O mundo do trabalho é imenso e as

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O mundo do trabalho é imenso e as
Ele está de volta: Detonator
Expediente
Publisher
Alessandro Sani
Projeto Gráfico e Editorial
Adron Digital Studio
Gerente Comercial
Aleksandra Chazan Briones Sani
Colaboradores
Albangela Ceschin Machado
Axikerzus Sahjaza ( Lord A.´.)
Carlos Mancha
Chris Bernardi
Fernanda Chazan Briones
Malory Sánchez
Mônica Salomé
Impressão
Gráfica Rotativa
Tiragem – 15 mil cópias
Distribuição gratuita nas portas das
escolas e faculdades da região da Av.
Paulista, Vila Mariana, Aclimação, Paraíso,
Pça. Da Árvore, Saúde e Jabaquara.
A Geração Z é uma publicação bimestral da Quíron Consultoria em Gestão
Empresarial Ltda
Contato
[email protected]
Facebook: www.facebook.com/pages/
Geração-Z-Magazine/163742897154556
cultura
5 Terry Richardson: O sexy nome da polêmica
gourmet
6 Seus dias de perrengue acabaram: Aprenda o ABC da
cozinha
música
8 Massacration – O ínicio descompromissado de uma
banda compromissada
12 Detonator: Contra a americanização: Vote Saci
16 Project 46
games
18 Das construções de edifícios para os games: A era da
nova engenharia!
literatura
22 Oito contos de terror que todos deveriam ler
comportamento
24 Se sua vida fosse uma partida de futebol, qual seria
a sua posição?
27 Musculação na Infância e Adolescência
28 Ciúmes
29 Beijar Faz Bem pra Saúde?
30 Cabelos coloridos
32 A Reunião Vampyrica
5
6
8
18
34
22
editorial
Individualismo é um conceito político, moral e social que exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, à sociedade ou ao Estado.
Opõe-se a toda forma de autoridade ou controle sobre os indivíduos e coloca-se contra o coletivismo, no que concerne à propriedade.
O exercício da liberdade individual implica escolhas, que, nas sociedades contemporâneas, frequentemente estão associadas a um determinado projeto. Indivíduos desenvolvem seus projetos dentro de um campo de
possibilidades e dado um certo repertório sociocultural - que inclui ideologias, visões de mundo e experiências de classe, grupos, dimensões nas
quais ele se insere.
O psiquiatra, Flávio Gikovate, diz que estamos vivendo uma
revolução da maior importância e que pode ser definida assim: se antes a vida em comum era fundada na boa capacidade das pessoas de fazer concessões, de abrir mão dos
seus desejos e interesses em favor do outro e visando a
harmonia a qualquer custo, hoje em dia nossa capacidade para conceder diminuiu muito e a disposição que
temos é para que respeitem nossos desejos, interesses
e nosso modo de encaminhar as coisas da vida.
Nos relacionamentos, quase sempre um fazia concessões e o outro era exigente e imprimia seu ritmo à vida em
comum. Ou seja, sempre se louvou a capacidade de conceder das pessoas, mas quem concedia mesmo era apenas um dos
membros do casal. O outro, o mais egoísta, sempre cuidou do seu interesse acima dos outros membros da família. O generoso concedia e o egoísta
levava vantagem. O que concedia se sentia superior, melhor, mais elevado,
e o egoísta se achava o mais esperto porque obtinha benefícios mais facilmente.
Para poder amenizar isso, nós precisamos cultivar um pouco de silêncio,
tolerância e de muita ponderação. Além de aprender a ouvir, sentir empatia
sobre o outro, sobre outras opiniões, saindo do seu mundo íntimo, observando-se parte de um todo maior. Sentindo a si e aos outros, como forças
de igual importância.
Para ser feliz é fácil. Basta começar a amar quem anda ao seu lado. Crie
situações onde o outro se sinta sempre incluído, valorizado. Dispense a
neurose dos pensamentos sobre si mesmo, como se sente, sobre sua vida,
se está feliz ou não, se está certo ou não! Essa mania de ter razão não prova
nada a ninguém. Apenas desgasta e cria intrigas entre as pessoas.
por Alessandro Sani
Terry Richardson:
O sexy nome da
polêmica
cultura
Por: Malory Sánchez
Polêmica é o que sobra quando o
assunto é o aclamado fotógrafo de
moda Terry Richardson. É que durante toda sua carreira ele se dedicou a
retratar estrelas da música, da TV, do
cinema, da política e do mundo da
moda nas mais impensáveis, divertidas e atrevidas situações.
Este fotógrafo controverso, filho
da bailarina Norma Richardson e do
também fotógrafo de moda Bob Richardson - quem sem dúvida influenciou em seu gosto por fotografar belas modelos -, nasceu em Nova York,
dia 14 de agosto de 1965. Logo depois
do divórcio de seus pais, se mudou
com sua mãe a Woodstock, depois a
Londres e finalmente a Hollywood,
onde com 18 anos começou a registrar sua realidade através da lente de
sua câmera. Durante sete anos, tirou
férias da fotografia e se uniu à banda
de punk-rock “The Invisible Government”. Mas, depois da separação da
banda, Richardson retoma a fotografia com a ajuda de sua mãe, que lhe
apresenta o ex-fotógrafo Tony Kent com quem começa a trabalhar, como
seu assistente. De tal momento em
diante, Richardson não deixou de capturar grandes imagens.
Na visão dos especialistas, lhe falta
técnica; contudo aos olhos do público, lhe sobra autenticidade. O sucesso
de Richardson não resulta em grandes
produções, mas sim na conexão com
o espectador. Em uma de suas entrevistas com Belvedere Vodka, Richardson afirma que, ao tirar fotos instantâneas e não fotografias com grandes
câmeras profissionais, ele consegue
captar a naturalidade e a energia do
momento - e é justamente a isso que
as pessoas respondem.
O fundo branco é normalmente a
marca das suas fotografias e seus protagonistas são os grandes nomes do
momento: Lindsay Lohan, Jared Leto,
Lady Gaga, Barack Obama, Lea Michele e Kate Moss, por exemplo. É claro,
sem esquecer da controversa Miley
Cyrus, que escolheu Richardson para
ser diretor de seu vídeo “Wrecking
Ball” - e que, definitivamente, não se
equivocou em sua decisão, já que seu
clipe foi eleito melhor vídeo do ano,
no último dia 24 de agosto, no VMA.
Terry nos permite participar de
seu dia-a-dia em seu tumblr “Terry’s
Diary”, onde publica fotos de seu cotidiano, das coisas que chamam sua
atenção - e que vão desde um letreiro chamativo e um hamburguer, até
uma bela moça com os seios nus.
Também é possível apreciar seu trabalho em sua página na internet www.
terryrichardson.com, onde pode-se
comprar camisetas com algumas de
suas fotografias, palavras e até mesmo uma ilustração de seu rosto. Além
de tudo, em seu site há um link para
a “Terry TV”, seu canal no Youtube, no
qual sobe vídeos feitos em seu estúdio e em diferentes locais - todos muito curtos porém hilários, bem como
outros vídeos musicais nos quais
participou como diretor; Richardson
até aparece em um deles, “Whirlwind
Heat”, fantasiado de urso de pelúcia.
As fotografias de Richardson foram cama de grandes publicações,
como Vogue Paris, Vanity Fair, Rolling
Stones, Harpers Bazaar, Vogue Japão e
várias mais. Em cada uma, causou sensação por seu incomparável estilo. O
fotógrafo se atreveu a deixar Marc Jacobs nu em 2009 e o pintou com seu
reconhecido logotipo rosa de “Lou-
is Vuitton” da cabeça aos pés, para
Harper’s Bazaar. Em 2010, publicou
fotos de três meninas de sete anos
agindo como adultas para a revista
Vogue França - fato que resultou no
pedido de demissão da então diretora
da revista, Carine Roitfield. Richardson também fotografou campanhas
publicitárias para grandes marcas,
como Miu Miu e Gucci. Foi também
o fotógrafo do calendário Pirelli de
2010 - publicação não-comercializada
reconhecida por suas fotos sensuais
e de nu artístico de modelos e personalidades femininas do momento -,
trabalho que foi altamente criticado
por ser demasiado explícito, carecendo do glamour próprio da publicação.
Richardson também publicou seus
próprios livros de fotografia: Hysteric
Glamour (1998), Son of Bob (1999),
Terry Richardson - Feared by Men,
Desired by Women (2000), Too Much
(2001), Terryworld (2004), Kibosh
(2006) e Lady Gaga x Terry Richardson
(2011), em co-autoria com a cantora e
compositora Lady Gaga.
Terry sempre tem algo
para mostrar, algo
que cativa
a massa e
vende
milhões. Além dos
estândares do
que é considerado
um bom fotógrafo,
é sem dúvidas um
ícone que gera tendência - e essa qualidade é e será seu selo
na indústria da moda.
gourmet
Seus dias de perrengue acabaram:
Aprenda o ABC da cozinha
Por: Mônica Salomé
Morar sozinho é muito bom! Temos
liberdade para fazer o que quisermos
dentro de casa e arrumar tudo do
nosso jeitinho, mas também há suas
desvantagens: pagar contas, arrumar
a bagunça toda e COZINHAR.
Tem gente que simplesmente não
leva jeito ou não tem a menor ideia de
como cozinhar; morre de medo só de
pensar em fritar um ovo ou acha que
vai explodir a casa quando for usar a
panela de pressão.
Mas eu tenho uma boa noticia: cozinhar não é tão complicado se você
souber algumas dicas e tiver um pouco de prática e paciência. Nada vai sair
como um restaurante cinco estrelas
na primeira tentativa, mas isso não
quer dizer que nunca sairá.
Agora você vai ver cinco dicas essenciais para quem não quer ter que
comer todo dia no restaurante da esquina (e precisa sair da rotina do macarrão instantâneo).
1- CARDÁPIO
Descubra o que você gosta de
comer e crie um cardápio para a semana. Fica mais fácil de se organizar e
dificilmente você vai passar por aqueles velhos problemas: não saber o que
comer e não ter nada na geladeira.
2- LISTA DE MERCADO
Fazer uma boa lista de mercado te
ajuda a ter sempre comida em casa e
economiza seu tempo e dinheiro no
mercado. Lembre-se sempre de fazer
as contas do quanto de comida você
consome. Por exemplo: tomo leite
todos os dias pela manhã, então
compro leite suficiente para que
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dure até a próxima ida ao mercado. É
importante lembrar que é muito melhor comprar tudo de uma vez do que
ir ao mercado todos os dias para comprar um item diferente.
plo: tentar fazer aquele x-burguer que
você comeu em uma lanchonete e
adorou, ou aquele macarrão que sua
mãe fazia.
3- ACESSÓRIOS DE COZINHA
É muito importante ter utensílios
para cozinhar. Cada comida exige um
tipo de preparação diferente: assar,
fritar, grelhar, etc. E, é claro, para cada
um deles se usa um instrumento diferente. Os básicos que você vai precisar são: panela com tampa, frigideira,
assadeira, panela de pressão, leiteira,
espátula de silicone, colher de pau,
vasilhas de diversos tamanhos, facas
e talheres.
Gostou das dicas?
4- BOA VONTADE
Comida tem que ser feita com
atenção e paciência, até por que é
você quem irá comê-la.
5- INFORMAÇÃO
Este é um dos mais essências itens desta lista. Se
você não souber o que fazer e como fazer, vai acabar comendo a mesma
coisa todos os dias. Provar coisas novas e repetir uma receita em casa
pode deixar sua vida
muito mais saborosa. Por
exem-
Nos próximos textos desta
coluna, você vai encontrar
mais algumas dicas e receitas fresquinhas e simples,
para você - que não entende nada de cozinha - poder
tentar em sua casa.
música
Massacration – O ínicio
descompromissado de
uma banda compromissada
Por: Alessandro Sani
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No ano de 2002 surgiu um clipe
musical no programa Hermes e
Renato com a banda Massacration , uma paródia aos clichês
presentes em bandas de heavy metal. Apesar de bandas
inventadas para o selo fictício
do programa, Trololó Records,
serem uma piada recorrente,
o Massacration chamou atenção pelos falsetes do vocalista
Detonator (Bruno Sutter), pelo
infame refrão “Aruê Aruô” e pelo
cuidado musical acima da média das paródias do programa.
A canção apresentada no clipe,
“Metal Massacre Attack”, foi reapresentada diversas vezes ao longo do
ano. Em dezembro de 2002, numa
paródia ao tradicional Luau MTV da
programação de verão da MTV Brasil,
os integrantes do Hermes e Renato
decidiram fazer seu próprio programa
musical na praia, intitulado “Luau Hermes e Renato”. João Gordo assumiu a
posição de apresentador.
O Massacration se apresentou ao
lado de outras bandas fictícias do selo
Trololó Records, como Coração Melão e MC Sacana. Esta era a segunda
aparição do grupo, após o clipe de
Metal Massacre Attack. Além desta,
o Massacration apresentou uma can-
ção então inédita: Metal Bucetation
(A qual usou a melodia inicial de The
Dark Ride, da banda Helloween como
base). Com uma apresentação energética, culminando com a destruição
do violão por parte de Blondie Hammet, o Massacration atingiu enorme
repercussão entre os telespectadores
do programa e headbangers.
Seguiram-se novas aparições no
programa Hermes e Renato com os
clipes de “Metal Bucetation” e “Metal Milk-Shake” e uma apresentação
no programa “Cláudio Ricardo” (para
promover o “single” Metal Bucetation)
além de entrevistas e participações
em outros programas da MTV (como
o Garagem do Edgar e a premiação
anual VMB).
Além de abrir os shows para a turnê brasileira em 2004 do Sepultura
(com o baterista da banda, Igor Cavalera, assumindo a bateria do Massacration como o personagem mascarado “El Esqueleto”(Saga de He-Man)),
a banda se apresentou em festivais
como o BMU em 2004, Planeta Atlântida, Abril Pro Rock e Porão do Rock
em 2005, entre outros. Nestas apresentações a banda tinha no seu setlist,
além das canções próprias lançadas
até então, um cover de Kill With Power
do Manowar e uma nova canção: “Ce-
real Metal”.
Em 2005 a banda estreia o seu
próprio programa musical na grade
da MTV, o Total Massacration, apresentando clipes de Heavy Metal e enquetes envolvendo a própria banda.
No segundo semestre do ano os integrantes do Hermes e Renato assinam
contrato com a gravadora Deckdisc
para um álbum do Massacration. Em
outubro do mesmo ano este é lançado, com o título de Gates of Metal
Fried Chicken of Death. A primeira
canção de trabalho do álbum é “Metal
Is The Law”.
Estava previsto para 2007 o lançamento do segundo CD Good Blood
Headbangers produzido por Roy Z,
porém o lançamento foi adiado e
confirmado para o final do primeiro
semestre de 2009, mas o CD só foi
lançado mesmo em 20 de outubro de
2009, posteriormente, foram lançados
os clipes das músicas “The Bull” (com
participação dos atores pornôs Kid
Bengala e Fabiane Thompson), “The
Mummy” (Com participação do cantor
cearense Falcão) e “Sufocators Of Metal” no programa Hermes e Renato.1
Em 2012, o vocalista Detonator
abandonou o grupo, alegando estar
cansado de uma banda só de macho,
querendo montar um grupo formado
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por mulheres. Além disso, Detonator
passou a apresentar o programa Rocka Rolla, na MTV Brasil, que fala sobre
metal e busca por belas mulheres para
compor sua nova banda. Atualmente
ele está em uma banda chamada de
The Soundtrackers que foram apresentados no programa Agora é Tarde
com Danilo Gentili.
Em 2013 a banda decide voltar,
sem o vocalista Detonator, não foi divulgado nem um vocalista novo, mas
agora Headmaster e Jimmy “The Hammer” estão tocando ao vivo também.
No dia 30 de julho de 2014, Fausto
Fanti (Blonde Hammer) foi encontrado morto em sua casa.
A banda tem uma versão fictícia
para sua biografia, que foi mostrada
no ano de 2006 no Rockumentary/Rockstória da MTV Brasil. O Documentário fictício faz alusão a fama, sucesso e
glória da banda Massacration, aduzindo que começaram como uma banda
de garagem nos idos de 1979.
Mais precisamente o documentário fictício relata que a Banda teria
surgido da união de presidiários: John
Hammet (interpretado por Fausto
Fanti/Blondie Hammet), David Sutter
(interpretado por Bruno Sutter/Detonator) e Donald Polai (interpretado
por um ponta do grupo), que juntos
fundaram uma banda chamada Death Mania. Supostamente, o integrante
Donald Polai, inspirado no sugestivo
nome da banda, teria suicidado-se
minutos após o primeiro show, encerrando a trajetória da Death Mania.
O Documentário segue informando que os sobreviventes da banda
foram acolhidos por Crézio, um dono
de uma fábrica de massas, permitindo
que ensaiassem junto com os funcionários do local: Rick Bandai (interpretado por Marco Antônio Alves/Metal
Avenger), Klaus Bisonette (interpretado por Adriano Pereira/Headmaster)
e Jimmy Lombardo (interpretado por
Felipe Torres/Jimmy “The Hammer”),
resultando na atual formação do grupo. Para homenagear seu acolhedor,
o grupo foi batizado com o nome de
Massascrezio, posteriormente altera-
Discografia
Gates of Metal Fried Chicken of Death
(2005)
Good Blood Headbangers (2009)
Formação
Ex-Integrantes
Detonator (Bruno Sutter) - vocal
Blondie Hammet (Fausto Fanti, já falecido)
- guitarra solo e vocal de apoio
Metal Avenger (Marco Antônio Alves) baixo e vocal de apoio
Headmaster (Adriano Pereira) - guitarra
Jimmy “The Hammer” (Felipe Torres)
Participações especiais
El Covero (Igor Cavalera) - bateria
Falcão (Marcondes Falcão Maia) - vocal
Serginho Mallandro (Sérgio Neiva Cavalcanti) - vocal
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do para Massacrezio, depois Massacretion e, finalmente: Massacration.
O suposto primeiro show da banda teria reunido um público de Milhares de pessoas, incluindo o produtor
musical Dick Dornelle (interpretado
por Gil Brother), que fechou um contrato com a gravadora Shusi Records,
o que teria alavancado ainda mais a
carreira da banda, com o single Metal
Massacre Attack, rendendo a eles até
mesmo um “Gremillin” (uma sátira ao
prêmio Grammy Awards).
Contudo, o documentário também
traz o lado obscuro da banda. Junto
com o sucesso fictício, os integrantes
teriam se afundado em excessos, a
exemplo do cantor Detonator, que se
viciou em cola de sapateiro e acabou
sendo supostamente demitido. Era a
morte da banda Massacration.
A banda teria dado a volta por
cima, lançando outros singles como:
Metal Bucetation e Metal Milk Shake,
conquistando 6 discos de diamante
com o último.
música
Contra a americanização:
VOTE SACI
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“Americanização” é o termo empregado para descrever a influência que
os Estados Unidos exercem sobre a
cultura de outros países, resultando
no fenômeno da substituição de uma
determinada cultura pela cultura estadunidense. Quando tal substituição se dá contra a vontade da cultura
afetada, o termo tem uma conotação
negativa; quando isto é buscado voluntariamente, possui uma conotação
positiva.
Uma vez que os Estados Unidos
são o maior poder econômico do
mundo, sua influência pode ter um
grande impacto sobre todas as nações. Por exemplo, canais de televisão
estadunidenses como a MTV e a CNN
são transmitidos globalmente e recebidos por aparelhos domésticos. Em
suas programações, aparecem comerciais de produtos muito conhecidos,
tais como McDonald’s, Coca-Cola e
Levi’s. A indústria cinematográfica de
Hollywood é muitas vezes considerada a mais influente do mundo e, através desta e outras formas, outras comunidades são expostas a elementos
culturais, ideológicos e modos de vida
dos Estados Unidos. Os ditos elemen-
tos podem influenciar especialmente
os jovens, em vista de uma apresentação do modo de vida estadunidense
como “excitante”, tornando-os mais
receptivos ao processo de americanização. Por outro lado, algumas culturas, e geralmente pessoas mais velhas,
podem oferecer resistência à penetração da cultura dos Estados Unidos,
temendo perder suas identidades culturais.
Das dez marcas comerciais mais
importantes do mundo, sete têm sua
base nos Estados Unidos. Coca-Cola,
a maior delas, é muitas vezes vista
como um verdadeiro símbolo da americanização, possuindo máquinas de
venda em duzentos países do mundo. Arthur Koestler (jornalista, escritor, ativista político judeu, nascido na
Hungria radicado no Reino Unido),
por exemplo, descreveu a americanização como “cocacolonization” (“cocacolonização”) em seu livro The Lotus
and the Robot, referindo-se à CocaCola, um símbolo da cultura estadunidense. Também no ramo dos computadores, as maiores companhias são
dos EUA, como a Microsoft, Apple Inc.,
Dell e IBM. Vale lembrar também que
boa parte do software usado no mundo é produzido lá. Da mesma forma,
empresas de fast food como a Starbucks, McDonald’s, Burger King, Pizza
Hut, KFC e Domino’s Pizza estão entre
as que têm maior número de filiais.
Tudo isso facilita - ainda mais para essa cultura “invadir” o Brasil, que
vive hoje uma situação de vulnerabilidade externa grave, que ameaça sua
soberania, principalmente na área da
cultura. E se traduzem em teses que
pregam nossos pretensos atrasos,
incapacidade ou inferioridade para
enfrentarmos nossos próprios problemas e encontrarmos - na arte, na cultura, na ciência, no campo do conhecimento, enfim — soluções próprias,
adequadas e originais para eles.- não
entendi o que foi dito neste trecho,
nem mesmo para mudar a semântica.
Não sei se sou otimista demais,
mas não consigo ver isso como algo
de todo ruim. Acho que devemos SIM,
valorizar o que é nosso, mas também
precisamos dar crédito àquilo que é
bem feito, que é superior, e usarmos
isso ao nosso favor. Como? Servindo
de exemplo para que possamos nos
espelhar em algo bom, que nos sirva
DETONATOR E OS ASTROS DO FOLCLORE NACIONAL
resenha por Luiz Felipe Lima
A primeira coisa que é importante
destacar aqui é a arte do disco. É de
longe o disco brasileiro com o encarte e com o trabalho gráfico mais
legalzudo em muito tempo. Sério,
falo sem peso na consciência que
eu nunca vi nada tão legal quanto
este disco, e que abri-lo foi uma experiência absurdamente prazerosa. A riqueza de detalhes em todo
o encarte é simplesmente impressionante.
A capa, feita por Rafael Louzada,
já dá a tônica do que vamos encontrar. Ela parece ter sido pintada também, em um estilo bem
próximo ao da capa do This Is Your
Life. Isso já faz com que ela ganhe
muitos pontos, pois sai do lugar
comum de hoje em dia em que parece ser regra fazer capa com com-
putação gráfica.
Vale destacar aqui também o design de alguns dos personagens.
Mesmo estando todos em nível tão
alto, devo dizer que ainda fiquei
surpreso com alguns - vide a MulaSem-Cabeça, que ficou legalzuda
ao cubo.
Desde as piadas na ficha técnica
até as figurinhas - passando ainda
pelo mini-pôster -, temos aqui um
trabalho gráfico muito bem feito.
Temos um encarte muito acima
da média, em que os detalhes são
tantos que você vai passar um bom
tempo só procurando por eles. O
alter ego do Detonator, Bruno Sutter, divulgou no Youtube um unboxing do álbum, que eu recomendo
para que você tire as suas próprias
conclusões.
GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 13
de incentivo para que consigamos
desenvolver/criar um produto de
qualidade. Como o Projeto Natal, por
exemplo. Um produto brasileiro, comprado pela Microsoft, que se transformou no Kinect.
As autoridades brasileiras, bem
intencionadas (infelizmente são poucas), estão empenhadas em dar mais
valor para o que é nosso, e começaram a combater a “cocacolonization”
com a “tupiniquização”, como no caso
do Saci. O Dia do Saci, por exemplo,
consta do projeto de lei federal nº
2.762, de 2003 (apensado ao projeto
de lei federal nº 2.479, de 2003), elaborado pelo deputado federal Chico
Alencar (PSOL - RJ) e pela vereadora
de São José dos Campos Ângela Guadagnin (PT - SP), com o objetivo de
resgatar figuras do folclore brasileiro,
em contraposição ao Dia das Bruxas
(ou Halloween), de tradição cultural
celta.
O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore
brasileiro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do
Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século
XVIII). Nesta época, era representado
por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.Porém,
ao migrar para o norte do país, o mito
e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se
num jovem negro com apenas uma
perna pois, de acordo com o mito,
havia perdido a outra numa luta de
capoeira. Passou a ser representado
usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até
os dias atuais ele é representado desta forma.
Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro
Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica
-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os
QUAL É O NEGÓCIO?
A história por trás do disco é relativamente simples: Detonator apareceu na costa brasileira e
foi resgatado por pescadores. Então, encantado
com a beleza do lugar e com o povo brasileiro,
toma para si a missão de fazer o povo brasileiro se orgulhar da sua cultura. Ele não fará isso
sozinho, contudo. Para cumprir esta tarefa, ele
contará com a ajuda dos personagens do folclore nacional.
Apesar da narração de Alexandre Frota em
alguns momentos, boa parte da história e dos
seus detalhes é dita no próprio encarte, em pequenos textos antes das letras. Essa foi uma ótima jogada, pois os textos possuem o tamanho
exato para contarem o que é preciso ser contado e se encaixarem na introdução instrumental das músicas. Dessa forma, você lê o texto e
entra no clima que a música quer passar, quase
como em um filme. Detalhes como este de fato
fazem a diferença.
O Bruno sabia que as pessoas iriam colocar
o álbum do Detonator online, então resolveu
tomar a dianteira e colocar ele mesmo o disco
completo em seu canal no Youtube. Sendo assim, por que não ouvir lendo o nosso faixa-afaixa? Pegue o seu guaraná grandão e gelado
e divirta-se!
14 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014
A primeira música, após a introdução, é a
energética Metaleiro. Apesar de a letra estar em
português e haver um natural estranhamento
nas primeiras audições, ao se acostumar com
este detalhe, se percebe que Heavy Metal em
português pode sim funcionar. Em seguida vem
Metal Zumbi, que é um verdadeiro desfile de
riffs de guitarrras e conta com uma ótima performance de Iza nas baquetas.
Curupira foi a música que me deu mais prazer de cantar, pois traz um suingue que encaixa muito bem com a letra, além de um refrão
poderoso. Em seguida vem Boto, que mesmo
sendo uma música bem pesada com um ótimo
refrão, é a primeira música a ter o problema que
aparecerá em diversas faixas ao longo do disco:
a falta de capricho nas letras, algo que eu vou
abordar com calma mais à frente.
Boitatá é outra música que funciona muito bem, seguindo o alto nível dos riffs do disco, que não devem nada aos do Massacration.
Mula-Sem-Cabeça vem em seguida, e apesar de
apresentar muitas texturas e ter um instrumental interessante, segue o caminho oposto das
outras músicas por não possuir um refrão tão
legal quanto todas elas.
Em seguida vem Cuca, que começa bem
rápida e sem rodeios. Aqui já é possível reparar
que o Detonator não está mais se limitando a
usar os monstruosos agudos que o marcaram
na banda anterior. Apesar de eles ainda estarem lá, o estilo já não é o mesmo de antes, pois
agora também há dobras vocais mais graves e
em um volume mais alto que os agudos. Em seguida vem Saci, possivelmente a melhor música
do disco junto com Metaleiro. Com uma gingada bem característica e um refrão feito para se
cantar em multidões, nada mais justo do que
ganhar um clipe.
Saquito é provavelmente a música mais
“nonsense” do disco inteiro, mas que não deixa
de ser curiosa. Já Qual é o negócio? é uma música tão animada quanto a faixa de abertura, só
que com os backing vocals do Alexandre Frota,
o que deixa tudo mais legal. Além disso, ela segue um caminho não muito comum ao mudar
a melodia da segunda e terceira estrofes em relação à primeira. O álbum termina com Mestre
do Santuário, música que não só traz uma participação especial muito bem-vinda como ainda
abre uma brecha para o próximo disco.
personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam
as telas da televisão, transformandose em seriado, transmitido no começo da década de 1950. O saci também
aparece em vários momentos das histórias em quadrinhos do personagem
Chico Bento, de Maurício de Souza. E
agora ele ganhou mais um defensor
de peso: Detonator, o filho do Deus
Metal!
Leia a seguir, na resenha de Luiz
Felipe Lima, o trabalho de defesa à
cultura nacional, realizado pelo Detonator:
“Não há dúvidas de que a maior
banda de Heavy Metal da história foi
o Massacration. Eles, que conquistaram um Disco de Plutônio-Triplo-Radioativo com as vendas do primeiro
disco, lançaram seu último disco em
2009. E foi com muito pesar que o
mundo viu se passarem cinco anos
sem nenhum lançamento da banda
mais importante do planeta. Porém,
era óbvio que o mundo não ficaria
largado por muito tempo, e eis que o
vocalista da banda, Detonator, volta
à ativa, agora em carreira solo e cantando em português!
E, ainda que não esteja mais com
seus compadres de banda, não podemos dizer que o filhinho do Deus
Metal esteja mal acompanhado: ele
agora conta com as Musas do Metal,
escolhidas a dedo por ele para acompanhá-lo nessa jornada épica pelo
Brasil. Com Iza Molinari na bateria,
Juju Farias no baixo e Paulitchas Carregosa e Isa Nielsen nas guitarras (fora
as muitas participações especiais),
Detonator volta com tudo, em um disco solo conceitual 100% brasileiro.
HONRE E RESPEITE A SUA PÁTRIA, PRATIQUE O BOM PORTUGUÊS
Este disco mostrou que é possível fazer Heavy
Metal em português e que, apesar de haver
músicas melhores que as outras, todas elas de
alguma forma funcionam. É muito legal poder
ouvir as músicas e logo de cara entender o que
o vocalista diz, algo que em inglês não é tão natural por motivos óbvios.
Porém, é fato que algumas músicas teriam
ficado melhores se as letras tivessem recebido
mais atenção, porque nem sempre a métrica
dos versos se encaixa tão bem na melodia. A
meu ver, era necessário ter tido mais cuidado ao
criar os versos para não cair no erro de colocar
frases que não acompanhem a melodia e não a
deixem natural, como aconteceu, por exemplo,
nas músicas Boto e Cuca.
E aqui vale um adendo a respeito do humor
do álbum. Ao contrário do que muita gente
pela internet tem dito, não vejo o humor de Metal Folclore como estando pior agora do que era
na época do Massacration. Vendo as letras dos
discos da banda fica muito claro que elas eram
tão escrachadas e toscas quanto as que encontramos aqui. A diferença é que, como aqui elas
estão em português, a “zoeira” fica muito mais
em evidência se comparada às dos tempos do
Massas Crézio.
EU SOU METALEIRO COM MUITO
ORGULHO, COM MUITO AMOR
Este disco é um achado. Apesar de ter seus
altos e baixos, possui muito mais coisas boas do
que ruins e mostra que a musicalidade do Detonator continua afiada. Talvez, com uma atenção
a mais em determinados pontos, fosse possível
alcançar um resultado ainda melhor, mas esses
detalhes podem ser corrigidos em um próximo
álbum. Só nos resta torcer para que ele não demore outros cinco anos.”
CURIOSIDADES
- Apesar de a imagem do Detonator na capa e
no disco serem praticamente a mesma, elas são
diferentes: a do disco é a foto que deu origem
ao desenho da capa. Mais um pequeno detalhe
que faz a diferença.
- Uma coisa bem interessante nos dois primeiros discos do Massacration era o fato de haver
músicas com melodias vocais de outras bandas.
No primeiro disco, o Detonator roubou a linha
vocal de The Dark Ride, do Helloween, e usou
em Metal Bucetation. Já no segundo, ele usou
a melodia de Battle Hymn, do Manowar, na
música Sufocators of Metal. Em seu disco solo,
ele também faz isso: a melodia vocal de Boitatá
lembra muito a da música Hellrider, do Judas
Priest.
Visite nosso site: www.geracaozmagazine.
com.br e concorra a um exemplar do Metal Folclore autografado.
GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 15
música
Project 46
Formada em 2008 por amigos de infância, Project46 se destaca hoje como
uma das principais bandas do cenário
musical brasileiro tocando nos mais
variados festivais como Monsters of
Rock 2013, Sampa Music Festival,
Roça em Roll Festival e Maquinaria
Festival 2012 (Chile), conquistando
uma gama bem variada de fans com
seu metal em português, recheando
cada vez mais sua agenda.! ! Seu primeiro album, Doa a Quem Doer, lançado independentemente esta em
sua terceira prensagem física, mesmo
sendo disponibilizado gratuitamente
para download.
O Project46 trabalha período integral dentro e fora do palco, seus integrantes, deixaram seus empregos integrais para se dedicarem a banda de
forma profissional, e cuidam de todo
o Merch oficial da banda, a parte de
16 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014
multimídia, administrativa e gerencial, sendo encarado como uma empresa, marcando uma forte presença
nas redes sociais, mídia especializada,
aparições em TV, como no programa
A Liga (Band), com uma grande preocupação ao feedback prestado aos
fans e as marcas parceiras da banda,
sempre marcando as marcas, citando-as em entrevistas e onde aparece,
assim como esta sempre lançando
conteúdos novos.! !
Seus conteúdos mais importantes
são seus 02 álbuns de estúdio, 04 clipes, 46TV, com vários episódios (seguindo para a 2ª temporada), shows
ao vivo, com 02 episódios do Monsters of Rock Festival, fotos recentes de
shows e dia a dia da banda.! !
Com a produção do seu segundo
album, Que Seja Feita a Nossa Vontade (segundo produzido pelo produtor
Adair Daufembach) foi lançado em
abril de 2014, consolidando a banda, surpreendendo a expectativa dos
fãs e mídia com suas letras citadas e
cantadas pelos fãs e conteúdo ácido.
A agenda não para de crescer, encontrando a banda tecnicamente apta a
tocar em qualquer festival de igual
para igual com bandas internacionais,
como foi comprovado no Monsters of
Rock, onde a banda recebeu elogios
de toda a produção do festival e crítica.! !
Hoje a banda procura trabalhar
sua imagem e lançar seu album internacionalmente e tocar cada vez mais
por todo o mundo com o objetivo
de levar boa música para o Brasil e
o Mundo, mostrando a realidade do
país e sua essência musical.
games
Das construções de edifícios para os
games: A era da nova engenharia!
É muito comum, quando estamos na
época de escola, terminando o ensino
médio, bater o desespero para saber
qual faculdade devemos prestar o
vestibular, que carreira seguir, o que
vai ser do futuro... Cada época que
passa, uma profissão “entra na moda”.
A bola da vez é a criação de jogos eletrônicos.
Segundo matéria do UOL, “O Brasil
é muito importante para nós” é a resposta que mais ouvimos quando um
executivo do mundo dos games. O
que às vezes parece ser uma resposta
ensaiada pode ser verdade, principalmente se levarmos em consideração
a pesquisa do instituto New Zoo, que
coloca nosso país em 11º lugar no
ranking mundial e em 1º na América
Latina.
Segundo o instituto de pesquisa,
estima-se que o Brasil vai consumir
quase US$ 1,4 bi em games no decorrer do ano de 2014. Isso inclui todos os
tipos de jogos, dos mais simples para
smartphones e navegadores, até os
mais complexos e caros para videogames e computadores.
A lista também mostra estimativas
para a China, que mesmo sem ter um
mercado de consoles consolidado - a
abertura para consoles está aconte-
18 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014
cendo gradualmente -, possui milhares de jogos feitos (e copiados) exclusivamente para esse mercado. Títulos
como “World of Warcraft” e “StarCraft
II” são alguns dos games de destaque
na região.
A estimativa é feita com base em
pesquisa com consumidores, dados
de empresas ligadas à área e outros
dados. o New Zoo também revela que
para esse relatório não são considerados vendas de hardware, impostos,
serviços de business-to-business e de
jogos de azar e apostas. Outro ponto
que também é desconsiderado é a pirataria de games.
Atualmente, Jogar um videogame é como entrar em outro mundo,
com paisagens, realidades e
sons próprios. O uso dos jogos também se tornou mais
intenso, jogadores passam até
quatro horas por dia envolvidos com títulos como “Grand
Theft Auto”, “Guitar Hero” e
“Wii Sports” [fonte: Nielsen Media (em
inglês)]. Mas quantos jogadores param para pensar o que está envolvido
na criação desses jogos?
Os criadores de videogame são os
cérebros-mestres por trás dos títulos
atuais. Fazer videogames requer ta-
lentos diferentes, como a imaginação
visual de um artista e a capacidade
narrativa de um escritor. Por fim, os
criadores de videogames precisam
ter os conhecimentos técnicos de
programação necessários para fazer
de sua visão uma realidade, ao menos
no ciberespaço.
Um videogame combina todos
os elementos de uma grande história (aventura, perigo, personagens
audaciosos e uma trama) a recursos
gráficos avançados e interatividade.
Os produtores de videogames fazem
seu melhor para colocar os jogadores
dentro de um jogo, em uma tentativa
de lhes proporcionar a mais intensa e
divertida experiência. Isso tudo porque esse mercado é extremamente competitivo.
Assim, como é que esse
pessoal talentoso e bem preparado tecnicamente realiza
o trabalho? Muitos programas
podem ser utilizados na criação de videogames. Os produtores
de videogames também recorrem a
softwares elaborados especialmente
para facilitar a produção do enorme
volume de códigos necessários para a
criação de um jogo.
Criar videogames não é apenas
uma tarefa divertida, mas também
um campo de trabalho em expansão.
A criação de softwares é um campo de
trabalho que deve crescer em 32% até
2016 [fonte: U.S. Bureau of Labor Statistics (em inglês)].
Se você quer fazer um videogame,
a primeira coisa de que precisa é de
planejamento. Planejar um videogame é como planejar uma forma de arte
visual, a exemplo de um filme. A produção envolve trama, personagens
e ação. Uma das melhores maneiras
de se planejar a interação desses elementos é usando um storyboard.
Um bom storyboard é a base de
seu jogo. Ele deve ser preparado
antes que o produtor do videogame pense em tocar no computador.
Um jogo que não tenha sido bem
planejado pode acabar fracassando,
não importa a qualidade de recursos
gráficos.
Produzir um storyboard para um
jogo significa desenhar ideias para os
personagens e as cenas e colocá-las
em ordem. No caso de um videogame
isso pode incluir uma série de telas
ou cenas nas quais os personagens
enfrentam
certos desafios. A fim de
avançar na solução do tema do jogo
(ou da trama da história), os jogadores
precisam aprender a dominar as técnicas necessárias em cada cena.
Além do storyboard, é preciso criar
um documento que descreva todos
os aspectos do jogo. Esse documento,
conhecido como “documento de design de jogo”, detalha tudo, de como
funcionam os cardápios na tela aos
antecedentes dos personagens. Esse
recuso ajudará você a se manter organizado.
Criar personagens é parte essen-
cial da preparação do storyboard.
Como os jogadores se tornarão personagens ou interagirão com eles, é
preciso despertar seu interesse. Em
alguns casos, os artistas trabalham
em desenhos dos personagens principais, que são reproduzidos em computador e animados - a aparência e as
personalidades dos personagens são
importantes.
O processo de planejamento também dá aos produtores de videoga-
mes a chance de idealizar e refinar o
ambiente virtual onde a história irá
acontecer. Esses cenários formam o
mundo físico no qual os personagens vivem e se assemelham aos
cenários de cinema utilizados por
cineastas para enquadrar a ação na
tela. Os criadores de videogames
podem acrescentar efeitos especiais aos ambientes a fim de torná-los mais memoráveis ou mais
realistas. Esses efeitos também incluem sons. Ouvir os passos de um
personagem enquanto ele caminha
pelo ambiente é um exemplo. Mudar o som desses passos de maneira
a refletir a superfície sobre a qual o
personagem esteja correndo - sobre folhas secas ou em um salão pode propiciar um grande senso de
realismo.
Depois de criar o conceito do jogo,
bem como seus personagens e ambientes, chega o momento de transformar isso tudo em realidade.
Existem muitos programas de produção de videogames e pacotes de
software disponíveis para criadores
novatos ou experientes, que permitem a criação sem o uso de muitos
códigos. Esses pacotes de software
automatizam muitas funções, usando
interfaces comuns de ação de computador como “arrastar e soltar”, destacar e clicar o mouse.
Os pacotes de software para
a produção de videogames geralmente incluem três categorias:
jogos tridimensionais, jogos bidimensionais e role-playing games.
O software 3-D é mais poderoso que
o bidimensional e o software para role-playing games é completamente
diferente.
Mas, se ao ler tudo isso, ao invés
de você se empolgar mais em desenvolver o seu
game, ficou
desesperado,
eu já posso te
acalmar. Graças à procura
GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 19
Oficina de argila - SAGA
constante por esse mercado, algumas
escolas profissionalizantes dessa área
começaram a surgir, como é o caso da
SAGA (School of Art, Game and Animation).
Em conversa exclusiva com a Geração Z Magazine, quatro coordenadores de curso da SAGA (Lucas Silva – Unidade Lapa, Rafael Menezes
– Unidade Santo Amaro, Kleidison
Abreu– Unidade de Guarulhos e Caio
Cipó – Unidade do Tatuapé) desmistificaram a “complexidade” de se desenvolver um game e mostraram que
com direcionamento e um pouco de
criatividade, qualquer pessoa que
faça um bom curso, pode se transformar em um ótimo desenvolvedor.
Esses coordenadores receberam
um desafio da diretoria da SAGA; cada
um deles deveria desenvolver um
game em 30 dias. Usando a ajuda de
alguns professores e alunos, surgiram:
Cyberpunk X01, Remote Race, The
Myth of R’lyeh e The Ancient Battle.
Rafael Menezes conta que a SAGA
passa para seus alunos todas as etapas de desenvolvimento para games.
Desde o desenvolvimento até a produção final, e que para isso dar certo
é necessário uma equipe especializada em vários aspectos, como: criação de personagens, roteiro, história,
criação de cenário, desenvolvimento
em 3D e jogabilidade. A SAGA pre-
20 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014
para seus alunos para tudo isso. “O
único pré-requisito que pedimos para
o aluno ingressar no nosso curso é o
de QUERER desenvolver jogos, o resto
nós ensinamos tudo. Desde o básico
até o mais complexo.”, afirma Rafael.
“Os primeiros cinco meses eles terão
uma visão geral, e depois, conforme o
desenvolvimento de cada aluno, nós
encaminhamos para uma área específica, de acordo com o gosto e o desenvolvimento de cada um.”, completa.
Kleidison Abreu concorda com
Rafael e diz mais: “É muito comum
os nossos alunos, mais tarde virarem
instrutores dos nossos cursos. Temos
vários alunos que desenvolvem personagens e cenários em argila, que
antes não sabiam nem desenhar direito, e hoje dão aulas em nossas unidades”.
Lucas Silva aponta que a maior
dificuldade já encontrada por eles, é
a de conseguir tirar aquela “ideia fixa”
do aluno querer desenvolver um jogo
nos mesmos moldes do game que ele
mais gosta, e tentar se focar no que
realmente pode vender. “Às vezes o
aluno quer de todo jeito desenvolver
um game no mesmo estilo do seu preferido. Por exemplo, ele adorava jogar
Pitfall, na época do Atari ele foi uma
das sensações, mas
hoje em dia ele
não seria rentável,
por mais que colocássemos novas tecnologias no jogo”.
Caio Cipó se orgulha de todos eles
terem conseguido vencer o desafio
dos trinta dias, e espera agora com
mais tempo, dar continuidade à sua
criação, o Cyberpunk X – 01, inspirado
no Megaman.
A Escola livre de arte digital, SAGA,
oferece quatro cursos criados para
transformar jovens em profissionais
qualificados e competitivos para
o mercado de Computação Gráfica: Start (computação gráfica para
iniciantes); PlayGame (desenvolvimento de jogos em 3D); Marquise
(voltado ao mercado de maquete eletrônica) e Sinapse (curso completo de
animação digital). Criada em 2003, inicialmente como uma escola de cursos
de informática, reposicionou sua linha
de atuação em 2008 (quando passou
a se chamar Saga), e tornou-se escola
referência em cursos de arte digital e
animação. Possui oito unidades (três
em São Paulo - SP, e as demais em
Guarulhos – SP, Salvador - BA, Recife
– PE, Brasília – DF e Belo Horizonte –
MG) e já formou mais de 10 mil alunos. Com reconhecimento internacional da Autodesk e Adobe, a SAGA tem
professores altamente qualificados,
atendimento pedagógico, material
didático impresso, laboratórios equipados com as mais avançadas ferra-
mentas de software e equipamentos
de última geração como mesas digitalizadoras e workstations com iluminação especial para desenho. Em
março de 2011, durante o The Union,
maior evento de computação gráfica
do Brasil, idealizado e promovido pela
escola brasileira, foi anunciada a parceria com a Gnomon School of Visual
Effects, de Hollywood – EUA, para a
criação de uma escola internacional
de arte digital, aberta oficialmente em
2013, em São Paulo (Veja mais sobre a
Saga em www.saga.art.br).
Se interessou? Conheça alguns dos softwares
disponíveis para criação de jogos
DarkBASIC - Software popular para
videogames tridimensionais. A versão pro é para criadores de jogos
mais avançados, enquanto a outra
atende aos que criam jogos apenas
por diversão. Mas ambas dispõem
de uma forte comunidade de usuários que podem servir como mentores.
Mugen - é um software popular
para a criação de jogos de combate bidimensionais. O programa
permite que você crie personagens
e os coloque no jogo ou que baixe
personagens de outros produtores
de jogos. Depende de uma rede de
sites de fãs, para esse grau de interatividade.
Adventure Game Studios (AGS)
- oferece facilidade e operação comandada por mouse para produzir
videogames de aventura. O software
gratuito está disponível para download, mas algumas de suas funções
avançadas requerem certo conhecimento de codificação.
Game Editor - permite que a pessoa crie um jogo tridimensional. O
software também ajuda a aprender
funções mais elevadas de codificação ao exibir os códigos criados por
operações simples de arrastar e soltar. Isso pode fazer com que um usuário tome o caminho de uma maior
personalização e flexibilidade.
Game Maker - é um software de
design bidimensional muito simples de se usar. O programa, embora
não muito avançado, é intuitivo, o
que torna fácil a um usuário novato
aprender a usá-lo. É possível criar jogos para computadores pessoais ou
celulares com esse programa.
RPG Toolkit, RPG 95, 2000, 2003,
XP e Hephaestus, entre outros software para produzir role-playing
games
Unity3D - é a ferramenta atualmente mais poderosa e popular do
mercado, devido a sua facilidade de
uso e capacidade de criar jogos para
quase todas as plataformas disponí-
veis no mercado, indo desde jogos
para celulares até jogos para Playstation 3 ou Xbox 360. A versão gratuita já conta com a maior parte dos
recursos necessários.
A maioria desses programas não
requer que o criador escreva código e muitos deles estão disponíveis
gratuitamente na Internet. Os programas oferecem passos simples e
intuitivos para a criação de videogames sem o uso de código-base. Se
você tiver uma idéia, algum senso de
organização e dominar técnicas básicas de computação, não encontrará problemas no uso desse software.
No entanto, existem níveis diferenciados de sofisticação em termos
de uso de software. Alguns programas são usados para a criação de
jogos complexos, tridimensionais,
normalmente jogados em consoles
de videogames. Outros são mais
simples, restritos a softwares bidimensionais, e outros ainda servem
a role-playing games, jogos de combate, jogos de aventura e outros.
Devido à facilidade de uso e à relativa potência e capacidade de personalização, o software de criação
de videogames abriu o mundo do
desenvolvimento de jogos ao público em geral.
literatura
Oito contos de terror que todos
deveriam ler
Por: Fernanda Chazan Briones
Aos apreciadores da arte, não preciso
dizer nada. Quem gosta, já sabe: a literatura de terror transcende o medo.
Diferente dos sustos, demônios e
espíritos do cinema moderno que já
caíram na mesmice, uma boa leitura
de terror nos faz penetrar na história
e viver a intensa experiência dos antagonistas - algo que poucos outros
sub-gêneros literários permitem.
Este artigo, no entanto, está direcionado àqueles que nunca leram ou não costumam ler - literatura de
terror. Antes de mais nada, é preciso
perder o preconceito. “Eu só gosto de
ler romance”. Pois lhes digo: em terror, também há romance. “Eu só gosto de suspense e não de terror explícito”. Pois seja o detetive da história; o
terror - muitas vezes - é tão implícito,
que evoca os cantos mais esquecidos
da nossa imaginação.
Para começar, nada melhor do
que contos. Clássicos sempre serão
clássicos e merecem nossa atenção.
Resolvi, então, fazer uma pequena lista com oito contos de terror que todos
deveriam ler. É evidente que existem
muitos outros contos incríveis, mas
essa lista não é nada além da minha
opinião. Bibliotecas e internet afora,
opções não faltarão para aqueles que
se interessarem pelas realidades intrigantes de uma boa leitura de terror.
22 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014
A LENDA DA CAVERNA ADORMECIDA (The Legend Of Sleepy Hollow),
de Washington Irving.
Basicamente, o conto narra a história
do supersticioso professor Ichabod
Crane e seu encontro com um dos
ícones mais memoráveis da literatura: o cavaleiro sem cabeça. Foi neste
conto que Tim Burton se baseou ao
fazer sua tão elogiada adaptação para
o cinema.
O CORAÇÃO DELATOR (The Tell-Tale
Heart), de Edgar Allan Poe.
Este é um dos mais brilhantes contos sobre a loucura e a obsessão, assuntos tão bem escritos pelo mestre
da literatura de terror. Sim, o mestre,
pois foi Poe que levou o sub-gênero
além dos típicos relatos de fantasmas
e aparições. Mais do que influenciar,
ele abriu horizontes. “O Coração Delator”, um de seus vários contos geniais,
é a história de um homem que decide
matar outro que o incomodava com
seu “olho de abutre”. A loucura que
toma o protagonista, atormentado
pela culpa, contagia o leitor - que já
não consegue saber se tudo não passa de alucinações ou se, de verdade,
são eventos sobrenaturais.
A MORTE AMOROSA (La Morte
Amoureuse), de Théophile Gauitier.
Um dos melhores relatos sobre
vampiros escritos na história da
literatura, este conto é fiel à imagem do vampiro como um monstro
infernal que consome a vida de suas
vítimas. A decadência moral do protagonista se dá pela vida dupla que
leva - de dia, é um padre como outro
qualquer; à noite, é um libertino fascinado por uma vampira que emana
luxúria. Este é um bom começo para
quem quer ter contato com os clássicos sobre vampiros.
A MULHER ALTA (La Mujer Alta), de
Pedro Antonio de Alarcón.
O autor, dono de uma autenticidade
única, vai totalmente na contra-mão
daquilo que a literatura espanhola oferece em seus clássicos. Neste
conto, mergulhamos na história de
um homem que se vê assediado
pela figura grotesca de uma mulher.
A curiosidade corrói e, a cada linha,
resulta mais difícil saber se estamos
diante de uma bruxa, de uma simples
louca ou da própria Morte.
A CASA DO JUIZ (The
Judge’s House), de
Bram Stoker.
Autor de “Drácula”, Bram Stoker é
tão incrível que,
atualmente,
os
bons escritores de
terror são premiados
nada mais nada menos
do que com o “Prêmio Bram
Stoker”. Neste conto, o autor relata a história de um jovem que se
isola em uma aldeia, buscando sossego para se dedicar a seus estudos em
paz. Para tal, ele aluga a casa que fora
de um juiz cruel e severo. Mas não é
bem sossego que ele encontra por lá.
A NOITE (La Nuit), de Guy de Maupassant.
Se você está disposto a sentir seus
pêlos arrepiarem pelo que a imaginação projeta, Maupassant é seu autor.
Isso é porque suas histórias são mais
carregadas nos conceitos do que nos
efeitos. Em “A Noite”, conhecemos a
história de um homem apaixonado
pela noite e por seus passeios noturnos pela cidade. No entanto, durante
um de seus costumeiros passeios, ele
vai se dando conta de que aquela não
era uma noite qualquer. Não ha ninguém nas ruas, nas casas e em lugar
nenhum; tudo está vazio. E o pior é
que as horas passam e o dia parece
não chegar nunca. A aflição é contagiante.
Signo da Besta” foi adaptada ao teatro e também homenageada por Stephen King, em seu conto “O Homem
Que Não Apertava Mãos”.
A CASA DAS BRUXAS (The Dreams In
The Witch House), de Howard Phillips
Lovecraft.
Nesta pequena e excelente obra, Lovecraft reúne as antigas tradições
sobre bruxaria, demônios e noites de
Walpurgis, com ideias sobre o cosmo
e as diferentes dimensões inacessíveis
aos seres humanos. Trata-se da história de um estudante de matemática
que aluga uma casa na qual dizem haver morado uma bruxa e que, pouco a
pouco, perde controle sobre sua vida
e sua mente.
O SIGNO DA BESTA (The Mark Of The
Beast), de Rudyard Kipling.
Seria um conto clássico sobre lobisomens, se não fosse a história de
um homem-leopardo. Como muitos
outros relatos de Kipling, a história
se passa na Índia tropical. Um homem, amaldiçoado por um bruxo, se
vê transformado em uma besta sem
um pingo de humanidade. Uma das
histórias mais famosas de Kipling, “O
GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 23
comportamento
Se sua vida fosse uma partida de
futebol, qual seria a sua posição?
Você jogaria no ataque? Seria o goleiro? O capitão? Apenas um torcedor?
Por Chris Bernardi
Estaria preparado para carregar a
maca, se essa fosse sua função durante a partida? Assistiria no camarote os
jogadores com a chuteira que você
mesmo ajudou a produzir? Seria o
segurança, aquele que fica de costas
para o campo?
Talvez, ao ler o título deste texto,
você deve ter pensado apenas nos 11
jogadores do gramado e tentado imaginar como seria estar ali. Ok! Não há
nenhum problema. Na verdade, todos
nós, quando começamos a pensar em
desenvolver uma carreira profissional,
quase sempre temos uma visão reduzida de onde podemos estar e o
que podemos oferecer.
O mundo do trabalho é imenso e as oportunidades são inúmeras mas, muitas vezes, o grande desafio está em encontrar
aquele que, acima de tudo, dê
significado à nossa vida. E para
tornar ainda mais penosa essa
escolha, geralmente, ela deve ser
feita quando ainda somos muito
jovens.
O próprio tema “Significado do
Trabalho” tem sido estudado por pesquisadores das ciências humanas há
muito tempo. Quando tentamos definir o que significa o trabalho para
as pessoas, percebemos que, mesmo
entre os estudiosos do assunto, parece haver diferenças. Há aqueles que o
definem como fardo, peso, obrigação,
com o objetivo único da sobrevivência, enquanto outros autores definem
o trabalho como oportunidade de
desenvolvimento, de crescimento, de
auto-conhecimento, de autonomia,
etc…
Quanto a isso tudo, penso que o
trabalho pode ser visto tanto de uma
forma, como de outra. Depende do
preparo e da escolha que o trabalhador faz em sua vida profissional. Se a
pessoa gosta daquilo que faz, se ela
sente que aquele trabalho tem um
significado importante em sua vida, o
resultado contribui para a sua motivação, levando a um bom desempenho.
Diga-se de passagem que instituições
sérias exigem bom desempenho. Mas
também não existem apenas instituições que podemos considerar sérias.
Nestes meus quase 20 anos trabalhando com desenvolvimento de profis-
leis e os que burlam as leis; os que
criam procedimentos e os que não
conseguem nem respeitá-los; os que
prezam pela ética e os que nunca
tiveram oportunidade, no dia-adia de suas vidas pessoais, de
receberem dicas do que seja
ética.
Pode parecer polêmico, mas é a realidade! Não
existe um modelo ideal
de bom profissional, assim
como não existe um modelo ideal de empresa para se
trabalhar. Acredito que os
“casamentos mais felizes”
entre profissional e local de trabalho acontecem quando os
valores e expectativas pessoais
se identificam com os valores e
expectativas de quem oferece
oportunidade de trabalho.
A tecnologia, as oportunidades de comunicação e informação ajudaram a tornar os
processos seletivos mais justos
e a busca pelo melhor emprego mais
igualitária. Hoje em dia, tanto a empresa escolhe o candidato, quanto o
candidato pode escolher a empresa
para a qual vai trabalhar. Antigamente, o profissional ia para uma entrevista de emprego sabendo muito pouco
- ou quase nada - sobre a empresa.
Hoje, após alguns cliques, pelo próprio celular, numa pesquisa rápida,
pode-se saber os resultados financeiros, os clientes, serviços oferecidos,
produtos fabricados e ações relacionadas à sustentabilidade, como também matérias polêmicas publicadas,
agressões ao meio ambiente, insatisfações de clientes, resultados finan-
“O mundo do trabalho é imenso
e as oportunidades são inúmeras
mas, muitas vezes, o grande
desafio está em encontrar aquele
que, acima de tudo, dê significado
à nossa vida.“
24 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014
sionais, líderes e equipes de trabalho,
o que pude perceber é que no mundo
do trabalho, existe de tudo no Brasil.
As empresas, sejam elas públicas ou
privadas, “abraçam” todo e qualquer
tipo de profissional: os bons, os “mais
ou menos”, os ruins; os inteligentes, os
que podem desenvolver mais a sua inteligência; os que têm facilidade para
se relacionar com todo e qualquer
tipo de pessoa e os que acham que só
devem tratar bem aqueles que estão
no mesmo nível hierárquico ou acima; os que se comunicam bem (falam
e ouvem, ouvem e falam) e também
aqueles que só ouvem (ou aqueles
que só falam); os que cumprem as
ceiros ruins, etc. E tudo isso ajuda o
profissional a decidir se quer ou não
trabalhar lá.
Ou seja, quem procura por oportunidade de trabalho é escolhido,
bem como tem a oportunidade de
escolher onde quer trabalhar. Aí é que
entra o grande desafio, proposto na
pergunta-tema deste texto: “se sua
carreira fosse uma partida de futebol,
qual seria a sua posição?”. Certamente,
sua escolha estaria relacionada àquilo
que lhe dá prazer, que você se identifica, quanto também àquilo que reduz
as suas chances de sofrimento. Neste
ponto, gostaria aqui de dar o meu depoimento. “Eu jamais aceitaria ficar no
gol, porque sei o quanto sofria em jogos na escola, quando arremessavam
a bola em mim. Por outro lado, sempre adorei futebol, porque meu pai
era jogador. Aos finais de semana, íamos aos estádios assistir aos jogos do
seu time do coração. Depois de adulta, sempre usei os jogos para ilustrar,
em minha palestras, tudo o que lia
sobre teorias de motivação, liderança,
equipes de trabalho. Ajudei a formar
centenas de líderes e contribui para
a formação de equipes citando partidas de futebol. Acredito que, em todo
jogo de futebol podemos tirar uma
lição, um aprendizado”. Ah! Por falar
nisso, quantas lições tiradas daquele
fatídico 7x1 na Copa? Jogo “impecável” daquela Alemanha: estratégias
bem definidas (jogadas nitidamente
ensaiadas), ética (jogo limpo, não me
lembro dos alemães tentando “cavar”
falta); conhecedor do mercado (eles
sabiam das nossas fragilidades na defesa), exemplar trabalho em equipe
(difícil pensar em um ou outro que tenha sido “fominha”, pensado em fazer
gol sozinho); responsabilidade social
(a comunidade da Bahia, onde o time
ficou hospedado, se apaixonou pelo
time e pelas ações por ele realizada);
marketing (saiu da copa admirado
pelo mundo todo).
Em outras palavras, o que quis demonstrar acima é que refletir sobre
características da nossa infância - sobre o que gostávamos e o que não
gostávamos, o que nos ligava positivamente (ou não) a quem nos criou
- pode nos trazer indícios de qual profissão poderemos nos realizar no futu-
ro. Quanto maior o auto-conhecimento, quanto mais identificarmos nossos
próprios gostos e habilidades, mais
estaremos prontos e seguros para “escolhermos” onde queremos trabalhar.
Por outro lado, quanto menos soubermos identificar aquilo que gostamos,
mais vulneráveis estaremos para sermos escolhidos por empresas que não
correspondem às nossas expectativas.
Tal como as milhares de posições em
que podemos atuar numa partida de
futebol, seja no campo, na arquibancada, dentro do estádio, fora do estádio…o mundo do trabalho também é
assim: um jogo cheio de oportunidades, no qual o grande desafio é saber
escolher a posição na qual queremos
jogar.
GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 25
Musculação
na Infância e
Adolescência
comportamento
Quantas pessoas já ouviram dizer
por aí “não deixe seu filho fazer
musculação, ele vai
parar de crescer”?
Prof. Carlos Mancha
Trata-se de um assunto polêmico há
anos e é sobre este tema que vamos
falar neste texto.
Inicialmente vamos entender, o
que é “musculação”? Pelo dicionário,
o significado é: 1 Conjunto das ações
musculares. 2 Exercício dos músculos.
A maioria das pessoas imagina
que musculação seja um trabalho
com grandes cargas e excesso de
peso quando, na verdade, é tudo
que envolve o trabalho muscular. Um
tratamento fisioterápico ou uma readaptação após um acidente também
envolvem o trabalho de musculação.
Portanto compreendemos que o assunto é bem mais abrangente do que
imaginamos.
Há alguns anos a modalidade vem
aumentando o número de adeptos
entre crianças e adolescentes. Há dois
principais motivos para tal. O primeiro
deles é a cobrança que a sociedade
impõe sobre o “corpo perfeito” - o que
gera insegurança, baixa autoestima e
até mesmo depressão, a gozação na
escola. O desejo em ser visto ou ser
popular, faz com que a prática exagerada e errada seja cada vez maior. Neste caso, acredito que a principal culpa
seja dos professores que deveriam
instruir corretamente sobre os limites
do corpo aos seus alunos, mas isso é
assunto para uma outra discussão. O
outro motivo pelo aumento da prática
- e tão ou mais preocupante que o primeiro - é o tipo de vida dessas novas
gerações, com a diminuição das atividades físicas e até mesmo as brincadeiras de rua, ocasionando a obesidade infantil, os problemas posturais e
etc. A saúde das novas gerações vem
se deteriorando pelos hábitos sedentários cada vez mais presentes na vida
dos jovens, ao ficar na frente do computador, de tablets ou celulares. Sempre estão sentados tortos, jogados no
sofá ou na cama, por horas na mesma
posição.
A musculação, assim como toda
e qualquer atividade física aplicada
à criança, deve ser adaptada à idade,
necessidade física ou clínica e baseada em avaliações criteriosas por profissionais da área da saúde. Se tudo
isso que foi citado acima for respeitado, não há contraindicações para a
prática de musculação na infância e
adolescência.
Então o que há por trás da mística
da musculação? Vamos lá...
Nossos ossos são divididos em 3
partes: a diáfise (corpo do osso), as
epífises (extremidades do osso) e a
metáfise (porção de crescimento do
osso). Quando se aumenta a massa
muscular, também é aumentada a
massa óssea, evitando assim fraturas,
problemas posturais, entre outros
benefícios. Não há na literatura pediátrica, constatações de prejuízos
causados por musculação, salvo em
casos de má orientação por parte dos
profissionais responsáveis, neste caso
as lesões podem ocorrer em qualquer
idade.
Portanto, incentivem e pratiquem
atividade física com responsabilidade,
procurando a orientação de um profissional habilitado para lhe atender.
Mas, se posso dar um conselho para
os leitores da Geração Z Magazine
que estão nas faixas etárias descritas
nesta matéria, é que brinquem muito, pratiquem esporte, não importa a
modalidade, apenas divirtam-se. Ou
então, caso tenham interesse, pratiquem uma modalidade de forma
competitiva, um esporte de alto rendimento.
Quando o tempo passar, vocês terão cada vez menos tempo pra isso,
então aproveitem!
GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 27
comportamento
Ciúmes
A palavra de ordem atual parece
ser “equilíbrio”: para viver, para
se relacionar, para crescer e para
amar.
Por Albangela Ceschin Machado
Sentimentos como o ciúmes vem acompanhando a vida de muitas pessoas, que
perdem em qualidade de vida por se deixar consumir por este sentimento.
Pode-se falar de vários tipos de ciúmes:
- Normal
- Falso ou gratuito
- Preventivo
- Patológico que, se subdivide em: delirante, obsessivo e, enquanto comorbidade
com doença psiquiátrica.
O ciúmes normal é aquele que aparece quando existe afeto, atenção, cuidado
e um sofrimento transitório e leve o qual
não limita a vida das pessoas envolvidas,
não ultrapassando os limites da racionalização das evidências.
O ciúmes falso ou gratuito não esta
relacionado ao afeto, não existindo um
sentimento que o faça valer e sim uma resposta ao estereótipo cultural: uma atitude
adequada a um comportamento esperado e socialmente determinado.
O ciúmes preventivo é um sistema de
controle que atua com base no passado
ainda, porém, vigente no presente, relacionado a mutilações genitais, virgindade,
uso de vestimentas, determinado pelo
controle da mulher em suas atitudes perante a sociedade em que vive. Relacionado a poder e fiscalização.
O ciúmes patológico, que tem como
exemplos Medéia, Otello e tantos outros
personagens, pode-se dizer que tratar-se
de um comportamento que supera emoções naturais e evolui para um descontrole levando a um distúrbio mental. Pessoas
acometidas por ele freqüentemente tem
atitudes das quais irão se arrepender,
porém, não conseguem se controlar, em
alguns casos custando a perceber o que
ocorre a sua volta.
28 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014
Pessoas portadoras de ciúmes patológico, mesmo tendo consciência, muitas
vezes não conseguem entender tratar-se
de uma doença e que precisam de ajuda.
Acabam normalmente pedindo desculpas
pela atitude mas acabam por, inclusive,
entrar em depressão e chegar ao suicídio,
muitas vezes agredindo também a pessoa
que dizem amar tanto.
Não é fácil fazer o diagnóstico de ciúmes patológico. Segundo os autores e
estudiosos do tema, é importante verificar
algumas características como:
- suspeita infundada.
- sofrimento dos dois indivíduos envolvidos.
- inspeção de bolsa, do armário, da agenda, enfim de objetos pessoais do(a) parceiro (a).
- tendência a evitar encontros sociais com
pessoas que possam ser prováveis rivais.
- perda do controle com facilidade e atitudes de violência física ou verbal com o (a)
parceiro (a).
Estes são alguns aspectos relevantes,
porém não aceitos como universais, para
definir o diagnóstico em questão.
Podemos dizer que o ciúmes é patológico quando supera os níveis de positividade considerados normais por uma determinada sociedade e cultura. O manual
de diagnóstico dos distúrbios mentais não
tem ainda esta definição, portanto não
temos ainda uma umanimidade. Também
conhecido como síndrome de Otelo, o ciúme patológico pode, então, enquadrar-se
no distúrbio delirante ou obsessivo-compulsivo, ou ainda em comorbidade com
outras doenças psiquiátricas como depressão ou pânico, e nas doenças neurológicas (ex: doença de Parkinson).
Finalizando, pode-se dizer que o ciúmes não se limita apenas a casais, pois
este sentimento faz parte de todas as relações vivenciadas pelos indivíduos, sejam
relações de parcerias afetivo-sexuais, de
parentesco, de trabalho, de amizade ou
outras. A ameaça da perda, da comparação e da destruição de objetivos e planos,
leva o indivíduo a desenvolver emoções
que muitas vezes escapam ao controle e
chegam a níveis inaceitáveis de impulsividade.
A impulsividade leva as pessoas a atitudes que, muitas vezes, as afastam de
outras pessoas e traz possibilidades de um
isolamento, um sentimento de baixa auto
-estima, depressão e medo.
O psiquiatra francês Daniel Lagache
afirma que: “Ser são não significa ser imune ao ciúmes, significa correr o risco de vivenciar este sentimento, mas ser capaz de
superá-lo.” Os indivíduos equilibrados podem vivenciar tal experiência, faz parte da
natureza humana, porém o descontrole
frente a este sentimento é que pode levar
a comportamentos patológicos e passíveis de intervenção terapêutica.
O ciúme está ligado ao afeto, faz parte
das conseqüências do amor relacionado
a sentimentos nobres de preservação da
espécie, procriação, defesa de território,
cuidado da prole, portanto de preservação da sociedade.
Retomando o início do texto, tem-se
que o equilíbrio auxilia na moderação de
sentimentos reais e verdadeiros, que tem
no limite entre o saudável e o patológico a
possibilidade de adequação.
Ser livre é poder escolher o que se
quer, sem com isso sofrer ou fazer sofrer,
conciliando desejo, afeto, respeito e limite.
Fonte:
“E Vissero per sempre Gelosi & Contenti” Ed. Rizzoli, 2008, Itália. Donatella Marazziti.
Beijar Faz Bem pra Saúde?
comportamento
Por Albangela Ceschin Machado
Beijar é importante para melhorar a
qualidade de vida de um indivíduo
e para evidenciar se existirá compatibilidade em um relacionamento.
É através do beijo que as pessoas se
aproximam e intensificam laços de
afeto e de confiança. Crianças que são
constantemente afagadas pelos pais
através de beijos, abraços e carinhos
em geral, aos poucos vão se tornando
pessoas mais gentis e confiantes e,
então, adultos mais seguros.
O beijo acalma, estimula a função
circulatória através do aumento dos
batimentos cardíacos e aumento da
oxigenação das células, libera sentimentos reprimidos, alivia o stress,
bem como faz parte das preliminares
de um relacionamento sexual.
O beijo implica, ao mesmo tempo, acesso ao corpo do outro e uma
entrega talvez maior do que a da relação sexual pois é sabido que quando
um relacionamento está desgastado
o beijo vai ficando cada vez mais escasso, as vezes não passando de
um “selinho”, no máximo. É muito
comum entre os casais manterem
a atividade sexual, mas perderem o
estímulo para beijar.
É através da boca que se obtêm
as primeiras sensações de prazer,
pois é o início da exploração do
mundo a partir da amamentação,
ou seja, através do peito da mãe,
a boca permite vivenciar o prazer da
alimentação e do afeto que cerca este
alimento.
O contato da boca com o outro
permite a troca de cheiros, gostos,
textura e temperatura de pele; no que
se refere a relação sexual esse contato
é fundamental para aquecer o encontro.
De acordo com pesquisas feitas
por uma organização britânica, o beijo é um dos melhores modos de se
curar a depressão pois ele estimula o
cérebro a liberar endorfina, que causa
uma sensação de bem estar nas pessoas. Segundo o pesquisador Gallup:
“É possível que o beijo ative mecanismos evoluídos que funcionam para
desencorajar a reprodução entre indivíduos que seriam geneticamente
incompatíveis”.
Masters e Johnson, estudiosos da
Sexualidade Humana, em seu livro
Human Sexual Inadequacy, descrevem técnicas para o tratamento de
diversas disfunções sexuais e que são
conhecidas como exercícios focados
nas sensações.
“A prescrição realizada pelo terapeuta baseia-se em proporcionar ao
casal a possibilidade de prover e de
receber prazer através do toque, do
beijo, das carícias e proibindo relação
sexual com toque genital, penetração
vaginal e orgasmo. Há evidências clínicas suficientes de que o contato tátil
mútuo e delicado desperta sensações
e respostas emocionais altamente
prazerosas e aumenta a intimidade e
o envolvimento entre os parceiros.” Os
exercícios focados nas sensações são
uma forma de aprendizado, em que
as respostas prazerosas tornam-se reforços positivos que diminuem a ansiedade sexual, portanto, o beijo pode
ter um caráter também terapêutico.
Beijar traz sensações agradáveis e
saudáveis. Assim, deixe que o bem estar e a qualidade de vida façam parte
do seu dia a dia.
comportamento
Cabelos
coloridos
Rosa, azul, roxo, vermelho....
descubra como ter e manter
as “cores fantasia”
Ter cabelos coloridos com tons não
convencionais como azul, rosa, roxo,
verde ou laranja pode fazer parte dos
sonhos de muitas mulheres. Mas, às
vezes, as restrições “estratégicas” podem adiar a vontade de desfilar com
madeixas vibrantes por aí. A dificuldade de encontrar tintas do tão sonhado tom, a impossibilidade de manter
a cor nos fios por muito tempo e ainda
os cuidados posteriores à coloração
são alguns dos obstáculos.
BASE CLARA É IMPRESCINDÍVEL
A maioria dos tons de tinta “fantasia” exige uma base clara para que
a coloração fique do tom desejado.
Apenas em tons super escuros, como
azul petróleo, verde musgo ou roxo
puxado para o vinho - ou ainda quan-
do se deseja apenas alguns reflexos
sob o sol - o cabelo poderá ser colorido sem uma prévia despigmentação
ou descoloração.
Vale lembrar que a descoloração
é mais indicada para cabelos virgens,
enquanto a decapagem funciona
apenas em cabelos previamente tingidos. Se o cabelo já foi tingido ou é
muito escuro, é possível que a descoloração e decapagem deixem os
fios amarelados ou alaranjados. Para
tons frios como azul, verde ou violeta,
será preciso que as madeixas estejam
platinadas e com fundo mais puxado
para o cinza que para o amarelo.
DESCOLORAÇÃO GRADUAL E MISTURA DE QUÍMICAS
A designer Naiara Dambroso atu-
almente usa fios loiros, mas já mostrou madeixas tingidas de vermelho
alaranjado, violeta e roxo com uma
mecha vermelha. Ela conta que é preciso ter paciência para aderir aos tons
“fantasia”. “Meu tom natural é loiro,
mas eu tingia o cabelo de preto antes
de resolver mudar para o vermelho
vibrante. Fui ao salão e primeiro fiz
luzes para ir ‘abrindo’ o tom. Depois,
comecei a fazer raízes de cor vermelho acobreado, com tintura de farmácia mesmo, em casa. Depois de uns
quatro meses, quando a raiz já estava
bem crescida e os fios descoloridos
em um tom amarelo alaranjado, pintei de vermelho ‘fantasia’. Como o tom
é quente, não ficou muito manchado
por não precisar de uma base muito
clara para ficar bom”, lembrou.
Se o processo é complicado para
fios lisos, imagine o trabalho que a
doutoranda em engenharia Fernanda
Wanderley tem para relaxar as madeixas, descolorir de três em três meses
e ainda tingi-las de rosa. As diferenças no tratamento começam desde a
escolha da tinta: “eu usava uma tinta
rosa que tinha mais pigmento vermelho do que a que uso atualmente.
Como faço relaxamento, não posso
descolorir tão claro quanto gostaria,
então a tinta atual, mais fria, fica com
um resultado final mais rosa”.
Fernanda contou que vai ao salão
de três em três meses para descolorir
todo o cabelo; das raízes crescidas de
cabelo virgem, até o comprimento
dos fios já tingidos de rosa. O resultado são raízes com um tom de loiro
amarelado e pontas rosa claro. Depois
de aplicada, a tinta iguala as duas
“partes” do cabelo e o resultado são
mechas uniformemente rosadas.
A DURAÇÃO DA TINTA “COLORIDA”
A maioria das fórmulas de tinta
“fantasia” encontradas no mercado
age de forma superficial nos fios,
como uma espécie de tonalizante .
Estas tintas não têm amônia e água
oxigenada que, nas tintas convencionais, servem para abrir as escamas do
cabelo e “revelar” a cor. É justamente
por conta dessa ação mais superficial,
que a fixação das tintas coloridas não
costuma ser das melhores. Uma das
queixas mais comuns das mulheres
que tingem os cabelos de cor “fantasia” é que as cores vibrantes desbotam muito rapidamente.
O caso é parecido com o das tintas vermelhas “de farmácia” , que
desbotam mais rapidamente, mas
são mais difíceis de retirar dos fios.
Os resíduos dos pigmentos de cores
quentes - como vermelho, laranja
e rosa - aderem aos fios e é preciso
mais processos de decapagem para
chegar ao tom loiro exigido por tintas
mais claras.
Fernanda Wanderley retoca a
coloração rosa dos cabelos a cada
dois meses e Naiara Dambroso sentia necessidade de retocar todo mês,
mesmo que a cor desbotasse para
um tom bonito, como lembrou. A designer passou por uma fase em que
teve mechas violeta na maior parte
da cabeça e uma parte do cabelo em
tom de vermelho vivo. O processo de
retoque das duas cores não era tão
difícil quando imagina-se, garantiu:
“passava primeiro a tinta vermelha na
mecha, fazia um rolinho, prendia com
uma presilha e retocava a parte roxa
normalmente”.
“QUASE MORRI DE MEDO DE FICAR CARECA”
As donas dos cabelos coloridos
alertam que a frequência dos cuidados como hidratação, reposição
de nutrientes e queratina devem ser
ainda mais frequentes que o cuidado
normal semanal. A “culpa” é das constantes descolorações e decapagens,
que retiram dos fios alguns nutrientes
importantes. “Na época dos cabelos
coloridos, eu cuidava bem mais que
hoje em dia. Usava ampolas de tratamento, hidratava com mais frequência e usava touca térmica”, aconselhou
a designer.
Mariana Salim é professora de
inglês, tem 30 anos e pinta os cabelos desde os 14. Seus tons favoritos
são vermelho e rosa, mas ela aponta
que consegue retocar raízes e obter o mesmo resultado quando vai a
dados como a reposição de queratina, ter cabelo colorido requer atenção
durante todo o dia. É comum que estas tintas “fantasia” transfiram algum
pigmento para superfícies de contato
frequente como fronhas, celulares,
óculos e até os dentes. Quem conta
é Naiara: “eu havia feito uma restauração de resina em um dente e, no mesmo dia, retoquei a coloração dos cabelos em casa. Eu devo ter respirado
com a boca aberta durante o enxágue
no banho, porque acidentalmente a
tinta tingiu esta parte do meu dente.
Foi preciso voltar à dentista para fazer
um polimento e tirar a leve coloração
arroxeada da resina”.
uma mesma cabeleireira. Ela contou
que uma vez foi a outro salão e que
a cabeleireira errou na descoloração.
Resultado: a raiz ficou com uma tonalidade completamente diferente do
resto das madeixas. Foi preciso descolorir os fios por inteiro no dia seguinte, o que prejudicou tanto o cabelo,
que causou o temido “fio elástico”. “Eu
puxava, ele esticava e arrebentava.
Quase morri de medo de ficar careca
porque não podia prender, nem pentear o cabelo sem aplicar queratina”,
lembrou.
“POR ACIDENTE, TINGI ATÉ A RESINA DOS DENTES DE ROXO”
Além da hidratação e outros cui-
Menos drástico foi o tingimento
dos óculos de Fernanda Wanderley,
que agora tem hastes “degradê rosa”
em vez de brancas. Já Mariana Salim
comentou que já aconteceu de pegar
chuva na saída do salão em que havia
acabado de retocar a cor dos cabelos:
“as tintas fantasia e o vermelho super
escorrem”. A professora de inglês também aponta que a união dos cabelos
coloridos com o quimono branco que
usa para praticar jiu jitsu não é das
mais funcionais: “quando treino, pinto
o quimono dos meus amigos. O meu
também tem as extremidades manchadas de rosa por causa da tinta”.
GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 31
comportamento
A Reunião
Vampyrica
Se você tem diversas pessoas que apreciam um determinado contexto, naturalmente tais
pessoas virão a se encontrarem de forma inesperada ou planejada.
Por Axikerzus Sahjaza ( Lord A.´.)
Na cidade de São Paulo e em seus
arredores, temos uma significativa
parcela de Vamps e de simpatizantes
que vêm se organizando e se
encontrando, principalmente na última década, graças
aos eventos produzidos
pela Rede Vampyrica. Existem festas que ocorrem
nos feriados ou nos finais
de semana, em casas noturnas nas regiões da Vila
Madalena, Jardins e Paraíso.
Também existem eventos
culturais e beneficentes
que vão desde passeios
que narram as histórias e
causos, bem como lendas
urbanas do centro velho
da metrópole, até cursos
e workshops que desvelam muitos dos segredos
presentes entre os Vamps
locais. São tantas atividades que o roteiro até
inclui visitas turísticas
na Romênia, a terra
do Conde Drácula. Vale ainda
contar
que
São
Paulo talvez
seja a
única
cidade do mundo que tem uma data
oficial consagrada aos seres da noite,
que é o Dia dos Vampiros. No decorrer deste artigo apresentaremos a
vocês os principais e mais tradicionais
eventos frequentados por Vamps,
simpatizantes & buscadores – ou “encontradores” ou, quem sabe, “Black
Swans” que habitam o chamado Halo
Antares. Mas que jargão e que termos
são estes? Não tema e continue sua
leitura.
Além do longo véu negro:
Originalmente o termo “Black
Swan” foi herdado diretamente da
cena norte-americana e é usado para
designar “apreciadores” e “simpatizantes” daqueles que convivem com
os Vamps no seu cotidiano pessoal
ou no ambiente de trabalho. Note,
no entanto, que os tais “Black Swans”
não se nomeiam ou se afirmam como
Vamps. Já o termo “Halo” também
parte do jargão internacional Vamp,
pode ser traduzido como “radiância”,
mas é usado no sentido de área de
atividades onde acontecem eventos
Vamps de todos os tipos - e há uma
expressiva quantidade deles. Há bem
mais de uma década, a cidade de São
Paulo é conhecida como Halo Antares, por conta de uma constelação
que paira sobre os meses frios em
nossos céus. Mas, contar além disso,
implicaria em expor algo além dos
juramentos do chamado do código
de ética e de bom-senso chamado
“Black Veil”. Sim, existe um código de
ética e de bom-senso Vampyrico
que foi criado sobre ensinamentos e posturas mais antigas. O
código é composto de cinco
itens – que vocês podem conhecer
em artigos do portal www.redevamp.
com – que priorizam segredo, civilidade, respeito aos antigos e que o sangue é apenas uma metáfora. Apenas
peço aos leitores e leitoras que não
tirem conclusões rápidas sobre aquilo
que aprenderam e conheceram neste
longo parágrafo. Concedi um link – ou
uma chave - que poderá ajuda-los na
internet a compreenderem melhor
quase cinquenta anos de uma cultura
Vamp internacional e transregional.
Vamos agora falar de encontros e de
onde nos reunimos entre afins e também aqueles e aquelas do “Sangue”.
Vale apenas ressaltar que os Vamps
se dividem em basicamente duas
grandes vertentes. Existem os fashionistas, que são as pessoas que adoram
a produção cultural do gênero (livros,
filmes, séries, games, quadrinhos, estilo, vestimentas e até mesmo assuntos convergentes). E existe também a
cosmovisão, que são as pessoas que
apreciam tudo que mencionamos,
mas que encontram uma espiritualidade perene e muito particular e, para
o desenvolvimento deste potencial,
em geral buscam o chamado Circulo
Strigoi – uma discreta sociedade que
fornece cursos, workshops e bases de
estudo presenciais há quase uma década no Brasil. Então deixamos bem
claro que Vamps, vampirismo ou Vampyrismo não consiste em nenhuma
forma de religião, anti-religião, seita
ou qualquer coisa parecida. O termo
Cosmovisão é usado no sentido de
uma visão de uma ordem e ciclos associados à sabedoria perene – e os
movimentos do ecossistema, estações
do ano, astrologia e outras sabedorias
arcaicas que influenciam o mundo e a
GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 33
vida de cada um. Mas disso não falaremos mais neste artigo.
CARMILLA, LE SALON NOIR: O evento reúne aos domingos fãs de seriados, de livros, games e do estilo vampiresco e da boa música alternativa
para uma festa descontraída nos moldes dos principais eventos franceses
do gênero.
FANGXTASY THE AUTHENTIC VAMPYRIC AND GOTHIC NIGHT: Considerado a mais charmosa e tradicional
festa do gênero no Brasil, o evento
apresenta discotecagens primorosas,
performances e expositores com o
melhor da produção cultural Vamp
Brasileira e estrangeira. Próxima edição no mês de setembro no Poison
Bar & Balada, na Rua Mourato Coelho,
651 (V.Madalena) Prestigie a próxima
edição em www.redevampyrica.com/
fangxtasy
ENCONTRO DO TARÔ DOS VAMPIROS: Iniciado no ano de 2011, o evento reúne Vamps e simpatizantes para
uma agradável tarde de palestras ligadas ao tarô e também aos temas do
universo vampiresco. Para participar,
é só levar 1kg de ração de cão ou de
gato que os organizadores doam para
uma ONG que cuida de animais abandonados no centro de SP. Acontece
sempre no último sábado de cada
mês, na Loja Fake No More, no terceiro andar da Galeria do Rock – confira a
programação em www.redevampyrica.com/tarodosvampiros
CIRCULO STRIGOI, CURSOS &
WORKSHOPS: O Círculo Strigoi desde 2006 é uma discreta sociedade
voltada para o desenvolvimento da
chamada Cosmovisão Vampyrica no
Brasil, América do Sul e Portugal. O
grupo mantém todos os meses um
34 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014
circuito de atividades e palestras para
quem deseja se informar melhor – e
para os integrantes mais antigos uma
série de atividades e ritos focalizados
na expansão do poder pessoal e de
uma espiritualidade própria. O evento acontece mensalmente no espaço
Mystic Mall, aos sábados, confira a
programação em http://cosmovisao.
redevampyrica.com
PASSEIO CULTURAL SÃO PAULO
MALDITA: Imagine um anoitecer que
reúne dezenas de Vamps, simpatizantes e de pessoas estilosas interessadas em passarem bons momentos e
ainda conhecerem as lendas urbanas,
histórias macabras, relatos dos poetas
malditos do século retrasado e outros
temas afins. Assim é o passeio cultural São Paulo Maldita, organizado por
Frater Vincent e Lord A:. – assista os
vídeos e participe da próxima aventura em: www.facebook.com/saopaulomaldita
SARAU JARDIM DE PERSÉFONE: Um
evento aberto que mistura um picnic
de temas darks com um sarau de poesia, dança, artes plásticas e muitas
surpresas, na mítica cidadezinha de
Paranapiacaba no alto da
Serra do Mar. O evento
acontece sempre nos
equinócios de primavera ou de outono
e são organizados
pela diva e performer Srta Xendra
Sahjaza (editora
do blog Fashionismo
Vamp),
no Locobrek da
Vila dos Ingleses. Saiba tudo
sobre a próxima edição no
site oficial do
evento em www.redevampyrica.com/
jardimdepersefone
DIA DOS VAMPIROS: Uma data oficial da cidade de São Paulo e uma
campanha que incentiva a doação
de sangue, estímulos a diversidade
cultural e campanhas informativas
contra o preconceito. A campanha
e as festividades foram criadas e são
administradas pela cineasta Liz Vamp
(Filha de Zé do Caixão) Participe em
www.diadosvampiros.org
VOX VAMPYRICA: É um programa
de webradio, transmitido pela ANTENA ZERO (www.antenazero.com),
focalizado na música alternativa e
também em pautas informativas sobre Vamps na cultura pop e no fashionismo, como também outros temas
mais velados destinados a cosmovisão. Inicialmente um podcast criado
em 2006 por Lord A:. e atualmente
apresentado ao lado de Srta.Xendra
Sahjaza. No ar toda segunda-feira, das
18h às 19h, em www.antenazero.com
ou no site oficial www.voxvampyrica.
com – pode ser escutado pelo app
Tune In nos celulares mais modernos.