10: Número de fragmentos originados por cada item ingerido.
22
5.
Discussão
5.1.
Estudos com C. mydas
Estudos sobre a ingestão de resíduos sólidos pela biota são escassos na
bibliografia internacional e no Brasil, e muitos casos são restritos a indivíduos
encontrados acidentalmente. A primeira revisão sobre o tema foi realizada
por Balazs (1985), reunindo 79 ocorrências de ingestão feitas por
pesquisadores, nas quais muitas foram baseadas em comunicação pessoal
com o autor. Estes relatos foram feitos em diversas partes do mundo e
envolviam 5 das 7 espécies de tartarugas marinhas (Chelonia mydas, Caretta
caretta, Embricata imbricata, Dermochelys coriacea e Lepidochelys kempii).
Somente na década seguinte atenção foi dada novamente ao problema com
a publicação de outra revisão (Laist, 1997). Além das 5 espécies já
registradas, esta publicação registrou a ingestão de resíduos por mais uma
espécie (Lepidochelys olivacea).
As tartarugas verde e cabeçuda parecem ser as duas espécies mais
susceptíveis à ingestão de itens em todas as fases da vida, devido
principalmente aos seus habitats e formas de alimentação (Lutcawage et al.,
1997). Entretanto, registros de ingestão são mais comuns para tartarugasverdes (Balazs, 1985).
Estudos específicos da ingestão de resíduos sólidos por tartarugas C.
mydas apresentam altas freqüência de ocorrência, sendo habitual encontrar
a ocorrência de ingestão em mais da metade dos animais amostrados
(Tabela 4). No entanto, de acordo com as outras pesquisas (Plotkin & Amos,
1990; Bjordnal et al., 1994; Bugoni et al., 2001; Guebert et al., 2004), os
resultados de 100% de ingestão encontrados no presente estudo indicam
uma elevada taxa de ingestão de resíduos sólidos pelas tartarugas.
23
Tabela 4: Número de C. mydas amostradas (N), freqüência de ingestão, comprimento de
carapaça (CCC) em centímetros e estágio de maturação em diferentes estudos.
Local
Ano
N
Freqüência
(%)
Texas,
EUA
1990
15
46,7
Flórida,
EUA
1994
43
56
Rio
Grande do
Sul, Br
2001
38
60,5
Paraná, Br
2004
12
66
2006
1
100
2007
29
100
Paraíba,
Br
Rio
Grande do
Sul, Br
5.2.
Órgãos
amostrados
Esôfago,
estômago e
intestino
Esôfago,
estômago e
intestino
Esôfago e
estômago
Esôfago,
estômago e
intestino
Observação
das fezes
Esôfago,
estômago e
intestino
CCC
Estágio de
maturação
Estudo
-
-
Plotkin e
Amos, 1990
20,6 - 42,7
Juvenil e
sub-adulto
Bjorndal et al.,
1994
28-50
Juvenil
Bugoni et al.,
2001
30 - 60
Juvenil
Guebert et al.,
2004
40,5
-
Mascarenhas
et al., 2004
32,5 - 56
Juvenil
Presente
estudo
Resíduos sólidos ingeridos
A predominância dos plásticos é constatada em estudos relacionados à
contaminação de resíduos sólidos nos ambientes marinhos e costeiros
(Derraik, 2002; Do Sul & Costa, 2007), o que também foi constatado em
estudos realizados no estado do Rio Grande do Sul (Wetzel, 1995;
Pianowski, 1997; Santos et al., 2006; Do Sul e Costa, 2007).
Trabalhos sobre a ingestão de resíduos sólidos por C. mydas também
mostram que o plástico é a categoria mais encontrada (Plotkin & Amos, 1990;
Bjordnal et al., 1994; Bugoni et al., 2001; Guebert et al., 2004). Embora
alguns trabalhos indiquem que há uma seleção de itens por estes serem
semelhantes às presas naturais por sua forma e cor (i.e. ingestão de sacolas
plásticas confundidas com cnidários gelatinosos), o presente estudo não
encontrou um padrão definido nos tipos de itens encontrados. A variedade
dos tipos e cores dos itens ingeridos corrobora a hipótese de que existe
pouca seletividade dos animais com respeito à ingestão de resíduos sólidos.
A amplitude do número de itens em cada indivíduo (entre 3 e 134 itens por
indivíduo) indica que a quantidade de resíduo ingerida também é variada.
24
Tartarugas marinhas ingerem uma ampla variedade de itens sintéticos
(Balaz, 1985), inclusive sacolas plásticas, como foi observado em diversos
estudos (Plotkin & Amos, 1990; Bjordnal et al., 1994; Tomás et al., 2002;
Bugoni et al., 2001). Aparentemente, a seleção sacolas plásticas é mais bem
definida para Dermochelys coriacea, espécie que tem como principal item
alimentar as águas-vivas (Balazs, 1985). Fragmentos moles plásticos foram
ingeridos por todas as tartarugas amostradas neste estudo e apresentaram o
maior número de itens ingeridos. Contudo, não há evidência do predomínio
deste tipo de item, visto que não houve diferença significativa entre o número
de plásticos moles ingeridos e o número de plásticos rígidos, linhas e cordas
de pesca. Bjordnal et al.(1994) constatou a morte de 2 tartarugas ocasionada
por linhas de pesca, que devido ao seu comprimento, interferiu no
funcionamento do trato gastrointestinal.
Em amostragens realizadas na praia do Cassino nos anos de 2005 e 2006,
os resíduos sólidos também foram divididos em categorias. Assim como os
resultados deste estudo, os itens plásticos foram dominantes (68% do total)
com maiores incidências de itens plásticos moles (25,5% do total) e itens
plásticos rígidos (15,5%). Materiais de pesca foram a segunda categoria com
18,5% do total de itens amostrados. A proporção destes itens foi
relativamente menor quando comparados aos itens ingeridos pelas
tartarugas, provavelmente por causa da presença de pontas de cigarro e
matéria orgânica, itens relacionados à atividade turística, que tiveram grande
porcentagem no montante de itens amostrado na Praia do Cassino. A
semelhança dos itens predominantes no ambiente e no trato gastrointestinal
das tartarugas C. mydas pode indicar que quanto maior a quantidade de
resíduos presente no ambiente, maior será a probabilidade dos animais
ingerirem aquele tipo de item. Este fato é um possível indício de que os
animais não possuam preferência por certos tipos de itens, podendo ingerir o
que estiver disponível no ambiente.
Quanto à coloração dos itens, houve predominância das cores branca
(33%) e transparente (26%), apesar de não ter sido encontrada diferença
25
significativa na quantidade de itens ingeridos em cores claras e escuras. Em
condições experimentais, foram oferecidos itens coloridos (azul, amarelo e
rosa) e itens claros a tartarugas das espécies C. mydas e C. caretta (Lutz,
1990). As tartarugas ingeriram itens de todas as cores, embora as cores
claras tenham tido a menor aceitação. Desta forma, a quantidade de cores
dos itens ingeridos no presente estudo parece estar mais relacionada à
disponibilidade destas cores no ambiente do que há uma possível seleção
feita pelas tartarugas.
Os resíduos sólidos amostrados nas tartarugas são compostos em sua
maioria por itens fragmentados, o que geralmente impossibilita a identificação
das prováveis fontes. Pode-se, entretanto, estimar a fonte de tipos
específicos de itens, permitindo um diagnóstico aproximado da contribuição
de fontes terrestres e marinhas na contaminação de tartarugas de uma
região (Tabela 5). Para o presente estudo nenhuma conclusão pode ser
tomada, já que os itens amostrados nos tratos gastrointestinais têm tanto
fontes terrestres quanto marinhas.
Porém acredita-se que, em áreas
costeiras próximas a grandes centros urbanos, 80% dos resíduos sólidos
tenham origem terrestre (Derraik, 2002). Sendo assim, tartarugas C. mydas
estariam expostas não só aos resíduos sólidos produzidos no mar
(proveniente das fontes marinhas), mas também aos resíduos sólidos de
origem terrestre, uma vez que se alimentam em zonas costeiras, inclusive na
Lagoa dos Patos (Soto & Beheregaray, 1997; Bugoni et al., 2003). Praias em
épocas de veraneio são importantes fontes terrestres de resíduos sólidos
para o meio marinho (Madzena & Lasiak, 1997). No Rio Grande do Sul, a
época de veraneio estende-se principalmente entre os meses de dezembro e
fevereiro, e o aumento da quantidade de resíduos já foi constado no litoral sul
do estado (Wetzel et al., 2004). Para o presente estudo não foi encontrado
um aumento no número de itens ingeridos pelas tartarugas após os meses
de veraneio, pela análise dos indivíduos encontrados em 2006 e 2007. Isto
possivelmente deve-se ao tempo de permanência dos itens no trato
gastrointestinal das tartarugas marinhas variar de dias a meses (Lutz, 1990).
26
A ingestão de resíduos sólidos está relacionada às condições nutricionais
dos indivíduos, quanto mais faminto maior a quantidade de resíduos ingerida
pela tartaruga (Lutz, 1990), o que pode indicar que a costa do Rio Grande do
Sul tenha carência na disponibilidade de alimentos para as tartarugas-verdes.
Tabela 5: Tipos de item e suas prováveis fontes
Fontes
Tipos de item
Fragmentos plásticos moles
Fragmentos plásticos rígidos
Terrestre
Marinha
x
x
x
x
x
Esférulas plásticas
x
Borracha
x
x
Balão
x
Canudos
Espuma
Pontas cigarro
x
x
x
x
x
Linha
x
Corda
x
Isopor
x
Rede
x
Carvão
Outros
Tecido
x
x
x
x
x
Papel
5.3. Relação das tartarugas marinhas com os resíduos
sólidos ingeridos
Os indivíduos amostrados são juvenis, classificados de acordo com o
tamanho da carapaça (32,5 a 56 cm). Através do teste da correlação linear
de Pearson, foi encontrada uma correlação positiva entre o CCC das
tartarugas amostradas e o número de itens ingeridos. Também foi encontrada
uma correlação positiva entre o CCC e o peso dos itens. Apesar de positivas,
27
as correlações encontradas foram muito fracas, sendo consideradas
insignificantes. Não foi detectada correlações entre o peso dos animais
amostrados (p>0,05, n=17) e ambos número e peso de itens ingeridos.
Juvenis de tartarugas-verdes apresentam crescimento somático de até 2,5
cm por ano (Balazs & Chaloupka, 2004). Portanto, os indivíduos amostrados
neste estudo possuem diferentes idades, e esta diferença não influenciou na
quantidade de resíduos sólidos ingerida.
No litoral do Rio Grande do Sul, as tartarugas da espécie C. mydas habitam
águas costeiras e estudos mostram sua baixa seletividade com relação a sua
alimentação (Bugoni et al., 2003), sendo omnívora - de hábitos tanto
bentônicos como pelágicos - que é a transição entre a fase carnívora dos
primeiros anos de vida com a fase herbívora dos indivíduos adultos. Por se
alimentarem nos diferentes estratos do oceano, as tartarugas marinhas
podem conseqüentemente ingerir os resíduos sólidos presentes na
superfície, na coluna d’água e no fundo marinho (Plotkin & Amos, 1990). Os
resíduos
sólidos
ingeridos
pelas
tartarugas
deste
estudo
são
predominantemente flutuantes (plásticos, materiais de pesca), porém itens
flutuantes podem afundar pelo aumento do seu peso, resultante da absorção
de água e outras substâncias (Lee et al., 2006). Além disto, itens
considerados como flutuantes no meio marinho são comumente encontrados
no fundo oceânico (Galil et al., 1995; Hess et al., 1999; Galgani et al., 2000).
Desta forma, torna-se difícil concluir em que época a ingestão dos itens
ocorreu.
5.4.
Compartimentos do trato gastrointestinal
Bugoni et al. (2001) reportou a ingestão de resíduos sólidos no esôfago e
estômago de 60% das C. mydas analisadas também no estado do Rio
Grande do Sul. Porém, é sabido que examinar somente os itens presentes no
esôfago e estômago subestima a incidência de ingestão de resíduos sólidos
28
(Bjorndal et al., 1994). Omitindo os dados dos itens encontrados no intestino
do presente estudo, a porcentagem de tartarugas com registro de ingestão
cairia de 100% para 86% (25 das 29 tartarugas amostradas). Apesar disso, a
freqüência de ingestão continuaria sendo maior que a freqüência observada
por outros estudos da espécie C. mydas na costa Sul do Brasil (Bugoni et al.,
2001; Guebert et al., 2004).
A maior quantidade de resíduos sólidos foi encontrada no intestino (62%),
assim como foi verificado por Tomás et al. (2002). Já foi registrado que uma
vez atingindo o intestino, os itens podem ser excretados (Gramentz, 1988;
Mascarenhas et al., 2004). É possível, inclusive, que alguns indivíduos
examinados no presente estudo já teriam excretado itens presentes no
intestino, uma vez que possuíam itens somente no esôfago e estômago. Em
peso, só houve diferença significativa entre o peso dos itens do esôfago e do
intestino, provavelmente pela ocorrência de pequenas quantidades de itens
com baixa densidade, onde os pesos eram inferiores a 0,01g. Assim sendo,
utilizar o peso dos itens para avaliar a ingestão de resíduos sólidos pode
subestimar os resultados, sendo preferível utilizar o número de itens.
O fato dos resíduos sólidos sofrerem fragmentação pode intensificar os
efeitos subletais pelo aumento da superfície de contato dos resíduos com as
paredes do trato gastrointestinal. Isto resulta em uma menor capacidade de
absorção dos nutrientes pelos animais, ou seja, há aumento da diluição
nutricional. Deve-se sempre quantificar o número de itens com cuidado para
que não ocorra superestimação dos resultados, já que a fragmentação dos
diferentes resíduos foi variada e ocorreu em todo trato desde o esôfago até o
intestino.
A passagem e a fragmentação dos itens dentro do trato gastrointestinal
sugerem
que
a
ingestão
de
resíduos
sólidos
tenha
causado
preferencialmente efeitos subletais nos animais analisados. Entretanto, a
morte de 3 tartarugas ficou evidenciada pela completa obstrução do trato
gastrointestinal, o que provavelmente provocou diretamente a morte dos
animais.
29
6.
Conclusão
A alta freqüência de ingestão de resíduos sólidos pelas tartarugas analisadas
corrobora com a hipótese da vulnerabilidade de indivíduos juvenis. A
quantidade de resíduo ingerida também foi grande para a maioria dos
indivíduos, resultando em uma alta média de itens ingeridos, embora alguns
tivessem ingerido pequenas quantidades.
Os itens plásticos foram ingeridos por todas tartarugas amostradas e
representaram a maior parte dos itens ingeridos. Apesar do predomínio de
itens plásticos (especialmente fragmentos moles), não ficou evidenciada a
preferência por um tipo de item especifico. Para coloração também não foi
encontrado um padrão definido devido a pouca diferença entre itens claros e
escuros ingeridos. Possivelmente, as quantidades dos tipos de itens
ingeridos e a suas colorações estejam mais relacionada à disponibilidade
destes itens no ambiente.
A fragmentação dos resíduos pode implicar na intensificação da diluição
nutricional, uma vez que itens fragmentados possuem maior superfície de
contato com as paredes dos órgãos e diminuem a absorção de nutrientes.
Deste modo, os efeitos subletais podem ser ainda maiores quanto mais
fragmentos estiverem presentes no trato gastrointestinal.
O tamanho curvilíneo de carapaça (CCC) e o peso foram os dados
biométricos retirados das tartarugas amostradas e não apresentaram uma
forte correlação com a quantidade de itens ingeridos.
Pela dificuldade em se determinar o número de tartarugas mortas por
conseqüência da ingestão de resíduos sólidos, estima-se que a grande
maioria dos resíduos ingeridos pelos indivíduos analisados tenha causado
efeitos subletais. A morte de três tartarugas pode ser observada, mas
acredita-se que o número de animais vítimas da contaminação por resíduos
sólidos possa ser maior.
30
7.
Referências bibliográficas
Abu-Hilal, A.H. & Al Najjar, T. (2004). Litter pollution on the Jordanian shores
of the Gulf of Aqaba (Red Sea). Marine Environmental Research 58, 39-63.
Anon (1975). Plastic cups found in fish. Marine Pollution Bulletin 6, 148.
Arnould, J.P.Y. & Croxall, J.P. (1995). Trends in entanglement of antarctic fur
seals (arctocephalus- gazella) in man-made debris at South Georgia. Marine
Pollution Bulletin 30, 707-712.
Azzarello, M.Y. & Van Vleet, E.S. (1987). Marine birds and plastic pollution.
Marine Ecology Progress Series 37, 295-303.
Baker, G.B., Gales, R., Hamilton, S., & Wilkinson, V. (2002). Albatrosses and
petrels in Australia: a review of their conservation and management. Emu
102, 71-96.
Balazs, G.H. (1985). Impact of ocean debris on marine turtles: entanglement
and ingestion. Pages 387 429 in R. S.ShomuraH. O.Yoshida, editors.
Proceedings of the workshop on the fate and impact of marine debris.
Technical memorandum NOAA-TM-NMFS-SWFS-54. National Oceanic and
Atmospheric Administration, Honolulu.
Balazs, G.H. & Chaloupka, M. (2004). Spatial and temporal variability in
somatic growth of green turtles (Chelonia mydas) resident in the Hawaiian
Archipelago. Marine biology 145, 1043-1059.
Ballance, A., Ryan, P.G., & Turpie, J.K. (2000). How much is a clean beach
worth? The impact of litter on beach users in Cape Peninsula, South Africa.
South African Journal of Science 96, 210-213.
Barreiros, J.P. & Barcelos, J. (2001). Plastic ingestion by a leatherback turtle
Dermochelys coriacea from the Azores (NE Atlantic). Marine Pollution Bulletin
42, 1196-1197.
Benton, T.G. (1995). From castaways to throwaways: marine litter in the
Pitcairn Islands. Biological Journal of the Linnean Society 56, 415-422.
Bjorndal, K. A. (1997). Foraging ecology and nutrition of sea turtles. In P.
L.LutzJ. A.Musick, editors. The biology of sea turtles. CRC Press, Boca
Raton, Florida. 199-231.
31
Bjorndal, K.A., Bolten, A.B., & Lagueux, C.J. (1994). Ingestion of marine
debris by juvenile sea turtles in Coastal Florida habitats. Marine Pollution
Bulletin 28, 154-158.
Bugoni, L., Krause, L., & Petry, M.V. (2001). Marine debris and human
impacts on sea turtles in southern Brazil. Marine Pollution Bulletin 42, 13301334.
Bugoni, L., Krause, L., & Petry, M.V. (2003). Diet of sea turtles in southern
Brazil. Chelonian Conservation and Biology 4, 685-688.
Calliari, L. J. & Klein, A. H. F. (1993). Características morfodinâmicas e
sedimentológicas das praias oceânicas entre Rio Grande e Chuí, RS.
Pesquisas, 20, 48-56.
Clark, R.B. (1997). Marine Pollution. Oxford. 161p.
Coe, J.M. & Rogers, D.B. (1997). Marine Debris: sources, impacts and
solutions. Springer - Verlag, Nova york. 431 p.
Degange, A.R. & Day, R.H. (1991). Mortality of Seabirds in the Japanese
Land-Based Gillnet Fishery for Salmon. Condor 93, 251-258.
Derraik, J.G.B. (2002). The pollution of the marine environment by plastic
debris: a review. Marine Pollution Bulletin 44, 842-852.
Dillenburg, S.R.; Esteves, L.S. & Tomazelli, L.J. 2004. A critical evaluation of
coastal erosion in Rio Grande do Sul, southern Brazil. Anais Academia
Brasileira de Ciências, 76(3), 611-623.
Do Sul, J.A.I. & Costa, M.F. (2007). Marine debris review for Latin America
and the Wider Caribbean Region: From the 1970s until now, and where do we
go from here? Marine Pollution Bulletin 54, 1087-1104.
Edyvane, K.S., Dalgetty, A., Hone, P.W., Higham, J.S., & Wace, N.M. (2004).
Long-term marine litter monitoring in the remote great Australian Bight, South
Australia. Marine Pollution Bulletin 48, 1060-1075.
Esteves, L.S.; Silva, A.R.P., Arejano, T.B.; Pivel, M.A.G. & Vranjac, M.P.
2003. Coastal development and human impacts along the Rio Grande do Sul
beaches, Brazil. Journal of Coastal Research, SI 35, 548-556.
Esteves, L.S.; Williams, J.J. & Dillenburg, S.R., 2004. Seasonal and
interannual influences on the patterns of shoreline changes in Rio Grande do
Sul, southern Brazil. Journal of Coastal Research, submitted.
Fowler, C.W. (1987). Marine debris and northern fur seals: a case study.
Marine Pollution Bulletin 18, 326-335.
32
Gabrielides, G.P., Golik, A., Loizides, L., Marino, M.G., Bingel, F., &
Torregrossa, M.V. (1991). Man-made garbage pollution on the Mediterranea
coastline. Marine Pollution Bulletin 23, 437-441.
Galgani, F., Leaute, J.P., Moguedet, P., Souplet, A., Verin, Y., Carpentier, A.,
Goraguer, H., Latrouite, D., Andral, B., Cadiou, Y., Mahe, J.C., Poulard, J.C.,
& Nerisson, P. (2000). Litter on the Sea floor along European coasts. Marine
Pollution Bulletin 40, 516-527.
Galil, B.S., Golik, A., & Turkay, M. (1995). Litter at the bottom of the sea: a
sea-bed survey in the eastern Mediterranean. Marine Pollution Bulletin 30,
22-24.
George, R.H. (1997). Health problems & diseases of sea turtles. In: Lutz, P.L.,
Musick, J.A. (Eds.), The Biology of Sea Turtles, 15. CRC Press, Boca Raton,
Florida, 363–387.
Goldberg, E.D. (1995). Emerging problems in the coastal zone for the twentyfirst century. Marine Pollution Bulletin 31, 152-158.
Gomes, C.M.B. (1973). Lançamento de particulas de polietileno a costa do
Rio Grande do Sul. Revista Veritas 70, 174-204.
Gramentz, D. (1988). Involvement of loggerhead turtle with the plastic, metal,
& hydrocarbon pollution in the Central Mediterranean. Marine Pollution
Bulletin 19, 11-13.
Greg Hofmeyr, G.J., Bester, M.N., Kirkman, S.P., Lydersen, C., & Kovacs,
K.M. (2006). Entanglement of Antarctic fur seals at Bouvetoya, Southern
Ocean. Marine Pollution Bulletin 52, 1077-1080.
Gregory, M.R. (1978). Accumulation & distribution of virgin plastic granules on
New Zealand beaches. N.Z.Journal of Marine and Freshwater Research 12,
399-414.
Gregory, M.R. & Ryan, P.G. (1997). Pelagic plastics and other seaborne
persistent synthetic debris: a review of Southern hemisphere perspective. In:
J.M. Coe and D.B. Rogers (eds.), Marine Debris: sources, impacts and
solutions.
Guebert, F.M.; Monteiro-Filho, E.L.& Krul, R. (2004). Poluição marinha por
lixo plástico: um estudo de ingestão desse poluente pela tartaruga verde
Chelonia mydas no litoral do estado do Paraná. Congresso Brasileiro de
Oceanografia 2004.
Hanni, K.D. & Pyle, P. (2000). Entanglement of pinnipeds in synthetic
materials at South-east Farallon Island, California, 1976-1998. Marine
Pollution Bulletin 40, 1076-1081.
33
Hartwig, E., Clemens, T., & Heckroth, M. (2007). Plastic debris as nesting
material in a Kittiwake-(Rissa tridactyla)-colony at the Jammerbugt, Northwest
Denmark. Marine Pollution Bulletin 54, 595-597.
Hess, N.A., Ribic, C.A., & Vining, I. (1999). Benthic marine debris, with an
emphasis on fishery-related items, surrounding Kodiak Island, Alaska, 19941996. Marine Pollution Bulletin 38, 885-890.
IUCN (2007). International Union for Conservation of Nature and Natural
Resources.
Red
list
of
Threatened
Species.
Disponível
em
http://www.iucnredlist.org.
IMO (2007). International
http://www.imo.org.
Maritime
Organization.
Disponível
em
IOC/FAO/UNEP (1989). Report of the IOC/FAO/UNEP review meeting on the
persistent synthetic materials pilot survey.
Programme for pollution
monitoring and research in the Mediterranean IOC/FAO/UNEP, Athens, 46 p.
James, M.C., Ottensmeyer, C.A., & Myers, R.A. (2005). Identification of highuse habitat and threats to leatherback sea turtles in northern waters: new
directions for conservation. Ecology Letters 8, 195-201.
Kaplan, I.C. (2005). A risk assessment for Pacific leatherback turtles
(Dermochelys coriacea). Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences
62, 1710-1719.
King, F.W. (1995). Historical review of the decline of the green and hawksbill
turtlesIn: K. A. Bjorndal (Editor). Biology and Conservation of Sea Turtles.
Smithsonian Institution Press, Washington, D. C. 615 pp.
Kirkley, J. & McConnell, K.E. (1997). Marine debris: benefits, costs, and
choices, in: Coe, J.M.; Rogers, D.B. (Ed.) (1997). Marine debris: sources,
impacts, and solutions. Springer Series on Environmental Management, : pp.
171-185.
Laist, D.W. (1987). Overview of the biological effects of lost and discarded
plastic debris in the marine environment. Marine Pollution Bulletin 18, 319326.
Laist, D.W. (1997). Impacts of Marine debris: Entanglement of marine life in
Marine Debris including a comprehensive list of species with entlagement and
ingestion records. In: J.M. Coe and D.B. Rogers (eds.), Marine Debris:
Sources, Impacts and Solutions. pp. 99-139.
34
Lee, D.I., Cho, H.S., & Jeong, S.B. (2006). Distribution characteristics of
marine litter on the sea bed of the East China Sea and the South Sea of
Korea. Estuarine, Coastal and Shelf Science 70, 187-194.
Lutcavage, M.C., Plotkin, P., Witherington, B., & Lutz, P.L. (1997). Human
impacts on sea turtle survival. In: Lutz, P.L., Musick, J.A. (Eds.), The Biology
of Sea Turtles, 15. CRC Press, Boca Raton, Florida, 397–409.
Lutz, P. (1990). Studies on the ingestion of plastic and latex by sea turtles. In:
Shomura, R.S., Godfrey, M.L. (Eds.), Proceedings of the Second International
Conference on Marine Debris. US Dept. Commerce, NOAA Tech. Memo.
NMFS, NOAA-TM-NMFSSWFS-154. 719–735.
Madzena, A. & Lasiak, T. (1997). Spatial and temporal variations in beach
litter on the Transkei coast of South Africa. Marine Pollution Bulletin 34, 900907.
Mallory, M.L., Roberston, '.J., & Moenting, A. (2006). Marine plastic debris in
northern fulmars from Davis Strait, Nunavut, Canada. Marine Pollution Bulletin
52, 813-815.
Marcovaldi, M.A. & Marcovaldi, G.G. (1999). Marine turtles of Brazil: the
history and structure of Projeto TAMAR. Biological Conservation 91, 35-41.
Mascarenhas, R., Santos, R., & Zeppelini, D. (2004). Plastic debris ingestion
by sea turtle in Paraiba, Brazil. Marine Pollution Bulletin 49, 354-355.
Mato, Y., Isobe, T., Takada, H., Kanehiro, H., Ohtake, C., & Kaminuma, T.
(2001). Plastic resin pellets as a transport medium for toxic chemicals in the
marine environment. Environmental Science & Technology 35, 318-324.
McCauley, S.J. & Bjorndal, K.A. (1999). Conservation implications of dietary
dilution from debris ingestion: Sublethal effects in post-hatchling loggerhead
sea turtles. Conservation Biology 13, 925-929.
Merrell, T.R. (1980). Accumulation of plastic litter on beaches of Amchitka
Island, Alaska. Marine Environmental Research 3, 171-184.
Minchin, D. (1996). Tar pellets and plastics as attachment surfaces for
Lepadid Cirripedes in the North Atlantic Ocean. Marine Pollution Bulletin 32,
855-859.
Moore, C.J., Moore, S.L., Leecaster, M.K., & Weisberg, S.B. (2001a). A
comparison of plastic and plankton in the North Pacific central gyre. Marine
Pollution Bulletin 42, 1297-1300.
35
Moore, S.L., Gregorio, D., Carreon, M., Weisberg, S.B., & Leecaster, M.K.
(2001b). Composition and distribution of beach debris in Orange County,
California. Marine Pollution Bulletin 42, 241-245.
Musick, J.A. & Limpus, C.J. (1997). Habitat utilization & migration in juvenile
sea turtles. In: Lutz, P.L., Musick, J.A. (Eds.), The Biology of Sea Turtles, 15.
CRC Press, Boca Raton, Florida, 137–164.
Nollkaemper, A. (1997). Legal regulation of upland discharges of marine
debris: from local to global controls and back. In: Coe, J.M.; Rogers, D.B.
(Ed.) (1997). Marine debris: sources, impacts, and solutions. Springer Series
on Environmental Management, : pp. 293-305.
Ozdilek, H.G., Yalcin-Ozdilek, S., Ozaner, F.S., & Sonmez, B. (2006). Impact
of accumulated beach litter on Chelonia mydas L. 1758 (green turtle)
hatchlings of the Samandag coast, Hatay, Turkey. Fresenius Environmental
Bulletin 15, 95-103.
Page, B., McKenzie, J., McIntosh, R., Baylis, A., Morrissey, A., Calvert, N.,
Haase, T., Berris, M., Dowie, D., Shaughnessy, P.D., & Goldsworthy, S.D.
(2004). Entanglement of Australian sea lions and New Zealand fur seals in
lost fishing gear and other marine debris before and after Government and
industry attempts to reduce the problem. Marine Pollution Bulletin 49, 33-42.
Pianowski, F. (1997). Resíduos sólidos e esférulas plásticas nas praias do
Rio Grande do Sul, Brasil. Fundação Universidade Federal do Rio Grande.
Monografia de graduação do curso de Oceanologia, 78.
Plotkin, P.T. & Amos A.F. (1988). Effects of anthropogenic debris on sea
turtles in the northwestern Gulf of Mexico. In: Shomura, R.S., Godfrey, M.L.
(Eds.), Proceedings of the Second International Conference on Marine
Debris. US Dept. Commerce, NOAA Tech. Memo. NMFS, NOAA-TMNMFSSWFS-154. 736–743.
Pough, F. H., C. M. Janis, e J. B. Heiser. (1993). A Vida dos Vertebrados.
Terceira Edição. Atheneu Editora São Paulo Ltda., São Paulo. 839 pp.
Pritchard, P.C.H. (1997). Evolution, phylogeny, and current status. In: Lutz,
P.L., Musick, J.A. (Eds.), The Biology of Sea Turtles, 15. CRC Press, Boca
Raton, Florida, 1–28.
Pruter, A.T. (1987). Sources, quantities and distribution of persistent plastics
in the marine environment. Marine Pollution Bulletin 18, 305-310.
Redford, D.P.; Trulli, H.K.; Trulli, W.R. (1997). Sources of plastic pellets in the
aquatic environment, in: Coe, J.M.; Rogers, D.B. (Ed.) (1997). Marine debris:
36
sources, impacts, and solutions.
Management, : pp. 335-343.
Springer
Series
on
Environmental
Ryan, P.G. (1987). The incidence and characteristics of plastic particles
ingested by seabirds. Marine Pollution Bulletin 23, 175-206.
Santos, I.R., Friedrich, A.C., Fillmann, G., Wallner, M., Schiller, R.V., & Costa,
R. (2006). Geração de resíduos sólidos pelos usuários da praia do Cassino,
RS, Brasil. Gerenciamento Costeiro Integrado 12-14.
Sazima, I., Gadig, O.B.F., Namora, R.C., & Motta, F.S. (2002). Plastic debris
collars on juvenile carcharhinid sharks (Rhizoprionodon lalandii) in southwest
Atlantic. Marine Pollution Bulletin 44, 1149-1151.
Soto, J.M.R. & Beheregaray, R.C.P. (1997). Chelonia mydas in the northern
region of the Patos Lagoon, south Brazil. Marine Turtles Newsletter 77, 10-11.
Secchi, E.R. & Zarzur, S. (1999). Plastic debris ingested by a Blaiville's
beaked whale, Mesoplodon densirostris, washed ashore in Brazil. Aquatic
Mammals 25, 21-24.
Seminoff, J.A., Jones, T.T., Resendiz, A., Nichols, W.J., & Chaloupka, M.Y.
(2003). Monitoring green turtles (Chelonia mydas) at a coastal foraging area
in Baja California, Mexico: multiple indices to describe population status.
Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom 83, 13551362.
Seminoff, J.A., Resendiz, A., & Nichols, W.J. (2002). Diet of East Pacific
green turtles (Chelonia mydas) in the central Gulf of California, Mexico.
Journal of Herpetology 36, 447-453.
Shiber, J.G. (1979). Plastic pellets on the coast of Lebanon. Marine Pollution
Bulletin 10, 28-30.
Stewart, B.S. & Yochem, P.K. (1987). Entanglement of pinnipeds in synthetic
debris & fishing net & line fragments at San Nicolas & San Miguel Isl&s,
California, 1978-1986. Marine Pollution Bulletin 18, 336-339.
Suess, M.J. (1992). Hospital waste management: An international viewpoint.
Environmental Management & Health 3, 6-9.
Tomas, J., Guitart, R., Mateo, R., & Raga, J.A. (2002). Marine debris
ingestion in loggerhead sea turtles, Caretta caretta from the Western
Mediterranean. Marine Pollution Bulletin 44, 211-216.
Uneputty, P. & Evans, S.M. (1997). The impact of plastic debris on the biota
of tidal flats in Ambon Bay (Eastern Indonesia). Marine Environmental
Research 44, 233-242.
37
U.S. Census Bureau (2007). United States Census Bureau. Disponível em
http://www.census.gov/.
Vlietstra, L.S. & Parga, J.A. (2002). Long-term changes in the type, but not
amount, of ingested plastic particles in short-tailed shearwaters in the
southeastern Bering Sea. Marine Pollution Bulletin 44, 945-955.
Walker, T.R., Reid, K., Arnould, J.P.Y., & Croxall, J.P. (1997). Marine debris
surveys at Bird Isl&, South Georgia 1990-1995. Marine Pollution Bulletin 34,
61-65.
Wetzel, L. (1995). Contaminação por resíduos sólidos e piche: uma
perspectiva da praia do Cassino, município de Rio Gr&e, RS. Fundação
Universidade Federal do Rio Gr&e. Monografia de graduação do curso de
Oceanologia, 113.
Wetzel, L., Fillmann, G., & Niencheski, L.F.H. (2004). Litter contamination
processes & management perspectives on the southern Brazilian coast.
International Journal of Environment & Pollution 21, 153-165.
WWF (2007). World Wild Life. Wanted Alive: Marine turtles in the wild.
Disponível em http://www.worldwildlife.org/turtles/pubs.
Zarzur, S. (1995). Alimentação e ingestão de plásticos nos Procellariformes
(Albatrozes e Petréis) encontrados na praia do Cassino, Rio Gr&e, RS.
Fundação Universidade Federal do Rio Gr&e. Monografia de graduação do
curso de Oceanologia, 36.
38

Documentos relacionados

(Chelonia mydas). - Universidade Santa Cecília

(Chelonia mydas). - Universidade Santa Cecília (DERRAIK, 2002), que podem constituir entre 60% a 80% dos resíduos sólidos (GREGORY & RYAN, 1997). Estudos realizados nos anos 80 já apontavam o plástico como item mais abundante no ambiente marinh...

Leia mais

freqüência de ingestão e tipos de resíduos sólidos

freqüência de ingestão e tipos de resíduos sólidos sólidos tenha causado preferencialmente efeitos sub-letais nas tartarugas amostradas. Entretanto, a morte de 3 tartarugas-verdes ficou evidenciada pela completa obstrução do trato gastrointestinal ...

Leia mais