Ano 6 Ed 062 Jun 2005

Transcrição

Ano 6 Ed 062 Jun 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
Ano V nº 62 Distribuição Gratuita São Paulo, Junho de 2005
Mãe
Egunitá
Eu sou o fogo
que incendeia
Eu sou o fogo
que aquece
Eu sou a luz do dia
Sou a Lei, sou a Justiça
de Ogum e de Xangô.
Eu sou a luz do dia
Sou a Lei, sou a Justiça
de Ogum e de Xangô.
E para quem
não me conhece
Eu vou me apresentar
Eu sou aquela
que te ampara
Sou aquela
que te guarda
Sou sua Mãe Egunitá.
Eu sou aquela
que te ampara
Sou aquela
que te guarda
Sou sua Mãe Egunitá.
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São Paulo, Junho de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
Jornal de Umbanda Sagrada
Muito mais que um jornal - A sua religião em fascículos...
RECEB
A O J
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RECEBA
J.U
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.S..
EM SU
A CASA
SUA
EDITORIAL
Irmãos e leitores esta é com
certeza uma edição histórica do
JUS.
Temos na capa uma imagem
inédita e maravilhosa da Mãe do
Fogo Divino, nossa Mãe Egunitá,
Senhora da Lei e da Justiça, arte
de nosso irmão Cláudio Gianfardoni.
Trazemos como sempre
informação, conhecimento e esclarecimento acerca da doutrina,
cultura e teologia de Umbanda
Sagrada.
Nesta edição: Em “Lições de
Vida” lembramos que o problema de um é o problema de
todos, seja desta ou daquela
religião, “Amado pela Luz Odiado pelas Trevas” tanto faz
o que importa é estar “Colocando os pingos nos is” e
perguntando “Virtude, Cadê?”,
encontrando-a no “O Mistério
da Cruz entre o Sagrado e o
Profano”.
“Cambone de Umbanda”
ou médium busque a “Maturidade e Espiritualidade” para
realmente “Ser Umbandista”,
filhos da “Filha de Olorum”,
sempre levando “A Mensagem”
de “Ogum” a todos “Os Subníveis Quânticos e os Planos Espirituais”.
Assim abordamos todos os
temas desta edição, mas temos
um especialmente importante
este mês, que ocupa a dupla
página central colorida, o “Diálogo das Religiões”, um programa de TV gravado no teatro
da PUC, para ir ao ar como
direito de resposta, na TV Record, segundo Liminar da Justiça
acerca do processo que a mes-
ma perdeu, dando vitória ao
Ministério Público, as Religiões e
Cultura Afro-Brasileiras e a cada
um de nós que tem atravessados
na garganta os valores nossos
invertidos por estes Senhores.
Nos chamam de Pais e Mães de
Encosto, demonizam nossas
entidades e copiam nossas
práticas religiosas entre outras
atitudes que caracterizam crime
de discriminação religiosa.
Apresentado por Tony
Garrido e Maria Ceiça, o
programa aborda todas estas
questões em 3 níveis diferentes
a conferir.
Rubens Saraceni na lenda
“O Mistério da Cruz entre o
Sagrado e o Profano” compara
a origem da Igreja de Roma,
aonde acontecem supostos fatos
que até o Saudoso João Paulo
II pediria desculpas, com muitas
outras ou outra, igreja ou templo,
onde ainda hoje fazem da mesma
forma e ninguém quer pedir
desculpas ou assumir o erro,
muito menos mudar de atitude.
Afinal o que vale é o Ibope.
O JUS vem mostrando uma
preocupação com a discriminação e como lidarmos com ela.
Entendemos que a pior discriminação é a que vem de
dentro, na vergonha ou falta de
orgulho de ser Umbandista, fruto
da ignorância do que realmente
é a Religião de Umbanda.
Este é o Jornal de Umbanda
Sagrada e, da Umbanda Sagrada.
Um Jornal da Comunidade
Umbandista.
Um Jornal que fala a nossa
língua, o nosso tempo e às nossas realidades.
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Cássio Ribeiro, Wagner Borges,
Jornal de Umbanda Sagrada
É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir para o
engrandecimento da religião, divulgando material
teológico e unificando a comunidade Umbandista.
Os artigos assinados são de inteira
responsabilidade dos autores, não refletindo
necessariamente a opinião deste jornal.
As matérias e artigos deste jornal podem e devem ser
reproduzidas em qualquer veículo de comunicação. Favor
citar o autor e a fonte (J.U.S.).
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Junho de 2005
Página -3na questão do direito de manifestarmos nossa
religiosidade, assegurado pela Carta Magna,
você também se sinta na necessidade de ir
para além do espaço consagrado como templo
da sua fé. Precisamos estar unidos pelo ideal e
pela luta em preservar este ideal e direito de
manifesta-lo através da religiosidade.
LIÇÕES DE VIDA
O Rato e a Ratoeira
AUTOR DESCONHECIDO
Um rato, olhando pelo buraco na parede,
vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um
pacote. Pensou logo no tipo de comida que
poderia haver ali. Ao descobrir que era uma
ratoeira ficou aterrorizado.
Correu ao pátio da fazenda, advertindo a
todos, encontrou a galinha e lhe disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira
na casa!!!
A Galinha, disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que
isto seja um grande problema para o senhor,
mas não me prejudica em nada, não me
incomoda.
O Rato foi até o Porco e lhe disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira
na casa!!!
- Desculpe-me senhor Rato – disse o porco
– mas, não há nada que eu possa fazer, a não
ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será
lembrado nas minhas preces.
O rato dirigiu-se á Vaca e lhe disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira
na casa!!!
- O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso
estou em perigo?
Acho que não!
Então o Rato voltou para casa, cabisbaixo
e abatido, para encarar a ratoeira do
fazendeiro. Naquela noite ouviu-se um barulho,
da ratoeira pegando uma vitima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o
que havia pego. No escuro, ela não viu que a
ratoeira, havia pego a cauda de uma cobra
venenosa.
E a cobra picou a mulher.
O fazendeiro a levou imediatamente para
o hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo
sabe que, para alimentar alguém com febre,
nada melhor que canja de galinha.
O fazendeiro foi pegar seu cutelo e foi
providenciar seu ingrediente principal. A
Galinha virou canja.
Como a doença da mulher continuava, os
amigos vizinhos vieram visita-la. Para alimentalos, o fazendeiro fez uma feijoada, lá se foi o
Porco.
A mulher não agüentou e acabou
morrendo. Muita gente veio para o funeral. O
fazendeiro, então, sacrificou a vaca, para
alimentar todo aquele povo.
Com esta lição de vida vemos que o
problema de um é problema de todos,
precisamos desta visão coletiva dentro da
Umbanda e também da Umbanda para as
outras religiões e destas para a Umbanda. Os
problemas que a Umbanda passa pode
parecer que não afeta as outras religiões a
curto prazo, mas a longo prazo todos podem
ser prejudicados.
O que falamos aqui no Jornal pode parecer
distante dos seus trabalhos espirituais, da sua
tenda ou terreiro, até o dia em que passe por
situações semelhantes ao que temos lutado
TEOLOGIA DE UMBANDA SAGRADA
Ministrado por Alexandre Cumino
Se você bate palma porque todo mundo bate, bate cabeça porque todos
batem, canta porque todos cantam, faz oferendas porque todo mundo
faz, e quando alguém lhe pergunta sobre sua religião, envergonha-se,
pois não sabe o que dizer, É HORA DE AGIR!
A TEORIA NÃO SUBSTITUI A PRÁTICA, ESCLARECE!
Através da teoria, você passa a conhecer profundamente a sua religião.
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São Paulo, Junho de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
Colocando os pingos nos is
RUBENS SARACENI
Um amigo perguntou-me dias
atrás se eu era adversário ou contrário aos cultos tradicionais AfroBrasileiros englobados na denominação Candomblé, comum a todos.
Admirado e surpreso com tal pergunta, quis saber dele o que o levara
crer que eu fosse adversário ou mesmo contrário aos cultos de Nação.
Ele disse-me que corre de boca
em boca, que eu sou inimigo do Candomblé e mais algumas outras coisas
que andam sendo ditas por aí afora,
sem que delas se quer eu tivesse
conhecimento, pois vivo voltado totalmente para o meu trabalho e não
tenho tido tempo de participar dos
grandes eventos ou reuniões de lideranças Afro-Brasileiras.
Após afirmar-lhe que não sou,
adversário ou contrário aos outros cultos Afros, eu, um Umbandista respondi-lhe que tenho sido um defensor
público do Candomblé, pois, ao defender nos meus programas de rádio e
de televisão o nosso direito de liberdade religiosa e de culto, não estou
pensando ou defendendo só o direito
do Umbandista, pois a Umbanda também é um culto Afro-Brasileiro.
Também afirmei–lhe que, ao ensinar sobre os orixás e pregar o amor
e a fé a eles, não os diferencio entre
os orixás da Umbanda e os do Candomblé pois são os mesmos, e quando as pessoas começam a amá-los a
cultuá-los todos os cultos Afros são
beneficiados.
Quando ele se foi, fiquei pensando o que poderia ter levado algumas
pessoas a acreditarem em tal coisa.
Lembrei-me de que alguns anos atrás,
algumas pessoas ocultas por trás de
nomes falsos, espalharam pela Internet através de cartas anônimas enviadas a mim e a muitos líderes dos
Cultos Afros, uma série de mentiras
ao meu respeito e do meu trabalho.
Os que me conheciam, sabiam
que eram mentiras, e que aquilo tudo
não passava de futricas de concorrentes em um mesmo campo de
atividades.
Mas, e quanto aos que eu não
conhecia e nunca irei saber quem são
e quantos são? Os que acreditaram
sobre tudo o que disseram
sobre mim, e acerca do meu
trabalho?
Eu não sei. Mas, para
alguém fazer-me uma pergunta
dessa ordem é porque muitas
pessoas dos cultos Afros
tradicionais,
também
chamados de Candomblé
acreditaram nas mentiras e
falsidades espalhadas por
pessoas interessadas em
atingir a minha pessoa, o meu
trabalho e a minha imagem, tal
como fazem de vez em quando,
algumas pessoas que participam de listas de discussões
pela Internet que, sem ao
menos conhecerem a mim ou
ao meu trabalho, falam
absurdos a respeito.
Lamento muito não ter
sabido disso antes, para
prestar um esclarecimento a
quantos tenham acreditado em
tais mentiras, pois, sabe-se lá
o que andaram colocando
como palavras ou atos de minha
autoria, não?
O que todos devem saber
é que sou um defensor
ardoroso de todos os cultos
afros-brasileiros e sou contra
a intolerância religiosa. Que
sou a favor do ecumenismo
entre os cultos Afros, mas sou
radicalmente contrário a miscelânea de práticas, pois as
práticas de cada culto não devem ser
copiadas pelos outros, senão todos
serão descaracterizados e seus
fundamentos sagrados se perderão.
Que sou contrário a Umbandistas
que vão até outros cultos Afros, aprendam “só de ver” e depois comecem a praticar pantominas sem fundamentos dentro dos seus terreiros.
Sou contrário a dirigentes ou médiuns de Umbanda se dirigirem a
outros cultos Afros, para ”fazer a cabeça” e continuem a se dizer Umbandistas e a tocar trabalhos de Umbanda. Isto, para mim, é um contrasenso
pois o ato de “fazerem a cabeça” em
outro culto afro é o mesmo que converterem-se a ele e ponto final.
Isso é um contrasenso e infidelidade religiosa, pois, se a pessoa foi
fazer, por exemplo, a cabeça no Can-
PSICOLOGIA
MÁRCIA RAMOS
domblé Keto, ela deixou de ser Umbandista e “batizou-se” neste culto
Afro, certo?
Como não há nada de errado em
ser um adepto-seguidor do Candomblé Keto, então que esta pessoa sigao corretamente, assuma-o como seu
culto e deixe de ser Umbandista, pois
aí, estará errando com ambos os cultos e estará descacterizando-os.
Afinal, ou se é Umbandista ou se é
adepto do Candomblé Keto, não é
mesmo?
Toda religião tem o ato de conversão pra quem queira segui-la, então
é inadmissível que uma pessoa vá,
“faça a cabeça” e continue a tocar
Umbanda ao invés de tocar o culto
de nação escolhido.
Essa sempre foi minha posição
e, recentemente li alguns artigos es-
CEIE – Centro de Estudos Iniciáticos Evolução
PÇA JOAQUIM ALVES, 1 – PENHA – SP
(Esq. C/ R. Guaiauna - próx. Metrô Penha e Av. Celso Garcia)
CRP 06/27280-9
Psicoterapia para adultos, adolescentes,
dependentes químicos na abordagem
junguiana corporal e supervisão
critos por pessoas respeitadíssimas
dos cultos que formam o candomblé
nos quais eles também criticavam tais
procedimentos, pois, pessoas despreparadas estavam “preparando”,
ou seja, “fazendo cabeças” a torto e
à direito sem atentarem que isto, se
traz benefício financeiro para quem
o faz, profana o que há de mais sagrado em qualquer culto: seus fundamentos!
Bom, se foi minha postura em
favor de uma fidelidade religiosa aos
fundamentos da Umbanda que desagradou algumas pessoas, então a
coisa está pior do que eu pensava.
E, se está, então quero dizer aqui
aos seguidores corretos de cada um
dos vários cultos de nação:
Eu não fui, nem sou adversário ou contrário ao Can-
domblé, antes, sou um
admirador dos vossos
belíssimos rituais.
Foi graças a existência
dos cultos Afros puros ou
de nação que a Umbanda
é riquíssima em fundamentos e também tem
práticas belíssimas.
Nós todos, adeptos dos
cultos Afros-Brasileiros formamos uma poderosa vertente
religiosa, mas que mostra-se
fraca por causa da nossa
divisão interna e da nossa
incapacidade de falarmos uma
“língua única” em defesa do que
acreditamos e praticamos.
Essa nossa fraqueza e divisão não interessa só aos nossos verdadeiros adversários
instalados nas outras vertentes
religiosas, mas também
interessa aos aproveitadores e infiéis instalados entre
nós que tudo fazem para
que permaneçamos fracos e divididos, pois aí,
eles não serão expurgados
dos cultos Afros porque só
contribuem para que a
discórdia aumente cada vez
mais. São esses adeptos do
“quanto mais divididos e
enfraquecidos, melhor para
continuarem” que tanto espalham mentiras e falsidades a
meu respeito, e a respeito de
todas as pessoas empenhadas na
manutenção da pureza dos cultos
afros e na organização e fortalecimento de todos nós.
Espero ter deixado claro que não
sou adversário ou contrário a nenhum dos cultos Afros existentes,
que respeito e admiro suas práticas
e fundamentos, que sou muito combatido por adversários desleais que
não medem esforços para deturparem minha imagem pública, a minha
pessoa e o meu trabalho.
Assim como espero que também
respeitem a mim, e ao meu trabalho,
porque ele tem os seus fundamentos
e a sua beleza que estão sendo úteis
a muitas pessoas que também devem
ser respeitadas porque elas aprenderam comigo a respeitar a todos e
aos seus trabalhos e crenças.
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São Paulo, Junho de 2005
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Amado pela Luz - Odiado pelas Trevas
ALEXANDRE CUMINO
Escuridão é ausência de Luz,
mas o que chamamos de Trevas é
oposto à Luz.
Os princípios das Trevas são
invertidos em relação aos princípios
da Luz, como já dizia Hermes
Trimegistro, “No alto como no
embaixo”. Pai Benedito de Aruanda
diz a mesma coisa porém afirma “No
alto como no embaixo, porém,
no embaixo de forma inversa
ao alto”. Logo na Criação temos o
alto onde prevalece a Luz e o
embaixo onde prevalece as trevas.
O Criador está em todos os
lugares, logo Ele se manifesta no alto
como no embaixo, sendo o mesmo
em todos os lugares. O que muda
são as pessoas e o que elas buscam,
no alto ou no embaixo. A essência e
os mecanismos da criação são os
mesmos, aplicados em toda ela por
igual, nós é que os buscamos pela
via da dor ou do Amor. No embaixo
caem aqueles que inverteram
os valores da vida, no lugar de
vivenciarem as virtudes da vida, se
entregaram aos vícios.
Amor é o que atrai as pessoas,
logo, se no embaixo prevalece o
vicio, também prevalece o Amor aos
viciados, o amor aos iguais, afinidade
que atrai (amor é a força de atração
em todo o cosmos), assim como na
luz prevalece o Amor aos virtuosos.
O mesmo Amor Divino atrai para o
alto e para o embaixo.
Pelo mesmo Amor Divino, aqueles
que trilham a luz são odiados pelas
trevas, que parecem odiar a tudo e
a todos, se apegando apenas aos
vícios que os consomem. Por isso,
sempre haveremos de lidar com o
Amor e com o Ódio, seremos sempre
odiados quando praticamos o bem,
odiados pelas trevas e amados pela
luz. Assim ser considerado um maldito
pelas trevas é ter a benção da luz,
os princípios são invertidos.
No momento não estamos nem
na luz e nem nas trevas, estamos no
meio, onde ora praticamos atos
dignos da luz, ora escorregamos em
nossas falhas e erros, todos frutos
de egoísmo, a alavanca dos vícios.
Convivemos com pessoas dignas
das esferas de Luz e outras já
esperadas nas Trevas, por isso nunca
encontramos unanimidade em nada,
somos caluniados e vilipendiados
exatamente quando praticamos
nossas virtudes.
Esta é uma das maiores reclamações de quem inicia um trabalho
de ajuda ao próximo. É o motivo de
muitos abandonarem suas atividades, dizendo que são vítimas do mal
agradecimento de alguns, aos quais
prestou ajuda. Esquecemos que a
recompensa pela prática da virtude
está nela mesma, no prazer de
desfrutá-la. Quando cobramos algo
em troca da prática destas mesmas
virtudes, é porque na verdade são
vazias dentro de nós e não são reais.
São práticas mecânicas que não
encontram sintonia em nosso campo
mental, pois viver uma virtude em
essência não tem preço.
Quando enganados pelas
3857-1823
trevas, somos esclarecidos pela luz,
por isso o Reino dos Céus pertence
aos humildes, caluniados, humilhados, vilipendiados, que sofrem, ao
olhar seus algozes, pois, a dor e o
veneno que projetam ao próximo são
dor e veneno que possuem dentro
de si. “Cada um dá o que tem”
O mal existe e surge em nossas
vidas, mas o bem é muito maior. Se
temos demandas negativas das
trevas, o amparo da luz é muito
maior, se somos odiados, muito mais
somos amados. “Quem pode mais
que Deus?”
No entanto a ausência de Deus
em seu coração não o torna ausente
de sua vida, a falta de seu amor por
Ele, não diminui o dEle por você, deixar de crer em sua existência não
muda o fato.
Então muitos se perguntam:
Onde está Deus nas trevas?
Ele está no Amor que une os
iguais, que unidos nos mesmos vícios
se consomem uns aos outros.
No Alto Ele se manifesta através
das Divindades Orixás, manifestadores das qualidades e virtudes
divinas. No embaixo Ele também se
manifesta em divindades opostas,
não cultuadas, que absorvem os
vícios gerados pela humanidade que
se entrega as Trevas.
Irradiar virtudes e absorver os
vícios, esta é a lei do Amor, igual no
alto como no embaixo, o princípio que
muda é o humano, o princípio divino
é sempre o mesmo.
O Criador gera Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e
Geração, irradiados pelo alto; o ser
humano gera ilusão, ódio, ignorância,
injustiça, desordem, involução e
esterilidade parasitária.
O Criador não gera o negativo
no embaixo, mas simplesmente os
absorve, em analogia ao irradiar o
positivo. Assim o Criador está
assentado no Alto e no Embaixo, na
Direita e na Esquerda. Ser Amado
pela Luz ou Odiado pelas Trevas
é a mesma coisa.
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São Paulo, Junho de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
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Cambone de Umbanda
SHEILA NASCIMENTO
Gostaria de abordar um trabalho
de extrema importância no terreiro que
é o de cambone, mas sem deixar de
lembrar de uma passagem curiosa.
Quando era pequena meu pai
sempre tinha o costume de desmontar
os relógios da casa na intenção de
“melhorar seu desempenho”, relógios
do tipo à corda, e sempre era a mesma
estória, ele desmontava, “lubrificava” e
montava novamente, mas sempre
sobravam peças .... e lógico o relógio
não funcionava, aí começava a discussão com minha mãe que argumentava
o erro em não saber remontar e ele
dizia que eram peças “dispensáveis”,
mas ora, o relógio não funcionava ou
então funcionava com problemas.
O trabalho de Umbanda no atendimento ao consulente também funciona como um relógio, que tanto no
astral com na parte material depende
do bom funcionamento de sua
engrenagem. Parte importante, como
todas as outras é justamente a do
cambone, já tão bem abordada aqui
no JUS em outras oportunidades, mas
nesta, coloco a visão de um próprio
cambone.
Existe toda uma expectativa no
início dos trabalhos, cada casa tem seu
ritímo, mas o que não muda é aquela
adrenalina e ansiedade (benéfica) à
espera da linha de trabalho a ser
chamada, muitas vezes por tempo de
trabalho e por dedicação e afinidade, o
cambone se sente um misto de peça
importante com um filho de todas as
entidades que na casa se manifestam.
É, muitas vezes, eu como muitos
outros temos esse sentimento, de
atenção com tudo, preparar o
espaço para a chegada dos
Guias Espirituais, pembas,
blocos de anotação, velas,
charutos, tudo tem de estar
a contento, a assistência,
ansiosa, tem que ser bem
recebida e conduzida aos
Guias, todo o trabalho
transcorre numa dinâmica
de atenção, concentração
e doação, dependendo
muito do amor e
da dedicação de
todos, inclusive
de nós cambones, aí entra
também o sentimento de ser filho
de cada um dos Guias
espirituais, que com o tempo só de olhar
sabem como estamos como um pai que
olha o filho pequeno, os cumprimentos
e o abraço de um, a palavra do outro,
a “chamada” de um terceiro, e ai a gente
vai, crescendo como crianças dentro
de uma grande família de sábios, anciões,
companheiros, pais e mães espirituais.
Chegando até mesmo um ponto,
em que ao meio de inúmeros Guias, o
cambone ouvir mentalmente o chamado
de um ou outro Guia Espiritual mais
afinizado com o cambone, solicitando
sua presença ali ao seu lado. Isso não
tem preço !
Não digo que cada dia de trabalho
tem um aprendizado, mas sim, cada
atendimento, sendo este ligado apenas um médium e
suas entidades ou como
também os cambones
que atendem vários médiuns sem ser específico
de um só.
Muito depende do
funcionamento de cada
casa, mas o trabalho de
ser cambone é uma
escola, um aprendizado sem
fim, que aos atentos, faz aumentar
a fé, descobrir-se e sentir amado e
especial. Existem dias, em que o cansaço e eventuais dificuldades atrapalham,
mas são nesses dias, em que a espiritualidade te recompensa com um abraço
de um pai querido, um ramo de alecrim
imantado ou uma rosa para despachar.
Enfim, cada gesto dessa grande
corrente, não só de pais e mães espirituais, mas como também os “colegas”,
irmãos de trabalho que se ajudam e muitas vezes, sob a coordenação de um
guia espiritual fazem o revezamento de
descarregos para os mais necessitados
da corrente.
Ser cambone é ser importante para
o bom funcionamento do trabalho,
exige ser atento, concentrado, estudar,
aprende e se incorporar à dinâmica de
trabalho da Umbanda, estar preparado
para toda um esforço físico, mental e
espiritual de trabalho e acima de tudo
amar a Deus e o que faz.
Hoje, de um modo geral, por todo
o trabalho de doutrina, esclarecimento
e preparação, nós cambones somos vistos como parte importante da engrenagem de funcionamento de uma casa,
mas apelo aos irmãos, colegas de trabalho, que se vejam, não com soberbia
na importância do seu trabalho em uma
casa, mas como privilegiados e abençoados por tanta generosidade que recebem em cada auxilio às entidades, sem
precisar mencionar do auxilio que cada
cambone, como médium de umbanda
recebe de seus próprios amparadores
espirituais.
Percebam e internalizem para poderem retransmitir, a gratidão, os pequenos gestos de humildade e delicadeza, a
generosidade e o trabalho extramamente gratificante e engrandecedor de
servir ao Pai, servido a muitos.
Se tiverem amor pelo trabalho de
cambone, receberão amor enquanto
forem membros neste ponto da hierarquia, e no futuro também colherão
amor e doarão amor de toda a corrente.
Página -7-
Poesia à Exu
ANDRÉIA GUIMARÃES
No meio das matas
ele chega
Traz no peito a razão
Com nossos sentidos
ele mexe
Logo sei que é um Guardião
Espírito que luta
bravamente
Tem seu corpo presente
Para que todo mal padeça
E o bem se fortaleça
Com as palavras ele traz
A transparência da verdade
Do ser humano
como capataz
De seu orgulho e vaidade
Em sua última encarnação
Aprendeu que
tudo tem seu preço
Paga seus erros a prestação
Em sua atuação
não há falhas
Seu nome é Tranca Ruas
Sinônimo de Fé e Bravura.
Página -8-
São Paulo, Junho de 2005
espaço do Leitor
ENVIADO POR ROSE FREITAS
Por sobre as montanhas encantadas, um anjo entoa uma canção
dos homens, formando um elo de
amor para o coração de Deus.
Formando uma ligação eterna,
para que os homens, não se percam
pelos caminhos trevosos. Que se
desviaram.
Por sobre as grandes montanhas, no centro do seu ponto magico,
o anjo entoa a canção, ele nada
pede, nada deseja e só por amor ele
se da a criador, se tornando assim a
ligação de Deus com os homens.
E por séculos incontáveis, o seu
canto inefável se fez ouvir e sentir
por todas as direções, mas , como os
homens possuem a liberdade de
escolha, continuavam a se afastar
cada vez mais. E poucos foram os
que voltaram ao coração do pai.
Por sobre as montanhas encantadas, no centro do seu ponto mágico, o anjo irradia a sua canções
divina, sendo sempre assim uma
ponte de luz.
Desta vez os homens se afastaram de mais e não percebiam o entoar do anjo, se entregaram a seus
vícios suas misérias, seu orgulhos,
suas maldade, suas entrigas,
guerras, suas cede de poder, seus
enganos, etc.
O canto de um anjo
Sobre as montanhas encantadas, no centro do
seu ponto magico,
o anjo percebeu o
grande distanciamento dos homens e lançou seu
olhar para terra e
viu as guerras, a
fome, o abuso do
poder, viu mudanças no planeta e
viu enchentes aparecerem. Então
por sobre as montanhas encantadas, ouviu-se o
silencio e dos
tempos celestiais
já se sabia o
porque.
Então por sobre as montanhas
encantadas o anjo entoou a mais linda
das canções, já mais ouvida antes,
que ecoou em todas as direções e
formou, novamente, a ponte entre
luz e a escuridão, o anjo resplandeceu se precipitou por sobre as
montanhas encantadas e desceu
sobre si mesmo, a procura dos
homens que aqui estão.
Quando o anjo chegou, caminhou
entre os homens
e sentiu a tristeza
dos seus corações, não viu mais
o brilho cósmico n
seus olhares e
uma chuva muito
intensa fustigavalhes a cidades.
Então outra
vez, num canto
desta terra o anjo
se abaixou e
elevou suas mãos
ao céu, no centro
do seu ponto
magico, na língua
dos anjos, ele fez
uma
oração,
clamando
ao
criador, então, ele
sentiu a dor do Pai e da criação. E o
anjo, então, em adoração, clamou:
Oh!
Senhor
Deus,
tem
compaixão, um dia eu subirei ate voz,
e levarei comigo esta, sua criação!
E hoje, num canto desta terra
sozinho no centro do seu ponto
magico, um anjo esta, então,
clamando ao criador, a luz do seu
amor, por esta criação, formando
uma nova ponte entre a luz e a
escuridão!
Jornal de Umbanda Sagrada
Carta de Paulo
aos Coríntios
ENVIADO POR GERO
“Ainda que eu fale as línguas dos
homens e dos anjos, se não tiver
amor, serei como o bronze que soa,
ou como o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de
profetizar
e
conheça todos
os mistérios e
toda a ciência:
ainda que eu
tenha tamanha
fé, a ponto de
transportar
montanhas, se
não tiver amor,
nada serei.
E ainda que eu
distribua todos os
meus bens entre os
pobres e ainda que
entregue meu próprio
corpo
para
ser
queimado, se não tiver
amor, nada disso se
aproveitará.
O amor é paciente, é benigno, o
amor não arde em ciúmes, não se
ufana, não se ensoberbece, não se
conduz incovenientemente, não
procura seus interesses, não se
exaspera, não se ressente do mal;
não se alegra com a injustiça, mas
regozija-se com a verdade. Tudo
sofre, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta.
O amor jamais acaba. Mas,
havendo profecias, desaparecerão;
havendo línguas, cessarão; havendo
ciência, passará.
Porque em parte
conhecemos e em parte
profetizamos. Quando
porém vier o que é
perfeito, o que então é
em parte, será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como
um menino, sentia
como menino.
Quando cheguei
a ser homem,
desisti das
c o i s a s
próprias de
menino.
Porque
agora vemos
como um espelho, obscuramente, e então veremos face a face;
agora conheço em parte, e então
conhecerei como sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a Fé,
a Esperança e o Amor.
Estes três.
Porém o maior deles é o Amor”.
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Junho de 2005
Aconselhamento Mediúnico
SOLANGE BELCHIOR
Nem tudo o que o indivíduo apresenta como desequilíbrio, vem do
espiritual, muito é psicossomático. As
alterações nas atitudes e no comportamento do indivíduo abre canais
para que ocorra manifestações dos
espíritos. O trabalho espiritual não deve
ser usado como muleta para resolver
conflitos que o próprio indivíduo criou,
e sim, educá-lo na verdadeira espiritualidade. O consulente deve ser trabalhado em sua essência, fazê-lo
encontrar a ética espiritual e suas leis
universais para poder se reintegrar ao
todo. No curso de
Aconselhamento
Mediúnico, o trabalho se inicia com
os médiuns, atendentes, cambones e
gira para que estes
possam, encontrar o
caminho da evolução pessoal e poder
avaliar os consulentes de uma forma
integral (corpo,
mente,emoção e
espírito).
Não basta doar, através da
mediunidade ou da ajuda ao próximo.
A verdadeira doação se inicia por
dentro, no encontro consigo mesmo.
Através do seu equilíbrio, o contato com
o consulente torna-se mais sublime e a
verdadeira orientação acontece. Desta
forma não teremos pessoas procurando
bengalas, e não teremos mais médiuns
se considerando deuses, teremos sim,
um trabalho de fraternização, de
educação da real espiritualidade.
“Todos buscam respostas do lado
de fora, projetam e responsabilizam
tudo o que está fora como autores de
Página -9-
Existe Deus?
seus conflitos, porém, tudo o que precisamos está dentro
de nós, principalmente Deus”.
A espiritualidade
vem pedindo mudanças e uma maior
conscientização das
pessoas que freqüentam uma religião. É chegada a
hora da grande
conscientização
espiritual e quer levar seus conhecimentos diretamente as pessoas para
contribuir que se faça realizar a grande
transformação, que já se iniciou. Essas
são palavras que Jesus vivo falou: “O
Reino de Deus está dentro de você e a
sua volta, não em mansões e prédios
de madeira e pedras. Rache uma lasca
de madeira e estarei lá, levante uma
pedra e me encontrará. Quem descobrir
o significado das palavras não verá a
morte”.
Mais informações sobre o
Curso de Aconselhamento
Mediúnico pelo telefone: 6193- 6962
Buda estava reunido
com seus discípulos
certa manhã, quando
um homem se
aproximou.
- Existe Deus? –
perguntou.
- Existe – respondeu
Buda.
Depois do almoço,
aproximou-se outro
homem.
- Existe Deus? – quis
saber.
- Não. Não existe –
disse Buda.
No final da tarde,
um terceiro homem fez a
mesma pergunta:
- Existe Deus?
- Você terá que
decidir – respondeu Buda.
- Mestre, que absurdo! – disse um dos seus discípulos.
- Como o senhor dá respostas diferentes para a mesma
pergunta?
- Porque são pessoas diferentes – respondeu o iluminado.
- E cada uma se aproximará de Deus à sua maneira:
Através da certeza, da negação e da dúvida.
MAKTUB - PAULO COELHO
A força branca
ORTIZ BELO DE SOUZA
Meus irmãos em Oxalá, estamos
caminhando para um fato histórico, do
qual fazemos parte. É de grande
importância, que atentemos aos
valores que nossa querida Umbanda
nos trás. A grande religião, que se
manifesta em milhares de terreiros,
tendas e templos, onde a caridade
manifesta-se nos trabalhos espirituais
realizados e onde o trabalho social
cresce pela força de líderes
empenhados em levar o acalanto aos
menos favorecidos.
A Força Branca, que é uma grande massa
de poder, somos nós, mas, não nos apercebemos da grandeza que somos e o que
podemos realizar.
Estes milhares de tendas, terreiros e
templos, que trabalham na senda do bem e
da caridade, que abrem suas portas para os
aflitos, que encaminha os perdidos, que é o
espelho da humildade, que expande o amor,
todos estes são A Nossa Umbanda
Sagrada.
Meus irmãos, vamos nos dar
as mãos e realizar as
transformações que precisam
ser feitas. Chamo o grande
exercito branco de Oxalá,
para rumarmos em direção ao
cetenário sagrado, vamos
realizar um encontro e
convido a todos para nos
irmanarmos no dia 10/07/
2005 a partir das 9:00h da
manhã no Shoping Chic
Estaremos
realizando
durante o dia apresentações das
mais variadas e no final uma grande
manifestação dos pais Orixás Xangô e Ogum.
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Página -10-
São Paulo, Junho de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
Telefones
Úteis dos
Órgãos de
Umbanda:
A Mãe do Fogo
flamejante e tão racional quanto
Xangô. Ponto de força, caminhos
e pedreiras. Sua cor é o laranja.
Pedra: ágata de fogo.
ALEXANDRE CUMINO
Héstia — Divindade grega,
Vesta romana, muito antiga e
adorada como deusa do lar. Está
presente no fogo da lareira, que
é o centro do lar, sem ela não
havia nem a comida e nem o calor
que nos aquece no frio, ela é o
próprio fogo. Protegia a família e
a ordem social, também evocada
para dar os nomes às crianças.
Egunitá — Orixá pouco
conhecido e pouco cultuado na
Umbanda, mas é a forma humanizada de uma das Divindades
mais cultuadas em outras culturas
e religiões. É o Trono Feminino da
Lei e da Justiça, que absorve o
desequilíbrio na Justiça, de forma
ativa, reconduzindo o ser ao
equilíbrio; cósmica, pune quem dá
mau uso ou se aproveita dessa
qualidade divina com más intenções. Fator purificador e energizador, faz a purificação através
do fogo. Consome nossos vicios
e energias negativas. Também
portadora de grande energia a
transmite a quem dela precise.
Elemento fogo que absorve
o ar. Assim como Iansã, ora faz
par com Ogum (Lei) ora faz par
com Xangô (Justiça). Também
-inflexível é implacável contra as
injustiças e negativismos humanos. Mostrando-se assim grande
protetora daqueles que a merecem. É Senhora da espada
Kali — Divindade hindu
“negra” da destruição e purificação. Representa o elemento
fogo, com sua língua roxa.
Não usa roupa e seu corpo é
coberto pelos longos cabelos
negros. Usa um colar de caveiras, tem quatro braços e leva
em cada mão armas de destruição
e uma cabeça sangrando. É a
devoradora do tempo.
Enyo — Divindade da guerra
em seu aspecto de “destruidora”,
o que a remete a uma condição
de Divindade da -purificação.
Sekmet — Divindade
egípcia (“a poderosa”), traz em
si as qualidades de purificadora
dos vícios e esgotadora daqueles
caídos no mal. Representada por
uma mulher com cabeça de leoa
encimada pelo disco solar,
representando o poder destruidor do Sol, é aquela que usa
o coração com justiça e vence os
inimigos.
Brighid — Divindade celta
do fogo, seu nome significa
“luminosa”. Filha de Dagda
(o bom deus), tinha
aspectos tríplices. Deusa
da inspiração e poesia
para os sacerdotes,
protetora para os reis e
guerreiros, senhora das
técnicas para artesãos,
pastores e agricultores. É
também aquela que traz
a energia, motivação e
potência. Uma vida sem o
calor de sua chama perde
do Fogo”, companheira do
Deus do Trovão.
o sentido e torna-se insípida.
Shapash - Divindade babilônica, Deusa do sol, a forma feminina de Shamash, muitas vezes
chamada de “a tocha dos deuses”.
Lamashtu — Divindade
sumeriana, “A filha do céu”, deusa
com cabeça de leão (assim como
Sekmet) que possuía imenso
poder destruidor e purificador.
Ananta — Divindade
hindu, Senhora do fogo
criador e da força vital
feminina. Seu nome significa
“o infinito”, aparece como
uma grande serpente e em
muito se assemelha a serpente do fogo Kundaline,
para muitos também uma
divindade feminina do fogo.
SOUESP
(11) 6694-3294
(11) 3992-7074
(11) 3975-3594
AUESP
(11) 9784-2668
Comentários: O Trono Feminino da Justiça, Egunitá, sempre foi cultuada em várias culturas como podemos ver acima.
A princípio não é um Orixá muito
conhecido entre os Nagô-Yorubás, africanos, mas essencial
para completar todo um panteão
Colégio de Umbanda Sagrada
Pai Benedito de Aruanda
(11) 6606-8488
(11) 6606-8988
FUGABC
(11) 4238-5042
(11) 4239-4461
Ponike — Divindade
húngara do fogo.
União de Tendas de
Umbanda e Candomblé
(11) 3085-0738
Pele - Divindade havaiana guardiã do fogo, é
padroeira do Havaí. É ainda
a senhora das manifestações vulcânicas. Tem como morada o vulcão Kilauea.
Si — Divindade russa, solar,
evocada para punir quem
quebrava juramentos.
Fuji - Divindade japonesa do
fogo vulcânico,
padroeira do Japão. Habita no
monte Fujiyama, o
mais alto do Japão,
ponto de contato
entre o céu e a
terra.
Sundy Mumy
- Divindade eslava,
“Mãe do Sol”, ela é
quem aquecia o
tempo e dava força
a seu filho Sol.
de Umbanda. Sendo a mãe que
purifica os males por meio de seu
fogo, ou recorremos a Ela ou nos
tornamos carentes de sua
presença nos momentos em que só
uma Mãe Ígnea
pode nos ajudar. Na
Umbanda, é sincretizada com Santa
Brígida, a santa do
fogo
perpétuo
associada a Brighid
celta ou Santa Sara
Kali, padroeira dos
ciganos que surge
como “virgem negra”
associada a Kali
hindu.
Texto extraído
do livro do autor: “Deus,
Deuses e Divindades”
Editora Madras.
Oynyena
Maria
—
Divindade eslava do fogo, “Maria
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Esta é a sua oportunidade de aprender
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(11) 6283-3378
Deus, “Deuses”e
Divindades
Editora Madras
Através do estudo
da Teologia
de Umbanda e
pesquisa dentro do
campo mitológico, o
autor Alexandre
Cumino nos
apresenta a correta
relação entre Orixás
e Divindades gregas,
romanas, hindus, egípcias... planetas,
anjos e santos católicos.
Quartas-Feiras,
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Tels: 3984-0181/9622-7909
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Sábados,
das 14h20 às 18h00
Portal do Arcanjo Miguel
Rua Clodomiro Amazonas,
520 Itaim Bibi - SP
Domingos,
das 9h00 às 12h00
Escola de Curimba Ogum
Beiramar
Rua Santa Romana, 472
Piqueri - SP
Contatos via e-mail: [email protected]
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Junho de 2005
Página -11-
Maturidade e Espiritualidade:
Duas Reflexões Espiritualistas
POR WAGNER BORGES
- Primeira Parte
INICIADOS?
Há ocultistas e iogues
entoando mantras demais e
vivendo de menos. Tentam o
despertar da Kundalini, mas não
se preocupam tanto com o
despertar do coração.
Elaboram rituais variados e
seguem “cartilhas iniciáticas”.
Contudo, enrolam-se no mais
simples: Viver!
Trajam indumentárias iniciáticas ou mantos de renúncia,
mas não se vestem com a luz da
modéstia.
Mortificam o corpo físico,
através da repressão sexual,
jejuns forçados ou perfurandoo com objetos exóticos. No
entanto, o corpo mental (morada da consciência, o eu real)
e o corpo espiritual (o verdadeiro corpo de luz), continuam
obscurecidos pela falta de
discernimento e compaixão.
Praticam um misticismo
exacerbado e costumam apresentar credenciais e títulos
iniciáticos, que, na verdade, não
provam grau de espiritualidade
alguma, mas sim grande grau de
vaidade.
Gostam de usar senhas
esotéricas (herméticas), mas não
notam que a própria vida é
amplamente exotérica (aberta,
clara, explícita).
Almejam o samadhi,* mas o
seu corpo físico lhes reclama a
justa atenção: são obrigados a
ir ao banheiro todos os dias.
Falam muito em união espiritual e consciência cósmica. No
entanto, muitos são nacionalistas ferrenhos. Alguns,
inclusive, são racistas. Apesar
desse absurdo, dizem que estão
trilhando a senda da luz.
É por essas e outras que o
meu amigo espiritual, Rama, disse certa vez:
“A grande iniciação não é
realizada dentro de nenhum
obscuro templo esotérico, mas
sim dentro do templo luminoso do
coração, onde mora o maior
mestre de todos: o amor!”
* Samadhi (do sânscrito):
Expansão da consciência;
Consciência cósmica.
- Segunda Parte
RELIGAR OU CONVERTER?
Geralmente o fanático religioso quer impor a sua doutrina
a ferro e fogo aos outros. Perante o seu olhar turvo de radicalismo, ele só vê infiéis a serem
convertidos. Não admite a
liberdade de expressão do
pensamento alheio e, se precisar,
é capaz até de brigar para impor
o seu ponto de vista.
O fanatismo leva geralmente
à intolerância, e esta, fatalmente
ao combate.
O fanatismo nada tem a ver
com Jesus, Krishna e Buda, pois
esses mestres ensinaram o
“amai-vos uns aos outros” (Jesus), a alegria de viver (Krishna)
e o respeito pelos outros (Buda).
O fanático demonstra pela
sua própria postura agressiva
que a compreensão não é o seu
forte. Aliás, é curioso o estranho
paradoxo em que vive o fanático
religioso: se por um lado ele prega
a compaixão, a união, o respeito
e a religiosidade, por outro lado
ele ameaça, ataca, excomunga
e até briga com aqueles que não
partilham seu ponto de vista.
É de se perguntar então:
- Há algo em comum entre
amor e excomunhão? Entre respeito e intolerância? Entre liberdade de expressão e doutrinação
repressiva?
“Ide e pregai”, como ensinava o apóstolo, não significa
“ide e ameaçai”, como faz o
fanático.
“Amai-vos uns aos outros”
não significa amai uns e não a
outros.
Na etimologia do termo
“religião”, vemos que a sua
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origem vem de “religar-se”, que
significa “religar” o homem ao seu
Criador. Em outras palavras,
“Unir”!
Infelizmente, parece que o
fanático não entende assim. O
seu radicalismo o torna ácido,
antipático e chato ao extremo.
Já não lhe importa tanto religar,
ele quer mesmo é converter o
infiel, não importa o quanto isso
custe.
É por essas e outras que se
diz por aí que o fanático não tem
discernimento, pois se tivesse,
não seria fanático, mas sim um
livre pensador. Ou seja, uma
pessoa interessante e criativa no
mundo.
*******
Ainda agora, dando uma
olhadinha no material desse
curso, fiquei pensando se esses
escritos guardados há sete anos
seriam interessantes para
reflexões ponderadas de outros
estudantes espiritualistas. De
todo modo, serve como exercício
de discernimento no estudo
espiritual e também de alerta
consciencial sadio.
Inclusive, há um texto
excelente da pesquisadora
italiana Angela Maria La Sala Batä
que foi entregue aos alunos do
curso citado como correspondência do tema “Maturidade
consciencial”. Reproduzo-o logo
abaixo como excelente complemento dos temas aqui escritos.
MATURIDADE
“Ouvi dizer que maturidade
é o conhecimento, cada vez maior, de não sermos nem tão
extraordinários
nem
tão
incapazes como antes acreditávamos”.
“Maturidade significa saber
conciliar aquilo que é com aquilo
que poderá ser”.
“A maturidade não é uma
meta, mas sim uma estrada”.
“O nível da maturidade de
cada criatura é avaliado pelos
limites das possibilidades que ela
apresenta no momento”.
“O melhor método para se
alcançar a maturidade ainda é a
espiritualização do homem”.
“Um dos sinais fundamentais
que distinguem o homem maduro
é que ele não é fixo, não é
estático, mas continua a crescer,
a caminhar para frente, qualquer
que seja a sua idade”.
“Não se pode definir a maturidade porque ela não é um ponto
fixo, não é um ponto estático,
mas é, antes de tudo, uma
atitude interior”.
“Não se pode falar de homem
maduro se ele é unilateral,
fechado num único setor da vida
e falho sob alguns aspectos”.
“Uma das maiores imaturidades do ser humano é a
presunção (ou senso crítico de
superioridade) que nasce do fato,
quase inevitável, de que com o
desenvolvimento do intelecto
vem acentuar-se o senso do eu
pessoal e da auto-afirmação. O
senso de superioridade também
gera o criticismo e a separatividade”.
“Dar não significa ‘privar-se’
de qualquer coisa, mas significa
expandir-se, irradiar a própria
energia, expressar a si mesmo,
romper o muro da separação e
da solidão que circunda os outros
seres, vivificando-os com a força
do próprio amor”.
“Que coisa alguém dá
quando ama? Dá a si mesmo,
aquilo que possui de mais
precioso, dá uma parte de sua
vida... Dá a própria alegria, o
seu próprio bom humor, a
própria tristeza, todas as
expressões e manifestações
daquilo que possui de mais
vital”.
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pensar e refletir sobre o grande
mistério que habita o interior do
ser humano. Faz lembrar da
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na Terra: “Conhecer-se a si
mesmo”... e ser feliz.
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Página -12-
São Paulo, Junho de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
Direito de resposta transforma-se
Presbiteriana Independente.
Também esteve presente o Padre
Luiz Fernando, da Paróquia Sto. André
Apostolo; Padre José Enes de Jesus,
da Paróquia Nossa Senhora di
Casaluce, ambos da Pastoral Afro da
Arquidiocese e Instituto Negro Padre
Baptista.
Dia 26 de Maio, quinta-feira santa,
foi gravado, no teatro da Pontifícia
Universidade Católica – PUC, o
programa que deverá ir ao ar como
direito de resposta, na ação movida
contra a TV Record e a TV Mulher.
O programa recebeu o nome de
“Diálogo das Religiões”, para
mostrar que podemos caminhar juntos,
nos respeitando, ainda que sejamos
diferentes.
Leia parte da decisão: 5ª Vara
Federal Cível de São Paulo(SP) Autos
n. 2004.61.00.034549-6 Autores:
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E
OUTROS (INSTITUTO NACIONAL
DE TRADIÇÃO E CULTURA AFRO
BRASILEIRA – INTECAB e CENTRO
DE ESTUDOS DAS RELAÇÕES DE
TRABALHO E DA DESIGUALDADE
- CEERT Réus: REDE RECORD DE
TELEVISÃO E OUTROS (REDE
MULHER DE TELEVISÃO e UNIÃO
FEDERAL)
O que vemos abaixo é a parte final
da decisão que define como o programa
deve ir ao ar e seu tempo de duração:
Tal programa deverá ser
apresentado
em
sete
dias
consecutivos, nos mesmos horários dos
programas nos quais houve o
desrespeito, ou seja, nos programas
“Sessão de Descarrego” e “Mistérios”,
transmitidos tanto pela Rede Record
como pela Rede Mulher. A transmissão
do programa em dias diferentes
objetiva
alcançar
todos
os
telespectadores daquelas redes de
televisão. Além disso, as rés deverão
inserir três chamadas diárias durante
a sua programação (uma pela manhã,
uma no período da tarde e uma no
período da noite), nos mesmos dias
transmissão
dos
programas,
comunicando a exibição e o horário do
programa de resposta. A duração do
programa será de 1 (uma) hora no
máximo, ou a mesma dos programas
“Sessão de Descarrego” e “Mistérios”,
aquela que for menor. O tempo de 1
(uma) hora é estipulado considerando
a média de tempo dos programas que
estão gravados em VHS anexadas aos
autos. Como não há qualquer
informação de qual é a duração
daqueles programas, considero que
este período é suficiente para a
resposta. Para a produção do
programa, as rés deverão colocar à
disposição das autoras, no prazo de
15 (quinze) dias a contar da data da
intimação desta decisão, estúdio e
estrutura pertinentes, bem como
pessoal de apoio necessário para a
gravação do programa. Outras
despesas serão assumidas pelas
autoras. Ante o exposto, concedo
parcialmente a antecipação dos efeitos
da tutela, nos termos acima definidos
e fixo a multa diária em R$ 10.000,00
(dez mil reais), em caso de
descumprimento desta decisão.
Intimem-se. Citem-se as rés para
contestar. Intime-se a Anatel para se
manifestar se tem interesse em integrar
a lide. São Paulo, 12 de maio de 2005.
Marisa Cláudia Gonçalves Cucio Juíza
Federal Substituta.
O programa que já está gravado e
espera o momento de ir ao ar, foi
coordenado por Pai Francelino de
Shapanam,
Coordenador
do
INTECAB no Estado de São Paulo,
Presidente da Federação de Umbanda
e Cultos Afro-Brasileiros de Diadema
(FUCABRAD) e Sacerdote da Casa das
Minas de Thoya Jarina, e Dra. Cida
Bento do CEERT.
A apresentação do programa foi
realizada por Tony Garrido, vocalista
do grupo musical Cidade Negra e Maria
Ceiça, atriz negra da TV Globo.
O programa foi dividido em três
blocos:
No primeiro bloco manifestaramse representantes de várias religiões,
abordando o tema de convivência
pacifica entre elas.
Assim,
pronunciaram-se: Dom Cláudio
Hummes, Cardeal Arcebispo de São
Paulo; Dom Anselmo Nemoyane, Monge
Beneditino do Mosteiro de São Bento;
Rabino
Alexandre
Leoni,
da
Confederação Israelita Paulista; Sheikh
Jirah Hassan, da Comunidade Islâmica;
Monge Joshin, do Zen-Budismo; Paulo
Santos, do Espiritualismo; Reverendo
Elias de Andrade Pinto, Pastor da Igreja
No segundo bloco manifestaram-se professores e doutores, bem
como os promotores, abordando a
questão do direito de liberdade religiosa
e discriminação religiosa, crime previsto
pela Carta Magna, falando também
sobre a questão da TV como concessão
publica.
Pronunciaram-se Dr. Dalmo Dalari,
jurista; os promotores da ação pelo
Ministério Público Federal: Dra. Eugênia
Fávero e Dr. Sérgio Suiama; os intelectuais e acadêmicos: Prof. Dr. Muniz
Sodré (UERJ), Rio de Janeiro; Profª.
Dra. Teresinha Bernardo da PUC-SP,
Prof. Dr. Reginaldo Prandi (USP), Dr.
Hiran Castelo Branco (da Mídia da Paz),
Prof. Dr. Gabriel Prioli (da TV PUC), Dra.
Édna Roland (Relatora oficial da III
Conferência Mundial contra o Racismo,
Discriminação Racial... de Durban e
membro da UNESCO), Prof. Dr.
Laurindo Leal Filho (da ECA-USP e do
Fórum de Entidades Paulistas pela Ética
na programação de rádio e TV),
Deputado Estadual Sebastião Arcanjo
(Tiãozinho do PT), Dra. Sueli Carneiro
(filósofa e do Gelédés - Instituto da
Mulher Negra).
No terceiro bloco foi a vez dos
sacerdotes representantes dos seguimentos Afro-Brasileiros se pronunciarem falando sobre a beleza e os valores
dos cultos Afro-Brasileiros, bem como,
dos benefícios que os mesmos trazem
para a vida do indivíduo, como qualquer
outra religião.
Pronunciaram-se Pai Francelino de
Shapanam, Coordenador do INTECAB
no Estado de São Paulo, Presidente da
Federação de Umbanda e Cultos Afrobrasileiros de Diadema (FUCABRAD) e
Sacerdote da Casa das Minas de Thoya
Jarina, Tambor de Mina; Babalorixá
Manoel Nascimento Costa (Papai), da
tradição Nagô Egbá (xangô do
Nordeste), do Ilê Obá Ogunté (Sítio de
Pai Adão), do Recife/PE; pela nação
Keto: Babalorixá Carlos da Oxum
Bunmi, Babalorixá Cido da Oxum Eyin,
Babalorixá Francisco da Oxum,
Babalorixá José Carlos de Ibualamo,
Babalorixá Pércio de Xangô, Egbonmi
Conceição Reis de Ogum, Iyalorixá
Sylvia de Oxalá; pela nação Angola:
Mam’etu ti Nkisi Dango de Angorô
(Campinas) e Mam’etu ti Nkisi
Kaiandewá; pela nação Efan:
Babalorixá Rozevaldo de Oxumarê e
Iyalorixá Ada de Omolu; pela nação
Mina Jeje/Nagô (do Tambor de Mina):
Izadioncoé Sandra de Boço Xadantã,
da Casa das Minas de Thoya Jarina;
pela Tradição Africana: Iyalorixá
Sandra Epega de Xangô; e pela
Umbanda: Mãe Márcia Pinho e Pai
Cássio Ribeiro.
Pela Umbanda também estiveram
presentes Pai Joãozinho 7 Pedreiras,
Presidente do Superior Órgão de
Umbanda do Estado de São Paulo;
Dr. Basilio, Advogado do SOUESP;
Sandra Santos, Presidente da
Associação Umbandista e Espiritualista do Estado de São Paulo;
Alexandre Cumino, Diretor Responsável pelo Jornal de Umbanda
Sagrada, Vice Presidente do Colégio
de Umbanda Sagrada Pai Benedito
de Aruanda, Sacerdote da Tenda de
Umbanda Eternos Aprendizes do
Amor e da Fé em Oxalá e ministrante
dos cursos de Teologia de Umbanda
Sagrada e Sacerdócio de Umbanda
Sagrada; Mãe Sebastiana e Mãe Rita
de Cássia da casa Cacique Pena
Vermelha; Mãe Maria Helena, da
Tenda de Umbanda Pai Oxalá e Mãe
Maria Conga, membro do INTECAB;
Mãe Cecília, da Tenda de Umbanda
Mãe Yemanjá e Caboclo Sultão das
Matas, membro do INTECAB.
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Junho de 2005
e em “Diálogo das Religiões”
Declarações:
TV PUC:
“ A televisão no Brasil é o principal veículo de comunicação, é a forma com
que a maioria do povo brasileiro toma contato com todos os assuntos, de tudo
o que acontece no mundo. Portanto, tudo o que fizermos ou deixarmos de
fazer na televisão afetará profundamente a compreensão que o nosso povo
tem da realidade. De modo que um debate a respeito da convivência
religiosa, da tolerância e do respeito entre as religiões é fundamental. E é
muito importante que se possa fazer nesse momento, no interesse da maior
democracia, da melhora do relacionamento do nosso povo”.
TONY GARRIDO:
A liberdade de reunião, de culto e de liturgia são direitos previstos na
Constituição Federal, respeitando-se as leis, sobre a vizinhança, direito ao
silêncio, normas ambientais, etc, todos podem manifestar sua crença, sem
qualquer tipo de obstáculo do Poder Público ou de particulares. O Código
Penal proíbe a perturbação de qualquer culto religioso, e a Lei de
Abuso de Autoridade pune o atentado ao livre exercício do culto.
DALMO DALARI:
Este órgão de imprensa, tenho certeza, à partir deste fato vai pensar
muitas vezes antes de praticar novas agressões, novas discriminações,
porque sabe que haverá uma reação em defesa da dignidade humana, em
defesa do direito e, por este modo, o próprio povo estará conquistando a
efetividade do direito à dignidade.
DRA. EUGÊNIA FÁVERO:
O Governo Brasileiro tem que garantir que os princípios constitucionais
garantidores da liberdade de crença e de liberdade de expressão fossem
respeitados. Este direito de resposta foi concedido por que a Justiça Federal
Brasileira fez valer estes direitos, reconhecendo que tem havido uma ofensa
reiterada às religiões de matriz africana. Esta ação baseia-se em princípios
constitucionais, portanto não induz censura, não é instrumento de censura. É
uma celebração do direito de democracia, direito de viver, um estado
democrático de direito. Somos diferentes, somos diversos, mas somos iguais
em direito, em deveres e ao exercício da cidadania
DR. SÉRGIO SUIAMA:
Gostaria de completar o que a Dra. Eugênia disse e dizer que o nosso
Estado é um Estado laico, e isto significa que é um Estado que tem o dever de
proteger todas as religiões.
E no caso de uma emissora de televisão, que é uma concessão pública,
como foi dito aqui, usar o espaço que se tem para agredir outras religiões, é
dever do Ministério Público e da Justiça fazer valer a mais ampla liberdade de
expressão e o direito de todo o mundo ser informado sobre a verdadeira
história e natureza das religiões que foram ofendidas. Só queria lembrar que
não é a primeira vez que esta emissora de televisão é condenada por crime da
mesma ordem, no passado, uma pessoa desta mesma emissora foi vista
chutando, no ar, a imagem de Nossa Senhora Aparecida, e esta pessoa foi
condenada pelo crime de ofensa à religião.
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São Paulo, Junho de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
O Mistério da Cruz...
RUBENS SARACENI
Conta uma outra lenda que esse
gesto de cruzar o solo ou a si mesmo
só foi adotado pelos cristãos quando
um “padre” romano, atiçado pela
curiosidade, perguntou a um serviçal
de sua igreja o porque dele cruzar o
solo antes de entrar nela para limpála ... e o mesmo fazia ao sair dela.
O serviçal, um negro já idoso
que havia sido libertado pelo seu
amo romano quando já não podia
carregar os seus pesados sacos de
pedras ornamentais, e que andava
arqueado por causa de sua coluna
vertebral ter se curvado de tanto
peso que ele havia carregado desde
jovem, ajoelhou-se, cruzou o solo
diante dos pés do padre romano e,
aí falou:
– Agora já posso contar-lhe o
significado do sinal da cruz, amo
padre!
– Por que, só após cruzar o solo
diante dos meus pés, você pode
revelar-me o significado do sinal da
cruz, meu negro velho?
– É porque eu vou falar de um
gesto sagrado, meu amo. Só após
cruzarmos o solo diante de alguém e
pedirmos licença ao seu lado
sagrado, esse lado se abre para
ouvir o que temos a dizer-lhe.
– Se você não cruzar o solo
diante dos meus pés o seu lado
sagrado não fala com o meu? É isso,
meu negro velho e cansado?
– É isso sim, meu amo. Tudo o
que falamos, ou falamos para o lado
profano ou para o lado sagrado dos
outros com quem conversamos!
Como o senhor quer saber o
significado do sinal da cruz usado por
nós, os negros trazidos desde a
África para trabalharmos como
escravos aqui em Roma e, porque
ele é um sinal sagrado, seu
significado só pode ser revelado ao
lado oculto e sagrado de seu espírito.
Por isso eu cruzei o solo diante dos
seus pés, pedi ao meu pai Obaluaiyê
que abrisse uma passagem entre os
lados ocultos e sagrados dos nossos
espíritos senão o senhor não
entenderá o significado e a
importância dos cruzamentos... e das
passagens.
O padre romano,
ouvindo as palavras
sensatas daquele preto,
já velho e cansado de
tanto carregar os fardos
de pedras ornamentais
com as quais eles, os
romanos, enfeitavam as
fachadas e os jardins de
suas mansões, sentiu
que não estava diante
de uma pessoa comum,
mas sim diante de um
sábio amadurecido no tempo e no
trabalho árduo de carregar fardos
alheios.
Então o padre romano convidou
o preto, velho e cansado, a
estralou os dedos quatro vezes,
cruzando o ar?
– Meu senhor, eu cruzei o ar,
pedindo ao meu pai Obaluaiyê que
abrisse uma passagem nele para que
minhas palavras cheguem até os seus
ouvidos através do lado sagrado dele
senão elas não chegarão ao lado
sagrado de seu espírito e não
entenderás o real significado delas
ao revelar-lhe um dos mistérios do
meu pai.
– Então tudo tem dois lados, meu
preto velho?
– Tem sim, meu senhor.
– Porque você, agora, já sentado
e bem acomodado, fala mais baixo
que antes, quando estava apoiado
sobre sua bengala?
– Meu senhor, quando nos
assentamos no lado sagrado das
coisas, aquietamos nosso espírito e
só falamos em voz baixa para não
incomodarmos o lado sagrado delas.
– Entendo, meu velho. –
murmurou o padre romano,
curvando-se para melhor ouvir as
palavras daquele preto velho.
Conte-me o significado do sinal da
cruz!
E o preto velho começou a falar,
falar e falar. E tanto falou sobre o
mistério do cruzamento que aquele
padre (que era o chefe da igreja de
Roma naquele tempo quando os
papas ainda não eram chamados de
papa) começou a entender
o significado sagrado do
sinal da cruz e começou a
pensar em como adaptálo e aplicá-lo aos cristãos
de então.
Como era um mistério
do povo daquele preto, já
velho e cansado de tanto
carregar fardos de pedras
ornamentais
alheias,
então pôs sua mente
arguta e agilíssima para
raciocinar.
E o padre romano
pensou, pensou e pensou!
E tanto pensou que criou a lenda dos
três reis magos, onde um era negro,
em homenagem ao sábio preto velho
que, falando-lhe desde seu lado
sagrado e interior, havia lhe aberto
a existência do lado sagrado das
coisas; o da existência de passagens
entre esses dois lados, etc.
Enquanto ouvia e sua mente
pensava, a cada revelação do preto,
já velho e cansado, seus olhos
enchiam-se de lágrimas e mais e mais
ele se achegava chegando um
momento em que ele se assentou no
solo à frente do preto velho para
melhor ouvi-lo, pois não queria perder
nenhuma das palavras dele.
E aquele padre, que era o chefe
de todos os padres romanos,
diariamente ouvia por horas e horas
o preto velho, e depois que o
dispensava, recolhia-se à sua
biblioteca e começava a escrever os
mistérios que lhe haviam sido
revelados.
Aos poucos estava reescrevendo
o cristianismo e dando-lhe
fundamentos sagrados.
– Ele escreveu a lenda dos três
reis magos, onde um dos magos era
um negro muito sábio.
– Ele mudou o formato da cruz
em X onde Cristo havia sido
crucificado e deu a ela a sua forma
atual, que é uma coluna vertical e
um travessão horizontal.
– Também determinou que em
todos os túmulos cristãos deveria
haver uma cruz, que é o sinal da
passagem de um plano para o outro,
segundo aquele preto velho.
– “Ele criou a figura de Lázaro,
cheio de chagas, para adaptar o
orixá da varíola ao cristianismo. Na
verdade, ele criou o sincretismo
cristão, e dali em diante muitos outros
“padres de todos os padres”, uma
espécie de “cappo de tutti capos”,
(os papas) começaram a adaptar os
mistérios de muitos povos ao
cristianismo, fundamentando a
crença dos muitos seguidores de
então da doutrina humanista criado
por Jesus. E criaram concílios para
oficializá-los e torná-los dogmas.
Poderíamos falar de muitos dos
mistérios alheios que os padres
romanos adaptaram ao cristianismo.
Mas agora, vamos falar somente dos
significados do mistério da cruz e dos
cruzamentos, ensinados àquele
padre por um preto velho.
1º) O ato de fazer o
sinal da cruz em si
mesmo tem esses
significados.
a) Abre o nosso lado
sagrado ou interior para,
ao rezarmos, nos
dirigirmos às divindades
e a Deus através do lado
sagrado ou interno da
criação.
Essa forma é a da
oração silenciosa ou feita
em voz baixa. Afinal,
quando estamos no lado
sagrado e interno dela,
não precisamos gritar ou falar alto
para sermos ouvidos.
Só fala alto ou grita para se fazer
ouvir quem se encontra do lado de
fora ou profano da criação. Esses
são os excluídos ou os que não
conhecem os mistérios ocultos da
criação e só sabem se dirigir a Deus
de forma profana, aos gritos e
clamores altíssimos.
b) Ao fazermos o sinal da cruz
diante das divindades, estamos
abrindo o nosso lado sagrado para
que não se percam as vibrações
divinas que elas nos enviam quando
nos aproximamos e ficamos diante
delas em postura de respeito e
reverência.
c) Ao fazermos o sinal da cruz
diante de uma situação perigosa ou
de algo sobrenatural e terrível,
estamos fechando as passagens de
acesso ao nosso lado interior,
evitando que eles entrem em nós e
E tanto
pensou que
criou a
lenda dos
^ reis
tres
magos
acompanhá-lo até sua sala particular
localizada atrás da sacristia.
Já dentro dela, o padre sentouse na sua cadeira de encosto alto e
confortável e indicou um
banquinho de madeira
para que aquele preto
velho se sentasse e lhe
contasse o significado do
sinal da cruz.
O velho negro, antes
de sentar-se, cruzou o
banquinho e isto também
despertou a curiosidade
de empertigado padre
romano, sentado em sua
cadeira mais parecida com
um trono, de tão
trabalhada que ela era.
– Por que você cruzou
esse banquinho antes de se assentar
nele, meu preto velho?
– Meu senhor, eu só tenho essa
bengala para apoiar meu corpo
arqueado. Então, se vou sentar-me
O velho
negro,
antes de
sentar-se,
cruzou o
banquinho
um pouco, eu cruzei esse banquinho
e pedi licença ao meu pai Obaluaiyê
para assentar-me no lado sagrado
dele. Só assim o peso dos fardos que
já carreguei não me incomodará e
poderei falar mais à vontade pois, se
nos assentamos no lado sagrado das
coisas deixamos de sentir os “pesos”
do lado profano de nossa vida.
O padre romano, de uma
inteligência e raciocínio incomum, mais
uma vez viu que não estava diante
de uma pessoa comum, e sim, diante
de um sábio que, ainda que não
falasse bem o latim, (a língua falada
pelos romanos daquele tempo), no
entanto falava coisa que nem os mais
sábios dos romanos conheciam.
O velho preto, após assentarse, apoiou a mão esquerda no cabo
da sua bengala e com a direita
estralou os dedos no ar por quatro
vezes, em cruz e aquilo intrigou o
padre romano, que perguntou-lhe:
– Meu velho preto, porque você
continua na pág. 15
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Junho de 2005
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...entre o Sagrado e o Profano
continuação da pág. 14
se instalem em nosso espírito e em
nossa vida.
d) Ao cruzarmos o ar, ou
estamos abrindo uma passagem nele
para que, através dela, o nosso lado
sagrado envie suas vibrações ao lado
sagrado da pessoa à nossa frente,
ou ao local que estamos abençoando
(cruzando).
e) Ao cruzarmos os solo diante
dos pés de alguém, estamos abrindo
uma passagem para o lado sagrado
dela.
f) Ao cruzarmos uma pessoa,
estamos abrindo uma passagem nela
para que seu lado sagrado
exteriorize-se diante dela e passe a
protegê-la.
g) Ao cruzarmos um
objeto, estamos abrindo
uma passagem para o
interior oculto e sagrado
dele para que ele,
através desse lado seja
um portal sagrado que
tanto absorverá vibrações negativas como
irradiará vibrações positivas.
h) Ao cruzarmos o
solo de um santuário,
estamos abrindo uma
passagem para entrarmos nele através do seu
lado sagrado e oculto,
pois se entrarmos sem
cruzá-lo na entrada,
estaremos entrando
nele pelo seu lado
profano e exterior.
i) Ao cruzarmos algo (uma
pessoa, o solo, o ar, etc.) devemos
dizer estas palavras: – Eu saúdo o
seu alto, o seu embaixo, a sua direita
e a sua esquerda e peço-lhe em nome
do meu pai Obaluaiyê que abra o seu
lado sagrado para mim.
padres romanos, que prometiam-lhes
um lugar no paraíso assim que se
convertessem ao cristianismo!
Mas os padres daquele tempo
pensavam em tudo e espalharam que
quem fizesse grandes doações à
igreja seria recompensado com uma
ampla e luxuosa morada, um
palacete mesmo, no céu e bem
próximo, quase vizinho de onde Jesus
vivia.
A coisa estava indo bem mas,
havia espaço para melhorar mais
ainda a situação da igreja romana
daquele tempos e alguns padres,
versados no grego, se apossaram do
termo “católico” que significava “universal” e universalizaram suas
praticas de ‘mercadores da fé’.
Como estavam se
apossando de mistérios
alheios um atrás do outro
e começaram a ser chamados de plagiadores,
então fizeram um acordo
com um imperador muito
esperto mas, que estava
com seus cofres desfalcados, à beira da
bancarrota (digo, deposição), acordo esse que
consistia em acabar com
as outras religiões.
No acordo, o imperador ficava com os
bens delas (tesouros
acumulados em séculos,
propriedades agrárias e
imóveis bem localizados)
e os padres de então
ficariam com todos os que
se convertessem e começassem a
pagar um dízimo estipulado por eles.
O acordo era vantajoso para
ambos os lados envolvidos e aqueles
padres de então, para provar ao
imperador suas boas intenções, até
o elegeram chefe geral da ‘quadrilha’
(digo, hierarquia), criada recentemente por eles, desde que editasse
um decreto sacramentando a questão
dos dízimos cobrados por eles.
Outra exigência daqueles
‘pastores’ (digo padres) de então foi
a de estarem isentos na declaração
dos bens das suas igrejas.
Também exigiram primazia na
concessão de arautos (as televisões
de então) pois sabiam que estariam
com uma vantagem imensa em
relação aos seus concorrentes
religiosos de então.
O imperador começou a achar
que o acordo não era tão vantajoso
como havia parecido no começo mas,
os ‘pastores’ (digo, os padres) daquela época, começaram a fazer a
cabeça da esposa dele, que era uma
tremenda de uma ‘putana’ (digo,
dama da alta sociedade), que estava
se dando muito bem na sua nova
religião, pois aquele padres haviam
criado um tal de confessionário que
caíra como uma luva para ela e outras
‘fornicadoras insaciáveis’ (digo,
damas ilustres) que pecavam a
semana toda mas no domingo, logo
cedo, iam se confessar com um
Eu saudo
´
o seu alto,
o seu
embaixo,
a sua
direita
e a sua
esquerda
Outras coisas aquele ex-escravo
dos romanos de então ensinou
àquele padre de todos os padres,
que era altivo e empertigado, mas
que gostava de sentar-se no solo
diante daquele sábio preto, já velho
e muito cansado. Era um tempo que
os políticos politiqueiros romanos
estavam de olho no numeroso grupo
de seguidores do cristianismo e se
esmeravam em conceder aos seus
‘bispos’ e ‘pastores’, (digo padres)
certas vantagens em troca dos votos
deles que os elegeriam.
Também era um tempo em que
era moda aqueles ‘bispos’ e ‘pastores’
(digo padres), colocarem nos púlpitos
pessoas que davam fortes testemunhos, ainda que falsos ou inventados na hora para enganar os
‘trouxas’ já existentes naquele
tempo em Roma, tanto na plebe
como nas classes mais abastadas.
E olhem que havia muitos
‘patriciosinhos’ e ‘patricinhas’ (digo,
patrícios e patrícias) com grande peso
na consciência que acreditavam no
171 (digo discursos) daqueles ávidos
padre que elas não viam o rosto,
mas que era bem condescendente
pois as perdoavam em troca rezas
curtas, fáceis de serem decoradas.
No domingo ajeitavam a consciência e na segunda, já perdoadas,
voltavam com a corda toda às suas
estripulias intramuros palacianos.
O acordo foi selado e sacramentado, e aí foi um salve-se quem
puder no seio das outras religiões. E
não foram poucos os que rapidinho
renunciaram à antiga forma de professar suas ‘fezes’ (digo, fé, no
singular, mesmo!) pois viram como a
grana corria à solta para as mãos
(digo, cofres) daqueles padres de
então, pois eles eram muito criativos
e a cada dia tinham um culto específico para cada algum dos males
universais, comuns a todos os povos,
épocas e pessoas.
Aqueles ‘pastores’ (digo, padres)
de então estavam com “tudo”: A
grana que arrecadavam, parte
reinvestiam criando novos ‘pontos de
arrecadação’ (digo, novas igrejas) e
parte usavam em benefício próprio,
comprando mansões e carrões (digo,
carruagens) que exibiam com ares
de triunfo, alegando que era a sua
conversão ao cristianismo que havia
tornando-os prósperos e bem
sucedidos na vida.
Eles criaram uma tal de ‘teologia
da prosperidade’ para justificar seus
enriquecimentos rápidos e à custa da
exploração da ingenuidade dos seus
seguidores de então, que davam-lhes
dízimos e mais dízimos e ainda sorriam
felizes com suas novas ‘fezes’ (digo,
Batizava com uma caríssima
água trazida direto do rio Jordão
(mas que seus asseclas colhiam na
calada da noite das torneiras da
Sabesp, digo, das bicas da adutora
pública).
Vendiam um tal de
óleo santo feito de
azeitonas colhidas dos
pés de oliva existentes
no Monte das Oliveiras
(mas um assecla foi visto
vendendo a um “reciclador” barricas de um
óleo que, de azeitonas,
só tinha o cheiro).
E isso, sem falar nas
réplicas miniaturizadas da arca da
aliança feitas de papiro; nas réplicas
das trombetas de Jericó; num tal de
sal grosso vindo direto do Mar Morto,
mas que algumas testemunhas
ocultas juraram que era sal grosso
de um fabricante de sal para
churrasco.
Foram tantas as coisas que
aquele velho preto cansado e
curvado havia ensinado àquele
jovem e empertigado ‘pastor’ (digo,
padre) e que ele não só não usou
em benefício dos outros, como os
usou em benefício próprio, que o
preto já velho, muito velho falou para
si mesmo: “Me perdoa, meu pai
Obaluaiyê, mas eu não revelei àquele
padre (digo, ‘pastor’, isto é, aquele
‘bispo’) o que acontece com quem
inverte os seus mistérios ou os usa
em benefício próprio: que eles, ao
desencarnarem, têm seus espíritos
transformados em horrendas cobras
negras!”
Obaluaiyê, ao ouvir o último
lamento daquele preto, velho e
curvado de tanto carregar sacos de
pedras alheias, e cansado e
desiludido por ensinar o bem e ver
seus ouvintes inverterem tudo o que
ouviam em benefício próprio,
acolheu em seus braços o espírito
curvado
dele,
endireitou-o,
acariciou-lhe o rosto e falou-lhe bem
baixinho no ouvido:
“Meu filho, alegre-se pois ele só
andará na terra o tempo necessário
para tirar dos cultos dos orixás os
que não aprenderam a curvar-se
diante dos Senhores dos Mistérios
mas que acham-se no direito de se
servirem deles. Mas, assim que ele
fizer isso, deixará essa terra e
voltará a rastejar nas sombras das
trevas mais profundas, que é de
onde ele veio para recolher de volta
para elas os espíritos que Jesus
trouxe consigo após sua descida às
trevas.
Bem que eu alertei o jovem e
amoroso Jesus sobre o perigo de
usar do meu Mistério da Cruz para
abrir passagens nas trevas
humanas! Afinal, quem abre
passagens nas trevas com meu
mistério da cruz, liberta o que nele
existe, não é mesmo, meu velho e
sábio preto?”
“É sim, meu divino pai Obaluaiyê!” disse o preto velho.
...fortes testemunhos,
ainda que falsos
ou inventados...
fé no singular).
Tudo isso aconteceu no curto
espaço de uns vinte e poucos anos e
começou depois da segunda metade
do século IV d.C.
Por incrível que pareça, aquele
preto velho, muito cansado de tanto
carregar sacos de pedras alheias,
viveu tempo suficiente para ver tudo
isso acontecer.
E tudo o que aquele padre de
todos os padres havia lhe dito que
faria com tudo o que tinha aprendido
com ele, aconteceu ao contrário.
O tal ‘pastor’ (digo, padre), já
auto-eleito ‘bispo’, usou o que havia
aprendido com o preto, mas segundo
seus interesses de então, (digo,
daquela época).
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São Paulo, Junho de 2005
Doutrina e Cultura Umbandista
Ser Umbandista
MÔNICA BEREZUTCHI
A doutrina nos desperta a capacidade e a compreensão e
nos traz ensinamentos que nos tocam profundamente
modificando nosso íntimo. São regras, condutas e explicações
que são facilitadoras de nossas práticas rituais e litúrgicas
aplicadas no nosso dia-a-dia umbandista.
Mas, com um profundo pesar muitos irmãos, ainda não
conseguiram assumir sua escolha religiosa, de ser umbandista.
Porquê será? Será que é porque não compreendeu que a
religião de Umbanda não é inferior a nem uma outra religião
existente no nosso país? Vamos expressar algumas atitudes
não umbandistas:
• Têm vergonha de aplicar a defumação em sua casa,
preocupada com o cheiro que os vizinhos irão sentir; • Não sai
de casa com sua guia de proteção no pescoço; • Não veste sua
roupa branca em casa e não sai vestido de branco, para não
pensarem que ele vai trabalhar no templo de Umbanda; • Lava
e estende sua roupa branca de noite ou estende em varais
dentro de casa para não surgirem comentários; • Quando surge
o assunto de religião em seu trabalho, ele desconversa; • Monta
seu congá escondido para que amigos e parentes não vejam; •
Acende suas velas bem à noite para ninguém perceber nem o
clarão que saem das chamas das velas; • Sua vela do anjo da
guarda, quando acende fica bem lá em cima do armário bem
escondida; • Nos dias de preceito que não pode comer carne e
nem ingerir bebida alcoólica, quem trabalha fora dá um jeito de
almoçar sozinho só para não ter que explicar para as pessoas;
• No espelho do carro só coloca um tercinho para disfarçar, e a
guia de proteção fica escondida no porta luvas; • Adesivo de
Umbanda no carro? Não. Nem pensar; • Se o guia que trabalhou
em seu favor pedir para despachar uma vela na encruzilhada,
finge que esquece no carro só para a vela derreter e depois
joga fora; • No momento que precisa realizar qualquer tipo de
oferenda, anda de carro dando voltas e só para em um lugar
onde ninguém está passando; • E no momento da oferenda ou
da entrega, pega tudo muito rápido e JOGA literalmente
alegando que tem medo de assalto; • Quando questionado
sobre sua religião, disfarça e não esclarece as pessoas quanto
suas dúvidas e perguntas; • Se alguém lhe pergunta o que você
faz no templo, como é, o que acontece lá, você fica branco e dá
branco não sabe nem por onde começar e simplesmente dá um
sorriso amarelo e consegue dizer é lá, bem é um lugar que
pratica a caridade; • Não sabe nem a diferença de Umbanda,
Candomblé, Espírita, Kardecista; • Quando for casar, casa-se
na Igreja Católica ou pior casa-se no templo e na Igreja; •
Batiza seu filho na igreja e depois pede para um guia ser o
padrinho da criança; • Chama o padre no funeral de seus
parentes; • Encapa seus livros de Umbanda com um papel, para
encobrir o título; • Entra bem depressa na casa de artigos
religiosos, disfarçando; • E quando faz suas compras, pede
para embrulhar para ninguém perceber o que tem na sacola...
Vamos parar por aqui, porque infelizmente está lista não
tem fim... Para que estes absurdos não aconteçam mais,
precisamos com urgência reformular nossa consciência religiosa,
o primeiro e o mais importante é: Assumir que é um UMBANDISTA!
E o caminho mais coerente e mais verdadeiro que existe é o
estudo, aprimorando o conhecimento, prática da leitura e
participando de cursos ministrados por pessoas sérias e que
realmente repassem o conhecimento desmistificando e
quebrando dogmas e principalmente mudando nossa postura
perante a religião de Umbanda Sagrada.
Na sociedade, ou seja, no meio em que vivemos estamos
fechados no ostracismo, vamos com empenho e dedicação
quebrarmos estas cascas e mostrarmos para o mundo em que
vivemos que a nossa Umbanda é uma Religião e que está sendo
amparada pelos Sagrados e Divinos Orixás.
Cada umbandista é individualmente o seu templo vivo. Já
lhe ocorreu que com essas atitudes preconceituosas que voce
esta tendo, tudo esta sendo visto pelo astral pelos seus Pais e
Mães Orixás, pelos guias espirituais, caboclos, preto-velho,
baiano, boiadeiro, marinheiro, ciganos, crianças, exú, pombagira e exú-mirim...
Irmão pense bem que você está renegando o seu próprio
dom mediúnico. Não tenha receio de mudar, de assumir, crescer,
instruir-se, modificando e melhorando em seu próprio benefício
perante o Criador, saiba que todas as religiões são criações que
o nosso Pai Olorum nos permitiu, para que cada um cultue sua
religiosidade da melhor maneira.
Levante sua cabeça, tenha satisfação de encher seu peito
de amor e dizer: EU SOU UMBANDISTA! Nós temos o direito
garantido pela Constituição de cultuar, através de suas práticas
ritual e litúrgica, livremente sem preconceitos sem descriminação,
não tenha medo de perseguição religiosa, é seu direito escolher
a Umbanda como sua religião.
Vamos mudar agora, esse é o seu momento!
Nossa religião possui seus próprios fundamentos, ela tem
base e sua Hierarquia está em Olorum abaixo dele estão suas
Divindades Naturais, que através de fatores (essências) vem
sustentando tudo em sua criação.
Os Sagrados Orixás são os administradores da criação,
criados e geradas pelo Pai Olorum, exteriorizados para que
tudo seja alcançado por suas vibrações multidimensionais,
sustentando a tudo e a todos sem distinção, e cada Orixá traz
uma qualidade, atributo e atribuição únicos e essenciais que
vão se desdobrando em hierarquias agregando outros fatores
até chegarmos ao Orixá individual que você incorpora, e este
Orixá cuidará da sua vida aqui no seu estágio humano de
evolução.
Através desta hierarquia que vem se desdobrando como
um triangulo onde lá no topo está Olorum, e que os guias
espirituais estão ligados a estas hierarquias reportando-se direta
e indiretamente a um ou mais Orixás, e os guias de lei de
Jornal de Umbanda Sagrada
Umbanda, consagram-se a essas hierarquias para assumirem
seus nomes simbólicos, enfim isto é só um exemplo para que
você tenha uma noção de como a nossa Umbanda é vasta em
conhecimento que estamos só no começo....
Agora voltando ao assunto, se você tem duvidas em relação
a alguma dessas práticas litúrgicas descritas abaixo e não sabe
para que servem, e nem sabe explicar para um leigo o que elas
são, é natural que você se sinta constrangido, pois é difícil
falarmos de algo que não conhecemos, procure seu dirigente
espiritual para que ele lhe esclareça suas duvidas e que lhe dê
o que é seu de direito, sua religiosidade, mas se ele desconversar
e ainda assim censurá-lo não lhe respondendo, então irmão
você tem o direito de procurar o conhecimento em outro lugar,
leia um bom livro, faça um bom curso e busque a evolução
espiritual, pois só assim voce poderá levar o conhecimento da
Umbanda para outras pessoas.
Defumação, • cantos, hinos e orações, • oferenda ritual, •
vestimenta (roupa branca),• atabaques,• danças, • banhos,•
amacis, • bater cabeça, • saldar o Congá, • saldar a tronqueira,
• velas e suas cores, • palmas, • pés descalços...
Abra seu coração e seu íntimo e inunde seu templo vivo com
sabedoria da nossa Umbanda Sagrada.
Um abraço. Monica Berezutchi
Duvidas? Email [email protected]
Jornal de Umbanda Sagrada
A FILHA
FERNANDO SEPE
E sua majestosa voz ecoou pelo
alto, pelo embaixo, pela esquerda e
a direita, pelo a frente e o atrás, pelo
envolta. Por determinação do pai mãe de Todos, uma nova religião
nasceria sob solo brasileiro. Era sua
filha mais nova, a Umbanda.
E um verdadeiro rebuliço começou
no Orum, pois logo o mais respeitado
dos Orixás se ergueu de seu Trono e
disse que ele seria o responsável e
sustentador maior da religião. Oxalá
abençoava o nascer da mais nova filha
de Olorum, e a assumia dos Seus Divinos Braços. Nela a espiritualidade e
a fé estariam presentes, como
aceleradora da evolução de todos.
Não existiriam dogmas, e apenas um
grande fundamento: Amor e Caridade.
E logo começaram a chegar os
Orixás, todos também abençoando
e apadrinhando a nova filha de
Olorum. Ogum e Iansã, os mais
emocionados de todos, diziam que
protegeriam a nova religião com as
armas da Lei.
E então a voz trovão de Xangô
ecoou, pelos quatro cantos do Orum,
dizendo que ele seria a Justiça a favor
de todos. Sua palavra seria Lei, e
todos os filhos de Umbanda nada
temeriam, pois todos são filhos de
Rei, o Rei Xangô. Também apresentou
a todos sua mais nova esposa,
Egunitá a quente irmã mais nova de
Iansã. Ela que era “fogo puro”
encantou a todos, e disse que
protegeria a Umbanda. E assim a filha
mais nova de Olorum ganhou seus
dois padrinhos: a Lei Maior e a Justiça
Divina.
Mas algo engraçado aconteceu.
Muitos espíritos vindos de um dos
muitos bairros do Orum, Aruanda,
disseram que eles seriam os
trabalhadores e a linha de frente da
religião, além de assumirem a
condução dos médiuns umbandistas.
Oxalá que é o senhor das formas, e pai da Umbanda, consentiu e
determinou que por homenagem ao
povo negro e indígena, todos
assumissem a forma de Caboclos e
Pretos - velhos.
E logo chegou Oxossi de uma de
suas muitas caçadas, e assumiu toda
a linha de Caboclos, tornando - se o
Rei dos Caçadores. Distribuiu um
diadema a todos consagrando - os
como caboclos. Todos os caboclos trazem até hoje, o diadema ganho do
Rei das Matas.
E o velho Obaluayê junto de
Nanã, abençoou todos os espíritos
anciões que se consagravam ao
trabalho da linha de pretos - velhos.
Concedeu a eles a sabedoria que só o
passar do tempo pode conceder. E
todos se transformaram em ótimos
conselheiros
e
curadores,
principalmente das chagas da alma.
E por falar em tempo, ele também estaria presente. Oiá - Tempo
(xará de Iansã – Oiá), seria
responsável pelas força do tempo
dentro da nova religião. E como ela é
muito observadora e vamos dizer,
São Paulo, Junho de 2005
DE
Página -17-
OLORUM
bastante desconfiada, seria a guardiã da fé e dos processos da
religiosidade. E “ai” de quem pisasse
na bola da religiosidade. Lá estaria
Oiá com seu olhar congelante...
Iemanjá que é uma “mãezona”
queria que todos espíritos que se
manifestassem para a caridade
pudessem ser aceitos no ritual, sabe
como é, ”em coração de mãe sempre
cabe mais um”. E assim ficou
decidido, pois ninguém tem coragem
de negar um pedido da encantadora
Rainha do Mar. E a Umbanda acolheria a todos, caso viessem
para prestar a caridade.
Surgia então, as muitas linhas
de trabalho, como baianos,
marinheiros, boiadeiros e os muitas
vezes renegados pelo próprio povo
de origem, os ciganos...
E de repente apareceu Oxum,
mais sabia o que iria fazer. Oxalá que
muitas vezes já tinha sido enganado
por “ele”, não seria novamente.
Logo disse:
- Laroiê Exu! Você também é
convidado a participar da nova
religião. Será responsável pela
esquerda de todos. Mas vai ter que
seguir as Leis de Xangô, e será
acompanhado de perto por seu
querido irmão Ogum!
Uma gargalhada soou por todo
Orum, e Exu apareceu. Junto dele a
mais bela moça, Pombagira. Exu ficou
feliz, disse que agora teria Pombagira
para dividir seu trabalho, mas que
não abriria mão de ser sempre o
primeiro a ser firmado. Não porque
ele era aparecido, mas sim porque
era ele quem guardaria os templos e
casas de Umbanda. E muito esperto
que era, disse:
perguntando que festa era aquela.
Quando ficou sabendo que era o
nascimento da mais nova filha de
Olorum, começou a chorar e a
abençoou com suas lágrimas que
caíam de seus olhos como duas
enormes cachoeiras. (ela é muito
chorona, mas não gosta que a gente
fale sobre isso...) E de presente a
ela, chamou Oxumaré, que transformou tudo em cores e disse que
renovaria e embelezaria tudo com
seu axé colorido. E junto do seu arcoíris vieram os encantados da natureza,
as crianças que seriam a alegria da
Umbanda.
O “time” estava quase completo,
quando da terra surgiu o amado Tata
Omulu e Obá. Não muito sorridentes,
para falar a verdade bem sérios e
um pouco secos, disseram que
também fariam parte da nova
religião. Que queriam ver seus cultos
renovados, e que seriam a força do
elemento terra. Obá que depois de
muitas desilusões, nada mais queria
com Xangô, resolveu unir – se a
Oxossi, e ajuda-lo a disseminar o
conhecimento.
Omulu que é muito calado
colocou-se do lado de Iemanjá,
dizendo que a guardaria por todo o
sempre. Na verdade até umas
lágrimas foram vistas cair de seus
olhos, negros como a noite. Ele é
meio incompreendido, mas quem o
conhece sabe que é o mais amoroso
dos Orixás.
Todos estavam comemorando,
quando não sabe-se direito porque
uma confusão começou, e ninguém
- Olha, eu vou supervisionar o
trabalho junto com Pombagira. Mas
vou deixar uns espíritos trabalhando
com a minha força fazer o trabalho.
Afinal o que o homem faz, o homem
que desfaça. E também o meu irmão
Oxossi é senhor da linha de Caboclos,
porque eu não posso ser senhor da
Linha de Exu?
Bom, começaram umas discussões, mas acabou acertado que o
Orixá Exu atuaria na Umbanda, a
partir de sua linha de trabalho. Seria
a linha que faria o trabalho pesado,
além de serem os guardiões dos
médiuns, e dos templos de Umbanda.
E assim todos os Orixás muito
emocionados, deram as mãos e
começaram a orar pelo sucesso da
mais nova filha de Olorum.
E então o Pai e Mãe de Todos se
manifestou:
”Meus amados filhos Orixás, a
Vós eu consagro minha filha nova e
dileta, a Umbanda. Que ela
transforme – se em uma religião
semeadora de luz, amor e caridade.
Que seja espiritualista e universalista,
que esteja aberta a todos de bom
coração. E que em sua pedra
fundamental esteja escrito o seu único
dogma: Amor e Caridade!”.
E de Si Sete intensas irradiações
partiram, e envolveram sua filha
querida. Todos emocionaram-se e
agradeceram a Olorum, por essa
benção a humanidade.
Quase cem anos passaram, e a
Umbanda cresceu um bocado.
Transformou-se numa linda
jovem, amorosa e alegre. Amparada
por seu Pai Oxalá, e seus padrinhos,
a Lei Maior e a Justiça Divina, ela vai
vencendo todos os obstáculos.
Os seus trabalhadores conquistaram o coração das pessoas. Todos
correm para escutar a palavra de
sabedoria do preto velho, ou a
conversa pura e alegre da criança.
Os Caboclos transformaram-se na
linha de frente da Umbanda, trazendo
as qualidades dos nossos amados pais
e mães Orixás. Onde existe um Pena
Branca, lá está a paz e serenidade de
Oxalá. Onde trabalha um Sete
Espadas, estão os olhos da Lei.
Exu e Pombagira se fizeram
presentes tornando-se sinônimos de
proteção e cumprimento da Lei, seja
na seriedade do Tranca-Ruas, no olhar
penetrante do seu Capa Preta, ou na
força da Rainha Maria Padilha.
Todos os espíritos podem se
manifestar para a caridade, como um
dia pediu a “mãezona” Iemanjá,
surgindo assim a alegria dos muitos
“Zés” que trabalham na Umbanda. E
principalmente a Umbanda tornou-se
sinônimo de amor e caridade, de luz
e evolução espiritual.
Esse texto é apenas uma fábula,
uma lenda ou um Itan, que presta
também sua homenagem a filha mais
nova de Olorum. E um pedido para
que enfim as pessoas entendam, que
existe algo maior que a “minha” ou
“a sua” Umbanda. Simplesmente
existe A UMBANDA, filha querida de
Olorum, que encanta a todos os Orixás, e enche os olhos do velhinho e
amoroso Oxalá de lágrimas de
felicidade e amor...
TEMPLO DE DOUTRINA UMBANDISTA
“PAI OXALÁ E PAI OGUM”
Curso de formação de médiuns umbandistas:
Teórico: Orixás, o mito Exú e todas as entidades,
Prático: Desenvolvimento Mediúnico, manifestação de Caboclo, Preto Velho,
Exu, Pomba Gira, etc. Com desenvolvimento e prática do transporte
mediúnico e visita a um ponto de força.
Os cursos são ministrados por
Mãe Mercedes, Sacerdotisa
Segundas-feiras das 20h00 às 22h00
Início: 25/04/2005
formada por Rubens Saraceni
e outorgada para ministrar os
cursos do Colégio de
Umbanda Sagrada
“Pai Benedito de Aruanda”
Rua Tietê, 600 – Vl. Vivaldi - Rudge Ramos - S.B. do Campo
(11) 4365-1108 A partir das 13h00
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São Paulo, Junho de 2005
a procura de alguém que fizesse bom
uso das doações. Já estava rodando
a mais de uma hora. Nisso avistou
uma casa com vários carros
colares coloridos no pescoço,
tambores estavam tocando lá
dentro. Na assistência, várias
pessoas de todas as classes sociais.
Sentiu uma paz enorme lhe invadir.
Recebeu uma senha numerada
para tomar seu passe. Na realidade
ela nem sabia se iria tomar o tal
passe. Havia parado ali para doar as
coisas, mas não tinha coragem de
estacionados em frente. Do interior
desta podia sentir um cheiro
adocicado de defumação. Nanci
resolve entrar movida por um impulso
inexplicável.
Ainda no quintal da humilde casa
notou várias pessoas de branco, com
perguntar se aceitariam e nem sabia
se teria coragem de doá-las mesmo.
Resolve ir embora.
Foi então que para sua surpresa
o Caboclo chefe da casa mandou
chamá-la. Ela teve medo de entrar,
mas o jeito dele olhá-la acalmou-a de
A MENSAGEM
CASSIO RIBEIRO
“Minha querida mamãe”. Estou
bem agora, vô Antonio e vovó Beth
me deram a maior força, além disso
tenho um novo amigo: um Índio. Por
favor, fale para o papai seguir em
frente não se entregar. Já deveria
ter partido dessa “estação” em
direção a outro local. Estive lá,
levado pelo meu amigo Índio. Vi o
portal, a paisagem, ouvi outros que
vieram depois de mim e já puderam
entrar. Suas lágrimas, as do papai,
da querida Tati e do saudoso
Geninho me seguram aqui. Por
favor, pegue minhas roupas, meus
CDs, e tudo o mais que possa ser
útil a alguém e doe. Aprendemos
aqui que a caridade e a solidariedade
são a chave para uma existência
de paz. Força em Jesus. Beijocas.
Marcelo.”
Dona Nanci já lera e relera a
mensagem inúmeras vezes.
Inevitavelmente chorava, mas
agora eram lágrimas que misturavam
tristeza e alegria. Afinal seu filho
havia se comunicado. Perdê-lo tão
jovem, vítima de um estúpido
acidente automobilístico fora algo
inaceitável.
A família se desmoronara.
Seus filhos menores Tatiana e
Geraldo também choravam a perda
do irmão e ídolo. Depois da mensagem
a paz estava voltando àquela casa.
O marido que se entregara à
bebida dava mostras de que estava
se recuperando. Todos os amigos e
parentes já sabiam da mensagem
recebida. As opiniões se dividiam:
Alguns reconheciam as palavras, o
estilo de escrever como sendo do
querido Marcelo. Outros evangélicos
diziam que a tal carta era obra do
Diabo.
Para a mãe saudosa, as opiniões
não interessavam muito, o que valia
era o fato de ter recuperado sua
esperança, sua fé e a vontade de
viver. Hoje ela amanhecera decidida:
Iria doar todos os bens do menino.
Juntou cada roupa, cada livro, cada
cd, com enorme aperto no coração,
tentando segurar as lágrimas que
insistiam em rolar.
Meia hora depois ela já havia
enchido o carro com as doações. Não
sabia para quem entregar tudo
aquilo. Resolveu andar pela cidade
Jornal de Umbanda Sagrada
imediato. Sentiu-se pequena diante
do Caboclo. Ele abraçou-a com
carinho e disse que tivesse fé e força
para continuar a missão.
Para espanto maior ele pede-lhe
que deixe na casa as doações, pois
seriam encaminhadas para creches
e instituições que cuidavam de jovens
carentes. Falou ainda que o filho dela
havia cumprido a missão terrena e
que agora era chegada à hora dele
estudar no mundo dos espíritos para
poder um dia ajudar os que aqui
ficaram.
A essa altura Nanci está
chorando aos pés do Caboclo.
Como ele poderia saber tudo
aquilo? Ela sequer conhecia alguém
ali. Foi então que Caboclo Pena Verde
abraçou-a com força e disse que
embora ela não conhecesse ninguém
dali, ele era muito amigo de alguém
que a amava muito.
Nanci interpreta as palavras do
Caboclo e acha que alguém da família
dela ou algum amigo próximo talvez
freqüentasse aquele terreiro. O
Caboclo diz que ela está enganada.
Esclarece que ele conhece e
procura ensinar os mistérios do
mundo espiritual ao filho dela, o
jovem Marcelo.
Antes de desmaiar de emoção,
Nanci parece sentir o abraço
carinhoso do filho querido e, ato
contínuo, vê o trecho da carta que
fala de um novo amigo...Índio.
Nesse momento o grito de alegria
de Pena Verde ecoa muito mais forte
pelo humilde terreiro...
Saravá os Caboclos !!!
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Junho de 2005
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OGUM é homenageado no
Ginásio do Ibirapuera
A União de Tendas de Umbanda
e Candomblé do Brasil, realizou no
ultimo dia 08/05/05, a 48ª Festa de
São Jorge - Orixá Ogum , no Estádio
Icaro de Castro Mello, no Ibirapuera.
O evento teve o apoio da
Associação Paulista de
Umbanda, Superior Órgão de
São Paulo e Vale dos Orixás.
A festividade teve seu início
em 1957, presidida por Dr.
Luiz Carlos de Moura Accyolli,
presidente da Uniãode
Tendas, contando com a
presença de Paes e Mães
espirituais, médiuns e
assistentes em local fechado.
A luta de líderes
Umbandistas, como: Dr. Luiz
Carlos de Moura Accyoli,
Eufrasio Firmino Pereira,
Benedito Chagas, Abrumolio
Wainer, Francisco Sinesio,
Jamil Rachid, Fernando
Kazitas, Tenente Jose
Vareda e Silva, Euclides
Barbosa ( Pai Jaú), José
Gabriel da Rocha Mina e
Demetrio Domingues em seu
trabalho conjunto através de
anos, fez com que a
Umbanda fosse conhecida e
respeitada por todos, principalmente
pelas autoridades Civis e Militares de
nosso estado.
Em 1967, dez anos depois, ela
passa a ser realizada no Ginásio do
Ibirapuera, contando com o apoio do
Superior Orgão de Umbanda do
Estado de São Paulo, presidido na
época pelo General Nelson Braga
Moreira que convocou as Federações
a ele filiado, a participarem da
homenagem a São Jorge.
Em 1975, é reconhecida como
uma festa pública de vulto, sendo
incluída no Calendário Turístico, da
Secretaria de Esporte e Turismo de
São Paulo. O crescimento da religião
é ainda maior, contando com a
divulgação do evento em todos os
estados do Brasil. Divulgação feita
através do trabalho do Presidente
da União de Tendas de Umbanda e
Candomblé do Brasil, Babalorixá Jamil
Rachid.
Neste ano de 2005, tivemos a
Festa realizada ao ar livre, contando
com a presença de centenas de
pessoas dirigentes de Federações
tanto de São Paulo como de outros
estados, Dom José Carlos Teodoro,
Arcebispo da Paróquia
de Santa Eduvirges de
Guaianases, nossos
irmãos de Portugal,
uma caravana ( 22
pessoas) do TEMPLO
DE UMBANDA PAI
OXALÁ E MAMÃE
INHANSÃ, sendo a
Presidente Espiritual
Mãe Elsa Maria e seu
esposo José Arthur
Conde, sendo a sede
de seu Templo na Rua
João Maia , 394-A no bairro de
Avioso/ Santa Maria na cidade de
Maia, um dos templos filiados a União
com sede em Portugal. Para
abrilhantar ainda mais o evento
tivemos a presença da Coorporação
Musical Barbarense, da cidade de
Santa Bárbara D’ Oeste, tendo como
regente o maestro José Franco. Essa
banda foi trazida pela Presidente
Espiritual Djanira de Lima Braulino,
do Templo de Umbanda Caboclo da
Lua e Mamãe Oxum, filiada da União.
Eventos como esse são realizados para ampliar e divulgar a Umbanda pelo Brasil e o Mundo, uma
festa dos Umbandistas.
XXXIV Festa “VAMOS SARAVÁ OGUM”
A União Regional Umbandista da
Zona Oeste da Grande São Paulo,
foi fundada em 12 de Agosto de
1973, pelo Sr. Pedro Furlan. Seu
fundador também foi Babalaô da
Igreja Espiritual Cristã Maior de
Presidente Altino, Tenda de
Umbanda Santo Antonio.
A União permaneceu na Igreja
por muitos anos, tendo ali sua sede
provisória, porém o Seu Pedrinho,
como era carinhosamente chamado
de seus filhos de fé, deixou a sede
própria da União comprada. Depois
que fez sua passagem, assumiu a
Presidência da União o seu Vice –
Presidente, Sr. Cláudio Franco de
lima, convocada eleição para
Presidente da União foi eleito por
unanimidade dos presentes, para
continuar este trabalho, e hoje o
Sr. Cláudio já está exercendo o seu
terceiro mandato como Presidente.
A União tem atendimento
Espiritual de Sexta-Feira e Sábado
e é responsável pela realização do
grandioso Evento “Vamos Sarava
Ogum”, com total apoio da Prefeitura
do Município, da Secretaria de
Cultura e Secretária de Comunicação
Social. Este ano a Festa “Vamos
Saravá Ogum”, foi realizada no dia
15 de maio, no Ginásio de Esportes
Profº José Liberatti. Esta festa
pertence ao Calendário Religioso
e Cultural do nosso município. Esta
foi a XXXIV Festa “VAMOS
SARAVÁ OGUM”, iniciamos com
uma carreata saindo da União,
onde Ogum (São Jorge) é
conduzido pelo carro de
Bombeiros da Defesa Civil pelas
principais ruas do nosso município,
retornando para a união. Às
14:00h saiu uma procissão com
destino ao Ginásio de Esportes.
No Ginásio a Festa teve início às
13:00 h com a entrada dos
Terreiros e ás 15:00h a Triunfal
entrada de Ogum, com toque de
clarim, Hinos Nacional, Umbanda
e da União dando seguimento às
palavras das autoridades, às
16:00 h iniciamos com giras de
Caboclos, Pretos Velhos e Baianos,
as giras encerram ás 18:00h com
prece ao Orixá Ogum, ás 18:15
iniciamos o Altar Vivo, onde
procuramos explicar o sincretismo
dos Orixás com os Santos católicos,
que remonta ao cativeiro, onde não
podendo cultuar seus Orixás
passaram a cultua-los através dos
Santos Católicos.
Agradeceremos a Ogum por
mais um ano de luta, fé e
esperança e que o mundo seja
coberto de Paz, Amor
e muita União entre
todos os homens.
UNIÃO REGIONAL UMBANDISTA
DA ZONA OESTE DA GRANDE
SÃO PAULO - Fundada em 12/08/73
Rua Lourenço Collino, 328
Presidente Altino – Osasco – SP
CEP:06216-260
Fones: (11) 3682-6679 / 3609-1149
Página -20-
São Paulo, Junho de 2005
Os Subníveis Quânticos
e os Planos Espirituais - 2
LAÉRCIO B. FONSECA
Seqüência do texto do autor publicado na
edição 61 - Maio/ 2005.
OS PLANOS INTERMEDIARIOS
OU SUBNIVEIS QUÂNTICOS
Vamos estabelecer agora uma
analogia com a descrição religiosa
do espiritismo para compreendermos
como essa religião denomina os
planos espirituais. Os conceitos de
umbral, céu e inferno poderão vir à
luz sob essa nova ótica cientifica e
racional.
Vamos associar o orbital “s” ao
umbral que seria o subnível mais
denso do plano astral. As tradições
espirituais associam essa zona a uma
zona de espíritos com pouca
consciência superior e são
considerados espíritos densos.
A palavra umbral deriva da
palavra umbra que significa
escuridão. Portanto o conceito do
umbral seria ligado a um plano de
consciência onde as almas e os
espíritos estariam com pouca
consciência cósmica sobre o si
mesmo. Não significa uma região feia
e escura literalmente falando, mas
apenas um local especifico de alta
densidade quântica onde os
espíritos ali presentes estariam com
baixo grau de consciência e
espiritualidade como acontece aqui
mesmo em nosso plano físico.
Podemos considerar nosso plano físico
como uma espécie de umbral muito
mais denso ainda que esse plano
espiritual de subnível quântico “s”.
Poucas são as pessoas aqui na Terra
que possuem uma consciência mais
cósmica de si mesmo e, portanto
podemos considerar essa nossa
dimensão física como a mais densa e
umbralina de todas.
O subnível “p” podemos associar
ao termo penumbral, uma palavra
derivada de penumbra, ou seja, uma
região entre as trevas e a luz. Aqui
os espíritos estariam numa condição
menos densa que o subnível inferior
e portando suas consciências
acompanhariam esse estado de
desadensamento. Assim eles
poderiam ter mais lucidez sobre sua
própria natureza espiritual e cósmica.
No subnível “d” estariam os
espíritos num estado muito mais
lúcido que o anterior podendo ser
chamado de plano da luz ou da
consciência desperta. Aqui o nível de
adensamento da matéria e de suas
consciências associadas seria muito
mais sutil e portanto o ser teria muito
mais grau de liberdade para operar
nesse plano.
O subnível “f” seria um plano
associado aos seres ascencionados,
ou seja todo aquele que cumpriram
suas etapas kármicas na Terra e não
mais necessitariam reencarnar e
estariam livres para ascensionar
espiritualmente para os níveis
superiores da existência cósmica.
Os subníveis acima “g”, “h” e “i”
seriam as zonas de controle de todo
o Projeto Terra, ou seja, ali estariam
os mentores espirituais da Terra e de
todo o processo da experiência das
almas humanas nesse planeta.
Com essa hipótese assim
descrita passa a ficar mais lógico e
claro pensarmos cientificamente na
existência desses planos espirituais
Jornal de Umbanda Sagrada
LEIA:
Abordagens altamente científicas sobre o fenômeno UFO, os seres extraterrestres,
fenômenos paranormais e espirituais, além de filosofias e práticas orientais.
e não será absurdo nenhum daqui
para frente tratarmos esses planos
como uma realidade em nosso
universo multidimensional quântico.
OS PLANOS SUPERIORES
Os subuniversos quânticos
superiores de N=3, N=4..., seriam
planos muito superiores onde a
matéria seria muito mais sutil que os
abaixo. Assim sendo a consciência
presente nesses planos estariam
muito menos adensadas e, portanto
menos individualizadas. O conceito
de individualidade da alma e da
consciência pode ter que passar por
profundas revisões em nossas
mentes.
Esse modelo nos abre portas para
racionarmos cientificamente com
base na física quântica como estão
estruturados essas dimensões e
como a alma e a consciência estão
presentes nessas dimensões. Iremos
agora fazer uma analise de como a
consciência se comporta em todos os
planos dimensionais associados.
A CONSCIÊNCIA E O ESPÍRITO
HABITANDO TODOS OS
SUBUNIVERSOS QUÂNTICOS
Com base no modelo de níveis
de energia apresentado anteriormente iremos agora estruturar o
papel da consciência, ou do espírito
em todos esses planos dimensionais.
Assim como as partículas a consciência
experimenta adensamentos quânticos compatíveis com cada plano de
sua manifestação. Iremos formular
uma teoria sobre o espírito e sobre a
consciência que seja compatível com
nossas teorias quânticas até agora
apresentados.
Em capítulo anterior pudemos
demonstrar o modelo quântico da
consciência. A consciência ou o
espírito pode ser encarado como uma
quinta partícula dentro do modelo de
partículas atômicas. Basicamente
temos as partículas fundamentais: o
elétron, o próton, o nêutron e o
fóton. Todas elas obedecendo
PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL: RUA MARANHÃO, 74
CEP:13480-615 - LIMEIRA-SP - FONE: 19-3441-4086
E-mail: [email protected] / [email protected]
rigidamente as leis da mecânica
quântica e, portanto sendo tratadas
como objetos quânticos com as
características fundamentais da
dualidade partícula-onda.
Neste momento vou lançar a
hipótese fundamental de minha
teoria demonstrando que a
consciência e o espírito podem ser
tratados como uma quinta partícula
da natureza.
A TEORIA DAS SUPERCORDAS
Apresentar a teoria das supercordas neste contexto irá trazernos subsídios importantíssimos para
o desenvolvimento das noções, aqui
apresentadas, para a explicação dos
fenômenos ufológicos. Tal teoria é a
mais atual para explicar a natureza
íntima das partículas elementares e
lançar o conceito de que nosso universo deve, necessariamente, possuir outras dimensões além das quatro
convencionais conhecidas e discutidas pela ciência. Essa teoria é de
suma importância para que mudemos
aquele antigo paradigma da ciência
que tratava o fenômeno ufológico
como um tabu.
Esta teoria será ainda uma base
para discutirmos mais adiante a multidimensionalidade do universo. A teoria de Campos será a nossa base estrutural e a teoria das cordas apenas
um caminho a mais para enriquecer
nossa discussão sobre o assunto.
SUPER CORDAS
Um dos maiores sonhos dos
físicos é encontrar uma teoria única
que possa explicar e prever todos os
fenômenos da natureza. Hoje temos
apenas teorias parciais, limitadas a
certos eventos; encontrar uma
teoria unificada tem sido o grande
desafio ao intelecto humano nas
últimas décadas.
Em nosso cenário atual observamos as chamadas quatro interações, ou as quatro forças que regem
o universo até então conhecido pela
ciência:
1-Força eletromagnética;
2-Força gravitacional;
3-Força nuclear forte;
4-Força nuclear fraca.
No início do século passado,
Albert Einstein dedicou praticamente
toda a sua vida tentando encontrar
uma teoria que pudesse conjugar o
eletromagnetismo e a gravitação. No
início de suas pesquisas ainda não
eram conhecidas as forças nucleares
que regem as interações no núcleo
atômico. Mesmo assim, unificar os
conceitos de eletromagnetismo e
gravitação foi uma tarefa que
Einstein não conseguiu concretizar
até o final de sua vida.
Com o advento das descobertas
das forças nucleares, o grau de
dificuldade para que os físicos
encontrassem essa teoria unificada
tornou-se astronômico. Pois agora
teriam que conciliar as teorias da
Relatividade geral de Einstein com a
Mecânica Quântica: ou seja,
consolidar uma teoria que combinasse
os princípios da relatividade geral
com o princípio da incerteza. Várias
delas surgiram ao longo dos últimos
anos do século passado, porém
todas inconclusivas. No entanto, por
volta de 1984, com o advento da
teoria das cordas, ocorreu uma
notável mudança.
Continua na próxima edição
A nossa religiosidade nos
distingue perante nossos
semelhantes e nos qualifica
como seres regidos por Deus
e suas divindades, e todos
esperam de nós uma conduta
e uma postura condizente
com o que nossa religião
prega: — amor e fraternidade
para e com nossos
semelhantes.
Extraído do Livro “Doutrina e
Teologia de Umbanda” Editora
Madras / Rubens Saraceni
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Junho de 2005
Enquanto eu, é por estrada fácil e breve
que te conduzirei á felicidade.
Então a Virtude:
- Miserável! Que bens possuis? Que
prazeres podes conhecer, tu que nada
queres fazer para comprá-los? Sequer
deixas nascer o desejo: farta de tudo
antes de ter desejado coisa alguma,
comes antes da fome, bebes antes da
sede. Para beber com prazer, vives á
caça de cozinheiros. Para dormir
agradavelmente, procuras cobertas
macias e leitos flexíveis. Porque não é o
cansaço, e sim a ociosidade que te faz
desejar o sono. No amor, provocas a
necessidade antes de senti-la, usas de
mil artifícios e te serves tanto
de homens como de
mulheres. Assim é,
em verdade, que
formas teus amigos. Á noite os
degradas e de
dia os adormeces durante os
instantes mais
preciosos. Imortal, foste rechaçada
pelos deuses e os
homens de bem te
desprezam. Nunca te
acariciou os ouvidos o
mais adulador dos sons, o de
um louvor, nem jamais contemplaste
uma boa ação praticada por ti. Quem
daria fé a tuas palavras? Quem te socorreria na necessidade? Qual o homem
de bom senso que ousaria misturar-se
a teu bulhento cortejo? Os que te seguem, se jovens, são impotentes de corpo; se velhos, possuem a alma embrutecida. Moles na juventude, por via da
ociosidade, emagrecem ao peso de
trabalhosa velhice. Envergonhados do
que fizeram, atormentados do que têm
VIRTUDE, cadê?!?
POR RODRIGO QUEIROZ
Saudações irmãos na Fé em Oxalá!
Passadas as festas em louvor aos
amados Pretos-Velhos já começamos a
nos preparar para a festa em louvor ao
nosso amado Pai Xangô na semana do
dia 24/06. Usamos esta data pelo
sincretismo com o santo católico São
João Batista. No entanto, passam as
festas, passam os dias e a cada semana
os mensageiros baixam nos milhares de
Templos de Umbanda tentando nos
auxiliar e nos incentivar para a prática
do bem e da reforma íntima.
Desculpem, rsrsrs (risos), mas
parece uma chatice, todo mês esse
Rodrigo nos vêm com esta conversa
de educação moral...rsrsrs.
Irmãos, esta é a questão, pois nossos
problemas, aflições e tormentos, são na
maioria das vezes motivados pelas nossas
falhas, precisamos sinceramente encarar
este assunto e nos prestar a ser pessoas
melhores a cada dia. Falando de cada
dia e de falhas, já pararam para pensar
sobre qual o principal motivo de
estarmos encarnados?
Somos seres, cheios de erros e defeitos, mas Deus em sua infinita bondade e amor para com sua Criação,
sempre nos dá chances para nossa
melhora. O que esperam de nós, tanto
Deus, quanto os mensageiros da luz, é
que transformemos os defeitos em
virtude. Creiam irmãos, isto é possível,
basta escolher qual caminho percorrer.
Sobre isso vou citar uma lição da
mitologia grega. Prestem atenção:
“Disse em algum lugar Hesíodo
(poeta épico, séc. VIII a.C): O VÍCIO
é sedutor e fácil, seu caminho liso e
breve. Antes da VIRTUDE, porém,
colocaram os deuses o suor, e a
vereda que leva ao cume é áspera,
agreste e árdua: ganha-se o alto,
contudo, aplaina-se o caminho.
Conta que Hércules, logo após
superar a infância, nessa idade em que
os jovens, já senhores de si, deixam
odioso, chamam-me Perversidade.
perceber se entrarão na vida pelo
Aí a outra mulher, adiantando-se,
caminho da virtude ou do vício,
disse-lhe:
retirou-se para a solidão, sentindo-se
- Eu também venho a ti, Hércules;
incerto quanto ao caminho a escolher.
conheço os que te deram á luz e desde
Duas mulheres de grande estatura
tua infância penetrei-te o caráter. Assim
apresentaram-se diante dele: uma
espero que, se tomares o caminho que
decadente e nobre, o corpo ornado de
traz a mim, serás um dia autor ilustre de
sua natural pureza, os olhos repletos
belos e gloriosos feitos e eu própria me
de pudor, o exterior modesto, as vestes
verei mais honrada e considerada pelos
brancas; a outra toda luzidia e mole, a
homens virtuosos. Não te iludirei com
pele pintada com o fito de aparentar
promessas de prazeres: expor-te-ei o
cores mais brancas e mais vermelhas,
que existe com verdade e tal qual o
procurando, na postura, parecer mais
dispuseram os deuses. Do que existe
esbelta do que naturalmente o era, os
realmente de honesto e belo, nada
olhos escancarados; um adereço
concedem os deuses aos homens
estudado para realçar seus encantos,
sem sacrifício e dedicação.
mirando-se sem parar, observando se
Queres que os deuses te sejam
a olhavam e a todo o momento voltanpropícios? Homenageia-os.
do a cabeça para admirar a própria
Ambicionas a estima de teus
sombra. Aproximando-se de Hércules,
amigos? Beneficia-os.
enquanto a primeira conservava o
Desejas que uma nação te
mesmo andar, a segunda, querendo
honre? Serve-a. Queres
antecedê-la, correu para o jovem herói
que a Grécia inteira admire
e disse-lhe:
teu valor? Procura ser-lhe
- Vejo-te, Hércules, incerto do caútil. Desejas que a terra te
minho a seguir na vida, Se me quiseres
forneça seus frutos? Cultivetomar por amiga, levar-te-ei pela
a. Preferes enriquecer com
estrada mais agradável e fácil, provarás
rebanhos? Apascenta-os.
todos os prazeres e viverás livre de soAspiras a fazer-te grande pela
frimento. Primeiro, não te ocuparás de
guerra? Queres tornar livres teus amigos
guerras nem de negócios, mas não pae triunfar de teus inimigos? Aprende a
rarás de examinar que iguarias e que
arte da guerra com aqueles que a
bebidas melhor te sabem ao paladar, os
conhecem, exercita-te em pôr-lhes
objetos que possam deleitar-te os olhos
em prática as lições. Desejas adquirir
e os ouvidos, acariciar-te o olfato ou o
força física? Habitua o corpo ao império
tato, que afeição terá mais encantos
da inteligência e tempera-o no
para ti, como dormirás mais docemente,
trabalho e no suor.
como poderás procurar todos estes praAí a Perversidade interferiu:
zeres com o menor esforço. Se receias
- Compreendes Hércules, quão
venha a faltar-te o necessário para te
penoso e longo é o caminho da
dares tais doçuras, não temas que eu te
felicidade que te propõe essa mulher?
obrigue a trabalhar e a
penar de corpo e espírito
para os adquirires; aproveitarás do trabalho alheio
e não te absterás do que
quer que possa proporArtigos Religiosos,
cionar-te ganho: porque
Velas,
dou aos que me seguem a
faculdade de em toda parte
Defumadores,
obter vantagens.
Imagens, etc ...
Hércules, depois de
ouvir estas palavras, indagou-lhe: “Mulher, qual
é teu nome?”
- Meus amigos – respondeu ela – chamam-me
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Página -21-
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de fazer, borboletearam na primavera
da vida de prazer em prazer e retardaram
as penas para o outono da existência.
Eu, ao contrário, estou com os deuses,
estou com os homens de bem: entre os
deuses como entre os mortais nenhuma
bela ação se faz sem mim. Mais que
ninguém, recebo eu dos deuses e dos
homens legítimas honras, companheira
querida que sou do trabalho do artesão,
guardiã fiel da cada do senhor,
protetora benévola do servidor, gentil
associada nos trabalhos da paz, aliada
constante nas labutas da guerra, intermediária devotada da amizade.
Meus amigos saboreiam com prazer
e sem manipulação alimentos e bebidas,
porque esperam o desejo para comer e
beber. O sono lhes é mais agradável
que aos ociosos; interrompem-no sem
pesar e não lhe sacrificam seus negócios.
Jovens, sentem-se felizes dos elogios dos
anciãos. Velhos, recebem felizes os
respeitos da juventude. Recordam com
prazer as ações do passado e realizam
prazerosos o que lhes resta fazer. Por
virtude minha, são amados dos deuses,
caros aos amigos, honrados da pátria.
Ao soar a hora fatal, não dormem no
esquecimento sem honra, mas sua
memória resplandece, celebrada pela
eternidade. Aí está, Hércules, filho de
pais virtuosos, como pelo trabalho
podes alcançar a máxima felicidade.
(Fonte: Os Pensadores – Sócrates).
Então irmãos, uma bela história, sim?
Leiam mais vezes e creio que irão tirar
muito proveito. Voltando no ponto do
assunto, só depende de você escolher
qual caminho seguir. O momento é
agora, e então? Qual será? Virtude ou
Perversão?!? Um forte abraço a todos
e que as bençãos de Xangô recaiam
sobre o coração de cada um.
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TEOLOGIA COM SACERDÓCIO UMBANDISTA
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UMBANDISTA COM A PRÁTICA DO SACERDÓCIO UMBANDISTA.
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DAS INICIAÇÕES E CONHECIMENTOS DA PRÁTICA LITÚRGICA DE UM TEMPLO DE UMBANDA SAGRADA.
Para participar do curso basta somente querer ser instrumento dos Divinos Orixás.
TODOS PODEM FAZER O CURSO, NÃO PRECISA SER MÉDIUM INCORPORANTE.
Página -22-
São Paulo, Junho de 2005
Espaço do Erveiro
ADRIANO CAMARGO
Olá turminha das ervas!
Tenho recebido muitos pedidos para que eu escreva sobre temas que já
falamos aqui. Para não se tornar repetitivo, tenho tomado o cuidado de não
reescrever matérias fazendo um texto voltado para a religião de Umbanda e
nós Umbandistas.
Infelizmente não dá pra atender todo mundo, nem falar de todos os
assuntos que gostaríamos, mas aos poucos vamos atendendo às expectativas
de todos os leitores.
Nesta edição, procurei responder algumas dúvidas
gerais, que são comuns no meio Umbandista, esse
texto é semelhante ao que circulou em Maio de 2003.
Há muita informação distribuída na internet,
revistas e livros, enfim cabe a cada um selecionar
aquilo que lhe convém,.não esquecendo as duas regras
básicas para o trato com ervas: Amor e Bom Senso.
Selecione, pesquise pois há muita informação errada
também.
Quando falamos de Amor, abrimos dois campos
a mais – A Fé e o Respeito. Sem Fé, não nos movemos
em nenhuma direção. É necessário acreditar que a
erva pode te ajudar, para que ela te ajude. Acredite,
e o resultado será real.
Respeitando a força, a energia vegetal, ela te
respeitará. Quando falamos de energia, podemos
compará-la a energia elétrica. Sem ela, nossa vida
moderna seria bastante difícil. Ela é imprescindível
para que nossos eletrodomésticos funcionem, por
exemplo, mas coloque o dedo na tomada e levará um
choque nada agradável. Respeite a energia vegetal
que ela lhe respeitará e será útil no campo que você
precisar.
E o Bom Senso é aquele conhecimento básico
das propriedades naturais das plantas. A toxidade e o
perigo de algumas utilizações.
Uma dúvida bastante comum é quanto a
utilização de banhos na coroa, na cabeça. Quando
tomá-lo, devemos tomá-lo?
Eu classifico as ervas em três categorias: agressivas ou quentes;
equilibradoras ou mornas; e frias ou específicas.
Essa classificação não tem haver com temperatura física. Classifiquei
dessa forma para termos um parâmetro físico, palpável.
As ervas quentes ou agressivas, como a Arruda, o Guiné, o Alho, entre
muitas outras, são aquelas ervas que executam uma limpeza astral profunda.
São agressivas porque sua utilização sem critério pode causar transtornos
energéticos, pode além de limpar as impurezas astralinas alojadas em nossos
corpos astrais, esgotar energia vital, importante para nós. Deve-se tomar
muito cuidado para usar essas ervas no chacra coronal. Recomenda-se esse
uso apenas a partir da necessidade identificada por uma entidade de confiança,
incorporada num médium também de confiança. Essa regra vale também para
o Sal Grosso.
Digo médium de confiança porque o médium não se exclui da responsabilidade do uso de uma erva recomendada pelo seu guia. Por isso é importante
o médium buscar o conhecimento, para que o Bom Senso prevaleça.
Neste caso utilizamos algumas ervas consideradas mornas ou equilibradoras.
Uma das funções dessas ervas é reajustar o campo energético, quando ele foi
agredido pela ação de uma das ervas quentes.
O triângulo das grandes equilibradoras é formado por Sálvia, Alfazema e
Alecrim. Existem muitas outras ervas nessas categorias. O importante não é
se apegar num método de classificação ou num dogma de utilização ritualistica.
Lembre-se: Amor e Bom Senso! Essas ervas equilibradoras podem ser usadas
na cabeça sem problema algum.
Outra duvida bastante comum é em relação aos fumos sagrados. Alguns
nós já passamos a receita aqui, e o retorno dos
leitores foi bastante grande. Muita gente passou a
usar os fumos preparados com Sálvia, Alecrim, Anis,
Hortelã e outras ervas, em seus terreiros. Os guias
espirituais gostaram bastante e passaram a pedir a
utilização constante desses fumos. Por isso ressalto a
importância de estudar, de buscar o conhecimento. O
conhecimento é a única coisa que ninguém pode tomar
de você. A partir das conquistas pessoais do médium,
nesse campo do conhecimento, as entidades ficam
muito mais a vontade para receitar ervas e outros
elementos, pois o médium saberá também para que
serve e não o bloqueará.
Esses fumos têm características interessantes e
são verdadeiras defumações quando bem feitos e
devidamente consagrados. Essa consagração é muito
simples: prepare o fumo com respeito, macerando as
ervas secas com as mãos ou em um pilão, pedindo
para que Deus Pai Nosso Criador, as Forças da Natureza
Vegetal, (e as forças que você quiser evocar e convidar
para consagrar esse preparo), irradiem nessa mistura
tornando-a viva e ativa para o fim a que se destina.
(aqui você determina se é um fumo para ser usado no
terreiro ou um fumo terapêutico, etc.).
Essa mesma consagração pode (e deve) ser feita
para os banhos, defumações, chás, etc...
Não é difícil manipular ervas para o uso ritualístico,
desde que não se esqueça as duas regras básicas –
Amor e Bom Senso. Na próxima tem mais. Escreva
pra nós, participe você também!
Sucesso e muita saúde a todos! /Adriano Camargo / Erveiro da Jurema
[email protected]
Jornal de Umbanda Sagrada
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VivÊncia de
manipulação
ritualística
Ministrado por Adriano Camargo
Módulo I (Básico)
O tradicional encontro com o vegetal. Um
fantástica viagem pelo história, botânica
e uso das ervas dentro das religiões em
todas as épocas. As ervas e os Orixás.
Desmitificando o uso das ervas.
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Módulo II
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Jornal de Umbanda Sagrada

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