Jornal de Rondônia: Relato das Rotinas de Produção em Rede
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Jornal de Rondônia: Relato das Rotinas de Produção em Rede
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR JANETE BELENICE MERLO DA SILVA JORNAL DE RONDÔNIA RELATO DAS ROTINAS DE PRODUÇÃO EM REDE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia/Unir, sob orientação da Profa. Me. Evelyn Morales, como parte de avaliação para obtenção de título de bacharel em Jornalismo. Vilhena – RO 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA-UNIR JANETE BELENICE MERLO DA SILVA JORNAL DE RONDÔNIA RELATO DAS ROTINAS DE PRODUÇÃO EM REDE Vilhena – RO 2011 2 JANETE BELENICE MERLO DA SILVA JORNAL DE RONDÔNIA RELATO DAS ROTINAS DE PRODUÇÃO EM REDE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia/Unir, sob orientação da Profa. Me. Evelyn Morales, como parte de avaliação para obtenção de título de bacharel em Jornalismo. Data: 02/12/2011 Resultado: Aprovada - nota 9,5. BANCA EXAMINADORA Prof. Me. Evelyn Íris Leite Morales Conde Assinatura______________________________________________________________ Prof. Me. Andréa Aparecida Cattaneo de Melo Assinatura______________________________________________________________ Prof. Me. Elisabeth Kimie Kitamura Assinatura______________________________________________________________ 3 Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, pela sua infinita sabedoria e grandeza permitindo que eu chegasse até aqui. Ao meu marido Itamar, parceiro de todos os momentos, que caminhou comigo, sempre dando coragem para seguir em frente nesses anos todos para conclusão deste curso. E meus filhos, Itamar Júnior e Alinne, minhas duas preciosidades e orgulho, o meu tudo. 4 AGRADECIMENTOS Ao meu Deus, por ser minha fortaleza, fonte de fé nos momentos em que eu mais precisei. Ao meu marido e meus filhos, que enfrentaram junto comigo os ventos fortes, sempre de mãos dadas, e pela tamanha compreensão que só uma família pode ter neste maravilhoso fim de curso. Aos meus pais, fonte de inspiração de vida. A minha irmã, Josene Merlo, que mesmo distante, se fez presente com seu carinho e preocupação. À Evelyn Morales, minha orientadora, que proporcionou um aprendizado valioso nos meses que convivemos juntas para realização deste trabalho. Obrigada pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional e pela dedicação no decorrer deste estudo. Pela grande paciência e por acreditar no meu potencial. As Profas. Mes. Andréa Cattaneo e Elisabeth Kimie, que se fez presente nesta banca avaliadora, com idéias, incentivos e direções determinantes. Aos demais professores, não citando nomes, para não esquecer ninguém, que com sabedoria, propuseram nos passar seus conhecimentos, com dedicação e competência. Em especial aos meus entrevistados, pelo carinho e compreensão; Aos amigos que sempre estiveram presentes nesta caminhada: Raquel Veloso pela amizade, companheirismo, conselhos, risos e lágrimas, que dividimos nestes quatro anos de crescimento, pela confiança quando tudo parecia perdido; Arlene Balieiro, pelas orações e palavra amiga, me fez ver que “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”; Ao Dione Santos, Tércio Tafarelo, Ivete Queiros, Patrícia Magalhães, Nerias da Silva pela paciência, amizade e ajuda nos momentos de incertezas; Jose Manoel de Almeida, Ana Maria Silva e demais amigos da TV Vilhena - afiliada Globo, pela parceria e por fazerem parte deste momento tão especial na minha vida; A turma IV de Comunicação Social, pela convivência e companheirismo nesses quatro anos que se finda. Tenham certeza da minha eterna gratidão. Enfim, àqueles que contribuíram e participaram de alguma forma na concretização deste sonho. Muitíssimo obrigada! 5 RESUMO O presente estudo faz um relato descritivo das rotinas produtivas do Jornal de Rondônia JRO, telejornal da TV Rondônia, pertencente ao Grupo Rede Amazônica de Televisão. Com base na teoria do jornalismo Newsmaking, a pesquisa tem como foco os critérios e valores-notícias adotados tanto na capital de Rondônia, Porto Velho - onde fica a cabeça de rede da emissora estadual - quanto no interior do Estado, representado no trabalho pela TV Cacoal. Metodologicamente, foram executadas pesquisas bibliográficas e exploratórias; e técnicas de entrevista em profundidade e de análise documental. Os relatos foram categorizados a partir das ideias-chave do Newsmaking, resultando na estrutura da organização Rede Amazônica/TV Rondônia, o funcionamento da produção do telejornal em rede JRO e as dinâmicas apropriadas à realidade funcional tanto da capital quanto interior. Palavras-chaves: Jornal de Rondônia. Telejornalismo em rede. Rotinas produtivas. Newsmaking. 6 “Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta” (Chico Xavier). 7 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Estrutura utilizada antes a implementação da Estadualização .............................. 57 Gráfico 2 - Estrutura utilizada após a implementação da Estadualização ............................... 58 Gráfico 3 - Organograma de produção TV Amazonas ............................................................ 66 Gráfico 4 - Organograma de produção TV Rondônia ............................................................. 67 Gráfico 5 - Organograma de produção Jornal de Rondônia .................................................... 85 Gráfico 6 - Atlas de cobertura região norte – Rondônia.......................................................... 85 Gráfico 7 - Participação do interior no Jornal de Rondônia .................................................... 91 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Quadro de programação local da TV Rondônia ..................................................... 55 Tabela 2 - Relação de retransmissoras da Rede Amazônia em Rondônia............................... 59 Tabela 3 - Relação de retransmissoras da Rede Amazônia em Rondônia............................... 62 Tabela 4 - Cobertura dos municípios - TV Rondônia ............................................................. 86 Tabela 5 - Demonstração de exibição média mensal com participação do interior de Rondônia no JRO ...................................................................................................................................... 90 Tabela 6 - Participação do interior no Jornal de Rondônia ..................................................... 92 9 DEFINIÇÕES DE TERMOS - Afiliadas: Estação local de rádio ou TV, que se vincula a uma rede ou cadeia, para transmitir programas em comum, sem deixar de ser uma empresa independente. - Alcance: Área geográfica total em que os sinais emitidos por uma emissora podem ser captados por determinados receptores. -Ambiente: Conjunto de recursos de hardware, sistema operacional e softwares disponíveis. - Analógico: Sistema cujos dados são representados por outras grandezas, semelhantes ao mesmo, porém variáveis, que podem simular e resolver um problema específico. Aparelho eletrônico que utiliza variações contínuas e sinais elétricos. - Antena: Parte de um sistema eletro-eletrônico de recepção ou de transmissão (rádio, televisão, radar, etc.), capaz de captar ou irradiar ondas eletromagnéticas. - Áudio: Parte de um televisor destinado a captar e a reproduzir o som. -Cabeça de Rede: Emissora responsável pela geração de programas transmitidos por mais de uma estação, num sistema de radiodifusão. - Cabo: Qualquer fio de interligação de equipamentos -Calhau: Noticia artigo ou qualquer matéria de importância relativa, (como anúncio a serem publicados por permuta) -Câmera: Aparelho destinado a registrar a imagem de um objeto, formada quando raios de luz procedentes deste passam através de uma lente e chegam a uma superfície plana. -Canal: Todo suporte material que veicula uma mensagem de um emissor a um receptor, através do espaço e do tempo. - Cassete: Tipo de chassi que contém filme ou fita magnética prontos para entrar em funcionamento, bastando introduzi-los na câmera ou no gravador. - Cobertura: 10 - Censura: Ação de proibir, no todo ou em parte, uma publicação ou representação. - Chamada: Pequeno título e/ou resumo de uma matéria, publicado geralmente na primeira página de jornal ou na capa de revista, com o objetivo de atrair o leitor e remete-lo para a matéria completa, apresentada nas páginas internas. - Cobertura: Trabalho de apuração de um fato no local de sua ocorrência, para transformá-lo em notícia. - Digital:.Forma discreta de apresentação de informações. Tipo de computador que opera com quantidades numéricas ou informações expressas por algarismos. - Edição: Conjunto de atividades relativas à reprodução, publicação e distribuição de textos, peças musicais, desenhos etc. ato de editar em computador imagens e sons digitalizados. - Emissora: Centro de produção de programas de rádio ou TV. Empresa e/ou unidade que produz e transmite mensagens de comunicação de massa por meio de sinais de radiodifusão. - Exibição: Tempo de transmissão de uma programação. - Fade: Efeito que consiste no aparecimento ou desaparecimento gradual da imagem ou do som. - Formato: Estrutura de uma programação de rádio ou televisão, geralmente representada graficamente por um esquema a ser seguido pelos roteiristas e programadores. - FTP: Protocolo de transferência de arquivos. Padrão de intercâmbio de dados utilizados na internet, para gravar no computador pessoal um arquivo disponível na rede ou vice-versa. - Furo: Notícia importante publicada em primeira mão. - Fusão: Desaparecimento gradual da imagem, com aparecimento de outra. - Geração: Termo referente ao número de vezes que um videotape foi reproduzido desde a matriz original. A qualidade técnica diminui quanto maior números de gerações forem desenvolvidos - Grade: Esquema da programação semanal ou mensal de uma emissora. 11 - Minigeradora: estação de televisão de menor porte, cuja produção de programas é pequena. Transmite, praticamente, toda a programação de uma emissora cabeça de rede. - Newsmaking: Trata-se de teoria bastante presente nas discussões a cerca da rotina de produção do jornalismo. A Teoria do Newsmaking avalia uma série de critérios: valoresnotícias, grau de noticiabilidade, relações pessoais dentro da organização (empresa que fabrica a notícia), rotinas de produção da reportagem, dentre outras. - Nota: Indicação ou adiantamento a alguma parte do texto. - NC – Nota Coberta: Pequena notícia lida pelo apresentador, com imagem de ilustração. - NS – Nota Seca ou NP - Nota Pelada: Notícia lida pelo apresentador do telejornal, sem qualquer imagem de ilustração. - Passagem: expressão utilizada pra definir a ligação feita como repórter e o enquadrado no vídeo, editada entre dois momentos ou locais de uma mesma reportagem. - Pauta: Agenda ou roteiro dos principais assuntos a serem noticiados em uma edição de jornal. - Pauteiros: Jornalista ou editor que elabora e propõe as pautas. Criador, inventor de sugestões para as próximas edições. - Praça: Nome dado as emissoras de um grupo de comunicação. Conjunto do estabelecimento das emissoras. - Rede Amazônica: Nome fantasia da Rádio TV do Amazonas Ltda., formada por: TV Amazonas, TV Acre, TV Amapá, TV Roraima, TV Rondônia, Rádio Amazonas FM, Rádio Princesa do Solimões, Rádio Acre e Rádio Amapá. - Rede: Conjunto de emissora que tramite a mesma programação de uma emissora cabeça de rede. - Reportagem: conjunto das providências necessárias á confecção de uma notícia jornalística. Cobertura, apuração, seleção dos dados, interpretação e tratamento, dentro determinadas técnicas e requisitos de articulação do texto jornalístico informativo. 12 - Retransmissora: Centro emissor de televisão, destinados a emitir ou receber os sinais de telecomunicações. - Satélite de Comunicação: Repetidor de microondas que órbita em torno da Terra e é utilizado para transmissões a longa distância. Um refletor situado no satélite capta o sinal enviado pela estação terrena e passa-o, sucessivamente, par ao sistema de antena, para o receptor, para uma translador de freqüência e par o transmissor que envia de volta a outra parte da terra, através do seu próprio sistema de antenas e refletor. - Script: Texto dos diálogos, das narrações e das indicações cênicas(rubricas) de programas de televisão, rádio, filmes ou espetáculos teatrais. - Stand up: Diz-se de matéria externa, gravada ou ao vivo, em que o repórter permanece enquadrado no vídeo durante todo o tempo, transmitindo a notícia. - Tape: aparelho que grava e reproduz fitas de videocassete. - Transmissão: Envio de informações por meio de ondas eletromagnéticas. - UHF – Faixa de radiofrequência. - U-Matic: Formato semiprofissional da fita de gravação para vídeo cassete com três/quartos de polegada. Possui duas pistas distintas para áudio e permite até 1h 30min de gravação. - Vídeo: Conjunto de procedimentos e técnicas relativas á criação,produção, captação, gravação, tratamento, edição, transmissão e recepção de imagens por meio de sinais de televisão e de outros recursos de multimídia. - VHS: Formato médio da fita de gravação para videocassete, de uso doméstico. - VT - Videotape: Sistema de gravação em fita, de imagens e sons simultâneos.Os espectros visual e sonoro, convertidos em impulsos elétricos por uma câmera de TV e por microfones, são registrados eletronicamente em uma fita plástica recoberta por partículas magnéticas. As gravações podem ser editadas. 13 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 16 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 17 CAPÍTULO I 1. BREVE HISTÓRICO DA TELEVISÃO E SEU SURGIMENTO .................................. 19 1.1 TELEVISÃO NO MUNDO ........................................................................................ 19 1.2 TELEVISÃO NO BRASIL ......................................................................................... 21 1.3 TELEVISÃO EM REDE ............................................................................................ 24 CAPITULO II 2. BREVE HISTÓRICO DO TELEJORNALISMO ............................................................ 30 2.1 ADVENTO DO JORNALISMO NO BRASIL .......................................................... 30 2.2 NOVOS CAMINHOS NO JORNALISMO ............................................................... 32 2.3 A BUSCA DA LINGUAGEM ................................................................................... 37 2.4 TELEJORNALISMO EM REDE ............................................................................... 41 CAPÍTULO III 3. REDE AMAZONICA DE TELEVISÃO ......................................................................... 45 3.1 AMAZÔNIA EM CORES .......................................................................................... 45 3.2 A REDE AMAZÔNICA EM RONDÔNIA................................................................ 52 3.3 A REDE AMAZÔNICA NO INTERIOR DE RONDÔNIA ...................................... 58 CAPÍTULO IV 4. JORNAL DE RONDÔNIA - RELATO DAS ROTINAS DE PRODUÇÃO EM REDE .................................................................................................................................... 64 4.1 INTERESSES DA ORGANIZAÇÃO REDE AMAZONICA DE TELEVISÃO ...... 64 4.2 RELAÇÃO ENTRE RELEVÂNCIA/ FACTUALIDADE/ BREVIDADE DA NOTÍCIA NA REDE EM RONDÔNIA ........................................................................... 73 14 4.3 ROTINA DE PRODUÇÃO NO JORNAL DE RONDÔNIA .................................... 79 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 94 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 101 ANEXO I ENTREVISTAS COLETADAS ...................................................................................... 104 Elmo Torres – TV Ariquemes ....................................................................................... 104 Regilson Roman – TV Guajará-Mirim ......................................................................... 105 Fabio Diniz – TV Cacoal ................................................................................................ 106 Arlene Balieiro - TV Vilhena......................................................................................... 107 Rosilene Teodoro da Silva Campos – TV Ji-Paraná ....................................................... 108 Milton Magalhães Cordeiro –TV Amazonas ................................................................ 109 Luiz Augusto Pires Batista – TV Amazonas .................................................................. 112 Nonato Neves – TV Rondônia ...................................................................................... 117 Bethânia Meirelles – TV Rondônia ............................................................................... 120 Andréia Fortini – TV Rondônia .................................................................................... 124 Fábio Diniz – TV Cacoal .............................................................................................. 127 Fabio Sher – TV Cacoal ................................................................................................ 131 Graciela Bechara – TV Cacoal ...................................................................................... 133 ANEXO II PLANILHAS E DOCUMENTOS ................................................................................... 136 Análise de Indicadores da TV Rondônia ...................................................................... 136 Relatório Coordenação Interior ..................................................................................... 138 Missão, Visão, Valores ................................................................................................... 141 15 APRESENTAÇÃO As grandes mudanças no cotidiano das pessoas e com a revolução tecnológica da TV, ficar informado sobre tudo o que acontece no país e ao mesmo tempo na região onde se vive, fez com que os grandes veículos de comunicação de massa percebessem com mais atenção o acontecimento da informação regional. Com essa visibilidade maior das regiões brasileiras, destacou-se o regionalismo através da criação de redes de televisão, impulsionando o crescimento da mídia regional, na qual os veículos de massa têm mostrado maior interesse em saber o que está acontecendo fora das grandes capitais, como Rio Janeiro e São Paulo. Ainda com as mudanças e o crescimento do acesso às informações, no âmbito global e local, observa-se que seja possível que jornalistas de televisão regional preservem uma série de rotinas de trabalho peculiares em cada localidade, como o que se identificou no recorte proposto a esta pesquisa. A importância da integração regional entre as emissoras da capital e interior, e a constante rotina de produção em rede, resultam no interesse dessa pesquisa, como forma de relato descritivo de como é a produção telejornalística em rede do Grupo Rede Amazônica de Televisão no Estado de Rondônia e seu interior. 16 INTRODUÇÃO Jornal de Rondônia - relato das rotinas de produção em rede é um estudo que leva em consideração a forma como o jornalismo em rede de TV é produzido em Rondônia. Como não seria possível caracterizar todas as emissoras do estado em um único trabalho, optou-se pelo recorte TV Rondônia, e ainda a identificação de qual telejornal periódico apresentava formatação que incluísse capital e interior, gerando assim uma interação e produção em rede propriamente dita, sendo este, especificamente, o Jornal de Rondônia - JRO. Para o estudo, tomou-se como base a teoria do jornalismo Newsmaking, apresentados nesta pesquisa por Nelson Traquina, Felipe Pena e Mauro Wolf. Para alcançar o objetivo de descrever a rotina produtiva em rede do Jornal de Rondônia, foi necessário organizar a metodologia da pesquisa em entrevista com abordagem qualitativa, embasamento teórico com pesquisas bibliográficas, utilizados recursos como documentos de bases de dados da emissora, bem como planilhas, manuais internos, organogramas. O objeto então foca-se no Jornal de Rondônia e seu desdobramento quanto ao relato das rotinas de produção em rede à luz do Newsmaking. A emissora escolhida para tal foi a TV Rondônia e a TV Cacoal, sendo esta última escolhida para representar as demais emissoras integrantes do grupo regional de televisão, por estar centralizada no interior de estado, tendo três equipes de jornalismo para atender a sua localidade e cidades vizinhas. Por entender, com base em observações empíricas, que o JRO realiza uma produção em rede – capital e interior - esse modelo de telejornalismo de integração despertou o seguinte questionamento: como é a rotina de produção do telejornalismo em rede do Jornal de Rondônia, da emissora da capital com o interior? Para a busca de resposta à problemática identificada, a pesquisa utilizou-se da técnica de entrevista, gerando relatos sobre as características de produção que foram destacadas em três categorias, sendo estas: Interesses da Organização Rede Amazônica de Televisão, Relação entre relevância/ factualidade/brevidade da notícia na rede em Rondônia, e Rotina de produção no Jornal de Rondônia. A pesquisa relatada se apresenta a seguir, organizada em quatro capítulos: 17 O primeiro capítulo descreve uma breve história da televisão no Brasil, com obras de autores que expressam a ideia de como foi esse evento. Entre os autores pesquisados estão Gladis Salete Linhares Toniazzo, Flávio Prado, Rezende, Paternostro, Sebastião Carlos Squirra. O segundo capítulo aborda a temática sobre o telejornalismo no Brasil e conceituações a respeito de rede, realizado um referencial com teóricos que descrevem o surgimento do telejornalismo no Brasil e em rede, a regionalização da mídia. E a importância da Rede Globo, com o surgimento do primeiro telejornal em rede. No terceiro capítulo, é descritos os estudos sobre a história da Rede Amazônica, empresa de comunicação que teve seu surgimento na região Norte, no qual sendo escolhido o Estado de Rondônia e seu interior, em uma época pouco explorada pelos veículos de comunicação. Mesmo com poucas fontes para descrição do capítulo, buscou-se autores que relatam a sua história como Abraim Baze, com a obra História da Rede Amazônia; Eula Cabral, com a Revista Comunicação Veredas. Para os relatos sobre a TV Rondônia e seu interior foram utilizados o recurso de documentos de bases de dados da emissora, bem como planilhas, manuais internos, organogramas; e o resultado da coleta de dados com a utilização da técnica de entrevistas em profundidade com representantes das equipes de jornalismo das emissoras do grupo. Em um quarto momento o estudo teve como alicerce a teoria de jornalismo Newsmaking, com os relatos agrupados sobre as rotinas produtivas dos profissionais envolvidos no jornalismo das emissoras da capital, TV Rondônia e do interior TV Cacoal. A metodologia abordada para este capítulo foi através da entrevista com abordagem exploratória qualitativa, também do material colhido durante o trabalho, como suporte complementar as informações coletadas em entrevista. O último capítulo trata das conclusões a respeito do tema, quando se buscou responder como é a rotina de produção telejornalística em rede do Jornal de Rondônia. Espera-se contribuir para a compreensão das rotinas de produção do Jornal de Rondônia e assim auxiliar em pesquisa futura a respeito do tema. 18 CAPITULO I BREVE HISTÓRICO DA TELEVISÃO E SEU SURGIMENTO Neste capítulo faremos uma breve descrição do surgimento da televisão no mundo, Brasil e em rede. Foram utilizadas obras, cujos autores expressam a ideia de como foi esse evento que mudou o cotidiano das pessoas. Pois, atualmente existe no mínimo um aparelho de televisão em cada domicílio brasileiro. Apesar do aumento das outras mídias como, por exemplo, a internet, a televisão ainda se mantém presente como principal meio de comunicação e entretenimento. 1.1. Televisão no Mundo No mundo globalizado que estamos inseridos, pode-se observar que a televisão se faz presente na maioria das casas, e tem um poder da persuasão e penetração na sociedade de uma forma rápida. Conforme Flávio Prado, “a televisão, atualmente é uma das principais companhias do ser humano, é produto de pesquisas que começaram no princípio do século XIX, e não recentemente, como se pode imaginar” (1996, p. 11). Já para Sebastião Carlos de Morais Squirra, “é impossível imaginar a realidade contemporânea sem a presença da televisão” (1993, p. 13). Dos meios de comunicação, a televisão é o veículo mais popular, pois atinge todas as classes sociais e diferentes lugares. O que há em comum em uma casa de quarto e sala de um município pequeno no interior do país e um apartamento moderno, recheado da mais avançada tecnologia? Ambas as residências devem ter ao menos um aparelho de televisão. Talvez o apartamento tenha vários aparelhos [...] Telas de alta definição e acesso a muitos mais canais. O único aparelho da casinha certamente estará em lugar nobre. Pois poucas, pouquíssimas são as casas brasileiras que não tem ao menos um aparelho. Por vezes até onde a eletricidade ainda não chegou, a televisão está lá. Funciona a óleo. [...] ela é a principal opção de entretenimento e de informação da grande maioria da população do país. Para muitos, é a única. [...] ela está presente na estruturação da política, da economia e da cultura brasileiras (RIBEIRO; SACRAMENTO; ROXO, 2010, p.7) 19 Para obter dessa nova tecnologia que fizesse um aparelho transportar som e imagem a longa distância, diversos cientistas especulavam no século XIX sobre a possibilidade de transformar energia luminosa em energia elétrica, para a transmissão de televisão. Prado (1996) observa que os cientistas acreditavam pelo fato que o som era transmitido por sinais eletromagnéticos como o rádio, a imagem também poderia ser transmitida por um processo semelhante. O sueco Jakob Berzelius, em 1817, descobriu que o selênio possui substância que faz a conversão de luz em eletricidade. De acordo com Prado (1996), só 56 anos após, o inglês Willoughby Smith comprovou que tinha a propriedade de transformar um tipo de energia luminosa em energia eletromagnética. Diversos sistemas foram construídos a partir do selênio, até que ao longo dos estudos e tentativas criou uma imagem elétrica, onde era possível identificar figuras humanas. A novidade percorreu logo os países como a França, Estados Unidos e Alemanha, e a idéia de que o mundo ficaria cada vez mais próximo estaria se tornando realidade. Conforme o escritor e Histórico Abrahim Baze “a palavra televisão significa ver a distância” (2004, p. 54) Sendo a tecnologia o olhar das pessoas para enxergar além daquilo desejado, ver o mundo. Dessa forma em 1935, Alemanha foi o primeiro país a oferecer um serviço de televisão pública. Durante a segunda guerra mundial houve um atraso na inclusão na Europa. Entretanto, Flávio Prado (1996) relata que Adolph Hitler, enquanto esteve no poder, determinou que a TV fosse distribuída por toda Alemanha. Mas somente voltou com potência de popularidade e a fazer parte do cotidiano dos alemães na década seguinte. No mesmo ano, a França iniciou suas transmissões com a antena instalada na torre Eiffel, a seguir Moscou, e a Inglaterra com a BBC. Já nos Estados Unidos, a rede NBC já possuía 107 emissoras por todo país. [...] em 1950 já existiam 4 milhões de aparelhos no país, contra pouco mais de 10 mil em 1946. Isso fez com que os americanos passassem a exportar técnicas e equipamentos para onde existisse alguém com disposição para entrar na “era da modernidade”. A nova era. (PRADO, 1996, p. 12) Tecnologia que possibilitou o avanço para o mundo televisivo, e com esse desenvolvimento, se confirmando uma experiência que deu certo. Assim, se estendendo para o resto do mundo no final da década de 40. 20 1.2. Televisão no Brasil Na década de 50, o Brasil já estava no grande processo de desenvolvimento em todas as áreas no setor econômico, social e político. Como já existia televisão no mundo, Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, jornalista, dono de uma rede de jornais e rádio, entra na corrida para aquisição da nova tecnologia de implantar, a primeira televisão do país. De acordo com Prado (1996) “o Brasil foi um dos primeiros países a apostar na inovação”. Com aquisição da televisão o Brasil ficava entre as cinco primeiras redes do mundo. Na oportunidade que surgia, Chateaubriand via mais uma forma de lucratividade e poder. Conforme destaca Prado, teve que adquirir diversos equipamentos junto a RCA Victor, se associando a NBC. No dia 18 de setembro de 1950, começava uma nova história a ser contatada, entrava no ar a PRF-3 TV, canal 3, e como o precursor da televisão no Brasil a TV Tupi, em São Paulo. Mas, para que as pessoas assistissem ao que fosse transmitido, e ter audiência esperada pela emissora, era necessário que a população tivesse aparelhos de televisão em suas casas, o que na época ainda não existia fabricantes e vendas de aparelho no Brasil, sendo indispensável vir de fora do país. Conforme destaca Prado (1996), para resolver o a questão da falta imediata dos televisores, foi contrabandeado entorno de 200 aparelhos poucos dias antes e distribuídos para algumas pessoas, onde existia o alcance da transmissão. Assis Chateaubriand, em seu discurso de inauguração, não deixou de destacar seus patrocinadores, “a Companhia Antártica Paulista, o grupo Sul América Seguros, o Moinho Santista e a Organização Francisco Pignatari, fabricante da Prata Wolf, onde com verbas da publicidade ajudaram a tornar realidade o seu projeto” (RIBEIRO, SACRAMENTO; ROXO, 2010, p.18). A inclusão da publicidade na televisão teria que ser vista como investimento exato, os resultados finais seriam vistos através das transformações e crescimentos nas receitas de ambos os lados, televisão e anunciante. A televisão, quando da sua implantação no país mostrou-se para os seus investidores como um negócio com perspectivas de crescimento em longo prazo, procurando aumentar a audiência entre aquelas com maior poder aquisitivo, e, como conseqüência, ter seus produtos anunciado no topo das vendas. (MARQUES DE MELO apud THONIAZZO, 2007, p.37) 21 Com as verbas publicitárias aplicadas foi possível exibir o primeiro programa, a TV na Taba, “nome escolhido em homenagem ao indiozinho do logotipo da Rádio Tupi”, apresentado por Homero Silva, o qual tinha diversas participações de atores, humoristas, colunista, esportivos, e do jogador considerado o melhor da época, Baltazar do Corinthians. Por ser uma novidade, existia uma expectativa, as pessoas queriam ver de alguma forma, o brilho das imagens tão esperadas. Mas, era uma “fase elitista”, poucos tinham monitores de recepção, pelo fato da pela pouca disponibilidade no mercado brasileiro e o alto custo de venda. [...] repetidas vezes aparece decisões do dia em que foi ao ar, oficialmente, as primeiras transmissões da TV brasileira: homens de paletó e gravata, mulheres bem vestidas, como se fossem a uma festa, coloca-se de pé diante de uma espécie de móvel-caixa, de onde saem imagens esmaecidas e pouco nítidas. Todos estão em silêncio. (RIBEIRO; SACRAMENTO; ROXO, 2010 p. 17 ) Para estimular a compra dos aparelhos, Chateaubriand cria uma campanha publicitária quando começa a ser produzido, no país, os primeiros receptores da marca Invictus. Mas, mesmo com as inserções da publicidade, não obteve retorno, pois o preço dos monitores continuava alto e a maioria da população não tinha condições financeiras para aquisição. “Custava três vezes mais do que o produto também objeto de desejo da classe média ascendente, as radiolas” (RIBEIRO; SACRAMENTO; ROXO, 2010, p.20). Contudo, com investimentos voltados ao segmento essa situação, aos poucos, foi se modificando e, em 1952, já existiam em todo país, cerca de onze mil televisores. Conforme descreve Gladis Salete Linhares Toniazzo (2007, p.35), “a televisão nasceu a partir de um caráter técnico e de conteúdo eminentemente local”. A programação exibida era direcionada para os moradores da cidade de São Paulo e seu alcance era limitado àquele município: dessa forma, assim como o rádio, a televisão tinha dependência da publicidade para conduzir o negócio. Aos poucos, a televisão era transformada em realidade para quem trabalhava no meio de comunicação. Prado (1996) destaca que a programação da TV Tupi era transmitida das 18h às 23h. Após esse tempo, passam a dar oportunidade para os técnicos do rádio, fazerem 22 treinamento nos Estados Unidos, onde já estavam com a tecnologia mais avançada. Transformando assim, a TV Tupi um laboratório, na qual se impôs no mercado e se transformou na escola da televisão brasileira. Criando técnicas de produção semelhante à realidade do cotidiano das pessoas. [...] a técnica televisa é realmente mágica por multiplicar infinitamente o poder de ubiqüidade do espectador, agora confrontado a uma (tele) realidade simultânea, instantânea e global. (SODRÉ, 1984, p.31) Com o poder que a televisão mostrou de estar simultaneamente em toda parte, Assis Chateaubriand resolveu expandir seus negócios, inaugurando a TV Tupi do Rio de Janeiro. A concorrência já estava de olho, e Vitor Costa abriu a TV Paulista, canal 5 que, mais tarde, passou ser, a atual Rede Globo. Em seguida, foi a vez da TV Record de São Paulo, por Paulo Machado de Carvalho. Prado(1996) descreve que a televisão logo saiu do eixo Rio - São Paulo, em 1959, houve a inauguração da TV Itacolomy, de Belo Horizonte, com a primeira transmissão interestadual de um jogo de futebol em 1956. Toniazzo (2007) observa que, o começo da televisão era muito singular, as emissoras de televisão iniciaram com dificuldades e improviso. A programação era reduzida, não havia exibição diária definida, faltava suporte técnico e experiência dos profissionais com o novo meio de comunicação, mas deram continuidade ao projeto. Ainda nos primeiros anos em que a televisão estava presente no cotidiano, Ribeiro, Sacramento, Roxo (2010) destacam as repetidas alusões à possibilidade de receber imagens sem interferências de chuviscos, ondulações e deixam claro que o público ainda estava vendo o que sua imaginação permitia. Apesar de todas as dificuldades, o primeiro telejornal da Tupi foi ao ar em 19 de setembro de 1950, com o apresentador Radialista Ribeiro Filho, o Repórter Esso, e permaneceu no ar até o dia 31 de dezembro de 1970. Contudo, os aparelhos manuseados eram pesados, dificultando a mobilidade. Por isso, os telejornais eram transmitidos como se fossem programas de rádio televisionados. Prado enfatiza que “o grande avanço para os telejornais viria somente no final da década de 60 .” (1996, p.15,16). Até então, a parte técnica dificultava o trabalho do repórter 23 e cinegrafistas, não se permitiam erros, tinham pouco espaço no filme para gravação. Para editar a fita, era cortado o filme depois de revelado e a parte desnecessária era excluída e, posteriormente, colada às partes da reportagem com fita transparente. Esse tipo de condições de trabalho era igual ao modelo do rádio, sem nenhuma técnica específica direcionada para a TV. Para Toniazzo (2007),com o impulso da tecnologia e a chegada dos videoteipe, permitiu a transmissão dos programas diariamente, com horários de exibição dos programas e tempo definido, podendo assim os espectadores se programarem para assistir o desejado. 1.3. Televisão em Rede Com o Golpe de 1964, os militares investiram muito em televisão, desenvolveram um programa baseado no “tripé”, formado por empresas estatais, nacionais e corporações multinacionais, criando através de composição legal já existente, o controle econômico e a pressão nos meios de comunicação. Dessa forma o governo alcançava o resultado que esperava. “O controle da mídia eletrônica foi mais evidente” (TONIAZZO, 2007, p.39) já que os demais meios de comunicação como o rádio e televisão operavam por canais concedidos pelo governo federal que de tal modo, não podiam afrontar o governo, ou seguia o que o militarismo ditava ou eram penalizados, podendo ser cassados. Almejavam também, fazer com que a população seguisse o que era determinado pela ditadura, que as pessoas vissem e praticassem sem questionamentos. [...] era o começo de uma grande transformação no conceito de utilização do ainda novo veículo. [...] Enquanto a Globo nascia, as redes mais antigas iam enfrentando problemas. [...] TV Excelsior teve sua concessão cassada em 1969. [...] a TV Tupi também perdeu força [...] conseguiu se segurar com grandes dificuldades até 1980, quando faliu. [...] A Record sofreu incêndios em 1966,68 e 71, com prejuízos irreparáveis. Outro incêndio em 1969, trouxe também graves problemas à TV Bandeirantes. (PRADO, 1996, p. 16) Nessa época, além dos telejornais, que representavam papel fundamental ao militarismo, pelo fato de manipulação e controle das informações, as emissoras maquiavam a situação real em que o país vivia. “Essa programação era estimulada por incentivos por meio 24 de créditos concedidos por bancos oficiais, isenções fiscais e da concentração de publicidade oficial” (TONIAZZO, 2007, p.41). Nessa época, surgiram a TV Bandeirante, em São Paulo, e TV Globo, no Rio de Janeiro. As emissoras foram criando programações locais, deixando de importar os programas americanos, fazendo com que o número de estações subisse de 14 em 1964, para 150 em 1985, com participação efetiva de recursos governamentais. Com o surgimento de novos canais de televisão, Toniazzo (2007) diz que passou a existir também duas maneiras de emissora, uma como integrante de uma rede e outra como emissora independente. No começo o Brasil só tinha emissoras que criavam a sua própria programação, determinavam o que queriam exibir, compravam programas prontos. Com o tempo criou as Redes de Televisão, que é um conglomerado de diversas estações, podendo pertencer a um único dono, ou diversos, mas apresentam a mesma programação ou semelhante. O avanço da tecnologia, aliado as produções de conteúdo, configurava a troca entre as diversas emissoras, o que não existia na época era a fidelização ou exclusividade. Todavia, conforme Toniazzo (2007), com a consolidação das redes, determinaram condições de produção e tecnologias para a transmissão. Criando assim, exclusividades de programação. Na qual, surgiu um projeto muito mais rígido das redes centralizadas de TV para ‘afiliar-se’ a uma rede, ”as estações regionais firmaram o compromisso de só exibir programas adquiridos da geradora da programação a chamada “cabeça de rede” (Gabriel Priolli, 2000,p.19 apud Toniazzo 2007, p 49). Essa fragmentação do espaço televisivo conforme Vizeu, Porcelos, Coutinho alimenta misturas muito interessante entre o global e o nacional. Podendo dizer que “a TV é um lugar social onde a mundialização da cultura é visível, mas também a reafirmação das identidades locais.” (2009, p.95) Dessa forma, as Redes têm que sair em busca de uma alta definição, que tenha qualidade, buscar, um satélite que transmite o sinal para as regiões. Esses sinais de transmissão em rede devem capturar a programação voltada a ela mesma. Toniazzo afirma que “conceituar a TV Regional é tarefa complexa, desde a questão geográfica, passando pela tecnologia, até chegar a sua abrangência e a analise da programação”. (2007, p. 60) 25 A Rede Globo investiu, na época, tanto na parte tecnológica como na qualidade dos profissionais. Contudo, não foi somente isso que a fez crescer a audiência e se tornar a potência que é, mas a concepção de emissora de Rede no Brasil. [...]Mas não era só a qualidade dos profissionais envolvidos que fazia com que a globo crescesse. Ela foi à primeira emissora com sentido de rede no Brasil.[...] Adquiriu também emissoras em todas as regiões e criou uma linguagem única, o padrão global que vira com tecnologia de ponta para a época e revolucionaria todos os conceitos existentes. (PRADO, 1996, p. 1617) Foi a fase de retomada no fortalecimento das emissoras regionais. A expansão do sinal, com entradas de novas formas de transmissão, como via cabo, nacional e internacional e a possibilidade de contato entre as regiões do país e do mundo, só foi viabilizada, de acordo com Jacques Wainber (1999) apud Toniazzo(2007), pelo desenvolvimento de autonomia e domínio tecnológicos. Essa autonomia gerada junto ao domínio, fez com que o sistema de emissoras de Rede, levasse vantagens sobre as locais independentes, a repercussão e audiência são maiores e maior também é o lucro, pois podem investir em outras atrações. Em contrapartida as emissoras independentes têm maior agilidade em modificar suas programações, dar mais tempo para outros assuntos que interessam para população da localidade regional. Nos anos de 2000, Toniazzo destaca que era um número de seis grupos de rede no Brasil: Rede Globo, SBT, Rede Record, Rede Bandeirantes, Rede TV! E CNT. Sendo: a TV Bandeirantes foi inaugurada em 13 de maio de 1967, e no ano de 1977 transformou-se em rede. O grupo apresenta 43 afiliadas em sua maioria na região nordeste. A Rede Manchete e o Sistema Brasileiro de Televisão nasceram através de um acordo operacional entre os empresários, Adolpho Bloch e Silvio Santos. O Sistema Brasileiro de Televisão, atual SBT é composto de 107 emissoras em todo território nacional, segunda maior rede de televisão do país. Porém, a única rede que só tem um veículo de mídia, a televisão. Já a Rede Manchete entrou no ar em 15 de novembro de 1999, atual Rede TV! com 40 emissoras localizadas principalmente nas regiões norte e centro-oeste e as demais distribuídas no Sul e sudeste. 26 A TV Tropical Integrante de Rádio e Televisão OM de Londrina Ltda foi criada em 1975. No ano de 1980 altera sua denominação para Rede OM, pertencendo ao empresário José Carlos Martinez, em 1993, adota o nome fantasia de Central Nacional de Televisão (CNT). O surgimento da TV Record aconteceu em 27 de Setembro de 1953, na década de 1970 foram vendidas 50% das ações para o empresário Silvio Santos. Mas, já no ano de 1989 o canal passa a pertencer a Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, formando assim a Rede Record. Toniazzo nota, que a linha editorial assumida pelo jornalismo e para as demais programações da Rede Record, é inspirada na programação Globo, “as pesquisas mostravam que o público queria atrações de qualidade. [...] paramos de brigar com o obvio” diz: Alexandro Raposo, presidente da Record. Apud TONIAZZO, 2007, p.54) As Redes nacionais de televisão foram facilitadas com a criação da Empresa Brasileira de Telecomunicação (EMBRATEL), e uma infra-estrutura de comunicações dotadas de enlaces de microondas, satélites, além de estações repetidoras que proporciona a exibição ao vivo. Na Rede Globo a inclusão de Rede só foi possível pelo acordo realizado pela TimeLife, empresa norte-americana, e a Globo. A Time-Life fez a grande mudança na área de administração, dividindo os prédios em sedes individuais com jornalismo, ficção, tecnologia e direção. Facilitou a entrada de equipamentos importados dos Estados Unidos, saindo na frente das outras emissoras, dando mais agilidade e rapidez nas produções. A emissora, também chamada de “Vênus platinada” teve sua superioridade na década de 70 e 80 quando detinha a maior fatia dos anunciantes. De acordo com Toniazzo (2007) pode-se afirmar que a Rede Globo foi a mais beneficiária do governo, que favoreceram sua expansão e melhores localizações e facilitaram a importação dos equipamentos. Em troca, seguia uma política de programação estritamente a favor do governo. Na qual também Toniazzo cita que é possível afirmar que as redes nacionais de televisão, como se estrutura atualmente nasceu, com ou através da Rede Globo. Ainda que, com a tecnologia avançada, e estando à frente das demais emissoras de televisão. Prado (1996) define que, com o sucesso que teve a Rede Globo, no início da década 1970, ficou claro que o telejornalismo sofreria grandes alterações no Brasil. A 27 emissora sempre trabalhou com videoteipe e foi a primeira a ter câmeras portáteis, com som direto e editores eletrônicos, dessa maneira induzindo os demais meios de comunicação a se modernizarem, adquirindo equipamentos mais potentes e compatíveis com os interesses do veículo, e profissionais especializados. “E com isso se modificou a metodologia de fazer televisão” (PRADO, 1996, p.19). As transmissões em cores só vieram acontecer no início de 1973 e, novamente, as empresas de televisão tiveram que inovar toda a sua tecnologia. O desenvolvimento tecnológico compreendeu o período de 1975 até 1985, com uma programação de alto padrão técnico, gerada em cores e com conteúdo que atendia ao modelo de televisão que o governo queria. [...] Um dos pontos principais foi a nacionalização da programação, substituindo os programas importados [...]considerados violentos pelo governo militar. (TONIAZZO, 2007, p.41) Hoje, de acordo com Vizeu, Porcelos, Coutinho, a diferenciação entre os meios já não é tão evidente (2009, p.89) Já para Toniazzo (2007) A televisão, atualmente é um mercado publicitário do país que mais se anuncia e considerado por alguns, o mais caro. Também a influência dos programas brasileiros de televisão que têm uma aceitação e destaque no mundo, diversos países importa os produtos televisivos do Brasil e retransmitem na sua linguagem regional. De acordo com Sebastião Carlos de M. Squirra (1993, p. 12), “a televisão é hoje o veículo mais popular como forma de entretenimento, atualização e obtenção de informações. Pela sua própria natureza, não é um veículo de minorias.” Seja como diversão ou utilidade, hoje representa uma prática importante na cultura popular moderna brasileira. As pessoas buscam cada vez mais proximidade com o mundo através das notícias e programas de audiências. Conforme Paternostro (1999, p. 64), “a televisão estimula e provoca o interesse e a necessidade de se ter conhecimento dos fatos. Acredita-se no poder incentivador da TV enquanto meio de informação”. “A televisão constrói significados, apoiando-se em sistemas mais ou menos formalizados. Possui uma linguagem, que recria a realidade a partir de critérios funcionais[...] a intencionalidade comunicativa do emissor e ao contexto cultural” CASETTI E CHIO, 1999, p.263 apud VIZEU, PORCELOS, COUTINHO,2009, p.96) 28 Mostrando através dessa linguagem, sentidos ligados e produzidos com a imagem e uma ideologia, que de alguma maneira dominado o sentido, na qual o espectador requer aprendizado e pode se identificar com regras que a televisão apresenta ou regras do modo que representa. . Dentro disso, estudos divulgados pelo Instituto de Estudo e Pesquisa de Comunicação - EPCOM (2003) apud Toniazzo (2007) destaca os motivos da liderança empresarial e de audiência que a Globo possui, a qual a caracterizou como a maior rede em números de veículos tanto de televisão, Rádio e Jornal, e como o grupo que detém todos os tipos de mídia ativos em todos os estados. Outro fator importante é estar ligado aos principais grupos regionais afiliados à Rede Globo, como por exemplo, na região norte o Grupo Rede Amazônica de Televisão, que faz parte desse nosso objeto de pesquisa sobre o Telejornalismo em Rede, mais especificamente do Estado de Rondônia, de onde o grupo possui um número relevante de canais em toda Amazônia, integrados ao jornalismo regional e local. 29 CAPITULO II BREVE HISTÓRICO DO TELEJORNALISMO A mídia tem um papel importante e fundamental no dia-a-dia das pessoas. A necessidade de estar informado sobre tudo que ocorre no mundo e ao mesmo tempo na região em que se vive, fez com que as grandes redes de televisão levassem o veículo de comunicação de norte a sul do país. A importância de falar em telejornalismo é acompanhar o crescimento e desenvolvimento do país. E com toda modernidade, se faz necessário um padrão e manter as rotinas de trabalho diário, desde seleção de fatos, apuração da informação, a edição e finalmente a exibição do telejornal. Para falar em telejornalismo utilizamos autores que identificam com os elementos fundamentais. 2.1. Advento do jornalismo no Brasil Com a implantação do meio de comunicação no país, a televisão, entra no ar, em 20 de setembro de 1950 a edição inaugural do primeiro telejornal no Brasil - canal 6 de São Paulo Imagens do Dia. No início, a linguagem do telejornal era parecida com a do Rádio. Para Guilherme Jorge de Rezende (2000), a estação pioneira no Brasil, a TV Tupi, tinha uma equipe pequena, com um texto radiofônico, totalmente baseado em fala, com pouca imagem. O rádio era modelo que se tinha na época. Entrava no ar entre as nove e meia e dez da noite, sem qualquer preocupação com a pontualidade. O formato era simples: Rui Resende era o locutor, produtor e redator das notícias, e algumas notas tinham imagens feitas em filme preto e branco, sem som. (PATERNOSTRO, 1999, p. 35) Os telejornais da época ainda sofriam com a precariedade pelo fato de que a tecnologia ainda não estava adequada às necessidades de uma transmissão. Rezende (2000) comenta que os telejornais precisavam de um nível mínimo de qualidade. A falta de experiência dos profissionais, junto com a deficiência técnica, originava as falhas inevitáveis nas programações transmitidas. No entanto, nessa época a cobrança era mínima, uma vez que era vista por um público limitado, somente os que tinham acesso à televisão. Dessa forma, “possuir um televisor, naqueles tempos, simbolizava “regalia” e status, medido pelo número 30 de televizinhos, cada vez mais crescente à medida que o hábito de ver televisão se espalhava” (REZENDE, 2000, p. 106). O primeiro telejornal de sucesso, que poderia se caracterizar telejornalismo no Brasil, foi o Repórter Esso, como destaca Paternostro (1999) que estreou em 1953 e teve audiência por quase 20 anos. Seu sucessor é o Jornal Nacional que, até hoje é líder de audiência no horário. Paternostro (1999) classifica alguns telejornais brasileiros que são referências na história do telejornalismo no Brasil através dos tempos: Imagens do Dia – Primeiro jornal que estreou após a inauguração da televisão brasileira; tinha formato simples, as imagens feitas em filme preto e branco e não tinha som. O Jornal Imagens do dia ficou por um ano, tendo a necessidade de ser substituído pelo Telenotícias Panair, em 1952, ia ao ar todos os dias, ás 21 horas, telejornal de estilo noticiário, produzido pela mesma equipe da emissora Tupi, destaca Rezende (2000). O Repórter Esso teve um período de maior sucesso na história da televisão brasileira entre 1953 a 1970, referência para os demais telejornais. Dirigido por Kalil Filho em São Paulo e no Rio de Janeiro ganhava uma versão com locutores conhecidos de rádios, mas já apresentavam uma narrativa mais televisiva, com textos apropriados e cumpriam horário para entrar no ar, às oito da noite. Uma frase que ficou famosa e lembrada até hoje é “Aqui fala o seu Repórter Esso, testemunha ocular da história” (PATERNOSTRO, 1999, p. 35). “O Repórter Esso, da Rede Tupi, representava típica manifestação desse modelo de telejornalismo produzido e apresentado por “gente que vinha do rádio””. (Rezende, 2000, p.106). Serviu como referência para todos os telejornais implantados em outras emissoras. Tinham o mesmo aspecto, cortina ao fundo, uma mesa e davam ênfase aos patrocinadores. O primeiro telejornal do horário vespertino foi o Edição Extra e segundo Vera Íris Paternostro ( 1999), nele Jose Carlos de Morais o “Tico-tico”, foi o primeiro repórter de vídeo da TV brasileira. O avanço do telejornalismo, em 1962, decorreu não da tecnologia, mas sim pelas mudanças na produção no Jornal Vanguarda. Segundo Rezende (2000), uma das principais mudanças, onde os jornalistas executavam tarefas como produtores e apresentadores, cronistas que levavam ao público os seus comentários, bem como a locução com voz forte e mudanças na imagem surgia efeito. 31 No noticiário jornalístico o Jornal Vanguarda fez a diferença da mudança pela sua originalidade e estrutura desenvolvida em relação aos demais telejornais. Os jornalistas eram os produtores do jornal e na sua apresentação havia cronistas especializados para cada assunto. Ainda Rezende (2000) comenta que, após todo o prestígio e reconhecimento, não resistiu ao golpe militar de 1964, onde o tempo da Ditadura Militar no Brasil estava muito presente. A censura colocou locutores no lugar dos jornalistas nos telejornais. Modificando o texto, que era lido exatamente como chegava às redações. Terminava então, uma das passagens mais inovadora e inteligente da história do telejornalismo brasileiro. O Show de Notícias veio logo a seguir, com a mesma linha inovadora do Jornal Vanguarda, mas também, não resistiu muito tempo. O telejornalismo brasileiro resolveu assumir de vez e a copiar integralmente o modelo norte-americano, como inspiração, “além da interferência política mais forte – continuava a padecer com a falta de um estilo próprio” (REZENDE, 2000, p. 108). Lembra ainda que as produções eram engessadas, tudo sob os olhos do governo. Em Janeiro de 1969, o Brasil ingressava na era da comunicação espacial. As ligações por microondas e as transmissões via satélite possibilitavam a integração nacional e aproximação com o restante do mundo. Tornava-se, enfim viável a formação de redes de TV, considerada pelo então diretor da Globo, Walter Clark, solução permanente crise que atormentava a televisão brasileira. [...] os objetivos reais que motivavam a iniciativa ligavam-se a interesses políticos e mercadológicos. Além de possuir um noticiário que lhe desse prestigio, a TV Globo queria competir com o Repórter Esso, da TV Tupi. (REZENDE, 2000 p. 109) A televisão brasileira, nessa época, encerrava a fase atrelada cada vez mais em três programas de apelo popular: as novelas, os enlatados (filmes e séries importadas) e os shows de auditório. Já no telejornalismo brasileiro, dois fatos marcaram o começo de uma nova fase: a criação do Jornal Nacional, na Rede Globo, e o fim do Repórter Esso. 2.2. Novos caminhos do Telejornalismo Paternostro (1999) acrescenta que com o surgimento da Embratel – Empresa Brasileira de Telecomunicações houve a interligação através das linhas básicas de 32 microondas, dessa forma os meios de comunicação criaram as estruturas para iniciar as redes nacionais de televisão. O Jornal Nacional foi o primeiro noticiário em rede nacional da televisão brasileira, gerado pela sede da TV Globo, no Rio de Janeiro, para as suas emissoras em vários pontos do país. Paternostro (1999) relata que era comandado pelo jornalista Armando Nogueira, que estreou em primeiro de setembro de 1969 e permanece até hoje no ar com a liderança e audiência. O Jornal Nacional foi o primeiro a mostrar reportagens em cores e acontecimentos internacionais no mesmo instante em que aconteciam. O Jornal Nacional tinha como objetivo alcançar o maior número de telespectadores brasileiros que tivessem a mesma coisa em comum, assistirem as notícias do JN com uma linguagem coloquial, adequando ao público. “Interesses políticos e mercadológicos, além de possuir um noticiário que lhe desse prestígio” (REZENDE, 2000, p. 109) esse era, na verdade, os objetivos reais que motivavam a iniciativa do veículo, lutavam para dominar o horário nobre, que tinha uma audiência cativa. Enquanto o Jornal Nacional passava a comandar a audiência entre os telejornais do horário nobre, o Repórter Esso apresentava seu encerramento de programa no último dia de 1970, representando o fim de uma amostra dominante no telejornalismo brasileiro. “Durante anos se tornou célebre pelos slogans, “O primeiro a dar as últimas” e “testemunha ocular na história”, entoados pó outro símbolo do programa, o apresentador Gontijo Teodoro”. (ESQUENAZI, 1993, p.25 apud REZENDE, 2000, p.111). A partir de então, se pôs fim a um modelo baseado no rádio, tradição que faz parte da memória do povo brasileiro, o Repórter Esso. Em 1970, a TV Bandeirantes de São Paulo trouxe uma nova proposta de telejornalismo, ao criar os Titulares da Notícia. Seu principal atrativo dentro do noticiário era a apresentação da dupla Sertaneja Tonico e Tinoco. Acreditava-se como a dupla estava em destaque, poderiam manter a audiência. Segundo Rezende, (2000), com o tempo, o telejornal procurava inovar e mostrar a sua identidade através do cenário, os apresentadores apareciam em primeiro plano em uma sala de redação. Com a mudança da linguagem e o telejornalismo dirigido por Gabriel Romeiro, passou a ser mais valorizado o trabalho do repórter de rua, não importando com a aparência ou voz bonita, o requisito primordial era saber transmitir com clareza a notícia. A população 33 ganhou voz e o jornal um único apresentador interno para narrava às notícias, ganhando mais credibilidade. Ainda nessa década, os apuros técnicos se caracterizaram fortemente, e a Rede Globo foi a que mais aproveitou. Aperfeiçoando a qualidade das suas programações “[...] pela ideologia do mostrar para entreter, os programas constituíam uma programação rigorosa uniforme, não permitindo convites para a mudança de canal” (PRADO, 1973, p. 22). A Rede Globo, seguindo uma linha interna de produção logo criou a expressão “padrão global”, na qual, estendeu a toda sua programação, principalmente ao telejornalismo. Passando a influenciar as demais televisões brasileiras. [...]Padrão de produção, porém, não tem nada a ver com qualidade de programa, nos vários sentidos em que o qualitativo é usado ( qualidade cultural, educativa, de entretenimentos, de emoção, de estética, etc.). Padrão de produção é a criação de rotinas internas e de equipes técnicas capazes de realizar, a nível industrial, isto é, regularidade e freqüência. (SQUIRRA ,2004, p. 45) Dos programas veiculados pela emissora, o Fantástico – o Show da Vida, criado por Bonifácio de Oliveira em 1973, foi o que mais se destacou como combinação de jornalismo e entretenimento, apresentado sempre nas noites de domingo. Segundo Rezende, (2000), o cuidado com a forma de apresentação das notícias era o importante, a linguagem a ser falada tinha que ser adequada para a televisão. Squirra (2004) ainda fala que os programas tinham a preocupação e deveriam atender às necessidades que manifesta o mercado, uma comunicação que desperta atenção, dinâmica, clareza, qualidade técnica e estética, programações compatíveis para cada faixa etária diferente. O alcance de todos os elementos na média da programação, que mistura valores diferentes no atendimento a necessidades particulares do mercado. “A Rede Globo conseguiu esse padrão, ou conseguiu o próprio padrão. Ele é responsável por essa constante e intensa relação do público com a televisão”. (SQUIRRA, 2004, p.46). O telespectador passou a ver a programação ser exibida sempre no mesmo horário, com isso, as modificações fizeram com que as pessoas soubessem o que o canal está oferecendo o poder de escolha, e assim a busca de um público fiel e seguidor. 34 Rezende (2000) descrever que, apesar de não ter sido a Rede Globo quem criou o telejornalismo brasileiro, foi ela quem eliminou o improviso, ligando texto à imagem, transformando os telejornais num formato mais interessante. Também, Vizeu, Porcellos e Coutinho, (2009, p. 53) acrescenta sobre a periodicidade diária, que levou os jornais a padronizarem a novidade, criando estratégias para construir relatos jornalísticos, e preservassem a ideia de que o jornal diário trazia, em cada edição, um evento novo e importante, mesmo que não acontecessem fatos relevantes no dia. Para manter a audiência, a Rede Globo tinha cuidados com a seleção dos locutores, e mantinha recursos estratégicos como conciliar competência com boa aparência para atrair o público feminino, evitar a mudança de canal na passagem da novela para o Jornal Nacional. Foi quando a emissora contratou Cid Moreira, profissional experiente que havia se destacado no Jornal Vanguarda. [...] Cabelos prematuramente grisalhos, ar concernido, voz barítono a baixo conforme as necessidades, a presença diária de Cid é exemplo raro de neutralidade no sentido de constância, homogeneidade e monotonia (um único tom) que ele “imprimi” a qualquer notícia, ressaltando o tom pela rigidez de postura à leitura, olhos postos no miolo da lente da câmera, ou seja no telespectador em casa (Gleiser, 1983, p31-2,apud Rezende, 2000, p.114) Cid Moreira passou a ser um símbolo do programa, papel que exerceu até 1996. Outros locutores do Jornal Nacional, todos do sexo masculino, tinham o mesmo estilo, que se encaixava no “padrão global”. Para José Bonifácio de Oliveira Sobrinho – Boni, apud Barbeiro; Lima (2002), acreditava que além da voz e timbre adequado, os telejornais ganhariam com a boa aparência. “Isso era parte de uma tática: a de fazer com que o público de novela, predominantemente feminino, fosse atraído pelos nossos telejornais.” O modelo submetia-se também os repórteres, no propósito de, por uma aparente neutralidade e formalismo projetar o telespectador, uma imagem de isenção na abordagem dos fatos, indispensáveis para a conquista da credibilidade (REZENDE, 2000, p.115) Com o chamado “padrão Globo de qualidade”, segundo Paternostro (1999), a Rede Globo cada vez mais investia em jornalismo e aumentava seus lucros com a publicidade. Criou novas extensões de telejornal em horários diferenciados. Em 1977, a experiência do Bom dia São Paulo, apresentado em horário matutino. Com essa novidade logo a Rede 35 Globo, levou as demais praças e emissoras afiliadas da Rede Globo a implantarem o Bom dia Praça. O programa TV Mulher, lançado em 1980, consagrou a apresentadora Marilia Gabriela pela abordagem de assuntos considerados polêmicos para a época, pois não eram tratados abertamente na televisão, onde a fez ser destaque de primeira pagina no New York Times. Ainda, de acordo com Paternostro (1999), como os telejornais no horário matutino já haviam ganhado espaço e conquistado o público, a Rede Globo, priorizando os assuntos políticos e econômico lança, em 1983, um noticiário transmitido em rede nacional envolvendo com blocos ao vivo, as praças do Rio, São Paulo e Brasília. Ou seja, introduzindo as três cidades no mesmo jornal com apresentações ao vivo, sendo um apresentador chamando o outro para falar da notícia de sua cidade. Rezende, (2000), cita que nessa época o SBT tinha cumplicidade de Silvio Santos com a classe dominante, não conseguindo converter os índices de audiência em faturamento publicitário, mesmo com os programas jornalísticos de apelo popular. Silvio Santos em seu discurso deixa claro o desejo de um “telejornalismo descomprometido com a informação e a crítica.” Para uma emissora com essa narrativa, era claro a queda do telejornalismo. “E o SBT mantinha uma imagem de uma emissora incapaz de produzir um jornalismo de qualidade” (REZENDE, 2000, p. 126). A mudança do pensamento de Silvio Santos começou somente após a contratação de três profissionais: Marcos Wilson e Luiz Fernando Emediato, para a direção do departamento de jornalismo e Bóris Casoy “[...] peça principal de todo um processo de eliminação da pieguice e mau gosto que imperavam no Jornalismo até aquela data” (SQUIRRA, 1993, p.139 apud, REZENDE, 2000, p.127) Em quatro de setembro de 1988, no SBT – Sistema Brasileiro de Televisão entrava no ar mais um telejornal, sendo seu primeiro noticiário, o TJ Brasil Paternostro (1999) cita que foi primeiro programa que o jornalista dirige, apresenta e comenta as noticias. [...] O jornalista Bóris Casoy, veterano da imprensa escrita, sem qualquer experiência em TV – conseguiu em pouco tempo conquistar seu espaço. O tratamento opinativo que imprimiu ao programa representou muitas vezes o sentimento da população. A presença do âncora e a credibilidade do jornal suprimiram a deficiência dos recursos técnicos da emissora , alavancando a programação do SBT até meados de 1997, quando Boris Casoy e parte de sua equipe se transferiram para a TV Record. (PATERNOSTRO, 1999, p. 37) 36 Paternostro, (1999), ainda observa que, com a saída de Bóris Casoy do SBT, aos poucos o telejornalismo foi perdendo sua força, e a emissora tendo que criar um programa substituto. Nascendo então, o Aqui e Agora, com a linguagem direcionada as classes baixas, “cheio de sensacionalismo, apelação e reportagens polícias com ação, aventura, flagrantes, denúncias, violências e tensão”, mas, logo seu formato não deu certo, a emissora tirou do ar, no final de 1997. Outro jornal que obteve liderança na nova fase do telejornalismo foi através da TV Bandeirantes – Jornal da Band, que estreou em 17 de fevereiro de 1997, com o jornalista Paulo Henrique Amorim, assumindo as funções de repórter, apresentador e editor chefe, do Jornal em São Paulo. Amorim vinha com uma experiência de Nova York, onde trabalhava em um dos escritórios da Rede Globo internacional. “Com informações exclusivas, um estilo forte e opinativo e ao vivo, o Jornal da Band começou a marcar presença”. (PATERNOSTRO, 1999, p.37) mas, nessa época a emissora, já dava destaque mais acentuado ao esporte. Os veículos de comunicação com o tempo, foram criando outros estilos de programas direcionados ao jornalismo. Dessa forma, enquanto a Globo investia diretamente no telejornalismo e aumentava seus lucros com publicidade, às afiliadas passaram a investir também em seus próprios telejornais regionais. O Telejornal nacional, ou regional, cumpre papel fundamental na produção e divulgação de informações, pois, as notícias precisam ser faladas e não escritas no telejornalismo. No Jornal impresso, os olhos têm o poder de buscar e ler o texto escrito quantas vezes for necessário, até que seja compreendido pelo leitor. Já na televisão, isto não é possível além da fala à aliança com a imagem é importante. “Para o telejornalismo, precisamos redigir como falamos, com os recursos e as virtudes da linguagem coloquial. [...] é o direto, o do dia-a-dia” (SQUIRRA, 2004, p.54). Dessa forma a objetividade é fundamental na transmissão da notícia. 2.3. A Busca da linguagem A “Televisão é imagem, mas a fala é fundamental”. A narrativa, a clareza na pronúncia das palavras, respeito do ritmo, velocidade e entonação, devem ser levadas a rigor. De acordo com Barbeiro; Lima (2002) apud Willian Bonner (2009), quando existe a leitura 37 malfeita, com erros, ou a falta da compreensão, podem fazer o telespectador perder o interesse pela notícia. Segundo Squirra (2004) no jornalismo, o repórter tem que primeiramente, saber escrever corretamente e atentar ao fato de que o texto redigido para o telejornal será ouvido pelo telespectador e ele deverá entender. [...] a busca do coloquial consiste, principalmente, na necessidade de se encontrar um nível comum de entendimento para a mensagem que se vai transmitir. Quanto mais palavras [...] forem familiares ao telespectador, maior será o grau de comunicação. Uma mensagem comum texto simples tem capacidade de atingir um maior público heterogêneo (classes sociais, instrução e idades diferentes). (PATERNOSTRO, 1999 p.55) Na afirmação de Rezende (2000), relata que quanto mais coloquial for o tom que o jornalista vier escrever e falar a mensagem elaborada, maior será o grau de comunicação e entendimento com o telespectador. No entanto, com público misto, em telejornalismo, não existem “fórmulas certas”, cada pessoa que se dedicar ao jornalismo, tendo a sensibilidade aliada ao bom senso. Para Paternostro, (2004), o profissional, irá descobrir sozinho o caminho e a solução para executar as tarefas da profissão de jornalista. Sendo que o processo desse meio de comunicação é sempre o direto. Nelson Traquina (2005) confirma, o jornalismo é uma prática discursiva, que ao longo da história, os jornalistas desenvolvem uma maneira própria de falar, uma linguagem “Jornalês”. Havendo uma necessidade tal, de dos jornalistas se comunicarem com todas as classes, étnicas, políticas e sociais existentes em uma sociedade. Para existir a compreensão e atingir por igualdade toda essa massa, Traquina (2005) lembra das frases que devem ser curtas, parágrafos pequenos, palavras simples, evitando as polissilábicas, a concisão, sintaxe direta e econômica, e utilização de metáforas para incrementar a compressão do texto. Além de todas as dicas, ser compreensível, na qual o discurso jornalístico deve “provocar o desejo, o desejo de ser lido/ouvido/visto. Assim o “jornalês” exprime-se de uma forma viva através da voz ativa”.(TRAQUINA, 2005, p.46) Ainda, de acordo com Traquina (2005), o “jornalês” é geralmente um formado específico na imprensa como a pirâmide invertida, que se tornou dominante no jornalismo. 38 Contudo, “a maneira de falar dos jornalistas está intimamente relacionada com o saber de narração.” (TRAQUINA, 2005, p.47) Para Bonner (2009), escrever para um telejornal é sempre diferente de escrever para um jornal. O repórter tem que utilizar o mecanismo instintivo para contar alguma coisa a alguém. Sendo esse mecanismo que saem os melhores textos de telejornalismo, mas, alerta, “muitas vezes, escrever como se fala não é nada instintivo. Não é assim que aprendemos na escola, na faculdade, escrever textos parecidos com o falar das pessoas de maneira sintética e clara”. (BONNER, 2009, p.235) A estrutura interna das notícias para os telejornais é planejada de maneira que leve ao telespectador a sensação de ter visto tudo e saber o que se passa de importante em todos os lugares, olhar o mundo através da televisão. De acordo com Squirra (2004) a “concisão e a objetividade” são fundamentais. A televisão pode criar uma tendência natural, pois ela atrai dois sentidos do ser humano, a visão e audição. Sem contar que muitas vezes, uma notícia de impacto afeta o emocional. Então, essa afinidade entre a imagem e a narrativa é uma questão respeitável. Paternostro (2004) finaliza que em telejornalismo, é necessário casar imagem e informação. Deve ter a preocupação de andarem juntos, com simplicidade, “o papel da palavra é dar apoio à imagem e não brigar com ela”. Tem que dar sentido no que se fala com que está sendo mostrado, deve ter uma preocupação diária, desde a concepção de uma pauta, durante a produção, até a edição final. Uma imagem fica no pensamento do telespectador por muito tempo, às vezes para sempre. O Rimo e o estilo de cada telejornal, são fatores que influenciam e para isso Paternostro, (2004), recomenda que é preciso respeitar o poder da informação visual, pois nela se descobre como unir à palavra. O jornalismo continuamente enfrenta novos desafios, na qual se deve ter “o compromisso de apresentar os acontecimentos à sociedade com veracidade, exatidão, clareza e rapidez de modo de unir pensamento e ação”. (MORONI, RUAS, 2006, p.15). Ainda conforme Moroni, Ruas (2006), deve existir a importância da independência, da honestidade, imparcialidade e a credibilidade dos meios de comunicação. Na época da censura, havia necessidade do cuidado com o uso das palavras, o telejornalismo teve muitas mudanças na linguagem televisiva, uma vez que as questões políticas eram visíveis. Pois, poderia de alguma forma influenciar nos telejornais. Com isso o 39 telejornalismo, acabou se afastando da realidade brasileira. “A superficialidade no tratamento dos fatos impedia a prática de um jornalismo mais denso e crítico” (REZENDE, 2000, p.115). Os acontecimentos regionais não tinham muita credibilidade e espaço em rede nacional, somente notícias em situação de catástrofe ou de fatos inusitados. Nessa época, as notícias do interior não chamavam a atenção nos telejornais, comenta Rezende (2000). O enfraquecimento da censura proporcionou o crescimento do telejornalismo, logo no início dos anos de 1980. Mas, ainda as emissoras não tinham assimilado como lidar com a liberdade de imprensa. A Rede Globo permaneceu centrada para não comprometer a situação de destaque que tinha na época. Ainda Rezende (2000) diz, que foi a implacável marcação da ditadura que fez esquecer o conteúdo e priorizar a “técnica e a estética”, deixando para trás a ética de fazer jornalismo. O sucesso só veio com maior impacto após a consolidação do sistema em rede, especialmente da Rede Globo, que detinha o controle absoluto do mercado nacional. Sobre isso, Rezende (2000) relata, que depois de anos acorrentada à censura, a Rede Globo precisava reaprender a forma de produzir o jornalismo, algo que “superasse o formal para conquistar a qualidade e conteúdo”. Eliminar com as práticas criadas antes da ditadura, que teriam causado as proibições à liberdade de imprensa. [...] a televisão brasileira, ainda que em pleno estágio de massificação, tem respondido crescentemente ao seu compromisso social, talvez até porque ela já tenha levado ao limite sua capacidade de fugir a esse compromisso. O Salto qualitativo dado ao telejornalismo nos anos 90 é uma razoável demonstração disso: ele se libertou em muitos casos das amarras oficiais, expandiu seu universo temático, encontrou novas formas de tratamento e ganho até sopros de independência em relação ao empresariado do setor. O que até a pouco tempo era um privilégio parcial de poucos jornais no país. (HOINEFF, 1996, 37-8 apud REZENDE, 2000 p.137). Hoje, o conteúdo dos telejornais pode ser lido em outras mídias, como na internet, sendo outra maneira de aproximação da notícia ao público. Conforme Toniazzo (2007), o telejornalismo não fica apenas no olhar, fala-se, discute-se, comenta-se dele. Sua influência favorece a formação de conceitos, que com o passar do tempo, por meio de constância e repetição da informação, vão sedimentando. E cada vez mais, os sentidos das imagens exigem o suporte da linguagem verbal. 40 O Estado de São Paulo, (1990) apud Rezende (2005) fala que o jornalista não deve perder de vista o universo vocabular do espectador, “nunca escrever o que você não diria”. Imprescindível fazer entender para o maior número de pessoas, uma linguagem simples, com um bom português, como se fosse um bate-papo espontâneo, uma conversa corriqueira do dia-a-dia. Com isso, os telejornalismos em Rede “apresentam e representam” a realidade aos brasileiros, de acordo com Vizeu, Porcelos e Coutinho, (2009 p.15), avaliam que o telejornalismo “contribuem para a construção de sua própria identidade como cidadãos de um país”. Essa avaliação é feita, pelo fato de ter sido um telejornal a primeira programação exibida em rede, o Jornal Nacional, programação essa que serviu para concretizar a “integração nacional” de rede. 2.4. Telejornalismo em Rede O primeiro programa televisivo a ser exibido em rede foi exatamente um telejornal, produzido pela Rede Globo em setembro de 1969, o Jornal Nacional, e deste então faz a interação nacional das notícias e acontecimentos diariamente, conforme Vizeu, Porcelos e Coutinho, (2009). Segundo Bonner (2009) “o furo atrai todas as atenções porque é escasso, valioso, ostensivo e simbólico”. Os telespectadores têm a curiosidade e querem saber como fez para consegui a informação em primeira mão. Dessa forma, a questão do alcance do Jornal Nacional é essencial. O jornalista deve ter sempre mente o que será mostrado para os telespectadores de todas as regiões brasileiras, todas as noites, “estrelados ou nublados” necessariamente o JN deve chegar ao seu objetivo, entrar na casa de cada cidadão brasileiro e dar o “boa noite”. O telejornal divide as cidades e as classifica de acordo com juízos de valor, de acordo com Barbosa,(1993) apud Vizeu, Porcelos e Coutinho, (2009, p. 21) “Tudo venha embalado pela oratória da imparcialidade e da neutralidade”. As informações que antes a população recebia através dos laços sociais, contato pela vizinhança, nas escolas ou até mesmo convívio de lazer e igreja, hoje se deparam em frente às telinhas dos telejornais. Assim, o telejornalismo em rede ocupa um lugar importante na sociedade brasileira, acaba interferindo 41 no cotidiano das pessoas, forma de conhecimento e referência, conclui (VIZEU, PORCELOS, COUTINHO, 2009, p. 31) O telejornalismo em rede tem como suporte, duas versões, conforme destaca Bonner (2009): temas factuais, que necessariamente devem ser mostrados com urgência no mesmo dia, e de temas da atualidade, esses podem ficar para o dia seguinte, que não perdem o sentido, é atual, mas não necessariamente urgente. “O equilíbrio entre temas factuais e temas de atualidade dá perfis distintos às edições de um telejornal”. (BONNER, 2009, p.20) Alfredo Vizeu defende que o “telejornalismo no Brasil é um bem público”, no sentido de universalidade dos conteúdos veiculados nos telejornais, na qual deve chegar a todos os cidadãos de uma forma igual de entendimento. “Os telejornais de rede se apresentam como a expressão da realidade nacional, ou não menos dos acontecimentos e temas mais importantes no país.”( VIZEU, PORCELOS e COUTINHO, 2009, p. 72). A Rede Globo procura mostrar a região com profissionais da região, criando assim as afiliadas ao grupo, Na qual Bonner, (2009), declara, “nos queremos mostrar o mundo aos brasileiros com os olhos dos brasileiros”, mostrando as regiões de norte a sul. Com isso o conglomerado de 121 emissoras que a Rede Globo possui hoje, em todo o Brasil, levar ao público os acontecimentos das comunidades locais com as emissoras regionais e pela própria Rede. [...] o telespectador pode acompanhar de perto, pelo jornalismo comunitário, os problemas que afetam sua cidade e seu estado. A chamada, “grade de programação” da Rede reserva faixas de horário para as produções locais. Ao mesmo tempo, esse mesmo cidadão, ao acompanhar um telejornal de Rede, como o JN, terá informações de cada canto do Brasil, trazidas por profissionais da região mostrada. (BONNER, 2009, p.33) O telespectador busca o autoconhecimento, um diferencial, dessa forma a Rede Globo procura essa relação, e tem apostado no jornalismo coloquial, informal, “mais próximo ao público”, produzindo o telejornal em parceria com a comunidade, mostrando as dificuldades e valores de cada região. Mostrando de perto a cultura local. Com essa aproximação para Vizeu, Porcelos e Coutinho (2009) observa-se o aumento do poder de consumo das classes de menor poder aquisitivo, inclusive na questão de “consumo de informação”, uma concorrência 42 mais acirrada entre as redes de televisão, em especial as que têm programação nacional mais popular. Bonner (2009) lembra que o profissional local tem vantagem de conhecer as peculiaridades geográficas, econômicas, culturais do lugar, transmitindo a informação com maior embasamento. Já, por outro lado, existe o distanciamento de assegurar uma reportagem no jornal nacional. Os telejornais locais, não costumam ser exibidos em rede nacional, quase não tem espaço, não são quesitos de tanta importância, a não ser algo que seja solicitado antecipadamente ou acontecimento marcante, ou seja, algo inusitado, conforme comenta Vizeu, Porcelos e Coutinho, (2009, p. 159) Explica Bonner (2009, p.102) que “não só em dias de acontecimentos estrondosos que o conteúdo de notícias se submete as avaliações comparativas. É uma pratica absolutamente corriqueira”. Quanto mais complexo o assunto, maior a possibilidade de ser produzida uma reportagem maior. No qual tem o objetivo de fazer todos compreenderem o tema. Maior também será o detalhamento e abordagem dos fatos. Para que se compreenda o conteúdo de um telejornal, é preciso que ele seja claro – e que o espectador preste atenção. E ai que surge uma questão capital para o telejornalismo. Se o público de um programa como o Jornal Nacional está eqüidistante do analfabetismo e da pós-graduação, e se está exausto ao fim de um dia de trabalho, em casa ou fora dela, como PE que nós jornalista, conseguiremos assegurar que ele preste atenção ao que estamos informando? Resposta: não há como assegurar isso. E esta é uma notícia boa para o público e para os jornalistas. (BONNER, 2009, p.229) Em um telejornal é necessário escolher abordagem correta de compreensão imediata e a linguagem natural de conversação. Bonner (2009) fala, se os jornalistas fizerem todos os dias dessa forma é provável que o público que acompanha entenda o significado e goste de estar junto e se identificam com aquilo. Construindo amizades, “uma relação de amigos, na qual aquele que tem informações a dar faça isso claramente, respeitosamente, criteriosamente.” (BONNER, 2009, p. 232). E o cidadão, estando de posse da informação, construa a sua própria opinião sobre a realidade que o cerca. 43 Para Pena (2008) diante da imprevisibilidade dos acontecimentos, as empresas jornalísticas precisam determinar práticas unificadas na produção de notícias. E, observando, a ordem do tempo e do espaço no telejornalismo, é que no próximo capítulo, inicia-se uma breve história do surgimento e expansão de uma das afiliadas a Rede Globo. Grupo da região norte a Rede Amazônica de Televisão, faz parte do objeto de estudo com o Jornal de Rondônia – que iremos relatar a formato da rotina de produção do Telejornalística em Rede do Estado. 44 CAPITULO III REDE AMAZÔNICA DE TELEVISÃO O Grupo Rede Amazônica surgiu na região norte, em diversos estados, cidades e no seu interior, em uma época pouco explorada pelos veículos de comunicação e sem contato com o restante do país. Surgiu como o único veículo de comunicação, em determinados lugares, mesmo antes da chegada do rádio. Com poucas fontes para descrição do capítulo, autores como Abrahim Baze, Eula Cabral relatam a história da chegada da televisão em um estado pouco conhecido e explorado na época. E para contemplar a parte sobre a rede em Rondônia, seu interior e o funcionamento do interior em Rondônia, foram utilizados o recurso como documentos de bases de dados da emissora, bem como planilhas, manuais internos, organogramas, e o resultado das entrevistas com abordagem exploratória qualitativa, direcionadas nas emissoras do grupo. Demonstrando assim o começo de uma era tecnológica em ascensão. 3.1 Amazônia em Cores O grupo Rede Amazônica de Televisão atua em diversas mídias e leva ao público, informações e entretenimentos por meio de programações locais e nacionais, transmitidos pelo sinal da Rede Globo. Programações essas, “[...] com muito conteúdo e formatos que agradam aos mais exigentes e diferenciados públicos” (ABRAHIN BAZE, 2002, p.22) Segundo site Portal da Amazônia – Rede Amazônica – Nossa História é com Você, Amazônia era um território despovoado e isolado dos demais territórios do Brasil. Porém a partir do século XX, esse formato de abandono se transformou. O que mudou o conceito de visão da região norte. Época em que a borracha movimentava a economia e fazia com que a região fosse aventurada por imigrantes interessados em uma nova vida. Surgiu então a família Daou, libaneses que migram para Manaus. O site ainda relata que a cidade se desenvolvia aos poucos. A família Daou acompanhou o progresso, mas, com o “desconhecimento do País em relação à Amazônia, sofriam” então, uma amizade de três jovens, decidiram juntar-se aos “irmãos interioranos”, 45 e assim, os Jornalistas Phelippe Daou, Milton Magalhães Cordeiro, Joaquim Margarido, todos ligados na área de comunicação, iniciam o projeto, e para isso, contaram com ajuda de Robert Phelippe Daou que era o capitalista do grupo. Objetivo de caminhar na direção no que se falava no Brasil na época, a televisão, veículo que transmitia instantaneamente os fatos, empreendedores mostrou para o resto do mundo o que de fato havia na Amazônia. Tudo começou com uma agência de propaganda, a Amazonas Publicidade Ltda, em 30 de setembro de 1968. Os Jornalistas Phelippe Daou e Milton de Magalhães Cordeiro, juntamente com o empresário de propaganda Joaquim Margarido, que na época residia no Estado de São Paulo, vislumbraram que o Decreto-Lei 288/67, que redimensionou a Zona Franca de Manaus, traria extraordinário fluxo de negócios para a cidade (BAZE,2002, p.51). Naquele mesmo ano de 1968, o Ministério das Comunicações, abriu uma concorrência pública para implantação de mais um canal de televisão em Manaus. Nessa época, expressa Baze (2002) que já existia a TV Ajuricaba, que hoje é a RBN (Rede Boas Novas), e iniciava também a TV Baré, atualmente a TV A Critica. Mesmo com essas emissoras atuando em Manaus, no ano seguinte após analisarem detalhadamente o edital, decidiram apresentar um projeto, submetendo-se ás exigências necessárias. Era necessário um número de pessoas para compor a sociedade, assim as esposas participaram como sócias. De acordo com Aluíso Daou (2007), “Não havia cotação, era concorrência pura e simplesmente, ganhava o melhor”. Após o resultado final, o Ministério das Comunicações anunciou como vencedora, a Rádio TV do Amazonas Ltda. E logo no início de 1970, foi outorgado o canal de televisão e determinou dois anos para a implantação da emissora. Milton Cordeiro (Jun.1999), diretor de jornalismo em entrevista concedido a Cabral (2004) afirma que: “Tudo que nós fizemos foi com iniciativa particular dentro dos projetos apresentados ao Ministério das Comunicações. Nunca tivemos um empurrão de governo militar, absolutamente, e nem de qualquer outro governo hoje.[...] Não devemos favor a ninguém, graças a Deus. Não dependemos de senador, de deputado e nem de governador. Nós queremos conviver com ele muito bem, mas na hora de criticá-lo, nós fazemos a critica. O nosso interesse é com a região, com o desenvolvimento da Amazônia, e não com nenhum grupo político ou econômico”. Baze (2002) ressalta que após terem ganhado a concessão tiveram que alterar o projeto para que a Rádio TV do Amazonas fosse constituída. O banco “London Bank “ onde 46 estavam fazendo os empréstimos para a concepção do canal, impôs que somente aprovaria a verba se fosse inaugurada a TV em cores. Ao receber a notícia houve preocupação, Phelippe Daou (2007) comenta que já estavam com dificuldades de programar o pagamento do primeiro montante que haviam emprestado e como iriam pagar esse novo empréstimo, mas para a surpresa dos sócios, o banco acreditando no resultado, garantiu, liberou nova verba. A partir daí foi a fundada primeira televisão do Estado, totalmente projetada para operar em cores, alterando todo o seu projeto original e também seus equipamentos. “Adaptando dessa forma ao sistema PAL-M (codificação do sinal de cor em uma sub-portadora, no padrão de formação de imagem "M"). O que ocorreu no dia 10 de agosto de 1972, quando a emissora levou ao ar, pela primeira vez, o sinal do canal 5 em fase experimental”. Consta no site portalamazonia, que depois de passar por todos os ajustes necessários, e passar pelo período de 30 dias em testes experimentais, a Rede Amazônica foi inaugurada no dia 1º de setembro de 1972. A única TV da Amazônia a transmitir a programação em cores. Os princípios que marcaram a convicção dos fundadores eram de que seria possível exercer a atividade comercial com o respeito aos princípios cristãos e o firme propósito de construir um novo momento no setor das comunicações no Amazonas. Esta ocasião ficou marcada na vida do povo do Amazonas, o lema adotado pela emissora que acabara de ser criada, cuja autoria o slogan era do então Presidente da República do Brasil, o general Emílio Garrastazu Médici: “Amazônia desafio que unidos venceremos”. (PHELIPPE DAOU, apud BAZE, 2002, p.53) No primeiro passo, a História da Rede Amazônica retrata que, a emissora transmitia as programações da TV Record, da Fundação Padre Anchieta e da TVE do Rio de Janeiro. Além de aquisições de uma programação variada, de desenhos, filmes, seriados pelos distribuidores Fox e a Columbia, o esporte era comprado em Miami, Rio de Janeiro e São Paulo. Assim, manteve-se durante um ano, até que naquela mesma fase em 1973, surgia a TV Bandeirantes, na qual os sócios começaram a dar impulsos decisivos para a expansão e formação de uma rede nacional, e nesse mesmo ano a Rede Amazônica filiou-se a TV Bandeirantes. Descreve Baze (2002) que a Rádio TV do Amazonas, após passar a ser afiliada da Rede Bandeirante, aproveitou os grandes espaços operacionais que eram oferecidos pela “cabeça de rede” nacional, incentivando sua programação local com duas edições diárias de 47 telejornal, além dos programas locais: Encontro com o Povo, A Hora do Povo, Amazonas em Revista, Sociedade, Portugal sem Passaporte. Também os eventos em praças públicas, que levavam milhares de pessoas a prestigiá-las, como a chegada do Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Festival de Rua, e corridas Ciclística e Pedestre Henrique Archer Pinto que é praticada até hoje em Manaus.. Além das apresentações com os bonecos Topo Gigio, e outros. Dos telejornais, o que ganhou destaque foi o Esporte, sendo um dos programas exibido desde o início das atividades da Rede Amazônica. Considerado pela rede um jornalismo esportivo com formato diferente de apresentar a realidade do esporte no Amazonas. [...] Produzindo comentário na outra ponta do vídeo, o telespectador também se encanta, acostuma-se a conviver frente a frente com o comentarista esportivo, acostuma-se, principalmente, a reconhecer a equipe, a opinar. Este programa conquistou o mais valioso dos prêmios, a credibilidade, que era a resposta popular neste esporte consagrado pelo povo e que, evoluindo, cresceu na própria identidade. (BAZE, 2002, p. 79) Passado esse tempo de pleno funcionamento em Manaus, os fundadores da Rádio TV do Amazonas, deram o nome fantasia de TV Amazonas, acreditavam que poderiam buscar algo além daquilo já conquistado. Como já citado anteriormente, “A palavra televisão significava ver a distância”. Baze (2002) indaga que no sentido de abrangência e sonhos, foi decidido pelos sócios, iniciar mais um projeto, o desbravamento de “regiões esquecida pelo Brasil,” ou onde a tecnologia de ver o mundo a distância ainda não tinha chegado. Ainda Baze (2002) comenta que Phelippe Daou reitera a ideia que “a vontade de trabalhar junto ao firme propósito do crescimento” fez com que a Rede Amazônica firmasse dezenas de transmissoras em localidades do interior da região. Mesmo em lugares onde não existia energia elétrica, trabalhando com motor gerador ou baterias de carro, fazendo assim, seu sinal chegar longe, atingindo até as fronteiras de cinco países limites com o Brasil, tais como: República da Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia. No início das instalações das emissoras, não havia satélite ou canalização terrestre para distribuição do sinal, por isso, Nivelle Daou (2007) revela que foram dadas soluções próprias para desenvolver certos produtos em que o mercado não oferecia para continuar com 48 a interiorização do sinal. Uma delas foi o uso do vídeo cassete, onde o Ministério das Comunicações passou a chamar de retransmissoras não instantâneas. Com isso, a Rádio TV do Amazonas inseriu-se no Brasil como pioneira, com aparelhos como recurso de transmissão, no formato U-MATIC(fita de gravação), recém-lançados pela Sony, no mercado internacional. Isso daria condições de levarem o sinal nos lugares mais distantes e difícil locomoção. Eula Dantas Taveira Cabral (2004) cita que ao inaugurar as demais retransmissoras, não existia equipamentos reserva, dessa forma cada emissora possuía um único aparelho de vídeo cassetes, que passou a ser a base, na qual permitindo “fazer a montagem e apresentar uma imagem descente”. Segundo Phelippe Daou apud Cabral (2004), “a manutenção dos programas era uma operação de guerra. Eles trabalham com mais de três mil fitas que eram distribuídas via terrestre, fluvial, do jeito que fosse possível”. Joaquim Margarido (2005) lembra ainda, que ficavam mais de quatro semanas, fitas em circulação com o interior. Cabral (2004), conta que ao entrevistar Nivelle Daou (1999) diretor técnico do grupo, relata que somente com a chegada dos satélites é que o veículo de comunicação começou a melhorar. Em 1982, as transmissões com satélite Intelsat (fornecedor de comunicação via satélite) diminuíram a agitação do dia-a-a-dia. Sempre, em que uma antena era instalada em alguma das retransmissoras a programação passava a ser instantânea. Já não acontecia mais os atrasos das programações no interior amazônico, junto com as dificuldades de transportes da época. Situação histórica da Rede que ganhava um novo ciclo, onde a tecnologia ocupava papel central. [...]A acertada decisão de utilizar os sistemas tornou possível a implantação da Rádio e TV do Amazonas em outras regiões, embora tenha havido a necessidade da organização de um Departamento de Tráfego que tinha a grande responsabilidade de suprir as emissoras e retransmissoras de programações em fitas. Este Departamento teve grande importância em determinado momento, pois manipulava cerca de dez mil fitas cassete UMATIC, que, em decorrência das dificuldades da própria região, eram transportadas por avião, barcos e ônibus, de tal modo que as localidades interioranas se mantivessem informadas dos fatos jornalísticos, culturais e de entretenimentos com a menor defasagem de tempo possível, com relação aos grandes centros. Em determinadas localidades, naquela época, esta defasagem chegava a até cinco dias, de acordo com as localizações das cidades. (BAZE, 2000, p .123) 49 Os avanços tecnológicos exigem atualização constante, e aquisição de equipamentos modernos no empreendimento televiso. Gerando deste modo, investimentos também na reciclagem e na adequação dos profissionais a nova tecnologia. “E assim, hoje, todas as nossas emissoras encontram-se totalmente digitalizadas, dentro de um processo tecnológico altamente moderno. Desta forma, a televisão digital significa um avanço considerável na qualidade de imagem, som e dados.” (BAZE, 2002 p. 123,124). Desde o princípio, a proposta da Rádio TV do Amazonas, era unir a força das emissoras regionais a uma única programação. Para tanto, só foi possível após terem priorizado os investimentos pela qualidade de serviços e determinação. Em entrevista Milton Cordeiro (abr.1999) apud Eula Cabral (2004), afirma que apesar de todos os problemas enfrentados, “o grande impulso do grupo sempre foi levar a informação a todos os amazônicos, independentes de qualquer dificuldade de acesso.” Com isso, a Rede Amazônica consegue com exclusividade um canal do satélite Brasilsat (grupo de satélites brasileiros, operados antigamente pela Embratel, hoje pela Star One), que possibilitou a transmissão para as emissoras e retransmissoras do grupo, com a mesma programação de Manaus, buscando o interesse da comunidade regional. O projeto audacioso de integração amazônica fora então completado com a implantação, em 1990, de uma Sucursal em Brasília. Esta, destinada a produzir a cobertura jornalística dos mais importantes assuntos políticos e econômicos, de grande interesse para a nossa região, com transmissão imediata para Manaus e para toda a Amazônia Ocidental, através das nossas emissoras e retransmissoras. (BAZE, 2002, p.124) Em 1998, Cabral (2004) confirma que foi investido de U$$2milhoes no projeto que promovem um contato direto com o satélite, facilitando a transmissão instantânea das informações dentro e fora da região. “Você pode mandar uma matéria de qualquer canto instantaneamente [...]as regiões passaram a ter uma presença na rede nacional muito mais intensa” afirma o diretor técnico de Rede, Nivelle Daou apud Cabral (2004). A Rede Amazônica indaga, Milton Cordeiro (jun.1999) apud Cabral (2004) é o nome fantasia do Grupo Rádio TV do Amazonas Ltda, que é composta de rádio e televisão, que por sua vez, cada região leva o nome da emissora a identificação local quando é interior e da cabeça de rede, ou seja da capital o no do Estado, exemplo: Rádio TV do Amazonas Ltda em Manaus é TV Amazonas, e é dividida em vários setores, sendo Departamento Comercial, 50 que trabalha junto com setor de Marketing e vendas de publicidade, Departamento técnico, responsável pela instalação, manutenção e troca de equipamentos, e o Departamento de Jornalismo da TV, onde apresenta tudo que acontece na região, através dos telejornais. O regionalismo aumentou a demanda e o interesse, conforme Cabral (2004), a comunicação regional está ganhando espaço no cenário nacional e internacional. No caso da Rede Amazônica, atinge cinco dos sete estados. É o sexto maior conglomerado midiático do Brasil, e um dos principais da Amazônia. Dentro disso, Baze (2002) cita que a credibilidade que o grupo conquistou neste período, notou-se através de um telejornalismo sério e comprometido, sempre com intuito de defesa da região amazônica, valorizando o regional. “A noticia faz parte da sua programação sempre.” Aumentando a cada dia, o interesse de mostrar ao público os principais acontecimentos. As emissoras do grupo fazem a interação com materiais gerados diariamente para as capitais pelas próprias emissoras do interior da Rede Amazônica, promovendo a integração de toda a região. “[...] Esta forma de atuação aproximou ainda mais o público da TV Amazonas, fazendo dela sua bandeira de conquista.” (BAZE, 2002 p.127) De acordo com Cabral (2004) dos nove estados que fazem parte da Amazônia, sete estão na região norte: Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins. Todos estes estados estão sob domínio dos meios de comunicação ligados Rede Globo. Entretanto cinco destes citados recebem a cobertura do sinal da Rede Amazônica de Rádio e Televisão (RART). Para Milton Cordeiro (abr1999) apud Cabral (2004) o grupo Rede Amazônica, cobre municípios que não tem condições de pagar nada, (através da comercialização de publicidade) para receber o sinal. Porém a região tem uma antena parabólica sintonizada, e, é assistida pela comunidade local. “[...] É como Rondon. Ele não chegou e foi fazendo? Então, é esse o nosso espírito. Nós somos da região [...] Nós somos uma Rede, você vê: é Manaus (AM), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Macapá (AP) e Rio Branco (AC).” Com a iniciativa de instalação de retransmissora no interior do Amazonas, Porto Velho em Rondônia era a meta. “A Amazônia era o alvo de conquista”. Pensar em decifrar a região era enfrentar novos desafios, permitindo a chegar até a realidade. Baze (2002) relata 51 que, a partir dai o Território de Rondônia contava com um aliado, a Rádio TV do Amazonas Ltda, e não era um simples aliado, tinha o objetivo já traçado, de “trabalhar pelo engrandecimento de Rondônia”. (BAZE, 2002, p.138) A palavra de ordem de acordo com Phelippe Daou (2007) era a integração nacional, unindo pontos distantes da Amazônia. 3.2 A Rede Amazônica em Rondônia Em Rondônia, o veículo de comunicação surgiu em 13 de setembro de 1974, foi a segunda emissora a ser implantada pelo grupo Rede Amazônica. Com apoio do Governo do Estado, através de investimentos, permitiu-se consolidar mais um projeto do grupo criado por Phellipe Daou, Milton Cordeiro, Joaquim Margarido e demais sócios de comunicação, pra a região norte. [...]Já estamos na Amazônia. Vamos agora à Rondônia, esperamos chegar ao Acre e Roraima tão somente para que, através da programação bem orientada e minimizando custos, possamos refletir ou propagar a imagem real do Brasil para os brasileiros e para os nossos vizinhos.[...] Veículo de informação instantânea no Brasil em desenvolvimento, ele terá de estar presente em todos os fatos da vida nacional, informando dentro dos melhores padrões de verdade, dando, assim, a contribuição que sempre deve dar, para o êxito do trabalho e da ação de todos.(Discurso proferido pelo diretor-presidente Dr Phelippe Daou em Brasília : in: Baze, 2002, p.146) Segundo Baze (2002) ninguém poderia deter os avanços tecnológicos, com satélites ligados ao mundo, através da imagem e som ao mesmo tempo. Pensando que os fatos acontecem com muita rapidez, era necessário o registro diário, com pensamento que “os grandes arquivos da humanidade continuam sendo os depoimentos de pessoas que vivenciaram os fatos de uma época” (BAZE. 2002, p. 165) Nivelle Daou (2007) lembra quando chegou a Rondônia o trecho da BR 364 não era asfaltada, e havendo necessidade de percorrer o estado, tinham dificuldades, pois, passando no período de seca, existia muita areia, e os carros ficavam atolados, e período de chuvas atolados na lama, principalmente entre as cidades de Cacoal e Vilhena. “Tanto faz a época do ano, era muito penoso fazer isso”, conclui Nivelle Daou. 52 Apesar das anomalias encontradas pelos desbravadores deu-se início a um novo veículo de comunicação em Rondônia. Com a chegada dos equipamentos adquiridos pela emissora para a produção dos programas que seriam transmitidos, foi necessário um Transmissor 2.61, que segundo Baze (2002) em primeiro momento atendiam as necessidades da época. A emissora também tinha um determinado horário para entrar ao ar, era às 18h, com o passar do tempo, com a melhora significativa da comercialização das publicidades, a emissora começou a andar sozinha, podendo estender seu horário, aumentar a sua programação e consequentemente o quadro de funcionários. Um dos momentos que marcou a TV Rondônia e a capital Porto Velho foi a novela, na época exibida por ela e produzida pela TV Educativa, Meu Pedacinho de Chão, que marcou de tal forma a população, acabando após o término da mesma, por criar o bairro Meu Pedacinho de Chão. A TV Rondônia sempre esteve presente na historiografia do atual Estado de Rondônia. Nos momentos difíceis, a emissora foi fiel ao relato dos fatos jornalísticos. De 1974 a 1981, passaram-se sete anos de lutas e conquistas maiores, que seriam a transformação do Território de Rondônia em Estado de Rondônia. A emissora se fez presente e marcou a sua luta, contribuindo para esta conquista. Com o Projeto de Lei Complementar, o então Território de Rondônia passou a ser denominado, em janeiro de 1981, Estado de Rondônia.(BAZE,2002 p.166) A TV Rondônia precisava de uma programação local, era imprescindível envolver todas as classes sociais, clero, sexo e idade da região. Havendo essa necessidade, a emissora contratou profissionais que seriam responsáveis por três programações telejornalística locais: Bom-Dia Rondônia, Amazônia em Revista e Jornal de Rondônia. Mas, para chegar a ser um veículo de integração regional, precisavam aprofundar-se no interior do Estado, e, defende Baze (2002) que os fundadores do grupo Rede Amazônica, entenderam que era chegada a hora de desbravar mais um pouco, marca no contexto da comunicação nacional. Assim, quando o Governo Federal abriu a licitação para a região, Phelippe Daou e seus sócios, fizeram novo projeto para a integração Amazônica ser completa. Após requerer abertura de concorrência e ganharem a concessão para as demais localidades, Baze (2002) descreve que o Jornalista Ulisses Paes de Azevedo Filho foi contratado para iniciar o projeto no interior de Rondônia, porém, viera a falecer em 04 de novembro de 1987, deixando acervo expressivo de trabalho e anos de dedicação à causa do jornalismo na Amazônia, em especial a Rádio TV do Amazonas. 53 O intuito era desenvolver a Rede para valorização da região era o intuito. Dessa forma, Aluisio Daou irmão de Phelippe Daou seguiu a obra iniciada, onde foi seu primeiro trabalho efetivo no grupo. Era momento de vitalização do eixo de Rondônia, e precisava passar por uma reengenharia de processo físico conforme Aluisio Daou (2007) e de transmissão do sinal de vídeo e áudio, e passou conduzir e reverter situações anormais, que durante muito tempo tiveram dificuldades de administrar, “e dessa forma deu origem as minigeradoras no estado, ou seja, as televisões que tinham o direito de transmitir imagens locais.” [...] crescendo com a região, estaremos construindo uma Amazônia forte e pujante. Podemos ressaltar o êxito das nossas conquistas a alguns fatores básicos: a expansão e o progresso que a região ofereceu a competência e a dedicação dos profissionais da região e, principalmente, à vontade de levar a Amazônia para o Brasil.(BAZE,2002, p.171) O grupo Rede Amazônica após alguns anos conseguiu atingir todo o Estado de Rondônia começando por Guajará-Mirim e terminando em Vilhena, aonde construíram todos os prédios das emissoras, mais de 23 cidades que hoje o Estado de Rondônia conforme Aluisio Daou (2007) cobre quase 100% com sinal da Rede Amazônica. Para que o veículo de comunicação tivesse a identidade do local, as estações de televisão do interior, foi identificado apenas pelo nome do município, como citamos de Manaus, houve a continuidade da referencia regional, onde estão localizadas: Porto Velho/TV Rondônia, TV Ariquemes, TV Ouro Preto D'Oeste, TV Jaru, TV Ji-Paraná, TV Presidente Médici, TV Cacoal, TV Rolim de Moura, TV Pimenta Bueno, TV Espigão do Oeste, TV Santa Luzia, TV Vilhena, TV Colorado, TV Cerejeira e TV Guajará- Mirim, e demais municípios. Rondônia esteve sempre junto à nossa vontade de servir. A comunidade escreveu a sua história, vivenciada em emoções do seu dia-a-dia, o que contribui para o fortalecimento do Estado de Rondônia”. “[...]O vigoroso crescimento das áreas que alcançam o nosso sinal tem possibilitado a realização dos objetivos da Rádio TV do Amazonas, o que acentua, de modo contínuo e duradouro, a renovação do compromisso inicial da diretoria, aliado ao desenvolvimento de toda aquela região, nos aspectos econômico, social e cultural do Estado. (BAZE,2002 p.171) A partir de 1983 as emissoras da Rede Amazônica de Televisão, já constituídas em Porto Velho(RO), Rio Branco (AC), Boa Vista (RR) e Macapá(AP), passaram a transmitir o 54 sinal da Rede Globo, tornando-se afiliadas do grupo Roberto Marinho. Porém a TV Amazonas de Manaus, tornou-se afiliada Rede Globo somente em 1986. De acordo com site Portal da Amazônia, somente com a programação unificada, foi possível, um canal exclusivo do Brasilsat, o que possibilitou a transmissão das programações de Manaus, direto para as demais emissoras e retransmissoras da Rede. O site portalamazonia menciona que, uma das marcas de Phelippe Daou é o “Pioneirismo” Na qual a TV Amazonas foi à primeira geradora em cores, no Brasil. GuajaráMirim em Rondônia foi à primeira transmissora a ser implantada na Amazônia e primeira do Brasil em transmissão não simultânea. E é a única Rede que mantém até hoje, uma Sucursal em Brasília. O objetivo era manter o jornalismo sempre junto à comunidade, por isso a TV Rondônia passou a ter a sua programação local voltada conforme quadro de programação a seguir: PROGRAMAÇÃO BOM DIA AMAZÔNIA DIAS DA SEMANA SEGUNDA À SEXTA HORÁRIO 07h30min GLOBO ESPORTE SEGUNDA À SÁBADO 11h50min AMAZÔNIA TV SEGUNDA À SÁBADO 12h45min JORNAL DE RONDÔNIA SEGUNDA À SÁBADO 19h10min VIAGENSPELA AMAZÔNIA SÁBADOS 08h05min AMAZÔNIA EM REVISTA SÁBADOS 08h40min ZAPPEANDO SÁBADOS 09h55min AMAZÔNIA RURAL DOMINGO 06h00min Tabela 1 - Quadro de programação local da Tv Rondônia (TV RONDÔNIA,2011) Entretanto, no site portalamazonia.globo, destaca que os programas Viagens pela Amazônia, Amazônia em Revista, Zappeando e Amazônia rural, são produzidos por Manaus, já os demais telejornais são produzidos pelas emissoras locais, em Porto Velho, pela própria TV Rondônia em parceira com as demais emissoras da Rede do interior do estado, fazendo a integração do regional. 55 De acordo com Gerente de Jornalismo do Estado de Rondônia, Nonato Neves (2011) cada telejornal tem o seu perfil próprio para o horário: Bom dia Amazônia – BDA - um telejornal que retrata os primeiros acontecimentos, notícias do dia e também matérias feitas na noite anterior. Está no ar desde 18 de abril de 1977. Procura direcionar matérias sobre agricultura, economia, contém entrevistas, e assuntos variados dentro do interesse para o homem do campo e empresários. Globo Esporte – Além dos telejornais, o Esporte é faz parte de um dos principais programas na Rede Amazônica. O Globo Esporte é onde encontra todas as notícias de futebol e outros esportes do Estado. Amazônia TV – AMZTV - é o espelho da comunidade, direcionado para mostrar os problemas nos bairros, escolas, hospitais, falta de policiamento, dentre outros fatores importantes que são destaques durante as manhãs. O AMZTV apresenta entrevistas de estúdio, matérias geradas pelo interior e outros Estados da Região Norte. Jornal de Rondônia – JRO –refere-se ao principal jornal da Rede Amazônica, como destaca Neves (2011). Direcionado para exibir todos os fatos importantes ao longo do dia de todo o Estado, mostrando conteúdos diversos, como política, cultura e esporte, economia e outros assuntos pertinentes. O telejornal é exibido para todo o estado com a participação marcante de todas as praças (emissoras) do interior de Rondônia, sendo três blocos, e destinando o último para as emissoras locais. Além da grade fixa de programação, a TV Rondônia gera boletins Jornal 24 horas e Rondônia Serviço, um breve destaque de notícias com de 30 segundos de duração, nos intervalos da programação nacional. Com todas as programações nacionais e locais, exibidas pela Rede Amazônica, disponíveis para população, e para melhorar o sinal exibido, o site portal da Amazônia observa a revolução da tecnologia digital, que chegando ao Brasil, a Rede Amazônia assume o compromisso de levar ao telespectador o sinal com alta qualidade através da TV digital. Vencido o compromisso de integrar a Amazônia ao mundo, hoje no século XXI, a Rede Amazônica às portas de seus 35 anos de existência continua sendo uma empresa que ao longo de todo seu histórico trajeto, luta pelos interesses da região amazônica e procura fazer um jornalismo dentro da liberdade de imprensa e da ética. Tem como propósito participar de tudo 56 que se relaciona com o Estado e com a região, tomando para si a missão de erguer o futuro, permanecendo na caminhada e registrando belas páginas no setor da comunicação na Amazônia. (PORTAL DA AMAZÔNIA, 2011) Em 2010, houve a centralização do canal da estadualização do sinal de todas as emissoras da Rede Amazônica que compõe o grupo. Com a estadualização segundo site portalamazonia.globo, cada estado produzirá o seu conteúdo que será disponibilizado para os municípios de cobertura. Anteriormente os estados cobertos pela Rede Amazônia recebiam sinal produzido em Manaus. Para isso, a TV Rondônia ganhou sinal próprio para transmitir através do satélite BrasilSat B, conforme demonstra o gráfico antes e depois da estadualização: Gráfico 01 – Estrutura utilizada antes a implementação da Estadualização1 (PORTAL AMAZONAS, 2010) Arte: Portal Amazônia 1 http://portalamazonia.globo.com/new-structure/view/scripts/noticias/noticia.php?id=104400 Estrutura Estadualização - acessado em 20/09/2011. 57 Gráfico 02 – Estrutura utilizada após a implementação da Estadualização2 (PORTAL AMAZONAS, 2010) Arte: Portal Amazônia Hoje, a Rádio TV do Amazonas Ltda – TV Rondônia que recebe seu sinal da Rede Fuso, transmite a programação uma hora a menos em relação ao horário de Brasília para todo o Estado e para suas retransmissoras. Com a concessão do canal 4 leva a programação local e nacional, e em fase experimental o canal 14, que pertence a TV digital da emissora TV Rondônia. 3.3 A Rede Amazônica no Interior de Rondônia No interior do Estado às retransmissoras nas cidades principais são compostas por: 2 http://portalamazonia.globo.com/new-structure/view/scripts/noticias/noticia.php?id=104400 Estrutura Estadualização - acessado em 20/09/2011. 58 RETRANSMISSORA CANAL TV GUAJARÁ-MIRIM 03 TV ARIQUEMES 07 TV CACOAL 06 TV JI-PARANÁ 05 TV VILHENA 05 Tabela 02 – Relação de retransmissora da Rede Amazônica em Rondônia (TV RONDÔNIA, 2011) Cada uma delas tem a sua recepção do sinal pelo satélite de Estadualização, através do sinal da TV Rondônia, e com a Rede Fuso, ou seja, uma hora de diferença da transmissão Globo. Produzindo para os telejornais da Rede e programação voltada ao regionalismo local. Também, cada qual tem sua estrutura própria, como redações e estúdios padronizados no quesito Globo. TV Guajará-Mirim - canal 3 - surgiu entre as décadas de 70 e 80, sendo o primeiro veículo de televisão na cidade. Com estrutura montada em uma sala cedida pela prefeitura municipal de Guajará-Mirim, Conforme Regilson da Silva Roman Gestor Administrativo da emissora, Phellipe Daou (Diretor Presidente da empresa), junto com prefeito Rigomero da Costa Agra, inauguram a primeira repetidora do grupo Rede Amazônica em Rondônia. Sua programação iniciava às 16h e encerrava às 00h. Recebiam como todas as demais filiais, materiais gravados em fitas de vídeo cassete. “O curioso é que na época não havia pavimentação asfáltica na rodovia, que ocasionava muitas vezes atraso nas fitas, ou seja, as notícias que veiculavam em todo Brasil aqui era veiculada com um dia de atraso devido às más condições da estrada.” Declara Roman (2011). Hoje, com sede própria à emissora é composta por 13 funcionários, e uma equipe responsável pelo jornalismo local. TV Ariquemes – canal 7 iniciou suas atividades na cidade de Ariquemes em 26 de Dezembro de 1979, hoje seu Administrador é Luis Claudio Macedo e executa um trabalho com a colaboração de 21 funcionários, sendo cinco diretos envolvidos com a produção do jornal local, e levam o sinal Rede Globo à 84 mil habitantes. De acordo com Elmo Torres, chefe administrativo (2011) O que motivou a instalação da emissora no município foi à necessidade de estarem em todo o estado, levando a informação aos lugares menos 59 favorecidos e concluindo o objetivo de instalação de mais uma concessão do sinal em todo o eixo de Rondônia. TV Cacoal – canal 6 - é mais uma microgeradora de televisão com sede na cidade de Cacoal, afiliada Rede Globo. Conforme Fabio Diniz (2011), a emissora transmite apenas um programa local, o Jornal de Cacoal, extensão do Jornal de Rondônia o JR, com uma duração média de 6 minutos. Produção independente pelo jornalismo, composto por 5 profissionais. Diniz (2011) cita que toda a produção feita pelas equipes de jornalismo é reproduzida em rede estadual nos demais telejornais da Rede ( Bom dia Amazônia, Globo Esporte, Amazônia TV e Jornal de Rondônia). A emissora também foi à primeira TV a se instalar na cidade de Cacoal em 13 de Novembro de 1981. Além da equipe de jornalismo o veículo possui uma equipe 20 funcionários. TV Ji-Paraná – canal 5 – no dia 05 de setembro de 1976 chegaram equipamentos, na então Vila de Rondônia para instalação de mais uma repetidora pertencente ao Grupo Rede Amazônica. Conforme Rosilene Teodoro Chefe financeiro da TV Ji-Paraná (2011) com ajuda indispensável do prefeito da época Walter Bartolo, conseguiram após alguns transtornos técnicos , com uma missa campal, inaugurar em 13 de setembro de 1976, as primeiras transmissões. As programações conforme Teodoro (2011) era feito através do mesmo processo já descrito anteriormente “do vídeo cassete”, e não havia publicidades nos intervalos, sendo necessário exibirem chips de músicas e anúncio de utilidades públicas. Atualmente a emissora, instalada em um amplo prédio, conta com um quadro de funcionários empenhados as atividades da emissora, ao total são 25 colaboradores, distribuídos em vários setores, sendo destinados 4 exclusivos para a produção do jornalismo local. TV Vilhena – canal 5 - foi instalada na mesma data de emancipação do município de Vilhena, em 23 de novembro de 1977, e João Andrade de Castilho foi o primeiro gerente na época. De acordo com Arlene Balieiro (2011) – Repórter da emissora, a TV Vilhena foi a primeira empresa de comunicação a se instalar em Vilhena. Pioneira, chegou à cidade antes mesmo do rádio. Por isso acabavam dando notícias de falecimento e outros comunicados de utilidade pública. Ângelo Angelim (ex-governador de Rondônia) participava das locuções, sem imagem, as entrevistas realizadas com autoridades da cidade, só tinham áudio, pelo fato de não haver câmera filmadora na época. Hoje, possui 20 funcionários que atuam nas mais diversas áreas, e a emissora produz seu jornal local, com duas equipes diretamente ligadas na área jornalística. A afiliada Globo retransmite ao público vilhenense toda programação 60 nacional, estadual e regional da Rede Globo. Balieiro (2011) comenta que o Jornal de Vilhena, varia em média cinco a oito minutos e, “todo material exibido in loco também é reexibido para todo o Estado. Podendo outras praças fazer o intercâmbio de matérias, caso haja interesse local.” Conforme entrevista cedida por Milton Cordeiro(2011) destaca que: [...]A população do interior (não só das capitais) toma conhecimento em tempo real de tudo o que ocorre no Estado, no País e no mundo. E isso se dá quer seja por meio do sinal recebido diretamente do satélite ou pelo sinal que chega à sua casa por meio de várias retransmissoras e mini-geradoras. A grade de programação local contempla telejornais com integração regional, justamente para levar ao cidadão, à cidadã amazônicos, notícias que acontecem em seu meio. Para haver a integração total e atingir a todo Estado de Rondônia, cada uma das cinco cidades/ Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, ficam responsáveis pela estrutura e manutenção das repetidoras instaladas em pontos estratégicos. Pontos esses, próximos às estações de televisões locais. Portanto, cada retransmissora tem a comprometimento da manutenção das minigeradoras, sendo uma ou mais localidade ou distância específica, conforme relação das cidades. 61 MINIGERADORAS CANAL ALTA FLORESTA D’OESTE 12 ALVORADA D’OESTE 07 CEREJEIRAS 06 COLORADO DO OESTE 08 COSTA MARQUES 07 CUJUBIM 09 ESPIGÃO D’OESTE 11 JARU 10 BOM JESUS 08 SANTA CRUZ DA SERRA 08 TARILÂNDIA 08 MINISTRO ANDREAZZA 13 MIRANTE DA SERRA 11 MONTE NEGRO 12 NOVA MAMORÉ 12 NOVA UNIÃO 07 OURO PRETO 12 PIMENTA BUENO 07 SANTA BÁRBARA 05 SUPER MAMA 08 ROLIM DE MOURA SÃO MIGUEL DO GUAPORÉ 10 SERINGUEIRAS 10 TEIXEIRÓPOLIS 08 VALE DO PARAÍSO 10 08 Tabela 3 – Relação de Minegeradora da Rede Amazônica em Rondônia (TV RONDÔNIA,2011) 62 No entanto, o sinal de transmissão que as minegeradoras citadas recebe não cabe às retransmissoras locais retransmitirem. O Sinal recebido pelas retransmissoras é diretamente sintonizado através de antenas parabólicas destinada a cada localidade e o sinal enviado pelo satélite de Porto Velho, na qual fazem parte do sistema de estadualização da TV Rondônia transmite para as minegeradoras. O conglomerado das emissoras, retransmissoras e minigeradoras, que tem hoje a Rede Amazônia na região norte, de acordo com Joaquim Margarido (1999) apud Cabral (2004), diz que não era algo programado. “Ninguém nunca pensou num grupo, mas em uma televisão, foi feito por etapas. Montada em 26 anos. Não é um projeto. Hoje, acho que poucos no Brasil teriam condições de montar uma rede como essa”. Para a Rede Amazônica, o setor de jornalismo é relevante, a interação entre capital e interior deve ser inabalável. Para Milton Cordeiro (2011) O telejornalismo da Rede Amazônica é de grande valor “porque atinge a totalidade das cidades que têm o sinal da sua programação. O importante é o telespectador assistir no vídeo de sua casa a notícia mais destacada da sua cidade”. Com base na história da Rede Amazônica, o próximo capitulo será a contextualização descritiva de como é a rotina de produção do telejornalismo em Rede o Jornal de Rondônia – JRO com base a teoria newsmaking. 63 CAPITULO IV JORNAL DE RONDÔNIA RELATO DAS ROTINAS DE PRODUÇÃO EM REDE Com o aumento das redes de comunicação, observa-se a visibilidade dos telejornais nas regiões brasileiras, o que fez com que este projeto de pesquisa despertasse o interesse em relatar o processo da rotina e construção da notícia. Ou seja, um relato descritivo da produção telejornalística em rede, localizada no estado de Rondônia, especificamente da emissora TV Rondônia em Porto Velho e no interior a TV Cacoal, escolhida para representar as demais praças, integrante do Grupo Rede Amazônica de Televisão - afiliada à Rede Globo. O jornal em questão é exibido de segunda a sábado no horário das 19h - com o nome de Jornal de Rondônia – JRO. Para esta pesquisa, o relato descritivo leva em consideração os estudos do Newsmaking para auxiliar a compreensão de valores-notícia da emissora-alvo. Das categorias selecionadas de acordo com a teoria que envolve este trabalho – Newsmaking – destacam-se as seguintes: Interesses da organização Rede Amazônica de Televisão, Relação entre relevância/factualidade/brevidade da notícia na Rede em Rondônia; e Rotina de Produção, das quais são identificadas como suporte em subcapítulos a seguir estruturados. 4.1 Interesses da organização Rede Amazônica de Televisão Nesta categoria classificada como o de interesse da organização, o relato descritivo a seguir se baseia na ideia dos autores; Felipe Pena (2008), Mauro Wolf (1994) e Nelson Traquina (2005) que descrevem, basicamente, que os interesses são relacionados à organização e a estruturação do meio de comunicação, na qual os valores-notícia podem ter interferência do veículo e constrangimentos organizacionais, o que buscou-se observar a Rede Amazônia de Televisão, especificamente no Jornal de Rondônia – telejornalismo em rede no Estado em que está inserido. Para tanto, são utilizados documentos, depoimentos e conteúdo da teoria do jornalismo Newsmaking, sob a ótica do interesse de organização do telejornal e veiculação diária no Estado e no Interior. 64 A Rede Amazônica de Televisão possui uma rotina de apuração dos fatos a partir de um rigor determinado pela direção e presidência do grupo. É uma empresa que não possui vínculo político e econômico, conforme relata o vice-presidente do Jornalismo e um dos fundadores, Milton Magalhães Cordeiro (2011). Este destaca que a organização possui ambientes próprios para o setor de jornalismo e demais atividades de trabalho: “A empresa dispõe de equipamentos modernos da chamada Era Digital e trata o telespectador com dignidade proporcionando-lhe a programação nacional Globo e o forte sentimento regional de Amazônia”. O grupo possui uma hierarquia dentro do seu quadro. Na estruturação funcional da Rede Amazônica, como se pode observar, através do organograma vice-presidência, ligado diretamente ao jornalismo, sendo: 65 ORGANOGRAMA DA VICE-PRESIDÊNCIA DE JORNALISMO Diretor Presidente Dr. Phelippe Daou Vice-Presidente Jornalismo Dr. Milton Cordeiro Editor Geral Luís Augusto Gerência Jornalismo TV AP Arilson Freires Gerência Jornalismo TV RR Airlene Carvalho Gerência Jornalismo TV AC Jefson Dourado Gerência Jornalismo TV AM Ercilene Oliveira Gerência Jornalismo TV RO Nonato Neves Gerência Jornalismo Sucursal Brasília Cláudia Moreira Chefia de Reportagem Luciane Dutra Supervisão de Geração de Núcleo de Rede José Lages Coord. Interior de Jornalismo Valdomiro Tavares Coord. Pauta Andrea Vale Supervisão de Edição e Estúdio Mauro Jorge Supervisão de Cinegrafia Nilton Rui Jornais Núcleo Rede Globo Anacarla Amaro Ed. Chefe Amazônia TV Érika Sá Ed. Chefe Jornal do Amazonas Cleo Pinheiro Ed. Chefe Bom Dia Amazônia Maura Lapa Ed. Chefe Globo Esporte Eduardo de Paula Aprovado por: Dr. Milton Cordeiro - Revisão 01 17/9/2009 CÓPIA CONTROLADA – Quando impressa será considerada cópia não-controlada. Rede Amazônica – Todos os direitos reservados Gráfico 03 – Organograma de produção TV Amazonas (TV AMAZONAS, 2009) Para os demais estados, existe um Gerente de Jornalismo atuante, que no caso de Rondônia confere a função ao jornalista Raimundo Nonato Rodrigues das Neves. Na sequência, as demais funções diretamente ligadas à produção nas demais retransmissoras, 66 sendo que apenas o Jornal de Rondônia tem parcela de tempo destinada a cada cidade participante da rede no Estado. Gráfico 04 – Organograma de produção TV Rondônia (2010) Para produção diária de quatro telejornais, como destacado no terceiro capítulo desta pesquisa (p.62) o Editor-Geral, Luis Augusto Pires Batista (2011), que é responsável direto pelos telejornais quando se trata em Rede Geral, quantifica as equipes em cada Estado. Esses números de profissionais são responsáveis para produzir e exibir um jornalismo “capaz de cumprir com os padrões globais”, sendo uma exigência como afiliada Globo que o formato siga o modelo definido pela Central de Jornalismo Globo. Para conseguir atingir a exigência, Batista, (2011), relata que, Porto Velho conta com seis equipes, que produzem uma média de 14 matérias diariamente para os telejornais. Manaus possui treze equipes e produzem 26 reportagens diárias. Já o interior de Rondônia é composto com uma equipe em Guajará, duas em Ariquemes, Ji-Paraná e Vilhena, e três em Cacoal, um dos motivos pelos quais ser a escolha como representante das demais emissoras do interior para demonstrar junto com a capital o formato e a interação do telejornalismo em rede no Jornal de Rondônia. 67 Como o foco desta pesquisa é o relato descritivo das rotinas de produção do telejornalismo baseando-se na teoria Newsmaking, ressalta-se o que Mauro Wolf (1994, p.187) apresenta sobre as organizações e a estrutura dos meios de comunicação: “As exigências organizativas e estruturais e as características técnico-expressivas próprias de cada meio de comunicação de massa são elementos fundamentais para a determinação da reprodução da realidade social fornecida pelos mass media”. Para o autor, sem um formato organizacional interno os meios ficam volúveis aos acontecimentos e formato de apresentação. Qualquer órgão de informação tem objetivo declarado de fornecer relatos dos acontecimentos significativos e interessantes ao seu público. Conforme declara Tuchman apud Wolf (1994) que também cita, como meio de informação sendo uma organização complexa, não podendo trabalhar com fenômenos sobre a maneira que vê, ou uma forma própria como que cada pessoa tenha. Este mesmo autor descreve que os órgãos de informação para produzirem notícias devem seguir exigências que são devidas a cópias de fatos que acontecem e devem cumprir três obrigações: 1. Devem tornar possível o reconhecimento de um fato desconhecido (inclusive os que são excepcionais) como acontecimento notável. 2. Devem elaborar formas de relatar os acontecimentos que não tenham em conta a pretensão de cãs fato ocorrido a um tratamento idiossincrásico: 3. Devem organizar, temporal e espacialmente, o trabalho de modo que os acontecimentos noticiáveis possam afluir e ser trabalhados de uma forma planificada. Estas obrigações estão relacionadas entre si (TUCHMAN, 1977 apud WOLF 1994 p. 189) A Rede Amazônia oferece autonomia de gerenciamento de informações entre a capital e o interior para produção estadual aponta Batista (2011), mas sempre mantendo contato diário entre os cinco estados da Rede. Decidido assim, pois acreditam que as emissoras do interior, como neste caso, o de Rondônia tem estrutura para manter os jornais inteiramente locais. Todo dia procuro ter um contato direto com todos os gerentes, pra saber as coisas, as demandas importantes que estão acontecendo em termos administrativos. E mesmo no noticiário do dia-a-dia. A gente tem uma troca diária de matéria. [...] cada praça gera três materiais por dia pra Manaus e isso é trocado entre as praças (BATISTA, 2011). 68 Segundo os estudos de Mauro Wolf (1994) a autonomia profissional pode causar uma distorção da informação inconsistente, que remete as práticas profissionais, as rotinas de produção, um modo diferente de desempenhar a função de informar. Mas, para ter uma informação integral e manter a “identidade de rede”, Batista (2011) comenta que é necessário fazer a troca de produtos, no sentido de colaborar com as emissoras do interior, avaliando sempre a importância regional das notícias. O editor-geral destaca ainda que a interação do interior com a capital, é primordial entre os profissionais do grupo, definir linguagem e estilos a partir de um padrão definido. Nelson Traquina (2005) remete a ideia que existem grupos de jornalistas que afirmam possuir conhecimentos ou saberes especializado que englobam as diferentes estratégias de comunicação. Grupos pelos quais que sabem definir o que são notícias e como produzi-las. Traquina(2005, p.20) diz ainda que: “O “campo jornalístico” começou a ganhar foram nas sociedades ocidentais, durante o séc. XIX, com o desenvolvimento do capitalismo e concomitantemente, de outros processos que incluem a industrialização, a urbanização, a educação em massa, o processo tecnológico e a emergência da imprensa como “mass media”. As notícias tornaram-se simultaneamente um gênero e um serviço; o jornalismo tornou-se negócio e um elo vital na teoria democrática; e os jornalistas ficaram empenhados num processo de profissionalização que procurava maior autonomia e estatuto social.” Nessa visão, a interação entre a capital e as demais cidades do interior de Rondônia deve estar focada no mesmo pensamento, interagindo em relações sociais e técnicas, “uma construção social de uma realidade que está em constante transformação” (TRAQUINA, 2005, p.78). Para que desenvolvesse um padrão de ação e transformação dos fatos, Nonato Neves, que participa de todo processo de produção das notícias, discussão de pauta, motivação das equipes, dentre outros (2011) registra que em 2009 a TV Rondônia criou uma função para essa interação: a Coordenação do Interior. “A jornalista Evelyn Morales foi a primeira pessoa a assumir este cargo na empresa; fazendo existir uma aproximação entre as equipes do interior e capital. Essa função teve como objetivo de rede, ligar todos os responsáveis pelo jornalismo das praças”. O jornalista resume que a integração deve funcionar como se a redação fosse uma só, porém respeitando as diferenças entre elas. 69 Neste aspecto, Traquina (2005) relata que “o processo de profissionalização leva à formação de grupos organizados” (p. 23), sendo assim, este processo gera uma cultura, que é um das características mais importantes de uma profissão e incide nos seus valores. O sistema organizado do profissionalismo e criação da cultura local dentro da Rede Amazônica é citado pela Chefe de Redação da TV Rondônia, Bethânia Meireles (2011), como um sistema que busca criar ideias e gerar uma relação entre os colaboradores de cooperação, de poder colocar em prática a proposta que a emissora vem galgando, que é “trabalhar em rede”. Criar uma identidade profissional regional, no pensamento e comportamento através do desenvolvimento. Situações de trabalho que fazem destas interações, conforme define Neves (2011), uma ideia de auxiliar, acompanhar e melhorar os trabalhos das equipes das emissoras do interior. Obtendo resultados, como o aumento das ofertas de materiais das emissoras integradas para a TV Rondônia. A jornalista Andréia Fortini (2011) atual Coordenadora de Rede, é responsável pela organização do fluxo das matérias geradas pelas equipes de jornalistas do interior para capital de Rondônia. Ela afirma, do mesmo modo que no Jornal de Rondônia, o foco principal é de pesquisa, e sua colaboração com o interior é desempenhar um intercâmbio, para garantir a participação das emissoras em rede. “[...] Já que o telejornal (Jornal de Rondônia - JRO) é dividido em 3 blocos e o último já é direcionado à produção local [...] com muito esforço das equipes das praças do interior temos garantido uma boa participação em rede”. Felipe Pena (2008) apresenta em suas compilações que o processo de produção da notícia é planejado como uma “rotina industrial”. Sendo assim, a TV Rondônia passa por procedimentos próprios e limites de organização. “O jornalista passa por uma submissão de um planejamento produtivo” (p.129). O autor alerta para a possibilidade de uma “distorção inconsciente”. O repórter e apresentador do JRO local da TV Cacoal, interior de Rondônia, Fábio Diniz (2011) comenta que algumas lógicas internas não significa que desconheça a existência de uma relação, mesmo sendo profissional. As preferências pessoais na seleção e filtragem das notícias fazem com que existam “dificuldades de comunicação, o que acaba comprometendo” certas rotinas de produção do trabalho. 70 Desempenhar bem a função de jornalista faz parte das exigências que está submetido, a cobrança de resultados e a estrutura funcional, menciona Traquina (2011). Com isso, Fortini (2011) conclui que o sentido de relacionamento entre chefias imediatas da capital com as redações do interior de Rondônia, tem sido avaliado como bom. “Já que existe uma preocupação ainda maior com o JRO, tendo em vista ser o principal jornal da casa. O acompanhamento é mais rigoroso quanto a veiculação de materiais”. A TV Rondônia busca desde a implantação da Coordenação do interior, “motivar e incentivar” as equipes de jornalismo do interior do estado, para que haja aumento das produções de matérias, e aumento do envio para os blocos estaduais. Com esse crescimento, automaticamente conseguem emplacar ao mínimo uma “matéria (VT), uma nota coberta (NC) ou stand up das praças no JR”. Conclui (FORTINI, 2011). Para o Editor de imagens da TV Cacoal, Fábio Scher (2011), o que mais atrapalha o cumprimento das rotinas diárias na relação capital-interior é de aspecto material-tecnológico: “Passamos por muitas dificuldades do dia a dia, falta de equipamentos [...]às vezes a ilha de edição que não ajuda, ou mesmo a nossa própria baixa estima de alguns dias devido problemas [...] mas o nosso amor pelo que fazemos e a fé em Deus que um dia tudo irá mudar são o nosso combustível para agüentar tais desafios”. Com a divisão do trabalho, os jornalistas desenvolvem os seus próprios interesses, como observa Traquina, (2005), ao reiterar que “o processo de profissionalização leva a ideia de portador e implica a existência de auto-interesse específicos do grupo, aplicadas aos jornalistas, as suas próprias necessidades de conhecimento.” O repórter Diniz (2011) expõe que “é muito difícil fazer jornalismo sério e comprometido com a ética em Rondônia, temos poucos recursos, poucas condições de trabalho e apesar das dificuldades, ainda conseguimos fazer um dos melhores, se não o melhor jornalismo do estado”. Já Batista (2011) acrescenta que os tempos mudaram, e com isso o mercado passou a ser mais exigente, e faz com que a Rede Amazônica se desenvolva rapidamente e promova projetos estratégicos para essa nova realidade tecnológica da “era digital” nas emissoras do interior de Rondônia. As direções do meio de comunicação podem influenciar o peso das notícias com a sua política editorial. Traquina (2005) menciona que com o novo conceito “o jornalismo como 71 informação e como um novo produto” (p.189), os fatos acabam passando um processo de industrialização e comercialização. Outro fator importante que o autor destaca é que houve um processo de profissionalização de pessoas que escolheram o jornalismo como uma atividade de vida. “Verificamos que o processo de profissionalização ainda não está completo, e que se desenvolveu nos diversos países em ritmos diferentes” (TRAQUINA, 2005, p.189). Dessa forma, o interesse do veículo gera restrições ligadas à organização do trabalho. A maioria das empresas “determina a definição de notícia, legitimam o processo produtivo, desde a utilização das fontes até à seleção dos acontecimentos e às modalidades de confecção, e contribuem para precaver contra as críticas do público” (GARBARINO apud WOLF, 1994, p.189). A linha editorial do grupo Rede Amazônica é definida pela Central Globo de Jornalismo. Alguns setores são considerados estratégicos e suas particularidades, como setor comercial e de engenharia, como afirma Batista (2011), mas no caso do jornalismo seguem o “padrão globo de qualidade”. Através desta linha editorial, as emissoras esquadrinham profissionais no jornalismo que façam um produto para atender ao público, procurando conciliar a liberdade de expressão e os interesses econômicos e políticos da empresa. Nesse aspecto, a Rede Amazônia busca a padronização entre capital e interior, através de treinamentos que desenvolve ao longo do ano. Dentre eles a “Uniglobo Virtual” que é a central de cursos oferecidos pela Rede Globo (BATISTA, 2011). Também há anualmente um encontro entre todos os estados, na qual participam para encontrar uma linguagem, conforme Batista (2011), “que seja um padrão que tenha um padrão Globo. Essa busca pelo padrão envolve vários fatores, desde a linguagem, texto, revisão de texto e apresentação”. A organização gera uma influência mútua com os profissionais, que procuram um padrão qualidade, e mecanismo de controle da qualidade do produto final. Para Cordeiro (2011) reflete como base moral da empresa, na qual faz parte presente nas equipes de jornalismo, Cordeiro (2011) também acrescenta. A nossa conduta ética de agir é percebida pela sociedade. Os avanços tecnológicos são muitos e as equipes sempre estão se adequando às transformações. Nos locais mais distantes, em pontos estratégicos da região, sempre há um representante da Rede Amazônica para dar voz ao anseio da sociedade. Esse profissional representa uma população sofrida e mostra na 72 tela das TVs Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima, e consequentemente da Rede Globo, o que a Amazônia tem no seu quotidiano. O trabalho da Rede Amazônica abrange diversos estados, considera Batista (2011) é um diferencial das demais emissora do Brasil, e “fazer Jornalismo na Amazônia, no Amazonas é muito caro e muito difícil, a gente não tem estrada, [..] tem muito pouco acesso à várias localidades do estado”. Relata editor-geral enfatizando a missão e valores da Rede (Anexo II) quanto à integração regional e contribuição com informação organizada. 4.2 Relação entre relevância/factualidade/brevidade da notícia na Rede em Rondônia Para esta categoria, classificada como relação entre relevância/factualidade/ brevidade da notícia. Relato a seguir, se baseia na ideia dos autores; Felipe Pena (2008), Mauro Wolf (1994) e Nelson Traquina (2005) que descrevem, basicamente, a relação do fator tempo torna possível o reconhecimento de um fato notável, onde a organização faça fluir o trabalho de uma forma planejada e dinâmica, na qual esteja relacionado aos interesses da organização da Rede Amazônia de Televisão, especificamente no Jornal de Rondônia – Telejornalismo em Rede no Estado. Para tanto, são utilizados documentos, depoimentos e conteúdo da teoria do jornalismo Newsmaking, sob a ótica do interesse de organização do telejornal e veiculação diária no Estado e no interior. “O progresso tecnológico possibilitou à sociedade o acesso aos mais diferentes meios de comunicação, e com isso, a informação” (CORDEIRO, 2011). Ao atingir a totalidade das cidades que o grupo tem o sinal da programação transmitida pela Rede Amazônica, Cordeiro (2011) destaca a relevância do telejornalismo. “O importante é o telespectador assistir no vídeo da sua casa a notícia mais destacada da sua cidade. Outrora -- e talvez raramente -- o rádio se lembrasse da existência do interiorano que agora desfruta do noticiário qualificado, das novelas, show, etc. O mundo mais do que nunca faz parte de uma grande aldeia global, como definiu no passado o sociólogo MacLuhan.-- bem precioso da sociedade de consumo -- está mais presente na vida das pessoas. Isto é uma tônica na realidade de vida da Rede Amazônica: integrar as pessoas.” 73 Para que exista integração interiorana, em que a emissora possa oferecer a informação por meio da tecnologia disponível, Traquina (2005) fala sobre o sentido que o fato deve dar ao acontecimento, na qual a notícia deve ser notada. E compete ao jornalista tornar esse fato relevante às pessoas, demonstrar que tem significado para elas, ou seja, fazer compreender a relevância do fato. E para demonstrar tal significado, a TV Rondônia busca colocar em prática, conforme Neves (2011) argumenta o compromisso social local, como meta e responsabilidade do grupo, abrindo espaço nos telejornais, também para a interação com a população. Destacando alguns assuntos como: saneamento básico, saúde, moradia e outros. A relevância, de acordo com Traquina (2005) sendo um dos valores-notícia, responde a preocupação de informar ao público sobre os acontecimentos que são destaques, porque têm um impacto sobre a vida das pessoas. Determina que a noticiabilidade tenha a ver com a capacidade do acontecimento incidir ou ter impacto sobre as pessoas, região, país e nação. A programação local da TV Rondônia, busca contemplar os telejornais com integração regional, baseado em fatos relevantes e factuais locais. E para que isso aconteça , Cordeiro (2011) considera que o sinal de transmissão pode chegar “por meio do sinal recebido diretamente do satélite ou pelo sinal que chega à sua casa por meio de várias retransmissoras e mini-geradoras”. Onde, as comunidades recebem as notícias que acontece em seu meio. Mesmo tendo tal sinal, repete-se a ideia demonstrada no item anterior quanto à produção das notícias, que, para Wolf (1994, p. 188) “são aquilo que os jornalistas definem como tal”. Entretanto, para se tornar uma notícia relevante, faz-se necessária uma avaliação pelo grau de integração que ela apresenta nas fases de produção. O critério de noticiabilidade da emissora para o Jornal de Rondônia são materiais com repercussão, que chamam atenção por apresentar fatos regionais, através de matérias de todo o estado, afirma Fortini (2011) também são de interesse estadual e principalmente factual, que envolve a capital e o interior, juntas. No JRO de Cacoal, o foco é o fato, o imediato, sempre com o objetivo central de reconstruir esse fato de uma maneira mais fiel possível. Para Diniz (2011) “o critério depende do alcance, interesse social, repercussão e interesse da emissora”. 74 Com uma visão para execução da reportagem diária no Jornal de Rondônia, Meireles (2011) enfatiza que as equipes saem das redações já com pautas marcadas, na qual repassam um roteiro para que o assunto vire uma reportagem com o perfil da linha editorial do JRO. Em Cacoal, os próprios repórteres criam suas pautas e depois saem para buscar aprofundamento e ouvir todos, várias nuances da informação, relata Diniz (2011). As notícias apresentam um “padrão” geralmente estável e previsível. Traquina (2005) lembra que a previsibilidade do esquema geral das notícias deve-se à existência de critérios de noticiabilidade, isto é, valores-notícia que os membros jornalísticos partilham. Noticiabilidade são conjuntos de valores-notícia que determinam se um acontecimento, ou assunto, é susceptível de se tornar notícia, isto é, de ser julgado como merecedor de ser transformado em matéria noticiável. E por isso, possuindo valor-notícia(TRAQUINA, 2005, p.63). Diniz (2011) propõe também que “notícia é tudo aquilo que interessa de uma forma direta ou indireta a um maior número de pessoas possível”. Para o Jornal de Rondônia acompanhar o processo padrão, descreve Meireles (2011) “basta apenas que o editor do Jornal, em conjunto com a chefia, dê sugestões do que gostaria de ver com notícia naquele momento.” A partir de então busca-se no telejornalismo mostrar sua objetividade, separar informação de opinião, e utilizar a imagem como comprovante de verdade. Mas, “o que é notícia?” na percepção quanto ao newsmaking ou ao “fazer da notícia” de Traquina (2005), a notícia é a visão que os jornalistas apresentam de maneira simplista e minimalista: “Simplista porque segundo a ideologia o jornalista relata, capta, reproduz ou retransmitem o acontecimento. Minimalista, porque, segundo a ideologia dominante, o papel do jornalista como mediador é um papel reduzido” (TRAQUINA, 2005, p. 62). O Jornal de Rondônia - JRO é considerado o principal jornal da emissora em Rondônia (NEVES, 2011). É nesse telejornal que são divulgados os principais fatos do dia de todo o Estado. As escolhas das notícias que integram a ordem das matérias obedecem a critérios básicos, como a factualidade do assunto e a importância de transformá-lo em notícia para que chegue ao conhecimento do telespectador. Neves (2011) ainda argumenta que, procuram seguir essa ordem, mas sem estabelecer regras que possam interferir na linha editorial de cada produto que exibem. 75 Usando criatividade e a inovação, relacionadas à necessidade de construir algo que todo mundo já conhece, Neves (2011) lembra “como tudo que acontece à nossa volta, o jornalismo também exige criatividade, desde que isso não interfira na essência da notícia”. Mas o gerente de jornalismo ainda adverte para o quão é importante que o profissional em jornalismo esteja habilitado a mostrar a notícia de forma que possa atrair a atenção de quem assiste aos telejornais. Os jornalistas e os meios de comunicação devem estar aptos na tarefa de transmitir a informação ao telespectador, cumprindo algumas atribuições exclusivas da função para produzir o noticiário. Tuchman apud Pena (2008) aponta os três princípios básicos para essa realização: 1. Tornar possível o reconhecimento de um fato desconhecido como acontecimento notável. 2. Elaborar formas de relatar os acontecimentos que não tenham a pretensão de dar a cada fato ocorrido um tratamento idiossincrático: 3. Organizar, temporal e espacialmente, o trabalho de modo que os acontecimentos noticiáveis possam afluir e ser trabalhados de uma forma planificada. (TUCHMAN apud PENA, 2008, p. 129) Tornar possível a elaboração da forma de relatar, com organização do tempo e espaço Batista (2011) acredita ser um trabalho que está em andamento; sendo que qualquer jornalista sabe dizer o que é notícia e o que não é, mas isso de acordo com o senso comum de cada um. E “apesar de faltar muito para gente conseguir realmente fazer um jornalismo que a gente pensa em fazer, é um trabalho em construção”. (BATISTA, 2011). A proximidade torna um valor-notícia importante no jornalismo de acordo com Traquina (2011). Esse imediato com o público faz os com que os “acontecimentos considerados noticiáveis podem ter lugar em qualquer altura e em qualquer lugar”(TRAQUINA, 2005, p.119). O valor de cada produto é aplicado a cada notícia, ”quanto menos importante é a notícia, mais eles entram em jogo na sua avaliação” avalia Gans apud Wolf (1994). Portanto os critérios utilizados para escolha de materiais noticiosos para o Jornal de Rondônia é relatado como o mais amplo possível, e a representatividade dos acontecimentos importantes do dia, cabe dentro do formato estabelecido pelo grupo. 76 Meireles (2011) valida que existe uma concordância, sendo todo e qualquer assunto que possa virar notícia requer apuração. E isso se estende na produção local, “a vantagem, é que estando mais próximo do ambiente onde a situação ocorre se torna mais fácil a busca de informações”. Ideia integrada com a prioridade sempre ao factual, como complementa a Coordenadora do Interior, Fortini (2011). O dia-a-dia é desenvolvido para o Jornal de Rondônia pelas equipes com seus integrantes na capital e interior do Estado. Cordeiro (2011) ilustra que “é preciso relacionar a importância que determinados assuntos têm, ver se o foco é local demais ou se pode ser repassado para todo o Estado”. Para tanto, a brevidade da notícia influência em todos os fatores de produção, a organização jornalística trabalha dentro de um ciclo temporal. A agilidade e o planejamento são valores influentes no quesito informação. O ciclo do “dia noticioso” impõe limites na natureza das notícias. [...] a urgência é um valor dominante. O planejamento é importante. Seria enganoso pensar que esta “corrida” contra as “horas de fechamento” está unicamente restrita ao ciclo do “dia noticioso”. Uma parte da atividade jornalística é planejada antes do dia em que os acontecimentos cobertos têm lugar. Um tal planejamento identifica os “acontecimentos futuros “ numa tentativa de impor ordem ao (possível caos provocado pela imprevisibilidade de (alguns) acontecimentos. (TRAQUINA, 2005, p 39) A TV Rondônia e as emissoras do interior têm ritmos diferentes para produção do Jornal de Rondônia, contudo esse fator não causa alterações na cobertura jornalística de um acontecimento. O fato do Jornal de Rondônia na capital ser exibido ao vivo, e no interior o telejornal local ser editado, não interfere no seu factual. Também, a questão da tecnologia não influência o conteúdo das notícias - esta é uma atribuição dos jornalistas - mas facilita a sua difusão. A brevidade nas notícias dá ao telespectador uma sensação de confiabilidade, a transmissão ao vivo traz várias vantagens, dentre elas, a informação transmitida de maneira mais rápida ao telespectador, comenta Neves (2011): Dá um outro ritmo ao jornal. Aqui na TV Rondônia, iniciamos neste ano transmissões ao VIVO com a UMJ - Unidade Móvel de Jornalismo. Com a UMJ podemos fazer VIVO em todos os nossos telejornais, de vários pontos da cidade. Com a Unidade Móvel, já conseguimos realizar VIVO 77 sobre vários eventos, entre eles, da área do Arraial Flor do Maracujá e do Carnaval Fora de Época em Porto Velho. Ultimamente, estamos realizando esse tipo de transmissão com mais frequência no AMZTV. “Fator tempo define o jornalismo, relatos atuais sobre acontecimentos atuais”(WEAVER apud TRAQUINA, 2005, p.37), sendo como condicionante de todo processo de produção de notícia. Ainda para o autor o fator tempo é um valor- notícia de maneiras diferentes, no qual pode ser utilizado na forma de atualidade, como um gancho para justificar a fala de novo sobre o assunto. Fábio Scher (2011) responsável pela edição do Jornal de Rondônia local, aponta que deve ter cuidados, pois editar inclui a classificação das notícias em categorias, tendo uma atenção para abrir e fechar o jornal no tempo de exibição local. Procurando usar da melhor forma e veicular matéria de interesse da população, que possa prender a atenção do telespectador, sendo factual ou relevante ao interesse local e regional. Na relação do quesito duração de material, edição, valorização e contextualização, a teoria do jornalismo Newmaking menciona-se aqui as contribuições de Epstein apud Wolf (1994). Para o autor, a duração dos noticiários e do seu tamanho faz com que dois ou três minutos de notícias maiores não sejam tão suficientes para apontar todo o acontecimento, sendo assim “a atenção centra-se no que acontece e não nos seus objetivos ou nas suas causas profundas. Esta limitação do tempo disponível provoca, inevitavelmente, a imagem de uma sociedade instável” (p.194). Tanto na TV Cacoal, como na TV Rondônia capital, o tempo de exibição corresponde ao formato previamente estipulado para o Jornal de Rondônia diariamente. Meireles (2011) afirma que o tempo de exibição do JRO tem uma média de 14 minutos divididos nos três blocos, destinando o último bloco para as emissoras do interior, resultando em uma média de cinco minutos. Diniz (2011) pondera: [...] em comparação com a concorrência é muito pequeno, mas com relação a nossa realidade de estrutura física e humana é o suficiente. Geralmente procuramos utilizar bem os cerca de 5 min. e 40 seg. no jornal de Cacoal procurando utilizar o mesmo formato do Globo Notícias sempre que possível. 78 Dentro desse tempo determinado pela Rede para execução do Jornal de Rondônia na capital e interior, Traquina (2011) ressalta a importância do planejamento, pois, “num campo de concorrência a importância deste valor estabelece a própria lei do ganho do jornalismo: quem ganha é quem primeiro dá a notícia” (BORDIEU, apud, TRAQUINA, 2005, p.38). As notícias são tomadas como um “bem altamente perecível”, valorizando assim a velocidade, expõe Traquina (2005) que do mesmo modo o jornalista é avaliado competente, não só porque possui o jeito e o conhecimento necessários para transmitir a notícia, mas também pela capacidade de mobilização dentro do prazo-limite. Provando que consegue “dominar o tempo e não ser dominado por ele” ( ERICSON, BARANEK E CHAN apud TRAQUINA, 2005 p.28 ). Na prática, o tempo utilizado na TV Cacoal, descreve Scher (2011) é feito de maneira que possam veicular matérias de interesse da população. Na teoria, Traquina (2005) afirma que “ser profissional, portanto, é não ser vítima, mas conquistador do tempo”. Para Graciela Bechara (2011) repórter da TV Cacoal, mesmo com o tempo prédefinido para execução do Jornal Local, ressalta que percebe o “reconhecimento do público e credibilidade (palavra-chave)”. A velocidade para os profissionais que executam o Jornal de Rondônia é de importância vital, declara Neves (2011). O gerente de jornalismo complementa que o JRO na capital e interior geram, a partir do interesse da organização, da coleta da informação e suas fontes, da rapidez de apuração e importância da notícia a ser destaque, o que revela exercício de agilidade constante na rotina da produção. Meireles, (2011), conclui que qualquer trabalho jornalístico deve ser, mesmo que apressado, baseado na verdade. “É com esta proposta que noticiamos tudo que acontece no JRO”. Dentro disso, a rotina de produção e a elaboração das pautas se tornam um item que alimenta os interesses próprios da transformação da notícia. 4.3 Rotina de produção no Jornal de Rondônia Para esta categoria, classificada como as rotinas de produção, o relato descritivo tem 79 como base as ideias dos autores Felipe Pena (2008); Mauro Wolf (1994) e Nelson Traquina (2005) sobre o jornalismo e seu poder de tornar possível o reconhecimento de uma informação. Como nas categorias anteriores, são utilizados documentos, depoimentos e conteúdo da teoria do jornalismo Newsmaking sob a ótica do interesse de organização do telejornal e veiculação diária no Estado e no Interior. A conquista da audiência está ligada diretamente as rotinas de produção telejornalística e do veículo de comunicação, no qual é determinante através dos limites éticos para que a emissora adquira credibilidade. Tratando-se de televisão, logo, a imagem apresentada ao telespectador ao exibir uma informação também é levada em consideração; bem como fatores como a construção textual adequada à linguagem de casamento entre imagem e fala do repórter ou apresentador, edição e tratamento final do produto telejornalístico. “Eu achava que, além de correção, de boa voz, timbre bonito, os nossos telejornais ganhariam muito com a presença de apresentadores de boa aparência. Isso era parte de uma tática; a de fazer com que o nosso público de novela, predominantemente feminino, fosse atraído pelos nossos telejornais.”(JOSÉ BONIFÁCIO DE OLIVEIRA SOBRINHO – BONI apud BARBEIRO, 2002, p.89) Porém, muito mais que a imagem, é necessário um cuidado primário com o conteúdo. No caso da reportagem, por exemplo, tudo que for relevante para a sociedade é objeto de interesse jornalístico, no entanto a produção, o valor-notícia é fundamental no trabalho de reportagem segundo Neves (2011): “É o início de tudo. É na produção que são apuradas todas as informações para o repórter. A pauta é um tipo de bússola. É na pauta que tem todas as orientações para o trabalho do repórter”. E esta prática é mencionada na teoria por Nelson Traquina (2005) como resultados de um processo de produção que une percepção, seleção e transformação de um acontecimento em um produto. Para que haja a mutação desse acontecimento no Jornal de Rondônia, Meireles (2011) avalia a ideia que a rotina de produção é igual em todas as redações, começando pela apuração, em que geram a pauta e encaminhamento ao repórter: “que fará toda a parte externa que é obrigatória para o fechamento do VT”. 80 Em contra-partida, Diniz (2011) observa que na TV Cacoal e demais emissoras do interior que fazem parte do grupo Rede Amazônica, para a produção do jornal local e matérias destinadas para Porto Velho, na qual é a “cabeça do jornal”, que recebe e exibe todos os materiais coletados pelas equipes do interior, ficando com cinco minutos aproximadamente para exibição editada localmente e também para a cabeça de rede utilizar no JRO estadual, e que não existe a função de “pauteiro”, que o próprio repórter da praça ,busca através do auxílio de fontes ou outros meios de comunicação. No entanto, quanto ao Jornal de Rondônia, a capital Porto Velho tem produção dividida entre pauteiros e execução aos repórteres. O telejornal diário tem 14 minutos aproximados, é dividido em três blocos, com duração média de cinco minutos cada, sendo os dois primeiros com transmissão ao vivo e exclusiva de Porto Velho e o último bloco reservado a todas às retransmissoras com redação do interior do estado. Exibidos “assuntos de interesse estadual, ou algum tema relacionado à região norte, com VT’s políticos feitos pela sucursal de Brasília”, especifica Meireles (2011). Já o terceiro bloco não é exibido para o todo o estado, ficando, em cada localidade que tenha retransmissão – ou seja, a própria capital e as cidades do interior já mencionadas restrita às notícias locais. Portanto, nas cidades onde há o sinal de abrangência da estadualização - TV Guajará, TV Ariquemes, TV Ji-Paraná, TV Cacoal e TV Vilhena - são exibidas notícias de sua localidade específica. No entanto, a diferença de produção entre capital e interior, segundo o jornalista de Cacoal, Diniz (2011) é a falta de pauteiros nestas redações. Os repórteres destas praças devem buscar as informações na própria fonte do fato e executá-la ao mesmo tempo, sem prévia consulta ou organização prévia em pauta. Sendo assim: Não temos alguém para nos orientar, salvo algumas produções que envolvem políticos, empresários, justiça... Eu procuro sempre orientações quando o assunto é bem “quente” sigo alguns critérios para não expor meu trabalho e a empresa em pautas de grande repercussão sempre tendo cuidado com a informação, porque é ela que importa. (DINIZ, 2011) O auxílio das fontes, Wolf (1994) avalia que estão geralmente organizadas para que facilitem e tornem mais rápido o trabalho de elaboração, ou até mesmo o modo com que sejam fornecidos materiais semi-elaborados. O autor descreve ainda que as fontes não são 81 todas iguais, e igualmente relevantes, assemelha mais como se fosse um jogo de corda do que um organismo funcional inter-relacionado. “No entanto, os jogos de corda são decididos pela força: e as notícias são, entre outras coisas, o exercício do poder sobe a interpretação da realidade” (SHLESINGER, GANS, apud WOLF, 1994, p.223). É o que a repórter Bechara (2011) relata quanto à dificuldade de não terem em Cacoal um profissional específico para a busca antecipada da notícia para produção rotineira do telejornal: “Dificulta muito. Eu saio com papel, caneta e microfone nas mãos e o cinegrafista me pergunta: "Para onde vamos?" Acabo buscando pautas por conta própria, através de pesquisas em sites oficiais ou com os colegas de outras emissoras. Leio os jornais impressos e uso muita criatividade! O repórter tem que estar atento a tudo que acontece ao seu redor. Converso muito com as pessoas nas ruas, busco novas informações e sempre me pergunto: "Será que rende um VT?" Uma vez, vi um senhor pelas ruas de Cacoal recolhendo materiais feitos de ferro, de metal. Fui abordá-lo e acabei fechando um VT sobre reciclagem. Às vezes, é preciso tirar "leite de pedra"(BECHARA, 2011) Diante disso o “saber de reconhecimento”, considera Traquina (2011) é o que o repórter deve ter. É a capacidade de reconhecer com o seu faro a notícia, ou seja, nas palavras de Tchuman apud Traquina (2005): é “a capacidade secreta do jornalista que o diferencia das outras pessoas”. As equipes do JRO na capital, citadas por Fortini (2011) possuem a capacidade de reconhecimento de uma notícia e buscam produzir/executar boa parte do telejornal pela manhã, saindo com as pautas já pré-definidas pela equipe de produção a partir das 7h30min e voltam antes das 12h para editar o material. Caso não haja tempo da edição completa de uma matéria, no formato reportagem, os assuntos são exibidos em forma de nota seca (NS) ou nota coberta (NC) ou mesmo em stand up (RODAPÉ), pelo fato do tempo ser reduzido para a produção/edição. Mas, em quaisquer dos formatos, seja curto ou mais elaborado, os materiais só são exibidos no JRO após serem editados e revisados pelo editor do jornal e pelo chefe de redação. Fortini (2011) complementa que, as praças do interior seguem processo semelhante, a diferença é o tempo de exibição (1/3 do jornal completo em relação à capital), a falta de produtor e o envio de matérias à capital através de geração via FTP. Apesar do processo jornalístico ser estabelecido dentro das rotinas de produção, na qual Pena (2008) aponta que deve existir a divisão de tarefas: como pauteiro, repórter e 82 editores, tendo cada um, a sua função específica, embora todos conectados ao mesmo objetivo, Bechara (2011) confronta essa ideia, dizendo que na TV Cacoal o processo industrial ainda é pré-maturo, pois os repórteres do interior acumulam funções: “[...]sou pauteira, produtora, repórter e apresentadora”. (BECHARA, 2011). Com a falta de colaboradores, a rotina de produção do jornal da TV Cacoal, se limita aos finais de semana, não conseguindo produzir boas pautas, analisa Diniz (2011). Que raramente a equipe da manhã (que faz parte e é responsável pela execução da maior parte do JRO local), consegue desenvolver materiais mais elaborados, durante a semana. Ainda acrescenta sobre o mito do furo que depende muito da postura e percepção jornalística do profissional , como é feita a leitura de um fato antes de virar notícia e divulgada antes todos os demais repórteres . “Hoje em Cacoal, e acredito que em Rondônia, o furo não é muito comum. [...] eles são quase impossíveis de trabalhar ou desenvolver atualmente no meu dia a dia de trabalho” (DINIZ, 2011). Porém, nesse compromisso com a profissão, Traquina (2011) rebate a ideia, pois, “o mito do furo é um importante elemento que alimenta os interesses do jornalista”. E diz mais, que o furo é uma conquista que está associada ao brilho profissional, razão pela qual o jornalista busca a todo instante, como se fosse um prestígio, o que pode prosperar a carreira profissional. Bechara(2011) concorda: “Receber e divulgar a notícia em primeira mão é um privilégio. Acredito que todo repórter e jornalista devam buscar o furo, incansavelmente”. Nesse contexto, Fortini (2001) complementa que para execução do JRO o “furo” é uma realidade marcada pela rotina e buscam, primeiramente na produção, todas as possibilidades de furo, antes de liberar a pauta ao repórter. Segundo Batista (2011) a partir do momento que o grupo tem um assunto considerado estratégico, as equipes se reúnem e decidem junto com a capital, Porto Velho, para avaliar como será feita a cobertura, e o que interessa, se o fato é relevante do ponto de vista do jornal. Filtrando sempre os assuntos nacionais, regionais e locais. Fortini (2011) assegura que depois de esgotado todos os assuntos, e com uma pauta bem trabalhada, dificilmente o repórter irá ter retrabalho, ou seja, faz com que o ritmo da rotina produtiva seja intenso e bem-sucedido. Na TV Cacoal Diniz (2011) avalia que “as pautas caem praticamente toda semana, por muitas vezes, todos os dias. Como não tem 83 condições de realizar uma pré-apuração, toda pauta que caí não é reutilizada, ou quando podem, retornam para tentar finalizar”. Contudo Meireles (2011) esclarece que o retrabalho de reportagens é refeito quando por alguma razão, o entrevistado não aparece no local combinado ou o assunto não flua naquele momento, concluindo que “se valer à pena voltamos a fazer nova apuração e retomamos a pauta”. A rotina de produção diária do JRO é como qualquer outro telejornal, que tem como base os acontecimentos, em especial a factualidade, argumenta Meireles(2011), e tem como linha noticiosa o mesmo formato do JN. A rotina de trabalho de uma redação começa com a apuração dos fatos, feitos pelos produtores que são distribuídos em equipes que trabalham por turno para atender todos os telejornais da casa. A pauta, que é o mapa da notícia, é repassada à equipe de reportagem, (repórter e cinegrafista) que tem a responsabilidade de ir à campo coletar entrevistas e imagens. O material é entregue aos editores de imagens que fazem à montagem do VT.(MEIRELES, 2011) Quem orienta o trabalho das equipes de reportagens externas para o JRO na capital é o chefe de reportagem Benedito Teles. Nas cidades com retransmissoras e redação jornalística é direcionado pela coordenação do interior, conforme Fortini (2011) complementa que buscam essa interação em conjunto com o editor do telejornal, tendo apoio dos “gestores das praças que respondem pela equipe de jornalismo local” (PIRES, 2011). Para produção do Jornal de Rondônia na capital são destinadas três equipes; e no interior, uma equipe de reportagem na parte da manhã. TV Cacoal consta com três equipes de jornalismo local, as demais emissoras, com duas equipes para produção do jornal local. A hierarquia é de acordo com normas da empresa, seguida pelas equipes conforme demonstra o organograma: 84 Gráfico 05 – Organograma de produção Jornal de Rondônia (2011). Demonstrado em mapa: Gráfico 06 – Atlas de cobertura região norte – Rondônia3 (COMERCIAL REDE GLOBO, 2004). 3 http://comercial.redeglobo.com.br/atlas2004/mapas/e_ro.php - Rondônia - Atlas de Cobertura- Comercial Rede Globo – acessado em 03/10/2011. 85 Com a estadualização do sinal, 34 dos 52 municípios de Rondônia recebem a programação estadual, destaca Fortini (2011): Cobertura > RONDONIA > TV RONDÔNIA - CANAL 4 - PORTO VELHO Estados Cobertos IPC % 818.765 0,381 818.765 0,381 Mun. População DTV 23 23 883.072 883.072 228.648 228.648 População DTV Tel. Pot. RO - ALTA FLORESTA D'OESTE 24.570 6.238 21.448 RO - ALVORADA D'OESTE 16.969 4.195 14.243 RO - CANDEIAS DO JAMARI 19.910 4.926 17.865 RO - CEREJEIRAS 17.123 4.949 15.883 RO - COLORADO DO OESTE 18.723 5.504 17.435 RO - COSTA MARQUES 13.750 2.641 10.181 RO - CUJUBIM 15.966 3.667 13.074 RO - ESPIGAO D'OESTE 28.928 7.845 26.548 RO - JARU 52.387 14.100 47.271 RO - MINISTRO ANDREAZZA 10.428 2.591 9.231 RO - MIRANTE DA SERRA 11.954 2.851 9.994 RO - MONTE NEGRO 14.184 3.455 11.982 7.548 1.483 5.500 RO - OURO PRETO DO OESTE 38.184 10.724 35.720 RO - PIMENTA BUENO 33.972 9.114 31.599 429.196 111.134 419.300 RO - PRESIDENTE MEDICI 22.459 6.165 20.532 RO - ROLIM DE MOURA 50.991 14.440 47.301 8.934 2.334 7.668 RO - SAO MIGUEL DO GUAPORE 21.971 4.643 16.366 RO - SERINGUEIRAS 11.727 2.431 8.733 RO - TEIXEIROPOLIS 4.921 1.243 4.128 8.277 1.975 6.763 RONDONIA TOTAL Municípios Cobertos RO - NOVA UNIAO RO - PORTO VELHO RO - SANTA LUZIA D'OESTE RO - VALE DO PARAISO Tel. Pot. 4 Tabela 04 – Cobertura dos municípios - TV Rondônia (COMERCIAL REDE GLOBO, 2004). 4 http://comercial.redeglobo.com.br/atlas2004/mapas/e_ro.php - Rondônia - Atlas de Cobertura- Comercial Rede Globo – acessado em 03/10/2011. 86 Dentro da tabela apresentada, podemos acrescentar ainda as últimas instalações de transmissores do sinal da TV Rondônia: Santa Cruz da Serra, Bom Jesus, Tarilândia, Santa Bárbara, Santa Mama, formando os 34 municípios citados. O processo de exibição do JRO da capital para o interior é focado para a rotina de gravação e união de materiais. A exibição ao vivo começa às 19h15min em rede fuso5, passa para a exibição do Jornal local gravado pela praça. Segundo Fortini (2011) que especifica esse processo de fusão na transmissão do Jornal de Rondônia da capital ao interior ocorre da seguinte maneira: Os dois blocos descritos anteriormente são ao vivo, compostos por matérias estaduais de grande repercussão e relevância. A seguir, passa para o interior, que exibe o seu jornal local previamente gravado. A jornalista lembra que a transição de blocos é feita logo ao fim do segundo bloco, após o enunciado da apresentadora Carolina Brasil: “Você que mora no interior do estado fique agora com as notícias da sua região”. Nesse momento é feito o corte de imediato pelo coordenador de exibição de cada cidade. Para que ocorra mínimo de erro essa passagem programação Scher (2011) explica que “primeiro entramos com a carga de comerciais e depois entramos com nosso jornal, já todo editado na seqüência”. O tempo estimado para o jornal local é pré-determinado pela gerência de jornalismo e Meireles (2011) esclarece que o JRO tem em média de 14 minutos, e quando é feito essa fusão para as praças do interior, não deve ficar menos que cinco minutos o jornal local de cada cidade. Devendo rigorosamente, respeitar o tempo determinado pela Rede Globo, para entrada do Jornal Nacional. Porém, desde o início da pesquisa para este trabalho até atual momento (entre 2010 e segundo semestre de 2011) o formato para transição teve uma modificação. Scher (2011) comenta que a apresentadora do JRO, logo no final do segundo bloco, dá uma pausa e enuncia: “Veja no próximo bloco...”. Nesse momento dá uma pequena pausa, e entra com um breve enunciado do apresentador de cada cidade do interior, em suas respectivas cidade da 5 Rede Fuso é o nome dado ao sinal diferenciado da Rede Globo para os estados com Fuso Horário diferente de Brasília. Criado em 8 de abril de 2008, depois de inumeras pressões do Ministério da Justiça e das novas regras da DJCTQ. Esse sinal é gerado a partir da matriz da Rede Globo no Rio de Janeiro. A Rede Fuso funciona de segunda a sábado. A programação do domingo é a mesma da Rede Nacional, pois os programas exibidos são de classificação livre. (CENTRAL GLOBO DE COMUNICAÇÃO - CGCOM, 2008) 87 notícia principal do jornal local, de acordo com espaço aberto, tudo já definido com o setor operacional da TV Rondônia. Com essa passagem, os demais 23 municípios e a capital Porto Velho mantém a programação ao vivo do telejornal, como citado anteriormente, exibindo assim os materiais enviados pelas praças via FTP. Definido dessa forma “para não ficar repetida a notícia do estado e do interior” (FORTINI, 2011). Sendo assim, para elaboração do JRO, a orientação padrão às equipes do interior, de acordo com Meireles (2011): que o assunto factual deve ser enviada à cabeça de rede para transmissão pela capital a todo estado entre os dois primeiros blocos de exibição geral. Isso não significa que a reportagem será mostrada somente pelo jornal de abrangência estadual. Para evitar a possível duplicidade do material, Meireles explica que, é proposta a solicitação de um formato mais curto ou básico para todo o estado na transmissão pela cabeça de rede (Porto Velho) – como em VT curto, nota coberta ou stand up – e desdobramentos e outros vieses ao telejornal local de origem. O objetivo é exibir a informação, mas sem prejudicar o fade da transmissão local. Diante disso, para que não aconteça choque de exibição, “é fundamental que haja sempre contato do repórter da praça onde ocorreu o caso com o editor do JRO ou um dos chefes de jornalismo em Porto Velho, para que a notícia seja dada nos dois lugares” (MEIRELES, 2011). Ou seja, “um processo de interação do JRO, com amarração de assuntos, sempre feita pelo editor do telejornal” (FORTINI, 2011). O padrão da produção de texto para o JRO deve ser mais objetivo possível. Fortini sustenta que “como são VT’s mais curtos, o texto precisa ser mais dinâmico e coloquial possível. Dentro desse processo de construção do texto, Meireles (2011) complementa que o formato para o JRO, “deve ser enxuto, de forma que obedeçam as regras básicas de resposta ao que o telespectador precisa saber, de forma clara e objetiva”. O pensamento de Traquina (2005, p.91), compreende o mesmo sentido que “Os jornalistas têm obrigação de escrever de uma forma fácil de compreender, por simplificação”. Não deixando tornar uma notícia cheia de ambiguidade. Com essa importância da boa 88 interpretação e fácil entendimento do que se é falado, Diniz (2011) acredita seguir um padrão, procurando sempre ser direto e coeso com a informação. A regra sendo básica para escrever com clareza e objetividade, faz com que os valores–notícia estejam presentes em toda técnica de produção jornalística, ou seja, “no processo de seleção dos acontecimentos, e no processo de elaboração da notícia, isto é, no processo da construção da notícia” (WOLF apud TRAQUINA, 2005 p.78). A produção total média de produção diária do JRO na capital é de seis VT’s, entre VTs completos, NC, totalizando 36 por semana e uma produção mensal em torno de 144 VT’s para o JRO , enquanto que as praças do interior produzem dois por dia, e no máximo 40 VT’s mensal, contando com notas secas, notas cobertas e stand ups. Obtendo, assim uma média diariamente de um, e no máximo dois VT’s do interior, para o bloco estadual. O restante dos materiais produzidos, Fortini, (2011), conclui que fica para os blocos locais. “Por isso a impressão de termos mais matérias da capital nesse telejornal”. Esclarece que: Para os blocos de rede são materiais de interesse estadual. Os materiais têm que ser curtos devido ao fade. Dos 12 minutos em média ficam apenas 7 divididos em 2 blocos. Dependendo do tamanho do material conseguimos exibir no máximo 4 VT´s. No caso das praças priorizamos Notas cobertas e stand up´s pela agilidade na produção. Mas se a produção é boa sempre subimos um VT completo para o bloco estadual. Não há uma ordem correta, dependemos muito do factual de relevância do dia. Mas tem sido uma media de um VT por semana de cada praça, já que contamos com 5 praças e aos sábados o JR é totalmente estadual. Isso além dos stand up´s e notas cobertas sobre assuntos que serão abordados no local. Por dia tentamos colocar pelo menos 2 materiais das praças nos blocos estaduais. Na tabela a seguir, pode-se observar a quantidade de participações e interações das emissoras do interior no telejornal estadual - Jornal de Rondônia, referente o mês de março de 2011: 89 JORNAL DE RONDÔNIA- EXIBIÇÃO MARÇO/2011 GUAJARÁMIRIM ARIQUEME S JI-PARANÁ CACOAL VILHENA TOTA L 56 78 34 78 51 297 Tabela 05– Demonstração de exibição média mensal com participação do interior de Rondônia no Jornal de Rondônia (FORTINI, 2011) Para a participação do interior nos telejornais estaduais e execução desses materiais, necessários para produção do JRO, especificamente na TV Cacoal, Diniz (2011) comenta que busca sugestões de pauta com os demais colaboradores da emissora para elaboração da notícia, mas, por algumas vezes, saem da emissora sem nenhuma pauta. Buscam também as fontes, seja na internet, jornal escrito, dentre outros meios que possam auxiliar a buscar assuntos que, trabalhados produzem boas notícias. Com isso, Diniz (2011) revela que “diariamente sofremos bastante com a falta de condições de trabalho que vai desde aos computadores obsoletos aos equipamentos de reportagem e edição.” O Jornal local de Cacoal, sendo uma rotina de produção bastante agitada, na qual Bechara(2011) ressalta. Diniz (2011) confirma que com tempo escasso e uma equipe pequena, a produção dos repórteres é no imediatismo, buscando manter as editorias propostas pela equipe de jornalismo, diversificando no decorrer da semana assuntos voltas à saúde, política, trânsito, polícia, esporte, educação, dentre outros. É nesse sentido que Traquina (2005) expõe que: “o valor do imediatismo exprime como o fator tempo constitui o eixo central do campo jornalístico”, dentro disso, as notícias torna-se rapidamente relevantes, na qual o autor expressa a ideia que a “empresa funciona como uma máquina do tempo que funciona diariamente marcada pelas horas de fechamento” (2005, p.39). Com essa corrida contra o tempo para o fechamento do jornal local em Cacoal, Scher (2011) avalia que quando a equipe sai da emissora com destino certo, fica mais tranquilo a execução do Jornal local, ”mas, quando sai no escuro fica difícil, pois, tem que ficar 90 procurando e inventando pautas”. As rotinas de produção devem ser produtivas, assegura Traquina (2011). A divisão de tarefas é uma das rotinas de produção, na qual sistematiza o trabalho jornalístico. A participação do interior do Estado no Jornal de Rondônia é demonstrado através do gráfico e tabela, com o indicativo crescente, que se pode constatar o aproveitamento e participação na comparação entre os meses de janeiro, fevereiro, março e abril. Consideramos todas as praças do interior como Grandes praças porque são minigeradoras. Não temos o que se considera pequenas praças tendo em vista que o jornalismo das praças de Jaru e Rolim de Moura foram desativados. A estatística foi feita com base na exibição de script´s lembrando que alguns editores ainda esquecem de colocar o município corretamente diminuindo a participação do interior e que o sistema easynews teve problemas no mês de fevereiro desaparecendo com alguns dados. Por isso essa estatística feita a partir do sistema pode não ser a real.(NEVES; INDICADORES TV RONDÔNIA, 2011) PARTICIPAÇÃO DO INTERIOR Gráfico 07 – Participação do interior no Jornal de Rondônia (TV RONDÔNIA, 2011) 91 Demonstrado em tabela: 1º SEM Total de Participação Grandes Praças Pequenas Praças % JAN FEV MAR ABR 100 100 100 100 68 107 297 314 0 0 0 0 68% 107% 297% 314% MAI JUN Tabela 06 – Participação do interior no Jornal de Rondônia (TV RONDÔNIA, 2011) Batista (2011) entende que as emissoras precisam ter mais equipes, estrutura maior, “apesar de sempre estarem em busca, onde num espaço pequeno de tempo, as equipes da capital e interior terão condições melhores de trabalho”. Acredita também que o resultado obtido hoje é muito bom, o dia-a-dia dos telejornais. A influência da tecnologia, Batista (2011) cita que ainda é um trabalho que está em andamento, “falta muito para conseguir fazer realmente um jornalismo que a gente pensa em fazer”, “mas está em construção. [...] Já mostraram que a Amazônia tem bons profissionais”. Outro fator que Batista lamenta é o fato de ter tão poucas faculdades de jornalismo na região norte, mas acredita que já existe uma história do jornalismo da Amazônia, e espera também poder dar um suporte de maior qualidade para as emissoras, para que a população receba um trabalho virtuoso. “Mas, acho que a Rede Amazônica é um desafio que ela enfrenta diariamente, e tem como meta principal e conseguir suporte pra que a gente faça esse jornalismo de primeira. É uma empresa extremamente focada, na questão tecnológica. [...[essa tecnologia do FTP, que a gente tem, poucas emissoras no Brasil tem,. Agora por exemplo, nós estamos dando esse paço da TV digital, muito mais rápido que muitas outras emissoras, o fato da gente já ter o jornalismo digital, aqui em Manaus, já é uma escola interessante que é poucas emissoras no Brasil que tem isso.” Assim, com advento de novas tecnologias, atualidade exige que se faça adequações, cometa Batista (2011), e a Rede Amazônica está desenvolvendo projetos estratégicos de mudança nas emissoras. Projeto, conforme Batista finaliza, irá abranger todos os setores ligados ao grupo. E nesse momento o objetivo está na implantação da TV digital nas capitais e no próximo ano estender para as demais transmissoras do interior do estado. Tornando 92 possível a reestruturação e reavaliação diária dos trabalhos da TV Rondônia e interior para sempre estarem produzindo uma rotina de produção determinada. 93 CONSIDERAÇÕES FINAIS No telejornalismo, Gladis Linhares Toniazzo (2007) descreve bem a noção de região e localidade, e leva a pensar, que podemos estar próximos espacialmente, porém afastados geograficamente. Caracterizando um espaço com elos de proximidade e familiaridade, rompendo barreiras e influenciando com o seu conteúdo, no qual as notícias exibidas no telejornalismo criam identificação, fazendo que tenha a função de transmitir conhecimento e informação, norteando uma comunidade. Os critérios utilizados para estudar o objeto desta pesquisa foram baseados na teoria do Newsmaking, agregando os valores-notícia com relato descritivo da produção do Jornal de Rondônia em Rede, pertencente ao Grupo Rede Amazônica de Televisão – afiliada Rede Globo e todo seu interior. A importância em manter os valores-notícia atrelados à ideia da audiência, ao que está sendo veiculado, são formas utilizadas pelos jornalistas ao longo de todo o processo de construção das notícias. Portanto, são diferentes as formas de inclusão e combinação entre os valores-notícia, que é determinante a partir de um fato exposto. Dentro desses critérios, através da observação da rotina de produção do Jornal de Rondônia, foram identificadas ações embutidas à teoria Newsmaking em sua construção. O telejornal estudado também adota seus próprios valores na seleção do que será noticiado. A escolha deste tema se deu justamente, por tratar-se do único telejornal da mencionada que disponibiliza espaço fixo e periódico para a transmissão de notícias produzidas nas cidades do interior do Estado, caracterizando assim uma rede. Estas retransmissoras possuem redações e estruturas próprias formadas e com produção de acordo com cada realidade local. Com a forma dinâmica da produção telejornalística em rede, na relação TV Rondôniacapital e retransmissoras-interior, representadas na pesquisa pela realidade da TV Cacoal, foi demonstrado como é produzido o Jornal de Rondônia num âmbito estadual e local. Rotinas essas que contribuem para o aprimoramento das relações jornalísticas entre as praças desta emissora em Rondônia no que se refere ao telejornal em rede - especificamente o JRO. Sendo observada a forma de disponibilidade de materiais do interior do Estado, através do envio virtual dos produtos jornalísticos, para a central de informações do grupo em Porto Velho, até 94 a produção/participação e (re)transmissão integral/parcial de cada emissora do interior de Rondônia. Estudar os critérios de noticiabilidade e valores-notícia utilizados no telejornalismo regional proporcionou a identificação de rotinas que, juntamente a estes critérios compõem as etapas de produção de um telejornal. Em um primeiro momento do estudo, pode-se considerar que, antes de qualquer valornotícia relacionado ao fato, aos meios de comunicação, o interesse da organização influencia muito para que o “formato industrial” seja aplicado na TV Rondônia-capital e seu interior. Observou-se determinação da Diretoria de Jornalismo do Grupo, passando assim por procedimentos próprios e limites de organização, onde indica que jornalista passa de alguma forma, por uma submissão de um planejamento produtivo interno do grupo. Das categorias observadas dentro do Jornal de Rondônia, os interesses estão relacionados à organização e à estruturação, nas quais a TV Rondônia possui uma rotina de apuração dos fatos a partir de um rigor que respeita a hierarquia dentro do seu quadro estrutural funcional, que as exigências do grupo são organizacionais e estruturais, na qual adotam como elementos fundamentais para a reprodução da realidade social no seu telejornal. Nesta pesquisa, constata-se que para produção do telejornal em rede, o interesse da organização, da emissora em si, está diretamente ligado à linha editorial determinada pela central Globo de Jornalismo. Assim o interesse do veículo gera restrições ligadas ao trabalho rotineiro. Através desta linha editorial, em com base neste estudo, considera-se que a TV Rondônia busca conciliar a liberdade de expressão com interesses internos da empresa, através de padronização entre modelos de produção da capital e do interior. No entanto, observou-se que a partir do relato descritivo sobre as notícias da região, entendeu-se que há outra pertinente consideração a ser registrada: o retrato da importância da emissora regional na construção de uma identidade local, com conteúdos peculiares aonde está situada. É o que demonstrou o editor-geral de Jornalismo da Rede Amazônica, Luís Augusto Batista, ao sustentar a ideia que é necessário, dentro da organização, manter a “identidade de rede”, com troca de produtos jornalísticos entre capital e interior, sendo a interação primordial entre os profissionais, porém, com padrão em estilo de linguagem e formatação. 95 Quanto à linguagem, na pesquisa observou-se que os profissionais relatam que procuram escrever com clareza e objetividade, numa linguagem coloquial e regional, fazendo com que os valores–notícia estejam presentes em toda técnica de produção jornalística, ou seja, desde a seleção do fato, na elaboração da notícia, enfim, no processo geral da construção da notícia. Sendo uma rotina de elaboração diária, o JRO pode ser considerado como qualquer outro telejornal, que tem base principal os acontecimentos, priorizando o factual, pois é uma linha noticiosa com o mesmo formato do Jornal Nacional. Nessa visão, a interação entre a capital e as cidades do interior de Rondônia está focada no mesmo propósito, interagindo nas relações sociais e técnicas. Deste modo, a TV Rondônia e seu interior estão em constante transformação da realidade local. No decorrer do relato na pesquisa, leva-se em consideração ainda que, com toda a transformação da rede e sua visão quanto à produção em rede com as cidades do interior, houve a necessidade da implantação da Coordenação do Interior, que passou a ter maior contato e aproximação com estas cidades. Com isso desenvolveram uma forma de produção e execução de ações que possam divulgar os fatos, ligando todos os responsáveis do jornalismo das praças do interior com a redação da capital. Tendo resultado positivo, a intenção foi de passar a funcionar como se a redação fosse uma só em todo o Estado. Indicando com esse formato equipes organizadas, que interagem constantemente entre capital e interiores. Num segundo momento de estudo, demonstrada a influência do tempo, com a atualidade, brevidade e relevância das matérias produzidas, em que as emissoras oferecem a informação por meio da tecnologia disponível para a cabeça de rede, que será utilizada no Jornal de Rondônia. Ligado ao sentido que se deve dar ao acontecimento, a notícia é avaliada pelo jornalista, para tornar o fato relevante às pessoas, demonstrando que existe algum significado para elas, ou seja, fazer compreender o valor-notíca. Por buscar “o fazer compreender” a notícia pelos telespectadores, o JRO aborda os assuntos regionais da comunidade local, rotina produtiva desenvolvida com informações e acontecimentos factuais e breves, não ocorrendo mudanças de informações quando exibidas no Jornal de Rondônia em âmbito estadual. Considerando que a rotina de produção do Jornal de Rondônia tem ritmos diferentes no quesito pessoal, esse fator não causa alteração quanto à produção de VT ou do telejornal 96 completo, afinal o tempo de exibição corresponde ao formato previamente estipulado diariamente. Porém, observa-se com isso que os acontecimentos são, muitas vezes, mencionados apressadamente. Essa característica é atribuída à produção da informação, o que permite efetuar a cobertura diária do acontecimento, podendo em algumas vezes, dificultar no aprofundamento e na compreensão. Leva-se em consideração ainda que, para a produção do Jornal de Rondônia na capital são destinadas três equipes; e no interior uma equipe de reportagem na parte da manhã para produção dos VT’s e outra à tarde para o fechamento e gravação do jornal local. Já TV Cacoal, consta com um total de três equipes de jornalismo local, embora com equipe maior, o tempo de execução é o mesmo das demais emissoras do interior. A respeito do tempo determinado pela Rede para execução do Jornal de Rondônia na capital e interior, considera-se quanto à notícia, sendo esta um “bem altamente perecível”; deste modo enfatizando a velocidade. Dessa forma, o gerente de jornalismo de Rondônia, Nonato Neves, avalia que essa aceleração para evitar o perecimento se dá com um mesmo processo de construção da notícia, ou seja, um padrão. Contudo, a pesquisa considera também que há um confronto neste aspecto ao fato do repórter do interior exercer várias funções (produtor, repórter e apresentador), possibilitando assim menos agilidade na produção diária, não por incompetência, mas por este realizar uma tarefa de cada vez; ao passo que na capital, cada função tem um profissional diferente. Todavia, observado que a realidade das redações do interior é bem diferente no quesito pessoal. O processo de estruturação funcional das emissoras do interior ainda não se enquadra no formato da teroria newsmaking, que assegura a divisão de tarefas como uma das rotinas de produção, na qual deve sistematizar o trabalho jornalístico. Diniz (2011) confirma a observação feita, o que é considerado nesta pesquisa na constatação que o interior não tem um profissional na função de pauteiro; e as pautas são coletadas através de informações entre colaboradores, jornais escrito, sites e fontes que estão ligadas aos repórteres ou alguém da produção do jornal. Considera-se ainda o que o editor da TV Cacoal, Scher (2011), exemplifica quanto à essa questão, ao mencionar que os repórteres quando saem com algo definido, facilita o trabalho e do contrário, o trabalho fica mais lento. Nesta observação de rede, o estudo considera que o tempo de jornal determinado à TV Cacoal (e a todas as retransmissoras com redação de jornalismo), é preenchido com matérias 97 de interesse da população e finalizado e transmitido diariamente, mesmo com dificuldades de produção/execução/edição no tocante ao número de profissionais. A satisfação de cumprimento profissional é descrito pela repórter local da TV Cacoal, Bechara, ao perceber o reconhecimento do público em telefonemas, e-mails e até mesmo visitas à TV Cacoal comentando sobre os aproximados cinco minutos de apresentação local. Considerando essa ação, conclui-se que mesmo com o tempo determinado para execução do telejornal, o jornalista não pode ser vítima do tempo, e sim dominador do tempo. Ainda de acordo com a pesquisa, em diferentes momentos, considera-se que a rotina de produção e a elaboração de pautas acabam alimentando o interesse próprio dos repórteres para a transformação da notícia. O interesse em tornar possível o reconhecimento de uma notícia, elaborar dentro dos valores-notícia, com conceitos e critérios sistematizando o trabalho nas redações do Jornal de Rondônia, na capital e interior. Outra ação considerada relevante ao estudo diz respeito à rotina de produção do Jornal de Rondônia dentro da exibição em tempo total destinado pela Rede Globo. O JRO Estadual diário tem aproximadamente 14 minutos, divididos em três blocos com média de cinco minutos cada, sendo os dois primeiros para transmissão ao vivo e exclusiva de Porto Velho, e o último bloco destinado para as retransmissoras, onde exibem assuntos de interesse estadual ou temas locais. A produção do interior é editada previamente, ou seja, não é veiculada com interlocução ao vivo do apresentador. Na finalização do segundo para o terceiro bloco, após a central de controle fazer a fusão do estadual às emissoras do interior, o JRO continua sendo exibido ao vivo para as demais minigeradoras no estado, que obtém o sinal da estadualização, conforme relatado no corpo da pesquisa. A consideração de faz necessária pelo fato de que, enquanto isso as cidades de Guajará-Mirim, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Villhena transmitem o seu jornal local pré-editado no último bloco, quer dizer, somente estas cidades terão notícias locais, e gravadas; o restante do Estado continua com a transmissão ao vivo, direta de Porto Velho, no total dos três blocos. A rede só se efetiva localmente com as retransmissoras que possuem redações jornalísticas. Na consideração a respeito da troca de materiais jornalísticos entre capital e interior para exibição em âmbito estadual nos dois primeiros blocos, observou-se a preocupação de não repetir o formato da praça local com a cabeça de rede, sendo reformulado, um produto 98 mais curto ou básico para todo o estado - como um VT curto, nota coberta ou stand up – enquanto a praça que enviou essa matéria à Porto Velho, tem a possibilidade de veiculação do formato com mais tempo e aprofundamento no último bloco destinado à sua localidade. Sobre esta dinâmica, o estudo atentou-se ao relevante processo de interação do JRO com o interior, para a utilização de matérias com assuntos previamente discutidos entre o editor do telejornal da capital e o apresentador local. Embora o resultado obtido nos relatos sobre a produção e exibição do JRO capital e interior indica o cumprimento de uma interação em rede e também a preocupação em veiculações localizadas, é notória a consideração quanto à necessidade de adequação do quadro funcional nas praças interioranas para completar os critérios que dominam a rotina de produção, especialmente, se comparada ao número de profissionais na capital. A pesquisa considera que as rotinas produtivas da TV Rondônia e TV Cacoal não são homogêneas, dada à regionalização do JRO. Essas diferenças são notadas por conta da adaptação ao modelo de telejornal empregado em cada emissora do interior, suas equipes e respectivas funções, além da peculiaridade de acontecimentos em cada cidade. Embora, com o tempo menor destinado ao interior (cinco minutos no último bloco), sua execução não é prejudicada. A produção jornalística é mantida com objetivos integrados e propostas que diversificadas, também dependente da dinâmica de acontecimentos de cada localidade. O estudo relatou a dinâmica e o desempenho das rotinas de produção das emissoras TV Rondônia e TV Cacoal considerando que a identidade destas é uma realidade regional, mesmo em cinco minutos de exibição do telejornal localizado. Indicando assim a utilização previamente definida dos valores-notícia em sua produção diária, conforme concentra a base teórica desta pesquisa: o newsmaking. Este trabalho não teve, em nenhum momento, a pretensão de julgamento, análise de conteúdo ou exposição das negativas de produção do objeto escolhido para estudo. É o relato organizado e amparado metodologicamente na técnica de entrevista com abordagem qualitativa, pesquisas bibliográficas e documentais que espera ter retratado a rotina de produção do Jornal de Rondônia, abordando suas rotinas produtivas com base em critérios de noticiabilidade da teoria de jornalismo Newsmaking. 99 O estudo fica aberto para uma possível continuação em níveis de maior aprofundamento, da pertinência deste trabalho, podendo igualmente, servir como fonte para outras pesquisas relacionadas à rotina diária de construção do referido telejornal, ainda tão pouco discutido cientificamente em Rondônia. 100 REFERÊNCIAS BALIEIRO.Arlene. Estruturação da TV Vilhena. E-mail: [email protected]> enviado a esta pesquisadora ([email protected]) em 08 ago 2011. BATISTA, Luis Augusto Pires. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica. Entrevista a esta pesquisadora via skype/internet. Duração: 18min47seg. em 23 mai 2011. BAZE, Abrahim. História Rede Amazônica. Manaus: Valer, 2002. 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Início da Emissora: 26/12/1979 Administrador atual: LUIS CLAUDIO MACEDO Número de funcionários atual: 21 Funcionários área de Jornalismo: 05 Equipe de Jornalismo: 02 Manhã e 02 Tarde Editor de Jornalismo: 01 Números de habitantes área urbana: 84.000 O que motivou a Instalação da Emissora no município de Ariquemes: Em todo o estado na época de 1979 estava sendo implantado pela Rede Amazônica sendo esta detentora desta concessão das afiliadas da Rede Globo, começando pela capital Porto Velho e posteriormente o eixo de Rondônia, A necessidade de estar em todos os lugares, levando a informação. Atenciosamente, Elmo Torres Chefe Administrativo - Tv Ariquemes Grupo Rede Amazônica de Rádio e Televisão 69 - 3535-2499 / 5506 / 2832 69 - 9989-1859 [email protected] Skype: Opec.tvarq 104 ROMAN, Regilson da Silva. História da TV Guajará-Mirim. E-mail <[email protected]> enviado à esta pesquisadora ([email protected]) em 04 ago 2011. ----- Original Message ----From: [email protected] To: [email protected] Sent: Wednesday, August 03, 2011 4:50 PM Subject: Historia Tv Guajará Boa Tarde! Janete, segue em anexo um pouco da historia da praça guajara não sei se poderá ajudar pois foi o que consegui de informações sobre a nossa praça, estou na empresa a cinco anos. Sem mais Historia TV Guajará – Mirim Entre as décadas de 70 e 80 surgia no município de Guajará - Mirim o primeiro canal de televisão TV Guajará – mirim canal 3 repetidora com suas instalações em uma sala da prefeitura municipal, onde o prefeito da época era o senhor Rigomero da Costa Agra que juntamente com o senhor Dr. Phellip Daou (Diretor Presidente da empresa) inauguram a primeira repetidora do grupo rede amazônica em Rondônia, sua programação tinha inicio as 16:00h até as 24:00h e vinha gravado em fitas UMATIC, o curioso é que na época não havia pavimentação asfáltica na rodovia que ocasionava muitas das vezes atraso nas fitas, ou seja, as noticias que veiculavam em todo Brasil aqui era veiculada com um dia de atraso devido as, mas condições da estrada. No ano de 1984 começamos operar com satélite e sede própria, onde permanece até a data de hoje na Av. Dr. Lewerger nº 1527 B: 10 de Abril. A TV Guajará hoje é composta por 13 funcionários sendo eles: Administração: Regilson da Silva Roman Operação comercial: Altieri Oliveira e Januaria Justa Jornalismo: Leile Ribeiro/repórter Rilmo Dantas e Cleison Sales/cinegrafistas Operação VT: Genival Nunes, Rodrigo Nobre, Hirwin Antunes, Aldemar Torres e Max Fernandes. Cds. Regilson Roman Gestor Tv Guajará – Mirim 105 DINIZ. Fábio. Estruturação da TV Cacoal. E-mail <[email protected]> enviado a esta pesquisadora ([email protected]) em 05 ago 2011. ----- Original Message ----From: Fábio Diniz To: Janete tv vilhena Sent: Friday, August 05, 2011 6:14 PM Subject: texto Minha querida perdão, o texto não tem a qualidade que merecia, mas estou numa corrida que eu ainda não sei onde é a chegada, rsrs Mas espero que ajude. bjs querida e te mais. A TV Cacoal é uma microgeradora de televisão com sede na cidade de Cacoal, afiliada da Rede Globo. A emissora recebe o sinal da Rede Fuso devido a diferença de uma hora em relação ao horário de Brasilia. Fundada pelo jornalista Phelppe Daou. A TV Cacoal transmite apenas um programa local, o Jornal de Cacoal com a duração em média de 6 minutos, produzido pelo departamento de jornalismo da emissora que é composto por cinco profissionais, jornalistas Fábio Diniz e Graciela Bechara, cinegrafistas Jakson Binas e Renan Montes e o editor de imagens Fábio Schér. Toda produção do departamento de jornalismo e reproduzida em rede estadual nos telejornais da Rede Amazônica (Bom dia Amazônia, Amazônia Tv e Jornal de Rondônia) A TV Cacoal foi a primeira emissora de TV a se instalar na cidade, no dia 13 de novembro de 1981 a mini geradora foi inaugurada. A TV Cacoal além do jornalismo, dispõe de cinco profissionais no departamento de operação, dois no departamento OPEC – Operação efetivação de contrato (Denise e Simone), departamento financeiro (Adriely Pinheiro), departamento comercial (Silvana Viana, Andressa..., Jane... e Claudion) dois profissionais de auxiliar de serviços gerais (Otimia e Nestor) e o gestor Rolnan Alencar. A TV Cacoal está localizada na Avenida Recife, 417 bairro Novo Cacoal. Telefone é o 3441 2899 Fábio Diniz Jornalista "O maior valor da vida é ter hombridade. TV Cacoal - Filiada Rede Globo Rede Amazônica Contatos 69 3441-2899/ 9282-0969 [email protected] 106 " BALIEIRO.Arlene. Estruturação da TV Vilhena. E-mail: [email protected]> enviado a esta pesquisadora ([email protected]) em 08 ago 2011 Original Message ----From: [email protected] To: [email protected] Sent: Wednesday, August 03, 2011 4:31 PM Subject: Texto Janete Eis o texto conforme solicitação!! TV VILHENA João Andrade de Castilho foi o primeiro gerente da TV Vilhena, instalada na mesma data de emancipação do município - 23 de novembro de 1977. Sua primeira transmissão foi ao ar às 18 horas, repetindo uma novela produzida pela rede Globo. No início, a TV realizava o papel de uma rádio. Não havia imagem durante os intervalos comerciais. As notas de falecimento eram feitas sem imagens e as entrevistas tinham apenas som, pois na época não havia câmera de filmagem. A TV Vilhena - Afiliada Rede Globo do grupo Rede Amazônica de Televisão – foi a primeira empresa de comunicação a se instalar em Vilhena. Pioneira, chegou à cidade mesmo antes do rádio. Hoje, com 20 funcionários que atuam nas mais diversas áreas e sob a gerencia administrativa de Janete Merlo, a emissora retransmite ao público vilhenense toda programação nacional, estadual e regional da Rede Globo. Duas equipes são responsáveis pela área jornalística. Repórteres: Arlene Balieiro e Renato Barros; Cinegrafistas : José Manoel e Tiago Mendes. A programação local dura em média cinco minutos, todo material exibido in loco também é reexibido para todo o Estado. Bjos. Boa Sorte. Arlene Balieiro Repórter/Apresentadora 107 CAMPOS, Rosilene Teodoro da Silva. Estruturação da TV Ji-Paraná. E-mail: <[email protected]> enviado a esta pesquisadora ([email protected]) em 29 jul 2011. ----- Original Message ----From: [email protected] To: [email protected] Sent: Tuesday, July 29, 2011 9:05 PM Subject: Historia TV Ji-Paraná Janete, segue conforme solicitação. HISTÓRIA DA TV JI-PARANA Em 05 de setembro de 1976 chegaram os equipamentos na então Vila de Rondônia para a instalação da repetidora da TV pertencente à Rede Amazônica de Televisão, com a ajuda do prefeito Walter Bartolo a torre ficou pronta, em 08 de setembro a emissora sofreu uma pane e como era difícil de conseguir peças em Rondônia, o Sr. Costa ofereceu um grande radio para que fosse tirada a peça para colocação no transmissor e só assim a TV JI-PARANA foi inaugurada em 13 de setembro de 1976. No ato da inauguração foi celebrada uma missa campal e a programação da repetidora seguia a de Porto Velho, através do vídeo cassetes. Sendo seu primeiro gerente Sr. Celso Carelli, no começo não havia programação nos intervalos, sendo exibidos clips de musicas para ocupar esse espaço e utilidades publicas também era exibidos, como notas de falecimentos e perda de documentos. Hoje a TV JI-PARANA possui 2 equipes de jornalismo, sendo 2 cinegrafistas (Valdinei Fernandes que trabalha na emissora há 16 anos e Raimundo Nonato Lima da Cruz com 24 anos de TV) e 2 repórteres/apresentadores ( Patrícia Góes e Roberto Oliveira) . Possui também repetidoras em Presidente Médici, Ouro Preto, mirante da serra, nova união, são Miguel, teixeiropolis, seringueiras, entre outras que estão sendo instaladas. A emissora atualmente tem 25 colaboradores, distribuídos em vários setores como, 3 na opec, 4 no setor comercial, 4 jornalismo e o restante no setor administrativo, contando com motorista, auxiliar serviços gerais, financeiro e recepcionista. Abraços! sorte Rosilene Teodoro da Silva Campos Chefe financeiro 108 CORDEIRO, Milton. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica. E-mail: <[email protected] > enviado a esta pesquisadora ([email protected]) em 20 mai 2011. ----- Original Message ----From: Dr. Milton Cordeiro - Diretoria Rede Amazônica To: [email protected] Sent: Friday, May 20, 2011 7:03 PM Subject: Entrevista Prezada Janete Respondo à sua solicitação. Antes, porém, devo apresentar-me: Milton de Magalhães Cordeiro, um dos sócios fundadores da Rede Amazônica de Rádio e Televisão. Jornalista Profrissional com registro na DRT/Am. Bacharel em Direito. Sou Vice-Presidente de Jornalismo da Rede (antes a . função estatutária era de Diretor Geral). 79 anos de idade. Amazonense, casado com Maria Edy Serejo Cordeiro há 54 anos; 05 filhos, 10 netos e 04 bisnetos. ....... 1a. Pergunta - Resposta: O telejornalismo da Rede Amazônica tem muita relevância porque atinge a totalidade das cidades que têm o sinal da sua programação. O importante é o telespectador assistir no vídeo da sua casa a notícia mais destacada da sua cidade. Outrora -- e talvez raramente -- o rádio se lembrasse da existência do interiorano que agora desfruta do noticiário qualificado, das novelas, show, etc. O mundo mais do que nunca faz parte de uma grande aldeia global, como definiu no passado o sociólogo MacLuhan. O progresso tecnológico possibilitou à sociedade o acesso aos mais diferentes meios de comunicação, e com isso, a informação -- bem precioso da sociedade de consumo -- está mais presente na vida das pessoas. Isto é uma tônica na realidade de vida da Rede Amazônica: integrar as pessoas. Por isso sua visão de empresa é "contribuir para a integração da Região Amazônica oferecendo informação de qualidade, entretenimento e cultura por meio da utilização da mais alta tecnologia disponível com base nos princípios da Liberdade, da Verdade e da Justiça". O avanço da Emissora ao longo de quase 40 anos de história, tirou a Amazônia do isolamento. A população do interior (não só das capitais) toma conhecimento em tempo real de tudo o que ocorre no Estado, no País e no mundo. E isso se dá quer seja por meio do sinal recebido diretamente do satélite ou pelo sinal que chega à sua casa por meio de várias retransmissoras e mini-geradoras. A grade de programação local contempla telejornais com integração regional, justamente para levar ao cidadão, à cidadã amazônicos, notícias que acontecem em seu meio. Isto porque a função nacional e internacional é desenvolvida com excelência também pela Rede Globo, da qual a nossa emissora-lider -- a Tv Amazonas -- está afiliada desde a década de 80. É parte presente no trabalho das equipes de jornalismo a base moral da Empresa, A nossa conduta ética de agir é percebida pela sociedade. Os avanços tecnológicos são muitos e as equipes sempre estão se adequando às transformações. Nos locais mais distantes, em pontos estratégicos da região,sempre há um representante da Rede Amazônica para dar voz ao anseio da sociedade. Esse profissional representa uma população sofrida e mostra na tela das Tvs Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima, e consequentemente da Rede Globo, o que a Amazônia tem no seu quotidiano. ///////////////// 109 2a. Pergunta - Resposta: Nas capitais dos Estados da nossa área de cobertura (Manaus, Porto Velho, Rio Branco, Macapá e Boa Vista) o telejornalismo mantem equipes profissionais que cuidam da pauta diária selecionando os factuais de maior relevância para depois exibilos. Portanto, cada Gerente de Jornalismo acompanha essas reuniões diárias discutindo com as respectivas equipes o que melhor interessa ao telespectador. O Editor Geral e o VicePresidente de Jornalismo também são entrosados nessa tarefa de Rede interagindo com as Praças fora de Manaus. A função de pensar estratègicamente quais ações devem ser tomadas e como direcioná-las, é uma das muitas tarefas da direção de jornalismo. O dia a dia é desenvolvido pelas equipes de cada telejornal, com seus integrantes na capital e interior do Estado. É preciso relacionar a importância que determinados assuntos têm. Ver se o foco é local demais ou se pode ser repassado para todo o Estado. É a direção de jornalismo quém define a linha editorial da emissora. A lógica pela qual a Empresa enxerga o mundo é orientada por ela. E é essa visão quém irá influenciar decisivamente a construção da notícia. Só lembrando que no caso da Rede Amazônica o seu jornalismo tem na sua linha editorial os valores da Empresa que são: "Ser reconhecida como a Rede de Comunicação referência da região Norte, proporcionando a sua integração e desenvolvimento; Contribuir para a melhoria da qualidade de vida do povo amazônico através da promoção do lazer, entretenimento, informação e cultura; Assegurar a satisfação dos clientes através da excelência dos seus processos e serviços". A figura da direção está ligada à pessoa mais experiente do grupo. É dela o comando geral da equipe. E embora tenha um pouco mais de 50 anos de jornalismo, cada dia é um novo dia; a espera de um "furo" de reportagem que dê destaque aos telejornais e possa informar à população, aproximando as pessoas por meio da notícia. A função de um diretor é muito mais do que dar a palavra final ao processo. Ele é quém gerencia tudo: desde uma "cobertura" simples a uma grande catástrofe. Como as equipes são lideradas por chefes imediatos, na Rede Amazônica a relação da direção com capital e interior se dá por intermédio dessas figuras de liderança na redação. É delas a espinhosa tarefa de alinhar assuntos, discutir coberturas futuras, gerenciar acidentes que ocorram em seu raio de atuação. Em momentos onde cabe uma intervenção editorial, entra a fugura, no caso da Rede Amazônica, do Vice-Presidednte de Jornalismo, que ouviu atentamente antes de decidir a Gerente e o Editor-Geral. /////////////] 3a. Pergunta - Resposta: A Rede Amazônica tem imensa responsabilidade na apresentação diária dos seus noticiosos. É uma Empresa de Comunicação não vinculada a grupos políticos e econômicos. É independente, e pelo seu posicionamento democrático este ano completará no vindouro mês de setembro 39 anos de atividades. Suas instalações não têm luxo, mas são confortáveis para o seu trabalho; trata os funcionários como uma família e cumpre com rigor os compromissos que assume. Dispõe de equipamentos modernos da chamada Era Digital e trata o telespectador com dignidade proporcionando-lhe a programação nacional Globo e o forte sentimento regional de Amazônia. Ao longo de 39 anos de existência, no jornalismo, uma das marcas da Empresa foi revelar talentos. Dar oportunidades à juventude para que mostrasse e mostre ainda um potencial profissional que tem sido tônica presente no jornalismo. E muitos surgiram na redação da Rede Amazônica. Diante dessa realidade foi fundamental a criação da Fundação Rede Amazônica -- idéia concebida pelo fundador e Presidente Phelippe Daou – cujo trabalho alicerçado em 26 anos de existência (não confundir Fundação com a empresa Rádio Tv do Amazonas Ltda) passou a cobrir uma lacuna então existente no mercado local: a formação de mão-de-obra de nível médio, com especialidade técnica para o segmento radiodifusão (tv e rádIo), inserindo-a no mercado amazônico saído das suas salas de aula cuja grade curricular é reconhecida pelo M.E.C. A Fundação esmera-se 110 numa contribuição a prol da Amazônia com um trabalho nas áreas de educação, cultura, meio ambiente e entretenimento. /////////////////// ////////////////////////////////////////////////////// Prezada Janete Acredito que satisfiz o seu desejo. Releve-me se não atingi os objetivos-fins. Milton 111 BATISTA, Luis Augusto Pires. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica. Entrevista a esta pesquisadora via skype/internet. Duração: 18min47seg. em 23 mai 2011 Luis Augusto Pires Batista Editor Geral de Jornalismo Rede Amazônica Janete: Qual a hierarquia da Rede Amazônica no Jornalismo? Luis Augusto: Ah!... Nós temos o presidente que e o Dr Phellipe Daou, ai nós temos, é... quatro vice-presidentes, sendo que vice presidente do jornalismo Dr. Milton Cordeiro, que é o nosso comandante, aí abaixo do Dr. Milton estou eu, que sou editor geral de jornalismo, tá? Janete: Ok. Luis Augusto: A minha função é gerenciar as cinco emissoras de jornalismo, as 5 emissoras e a ... e a sucursal de Brasília. Ai, abaixo de mim temos os chefes de jornalismo, ta Ercilenegerente TV Amazonas, no caso ai da TV Rondônia o gerente é o Nonato. Abaixo do Nonato que é o gerente de jornalismo lá, temos a Bethânia Meireles que é chefe de redação da TV RO. Janete: Ok. Luis Augusto: E abaixo dela temos o Benedito Teles, que é chefe de reportagem, nós temos a Andréia Fortini que é atualmente uma coordenadora do interior, que ela faz essa ponte com o interior. Depois nos temos os gestores das praças e as equipes de jornalismo. Janete: A distribuição diária desses afazeres, desde que Manaus solicita alguma coisa para Porto Velho, onde porto Velho solicita ao interior? Luis Augusto: A praça tem uma reunião de pauta diária, ta! Então as equipes, elas reúne e decide o que vai ser produzido diariamente, ta! Então por exemplo... Aqui em Manaus a pauta funciona da seguinte maneira: A gente faz uma reunião de pauta de manhã e de manhã a gente ta definindo os assuntos do dia seguinte. Então cada equipe de(tosse) de telejornal (tosse novamente) vai definir quais vão ser as suas produções e a chefia da produção vai colocar isso para as produtoras vão vai colocar isso para as produtoras desenvolver os assuntos. Bom, é... Cada praça na verdade tem uma autonomia com relação à pauta é... a gente não exerce assim um trabalho de acompanhamento muito próximo do que é essa produção do dia-a-dia. Então por exemplo você está ai em Vilhena. Você tem autonomia para decidir os assuntos principais que são importantes para o seu telejornal e para os telejornais do estado. Né! Janete: Certo. Luis Augusto: A partir do momento que tem um assunto que a gente considera estratégico, por exemplo: Vamos estar passando ai por Vilhena o governador que vai fazer uma visita pra anunciar uma obra, então ai, vai se trocar uma idéia com Porto Velho pra avaliar de como será feita essa cobertura e o que interessa do ponto de vista do jornal pro estado, o que interessa localmente, entendeu? Janete: Correto. 112 Luis Augusto: Então dependendo dos temas dos assuntos, a gente tem uma... um direcionamento dessa pauta, depende da hierarquia da ... da importância dela. Criamos uma estratégia de cobertura pra todos os cinco estados, e ai é feito uma estratégia não só passando por mim aqui, mas definida pelo jornal nacional, enfim, dependendo do assunto da pauta a gente é, tem um controle, um filtro maio sobre como será feito esse material, entendeu? Janete: Quem define a linha editorial da emissora é a direção do jornalismo? Luis Augusto: É a linha editorial ela é definida pela central Globo de jornalismo, uma coisa que nos temos um... vamos dizer assim, uma parceria com a Globo, em que alguns setores da emissora são considerados estratégicos: o setor comercial, o setor jornalismo, e o setor engenharia. O editorial ela segue um modelo da Globo. É claro ela... que ela tem suas particularidades, mas no caso do jornalismo ela segue o padrão. Janete: Nas cidades mesmo por noticias por editoria , essa cabe a cada praça, a cada unidade local? Luis Augusto: É ai vai muito da capacidade de produção entendeu? Então por exemplo: eu sei que vocês tem duas equipes, né? Janete: duas equipes, isso. Luis Augusto: Então, a produção mídia diária de quatro produções, né. Porto Velho tem seis equipes, eventualmente terá uma sétima equipe, então vai ter uma média de 12 à 14 produções, Manaus tem 13 equipes, então nós vamos ter ai, uma média de 26 reportagens por dia. É um modelo mais ou menos assim, cada equipe faz geralmente duas ou três matérias por dia ou eventualmente uma se é uma matéria trabalhosa, entendeu? Janete: Correto. A sede Manaus, ela oferece autonomia de gerenciamento das informações entre a capital e o interior? Luis Augusto: É...eu entendo que existe uma autonomia. Claro que a gente ta diariamente conversando sobre os assuntos, tem pauta que a gente ta conversando como vai ser feita, e tal mas, eu não tenho assim, eu não to por exemplo, com as praças.. eu não to acompanhando diariamente todas as doze produções do dia, entendeu? Janete: Correto. Luis Augusto: Porque é humanamente impossível você fazer um controle de tudo. Inclusive de acompanhamento dos telejornais né. Todo dia procuro ter um contato direto com todos os gerente é... pra saber as coisas, as demandas importantes que estão acontecendo em termos administrativos né. E mesmo no noticiário do dia-a-dia. A gente tem uma troca diária de matéria. A gente... cada praça gera três materiais por dia pra Manaus e isso é trocado entre as praças,né. Janete: Certo. Luis Augusto:...e isso, isso foi decidido que fosse feito assim. Porque a gente entende que as praças ainda não teem uma estrutura pra manter os jornais inteiramente locais. Né? 113 Janete: Correto. Luis Augusto: ...então a gente faz essa troca, no sentido de ajudar as praças e também manter uma certa “identidade de rede” né, que sempre a Rede Amazônia teve. Até tempo atrás ah.. nós fazíamos alguns jornais de rede mas, desde o ano passado os jornais estão sendo feito localmente, porque a gente entende que é importante é... que os jornais tenham uma “identidade local” mesmo, isso que é mais importante, entendeu? Janete: Correto. Com relação atenção... atenção dada, digamos pelas capitais ao interior/ Luis Augusto: Precisa melhor a estrutura das praças do interior de Rondônia né. Porque a gente já enfrenta uma concorrência muito forte, né. Por exemplo: Hoje nos não temos uma estrutura de produção, não temos estrutura de edição, lógica carente que ainda seguimos um modelo que foi criado à dez ou quinze anos atrás de repórter que fazem a matéria e a gente faz um jornal né. Janete: Correto. Luis Augusto: Mas, os tempos mudaram, e exigem que a gente faz essa adequação, a Rede Amazônica está desenvolvendo um projeto estratégico pra mudar essa realidade das praças né. – Esse projeto abrange é uma, uma.. um incremento, tanto no ponto de vista de engenharia, de comercial, de jornalismo e até administrativo, entendeu? É... no momento o foco da empresa está sendo o projeto de digitalização, agora, das emissoras, das demais emissoras Manaus já digitalizou o sinal do jornalismo, agora no meio do ano nós vamos ter a digitalização do sinal 5 emissoras , né, e no ano que vem o projeto de digitalização das demais transmissoras. É... é ao mesmo tempo um incremento com relação dos equipamentos das praças do interior de Rondônia, nas transmissoras, eu não me lembro assim, qual a capacidade dela e tal... chega até bem nas emissoras, mas acho que é acima de.. eu não lembro quantos habitantes, mas tem um faixa de que a Rede amazônica vai começar a colocar digital no interior, entendeu? Luis Augusto: ... então a emissora tem um projeto né, que tem as suas prioridades e ela está nessa etapa de digitalizar o sinal das emissoras e das demais praças entendeu? Janete: Dentro disso também, dentro dessa mudança que esta tendo em todas as emissoras, a questão de treinamento, com as equipes de reportagens, tanto, jornalismo, editor, apresentador. Qual é o processo dentro da Rede Amazônica, Existe treinamento constante? Luis Augusto: Basicamente dois trabalhos que a Rede desenvolve ao longo do ano. Nós temos um trabalho que é a Uniglobo virtual, central de cursos oferecidos pela Globo, que é... atende todo o norte e temos o anual de jornalismo, que esse ano vai ser o segundo ano consecutivo em Manaus. Então o momento que trás os funcionários à Manaus. Esse ano vai ser de 14 à 16 de setembro, estaremos realizando juntamente o encontro de jornalismo que vai vir todo o pessoal das emissora e os terminais de jornalismo, que é um evento da fundação Rede Amazônica, e nesse, nesse... nesse momento a gente faz um intercâmbio com todo mundo. Essas que a gente faz trazendo todo mundo para a capital para conversar sobre é... procedimentos de trabalho. É a gente busca estar em busca de uma linguagem, seja um padrão que tenha um padrão globo, e.. de... de... esse... essa busca pelo padrão envolve várias coisas, desde a linguagem até capta som, texto, revisão de texto, apresentação. Agora nós vamos fazer um trabalho de maquiagem, de roupa, de vestuário, de cabelo, então envolve tudo... um grande intercâmbio com as pessoas, né, onde esse é um momento que a gente busca isso, na, além 114 disso a gente sempre ta procurando oportunidade de ter um contato mais próximo ai de ir as praças, acompanhar os telejornais, de discutir,de conversar um pouquinho com vocês pra gente buscar esse padrão., né. Buscar um padrão qualio, e mecanismo de controle da qualidade do nosso produto, nãh... O trabalho da Rede Amazônica e é um trabalho diferente de qualquer emissora do Brasil, nenhuma rede tem esse tamanho continental, que a gente tem de cobertura né. Fazer Jornalismo na Amazônia, no Amazonas é muito caro e muito difícil, a gente não tem estrada, a gente tem muito pouco acesso à várias localidades do estado. Então acho importante destacar esse trabalho da Rede Amazônica que conseguiu fazer de integração do jornal através do uso do FTP , que inclusive foi objeto do meu trabalho de mestrado na UFAM, que permitiu que a gente fizesse essa integração de uma forma que não faria jamais se dependesse só dos satélites, entendeu? Janete: certo: Luis Augusto: Então, acho importante destacar essa...essa... esse tipo de tecnologia que a gente utiliza né. E.... acho que um trabalho assim que está em andamento, que falta muito assim , muito pra gente conseguir realmente fazer um jornalismo que a gente pensa em fazer, né, mas, é um trabalho em construção, é um trabalho que a gente vai construindo tijolinho por tijolinho, é... acho assim, que nós já mostramos assim, que a Amazônia tem, tem material humano valoroso. Para fazer um jornalismo de qualidade né, apesar de termos poucas faculdades de jornalismo por aqui, ainda, ah! Mas eu acho assim, já existe uma história entorno desse jornalismo da Amazônia, que seria importante, que com a evolução da internet, essa evolução que nós vamos ter no telejornalismo, ela vai ser muito mais rápida nos próximos anos, nãh! E a gente espeta realmente poder oferecer um suporte de maior qualidade pras vossas emissoras para ter um trabalho digno de merecimento da população entendeu? Janete: São trinta e nove anos de existência de jornalismo da Rede Amazônica, surgiram grandes profissionais, algum que gostaria de destacar? Luis Augusto: Eu acho que a gente tem que destacar o nosso povo, quem ta ai, exemplo Daniela Sayagwa, que faz um trabalho muito bacana, um trabalho diferenciado aqui, Daniela Pranches, que é uma revelação, Marindia Moura, ai em Rondônia, Gerson Dourado no Acre, Luciano Abreu em Roraima,e Arilson Freires no Amapá. Acho assim, que a gente tem bons profissionais também que vem fazendo trabalho de destacado de gerenciamento né. Que são os nossos gerentes de jornalismo, né, enfim, a gente não fica devendo nada a ninguém, ainda tem assim muito à avançar, eu acho que em termos de suporte nos profissionais, ainda precisa melhorar muito nesse aspecto, mas acho que a Rede Amazônica é um desafio que ela enfrenta diariamente, e tem como meta principal e conseguir essa...essa...esse suporte pra que a gente faça esse jornalismo de primeira. É uma empresa extremamente focada, na questão tecnológica né. Você vê, essa tecnologia do FTP, que a gente tem, poucas emissoras no Brasil tem,. Agora por exemplo, nós estamos dando esse paço da TV digital, muito mais rápido que muitas outras emissoras, o fato da gente já ter o jornalismo digital, aqui em Manaus, já é uma escola interessante que é poucas emissoras no Brasil que tem isso. De maneira que eu acho assim, que essa parceria né, do profissionalismo no jornalismo e a questão tecnológica muito próxima do nosso dia-a-dia, são marcas inconfundíveis da Rede Amazônica que permitem a gente está ai entre as principais emissoras do Brasil. Acho que a gente precisa ter mais equipe, por exemplo, Porto Velho uma cidade que comporta mais equipe, interior de Rondônia, merece uma estrutura maior e tal, mas a emissora está em busca disso, acho que num espaço curto de tempo em condição mais bacana de trabalho, mas 115 acho que a gente já faz... já é uma... é um resultado muito legal, assim no dia-a-dia dos nossos telejornais. 116 NEVES, Raimundo Nonato Rodrigues das. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica – TV Rondônia. E-mail: <[email protected]> enviado à esta pesquisadora ([email protected]) em 22 jul 2011 ----- Original Message ----From: Nonato Neves To: Janete Merlo - Gerencia TV Vilhena Sent: Friday, July 22, 2011 11:00 AM Subject: RESPOSTA - TCC Cara Janete, só agora consegui atender o pedido. Espero poder contribuir no seu trabalho de conclusão de curso. abs Nonato Neves Prezado Nonato, Primeiro quero pedir desculpas por tomar a liberdade desta forma, mas gostaria muito de vossa ajuda no meu TCC. Estou concluindo a minha faculdade em Jornalismo, e escolhi como tema o Jornal de Rondônia - Analise telejornalística em rede do Estado de Rondônia. Escolhemos o tema pelo fato de que não conseguimos encontrar nenhum registro acadêmico deste assunto, e gostaria que essa pesquisa venha de alguma forma demonstrar a produção do telejornalismo através da integração de informações e também da regionalização, que é pouco estudado e relatado. Assim, entra a sua participação especial. Gostaria de fazer uma entrevista contigo, via e-mail e o quesito principal é o JORNAL DE RONDÔNIA - JR EM REDE Nonato é de grande valia o seu depoimento e de extrema importância para a minha monografia, uma vez que és o Gerente de Jornalismo da TV Rondônia e interior, e dentro disso gostaria que respondesse as questões abaixo, o que ficaria eternamente grata. 1--Qual o compromisso social do Jornalismo da TV Rondônia? R— A nossa responsabilidade social é principalmente abrir espaço para que a população possa ter vez e voz para reivindicar mostrando as necessidades de todos. Isso é feito quando tornamos público por meio dos nossos telejornais, as dificuldades nos setores de saneamento, saúde, educação, segurança, enfim, a busca do bem-estar de todos questionando o poder público e buscando a resposta que a população tanto precisa. 117 Nesta semana, lançamos na TV Rondônia o quadro Fala Comunidade. É um projeto da Rede Amazônica, exclusivamente para ouvir os problemas da população. 2--A Produção é fundamental no trabalho de reportagem? R-Sim a produção é fundamental. É o início de tudo. É a produção que apura todas as informações para o repórter . A pauta é um tipo de bússola para o repórter. É na pauta que tem todas as orientações para o trabalho do repórter. 4--Como uma matéria é direcionada para cada telejornal? R—O perfil de cada jornal: para o BDA- Bom Dia Amazônia, procuramos direcionar matérias sobre agricultura, economia. Tudo de interesse para o homem do campo. Exibimos quadros sobre preços de produtos agrícolas, ofertas de emprego, . O Jornal conta também com entrevistas, com assuntos variados. O BDA exibe também matérias feitas pelas equipes da noite anterior. Matérias das praças do interior e de outros Estados ( Acre, Roraima, Amazonas, Amapá e do Distrito Federal ) também são exibidas no jornal. GLOBO ESPORTE: É o principal jornal da emissora para divulgar o esporte .no Estado. mostra as principais competições esportivas de todo o Estado. O Globo Esporte AMZTV: É o jornal comunitário da Emissora. O Amztv é direcionado para mostrar os problemas nos bairros, escolas , hospitais, falta de policiamento..etc..etc..Os principais fatos da manhã no Estado também são exibidos no Amztv. O Jornal também apresenta entrevistas de estúdio e matérias das emissoras da Rede de outros Estados da Região Norte. JORNAL DE RONDÕNIA-JR É considerado o principal jornal da emissora. É direcionado para divulgar os principais fatos do dia de todo o Estado. 5--A escolha das notícias que integram a ordem das matérias dos telejornais da rede obedece a critérios básicos ? R – Os critérios básicos obedecem à factualidade do assunto e à importância de transforma-lo em notícia para que chegue ao conhecimento dos telespectadores. Portanto, procuramos seguir mas sem necessariamente estabelecer regras que possam interferir na linha editorial de cada produto que levamos ao ar. 6--A criatividade e a inovação estão relacionadas à necessidade de se fazer algo que todo mundo já conhece? R – Como tudo que acontece à nossa volta, o jornalismo também exige criatividade, desde que isso não interfira na essência da notícia. Mas é importante que o profissional em jornalismo 118 esteja habilitado a mostrar a notícia de forma que possa atrair a atenção de quem assiste aos telejornais. 7--A transmissão ao vivo traz vantagens à cobertura jornalística? R—São várias as vantagens. A informação chega mais rápida ao telespectador. Dá um outro ritmo ao jornal. Aqui na TV Rondônia, iniciamos neste ano transmissões ao VIVO com a UMJ-Unidade Móvel de Jornalismo. Com a UMJ podemos fazer VIVO em todos os nossos telejornais, de vários pontos da cidade. Com a Unidade Móvel, já conseguimos realizar VIVO sobre vários eventos, entre eles, da área do Arraial Flor do Maracujá e do Carnaval Fora de Época em Porto Velho. Ultimamente, estamos realizando esse tipo de transmissão com mais frequência no AMZTV. 8--Qual a interação entre Capital x Interior? R: Em 2009 foi criada na TV Rondônia uma função muito importante para essa interação: Coordenação Interior. A jornalista Evelyn Morales foi a primeira pessoa a assumir este cargo na empresa. Agora, existe uma maior aproximação entre as equipes das praças do interior e capital. A idéia, é auxiliar e acompanhar melhor os trabalhos das emissoras do interior. Um dos resultados: aumentou bastante a oferta de matérias das praças do interior para a TV Rondônia. Com isso, um maior número de matérias da Rede são exibidas para todo o Estado. GOSTARIA QUE ACRESCENTASSE ALGO QUE NÃO ESTEJA DENTRO DAS PERGUNTAS E SEJA RELEVANTE AO TELEJORNALISMO EM REDE ESPECIFICAMETNE O JR - JORNAL DE RONDÔNIA. Agradeço muito e aguardo vosso retorno. ----------------------------------------------------------------------------------Janete Merlo Coord Administrativa/Comercial Tv Vilhena Radio Tv do Amazonas Ltda Fone/Fax: (69)3322-3905 - 3901 - (69)9209-4575 Skype: financeiro.tvvh "A VIDA É CONSTRUIDA NOS SONHOS E CONCRETIZADA NO AMOR" 119 MEIRELES, Bethânia. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica – TV Rondônia. E-mail: <[email protected]> enviado a esta pesquisadora ([email protected]) em 15 jul 2011 ----- Original Message ----From: Bethânia Meireles To: [email protected] Sent: Friday, July 15, 2011 1:41 PM Subject: RESPOSTAS TCC Qual é a relação INTERIOR X CAPITAL? UMA RELAÇÃO DE COOPERAÇÃO ONDE COLOCAMOS EM PRÁTICA A PROPOSTA DA EMISSORA, QUE É TRABALHAR EM REDE. Como é a produção diária, e o que alimenta o JR? A PRODUÇÃO DE QUALQUER TELEJORNAL TEM COMO BASE OS ACONTECIMENTOS, EM ESPECIAL A FACTUALIDADE NO CASO DO JR, QUE TEM COMO LINHA NOTICIOSA O MESMO FORMATO DO JN. Como são tratadas as pautas locais? Existe uma concordância, uma parceria, com ajuda de indicação e/ou produção da coordenação do interior? TODO E QUALQUER ASSUNTO QUE VIRA NOTÍCIA REQUER APURAÇÃO, NA PRODUÇÃO LOCAL NÃO É DIFERENTE. A VANTAGEM É QUE ESTANDO MAIS PRÓXIMO DO AMBIENTE ONDE A SITUAÇÃO OCORRE SE TORNA MAIS FÁCIL A BUSCA DE INFORMAÇÕES. QUANDO O ACONTECIMENTO TAMBÉM ENVOLVE O INTERIOR É IMPORTANTE TROCAR IDÉIAS E/OU INFORMAÇÕES COM OS COLABORADORES DAS PRAÇAS QUE FORMAM A REDE. OU AINDA, PODEM OCORRER SITUAÇÕES EM OUTRAS LOCALIDADES ONDE SÓ É POSSÍVEL TER ACESSO COM O AUXÍLIO DAS PRAÇAS. Como é a execução de reportagem diária para o JR ? AS EQUIPES SAEM DA REDAÇÃO COM UMA PAUTA MARCADA ANTECIPADAMENTE PELA EQUIPE DE PRODUÇÃO, QUE DEIXA UM ROTEIRO COMPLETO PARA QUE O ASSUNTO VIRE UMA REPORTAGEM COM O PERFIL DA LINHA EDITORIAL DO JR. Como é o processo de produção editorial ? 120 NÃO EXISTE UM PROCESSO PADRÃO, BASTA APENAS QUE O EDITOR DO JORNAL, EM CONJUNTO COM A CHEFIA, DÊ SUGESTÕES DO QUE GOSTARIA DE VER COMO NOTÍCIA NAQUELE MOMENTO. Como é o processo de exibição do JR da Capital para o Interior , focando para a rotina de gravação, união de matérias, exibição gravada na seqüência ? NO TODO, O JR É COMPOSTO POR TRÊS BLOCOS, SENDO OS DOIS PRIMEIROS COM NOTÍCIAS VISTAS NO ESTADO INTEIRO, PORTANTO ASSUNTOS DE INTERESSE ESTADUAL OU ALGUM TEMA RELACIONADO À REGIÃO NORTE, COM VTS POLÍTICOS FEITOS PELA SUCURSAL DE BRASÍLIA. O TERCEIRO BLOCO NÃO VAZA PARA O ESTADO INTEIRO, FICA RESTRITO ÀS NOTÍCIAS DE PORTO VELHO E AS PRAÇAS EXIBEM AS RESPECTIVAS NOTÍCIAS LOCAIS. NA CAPITAL O JR ENTRA AO VIVO. NO INTERIOR O BLOCO É GRAVADO E ENTRA NA SEQUÊNCIA DE EXIBIÇÃO EM CONFORMIDADE COM O ESPAÇO ABERTO, JÁ DEVIDAMENTE DEFINIDO COM O SETOR OPERACIONAL AQUI NA TV RONDÔNIA. A ORIENTAÇÃO ÀS EQUIPES DO INTERIOR É QUE ASSUNTOS FACTUAIS SEJAM ENVIADOS TAMBÉM PARA EXIBIÇÃO NA CAPITAL, O QUE NÃO SIGNIFICA QUE A REPORTAGEM SEJA MOSTRADA SÓ AQUI, MAS QUE SEJAM PRODUZIDOS UM VT E UMA NOTA COBERTA, OU UM VT E UM STAND UP, ATENDENDO ASSIM OS DOIS TELEJORNAIS. NESSE CASO É FUNDAMENTAL QUE HAJA CONTATO DO REPÓRTER DA PRAÇA ONDE OCORREU O CASO COM O EDITOR DO JR OU UM DOS CHEFES DE JORNALISMO EM PORTO VELHO, PARA QUE A NOTÍCIA SEJA DADA NOS DOIS LUGARES. Quantas Fontes consultadas por matérias e qual o nível de dificuldade de encontrar fontes seguras? NÃO HÁ REGRAS PARA A QUANTIDADE DE FONTES POR MATÉRIA. O IMPORTANTE É QUE O ASSUNTO SEJA APURADO DE FORMA IMPARCIAL. EM CASOS DE DENÚNCIAS A DETERMINAÇÃO É OUVIR TODAS AS PARTES ENVOLVIDAS, CASO UMA DELAS SE NEGUE A FALAR O REPÓRTER DEVE CITAR NO TEXTO QUE “FULANO FOI PROCURADO POR NOSSA PRODUÇÃO, MAS PREFERIU NÃO COMENTAR O ASSUNTO...” OU AINDA PODEMOS RECORRER A UMA NOTA PÉ, QUE É NARRADA PELO APRESENTADOR LOGO DEPOIS QUE A REPORTAGEM É EXIBIDA. 121 NÃO CONSIDERO “DIFÍCIL” ENCONTRAR FONTES SEGURAS, PORÉM CABE AO PRODUTOR APURAR COM MUITA ATENÇÃO TODAS AS INFORMAÇÕES REPASSADAS PELAS FONTES. Como é o relacionamento com as chefias imediatas? UMA RELAÇÃO COMO EM QUALQUER AMBIENTE DE TRABALHO, RESPEITANDO O ESPAÇO DE CADA UM DENTRO DAS ATRIBUIÇÕES QUE A FUNÇÃO EXIGE. Sobre o tempo de exibição como é o processo capital e interior? O FADE DO JR TEM UMA MÉDIA DE 14 MINUTOS DIVIDIDOS NOS TRÊS BLOCOS, SENDO QUE O ÚLTIMO DELES, QUANDO O CORTE É FEITO PARA AS PRAÇAS DO INTERIOR, NÃO DEVE FICAR MENOR QUE 5 MINUTOS. Qual o fluxo de produção semanal de reportagens UMA MÉDIA DE 80 REPORTAGENS. Como é o processo de produção de pautas e quantas pautas são produzidas durante o dia e o mês? NÃO HÁ UM NÚMERO EXATO DE MATERIAL PRODUZIDO, DEPENDE MUITO DOS ACONTECIMENTOS. HÁ PAUTAS QUE CAEM POR RAZÕES QUE FOGEM DO CONTROLE DE PRODUTORES E EQUIPES DE REPORTAGEM. CONSIDERANDO QUE A MÉDIA DE REPORTAGENS FEITAS É DE 80 SEMANAIS A PRODUÇÃO PODE ULTRAPASSAR A CASA DE 100, TENDO EM VISTA QUE NO DECORRER DO DIA, QUANDO O REPÓRTER ESTÁ NA RUA SURGE ALGO QUE PODE VIRAR UMA MATÉRIA, MAS NÃO FOI PRODUZIDA PELA EQUIPE QUE ESTÁ NA REDAÇÃO. Qual o critério para utilização do link ? (situações factuaus, aproximação, como é o sinal? IMPORTÂNCIA DO ASSUNTO, FACTUALIDADE E ÁREAS ONDE O SINAL DA UNIDADE MÓVEL SÃO DISPONIBILIZADAS CONFORME ORIENTAÇÃO DO SETOR TÉCNICO Existe mensuração do trabalho produzido periodicamente? AINDA NÃO. Qual o critério de noticiabilidade da emissora? QUALQUER TRABALHO JORNALÍSTICO DEVE SE BASEAR NA VERDADE. É COM ESTA PROPOSTA QUE NOTICIAMOS TUDO QUE ACONTECE. Como funciona o trabalho diário? 122 A ROTINA DE TRABALHO DE UMA REDAÇÃO COMEÇA COM A APURAÇÃO DOS FATOS, FEITOS PELOS PRODUTORES QUE SÃO DISTRIBUÍDOS EM EQUPES QUE TRABALHAM POR TURNO PARA ATENDER TODOS OS TELEJORNAIS DA CASA. A PAUTA, QUE É O MAPA DA NOTÍCIA, É REPASSADA À EQUIPE DE REPORTAGEM, (REPÓRTER E CINEGRAFISTA) QUE TEM A RESPONSABILIDADE DE IR À CAMPO COLETAR ENTREVISTAS E IMAGENS. O MATERIAL É ENTREGUE AOS EDITORES DE IMAGENS QUE FAZEM A MONTAGEM DO VT. Como é a rotina de produção desta emissora? É IGUAL EM TODAS AS REDAÇÕES. COMEÇA PELA APURAÇÃO, ENCAMINHA A PAUTA PARA O REPÓRTER QUE FAZ TODA A PARTE EXTERNA QUE É OBRIGATÓRIA PARA O FECHAMENTO DO VT. Sobre o retrabalho de reportagens (reedição/pautas caídas/furo de fonte )? RETRABALHAMOS O ASSUNTO QUANDO POR ALGUMA RAZÃO – ENTREVISTADO NÃO APARECEU NO LOCAL COMBINADO, TEVE COMPROMISSO DE ÚLTIMA HORA E NÃO TEVE COMO ATENDER A EQUIPE, ETC..OU O ASSUNTO NÃO RENDIA NAQUELE MOMENTO. SE VALER A PENA VOLTAMOS A FAZER NOVA APURAÇÃO E RETOMAMOS A PAUTA. Segue um padrão de produção de texto??? O PADRÃO É OBSERVAR O TEXTO PARA TELEVISÃO, QUE DEVE SER ENXUTO, DE FORMA QUE OBEDEÇA AS REGRAS BÁSICAS DE RESPOSTA AO QUE O TELESPECTADOR PRECISA SABER, DE FORMA CLARA E OBJETIVA. Existe correção de texto padrão? A REGRA BÁSICA É ESCREVER COM CLAREZA E OBJETIVIDADE. Quem orienta o trabalho das equipes de reportagens externas? O CHEFE DE REPORTAGEM E O PRODUTOR DO HORÁRIO EM QUE A REPORTAGEM ESTÁ SENDO FEITA. Abraços! Bethânia 123 FORTINI, Andréia. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Rondônia. E-mail: <[email protected]> enviado a esta pesquisadora ([email protected]) 05 ago 2011. ----- Original Message ----From: [email protected] To: [email protected] Sent: Friday, August 05, 2011 5:04 AM Subject: Re: Fw: PEDIDO PARTICULAR TCC Oh Janete não é incomodo algum. Só desculpe a demora e alguns emendados porque meu teclado esta horrível. Ainda não voltei ao trabalho e tenho acessado pouco a internet. Espero ter ajudado. Bjs Qual é a relação INTERIOR X CAPITAL? No jornal de Rondônia, a coordenação do interior tem sido fundamental para garantir a participação das praças em rede. Já que o telejornal é dividido em 3 blocos e o ultimo já eh direcionado a produção local. Ficam os outros dois para conteúdo estadual. Portanto o que eh exibido das praças em rede deve ser uma produção inédita para não chocar com a exibição do bloco local. Com muito esforço das equipes das praças do interior temos garantido uma boa participação em rede. Como é a produção diária, e o que alimenta o JR capital e interior? Cada equipe da capital e do interior produz 2 VT´s por dia. O material que vem para o JR é essencialmente produzido pelas equipes da manha, com exceção de factuais. A capital tem 3 equipes e o interior 1 em cada praça. Totalizando em 6 VT´s da capital e 10 das praças, sendo que em media 1 e no maximo 2 do interior vem para o bloco estadual. O restante fica para os bloco local tanto da capital quanto do interior. Por isso a impressão de termos mais materias da capital nesse telejornal. Como são tratadas as pautas? Existe uma concordância, uma parceria, como ajuda de indicação e /ou produção da coordenação do interior? A coordenação do interior faz um acompanhamento diario da produção das praças com sugestões de pautas especificas para o bloco estadual. Mas essa participação no JR ainda tem sido fraca para não descobrir o bloco local. As equipes tem se empenhado na gravação de Notas cobertas e stand ups de factuais que são destrinchados no bloco local. Como é a execução de reportagem diária para o JR ? Para os blocos de rede sao materiais de interesse estadual. Os materiais tem que ser curtos devido ao fade. Dos 12 minutos em media ficam apenas 7 divididos em 2 blocos. Dependendo do tamanho do material conseguimos exibir no maximo 4 VT´s. No caso das praças priorizamos Notas cobertas e stand up´s pela agilidade na produção. Mas se a produção é boa sempre subimos um VT completo para o bloco estadual. Não há uma ordem correta, dependemos muito do factual de relevancia do dia. Mas tem sido uma media de um VT por semana de cada praça, já que contamos com 5 praças e aos sábados o JR é totalmente estadual. Isso além dos stand up´s e notas cobertas sobre assuntos que serão abordados no local. Por dia tentamos colocar pelo menos 2 materiais das praças nos blocos estaduais. Como é o processo de produção editorial ? Para o JR priorizamos o factual do dia. Se puder vir VT a tempo do fechamento do jornal melhor. Mas geralmente ficamos com NC´s e stand ups por causa da rotina de geração. 124 Como e o processo de exibição do JR Capital para o Interior , focando para a rotina de gravação, união de matérias, exibição gravada na sequência? Os materiais estaduais ficam nos dois primeiros blocos e os locais no terceiro. A exibição é ao vivo. A amarração depende da importância dos assuntos e é feita pelo editor do telejornal. Geralmente os factuais de grande importância vem primeiro. A ordem das cabeças pode ser alterada dependendo do material que chegar de ultima hora. Quantas Fontes consultadas por matérias e qual o nível de dificuldade de encontrar fones seguras? Consultamos sempre o máximo de fontes possível e cumprimos a regra primordial do jornalismo: ouvir todos os lados. Existe dificuldade, principalmente para encontrarmos personagens para as matérias. Esse tem sido um árduo trabalho para a equipe de produção. Como é o relacionamento com as chefias imediatas: Acredito que o relacionamento do editor do JR com a chefia tem sido bom. Já que existe uma preocupação ainda maior com o JR, tendo em vista ser o principal jornal da casa. O acompanhamento é mais rigoroso quanto a veiculação de materiais. Como é o relacionamento com as equipes do interior? Temos estado mais próximos das equipes desde a implantação da coordenação de praças. Tenho tentado motivar e incentivar o aumento da produção do interior para os blocos estaduais. Temos emplacado diariamente pelo menos um VT e uma NC ou stand up das praças no JR. Sobre o tempo de exibição como é o processo capital e interior? Dos 12 minutos diários em media ficam apenas 7 divididos em 2 blocos para o conteúdo estadual. Qual o fluxo de produção semanal de reportagens do JR Da capital são seis por dia totalizando 36 ao longo da semana. Já do interior são em media 2 totalizando 10 por semana já que o interior não manda materiais aos sábados. Como é o processo de produção de pautas e quantas pautas são produzidas durante o dia/ mês? Na capital e no interior todas as pautas costumam ser cumpridas. A produção mensal da capital fica em torno de 144 VT´s para o JR e das praças no maximo 40 contando com nots secas, NC´s e stand ups. Qual o critério para utilização do link ? (situações factuais, aproximação, como é o sinal? O link tem sido usado de acordo com a necessidade do telejornal. Geralmente em locais relacionados aos factuais. Como dependemos da antena e nosso link não é satélite ficamos mais limitados quanto a mudança rápida de local. Se estiver tudo certinho o sinal é ótimo. Existe mensuração do trabalho produzido periodicamente? São feitos relatórios diários da produção e exibição tanto da capital quanto do interior. Qual o critério de noticiabilidade da emissora para o JR? Materiais importantes de grande repercussão de interesse estadual e principalmente factual. Como funciona o trabalho diário do JR? As equipes do JR produzem pela manha. Saem com as pautas a partir das 07:30 da manha e voltam antes do meio dia para editar o material. Depois desse período os assuntos são exibidos em forma de NS, NC ou stand up devido ao tempo reduzido pra produção. Depois de editados os materiais são revisados antes da exibição tanto pelo editor do jornal quanto pela chefe de redação. Como é a rotina de produção desta emissora para o JR? 125 As praças do interior seguem o mesmo processo citado no item anterior. A única diferença é o tempo a mais gasto com a geração do material via FTP. Sobre o retrabalho de reportagens (reedição/pautas caídas/furo de fonte )? Temos poucos retrabalhos porque a nossa produção esgota todas as possibilidades de furo antes de liberar a pauta ao repórter. Com a pauta bem trabalhada dificilmente o repórter derruba o material. Segue um padrão de produção de texto para o JR??? Sim. Como os VT´s são mais curtos o texto precisa ser o mais dinâmico e coloquial possível. O JR não tem tempo para enrolação. Quem orienta o trabalho das equipes de reportagens externas para o JR? Na capital é o chefe de produção e no interior a coordenação do interior sempre em conjunto com o editor do telejornal. Quantas equipes de reportagem o JR Capital tem e o interior? São 3 na capital e 1 no interior (período da manha) Quantas cidades recebem a cobertura do JR? Com a estadualização do sinal 34 dos 52 municípios de Rondônia recebem a programação estadual. Como é o processo de fusão do interior JR gravado para o JR ao vivo da Capital? São 2 blocos ao vivo e a cabeça de rede devolve para o interior o terceiro bloco.A transição é suave feita no a seguir "você que mora no interior do estado fique agora com as noticias da sua região" Ai é feito o corte ... enquanto que essa passagem continua depois de alguns segundos "aqui em porto velho ......" Na volta vem o bloco local gravado por cada praça do interior exibido cada um em sua região. Gostaria que acrescentasse algo que não esteja dentro das perguntas e seja relevante ao telejornalismo em rede - especificamente o jr - jornal de Rondônia em rede Não tem nada a acrescentar. As perguntas cercaram o assunto direitinho.. Espero ter contribuído. Qualquer duvida estou a disposição. abs Andréia 126 DINIZ. Fábio. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Cacoal. E-mail <[email protected]> enviado a esta pesquisadora ([email protected]) em 26 jul 2011. ----- Original Message ----From: Fábio Diniz To: Janete tv vilhena Sent: Tuesday, July 26, 2011 7:05 PM Subject: repostas Espero ter colaborado. Desculpa, demorei porque estou numa correria, estou sozinho na TV. Meu objeto de pesquisa é JORNAL DE RONDÔNIA: ANÁLISE DE PRODUÇÃO TELEJORNALISTICA EM REDE DO ESTADO DE RONDÔNIA. o JR LOCAL DE CACOAL foi o escolhido de todas as demais praças, por uma questão de afinidade, e verificar qual é a integração do interior com a Capital com relação a produção desse telejornal. Qual é a relação Cacoal X Porto Velho? Existe um relacionamento bem profissional, mas apesar disso existem muitas dificuldades de comunicação comprometendo o relacionamento que ainda deixa muito a desejar. Como é a produção diária que alimenta o Jornal local? Na TV Cacoal éramos três jornalistas e dois cinegrafistas e um editor de imagens, com a saída de uma colega estamos em dois, produção é algo raro, alimentar o Jornal de Cacoal é um desafio porque a equipe é pequena e a estrutura não é das melhores. A produção de materiais geralmente é realizada nos fins de semana ou quando o material é solicitado pela rede. Nossas matérias na maioria das vezes são produzidas sem nenhum tipo de produção. Quando a emissora tinha os três profissionais fazíamos mais materiais produzidos. Como são tratadas as pautas locais? Existe uma concordância, uma parceria, com ajuda de indicação e /ou produção da coordenação do interior? Já existiu uma valorização da produção local com a nossa primeira coordenadora, nosso trabalho melhorou muito neste período tanto em quantidade como em qualidade. Atualmente a participação da coordenação do interior junto aos jornalistas de Cacoal é quase inexistente se resume e revisão de texto e “sugestões de pauta” retiradas da internet. Consequentemente as pautas locais perderam espaço e valor. Como é a execução de reportagem diária para o JR Local? É bem corrido, com o tempo escasso e uma equipe super pequena, a produção dos repórteres é no imediatismo, sempre procurando manter as editorias proposta pela equipe de jornalismo, diversificando durante a semana assuntos voltados à saúde, política, trânsito, polícia, esporte, educação etc. 127 Como é o processo de produção editorial do interior? Há alguns anos recebemos do senhor Solano então chefe de Jornalismo da rede em Rondônia uma tabela de editorias a serem seguidas durante a semana para tentar dinamizar e dar qualidade ao Jornal de Cacoal. Normalmente os jornalistas se reúnem uma vez por semana, na reunião de pauta geralmente na sexta feira após a gravação do Jornal procuramos programar a semana seguinte tentando seguir as editorias distribuídas nos dias da semana. Como por exemplo, no jornal de segunda feira, deve ser exibidos ou procuramos sempre exibir materiais de esporte, polícia arte e cultura. Como e o processo de exibição utilizando a deixa do JR para o Local, focando para a rotina de gravação, união de matérias, exibição gravada na seqüência a de deixa da capital? Quantas Fontes consultadas por matérias e qual o nível de dificuldade de encontrar fones seguras? Não dar pra determinar quantas seria as fontes consultadas porque depende muito das matérias, às vezes requer uma fonte, duas três... Acho que vai de acordo com o profissional eu procuro pelo menos uma fonte de cada parte envolvida na pauta. Sempre me reporto as fontes seguras, mas nem podemos ter 100% de fonte segura. Como é o relacionamento com as chefias imediatas: É bem distante, infelizmente só somos lembrados quando cobrados ou exigidos. Nossos gestores não têm qualquer tipo de habilidade para lidar com relacionamentos profissionais. Sobre o tempo de exibição local, como é o processo? Olha em comparação com a concorrência é muito pequeno, mas com relação a nossa realidade de estrutura física e humana é o suficiente. Geralmente procuramos utilizar bem os cerca de 5 min. e 40 seg. no jornal de Cacoal procurando utilizar o mesmo formato do Globo Notícias sempre que possível. Qual o fluxo de produção semanal de reportagens O fluxo eu considero muito bom para as nossas condições, eu geralmente consigo produzir por semana entre 13 e 15 assuntos nos sete dias da semana eu considero um fluxo muito bom para o nosso jornal local, para rede acredito que fique entre 7 e 10 assuntos por semana. Como é o processo de produção de pautas e quantas pautas são produzidas durante o dia e o mês? Produção praticamente não existe no local e depende muito da necessidade de fechar o jornal, por semana acredito que apenas duas ou ate três matérias com produção, por mês pelo menos seis. É muito baixa a produção de pautas. Na reunião semanal de pauta procuramos produzir algumas pautas para a semana seguinte para a equipe da tarde tentar fechar, mas é freqüente cair pautas devido a falta de fontes seguras ou personagens. 128 Qual o critério para utilização do link ? (situações factuaus, aproximação, como é o sinal? Não dispomos de link Existe mensuração do trabalho produzido periodicamente? Olha geralmente não, isso vai muito de acordo com o fato do dia, da semana etc. Mas geralmente isso fica a cargo do repórter local mesmo. Qual o critério de noticiabilidade da emissora? Alcance, interesse social, repercussão, interesse da emissora, etc... Como funciona o trabalho diário? Eu particularmente sigo sugestões e muitas vezes eu saio sem nenhuma pauta produzida, procuro fonte na internet e assuntos que possam render boas matérias, mas diariamente sofremos bastante com a falta de condições de trabalho que vai desde aos computadores obsoletos aos equipamentos de reportagem e edição. Como é a rotina de produção desta emissora? Nossa rotina de produção se limita aos fim de semana, raramente conseguimos produzir boas pautas durante a semana, isso no meu caso, que trabalho no horário da manhã, horário mais corrido e responsável pela maior parte do jornal local. Sobre o retrabalho de reportagens (reedição/pautas caídas/furo de fonte )? Reedição quase zero, não utilizamos muito esse recurso, pautas caem sempre toda semana as vezes todos os dias, é comum quando posso retorno para tentar finalizar e o furo ele vai muito do profissional hoje em Cacoal e acredito que em Rondônia o furo não é muito comum. Não tenho muita a falar sobre estes quesitos eles são quase impossíveis de trabalhar ou desenvolver atualmente no meu dia a dia de trabalho. Segue um padrão de produção de texto??? Isso sim, desde que me tornei funcionário da rede eu tenho um padrão de texto, procurando sempre ser objetivo e coeso com a informação. Quem orienta o trabalho das equipes de reportagens externas? Não temos alguém para nos orientar, salvo algumas produções que envolvem políticos, empresários, justiça... Eu procuro sempre procurar orientações quando o assunto é bem “quente” sigo alguns critérios para não expor meu trabalho e a empresa em pautas de grande repercussão sempre tendo cuidado com a informação, porque é ela que importa. 129 GOSTARIA DE ACRESCENTAR ALGO? Algo que preciso dizer, todas as questões respondidas por mim, favor não quer dizer que seja a opinião de colegas de trabalho. Respondo por mim, de acordo com as condições que tenho para desempenhar minha função, e para afirmar que durante estes 5 anos de empresa já vi excelentes profissionais, dedicados sérios e responsáveis e principalmente preocupados com credibilidade com a informação a ser passada. Me coloco também com este perfil. É muito difícil fazer jornalismo sério e comprometido com a ética em Rondônia, temos poucos recursos, poucas condições de trabalho e apesar das dificuldade ainda conseguimos fazer um dos melhores se não o melhor jornalismo do estado. Eu como profissional lamento muito as péssimas condições de trabalho que tenho para desempenhar meu oficio. Espero de verdade ter contribuído e te agradeço por ter me solicitado para esse “bate papo” bem bacana, desejo que o jornalismo da Rede em Rondônia esteja em melhores condições para que você tenha boas apresentações diante do teu público e principalmente colaborar com a sociedade da qual faz parte, sucesso e muitas conquistas. Fábio Diniz Bjs e te mais. Fábio Diniz Jornalista "O maior valor da vida é ter hombridade. TV Cacoal - Filiada Rede Globo Rede Amazônica Contatos 69 3441-2899/ 9282-0969 [email protected] 130 " SCHER, Fábio. Estrutura do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Cacoal. E-mail: <[email protected]> enviado à esta pesquisadora ([email protected]) em 06 jul 2011 Original Message ----From: [email protected] To: [email protected] Sent: Wednesday, July 06, 2011 8:08 AM Subject: Respostas Janete algumas coisas não soube responder, espero que te ajude no seu TCC. Fábio Schér Qual é a relação Cacoal X Porto Velho? A relação Cacoal x Porto Velho é muito boa. Como é a produção diária que alimenta o Jornal local? Tentamos sempre fechar a produção local com matérias factuais e principalmente fechar com stand-ups e vts curtinhos para aproveitar melhor o tempo. Como são tratadas as pautas locais? Existe uma concordância, uma parceria, com ajuda de indicação e /ou produção da coordenação do interior? Nem sempre somos pautados pela produção da coordenação do interior, isso só acontece quando interessa Porto Velho ou interessa a globo. Como é a execução de reportagem diária para o JR Local? Quando a equipe já sai da tv pautada fica muito tranqüila a execução, mas quando sai no escuro fica difícil pois tem que ficar procurando e inventando pautas. Como é o processo de produção editorial do interior? Desculpe não entendi Como e o processo de exibição utilizando a deixa do JR para o Local, focando para a rotina de gravação, união de matérias, exibição gravada na seqüência a de deixa da capital? Primeiro entramos com a carga de comerciais e depois entramos com nosso jornal já todo editado na seqüência. Como é feito o recebimento ou envio dos materiais, imagens para Porto Velho? Poucas vezes recebemos, mas enviamos todos os dias, mas nem todas as matérias são veiculadas, as vezes ainda recebemos resposta do motivo da não veiculação, mas quando não mandamos matérias somos cobrados, quando mandamos demais, Porto Velho começa a achar defeitos nas matérias. Como é o relacionamento com as chefias imediatas: Para mim é muito boa, as vezes alguém pode estar naqueles dias, mas no geral o relacionamento é legal. Sobre o tempo de exibição local, como é o processo? 131 Procuramos usar o tempo local da melhor forma, procuramos veicular matérias de interesse da população. Qual é o tempo para editar uma matéria e o JR local? Depende a matéria o tempo não passa de 20 min. Mas tem matérias que demora quase 1 hora, ao todo o jornal gasto em média 1:30h á 2:00h. Qual o fluxo de produção semanal de reportagens Não sei. Qual o critério para utilização do link ? (situações factuais, aproximação, como é o sinal? Nós não temos links, tudo é gravado e editado. Como funciona o trabalho diário da edição? Sempre o trabalho só começa a tarde, pois de manhã a equipe esta na rua, mas é um trabalho tranqüilo, quando começo a editar o jornal já esta finalizado, só se acontecer algo factual a tarde para virar uma correria na edição. Como é o equipamento utilizado pelo cinegrafista/editor? Pelo cinegrafista é uma filmadora mini dv de uso doméstico, que quase sempre temos que envia-las para Porto Velho com algum problema, o mais freqüente é LCD que apaga, não temos iluminação. Na edição é mais tranqüilo pois temos alguns programas de edição e é o que usamos. Passamos por muitas dificuldades do dia a dia, falta de equipamentos, falta de comprometimento de alguns parceiros (funcionários), as vezes a ilha de edição que não ajuda, ou mesmo a nossa própria baixa estima de alguns dias devido problemas que acreditamos ser dentro da empresa, mas o nosso amor pelo que fazemos e a fé em Deus que um dia tudo irá mudar são o nosso combustível para agüentar tais desafios. 132 BECHARA, Graciela. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Cacoal. Email: < [email protected] r> enviado a esta pesquisadora ([email protected]) 22 out 2011. ----- Original Message ----From: GRACIELA BECHARA To: Janete Merlo - Gerencia TV Vilhena Sent: Saturday, October 22, 2011 12:23 PM Subject: Re: OII..SEGUE AS PERGUNTAS CONFORME FALAMOS.... Janete, espero ter contribuído! Boa sorte no seu trabalho e desculpe pela demora em responder, mas este mês está muito corrido e agitado. Tudo de bom, abraços. Graciela Bechara Apresentadora/ Repórter TV Cacoal Afiliada Rede Amazônica (69) 3441-2899 Como é o processe de organização da Tv Cacoal, o interesse organizacional e sua estrutura ? A Tv é dividida em 5 setores. No Jornalismo, não há uma sala específica para a redação, o que dificulta um pouco a produção dos textos. Qual a relevância e factualidade da Tv Cacoal em relação ao JRO local??? Como apresentadora, percebo muito reconhecimento do público e credibilidade (palavrachave). O que acha do "furo" de notícia? Receber e divulgar a notícia em primeira mão é um privilégio. Acredito que todo repórter e jornalista deva buscar o "furo", incansavelmente. Quais são os critérios de pautas para o JRO local?? 133 Priorizar as matérias factuais e de maior relevância. Seguir um critério é inviável, já que não contamos com produção. No entanto, destaco algumas editorias. Policial, na segunda-feira. Esporte na sexta, por exemplo. Como é a brevidade de notícias para o JRO local?? VTs mais curtos, notas secas, stand ups, notas cobertas.Dinamizar o Jornal é fundamental, já que contamos com cerca de 5 minutos ou até 5 minutos e meio (por edição). Qual a rotina de Produção do JRO local?? Pela manhã, a equipe fecha o Jornal. Já a equipe da tarde, que conta com um pouco mais de tempo, produz VTs mais trabalhados. E, tem como responsabilidade produzir pelo menos, uma matéria, para contribuir com a edição do Jornal de Cacoal, do dia seguinte. Qual o índice de participação do JRO TV Cacoal no Estadual? Poderíamos participar mais. Desde que a Andréia Fortini (coordenadora do interior) se afastou, percebo que nossa participação reduziu. Ela apoiava e dava sugestões de pautas, revisava textos com muita agilidade, mantinha um contato frequente com a nossa praça. O que dificulta a falta de uma pessoa para produção de pauta? Dificulta muito. Eu saio com papel, caneta e microfone nas mãos e o cinegrafista me pergunta: "Para onde vamos?" Acabo buscando pautas por conta própria, através de pesquisas em sites oficiais ou com os colegas de outras emissoras. Leio os jornais impressos e uso muita criatividade! O repórter tem que estar atento a tudo que acontece ao seu redor. Converso muito com as pessoas nas ruas, busco novas informações e sempre me pergunto: "Será que rende um VT?" Uma vez, vi um senhor pelas ruas de Cacoal recolhendo materiais feitos de ferro, de metal. Fui abordá-lo e acabei fechando um VT sobre reciclagem. Às vezes, é preciso tirar "leite de pedra". Acumulo de função: vc faz um montão de coisas, pode explicar? Sou pauteira, produtora, repórter e apresentadora. Qual é o critério de noticiabilidade da TV Cacoal? Damos prioridade às matérias factuais. Sobre o retrabalho, pautas que caem? Vamos em busca de outra pauta. A rotina é muito agitada, ? É sim. Vocês têm tempo para produção de maior? 134 Sim, desde que as equipes estejam completas e tenhamos equipamentos suficientes. No momento, somos 3 repórteres. No entanto, o Fábio Diniz está compensando horas. Estou na parte da manhã substituindo o repórter. Fecho os VTs para o Jornal de Cacoal e também gravo o Jornal. A Patrícia produz pautas à tarde. Já que o Jakson (cinegrafista) está de férias. Temos apenas uma filmadora e 2 microfones. Um deles, com a logo antiga (que nem deve ser muito utilizado). 135 ANEXO II PLANILHAS E DOCUMENTOS FORTINI, Andréia. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Rondônia. Email: <[email protected]> enviado a esta pesquisadora ([email protected]) 18 abr 2011. ----- Original Message ----From: Andréia Fortini To: Janete Merlo - Gerencia TV Vilhena Sent: Monday, April 18, 2011 11:07 AM Subject: Re: Relatórios.. ok então .. Seguem os relatórios de março 2011 para você poder comparar com os de abril ok^?? Guarde ai. Abs Andréia Fortini ANÁLISE DE INDICADORES RONDÔNIA MARÇO 2011 1 – PRODUÇÃO DE NOTÍCIAS (planilha Excel em anexo enviada pela MB indicadores ) INTERIOR 01 a 31/03 – temos enfrentado problemas constantes com o sistema de geração via FTP tendo em vista que a internet das praças tem estado muito lenta. Teríamos que encontrar um sistema de geração mais confiável para que pudéssemos contar mais com os VT´s produzidos pelo 136 interior. Sugerimos a implantação do sistema de geração via IP, já utilizado pela Rede Globo. Assim o editor do telejornal poderá ter acesso ao material diretamente na sua máquina. 09/03 – Ariquemes, equipe ficou sem o editor de imagens que aguarda autorização para ser substituído com nova contratação. A falta desse profissional está dificultando o trabalho do jornalismo. 15/03 – Ji-Paraná, equipe ficou sem carro para reportagem porque o veículo estava a disposição da técnica para manutenção das torres. Ficamos sem telejornal. 16/03 – Ariquemes, problema com o LCD da câmera prejudicando a captação de imagens. Fato relatado por e-mail a chefia de jornalismo. 28/03 - Ji-Paraná, problema com carro não pode fazer VT sobre o furto da delegacia que saiu apenas como nota seca nos nossos telejornais e no Globo Notícia. O fato foi relatado pelo gestor da TV Ji-Paraná e encaminhado nesta data a chefia de jornalismo. 30/03 – Guajará-Mirim, adiantando problemas de produção que irão acontecer em Abril tendo em vista que a equipe de Guajará-Mirim tem apenas uma repórter que estará cumprindo férias no referido mês e temos pedido de pauta da diretoria regional que não teremos como cumprir. 3.1 – QUALIDADE NA EDIÇÃO (Acrescentar relatório dos editores dos telejornais BDA, AMZTV, GE, JR !!) 3.2 – QUALIDADE NA EXIBIÇÃO (Acrescentar relatório da Bethânia sobre os problemas durante a exibição dos telejornais nesse período) 4 – PARTICIPAÇÕES DO INTERIOR NOS TELEJORNAIS ESTADUAIS GUAJARA-MIRIM 56 produções exibidas 137 ARIQUEMES 78 produções exibidas JI-PARANÁ 34 produções exibidas CACOAL 78 produções exibidas VILHENA 51 produções exibidas RELATÓRIO COORDENAÇÃO INTERIOR VT´S INÉDITOS NO FTP VT – ADESIVO/FAMILIA FELIZ (CACOAL) VT – PM/ORQUESTRA (JI-PARANÁ) VT – DESPESCA (CACOAL – se tirar a parte da sonora que fala da semana santa fica fria) VT – PEQUENO/SAMURAI (ARIQUEMES) AGUARDANDO GERAÇÃO FTP STAND UP VEC ESTADUAL (VILHENA) 138 VT – DIA / MAES (CACOAL) VT´S NÃO USADOS E PERDIDOS NESTA SEMANA VT – ÓLEO/AVESTRUZ (CACOAL condenada pelo Milton porque as sonoras estão escuras) VT – TAXI/VILHENA (VILHENA) VT – PERIGO/364 (ARIQUEMES) VT – SOLIDARIEDADE/CRIANÇAS (VILHENA) VT – LIVRO/SURUÍ (CACOAL a pedido da Globo News) VT – RECEITA/JIPA (JI-PARANÁ) VT – ASFALTO/VILHENA (VILHENA) VT – OVO/CHOCOLATE (CACOAL) RELATÓRIO – MARÇO O mês de março se destacou pelo volume de trabalho e coberturas especiais. A equipe estava desfalcada com ausência da repórter de rede Maríndia Moura por motivos de saúde e a Rose Lopes em Banco de Horas. Um fato extremamente positivo foi a cessão da repórter Débora Helena durante uma semana para compor a equipe do programa semanal “Profissão Repórter” da Rede Globo. Na parte técnica intensificamos o uso da Unidade Móvel de Jornalismo. Participação intensa em nossos telejornais e adaptação da equipe a este novo recurso. A chefia e os editores também redobraram a análise dos telejornais para a identificação e monitoramento das falhas na produção, exibição, edição e captação. 139 A equipe de engenharia também ampliou o trabalho de construção civil na emissora. Por isso, enfrentamos dificuldades, principalmente, no final do mês quanto a poeira e o barulho. Durante dois dias, parte da equipe chegou a usar máscaras para amenizar os transtornos. No aspecto editorial as coberturas especiais começaram no início do mês com a morte do carnavalesco conhecido como “Manelão”, o principal organizador da “Banda do Vai Quem Quer” – um dos maiores blocos da região Norte. Este episódio, há menos de uma semana, do carnaval comoveu a população e exigiu da equipe de jornalismo um trabalho de cobertura intensa. A primeira equipe foi mobilizada durante a madrugada. Depois revezamos as equipes entre os profissionais durante todo o desdobramento desta cobertura no hospital, morte, velório e enterro. Na seqüência tivemos uma ampla cobertura do carnaval e depois da morte do deputado Eduardo Valverde. A tragédia automobilística também exigiu uma cobertura ágil da equipe de Ji-Paraná (Roberto Oliveira e Valdeinei Fernandes) que foram fora do horário a região do acidente para fzer a reportagem. A cobertura continuou em Porto Velho com o velório e enterro. Na segunda quinzena o trabalho foi totalmente focado na crise das usinas do Madeira. O ponto alto foi entre os dias 15 e 18 em que ocorreu a violenta manifestação dos operários e a reação das forças de segurança pública. Toda a equipe foi mobilizada. Neste período, além dos repórteres, deslocamos editores e produtores para ampliar a cobertura sobre o tema. Além da Unidade Móvel, utilizamos recursos como áudio-tape, flashes e reportagens especiais. Graças ao empenho da administração conseguimos a locação de um helicóptero para cobrir as manifestações. Um momento de crise na redação foi coação a uma equipe de reportagem (Débora Helena e Clênio Amorim) durante as manifestações. Eles chegaram a ter o veiculo abordado e sofreram ameaças. No entanto, depois de uma negociação o veiculo foi liberado. A cobertura e o apoio a Rede Globo se prolongaram durante toda a quinzena. Esta operação culminou com um JN no Ar exibido no final do mês. Mobilizamos toda a nossa equipe para apurar e apoiar a produção da rede 140 141