Plano Museológico - Museu de Ciências Naturais

Transcrição

Plano Museológico - Museu de Ciências Naturais
2015
Plano Museológico
2014
Museu de Ciências Naturais da Fundação Z
Plano Museológico
2014
Plano Museológico
Museu de Ciências Naturais da Fundação
Zoobotânica do Rio Grande do Sul
2015
SECRETARIA DO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL
MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS
FICHA TÉCNICA
GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
Juliano Panizza Salomon Abi Fakredin – Presidente Interino
Museu de Ciências Naturais
Mariana Silveira Jacques - Diretora Executiva
Gabinete Direção Executiva
Mariana Silveira Jacques - Diretora Executiva
Lúcia Silva da Rocha - Auxiliar Administrativa
Divisão de Pesquisa
Glayson Ariel Bencke - Biólogo
Seção de Botânica de Criptógamas
Juliano Oliveira Nunes - Auxiliar de Biologia
Manoel Luiz Nunes – Químico
Nilson Batista Bittencourt – Téc. Nível Médio Operacional
Sandra Maria Alves da Silva – Bióloga
Vera Regina Werner – Bióloga
Seção de Botânica de Fanerógamas
Cleodir Jose Mansan - Téc. Nível Médio Operacional
Juliano de Oliveira Nunes - Auxiliar de Biologia
Martin Molz - Biólogo
Rosana Moreno Senna – Bióloga
Suzana Maria de Azevedo Martins – Bióloga
Seção de Zoologia de Invertebrados
Aline Barcellos Prates dos Santos – Bióloga
Caroline Maria da Silva - Auxiliar de Biologia
Hilda Alice de Oliveira Gastal – Bióloga e Museóloga
Ingrid Heydrich – Bióloga
Janine Oliveira Arruda Araújo - Bióloga
Luciano de Azevedo Moura - Biólogo
Ricardo Ott - Biólogo
Tomaz Vital Aguzzoli - Técnico Agrícola
Seção de Zoologia de Vertebrados
Acácia Brito Winter - Tratadora
Flavio Bergmann Carlucci – Aux. de Biologia
Felipe Zilio - Biólogo
Glayson Ariel Bencke - Biólogo
Márcia Maria de Assis Jardim – Bióloga
Marco Aurélio Azevedo – Biólogo
Maria Lúcia Machado Alves – Bióloga e Museóloga
Mariano Cordeiro Pairet Júnior - Técnico Agrícola
Patrick Colombo - Biólogo
Roberto Baptista de Oliveira - Biólogo
Tatiane Campos Trigo - Bióloga
Vinicius de Araújo Bertaco - Biólogo
Seção de Paleontologia
Ana Maria Ribeiro – Bióloga
Jorge Ferigolo – Paleontólogo
Seção de Conservação e Manejo
Jan Karel Felix Mahler Júnior - Biólogo
Josy Zarur de Matos - Bióloga
Luiza Chomenko – Bióloga
Divisão de Difusão Científica e Cultural
Hilda Alice de Oliveira Gastal – Bióloga e Museóloga
Seção de Educação Ambiental e Museologia
Angelo Favila Rodrigues - Atendente/Exposição
Amaro Paulino da Silva Castilhos - Atendente/Exposição
Iriam Mara Scarcelli - Atendente/Exposição
Laura Maria Gomes Tavares – Téc. Educação Ambiental
Marcia Severo Spadoni – Téc. Educação Ambiental
Rógis Flores Ferreira – Téc. Educação Ambiental
Ronaldo Gemerasca da Silva – Carpinteiro
Voltayre Vencato Cezar - Atendente/Exposição
Seção de Informação Ambiental
Ricardo Aranha Ramos – Téc. Biologia
EQUIPE DE TRABALHO
Elaboração: Bióloga e Museóloga Hilda Alice de Oliveira Gastal;
Priscila Chagas Oliveira - estagiária no período de novembro/2013 a
março/2014, enquanto acadêmica do curso de Museologia da UFRGS.
Apoio e Revisão: Funcionários e colaboradores do Museu de Ciências Naturais/FZB
que disponibilizaram e revisaram as informações necessárias para a elaboração desse
documento; colegas da Administração Central/FZB que colaboraram prestando as
informações indispensáveis sobre as diversas Seções e Setores que apoiam o MCN;
Arquiteta Rosa Maria Pacheco da Silva, do Jardim Botânico/FZB, que disponibilizou as
plantas da Instituição e informações necessárias sobre o prédio.
Agradecimento especial: Aos acadêmicos de Museologia da UFRGS Danielle
Chrystine Fontes dos Santos (estagiária no período de março/2012 a fevereiro/2013) e
Pedro Augusto Girardi (estagiário no período de abril a julho/2013), pela pesquisa e
trabalhos anteriores que proporcionaram a concretização desse documento; à Elisa Dias
e Rita Callegaro pelo trabalho museológico desenvolvido no Museu de Ciências
Naturais/FZB em julho de 2011, para a disciplina de Gestão em Museus do Curso de
Museologia da FABICO/UFRGS.
Porto Alegre, setembro de 2015.
Museól. Hilda Alice de Oliveira Gastal
COREM-3ª Região 00031-IV
INTRODUÇÃO
O Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
(MCN/FZB) é uma instituição de caráter museológico (dedicada por excelência a
atividades de documentação, pesquisa e comunicação) de origem pública estadual,
sendo da administração indireta e vinculada atualmente à Secretaria do Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (SEMA). Tem por função preservar, através da pesquisa,
dos projetos e ações de conservação da biodiversidade, das atividades de educação
ambiental e do seu acervo, que abrange as áreas da zoologia, da botânica e da
paleontologia, o patrimônio natural, com ênfase ao patrimônio regional. As coleções
científicas de material biológico que salvaguarda, constituem o testemunho e banco de
dados do conhecimento gerado pela pesquisa pregressa, realizada nas áreas da
sistemática e taxonomia, biologia e ecologia.
Desde o ano de 1972 integra a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
(FZB), juntamente com o Jardim Botânico (JB) e o Parque Zoológico (PZ), porém
possui autonomia, planejando e executando suas próprias atividades. Está localizado na
área do Jardim Botânico, na cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul/Brasil), sendo
uma das mais importantes instituições destinadas à pesquisa e difusão das ciências
naturais do país.
O Plano Museológico é o documento institucional que serve de instrumento para
uma boa gestão e segurança do museu. Este documento serve também para a
comprovação da existência legal da instituição museológica e deve expor de forma clara
e objetiva as informações gerais e específicas, abrangendo os aspectos funcionais e
operacionais do museu.
O Plano Museológico está previsto a partir da Lei Federal nº 11.904, de 14 de
janeiro de 2009 (BRASIL, 2009) e regulamentado pelo Decreto Federal nº 8.124, de 17
de outubro de 2013:
Seção III- Do Plano Museológico
Art. 44. É dever dos museus elaborar e implementar o Plano
Museológico.
Art. 45. O Plano Museológico é compreendido como ferramenta
básica de planejamento estratégico, de sentido global e integrador,
indispensável para a identificação da vocação da instituição
museológica para a definição, o ordenamento e a priorização dos
objetivos e das ações de cada uma de suas áreas de funcionamento,
bem como fundamenta a criação ou a fusão de museus, constituindo
instrumento fundamental para a sistematização do trabalho interno e
para a atuação dos museus na sociedade.
Art. 46. O Plano Museológico do museu definirá sua missão básica e
sua função específica na sociedade e poderá contemplar os seguintes
itens, dentre outros:
I – o diagnóstico participativo da instituição, podendo ser realizado
com o concurso de colaboradores externos;
II – a identificação dos espaços, bem como dos conjuntos patrimoniais
sob a guarda dos museus;
III – a identificação dos públicos a quem se destina o trabalho dos
museus;
IV – detalhamento dos Programas:
a) Institucional;
b) de Gestão de Pessoas;
c) de Acervos;
d) de Exposições;
e) Educativo e Cultural;
f) de Pesquisa;
g) Arquitetônico-urbanístico;
h) de Segurança;
i) de Financiamento e Fomento;
j) de Comunicação.
§ 1º Na consolidação do Plano Museológico, deve-se levar em conta
o caráter interdisciplinar dos Programas.
§ 2º O Plano Museológico será elaborado, preferencialmente, de
forma participativa, envolvendo o conjunto dos funcionários dos
museus, além de especialistas, parceiros sociais, usuários e
consultores externos, levadas em conta suas especificidades.
§ 3º O Plano Museológico deverá ser avaliado permanentemente e
revisado pela instituição com periodicidade definida em seu
regimento.
Art. 47.
Os projetos componentes dos Programas do Plano
Museológico caracterizar-se-ão pela exequibilidade, adequação às
especificações dos distintos Programas, apresentação de cronograma
de execução, a explicitação da metodologia adotada, a descrição das
ações planejadas e a implantação de um sistema de avaliação
permanente.
Este documento fornece informações gerais sobre o MCN/FZB, a partir da
rotina de ambas as instituições (Museu de Ciências Naturais e Fundação Zoobotânica
do RS), destacando-se que essa construção deu-se a partir do conhecimento teóricometodológico da Museologia, trazido por acadêmicos do curso de Museologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com a imprescindível
participação coletiva do quadro de funcionários da instituição. A participação dos
acadêmicos do curso de Museologia foi viabilizada pelo convênio firmado em 2010
entre o MCN/FZB e o curso da UFRGS, que tornou o MCN/FZB um espaço aberto aos
estágios dos alunos desse curso, que ao mesmo tempo, auxiliariam na construção das
fases1 do Plano Museológico.
1
O Plano Museológico é construído em 3 fases, de acordo com DAVIES (2001): Fase 1 –
Definição Operacional e Missão <Diagnóstico Global da situação atual>; Fase 2 – Programas <
Reconhecimento das necessidades para o futuro, o que seria a situação ideal>; e a Fase 3 – Projetos < As
soluções viáveis para se chegar no ideal>.
Num primeiro momento será apresentado o diagnóstico que permite conhecer a
situação atual da instituição, salientando pontos fortes e fracos, assim como as
oportunidades e ameaças, fundamentando intervenções posteriores que venham a ser
necessárias. O segundo momento será a explanação das propostas de intervenções,
mudanças e reavaliações das situações que foram analisadas no diagnóstico. Intencionase dessa forma, apresentar onde a Instituição quer chegar nos próximos anos e como
estrategicamente conseguirá.
O diagnóstico para uma instituição museológica é de extrema importância para
que se possa, futuramente, ter conhecimento pleno da situação da instituição e poder
pensar posteriores intervenções no local. O Plano Museológico, objetivo final desse
documento “estabelece uma visão clara a respeito de para onde se dirige o museu e
como chegar até lá” (DAVIES, 2001, p.15), tornando-o ferramenta essencial para
qualquer instituição museológica planejar seu futuro. Desta forma, deve ser dinâmico,
aberto a revisões que se façam necessárias para adequar o Museu à realidade dos
tempos e aos objetivos a que se propõe.
HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
A origem do Museu de Ciências Naturais/FZB se deu a partir da criação da
Divisão de Cultura na Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do
Sul, ocorrida em 29 de janeiro de 1954, através da Lei 2.345. A Divisão de Cultura se
dividia em Diretorias de Ciências, de Letras e de Artes. Nessa altura o Museu foi
classificado como órgão de difusão cultural, com a incumbência principal de estudar,
catalogar, colecionar e expor espécimes da fauna, flora e geologia do Estado. A
Diretoria de Ciências, que deveria exercer suas atividades no campo das Ciências
Naturais e Sociais, incumbindo-se da defesa do Patrimônio Histórico e Científico do
Estado, incorporou outras três instituições estaduais já existentes: o Museu Júlio de
Castilhos, o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e o Museu Histórico Farroupilha.
Assim, um novo órgão surgiu: o Instituto de Estudos Científicos e Filosóficos (IECF),
subordinado à Diretoria de Ciências que ficava a cargo do Padre Balduíno Rambo. Este
dividia com o Padre Pio Buck um espaço no sótão do Colégio Anchieta na Rua Duque
de Caxias, em Porto Alegre, onde acomodavam as caixas de insetos do Padre Pio e o
herbário do Padre Rambo.
Os órgãos da Divisão de Cultura foram instalados na Praça Dom Feliciano,
número 78, esquina com a Rua Pinto Bandeira, no centro da cidade. O Instituto de
Estudos Científicos e Filosóficos (IECF) alojou-se no andar superior, dividindo-se em
três salas e um banheiro. Dentro do IECF Padre Rambo era auxiliado por Thales de
Lema, a cargo da sessão de vertebrados, por Ludwig Buckup, responsável pelos
invertebrados e por Armando Brenner na Filosofia e Sociologia.
A Secretaria de Educação e Cultura não disponibilizou qualquer verba para a
implantação do IECF, mas os responsáveis pelo mesmo começaram a formação de uma
coleção científica de representantes do reino animal no Rio Grande do Sul. Naquele
momento, a que mais cresceu foi a coleção de moluscos, cuja coleta era realizada nas
viagens que faziam ao litoral e outros ambientes límnicos da região sulina. A coleção de
répteis de Thales de Lema e as atividades de entomólogo realizadas por Buckup
resultaram em um rico acervo de amostras, colocando o IECF no lugar de maior
repositor da fauna rio-grandense.
Com o desmembramento das coleções do Museu Júlio de Castilhos, o IECF
recebeu a coleção de borboletas que Adolfo Pompílio Mabilde reunira no século XIX e
a coleção de fósseis do paleontólogo Carlos de Paula Couto, além de várias coleções de
livros
e
periódicos
que
se
encontravam,
segundo
Buckup
(FUNDAÇÃO
ZOOBOTÂNICA DO RS, 2005), abandonados no porão e que, depois de recuperados,
formaram a base para a biblioteca do IECF.
Devido à inadequação do nome da instituição diante da natureza das atividades
desenvolvidas (tais como a coleta de espécimes, a identificação taxonômica, a
organização de coleções científicas, além do intercâmbio com instituições congêneres
que a identificavam como uma instituição de viés museológico e a excluíam de
atividades experimentais ou filosóficas), o IECF desmembrou-se. Assim, através da Lei
Estadual nº. 2.728, de 5 de novembro de 1955 (ANEXO 1), criava-se, na Divisão de
Cultura da Secretaria de Educação e Cultura, o Museu Rio-Grandense de Ciências
Naturais, transformando o antigo IECF em Instituto de Estudos Sociais e Filosóficos.
O Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais inicia, então, grande
desenvolvimento, pela ampliação do seu acervo e pela produção científica a partir do
aumento do quadro de técnicos. Nesse período entra a figura de José Willibaldo Thomé,
convidado por Buckup a ser o curador da coleção de moluscos. Demonstrava-se a
intenção em tornar o trabalho do museu mais especializado em relação às ciências
naturais.
Em 1957 foi editado pelo Museu o primeiro número do periódico Iheringia,
série Zoologia, onde foi publicado o catálogo da coleção de moluscos e que propiciou
intenso intercâmbio de publicações com instituições internacionais e resultou no
acréscimo de centenas de títulos à biblioteca do Museu. Em 1958 ocorre a criação da
revista Iheringia, série Botânica. Em 1967 e 1969 criam-se respectivamente as séries
Geologia e Antropologia; em 1976 cria-se a publicação Natureza em Revista,
substituindo a Iheringia, Série Divulgação; em 1985 cria-se a série Miscelânea e em
1987 a revista Paula-Coutiana. As séries Geologia, Antropologia, Divulgação,
Miscelânea e a Paula-Coutiana extinguiram-se ao longo do tempo, mas as séries
Zoologia e Botânica continuam a ser editadas até os dias atuais, sendo revistas
altamente reconhecidas no meio científico. O nome da revista Iheringia é homenagem
ao pesquisador Hermann von Ihering (1850-1930).
Vale destacar que após sua criação, nos meados de 1956, o Museu encontravase em um prédio precário na Rua Coronel Vicente, permanecendo até 1960. Essa
situação, aliada à falta de investimento por parte do Estado gerou certa revolta e uma
espécie de movimento da mídia visando à defesa do patrimônio natural e cultural
salvaguardado pelo Museu, como se pode ver na reportagem do Jornal A Hora de 21 de
agosto de 1958 (Fig. 1) (JORNAL A HORA, 1958). Nos anos de 1960 o Museu
transferiu-se novamente para a Praça Dom Feliciano, onde as visitações intensificaramse. Em 1966 vai para a Avenida Mauá, na sobreloja da Secretaria da Educação.
Fig. 1. Reportagem do Jornal A Hora de 21 de agosto de 1958
A partir de 1970, iniciou-se um período de muitas reformas e inovações no
governo do Estado do Rio Grande do Sul. Uma dessas novas ações foi a criação, pelo
Decreto Estadual nº. 21.147 de 7 de junho de 1971, de uma comissão de estudos
referente ao Patrimônio Cultural do Estado, onde foi solicitada a inclusão da avaliação
da relevância do conhecimento científico e potencial cultural que poderia ter o “Museu
Rio-Grandense de Ciências Naturais” dentro do contexto na época.
Essa comissão era formada por diversos grupos e em um deles estavam a
Bióloga Cecília Volkmer Ribeiro, o Prof. José Willibaldo Thomé, a Arquiteta Lourdes
Isaura Samarani e o Jornalista Jayme Copstein, que tinham como objetivo a busca de
elementos e justificativas para incluir a instituição como um importante centro de
inovações em pesquisa e educação. Um dos objetivos principais deste grupo era a luta
por uma instituição maior que abrigasse o Museu, para aumentar a visibilidade
institucional, com o argumento de que a instituição salvaguardava um grandioso
número de espécimes colecionados e os trabalhos científicos que possuíam visibilidade
nacional e internacional.
No ano seguinte, graças à luta constante da comissão, foi criada em 20 de
dezembro de 1972, através da Lei Estadual nº. 6.497 (ANEXO 2), a Fundação
Zoobotânica do Rio Grande do Sul, que agregava o Museu de Ciências Naturais (já com
uma nova nomenclatura), o Parque Zoológico e o Jardim Botânico. Sua sede era à Rua
Coronel Vicente, 281.
Com a criação da Fundação Zoobotânica do RS foi possível haver um
melhoramento na qualidade da instituição museológica, por haver uma ligação direta
entre as chefias, funcionários e comunidade científica. Com profissionais qualificados
(de doutores a bolsistas e estagiários) a instituição passou a ser considerada um centro
de inovações em pesquisa e referência para instituições similares.
Após grandes lutas, ocupando diversos endereços, a partir de 1979 o Museu de
Ciências Naturais (MCN) instalou-se definitivamente em sua atual sede na área do
Jardim Botânico de Porto Alegre, à Rua Dr. Salvador França, número 1427, no Bairro
Jardim Botânico (Figs. 2-4).
Fig. 2. Fachada do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS
Fig. 3. Painel de apresentação do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS
Fig. 4. Imagem aérea do Jardim Botânico, em Porto Alegre, RS. Fonte: Google Maps, 2013
No ano de 2002, por meio do Decreto Estadual nº. 41.624 de 21 de maio, o
Governo do Estado do Rio Grande do Sul aprovou o Estatuto da Fundação Zoobotânica
do RS, que também conta com um Regimento Interno e um Organograma,
homologados em 23 de maio de 2002 através do Of. Gab/SEMA nº. 469/02 pelo então
secretário da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do RS (SEMA).
Atualmente a instituição museal é conhecida como Museu de Ciências
Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN/FZB) e continua com a
missão e compromisso de pesquisa, auxiliando na qualificação acadêmica de
graduandos, mestrandos e doutorandos; com a divulgação e aperfeiçoamento científico
através de periódicos; de convênios firmados entre Universidades; ações educativas e
ambientais voltadas para os públicos infantil, infanto-juvenil, adulto e acadêmico; e
projetos realizados em parques e praças e cursos e oficinas na própria instituição.
O Museu abriga principalmente coleções científicas de fauna, flora e de fósseis
da região sul do Brasil, cabendo-lhe, sob Decreto Estadual nº. 31.162 de 3 junho de
1983, a responsabilidade do gerenciamento do Banco de Dados do Ambiente Natural do
Estado do Rio Grande do Sul (BDA). Desde 1982, por meio da Resolução FZB nº.
84/82, foi instituída a figura oficial do Curador de Coleção. A regulamentação do uso
das coleções científicas fez-se pela Determinação nº. 146/86 (ANEXO 3), na qual
também foi instituído o Conselho de Curadores com a finalidade de propor e
acompanhar a efetivação de medidas necessárias à salvaguarda, manutenção e expansão
do acervo.
Outras datas a serem destacadas:
-1988 – inclusão do Museu entre as instituições do país voltadas à pesquisa de
fauna e flora no guia RIDALC2;
- 2002 - cadastro do Museu no Diretório e Grupos de Pesquisas do CNPq e o
credenciamento pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético do Ministério de
Meio Ambiente (Resolução CGEN nº. 05/2002) como instituição “Fiel Depositária” de
amostras de componentes do patrimônio genético, estando apta a receber amostrastestemunho, oriundas de estudos realizados por pesquisadores de outras instituições;
integração nos Programas de Bolsas de Iniciação Científica FAPERGS (PROBIC) e
CNPq (PIBIC), possibilitando o aumento de bolsistas e otimizando as pesquisas dentro
do Museu;
- 2010 - convênio firmado entre a FZB e o curso de Museologia da UFRGS,
viabilizando assim estagiários do curso para o auxílio das atividades de caráter
museológico.
O MCN possui as seguintes áreas de atuação, especialização e linhas de
pesquisa:
a) Áreas de Atuação:
- Pesquisa Científica
- Manutenção de Coleções Científicas
- Bioindicação de Qualidade do Ar e da Água
- Bioprospecção
- Consultoria Ambiental a Empresas Privadas
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Red Regional de Intercambio de Investigadores para el Desarrolo de América Latina y el
Caribe.
- Educação Ambiental
- Estudo e apoio à implantação de Unidades de Conservação
- Estudo e conservação de Sítios Paleontológicos
- Extração de Peçonha
- Formação de Recursos Humanos
- Geoprocessamento
- Manejo e Conservação de Ecossistemas
- Museografia
- Planejamento Ambiental
b) Áreas de Especialização:
- Cianobactérias
- Algas
- Fungos Liquenizados
- Plantas vasculares
- Esponjas de Água Doce
- Moluscos
- Aracnídeos
- Insetos
- Peixes
- Anfíbios
- Répteis
- Aves
- Mamíferos
- Vertebrados Fósseis
c) Linhas de Pesquisa:
- Sistemática e Taxonomia
- Biogeografia e Evolução
- Biologia da Conservação
- Ecologia
- Gestão Ambiental
MISSÃO DA INSTITUIÇÃO
A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul expressa ser sua missão “gerar e
disponibilizar conhecimento sobre a biodiversidade do Rio Grande do Sul e atuar em
prol de sua conservação e utilização sustentável”.
Ao Museu de Ciências Naturais “cabe a responsabilidade de realizar estudos e
pesquisas sobre a fauna, flora e ecossistemas naturais, manter coleções científicas
zoológicas, botânicas e paleontológicas de referência e colaborar com a preservação e
conservação da biodiversidade”. Nota-se que a missão do Museu não explana sobre sua
responsabilidade com a educação patrimonial e estudos na área da Museologia. Esse
ponto deve ser revisto e trabalhado.
OBJETIVOS DA INSTITUIÇÃO
O “Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
tem por objetivos a pesquisa em biodiversidade, a manutenção de coleções científicas, a
preservação e a conservação de espécies e ecossistemas, a difusão científica e a
educação ambiental”.
DIAGNÓSTICO GLOBAL
Por meio deste diagnóstico, procura-se identificar a situação atual do Museu de
Ciências Naturais, assim como suas potencialidades e dificuldades. A Portaria
Normativa n°. 1 do IPHAN de 5 de julho de 2006, dispõe sobre a elaboração do Plano
Museológico, definindo que esse deve ser baseado em um diagnóstico completo da
instituição, levando em consideração seus pontos fortes e frágeis, as oportunidades e
ameaças, os aspectos socioculturais, políticos, técnicos, administrativos e econômicos
pertencentes à atuação do museu. Assim, este diagnóstico foi utilizado como uma
estratégia metodológica para indicar a situação atual do MCN, para, através dele,
reconhecer os pontos prioritários que determinarão ações futuras.
Englobando as diversas áreas do museu, esta seção aborda os seguintes
aspectos:
1. Institucional;
2. Coleções Científicas;
3. Coleções Didáticas;
4. Exposições;
5. Pesquisa, Educação e Comunicação;
6. Arquitetônico;
7. Acessibilidade;
8. Segurança;
9. Recursos Humanos e Financeiros.
1. INSTITUCIONAL
Este capítulo refere-se ao contexto institucional do Museu de Ciências Naturais
da Fundação Zoobotânica do RS, incluindo a análise de seus pontos fortes e fracos.
1.1. Documentos Institucionais: portaria de criação e regimento interno
O Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS (originalmente
Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) possui uma portaria de sua criação, através
da Lei Estadual nº. 2.728, de 5 de novembro de 1955, mas não possui um Regimento
Interno específico, o que caracteriza um de seus pontos fracos. O regimento vigente é o
da própria Fundação, como instituição mantenedora e foi homologado em 2002,
juntamente com o organograma através do Of.Gab./SEMA nº. 469/02.
Como ponto forte, vale destacar novamente que o Museu vincula-se à Fundação
Zoobotânica do Rio Grande do Sul e essa última é vinculada à Secretaria do Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (SADES). Essa base institucional segura gera imensa
potencialidade para ações futuras. Mas, ao mesmo tempo em que proporciona maiores
facilidades no que tange à gestão, pesquisa e comunicação do seu acervo, leva à falta de
identidade própria dentro da Fundação, sendo o Museu de Ciências Naturais conhecido
como "Museu do Jardim Botânico".
1.2 Organograma
O Museu de Ciências Naturais (MCN) não é um órgão independente, pois
vincula-se à estrutura da Fundação Zoobotânica do RS (FZB). Esta possui um
organograma oficial (Fig. 5), contemplando a presidência e as quatro diretorias
principais e suas subdivisões.
O Organograma do Museu (Fig. 6) está incompleto, pois não contempla os
Setores e as Coleções que fazem parte de cada Seção. É realmente importante e
emergencial o reconhecimento dessas áreas dentro do MCN, criando-se assim, um
organograma oficial do Museu.
18
Fig. 5. Organograma da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
Fig. 6. Destaque do organograma do Museu de Ciências Naturais, dentro do organograma atual da
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
1.3. Divisões, Seções e Setores do Museu de Ciências Naturais e suas
Competências
As descrições a seguir referem-se às competências de cada Divisão, Seção e
Setor do Museu de Ciências Naturais (MCN) e foram retiradas do Estatuto,
Regimento Interno e Organograma da Fundação Zoobotânica do RS (FZB) datado de
junho de 2002 (artigos 13 a 24). Percebe-se que o Regimento Interno da FZB, à qual o
Museu é vinculado, data de 11 anos atrás, sendo necessária sua revisão.
Abaixo compila-se a íntegra de cada artigo do Regimento Interno da FZB que
faz referência ao MCN.
Art. 13 – À Diretoria Executiva do Museu de Ciências Naturais, além das
atribuições comuns às Diretorias dos Órgãos Executivos, previstas no Capítulo
IV deste Regimento, compete:
a) encaminhar ao Conselho Científico e/ou Conselho de Curadoria de
Coleções, órgãos informais, assuntos que representem propostas, sugestões ou
consultas do corpo funcional;
b) coordenar a formação do Conselho Científico e do Conselho Curador de
Coleções para aprovação da programação técnico-científica do Museu de
Ciências Naturais;
c) apoiar na elaboração de projetos institucionais que envolvam grupos de
fauna, flora e paleontologia existentes no Museu e cujos recursos sejam de
auxílios à pesquisa ou através de prestações de serviços.
d) coordenar e supervisionar as atividades de Editoração e de Infraestrutura e
Apoio Operacional.
e) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas
pela Presidência
Art.14 - À Divisão de Pesquisa compete:
a) coordenar e supervisionar as atividades das Seções de Botânica de
Criptógamas, Botânica de Fanerógamas, Zoologia de Invertebrados, Zoologia
de Vertebrados, Paleontologia, Conservação e Manejo;
b) coordenar e supervisionar os laboratórios de uso comum das Seções;
c) auxiliar a Direção do MCN no exame dos projetos de pesquisa solicitadas
às instituições de fomento;
d) apoiar na elaboração de projetos institucionais que envolvam grupos de
fauna, flora e paleontologia existentes no Museu e cujos recursos sejam de
auxílios à pesquisa ou através de prestação de serviço;
e) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas
Seções;
f) coordenar e supervisionar as atividades de pesquisa no Parque Estadual
Delta do Jacuí e demais unidades de conservação;
g) supervisionar e apoiar os editores e as comissões editoriais do periódico
científico Iheringia;
h) operacionalizar a manutenção da periodicidade, em conjunto com os
editores, do periódico científico Iheringia;
i) supervisionar o sistema de distribuição e intercâmbio (permuta, doações e
vendas) do periódico científico Iheringia;
j) supervisionar o estoque do periódico científico Iheringia;
k) supervisionar a organização, informatização, conservação e atualização do
banco de dados do periódico científico Iheringia;
l) executar outras atividades correlatas ou que venham a ser atribuídas pela
Direção.
Cabe destacar que atualmente o Parque Estadual Delta do Jacuí não
está mais vinculado à Fundação Zoobotânica do RS bem como não há
nenhuma unidade de conservação vinculada à FZB.
Abaixo as atividades designadas à cada seção que correspondem à
Divisão de Pesquisa.
Art. 15 - Seção de Botânica de Criptógamas:
a)
constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Botânica de
Criptógamas;
b)
desenvolver pesquisa sobre Botânica de Criptógamas, promovendo o
desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento
científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral;
c)
elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental
relativos à área;
d)
apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;
e)
apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com os
mesmos;
f)
proporcionar cursos e palestras sobre assuntos de flora de Criptógamas,
especialmente do Rio Grande do Sul;
g)
atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades;
h)
participar e elaborar perícias e laudos designados pela Direção;
i)
atuar como editor ou como membro da Comissão Editorial do periódico
científico Iheringia ou outras publicações científicas;
j)
executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela
Direção.
Art. 16 - Seção de Botânica de Fanerógamas:
a) desenvolver
pesquisa
sobre
Botânica de
Fanerógamas, promovendo o
desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento
científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral;
b) constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Botânica de
Fanerógamas;
c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental relativos
à área;
d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;
e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com os
mesmos;
f) ministrar cursos e palestras sobre assuntos de flora de Fanerógamas,
especialmente do Rio Grande do Sul;
g) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades;
h) participar de perícias e da elaboração de laudos, conforme designação da Direção;
i) atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico
científico Iheringia ou outras publicações científicas;
j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela
Direção.
Art. 17 - Seção de Zoologia de Invertebrados:
a)
desenvolver pesquisa sobre Zoologia de Invertebrados, promovendo o
desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento
científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral;
b)
constituir e manter coleções científicas e didáticas na área de Zoologia de
Invertebrados;
c)
elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental
relativos à área;
d)
apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;
e)
apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integrada com as
mesmas;
f)
ministrar cursos e palestras sobre assuntos da fauna de Invertebrados,
especialmente do Rio Grande do Sul;
g)
atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades;
h)
participar de perícias e da elaboração de laudos, conforme designação da
Direção;
i)
atuar como editor ou como membro da das atividades de editoração do
periódico científico Iheringia ou outras publicações científicas;
j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela Direção.
Art. 18 - Seção de Zoologia de Vertebrados:
a)
desenvolver pesquisa sobre Zoologia de Vertebrados, promovendo o
desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento
científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral;
b)
constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Zoologia de
Vertebrados;
c)
elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental
relativos à área;
d)
apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;
e)
apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com as
mesmas;
f)
ministrar cursos e palestras sobre assuntos da fauna de Vertebrados,
especialmente do Rio Grande do Sul;
g)
atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades;
h)
participar e elaborar perícias e laudos designados pela Direção;
i)
atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico
científico Iheringia ou outras publicações científicas;
j)
executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela
Direção.
Art. 19 - Seção de Paleontologia:
a)
constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Paleontologia;
b)
desenvolver pesquisa sobre Paleontologia, promovendo o desenvolvimento
científico e tecnológico por meio de publicação de documento científico e
assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral;
c)
elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental
relativos à área;
d)
apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;
e)
apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com as
mesmas;
f)
proporcionar cursos e palestras sobre assuntos da fauna Paleontológica,
especialmente do Rio Grande do Sul;
g)
ministrar cursos e palestras sobre assuntos da fauna Paleontológica,
especialmente do Rio Grande do Sul;
h)
atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades;
i)
participar e elaborar perícias e laudos designados pela Direção;
j)
atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico
científico Iheringia ou outras publicações científicas;
k)
executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela
Direção.
Cabe ressaltar que, no que concerne ao item j, atualmente o periódico cintífico
Iheringia só publica artigos versando sobre a fauna e/ou flora recentes.
Art. 20 - Seção de Conservação e Manejo:
a)
desenvolver pesquisa sobre ecossistemas, manejo de vida silvestre, biologia da
conservação, uso sustentado e gestão ambiental, assessorando órgãos públicos,
privados e acomunidade em geral;
b)
integrar as pesquisas desenvolvidas pelas demais Seções sobre ecossistemas,
manejo de vida silvestre, biologia da conservação, uso sustentado e gestão ambiental;
c)
apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com as
mesmas;
d)
elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental
relativos à área;
e)
apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções;
f)
ministrar cursos e palestras sobre assuntos de ecossistemas, manejo de vida
silvestre, conservação e uso sustentado, especialmente do Rio Grande do Sul;
g)
atender convênios relativos a área, com universidades e outras entidades;
h)
participar de perícias e da elaboração de laudos, conforme designação da
Direção;
i)
atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico
científico Iheringia ou outras publicações científicas;
j)
executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela
Direção.
Art. 21 - À Divisão de Difusão Científica e Cultural compete:
a)
coordenar as atividades de Difusão Científica e Cultural do Museu de Ciências
Naturais e do Centro de Interpretação Ambiental da Ilha da Casa da Pólvora;
b)
coordenar e supervisionar as atividades das seções de Educação Ambiental e
Museologia e de Informação Ambiental;
c)
auxiliar a direção no exame dos projetos com solicitação de auxílio às
instituições de fomento;
d)
apoiar na elaboração de projetos institucionais de Difusão Científica e
Cultural;
e)
apoiar os trabalhos da Divisão de Pesquisa e suas Seções
f)
executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela
Direção.
Cabe destacar que o Centro de Interpretação Ambiental da Ilha da Casa da
Pólvora não está mais vinculado à Fundação Zoobotânica do RS.
Art. 22 - Seção de Educação Ambiental e Museologia:
a)
desenvolver atividades de Educação Ambiental e Museologia do MCN de
forma integrada e com o apoio da Divisão de Pesquisa
b)
desenvolver atividades educativas e recreativas, dinamizando o acervo do
Museu através de exposições, cursos, palestras e outras ações inerentes à Educação
Ambiental;
c)
desenvolver programas técnico-científicos, voltados à solução de problemas
que afetam diretamente a comunidade;
d)
executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela
Direção.
Art. 23 - Seção de Informação Ambiental:
a)
desenvolver trabalhos de difusão de informação científica e cultural do MCN;
b)
apoiar os trabalhos das seções da Divisão de Pesquisa e da Divisão de Difusão
Científica e Cultural, trabalhando de forma integrada com as mesmas;
c)
organizar, informatizar, georreferenciar, conservar e manter atualizadas as
bases de dados com informações sobre biodiversidade do Museu;
d)
atender ao público em geral, pesquisadores, especialistas, instituições públicas
e privadas, Organizações Não Governamentais – ONG’s, sobre informações
ambientais;
e)
executar pesquisas vinculadas ao geoprocessamento, atividades de campo e
laboratório, análise e tratamento de dados espaciais e biológicos e elaborar mapas,
além de elaborar perícias e laudos designados pela Direção;
f)
executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela
direção.
Art. 24 - Setor de Infraestrutura e Apoio Operacional:
a)
dar suporte administrativo e operacional às atividades do Museu;
b)
apoiar as atividades da Divisão de Pesquisa, da Divisão de Difusão Científica
e Cultural e de Editoração;
c)
responder pela utilização dos laboratórios de uso comum do Museu;
d)
prever a aquisição de infraestrutura e dar apoio de campo e laboratório
necessário para o funcionamento das atividades da Divisão de Pesquisa e da Divisão
de Difusão Científica e Cultural;
e)
executar tarefas administrativas inerentes aos trabalhos de editoração,
definidas pelos editores do periódico científico Iheringia e pelo chefe da Divisão de
Pesquisa;
f)
processar editoração eletrônica dos artigos a serem publicados no periódico
científico Iheringia;
g)
organizar, informatizar, conservar e manter atualizado o banco de dados do
periódico científico Iheringia;
h)
organizar e manter o estoque dos periódicos científicos;
i)
executar outras atividades correlatas ou que venham a ser atribuídas pela
Direção.
Atualmente a editoração eletrônica dos artigos a serem publicados na Iheringia
série Zoologia e série Botânica não é feito no MCN/FZB.
1.4. Coordenadorias, Seções e Setores da Fundação Zoobotânica do RS que dão
apoio ao Museu de Ciências Naturais
O Museu está institucionalmente vinculado à Fundação Zoobotânica do RS e
por isso é apoiado em diversas instâncias pelas Seções e Setores desta última. Cabe
nesse diagnóstico citar:
a)
Coordenadoria de Comunicação Social
Ligada diretamente à Presidência da Fundação Zoobotânica do RS, a
Coordenadoria de Comunicação Social atua na divulgação de todos os eventos
realizados pela Instituição, incluindo os do Museu de Ciências Naturais.
Também é o elo entre a imprensa e os pesquisadores e técnicos do MCN para
agendamento de reportagens e entrevistas.
Atualmente, por determinação da Secretaria do Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (SADES), à qual está vinculada a Fundação
Zoobotânica do RS, a parte de Comunicação Social da SADES, FEPAM
(Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) e FZB
está unificada, atuando na Secretaria.
b)
Coordenadoria de Educação Ambiental
A Coordenadoria de Educação Ambiental da FZB, ligada diretamente à
Presidência, coordena as ações das Seções de Educação Ambiental dos órgãos
operacionais da FZB (Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque
Zoológico).
c) Coordenadoria de Planejamento e Projetos
À Coordenadoria de Planejamento e Projetos, ligada diretamente à
Presidência, compete estabelecer contatos com empresas públicas e/ou
privadas, visando angariar recursos financeiros e/ou materiais bem como
apoiar, acompanhar e controlar a elaboração e execução de projetos buscando
aporte de recursos.
d) Biblioteca Prof. Dr. Carlos de Paula Couto
A Biblioteca é vinculada à Seção de Documentação e Informação da
Diretoria Administrativo Financeira da FZB3.
Sua origem remonta à criação do Museu Rio-Grandense de Ciências
Naturais, quando foi incorporado o acervo bibliográfico do Museu Júlio de
Castilhos, de Porto Alegre, RS, totalizando 895 livros e centenas de
periódicos, nacionais e internacionais, sobre ciências naturais.
Em fevereiro de 1975, devido à criação da Fundação Zoobotânica do
RS, à qual se incorporou o Museu, a Biblioteca passou por algumas mudanças,
centralizando o acervo bibliográfico dos três órgãos que fazem parte da FZB
(Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico) e
passando a denominar-se “Biblioteca da FZB”. A partir de 1979, a Biblioteca
instalou-se na área que ocupa atualmente, com 133,52m2.
O acervo da Biblioteca integra mais de 12 mil obras4, entre as quais 12
títulos de obras raras. O espaço atual é exíguo para acomodar esse acervo de
maneira adequada, havendo ainda limitações quanto à infraestrutura, aos
3 Em vermelho no Organograma da FZB (Fig. 5).
4 Incluindo, por exemplo, os periódicos, que segundo informação recebida, passam dos 10 mil
exemplares. Também é interessante destacar que a quantidade informada é estimada, pois, em função
das mudanças e da reorganização da Biblioteca, é difícil informar com exatidão.
móveis e equipamentos que não são adequados para a salvaguarda do acervo
bibliográfico existente.
A biblioteca é especializada em ciências naturais, cujos temas
principais são biodiversidade, zoologia, botânica, paleontologia, geologia,
educação ambiental e ecologia. Grande parte do acervo de periódicos é obtido
através de permutas com os periódicos editados pelo MCN, a Iheringia séries
Zoologia e Botânica, o que possibilita um vasto acervo de publicações
periódicas nacionais e estrangeiras.
Quanto aos recursos humanos, atualmente conta com uma bibliotecária
do quadro efetivo, contratada no segundo semestre de 2014. Estão previstas
duas vagas para estagiários, sendo uma para acadêmico de graduação e outra
para estudante de nível médio.
Existe no Museu de Ciências Naturais um projeto denominado
“Central de Coleções”, que prevê a construção de um espaço adequado para
abrigar as coleções científicas da Instituição bem como a Biblioteca. No
entanto, este projeto, como requer aporte de um volume grande de recursos,
está suspenso aguardando a disponibilidade dos mesmos mediante
financiamentos externos.
e) Seção de Informática
A Seção de Informática, pertencente à Divisão Administrativa da
Diretoria Administrativo Financeira da FZB, iniciou suas atividades em 2001,
quando houve a contratação permanente de profissionais da área. Antes eram
apenas alguns serviços básicos de tecnologia (rede, internet, manutenção de
computadores) que eram mantidos no MCN, através da colaboração de
profissionais de outras áreas e de estagiários.
Atualmente a Seção conta com dois analistas (nível superior), dois
técnicos de nível médio e um estagiário de nível médio.
As atividades desenvolvidas na área de Tecnologia da Informação (TI)
ao Museu envolvem suporte ao usuário, manutenção de hardware/software,
administração de rede, projetos de infraestrutura de rede, consultoria e
supervisão em aquisições de equipamentos, supervisão de serviços da
PROCERGS (Companhia de Processamento de Dados do RS) e de terceiros,
administração de sistemas governamentais, análise e desenvolvimento
web/sistemas, plano anual de TI. A equipe também dá apoio a eventos
desenvolvidos pelo MCN, como, por exemplo, a Jornada de Iniciação
Científica – Meio Ambiente, que é realizada anualmente.
O MCN utiliza atualmente cerca de 80 computadores em suas
atividades, número que corresponde a aproximadamente 50% do número de
computadores utilizados por todas as unidades organizacionais da FZB.
Entre os pontos fracos da TI estão: a falta de pessoal e de recursos
financeiros, o que dificulta a atuação nas áreas de análise e desenvolvimento
de sistemas, segurança da informação e projetos de infraestrutura essenciais
para o desenvolvimento das atividades da instituição. Outro ponto fraco é a
qualidade da rede de internet que às vezes não funciona ou apresenta-se lenta,
impossibilitando o trabalho dos funcionários.
A partir de 2013 ocorreu a mudança da rede de correio eletrônico da
plataforma “Direto” para a “Expresso”, utilizada pelos órgãos públicos do
estado do RS.
É disponibilizada para acesso a todos os servidores a rede Intranet,
através da qual são obtidas as mais variadas informações, como acesso aos
registros de ponto, à lista de ramais telefônicos, pedidos de material ao
almoxarifado, consulta a contracheques, notícias diversas e outros assuntos de
interesse.
f) Seção de Recursos Humanos
A Seção de Recursos Humanos está ligada à Divisão Administrativa e
é a responsável pelo gerenciamento de todo o pessoal do quadro da Instituição,
dos adidos (cedidos de outras instituições) e também dos estagiários
remunerados que são contratados através da Fundação de Desenvolvimento de
Recursos Humanos do RS (FDRH). Esta Seção conta atualmente com dois
funcionários efetivos.
Atua também junto à Seção de Recursos Humanos uma Técnica em
Segurança do Trabalho, que é a responsável por todo o gerenciamento
referente às Normas de Segurança do Trabalho e cumprimento do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO) da instituição.
g) Seções de Contabilidade e de Finanças
A Seção de Contabilidade e a Seção de Finanças, subordinadas
respectivamente à Direção Administrativo Financeira e à Divisão Financeira,
responsabilizam-se por todas as finanças da Instituição, sendo suas atribuições
o pagamento de diárias para o pessoal do Museu em serviços de campo e
viagens bem como o pagamento de todas as compras e serviços necessários ao
desenvolvimento das atividades do Museu.
A Seção de Contabilidade é responsável pelos registros contábeis da
FZB, pelas questões fiscais, como recolhimento de impostos e declarações,
além do registro, acompanhamento e prestações de contas de convênios e
projetos.
A Seção de Finanças conta com dois funcionários de nível médio e a
Seção de Contabilidade conta com um funcionário de nível superior (contador)
e dois de nível médio, sendo todos do quadro permanente da Instituição.
h) Almoxarifado
O Almoxarifado está vinculado à Administração Central da FZB, em
uma sala onde armazena todos os materiais e produtos necessários ao
desenvolvimento das atividades da Fundação Zoobotânica do RS. Sua
administração acontece ligada às Finanças Públicas do Estado, Secretaria da
Fazenda do RS, para o gerenciamento desses materiais e das solicitações das
necessidades de cada Setor. Um funcionário de nível médio, do quadro
permanente da Instituição, é o responsável pelo controle do Almoxarifado.
Entre suas atribuições está o recebimento das solicitações de material feitas
pela via eletrônica pelos funcionários da FZB, entre os quais os do Museu, e
distribuição desses materiais aos solicitantes.
i) Setor de Infraestrutura e Apoio
O Setor de Infraestrutura e Apoio está subordinado à Divisão
Administrativa da Diretoria Administrativo Financeira da FZB. Ao Setor de
Infraestrutura e Apoio competem os serviços de transporte, manutenção,
telefonia, reprografia, portaria, expedição e limpeza. Esse Setor tem como
função desenvolver, supervisionar e auxiliar nas tarefas de rotina para
andamento das atividades da Instituição. Estão sob responsabilidade desse
setor, a manutenção do prédio e reparos (consertos em geral, hidráulicos,
elétricos, refrigeração), limpeza das dependências, manutenção dos veículos
da FZB e agendamento dos mesmos para as atividades externas.
A Instituição possui uma frota de 24 veículos que atendem às
atividades da Administração Central, Jardim Botânico, Parque Zoológico e
Museu de Ciências Naturais, sendo seis deles caminhonetes 4x4, utilizadas em
trabalhos de campo do MCN.
O Setor conta com um funcionário de nível médio, responsável pelo
mesmo, três motoristas terceirizados, três funcionários para serviços gerais de
manutenção, sendo um do quadro e dois terceirizados, e seis auxiliares para
limpeza, sendo dois do quadro de funcionários e quatro terceirizados. Além
destes, conta com três funcionários do quadro que atendem a Recepção, a
Telefonia e a Reprografia.
j) Protocolo
O Protocolo, vinculado à Divisão Administrativa da Administração
Central, é atendido por um funcionário do quadro permanente e é responsável
pela abertura e acompanhamento de todos os processos que tramitam na esfera
administrativa da Instituição. Além da tramitação desses processos, cabe ao
Protocolo também a expedição e recebimento de correspondências.
k) Setor de Vigilância
O Setor de Vigilância está ligado à Divisão Administrativa da
Diretoria Administrativo-Financeira da FZB e conta com dois funcionários do
quadro de funcionários da FZB, sendo os demais terceirizados.
Além de zelar pelas dependências da Instituição, compete aos
vigilantes que estão de serviço no horário de funcionamento das Salas de
Exposição do Museu, proporcionar o acesso alternativo para os visitantes com
dificuldades de locomoção, uma vez que há escadas para chegar a essas salas,
não havendo elevadores ou rampas.
l) Setor de Acompanhamento e Fiscalização de Contratos e Convênios
Ao Setor de Acompanhamento e Fiscalização de Contratos e
Convênios, ligado à Divisão Financeira da Diretoria Administrativo
Financeira, estão vinculados todos os contratos (incluindo os de serviços
terceirizados como a limpeza das dependências e vigilância) firmados pela
Fundação Zoobotânica do RS. Apesar do nome - Setor de Acompanhamento e
Fiscalização de Contratos e Convênios - atualmente os convênios não passam
pelo Setor, sendo realizados pelos respectivos órgãos operacionais (Museu de
Ciências Naturais, Jardim Botânico, Parque Zoológico).
Compete a esse Setor, que conta com dois funcionários de nível médio
do quadro permanente da Instituição, a publicação dos contratos no Diário
Oficial do Estado (DOE) após terem sido assinados. Também cabe ao Setor o
gerenciamento das empresas que prestam os serviços terceirizados.
m) Setor de Patrimônio
O Setor de Patrimônio é vinculado à Divisão Administrativa da
Diretoria Administrativo Financeira da FZB e a ele compete a organização e
registro de todos os bens móveis e imóveis da Fundação, além do inventário
das coleções científicas do Museu que também são interpretadas como
patrimônio do Estado. Todo ano é realizada a atualização do inventário de
todos os bens registrados como da Fundação.
O Setor conta com dois funcionários de nível médio do quadro
permanente da Instituição. Nos períodos de inventariamento dos bens móveis
da Fundação Zoobotânica do RS e das coleções científicas do MCN, são
nomeadas, através de portarias expedidas pela Presidência, comissões com
atribuições específicas para esses inventários. Os funcionários do Museu são
convocados para participar dessas comissões.
n) Setor de Compras
O Setor de Compras, vinculado à Divisão Financeira da Diretoria
Administrativo Financeira da FZB, conta com dois funcionários de nível
médio, do quadro permanente da Instituição. Eles têm como atribuição realizar
todas as aquisições de materiais de consumo, utensílios e equipamentos
necessários ao desenvolvimento das atividades da Instituição, incluindo os
para o Museu, cujo valor monetário não se enquadre em despesas de pronto
pagamento.
o) Comissão de Licitações
Pelas normas administrativas do Estado do Rio Grande do Sul, todas as
aquisições que não se enquadrem no limite estipulado para despesas de pronto
pagamento, devem ser efetuadas por pregão eletrônico através da CELIC
(Central de Licitações do Estado). A Comissão de Licitações e Pregões está
vinculada à Diretoria Administrativo Financeira da FZB. Em 5 de abril de
2010 foi criada a figura do Presidente da Comissão de Licitações e Pregões
que tem a função de coordenar as atividades desenvolvidas pelos membros
dessa Comissão.
Atualmente quem ocupa o cargo de Presidente é um
funcionário de nível médio do quadro permanente da FZB, lotado no Setor de
Compras.
p) Assessoria Jurídica
À Assessoria Jurídica está afeta a revisão de todos os contratos de
prestações de serviços e convênios bem como a elaboração dos contratos para
os estágios curriculares desenvolvidos por acadêmicos no Museu de Ciências
Naturais além dos contratos de estágios através da Fundação para
Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH).
Atualmente, por determinação da Secretaria do Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (SEMA), à qual está vinculada a Fundação
Zoobotânica do RS, os setores jurídicos da SEMA, FEPAM (Fundação
Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) e FZB estão
unificados visando atender em conjunto as ações jurídicas da área ambiental.
1.5. Associação de Amigos
O MCN/FZB criou sua Associação de Amigos em 20 de maio de 1996,
chamada
Associação Pró-Desenvolvimento do Museu de Ciências Naturais da
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (APDM). Atualmente possui 31
membros, mas até julho/2015 não tinha uma diretoria atuante, existindo apenas de
nome, em função das dificuldades em encontrar pessoal interessado em formar uma
diretoria que realmente leve a Associação adiante.
Em 09 de julho de 2015 foi realizada uma Assembleia Geral Ordinária na qual
foi eleita uma nova Diretoria que comprometeu-se
a revitalizar a APDM e
desenvolver ações promovendo a aproximação entre o Museus e sua Associação de
Amigos.
A existência de uma Associação de Amigos em um Museu se caracteriza como
um ponto forte, mas no caso do Museu de Ciências Naturais/FZB, como essa
Associação atualmente não possui atividades, fica caracterizado como um ponto
fraco, mas com imenso potencial de se tornar uma oportunidade, pois poderia, através
de projetos, financiar demandas de pesquisa e comunicação do Museu. A organização
de reuniões, conjuntamente com a Fundação Zoobotânica do RS, pode servir de
espaço para o compartilhamento de ideias a fim de tornarfortalecer a APDM.
A APDM tem como missão “ser reconhecida no âmbito nacional e
internacional como a Associação promotora de desenvolvimento do Museu de
Ciências Naturais da FZB em projetos educacionais e de pesquisa na proteção de
flora, fauna e ecossistemas naturais para conservação da biodiversidade”. Tal missão
precisa ser revista para abranger as necessidades do Museu de Ciências Naturais.
1.6. Quadro de Pontos Fortes e Fracos
Pontos Fortes
Pontos Fracos
A FZB possui Estatuto e Regimento
Regimento
Interno,
desatualizados.
onde
o
MCN
está
Interno
e
Organograma
contemplado.
A missão e os objetivos do MCN
Missão
do
MCN
contemplam pesquisa, preservação e
responsabilidade
comunicação da biodiversidade.
faltando comprometimento com essa área.
O MCN tem apoio dos diversos
Ausência de identidade própria do MCN
setores da FZB.
dentro da FZB, sendo conhecido como
com
não
a
contempla
Museologia,
Museu do Jardim Botânico
Falta de uma Associação de Amigos
atuante; missão da APDM falha.
2. COLEÇÕES CIENTÍFICAS
As coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio
Grande do Sul estão abrigadas em dez salas, armazenadas em gavetas e armários e
acondicionadas em líquido, em seco ou em lâmina, ocupando uma área de 915,30 m2.
As principais coleções existentes no Museu estão representadas no diagrama abaixo
(Fig. 7).
Fig. 7. Esquema das principais coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do
RS
Existem também as coleções menores, que representam outros grupos, tais
como zooplâncton, cnidários, helmintos, anelídeos, miriápodes, equinodermos e
picnogonídeos, além de uma coleção antropológica de esqueletos recentes, totalizando
em torno de 1.939 registros.
Para organizar essas coleções biológicas algumas etapas:
[ . . . ] devem ser cumpridas, nas quais diferentes metodologias, técnicas e
pessoal capacitado são envolvidos. Inicia-se com a coleta de material no
campo de determinada região ou local; seguem-se a preparação dos
exemplares por meio de técnicas apropriadas a cada grupo e o registro dos
dados de campo a eles pertinentes e da identificação do táxon em rótulos
apensos aos espécimes. Esses dados são anotados em livros especiais que
constituem o catálogo da coleção (FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO
RS, 2005, p. 59).
Todas essas etapas são realizadas tendo como principal responsável o curador.
Cada coleção possui um curador, que é o biólogo responsável5, além de outros
funcionários (pesquisadores e técnicos), envolvidos nos processos de tombamento,
acondicionamento e organização dos itens das coleções, seguindo um sistema de
classificação específico das Ciências Naturais.
É o curador e a equipe de
pesquisaadores, técnicos e estudantes (de graduação e de pós-graduação) que
aprofundam o conhecimento de suas áreas e, através de suas atividades, facilitam o
acesso à informação. O curador é o responsável pela sua coleção, sua guarda,
conservação,
tombamento,
catalogação,
aquisição
de
novos
espécimes
e
procedimentos de empréstimos e/ou intercâmbios.
Nas práticas de conservação, documentação e pesquisa das coleções (Gestão
do Acervo), geralmente não há necessidade de um profissional especializado, pois
cada curador é (ou deve ser) especializado no trato de sua respectiva coleção. Nesse
sentido, identifica-se um ponto fraco, pois não há profissional especializado em todas
as coleções.
A descrição e o registro de uma nova espécie são fundamentados em um ou
mais exemplares representativos de cada entidade taxonômica. Cada um dos
espécimes dessas novas espécies, ao ser incorporado ao acervo, é denominado de
“tipo-nomenclatural”. A presença, nas coleções biológicas, de material-tipo
enriquece-as sob o ponto de vista científico. Segue quadro com o registro patrimonial
das coleções6.
5
A regulamentação do uso das coleções científicas fez-se pela Determinação nº
146/86 (ANEXO 3), na qual também foi instituído o Conselho de Curadores com a finalidade de
propor e acompanhar a efetivação de medidas necessárias à salvaguarda, manutenção e expansão do
acervo.
6
Conforme Inventário das Coleções Científicas do MCN/FZB realizado em dezembro/2014.
COLEÇÃO
REGISTRO
PATRIMONIAL
2014
HERBÁRIO ALGAS - LÂMINAS
6.716
HERBÁRIO ALGAS - FRASCOS
14.882
HERBÁRIO ALGAS - EXSICATAS CIANOFÍCEAS
HERBÁRIO ALGAS – MATERIAL-TIPO
HERBÁRIO - EXSICATAS
HERBÁRIO – MATERIAL-TIPO
PORIFERA MARINHOS
PORIFERA MARINHOS – MATERIAL-TIPO
PORIFERA ÁGUA DOCE
PORIFERA ÁGUA DOCE – MATERIAL-TIPO
MOLLUSCA
MOLLUSCA – MATERIAL-TIPO
471
27
100.301
173
3.756
188
4.987
108
33.503
84
CNIDARIA
148
ZOOPLANCTON
117
ANNELIDA
329
POLYCHAETA
97
HELMINTOS
201
CHILOPODA
741
DIPLOPODA
1.032
DIPLOPODA - MATERIAL-TIPO
ECHINODERMATA
9
194
HYDRACARINA
43
PYCNOGONIDA
8
COLEÇÃO
CRUSTACEA
CRUSTACEA - MATERIAL-TIPO
ARANEAE
REGISTRO
PATRIMONIAL
2014
2.588
33
49.813
ARANEAE – MATERIAL-TIPO
1.042
OPILIONES
2.241
OPILIONES - MATERIAL-TIPO
8
PALPIGRADI
7
PSEUDOSCORPIONES
ACARI
ACARI - MATERIAL-TIPO
SCORPIONES
SCORPIONES - MATERIAL-TIPO
AMBLYPYGI
320
1.895
3
912
2
13
RICINULEI
6
SCHIZOMIDA
3
SOLIFUGAE
14
UROPYGI
6
DIPTERA
1.841
HETEROPTERA TERRESTRES
HETEROPTERA TERRESTRES - MATERIAL-TIPO
HETEROPTERA AQUÁTICOS
HETEROPTERA AQUÁTICOS - MATERIAL-TIPO
31.512
251
7.508
18
COLEÇÃO
AUCHENORRHYNCHA
AUCHENORRHYNCHA - MATERIAL-TIPO
ODONATA
ORTHOPTERA
REGISTRO
PATRIMONIAL
2014
4.880
4
355
1.169
ORTHOPTERA – MATERIAL-TIPO
1
STREPSIPTERA
4
PLECOPTERA
LEPIDOPTERA
LEPIDOPTERA – MATERIAL-TIPO
DERMAPTERA
PHASMIDA
21
11.397
2
293
66
EMBIOPTERA
2
NEUROPTERA
86
NEUROPTERA – MATERIAL-TIPO
5
EPHEMEROPTERA - MATERIAL-TIPO
1
BLATTARIA
2.456
MANTODEA
74
MANTODEA - MATERIAL-TIPO
HYMENOPTERA
HYMENOPTERA MATERIAL-TIPO
COLEOPTERA
COLEOPTERA – MATERIAL-TIPO
6
9.692
86
65.805
422
COLEÇÃO
TRICHOPTERA
PEIXES
PEIXES – MATERIAL-TIPO
REGISTRO
PATRIMONIAL
2014
44
19.829
87
UROCORDADOS
3
AGNATOS
1
ANFÍBIOS
14.307
ANFÍBIOS – MATERIAL-TIPO
RÉPTEIS
RÉPTEIS - MATERIAL-TIPO
AVES – PELES
123
17.435
15
3.082
AVES – ESQUELETOS
961
AVES - NINHOS
153
AVES - OVOS
756
AVES - PENAS
336
AVES - AMOSTRAS DE TECIDO
MAMÍFEROS
MAMÍFEROS – MATERIAL-TIPO
PALEOBOTÂNICA
PALEOBOTÂNICA – MATERIAL-TIPO
PALEOINVERTEBRADOS
PALEOVERTEBRADOS
26
3.893
2
469
8
3.071
12.561
PALEOVERTEBRADOS - MATERIAL-TIPO
10
ANTROPOLÓGICA
86
PALEOICNOFÓSSEIS
177
COLEÇÃO
REGISTRO
PATRIMONIAL
2014
8
PALEOICNOFÓSSEIS - MATERIAL-TIPO
TOTAL GERAL
442.421
O empréstimo de exemplares das coleções científicas ocorre somente para
pesquisadores ligados a instituições de pesquisa ou a mestrandos, doutorandos e pósdoutorandos, sob responsabilidade de seus orientadores. O empréstimo ocorre através
do Termo de Empréstimo (guia de remessa ou “invoice”) (ANEXO 4). Apenas o
acervo didático pode ser emprestado a outras instituições culturais.
Todos os exemplares incluídos nas coleções científicas estão registrados nos
Catálogos de Peças e várias coleções já têm as informações dos Catálogos transferidas
para meio digital, utilizando principalmente planilhas do Excel.
As salas onde estão depositadas as coleções são caracterizadas como um ponto
fraco, pois no geral as salas de armazenamento e laboratórios de pesquisa não
possuem controle de climatização e iluminação ideal. A necessidade de ampliação do
espaço é ressaltada por vários curadores, assim como a demanda por equipe
especializada e/ou bolsistas para auxiliar no trabalho. Diversos riscos foram
identificados e serão tratados na seção Segurança.
As coleções biológicas do Museu de Ciências Naturais/FZB documentam a
existência das espécies no tempo e no espaço, validam as pesquisas biológicas e
contribuem efetivamente e significativamente para diversos campos, como as áreas da
Biotecnologia, Medicina, Farmácia, Agricultura, Veterinária, Genética, entre outras.
Elas ainda fornecem elementos para o monitoramento das mudanças dos
ecossistemas, incluindo taxas de extinção de espécies, degradação dos ecossistemas,
explosão de espécies exóticas, daninhas, pragas, vetores de importância médica e
sanitária. São, acima de tudo, fontes de referência irrefutáveis para todo e qualquer
projeto de conservação da biodiversidade, manejo sustentável e recomposição
ambiental.
Esta seção caracteriza um dos maiores pontos fortes do Museu de Ciências
Naturais/FZB. As coleções científicas e os profissionais altamente qualificados
vinculados ao Museu possuem enorme importância no âmbito nacional e
internacional. Mas, apesar de cada curador ser responsável pela gestão de sua coleção
e de existir uma regulamentação do uso das coleções científicas (através da
Determinação nº 146/86), a figura de um profissional museólogo é necessária, para
atuar, em conjunto com o curador biólogo, para a concretização da gestão do acervo a
nível macro. A gestão se legitima como instrumento legal pela “Política de Gestão de
Acervo”, que se fundamenta basicamente em três elementos chave que se interrelacionam:
"O registro do acervo providencia uma linha de base para a
responsabilidade institucional para os muitos e variados objetos, artefatos,
espécimes, amostras e documentos que o museu guarda com confiança
para as gerações actuais e futuras da humanidade.
A preservação do acervo é um aspecto activo importante na gestão do
acervo inserido sob todas as outras atividades museológicas.
O acesso controlado ao acervo para efeitos de exposição ou investigação,
preenche a missão do museu na educação e interpretação ao mesmo tempo
que protege o acervo. A inscrição, preservação e acesso emitidas por
escrito também podem ser utilizadas para providenciar uma estrutura para
a política de gestão de acervo." (LADKIN, 2004, p. 17).
Também é importante a implementação, juntamente com os curadores, de uma
política de aquisição e descarte para as coleções, documento importante e essencial
para uma gestão adequada de acervos.
2.1. Histórico das Coleções
2.1.1 Seções de Botânica
A coleção de flora localiza-se no Herbário Prof. Dr. Alarich R.H Schulz (HAS)
que foi criado com o objetivo de subsidiar o levantamento da flora do Estado do Rio
Grande do Sul, priorizando o estudo da botânica sistemática, servindo de base para
diversos diagnósticos ambientais realizados pela Fundação Zoobotânica do Rio
Grande do Sul. Sua denominação constitui uma homenagem a eminente botânico e
professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, falecido em 1975. Esse
Herbário, juntamente com os 2.639 maiores herbários do mundo, tem sua sigla
institucional (HAS) registrada e listada no Index Herbariorum (HOLMGREN et al.,
1981).
Em função de apresentar coleções bastante distintas e para efeitos de
acondicionamento e curadoria, a partir de 1975, sua manutenção ficou a cargo de duas
seções: a Seção de Botânica de Criptógamas ficou responsável pela coleção de
ficologia, amostras em líquido, lâminas e exsicatas de algas subaéreas e a Seção de
Botânica de Fanerógamas responsável pelas plantas vasculares e líquens (pteridófitas,
gimnospermas, angiospermas e fungos liquenizados), ou seja, de exsicatas, sendo as
sistemáticas organizacionais completamente diferenciadas.
Dentre os 113 herbários brasileiros existentes, apenas 12 abrigam mais de 100
mil exemplares (PEIXOTO & BARBOSA, 1998). O HAS é o décimo segundo
herbário do Brasil em acervo, contando com cerca de 111.000 números tombados.
Dentre os 21 herbários gaúchos, ocupa a terceira colocação em número de registros.
a)
Seção de Botânica de Criptógamas
A coleção de algas ou ficológica teve início em 1970 com amostras de
diatomáceas de Santa Catarina coletadas pelo Laboratório de Ciências do Mar
(CIMAR) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
A coleção ficológica tem se constituído primordialmente por coletas obtidas
em mananciais aquáticos do Rio Grande do Sul, inicialmente com material oriundo da
região metropolitana e, com o passar dos anos, abrangendo outras regiões do Estado.
O incremento do acervo contou com a participação ativa de: Clélia Medaglia, Mauro
Corte Real, Gilberto Carvalho Ferraz, Lezilda Carvalho Torgan, Ieti Ungaretti, Sandra
Maria Alves da Silva, Tania Carolina Busellato Toniolli, Vera Lúcia Maróstica
Callegaro, Vera Regina Werner, Zulanira Meyer Rosa e Manoel Luis Nunes, através
de suas participações em projetos de levantamentos da ficoflora do Rio Grande do
Sul.
Esta coleção é a maior em número de lotes em líquido e em lâminas de
diatomáceas do Brasil, provenientes de vários ambientes lênticos e lóticos do Estado.
Abriga lotes de diversas Unidades de Conservação exixtentes no estado, como o
Parque Estadual de Itapuã, Estação Ecológica do Taim, Parque Nacional da Lagoa do
Peixe, Parque Estadual Delta do Jacuí, Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, Jardim
Botânico de Porto Alegre e Parque Estadual do Turvo, entre outros, tendo também
amostras
da
ficoflora
de
outros
estados.
Está
integrada
por
material
predominantemente de ambientes continentais, mas abriga também, lotes de ambiente
marinho. Os tipos nomenclaturais de microalgas de água doce pertencem às classes
Cyanophyceae/Cianobacteria, Bacillariophyceae e Euglenophyceae.
Exerceram a curadoria dessa coleção as seguintes pesquisadoras: Lucia
Wilhelms Aguiar (1970–1974), Ieti Ungaretti (1975-1984). Curadora atual: Bióloga
Sandra Maria Alves da Silva, desde 1984.
b)
Seção de Botânica de Fanerógamas
O Herbário de plantas vasculares foi criado em 1975 por iniciativa de Zilda
Fernandes Soares, inicialmente abrigando material de projetos desenvolvidos na
região metropolitana de Porto Alegre. Contribuíram para o incremento da coleção
Lúcia Wilhelms Aguiar, Lia Martau e Olinda Leites Bueno, esta última, responsável
pela organização e conservação da coleção. A partir de 1981, com a participação em
projetos de levantamentos florísticos em diversas regiões do estado e com o ingresso
de Márcia Therezinha Menna Barreto das Neves e Maria de Lourdes Abruzzi Aragão
de Oliveira, a coleção teve seu acervo incrementado. A partir de 1988, Rosa Lúcia
Dutra Ramos contribuiu com a organização de plantas vasculares e Suzana Maria de
Azevedo Martins incrementou a coleção de fungos liquenizados.
Integram esta coleção, registros de várias Unidades de Conservação do estado,
como o Parque Estadual de Itapuã, o Parque Estadual Delta do Jacuí, Reserva
Biológica do Ibicuí-Mirim, Reserva Biológica da Serra Geral, Estação Ecológica de
Aratinga e Parque Nacional da Lagoa do Peixe, entre outras. Espécies da flora da
Argentina, Venezuela e Espanha integram o acervo, decorrentes de atividades de
intercâmbio.
Em 1989, foi incorporada ao HAS a coleção de plantas vasculares do Herbário
do Instituto de Pesquisas de Recursos Naturais Renováveis da Secretaria da
Agricultura do RS (IPRN), agregando cerca de 50.000 registros, duplicando o acervo
e incrementando-o com material de outros estados do país, especialmente de São
Paulo, colecionado pelo especialista em Myrtaceae, João Mattos. Nessa ocasião,
ingressou no MCN Nelson Jorge Esquivel Silveira, vinculado ao IPRN, integrando a
curadoria do Herbário como assistente. A partir de 2001, Rosana Moreno Senna
incrementou e organizou a coleção de plantas vasculares, principalmente a de
Pteridophyta.
A coleção de plantas vasculares é bastante representativa da flora sul-riograndense, encontrando-se no HAS 163 famílias, dentre as 176 famílias de
fanerógamas conhecidas no Estado. Inclui 100% das famílias de pteridófitas que
ocorrem no RS. O herbário ainda apresenta 4.550 registros de líquens e 300 de
fungos. A coleção de tipos nomenclaturais é integrada por espécies principalmente das
famílias Myrtaceae e Leguminosae e uma de Pteridophyta.
Curadores dessa coleção: Sidia Maria Callegari Jacques (1975); Olinda Leites
Bueno (1976-1994); Márcia Therezinha Menna Barreto das Neves (1994-2000);
Suzana Maria de Azevedo Martins (2000-2002). Curadores-assistentes: Nelson Jorge
Esquivel Silveira (1994-2000); Suzana Maria de Azevedo Martins (desde 1994);
Rosana Moreno Senna (desde 2002); Maria de Lourdes Abruzzi Aragão de Oliveira
(2002-2013). Curadora atual: Bióloga Rosana Moreno Senna desde 2013.
2.1.2 Seções de Zoologia
As coleções de Zoologia dividem-se em de Invertebrados e de Vertebrados:
a)
Seção de Zoologia de Invertebrados
A coleção de poríferos marinhos (esponjas marinhas) teve início com
as Campanhas Oceanográficas I e II, promovidas pela instituição com
participação dos pesquisadores José Willibaldo Thomé, Ludwig Buckup,
Mauro Côrte Real, Jeter Bertoletti e Ronaldo Mancuso, em 1959 e 1964. Foi
ampliada com amostras referentes à Segunda Pesquisa Oceanográfica e
Pesquisa
do
Atlântico
Sul,
realizada
pelo
Grupo
Executivo
do
Desenvolvimento da Indústria de Pesca (GEDIP) do Governo do Estado do
Rio Grande do Sul e pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São
Paulo, em 1968-1969, entre Torres (RS) e Maldonado (Uruguai).
A curadoria desta coleção foi exercida a partir do ano de 1969 por
Cecília Volkmer Ribeiro, passando em 1982 para a responsabilidade de Beatriz
Mothes, recebendo então, espécimes coletados no Programa Antártico
Brasileiro (PROANTAR) e pelo Programa de Recursos Vivos da Zona
Econômica Exclusiva (REVIZEE - score norte, sul e parte do nordeste) e
amostras da costa catarinense, obtidas por Cléa Beatriz Lerner.
Coleções de referência foram doadas pelas seguintes instituições:
Zoölogisch Museum, Universiteit van Amsterdan (Holanda), National
Museum of Natural History e Smihsonian Institution (Estados Unidos) e
Muséum d’ Historie Naturalle Genève (Suíça). Um significativo número de
amostras foi recebido da Universidade Federal do Maranhão e da
Universidade Federal de Pernambuco. Curadoria atual: Bióloga Maria da
Conceição Tavares Frigo.
A coleção de poríferos continentais (esponjas de água doce) foi inicia
em 1967 pela Bióloga Cecilia Volkmer Ribeiro com espécimes coletados no
Rio Grande do Sul e acrescida de duas grandes coleções da Amazônia: uma
coligida por José Cândido de Mello Carvalho (rios Javari, Itacoati e Juruá) e
outra por Ernst Josef Fittkau (arredores de Manaus). Conta com lâminas,
exemplares inteiros e fragmentos de espécimes obtidos por intercâmbio com
outras instituições como The Natural History Museum, Londres (Inglaterra),
Natural History Museum of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia
(Estados Unidos) e Musée Royal de l’Afrique Centrale Tervuren ( Bélgica).
Esforços foram realizados para amostrar áreas de proteção ambiental
como levantamentos no Parque Estadual de Itapuã e Parque Estadual Delta do
Jacuí, ambos no RS, e nas Estações Ecológicas do Taim (RS), de Maracá (RR)
e na Área de Proteção Ambiental dos Meandros do Rio Araguaia (MT, GO).
Foram feitas prospecções em depósitos subfósseis produzidos em sistemas
lênticos por esponjas, chamados espongilitos, os quais integram coleção ímpar
taxonomicamente identificada. Uma coleção subsidiária, com numeração
própria, foi organizada a partir de amostras de cerâmica indígena da região
amazônica e do curso inferior do rio Uruguai, contendo espículas de esponjas
intencionalmente agregadas ao barro pelas oleiras.
Essa coleção de poríferos continentais, única no país e na América do
Sul, conta com um acervo principalmente da Região Neotropical, mas com
boa cobertura das regiões etiópica, australiana, neártica e oriental. A coleção
beneficiou-se ainda dos esforços de amostragem de Rosária De Rosa Barbosa
(MCN/FZB - 1974-2005), Luiz Carlos Alvarenga (Museu Nacional, Rio de
Janeiro) e Sheila Marques Pauls (Instituto de Zoologia Tropical, Universidade
da Venezuela), tendo como curadora, de 1969 até 2011, Cecília Volkmer
Ribeiro. Curadoria atual, a partir de 2011, Bióloga Maria da Conceição
Tavares Frigo.
A coleção de moluscos ou malacológica iniciou em 1955, com
coleções de conchas doadas por Ludwig Buckup e Thales de Lema e
transferência do acervo do Museu Júlio de Castilhos. Mais tarde foi ampliada
pelo Biólogo José Willibaldo Thomé, que assumiu o desenvolvimento e a
responsabilidade dessa coleção. Posteriormente, em sua homenagem a coleção
recebeu o seu nome. Importante acervo foi sendo incorporado por meio de
coletas, permutas e aquisições. Em 1980, a Coleção Eliseo Duarte, procedente
do Uruguai, com cerca de 20.000 lotes e aproximadamente 100.000 espécimes
provenientes dos cinco continentes, foi adquirida com auxílio do CNPq e da
FAPERGS.
A coleção malacológica, que figura entre as seis mais importantes do
país tem abrangência geográfica mundial, com maior representatividade de
peças oriundas do sul da América do Sul. Abriga moluscos marinhos,
terrestres e de água doce e contém espécimes de valor histórico com cinco
lotes coletados por Reinhold Hensel no Rio Grande do Sul entre 1864 e 1866 e
identificados por Eduard von Martens em 1868. Desempenharam atividades de
curadoria em distintos grupos taxonômicos dessa coleção: Ludwig Buckup
(1956-1957); José Willibaldo Thomé (1957-1980); Inga Ludmila Veitenheimer
Mendes (1980 -1994); Vera Lucia Lopes Pitoni (1980-2003); Maria Cristina
Dreher Mansur (1982-1996); Maria Cristina Pons da Silva (1982-1988), Sílvia
Drügg-Hahn (1988-2013); Ingrid Heydrich (desde 2003). Curadora atual:
Bióloga Ingrid Heydrich.
A coleção de crustáceos foi organizada pelo Dr. Ludwig Buckup, no
início das atividades do então Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais.
Possui exemplares marinhos da costa do RS obtidos em expedições efetuadas
na época a bordo do navio pesqueiro PESCAL II. Possui também
representantes de crustáceos parasitos de peixes, objeto de estudo da Bióloga
Nice Maria Micelli da Silva e contou com intensa colaboração do Biólogo
Marcelo Pereira de Barros, que incrementou o acervo principalmente com
representantes terrestres e de água doce.
Conta com 2.588 lotes conservados em líquido. Cada lote é constituído
por um ou mais exemplares. Possui 33 espécimes-tipo. Não há especialista em
crustáceos trabalhando no MCN, servindo a coleção de referência para
pesquisadores de outras instituições.
Foram responsáveis ou curadores: Ludwig Buckup (1956-1962);
Geraldo Hoffmann (1962-1971); Arno Antonio Lise (1971-1976); Nice Maria
Micelli da Silva (1976-2001). Curadoria atual: Bióloga Hilda Alice de Oliveira
Gastal.
A coleção de aracnídeos, iniciada em 1956, recebeu a doação da
coleção particular do Biólogo Arno Antonio Lise, em 1970, oportunizando sua
reorganização. A partir de 1976, contando com a participação da Bióloga
Erica Helena Buckup, cresceu significativamente por meio de projetos
institucionais e, mais tarde, com o incremento do intercâmbio científico
aumentou sua representatividade taxonômica. Salientam-se pela colaboração e
doação significativa de material para essa coleção, Antonio Domingos
Brescovit, Alexandre Braggio Bonaldo e Luciano de Azevedo Moura.
É uma das mais importantes da América Latina pelo seu expressivo
acervo, abrangência geográfica, padrão de organização e confiabilidade de
dados. Destaca-se pelo número de espécies identificadas nominalmente (em
torno de 1.400 espécies), referentes a 406 gêneros e 48 famílias e significativo
número de tipos nomenclaturais. A representatividade geográfica do acervo
abrange grande parte do território brasileiro e as amostras provêm dos mais
diversificados ecossistemas. Curadores: Arno Antônio Lise (1971-1982);
Erica Helena Buckup (a partir de 1982, com a colaboração de Maria
Aparecida
Leão
Marques,
desde
1984);
Ricardo
Ott
(opiliões
e
pseudoescorpiões, desde 2003). Curador atual: Biólogo Ricardo Ott.
A coleção de insetos ou entomológica foi iniciada pelo Dr. Ludwig
Buckup a partir de 1956. A ênfase inicial da coleção concentrou-se nos
Heteroptera terrestres, grupo alvo dos estudos do Dr. Buckup. Jocélia Grazia e
Miriam Becker foram as seguidoras desse trabalho, a partir de 1964. Em
1976, a coleção passou para a responsabilidade de Hilda Alice de Oliveira
Gastal (heterópteros terrestres) e Maria Elizabeth Lanzer de Souza
(heterópteros aquáticos).
Mais tarde, foram agregados ao acervo exemplares de Lepidoptera
provenientes da coleção de Adolfo Pompilio Mabilde que estavam
depositados no Museu Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, RS. Em 1974, foi
adquirida a coleção de Fernando Ronna, com 3.972 espécimes. A doação, em
1995, da coleção particular de Henrique Palombini, com 1.519 exemplares,
incrementou o acervo. Estas três coleções contêm lepidópteros do Rio Grande
do Sul do início do século passado, fato que por si só constitui-se de grande
importância científica. Recentemente, esta coleção foi reorganizada com a
colaboração
do
pesquisador-visitante
Luis
Ricardo
Murillo
Hiller
(Universidade da Costa Rica).
A coleção de Coleoptera iniciou-se a partir de 1975 com o ingresso de
Tania Heloísa de Araújo Arigony. Além do acervo significativo para o Estado,
destaca-se o depósito de material-tipo de espécies descritas por dezenas de
autores.
A coleção de Blattaria foi iniciada em 1975 por Claudio José Becker.
No mesmo ano, a coleção de Auchenorrhyncha (cigarras, cigarrinhas) foi
organizada por Maria Helena Mainieri Galileo, com a colaboração de Keti
Zanol. A coleção de Hymenoptera, com ênfase nas abelhas, foi implementada
em 1984, por Dieter Wittmann (Universität Tübingen, Alemanha) através de
convênio estabelecido entre as instituições, ocasião em que Magali Hoffmann
- à época pós-graduanda - foi convidada para ser a representante brasileira.
Mais recentemente, houve
a colaboração da pesquisadora Sídia Witter
Freitas, especialista em abelhas sem ferrão.
Farto
material
tem
sido
coletado
em
inúmeras
expedições,
proporcionando incremento contínuo ao acervo entomológico e abrigando
representantes dos diversos ecossistemas brasileiros, especialmente aqueles
do sul do país. Cabe destacar a atuação de Luciano de Azevedo Moura,
Alexandre Braggio Bonaldo, Antonio Domingos Brescovit e André Franco
Franceschini que contribuíram sobremaneira para o incremento do acervo.
O intercâmbio científico entre pesquisadores de instituições afins é
rotina estabelecida e vários especialistas em diferentes grupos taxonômicos,
pertencentes a instituições nacionais e de outros países, têm colaborado, tanto
na identificação de espécimes, incrementando qualitativamente o acervo,
como na doação de material coligido em diferentes ecossistemas da América
do Sul e no depósito de tipos por ocasião da descrição de espécies novas.
A coleção de insetos constitui um importante testemunho da
biodiversidade entomológica, em especial do Rio Grande do Sul. Em 1974 a
responsabilidade curatorial da coleção entomológica foi dividida por grupos
taxonômicos, sendo exercida por vários pesquisadores: Jocélia Grazia (1975),
Tania Heloísa de Araújo Arigony (1975-1986), Claudio José Becker (19751995), Maria Elizabeth Lanzer de Souza (1975-1999) e Magali Hoffmann
(1984 -1994). Atualmente são curadores os Biólogos Hilda Alice de Oliveira
Gastal (desde 1976), Aline Barcellos Prates dos Santos (desde 2002) e
Luciano de Azevedo Moura (a partir de 2014).
Com o desenvolvimento dos projetos de pesquisa, doações, aquisições
e intercâmbio com outras instituições, a coleção entomológica passou a
expandir-se, contando atualmente com 138.000 exemplares que abrangem as
diversas ordens de Insecta.
b)
Seção de Zoologia de Vertebrados
A coleção de peixes ou ictiológica foi iniciada em 1955 com a
fundação do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais (MRCN). Os
primeiros exemplares pertenciam à coleção particular de Thales de Lema, um
dos fundadores do Museu e ao acervo do Museu Júlio de Castilhos, num total
de 97 espécimes, parte dos quais taxidermizados. Em 1959 e 1964,
pesquisadores embarcaram no Pescal II para realizar a I e a II Expedição
Oceanográfica do MRCN, no litoral sul do Brasil, o que resultou em 273 lotes
de peixes depositados. Seguiu-se então um período de contribuições diversas,
oriundas tanto de ambientes de água doce como marinhos.
A pesquisadora Karin Martha Grosser assumiu a curadoria em julho de
1976, reorganizando a coleção e facilitando o acesso às peças bem como aos
dados taxonômicos e de coleta. O desenvolvimento de diversos projetos com
envolvimento dos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, com o apoio
de bolsistas e estagiários, resultou na ampliação do acervo, com um grande
número de exemplares provenientes das mais diversas localidades, incluindo
principalmente espécies de água doce do Estado, embora haja também
representantes de espécies marinhas e de outras regiões brasileiras (Santa
Catarina, Goiás e Amazônia) e de outros países, como Argentina, Uruguai e
Estados Unidos. No total, são aproximadamente 80 famílias e cerca de 300
espécies representadas. Atualmente, a coleção científica de peixes do MCN
contém cerca de 20.000 lotes catalogados, distribuídos em 130 famílias e 950
espécies. Até o momento, cerca de 16 mil lotes da coleção foram também
registrados no banco de dados do programa Specify.
O material tipo do acervo está representado por 205 exemplares
de 16 espécies de água doce e marinha, distribuídos em 87 lotes entre
holótipos e parátipos. A maioria dos tipos pertence à região Sul do Brasil (Rio
Grande do Sul e Santa Catarina), mas também há tipos da região CentroOeste (Goiás). Os curadores da coleção de peixes foram os Biólogos Thales
de Lema (1955-1976), Karin Martha Grosser (1976-2005) e Marco Aurélio
Azevedo (2005-2012). Curadoria atual: Biólogo Vinicius Araújo Bertaco.
Tanto a coleção de répteis quanto a coleção de anfíbios, que formam
a coleção herpetológica, foram iniciadas praticamente junto à criação do
então Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais com a doação, em 1955, da
coleção particular de Thales de Lema. Nos anos seguintes, ambas coleções
tiveram seu acervo incrementado por Thales de Lema com o auxílio dos
estagiários Antônio Carlos Pradel de Azevedo e Maria Palová. No final da
década de 60, passou a contar com o trabalho de Pedro Canísio Braun,
Cristina Braun, Marta Elena Fabián, Moema Leitão de Araujo, Maria Lúcia
Machado Alves e Marisa Ibarra Vieira.
Em 1974, quando o MRCN passou a integrar a Fundação Zoobotânica,
foram desenvolvidos diversos projetos de pesquisa havendo, desta forma, um
incremento desta coleção científica.
A coleção de répteis compõe-se de exemplares em líquido,
representados, na sua grande maioria, por serpentes, e peças em seco,
constituídas por crânios e múmias. Esta coleção está entre as dez maiores no
Brasil e é a mais importante do gênero no sul do Brasil, sendo que seus
primeiros registros datam de 1940-1950, com espécimes colecionados por
Thales de Lema em áreas hoje profundamente alteradas pela ação humana,
como é a região da Grande Porto Alegre, o maior centro urbano do Estado.
Por isso possui imenso valor histórico e documental. Possui espécimes de
outras regiões do Brasil e de outros países. Entre os registros mais
significativos destacam-se alguns espécimes-tipo e outros que constituem os
únicos exemplares-testemunho de várias espécies para o Estado. Através dos
anos tem sido fonte de pesquisa, proporcionando a publicação de trabalhos
científicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado, tanto de
pesquisadores do MCN, como de outras instituições. A partir de 1987, com a
criação do Programa Nacional do Ofidismo, do Ministério da Saúde, e do
Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre (NOPA), o acervo representado
pelas serpentes venenosas foi indicado como Coleção de Referência para os
diversos grupos de trabalho deste Programa. Sua finalidade é receber e manter
em cativeiro serpentes da região, particularmente corais, para fins de extração
da peçonha. O sucesso na reprodução em cativeiro de distintas espécies
reduziu o impacto da retirada dessa fauna de seu habitat natural. A curadoria
desta coleção esteve a cargo de Thales de Lema (1955 -1972) e, desde 1973
até 2014, da Bióloga Moema Leitão de Araujo.
Já a coleção de anfíbios é certamente a mais importante do Estado,
pois além do significativo número de exemplares, conta com material-tipo de
várias espécies, descritas em sua maioria por Pedro Canísio Braun, nas
décadas de 1960-1990. Atualmente, a coleção científica de anfíbios do MCN
contém 14.430 exemplares catalogados, distribuídos em 19 famílias e
aproximadamente 300 espécies.
O material tipo do acervo está representado por 123 exemplares de 12
espécies da Ordem Anura. A maioria dos tipos pertence à região Sul do Brasil
(Rio Grande do Sul), mas também há tipos da região Sudeste e Centro-Oeste.
Foram curadores dessa coleção: Thales de Lema (1955-1971); Pedro Canísio
Braun (1972-1992); Stella Maris Pires Geyer (1993-1996); Maria Lúcia
Machado Alves (1997-2004); Márcio Borges Martins (2004 a 2007); de 2008
a 2011 não houve designação de curador oficial; de 2012 até maio/2014,
Márcia Ferret Renner. Curador atual: Biólogo Patrick Colombo
A coleção de aves ou ornitológica foi iniciada por Eduardo Casado
Marques em 1956 e incrementada em seguida com 380 exemplares da antiga
coleção do Museu Júlio de Castilhos. Posteriormente incorporou a coleção da
Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, organizada durante as
décadas de 1950 e 1960 por Oswaldo Camargo. O acervo também resguarda
grande parte (1.240 espécimes) da importante coleção organizada por William
Belton, ornitólogo norte-americano que atuou no Estado principalmente nas
décadas de 1970 e 1980, a serviço da Smithsonian Institution, Washington
(Estados Unidos).
A abrangência espacial e temporal dessa coleção representa a base do
conhecimento científico hoje existente sobre a distribuição e ocorrência das
aves no Estado. Essa coleção em particular subsidiou a elaboração das obras
“Birds of Rio Grande do Sul, Brazil” partes 1 e 2, publicada em meados da
década de 1980 no Boletim do American Museum of Natural History, de
Nova Iorque e “Aves Silvestres do Rio Grande do Sul”, editado pela
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.
Atualmente, a coleção é composta por exemplares taxidermizados,
coleção osteológica, ninhos, ovos e coleção de penas, sendo a mais
representativa coleção da avifauna sul-rio-grandense. O acervo de peles
taxidermizadas inclui exemplares de cerca de 80% das mais de 600 espécies
de aves encontradas no Rio Grande do Sul e contém itens de elevado valor
histórico e documental, tais como dois dos cinco exemplares provenientes do
Rio Grande do Sul do gavião-real (Harpia harpyja), ave de rapina hoje
extinta no Estado, além dos únicos espécimes de Neoxolmis rufiventris
(gaúcho-chocolate)
e
Phytotoma
rutila
(corta-ramos-de-rabo-branco)
coletados no Brasil e do único exemplar que documenta a ocorrência do
frango-d'água-menor africano (Gallinula angulata) no âmbito do Novo
Mundo. Responsáveis e curadores: Eduardo Casado Marques (1958-1963),
Flávio Silva (1976-1989), Walter Adolfo Woss (1990-1992), Eduardo
Albuquerque (1995-1998), Maria Inês Burger (1999-2001). Curador atual:
Biólogo Glayson Ariel Bencke, a partir de 2002.
A coleção de mamíferos ou de mastozoologia iniciou em julho de
1975 com o tombamento de um exemplar de morcego da espécie Tadarida
brasiliensis, coletado em 1943, em Porto Alegre. Destaca-se entre as demais
coleções do Rio Grande do Sul não só pela expressiva representatividade da
mastofauna gaúcha, mas por conter espécimes de vários estados brasileiros e
um grande número de quirópteros do Ceará. Apresenta muitos exemplares de
espécies de outros continentes oriundos do Parque Zoológico da Fundação
Zoobotânica do Rio Grande do Sul, que são de grande valia para estudos de
anatomia comparada.
A maioria dos exemplares pertence aos grupos de quirópteros e
roedores. O acervo é constituído por esqueletos completos ou parciais
(crânios, sincrânios e ossadas) e animais preservados em líquido. Há também
peles, múmias e animais taxidermizados. Salienta-se a presença de alguns
espécimes raros, tais como o esqueleto completo de cachalote-anã (Kogia
sp.), parte de um crânio de baleia-minke (Balaenoptera acutorostrata),
esqueleto de baleia bicuda (Mesoplodon grayi), sendo este o primeiro registro
da espécie na costa brasileira, e a pele e o esqueleto completo de focaleopardo (Hydrurga leptonyx).
Merece destaque o esforço de Thales de Lema na organização inicial
do acervo e a valiosa contribuição de técnicos do Museu de Ciências Naturais,
bolsistas e estagiários que se dedicaram à manutenção e organização da
coleção ao longo dos anos. Entre estes, destacaram-se: Fernando Saltiél
Stobbe, Eduardo Sérgio Borsato, Egídio Vieira Balbé, Rosane Vera Marques,
Patrícia Braun, César Jaeger Drehmer e Cibele Barros Indrusiak.
Pesquisadores que foram responsáveis pela curadoria da coleção: Flávio Silva
(1975- 1980), Marta Elena Fabián (1980-1992), João Carlos Dotto (19931994), Jorge Ferigolo (1994-2002), Márcio Borges Martins (2002-2003) e
Márcia Maria de Assis Jardim, a partir de 2003 com sua assistente Lilian
Sander Hoffmann, que exerceu até maio/2014. Curadora atual: Bióloga
Márcia Maria de Assis Jardim.
2.1.3. Seção de Paleontologia
A coleção paleontológica foi iniciada em 1971 pelo Professor Dr. Carlos de
Paula-Couto. Em 1982, recebeu, por doação do paleontólogo Jorge Ferigolo, uma
coleção de répteis e invertebrados do Permiano (idade aproximada de 280-270
milhões de anos), todos procedentes do RS e uma coleção de peixes do Cretáceo
(cerca de 130 milhões de anos), procedente do nordeste do Brasil. Em 1983,
iniciaram-se as coletas de mamíferos do Pleistoceno (entre 120 e 11 mil anos) do RS,
estes representados principalmente por mamíferos (e.g. gliptodontes, toxodontes,
mastodontes e preguiças-gigantes).
A partir de 1996, com pesquisas também sobre o Triássico (250-202 milhões
de anos) do RS, o acervo foi enriquecido com material de importância mundial:
dinossauros primitivos, cinodontes (ancestrais dos mamíferos) e esfenodontídeos,
ancestrais do atual Tuatara da Nova Zelândia, o réptil atual mais primitivo do Mundo.
A coleção ainda inclui plantas fósseis, como algumas das mais antigas coníferas, além
de invertebrados antes desconhecidos, como coleópteros de 220 milhões de anos.
O acervo também recebeu doações de material pleistocênico, como o
referente à tese de doutorado de Francisco Sekiguchi Buchmann (UFRGS) bem como
do Sr. Luiz Rota, de Santa Vitória do Palmar, que inclui vários milhares de espécimes,
entre eles mais de quatro mil dentes fósseis de tubarão.
Atualmente a coleção, representada por paleobotânica, paleoinvertebrados,
paleovertebrados e paleoicnofósseis, conta com espécimes catalogados pertencentes
na sua maioria aos períodos Permiano, Triássico, Paleoceno, Mioceno e Pleistoceno.
A curadoria da coleção foi exercida por Carlos de Paula Couto (1971-1982) e,
a partir de 1982, por Jorge Ferigolo, tendo como assistente Ana Maria Ribeiro, desde
2002. Além disto, sempre contou com a colaboração de bolsistas de iniciação
científica, mestrado e doutorado nas coletas, preparação, manutenção e estudo das
coleções. Curador atual: Bióloga Ana Maria Ribeiro.
2.2. Conservação, Documentação e Pesquisa
Basicamente, os exemplares depositados nas coleções científicas são
acondicionados de três formas: em meio líquido, conservados a seco ou em lâminas.
Os materiais estão armazenados nas chamadas “salas de coleções” que possuem, na
sua maioria, climatização inadequada e ausência de umidade estável (os parâmetros
para a umidade são específicos para cada coleção).
Um ou mais exemplares de uma mesma espécie conservados em líquido (em
geral álcool 70% ou 80% ) constitui um lote; para aqueles conservados a seco, cada
exemplar é um considerado um “objeto” independente ou podem ser armazenados em
lotes, como por exemplo, as conchas dos moluscos. Para o tombamento dos
espécimes, o procedimento é diferenciado: para os exemplares conservados em
líquido, um lote (vários exemplares) recebe um determinado número de catálogo; os
exemplares conservados a seco (inseto alfinetado, por exemplo) recebe um número
individualizado.
Os recipientes utilizados para o acondicionamento do acervo conservado em
líquido são frascos reciclados de outras funções (geralmente vidros de alimentos em
conserva), com tampa de vidro, de metal ou de plástico.
Quanto à documentação, o Museu de Ciências Naturais/FZB adotou um
modelo chamado “Catálogo de Peças”, que é de preenchimento manual.
Recentemente iniciou-se a informatização do acervo, a fim de construir bases de
dados relacionais, permitindo a sistematização da informação biótica contida nas
coleções e os cruzamentos com dados geográficos e demais dados do meio físico,
disponibilizando maiores informações à comunidade científica e demais usuários.
Várias coleções já informatizaram seus acervos, mas não são utilizadas ferramentas
uniformes para essa informatização, sendo que a maioria utiliza planilhas do Excel.
As equipes sentem a necessidade de utilizar algum programa mais adequado às suas
necessidades. Um dos pontos fracos para essa informatização reside nos exemplares
catalogados individualmente, como no caso dos insetos, devido ao grande aporte de
material a ser catalogado, demandando tempo e mão-de-obra que não supre tudo que
há pendente nos acervos.
Para que uma coleção desempenhe seu papel funcional - subsidiar o
conhecimento da biodiversidade - os exemplares devem ser identificados em nível de
espécie. Em muitos grupos, principalmente os mega-diversos (aqueles que integram
grande número de espécies, como os insetos, por exemplo), existe um ponto fraco,
que é a carência de especialistas que possam contribuir para a identificação dos
exemplares depositados no acervo. Assim, dentro do contexto atual, percebe-se a
necessidade de pesquisadores nacionais e estrangeiros, especialistas nos diversos
grupos existentes na coleção de invertebrados.
O material não identificado é enviado para especialistas e, com a devolução do
mesmo identificado, obtém-se a qualificação da coleção. Na maioria dos casos este
serviço é realizado sem a necessidade de pagamento, porém eventuais exemplares
poderão ser retidos pelo especialista para incrementar também seu acervo. Esta ação é
prática consolidada entre a comunidade científica, constituindo uma contra-partida
por parte do curador. O procedimento adotado pelo curador quando da retenção dos
exemplares por parte dos especialistas, consiste na anotação do fato no catálogo, onde
consta o número-tombo de cada espécime ou lote. Por outro lado, os especialistas que
atuam no Museu de Ciências Naturais também recebem exemplares oriundos de
outras instituições para identificação e igualmente retém espécimes que qualificam e
incrementam a coleção.
As coleções são complementadas a partir das doações, permuta e
principalmente coletas nas saídas de campo, realizadas pelo corpo técnico, que é
formado basicamente por biólogos, bolsistas e estagiários das áreas afins. Possui uma
parceria com consultorias ambientais, sendo o Museu de Ciências Naturais fiel
depositário dos exemplares coletados para esta análise. Um programa de intercâmbio
nacional e internacional com outras instituições e diversos pesquisadores é mantido
por todos os curadores do MCN, o que contribui para o incremento e a diversificação
do acervo através de trocas e doações, o que ratifica a existência de empréstimos, para
a pesquisa científica. Além disso, este intercâmbio propicia a identificação e
atualização taxonômica de espécimes por especialistas, como citado acima. São
inúmeros os trabalhos publicados em periódicos nacionais e estrangeiros, nos quais
são expressas credenciais explícitas ao uso das coleções científicas do Museu de
Ciências Naturais/FZB.
As coleções biológicas do MCN são utilizadas em estudos sobre a
biodiversidade e resultam em várias publicações (livros, artigos científicos e de
divulgação científica). O acervo do MCN dá suporte a dissertações e teses dos
programas de pós-graduação em Botânica, Zoologia e Paleontologia e de outros
cursos de áreas correlatas em diferentes universidades públicas e privadas.
As coleções científicas representam importantes amostras da biodiversidade e
têm por finalidade manter, identificar e ordenar o acervo de espécimes,
disponibilizando tanto os exemplares quanto os dados a eles associados para serem
empregados nas mais diversas pesquisas. As coleções podem ser utilizadas em estudos
de sistemática, filogenia, biogeografia, morfologia, ecologia e análises genéticas e
moleculares, entre outros. Além disso, informações obtidas a partir de dados de
acervos científicos são frequentemente utilizadas, por exemplo, em inventários de
espécies, diagnósticos ambientais, avaliações de impacto, zoneamentos ecológicos,
planos de manejo e definição de unidades de conservação, mapeamento de áreas de
risco, avaliações sobre o estado de conservação das espécies e elaboração de ações e
políticas públicas para conservação e uso sustentável dos recursos naturais.
As Coleções
2.2.1 Seções de Botânica
a)
Seção de Botânica de Criptógamas
A obtenção e o tombamento dos lotes no herbário seguem várias etapas:
coletas das amostras em campo; fixação das amostras em campo ou em
laboratório; etiquetagem com os dados (nº HAS, projeto, estação de coleta, tipo
de coleta, tipo de líquido preservante, data da coleta); registro das amostras em
ordem crescente, de numeração corrida, em livro do herbário (nº HAS);
armazenamento dos frascos em armários de aço em ordem crescente de
numeração, separados por projeto; reposição periódica de conservante ou
preservante nas amostras.
A informatização é realizada pela curadora e bolsistas através da
digitação dos dados e cerca de um terço dos lotes em líquido já estão
digitalizados em planilha do Excel. A disponibilização on-line dessas
informações se dá através do site specieslink do INCT- Herbário Virtual da
Flora e dos Fungos do Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA).
Para conservação e preservação das amostras líquidas são utilizados
vários reagentes como formaldeído, solução de Transeau, solução de lugol,
FAA. Como alguns desses reagentes evaporam, há necessidade de ser feita
reposição periódica dos mesmos, devido ao risco de perda da amostra. Outras
possibilidades de perda dos lotes em líquido são: congelamento dos mesmos
quando colocados na geladeira; quebra acidental dos frascos; fungos e bactérias
que podem comprometer a presença das microalgas, inutilizando a amostra;
perda das lâminas permanentes através da quebra ou do intercâmbio, pela não
devolução das mesmas.
A coleção de algas do Herbário Prof. Dr. Alarich R.H. Schultz (HAS)
possui o maior número de lotes em líquido e de lâminas permanentes de
Bacillariophyta do país. É imprescindível o aumento do número de
funcionários, tanto de pesquisadores como pessoal de apoio, em função do
contínuo incremento de novos lotes no herbário, que necessitam, além de
estudo, de constante organização e informatização dos dados oriundos das
pesquisas realizadas na Seção.
A equipe da Seção de Botânica de Criptógamas salienta a necessidade
de ampliação do espaço para a coleção, que atualmente consta apenas da Sala
do Herbário de Ficologia, com cerca de 60m2.
b)
Seção de Botânica de Fanerógamas
O material botânico das coleções são fragmentos da planta com as
estruturas reprodutivas no caso de árvores, arbustos e lianas, ou mesmo o
indivíduo inteiro, no caso de ervas epífitas e líquens. O material coletado é
desidratado em estufas dentro de prensas de papel e papelão. Para ser
incorporado ao acervo do herbário o material é registrado no livro tombo
(Catálogo de Peças) recebendo um número de coleção.
Posteriormente prepara-se a exsicata, ou seja, o material é fixado em
cartolinas brancas tamanho A3, juntamente com uma etiqueta que contém os
dados de procedência dos espécimes: data de coleta, nome do coletor, número
de coleta do coletor, hábitat, local de coleta, dados ecológicos e dados
taxonômicos (família, gênero, espécie) com informações da coleta e número de
tombo. Para um mesmo número de registro pode haver mais de um exemplar,
denominados duplicatas. A duplicata é material proveniente do mesmo
indivíduo ou população da mesma espécie e fica junto com a exsicata
acondicionada dentro de folhas de papel contendo rótulos. O acondicionamento
é realizado em armários dentro de uma sala climatizada, para evitar ataque de
insetos que destroem o material botânico desidratado.
O intercâmbio de material entre um herbário e outro é feito mediante
solicitação do curador e tem fins científicos, principalmente para estudos
taxonômicos. São emprestadas duplicatas do material tombado e também
unicatas (coletas únicas), mediante guias de remessa de material cuja
responsabilidade recai sobre o curador do herbário (ou instituição) que solicitou
o empréstimo. O pesquisador que identifica o material pode reter a duplicata
emprestada mediante solicitação e anuência do curador do MCN. Unicatas não
são doadas, desta forma o número de registro é sempre mantido pelo menos
com um exemplar. Também ocorre a doação de duplicatas para outras
instituições em sistema de permuta, ou não, uma vez que permanece no
herbário do MCN/FZB pelo menos um exemplar para cada número de registro.
Perdas de material podem ocorrer por falta de devolução do empréstimo ou por
ataque de insetos. Para evitar esta última ocorrência é feita desinfecção anual
por fumigação e por congelamento quando o material retorna do empréstimo.
2.2.2. Seções de Zoologia
a)
Seção de Zoologia de Invertebrados
Os exemplares depositados nas coleções científicas de invertebrados
são armazenados de três formas: em meio líquido, a seco ou em lâminas.
Como já foi mencionado, um ou mais exemplares de uma mesma
espécie conservados em líquido (geralmente álcool 70% ou 80%) constitui um
lote; os conservados a seco podem estar armazenados em lotes, com mais de
um exemplar em frascos ou em sacos plásticos, ou mantidos individualmente
sendo, neste caso, cada exemplar independente (como por exemplo, insetos
em alfinete), ou podem ser tombados em lotes, como por exemplo, as conchas
dos moluscos. Os frascos utilizados para o acervo conservado em líquido são,
em sua maioria, vidros reciclados de alimentos em conserva, alguns possuem
tampa de vidro, mas a maioria tem tampa de metal ou de plástico.
As conchas dos moluscos (coleções Eliseu Duarte e José Willibaldo
Thomé), em geral, são acondicionadas em seco, em recipientes de plástico ou
de vidro ou em sacos plásticos. As etiquetas de identificação do material não
ficam em contato direto com a peça.
As partes moles dos moluscos são conservadas em álcool 70% ou
álcool absoluto (para materiais destinados à análise molecular). As peças são
envoltas em meia de náilon fechada com linha de algodão encerada. Cada
exemplar, assim embalado, é etiquetado e colocado em frascos maiores com
vários exemplares da mesma família. Estes frascos são guardados em estantes
ou em armários de metal
As tarefas de manutenção (limpeza da vidraria utilizada para manuseio
e acondicionamento, reposição ou troca do álcool, troca de etiquetas) são
realizadas por técnico de nível médio e por bolsistas, quando possível. Vale
destacar que as peças que por ventura sejam descartadas dessa coleção, podem
vir a incorporar o acervo da Coleção Didática.
O registro dos dados da coleção é realizado em um livro tombo
(Catálogo de Peças) que futuramente será transposto para uma planilha do
Excel. Essas atividades são realizadas pelo curador com auxílio direto de
bolsistas e estagiários.
As salas onde as coleções malacológicas estão depositadas não
possuem climatização adequada.
No caso da coleção aracnológica o acondicionamento é realizado
separadamente em tubos de ensaio com álcool 80%, vedados com algodão.
Dentro do tubo, além do espécime também se encontram as etiquetas com os
dados de coleta e de identificação feitas em meio digital e impressas em folha
de papel vegetal. Os tubos de ensaio com o espécime são colocados em um
frasco maior com álcool 80% para melhor conservação e diminuir o risco dos
tubos ficarem sem álcool, o que acarretaria a perda do material. A catalogação
é realizada por uma equipe constituída de técnico de nível médio, bolsistas e o
curador e a digitalização desses dados está em 100% no Excel. Os tipos já
estão disponibilizados on-line. O espaço de armazenamento no geral é bom,
mas falta controle de climatização.
Na coleção entomológica a maior parte dos exemplares é preservada a
seco, em alfinetes entomológicos, e cada lote é constituído por um exemplar.
Até ser incorporado à coleção cada espécime passa por procedimento
especializado, que consiste na montagem do exemplar, secagem em estufa,
etiquetagem, com os dados de coleta e inserção no Catálogo de Peças. A
coleção entomológica a seco fica acondicionada em gavetas padrão (gavetas
entomológicas), guardadas em armários fechados, ao abrigo da luz. A sala
onde está acondicionada a coleção entomológica necessita controle de
umidade, o que se tenta conseguir através da disposição de desumidificadores
na mesma. No entanto, devido às condições climáticas no RS, que apresenta
invernos úmidos e às constantes dificuldades com os desumidificadores que
seguidamente estragam, não se consegue atingir a condição ideal.
Os grupos melhor representados e que recebem maior incremento são
coleópteros e hemípteros, por possuírem especialistas trabalhando no Museu
de Ciências Naturais. O intercâmbio com instituições do país e do exterior é
intenso. Os grupos que não dispõem de especialistas no MCN são
frequentemente enviados a pesquisadores para identificação a fim de qualificar
a coleção entomológica. Por outro lado, muitos especialistas solicitam
empréstimo e a coleção tem incremento com novas inserções provenientes de
doações de material. Somam-se a isto as coletas realizadas pelo pessoal do
MCN e as solicitações que o Museu recebe para depósito legal de exemplares
provenientes de vários projetos, tanto de instituições públicas quanto de
empresas privadas de consultoria ambiental.
A coleção de esponjas continentais constitui a Coleção de Referência
Nacional para esse grupo, devido à sua abrangência geográfica, ao seu volume
de exemplares, a maioria identificada em nível de espécie. A singularidade da
coleção de esponjas continentais, em relação às demais coleções de
invertebrados do MCN, é que os exemplares depositados na mesma são
consultados e examinados, preferencialmente, dentro do Museu sob os
cuidados da curadora, que é uma das poucas especialistas neste grupo, não
sofrendo deslocamento para fora da instituição no caso de pesquisas.
A coleção de esponjas marinhas está, em sua maioria, com
identificação específica e tem recebido contribuição de pesquisadores
especialistas quanto à atualização das determinações taxonômicas, sendo essas
informações inseridas no Cadastro de Dados da coleção.
As demais coleções (crustáceos, cnidários, anelídeos, quilópodes,
diplópodos, equinodermados, helmintos, poliquetos, picnogonidos) não
possuem especialista trabalhando no Museu de Ciências Naturais/FZB, mas
servem de referência para os pesquisadores de outras instituições. Estão
acondicionados em frascos de vidros reutilizados (de conserva ou de outros
alimentos) que possuam tampa de vidro ou de plástico mais resistente. A
conservação era feita em álcool 70%, mas atualmente está sendo utilizado
álcool 80%.
b)
Seção de Zoologia de Vertebrados
Ictiologia: Todos os exemplares adicionados à coleção ictiológica são
identificados, catalogados no livro tombo (Catálogo de Peças) e incorporados
no banco de dados dos programas Excel e Specify. Cada lote recebe uma
etiqueta de fita vinílica numerada, além de uma etiqueta confeccionada em
papel vegetal com as seguintes informações: número de catálogo, família, nome
específico, número de exemplares, localidade de coleta georreferenciada, data
de coleta e coletor. As etiquetas são colocadas juntamente com os peixes no
interior dos frascos de vidro.
A conservação dos peixes pode ser feita em meio líquido: álcool 70%
para peixes inteiros e glicerina para peixes diafanizados e corados, ou a seco
para peixes taxidermizados ou esqueletos. Os peixes conservados em meio
líquido são acondicionados em frascos transparentes com tampa plástica e de
tamanho compatível para não deformar os exemplares. Os frascos são
armazenados em estantes de aço e organizados por ordem, família, gênero e
espécie. Cada frasco corresponde a um lote etiquetado que pode conter mais de
um exemplar da mesma espécie, localidade e data.
Os exemplares de grande porte, geralmente maiores de 60 cm de
comprimento, são acondicionados em tonéis plásticos de diversos tamanhos.
Neste caso, cada exemplar recebe uma etiqueta vinílica apenas com o número
de catálogo. Todos os tonéis são numerados e possuem uma lista individual dos
exemplares armazenados.
Os poucos exemplares preservados a seco na coleção científica
também são etiquetados e acondicionados em embalagens plásticas e/ou de
madeira e armazenados em armários de metal.
Além das formas de armazenamento mencionadas acima, alguns lotes
com exemplares de espécies pequenas são acondicionados em pequenos frascos
contendo apenas o número de catálogo e estes colocados num frasco grande
(p.ex., 5 litros) com álcool 70%. Neste caso a etiqueta contendo o número do
frasco e o nome específico é fixada na parte externa do frasco. Essa forma de
acondicionamento impossibilita a evaporação do álcool e, consequentemente, a
desidratação dos exemplares em caso de manutenção inadequada. Por outro
lado isso dificulta o exame do material por pesquisadores e colaboradores, pois
são inúmeros lotes pequenos armazenados num frasco grande.
Herpetologia (Anfíbios e Répteis): Todos os exemplares adicionados à
coleção de anfíbios e répteis são identificados, catalogados no livro tombo
(Catálogo de Peças) e incorporados no banco de dados do programa Excel. Essa
tarefa é realizada pelo curador, bolsistas e estagiários. Cada exemplar recebe
uma etiqueta de fita vinílica numerada. No catálogo consta o número, família,
nome específico, localidade de coleta georreferenciada (quando possível), data
de coleta e coletor. As etiquetas são colocadas juntamente com os exemplares
no interior dos frascos.
A conservação pode ser feita em meio líquido: álcool 70% para
exemplares inteiros e glicerina para anfíbios diafanizados e corados. Os
exemplares conservados em meio líquido são acondicionados em frascos
transparentes com tampa plástica ou em vidros de conserva com tampa
metálica. O tamanho é compatível para não deformar os exemplares e os
frascos são armazenados em estantes de aço organizados por ordem, família,
gênero e espécie. Cada frasco pode conter mais de um exemplar da mesma
espécie. Cada exemplar recebe uma etiqueta vinílica com o número de catálogo.
Os exemplares de grande porte, geralmente maiores de 20 cm de comprimento,
são acondicionados em tonéis plásticos de 200 litros. Todos os frascos e tonéis
são numerados e possuem uma lista individual dos exemplares armazenados.
Uma etiqueta contendo o número do frasco, nome específico e família é fixada
na parte externa do frasco. Entre a tampa e o frasco é inserida uma película
transparente (plástico-filme) para impossibilitar a evaporação do álcool e,
consequentemente, a desidratação dos exemplares em caso de manutenção
inadequada. Os poucos exemplares preservados diafanizados na coleção
científica também são etiquetados e acondicionados em embalagens de vidro,
armazenados nos armários de metal.
Ornitologia: Essa coleção necessita de mais profissionais especializados para
trabalhar com a mesma, principalmente um taxidermista. A manutenção é feita
pelo curador, bolsistas e estagiários. A catalogação é realizada em livro tombo
(Catálogo de Peças) e em planilha do Excel, sendo que o material já está 100%
digitalizado. As peças que são descartadas passam a integrar o acervo da
Coleção Didática. A equipe atual salienta a deficiência na qualidade da sala de
armazenamento que não possui climatização adequada bem como plano de
segurança. Há uma sobrecarga de trabalho em função da grande demanda, o
que prejudica as atividades de pesquisa.
Mastozoologia: A coleção de mamíferos possui uma curadora (Bióloga), que
conta com o auxílio de estagiários e bolsistas. Há necessidade de pelo menos
um funcionário que possa dedicar-se à coleção em horário integral bem como
um taxidermista. A documentação é realizada em livro tombo (Catálogo de
Peças) e planilha do Excel, sendo que o material já está totalmente inserido.
Esta tarefa é realizada pelo curador e por estagiários e bolsistas, que atuam sob
supervisão. Há planos de utilizar a base de dados Specify para a documentação
da coleção. O material que é descartado por péssimas condições é encaminhado
ao Parque Zoológico, para utilização em atividades de Educação Ambiental. A
equipe do Setor de Mastozoologia identifica que o estado de conservação geral
da coleção é razoável, mas há necessidade de melhoramento das condições de
armazenamento e acondicionamento, inclusive de ampliação do espaço.
2.2.3. Seção de Paleontologia
A coleção de fósseis conta com dois funcionários com formação nas áreas da
biologia e paleontologia, além de bolsistas de iniciação científica e pós-graduação
(mestrado e doutorado) e estagiários. A catalogação é realizada em livro tombo
(Catálogo de Peças) e planilha do Excel, estando 100% do material digitalizado.
Quanto aos empréstimos, material tipo não sai do Museu. A equipe identifica boa
climatização e conservação do material, mas há a expectativa de melhorias nessas
condições.
2.2.4. Observações gerais para todas as coleções
O máximo de cuidado é necessário com as coleções preservadas em álcool,
quer sejam de invertebrados como de vertebrados, pois trata-se de líquido inflamável.
Todas as coleções preservadas em álcool sofrem o risco de incêndio e, por isso,
medidas preventivas de segurança devem ser rigorosamente cumpridas.
Para todas as coleções (em líquido ou em seco) a iluminação, umidade e
temperatura inadequadas podem alterar as características do material preservado. O
material exposto a longos períodos de iluminação natural e/ou artificial pode sofrer
com a foto-decomposição da cor dos exemplares. Isso acarreta a perda de informações
importantes para a identificação correta do material, pois o colorido padrão de várias
espécies, principalmente de peixes, é decisivo para a confirmação do nome específico.
Em ambientes com grandes variações de temperaturas, ou sujeitos a
temperaturas elevadas, pode haver a evaporação do líquido preservador (álcool) e,
consequentemente, danificação do exemplar quando o álcool não for compensado. Em
ambientes com umidade relativa elevada, a graduação do líquido preservador pode
sofrer alteração devido ao excesso de água no ar, favorecendo o desenvolvimento de
fungos e, consequentemente, a danificação ou perda total do material. A ventilação no
ambiente deve ser favorável devido à constante evaporação de álcool por diversos
motivos, como tampas plásticas dos frascos danificadas pela ação corrosiva do líquido
conservante, evitando o risco de incêndio.
Uma coleção científica deve ficar em uma sala apropriada, em ambiente
totalmente escuro, protegido da luz direta, com controle de temperatura e umidade a
níveis baixos (ou com mínima flutuação) e ventilação favorável. Para coleções em via
úmida, a temperatura adequada do ambiente é de 18oC e a umidade relativa do ar deve
estar em 50% (PAINE, 1992).
Deve-se compensar periodicamente a evaporação do álcool, bastante volátil,
para manter o material sempre em perfeitas condições; revisar e trocar as tampas
plásticas dos frascos caso estejam quebradas devido à ação corrosiva do líquido
conservante; revisar e substituir as etiquetas caso estejam danificadas devido à
corrosão pelo álcool; manter o material colecionado sempre organizado por ordem,
família, gênero e espécie, para facilitar sua pronta localização.
2.3. Quadro de Pontos Fortes e Fracos
Pontos Fortes
Coleções
Pontos Fracos
científicas
de
grande Meio
ambiente
inadequado:
salas
de
relevância e profissionais altamente armazenamento pequenas ou insuficientes,
qualificados.
com falta de controle de climatização e
iluminação.
Existência de curador responsável Ausência de uma Política de Gestão de
por
cada
coleção
e
de Acervos.
regulamentação do uso das coleções
científicas, através da Determinação
nº 146/86 .
Documentação
(tombamento
no Falta de especialistas para ocupar o cargo de
catálogo das coleções e em planilha curador de algumas coleções; falta de
do Excel) das coleções consolidada e funcionários/bolsistas/estagiários
em processo de digitalização.
Intercâmbio
institucional
para
as
atividades de rotina.
para
o
aprimoramento das pesquisas.
3. COLEÇÕES DIDÁTICAS
Em agosto de 1964 os acadêmicos Mauro Corte Real e Jetter Bertolleti
realizaram uma aula no Instituto Santa Luzia, instituição que atende deficientes
visuais, e levaram consigo peças taxidermizadas do acervo para que os cegos
pudessem, através do tato, aprender sobre aquelas peças. Vê-se assim que a educação
ambiental e patrimonial desde muito tempo é atividade básica do Museu de Ciências
Naturais/FZB e é por meio da coleção didática que essas ações são concretizadas.
Ainda conforme MARANDINO (2009):
Organismos conservados e taxidermizados, os modelos reconstituídos,
quando corretamente estudados, conservados, organizados e expostos são
testemunhos do patrimônio científico da humanidade e, ao mesmo tempo,
fundamentais para auxiliar no trabalho dos biólogos para conservação de
ambientes e espécies. (MARANDINO, 2009, p. 11).
No Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS, conforme o
Regimento Interno da FZB, cada seção possui a responsabilidade de constituir e
manter coleções científicas e didáticas nas suas respectivas áreas. As coleções
didáticas não possuem curadores específicos e nem uma forma de aquisição definida,
podendo ser incorporados ao acervo didático espécimes aos quais faltam informações
de coleta, ou peças que são descartadas por estarem danificadas ou, ainda, por peças
criadas pelo artista plástico que trabalha prestando serviços ao Museu, contando com
informações repassadas pelos biólogos.
As coleções didáticas podem ser emprestadas a outras instituições, tais como
escolas, para fins educacionais, ao contrário das peças da coleção científica que só
podem ser emprestadas para finalidades de pesquisa, sob responsabilidade de
pesquisador vinculado à instituição que dedique-se a essa atividade.
4. EXPOSIÇÕES
A exposição é uma das formas de comunicação do Museu de Ciências
Naturais/FZB com a sociedade e possibilita a interpretação do conhecimento
científico, gerado através das pesquisas, em uma linguagem compreensível para um
público geral. A exposição, juntamente com a documentação e a pesquisa, é uma das
finalidades das instituições museológicas e caracteriza seu caráter educativo.
O material a ser exposto pode ser interpretado de diferenciadas formas pelo
público visitante, por isso o projeto museográfico de uma exposição, seja ela de longa,
média ou curta duração ou itinerante, deve ser bem planejado e realizado a partir de
uma pesquisa de acervo, visando suprir as necessidades informacionais do público.
Em função disso percebe-se ser necessária a realização de um estudo de público, para
que ele seja reconhecido, viabilizando assim, as estratégias de divulgação, captação de
outros visitantes e melhoramento das exposições.
A primeira exposição pública do Museu de Ciências Naturais ocorreu em
1961, quando ainda da sua localização na Praça Dom Feliciano. Naquela época havia
uma equipe de guias para orientação dos visitantes. Apesar das várias mudanças de
sede, o Museu sempre teve uma equipe responsável pelas atividades de educação e
exposição.
Em 1987, já na sede atual do MCN/FZB, foi inaugurada a sala de exposições
de longa duração, oportunizando a visitação pública de terça-feira a domingo. Em
1988 foi criado o Centro de Educação Ambiental, que em 1995 foi transformado na
Seção de Educação Ambiental e Museologia (MUSEAMB). Esta Seção é responsável
pelos projetos expográficos e educativos no Museu de Ciências Naturais/FZB.
Também no ano de 1995 o espaço do auditório existente junto à Sala de Exposição de
Longa Duração passou a ser ocupado com exposições de Curta e Média Duração, com
temáticas sobre a biodiversidade do Rio Grande do Sul, podendo ocorrer parcerias
com outras instituições para essas exposições. As exposições de Curta Duração podem
tornar-se itinerantes, percorrendo diferentes municípios e instituições.
A Seção de Educação Ambiental e Museologia, além da parte expositiva,
também ocupa-se com as atividades de educação ambiental, desenvolvidas pelo
Museu. Conta com sete funcionários do quadro permanente da instituição, sendo três
Técnicos em Educação Ambiental e quatro Atendentes. Há também um funcionário
terceirizado que realiza tarefas de apoio e montagem de exposições, sendo
responsável também pela criação de peças (réplicas) utilizadas nas exposições.
Nas atividades expositivas há a colaboração da Museóloga responsável pela
Divisão de Difusão Científica e Cultural, à qual está vinculado o MUSEAMB, que
acumula essa atividade paralelamente à sua atuação como pesquisadora (Bióloga) na
Seção de Zoologia de Invertebrados, sendo urgente a contratação de Museólogo que
possa dedicar-se mais efetivamente a essa atividade.
Atualmente o Museu de Ciências Naturais/FZB conta com três Salas de
Exposições (Fig. 8), sendo uma de Longa Duração e as outras duas de Média e Curta
Duração. Há ainda um Serpentário, que expõe exemplares vivos de serpentes
peçonhentas e não peçonhentas, principalmente nativas do RS.
A Seção recebe estagiários da área de ciências biológicas, que atuam nas
visitas mediadas às Salas de Exposições e Serpentário.
Fig. 8. Planta baixa das Salas de Exposições do Museu de Ciências Naturais da Fundação
Zoobotânica do RS
As salas de exposições do MCN recebem anualmente cerca de 25 mil
visitantes e o atendimento ao público é feito de terça-feira a domingo, das 9h 15min
às 17h.
Pode ser realizado o agendamento de visitas orientadas, de terças a sextasfeiras, através de contato por e-mail ou telefone, informações essas disponíveis no site
da FZB. Esse agendamento é feito pela Seção de Educação Ambiental do Jardim
Botânico/FZB e as visitas abrangem o Parque e a Salas de Exposições do Museu. Não
há tarifa específica para ingressar na Sala de Exposições do MCN. A única tarifa é
paga na entrada do Jardim Botânico.
4.1. Exposição de Longa Duração
A Sala de Exposições de Longa Duração, com 49 vitrines e três dioramas, está
organizada em sequência evolutiva por grandes grupos: inicia pelos vegetais atuais,
passa para o grupo dos animais e termina com as vitrines paleontológicas. No fim do
percurso pode-se observar os dioramas representativos dos ambientes característicos
do Rio Grande do Sul, com a fauna e a flora típica desses ecossistemas (banhado,
campo e floresta) (Fig. 9).
Fig. 9. Diorama representando um banhado, localizado na Sala de Exposição de Longa
Duração do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS (Foto: Mariano Cordeiro
Pairet Jr.)
4.2. Exposições de Curta e Média Duração e Exposições Itinerantes
São exposições onde são apresentados alguns resultados de trabalhos dos
biólogos e colaboradores da Instituição. Permanecem por um período variável nas
duas salas anexas à Sala de Exposições de Longa Duração e após podem tornar-se
itinerantes, percorrendo diferentes locais e instituições públicas e/ou privadas.
Atualmente, há uma exposição temporária montada na sala contígua à Sala de
Exposições de Longa Duração, cujo título é “Fauna e Flora na Tradição Gaúcha”, que
busca resgatar, no cancioneiro e nas poesias tradicionalistas, os sentimentos de
admiração e respeito à natureza, seja pela beleza das formas, pela variedade de cores,
pelo encanto dos sons, pelo vigor ou delicadeza dos movimentos observados nos
animais e nas plantas (Fig. 10) . A exposição homenageia os autores que reconhecem
a importância da natureza, dos animais e das plantas, registram os usos populares da
biodiversidade nativa e cultuam as tradições vinculadas ao valioso patrimônio natural
rio-grandense.
Fig. 10. Detalhe da exposição "Flora e Fauna na Tradição Gaúcha".
As Salas de Exposições de Curta e Média duração podem ser cedidas para uso
por outras Instituições ou pessoas interessadas em expor temas relacionados à
temática meio ambiente e biodiversidade. No período de 29 de abril a 28 de julho de
2013 esteve em uma das Salas de Exposição de Curta Duração do MCN a mostra
coletiva "O Jardim do Rei: uma visão poética da História Natural de Buffon" (Fig.
11), criação de 19 artistas do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, que, pela
bem sucedida conjunção entre o conceito e o espaço expositivo, recebeu Prêmio
Especial do Júri do VIII Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, concedido pela
Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre. A criação dessa exposiçao se deu a
partir da obra “História Natural, Geral e Particular” do naturalista francês GeorgesLouis Leclerc, conde de Buffon.
Fig. 11. Aspecto da exposição " O Jardim do Rei: uma visão poética da História Natural de
Buffon".
4.3. Serpentário
Com uma área de 120m², o serpentário do Museu de Ciências Naturais/FZB
(Fig. 12) expõe exemplares vivos de 16 espécies de serpentes peçonhentas e não
peçonhentas do Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre (NOPA), ligado à
Seção de Zoologia de Vertebrados do MCN, apresentando dados de identificação das
espécies (nome popular e nome científico, distribuição geográfica, alimentação,
número de filhotes por gestação e ambiente em que ocorrem). Estão expostos também
alguns exemplares de serpentes exóticas, recebidos pelo MCN, mas o foco principal
está nos exemplares da fauna nativa do RS.
Fig. 12. Vista do Serpentário do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS
4.4. Quadro de Pontos Fortes e Fracos
A análise atual das exposições foi realizada pela equipe do Museu de Ciências
Naturais como um exercício de autoconhecimento, contando também com a
observação feita pelos acadêmicos do Curso de Museologia da UFRGS que atuaram
como estagiários no decorrer da elaboração do Plano Museológico.
Pontos Fortes
Pontos Fracos
Atividades educativas ativas e exposições Falta de funcionários para todas as atividades
com temáticas que contemplam as linhas educativas de contato com o público; falta de
de pesquisa do Museu.
profissional Museólogo.
Salas diferentes para as três tipologias de Falta
exposição: longa, média e curta duração.
de
acessibilidade
física,
sensorial,
intelectual, emocional, à informação cultural7;
equipe
sem
conhecimento
em
estrangeira e em LIBRAS.
7 Mais detalhes na seção sobre Acessibilidade. Referências em: Tipos de Acessibilidade em Ambientes
Culturais do Núcleo de Design Gráfico Ambiental da UFRGS.
língua
Tem exposições itinerantes e recebe Exposição de longa duração desatualizada
exposições de outras instituições.
(temática, expogafia e legendas); legendas sem
versão em braile e em língua estrangeira.
Acervo didático que pode ser manuseado Falta de treinamento da equipe em prevenção
por videntes, cegos ou baixa visão.
e combate de incêndio.
Falta
de
infraestrutura
(climatização,
equipamentos, sistema elétrico, hidráulico,
entre outros) e segurança nas salas de
exposição.
Inexistência de um Estudo de Público; falta de
controle do número de visitantes do Museu.
5. PESQUISA, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO
O Museu de Ciências Naturais/FZB conta com várias estratégias para alcançar
seu público. As atividades e ferramentas identificadas abaixo visam comunicar e
difundir as pesquisas geradas pelo Museu, mas também informar o quanto essas
pesquisas embasam outras atividades de cunho social e cultural. Na seção dedicada às
Coleções Científicas já foi informada a importância das pesquisas para o
fornecimento de elementos para o monitoramento das mudanças dos ecossistemas,
incluindo taxas de extinção de espécies, degradação dos ecossistemas, explosão de
espécies exóticas, daninhas, pragas, vetores de importância médica e sanitária.
As referências existentes na biblioteca Prof. Dr. Carlos de Paula Couto, as
parcerias institucionais, os intercâmbios acadêmicos, as atividades de caráter
educativo, elaboradas e coordenadas pelo Museu (e pela Fundação), também merecem
destaque, pois se caracterizam como pontos fortes da instituição. Outras formas de
divulgação, comunicação e educação são a realização de oficinas, cursos, palestras e
projetos educativos voltados à comunidade escolar e ao público em geral.
5.1. Pesquisas, Parcerias e Intercâmbio Institucional e Acadêmico
Conforme já foi mencionado, o Museu de Ciências Naturais/FZB possui as
seguintes áreas de atuação, especialização e linhas de pesquisa:
a) Áreas de Atuação:
- Pesquisa Científica
- Manutenção de Coleções Científicas
- Bioindicação de Qualidade do Ar e da Água
- Bioprospecção
- Consultoria Ambiental a Empresas Privadas
- Educação Ambiental
- Estudo e apoio à implantação de Unidades de Conservação
- Estudo e conservação de Sítios Paleontológicos
- Extração de Peçonha
- Formação de Recursos Humanos
- Geoprocessamento
- Manejo e Conservação de Ecossistemas
- Museografia
- Planejamento Ambiental
b) Áreas de Especialização:
- Cianobactérias
- Algas
- Fungos Liquenizados
- Plantas vasculares
- Esponjas de Água Doce
- Moluscos
- Aracnídeos
- Insetos
- Peixes
- Anfíbios
- Répteis
- Aves
- Mamíferos
- Vertebrados Fósseis
c) Linhas de Pesquisa:
- Sistemática e Taxonomia
- Biogeografia e Evolução
- Biologia da Conservação
- Ecologia
- Gestão Ambiental
O Museu de Ciências Naturais e a Fundação Zoobotânica do RS trabalham
realizando parcerias institucionais e buscam o intercâmbio para o enriquecimento de
suas coleções e pesquisas. Cabe citar alguns casos em que, tanto as parcerias quanto
os intercâmbios institucionais e acadêmicos, são atividades básicas do Museu a fim de
divulgar os trabalhos realizados.
a) Atividades dos especialistas do Museu de Ciências Naturais/FZB
juntamente com bolsistas e pesquisadores de outras instituições.
Dentro das diversas linhas de pesquisa em andamento no Museu de Ciências
Naturais/FZB, levadas a efeito nas diversas seções e setores, são realizados, além da
pesquisa
básica com o estudo da biodiversidade nas áreas de atuação dos
pesquisadores do MCN, levantamentos e observações em campo em diversas regiões
do estado visando conhecer os ambientes terrestres e aquáticos bem como estabelecer
a qualidade desses ambientes (terrestres, aquáticos e aéreos) através de
bioindicadores. Essa produção de conhecimento possibilita a detecção e correção de
impactos ambientais, particularmente os de origem antrópica.
b) Pesquisas e atividades do NOPA (Núcleo Regional de Ofiologia de Porto
Alegre)
O NOPA, ligado à Seção de Zoologia de Vertebrados do MCN, mantém em
cativeiro estoque de serpentes peçonhentas e realiza pesquisas sobre aspectos da
biologia desses animais, além de fornecer peçonhas regionais ao Instituto Butantan,
em São Paulo, SP, visando à produção de vacinas anti-ofídicas.
c) Atividades de Conservação e Manejo
As atividades realizadas servem de subsídio para a gestão de Unidades de
Conservação Estaduais e Federais localizadas no RS. Atuando em conjunto com o
Laboratório de Geoprocessamento, a Seção de Conservação e Manejo do MCN
desenvolve atividades que subsidiam a elaboração dos Planos de Manejo das áreas de
preservação, ou indicadas para criação de Unidades de Conservação.
d) Atividades do Laboratório de Geoprocessamento
Esse laboratório, vinculado à Seção de Informação Ambiental, funciona como
instrumento de Gestão Ambiental em conjunto com as atividades da Seção de
Conservação e Manejo. O levantamento em campo proporciona a produção de mapas
das áreas a ser resguardadas e subsidia a apresentação dos Planos de Manejo das
mesmas. A equipe de trabalho do Laboratório realiza com esses dados de pesquisa
aplicada o mapeamento temático de regiões utilizando análises espaciais, classificação
e interpretação de imagens de satélites, fotos aéreas e GPS.
e) Projeto Biodiversidade8
Este projeto desenvolvido em parceria pela FZB, FEPAM e EMATER, inserese nas políticas do Estado de proteção e conservação dos recursos naturais e busca
8 Para saber mais sobre o Projeto,
acesse:<http://www.biodiversidade.rs.gov.br/arquivos/1161787177folder.pdf>.
promover a incorporação do tema nas instituições e comunidades envolvidas. A
estratégia é identificar, registrar, planejar e monitorar a biodiversidade, incentivando
práticas compatíveis com a sua conservação e promovendo o desenvolvimento do Rio
Grande do Sul em áreas definidas como prioritárias.
f) Atividades de pesquisa de bolsistas de Iniciação Científica (CNPq e FAPERGS)
e de alunos de pós-graduação de diversas Universidades9
Acadêmicos e pós-graduandos que iniciam sua formação como pesquisadores
a partir do aprendizado dos princípios, métodos e técnicas nas áreas da botânica,
zoologia e paleontologia, são orientados ou co-orientados por especialistas do Museu
de Ciências Naturais/FZB. Os resultados dessas pesquisas são apresentados em Salões
de Iniciação Científica, Congressos, Seminários e outros eventos de caráter científico.
Seus artigos também são publicados nos mais diversos periódicos nacionais e
internacionais, divulgando as pesquisas realizadas no Museu.
f) Jornada de Iniciação Científica - Meio Ambiente FZB/FEPAM
A Jornada de Inicição Científica - Meio Ambiente FZB/FEPAM é realizada
anualmente e tem como objetivo valorizar a iniciação científica nas atividades de
pesquisa; promover a divulgação dos trabalhos de iniciação científica realizado nas
instituições de pesquisa e ensino do Estado; estimular o acompanhamento e a
avaliação dos trabalhos de iniciação científica especialmente dos bolsistas da
FAPERGS e do CNPq; oportunizar a integração e a troca de informações entre as
instituições e os bolsistas de Iniciação Científica.
A Jornada de Iniciação Científica já está em sua décima edição, que foi levada
a efeito em agosto/2014. O Museu de Ciênciass Naturais/FZB tem participação
decisiva, em conjunto dom a FEPAM, para a concretização desse evento.
9 Os convênios são realizados com as seguintes instituições de ensino superior, públicas e/ou
privadas: Centro Universitário La Salle, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Luterana do Brasil
(ULBRA), Universidade de Santa Cruz do Sul e Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS).
5.2. Publicações e Periódicos
O Museu de Ciências naturais/FZB promove a divulgação científica por meio
de periódicos, guias, almanaques e outras publicações avulsas com as temáticas da
flora e da fauna, da trajetória histórica do MCN, suas linhas de pesquisas, entre
outros. Cabe destacar o livro “Museu de Ciências Naturais: 50 anos Pesquisando a
Biodiversidade Gaúcha”, lançado em 2005 e que conta a trajetória do Museu e seus
principais personagens, além das suas linhas de pesquisa e atividades educativas
(FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RS, 2005).
O periódico Iheringia, com duas séries (Botânica e Zoologia) é uma das
principais publicações do Museu de Ciências Naturais e tem seu nome em
homenagem ao pesquisador alemão, naturalizado brasileiro, Hermann von Ihering
(1850-1930), que se dedicou ao estudo da fauna e flora brasileiros. No site da
Fundação Zoobotânica do RS, na aba referente ao Museu de Ciênciass Naturais,
constam as normas para submissão de artigos para publicação nesse periódico.
a)
Iheringia Série Botânica
A Iheringia Série Botânica é um dos
periódicos científicos editados pelo Museu
de Ciências Naturais/FZB. Foi criada em
1958 com o objetivo de publicar artigos,
notas e revisões científicas originais e
inéditas sobre assuntos relacionados às
diferentes áreas da Botânica (taxonomia,
morfologia, fisiologia e ecologia vegetal).
Trata-se de um periódico tradicional na área
de Botânica, com 57 anos de existência.
Possui ampla divulgação, pois é enviado,
gratuitamente, para 118 Instituições de
pesquisa no Brasil e 152 no exterior,
abrangendo um total de 33 países.
A política editorial da revista é manter a qualidade e abrangência de assuntos
de suas publicações. Esses objetivos são obtidos através do Corpo Editorial e
Conselho Científico formado por pesquisadores altamente especializados, de prestígio
internacional, pertencentes a diferentes instituições de pesquisa do Brasil e do
exterior. Possui corpo de revisores composto, atualmente, por 207 pesquisadores
especialistas doutores, sendo 174 de Instituições científicas do Brasil e 33 de
Instituições internacionais, além de um grupo de apoio técnico composto por bolsistas
do CNPq e da FAPERGS, funcionários e estagiários da Fundação Zoobotânica do RS
e um revisor da língua inglesa.
A Iheringia Série Botânica é publicada semestralmente, simultaneamente na
forma impressa e eletrônica e está afiliada à Associação Brasileira de Editores
Científicos (ABEC). Os artigos publicados encontram-se disponíveis no site da
Fundação Zoobotânica do RS, no portal da CAPES e em vários indexadores
internacionais, entre eles: Biological Abstracts, ISI Web of Science, Biosis Previews e
Latindex.
b) Iheringia Série Zoologia
Foi a primeira da série, criada em
1957. Sempre visou publicar trabalhos
completos originais em Zoologia, com
ênfase
em
taxonomia
e
sistemática,
morfologia, história natural e ecologia de
comunidades ou populações de espécies da
fauna Neotropical recente. Através da
permuta
com
periódicos
nacionais
e
estrangeiros,
científicos
abastece
qualitativamente o acervo da biblioteca
especializada da Fundação Zoobotânica do
RS.
O alto conceito atribuído à revista pela CAPES, aliado à periodicidade, à
qualidade editorial e gráfica e ao ingresso no Sistema SciELO desde 2001, bem como
nas bases ISI/Thomson e Scopus/Elsevier (dentre outras), tem revertido em um
incremento significativo no número de manuscritos submetidos para publicação, os
quais não tem mais se limitado aos países da América Latina, mas também de outros
continentes. A política editorial da revista é manter a qualidade e abrangência de
assuntos de suas publicações. Este periódico foi aprovado para o ingresso na coleção
SciELO Brasil em função do seu alto padrão de qualidade, de nível internacional,
assim seus exemplares estão todos disponíveis online <www.scielo.br/isz>.
Outra ferramenta que também incrementa a acessibilidade e visibilidade da
revista é a disponibilização dos artigos no Biodiversity Heritage Library (BHL) (que a
partir de 2012 também integra o Portal de Periódicos em Biodiversidade, juntamente
com o SciELO), por meio do projeto Encyclopedia of Life (EOL). Através de convite
recebido e em parceria com a Smithsonian Institution Libraries, os volumes da ISZ
desde o número 1 (publicado em 1957) até o 89 (publicado em 2000) estão
digitalizados e disponíveis em uma base de dados de acesso livre (BHL/EOL). A
Iheringia Série Zoologia também está enquadrada na categoria de qualidade B2 no
Qualis da CAPES.
Em agosto de 2011 foi implementada a submissão de manuscritos on-line
através do Sistema SciELO, aumentando consideravelmente o recebimento de artigos.
Com o referido sistema, toda a tramitação é feita on-line, possibilitando que os
autores acompanhem cada uma das etapas do processo editorial. Outra vantagem
proporcionada é que novos editores de área de instituições fora do estado e do país
puderam ser convidados a integrar a comissão editorial.
No que se refere ao índice de impacto, desde 2011 vem aumentando
gradualmente: 0,23 (2011); 0,42 (2012) e 0,50 (2013).
5.3. Atividades Educativas
Assim como as exposições, as principais atividades educativas do Museu de
Ciências Naturais/FZB são efetivadas a partir da Seção de Educação Ambiental e
Museologia10. A parceria com outras seções e/ou setores tanto do Museu como da
Fundação Zoobotânica torna possível a realização de palestras, oficinas e cursos sobre
os mais diversos temas.
Outra atividade de destaque é a periódica visitação de escolas, garantida
essencialmente pela tradição do Jardim Botânico e que acaba se vinculando ao
Museu. No interior do Museu são realizadas mediações com bolsistas ou estagiários
da área da biologia para o público interessado. Como ponto fraco salienta-se a falta de
funcionários para atender a grande demanda de escolas e visitas guiadas solicitadas,
sendo somente estagiários os responsáveis por essa atividade. Também se destaca a
ausência de atividades educativas visando público estrangeiro ou pessoas com
deficiência.
Vários projetos de caráter educativo são mantidos pelo Museu de Ciências
Naturais/FZB, tais como:
a) “Oficinas de fauna, flora e fósseis do Rio Grande do Sul”
Visam promover a expansão e a melhoria da qualidade do ensino das
ciências, o desenvolvimento das inovações e aplicações da Ciência e da
tecnologia, bem como a difusão e a popularização da cultura científicotecnológica junto à sociedade. Os objetivos dessa atividade são dar a conhecer
e evidenciar a importância dos componentes do meio em que vivemos, a fim
de estimular o interesse pelos temas ligados à biodiversidade, oportunizar uma
reflexão sobre os problemas ambientais, sensibilizando a comunidade escolar professores e alunos - para a necessidade de preservação de patrimônio natural
atual e fóssil, utilizando recursos museográficos como meio educativo.
Atualmente há as seguintes oficinas, ministradas por biólogos do quadro da
Instituição, que contam com a participação de seus bolsistas e estagiários:
"Algas e Qualidade Ambiental"; "Introdução à Paleontologia"; "Observando
Folhas"; "Introdução à Liquenologia".
10
Também chamada de Seção de Museologia e Educação Ambiental . Sua sigla é MUSEAMB.
b) "Ciência na Praça"
Tem por objetivo popularizar a
ciência, diminuindo as barreiras entre o
cientista e a comunidade, visando o
desenvolvimento
de
uma
tomada
de
consciência relacionada com a pesquisa em
preservação ambiental, através da educação
ambiental não formal. Essa atividade vem
sendo desenvolvida desde 1986 e ocorre em
dois
domingos
por
ano,
sediado
principalmente no "Brique da Redenção",
evento tradicional da cidade de Porto
Alegre realizado aos domingos.
A atividade ocorre em março (mês do aniversário da cidade) e em novembro
(comemorando o aniversário do Museu de Ciências Naturais/FZB) e consiste na
exposição de peças do acervo do MCN, sendo fornecidas ao público informações
sobre a flora e a fauna e projetos de pesquisa desenvolvidos na Instituição.
c) “O Museu vai à Escola”
Essa atividade tem por objetivo
popularizar o conhecimento científico junto
aos estudantes de escolas estaduais ou
municipais,
estimular
o
interesse
da
comunidade escolar (professores, alunos e
pais) pelos temas da biodiversidade e
possibilitar
contato
com
o
acervo
museológico.
O Museu de Ciências Naturais estimula o diálogo para que novas questões
sejam incorporadas e os cotidianos sejam repensados, ocasionando mudanças de
comportamento. O projeto é executado no mínimo duas vezes por ano, em escolas de
diferentes bairros da cidade de Porto Alegre bem como de outros municípios,
possibilitando que um maior número de escolares sejam motivados a utilizarem o
MCN como espaço educativo e cultural.
d) "Educação Ambiental na Escola"
Os alunos de escolas estaduais ou municipais têm contato com
atividades de educação ambiental como palestras, exposições e contação de
estórias, sendo também disponibilizadas peças do acervo do Museu de
Ciências Naturais.
e) Kit Didático "Vertebrados Fósseis do Rio Grande do Sul"
É constituído de réplicas de Gliptodonte, Toxodonte, Rincossauro,
Tecodonte, Mesossauro, Preguiça-Gigante, Mastodonte, Cinodonte, Dicinodonte,
acompanhadas de cartilha e fichas ilustrativas sobre cada réplica. O "kit" tem por
objetivo subsidiar o trabalho dos professores e despertar nos alunos do ensino
fundamental e médio a curiosidade e interesse pelas Ciências Naturais. Através da
observação e manuseio das réplicas de peças do acervo paleontológico do Museu de
Ciências Naturais/FZB é oportunizada a motivação e sensibilização para as questões
ambientais. O material pode ser retirado, sob forma de empréstimo, pelos
professores da rede de ensino pública e privada, para utilização nas atividades
didáticas.
f) “Ciência na Praia”
Esta atividade, realizada em municípios litorâneos do RS, nos meses de
janeiro/fevereiro, quando grande parte da população gaúcha desloca-se para o
veraneio, esteve interrompida por um longo período, sendo retomada no
verão/2014, com uma edição realizada no município de Imbé, RS (Fig 13).
A atividade consiste na exposição, na orla litorânea, de peças do acervo
do Museu de Ciências Naturais/FZB, sendo fornecidas ao público informações
sobre a flora e a fauna e projetos de pesquisa desenvolvidos na Instituição.
Fig. 13. Aspecto geral da exposição realizada em 18/janeiro/2014, no município de Imbé, RS,
dentro da atividade "Ciência na Praia".
5.4. Comunicação
A Fundação Zoobotânica do RS tem uma Coordenadoria de Comunicação
Social, ligada à Presidência, que é responsável pela área de comunicação dos
três órgãos operacionais que constituem a Instituição, de maneira integrada,
não havendo pessoal da área de comunicação específico para as atividades do
Museu.
Conforme já foi mencionado, atualmente, por determinação da
Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA), à qual está
vinculada a Fundação Zoobotânica do RS, a parte de Comunicação Social da
SEMA, FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz
Roessler) e FZB está unificada, atuando na Secretaria.
Essa situação se caracteriza como ponto fraco, pois dessa forma a
administração da identidade visual do Museu, das informações contidas no site
e a criação de folders, flyers e outros materiais de divulgação ficam
deficientes, pois dependem de apenas um profissional, com equipe reduzida,
que fica com trabalho em excesso.
O site da Fundação Zoobtânica do RS <http://www.fzb.rs.gov.br/> (Fig.
14) contempla informações sobre a FZB como um todo, o Jardim Botânico, o
Museu de Ciências Naturais e o Parque Zoológico. O site é bem elaborado,
mas algumas informações sobre o MCN, como a missão, os objetivos, o
organograma, o inventário das coleções, que são de interesse direto do
público, não estão disponíveis, caracterizando um ponto fraco
Para construção do site, além dos integrantes da Coordenadoria de
Comunicação Social e dos integrantes da Seção de Informática/FZB, houve a
participação de representantes dos diversos órgãos operacionais da Instituição.
Fig 14. Página inicial do site da Fundação Zoobotânica do RS
Nas
redes
sociais,
a
FZB
possui
uma
página
<https://www.facebook.com/fzbrs> com informações básicas de contato e localização,
onde são divulgadas todas as suas atividades, projetos, concursos, entre outros
asssuntos. O Museu não possui página oficial na rede social Facebook.
5.5. Quadro de Pontos Fortes e Fracos
Pontos Fortes
Pontos Fracos
Diversas estratégias de comunicação e difusão:
Pouca participação nas redes sociais.
publicações, eventos científicos, páginas na
internet, cursos, oficinas e palestras, atividades
e materiais educativos.
Site
com
layout
informativo
atrativo;
Faltam informações específicas do MCN de interesse
informações relevantes sobre a divulgação das
ao público (missão, objetivos, organograma, catálogo
atividades da
das peças e curadores das coleções).
FZB
e
links
e
de
serviços
relevantes.
Atividades educativas e lúdicas consolidadas e
Falta de funcionários para suprir a grande demanda
projetos diversos (somente do Museu ou unindo
das atividades educativas; falta de profissional
as seções de Educação Ambiental do Museu, do
ocupando especificamente o cargo de Museólogo;
Jardim Botânico e do Parque Zoológico); visitas
equipe de atendimento sem qualificação para receber
guiadas e atendimento a escolas de todo o
estrangeiros
Estado; kits didáticos; equipe motivada;
espanhola e inglesa) e pessoas com deficiência;
(conhecimento
mínimo
em
língua
ausência de atividades educativas direcionadas ao
público estrangeiro e pessoas com deficiência. Vale
ressaltar o grande potencial na elaboração de maquetes
e ou animais taxidermizados que possam ser
manuseados por cegos e até mesmo videntes.
Parcerias firmadas e grandes intercâmbios
Centralização das atividades de comunicação e
institucionais
confecção de materiais de divulgação, a cargo de
e
acadêmicos
enriquecendo
pesquisas e difusão de conhecimento.
apenas um funcionário, com equipe reduzida, para
toda a FZB; falta de dministração da identidade visual
do Museu, das informações contidas no site e criação
de folders, flyers e outros materiais de divulgação.
6. ARQUITETÔNICO
A sede atual do Museu de Ciências Naturais encontra-se na edificação da
própria Fundação Zoobotânica do RS, na área do Jardim Botânico de Porto
Alegre/RS, à Rua Dr. Salvador França, 1427, no bairro Jardim Botânico.
Quando da sua mudança para a atual sede própria, o MCN e a FZB tiveram
que fazer adaptações de uso do edifício, pois este fora construído para abrigar a TV
Educativa do Estado (TVE)11. Devido à falta de organização espacial prévia e
planejada,
os
laboratórios
e
gabinetes
do
Museu
foram
se
instalando
desordenadamente, ficando as áreas de pesquisa mescladas com as áreas
administrativas do próprio Museu ou da FZB (ver ANEXO 5 – Plantas Arquitetônicas
da FZB). Tal situação causa, mais uma vez, confusão em relação à identidade do
Museu, pois ela está muito atrelada à da Fundação. Assim, os espaços e as atividades
se confundem, estabelecendo falta de discernimento por parte da sociedade que se
refere ao Museu como sendo “o Museu do Jardim Botânico” e não como o Museu de
Ciências Naturais, com força de instituição autônoma. Em consequência dessas
questões, o Museu não define sua identidade e, segundo lúcida declaração de um
funcionário mais antigo, “o museu com uma identidade própria se fortalece”.
Ainda sobre a dispersão dos espaços, os laboratórios muitas vezes se localizam
a considerável distância dos gabinetes e salas das coleções (locais de guarda do
acervo). Conforme avaliação do corpo técnico da instituição, não há possibilidade
atual de reorganizar os espaços, visto que os laboratórios e gabinetes não podem
interromper suas atividades.
Há de se destacar a falta de acessibilidade física do entorno e do edifício da
Fundação, o que inclui a área expositiva do Museu (caso esse que será tratado na
próxima seção). A entrada do Jardim Botânico se dá através de um grande caminho
inclinado, que não proporciona autonomia aos cadeirantes e dificulta o acesso de
pessoas com mobilidade reduzida, não havendo também sinalização de piso tátil. A
11
A TVE (TV Educativa do Estado) não pôde ocupar o prédio, pois o mesmo não comportou
seus equipamentos, devido ao tamanho dos mesmos. Sendo o prédio construído em concreto armado,
não foram possíveis adaptações.
entrada para o Museu também apresenta obstáculos, pois possui uma escadaria. As
pessoas com dificuldades de locomoção têm acesso ao Museu por entrada restrita aos
funcionários, situada na lateral do prédio da Administração Central, necessitando,
como já foi mencionado anteriormente, que um dos vigilantes que esteja de serviço
possibilite esse acesso.
Outros problemas de infraestrutura merecem destaque, pois poderão causar
perigo ao acervo e às pessoas que circulam pelo prédio.
6.1. Laboratórios, Gabinetes e Salas de Coleções
Os laboratórios são as salas dedicadas às atividades práticas, onde são
manuseadas as peças do acervo. São realizadas a triagem e preparação do material
obtido nas expedições a campo bem como as práticas de conservação e intervenção
nas peças, visando à pesquisa futura.
Os gabinetes são ocupados pelos biólogos, técnicos, bolsistas e estagiários,
que os utilizam para estudos e pesquisas. Esses espaços são equipados com
computadores, equipamentos ópticos, materiais de documentação e conservação e
estantes com bibliografia especializada. O espaço dos gabinetes é relativamente
suficiente e há pessoal responsável (funcionários terceirizados) que realizam limpeza,
em geral semanalmente, pois o serviço deve atender a todo o prédio da FZB na forma
de rodízio.
As salas de coleções são os locais onde as peças já catalogadas são
armazenadas; são de acesso restrito aos pesquisadores e aos funcionários que lidam
diretamente com o acervo científico. Alguns desses espaços possuem um odor forte
proveniente dos produtos utilizados, como por ex. naftalina na coleção entomológica,
sendo necessário o uso de máscaras especiais para entrada nos mesmos. A naftalina,
além de ser uma substância perigosa à exposição humana, está com sua utilização
ultrapassada e está sendo gradativamente substituída por cânfora para a preservação
da coleção de insetos em seco.
Outras salas do edifício são utilizadas como auditórios, salas de reuniões e
depósitos. Existem muitas salas adaptadas, por falta de local específico para alguns
tipos de atividade.
6.2. Ampliação dos espaços
Em 2008 foi elaborado um projeto a ser financiado pela FINEP (Financiadora
de Estudos e Projetos), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, visando à
construção da Central de Coleções Científicas do Museu de Ciências Naturais e da
Biblioteca da FZB, ocupando um dos três estúdios desenhados, antigamente, para as
transmissões da TVE (GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL,
2009). A empresa que ganhou a licitação interrompeu o andamento do projeto
arquitetônico, prejudicando e atrasando os planos do Museu.
Atualmente, em virtude de vários entraves burocráticos, esse projeto, que
requer aporte de um volume considerável de recursos, está suspenso aguardando a
disponibilidade dos mesmos mediante financiamentos externos.
Com a construção dos novos espaços, retirando as coleções das salas que
ocupam atualmente, poder-se-á distribuir melhor os gabinetes e laboratórios e
garantir um adequado armazenamento das peças e dos produtos químicos utilizados
para conservação.
Além da ampliação e organização dos laboratórios, gabinetes e salas de
coleções, há também a necessidade de um espaço específico para o acondicionamento
e guarda de arquivo-morto centralizado da FZB, assim como para a Biblioteca Prof.
Dr. Carlos de Paula Couto, que dá suporte às pesquisas realizadas na instituição.
Outra possibilidade, sugerida pelos funcionários, seria construir um prédio
anexo para a Administração Central da FZB, como uma forma de liberar o espaço
físico existente, somente para o Museu de Ciências Naturais e para o Jardim Botânico.
Segundo o corpo técnico, falta vontade política e dinheiro para executar um
projeto arquitetônico que vise a organização e a perfeita adaptação da edificação para
às necessidades do Museu.
6.3. Quadro de Pontos Fortes e Fracos
Pontos Fortes
Pontos Fracos
A localização dentro do Jardim
Iluminação inadequada.
Botânico potencializa as visitações.
Apoio das seções e setores da
Falta de circulação de ar.
Administração Central da FZB para
planejamento e execução de projetos
de infraestrutura.
Possibilidade
de
ampliação
espaço utilizando as arenas.
do
Instalações
precárias
com
grandes
infiltrações e estações elétricas expostas.
Falta
de
equipamentos
e
essenciais.
Interrupções no acesso à internet.
serviços
7. ACESSIBILIDADE
De acordo com a Lei Federal nº 10.098/2000, que estabelece normas e
critérios para promover a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência12 ou
com mobilidade reduzida, “acessibilidade significa dar a essas pessoas condições
para alcançarem e utilizarem, com segurança e autonomia, os espaços,
mobiliários e equipamentos urbanos, as edificações, os transportes e os sistemas e
meios de comunicação”. Nesse contexto, o Museu de Ciências Naturais da Fundação
Zoobotânica do RS, como espaço público, deve proporcionar condições para que toda
e qualquer pessoa possa usufruir seus espaços e atividades.
Mas a acessibilidade não se resume às pessoas com deficiência. Também
deve-se falar de qualquer parcela da população que sinta que seus direitos foram
cerceados em função de sua condição social, cultural, econômica. Por isso é dever do
Museu eliminar barreiras e obstáculos físicos, informacionais, econômicos, sociais,
culturais, a fim de que sua função social seja plenamente exercida.
Tendo em vista que a Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos; são dotados
de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade”, tornar os espaços e recursos acessíveis é dar acesso livre e autônomo às
pessoas, possibilitando o exercício da sua cidadania.
As questões da acessibilidade estão ligadas à ideia de Desenho Universal e
Ergonomia, identificando-se os seguintes tipos13:
12
O termo correto é “pessoa com deficiência”. “No Brasil, tornou-se bastante popular,
acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo portador de deficiência (e suas flexões no
feminino e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que
a deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às vezes não portamos […]”.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. Disponível em: <
http://saci.org.br/?modulo=akemi&parametro=7483>. Acesso em: 26 jan. 2014.
13
Referência em infográfico “Tipos de Acessibilidade em Ambientes Culturais” de autoria do
NDGA - UFRGS: Prof. Me. Eduardo Cardoso - Prof. Me. Fabiano Scherer - Profa. Dra. Tânia
Koltermann da Silva - Graduando em Design Visual Vinícius Ludwig Strack.
Acesso Físico
Deve garantir que não existam barreiras
arquitetônicas.
Acesso Sensorial
Deve contemplar visitantes com limitações
visuais, auditivas e na fala.
Acesso Intelectual
Deve
considerar
o
público
sem
conhecimentos prévios sobre o tema do
evento
ou
com
dificuldades
de
aprendizagem.
Acesso Econômico
Deve considerar as condições financeiras dos
visitantes para definir as cobranças de
ingressos.
Acesso Emocional
Deve considerar se o local é acolhedor a
novos visitantes e se os funcionários lidam
com a diferença e a deficiência.
Acesso à Esfera das Decisões
Deve considerar a opinião de especialistas e
potenciais visitantes na tomada de decisões.
Acesso à Informação
Deve garantir que a divulgação
atividades atinja novos públicos.
Acesso Cultural
Deve considerar o interesse que as atividades
despertam em certos públicos.
das
Assim, é preciso estudar a legislação vigente sobre o tema, além de identificar
a situação atual do Museu de Ciências Naturais/FZB, identificando pontos fortes e
fracos que deverão ser trabalhados como Programas e Projetos.
7.1. Contexto Legal
Para identificar as condições de visitação e fruição que o MCN/FZB oferece à
sociedade, a fim de torná-las mais acessíveis, é preciso ter em mente o contexto legal
que regulamenta a questão da Acessibilidade em nível internacional, federal, estadual
e municipal. Seguem as principais leis, decretos, convenções e normas.
No âmbito internacional:
 Convenção nº. 159 da OIT (Organização Internacional do Trabalho),
promulgada pelo Decreto Federal nº. 129, de 22 de maio de 1991 Trata sobre reabilitação profissional e emprego de pessoas deficientes Legislação Relativa ao Trabalho de Pessoas Portadoras de Deficiência;
 Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU
(2007) - Tem o objetivo de promover, proteger e assegurar o desfrute
pleno e equitativo dos direitos humanos e liberdades fundamentais por
pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua inerente
dignidade.
No âmbito federal:
 Lei Federal nº. 7.405, de 11 de novembro de 1985 - Torna obrigatória a
colocação do Símbolo Internacional de Acesso em todos os locais e
serviços que permitam sua utilização por pessoas portadoras de
deficiência e dá outras providências;
 Lei Federal nº 10.048 (8/11/2000) - Dá prioridade de atendimento às
pessoas portadoras de deficiência física e dá outras providências;
 Lei Federal nº 10.098 (19/12/2000) - Estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras
providências;
 Lei Federal nº 10.436 (24/04/2002) - Dispõe sobre a Língua Brasileira
de Sinais – Libras;
 Instrução Normativa nº. 1, de 25 de novembro de 2003 - Dispõe sobre
a acessibilidade aos bens culturais imóveis acautelados em nível
federal e outras categorias, conforme especifica;
 Decreto Federal nº 5.296/2004 - Regulamenta as Leis 10.048/2000 e
10.098/2000;
 Lei Federal nº 11.126 (27/06/2005) - Dispõe sobre o direito do
portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes
de uso coletivo acompanhado de cão-guia;
 NBR 9050/2004 - Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e
Equipamentos Urbanos.
 NBR 13994/2005 – Elevadores de passageiros – elevadores para
transporte de pessoas com deficiência;
 NBR 12255/1990 – Execução e utilização de passeios públicos –
procedimentos;
 NBR 15599/2008 – Acessibilidade em comunicação na prestação de
serviços.
No âmbito estadual:

Lei Estadual nº 8.103 (18/12/1985) - Estabelece prioridade de
atendimento, em todas as repartições públicas estaduais, às pessoas
idosas, às portadoras de defeitos físicos e às mulheres grávidas;

Lei Estadual nº 8.974 (8/01/1990) - Dispõe sobre projetos de
arquitetura e de engenharia destinados à construção ou reforma de
edifícios públicos (para acesso de deficientes físicos);

Lei Estadual nº 11.405 (31/12/1999) - Dispõe sobre a
oficialização da Libras - Língua Brasileira de Sinais;

Lei Estadual nº 11.739 (13/01/2002) - Dispõe sobre o ingresso
e permanência de cães-guia para pessoas portadoras de deficiência
visual nos locais públicos e privados.
No âmbito municipal:

Lei nº 7.076 (4/06/1992) - Estabelece prioridade de
atendimento a idosos, portadores de deficiência física e gestantes, nas
repartições públicas municipais, estaduais e federais, estabelecimentos
bancários e comerciais;

Lei nº 8.317 (9/06/1999) - Dispõe sobre a eliminação de
barreiras arquitetônicas em edificações e logradouros de uso público e
dá outras providências;

Lei nº 8.632 (27/10/2000) - Torna obrigatória a apresentação de
cardápios escritos no sistema braille em todos os bares, restaurantes,
lanchonetes, hotéis, motéis e congêneres.
7.2. Descrição da situação atual de acessibilidade do Museu de Ciências Naturais
da Fundação Zoobotânica do RS
Circulação Externa – acessos na via pública
A parada dos ônibus que fazem as linhas que servem ao bairro Jardim
Botânico se encontra distante da entrada principal da Fundação Zoobotânica do
RS, sendo necessária uma caminhada de, no mínimo, 15min. A área da parada no
corredor de ônibus e algumas calçadas do entorno possuem rampa de acesso e
piso com sinalização tátil.
Recentemente a FZB remodelou o acesso ao Jardim Botânico, junto ao
pórtico de entrada, executando o calçamento e ajardinamento do mesmo e
individualizando as pistas para entrada e saída do Parque.
O acesso dos ônibus, microônibus e vans com visitantes bem como dos
caminhões e furgões de entregas, se dá por entrada alternativa, situada na Av. Prof.
Cristiano Fischer (nos fundos do Jardim Botânico) cujo portão é aberto pelo
vigilante, conforme a demanda.
Circulação Externa - acessos à edificação
Entrando no espaço do Jardim Botânico, há um extenso caminho inclinado
com calçamento de pedras que, além de ser cansativo para idosos, gestantes e
pessoas com pouca agilidade, não proporciona acesso facilitado e autonomia ao
cadeirante e às pessoas com mobilidade reduzida.
A entrada para o Museu de Ciências Naturais também apresenta um grande
obstáculo, representado por uma escadaria. Para ter acesso ao Museu é necessário
que os cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoção entrem pela lateral
do prédio da Administração Central, na dependência de que um vigilante abra esse
portão, que é de acesso restrito, e percorram o interior do prédio para chegar à sala
de exposições.
Na área do Jardim Botânico há somente um banheiro parcialmente
adaptado para pessoas com deficiência.
Circulação Externa - acessos à informação
A placa de identificação do Museu de Ciências Naturais é visível e com
bom contraste (Fig. 3), mas não são disponibilizadas, na entrada do Museu,
informações sobre o horário de funcionamento e sobre os ingressos. Sendo essas
informações inexistentes, também não há versão em Braille ou em língua
estrangeira. A Sala de Exposições do MCN possui apenas uma entrada e saída
através do mesmo espaço. Em nenhuma lugar há sinalização de piso tátil.
Circulação Interna - acessos na edificação
O espaço para circulação é adequado. Não há climatização para conforto
humano na sala de exposição de longa duração, havendo apenas ventiladores de
teto. Há aparelhos condicionadores de ar (splits) somente nas salas de exposição
temporária (curta e média duração) e no Serpentário. Não há bancos para
descanso.
Circulação Interna - acessos à informação
Não há sinalização visível, tátil ou informação em língua estrangeira
de emergência ou de localização dos banheiros ou salas de exposição. Não há
mapas de orientação.
Exposição
A área expositiva possui diversos textos, imagens, animais taxidermizados
e materiais didáticos em esquemas e dioramas. A informação apresentada não
possui versão adaptada, tais como textos com contraste ou em fonte ampliada;
textos em braille; textos, ambientes e esquemas audiodescritos; textos com versão
em língua estrangeira (inglês e espanhol).
Monitoria
A monitoria é realizada com marcação prévia. Os monitores são despreparados
para atendimento a pessoas com deficiência; sem conhecimento em Libras para
atendimento
ao
público
com
deficiência
auditiva;
sem
preparo
para
audiodescrever textos, ambientes e esquemas; sem conhecimento em língua
estrangeira.
Material de divulgação
Na Sala de Exposições há disponibilização de folders sobre o Museu de
Ciências Naturais e sobre o Jardim Botânico, mas não há versão com fonte ampliada,
em Braille e em língua estrangeira.
7.3. Considerações
O Museu de Ciências Naturais tem potencialidade para expôr obras táteis que
possam atender a pessoas com deficiência visual, pois dispõe de funcionário
terceirizado com muita habilidade como artista plástico.
É recomendável que os funcionários, principalmente os que tem contato com o
público na área expositiva, realizem cursos sobre a temática de Acessibilidade em
Ambientes Culturais e Desenho Universal. Esses cursos podem servir como
aproximação para o estudo de recursos de acessibilidade como Libras, audiodescrição
e confecção de maquetes táteis. A Fundação Zoobotânica do RS poderia buscar em
universidades e empresas do ramo, profissionais que pudessem oferecer capacitação
aos seus funcionários com custos acessíveis ou até mesmo como parceria.
Disponibilizar em línguas estrangeiras a informação constante nos folders,
folhetos, site, fichas de identificação ou qualquer outro material destinado à
comunicação, também é dar acessibilidade, pois muitos turistas estrangeiros procuram
os espaços culturais das cidades que visitam.
A questão da acessibilidade será um dos maiores desafios a serem pensados
em termos de metas estratégicas para a fase de Programas do Museu de Ciências
Naturais/FZB.
8. SEGURANÇA
A questão da segurança em museus é tema que deve ser prioritariamente
tratado, tanto em função da preocupação com a preservaçãode seu acervo, quanto pela
segurança física dos trabalhadores e visitantes. Devido a isso, torna-se necessária a
formulação de medidas preventivas com base em uma Política de Prevenção e
Segurança, que contemple um Plano de Emergência, de acordo com as necessidades
da instituição. A implantação de um Plano de Gerenciamento de Riscos deve ser
estudada pela Instituição, por tratar-se de uma nova metodologia que busca investigar,
detectar e bloquear os dez possíveis riscos em instituições de guarda de acervo
(BRASIL-MinC-IBRAM, 2013):

Forças Físicas

Furto, Roubo e Vandalismo

Fogo

Água

Pragas

Poluentes

Luz e Radiação Ultravioleta (UV) e Infravermelha (IV)

Temperatura Incorreta

Umidade Incorreta

Dissociação
Assim como grande parte das instituições museológicas brasileiras de caráter
público, o Museu de Ciências Naturais/FZB ocupa um prédio construído para outros
fins, que precisou ser adaptado às suas atividades. Como já discutido nas seções
anteriores, o Museu possui uma série de problemas de adequação: segurança física
(interna e externa) e patrimonial falha; infraestrutura inadequada ao acervo e às
pessoas; ausência de plano de segurança e de emergência, entre outros.
De acordo com a obra “Gestão de Segurança e Conservação em Museus”
(DRUMONND et al. , 2010) a prevenção e a segurança incluem como temáticas:
 Proteção ambiental: lida com a avaliação e prevenção de desastres de
causa natural, impacto de trovões, poluição do ar, chuvas intensas em
alguns períodos do ano, queda de árvores, entre outros;
 Segurança das áreas externas: fiscalização da área, reforço de
medidas de segurança, etc.;
 Segurança do prédio: controle de chaves, manutenção, vistorias
periódicas para avaliação, entre outros;
 Proteção contra roubo: vigilância, alarme contra intrusos, Circuito
Interno de TV (CITV), etc.;
 Proteção contra incêndio: alarmes, detectores de fumaça, extintores,
constituição de brigada de incêndio, entre outros;
 Segurança do acervo: conservação, documentação, preservação das
informações e dados em meio digital, controle de acesso às salas das
coleções, transporte, etc.;
 Segurança das pessoas: controle de entrada, identificação, divulgação
de normas de segurança, boas condições do prédio, preparação para
emergências médicas, entre outros.
Nessa lista ainda é possível incluir a Segurança das Informações geradas
pelo Museu, visto ser um lugar onde inúmeras pesquisas são realizadas.
As possíveis situações de risco encontradas no MCN/FZB incluem:
 Impacto de trovões, poluição do ar, chuvas intensas em alguns
períodos do ano ocasionando alagamentos, queda de árvores, entre
outros;
 Desastres em função da infraestrutura e equipamentos precários,
períodos de falta de energia, constantes cortes de abastecimento de
água, contaminação química ou biológica, incêndios por causas
diversas, como vazamento de produtos químicos e líquidos
inflamáveis, curtocircuito na rede elétrica pelos excessos e falta de
planejamento de crescimento dos equipamentos;
 Ausência de um plano de auxílio em emergências médicas para
servidores e público visitante, se necessário;
 Ausência de brigada de incêndio atuante;
 Diversas falhas nos procedimentos de rotina da equipe, tais como,
manuseio e transporte inadequado do acervo, operação informal dos
equipamentos e climatização, uso inadequado de produtos de limpeza
nos ambientes de trabalho e nas salas de acervo, falta de capacitação e
treinamento dos funcionários terceirizados de como agir em ambientes
onde há acervo e onde são realizadas pesquisas, entre outros;
 Ausência de sinalização de emergência;
 Riscos de furto, roubo e vandalismo devido ao fato de que as chaves de
algumas salas ficam disponíveis no balcão da recepção, sem controle,
quando da ausência de recepcionista ou de vigilante;
 Possibilidade de vandalismo nas dependências do Museu por não haver
vigilantes e CITV na área expositiva;
Dentre as situações de risco encontradas no Museu merece destaque o risco de
fogo. A segurança contra incêndio não é apenas colocar dispositivos de alarme ou
combater as chamas, mas trata-se de uma série de medidas de segurança a serem
planejadas e colocadas em prática. Os requisitos para uma segurança contra incêndio
permeiam desde a rede elétrica adequada até o treinamento dos funcionários da
instituição, o que só é possível através de projetos onerosos. No entanto deve-se
pensar que resolver uma situação de sinistro já ocorrido é muito mais oneroso,
acarretando não só a perda do acervo, mas também risco de morte às pessoas.
Com base na obra de ONO & MOREIRA (2011), segue abaixo tabela que
indica a situação ideal, esperada, para o MCN/FZB.
Local
Salas de exposições de longa
duração e temporárias e
Serpentário
Recomendado

CITV (Circuito Interno de TV) no interior
das salas;

Iluminação por sensor de presença para
períodos
noturnos
para
garantir
visibilidade ao sistema de CITV;

Sensores de contato nas portas e janelas;

Grades/elementos estruturais nas janelas e
portas, além de reforço em dobradiças e
trincos;

Sensores de contato ou aproximação
demasiada referente ao acervo;

Sensores de quebra de vidros;

Vigilância
e
monitoramento
seguranças ou monitores.

CITV próximo à porta de acesso ao
interior da sala;

Sensores
de
presença
do
tipo
infravermelho nos períodos em que não
houver permanência humana;

Controle de acesso;

Proteção de portas e janelas (se as salas
possuírem equipamentos de valor)
Salas de oficinas
por
Auditório
Biblioteca

Vigilância para equipamento de projeção;

Isolamento da circulação do público das
demais áreas de acesso ao edifício;

Acesso controlado na entrada do Museu.

CITV próximo à porta de acesso ao
interior da sala;

Sensores de presença tipo infravermelho
para períodos sem permanência humana;

Sensores de contato ou grades nas janelas
ou portas;

Vigilância humana;

Layout adequado para consulta de acervo;

Controle de entrada e saída de usuários;

Controle de entrada e saída de acervo da
biblioteca por meio de dispositivos de
alarme agregados aos livros;

Controle de saída de matérias para cópia;

Procedimentos de segurança para
transporte de livros.

CITV próximo à porta de
acesso ao interior das salas;

Sensores de presença
infravermelho
para
períodos
permanência humana;
Laboratórios
tipo
sem

Se houver acervo no local deve
haver controle de acesso biométrico,
teclado por cartão ou senhas;

Reforço do material das portas,
dobradiças e trincos;

Reforço e proteção das janelas;

CITV próximo à porta de
acesso ao interior das salas;

Sensores de presença
infravermelho
para
períodos
permanência humana;
Salas de coleções
tipo
sem

Controle
de
acesso
por
biometria, teclado por cartão ou senha;

Reforço do material das portas
(de preferência portas corta-fogo), das
dobradiças e trincos;

Reforço e proteção das janelas;

Detectores de fumaça
luminárias à prova de explosão.
Áreas administrativas
e

CITV próximo às portas de
acesso ao interior das salas;

Sensores de presença tipo
infravermelho para períodos sem presença
de pessoas;

Controle
de
acesso
por
biometria, teclado por cartão ou senha;

Reforço do material das portas,
das dobradiças e trincos;

Reforço e proteção das janelas;

Precauções contra incêndio;

Guarda adequada de materiais.
.
Depósitos e oficinas de
manutenção

CITV que permita a visibilidade
total do local;
Lanchonete
Hall de
entrada/guarita/bilheteria

Precauções contra incêndio;

Vigilância humana;

Portas e janelas reforçadas;

CITV na entrada;

Vigilância humana;

Controle
de
identificação de pessoas

acesso
e
Instalação de guarda-volumes.

Criação de barreiras por
elementos de alvenaria ou vegetação;
Jardins, pátios e similares

Separação da circulação de
áreas de serviço e áreas de circulação para
o público;

CITV em locais que necessitam
de controle;
Fechamento Perimetral:

Tratamento da iluminação;

Vigilância humana.

Sensores
infravermelhos
grades, muros e muretas
perimetrais;

Cercas elétricas

Controle de vegetação;

Tratamento da iluminação;

CITV para monitoramento das
calçadas e de intrusão pelas divisas;

Retirada de elementos
sirvam como escada para acesso.
que
A instituição deve realizar um plano de emergência e segurança que contemple
pessoas (visitantes e servidores), patrimônio (edifício, acervos e equipamentos) e
informações (dados catalográficos, registros de empréstimos e cópia do banco de
dados).
9. RECURSOS FINANCEIROS E HUMANOS
Quanto aos recursos financeiros e humanos da instituição, vale destacar que
algumas considerações sobre o funcionamento da Fundação Zoobotânica do RS e do
Museu já foram discutidas no Capítulo Diagnóstico Global, item 1. Institucional.
Aqui são tratadas informações e análises mais pontuais.
9.1. Recursos Financeiros
O Museu de Ciências Naturais integra a Fundação Zoobotânica do RS que é
vinculada à Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEADS) e,
portanto, mantido pelo poder público estadual.
O Museu não tem verba própria. Toda a renda gerada pela Fundação
Zoobotânica do RS, quer através de prestações de serviços, venda de ingressos no
Jardim Botânico (não há cobrança de ingresso para a entrada no Museu, sendo pago
ingresso somente para a entrada no Jardim Botânico) e Parque Zoológico, ou venda de
produtos na Sala de Exposições do MCN, é carreada para o Caixa Único do Estado do
RS.
A gestão financeira da verba recebida pela Fundação Zoobotânica do RS é
realizada pela Administração Central e os recursos são destinados para atender as
atividades de todos os órgãos da FZB (Administração Central, Jardim Botânico,
Museu de Ciências Naturais e Parque Zoológico), não suprindo todas as necessidades
do MCN. Assim, o MCN acaba dependendo de patrocinadores externos para o
incremento e execução de seus vários projetos. O MCN busca fundos da FINEP,
FAPERGS, CAPES e CNPq, além de patrocínios junto a empresas privadas.
Atualmente o Museu de Ciências Naturais/FZB executa trabalho de prestação
de serviços na área de biomonitoramento ambiental (ar e água) para empresa da
iniciativa privada (BRASKEM - produtora de plásticos e PVC) que, por exigência do
órgão estadual de licenciamento ambiental (FEPAM) necessita apresentar os dados
desses monitoramentos. O MCN também realiza, para a BRASKEM, trabalho de
acompanhamento de flora e fauna em Estação Ambiental que a empresa mantém em
sua área. Os recursos advindos dessa prestação de serviços entram no caixa da
Fundação Zoobotânica do RS, e consequentemente para o Caixa Único do Estado do
RS, não sendo destinados integralmente para as atividades do Museu.
Há necessidade de haver no quadro de funcionários do MCN um profissional
responsável pela elaboração de projetos de captação de recursos nos vários
programas, editais e incentivos públicos e privados disponíveis, a exemplo:
 Lei de Incentivo à Cultura 8313/91 (Lei Rouanet): Institui o Programa
Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), que é formado por três
mecanismos: o Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Incentivo Fiscal
(Mecenato) e o Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART).
 Edital de Modernização de Museus (IBRAM): Seleção de projetos para
conveniamento voltados à cultura, memória e patrimônio, para
modernização dos espaços museais; tem por objetivo ampliar, estimular e
viabilizar a continuidade e a sustentabilidade das atividades das
instituições selecionadas, a fim de fomentar o processo sócio-cultural
nacional;
 Edital Prêmio Modernização Microprojetos (IBRAM): Tem por
objetivo o fomento e desenvolvimento de ações destinadas à preservação e
difusão do patrimônio museológico e premiar iniciativas implementadas
por instituições museológicas ou mantenedores de museus, constituídos
como pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito
privado sem fins lucrativos, com finalidade cultural, excetuando-se aquelas
vinculadas à estrutura do Ministério da Cultura (MinC).
 Edital Prêmio Darcy Ribeiro (IBRAM): Prêmio voltado para práticas
de educação não formal que objetivam a convergência entre cultura, arte e
educação de modo a contribuir na ampliação do acesso às manifestações
culturais e ao patrimônio cultural brasileiro; podem participar instituições
museais públicas não vinculadas à estrutura do Ministério da Cultura,
órgãos ou entidades públicas que possuam em sua estrutura unidades
museais e instituições museais de direito privado sem fins lucrativos.
 Edital Seminários Museus, Patrimônio, Memória e Sociedade: Apoia a
realização de seminários que tenham por temática o patrimônio, a memória
e a sociedade nos museus.
 Programa de Preservação de Acervos BNDES: Apóia projetos culturais
de instituições de direito público ou privado, sem fins lucrativos, visando à
preservação de acervos museológicos, bibliográficos e arquivísticos.
 Petrobrás Cultural.
 Programa Banco do Brasil de Patrocínios.
 Fundações de Amparo à Pesquisa: Sua finalidade básica é dar apoio a
projetos de pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento institucional,
cientifico e tecnológico; por intermédio das Fundações de Amparo à
Pesquisa é possível apoiar projetos de pesquisa, capacitação de recursos
humanos e difusão de resultados que estimulam o desenvolvimento
cientifico e tecnológico.
Como no Museu de Ciências Naturais não há pessoal que ocupe-se
exclusivamente da pesquisa pelos editais abertos e da elaboração de projetos para
concorrer aos mesmos, esta atividade é desenvolvida pelo próprio corpo de
funcionários de nível superior que, concomitantemente às suas atividades de
pesquisa, ocupa-se da preparação da documentação exigida por esses editais, na
maioria das vezes sem ter conhecimento adequado para preparação de orçamentos e
propostas financeiras.
9.2. Recursos Humanos
O quadro atual de pessoal do Museu de Ciências Naturais é constituído por
funcionários concursados (contratados via CLT), funcionários cedidos de outras
Instituições do Estado (adidos) e funcionários terceirizados, conforme consta no
quadro abaixo. O Museu possui uma equipe qualificada e motivada. Dentre os 46
integrantes, 27 são de nível superior, na maioria Biólogos, sendo 20 com doutorado.
Quadro de pessoal do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do
Rio Grande do Sul
Nome
Seção
Cargo
Situação
1
Acácia Brito Winter
Zoologia de
Vertebrados
Tratadora
Quadro
Permanente
2
Ailton Luis Hyppólito da Silva
-
Téc.An.Clín.Fis.
Quim. e
Biológicas
Cedido
p/FEPAM
3
Aline Barcellos Prates dos
Santos
Bióloga
Quadro
Permanente
4
Amaro Paulino da Silva
Castilhos
Educação Ambiental e
Museologia
5
Ana Maria Ribeiro
Paleontologia
6
Angelo Favila Rodrigues
Educação Ambiental e
Museologia
Zoologia de
Invertebrados
7
Caroline Maria da Silva
Zoologia de
Invertebrados
8
Cleodir Jose Mansan
Botânica de
Fanerógamas
9
10
11
12
Felipe Zilio
Flavio Bergmann Carlucci
Glayson Ariel Bencke
Hilda Alice de Oliveira Gastal (*)
Zoologia de
Vertebrados
Zoologia de
Vertebrados
Zoologia de
Vertebrados/Divisão de
Pesquisa
Zoologia de
Invertebrados/Divisão
de Difusão Científica e
Cultural
Atendente
(Exposição)
Bióloga
Atendente
(Exposição)
Auxiliar de
Biologia
Titulação
Doutorado
Quadro
Permanente
Quadro
Permanente
Doutorado
Quadro
Permanente
Quadro
Permanente
Téc.Nível Médio
Adido
Operacional
Biólogo
Quadro
Permanente
Aux. Biologia
Quadro
Permanente
Biólogo
Quadro
Permanente
Mestrado
Bióloga
Quadro
Permanente
Mestrado
Doutorado
Nome
13
Ingrid Heydrich
14
Iriam Mara Scarcelli
Seção
Zoologia de
Invertebrados
Educação Ambiental e
Museologia
Cargo
Situação
Titulação
Bióloga
Quadro
Permanente
Mestrado
Atendente
(Exposição)
Quadro
Permanente
15
Jan Karel Felix Mahler Júnior
Conservação e Manejo
Biólogo
Quadro
Permanente
Doutorado
16
Janine Oliveira Arruda Araújo
Zoologia de
Invertebrados
Bióloga
Quadro
Permanente
Doutorado
17
Jorge Ferigolo
Paleontologia
Paleontólogo
Quadro
Permanente
Doutorado
18
Josy Zarur de Matos
Conservação e Manejo
Bióloga
Quadro
Permanente
Doutorado
19
Juliano Oliveira Nunes
Botânica de
Criptógamas/Botânica
de Fanerógamas
Auxiliar de
Biologia
Quadro
Permanente
20
Laura Maria Gomes Tavares
Educação Ambiental e
Museologia
Tec. Educação
Ambiental
Quadro
Permanente
21
Lúcia Silva da Rocha
Gabinete Direção
Executiva
Auxiliar
Administrativo
Quadro
Permanente
22
Luciano de Azevedo Moura
Zoologia de
Invertebrados
Biólogo
Quadro
Permanente
Doutorado
23
Luiza Chomenko
Conservação e Manejo
Bióloga
Adido
Doutorado
24
Manoel Luiz Nunes
Botânica de
Criptógamas
Químico
Quadro
Permanente
Graduação
Bióloga
Quadro
Permanente
Doutorado
Téc.em
Educação
Ambiental
Quadro
Permanente
Biólogo
Quadro
Permanente
Doutorado
Bióloga
Quadro
Permanente
Mestrado
25
26
27
28
Márcia Maria de Assis Jardim
Marcia Severo Spadoni
Marco Aurélio Azevedo
Maria Lúcia Machado Alves (*)
Zoologia de
Vertebrados
Educação Ambiental e
Museologia
Zoologia de
Vertebrados
Zoologia de
Vertebrados
Nome
Seção
29
Mariana Silveira Jacques
30
Mariano Cordeiro Pairet Júnior
Zoologia de
Vertebrados
31
Martin Molz
Botânica de
Fanerógamas
32
Nilson Batista Bittencourt
Botânica de
Criptógamas
33
Patrick Colombo
34
Ricardo Aranha Ramos
35
Ricardo Ott
36
Roberto Baptista de Oliveira
Zoologia de
Vertebrados
Cargo
Situação
Diretora
Executiva
CC
Téc. Agrícola
Biólogo
Téc.Nível Médio
Operacional
Titulação
Quadro
Permanente
Quadro
Permanente
Doutorado
Quadro
Permanente
Biólogo
Quadro
Permanente
Téc.em Biologia
Quadro
Permanente
Zoologia de
Invertebrados
Biólogo
Quadro
Permanente
Doutorado
Zoologia de
Vertebrados
Biólogo
Quadro
Permanente
Doutorado
Informação Ambiental
Téc.em
Educação
Ambiental
Doutorado
37
Rógis Flores Ferreira
Educação Ambiental e
Museologia
38
Ronaldo Gemerasca da Silva
Educação Ambiental e
Museologia
39
Rosana Moreno Senna
Botânica de
Fanerógamas
Bióloga
Quadro
Permanente
Mestrado
40
Sandra Maria Alves da Silva
Botânica de
Criptógamas
Bióloga
Quadro
Permanente
Doutorado
41
Suzana Maria de Azevedo
Martins
Botânica de
Fanerógamas
Bióloga
Quadro
Permanente
Doutorado
42
Tatiane Campos Trigo
Bióloga
Quadro
Permanente
Doutorado
Téc. Agrícola
Quadro
Permanente
Bióloga
Quadro
Permanente
Carpinteiro
Terceirizado
Zoologia de
Vertebrados
43
Tomaz Vital Aguzzoli
44
Vera Regina Werner
Zoologia de
Invertebrados
Botânica de
Criptógamas
Quadro
Permanente
Doutorado
Nome
Seção
Cargo
Situação
Titulação
45
Vinicius de Araújo Bertaco
Zoologia de
Vertebrados
Biólogo
Quadro
Permanente
Doutorado
46
Voltayre Vencato Cesar
Educação Ambiental e
Museologia
Atendente
(Exposição)
Quadro
Permanente
(*) Museóloga
A esse quadro de pessoal agregam-se estagiários contratados pela Fundação de
Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) e há ainda a participação de
acadêmicos que realizam estágios curriculares, de bolsistas de Iniciação Científica do
CNPq e FAPERGS e de alunos de Pós-Graduação de diversas Universidades que são
orientados ou co-orientados por pesquisadores do Museu.
A Seção responsável pelo quadro de funcionários da FZB e estagiários da FDRH
é a de Recursos Humanos, que está ligada à Divisão Administrativa da FZB.
Os programas de concessão de bolsas de Iniciação Científica - FAPERGS e
CNPq - são coordenados, respectivamente, pela bióloga e pesquisadora Aline Barcellos
Prates dos Santos e pela bióloga e pesquisadora Ana Maria Ribeiro.
Para desenvolvimento especificamente do trabalho de prestação de serviços para
a BRASKEM há a atuação de biólogos e acadêmicos de Biologia contratados via
parceria com a BIOTA-GEOM, empresa privada de prestação de serviços e consultoria
na área ambiental.
Há um déficit de pessoal em diversas áreas do Museu, incluindo os setores
administrativos e operacionais. Além dos biólogos especialistas nos diversos ramos das
ciências naturais, o MCN necessita de pessoal especializado para desenvolvimento de
suas atividades, como por exemplo taxidermista, desenhista, artesão, técnicos para
preparação de peças para inclusão nas coleções e manutenção das mesmas, auxílio em
atividades de campo. Em várias áreas esse pessoal está em falta, como por exemplo na
área de Desenho Científico e na Taxidermia, em virtude da aposentadoria dos
funcionários.
Um fato a ser destacado é a falta de museólogo no MCN. O Museu tem dois
museólogos, da categoria denominada anteriormente de “provisionados”, que ocupam o
cargo de Biólogo e desenvolvem atividades de pesquisa e curadoria de coleções.
Apenas um desses museólogos participa mais efetivamente em atividades museológicas
e/ou museográficas, acumulando-as com as atividades de pesquisa e curadoria. É
indispensável a existência de museólogo (sendo desejável pelo menos dois) ocupando
esse cargo no quadro permanente da instituição, que dedique-se exclusivamente às
atividades museológicas e museográficas. Também é necessário, em seu quadro de
colaboradores temporários, mais estagiários/bolsistas de Museologia, que muito
poderiam contribuir para o aprimoramento das atividades cotidianas do museu.
Após 10 anos sem contratação de pessoal para o quadro efetivo, foi aberto
concurso público para a Fundação Zoobotânica do RS contemplando 68 vagas de
contratação imediata e outras de formação de cadastro de reserva, com provas
realizadas em março/2014, sendo aberta vaga para contratação de um museólogo.
9.3. Quadro de Pontos Fortes e Fracos
Pontos Fortes
Pontos Fracos
Apoio e gestão financeira da FZB;
Verba destinada ao Museu é diluída dentro da FZB
para atendimento da Administração Central, Parque
Zoológico e Jardim Botânico;
Apoiadores e patrocinadores externos graças
Falta de profissionais em várias áreas do Museu, em
aos bons projetos dos pesquisadores que
especial na área de Museologia e na área de Captação
viabilizam bolsas e pesquisas;
de
Recursos
para
projetos
de
Fomento
e
Financiamento;
Concurso público aberto para 68 vagas na FZB,
Ausência da “lojinha do Museu” administrada pela
incluindo a de museólogo;
Associação de Amigos, que reverta essa verba
somente ao Museu;
Quadro de pessoal motivado e qualificado.
PROGRAMAS
O Museu de Ciências Naturais mantém programas que são básicos à sua
tipologia, a saber: o de Acervos, o de Pesquisas, o de Exposições e o EducativoCultural. Esses programas devem ser mantidos bem como melhorados no que couber e
ampliados, visando qualificar melhor o MCN/FZB dentro das modernas práticas na
área.
PROGRAMA DE ACERVOS
Atualmente os Programas de Acervo das diversas Seções e Setores do MCN,
devido ao número reduzido de profissionais, apenas atendem às demandas rotineiras da
curadoria. O incremento dos acervos não é planejado e dá-se a partir da demanda de
projetos institucionais e individuais, doação de material por particulares, depósito de
exemplares por empresas de consultoria ou oriundo de trabalhos acadêmicos e
prestação de serviços.
1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa de Acervos
1.1. Inventário da Flora e Fauna atual e fóssil do RS: visando sistematizar e
padronizar o incremento dos acervos através de inventários da flora e fauna
continentais, atual e fóssil, em todo o território do Rio Grande do Sul. Estes
inventários sistematizados poderão gerar informações sobre quais são as
espécies, qual a sua abundância e como se distribuem a flora e fauna nativas,
endêmicas, ameaçadas e exóticas, permitindo a melhoria na gestão ambiental do
Estado.
1.2. Banco de Tecidos: em alguns grupos, como por ex. os moluscos, a sistemática e
taxonomia é complexa, sendo importante a implementação de um Banco de
Tecidos, para futuras pesquisas que envolvam análise molecular. O Banco de
Tecidos também permite a obtenção de sequências de “DNA Barcodes” que
poderão facilitar a identificação dos exemplares, principalmente, em projetos
que incluam coleta de grande número de exemplares, indivíduos jovens ou
fragmentados (trabalhos que envolvam ecologia/inventários, monitoramento da
fauna nativa e exótica, por exemplo).
1.3. Banco de Imagens: em algumas coleções os exemplares preservados em álcool,
além de modificarem-se morfologicamente (contração do tecido muscular nos
moluscos), também podem perder a pigmentação original. Desta forma, é
importante a implantação de um Banco de Imagens de exemplares vivos, assim
como do ambiente onde ocorrem.
1.4. Adequação das Salas de Coleções e Acondicionamento do Acervo: a
climatização das salas de coleções (em líquido e em seco) e o acondicionamento
das peças em recipientes e armários adequados são fundamentais para evitar a
degradação do acervo e a manutenção constante, como por exemplo, a reposição
de álcool e limpeza de frascos. Salienta-se que nas coleções de conchas de
moluscos armazenadas em armários de madeira, constata-se a ocorrência da
"doença de Byne", que acarreta a perda dessas peças. Para evitar a ocorrência
dessa doença, recentemente os armários de madeira utilizados no MCN para
armazenamento da coleção de conchas de moluscos foram trocados por outros
de metal. Além disso, deve-se prever um sistema de segurança, como por
exemplo, prevenção de incêndios, para as salas do acervo.
1.5. Informatização e Gestão do Acervo: até o momento, o acervo de todas as
coleções ainda não está integralmente informatizado. Deve-se prever, além da
informatização do acervo, em programas específicos ou em planilhas Excel,
também a construção de um Banco de Dados, incluindo georreferências, e um
Sistema de Gestão das Coleções. Isto permitirá agilidade nas atividades de
curadoria, produção de informação baseada em grande quantidade de dados,
compartilhamento através de portais da internet, assim como, possibilidade de
utilização da informação de maneira rápida, que é importante para a gestão
ambiental do Estado.
2. Necessidades para desenvolver plenamente os Programas de Acervos atuais e
implementar futuros
2.1. Pessoal: para desenvolver o programa atual é necessário pessoal qualificado, tanto
biólogos especialistas nas diversas áreas, quanto técnicos para atuar
especificamente nas diversas coleções, sendo desejável que cada coleção tenha
um técnico que dedique-se integralmente à mesma. Para os projetos futuros,
seria necessário profissionais com o cargo específico de Curador, que ficassem
integralmente responsáveis pelas coleções. Também é necessário pessoal na área
de informática, que seja responsável pela atualização dos bancos de dados e
implementação de um sistema de gestão de coleções.
2.2. Infraestrutura: necessidade de salas climatizadas, recipientes e armários
adequados e estrutura para implementação de Banco de Tecidos, que necessita
de sala climatizada com freezer.
2.3. Institucional: construção de política institucional de disponibilização e acesso
público aos dados e atualização do regulamento de atividades de curadoria.
Também é necessária a construção de uma política institucional de inventários
científicos, com previsão de recursos para expedições de campo periódicas.
PROGRAMA DE PESQUISAS
Atualmente as pesquisas nas diversas seções e setores envolvem a flora e fauna
atual e fóssil continental do RS, terrestres e de água doce, englobando principalmente as
linhas de taxonomia, ecologia, biologia, biomonitoramento de qualidade do ar e da
água e gestão ambiental.
1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa de Pesquisas
1.1. Pesquisa em Sistemática, Taxonomia e Biogeografia: além dos estudos em
taxonomia e sistemática dos diversos grupos continentais, em alguns setores,
como o de malacologia, pretende-se incluir estudos envolvendo biogeografia e
cladística, inclusive com estudos moleculares.
1.2. Pesquisa em Biologia e Ecologia: visando incrementar as pesquisas em Biologia
e Ecologia dos diversos grupos continentais já desenvolvidas nos diversos setores,
utilizando ferramentas como modelagem de nicho, biologia molecular, entre
outras. Desta forma, pode-se, por exemplo, antecipar o impacto de uma espécie
exótica no ambiente ou sobre determinada espécie nativa, descobrir a rota de
migração de uma espécie invasora, entre outros usos. Dados de biologia das
espécies, principalmente invertebrados, são insuficientes e muito importantes para
tomada de decisões quanto à conservação das espécies. Estas ferramentas
permitem a tomada de decisão com maior antecedência.
2. Necessidades para desenvolver plenamente os Programas de Pesquisa atuais e
implementar futuros
2.1. Pessoal: para desenvolver as pesquisas atuais e futuras é necessário pessoal
qualificado, especializado nas diversas áreas, incluindo pessoal de nível superior bem
como técnicos que possam dedicar-se especificamente a essas áreas. Para a biologia
molecular seria importante profissional com experiência nesta área ou convênio com
laboratórios de biologia molecular. Também é importante a integração com cursos de
pós-graduação para orientação de alunos.
2.2. Infraestrutura: necessidade de laboratórios com equipamentos adequados para o
desenvolvimento das pesquisas, como equipamentos ópticos e estrutura para
implementação de Banco de Tecidos (sala climatizada com freezer) e extração de DNA.
2.3. Institucional: a pesquisa científica deve ser a prioridade no planejamento
institucional. É fundamental a manutenção de um quadro de funcionários adequado para
realização dessas atividades. A capacitação dos pesquisadores através de cursos,
estágios e visitas técnicas bem como a manutenção de convênios com instituições
nacionais e internacionais também é fundamental para o desenvolvimento da pesquisa.
PROGRAMA EDUCATIVO-CULTURAL
O MCN possui um programa específico relacionado à educação, coordenado pela
Seção de Educação Ambiental e Museologia (MUSEAMB), no qual são desenvolvidas
atividades diversas como: Oficinas de Flora e Fauna Atual e Fóssil do RS,
kits
paleontológicos, Ciência na Praça, Ciência na Escola e Educação Ambiental na Escola.
Os integrantes das demais seções e setores da Instituição participam dessas atividades
levando ao público e aos escolares a apresentação de peças do acervo e
disponibilizando informações sobre a flora e fauna atual e fóssil e sobre as linhas de
trabalho desenvolvidas no Museu, incluindo, além da pesquisa em sistemática, biologia
e ecologia, as áreas de geoprocessamento, gestão ambiental e conservação e manejo.
1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa Educativo-Cultural
1.1. Elaboração de Guias e Catálogos: alguns setores pretendem elaborar guias
impressos e/ou na web para identificação da flora e fauna continental destinados para
escolas (por exemplo, guia de identificação de moluscos dos jardins), para o público em
geral (por ex., moluscos do litoral), produtores (pragas em culturas), pesquisadores
(identificação taxonômica específica), gestores na área da saúde (vetores de zoonoses) e
meio ambiente (espécies exóticas e invasoras). Também é uma ambição a elaboração de
catálogos da flora e fauna continental do RS, como por exemplo, catálogo dos moluscos
continentais do RS.
1.2. Elaboração de Kits e Oficinas: elaboração de kits educativos para empréstimo
para instituições de ensino, versando sobre temas diversos e ampliação dos assuntos
ministrados nas atuais oficinais sobre flora e fauna do RS.
2. Necessidades para desenvolver plenamente os Programas Educativo-Culturais
atuais e implementar futuros
2.1. Pessoal: para desenvolver o programa atual é necessário pessoal qualificado, tanto
de nível superior como médio (técnicos). É desejável que o MCN conte em seu quadro
com um profissional da área da Pedagogia, o que não está previsto no atual Plano de
Empregos, Funções e Salários (PEFS) da FZB.
2.2.Institucional: a instituição deve incluir no seu planejamento recursos para produção
de material para educação ambiental.
PROGRAMA DE EXPOSIÇÕES
O MCN mantém Salas de Exposição de longa, média e curta duração bem
como um Serpentário no qual são apresentadas serpentes vivas, com a presença de
pessoal para atendimento ao público durante o horário de abertura, de 3ª s feiras a
domingos, das 9h15min às 17h nas Salas de Exposições e das 10h às 12h e das 14h às
16h no Serpentário.
1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa de Exposições
1.1. Ampliação do espaço: o espaço físico destinado à Sala de Exposições de longa
duração é pequeno, levando em consideração a amplitude de materiais potencialmente
capazes de serem expostos em função do acervo riquíssimo que o museu possui.
1.2. Realização de estudo de público: para identificar o público alvo do museu, avaliar
a situação atual e conhecer o que o público espera encontrar nas exposições.
1.3. Criação de uma nova expografia: atualização dos textos expositivos, com versão
em braile e inglês, e novo projeto de iluminação expositiva que potencialize os
dioramas, mas que também se preocupe com a conservação e utilização de espécimes
naturais. O novo projeto expositivo deve levar em consideração a circulação de pessoas
com deficiência. Deve buscar também aguçar a curiosidade infantil, através das
diversas formas de acesso e percepção. O espaço expositivo precisa ser mais lúdico,
com aplicação de cores, pouca informação textual e o uso de tecnologias audiovisuais e
informacionais que motivem as gerações atuais.
1.4. Melhoria da infraestrutura das salas de exposições: com revisão e readequação
da rede elétrica, instalação de desumidificadores e aparelhos de ar-condicionado.
1.5. Implantação de recursos para acessibilidade: instalação de elevador ou rampa
para acesso de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida à Sala de Exposições,
disponibilidade de audioguia, monitores treinados em Libras, recursos táteis, textos em
Braille e textos ampliados, audiodescrição, “close caption”.
1.6. Treinamento e capacitação dos monitores: em línguas estrangeiras (no mínimo
inglês), em Libras, em atendimento a pessoas com deficiência e no uso dos recursos de
acessibilidade em ambientes culturais.
2. Necessidades para desenvolver plenamente o Programa de Exposições
2.1. Pessoal: é imprescindível incluir profissional museólogo no quadro de funcionários
do MCN que dedique-se integralmente às atividades expositivas. Também é necessária
a participação de artesão para elaboração de peças táteis, bem como de desenhista e de
profissionais para manutenção, como eletricista, marceneiro, entre outros.
2.2. Infraestrutura: necessidade de readequação da rede elétrica, implantação de
climatização em todas as salas de exposição, obras para condições de acessibilidade
2.3. Institucional: conscientização por parte dos gestores de que a exposição é o cartão
de visitas de um Museu, necessitando por isso de atenção constante para que os pontos
negativos não manchem a imagem do mesmo junto ao público visitante.
A seguir são destacados os diversos programas que compõem o Plano
Museológico visando indicar as necessidades para o futuro do Museu de Ciências
Naturais/FZB, objetivando o alcance de condições ideais de trabalho. Alguns programas
estão intimamente ligados e por isso, ou estão unidos, como o caso dos Programas
Institucional e de Gestão de Pessoas e do Programa de Pesquisa e Comunicação, ou
estão diluídos dentro dos vários outros Programas, como é o caso da Acessibilidade.
Indicar-se-á a manutenção de algumas ações, programas e projetos existentes no Museu
(os que no Diagnóstico Global foram identificados como pontos fortes) e se
recomendará novas ações e atitudes, visando o desenvolvimento da instituição.
1. Programa Institucional e de Gestão de Pessoas
A implantação do Plano Museológico deverá permitir a criação e execução de
projetos a médio e longo prazo. Ele também proporcionará uma melhor apropriação,
por parte das novas gestões e cargos comissionados, das práticas e do funcionamento do
MCN/FZB, para que as mudanças de gestões não afetem a funcionalidade e o
desenvolvimento das atividades do Museu. Ações como o apoio dos diversos setores da
Administração Central/FZB e a parceria institucional vinda de bons projetos que
viabilizam bolsas de pesquisas pela FAPERGS e CNPq bem como a manutenção da
prestação de serviços à BRASKEM devem ser aprimoradas e mantidas.
Assim, para que o Plano Museológico possa servir de instrumento de gestão
ao MCN deverá ser implantada uma comissão de trabalho interno e interdisciplinar para
constante avaliação das práticas e andamento da execução do mesmo. Esta comissão
deverá ser formada por funcionários efetivos do Museu, sendo responsabilidade da
Direção Executiva em exercício a garantia de execução dos projetos e propostas do
Plano Museológico.
Seguem outras ações que visam aprimorar e desenvolver a gestão política,
técnica e administrativa do MCN/FZB, assim como ações destinadas à valorização,
capacitação e bem estar dos trabalhadores do Museu:
 Reformulação da missão e criação dos objetivos do Museu: através de
reuniões entre as diversas seções e setores do Museu, será possível a realização
de um exercício de auto-avaliação das suas respectivas funções, a fim de se
formular objetivos específicos para o MCN.
 Revisão e atualização do Regimento Interno da FZB: cada Divisão, Seção e
Setor, deverá indicar mudanças no documento, que deverá ser revisto e
atualizado.
 Atualização do Organograma, contemplando as Coleções (com indicação dos
seus respectivos curadores), os Gabinetes e os Laboratórios.
 A Associação Pró-Desenvolvimento do Museu de Ciências Naturais da
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (APDM) atualmente não
exerce suas atividades, havendo a necessidade de uma estratégia de
aproximação do Museu com sua Associação. Fica a cargo da equipe do Museu,
pesquisar e promover as condições para o funcionamento da Associação de
Amigos, conforme Portaria Normativa, n. 1 de 12 de janeiro de 2007:
"Objetivo da Associação - destinada a promover o aprimoramento e o
desenvolvimento das atividades do Museu, viabilizando a captação de recursos
financeiros e humanos (terceirizado ou voluntariado)."
 Fortalecimento da Identidade Institucional do MCN, a fim de que não seja
conhecido como o "Museu do Jardim Botânico" e sim como o Museu de
Ciências Naturais do Rio Grande do Sul.
 Contratação de quadro funcional mínimo: essa questão já está em fase de
implantação, com a contratação do pessoal aprovado no concurso público
realizado em março/2014. No entanto ainda há deficiências em diversas áreas.

2. Programa de Acervos
Este programa visa organizar o gerenciamento dos diferentes tipos de acervos da
instituição. Está subdividido em: aquisição, documentação e conservação.
2.1. Aquisição
No geral os processos de aquisição de cada curador, seja em trabalhos de campo,
pesquisa ou intercâmbio institucional são bem estruturados e esta organização deve ser
mantida, como vem sendo feita, por coleção e curador.
Cabe ressaltar a importância da criação de uma Política de Aquisição e
Descarte, que estará vinculada à Política de Gestão de Acervos, a ser desenvolvida
pelos curadores das coleções com a participação do museólogo.
2.2. Documentação
Em função da necessidade expressa pelas equipes de curadores e pesquisadores,
a informatização atual, utilizando-se de planilhas do Excel, não é suficiente para que o
catálogo das peças possa ser disponibilizado on-line. Portanto, é necessário:
 O desenvolvimento, junto à empresa especializada em informatização, de
um programa específico de documentação, para que sejam modernizadas e
supridas as necessidades práticas de catalogação e sistematização das coleções.
O desenvolvimento de um programa de catalogação deve ser acompanhado
pelos curadores a fim de contemplar adequadamente, não só os campos de
informações necessários e específicos à tipologia do acervo, mas também, para
o competente cruzamento e busca de informações.
2.3. Conservação
As práticas de conservação realizadas pelas equipes de biólogos e técnicos são
consolidadas e embasadas em referências na área da biologia, que é responsável pela
organização e salvaguarda de coleções biológicas. Cada tipo de peça exige certas
condições de acondicionamento para sua conservação e é a figura do curador, o
responsável por essa manutenção. O estabelecimento de parâmetros para temperatura,
umidade, iluminação e controle de poluentes de cada coleção deve estar documentado
na Política de Gestão do Acervos.
Quanto às condições do macro (entorno) e médio ambiente (edificação, salas e
materiais de armazenamento) merecem serem revistas, pois possuem inadequações no
que tange ao seu tamanho, sua climatização, sua iluminação e sua segurança. Portanto,
indica-se a realização de um Plano de Gerenciamento de Riscos. A metodologia de
gerenciamento de riscos, ainda nova no Brasil, utiliza ferramentas do gerenciamento
ambiental e estudos sobre desastres para identificar fatores de riscos em acervos,
indicando procedimentos para enfrentar esses riscos e protocolos de ações em caso de
acidentes. Recomenda-se a participação no Grupo de Estudos do Projeto Conservação
de Acervos: gerenciamento ambiental e estudos sobre desastres da Universidade Federal
do Rio Grande Do Sul14.
3. Programa de Exposição
O ambiente expositivo do Museu de Ciências Naturais/FZB está subdividido
em exposição de longa, média e curta duração. O espaço físico destinado à sala de
exposições permanentes é pequeno, levando em consideração a amplitude de materiais
potencialmente capazes de serem expostos, em função do acervo riquíssimo que o
museu possui. Algumas mudanças são necessárias a fim de torná-lo um espaço mais
atrativo, acessível e informativo. Seguem propostas:
14
Para saber mais acesse: http://conservacaoufrgs.wordpress.com/tag/grupo-de-estudos/

Realização de um estudo de público a fim de identificar o público
alvo do museu e avaliar a situação atual.

Criação de uma nova expografia, com atualização dos textos
expositivos (com versão em braile e inglês) e novo projeto de iluminação
expositiva que potencialize os dioramas, mas que também se preocupe com a
conservação e utilização de espécimes naturais. Esse novo projeto expositivo
deve levar em consideração a circulação de pessoas com deficiência
(Conforme NBR 9050:2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços
e equipamentos urbanos e NBR 15599:2008 - Acessibilidade em comunicação
na prestação de serviços), nos parâmetros do Desenho Universal. Deve buscar
também aguçar a curiosidade infantil, através das diversas formas de acesso e
percepção. O espaço expositivo precisa ser mais lúdico, com aplicação de
cores, pouca informação textual e o uso de tecnologias audiovisuais e
informacionais que motivem as gerações atuais.

As salas expositivas carecem de um novo layout, mais atrativo para o
público predominante de visitantes, que são os alunos das séries iniciais do
Ensino Fundamental.

Manutenção da infraestrutura das salas expositivas com a
revisão/readequação da rede elétrica, instalação de desumidificadores e ar
condicionado para conforto humano e controle de climatização.

Implantação de recursos para acessibilidade em ambientes
culturais, tais como: audioguia, Libras, recursos táteis (maquetes táteis,
taxidermia, cerâmica e artefatos arqueológicos), Braille, texto ampliado,
audiodescrição, "close caption".

Treinamento e capacitação dos monitores em inglês, em Libras, em
atendimento a pessoas com deficiência e no uso dos recursos de acessibilidade
em ambientes culturais.
4. Programa Educativo-Cultural
Visto o bom andamento e aceitação, por parte da comunidade, das atividades
educativas do Museu de Ciências Naturais/FZB efetivadas pela Seção de Educação
Ambiental e Museologia (MUSEAMB), torna-se necessário mantê-las, atendendo suas
demandas de manutenção e revitalização. Porém, também são necessárias outras ações
para que o desenvolvimento dessas atividades atenda públicos diversos com maior
excelência:
 Número maior de funcionários e/ou estagiários e/ou bolsistas para
atendimento (monitores) das escolas que marcam visitas guiadas.
 Treinamento da equipe para atendimento a pessoas com deficiência e
estrangeiros, como já citado no Programa de Exposições;
 Estabelecimento de parcerias com instituições diversas e universidades que
possuam cursos de extensão e/ou capacitação em recursos de acessibilidade para
ambientes culturais.
 Criação
de
projeto
de
elaboração
de
objetos
táteis
e
animais
taxidermizados, com base nos itens do acervo, para serem manuseados, como
já citado no Programa de Exposições.
5. Programa de Pesquisa e Comunicação
As atividades de pesquisa, que contemplam a disseminação de informações,
onde se destacam as linhas de pesquisa e demais projetos do Museu de Ciências
Naturais/FZB, são o ponto forte da instituição. Indica-se, portanto, a manutenção das
parcerias institucionais existentes, da realização de palestras e jornadas de iniciação
científica, das publicações da revista Iheringia, séries Zoologia e Botânica, assim como
do site.
Para melhorias, indica-se:
 Criação de novos flyers e folders com informações atualizadas sobre os
serviços e horários do Museu, indicando todas as alternativas de contato, com
versão em inglês, braile e fonte ampliada (para pessoas com baixa visão).
 Atualização das informações do MCN no site, contemplando sua missão,
objetivos, organograma e catálogo das peças e pesquisadores.
 Site com informações em inglês e espanhol.
 Criação de uma página do MCN na rede social Facebook, visando um
contato mais aproximado com o público.
 Criação de ações dentro do MCN que visem o aprimoramento dos estudos
sobre a área da Museologia, com ênfase nos Museus de Ciências Naturais.
6. Programa Arquitetônico
Devido ao já citado reconhecimento, por parte da própria instituição, de que é
preciso estabelecer identidade própria e consequente autonomia do Museu de Ciências
Naturais/FZB perante a sociedade e ainda a existência de um pequeno espaço destinado
às exposições, se fazem necessárias algumas ações dentro do Programa Arquitetônico.
Essas também visam à adequação dos espaços e instalações para a guarda de acervo,
para o trabalho dos funcionários e ainda para o conforto humano. Assim, indica-se:
 Realização de estudos estruturais, arquitetônicos e logísticos, por equipe
especializada, a fim de estabelecer a viabilidade de construção de novos espaços
dentro da estrutura existente, visto existirem amplas áreas ociosas. Dessa
maneira, poder-se-á alojar, racional e contiguamente, os laboratórios e gabinetes
do MCN e a Biblioteca. Também devem ser reorganizadas as áreas
administrativas da FZB, setorizando a administração da FZB e a do MCN. Com
a disponibilização das salas após a conclusão dessa reorganização, se
determinaria espaço próprio para o acondicionamento do arquivo morto da FZB.
 Realização, junto à equipe especializada, de avaliação de acessibilidade dos
espaços da FZB, visando identificar situações a serem corrigidas conforme
NBR 9050:2004 (Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos).
 Ampliação da sala de exposições, o que deve ser contemplado no mesmo
projeto arquitetônico de reorganização dos espaços, como acima citado.
 Realização de vistoria nas instalações, a fim de melhorar a rede elétrica e
hidráulica, pois a falta de luz e água nos períodos de grande calor, no verão,
torna penoso o trabalho dos funcionários, chegando às vezes a impossibilitá-lo.
 Elaboração de projeto de captação de recursos materiais e serviços para
compra de novos computadores e notebooks; instalação de equipamentos para
controle de temperatura, umidade e iluminação, visando melhorar as condições
ambientais e de circulação de ar.
 Sinalização e procedimentos de emergência com versão em inglês e em braile,
conforme NBR 9077:2001 (Saídas de Emergência em edifícios-Procedimento).
7. Programa de Segurança
Existem vários níveis de segurança que precisam ser refletidos dentro das
instituições museológicas. Sinistros tais como curtos-circuitos em equipamentos ou
fiação, vazamentos de água ou esgotos, incêndios causados pelo mau uso dos líquidos
inflamáveis,por exemplo, são possíveis de ocorrerem.
No caso do Museu de Ciências Naturais o risco do agente fogo é o mais
preocupante dentro das dependências da FZB, devido a sua inadequação à NR 23, que
fornece orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e
proteção contra incêndios e o acondicionamento de materiais inflamáveis dentro das
instalações da Instituição. A NR 23 indica que devem existir equipamentos suficientes
para combater o fogo em seu início, as pessoas devem ser treinadas para o uso correto
desses equipamentos e as saídas devem ser em número suficiente e dispostas de modo
que se possa abandonar o local rapidamente e em segurança em caso de emergência.
Dentro das dependências da FZB estas recomendações são vagamente atendidas o que,
em face das condições de acondicionamento das coleções em material inflamável
(álcool de 70 a 85%) e o tipo de construção – um “labirinto” circular em três
pavimentos, onde quem não conhece o local não tem qualquer possibilidade de
encontrar a saída em caso de emergência – constitui situação de alto risco.
Em caso de emergência não há pessoal qualificado para auxiliar na evacuação
do prédio e também não há qualquer programa de segurança que estabeleça as
prioridades de salvamento do acervo em caso de incêndio Assim, recomenda-se as
seguintes ações visando à segurança dos funcionários e do acervo do MCN/FZB:
 Implantação de um Plano de Gerenciamento de Riscos15. Tal metodologia
prevê a realização de um diagnóstico da instituição, identificando o histórico de
sinistros já ocorridos no local e demais riscos aos quais as coleções estão
expostas. Realização de monitoramento climático do ambiente e identificação
dos valores do acervo, para direcionar o seu salvamento em situação de
emergência. Objetiva-se assim o gerenciamento dos riscos existentes no Museu.
 Deverá ser solicitada ao Corpo de Bombeiros, avaliação geral quanto à
quantidade, tipo e localização ideal dos extintores para a área e as condições
do Museu, bem como sinalização de saídas em caso de incêndio, práticas a
serem adotadas e demais adequações necessárias à segurança.
 Também deverá ser solicitado ao Corpo de Bombeiros treinamento de
combate e prevenção de incêndios para todos os funcionários e colaboradores
da FZB, onde serão demonstradas técnicas de manejo de extintores, combate a
incêndios iniciais e evacuação do prédio.
 Deverão ser definidas quais coleções ou equipamentos terão prioridade de
salvamento, qual funcionário será responsável por cada uma destas
coleções, para que local deverão ser levadas e quem deverá vigiá-las durante a
situação de transtorno (decisão esta prevista dentro do Programa de
Gerenciamento de Riscos).
 O aumento de pelo menos dois vigilantes, sendo um no período diurno para
atender permanentemente as salas de exposições e outro no período noturno, a
fim de fazer a ronda interna nas dependências do prédio.
15
Plano já indicado no Programa de Acervos.
8. Programa de Financiamento e Fomento
O Museu possui patrocinadores externos para o incremento e execução de seus
vários projetos, buscando fundos da FINEP, FAPERGS, CAPES e CNPq, além de
patrocínios junto a empresas privadas e tais ações devem ser mantidas. Mas devido ao
fato de o museu não ter verbas próprias suficientes, para suas necessidades materiais e
de pesquisa, sugere-se:
 A captação de recursos fora do âmbito governamental, ou seja, na esfera
privada, através de parcerias científico-tecnológicas com empresas que tenham
sua atuação relacionada ao resgate de condições de excelência ambiental e que,
portanto, tenham interesse em usufruir dos conhecimentos produzidos nesta área
pelo Museu de Ciências Naturais e pela Fundação Zoobotânica do Rio Grande
do Sul.
 Criação de uma lojinha do museu, administrada pela Associação de
Amigos, para a venda de materiais que carreguem a logomarca do Museu.
Para a criação dessas estratégias de captação de recursos e ainda visando
elaborar projetos de captação de recursos nos vários programas, editais e incentivos
públicos e privados disponíveis16:
 Indica-se a contratação permanente ou temporária de profissional
especializado na área de elaboração de projetos de captação de recursos.
Esse profissional pode ser um museólogo, que se dedique em tempo integral a
essa atividade.
16
A lista de Leis de Incentivo à Cultura, Editais e Programas consta no item 9.1.
(Recursos Financeiros), seção 9 ( Recursos Financeiros e Humanos), capítulo 2 (Diagnóstico Global)..
PROJETOS
A fase 3 do Plano Museológico é dedicada à elaboração de Projetos para
melhoria do Museu. Nesse capítulo apenas indicar-se-ão os Projetos ideais para cada
Programa anteriormente citado.
1. Institucional e Gestão de Pessoas
a) Formação de comissão de trabalho interno e interdisciplinar para avaliação
das práticas e andamento do Plano Museológico.
b) Reavaliação da função e da missão da Associação de Amigos.
c) Contratação de mais estagiários nas áreas de Biologia e Museologia.
2. Acervo
a) Criação da Política de Gestão de Acervos, contemplando a política de
aquisição e descarte.
b) Desenvolvimento de programa específico para catalogação e sistematização
de informações biológicas.
3. Exposição
a) Realização de estudo de público.
b) Ampliação da área de exposição que inclua aquisição e instalação de
desumidificadores e aparelhos de ar condicionado, para conforto humano e
controle de climatização.
c) Modernização museográfica da sala de exposição de longa duração, incluindo
subprojeto de nova iluminação expositiva;
d) Aquisição, implantação e manutenção de recursos para acessibilidade em
ambientes culturais, tais como: audioguias, recursos táteis (maquetes táteis,
taxidermia, cerâmica e artefatos arqueológicos), Braille, texto ampliado.
e) Aquisição e implantação de recursos de informática para uso nas salas
expositivas.
f) Formação em Libras para funcionários do museu.
g) Capacitação ou contratação de serviços de audiodescrição para exposições
voltadas ao público deficiente visual.
h) Capacitação ou contratação de serviços em inglês para exposições voltadas ao
público estrangeiro.
4. Pesquisa, Educação e Comunicação
a) Fortalecimento e valorização da identidade institucional do MCN, com a criação
de folders e flyers com versão em inglês.
b) Revitalização do MCN na internet: versão acessível e em língua estrangeira do
site e redes sociais.
c) Criação de grupo de estudos e pesquisa em Museologia, com ênfase na área dos
Museus de Ciências Naturais.
d) Manutenção e revitalização das atividades educativas do MUSEAMB.
5. Arquitetônico
a) Construção de novos espaços dentro da estrutura existente e realocação dos
setores administrativos.
b) Acessibilidade com pavimentação, construção e adaptação da área expositiva
às necessidades de acesso de deficientes físicos, incluindo adaptação de
sanitários e sinalização adequada.
c) Instalação de assentos e adaptação de móveis e vitrines expositivas e outros
recursos para o acesso de crianças, cadeirantes e demais pessoas com
deficiência.
d) Captação de recursos, em empresas privadas ou editais, para compra de
materiais (novos computadores e equipamentos) e serviços.
6. Segurança
a) Implantação de Programa de Gerenciamento de Riscos.
b) Implantação de Plano de Emergência.
c) Aumento do efetivo de vigilantes terceirizados.
d) Implantação de rotina anual, junto ao Corpo de Bombeiros, para treinamento de
combate e prevenção de incêndios, bem como avaliação das condições da FZB e
do MCN quanto à adequação às normas e à legislação (NR 23).
7. Financiamento e Fomento
a) Criação da “lojinha do Museu”.
b) Criação do cargo de captador de recursos, especializado na área de
elaboração de projetos de captação de recursos, que se dedique em tempo
integral a essa atividade.
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ANEXO 1 - Lei Estadual nº 2.728, de 5 de novembro de 1955
ANEXO 2 - Lei Estadual nº 6.497 de 20 de dezembro de 1972
ANEXO 3 – Determinação nº 146/86 – Regulamenta o Uso e a Curadoria das
Coleções Científicas do MCN
ANEXO 4 - Termo de Empréstimo (Invoice) e Normas sobre o Uso e Empréstimos
das Coleções Botânicas e Zoológicas do Museu de Ciências Naturais – FZB
ANEXO 5 – Plantas Arquitetônicas da FZB