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Transcrição

UUMMMAAA VVIIIAAAGGGEEEMMM SSOOOLLLIIITTTÁÁÁRRRIIIAA
R$ 8,00 - ANO 1
Nº 2
JULHO / 2009
Conheça uma das sete
maravilhas de origem
portuguesa no mundo
www.circuitodasgerais.com.br
UMA
VIAGEM
S O L I TÁ R I A
“Nunca na história desse País” um destemido, anônimo , conseguiu sensibilizar por apoios a uma proposta digna pela busca
de conhecimento e meios de conscientização sobre a preservação
das águas, fauna e flora. Um canoísta, que resolveu percorrer o São
Francisco - da nascente à foz - teve que abortar a primeira investida,
exatamente por falta de recursos. Ele parou, mas quer reprogramar a viagem, esperando mais apoio e mais reconhecimento à importância do seu projeto.
INHOTIM
UM LUGAR NA
MEDIDA DAS
EMOÇÕES
MINEIRÃO
A MARCA DE
UM NOVO
TEMPO PARA
O TURISMO
Índice
CAPA
Canoísta estudioso programou
uma expedição a remo pelo curso
do Rio São Francisco. Logo no começo teve que abortar a viagem,
que seria de conhecimento e conscientização mas virou uma aventura e prova de resistência. João
Carlos não desistiu. Vai se reprogramar para atingir seus objetivos.
28
GERAL
POTENCIAL
18
A Copa de
2014 em
Minas
ARTIGOS
12 Roberto Fagundes (Turismo Sustentável)
38 Fátima Amaral (Rota de Tropeiros)
20 BR-381, efeito
mundial de
seleções
Em Minas Gerais, são inúmeras as ações e investimentos.
O Estado está apostando alto
na força da Indústria do Turismo. Mostrar os produtos e
potencializar são as palavras
de ordem.
13
14
14
15
16
Salão brasileiro dos melhores destinos
Workshop internacional
Novas cidades indutoras
ACMinas no Rio
Nova sinalização
ENTREVISTA
47
Jornalista português participou do 2º Salão Mineiro
de Turismo e deixou uma
pérola: Tiradentes é a memória de uma Portugal que
não existe mais.
CIDADES
23 Capitólio - cidade indutora
32 Brumadinho - terra do Inhotim
36 Circuito Serras do Cabral - cidades da
biodiversidade
37 Circuito Verde - Turistrem, Cultura e
Ecologia
40 Divinópolis - cidade da moda
42 Araxá - Alta gastronomia
44 Vargem Bonita - Queijo é o ouro
45 Tiradentes - Maravilha extraordinária
46 Ouro Preto - Uma maravilha
Acima, os estudantes
da Universidade Newton de Paiva, que estiveram em Capitólio
para fazer um diagnóstico da hotelaria.
Abaixo, a estação ferroviária de Juatuba, que
deverá integrar o roteiro
do projeto Turistrem
UMA HISTÓRIA
50 A MG-050 é denominada Rodovia
Newton Penido. Quem foi ele?
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009
5
O p i n a n do
www.circuitodasgerais.com.br
Fabrício Salomé
Reg.SJP-MG –Nº 2.671
Editor Geral
Clóvis Fonseca Closé Limongi
Reg.SJP-MG –Nº 2222
Diretor Responsável
REPORTAGEM:
Paulo Henrique
Cláudia Regina de Oliveira
FOTÓGRAFO
Vladimir Araújo
Denise Prado
FOTOS DIVERSAS:
ACERVO DOS CIRCUITOS
NOSSA CAPA
Canoista no leito do Rio São Francisco na cidade de
Iguatama . Expedição “Velho Chico”. Galeria Inhotim
Foto, Eduardo Eckenfels Projeto do Estádio do Mineirão
para a Copa de 2014.
IMPRESSÃO:
Lastro Editora
CONTATOS:
[email protected]
[email protected]
Av. Gov. Valadares , 355, sala 206
Centro – cep.: 32.510.010 – Betim - MG
CNPJ: 86.502.382/0001-77
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julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
PARA PORTUGUÊS VER
E
m um momento em que Portugal descobre, entre
suas sete maravilhas espalhadas pelo mundo, a Igreja
de São Francisco de Assis, no município de Ouro
Preto, um português, com olhos turísticos, aponta
para Tiradentes, identificando esta cidade como espelho a refletir um Portugal interiorano, de tempos idos,
que não existe mais.
É verdade que são muitas as “Tiradentes” pelo
Brasil afora a preservar um patrimônio histórico invejável. Outra verdade: uma ex-colônia portuguesa
tinha mesmo que guardar as características da nação
que atravessou o Atlântico para explorar riquezas naturais e, entre outras, expandir o seu quintal.
Mas Tiradentes mereceu a deferência de um jornalista português, líder do segmento de uma classe
acostumada a lidar com produtos que distinguem valores. É como um ourives que não precisa de muita
análise para perceber o “peso” do brilhante aos seus
olhos. Um “olho-clínico” distinguiu uma das mais
procuradas cidades históricas de Minas. E esta cidade
bem faz jus pela qualidade de sua posição no modo de
trabalhar a valorização dos exemplares históricos e da
própria história. Uma cidade até para português ver.
A CIRCUITO DAS GERAIS registra, em uma
entrevista com o jornalista português, mais este brilho de Tiradentes, e dele extrai opiniões, conceitos e
críticas de real valor para que o potencial turístico de
Minas Gerais seja melhor trabalhado como produto
atrativo internacional. Melhor que isso, apesar de
perceber que o Brasil ainda precisa evoluir muito no
trato às nuances do turismo, a entrevista mostra que
há uma luz dando brilho e cores mais fortes ao nosso
potencial e que o quadro atual é alentador, sobretudo,
pelo aspecto da nova mentalidade que vem imperando
dos gabinetes às ruas da cidade, do empreendedorismo à criatividade e improviso do trabalho informal.
Vale a pena conferir, refletir e, depois, assumir
uma postura clara e consciente no contexto, como um
agente ou simplesmente um crítico a provocar reações positivas na sociedade, em defesa contra a inércia.
I n te ra gi ndo
SURPRESA
Ao circular sua 1ª edição, a CIRCUITO DAS GERAIS
conseguiu atingir alguns de seus principais objetivos, a destacar o estímulo ao debate e à construção de um novo senso
crítico, desenvolvendo a consciência da potencialidade turística mineira e da necessidade de investimentos concretos
para alimentar a indústria do turismo no Estado. Surpreendentemente, a resposta esperada para depois de outras quatro ou cinco edições, veio de imediato. Portas estão se
abrindo e questionamentos chegam em série, em forma de
sugestões, ideias e pautas para futuras edições. Bingo! No
mais, alguns dos inúmeros cumprimentos e felicitações recebidos são registrados aqui como agradecimento geral.
Parabéns pela "gostosa" edição da
Circuito das Gerais. Bonita, fresca,
bucólica e recordativa, a tal nos
inspira saudades, deslumbramento
em cascata e desperta imensa vontade de largar tudo e sair pelas trilhas, serras, em busca da paz e da
beleza. Gostaria de enviar-lhes
livro, editado em novembro, "Paisagem Rural" onde, por estradas
diferentes de Minas, falei das belezas que não podem morrer em nossas memórias. Muitas das poesias
contidas neste livro bem cabem nas
paisagens desta ótima revista.
Repitam a dose. Contem com meus
olhos para apreciar o belo que retratam e, claro, também com alguma colaboração portuna.Circuito
das Gerais é um arco-íris. Parabéns!
Izelda Carvalho (e-mail)
Achei que a revista ficou bacana.
Na página do Circuito Serras e
Cachoeiras há um erro quando se
fala que Maripa de Minas e Astolfo Dutra fazem parte do nosso
circuito. A segunda cidade, por
meio de seu prefeito, nos procurou,
querendo participar do Serras e
Cachoeiras. Estamos à disposição
para mais informações.
Regina Cabral - gestora do
Circuito Serras e Cachoeiras
(e-mail)
Olá, sou Gabriel, tenho 8 anos e li
sua revista. Eu adorei os lugares
que são muito bonitos e interessantes. Um abraço e boa sorte com a
revista.
Gabriel Simões (e-mail)
Foi com muita honra que recebi a
edição nº 1 da "Revista Circuito
das Gerais". Desejo que toda a
equipe receba meus sinceros cumprimentos pelo magnífico trabalho
realizado, tanto gráfico quanto
editorial. Sucesso!!! Meu fraterno
abraço.
Doutor Viana - deputado estadual (e-mail)
Não sei se essa edição, por ser a
primeira, é diferenciada, mas espero que os turistas sejam enfocados mais nessa revista, pois são eles
as principais pessoas de credibilidade a falar da qualidade da
oferta turística de nosso Estado.
José Mário (via site)
Quero parabenizar toda a equipe
da revista pelo importante trabalho
de divulgação e promoção dos produtos turísticos de Minas Gerais.
Com qualidade e profissionalismo,
a revista mostra o que até muitos
mineiros desconhecem.
Ivair Nogueira - deputado estadual (cartão)
Gostei mesmo da revista. Está
linda. Gostei muito da diagramação, fotos ótimas e títulos muito interessantes. Vocês estão de parabéns.
Tomara que Deus os ajude muito a
vencer mais esta batalha. Estou
torcendo para que tudo dê certo
para a revista e para toda a equipe.
Augusta Soares (e-mail)
Iniciativas como esta, com objetivos
claros de se somar ao processo de
crescimento dos municípios e Estado, só merecem respeito e elogios.
A qualidade gráfica e jornalística
dispensa comentários. Recebam
meus parabéns como estímulo para
que continuem com essa determinação e que todas as barreiras sejam
superadas.
Ronaldo Magalhães - deputado estadual (cartão)
Recebi a revista. Parabéns, ela
ficou ótima! Agradecemos a oportunidade de participar desse projeto e desejamos sucesso! Conte
sempre conosco.
Luiz A. Nogueira - Bikessauros - Varginha (e-mail)
Foi com muita alegria que vi uma
revista de qualidade feita por gente
de nossa cidade (Betim). Parabéns!
Gersom Gomes da Silva (via
site)
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009
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Curtas-Circuito
TURISMO INTEGRADO - Agentes culturais, autoridades e entidades de
fomento devem participar de uma audiência pública na Assembleia Legislativa para elaborar um seminário para
discutir formas de integração entre as
áreas de turismo, cultura, gastronomia e
artesanato. A ideia é dos deputados Tenente Lúcio, Carlos Pimenta e Ana
Maria Resende.
ITACOLOMI - Por falar em audiência pública, também tem o requerimento do deputado Ruy Muniz para debater o potencial turístico do Parque do Itacolomi, em
Ouro Preto. A proposta é para
ouvir ainda os convidados sobre o
manejo sustentável do parque, bem
como a preservação de seu ecossistema e as responsabilidades após os
cinco anos de reabertura do parque
à visitação pública.
BALNEÁRIO - O projeto arquitetônico de revitalização do balneário de Montezuma (Norte de Minas) já foi aprovado pela Codemig,
que deve investir nas obras mais
que o previsto inicialmente pela
Prefeitura. A informação é do gerente de apoio técnico da companhia, José Machado Lopes.
ALERTA - Providencial a palavra
da superintendente de Política do
Turismo da Secretaria de Estado
de Turismo (Setur), Jussara Rocha,
durante um recente encontro no
interior de Minas. Vale para todos
os municípios. Ela defendeu que
antes de se pensar em estruturar a
cidade para o turista, é preciso que
a cidade seja boa para a população
local. "A população precisa caminhar junto para que o turismo funcione", acrescentou. Jussara falou
do apoio da Setur, oferecendo vários
cursos com o Sebrae e o Senac para
capacitar a população. "População
participativa, qualificada, que saiba
aonde quer chegar, faz a diferença",
assinalou, arrematando: "Só beleza
não resolve, é preciso ter estrutura
e organização."
DICA - Para muitos municípios
que estão mirando a indústria do
turismo como fonte econômica alternativa para sair do buraco ou
avançar, fazendo a receita subir, vale
esta orientação. Entre as necessidades consideradas urgentes para o
desenvolvimento do turismo, estão
a criação do conselho municipal de
turismo e a elaboração de uma política de turismo compatível com as
políticas estadual e federal. Esses
são critérios para o receber o ICMS
Turístico.
ALTERNATIVAS ECONOMICAS
O município de Santa Maria de Itabira, no centro-leste mineiro, busca
meio de diversificar sua atividade econômica, de olho na indústria do turismo. A relação entre Prefeitura e Câmara é a melhor possível para a
viabilização de projetos. O prefeito Geraldo Noé (foto abaixo, com o vereador Luiz Muzzi Filho) afirma que o município tem muitos produtos
para atrair visitantes, além das tradicionais festas. São cachoeiras, corredeiras, onde se pratica o boiocross, a Serra do Morro Escuro. A cidade
ainda conta com a força da cultura Quilombola e outras tradições como o
queijo moreno, a goiabada cascão e o pão-molhado que, segundo o prefeito, “é único, incomparável”.
8 julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
Também, é de Santa Maria a Rede
Tia Eliana - do ramo alimentos. É
completa e com algo mais, de produção própria e personalizado. São 15
lojas em Santa Maria de Itabira, Itabira, BR-381 (Emboabas), João Monlevade, Timóteo, Coronel Fabriciano,
Guanhães e Belo Horizonte. Um dos
proprietários, Paulo César de Assis
Lage, que deu continuidade ao que
começou com a tia, atendendo alunos
em porta de escolas, diz que tem
plano de nova expansão. Ele também
acha que o aquecimento do turismo
seria muito bom para ampliar os negócios também na sede, Santa Maria.
E garante que a “Tia Eliana” pode
ajudar como referência e por já fazer
parte da história do município.
DE VOLTA PARA O PASSADO
O médico ortopedista e escritor, Eduardo
Amaral, de Betim, está sempre em viagens
de lazer com a mulher, Ana Maria. No passeio, em São João Del-Rei, o casal fez questão de vestir roupas de época para uma foto
ao lado da Maria Fumaça. A oferta é mais
um atrativo para os turistas que
passeiam no trem entre Tiradentes e
São João Del-Rei.
NHÔ TIM
Um ambiente singular, onde se misturam Botânica e Arte Contemporânea. Um lugar onde se apura diversidade ecológica e cultural.
Esse acervo é que é o diferencial. Basicamente foi assim que o biólogo e educador ambiental, de 24 anos Eduardo Franco conceituou
o Parque Inhotim, em Brumadinho. Ali, a reportagem de
CIRCUITO DAS GERAIS passou um sábado e descobriu a origem
do nome, que nenhum visitante soube explicar. Mas entre os funcionários foi fácil. Não se trata de nehuma comida ou ritual indígena.
Simplesmente, é o tratamento que davam a um europeu, conhecido
como “Tim”, que viveu muitos anos naquele espaço. Quer dizer, antes de virar Inhotim, o lugar era conhecido como terra do Nhô Tim.
PAINS
Todo mês de setembro acontece uma
tradicional festa de Pains, no Parque
de Exposição. O mês é do encontro
Painense Ausente. A cidade vive intensamente este encontro, oportunidade para as famílias tradicionais se
reencontrarem e reverem os
conterrâneos que deixaram Pains,
mas não querem perder o contato
com as raízes.
Informações: www.pains.mg.gov.br
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009
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RALLY DAS ÁGUAS
Esta promoção do Veteran Car Club-MG
aconteceu de 11 a 13 de junho, no Circuito
das Águas do Sul de Minas, reunindo automóveis de mais de 25 anos. Os veículos
percorreram 350 quilômetros, por São
Lourenço, Cristina Caxambú, Lambari,
Conceição do Rio Verde, Águas de Contendas, Pouso Alto, Itamonte e Passaquatro. A
disputa somou ponto para o Campeonato
Brasileiro de Rally de Regularidade. A
prova foi vencida pela dupla gaúcha a
bordo de um Fiat 147, 1977, Rogério
Franz e Mário Nardi. Em segundo, Carlos
Alberto de Souza e Ivani Schits, de São
Paulo, com um Mercedes Bens, de 1970. O
terceiro lugar ficou com Guilherme Murad
e Carine Funke (SP), com um Peugeot Cabriolet, de 1967. A Organização, a cargo da
Gerencial Brasil, sucesso.
Na foto maior, o Fiat 147 do campeão. No alto,exposição de carros antigos.
Acima, a equipe da Gerencial Brasil, que atuou no evento: Sérgio Lima,
Ivana Magalhães, Rodrigo Teixeira, Ricardo Cortez, Maria Clara, Cláudio
Hermanny e Eliziário Donato
REQUINTE EM HOSPEDAGEM
Em tempos de altos investimentos em infraestrutra e
serviços, e de ações efetivas para a potencialização do
Turismo em Minas, a ampliação de oferta de leitos e
qualidade em hospedagem está na ponta das necessidades. E o empresário do ramo hoteleiro, José Ângelo de
Assis, do seu Balneário Hotel do Lago, na cidade de Capitólio, na margem da lagoa, considerado o mais recente
empreendimento do setor de alto luxo na região, já está
direcionado a novos investimentos. Zito, como também
é conhecido no meio, anunciou já estar desenvolvendo
um arrojado projeto para a construção de novo hotel na
região, de alto requinte, para clientes dos mais exigentes. “Quero continuar à oferecer o que há de melhor nos
serviços de recepção e hospedagem”, disse ele, que também é proprietário do Hotel Minastur no centro da cidade de Capitólio, tendo sua mulher, Marilene, como
grande parceira também nos negócios.
O empresário
José Ângelo
(Zito), com o
administrador
do Balneário
do Lago
Hotel, Mozart
Santos.
PRÊMIO PARA ITABIRITO
A cidade de Itabirito, a 50 km de Belo Horizonte, foi a grande
vencedora do Troféu Roteiros do Brasil, na categoria Gestão
Turística de Destino. Com o prêmio, Itabirito se torna referência nacional de organização pública em turismo. A premiação é promovida pelo Ministério do Turismo. A cerimônia de
entrega do troféu será no próximo dia 2 de julho, no 4º Salão
Nacional do Turismo, em São Paulo. Minas tem mais premiados: na categoria “Sítio Eletrônico Promocional” – Sítio eletrônico da Estrada Real, em “Sustentabilidade Ambiental em
municípios” – Santana do Riacho, e em “Planejamento e Gestão do Turismo Regional” – Circuito Turístico do Ouro.
FIAT LANÇA CAMIONETE
A Fiat Automóveis escolheu Diamantina, que pertence ao Circuito dos
Diamantes, como cenário para apresentar aos jornalistas da imprensa especializada em veículos de todo o mundo, o novo produto da montadora
de Betim: Camionete Strada Adventure - cabine dupla. Os convidados se
impressionaram tanto com o carro quanto com os atrativos da cidade que,
além do casario, tem diversas cachoeiras e paisagens deslumbrantes.
A novidade da Fiat ficou exposta sob o passadiço construído para interligar os dois casarões da Casa da Glória. Até hoje há uma polêmica, quanto
aos objetivos da construção, se o passadiço foi apenas para facilitar o trânsito entre os prédios ou se a função era esconder as estudantes do colégio
interno dos rapazes seresteiros. Lançamento de carro também é cultura.
FOTO: WALDEZ MARANHÃO
FORRÓ DA ABAV
O presidente da ABAV/MG, José Maurício
de Miranda Gomes, escolheu o Parque Ecológico da Fazenda Vale Verde, em Betim,
para realizar a 6ª Junina da ABAV. Foram
mais de 800 convidados, entre agentes de
viagens, representantes de companhias aéreas, entidades e jornalistas especializados.
numa área ao ar livre. Shows, decoração e
comidas e bebidas típicas, completaram o
ambiente. O produto da casa, claro, não poderia faltar: a boa cachaça das marcas Vale
Verde e Minha Deusa. Como acontece
todos os anos, o fechamento foi com espetáculo pirotécnico por conta da Elite Pirotecnia - responsável pelo reveillon da lagoa
da Pampulha. A festa junina da Abav teve o
fortíssimo patrocínio de: GOL, TAM, ABC
Turismo, AIR Canadá, Mercure Life, Trip,
Passaredo e American AIR Lines, além da
Elite Pirotecnica.
De cima para baixo: José Maurício de Miranda Gomes, presidente da
ABAV-MG, com Tereza Possas, proprietária da Vale Verde, e Rafael
Horta, gerente de operações da Vale Verde; Eduardo Terci, da TAM, e
José Maurício; e as atendentes da ACTV TURISMO, Camila e Luciene,
acompanhadas de Estanislau e Guilherme.
CACHAÇA EM VOO LIVRE
O 6º Festival da Cachaça de São Lourenço reuniu mais de 20
produtores de cachaça artesanal com 50 rótulos diferentes, recebeu visitantes de várias cidades da região e, nos três dias de
evento, neste mês de junho, movimentou mais de R$ 150 mil.
Além da cachaça, os produtores ofereceram torresmo, queijos
e amendoim para acompanhar a degustação, livros e artesanato feito com palha de cana. Foi um festival de altos negócios
e promessa de ampliar no próximo ano, conforme informou o
organizador do festival, William Rogério de Souza, confirmado pelo presidente do Servtur, um dos apoiadores do
evento. Foi uma integração de eventos. No mesmo período
eram realizados o Desafio da Montanha de Mountain Bike e a
Copa de Vôo Livre.
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009
11
R o b e r t o L u c i a n o FA G U N D E S
TURISMO SUSTENTÁVEL (II)
Engenheiro, Presidente do Conselho Empresarial de Turismo da
ACMinas e seu vice-Presidente, diretor da Clan Turismo, membro
do Conselho Estadual de Turismo.
12 julho de 2009
omo pode o meio ambiente, o movimento turístico, a economia e o desenvolvimento local ser equilibrado?
Desta vez, começamos reafirmando que
temos que nos concientizar que, para encorajar o desenvolvimento da área rural e
residencial, temos que promover uma investigação da potencialidade de desenvolvimento do Turismo Sustentável. Também, podemos citar como exemplo importante, um "case" de sucesso, a cidade de
Passa Quatro, no sul de Minas.
Esta pequena cidade, com seus 15 mil
habitantes, aos pés da Mantiqueira, na divisa de Minas com São Paulo, está sabendo explorar, com competência, o seu carisma de “Cidade Presépio”.
Primeiro município mineiro no caminho da Estrada Real, estância hidromineral, com suas várias fontes em praça pública, foi o quartel general da Polícia Militar de Minas Gerais, durante a revolução
de 1930, onde Juscelino Kubistcheck serviu como capitão médico.
Há cinco anos, inauguraram a MariaFumaça, o trem da Mantiqueira, que sai
da Estação Central, apitando, levando os
visitantes até o túnel, na divisa com o estado vizinho.
A Rodoviária local foi reformada e a cidade é toda calçada por paralelepípedos,
arborizada, limpa e, de todo o lugar em
que se levanta o olhar, enxergam-se as imponentes montanhas que a cercam. Além
do excelente hotel e ótimas pousadas, que
exibem uma boa ocupação, abriram, recentemente, uma atração especial, o projeto “Brasil Nota 10”, com a história do
País contada em miniaturas, com cenários
completos, distribuídos em várias salas,
cada uma ressaltando os destaques das miniséries da Globo.
Mas o que mais impressiona é que todo
o meticuloso trabalho, foi e é desenvolvido
por menores carentes, bem como o passeio
C
CIRCUITO DAS GERAIS
guiado, causando emoção ver e ouvir as
crianças uniformizadas, contando as histórias que marcaram o nosso país. O projeto, sem nenhum apoio dos governos
estadual e federal, cresce pela abnegação
de poucos, que acreditam no futuro do país
através da educação e cultura, dando oportunidade aos jovens de desenvolverem as
suas aptidões, ensinando a eles um ofício,
com benefícios para si e para a comunidade. O movimento de visitantes é crescente, ampliando o comércio e a prestação
de serviços, mas mantendo as características e originalidade local.
Esta política integrada passa pela valorização de atividades próprias, como a gastronomia e o artesanato, investindo nos
conceitos de tipicidade e autenticidade,
elementos de grande força, de imagem
forte e grande representação para a identidade local.
Aos que se interessam por esta vertente, seguem alguns dos objetivos que
devem ser trabalhados:
- estabelecer um relacionamento com
foco na qualidade, entre produtos e produtores;
- criar uma rede de capilaridade entre
o micro e pequeno empreendedor, que
conduz o seu negócio de acordo com os
métodos culturais e tradicionais da sua
produção;
- um sistema integrado com estrutura
e serviço receptivo para bem receber os visitantes e dividir com eles o seu forte
apreço à terra, além do orgulho e entusiasmo por lá viver.
Para implementar um turismo capaz de
durar no tempo, mantendo o seu valor
qualitativo e quantitativo, necessário se faz
coincidir a expectativa do residente local
com a do turista, sem diminuir o nível
qualitativo da experiência turística e sem
danificar os valores ambientais e culturais
do território visitado.
Po t e n c i a l t u r í s t i c o
MOSTRANDO
O QUE É QUE
MINAS TEM
Depois de realizar o 2º Salão Mineiro de Turismo, em abril, Minas Gerais está com
a bagagem cheia, a caminho do IV Salão do Turismo - Roteiros do Brasil.
Municípios regionalizados e
associados foram ao Minascentro,
em abril. Agora, todos são um Estado, Minas Gerais, rumo ao Parque do Anhembi-SP, para mostrar,
de 1º a 5 de julho, o que temos de
melhor como atrativo turístico.
O evento tem a organização do
Ministério do Turismo (MTur) e
reunirá gestores públicos e representantes da iniciativa privada,
apresentando roteiros turísticos
dos 27 estados brasileiros.
Para quem deseja viajar ou realizar negócios, opção não vai faltar.
É como afirma a diretora do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico
do MTur, Tânia Brizolla: o salão é
uma grande vitrine do turismo doméstico. “Se na primeira edição tínhamos aproximadamente 400 produtos turísticos a serem oferecidos,
hoje temos mais de 300 roteiros estruturados para oferecer (Minas
deve apresentar mais de 70 roteiros preparados). Ou seja, este ano
são mais de 3 mil produtos turísticos”, afirma Tânia.
Além de aprofundar os conhecimentos sobre o país, os visitantes
podem adquirir pacotes de viagens,
artesanato e produtos da agricultura familiar, assistir a palestras e a
manifestações da cultura popular
brasileira. É um espaço onde os
empresários também podem realizar negócios.
A edição 2009 ainda comemora
os cinco anos do Programa Nacional de Regionalização do Ministério do Turismo. As novidades incluem o lançamento de duas revistas e a apresentação da coleção Talentos do Brasil, criada por estilistas renomados, a partir do trabalho de artesãs brasileiras.
A expectativa dos organizadores é de que aproximadamente 100
mil pessoas visitem o salão durante
os cinco dias de evento.
A edição anterior reuniu 87,3
mil visitantes. Agora, a área de comercialização cresceu mais de 1,5
mil metros quadrados este ano,
chegando a 9,6 mil metros quadrados.
O que ver e fazer no Salão
ABERTURA - Cerimônia dia 1º de julho, a partir das 11 horas, com a presença do ministro do Turismo, Luiz Barretto.
Na programação extensa para os cinco dias do evento estão incluídas palestras internacionais e apresentações culturais em seis palcos.
Gastronomia, artesanato e cultura popular, oportunidade para os visitantes conhecerem os destaques de cada uma das cinco regiões brasileiras.
Vitrine Brasil, um trabalho que estilistas consagrados criaram a partir de visitas a comunidades de artesãs, incluindo noções de artesanato com relatos de grandes mestres.
CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009
13
Wo r k s h o p e i n d u t o r e s
Minas para a América
Em meio aos preparativos para se expor no Anhembi, no Salão do Turismo, o destino
Minas marcou presença nos Estados Unidos que são os maiores emissores de turistas
estrangeiros para o Brasil, a lazer. O estado quer uma fatia maior desse bolo.
O turista norte-americano no Brasil
74,7 dólares......................................... gasto médio diário
13,9 dias........................................média de permanência
99,1 dólares..................................gasto per capita por dia
47,4 por cento...........hospedam em hotel, flat ou pousada
38,4 por cento...hospedam em casa (parentes ou amigos)
Vladimir Araújo
De olho no potencial norte-americano em emissão de turistas para
o Brasil, Minas Gerais entrou no
pacote do Workshop Brazil da Embratur e foi se mostrar como opção
de destino para o turismo de lazer.
O evento aconteceu dias 10 e 11 de
junho, em New Jersey e Nova Iorque (EUA), e serviu também para
anunciar que, agora, ficou mais
fácil, tem vôo direto Miami-BH.
Assim, a política do turismo mineiro cumpriu mais uma importante etapa do plano de conquistar
os Estados Unidos, um dos países
prioritários na promoção e incentivo à comercialização, conforme
está previsto no Projeto Estruturador Destinos Turísticos Estratégicos, do Governo de Minas.
Além de Minas Gerais, também
pegaram carona participantes de
Brasília e dos estados do Ceará,
Pernambuco e Santa Catarina. Todos estes destinos trabalham para
ampliar o número de operadores
que comercializam produtos turísticos brasileiros, para diversificar a
oferta de destinos e qualificar a informação transmitida para operadores, agentes de viagens, companhias aéreas e jornalistas internacionais.
A assessora de Promoção e
Apoio à Comercialização da Secretaria de Estado de Turismo de
Minas Gerais, Izabel Dayrell, participou do Workshop, onde foram
apresentados os produtos de todos
os segmentos promovidos pela
EMBRATUR - Sol e Praia, Ecoturismo, Cultura, Negócios e Eventos e Esportes. Minas compareceu
como o destino ideal para compor
com os roteiros de sol e mar.
14 julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
Novos indutores para o turismo
Infraestrutura de Araxá garante
cidade como um dos novos indutores
O Ministério do Turismo selecionou 65 destinos turísticos, em
todo o país, com foco na recepção
do turista internacional. De Minas,
foram Ouro Preto, Tiradentes, Diamantina e a capital Belo Horizonte. Agora, o Estado anuncia o
Projeto Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional
para as dez cidades do estado, selecionadas pela SETUR, com o objetivo de alcançarem padrão de excelência como destinos turísticos
para receberem o turista nacional.
São considerados indutores os
municípios com infraestrutura básica e turística, com atrativos qualificados e capacidade de atrair e
distribuir significativo número de
turistas para seu entorno e dinamizar a economia do território em
que estão inseridos.
Assim, são indutores regionais,
em Minas, São Lourenço, Caxambu, Camamducaia, Capitólio,
Sete Lagoas, Araxá, Poços de Caldas, Santana do Riacho, Juiz de Fora e Caeté.
Int ercâm b i o
ACMinas vai ao
Rio, mostra
dedo-verde
e promove
o Estado
Num intercâmbio entre conselhos de Turismo das associações comerciais mineira e fluminense, a ACMinas mostrou os avanços do Estado no setor turístico e se apresentou como
uma entidade participativa em indicações, discussões e decisões de resultados.
O presidente do Conselho Empresarial Turístico mineiro, Roberto Fagundes, que também responde pela vice-presidência da ACMinas, foi o encarregado de mostrar que em muitos grandes resultados alcançados, teve o dedo de
sua entidade. Ele foi proferir uma
palestra em terras cariocas, a convite da Associação Comercial do
Rio de Janeiro.
Pela reação dos anfitriões, causou boa impressão. Os cariocas se
interessaram nas ações e falaram
em contar com a assistência e colaboração dos mineiros nos projetos
que pretendem desenvolver por lá.
Para Fagundes, o encontro foi “um
canal de comunicação muito importante que se abriu e pretendemos estimulá-lo.”
O palestrante mineiro falou sobre os projetos para o setor que
estão sendo desenvolvidos pelo seu
estado, sugeridos e apoiados pelo
Conselho. “Um importante pleito
conseguido do nosso Conselho,
conquistado em 1999, durante o
governo Itamar Franco, foi a criação da Secretaria Estadual de Tu-
rismo, que representou a base estratégica para todas as ações que se
seguiram”, relatou Fagundes.
Este fato, assinalou ele, criou o
ambiente propício a diversas outras iniciativas do Conselho de Turismo da ACMinas que, em suas
gestões sucessivas desde então, realizou articulação para assegurar o
término das obras do Expominas
Belo Horizonte, que é o único centro de exposições da América Latina ligado diretamente a uma estação de metrô, e a transferência de
vôos do Aeroporto da Pampulha
para o Aeroporto Internacional
Tancredo Neves.
“A transferência para lá dos
vôos do Aeroporto da Pampulha,
há cerca de quatro anos, foi também uma luta nossa, apoiada pelo
governo de Minas. Com isto, a estimativa é de que atinja um movimento de cinco milhões de passageiros/ano, já em 2009, chegando,
com as obras de ampliação e modernização já previstas, a oito milhões de passageiros/ano. E os
problemas de acesso que existiam
foram sanados com a Linha Verde,
uma via de trânsito rápido com
35,4 quilômetros de extensão que
reduziu o tempo de percurso entre
o centro de Belo Horizonte e o aeroporto para cerca de 40 minutos”,
informou.
Esta conquista mineira motivou,
entre os membros do Conselho de
Turismo carioca, o ressurgimento
de um debate: eles consideram que
a recente transferência de vôos do
Aeroporto Internacional Tom Jobim para o Santos Dumont foi prejudicial. Mas não se conseguiu impedir a mudança.
Roberto Fagundes também destacou o papel desempenhado pela
ACMinas como estimuladora da
criação do Convention & Visitors
Bureau em Belo Horizonte, pioneiro no Estado, que hoje já se estendeu para 16 outros municípios
mineiros. Para ele, o incremento do
turismo de negócios e eventos em
Minas Gerais se deve ao entrosamento das entidades do setor turístico, tanto entre si quanto com o
governo estadual, “que tem sido
muito sensível a todas as proposições do Conselho”.
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009
15
S i na l i zaç ão
Projeto de Sinalização Turística foi
desenvolvido para facilitar o acesso
aos destinos, orientar e incentivar o
turismo. Até uma cartilha foi produzida para divulgar a iniciativa. Bom
para que todos possam entender
alguns dos pictogramas nas placas.
Montanha
Rio
Lago
Lagoa
Cachoeira
Patrimônio
Natural
Gruta
Turismo
Rural
Estância
Hidromineral
Arquitetura
Religiosa
Monumentos
Arquitetura
Histórica
Museu
Ruína
Patrimônio
Cultural
Sítio
Arqueológico
Artesanato
16
julho de 2009
Placas para destino não fic
ficar
perdido e nem perder turista
Quem ainda não se viu embaraçado,
sem saber o significado daqueles desenhos em placas pela estrada? Toda e
qualquer sinalização nunca é demais. Se
vem com campanha de orientação e esclarecimento, bem melhor.
É assim que está sendo feito em todo o
Estado. Depois de fortalecer os receptivos locais, capacitando-os e aproximando-os do cliente final, incentivando a
formatação de roteiros integrados, segmentando os principais produtos e identificando seus nichos de mercado, Minas
Gerais instalou placas de sinalização turística rodoviária com o objetivo de informar, orientar e incentivar os usuários
das rodovias a conhecerem os circuitos
turísticos do Estado, visitando seus principais atrativos naturais e históricos.
Também garante mais segurança nas estradas.
A sinalização é feita por placas de fundo marron, instaladas nas rodovias de
acesso às cidades que fazem parte dos
circuitos turísticos. Elas trazem os pictogramas, desenhos representativos, dos
principais atrativos locais, indicando ainda a direção e a distância dos municípios.
Este serviço já se encontra entre os
principais itens das exigências dos turistas, se juntando ao nível de hospedagens,
gastronomia e comunicação.
Divulgação
Os pictogramas das
placas de
sinalização
turística são
para
orientar e
atrair os
usuários das
rodovias.
Uma cartilha
circula pelo
Estado,
divulgando a
iniciativa e
esclarecendo
detalhes.
CIRCUITO DAS GERAIS
Pains poderá se beneficiar das placas para atrair mais turistas
destaque - Copa 2014
A COPA DO MUNDO É NOSSA
Belo Horizonte será uma
das sedes brasileiras da
Copa do Mundo de
Futebol, em 2014, mas
Minas inteira já está
vivendo quase que em
função desse evento.
Divulgação
Para uma boa parcela da população brasileira, o País não tem condições de bancar uma copa do
mundo, por ser um investimento
muito alto, tendo que promover,
especialmente, a reconstrução de
todo o seu aparelhamento para este
esporte. Mas o que seguiu ao anúncio de que Belo Horizonte seria
uma das 12 sedes brasileiras para a
copa de 2014, foi uma real elevação
do termômetro, e todos os mineiros passaram a viver sob a febre do
mundial de seleções. A mobilização
é total.
Em meados deste mês de junho,
o ministro interino dos Esportes,
Wadson Ribeiro, esteve em BH,
precisamente na Assembleia Legislativa, participando de uma reunião
com deputados, representantes do
governo estadual e meio esportivo.
Foi mais um passo para esclarecer
que as ações não exigirão tamanha
gastança como muitos pensam.
Complexo do Mineirão será remodelado, com total infraestrutura
O secretário de Estado de Esportes e Juventude, Gustavo Corrêa, apresentou o planejamento das
ações do Estado para Belo Horizonte receber os jogos da Copa, a
partir da preparação do complexo
Mineirão-Mineirinho para receber
os jogos da Copa das Confederações, um ano antes do mundial.
Com base nas exigências da Fifa,
os estádios serão reformados e terá
sensíveis melhorias de infraestrutura de transporte, hotelaria, mobilidade urbana, segurança pública
Poderes públicos estadual e federal: sintonia no preparo do Brasil para 2014
e conforto.
Foi criado um comitê gestor no
Governo do Estado, que trabalha
em projetos para a criação da linha
de metrô que ligará a Savassi ao
Mineirão; a duplicação das avenidas Antônio Carlos e Pedro I; a ligação da Via Expressa à Avenida
Carlos Luz; a Linha Verde; novas
unidades de pronto-atendimento
nas vias de acesso ao estádio; e a
construção de um centro de convenções na Avenida Cristiano Machado.
De acordo com Gustavo Corrêa,
o plano de ação ainda está em fase
de definições. Neste ano serão concluídas as licitações, e o início das
obras está previsto para dezembro
e a conclusão, para fim de 2012.
O ministro Wadson Ribeiro coroou de flores os projetos preparados pelo Governo do Estado e
disse que a União pretende promover melhorias e reformas dos aeroportos, criar linhas de crédito para
os setores de hotelaria e serviços,
além de incentivar a modernização
da mobilidade urbana e segurança
pública.
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009
17
Estado poderá
ter sub-sedes
para o mundial
O deputado Tenente Lúcio, com a secretária de Estado,
Érica Drumond, sintonia no turismo
A ideia é do deputado estadual,
Tenente Lúcio, presidente da Comissão de Turismo da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais. E não
é das piores. Pode até ser das melhores se levado em conta que poderá desafogar a capital que, em
vez de ter que abrigar uma superpopulação durante o período, se beneficiará de uma superpopulação
flutuante de alto consumo. As subsedes funcionariam como dormitório.
Como em todo dilema sobre a
viabilidade ou não de uma ideia, o
deputado pretende colocar em pauta na Assembleia Legislativa, a discussão da possibilidade de transformar algumas importantes cidades
do interior do Estado como sub-sedes da Copa, a exemplo de Uberlândia e Araxá, que possuem todas
as condições de infraestrutura para
receberem uma das seleções da
chave que jogará em Belo Horizonte. Ele argumenta que isto
contribuiria para a disseminação
por diversas regiões do Estado dos
milhões de dólares que virão a ser
investidos em Minas para prepararem as cidades para um evento deste porte. “Acredito que o nosso governador Aécio Neves ficará sensível a este pleito e fará o melhor
que puder para ajudar todo o Estado”, considerou Tenente Lúcio.
Com a visão turística, o deputado disse estar esperançoso de que
a Copa do Mundo de 2014 traga
para Minas os investimentos necessários para desenvolver e estru18
julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
Araxá seria uma das cidades em
condições de funcionar como
sub-sede, pela boa infraestrutura
turar o turismo definitivamente no
Estado. “Preocupados com esta
questão, aprovamos um requerimento do Deputado Fábio Avelar,
ex-Presidente da Comissão, para
realizarmos uma Audiência Pública
para discutirmos com os diversos
setores envolvidos com a realização da Copa em Minas, todas as
questões relativas a esse mega projeto”, anunciou.
Dessa audiência pública participariam representantes dos poderes
públicos municipal, estadual e federal, da CBF, da Federação Mineira de Futebol, dos clubes de
futebol da Capital, polícias estadual
e federal, iniciativa privada ligada
ao setor do turismo e todas as outras instituições com vínculo às
questões do mundial em Minas.
O propósito é mobilizar todos,
segundo o deputado, para transformar Belo Horizonte na melhor
sede de jogos da Copa do Mundo
de todo o país.
Turismo na Copa: mais R$ 1 bi
A reação da secretária de Estado de Turismo, Érica Drumond, foi imediata. “A economia do turismo mineiro poderá ter uma receita adicional
de até R$ 1 bilhão, em função da realização de jogos da Copa do Mundo
de Futebol, em 2014”, anunciou ela, após a definição de BH como uma das
sedes do mundial de seleções.
Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (2008), a pedido da Embratur, indica
que o gasto médio do turista estrangeiro em eventos no Brasil, por dia,
é de US$ 314,70. De acordo com a secretária, atualmente, a capital e seu
entorno, possuem cerca de 15 mil unidades habitacionais (quartos), podendo abrigar 30 mil pessoas/dia, o que movimentaria, em um período
de 60 dias, cerca de R$ 1 bilhão de reais. “Levando-se em consideração
que a Copa do Mundo movimenta um longo período, com atividades que
antecedem e postergam o grande evento, se formos mensurar a nossa capacidade atual, já teríamos uma grande movimentação financeira neste
período. Todo turista em um destino pratica os verbos hospedar, comer,
visitar e comprar”, reforçou Drumond.
De olho neste mercado, já estão em fase de implantação em Belo Horizonte e região, com vistas a Copa 2014, novos empreendimentos em
hotelaria em Belo Horizonte, em Jaboticatubas e em Brumadinho, com o
incremento de mais de 600 leitos.
.De acordo com a Match Event Services, empresa contratada pela
FIFA para tratar das acomodações, bilheterias e centros de hospitalidade
da Copa do Mundo, em média, os torcedores ficam dois dias na cidade
onde jogo acontece e depois é comum que aproveitem por mais 3 ou 4 dias
em outras localidades com atrativos turísticos no próprio Estado.
Mineiramente,
BH quer o mundo
depois da copa
Júlio Pires, da Belotur
O empenho na Capital será para que o torcedor-turista volte sempre
toda família. “Nossas ações de participação neste evento têm de deixar marcas por muitos anos, para
que executivos e empresários de
grandes organizações saibam que
Belo Horizonte é uma cidade bem
preparada para receber grandes
conferências”, sentenciou.
Como todo turista é exigente ao
extremo, somente o jeito mineiro
de ser não salvará a lavoura da
multiplicação do fluxo de visitantes. Tem que ter investimento, uai!
E muito. “Ainda não temos uma estimativa precisa. Estão previstas
muitas obras em toda a cidade. Podemos adiantar que somente a reforma do Mineirão terá um gasto
superior a R$1 bilhão e as obras de
duplicação da Avenida Antônio
Carlos, em torno de R$250 milhões”, revelou Júlio Pires.
Ele anunciou que do ponto de
vista da infraestrutura turística, algumas ações estão sendo trabalhadas não só pela Belotur, mas pelo
governo municipal como um todo.
Será construído um novo Centro
de Convenções, um Terminal Turístico Rodoviário e uma Arena
para eventos de grande porte. Pires considera ainda ser preciso melhorar a competitividade, criando
condições na cidade para atrair
mais pessoas. “Precisamos de alternativas para os turistas aqui em
Belo Horizonte e no entorno. Na
região da Pampulha, está o melhor
restaurante do Brasil em comida
regional mineira, o conjunto de
obras do arquiteto Oscar Niemeyer, o Memorial da Imigração
Japonesa dentro do Parque Ecológico, o Zoológico, onde está sendo
construído um imenso Aquário dos
Peixes do Rio São Francisco, tudo
em torno da Lagoa”, enumerou.
Ao concluir, frisou: “Com a Copa
de 2014, que na verdade começa
um ano antes, com a Copa das Confederações, nossos planos para estes quatro anos, em termos de turismo, tem a ver com turismo de
eventos e negócios, melhorando a
capacidade de fazer eventos e congressos em Belo Horizonte.”
Divulgação
O economista, presidente da Belotur, Júlio Ribeiro Pires, é dono de
um currículo versátil em termos de
atividade pública. Professor da
UFMG, já foi secretário da Fazenda e de Planejamento, Orçamento e informação. Também teve
atuação como pesquisador do
IPEAD/MG, nas áreas de Políticas
Públicas, Orçamento, Fiscalização
e Administração. É dele o sentimento de que “acolhendo bem os
turistas, oferecendo bons serviços,
sendo mineiramente bons anfitriões” Minas mostrará um diferencial que conquistará o mundo,
sediando uma chave da Copa de
2014.
Para ele, Belo Horizonte terá
muito mais visibilidade internacional como uma das sedes da Copa
do Mundo e “trabalharemos muito
em toda a cidade para tirar proveito disso a longo prazo”, observou, passando a receita: oferecer
uma agradável estada em Belo Horizonte, criando condições de lazer,
passeios, compras e diversão para
Mineirão, hoje.
Prospecto para a Copa
BR-381
Morreram tantos
e foram tantas as
manifestações,
até que chegou o
mundial de seleções. Agora a duplicação da
Rodovia da Morte
sai. O turismo e a
vida agradecem.
A Rodovia Fernão Dias ou BR381 liga São Paulo ao Espírito Santo, numa extensão de 1.200 quilômetros, dos quais, 900 quilômetros ficam em território mineiro.
De São Paulo a Belo Horizonte, a
duplicação reduziu o número de
acidentes e mortes. Exatamente o
trecho mais sinuoso e perigoso continua com pista simples, falta manutenção e, com a imprudência dos
motoristas e sem fiscalização, os
310 quilômetros de Belo Horizonte
a Governador Valadares, praticamente submetem os usuários à
triste sensação de uma roleta-russa.
Agora, coincidência ou não, definida a capital mineira como uma
das sedes da Copa de 2014, a licitação para a elaboração do projeto
executivo da duplicação foi concluída e, em breve, será assinado
convênio para a contratação das
vencedoras do edital. Um problema, a verba para o início dos
trabalhos nem está no Orçamento
da União. Isto significa que devem
protelar até o ano que vem, embora
o Dnit fale o contrário.
O importante é que ninguém
mais tem dúvida de que a duplicação sairá em tempo de inglês ver,
ou outros estrangeiros que virão
para o mundial. Claro, seria no mínimo irônico que se gastem os
tubos com tantas obras de duplicação e multiplicação e a 381, que
distribui turistas, do Nordeste ao
Sul de Minas, abastecendo ainda o
Centro, Sudoeste, Leste e Sudeste
do Estado, fique no esquecimento.
Melhor os gringos estarem aqui
com parte da BR duplicada e outra
parte em obra do que também entrarem na roleta-russa, como atualmente.
Segundo o engenheiro-supervisor do Dnit em Minas, Alexandre
Oliveira, será pedida às empresas
antecipação do cronograma. Passado esse período, o Ministério dos
Transportes deverá liberar recursos para ser lançado o edital para
contratação de empreiteiras e, em
seguida, iniciada a busca de recursos para a duplicação.
Gustavo Valadares e Ronaldo Magalhães estão entre os deputados empenhados pela duplicação-já da BR-381. Agora, comissões da Assembleia querem obras de reparos na sinalização, alargamento de pontes inacabado e fiscalização, entre outras.
20
julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
SE NÃO
FOSSE
A COPA...
Uns seguem na contramão,
outros buscam contrapartida
A lentidão do poder público coloca em dúvida
até o poder de influência da Copa do mundo, já que
as 138 mortes, só em 2008, ocorridas no trecho de
BH a Valadares, não têm sensibilizado. No guisado
de ideias, propostas e mobilizações, tem ainda a
mão dupla para o processo. O Dnit segue convicto
da duplicação enquanto que a Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT) se debruça em
estudos para concessão da rodovia à iniciativa privada.
Outra certeza: serão necessários, no mínimo,
seis anos para a conclusão total da duplicação. Isto,
não havendo contratempos e os bons fluídos evitem o choque entre os órgãos que estão na contra-mão. Diante do longo período até a conclusão
das obras, deputados estaduais, prefeitos e outras
lideranças de diversos segmentos, seguem buscando pressionar por ações emergenciais, para evitar que os índices de acidentes e mortes continuem
na ascendente. Eles querem recuperação das sinalizações vertical e horizontal, advertências para
pontes em curva, defeitos em cabeças de pontes,
mais fiscalização e redutores de velocidade.
“Tenho afirmado isso em várias oportunidades
onde sou chamado a falar sobre o assunto. A qualidade das estradas sob responsabilidade do Governo Federal encontram-se em péssimas condições de trafegabilidade. Isso ocorre pela precariedade da fiscalização e inércia em relação aos tra-
balhos de manutenção preventiva que poderiam
evitar que as rodovias federais chegassem às condições que se encontram”, disse o deputado estadual Gustavo Valadares, presidente da Comissão
de Transportes e Obras Públicas da Assembleia
Legislativa.
Ele defende que as mobilizações e diferentes
manifestações continuem e quer apoiar. O seu colega, Ronaldo Magalhães, em recente audiência
pública, em Itabira, demonstrou a mesma disposição, sempre chamando a atenção para os números
alarmantes de acidentes, muitos fatais, na BR, o
que pode ser evitado com obras emergenciais,
como fazem coro todos os deputados na ALMG.
CAPITÓLIO-MG
PAISAGENS
EXUBERANTES
RICA FAUNA
VERDES E FLORIDOS
CAMPOS
GASTRONOMIA PARA
TODOS OS GOSTOS
Tudo de bom para os seus 5 sentidos...
MUITA ÁGUA
E ARTESANATO
PRAZER DE VIVER
...e para apenas 1 sentimento:
22
julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
I N D U TO R E S
O ESPLENDOR DAS
CIDADES INDUTORAS
Estado segue política nacional de turismo e indica
suas referências no turismo nacional.
A Secretaria de Estado de Turismo (Setur) divulgou, recentemente, 11 municípios a serem preparados para servir de referência
para o turismo em Minas, tanto em
termos de receptivo quanto de mobilidade e oferta de produtos. Foram escolhidos aqueles que se apresentavam mais avançados nestes
aspectos. E lá estava, na lista, Capitólio, o esplendor, um município
de fortes atrativos, situado a 280
km de Belo Horizonte.
Além de Capitólio, são considerados indutores os municípios de
São Lourenço, Caxambu, Camamducaia, Sete Lagoas, Araxá, Poços
de Caldas, Santana do Riacho, Juiz
de Fora, Caeté e Maria da Fé.
O anúncio da inclusão de Capitólio como cidade indutora do turismo nacional foi como um gol.
Um golaço, fazendo vibrar toda a
cidade, especialmente os representantes do setor turístico e do poder
público. “Essa indicação confirma
que estamos no caminho certo.
Agora, com apoio da Fundação Getúlio Vargas e da Setur vamos dar
novos e melhores rumos para o turismo de Capitólio”, festejou o prefeito José Gonçalves Machado (Zé
Cyrilo).
É mesmo o que o prefeito espera. Durante uma semana, pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas
e equipe da Setur estarão na cidade
para avaliar o grau de competitividade do município, conferindo se
há fácil acesso, boa infraestrutura,
como água, esgoto e telefonia, hotelaria e restaurantes, entre outros
quesitos. Estarão de olho também
nas atividades econômicas predo-
O fácil acesso à margem da MG-050, a beleza, à margem do Lago de
Furnas, e a organização da cidade, foram algumas das vantagens de
Capitólio para estar entre os 11 municípios indutores de Minas para o País.
Prefeito de Capitólio, Zé Cyrilo, quer
usar a força do trabalho conjunto
minantes e como é a cultura e o
meio-ambiente local.
De acordo com a diretora do
Departamento de Turismo da Prefeitura, Fabiana de Melo e Silva
Batista, a cidade ganhará muito
sendo um destino indutor em Minas Gerais. “Capitólio trabalha em
parceria com o governo do Estado
e, neste momento, o trabalho e a
dedicação são reconhecidos. O município possui um grande potencial
turístico e com o projeto indutor
vamos organizar e planejar este
potencial, transformando Capitólio
em um produto turístico mais competitivo”, comenta a diretora.
Depois de elogiar a política dos
governos federal e estadual para o
turismo, o prefeito Zé Cirilo fez a
observação de que “não podemos
esquecer a parceria entre municípios, estado e iniciativa privada
que, juntos, são responsáveis pelo
crescimento do setor, gerando mais
emprego, ren-da e melhor qualidade de vida”, destacou ele.
Infraestrutura - Na região do
Lago de Furnas, Capitólio se destaca como cidade que possui uma
das melhores infraestruturas. Hotéis, pousadas, restaurantes com
culinária diversificada, com destaque para pratos à base de peixe e
atrativos naturais que encantam os
visitantes: canyons, cachoeiras, Lago de Furnas, além do forte artesanato. O turismo de eventos é outro
segmento que atrai muitos turistas
a Capitólio. A Praia Artificial serve
de palco para grandes festas, pela
sua estrutura: Carnapitólio, ExpôCapitólio e Trivela do Asa.
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009
23
Educação
CAPITÓLIO INDUTOR VIRA
A pronta reação do presidente da
Associação do Circuito Turístico Nascentes das Gerais, Luiz de Pádua, assim que se noticiou que Capitólio
constava da lista de municípios indutores do turismo nacional, mostra determinação do dirigente que serve de
exemplo para outras entidades. Ele
logo providenciou a busca de um diagnóstico da hotelaria local. Com essa
iniciativa, mantém o foco da responsabilidade turística em Capitólio e, de
uma certa forma, obriga o empresariado e o poder público a buscar evolução pela infraestrutura de receptivo.
Em contato com o coordenador do
curso de Turismo da Faculdade Newton de Paiva e diretor de turismo do
Senac-MG, Cristiano Lopes, Pádua
solicitou o diagnóstico por parte dos
universitários, fazendo de Capitólio
um laboratório. Entendimento conclu-
Presidente do Circuito
turístico: Luiz de Pádua
Gestor do Circuito
Turístico: Kleyber Silveira
ído pelo gestor do Circuito Turístico,
Kleyber Silveira, a Prefeitura, Câmara
Municipal e empresários locais garantiram meios para receber, nos dias 20
e 21, os 42 alunos de Turismo da
Newton de Paiva.
Nos dois dias em que estiveram em
Capitólio, os universitários receberam
informações detalhadas do potencial
do município e percorreram a cidade,
Coord. do Curso de
Turismo: Cristiano Lopes
visitando os principais atrativos locais.
O professor Cristiano disse que a
oportunidade é benéfica para o município e para os próprios alunos, como
futuros profissionais. Ele avalia que o
diagnóstico poderá contribuir em muito para a hotelaria da cidade. Nesse
ramo, segundo afirma, é preciso conhecer muito, inclusive do público que
se pretende como alvo.
LABORATÓRIO
Pedindo ajuda aos universitários
Os universitários foram e mostraram disposição, com conhecimento
de causa. Bom para Capitólio, porque Natália Farina (7º período) disse
que pretende apresentar soluções concretas, após identificar problemas e dificuldades no hotel que ficasse sob sua responsabilidade. Também do mesmo período, Fabiana Monteiro estava muito preocupada,
torcendo para não encontrar um hoteleiro com objetivos e metas incoerentes com o tipo de seu estabelecimento. Isto exigiria um trabalho efetivo de convencimento na mudança de planos. Com olhar clínico,
Fabiana observa que não existe o hotel perfeito, porque a evolução é
constante, mudando, inovando e se adequando ao perfil do cliente.
Da mesma turma, Mônica de Faria e Sandra Mara, que pretendem
se especializar em turismo sustentável, são de opinião que para um
hotel ter hóspedes a cidade tem que atrair e oferecer condições aos turistas. Caso contrário, o visitante não volta, indo embora até antecipadamente. Elas entendem que não adianta ter bons atrativos e promover
grandes festas se não há estrutura receptiva e sim custos abusivos e exploração do turista.
Mônica de Faria e Sandra Mara
Fabiana Monteiro
Natália Farina
C a n yo n s
ÁGUA,
ÁGUA,O
O MAIOR
MAIOR ATRATIVO
ATRATIVO
Em algumas placas, no caminho que leva ao Lago de
Furnas, os dizeres param por aí, não entrando em detalhes. Se a água, por si só, é o maior atrativo, ela se agiganta quando constrói maravilhas de canyons, grandes
paredões rochosos, com mais de 20 metros de altura.
Em Capitólio, na represa de Furnas, as águas formam
reentrâncias e vão em quedas deslumbrantes formando
cachoeiras, como a Lagoa Azul, Cascatinha, Diquada e
Cachoeira da Dri, entre outras. O acesso só é possível
pelo lago. Então, é só pegar a embarcação que saí em
frente ao restaurante do Turvo, curtir a natureza e mergulhar em águas límpidas.
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Conforto, ele
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CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009
27
Canoagem
EXPEDIÇÃO ECOLÓGICA
E perdeu o sentido!
Estava tudo muito bem programado para uma expedição solitária, “Meu Velho Chico”, em uma canoa. O que era para ser
uma viagem de conhecimento, virou pura aventura.
Enfraqueceu, foi como o efeito que se prevê para o curso do
Rio São Francisco, com a transposição. O canoísta parou!
“João Carlos Figueiredo. Ribeirão Preto, SP, Brazil.
Poeta, pensador, espeleólogo,
montanhista, mergulhador, fotógrafo amador, amante da Natureza
e, agora, canoísta, gosto da vida
como ela é, repleta de surpresas e
relacionamentos, às vezes, complexos, outras, deliciosamente simples
e diretos, como devem ser o amor e
a amizade. Navegar é preciso..., nas
águas do velho Chico! Quero percorrer seus caminhos, reviver suas
lendas... proteger o seu povo... defender suas águas...”
É o que está escrito no blog
(meuvelhochico.blogspot.com) desse
paulista que pretendia percorrer
todo o leito do Rio São Francisco
(2.800 quilômetros), saindo de Vargem Bonita, ao pé da nascente, e
Nem o mapa que o orientava no
trajeto, o canoísta tinha mais. A
canoa já estava toda comprometida
28 julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
terminando em sua foz, na divisa
de Alagoas e Sergipe. A viagem
ficou só no início, durou cerca de
uma semana.
A ampliação do debate sobre a
famigerada transposição do Rio
São Francisco para abastecer o sertão nordestino, o alerta para a degradação das matas ciliares em
toda a extensão do rio, o assoreamento de seu leito e o efetivo resultado do desvio de suas águas,
nas expectativas de mudanças climáticas para a região eram os objetivos que João Carlos assinala
como primordiais para sua navegação fluvial, a remo, sem reabastecimento, sem apoio externo e sem se
afastar das regiões ribeirinhas, utilizando apenas uma canoa canadense, construída especificamente
para essa “aventura”.
João queria viver intensamente a viagem, registrando
todos os seus passos - ou remadas - para, ao final, colocar a vivência em um livro.
Ele registra em seu blog que
pretendia coletar amostras
de água do rio a intervalos
regulares, e sempre que alterações visíveis sejam percebidas em sua coloração, no
volume de águas, no encontro com afluentes ou na presença
evidente de fontes de contaminação.
Era para visitar cavernas para
conhecer, documentar e divulgar as
riquezas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, verificar o estágio atual de implantação do seu
Plano de Manejo, bem como seu
potencial turístico e espeleológico.
Era também para lançar um documento intitulado "Protocolo do
São Francisco", com o propósito de
coletar assinaturas de governadores e prefeitos da região e de Belo
Horizonte, se comprometendo com
a preservação ambiental, através de
ações saneadoras e de conscientização da população ribeirinha.
Ao final da expedição, um livrodocumentário ilustrado deveria ser
produzido, detalhando as condições
encontradas em todo o percurso do
rio São Francisco, quanto à sua
preservação ambiental, comprometimento político de governadores,
prefeitos e vereadores, e conscientização da população ribeirinha
quanto à importância e participação do São Francisco em suas vidas.
Deu água no plano do canoísta,
os sonhos ficaram à margem da
realidade. João já está de volta a Ribeirão Preto, mas promete voltar à
cena com mais estrutura e concluir
o projeto.
SOFREU TRANSPOSIÇÃO.
João Carlos, com o prefeito de Iguatama
Leonardo Muniz e de assessores,
conheceu o Porto Real, local da antiga ponte
Solitário e sem apoio.
Mas o sonho continua!
Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, umas presumíveis
outras fora dos planos de viagem,
o canoísta João Carlos cumpriu o
trajeto da nascente do Velho Chico
até a cidade de Três Marias. Falar
dos motivos que o levaram a abortar a expedição pelo rio em uma
pequena canoa, seria o mesmo que
admitir fracasso. Mas não foi assim que ele encarou a situação.
Como em outras circunstâncias de
estratégias de ação, pelo o que João
Carlos demonstrou, a sua decisão
foi apenas para algumas correções
de percurso.
Faltou patrocínio, faltou apoio
de retaguarda e de um trabalho precursor. Ele estava só e sem suporte
nem aparelhamento para cumprir
rigorosamente o plano traçado.
Quanto definiu seu projeto,
João Carlos tinha certa a data para
sair, gasto total, depoimentos a
serem colhidos, pesquisas. Construiu a canoa e presumiu os gastos,
incluindo provisões e imprevistos.
De forma arrojada e aleatória, procurou vários contatos em busca de
apoio financeiro, de equipamento e
João Carlos tem propósitos definidos, quer fazer a parte dele e promete retomar o projeto, sem maiores riscos de comprometer os objetivos e metas
divulgação. Recebeu resposta de
diminutas dezenas do total de
mansagens postadas, maioria eletrôni- cas. Todas negativas, inclusive, em uma delas, um veículo da
mídia retornou, afirmando que ele
só seria notícia depois que concluísse o trajeto total, com resultados relevantes. De equipamento,
conseguiu uma câmara fotográfica
e uma filmadora patrocinado por
uma loja. Vendeu um carro e decidiu que era hora de colocar os pla-
nos em ação.
É o chamado “com a cara e a coragem”. Mas viu que não era assim,
enfrentando corredeiras, virando a
canoa várias vezes, chegou a
trincá-la ao ponto de exigir reparos além do esperado e que demandaria tempo. Já tinha perdido, na
aventura, celulares, mapas e o kitsegurança e de primeiros socorros.
Não era aventura que ele buscava.
Pausa. João Carlos vai se reprogramar e voltar, para ir até o fim.
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009 29
Canoagem
Não é o fim.
Ele vai voltar!
Ocorre que a viagem de João Carlos,
que deveria ser extremamente ecológica
e, por que não, científica, passou a ser uma
bela aventura, de superação, resistência.
“As questões ambientais foram deixadas
de lado em função das dificuldades encontradas. E minhas atividades se resumiam
em remar cada vez com mais vigor para
cumprir um cronograma que nada tinha a
ver com meus objetivos e propósitos nesta
expedição”, revelou, acrescentando que estava com poucos depoimentos, pouca vivência dos locais, estava consumindo os
recursos financeiros e comprometendo seriamente a expedição. Ante o que o aguardava, como cachoeiras e corredeiras
perigosas, grandes rochas, viu que era
emoção demais para quem buscava relacionamentos e informações ambientais.
Resolveu abortar a viagem, reavaliar os
objetivos, buscar apoios financeiros e retomar a intenção de fazer essa expedição
com propósitos preservacionistas. “Não
farei mais corredeiras, não passarei por
trechos perigosos, pois não estou fazendo
rafting ou canoísmo como esporte, mas
sim como meio de conhecer o rio São
Francisco e as comunidades que vivem em
seu entorno, que dependem de suas águas
para sobreviver! Creio ser essa a melhor
atitude, antes que os objetivos da expedição estejam comprometidos”, decidiu João
Carlos, um paulista de 59 anos, que não
desiste nunca.
30
julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
João Carlos pretendia visitar 40 cidades ao longo do Rio São Francisco. Mas só conseguiu parar em
Iguatama num domingo. Naquela
cidade, despertou o interesse de
universitários, como a jovem Cristina. Queria registrar cenas como
as conseguidas na Faculdade de
Meio Ambiente do município, onde
registrou exemplares como do lobo
guará e de uma urna indígena, encontrada na região.O canoísta, em
vez de se relacionar com as populaçãoes das cidades e ribeirinhas, passou a correr contra o tempo
para superar dificuldades anunciadas
sobre corredeiras e
cachoeiras de alto
grau de risco.
Depois de Iguatama,
vieram as frustrações
e a decisão de interromper temporariamente seus planos.
Não por falta de experiência, talvez, por ela
mesma. Entre outras
Com o prefeito licenciado
qualificações, João
Manoel Bibiano
Carlos tem formação
que criou a Faculdade
e prática em montade Meio Ambiente
nhismo, auto-resgate
e escalada em rocha. É um nergulhador,
com certificações.
Lucivane Lamounier, diretora da Faculdade,
Lírio, assessor da Prefeitura, Bruno, diretor
de Projetos e o Presidente da Fundação Marcos Rodrigues da Cunha
Vista interna da Faculdade de Meio Ambiente
Tradicional
pão com linguiça.
Mesmo tempero
há 40 anos
C a fé dos
M ot or is tas
Rodovia MG 050 - KM 138
Entre Divinópolis e Formiga
TEL.: (37) 3221.9972
CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009
31
Brum adinho
Inhotim
ESTE LUGAR LOGO VAI EXPLODIR
Já explodiu! Com pouco mais de dois anos apenas de
sua inauguração, este lugar, como se referiu um visitante, já virou mania, destino de turistas de todas as
partes do Brasil e até internacional. A forma contagiante com que Inhotim envolve as pessoas, por si só, é
a melhor e natural promoção de suas qualidades. É
assim que o seu público vem se multiplicando, mesmo
sem estar nas vitrines do mercado turístico.
Em um lugar de 45 ha. de jardins, no município de Brumadinho,
a 60 quilômetros de Belo Horizonte, centenas de profissionais estão sempre prontos para fazer
ainda melhor, confortável e segura
a visitação. São recepcionistas, zeladores, botânicos, médicos, enfermeiros, jardineiros, enfim, um elenco de funcionários que atuam como
se fizessem parte da paisagem ou,
sem exagero, do cenário artístico
diversificado.
Este é apenas um detalhe do
conjunto de diferenciais que fazem
de Inhotim um ambiente de sensações múltiplas de prazer, bem-estar, de vida.
Quem falou que “este lugar, logo vai explodir”, foi a mesma pessoa que, extasiado lamentou: “Infelizmente, já estamos indo embora. Isto aqui é para vir todo dia,
pelo menor por uma semana”. Este capixaba, de Vila Velha, Eduardo Fernandes, veio para o casamento da prima, conheceu Inhotim
e resolveu adiar a viagem de volta.
“O próprio lugar se divulga. Ninguém sai daqui sem estar deslumbrado”, comentou, afirmando que
ele mesmo vai “mandar um mundo
de turistas” para conhecer.
O efeito
Inhotim está
numa contí-
Para o capichaba
Eduardo: ruim mesmo
é a hora de ir embora
FOTO: ELDERTH THESA
FOTO: BRUNO MAGALHÃES
nua transformação, onde a arte
convive em relação única com a natureza. Os jardins – parte deles
criada pelo paisagista brasileiro
Roberto Burle Marx – com uma
extensa coleção botânica de espécies tropicais raras e um acervo artístico de relevância internacional.
Tudo começou com o espaço
servindo a alunos da rede escolar
da região de Brumadinho e a grupos específicos. Mas, em outubro
de 2006, estava pronto e tinha que
se abrir ao público em geral.
O Instituto Inhotim é uma instituição comprometida com o desenvolvimento da comunidade onde
está inserida. Sua coleção botânica
e acervo de arte contemporânea
são utilizados sistematicamente para projetos educativos e para a formação de profissionais de áreas
ligadas à arte e ao meio ambiente.
Inhotim também participa ativamente da formulação de políticas
para a melhoria da qualidade de vida na região, seja em parceria com
o poder público ou com atuação independente.
O comando está com o Instituto
Inhotim - uma entidade privada,
sem fins lucrativos e qualificada
pelo Governo do Estado de Minas
Gerais e pelo Governo Federal
como Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público (Oscip).
Ações educativas e sociais,
com arte e
bem-estar
A estudante Angélica
quer preços do ingresso
mais em conta para o
acesso de um público
maior
“Este parque é fantástico, diferente de
tudo o que a gente já viu. É a união da arte
com a natureza. Já viemos várias vezes a
Brumadinho e nunca passamos por aqui”.
O casal Tereza, 50 anos, relações públicas,
e Antônio Pontes, 55, engenheiro mecânico, é de Belo Horizonte, e foi ao Inhotim, sugeridos por uma vizinha. Ficaram
agradecidos, mas Tereza acha que se tivesse maior divulgação, “já teríamos descoberto essa maravilha”, disse.
De Ribeirão das Neves, Mírian de Souza, 51 anos, estava no parque indicada por
amigos. “É coisa de outro mundo, diferente, muito acolhedor”, disse, admirada.
A estudante Maria Angélica Gomes, 25,
cursa o 6º período de História. É de Contagem e estava ali, pelo curso, com um
grupo de estudantes. Estava gostando, só
queria o ingresso mais barato. O acesso
custa R$ 10,00. Ela pagou 5 e acha que o
acesso de todos deveria ser facilitado.
Inhotim prioriza os estudantes do município e cidades vizinhas através do “Laboratório Inhotim, Brumadinho”, que promove o conhecimento da arte aos alunos
visitantes. Também, com a ação educativa
existente no museu, cerca de 900 alunos
das redes particular e pública de ensino de
Brumadinho e da Grande Belo Horizonte
visitam Inhotim toda semana.
O Instituto acredita que o papel do Parque extrapola a esfera de agente cultural e
que é necessário criar e potencializar estratégias de desenvolvimento local, preservação do patrimônio e do meio ambiente, geração de renda, turismo, educação e infraestrutura
de Brumadinho. São
ações para o desenvolvimento humano
e qualidade de vida.
Mírian: Coisa de outro
mundo
Antônio e Tereza Pontes conferiram sugestão
de uma vizinha. Ficaram impressionados e vão
voltar, sempre.
Um parque ambiental,
com muitos eventos
Quando a psicóloga-psicanalista aposentada, Irene Cattete Athayde, 72 anos,
esteve em Inhotim com o filho, professor Professores aprendendo na
Wesley, 43 e a neta, fonoaudióloga, Eliene Semana do Meio Ambiente
Pereira, 31, estava sendo aberta, ali, a 5ª Semana do Meio Ambiente, com
enfoque na conservação dos recursos hídricos. Mas ela estava impressionada com tudo. “Isto aqui é uma sensação indescritível. As galerias de arte
são para a gente entrar e viver um sonho. Agora que conhecemos, vamos
vir sempre”, disse ela, com o olhar, cobrando a confirmação pelo filho.
No primeiro dia da Semana do Meio Ambiente, também estava lá um
grande grupo de professores de escolas de Brumadinho e região. O objetivo era o de vivenciar as ações de preservação e reaproveitamento de material. Bom para os professores, melhor para os alunos. Marlene Aparecida
dos Santos, educadora ambiental de Brumadinho confirma que Inhotim é
exemplo e inspiração. “Brumadinho é muito privilegiada por isso. O parque promove a cidade, gera emprego e contribui em muitas atividades”,
testemunhou.
Parque Ambiental
A área total do Parque Ambiental do Inhotim está distribuída em seus
dois principais acervos: Reserva Natural, com 600 ha. de mata nativa conservada e o Parque Tropical, com 45 ha. de jardins de coleções botânicas
e cinco lagos ornamentais que somam 3,5 hectares de área.
O parque tem como diretrizes a conservação dos remanescentes florestais pertencentes aos biomas Mata Atlântica e Cerrado; resgate, ampliação e manutenção de coleções botânicas; emprego de técnicas sustentáveis de manejo; elaboração e desenvolvimento de programas socioambientais.
Atualmente são cultivadas mais de
2.100 espécies de plantas. A Diretoria
de Meio Ambiente promove ainda o
programa Jovens Agentes Ambientais.
O projeto tem como objetivo desenvolver a consciência ambiental dos jovens e, ao mesmo tempo, apresentar a
possibilidade de um campo de trabaIrene, com o filho, Wesley, e neta lho. É a ampliação de oportunidades
para a juventude.
Eliene: Sensação indescritível
CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009
33
I nhot im em ga le ri a s
Arte contemporânea em galerias
que provocam sensações
Não há quem não altere suas
emoções, sensações, ao entrar nas
galerias. Visitantes ficam à mercê
do emocional. O acervo do Inhotim
vem sendo formado desde meados
de 1980, com foco na arte produzida nacional e internacionalmente
dos anos 1960 até os nossos dias.
Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidos em galerias
espalhadas pelo Parque Ambiental.
Os espaços expositivos são divididos entre seis galerias dedicadas
a obras permanentes e outras quatro para obras temporárias. A cada
dois anos, uma nova mostra é apresentada, com o intuito de divulgar
as novas aquisições, criar reinterpretações da coleção e inaugurar
projetos individuais de artistas, fazendo de Inhotim um lugar em
constante evolução.
As galerias permanentes foram
desenvolvidas especificamente para
receber obras de Tunga, Cildo
Meireles, Adriana Varejão, Doris
Salcedo, Victor Grippo e Matthew
Barney. As galerias temporárias –
Lago, Fonte, Praça e Mata - têm
cerca de 1 mil m² cada uma e contam todas elas com o mesmo tipo
de arquitetura, com grande vãos
que permitem aproveitamento versátil dos espaços para apresentação
de muitas obras como de vídeo,
instalação, pintura e escultura.
FOTO: EDUARDO ECKENFELS
FOTO: EDUARDO ECKENFELS
PARA IR AO INHOTIM
- Quintas e sextas-feiras, das 9h30 às 16h30
- Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30
Localização
- Município de Brumadinho, a 60 km de B. Horizonte.
- Acesso pelo km 640 da BR-381 – sentido BH/SP.
- Acesso BR-040 - sentido BH-Rio.
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julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
FOTO: DANIEL MANSUR
Empr esa
O Luna está
sempre em casa.
Não importa
qual a cidade
Betim
Vladimir Araújo
Brumadinho, Betim ou Igarapé. A relação com o público, seja onde for, é a
mesma. O Super Luna vive intensamente a cidade onde está instalado.
Alguém se negaria a tirar o chapéu para um empresário que dirige os negócios, priorizando o meio ambiente e a relação mais próxima e transparente possível
com o cliente? Quem se negar, que procure o sócio-gerente da Rede Super Luna, Navarro Agostinho Cândido,
e diga a ele que o modo de tocar os negócios com o
irmão não é o correto e que assim não vai muito longe.
Melhor, não faça isso. Ele não dará ouvidos e continuará seguindo a inspiração que vem dos pais, Nesmar
e Raimundo, desde o início da década de 1980. Ao final
da década, Navarro e o irmão inauguraram o primeiro
supermercado, em Brumadinho. Pouco mais de cinco
anos e já estavam em sede própria.
Dez anos se passam e é chegada a hora de ousar. Em
2000, instalam a primeira filial, em Betim onde, mais
tarde, outras duas unidades ampliam o atendimento à
população. Com investimento no mercado de Igarapé, o
Super Luna amplia para cinco as unidades de sua rede.
A diferença entre elas está apenas na variação na quantidade do mix de produtos, seguindo a demanda e a exigência do público. No mais, o Super Luna vem se
destacando pela presença interativa em suas praças.
Tem cuidado do meio ambiente, aproveitamentos e reciclagens (água, energia elétrica, produtos perecíveis
etc). Tem também atrações que transformam o ato de
fazer compra em uma atividade especial, em família, com
amigos.
Igarapé
Este é o perfil de uma empresa que preserva suas raízes, assim como procura ser personagem efetivo da vida
das outras cidades, sedes das unidades de expansão, resgatando e vivendo intensamente a memória de seu povo.
Em Brumadinho, a raiz, o Super Luna representa
para o município a garantia de não menos que 240 empregos. Também, prioriza a comercialização de produtos de origem local, obedecendo as regras estabelecidas
pelos órgãos de controle e fiscalização do setor de comercialização de alimentos.
A rede é reconhecida e premiada no ramo de supermercados. Só pela manutenção do padrão Super Luna
de atendimento - Cliente bem recebido e bem atendido
é garantia de cliente fidelizado? Também!
“Consciência social, ambiental e cultural é obrigação
de qualquer cidadão responsável. Nossos investimentos vão além da questão de infraestrutura. Motivamos
nossos colaboradores, que criam uma atmosfera muito
positiva no ambiente frequentado por nossos clientes”,
resume Navarro, acrescentando somente que “a realização de eventos culturais no ambiente da loja normalmente agrada em cheio e surpreende à maioria das
pessoas. Mas o mais importante é que um trabalho bem
feito requer perfeita interação entre a equipe, o que só
é possível se os membros dessa equipe tiverem o mínimo de noção a importância de se manter uma boa relação com o público.”
Brumadinho
Circuitos
PARA ESTUDIOSOS
E MUITO LAZER
Entre as serras, a diversidade da região é atrativo,
especialmente, para botânicos e naturalistas.
A região é conhecida por abrigar
inúmeros atrativos de beleza singular que se espalham pelas montanhas e vales. São córregos, rios e
quedas d’água que descem pelas
encostas, formando corredeiras e
espetaculares nichos ecológicos.
Ali estão as cidades de Augusto de
Lima, Buenópolis, Claro dos Poções, Engenheiro Navarro, Francisco Dumont, Jequitaí, Joaquim
Felício e Várzea da Palma, que integram o Circuito Serras do Cabral, interligadas pelas águas cristalinas de rios e lindas cachoeiras,
como um convite ao contato com
uma natureza quase intocada.
Para botânicos e naturalistas,
Divulgação
SERRAS DO CABRAL
uma vegetação dominada pelo cerrado, que abriga um dos mais importantes biomas do planeta, e as
diversas pinturas rupestres que
atraem estudiosos e naturalistas. É
uma região que, após a exploração
indiscriminada de diamantes, ressurge com a força do turismo ecológico e de conhecimento, com atividades de muita pesquisa.
O casamento perfeito da água
limpa em abundância, o sol forte
durante o dia e a brisa fria da madrugada tornam a região um local
agradável e ideal para o turismo, o
ano todo. É possível fazer passeios
por belas e antigas cidades em
meio às serras e vales, com opções
Divulgação
A boa cachaça artesanal da região
também é atrativo nas Serras do Cabral
de trilhas que podem ser percorridas a pé, a cavalo, de bicicleta, de
motocicletas ou carro, todas elas
ricas em rios, riachos, quedas d’água e cachoeiras, propícios à prática de esportes de aventura e o
ecoturismo.
Entre muitos outros atrativos,
também existe uma velha trilha do
século XIX, em direção a Diamantina, utilizada por tropeiros, que
cruza vilas centenárias com casarios e fazendas coloniais impressionantes. Isto, sem falar em grutas, cavernas, os mananciais de
águas termais que brotam das entranhas da Serra do Espinhaço, a
uma temperatura de 32º, já em exploração por alguns hotéis e pousadas. Turismo assim, se completa
com a cozinha mineira e a tradicional hospitalidade.
Divulgação
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julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
Cachoeira de Curimataí, em Buenópolis (à esquerda), é uma das atrações que serão melhor exploradas
pela Associação do Circuito, que tem
como presidente, a prefeita de Joaquim Felício, Eliana Colen, e gestor,
Eduardo Oliveira (acima).
Ve r d e - Tr i l h a d o s B a n d e i r a n t e s
Um turismo
movido a trem
Divulgação
Littorina
O luxo e o requinte dos
vagões da Littorina
O Circuito Verde - Trilha dos Bandeirantes decidiu investir em passeios de trem
para aquecer o turismo na região. É o projeto Turistrem.
Ela revela que um estudo sobre a
viabilidade do projeto já foi realizado, vislumbrando fortes parcerias com grandes empresas instaladas em Betim e região. “Afinal, o
turista de negócios não fica só por
aí, nas horas vagas, procuram lazer,
cultura e arte de qualidade”, considera, lembrando que o Turistrem é
um projeto estruturador e alternativo do turis mo que abre um leque
de oportunidades de trabalho e renda no entorno das estações onde
ocorrerão as paradas, além de ser
opção de lazer para aqueles que visitam a capital mineira ou qualquer
cidade do Circuito.
De acordo com o projeto, o trem
Littorina deve seguir um roteiro,
partindo da Estação "Capela No-
va", em Betim, parando em Vianópolis, onde os passageiros poderão
visitar a Vale Verde-Alambique e
Parque Ecológico. Dali, o destino é
Juatuba, cidade temática do cavalo
onde está o Haras Zuninga. A outra ponta do roteiro é Mateus Leme e Azurita, com shows de artistas locais e feira de artesanato.
A escolha da Littorina é uma
alusão à Fiat Automóveis, maior
indústria do Circuito. Em 1939, entraram em operação as cinco automotrizes diesel-mecânica, em aço
inoxidável, de fabricação italianaFiat, nas rotas Rio-São Paulo e
Rio-BH. “O resgate do glamour
destas máquinas será o diferencial
do Turistrem”, aposta a gestora do
circuito.
Divulgação
A idéia do Turistrem já existia
na cabeça da gestora do circuito,
Fátima Amaral, e ganhou força depois da conquista de Belo Horizonte como uma das sedes da Copa
do Mundo de Futebol, de 2014. “As
cidades que se estruturarem para
este grande evento, estarão definitivamente inseridas no mercado do
turismo. A nossa Littorina poderá
ser um atrativo a mais para turistas do mundo inteiro. Não podemos perder o trem da história.
Com profissionalismo e visão de
futuro as cidades do Circuito Verde-Trilha dos Bandeirantes poderão estar incluídas na programação
daqueles que virão para Minas Gerais, em função da Copa”, avaliou a
gestora.
A Littorina, conhecida como o ônibus sobre trilhos, é alvo do Circuito Verde para fazer a diferença na atividade turística, resgatando o
glamour de tempos idos. Estudos da viabilidade foram feitos, mas depende de parcerias
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009
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Fatima Amaral
de Faria
Gestora
Voluntária da
Associação
Circuito Verde
Trilha dos
Bandeirantes.
Tu r i s m o - e c o l ó g i c o
Well Brito
Rota de tropeiros
O Caminho de Santa Quitéria está
se estruturando para integrar o “Caminho dos Bandeirantes”, rumo às
“Picadas de Goiás”. A Serra Negra,
explorada nos tempos idos das Bandeiras, por Fernão Dias e Borba Gato,
apresenta um importante atrativo de
turismo no espaço rural: o “Caminho
de Santa Quitéria”, antiga estrada que
liga Betim a Esmeraldas.
Pertinho de BH, o Caminho de Sta.
Quitéria oferece paisagem rural com
cenários que precisam ser conservados, atendendo uma demanda dos legítimos donos do lugar, que entendem a necessidade de ações efetivas,
envolvendo a comunidade, o setor público e a iniciativa privada. Assim, podem garantir o desenvolvimento sustentável do turismo na Serra Negra,
sem degradar a natureza ameaçada
pela falta de planejamento dos gestores públicos e, algumas vezes, pela desinformação daqueles que lá habitam.
A paisagem rural, por si só, já é um
atrativo, mas levantar as trilhas nas
propriedades ao longo do caminho e
nominá-las é tarefa que exige capacidade técnica e operacional para agregar valor a este grande potencial.
A estruturação do “Caminho” requer a valorização dos atrativos naturais e culturais, respeitando os “fazeres e saberes” da comunidade, de
forma a permitir contato dos visitantes com a população autóctone, respeitando as singularidades do lugar.
Este é o desafio ao incentivar o turismo sustentável na Serra Negra,
com um zoneamento funcional que
permita aproveitamento de acordo
com a vocação do lugar, mantendo a
identidade rural.
A introdução do turismo nesse Caminho, insisto, requer um planejamento de uso, considerando um
maior conhecimento sobre a conduta
e valores dos moradores. Isto é propiciar a interação homem/natureza.
Caminho de Sta. Quitéria, com bonitas paisagens, ganhou mais árvores
Resgatando roteiro
Prefeitura, Universidade, representações comercias, empresariais e organizações não governamentais (Ong’s) se uniram para
manter uma ação de reforço ao cuidado com o meio ambiente. O
nome disso é 3ª Caminhada Ecológica da Amizade, realizada dia 13
de junho, de Betim a Esmeraldas.
Cerca de 100 pessoas percorreram o caminho de Santa Quitéria,
em aproximadamente quatro horas. O clima nublado contribuiu
para o evento. Os participantes plantaram árvores, em função da
comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente e Dia do Turista. O lixo encontrado ao longo do caminho foi recolhido e o aparecimento de alguns animais silvestres mexeu com os participantes. Os monitores (estudantes e membros do Instituto Conservacionista HIEC) aproveitaram a oportunidade para trabalhar
a educação ambiental, explicando o comportamento dos animais.
Well Brito
A cerimônia de compromisso para a revitalização do
Caminho de Santa Quitéria
contou com a participação
dos cavaleiros e amazonas
de Esmeraldas. Eles trocaram
as bandeiras das duas cidades ao som de uma banda de
Esmeraldas.
A iniciativa contou com
forte parceria entre o poder
público de Betim, entidades
de classe e Ong’s como o
HIEC e o Circuito Verde
Trilha dos Bandeirantes.
A caminhada ecológica traduz
uma interação com a
natureza, reconstituindo rota
antiga de tropeiros
Tu r i s m o - c u l t u r a l
BETIM
Melhor imagem está na raiz
O crescimento acelerado e extraordináriamente desordenado acabou por
deformar a imagem daquela que é, hoje, uma das maiores cidades do País.
Entre os danos estão o choque cultural e o conflito de identidade.
Betim quer mostrar sua nova cara, superar todos
ticos, “construindo uma classe organizada, forte e
os conflitos e a cultura negligenciada. Este município
uma sociedade aberta”, como o presidente faz questão
da Região Metropolitana de Belo Horizonte é histode frisar.
ricamente conhecido como pólo industrial e, nas úlSobre o patrimônio cultural da cidade, Aderbal intimas três décadas, sempre se destacou pela força dos
formou que foi constituída uma equipe na Funarbe
seus índices econômicos. Mas tem gente querendo
para garantir a preservação dos bens tombados pelo
reunir os cacos de uma rica história quase moída pelo
município e defender a restauração de vários imóveis
boom do desenvolvimento. E betinense que é betique fazem parte da história de Betim, como a própria
nense mesmo está pagando pra ver. O presidente da
Casa da Cultura Josephina Bento.
Fundação Artístico-Cultural de Betim - Funarbe,
A Secretaria Estadual de Cultura, bem como com
Vladimir Araújo
Aderbal Gomes,
a FAOP – Fundadesde que assumiu
ção de Artes de
o cargo, em jaOuro Preto, podeneiro deste ano,
rão ser envolvidos
está empenhado a
no sentido de inmostrar que a civestir na reconsdade tem muito
trução da história
mais do que granlocal. Contatos já
des empresas. Insestão sendo feitos.
talado na Casa da
“É lamentável diCultura Josephina
zer isso, mas váBento – casarão
rios imóveis estão
colonial do século
sem a mínima conXVIII, ele anuncia
servação. Estamos
grandes projetos,
adotando medidas
como a construção
para traçar, em
do Teatro Municicurto prazo, novos
pal e o lançamento
planos estratégide novos eventos.
cos de desenvolviAderbal quer Gestor da cultura betinense, Aderbal quer responder às expectativas de mento cultural em
promover a união uma sociedade quanto ao resgate da memória e identidade do município Betim”, garante.
da classe artística
“Queremos meslocal. “Estamos realizando encontros de artistas de
mo é a igualdade de oportunidades, criar espaços culdiversos segmentos para envolver a categoria nas atiturais, facilitar o conhecimento das várias linguagens
vidades da Funarbe, sobretudo para garantir a máe torná-las acessíveis a todos”, afirma, com o sentido
xima participação da classe na construção do Plano
de que a cultura está associada a mudanças.
Municipal de Cultura, além de mobilizar toda socieO presidente anunciou ainda recursos do Ministédade para incluir a construção do teatro nas obras do
rio da Cultura da ordem de R$ 1,5 milhão para a culOrçamento Participativo desse ano, conforme intetura betinense. Isto deve amenizar as dificuldades
resse a prefeita Maria do Carmo Lara”, salienta.
surgidas com a crise financeira internacional que fez
Do alto dessa visão participativa, ele se comproreduzir a receita do município. “Tivemos que redumete a trabalhar continuamente para favorecer a deszir alguns projetos que seriam iniciados ainda este
centralização da gestão cultural, de forma a potenano, mas vamos garantir a manutenção dos serviços
cializar a expressão das iniciativas dos grupos artísprioritários”, assumiu.
CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009
39
Ve s t u á r i o
A primeira Indústria Têxtil –
FITEDI - de Divinópolis foi instalada em 1937. A partir daí
essa atividade econômica se
multiplicou e, hoje, é referência de uma cidade pólo da região centro-oeste do Estado,
que se destaca também no
setor dos ensinos superior e
técnico, além da siderurgia.
Jajá Carneiro
Jajá Carneiro
DIVINÓPOLIS
Uma cidade que emprega cerca
de 20 mil trabalhadores, direta e
indiretamente na cadeia produtiva
do vestuário não pode mesmo reclamar da sorte quando outros ramos da economia não vão bem.
Afinal, o boom confeccionista aconteceu na década de 1980, curiosamente, num período em que não
iam nada bem a rede ferroviária e
o setor siderúrgico. As demissões
vieram e os maridos, vendo suas
esposas trabalhando em casa informalmente, aportam capital financeiro e operacional para potencializar os negócios, formalizando as
empresas, vendendo na pronta-entrega e girando capital. Foi assim
que se consolidou a cadeia que começa na confecção, passa pela facção, lavanderias, estamparias e fecha com as empresas de bordado.
A mentalidade empreendedora e
de qualificação vem sendo mantida,
conforme as informações do presidente do Sindicato das Indústrias
do Vestuário de Divinópolis, Antônio Rodrigues Filho (foto ao lado).
Segundo ele, são mantidos, periodicamente, cursos profissionalizantes e de capacitação, atendendo as
demandas do setor, através do cen40
julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
A CIDADE
DA MODA
tro tecnológico
do Senai.
Mas as atividades também
sofrem com momentos instáveis, como dos últimos anos, com a
queda do movimento, em virtude
de três questões básicas. As empresas não diferenciam bem os preços
de varejo em relação ao de atacado
e os revendedores e sacoleiras recuam na compra. Aliado a isso, o
Jajá Carneiro
Presidente do Sindivesd, Antônio
Rodrigues: fortalecendo conceito
custo de viagem, tanto para os
“guias” quanto para os consumidores ficou muito elevado. Também,
houve um acirramento da concorrência com outros pólos em todo
País, como Cianorte, Goiania, Brás,
Bom Retiro e Caruaru, entre outros.
É aí que entra o papel do Sindivesd, salienta o seu presidente,
criando condições para que as empresas se tornem mais competitivas através de várias ações como
cursos, palestras de tendências,
participação em feiras nacionais,
consultorias "in loco", entre outros, tudo em nome da apresentação de produtos diferenciados no
conceito “preços justos e design
próprio”.
Isto só fortalece a marca Divinópolis como “cidade da moda”, slogan que é “fruto de um trabalho de
quase 3 décadas, de muito empenho
e de uma vocação "nata" do município”, frisa Antônio Rodrigues. .
In fra est rut ura
Pela terra
&
Pelo ar
Uma cidade pólo que se situa
entre as 10 principais do Estado,
altamente propícia ao turismo de
negócios, exige, naturalmente,
maior facilidade de acesso. O presidente do Sindivesd, Antônio Rodrigues, vê perspectivas ante os
dados do movimento de veículos na
MG-050. Com base na última atualização da Concessionária Nascentes das Gerais, dando conta de que
13 mil veículos/dia passam pela rodovia que corta a cidade, ele anuncia o início das ações, a partir de
julho, com a distribuição de flyers
nos pedágios, convidando as pes-
soas às compras em Divinópolis.
“Nós só trabalhamos em cima de
fatos concretos para construirmos
nossas ações”, salientou Rodrigues,
citando a reforma do Aeroporto da
cidade como abertura de novas possibilidades de marketing, de abordagens aos clientes. Pelo ar, a cidade fica “mais próxima” dos grandes centros de maior poder aquisitivo. “Vamos, com isso, aguardar a
conclusão da reforma e a definição
das empresas/linhas aéreas e aí,
sim, poderemos pensar nos projetos de captação de novos clientes,
especialmente de qualidade”, disse.
Empresas contam com as melhorias
no aeroporto e no Centro Comercial
para lançarem mão das oportunidades que se ampliarão em Divinópolis
Renovado, aeroporto abrirá o céu em Divinópolis
A reforma do Aeroporto Brigadeiro Cabral custará ao Governo do Estado investimentos da
ordem de R$ 10 milhões, melhorando a infraestrutura do local, que ficará aparelhada para receber
vôos regionais.
O vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento
Obras orçada em R$11.740.488,90 com recursos do
Governo do Estado, deverão estar concluídas pela
Construtora Marins dentro do prazo estabelecido.
Econômico, Francisco Martins, revelou que a participação da Prefeitura será no processo de licitação
para a estação de passageiros do aeroporto, preparando Divinópolis para entrar no circuito aeroviário do Governo do Estado.
De acordo com Martins, existe a possibilidade
de linhas aéreas comerciais passarem por Divinópolis, após a recuperação do aeroporto municipal.
Ele afirmou que hoje já se discute uma parceria
entre uma empresa e as grandes companhias aéreas do Brasil para se ter uma linha ligando Divinópolis a Confins. Neste modelo, por exemplo, o
passageiro compraria a passagem para São Paulo e
o avião pegaria a pessoa em Divinópolis, a levaria
para Confins e, de Confins, para São Paulo. A ideia
é que os vôos levem o passageiro de Divinópolis
para Confins e, daí, para todo o país.
Até o final do ano, o aeroporto estará todo remodelado, deixando Divinópolis com recursos de
acesso ao nível dos principais destinos mineiros.
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009
41
Gastronomia
ARAXÁ É UMA DAS
DELÍCIAS DE MINAS,
COM MUITA ARTE!
O III Festival Internacional de Cultura e
Gastronomia, realizado no Ouro Minas Grande
Hotel e Termas, em maio, consolidou Araxá como
atrativo gastronômico.
Culinária está para a Arte, assim
como o arroz para o feijão ou a música para a dança. E a vovó já dizia,
talvez muito antes dos grandes
Chefs: ‘Primeiro, se come com os
olhos’. Agora, combinar torresmo
com chocolate? Esse é um dos diferenciais do Festival de Araxá,
cheio de combinações inusitadas de
sabores, com muita arte.
Este Festival já está entre os
mais conceituados eventos gastronômicos e culturais do País, gerando cerca de 480 empregos.
Amantes da boa mesa participam
de festins harmonizados, conduzidos por chefs da alta gastronomia.
Pela primeira vez, o Festival recebeu a espanhola Montse Estruche,
o italiano Vittorio Serriteli, o francês Marc Le Cornec e os brasileiros Eduardo Avelar e Marco Aurélio Soares. Nos salões do Grande
Cozinha Araxaense:
reduto do paladar mineiro
42
julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
Torresmo com chocolate:
paladar curioso
Fernando Piancastelli
Hotel, exclusivos cardápios, além de Cultura e Gastronomia de Arade inovações e tendências da cozi- xá é um acontecimento único, por
nha dos quatro cantos do planeta, sua diversidade de atrações. A tôsob o comando do mestre Ivo Fa- nica é a culinária, por isso a partiria, de Belo Horizonte, curador cipação de conceituados chefs. Mas
gastronômico do Festival.
a cozinha, automaticamente, está
Na tenda gastronômica, os tra- ligada a cultura. Daí a ideia de mesdicionais rituais dos chefs amado- clá-la à arte”, explica Agenor Leres do Clube da Cozinha de Araxá: mos Júnior, um dos promotores do
Velório do boi – Sopa do velório do evento.
boi – Destrincho do porco – Paella
Muita dança, teatro, música, excaipira – e Festival do cordeiro.
posição de artes e workshops gasA cachaça, que não poderia fal- tronômicos, cozinha experimental,
tar teve espaço especial - “Degus- aulas e palestras com chefs convitação de Cachaças” - com produto dados, degustações monitoradas e
local, presença do SindiBebidas/- troca de informações, também foFiemg – Cooperativa dos Produto- ram pontos altos de um festival
res de Cachaças de Alambique de que encontrou o tempero certo
Araxá e Região.
para todos os paladares.
Simultaneamente,
nas dependências do
hotel, funcionavam o
Centro Cultural, Espaço Saberes,
Galeria do
E n c o n t r o,
Praça Gastronômica e
Saberes do
Som. “O FesFestival Internacional
No Festim Dançante, o sabor de se divertir
O sentimento de que pode subir um pouco mais no
conceito nacional é de um dos promotores do
evento, com base em comentários de um
conceituado chef. E os preparativos para a última
semana de maio de 2010 já começaram.
“O Festival de Araxá já é considerado pelo público como o maior e
mais importante evento cultural e
gastronômico de Araxá e região.
Na opinião de um dos chefs convidados, deve estar, seguramente, entre os 3 melhores festivais de gastronomia do Brasil. Hoje, faz parte
do calendário turístico de Minas
Gerais, atraindo amantes da cultura, da cozinha e da boa mesa de
diversos pontos do Brasil, com
maior intensidade de São Paulo,
Belo Horizonte, Brasília, Goiânia,
Curitiba, Porto Alegre, Ribeirão
Preto, Uberaba e Uberlândia.”
Este é todo o entusiasmo de Armando de Angelis (foto no alto),
um dos promotores do evento.
Para ele, a 3ª edição, este ano, atingiu um altíssimo nível técnico na
gastronomia, apresentando grupos
de discussão relevantes que foram
Fernando Piancastelli
Festival está entre os
três melhores do País
Eduardo oferecendo churrasco para
Armando de Angelis coordenador do evento
transmitidos para toda América do
Sul e alguns países da Europa.
Os planos para a próxima edição, segundo ele, são de fortalecer
ainda mais o alto nível técnico alcançado na gastronomia, trazendo
grandes nomes internacionais e
unindo experiências e pesquisas
úteis para o desenvolvimento da
nossa cozinha. Na parte cultural,
valorizar ainda mais suas atividades, homenageando grandes nomes e fatos memoráveis, estimulando as artes cênicas e plásticas,
além de promover o artesanato local e jovens talentos e revelações
da música instrumental brasileira.
De Angelis observa que um festival desse nível exige altos investimentos, nunca inferiores a R$
300.000,00 por edição. Ele revela
que, pelo ano atípico de crise internacional, corte de verbas convenia-
Turismo vive novo tempo com
regionalização e profissionalização
O promotor do Festival de Araxá, Armando de Angelis, não esconde que vive do turismo e, por isso, pode arriscar pela visão de futuro que tem. “Como todo bom araxaense, nasci respirando turismo
e sempre estive atento aos seus movimentos, tanto nos altos, quanto
nos baixos”, disse, acrescentando que “nunca e em momento algum
o turismo mineiro esteve tão em alta quanto agora, especialmente
pelo nível profissional como está sendo conduzido na esfera estadual”. Segundo ele, o bom entrosamento entre os governos estadual
e federal tem ajudado em muito a viabilização das ações. Mas adverte
os municípios que não aproveitam o momento. Ele vê raríssimas exceções de cidade que estão com a leitura correta do contexto.
das, esta edição foi deficitária.
Estas são algumas variáveis que
a experiência dos 60 anos de vida
de um empresário, publicitário e
promotor de eventos, não permite
desanimar.
A história de Armando de Angelis se confunde com essa adrenalina. Para chegar ao Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Araxá, ele criou e iniciou,
há 16 anos, a produção de um festival típico que focava exclusivamente a comida mineira. Não foi
adiante, em função do fechamento
do Grande Hotel de Araxá para reforma. O sonho não acabou.
Em 2007, Antônio Leonardo,
como prefeito de Araxá, delegou a
Agenor Lemos Júnior, a incumbência de, junto a De Angelis, tentar resgatar o evento da comida
mineira, para inserir Araxá no roteiro gastronômico brasileiro. O
evento de comida típica virou um
grande Festival Internacional de
Cultura e Gastronomia, que conta
com importantes apoiadores da iniciativa privada e pública.
A primeira edição do Festival
superou as expectativas e seu sucesso foi decisivo para a continuidade e crescimento. Na segunda
edição, maior maturidade e muito
mais visibilidade. “Crescemos cerca
de 20% no público, apresentamos
uma grade cultural de altíssima
qualidade, com mostras culturais
de fotos históricas, artes plásticas e
dança, lançamento de livros e
shows espetaculares”, festejou.
CIRCUITO DAS GERAIS
julho de 2009
43
Q u e i jo M i n a s
Divulgação
Vargem
Bonita
“garimpa e
lapida” essa
preciosidade
Depois dos diamantes, o queijo minas artesanal passou a pedra da vez. Tem até evento, na
raiz do Rio São Francisco, para estimular a excelência “canastra”.
trados dois queijos por produtor um para a a degustação do público
em geral e outro para ser degustado no dia, pelo juri.
Os queijos são selecionados e
premiados com base nos quesitos
de apresentação com o formato e
acabamento, de cor, de textura,
consistência, e paladar e olfato. Cada característica dessas equivale a
um valor que, na soma total, facilita a seleção dos vencedores, do
Arquivo
O povoamento começou com a
descoberta de diamantes no leito
do Rio São Francisco, nas proximidades da fazenda "Vargem Bonita”.
Garimpeiros vinham de todos os
cantos do País e ali se estabeleciam.
Vargem Bonita fica a 322 km de
Belo Horizonte. Com mais de 2 mil
habitantes, sua população descobriu outra auspiciosa mina - a da
produção do queijo artesanal. Afinal, é impossível vir a Minas Gerais e ir embora sem levar o seu
tradicional produto?.
A Emater/MG e a Prefeitura da
cidade sabem disso e trataram logo
de estimular o crescimento e a qualidade de produção do queijo minas
artesanal.
Agora, lá é assim: maio, o mês
de Maria, é também o mês da Festa
de Peão Boiadeiro. E se tem festa
de Peão, há 15 anos, nos últimos 8
anos não falha o Concurso do Queijo Minas Artesanal de Vargem Bonita.
Para participar do concurso,
tem que ser produtor rural do município e o queijo deve ser produzido 15 dias antes, para que possa
passar pelo processo de maturação
exigido, conforme explica a engenheira agrônoma da Emater, Arilda Resende de Castro. São regis44
julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
primeiro ao quinto lugar.
Tudo muito criterioso para garantir o crescimento da qualidade
do queijo canastra artesanal. Os
prêmios são oferecidos pela Prefeitura, Emater e outros patrocinadores do evento que acontece todo
ano, no último dia da Festa do Peão
Boiadeiro, que começa numa quinta-feira, tendo o queijo minas artesanal-canastra como um de seus
principais atrativos.
Gianck Luiz Costa
Vargem Bonita, terra da cachoeira Casca Dantas, começou com a descoberta
de diamante e segue o desenvolvimento com o turismo e o queijo canastra
Po r t u g a l - M G
PORTUGAL É AQUI.
SEU NOME,
Esta cidade mineira poderia ser considerada uma
“maravilha extraordinária” de origem portuguesa.
Não é apenas obra de valorização da identidade e
afinidade luso-brasilerias que o País teve dois patrimônios históricos eleitos entre as sete maravilhas de
origem portuguesa em todo o mundo. Um, em Salvador-BA, outro, em Ouro Preto-MG.
Minas tem muito mais. Um jornalista de Lisboa,
Salvador Alves Dias, presidente das associações Européia e Portuguesa de Jornalistas de Turismo, disse, em
entrevista (nesta edição-páginas azuis), que Tiradentes é a memória das cidades do interior de Portugal,
que não existem mais em termos de preservação histórica. Logo, Tiradentes é o que poderia-se dizer uma
“maravilha extraordinária” de Portugal.
O próprio prefeito, Nilzio Barbosa, tratou de dar
uma definição especial para o seu município histórico:
“Tiradentes não trata de uma construção objetiva, mas
de algo que só existe no ponto de vista do sujeito que
a conhece”. A inspiração do prefeito foi longe para
tocar no fetiche que essa cidade exerce nas pessoas,
pela oferta diversificada de atrativos, a partir do patrimônio arquitetônico, a Serra de São José com suas cachoeiras, a culinária, as festas e festivais, cada um
atraindo um público diferenciado que acaba se unificando no encanto geral da cidade.
“Se, por um lado, é notória a motivação do lazer e do
consumo por parte desses turistas na sua estada em
Tiradentes, constata-se, também, que esse lazer passa
pela cultura e por uma busca de conhecimento, aliado
a uma experiência estética que exercitam na contemplação de monumentos, igrejas ou nas visitas a ateliês
e lojas de arte”, continuou o prefeito. Ele conta que a
Prefeitura está sempre ouvindo a população e os visitantes e que, geralmente, os depoimentos dos turistas
apontam sempre para a associação das dimensões "estilo arquitetônico, preservação da história, a religião e
os costumes". Resumindo, Tiradentes, como um todo,
é pura "beleza arquitetônica carregada de história".
Divulgação
Tiradentes
Maria Fumaça, que faz o trecho
Tiradentes-São João Del-Rei
É uma viagem no tempo
Tiradentes é mesmo uma atmosfera histórica dos
séculos XVIII e XIX. Nas palavras de seu prefeito,
Barbosa, “o importante é estar em Tiradentes, andar
por Tiradentes, consumir a cidade, o conjunto, o clima, o "chique" de Tiradentes”
Este efeito começou a ser construído no início de
1702, com a fundação do Arraial de Santo Antônio do
Rio das Mortes, em pleno ciclo do ouro. Na segunda
década do século, o arraial tornou-se Vila de São José
Del-Rei para, em 1860, ser promovida a cidade. Quase
30 anos mais tarde, um grupo de republicanos, em visita à cidade, sugere a mudança de seu nome para Tiradentes, em homenagem a um de seus filhos mais
ilustre, o herói da Inconfidência Mineira, Joaquim José
da Silva Xavier.
Mas o fetiche de Tiradentes já veio dos áureos
tempos. Um pedaço do depoimento que Saint-Hilaire
deixou quando visitou a região comprova isso: “... É
pequena, mas conta com casas muito bonitas e fica-se
admirado do tamanho da igreja paroquial” (foto
abaixo) ... “As colinas que cercam São José, cavadas e
reviradas em todos os sentidos demonstram quais
eram as ocupações dos primeiros habitantes dessa
vila...”
M a r av i l h a
Aleijadinho fez,
quem pintou foi
o Mestre Ataíde.
Uma Maravilha!
A Igreja da Ordem Terceira de São
Francisco de Assis da Penitência (Ouro
Preto) foi eleita uma das sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo.
FOTO: NENO VIANNA/BARROCOPRESS
Ouro Preto está mesmo podendo. Não bastando ter sido a primeira cidade brasileira declarada
“Patrimônio Histórico e Cultural
da Humanidade” pela Unesco, em
1980, agora vê uma de suas igrejas
se transformar em Maravilha de
Origem Portuguesa Munidial.
A igreja de São Francisco foi
construída em estilo rococó, uma
obra de arte que constitui uma etapa posterior na evolução do barroco mineiro. A obra teve início em
1766, com projeto arquitetônico,
risco da portada e elementos ornamentais como púlpitos, retábulomor, lavabo e teto da capela-mor da
lavra de Antônio Francisco Lisboa,
o Aleijadinho. As pinturas são de
Manuel da Costa Ataíde, outro importante artista do barroco mineiro. São nada mais nada menos
do que os dois mais importantes
nomes da arte colonial brasileira.
Um concurso foi realizado pela
“New 7 Wonders Portugal”, empresa que também organizou a declaração oficial das Novas 7 Maravilhas do Mundo. Concorreram
27 bens de 16 países, sendo 6 deles
do Brasil. A escolha foi feita através do site www.7maravilhas.pt,
onde cada internauta pode escolher
sete monumentos dentre os 27 listados.
A seleção dos monumentos concorrentes foi feita de acordo com o
valor histórico e patrimonial de
origem e influência portuguesa no
Mundo, sendo que alguns deles
têm a chancela da Unesco como
patrimônio da humanidade e outros, poderão tê-la no futuro. É
uma questão de tempo.
Quem também comemorou muito o resultado foi a secretária de
Turismo de Minas, Érica Drumond, considerando que “com a
premiação, nosso Estado ganha
mais visibilidade e mais proximidade com Portugal. Nossa meta
agora, em nossa política pública de
FOTO: NENO VIANNA/BARROCOPRESS
promoção e divulgação internacional é estimular que o português e
o europeu conheçam a Igreja de
São Francisco, assim como todo
acervo cultural e natural que Minas tem a oferecer”, afirmou a secretária, antes de lembrar que
Minas Gerais abriga cerca de 60%
do patrimônio histórico do Brasil e
que, entre suas singularidades, possui rico conjunto arquitetônico representativo do sistema colonial
luso-brasileiro.
No Brasil também foi escolhida
como “Maravilha” a Igreja e Convento de São Francisco de Assis e
Ordem Terceira de Salvador (BA).
TURISMO CULTURAL NO BRASIL
49% dos turistas que vêm ao
País pela cultura são europeus.
61% destes visitantes escolheram o Brasil como destino de férias, motivados pela cultura.
76% desses turistas possuem
curso superior.
40% são pós-graduados.
Portugal é o terceiro maior
emissor de visitantes para o
Brasil
São 4 voos semanais Belo Horizonte-Lisboa.
Pesquisa Unesco/Embratur
E n t r ev i s t a
Jornalista português, SALVADOR ALVES DIAS
MI N A S É
A ME M Ó R I A
PO RT U GUE S A,
CO M C ER T EZ A !
Ele estava na primeira fila da
plateia que acompanhava a
cerimônia de abertura do
2º Salão Mineiro de Turismo,
em abril. Dali, só saiu para
uma rápida entrevista à CIRCUITO DAS GERAIS. Pouco
mais de 15 minutos, estava de
volta ao mesmo assento para
ouvir um pouco do muito que
falara à reportagem: que
Minas tem um grande potencial turístico e tem muito a
ver com Portugal. Ele é Salvador Alves Dias, presidente
das Associações Portuguesa
(8 anos) e Europeia (4 anos)
dos Jornalistas de Turismo.
CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009
47
CIRCUITO DAS GERAIS Como você vê o trabalho regionalizado para o turismo
no Brasil?
SALVADOR ALVES DIAS Tem que ser dessa forma, por
uma razão simples. O Brasil é
muito grande e o turista está
interessado em um produto diferenciado. E este produto diferenciado tem que aparecer com
parcerias, seguindo os nichos
de mercado. Como o Brasil é
tão grande, cada estado deve
mostrar aquilo que o diferencia
dos outros. Este é o pressuposto da regionalização.
O que você sabe do potencial
turístico do Brasil?
O potencial turístico brasileiro
é fantástico. São as praias e a
cultura. E nós estamos em
Minas Gerais, que é um dos estados mais ricos do ponto de
vista cultural, quer pelo patrimônimo de seus monumentos
históricos, quer pelo lado gastronômico e musical.
Isto supera a falta de praia?
48
julho de 2009
CIRCUITO DAS GERAIS
“Como o Brasil é tão grande,
cada estado deve mostrar aquilo
que o diferencia dos outros.”
É isso. A opção tem que ser
essa. Tive a oportunidade de
ouvir a secretária de Turismo
de Minas (Érica Drumond)
dizer que Belo Horizonte tem
todas as possibilidades de ser
um dos grandes destinos para a
realização de convenções, só ficando atrás de São Paulo.
Então, nesse aspecto e em
outros atrativos turísticos,
Minas tem potencial para se
firmar como atração internacional?
Eu acho que sim. Tem todo o
potencial para isso.
Afinal, o europeu, quando
vem ao Brasil, quer praia mas
não fica só nisso, quer arte,
cultura, história, conhecer as
raízes das regiões brasileiras.
É. O importante é ter a consciência de que tem que oferecer
um produto misto. O turista
tem praia e, depois, tem opções
outras como por exemplo a
cultura. Normalmente, as pessoas gostam de passar dois ou
três dias na praia e quatro ou
cinco com sentido cultural.
Você sabe que Minas é considerada a caixa d´água do
Brasil. Aqui só não tem água
salgada. Se precisar de uma
prainha, a gente arrranja
uma de água doce.
É verdade. Daquilo que eu sei,
é a maior reserva d´água que
existe.
Queria ouvir de você um comentário sobre a importância da indústria do turismo
na economia de um País ou
mesmo município.
Hoje, em alguns Estados (Países), o Turismo é a principal
indústria do setor de serviços.
Em nível mundial, é o segundo,
já com grandes possibilidades
de se transformar no primeiro.
O turismo de negócios é dos
mais crescentes, com o
mundo globalizado, né?
É um dos mais rentáveis e de
maior atrativo, porque os congressos, convenções, viagens
educacionais que se fazem hoje,
movimenta um grande público.
É uma coisa que se contrasta
com o turismo de massa. O
grande problema é que não é
feio o racio entre o número de
turistas e aquilo que eles deixam por aqui.
Quer dizer, o turista de negócio deixa mais divisas do
que o turista de massa, proporcionalmente falando ou,
até mesmo, numericamente.
Logicamente. Nós, jornalistas,
pomos como título de notícia:
O Brasil recebeu não sei
quanto milhões de turistas.
Baixou o número no turismo.
Baixou, mas muitas vezes, a
renda que o turista deixou é
maior do que a que ele deixou
anteriormente.
Fala-se muito que o Brasil
precisa evoluir muito quanto
a sua mentalidade turística.
Tem que pensar somente em
explorar o turismo e parar de
explorar o turista. Você concorda com isso?
Claro! Cada turista bem recebido equivale ao retorno de
cinco vezes mais turistas. Isso
já foi muito bem estudado. Por
outro lado, hoje já feito um esforço muito grande para manutenção de cursos, escolas, para
melhorar o atendimento ao turista, porque um grande problema é não haver um bom
preparo, uma boa formação
para o pessoal em nível de restaurantes, hospedagens e outros serviços. São setores que,
às vezes, percebe-se que não
estão bem cuidados aqui no
Brasil. Mas já podemos ver
avanços em nível de hotelaria.
Tem grandes cadeias hoteleiras, grandes resourts.
No detalhe, o que você já conheceu e gostou de Minas?
Conheço muito do patrimônio
histórico-cultural de Minas.
Conheço, Tiradentes, Diamantina, Mariana, Ouro Preto...
aquelas ruas por duas horas.
Senti como se estivesse em
Portugal, naquelas cidades
mais do interior que, praticamente, já não existem mais.
Brasil e Portugal têm muito
a ver. E Minas e Portugal?
Quando cheguei a Tiradentes,
tive uma surpresa tão grande.
Cheguei à noite e percorri
Esse é mais um diferencial.
Esse é um bom cartaz turístico:
“Conheça o Portugal de antigamente, vindo a Minas Gerais”.
As águas, grutas...
Essa parte, não. Acho que
estou perdendo.
“Quando cheguei a Tiradentes,
senti como se estivesse em
Portugal, naquelas cidades mais
do interior que, praticamente,
já não existem mais.”
Então, lá não cuidaram desse
tipo de patrimônio.
Não houve o cuidado que tiveram aqui.
Em que Minas Gerais pode
somar em sua experiência?
Acho que é o carinho, a receptividade. Aqui é um lugar onde
o português se sente muito
bem. E talvez seja por isso que
se viu a possibilidade de ter um
vôo direto para aqui. Isso é
muito bom para Portugal e
para Minas Gerais, viajar sem
ter que parar no Rio ou São
Paulo, por duas, três ou quatro
horas.
CIRCUITO DAS GERAIS julho de 2009
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Uma história
Newton
anos, sempre com o apoio dos pecuaristas. Destacou-se também como empresário nos setores de
autopeças e recapagem de pneus.
Preocupado com suas raízes e
seu povo, Newton Penido enveredou pela política. Já na primeira
vez em que candidatou a vereador
foi o mais votado. Vereador atuante, batalhador, foi reeleito para outros vários mandatos, tendo chegado à Presidência da Câmara Municipal de Itaúna, em 1982.”
Casou-se com Nialva Rodrigues
Penido. Foi um chefe de família
“exemplar, pai zeloso e dedicado”
aos sete filhos.
“Newton Penido foi uma daquelas pessoas cujos nomes, com certeza, se perpetuarão na lembrança
dos que com elas conviveram. Por
sua bondade, capacidade de servir
e a generosidade, conquistou a admiração e amizade de todos.”
Ao final, o deputado assina o documento que destaca na conclusão:
“Dessa forma, é justo prestar esta
homenagem àquele que, em vida,
ajudou a construir a história da cidade de Itaúna, com seu trabalho,
sua participação e sua honra.”
Arquivo Câmara Municipal de Itaúna
Penido
Muitos passam por ali. Muitos,
mesmo. Também, são muitos que
sequer imaginam quem pode ser ou
ter sido um tal de Newton Penido,
que empresta seu nome à Rodovia
MG-050, no trecho de Juatuba a
Itaúna. Muitos, mesmo.
A iniciativa de homenagear Penido, foi do deputado estadual, Antônio Júlio, em 2003, com um
projeto de lei, dando denominação
ao trecho da MG, lembrando o político itaunense.
Na justificação do projeto, o deputado registra que o trecho rodoviário a que se refere o projeto não
possui denominação específica.
No texto, são registradas também informações de que Newton
Penido, a quem se pretendia homenagear, foi nascido em Itaúna, mais
precisamente no Distrito de Itatiaiuçu, e ficou órfão de pai aos dois
anos de idade. “Trabalhou como
sapateiro, balconista, tropeiro, ajudante de caminhão e motorista.
Amante de sua terra e do trabalho
pecuário, firmou-se como fazendeiro.
Foi presidente da Cooperativa
Agropecuária de Itaúna por 12
Divulgação
Acima, a MG-050, denominada Rodovia Newton Penido, que aparece no alto,
à esquerda. Ao lado, o deputado Antônio Júlio, autor do projeto.
50
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CIRCUITO DAS GERAIS