Revista Setembro – n° 31

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Revista Setembro – n° 31
REVISTA
CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 5a REGIÃO - ANO 7 - EDIÇÃO 31 - JULHO/AGOSTO/SETEMBRO - 2010
IMPRESSO AUTORIZADO
PODE SER ABERTO P/ECT
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Desconhecido
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CREFITO-5 abre as portas
para diálogo sobre
importantes temas :
+ Pilates + Saúde Mental
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Dica de Pauta
Ensino & Pesquisa
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Agenda - Cursos e Eventos
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Horário de expediente externo do CREFITO-5: de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h.
Gestão 2010-2014
Presidente
Dr. Alexandre Doval da Costa
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Assessoria de Comunicação e
Jornalistas Responsáveis
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Projeto gráfico
Veiga Consultoria Integrada em Comunicação
Impressão
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A revista do CREFITO-5 é o órgão oficial de divulgação do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional – 5ª Região.
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Periodicidade: trimestral
Tiragem: 10.000 exemplares
As matérias assinadas são de responsabilidade de
seus autores. Proibida a reprodução parcial ou total
sem prévia autorização. As fotos, quando não creditadas, são de autoria de Flávia Lima Moreira ou
Manuela Martini Colla.
Renovação e mudança:
novos rumos no CREFITO-5
Transformação, renovação. Essas são duas palavras que podem
ajudar a definir o momento que vivemos no CREFITO-5. Pudemos perceber isso desde o início da nova Gestão, no trabalho desenvolvido com os funcionários, nas ruas, conversando
com os profissionais, nas respostas dadas às demandas que
surgiram desde o final do mês de junho, entre outros.
A revista reflete, também, esta mudança, essa transformação.
Ainda não está no seu formato definitivo, mas estamos caminhando para isso. Queremos fazer para nossos profissionais
uma revista atrativa, com conteúdo interessante, que sirva
para informar e atualizar a todos. Outra face importante da
revista é que ela será cada vez mais feita por cada um de vocês:
queremos sua sugestão de pauta, de entrevistado, queremos
ir às ruas conhecer e contar novas realidades. E vocês são fundamentais para isso.
Nessa primeira edição, em que as transformações começam a
ganhar força, já tivemos uma prova importante de que estamos
no caminho certo. Mais entrevistados, mais pautas, mais participação. Fomos conhecer a realidade de Fisioterapeutas nas CTIs
e falamos o que está sendo discutido sobre a saúde mental no
país. Esse é um dos nossos objetivos: tornar a revista mais humanizada, com mais depoimentos e histórias que mereçam ser
divididas com mais de 10 mil leitores.Todos os entrevistados nos
incentivaram a continuarmos nesse caminho.
Conversas e entrevistas à parte, não deixamos de lado as
questões referentes à legislação. Tentamos, aqui, esclarecer as
dúvidas sobre as novas resoluções COFFITO 377 e 378, que
tratam das especialidades. Falamos, também, sobre a polêmica
do Pilates com a visão dos Fisioterapeutas e dos Terapeutas
Ocupacionais, que se reuniram no CREFITO para um debate
sobre a ética das equipes multiprofissionais. Sem dúvida, a ação
do CREF-RS uniu ainda mais as categorias e isso ficou muito
visível nas discussões e nas cartas e e-mails que recebemos.
Outro assunto que exige muita atenção e precisa ser muito
bem debatida, envolve Métodos e Técnicas. Aproveitamos as
mudanças e os novos rumos para assumir essa temática e tratar do assunto junto a vocês. Afinal, o que é método, o que é
técnica, o que é permitido e o que não é permitido?
Sem esquecer o passado, continuamos contando a história dos
25 anos do Conselho. A última reportagem da retrospectiva
será publicada na próxima revista, edição de dezembro.
Esses são apenas alguns dos assuntos que vocês encontrarão nas
próximas páginas da nossa revista. Tem mais: artigos, Fiscalização, sugestão de pauta e um Fisioterapeuta adepto aos esportes
radicais... Esperamos que vocês sintam as mudanças, que se reconheçam nos entrevistados e nas histórias que contamos.
Errata: Na edição de abril, maio e junho da revista do
CREFITO-5, publicamos uma entrevista com a Dra.
Ana Fátima Badaró, sobre Bioética. Corrigimos aqui os
nomes dos autores que ela citou na página 7: ao invés
de Kotler, o autor é Van R. Potter e, onde se lê Heglers,
o correto é André Hellegers.
E nós queremos cada vez mais a sua ajuda. Mande suas sugestões, dicas e críticas para [email protected].
Editorial
Editorial
Cartas
Legislação
Reportagem Especial - Métodos & Técnicas
Pilates
Fisioterapia nas UTIs
Intercâmbio
Hora Livre
História das Profissões
Notícias
Uma boa leitura a todos.
Comissão Editorial
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Opinião
Venho manifestar-me em relação a nota de esclarecimento ao
CREF-RS. Sou instrutora e Pilates e divido a “técnica” com educadores físicos, muitas vezes me deparo com algumas situações
um pouco complicadas em relação ao posicionamento deles
frente as patologias que recebemos, mas nem por isso tomamos
atitudes tão desonestas e anti-éticas como a mostrada nesse
fato. Afinal de contas estamos lutando contra um Ato médico,
pois queremos trabalhar de forma interdisciplinar. Essa situação
me indignou e me surpreendeu, pois já ouvi por mais de uma
vez educadores físicos falando em cursos de RPG e recentemente tivemos abertura de uma pós em CinesioTERAPIA aqui
em Santa Maria que aceita educadores físicos, esses são alguns
dos inúmeros exemplos que posso dar em relação ao exercício
ilegal da fisioterapia. Será que não está na hora de nós também
apertarmos a fiscalização em relação a nossa profissão frente
a eles? Também gostaria de parabenizar o trabalho deste conselho, pago minha anuidade sabendo que ela está sendo bem
empregada na defesa dos meus direitos profissionais e de toda
minha profissão.
Dra. Francéli Francki dos Santos
CREFITO-5 83.465F
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Venho, por meio desse, demonstrar a minha indignação como
fisioterapeuta. Já não bastasse a “antiga e árdua luta” que travamos diariamente com a classe médica, agora ganhamos mais
um “desafeto”, os educadores físicos. Nem comentarei sobre a matéria da página 16 do Jornal Correio do Povo de hoje
(22/07/2010), pois ao entrar em contato por telefone com o
CREFITO5, fui informado que vocês haviam recebido inúmeras
denúncias e reclamações sobre essa matéria. Mas gostaria de relatar um caso que aconteceu comigo: um paciente chegou e me
disse, na frente dos demais pacientes: “tu viu a matéria que saiu
no Jornal? Uma fisioterapeuta que foi pega exercendo ilegalmente a profissão, acho que ela até foi presa!”. Como eu tinha lido
antes a matéria, consegui esclarecer tudo na hora perante todos
que ali estavam. Agora lhes pergunto: e as inúmeras pessoas que
não tem o conhecimento da realidade, do que é certo ou errado
dessa matéria, como ficam?
Dr. Rogério M. Cordeiro
CREFITO-5 - 83.375F
Foi ridículo o ato do conselho de Educação Física, repugnante.
Ainda bem que nosso conselho se posicionou e tomou as devidas providências. Não podemos aceitar uma afronta dessas. Em
minha clínica, trabalhamos junto com os professores de Educação Física em perfeita harmonia, sempre buscando o melhor
para nossos clientes, sem competições profissionais. Infelizmente temos que ver esse tipo de acontecimento. Apoio nosso Con-
selho e que as devidas providências sejam tomadas em defesa de
nossa colega fisioterapeuta.
Dra. Cláudia do Prado
CREFITO-5 - 20.791F
Para CREF/RS
Prezado Presidente,
Fiquei horrorizado com a notícia publicada no Correio do Povo
sobre uma fiscalização em relação a uma fisioterapeuta. Tive experiência com os dois profissionais: o educador físico e com o
fisioterapeuta. Com o educador físico na natação e em pilates.
Com a fisioterapeuta na recuperação de cirurgia e no pilates. Na
minha idade, 53 anos, servidor público, prefiro um fisioterapeuta para acompanhar minha atividade física porque sinto que o
cuidado do profissional é saúde, evitar lesões - antes de melhorar meu aspecto ou força física. Tive experiência com educador
físico com pilates. O educador dedica atenção ao condicionamento físico e superar barreiras do corpo, sem cuidado com
a saúde, evitar lesões. Assim, repudio veementemente a humilhação imposta a uma profissional da área da saúde, que buscou
seu aperfeiçoamento profissional para prestar um atendimento
ainda mais qualificado ao seu cliente. Cresceu, ainda mais, minha
admiração pelo fisioterapeuta. Tenho dois sobrinhos que se formaram em educação física. Minha esposa é nutricionista junto
a uma clínica de cirurgia plástica em Porto Alegre. É colega de
uma profissional formada em educação física, sem CREF/RS, que
aplica atividade física para alcançar o emagrecimento. Relatei o
fato ao CREF/RS, no ano passado, e nada foi feito - ou seja, educadora física atua na área sem CREF/RS. Encerro, pedindo que
busquem incentivar os educadores físicos a se capacitarem mais
e deixarem os profissionais de outras áreas a atenderem seus
clientes.
Clovis Saldanha
Olá, primeiramente, gostaria de agradecer pelo e-mail que me
foi enviado. Achei de grande informação o mesmo, pois trabalho
dentro de uma academia, em que atuam eu como fisioterapeuta e mais alguns educadores físicos. Sou professora do método
Pilates e o dono do local em que atendo, é um educador físico.
trabalhamos em conjunto, já que as duas profissões estão aptas
a realizar o mesmo trabalho. Por isso, me espantei muito ao ler
este email. Isso com certeza tem que ser mudado, para que a
nossa profissão seja mais reconhecida e com certeza, mais respeitada perante toda a sociedade.
Dra. Camila Souza
CREFITO-5 - 120499
Gostaria de manifestar meu repúdio pela fiscalização do CREF,
visto que fui vítima de tal absurdo! Foram no meu consultório e
sem respeito e ética nenhuma foram dizendo que eu não pode-
Boa tarde! Gostaria de agradecer o Conselho de nossa região
pela rápida resposta quanto a matéria publicada no correio do
povo (22 de julho) sobre fiscalização de uma fisioterapeuta pelo
CREF/RS. Mas, antes de vocês enviarem o primeiro e-mail falando do assunto, eu enviei um e-mail ao CREF/RS para entender
melhor a situação, pois a parte que mais me indignou foi: “A
tarefa do fisioterapeuta é trabalhar nas lesões instaladas e a do
profissional de Educação Física na prevenção”. Eu sou formada
em Fisioterapia há 5 anos, e durante esse tempo convivi com
muitos fisioterapeutas trabalhando com RPG, ginástica laboral
e exercícios de forma preventiva para evitar dores nas costas.
Mando para vocês resposta do e-mail:
Prezada Sra. Paula C. de Moraes
Agradecendo pelo contato, informo que a Lei 9696/98 (http://www.
confef.org.br/extra/juris/mostra_lei.asp?ID=38) outorga aos profissionais de educação física a prerrogativa própria e exclusiva de ava-
liação, prescrição, e monitoramento de atividades físicas, enquanto
a Resolução CONFEF 201/2010 (http://www.confef.org.br/extra/
resolucoes/conteudo.asp?cd_resol=268&textoBusca=) ratifica o
Pilates como modalidade e método de ginástica que, como tal, deve
ser orientado e dinamizado por Profissionais de Educação Física.
Não há possibilidade legal de fisioterapeutas trabalharem com treinamento físico como forma de “fisioterapia preventiva”, da mesma
forma que não há possibilidade legal de profissionais de educação
física trabalharem com alongamentos na forma de “educação física
terapêutica”. No tocante à estética, idem. Na esperança de ter sido
suficientemente claro, certo de vossa compreensão, coloco-me a
disposição para eventuais esclarecimentos adicionais.
Atenciosamente,
Conselheiro Prof. Ms. Cristiano Pinto
Paula C. De Moraes
Boa noite, gostaria de parabenizar o CREFITO pela nota de
esclarecimento e apoio aos colegas de profissão. Acredito que
o CREF esteja atuando em uma fiscalização que não é de sua
competência e deixando de lado o seu verdadeiro propósito,
que é de fiscalizar profissionais de sua área, que muito comumente exercem atividades específicas de um fisioterapeuta sem
nenhum pudor.
[email protected]
Gostaria de manifestar meu repúdio também pela fiscalização
do CREF, visto que fui vítima de tal absurdo! Foram no meu consultório e sem respeito e ética NENHUMA foram dizendo que
eu não poderia dar aula de pilates, fazer prevenção, etc... me
constrangendo em frente a minha paciente que estava aguardando, não respeitando também o meu trabalho fazendo com que
atrasasse os meus atendimentos. Não aceitei tais colocações me
apoiando nas leis, mas mesmo assim se alteraram. Me senti humilhada e desrespeitada, e acho de extrema importância o crefito tomar uma atitude mais rígida. Também acho que deve publicar uma reportagem no jornal correio do povo esclarecendo
as capacidades e atuações do fisioterapeuta para a comunidade.
Dr. Bruno Dreher Bosner
CREFITO-5 - 122.221F
Ao Dr. Alexandre e Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional do RS
Gostaria de manifestar através deste a minha indignação a matéria publicada esta semana em uns dos jornais do Rio Grande do
Sul “rotulado de ação fiscalizatória” promovida pelo Conselho
Regional de Educação Física do Rio Grande do Sul. Agradecer ao
presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do RS, Dr. Alexandre Doval pelo manifesto e seu pronunciamento, lembrando que não podemos deixar fatos como
estes sem respostas. Parabéns Dr. Alexandre!
Dra. Silvana Carniel
CREFITO-5 - 5930LTT/F
Opinião
Pilates
ria dar aula de pilates,fazer prevenção, etc... me constrangendo
em frente a minha paciente que estava aguardando, não respeitando também o meu trabalho fazendo com que atrasasse os
meus atendimentos. Não aceitei tais colocações me apoiando
nas leis, mas mesmo assim se alteraram. Me senti humilhada
e desrespeitada, e acho de extrema importância o crefito
tomar uma atitude mais rígida. Também acho que deve publicar uma reportagem no jornal Correio do Povo esclarecendo
as capacidades e atuações do fisioterapeuta para a comunidade. Gostaria, ainda, de relatar o fato de “fiscalização do CREF”
acontecido no meu consultório na quarta-feira, dia 21 de julho
de 2010, na zona sul de POA. Chegaram no meu consultório
os fiscais questionando o fato de eu ser instrutora de pilates e
gyrotonic sem a supervisão de um educador físico, de eu ter
escrito na minha placa “ FISIOTERAPIA: prevenção, reabilitação
e atividade física”. Queriam que eu tirasse da placa Prevenção e
Atividade Física, pois eu roubava uma grande fatia do mercado.
Expliquei que eu era instrutora de pilates, por isso a Atividade
Física, mas discutiram comigo dizendo que só o Educador físico
é o profissional que trabalha com a saúde, pois são os únicos que
podem fazer PREVENÇÃO! Absurdo! Embasei todas as minhas
discordâncias na legislação e percebi que eles não tinham idéia
nenhuma do que eles estavam reivindicando. Tudo isso aconteceu na recepção do meu consultório na frente de uma paciente
que estava aguardando, e ainda, fazendo com que eu atrasasse
os atendimentos. Me senti humilhada e injustiçada! Deixei claro
que eu só devo explicações ao meu conselho, e que se eles teriam alguma coisa para reclamar deveria ser de conselho a conselho (CREF a CREFITO) e não com os fisioterapeutas. Como
eu me neguei a aceitar o que ele dizia, um dos fiscais disse que ia
utilizar os meios jurídicos contra mim.
Dra. Daiane Borges
CREFITO-5 - 84.007F
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COFFITO publica novas
Resoluções que mudam o
registro de Especialidades
O COFFITO publicou duas novas Resoluções que dispõem
sobre as novas normas e procedimentos para o registro de
títulos de especialidade profissional em Fisioterapia e Terapia
Ocupacional.
Terapia Ocupacional
- Acupuntura, Contextos Hospitalares, Contextos Sociais,
Saúde Coletiva, Saúde da Família, Saúde Funcional e Saúde
Mental.
A publicação das Resoluções nº 377 (Fisioterapia) e nº 378
(Terapia Ocupacional) ocorreu no dia 11 de junho, e as novas
regras já estão em vigor.
Condições de habilitação para a concessão
de título de Especialidade Profissional:
Ressaltamos que os profissionais que requereram seus registros até o dia 18 de dezembro de 2008 estão sob as orientações vigentes na Resolução anterior. A partir desta data , vale
a resolução nº 360, de 18 de dezembro de 2008.
Esta resolução não se aplica também aos fisioterapeutas e
terapeutas ocupacionais que já obtiveram seus registros de
especialidade perante o COFFITO.
Para quem vier a requerer registro de especialidade, como segue:
As especialidades a serem concedidas serão aquelas criadas
pelo Plenário do COFFITO mediante resolução e conforme
regulamento próprio (conforme o Parágrafo Único do Art. 9º
das Resoluções nº 377 e 378). A saber:
- O profissional que esteve fora do país precisa comprovar
dois anos de atividade profissional ou de aperfeiçoamento
profissional no exterior (estes documentos serão analisados
pelo Plenário do COFFITO);
- O profissional estrangeiro ou brasileiro que tenha feito graduação no Exterior deverá apresentar seu Diploma de Graduação revalidado por uma Instituição Brasileira de Ensino
Superior e também deverá estar inscrito no CREFITO por
dois anos intermitentes.
Condições para concessão do título de
Especialidade Profissional:
- O profissional precisa ser habilitado em Exame de Conhecimento e Prova de Título na especialidade requerida – os dois
são eventos públicos, anunciados através de Edital, com a finalidade de valorar a experiência prática e o aperfeiçoamento profissional na especialidade requerida pelo profissional;
- A demanda referida anteriormente será apurada junto aos
Conselhos Regionais e às Entidades Associativas de Caráter
Nacional de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional conveniadas ao COFFITO, nos termos da Resolução COFFITO nº
360, de 18 de dezembro de 2008.
f) produção profissional e certificação intelectuais;
- Para a realização deste Exame, o COFFITO pode estabelecer convênio com Entidades Associativas de Caráter Nacional da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, bem como
contratar institutos, fundações ou entidades especializadas
para a realização das provas.
Sobre a Prova de Títulos e o Exame de
Conhecimento:
- O Exame de Conhecimento será composto por questões de
múltipla escolha e dissertativas, e tem o objetivo de verificar
o conhecimento do profissional na especialidade requerida;
- A Prova de Títulos uma avaliação objetiva da documentação
apresentada pelo profissional e prima por valorar a experiência prática e o aperfeiçoamento do profissional na especialidade requerida;
- Na Prova de Títulos, serão considerados para efeito de classificação e hierarquização dos títulos os seguintes domínios:
a) acadêmico – são aqueles outorgados por Instituições de
Ensino Superior (nos termos da Lei 9.394/96) ou por Instituições autorizadas pelo Ministério da Educação e Cultura
(MEC) na forma disposta em suas resoluções vigentes. Saiba
mais lendo o Art. 15º das Resoluções nº 377 e 378;
b) de educação continuada em serviço – são as horas de educação continuada ofertadas pelo ente com o qual o profissional mantém vínculo de trabalho ou pelo próprio profissional
que no mesmo período mantém registro de consultório.
c) acadêmico e de educação continuada em serviço – são as
Residências promovidas e/ou cadastradas pelos Ministérios
da Saúde e da Educação;
d) tempo de exercício profissional – corresponde à cada ano
de atividade de prática clínica;
Para esclarecimentos sobre cada um destes itens, leia o Art.
15 das Resoluções 377 e 378.
Poderão ser obtidos junto ao COFFITO até dois títulos de
Especialidade Profissional.
É vedado aos circunscricionados a divulgação de título de especialidade profissional e áreas de atuação que não possuam,
bem como a divulgação de especialidade não reconhecida
pelo COFFITO. O profissional só pode declarar vinculação
com Especialidade Profissional ou área da atuação profissional quando for possuidor do título ou certificado a ele correspondente, outorgado por Entidade Associativa de Caráter
Nacional de Fisioterapia e devidamente registrado pelo COFFITO. Confira a lista das Entidades Associativas no site do
COFFTIO (www.coffito.org.br).
Se você tiver dúvidas a respeito deste assunto, entre em contato através do e-mail [email protected] ou do telefone (51) 3334-6586 ramal 223.
O COFFITO, junto com a Associação de Fisioterapeutas do
Brasil (AFB), está definindo as normas para que possa conceder a titulação aos profissionais. Para isso, numa reunião
em Brasília, dia 7 de agosto, montou-se o Conselho Deliberativo da Associação de Fisioterapeutas do Brasil, composto
por onze Associações de Fisioterapia. Decidiu-se que será
feita uma prova conjunta para todas as especialidades, e que
cada profissional poderá fazer apenas uma prova. Ainda não
há previsão de data para a realização desta prova de conhecimento, porém já foram estabelecidos o peso da titulação a
ser apresentada e também da prova (objetiva e subjetiva). A
prova será realizada em regiões do Brasil, que será dividido
entre três a cinco regiões simultaneamente. A decisão surgirá
de acordo com a Comissão de Levantamento de Custos de
Prova. As Associações Gaúchas foram convidadas a indicar
um participante para participar das reuniões da Comissão de
Especialidades a partir de setembro, para que todos contribuam para o processo e estejam sempre informados.
Legislação
- Este Exame de Conhecimento e Prova de Título podem
e) especialidade profissional – registrada pelo COFFITO em
área afim;
Legislação
Fisioterapia
Acupuntura, Fisioterapia Dermato-Funcional, Fisioterapia
Esportiva, Fisioterapia do Trabalho, Fisioterapia Neuro-Funcional, Fisioterapia Onco-Funcional, Fisioterapia Respiratória,
Fisioterapia Traumato-Ortopédica, Fisioterapia UroginecoFuncional, Osteopatia e Quiropraxia e Fisioterapia em saúde
coletiva.
- O profissional precisa estar inscrito em seu CREFITO há
pelo menos dois anos ininterruptos;
ser convocados anualmente, dependendo da demanda ou da
obrigatoriedade a cada dois anos;
6
7
Método X Técnica: uma explicação
através da origem das palavras
Pilates: o inserção e as responsabilidades
do fisioterapeuta na prática do método
1
Muitas dúvidas que fazem parte do nosso dia a dia poderiam ser desfeitas mais facilmente se nosso conhecimento
sobre a origem das palavras fosse mais aprimorado. As
palavras trazem na sua escrita o seu signifcado e este pode
ser absorvido através da análise das partes que compõem
cada palavra, ou seja, seu radical e os possíveis prefixos
e sufixos. É esse o caminho que defende o professor de
Filosofia da PUCRS e do IDC, Jorge Antônio Torres Machado. Jorge é mestre e doutorando em Filosofia.
Reportagem Especial
Retrocendo um pouco no tempo, trazemos essa discussão para o início, para o século XV, especificamente o ano
de 1619, período do Iluminismo, quando o filósofo Descartes fez o Discurso sobre o método. Mas o que isso
tem a ver com a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional, por
exemplo? Essa obra abriu o caminho para a ciência moderna e para o método científico em geral. No campo
da ciência, método pode ser entendido como uma série
de passos codificados que se têm de tomar para atingir
um determinado objectivo científico. E, segundo Jorge,
podemos, então, entender o Método como o objetivo do
fazer.
8
Já a Técnica pode ser interpretada como o procedimento
ou o conjunto de procedimentos cujo objetivo é obter
um determinado resultado. Estes procedimentos não excluem a criatividade, que é o fator importante da Técnica.
Jorge Machado define técnica como arte. “A técnica é eclética, permite muitas experimentações. Na Psicanálise,
por exemplo, no tratamento de uma determinada doença, buscam-se resultados através de diferentes técnicas. Mas o objetivo é o mesmo. Isso significa dizer que a
Técnica é bastante eclética nos processos terapêuticos”,
explica. Mas voltemos um pouco: a palavra se técnica se
origina também do grego techné, ou seja, arte. A técnica,
portanto, confunde-se por algum tempo com a arte.
A técnica pode, ainda, ter sua origem relacionada com o
meio. É consciente, é reflexiva, é inventiva e é fundamentalmente individual. Há pesquisadores que definem que
o indivíduo a aprende e a faz progredir. A relação com a
arte firma-se ainda mais nesse sentido.
Com relação aos campos de ação, pode-se entender a
técnica como uma resposta ao interesse e à vontade do
homem de transformar seu ambiente. Tentando traduzir um pouco: existe um caminho, um objtivo traçado.
O homem precisa, no entanto, buscar novas e melhores
formas de satisfazer suas necessidades. E a esse conjunto
de descobertas, ao resultado dessas formas surgem o que
chamamos técnica.
Por todas estas questões aqui descritas e por tantas que
fazem parte dessa discussão, o professor Jorge Machado
entende que as técnicas surgem dos métodos. “O método é a estrada, o caminho, surge antes, portanto, das
técnicas. Estas são as diferentes formas que surgem para
que o objetivo seja alcançado. A técnica carrega em si
a possibilidade de inovação, de mudança nos modos de
procedimentos. O método garante que todas essas inovações sejam conduzidas para que chegem a um ponto
determinado: o objetivo”, finaliza Jorge.
Tudo começou no dia 22 de julho, com uma reportagem
veiculada pelo jornal Correio do Povo. O texto relatava
uma ação fiscalizatória do Conselho Regional de Educação Física do RS (CREF) e contava como o Presidente
do CREF-RS agendou um atendimento experimental de
Pilates no estúdio de uma fisioterapeuta na Zona Sul de
Porto Alegre. No começo do atendimento, agentes fiscais
do CREF-RS, acompanhados da imprensa, entraram no estabelecimento e declararam que a atividade estava sendo
executada de forma irregular. “A tarefa do fisioterapeuta é
trabalhar nas lesões instaladas e a do profissional de Educação Física, na prevenção”, disse Eduardo Merino, presidente do CREF-RS.
Estava criada a confusão. No dia seguinte, o CREFITO-5
recebeu dezenas de ligações e e-mails de profissionais indignados com a ação. Eles também pediam orientações,
temerosos de sofrerem o mesmo tipo de fiscalização (aqui
ressaltamos, mais uma vez, que somente o CREFITO-5
pode fiscalizar fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais).
Os profissionais estavam agitados, inseguros, indignados e
pediam ações do Conselho e providências enérgicas em
relação ao caso.
Para agravar a situação, no dia 25 de julho o CREF-RS publicou um anúncio no mesmo jornal, ressaltando a fiscalização do Conselho que “flagrou novamente nesta semana
uma aula de Pilates sendo aplicada por ministrante não-habilitada ao exercício profissional da Educação Física”. Mais
indignação, ligações e reclamações dos fisioterapeutas.
A situação só amenizou quando o CREFITO-5 publicou,
no dia 28 de julho, uma Nota de Esclarecimento que ocu-
pou meia página no Correio do Povo, esclarecendo uma
série de dúvdas.
Debate sobre a polêmica
Polêmica estabelecida, a Comissão de Comunicação do
CREFITO-5 decidiu aprofundar o assunto e promoveu,
no dia 19 de agosto, um bate-papo entre fisioterapeutas
que atuam com Pilates. Todas são profissionais reconhecidas e possuem um trabalho muito sério na área. Durante o encontro, as fisioterapeutas falaram sobre diversos
aspectos relacionados à prática do método Pilates. Participaram, ainda, da reunião, o Presidente do CREFITO-5,
Dr. Alexandre Doval, a Diretora-Tesoureira, Dra. Luciana
Wertheimer e a Conselheira Dra. Priscila Bordignon. As fisioterapeutas convidadas foram Dra. Adriane Krause, Dra.
Alessandra Tegoni, Dra. Lilliane Hagemann, Dra. Roberta
Aline Becker e Dra. Viviane Matsenauer. Confira, a seguir,
uma síntese da opinião deste grupo sobre os seguintes temas.
Histórico do Pilates Joseph Pilates nasceu na Alemanha em 1880 e tinha saúde
frágil. Por isso, ainda adolescente, tornou-se ginasta e buscou conhecimento em anatomia, fisiologia e medicina. Sua
mãe era naturopata e o pai, ginasta. Ambos o influenciaram bastante. Em 1912, Joseph tornou-se boxeador profissional e começou a dar aulas de autodefesa na Scotland
Yard. Na Primeira Guerra, tornou-se prisioneiro na Inglaterra por ser alemão e, na prisão, começou a usar as molas
dos colchões para se exercitar e não perder o condicionamento físico. Mais tarde, isso serviria como base para
Reportagem Especial
Para o professor, a diferença entre método e técnica está
toda explicada em suas escritas. “Cada palavra traz, na
sua grafia, o seu signifIcado. Neste caso, método tem origem grega e nos remete à Platão e Aristóteles. Ela significa caminho, rota, estrada”, afirma. Método deriva do
Grego methodos, cuja signifcação é, literalmente, “caminho para chegar a um fim”. Ou seja, podemos entender o
método como um delimitador do modus da obtenção do
conhecimento: a epistemologia.
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O que o olhar do fisioterapeuta define no Pilates?
O Pilates é um método que nasceu da reabilitação, que é o
cerne da profissão de fisioterapeuta, que atua, também, na
prevenção e na correção. O olhar do fisioterapeuta, portanto, é essencial em qualquer tipo de avaliação pela sua
formação e conhecimento. Este olhar especial detecta as
alterações posturais, as atrofias musculares, os movimentos que podem ser executados de maneira incorreta, além
das incapacidades ou falta de equilíbrio e flexibilidade. O
fisioterapeuta olha para quem faz Pilates como um todo e
auxilia o praticante a desenvolver a consciência corporal.
De nada adianta fazer Pilates se isso causar dor, se a coluna
estiver desalinhada. Quando alguém começa a fazer Pilates com um fisioterapeuta, sente a diferença de um olhar
cuidadoso e global sobre o seu corpo. O fisioterapeuta
que utiliza Pilates está fazendo Fisioterapia (preventiva e
reabilitadora).
Reportagem Especial
o ajudar a desenvolver um sistema de exercícios combinados com equipamentos. Joseph trabalhou como enfermeiro, cuidando dos feridos da guerra e desenvolveu,
então, uma série de aparelhos que, hoje, são conhecidos
de quem trabalha com Pilates: Reformer, Cadillac, Electric
Chair, Wunda Chair, Full Barrel, Tower, e outros. Depois da
guerra, ele voltou à Alemanha e incorporou elementos da
dança ao seu método de trabalho. Em 1923, foi para os
Estados Unidos e abriu seu primeiro Estúdio de Pilates.
Seu trabalho, porém, só teria repercussão a partir da década de 1940. Joseph Pilates morreu em 1967, mas sua
esposa Clara Pilates seguiu seu trabalho e os alunos dos
dois começaram a abrir seus estúdios e difundir o Pilates
por todo o mundo.
Pilates: Método ou Técnica?
Fisioterapeutas praticantes de Pilates deveriam se
associar e redefinir as diretrizes?
Para as profissionais presentes na reunião, esse é um dos
principais desafios a serem alcançados. Elas afirmam que
isso é essencial para definirem-se pontos importantes,
como um número mínimo de carga horária de formação,
especificar as atribuições, a regulamentação com a criação
de uma normativa sobre o Pilates para fisioterapeutas.
Quem o fisioterapeuta atende é aluno, paciente ou
cliente?
Este foi um dos grandes pontos da discussão, pois nele
reside a polêmica do CREF, que afirma que fisioterapeuta
não pode ter aluno. Para as fisioterapeutas que participavam do bate-papo, as opiniões ficaram divididas: algumas
Segundo o debate, o Pilates hoje é chamado de método
pois abrange um conjunto de técnicas com um objetivo
comum, mas no seu desenvolvimento ele era chamado de
Contrologia. Trata-se de um processo racional usado para
que se atinja um determinado objetivo. Um método é um
sistema seguido no estudo ou ensino de qualquer processo ou técnica para se chegar ao conhecimento. A técnica é
o conjunto de processos, por isso, o Pilates é um método.
(Leia reportagem na página 08)
O que é prevenção?
Nas nossas profissões, a prevenção é fazer algum tipo de
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chamam de pacientes, outras de alunos. As profissionais
que chamam de alunos justificam-se: para elas, a palavra
“paciente” sugere alguém passivo, doente, que apenas recebe a ação do fisioterapeuta. Já “aluno”, buscando-se a
origem da palavra, é alguém sem luz, a procura de conhecimento. Nesses casos, alguém
em busca de orientação e que é
ativo no processo.
Ao final do encontro, ficou clara a preocupação daqueles que
são profissionais comprometidos
com a profissão e com as pessoas que atendem. A fala incisiva de
todas sobre a exigência de uma
carga horária mínima e considerável para o exercício legal do
Pilates é prova do comprometimento e da ética profissional de
todos. Além disso, outra importante análise feita, é de que o Pilates não pode ser visto como um
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método exclusivo de uma ou outra profissão. Ele é amplo
e possui diferentes formas. O objetivo da sua prática é que
deve determinar o profissional que guiará o processo.
Portanto, estão equivocados aqueles que afirmam que
fisioterapeuta não atua na prevenção e trata apenas de doenças. O fisioterapeuta é um profissional da saúde e trabalha para
que muitos problemas sejam
evitados. Ele deve porém, pautar-se pela ética, aperfeiçoar-se
constantemente e oferecer aos
seus pacientes, alunos ou clientes, o melhor de si e o melhor da
Fisioterapia.
Fotos: 1 Reformer, 2 Barrel, 3
Exercício solo e 4 Cadillac. Agradecimento à Dra. Roberta Aline
Becker.
Nota de esclarecimento COFFITO
O Coffito, tendo em vista a publicação oficial da Resolução 201/2010, do Conselho Federal de Educação Física (Confef), esclarece que todo Fisioterapeuta tem o direito de utilizar o método Pilates com a finalidade fisioterapêutica, ou
seja, para os fins de tratamento e prevenção de disfunções, conforme autoriza a legislação que trata da matéria. A
prática pode ser realizada em qualquer local, como clínicas, academias, hospitais, dentre outros.
A Resolução do Confef, que dispõe sobre o Pilates como modalidade e método de ginástica, em seu artigo 4º, prevê
que “caberá à pessoa jurídica prestadora de serviços na área de atividades físicas, desporto e similares que oferecer o
Pilates em seu elenco de serviços, garantir que sua prática seja orientada e dinamizada por Profissionais de Educação
Física”. A medida não trará qualquer dano ao exercício profissional do Fisioterapeuta, uma vez que a Cinesioterapia,
que fundamenta o método Pilates, faz parte do currículo base da graduação em Fisioterapia. Assim, o Coffito destaca
que os profissionais de Fisioterapia têm plena autonomia para utilizar o método Pilates na prevenção e no tratamento
de disfunções.
O Coffito entende que o método Pilates é um dos muitos recursos cinésio-mecano-terápicos à disposição do fisioterapeuta, com vistas à promoção, prevenção e recuperação da saúde. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional entende que a prática clínica do Pilates exige um domínio técnico e científico acerca do método, por
meio de aprimoramento profissional específico.
O profissional que, porventura, venha a se sentir prejudicado em seu exercício profissional por qualquer Conselho de
Fiscalização, alheio ao sistema COFFITO/CREFITOS, deve, imediatamente, comunicar a atuação indevida ao CREFITO de sua circunscrição para a adoção das medidas pertinentes.
Sobre o caso publicado no mesmo jornal, no dia 22 de julho, informamos que foi instaurado um processo administrativo no CREFITO-5, através do qual estão sendo analisados todos os envolvidos e todos os fatos. Assim, tão logo sejam
apuradas as responsabilidades e os acontecimentos sejam esclarecidos, as informações serão divulgadas nos veículos
de comunicação do CREFITO-5 e as medidas jurídicas cabíveis serão adotadas.
Acompanhe todas as informações e as notas oficiais do CREFITO-5 no nosso site (www.crefito5.org.br) e pelas newsletters institucionais, enviadas semanalmente.
O CREFITO-5 ressalta, mais uma vez, que Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais tenham claro que sua atuação
profissional só pode ser fiscalizada pelo CREFITO-5.
Reportagem Especial
trabalho que evite lesões em pessoas saudáveis no sentido
de prevenir lesões e deformidades, mas que também tem
uma pré-disposição ou um histórico familiar que sugere
uma possível lesão ou alteração músculo esquelética no
futuro. E o fisioterapeuta é um profissional altamente capacitado para promover a prevenção.
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Reportagem Especial
Terça-feira, 24 de agosto. Chegamos ao Hospital Moinhos de
Vento, em Porto Alegre para uma
entrevista com parte da equipe de
fisioterapeutas que atua no Centro de Terapia Intensiva (CTI).
Hospital é um local que, para
quem não atua na saúde, sempre
causa uma sensação de desconforto. CTI, talvez um pouco mais,
pelo risco que pressupõe. Todas
essas impressões, porém, foram
desfeitas em muito pouco tempo.
Não podemos dizer que não há
risco iminente onde estávamos.
Mas podemos afirmar que a confiança e competência dos fisioterapeutas que lá atuam e que nos
receberam diminuíram em muito
essa sensação.
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A saúde, todos sabem é um direito constitucional de todo cidadão brasileiro. Existem, hoje,
alguns órgãos reguladores dessa área e estes órgãos determinam centenas de regras. Desde o dia 25 de fevereiro,
está em vigor uma nova Resolução da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) que amplia atuação de profissionais nas Unidades de Terapia Intensiva brasileiras. A Resolução RDC nº 7 estabelece os requisitos mínimos para o
funcionamento das UTIs instaladas em hospitais públicos,
privados ou filantrópicos. Ela torna obrigatória a presença,
nessas unidades, de um coordenador da área de Fisioterapia, com especialização em terapia intensiva ou em outra
especialidade relacionada à assistência ao paciente grave.
Juntamente com o responsável técnico (função ocupada
necessariamente por um médico) e com o coordenador
de Enfermagem, este profissional deve aprovar e registrar
todas as ações, rotinas e procedimentos assistenciais e administrativos realizados na UTI. A Resolução também estabelece a obrigatoriedade da atuação de pelo menos um
fisioterapeuta para cada dez leitos de UTI nos três turnos
(matutino, vespertino e noturno), somando um total de 18
horas diárias de atividade. Ainda de acordo com a RDC,
estabeleceu-se que o atendimento em UTIs deve ser feito por equipes multiprofissionais, dimensionadas (em número de especialidades e profissionais) de acordo com o
perfil e o tamanho da estrutura.
Todas estas normatizações e
exigências da Anvisa encontramos na equipe da Dra. Luísa
Novaes. Dra. Luísa é a Coordenadora de Fisioterapia do
Hospital, que atualmente conta
com uma equipe de 41 fisioterapeutas e 10 estagiários; além
de três temporários. Segundo
ela, a média de procedimentos realizados por mês é de
12.000, com uma média de
atendimento de 140 pacientes
por dia e 300 procedimentos.
“É impressionante vermos o
quanto crescemos. São 10 anos
de atuação - o setor existe no
Hospital desde 2000. Lembro
muito bem dos primeiros dias,
quando começamos atendendo
24 pacientes”, lembra Dra. Luísa.
A fisioterapeuta é tranquila e talvez seja essa uma das características fundamentais para os profissionais que pretendem atuar em CTIs. Afinal, Unidades de Terapia Intensiva
são, geralmente, locais que abrigam graves casos e, tanto
para os adoentados quanto para os familiares, segurança e
confiança caminham lado a lado com a tranquilidade. “A
tensão de saber se seu familiar está sendo bem atendido,
se está recebendo atenção adequada e se sua dor está sendo minimizada são fundamentais para os familiares. Todos
querem a certeza de que os profissionais são qualificados e
preparados. Essas são as maiores preocupações de quem
passa por esta experiência”, conta a fisioterapeuta.
Dra. Luísa tem uma equipe competente sob sua coordenação. Na CTI, são 30 leitos e cada turno tem a atuação de
três fisioterapeutas. A equipe é composta pela Dra. Fernanda Callefe Moreira, Dr. Ricardo Wickert, Dra. Cíntia
Dias de Barros, Dra. Fernanda Gehm, Dr. Luis Guilherme
Borges, Dr. Augusto Savi, Dra. Joyce Michele Silva, Dra.
Soraia Ibrahim, Dr. Leonardo Silva e Dr. Glauber Gotardo.
Conversamos com a equipe do turno da manhã e eles nos
contam a seguir como escolheram esta área e um pouco
da sua rotina e impressões.
Segundo a Dra. Luísa Novaes, o processo de seleção para
fisioterapeutas que irão atuar em UTIs envolve uma avaliação de perfil diferenciada. “O perfil é muito claro: ele
tem de ser especializado nesta área, ter agilidade especial,
saber responder às demandas de forma segura e rápida,
deve saber trabalhar sob pressão e ter uma visão de todo
em relação ao paciente e à equipe”, afirma. O Coordenador Médico da UTI, Dr. Eubrando Silvestre, resumiu:
“nós não sobrevivemos sem a fisioterapia aqui”. O mesmo
dizem os fisioterapeutas da equipe: enfatizam que essas
características são muito particulares e que entre eles há
esse reconhecimento de perfil, o que permite uma troca
de conhecimento e informações constante. A confiança,
assim, só aumenta de todos que fazem parte da equipe
não apenas de fisioterapeutas, das de todos que atuam na
CTI. Para a Dra. Fernanda Callefe Moreira, uma paulis-
profissionais que atuam em CTIs daqueles que atuam em
outras áreas, é a urgência, o pensamento e atitude rápida
exigidas. “Precisamos de tudo isso porque atuamos em situações críticas o tempo todo. Isso seria muito diferente
se estivéssemos atendendo um paciente em situação mais
tranquila. O paciente de UTI está passando mal e o trabalho não pode ser feito a longo prazo – tem que ser agora
(enfatizando). É o momento em que podemos fazer ou
não a diferença em um desfecho muito grave”, conta. Por
isso, é uníssona a fala sobre conhecimento técnico apurado, experiência e tranquilidade. “A experiência é o que
te oferece caminhos para fazer a diferença nestas horas
graves. Em momentos críticos, sabemos que temos uma
vida em nossas mãos. É muita responsabilidade. Mas há,
também, reconhecimento e valorização do trabalho”, afirma Dr. Ricardo. Dra. Fernanda conta, ainda, que a rotina
da equipe exige uma sintonia entre calma e agilidade. Ela
defende a constante atualização técnica e a consciência da
Da esquerda para a direita: Dra. Cintia, Dra. Luísa, Dr. Ricardo e Dra. Fernanda
ta que mora em Porto Alegre há oito anos, o diferencial
necessário para quem quer trabalhar numa UTI é a união
de conhecimento técnico, agilidade e tranquilidade. “É
um trabalho que envolve muita responsabilidade porque
é tudo uma questão de momento, ou seja, precisamos
fazer a escolha certa, baseado em nosso conhecimento,
sem muito tempo. São respostas muito rápidas e precisas
o tempo todo”, diz.
A diferença de rotina
Para o Dr. Ricardo Wickert a maior diferença entre os
importância de uma equipe interdisciplinar alinhada. “Há
casos em que um olhar basta para que o médico se comunique conosco. Sabemos a importância do trabalho em
equipe, essencial para nossa rotina funcionar da melhor
forma possível”, defende.
Reconhecimento
Reportagem Especial
Responsabilidade e agilidade: as
marcas da fisioterapia nas CTIs
Seleção natural
O contato com os pacientes, pela situação de risco que
estão vivenciando, torna a relação entre profissionais e pacientes diferente. Se um tratamento normal (seja em clínica ou em leitos de hospitais) o paciente reconhece o seu
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Reportagem Especial
Segundo a Dra. Fernanda, há, por consequência dessa situação, uma gratificação: a do contato com a família do
paciente. “Já atendemos pacientes que ficaram sete meses
na CTI e acabamos conhecendo toda a família dele. No
início, ele não nos reconhecia. Aos poucos ele começou a
recuperar a lucidez até conseguir dar seus primeiros passos. Depois de ter sido encaminhado para o andar de internação, ele veio dar um abraço em todos e dizer tchau”,
recorda. Ao contar essas histórias, todos se emocionam
e relembram de pelo menos um fato ou de um paciente especial. E, como
não poderia deixar de
ser, as novas ferramentas
de comunicação também
fazem parte das relações
estabelecidas nos períodos de tratamento. Não
são poucos os pacientes
que mantêm vínculo por
e-mail.
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A Dra. Luísa Novaes
lembra, ainda, que o reconhecimento da família
e do paciente está diretamente ligado com a
gravidade do momento.
“Em doenças graves, é
natural que a família fique
extremamente preocupada, devido à criticidade
do momento para todos.
Por isso, eles sentem
uma grande gratidão pelos profissionais que estão aqui na
CTI trabalhando”, destaca.
Responsabilidade e ansiedade
O tempo ajuda. Os colegas ajudam. Essas são duas das
situações lembradas pela equipe do Hospital Moinhos de
Vento quando questionados sobre a responsabilidade que
possuem e a ansiedade. Dra. Fernanda lembra que logo
que iniciou seu trabalho na CTI não reconhecia em si as
características essenciais para um fisioterapeuta poder
atuar nesse local. Mas seus colegas, Dra. Luísa e Dr. Ricardo,
viram e hoje, é tudo natural. Com o tempo, com os anos,
a pressão diminui significativamente. Dr. Ricardo afirma que,
como são anos de experiência e vivência dessas situações de
risco, a situação precisa ser bastante difícil para poder abalar
a equipe. “Mas é importante sabermos que existem casos em
que não há uma segunda chance para corrigir algo errado. É
preciso saber lidar com isso”, enfatiza. Para a Dra. Cíntia Dias
de Barros, não poder errar é um diferencial. “Sou nova, me
sinto muito preparada, mas ter a certeza de que temos uma
chance só nos traz, sem dúvida, mais responsabilidade. Com
o tempo tenho certeza de que isso diminui”, fala.
Dra. Luísa lembra uma questão importante: “Não existe
‘melhor’ ou ‘pior’ no profissional da CTI. Ele simplesmente é diferente porque tem que ter habilidades específicas
como agilidade, responsabilidade, conhecimento técnico e
calma. É preciso desenvolver uma visão do todo, já que
temos possibilidade de desenvolver um bom trabalho em
equipe. Isso transmite segurança aos familiares do pacien-
Eleições 2010: a festa da
democracia nas mãos dos eleitores
Democracia (“demo+kratos”) é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, que escolhe seus representantes através do voto.
O mês de outubro de 2010 será marcado por uma das principais
atividades da Democracia: as eleições. O processo eleitoral é
um dos momentos mais importantes para o exercício da cidadania. E a Democracia, para existir de fato, exige que os seus
cidadãos cumpram seu papel.
Nesse momento torna-se ainda mais importante que todos saibam o seu papel. O voto, já é chavão, mas vale reforçar, é a
arma do cidadão. É através dele que uma realidade pode ser
certificada ou modificada. É através do voto que os cidadãos indicam suas vontades pois colocam nas mãos de alguns políticos
o poder de decisão. Essas decisões refletem-se diretamente no
cotidiano de todos.
Mas não estamos falando aqui de programas sociais, de programas de governo ou mesmo de simpatias políticas. Estamos falando de Projetos de Lei que afetam o mercado de trabalho, que
podem comprometer ou ampliar os sistemas e os atendimentos
na área da saúde. Você lembra em quem votou nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados? Sabe qual a posição e o
voto dele sobre o PL do Ato Médico?
Durante todo o andamento e tramitação do PL do Ato Médico
o CREFITO-5 enviou a seus profissionais a lista completa dos
Deputados da bancada gaúcha em Brasília. Mostramos o voto
de cada um. Por quê? Porque são esses os nossos representantes em Brasília, são esses parlamentares que
criam as Leis que todos devemos cumprir.
A questão que fica para este ano é: você vota conscientemente, pensando no que o seu Deputado
pode fazer tanto na Câmara dos Deputados, quanto
no Senado e na Assembleia Legislativa? Você sabe o
papel de cada um destes parlamentares?
te, que sabem que ele está sendo bem assistido”, defende.
Quando escolhemos um candidato, estamos depositando no
trabalho dele (e da sua equipe) nossos próximos quatro anos.
Hoje, a Democracia está reforçada. Há transparência na tramitação dos Projetos de Lei. Eles podem ser acessados e acompanhados a qualquer momento, por qualquer cidadão através dos
sites: www.camara.gov.br e www.al.rs.gov.br.
Faça valer o seu direito e o seu voto. Exerça a sua cidadania para
que a Democracia tenha, de fato, o poder que pressupõe. Essa
decisão e esse exercício são responsabilidade de cada um dos
eleitores brasileiros.
Alguns PLs são fundamentais para o futuro de Fisioterapeutas e
Terapeutas Ocupacionais. Pesquise, conscientize-se:
> PL 5979/2009, que trata do piso salarial de Fisioterapeutas e
Terapeutas Ocupacionais;
> PLS 467/2008, que trata da prestação de serviços de Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais adequadas ao Simples
Nacional;
> PL 1220/2007, que aborda a tabela de honorários médicos,
odontológicos e de outros profissionais, como base mínima com
as operadoras de planos de saúde;
> PL 5404/2005, que institui e estabelece critérios para a edição
do Rol de Procedimentos e serviços em fisioterapia;
> PL 1444/2003, que discute o exame de suficiência para o exercício das profissões de Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional;
> PL 1549/2003, que disciplina o exercício profissional de Acupuntura;
> PL 4261/2004, que inclui Fisioterapeuta e
Terapeuta Ocupacional no Programa Saúde da
Família – PSF;
> PLS 268/2002, o PL do Ato Médico.
O voto é secreto e deve ser levado muito a sério.
A visão do paciente
Nós queríamos contar essas histórias através da visão de
um paciente. Infelizmente não foi possível pois todos os
pacientes que estavam internados naquele dia estavam em
situação delicada. Porém, na próxima edição da revista do
CREFITO-5, esperamos poder contar essas histórias, pois
falaremos sobre outra equipe de fisioterapeutas em CTIs,
desta vez em hospitais públicos. Se você tem alguma sugestão ou dica, mande para a gente.
Política
fisioterapeuta, por exemplo, na CTI isso não é possível. Dr.
Ricardo lembra que a grande maioria dos pacientes está sempre sedado, possui alguma alteração neurológica ou passou
por alguma cirurgia. Ou seja, isso torna o agente de saúde um
tanto quanto anônimo para o paciente. “Nós, fisioterapeutas,
mobilizamos, alongamos, procuramos aliviar a dor e dar conforto respiratório. Quando o paciente está mais acordado,
consciente, consegue estabelecer algum tipo de relação com
a equipe. E isso é recompensador”, afirma ele.
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Intercâmbio de conhecimento e prática
Dr. Vinícius Montiel de Castro é um
fisioterapeuta formado pela Ulbra em
1999 que trabalhou em diversos lugares enquanto morava em Porto Alegre
– clínicas particulares, hospitais, serviço
voluntário, entre outros. Em 2009, ele
decidiu que queria mais e perseguiu seu
sonho: trabalhar fora do Brasil – mais
especificamente, na Inglaterra. Deu tão
certo que ele está lá até hoje. Nesta
nova seção da nossa revista, ele conta
um pouco das suas vivências e da experiência de atuar em outro país. Confira!
brasileiro tem muito conhecimento teórico/científico prático em relação ao
inglês, porém a autonomia e o poder
de decisão e a participação do fisioterapeuta inglês ainda é muito maior. Aqui,
eu não preciso de prescrição de médico
para atender meus pacientes e dou alta
da fisioterapia na hora em que eu achar
melhor. Isso no sistema público - no privado, os pacientes vão nas clínicas sem
prescrição médica vão porque sabem
que fazer fisioterapia ou ir ao profissional é um direito deles.
Sou o fisioterapeuta Vinícius Montiel de
Castro (Vico) e estou trabalhando em
um hospital no Reino Unido que cuida
basicamente de pacientes idosos e amputados de membros inferiores. A vida
de fisioterapeuta aqui é bem diferente,
primeiro que posso sonhar em ter uma
família, casa, carro, viajar, apenas trabalhando em um local das 8h30min até as
16h30min e em alguns hospitais se deve
fazer plantão também - mas não todos.
Fisioterapeuta é dividido por bandas 5,
6, 7, 8, 8a, 8b - em virtude da experiência, o salário aumenta. O legal é que
posso ser cabeludo tatuado, ter brinco,
que ninguém dá bola...
Para um paciente ter alta hospitalar, tem
que ter a participação do fisioterapeuta
e do terapeuta ocupacional. Participo
de MDT (reuniões semanais com médicos, terapeutas ocupacionais, enfermeiras e assistentes sociais) para decidirmos juntos qual será o melhor plano
de alta hospitalar para o paciente).
Quando cheguei aqui na Inglaterra pedi
num bar um copo de água pronunciando a letra “D” onde tinha o “T” como
me ensinaram no inglês americano
(watter) e o atendente não entendia o
que eu queria, depois ele disse: “ok, you
want waTTer, mate...” Enfim.
Hoje percebo que o fisioterapeuta
O governo britânico oferece as seguintes opções para a alta: o velhinho vai
para casa com cuidadores que irão, em
alguns turnos em alguns dias da semana,
ajudar o vovô a tomar banho, se alimentar, realizar as tarefas básicas do cotidiano. Porém, às vezes, o vovô tem que
pagar metade e, em outras, o governo
paga tudo, depende do rendimento do
paciente. Também, o vovô vai para um
asilo mais dependente ou para uma casa
de repouso sob as mesmas condições
em relação ao pagamento. O governo
disponibiliza fisioterapia em casa de graça mas, às vezes, demora 6 semanas pra
começar e não e todos os dias mas enfim, disponibiliza. A parte comunitária
e muito forte e funciona relativamente
bem.
Os hospitais ingleses possuem documentos e protocolos pra tudo
que é lado, a quantidade de burocracia que eu faço é absurdo (pode
ter sido castigo, pois odeio papel).
Algumas com razão, até mesmo
para proteger o hospital e o profissional. Aqui, é muito comum pa-
ciente querer entrar na justiça.
É muito engraçado o quanto o fisioterapeuta brasileiro tem jogo de cintura para resolver situações diárias na
atividade hospitalar além de trabalhar
com sorriso no rosto (ao menos, eu
sou assim). É impressionante como os
pacientes percebem isto e que meu
tratamento é diferente. Eles me dão
cartões agradecendo por isso - no
Brasil, em 10 anos de profissão, recebi
um cartão e poucos agradecimentos.
Aqui, estou recebendo uma média de
um cartão por mês. Alguns pacientes
me disseram que, em uma semana,
eu fiz mais que em um ano (exagero
também deles). Isso porque o fisioterapeuta brasileiro foi instruído a realmente tocar o paciente, mobilizá-lo no
leito, retirá-lo da cama... Usar terapia
manual e tudo que foi ensinado na
Faculdade (e foi bastante). Aliás, hoje
vendo tudo daqui de cima, realmente
o fisioterapeuta brasileiro tá sempre
buscando se aperfeiçoar, lindo isto. O
inglês já e mais tranquilo e entre meus
colegas não lembro quem tinha uma
especialização ou mestrado.
Muita gente no Brasil acha que fisioterapeuta aqui faz serviço de enfermagem,
o que é a maior mentira - cada um sabe
sua função e obrigações. Mas, como
eu não sou bobo, ajudo no que posso
a equipe de enfermagem dentro dos
meus limites para que eu conquiste a
harmonia do ambiente o que sempre
ajuda - e muito!
Aqui na Inglaterra, existem regras para
manuseio de paciente. Por exemplo:
jamais posso tentar levantar um paciente sozinho se ele não é capaz de
me ajudar ou se ele é muito pesado.
Caso alguém me pegar fazendo força
inapropriada eu posso tomar um puxão de orelha bem forte, basta alguém
me pegar na tampa. O que se faz então? Regra de manual handling: usar
equipamentos hidráulicos para retirar
e colocar da cama, sentar e levantar...
Isso porque, na concepção do inglês
eu, como fisioterapeuta tenho que
estar com minha saúde em primeiro
lugar, pois eu ainda terei que cuidar
de muitos pacientes durante toda
minha vida. Obrigatoriamente tenho
que fazer uma pausa de 30 minutos
além da minha meia hora de almoço normal. Para se trabalhar aqui, é
obrigatório antes fazer o curso de
parada respiratória, manual handling,
exame de rubéola, catapora, hepatite B, além de não ter antecedentes
criminais. Caso não tenha isso, nem
adianta se candidatar.
Assistente de fisioterapia aqui é permitido - mas eu que delego o que ele
tem que fazer e eles me ajudam com
os pacientes pesados e com a documentação, uma vez que fica impossível atender a demanda e ainda realizar
a burocracia.
A demanda de velhinhos é muita e
eles vivem muito - 70 anos prá eles
é jovem. O Fisioterapeuta aqui usa
camisa pólo branca e calça azul, não
usam jaleco, e tanto homem como
mulher podem usar uma espécie de
túnica branca com golinha (nem pensar!). Preferi usar a camisa pólo branca com o logo do sindicato/sociedade
de fisioterapia. A maioria dos lugares
só quer trabalhar com fisioterapeutas
sindicalizados.
O tratamento fisioterapêutico hospi-
talar aqui para o idoso neste caso está
voltado para treinamento das passagens
de posições, buscando a funcionalidade, além de terapeuta ocupacional e
fisioterapeuta precisam andar na mesma direção - se algo der errado na alta
hospitalar poderão ser julgados por
isto. Também, a prevenção de quedas
é muito trabalhada.
O sistema público de fisioterapia hospitalar na Inglaterra tem suas qualidades e
defeitos, mas uma coisa eles sabem fazer:
priorizar quem realmente precisa ser
atendido, paciente crônico aqui acamado não precisa de fisioterapia e sim uma
casa geriátrica. A base da avaliação fisioterapêutica do idoso e principalmente o
aspecto social, e saber como era a mobilidade do paciente antes de ser internado
para então recuperá-la. Um exemplo:
se o velhinho antes de vir caminhava somente cinco metros com andador este
será o objetivo. Uma vez atingido e o paciente estiver medicamente estável, ele
é mandado para casa. Muito importante,
saber se o paciente tem escadas e se vai
ter alta hospitalar antes obrigatoriamente treino de escadas, se não for capaz de
executar, esta vetada a alta e rediscutido
o plano.
Aqui existe até um formato exclusivo
para se evoluir em pasta médica. A evolução em pasta medica é obrigatória e
importantíssima – descrevo todos os
dias, através do que eles denominaram
de “SOAP notes”. Explico: através des-
se relatório diário de cada paciente,
eu tenho que escrever como ele tá,
e principalmente se ele consentiu
que eu o atendesse. Depois, relato
o que eu fiz e pratiquei; em seguida,
como ele ficou após o atendimento,
se ele melhorou, minha opinião. Por
fim, desde o primeiro dia de avaliação, sempre tem que ter o plano que
pretendo colocar em prática que fará
com que ele tenha alta. Na maioria
dos hospitais, eu tenho que fazer uma
avaliação da mobilidade antes e depois da alta, além de outra avaliação
de risco de quedas e anexar tudo na
pasta médica.
Os meus colegas ingleses, na maioria,
são difíceis de mudarem de opinião.
É difícil admitirem quando estão errados, mas eles acabam respeitando
e muito quem tem atitude e personalidade e ficam espantados quando conhecem um brasileiro fisioterapeuta.
Eles nunca imaginavam que levamos
cinco anos pra nos formarmos em
Fisioterapia (aqui eles se formam em
três anos) e que trabalhamos muito, muito mesmo. Isso foi o que me
abriu porta para muitos hospitais ingleses inclusive convites de trabalhos
permanentes, mas aqui, a saudade
bate, família, mulheres gaúchas, churrasco, abraço dos amigos (aqui é só
aperto de mão), entre outras coisas...
Ainda bem que tenho bons amigos
aqui também e estou a 45 minutos de
Amsterdam. Saudades.
Fisioterapia:
aventura e paixão unidas
Manhã calma em um dos pontos mais movimentados
de Porto Alegre: bairro Cidade Baixa. Lugar ideal para
ouvir as histórias e as aventuras de um fisioterapeuta que resolveu unir sua profissão e algumas de suas
paixões. Duas horas de conversa e poderiam ter sido
muitas mais. Sim, porque o fisioterapeuta Dr. Fabiano
Bartmann é uma mistura de profissão, desafios, paixões
e muitas histórias.
Dr. Fabiano, ou melhor, Fabiano, tem (e gosta) um envolvimento muito intenso com as questões relacionadas à profissão. Por trás de sua fala tranquila, ele deixa
transparecer ideais e vontades que ainda estão fazendo
com que ele procure o seu lugar no mundo. Uma coisa,
porém, é certa: o gosto e a dedicação aos esportes, à
Fisioterapia e aos desafios.
Hora Livre
Para unir essas três áreas, Fabiano dedicou boa parte de
seus estudos aos temas. Já durante a faculdade ele escolheu a área em que atuaria: esporte. Mas, como bom
escoteiro, não bastava ser esporte, tinha que ter aventura. Ele lembra e conta diversas situações pelas quais
passou dos seus 12 aos 18 anos. “Minha primeira experiência com esportes de aventura foi o bicicross, quando
eu tinha sete anos. Mas considero o tempo de escoteiro
como verdadeira descoberta mesmo”, afirma.
E não é só prática, não. O fisioterapeuta também falava
alto e a sede de conhecimento o levou ao mestrado que
abarcava esporte e aventura.
Estudo, profissão, prática, conhecimento, paixão, aventura. Tudo isso só poderia leválo a um país: a Nova Zelândia.
“Sempre tive o sonho de morar no exterior, aprender com
diferentes culturas, conhecer pessoas sem nenhum laço
e construir minha identidade”. Foi assim durante um
ano, em 2007. Foram seis mudanças em apenas um ano.
Se isso não é aventura, o que pode ser?
Pois bem, como o conhecimento anda, na vida de Fabiano, lado a lado com as práticas e aventuras, quando
falamos sobre esportes radicais, ele logo destaca um
ponto importante e que muitos desconhecem. Qual a
diferença entre esporte radical e esporte de aventura?
“Esporte radical envolve medo, risco, perigo, morte.
Já os esportes de aventura significam, para seus praticantes, a superação de limites. São coisas novas, coisas
inventadas e que nos levam, sempre, um pouco além,
nos levam à superação”, explica. E um pouco além aqui,
outro pouco logo mais, Fabiano vai, ao longo de sua vida
(recente, ainda, vale lembrar) reinventando seus limites. Ele já fez trilhas de moto e parou após sofrer um
acidente e provocar uma lesão na coluna. Não era a
hora de parar. Uma troca foi necessária: jetski, barco
à vela, sandboard, lancha, snowboard, canoagem, roller,
paintball, surf, caiaque... A lista é longa e deve aumentar
nos próximos anos.
Mas e a Nova Zelândia, país dos esportes radicais? “É
um país incrível, seguro, com um povo extremamente
receptivo. Voltaria prá lá, de férias. Trabalhei e descobri
18
um mundo rico, cheio de detalhes, cheio
de novidades. Vale a pena. Foi a realização
de um sonho. Só que nem tudo é como
vemos nos guias de viagens. Existem muitos locais para a prática de esportes radicais, como os saltos de bung jump e voo
livre, por exemplo, porém esses locais são
distantes e fica complicado aproveitar ao
máximo todas as possibilidades”. Fabiano
conta, entre suas muitas histórias de convivência com uruguaios, ingleses, argentinos, coreanos, chilenos, japoneses, chineses, brasileiros e os nativos (claro!),
que foi apelidado de “Batata Frita” e até hoje recebe ligações
de quem ainda está por lá. “Eu sempre digo que vale a pena. Logo
que cheguei, fiz toda a burocracia e informei que era fisioterapeuta.
Como a carência desses profissionais lá é muito grande, me informei
sobre a validação do nosso diploma. Eles fazem em 15 dias. Sim, 15 dias
e eu poderia atuar e ser, de fato, um fisioterapeuta brasileiro na Nova
Zelândia. Não deu certo porque na época eu não tinha proficiência em
inglês. Mas vale a pena e prá quem quer arriscar, há uma grande chance
de dar certo”, diz.
Se não dava para atuar como fisioterapeuta, o jeito era trabalhar prá
poder descobrir as riquezas naturais. Foi assim durante quase um ano,
indo de norte a sul (literalmente) da ilha. Numa dessas idas e vindas,
mais um sonho realizado. E aqui a paixão falou mais alto, porque foi
um grande sonho realizado. “Eu sou apaixonado por velocidade. E
quando estava lá, aconteceu uma etapa do World Rally Champion. Foram cinco dias fantásticos!”, conta empolgado e saudoso.
Mas e aquela história de paixão, fisioterapia, conhecimento, prática... tudo junto? Fabiano, pode-se dizer, foi para o exterior apimentar seu gosto pelos esportes de aventura. Hoje, há sonhos
diferentes e são eles que fazem deste fisioterapeuta, que atua
em pelo menos cinco locais com acupuntura e shiatsu, querer ir
além. “Tem uma área ainda não explorada: a fisioterapia voltada
aos esportes de aventura. Temos competência e espaço a conquistar nessa área”, defende.
E assim, entre a prática de rapel, passeios noturnos de bicicleta, acupuntura, shiatsu, aulas, cursos, reuniões, manifestações e participação ativa, Fabiano Bartmann abre essa nova seção da nossa revista.
“Minha história tem a ver com a superação de limites. E o esporte
traz isso. Ele se renova, como os nossos limites. Superamos alguns,
outros deixamos para trás... mas não dá para desistir. A adrenalina é
alta, o gosto pela velocidade também. Só que é tudo proporcional à
responsabilidade e isso me faz ter mais certeza de que é possível fazer
a fisioterapia crescer e, ao mesmo tempo, preservar algumas das minhas
paixões”, afirma.
Duas horas de história não se resumem em duas páginas. Fica, porém,
a clara mensagem de que, seja lá qual for o limite de cada um, ele pode
ser superado. Se for através do conhecimento e da paixão, tanto melhor.
É isso que queremos para todos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais: limites vencidos, desafios superados e novos limites, novos desafios....
porque o tempo não pára (e isso nos faz lembrar que a poesia faz parte das
nossas vidas) e a vida, essa é feita para isso: para superação.
CREFITO5/RS 1990-1998:
foco na fiscalização e modernização
História das Profissões
Após 1990, quando foi nomeada uma Diretoria Provisória, que
durou de abril a junho daquele ano, até quando acontecesse
uma nova eleição para o Conselho Regional. No Boletim Informativo do CREFITO-5 de janeiro de 1990, foi feito um Balanço
de Gestão que resgatava conquistas importantes, como as Delegacias em Blumenau, Joinville e Florianópolis, além de uma atuação conjunta com as entidades representativas da classe, como
Sindicato e Associações. Além disso, ainda foi ressaltada a participação do CREFITO em discussões da Carta Constitucional
estadual e municipal, no que tangia à área da saúde, discutindo
a forma como o Estado deveria reger esta questão e já mostrando pioneirismo ao falar de interdisciplinaridade. No dia 30
de junho de 1990, aconteceram as eleições, e a nova Diretoria
foi empossada no dia 7 de julho, composta pelo Dr. Fernando
Antônio de Mello Prati, Presidente, Dra. Viviane Mello Dresch,
Vice-Presidente, Dr. Jadir Camargo Lemos, Diretor-Secretário e
pela Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, Diretora-Tesoureira.
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A Diretoria trabalhou de 1990 a 1994, com a proposta de modernizar o fluxo administrativo, reformular a política de fiscalização, dinamizar as ações do Conselho junto aos órgãos públicos,
integrar ações junto a entidades das categorias de Fisioterapia
e Terapia Ocupacional e ampliar as relações com as representações da comunidade gaúcha e catarinense. “O novo perfil da
fiscalização era o de mostrá-la como um grande parceiro dos
profissionais e clínicas, já que ela garante a qualidade assistencial
dos serviços de fisioterapia e de terapia ocupacional. A fiscalização é algo extremamente positivo, e é a essência do trabalho de
um Conselho, por isso tratamos de tirar a carga negativa que
pode estar associada a este termo”, relembra o Dr. Fernando
Prati, presidente na época.
A Gestão assumia em um momento delicado da economia brasileira, que ainda vivia o Plano Collor, e as pessoas físicas e jurídicas
tiveram suas poupanças bloqueadas. A medida foi adotada pelo
ex-presidente para conter a inflação, porém trouxe muito desassossego e insegurança à população. As dificuldades financeiras ainda estavam assombrando o CREFITO-5, como nas duas
primeiras Gestões, e havia muita luta pela frente. A ideia de in-
formatizar o Conselho foi levada adiante, com a aquisição de
equipamentos, e a fiscalização
foi priorizada. “Não tínhamos
nenhum computador no CREFITO-5, instituímos um Livro
Ouro para arrecadarmos doações dos profissionais e, assim,
conseguimos adquirir nosso
primeiro computador”, esclarece o Dr. Fernando.
Em outubro de 1990, a Portaria nº 03/90 criou e estabeleceu as
atribuições dos Delegados Regionais do CREFITO-5, que representam o Conselho junto às autoridades de suas regiões, instituições públicas e particulares, entidades de classe, profissionais
da área e a comunidade em geral. “Uma das metas desta gestão
era estreitar o relacionamento entre os profissionais, estudantes e o Conselho. Promovíamos conversas com estudantes nas
universidades, com as Associações e criamos os Delegados do
CREFITO-5”, diz o Dr. Fernando.
Em 1995, o informativo do CREFITO-5 viraria um jornal, também com quatro páginas e mais informações. No informativo
de dezembro de 1995, o CREFITO-5 demonstrava sua preocupação com um tema que até hoje é bastante discutido: o
Ato Médico. Na época, havia sido encaminhada a proposta do
Projeto de Lei, e o Conselho promoveu uma reunião entre os
Conselhos da área da saúde na sua sede. Em setembro de 1996,
o CREFITO-5 ganhou no primeiro grau da Justiça Federal, ação
contra a Secretaria Estadual de Saúde, que exigia a contratação
de médicos fisiatras, ortopedistas e traumatologistas pelas clínicas de fisioterapia do Rio Grande do Sul.
A primeira reunião do Sistema COFFITO/CREFITOs que foi
sediada pelo CREFITO-5 aconteceu de 12 a 14 de março de
1997. Foram discutidos temas como fiscalização, educação e
formação de antigos e novos profissionais. Também foi formulado um plano de ação que incluía fisioterapeutas e terapeutas
ocupacionais na política de saúde.
Em 28 de junho de 1997, foi apresentado aos fisioterapeutas
gaúchos, o Referencial de Honorários da Fisioterapia, concluído
após dois anos de estudos e reuniões do Sistema COFFITO/
CREFITOs. Logo depois, em agosto de 1997, o CREFITO-5
teve sua primeira página na internet publicada, trazendo infor-
mações do órgão, da diretoria, legislação, resoluções e código
de ética. Foi uma atitude pioneira do Conselho numa época em
que a internet ainda não era popular. Já havia, também, um espaço para o cadastro de profissionais que desejassem receber
informações do Conselho por e-mail.
O informativo impresso do CREFITO-5 sofreu novas alterações: o jornal passou a ter seis páginas, abrindo espaço para
noticiar todas as ações do Conselho, com mais fotos e artigos
de interesse dos profissionais. Na ocasião, a tiragem do informativo anterior era de 5.000 exemplares. A revista aumentou este
número: passou para 8.000 exemplares. “Priorizávamos tudo o
que melhorasse nossa comunicação, seja a criação do primeiro
e-mail do Conselho, do primeiro site, a modernização do informativo... As possibilidades de aumentar nossa comunicação com
profissionais e estudantes sempre foram muito importantes,
pois entendíamos que eram essenciais para uma maior sintonia
entre o Conselho e estas pessoas”, afirma o Dr. Fernando.
Fazendo um balanço sobre este período, o ex-presidente ressalta três pontos que considera fundamentais: “Acredito que houve um grande crescimento político do CREFITO-5 nesta época,
uma grande modernização do Conselho e também o fato de
sermos aguerridos e não nos curvarmos diante das adversidades
que apareciam ao longo do trajeto”, ressalta.
No ano de 1998, uma nova eleição aconteceu. Na próxima edição da revista do CREFITO-5, você confere mais um capítulo da
nossa história. Até lá!
Em 1994, foi realizada uma nova eleição, que elegeu a Diretoria
que trabalhou até 1998, composta pelo Dr. Fernando Antônio
de Mello Prati, Presidente, Dr. Marcelo Krás Borges, Vice-Presidente, Dra. Adriana Luisa Oliveira Ramos, Diretora-Secretária e
Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, Diretora-Tesoureira.
Um dos primeiros acontecimentos marcantes foi a realização
do XII Congresso Brasileiro de Fisioterapia, que aconteceu em
Porto Alegre – a mesa de abertura do evento contou com a
presença do Dr. José Rebelatto, entrevistado da última edição da
revista do CREFITO-5 que, na época, era vice-reitor da Universidade São Carlos (SP). Fazia vinte anos que o mais importante
evento nacional de Fisioterapia não acontecia em Porto Alegre.
“Criamos uma ótima relação do CREFITO-5 com os demais
Conselhos Regionais e também com o COFFITO, e a prova disso foi a realização do Congresso Brasileiro em Porto Alegre”,
conta o Dr. Fernando Prati.
Foi durante esta Gestão que o CREFITO-5 comprou sua sede
própria, na Avenida Palmeira, onde funciona até hoje. “Esta foi
uma grande conquista para os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, já que houve ampliação do espaço para uma melhor
ação em favor da defesa do exercício das profissões explica o
Dr. Fernando.
História das Profissões
Nesta edição da revista do CREFITO-5, continuamos contando um pouco mais da história do nosso Conselho. Na primeira
matéria desta série, contamos um pouco da luta da primeira e
segunda Gestões do CREFITO-5, que ainda abrangia também
Santa Catarina, além do Rio Grande do Sul, e que enfrentaram
uma série de dificuldades técnicas e financeiras, superadas com
muita garra.
A primeira reunião da comissão de criação do Referencial de
Honorários Fisioterapêuticos aconteceu na sede do CREFITO-5
durante a realização do XII Congresso Brasileiro de Fisioterapia
ocorrido em Porto Alegre no mês de outubro.
21
Empresários da área da Saúde
têm grupo para fortalecer Gestão de Negócios
Há pouco mais de dois anos, o Sindicato dos Hospitais e
Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), o Sindicato Médico do RS (SIMERS) e o grupo Unicred deram início a um
projeto pioneiro em Porto Alegre: criaram o Eko Grupo
Saúde. O resultado dessa parceria, que recebeu o apoio
do SEBRAE/RS, foi a implementação da Gestão pela Inovação e Desenvolvimento.
O objetivo é promover a profissionalização da gestão de
empresas prestadoras de serviços especificamente na
área de saúde. Esta profissionalização se dá através da implantação de ferramentas de gestão e de indicadores de
desempenho e do desenvolvimento de ações conjuntas e
cooperadas.
O grupo destaca que, mesmo sendo constituído por empresas da área da saúde, há uma pluralidade muito grande
de atividades e isso fortalece ainda mais as ações, além de
fazer dos debates mais ricos em conhecimento. Segundo
Eduardo Hostyn Sabbi, há muita troca de experiências e informação. “Isso nos permite atuar de forma interdisciplinar,
propiciando um maior conhecimento e um intercâmbio entre as diferentes áreas de atuação da saúde”, diz.
Três importantes cursos já foram promovidos: Planejamento Estratégico, Atendimento e Gestão de Qualidade para
Processos. “Pudemos, por fazermos parte do Eko, pro-
mover um curso personalizado, que atendesse às nossas
demandas tornando-se, assim, muito mais eficaz”, explica
Alessandra Lima, fisioterapeuta que faz parte do grupo.
Para fazer parte do Eko Grupo Saúde, as empresas precisam passar por uma análise feita (por um consultor). Nessa análise, é avaliado o perfil da empresa e tem de haver,
necessariamente, uma convergência de objetivos, além de
afinidades, princípios e valores.
Mas, afinal, por que participar? Porque o Eko visa melhorar a rentabilidade das empresas, os controles gerenciais
e processos internos e a qualificação do capital humano.
Além, disso, visa fortalecer a união e a cooperação no
segmento da saúde em parceria com entidades representativas do setor, profissionais da área e empresários.
Desta forma, os profissionais que são também empresários passam a ter apoio e suporte para fazer seus negócios
prosperarem e, assim, fazer as suas profissões ainda mais
fortes. Tudo baseado no comprometimento, na cooperação, no respeito à diversidade, com pró-atividade e responsabilidade social.
Ministério da Saúde reconhece
trabalho da Unicruz
A professora Dra. Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho, do curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta,
recebeu o selo de 2° lugar no prêmio “Município – Mundo
de Boas Práticas de Prevenção”, como reconhecimento por
iniciativas preventivas a doenças sexualmente transmissíveis
(DST), em especial a Aids, na rede de atenção básica à saúde
e educação, no biênio 200-2010. A entrega foi em sessão solene no VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites
Virais, realizado em Brasília.
A premiação reconhece o trabalho de extensão desenvolvido
na rede escolar da comunidade de Tupanciretã pelos acadêmicos da disciplina de Fisioterapia na Promoção e Prevenção
à Saúde, do segundo semestre do curso de Fisioterapia, e por
acadêmicas que integram a pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional.
O selo foi criado pelo Ministério da Saúde, via Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais em Saúde, da Secretaria de Vigilância em Saúde.
São Paulo obteve o 1° lugar. Os demais premiados foram:
em 3° lugar, Curitiba (PR); em 4°, Vitória da Conquista (BA);
em 5°, Florianópolis (SC); e em 6°, Batatais (SP). Todos os
trabalhos receberam financiamentos da pasta federal, exceto
o desenvolvido pela Unicruz em Tupanciretã.
O Eko reúne-se quinzenalmente na sede do SINDIHOSPA. Para obter mais informações e conhecer um pouco o
trabalho desenvolvido pelo grupo, acesse www.ekogruposaude.com.br.
22
Ao final do mês de junho, início de julho, aconteceu em Curitiba o IV Congresso Paranaense de Terapia Ocupacional, e
também a I Jornada Paranaense de Terapia Ocupacional em
Saúde Mental e a I Jornada Paranaense de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares.
Com o tema “Terapia Ocupacional
e Direitos Sociais: acesso, inclusão e
cidadania” o IV Congresso Paranaense de Terapia Ocupacional trouxe
a possibilidade de diálogo e de reconhecimento das ações desenvolvidas
pelos terapeutas ocupacionais, na
atualidade, voltadas à garantia dos di-
reitos sociais e ao exercício pleno da cidadania. “O saldo do
evento foi muito positivo: nele, foram discutidas várias situações da Terapia Ocupacional em nível federal. Em uma das
mesas, os Conselheiros do COFFITO Dra. Rita Bittencourt
e Dr. Mário Battisti apresentaram uma
proposta que prevê a criação do Conselho Federal de Terapia Ocupacional.
Segundo eles, já existe um grupo de
trabalho dentro do próprio COFFITO
delineando as Especialidades da Terapia Ocupacional”, conta a Dra. Mirtha
Zenker, Conselheira do CREFITO-5
que participou do evento.
Notícias
Notícias
CREFITO-5 presente no IV Congresso
Paranaense de Terapia Ocupacional
23
Posse da Gestão 2010-2014 do CREFITO-5
congrega Conselheiros, funcionários e
representatividades de todo o Brasil
mente, será muito bem conduzida pelos próximos quatro anos.
A representante da Federação Nacional dos Fisioterapeutas e
Terapeutas Ocupacionais (FENAFITO), Dra. Ana Cristhina Brasil, afirmou que “é impressionante ver tantas e tão importantes entidades aqui reunidas, para esta posse. Isso só referenda
o que os profissionais gaúchos escolheram através do voto no
pleito do CREFITO-5. Parabéns a todos e que o trabalho da
nova Gestão possa refletir essa união e essa congregação que
estamos presenciando hoje”. E para a representante da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, do CFSS
e do Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área
da Saúde (FENTAS), Dra. Cleusa Santos, é preciso atenção para
as ações políticas “porque todos estão, com certeza, trabalhando para combater os prejuízos de profissionais e da sociedade.
Estamos na mesma luta e seguiremos assim para fortalecermos
nossas ações”, defendeu.
Sistema – O Dr. Abdo Augusto Zeghbi foi o primeiro a saudar a nova Gestão. Representando o presidente do COFFITO, ele lembrou da importância da atuação do Sistema junto
ao MEC, ao Conselho Nacional de Saúde, ao Ministério da
Saúde e ao Poder Legislativo. Além do Dr. Abdo, outros representantes de CREFITOs de todo o Brasil também estiveram presentes e manifestaram apoio à nova Gestão. Dr.
Ricardo Lotif, Presidente do CREFITO6 afirmou ter certeza de que os Conselheiros farão um excelente trabalho nos
próximo quatro anos. “Que a gente possa, daqui por diante,
Notícias
A solenidade foi marcada pela participação e manifestação de
apoio dos representantes de entidades de todo o país (veja
lista ao final do texto). Todos os presentes foram unânimes na
confiança depositada no novo Plenário. A mesma confiança
existe entre funcionários e Conselheiros que durante todo o
dia trabalharam para alinhar objetivos, compromissos e missão do CREFITO-5.
24
Em sua fala, o presidente do Regional, Dr. Alexandre Doval,
ressaltou a importância do trabalho conjunto e das ações em
parceria. Dr. Doval destacou, também, o papel decisivo dos
funcionários do CREFITO-5 nessa nova jornada. “Temos certeza que iniciamos o trabalho da melhor maneira possível. E
o dia de hoje é especial por isso, por termos tido a oportunidade de ouvir as necessidades de nossos colaboradores e por
estarmos aqui diante de parceiros tão importantes”, afirmou.
Representatividades nacionais – A responsável pela Ouvidoria do SUS e representante do Ministério da Saúde no
evento, Dra. Maria Moro, afirmou que estava muito feliz por
ser fisioterapeuta e por poder representar o MS na posse de
uma Gestão cujos objetivos principais vão ao encontro do
A Diretora-Tesoureira do CRN-2, Carmem Franco, a Presidente do CRP-RS, Loiva de Boni Santos e César Leo Nicola,
que representou o Presidente do CREA-RS, reafirmaram o
compromisso dos Conselhos Profissionais do RS de atuarem
juntos, fortes e sempre visando aos benefícios da sociedade.
Estiveram presentes as seguintes entidades e órgãos: Ministério da Saúde, ABENFISIO, ABEPSS, AFB, ASSOBRAFIR,
ATPPoa, CNS, COFFITO, CREA-RS, CREFITO1, CREFITO6, CREFITO7, CREFITO9, CREFITO10, CREFITO11,
CREFONO-RS, CREF-RS, CRN-2, Kinder e PUC.
que propõe o Ministério. “Todos temos uma missão importante como profissionais e como cidadãos: somos promotores da saúde e da qualidade de vida da nossa sociedade. Poder compartilhar essa missão com profissionais e Conselhos
comprometidos é um alento e uma felicidade muito grande”,
disse. Já o Presidente da Associação dos Fisioterapeutas do
Brasil (AFB), Dr. Reginaldo Bonnati, lembrou que os fisioterapeutas e os terapeutas ocupacionais ocupam um relevante
espaço na saúde brasileira. “E é por este motivo que precisamos de lideranças como a que vemos tomar posse aqui,
no Rio Grande do Sul, no CREFITO-5”, afirmou Dr. Bonnati.
A representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e
Conselheira do Conselho Federal de Serviço Social (CFSS),
Dra. Rute Bitencourt, elogiou a plataforma da nova Gestão.
“Vocês estão comprometidos com os princípios básicos do
SUS: saúde como dever do Estado, universalidade, equidade,
humanização e a saúde para todos. Precisamos trabalhar pela
qualidade do serviço prestado aos cidadão e vocês terão no
CNS, certamente, um grande aliado nessa busca”, disse.
A Presidente da Associação Brasileira de Terapia Ocupacional (ABRATO), Dra. Luziane Feijó, parabenizou a todos e falou da importância das Associações e da vontade
da ABRATO de implantar uma Associação no RS. Dr. Elias
Nasrala, Presidente da Associação Brasileira de Ensino em
Fisioterapia (ABENFISIO) e Presidente eleito do CREFITO9, parabenizou a Gestão e afirmou que a parceria entre
a ABENFISIO e o CREFITO-5 é muito importante e, certa-
Notícias
No dia 20 julho a Gestão 2010-2014 do CREFITO-5, que assumiu o Plenário da Autarquia no dia 21 de junho, promoveu
a sua cerimônia de posse. O objetivo do Colegiado era agregar os parceiros e representantes de entidades e, ao mesmo
tempo, apresentá-los aos novos Conselheiros e às propostas
desta nova Gestão.
realizar um trabalho visando ao fortalecimento do Sistema”,
lembrou. O Presidente do CREFITO 10, Dr. Sandroval Torres
cumprimentou toda a equipe e manifestou o desejo de que
as barreiras que separam o RS e SC sejam apenas geográficas. A Dra. Marta Rosa Gonçalves Pereira, Vice-Presidente
do CREFITO11, destacou a importância de estarem presentes representantes de instituições e órgãos como o Conselho
Nacional de Saúde e pediu aos Conselheiros que valorizem
os Conselhos Municipais e Estadual de Saúde. A presidente
do CREFITO11, Dra. Luziana Maranhão, reafirmou que o
trabalho do Colegiado é coletivo e deve sempre ser pautado
pelos compromissos assumidos. “Conheço o Doval há alguns
anos e tenho a certeza de que aqui no RS não haverá distinção entre fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Isso é
um grande começo para a qualificação da Gestão e para o
trabalho em prol de todos”, afirmou.
25
Está em análise na Câmara dos Deputados, o projeto de
lei nº 7.200/10, de autoria do deputado Ricardo Berzoini,
que altera o § 1º do art. 42 da Lei nº 8.213, de 24 de julho
de 1991. A proposta dispõe sobre a ampliação da participação dos profissionais de saúde na perícia da Previdência
Social. A proposta retira a exclusividade do médico para
realizar perícias para aposentadoria por invalidez e permite uma avaliação multidisciplinar, com a participação de
profissionais como Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Psicólogos e Assistentes Sociais da Previdência.
Com isso, o relatório final de avaliação da capacidade de
trabalho vai demonstrar uma realidade mais completa,
transparente e justa. O projeto também foi assinado pela
deputada Jô Moraes e pelos deputados Paulo Pereira da
Silva, Pepe Vargas e Roberto Santiago. A Comissão de Assuntos Parlamentares do Coffito acompanha o andamento do projeto. A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Seguridade Social
e Família; e de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara
dos Deputados.
Atendimento ambulatorial de
Fisioterapeutas no IPE
Em reunião com o deputado estadual Ciro Simoni, o CREFITO-5 e demais representantes do Fórum Permanente
pela Democratização da Saúde (FPDS) debateram a inclusão do atendimento ambulatorial dos profissionais de diversas áreas da saúde no IPE (Instituto de Previdência do
Estado do Rio Grande do Sul). Os representantes do FPDS
falaram sobre a importância da prevenção na saúde. Todos
são unânimes ao afirmarem que, valorizando a atenção básica, evitam-se problemas crônicos, diminuindo o número
de internações hospitalares, por exemplo. “Acredito que
o atendimento do IPE deve ser mais amplo e com foco
na prevenção, pois diminuirá as internações hospitalares,
beneficiando também o Estado”, disse o deputado.
Os representantes do Fórum vão acompanhar a tramitação
do Projeto de Lei 126/2010, apresentado pelo Deputado
Estadual Ciro na Assembleia Legislativa, que inclui os serviços fisioterapêuticos no atendimento pelo IPE (Instituto de
Previdência do Estado do Rio Grande do Sul). Atualmente,
o projeto está em tramitação na Comissão de Constituição
e Justiça, e o Fórum seguirá acompanhando para que sejam
feitos os possíveis encaminhamentos.
IV Conferência Nacional de Saúde
Mental: diálogo e construção na
Terapia Ocupacional
A Terapia Ocupacional é
uma profissão em constante atualização e aperfeiçoamento, já que vê a
saúde como uma condição dinâmica e mutável,
caminhando junto de um
processo de interação entre o individuo e as situações sociais e ambientais cotidianas. Por isso, a profissão deve
ser sempre aprimorada e precisa ser discutida. Uma das ocasiões para isto é a Conferência Nacional de Saúde Mental, que
aconteceu de 27 de junho a 1º de julho, em Brasília.
A última Conferência Nacional de Saúde Mental havia acontecido em 2001 – ou seja, houve um hiato de nove anos entre
a edição anterior e a atual. Era tamanha a necessidade de discussão que o evento já foi concebido de forma diferente – esta
edição era intersetorial: além de indivíduos da área da saúde
(usuários, gestores, prestadores de serviço, profissionais), participaram profissionais dos direitos humanos, ação social, justiça,
trabalho, educação, cultura e esporte. “O trabalho intersetorial
pode resultar num salto de qualidade no debate da reforma psiquiátrica”, disse Dra. Bárbara Leite, terapeuta ocupacional que
trabalhou um mês na organização e realização da Conferência,
como estágio da sua residência na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
O tema desta edição da Conferência foi “Saúde Mental, direito
e compromisso de todos: consolidar avanços e enfrentar desafios”, e seguiu três eixos:
Notícias
- Saúde mental e políticas de Estado – pactuar caminhos intersetoriais (financiamento, recursos humanos, modelo de gestão
e protagonismo social);
- Consolidando a rede de atenção psicossocial e fortalecendo os
movimentos sociais;
- Direitos humanos e cidadania como desafio ético e intersetorial.
Além disso, esta Conferência teve três etapas: municipal, estadual e nacional. As etapas municipal e estadual elegem delegados
que fazem com que as idéias discutidas no município e nos estados cheguem à Conferência Nacional. “Isso é um elemento-cha-
26
ve na construção democrática de políticas públicas do Sistema
Único de Saúde em que participaram usuários, trabalhadores,
gestores e prestadores de serviços em saúde”, relata Dra. Carmen Vera Passos Ferreira, terapeuta ocupacional gaúcha que
também esteve na Conferência.
No evento, os delegados discutiram os relatórios resultado de
todas as conferências estaduais, produzindo um relatório final
de recomendações que vai delinear estratégias de políticas públicas para atenção à saúde mental. Ao final da Conferência,
1.200 propostas foram aprovadas nacionalmente. O relatório
final do encontro deve ser apresentado em setembro.
Mostra Solidária
Em maio deste ano, ocorreu a I Conferência Temática do Cooperativismo Social – Trabalho e Direitos: Cooperativismo Social
como Compromisso Social, Ético e Político”, também em Brasília. Na ocasião, foi concebido o espaço que marcou de forma
definitiva a luta pela consolidação dos projetos de geração de
trabalho e renda na área da saúde mental. No evento nacional,
participaram quinze delegados de todo o Brasil, e a terapeuta
ocupacional indicada para representar a Região Sul (RS, SC e PR)
foi Dra. Carmen Vera Passos Ferreira. “Fui como articuladora
da Região Sul, levando as experiências de geração de renda e
trabalho que temos nos três estados”, explica.
Este espaço foi montado na Conferência Nacional de Saúde
Mental e chamava-se “Mostra Solidária: trabalhar, construir
direitos e produzir valores na perspectiva do cooperativismo
social e da economia solidária”. A mostra reuniu 25 empreendimentos de todo o país e colocou mais de 6.750 produtos em
exposição. Um detalhe importante: os usuários estiveram também à frente da mostra. Dra. Bárbara ressalta que este espaço
foi essencial para trazer a riqueza das diferentes regiões do Brasil
e também se tornou um espaço de discussão e acolhimento de
pessoas que tem o mesmo olhar sobre a terapia ocupacional.
“Foi um grande momento de troca, muito rico, que divulgou o
trabalho de qualidade e diversidade realizado por todas as regiões do Brasil na área da economia solidária”, relatou.
Ao mesmo tempo, os Grupos de Trabalho da Conferência Nacional discutiam este tema (o trabalho e a economia solidária),
e as propostas levadas pelos delegados regionais ao evento. “A
economia solidária saiu muito fortalecida da Conferência e dentro do âmbito da saúde mental”, conclui Dra. Carmen.
Dica de Pauta
PL inclui profissionais em
perícia para concessão de
aposentadoria por invalidez
27
Aprendizado e investimento na carreira profissional: estes são os dois principais motivos que levam os estudantes a
procurar um estágio, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha com universitários brasileiros.
É fato que, para aproveitar as oportunidades e investir no futuro, nada
melhor do que desenvolver talentos
por meio da prática profissional.
Realizando estágio, o estudante tem a oportunidade de
aprender sobre a rotina de
sua futura profissão, utilizar
os conhecimentos acadêmicos adquiridos em sala de
aula, conhecer as reais necessidades do mercado de trabalho
e dar o primeiro passo para o
desenvolvimento profissional.
Ocorre que poucos estudantes conhecem as diretrizes da
nova Lei do Estágio (nº 11.788/2008), de autoria da deputada federal Manuela D’Ávila, que mudou a concepção de
estágio obrigatório e não-obrigatório no Brasil. Esta nova
legislação vale, também, para estágios em Fisioterapia e
em Terapia Ocupacional. Nosso objetivo, aqui, é esclarecer quais os direitos e deveres dos estudantes de graduação que querem fazer o estágio não-curricular.
De acordo com a Lei, o estágio não-obrigatório é definido como uma atividade
opcional à carga horária regular e obrigatória. Sua carga horária foi estipulada: não pode passar de 30 horas
semanais. Além disso, o estágio nãoobrigatório deve ter duração de, no
máximo, dois anos. Caso o estagiário
fique mais de um ano na instituição,
tem direito a um mês de férias e é
obrigatório o pagamento de uma
bolsa (o valor deve ser acordado entre o estagiário e a instituição). Esta Lei prevê, ainda,
a concessão do auxílio-transporte para o estudante. Se
o estágio for remunerado, o
recesso de férias também deverá ser.
Segundo as Resoluções COFFITO nº 139 e nº 153, o estágio deve acontecer a partir do
sexto semestre, com obrigatoriedade do convênio entre a
Instituição de Ensino Superior e a empresa. Se o preceptor for docente, a relação é de um para seis estagiários;
se ele não for docente, a relação é de um orientador para
cada três estagiários. Vale lembrar que somente um fisioterapeuta pode supervisionar estágio de Fisioterapia, e um
terapeuta ocupacional só pode supervisionar estágio de
Terapia Ocupacional.
Ensino e Pesq uisa
Responsabilidade social: um agente essencial
na formação dos novos fisioterapeutas
Em qualquer profissão, é importante que as pessoas lembrem-se de que são cidadãs e agentes no que diz respeito
à responsabilidade social. Durante a formação, os cursos
de graduação preocupam-se com estas questões, incluindo em suas grades curriculares temas como ética, sociologia, antropologia, entre muitos outros. Em alguns casos,
são estes os assuntos “vilões” para os alunos, que se veem
debruçados sobre teoria – teoria que os ajuda a desenvolver uma visão global sobre o mundo e a sociedade em que
vivemos.
A educação em saúde vem apresentando um desenvolvimento significativo e uma reorientação das reflexões teó-
28
Na Fisioterapia, este processo também deve ser constantemente reavaliado, já que a inserção nas diversas políticas
públicas de saúde está intimamente ligada ao fazer fisioterapêutico voltado para as necessidades de saúde da população e vivenciados nos diversos cenários de prática e de
trocas de saberes no decorrer da graduação. E isso perpassa pelo ensino voltado para a responsabilidade social
e, também, por uma maior conscientização sobre o que
é e como funciona o Sistema Único de Saúde. Os alunos
devem conhecer seu fluxo, o trabalho em rede e a importância de participar como agentes já durante o processo
de graduação.
O que vemos hoje é um processo interessante de mudança
no que diz respeito à formação daqueles que serão futuros
profissionais. Um dos exemplos de conceitos de responsabilidade social inseridos na formação é o curso de graduação
em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul - UFRGS, aberto em 2008 – a primeira turma é de 2009.
Dra. Vera Maria da Rocha, uma das idealizadoras do curso,
explica que este curso está sendo um desafio para as novas
metodologias de ensino. Ele tem quatro eixos: ciência da
vida e da saúde; político, filosófico e humanístico; técnico,
profissional; e pedagógico. “Ao criarmos o curso, pensamos que, além da criação da identidade profissional do
fisioterapeuta, queríamos justificar a que ele veio e decidimos que o foco seria o fisioterapeuta como agente social,
construtor de políticas”, explica Dra. Vera.
A ideia deste curso de graduação inverte o sistema hegemônico em sua estrutura – o foco é que os alunos tenham
bagagem suficiente para que, depois, sejam capazes de
escolher a especialidade em que vão atuar. “Acreditamos
que é preciso que o aluno esteja mais maduro na hora de
decidir sua especialidade e que esteja pronto para olhar o
paciente como um todo”, diz Dra. Vera.
Nesta concepção, entram conceitos de autonomia, responsabilidade gerada pelo conhecimento, consciência social – por isso, a forma diferente de educar é fundamental.
“Não acreditamos em verdades prontas, quisemos montar um curso aberto às questões que a vida traz no cotidiano. Isso envolve, sim, organização e planejamento, mas
também flexibilidade”, afirma Dra. Vera. Por essa concepção humanista da área da saúde passa o Sistema Único de
Saúde, amplamente discutido com os alunos - e vivenciado
também.
A visão do aluno
Esta forma diferente de
educar é um desafio para
todos, incluindo a coordenação e os docentes –
além dos alunos, é claro.
Edmar Hajime Matsumoto é aluno da primeira turma de fisioterapia da UFRGS e conta que participa
de projetos comunitários
desde o primeiro semestre, aprendendo sobre
o meio onde as pessoas
estão e suas necessidades
– ele trabalha na Comunidade Nossa Senhora das Graças. “Eu vim para a UFRGS
procurando um curso mais técnico, mas o diferencial do
curso está me fazendo ampliar os horizontes, ter contato
com outras realidades que não a minha, e vejo isso nos
meus colegas também”, relata.
O aluno conta que, já no primeiro semestre, sua turma
aprendeu muita coisa sobre o SUS. “A gente não tem
dimensão do tamanho do Sistema, do que ele é capaz”,
diz. Segundo ele, muitos profissionais da saúde que estão
no mercado têm foco apenas no conhecimento técnico,
esquecendo até de conversar e tocar no paciente. “Essa
visão humanizada, com certeza, nos fará diferentes deste
padrão negativo. E isso desde o início do curso, com aulas
de antropologia, sociologia, corporeidade, englobando várias áreas para atingirmos uma formação mais completa”,
afirma.
Mas afinal, o que é responsabiliade social?
Já faz alguns anos que a educação deixou de ser apenas uma ferramenta exclusivamente de fins pedagógicos e teóricos.
Hoje, a educação de qualidade traz consigo a discussão e disseminação de valores sociais. Desta forma, alunos, professores e
todos os agentes envolvidos em todos os processos educacionais têm a chance de exercitarem sua cidadania de forma ética
e cosciente. Responsabilidade social não é filantropia ou assistencialismo. Responsabilidade social é tornar cada pessoa cada
vez mais capaz de discernir, criticar, pensar e agir de forma coletiva, construir, desconstruir... Tudo isso sempre respeitando
o espaço em que se está inserida, buscando avanços e pensando coletivamente.
Ensino e Pesquisa
Conheça a nova Lei do Estágio não-curricular
ricas e metodológicas, contudo, ainda há um hiato entre
a teoria e a prática. Ainda existe a dificuldade na hora da
formação provocar mudanças de comportamento e práticas que se reflitam no distanciamento entre o discurso e a
prática em saúde. Do ponto de vista da assistência, a atenção integral e humanizada seriam os elos entre a teoria e a
prática e determinantes éticos da política de formação e de
mudança na graduação dos profissionais da área da saúde.
29
ce o equilíbrio do sistema neuro-músculo-esquelético.
Em Suas Mãos
A especialidade da Quiropraxia mostra que o fisioterapeuta pode obter excelentes
resultados somente com manipulação
Redação e fotos: Francine Altheman - Diretora de Comunicação do Crefito-SP
CREC... CREC... CREC... fui acompanhar pela primeira vez uma
sessão de quiropraxia. Ao ouvir o “click” das articulações, perguntei
ao paciente: “Dói?!?!”. “De jeito nenhum! Pelo contrário!”, ele me
respondeu.
Ao observar a sequência de movimentos firmes e seguros, tive a
certeza de que só confiaria meu corpo a um profissional habilitado
como o fisioterapeuta, pois somente ele deve realizar tais procedimentos, principalmente a manipulação no pescoço. Notei que o
paciente se levantou da maca satisfeito, com um sorriso no rosto.
Assim como todos os outros pacientes que entrevistei para essa
matéria, que relataram melhora rápida na dor e na amplitude de
movimento.
Chegou a minha vez. Respirei fundo e ganhei confiança. Após avaliação minuciosa, deitei na maca e a fisioterapeuta começou a manipulação. E para mim começava também uma viagem para dentro
de um universo completo, de onde eu nunca mais iria querer sair.
Quiro... o que?
Apesar de seus conceitos existirem desde a Antiguidade, a quiropraxia ainda é pouco conhecida pela população. Não é à toa que
as pessoas ainda confundem a técnica com massagem e colocam
suas vidas em risco ao procurar um leigo para manipular a coluna
vertebral. Cuidado! “Por ser uma técnica manipulativa, a quiropraxia requer exímia habilidade do profissional que a está executando.
Por isso, só pode ser executada por um profissional gabaritado”,
ressalta o fisioterapeuta especialista em Quiropraxia e Acupuntura, Dr. Bruno Berselli Marinho.
De acordo com a Resolução Coffito n° 220, de
23 de maio de 2001, a quiropraxia é uma especialidade do fisioterapeuta. E, sem dúvida,
esse é o profissional mais qualificado
para praticá-la. A fisioterapeuta
especialista em Quiropraxia e
Fisiologia do Exercício, Dra.
Inês Nakashima, que também
é presidente da Associação
Brasileira de Fisioterapeutas
Quiropraxistas (Abrafiq), diz
que “além de o fisioterapeuta
possuir conhecimentos próprios necessários para a especialização
em quiropraxia, ele é um profissional inscrito em um Conselho de
Fiscalização – o Sistema Coffito/Crefitos – perante o qual responde
por práticas indevidas ou mal executadas, diminuindo o risco à saúde da população e garantindo o controle ético, moral e social dos
que empregam a quiropraxia como especialidade”. O aprendizado
adquirido pelo fisioterapeuta também faz com que ele esteja mais
apto para esta prática, já que “o curso passa um vasto conhecimento músculo-esquelético e fisiológico e o fisioterapeuta domina a
biomecânica muito bem, sem contar as inúmeras horas de estágio
e produções científicas produzidas por estes profissionais”, afirma
Dr. Bruno.
O fisioterapeuta especialista em quiropraxia, Dr. José Luiz Pimentel
do Rosário, doutorando pela UNIFESP, é enfático ao afirmar que
as técnicas manipulativas, incluindo a quiropraxia (manipulação articular), são próprias da conduta fisioterapêutica. “O fisioterapeuta
é um profissional com atuação regulamentada na área de saúde,
fiscalizado e regulado por autarquia federal (COFFITO) e oficialmente inserido nos programas de saúde pública, sendo amplamente reconhecido pelo alcance social e resolutiva competência clínica
e científica de sua atuação”. Destaca ainda o Dr. Pimentel “que a
fisioterapia é a profissão que mais cresceu nos últimos anos, atualmente representada por aproximadamente 160.000 profissionais,
o que, por tão relevante contigente, torna injustificável a pretensão
de se criar uma profissão a partir de uma especialidade legal, devidamente reconhecida e consagrada pela sociedade”.
Mas o que é mesmo essa tal Quiropraxia?
A quiropraxia é uma técnica de diagnóstico,
tratamento e prevenção de problemas do
sistema neuro-músculo-esquelético e dos
efeitos destes problemas na saúde em geral. Destaca-se como um dos principais
recursos da terapia manual e se caracteriza por relacionar a estrutura, principalmente representada
pela coluna vertebral, e a função,
gerenciada primariamente
pelo sistema nervoso. O fisioterapeuta quiropraxista,
por meio de ajustes manipulativos, mantém e restabele-
De fato, a indicação da quiropraxia é muito ampla. Dra. Inês explica
que ela é indicada para problemas relacionados à coluna vertebral,
como hérnias discais, lombalgias, lombociatalgias, cefaléias cervicogênicas, cervicalgias, além das bursites, tendinites, tenossinovites,
acúfenos e disfunções têmporo-mandibulares. “Há também diversos relatos clínicos de melhora em quadros funcionais sistêmicos,
como obstipação intestinal e gastrite, sendo objetos de grande investigação científica na atualidade”, complementa.
Dr. Bruno ressalta que, com a técnica da quiropraxia, “você trata
desde lombicialtagias a entorses de tornozelo, pois a quiropraxia
atua diretamente na dor, bloqueando estímulos aferentes nociceptivos, além de atuar também na recuperação da propriocepção.”
Um fator comum relatado pelos pacientes é a rapidez na melhora
da dor, da amplitude de movimento e, portanto, da funcionalidade.
“Pacientes normalmente afirmam que a melhora é praticamente
imediata”, diz Dra. Inês.
É o caso da personal trainer Paula Almeida Vieira, que, sentindo
muita dor no pescoço, seguiu a orientação de um amigo e procurou um fisioterapeuta quiropraxista. “Eu trabalho com o corpo e
preciso dele saudável. Com a quiropraxia não senti mais dor, o que
trouxe melhorias tanto no meu trabalho quanto em afazeres em
casa. Eu recomendo”, relata.
Também o norte-americano David Wolin, consultor em desenvolvimento sustentável, é adepto da quiropraxia há mais de sete anos.
Ele conta que constantemente viajava a trabalho e passava horas
dentro de um avião. Em uma dessas viagens, quando levou 28 ho-
ras para chegar ao destino, sentiu no desembarque fortes dores no
corpo e não conseguiu mover os braços. “Procurei o atendimento
de quiropraxia, as dores acabaram e meus movimentos voltaram”.
Morando no Brasil há um ano, Wolin nem pensa em parar com as
sessões, que realiza pelo menos uma vez por mês com um fisioterapeuta. “A quiropraxia ajuda a me sentir melhor, bem disposto,
com vontade de realizar minhas atividades, porque a vida é mais
feliz quando você não tem dor”, afirma.
Se essa técnica é tão importante na vida de pessoas que têm um dia
a dia comum, imagine o bem que ela faz para os atletas, que chegam
ao limite de seus corpos. Marcelo Tomazini, nadador recordista e
campeão pan-americano, faz sessão de quiropraxia a cada 15 dias
com um fisioterapeuta. “Eu não deixo de fazer porque a técnica
interfere diretamente nos meus resultados. Com os treinos constantes, sempre há situações em que minha coluna ou meu quadril
estão desalinhados, então a quiropraxia recupera a funcionalidade
e mantém meu corpo em equilíbrio, o que evita as lesões”, explica. Por isso, Tomazini acredita que a quiropraxia tem uma relação
intrínseca com a melhora da performance do atleta. “Logo que termina a sessão, eu já sinto o corpo equilibrado, alinhado, com uma
amplitude de movimento maior”.
E como termina a minha história? Bem, ao sair da maca ainda sentia
as dores que me incomodavam, mas estava com o corpo leve, sem
tensões. Ao acordar no dia seguinte, a dorzinha, que havia me incomodado durante dias, sumiu. E a sensação de leveza perpetuou
por vários dias. O bem que essa experiência me proporcionou, que
também observado nas declarações de outros adeptos da técnica,
não só me impeliu a voltar a fazer quiropraxia mais vezes, como
também me motivou a escrever essa matéria.
Abrafiq: A voz da Quiropraxia no Brasil
A Associação Brasileira de Fisioterapeutas Quiropraxistas (Abrafiq) é uma entidade profissional pioneira, de finalidade científica e cultural, sem fins lucrativos, criada para representar e defender os direitos dos fisioterapeutas especialistas em quiropraxia e de seus pacientes. Com o objetivo de aprimorar e qualificar a educação em quiropraxia para os fisioterapeutas, a Abrafiq delineou as diretrizes e o currículo mínimo para o ensino da especialização
em quiropraxia no país, estabelecidos na Carta de São Paulo. Para auxiliar no controle ético-social dos pacientes
e manter seus associados atualizados, a Abrafiq incentiva os mais elevados padrões de atendimento clínico e a
realização de pesquisa científica baseada em evidências. Ainda detém o mais amplo reconhecimento científico,
profissional e social, colaborando ativamente com o Sistema Coffito/Crefitos, além de manter e intensificar as
relações oficiais com organizações governamentais e não-governamentais, nacionais e internacionais, visando ao
crescimento da fisioterapia no país e ao aperfeiçoamento do Sistema de Saúde Brasileiro.
Mais Informações: Intituto Physion de Ensino em Saúde: 11 5581-5331 | [email protected] | www.
physion.com.br | ABRAFIQ – Associação Brasileira de Fisioterapeutas Quiropraxistas: 11 3717-2262 | [email protected] | www.abrafiq.org.br
Reabilitação Cognitiva: o cotidiano da
Terapia Ocupacional no atendimento domiciliar
do Idoso com Demência de Alzheimer
A Terapia Ocupacional traz em sua história e formação conteúdos que fazem interface aos aspectos cognitivos e funcionais do
ser humano. Em sua atuação, tanto na clínica quanto na pesquisa,
da infância ao envelhecimento, a cognição ganha destaque tanto
no processo avaliativo quanto no planejamento de suas ações
para a manutenção da funcionalidade e autonomia do sujeito.
Estima-se que, em 2025, a população com mais de 60 anos
chegue a 33 milhões de pessoas (Hasselkus,1998). O aumento
da longevidade nem sempre é acompanhado de saúde e independência. A elevação da expectativa de vida ocasionou o
aumento da incidência e prevalência de doenças crônico-degenerativas, dentre estas as cardiovasculares, neoplasias e as
demências, dentre estas, a Demência do tipo Alzheimer é uma
das mais prevalentes (Palma, 2007). Somadas, essas enfermidades são as principais causas de incapacidade e da diminuição
da qualidade de vida em idosos no mundo (WHO, 1998).
A Doença de Alzheimer (DA) apresenta em sua sintomatologia
uma evidente perda cognitiva no que se refere à atenção, memória, concentração, resolução de problemas, capacidade de
iniciativa, abstração além de alterações nas funções executivas
(Bertolucci, 1999) todas estas interferindo diretamente no desempenho ocupacional satisfatório do indivíduo.
Artigo
O idoso com DA passa a maior parte do tempo em seu domicílio junto ao cuidador que, em muitos casos, é o próprio
familiar e também idoso, necessitando assim de apoio e treinamento para fazer o melhor uso de suas atividades cotidianas,
bem como uma melhor organização na rotina e ambiente deste sujeito.
Resgatar a máxima autonomia, estimular as capacidades residuais e manter a dignidade do idoso é prioridade no atendimento Terapêutico Ocupacional domiciliar. O treino Cognitivo, o treinamento de Atividades de Vida diária juntamente com
a organização e adaptação do ambiente irão favorecer um melhor desempenho funcional e ocupacional no curso da doença.
Sendo assim, em sua prática contemporânea a Terapia Ocupacional faz uso da Reabilitação Cognitiva no atendimento ao Idoso de-
32
menciado, ganhando destaque significativo na atenção domiciliar.
A Reabilitação Cognitiva pode ser definida como um processo terapêutico que contribui para o aumento e/ou melhora da
capacidade do indivíduo em processar e usar informações que
auxiliem no desempenho de atividades diárias (Pépin, Loranger
e Benoit,1995).
A Terapia Ocupacional usa de competência para atuar com
técnicas e métodos compensatórios e/ou substutivos para restaurar as habilidades cognitivas danificadas em virtude de alguma lesão cerebral.
Assim como as intervenções sociais, psicológicas ou físicas, a
reabilitação cognitiva deve ser planejada considerando os objetivos de redução dos déficits do sujeito (Pépin et al, 1995),
retorno as atividades produtivas,tais como o trabalho e a autonomia domiciliar (Scherzer,Crépeau e Desmarais,1993).
Resgatar a autonomia, promover atividades que favoreçam um
satisfatório desempenho ocupacional do Idoso em seu domicílio além de dar suporte ao seu familiar cuidador, faz do Terapeuta Ocupacional, um profissional essencial dentro da equipe
de reabilitação do paciente com quadro cognitivo alterado,
como o caso da Doença de Alzheimer.
O aumento de pesquisas científicas na área e de uma prática
mais fundamentada e baseada em evidências favorecerá maior
reconhecimento do profissional de Terapia Ocupacional neste
âmbito do conhecimento.
Por Profª Drª Kayla A. Ximenes Aguiar Palma*
*
Terapeuta Ocupacional – UNIFOR, com aprimoramento em Geriatria e
Gerontologia em Terapia Ocupacional-USP e Mestrado e Doutorado em
Gerontologia Biomédica pela PUCRS. Também é membro fundador da
Associação Brasileira de Alzheimer sub regional Porto Alegre (AbrazPoa)
e professora de programas de pós-graduação Latu Senso em Geriatria e
Gerontologia do Centro Universitário Metodista IPA, do Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde, da FURB (Fundação Universidade Regional de Blumenau) e da IGG/Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul)
A palavra assusta: “fiscalização”. No dicionário Aurélio, ela é
definida como “ato de velar por algo” – a denominação não
poderia ser mais apropriada. O Departamento de Fiscalização
do CREFITO-5 age, acima de tudo, a favor dos profissionais.
A fiscalização valoriza o trabalho de todos, garantindo que a
Legislação que rege a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional seja
cumprida, em respeito aos profissionais que exercem suas atividades pautados pela ética e em garantia de adequada assistência à sociedade.
Suponha que um fiscal do CREFITO-5 bata à porta da sua
clínica. O principal objetivo deste fiscal é orientar e informar
os profissionais a respeito das suas práticas do cotidiano no
exercício da profissão. Mesmo que haja problemas, antes de
qualquer coisa, você será orientado em relação às atitudes que
deve tomar para que fique adequado com a nossa Legislação
e você tem o prazo de um mês para isto.
Desde que o novo Colegiado assumiu o CREFITO-5, em junho, foi estudada uma nova proposta de trabalho para o Departamento de Fiscalização (DEFIS). Os três conselheiros
responsáveis pelo DEFIS são Dr. Jeferson Vieira, Dr. Henrique
Huve e Dra. Luciana Wertheimer que, junto dos agentes fiscais, buscaram diversas alternativas para otimizar seu trabalho.
A situação com que se depararam foi bastante complicada. “Já
em nossas primeiras conversas com os agentes fiscais, encontramos muitos autos de notificação em aberto, desde 2006 até
2010, sem qualquer encaminhamento, de profissionais com
irregularidades graves”, disse Dr. Jeferson. Uma breve explicação sobre o auto de notificação: antes de emiti-lo, o fiscal
orienta o profissional sobre o que fazer para se regularizar - a
notificação é apenas uma forma de registrar a situação para
que ela possa ser regularizada. A partir daí, quando os fiscais
retornam ao CREFITO, o auto de notificação é registrado no
sistema e, quando termina o prazo de 30 dias para regulamentação da situação, a notificação é repassada à Coordenação do
DEFIS.
Depois de algumas reuniões, a atual Coordenação do DEFIS
detectou, então, a causa do problema das notificações em
aberto: a falta de um fluxograma para as atividades do DEFIS
e a necessidade da sua criação para que o trabalho tivesse resolutividade. “Faltava um procedimento normatizado de como
trabalhar dentro da fiscalização, os agentes estavam cheios de
dúvidas e angústias porque viam que seu trabalho acabava,
muitas vezes, resultando em muito pouco – ou em nada”, explica Dr. Jeferson.
Novo olhar, nova atitude
O primeiro passo foi fazer um levantamento de todos os autos
de notificação em aberto desde 2006 e a elaboração de um
plano de ação para resolvê-los. Ao todo, havia mais de 700
autos em aberto.
Em seguida, foram implantadas mudanças no esquema de
trabalho interno e externo do departamento. Internamente,
o trabalho foi normatizado, com a criação de um protocolo
padrão de fiscalização e, também, de um fluxograma. Outra
novidade é a cartilha da fiscalização, que se encontra em desenvolvimento, para que os agentes trabalhem sempre alinhados com os objetivos do departamento e da gestão, através de
procedimentos padrão. Agora, os protocolos que chegam são
todos controlados e registrados, para que seu encaminhamento seja acompanhado. Para isso, a Coordenação do DEFIS está
contando com o trabalho da funcionária Juliana Cardoso.
E, como o DEFIS é a espinha dorsal do CREFITO-5, foram
feitos investimentos em melhorias: as viaturas dos fiscais serão
equipadas com sistema de GPS e começaram as reuniões de
treinamento e qualificação dos fiscais.
Segundo os Coordenadores do DEFIS, outra grande mudança
foi comportamental e diz respeito à autonomia dos agentes
fiscais. “Todos são profissionais altamente capacitados, conhecedores das suas funções e das rotinas de fiscalização, entendem de legislação, sabem melhor do que ninguém sobre os
problemas que enfrentam no seu dia a dia – queremos valori-
Fiscalização
Foto: Manuela Martini Colla
Uma nova forma de trabalhar na Fiscalização
33
zar este capital intelectual dos fiscais, que têm trazido grande
contribuição, tornando esta experiência de troca muito enriquecedora”, acrescenta Dr. Jeferson.
O resultado? Os agentes fiscais sentem-se valorizados, com a
autoestima mais elevada, justamente porque sabem qual será
a finalização do seu trabalho. Dr. Henrique ressalta que é importante que os profissionais vejam as visitas dos fiscais como
oportunidades de crescimento e melhorias. “É importante
ressaltar que este novo método de trabalho prima pelos profissionais que estão atuando regularmente e terá dois eixos: o
da fiscalização educativa e o da fiscalização punitiva”, ressalta
Dr. Henrique.
Ponto de equilíbrio
Explica-se: a fiscalização educativa concede aos profissionais
que estejam atuando com alguma irregularidade um prazo
para que ele regularize a sua situação. Os agentes fiscais estão
à disposição, mesmo depois do ato da fiscalização, para orientar estes profissionais sempre que tiverem dúvidas. A fiscalização punitiva entra justamente para equilibrar esta equação.
Ela acontece quando um profissional já foi fiscalizado mais de
uma vez, teve a chance de regularizar-se e não atendeu às solicitações e ao prazo. Então, nestes casos, ele é encaminhado
para a Comissão de Ética do CREFITO-5, onde é aberto um
processo Ético-Disciplinar para que tudo seja analisado cuidadosamente e as providências legais cabíveis sejam tomadas. Já
existem vários processos abertos em regime de urgência, sen-
do analisados pelos membros desta Comissão.
Um dos problemas mais comuns é a inadimplência – casos
com mais de três anos de dívida estão sendo encaminhados ao
setor de Dívida Ativa da União, na Justiça Federal, podendo até
mesmo gerar a cassação da licença destes profissionais irregulares. “O DEFIS mantém a sua linha de fiscalização educativa,
porém, não vamos tolerar e nem sermos omissos com casos
reincidentes e com irregularidades absurdas como estas, por
respeito aos bons profissionais”, afirma Dr. Jeferson.
As duas principais atividades da Coordenação, neste momento,
são dar andamento a estas irregularidades e reestruturar o departamento. Já foi feito um planejamento de fiscalização para o
segundo semestre de 2010 e as reuniões entre a Coordenação
e os agentes fiscais serão mensais – inclusive com aqueles que
atuam em nossas Seccionais de Santa Maria e Caxias do Sul.
A nova Coordenação do DEFIS reforça o pedido para que todos
os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais conheçam e leiam
seu livro de Legislação. Ali, encontram-se os deveres e os direitos de quem trabalha nesta área numa linguagem simples. É
importante que as pessoas percam o ‘medo’ de ler Resoluções
importantíssimas, como o Código de Ética que rege as profissões. “Além disso, as pessoas devem entender a visita do agente
fiscal como algo positivo, é função do nosso Conselho valorizar
os bons profissionais, orientá-los. É bom para os serviços que
eles prestam e para a sociedade em geral”, esclarece Dr. Jeferson. O melhor desta equação? Todos saem ganhando.
Agenda de Cursos e Eventos
Eventos
II Encontro Nacional Sobre a CIF para Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais
Data: 09 de outubro de 2010
Local: Hospital Santa Catarina (Avenida Paulista, 200 - São
Paulo – SP)
16º Hospital Business
Quando: De 19 a 21 de outubro
Onde: Centro de Convenções SulAmérica (Av. Paulo de
Frontin, 101- Cidade Nova – RJ)
Informações e inscrições através do site www.hospitalbusiness.com.br
Congresso Brasileiro de Fisioterapia Manipulativa e
Musculoesquelética
Quando: De 21 a 23 de outubro
Onde: Hotel Sheraton – Curitiba (PR)
Informações e inscrições através do site www.cobrafimm.
com.br
III Jornada Gaúcha de Acupuntura
Quando: De 05 a 06 de novembro
Onde: Hotel Coral Tower (Av. Protásio Alves - Porto
Alegre, RS)
Inscrições: através do site www.acupunturagafisa.com.br/
1º Congresso Brasileiro de Fisioterapia Neurofuncional - Cobrafin
Quando: 26 a 28 de novembro
Onde: Petrópolis - Rio de Janeiro (RJ)
Inscrições e informações www.cobrafin.com.br
III Congresso Norte Nordeste de Fisioterapia Dermato-Funcional, II Expofisio e I Fórum sobre a Titulação de Especialista
Quando: 18 a 20 de novembro
Onde: Fortaleza-CE
Informações através do site www.abrafidef.com.br
Cursos
Curso de RPG/RPM
Quando: 1º seminário: 18 a 25 de outubro e 2º seminário:
18 a 25 de março de 2011
Informações através do site do Centro de Estudos e Qualidade de Vida www.vida-rs.com.br
II Curso específico para tratamento de bebês – Conceito Bobath
Quando: 03 a 20 de novembro
Público: Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos e Terapeutas
Ocupacionais
Informações e inscrições através do site: www.ceneffi.com.br
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