testes para determinação do tropismo do hiv-1

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testes para determinação do tropismo do hiv-1
Nº24
TESTES PARA DETERMINAÇÃO DO TROPISMO DO HIV-1
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O HIV necessita de receptores na superfície celular para poder infectar a célula humana...
O que é o tropismo do HIV-1?
O HIV necessita de receptores na
superfície celular para poder
infectar a célula humana.
O
receptor principal é o assim
chamado CD4, onde a região
conservada número 4 da gp120
do HIV se liga. Logo em seguida,
a região hipervariável número 3 da
mesma gp120 do HIV-1 irá se ligar
a um receptor de quimiocina
celular que poderá ser o receptor
chamado CCR5 ou o receptor
conhecido como CxCR4.
Variantes distintas de HIV podem
utilizar um ou outro receptor e isto
é o que define o tropismo do HIV1. Se o vírus utiliza o CCR5, esta
variante viral é conhecida como
R5 e se o vírus utiliza o CxCR4
este vírus é chamado de X4. Após
a ligação com um dos receptores
das quimiocinas, a gp41 que é a
porção “trans-membrana” da
gp160 irá se ligar com outro
receptor conhecido como domínio
de fusão.
O que são os antagonistas do
CCR5?
Quais são os testes de tropismo
existentes?
São moléculas especialmente
concebidas para se ligarem ao
receptor CCR5 impedindo assim
que as cepas R5 infectem esta
célula. Existem hoje em dia os
antagonistas chamados de
Maraviroque (registrado no Brasil)
e Vicrivirok (em fase de teste).
O teste considerado padrão ouro
para determinação do tropismo
são os testes de fenotipagem.
Estes testes normalmente criam
um vírus recombinante, também
chamado de pseudovirus a partir
de um vírus de laboratório e
porções do gene que codifica o
envelope do HIV-1 que infecta o
paciente que esta sendo testado.
Este vírus é então submetido a
culturas em linhagens celulares
distintas que expressem o
receptor CCR5 ou o receptor
CxCR4.
Estes testes são
extremamente caros e
trabalhosos e não são feitos em
rotina comercial em nosso país.
Porque inibir o CCR5?
As pessoas se infectam
originalmente por variantes virais
R5. Ao longo da infecção, o vírus
pode sofrer mutações e passar a
utilizar o CxCR4. Interessante
notar que raramente, algumas
pessoas podem ter uma alteração
genética que faz com que o
receptor CCR5 não se expresse
na membrana celular.
Estas
pessoas são resistentes a
infecção pelo HIV e suas células
não se infectam por variantes R5
in vitro. Aparentemente estas
pessoas vivem naturalmente
mesmo sem a presença deste
receptor celular. Assim sendo,
achou-se que seria uma boa
estratégia a elaboração de um
medicamento que bloqueasse o
CCR5.
Quem é candidato ao uso dos
Inibidores do CCR5?
* Figura 1
Veja em maior resolução no verso.
Após esta última ligação, ocorrerá
a fusão das membrana do HIV
com a membrana celular seguido
da introdução do capsídeo viral
para o interior desta célula.
As pessoas que ainda não
desenvolveram o vírus X4.
Estima-se que após cerca de 10
anos de infecção pelo HIV-1,
metade das pessoas já terão a
emergência de vírus X4. Desta
forma é necessário um teste
laboratorial para que se exclua a
presença de vírus X4 antes do uso
dos antagonistas de CCR5.
* Vírus do HIV
Nº24
Nós desenvolvemos um teste alternativo que utiliza a genotipagem para a determinação do tropismo. Partese do princípio óbvio que toda alteração fenotípica do vírus é precedida por uma alteração no genoma deste
vírus. Desta forma são descritos correlatos genotípicos associados à presença dos vírus X4. Em outras
palavras, algumas mutações no gene que codifica o envelope do HIV ajudam a predizer o uso do receptor
CxCR4. O Centro de genomas utiliza metodologia de seqüenciamento genômico para identificação destas
mutações, podendo predizer com sensibilidade os casos onde os antogonistas de CCR5 não terão ação.
Mais uma vez, o Centro de Genomas inovando em auxílio ao combate da infecção pelo HIV.
A
Figura 1. Etapas da ligação entre os receptores
celulares e porções do HIV para que ocorra a
fusão das membranas (painéis A, B, C e D).
Inicialmente ocorre a interação entre a região C4
da gp120 com o receptor CD4, seguido da
interação da região V3 da gp120 com o CCR5
(painel B).
Em seguida a gp41 fica exposta e se liga ao
domínio de fusão (painel D), possibilitando a
fusão das membranas e introdução do capsideo
viral no interior da célula.
B
C
D
E
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Editoração: Andrea Curty - Produção: Aldeia Brasil