O fenômeno da experiência de quase-morte

Transcrição

O fenômeno da experiência de quase-morte
Jornal Temático da Comunhão Espírita de Brasília
Ano 30, n. 11, dezembro de 2015.
O fenômeno da experiência de
quase-morte
Experiências reais
página 3
Conceito foi proposto por Victor Egger
páginas 4 e 5
A visão da AME/DF
página 6
Estudos no Brasil
página 7
Libertação chega a três décadas
Ilustração: Shutterstock
página 8
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Opinião
Fenômeno intrigante e desafiador
O tema escolhido pela nossa Assessoria de Comunicação Social
para este número do Jornal Libertação é muito pertinente e interessante. Os estudos relacionados às experiências de quase-morte
(EQMs) têm ocorrido para além do Movimento Espírita e de quem
professa alguma fé religiosa. São muitos os centros científicos atualmente dedicados a abordar esse fenômeno intrigante, que se verifica
entre pessoas de diversas nacionalidades e culturas.
Na lógica do codificador Allan Kardec, o Espiritismo é afeto à investigação e ao questionamento. Ao cunhar a máxima “antes rejeitar 99
verdades do que concordar com uma só mentira”, Kardec legou-nos a
importância de refletir sobre situações que desafiam as fronteiras do
pensamento e de nos conduzirmos, coerentemente, diante dos pressupostos de nossa doutrina. Como espíritas, é nossa tarefa contribuir
para a renovação do pensamento de forma constante e desafiadora,
respeitando métodos e códigos da ciência.
A EQM é um assunto instigante, tanto aos que têm convicção na
vida após a morte quanto aos que se afinam a pensamentos materialistas, pois a maioria dos relatos é contundente e apresenta várias semelhanças. Recentemente, a Comunhão teve a oportunidade de receber
o psiquiatra argentino Sabino Antônio Luna. Em sua palestra, foi possível notar o interesse do público pela exposição acerca da EQM.
Vale destacar que Sabino é um conferencista de experiência internacional sobre questões da espiritualidade da ciência, participando
de eventos em vários países como Argentina, Bolívia, Colômbia, Cuba,
Chile, EUA, Uruguai e Honduras. Portanto, acredito que o tema é bem
vindo para uma publicação da nossa Casa.
Estou certo de que esta edição será marcante e terá vocação, inclusive, para subsidiar os estudos doutrinários promovidos na Comunhão.
Adilson Mariz de Moraes
Presidente da Comunhão Espírita de Brasília
Muito a comemorar
Esta edição do Jornal Libertação tem duplo objetivo. Primeiro,
explorar tematicamente o assunto da experiência de quase-morte
(EQM), a partir da lógica do Espiritismo, descrito pelas mentes e mãos
dos nossos voluntários que produziram as matérias. Além disso, há
ainda outra tarefa, igualmente, importante. Comemorar as três décadas da publicação sistematizada do Jornal Libertação. Uma trajetória
que merece destaque e, ao mesmo tempo, reflexão.
Destaco que as três décadas foram contadas a partir do registro do
número da edição, constante no cabeçalho do Jornal, pois os esforços
que deram início à publicação são bem mais antigos. Infelizmente,
não conseguimos resgatar os primeiros exemplares, impressos em
mimeógrafos, de forma artesanal.
De qualquer modo, 30 anos merecem comemoração. Por isso,
nesta edição reservamos espaço para relatar um breve histórico do
Jornal Libertação.
Durante a pesquisa, tivemos a certeza da importância deste veículo para a difusão de nossa doutrina.
Assim, seguimos adiante, com o desafio de conduzir o Libertação
a um período vindouro alvissareiro, buscando sempre atender aos anseios do movimento espírita, que só cresce.
Para resumir 30 anos, retomo as palavras da ex-presidente da
Comunhão, Heloísa Magalhães, em 2010, ocasião em que o periódico foi relançado com novos formato, periodicidade e metodologia. “O Jornal Libertação, certamente, cumprirá com seu papel
perante a vontade que todo espírita possui: preservação e divulgação ampla do Espiritismo”.
Sionei Ricardo Leão
Assessor de comunicação da Comunhão Espírita de Brasília
Foto: Isabe
Expediente
Presidente da Comunhão Espírita de Brasília
Coordenação editorial e revisão
Adilson Mariz de Moraes
Juciara Rodrigues
Vice-Presidente da Comunhão Espírita de Brasília
Projeto gráfico e diagramação
Maria Luiza Bezerra
Rodrigo Braga
Assessor de Comunicação Social da Comunhão Espírita de Brasília
Jornalistas colaboradores desta edição
Sionei Ricardo Leão
Valéria Castanho, Isabel Carvalho e Marco Tassinari
Secretária da Comunicação Social da Comunhão Espírita de Brasília
Jornalista responsável
Sayonara Cintra
Sionei Ricardo Leão (MTB 95/MS)
O Jornal Libertação é uma publicação da Comunhão Espírita de Brasília
Endereço Avenida L2 Sul, Quadra 604, Lote 27. CEP: 70.200-640
Recepção Integrada: 61 3225-2083 Geral: 61 3225-2563 | Livraria: 61 3225-2505 FAX: 61 3225-2083
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Relatos
Depoimentos de experiências reais
Isabel Carvalho
Depoimentos
Júlio Capilé, médico e
escritor espírita, 98 anos
Capilé passou por uma
EQM há mais de 25 anos. Ele
relata que sua alma saiu do
corpo, em meados dos anos
1990, após um acidente na
Comunhão. “Na ocasião,
estava em uma cadeira, tentando trocar uma lâmpada
no auditório. Caí, bati com
cabeça no chão e fiquei deFoto: Isabel Carvalho
sacordado. Foi quando percebi que estava do outro lado”. De acordo com o médico, neste
momento teve uma sensação de paz muito grande. “Me senti tão
bem, como nunca havia me sentido. Uma tranquilidade e paz muito boas”, relatou.
Capilé, um dos fundadores da Comunhão, que há anos comprometeu-se com o trabalho espírita, contou que se viu em um corredor largo, de vidro, e que atrás dele havia silhuetas de pessoas.
“Comecei a andar sem medo, como se estivesse em câmera lenta.
Foi quando me vi em um túnel de vidro transparente, com pessoas
andando de um lado para o outro. Ao fundo via uma luz suave e
acolhedora”, disse.
Júlio revelou ainda mais uma etapa de sua experiência, na qual
relata ter visto uma freira, vestida com uma roupa muito pesada,
toda azul e com as golas vermelhas. “Não entendi, mas automaticamente veio a minha mente o espírito de Joanna de Ângelis. Ela
não conversou comigo. Eu fiquei ali, por algum tempo, tranquilo e
sem pressa para acordar. Já o espírito da mulher, que eu acreditava
ser o de Joanna, olhava para cá é para lá, quando, de repente, fez
um gesto para que meu espírito voltasse ao corpo”, contou. Quando despertou, estava sentado em uma cadeira de rodas no hospital.
“Alguns anos depois, eu assisti ao filme Ghost e notei que foi exatamente aquilo que eu vivi”, completou Capilé.
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Jésus Vicente, servidor público, 62 anos
O servidor público vivenciou uma EQM em dezembro de 2007. Estava no hospital para fazer três cirurgias faciais de uma só vez: desvio
de septo, sinusite e bucomaxilofacial. Na ocasião, os médicos aplicaram muita anestesia e sedativos, o que lhe causou excessivo relaxamento e obstrução das vias respiratórias. “Eles não conseguiram me
‘entubar’, pois minha laringe e glote incharam. Com isso, comecei a ter
uma parada respiratória. Como sei disso? Ao ficar desacordado, meu
espírito saiu do corpo e presenciou tudo o que se passava na sala de
cirurgia”, revelou.
De acordo com o servidor, assistiu a tudo com muita lucidez e tranquilidade. Viu a atuação dos médicos, tentando salvá-lo. Ao seu lado,
estavam dois espíritos amigos, que até hoje não sabe identificar. Durante sua experiência, também viu a história de sua vida passar, como
em um filme. Um dos espíritos presentes questionou seu desejo de
voltar. “Respondi que queria continuar vivo, pois havia muita gente
que precisava de mim, além de compromissos que devia cumprir.
Neste momento, os espíritos falaram: então, volte! Dei um pulo, como
se estivesse mergulhando em uma piscina, e retornei ao meu corpo”,
contou. A equipe médica terminou a cirurgia, mas Vicente ficou em
coma, por dois dias, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Durante o coma, afirma ter passado por um tratamento médico no
mundo espiritual, o que acelerou sua recuperação. “Eu fiquei em um
salão muito grande e escuro, com música ao fundo. Imaginava estar
lá para fazer um tratamento de recuperação das minhas cordas vocais
que, por causa da intubação agressiva, tinham ficado comprometidas”, revelou.
Para a surpresa dos médicos, logo após sair do coma, Vicente relatou tudo o que havia passado. Depois desta experiência, disse ter
certeza que não precisa temer a morte. “Na época, eu não sabia o que
estava acontecendo. Hoje, entendo que tive uma nova chance. Desde
então, nunca mais parei de trabalhar e estou sempre envolvido em
novos projetos da Comunhão Espírita”, concluiu.
Vilma Americano do Brasil, psicóloga, 80 anos
Quando tinha apenas 14 anos e morava com
seus pais na Argentina, Vilma vivenciou uma EQM.
Hoje, aos 80 anos, conta que esta experiência mudou sua vida para sempre. “Voltava de uma festa
com duas amigas e seus pais. Era inverno e estávamos agasalhadas, sentadas no banco de trás,
quando o carro capotou. Por instantes, vi cenas
de minha vida passarem como em um filme. Não
desmaiei, mas senti e ouvi todas as pancadas e os
gritos”, disse.
Vilma conta que, naquele momento, o tempo
“correu” diferente, como se estivesse em câmera
lenta. “Eu me conectei com o meu ‘eu profundo’,
vi o filme da minha vida. Foi uma situação que eu
precisava levar comigo, pois toda a história da minha vida tinha uma relação muito grande de absoluta verdade”. Explica, ainda, que só começou a
entender o que se passou quando completou 30
anos. Até então, não havia comentado com ninguém sua EQM. “Depois que eu comecei a estudar
e a me interessar pelo assunto, não tive mais dúvidas sobre o que eu vivi”, revelou.
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Arquivo pessoal
O médico americano Stuart Hamerroff e o físico britânico Sir
Roger Penrose afirmam que podem comprovar cientificamente a
existência da alma. Em entrevista ao periódico Daily Mail, explicaram a teoria quântica da consciência, revelando que as almas estão
contidas em estruturas chamadas de microtúbulos, os quais vivem
nas células cerebrais humanas. Segundo o periódico, o cérebro é um
computador biológico, com 100 bilhões de neurônios, agindo como
redes de informação. Hamerroff e Penrose alegam que as experiências da consciência são resultado dos efeitos da gravidade quântica
no interior dos microtúbulos.
Em uma experiência de quase-morte (EQM) os microtúbulos perdem seu estado quântico, mas a informação dentro deles não é destruída. É como se “a alma não morresse, voltasse ao universo”. Hamerroff explicou a tese no documentário Through the wormhole (Através
do buraco da minhoca), narrado por Morgan Freeman, levado ao ar
recentemente pelo Science Channel, nos Estados Unidos.
“Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir,
os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída; não pode ser destruída,
simplesmente é distribuída e dissipada pelo universo“, afirmou o cientista. Ainda segundo Hamerroff, “se o paciente é ressuscitado, esta
informação quântica pode voltar para os microtúbulos e o paciente
passa por uma EQM”.
Outros depoimentos verídicos e interessantes
podem ser assistidos no vídeo disponível
no blog O Mensageiro em
http://mensageiro.comunhaoespirita.org.br/
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A ciência e a experiência de quase-morte
Juciara Rodrigues
Divulgação
Relatos de visões e de sensações, em estados de morte iminente, remetem à Antiguidade. Entretanto, o termo experiência de quase-morte
(EQM), do francês expérience de mort iminente, foi criado pelo psicólogo
e epistemólogo Victor Émile Egger (1848-1909). No artigo Le moi des
mourents (em uma tradução livre, O ego dos moribundos), publicado
em 1896 na Revista Filosófica da França e do Estrangeiro, o psicólogo
analisou o testemunho do cientista suíço, Professor Heim, proferido em
palestra realizada no Alpine Clube de Zurique, em setembro de 1895.
Segundo Egger, Heim declarou ter “visto a morte de perto” ao sofrer uma queda nas montanhas. Durante os poucos segundos, entre a
queda e o choque físico com o solo, o cientista vivenciou uma estranha
experiência. Decidido a compreender o fato, reuniu relatos de turistas
e de escaladores, também sobreviventes a quedas nas montanhas, e
constatou quatro semelhanças, peculiares à maioria das narrativas:
sentimento de bem aventurança, anestesia ao toque e à sensação de
dor, extrema rapidez de pensamento e de imaginação e visão de todo
o curso da vida.
Fundamentando-se em princípios da psicologia, Egger argumentou que as sensações relatadas por Heim relacionavam-se ao despertar de um fluxo de memórias, diante do perigo da morte iminente, e
atribuiu ao ego (determinante às vivências e aos atos de cada pessoa)
a visão regressiva de imagens da vida. Afirmou que crianças jamais
passariam por experiência semelhante, pois ainda eram incapazes de
perceber a gravidade do risco da morte e tinham o ego “vago, vazio,
quase inconsistente”.
Porém, Egger não pareceu convicto da própria tese, pois finalizou
seu artigo, interrogando o Diretor da revista: “Isso, pelo menos temporariamente, é a interpretação que parece ser a mais provável dos fatos,
até agora pouco estudados. Mas você não acha, meu caro Diretor, que a
questão merece a honra de uma investigação metódica e crítica? Aqueles que viram a morte de perto, na cama ou na guerra, na água ou nas
montanhas ou em um acidente de estrada de ferro são muitos. Valeria a pena coletar e comparar
os seus testemunhos”.
Relatos e debates sobre EQMs não cessaram
após Egger. Porém, o tema intensificou-se a partir dos anos 1950, em função do surgimento de
técnicas mais avançadas de reanimação cardiopulmonar e popularizou-se em 1975, com o lançamento do best-seller Near-death experiences
(experiências de quase-morte), intitulado no Brasil de A vida depois da vida. Escrito pelo filósofo,
psiquiatra e psicólogo americano, Raymond A.
Moody Jr., o livro apresentou depoimentos de
mais de 100 pessoas que “viram a morte de perto”,
mas que despertaram para contar suas histórias.
À época, Moody recebeu severas críticas da
comunidade científica. Muitos médicos afirmaram
que, no campo da ciência, uma centena de casos era insuficiente para receber atenção. Outros disseram que jamais tinham ouvido falar em EQM,
apesar de terem ressuscitado centenas de pacientes. Houve aqueles que
asseveraram se tratar de um desequilíbrio mental temporário, em decorrência da falta de oxigenação no cérebro, ou de uma doença mental,
como a esquizofrenia. Reforçando a tese de Victor Émile Egger, cerca de
80 anos antes, alguns declararam que crianças nunca vivenciariam uma
EQM porque não eram culturalmente “poluídas” como os adultos. Além
disso, grande parte dos cientistas materialistas relacionou as EQMs à religião, declarando que ocorriam apenas com pessoas muito religiosas.
Apesar das inúmeras opiniões contrárias, o tema despertou interesse e gerou estudos mais aprofundados. Se em 1975 Raymond A. Moody foi considerado um embuste e os relatos de seus pacientes, alucinações, hoje há mais de uma centena de pesquisadores com importantes
estudos clínicos publicados sobre EQM.
Em 2001, o cardiologista holandês, Pim van Lommel, lançou seu
estudo sobre EQMs em pacientes que sofreram paradas cardíacas.
Conforme Lommel, de 344 pessoas reanimadas com sucesso, 62 (18%)
passaram por EQMs, lembrando detalhadamente das sensações vivenciadas enquanto estavam clinicamente mortas.
Atualmente, só nos Estados Unidos, há mais de 80 pesquisadores
voltados ao tema. O psicólogo Keneth Ring, professor emérito de psicologia na Universidade de Connecticut, co-fundador da International
Association for Near-Death Studies (IANDS) e editor fundador do Journal
of Near-Death Studies, examinou 102 casos e comprovou que aspectos
como religião, raça e idade não exercem qualquer influência sobre as
EQMs. O método científico criado por Ring tornou-se modelo para outros pesquisadores e os resultados de seus estudos enriqueceram a literatura científica.
O médico cardiologista americano, Michael Sabom, examinou as
EQMs de 116 pessoas, com foco no aspecto da separação do corpo,
relatado por 32 pacientes. Concluiu que a totalidade descreveu, em
detalhes, sem qualquer erro, as observações feitas durante o processo de ressuscitação, enquanto encontrava-se “fora do corpo”.
Mas foi Melvim Morse, professor de pediatria na Universidade de Washington, o responsável pelo primeiro estudo científico
prospectivo da EQM em crianças. Durante três anos, Morse e sua
equipe dedicaram-se à observação de crianças e de jovens (até 18
anos) internados no Hospital Pocatello, em Idaho. Neste período,
das 26 crianças que sobreviveram a paradas cardíacas, 23 vivenciaram a EQM, relatando sensações e visões idênticas. Morse comparou estas crianças com outras 131, com doenças graves, na unidade de terapia intensiva, respirando por aparelhos, tratadas com
drogas e agentes anestésicos e que, muitas vezes, sofriam com
falta de oxigenação no cérebro, mas não se encontravam “perto da
morte” e, portanto, nada relataram.
As pesquisas de Morse estenderam-se por 15 anos, possibilitando
a constatação de que as crianças que passaram pela EQM tornaram-se
Livros
Morri para renascer
*Uma prova do céu
Autora: Anita Moorjani
Autor: Eben Alexander III
Editora: Grupo Editorial Pensamento
Ano: 2014
Nesta autobiografia, Anita Moorjani relata sua
luta contra o câncer durante quase quatro anos.
Quando seus órgãos entraram em falência, teve
uma extraordinária experiência de quase-morte,
descobrindo seu valor intrínseco como ser humano
e a verdadeira causa de sua doença. Ao recobrar a
consciência, melhorou tão rapidamente que teve
alta do hospital semanas depois, sem qualquer
vestígio do câncer.
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Editora: Sextante
Ano: 2013
O neurocirurgião, Dr. Eben Alexander, foi vítima
de uma meningite bacteriana e ficou em coma
por sete dias. Quando os médicos pensaram em
suspender seu tratamento, Alexander voltou
do coma. Completamente transformado,
compartilha neste livro sua incrível experiência
de quase-morte e mostra que ciência e
religiosidade devem andar juntas.
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Pesquisas
adultos mais equilibrados, com menos problemas de saúde e muito
mais generosos com a comunidade. Hoje, além de pesquisar as alterações físicas e psíquicas provocadas pela EQM, o pediatra trabalha com
grupos de pais que sofreram o desencarne prematuro de seus filhos,
auxiliando-os a superar a dor, por meio das visões de seus pacientes
que passaram pela experiência. De acordo com Moss, é preciso destituir a visão de EQM relacionada a alucinações de um cérebro disfuncional. “Todos nós temos intuições e visões espirituais, precisamos
aprender a ouvi-las e a confiar no que elas têm a nos dizer”, afirmou
em um de seus artigos.
No Brasil, estudos com critérios científicos sobre a EQM foram iniciados por um grupo de professores da Universidade Federal de Juiz
de Fora/MG, coordenados pelo psiquiatra Alexander Moreira-Almeida, autor de livros e de artigos sobre espiritualidade e saúde.
Embora tantos pesquisadores estudem a EQM, de forma séria e
responsável, não há um consenso científico. A ciência materialista resiste a fenômenos subjetivos. Mas, como afirmou o astrônomo Camille Flammarion, autor de obras notáveis e respeitado como uma das
maiores inteligências da França no século XIX, “a negação dos céticos
nada prova senão que os negadores não observaram os fenômenos”.
Outros pesquisadores da EQM
Phyllis M. H. Atwater iniciou seus estudos em 1978. É considerada uma das maiores autoridades no assunto e com maior casuística. A pesquisadora passou por três episódios de EQM. Foi a primeira autora a afirmar que a EQM modifica a fisiologia do cérebro, alterando sua estrutura
e modificando, significativamente, os campos eletromagnéticos das pessoas.
Bruce Greyson, diretor da Divisão de Estudos da Percepção da Universidade de Virgínia, defende que as EQMs são confiáveis porque os relatos
das testemunhas permanecem inalterados ao longo do tempo.
Peter Fenwick, médico e cirurgião inglês, membro do Royal College of Psychiatrists, consultor neuropsiquiátrico e neurofisiológico do Instituto
de Psiquiatria de Londres, afirma que 10% dos pacientes com parada cardíaca têm EQM. Desses, 30% relatam ter uma experiência fora do
corpo enquanto estão inconscientes e assistindo sua própria ressuscitação.
Sam Parnia, cientista da Universidade de Southampton, na Grã-Bretanha, estudou dois mil casos de infarto em 15 hospitais do Reino Unido,
EUA e Áustria. 39% dos sobreviventes relataram ter experimentado algum estado de consciência e 9% passou por EQMs.
A experiência em 5 etapas
Modelo de EQM criado em 1980 por Kenneth Ring para facilitar o estudo do fenômeno. Os eventos nem sempre acontecem nesta sequência.
1) Sentimento de paz profunda. Ocorre em 60% dos casos.
2) Sensação de desprender-se do corpo físico e de flutuar no
ambiente ou no espaço sideral.
3) Viagem veloz por um túnel vazio e escuro.
5) Entrada na luz. Em cerca de 10% dos casos, a pessoa relata
entrar na luz do fim do túnel, mas consciente de que há um
limite e que, se ultrapassado, torna a morte irreversível.
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4) Encontro com uma forte luz brilhante ao final do túnel.
Sensações que também podem ser vivenciadas
• Recordações vívidas de todos os fatos da vida em segundos ou minutos, fugindo do conceito terreno de tempo.
• Encontros com parentes ou amigos desencarnados e encarnados e, até mesmo, com pessoas completamente desconhecidas.
• Mesmo as pessoas sem religião narram encontros com uma entidade bondosa, caridosa e acolhedora. A identidade deste ser superior varia de acordo com a fé individual.
• Durante a EQM, a pessoa pode encontrar uma esfera que encerra todo o conhecimento do Universo. O ego desaparece, tudo e todos
passam a ser uma coisa só.
Filmes
O céu é de verdade
*A vida depois da vida
Baseado em fatos verídicos, o filme conta a história
do pequeno Colton Burpo, operado às pressas em
razão de uma apendicite. Após sua recuperação,
o menino relata ao pai que os anjos vieram cantar
para ele durante a operação. O pai fica ainda mais
surpreso quando Colton afirma ter se encontrado
com a irmã e com o avô, desencarnados antes de
seu nascimento. Convicto de que o filho visitou
o “paraíso”, o pai, pastor de uma igreja, passa a
questionar sua própria fé e o que pregou até então.
Documentário, homônimo ao livro, sobre as
pesquisas do Dr. Raymond A. Moody
Jr., precursor dos estudos atuais sobre
experiências de quase-morte (EQM). O
filme apresenta uma entrevista exclusiva
com o psiquiatra americano, entrecortada
por depoimentos de seus pacientes que
vivenciaram EQMs.
* Disponível na Livraria Mário Carvalho, localizada no piso térreo da Comunhão Espírita de Brasília.
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Médicos espíritas
AME examina o ser humano em sua integralidade
Valéria Castanho
de todo o mundo, de que a experiência de quase-morte existe, mas
sim de onde vem. “Reconhecer que a EQM é extracorpórea é aceitar a
imortalidade da alma”, destaca.
A Associação Médico-Espírita do Distrito Federal (AME-DF) foi criada em 2007, como braço da AME-Brasil, fundada em 1995. Existem,
atualmente, 67 AMEs em todo o Brasil e outras espalhadas em dez
países, por meio da AME Internacional, criada em 1999. O objetivo
da instituição é “levar a alma para a medicina, em seu duplo sentido,
através do estudo e da pesquisa e, ao mesmo tempo, ressaltar o valor
do calor humano e da solidariedade, no amparo ao paciente”, como
mencionava Marlene Nobre, fundadora da AME Brasil e da AME Internacional, desencarnada em janeiro deste ano.
A AME parte do pressuposto de que as pessoas devem ser vistas
em sua integralidade: corpo-mente-espírito, com alma imortal. A partir desta visão, a instituição desenvolve estudos e pesquisas no campo
da saúde-doença, com base em abordagens que levam em consideração a espiritualidade e a imortalidade. Neste contexto, considera
como fundamentais as pesquisas sobre experiência de quase-morte
(EQM), assunto que a ciência, em um paradigma exclusivamente materialista, ainda não conseguiu explicar como um todo.
Segundo Fabiola Zanetti, médica fundadora e presidente da AME-DF, as AMEs podem ser consideradas como suporte científico à Doutrina Espírita, pois baseiam seus trabalhos no estudo, no ensino, na
pesquisa e na benemerência. A associação desenvolve e divulga estudos importantes para a compreensão do processo do adoecimento
a partir da visão da imortalidade trazida pela Doutrina Espírita, com o
objetivo de promover a saúde integral em cada um de nós. “A saúde
integral envolve, além do processo material, a mudança de hábitos e
a compreensão da importância dos pensamentos, das atitudes e das
emoções equilibradas, geradoras de saúde e bem-estar em um contexto mais amplo”, explica.
A AME-DF reúne-se todas as segundas-feiras, às 20h, na Comunhão
Espírita de Brasília. Promove também palestras, debates e seminários
públicos, em dias previamente agendados. Mais informações sobre a
AME-DF e a AME-Brasil podem ser encontradas nos sites www.amedf.
com.br e www.amebrasil.org.br.
Ainda conforme Arismar, a EQM é um processo similar ao sono,
mas com um desdobramento consciente, ao contrário do que ocorre
quando a pessoa dorme. Qual é a principal diferença, então, entre
a EQM e o sono? Ao acordar do sono, segundo Arismar, não há lembranças do que ocorreu no mundo extracorpóreo, além de sensações
sutis e sonhos, muitas vezes criativos e fragmentados. Mas na EQM,
o registro da vivência e das percepções do perispírito são lembranças de um desdobramento consciente e, portanto, memorizado. “Isso
porque, na EQM, o indivíduo encontra-se ‘acordado’ no plano espiritual”, explica o médico.
Outra diferença entre a EQM e o sono, segundo Arismar, é que
a EQM é, em geral, uma experiência vivenciada durante um estado
próximo da morte, após uma parada cardiorrespiratória, na qual
os indivíduos acreditam deixar seus corpos e ingressar em outra
esfera ou dimensão. Cerca de 20% dos pacientes sobreviventes de
paradas cardíacas passam por essa experiência em todo o mundo,
segundo dados da Fundação de Pesquisas em EQM (NDERF), uma
instituição americana.
Para as correntes materialistas, que tentam provar que a EQM é
um fenômeno da matéria, as explicações são variadas e envolvem,
em geral, imaginação construída pelas expectativas individuais com
relação à morte, memória do próprio nascimento, durante a passagem pelo canal vaginal, e alucinações e delírios provocados por medicação, entre outras.
No entanto, segundo Arismar, nenhuma destas explicações jamais
conseguiu demonstrar os pressupostos da EQM como atributo da
matéria e, ao contrário, sempre foram cientificamente combatidas por
inúmeros estudos. “Pesquisas comprovam que alucinações causam irritabilidade e não pensamento de paz e calma; que pessoas com delírio só veem pessoas vivas e não mortas; que indivíduos que nasceram
de cesariana, e passaram por EQM, também relatam a passagem por
um túnel e até cegos congênitos, que jamais enxergaram, também
apresentam os mesmos relatos pós EQM, contrariando todas as afirmações materialistas”, ressalva Arismar.
Vivência extracorpórea
A EQM é o registro consciente da vivência e das percepções do
períspirito no mundo extracorpóreo, uma prova da imortalidade da
alma. Não se trata, portanto, de um atributo da matéria, do cérebro.
Esta definição, clara para os espíritas, é o grande debate que as associações médico-espíritas vêm fazendo em todo o mundo, em contraponto à ciência materialista, que tenta provar a causa meramente material da EQM. Segundo o médico Arismar Léon, que responde pelos
estudos de EQM na AME-DF, não há mais dúvidas, entre os cientistas
Há vários estudos e livros que abordam a EQM. O capítulo VIII do
Livro dos Espíritos, que tem como título “Da emancipação da alma”,
traz 55 perguntas e respostas sobre temas correlatos, como o sono
e os sonhos, visitas espíritas entre pessoas vivas, mortes aparentes,
entre outras.
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Projeto
Estudo realizado no Brasil
Marco Tassinari
Foto: Divu
No Brasil, entre outras entidades, o destaque ao estudo científico
da EQM é para a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), por meio
do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes). Uma
equipe multidisciplinar de professores desenvolve pesquisas, em parceria com projeto internacional Aware (sigla, em inglês, de Awareness
During Resuscitation), coordenado pelo médico britânico Sam Parnia,
da Universidade de Southampton. A Universidade inglesa, que está
entre as dez melhores do mundo em qualidade de pesquisas, obteve
cerca de dois mil relatos de EQMs desde o início do projeto, em 2009.
O Aware possui a colaboração de 25 centros de pesquisa espalhados
pela Europa, Estados Unidos e Canadá.
A intenção da pesquisa é apontar evidências para novas perguntas e trazer respostas para questões que envolvem mente e
cérebro, como ressalta um dos coordenadores do grupo do Nupes,
Leonardo Miana, professor do Departamento de Clínica Médica da
Faculdade de Medicina da UFJF, em relato à revista A3, mídia de
divulgação da UFJF.
A metodologia utilizada no projeto consiste na instalação de prateleiras, acima dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), em
hospitais de Juiz de Fora. Nas prateleiras, parecidas com bandejas, são
colocadas figuras impressas de objetos ou de pessoas reconhecidas
pela população, como uma fruta, um político ou um esportista. As
imagens ficam localizadas a 30 cm do teto, podendo ser visualizadas
somente por alguém que “flutue”. Não há como observá-las de qualquer lugar do chão ou do leito.
No estudo, médico e paciente desconhecem as figuras dispostas
nas prateleiras. Os leitos são constantemente monitorados e, caso o
paciente sofra parada cardíaca, após a reanimação, seus relatos são investigados. Além disso, um questionário, baseado na Escala de Greyson, com perguntas formadas por componentes cognitivos, emo-
Experiência compartilhada
A EQM tornou-se conhecida do grande público em 1975, com
a publicação do livro “Vida depois da vida”, de Raymond Moody
Jr. Paralelamente, outro fenômeno relacionado às EQMs foi objeto de seu estudo. São as experiências de morte compartilhadas
(EQMCs), relatadas por pessoas que acompanham o paciente à
beira da morte e experimentam as mesmas sensações.
Moody ouviu o primeiro relato de EQMC em 1972. Sua colega,
professora de medicina, descreveu que tentava ressuscitar a mãe
durante uma parada cardíaca, quando sentiu deixar o próprio
corpo, sendo capaz de assistir ao que fazia. Em seguida, a mãe
desencarnou e a professora conseguiu vê-la, em forma de espírito, encontrando-se com outros seres, que reconheceu como amigas de sua mãe. Ao final da experiência, viu todas sendo sugadas
por um túnel.
“Uma das características comuns às EQMCs é que a pessoa
acompanhante vê o espírito daquela que está morrendo como
uma réplica transparente, com forma oval, ou como uma esfera
de luz que sai da cabeça ou do peito dos corpos físicos das pessoas que morrem”, disse Moody em entrevista ao Epoch Times.
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Equipe multidisciplinar do Nupes da UFJF,
integrantes do projeto Aware
Divulgação
Diversos países, entre eles Estados Unidos, Inglaterra, Holanda e Canadá, realizam pesquisas sobre experiências de quase-morte (EQMs). Profissionais de universidades, hospitais e associações empenham-se em ouvir relatos e identificar ocorrências.
A Associação Internacional para Estudos de Quase-Morte, nos Estados Unidos, estima que 13 milhões dos americanos lembram-se de ter passado por algo do gênero, o que corresponde a 4,5%
da população do país. Este número, projetado a nível mundial,
representa cerca de 270 milhões de pessoas.
cionais, transcendentais e paranormais, é aplicado para classificar a
experiência como EQM padrão ou não.
Se a experiência for considerada como uma EQM padrão, a segunda etapa é iniciada. A versão do paciente, sobre o que vivenciou durante a parada cardíaca, é gravada e analisada com o intuito de identificar os fatos e as ocorrências desenrolados. O paciente, então, deve
descrever as figuras contidas nas prateleiras acima do leito, o que só
pode ser feito se, realmente, esteve fora do corpo. Em esclarecimento à revista A3, o médico e professor do Departamento de Fisiologia
do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFJF, Carlos Mourão, integrante do Nupes, explica que, além da aplicação da escala de Greyson
e do acompanhamento dos relatos, diferentes testes neurológicos e
psicológicos são realizados para descartar variáveis que possam desacreditar a veracidade das narrativas, como doenças neurológicas ou
transtornos psiquiátricos.
Por enquanto, apenas a Santa Casa de Misericórdia recebeu as prateleiras acima dos leitos da UTI para acompanhar possíveis EQMs de
pacientes. Porém, outros hospitais estão na fila, a exemplo do Universitário, Monte Sinai, Albert Sabin e João Felício, que em breve integrarão a pesquisa.
Ainda segundo o artigo da revista A3, qualquer que seja o resultado dos estudos, a certeza é que a questão “mente e cérebro” carece de
solução. Para o professor Carlos Mourão, é algo novo, somado a outras
pesquisas da área. “Será mais um tijolinho para ajudar na construção
da obra do conhecimento”. O professor do Departamento de Psicologia do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da UFJF, Saulo Araújo,
declara entender que a ciência está longe de decifrar as questões envolvendo mente e cérebro, presentes na filosofia há mais de dois mil
anos. “A corrente reducionista acredita que no dia em que conhecermos todo o cérebro, compreenderemos a mente.”
Alexander Moreira-Almeida, Professor
Adjunto de Psiquiatria e Semiologia da
Faculdade de Medicina.
Leonardo Augusto Miana, Professor Adjunto da Faculdade de Medicina.
Carlos Alberto Mourão Jr, Professor Adjunto de Fisiologia do ICB.
Saulo de Freitas Araujo, Professor Adjunto do Departamento de Psicologia.
Gustavo Arja Castañon, Professor Adjunto do Departamento de
Filosofia.
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O Dr. Alexander Moreira-Almeida explica as
pesquisas realizadas pelo Nupes. Acesse o blog
O Mensageiro e confira.
http://mensageiro.comunhaoespirita.org.br/
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Comemoração
Três décadas de difusão doutrinária e idealismo espírita
Sionei Ricardo Leão
O ano era 1963. Roberto Beck, um dos fundadores da Comunhão,
tinha em mão o livro Libertação, de André Luiz. Veio daí sua inspiração para o nome do Jornal que, a princípio, tratava-se de um boletim informativo, mimeografado e distribuído aos confrades pelo
próprio Beck.
Noticiava, mensalmente, dias e horários das reuniões e demais atividades da Casa, mensagens contidas em livros de Emmanuel, psicografadas por Chico Xavier, e outras de vultos do Espiritismo, além de
fatos relacionados aos trabalhos espíritas na nova Capital, Brasília. A
diretoria do Jornal era composta por Roberto Beck, diretor presidente, Francisco Scartezine, diretor redator, e Acácio Ramos, secretário.
Estas lembranças foram relatadas pela ex-presidente da Comunhão, Heloísa Magalhães, na edição de agosto de 2010, em celebração ao retorno do Jornal Libertação, com novo projeto gráfico e editorial, temático e impresso em cores. Nesta edição o tema abordado
foi o papel das mães na sociedade moderna, os desafios da educação
e os cuidados dos pais com crianças e adolescentes.
Atualmente, a Assessoria de Comunicação empreende esforços no
sentido de coordenar o conteúdo impresso do Jornal com o universo
digital e as outras mídias ofertadas pela Comunhão, tais como site,
blog, boletins online, facebook, whatsapp. Além disso, a Assessoria
tem planos ousados para transformar o Libertação em uma revista,
projeto já avalizado pela Presidência da Comunhão.
Fica registrada aqui a celebração de três décadas do Jornal Libertação, na expectativa de que esta história, em prol da difusão doutrinária
e em respeito aos princípios do Espiritismo, estenda-se a perder de vista.
QR code
As edições anteriores do Jornal Libertação
estão disponíveis no site da Comunhão.
www.comunhaoespirita.org.br
Relacionar-se
afetivamente,
educar e estar alerta
aos perigos da
sociedade moderna:
os desafios das mães
e das mulheres na
atualidade e o que
sugere a doutrina
espírita
Arquivo da Comunhão.
Ilustração: Marcelo Perrone (Membro do Conselho Diretor da Comunhão)
Jornal Bimestral da Comunhão Espírita de Brasília
Ano XVIII, no 01
Primeiro Jornal Libertação foi feito em mimeógrafo
página 02
Para superar o desafio de educar filhos, mães precisam confiar em Deus e no poder da prece.
página 03
Conheça na íntegra o Estatuto da Comunhão Espírita de Brasília
páginas 04 e 05
Relacionamentos entre homens e mulheres estão mais verdadeiros e diretos. Entrevista com Flávio Vervloet
página 06
Artigos de Márcia Braga e Julio Capilé abordam sobre o amor incondicional materno e a respeito de se corrigir os
filhos com veemência sem utilizar castigos
página 07
Resenha literária analisa a obra Maria de Nazaré, a Mãe de Jesus
página 08
Coral da Comunhão
Na página 7, da edição n. 10, de agosto de 2015, o Libertação publicou uma matéria sobre os oito anos do projeto Cantando a Doutrina.
Recebemos uma carta do Órion Gonçalves da Silva, que participou da
criação do Coral Comunhão, com outras informações bem interessantes. Segundo Silva, o Coral Comunhão foi criado nos anos 1960, por
iniciativa de Irene Carvalho. Os componentes pioneiros foram Laura
Conde (cantora e regente do grupo), César e Isac (tenores), Cordélia,
Verinha e Izanilde (sopranos), Teixeira, Gevásio e Órion (baixos). Por se
tratar de um pequeno grupo, todos os domingos, Irene cedia a sala de
estar e o piano de sua casa para os ensaios e, ao final, servia um farto
lanche aos integrantes.
Após o afastamento de Laura Conde, as atividades do coral foram
desativadas. Porém, dois anos depois, com a ajuda de Irene e Gaspar,
Assessoria de Comunicação
o Coral Comunhão tornou-se um dos grandes coros de Brasília. Nesta
fase, dirigido pelo maestro Eduardo Dias de Carvalho. Mais tarde, sob
a regência de Éder Camuzis, o coral apresentou-se no Festival Canta
Pueblo, realizado na Argentina e no Chile.
Silva ressalta que as atividades do Coral Comunhão foram encerradas com muita tristeza, sem solenidade de despedida. Uma
nova fase de trabalho foi iniciada na Federação Espírita do Distrito
Federal, onde o coral recebeu o nome de Unicanto. Quanto à música
Silêncio, Silva conta que foi a primeira ensaiada pelo recém-criado
Coral da Comunhão, na década de 1960. Nos anos seguintes não fez
mais parte do repertório.
A Assessoria de Comunicação da Comunhão agradece ao Órion
Gonçalves da Silva pelas informações adicionais.
Gráfica e Editora Brasil Ltda.
Parque Gráfico Polo de Desenvolvimento JK
Trecho 1, conj. 9/10, lotes 9/10/21/22, CEP 72549-545, Santa Maria/DF
tel. +55 (61) 3262-1614 - 3262-1661, fax +55 (61) 3395-0193
www.graficabrasil.net • [email protected]
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