Jornal de Rondônia: Relato das Rotinas de Produção em Rede

Transcrição

Jornal de Rondônia: Relato das Rotinas de Produção em Rede
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR
JANETE BELENICE MERLO DA SILVA
JORNAL DE RONDÔNIA
RELATO DAS ROTINAS DE PRODUÇÃO EM REDE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Comunicação Social – Habilitação em
Jornalismo da Universidade Federal de
Rondônia/Unir, sob orientação da Profa. Me.
Evelyn Morales, como parte de avaliação para
obtenção de título de bacharel em Jornalismo.
Vilhena – RO
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA-UNIR
JANETE BELENICE MERLO DA SILVA
JORNAL DE RONDÔNIA
RELATO DAS ROTINAS DE PRODUÇÃO EM REDE
Vilhena – RO
2011
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JANETE BELENICE MERLO DA SILVA
JORNAL DE RONDÔNIA
RELATO DAS ROTINAS DE PRODUÇÃO EM REDE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Comunicação Social – Habilitação em
Jornalismo da Universidade Federal de
Rondônia/Unir, sob orientação da Profa. Me.
Evelyn Morales, como parte de avaliação para
obtenção de título de bacharel em Jornalismo.
Data: 02/12/2011
Resultado: Aprovada - nota 9,5.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Me. Evelyn Íris Leite Morales Conde
Assinatura______________________________________________________________
Prof. Me. Andréa Aparecida Cattaneo de Melo
Assinatura______________________________________________________________
Prof. Me. Elisabeth Kimie Kitamura
Assinatura______________________________________________________________
3
Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, pela
sua infinita sabedoria e grandeza permitindo que
eu chegasse até aqui. Ao meu marido Itamar,
parceiro de todos os momentos, que caminhou
comigo, sempre dando coragem para seguir em
frente nesses anos todos para conclusão deste
curso. E meus filhos, Itamar Júnior e Alinne,
minhas duas preciosidades e orgulho, o meu tudo.
4
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus, por ser minha fortaleza, fonte de fé nos momentos em que eu mais precisei.
Ao meu marido e meus filhos, que enfrentaram junto comigo os ventos fortes, sempre de
mãos dadas, e pela tamanha compreensão que só uma família pode ter neste maravilhoso fim
de curso.
Aos meus pais, fonte de inspiração de vida.
A minha irmã, Josene Merlo, que mesmo distante, se fez presente com seu carinho e
preocupação.
À Evelyn Morales, minha orientadora, que proporcionou um aprendizado valioso nos meses
que convivemos juntas para realização deste trabalho. Obrigada pela oportunidade de
crescimento pessoal e profissional e pela dedicação no decorrer deste estudo. Pela grande
paciência e por acreditar no meu potencial.
As Profas. Mes. Andréa Cattaneo e Elisabeth Kimie, que se fez presente nesta banca
avaliadora, com idéias, incentivos e direções determinantes. Aos demais professores, não
citando nomes, para não esquecer ninguém, que com sabedoria, propuseram nos passar seus
conhecimentos, com dedicação e competência.
Em especial aos meus entrevistados, pelo carinho e compreensão;
Aos amigos que sempre estiveram presentes nesta caminhada: Raquel Veloso pela amizade,
companheirismo, conselhos, risos e lágrimas, que dividimos nestes quatro anos de
crescimento, pela confiança quando tudo parecia perdido; Arlene Balieiro, pelas orações e
palavra amiga, me fez ver que “Deus
não escolhe os capacitados, mas capacita os
escolhidos”; Ao Dione Santos, Tércio Tafarelo, Ivete Queiros, Patrícia Magalhães, Nerias da
Silva pela paciência, amizade e ajuda nos momentos de incertezas; Jose Manoel de Almeida,
Ana Maria Silva e demais amigos da TV Vilhena - afiliada Globo, pela parceria e por
fazerem parte deste momento tão especial na minha vida; A turma IV de Comunicação
Social, pela convivência e companheirismo nesses quatro anos que se finda. Tenham certeza
da minha eterna gratidão.
Enfim, àqueles que contribuíram e participaram de alguma forma na concretização deste
sonho.
Muitíssimo obrigada!
5
RESUMO
O presente estudo faz um relato descritivo das rotinas produtivas do Jornal de Rondônia JRO,
telejornal da TV Rondônia, pertencente ao Grupo Rede Amazônica de Televisão. Com base
na teoria do jornalismo Newsmaking, a pesquisa tem como foco os critérios e valores-notícias
adotados tanto na capital de Rondônia, Porto Velho - onde fica a cabeça de rede da emissora
estadual - quanto no interior do Estado, representado no trabalho pela TV Cacoal.
Metodologicamente, foram executadas pesquisas bibliográficas e exploratórias; e técnicas de
entrevista em profundidade e de análise documental. Os relatos foram categorizados a partir
das ideias-chave do Newsmaking, resultando na estrutura da organização Rede Amazônica/TV
Rondônia, o funcionamento da produção do telejornal em rede JRO e as dinâmicas
apropriadas à realidade funcional tanto da capital quanto interior.
Palavras-chaves: Jornal de Rondônia. Telejornalismo em rede. Rotinas produtivas.
Newsmaking.
6
“Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do
tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta” (Chico
Xavier).
7
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Estrutura utilizada antes a implementação da Estadualização .............................. 57
Gráfico 2 - Estrutura utilizada após a implementação da Estadualização ............................... 58
Gráfico 3 - Organograma de produção TV Amazonas ............................................................ 66
Gráfico 4 - Organograma de produção TV Rondônia ............................................................. 67
Gráfico 5 - Organograma de produção Jornal de Rondônia .................................................... 85
Gráfico 6 - Atlas de cobertura região norte – Rondônia.......................................................... 85
Gráfico 7 - Participação do interior no Jornal de Rondônia .................................................... 91
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Quadro de programação local da TV Rondônia ..................................................... 55
Tabela 2 - Relação de retransmissoras da Rede Amazônia em Rondônia............................... 59
Tabela 3 - Relação de retransmissoras da Rede Amazônia em Rondônia............................... 62
Tabela 4 - Cobertura dos municípios - TV Rondônia ............................................................. 86
Tabela 5 - Demonstração de exibição média mensal com participação do interior de Rondônia
no JRO ...................................................................................................................................... 90
Tabela 6 - Participação do interior no Jornal de Rondônia ..................................................... 92
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DEFINIÇÕES DE TERMOS
- Afiliadas: Estação local de rádio ou TV, que se vincula a uma rede ou cadeia, para
transmitir programas em comum, sem deixar de ser uma empresa independente.
- Alcance: Área geográfica total em que os sinais emitidos por uma emissora podem ser
captados por determinados receptores.
-Ambiente: Conjunto de recursos de hardware, sistema operacional e softwares disponíveis.
- Analógico: Sistema cujos dados são representados por outras grandezas, semelhantes ao
mesmo, porém variáveis, que podem simular e resolver um problema específico. Aparelho
eletrônico que utiliza variações contínuas e sinais elétricos.
- Antena: Parte de um sistema eletro-eletrônico de recepção ou de transmissão (rádio,
televisão, radar, etc.), capaz de captar ou irradiar ondas eletromagnéticas.
- Áudio: Parte de um televisor destinado a captar e a reproduzir o som.
-Cabeça de Rede: Emissora responsável pela geração de programas transmitidos por mais de
uma estação, num sistema de radiodifusão.
- Cabo: Qualquer fio de interligação de equipamentos
-Calhau: Noticia artigo ou qualquer matéria de importância relativa, (como anúncio a serem
publicados por permuta)
-Câmera: Aparelho destinado a registrar a imagem de um objeto, formada quando raios de
luz procedentes deste passam através de uma lente e chegam a uma superfície plana.
-Canal: Todo suporte material que veicula uma mensagem de um emissor a um receptor,
através do espaço e do tempo.
- Cassete: Tipo de chassi que contém filme ou fita magnética prontos para entrar em
funcionamento, bastando introduzi-los na câmera ou no gravador. - Cobertura:
10
- Censura: Ação de proibir, no todo ou em parte, uma publicação ou representação.
- Chamada: Pequeno título e/ou resumo de uma matéria, publicado geralmente na primeira
página de jornal ou na capa de revista, com o objetivo de atrair o leitor e remete-lo para a
matéria completa, apresentada nas páginas internas.
- Cobertura: Trabalho de apuração de um fato no local de sua ocorrência, para transformá-lo
em notícia.
- Digital:.Forma discreta de apresentação de informações. Tipo de computador que opera com
quantidades numéricas ou informações expressas por algarismos.
- Edição: Conjunto de atividades relativas à reprodução, publicação e distribuição de textos,
peças musicais, desenhos etc. ato de editar em computador imagens e sons digitalizados.
- Emissora: Centro de produção de programas de rádio ou TV. Empresa e/ou unidade que
produz e transmite mensagens de comunicação de massa por meio de sinais de radiodifusão.
- Exibição: Tempo de transmissão de uma programação.
- Fade: Efeito que consiste no aparecimento ou desaparecimento gradual da imagem ou do
som.
- Formato: Estrutura de uma programação de rádio ou televisão, geralmente representada
graficamente por um esquema a ser seguido pelos roteiristas e programadores.
- FTP: Protocolo de transferência de arquivos. Padrão de intercâmbio de dados utilizados na
internet, para gravar no computador pessoal um arquivo disponível na rede ou vice-versa.
- Furo: Notícia importante publicada em primeira mão.
- Fusão: Desaparecimento gradual da imagem, com aparecimento de outra.
- Geração: Termo referente ao número de vezes que um videotape foi reproduzido desde a
matriz original. A qualidade técnica diminui quanto maior números de gerações forem
desenvolvidos
- Grade: Esquema da programação semanal ou mensal de uma emissora.
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- Minigeradora: estação de televisão de menor porte, cuja produção de programas é pequena.
Transmite, praticamente, toda a programação de uma emissora cabeça de rede.
- Newsmaking: Trata-se de teoria bastante presente nas discussões a cerca da rotina de
produção do jornalismo. A Teoria do Newsmaking avalia uma série de critérios: valoresnotícias, grau de noticiabilidade, relações pessoais dentro da organização (empresa que
fabrica a notícia), rotinas de produção da reportagem, dentre outras.
- Nota: Indicação ou adiantamento a alguma parte do texto.
- NC – Nota Coberta: Pequena notícia lida pelo apresentador, com imagem de ilustração.
- NS – Nota Seca ou NP - Nota Pelada: Notícia lida pelo apresentador do telejornal, sem
qualquer imagem de ilustração.
- Passagem: expressão utilizada pra definir a ligação feita como repórter e o enquadrado no
vídeo, editada entre dois momentos ou locais de uma mesma reportagem.
- Pauta: Agenda ou roteiro dos principais assuntos a serem noticiados em uma edição de
jornal.
- Pauteiros: Jornalista ou editor que elabora e propõe as pautas. Criador, inventor de
sugestões para as próximas edições.
- Praça: Nome dado as emissoras de um grupo de comunicação. Conjunto do estabelecimento
das emissoras.
- Rede Amazônica: Nome fantasia da Rádio TV do Amazonas Ltda., formada por: TV
Amazonas, TV Acre, TV Amapá, TV Roraima, TV Rondônia, Rádio Amazonas FM, Rádio
Princesa do Solimões, Rádio Acre e Rádio Amapá.
- Rede: Conjunto de emissora que tramite a mesma programação de uma emissora cabeça de
rede.
- Reportagem: conjunto das providências necessárias á confecção de uma notícia jornalística.
Cobertura, apuração, seleção dos dados, interpretação e tratamento, dentro determinadas
técnicas e requisitos de articulação do texto jornalístico informativo.
12
- Retransmissora: Centro emissor de televisão, destinados a emitir ou receber os sinais de
telecomunicações.
- Satélite de Comunicação: Repetidor de microondas que órbita em torno da Terra e é
utilizado para transmissões a longa distância. Um refletor situado no satélite capta o sinal
enviado pela estação terrena e passa-o, sucessivamente, par ao sistema de antena, para o
receptor, para uma translador de freqüência e par o transmissor que envia de volta a outra
parte da terra, através do seu próprio sistema de antenas e refletor.
- Script: Texto dos diálogos, das narrações e das indicações cênicas(rubricas) de programas
de televisão, rádio, filmes ou espetáculos teatrais.
- Stand up: Diz-se de matéria externa, gravada ou ao vivo, em que o repórter permanece
enquadrado no vídeo durante todo o tempo, transmitindo a notícia.
- Tape: aparelho que grava e reproduz fitas de videocassete.
- Transmissão: Envio de informações por meio de ondas eletromagnéticas.
- UHF – Faixa de radiofrequência.
- U-Matic: Formato semiprofissional da fita de gravação para vídeo cassete com três/quartos
de polegada. Possui duas pistas distintas para áudio e permite até 1h 30min de gravação.
- Vídeo: Conjunto de procedimentos e técnicas relativas á criação,produção, captação,
gravação, tratamento, edição, transmissão e recepção de imagens por meio de sinais de
televisão e de outros recursos de multimídia.
- VHS: Formato médio da fita de gravação para videocassete, de uso doméstico.
- VT - Videotape: Sistema de gravação em fita, de imagens e sons simultâneos.Os espectros
visual e sonoro, convertidos em impulsos elétricos por uma câmera de TV e por microfones,
são registrados eletronicamente em uma fita plástica recoberta por partículas magnéticas. As
gravações podem ser editadas.
13
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 16
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 17
CAPÍTULO I
1. BREVE HISTÓRICO DA TELEVISÃO E SEU SURGIMENTO .................................. 19
1.1 TELEVISÃO NO MUNDO ........................................................................................ 19
1.2 TELEVISÃO NO BRASIL ......................................................................................... 21
1.3 TELEVISÃO EM REDE ............................................................................................ 24
CAPITULO II
2. BREVE HISTÓRICO DO TELEJORNALISMO ............................................................ 30
2.1 ADVENTO DO JORNALISMO NO BRASIL .......................................................... 30
2.2 NOVOS CAMINHOS NO JORNALISMO ............................................................... 32
2.3 A BUSCA DA LINGUAGEM ................................................................................... 37
2.4 TELEJORNALISMO EM REDE ............................................................................... 41
CAPÍTULO III
3. REDE AMAZONICA DE TELEVISÃO ......................................................................... 45
3.1 AMAZÔNIA EM CORES .......................................................................................... 45
3.2 A REDE AMAZÔNICA EM RONDÔNIA................................................................ 52
3.3 A REDE AMAZÔNICA NO INTERIOR DE RONDÔNIA ...................................... 58
CAPÍTULO IV
4. JORNAL DE RONDÔNIA - RELATO DAS ROTINAS DE PRODUÇÃO EM
REDE .................................................................................................................................... 64
4.1 INTERESSES DA ORGANIZAÇÃO REDE AMAZONICA DE TELEVISÃO ...... 64
4.2 RELAÇÃO ENTRE RELEVÂNCIA/ FACTUALIDADE/ BREVIDADE DA
NOTÍCIA NA REDE EM RONDÔNIA ........................................................................... 73
14
4.3 ROTINA DE PRODUÇÃO NO JORNAL DE RONDÔNIA .................................... 79
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 94
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 101
ANEXO I
ENTREVISTAS COLETADAS ...................................................................................... 104
Elmo Torres – TV Ariquemes ....................................................................................... 104
Regilson Roman – TV Guajará-Mirim ......................................................................... 105
Fabio Diniz – TV Cacoal ................................................................................................ 106
Arlene Balieiro - TV Vilhena......................................................................................... 107
Rosilene Teodoro da Silva Campos – TV Ji-Paraná ....................................................... 108
Milton Magalhães Cordeiro –TV Amazonas ................................................................ 109
Luiz Augusto Pires Batista – TV Amazonas .................................................................. 112
Nonato Neves – TV Rondônia ...................................................................................... 117
Bethânia Meirelles – TV Rondônia ............................................................................... 120
Andréia Fortini – TV Rondônia .................................................................................... 124
Fábio Diniz – TV Cacoal .............................................................................................. 127
Fabio Sher – TV Cacoal ................................................................................................ 131
Graciela Bechara – TV Cacoal ...................................................................................... 133
ANEXO II
PLANILHAS E DOCUMENTOS ................................................................................... 136
Análise de Indicadores da TV Rondônia ...................................................................... 136
Relatório Coordenação Interior ..................................................................................... 138
Missão, Visão, Valores ................................................................................................... 141
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APRESENTAÇÃO
As grandes mudanças no cotidiano das pessoas e com a revolução tecnológica da TV,
ficar informado sobre tudo o que acontece no país e ao mesmo tempo na região onde se vive,
fez com que os grandes veículos de comunicação de massa percebessem com mais atenção o
acontecimento da informação regional.
Com essa visibilidade maior das regiões brasileiras, destacou-se o regionalismo
através da criação de redes de televisão, impulsionando o crescimento da mídia regional, na
qual os veículos de massa têm mostrado maior interesse em saber o que está acontecendo fora
das grandes capitais, como Rio Janeiro e São Paulo.
Ainda com as mudanças e o crescimento do acesso às informações, no âmbito global
e local, observa-se que seja possível que jornalistas de televisão regional preservem uma série
de rotinas de trabalho peculiares em cada localidade, como o que se identificou no recorte
proposto a esta pesquisa.
A importância da integração regional entre as emissoras da capital e interior, e a
constante rotina de produção em rede, resultam no interesse dessa pesquisa, como forma de
relato descritivo de como é a produção telejornalística em rede do Grupo Rede Amazônica de
Televisão no Estado de Rondônia e seu interior.
16
INTRODUÇÃO
Jornal de Rondônia - relato das rotinas de produção em rede é um estudo que leva em
consideração a forma como o jornalismo em rede de TV é produzido em Rondônia. Como não
seria possível caracterizar todas as emissoras do estado em um único trabalho, optou-se pelo
recorte TV Rondônia, e ainda a identificação de qual telejornal periódico apresentava
formatação que incluísse capital e interior, gerando assim uma interação e produção em rede
propriamente dita, sendo este, especificamente, o Jornal de Rondônia - JRO.
Para o estudo, tomou-se como base a teoria do jornalismo Newsmaking, apresentados
nesta pesquisa por Nelson Traquina, Felipe Pena e Mauro Wolf. Para alcançar o objetivo de
descrever a rotina produtiva em rede do Jornal de Rondônia, foi necessário organizar a
metodologia da pesquisa em entrevista com abordagem qualitativa, embasamento teórico com
pesquisas bibliográficas, utilizados recursos como documentos de bases de dados da emissora,
bem como planilhas, manuais internos, organogramas.
O objeto então foca-se no Jornal de Rondônia e seu desdobramento quanto ao relato
das rotinas de produção em rede à luz do Newsmaking. A emissora escolhida para tal foi a
TV Rondônia e a TV Cacoal, sendo esta última escolhida para representar as demais
emissoras integrantes do grupo regional de televisão, por estar centralizada no interior de
estado, tendo três equipes de jornalismo para atender a sua localidade e cidades vizinhas.
Por entender, com base em observações empíricas, que o JRO realiza uma produção
em rede – capital e interior - esse modelo de telejornalismo de integração despertou o seguinte
questionamento: como é a rotina de produção do telejornalismo em rede do Jornal de
Rondônia, da emissora da capital com o interior?
Para a busca de resposta à problemática identificada, a pesquisa utilizou-se da técnica
de entrevista, gerando relatos sobre as características de produção que foram destacadas em
três categorias, sendo estas: Interesses da Organização Rede Amazônica de Televisão,
Relação entre relevância/ factualidade/brevidade da notícia na rede em Rondônia, e Rotina
de produção no Jornal de Rondônia.
A pesquisa relatada se apresenta a seguir, organizada em quatro capítulos:
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O primeiro capítulo descreve uma breve história da televisão no Brasil, com obras de
autores que expressam a ideia de como foi esse evento. Entre os autores pesquisados estão
Gladis Salete Linhares Toniazzo, Flávio Prado, Rezende,
Paternostro, Sebastião Carlos
Squirra.
O segundo capítulo aborda a temática sobre o telejornalismo no Brasil e conceituações
a respeito de rede, realizado um referencial com teóricos que descrevem o surgimento do
telejornalismo no Brasil e em rede, a regionalização da mídia. E a importância da Rede
Globo, com o surgimento do primeiro telejornal em rede.
No terceiro capítulo, é descritos os estudos sobre a história da Rede Amazônica,
empresa de comunicação que teve seu surgimento na região Norte, no qual sendo escolhido o
Estado de
Rondônia e seu interior, em uma época pouco explorada pelos veículos de
comunicação. Mesmo com poucas fontes para descrição do capítulo, buscou-se autores que
relatam a sua história como Abraim Baze, com a obra História da Rede Amazônia; Eula
Cabral, com a Revista Comunicação Veredas. Para os relatos sobre a TV Rondônia e seu
interior foram utilizados o recurso de documentos de bases de dados da emissora, bem como
planilhas, manuais internos, organogramas; e o resultado da coleta de dados com a utilização
da técnica de entrevistas em profundidade com representantes das equipes de jornalismo das
emissoras do grupo.
Em um quarto momento o estudo teve como alicerce a teoria de jornalismo
Newsmaking, com os relatos agrupados sobre as rotinas produtivas dos profissionais
envolvidos no jornalismo das emissoras da capital, TV Rondônia e do interior TV Cacoal. A
metodologia abordada para este capítulo foi através da entrevista com abordagem exploratória
qualitativa, também do material colhido durante o trabalho, como suporte complementar as
informações coletadas em entrevista.
O último capítulo trata das conclusões a respeito do tema, quando se buscou responder
como é a rotina de produção telejornalística em rede do Jornal de Rondônia.
Espera-se contribuir para a compreensão das rotinas de produção do Jornal de
Rondônia e assim auxiliar em pesquisa futura a respeito do tema.
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CAPITULO I
BREVE HISTÓRICO DA TELEVISÃO E SEU SURGIMENTO
Neste capítulo faremos uma breve descrição do surgimento da televisão no mundo,
Brasil e em rede. Foram utilizadas obras, cujos autores expressam a ideia de como foi esse
evento que mudou o cotidiano das pessoas. Pois, atualmente existe no mínimo um aparelho
de televisão em cada domicílio brasileiro. Apesar do aumento das outras mídias como, por
exemplo, a internet, a televisão ainda se mantém presente como principal meio de
comunicação e entretenimento.
1.1. Televisão no Mundo
No mundo globalizado que estamos inseridos, pode-se observar que a televisão se faz
presente na maioria das casas, e tem um poder da persuasão e penetração na sociedade de
uma forma rápida. Conforme Flávio Prado, “a televisão, atualmente é uma das principais
companhias do ser humano, é produto de pesquisas que começaram no princípio do século
XIX, e não recentemente, como se pode imaginar” (1996, p. 11).
Já para Sebastião Carlos de Morais Squirra, “é impossível imaginar a realidade
contemporânea sem a presença da televisão” (1993, p. 13). Dos meios de comunicação, a
televisão é o veículo mais popular, pois atinge todas as classes sociais e diferentes lugares.
O que há em comum em uma casa de quarto e sala de um município
pequeno no interior do país e um apartamento moderno, recheado da mais
avançada tecnologia? Ambas as residências devem ter ao menos um
aparelho de televisão. Talvez o apartamento tenha vários aparelhos [...]
Telas de alta definição e acesso a muitos mais canais. O único aparelho da
casinha certamente estará em lugar nobre. Pois poucas, pouquíssimas são as
casas brasileiras que não tem ao menos um aparelho. Por vezes até onde a
eletricidade ainda não chegou, a televisão está lá. Funciona a óleo. [...] ela é
a principal opção de entretenimento e de informação da grande maioria da
população do país. Para muitos, é a única. [...] ela está presente na
estruturação da política, da economia e da cultura brasileiras (RIBEIRO;
SACRAMENTO; ROXO, 2010, p.7)
19
Para obter dessa nova tecnologia que fizesse um aparelho transportar som e imagem a
longa distância, diversos cientistas especulavam no século XIX sobre a possibilidade de
transformar energia luminosa em energia elétrica, para a transmissão de televisão. Prado
(1996) observa que os cientistas acreditavam pelo fato que o som era transmitido por sinais
eletromagnéticos como o rádio, a imagem também poderia ser transmitida por um processo
semelhante.
O sueco Jakob Berzelius, em 1817, descobriu que o selênio possui substância que faz
a conversão de luz em eletricidade. De acordo com Prado (1996), só 56 anos após, o inglês
Willoughby Smith comprovou que tinha a propriedade de transformar um tipo de energia
luminosa em energia eletromagnética. Diversos sistemas foram construídos a partir do
selênio, até que ao longo dos estudos e tentativas criou uma imagem elétrica, onde era
possível identificar figuras humanas. A novidade percorreu logo os países como a França,
Estados Unidos e Alemanha, e a idéia de que o mundo ficaria cada vez mais próximo estaria
se tornando realidade. Conforme o escritor e Histórico Abrahim Baze “a palavra televisão
significa ver a distância” (2004, p. 54) Sendo a tecnologia o olhar das pessoas para enxergar
além daquilo desejado, ver o mundo.
Dessa forma em 1935, Alemanha foi o primeiro país a oferecer um serviço de
televisão pública. Durante a segunda guerra mundial houve um atraso na inclusão na
Europa. Entretanto, Flávio Prado (1996) relata que Adolph Hitler, enquanto esteve no poder,
determinou que a TV fosse distribuída por toda Alemanha. Mas somente voltou com
potência de popularidade e a fazer parte do cotidiano dos alemães na década seguinte.
No mesmo ano, a França iniciou suas transmissões com a antena instalada na torre
Eiffel, a seguir Moscou, e a Inglaterra com a BBC. Já nos Estados Unidos, a rede NBC já
possuía 107 emissoras por todo país.
[...] em 1950 já existiam 4 milhões de aparelhos no país, contra pouco mais
de 10 mil em 1946. Isso fez com que os americanos passassem a exportar
técnicas e equipamentos para onde existisse alguém com disposição para
entrar na “era da modernidade”. A nova era. (PRADO, 1996, p. 12)
Tecnologia que possibilitou o avanço para o mundo televisivo, e com esse
desenvolvimento, se confirmando uma experiência que deu certo. Assim, se estendendo para
o resto do mundo no final da década de 40.
20
1.2. Televisão no Brasil
Na década de 50, o Brasil já estava no grande processo de desenvolvimento em todas
as áreas no setor econômico, social e político. Como já existia televisão no mundo, Assis
Chateaubriand Bandeira de Melo, jornalista, dono de uma rede de jornais e rádio, entra na
corrida para aquisição da nova tecnologia de implantar, a primeira televisão do país. De
acordo com Prado (1996) “o Brasil foi um dos primeiros países a apostar na inovação”.
Com aquisição da televisão o Brasil ficava entre as cinco primeiras redes do mundo.
Na oportunidade que surgia, Chateaubriand via mais uma forma de lucratividade e poder.
Conforme destaca Prado, teve que adquirir diversos equipamentos junto a RCA Victor, se
associando a NBC.
No dia 18 de setembro de 1950, começava uma nova história a ser contatada, entrava
no ar a PRF-3 TV, canal 3, e como o precursor da televisão no Brasil a TV Tupi, em São
Paulo. Mas, para que as pessoas assistissem ao que fosse transmitido, e ter audiência esperada
pela emissora, era necessário que a população tivesse aparelhos de televisão em suas casas, o
que na época ainda não existia fabricantes e vendas de aparelho no Brasil, sendo
indispensável vir de fora do país. Conforme destaca Prado (1996), para resolver o a questão
da falta imediata dos televisores, foi contrabandeado entorno de 200 aparelhos poucos dias
antes e distribuídos para algumas pessoas, onde existia o alcance da transmissão.
Assis Chateaubriand, em seu discurso de inauguração, não deixou de destacar seus
patrocinadores, “a Companhia Antártica Paulista, o grupo Sul América Seguros, o Moinho
Santista e a Organização Francisco Pignatari, fabricante da Prata Wolf, onde com verbas da
publicidade ajudaram a tornar realidade o seu projeto” (RIBEIRO, SACRAMENTO; ROXO,
2010, p.18). A inclusão da publicidade na televisão teria que ser vista como investimento
exato, os resultados finais seriam vistos através das transformações e crescimentos nas
receitas de ambos os lados, televisão e anunciante.
A televisão, quando da sua implantação no país mostrou-se para os seus
investidores como um negócio com perspectivas de crescimento em longo
prazo, procurando aumentar a audiência entre aquelas com maior poder
aquisitivo, e, como conseqüência, ter seus produtos anunciado no topo das
vendas. (MARQUES DE MELO apud THONIAZZO, 2007, p.37)
21
Com as verbas publicitárias aplicadas foi possível exibir o primeiro programa, a TV
na Taba, “nome escolhido em homenagem ao indiozinho do logotipo da Rádio Tupi”,
apresentado por Homero Silva, o qual tinha diversas participações de atores, humoristas,
colunista, esportivos, e do jogador considerado o melhor da época, Baltazar do Corinthians.
Por ser uma novidade, existia uma expectativa, as pessoas queriam ver de alguma
forma, o brilho das imagens tão esperadas. Mas, era uma “fase elitista”, poucos tinham
monitores de recepção, pelo fato da pela pouca disponibilidade no mercado brasileiro e o alto
custo de venda.
[...] repetidas vezes aparece decisões do dia em que foi ao ar, oficialmente,
as primeiras transmissões da TV brasileira: homens de paletó e gravata,
mulheres bem vestidas, como se fossem a uma festa, coloca-se de pé diante
de uma espécie de móvel-caixa, de onde saem imagens esmaecidas e pouco
nítidas. Todos estão em silêncio. (RIBEIRO; SACRAMENTO; ROXO,
2010 p. 17 )
Para estimular a compra dos aparelhos, Chateaubriand cria uma campanha
publicitária quando começa a ser produzido, no país, os primeiros receptores da marca
Invictus. Mas, mesmo com as inserções da publicidade, não obteve retorno, pois o preço dos
monitores continuava alto e a maioria da população não tinha condições financeiras para
aquisição. “Custava três vezes mais do que o produto também objeto de desejo da classe
média ascendente, as radiolas” (RIBEIRO; SACRAMENTO; ROXO, 2010, p.20). Contudo,
com investimentos voltados ao segmento essa situação, aos poucos, foi se modificando e, em
1952, já existiam em todo país, cerca de onze mil televisores.
Conforme descreve Gladis Salete Linhares Toniazzo (2007, p.35), “a televisão nasceu
a partir de um caráter técnico e de conteúdo eminentemente local”. A programação exibida
era direcionada para os moradores da cidade de São Paulo e seu alcance era limitado àquele
município: dessa forma, assim como o rádio, a televisão tinha dependência da publicidade
para conduzir o negócio.
Aos poucos, a televisão era transformada em realidade para quem trabalhava no meio
de comunicação. Prado (1996) destaca que a programação da TV Tupi era transmitida das
18h às 23h. Após esse tempo, passam a dar oportunidade para os técnicos do rádio, fazerem
22
treinamento nos Estados Unidos, onde já estavam com a tecnologia mais avançada.
Transformando assim, a TV Tupi um laboratório, na qual se impôs no mercado e se
transformou na escola da televisão brasileira. Criando técnicas de produção semelhante à
realidade do cotidiano das pessoas.
[...] a técnica televisa é realmente mágica por multiplicar infinitamente o
poder de ubiqüidade do espectador, agora confrontado a uma (tele)
realidade simultânea, instantânea e global. (SODRÉ, 1984, p.31)
Com o poder que a televisão mostrou de estar simultaneamente em toda parte, Assis
Chateaubriand resolveu expandir seus negócios, inaugurando a TV Tupi do Rio de Janeiro. A
concorrência já estava de olho, e Vitor Costa abriu a TV Paulista, canal 5 que, mais tarde,
passou ser, a atual Rede Globo. Em seguida, foi a vez da TV Record de São Paulo, por Paulo
Machado de Carvalho. Prado(1996) descreve que a televisão logo saiu do eixo Rio - São
Paulo, em 1959, houve a inauguração da TV Itacolomy, de Belo Horizonte, com a primeira
transmissão interestadual de um jogo de futebol em 1956.
Toniazzo (2007) observa que, o começo da televisão era muito singular, as emissoras
de televisão iniciaram com dificuldades e improviso. A programação era reduzida, não havia
exibição diária definida, faltava suporte técnico e experiência dos profissionais com o novo
meio de comunicação, mas deram continuidade ao projeto.
Ainda nos primeiros anos em que a televisão estava presente no cotidiano, Ribeiro,
Sacramento, Roxo (2010) destacam as repetidas alusões à possibilidade de receber imagens
sem interferências de chuviscos, ondulações e deixam claro que o público ainda estava vendo
o que sua imaginação permitia.
Apesar de todas as dificuldades, o primeiro telejornal da Tupi foi ao ar em 19 de
setembro de 1950, com o apresentador Radialista Ribeiro Filho, o Repórter Esso, e
permaneceu no ar até o dia 31 de dezembro de 1970. Contudo, os aparelhos manuseados
eram pesados, dificultando a mobilidade. Por isso, os telejornais eram transmitidos como se
fossem programas de rádio televisionados.
Prado enfatiza que “o grande avanço para os telejornais viria somente no final da
década de 60 .” (1996, p.15,16). Até então, a parte técnica dificultava o trabalho do repórter
23
e cinegrafistas, não se permitiam erros, tinham pouco espaço no filme para gravação. Para
editar a fita, era cortado o filme depois de revelado e a parte desnecessária era excluída e,
posteriormente, colada às partes da reportagem com fita transparente. Esse tipo de condições
de trabalho era igual ao modelo do rádio, sem nenhuma técnica específica direcionada para
a TV.
Para Toniazzo (2007),com o impulso da tecnologia e a chegada dos videoteipe,
permitiu a transmissão dos programas diariamente, com horários de exibição dos programas e
tempo definido, podendo assim os espectadores se programarem para assistir o desejado.
1.3. Televisão em Rede
Com o Golpe de 1964, os militares investiram muito em televisão, desenvolveram um
programa baseado no “tripé”, formado por empresas estatais, nacionais e corporações
multinacionais, criando através de composição legal já existente, o controle econômico e a
pressão nos meios de comunicação. Dessa forma o governo alcançava o resultado que
esperava. “O controle da mídia eletrônica foi mais evidente” (TONIAZZO, 2007, p.39) já
que os demais meios de comunicação como o rádio e televisão operavam por canais
concedidos pelo governo federal que de tal modo, não podiam afrontar o governo, ou seguia
o que o militarismo ditava ou eram penalizados, podendo ser cassados. Almejavam também,
fazer com que a população seguisse o que era determinado pela ditadura, que as pessoas
vissem e praticassem sem questionamentos.
[...] era o começo de uma grande transformação no conceito de utilização
do ainda novo veículo. [...] Enquanto a Globo nascia, as redes mais antigas
iam enfrentando problemas. [...] TV Excelsior teve sua concessão cassada
em 1969. [...] a TV Tupi também perdeu força [...] conseguiu se segurar
com grandes dificuldades até 1980, quando faliu. [...] A Record sofreu
incêndios em 1966,68 e 71, com prejuízos irreparáveis. Outro incêndio em
1969, trouxe também graves problemas à TV Bandeirantes. (PRADO,
1996, p. 16)
Nessa época, além dos telejornais, que representavam papel fundamental ao
militarismo, pelo fato de manipulação e controle das informações, as emissoras maquiavam a
situação real em que o país vivia. “Essa programação era estimulada por incentivos por meio
24
de créditos concedidos por bancos oficiais, isenções fiscais e da concentração de publicidade
oficial” (TONIAZZO, 2007, p.41).
Nessa época, surgiram a TV Bandeirante, em São Paulo, e TV Globo, no Rio de
Janeiro. As emissoras foram criando programações locais, deixando de importar os
programas americanos, fazendo com que o número de estações subisse de 14 em 1964, para
150 em 1985, com participação efetiva de recursos governamentais.
Com o surgimento de novos canais de televisão, Toniazzo (2007) diz que passou a
existir também duas maneiras de emissora, uma como integrante de uma rede e outra como
emissora independente. No começo o Brasil só tinha emissoras que criavam a sua própria
programação, determinavam o que queriam exibir, compravam programas prontos. Com o
tempo criou as Redes de Televisão, que é um conglomerado de diversas estações, podendo
pertencer a um único dono, ou diversos, mas apresentam a mesma programação ou
semelhante.
O avanço da tecnologia, aliado as produções de conteúdo, configurava a troca entre as
diversas emissoras, o que não existia na época era a fidelização ou exclusividade. Todavia,
conforme Toniazzo (2007), com a consolidação das redes, determinaram condições de
produção e tecnologias para a transmissão. Criando assim, exclusividades de programação.
Na qual, surgiu um projeto muito mais rígido das redes centralizadas de TV para ‘afiliar-se’ a
uma rede, ”as estações regionais firmaram o compromisso de só exibir programas adquiridos
da geradora da programação a chamada “cabeça de rede” (Gabriel Priolli, 2000,p.19 apud
Toniazzo 2007, p 49).
Essa fragmentação do espaço televisivo conforme Vizeu, Porcelos, Coutinho alimenta
misturas muito interessante entre o global e o nacional. Podendo dizer que “a TV é um lugar
social onde a mundialização da cultura é visível, mas também a reafirmação das identidades
locais.” (2009, p.95)
Dessa forma, as Redes têm que sair em busca de uma alta definição, que tenha
qualidade, buscar, um satélite que transmite o sinal para as regiões. Esses sinais de
transmissão em rede devem capturar a programação voltada a ela mesma. Toniazzo afirma
que “conceituar a TV Regional é tarefa complexa, desde a questão geográfica, passando pela
tecnologia, até chegar a sua abrangência e a analise da programação”. (2007, p. 60)
25
A Rede Globo investiu, na época, tanto na parte tecnológica como na qualidade dos
profissionais. Contudo, não foi somente isso que a fez crescer a audiência e se tornar a
potência que é, mas a concepção de emissora de Rede no Brasil.
[...]Mas não era só a qualidade dos profissionais envolvidos que fazia com
que a globo crescesse. Ela foi à primeira emissora com sentido de rede no
Brasil.[...] Adquiriu também emissoras em todas as regiões e criou uma
linguagem única, o padrão global que vira com tecnologia de ponta para a
época e revolucionaria todos os conceitos existentes. (PRADO, 1996, p. 1617)
Foi a fase de retomada no fortalecimento das emissoras regionais. A expansão do
sinal, com entradas de novas formas de transmissão, como via cabo, nacional e internacional
e a possibilidade de contato entre as regiões do país e do mundo, só foi viabilizada, de acordo
com Jacques Wainber (1999) apud Toniazzo(2007), pelo desenvolvimento de autonomia e
domínio tecnológicos.
Essa autonomia gerada junto ao domínio, fez com que o sistema de emissoras de
Rede, levasse vantagens sobre as locais independentes, a repercussão e audiência são maiores
e maior também é o lucro, pois podem investir em outras atrações. Em contrapartida as
emissoras independentes têm maior agilidade em modificar suas programações, dar mais
tempo para outros assuntos que interessam para população da localidade regional.
Nos anos de 2000, Toniazzo destaca que era um número de seis grupos de rede no
Brasil: Rede Globo, SBT, Rede Record, Rede Bandeirantes, Rede TV! E CNT.
Sendo: a TV Bandeirantes foi inaugurada em 13 de maio de 1967, e no ano de 1977
transformou-se em rede. O grupo apresenta 43 afiliadas em sua maioria na região nordeste.
A Rede Manchete e o Sistema Brasileiro de Televisão nasceram através de um acordo
operacional entre os empresários, Adolpho Bloch e Silvio Santos. O Sistema Brasileiro de
Televisão, atual SBT é composto de 107 emissoras em todo território nacional, segunda
maior rede de televisão do país. Porém, a única rede que só tem um veículo de mídia, a
televisão. Já a Rede Manchete entrou no ar em 15 de novembro de 1999, atual Rede TV! com 40 emissoras localizadas principalmente nas regiões norte e centro-oeste e as demais
distribuídas no Sul e sudeste.
26
A TV Tropical Integrante de Rádio e Televisão OM de Londrina Ltda foi criada em
1975. No ano de 1980 altera sua denominação para Rede OM, pertencendo ao empresário
José Carlos Martinez, em 1993, adota o nome fantasia de Central Nacional de Televisão
(CNT).
O surgimento da TV Record aconteceu em 27 de Setembro de 1953, na década de
1970 foram vendidas 50% das ações para o empresário Silvio Santos. Mas, já no ano de 1989
o canal passa a pertencer a Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus,
formando assim a Rede Record. Toniazzo nota, que a linha editorial assumida pelo
jornalismo e para as demais programações da Rede Record, é inspirada na programação
Globo, “as pesquisas mostravam que o público queria atrações de qualidade. [...] paramos de
brigar com o obvio” diz: Alexandro Raposo, presidente da Record. Apud TONIAZZO, 2007,
p.54)
As Redes nacionais de televisão foram facilitadas com a criação da Empresa
Brasileira de Telecomunicação (EMBRATEL), e uma
infra-estrutura de comunicações
dotadas de enlaces de microondas, satélites, além de estações repetidoras que proporciona a
exibição ao vivo.
Na Rede Globo a inclusão de Rede só foi possível pelo acordo realizado pela TimeLife, empresa norte-americana, e a Globo. A Time-Life fez a grande mudança na área de
administração, dividindo os prédios em sedes individuais com jornalismo, ficção, tecnologia
e direção. Facilitou a entrada de equipamentos importados dos Estados Unidos, saindo na
frente das outras emissoras, dando mais agilidade e rapidez nas produções. A emissora,
também chamada de “Vênus platinada” teve sua superioridade na década de 70 e 80 quando
detinha a maior fatia dos anunciantes.
De acordo com Toniazzo (2007) pode-se afirmar que a Rede Globo foi a mais
beneficiária do governo, que favoreceram sua expansão e melhores localizações e facilitaram
a importação dos equipamentos. Em troca, seguia uma política de programação estritamente a
favor do governo. Na qual também Toniazzo cita que é possível afirmar que as redes
nacionais de televisão, como se estrutura atualmente nasceu, com ou através da Rede Globo.
Ainda que, com a tecnologia avançada, e estando à frente das demais emissoras de
televisão. Prado (1996) define que, com o sucesso que teve a Rede Globo, no início da
década 1970, ficou claro que o telejornalismo sofreria grandes alterações no Brasil. A
27
emissora sempre trabalhou com videoteipe e foi a primeira a ter câmeras portáteis, com som
direto e editores eletrônicos, dessa maneira induzindo os demais meios de comunicação a se
modernizarem, adquirindo equipamentos mais potentes e compatíveis com os interesses do
veículo, e profissionais especializados. “E com isso se modificou a metodologia de fazer
televisão” (PRADO, 1996, p.19). As transmissões em cores só vieram acontecer no início de
1973 e, novamente, as empresas de televisão tiveram que inovar toda a sua tecnologia.
O desenvolvimento tecnológico compreendeu o período de 1975 até 1985,
com uma programação de alto padrão técnico, gerada em cores e com
conteúdo que atendia ao modelo de televisão que o governo queria. [...] Um
dos pontos principais foi a nacionalização da programação, substituindo os
programas importados [...]considerados violentos pelo governo militar.
(TONIAZZO, 2007, p.41)
Hoje, de acordo com Vizeu, Porcelos, Coutinho, a diferenciação entre os meios já não
é tão evidente (2009, p.89)
Já para Toniazzo (2007) A televisão, atualmente é um mercado publicitário do país
que mais se anuncia e considerado por alguns, o mais caro. Também a influência dos
programas brasileiros de televisão que têm uma aceitação e destaque no mundo, diversos
países importa os produtos televisivos do Brasil e retransmitem na sua linguagem regional.
De acordo com Sebastião Carlos de M. Squirra (1993, p. 12), “a televisão é hoje o
veículo mais popular como forma de entretenimento, atualização e obtenção de informações.
Pela sua própria natureza, não é um veículo de minorias.” Seja como diversão ou utilidade,
hoje representa uma prática importante na cultura popular moderna brasileira. As pessoas
buscam cada vez mais proximidade com o mundo através das notícias e programas de
audiências.
Conforme Paternostro (1999, p. 64), “a televisão estimula e provoca o interesse e a
necessidade de se ter conhecimento dos fatos. Acredita-se no poder incentivador da TV
enquanto meio de informação”.
“A televisão constrói significados, apoiando-se em sistemas mais ou menos
formalizados. Possui uma linguagem, que recria a realidade a partir de
critérios funcionais[...] a intencionalidade comunicativa do emissor e ao
contexto cultural” CASETTI E CHIO, 1999, p.263 apud VIZEU,
PORCELOS, COUTINHO,2009, p.96)
28
Mostrando através dessa linguagem, sentidos ligados e produzidos com a imagem e
uma ideologia, que de alguma maneira dominado o sentido, na qual o espectador requer
aprendizado e pode se identificar com regras que a televisão apresenta ou regras do modo
que representa. .
Dentro disso, estudos divulgados pelo Instituto de Estudo e Pesquisa de Comunicação
- EPCOM (2003) apud Toniazzo (2007) destaca os motivos da liderança empresarial e de
audiência que a Globo possui, a qual a caracterizou como a maior rede em números de
veículos tanto de televisão, Rádio e Jornal, e como o grupo que detém todos os tipos de
mídia ativos em todos os estados. Outro fator importante é estar ligado aos principais grupos
regionais afiliados à Rede Globo, como por exemplo, na região norte o Grupo Rede
Amazônica de Televisão, que faz parte desse nosso objeto de pesquisa sobre o Telejornalismo
em Rede, mais especificamente do Estado de Rondônia, de onde o grupo possui um número
relevante de canais em toda Amazônia, integrados ao jornalismo regional e local.
29
CAPITULO II
BREVE HISTÓRICO DO TELEJORNALISMO
A mídia tem um papel importante e fundamental no dia-a-dia das pessoas. A
necessidade de estar informado sobre tudo que ocorre no mundo e ao mesmo tempo na região
em que se vive,
fez com que as grandes redes de televisão levassem o veículo de
comunicação de norte a sul do país. A importância de falar em telejornalismo é acompanhar o
crescimento e desenvolvimento do país. E com toda modernidade, se faz necessário um
padrão e manter as rotinas de trabalho diário, desde seleção de fatos, apuração da informação,
a edição e finalmente a exibição do telejornal. Para falar em telejornalismo utilizamos autores
que identificam com os elementos fundamentais.
2.1. Advento do jornalismo no Brasil
Com a implantação do meio de comunicação no país, a televisão, entra no ar, em 20
de setembro de 1950 a edição inaugural do primeiro telejornal no Brasil - canal 6 de São
Paulo Imagens do Dia. No início, a linguagem do telejornal era parecida com a do Rádio.
Para Guilherme Jorge de Rezende (2000), a estação pioneira no Brasil, a TV Tupi, tinha uma
equipe pequena, com um texto radiofônico, totalmente baseado em fala, com pouca imagem.
O rádio era modelo que se tinha na época. Entrava no ar entre as nove e
meia e dez da noite, sem qualquer preocupação com a pontualidade. O
formato era simples: Rui Resende era o locutor, produtor e redator das
notícias, e algumas notas tinham imagens feitas em filme preto e branco,
sem som. (PATERNOSTRO, 1999, p. 35)
Os telejornais da época ainda sofriam com a precariedade pelo fato de que a
tecnologia ainda não estava adequada às necessidades de uma transmissão. Rezende (2000)
comenta que os telejornais precisavam de um nível mínimo de qualidade.
A falta de
experiência dos profissionais, junto com a deficiência técnica, originava as falhas inevitáveis
nas programações transmitidas. No entanto, nessa época a cobrança era mínima, uma vez que
era vista por um público limitado, somente os que tinham acesso à televisão. Dessa forma,
“possuir um televisor, naqueles tempos, simbolizava “regalia” e status, medido pelo número
30
de televizinhos, cada vez mais crescente à medida que o hábito de ver televisão se espalhava”
(REZENDE, 2000, p. 106).
O primeiro telejornal de sucesso, que poderia se caracterizar telejornalismo no Brasil,
foi o Repórter Esso, como destaca Paternostro (1999) que estreou em 1953 e teve audiência
por quase 20 anos. Seu sucessor é o Jornal Nacional que, até hoje é líder de audiência no
horário. Paternostro (1999) classifica alguns telejornais brasileiros que são referências na
história do telejornalismo no Brasil através dos tempos:
Imagens do Dia – Primeiro jornal que estreou após a inauguração da televisão
brasileira; tinha formato simples, as imagens feitas em filme preto e branco e não tinha som.
O Jornal Imagens do dia ficou por um ano, tendo a necessidade de ser substituído pelo
Telenotícias Panair, em 1952, ia ao ar todos os dias, ás 21 horas, telejornal de estilo
noticiário, produzido pela mesma equipe da emissora Tupi, destaca Rezende (2000).
O Repórter Esso teve um período de maior sucesso na história da televisão brasileira
entre 1953 a 1970, referência para os demais telejornais. Dirigido por Kalil Filho em São
Paulo e no Rio de Janeiro ganhava uma versão com locutores conhecidos de rádios, mas já
apresentavam uma narrativa mais televisiva, com textos apropriados e cumpriam horário para
entrar no ar, às oito da noite. Uma frase que ficou famosa e lembrada até hoje é “Aqui fala o
seu Repórter Esso, testemunha ocular da história” (PATERNOSTRO, 1999, p. 35). “O
Repórter Esso, da Rede Tupi, representava típica manifestação desse modelo de
telejornalismo produzido e apresentado por “gente que vinha do rádio””. (Rezende, 2000,
p.106). Serviu como referência para todos os telejornais implantados em outras emissoras.
Tinham o mesmo aspecto, cortina ao fundo, uma mesa e davam ênfase aos patrocinadores.
O primeiro telejornal do horário vespertino foi o Edição Extra e segundo Vera Íris
Paternostro ( 1999), nele Jose Carlos de Morais o “Tico-tico”, foi o primeiro repórter de
vídeo da TV brasileira.
O avanço do telejornalismo, em 1962, decorreu não da tecnologia, mas sim pelas
mudanças na produção no Jornal Vanguarda. Segundo Rezende (2000), uma das principais
mudanças, onde os jornalistas executavam tarefas como produtores e apresentadores,
cronistas que levavam ao público os seus comentários, bem como a locução com voz forte e
mudanças na imagem surgia efeito.
31
No noticiário jornalístico o Jornal Vanguarda fez a diferença da mudança pela sua
originalidade e estrutura desenvolvida em relação aos demais telejornais. Os jornalistas eram
os produtores do jornal e na sua apresentação havia cronistas especializados para cada
assunto. Ainda Rezende (2000) comenta que, após todo o prestígio e reconhecimento, não
resistiu ao golpe militar de 1964, onde o tempo da Ditadura Militar no Brasil estava muito
presente. A censura colocou locutores no lugar dos jornalistas nos telejornais. Modificando o
texto, que era lido exatamente como chegava às redações.
Terminava então, uma das passagens mais inovadora e inteligente da história do
telejornalismo brasileiro. O Show de Notícias veio logo a seguir, com a mesma linha
inovadora do Jornal Vanguarda, mas também, não resistiu muito tempo.
O telejornalismo brasileiro resolveu assumir de vez e a copiar integralmente o modelo
norte-americano, como inspiração, “além da interferência política mais forte – continuava a
padecer com a falta de um estilo próprio” (REZENDE, 2000, p. 108). Lembra ainda que as
produções eram engessadas, tudo sob os olhos do governo.
Em Janeiro de 1969, o Brasil ingressava na era da comunicação espacial.
As ligações por microondas e as transmissões via satélite possibilitavam a
integração nacional e aproximação com o restante do mundo. Tornava-se,
enfim viável a formação de redes de TV, considerada pelo então diretor da
Globo, Walter Clark, solução permanente crise que atormentava a televisão
brasileira. [...] os objetivos reais que motivavam a iniciativa ligavam-se a
interesses políticos e mercadológicos. Além de possuir um noticiário que
lhe desse prestigio, a TV Globo queria competir com o Repórter Esso, da
TV Tupi. (REZENDE, 2000 p. 109)
A televisão brasileira, nessa época, encerrava a fase atrelada cada vez mais em
três programas de apelo popular: as novelas, os enlatados (filmes e séries importadas) e os
shows de auditório. Já no telejornalismo brasileiro, dois fatos marcaram o começo de uma
nova fase: a criação do Jornal Nacional, na Rede Globo, e o fim do Repórter Esso.
2.2. Novos caminhos do Telejornalismo
Paternostro (1999) acrescenta que com o surgimento da Embratel – Empresa
Brasileira de Telecomunicações houve a interligação através das linhas básicas de
32
microondas, dessa forma os meios de comunicação criaram as estruturas para iniciar as redes
nacionais de televisão.
O Jornal Nacional foi o primeiro noticiário em rede nacional da televisão brasileira,
gerado pela sede da TV Globo, no Rio de Janeiro, para as suas emissoras em vários pontos do
país. Paternostro (1999) relata que era comandado pelo jornalista Armando Nogueira, que
estreou em primeiro de setembro de 1969 e permanece até hoje no ar com a liderança e
audiência. O Jornal Nacional foi o primeiro a mostrar reportagens em cores e acontecimentos
internacionais no mesmo instante em que aconteciam.
O Jornal Nacional tinha como objetivo alcançar o maior número de telespectadores
brasileiros que tivessem a mesma coisa em comum, assistirem as notícias do JN com uma
linguagem coloquial, adequando ao público. “Interesses políticos e mercadológicos, além de
possuir um noticiário que lhe desse prestígio” (REZENDE, 2000, p. 109) esse era, na
verdade, os objetivos reais que motivavam a iniciativa do veículo, lutavam para dominar o
horário nobre, que tinha uma audiência cativa.
Enquanto o Jornal Nacional passava a comandar a audiência entre os telejornais do
horário nobre, o Repórter Esso apresentava seu encerramento de programa no último dia de
1970, representando o fim de uma amostra dominante no telejornalismo brasileiro. “Durante
anos se tornou célebre pelos slogans, “O primeiro a dar as últimas” e “testemunha ocular na
história”, entoados pó outro símbolo do programa, o apresentador Gontijo Teodoro”.
(ESQUENAZI, 1993, p.25 apud REZENDE, 2000, p.111). A partir de então, se pôs fim a um
modelo baseado no rádio, tradição que faz parte da memória do povo brasileiro, o Repórter
Esso.
Em 1970, a TV Bandeirantes de São Paulo trouxe uma nova proposta de
telejornalismo, ao criar os Titulares da Notícia. Seu principal atrativo dentro do noticiário era
a apresentação da dupla Sertaneja Tonico e Tinoco. Acreditava-se como a dupla estava em
destaque, poderiam manter a audiência. Segundo Rezende, (2000), com o tempo, o telejornal
procurava inovar e mostrar a sua identidade através do cenário, os apresentadores apareciam
em primeiro plano em uma sala de redação.
Com a mudança da linguagem e o telejornalismo dirigido por Gabriel Romeiro,
passou a ser mais valorizado o trabalho do repórter de rua, não importando com a aparência
ou voz bonita, o requisito primordial era saber transmitir com clareza a notícia. A população
33
ganhou voz e o jornal um único apresentador interno para narrava às notícias, ganhando mais
credibilidade.
Ainda nessa década, os apuros técnicos se caracterizaram fortemente, e a Rede Globo
foi a que mais aproveitou. Aperfeiçoando a qualidade das suas programações “[...] pela
ideologia do mostrar para entreter, os programas constituíam uma programação rigorosa
uniforme, não permitindo convites para a mudança de canal” (PRADO, 1973, p. 22). A Rede
Globo, seguindo uma linha interna de produção logo criou a expressão “padrão global”, na
qual, estendeu a toda sua programação, principalmente ao telejornalismo. Passando a
influenciar as demais televisões brasileiras.
[...]Padrão de produção, porém, não tem nada a ver com qualidade de
programa, nos vários sentidos em que o qualitativo é usado ( qualidade
cultural, educativa, de entretenimentos, de emoção, de estética, etc.).
Padrão de produção é a criação de rotinas internas e de equipes técnicas
capazes de realizar, a nível industrial, isto é, regularidade e freqüência.
(SQUIRRA ,2004, p. 45)
Dos programas veiculados pela emissora, o Fantástico – o Show da Vida, criado por
Bonifácio de Oliveira em 1973, foi o que mais se destacou como combinação de jornalismo e
entretenimento, apresentado sempre nas noites de domingo. Segundo Rezende, (2000), o
cuidado com a forma de apresentação das notícias era o importante, a linguagem a ser falada
tinha que ser adequada para a televisão.
Squirra (2004) ainda fala que os programas tinham a preocupação e deveriam atender
às necessidades que manifesta o mercado, uma comunicação que desperta atenção, dinâmica,
clareza, qualidade técnica e estética, programações compatíveis para cada faixa etária
diferente. O alcance de todos os elementos na média da programação, que mistura valores
diferentes no atendimento a necessidades particulares do mercado.
“A Rede Globo conseguiu esse padrão, ou conseguiu o próprio padrão. Ele é
responsável por essa constante e intensa relação do público com a televisão”. (SQUIRRA,
2004, p.46). O telespectador passou a ver a programação ser exibida sempre no mesmo
horário, com isso, as modificações fizeram com que as pessoas soubessem o que o canal está
oferecendo o poder de escolha, e assim a busca de um público fiel e seguidor.
34
Rezende (2000) descrever que, apesar de não ter sido a Rede Globo quem criou o
telejornalismo brasileiro, foi ela quem eliminou o improviso, ligando texto à imagem,
transformando os telejornais num formato mais interessante. Também, Vizeu, Porcellos e
Coutinho, (2009, p. 53) acrescenta sobre a periodicidade diária, que levou os jornais a
padronizarem a novidade, criando estratégias para construir relatos jornalísticos, e
preservassem a ideia de que o jornal diário trazia, em cada edição, um evento novo e
importante, mesmo que não acontecessem fatos relevantes no dia.
Para manter a audiência, a Rede Globo tinha cuidados com a seleção dos locutores, e
mantinha recursos estratégicos como conciliar competência com boa aparência para atrair o
público feminino, evitar a mudança de canal na passagem da novela para o Jornal Nacional.
Foi quando a emissora contratou Cid Moreira, profissional experiente que havia se destacado
no Jornal Vanguarda.
[...] Cabelos prematuramente grisalhos, ar concernido, voz barítono a baixo
conforme as necessidades, a presença diária de Cid é exemplo raro de
neutralidade no sentido de constância, homogeneidade e monotonia (um
único tom) que ele “imprimi” a qualquer notícia, ressaltando o tom pela
rigidez de postura à leitura, olhos postos no miolo da lente da câmera, ou
seja no telespectador em casa (Gleiser, 1983, p31-2,apud Rezende, 2000,
p.114)
Cid Moreira passou a ser um símbolo do programa, papel que exerceu até 1996.
Outros locutores do Jornal Nacional, todos do sexo masculino, tinham o mesmo estilo, que se
encaixava no “padrão global”. Para José Bonifácio de Oliveira Sobrinho – Boni, apud
Barbeiro; Lima
(2002), acreditava que além da voz e timbre adequado, os telejornais
ganhariam com a boa aparência. “Isso era parte de uma tática: a de fazer com que o público
de novela, predominantemente feminino, fosse atraído pelos nossos telejornais.”
O modelo submetia-se também os repórteres, no propósito de, por uma
aparente neutralidade e formalismo projetar o telespectador, uma imagem
de isenção na abordagem dos fatos, indispensáveis para a conquista da
credibilidade (REZENDE, 2000, p.115)
Com o chamado “padrão Globo de qualidade”, segundo Paternostro (1999), a Rede
Globo cada vez mais investia em jornalismo e aumentava seus lucros com a publicidade.
Criou novas extensões de telejornal em horários diferenciados. Em 1977, a experiência do
Bom dia São Paulo, apresentado em horário matutino. Com essa novidade logo a Rede
35
Globo, levou as demais praças e emissoras afiliadas da Rede Globo a implantarem o Bom dia
Praça. O programa TV Mulher, lançado em 1980, consagrou a apresentadora Marilia
Gabriela pela abordagem de assuntos considerados polêmicos para a época, pois não eram
tratados abertamente na televisão, onde a fez ser destaque de primeira pagina no New York
Times. Ainda, de acordo com Paternostro (1999), como os telejornais no horário matutino já
haviam ganhado espaço e conquistado o público, a Rede Globo, priorizando os assuntos
políticos e econômico lança, em 1983, um noticiário transmitido em rede nacional
envolvendo com blocos
ao vivo, as praças do Rio, São Paulo e Brasília. Ou seja,
introduzindo as três cidades no mesmo jornal com apresentações ao vivo, sendo um
apresentador chamando o outro para falar da notícia de sua cidade.
Rezende, (2000), cita que nessa época o SBT tinha cumplicidade de Silvio Santos
com a classe dominante, não conseguindo converter os índices de audiência em faturamento
publicitário, mesmo com os programas jornalísticos de apelo popular. Silvio Santos em seu
discurso deixa claro o desejo de um “telejornalismo descomprometido com a informação e a
crítica.” Para uma emissora com essa narrativa, era claro a queda do telejornalismo. “E o SBT
mantinha uma imagem de uma emissora incapaz de produzir um jornalismo de qualidade”
(REZENDE, 2000, p. 126).
A mudança do pensamento de Silvio Santos começou somente após a contratação de
três profissionais: Marcos Wilson e Luiz Fernando Emediato, para a direção do departamento
de jornalismo e Bóris Casoy “[...] peça principal de todo um processo de eliminação da
pieguice e mau gosto que imperavam no Jornalismo até aquela data” (SQUIRRA, 1993,
p.139 apud, REZENDE, 2000, p.127)
Em quatro de setembro de 1988, no SBT – Sistema Brasileiro de Televisão entrava no
ar mais um telejornal, sendo seu primeiro noticiário, o TJ Brasil Paternostro (1999) cita que
foi primeiro programa que o jornalista dirige, apresenta e comenta as noticias.
[...] O jornalista Bóris Casoy, veterano da imprensa escrita, sem qualquer
experiência em TV – conseguiu em pouco tempo conquistar seu espaço. O
tratamento opinativo que imprimiu ao programa representou muitas vezes o
sentimento da população. A presença do âncora e a credibilidade do jornal
suprimiram a deficiência dos recursos técnicos da emissora , alavancando a
programação do SBT até meados de 1997, quando Boris Casoy e parte de
sua equipe se transferiram para a TV Record. (PATERNOSTRO, 1999, p.
37)
36
Paternostro, (1999), ainda observa que, com a saída de Bóris Casoy do SBT, aos
poucos o telejornalismo foi perdendo sua força, e a emissora tendo que criar um programa
substituto. Nascendo então, o Aqui e Agora, com a linguagem direcionada as classes baixas,
“cheio de sensacionalismo, apelação e reportagens polícias com ação, aventura, flagrantes,
denúncias, violências e tensão”, mas, logo seu formato não deu certo, a emissora tirou do ar,
no final de 1997.
Outro jornal que obteve liderança na nova fase do telejornalismo foi através da
TV Bandeirantes – Jornal da Band, que estreou em 17 de fevereiro de 1997, com o jornalista
Paulo Henrique Amorim, assumindo as funções de repórter, apresentador e editor chefe, do
Jornal em São Paulo. Amorim vinha com uma experiência de Nova York, onde trabalhava
em um dos escritórios da Rede Globo internacional. “Com informações exclusivas, um estilo
forte e opinativo e ao vivo, o Jornal da Band começou a marcar presença”.
(PATERNOSTRO, 1999, p.37) mas, nessa época a emissora, já dava destaque mais
acentuado ao esporte.
Os veículos de comunicação com o tempo, foram criando outros estilos de programas
direcionados ao jornalismo. Dessa forma, enquanto a Globo investia diretamente no
telejornalismo e aumentava seus lucros com publicidade, às afiliadas passaram a investir
também em seus próprios telejornais regionais.
O Telejornal nacional, ou regional, cumpre papel fundamental na produção e
divulgação de informações, pois, as notícias precisam ser faladas e não escritas no
telejornalismo. No Jornal impresso, os olhos têm o poder de buscar e ler o texto escrito
quantas vezes for necessário, até que seja compreendido pelo leitor. Já na televisão, isto não
é possível além da fala à aliança com a imagem é importante. “Para o telejornalismo,
precisamos redigir como falamos, com os recursos e as virtudes da linguagem coloquial. [...]
é o direto, o do dia-a-dia” (SQUIRRA, 2004, p.54). Dessa forma a objetividade é
fundamental na transmissão da notícia.
2.3. A Busca da linguagem
A “Televisão é imagem, mas a fala é fundamental”. A narrativa, a clareza na
pronúncia das palavras, respeito do ritmo, velocidade e entonação, devem ser levadas a rigor.
De acordo com Barbeiro; Lima (2002) apud Willian Bonner (2009), quando existe a leitura
37
malfeita, com erros, ou a falta da compreensão, podem fazer o telespectador perder o
interesse pela notícia.
Segundo Squirra (2004) no jornalismo, o repórter tem que primeiramente, saber
escrever corretamente e atentar ao fato de que o texto redigido para o telejornal será ouvido
pelo telespectador e ele deverá entender.
[...] a busca do coloquial consiste, principalmente, na necessidade de se
encontrar um nível comum de entendimento para a mensagem que se vai
transmitir. Quanto mais palavras [...] forem familiares ao telespectador,
maior será o grau de comunicação. Uma mensagem comum texto simples
tem capacidade de atingir um maior público heterogêneo (classes sociais,
instrução e idades diferentes). (PATERNOSTRO, 1999 p.55)
Na afirmação de Rezende (2000), relata que quanto mais coloquial for o tom que o
jornalista vier escrever e falar a mensagem elaborada, maior será o grau de comunicação e
entendimento com o telespectador. No entanto, com público misto, em telejornalismo, não
existem “fórmulas certas”, cada pessoa que se dedicar ao jornalismo, tendo a sensibilidade
aliada ao bom senso. Para Paternostro, (2004), o profissional, irá descobrir sozinho o
caminho e a solução para executar as tarefas da profissão de jornalista. Sendo que o processo
desse meio de comunicação é sempre o direto.
Nelson Traquina (2005) confirma, o jornalismo é uma prática discursiva, que ao longo
da história, os jornalistas desenvolvem uma maneira própria de falar, uma linguagem
“Jornalês”. Havendo uma necessidade tal, de dos jornalistas se comunicarem com todas as
classes, étnicas, políticas e sociais existentes em uma sociedade.
Para existir a compreensão e atingir por igualdade toda essa massa, Traquina (2005)
lembra das frases que devem ser curtas, parágrafos pequenos, palavras simples, evitando as
polissilábicas, a concisão, sintaxe direta e econômica, e utilização de metáforas para
incrementar a compressão do texto. Além de todas as dicas, ser compreensível, na qual o
discurso jornalístico deve “provocar o desejo, o desejo de ser lido/ouvido/visto. Assim o
“jornalês” exprime-se de uma forma viva através da voz ativa”.(TRAQUINA, 2005, p.46)
Ainda, de acordo com Traquina (2005), o “jornalês” é geralmente um formado
específico na imprensa como a pirâmide invertida, que se tornou dominante no jornalismo.
38
Contudo, “a maneira de falar dos jornalistas está intimamente relacionada com o saber de
narração.” (TRAQUINA, 2005, p.47)
Para Bonner (2009), escrever para um telejornal é sempre diferente de escrever para
um jornal. O repórter tem que utilizar o mecanismo instintivo para contar alguma coisa a
alguém. Sendo esse mecanismo que saem os melhores textos de telejornalismo, mas, alerta,
“muitas vezes, escrever como se fala não é nada instintivo. Não é assim que aprendemos na
escola, na faculdade, escrever textos parecidos com o falar das pessoas de maneira sintética e
clara”. (BONNER, 2009, p.235)
A estrutura interna das notícias para os telejornais é planejada de maneira que leve ao
telespectador a sensação de ter visto tudo e saber o que se passa de importante em todos os
lugares, olhar o mundo através da televisão. De acordo com Squirra (2004) a “concisão e a
objetividade” são fundamentais.
A televisão pode criar uma tendência natural, pois ela atrai dois sentidos do ser
humano, a visão e audição. Sem contar que muitas vezes, uma notícia de impacto afeta o
emocional. Então, essa afinidade entre a imagem e a narrativa é uma questão respeitável.
Paternostro (2004) finaliza que em telejornalismo, é necessário casar imagem e informação.
Deve ter a preocupação de andarem juntos, com simplicidade, “o papel da palavra é dar apoio
à imagem e não brigar com ela”. Tem que dar sentido no que se fala com que está sendo
mostrado, deve ter uma preocupação diária, desde a concepção de uma pauta, durante a
produção, até a edição final. Uma imagem fica no pensamento do telespectador por muito
tempo, às vezes para sempre.
O Rimo e o estilo de cada telejornal, são fatores que influenciam e para isso
Paternostro, (2004), recomenda que é preciso respeitar o poder da informação visual, pois
nela se descobre como unir à palavra. O jornalismo continuamente enfrenta novos desafios,
na qual se deve ter “o compromisso de apresentar os acontecimentos à sociedade com
veracidade, exatidão, clareza e rapidez de modo de unir pensamento e ação”. (MORONI,
RUAS, 2006, p.15). Ainda conforme Moroni, Ruas (2006), deve existir a importância da
independência, da honestidade, imparcialidade e a credibilidade dos meios de comunicação.
Na época da censura, havia necessidade do cuidado com o uso das palavras, o
telejornalismo teve muitas mudanças na linguagem televisiva, uma vez que as questões
políticas eram visíveis. Pois, poderia de alguma forma influenciar nos telejornais. Com isso o
39
telejornalismo, acabou se afastando da realidade brasileira. “A superficialidade no tratamento
dos fatos impedia a prática de um jornalismo mais denso e crítico” (REZENDE, 2000, p.115).
Os acontecimentos regionais não tinham muita credibilidade e espaço em rede
nacional, somente notícias em situação de catástrofe ou de fatos inusitados. Nessa época, as
notícias do interior não chamavam a atenção nos telejornais, comenta Rezende (2000).
O enfraquecimento da censura proporcionou o crescimento do telejornalismo, logo no
início dos anos de 1980. Mas, ainda as emissoras não tinham assimilado como lidar com a
liberdade de imprensa. A Rede Globo permaneceu centrada para não comprometer a situação
de destaque que tinha na época. Ainda Rezende (2000) diz, que foi a implacável marcação da
ditadura que fez esquecer o conteúdo e priorizar a “técnica e a estética”, deixando para trás a
ética de fazer jornalismo.
O sucesso só veio com maior impacto após a consolidação do sistema em rede,
especialmente da Rede Globo, que detinha o controle absoluto do mercado nacional. Sobre
isso, Rezende (2000) relata, que depois de anos acorrentada à censura, a Rede Globo
precisava reaprender a forma de produzir o jornalismo, algo que “superasse o formal para
conquistar a qualidade e conteúdo”. Eliminar com as práticas criadas antes da ditadura, que
teriam causado as proibições à liberdade de imprensa.
[...] a televisão brasileira, ainda que em pleno estágio de massificação, tem
respondido crescentemente ao seu compromisso social, talvez até porque
ela já tenha levado ao limite sua capacidade de fugir a esse compromisso. O
Salto qualitativo dado ao telejornalismo nos anos 90 é uma razoável
demonstração disso: ele se libertou em muitos casos das amarras oficiais,
expandiu seu universo temático, encontrou novas formas de tratamento e
ganho até sopros de independência em relação ao empresariado do setor. O
que até a pouco tempo era um privilégio parcial de poucos jornais no país.
(HOINEFF, 1996, 37-8 apud REZENDE, 2000 p.137).
Hoje, o conteúdo dos telejornais pode ser lido em outras mídias, como na internet,
sendo outra maneira de aproximação da notícia ao público. Conforme Toniazzo (2007), o
telejornalismo não fica apenas no olhar, fala-se, discute-se, comenta-se dele. Sua influência
favorece a formação de conceitos, que com o passar do tempo, por meio de constância e
repetição da informação, vão sedimentando. E cada vez mais, os sentidos das imagens
exigem o suporte da linguagem verbal.
40
O Estado de São Paulo, (1990) apud Rezende (2005) fala que o jornalista não deve
perder de vista o universo vocabular do espectador, “nunca escrever o que você não diria”.
Imprescindível fazer entender para o maior número de pessoas, uma linguagem simples, com
um bom português, como se fosse um bate-papo espontâneo, uma conversa corriqueira do
dia-a-dia.
Com isso, os telejornalismos em Rede “apresentam e representam” a realidade aos
brasileiros, de acordo com Vizeu, Porcelos e Coutinho, (2009 p.15), avaliam que o
telejornalismo “contribuem para a construção de sua própria identidade como cidadãos de um
país”. Essa avaliação é feita, pelo fato de ter sido um telejornal a primeira programação
exibida em rede, o Jornal Nacional, programação essa que serviu para concretizar a
“integração nacional” de rede.
2.4. Telejornalismo em Rede
O primeiro programa televisivo a ser exibido em rede foi exatamente um telejornal,
produzido pela Rede Globo em setembro de 1969, o Jornal Nacional, e deste então faz a
interação nacional das notícias e acontecimentos diariamente, conforme Vizeu, Porcelos e
Coutinho, (2009).
Segundo Bonner (2009) “o furo atrai todas as atenções porque é escasso, valioso,
ostensivo e simbólico”. Os telespectadores têm a curiosidade e querem saber como fez para
consegui a informação em primeira mão. Dessa forma, a questão do alcance do Jornal
Nacional é essencial. O jornalista deve ter sempre mente o que será mostrado para os
telespectadores de todas as regiões brasileiras, todas as noites, “estrelados ou nublados”
necessariamente o JN deve chegar ao seu objetivo, entrar na casa de cada cidadão brasileiro e
dar o “boa noite”.
O telejornal divide as cidades e as classifica de acordo com juízos de valor, de acordo
com Barbosa,(1993) apud Vizeu, Porcelos e Coutinho, (2009, p. 21) “Tudo venha embalado
pela oratória da imparcialidade e da neutralidade”. As informações que antes a população
recebia através dos laços sociais, contato pela vizinhança, nas escolas ou até mesmo convívio
de lazer e igreja, hoje se deparam em frente às
telinhas dos telejornais. Assim, o
telejornalismo em rede ocupa um lugar importante na sociedade brasileira, acaba interferindo
41
no cotidiano das pessoas, forma de conhecimento e referência, conclui (VIZEU,
PORCELOS, COUTINHO, 2009, p. 31)
O telejornalismo em rede tem como suporte, duas versões, conforme destaca Bonner
(2009): temas factuais, que necessariamente devem ser mostrados com urgência no mesmo
dia, e de temas da atualidade, esses podem ficar para o dia seguinte, que não perdem o
sentido, é atual, mas não necessariamente urgente. “O equilíbrio entre temas factuais e temas
de atualidade dá perfis distintos às edições de um telejornal”. (BONNER, 2009, p.20)
Alfredo Vizeu defende que o “telejornalismo no Brasil é um bem público”, no sentido
de universalidade dos conteúdos veiculados nos telejornais, na qual deve chegar a todos os
cidadãos de uma forma igual de entendimento.
“Os telejornais de rede se apresentam
como a expressão da realidade nacional, ou não menos dos acontecimentos e temas mais
importantes no país.”( VIZEU, PORCELOS e COUTINHO, 2009, p. 72).
A Rede Globo procura mostrar a região com profissionais da região, criando assim as
afiliadas ao grupo, Na qual Bonner, (2009), declara, “nos queremos mostrar o mundo aos
brasileiros com os olhos dos brasileiros”, mostrando as regiões de norte a sul. Com isso o
conglomerado de 121 emissoras que a Rede Globo possui hoje, em todo o Brasil, levar ao
público os acontecimentos das comunidades locais com as
emissoras regionais e pela
própria Rede.
[...] o telespectador pode acompanhar de perto, pelo jornalismo
comunitário, os problemas que afetam sua cidade e seu estado. A chamada,
“grade de programação” da Rede reserva faixas de horário para as
produções locais. Ao mesmo tempo, esse mesmo cidadão, ao acompanhar
um telejornal de Rede, como o JN, terá informações de cada canto do
Brasil, trazidas por profissionais da região mostrada. (BONNER, 2009,
p.33)
O telespectador busca o autoconhecimento, um diferencial, dessa forma a Rede Globo
procura essa relação, e tem apostado no jornalismo coloquial, informal, “mais próximo ao
público”, produzindo o telejornal em parceria com a comunidade, mostrando as dificuldades
e valores de cada região. Mostrando de perto a cultura local. Com essa aproximação para
Vizeu, Porcelos e Coutinho (2009) observa-se o aumento do poder de consumo das classes de
menor poder aquisitivo, inclusive na questão de “consumo de informação”, uma concorrência
42
mais acirrada entre as redes de televisão, em especial as que têm programação nacional mais
popular.
Bonner (2009) lembra que o profissional local tem vantagem de conhecer as
peculiaridades geográficas, econômicas, culturais do lugar, transmitindo a informação com
maior embasamento. Já, por outro lado, existe o distanciamento de assegurar uma reportagem
no jornal nacional.
Os telejornais locais, não costumam ser exibidos em rede nacional, quase não tem
espaço, não são quesitos de tanta importância, a não ser algo que seja solicitado
antecipadamente ou acontecimento marcante, ou seja, algo inusitado, conforme comenta
Vizeu, Porcelos e Coutinho, (2009, p. 159)
Explica Bonner (2009, p.102) que “não só em dias de acontecimentos estrondosos que
o conteúdo de notícias se submete as avaliações comparativas. É uma pratica absolutamente
corriqueira”. Quanto mais complexo o assunto, maior a possibilidade de ser produzida uma
reportagem maior. No qual tem o objetivo de fazer todos compreenderem o tema. Maior
também será o detalhamento e abordagem dos fatos.
Para que se compreenda o conteúdo de um telejornal, é preciso que ele seja
claro – e que o espectador preste atenção. E ai que surge uma questão
capital para o telejornalismo. Se o público de um programa como o Jornal
Nacional está eqüidistante do analfabetismo e da pós-graduação, e se está
exausto ao fim de um dia de trabalho, em casa ou fora dela, como PE que
nós jornalista, conseguiremos assegurar que ele preste atenção ao que
estamos informando? Resposta: não há como assegurar isso. E esta é uma
notícia boa para o público e para os jornalistas. (BONNER, 2009, p.229)
Em um telejornal é necessário escolher abordagem correta de compreensão imediata e
a linguagem natural de conversação. Bonner (2009) fala, se os jornalistas fizerem todos os
dias dessa forma é provável que o público que acompanha entenda o significado e goste de
estar junto e se identificam com aquilo. Construindo amizades, “uma relação de amigos, na
qual aquele que tem informações a dar faça isso claramente, respeitosamente,
criteriosamente.” (BONNER, 2009, p. 232). E o cidadão, estando de posse da informação,
construa a sua própria opinião sobre a realidade que o cerca.
43
Para Pena (2008) diante da imprevisibilidade dos acontecimentos, as empresas
jornalísticas precisam determinar práticas unificadas na produção de notícias. E, observando,
a ordem do tempo e do espaço no telejornalismo, é que no próximo capítulo, inicia-se uma
breve história do surgimento e expansão de uma das afiliadas a Rede Globo. Grupo da região
norte a Rede Amazônica de Televisão, faz parte do objeto de estudo com o Jornal de
Rondônia – que iremos relatar a formato da rotina de produção do Telejornalística em Rede
do Estado.
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CAPITULO III
REDE AMAZÔNICA DE TELEVISÃO
O Grupo Rede Amazônica surgiu na região norte, em diversos estados, cidades e no
seu interior, em uma época pouco explorada pelos veículos de comunicação e sem contato
com o restante do país. Surgiu como o único veículo de comunicação, em determinados
lugares, mesmo antes da chegada do rádio. Com poucas fontes para descrição do capítulo,
autores como Abrahim Baze, Eula Cabral relatam a história da chegada da televisão em um
estado pouco conhecido e explorado na época. E para contemplar a parte sobre a rede em
Rondônia, seu interior e o funcionamento do interior em Rondônia, foram utilizados o
recurso como documentos de bases de dados da emissora, bem como planilhas, manuais
internos, organogramas, e o resultado das entrevistas
com abordagem exploratória
qualitativa, direcionadas nas emissoras do grupo. Demonstrando assim o começo de uma
era tecnológica em ascensão.
3.1 Amazônia em Cores
O grupo Rede Amazônica de Televisão atua em diversas mídias e leva ao público,
informações e entretenimentos por meio de programações locais e nacionais, transmitidos
pelo sinal da Rede Globo. Programações essas, “[...] com muito conteúdo e formatos que
agradam aos mais exigentes e diferenciados públicos” (ABRAHIN BAZE, 2002, p.22)
Segundo site Portal da Amazônia – Rede Amazônica – Nossa História é com Você,
Amazônia era um território despovoado e isolado dos demais territórios do Brasil. Porém a
partir do século XX, esse formato de abandono se transformou. O que mudou o conceito de
visão da região norte. Época em que a borracha movimentava a economia e fazia com que a
região fosse aventurada por imigrantes interessados em uma nova vida. Surgiu então a família
Daou, libaneses que migram para Manaus.
O site ainda relata que
a cidade se desenvolvia aos poucos. A família Daou
acompanhou o progresso, mas, com o “desconhecimento do País em relação à Amazônia,
sofriam” então, uma amizade de três jovens, decidiram juntar-se aos “irmãos interioranos”,
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e assim, os Jornalistas Phelippe Daou, Milton Magalhães Cordeiro, Joaquim Margarido,
todos ligados na área de comunicação, iniciam o projeto, e para isso, contaram com ajuda de
Robert Phelippe Daou que era o capitalista do grupo. Objetivo de caminhar na direção no que
se falava no Brasil na época, a televisão, veículo que transmitia instantaneamente os fatos,
empreendedores mostrou para o resto do mundo o que de fato havia na Amazônia.
Tudo começou com uma agência de propaganda, a Amazonas Publicidade
Ltda, em 30 de setembro de 1968. Os Jornalistas Phelippe Daou e Milton de
Magalhães Cordeiro, juntamente com o empresário de propaganda Joaquim
Margarido, que na época residia no Estado de São Paulo, vislumbraram que
o Decreto-Lei 288/67, que redimensionou a Zona Franca de Manaus, traria
extraordinário fluxo de negócios para a cidade (BAZE,2002, p.51).
Naquele mesmo ano de 1968, o Ministério das Comunicações, abriu uma
concorrência pública para implantação de mais um canal de televisão em Manaus. Nessa
época, expressa Baze (2002) que já existia a TV Ajuricaba, que hoje é a RBN (Rede Boas
Novas), e iniciava também a TV Baré, atualmente a TV A Critica. Mesmo com essas
emissoras atuando em Manaus, no ano seguinte após analisarem detalhadamente o edital,
decidiram apresentar um projeto, submetendo-se ás exigências necessárias. Era necessário um
número de pessoas para compor a sociedade, assim as esposas participaram como sócias. De
acordo com Aluíso Daou (2007), “Não havia cotação, era concorrência pura e simplesmente,
ganhava o melhor”.
Após o resultado final, o Ministério das Comunicações anunciou como vencedora, a
Rádio TV do Amazonas Ltda. E logo no início de 1970, foi outorgado o canal de televisão e
determinou dois anos para a implantação da emissora. Milton Cordeiro (Jun.1999), diretor de
jornalismo em entrevista concedido a Cabral (2004) afirma que:
“Tudo que nós fizemos foi com iniciativa particular dentro dos projetos
apresentados ao Ministério das Comunicações. Nunca tivemos um
empurrão de governo militar, absolutamente, e nem de qualquer outro
governo hoje.[...] Não devemos favor a ninguém, graças a Deus. Não
dependemos de senador, de deputado e nem de governador. Nós queremos
conviver com ele muito bem, mas na hora de criticá-lo, nós fazemos a
critica. O nosso interesse é com a região, com o desenvolvimento da
Amazônia, e não com nenhum grupo político ou econômico”.
Baze (2002) ressalta que após terem ganhado a concessão tiveram que alterar o
projeto para que a Rádio TV do Amazonas fosse constituída. O banco “London Bank “ onde
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estavam fazendo os empréstimos para a concepção do canal, impôs que somente aprovaria a
verba se fosse inaugurada a TV em cores. Ao receber a notícia houve preocupação, Phelippe
Daou (2007) comenta que já estavam com dificuldades de programar o pagamento do
primeiro montante que haviam emprestado e como iriam pagar esse novo empréstimo, mas
para a surpresa dos sócios, o banco acreditando no resultado, garantiu, liberou nova verba. A
partir daí foi a fundada primeira televisão do Estado, totalmente projetada para operar em
cores, alterando todo o seu projeto original e também seus equipamentos. “Adaptando dessa
forma ao sistema PAL-M (codificação do sinal de cor em uma sub-portadora, no padrão de
formação de imagem "M"). O que ocorreu no dia 10 de agosto de 1972, quando a emissora
levou ao ar, pela primeira vez, o sinal do canal 5 em fase experimental”.
Consta no site portalamazonia, que depois de passar por todos os ajustes necessários, e
passar pelo período de 30 dias em testes experimentais, a Rede Amazônica foi inaugurada no
dia 1º de setembro de 1972. A única TV da Amazônia a transmitir a programação em cores.
Os princípios que marcaram a convicção dos fundadores eram de que seria
possível exercer a atividade comercial com o respeito aos princípios
cristãos e o firme propósito de construir um novo momento no setor das
comunicações no Amazonas. Esta ocasião ficou marcada na vida do povo
do Amazonas, o lema adotado pela emissora que acabara de ser criada, cuja
autoria o slogan era do então Presidente da República do Brasil, o general
Emílio Garrastazu Médici: “Amazônia desafio que unidos venceremos”.
(PHELIPPE DAOU, apud BAZE, 2002, p.53)
No primeiro passo, a História da Rede Amazônica retrata que, a emissora transmitia
as programações da TV Record, da Fundação Padre Anchieta e da TVE do Rio de Janeiro.
Além de aquisições de uma programação variada, de desenhos, filmes, seriados pelos
distribuidores Fox e a Columbia, o esporte era comprado em Miami, Rio de Janeiro e São
Paulo. Assim, manteve-se durante um ano, até que naquela mesma fase em 1973, surgia a
TV Bandeirantes, na qual os sócios começaram a dar impulsos decisivos para a expansão e
formação de uma rede nacional, e nesse mesmo ano a Rede Amazônica filiou-se a TV
Bandeirantes.
Descreve Baze (2002) que a Rádio TV do Amazonas, após passar a ser afiliada da
Rede Bandeirante, aproveitou os grandes espaços operacionais que eram oferecidos pela
“cabeça de rede” nacional, incentivando sua programação local com duas edições diárias de
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telejornal, além dos programas locais: Encontro com o Povo, A Hora do Povo, Amazonas em
Revista, Sociedade, Portugal sem Passaporte. Também os eventos em praças públicas, que
levavam milhares de pessoas a prestigiá-las, como a chegada do Papai Noel, Coelhinho da
Páscoa, Festival de Rua, e corridas Ciclística e Pedestre Henrique Archer Pinto que é
praticada até hoje em Manaus.. Além das apresentações com os bonecos Topo Gigio, e
outros.
Dos telejornais, o que ganhou destaque foi o Esporte, sendo um dos programas
exibido desde o início das atividades da Rede Amazônica. Considerado pela rede um
jornalismo esportivo com formato diferente de
apresentar a realidade do esporte no
Amazonas.
[...] Produzindo comentário na outra ponta do vídeo, o telespectador
também se encanta, acostuma-se a conviver frente a frente com o
comentarista esportivo, acostuma-se, principalmente, a reconhecer a
equipe, a opinar. Este programa conquistou o mais valioso dos prêmios, a
credibilidade, que era a resposta popular neste esporte consagrado pelo
povo e que, evoluindo, cresceu na própria identidade. (BAZE, 2002, p. 79)
Passado esse tempo de pleno funcionamento em Manaus, os fundadores da Rádio TV
do Amazonas, deram o nome fantasia de TV Amazonas, acreditavam que poderiam buscar
algo além
daquilo já conquistado. Como já citado anteriormente, “A palavra televisão
significava ver a distância”. Baze (2002) indaga que no sentido de abrangência e sonhos, foi
decidido pelos sócios, iniciar mais um projeto, o desbravamento de “regiões esquecida pelo
Brasil,” ou onde a tecnologia de ver o mundo a distância ainda não tinha chegado.
Ainda Baze (2002) comenta que Phelippe Daou reitera a ideia que “a vontade de
trabalhar junto ao firme propósito do crescimento” fez com que a Rede Amazônica firmasse
dezenas de transmissoras em localidades do interior da região. Mesmo em lugares onde não
existia energia elétrica, trabalhando com motor gerador ou baterias de carro, fazendo assim,
seu sinal chegar longe, atingindo até as fronteiras de cinco países limites com o Brasil, tais
como: República da Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia.
No início das instalações das emissoras, não havia satélite ou canalização terrestre
para distribuição do sinal, por isso, Nivelle Daou (2007) revela que foram dadas soluções
próprias para desenvolver certos produtos em que o mercado não oferecia para continuar com
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a interiorização do sinal. Uma delas foi o uso do vídeo cassete, onde o Ministério das
Comunicações passou a chamar de retransmissoras não instantâneas. Com isso, a Rádio TV
do Amazonas
inseriu-se no Brasil como pioneira,
com aparelhos como recurso de
transmissão, no formato U-MATIC(fita de gravação), recém-lançados pela Sony, no mercado
internacional. Isso daria condições de levarem o sinal nos lugares mais distantes e difícil
locomoção.
Eula Dantas Taveira Cabral (2004) cita que ao inaugurar as demais retransmissoras,
não existia equipamentos reserva, dessa forma cada emissora possuía um único aparelho de
vídeo cassetes, que passou a ser a base, na qual permitindo “fazer a montagem e apresentar
uma imagem descente”. Segundo Phelippe Daou apud Cabral (2004), “a manutenção dos
programas era uma operação de guerra. Eles trabalham com mais de três mil fitas que eram
distribuídas via terrestre, fluvial, do jeito que fosse possível”. Joaquim Margarido (2005)
lembra ainda, que ficavam mais de quatro semanas, fitas em circulação com o interior.
Cabral (2004), conta que ao entrevistar Nivelle Daou (1999) diretor técnico do grupo,
relata que somente com a chegada dos satélites é que o veículo de comunicação começou a
melhorar. Em 1982, as transmissões com satélite Intelsat (fornecedor de comunicação via
satélite) diminuíram a agitação do dia-a-a-dia. Sempre, em que uma antena era instalada em
alguma das retransmissoras a programação passava a ser instantânea. Já não acontecia mais
os atrasos das programações no interior amazônico, junto com as dificuldades de transportes
da época. Situação histórica da Rede que ganhava um novo ciclo, onde a tecnologia ocupava
papel central.
[...]A acertada decisão de utilizar os sistemas tornou possível a implantação
da Rádio e TV do Amazonas em outras regiões, embora tenha havido a
necessidade da organização de um Departamento de Tráfego que tinha a
grande responsabilidade de suprir as emissoras e retransmissoras de
programações em fitas. Este Departamento teve grande importância em
determinado momento, pois manipulava cerca de dez mil fitas cassete UMATIC, que, em decorrência das dificuldades da própria região, eram
transportadas por avião, barcos e ônibus, de tal modo que as localidades
interioranas se mantivessem informadas dos fatos jornalísticos, culturais e
de entretenimentos com a menor defasagem de tempo possível, com
relação aos grandes centros. Em determinadas localidades, naquela época,
esta defasagem chegava a até cinco dias, de acordo com as localizações das
cidades. (BAZE, 2000, p .123)
49
Os avanços tecnológicos exigem atualização constante, e aquisição de equipamentos
modernos no empreendimento televiso. Gerando deste modo, investimentos também na
reciclagem e na adequação dos profissionais a nova tecnologia. “E assim, hoje, todas as
nossas emissoras encontram-se totalmente digitalizadas, dentro de um processo tecnológico
altamente moderno. Desta forma, a televisão digital significa um avanço considerável na
qualidade de imagem, som e dados.” (BAZE, 2002 p. 123,124).
Desde o princípio, a proposta da Rádio TV do Amazonas, era unir a força das
emissoras regionais a uma única programação. Para tanto, só foi possível após terem
priorizado os investimentos pela qualidade de serviços e determinação.
Em entrevista Milton Cordeiro (abr.1999) apud Eula Cabral (2004), afirma que apesar
de todos os problemas enfrentados, “o grande impulso do grupo sempre foi levar a
informação a todos os amazônicos, independentes de qualquer dificuldade de acesso.” Com
isso, a Rede Amazônica consegue com exclusividade um canal do satélite Brasilsat (grupo de
satélites brasileiros, operados antigamente
pela Embratel, hoje pela Star One), que
possibilitou a transmissão para as emissoras e retransmissoras do grupo, com a mesma
programação de Manaus, buscando o interesse da comunidade regional.
O projeto audacioso de integração amazônica fora então completado com a
implantação, em 1990, de uma Sucursal em Brasília. Esta, destinada a
produzir a cobertura jornalística dos mais importantes assuntos políticos e
econômicos, de grande interesse para a nossa região, com transmissão
imediata para Manaus e para toda a Amazônia Ocidental, através das
nossas emissoras e retransmissoras. (BAZE, 2002, p.124)
Em 1998, Cabral (2004) confirma que foi investido de U$$2milhoes no projeto que
promovem um contato direto com o satélite, facilitando a transmissão instantânea das
informações dentro e fora da região. “Você pode mandar uma matéria de qualquer canto
instantaneamente [...]as regiões passaram a ter uma presença na rede nacional muito mais
intensa” afirma o diretor técnico de Rede, Nivelle Daou apud Cabral (2004).
A Rede Amazônica indaga, Milton Cordeiro (jun.1999) apud Cabral (2004) é o nome
fantasia do Grupo Rádio TV do Amazonas Ltda, que é composta de rádio e televisão, que por
sua vez, cada região leva o nome da emissora a identificação local quando é interior e da
cabeça de rede, ou seja da capital o no do Estado, exemplo: Rádio TV do Amazonas Ltda em
Manaus é TV Amazonas, e é dividida em vários setores, sendo Departamento Comercial,
50
que trabalha junto com setor de Marketing e vendas de publicidade, Departamento técnico,
responsável pela instalação, manutenção e troca de equipamentos, e o Departamento de
Jornalismo da TV, onde apresenta tudo que acontece na região, através dos telejornais.
O regionalismo aumentou a demanda e o interesse, conforme Cabral (2004), a
comunicação regional está ganhando espaço no cenário nacional e internacional. No caso da
Rede Amazônica, atinge cinco dos sete estados. É o sexto maior conglomerado midiático do
Brasil, e um dos principais da Amazônia.
Dentro disso, Baze (2002) cita que a credibilidade que o grupo conquistou neste
período, notou-se através de um telejornalismo sério e comprometido, sempre com intuito de
defesa da região amazônica, valorizando o regional. “A noticia faz parte da sua programação
sempre.” Aumentando a cada dia,
o interesse de mostrar ao público os principais
acontecimentos.
As emissoras do grupo fazem a interação com materiais gerados diariamente para as
capitais pelas próprias emissoras do interior da Rede Amazônica, promovendo a integração
de toda a região. “[...] Esta forma de atuação aproximou ainda mais o público da TV
Amazonas, fazendo dela sua bandeira de conquista.” (BAZE, 2002 p.127)
De acordo com Cabral (2004) dos nove estados que fazem parte da Amazônia, sete
estão na região norte: Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins. Todos
estes estados estão sob domínio dos meios de comunicação ligados Rede Globo. Entretanto
cinco destes citados recebem a cobertura do sinal da Rede Amazônica de Rádio e Televisão
(RART).
Para Milton Cordeiro (abr1999) apud Cabral (2004) o grupo Rede Amazônica, cobre
municípios que não tem condições de pagar nada, (através da comercialização de
publicidade) para receber o sinal. Porém a região tem uma antena parabólica sintonizada, e, é
assistida pela comunidade local. “[...] É como Rondon. Ele não chegou e foi fazendo? Então,
é esse o nosso espírito. Nós somos da região [...] Nós somos uma Rede, você vê: é Manaus
(AM), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Macapá (AP) e Rio Branco (AC).”
Com a iniciativa de instalação de retransmissora no interior do Amazonas, Porto
Velho em Rondônia era a meta. “A Amazônia era o alvo de conquista”. Pensar em decifrar a
região era enfrentar novos desafios, permitindo a chegar até a realidade. Baze (2002) relata
51
que, a partir dai o Território de Rondônia contava com um aliado, a Rádio TV do Amazonas
Ltda, e não era um simples aliado, tinha o objetivo já traçado, de “trabalhar
pelo
engrandecimento de Rondônia”. (BAZE, 2002, p.138)
A palavra de ordem de acordo com Phelippe Daou (2007) era a integração nacional,
unindo pontos distantes da Amazônia.
3.2 A Rede Amazônica em Rondônia
Em Rondônia, o veículo de comunicação surgiu em 13 de setembro de 1974, foi a
segunda emissora a ser implantada pelo grupo Rede Amazônica. Com apoio do Governo do
Estado, através de investimentos, permitiu-se consolidar mais um projeto do grupo criado por
Phellipe Daou, Milton Cordeiro, Joaquim Margarido e demais sócios de comunicação, pra a
região norte.
[...]Já estamos na Amazônia. Vamos agora à Rondônia, esperamos chegar
ao Acre e Roraima tão somente para que, através da programação bem
orientada e minimizando custos, possamos refletir ou propagar a imagem
real do Brasil para os brasileiros e para os nossos vizinhos.[...] Veículo de
informação instantânea no Brasil em desenvolvimento, ele terá de estar
presente em todos os fatos da vida nacional, informando dentro dos
melhores padrões de verdade, dando, assim, a contribuição que sempre
deve dar, para o êxito do trabalho e da ação de todos.(Discurso proferido
pelo diretor-presidente Dr Phelippe Daou em Brasília : in: Baze, 2002,
p.146)
Segundo Baze (2002) ninguém poderia deter os avanços tecnológicos, com satélites
ligados ao mundo, através da imagem e som ao mesmo tempo. Pensando que os fatos
acontecem com muita rapidez, era necessário o registro diário, com pensamento que “os
grandes arquivos da humanidade continuam sendo os depoimentos de pessoas que
vivenciaram os fatos de uma época” (BAZE. 2002, p. 165)
Nivelle Daou (2007) lembra quando chegou a Rondônia o trecho da BR 364 não era
asfaltada, e havendo necessidade de percorrer o estado, tinham dificuldades, pois, passando
no período de seca, existia muita areia, e os carros ficavam atolados, e período de chuvas
atolados na lama, principalmente entre as cidades de Cacoal e Vilhena. “Tanto faz a época
do ano, era muito penoso fazer isso”, conclui Nivelle Daou.
52
Apesar das anomalias encontradas pelos desbravadores deu-se início a um novo
veículo de comunicação em Rondônia. Com a chegada dos equipamentos adquiridos pela
emissora para a produção dos programas que seriam transmitidos, foi necessário um
Transmissor 2.61, que segundo Baze (2002) em primeiro momento atendiam as necessidades
da época. A emissora também tinha um determinado horário para entrar ao ar, era às 18h,
com o passar do tempo, com a melhora significativa da comercialização das publicidades, a
emissora começou a andar sozinha, podendo estender seu horário,
aumentar a sua
programação e consequentemente o quadro de funcionários.
Um dos momentos que marcou a TV Rondônia e a capital Porto Velho foi a
novela, na época exibida por ela e produzida pela TV Educativa, Meu
Pedacinho de Chão, que marcou de tal forma a população, acabando após o
término da mesma, por criar o bairro Meu Pedacinho de Chão. A TV
Rondônia sempre esteve presente na historiografia do atual Estado de
Rondônia. Nos momentos difíceis, a emissora foi fiel ao relato dos fatos
jornalísticos. De 1974 a 1981, passaram-se sete anos de lutas e conquistas
maiores, que seriam a transformação do Território de Rondônia em Estado
de Rondônia. A emissora se fez presente e marcou a sua luta, contribuindo
para esta conquista. Com o Projeto de Lei Complementar, o então
Território de Rondônia passou a ser denominado, em janeiro de 1981,
Estado de Rondônia.(BAZE,2002 p.166)
A TV Rondônia precisava de uma programação local, era imprescindível envolver
todas as classes sociais, clero, sexo e idade da região. Havendo essa necessidade, a emissora
contratou profissionais que seriam responsáveis por três programações telejornalística locais:
Bom-Dia Rondônia, Amazônia em Revista e Jornal de Rondônia. Mas, para chegar a ser um
veículo de integração regional, precisavam aprofundar-se no interior do Estado, e, defende
Baze (2002) que os fundadores do grupo Rede Amazônica, entenderam que era chegada a
hora de desbravar mais um pouco, marca no contexto da comunicação nacional. Assim,
quando o Governo Federal abriu a licitação para a região, Phelippe Daou e seus sócios,
fizeram novo projeto para a integração Amazônica ser completa.
Após requerer abertura de concorrência e ganharem a concessão para as demais
localidades, Baze (2002) descreve que o Jornalista Ulisses Paes de Azevedo Filho foi
contratado para iniciar o projeto no interior de Rondônia, porém, viera a falecer em 04 de
novembro de 1987, deixando acervo expressivo de trabalho e anos de dedicação à causa do
jornalismo na Amazônia, em especial a Rádio TV do Amazonas.
53
O intuito era desenvolver a Rede para valorização da região era o intuito. Dessa
forma, Aluisio Daou irmão de Phelippe Daou seguiu a obra iniciada, onde foi seu primeiro
trabalho efetivo no grupo. Era momento de vitalização do eixo de Rondônia, e precisava
passar por uma reengenharia de
processo físico conforme Aluisio Daou (2007) e de
transmissão do sinal de vídeo e áudio, e passou conduzir e reverter situações anormais, que
durante muito tempo tiveram dificuldades de administrar, “e dessa forma deu origem as
minigeradoras no estado, ou seja, as televisões que tinham o direito de transmitir imagens
locais.”
[...] crescendo com a região, estaremos construindo uma Amazônia forte e
pujante. Podemos ressaltar o êxito das nossas conquistas a alguns fatores
básicos: a expansão e o progresso que a região ofereceu a competência e a
dedicação dos profissionais da região e, principalmente, à vontade de levar
a Amazônia para o Brasil.(BAZE,2002, p.171)
O grupo Rede Amazônica após alguns anos conseguiu atingir todo o Estado de
Rondônia começando por Guajará-Mirim e terminando em Vilhena, aonde construíram todos
os prédios das emissoras, mais de 23 cidades que hoje o Estado de Rondônia conforme
Aluisio Daou (2007) cobre quase 100% com sinal da Rede Amazônica. Para que o veículo de
comunicação tivesse a identidade do local,
as estações de televisão do interior, foi
identificado apenas pelo nome do município, como citamos de Manaus, houve a continuidade
da referencia regional, onde estão localizadas: Porto Velho/TV Rondônia, TV Ariquemes, TV
Ouro Preto D'Oeste, TV Jaru, TV Ji-Paraná, TV Presidente Médici, TV Cacoal, TV Rolim de
Moura, TV Pimenta Bueno, TV Espigão do Oeste, TV Santa Luzia, TV Vilhena, TV
Colorado, TV Cerejeira e TV Guajará- Mirim, e demais municípios.
Rondônia esteve sempre junto à nossa vontade de servir. A comunidade
escreveu a sua história, vivenciada em emoções do seu dia-a-dia, o que
contribui para o fortalecimento do Estado de Rondônia”. “[...]O vigoroso
crescimento das áreas que alcançam o nosso sinal tem possibilitado a
realização dos objetivos da Rádio TV do Amazonas, o que acentua, de
modo contínuo e duradouro, a renovação do compromisso inicial da
diretoria, aliado ao desenvolvimento de toda aquela região, nos aspectos
econômico, social e cultural do Estado. (BAZE,2002 p.171)
A partir de 1983 as emissoras da Rede Amazônica de Televisão, já constituídas em
Porto Velho(RO), Rio Branco (AC), Boa Vista (RR) e Macapá(AP), passaram a transmitir o
54
sinal da Rede Globo, tornando-se afiliadas do grupo Roberto Marinho. Porém a TV
Amazonas de Manaus, tornou-se afiliada Rede Globo somente em 1986. De acordo com site
Portal da Amazônia, somente com a programação unificada, foi possível, um canal exclusivo
do Brasilsat, o que possibilitou a transmissão das programações de Manaus, direto para as
demais emissoras e retransmissoras da Rede.
O site portalamazonia menciona que,
uma das marcas de Phelippe Daou é o
“Pioneirismo” Na qual a TV Amazonas foi à primeira geradora em cores, no Brasil. GuajaráMirim em Rondônia foi à primeira transmissora a ser implantada na Amazônia e primeira do
Brasil em transmissão não simultânea. E é a única Rede que mantém até hoje, uma Sucursal
em Brasília. O objetivo era manter o jornalismo sempre junto à comunidade, por isso a TV
Rondônia passou a ter a sua programação local voltada conforme quadro de programação a
seguir:
PROGRAMAÇÃO
BOM DIA AMAZÔNIA
DIAS DA SEMANA
SEGUNDA À SEXTA
HORÁRIO
07h30min
GLOBO ESPORTE
SEGUNDA À SÁBADO
11h50min
AMAZÔNIA TV
SEGUNDA À SÁBADO
12h45min
JORNAL DE RONDÔNIA
SEGUNDA À SÁBADO
19h10min
VIAGENSPELA AMAZÔNIA
SÁBADOS
08h05min
AMAZÔNIA EM REVISTA
SÁBADOS
08h40min
ZAPPEANDO
SÁBADOS
09h55min
AMAZÔNIA RURAL
DOMINGO
06h00min
Tabela 1 - Quadro de programação local da Tv Rondônia (TV RONDÔNIA,2011)
Entretanto, no site portalamazonia.globo, destaca que os programas Viagens pela
Amazônia, Amazônia em Revista, Zappeando e Amazônia rural, são produzidos por Manaus,
já os demais telejornais são produzidos pelas emissoras locais, em Porto Velho, pela própria
TV Rondônia em parceira com as demais emissoras da Rede do interior do estado, fazendo a
integração do regional.
55
De acordo com Gerente de Jornalismo do Estado de Rondônia, Nonato Neves (2011)
cada telejornal tem o seu perfil próprio para o horário:
Bom dia Amazônia – BDA - um telejornal que retrata os primeiros acontecimentos,
notícias do dia e também matérias feitas na noite anterior. Está no ar desde 18 de abril de
1977.
Procura direcionar matérias sobre agricultura, economia, contém entrevistas, e
assuntos variados dentro do interesse para o homem do campo e empresários.
Globo Esporte – Além dos telejornais, o Esporte é faz parte de um dos principais
programas na Rede Amazônica. O Globo Esporte é onde encontra todas as notícias de futebol
e outros esportes do Estado.
Amazônia TV – AMZTV - é o espelho da comunidade, direcionado para mostrar os
problemas nos bairros, escolas, hospitais, falta de policiamento, dentre outros fatores
importantes que são destaques durante as manhãs. O AMZTV apresenta entrevistas de
estúdio, matérias geradas pelo interior e outros Estados da Região Norte.
Jornal de Rondônia – JRO –refere-se ao principal jornal da Rede Amazônica, como
destaca Neves (2011). Direcionado para exibir todos os fatos importantes ao longo do dia de
todo o Estado, mostrando conteúdos diversos, como política, cultura e esporte, economia e
outros assuntos pertinentes. O telejornal é exibido para todo o estado com a participação
marcante de todas as praças (emissoras) do interior de Rondônia, sendo três blocos, e
destinando o último para as emissoras locais.
Além da grade fixa de programação, a TV Rondônia gera boletins Jornal 24
horas e Rondônia Serviço, um breve destaque de notícias com de 30 segundos de duração,
nos intervalos da programação nacional.
Com todas as programações nacionais e locais, exibidas pela Rede Amazônica,
disponíveis para população, e para melhorar o sinal exibido, o site portal da Amazônia
observa a revolução da tecnologia digital, que chegando ao Brasil, a Rede Amazônia assume
o compromisso de levar ao telespectador o sinal com alta qualidade através da TV digital.
Vencido o compromisso de integrar a Amazônia ao mundo, hoje no século
XXI, a Rede Amazônica às portas de seus 35 anos de existência continua
sendo uma empresa que ao longo de todo seu histórico trajeto, luta pelos
interesses da região amazônica e procura fazer um jornalismo dentro da
liberdade de imprensa e da ética. Tem como propósito participar de tudo
56
que se relaciona com o Estado e com a região, tomando para si a missão de
erguer o futuro, permanecendo na caminhada e registrando belas páginas
no setor da comunicação na Amazônia. (PORTAL DA AMAZÔNIA,
2011)
Em 2010, houve a centralização do canal da estadualização do sinal de todas as
emissoras da Rede Amazônica que compõe o grupo. Com a estadualização segundo site
portalamazonia.globo, cada estado produzirá o seu conteúdo que será disponibilizado para
os municípios de cobertura. Anteriormente os estados cobertos pela Rede Amazônia recebiam
sinal produzido em Manaus. Para isso, a TV Rondônia ganhou sinal próprio para transmitir
através do satélite BrasilSat B, conforme demonstra o gráfico antes e depois da
estadualização:
Gráfico 01 – Estrutura utilizada antes a implementação da Estadualização1 (PORTAL
AMAZONAS, 2010) Arte: Portal Amazônia
1
http://portalamazonia.globo.com/new-structure/view/scripts/noticias/noticia.php?id=104400 Estrutura
Estadualização - acessado em 20/09/2011.
57
Gráfico 02 – Estrutura utilizada após a implementação da Estadualização2 (PORTAL
AMAZONAS, 2010) Arte: Portal Amazônia
Hoje, a Rádio TV do Amazonas Ltda – TV Rondônia que recebe seu sinal da Rede
Fuso, transmite a programação uma hora a menos em relação ao horário de Brasília para todo
o Estado e para suas retransmissoras. Com a concessão do canal 4 leva a programação local e
nacional, e em fase experimental o canal 14, que pertence a TV digital da emissora TV
Rondônia.
3.3 A Rede Amazônica no Interior de Rondônia
No interior do Estado às retransmissoras nas cidades principais são compostas por:
2
http://portalamazonia.globo.com/new-structure/view/scripts/noticias/noticia.php?id=104400 Estrutura
Estadualização - acessado em 20/09/2011.
58
RETRANSMISSORA
CANAL
TV GUAJARÁ-MIRIM
03
TV ARIQUEMES
07
TV CACOAL
06
TV JI-PARANÁ
05
TV VILHENA
05
Tabela 02 – Relação de retransmissora da Rede Amazônica em
Rondônia (TV RONDÔNIA, 2011)
Cada uma delas tem a sua recepção do sinal pelo satélite de Estadualização, através
do sinal da TV Rondônia, e com a Rede Fuso, ou seja, uma hora de diferença da transmissão
Globo. Produzindo para os telejornais da Rede e programação voltada ao regionalismo local.
Também, cada qual tem sua estrutura própria, como redações e estúdios padronizados no
quesito Globo.
TV Guajará-Mirim - canal 3 - surgiu entre as décadas de 70 e 80, sendo o primeiro
veículo de televisão na cidade. Com estrutura montada em uma sala cedida pela prefeitura
municipal de Guajará-Mirim, Conforme Regilson da Silva Roman Gestor Administrativo da
emissora, Phellipe Daou (Diretor Presidente da empresa), junto com prefeito Rigomero da
Costa Agra, inauguram a primeira repetidora do grupo Rede Amazônica em Rondônia. Sua
programação iniciava às 16h e encerrava às 00h. Recebiam como todas as demais filiais,
materiais gravados em fitas de vídeo cassete. “O curioso é que na época não havia
pavimentação asfáltica na rodovia, que ocasionava muitas vezes atraso nas fitas, ou seja, as
notícias que veiculavam em todo Brasil aqui era veiculada com um dia de atraso devido às
más condições da estrada.” Declara Roman (2011). Hoje, com sede própria à emissora é
composta por 13 funcionários, e uma equipe responsável pelo jornalismo local.
TV Ariquemes – canal 7 iniciou suas atividades na cidade de Ariquemes em 26 de
Dezembro de 1979, hoje seu Administrador é Luis Claudio Macedo e executa um trabalho
com a colaboração de 21 funcionários, sendo cinco diretos envolvidos com a produção do
jornal local, e levam o sinal Rede Globo à 84 mil habitantes. De acordo com Elmo Torres,
chefe administrativo (2011) O que motivou a instalação da emissora no município foi à
necessidade de estarem em todo o estado, levando a informação aos lugares menos
59
favorecidos e concluindo o objetivo de instalação de mais uma concessão do sinal em todo o
eixo de Rondônia.
TV Cacoal – canal 6 - é mais uma microgeradora de televisão com sede na cidade de
Cacoal, afiliada Rede Globo. Conforme Fabio Diniz (2011), a emissora transmite apenas um
programa local, o Jornal de Cacoal, extensão do Jornal de Rondônia o JR, com uma duração
média de 6 minutos. Produção independente pelo jornalismo, composto por 5 profissionais.
Diniz (2011) cita que toda a produção feita pelas equipes de jornalismo é reproduzida em
rede estadual nos demais telejornais da Rede ( Bom dia Amazônia, Globo Esporte,
Amazônia TV e Jornal de Rondônia). A emissora também foi à primeira TV a se instalar na
cidade de Cacoal em 13 de Novembro de 1981. Além da equipe de jornalismo o veículo
possui uma equipe 20 funcionários.
TV Ji-Paraná – canal 5 – no dia 05 de setembro de 1976 chegaram equipamentos, na
então Vila de Rondônia para instalação de mais uma repetidora pertencente ao Grupo Rede
Amazônica. Conforme Rosilene Teodoro Chefe financeiro da TV Ji-Paraná (2011) com ajuda
indispensável do prefeito da época Walter Bartolo, conseguiram após alguns transtornos
técnicos , com uma missa campal, inaugurar em 13 de setembro de 1976, as primeiras
transmissões. As programações conforme Teodoro (2011) era feito através do mesmo
processo já descrito anteriormente “do vídeo cassete”, e não havia publicidades nos
intervalos, sendo necessário exibirem chips de músicas e anúncio de utilidades públicas.
Atualmente a emissora, instalada em um amplo prédio, conta com um quadro de funcionários
empenhados as atividades da emissora, ao total são 25 colaboradores, distribuídos em vários
setores, sendo destinados 4 exclusivos para a produção do jornalismo local.
TV Vilhena – canal 5 - foi instalada na mesma data de emancipação do município de
Vilhena, em 23 de novembro de 1977, e João Andrade de Castilho foi o primeiro gerente na
época. De acordo com Arlene Balieiro (2011) – Repórter da emissora, a TV Vilhena foi a
primeira empresa de comunicação a se instalar em Vilhena. Pioneira, chegou à cidade antes
mesmo do rádio. Por isso acabavam dando notícias de falecimento e outros comunicados de
utilidade pública. Ângelo Angelim (ex-governador de Rondônia) participava das locuções,
sem imagem, as entrevistas realizadas com autoridades da cidade, só tinham áudio, pelo fato
de não haver câmera filmadora na época. Hoje, possui 20 funcionários que atuam nas mais
diversas áreas, e a emissora produz seu jornal local, com duas equipes diretamente ligadas na
área jornalística. A afiliada Globo retransmite ao público vilhenense toda programação
60
nacional, estadual e regional da Rede Globo. Balieiro (2011) comenta que o Jornal de
Vilhena, varia em média cinco a oito minutos e, “todo material exibido in loco também é
reexibido para todo o Estado. Podendo outras praças fazer o intercâmbio de matérias, caso
haja interesse local.” Conforme entrevista cedida por Milton Cordeiro(2011) destaca que:
[...]A população do interior (não só das capitais) toma conhecimento em
tempo real de tudo o que ocorre no Estado, no País e no mundo. E isso se
dá quer seja por meio do sinal recebido diretamente do satélite ou pelo sinal
que chega à sua casa por meio de várias retransmissoras e mini-geradoras.
A grade de programação local contempla telejornais com integração
regional, justamente para levar ao cidadão, à cidadã amazônicos, notícias
que acontecem em seu meio.
Para haver a integração total e atingir a todo Estado de Rondônia, cada uma das cinco
cidades/ Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, ficam responsáveis pela
estrutura e manutenção das repetidoras instaladas em pontos estratégicos. Pontos esses,
próximos às estações de televisões locais.
Portanto, cada retransmissora tem a comprometimento da manutenção das
minigeradoras, sendo uma ou mais localidade ou distância específica, conforme relação das
cidades.
61
MINIGERADORAS
CANAL
ALTA FLORESTA D’OESTE
12
ALVORADA D’OESTE
07
CEREJEIRAS
06
COLORADO DO OESTE
08
COSTA MARQUES
07
CUJUBIM
09
ESPIGÃO D’OESTE
11
JARU
10
BOM JESUS
08
SANTA CRUZ DA SERRA
08
TARILÂNDIA
08
MINISTRO ANDREAZZA
13
MIRANTE DA SERRA
11
MONTE NEGRO
12
NOVA MAMORÉ
12
NOVA UNIÃO
07
OURO PRETO
12
PIMENTA BUENO
07
SANTA BÁRBARA
05
SUPER MAMA
08
ROLIM DE MOURA
SÃO MIGUEL DO
GUAPORÉ
10
SERINGUEIRAS
10
TEIXEIRÓPOLIS
08
VALE DO PARAÍSO
10
08
Tabela 3 – Relação de Minegeradora da Rede Amazônica em
Rondônia (TV RONDÔNIA,2011)
62
No entanto, o sinal de transmissão que as minegeradoras citadas recebe não cabe às
retransmissoras locais retransmitirem. O Sinal recebido pelas retransmissoras é diretamente
sintonizado através de antenas parabólicas destinada a cada localidade e o sinal enviado pelo
satélite de Porto Velho, na qual fazem parte do sistema de estadualização da TV Rondônia
transmite para as minegeradoras.
O conglomerado das emissoras, retransmissoras e minigeradoras, que tem hoje a Rede
Amazônia na região norte, de acordo com Joaquim Margarido (1999) apud Cabral (2004), diz
que não era algo programado. “Ninguém nunca pensou num grupo, mas em uma televisão,
foi feito por etapas. Montada em 26 anos. Não é um projeto. Hoje, acho que poucos no Brasil
teriam condições de montar uma rede como essa”.
Para a Rede Amazônica, o setor de jornalismo é relevante, a interação entre capital e
interior deve ser inabalável. Para Milton Cordeiro (2011) O telejornalismo da Rede
Amazônica é de grande valor “porque atinge a totalidade das cidades que têm o sinal da sua
programação. O importante é o telespectador assistir no vídeo de sua casa a notícia mais
destacada da sua cidade”.
Com base na história da Rede Amazônica, o próximo capitulo será a contextualização
descritiva de como é a rotina de produção do telejornalismo em Rede o Jornal de Rondônia
– JRO com base a teoria newsmaking.
63
CAPITULO IV
JORNAL DE RONDÔNIA
RELATO DAS ROTINAS DE PRODUÇÃO EM REDE
Com o aumento das redes de comunicação, observa-se a visibilidade dos telejornais
nas regiões brasileiras, o que fez com que este projeto de pesquisa despertasse o interesse em
relatar
o processo da rotina e construção da notícia. Ou seja, um relato descritivo da
produção telejornalística em rede, localizada no estado de Rondônia, especificamente da
emissora TV Rondônia em Porto Velho e no interior a TV Cacoal, escolhida para representar
as demais praças, integrante do Grupo Rede Amazônica de Televisão - afiliada à Rede Globo.
O jornal em questão é exibido de segunda a sábado no horário das 19h - com o nome
de Jornal de Rondônia – JRO. Para esta pesquisa, o relato descritivo leva em consideração
os estudos do Newsmaking para auxiliar a compreensão de valores-notícia da emissora-alvo.
Das categorias selecionadas de acordo com a teoria que envolve este trabalho –
Newsmaking – destacam-se as seguintes: Interesses da organização Rede Amazônica de
Televisão, Relação entre relevância/factualidade/brevidade da notícia na Rede em Rondônia;
e Rotina de Produção, das quais são identificadas como suporte em subcapítulos a seguir
estruturados.
4.1 Interesses da organização Rede Amazônica de Televisão
Nesta categoria classificada como o de interesse da organização, o relato descritivo a
seguir se baseia na ideia dos autores; Felipe Pena (2008), Mauro Wolf (1994) e Nelson
Traquina (2005) que descrevem, basicamente, que os interesses são relacionados à
organização e a estruturação do meio de comunicação, na qual os valores-notícia podem ter
interferência do veículo e constrangimentos organizacionais, o que buscou-se observar a
Rede Amazônia de Televisão, especificamente no Jornal de Rondônia – telejornalismo em
rede no Estado em que está inserido. Para tanto, são utilizados documentos, depoimentos e
conteúdo da teoria do jornalismo Newsmaking, sob a ótica do interesse de organização do
telejornal e veiculação diária no Estado e no Interior.
64
A Rede Amazônica de Televisão possui uma rotina de apuração dos fatos a partir de
um rigor determinado pela direção e presidência do grupo. É uma empresa que não possui
vínculo político e econômico, conforme relata o vice-presidente do Jornalismo e um dos
fundadores, Milton Magalhães Cordeiro (2011). Este destaca que a organização possui
ambientes próprios para o setor de jornalismo e demais atividades de trabalho: “A empresa
dispõe de equipamentos modernos da chamada Era Digital e trata o telespectador com
dignidade proporcionando-lhe a programação nacional Globo e o forte sentimento regional de
Amazônia”.
O grupo possui uma hierarquia dentro do seu quadro. Na estruturação funcional da
Rede Amazônica, como se pode observar, através do organograma vice-presidência, ligado
diretamente ao jornalismo, sendo:
65
ORGANOGRAMA DA VICE-PRESIDÊNCIA DE
JORNALISMO
Diretor Presidente
Dr. Phelippe Daou
Vice-Presidente
Jornalismo
Dr. Milton Cordeiro
Editor Geral
Luís Augusto
Gerência
Jornalismo
TV AP
Arilson Freires
Gerência
Jornalismo
TV RR
Airlene
Carvalho
Gerência
Jornalismo
TV AC
Jefson Dourado
Gerência
Jornalismo
TV AM
Ercilene Oliveira
Gerência
Jornalismo
TV RO
Nonato Neves
Gerência
Jornalismo
Sucursal
Brasília
Cláudia Moreira
Chefia de
Reportagem
Luciane Dutra
Supervisão de
Geração de
Núcleo de Rede
José Lages
Coord. Interior de
Jornalismo
Valdomiro Tavares
Coord. Pauta
Andrea Vale
Supervisão de
Edição e Estúdio
Mauro Jorge
Supervisão de
Cinegrafia
Nilton Rui
Jornais
Núcleo Rede
Globo
Anacarla Amaro
Ed. Chefe
Amazônia TV
Érika Sá
Ed. Chefe
Jornal do
Amazonas
Cleo Pinheiro
Ed. Chefe
Bom Dia
Amazônia
Maura Lapa
Ed. Chefe
Globo Esporte
Eduardo de Paula
Aprovado por: Dr. Milton Cordeiro - Revisão 01
17/9/2009
CÓPIA CONTROLADA – Quando impressa será considerada cópia não-controlada. Rede Amazônica – Todos os direitos reservados
Gráfico 03 – Organograma de produção TV Amazonas (TV AMAZONAS, 2009)
Para os demais estados, existe um Gerente de Jornalismo atuante, que no caso de
Rondônia confere a função ao jornalista Raimundo Nonato Rodrigues das Neves. Na
sequência, as demais funções diretamente ligadas à produção nas demais retransmissoras,
66
sendo que apenas o Jornal de Rondônia tem parcela de tempo destinada a cada cidade
participante da rede no Estado.
Gráfico 04 – Organograma de produção TV Rondônia (2010)
Para produção diária de quatro telejornais, como destacado no terceiro capítulo desta
pesquisa (p.62) o Editor-Geral, Luis Augusto Pires Batista (2011), que é responsável direto
pelos telejornais quando se trata em Rede Geral, quantifica as equipes em cada Estado. Esses
números de profissionais são responsáveis para produzir e exibir um jornalismo “capaz de
cumprir com os padrões globais”, sendo uma exigência como afiliada Globo que o formato
siga o modelo definido pela Central de Jornalismo Globo. Para conseguir atingir a exigência,
Batista, (2011), relata que, Porto Velho conta com seis equipes, que produzem uma média de
14 matérias diariamente para os telejornais. Manaus possui treze equipes e produzem 26
reportagens diárias. Já o interior de Rondônia é composto com uma equipe em Guajará, duas
em Ariquemes, Ji-Paraná e Vilhena, e três em Cacoal, um dos motivos pelos quais ser a
escolha como representante das demais emissoras do interior para demonstrar junto com a
capital o formato e a interação do telejornalismo em rede no Jornal de Rondônia.
67
Como o foco desta pesquisa é o relato descritivo das rotinas de produção do
telejornalismo baseando-se na teoria Newsmaking, ressalta-se o que Mauro Wolf (1994,
p.187) apresenta sobre as organizações e a estrutura dos meios de comunicação: “As
exigências organizativas e estruturais e as características técnico-expressivas próprias de cada
meio de comunicação de massa são elementos fundamentais para a determinação da
reprodução da realidade social fornecida pelos mass media”.
Para o autor, sem um formato organizacional interno os meios ficam volúveis aos
acontecimentos e formato de apresentação. Qualquer órgão de informação tem objetivo
declarado de fornecer relatos dos acontecimentos significativos e interessantes ao seu público.
Conforme declara Tuchman apud Wolf (1994) que também cita, como meio de informação
sendo uma organização complexa, não podendo trabalhar com fenômenos sobre a maneira
que vê, ou uma forma própria como que cada pessoa tenha. Este mesmo autor descreve que
os órgãos de informação para produzirem notícias devem seguir exigências que são devidas a
cópias de fatos que acontecem e devem cumprir três obrigações:
1.
Devem tornar possível o reconhecimento de um fato desconhecido
(inclusive os que são excepcionais) como acontecimento notável.
2.
Devem elaborar formas de relatar os acontecimentos que não tenham
em conta a pretensão de cãs fato ocorrido a um tratamento idiossincrásico:
3.
Devem organizar, temporal e espacialmente, o trabalho de modo que
os acontecimentos noticiáveis possam afluir e ser trabalhados de uma forma
planificada. Estas obrigações estão relacionadas entre si (TUCHMAN, 1977
apud WOLF 1994 p. 189)
A Rede Amazônia oferece autonomia de gerenciamento de informações entre a capital
e o interior para produção estadual aponta Batista (2011), mas sempre mantendo contato
diário entre os cinco estados da Rede. Decidido assim, pois acreditam que as emissoras do
interior, como neste caso, o de Rondônia tem estrutura para manter os jornais inteiramente
locais.
Todo dia procuro ter um contato direto com todos os gerentes, pra saber as
coisas, as demandas importantes que estão acontecendo em termos
administrativos. E mesmo no noticiário do dia-a-dia. A gente tem uma troca
diária de matéria. [...] cada praça gera três materiais por dia pra Manaus e
isso é trocado entre as praças (BATISTA, 2011).
68
Segundo os estudos de Mauro Wolf (1994) a autonomia profissional pode causar uma
distorção da informação inconsistente, que remete as práticas profissionais, as rotinas de
produção, um modo diferente de desempenhar a função de informar. Mas, para ter uma
informação integral e manter a “identidade de rede”, Batista (2011) comenta que é necessário
fazer a troca de produtos, no sentido de colaborar com as emissoras do interior, avaliando
sempre a importância regional das notícias. O editor-geral destaca ainda que a interação do
interior com a capital, é primordial entre os profissionais do grupo, definir linguagem e
estilos a partir de um padrão definido.
Nelson Traquina (2005) remete a ideia que existem grupos de jornalistas que afirmam
possuir conhecimentos ou saberes especializado que englobam as diferentes estratégias de
comunicação. Grupos pelos quais que sabem definir o que são notícias e como produzi-las.
Traquina(2005, p.20) diz ainda que:
“O “campo jornalístico” começou a ganhar foram nas sociedades ocidentais,
durante o séc. XIX, com o desenvolvimento do capitalismo e
concomitantemente, de outros processos que incluem a industrialização, a
urbanização, a educação em massa, o processo tecnológico e a emergência
da imprensa como “mass media”. As notícias tornaram-se simultaneamente
um gênero e um serviço; o jornalismo tornou-se negócio e um elo vital na
teoria democrática; e os jornalistas ficaram empenhados num processo de
profissionalização que procurava maior autonomia e estatuto social.”
Nessa visão, a interação entre a capital e as demais cidades do interior de Rondônia
deve estar focada no mesmo pensamento, interagindo em relações sociais e técnicas, “uma
construção social de uma realidade que está em constante transformação” (TRAQUINA,
2005, p.78).
Para que desenvolvesse um padrão de ação e transformação dos fatos, Nonato Neves,
que participa de todo processo de produção das notícias, discussão de pauta, motivação das
equipes, dentre outros (2011) registra que em 2009 a TV Rondônia criou uma função para
essa interação: a Coordenação do Interior. “A jornalista Evelyn Morales foi a primeira pessoa
a assumir este cargo na empresa; fazendo existir uma aproximação entre as equipes do interior
e capital. Essa função teve como objetivo de rede, ligar todos os responsáveis pelo jornalismo
das praças”. O jornalista resume que a integração deve funcionar como se a redação fosse
uma só, porém respeitando as diferenças entre elas.
69
Neste aspecto, Traquina (2005) relata que “o processo de profissionalização leva à
formação de grupos organizados” (p. 23), sendo assim, este processo gera uma cultura, que é
um das características mais importantes de uma profissão e incide nos seus valores.
O sistema organizado do profissionalismo e criação da cultura local dentro da Rede
Amazônica é citado pela Chefe de Redação da TV Rondônia, Bethânia Meireles (2011),
como um sistema que busca criar ideias e gerar uma relação entre os colaboradores de
cooperação, de poder colocar em prática a proposta que a emissora vem galgando, que é
“trabalhar em rede”. Criar uma identidade profissional regional, no pensamento e
comportamento através do desenvolvimento.
Situações de trabalho que fazem destas interações, conforme define Neves (2011),
uma ideia de auxiliar, acompanhar e melhorar os trabalhos das equipes das emissoras do
interior. Obtendo resultados, como o aumento das ofertas de materiais das emissoras
integradas para a TV Rondônia. A jornalista Andréia Fortini (2011) atual Coordenadora de
Rede, é responsável pela organização do fluxo das matérias geradas pelas equipes de
jornalistas do interior para capital de Rondônia. Ela afirma, do mesmo modo que no Jornal de
Rondônia, o foco principal é de pesquisa, e sua colaboração com o interior é desempenhar um
intercâmbio, para garantir a participação das emissoras em rede. “[...] Já que o telejornal
(Jornal de Rondônia - JRO) é dividido em 3 blocos e o último já é direcionado à produção
local [...] com muito esforço das equipes das praças do interior temos garantido uma boa
participação em rede”.
Felipe Pena (2008) apresenta em suas compilações que o processo de produção da
notícia é planejado como uma “rotina industrial”. Sendo assim, a TV Rondônia passa por
procedimentos próprios e limites de organização. “O jornalista passa por uma submissão de
um planejamento produtivo” (p.129). O autor alerta para a possibilidade de uma “distorção
inconsciente”.
O repórter e apresentador do JRO local da TV Cacoal, interior de Rondônia, Fábio
Diniz (2011) comenta que algumas lógicas internas não significa que desconheça a existência
de uma relação, mesmo sendo profissional. As preferências pessoais na seleção e filtragem
das notícias fazem com que existam “dificuldades de comunicação, o que acaba
comprometendo” certas rotinas de produção do trabalho.
70
Desempenhar bem a função de jornalista faz parte das exigências que está submetido,
a cobrança de resultados e a estrutura funcional, menciona Traquina (2011). Com isso, Fortini
(2011) conclui que o sentido de relacionamento entre chefias imediatas da capital com as
redações do interior de Rondônia, tem sido avaliado como bom. “Já que existe uma preocupação
ainda maior com o JRO, tendo em vista ser o principal jornal da casa. O acompanhamento é mais
rigoroso quanto a veiculação de materiais”.
A TV Rondônia busca desde a implantação da Coordenação do interior, “motivar e incentivar”
as equipes de jornalismo do interior do estado, para que haja aumento das produções de matérias, e
aumento do envio para os blocos estaduais. Com esse crescimento, automaticamente conseguem
emplacar ao mínimo uma “matéria (VT), uma nota coberta (NC) ou stand up das praças no JR”.
Conclui (FORTINI, 2011).
Para o Editor de imagens da TV Cacoal, Fábio Scher (2011), o que mais atrapalha o
cumprimento das rotinas diárias na relação capital-interior é de aspecto material-tecnológico:
“Passamos por muitas dificuldades do dia a dia, falta de equipamentos [...]às
vezes a ilha de edição que não ajuda, ou mesmo a nossa própria baixa estima
de alguns dias devido problemas [...] mas o nosso amor pelo que fazemos e a
fé em Deus que um dia tudo irá mudar são o nosso combustível para
agüentar tais desafios”.
Com a divisão do trabalho, os jornalistas desenvolvem os seus próprios interesses,
como observa Traquina, (2005), ao reiterar que “o processo de profissionalização leva a ideia
de portador e implica a existência de auto-interesse específicos do grupo, aplicadas aos
jornalistas, as suas próprias necessidades de conhecimento.”
O repórter Diniz (2011) expõe que “é muito difícil fazer jornalismo sério e
comprometido com a ética em Rondônia, temos poucos recursos, poucas condições de
trabalho e apesar das dificuldades, ainda conseguimos fazer um dos melhores, se não o
melhor jornalismo do estado”. Já Batista (2011) acrescenta que os tempos mudaram, e com
isso o mercado passou a ser mais exigente, e faz com que a Rede Amazônica se desenvolva
rapidamente e promova projetos estratégicos para essa nova realidade tecnológica da “era
digital” nas emissoras do interior de Rondônia.
As direções do meio de comunicação podem influenciar o peso das notícias com a sua
política editorial. Traquina (2005) menciona que com o novo conceito “o jornalismo como
71
informação e como um novo produto” (p.189), os fatos acabam passando um processo de
industrialização e comercialização. Outro fator importante que o autor destaca é que houve
um processo de profissionalização de pessoas que escolheram o jornalismo como uma
atividade de vida. “Verificamos que o processo de profissionalização ainda não está completo,
e que se desenvolveu nos diversos países em ritmos diferentes” (TRAQUINA, 2005, p.189).
Dessa forma, o interesse do veículo gera restrições ligadas à organização do trabalho.
A maioria das empresas “determina a definição de notícia, legitimam o processo produtivo,
desde a utilização das fontes até à seleção dos acontecimentos e às modalidades de confecção,
e contribuem para precaver contra as críticas do público” (GARBARINO apud WOLF, 1994,
p.189).
A linha editorial do grupo Rede Amazônica é definida pela Central Globo de
Jornalismo. Alguns setores são considerados estratégicos e suas particularidades, como setor
comercial e de engenharia, como afirma Batista (2011), mas no caso do jornalismo seguem o
“padrão globo de qualidade”.
Através desta linha editorial, as emissoras esquadrinham profissionais no jornalismo
que façam um produto para atender ao público, procurando conciliar a liberdade de expressão
e os interesses econômicos e políticos da empresa. Nesse aspecto, a Rede Amazônia busca a
padronização entre capital e interior, através de treinamentos que desenvolve ao longo do ano.
Dentre eles a “Uniglobo Virtual” que é a central de cursos oferecidos pela Rede Globo
(BATISTA, 2011). Também há anualmente um encontro entre todos os estados, na qual
participam para encontrar uma linguagem, conforme Batista (2011), “que seja um padrão que
tenha um padrão Globo. Essa busca pelo padrão envolve vários fatores, desde a linguagem,
texto, revisão de texto e apresentação”.
A organização gera uma influência mútua com os profissionais, que procuram um
padrão qualidade, e mecanismo de controle da qualidade do produto final. Para Cordeiro
(2011) reflete como base moral da empresa, na qual faz parte presente nas equipes de
jornalismo, Cordeiro (2011) também acrescenta.
A nossa conduta ética de agir é percebida pela sociedade. Os avanços
tecnológicos são muitos e as equipes sempre estão se adequando às
transformações. Nos locais mais distantes, em pontos estratégicos da região,
sempre há um representante da Rede Amazônica para dar voz ao anseio da
sociedade. Esse profissional representa uma população sofrida e mostra na
72
tela das TVs Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima, e
consequentemente da Rede Globo, o que a Amazônia tem no seu quotidiano.
O trabalho da Rede Amazônica abrange diversos estados, considera Batista (2011) é
um diferencial das demais emissora do Brasil, e
“fazer Jornalismo na Amazônia, no
Amazonas é muito caro e muito difícil, a gente não tem estrada, [..] tem muito pouco acesso à
várias localidades do estado”. Relata editor-geral enfatizando a missão e valores da Rede
(Anexo II) quanto à integração regional e contribuição com informação organizada.
4.2 Relação entre relevância/factualidade/brevidade da notícia na Rede em Rondônia
Para esta categoria, classificada como relação entre relevância/factualidade/ brevidade
da notícia. Relato a seguir, se baseia na ideia dos autores; Felipe Pena (2008), Mauro Wolf
(1994) e Nelson Traquina (2005) que descrevem, basicamente, a relação do fator tempo torna
possível o reconhecimento de um fato notável, onde a organização faça fluir o trabalho de
uma forma planejada e dinâmica, na qual esteja relacionado aos interesses da organização da
Rede Amazônia de Televisão, especificamente no Jornal de Rondônia – Telejornalismo em
Rede no Estado. Para tanto, são utilizados documentos, depoimentos e conteúdo da teoria do
jornalismo Newsmaking, sob a ótica do interesse de organização do telejornal e veiculação
diária no Estado e no interior.
“O progresso tecnológico possibilitou à sociedade o acesso aos mais diferentes meios
de comunicação, e com isso, a informação” (CORDEIRO, 2011). Ao atingir a totalidade das
cidades que o grupo tem o sinal da programação transmitida pela Rede Amazônica, Cordeiro
(2011) destaca a relevância do telejornalismo.
“O importante é o telespectador assistir no vídeo da sua casa a notícia mais
destacada da sua cidade. Outrora -- e talvez raramente -- o rádio se
lembrasse da existência do interiorano que agora desfruta do noticiário
qualificado, das novelas, show, etc. O mundo mais do que nunca faz parte
de uma grande aldeia global, como definiu no passado o sociólogo
MacLuhan.-- bem precioso da sociedade de consumo -- está mais presente
na vida das pessoas. Isto é uma tônica na realidade de vida da Rede
Amazônica: integrar as pessoas.”
73
Para que exista integração interiorana, em que a emissora possa oferecer a informação
por meio da tecnologia disponível, Traquina (2005) fala sobre o sentido que o fato deve dar ao
acontecimento, na qual a notícia deve ser notada. E compete ao jornalista tornar esse fato
relevante às pessoas, demonstrar que tem significado para elas, ou seja, fazer compreender a
relevância do fato.
E para demonstrar tal significado, a TV Rondônia busca colocar em prática, conforme
Neves (2011) argumenta o compromisso social local, como meta e responsabilidade do grupo,
abrindo espaço nos telejornais, também para a interação com a população. Destacando
alguns assuntos como: saneamento básico, saúde, moradia e outros.
A relevância, de acordo com Traquina (2005) sendo um dos valores-notícia, responde
a preocupação de informar ao público sobre os acontecimentos que são destaques, porque têm
um impacto sobre a vida das pessoas. Determina que a noticiabilidade tenha a ver com a
capacidade do acontecimento incidir ou ter impacto sobre as pessoas, região, país e nação.
A programação local da
TV Rondônia, busca
contemplar os telejornais com
integração regional, baseado em fatos relevantes e factuais locais. E para que isso aconteça ,
Cordeiro (2011) considera que o sinal de transmissão pode chegar “por meio do sinal recebido
diretamente do satélite ou pelo sinal que chega à sua casa por meio de várias retransmissoras e
mini-geradoras”. Onde, as comunidades recebem as notícias que acontece em seu meio.
Mesmo tendo tal sinal, repete-se a ideia demonstrada no item anterior quanto à
produção das notícias, que, para Wolf (1994, p. 188) “são aquilo que os jornalistas definem
como tal”. Entretanto, para se tornar uma notícia relevante, faz-se necessária uma avaliação
pelo grau de integração que ela apresenta nas fases de produção.
O critério de noticiabilidade da emissora para o Jornal de Rondônia são materiais com
repercussão, que chamam atenção por apresentar fatos regionais, através de matérias de todo o
estado, afirma Fortini (2011) também são de interesse estadual e principalmente factual, que
envolve a capital e o interior, juntas. No JRO de Cacoal, o foco é o fato, o imediato, sempre
com o objetivo central de reconstruir esse fato de uma maneira mais fiel possível. Para Diniz
(2011) “o critério depende do alcance, interesse social, repercussão e interesse da emissora”.
74
Com uma visão para execução da reportagem diária no Jornal de Rondônia, Meireles
(2011) enfatiza que as equipes saem das redações já com pautas marcadas, na qual repassam
um roteiro para que o assunto vire uma reportagem com o perfil da linha editorial do JRO. Em
Cacoal, os próprios repórteres criam suas pautas e depois saem para buscar aprofundamento e
ouvir todos, várias nuances da informação, relata Diniz (2011).
As notícias apresentam um “padrão” geralmente estável e previsível. Traquina (2005)
lembra que a previsibilidade do esquema geral das notícias deve-se à existência de critérios de
noticiabilidade, isto é, valores-notícia que os membros jornalísticos partilham.
Noticiabilidade são conjuntos de valores-notícia que determinam se um
acontecimento, ou assunto, é susceptível de se tornar notícia, isto é, de ser
julgado como merecedor de ser transformado em matéria noticiável. E por
isso, possuindo valor-notícia(TRAQUINA, 2005, p.63).
Diniz (2011) propõe também que “notícia é tudo aquilo que interessa de uma forma
direta ou indireta a um maior número de pessoas possível”. Para o Jornal de Rondônia
acompanhar o processo padrão, descreve Meireles (2011) “basta apenas que o editor do
Jornal, em conjunto com a chefia, dê sugestões do que gostaria de ver com notícia naquele
momento.” A partir de então busca-se no telejornalismo mostrar sua objetividade, separar
informação de opinião, e utilizar a imagem como comprovante de verdade.
Mas, “o que é notícia?” na percepção quanto ao newsmaking ou ao “fazer da notícia”
de Traquina (2005), a notícia é a visão que os jornalistas apresentam de maneira simplista e
minimalista: “Simplista porque segundo a ideologia o jornalista relata, capta, reproduz ou
retransmitem o acontecimento. Minimalista, porque, segundo a ideologia dominante, o papel
do jornalista como mediador é um papel reduzido” (TRAQUINA, 2005, p. 62).
O Jornal de Rondônia - JRO é considerado o principal jornal da emissora em
Rondônia (NEVES, 2011). É nesse telejornal que são divulgados os principais fatos do dia de
todo o Estado. As escolhas das notícias que integram a ordem das matérias obedecem a
critérios básicos, como a factualidade do assunto e a importância de transformá-lo em notícia
para que chegue ao conhecimento do telespectador. Neves (2011) ainda argumenta que,
procuram seguir essa ordem, mas sem estabelecer regras que possam interferir na linha
editorial de cada produto que exibem.
75
Usando criatividade e a inovação, relacionadas à necessidade de construir algo que
todo mundo já conhece, Neves (2011) lembra “como tudo que acontece à nossa volta, o
jornalismo também exige criatividade, desde que isso não interfira na essência da notícia”.
Mas o gerente de jornalismo ainda adverte para o quão é importante que o profissional em
jornalismo esteja habilitado a mostrar a notícia de forma que possa atrair a atenção de quem
assiste aos telejornais.
Os jornalistas e os meios de comunicação devem estar aptos na tarefa de transmitir a
informação ao telespectador, cumprindo algumas atribuições exclusivas da função
para
produzir o noticiário. Tuchman apud Pena (2008) aponta os três princípios básicos para essa
realização:
1. Tornar possível o reconhecimento de um fato desconhecido como
acontecimento notável.
2. Elaborar formas de relatar os acontecimentos que não tenham a pretensão
de dar a cada fato ocorrido um tratamento idiossincrático:
3. Organizar, temporal e espacialmente, o trabalho de modo que os
acontecimentos noticiáveis possam afluir e ser trabalhados de uma forma
planificada. (TUCHMAN apud PENA, 2008, p. 129)
Tornar possível a elaboração da forma de relatar, com organização do tempo e espaço
Batista (2011) acredita ser um trabalho que está em andamento; sendo que qualquer jornalista
sabe dizer o que é notícia e o que não é, mas isso de acordo com o senso comum de cada um.
E “apesar de faltar muito para gente conseguir realmente fazer um jornalismo que a gente
pensa em fazer, é um trabalho em construção”. (BATISTA, 2011).
A proximidade torna um valor-notícia importante no jornalismo de acordo com
Traquina (2011). Esse imediato com o público faz os com que os “acontecimentos
considerados
noticiáveis
podem
ter
lugar
em
qualquer
altura
e
em
qualquer
lugar”(TRAQUINA, 2005, p.119).
O valor de cada produto é aplicado a cada notícia, ”quanto menos importante é a
notícia, mais eles entram em jogo na sua avaliação” avalia Gans apud Wolf (1994). Portanto
os critérios utilizados para escolha de materiais noticiosos para o Jornal de Rondônia é
relatado como o mais amplo possível, e a representatividade dos acontecimentos importantes
do dia, cabe dentro do formato estabelecido pelo grupo.
76
Meireles (2011) valida que existe uma concordância, sendo todo e qualquer assunto
que possa virar notícia requer apuração. E isso se estende na produção local, “a vantagem, é
que estando mais próximo do ambiente onde a situação ocorre se torna mais fácil a busca de
informações”. Ideia integrada com a prioridade sempre ao factual, como complementa a
Coordenadora do Interior, Fortini (2011).
O dia-a-dia é desenvolvido para o Jornal de Rondônia pelas equipes com seus
integrantes na capital e interior do Estado. Cordeiro (2011) ilustra que “é preciso relacionar a
importância que determinados assuntos têm, ver se o foco é local demais ou se pode ser
repassado para todo o Estado”.
Para tanto, a brevidade da notícia influência em todos os fatores de produção, a
organização jornalística trabalha dentro de um ciclo temporal. A agilidade e o planejamento
são valores influentes no quesito informação.
O ciclo do “dia noticioso” impõe limites na natureza das notícias. [...] a
urgência é um valor dominante. O planejamento é importante. Seria
enganoso pensar que esta “corrida” contra as “horas de fechamento” está
unicamente restrita ao ciclo do “dia noticioso”. Uma parte da atividade
jornalística é planejada antes do dia em que os acontecimentos cobertos têm
lugar. Um tal planejamento identifica os “acontecimentos futuros “ numa
tentativa de impor ordem ao (possível caos provocado pela imprevisibilidade
de (alguns) acontecimentos. (TRAQUINA, 2005, p 39)
A TV Rondônia e as emissoras do interior têm ritmos diferentes para produção do
Jornal de Rondônia, contudo esse fator não causa alterações na cobertura jornalística de um
acontecimento. O fato do Jornal de Rondônia na capital ser exibido ao vivo, e no interior o
telejornal local ser editado, não interfere no seu factual. Também, a questão da tecnologia
não influência o conteúdo das notícias - esta é uma atribuição dos jornalistas - mas facilita a
sua difusão. A brevidade nas notícias dá ao telespectador uma sensação de confiabilidade, a
transmissão ao vivo traz várias vantagens, dentre elas, a informação transmitida de maneira
mais rápida ao telespectador, comenta Neves (2011):
Dá um outro ritmo ao jornal. Aqui na TV Rondônia, iniciamos neste ano
transmissões ao VIVO com a UMJ - Unidade Móvel de Jornalismo. Com a
UMJ podemos fazer VIVO em todos os nossos telejornais, de vários
pontos da cidade. Com a Unidade Móvel, já conseguimos realizar VIVO
77
sobre vários eventos, entre eles, da área do Arraial Flor do Maracujá e do
Carnaval Fora de Época em Porto Velho. Ultimamente, estamos realizando
esse tipo de transmissão com mais frequência no AMZTV.
“Fator
tempo
define
o
jornalismo,
relatos
atuais
sobre
acontecimentos
atuais”(WEAVER apud TRAQUINA, 2005, p.37), sendo como condicionante de todo
processo de produção de notícia. Ainda para o autor o fator tempo é um valor- notícia de
maneiras diferentes, no qual pode ser utilizado na forma de atualidade, como um gancho para
justificar a fala de novo sobre o assunto.
Fábio Scher (2011) responsável pela edição do Jornal de Rondônia local, aponta que
deve ter cuidados, pois editar inclui a classificação das notícias em categorias, tendo uma
atenção para abrir e fechar o jornal no tempo de exibição local. Procurando usar da melhor
forma e veicular matéria de interesse da população, que possa prender a atenção do
telespectador, sendo factual ou relevante ao interesse local e regional.
Na relação do quesito duração de material, edição, valorização e contextualização, a
teoria do jornalismo Newmaking menciona-se aqui as contribuições de Epstein apud Wolf
(1994). Para o autor, a duração dos noticiários e do seu tamanho faz com que dois ou três
minutos de notícias maiores não sejam tão suficientes para apontar todo o acontecimento,
sendo assim “a atenção centra-se no que acontece e não nos seus objetivos ou nas suas causas
profundas. Esta limitação do tempo disponível provoca, inevitavelmente, a imagem de uma
sociedade instável” (p.194).
Tanto na TV Cacoal, como na TV Rondônia capital, o tempo de exibição corresponde
ao formato previamente estipulado para o Jornal de Rondônia diariamente. Meireles (2011)
afirma que o tempo de exibição do JRO tem uma média de 14 minutos divididos nos três
blocos, destinando o último bloco para as emissoras do interior, resultando em uma média de
cinco minutos. Diniz (2011) pondera:
[...] em comparação com a concorrência é muito pequeno, mas com relação
a nossa realidade de estrutura física e humana é o suficiente. Geralmente
procuramos utilizar bem os cerca de 5 min. e 40 seg. no jornal de Cacoal
procurando utilizar o mesmo formato do Globo Notícias sempre que
possível.
78
Dentro desse tempo determinado pela Rede para execução do Jornal de Rondônia na
capital e interior, Traquina (2011) ressalta a importância do planejamento, pois, “num campo
de concorrência a importância deste valor estabelece a própria lei do ganho do jornalismo:
quem ganha é quem primeiro dá a notícia” (BORDIEU, apud, TRAQUINA, 2005, p.38).
As notícias são tomadas como um “bem altamente perecível”, valorizando assim a
velocidade, expõe Traquina (2005) que do mesmo modo o jornalista é avaliado competente,
não só porque possui o jeito e o conhecimento necessários para transmitir a notícia, mas
também pela capacidade de mobilização dentro do prazo-limite. Provando que consegue
“dominar o tempo e não ser dominado por ele” ( ERICSON, BARANEK E CHAN apud
TRAQUINA, 2005 p.28 ).
Na prática, o tempo utilizado na TV Cacoal, descreve Scher (2011) é feito de maneira
que possam veicular matérias de interesse da população. Na teoria, Traquina (2005) afirma
que “ser profissional, portanto, é não ser vítima, mas conquistador do tempo”.
Para Graciela Bechara (2011) repórter da TV Cacoal, mesmo com o tempo prédefinido para execução do Jornal Local, ressalta que percebe o “reconhecimento do público e
credibilidade (palavra-chave)”.
A velocidade para os profissionais que executam o Jornal de Rondônia é de
importância vital, declara Neves (2011). O gerente de jornalismo complementa que o JRO na
capital e interior geram, a partir do interesse da organização, da coleta da informação e suas
fontes, da rapidez de apuração e importância da notícia a ser destaque, o que revela exercício
de agilidade constante na rotina da produção. Meireles, (2011), conclui que qualquer trabalho
jornalístico deve ser, mesmo que apressado, baseado na verdade. “É com esta proposta que
noticiamos tudo que acontece no JRO”. Dentro disso, a rotina de produção e a elaboração das
pautas se tornam um item que alimenta os interesses próprios da transformação da notícia.
4.3 Rotina de produção no Jornal de Rondônia
Para esta categoria, classificada como as rotinas de produção, o relato descritivo tem
79
como base as ideias dos autores Felipe Pena (2008); Mauro Wolf (1994) e Nelson Traquina
(2005) sobre o jornalismo e seu poder de tornar possível o reconhecimento de uma
informação. Como nas categorias anteriores, são utilizados documentos, depoimentos e
conteúdo da teoria do jornalismo Newsmaking sob a ótica do interesse de organização do
telejornal e veiculação diária no Estado e no Interior.
A conquista da audiência está ligada diretamente as rotinas de produção
telejornalística e do veículo de comunicação, no qual é determinante através dos limites éticos
para que a emissora adquira credibilidade. Tratando-se de televisão, logo, a imagem
apresentada ao telespectador ao exibir uma informação também é levada em consideração;
bem como fatores como a construção textual adequada à linguagem de casamento entre
imagem e fala do repórter ou apresentador, edição e tratamento final do produto
telejornalístico.
“Eu achava que, além de correção, de boa voz, timbre bonito, os nossos
telejornais ganhariam muito com a presença de apresentadores de boa
aparência. Isso era parte de uma tática; a de fazer com que o nosso público
de novela, predominantemente feminino, fosse atraído pelos nossos
telejornais.”(JOSÉ BONIFÁCIO DE OLIVEIRA SOBRINHO – BONI apud
BARBEIRO, 2002, p.89)
Porém, muito mais que a imagem, é necessário um cuidado primário com o conteúdo.
No caso da reportagem, por exemplo, tudo que for relevante para a sociedade é objeto de
interesse jornalístico, no entanto a produção, o valor-notícia é fundamental no trabalho de
reportagem segundo Neves (2011): “É o início de tudo. É na produção que são apuradas todas
as informações para o repórter. A pauta é um tipo de bússola. É na pauta que tem todas as
orientações para o trabalho do repórter”. E esta prática é mencionada na teoria por Nelson
Traquina (2005) como resultados de um processo de produção que une percepção, seleção e
transformação de um acontecimento em um produto.
Para que haja a mutação desse acontecimento no Jornal de Rondônia, Meireles (2011)
avalia a ideia que a rotina de produção é igual em todas as redações, começando pela
apuração, em que geram a pauta e encaminhamento ao repórter: “que fará toda a parte externa
que é obrigatória para o fechamento do VT”.
80
Em contra-partida, Diniz (2011) observa que na TV Cacoal e demais emissoras do
interior que fazem parte do grupo Rede Amazônica, para a produção do jornal local e
matérias destinadas para Porto Velho, na qual é a “cabeça do jornal”, que recebe e exibe todos
os materiais coletados pelas equipes do interior, ficando com cinco minutos aproximadamente
para exibição editada localmente e também para a cabeça de rede utilizar no JRO estadual, e
que não existe a função de “pauteiro”, que o próprio repórter da praça ,busca através do
auxílio de fontes ou outros meios de comunicação.
No entanto, quanto ao Jornal de Rondônia, a capital Porto Velho tem produção
dividida entre pauteiros e execução aos repórteres. O telejornal diário tem
14 minutos
aproximados, é dividido em três blocos, com duração média de cinco minutos cada, sendo os
dois primeiros com transmissão ao vivo e exclusiva de Porto Velho e o último bloco
reservado a todas às retransmissoras com redação do interior do estado. Exibidos “assuntos
de interesse estadual, ou algum tema relacionado à região norte, com VT’s políticos feitos
pela sucursal de Brasília”, especifica Meireles (2011).
Já o terceiro bloco não é exibido para o todo o estado, ficando, em cada localidade que
tenha retransmissão – ou seja, a própria capital e as cidades do interior já mencionadas restrita às notícias locais. Portanto, nas cidades onde há o sinal de abrangência da
estadualização - TV Guajará, TV Ariquemes, TV Ji-Paraná, TV Cacoal e TV Vilhena - são
exibidas notícias de sua localidade específica.
No entanto, a diferença de produção entre capital e interior, segundo o jornalista de
Cacoal, Diniz (2011) é a falta de pauteiros nestas redações. Os repórteres destas praças
devem buscar as informações na própria fonte do fato e executá-la ao mesmo tempo, sem
prévia consulta ou organização prévia em pauta. Sendo assim:
Não temos alguém para nos orientar, salvo algumas produções que
envolvem políticos, empresários, justiça... Eu procuro sempre orientações
quando o assunto é bem “quente” sigo alguns critérios para não expor meu
trabalho e a empresa em pautas de grande repercussão sempre tendo cuidado
com a informação, porque é ela que importa. (DINIZ, 2011)
O auxílio das fontes, Wolf (1994) avalia que estão geralmente organizadas para que
facilitem e tornem mais rápido o trabalho de elaboração, ou até mesmo o modo com que
sejam fornecidos materiais semi-elaborados. O autor descreve ainda que as fontes não são
81
todas iguais, e igualmente relevantes, assemelha mais como se fosse um jogo de corda do que
um organismo funcional inter-relacionado. “No entanto, os jogos de corda são decididos pela
força: e as notícias são, entre outras coisas, o exercício do poder sobe a interpretação da
realidade” (SHLESINGER, GANS, apud WOLF, 1994, p.223). É o que a repórter Bechara
(2011) relata quanto à dificuldade de não terem em Cacoal um profissional específico para a
busca antecipada da notícia para produção rotineira do telejornal:
“Dificulta muito. Eu saio com papel, caneta e microfone nas mãos e o
cinegrafista me pergunta: "Para onde vamos?" Acabo buscando pautas por
conta própria, através de pesquisas em sites oficiais ou com os colegas de
outras emissoras. Leio os jornais impressos e uso muita criatividade! O
repórter tem que estar atento a tudo que acontece ao seu redor. Converso
muito com as pessoas nas ruas, busco novas informações e sempre me
pergunto: "Será que rende um VT?" Uma vez, vi um senhor pelas ruas de
Cacoal recolhendo materiais feitos de ferro, de metal. Fui abordá-lo e acabei
fechando um VT sobre reciclagem. Às vezes, é preciso tirar "leite de
pedra"(BECHARA, 2011)
Diante disso o “saber de reconhecimento”, considera Traquina (2011) é o que o
repórter deve ter. É a capacidade de reconhecer com o seu faro a notícia, ou seja, nas palavras
de Tchuman apud Traquina (2005): é “a capacidade secreta do jornalista que o diferencia das
outras pessoas”.
As equipes do JRO na capital, citadas por Fortini (2011) possuem a capacidade de
reconhecimento de uma notícia e buscam produzir/executar boa parte do telejornal pela
manhã, saindo com as pautas já pré-definidas pela equipe de produção a partir das 7h30min e
voltam antes das 12h para editar o material. Caso não haja tempo da edição completa de uma
matéria, no formato reportagem, os assuntos são exibidos em forma de nota seca (NS) ou nota
coberta (NC) ou mesmo em stand up (RODAPÉ), pelo fato do tempo ser reduzido para a
produção/edição. Mas, em quaisquer dos formatos, seja curto ou mais elaborado, os materiais
só são exibidos no JRO após serem editados e revisados pelo editor do jornal e pelo chefe de
redação. Fortini (2011) complementa que, as praças do interior seguem processo semelhante,
a diferença é o tempo de exibição (1/3 do jornal completo em relação à capital), a falta de
produtor e o envio de matérias à capital através de geração via FTP.
Apesar do processo jornalístico ser estabelecido dentro das rotinas de produção, na
qual Pena (2008) aponta que deve existir a divisão de tarefas: como pauteiro, repórter e
82
editores, tendo cada um, a sua função específica, embora todos conectados ao mesmo
objetivo, Bechara (2011) confronta essa ideia, dizendo que na TV Cacoal o processo
industrial ainda é pré-maturo, pois os repórteres do interior acumulam funções: “[...]sou
pauteira, produtora, repórter e apresentadora”. (BECHARA, 2011).
Com a falta de colaboradores, a rotina de produção do jornal da TV Cacoal, se limita
aos finais de semana, não conseguindo produzir boas pautas, analisa Diniz (2011). Que
raramente a equipe da manhã (que faz parte e é responsável pela execução da maior parte do
JRO local), consegue desenvolver materiais mais elaborados, durante a semana. Ainda
acrescenta sobre o mito do furo que depende muito da postura e percepção jornalística do
profissional , como é feita a leitura de um fato antes de virar notícia e divulgada antes todos os
demais repórteres . “Hoje em Cacoal, e acredito que em Rondônia, o furo não é muito
comum. [...] eles são quase impossíveis de trabalhar ou desenvolver atualmente no meu dia a
dia de trabalho” (DINIZ, 2011).
Porém, nesse compromisso com a profissão, Traquina (2011) rebate a ideia, pois, “o
mito do furo é um importante elemento que alimenta os interesses do jornalista”. E diz mais,
que o furo é uma conquista que está associada ao brilho profissional, razão pela qual o
jornalista busca a todo instante, como se fosse um prestígio, o que pode prosperar a carreira
profissional. Bechara(2011) concorda: “Receber e divulgar a notícia em primeira mão é um
privilégio. Acredito que todo repórter e jornalista devam buscar o furo, incansavelmente”.
Nesse contexto, Fortini (2001) complementa que para execução do JRO o “furo” é
uma realidade marcada pela rotina e buscam, primeiramente na produção, todas as
possibilidades de furo, antes de liberar a pauta ao repórter.
Segundo Batista (2011) a partir do momento que o grupo tem um assunto considerado
estratégico, as equipes se reúnem e decidem junto com a capital, Porto Velho, para avaliar
como será feita a cobertura, e o que interessa, se o fato é relevante do ponto de vista do
jornal. Filtrando sempre os assuntos nacionais, regionais e locais.
Fortini (2011) assegura que depois de esgotado todos os assuntos, e com uma pauta
bem trabalhada, dificilmente o repórter irá ter retrabalho, ou seja, faz com que o ritmo da
rotina produtiva seja intenso e bem-sucedido. Na TV Cacoal Diniz (2011) avalia que “as
pautas caem praticamente toda semana, por muitas vezes, todos os dias. Como não tem
83
condições de realizar uma pré-apuração, toda pauta que caí não é reutilizada, ou quando
podem, retornam para tentar finalizar”.
Contudo Meireles (2011) esclarece que o retrabalho de reportagens é refeito quando
por alguma razão, o entrevistado não aparece no local combinado ou o assunto não flua
naquele momento, concluindo que “se valer à pena voltamos a fazer nova apuração e
retomamos a pauta”.
A rotina de produção diária do JRO é como qualquer outro telejornal, que tem como
base os acontecimentos, em especial a factualidade, argumenta Meireles(2011), e tem como
linha noticiosa o mesmo formato do JN.
A rotina de trabalho de uma redação começa com a apuração dos fatos,
feitos pelos produtores que são distribuídos em equipes que trabalham por
turno para atender todos os telejornais da casa. A pauta, que é o mapa da
notícia, é repassada à equipe de reportagem, (repórter e cinegrafista) que tem
a responsabilidade de ir à campo coletar entrevistas e imagens. O material é
entregue aos editores de imagens que fazem à montagem do
VT.(MEIRELES, 2011)
Quem orienta o trabalho das equipes de reportagens externas para o JRO na capital é o
chefe de reportagem Benedito Teles. Nas cidades com retransmissoras e redação jornalística é
direcionado pela coordenação do interior, conforme Fortini (2011) complementa que buscam
essa interação em conjunto com o editor do telejornal, tendo apoio dos “gestores das praças
que respondem pela equipe de jornalismo local” (PIRES, 2011).
Para produção do Jornal de Rondônia na capital são destinadas três equipes; e no
interior, uma equipe de reportagem na parte da manhã. TV Cacoal consta com três equipes de
jornalismo local, as demais emissoras, com duas equipes para produção do jornal local. A
hierarquia é de acordo com normas da empresa, seguida pelas equipes conforme demonstra o
organograma:
84
Gráfico 05 – Organograma de produção Jornal de Rondônia (2011).
Demonstrado em mapa:
Gráfico 06 – Atlas de cobertura região norte – Rondônia3 (COMERCIAL REDE GLOBO, 2004).
3
http://comercial.redeglobo.com.br/atlas2004/mapas/e_ro.php - Rondônia - Atlas de Cobertura- Comercial Rede
Globo – acessado em 03/10/2011.
85
Com a estadualização do sinal, 34 dos 52 municípios de Rondônia recebem a
programação estadual, destaca Fortini (2011):
Cobertura > RONDONIA > TV RONDÔNIA - CANAL 4 - PORTO VELHO
Estados Cobertos
IPC
%
818.765 0,381
818.765 0,381
Mun.
População
DTV
23
23
883.072
883.072
228.648
228.648
População
DTV
Tel. Pot.
RO - ALTA FLORESTA D'OESTE
24.570
6.238
21.448
RO - ALVORADA D'OESTE
16.969
4.195
14.243
RO - CANDEIAS DO JAMARI
19.910
4.926
17.865
RO - CEREJEIRAS
17.123
4.949
15.883
RO - COLORADO DO OESTE
18.723
5.504
17.435
RO - COSTA MARQUES
13.750
2.641
10.181
RO - CUJUBIM
15.966
3.667
13.074
RO - ESPIGAO D'OESTE
28.928
7.845
26.548
RO - JARU
52.387
14.100
47.271
RO - MINISTRO ANDREAZZA
10.428
2.591
9.231
RO - MIRANTE DA SERRA
11.954
2.851
9.994
RO - MONTE NEGRO
14.184
3.455
11.982
7.548
1.483
5.500
RO - OURO PRETO DO OESTE
38.184
10.724
35.720
RO - PIMENTA BUENO
33.972
9.114
31.599
429.196
111.134
419.300
RO - PRESIDENTE MEDICI
22.459
6.165
20.532
RO - ROLIM DE MOURA
50.991
14.440
47.301
8.934
2.334
7.668
RO - SAO MIGUEL DO GUAPORE
21.971
4.643
16.366
RO - SERINGUEIRAS
11.727
2.431
8.733
RO - TEIXEIROPOLIS
4.921
1.243
4.128
8.277
1.975
6.763
RONDONIA
TOTAL
Municípios Cobertos
RO - NOVA UNIAO
RO - PORTO VELHO
RO - SANTA LUZIA D'OESTE
RO - VALE DO PARAISO
Tel. Pot.
4
Tabela 04 – Cobertura dos municípios - TV Rondônia (COMERCIAL REDE GLOBO, 2004).
4
http://comercial.redeglobo.com.br/atlas2004/mapas/e_ro.php - Rondônia - Atlas de Cobertura- Comercial Rede
Globo – acessado em 03/10/2011.
86
Dentro da tabela apresentada, podemos acrescentar ainda as últimas instalações de
transmissores do sinal da TV Rondônia: Santa Cruz da Serra, Bom Jesus, Tarilândia, Santa
Bárbara, Santa Mama, formando os 34 municípios citados.
O processo de exibição do JRO da capital para o interior é focado para a rotina de
gravação e união de materiais. A exibição ao vivo começa às 19h15min em rede fuso5, passa
para a exibição do Jornal local gravado pela praça.
Segundo Fortini (2011) que especifica esse processo de fusão na transmissão do
Jornal de Rondônia da capital ao interior ocorre da seguinte maneira: Os dois blocos descritos
anteriormente são ao vivo, compostos por matérias estaduais de grande repercussão e
relevância. A seguir, passa para o interior, que exibe o seu jornal local previamente gravado.
A jornalista lembra que a transição de blocos é feita logo ao fim do segundo bloco, após o
enunciado da apresentadora Carolina Brasil: “Você que mora no interior do estado fique agora
com as notícias da sua região”. Nesse momento é feito o corte de imediato pelo coordenador
de exibição de cada cidade.
Para que ocorra mínimo de erro essa passagem programação Scher (2011) explica que
“primeiro entramos com a carga de comerciais e depois entramos com nosso jornal, já todo
editado na seqüência”. O tempo estimado para o jornal local é pré-determinado pela gerência
de jornalismo e Meireles (2011) esclarece que o JRO tem em média de 14 minutos, e quando
é feito essa fusão para as praças do interior, não deve ficar menos que cinco minutos o jornal
local de cada cidade. Devendo rigorosamente, respeitar o tempo determinado pela Rede
Globo, para entrada do Jornal Nacional.
Porém, desde o início da pesquisa para este trabalho até atual momento (entre 2010 e
segundo semestre de 2011) o formato para transição teve uma modificação. Scher (2011)
comenta que a apresentadora do JRO, logo no final do segundo bloco, dá uma pausa e
enuncia: “Veja no próximo bloco...”. Nesse momento dá uma pequena pausa, e entra com um
breve enunciado do apresentador de cada cidade do interior, em suas respectivas cidade da
5
Rede Fuso é o nome dado ao sinal diferenciado da Rede Globo para os estados com Fuso Horário diferente de
Brasília. Criado em 8 de abril de 2008, depois de inumeras pressões do Ministério da Justiça e das novas regras
da DJCTQ. Esse sinal é gerado a partir da matriz da Rede Globo no Rio de Janeiro. A Rede Fuso funciona de
segunda a sábado. A programação do domingo é a mesma da Rede Nacional, pois os programas exibidos são de
classificação livre. (CENTRAL GLOBO DE COMUNICAÇÃO - CGCOM, 2008)
87
notícia principal do jornal local, de acordo com espaço aberto, tudo já definido com o setor
operacional da TV Rondônia. Com essa passagem, os demais 23 municípios e a capital Porto
Velho mantém a programação ao vivo do telejornal, como citado anteriormente, exibindo
assim os materiais enviados pelas praças via FTP. Definido dessa forma “para não ficar
repetida a notícia do estado e do interior” (FORTINI, 2011).
Sendo assim, para elaboração do JRO, a orientação padrão às equipes do interior, de
acordo com Meireles (2011): que o assunto factual deve ser enviada à cabeça de rede para
transmissão pela capital a todo estado entre os dois primeiros blocos de exibição geral. Isso
não significa que a reportagem será mostrada somente pelo jornal de abrangência estadual.
Para evitar a possível duplicidade do material, Meireles explica que, é proposta a
solicitação de um formato mais curto ou básico para todo o estado na transmissão pela cabeça
de rede (Porto Velho) – como em VT curto, nota coberta ou stand up – e desdobramentos e
outros vieses ao telejornal local de origem. O objetivo é exibir a informação, mas sem
prejudicar o fade da transmissão local.
Diante disso, para que não aconteça choque de exibição, “é fundamental que haja
sempre contato do repórter da praça onde ocorreu o caso com o editor do JRO ou um dos
chefes de jornalismo em Porto Velho, para que a notícia seja dada nos dois lugares”
(MEIRELES, 2011). Ou seja, “um processo de interação do JRO, com amarração de assuntos,
sempre feita pelo editor do telejornal” (FORTINI, 2011).
O padrão da produção de texto para o JRO deve ser mais objetivo possível. Fortini
sustenta que “como são VT’s mais curtos, o texto precisa ser mais dinâmico e coloquial
possível.
Dentro desse processo de construção do texto, Meireles (2011) complementa que o
formato para o JRO, “deve ser enxuto, de forma que obedeçam as regras básicas de resposta
ao que o telespectador precisa saber, de forma clara e objetiva”.
O pensamento de Traquina (2005, p.91), compreende o mesmo sentido que “Os
jornalistas têm obrigação de escrever de uma forma fácil de compreender, por simplificação”.
Não deixando tornar uma notícia cheia de ambiguidade. Com essa importância da boa
88
interpretação e fácil entendimento do que se é falado, Diniz (2011) acredita seguir um
padrão, procurando sempre ser direto e coeso com a informação.
A regra sendo básica para escrever com clareza e objetividade, faz com que os
valores–notícia estejam presentes em toda técnica de produção jornalística, ou seja, “no
processo de seleção dos acontecimentos, e no processo de elaboração da notícia, isto é, no
processo da construção da notícia” (WOLF apud TRAQUINA, 2005 p.78).
A produção total média de produção diária do JRO na capital é de seis VT’s, entre
VTs completos, NC, totalizando 36 por semana e uma produção mensal em torno de 144
VT’s para o JRO , enquanto que as praças do interior produzem dois por dia, e no máximo 40
VT’s mensal, contando com notas secas, notas cobertas e stand ups. Obtendo, assim uma
média diariamente de um, e no máximo dois VT’s do interior, para o bloco estadual. O
restante dos materiais produzidos, Fortini, (2011), conclui que fica para os blocos locais. “Por
isso a impressão de termos mais matérias da capital nesse telejornal”. Esclarece que:
Para os blocos de rede são materiais de interesse estadual. Os materiais têm
que ser curtos devido ao fade. Dos 12 minutos em média ficam apenas 7
divididos em 2 blocos. Dependendo do tamanho do material conseguimos
exibir no máximo 4 VT´s. No caso das praças priorizamos Notas cobertas e
stand up´s pela agilidade na produção. Mas se a produção é boa sempre
subimos um VT completo para o bloco estadual. Não há uma ordem correta,
dependemos muito do factual de relevância do dia. Mas tem sido uma media
de um VT por semana de cada praça, já que contamos com 5 praças e aos
sábados o JR é totalmente estadual. Isso além dos stand up´s e notas cobertas
sobre assuntos que serão abordados no local. Por dia tentamos colocar pelo
menos 2 materiais das praças nos blocos estaduais.
Na tabela a seguir, pode-se observar a quantidade de participações e interações das
emissoras do interior no telejornal estadual - Jornal de Rondônia, referente o mês de março
de 2011:
89
JORNAL DE RONDÔNIA- EXIBIÇÃO MARÇO/2011
GUAJARÁMIRIM
ARIQUEME
S
JI-PARANÁ
CACOAL
VILHENA
TOTA
L
56
78
34
78
51
297
Tabela 05– Demonstração de exibição média mensal com participação do interior de Rondônia no
Jornal de Rondônia (FORTINI, 2011)
Para a participação do interior nos telejornais estaduais e execução desses materiais,
necessários para produção do JRO, especificamente na TV Cacoal, Diniz (2011) comenta que
busca sugestões de pauta com os demais colaboradores da emissora para elaboração da
notícia, mas, por algumas vezes, saem da emissora sem nenhuma pauta. Buscam também as
fontes, seja na internet, jornal escrito, dentre outros meios que possam auxiliar a buscar
assuntos que, trabalhados produzem boas notícias. Com isso, Diniz (2011) revela que
“diariamente sofremos bastante com a falta de condições de trabalho que vai desde aos
computadores obsoletos aos equipamentos de reportagem e edição.”
O Jornal local de Cacoal, sendo uma rotina de produção bastante agitada, na qual
Bechara(2011) ressalta. Diniz (2011) confirma que com tempo escasso e uma equipe pequena,
a produção dos repórteres é no imediatismo, buscando manter as editorias propostas pela
equipe de jornalismo, diversificando no decorrer da semana assuntos voltas à saúde, política,
trânsito, polícia, esporte, educação, dentre outros.
É nesse sentido que Traquina (2005) expõe que: “o valor do imediatismo exprime
como o fator tempo constitui o eixo central do campo jornalístico”, dentro disso, as notícias
torna-se rapidamente relevantes, na qual o autor expressa a ideia que a “empresa funciona
como uma máquina do tempo que funciona diariamente marcada pelas horas de fechamento”
(2005, p.39).
Com essa corrida contra o tempo para o fechamento do jornal local em Cacoal, Scher
(2011) avalia que quando a equipe sai da emissora com destino certo, fica mais tranquilo a
execução do Jornal local, ”mas, quando sai no escuro fica difícil, pois, tem que ficar
90
procurando e inventando pautas”. As rotinas de produção devem ser produtivas, assegura
Traquina (2011). A divisão de tarefas é uma das rotinas de produção, na qual sistematiza o
trabalho jornalístico.
A participação do interior do Estado no Jornal de Rondônia é demonstrado através do
gráfico e tabela, com o indicativo crescente, que se pode constatar o aproveitamento e
participação na comparação entre os meses de janeiro, fevereiro, março e abril.
Consideramos todas as praças do interior como Grandes praças porque são
minigeradoras. Não temos o que se considera pequenas praças tendo em
vista que o jornalismo das praças de Jaru e Rolim de Moura foram
desativados. A estatística foi feita com base na exibição de script´s
lembrando que alguns editores ainda esquecem de colocar o município
corretamente diminuindo a participação do interior e que o sistema easynews
teve problemas no mês de fevereiro desaparecendo com alguns dados. Por
isso essa estatística feita a partir do sistema pode não ser a real.(NEVES;
INDICADORES TV RONDÔNIA, 2011)
PARTICIPAÇÃO DO INTERIOR
Gráfico 07 – Participação do interior no Jornal de Rondônia (TV RONDÔNIA, 2011)
91
Demonstrado em tabela:
1º SEM
Total de
Participação
Grandes
Praças
Pequenas
Praças
%
JAN
FEV
MAR
ABR
100
100
100
100
68
107
297
314
0
0
0
0
68%
107%
297%
314%
MAI
JUN
Tabela 06 – Participação do interior no Jornal de Rondônia (TV RONDÔNIA, 2011)
Batista (2011) entende que as emissoras precisam ter mais equipes, estrutura maior,
“apesar de sempre estarem em busca, onde num espaço pequeno de tempo, as equipes da
capital e interior terão condições melhores de trabalho”. Acredita também que o resultado
obtido hoje é muito bom, o dia-a-dia dos telejornais.
A influência da tecnologia, Batista (2011) cita que ainda é um trabalho que está em
andamento, “falta muito para conseguir fazer realmente um jornalismo que a gente pensa em
fazer”, “mas está em construção. [...] Já mostraram que a Amazônia tem bons profissionais”.
Outro fator que Batista lamenta é o fato de ter tão poucas faculdades de jornalismo na
região norte, mas acredita que já existe uma história do jornalismo da Amazônia, e espera
também poder dar um suporte de maior qualidade para as emissoras, para que a população
receba um trabalho virtuoso.
“Mas, acho que a Rede Amazônica é um desafio que ela enfrenta
diariamente, e tem como meta principal e conseguir suporte pra que a
gente faça esse jornalismo de primeira. É uma empresa extremamente
focada, na questão tecnológica. [...[essa tecnologia do FTP, que a gente
tem, poucas emissoras no Brasil tem,. Agora por exemplo, nós estamos
dando esse paço da TV digital, muito mais rápido que muitas outras
emissoras, o fato da gente já ter o jornalismo digital, aqui em Manaus, já é
uma escola interessante que é poucas emissoras no Brasil que tem isso.”
Assim, com advento de novas tecnologias, atualidade exige que se faça adequações,
cometa Batista (2011), e a Rede Amazônica está desenvolvendo projetos estratégicos de
mudança nas emissoras. Projeto, conforme Batista finaliza, irá abranger todos os setores
ligados ao grupo. E nesse momento o objetivo está na implantação da TV digital nas capitais e
no próximo ano estender para as demais transmissoras do interior do estado. Tornando
92
possível a reestruturação e reavaliação diária dos trabalhos da TV Rondônia e interior para
sempre estarem produzindo uma rotina de produção determinada.
93
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No telejornalismo, Gladis Linhares Toniazzo (2007) descreve bem a noção de região
e localidade, e leva a pensar, que podemos estar próximos espacialmente, porém afastados
geograficamente. Caracterizando um espaço com elos de proximidade e familiaridade,
rompendo barreiras e influenciando com o seu conteúdo, no qual as notícias exibidas no
telejornalismo criam identificação, fazendo que tenha a função de transmitir conhecimento e
informação, norteando uma comunidade.
Os critérios utilizados para estudar o objeto desta pesquisa foram baseados na teoria
do Newsmaking, agregando os valores-notícia com relato descritivo da produção do Jornal de
Rondônia em Rede, pertencente ao Grupo Rede Amazônica de Televisão – afiliada Rede
Globo e todo seu interior. A importância em manter os valores-notícia atrelados à ideia da
audiência, ao que está sendo veiculado, são formas utilizadas pelos jornalistas ao longo de
todo o processo de construção das notícias.
Portanto, são diferentes as formas de inclusão e combinação entre os valores-notícia,
que é determinante a partir de um fato exposto. Dentro desses critérios, através da observação
da rotina de produção do Jornal de Rondônia, foram identificadas ações embutidas à teoria
Newsmaking em sua construção.
O telejornal estudado também adota seus próprios valores na seleção do que será
noticiado. A escolha deste tema se deu justamente, por tratar-se do único telejornal da
mencionada que disponibiliza espaço fixo e periódico para a transmissão de notícias
produzidas nas cidades do interior do Estado, caracterizando assim uma rede. Estas
retransmissoras possuem redações e estruturas próprias formadas e com produção de acordo
com cada realidade local.
Com a forma dinâmica da produção telejornalística em rede, na relação TV Rondôniacapital e retransmissoras-interior, representadas na pesquisa pela realidade da TV Cacoal, foi
demonstrado como é produzido o Jornal de Rondônia num âmbito estadual e local. Rotinas
essas que contribuem para o aprimoramento das relações jornalísticas entre as praças desta
emissora em Rondônia no que se refere ao telejornal em rede - especificamente o JRO. Sendo
observada a forma de disponibilidade de materiais do interior do Estado, através do envio
virtual dos produtos jornalísticos, para a central de informações do grupo em Porto Velho, até
94
a produção/participação e (re)transmissão integral/parcial de cada emissora do interior de
Rondônia. Estudar os critérios de noticiabilidade e valores-notícia utilizados no telejornalismo
regional proporcionou a identificação de rotinas que, juntamente a estes critérios compõem as
etapas de produção de um telejornal.
Em um primeiro momento do estudo, pode-se considerar que, antes de qualquer valornotícia relacionado ao fato, aos meios de comunicação, o interesse da organização influencia
muito para que o “formato industrial” seja aplicado na TV Rondônia-capital e seu interior.
Observou-se determinação da Diretoria de Jornalismo do Grupo, passando assim por
procedimentos próprios e limites de organização, onde indica que jornalista passa de alguma
forma, por uma submissão de um planejamento produtivo interno do grupo.
Das categorias observadas dentro do Jornal de Rondônia, os interesses estão
relacionados à organização e à estruturação, nas quais a TV Rondônia possui uma rotina de
apuração dos fatos a partir de um rigor que respeita a hierarquia dentro do seu quadro
estrutural funcional, que as exigências do grupo são organizacionais e estruturais, na qual
adotam como elementos fundamentais para a reprodução da
realidade social no seu
telejornal.
Nesta pesquisa, constata-se que para produção do telejornal em rede, o interesse da
organização, da emissora em si, está diretamente ligado à linha editorial determinada pela
central Globo de Jornalismo. Assim o interesse do veículo gera restrições ligadas ao trabalho
rotineiro. Através desta linha editorial, em com base neste estudo, considera-se que a TV
Rondônia busca conciliar a liberdade de expressão com interesses internos da empresa,
através de padronização entre modelos de produção da capital e do interior.
No entanto, observou-se que a partir do relato descritivo sobre as notícias da região,
entendeu-se que há outra pertinente consideração a ser registrada: o retrato da importância da
emissora regional na construção de uma identidade local, com conteúdos peculiares aonde
está situada. É o que demonstrou o editor-geral de Jornalismo da Rede Amazônica, Luís
Augusto Batista, ao sustentar a ideia que é necessário, dentro da organização, manter a
“identidade de rede”, com troca de produtos jornalísticos entre capital e interior, sendo a
interação primordial entre os profissionais, porém, com padrão em estilo de linguagem e
formatação.
95
Quanto à linguagem, na pesquisa observou-se que os profissionais relatam que
procuram escrever com clareza e objetividade, numa linguagem coloquial e regional, fazendo
com que os valores–notícia estejam presentes em toda técnica de produção jornalística, ou
seja, desde a seleção do fato, na elaboração da notícia, enfim,
no processo
geral da
construção da notícia. Sendo uma rotina de elaboração diária, o JRO pode ser considerado
como qualquer outro telejornal, que tem base principal os acontecimentos, priorizando o
factual, pois é uma linha noticiosa com o mesmo formato do Jornal Nacional.
Nessa visão, a interação entre a capital e as cidades do interior de Rondônia está
focada no mesmo propósito, interagindo nas relações sociais e técnicas. Deste modo, a TV
Rondônia e seu interior estão em constante transformação da realidade local.
No decorrer do relato na pesquisa, leva-se em consideração ainda que, com toda a
transformação da rede e sua visão quanto à produção em rede com as cidades do interior,
houve a necessidade da implantação da Coordenação do Interior, que passou a ter maior
contato e aproximação com estas cidades. Com isso desenvolveram uma forma de produção e
execução de ações que possam divulgar os fatos, ligando todos os responsáveis do jornalismo
das praças do interior com a redação da capital. Tendo resultado positivo, a intenção foi de
passar a funcionar como se a redação fosse uma só em todo o Estado. Indicando com esse
formato equipes organizadas, que interagem constantemente entre capital e interiores.
Num segundo momento de estudo, demonstrada a influência do tempo, com a
atualidade, brevidade e relevância das matérias produzidas, em que as emissoras oferecem a
informação por meio da tecnologia disponível para a cabeça de rede, que será utilizada no
Jornal de Rondônia. Ligado ao sentido que se deve dar ao acontecimento, a notícia é avaliada
pelo jornalista, para tornar o fato relevante às pessoas, demonstrando que existe algum
significado para elas, ou seja, fazer compreender o valor-notíca.
Por buscar “o fazer compreender” a notícia pelos telespectadores, o JRO aborda os
assuntos regionais da comunidade local, rotina produtiva desenvolvida com informações e
acontecimentos factuais e breves, não ocorrendo mudanças de informações quando exibidas
no Jornal de Rondônia em âmbito estadual.
Considerando que a rotina de produção do Jornal de Rondônia tem ritmos diferentes
no quesito pessoal, esse fator não causa alteração quanto à produção de VT ou do telejornal
96
completo, afinal o
tempo de exibição corresponde ao formato previamente estipulado
diariamente. Porém, observa-se com isso que os acontecimentos são, muitas vezes,
mencionados apressadamente. Essa característica é atribuída à produção da informação, o que
permite efetuar a cobertura diária do acontecimento, podendo em algumas vezes, dificultar no
aprofundamento e na compreensão.
Leva-se em consideração ainda que, para a produção do Jornal de Rondônia na capital
são destinadas três equipes; e no interior uma equipe de reportagem na parte da manhã para
produção dos VT’s e outra à tarde para o fechamento e gravação do jornal local. Já TV
Cacoal, consta com um total de três equipes de jornalismo local, embora com equipe maior, o
tempo de execução é o mesmo das demais emissoras do interior.
A respeito do tempo determinado pela Rede para execução do Jornal de Rondônia na
capital e interior, considera-se quanto à notícia, sendo esta um “bem altamente perecível”;
deste modo enfatizando a velocidade. Dessa forma, o gerente de jornalismo de Rondônia,
Nonato Neves, avalia que essa aceleração para evitar o perecimento se dá com um mesmo
processo de construção da notícia, ou seja, um padrão. Contudo, a pesquisa considera também
que há um confronto neste aspecto ao fato do repórter do interior exercer várias funções
(produtor, repórter e apresentador), possibilitando assim menos agilidade na produção diária,
não por incompetência, mas por este realizar uma tarefa de cada vez; ao passo que na capital,
cada função tem um profissional diferente.
Todavia, observado que a realidade das redações do interior é bem diferente no
quesito pessoal. O processo de estruturação funcional das emissoras do interior ainda não se
enquadra no formato da teroria newsmaking, que assegura a divisão de tarefas como uma das
rotinas de produção, na qual deve sistematizar o trabalho jornalístico. Diniz (2011) confirma a
observação feita, o que é considerado nesta pesquisa na constatação que o interior não tem um
profissional na função de pauteiro; e as pautas são coletadas através de informações entre
colaboradores, jornais escrito, sites e fontes que estão ligadas aos repórteres ou alguém da
produção do jornal. Considera-se ainda o que o editor da TV Cacoal, Scher (2011),
exemplifica quanto à essa questão, ao mencionar que os repórteres quando saem com algo
definido, facilita o trabalho e do contrário, o trabalho fica mais lento.
Nesta observação de rede, o estudo considera que o tempo de jornal determinado à TV
Cacoal (e a todas as retransmissoras com redação de jornalismo), é preenchido com matérias
97
de interesse da população e finalizado e transmitido diariamente, mesmo com dificuldades de
produção/execução/edição no tocante ao número de profissionais. A satisfação de
cumprimento profissional é descrito pela repórter local da TV Cacoal, Bechara, ao perceber o
reconhecimento do público em telefonemas, e-mails e até mesmo visitas à TV Cacoal
comentando sobre os aproximados cinco minutos de apresentação local. Considerando essa
ação, conclui-se que mesmo com o tempo determinado para execução do telejornal,
o
jornalista não pode ser vítima do tempo, e sim dominador do tempo.
Ainda de acordo com a pesquisa, em diferentes momentos, considera-se que a rotina
de produção e a elaboração de pautas acabam alimentando o interesse próprio dos repórteres
para a transformação da notícia. O interesse em tornar possível o reconhecimento de uma
notícia, elaborar dentro dos valores-notícia, com conceitos e critérios sistematizando o
trabalho nas redações do Jornal de Rondônia, na capital e interior.
Outra ação considerada relevante ao estudo diz respeito à rotina de produção do Jornal
de Rondônia dentro da exibição em tempo total destinado pela Rede Globo. O JRO Estadual
diário tem aproximadamente 14 minutos, divididos em três blocos com média de cinco
minutos cada, sendo os dois primeiros para transmissão ao vivo e exclusiva de Porto Velho, e
o último bloco destinado para as retransmissoras, onde exibem assuntos de interesse estadual
ou temas locais.
A produção do interior é editada previamente, ou seja, não é veiculada com
interlocução ao vivo do apresentador. Na finalização do segundo para o terceiro bloco, após a
central de controle fazer a fusão do estadual às emissoras do interior, o JRO continua sendo
exibido ao vivo para as demais minigeradoras no estado, que obtém o sinal da estadualização,
conforme relatado no corpo da pesquisa. A consideração de faz necessária pelo fato de que,
enquanto isso as cidades de Guajará-Mirim, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Villhena
transmitem o seu jornal local pré-editado no último bloco, quer dizer, somente estas cidades
terão notícias locais, e gravadas; o restante do Estado continua com a transmissão ao vivo,
direta de Porto Velho, no total dos três blocos. A rede só se efetiva localmente com as
retransmissoras que possuem redações jornalísticas.
Na consideração a respeito da troca de materiais jornalísticos entre capital e interior
para exibição em âmbito estadual nos dois primeiros blocos, observou-se a preocupação de
não repetir o formato da praça local com a cabeça de rede, sendo reformulado, um produto
98
mais curto ou básico para todo o estado - como um VT curto, nota coberta ou stand up –
enquanto a praça que enviou essa matéria à Porto Velho, tem a possibilidade de veiculação do
formato com mais tempo e aprofundamento no último bloco destinado à sua localidade.
Sobre esta dinâmica, o estudo atentou-se ao relevante processo de interação do JRO com o
interior, para a utilização de matérias com assuntos previamente discutidos entre o editor do
telejornal da capital e o apresentador local.
Embora o resultado obtido nos relatos sobre a produção e exibição do JRO capital e
interior indica o cumprimento de uma interação em rede e também a preocupação em
veiculações localizadas, é notória a consideração quanto à necessidade de adequação do
quadro funcional nas praças interioranas para completar os critérios que dominam a rotina de
produção, especialmente, se comparada ao número de profissionais na capital.
A pesquisa considera que as rotinas produtivas da TV Rondônia e TV Cacoal não são
homogêneas, dada à regionalização do JRO. Essas diferenças são notadas por conta da
adaptação ao modelo de telejornal empregado em cada emissora do interior, suas equipes e
respectivas funções, além da peculiaridade de acontecimentos em cada cidade. Embora, com o
tempo menor destinado ao interior (cinco minutos no último bloco), sua execução não é
prejudicada. A produção jornalística é mantida com objetivos integrados e propostas que
diversificadas, também dependente da dinâmica de acontecimentos de cada localidade.
O estudo relatou a dinâmica e o desempenho das rotinas de produção das emissoras
TV Rondônia e TV Cacoal considerando que a identidade destas é uma realidade regional,
mesmo em cinco minutos de exibição do telejornal localizado. Indicando assim a utilização
previamente definida dos valores-notícia em sua produção diária, conforme concentra a base
teórica desta pesquisa: o newsmaking.
Este trabalho não teve, em nenhum momento, a pretensão de julgamento, análise de
conteúdo ou exposição das negativas de produção do objeto escolhido para estudo. É o relato
organizado e amparado metodologicamente na técnica de entrevista com abordagem
qualitativa, pesquisas bibliográficas e documentais que
espera ter retratado a rotina de
produção do Jornal de Rondônia, abordando suas rotinas produtivas com base em critérios de
noticiabilidade da teoria de jornalismo Newsmaking.
99
O estudo fica aberto para uma possível continuação em níveis de maior
aprofundamento, da pertinência deste trabalho, podendo igualmente, servir como fonte para
outras pesquisas relacionadas à rotina diária de construção do referido telejornal, ainda tão
pouco discutido cientificamente em Rondônia.
100
REFERÊNCIAS
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[email protected]> enviado a esta pesquisadora
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enviado
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esta
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MEIRELES, Bethânia. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica – TV Rondônia.
E-mail: <[email protected]> enviado a esta pesquisadora
([email protected]) em 15 jul 2011
MORONI, Benedito de Godoy; RUAS, Reinaldo Lázaro. Jornalismo Regional. Presidente
Epitácio: Epitaciana, 2006.
NEVES, Raimundo Nonato Rodrigues das. Estruturação do Jornalismo da Rede
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pesquisadora ([email protected]) em 22 jul 2011.
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PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo.. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2008.
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______________________ História da Empresa. Disponível em <http://portalamazoniateste.tempsite.ws/sites/30anos/portal1.htm> acesso em 20 jul 2011.
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RABAÇA, Carlos Alberto;BARBOSA,Gustavo Guimarães. Dicionário de Comunicação. 2.
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REZENDE,Guilherme Jorge De .Telejornalismo no Brasil um Perfil Editorial . São
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RIBEIRO, Ana Paulo Goulart; SACRAMENTO, Igor; ROXO, Marco. História da Televisão
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ROMAN, Regilson da Silva. História da TV Guajará-Mirim. E-mail
<[email protected]> enviado à esta pesquisadora
([email protected]) em 04 ago 2011.
SCHER, Fábio. Estrutura do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Cacoal. E-mail:
<[email protected]> enviado a esta pesquisadora
([email protected]) em 06 jul 2011.
SCHEUC, Erwin. A entrevista na investigação social. In: KÖNIG, René.
SODRÉ, Muniz. A máquina de Narciso. Rio de Janeiro: Achiamé,1984.
102
SQUIRRA, Sebastião Carlos De M. Aprender Telejornalismo. São Paulo: Brasiliense,
2004.
TONIAZZO, Gladis Salete Linhares. Caminhos da Informação na Rede Matogrossense de
Televisão. Campo Grande: UNIDERP, 2007.
TORRES, Elmo. Estruturação da TV Ariquemes. E-mail:
<[email protected]> enviado a esta pesquisadora
([email protected]) em 04 ago 2011.
TRAQUINA, Nelson. Teoria do Jornalismo. A tribo jornalística – uma comunidade
interpretativa transnacional. 2 ed. Florianópolis: Insular, 2005.Tratado de sociologia
empírica. Madri: Tecnos, 1973. v. 1, p. 166-229.
VIZEU,Alfredo; PORCELLO, Flávio; COUTINHO,Iluska.(org) 40 Anos de Telejornalismo
em Rede Nacional: olhares críticos. Florianópolis: Insular, 2009.
VIZEU,Alfredo; PORCELLO, Flávio; COUTINHO,Iluska.(org) 40 Anos de Telejornalismo
em Rede Nacional: olhares críticos. Florianópolis: Insular, 2009.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação – Mass media; contextos e paradigmas; Novas
tendências; Efeitos a longo prazo; O newsmaking. Lisboa; Editora Presença,1994.
103
ANEXO I
ENTREVISTA COLETADAS
TORRES, Elmo. Estruturação da TV Ariquemes. E-mail:
<[email protected]> enviado à esta pesquisadora
([email protected]) em 04 ago 2011
Original Message ----From: Elmo Torres
To: Janete Merlo - Gerencia TV Vilhena
Cc: Luis Cláudio
Sent: Thursday, August 04, 2011 12:53 PM
Subject: Início da Emissora - TV ARIQUEMES
Cara Janete!
Em resposta a vossa solicitação, segue os dados da Emissora TV ARIQUEMES.
Início da Emissora: 26/12/1979
Administrador atual: LUIS CLAUDIO MACEDO
Número de funcionários atual: 21
Funcionários área de Jornalismo: 05
Equipe de Jornalismo: 02 Manhã e 02 Tarde
Editor de Jornalismo: 01
Números de habitantes área urbana: 84.000
O que motivou a Instalação da Emissora no município de Ariquemes: Em todo o estado na
época de 1979 estava sendo implantado pela Rede Amazônica sendo esta detentora desta
concessão das afiliadas da Rede Globo, começando pela capital Porto Velho e posteriormente
o eixo de Rondônia, A necessidade de estar em todos os lugares, levando a informação.
Atenciosamente,
Elmo Torres
Chefe Administrativo - Tv Ariquemes
Grupo Rede Amazônica de Rádio e Televisão
69 - 3535-2499 / 5506 / 2832
69 - 9989-1859
[email protected]
Skype: Opec.tvarq
104
ROMAN, Regilson da Silva. História da TV Guajará-Mirim. E-mail
<[email protected]> enviado à esta pesquisadora
([email protected]) em 04 ago 2011.
----- Original Message ----From: [email protected]
To: [email protected]
Sent: Wednesday, August 03, 2011 4:50 PM
Subject: Historia Tv Guajará
Boa Tarde!
Janete, segue em anexo um pouco da historia da praça guajara não sei se poderá ajudar pois foi
o que consegui de informações sobre a nossa praça, estou na empresa a cinco anos. Sem mais
Historia TV Guajará – Mirim
Entre as décadas de 70 e 80 surgia no município de Guajará - Mirim o primeiro canal de
televisão TV Guajará – mirim canal 3 repetidora com suas instalações em uma sala da
prefeitura municipal, onde o prefeito da época era o senhor Rigomero da Costa Agra que
juntamente com o senhor Dr. Phellip Daou (Diretor Presidente da empresa) inauguram a
primeira repetidora do grupo rede amazônica em Rondônia, sua programação tinha inicio as
16:00h até as 24:00h e vinha gravado em fitas UMATIC, o curioso é que na época não havia
pavimentação asfáltica na rodovia que ocasionava muitas das vezes atraso nas fitas, ou seja, as
noticias que veiculavam em todo Brasil aqui era veiculada com um dia de atraso devido as,
mas condições da estrada. No ano de 1984 começamos operar com satélite e sede própria,
onde permanece até a data de hoje na Av. Dr. Lewerger nº 1527 B: 10 de Abril.
A TV Guajará hoje é composta por 13 funcionários sendo eles:
Administração: Regilson da Silva Roman
Operação comercial: Altieri Oliveira e Januaria Justa
Jornalismo: Leile Ribeiro/repórter
Rilmo Dantas e Cleison Sales/cinegrafistas
Operação VT: Genival Nunes, Rodrigo Nobre, Hirwin Antunes, Aldemar Torres e Max
Fernandes.
Cds.
Regilson Roman
Gestor Tv Guajará – Mirim
105
DINIZ. Fábio. Estruturação da TV Cacoal. E-mail <[email protected]> enviado a esta
pesquisadora ([email protected]) em 05 ago 2011.
----- Original Message ----From: Fábio Diniz
To: Janete tv vilhena
Sent: Friday, August 05, 2011 6:14 PM
Subject: texto
Minha querida perdão, o texto não tem a qualidade que merecia, mas estou numa corrida que
eu
ainda
não
sei
onde
é
a
chegada,
rsrs
Mas espero que ajude. bjs querida e te mais.
A TV Cacoal é uma microgeradora de televisão com sede na cidade de Cacoal, afiliada da
Rede Globo. A emissora recebe o sinal da Rede Fuso devido a diferença de uma hora em
relação ao horário de Brasilia. Fundada pelo jornalista Phelppe Daou.
A TV Cacoal transmite apenas um programa local, o Jornal de Cacoal com a duração em
média de 6 minutos, produzido pelo departamento de jornalismo da emissora que é composto
por cinco profissionais, jornalistas Fábio Diniz e Graciela Bechara, cinegrafistas Jakson Binas
e Renan Montes e o editor de imagens Fábio Schér.
Toda produção do departamento de jornalismo e reproduzida em rede estadual nos telejornais
da Rede Amazônica (Bom dia Amazônia, Amazônia Tv e Jornal de Rondônia)
A TV Cacoal foi a primeira emissora de TV a se instalar na cidade, no dia 13 de novembro de
1981 a mini geradora foi inaugurada. A TV Cacoal além do jornalismo, dispõe de cinco
profissionais no departamento de operação, dois no departamento OPEC – Operação
efetivação de contrato (Denise e Simone), departamento financeiro (Adriely Pinheiro),
departamento comercial (Silvana Viana, Andressa..., Jane... e Claudion) dois profissionais de
auxiliar de serviços gerais (Otimia e Nestor) e o gestor Rolnan Alencar.
A TV Cacoal está localizada na Avenida Recife, 417 bairro Novo Cacoal. Telefone é o 3441
2899
Fábio Diniz
Jornalista
"O maior valor da vida é ter hombridade.
TV Cacoal - Filiada Rede Globo
Rede Amazônica
Contatos
69 3441-2899/ 9282-0969
[email protected]
106
"
BALIEIRO.Arlene. Estruturação da TV Vilhena. E-mail:
[email protected]> enviado a esta pesquisadora
([email protected]) em 08 ago 2011
Original Message ----From: [email protected]
To: [email protected]
Sent: Wednesday, August 03, 2011 4:31 PM
Subject: Texto Janete
Eis o texto conforme solicitação!!
TV VILHENA
João Andrade de Castilho foi o primeiro gerente da TV Vilhena, instalada na mesma data de
emancipação do município - 23 de novembro de 1977. Sua primeira transmissão foi ao ar às
18 horas, repetindo uma novela produzida pela rede Globo.
No início, a TV realizava o papel de uma rádio. Não havia imagem durante os intervalos
comerciais. As notas de falecimento eram feitas sem imagens e as entrevistas tinham apenas
som, pois na época não havia câmera de filmagem.
A TV Vilhena - Afiliada Rede Globo do grupo Rede Amazônica de Televisão – foi a primeira
empresa de comunicação a se instalar em Vilhena. Pioneira, chegou à cidade mesmo antes do
rádio. Hoje, com 20 funcionários que atuam nas mais diversas áreas e sob a gerencia
administrativa de Janete Merlo, a emissora retransmite ao público vilhenense toda
programação nacional, estadual e regional da Rede Globo.
Duas equipes são responsáveis pela área jornalística. Repórteres: Arlene Balieiro e Renato
Barros; Cinegrafistas : José Manoel e Tiago Mendes. A programação local dura em média
cinco minutos, todo material exibido in loco também é reexibido para todo o Estado.
Bjos. Boa Sorte.
Arlene Balieiro
Repórter/Apresentadora
107
CAMPOS, Rosilene Teodoro da Silva. Estruturação da TV Ji-Paraná. E-mail:
<[email protected]> enviado a esta pesquisadora
([email protected]) em 29 jul 2011.
----- Original Message ----From: [email protected]
To: [email protected]
Sent: Tuesday, July 29, 2011 9:05 PM
Subject: Historia TV Ji-Paraná
Janete, segue conforme solicitação.
HISTÓRIA DA TV JI-PARANA
Em 05 de setembro de 1976 chegaram os equipamentos na então Vila de Rondônia para a
instalação da repetidora da TV pertencente à Rede Amazônica de Televisão, com a ajuda do
prefeito Walter Bartolo a torre ficou pronta, em 08 de setembro a emissora sofreu uma pane e
como era difícil de conseguir peças em Rondônia, o Sr. Costa ofereceu um grande radio para
que fosse tirada a peça para colocação no transmissor e só assim a TV JI-PARANA foi
inaugurada em 13 de setembro de 1976. No ato da inauguração foi celebrada uma missa
campal e a programação da repetidora seguia a de Porto Velho, através do vídeo cassetes.
Sendo seu primeiro gerente Sr. Celso Carelli, no começo não havia programação nos
intervalos, sendo exibidos clips de musicas para ocupar esse espaço e utilidades publicas
também era exibidos, como notas de falecimentos e perda de documentos.
Hoje a TV JI-PARANA possui 2 equipes de jornalismo, sendo 2 cinegrafistas (Valdinei
Fernandes que trabalha na emissora há 16 anos e Raimundo Nonato Lima da Cruz com 24
anos de TV) e 2 repórteres/apresentadores ( Patrícia Góes e Roberto Oliveira) . Possui
também repetidoras em Presidente Médici, Ouro Preto, mirante da serra, nova união, são
Miguel, teixeiropolis, seringueiras, entre outras que estão sendo instaladas.
A emissora atualmente tem 25 colaboradores, distribuídos em vários setores como, 3 na opec,
4 no setor comercial, 4 jornalismo e o restante no setor administrativo, contando com
motorista, auxiliar serviços gerais, financeiro e recepcionista.
Abraços! sorte
Rosilene Teodoro da Silva Campos
Chefe financeiro
108
CORDEIRO, Milton. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica. E-mail:
<[email protected] > enviado a esta pesquisadora
([email protected]) em 20 mai 2011.
----- Original Message ----From: Dr. Milton Cordeiro - Diretoria Rede Amazônica
To: [email protected]
Sent: Friday, May 20, 2011 7:03 PM
Subject: Entrevista
Prezada Janete
Respondo à sua solicitação. Antes, porém, devo apresentar-me: Milton de Magalhães
Cordeiro, um dos sócios fundadores da Rede Amazônica de Rádio e Televisão. Jornalista
Profrissional com registro na DRT/Am. Bacharel em Direito. Sou Vice-Presidente de
Jornalismo da Rede (antes a . função estatutária era de Diretor Geral). 79 anos de idade.
Amazonense, casado com Maria Edy Serejo Cordeiro há 54 anos; 05 filhos, 10 netos e 04
bisnetos.
.......
1a. Pergunta - Resposta: O telejornalismo da Rede Amazônica tem muita relevância
porque atinge a totalidade das cidades que têm o sinal da sua programação. O importante é o
telespectador assistir no vídeo da sua casa a notícia mais destacada da sua cidade. Outrora -- e
talvez raramente -- o rádio se lembrasse da existência do interiorano que agora desfruta do
noticiário qualificado, das novelas, show, etc. O mundo mais do que nunca faz parte de uma
grande aldeia global, como definiu no passado o sociólogo MacLuhan. O progresso
tecnológico possibilitou à sociedade o acesso aos mais diferentes meios de comunicação, e
com isso, a informação -- bem precioso da sociedade de consumo -- está mais presente na vida
das pessoas. Isto é uma tônica na realidade de vida da Rede Amazônica: integrar as pessoas.
Por isso sua visão de empresa é "contribuir para a integração da Região Amazônica
oferecendo informação de qualidade, entretenimento e cultura por meio da utilização da mais
alta tecnologia disponível com base nos princípios da Liberdade, da Verdade e da Justiça". O
avanço da Emissora ao longo de quase 40 anos de história, tirou a Amazônia do isolamento.
A população do interior (não só das capitais) toma conhecimento em tempo real de tudo o que
ocorre no Estado, no País e no mundo. E isso se dá quer seja por meio do sinal recebido
diretamente do satélite ou pelo sinal que chega à sua casa por meio de várias retransmissoras e
mini-geradoras. A grade de programação local contempla telejornais com integração regional,
justamente para levar ao cidadão, à cidadã amazônicos, notícias que acontecem em seu meio.
Isto porque a função nacional e internacional é desenvolvida com excelência também pela
Rede Globo, da qual a nossa emissora-lider -- a Tv Amazonas -- está afiliada desde a década
de 80. É parte presente no trabalho das equipes de jornalismo a base moral da Empresa, A
nossa conduta ética de agir é percebida pela sociedade. Os avanços tecnológicos são muitos e
as equipes sempre estão se adequando às transformações. Nos locais mais distantes, em
pontos estratégicos da região,sempre há um representante da Rede Amazônica para dar voz ao
anseio da sociedade. Esse profissional representa uma população sofrida e mostra na tela das
Tvs Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima, e consequentemente da Rede Globo, o
que a Amazônia tem no seu quotidiano. /////////////////
109
2a. Pergunta - Resposta: Nas capitais dos Estados da nossa área de cobertura (Manaus,
Porto Velho, Rio Branco, Macapá e Boa Vista) o telejornalismo mantem equipes profissionais
que cuidam da pauta diária selecionando os factuais de maior relevância para depois exibilos. Portanto, cada Gerente de Jornalismo acompanha essas reuniões diárias discutindo com
as respectivas equipes o que melhor interessa ao telespectador. O Editor Geral e o VicePresidente de Jornalismo também são entrosados nessa tarefa de Rede interagindo com
as Praças fora de Manaus. A função de pensar estratègicamente quais ações devem ser
tomadas e como direcioná-las, é uma das muitas tarefas da direção de jornalismo. O dia a dia é
desenvolvido pelas equipes de cada telejornal, com seus integrantes na capital e interior do
Estado. É preciso relacionar a importância que determinados assuntos têm. Ver se o foco é
local demais ou se pode ser repassado para todo o Estado.
É a direção de jornalismo quém define a linha editorial da emissora. A lógica pela qual a
Empresa enxerga o mundo é orientada por ela. E é essa visão quém irá influenciar
decisivamente a construção da notícia. Só lembrando que no caso da Rede Amazônica o seu
jornalismo tem na sua linha editorial os valores da Empresa que são: "Ser reconhecida como a
Rede de Comunicação referência da região Norte, proporcionando a sua integração e
desenvolvimento; Contribuir para a melhoria da qualidade de vida do povo amazônico através
da promoção do lazer, entretenimento, informação e cultura; Assegurar a satisfação dos
clientes através da excelência dos seus processos e serviços". A figura da direção está ligada à
pessoa mais experiente do grupo. É dela o comando geral da equipe. E embora tenha um
pouco mais de 50 anos de jornalismo, cada dia é um novo dia; a espera de um "furo" de
reportagem que dê destaque aos telejornais e possa informar à população, aproximando as
pessoas por meio da notícia. A função de um diretor é muito mais do que dar a palavra final
ao processo. Ele é quém gerencia tudo: desde uma "cobertura" simples a uma grande
catástrofe. Como as equipes são lideradas por chefes imediatos, na Rede Amazônica a relação
da direção com capital e interior se dá por intermédio dessas figuras de liderança na redação.
É delas a espinhosa tarefa de alinhar assuntos, discutir coberturas futuras, gerenciar acidentes
que ocorram em seu raio de atuação. Em momentos onde cabe uma intervenção editorial,
entra a fugura, no caso da Rede Amazônica, do Vice-Presidednte de Jornalismo, que ouviu
atentamente antes de decidir a Gerente e o Editor-Geral. /////////////]
3a. Pergunta - Resposta: A Rede Amazônica tem imensa responsabilidade na apresentação
diária dos seus noticiosos. É uma Empresa de Comunicação não vinculada a grupos políticos
e econômicos. É independente, e pelo seu posicionamento democrático este ano completará
no vindouro mês de setembro 39 anos de atividades. Suas instalações não têm luxo, mas são
confortáveis para o seu trabalho; trata os funcionários como uma família e cumpre com rigor
os compromissos que assume. Dispõe de equipamentos modernos da chamada Era Digital e
trata o telespectador com dignidade proporcionando-lhe a programação nacional Globo e o
forte sentimento regional de Amazônia. Ao longo de 39 anos de existência, no jornalismo,
uma das marcas da Empresa foi revelar talentos. Dar oportunidades à juventude para que
mostrasse e mostre ainda um potencial profissional que tem sido tônica presente no
jornalismo. E muitos surgiram na redação da Rede Amazônica. Diante dessa realidade foi
fundamental a criação da Fundação Rede Amazônica -- idéia concebida pelo fundador e
Presidente Phelippe Daou – cujo trabalho alicerçado em 26 anos de existência (não confundir
Fundação com a empresa Rádio Tv do Amazonas Ltda) passou a cobrir uma lacuna então
existente no mercado local: a formação de mão-de-obra de nível médio, com especialidade
técnica para o segmento radiodifusão (tv e rádIo), inserindo-a no mercado amazônico saído
das suas salas de aula cuja grade curricular é reconhecida pelo M.E.C. A Fundação esmera-se
110
numa contribuição a prol da Amazônia com um trabalho nas áreas de educação, cultura, meio
ambiente e entretenimento. ///////////////////
//////////////////////////////////////////////////////
Prezada Janete
Acredito que satisfiz o seu desejo. Releve-me se não atingi os objetivos-fins.
Milton
111
BATISTA, Luis Augusto Pires. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica.
Entrevista a esta pesquisadora via skype/internet. Duração: 18min47seg. em 23 mai 2011
Luis Augusto Pires Batista
Editor Geral de Jornalismo
Rede Amazônica
Janete: Qual a hierarquia da Rede Amazônica no Jornalismo?
Luis Augusto: Ah!... Nós temos o presidente que e o Dr Phellipe Daou, ai nós temos, é...
quatro vice-presidentes, sendo que vice presidente do jornalismo Dr. Milton Cordeiro, que é o
nosso comandante, aí abaixo do Dr. Milton estou eu, que sou editor geral de jornalismo, tá?
Janete: Ok.
Luis Augusto: A minha função é gerenciar as cinco emissoras de jornalismo, as 5 emissoras e
a ... e a sucursal de Brasília. Ai, abaixo de mim temos os chefes de jornalismo, ta Ercilenegerente TV Amazonas, no caso ai da TV Rondônia o gerente é o Nonato. Abaixo do Nonato
que é o gerente de jornalismo lá, temos a Bethânia Meireles que é chefe de redação da TV RO.
Janete: Ok.
Luis Augusto: E abaixo dela temos o Benedito Teles, que é chefe de reportagem, nós temos a
Andréia Fortini que é atualmente uma coordenadora do interior, que ela faz essa ponte com o
interior. Depois nos temos os gestores das praças e as equipes de jornalismo.
Janete: A distribuição diária desses afazeres, desde que Manaus solicita alguma coisa para
Porto Velho, onde porto Velho solicita ao interior?
Luis Augusto: A praça tem uma reunião de pauta diária, ta! Então as equipes, elas reúne e
decide o que vai ser produzido diariamente, ta! Então por exemplo... Aqui em Manaus a pauta
funciona da seguinte maneira: A gente faz uma reunião de pauta de manhã e de manhã a gente
ta definindo os assuntos do dia seguinte. Então cada equipe de(tosse) de telejornal (tosse
novamente) vai definir quais vão ser as suas produções e a chefia da produção vai colocar isso
para as produtoras vão vai colocar isso para as produtoras desenvolver os assuntos. Bom, é...
Cada praça na verdade tem uma autonomia com relação à pauta é... a gente não exerce assim
um trabalho de acompanhamento muito próximo do que é essa produção do dia-a-dia. Então
por exemplo você está ai em Vilhena. Você tem autonomia para decidir os assuntos principais
que são importantes para o seu telejornal e para os telejornais do estado. Né!
Janete: Certo.
Luis Augusto: A partir do momento que tem um assunto que a gente considera estratégico,
por exemplo: Vamos estar passando ai por Vilhena o governador que vai fazer uma visita pra
anunciar uma obra, então ai, vai se trocar uma idéia com Porto Velho pra avaliar de como será
feita essa cobertura e o que interessa do ponto de vista do jornal pro estado, o que interessa
localmente, entendeu?
Janete: Correto.
112
Luis Augusto: Então dependendo dos temas dos assuntos, a gente tem uma... um
direcionamento dessa pauta, depende da hierarquia da ... da importância dela. Criamos uma
estratégia de cobertura pra todos os cinco estados, e ai é feito uma estratégia não só passando
por mim aqui, mas definida pelo jornal nacional, enfim, dependendo do assunto da pauta a
gente é, tem um controle, um filtro maio sobre como será feito esse material, entendeu?
Janete: Quem define a linha editorial da emissora é a direção do jornalismo?
Luis Augusto: É a linha editorial ela é definida pela central Globo de jornalismo, uma coisa
que nos temos um... vamos dizer assim, uma parceria com a Globo, em que alguns setores da
emissora são considerados estratégicos: o setor comercial, o setor jornalismo, e o setor
engenharia. O editorial ela segue um modelo da Globo. É claro ela... que ela tem suas
particularidades, mas no caso do jornalismo ela segue o padrão.
Janete: Nas cidades mesmo por noticias por editoria , essa cabe a cada praça, a cada unidade
local?
Luis Augusto: É ai vai muito da capacidade de produção entendeu? Então por exemplo: eu sei
que vocês tem duas equipes, né?
Janete: duas equipes, isso.
Luis Augusto: Então, a produção mídia diária de quatro produções, né. Porto Velho tem seis
equipes, eventualmente terá uma sétima equipe, então vai ter uma média de 12 à 14 produções,
Manaus tem 13 equipes, então nós vamos ter ai, uma média de 26 reportagens por dia. É um
modelo mais ou menos assim, cada equipe faz geralmente duas ou três matérias por dia ou
eventualmente uma se é uma matéria trabalhosa, entendeu?
Janete: Correto. A sede Manaus, ela oferece autonomia de gerenciamento das informações
entre a capital e o interior?
Luis Augusto: É...eu entendo que existe uma autonomia. Claro que a gente ta diariamente
conversando sobre os assuntos, tem pauta que a gente ta conversando como vai ser feita, e tal
mas, eu não tenho assim, eu não to por exemplo, com as praças.. eu não to acompanhando
diariamente todas as doze produções do dia, entendeu?
Janete: Correto.
Luis Augusto: Porque é humanamente impossível você fazer um controle de tudo. Inclusive
de acompanhamento dos telejornais né. Todo dia procuro ter um contato direto com todos os
gerente é... pra saber as coisas, as demandas importantes que estão acontecendo em termos
administrativos né. E mesmo no noticiário do dia-a-dia. A gente tem uma troca diária de
matéria. A gente... cada praça gera três materiais por dia pra Manaus e isso é trocado entre as
praças,né.
Janete: Certo.
Luis Augusto:...e isso, isso foi decidido que fosse feito assim. Porque a gente entende que as
praças ainda não teem uma estrutura pra manter os jornais inteiramente locais. Né?
113
Janete: Correto.
Luis Augusto: ...então a gente faz essa troca, no sentido de ajudar as praças e também manter
uma certa “identidade de rede” né, que sempre a Rede Amazônia teve. Até tempo atrás ah..
nós fazíamos alguns jornais de rede mas, desde o ano passado os jornais estão sendo feito
localmente, porque a gente entende que é importante é... que os jornais tenham uma
“identidade local” mesmo, isso que é mais importante, entendeu?
Janete: Correto. Com relação atenção... atenção dada, digamos pelas capitais ao interior/
Luis Augusto: Precisa melhor a estrutura das praças do interior de Rondônia né. Porque a
gente já enfrenta uma concorrência muito forte, né. Por exemplo: Hoje nos não temos uma
estrutura de produção, não temos estrutura de edição, lógica carente que ainda seguimos um
modelo que foi criado à dez ou quinze anos atrás de repórter que fazem a matéria e a gente faz
um jornal né.
Janete: Correto.
Luis Augusto: Mas, os tempos mudaram, e exigem que a gente faz essa adequação, a Rede
Amazônica está desenvolvendo um projeto estratégico pra mudar essa realidade das praças né.
– Esse projeto abrange é uma, uma.. um incremento, tanto no ponto de vista de engenharia, de
comercial, de jornalismo e até administrativo, entendeu? É... no momento o foco da empresa
está sendo o projeto de digitalização, agora, das emissoras, das demais emissoras Manaus já
digitalizou o sinal do jornalismo, agora no meio do ano nós vamos ter a digitalização do sinal
5 emissoras , né, e no ano que vem o projeto de digitalização das demais transmissoras. É... é
ao mesmo tempo um incremento com relação dos equipamentos das praças do interior de
Rondônia, nas transmissoras, eu não me lembro assim, qual a capacidade dela e tal... chega até
bem nas emissoras, mas acho que é acima de.. eu não lembro quantos habitantes, mas tem um
faixa de que a Rede amazônica vai começar a colocar digital no interior, entendeu?
Luis Augusto: ... então a emissora tem um projeto né, que tem as suas prioridades e ela está
nessa etapa de digitalizar o sinal das emissoras e das demais praças entendeu?
Janete: Dentro disso também, dentro dessa mudança que esta tendo em todas as emissoras, a
questão de treinamento, com as equipes de reportagens, tanto, jornalismo, editor, apresentador.
Qual é o processo dentro da Rede Amazônica, Existe treinamento constante?
Luis Augusto: Basicamente dois trabalhos que a Rede desenvolve ao longo do ano. Nós
temos um trabalho que é a Uniglobo virtual, central de cursos oferecidos pela Globo, que é...
atende todo o norte e temos o anual de jornalismo, que esse ano vai ser o segundo ano
consecutivo em Manaus. Então o momento que trás os funcionários à Manaus. Esse ano vai
ser de 14 à 16 de setembro, estaremos realizando juntamente o encontro de jornalismo que vai
vir todo o pessoal das emissora e os terminais de jornalismo, que é um evento da fundação
Rede Amazônica, e nesse, nesse... nesse momento a gente faz um intercâmbio com todo
mundo. Essas que a gente faz trazendo todo mundo para a capital para conversar sobre é...
procedimentos de trabalho. É a gente busca estar em busca de uma linguagem, seja um padrão
que tenha um padrão globo, e.. de... de... esse... essa busca pelo padrão envolve várias coisas,
desde a linguagem até capta som, texto, revisão de texto, apresentação. Agora nós vamos fazer
um trabalho de maquiagem, de roupa, de vestuário, de cabelo, então envolve tudo... um grande
intercâmbio com as pessoas, né, onde esse é um momento que a gente busca isso, na, além
114
disso a gente sempre ta procurando oportunidade de ter um contato mais próximo ai de ir as
praças, acompanhar os telejornais, de discutir,de conversar um pouquinho com vocês pra
gente buscar esse padrão., né. Buscar um padrão qualio, e mecanismo de controle da qualidade
do nosso produto, nãh...
O trabalho da Rede Amazônica e é um trabalho diferente de qualquer emissora do Brasil,
nenhuma rede tem esse tamanho continental, que a gente tem de cobertura né. Fazer
Jornalismo na Amazônia, no Amazonas é muito caro e muito difícil, a gente não tem estrada, a
gente tem muito pouco acesso à várias localidades do estado. Então acho importante destacar
esse trabalho da Rede Amazônica que conseguiu fazer de integração do jornal através do uso
do FTP , que inclusive foi objeto do meu trabalho de mestrado na UFAM, que permitiu que a
gente fizesse essa integração de uma forma que não faria jamais se dependesse só dos satélites,
entendeu?
Janete: certo:
Luis Augusto: Então, acho importante destacar essa...essa... esse tipo de tecnologia que a
gente utiliza né. E.... acho que um trabalho assim que está em andamento, que falta muito
assim , muito pra gente conseguir realmente fazer um jornalismo que a gente pensa em fazer,
né, mas, é um trabalho em construção, é um trabalho que a gente vai construindo tijolinho por
tijolinho, é... acho assim, que nós já mostramos assim, que a Amazônia tem, tem material
humano valoroso. Para fazer um jornalismo de qualidade né, apesar de termos poucas
faculdades de jornalismo por aqui, ainda, ah! Mas eu acho assim, já existe uma história
entorno desse jornalismo da Amazônia, que seria importante, que com a evolução da internet,
essa evolução que nós vamos ter no telejornalismo, ela vai ser muito mais rápida nos próximos
anos, nãh! E a gente espeta realmente poder oferecer um suporte de maior qualidade pras
vossas emissoras para ter um trabalho digno de merecimento da população entendeu?
Janete: São trinta e nove anos de existência de jornalismo da Rede Amazônica, surgiram
grandes profissionais, algum que gostaria de destacar?
Luis Augusto: Eu acho que a gente tem que destacar o nosso povo, quem ta ai, exemplo
Daniela Sayagwa, que faz um trabalho muito bacana, um trabalho diferenciado aqui, Daniela
Pranches, que é uma revelação, Marindia Moura, ai em Rondônia, Gerson Dourado no Acre,
Luciano Abreu em Roraima,e Arilson Freires no Amapá. Acho assim, que a gente tem bons
profissionais também que vem fazendo trabalho de destacado de gerenciamento né. Que são os
nossos gerentes de jornalismo, né, enfim, a gente não fica devendo nada a ninguém, ainda tem
assim muito à avançar, eu acho que em termos de suporte nos profissionais, ainda precisa
melhorar muito nesse aspecto, mas acho que a Rede Amazônica é um desafio que ela enfrenta
diariamente, e tem como meta principal e conseguir essa...essa...esse suporte pra que a gente
faça esse jornalismo de primeira. É uma empresa extremamente focada, na questão
tecnológica né. Você vê, essa tecnologia do FTP, que a gente tem, poucas emissoras no Brasil
tem,. Agora por exemplo, nós estamos dando esse paço da TV digital, muito mais rápido que
muitas outras emissoras, o fato da gente já ter o jornalismo digital, aqui em Manaus, já é uma
escola interessante que é poucas emissoras no Brasil que tem isso. De maneira que eu acho
assim, que essa parceria né, do profissionalismo no jornalismo e a questão tecnológica muito
próxima do nosso dia-a-dia, são marcas inconfundíveis da Rede Amazônica que permitem a
gente está ai entre as principais emissoras do Brasil.
Acho que a gente precisa ter mais equipe, por exemplo, Porto Velho uma cidade que comporta
mais equipe, interior de Rondônia, merece uma estrutura maior e tal, mas a emissora está em
busca disso, acho que num espaço curto de tempo em condição mais bacana de trabalho, mas
115
acho que a gente já faz... já é uma... é um resultado muito legal, assim no dia-a-dia dos nossos
telejornais.
116
NEVES, Raimundo Nonato Rodrigues das. Estruturação do Jornalismo da Rede
Amazônica – TV Rondônia. E-mail: <[email protected]> enviado à esta
pesquisadora ([email protected]) em 22 jul 2011
----- Original Message ----From: Nonato Neves
To: Janete Merlo - Gerencia TV Vilhena
Sent: Friday, July 22, 2011 11:00 AM
Subject: RESPOSTA - TCC
Cara Janete,
só agora consegui atender o pedido.
Espero poder contribuir no seu trabalho de conclusão de curso.
abs
Nonato Neves
Prezado Nonato,
Primeiro quero pedir desculpas por tomar a liberdade desta forma, mas gostaria muito de
vossa ajuda no meu TCC.
Estou concluindo a minha faculdade em Jornalismo, e escolhi como tema o Jornal de
Rondônia - Analise telejornalística em rede do Estado de Rondônia.
Escolhemos o tema pelo fato de que não conseguimos encontrar nenhum registro acadêmico
deste assunto, e gostaria que essa pesquisa venha de alguma forma demonstrar a produção do
telejornalismo através da integração de informações e também da regionalização, que é pouco
estudado e relatado.
Assim, entra a sua participação especial.
Gostaria de fazer uma entrevista contigo, via e-mail e o quesito principal é o JORNAL DE
RONDÔNIA - JR EM REDE
Nonato é de grande valia o seu depoimento e de extrema importância para a minha
monografia, uma vez que és o Gerente de Jornalismo da TV Rondônia e interior, e dentro
disso gostaria que respondesse as questões abaixo, o que ficaria eternamente grata.
1--Qual o compromisso social do Jornalismo da TV Rondônia?
R— A nossa responsabilidade social é principalmente abrir espaço para que a população possa
ter vez e voz para reivindicar mostrando as necessidades de todos. Isso é feito quando
tornamos público por meio dos nossos telejornais, as dificuldades nos setores de saneamento,
saúde, educação, segurança, enfim, a busca do bem-estar de todos questionando o poder
público e buscando a resposta que a população tanto precisa.
117
Nesta semana, lançamos na TV Rondônia o quadro Fala Comunidade. É um projeto da Rede
Amazônica, exclusivamente para ouvir os problemas da população.
2--A Produção é fundamental no trabalho de reportagem?
R-Sim a produção é fundamental. É o início de tudo. É a produção que apura todas as
informações para o repórter . A pauta é um tipo de bússola para o repórter. É na pauta que
tem todas as orientações para o trabalho do repórter.
4--Como uma matéria é direcionada para cada telejornal?
R—O perfil de cada jornal: para o BDA- Bom Dia Amazônia, procuramos direcionar
matérias sobre agricultura, economia. Tudo de interesse para o homem do campo. Exibimos
quadros sobre preços de produtos agrícolas, ofertas de emprego, . O Jornal conta também com
entrevistas, com assuntos variados. O BDA exibe também matérias feitas pelas equipes
da noite anterior. Matérias das praças do interior e de outros Estados ( Acre, Roraima,
Amazonas, Amapá e do Distrito Federal ) também são exibidas no jornal.
GLOBO ESPORTE:
É o principal jornal da emissora para divulgar o esporte .no Estado.
mostra as principais competições esportivas de todo o Estado.
O Globo Esporte
AMZTV:
É o jornal comunitário da Emissora. O Amztv é direcionado para mostrar os problemas nos
bairros, escolas , hospitais, falta de policiamento..etc..etc..Os principais fatos da manhã no
Estado também são exibidos no Amztv. O Jornal também apresenta entrevistas de estúdio e
matérias das emissoras da Rede de outros Estados da Região Norte.
JORNAL DE RONDÕNIA-JR
É considerado o principal jornal da emissora. É direcionado para divulgar os principais fatos
do dia de todo o Estado.
5--A escolha das notícias que integram a ordem das matérias dos telejornais da rede obedece a
critérios básicos ?
R – Os critérios básicos obedecem à factualidade do assunto e à importância de transforma-lo
em notícia para que chegue ao conhecimento dos telespectadores. Portanto, procuramos seguir
mas sem necessariamente estabelecer regras que possam interferir na linha editorial de cada
produto que levamos ao ar.
6--A criatividade e a inovação estão relacionadas à necessidade de se fazer algo que todo
mundo já conhece?
R – Como tudo que acontece à nossa volta, o jornalismo também exige criatividade, desde que
isso não interfira na essência da notícia. Mas é importante que o profissional em jornalismo
118
esteja habilitado a mostrar a notícia de forma que possa atrair a atenção de quem assiste aos
telejornais.
7--A transmissão ao vivo traz vantagens à cobertura jornalística?
R—São várias as vantagens. A informação chega mais rápida ao telespectador. Dá um outro
ritmo ao jornal. Aqui na TV Rondônia, iniciamos neste ano transmissões ao VIVO com a
UMJ-Unidade Móvel de Jornalismo. Com a UMJ podemos fazer VIVO em todos os
nossos telejornais, de vários pontos da cidade. Com a Unidade Móvel, já conseguimos
realizar VIVO sobre vários eventos, entre eles, da área do Arraial Flor do Maracujá e do
Carnaval Fora de Época em Porto Velho. Ultimamente, estamos realizando esse tipo de
transmissão com mais frequência no AMZTV.
8--Qual a interação entre Capital x Interior?
R: Em 2009 foi criada na TV Rondônia uma função muito importante para essa interação:
Coordenação Interior. A jornalista Evelyn Morales foi a primeira pessoa a assumir este cargo
na empresa. Agora, existe uma maior aproximação entre as equipes das praças do interior e
capital. A idéia, é auxiliar e acompanhar melhor os trabalhos das emissoras do interior. Um
dos resultados: aumentou bastante a oferta de matérias das praças do interior para a TV
Rondônia. Com isso, um maior número de matérias da Rede são exibidas para todo o Estado.
GOSTARIA QUE ACRESCENTASSE ALGO QUE NÃO ESTEJA DENTRO DAS
PERGUNTAS E SEJA RELEVANTE AO TELEJORNALISMO EM REDE ESPECIFICAMETNE O JR - JORNAL DE RONDÔNIA.
Agradeço muito e aguardo vosso retorno.
----------------------------------------------------------------------------------Janete Merlo
Coord Administrativa/Comercial Tv Vilhena
Radio Tv do Amazonas Ltda
Fone/Fax: (69)3322-3905 - 3901 - (69)9209-4575
Skype: financeiro.tvvh
"A VIDA É CONSTRUIDA NOS SONHOS E CONCRETIZADA NO AMOR"
119
MEIRELES, Bethânia. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica – TV Rondônia.
E-mail:
<[email protected]>
enviado
a
esta
pesquisadora
([email protected]) em 15 jul 2011
----- Original Message ----From: Bethânia Meireles
To: [email protected]
Sent: Friday, July 15, 2011 1:41 PM
Subject: RESPOSTAS TCC
Qual é a relação INTERIOR X CAPITAL?
UMA RELAÇÃO DE COOPERAÇÃO ONDE COLOCAMOS EM PRÁTICA A
PROPOSTA DA EMISSORA, QUE É TRABALHAR EM REDE.
Como é a produção diária, e o que alimenta o JR?
A PRODUÇÃO DE QUALQUER TELEJORNAL TEM COMO BASE OS
ACONTECIMENTOS, EM ESPECIAL A FACTUALIDADE NO CASO DO JR, QUE TEM
COMO LINHA NOTICIOSA O MESMO FORMATO DO JN.
Como são tratadas as pautas locais? Existe uma concordância, uma parceria, com ajuda de
indicação e/ou produção da coordenação do interior?
TODO E QUALQUER ASSUNTO QUE VIRA NOTÍCIA REQUER APURAÇÃO, NA
PRODUÇÃO LOCAL NÃO É DIFERENTE. A VANTAGEM É QUE ESTANDO MAIS
PRÓXIMO DO AMBIENTE ONDE A SITUAÇÃO OCORRE SE TORNA MAIS FÁCIL A
BUSCA DE INFORMAÇÕES.
QUANDO O ACONTECIMENTO TAMBÉM ENVOLVE O INTERIOR É IMPORTANTE
TROCAR IDÉIAS E/OU INFORMAÇÕES COM OS COLABORADORES DAS PRAÇAS
QUE FORMAM A REDE.
OU AINDA, PODEM OCORRER SITUAÇÕES EM OUTRAS LOCALIDADES ONDE SÓ
É POSSÍVEL TER ACESSO COM O AUXÍLIO DAS PRAÇAS.
Como é a execução de reportagem diária para o JR ?
AS EQUIPES SAEM DA REDAÇÃO COM UMA PAUTA MARCADA
ANTECIPADAMENTE PELA EQUIPE DE PRODUÇÃO, QUE DEIXA UM ROTEIRO
COMPLETO PARA QUE O ASSUNTO VIRE UMA REPORTAGEM COM O PERFIL DA
LINHA EDITORIAL DO JR.
Como é o processo de produção editorial ?
120
NÃO EXISTE UM PROCESSO PADRÃO, BASTA APENAS QUE O EDITOR DO
JORNAL, EM CONJUNTO COM A CHEFIA, DÊ SUGESTÕES DO QUE GOSTARIA DE
VER COMO NOTÍCIA NAQUELE MOMENTO.
Como é o processo de exibição do JR da Capital para o Interior , focando para a rotina de
gravação, união de matérias, exibição gravada na seqüência ?
NO TODO, O JR É COMPOSTO POR TRÊS BLOCOS, SENDO OS DOIS PRIMEIROS
COM NOTÍCIAS VISTAS NO ESTADO INTEIRO, PORTANTO ASSUNTOS DE
INTERESSE ESTADUAL OU ALGUM TEMA RELACIONADO À REGIÃO NORTE,
COM VTS POLÍTICOS FEITOS PELA SUCURSAL DE BRASÍLIA.
O TERCEIRO BLOCO NÃO VAZA PARA O ESTADO INTEIRO, FICA RESTRITO ÀS
NOTÍCIAS DE PORTO VELHO E AS PRAÇAS EXIBEM AS RESPECTIVAS NOTÍCIAS
LOCAIS.
NA CAPITAL O JR ENTRA AO VIVO. NO INTERIOR O BLOCO É GRAVADO E
ENTRA NA SEQUÊNCIA DE EXIBIÇÃO EM CONFORMIDADE COM O ESPAÇO
ABERTO, JÁ DEVIDAMENTE DEFINIDO COM O SETOR OPERACIONAL AQUI NA
TV RONDÔNIA.
A ORIENTAÇÃO ÀS EQUIPES DO INTERIOR É QUE ASSUNTOS FACTUAIS SEJAM
ENVIADOS TAMBÉM PARA EXIBIÇÃO NA CAPITAL, O QUE NÃO SIGNIFICA QUE
A REPORTAGEM SEJA MOSTRADA SÓ AQUI, MAS QUE SEJAM PRODUZIDOS UM
VT E UMA NOTA COBERTA, OU UM VT E UM STAND UP, ATENDENDO ASSIM OS
DOIS TELEJORNAIS.
NESSE CASO É FUNDAMENTAL QUE HAJA CONTATO DO REPÓRTER DA PRAÇA
ONDE OCORREU O CASO COM O EDITOR DO JR OU UM DOS CHEFES DE
JORNALISMO EM PORTO VELHO, PARA QUE A NOTÍCIA SEJA DADA NOS DOIS
LUGARES.
Quantas Fontes consultadas por matérias e qual o nível de dificuldade de encontrar fontes
seguras?
NÃO HÁ REGRAS PARA A QUANTIDADE DE FONTES POR MATÉRIA. O
IMPORTANTE É QUE O ASSUNTO SEJA APURADO DE FORMA IMPARCIAL.
EM CASOS DE DENÚNCIAS A DETERMINAÇÃO É OUVIR TODAS AS PARTES
ENVOLVIDAS, CASO UMA DELAS SE NEGUE A FALAR O REPÓRTER DEVE CITAR
NO TEXTO QUE “FULANO FOI PROCURADO POR NOSSA PRODUÇÃO, MAS
PREFERIU NÃO COMENTAR O ASSUNTO...” OU AINDA PODEMOS RECORRER A
UMA NOTA PÉ, QUE É NARRADA PELO APRESENTADOR LOGO DEPOIS QUE A
REPORTAGEM É EXIBIDA.
121
NÃO CONSIDERO “DIFÍCIL” ENCONTRAR FONTES SEGURAS, PORÉM CABE AO
PRODUTOR APURAR COM MUITA ATENÇÃO TODAS AS INFORMAÇÕES
REPASSADAS PELAS FONTES.
Como é o relacionamento com as chefias imediatas?
UMA RELAÇÃO COMO EM QUALQUER AMBIENTE DE TRABALHO,
RESPEITANDO O ESPAÇO DE CADA UM DENTRO DAS ATRIBUIÇÕES QUE A
FUNÇÃO EXIGE.
Sobre o tempo de exibição como é o processo capital e interior?
O FADE DO JR TEM UMA MÉDIA DE 14 MINUTOS DIVIDIDOS NOS TRÊS BLOCOS,
SENDO QUE O ÚLTIMO DELES, QUANDO O CORTE É FEITO PARA AS PRAÇAS DO
INTERIOR, NÃO DEVE FICAR MENOR QUE 5 MINUTOS.
Qual o fluxo de produção semanal de reportagens
UMA MÉDIA DE 80 REPORTAGENS.
Como é o processo de produção de pautas e quantas pautas são produzidas durante o dia e o
mês?
NÃO HÁ UM NÚMERO EXATO DE MATERIAL PRODUZIDO, DEPENDE MUITO DOS
ACONTECIMENTOS. HÁ PAUTAS QUE CAEM POR RAZÕES QUE FOGEM DO
CONTROLE DE PRODUTORES E EQUIPES DE REPORTAGEM. CONSIDERANDO
QUE A MÉDIA DE REPORTAGENS FEITAS É DE 80 SEMANAIS A PRODUÇÃO PODE
ULTRAPASSAR A CASA DE 100, TENDO EM VISTA QUE NO DECORRER DO DIA,
QUANDO O REPÓRTER ESTÁ NA RUA SURGE ALGO QUE PODE VIRAR UMA
MATÉRIA, MAS NÃO FOI PRODUZIDA PELA EQUIPE QUE ESTÁ NA REDAÇÃO.
Qual o critério para utilização do link ? (situações factuaus, aproximação, como é o sinal?
IMPORTÂNCIA DO ASSUNTO, FACTUALIDADE E ÁREAS ONDE O SINAL DA
UNIDADE MÓVEL SÃO DISPONIBILIZADAS CONFORME ORIENTAÇÃO DO SETOR
TÉCNICO
Existe mensuração do trabalho produzido periodicamente?
AINDA NÃO.
Qual o critério de noticiabilidade da emissora?
QUALQUER TRABALHO JORNALÍSTICO DEVE SE BASEAR NA VERDADE. É COM
ESTA PROPOSTA QUE NOTICIAMOS TUDO QUE ACONTECE.
Como funciona o trabalho diário?
122
A ROTINA DE TRABALHO DE UMA REDAÇÃO COMEÇA COM A APURAÇÃO DOS
FATOS, FEITOS PELOS PRODUTORES QUE SÃO DISTRIBUÍDOS EM EQUPES QUE
TRABALHAM POR TURNO PARA ATENDER TODOS OS TELEJORNAIS DA CASA. A
PAUTA, QUE É O MAPA DA NOTÍCIA, É REPASSADA À EQUIPE DE REPORTAGEM,
(REPÓRTER E CINEGRAFISTA) QUE TEM A RESPONSABILIDADE DE IR À CAMPO
COLETAR ENTREVISTAS E IMAGENS. O MATERIAL É ENTREGUE AOS EDITORES
DE IMAGENS QUE FAZEM A MONTAGEM DO VT.
Como é a rotina de produção desta emissora?
É IGUAL EM TODAS AS REDAÇÕES. COMEÇA PELA APURAÇÃO, ENCAMINHA A
PAUTA PARA O REPÓRTER QUE FAZ TODA A PARTE EXTERNA QUE É
OBRIGATÓRIA PARA O FECHAMENTO DO VT.
Sobre o retrabalho de reportagens (reedição/pautas caídas/furo de fonte )?
RETRABALHAMOS O ASSUNTO QUANDO POR ALGUMA RAZÃO –
ENTREVISTADO NÃO APARECEU NO LOCAL COMBINADO, TEVE COMPROMISSO
DE ÚLTIMA HORA E NÃO TEVE COMO ATENDER A EQUIPE, ETC..OU O ASSUNTO
NÃO RENDIA NAQUELE MOMENTO. SE VALER A PENA VOLTAMOS A FAZER
NOVA APURAÇÃO E RETOMAMOS A PAUTA.
Segue um padrão de produção de texto???
O PADRÃO É OBSERVAR O TEXTO PARA TELEVISÃO, QUE DEVE SER ENXUTO,
DE FORMA QUE OBEDEÇA AS REGRAS BÁSICAS DE RESPOSTA AO QUE O
TELESPECTADOR PRECISA SABER, DE FORMA CLARA E OBJETIVA.
Existe correção de texto padrão?
A REGRA BÁSICA É ESCREVER COM CLAREZA E OBJETIVIDADE.
Quem orienta o trabalho das equipes de reportagens externas?
O CHEFE DE REPORTAGEM E O PRODUTOR DO HORÁRIO EM QUE A
REPORTAGEM ESTÁ SENDO FEITA.
Abraços!
Bethânia
123
FORTINI, Andréia. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Rondônia. E-mail:
<[email protected]> enviado a esta pesquisadora ([email protected])
05 ago 2011.
----- Original Message ----From: [email protected]
To: [email protected]
Sent: Friday, August 05, 2011 5:04 AM
Subject: Re: Fw: PEDIDO PARTICULAR TCC
Oh Janete não é incomodo algum. Só desculpe a demora e alguns emendados porque meu
teclado esta horrível. Ainda não voltei ao trabalho e tenho acessado pouco a internet.
Espero ter ajudado. Bjs
Qual é a relação INTERIOR X CAPITAL?
No jornal de Rondônia, a coordenação do interior tem sido fundamental para garantir a
participação das praças em rede. Já que o telejornal é dividido em 3 blocos e o ultimo já eh
direcionado a produção local. Ficam os outros dois para conteúdo estadual. Portanto o que eh
exibido das praças em rede deve ser uma produção inédita para não chocar com a exibição do
bloco local. Com muito esforço das equipes das praças do interior temos garantido uma boa
participação em rede.
Como é a produção diária, e o que alimenta o JR capital e interior?
Cada equipe da capital e do interior produz 2 VT´s por dia. O material que vem para o JR é
essencialmente produzido pelas equipes da manha, com exceção de factuais. A capital tem 3
equipes e o interior 1 em cada praça. Totalizando em 6 VT´s da capital e 10 das praças, sendo
que em media 1 e no maximo 2 do interior vem para o bloco estadual. O restante fica para os
bloco local tanto da capital quanto do interior. Por isso a impressão de termos mais materias
da capital nesse telejornal.
Como são tratadas as pautas? Existe uma concordância, uma parceria, como ajuda de
indicação e /ou produção da coordenação do interior?
A coordenação do interior faz um acompanhamento diario da produção das praças com
sugestões de pautas especificas para o bloco estadual. Mas essa participação no JR ainda tem
sido fraca para não descobrir o bloco local. As equipes tem se empenhado na gravação de
Notas cobertas e stand ups de factuais que são destrinchados no bloco local.
Como é a execução de reportagem diária para o JR ?
Para os blocos de rede sao materiais de interesse estadual. Os materiais tem que ser curtos
devido ao fade. Dos 12 minutos em media ficam apenas 7 divididos em 2 blocos. Dependendo
do tamanho do material conseguimos exibir no maximo 4 VT´s. No caso das praças
priorizamos Notas cobertas e stand up´s pela agilidade na produção. Mas se a produção é boa
sempre subimos um VT completo para o bloco estadual. Não há uma ordem correta,
dependemos muito do factual de relevancia do dia. Mas tem sido uma media de um VT por
semana de cada praça, já que contamos com 5 praças e aos sábados o JR é totalmente
estadual. Isso além dos stand up´s e notas cobertas sobre assuntos que serão abordados no
local. Por dia tentamos colocar pelo menos 2 materiais das praças nos blocos estaduais.
Como é o processo de produção editorial ?
Para o JR priorizamos o factual do dia. Se puder vir VT a tempo do fechamento do jornal
melhor. Mas geralmente ficamos com NC´s e stand ups por causa da rotina de geração.
124
Como e o processo de exibição do JR Capital para o Interior , focando para a rotina de
gravação, união de matérias, exibição gravada na sequência?
Os materiais estaduais ficam nos dois primeiros blocos e os locais no terceiro. A exibição é ao
vivo. A amarração depende da importância dos assuntos e é feita pelo editor do telejornal.
Geralmente os factuais de grande importância vem primeiro. A ordem das cabeças pode ser
alterada
dependendo
do
material
que
chegar
de
ultima
hora.
Quantas Fontes consultadas por matérias e qual o nível de dificuldade de encontrar fones
seguras?
Consultamos sempre o máximo de fontes possível e cumprimos a regra primordial do
jornalismo: ouvir todos os lados. Existe dificuldade, principalmente para encontrarmos
personagens para as matérias. Esse tem sido um árduo trabalho para a equipe de produção.
Como é o relacionamento com as chefias imediatas:
Acredito que o relacionamento do editor do JR com a chefia tem sido bom. Já que existe uma
preocupação ainda maior com o JR, tendo em vista ser o principal jornal da casa. O
acompanhamento é mais rigoroso quanto a veiculação de materiais.
Como é o relacionamento com as equipes do interior?
Temos estado mais próximos das equipes desde a implantação da coordenação de praças.
Tenho tentado motivar e incentivar o aumento da produção do interior para os blocos
estaduais. Temos emplacado diariamente pelo menos um VT e uma NC ou stand up das praças
no JR.
Sobre o tempo de exibição como é o processo capital e interior?
Dos 12 minutos diários em media ficam apenas 7 divididos em 2 blocos para o conteúdo
estadual.
Qual o fluxo de produção semanal de reportagens do JR
Da capital são seis por dia totalizando 36 ao longo da semana. Já do interior são em media 2
totalizando 10 por semana já que o interior não manda materiais aos sábados.
Como é o processo de produção de pautas e quantas pautas são produzidas durante o dia/ mês?
Na capital e no interior todas as pautas costumam ser cumpridas. A produção mensal da
capital fica em torno de 144 VT´s para o JR e das praças no maximo 40 contando com nots
secas, NC´s e stand ups.
Qual o critério para utilização do link ? (situações factuais, aproximação, como é o sinal?
O link tem sido usado de acordo com a necessidade do telejornal. Geralmente em locais
relacionados aos factuais. Como dependemos da antena e nosso link não é satélite ficamos
mais limitados quanto a mudança rápida de local. Se estiver tudo certinho o sinal é ótimo.
Existe mensuração do trabalho produzido periodicamente?
São feitos relatórios diários da produção e exibição tanto da capital quanto do interior.
Qual o critério de noticiabilidade da emissora para o JR?
Materiais importantes de grande repercussão de interesse estadual e principalmente factual.
Como funciona o trabalho diário do JR?
As equipes do JR produzem pela manha. Saem com as pautas a partir das 07:30 da manha e
voltam antes do meio dia para editar o material. Depois desse período os assuntos são exibidos
em forma de NS, NC ou stand up devido ao tempo reduzido pra produção. Depois de editados
os materiais são revisados antes da exibição tanto pelo editor do jornal quanto pela chefe de
redação.
Como é a rotina de produção desta emissora para o JR?
125
As praças do interior seguem o mesmo processo citado no item anterior. A única diferença é o
tempo a mais gasto com a geração do material via FTP.
Sobre o retrabalho de reportagens (reedição/pautas caídas/furo de fonte )?
Temos poucos retrabalhos porque a nossa produção esgota todas as possibilidades de furo
antes de liberar a pauta ao repórter. Com a pauta bem trabalhada dificilmente o repórter
derruba o material.
Segue um padrão de produção de texto para o JR??? Sim. Como os VT´s são mais curtos o
texto precisa ser o mais dinâmico e coloquial possível. O JR não tem tempo para enrolação.
Quem orienta o trabalho das equipes de reportagens externas para o JR?
Na capital é o chefe de produção e no interior a coordenação do interior sempre em conjunto
com o editor do telejornal.
Quantas equipes de reportagem o JR Capital tem e o interior?
São 3 na capital e 1 no interior (período da manha)
Quantas cidades recebem a cobertura do JR?
Com a estadualização do sinal 34 dos 52 municípios de Rondônia recebem a programação
estadual.
Como é o processo de fusão do interior JR gravado para o JR ao vivo da Capital?
São 2 blocos ao vivo e a cabeça de rede devolve para o interior o terceiro bloco.A transição é
suave feita no a seguir "você que mora no interior do estado fique agora com as noticias da sua
região" Ai é feito o corte ... enquanto que essa passagem continua depois de alguns segundos
"aqui em porto velho ......" Na volta vem o bloco local gravado por cada praça do interior
exibido cada um em sua região.
Gostaria que acrescentasse algo que não esteja dentro das perguntas e seja relevante ao
telejornalismo em rede - especificamente o jr - jornal de Rondônia em rede Não tem nada a
acrescentar. As perguntas cercaram o assunto direitinho.. Espero ter contribuído. Qualquer
duvida estou a disposição.
abs
Andréia
126
DINIZ. Fábio. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Cacoal. E-mail
<[email protected]> enviado a esta pesquisadora ([email protected])
em 26 jul 2011.
----- Original Message ----From: Fábio Diniz
To: Janete tv vilhena
Sent: Tuesday, July 26, 2011 7:05 PM
Subject: repostas
Espero ter colaborado. Desculpa, demorei porque estou numa correria, estou sozinho na TV.
Meu objeto de pesquisa é JORNAL DE RONDÔNIA: ANÁLISE DE PRODUÇÃO
TELEJORNALISTICA EM REDE DO ESTADO DE RONDÔNIA.
o JR LOCAL DE CACOAL foi o escolhido de todas as demais praças, por uma questão de
afinidade, e verificar qual é a integração do interior com a Capital com relação a produção
desse telejornal.
Qual é a relação Cacoal X Porto Velho?
Existe um relacionamento bem profissional, mas apesar disso existem muitas dificuldades de
comunicação comprometendo o relacionamento que ainda deixa muito a desejar.
Como é a produção diária que alimenta o Jornal local?
Na TV Cacoal éramos três jornalistas e dois cinegrafistas e um editor de imagens, com a saída
de uma colega estamos em dois, produção é algo raro, alimentar o Jornal de Cacoal é um
desafio porque a equipe é pequena e a estrutura não é das melhores. A produção de materiais
geralmente é realizada nos fins de semana ou quando o material é solicitado pela rede. Nossas
matérias na maioria das vezes são produzidas sem nenhum tipo de produção. Quando a
emissora tinha os três profissionais fazíamos mais materiais produzidos.
Como são tratadas as pautas locais? Existe uma concordância, uma parceria, com ajuda de
indicação e /ou produção da coordenação do interior?
Já existiu uma valorização da produção local com a nossa primeira coordenadora, nosso
trabalho melhorou muito neste período tanto em quantidade como em qualidade. Atualmente a
participação da coordenação do interior junto aos jornalistas de Cacoal é quase inexistente se
resume e revisão de texto e “sugestões de pauta” retiradas da internet. Consequentemente as
pautas locais perderam espaço e valor.
Como é a execução de reportagem diária para o JR Local?
É bem corrido, com o tempo escasso e uma equipe super pequena, a produção dos repórteres é
no imediatismo, sempre procurando manter as editorias proposta pela equipe de jornalismo,
diversificando durante a semana assuntos voltados à saúde, política, trânsito, polícia, esporte,
educação etc.
127
Como é o processo de produção editorial do interior?
Há alguns anos recebemos do senhor Solano então chefe de Jornalismo da rede em Rondônia
uma tabela de editorias a serem seguidas durante a semana para tentar dinamizar e dar
qualidade ao Jornal de Cacoal. Normalmente os jornalistas se reúnem uma vez por semana, na
reunião de pauta geralmente na sexta feira após a gravação do Jornal procuramos programar a
semana seguinte tentando seguir as editorias distribuídas nos dias da semana. Como por
exemplo, no jornal de segunda feira, deve ser exibidos ou procuramos sempre exibir materiais
de esporte, polícia arte e cultura.
Como e o processo de exibição utilizando a deixa do JR para o Local, focando para a rotina
de gravação, união de matérias, exibição gravada na seqüência a de deixa da capital?
Quantas Fontes consultadas por matérias e qual o nível de dificuldade de encontrar fones
seguras?
Não dar pra determinar quantas seria as fontes consultadas porque depende muito das
matérias, às vezes requer uma fonte, duas três... Acho que vai de acordo com o profissional eu
procuro pelo menos uma fonte de cada parte envolvida na pauta. Sempre me reporto as fontes
seguras, mas nem podemos ter 100% de fonte segura.
Como é o relacionamento com as chefias imediatas:
É bem distante, infelizmente só somos lembrados quando cobrados ou exigidos. Nossos
gestores não têm qualquer tipo de habilidade para lidar com relacionamentos profissionais.
Sobre o tempo de exibição local, como é o processo?
Olha em comparação com a concorrência é muito pequeno, mas com relação a nossa realidade
de estrutura física e humana é o suficiente. Geralmente procuramos utilizar bem os cerca de 5
min. e 40 seg. no jornal de Cacoal procurando utilizar o mesmo formato do Globo Notícias
sempre que possível.
Qual o fluxo de produção semanal de reportagens
O fluxo eu considero muito bom para as nossas condições, eu geralmente consigo produzir por
semana entre 13 e 15 assuntos nos sete dias da semana eu considero um fluxo muito bom para
o nosso jornal local, para rede acredito que fique entre 7 e 10 assuntos por semana.
Como é o processo de produção de pautas e quantas pautas são produzidas durante o dia e o
mês?
Produção praticamente não existe no local e depende muito da necessidade de fechar o jornal,
por semana acredito que apenas duas ou ate três matérias com produção, por mês pelo menos
seis. É muito baixa a produção de pautas. Na reunião semanal de pauta procuramos produzir
algumas pautas para a semana seguinte para a equipe da tarde tentar fechar, mas é freqüente
cair pautas devido a falta de fontes seguras ou personagens.
128
Qual o critério para utilização do link ? (situações factuaus, aproximação, como é o sinal?
Não dispomos de link
Existe mensuração do trabalho produzido periodicamente?
Olha geralmente não, isso vai muito de acordo com o fato do dia, da semana etc. Mas
geralmente isso fica a cargo do repórter local mesmo.
Qual o critério de noticiabilidade da emissora?
Alcance, interesse social, repercussão, interesse da emissora, etc...
Como funciona o trabalho diário?
Eu particularmente sigo sugestões e muitas vezes eu saio sem nenhuma pauta produzida,
procuro fonte na internet e assuntos que possam render boas matérias, mas diariamente
sofremos bastante com a falta de condições de trabalho que vai desde aos computadores
obsoletos aos equipamentos de reportagem e edição.
Como é a rotina de produção desta emissora?
Nossa rotina de produção se limita aos fim de semana, raramente conseguimos produzir boas
pautas durante a semana, isso no meu caso, que trabalho no horário da manhã, horário mais
corrido e responsável pela maior parte do jornal local.
Sobre o retrabalho de reportagens (reedição/pautas caídas/furo de fonte )?
Reedição quase zero, não utilizamos muito esse recurso, pautas caem sempre toda semana as
vezes todos os dias, é comum quando posso retorno para tentar finalizar e o furo ele vai muito
do profissional hoje em Cacoal e acredito que em Rondônia o furo não é muito comum. Não
tenho muita a falar sobre estes quesitos eles são quase impossíveis de trabalhar ou desenvolver
atualmente no meu dia a dia de trabalho.
Segue um padrão de produção de texto???
Isso sim, desde que me tornei funcionário da rede eu tenho um padrão de texto, procurando
sempre ser objetivo e coeso com a informação.
Quem orienta o trabalho das equipes de reportagens externas?
Não temos alguém para nos orientar, salvo algumas produções que envolvem políticos,
empresários, justiça... Eu procuro sempre procurar orientações quando o assunto é bem
“quente” sigo alguns critérios para não expor meu trabalho e a empresa em pautas de grande
repercussão sempre tendo cuidado com a informação, porque é ela que importa.
129
GOSTARIA DE ACRESCENTAR ALGO?
Algo que preciso dizer, todas as questões respondidas por mim, favor não quer dizer que seja a
opinião de colegas de trabalho. Respondo por mim, de acordo com as condições que tenho
para desempenhar minha função, e para afirmar que durante estes 5 anos de empresa já vi
excelentes profissionais, dedicados sérios e responsáveis e principalmente preocupados com
credibilidade com a informação a ser passada. Me coloco também com este perfil.
É muito difícil fazer jornalismo sério e comprometido com a ética em Rondônia, temos poucos
recursos, poucas condições de trabalho e apesar das dificuldade ainda conseguimos fazer um
dos melhores se não o melhor jornalismo do estado. Eu como profissional lamento muito as
péssimas condições de trabalho que tenho para desempenhar meu oficio.
Espero de verdade ter contribuído e te agradeço por ter me solicitado para esse “bate papo”
bem bacana, desejo que o jornalismo da Rede em Rondônia esteja em melhores condições
para que você tenha boas apresentações diante do teu público e principalmente colaborar com
a sociedade da qual faz parte, sucesso e muitas conquistas.
Fábio Diniz
Bjs e te mais.
Fábio Diniz
Jornalista
"O maior valor da vida é ter hombridade.
TV Cacoal - Filiada Rede Globo
Rede Amazônica
Contatos
69 3441-2899/ 9282-0969
[email protected]
130
"
SCHER, Fábio. Estrutura do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Cacoal. E-mail:
<[email protected]> enviado à esta pesquisadora
([email protected]) em 06 jul 2011
Original Message ----From: [email protected]
To: [email protected]
Sent: Wednesday, July 06, 2011 8:08 AM
Subject: Respostas
Janete algumas coisas não soube responder, espero que te ajude no seu TCC.
Fábio Schér
Qual é a relação Cacoal X Porto Velho?
A relação Cacoal x Porto Velho é muito boa.
Como é a produção diária que alimenta o Jornal local?
Tentamos sempre fechar a produção local com matérias factuais e principalmente fechar com
stand-ups e vts curtinhos para aproveitar melhor o tempo.
Como são tratadas as pautas locais? Existe uma concordância, uma parceria, com ajuda de
indicação e /ou produção da coordenação do interior?
Nem sempre somos pautados pela produção da coordenação do interior, isso só acontece
quando interessa Porto Velho ou interessa a globo.
Como é a execução de reportagem diária para o JR Local?
Quando a equipe já sai da tv pautada fica muito tranqüila a execução, mas quando sai no
escuro fica difícil pois tem que ficar procurando e inventando pautas.
Como é o processo de produção editorial do interior?
Desculpe não entendi
Como e o processo de exibição utilizando a deixa do JR para o Local, focando para a rotina de
gravação, união de matérias, exibição gravada na seqüência a de deixa da capital?
Primeiro entramos com a carga de comerciais e depois entramos com nosso jornal já todo
editado na seqüência.
Como é feito o recebimento ou envio dos materiais, imagens para Porto Velho?
Poucas vezes recebemos, mas enviamos todos os dias, mas nem todas as matérias são
veiculadas, as vezes ainda recebemos resposta do motivo da não veiculação, mas quando não
mandamos matérias somos cobrados, quando mandamos demais, Porto Velho começa a achar
defeitos nas matérias.
Como é o relacionamento com as chefias imediatas:
Para mim é muito boa, as vezes alguém pode estar naqueles dias, mas no geral o
relacionamento é legal.
Sobre o tempo de exibição local, como é o processo?
131
Procuramos usar o tempo local da melhor forma, procuramos veicular matérias de interesse da
população.
Qual é o tempo para editar uma matéria e o JR local?
Depende a matéria o tempo não passa de 20 min. Mas tem matérias que demora quase 1 hora,
ao todo o jornal gasto em média 1:30h á 2:00h.
Qual o fluxo de produção semanal de reportagens
Não sei.
Qual o critério para utilização do link ? (situações factuais, aproximação, como é o sinal?
Nós não temos links, tudo é gravado e editado.
Como funciona o trabalho diário da edição?
Sempre o trabalho só começa a tarde, pois de manhã a equipe esta na rua, mas é um trabalho
tranqüilo, quando começo a editar o jornal já esta finalizado, só se acontecer algo factual a
tarde para virar uma correria na edição.
Como é o equipamento utilizado pelo cinegrafista/editor?
Pelo cinegrafista é uma filmadora mini dv de uso doméstico, que quase sempre temos que
envia-las para Porto Velho com algum problema, o mais freqüente é LCD que apaga, não
temos iluminação. Na edição é mais tranqüilo pois temos alguns programas de edição e é o
que usamos.
Passamos por muitas dificuldades do dia a dia, falta de equipamentos, falta de
comprometimento de alguns parceiros (funcionários), as vezes a ilha de edição que não ajuda,
ou mesmo a nossa própria baixa estima de alguns dias devido problemas que acreditamos ser
dentro da empresa, mas o nosso amor pelo que fazemos e a fé em Deus que um dia tudo irá
mudar são o nosso combustível para agüentar tais desafios.
132
BECHARA, Graciela. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Cacoal. Email: < [email protected] r> enviado a esta pesquisadora
([email protected]) 22 out 2011.
----- Original Message ----From: GRACIELA BECHARA
To: Janete Merlo - Gerencia TV Vilhena
Sent: Saturday, October 22, 2011 12:23 PM
Subject: Re: OII..SEGUE AS PERGUNTAS CONFORME FALAMOS....
Janete, espero ter contribuído!
Boa sorte no seu trabalho e desculpe pela demora em responder, mas este mês está muito
corrido e agitado.
Tudo de bom, abraços.
Graciela Bechara
Apresentadora/ Repórter
TV Cacoal
Afiliada Rede Amazônica
(69) 3441-2899
Como é o processe de organização da Tv Cacoal, o interesse organizacional e sua estrutura ?
A Tv é dividida em 5 setores. No Jornalismo, não há uma sala específica para a redação, o que
dificulta um pouco a produção dos textos.
Qual a relevância e factualidade da Tv Cacoal em relação ao JRO local???
Como apresentadora, percebo muito reconhecimento do público e credibilidade (palavrachave).
O que acha do "furo" de notícia?
Receber e divulgar a notícia em primeira mão é um privilégio. Acredito que todo repórter e
jornalista deva buscar o "furo", incansavelmente.
Quais são os critérios de pautas para o JRO local??
133
Priorizar as matérias factuais e de maior relevância. Seguir um critério é inviável, já que não
contamos com produção. No entanto, destaco algumas editorias. Policial, na segunda-feira.
Esporte na sexta, por exemplo.
Como é a brevidade de notícias para o JRO local??
VTs mais curtos, notas secas, stand ups, notas cobertas.Dinamizar o Jornal é fundamental, já
que contamos com cerca de 5 minutos ou até 5 minutos e meio (por edição).
Qual a rotina de Produção do JRO local??
Pela manhã, a equipe fecha o Jornal. Já a equipe da tarde, que conta com um pouco mais de
tempo, produz VTs mais trabalhados. E, tem como responsabilidade produzir pelo menos,
uma matéria, para contribuir com a edição do Jornal de Cacoal, do dia seguinte.
Qual o índice de participação do JRO TV Cacoal no Estadual?
Poderíamos participar mais. Desde que a Andréia Fortini (coordenadora do interior) se
afastou, percebo que nossa participação reduziu. Ela apoiava e dava sugestões de pautas,
revisava textos com muita agilidade, mantinha um contato frequente com a nossa praça.
O que dificulta a falta de uma pessoa para produção de pauta?
Dificulta muito. Eu saio com papel, caneta e microfone nas mãos e o cinegrafista me
pergunta: "Para onde vamos?" Acabo buscando pautas por conta própria, através de pesquisas
em sites oficiais ou com os colegas de outras emissoras. Leio os jornais impressos e uso muita
criatividade! O repórter tem que estar atento a tudo que acontece ao seu redor. Converso
muito com as pessoas nas ruas, busco novas informações e sempre me pergunto: "Será que
rende um VT?" Uma vez, vi um senhor pelas ruas de Cacoal recolhendo materiais feitos de
ferro, de metal. Fui abordá-lo e acabei fechando um VT sobre reciclagem. Às vezes, é preciso
tirar "leite de pedra".
Acumulo de função: vc faz um montão de coisas, pode explicar?
Sou pauteira, produtora, repórter e apresentadora.
Qual é o critério de noticiabilidade da TV Cacoal?
Damos prioridade às matérias factuais.
Sobre o retrabalho, pautas que caem?
Vamos em busca de outra pauta.
A rotina é muito agitada, ?
É sim.
Vocês têm tempo para produção de maior?
134
Sim, desde que as equipes estejam completas e tenhamos equipamentos suficientes. No
momento, somos 3 repórteres. No entanto, o Fábio Diniz está compensando horas. Estou na
parte da manhã substituindo o repórter. Fecho os VTs para o Jornal de Cacoal e também gravo
o Jornal. A Patrícia produz pautas à tarde. Já que o Jakson (cinegrafista) está de férias. Temos
apenas uma filmadora e 2 microfones. Um deles, com a logo antiga (que nem deve ser muito
utilizado).
135
ANEXO II
PLANILHAS E DOCUMENTOS
FORTINI, Andréia. Estruturação do Jornalismo da Rede Amazônica - TV Rondônia. Email: <[email protected]> enviado a esta pesquisadora
([email protected]) 18 abr 2011.
----- Original Message ----From: Andréia Fortini
To: Janete Merlo - Gerencia TV Vilhena
Sent: Monday, April 18, 2011 11:07 AM
Subject: Re: Relatórios..
ok então .. Seguem os relatórios de março 2011 para você poder comparar com os de abril
ok^??
Guarde ai.
Abs
Andréia Fortini
ANÁLISE DE INDICADORES RONDÔNIA
MARÇO 2011
1 – PRODUÇÃO DE NOTÍCIAS
(planilha Excel em anexo enviada pela MB indicadores )
INTERIOR 01 a 31/03 – temos enfrentado problemas constantes com o sistema de geração via FTP tendo
em vista que a internet das praças tem estado muito lenta. Teríamos que encontrar um sistema
de geração mais confiável para que pudéssemos contar mais com os VT´s produzidos pelo
136
interior. Sugerimos a implantação do sistema de geração via IP, já utilizado pela Rede Globo.
Assim o editor do telejornal poderá ter acesso ao material diretamente na sua máquina.
09/03 – Ariquemes, equipe ficou sem o editor de imagens que aguarda autorização para ser
substituído com nova contratação. A falta desse profissional está dificultando o trabalho do
jornalismo.
15/03 – Ji-Paraná, equipe ficou sem carro para reportagem porque o veículo estava a
disposição da técnica para manutenção das torres. Ficamos sem telejornal.
16/03 – Ariquemes, problema com o LCD da câmera prejudicando a captação de imagens.
Fato relatado por e-mail a chefia de jornalismo.
28/03 - Ji-Paraná, problema com carro não pode fazer VT sobre o furto da delegacia que saiu
apenas como nota seca nos nossos telejornais e no Globo Notícia. O fato foi relatado pelo
gestor da TV Ji-Paraná e encaminhado nesta data a chefia de jornalismo.
30/03 – Guajará-Mirim, adiantando problemas de produção que irão acontecer em Abril tendo
em vista que a equipe de Guajará-Mirim tem apenas uma repórter que estará cumprindo férias
no referido mês e temos pedido de pauta da diretoria regional que não teremos como cumprir.
3.1 – QUALIDADE NA EDIÇÃO
(Acrescentar relatório dos editores dos telejornais BDA, AMZTV, GE, JR !!)
3.2 – QUALIDADE NA EXIBIÇÃO
(Acrescentar relatório da Bethânia sobre os problemas durante a exibição dos telejornais
nesse período)
4 – PARTICIPAÇÕES DO INTERIOR NOS TELEJORNAIS ESTADUAIS
GUAJARA-MIRIM
56 produções exibidas
137
ARIQUEMES
78 produções exibidas
JI-PARANÁ
34 produções exibidas
CACOAL
78 produções exibidas
VILHENA
51 produções exibidas
RELATÓRIO
COORDENAÇÃO INTERIOR
VT´S INÉDITOS NO FTP
VT – ADESIVO/FAMILIA FELIZ (CACOAL)
VT – PM/ORQUESTRA (JI-PARANÁ)
VT – DESPESCA (CACOAL – se tirar a parte da sonora que fala da semana santa fica fria)
VT – PEQUENO/SAMURAI (ARIQUEMES)
AGUARDANDO GERAÇÃO FTP
STAND UP VEC ESTADUAL (VILHENA)
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VT – DIA / MAES (CACOAL)
VT´S NÃO USADOS E PERDIDOS NESTA SEMANA
VT – ÓLEO/AVESTRUZ (CACOAL condenada pelo Milton porque as sonoras estão escuras)
VT – TAXI/VILHENA (VILHENA)
VT – PERIGO/364 (ARIQUEMES)
VT – SOLIDARIEDADE/CRIANÇAS (VILHENA)
VT – LIVRO/SURUÍ (CACOAL a pedido da Globo News)
VT – RECEITA/JIPA (JI-PARANÁ)
VT – ASFALTO/VILHENA (VILHENA)
VT – OVO/CHOCOLATE (CACOAL)
RELATÓRIO – MARÇO
O mês de março se destacou pelo volume de trabalho e coberturas especiais. A equipe estava
desfalcada com ausência da repórter de rede Maríndia Moura por motivos de saúde e a Rose
Lopes em Banco de Horas. Um fato extremamente positivo foi a cessão da repórter Débora
Helena durante uma semana para compor a equipe do programa semanal “Profissão Repórter”
da Rede Globo.
Na parte técnica intensificamos o uso da Unidade Móvel de Jornalismo. Participação intensa
em nossos telejornais e adaptação da equipe a este novo recurso. A chefia e os editores
também redobraram a análise dos telejornais para a identificação e monitoramento das falhas
na produção, exibição, edição e captação.
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A equipe de engenharia também ampliou o trabalho de construção civil na emissora. Por isso,
enfrentamos dificuldades, principalmente, no final do mês quanto a poeira e o barulho.
Durante dois dias, parte da equipe chegou a usar máscaras para amenizar os transtornos.
No aspecto editorial as coberturas especiais começaram no início do mês com a morte do
carnavalesco conhecido como “Manelão”, o principal organizador da “Banda do Vai Quem
Quer” – um dos maiores blocos da região Norte.
Este episódio, há menos de uma semana, do carnaval comoveu a população e exigiu da equipe
de jornalismo um trabalho de cobertura intensa. A primeira equipe foi mobilizada durante a
madrugada.
Depois revezamos as equipes entre os profissionais durante todo o desdobramento desta
cobertura no hospital, morte, velório e enterro. Na seqüência tivemos uma ampla cobertura do
carnaval e depois da morte do deputado Eduardo Valverde. A tragédia automobilística
também exigiu uma cobertura ágil da equipe de Ji-Paraná (Roberto Oliveira e Valdeinei
Fernandes) que foram fora do horário a região do acidente para fzer a reportagem. A cobertura
continuou em Porto Velho com o velório e enterro.
Na segunda quinzena o trabalho foi totalmente focado na crise das usinas do Madeira. O ponto
alto foi entre os dias 15 e 18 em que ocorreu a violenta manifestação dos operários e a reação
das forças de segurança pública. Toda a equipe foi mobilizada. Neste período, além dos
repórteres, deslocamos editores e produtores para ampliar a cobertura sobre o tema. Além da
Unidade Móvel, utilizamos recursos como áudio-tape, flashes e reportagens especiais. Graças
ao empenho da administração conseguimos a locação de um helicóptero para cobrir as
manifestações. Um momento de crise na redação foi coação a uma equipe de reportagem
(Débora Helena e Clênio Amorim) durante as manifestações. Eles chegaram a ter o veiculo
abordado e sofreram ameaças. No entanto, depois de uma negociação o veiculo foi liberado. A
cobertura e o apoio a Rede Globo se prolongaram durante toda a quinzena. Esta operação
culminou com um JN no Ar exibido no final do mês. Mobilizamos toda a nossa equipe para
apurar e apoiar a produção da rede
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