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R$ 8,00 - ANO 1 Nº 2 JULHO / 2009 Conheça uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo www.circuitodasgerais.com.br UMA VIAGEM S O L I TÁ R I A “Nunca na história desse País” um destemido, anônimo , conseguiu sensibilizar por apoios a uma proposta digna pela busca de conhecimento e meios de conscientização sobre a preservação das águas, fauna e flora. Um canoísta, que resolveu percorrer o São Francisco - da nascente à foz - teve que abortar a primeira investida, exatamente por falta de recursos. Ele parou, mas quer reprogramar a viagem, esperando mais apoio e mais reconhecimento à importância do seu projeto. INHOTIM UM LUGAR NA MEDIDA DAS EMOÇÕES MINEIRÃO A MARCA DE UM NOVO TEMPO PARA O TURISMO Índice CAPA Canoísta estudioso programou uma expedição a remo pelo curso do Rio São Francisco. Logo no começo teve que abortar a viagem, que seria de conhecimento e conscientização mas virou uma aventura e prova de resistência. João Carlos não desistiu. Vai se reprogramar para atingir seus objetivos. 28 GERAL POTENCIAL 18 A Copa de 2014 em Minas ARTIGOS 12 Roberto Fagundes (Turismo Sustentável) 38 Fátima Amaral (Rota de Tropeiros) 20 BR-381, efeito mundial de seleções Em Minas Gerais, são inúmeras as ações e investimentos. O Estado está apostando alto na força da Indústria do Turismo. Mostrar os produtos e potencializar são as palavras de ordem. 13 14 14 15 16 Salão brasileiro dos melhores destinos Workshop internacional Novas cidades indutoras ACMinas no Rio Nova sinalização ENTREVISTA 47 Jornalista português participou do 2º Salão Mineiro de Turismo e deixou uma pérola: Tiradentes é a memória de uma Portugal que não existe mais. CIDADES 23 Capitólio - cidade indutora 32 Brumadinho - terra do Inhotim 36 Circuito Serras do Cabral - cidades da biodiversidade 37 Circuito Verde - Turistrem, Cultura e Ecologia 40 Divinópolis - cidade da moda 42 Araxá - Alta gastronomia 44 Vargem Bonita - Queijo é o ouro 45 Tiradentes - Maravilha extraordinária 46 Ouro Preto - Uma maravilha Acima, os estudantes da Universidade Newton de Paiva, que estiveram em Capitólio para fazer um diagnóstico da hotelaria. Abaixo, a estação ferroviária de Juatuba, que deverá integrar o roteiro do projeto Turistrem UMA HISTÓRIA 50 A MG-050 é denominada Rodovia Newton Penido. Quem foi ele? CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 5 O p i n a n do www.circuitodasgerais.com.br Fabrício Salomé Reg.SJP-MG –Nº 2.671 Editor Geral Clóvis Fonseca Closé Limongi Reg.SJP-MG –Nº 2222 Diretor Responsável REPORTAGEM: Paulo Henrique Cláudia Regina de Oliveira FOTÓGRAFO Vladimir Araújo Denise Prado FOTOS DIVERSAS: ACERVO DOS CIRCUITOS NOSSA CAPA Canoista no leito do Rio São Francisco na cidade de Iguatama . Expedição “Velho Chico”. Galeria Inhotim Foto, Eduardo Eckenfels Projeto do Estádio do Mineirão para a Copa de 2014. IMPRESSÃO: Lastro Editora CONTATOS: [email protected] [email protected] Av. Gov. Valadares , 355, sala 206 Centro – cep.: 32.510.010 – Betim - MG CNPJ: 86.502.382/0001-77 6 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS PARA PORTUGUÊS VER E m um momento em que Portugal descobre, entre suas sete maravilhas espalhadas pelo mundo, a Igreja de São Francisco de Assis, no município de Ouro Preto, um português, com olhos turísticos, aponta para Tiradentes, identificando esta cidade como espelho a refletir um Portugal interiorano, de tempos idos, que não existe mais. É verdade que são muitas as “Tiradentes” pelo Brasil afora a preservar um patrimônio histórico invejável. Outra verdade: uma ex-colônia portuguesa tinha mesmo que guardar as características da nação que atravessou o Atlântico para explorar riquezas naturais e, entre outras, expandir o seu quintal. Mas Tiradentes mereceu a deferência de um jornalista português, líder do segmento de uma classe acostumada a lidar com produtos que distinguem valores. É como um ourives que não precisa de muita análise para perceber o “peso” do brilhante aos seus olhos. Um “olho-clínico” distinguiu uma das mais procuradas cidades históricas de Minas. E esta cidade bem faz jus pela qualidade de sua posição no modo de trabalhar a valorização dos exemplares históricos e da própria história. Uma cidade até para português ver. A CIRCUITO DAS GERAIS registra, em uma entrevista com o jornalista português, mais este brilho de Tiradentes, e dele extrai opiniões, conceitos e críticas de real valor para que o potencial turístico de Minas Gerais seja melhor trabalhado como produto atrativo internacional. Melhor que isso, apesar de perceber que o Brasil ainda precisa evoluir muito no trato às nuances do turismo, a entrevista mostra que há uma luz dando brilho e cores mais fortes ao nosso potencial e que o quadro atual é alentador, sobretudo, pelo aspecto da nova mentalidade que vem imperando dos gabinetes às ruas da cidade, do empreendedorismo à criatividade e improviso do trabalho informal. Vale a pena conferir, refletir e, depois, assumir uma postura clara e consciente no contexto, como um agente ou simplesmente um crítico a provocar reações positivas na sociedade, em defesa contra a inércia. I n te ra gi ndo SURPRESA Ao circular sua 1ª edição, a CIRCUITO DAS GERAIS conseguiu atingir alguns de seus principais objetivos, a destacar o estímulo ao debate e à construção de um novo senso crítico, desenvolvendo a consciência da potencialidade turística mineira e da necessidade de investimentos concretos para alimentar a indústria do turismo no Estado. Surpreendentemente, a resposta esperada para depois de outras quatro ou cinco edições, veio de imediato. Portas estão se abrindo e questionamentos chegam em série, em forma de sugestões, ideias e pautas para futuras edições. Bingo! No mais, alguns dos inúmeros cumprimentos e felicitações recebidos são registrados aqui como agradecimento geral. Parabéns pela "gostosa" edição da Circuito das Gerais. Bonita, fresca, bucólica e recordativa, a tal nos inspira saudades, deslumbramento em cascata e desperta imensa vontade de largar tudo e sair pelas trilhas, serras, em busca da paz e da beleza. Gostaria de enviar-lhes livro, editado em novembro, "Paisagem Rural" onde, por estradas diferentes de Minas, falei das belezas que não podem morrer em nossas memórias. Muitas das poesias contidas neste livro bem cabem nas paisagens desta ótima revista. Repitam a dose. Contem com meus olhos para apreciar o belo que retratam e, claro, também com alguma colaboração portuna.Circuito das Gerais é um arco-íris. Parabéns! Izelda Carvalho (e-mail) Achei que a revista ficou bacana. Na página do Circuito Serras e Cachoeiras há um erro quando se fala que Maripa de Minas e Astolfo Dutra fazem parte do nosso circuito. A segunda cidade, por meio de seu prefeito, nos procurou, querendo participar do Serras e Cachoeiras. Estamos à disposição para mais informações. Regina Cabral - gestora do Circuito Serras e Cachoeiras (e-mail) Olá, sou Gabriel, tenho 8 anos e li sua revista. Eu adorei os lugares que são muito bonitos e interessantes. Um abraço e boa sorte com a revista. Gabriel Simões (e-mail) Foi com muita honra que recebi a edição nº 1 da "Revista Circuito das Gerais". Desejo que toda a equipe receba meus sinceros cumprimentos pelo magnífico trabalho realizado, tanto gráfico quanto editorial. Sucesso!!! Meu fraterno abraço. Doutor Viana - deputado estadual (e-mail) Não sei se essa edição, por ser a primeira, é diferenciada, mas espero que os turistas sejam enfocados mais nessa revista, pois são eles as principais pessoas de credibilidade a falar da qualidade da oferta turística de nosso Estado. José Mário (via site) Quero parabenizar toda a equipe da revista pelo importante trabalho de divulgação e promoção dos produtos turísticos de Minas Gerais. Com qualidade e profissionalismo, a revista mostra o que até muitos mineiros desconhecem. Ivair Nogueira - deputado estadual (cartão) Gostei mesmo da revista. Está linda. Gostei muito da diagramação, fotos ótimas e títulos muito interessantes. Vocês estão de parabéns. Tomara que Deus os ajude muito a vencer mais esta batalha. Estou torcendo para que tudo dê certo para a revista e para toda a equipe. Augusta Soares (e-mail) Iniciativas como esta, com objetivos claros de se somar ao processo de crescimento dos municípios e Estado, só merecem respeito e elogios. A qualidade gráfica e jornalística dispensa comentários. Recebam meus parabéns como estímulo para que continuem com essa determinação e que todas as barreiras sejam superadas. Ronaldo Magalhães - deputado estadual (cartão) Recebi a revista. Parabéns, ela ficou ótima! Agradecemos a oportunidade de participar desse projeto e desejamos sucesso! Conte sempre conosco. Luiz A. Nogueira - Bikessauros - Varginha (e-mail) Foi com muita alegria que vi uma revista de qualidade feita por gente de nossa cidade (Betim). Parabéns! Gersom Gomes da Silva (via site) CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 7 Curtas-Circuito TURISMO INTEGRADO - Agentes culturais, autoridades e entidades de fomento devem participar de uma audiência pública na Assembleia Legislativa para elaborar um seminário para discutir formas de integração entre as áreas de turismo, cultura, gastronomia e artesanato. A ideia é dos deputados Tenente Lúcio, Carlos Pimenta e Ana Maria Resende. ITACOLOMI - Por falar em audiência pública, também tem o requerimento do deputado Ruy Muniz para debater o potencial turístico do Parque do Itacolomi, em Ouro Preto. A proposta é para ouvir ainda os convidados sobre o manejo sustentável do parque, bem como a preservação de seu ecossistema e as responsabilidades após os cinco anos de reabertura do parque à visitação pública. BALNEÁRIO - O projeto arquitetônico de revitalização do balneário de Montezuma (Norte de Minas) já foi aprovado pela Codemig, que deve investir nas obras mais que o previsto inicialmente pela Prefeitura. A informação é do gerente de apoio técnico da companhia, José Machado Lopes. ALERTA - Providencial a palavra da superintendente de Política do Turismo da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Jussara Rocha, durante um recente encontro no interior de Minas. Vale para todos os municípios. Ela defendeu que antes de se pensar em estruturar a cidade para o turista, é preciso que a cidade seja boa para a população local. "A população precisa caminhar junto para que o turismo funcione", acrescentou. Jussara falou do apoio da Setur, oferecendo vários cursos com o Sebrae e o Senac para capacitar a população. "População participativa, qualificada, que saiba aonde quer chegar, faz a diferença", assinalou, arrematando: "Só beleza não resolve, é preciso ter estrutura e organização." DICA - Para muitos municípios que estão mirando a indústria do turismo como fonte econômica alternativa para sair do buraco ou avançar, fazendo a receita subir, vale esta orientação. Entre as necessidades consideradas urgentes para o desenvolvimento do turismo, estão a criação do conselho municipal de turismo e a elaboração de uma política de turismo compatível com as políticas estadual e federal. Esses são critérios para o receber o ICMS Turístico. ALTERNATIVAS ECONOMICAS O município de Santa Maria de Itabira, no centro-leste mineiro, busca meio de diversificar sua atividade econômica, de olho na indústria do turismo. A relação entre Prefeitura e Câmara é a melhor possível para a viabilização de projetos. O prefeito Geraldo Noé (foto abaixo, com o vereador Luiz Muzzi Filho) afirma que o município tem muitos produtos para atrair visitantes, além das tradicionais festas. São cachoeiras, corredeiras, onde se pratica o boiocross, a Serra do Morro Escuro. A cidade ainda conta com a força da cultura Quilombola e outras tradições como o queijo moreno, a goiabada cascão e o pão-molhado que, segundo o prefeito, “é único, incomparável”. 8 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS Também, é de Santa Maria a Rede Tia Eliana - do ramo alimentos. É completa e com algo mais, de produção própria e personalizado. São 15 lojas em Santa Maria de Itabira, Itabira, BR-381 (Emboabas), João Monlevade, Timóteo, Coronel Fabriciano, Guanhães e Belo Horizonte. Um dos proprietários, Paulo César de Assis Lage, que deu continuidade ao que começou com a tia, atendendo alunos em porta de escolas, diz que tem plano de nova expansão. Ele também acha que o aquecimento do turismo seria muito bom para ampliar os negócios também na sede, Santa Maria. E garante que a “Tia Eliana” pode ajudar como referência e por já fazer parte da história do município. DE VOLTA PARA O PASSADO O médico ortopedista e escritor, Eduardo Amaral, de Betim, está sempre em viagens de lazer com a mulher, Ana Maria. No passeio, em São João Del-Rei, o casal fez questão de vestir roupas de época para uma foto ao lado da Maria Fumaça. A oferta é mais um atrativo para os turistas que passeiam no trem entre Tiradentes e São João Del-Rei. NHÔ TIM Um ambiente singular, onde se misturam Botânica e Arte Contemporânea. Um lugar onde se apura diversidade ecológica e cultural. Esse acervo é que é o diferencial. Basicamente foi assim que o biólogo e educador ambiental, de 24 anos Eduardo Franco conceituou o Parque Inhotim, em Brumadinho. Ali, a reportagem de CIRCUITO DAS GERAIS passou um sábado e descobriu a origem do nome, que nenhum visitante soube explicar. Mas entre os funcionários foi fácil. Não se trata de nehuma comida ou ritual indígena. Simplesmente, é o tratamento que davam a um europeu, conhecido como “Tim”, que viveu muitos anos naquele espaço. Quer dizer, antes de virar Inhotim, o lugar era conhecido como terra do Nhô Tim. PAINS Todo mês de setembro acontece uma tradicional festa de Pains, no Parque de Exposição. O mês é do encontro Painense Ausente. A cidade vive intensamente este encontro, oportunidade para as famílias tradicionais se reencontrarem e reverem os conterrâneos que deixaram Pains, mas não querem perder o contato com as raízes. Informações: www.pains.mg.gov.br CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 9 RALLY DAS ÁGUAS Esta promoção do Veteran Car Club-MG aconteceu de 11 a 13 de junho, no Circuito das Águas do Sul de Minas, reunindo automóveis de mais de 25 anos. Os veículos percorreram 350 quilômetros, por São Lourenço, Cristina Caxambú, Lambari, Conceição do Rio Verde, Águas de Contendas, Pouso Alto, Itamonte e Passaquatro. A disputa somou ponto para o Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade. A prova foi vencida pela dupla gaúcha a bordo de um Fiat 147, 1977, Rogério Franz e Mário Nardi. Em segundo, Carlos Alberto de Souza e Ivani Schits, de São Paulo, com um Mercedes Bens, de 1970. O terceiro lugar ficou com Guilherme Murad e Carine Funke (SP), com um Peugeot Cabriolet, de 1967. A Organização, a cargo da Gerencial Brasil, sucesso. Na foto maior, o Fiat 147 do campeão. No alto,exposição de carros antigos. Acima, a equipe da Gerencial Brasil, que atuou no evento: Sérgio Lima, Ivana Magalhães, Rodrigo Teixeira, Ricardo Cortez, Maria Clara, Cláudio Hermanny e Eliziário Donato REQUINTE EM HOSPEDAGEM Em tempos de altos investimentos em infraestrutra e serviços, e de ações efetivas para a potencialização do Turismo em Minas, a ampliação de oferta de leitos e qualidade em hospedagem está na ponta das necessidades. E o empresário do ramo hoteleiro, José Ângelo de Assis, do seu Balneário Hotel do Lago, na cidade de Capitólio, na margem da lagoa, considerado o mais recente empreendimento do setor de alto luxo na região, já está direcionado a novos investimentos. Zito, como também é conhecido no meio, anunciou já estar desenvolvendo um arrojado projeto para a construção de novo hotel na região, de alto requinte, para clientes dos mais exigentes. “Quero continuar à oferecer o que há de melhor nos serviços de recepção e hospedagem”, disse ele, que também é proprietário do Hotel Minastur no centro da cidade de Capitólio, tendo sua mulher, Marilene, como grande parceira também nos negócios. O empresário José Ângelo (Zito), com o administrador do Balneário do Lago Hotel, Mozart Santos. PRÊMIO PARA ITABIRITO A cidade de Itabirito, a 50 km de Belo Horizonte, foi a grande vencedora do Troféu Roteiros do Brasil, na categoria Gestão Turística de Destino. Com o prêmio, Itabirito se torna referência nacional de organização pública em turismo. A premiação é promovida pelo Ministério do Turismo. A cerimônia de entrega do troféu será no próximo dia 2 de julho, no 4º Salão Nacional do Turismo, em São Paulo. Minas tem mais premiados: na categoria “Sítio Eletrônico Promocional” – Sítio eletrônico da Estrada Real, em “Sustentabilidade Ambiental em municípios” – Santana do Riacho, e em “Planejamento e Gestão do Turismo Regional” – Circuito Turístico do Ouro. FIAT LANÇA CAMIONETE A Fiat Automóveis escolheu Diamantina, que pertence ao Circuito dos Diamantes, como cenário para apresentar aos jornalistas da imprensa especializada em veículos de todo o mundo, o novo produto da montadora de Betim: Camionete Strada Adventure - cabine dupla. Os convidados se impressionaram tanto com o carro quanto com os atrativos da cidade que, além do casario, tem diversas cachoeiras e paisagens deslumbrantes. A novidade da Fiat ficou exposta sob o passadiço construído para interligar os dois casarões da Casa da Glória. Até hoje há uma polêmica, quanto aos objetivos da construção, se o passadiço foi apenas para facilitar o trânsito entre os prédios ou se a função era esconder as estudantes do colégio interno dos rapazes seresteiros. Lançamento de carro também é cultura. FOTO: WALDEZ MARANHÃO FORRÓ DA ABAV O presidente da ABAV/MG, José Maurício de Miranda Gomes, escolheu o Parque Ecológico da Fazenda Vale Verde, em Betim, para realizar a 6ª Junina da ABAV. Foram mais de 800 convidados, entre agentes de viagens, representantes de companhias aéreas, entidades e jornalistas especializados. numa área ao ar livre. Shows, decoração e comidas e bebidas típicas, completaram o ambiente. O produto da casa, claro, não poderia faltar: a boa cachaça das marcas Vale Verde e Minha Deusa. Como acontece todos os anos, o fechamento foi com espetáculo pirotécnico por conta da Elite Pirotecnia - responsável pelo reveillon da lagoa da Pampulha. A festa junina da Abav teve o fortíssimo patrocínio de: GOL, TAM, ABC Turismo, AIR Canadá, Mercure Life, Trip, Passaredo e American AIR Lines, além da Elite Pirotecnica. De cima para baixo: José Maurício de Miranda Gomes, presidente da ABAV-MG, com Tereza Possas, proprietária da Vale Verde, e Rafael Horta, gerente de operações da Vale Verde; Eduardo Terci, da TAM, e José Maurício; e as atendentes da ACTV TURISMO, Camila e Luciene, acompanhadas de Estanislau e Guilherme. CACHAÇA EM VOO LIVRE O 6º Festival da Cachaça de São Lourenço reuniu mais de 20 produtores de cachaça artesanal com 50 rótulos diferentes, recebeu visitantes de várias cidades da região e, nos três dias de evento, neste mês de junho, movimentou mais de R$ 150 mil. Além da cachaça, os produtores ofereceram torresmo, queijos e amendoim para acompanhar a degustação, livros e artesanato feito com palha de cana. Foi um festival de altos negócios e promessa de ampliar no próximo ano, conforme informou o organizador do festival, William Rogério de Souza, confirmado pelo presidente do Servtur, um dos apoiadores do evento. Foi uma integração de eventos. No mesmo período eram realizados o Desafio da Montanha de Mountain Bike e a Copa de Vôo Livre. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 11 R o b e r t o L u c i a n o FA G U N D E S TURISMO SUSTENTÁVEL (II) Engenheiro, Presidente do Conselho Empresarial de Turismo da ACMinas e seu vice-Presidente, diretor da Clan Turismo, membro do Conselho Estadual de Turismo. 12 julho de 2009 omo pode o meio ambiente, o movimento turístico, a economia e o desenvolvimento local ser equilibrado? Desta vez, começamos reafirmando que temos que nos concientizar que, para encorajar o desenvolvimento da área rural e residencial, temos que promover uma investigação da potencialidade de desenvolvimento do Turismo Sustentável. Também, podemos citar como exemplo importante, um "case" de sucesso, a cidade de Passa Quatro, no sul de Minas. Esta pequena cidade, com seus 15 mil habitantes, aos pés da Mantiqueira, na divisa de Minas com São Paulo, está sabendo explorar, com competência, o seu carisma de “Cidade Presépio”. Primeiro município mineiro no caminho da Estrada Real, estância hidromineral, com suas várias fontes em praça pública, foi o quartel general da Polícia Militar de Minas Gerais, durante a revolução de 1930, onde Juscelino Kubistcheck serviu como capitão médico. Há cinco anos, inauguraram a MariaFumaça, o trem da Mantiqueira, que sai da Estação Central, apitando, levando os visitantes até o túnel, na divisa com o estado vizinho. A Rodoviária local foi reformada e a cidade é toda calçada por paralelepípedos, arborizada, limpa e, de todo o lugar em que se levanta o olhar, enxergam-se as imponentes montanhas que a cercam. Além do excelente hotel e ótimas pousadas, que exibem uma boa ocupação, abriram, recentemente, uma atração especial, o projeto “Brasil Nota 10”, com a história do País contada em miniaturas, com cenários completos, distribuídos em várias salas, cada uma ressaltando os destaques das miniséries da Globo. Mas o que mais impressiona é que todo o meticuloso trabalho, foi e é desenvolvido por menores carentes, bem como o passeio C CIRCUITO DAS GERAIS guiado, causando emoção ver e ouvir as crianças uniformizadas, contando as histórias que marcaram o nosso país. O projeto, sem nenhum apoio dos governos estadual e federal, cresce pela abnegação de poucos, que acreditam no futuro do país através da educação e cultura, dando oportunidade aos jovens de desenvolverem as suas aptidões, ensinando a eles um ofício, com benefícios para si e para a comunidade. O movimento de visitantes é crescente, ampliando o comércio e a prestação de serviços, mas mantendo as características e originalidade local. Esta política integrada passa pela valorização de atividades próprias, como a gastronomia e o artesanato, investindo nos conceitos de tipicidade e autenticidade, elementos de grande força, de imagem forte e grande representação para a identidade local. Aos que se interessam por esta vertente, seguem alguns dos objetivos que devem ser trabalhados: - estabelecer um relacionamento com foco na qualidade, entre produtos e produtores; - criar uma rede de capilaridade entre o micro e pequeno empreendedor, que conduz o seu negócio de acordo com os métodos culturais e tradicionais da sua produção; - um sistema integrado com estrutura e serviço receptivo para bem receber os visitantes e dividir com eles o seu forte apreço à terra, além do orgulho e entusiasmo por lá viver. Para implementar um turismo capaz de durar no tempo, mantendo o seu valor qualitativo e quantitativo, necessário se faz coincidir a expectativa do residente local com a do turista, sem diminuir o nível qualitativo da experiência turística e sem danificar os valores ambientais e culturais do território visitado. Po t e n c i a l t u r í s t i c o MOSTRANDO O QUE É QUE MINAS TEM Depois de realizar o 2º Salão Mineiro de Turismo, em abril, Minas Gerais está com a bagagem cheia, a caminho do IV Salão do Turismo - Roteiros do Brasil. Municípios regionalizados e associados foram ao Minascentro, em abril. Agora, todos são um Estado, Minas Gerais, rumo ao Parque do Anhembi-SP, para mostrar, de 1º a 5 de julho, o que temos de melhor como atrativo turístico. O evento tem a organização do Ministério do Turismo (MTur) e reunirá gestores públicos e representantes da iniciativa privada, apresentando roteiros turísticos dos 27 estados brasileiros. Para quem deseja viajar ou realizar negócios, opção não vai faltar. É como afirma a diretora do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico do MTur, Tânia Brizolla: o salão é uma grande vitrine do turismo doméstico. “Se na primeira edição tínhamos aproximadamente 400 produtos turísticos a serem oferecidos, hoje temos mais de 300 roteiros estruturados para oferecer (Minas deve apresentar mais de 70 roteiros preparados). Ou seja, este ano são mais de 3 mil produtos turísticos”, afirma Tânia. Além de aprofundar os conhecimentos sobre o país, os visitantes podem adquirir pacotes de viagens, artesanato e produtos da agricultura familiar, assistir a palestras e a manifestações da cultura popular brasileira. É um espaço onde os empresários também podem realizar negócios. A edição 2009 ainda comemora os cinco anos do Programa Nacional de Regionalização do Ministério do Turismo. As novidades incluem o lançamento de duas revistas e a apresentação da coleção Talentos do Brasil, criada por estilistas renomados, a partir do trabalho de artesãs brasileiras. A expectativa dos organizadores é de que aproximadamente 100 mil pessoas visitem o salão durante os cinco dias de evento. A edição anterior reuniu 87,3 mil visitantes. Agora, a área de comercialização cresceu mais de 1,5 mil metros quadrados este ano, chegando a 9,6 mil metros quadrados. O que ver e fazer no Salão ABERTURA - Cerimônia dia 1º de julho, a partir das 11 horas, com a presença do ministro do Turismo, Luiz Barretto. Na programação extensa para os cinco dias do evento estão incluídas palestras internacionais e apresentações culturais em seis palcos. Gastronomia, artesanato e cultura popular, oportunidade para os visitantes conhecerem os destaques de cada uma das cinco regiões brasileiras. Vitrine Brasil, um trabalho que estilistas consagrados criaram a partir de visitas a comunidades de artesãs, incluindo noções de artesanato com relatos de grandes mestres. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 13 Wo r k s h o p e i n d u t o r e s Minas para a América Em meio aos preparativos para se expor no Anhembi, no Salão do Turismo, o destino Minas marcou presença nos Estados Unidos que são os maiores emissores de turistas estrangeiros para o Brasil, a lazer. O estado quer uma fatia maior desse bolo. O turista norte-americano no Brasil 74,7 dólares......................................... gasto médio diário 13,9 dias........................................média de permanência 99,1 dólares..................................gasto per capita por dia 47,4 por cento...........hospedam em hotel, flat ou pousada 38,4 por cento...hospedam em casa (parentes ou amigos) Vladimir Araújo De olho no potencial norte-americano em emissão de turistas para o Brasil, Minas Gerais entrou no pacote do Workshop Brazil da Embratur e foi se mostrar como opção de destino para o turismo de lazer. O evento aconteceu dias 10 e 11 de junho, em New Jersey e Nova Iorque (EUA), e serviu também para anunciar que, agora, ficou mais fácil, tem vôo direto Miami-BH. Assim, a política do turismo mineiro cumpriu mais uma importante etapa do plano de conquistar os Estados Unidos, um dos países prioritários na promoção e incentivo à comercialização, conforme está previsto no Projeto Estruturador Destinos Turísticos Estratégicos, do Governo de Minas. Além de Minas Gerais, também pegaram carona participantes de Brasília e dos estados do Ceará, Pernambuco e Santa Catarina. Todos estes destinos trabalham para ampliar o número de operadores que comercializam produtos turísticos brasileiros, para diversificar a oferta de destinos e qualificar a informação transmitida para operadores, agentes de viagens, companhias aéreas e jornalistas internacionais. A assessora de Promoção e Apoio à Comercialização da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, Izabel Dayrell, participou do Workshop, onde foram apresentados os produtos de todos os segmentos promovidos pela EMBRATUR - Sol e Praia, Ecoturismo, Cultura, Negócios e Eventos e Esportes. Minas compareceu como o destino ideal para compor com os roteiros de sol e mar. 14 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS Novos indutores para o turismo Infraestrutura de Araxá garante cidade como um dos novos indutores O Ministério do Turismo selecionou 65 destinos turísticos, em todo o país, com foco na recepção do turista internacional. De Minas, foram Ouro Preto, Tiradentes, Diamantina e a capital Belo Horizonte. Agora, o Estado anuncia o Projeto Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional para as dez cidades do estado, selecionadas pela SETUR, com o objetivo de alcançarem padrão de excelência como destinos turísticos para receberem o turista nacional. São considerados indutores os municípios com infraestrutura básica e turística, com atrativos qualificados e capacidade de atrair e distribuir significativo número de turistas para seu entorno e dinamizar a economia do território em que estão inseridos. Assim, são indutores regionais, em Minas, São Lourenço, Caxambu, Camamducaia, Capitólio, Sete Lagoas, Araxá, Poços de Caldas, Santana do Riacho, Juiz de Fora e Caeté. Int ercâm b i o ACMinas vai ao Rio, mostra dedo-verde e promove o Estado Num intercâmbio entre conselhos de Turismo das associações comerciais mineira e fluminense, a ACMinas mostrou os avanços do Estado no setor turístico e se apresentou como uma entidade participativa em indicações, discussões e decisões de resultados. O presidente do Conselho Empresarial Turístico mineiro, Roberto Fagundes, que também responde pela vice-presidência da ACMinas, foi o encarregado de mostrar que em muitos grandes resultados alcançados, teve o dedo de sua entidade. Ele foi proferir uma palestra em terras cariocas, a convite da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Pela reação dos anfitriões, causou boa impressão. Os cariocas se interessaram nas ações e falaram em contar com a assistência e colaboração dos mineiros nos projetos que pretendem desenvolver por lá. Para Fagundes, o encontro foi “um canal de comunicação muito importante que se abriu e pretendemos estimulá-lo.” O palestrante mineiro falou sobre os projetos para o setor que estão sendo desenvolvidos pelo seu estado, sugeridos e apoiados pelo Conselho. “Um importante pleito conseguido do nosso Conselho, conquistado em 1999, durante o governo Itamar Franco, foi a criação da Secretaria Estadual de Tu- rismo, que representou a base estratégica para todas as ações que se seguiram”, relatou Fagundes. Este fato, assinalou ele, criou o ambiente propício a diversas outras iniciativas do Conselho de Turismo da ACMinas que, em suas gestões sucessivas desde então, realizou articulação para assegurar o término das obras do Expominas Belo Horizonte, que é o único centro de exposições da América Latina ligado diretamente a uma estação de metrô, e a transferência de vôos do Aeroporto da Pampulha para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves. “A transferência para lá dos vôos do Aeroporto da Pampulha, há cerca de quatro anos, foi também uma luta nossa, apoiada pelo governo de Minas. Com isto, a estimativa é de que atinja um movimento de cinco milhões de passageiros/ano, já em 2009, chegando, com as obras de ampliação e modernização já previstas, a oito milhões de passageiros/ano. E os problemas de acesso que existiam foram sanados com a Linha Verde, uma via de trânsito rápido com 35,4 quilômetros de extensão que reduziu o tempo de percurso entre o centro de Belo Horizonte e o aeroporto para cerca de 40 minutos”, informou. Esta conquista mineira motivou, entre os membros do Conselho de Turismo carioca, o ressurgimento de um debate: eles consideram que a recente transferência de vôos do Aeroporto Internacional Tom Jobim para o Santos Dumont foi prejudicial. Mas não se conseguiu impedir a mudança. Roberto Fagundes também destacou o papel desempenhado pela ACMinas como estimuladora da criação do Convention & Visitors Bureau em Belo Horizonte, pioneiro no Estado, que hoje já se estendeu para 16 outros municípios mineiros. Para ele, o incremento do turismo de negócios e eventos em Minas Gerais se deve ao entrosamento das entidades do setor turístico, tanto entre si quanto com o governo estadual, “que tem sido muito sensível a todas as proposições do Conselho”. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 15 S i na l i zaç ão Projeto de Sinalização Turística foi desenvolvido para facilitar o acesso aos destinos, orientar e incentivar o turismo. Até uma cartilha foi produzida para divulgar a iniciativa. Bom para que todos possam entender alguns dos pictogramas nas placas. Montanha Rio Lago Lagoa Cachoeira Patrimônio Natural Gruta Turismo Rural Estância Hidromineral Arquitetura Religiosa Monumentos Arquitetura Histórica Museu Ruína Patrimônio Cultural Sítio Arqueológico Artesanato 16 julho de 2009 Placas para destino não fic ficar perdido e nem perder turista Quem ainda não se viu embaraçado, sem saber o significado daqueles desenhos em placas pela estrada? Toda e qualquer sinalização nunca é demais. Se vem com campanha de orientação e esclarecimento, bem melhor. É assim que está sendo feito em todo o Estado. Depois de fortalecer os receptivos locais, capacitando-os e aproximando-os do cliente final, incentivando a formatação de roteiros integrados, segmentando os principais produtos e identificando seus nichos de mercado, Minas Gerais instalou placas de sinalização turística rodoviária com o objetivo de informar, orientar e incentivar os usuários das rodovias a conhecerem os circuitos turísticos do Estado, visitando seus principais atrativos naturais e históricos. Também garante mais segurança nas estradas. A sinalização é feita por placas de fundo marron, instaladas nas rodovias de acesso às cidades que fazem parte dos circuitos turísticos. Elas trazem os pictogramas, desenhos representativos, dos principais atrativos locais, indicando ainda a direção e a distância dos municípios. Este serviço já se encontra entre os principais itens das exigências dos turistas, se juntando ao nível de hospedagens, gastronomia e comunicação. Divulgação Os pictogramas das placas de sinalização turística são para orientar e atrair os usuários das rodovias. Uma cartilha circula pelo Estado, divulgando a iniciativa e esclarecendo detalhes. CIRCUITO DAS GERAIS Pains poderá se beneficiar das placas para atrair mais turistas destaque - Copa 2014 A COPA DO MUNDO É NOSSA Belo Horizonte será uma das sedes brasileiras da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, mas Minas inteira já está vivendo quase que em função desse evento. Divulgação Para uma boa parcela da população brasileira, o País não tem condições de bancar uma copa do mundo, por ser um investimento muito alto, tendo que promover, especialmente, a reconstrução de todo o seu aparelhamento para este esporte. Mas o que seguiu ao anúncio de que Belo Horizonte seria uma das 12 sedes brasileiras para a copa de 2014, foi uma real elevação do termômetro, e todos os mineiros passaram a viver sob a febre do mundial de seleções. A mobilização é total. Em meados deste mês de junho, o ministro interino dos Esportes, Wadson Ribeiro, esteve em BH, precisamente na Assembleia Legislativa, participando de uma reunião com deputados, representantes do governo estadual e meio esportivo. Foi mais um passo para esclarecer que as ações não exigirão tamanha gastança como muitos pensam. Complexo do Mineirão será remodelado, com total infraestrutura O secretário de Estado de Esportes e Juventude, Gustavo Corrêa, apresentou o planejamento das ações do Estado para Belo Horizonte receber os jogos da Copa, a partir da preparação do complexo Mineirão-Mineirinho para receber os jogos da Copa das Confederações, um ano antes do mundial. Com base nas exigências da Fifa, os estádios serão reformados e terá sensíveis melhorias de infraestrutura de transporte, hotelaria, mobilidade urbana, segurança pública Poderes públicos estadual e federal: sintonia no preparo do Brasil para 2014 e conforto. Foi criado um comitê gestor no Governo do Estado, que trabalha em projetos para a criação da linha de metrô que ligará a Savassi ao Mineirão; a duplicação das avenidas Antônio Carlos e Pedro I; a ligação da Via Expressa à Avenida Carlos Luz; a Linha Verde; novas unidades de pronto-atendimento nas vias de acesso ao estádio; e a construção de um centro de convenções na Avenida Cristiano Machado. De acordo com Gustavo Corrêa, o plano de ação ainda está em fase de definições. Neste ano serão concluídas as licitações, e o início das obras está previsto para dezembro e a conclusão, para fim de 2012. O ministro Wadson Ribeiro coroou de flores os projetos preparados pelo Governo do Estado e disse que a União pretende promover melhorias e reformas dos aeroportos, criar linhas de crédito para os setores de hotelaria e serviços, além de incentivar a modernização da mobilidade urbana e segurança pública. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 17 Estado poderá ter sub-sedes para o mundial O deputado Tenente Lúcio, com a secretária de Estado, Érica Drumond, sintonia no turismo A ideia é do deputado estadual, Tenente Lúcio, presidente da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. E não é das piores. Pode até ser das melhores se levado em conta que poderá desafogar a capital que, em vez de ter que abrigar uma superpopulação durante o período, se beneficiará de uma superpopulação flutuante de alto consumo. As subsedes funcionariam como dormitório. Como em todo dilema sobre a viabilidade ou não de uma ideia, o deputado pretende colocar em pauta na Assembleia Legislativa, a discussão da possibilidade de transformar algumas importantes cidades do interior do Estado como sub-sedes da Copa, a exemplo de Uberlândia e Araxá, que possuem todas as condições de infraestrutura para receberem uma das seleções da chave que jogará em Belo Horizonte. Ele argumenta que isto contribuiria para a disseminação por diversas regiões do Estado dos milhões de dólares que virão a ser investidos em Minas para prepararem as cidades para um evento deste porte. “Acredito que o nosso governador Aécio Neves ficará sensível a este pleito e fará o melhor que puder para ajudar todo o Estado”, considerou Tenente Lúcio. Com a visão turística, o deputado disse estar esperançoso de que a Copa do Mundo de 2014 traga para Minas os investimentos necessários para desenvolver e estru18 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS Araxá seria uma das cidades em condições de funcionar como sub-sede, pela boa infraestrutura turar o turismo definitivamente no Estado. “Preocupados com esta questão, aprovamos um requerimento do Deputado Fábio Avelar, ex-Presidente da Comissão, para realizarmos uma Audiência Pública para discutirmos com os diversos setores envolvidos com a realização da Copa em Minas, todas as questões relativas a esse mega projeto”, anunciou. Dessa audiência pública participariam representantes dos poderes públicos municipal, estadual e federal, da CBF, da Federação Mineira de Futebol, dos clubes de futebol da Capital, polícias estadual e federal, iniciativa privada ligada ao setor do turismo e todas as outras instituições com vínculo às questões do mundial em Minas. O propósito é mobilizar todos, segundo o deputado, para transformar Belo Horizonte na melhor sede de jogos da Copa do Mundo de todo o país. Turismo na Copa: mais R$ 1 bi A reação da secretária de Estado de Turismo, Érica Drumond, foi imediata. “A economia do turismo mineiro poderá ter uma receita adicional de até R$ 1 bilhão, em função da realização de jogos da Copa do Mundo de Futebol, em 2014”, anunciou ela, após a definição de BH como uma das sedes do mundial de seleções. Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (2008), a pedido da Embratur, indica que o gasto médio do turista estrangeiro em eventos no Brasil, por dia, é de US$ 314,70. De acordo com a secretária, atualmente, a capital e seu entorno, possuem cerca de 15 mil unidades habitacionais (quartos), podendo abrigar 30 mil pessoas/dia, o que movimentaria, em um período de 60 dias, cerca de R$ 1 bilhão de reais. “Levando-se em consideração que a Copa do Mundo movimenta um longo período, com atividades que antecedem e postergam o grande evento, se formos mensurar a nossa capacidade atual, já teríamos uma grande movimentação financeira neste período. Todo turista em um destino pratica os verbos hospedar, comer, visitar e comprar”, reforçou Drumond. De olho neste mercado, já estão em fase de implantação em Belo Horizonte e região, com vistas a Copa 2014, novos empreendimentos em hotelaria em Belo Horizonte, em Jaboticatubas e em Brumadinho, com o incremento de mais de 600 leitos. .De acordo com a Match Event Services, empresa contratada pela FIFA para tratar das acomodações, bilheterias e centros de hospitalidade da Copa do Mundo, em média, os torcedores ficam dois dias na cidade onde jogo acontece e depois é comum que aproveitem por mais 3 ou 4 dias em outras localidades com atrativos turísticos no próprio Estado. Mineiramente, BH quer o mundo depois da copa Júlio Pires, da Belotur O empenho na Capital será para que o torcedor-turista volte sempre toda família. “Nossas ações de participação neste evento têm de deixar marcas por muitos anos, para que executivos e empresários de grandes organizações saibam que Belo Horizonte é uma cidade bem preparada para receber grandes conferências”, sentenciou. Como todo turista é exigente ao extremo, somente o jeito mineiro de ser não salvará a lavoura da multiplicação do fluxo de visitantes. Tem que ter investimento, uai! E muito. “Ainda não temos uma estimativa precisa. Estão previstas muitas obras em toda a cidade. Podemos adiantar que somente a reforma do Mineirão terá um gasto superior a R$1 bilhão e as obras de duplicação da Avenida Antônio Carlos, em torno de R$250 milhões”, revelou Júlio Pires. Ele anunciou que do ponto de vista da infraestrutura turística, algumas ações estão sendo trabalhadas não só pela Belotur, mas pelo governo municipal como um todo. Será construído um novo Centro de Convenções, um Terminal Turístico Rodoviário e uma Arena para eventos de grande porte. Pires considera ainda ser preciso melhorar a competitividade, criando condições na cidade para atrair mais pessoas. “Precisamos de alternativas para os turistas aqui em Belo Horizonte e no entorno. Na região da Pampulha, está o melhor restaurante do Brasil em comida regional mineira, o conjunto de obras do arquiteto Oscar Niemeyer, o Memorial da Imigração Japonesa dentro do Parque Ecológico, o Zoológico, onde está sendo construído um imenso Aquário dos Peixes do Rio São Francisco, tudo em torno da Lagoa”, enumerou. Ao concluir, frisou: “Com a Copa de 2014, que na verdade começa um ano antes, com a Copa das Confederações, nossos planos para estes quatro anos, em termos de turismo, tem a ver com turismo de eventos e negócios, melhorando a capacidade de fazer eventos e congressos em Belo Horizonte.” Divulgação O economista, presidente da Belotur, Júlio Ribeiro Pires, é dono de um currículo versátil em termos de atividade pública. Professor da UFMG, já foi secretário da Fazenda e de Planejamento, Orçamento e informação. Também teve atuação como pesquisador do IPEAD/MG, nas áreas de Políticas Públicas, Orçamento, Fiscalização e Administração. É dele o sentimento de que “acolhendo bem os turistas, oferecendo bons serviços, sendo mineiramente bons anfitriões” Minas mostrará um diferencial que conquistará o mundo, sediando uma chave da Copa de 2014. Para ele, Belo Horizonte terá muito mais visibilidade internacional como uma das sedes da Copa do Mundo e “trabalharemos muito em toda a cidade para tirar proveito disso a longo prazo”, observou, passando a receita: oferecer uma agradável estada em Belo Horizonte, criando condições de lazer, passeios, compras e diversão para Mineirão, hoje. Prospecto para a Copa BR-381 Morreram tantos e foram tantas as manifestações, até que chegou o mundial de seleções. Agora a duplicação da Rodovia da Morte sai. O turismo e a vida agradecem. A Rodovia Fernão Dias ou BR381 liga São Paulo ao Espírito Santo, numa extensão de 1.200 quilômetros, dos quais, 900 quilômetros ficam em território mineiro. De São Paulo a Belo Horizonte, a duplicação reduziu o número de acidentes e mortes. Exatamente o trecho mais sinuoso e perigoso continua com pista simples, falta manutenção e, com a imprudência dos motoristas e sem fiscalização, os 310 quilômetros de Belo Horizonte a Governador Valadares, praticamente submetem os usuários à triste sensação de uma roleta-russa. Agora, coincidência ou não, definida a capital mineira como uma das sedes da Copa de 2014, a licitação para a elaboração do projeto executivo da duplicação foi concluída e, em breve, será assinado convênio para a contratação das vencedoras do edital. Um problema, a verba para o início dos trabalhos nem está no Orçamento da União. Isto significa que devem protelar até o ano que vem, embora o Dnit fale o contrário. O importante é que ninguém mais tem dúvida de que a duplicação sairá em tempo de inglês ver, ou outros estrangeiros que virão para o mundial. Claro, seria no mínimo irônico que se gastem os tubos com tantas obras de duplicação e multiplicação e a 381, que distribui turistas, do Nordeste ao Sul de Minas, abastecendo ainda o Centro, Sudoeste, Leste e Sudeste do Estado, fique no esquecimento. Melhor os gringos estarem aqui com parte da BR duplicada e outra parte em obra do que também entrarem na roleta-russa, como atualmente. Segundo o engenheiro-supervisor do Dnit em Minas, Alexandre Oliveira, será pedida às empresas antecipação do cronograma. Passado esse período, o Ministério dos Transportes deverá liberar recursos para ser lançado o edital para contratação de empreiteiras e, em seguida, iniciada a busca de recursos para a duplicação. Gustavo Valadares e Ronaldo Magalhães estão entre os deputados empenhados pela duplicação-já da BR-381. Agora, comissões da Assembleia querem obras de reparos na sinalização, alargamento de pontes inacabado e fiscalização, entre outras. 20 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS SE NÃO FOSSE A COPA... Uns seguem na contramão, outros buscam contrapartida A lentidão do poder público coloca em dúvida até o poder de influência da Copa do mundo, já que as 138 mortes, só em 2008, ocorridas no trecho de BH a Valadares, não têm sensibilizado. No guisado de ideias, propostas e mobilizações, tem ainda a mão dupla para o processo. O Dnit segue convicto da duplicação enquanto que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) se debruça em estudos para concessão da rodovia à iniciativa privada. Outra certeza: serão necessários, no mínimo, seis anos para a conclusão total da duplicação. Isto, não havendo contratempos e os bons fluídos evitem o choque entre os órgãos que estão na contra-mão. Diante do longo período até a conclusão das obras, deputados estaduais, prefeitos e outras lideranças de diversos segmentos, seguem buscando pressionar por ações emergenciais, para evitar que os índices de acidentes e mortes continuem na ascendente. Eles querem recuperação das sinalizações vertical e horizontal, advertências para pontes em curva, defeitos em cabeças de pontes, mais fiscalização e redutores de velocidade. “Tenho afirmado isso em várias oportunidades onde sou chamado a falar sobre o assunto. A qualidade das estradas sob responsabilidade do Governo Federal encontram-se em péssimas condições de trafegabilidade. Isso ocorre pela precariedade da fiscalização e inércia em relação aos tra- balhos de manutenção preventiva que poderiam evitar que as rodovias federais chegassem às condições que se encontram”, disse o deputado estadual Gustavo Valadares, presidente da Comissão de Transportes e Obras Públicas da Assembleia Legislativa. Ele defende que as mobilizações e diferentes manifestações continuem e quer apoiar. O seu colega, Ronaldo Magalhães, em recente audiência pública, em Itabira, demonstrou a mesma disposição, sempre chamando a atenção para os números alarmantes de acidentes, muitos fatais, na BR, o que pode ser evitado com obras emergenciais, como fazem coro todos os deputados na ALMG. CAPITÓLIO-MG PAISAGENS EXUBERANTES RICA FAUNA VERDES E FLORIDOS CAMPOS GASTRONOMIA PARA TODOS OS GOSTOS Tudo de bom para os seus 5 sentidos... MUITA ÁGUA E ARTESANATO PRAZER DE VIVER ...e para apenas 1 sentimento: 22 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS I N D U TO R E S O ESPLENDOR DAS CIDADES INDUTORAS Estado segue política nacional de turismo e indica suas referências no turismo nacional. A Secretaria de Estado de Turismo (Setur) divulgou, recentemente, 11 municípios a serem preparados para servir de referência para o turismo em Minas, tanto em termos de receptivo quanto de mobilidade e oferta de produtos. Foram escolhidos aqueles que se apresentavam mais avançados nestes aspectos. E lá estava, na lista, Capitólio, o esplendor, um município de fortes atrativos, situado a 280 km de Belo Horizonte. Além de Capitólio, são considerados indutores os municípios de São Lourenço, Caxambu, Camamducaia, Sete Lagoas, Araxá, Poços de Caldas, Santana do Riacho, Juiz de Fora, Caeté e Maria da Fé. O anúncio da inclusão de Capitólio como cidade indutora do turismo nacional foi como um gol. Um golaço, fazendo vibrar toda a cidade, especialmente os representantes do setor turístico e do poder público. “Essa indicação confirma que estamos no caminho certo. Agora, com apoio da Fundação Getúlio Vargas e da Setur vamos dar novos e melhores rumos para o turismo de Capitólio”, festejou o prefeito José Gonçalves Machado (Zé Cyrilo). É mesmo o que o prefeito espera. Durante uma semana, pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas e equipe da Setur estarão na cidade para avaliar o grau de competitividade do município, conferindo se há fácil acesso, boa infraestrutura, como água, esgoto e telefonia, hotelaria e restaurantes, entre outros quesitos. Estarão de olho também nas atividades econômicas predo- O fácil acesso à margem da MG-050, a beleza, à margem do Lago de Furnas, e a organização da cidade, foram algumas das vantagens de Capitólio para estar entre os 11 municípios indutores de Minas para o País. Prefeito de Capitólio, Zé Cyrilo, quer usar a força do trabalho conjunto minantes e como é a cultura e o meio-ambiente local. De acordo com a diretora do Departamento de Turismo da Prefeitura, Fabiana de Melo e Silva Batista, a cidade ganhará muito sendo um destino indutor em Minas Gerais. “Capitólio trabalha em parceria com o governo do Estado e, neste momento, o trabalho e a dedicação são reconhecidos. O município possui um grande potencial turístico e com o projeto indutor vamos organizar e planejar este potencial, transformando Capitólio em um produto turístico mais competitivo”, comenta a diretora. Depois de elogiar a política dos governos federal e estadual para o turismo, o prefeito Zé Cirilo fez a observação de que “não podemos esquecer a parceria entre municípios, estado e iniciativa privada que, juntos, são responsáveis pelo crescimento do setor, gerando mais emprego, ren-da e melhor qualidade de vida”, destacou ele. Infraestrutura - Na região do Lago de Furnas, Capitólio se destaca como cidade que possui uma das melhores infraestruturas. Hotéis, pousadas, restaurantes com culinária diversificada, com destaque para pratos à base de peixe e atrativos naturais que encantam os visitantes: canyons, cachoeiras, Lago de Furnas, além do forte artesanato. O turismo de eventos é outro segmento que atrai muitos turistas a Capitólio. A Praia Artificial serve de palco para grandes festas, pela sua estrutura: Carnapitólio, ExpôCapitólio e Trivela do Asa. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 23 Educação CAPITÓLIO INDUTOR VIRA A pronta reação do presidente da Associação do Circuito Turístico Nascentes das Gerais, Luiz de Pádua, assim que se noticiou que Capitólio constava da lista de municípios indutores do turismo nacional, mostra determinação do dirigente que serve de exemplo para outras entidades. Ele logo providenciou a busca de um diagnóstico da hotelaria local. Com essa iniciativa, mantém o foco da responsabilidade turística em Capitólio e, de uma certa forma, obriga o empresariado e o poder público a buscar evolução pela infraestrutura de receptivo. Em contato com o coordenador do curso de Turismo da Faculdade Newton de Paiva e diretor de turismo do Senac-MG, Cristiano Lopes, Pádua solicitou o diagnóstico por parte dos universitários, fazendo de Capitólio um laboratório. Entendimento conclu- Presidente do Circuito turístico: Luiz de Pádua Gestor do Circuito Turístico: Kleyber Silveira ído pelo gestor do Circuito Turístico, Kleyber Silveira, a Prefeitura, Câmara Municipal e empresários locais garantiram meios para receber, nos dias 20 e 21, os 42 alunos de Turismo da Newton de Paiva. Nos dois dias em que estiveram em Capitólio, os universitários receberam informações detalhadas do potencial do município e percorreram a cidade, Coord. do Curso de Turismo: Cristiano Lopes visitando os principais atrativos locais. O professor Cristiano disse que a oportunidade é benéfica para o município e para os próprios alunos, como futuros profissionais. Ele avalia que o diagnóstico poderá contribuir em muito para a hotelaria da cidade. Nesse ramo, segundo afirma, é preciso conhecer muito, inclusive do público que se pretende como alvo. LABORATÓRIO Pedindo ajuda aos universitários Os universitários foram e mostraram disposição, com conhecimento de causa. Bom para Capitólio, porque Natália Farina (7º período) disse que pretende apresentar soluções concretas, após identificar problemas e dificuldades no hotel que ficasse sob sua responsabilidade. Também do mesmo período, Fabiana Monteiro estava muito preocupada, torcendo para não encontrar um hoteleiro com objetivos e metas incoerentes com o tipo de seu estabelecimento. Isto exigiria um trabalho efetivo de convencimento na mudança de planos. Com olhar clínico, Fabiana observa que não existe o hotel perfeito, porque a evolução é constante, mudando, inovando e se adequando ao perfil do cliente. Da mesma turma, Mônica de Faria e Sandra Mara, que pretendem se especializar em turismo sustentável, são de opinião que para um hotel ter hóspedes a cidade tem que atrair e oferecer condições aos turistas. Caso contrário, o visitante não volta, indo embora até antecipadamente. Elas entendem que não adianta ter bons atrativos e promover grandes festas se não há estrutura receptiva e sim custos abusivos e exploração do turista. Mônica de Faria e Sandra Mara Fabiana Monteiro Natália Farina C a n yo n s ÁGUA, ÁGUA,O O MAIOR MAIOR ATRATIVO ATRATIVO Em algumas placas, no caminho que leva ao Lago de Furnas, os dizeres param por aí, não entrando em detalhes. Se a água, por si só, é o maior atrativo, ela se agiganta quando constrói maravilhas de canyons, grandes paredões rochosos, com mais de 20 metros de altura. Em Capitólio, na represa de Furnas, as águas formam reentrâncias e vão em quedas deslumbrantes formando cachoeiras, como a Lagoa Azul, Cascatinha, Diquada e Cachoeira da Dri, entre outras. O acesso só é possível pelo lago. Então, é só pegar a embarcação que saí em frente ao restaurante do Turvo, curtir a natureza e mergulhar em águas límpidas. Divulgação É apenas Conforto, ele res O O DO MUNDO Divulgação Balneário do Lago Hotel tudo o que você precisa para viver os prazeres do Lago de Furnas, em Capitólio! www.balneariodolagohotel.com.br egância, comodidade, gastronomia, saúde, qualidade e você, junto às maravilhas do Lago servas: (37) 3373-1616 - 3373- 1900 - [email protected] CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 27 Canoagem EXPEDIÇÃO ECOLÓGICA E perdeu o sentido! Estava tudo muito bem programado para uma expedição solitária, “Meu Velho Chico”, em uma canoa. O que era para ser uma viagem de conhecimento, virou pura aventura. Enfraqueceu, foi como o efeito que se prevê para o curso do Rio São Francisco, com a transposição. O canoísta parou! “João Carlos Figueiredo. Ribeirão Preto, SP, Brazil. Poeta, pensador, espeleólogo, montanhista, mergulhador, fotógrafo amador, amante da Natureza e, agora, canoísta, gosto da vida como ela é, repleta de surpresas e relacionamentos, às vezes, complexos, outras, deliciosamente simples e diretos, como devem ser o amor e a amizade. Navegar é preciso..., nas águas do velho Chico! Quero percorrer seus caminhos, reviver suas lendas... proteger o seu povo... defender suas águas...” É o que está escrito no blog (meuvelhochico.blogspot.com) desse paulista que pretendia percorrer todo o leito do Rio São Francisco (2.800 quilômetros), saindo de Vargem Bonita, ao pé da nascente, e Nem o mapa que o orientava no trajeto, o canoísta tinha mais. A canoa já estava toda comprometida 28 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS terminando em sua foz, na divisa de Alagoas e Sergipe. A viagem ficou só no início, durou cerca de uma semana. A ampliação do debate sobre a famigerada transposição do Rio São Francisco para abastecer o sertão nordestino, o alerta para a degradação das matas ciliares em toda a extensão do rio, o assoreamento de seu leito e o efetivo resultado do desvio de suas águas, nas expectativas de mudanças climáticas para a região eram os objetivos que João Carlos assinala como primordiais para sua navegação fluvial, a remo, sem reabastecimento, sem apoio externo e sem se afastar das regiões ribeirinhas, utilizando apenas uma canoa canadense, construída especificamente para essa “aventura”. João queria viver intensamente a viagem, registrando todos os seus passos - ou remadas - para, ao final, colocar a vivência em um livro. Ele registra em seu blog que pretendia coletar amostras de água do rio a intervalos regulares, e sempre que alterações visíveis sejam percebidas em sua coloração, no volume de águas, no encontro com afluentes ou na presença evidente de fontes de contaminação. Era para visitar cavernas para conhecer, documentar e divulgar as riquezas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, verificar o estágio atual de implantação do seu Plano de Manejo, bem como seu potencial turístico e espeleológico. Era também para lançar um documento intitulado "Protocolo do São Francisco", com o propósito de coletar assinaturas de governadores e prefeitos da região e de Belo Horizonte, se comprometendo com a preservação ambiental, através de ações saneadoras e de conscientização da população ribeirinha. Ao final da expedição, um livrodocumentário ilustrado deveria ser produzido, detalhando as condições encontradas em todo o percurso do rio São Francisco, quanto à sua preservação ambiental, comprometimento político de governadores, prefeitos e vereadores, e conscientização da população ribeirinha quanto à importância e participação do São Francisco em suas vidas. Deu água no plano do canoísta, os sonhos ficaram à margem da realidade. João já está de volta a Ribeirão Preto, mas promete voltar à cena com mais estrutura e concluir o projeto. SOFREU TRANSPOSIÇÃO. João Carlos, com o prefeito de Iguatama Leonardo Muniz e de assessores, conheceu o Porto Real, local da antiga ponte Solitário e sem apoio. Mas o sonho continua! Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, umas presumíveis outras fora dos planos de viagem, o canoísta João Carlos cumpriu o trajeto da nascente do Velho Chico até a cidade de Três Marias. Falar dos motivos que o levaram a abortar a expedição pelo rio em uma pequena canoa, seria o mesmo que admitir fracasso. Mas não foi assim que ele encarou a situação. Como em outras circunstâncias de estratégias de ação, pelo o que João Carlos demonstrou, a sua decisão foi apenas para algumas correções de percurso. Faltou patrocínio, faltou apoio de retaguarda e de um trabalho precursor. Ele estava só e sem suporte nem aparelhamento para cumprir rigorosamente o plano traçado. Quanto definiu seu projeto, João Carlos tinha certa a data para sair, gasto total, depoimentos a serem colhidos, pesquisas. Construiu a canoa e presumiu os gastos, incluindo provisões e imprevistos. De forma arrojada e aleatória, procurou vários contatos em busca de apoio financeiro, de equipamento e João Carlos tem propósitos definidos, quer fazer a parte dele e promete retomar o projeto, sem maiores riscos de comprometer os objetivos e metas divulgação. Recebeu resposta de diminutas dezenas do total de mansagens postadas, maioria eletrôni- cas. Todas negativas, inclusive, em uma delas, um veículo da mídia retornou, afirmando que ele só seria notícia depois que concluísse o trajeto total, com resultados relevantes. De equipamento, conseguiu uma câmara fotográfica e uma filmadora patrocinado por uma loja. Vendeu um carro e decidiu que era hora de colocar os pla- nos em ação. É o chamado “com a cara e a coragem”. Mas viu que não era assim, enfrentando corredeiras, virando a canoa várias vezes, chegou a trincá-la ao ponto de exigir reparos além do esperado e que demandaria tempo. Já tinha perdido, na aventura, celulares, mapas e o kitsegurança e de primeiros socorros. Não era aventura que ele buscava. Pausa. João Carlos vai se reprogramar e voltar, para ir até o fim. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 29 Canoagem Não é o fim. Ele vai voltar! Ocorre que a viagem de João Carlos, que deveria ser extremamente ecológica e, por que não, científica, passou a ser uma bela aventura, de superação, resistência. “As questões ambientais foram deixadas de lado em função das dificuldades encontradas. E minhas atividades se resumiam em remar cada vez com mais vigor para cumprir um cronograma que nada tinha a ver com meus objetivos e propósitos nesta expedição”, revelou, acrescentando que estava com poucos depoimentos, pouca vivência dos locais, estava consumindo os recursos financeiros e comprometendo seriamente a expedição. Ante o que o aguardava, como cachoeiras e corredeiras perigosas, grandes rochas, viu que era emoção demais para quem buscava relacionamentos e informações ambientais. Resolveu abortar a viagem, reavaliar os objetivos, buscar apoios financeiros e retomar a intenção de fazer essa expedição com propósitos preservacionistas. “Não farei mais corredeiras, não passarei por trechos perigosos, pois não estou fazendo rafting ou canoísmo como esporte, mas sim como meio de conhecer o rio São Francisco e as comunidades que vivem em seu entorno, que dependem de suas águas para sobreviver! Creio ser essa a melhor atitude, antes que os objetivos da expedição estejam comprometidos”, decidiu João Carlos, um paulista de 59 anos, que não desiste nunca. 30 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS João Carlos pretendia visitar 40 cidades ao longo do Rio São Francisco. Mas só conseguiu parar em Iguatama num domingo. Naquela cidade, despertou o interesse de universitários, como a jovem Cristina. Queria registrar cenas como as conseguidas na Faculdade de Meio Ambiente do município, onde registrou exemplares como do lobo guará e de uma urna indígena, encontrada na região.O canoísta, em vez de se relacionar com as populaçãoes das cidades e ribeirinhas, passou a correr contra o tempo para superar dificuldades anunciadas sobre corredeiras e cachoeiras de alto grau de risco. Depois de Iguatama, vieram as frustrações e a decisão de interromper temporariamente seus planos. Não por falta de experiência, talvez, por ela mesma. Entre outras Com o prefeito licenciado qualificações, João Manoel Bibiano Carlos tem formação que criou a Faculdade e prática em montade Meio Ambiente nhismo, auto-resgate e escalada em rocha. É um nergulhador, com certificações. Lucivane Lamounier, diretora da Faculdade, Lírio, assessor da Prefeitura, Bruno, diretor de Projetos e o Presidente da Fundação Marcos Rodrigues da Cunha Vista interna da Faculdade de Meio Ambiente Tradicional pão com linguiça. Mesmo tempero há 40 anos C a fé dos M ot or is tas Rodovia MG 050 - KM 138 Entre Divinópolis e Formiga TEL.: (37) 3221.9972 CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 31 Brum adinho Inhotim ESTE LUGAR LOGO VAI EXPLODIR Já explodiu! Com pouco mais de dois anos apenas de sua inauguração, este lugar, como se referiu um visitante, já virou mania, destino de turistas de todas as partes do Brasil e até internacional. A forma contagiante com que Inhotim envolve as pessoas, por si só, é a melhor e natural promoção de suas qualidades. É assim que o seu público vem se multiplicando, mesmo sem estar nas vitrines do mercado turístico. Em um lugar de 45 ha. de jardins, no município de Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, centenas de profissionais estão sempre prontos para fazer ainda melhor, confortável e segura a visitação. São recepcionistas, zeladores, botânicos, médicos, enfermeiros, jardineiros, enfim, um elenco de funcionários que atuam como se fizessem parte da paisagem ou, sem exagero, do cenário artístico diversificado. Este é apenas um detalhe do conjunto de diferenciais que fazem de Inhotim um ambiente de sensações múltiplas de prazer, bem-estar, de vida. Quem falou que “este lugar, logo vai explodir”, foi a mesma pessoa que, extasiado lamentou: “Infelizmente, já estamos indo embora. Isto aqui é para vir todo dia, pelo menor por uma semana”. Este capixaba, de Vila Velha, Eduardo Fernandes, veio para o casamento da prima, conheceu Inhotim e resolveu adiar a viagem de volta. “O próprio lugar se divulga. Ninguém sai daqui sem estar deslumbrado”, comentou, afirmando que ele mesmo vai “mandar um mundo de turistas” para conhecer. O efeito Inhotim está numa contí- Para o capichaba Eduardo: ruim mesmo é a hora de ir embora FOTO: ELDERTH THESA FOTO: BRUNO MAGALHÃES nua transformação, onde a arte convive em relação única com a natureza. Os jardins – parte deles criada pelo paisagista brasileiro Roberto Burle Marx – com uma extensa coleção botânica de espécies tropicais raras e um acervo artístico de relevância internacional. Tudo começou com o espaço servindo a alunos da rede escolar da região de Brumadinho e a grupos específicos. Mas, em outubro de 2006, estava pronto e tinha que se abrir ao público em geral. O Instituto Inhotim é uma instituição comprometida com o desenvolvimento da comunidade onde está inserida. Sua coleção botânica e acervo de arte contemporânea são utilizados sistematicamente para projetos educativos e para a formação de profissionais de áreas ligadas à arte e ao meio ambiente. Inhotim também participa ativamente da formulação de políticas para a melhoria da qualidade de vida na região, seja em parceria com o poder público ou com atuação independente. O comando está com o Instituto Inhotim - uma entidade privada, sem fins lucrativos e qualificada pelo Governo do Estado de Minas Gerais e pelo Governo Federal como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Ações educativas e sociais, com arte e bem-estar A estudante Angélica quer preços do ingresso mais em conta para o acesso de um público maior “Este parque é fantástico, diferente de tudo o que a gente já viu. É a união da arte com a natureza. Já viemos várias vezes a Brumadinho e nunca passamos por aqui”. O casal Tereza, 50 anos, relações públicas, e Antônio Pontes, 55, engenheiro mecânico, é de Belo Horizonte, e foi ao Inhotim, sugeridos por uma vizinha. Ficaram agradecidos, mas Tereza acha que se tivesse maior divulgação, “já teríamos descoberto essa maravilha”, disse. De Ribeirão das Neves, Mírian de Souza, 51 anos, estava no parque indicada por amigos. “É coisa de outro mundo, diferente, muito acolhedor”, disse, admirada. A estudante Maria Angélica Gomes, 25, cursa o 6º período de História. É de Contagem e estava ali, pelo curso, com um grupo de estudantes. Estava gostando, só queria o ingresso mais barato. O acesso custa R$ 10,00. Ela pagou 5 e acha que o acesso de todos deveria ser facilitado. Inhotim prioriza os estudantes do município e cidades vizinhas através do “Laboratório Inhotim, Brumadinho”, que promove o conhecimento da arte aos alunos visitantes. Também, com a ação educativa existente no museu, cerca de 900 alunos das redes particular e pública de ensino de Brumadinho e da Grande Belo Horizonte visitam Inhotim toda semana. O Instituto acredita que o papel do Parque extrapola a esfera de agente cultural e que é necessário criar e potencializar estratégias de desenvolvimento local, preservação do patrimônio e do meio ambiente, geração de renda, turismo, educação e infraestrutura de Brumadinho. São ações para o desenvolvimento humano e qualidade de vida. Mírian: Coisa de outro mundo Antônio e Tereza Pontes conferiram sugestão de uma vizinha. Ficaram impressionados e vão voltar, sempre. Um parque ambiental, com muitos eventos Quando a psicóloga-psicanalista aposentada, Irene Cattete Athayde, 72 anos, esteve em Inhotim com o filho, professor Professores aprendendo na Wesley, 43 e a neta, fonoaudióloga, Eliene Semana do Meio Ambiente Pereira, 31, estava sendo aberta, ali, a 5ª Semana do Meio Ambiente, com enfoque na conservação dos recursos hídricos. Mas ela estava impressionada com tudo. “Isto aqui é uma sensação indescritível. As galerias de arte são para a gente entrar e viver um sonho. Agora que conhecemos, vamos vir sempre”, disse ela, com o olhar, cobrando a confirmação pelo filho. No primeiro dia da Semana do Meio Ambiente, também estava lá um grande grupo de professores de escolas de Brumadinho e região. O objetivo era o de vivenciar as ações de preservação e reaproveitamento de material. Bom para os professores, melhor para os alunos. Marlene Aparecida dos Santos, educadora ambiental de Brumadinho confirma que Inhotim é exemplo e inspiração. “Brumadinho é muito privilegiada por isso. O parque promove a cidade, gera emprego e contribui em muitas atividades”, testemunhou. Parque Ambiental A área total do Parque Ambiental do Inhotim está distribuída em seus dois principais acervos: Reserva Natural, com 600 ha. de mata nativa conservada e o Parque Tropical, com 45 ha. de jardins de coleções botânicas e cinco lagos ornamentais que somam 3,5 hectares de área. O parque tem como diretrizes a conservação dos remanescentes florestais pertencentes aos biomas Mata Atlântica e Cerrado; resgate, ampliação e manutenção de coleções botânicas; emprego de técnicas sustentáveis de manejo; elaboração e desenvolvimento de programas socioambientais. Atualmente são cultivadas mais de 2.100 espécies de plantas. A Diretoria de Meio Ambiente promove ainda o programa Jovens Agentes Ambientais. O projeto tem como objetivo desenvolver a consciência ambiental dos jovens e, ao mesmo tempo, apresentar a possibilidade de um campo de trabaIrene, com o filho, Wesley, e neta lho. É a ampliação de oportunidades para a juventude. Eliene: Sensação indescritível CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 33 I nhot im em ga le ri a s Arte contemporânea em galerias que provocam sensações Não há quem não altere suas emoções, sensações, ao entrar nas galerias. Visitantes ficam à mercê do emocional. O acervo do Inhotim vem sendo formado desde meados de 1980, com foco na arte produzida nacional e internacionalmente dos anos 1960 até os nossos dias. Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidos em galerias espalhadas pelo Parque Ambiental. Os espaços expositivos são divididos entre seis galerias dedicadas a obras permanentes e outras quatro para obras temporárias. A cada dois anos, uma nova mostra é apresentada, com o intuito de divulgar as novas aquisições, criar reinterpretações da coleção e inaugurar projetos individuais de artistas, fazendo de Inhotim um lugar em constante evolução. As galerias permanentes foram desenvolvidas especificamente para receber obras de Tunga, Cildo Meireles, Adriana Varejão, Doris Salcedo, Victor Grippo e Matthew Barney. As galerias temporárias – Lago, Fonte, Praça e Mata - têm cerca de 1 mil m² cada uma e contam todas elas com o mesmo tipo de arquitetura, com grande vãos que permitem aproveitamento versátil dos espaços para apresentação de muitas obras como de vídeo, instalação, pintura e escultura. FOTO: EDUARDO ECKENFELS FOTO: EDUARDO ECKENFELS PARA IR AO INHOTIM - Quintas e sextas-feiras, das 9h30 às 16h30 - Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30 Localização - Município de Brumadinho, a 60 km de B. Horizonte. - Acesso pelo km 640 da BR-381 – sentido BH/SP. - Acesso BR-040 - sentido BH-Rio. 34 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS FOTO: DANIEL MANSUR Empr esa O Luna está sempre em casa. Não importa qual a cidade Betim Vladimir Araújo Brumadinho, Betim ou Igarapé. A relação com o público, seja onde for, é a mesma. O Super Luna vive intensamente a cidade onde está instalado. Alguém se negaria a tirar o chapéu para um empresário que dirige os negócios, priorizando o meio ambiente e a relação mais próxima e transparente possível com o cliente? Quem se negar, que procure o sócio-gerente da Rede Super Luna, Navarro Agostinho Cândido, e diga a ele que o modo de tocar os negócios com o irmão não é o correto e que assim não vai muito longe. Melhor, não faça isso. Ele não dará ouvidos e continuará seguindo a inspiração que vem dos pais, Nesmar e Raimundo, desde o início da década de 1980. Ao final da década, Navarro e o irmão inauguraram o primeiro supermercado, em Brumadinho. Pouco mais de cinco anos e já estavam em sede própria. Dez anos se passam e é chegada a hora de ousar. Em 2000, instalam a primeira filial, em Betim onde, mais tarde, outras duas unidades ampliam o atendimento à população. Com investimento no mercado de Igarapé, o Super Luna amplia para cinco as unidades de sua rede. A diferença entre elas está apenas na variação na quantidade do mix de produtos, seguindo a demanda e a exigência do público. No mais, o Super Luna vem se destacando pela presença interativa em suas praças. Tem cuidado do meio ambiente, aproveitamentos e reciclagens (água, energia elétrica, produtos perecíveis etc). Tem também atrações que transformam o ato de fazer compra em uma atividade especial, em família, com amigos. Igarapé Este é o perfil de uma empresa que preserva suas raízes, assim como procura ser personagem efetivo da vida das outras cidades, sedes das unidades de expansão, resgatando e vivendo intensamente a memória de seu povo. Em Brumadinho, a raiz, o Super Luna representa para o município a garantia de não menos que 240 empregos. Também, prioriza a comercialização de produtos de origem local, obedecendo as regras estabelecidas pelos órgãos de controle e fiscalização do setor de comercialização de alimentos. A rede é reconhecida e premiada no ramo de supermercados. Só pela manutenção do padrão Super Luna de atendimento - Cliente bem recebido e bem atendido é garantia de cliente fidelizado? Também! “Consciência social, ambiental e cultural é obrigação de qualquer cidadão responsável. Nossos investimentos vão além da questão de infraestrutura. Motivamos nossos colaboradores, que criam uma atmosfera muito positiva no ambiente frequentado por nossos clientes”, resume Navarro, acrescentando somente que “a realização de eventos culturais no ambiente da loja normalmente agrada em cheio e surpreende à maioria das pessoas. Mas o mais importante é que um trabalho bem feito requer perfeita interação entre a equipe, o que só é possível se os membros dessa equipe tiverem o mínimo de noção a importância de se manter uma boa relação com o público.” Brumadinho Circuitos PARA ESTUDIOSOS E MUITO LAZER Entre as serras, a diversidade da região é atrativo, especialmente, para botânicos e naturalistas. A região é conhecida por abrigar inúmeros atrativos de beleza singular que se espalham pelas montanhas e vales. São córregos, rios e quedas d’água que descem pelas encostas, formando corredeiras e espetaculares nichos ecológicos. Ali estão as cidades de Augusto de Lima, Buenópolis, Claro dos Poções, Engenheiro Navarro, Francisco Dumont, Jequitaí, Joaquim Felício e Várzea da Palma, que integram o Circuito Serras do Cabral, interligadas pelas águas cristalinas de rios e lindas cachoeiras, como um convite ao contato com uma natureza quase intocada. Para botânicos e naturalistas, Divulgação SERRAS DO CABRAL uma vegetação dominada pelo cerrado, que abriga um dos mais importantes biomas do planeta, e as diversas pinturas rupestres que atraem estudiosos e naturalistas. É uma região que, após a exploração indiscriminada de diamantes, ressurge com a força do turismo ecológico e de conhecimento, com atividades de muita pesquisa. O casamento perfeito da água limpa em abundância, o sol forte durante o dia e a brisa fria da madrugada tornam a região um local agradável e ideal para o turismo, o ano todo. É possível fazer passeios por belas e antigas cidades em meio às serras e vales, com opções Divulgação A boa cachaça artesanal da região também é atrativo nas Serras do Cabral de trilhas que podem ser percorridas a pé, a cavalo, de bicicleta, de motocicletas ou carro, todas elas ricas em rios, riachos, quedas d’água e cachoeiras, propícios à prática de esportes de aventura e o ecoturismo. Entre muitos outros atrativos, também existe uma velha trilha do século XIX, em direção a Diamantina, utilizada por tropeiros, que cruza vilas centenárias com casarios e fazendas coloniais impressionantes. Isto, sem falar em grutas, cavernas, os mananciais de águas termais que brotam das entranhas da Serra do Espinhaço, a uma temperatura de 32º, já em exploração por alguns hotéis e pousadas. Turismo assim, se completa com a cozinha mineira e a tradicional hospitalidade. Divulgação 36 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS Cachoeira de Curimataí, em Buenópolis (à esquerda), é uma das atrações que serão melhor exploradas pela Associação do Circuito, que tem como presidente, a prefeita de Joaquim Felício, Eliana Colen, e gestor, Eduardo Oliveira (acima). Ve r d e - Tr i l h a d o s B a n d e i r a n t e s Um turismo movido a trem Divulgação Littorina O luxo e o requinte dos vagões da Littorina O Circuito Verde - Trilha dos Bandeirantes decidiu investir em passeios de trem para aquecer o turismo na região. É o projeto Turistrem. Ela revela que um estudo sobre a viabilidade do projeto já foi realizado, vislumbrando fortes parcerias com grandes empresas instaladas em Betim e região. “Afinal, o turista de negócios não fica só por aí, nas horas vagas, procuram lazer, cultura e arte de qualidade”, considera, lembrando que o Turistrem é um projeto estruturador e alternativo do turis mo que abre um leque de oportunidades de trabalho e renda no entorno das estações onde ocorrerão as paradas, além de ser opção de lazer para aqueles que visitam a capital mineira ou qualquer cidade do Circuito. De acordo com o projeto, o trem Littorina deve seguir um roteiro, partindo da Estação "Capela No- va", em Betim, parando em Vianópolis, onde os passageiros poderão visitar a Vale Verde-Alambique e Parque Ecológico. Dali, o destino é Juatuba, cidade temática do cavalo onde está o Haras Zuninga. A outra ponta do roteiro é Mateus Leme e Azurita, com shows de artistas locais e feira de artesanato. A escolha da Littorina é uma alusão à Fiat Automóveis, maior indústria do Circuito. Em 1939, entraram em operação as cinco automotrizes diesel-mecânica, em aço inoxidável, de fabricação italianaFiat, nas rotas Rio-São Paulo e Rio-BH. “O resgate do glamour destas máquinas será o diferencial do Turistrem”, aposta a gestora do circuito. Divulgação A idéia do Turistrem já existia na cabeça da gestora do circuito, Fátima Amaral, e ganhou força depois da conquista de Belo Horizonte como uma das sedes da Copa do Mundo de Futebol, de 2014. “As cidades que se estruturarem para este grande evento, estarão definitivamente inseridas no mercado do turismo. A nossa Littorina poderá ser um atrativo a mais para turistas do mundo inteiro. Não podemos perder o trem da história. Com profissionalismo e visão de futuro as cidades do Circuito Verde-Trilha dos Bandeirantes poderão estar incluídas na programação daqueles que virão para Minas Gerais, em função da Copa”, avaliou a gestora. A Littorina, conhecida como o ônibus sobre trilhos, é alvo do Circuito Verde para fazer a diferença na atividade turística, resgatando o glamour de tempos idos. Estudos da viabilidade foram feitos, mas depende de parcerias CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 37 Fatima Amaral de Faria Gestora Voluntária da Associação Circuito Verde Trilha dos Bandeirantes. Tu r i s m o - e c o l ó g i c o Well Brito Rota de tropeiros O Caminho de Santa Quitéria está se estruturando para integrar o “Caminho dos Bandeirantes”, rumo às “Picadas de Goiás”. A Serra Negra, explorada nos tempos idos das Bandeiras, por Fernão Dias e Borba Gato, apresenta um importante atrativo de turismo no espaço rural: o “Caminho de Santa Quitéria”, antiga estrada que liga Betim a Esmeraldas. Pertinho de BH, o Caminho de Sta. Quitéria oferece paisagem rural com cenários que precisam ser conservados, atendendo uma demanda dos legítimos donos do lugar, que entendem a necessidade de ações efetivas, envolvendo a comunidade, o setor público e a iniciativa privada. Assim, podem garantir o desenvolvimento sustentável do turismo na Serra Negra, sem degradar a natureza ameaçada pela falta de planejamento dos gestores públicos e, algumas vezes, pela desinformação daqueles que lá habitam. A paisagem rural, por si só, já é um atrativo, mas levantar as trilhas nas propriedades ao longo do caminho e nominá-las é tarefa que exige capacidade técnica e operacional para agregar valor a este grande potencial. A estruturação do “Caminho” requer a valorização dos atrativos naturais e culturais, respeitando os “fazeres e saberes” da comunidade, de forma a permitir contato dos visitantes com a população autóctone, respeitando as singularidades do lugar. Este é o desafio ao incentivar o turismo sustentável na Serra Negra, com um zoneamento funcional que permita aproveitamento de acordo com a vocação do lugar, mantendo a identidade rural. A introdução do turismo nesse Caminho, insisto, requer um planejamento de uso, considerando um maior conhecimento sobre a conduta e valores dos moradores. Isto é propiciar a interação homem/natureza. Caminho de Sta. Quitéria, com bonitas paisagens, ganhou mais árvores Resgatando roteiro Prefeitura, Universidade, representações comercias, empresariais e organizações não governamentais (Ong’s) se uniram para manter uma ação de reforço ao cuidado com o meio ambiente. O nome disso é 3ª Caminhada Ecológica da Amizade, realizada dia 13 de junho, de Betim a Esmeraldas. Cerca de 100 pessoas percorreram o caminho de Santa Quitéria, em aproximadamente quatro horas. O clima nublado contribuiu para o evento. Os participantes plantaram árvores, em função da comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente e Dia do Turista. O lixo encontrado ao longo do caminho foi recolhido e o aparecimento de alguns animais silvestres mexeu com os participantes. Os monitores (estudantes e membros do Instituto Conservacionista HIEC) aproveitaram a oportunidade para trabalhar a educação ambiental, explicando o comportamento dos animais. Well Brito A cerimônia de compromisso para a revitalização do Caminho de Santa Quitéria contou com a participação dos cavaleiros e amazonas de Esmeraldas. Eles trocaram as bandeiras das duas cidades ao som de uma banda de Esmeraldas. A iniciativa contou com forte parceria entre o poder público de Betim, entidades de classe e Ong’s como o HIEC e o Circuito Verde Trilha dos Bandeirantes. A caminhada ecológica traduz uma interação com a natureza, reconstituindo rota antiga de tropeiros Tu r i s m o - c u l t u r a l BETIM Melhor imagem está na raiz O crescimento acelerado e extraordináriamente desordenado acabou por deformar a imagem daquela que é, hoje, uma das maiores cidades do País. Entre os danos estão o choque cultural e o conflito de identidade. Betim quer mostrar sua nova cara, superar todos ticos, “construindo uma classe organizada, forte e os conflitos e a cultura negligenciada. Este município uma sociedade aberta”, como o presidente faz questão da Região Metropolitana de Belo Horizonte é histode frisar. ricamente conhecido como pólo industrial e, nas úlSobre o patrimônio cultural da cidade, Aderbal intimas três décadas, sempre se destacou pela força dos formou que foi constituída uma equipe na Funarbe seus índices econômicos. Mas tem gente querendo para garantir a preservação dos bens tombados pelo reunir os cacos de uma rica história quase moída pelo município e defender a restauração de vários imóveis boom do desenvolvimento. E betinense que é betique fazem parte da história de Betim, como a própria nense mesmo está pagando pra ver. O presidente da Casa da Cultura Josephina Bento. Fundação Artístico-Cultural de Betim - Funarbe, A Secretaria Estadual de Cultura, bem como com Vladimir Araújo Aderbal Gomes, a FAOP – Fundadesde que assumiu ção de Artes de o cargo, em jaOuro Preto, podeneiro deste ano, rão ser envolvidos está empenhado a no sentido de inmostrar que a civestir na reconsdade tem muito trução da história mais do que granlocal. Contatos já des empresas. Insestão sendo feitos. talado na Casa da “É lamentável diCultura Josephina zer isso, mas váBento – casarão rios imóveis estão colonial do século sem a mínima conXVIII, ele anuncia servação. Estamos grandes projetos, adotando medidas como a construção para traçar, em do Teatro Municicurto prazo, novos pal e o lançamento planos estratégide novos eventos. cos de desenvolviAderbal quer Gestor da cultura betinense, Aderbal quer responder às expectativas de mento cultural em promover a união uma sociedade quanto ao resgate da memória e identidade do município Betim”, garante. da classe artística “Queremos meslocal. “Estamos realizando encontros de artistas de mo é a igualdade de oportunidades, criar espaços culdiversos segmentos para envolver a categoria nas atiturais, facilitar o conhecimento das várias linguagens vidades da Funarbe, sobretudo para garantir a máe torná-las acessíveis a todos”, afirma, com o sentido xima participação da classe na construção do Plano de que a cultura está associada a mudanças. Municipal de Cultura, além de mobilizar toda socieO presidente anunciou ainda recursos do Ministédade para incluir a construção do teatro nas obras do rio da Cultura da ordem de R$ 1,5 milhão para a culOrçamento Participativo desse ano, conforme intetura betinense. Isto deve amenizar as dificuldades resse a prefeita Maria do Carmo Lara”, salienta. surgidas com a crise financeira internacional que fez Do alto dessa visão participativa, ele se comproreduzir a receita do município. “Tivemos que redumete a trabalhar continuamente para favorecer a deszir alguns projetos que seriam iniciados ainda este centralização da gestão cultural, de forma a potenano, mas vamos garantir a manutenção dos serviços cializar a expressão das iniciativas dos grupos artísprioritários”, assumiu. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 39 Ve s t u á r i o A primeira Indústria Têxtil – FITEDI - de Divinópolis foi instalada em 1937. A partir daí essa atividade econômica se multiplicou e, hoje, é referência de uma cidade pólo da região centro-oeste do Estado, que se destaca também no setor dos ensinos superior e técnico, além da siderurgia. Jajá Carneiro Jajá Carneiro DIVINÓPOLIS Uma cidade que emprega cerca de 20 mil trabalhadores, direta e indiretamente na cadeia produtiva do vestuário não pode mesmo reclamar da sorte quando outros ramos da economia não vão bem. Afinal, o boom confeccionista aconteceu na década de 1980, curiosamente, num período em que não iam nada bem a rede ferroviária e o setor siderúrgico. As demissões vieram e os maridos, vendo suas esposas trabalhando em casa informalmente, aportam capital financeiro e operacional para potencializar os negócios, formalizando as empresas, vendendo na pronta-entrega e girando capital. Foi assim que se consolidou a cadeia que começa na confecção, passa pela facção, lavanderias, estamparias e fecha com as empresas de bordado. A mentalidade empreendedora e de qualificação vem sendo mantida, conforme as informações do presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Divinópolis, Antônio Rodrigues Filho (foto ao lado). Segundo ele, são mantidos, periodicamente, cursos profissionalizantes e de capacitação, atendendo as demandas do setor, através do cen40 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS A CIDADE DA MODA tro tecnológico do Senai. Mas as atividades também sofrem com momentos instáveis, como dos últimos anos, com a queda do movimento, em virtude de três questões básicas. As empresas não diferenciam bem os preços de varejo em relação ao de atacado e os revendedores e sacoleiras recuam na compra. Aliado a isso, o Jajá Carneiro Presidente do Sindivesd, Antônio Rodrigues: fortalecendo conceito custo de viagem, tanto para os “guias” quanto para os consumidores ficou muito elevado. Também, houve um acirramento da concorrência com outros pólos em todo País, como Cianorte, Goiania, Brás, Bom Retiro e Caruaru, entre outros. É aí que entra o papel do Sindivesd, salienta o seu presidente, criando condições para que as empresas se tornem mais competitivas através de várias ações como cursos, palestras de tendências, participação em feiras nacionais, consultorias "in loco", entre outros, tudo em nome da apresentação de produtos diferenciados no conceito “preços justos e design próprio”. Isto só fortalece a marca Divinópolis como “cidade da moda”, slogan que é “fruto de um trabalho de quase 3 décadas, de muito empenho e de uma vocação "nata" do município”, frisa Antônio Rodrigues. . In fra est rut ura Pela terra & Pelo ar Uma cidade pólo que se situa entre as 10 principais do Estado, altamente propícia ao turismo de negócios, exige, naturalmente, maior facilidade de acesso. O presidente do Sindivesd, Antônio Rodrigues, vê perspectivas ante os dados do movimento de veículos na MG-050. Com base na última atualização da Concessionária Nascentes das Gerais, dando conta de que 13 mil veículos/dia passam pela rodovia que corta a cidade, ele anuncia o início das ações, a partir de julho, com a distribuição de flyers nos pedágios, convidando as pes- soas às compras em Divinópolis. “Nós só trabalhamos em cima de fatos concretos para construirmos nossas ações”, salientou Rodrigues, citando a reforma do Aeroporto da cidade como abertura de novas possibilidades de marketing, de abordagens aos clientes. Pelo ar, a cidade fica “mais próxima” dos grandes centros de maior poder aquisitivo. “Vamos, com isso, aguardar a conclusão da reforma e a definição das empresas/linhas aéreas e aí, sim, poderemos pensar nos projetos de captação de novos clientes, especialmente de qualidade”, disse. Empresas contam com as melhorias no aeroporto e no Centro Comercial para lançarem mão das oportunidades que se ampliarão em Divinópolis Renovado, aeroporto abrirá o céu em Divinópolis A reforma do Aeroporto Brigadeiro Cabral custará ao Governo do Estado investimentos da ordem de R$ 10 milhões, melhorando a infraestrutura do local, que ficará aparelhada para receber vôos regionais. O vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Obras orçada em R$11.740.488,90 com recursos do Governo do Estado, deverão estar concluídas pela Construtora Marins dentro do prazo estabelecido. Econômico, Francisco Martins, revelou que a participação da Prefeitura será no processo de licitação para a estação de passageiros do aeroporto, preparando Divinópolis para entrar no circuito aeroviário do Governo do Estado. De acordo com Martins, existe a possibilidade de linhas aéreas comerciais passarem por Divinópolis, após a recuperação do aeroporto municipal. Ele afirmou que hoje já se discute uma parceria entre uma empresa e as grandes companhias aéreas do Brasil para se ter uma linha ligando Divinópolis a Confins. Neste modelo, por exemplo, o passageiro compraria a passagem para São Paulo e o avião pegaria a pessoa em Divinópolis, a levaria para Confins e, de Confins, para São Paulo. A ideia é que os vôos levem o passageiro de Divinópolis para Confins e, daí, para todo o país. Até o final do ano, o aeroporto estará todo remodelado, deixando Divinópolis com recursos de acesso ao nível dos principais destinos mineiros. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 41 Gastronomia ARAXÁ É UMA DAS DELÍCIAS DE MINAS, COM MUITA ARTE! O III Festival Internacional de Cultura e Gastronomia, realizado no Ouro Minas Grande Hotel e Termas, em maio, consolidou Araxá como atrativo gastronômico. Culinária está para a Arte, assim como o arroz para o feijão ou a música para a dança. E a vovó já dizia, talvez muito antes dos grandes Chefs: ‘Primeiro, se come com os olhos’. Agora, combinar torresmo com chocolate? Esse é um dos diferenciais do Festival de Araxá, cheio de combinações inusitadas de sabores, com muita arte. Este Festival já está entre os mais conceituados eventos gastronômicos e culturais do País, gerando cerca de 480 empregos. Amantes da boa mesa participam de festins harmonizados, conduzidos por chefs da alta gastronomia. Pela primeira vez, o Festival recebeu a espanhola Montse Estruche, o italiano Vittorio Serriteli, o francês Marc Le Cornec e os brasileiros Eduardo Avelar e Marco Aurélio Soares. Nos salões do Grande Cozinha Araxaense: reduto do paladar mineiro 42 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS Torresmo com chocolate: paladar curioso Fernando Piancastelli Hotel, exclusivos cardápios, além de Cultura e Gastronomia de Arade inovações e tendências da cozi- xá é um acontecimento único, por nha dos quatro cantos do planeta, sua diversidade de atrações. A tôsob o comando do mestre Ivo Fa- nica é a culinária, por isso a partiria, de Belo Horizonte, curador cipação de conceituados chefs. Mas gastronômico do Festival. a cozinha, automaticamente, está Na tenda gastronômica, os tra- ligada a cultura. Daí a ideia de mesdicionais rituais dos chefs amado- clá-la à arte”, explica Agenor Leres do Clube da Cozinha de Araxá: mos Júnior, um dos promotores do Velório do boi – Sopa do velório do evento. boi – Destrincho do porco – Paella Muita dança, teatro, música, excaipira – e Festival do cordeiro. posição de artes e workshops gasA cachaça, que não poderia fal- tronômicos, cozinha experimental, tar teve espaço especial - “Degus- aulas e palestras com chefs convitação de Cachaças” - com produto dados, degustações monitoradas e local, presença do SindiBebidas/- troca de informações, também foFiemg – Cooperativa dos Produto- ram pontos altos de um festival res de Cachaças de Alambique de que encontrou o tempero certo Araxá e Região. para todos os paladares. Simultaneamente, nas dependências do hotel, funcionavam o Centro Cultural, Espaço Saberes, Galeria do E n c o n t r o, Praça Gastronômica e Saberes do Som. “O FesFestival Internacional No Festim Dançante, o sabor de se divertir O sentimento de que pode subir um pouco mais no conceito nacional é de um dos promotores do evento, com base em comentários de um conceituado chef. E os preparativos para a última semana de maio de 2010 já começaram. “O Festival de Araxá já é considerado pelo público como o maior e mais importante evento cultural e gastronômico de Araxá e região. Na opinião de um dos chefs convidados, deve estar, seguramente, entre os 3 melhores festivais de gastronomia do Brasil. Hoje, faz parte do calendário turístico de Minas Gerais, atraindo amantes da cultura, da cozinha e da boa mesa de diversos pontos do Brasil, com maior intensidade de São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Ribeirão Preto, Uberaba e Uberlândia.” Este é todo o entusiasmo de Armando de Angelis (foto no alto), um dos promotores do evento. Para ele, a 3ª edição, este ano, atingiu um altíssimo nível técnico na gastronomia, apresentando grupos de discussão relevantes que foram Fernando Piancastelli Festival está entre os três melhores do País Eduardo oferecendo churrasco para Armando de Angelis coordenador do evento transmitidos para toda América do Sul e alguns países da Europa. Os planos para a próxima edição, segundo ele, são de fortalecer ainda mais o alto nível técnico alcançado na gastronomia, trazendo grandes nomes internacionais e unindo experiências e pesquisas úteis para o desenvolvimento da nossa cozinha. Na parte cultural, valorizar ainda mais suas atividades, homenageando grandes nomes e fatos memoráveis, estimulando as artes cênicas e plásticas, além de promover o artesanato local e jovens talentos e revelações da música instrumental brasileira. De Angelis observa que um festival desse nível exige altos investimentos, nunca inferiores a R$ 300.000,00 por edição. Ele revela que, pelo ano atípico de crise internacional, corte de verbas convenia- Turismo vive novo tempo com regionalização e profissionalização O promotor do Festival de Araxá, Armando de Angelis, não esconde que vive do turismo e, por isso, pode arriscar pela visão de futuro que tem. “Como todo bom araxaense, nasci respirando turismo e sempre estive atento aos seus movimentos, tanto nos altos, quanto nos baixos”, disse, acrescentando que “nunca e em momento algum o turismo mineiro esteve tão em alta quanto agora, especialmente pelo nível profissional como está sendo conduzido na esfera estadual”. Segundo ele, o bom entrosamento entre os governos estadual e federal tem ajudado em muito a viabilização das ações. Mas adverte os municípios que não aproveitam o momento. Ele vê raríssimas exceções de cidade que estão com a leitura correta do contexto. das, esta edição foi deficitária. Estas são algumas variáveis que a experiência dos 60 anos de vida de um empresário, publicitário e promotor de eventos, não permite desanimar. A história de Armando de Angelis se confunde com essa adrenalina. Para chegar ao Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Araxá, ele criou e iniciou, há 16 anos, a produção de um festival típico que focava exclusivamente a comida mineira. Não foi adiante, em função do fechamento do Grande Hotel de Araxá para reforma. O sonho não acabou. Em 2007, Antônio Leonardo, como prefeito de Araxá, delegou a Agenor Lemos Júnior, a incumbência de, junto a De Angelis, tentar resgatar o evento da comida mineira, para inserir Araxá no roteiro gastronômico brasileiro. O evento de comida típica virou um grande Festival Internacional de Cultura e Gastronomia, que conta com importantes apoiadores da iniciativa privada e pública. A primeira edição do Festival superou as expectativas e seu sucesso foi decisivo para a continuidade e crescimento. Na segunda edição, maior maturidade e muito mais visibilidade. “Crescemos cerca de 20% no público, apresentamos uma grade cultural de altíssima qualidade, com mostras culturais de fotos históricas, artes plásticas e dança, lançamento de livros e shows espetaculares”, festejou. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 43 Q u e i jo M i n a s Divulgação Vargem Bonita “garimpa e lapida” essa preciosidade Depois dos diamantes, o queijo minas artesanal passou a pedra da vez. Tem até evento, na raiz do Rio São Francisco, para estimular a excelência “canastra”. trados dois queijos por produtor um para a a degustação do público em geral e outro para ser degustado no dia, pelo juri. Os queijos são selecionados e premiados com base nos quesitos de apresentação com o formato e acabamento, de cor, de textura, consistência, e paladar e olfato. Cada característica dessas equivale a um valor que, na soma total, facilita a seleção dos vencedores, do Arquivo O povoamento começou com a descoberta de diamantes no leito do Rio São Francisco, nas proximidades da fazenda "Vargem Bonita”. Garimpeiros vinham de todos os cantos do País e ali se estabeleciam. Vargem Bonita fica a 322 km de Belo Horizonte. Com mais de 2 mil habitantes, sua população descobriu outra auspiciosa mina - a da produção do queijo artesanal. Afinal, é impossível vir a Minas Gerais e ir embora sem levar o seu tradicional produto?. A Emater/MG e a Prefeitura da cidade sabem disso e trataram logo de estimular o crescimento e a qualidade de produção do queijo minas artesanal. Agora, lá é assim: maio, o mês de Maria, é também o mês da Festa de Peão Boiadeiro. E se tem festa de Peão, há 15 anos, nos últimos 8 anos não falha o Concurso do Queijo Minas Artesanal de Vargem Bonita. Para participar do concurso, tem que ser produtor rural do município e o queijo deve ser produzido 15 dias antes, para que possa passar pelo processo de maturação exigido, conforme explica a engenheira agrônoma da Emater, Arilda Resende de Castro. São regis44 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS primeiro ao quinto lugar. Tudo muito criterioso para garantir o crescimento da qualidade do queijo canastra artesanal. Os prêmios são oferecidos pela Prefeitura, Emater e outros patrocinadores do evento que acontece todo ano, no último dia da Festa do Peão Boiadeiro, que começa numa quinta-feira, tendo o queijo minas artesanal-canastra como um de seus principais atrativos. Gianck Luiz Costa Vargem Bonita, terra da cachoeira Casca Dantas, começou com a descoberta de diamante e segue o desenvolvimento com o turismo e o queijo canastra Po r t u g a l - M G PORTUGAL É AQUI. SEU NOME, Esta cidade mineira poderia ser considerada uma “maravilha extraordinária” de origem portuguesa. Não é apenas obra de valorização da identidade e afinidade luso-brasilerias que o País teve dois patrimônios históricos eleitos entre as sete maravilhas de origem portuguesa em todo o mundo. Um, em Salvador-BA, outro, em Ouro Preto-MG. Minas tem muito mais. Um jornalista de Lisboa, Salvador Alves Dias, presidente das associações Européia e Portuguesa de Jornalistas de Turismo, disse, em entrevista (nesta edição-páginas azuis), que Tiradentes é a memória das cidades do interior de Portugal, que não existem mais em termos de preservação histórica. Logo, Tiradentes é o que poderia-se dizer uma “maravilha extraordinária” de Portugal. O próprio prefeito, Nilzio Barbosa, tratou de dar uma definição especial para o seu município histórico: “Tiradentes não trata de uma construção objetiva, mas de algo que só existe no ponto de vista do sujeito que a conhece”. A inspiração do prefeito foi longe para tocar no fetiche que essa cidade exerce nas pessoas, pela oferta diversificada de atrativos, a partir do patrimônio arquitetônico, a Serra de São José com suas cachoeiras, a culinária, as festas e festivais, cada um atraindo um público diferenciado que acaba se unificando no encanto geral da cidade. “Se, por um lado, é notória a motivação do lazer e do consumo por parte desses turistas na sua estada em Tiradentes, constata-se, também, que esse lazer passa pela cultura e por uma busca de conhecimento, aliado a uma experiência estética que exercitam na contemplação de monumentos, igrejas ou nas visitas a ateliês e lojas de arte”, continuou o prefeito. Ele conta que a Prefeitura está sempre ouvindo a população e os visitantes e que, geralmente, os depoimentos dos turistas apontam sempre para a associação das dimensões "estilo arquitetônico, preservação da história, a religião e os costumes". Resumindo, Tiradentes, como um todo, é pura "beleza arquitetônica carregada de história". Divulgação Tiradentes Maria Fumaça, que faz o trecho Tiradentes-São João Del-Rei É uma viagem no tempo Tiradentes é mesmo uma atmosfera histórica dos séculos XVIII e XIX. Nas palavras de seu prefeito, Barbosa, “o importante é estar em Tiradentes, andar por Tiradentes, consumir a cidade, o conjunto, o clima, o "chique" de Tiradentes” Este efeito começou a ser construído no início de 1702, com a fundação do Arraial de Santo Antônio do Rio das Mortes, em pleno ciclo do ouro. Na segunda década do século, o arraial tornou-se Vila de São José Del-Rei para, em 1860, ser promovida a cidade. Quase 30 anos mais tarde, um grupo de republicanos, em visita à cidade, sugere a mudança de seu nome para Tiradentes, em homenagem a um de seus filhos mais ilustre, o herói da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier. Mas o fetiche de Tiradentes já veio dos áureos tempos. Um pedaço do depoimento que Saint-Hilaire deixou quando visitou a região comprova isso: “... É pequena, mas conta com casas muito bonitas e fica-se admirado do tamanho da igreja paroquial” (foto abaixo) ... “As colinas que cercam São José, cavadas e reviradas em todos os sentidos demonstram quais eram as ocupações dos primeiros habitantes dessa vila...” M a r av i l h a Aleijadinho fez, quem pintou foi o Mestre Ataíde. Uma Maravilha! A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência (Ouro Preto) foi eleita uma das sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. FOTO: NENO VIANNA/BARROCOPRESS Ouro Preto está mesmo podendo. Não bastando ter sido a primeira cidade brasileira declarada “Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade” pela Unesco, em 1980, agora vê uma de suas igrejas se transformar em Maravilha de Origem Portuguesa Munidial. A igreja de São Francisco foi construída em estilo rococó, uma obra de arte que constitui uma etapa posterior na evolução do barroco mineiro. A obra teve início em 1766, com projeto arquitetônico, risco da portada e elementos ornamentais como púlpitos, retábulomor, lavabo e teto da capela-mor da lavra de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. As pinturas são de Manuel da Costa Ataíde, outro importante artista do barroco mineiro. São nada mais nada menos do que os dois mais importantes nomes da arte colonial brasileira. Um concurso foi realizado pela “New 7 Wonders Portugal”, empresa que também organizou a declaração oficial das Novas 7 Maravilhas do Mundo. Concorreram 27 bens de 16 países, sendo 6 deles do Brasil. A escolha foi feita através do site www.7maravilhas.pt, onde cada internauta pode escolher sete monumentos dentre os 27 listados. A seleção dos monumentos concorrentes foi feita de acordo com o valor histórico e patrimonial de origem e influência portuguesa no Mundo, sendo que alguns deles têm a chancela da Unesco como patrimônio da humanidade e outros, poderão tê-la no futuro. É uma questão de tempo. Quem também comemorou muito o resultado foi a secretária de Turismo de Minas, Érica Drumond, considerando que “com a premiação, nosso Estado ganha mais visibilidade e mais proximidade com Portugal. Nossa meta agora, em nossa política pública de FOTO: NENO VIANNA/BARROCOPRESS promoção e divulgação internacional é estimular que o português e o europeu conheçam a Igreja de São Francisco, assim como todo acervo cultural e natural que Minas tem a oferecer”, afirmou a secretária, antes de lembrar que Minas Gerais abriga cerca de 60% do patrimônio histórico do Brasil e que, entre suas singularidades, possui rico conjunto arquitetônico representativo do sistema colonial luso-brasileiro. No Brasil também foi escolhida como “Maravilha” a Igreja e Convento de São Francisco de Assis e Ordem Terceira de Salvador (BA). TURISMO CULTURAL NO BRASIL 49% dos turistas que vêm ao País pela cultura são europeus. 61% destes visitantes escolheram o Brasil como destino de férias, motivados pela cultura. 76% desses turistas possuem curso superior. 40% são pós-graduados. Portugal é o terceiro maior emissor de visitantes para o Brasil São 4 voos semanais Belo Horizonte-Lisboa. Pesquisa Unesco/Embratur E n t r ev i s t a Jornalista português, SALVADOR ALVES DIAS MI N A S É A ME M Ó R I A PO RT U GUE S A, CO M C ER T EZ A ! Ele estava na primeira fila da plateia que acompanhava a cerimônia de abertura do 2º Salão Mineiro de Turismo, em abril. Dali, só saiu para uma rápida entrevista à CIRCUITO DAS GERAIS. Pouco mais de 15 minutos, estava de volta ao mesmo assento para ouvir um pouco do muito que falara à reportagem: que Minas tem um grande potencial turístico e tem muito a ver com Portugal. Ele é Salvador Alves Dias, presidente das Associações Portuguesa (8 anos) e Europeia (4 anos) dos Jornalistas de Turismo. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 47 CIRCUITO DAS GERAIS Como você vê o trabalho regionalizado para o turismo no Brasil? SALVADOR ALVES DIAS Tem que ser dessa forma, por uma razão simples. O Brasil é muito grande e o turista está interessado em um produto diferenciado. E este produto diferenciado tem que aparecer com parcerias, seguindo os nichos de mercado. Como o Brasil é tão grande, cada estado deve mostrar aquilo que o diferencia dos outros. Este é o pressuposto da regionalização. O que você sabe do potencial turístico do Brasil? O potencial turístico brasileiro é fantástico. São as praias e a cultura. E nós estamos em Minas Gerais, que é um dos estados mais ricos do ponto de vista cultural, quer pelo patrimônimo de seus monumentos históricos, quer pelo lado gastronômico e musical. Isto supera a falta de praia? 48 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS “Como o Brasil é tão grande, cada estado deve mostrar aquilo que o diferencia dos outros.” É isso. A opção tem que ser essa. Tive a oportunidade de ouvir a secretária de Turismo de Minas (Érica Drumond) dizer que Belo Horizonte tem todas as possibilidades de ser um dos grandes destinos para a realização de convenções, só ficando atrás de São Paulo. Então, nesse aspecto e em outros atrativos turísticos, Minas tem potencial para se firmar como atração internacional? Eu acho que sim. Tem todo o potencial para isso. Afinal, o europeu, quando vem ao Brasil, quer praia mas não fica só nisso, quer arte, cultura, história, conhecer as raízes das regiões brasileiras. É. O importante é ter a consciência de que tem que oferecer um produto misto. O turista tem praia e, depois, tem opções outras como por exemplo a cultura. Normalmente, as pessoas gostam de passar dois ou três dias na praia e quatro ou cinco com sentido cultural. Você sabe que Minas é considerada a caixa d´água do Brasil. Aqui só não tem água salgada. Se precisar de uma prainha, a gente arrranja uma de água doce. É verdade. Daquilo que eu sei, é a maior reserva d´água que existe. Queria ouvir de você um comentário sobre a importância da indústria do turismo na economia de um País ou mesmo município. Hoje, em alguns Estados (Países), o Turismo é a principal indústria do setor de serviços. Em nível mundial, é o segundo, já com grandes possibilidades de se transformar no primeiro. O turismo de negócios é dos mais crescentes, com o mundo globalizado, né? É um dos mais rentáveis e de maior atrativo, porque os congressos, convenções, viagens educacionais que se fazem hoje, movimenta um grande público. É uma coisa que se contrasta com o turismo de massa. O grande problema é que não é feio o racio entre o número de turistas e aquilo que eles deixam por aqui. Quer dizer, o turista de negócio deixa mais divisas do que o turista de massa, proporcionalmente falando ou, até mesmo, numericamente. Logicamente. Nós, jornalistas, pomos como título de notícia: O Brasil recebeu não sei quanto milhões de turistas. Baixou o número no turismo. Baixou, mas muitas vezes, a renda que o turista deixou é maior do que a que ele deixou anteriormente. Fala-se muito que o Brasil precisa evoluir muito quanto a sua mentalidade turística. Tem que pensar somente em explorar o turismo e parar de explorar o turista. Você concorda com isso? Claro! Cada turista bem recebido equivale ao retorno de cinco vezes mais turistas. Isso já foi muito bem estudado. Por outro lado, hoje já feito um esforço muito grande para manutenção de cursos, escolas, para melhorar o atendimento ao turista, porque um grande problema é não haver um bom preparo, uma boa formação para o pessoal em nível de restaurantes, hospedagens e outros serviços. São setores que, às vezes, percebe-se que não estão bem cuidados aqui no Brasil. Mas já podemos ver avanços em nível de hotelaria. Tem grandes cadeias hoteleiras, grandes resourts. No detalhe, o que você já conheceu e gostou de Minas? Conheço muito do patrimônio histórico-cultural de Minas. Conheço, Tiradentes, Diamantina, Mariana, Ouro Preto... aquelas ruas por duas horas. Senti como se estivesse em Portugal, naquelas cidades mais do interior que, praticamente, já não existem mais. Brasil e Portugal têm muito a ver. E Minas e Portugal? Quando cheguei a Tiradentes, tive uma surpresa tão grande. Cheguei à noite e percorri Esse é mais um diferencial. Esse é um bom cartaz turístico: “Conheça o Portugal de antigamente, vindo a Minas Gerais”. As águas, grutas... Essa parte, não. Acho que estou perdendo. “Quando cheguei a Tiradentes, senti como se estivesse em Portugal, naquelas cidades mais do interior que, praticamente, já não existem mais.” Então, lá não cuidaram desse tipo de patrimônio. Não houve o cuidado que tiveram aqui. Em que Minas Gerais pode somar em sua experiência? Acho que é o carinho, a receptividade. Aqui é um lugar onde o português se sente muito bem. E talvez seja por isso que se viu a possibilidade de ter um vôo direto para aqui. Isso é muito bom para Portugal e para Minas Gerais, viajar sem ter que parar no Rio ou São Paulo, por duas, três ou quatro horas. CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009 49 Uma história Newton anos, sempre com o apoio dos pecuaristas. Destacou-se também como empresário nos setores de autopeças e recapagem de pneus. Preocupado com suas raízes e seu povo, Newton Penido enveredou pela política. Já na primeira vez em que candidatou a vereador foi o mais votado. Vereador atuante, batalhador, foi reeleito para outros vários mandatos, tendo chegado à Presidência da Câmara Municipal de Itaúna, em 1982.” Casou-se com Nialva Rodrigues Penido. Foi um chefe de família “exemplar, pai zeloso e dedicado” aos sete filhos. “Newton Penido foi uma daquelas pessoas cujos nomes, com certeza, se perpetuarão na lembrança dos que com elas conviveram. Por sua bondade, capacidade de servir e a generosidade, conquistou a admiração e amizade de todos.” Ao final, o deputado assina o documento que destaca na conclusão: “Dessa forma, é justo prestar esta homenagem àquele que, em vida, ajudou a construir a história da cidade de Itaúna, com seu trabalho, sua participação e sua honra.” Arquivo Câmara Municipal de Itaúna Penido Muitos passam por ali. Muitos, mesmo. Também, são muitos que sequer imaginam quem pode ser ou ter sido um tal de Newton Penido, que empresta seu nome à Rodovia MG-050, no trecho de Juatuba a Itaúna. Muitos, mesmo. A iniciativa de homenagear Penido, foi do deputado estadual, Antônio Júlio, em 2003, com um projeto de lei, dando denominação ao trecho da MG, lembrando o político itaunense. Na justificação do projeto, o deputado registra que o trecho rodoviário a que se refere o projeto não possui denominação específica. No texto, são registradas também informações de que Newton Penido, a quem se pretendia homenagear, foi nascido em Itaúna, mais precisamente no Distrito de Itatiaiuçu, e ficou órfão de pai aos dois anos de idade. “Trabalhou como sapateiro, balconista, tropeiro, ajudante de caminhão e motorista. Amante de sua terra e do trabalho pecuário, firmou-se como fazendeiro. Foi presidente da Cooperativa Agropecuária de Itaúna por 12 Divulgação Acima, a MG-050, denominada Rodovia Newton Penido, que aparece no alto, à esquerda. Ao lado, o deputado Antônio Júlio, autor do projeto. 50 julho de 2009 CIRCUITO DAS GERAIS