BAGAGEM CHEIA - Marista Online

Transcrição

BAGAGEM CHEIA - Marista Online
2º Semestre • 2014 | 14ª edição
CURIOSIDADE
Games podem ser fortes aliados
no desenvolvimento cognitivo e
emocional de crianças e adolescentes,
basta usá-los da forma adequada.
DIA A DIA
Saiba como as aulas imersivas
transformam teoria em prática,
potencializando o aprendizado
do aluno.
BAGAGEM
CHEIA
A um passo da universidade e
do mercado de trabalho, Ensino
Médio Marista foca nos processos
seletivos e na formação do cidadão.
2
Combinação
única de bons
valores e
excelência.
O Grupo Marista conta com milhares
de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os
direitos das crianças e dos jovens.
Faz parte do jeito Marista a busca
constante por excelência. Na área da
educação, da escola à universidade,
formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades
nas áreas de saúde e comunicação,
levamos sempre a melhor qualidade
para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas
áreas, a ação social está presente
BRASÍLIA
Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental
SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
Superior Provincial
Ir. Joaquim Sperandio
Presidente do Grupo Marista
Ir. Delcio Afonso Balestrin
Superintendente Executivo do Grupo
Marista
Paulo Serino
Diretor da Rede de Colégios
Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos
Diretor de Marketing E COMUNICAÇÃO
Stephan Younes
Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho
Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR
8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500
www.colegiosmaristas.com.br
Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio
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CEP 70200-750 | (61) 3445-6900
Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e
1º Ano do Ensino Fundamental
SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
SÃO PAULO
Colégio Marista de Ribeirão Preto
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Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400
Colégio Marista Arquidiocesano
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São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444
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CEP 01518-000 | (11) 3207-5866
PARANÁ
Colégio Marista Paranaense
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(41) 3016-2552
Colégio Marista Santa Maria
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Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500
14ª Edição | 2º Semestre 2014
Periodicidade Semestral
EDIÇÃO
Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista
Eduardo Correa e Vivian Lemos
REDAÇÃO
Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646
Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação)
Edição de arte: Julyana Werneck
PROJETO GRÁFICO
Estúdio Sem Dublê | semduble.com
com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também
atuamos diretamente, por meio de
uma ampla rede de solidariedade.
Bons valores e excelência.
Nossa missão é proporcionar essa
combinação única para a construção
de um mundo melhor.
Colégio Marista de Cascavel
Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR
CEP 85812-011 | (45) 3036-6000
Colégio Marista de Londrina
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Colégio Marista de Maringá
Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro
Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224
Colégio Marista Pio XII
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Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374
SANTA CATARINA
Colégio Marista São Francisco
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Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313
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Goiânia-GO - CEP 74.160-010 | (62) 4009-5875
Revisão
Lumos | Bureau de Traduções
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Capa Débora Gouveia, estudante
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FOTO DE CAPA
Gilberto do Rosário
do Colégio Marista João Paulo II,
de Brasília (DF)
© Todos os direitos reservados.
Todas as opiniões são de
responsabilidade dos respectivos
autores.
3
índice
capa
8 nos Colégios
Maristas os
alunos recebem,
além do preparo
para o vestibular,
subsídios para o
ingresso na vida
universitária e no
mercado de trabalho
com pensamento
crítico.
1ª impressão
dia a dia
entrevista
5 6 14 Atenta aos novos anseios e
pensamentos dos jovens de hoje,
a educação Marista foca em formação
integral, de forma a contribuir para as
futuras decisões dessa geração.
Conheça algumas iniciativas
de atividades práticas que
enriquecem a construção do
conhecimento e tornam visível a
integração entre os aprendizados de
dentro e de fora da sala de aula.
essência
solidariedade
38 Irmãos Maristas comentam
sobre a formação integral,
cujo objetivo é formar cidadãos
preparados para todas as provas da
vida.
40 Na tentativa de assegurar
os direitos da criança, Rede
Marista de Solidariedade assume
creche da Penitenciária Feminina do
Paraná.
índice
como fazer
compartilhar
42 44 17 diversão
olhar
curiosidade
46 48 50 Saiba o que fazer quando o
temido vilão bullying está à
nossa volta.
Além de muito divertida,
a arte circense pode
proporcionar aos alunos o
desenvolvimento motor, a
convivência e o trabalho em equipe.
4
Fabio Viviurka Correia nos conta
como o Circuito Projeto de Vida
está acontecendo nos Colégios Maristas e
quais são os benefícios que o projeto pode
trazer aos alunos envolvidos.
Confira dicas de sites,
revistas, filmes e programas
de TV indicados pelos professores dos
Colégios Maristas.
A psicóloga Marina
Vasconcellos propõe a
reflexão de um assunto polêmico.
Para que serve, afinal, a Lei da
Palmada?
seu colégio
Confira as
matérias
elaboradas
exclusivamente para o
seu Colégio.
Antes considerados
ameaçadores e perigosos,
games se revelam eficientes
ferramentas para estudo e
desenvolvimento de habilidades.
1ª impressão
Educação Marista,
formação integral
para a vida
atividades que contribuam com a formação acadêmica, mas também humanista, social e transcendental. No
Ensino Médio, esse trabalho continua.
A excelência na aprendizagem, que
iniciou na Educação Infantil e prolongou-se no Ensino Fundamental, é continuada nesse segmento. A preparação
dos alunos para os testes e as provas
que precisarão enfrentar, já iniciada
nas séries anteriores, agora recebe novos contornos, sem que, no entanto, se
deixe de lado o justo equilíbrio entre
excelência acadêmica e formação de
valores. Essas duas tarefas tão importantes são o tema de capa desta edição
da revista Em Família Marista.
As boas notas obtidas por nossos
alunos anualmente no Exame Nacional do Ensino Médio e os altos índices
de aprovação nos principais vestibulares mostram que estamos estruturados
para prepará-los para esses desafios.
Porém, prepará-los para obter o sucesso almejado somente nessa fase não
representaria nosso jeito Marista de
educar. O que esperamos é formar cidadãos éticos e íntegros que alcancem
seus objetivos por toda a vida.
E nessa perspectiva de formação integral, estamos cada vez mais preocupados em trabalhar com nossos alunos
não somente a profissão que querem
seguir, mas ajudá-los na construção de
um projeto maior. Um meio para isso,
é “Circuito Projeto de Vida”. No site circuitoprojetodevida.com.br, os estudantes encontram um conteúdo com a
linguagem deles, que tem o objetivo de
ajudar os jovens a descobrir o que eles
realmente esperam da vida e como podem caminhar rumo à conquista de
seus objetivos. Ao pensar o estudante
na sua inteireza e propor aprendizagens conectadas com a vida, a Educação Marista quer formar cidadãos éticos, justos e solidários para a
transformação da sociedade, por meio
de processos educacionais fundamentados nos valores do Evangelho.
[...] é papel da escola
estar atenta às
novas expectativas
dos jovens e pensar
na melhor forma de
ajudá-los a tomar as
melhores decisões para
as suas vidas.
ir. vanderlei
Siqueira dos Santos
Diretor Executivo
da Rede Marista
de Colégios
© Foto: João Borges
Quem nunca perguntou a uma
criança o que ela quer ser quando crescer? Muitas, espontaneamente, nos falam sobre as diversas possibilidades
que surgem em suas mentes criativas:
bailarinas, bombeiros, mágicos, astronautas e tudo mais que a imaginação
fértil permitir.
Quando nossos jovens entram no
Ensino Médio, talvez um pouco antes,
a mesma pergunta ganha uma roupagem mais adulta: “Você já escolheu a
profissão que vai seguir?”. É nessa fase
que uma grande responsabilidade recai sobre os ombros dos estudantes – a
escolha da carreira. Como se não bastasse essa dúvida, ainda acumula-se a
pressão pelos bons resultados em provas como Enem e aprovação nos vestibulares mais concorridos.
O que por si só já parecia complicado, agora ganha novos elementos com
a mudança de perfil das novas gerações. Os nascidos a partir da década de
1990 não enxergam o futuro como um
cenário de escolhas únicas, em que
precisam se decidir entre uma profissão ou outra. A lógica mudou e, agora,
eles pensam em atividades paralelas,
em fazer uma coisa e muitas outras simultaneamente.
Com esse novo comportamento, é
papel da escola estar atenta às novas
expectativas dos jovens e pensar na
melhor forma de ajudá-los a tomar as
melhores decisões para as suas vidas.
Os professores e gestores dos Colégios
Maristas têm essa preocupação em todas as fases da educação, promovendo
5
dia a dia
visita à cidade de Santos preparou os alunos da 3ª série do ensino Médio do Marista nossa Senhora da Glória para o vestibular.
alunos do Marista Paranaense têm diversas aulas com atividades práticas e
tarefas nada convencionais.
Mão na massa
Atividades
práticas auxiliam
o aprendizado e
oferecem diversas
vantagens para
as mais variadas
faixas etárias de
estudantes
Por Mahani Siqueira
6
Qual é o aluno que não gosta de sair
de sala por algumas horas e participar
de atividades práticas em ambientes diferentes daquele em que passa
a maior parte do tempo? No entanto,
mais do que simplesmente oferecer
novos ares e – muitas vezes – oportunidades de relaxar um pouco do conteúdo das disciplinas, as aulas externas
e atividades práticas são uma excelente forma de reforçar o aprendizado e
proporcionar novas experiências aos
estudantes das mais variadas faixas
etárias. Na Rede Marista, são várias as
iniciativas que propõem tirar os alunos
da sala de aula sem afastá-los dos conteúdos previstos.
O Colégio Marista Glória, de São
Paulo (SP), organiza um projeto que
envolve quase todas as turmas – até
a 3ª série do Ensino Médio –, e levando os alunos para saídas pedagógicas
com atividades interdisciplinares relacionadas aos assuntos abordados
dentro de sala. Cada turma (à exceção
do Infantil 3 e da 3ª série do Ensino
Médio, que fazem apenas uma saída)
vai a dois locais por ano e nenhuma
série repete o destino visitado. Em
2014, alguns dos roteiros envolveram
o Museu da Língua Portuguesa, o Instituto Butantan, o Teatro Municipal
de São Paulo, o MASP e a fábrica da
Volkswagen, entre vários outros.
Batizado de Estudo do Meio, o projeto passa por três etapas. Primeiro,
os alunos são contextualizados sobre o local que será visitado. Depois,
já no destino, eles recebem uma aula
prática e, para finalizar, preparam um
trabalho apostilado sobre o conteúdo
aprendido na visita, sendo que o tema
também pode ser utilizado em questões de provas. Segundo Keila Castro,
coordenadora do Núcleo Cultural do
Marista Glória, a vivência é o principal
ponto positivo ofertado pelas atividades práticas.
“Ver, ouvir e presenciar fixa muito
mais o conteúdo do que somente ler
sobre aquilo. As experiências vividas
nas aulas práticas, fora da sala de aula,
são momentos de grande aprendizado
e que os alunos poderão levar para a
vida inteira. Essas aulas práticas não
são apenas passeios, mas sim parte
fundamental do aprendizado, em que
são cobradas até presença e nota. Mas
o mais importante é que os estudantes têm uma grande oportunidade de
enriquecimento cultural em cada uma
dessas saídas”, opina Keila.
A declaração da coordenadora é
validada pelos alunos da 3ª série do
Marista Glória. Mariana Alves Dainese
e os irmãos gêmeos Eduardo e Fábio
Rodrigues Murad Cassiano se preparam para o vestibular no fim do ano e
© Fotos: Acervo dos Colégios
Viagens ao litoral são alguns dos programas mais aguardados pelos estudantes
do Marista Paranaense.
asseguram que a experiência de ter
visitado a cidade de Santos fez muita diferença na hora dos estudos e,
principalmente, caso o assunto esteja presente nas temidas provas.
“Eu acho importante sair um
pouco de sala para poder ver de perto tudo aquilo que os professores e
os livros nos contam. Em Santos, fomos a museus, conhecemos o bondinho da cidade e pudemos presenciar vários detalhes de um assunto
que estávamos estudando no Colégio”, comenta Mariana, seguida por
Fábio, que não hesita quando perguntado sobre a confiança no tema
para o vestibular. “Se cair algo relacionado a Santos, eu já tenho grandes chances de acertar, porque vou
me lembrar da viagem e de tudo que
aprendemos”, completa o estudante.
Coordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz
(RS), Marta Gonzatto vê as experiências práticas como fundamentais no
processo educacional. Segundo ela,
as atividades enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível
a integração entre os aprendizados de
dentro e de fora da sala de aula. Ela
reforça, ainda, que a compreensão de
diferentes temas pode ser facilitada
com a elaboração de aulas que não se
limitam às salas e aos quadros negros.
“O aprendizado é um todo que
abarca o que está fora da sala de aula
e o que se deseja ensinar em classe,
tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes
podem ver na realidade as coisas
que estudam, facilitando o entendi-
O Museu da Língua Portuguesa foi o destino escolhido para as atividades da 2ª
série do Ensino Médio do Marista Nossa Senhora da Glória.
mento. O professor pode estimular a
curiosidade proporcionando a construção do conhecimento de maneira
descontraída e momentos de socialização. Assim, a compreensão e o
estabelecimento de relações são potencializados”, afirma Marta.
A coordenadora pedagógica ressalta, no entanto, que o professor
deve ter bem definido o objetivo e o
planejamento pedagógico para que
qualquer atividade prática seja coerente com os estudos que pretende
desenvolver. Ela também indica que
é importante preparar experiências
condizentes com as habilidades exigidas na disciplina e que estejam de
acordo com a faixa etária dos estudantes. “É importante que o professor conheça o espaço e as possibilidades que ele pode gerar, levando
em consideração o fator segurança.
Esses cuidados poderão permitir que
a prática faça maior sentido e traga
resultados mais significativos para os
estudantes”, completa.
No Colégio Marista Paranaense,
de Curitiba (PR), são várias as atividades práticas oferecidas aos alunos,
tanto dentro quanto fora da escola.
Além de visitas a museus, usinas de
reciclagem, aterros sanitários e cidades do litoral paranaense e catarinense, os estudantes podem fabricar
sabonetes, vivenciar experiências
sensoriais de degustação e manipulação de alimentos e até participar da
produção de queijo e achocolatados.
Para a coordenadora psicopedagógica do Colégio, Neiva Pinel, as práticas só têm vantagens a oferecer.
“São experiências muito significativas para os alunos. Nelas, além de
aprenderem conteúdos acadêmicos
e de terem acesso à tecnologia de última geração, eles interagem com o
meio, atuam com mais autonomia e
responsabilidade, amadurecem as
relações sociais, aprendem a fazer
uma leitura mais ampla dos contextos culturais e, por meio da observação, constroem conhecimento, senso
crítico e posicionamento político
diante das realidades encontradas”,
finaliza Neiva.
O aprendizado é um
todo que abarca o que
está fora da sala de
aula e o que se deseja
ensinar em classe,
tudo faz parte do
processo de conhecer
o mundo. Assim, os
estudantes podem
ver na realidade as
coisas que estudam,
facilitando o
entendimento.
Marta Gonzatto
Coordenadora pedagógica do
Colégio Marista São Luís,
em Santa Cruz (RS)
7
capa
Eu me vejo como uma
cidadã que se preocupa
com o próximo, acho
que esse é o maior
legado Marista que levo.
Atualmente, gosto do
trabalho de liderança
da turma e de
representar meus
colegas.
débora Gouveia
Aluna da 2ª série do Ensino
Médio do Colégio Marista
João Paulo II, de Brasília (DF)
8
Ensino Médio
focado nas
provas da vida
Mais que preparar o jovem para o vestibular,
é preciso ampará-lo para a escolha certa da
carreira e lhe dar subsídios para o ingresso na
vida universitária e no mercado de trabalho
com pensamento crítico
© Foto: Gilberto do Rosário
Por Michele Bravos
Até parece que o cérebro dos jovens nascidos na década de 1990 funciona
de um jeito diferente dos demais. E talvez seja isso mesmo. Essa geração,
chamada de Geração Z, nasceu conectada e sua consciência foi influenciada, desde a maternidade, pela velocidade da tecnologia. Segundo dados do
Ibope, para a maioria dos jovens Z, o estudo é prioridade e sete em cada dez
deles desejam ingressar em uma universidade. O desafio atual da educação,
principalmente nos anos do Ensino Médio – fase de transição –, é como trabalhar o ensino-aprendizagem em novos formatos, atendendo às expectativas desses jovens e do mercado de trabalho que os espera.
Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS),
faz parte desse núcleo de pessoas multitarefas, questionadoras, curiosas,
ávidas por tecnologia. Ele sonha em ser professor e atribui a vontade aos
exemplos que teve. “Essa convicção nasceu da grande admiração que tenho
pelo papel fundamental do professor na sociedade e dos ótimos exemplos
que vejo no Colégio e na minha família”.
Em um mundo que não é cartesiano, Flávio Sandi, diretor-educacional
da Rede de Colégios Maristas, lembra que preparar essa e as gerações futuras para a vida não é treiná-las para uma prova de vestibular. O foco deve
estar além. “Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no
mundo. Precisamos falar de transcendência, desenvolvendo sensibilidade
estética, olhando o mundo por meio da dança, por exemplo, trabalhando as
dimensões espiritual, corporal e social de forma interligada”.
9
Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), e a mãe Carla Domingues.
Para a fisioterapeuta Carla Domingues, 42 anos, mãe de Lucca, a
partir do momento em que a escola
se propõe a formar um cidadão, ela,
junto com a família, deve ter como
objetivo a busca pela plenitude da
realização pessoal tanto na sua individualidade quanto como parte da
sociedade.
A consciência de que ter uma
formação cidadã caminha paralelamente ao sonho de ser biomédica da
aluna Débora Figueiredo, da 2ª série
do Ensino Médio, do Colégio Marista
João Paulo II, de Brasília (DF). “Eu me
vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse
é o maior legado Marista que levo.
Atualmente, gosto do trabalho de
liderança da turma e de representar
meus colegas”.
Os sonhos profissionais não ficam
tão distantes das carreiras já conhecidas. O que muda é a forma como
tudo tem se desenrolado. No artigo
A chegada da Geração Z no mercado
de trabalho, de Caio Lauer, o autor
reforça que esses jovens esperam
que o mundo ao seu redor – aí se
inclui o mercado de trabalho – seja
10
semelhante ao seu próprio mundo:
“conectado, aberto ao diálogo, veloz
e global”.
Diante dos muitos anseios e sonhos, como os de Lucca e Débora, é
preciso um esforço em torno dos Zs,
lembrando-os de que é necessário
ter foco para atingir o que se almeja.
Os caminhos, mesmo que múltiplos,
devem ter um objetivo.
A diretora educacional Márcia
Rosa, do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), afirma que
as formas de se relacionar, de socializar, estudar e aprender mudaram e que o Ensino Médio (período
em que essa geração se encontra no
momento) deve proporcionar “vivências favoráveis ao espírito decidido e questionador da idade como
caminho à composição de diferentes
olhares sobre o mundo”.
Foram esses aspectos, que vão
além de ensinar um conteúdo, que
fizeram com que a pesquisadora associada da Universidade de Brasília
Adelaide Figueiredo, 57 anos, e mãe
de Débora, escolhesse o Colégio Marista para a filha. “Sei que ela não
está só aprendendo o conteúdo necessário para seu acesso à universidade, mas também está valorizando
o respeito pelas diferenças e pelas
pessoas, o esporte, os conceitos de
disciplina e de ordem. Tudo isso em
um ambiente saudável”.
Os novos formatos de socialização
mostram jovens que interagem com
tudo e com todos muito bem intermediados pela tecnologia, mas que
se subestimam nas relações presenciais. O diretor-educacional Flávio
Sandi pontua o quanto é importante
que o jovem seja instigado sobre as
relações pessoais e a sua presença
no meio, para que tenha sucesso no
mercado de trabalho. “No mercado
de trabalho, certamente contratamos pela competência do indivíduo,
mas demitimos pelo relacional”.
A proposta Marista é mediar todas essas facetas com plataformas
digitais, que instigam o aprendizado
dessa geração por meio da linguagem
que mais faz sentido para ela, mas
também desafiando o aluno a vivências que desenvolvam outras habilidades e formas de relacionamento.
“Olhar o mundo sob a ótica das relações, das conexões e das interações
de fato permite aos jovens novas possibilidades de inclusão e desenvolvimento integral”, afirma Márcia.
A diretora ainda complementa que
reconhecer a diversidade como campo de atuação e de identificação é
fundamental. “É importante permitir
aos jovens experiências colaborativas,
inovadoras, o reconhecimento dos resultados e seu valor. Os alunos devem
ser entendidos como fundamentos da
autonomia e da criticidade”.
Não é na lógica que
encontro tudo com o que
me relaciono no mundo.
Precisamos falar de
transcendência.
Flávio Sandi
Diretor-educacional da
Rede Marista de Colégios
© Foto: Gilberto do Rosário
© Foto: Acervo pessoal
capa
© Foto: Gilberto do Rosário
PreParaÇÃo
Lucca entende que os processos
seletivos representam uma pequena fração do que os exames, de fato,
significam. Ele ainda afirma que o cotidiano da vida escolar Marista compreende uma verdadeira gama de valores sendo transmitidos, auxiliando
na formação do caráter.
O professor diz que a 3ª série Marista não é um cursinho, uma vez que
mantém seu foco no aprendizado,
mas os professores empenham seus
esforços para garantir que o aluno ingresse em uma universidade e possa
fazer valer o conhecimento adquirido
durante os anos no Colégio. “Quero
ser lembrado como o professor que
contribuiu para que essa nova fase
fosse possível”.
Pipoca, professor no Colégio
Marista arquidiocesano, em
São Paulo (SP).
© Foto: Divulgação
A construção de um raciocínio crítico passa pelo aprendizado individual.
“Aprender é internalizar algo, é atribuir significado pessoal ao externo”,
diz Sandi. Esse processo se inicia nas
séries do Fundamental e segue até o
Ensino Médio. O diretor questiona a
postura de pais que ainda acham que
os filhos precisam de respostas prontas
para perguntas prontas. “Isso é cópia
e não ensinar a aprender. Quem acerta mais respostas em uma prova não é
aquele que aprendeu mais. Memorizar
fórmulas não é aprender, uma vez que
esse ato exige construir caminhos”. É o
aprendizado que vai tornar esse jovem
um cidadão transformador.
O professor Celso de Miranda Junior, conhecido entre os alunos como
Pipoca, estudou dez anos em Colégios
Maristas – Santa Maria, em Curitiba
(PR), e Arquidiocesano, em São Paulo
(SP). Depois, ingressou como professor no Colégio paulista. Entre idas e
vindas, como estudante e professor,
são mais de 40 anos de envolvimento
com a Instituição. Formado em Física
e Engenharia Eletrônica e com passagem pelo cursinho mais visado de São
Paulo, ele garante que sua especialidade é o vestibular e a revisão de conteúdos. “Por tudo o que já vivi, percebo
que a pessoa que faz cursinho tem
foco em acertar questões de uma prova. Normalmente, ela já fez o Terceirão
e agora precisa revisar alguns pontos”.
Achar que a 3ª série pode ser substituída por um cursinho é um engano.
“Toda a diferença está no desenvolvimento do aluno ao longo dos
anos anteriores. A parte conceitual é
a mais importante de todas e isso é a
base. Na fase de vestibular, a decoreba, com músicas e esquemas, só fará
sentido se houver embasamento”. O
professor lembra que mais importante que saber uma fórmula é saber
utilizá-la e entender o sentido dela
aplicada no mundo.
No Colégio Marista de Brasília,
o projeto Conexão Universidade
apresenta o conteúdo do Enem e
do vestibular da Universidade de
Brasília em aulas preparatórias
que têm como objetivo trazer mais
clareza para o estudante, além de
capacitá-lo para a tomada
de decisões.
eSCoLha CerTa
A fase que sucede o Ensino Médio
é a preparação mais avançada para
o mercado de trabalho. A orientação para essas novas fases faz parte
da formação do jovem e também
deve ser amparada pelo Colégio. No
Colégio Marista São Francisco (SC),
durante a disciplina de Orientação
Profissional, os jovens discutem suas
afinidades e seus interesses, conhecendo um pouco mais sobre os desafios de diferentes profissões.
A farmacêutica Yara Battazza, 48
anos, mãe de Bianca Batazza, da 3ª
série do Colégio Marista Arquidiocesano, acredita que esse formato
de educação influencia na busca da
carreira a ser seguida. “Acho que com
essa formação, o aluno busca uma
profissão em que possa ser importante e útil na vida de alguém, de maneira justa”.
Outra ação implantada em todos os
Colégios e que contribui para as escolhas nessa fase é o Circuito Projeto de
Vida, lançado neste ano (saiba mais
sobre o projeto na página 14). Por meio
de várias linguagens, entre elas a tecnológica, com uso de aplicativos, os
alunos são incentivados a pensar sobre seus interesses e suas escolhas. A
diretora Márcia explica que o projeto
propõe temáticas como solidariedade,
protagonismo, amizade, afeto entre
outros que sugerem aos jovens analisar suas relações e seus sentimentos,
suas inquietações e aspirações.
11
capa
ConheCiMenTo na PrÁTiCa
A dinâmica em tempos atuais é de
mesclar o saber com o fazer, a reflexão com a prática. “A memorização
nesse contexto é substituída pelas
memórias; a decoreba, por reflexões
e repertórios de conhecimentos assegurados no domínio de habilidades e
competências”, diz Márcia.
Adelaide acredita que, hoje, conteúdo já não é “o mais relevante”, por-
12
que isso está disponível facilmente
na internet, por exemplo. “Analisar e
criticar esse conteúdo é que é o grande desafio do professor atual. Por
isso, acho que o diferencial do Marista está em contribuir com a educação continuada de um estudante,
mostrando-lhe como aprender a
aprender e não apenas como passar
no vestibular”.
A diretora afirma que o próprio
Enem aponta para esse caminho de
compreensão conceitual e técnica
aplicada à prática da realidade. “É sabido que, há um tempo, a ênfase era
nas práticas de domínio de conteúdo.
Neste momento, temos o desafio de
dar sentido e utilidade aos conteúdos
trabalhados”, diz.
Nesse contexto, potencializam-se
as diversas formas de aprendizado e
a visão ampla sobre o ensino e a formação do jovem.
O professor Junior enfatiza: “Os pais
devem almejar que o filho se torne um
cidadão e não o primeiro lugar em uma
universidade”. Ele, que também é pai
Marista, conta que estava
ciente de que se os filhos não passassem
no vestibular mais
concorrido do país,
isso não os diminuiria.
“A minha filha escolheu uma
profissão para ajudar as pessoas, ela é
terapeuta ocupacional em uma comunidade vulnerável. O meu filho tem um
derança, de articulação
espírito de liderança,
de pessoas muito forte. Eles são cidadãos e muito disso é por conta do
Marista”.
É sabido que, há um
tempo, a ênfase era
nas práticas de domínio
de conteúdo. Neste
momento, temos o
desafio de dar sentido e
utilidade aos conteúdos
trabalhados.
Márcia Maria rosa
Diretora educacional do Colégio
Marista São Francisco,
de Chapecó (SC)
© Foto: Gilberto do Rosário
Débora conta que o Colégio teve
papel fundamental na escolha do
curso de Biomedicina. “Ele me deu
várias oportunidades, como palestras
e semanas vocacionais, para eu chegar a essa conclusão do curso”.
“Sabemos que é um momento de
dúvidas e que elas são naturais. Nosso maior desafio está em auxiliar os
jovens a se reconhecer nos processos e desafios vividos. A disciplina de
Orientação Profissional, juntamente
com a equipe de Pastoral e o Núcleo
Psicopedagógico, faz o acompanhamento das reflexões com estudos
dirigidos, palestras com diferentes
profissionais, teste vocacionais, entre outras atividades. Esse trabalho
contribui no processo de amadurecimento dos jovens e na compreensão
das suas escolhas, minimizando a ansiedade e estabelecendo uma relação
mais segura de expectativas sobre os
desafios da vida profissional e do futuro”, afirma Márcia.
A professora universitária Maria
Teresa Trevisol, mãe de Gabriel Trevisol, da 3ª série do Ensino Médio
do Colégio Marista São Francisco, de
Chapecó (SC), analisa que com um
conjunto de conhecimentos e competências construídos, o aluno terá
melhores condições de se posicionar
diante das inquietações e dos desafios do cotidiano, seja na opção pelo
curso superior ou nos encaminhamentos do cotidiano profissional.
o TerCeirÃo MariSTa
A 3ª série Marista está envolta por muitas emoções, que nem as fórmulas explicam. O
professor Junior lembra que o perfil do aluno Marista dessa etapa é majoritariamente
de jovens que estudaram anos no Colégio. Portanto, esse é um ano de passagem, de
despedida. Quem pratica dança ou esporte sabe que é o último ano que fará aquilo
pelo Colégio.
Dessa forma, o ritmo de aula também precisa estar adequado a esse momento. “Isso
precisa ser respeitado e vivido por eles”, diz o professor. Já se o aluno tem expectativa
de entrar em uma universidade extremamente concorrida, é preciso estar ciente de que
o ritmo nos estudos deve ser mais puxado.
UMa vaGa na USP
À procura de emprego, certa vez
o pai de Allan Deusdará, 24 anos,
deixou seu currículo no Colégio Arquidiocesano. “Eu me lembro de estar andando com o meu pai pela cidade, entregando currículos. Lembro
quando passamos no Arqui”. Nem
pai nem filho poderiam imaginar o
que esse currículo renderia no futuro. O pai de Allan foi chamado para
trabalhar na portaria do Colégio.
Tempos depois, Allan conseguiu uma
bolsa integral para estudar o Ensino
Médio no Marista.
“Eu estudei toda a minha vida
em escola pública. Quando comecei
a estudar no Arqui, foi bem puxado.
Eu não tinha base e alguns assuntos
do 7º ou 8º ano eu nunca nem tinha
visto”. Allan conta que foi só na 2ª
série que ele conseguiu acompanhar
melhor o ensino.
Nesses três anos de Ensino Médio,
ele conta que se dedicou bastante
aos estudos e quando decidiu prestar vestibular somente na USP e na
Unicamp, os esforços redobraram.
“Eu dedicava boa parte do meu tempo para os estudos. Fazia simulados,
revia o conteúdo nos fins de semana”.
O esforço não foi em vão. Allan
passou nos dois vestibulares que
prestou e, hoje, exerce a profissão de
engenheiro químico em uma empresa do segmento, em São Paulo.
O legado Marista que ele traz
consigo até hoje é o valor da amizade. “Eu me tornei amigo de muitos
professores do Arqui. Foram eles que
me ajudaram a superar as falhas que
eu tinha, devido ao ensino público.
Percebia que eles ficavam felizes em
ver o meu progresso. Quando disse
que queria fazer USP ou Unicamp,
muitos me alertaram que seria difícil,
mas me apoiaram dizendo que se era
o que eu queria, eu deveria me esforçar e eu poderia conseguir”.
Os pais devem almejar que o filho se torne
um cidadão e não o primeiro lugar em
uma universidade.
Celso de Miranda Jr.
Professor do Terceirão do Colégio Marista Arquidiocesano, de São Paulo (SP)
© Foto: Gilberto do Rosário
13
© Foto: Gilberto do Rosário
entrevista
Projeto de vida
baseado em
valores
Por Janaína Fogaça
14
nessa nova época, torna-se cada vez
mais difícil escolher uma coisa só ou
assumir um compromisso para a vida
toda. O projeto é pessoal e intransferível e tem como base o registro das
memórias vividas com base em pequenas experiências que são fundamentais para cultivar as lembranças
do ser humano. Por isso, vale a pena
registrar cada momento, pensando
nos próximos passos. Importa mais a
O Circuito é um instrumento para
que os jovens se permitam projetar sua
vida de forma não-linear, descolada
e com propósito. Em um mundo com
tantas possibilidades e escolhas diárias, é necessário ir além do vestibular,
da profissão e do senso comum. Acreditamos que pensar continuamente
nas escolhas que vão sendo feitas ao
longo do caminho contribui para a formação dos nossos jovens. Nos Colégios
Maristas, além de preparar os alunos
para os conteúdos curriculares, preparamos para a vida. E a vida é a referência. Como diz Sêneca, "para quem
não sabe aonde vai, qualquer caminho
serve". Dessa forma, o conceito principal do projeto é: conecte-se com sua
memória histórica e pense nos próximos passos. O Grupo Marista ajuda!
Resumidamente, o Circuito Projeto de
Vida propõe aos jovens e adolescentes a
construção de projetos pessoais de vida.
Para quem
o projeto é
direcionado?
A princípio, ele é direcionado aos jovens em geral. Qualquer pessoa pode
acessar o aplicativo do Circuito. Nos Colégios e nas Unidades Sociais Maristas,
estão sendo realizados pilotos que envolvem os alunos do Ensino Médio e a
comunidade educativa. Serão dedicados
tempo, espaço e subsídios para inspirar
os jovens a construir seu projeto de vida.
Onde o
projeto já foi
implantado
e está
acontecendo
efetivamente?
O piloto do Circuito está acontecendo em três Colégios, quatro
Unidades Sociais, no TECPUC e na
PUCPR. Estima-se que 5 mil pessoas
sejam atingidas diretamente nesse
primeiro ano, sem contar as que terão acesso pela web. O público-alvo
são jovens de 15 a 18 anos.
© Foto: Gilberto do Rosário
O que é o
Circuito Projeto
de Vida e a que
ele se propõe?
distância percorrida em direção aos
nossos sonhos do que o próprio destino de chegada. Afinal, projetar a vida
é uma arte.
Em entrevista para a revista Em Família Marista, Fabio Viviurka Correia,
um dos responsáveis pela implantação do projeto, falou sobre como ele
está acontecendo na prática nos Colégios do Grupo Marista e os benefícios
que ele pode trazer aos envolvidos.
© Foto: Elaine Cezaro | Colégio Marista São Francisco
Ter um projeto de vida e mantê-lo a longo prazo não é tão simples,
mas quando uma reflexão mais ampla é proposta, o que era um projeto
torna-se rotina. E é dessa forma que o
Circuito Projeto de Vida, lançado pelo
Grupo Marista, propõe uma reflexão
acerca de questões sobre o que as pessoas estão vivenciando, norteada por
“o que quero ser aqui e agora”. Diante de tantas possibilidades oferecidas
15
© Foto: Gilberto do Rosário
entrevista
Como o projeto
funciona na
prática?
16
Na prática, o site (aplicativo) está no ar:
circuitoprojetodevida.com.br. Nas unidades Maristas, os Núcleos Pedagógicos
e professores estão sendo capacitados e
instrumentalizados para aplicar o projeto em sala de aula. Cada aluno receberá um kit com uma caixa de memórias,
adesivos, um livreto impresso chamado
scrapbook com inspirações, revistas didáticas e brindes. Com esse material,
vamos estimular os jovens a anotar suas
memórias e queremos rechear suas vidas
com atividades que os ajudem a pensar
nas suas escolhas, nos próximos passos.
Ao receber o kit, os alunos receberão
também uma tarefa que deverá ser cumprida em 24 horas. Essas tarefas foram
batizadas de “nanoatitudes”, que são
ações para tornar a sociedade melhor.
Entre as nanoatitudes incentivadas estão: ficar 24 horas sem celular, para fortalecer as relações off-line; elogiar uma
pessoa em público; e pagar um lanche
para um colega. No total, são 31 nanoatitudes. Com isso, queremos estimular
comportamentos positivos entre nossos
alunos. Em seguida, o professor motiva
um bate-papo sobre temas específicos
e, depois, indica o site para que os alunos compartilhem as nanoatitudes nas
redes sociais, por meio de hashtags, e
continuem suas reflexões durante o ano.
A Pastoral retomará as reflexões em momentos específicos.
Vamos estimular os jovens
a anotar suas memórias
e queremos rechear suas
vidas com atividades
que os ajudem a pensar
nas suas escolhas, nos
próximos passos.
Quais as
temáticas
abrangidas
como
projetos de
vida?
De que
forma o
aplicativo
está
dividido?
O Circuito Projeto de Vida propõe reflexões aos educandos em 16 temáticas,
chamadas de “inspirações”, entre elas o
afeto, a amizade, a carreira, o consumo, a
família, o futuro, o protagonismo, a solidariedade e os sonhos. Em sala de aula, o
professor titular de cada turma apresentará os conteúdos relacionados à temática escolhida pelos alunos e, por meio
do aplicativo, eles continuarão a refletir a
respeito do tema e a trocar experiências.
O aplicativo possui uma área para que
o usuário crie listas por tema. Entre os temas estão: profissional, afeto, interrogações, sonho de consumo, sonho coletivo,
super-sonho, futuro, entre outros. Nesse
espaço, o usuário vai anotando seus sentimentos mais significativos, criando, assim, a sua memória histórica. O aplicativo
traz, ainda, testes vocacionais e uma área
dedicada a compartilhar histórias de pessoas que, com seus projetos de vida, fazem a diferença na sociedade.
índice
POR keLLY erdeMann
30 Folhetim Marista, projeto que partiu do interesse dos
alunos do ensino Médio, incentiva o protagonismo
entre os estudantes.
destaque
com a palavra
ed. infantil
ens. fundamental
18 20 Desde a Educação Infantil
alunos são estimulados
a pensar na profissão que terão
quando adultos.
22 O aprendizado de um
novo idioma proporciona
inúmeros benefícios no processo de
aprendizagem e abre as portas para
o mundo.
ens. médio
diz aí
caleidoscópio
24 O que pensa a Direção.
Mais do que uma
competição, a Olichamp
contribui para a construção do
protagonismo e dos valores dos
alunos.
26 “O que eu quero ser quando
crescer?”. Saiba o que seu
filho pensa sobre isso.
28 você sabia?
gente nossa
ser melhor
32 34 36 Sequência didática mostra
que é possível facilitar o
desenvolvimento da escrita das
crianças por meio do domínio da
tesoura.
Os ex-alunos Leonardo e
Cristina, hoje, à frente do
Studio Lisboa, relembram trajetória
no Colégio.
Relembre os principais
acontecimentos do Colégio.
Conheça algumas ações da
Pastoral.
com a palavra
escolas que
sonham
18
Colégio Marista Criciúma
Na escola, o sonho
não é difícil de ser
alimentado, já que são
as próprias crianças
que nos dão essa
possibilidade.
Conviver com elas é
ter a oportunidade
ímpar de sonhar
diariamente.
ingrid Fortunato Martins
Diretora Educacional
© Foto: Tamiris Brígido
Gonzaguinha sabia o que estava dizendo quando compôs a música “Semente do Amanhã”. As crianças têm respostas para tudo e
são sonhadoras por natureza. O conselho dado pela criança descrita pelo compositor é de olhar o amanhã como fruto das sementes
plantadas no presente. Agir assim é ter sabedoria de se responsabilizar pelas atitudes e os resultados que elas proporcionam. Podemos colher bons ou maus frutos, dependendo da qualidade da
semente que lançamos na terra. A terra, sendo fértil, dará conta de
fazer germinar a semente e contribuir para o ciclo da vida.
Na escola, o sonho não é difícil de ser alimentado, já que são
as próprias crianças que nos dão essa possibilidade. Conviver com
elas é ter a oportunidade ímpar de sonhar diariamente.
Nosso investimento durante o ano de 2014 foi no sentido de
fundamentar os professores pedagogicamente para que suas aulas
proporcionassem mediações consistentes, fazendo com que avançassem além de sua disciplina. Investimos também na qualificação
de nossos profissionais de apoio, para que entendessem quais são
as necessidades de nossos alunos e suas famílias, qualificando os
atendimentos oferecidos. A partir desse trabalho, podemos sonhar
que nossas crianças e nossos jovens serão bem atendidos, pois entenderemos suas necessidades.
Mas o nosso sonho não fica restrito à nossa Instituição, pois
também aspiramos excelência na qualidade da educação no município de Criciúma, seja na escola pública ou particular, para que
nossas crianças e nossos jovens vislumbrem melhores possibilidades profissionais e mais qualidade de vida. Como Maristas que
somos, nos vemos trabalhando para aumentar nossos índices acadêmicos, sem deixar de sonhar com jovens que saibam utilizá-los
sabiamente em suas escolhas.
Esse sonho só é possível porque acreditamos no conselho de
nossas crianças: “Fé na vida, fé no homem, fé no que virá. Nós podemos tudo, nós podemos mais!” Portanto, o convite de Gonzaguinha também é o nosso e endereçado a todos que se importam com
o presente e o futuro da educação brasileira: “Vamos lá fazer o que
será!”
© Foto: Tamíris Brígido
ed. infantil
Sonhar é
preciso e muito bom!
A escola
tem papel
fundamental
quando se
trata de
incentivar
nas crianças
a vontade de
imaginar o
futuro
20
“Sonhar é acordar-se para dentro”, assim já dizia o poeta Mario Quintana. E se
sonhar dormindo pode ser um prazeroso
encontro com as próprias perspectivas,
melhor ainda é ter a capacidade de imaginar o futuro, supor conquistas e presumir
alegrias que ainda virão.
Na infância, tudo isso é parte do cotidiano. Rodeadas de brincadeiras e atividades lúdicas, as crianças deixam os sonhos
aflorarem e se divertem com cada um deles. Mas conforme os anos passam, alguns
desses pensamentos ganham importância
e precisam de doses de seriedade para virar
realidade. A resposta à pergunta “o que vou
ser quando crescer?” é uma delas.
Nessa incansável dúvida, a experimentação por meio das brincadeiras infantis
pode ser fundamental. E, por isso, a escola tem papel fundamental quando se trata
de incentivar a vontade de pensar sobre o
Colégio Marista Criciúma
amanhã. De acordo com Jacqueline N. G.
Teixeira, assistente de Educação Infantil do
Marista Criciúma, é importante deixar os
pequenos sonharem e também alimentar
esses anseios.
Além disso, ela acredita que cabe ao colégio contribuir para a realização dos sonhos
alimentados durante o período escolar. No
âmbito profissional, o incentivo aparece
por meio do auxílio prestado na busca de
caminhos que levam à concretização do objetivo. Para tal, o Marista Criciúma oferece
aos estudantes diversas atividades. Entre
elas estão orientações profissionais, visita a
universidades, direção quanto aos estudos
necessários e contato com profissionais das
mais distintas áreas de atuação, bem como
ajuda na identificação de aptidões.
Objetivando as melhores escolhas, o
Colégio ainda tem a preocupação de contribuir para que elas sejam feitas de forma
to, devido aos aviões; de caminhoneiro, por causa dos caminhões; e
de jogador, em referência à atração
pela bola de futebol.
Já na rotina das meninas, os sonhos são completamente opostos.
A admiração pelas professoras com
as quais convivem na escola suscita
a vontade de seguir o exemplo e, no
futuro, atuar dentro de sala de aula.
Por outro lado, estimuladas pelo encantamento transmitido por modelos e atrizes, também se interessam
pelas respectivas profissões.
Mas como nem sempre os sonhos são concretizados, a escola
deve estar atenta ao sentimento de
frustração que aparece em consequência de um desejo não realizado. “Conversamos com a criança e
mediamos a situação para que ela
consiga identificar os motivos de
não alcançar seu objetivo. A frustração também é necessária, pois
faz com que ela reavalie sua forma
de atuação e traz crescimento pessoal”, ressalta Jacqueline.
Tudo isso demonstra que independentemente da realização ou
não, da frustração ou da alegria, o
exercício do sonhar é preciso. Afinal, como lembram as palavras da
escritora Clarice Lispector, “sonhar
é bom, é como voar suspensa por
balões”.
© Fotos: Tamíris Brígido | Acervo do Colégio
consciente. “Isso é possível oferecendo às crianças oportunidades de
experimentação por meio de brincadeiras e expressão nas mais variadas linguagens”, destaca a assistente de Educação Infantil. Ela também
enfatiza que é papel da escola oportunizar aos alunos experiências nas
diversas áreas do saber, incluindo,
portanto, as opções profissionais
existentes no mercado de trabalho.
Mesmo não sendo tema frequente nos planejamentos do Marista Criciúma, as profissões têm
espaço garantido no dia a dia dos
estudantes. “Elas são apresentadas em alguns projetos de investigação”, explica Jacqueline. Um
exemplo divertido é associado ao
dentista, que, após dúvidas das
crianças quanto aos motivos de
os dentes caírem, foi à sala de aula
responder perguntas para colaborar com a pesquisa. “Alguns livros
de literatura também exploram o
tema e, quando lidos para o grupo,
destacam profissionais, como, por
exemplo, a história de Cid Cientista”, complementa.
Com tanta fantasia, a futura escolha profissional é encarada com
tranquilidade pelos pequenos.
“Eles a percebem de maneira muito natural, pois brincam assumindo diferentes papéis”, enfatiza a
assistente de Educação Infantil do
Marista Criciúma.
Costumeiramente, os primeiros
personagens a serem percebidos
são aqueles que fazem referência
à rotina dos próprios pais. “Geralmente, os pequenos querem a profissão deles porque, na infância, são
ídolos a serem seguidos”, afirma.
Entre os meninos, porém, ganham força no imaginário coletivo as atividades que transmitem a
ideia de aventura, como a de policial e a de bombeiro. As funções
relacionadas a objetos de interesse
também despertam curiosidade.
Na lista, estão os trabalhos de pilo-
Brincadeiras do dia a dia fazem com que as crianças
assumam diferentes papéis e, assim, consigam
experimentar possíveis profissões para o futuro.
A frustração também é necessária,
pois faz com que ela reavalie sua
forma de atuação e traz
crescimento pessoal.
Jacqueline Teixeira, assistente de Educação Infantil do Marista Criciúma
Colégio Marista Criciúma
21
portas
do mundo
Estudo dos idiomas
inglês e espanhol oferece
inúmeros benefícios para
os alunos do Colégio
Marista Criciúma
Aprendizado das línguas
estrangeiras conta com
atividades lúdicas e
didáticas sempre focadas nos
interesses de cada turma.
22
Colégio Marista Criciúma
© Fotos: Tamiris Brigido
Abrindo as
Os benefícios do estudo de vários idiomas são
muitos. Independência, versatilidade, comunicabilidade, conhecimento de mundo e empregabilidade
formam apenas o início dessa extensa e quase interminável lista. Por isso, para que os alunos possam
entrar em contato com ela em sua completude, o
Colégio Marista Criciúma possibilita esse aprendizado adicional desde cedo.
Incentivando os estudantes a desbravar as diferentes culturas por meio da fala e da escrita, a Instituição oferta aulas do idioma inglês a partir dos
seis anos de idade. Já o espanhol entra no cotidiano
quando eles chegam ao 6º ano do Ensino Fundamental. Além disso, há também a modalidade opcional do ampliado com ênfase em Inglês. Nele, é
possível frequentar turmas dedicadas ao inglês no
contraturno.
Independentemente do modelo escolhido, é fato
que o aprendizado de um segundo idioma possibilita uma análise mais ampla das particularidades dos
diferentes países do globo. Mas, além disso, ele também aumenta o poder de inteligência do cérebro,
segundo recente pesquisa realizada pela Universidade de Edimburgo, na Escócia. Paralelamente, ain-
da há acréscimos significativos na
fluência verbal e de leitura.
Com tantos resultados positivos e,
ainda por cima, comprovados cientificamente, as línguas estrangeiras merecem atenção redobrada, inclusive das
crianças. De acordo com Kleber dos
Santos Danielski, professor de Inglês
do Marista Criciúma, ter esse conhecimento é algo obrigatório para estar
um passo à frente da concorrência no
mercado de trabalho. “Antigamente,
quem tinha diploma universitário era
rei. Hoje em dia, isso é básico e o mesmo já ocorre com as línguas”, afirma.
Poucas pessoas se dão conta de que
aprender a escrever e conversar em
inglês, espanhol ou qualquer outro
idioma mantém a mente em forma.
Assim, coloca-se o cérebro para funcionar, exercitando-o e retardando o
envelhecimento. Para tornar esse processo atraente, contudo, cabe aos professores prestar atenção às predileções
de cada aluno e turma.
Segundo os professores, o ensino
deve ser sempre apresentado aos
estudantes de forma interessante.
“Normalmente, as crianças requerem material mais lúdico, brincadeiras, cores, movimento. Mas cabe
ao professor perceber o que funciona com cada turma a fim de manter o nível de motivação o mais alto
possível. Se o grupo é de adolescentes e ainda gosta de brincar, sem
problema. No entanto, se é do Ensino Médio e está focado no vestibular, voltamos o foco também a isso”,
explica Kleber dos Santos Danielski.
Essa preocupação leva em consideração as necessidades de aprendizado nas demais áreas de estudo.
“Muitas construções científicas são
primeiramente produzidas fora do
Brasil, o que permite ao estudante
de um novo idioma ter acesso a elas
e estar à frente dos demais sujeitos,
exigências impostas pelo mercado de
trabalho”, complementa o professor
de Inglês Guilherme Medeiros Honorato. Por isso, comenta Danielski,
é comum ver adultos procurarem escolas de idiomas devido à dificuldade com textos técnicos pertencentes
às suas áreas de atuação, pois não estudaram inglês quando jovens.
Levando isso em consideração,
Honorato lembra que o estudo dos
idiomas deve ser apresentado o mais
cedo possível aos alunos. “Quando
uma criança começa a estudar um
segundo idioma, o seu aparelho fonador ainda não está totalmente desenvolvido, o que a permite produzir
os sons desse idioma com perfeição,
diferentemente do que acontece
com os adultos, em que o aparelho
fonador já está formado e resta somente copiar o som. Dessa forma,
há uma grande diferença semântica
entre reproduzir o som por perfeição
e reproduzir por imitação”, diz.
Conforme Danielski, por sua
própria experiência, um novo idioma precisa ser ofertado às crianças
com motivação para que elas sejam
sensibilizadas a aprendê-lo. Costumeiramente, os pequenos recebem
a novidade com entusiasmo. “Eles
respondem com muita curiosidade e
satisfação ao associar as palavras ao
mundo que os cerca. São palavras e
frases que viram na internet, em tablets, celulares, músicas, games, séries
de TV, e que estão diretamente ligadas
ao dia a dia”, relata, lembrando que os
alunos visualizam a aplicação imediata da teoria apresentada. Com isso, o
professor os poupa das afirmativas
sobre o quanto o estudo pode ser importante no futuro próximo.
De imediato, o aprendizado amplia
os horizontes do estudante, já que ele
tem acesso a informações mais detalhadas em comparação ao cotidiano
comunicado apenas em português.
“Com a inserção das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na vida
das crianças e dos adolescentes, o estudo de um segundo e ou terceiro idioma permite que o aluno alcance informações e amplie sua comunidade
virtual de amigos”, relata o professor
Honorato. Já o professor Danielski
chama atenção ao fato de o estudo
ampliar os horizontes dos estudantes.
“Ele possibilita ao aluno entender melhor o mundo em que vive, podendo,
assim, posicionar-se de maneira ativa
em relação às diversas situações que
podem ser postas a ele”, comenta.
Quando uma
criança começa
a estudar um
segundo idioma,
o seu aparelho
fonador ainda não
está totalmente
desenvolvido, o que
a permite produzir
os sons desse
idioma com
perfeição.
Guilherme Medeiros Honorato
Professor de Inglês do Marista Criciúma
Colégio Marista Criciúma
23
© Fotos: Tamíris Brígido
Em sua 33ª edição,
a Olichamp contou
com modalidades
esportivas,
culturais e
solidárias.
Olichamp contribui para a
construção do protagonismo e
dos valores dos alunos
do Marista Criciúma
Momento de interação,
coletividade e solidariedade
Muito mais do que uma competição, a Olichamp é um
momento singular na vivência dos alunos do Colégio Marista Criciúma. Durante as disputas, os estudantes têm a
oportunidade de interagir, fazer amigos, consolidar parcerias e aguçar o espírito desportivo.
Contribuindo de maneira significativa para a construção
do protagonismo entre os jovens, a iniciativa faz aflorar os
valores propostos no dia a dia da Instituição. “A contribuição se dá a partir do momento em que nossos alunos são
estimulados a participar do evento não somente pensando
na competitividade, mas também em fazer dos jogos, das
tarefas e das campanhas momentos de mágica solidariedade”, destaca a professora Denise Iara Vieira.
Essa preocupação aparece embutida já na organização
da Olichamp. Mesclando alunos de diversas turmas, as
equipes são convidadas a discutir ideias a respeito dos temas propostos e transformá-las em uma identidade para
cada um dos grupos participantes. Durante as reuniões,
formam-se relações e, por meio delas, surge muita troca
de conhecimento e experiências.
De acordo com a professora, embora as composições
sejam feitas por representantes de séries diferentes, o que
prevalece é o espírito de equipe. “Valores humanos de
respeito e solidariedade sempre levam ao desfecho emocionante, no qual todos comemoram a vitória de todos”,
comenta.
Por isso, para os alunos, a importância da participação
está no estímulo à reflexão sobre as diferenças presentes
no ambiente onde vivem. Assim, diante delas, os estudantes percebem que fazer parte de um grupo e aprender
com ele tem mais importância frente à vitória.
De acordo com Denise, na Olichamp fica evidente que
a diversidade precisa ser tratada com respeito e sensibi-
24
Colégio Marista Criciúma
lidade e que todos podem ser vitoriosos apesar das próprias limitações.
Ela comenta, ainda, que para o Marista de Criciúma o
grande mérito da competição é perceber nitidamente os
valores absorvidos pela comunidade escolar durante todo
o processo. “Nada é mais prazeroso para um educador
Marista do que assistir ao protagonismo de seus alunos
em um evento tão grandioso”, confessa.
Em 2014, a Olichamp aconteceu no início do mês de
julho. Essa foi a 33ª edição do evento, que contou com
modalidades esportivas, culturais e solidárias, tendo a
participação efetiva de todos os alunos Maristas.
?
diz aí
Qual é a
sonhos
LUCaS dario MinaTTo
Turma 22 A
15 anos
SUZan reMor STeiner
Turma 22 C
16 anos
niCoLe FiGUeredo
Turma 23 C
17 anos
“Desde pequenos, já pensamos
na profissão que gostaríamos de
exercer no futuro. Com o passar dos
anos, nossa visão do mundo vai se
modificando junto com nossos gostos
e nossas aptidões. Quando crianças,
achamos que temos certeza de com
o que queremos trabalhar no futuro,
mas percebemos que estávamos
errados e tudo isso vira uma enorme
confusão. Agora, perto do momento
em que temos que escolher qual
profissão seguir, surgem diversas
dúvidas e incertezas. Sabemos que
não é tão fácil seguir uma carreira
como pensávamos quando éramos
novos. Eu gostaria de fazer Economia,
penso que essa é uma área em que
me sairia bem.”
“Não tenho uma profissão dos meus
sonhos, mas, sim, várias profissões
que me atraem. Estou conhecendo
mais sobre as características dessas
profissões para acertar na escolha.
Quero ser uma profissional dedicada,
entusiasmada, comprometida,
competente e realizada e, para isso,
estou buscando me informar um
pouco mais sobre cada uma para,
assim, na hora adequada, fazer
a melhor escolha e me realizar
profissionalmente.”
“Quando perguntam aos estudantes
qual profissão querem seguir no
seu futuro, muitos não sabem o que
responder. Quando perguntam a mim,
respondo com toda a certeza que
quero cursar Artes Cênicas. Admiro o
modo com que os artistas se entregam
ao papel que estão exercendo e o
tamanho de sua dedicação. O que
sentimos quando estamos em cima do
palco interpretando um personagem é
inexplicável. Criar outra personalidade,
outro modo de ver o mundo, outra
forma de agir, fazer quem assiste se
identificar com alguma cena, poder
ver a reação do público a cada ato,
tudo isso me encanta porque, além de
criarmos experiências e aprendizado,
faz com que eu tenha vontade de seguir
a carreira no meu futuro.”
26
Colégio Marista Criciúma
© Fotos: Tamiris Brigido
profissão
dos seus
Vinicius Zerbato
Turma 21 A
14 anos
Giovanna Costa
Turma 23 A
17 anos
Mariana de Bem
Turma 22 A
16 anos
“A profissão dos meus sonhos e em
que eu quero investir é a fotografia. Já
tentei entrar em cursos de fotografia,
mas não deu muito certo, pois não
tenho o equipamento necessário e
a idade certa ainda. Mesmo assim,
não desisti. Assisti a alguns vídeos
na internet, comecei a tirar fotos
como um hobby, gostei e montei até
uma página para colocar minhas
fotos e conseguir embarcar nessa
carreira. Quando fotografo, eu me
sinto bem, vejo as coisas com outro
olhar e a profissão me faz sonhar
alto. Quero uma câmera profissional.
Futuramente, quero montar um
estúdio e fazer o que eu mais sinto
vontade.”
“Transformar ambientes, reconstruir
algo destruído pelo tempo, enxergar
as possibilidades e utilizar criatividade
e bom gosto foram apenas alguns dos
motivos que fizeram da arquitetura
meu sonho. Ela permite projetar algo
que dure por gerações e que faça
parte da história e da personalidade
de um determinado lugar, como
museus, casas, teatros e pontes. A
arquitetura de uma cidade é sua
marca registrada. Sinto que ela me
fascina, pois cada estilo de construção
conta a história de um povo e fornece
uma nova oportunidade para se fazer
arte. Proporciona também uma visão
privilegiada de cidade e comunidade
com seu estilo de vida.”
“Falar sobre os sonhos é sempre algo
complicado, mudamos de ideia a todo
instante, principalmente durante a
adolescência. Parece que temos que
decidir o restante de nossas vidas
nesse momento – o que é realmente
assustador. Porém, acho que esse é o
exato momento de cometermos erros,
‘quebrando a cara’. Quero fazer algo
significativo, que faça a diferença no
mundo, na vida das pessoas. Para
mim, não há nada mais importante e
gratificante do que poder mudar algo
ou salvar a vida de alguém. Esses
são alguns dos ‘porquês’ de eu ter em
mente a medicina como profissão dos
sonhos.”
Opinião da Educadora
Os alunos do Ensino Médio, além dos desafios vivenciados no segmento, têm maior preocupação com experiências mais concretas da vida. Revelam o desejo da conquista da autonomia. No nosso Colégio, esse é o momento em que o projeto de vida é iniciado.
Como educadores Maristas, estamos sempre atentos às novas possibilidades que o cenário da vida tem a oferecer aos nossos alunos
para que eles se tornem bons cristãos e virtuosos cidadãos.
Karin Patricia Reis
Coordenadora psicopedagógica do Ensino Médio
Colégio Marista Criciúma
27
caleidoscópio
Com o tema
Padaria,
as famílias
Maristas
aprenderam
várias novas
receitas
de amor e
diversão.
2014
Um momento muito especial para crianças da Educação Infantil foi a inauguração do parque, que foi
revitalizado e traz o estimulo de vivências de muitas
linguagens.
ACONTECIMENTOS
As belas apresentações e comidas típicas foram as grandes
atrações da Festa Junina 2014.
ESPIRITUALIDADE
A confecção dos tapetes da celebração de Corpus Christi é
uma grande demonstração de fé e união dos educadores,
pais e alunos Maristas.
As crianças do Colégio Marista fizeram uma releitura
da Via Sacra e a exposição das fotografias emocionou
toda a comunidade escolar.
28
Colégio Marista Criciúma
A 33ª edição da Olichamp foi marcada pelo tema Copa do Mundo, que
fez todo o Colégio entrar no clima de diversão e solidariedade.
© Fotos: Tamiris Brígido
O Terceirão 2014 está sempre agitando os intervalos de sexta-feira
com seu bom humor e sua criatividade.
FORMAÇÃO
DIVERSÃO
Para comemorar o início do semestre e a Semana do Estudante,
aconteceu a primeira edição do Marista Night Class – evento que
trouxe o jornalista e comunicador Marcos Piangers.
Os alunos Maristas alcançaram ótimos índices
de aprovação nos vestibulares de inverno.
Orgulho Marista!
A edição deste ano
do Seminário de
Profissões contou
com a presença do
jornalista e apresentador Helton
Luiz, que falou aos
alunos sobre os
desafios da escolha
profissional.
Colégio Marista Criciúma
29
© Fotos: Tamíris Brígido
destaque
Folhetim Marista aborda notícias regionais,
estaduais e mundiais que, frequentemente,
pautam as provas dos vestibulares.
ideia
notícia
Uma
que virou
Folhetim Marista, projeto
que partiu do interesse dos
alunos do Ensino Médio,
incentiva o protagonismo
entre os estudantes
30
Colégio Marista Criciúma
Ideias e mais ideias. As mentes dos jovens costumam
ter muitas delas. E para incentivar o protagonismo entre
os alunos, o Marista Criciúma estimula que elas sejam
colocadas em prática gerando benefícios coletivos.
Um exemplo disso é o Folhetim Marista. Projeto totalmente organizado por estudantes do Ensino Médio, ele
tem como objetivo principal sugerir aos jovens a preferência pela leitura de jornais impressos, mesmo quando
cercados pela tecnologia. “Geralmente, entramos na internet para usar redes sociais e outras coisas do gênero e
nos esquecemos de buscar as notícias. Os vestibulares,
hoje, têm focado muito em atualidades, então, para a
nossa preparação, é indispensável que adotemos o hábito de nos informarmos”, destaca João Vitor Sônego, aluno que ocupa o cargo de diretor de marketing do veículo.
Percebendo essa situação, o grupo de estudantes, liderado pelo idealizador do projeto, Alex da Rosa, passou
a se reunir para discutir a possibilidade de implantar a
ideia. “Após consultar várias pessoas, como professores
e colaboradores, o Folhetim começou a ser desenvolvido
e foi apresentado ao Colégio em maio de 2014”, explica
Karin Reis, coordenadora do Ensino Médio.
Abordando conteúdos frequentemente percebidos
em vestibulares, ele é voltado aos alunos das séries finais
do ensino regular e jovens da região. Além de enfocar as
notícias de interesse dos estudantes que se preparam
para as provas, o projeto também os faz treinar a produ-
ção de textos e experimentar funções
comuns ao mercado de trabalho. No
Folhetim, cada um dos envolvidos
tem seu próprio cargo e deve respeitar hierarquias, o que exemplifica as
futuras experiências profissionais.
Nesse sentido, João Vitor ressalta
que o projeto os ensina, sobretudo,
a ter responsabilidade. “Para que se
alcancem bons resultados, é preciso
comprometimento de todos”, ensina. Já Alex explica que, a partir do dia
a dia, os alunos aprendem a dinâmica do processo de uma empresa. Isso
porque o Folhetim, incialmente subsidiado pelo Colégio, é levado a sério pelos estudantes. Eles, inclusive,
têm a intenção de transformá-lo em
uma iniciativa rentável a curto prazo, por meio da comercialização de
anúncios e exemplares.
Com reuniões semanais, o grupo
experimenta uma rotina semelhante à de um jornal. Nos encontros,
discutem pautas e estratégias. Para
organizar as tarefas, há o presidente
Alex, um redator-chefe – Artur Bú-
rigo –, uma equipe de marketing e
também um aluno responsável pelo
setor financeiro – Gustavo Martins
Quadrado. “A experiência é vista
como uma preparação. Mesmo sendo um projeto protagonizado por
jovens, é possível termos uma ideia
de como será o mercado de trabalho
em que estaremos inseridos”, afirma João Vitor.
Para Alex, o grande diferencial é
a dupla significância do projeto aos
envolvidos. De um lado, ele auxilia
nas questões escolares. Do outro,
ajuda na experimentação prática
das atribuições profissionais da vida
adulta. Já aos que se beneficiam
do Folhetim apenas pela leitura,
os resultados não são menos construtivos. Conforme o presidente, o
objetivo é atingir o público jovem,
tornando-o atualizado.
Com a primeira edição lançada
no dia 21 de agosto, o Folhetim é um
sucesso. Segundo os responsáveis
pela publicação, o surpreendente
foi, porém, a grande procura de in-
teressados em fazer parte da iniciativa. “Na primeira reunião aberta aos
interessados, o espaço estava cheio,
e todos demonstraram real desejo de
aderir”, lembra o diretor de marketing João Vitor.
A experiência ressalta a vontade
dos alunos em aprender. De acordo
com a coordenadora de Ensino Médio, é desenvolvendo o protagonismo entre os estudantes que se oferece uma formação integral. “O
Folhetim Marista foi proposto e colocado em prática por alunos que
realmente estão desenvolvendo o
seu ofício dentro do Colégio Marista”, completa Karin. Ela também comenta que é necessário exercer a
atenção nos sinais de discursos, de
ações e de ideias em circulação entre
os alunos. “Aproveitemos essas oportunidades para ajudá-los a compreender o mundo e, juntos, criar e recriar as realidades que nos envolvem
e nos transformam”, finaliza.
Após consultar
várias pessoas,
como professores
e colaboradores, o
Folhetim começou
a ser pensado em
dezembro de 2013
e foi apresentado ao Colégio em
maio de 2014.
Karin Reis
Coordenadora do Ensino Médio
Colégio Marista Criciúma
31
você sabia?
a PerCePÇÃo
Durante as atividades cotidianas
das crianças nas turmas do Infantil
5, as professoras perceberam a necessidade que elas tinham de desenvolver melhor as habilidades de
recorte e colagem. Ampliando a coordenação motora fina e o domínio
da tesoura, é possível também facilitar o desenvolvimento da escrita.
32
a reLaÇÃo
O interesse das crianças do Infantil
5 por Maria Cininha foi tanto que elas
passaram a se corresponder e firmaram uma forte relação de troca. Pela internet, a artista responde às perguntas
dos alunos com publicações em sua
página do Facebook e em seu site, elevando ainda mais a importância desse
processo de ensino-aprendizagem.
a viSiTa
Celebrando a relação formada entre
a artista e as crianças do Infantil 5, o Marista Criciúma programou uma visita de
Maria Cininha ao Colégio. O intuito foi
que ela conhecesse pessoalmente os
personagens principais desse projeto
de investigação e, em troca, fez uma exposição de suas obras, levando ainda
mais interação e conhecimento aos estudantes. Maria Cininha foi recepcionada no Colégio com uma linda noite
Cultural em sua homenagem.
Colégio Marista Criciúma
© Colagem: Bruno Serrano
Para despertar o interesse dos estudantes na temática, as professoras do
Marista Criciúma iniciaram uma pesquisa em torno de artistas que utilizam
a técnica de recorte e colagem em suas
obras. Nessa procura, encontraram os
trabalhos assinados por Maria Cininha,
artista plástica e arte-educadora que
vive em São Paulo e conseguiu provocar
encantamento imediato nas crianças.
© Colagens: Bruno Serrano | Augusto Czermak | Luana Zanatta | Paola Zanatta
Toda criança gosta de se divertir imaginando histórias. Mas essa
brincadeira fica ainda mais interessante quando os pequenos podem
construir seus personagens com as
próprias mãos. E, para isso, basta
uma tesoura, alguns materiais de recorte e muita criatividade.
Foi objetivando desenvolver tal
habilidade nos alunos que o Marista
Criciúma apresentou às turmas do
Infantil 5 a sequência didática Desenhando com a Tesoura. Com ele, é
possível perceber a importância do
processo de ensino-aprendizagem
por meio de conteúdos adicionais,
que partem da observação dos professores quanto às necessidades dos
estudantes.
a PeSQUiSa
© Foto: Acervo do Colégio
Sequência
didática tem como
objetivo ampliar a
coordenação motora
das crianças do
Infantil 5
© Foto: Laura Kochhann
diversão e
aprendizado com
as
© Fotos: Studio Lisboa
gente nossa
Da escola para o cinema
Ex-alunos do Marista, hoje à frente do Studio Lisboa, relembram
trajetória no Colégio
Como uma segunda casa. É assim que Leonardo Rafael de Souza
Dal Bó e Cristina Silveira do Amaral
Lisboa percebem o Colégio Marista,
Instituição que, no passado, os abrigou como estudantes. E com uma
referência tão importante, eles a levam, ainda hoje, para as vivências do
cotidiano. À frente do Studio Lisboa,
os ex-alunos buscam proporcionar
aos frequentadores da escola de cinema as mesmas sensações daquele
período: tranquilidade, aprendizado, diversão e valores alicerçados.
Confira entrevista com a dupla.
Como foram as suas trajetória
como alunos Maristas?
Leonardo: Tenho lembranças inesquecíveis. Hoje, consigo claramente perceber que minha educação e
meu conhecimento tiveram o início
e grande carga na instituição Marista. O mais interessante é que, às vezes, me pego pensando sobre o fato
de o Marista não se resumir a um espaço físico, mas, sim, ser algo sensorial. Hoje, sou formado em Cinema e
34
digo sempre que um bom filme tem
que saltar da tela. Acho que o Marista faz isso, gera conteúdo fora de seu
lugar de nascença, informação e discussão o tempo todo, tem alma.
Cristina: Tive grandes professores,
que contribuíram significativamente para a minha construção enquanto ser humano. Fiz grandes amigos
e posso dizer que o Colégio me proporcionou uma base forte, estruturada.
Quais as lembranças que guardam desse período?
Leonardo: Guardo lembranças simples, de correr pelos lugares, de professores (tias), de risadas, das provas
difíceis, dos jogos. Acho que lembro
isso tudo, pois fez parte da construção da minha personalidade.
Cristina: Sempre gostei muito de esportes e o Colégio Marista sempre
apoiou os atletas da Escola. O meu
gosto pelo basquete, por exemplo,
um esporte incrível, que me auxiliou
no trabalho em equipe, foi fortalecido nas quadras do Colégio.
Colégio Marista Criciúma
o que aprenderam no Marista e
levam até hoje em suas vidas?
Leonardo: Levo comigo o ambiente, que, como nossa casa, é um lugar
onde se pode relaxar, em que se sente realmente à vontade. Tenho muito orgulho de minha educação para
com as pessoas, faz parte de mim ser
educado e tratar as pessoas muito
bem, acho que isso é algo que se adquire em lugares e com pessoas que
pregam a mesma atitude.
Cristina: Os princípios básicos de
uma educação saudável, que levamos para o resto de nossas vidas,
sempre foram fortalecidos pelo Colégio Marista. A solidariedade, o
companheirismo e a ética são, com
certeza, elementos importantes na
construção do meu caráter e grande
parte disso foi trazido ao longo dos
anos na Escola. Por meio do esporte,
no Colégio Marista, aprendi que não
devemos ter medo de arriscar, devemos ter coragem, força, foco e fé! Tenho orgulho de ter feito parte de
uma instituição que se preocupa de
fato com a formação enquanto ser
humano de seus alunos!
ser melhor
Contato com a natureza que estimula a
cooperação e a amizade
No Acampa Marista, estudantes se divertem em meio à natureza
É também enfrentando desafios
que as amizades se solidificam e o
espírito de equipe aflora. Por isso,
o projeto Acampa Marista é tão importante para os alunos, que, em
meio à natureza, podem se divertir
fazendo novas parcerias.
Idealizado pelo Núcleo de Pastoral, o projeto existe desde 2013
e busca a formação das infâncias e
juventudes, tendo em vista o protagonismo a partir de um processo
educativo-pastoral que promove o
conhecimento, a vida e os valores
inerentes ao Evangelho. “O Acampa Marista nasceu com o objetivo
de realizar experiências formativas
por meio de desafios, jogos cooperativos, reflexões e trabalho em
equipe”, destaca o coordenador de
Pastoral, José Carlos Pereira.
Saindo do convívio familiar e social por alguns dias, os alunos se
abrem a novas experiências. Eles ficam acampados em barracas montadas em área de mata e, assim, têm
acesso às descobertas proporcionadas pela fauna e flora da região.
Trilhas, desafios, atividades diversas
e jogos proporcionam uma agenda
repleta de cooperação, divertimento,
espiritualidade, aventura e partilha.
Neste ano, o Acampa Marista já
aconteceu duas vezes só no primeiro semestre. Os acampamentos envolveram cerca de 120 alunos dos
6º e 7º anos e também dos 8º e 9º
anos. “Trabalhamos o projeto com o
Fundamental II, respeitando o momento formativo, pois os jovens pertencem a uma faixa etária que, além
de participar efetivamente, pode
contribuir na construção do evento.
Com os alunos do Fundamental I,
há um projeto semelhante, chamado Acantonamento, que acontece
em uma tarde durante o semestre”,
explica Pereira.
A iniciativa é realizada a partir
de um cronograma organizado pelos monitores da PJM e pela equipe
de Pastoral. O grupo leva em consideração o segmento e o momento
formativo e também inclui os pais,
que, além de marcar presença significativa no acampamento, auxiliam nas atividades e nos trabalhos
relacionados.
© Fotos: Acervo do Colégio
Atividades do Acampa Marista reúnem jogos cooperativos,
brincadeiras e contato com a fauna e a flora da região.
36
Colégio Marista Criciúma
Segundo o coordenador, o projeto oferece resultados facilmente
identificados em curto prazo. “Os
alunos retornam alegres, com novas
amizades e abertos ao novo”, enfatiza. Já com o passar do tempo, eles
ampliam essa condição participando de grupos de Pastoral dentro e
fora do Colégio. “Os educadores e
familiares constatam rapidamente
que os jovens trabalham com mais
cooperação, respeito e partilha dentro das salas, no Colégio como um
todo e na própria casa”, explica.
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futuro
C
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CMY
K
C
M
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CMY
38
conhecimento e o cultivo de valores
fazem parte da vida do estudante em
nossos Colégios. E, assim, formamos
cidadãos comprometidos com o presente e o futuro. Isso tudo é um compromisso de nossa visão e resultado
de um processo contínuo de educação
cristã e Marista, que vê o indivíduo de
forma integral, cuja experiência ele
carregará para toda a vida.
Igualmente, ao olharmos para a
história da educação Marista, encontramos o mesmo amor e empenho educativo. Na própria memória
do caro leitor devem haver diversas
experiências inesquecíveis envolvendo estudantes e familiares nas
escolas Maristas. São muitos os Irmãos e professores que têm orientado e desafiado os jovens a superar
as próprias metas e a construir com
dignidade a vida profissional e vocacional.
Acima de tudo, como repetia São
Marcelino Champagnat aos primeiros Irmãos: “Para bem educar uma
criança é preciso antes de tudo
amá-la!” – princípio este que precisa
se tornar prática em cada época. Assim, continuamos hoje partícipes
com a família, primeira educadora,
na formação integral das crianças e
dos jovens a nós confiados. Por isso,
convido todos a repensarem, contarem e escreverem sua própria experiência de formação integral e seu
significado para a vida.
irmão onorino
Moresco
Diretor do Colégio
Marista Rosário (RS)
K
© Foto: Acervo pessoal
Num certo dia, há um ano e meio,
entrou pela portaria do Colégio Marista Rosário um senhor de cabelos
brancos. O ex-aluno foi recebido e
acolhido como de costume. Aproximo-me, dizendo meu nome, e, com
singeleza, ele me pede permissão
para ver o pátio do Colégio. Eu o
acompanho e quando chegamos ao
destino, com um olhar longínquo,
ele demonstra querer ficar só. Meia
hora mais tarde, passo pelo local e o
vejo sereno. Eis que o visitante diz:
“Obrigado, Irmão, revivi a vida de
estudante neste pátio pelo qual passei”. Em sua sabedoria e agradecido,
foi saindo de mansinho após contemplar parte de sua trajetória.
Esse e tantos outros relatos e vivências com que nos deparamos diariamente remetem à riqueza do jovem
como protagonista de sua história.
Os desafios em diferentes áreas do
maristas
2017
um novo começo
2017
2017
maristas
maristas
um um
novo
novo
começo
começo
“DEIXAR A PRÓPRIA
COMODIDADE E
ATREVER-SE
A
“DEIXAR
“DEIXAR
A PRÓPRIA
A CHEGAR
PRÓPRIA
A TODAS
AS
PERIFERIAS
COMODIDADE
COMODIDADE
E E
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NECESSITAM
ATREVER-SE
ATREVER-SE
CHEGAR
A CHEGAR
DA LUZ DO
A TODAS
A TODAS
AS PERIFERIAS
AS PERIFERIAS
EVANGELHO”
(EG).
QUE
QUE
NECESSITAM
NECESSITAM
DA LUZ
DA LUZ
DO DO
EVANGELHO”
EVANGELHO”
(EG).(EG).
2014|2015
Montagne
2015|2016
Fourvière
2016|2017
La Valla
solidariedade
Crianças encarceradas
© Fotos: João Borges
e uma casa de direitos
Na tentativa
de assegurar os
direitos da criança,
Rede Marista de
Solidariedade
assume creche
da Penitenciária
Feminina do Paraná.
Formação pautada
em valores e amor é o
foco dessa mudança
Por Michele Bravos
40
Atrás do portão verde de ferro da
Penitenciária Feminina do Paraná,
em Piraquara, uma das penitenciárias estaduais de segurança máxima
do país, estão em clausura, além de
pouco mais de 400 presas, cerca de
40 crianças entre zero e 3 anos de
idade. Em casos em que a mulher
é presa grávida, seu bebê nasce em
cárcere e, por lei, lá ele pode permanecer até os 6 anos de idade.
A mesma justiça também prevê,
por meio do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), “o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como
pessoas humanas”, compreendendo-se que liberdade é poder ir e vir, conviver em ambiente familiar e comunitário sem discriminação, brincar,
praticar esportes e se divertir.
Com o objetivo de assegurar os
direitos da criança, a Rede Marista
de Solidariedade (RMS) assumiu, no
segundo semestre de 2014, o espaço
Cantinho Feliz, uma creche localizada dentro da penitenciária e que, até
então, era mantida pelo Estado. Com a
mudança, o espaço passa a se chamar
Centro Social Marista Estação Casa.
Viviane da Silva, gerente educacional das unidades da RMS, destaca
a importância de projetos pautados
em valores e, principalmente, no
amor em locais de extrema vulnerabilidade, como é o caso da creche na
penitenciária. Lá, a urgência é ainda
maior por se tratarem de crianças
na fase da primeira infância – período determinante para o desenvolvimento cognitivo e social do indi-
víduo. É nessa fase também que a
criança passa a ter consciência de
sua existência.
O novo nome do espaço não é
à toa e faz jus ao que ele se propõe
a ser: um espaço acolhedor, que
promove o fortalecimento de vínculos entre mãe, criança e família,
respeitando as culturas infantis e
proporcionando às crianças acesso
ao mundo que está além-muros. “É
um espaço que se diferencia da instituição prisional, com dinâmicas e
processos que respeitam as culturas
infantis e a maternagem, garantindo
a dignidade e promovendo a efetivação de direitos”, afirma Viviane.
Parceria
O projeto da RMS é uma consequência de um trabalho que já vem
sendo realizado na penitenciária por
meio do programa Ciência e Transcendência: Educação, Profissionalização e Inserção Social, idealizado
por Fernando Arns e em execução
desde 2012. O programa é coordenado pela Pastoral da PUCPR e está sob
a coordenação de Cristiane Arns. Até
o primeiro semestre de 2014, um dos
projetos do programa era aplicado na
creche, com foco no resgate do vínculo mãe e bebê, por se entender que
uma educação com raízes no amor
pode trazer transformações futuras.
Cristiane conta o quanto é admirável presenciar a mudança de
comportamento das mães com seus
filhos. Antes do programa, não havia
delicadeza no cuidado com o bebê.
Hoje, ouve-se até música de ninar
pelos corredores frios e cinzentos.
A maioria das detentas mães verbaliza o quanto esse novo olhar para
os filhos as fez ver uma nova perspectiva de futuro para elas próprias e
poder sonhar um caminho diferente
para seus filhos.
Em um primeiro momento, atuarão na Estação Casa dois técnicos,
sendo um coordenador e um assistente social, além de dois educado-
res. Por ser uma iniciativa inovadora
no país, Viviane ressalta a importância de um planejamento que pondera os riscos e desafios de tanta
mudança. “É nosso desafio construir
um espaço com uma dinâmica que
respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária. Outro ponto de atenção é ampliar as ações que visam humanizar
as relações com esse espaço, inclusive extrapolando o tempo da criança
na penitenciária. Há de se pensar na
saída da criança e na continuidade desse vínculo”, explica a gerente
educacional.
Segundo Viviane, “as crianças que
nascem na penitenciária estão na
fronteira da invisibilidade das políticas públicas, fragilizadas pela realidade do cárcere”, por isso, é também
desafio para a RMS levar para discussão nacional políticas públicas
que assistam às crianças em contexto prisional.
Todo o planejamento do Centro
Social foi respaldado pela experiência
da equipe do Programa e da própria
direção do presídio e contou com o
auxílio de uma consultoria social.
É nosso desafio
construir um
espaço com
uma dinâmica
que respeite as
culturas infantis
no contexto
complexo de uma
penitenciária.
Viviane da Silva
Gerente educacional das unidades da RMS
41
© Foto: 123rf.com
como fazer
De olho no
Apesar de relativamente novo, o termo “bullying” apenas define uma série de comportamentos
bem mais antigos. O que fazer quando esse temido vilão está à nossa volta?
Por Mahani Siqueira
Não faz muito tempo que o termo "bullying" ganhou os holofotes
e passou a ser alvo de frequentes e
intermináveis discussões por parte
de professores, psicólogos e pais.
Atos de agressão física ou verbal no
ambiente escolar, no entanto, existem há muito mais tempo do que se
possa calcular, ainda que sem uma
denominação específica. Foi apenas
no começo da década passada que
a palavra originada de bully (valentão, em inglês) incorporou-se ao vocabulário de verbetes comuns nas
conversas de educadores e definiu
um nome para a preocupação de
inúmeros pais em relação ao comportamento de seus filhos na escola.
Muitas vezes, descobrir que as
crianças estão praticando ou sendo vítimas de bullying é uma tarefa complicada e que exige atenção
detalhada das pessoas à sua volta.
Segundo a psicóloga clínica Juliana
Potter, especializada em terapia familiar e parceira dos Colégios Maristas, são vários os sinais que os
42
filhos podem dar para demonstrar
que estão sofrendo provocações ou
algum tipo de agressão na escola ou
em atividades paralelas. Em todos
os casos, de acordo com a psicóloga,
é fundamental que os adultos estejam com o radar em pleno funcionamento.
“A criança pode se manifestar de
diversas maneiras: por meio de dores psicossomáticas (sempre ter dor
de barriga na hora de ir para a escola, por exemplo), evitando atividades relacionadas à escola (medo de
pegar a van, medo de ser assaltado
perto da escola, perder os trabalhos
da escola e objetos importantes),
diminuição do contato com os amigos, irritação, tristeza, pesadelos,
choro frequente, cansaço extremo,
abatimento, alterações de apetite,
entre outros. É importante dizer que
nenhum desses sintomas de forma
isolada caracteriza o bullying. Por
isso, os pais devem estar atentos
sempre para agir com rapidez e de
maneira assertiva”, avalia Juliana.
Marilisa Fraga, psicóloga e psicanalista infantil, entende que é importante os pais prestarem atenção
para não interpretarem os sinais
dos filhos de maneira errada e, na
pressa, já definir como bullying um
comportamento que, se avaliado
com mais calma e cuidado, pode se
revelar apenas um episódio isolado
ou até mesmo um apelo por mais
carinho. Segundo Marilisa, a generalização é um perigo constante
quando se trata desse tema.
“Os pais devem tomar cuidado
para não serem seduzidos pelos
afetos direcionados aos filhos e ter
a tendência natural de generalizar
e tomar o bullying como verdade
absoluta antes de uma investigação
mais profunda. Uma queixa que o filho chama de bullying pode ter sido
apenas uma crítica mais dura de um
amigo irritado ou pode estar sendo
hiperdimensionada pelo jovem. Outra possibilidade é que se trate de
um pedido de atenção fraterna, que
acaba simplesmente sendo nomea-
Existem muitas maneiras
de lidar com o bullying,
mas todas elas envolvem
o diálogo entre a criança
agredida, a escola, a
família e o agressor. Os pais
precisam estar envolvidos
na vida escolar do filho
conversando diariamente e
não apenas quando ocorrem
problemas.
bullying
Juliana Potter
Psicóloga
É importante manter um bom contato com a escola para compreender
o que acontece e buscar a melhor
atitude a ser tomada de maneira
conjunta”, comenta a psicóloga.
De acordo com Marilisa, a investigação detalhada e a identificação precisa do que acontece com a
criança ou com o jovem é o primeiro
passo antes de definir qual a atitude mais correta a se tomar. “Nesses
casos, os pais devem procurar a coordenação da escola e checar informações do atual comportamento e
das atitudes do filho naquele ambiente. Essa é primeira providência
a ser tomada pelos pais, pois determina muitas vezes se há ou não reais
necessidades de encaminhamento
terapêutico para o psicólogo”, complementa.
Outra preocupação que deve ser
levada em conta pelos responsáveis é
saber que o filho pode ser, na verdade, o autor de atitudes consideradas
bullying. Nesses casos, o diálogo também se faz fundamental, assim como a
aceitação do fato e seu enfrentamento.
É o que garante Juliana.
“É importante não negar a situação
ou tapar o sol com a peneira. Conversar com o filho sobre a responsabilidade e o impacto das atitudes na vida do
agredido pode ser um bom começo. Se
a agressão acontece pela internet, os
pais devem estar mais atentos e supervisionar as ações do filho de perto.
Buscar maneiras de reparação junto ao
agredido e atividades que desenvolvam comportamentos mais empáticos. A ajuda de um profissional também pode ser muito importante”,
finaliza a psicóloga.
© Foto: Acervo pessoal
do com clichês pela criança. É preciso ter muita atenção flutuante para
captar o que está sendo dito e o que
ele quer dizer simbolicamente com
aquela queixa”, opina Marilisa.
A partir do momento em que o
bullying é constatado, a conversa
torna-se uma ferramenta imprescindível para evitar maiores danos
e prevenir que os temidos episódios
voltem a acontecer. A psicóloga Juliana defende que qualquer solução
ou resposta a agressões deve ser
buscada em conjunto entre todas
as partes envolvidas. Ela garante,
ainda, que a comunicação, quando frequente no dia a dia, pode ser
um excelente instrumento contra o
bullying.
“Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas
envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e
o agressor. Os pais precisam estar
envolvidos na vida escolar do filho
conversando diariamente e não
apenas quando ocorrem problemas.
Marilisa Fraga,
psicóliga e
psicanalista
infantil.
43
compartilhar
CoMPanheiroS de viaGeM
No livro “Pais e Filhos – Companheiros de Viagem,
uma Educação Para a Felicidade”, Roberto Shinyashiki
nos presenteia com um conselho ímpar: devemos,
como professores e pais, ajudar nossos alunos e filhos
a realizar suas próprias vocações, libertando-os de um
sonho ou projeto de vida que não lhes pertença. É um
livro para a família e os alunos, principalmente para
aqueles que estão prestes a encarar os vestibulares
e, consequentemente, para a família que vive tudo
isso junto. Somos educados para o sucesso ou para a
felicidade? Um problema filosófico bem pertinente para o
momento de nossos alunos e filhos.
Marciel Colonetti, professor de Filosofia no Ensino Médio do
Colégio Marista Paranaense - Curitiba (PR)
o QUe QUero Ser QUando CreSCer?
A incômoda pergunta "o que quero ser quando crescer?"
requer a busca constante pelo autoconhecimento e por
informações sobre cursos e carreiras. A família tem
papel importante no envolvimento, na preparação
e na execução das atividades da escola e de exames
externos. O Maristão oferece ações como Orientação
de Estudos, Feira de Profissões e Conexão Universidade
e demais projetos que buscam orientar a caminhada.
Uma boa dica é o Guia do Estudante Abril, que traz
sempre conteúdos atuais, que podem ser úteis nos
concursos vestibulares de todo o país.
© Fotos: Divulgação
Matheus kaiser Cabral Brandão, assistente
psicopedagógico do Colégio Marista de Brasília - EM (DF)
CanaL do enSino
Vivenciamos e demonstramos o nosso jeito Marista de ser
e de educar por meio da autonomia no desenvolvimento
acadêmico de cada estudante, enfatizando a pluralidade
de conhecimentos e investindo na capacitação dos nossos
jovens de maneira significativa e produtiva. É nossa missão
cotidiana fazer com que eles desenvolvam habilidades e
competências que os realizem plenamente. O portal Canal
do Ensino é uma ótima ferramenta, que pode auxiliar os
jovens na busca por capacitação e conteúdos relevantes,
tendo a internet como aliada.
Maira Bachmann Wroblewski, coordenadora psicopedagógica
do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio do Colégio Marista São
Luís - Jaraguá (SC)
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o eSTUdo e aS MÍdiaS diGiTaiS
Com a liberação da rede wireless na escola, vários professores
estão repensando suas aulas e projetos, integrando as
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em suas práticas
docentes para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e a
avaliação por meio de aulas criativas, interativas e inovadoras.
Por exemplo, produção de texto no Whatsapp, Plataforma
Oxford para prática em Língua Inglesa, EDMODO para uma
maior interação entre professor e aluno, ferramentas de autoria,
dentre outros.
nelson Luiz Felipe Coelho, coordenador psicopedagógico do Colégio
Marista Londrina (PR)
Treino Para a vida
O filme “Coach Carter - Treino Para a Vida” traz a história de um treinador que
decide mostrar os diversos aspectos dos valores de uma vida ao suspender seu
time campeão por causa do desempenho acadêmico dos atletas. Dessa forma,
Ken Carter recebe elogios e críticas, além de muita pressão para levar o time
de volta às quadras. A história leva à reflexão além das quatro linhas e pode
perfeitamente ser utilizada como suporte de orientação em busca do sucesso
ou do acerto em decisões.
Fábio acencio, professor do Colégio Marista de Maringá (PR)
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diversão
Arte circense que se aprende na escola
Atividade
extracurricular privilegia
o contato com a arte
do circo, proporcionado
aos alunos o
desenvolvimento motor,
a convivência e o
trabalho em equipe
Por Janaína Fogaça
Tatames, bolas, pratos de plástico,
malabares, tecido. Os itens descritos
bem podiam representar um legítimo picadeiro, e é exatamente isso que
acontece no ginásio de esportes do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba
(PR): aulas de circo.
Há cerca de 3 anos, a unidade oferece aos seus alunos a modalidade como
atividade extracurricular. "A aposta nas
aulas de circo deu tão certo que, atualmente, além dos 45 alunos matriculados, temos outros 20 em fila de espera",
diz o supervisor do Núcleo de Atividades
Complementares, Anderson Retechuki.
Atualmente, 45 alunos entre 7 e 17
anos participam das aulas que acontecem no contraturno escolar uma vez
por semana, durante 50 minutos.
a neCeSSidade de Ser CriaTivo
Tudo começou em 2010, quando a professora Patrícia Dal Molin apresentou
o projeto para a direção do Colégio. "Queria apresentar uma proposta nova,
de algo que fosse criativo, interativo e diferente. Então, aliei duas paixões: o
circo e as aulas", conta a professora, que traz consigo uma bagagem circense,
pois a sua avó fazia apresentações no picadeiro quando jovem.
Em 2001, Patrícia engravidou, e a rotina das aulas de Educação Física
ficou comprometida. "Eu não podia mais exercer as atividades que exercia
anteriormente, como a ginástica e a capoeira, foi um momento de adaptação
para mim, então, aproveitei os sábados para praticar as atividades circenses
e aos poucos ir retomando a rotina", diz a professora, que se orgulha ao
mencionar que o filho, de apenas 3 anos, já está iniciando nas atividades
circenses.
Oferecida como opção de atividade extracurricular, as aulas circenses vêm
ganhando espaço por engajarem crianças e adolescentes em exercícios físicos
de forma lúdica e estimularem a concentração, a disciplina, a expressão
corporal e o trabalho em equipe, incluindo a confiança em si mesmos e nos
colegas. Em Curitiba, além do Colégio Santa Maria, o Marista Paranaense
também oferece a atividade.
A técnica circense trabalhada pela professora Patrícia durante as aulas
foca a coordenação motora para crianças de 5 a 7 anos. A partir dos 10 anos,
as crianças começam a ter um contato mais amplo com as técnicas. "Procuro
trabalhar com as crianças menores os malabares, a cama elástica e o
slackline, pois eles ajudam a desenvolver o equilíbrio, a coordenação motora
e psicomotora, além da autoconfiança. Com os maiores, conseguimos ousar
um pouco mais nas acrobacias em tecido", afirma Patrícia.
Dentre os benefícios oferecidos pela prática estão o favorecimento da
força e a valorização do trabalho em equipe, fazendo com que alguns
alunos que antes eram tímidos comecem a se "soltar". "Temos relatos de pais
e professores que dizem que o aluno era tímido, retraído, e que com as aulas
de circo, começou a socializar mais com os colegas e também em casa",
conta a professora.
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© Fotos: Gilberto do Rosário
FoCo no deSenvoLviMenTo
Companheiras de acrobacia
A estudante do 8º ano do Ensino Fundamental Larissa Serbena
estava em busca de uma atividade complementar diferente quando
soube das aulas de circo oferecidas pela Escola. "Eu quis saber o
que exatamente a atividade oferecia. No início, achei que era mais
voltada para a parte de clown (palhaços), mas quando eu vi que tinha
atividades em tecido, eu achei muito legal e quis me inscrever", conta
a estudante.
Em seguida, Larissa convidou a melhor amiga e colega de classe,
Giulia Pizzatto, a se inscrever. A relação de amizade e companheirismo
entre as duas é nítida e fica mais evidente quando elas desenvolvem
atividades juntas. O tecido é a paixão de ambas, e para chegar lá
no alto, Larissa conta com a ajuda de Giulia e vice-versa. "Nós nos
conhecemos desde os 3 anos de idade, e de um ano para cá, somos
amigas inseparáveis. A atividade de circo é algo de que nós duas
gostamos muito e costumamos nos ajudar nas acrobacias. Acho
fundamental poder ter com quem contar na hora em que estamos
desenvolvendo essas atividades", diz Giulia.
Além do gosto pela atividade, as duas têm em comum a vontade de ir
cada vez mais longe: "Cada vez que a gente consegue se sair bem em um
exercício e consegue dominá-lo, tem vontade de partir para outros mais
difíceis – inclusive, pesquisamos na internet exercícios que ainda não
tenhamos feito e trazemos para a professora nos auxiliar", afirma Giulia.
A disposição e o interesse das meninas chamou a atenção da
professora. Patrícia conta que Giulia e Larissa pedem para treinar até
mesmo depois que aulas acabam. "Normalmente, a aula delas acaba
por volta de duas horas da tarde, mas elas pedem para ficar um pouco
mais. É gratificante saber que consegui despertar nelas essa vontade e a
paixão por esse esporte", conta, emocionada, a professora.
No início, os pais ficaram um pouco preocupados com a ousadia
das meninas e a vontade de ir cada vez mais fundo no esporte. "Meus
pais achavam perigoso, mas hoje já estão mais confiantes. Toda vez
que conto para a minha mãe que aprendi um exercício diferente, que
envolve acrobacias no tecido, ela fica apreensiva", conta, entre risos,
Giulia.
Quando perguntadas se pretendem seguir carreira na ginástica ou
em atividades relacionadas ao circo, as duas garotas são enfáticas:
"Talvez como uma atividade paralela, mas meu sonho é ser médica",
diz Giulia. "E o meu é ser arquiteta", completa Larissa.
Investimento
A modalidade tem custo simbólico para os participantes.
O investimento maior se dá pela Instituição ao adquirir os
equipamentos, mas para quem pratica a modalidade, além do
interesse e da força de vontade, são necessários os seguintes itens:
l
l
l
l
Calça legging
Camiseta
Colant para apresentações
Sapatilha de ginástica rítmica desportiva
Quanto aos acessórios a serem adquiridos pelas Instituições, são
necessários malabares, que custam por volta de R$ 200; tecido, R$
250; trapézio, R$ 600; e lira, R$ 250.
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olhar
Questionamentos sobre a
© Fotos: Divulgação
Lei da
Palmada
Assunto polêmico esse. Para que
serve, afinal, a Lei da Palmada?
Em primeiro lugar, temos que definir o que vem a
ser uma palmada: como o próprio nome sugere, é o bater com a palma da mão. Quem já levou uma palmada
quando criança de seus pais por algo de errado que tenha feito e sente-se “traumatizado” por isso? Difícil encontrar um exemplo.
Estamos falando aqui daquela “palmada corretiva”,
quando os argumentos verbais já foram explorados e esgotados sem efeito e os pais sentem-se “obrigados” a partir
para uma intervenção física para que a criança entenda de
uma vez por todas o que está sendo pedido ou ordenado.
Existe sempre a “tática do 1... 2... 3!” antes de bater,
que consiste em dizer para a criança que ela está fazendo algo errado e deve parar imediatamente. Você contará até três pausadamente: caso ela não tenha parado no
três, levará uma palmada. Dessa forma, está sendo advertida verbalmente e tem a chance de evitar um possível castigo mais severo se não obedecer, tendo a escolha
de parar o que está fazendo para não apanhar.
Geralmente, elas param antes do três e não é preciso
bater. Mas nem todas são tão fáceis de lidar. Há aquelas que insistem em provocar e testar os limites dos pais
achando que não acontecerá nada demais, e quando
levam a palmada, param instantaneamente, como se a
ficha da autoridade dos pais caísse naquele momento,
forçando-as a obedecê-los.
Estamos falando, aqui, de crianças pequenas, até
seus 5 ou 6 anos, algumas um pouco mais. E a palmada
é pontual, funcionando como um “basta” ao comportamento a ser corrigido. Nada que deixe marcas no corpo,
ou que seja humilhante (como tapa no rosto, inadmissível). Totalmente diferente de surras, em que os pais
muitas vezes utilizam objetos para bater nos filhos, deixando, aí sim, marcas visíveis da violência empregada.
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O Estatuto da Criança e do Adolescente condena o
uso de maus tratos contra tais vítimas em sua educação,
apenas não definindo se são físicos ou morais. A nova
lei deixa expresso que não se pode usar “castigo corporal” contra crianças e adolescentes, embora a “palmada
corretiva” ainda seja permitida, ao contrário da “palmada
agressiva”. Mas quem definirá o limite entre o corretivo e o
agressivo? Esse critério é extremamente subjetivo, o que,
certamente, dará brecha para inúmeras interpretações.
Aí pergunto: como ficam os maus tratos verbais e
emocionais contra os menores, que podem ser de longe
mais traumatizantes para os futuros adultos, que provavelmente crescerão com marcas psíquicas profundas e,
por vezes, incuráveis? Quanto aos aspectos práticos e à
eficácia, como prevenir os maus tratos ou o tratamento
degradante e cruel quando a lei não prevê sequer pena
ao infrator?
Talvez essa lei seja útil apenas para trazer o assunto à
baila e provocar discussões, forçando-nos a olhar para os
inúmeros casos de violência doméstica que acontecem rotineiramente em grande parte das famílias brasileiras.
Marina vasconcellos
é psicóloga pela
PUCSP; especialista
em Psicodrama
Terapêutico pelo
Instituto Sedes
Sapientiae;
psicodramatista
didata pela Federação
Brasileira de
Psicodrama (FEBRAP);
e terapeuta familiar
e de casais pela
Unifesp.
Encontre
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Acesse o novo site:
www.lumenfm.com.br
Aprendizado
virtual
Antes considerados
ameaçadores e perigosos,
games se revelam eficientes
ferramentas para estudo
e desenvolvimento de
habilidades
Por Mahani Siqueira
Por muito tempo, eles foram vistos
como inimigos da saúde, causadores
de episódios frequentes de mau comportamento, incitadores de atos violentos e perigosos para a formação
de qualquer criança ou adolescente.
Hoje, os games assumiram um novo
papel e, embora ainda despertem
alguma desconfiança aqui ou ali, podem ser poderosos instrumentos no
processo educativo.
A NeuroGames é uma iniciativa
que comprova as inúmeras utilidades
que os jogos virtuais podem ter para
trazer diferentes benefícios. A empresa, que tem como principal área de
atuação o desenvolvimento de ferramentas para saúde com foco na educação, já elaborou jogos em parceria
com universidades federais e internacionais e, atualmente, cria games
capazes de detectar precocemente
habilidades cognitivas e socioemocionais de crianças e adolescentes.
Segundo Thiago Rivero, neuropsicólogo e um dos fundadores do projeto,
são várias as habilidades necessárias
na hora de comandar o joystick.
“Todos os games exigem o desempenho de habilidades cognitivas e
socioemocionais. Quando jogamos,
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atenção, memória, controle do impulso, tomada de decisão, gerenciamento de habilidades sociais e outras
tantas são requisitados. Por meio
dos jogos, provocamos o uso dessas
funções e, assim, podemos construir
ferramentas de avaliação e estimulação das habilidades cognitivas. Com
isso, podemos conhecer melhor as
habilidades dos jogadores e, desse
modo, construir, por meio da nossa
plataforma e de nossa metodologia,
intervenções que sejam ‘adaptadas’ e
costuradas para as dificuldades e características individuais de cada um”,
comenta Rivero.
“Crianças e adolescentes entendem a linguagem simbólica e profunda dos games. Isso nos permite falar
diretamente e, principalmente, negociar e explicar o que queremos. Com
games, não é possível ser indulgente
com as crianças. Elas sabem jogar e jogam bem; portanto, precisamos criar
desafios e formas de avaliá-las que
sejam motivadores e que tenham sentido. Os games são máquinas eficazes
de aprendizado, e quando as crianças
decifram seus códigos e suas formas
de atuação, elas aprendem”, complementa o psicólogo da NeuroGames.
Para a psicóloga Luciana Ruffo, do
Núcleo de Pesquisa da Psicologia em
Informática da PUCSP, a interação
com os games pode despertar nas
crianças uma série de habilidades,
desde que sejam escolhidas as opções corretas e que os pais acompanhem o que os filhos têm em mãos.
“Todos os games podem ser positivos
de alguma maneira. As opções de
guerra, por exemplo, exigem muita
estratégia. Mas é importante ter sempre em mente qual é o interesse do jovem naquele jogo e saber como ele vê
essa diversão”, analisa Luciana.
Gerente de inovação e novas mídias
da Editora FTD, Fernando Fonseca revela que a empresa já enxerga as plataformas digitais e os momentos de lazer como potenciais ferramentas de
aprendizado que podem ser integradas com os livros. Segundo ele, assim
também é possível fazer com que o
estudo seja mais divertido e prazeroso. “Não há dúvida de que os jogos
permitem criar uma experiência de
ensino e de aprendizagem mais motivadora para todos, capaz de obter resultados superiores ao que, em geral, o
professor consegue com outras estratégias”, finaliza Fonseca.
www.colegiosmaristas.com.br
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E AÍ, QUE TAL SUPERAR ESSA
CONQUISTA NO MARISTA DE LONDRINA?
A OLIMAR 2015 ESTÁ CHEGANDO.
Colégios Maristas.
Preparação para todas as provas da vida.
Coloque o talento do seu filho nas mãos
de quem tem as ferramentas para lapidá-lo.
As novas ferramentas de ensino integrado proporcionam ao aluno
um aprendizado dinâmico e de qualidade.
Em parceria com o FTD Sistema de Ensino, oferecemos soluções
educacionais de ponta para os estudantes da Educação Infantil ao
Ensino Médio.
Plataforma digital: integra usuários e disponibiliza conteúdos
digitais e ferramentas específicas para alunos, família, professores
e gestores.
GEEKIE GAMES: plataforma de ensino para preparar os alunos
para o Enem.
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