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TEMPUS TEMPUS Actas de Saúde Coletiva Ano IX - Número 1 - Suplemento Resumos do 1º Simpósio Internacional de Práticas Integrativas e Complementares Baseadas em Evidências. Proceedings of 1º International Symposium on Evidences Based Integrative and Complementary Practices Resumenes del 1º Simposio Internacional de Practicas Integrativas y Complementarias Basadas en Evidencias TEMPUS TEMPUS Actas de Saúde Coletiva Ano IV - Número 03 Ano IX - Número 1- Suplemento Resumos do 1º Simpósio Internacional de Práticas Integrativas e Complementares Baseadas em Evidências. Proceedings of 1º International Symposium on Evidences Based Integrative and Complementary Practices. Resumenes del 1º Simposio Internacional de Practicas Integrativas y Complementarias Basadas en Evidencias. Ano IX - Número 1 - Suplemento Resumos do 1º Simpósio Internacional de Práticas Integrativas e Complementares Baseadas em Evidências. Proceedings of 1º International Symposium on Evidences Based Integrative and Complementary Practices Resumenes del 1º Simposio Internacional de Practicas Integrativas y Complementarias Basadas en Evidencias Brasilia, Março, 11-13, 2015 Organização: Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, FS/UnB Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil Organização: Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil Apoio: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, PPGCF/UnB. NESP/UnB; Laboratório de Produtos Naturais, LaProNat/UnB; Laboratório de Controle da Qualidade, LCQ/UnB Patrocinadores: Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde, Edital de Apoio a Eventos 2014 DECIT/OPAS; Zodiac Produtos Farmacêuticos; Laboratório SABIN; Conselho Federal de Farmácia – CFF; Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal - CRF-DF; Conselho Regional de Farmácia de Goiás – CRF-GO; Prótons Científica Materiais e Equipamentos para Laboratório; Lobov Científica; QMeD produtos científicos Ltda Objetivos: Estimular a troca de experiências entre profissionais da saúde brasileiros e estrangeiros, divulgando experiências exitosas de implementação de práticas integrativas e complementares no SUS. Fornecer a estudantes da área da Saúde os primeiros contatos com as políticas públicas relacionadas às práticas integrativas e complementares-, estimulando o contato entre profissionais, estudantes e cientistas que atuem na área relacionada ao tema. COORDENAÇÃO Profa. Dra. Dâmaris Silveira Profa. Dra. Yris Maria Fonseca COMISSÃO ORGANIZADORA Profa. Dra. Dâmaris Silveira Profa. Dra. Yris Maria Fonseca Profa Dra Pérola de Oliveira Magalhães Profa Dra Maria de Fátima Borin Prof Dr Oviromar Flores COMISSÃO CIENTÍFICA Profa. Dra. Pérola de Oliveira Magalhães (UnB) (Presidente) Profa. Dra. Ana Valeria Mendonça (UnB) Profa. Dra. Claudia Masrouah Jamal (UFES) Profa. Dra. Dayde Lane Mendonça da Silva (UnB) Prof. Dr. Edemilson Cardoso da Conceição (UFG) Prof. Dr. Ely Eduardo Saranz Camargo (Unorp) Prof. Dr. Jose Maria Prieto (UCL) Profa. Dra. Karin Eleonora Savio de Oliveira (UnB) Prof. Dr. Leandro Machado Rocha (UFF) Dr. Leonardo Luiz Borges (UFG) Profa. Dra Maria de Fátima Souza (UnB) Profa. Dra. Maria Ines Isla (UNT) Profa. Dra. Martha Gattuso (UNR) Dra Paloma Michelle Sales (SES-DF) Dr. Peter Taylor (IVEC) Profa. Dra. Silvia Ribeiro (UnB) Profa. Dra. Tania Mari Belle Bresolin (Univali) Ronaldo Bordin COMISSÃO DE APOIO TÉCNICO Adria Alexandre Albarado Amanda de Assis Carneiro Alexandre Soares Barros Ana Terra Roque de Araujo Artur Fiuza Borges Arantes Camila Pinto da Silva Carla Rayane Alves Santos Carolina da Silva Canielles Caprara Cassio Henrique Oliveira da Conceição Catarina Bernardes Pereira Cristian Aldemar Gasca Silva Diegue Henrique Nascimento Martins Ekaly Ivoneth Porto Apangha Elizabeth Alves de Jesus Prado Ellen Carollyane Alves Furtado Gabriela Corezzi Wernek João Armando Alves João Paulo Fernandes da Silva Jorge Henrique Santos de Oliveira Juliana Cunha Frazão Juliana de Freitas Ferreira Laís Bié P. Bandeira Leonardo Pimenta Brito Livia da Silva Rezende Lorena Ferreira Gomes Luana Dias da Costa Luana Lima da Cunha Lucas Felipe Carvalho Oliveira Magda Machado Saraiva Marcela Medeiros de Freitas Mariane Sanches Leonel Marline Dassoler Michelle Ferreira Cordeiro Michele Medeiros de A. Veríssimo Natália Fernandes Andrade Nathalia Almeida Morais Patricia Marques Rodrigues Paula Monteiro de Souza Priscila Torres de Brito Raelma Paz Silva Rachel Bedatt Silva Raquel Dall’Agnol Marterello Raul Santos Sandra Márcia Mazutti da Silva Taináh Mota e Silva Tâmara Rios de Sousa Tamires Marinho dos Santos Thiago Botelho de Azevedo Yure Rodrigues Araujo Martins Yuri Yabu de Barros Zita Dinis Lopes da Silva Editorial Nove anos de Políticas Públicas relacionadas às Práticas Integrativas e Complementares. O ano de 2006 foi um marco no que se refere à utilização de práticas integrativas e complementares (PIC) na saúde pública brasileira. A publicação da PNPIC – Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares- e da PNPMF – Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos fortaleceu os programas existentes em alguns Estados brasileiros e incentivou a inclusão de Programas de Fitoterapia, Farmácias Vivas e Núcleos de Práticas Integrativas e Complementares em Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde. Contudo, mesmo com todos os avanços na área e no aumento do acesso, pelos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS – às PIC, há ainda lacunas que devem ser preenchidas de forma a expandir o acesso às PIC e garantir a qualidade, eficácia e segurança dos serviços oferecidos. Os pontos mais críticos referem-se à 1) formação de profissionais da área da Saúde aptos a atuarem quer como prescritores, quer como executores das PIC; 2) capacitação dos profissionais que já atuam nos serviços de saúde, principalmente aqueles que prescrevem; e, por fim, mas não menos importante, 3) buscar e publicar as evidências científicas e/ou clínicas das práticas integrativas e complementares utilizadas, fortalecendo aquelas com evidências estabelecidas e descartando aquelas que porventura não apresentem evidências de eficácia, segurança e qualidade, 4) substituição do preconceito contra as PIC, por parte de alguns seguimentos da Academia, pela curiosidade científica que leve à pesquisa em busca de evidências que corroborem ou refutem a utilização de determinadas práticas. Para que essas lacunas sejam preenchidas é fundamental a parceria entre gestores, profissionais que atuam “na ponta” do serviço, ou seja, aqueles que estão em contato direto com os usuários dos serviços de saúde que oferecem PIC e a Academia, contribuindo para a pesquisa e sistematização dos dados. A conclusão de que uma determinada PIC apresenta evidências suficientes, facilitará o preenchimento das duas outras lacunas, ou seja, a formação e a capacitação; e permitirá que profissionais da área da Saúde se sintam mais seguros em aplicar/prescrever tais práticas. Por outro lado, a exclusão daquelas práticas que porventura não mostrem evidências que corroborem sua utilização, possibilitará o acesso a serviços de Saúde com maior qualidade, redução de custos e o uso racional dessas práticas. Nesse sentido, a proposta do 1º Simpósio Internacional de Práticas Integrativas e Complementares Baseadas em Evidências, SIPIC-UnB, foi estimular a busca de evidências das PIC, sendo interlocutor entre pesquisadores, profissionais da área da Saúde, gestores e estudantes. Durante o período de 11-13 de março de 2015, cerca de 400 participantes inscritos no evento, além de cerca de 200 outros profissionais, estudantes e pesquisadores que participaram informalmente das diversas atividades, puderam compartilhar experiências, conhecer trabalhos já realizados e ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 fomentar parcerias. A participação de convidados estrangeiros foi essencial para que trouxessem experiências semelhantes de seus países de origem e também pudessem conhecer o que tem sido realizado no SUS. A Comissão Organizadora do SIPIC-UnB agradece a todos que participaram e contribuíram direta ou indiretamente para que esse evento ocorresse e espera que os frutos dessa experiência possam ser percebidos no Sistema Único da Saúde, na forma do uso racional das PIC, nas publicações relacionadas ao tema e no impacto positivo na saúde pública Dâmaris SILVEIRA Yris Maria FONSECA Pérola de Oliveira MAGALHÃES Maria de Fátima BORIN Oviromar FLORES Comissão Organizadora - [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 7 // P01 - Sistemas médicos complexos. Carmem de SIMONI 1 A conferência sobre Sistemas Médicos Complexos versará sobre a apresentação do trabalho desenvolvido nos últimos 20 anos pelo grupo de Pesquisa CNPq, Racionalidades Médicas1, liderado por Prof. Dra. Madel T. Luz, posto que a partir desse estudo temos no âmbito Brasil a definição da importante Categoria e suas repercussões tanto na educação como na pesquisa.A categoria de análise racionalidade médica (RM), emergiu no Campo da Saúde Coletiva, área das Ciências Sociais e Humanas em Saúde, no início da década de 1990. O projeto RM propôs a comparação das medicinas homeopática, tradicional chinesa, ayurvédica e ocidental contemporânea, também denominada biomedicina2. Sua aplicação permitiu constatar a presença, de traços ou dimensões fundamentais dos sistemas médicos estudados1. Trata-se de seis dimensões básicas, estruturadas em termos teóricos, práticos e simbólicos, conforme se segue1: 1) Morfologia humana(na biomedicina, anatomia), que define a estrutura e a forma de organização do corpo 2) Dinâmica vital humana(na biomedicina, fisiologia), que define o movimento da vitalidade, seu equilíbrio ou desequilíbrio no corpo, suas origens ou causas 3) Doutrina médicaque define, em cada sistema, o que é o processo saúde-doença, o que é a doença ou adoecimento, em suas origens ou causas, o que é passível de tratar ou curar (na biomedicina, o que pertence ou não à clínica) 4) Sistema de diagnose, pelo qual se determina se há ou não um processo mórbido, sua natureza, fase e evolução provável, origem ou causa 5) Sistema terapêutico, pelo qual se determinam as formas de intervenção adequadas a cada processo mórbido (ou doença) identificado pela diagnose 6) Cosmologia: própria da cultura em que se insere, é enraizada em um universo simbólico de sentidos que incluem imagens, metáforas A primeira fase do estudo ainda destaca a presença de dois paradigmas em saúde: o biomédico (ou da normalidade-patologia) e o vitalista (ou da vitalidade-energia). A segunda fase do projeto RM teve início em 1994 e foi desenvolvida junto a profissionais e usuários de serviços de saúde da rede pública do município do Rio de Janeiro, por meio de entrevista e observação direta. Analisou 1 Grupo Racionalidades em Saúde. Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS/FEPECS. Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 8 // representações e sentidos atribuídos à doença, saúde, tratamento, cura, corpo, relação corpo-mente, entre outras, em médicos ou terapeutas e pacientes de três racionalidades médicas (biomedicina, homeopatia e medicina tradicional chinesa)3,4,5. A terceira fase do projeto RM, iniciada em 1997, centrada nas práticas terapêuticas, constatou a diferença existente entre racionalidades médicas e práticas terapêuticas. Foi possível verificar no desenvolvimento da terceira fase do projeto RM, novas práticas de saúde, que valorizam a tríade beleza-vigor-juventude, tomando como referencial de saúde a boa forma (fitness), identificada à beleza das formas, ou o bem-estar (wellness), geralmente visto como estar equilibrado, ou harmonizado, ou ainda ‘bem consigo mesmo3Em sua quarta e atual fase, o projeto RM descreveu a Medicina Antroposófica como racionalidade médica coexistindo na sociedade atual no campo da saúde, juntamente com outras racionalidades já estudadas na primeira fase do grupo de pesquisa1. A criação da categoria Racionalidade Médica, possibilitou a ampliação da pesquisa para o Campo, vide Tabela 1 e incentivou a inclusão do ensino das mesmas nos cursos de graduação na área da saúde. Isto posto, ao se falar em pesquisa baseada em evidência fica claro que para esse campo, não poderemos trabalhar apenas com evidências pautadas numa cosmologia pertencente a uma Racionalidade. Paradigmas distintos devemter distintas bases para a pesquisa. No campo prático o que se deseja é o intercâmbio solidário entre saberes e práticas tanto no ensino como na pesquisa que se coloquem serviço das necessidades do Ser Humano REFERÊNCIAS 1) Nascimento, M. C; Barros, N. F.; Nogueira, M. I.; Luz, M. T. A categoria racionalidade médica e uma nova epistemologia em saúde.Ciênc. saúde coletiva. 2013, 18 (12):3595-3604 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 9 // 2) Luz, M. T. Racionalidades Médicas e Sistemas de Conhecimento, roteiro teórico para uma abordagem comparativa de “Medicinas Alternativas”. In: II Seminário do Projeto Racionalidades Médicas, IMS/UERJ, 1992, p. 22.; LUZ, M. T. Racionalidades Médicas e Terapêuticas Alternativas. Rio de Janeiro; UERJ/ IMS; 1993 3) Barros, N. F.; Simoni, C.; Trajano, M. .Da Medicina Alternativa a Práticas Integrativas: da história a um desafio histórico. PROMEF - Programa de Atualização, 2011. 5: 9-42 4) Luz, M. T. Racionalidades Médicas e Terapêuticas Alternativas. Rio de Janeiro; UERJ/ IMS; 1993 5) Luz, M. T.Novos Saberes e Práticas em Saúde Coletiva, São Paulo, Editora Hucitec, 2003 P02 - Neuralgia Primária do Trigêmeo: Acupuntura como ferramenta terapêutica acessível ao CirurgiãoDentista. Edson Dias COSTA JUNIOR 1 Neuralgia do trigêmeo (NT) é caracterizada por dor severa, paroxística, que compromete predominantemente um lado da face. As crises são geralmente desencadeadas por estímulos locais, em “pontos de gatilho”, na região de abrangência do nervo, com momentos de atividade e silêncio clínico, gerando péssima qualidade de vida. Vários fármacos, como carbamazepina, oxcarbazepina, fenitoína, gabapentina, e baclofen, têm sido usados para tratar a NT, podendo chegar até a necessidade de recursos invasivos, tais como o bloqueio do nervo trigêmeo no nível do gânglio esfenopalatino, descompressão microvascular, rizotomia por radiofreqüência e injeção de toxina botulínica. Entretanto, estes procedimentos não são isentos de efeitos colaterais ou pode deixar sequelas graves. Nesta revisão da literatura pode-se observar que a acupuntura é uma alternativa eficaz para o tratamento das NT com bons resultados, tanto utilizada como recurso único de tratamento quanto associada aos tratamentos convencionais descritos na medicina ocidental, com baixo risco de produzir efeitos colaterais ou sequelas. Esta ferramenta terapêutica está ao alcance do Cirurgião-Dentista habilitado ou especializado em acupuntura. 1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasilia – UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 10 // P03 - Nuevo paradigma de atención de pacientes crónicos y sus familias: Una experiencia en Rosario. Diana Odalí CABRERA 1 Desde finales del siglo XX se habla cada vez más de medicinas alternativas en contextos académicos. La OMS (WHO) comenzó llamándolas Medicinas Complementarias y Alternativas (CAM). Con el tiempo se priorizó el término “Complementarias”. Actualmente se las ha incluido dentro del modelo llamado Medicina Integrativa (MI).Fueron claves en esta evolución, los aportes de dos epistemólogos:1- Thomas S. Kuhn: Explica que un cuerpo de teorías vigentes en una época, comienza a mostrar deficiencias, a modo de punto ciego. Esto genera la necesidad de nuevas hipótesis, resultando un nuevo paradigma. 12- Edgar Morin: El actual paradigma, fuertemente cartesiano, se basa en los principios de la disyunción, la reducción y la abstracción. “Desafortunadamente, la visión mutilante y unidimensional se paga cruelmente en los fenómenos humanos: la mutilación corta la carne, derrama la sangre, disemina el sufrimiento”.2Se destaca la necesidad de que la ciencia esté enmarcada en su contexto ético, histórico y filosófico. Y la utilidad de sumar a la metodología científica cuantitativa, la cualitativa.Medicina integrativa (MI): un nuevo modelo de atención de la salud: Sus objetivos son sumar todas las intervenciones terapéuticas (farmacológicas y no farmacológicas, tanto preventivas como curativas), planificadas racionalmente, de los sistemas médicos occidentales y orientales. Rakel y Weil destacan: en los procesos más lineales de causa y efecto (traumas y cirugías, microorganismos infecciosos y urgencias en general) el enfoque reduccionista ha sido muy exitoso. Pero en los procesos crónicos, eminentemente complejos y multifactoriales, el enfoque holístico es el más indicado. 3La MI rescata el principio ético hipocrático “lo primero es no dañar”. Varios estudios han alertado sobre las reacciones adversas a medicamentos.4, 5 Clasificaciones CAM: 1) Por modalidades terapéuticas: Aunque puede producir una sectorización de la concepción holística, es necesaria para una mejor comprensión del tema y también para la educación médica y la organización de políticas de salud. El National Center for Complementary and Alternative Medicine (NCCAM), parte del National Institute of Health de EEUU (NIH) las divide en 5: Sistemas médicos completos (conforman una unidad filosófica-terapéutica), Medicinas mentecuerpo, Terapias biológicas, Terapias corporales y manuales, Medicinas energéticas verificables. 2) Por mecanismo de acción: en revisión permanente, pero ya se incluye un mecanismo llamado “no local”, dentro del cual está lo religioso y espiritual.6 1 Universidad Nacional de Rosario; Hospital Provincial Del Centenario de la ciudad de Rosario, Argentina. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 11 // Se reseñaron los sistemas más representativos (fitoterapia, medicina tradicional china -acupuntura y auriculoterapia, ayurveda, reflexología, terapias mente-cuerpo, terapia neural, nutrición funcional, homeopatía y antroposofía), con ejemplos de estudios científicos. 7-16 En relación a nuevos enfoques sobre dosificación, se destaca el trabajo de un grupo de investigadores de nuestra ciudad: “En el año 2000 el Dr. Isaiah Fidler desarrolló un concepto que, probablemente…, constituya un hito en la historia del cáncer: planteó que “el cáncer es una enfermedad crónica y debería ser tratada como otras enfermedades crónicas” (I.J. Fidler & L.M. Ellis, Nature Medicine 2000; 6:500). El mensaje subyacente es: “En terapia antineoplásica, menos es mejor, cuando se administra crónicamente”. 17; 18 La administración metronómica de Cyclofosfamida a bajas dosis en un plan de tres veces a la semana a ratas con linfomas y sarcomas demostró ser una terapia antitumoral exitosa en sí misma, que no causó pérdida de peso y estuvo exenta de toxicidad hematológica, cardíaca, hepática y renal. 17Revisiones Sistemáticas: THE COCHRANE LIBRARY 19: Los resultados positivos que figuran en las revisiones sistemáticas Cochrane avalan: los tratamientos locales con Arnica compuesta; Calendula tópica para la dermatitis por radioterapia y buches con Arnica compuesta en la estomatitis por quimioterapia; suplementación con vitaminas, minerales y fitoquímicos (con efectos antioxidantes, entre muchos otros): Omega 3 administrados en pacientes fibroquísticos; acupresión, acupuntura y reflexología (eficacia, seguridad y bajo costo); electroacupuntura y acupresión autoadministrada en el tratamiento de náuseas y vómitos inducidos por quimioterapia; terapias de mente-cuerpo (control de síntomas como dolor, ansiedad y disnea entre muchos otros). Los primeros pasos que pudimos recabar en Rosario, Argentina, datan de 1920 cuando la Dra Di Pascal, farmacéutica, inicia la cátedra de Botánica de la entonces Escuela de Farmacia dependiente de la Facultad de Medicina de Rosario y cultiva numerosas especies de plantas medicinales en los jardines del Hospital Escuela Del Centenario dependiente de la mencionada Facultad. Muchos profesionales se formaron desde entonces. A partir del movimiento generado desde la OMS (www. who.int ) en 2006 se inicia el Curso Curricular de Postgrado en Acupuntura y en 2014, el de Homeopatía, entre otros. Desde el 2007 a la fecha, un grupo voluntario de payasos de hospital (www.payadoctoresrosario.com) trabaja generando encuentros positivos y alegres, o catárticos, en el medio hospitalario, paracontribuir a la salud integral de los pacientes. El grupo de investigación básica en Terapia Metronómica invitó en 2013 al Dr Andre del Hospital de Marsella, donde esta terapia se utiliza clínicamente. Nuestra Universidad adhiere a la Declaración Latinoamericana por una Ciencia Digna. En 2013, con el antecedente etnobotánico de los manuscritos del Padre Montenegro (Misionero Jesuita, 1663-1728), dimos inicio a un protocolo clínico (junto a cirujanos del Hospital) sobre uso de decocción de corteza de seibo (Erythrina crista galli L.) para úlceras cutáneas. Fomentamos el autocuidado 20 y la educación de los pacientes y sus familias para promover la salud y resiliencia. Dos epistemólogos dieron marco para nuevos paradigmas: Kuhn describió que un nuevo paradigma emerge de los “bordes” del anterior; Morin alertó sobre los riesgos de la visión de disyunción y reduccionismo.El modelo de atención de la MI no contradice en nada a la medicina convencional, sino que suma lo mejor de cada una de las herramientas terapéuticas. Según éste, problemas agudos (causalidad lineal) y crónicos (causalidad multifactorial y compleja) ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 12 // requieren distinto abordaje; los problemas de causa mecánica son un capítulo particular (requieren solución mecánica). Pero los seres vivos presentamos mecanismos de autorreparación que pueden ser estimulados. Se requiere de un plan racional, escalonado (análisis de beneficio / costo / daño potencial) y de equipos de trabajo inter y transdisciplinario. Si el equipo de salud maneja estas estrategias terapéuticas, disminuyen los riesgos para la población. Es importante conocer las interacciones negativas como así también las sinergias positivas entre tratamientos. Este modelo de atención promueve el autocuidado en el paciente y su familia. Y también en el equipo de salud. Esto funciona como en factor promotor de resiliencia, basado enel autoconocimiento. Se puede sumar el enfoque ecológico. Por ejemplo, se ha organizado el movimiento Hospitales Verdes y Saludables, dentro del grupo NOHARM (www.noharm.org ).La investigación ya no se concibe como un mero acto de búsqueda de una verdad como fin en sí mismo, debe servir para proponer líneas de acción que permitan solucionar, o mejorar parcialmente, una situación problemática.Muchas terapéuticas ya tienen aval de Revisiones Sistemáticas. Además de éstas, se destacan: uso de congorosa, ambay, caléndula y carqueja (APS Misiones Argentina, Dr Alonso); la Terapia Neural (por su eficacia, seguridad y bajo costo); el uso de regimenes fitoterápicos de detoxificación (por la polimedicación que reciben los pacientes crónicos); la Aromaterapia; las técnicas corporales y manuales (por su efecto sistémico además del local). También de aplicación accesible, la Musicoterapia. Sin olvidar la educación permanente de la familia (participación activa y promoción de hábitos saludables).Las medicinas complementarias son aplicables tanto a niños como a adultos. Todo apoyo terapéutico que se logre en los adultos a cargo siempre va a potenciar la mejoría del niño.“La salud es tan contagiosa como la enfermedad. La Medicina ha estado tan ocupada en reconocer en la enfermedad el acaecer individual y singular de una posibilidad general, que no ha adquirido todavía capacidad para entender que, así como un enfermo es capaz de enfermar a toda su familia, un sano es capaz de mantenerla con salud e incólume”.Dr Florencio Escardó (pediatra y homeópata argentino). AGRADECIMIENTOS: Comisión organizadora 1° SIPIC UnB. Dra Martha Gattuso. Dr H.H. Berra. Dr R. Pereyra. Sociedad de Pediatría de Rosario y Hospital V.J.Vilela, Servicio de Gastroenterología Infantil, Rosario. REFERÊNCIAS 1) Kuhn, T. S. 2011 “La estructura de las revoluciones científicas”. Fondo de Cultura Económica. (Google e Book). 2) Morin, E. 1999 “La cabeza bien puesta”. Ed. Nueva Visión. Bs As. Argentina. 3) Rakel D. y Weil A. 2009 “Medicina Integrativa”. 2º Ed. Elsevier Masson. España. 4) Lazarou J, Pomerananz B. H., Corey P.N. 1998 “Incidente of adverse drug reactions in hospitalizad patients”: JAMA Vol. 279 p1200-1205. Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 13 // 5) Ebell M. H., Siwek J., Weiss B. D. 2004 “Strength of reccomendation taxonomy: patientcentered approach to grading evidence in the medical literatura”. Am. Fam. Physician Vol.69 p548556. 6) www.nih.gov; www.nccam.nih.gov 2007 “What is Complementary and Alternative Medicine”. CAM Basics-US Department of health and human service. NIH_NCCAM. National Health Interview Survey. 7) Cacciapuoti, F., Scognamiglio A., Palumbo, R., Forte, R. and Cacciapuoti F. 2013 “Silymarin in non alcoholic fatty liver disease”. World J. Hepatol.,2013 Vol.5 n3 p109-113. 8) Movafegh A., Alizadeh R., Hajimohamadi F., Esfehani F., Nejatfar M. 2008 “Preoperative Oral Passiflora incarnata Reduces Anxiety in Ambulatory Surgery Patients: A Double-Blind, Placebo-Controlled Study”. Anesth Analg. Vol.106 p728 –32. 9) Alimi, D., Rubino, C., Pichard-Léandri, E., Fermand-Brulé, S., Dubreuil-Lemaire, M.L. and Hill C. 2003 “Analgesic Effect of Auricular Acupuncture for Cancer Pain: A Randomized, Blinded, Controlled Trial”. J. Clin. Oncol. Vol. 21 p4120-4126. 10) Belcaro G. 2013 “A Controlled Study of a Lecithinized Delivery System of Curcumin to Alleviate the Adverse Effects of Cancer Treatment”. Phytotherapy research. (wileyonlinelibrary. com) DOI: 10.1002/ptr.5014. 11) Zhang Y. 2013 “Assessing the Metabolic Effects of Aromatherapy in Human Volunteers”. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine. Article ID 356381. 12) Stephenson, N. L. and Dalton J. 2003 “Using Reflexology for Pain Management. A Review”. Journal of Holistic Nursing, Vol. 21 n2, p179-191. www.reflexology-usa.net. 13) Dunne J. 2011 “Toward an understanding of non-dual mindfulness”. Contemporary Buddhism, Vol. 12 n1 pp 1-18. 14) Wright, J. L., Durieux M. E., and Groves D. S. 2008 “A brief review of innovative uses for local anesthetics”. Current Opinion in Anaesthesiology Vol.21 p651–656. 15) Riley, D., Fischer, M., Betsy Singh, B., Haidvogl, M. and Heger, M. 2001 “Homeopathy and Conventional Medicine: An Outcomes Study Comparing Effectiveness in a Primary Care Setting”. The Journal of Alternative and Complementary Medicine. Vol.7 n2 p.149–159. 16) Amer B, Juvik O. J., Francis G. W., Fossen T. 2013 “Novel GHB-derived natural products from European mistletoe (Viscum album)”. Pharm Biol. Vol. 51 n8 p1-6. 17) Rozados, V. R., Sánchez, A. M., Gervasoni, S. I., Berra, H. H., Pablo Matar, P., Scharovsky, G. ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 14 // 2004 “Metronomic therapy with Cyclophosphamide induces rat lymphoma and sarcoma regression and is devoid of toxicity”. Annals of Oncology Vol.15 p1543-1550. doi:10.1093/annonc/mdh384. 18) Hanahan D., Bergers G., and Bergsland E. 2000 “Less is more, regularly: metronomic doping of cytotoxic drugs can target tumor angiogenesis in mice”. The Journal of Clinical Investigation Vol.105 n8 p1045-1047. 19) COCHRANE REVIEWS: Palliative & Supportive Care. www.compmed.umm.edu/ cochrane_reviews.asp 20) Sapag, J. C., Lange, I., Campos S. y Piette, J. D. 2010 “Estrategias innovadoras para el cuidado y el autocuidado de personas con enfermedades crónicas en América Latina”. Rev Panam Salud Pública. Vol.27 n1 p1–9. P04 - Práticas Integrativas como objeto da educação popular em saúde. Marcos de Barros FREIRE JUNIOR 1 O CENTRO DE REFERÊNCIA EM PRÁTICAS INTEGRATIVAS EM SAÚDE (CERPIS) é um órgão ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS) através da Diretoria Regional de Atenção Primária em Saúde (DIRAPS), da Coordenação Geral de Saúde de Planaltina (CGSPL), da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Tem como objetivo a atenção primária em saúde, com ênfase na promoção da saúde, na educação popular em saúde, na formação de servidores de saúde, na pesquisa em Práticas Integrativas em Saúde (PIS), na cooperação com entidades afins e em atendimentos com uma visão integral do ser humano e da natureza. Teve início em 1983, com o plantio de um pequeno canteiro com algumas plantas medicinais oriundas da coleção do Professor Jean Kleber da Universidade de Brasília e acompanhamento de um raizeiro. Com a participação comunitária, atraída pela troca de saberes em torno das plantas medicinais, desenvolveu-se com a ampliação do plantio e construção de local próprio para atendimentos nas áreas de fitoterapia, acupuntura, homeopatia, psicologia e medicina e terapias antroposóficas. Não tardou muito para implantação de grupos regulares de educação popular em saúde abertos à comunidade. Ao grupo inicial de automassagem e medicina chinesa, foram incorporados outros como, tai chi chuan e lian gong, psicoterapia, bordado, oficinas da medicina antroposófica, entre outras PIS, todos voltados para o autoconhecimento e o empoderamento da comunidade. O CERPIS interage com várias entidades comunitárias e governamentais e, também, oferece cursos, oficinas, vivências e exposições atendendo solicitações de escolas, associações, feiras de saúde, etc. A nível central da SES/DF, está articulado com a Gerência de Práticas Integrativas em Saúde (GERPIS) responsável 1 Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde - CERPIS, Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES/ DF, DF, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 15 // pela implementação das PIS no SUS/DF, em consonância com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde, e em conjunto com outras Políticas Nacionais como as de Fitoterapia, Promoção da Saúde, Educação Popular em Saúde e de Humanização. P05 - Experiencias sobre los huertos mixtos familiares en Guatemala. Armando CÁCERES 1 El huerto mixto familiar (HMF) es un concepto agroecológico de un sistema de producción doméstica que se desarrolló en Mesoamérica desde tiempos prehispánicos. Los datos históricos de Mesoamérica (sur de México, península de Yucatán y altiplano de Guatemala) indican que se practicaba este tipo de microagricultura en condiciones de bosque y en el entorno familiar. La agricultura maya se desarrolló a partir del asentamiento de grupos humanos en las forestas tropicales y subtropicales, donde se comienza a deforestar para crear nuevos campos de cultivo, creándose los huertos mixtos que son una colección de la diversidad del entorno, que luego durante la colonia se ven enriquecidos con los cultivos introducidos por los españoles. Con el tiempo se desarrollan estos modelos de microagricultura con fines de abastecer las necesidades familiares y eventualmente los excedentes comercializarlos en la región o a acopiadores que luego los venden en los mercados urbanos.Los cronistas del siglo XVI refieren la existencia de estos espacios, particularmente en Las relaciones de las cosas de Yucatán escrito por fray Diego de Landa en 1566 y en Las relaciones histórico-geográficas de la Gobernación de Yucatán, un acopio de información generada en 1578. Durante la colonia y la república persisten estas formas domésticas de producción agrícola en diversos entornos y aprovechando la biodiversidad de cada región.En 1976 a raíz de las actividades de reconstrucción como consecuencia del terremoto del 2 de febrero que afectó gran parte de Guatemala, se identificaron una veintena de tecnologías a documentar, rescatar, actualizar y difundir su uso entre la población. Una de estas tecnologías fue el HMF que incluyó tres componentes, el alimenticio (hierbas, legumbres, granos y frutas), el culinario (especies, aromas, sabores y colores) y el terapéutico (plantas medicinales). En este espacio se integraron cultivos anuales y perennes, de diversos hábitos de raíces superficiales y profundas, que en conjunto formaron una colección de la biodiversidad nativa e introducida en un concepto de policultivo.A partir de estas experiencias se desarrollaron los Formularios Medicinales, que son establecimientos rurales destinados a lasiembra, procesamiento, empaque y distribución de especies vegetales con fines terapéuticos, a la vez de servir como un instrumento de enseñanza y conservación. Si bien no se han logrado institucionalizar en forma sistemática, si son pioneros en la región y se ha difundido esta iniciativa entre grupos de iglesia, amas de casa y en asociación con los centros de salud para apoyar la atención primaria de salud.Desde 2012, se han adoptado 1 Universidad de San Carlos de Guatemala – USAC, Guatemala; Laboratorio de Productos Naturales Farmaya, Guatemala. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 16 // parte de estas ideas en la promoción de los huertos para la seguridad alimentaria en el marco del Pacto Hambre Cero. Esto ha involucrado a diversas instituciones nacionales e internacionales que están promoviendo los huertos mixtos en entornos familiares o comunitarios para promover la producción doméstica de alimentos y contribuir a combatir la alarmante desnutrición que prevalece en el área rural. P06 - Racionalidades médicas. Homeopatía. Diana Odalí CABRERA 1 “Homeopatía” proviene de ὅμοιοσ [hómoios], ‘semejante’, y πάθοσ [páthos], ‘sufrimiento’ (griego). Es un sistema diagnóstico y terapéutico, basado en la ley de semejanza. Este principio se usó desde la antigüedad, pero fue sistematizado por Hahnemann (1755-1853). Así, lleva 200 años de experiencia.Un creciente número de investigaciones demuestran: el principio curativo de la ley de semejanza, el efecto biológico de las dosis infinitesimales “dinamizadas” y la especificidad del tropismo biológico; los efectos son frecuentemente opuestos cuando se compara la misma sustancia a dinamizaciones bajas y altas. También que la eficacia del tratamiento homeopático es la misma que la del convencional, con la ventaja de no producir efectos tóxicos y/o de rebote de las dosis farmacológicas.Recordemos el momento de los siglos XV a XVIII, precursores de la revolución del pensamiento. [Dr Casale]. 200 años después (1788) el Dr Hahnemann concibe su método, a partir de la observación de los efectos de la quina. Resumió sus estudios en la 1º Edición del Organon de la Medicina en 1810 y siguientes ediciones, entre muchos escritos. Le siguieron destacados colegas (Hering, Kent, entre muchos). 1. La ciencia nos proporciona un método que nos ayuda a no caer en los “extremos del status quo ni de la locura” (E. Morin)2. Respecto del mecanismo de acción de la homeopatía, estamos en terreno hipotético, aunque se puede decir que no pueden ser explicados desde la farmacología y la biología molecular. Es necesario abrirse a nuevos paradigmas científicos (T. Khun, 1922: nos explica que los avances de la ciencia no han sido lineales, sino avances y retrocesos), como el de la complejidad y la ciencia del caos, la información y la nanociencia. A pesar de la imperiosa necesidad de evidencia para fundamentar una práctica terapéutica, no debemos dejarnos caer en la “inteligencia ciega” (E. Morin), haciendo imprescindible dar un marco ético – filosófico a la práctica científica2. Hipótesis: “1) se refiere… a hechos no sujetos hasta ahora a experiencia o, en general, no sometibles a la misma, y 2) corregible a la vista de nuevo conocimiento”.Ley: “es una hipótesis de una clase especial, a saber: una hipótesis confirmada… El lugar central de las leyes en la ciencia (es)… que el objetivo capital de la investigación científica es el descubrimiento de pautas o regularidades. Las leyes condensan nuestro conocimiento de lo actual y lo posible; si son profundas, llegarán cerca de las esencias… Las teorías unifican leyes (son tejidos de leyes) y a través de ellas entendemos y preveemos los acontecimientos”.Modelos: 1 Universidad Nacional de Rosario; Hospital Provincial Del Centenario de la ciudad de Rosario, Argentina. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 17 // “esquematizaciones teoréticas, o sea, sistemas conceptuales que intentan representar algunos aspectos interrelacionados de sistemas reales”. 3 Definiciones homeopáticas clásicas (Ley de semejanza: similimum/ similia; Organon, parágrafo #26. Energía o fuerza vital: #16: “spirit-like dynamis”. El concepto de enfermedad y enfermo no pueden ser separados: Organon, #11. Los diagnósticosdel homeópata: clínico, individual, biopatográfico, medicamentoso y miasmático. Leyes de curación: Hering y Kent. Evolución y pronóstico homeopático).1 El National Institute of Health de EEUU (NIH) (National Center for Complementary and Alternative Medicine, NCCAM) divide a las CAM en 5: Sistemas médicos completos (poseen una filosofía o cosmovisión particular); Medicinas mente-cuerpo; Terapias biológicas; Terapias corporales y manuales; Medicinas energéticas verificables. Según esto, la Homeopatía pertenece: a bajas dinamizaciones a sistemas médicos completos; a altas dinamizaciones a medicinas energéticas verificables. 4 Evidencias: Clasificación de los trabajos científicos.5 • Observaciones (reino animal y ser humano niño y adulto; reino vegetal; reinomineral) • Experimentación: Básica (en células in vitro, animales y vegetales; en órganos aislados in vitro y animales in vivo; en animales y seres humanos sanos). Clínica (en animales; en seres humanos). • Revisiones sistemáticas Cochrane. • Modelos matemáticos y cibernéticos. Como antecedente, a partir de los estudios de Benveniste, 1981, que recibieron muchas críticas metodológicas, la investigación en homeopatía se ha formalizado. Revistas oficiales como Thrombosis Research y British Medical Journal han publicado sobre dosis infinitesimales o ultrabajas.Recientemente se ha publicado un estado del arte, con una revisión de la investigación en homeopatía desde 4 perspectivas: 1- estudios de laboratorio; 2- ensayos clínicos; 3- estudios observacionales; y 4- trabajos teoréticos.En la revisión sistemática de ensayos clínicos sobre Homeopatía para condiciones específicas se resume que sobre 97 estudios, 70 tienen conclusiones favorables. Respecto a los modelos teoréticos, los clasifica en: Locales (deben ser reproducibles) y No locales (verdaderos dilemas científicos). 6 En compromiso por mejorar la calidad científica, se ha desarrollado un instrumento (el Score for Assessment of Physical Experiments on Homeopathy) de validación para los experimentos publicados. Es un score de calidad (máximo puntaje es 10; hasta 6 = baja calidad; mayor de 7 = alta calidad). De 36 experimentos evaluados sólo 6 fueron de calidad alta según este score. Se recomienda repetir los demás con metodología más estricta. 7Se ha desarrollado una técnica promisoria para preparaciones homeopáticas, midiendo los patrones de termoluminiscencia generados por la emisión de fotones, encontrándose diferencias significativas ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 18 // entre distintas soluciones. 8Numerosos trabajos relacionan los principios energéticos del Ayurveda y la Medicina Tradicional China, revisando las bases físicas de la química; los campos energéticos y cuánticos y sus fluctuaciones en la “Termodinámica lejos del equilibrio”. Todo esto sería aplicable además a la naturopatía y a las diluciones homeopáticas. 9. También algunas teorías se basan en modelos matemáticos, cibernéticos y cuánticos (L. R. Milgrom, Ph.D., UK, “Falling trees, fractals, and sophistry: some philosophical ‘‘biohazards’’ en route to reconciling biomedicine and homeopathy”. The Journal Alternative Complementary Medicine. Vol. 15, n° 11, 2009, pp. 1247–1254): relaciona modelos no determinísticos, modelos fractales demostrables). No serían excluyentes entre sí, sino complementarios. En 2009, LucMontagnier (Premio Nobel Medicina 2008) et al describen una nueva propiedad del ADN, la capacidad de inducir ondas electromagnéticas en diluciones acuosas. Esta publicación provee la 1° caracterización de señales electromagnéticas de nanoestructuras (Mycoplasma pirum y E. coli). Sólo podrían emitir estas señales cuando las partículas son pocas como para no interferir entre ellas.10- Y en 2010, un Instituto de Tecnología en India demuestra la presencia de nanopartículas en diluciones homeopáticas extremas (30 c = 10 -60; 200 c = 10 -400) por medio de Transmission electron microscopy (TEM), electron diffraction (SAED) y inductively coupled plasma-atomic emission spectroscopy (ICP-AES). 11En una perspectiva ecológica, “Agrohomeopatía” resume los fundamentos de la disciplina y la forma de determinar un medicamento apropiado para los cultivos. Considera un cuadrinomio: sueloplanta-animal-humano como un sistema integrado indisoluble, con antecedente en la agricultura biodinámica de la Antroposofía. 12- En los Cochrane Reviews (Palliative & Supportive Care), “Homeopathic medicines for adverse effects of cancer treatments”, concluyen en la eficacia de Calendula tópica para profilaxis de dermatitis aguda por radioterapia y de buches de Arnica compuesta para estomatitis inducida por quimioterapia. 13Como integración, en una revisión del 2007, se describen 3 posibles mecanismos del efecto de la ley de semejanza: 1- relación dosisrespuesta no lineal; 2- estado fisiopatológico inicial distinto en el enfermo; 3- farmacodinamia en el cuerpo físico- electromagnético y cuántico. La reorganización de los sistemas regulatorios a nivel celular involucraría el sistema de homeodinamia psico-inmuno-neuro-endocrino.14. Aún antes de Aristóteles, los observadores de la naturaleza han querido percibir un orden en la diversidad de la vida. Hasta hoy usamos la taxonomía de C. von Linné (1707-1778). En el reino animal, el ser humano está constituido por células, tejidos, órganos y sistemas (teoría general de sistemas de L. von Bertalanffy). Nos permite entender la interrelación entre estructuras nerviosas (somáticas y autonómicas), endocrinas e inmunes con nuestras emociones. El stress sería una respuesta normal de adaptación, y cuando esa adaptación no se consigue aparece eldistress. Se manifestará según la individualidad del sujeto, primero a nivel energético, luego con síntomas y signos en lo mental, y progresivamente en su estado general, en el aspecto orgánico (físico-químico, molecular), primero funcionalmente y al final, a nivel estructural.La vida es cambio, y estos cambios presentan ciclos o ritmos. El control homeostático oscila alrededor de valor de equilibrio (atractor) por mecanismos de retroalimentación. Nuestro organismo intercambia información entre sus subsistemas y con el entorno (suprasistema) en base a un código de señales eléctricas (y electromagnéticas) y químicas. La última frontera en neurociencia se está acercando a la comprensión de los fenómenos de la Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 19 // conciencia. Y se ha generado una verdadera la interfase psicología cognitiva – neurociencia (Kandel, Premio Nobel Medicina 2000).Aunque existen controversias respecto a los experimentos de Masaru Emoto, que no se han podido reproducir, en http://www.bibliotecapleyades.net/salud/ esp_salud16a.htm las imágenes de Matricariachamomilla(Matricaria recutita) y Foeniculum vulgare, recuerdan el concepto de hologramas y fractales que la ciencia actual reconoce. Pensemos que T. Kuhn explica que ciertas “anomalías” son negadas (punto ciego) por no entrar dentro del paradigma oficial.La búsqueda de certezas es inherente al ser humano, y tanto la filosofía como la religión y la ciencia han hecho de ésta su misión. La actitud científica se abre a la experiencia, sin sesgos sectarios ni tribales. “Quizás estemos ahora en el punto de equilibrio de la balanza entre el extremo del pensamiento mágico y el del racionalismo ciego, objetivo, aséptico” (E. Morin). Estamos presenciando el cambio del paradigma bioquímico al biofísico. Recordemos que aún nuestros mediadores químicos con funciones autorreguladoras trabajan en escala micro- nanomolar. Existen evidencias crecientes sobre la eficacia y seguridad de la homeopatía, tanto en ciencias básicas como en ensayos clínicos veterinarios y médicos. También se abre la línea antroposófica / agrohomeopatía para cultivos.Además, la Homeopatía funciona como una medicina preventiva porque puede ser diagnosticado y tratado un trastorno funcional aún antes de manifestarse en los estudios y en la anatomía patológica.La preparación es económica. Y permite gran respeto al medio ambiente al usar poca materia prima. Hahnemann definió un “miasma sycósico” de proliferación seguida de autodestrucción, que espeja la situación ecológica actual.La ayuda que la ciencia puede dar para mejorar la calidad de vida de los seres humanos y el resto de los seres vivos en un entorno autosustentable es inapreciable. Se destaca la importancia del trabajo interdisciplinario, la suma de criterios positivistas cuantitativos a los de la metodología cualitativa y la difusión de actualizaciones y perspectivas. Sin olvidar que “lo primero es no dañar”. AGRADECIMIENTOS:Comisión Organizadora 1° SIPIC UnB. Dra Martha Gattuso. Dr H.H. Berra. Dres M. Orlando; O. Varela; N. Curutchet; M. Miñones y Prof. E. Mateos. Asociación Médica Homeopática Argentina. REFERÊNCIAS: 1) Ambros, Casale 2004 “Tratado de doctrina médica homeopática”. Ed. AMHA. Bs. As. Argentina. 2) Morin, E. 1994 “Introducción al pensamiento complejo”. Ed. Gedisa. 3) Bunge, M. 2002 “La investigación científica: su estrategia y su filosofía”. Siglo XXI. 2º Ed. Barcelona. 4) www.nccam.nih.gov 2007 “What is complementary and alternative medicine”. CAM basicsUS Department of Health and Human Service.NIH_NCCAM. 5) Cabrera, D. 2010 “Investigación científica sobre la ley de semejanza”. Homeopatía Vol. 75 ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 20 // p13-44. 6) Walach, H. 2005 “Research on homeopathy: State of the Art”. The Journal of Alternative and Complementary Medicine (JACM). 2005 Vol. 11, n5 p813–829. 7) Becker-Witt, C., Thorolf E. R., Lüdtke R. and Willich, E. N. 2003. “Quality assessment of physical research in homeopathy”.The Journal of Alternative and Complementary Medicine Vol. 9 n1 p113–132. 8) Van Wijk, R., Bosman, S. and Van Wijk, E. 2006 “Thermoluminescence in ultra-high dilution research”.The Journal of Alternative and Complementary Medicine Vol.12 n5 p 437–443. 9) Hankey, A. 2004 “Are we close to a theory of energy medicine?”.The Journal of Alternative and Complementary Medicine.Vol. 10 n1 p 83–86. 10) Montagnier, L., Aïssa, J., Ferris, S., Montagnier, J. L., Lavallee C. 2009 “Electromagnetic signals are produced by aqueous nanostructures derived from bacterial DNA sequences”. Interdisciplinary Science: Computational Life Science. Vol.1 p 81-90. 11) Chikramane, P. S., Suresh, A. K., Bellare, Y. R. and Kane S. G. 2010 “Extreme homeopathic dilutions retain starting materials: a nanoparticulate perspective”. Homeopathy Vol. 99 p231-242. doi:10.1016/j.homp.2010.05.006, available online at http://www.sciencedirect.com. 12) Mercado S. 2014 “Agrohomeopatía”. Homeopatía Vol. 79 p. 5-12. 13) www.compmed.umm.edu/cochrane_reviews.asp 14) Bellavite P. 2007 “Immunology and homeopathy. The rationale of the ‘Simile’”. Italy. Advance Access Publication. eCAM Vol.4 n2 p149–163. doi:10.1093/ecam/nel117. P07 - Farmácias Vivas: a Experiência do Distrito Federal. Nilton Luz NETTO JUNIOR1 A Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal iniciou no ano de 1989 o seu Projeto de Fitoterapia como parte do Programa de Desenvolvimento de Terapias Não Convencionais no Sistema de Saúde (Portaria SES-DF Nº 13, de 14 de agosto de 1989). O Projeto foi criado com o objetivo de integrar a Fitoterapia, como opção terapêutica, nos programas existentes nos Centros e Postos de Saúde da rede pública do Distrito Federal. Para a padronização do primeiro elenco de espécies 1 Núcleo de Farmácia Viva, Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil. E-mail: luznetto@ gmail.com Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 21 // vegetais medicinais, levou-se em consideração, como prioridade, a escolha daquelas que fossem estudadas cientificamente, fizessem parte do Elenco do Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos - Ceme ou constassem na Farmacopeia Brasileira. Inicialmente foram selecionadas 10 espécies vegetais medicinais: Ageratum conyzoides (mentrasto), Allium sativum (alho), Aloe vera (babosa), Cymbopogon citratus (capim santo), Lippia sidoides (alecrim pimenta), Matricharia recutita (camomila), Maytenus ilicifolia (espinheira santa), Mentha x villosa (hortelã), Mikania glomerata - M. laevigata (guaco) e Plecthranthus barbatus (boldo nacional). A divulgação aos profissionais de saúde quanto às informações botânicas, agronômicas, constituintes químicos, aspectos farmacológicos e utilizações terapêuticas das espécies vegetais medicinais selecionadas, foi realizada por meio da realização do I Curso de Especialização em Fitofármacos e Fitoterapia do Sistema de Saúde do Distrito Federal,ocorrido entre os anos de 1989 e 1990 e pela elaboração e distribuição, no ano de 1992, da publicação: Plantas & Saúde: Guia Introdutório à Fitoterapia. Naquele ano também foi criada a Oficina de Processamento Vegetal, cujo objetivo era o de transformar as espécies selecionadas em droga vegetal, passando a serem prescritas pelos profissionais capacitados, para o preparo de infusos. Para esta atividade, foram escolhidas 5 das 10 espécies padronizadas: guaco, espinheira santa, camomila, capim santo e boldo nacional. No ano de 1998 foi inaugurado o Laboratório de Manipulação de Medicamentos Fitoterápicos, mantendo-se a produção e a dispensação de drogas vegetais para o preparo de infusos. No ano de 2000, a manipulação de derivados vegetais e fitoterápicos teve início. Foram padronizados os seguintes para comporem o primeiro elenco: xarope de guaco, tinturas de camomila, de boldo nacional,de espinheira santa e de alecrim pimenta; gel debabosa e pomadas de mentrasto e de confrei(Symphytum officinale), espécie incluída no elenco naquele ano. Com o aumento da oferta de fitoterápicos às Unidades de Saúde, intensificou-se a adesão de profissionais prescritores e dispensadores, inserindo, portanto, de forma decisiva, a fitoterapia no ciclo da assistência farmacêutica do SUS-DF. Em 2008 incluiu-se no elenco a espécie Cordia verbenacea (erva baleeira), sendo desenvolvidas as formas gel e pomada a partir do seu extrato hidroalcoólico. A criação da Farmácia Vivano ano de 2010, em atendimento à Portaria MS Nº 886, de 20 de abril de 2010, seguida da publicação, em 2011, do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª edição (FFFB I), possibilitaram a reavaliação da padronização das espécies vegetais destinadas a produção de fitoterápicos e os aspectos técnicos de funcionamento do Programa. Neste sentido, foram considerados dois critérios: 1) possibilidade de cultivo e processamento próprios e 2) formulação farmacopeica constante do FFFB I. Com relação ao primeiro critério, a Farmácia Viva da SES-DF, cultiva e processa 7 espécies vegetais: Aloe vera (babosa), Cordia verbenacea (erva baleeira), Lippia sidoides (alecrim pimenta), Mikania glomerata - M. laevigata (guaco), Plecthranthus barbatus (boldo nacional), Symphytum officinale (confrei) e funcho (Foeniculum vulgare). Quanto ao segundo critério, as formulações, desenvolvidas com as espécies cultivadas pela Farmácia Viva, constavam do FFFB I, portanto, foram mantidas: gel de babosa e de erva baleeira, pomada de confrei e de erva baleeira, tintura e xarope de guaco, tintura de boldo nacional e iniciada a tintura de funcho no ano de 2014. Considerando o início da manipulação de fitoterápicos no ano de 2000 e seu seguimento até o último ano de 2014, foram distribuídos cerca de 245.000 unidades as Unidades de Saúde cadastradas. Apenas no ano de 2014 ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 22 // foram aviadas 9543 receitas de fitoterápicos, destas ,7247 emitidas por médicos. Farmácia Viva possui abrangência de atendimento a 23 Unidades de Saúde da SES-DF, sendo 16 Unidades Básicas, 4 Hospitais, 1 Estratégia Saúde da Família, 1 Clínica da Família e 1 Unidade Especializada. P08 - La etnofarmacología y su contribución a la terapéutica moderna: Algunos ejemplos de aplicación en Guatemala. Armando CÁCERES1 La etnofarmacología es el estudio de detección, rescate y validación de la diversidad de uso medicinal por las poblaciones tradicionales. La búsqueda de nuevos agentes terapéuticos sigue una cadena multidisciplinaria que implica la prospección, producción, validación, transformación fitofarmacéutica y uso fitoterápico. La investigación etnobotánica permite detectar las especies vegetales de uso popular para un tratamiento particular, a través de actividades de campo y gabinete. Este trabajo debe hacerse con buenas prácticas de colecta y procurando el respeto de la naturaleza. Se propone que la búsqueda de extractos bioactivos, es una función que podría ser desarrollado efectivamente por los sectores académicos en asociación con empresas, particularmente cuando los extractos crudos se analizan por “high throughput screening” que permite un análisis masivo de extractos y moléculas. Estudios con varios enfoques demuestran que la detección por etnofarmacología es superior a la bioprospección masiva, la primera usada por los sectores académicos y la segunda por los sectores industriales. Para que la información etnobotánica adquiera validez basada en la evidencia es necesario pasar por un proceso de validación preclínica (in vitro e in vivo) y clínica. En esta conferencia se resumen las actividades de prospección llevadas a cabo durante 1976-83 en una asociación civil no gubernamental (Centro Mesoamericano de Estudios sobre Tecnología Apropiada, CEMAT) y las de validación conducidas por un equipo multidisciplinario en la USAC en Gatemala desde 1985. Las actividades iniciales consistieron en validar el uso popular en lo relacionado con la actividad antimicrobiana, antiinflamatoria y antioxidante. Recientemente se realizaron estudios sistemáticos de algunas especies con diversas propiedades, con el fin de desarrollar productos fitoterápicos para el mercado nacional. La información preclínica y clínica permitió formular productos fitoterápicos que se ensayaron en escala piloto y luego a nivel industrial, aunque en pequeña escala, en el Laboratorio de Productos Naturales Farmaya. La integración de drogas vegetales de amplio uso en la literatura internacional, con productos naturales nativos validados, permitió la generación de varios productos populares en formas de tizana, tintura, elixir, jarabe o cápsula que se encuentran actualmente en el mercado nacional. La información difundida y los productos generados han permitido que los formularios medicinales rurales y algunos laboratorios de productos naturales elaboren productos similares que están contribuyendo a ampliar la cobertura de salud en sistemas de atención primaria. La demanda 1 Universidad de San Carlos de Guatemala –USAC, Guatemala; Laboratorio de Productos Naturales Farmaya, Guatemala. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 23 // de nuevos productos por empresas y grupos rurales ha fortalecido a Farmaya que contribuye con servicios de diseño y maquila para la generación de varios productos. P09 - Diálogo de Saberes em Movimento: Ambulatório de Saúde Indígena do Hospital Universitário de Brasília – HUB/UnB. Maria da Graca HOEFEL1 Ximena Pamela Díaz BERMUDEZ Edgar Merchan HAMANN O Sistema Único de Saúde - SUS representa uma proposta inovadora de transformação e organização dos serviços de saúde brasileiros, no qual o modelo de assistência pautado em uma atuação meramente curativa, reabilitadora e hospitalocêntrica,deu lugar a um modelo assistencial promotor da saúde, preventivo e interdisciplinar, com ações voltadas para acompanhamento, cuidado e tratamento da saúde coletiva e individual da população.Cabe lembrar que em 1988, a Constituição Federal definiu os princípios gerais do SUS e estabeleceu que a direção única e a responsabilidade da gestão federal do Sistema são do Ministério da Saúde. Além disso, estipulou o reconhecimento e respeito das organizações socioculturais dos povos indígenas, assegurandolhes a capacidade civil plena e estabeleceu a competência privativa da União para legislar e tratar sobre a questão indígena. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena foi criado como componente do SUS e obedecendo aos seus princípios mediante a Lei nº 9.836, de 23/9/1999 e, na época, a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), ente autárquicoadscrito ao Ministério da Saúde, foi designada como responsável por sua estruturação (Brasil. Presidência da República, Casa Civil, 1999). A gestão do Subsistema por parte da FUNASA vigorou até 2010. Nesse ano, foi extinto o Departamento de Saúde Indígena (DESAI-FUNASA) e criada a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), mediante a Lei nº 12.314 de 19/08/2010. Em 2002, mediante a Portaria/MS Nº 254 (Brasil. Ministério da Saúde, Gabinete do Ministro, 2002) foi promulgada a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) em consonância com políticas de saúde mais abrangentes. A mesma prevê a garantia do direito das populações indígenas a um atendimento diferenciado pelo SUS, que respeite suas especificidades culturais.A atenção à saúde indígena corresponde a um sistema territorial regionalizado, organizado em Distritos de Saúde Indígena (DSEIs), polos-base e Casas de Saúde do Índio (CASAIs). Os distritos de saúde indígena foram concebidos como espaços étnico-culturais dinâmicos que dos pontos de vista geográfico, populacional e administrativo, se encontram bem delimitados. As delimitações não correspondem aos limites dos Estados e municípios onde estão localizadas as terras indígenas e frequentemente os ultrapassam, pois tais territórios respondem à distribuição geográfica, antropológica e de acesso aos serviços de saúde dos povos indígenas. O intuito dessa organização é promover a reordenação da rede de atenção à saúde e de outras práticas sanitárias dirigidas aos primeiros povos do país.A 1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília – UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 24 // rede de cuidados à saúde do indígena inclui a referência a partir de postos de saúde e centros localizados nas aldeias compondo os polos-base, para as CASAI, que por sua vez constituem a ponte para a atenção mais complexa em hospitais. No âmbito do Distrito Federal, a CASAI local (com sede em Sobradinho, DF) se encarrega da triagem e referência a atendimento hospitalar que é efetivado nos hospitais da rede do Distrito Federal ou no Hospital Universitário de Brasília. Um dos pressupostos mais importantes da política de saúde indígena é o respeito à cultura ancestral dos diversos grupos étnicos e a inclusão de práticas terapêuticas integrativas e complementares oriundas dos saberes dessas culturas. Este desejo nunca chegou a se concretizar e, nesse sentido, há dificuldades e barreiras que dependem dos diversos contextos locais, regionais / estaduais e do próprio cenário nacional. Pretende-se relatar a experiência de extensão universitária que consistiu na criação de um ambulatório de saúde indígena em um hospital universitário, com a participação ativa de estudantes (indígenas e não indígenas) e de Pajés. O Diálogo de saberes com Pajés de 8 etnias (Pataxó, Fulni-ô, Potiguara, Santa Isabel, Macuxi-Wapichana, Kariri-Xoxó, Atikum e Tupinikim) permitiu a construção da proposta de atenção a saúde indígena de forma a auxiliar a mediar das relações interculturais que ocorrem no momento do acesso ao nível terciário de atenção à saúde. P10 - As bases científicas da homeopatia. Carla HOLANDINO1 A Ciência Homeopática nasceu no ano de 1796 após publicação do artigo intitulado: “Ensaio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido de alguns comentários sobre os princípios curativos admitidos até nossos dias”. O autor desse artigo foi o médico alemão Cristiano Frederico Samuel Hahnemann, criador da terapêutica homeopática. Hahnemann nasceu no leste da Alemanha, na cidade de Meissen, no ano de 1755. Personalidade marcada por uma aguçada inteligência e espírito científico extremamente crítico o motivaram desde cedo ao estudo da medicina e da química. Antes do desenvolvimento da homeopatia, Hahnemann já possuía uma impressionante produtividade, tendo publicado entre traduções científicas e obras literárias originais, um total de oito trabalhos, num período curto de três anos (1786 – 1788). A terapêutica homeopática é baseada em 4 pilares principais, que são: Princípio da Similitude (Similia similibu scurantur); Experimentação no Homem São; Doses Mínimas; Medicamento Único. Estes e outros princípios foram publicados por Hahnemann ao longo do desenvolvimento da homeopatia em três livros principais: O Organon da Arte de Curar; Matéria Médica Pura; Doenças Crônicas. A homeopatia chegou ao Brasil em 1840 pelo médico francês Dr. Benoit Jules Mure. Naquela época, o Brasil não possuía autonomia para a produção dos medicamentos, sendo as matériasprimas homeopáticas (tinturas, minerais, vegetais) importadas, principalmente da Europa. O 1 Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 25 // cenário nos dias de hoje é bastante diferente e vemos a homeopatia difundida em vários países pelo mundo. No Brasil, o preparo dos medicamentos homeopáticos é respaldado pela Farmacopeia Homeopática Brasileira que é um dos produtos da Farmacopeia Brasileira. Trata-se de um código oficial, constantemente atualizado, que deve ser seguido em todo o território nacional por todos os farmacêuticos homeopatas, responsáveis pela manipulação e produção dos medicamentos homeopáticos. Estes medicamentos são prescritos por profissionais habilitados (médicos, veterinários, odontólogos e farmacêuticos) e tem a sua qualidade garantida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Ciência Homeopática continua em franco desenvolvimento, com trabalhos científicos sendo realizados em vários países, através de diferentes modelos, tais como: animais de laboratório, culturas de células, modelos físico-químicos, ensaios clínicos, dentre outros. Uma das teorias atualmente aceitas é a de que os medicamentos homeopáticos são capazes de disparar sinais bioeletromagnéticos, através da participação de agregados hídricos (clusters) e outras estruturas aquosas geradas durante o processo de dinamização. Trabalhos recentes indicam que a resposta ao estímulo homeopático não depende necessariamente da presença de moléculas. O organismo vivo é capaz de responder a sinais bioletromagnéticos desencadeando uma série de respostas biológicas, tais como: ativação de células imunológicas; alterações no metabolismo energético; ativação de apoptose, etc. Em resumo, a farmacologia das ultradiluições homeopáticas vem emergindo como um assunto pioneiro dentro do campo da nanomedicina, promovendo o reconhecimento desta terapêutica como uma medicina eficaz, segura e que merece ser investigada. P11 - A experiência das Práticas Integrativas em Saúde (PIS) no Distrito Federal, DF. Adelyany Batista dos SANTOS1 A experiência das PIS no DF teve início em 1983, com iniciativas relacionadas à fitoterapia e plantas medicinais, homeopatia, acupuntura, alimentação natural. A institucionalização dessas práticas no serviço público de saúde do DF começa a se consolidar em 1989 com a criação do Programa de Desenvolvimento das Terapias não Convencionais (PDTNC), substituído pelo Serviço de Medicina Natural e Terapêuticas de Integração (SEMENTI), em 1998, e em seguida pelo Núcleo de Medicina Natural e Terapêuticas de Integração (NUMENATI), em 2000. Em 2011 foi criada a Gerência de Práticas Integrativas em Saúde (GERPIS) para desenvolver e ampliar as ações que eram desenvolvidas pelo NUMENATI. A GERPIS tem como missão o desenvolvimento, a gestão e a produção de conhecimento na área das PIS, com foco na prevenção das doenças, na promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, na integralidade e humanização do 1 Gerência de Práticas Integrativas em Saúde –GERPIS, Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 26 // cuidado da saúde e no exercício da clínica ampliada. O campo teórico e conceitual que fundamenta o trabalho com as PIS na experiência do DF está baseado nos Sistemas Médicos Complexos (Luz, 2003), na filosofia vitalista e em valores culturais. Como terapêuticas são usadas de modo completar, coadjuvante ou principal em diversas condições clínicas e de saúde. São práticas socialmente muito aceitas, e possuem um caráter emancipador na medida em que estimulam o protagonismo, a corresponsabilidade, a autonomia e autodeterminação do sujeito com o objetivo de produzir saúde. Em 2014 foi publicada a Política Distrital de Práticas Integrativas em Saúde (PDPIS), em conformidade com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC). Nela as PIS são definidas como “... tecnologias que abordam a saúde do Ser Humano na sua multidimensionalidade – física, mental, psíquica, afetiva e espiritual – promovendo seu protagonismo, corresponsabilidade, emancipação, liberdade e atitude ética, como o objetivo de promover, manter e recuperar sua saúde. Tendo o seu desenvolvimento caráter transversal, transdisciplinar e intersetorial. A validação das PIS no SUS-DF será confirmada pelo critério da tradicionalidade de seu uso e/ou pelas comprovações de seus benefícios por metodologias científicas contemporâneas.” São objetivos da PDPIS: 1 – Desenvolver as PIS no âmbito do DF, no contexto da promoção, recuperação e reabilitação da saúde e na prevenção de agravos em todos os níveis de atenção, com ênfase na Atenção Primária à Saúde; 2 – Contribuir para aumentar a resolubilidade do sistema e ampliar o acesso às PIS, garantido qualidade, eficácia, eficiência e segurança no seu uso; 3 – Racionalizar as ações em saúde, com estímulo para alternativas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentável da comunidade; 4 – Promover o envolvimento responsável, ético e continuado dos usuários, trabalhadores e gestores com as PIS; 5 – Ampliar o acesso ao controle e à participação social, fomentando espaços para o exercício da cidadania. Atualmente são oferecidas as práticas de Acupuntura, Arteterapia, Automassagem, Fitoterapia, Hatha Yoga, Homeopatia, Lian Gong em 18 Terapias, Medicina e Terapias Antroposóficas, Meditação, Musicoterapia, Reiki, Shantala, Tai Chi Chuan e Terapia Comunitária Integrativa em 123 locais da rede, o que corresponde a 58% das unidades de saúde oferecendo pelo menos uma PIS, por profissionais devidamente habilitados e qualificados. O maior desafio atual é ampliar a oferta de PIS nas unidades de saúde do DF, com ênfase na Atenção Primária à Saúde e ampliar a variedade de modalidades diferentes por unidade, propiciando que a população tenha acesso a serviços de saúde que considerem o ser humano em sua multidimensionalidade. Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 27 // REFERÊNCIAS DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Política Distrital de Práticas Integrativas em Saúde. Brasília: FEPECS, 2014. Luz, M. D.. Novos Saberes e Práticas em Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec, 2003. P12 - Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – avanços e perspectivas. Tiago Pires de CAMPOS1 As práticas integrativas e complementares (PICs), denominadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como medicinas tradicionais e/ou complementares, foram institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), aprovada pela Portaria GM/MS no 971, de 3 de maio de 2006. A PNPIC contempla diretrizes e responsabilidades institucionais para oferta de serviços e produtos de homeopatia, medicina tradicional chinesa/acupuntura, plantas medicinais e fitoterapia, além de constituir observatórios de medicina antroposófica e termalismo social/crenoterapia. O texto completo está disponível em http://goo.gl/YAa9lJ. A PNPIC vem cumprir os objetivos primordiais da OMS e das Conferências Mundiais voltados para medicina tradicional e a medicina complementar e alternativa (MT/MCA), quais sejam: i) promover a integração dessas práticas aos sistemas oficiais de saúde; ii) desenvolver legislação/normatização para oferta de serviços e produtos de qualidade; iii) propiciar o desenvolvimento dos conhecimentos na área; e iv) qualificar os profissionais envolvidos com práticas complementares. Além disso, a Política trouxe avanços para a saúde no país, por meio da normatização e institucionalização das experiências com essas práticas na rede pública e como indutora de políticas, programas e legislação nas três instâncias de governo – fato que pode ser observado pelo aumento significativo de ações, programas e políticas nos estados e municípios brasileiros após sua aprovação. Hoje, segundo dados do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), as práticas integrativas e complementares são ofertadas por 20% das equipes de atenção básica. Atualmente, o MS está financiando 17 projetos de estruturação de serviço em PIC envolvendo municípios e estados. Atualmente, estão registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) mais de 4.000 estabelecimentos de saúde que ofertam esses serviços e as PICs estão presentes em todas as capitais brasileiras. Contudo, ainda há desconhecimento por parte de profissionais de saúde e gestores com relação à PNPIC, principalmente no que diz respeito à racionalidade em saúde que a sustenta enquanto prática do 1 Área Técnica de Práticas Integrativas e Complementares*, Coordenação Geral de Áreas Técnicas, Departamento de Atenção Básica, SAS/Ministério da Saúde, Brasil ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 28 // cuidado. Neste sentido o ministério vem promovendo cursos de capacitação e formação na área. Em 2013 foram lançados dois cursos, na comunidade de práticas (CdP) (www.atencaobasica.org. br) um voltado à sensibilização dos gestores e outro aos agentes comunitários de saúde. Estão previstos para 2015 mais três cursos: Introdução à medicina tradicional chinesa, introdução às práticas corporais e mentais da medicina tradicional chinesa e capacitação em auriculoterapia, sendo esse último em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para 3.200 profissionais. Além destes, está em elaboração um curso de prescrição de plantas medicinais e fitoterápicos para 1.000 profissionais da atenção básica, em parceria com a FIOCRUZ. Entre as diretrizes da política está o incentivo à pesquisa em PICs, com vistas ao aprimoramento da atenção à saúde, avaliando-se eficiência, eficácia, efetividade e segurança dos cuidados prestados. Essas ações têm se dado de maneira transversal, integradas a outras ações e aos diversos programas do Departamento de Atenção Básica (DAB) do Ministério da Saúde (MS) e com outros setores do MS, especialmente o Departamento de Assistência Farmacêutica -SCTIE/MS, além de outros órgãos do governo federal. As PICs estão contempladas na Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde e nos diversos formatos de apoio a pesquisas disponibilizados pelo MS. Nesse sentido, o DAB, em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia - SCTIE/MS, financiou o desenvolvimento de 27 projetos de pesquisas nas áreas de plantas medicinais e fitoterapia, bem como de homeopatia, antroposofia e Medicina Tradicional Chinesa/acupuntura. Historicamente, as pesquisas relacionadas ao tema estavam voltadas à validação e desenvolvimento de produtos, principalmente fitoterápicos e, em menor instância, medicamentos homeopáticos. A demanda atual é criar estratégias para gestores das diversas instâncias de governo e profissionais de saúde, visando ampliar a oferta de práticas integrativas e complementares no SUS. Na oficina nacional de gestores promovida pelo DAB e realizada em Brasília em 2014, com a participação de 60 pesquisadores de mais de 20 entidades, envolvidas com a pesquisa em PICs, foi destacada a importância de se ressaltar a necessidade de valorização da singularidade dos saberes distintos das racionalidades em saúde em PICs para produção do conhecimento e avaliação da eficácia terapêutica, passando pelo desenvolvimento de novas metodologias de pesquisa e de práticas de cuidado em saúde. O relatório desse encontro destaca a necessidade de priorizar o embasamento teórico metodológico diferenciado, amparado em racionalidades médicas, vitalismo, teoria sistêmica e quântica, práticas tradicionais com legitimidade histórica, além de outras bases que orientam o cuidado a partir da integralidade humana. *Equipe da Área Técnica de Práticas Integrativas e Complementares*: Luciana Alves Pereira (Coordenadora); Daniel Mielle Amado; Flávia Santos de Oliveira; Paulo Roberto Sousa Rocha; Thais Severino da Silva; Tiago Pires de Campos. Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 29 // P13 - A implantação da Fitoterapia no SUS no Estado da Bahia: desafios e estratégia. Mara Zélia de ALMEIDA1 A origem do conhecimento do homem sobre as virtudes das plantas medicinais confunde-se com sua própria história. Através de séculos, a humanidade tem recorrido à natureza em função de suas necessidades básicas para produção de alimentos, abrigos, vestimentas, meios de transporte, fertilizantes, condimentos, óleos essenciais, e não em menor parcela, para as práticas medicinais1,2. As plantas têm formado a base dos sistemas médicos tradicionais que existem a milhares de anos, tais como a Medicina Tradicional Chinesa, Ayurveda, Greco-romana, e continuam sendo fonte de propostas terapêuticas, aonde por meio de estudos etnobotânicos, farmacológicos pré-clínico e clínico vêm certificando plantas medicinais de amplo uso tradicional como fitoterápicos, como, por exemplo, Hypericum perforatum L., Ginkgo biloba L., Valeriana officinalis L., Piper methysticum Forst.3. O uso da expressão sistema médicos tradicionais não implica admitir que se trata de um sistema estático ou uma forma de retardo cultural, que não responde ou contrasta com a racionalidade e a modernidade. A coexistência de vários sistemas de saúde usados no mundo todo e sua utilização por diversos grupos sociais são evidências consideráveis de que a interação é dinâmica, levando a alterações em todos os sistemas que coexistem4.No Brasil, a medicina popular e o conhecimento tradicional sobre plantas medicinais surgiram das diversas etnias que contribuíram com suas heranças culturais em hábitos de saúde que levaram a formação de uma “medicina popular brasileira”.Atualmente, a Etnobotânica é um ramo da ciência, chave para a bioprospecção e a busca racional de novos fármacos de origem vegetal e constitui-se numa ponte entre o saber popular e o científico, estimulando a valorização do conhecimento tradicional, a conservação dos recursos vegetais e o desenvolvimento sustentável. Estudos indicam o uso da Etnobiologia como ponto de partida para o estudo de novos produtos úteis a saúde; chega-se a resultados mais rápidos e efetivos com menos gastos para a pesquisa fitoquímica e farmacológica em relação ao estudo randômico5. Assim, em 2002 a OMS estabeleceu uma estratégia abrangente para a medicina tradicional, que, dentre outros objetivos, se destina a dar assistência aos países membros para desenvolver políticas nacionais de avaliação e regulação da prática da Medicina Tradicional. Visando a ampliar e fortalecer as práticas tradicionais de saúde na atenção básica à saúde, tal estratégia recomenda, aos signatários, a formulação de políticas e regulamentos nacionais para promover o uso adequado, seguro e eficaz tendo como base a investigação e inovação de modo a permitir a inclusão desse conhecimento nos seus sistemas nacionais de saúde.No Brasil, a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Constituição de Federal de 1988, regulamentado pelas Leis Orgânicas da Saúde (Leis n.º 8080/90 e nº 8.142/90), possibilitou a criação de mecanismos que permitiram maior participação da sociedade civil na construção de políticas de saúde, bem como no fortalecimento 1 Departamento de Medicamentos, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia – UFBA, Campus Ondina, BA, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 30 // da atenção básica com estratégias voltadas para atenção e cuidado da saúde das famílias.Ambas as políticas abordam a importância da valorização do conhecimento tradicional e o respeito às práticas culturais de cura e manutenção da saúde, conforme preconizado pela OMS. Dentre as diretrizes da PNPIC, na área de plantas medicinais, destaca-se: “Resgatar e valorizar o conhecimento tradicional e promover a troca de informações entre grupos de usuários, detentores de conhecimento tradicional, pesquisadores, técnicos, trabalhadores em saúde e representantes da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos”6. Enquanto a PNPMF recomenda: “Promover e reconhecer as práticas populares de uso de plantas medicinais e remédios caseiros7.” A criação dessas políticas possibilitou a revisão e a elaboração de novos marcos regulatórios sanitários para permitir o uso de drogas vegetais e fitoterápicos na perspectiva de ampliar as opcões terapêuticas na atenção básica de saúde para atender a regionalização. Tal perspectiva pode ser vislumbrada pela avaliação das espécies nativas usadas no SUS de cada município ou em uso pela população local, mas ainda não reconhecida oficialmente. Deste modo, a elaboração destas políticas foi essencial para a valorização da tradicionalidade, em equiparação aos critérios dos perfis fitoquímico e farmacológico para a seleção de plantas medicinais, estimulando o diálogo entre os saberes tácito e científico, valorizando as diferentes visões sobre doença e saúde8.Ainda, a PNPIC configura-se como uma política fundamental para o processo de institucionalização destas abordagens no SUS, passando a ser a referência para a estruturação das práticas integrativas no sistema de saúde brasileiro por empregar um modelo de atenção humanizada e centrada na integralidade do indivíduo, contribuindo ao fortalecimento dos princípios fundamentais do SUS3.Para tanto, torna-se necessário o emprego de metodologias próprias de etnopesquisa no sentido de inventariar as práticas de saúde e, por sua vez, identificar as espécies utilizadas nessas práticas, mas ainda não reconhecida oficialmente, contribuindo para a regionalização das atividades voltadas para a fitoterapia na atenção básica, especialmente pela alta taxa de endemismo e de sócio-biodiversidade presente no Brasil. Orientado por essas prerrogativas, o Núcleo de Plantas Medicinais do Estado da Bahia (FitoBahia)em parceria com o Programa Farmácia da Terra/UFBA, buscou investigar, utilizando metodologias próprias de etnopesquisa, no município de São Francisco do Conde/Bahia (SFC/BA) as espécies utilizadas pela população local, visando fornecer informação para a implantação do serviço de fitoterapia na Atenção Básica local, especialmente na Estratégia da Saúde da Família. Avaliando as hipóteses de que a população utiliza espécies da flora nos cuidados à saúde agregando saberes e práticas à cultura local para o fortalecimento das características regionais e culturais das localidades estudadas9.A escolha desse município deu-se em função do seu passado, com economia baseada na monocultura de cana-deaçúcar. O uso intensivo de mão de obra africana, propiciou-se a mistura das culturas indígenas com a europeia e africana, contribuindo para a diversidade no uso da biodiversidade local, que à luz das atuais políticas de saúde podem ser avaliadas quanto à pertinência de incorporação nas práticas completares e integrativas no SUS regionalizado. Estas ações intersetoriais devem ser voltadas para promover o desenvolvimento sustentado na região, buscando minimizar as desigualdades socioeconômicas provocadas pela forte atuação da atividade petrolífera, base da economia local atualmente10. Por meio de projetos financiados pela FAPESB (Fundação de apoio a Pesquisa do Estado da Bahia) e Prefeitura de S. Francisco do Conde, além dos levantamentos etnobotânicos e as Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 31 // palestras nas Unidades Básicas de Saúde, estamos realizando a capacitação em serviço, para os servidores de nível médio (Agentes Comunitários de Saúde e Técnicos de enfermagem) e nível universitário para médicos, enfermeiros e odontólogos e conforme orientação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (Portaria GM/MS 1.996 de 20/08/2007). Em outros municípios do estado da Bahia também foram realizados cursos de atualização em Fitoterapia e estímulo aos gestores para a compra dos 12 fitoterápicos que constam da RENAME- Relação Nacional de Medicamentos Essenciais11, como Ilhéus, Itapetinga, Palmeiras, Salvador.Assim, o retrato da atenção a saúde num dado momento é a resultante de processo constantes de reconstrução, que se ajustam uns aos outros, e a superação das insuficiências percebidas não ocorre pela produção de pequenos ajustes em pontos isolados no sistema médico, sendo o maior desafio introduzir a ampliação nas formas de abordagens dos problemas de saúde. Porém, isso não implica somente em despertar ou permitir uma nova vontade nos profissionais, mas na reorientação de atividades que demandam diferentes níveis de abordagens tanto nas suas descrições quanto nas técnicas de enfrentamento12. Diante disso, as etnociências podem ser utilizadas com sucesso, como eixo e suas ferramentas tornam-se necessárias e insubstituíveis nesse percurso.É importante que os profissionais de saúde compreendam que os clientes SUS têm diferentes visões de mundo e interpretações sobre saúde e doença, com base na sua cultura e crenças religiosas, daí o grande valor da capacitação dos profissionais que irão atuar nas Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Tal fato proporcionará maior adesão ao tratamento, satisfação com o serviço, além de promover os princípios da Política Nacional de Atenção Básica-PNAB13, a qual considera o sujeito em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral baseadas nos seus pilares: humanizar, acolher, criar vínculo e responsabilizar. A Bahia é constituída por 417 municípios, localizados nos Biomas Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Zona Costeira e Transição Cerrado-Caatinga. Deste modo é necessário considerar, na introdução de novas práticas com uso de plantas nas Unidaes básicas de Saúde a diversidade do recurso genético vegetal das localidades, o perfil epidemiológico de cada município ou região, além das características culturais referente às práticas de saúde da população local. Essas análises enriqueceriam as praticas de saúde ao tempo que valorizaria a cultura local aliado a um planejamento para a conservação das espécies e dos ecossistemas. REFERÊNCIAS 1) Almeida MZ. 2011; Plantas medicinais. Salvador, EDUFBA, 3ª Edição. 254p. 2) Fakim AG. 2006; Medicinal plants: Traditions of yesterday and drugs of tomorrow. Mol Aspects Med, 27: 1-93. 3) Saad GA; Léda PHO; Sá IM; Seixlack AC. 2009; Fitoterapia Contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. Ed. Elsevier . 4) Elisabetsky E. 2003; Etnofarmacologia. Ciência & Cultura 55(3): 35-36 ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 32 // 5) Bôas GKV; Gadelha CAG. 2007; Oportunidades na indústria de medicamentos e a lógica do desenvolvimento local baseado nos biomas brasileiros: bases para a discussão de uma política nacional. Cad. Saúde Pública, 23: 1463-1471. 6) BRASIL. 2006; Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema a Único de Saúde. Ministério da Saúde. Portaria 971 de 03 de Maio de 2006. Publicado no D.O.U. de 04 de Maio de 2006. Brasília, DF. 7) BRASIL. 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Decreto nº 5813, de 22 de Junho de 2006. Publicado no D. O.U. de 23 de Junho de 2006. Brasília, DF. 8) Branquinho F. 2007; O poder das ervas na sabedoria popular e no saber cientifico. Ed. Mauad X.155p. 9) Almeida MZ; Silva MQOR; Guedes ML; Lisboa M; Léda PHO Peixoto AL 2012; Etnopesquisa como estratégia na seleção de plantas medicinas nativas para compor os mementos estadual e municipais: contribuição para a implantação da fitoterapia no SUS no Estado da Bahia. III Congreso Iberoamericano de Fitoterapia, 3 a 5 de maio de 2012, Foz do Iguaçu, Paraná 10) Almeida MZ; Silva MQOR; Guedes ML; Lisboa M; Léda PHO; Peixoto AL. 2014;Espécies com usos medicinais e místico-religiosas em São Francisco do Conde, Bahia, Brasil: uma contribuição para a seleção de espécies para introdução no local, Sistema Único de Saúde,Rev Bras Farmacogn 24(2):171-184. 11)BRASIL. 2008. Aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Decreto nº, de 09 de Dezembro de 2008. Publicado no D. O. U. 10 de Dezembro de 2008, Brasília, DF. 12) Camargo Jr KR. 2003; Biomedicina saber & ciência: uma abordagem crítica. Ed. Hucitec. 195p. 13)BRASIL. 2012. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 110 p. : il. – (Série E. Legislação em Saúde. Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 33 // P14 - Medicina Antroposófica. Miriam K Menescal1 Medicina Antroposófica é uma racionalidade médicaAntroposofia ( Antrophos = Homem, Sophia=Sabedoria) que foi criada pelofilósofo e educador austríaco Rudolf Steiner. É um método deconhecimento da natureza humana que amplia aquele obtido pelo método científicoconvencional. A partir da médica holandesa Ita Wegmanteve origem todo o movimento terapêutico derivado dos fundamentos daAntroposofia.A Medicina Antroposófica é uma racionalidade médica que amplia a visãodo diagnóstico e da terapêutica. Uma das formas de se avaliar a estrutura humana para intervençãomédica é através da Trimembração e da Quadrimembração.Na Trimembração se divide o Corpo Humano em Sistema Neurossensorial (Cabeça), Sistema Rítmico (Tórax) e Sistema metabólico motor (Abdomen eMembros), que estão relacionados respectivamente com o Pensar, oSentir e o Querer.Na Quadrimembração, se divide em Corpo Físico, Corpo Vital, CorpoAnnímico e Organização do Eu. O Corpo Físico ETA relacionado àmaterialidade, o Corpo Vital aos processos relacionados à vida, comocrescimento e reprodução; o Corpo Anímico esta relacionado ao estadode vigília, e formação de sensações e reações como o mundo ao redor ea Organização do Eu está relacionadaà auto-consciência.O Sistema de avaliação clínica envolve a anamnese, a análise dabiografia humana e o diagnóstico dos processos em desarmonia (tri equadrimembração). A Enxaqueca, por exemplo, apesar do sintoma selocalizar na cabeça, pode ser devido a um excesso de atividade dosistema metabólico.O Sistema terapêutico inclui, além de medicamentos naturais dosreinos mineral, vegetal e animal, também terapiascomplementares tais como terapia artística, euritmia, massagemrítmica, terapias externas, musicoterapia, aconselhamento biográfico. 1 Gerência de Práticas Integrativas em Saúde –GERPIS, Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil. E-mail: [email protected] P16 - As práticas integrativas e complementares e os aspectos regulatórios. Ana Cecília Bezerra CARVALHO 1 Regular práticas integrativas é complexo no Brasil pois a legislação sanitária nacional está centrada na medicina convencional e nos medicamentos sintéticos, havendo sempre restrições legais a mudanças necessárias para as práticas integrativas. Este trabalho tem o objetivo de discutir os aspectos regulatórios relacionados às práticas integrativas, para tanto, foram revisados os regulamentos publicados pela Anvisa e disponíveis em seu portal eletrônico. Não serão discutidos regulamentos de outros órgãos também envolvidos na regulação destas práticas, como as do Ministério da Agricultura ou do Meio Ambiente. A Anvisa foi criada em 1999 pela Lei 9782 com o 1 Agência Nacional de Vigilância Sanitária –Anvisa, DF, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 34 // objetivo de regular todos os produtos e serviços que interfiram com a saúde da população brasileira. Assim, a Anvisa não regula profissionais ou terapias, mas sim, o estabelecimento e os produtos em que as práticas integrativas são utilizadas. Desde sua criação, já estavam previstos na lei 9782 a regulação de medicamentos fitoterápicos, incluindo dentre eles os produtos tradicionais, os medicamentos homeopáticos e a farmácia de manipulação. Desde 2006, quando foram publicadas a Política de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, diferentes áreas da Anvisa, em parceria com o Ministério da Saúde, vêm discutindo a republicação dos regulamentos sanitários no intuito de melhor regular estas práticas. Várias Resoluções e Instruções Normativas já foram publicadas, estando dentre elas a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 18/2013 que regulamenta as boas práticas de manipulação em Farmácias Vivas, as normas que regulamentaram o Produto Tradicional Fitoterápico (PTF), que são as RDC 26 (regulamenta o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de PTF), 38/2014 (regulamenta o pós-registro destes produtos) e RDC 13/2013 (trata das boas práticas de fabricação de PTF), além das Instruções Normativas (IN) 2 (registro simplificado de medicamento fitoterápico e PTF), 4 (Guia sobre registro e notificação de fitoterápicos) e 5 (complementa o pós-registro) de 2014. Também foram atualizados os regulamentos para insumos de origem vegetal por meio da RDC 69/2014. Na área de medicamentos dinamizados, que englobam os medicamentos homeopáticos, antroposóficos e anti-homotóxicos, as normas vigentes são ainda de 2007, essas normas irão passar em breve por novo processo de discussão, visando a simplificação da liberação destes produtos, são elas: a RDC 26/2007 (regulamenta o registro, pós-registro e notificação de medicamentos dinamizados) e as IN 3 (Lista de referências bibliográficas para avaliação de segurança e eficácia de medicamentos dinamizados), 4 (Guia para a realização de estudos de estabilidade para medicamentos dinamizados) e 5 (Limites de potência para registro e notificação). Além destas, a Anvisa inovou criando o acompanhamento do uso dos produtos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), por meio da RDC 21/14, que desobriga por um período de três anos o registro dos produtos, fazendo com eles o acompanhamento do uso por meio de controle dos insumos importados e das notificações de eventos adversos. Neste período foi também publicado o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira em 2011, que oficializa formulações a serem manipuladas em farmácias de manipulação e farmácias Vivas, além de orientar que fitoterápicos podem ser notificados. Este formulário será rediscutido para ampliação e atualização em 2015. Além deste documento, será também discutido em 2015, o Memento de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, com o intuito de orientar a prescrição de fitoterápicos pelos diferentes profissionais atualmente habilitados. A Farmacopeia Brasileira também foi republicada, agora em sua 5ª edição a qual revogou, pela primeira vez, todas as edições anteriores, incluindo novas monografias de plantas medicinais. Está também sendo discutida por meio de consulta pública a Farmacopeia Mercosul, com o objetivo de harmonizar métodos e monografias entre os diferentes países do bloco econômico. A legislação sanitária brasileira (Lei 6360/1976) prevê a regulamentação de produtos apenas nas classes de medicamentos, alimentos, produtos para saúde, saneantes e cosméticos, não havendo uma classe intermediária, como a dos suplementos existente em outros países. Deste modo, produtos com fins Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 35 // medicinais no Brasil são enquadrados como medicamentos e seguem os requisitos aplicados a estes produtos. Sendo uma agência reguladora, a Anvisa não pode inovar, ficando restrita a regulação dos assuntos já previstos em Lei, incluindo nisto as taxas cobradas que não podem ser modificadas. Esta situação dificulta a regulamentação das especificidades das práticas integrativas, quando se discutiu, por exemplo, a criação da Farmácia Viva, não se conseguia prever por meio de RDC características comuns a este tipo de estabelecimento o qual não está definido nas Leis nacionais. Assim, a Farmácia Viva precisava ser regulada seguindo as definições legais de farmácia, apesar de ser a fornecedora do próprio insumo e fazer a dispensação fora do estabelecimento onde ocorre a manipulação, características que não são previstas legalmente para farmácias. Também não houve possibilidade de alterar a taxa de autorização de funcionamento, ou prever o não pagamento das mesmas, mesmo sendo a Farmácia Viva regulamentada apenas para o SUS. Problemas assim também ocorreram na regulação de produtos da MTC, sendo necessário criar o acompanhamento dos produtos, considerando que as previsões legais para medicamentos no Brasil eram difíceis de serem alcançadas por produtos complexos elaborados a partir de diversas matérias-primas obtidas dos reinos animal, vegetal e mineral. Nestes anos, várias discussões e regulamentos foram publicados no intuito de regulamentar adequadamente as práticas integrativas, dentro do que é legalmente previsto, mas alguns pontos ainda não estão claramente resolvidos, sendo necessário avançar na discussão de leis que prevejam as especificidades destas práticas, além disso, a discussão precisa evoluir ainda quanto às outras ainda não reguladas claramente, como os florais e produtos utilizados em outras medicinas, como a KAMPO, UNANI e Ayurveda dentre outras. REFERÊNCIAS 1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: http://portal.Anvisa. gov.br/wps/portal/Anvisa/home. Acesso em: 12 dez. 2014.normas da COFID. V. Disponível em: http://portal.Anvisa.gov.br/ wps/wcm/connect/42f4868048008178ad8dadbdc15bfe28/ Consolidado+COFID+V.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em: 12 fev. 2015. 2. BRASIL. Farmacopeia Brasileira. Disponível em: http://www.Anvisa.gov.br/hotsite/cd_ farmacopeia/index.htm. Acesso em: 12 dez. 2014. 3. BRASIL. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Disponível em: http:// www.Anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/conteudo/Formulario_de_Fitoterapicos_da_ Farmacopeia_Brasileira.pdf. Acesso em: 12 dez. 2014. ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 36 // P17 - Redescobrindo as plantas medicinais na escola. Maria das Graças Lins BRANDÃO1 As plantas têm sido utilizadas como fontes de alimentos e medicamentos por milhares de anos pelos Ameríndios. Os Portugueses e Espanhóis levaram várias dessas espécies para a Europa, ainda no início do século 16, e o uso de remédios de plantas brasileiras como a copaíba (Copaifera spp.), ipecacuanha (Carapichea ipecacuanha) e curares (Chondrodendron spp.) foi expandido para várias partes do mundo. Infelizmente, grande parte das plantas usadas no passado são pouco conhecidas hoje, e isto deve-se, entre outros fatores, à intensa e contínua destruição da vegetação nativa brasileira, iniciada com a exploração do pau-brasil, em 1500. Nosso grupo (CEPLAMT –UFMG) vem se empenhando nos últimos anos em recuperar informações históricas sobre as plantas úteis e medicinais nativas do Brasil, especialmente aquelas de origem Ameríndia. Dados e imagens das plantas são recuperados em acervos bibliográficos e botânicos, depositados em Instituições nacionais e da Europa. As informações tratadas são então devolvidas à população, por meio do banco de dados www.dataplamt.org.br e de publicações. Desde 2011, está sendo desenvolvido também um projeto específico para as escolas públicas do interior de Minas Gerais. As escolas recebem, gratuitamente, vários materiais com informações auto-explicativas sobre as plantas: livros, CDs, documentários, web-série, jogos, cartazes e painéis, além de um mini laboratório no qual os princípios ativos das plantas podem ser detectados a partir de testes muito simples. Estudantes de algumas escolas foram selecionados e foram/ são bolsistas de Iniciação Científica Júnior do CNPq. Eles auxiliam diretamente no desenvolvimento de várias atividades. O trabalho nas Escolas visa, especificamente, despertar vocações científicas. O objetivo de todos os trabalhos é divulgar a importância da biodiversidade brasileira, suas plantas úteis e medicinais e a necessidade de conservá-las. A população é alertada também da necessidade de submeter as plantas brasileiras a estudos científicos, única forma de se transformá-las em produtos de valor agregado e uso coletivo. FINANCIAMENTO: Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (PPM-2010) e Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq 474897/ 2013-3, 405519/ 2013-3, 563563/ 2010-9). 1 CEPLAMT, Museu de História Natural e Jardim Botânico. MG, Brasil; Faculdade de Farmáci, Universidade Federal de Minas Gerais, 30180-010, Belo Horizonte, MG, Brasil.E-mail: [email protected]; Webpage: www.ceplamt.org.br Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 37 // P18 - Fitoterapia no Sistema Único de Saúde do Ceará. Júlio César Oliveira PEIXE 1 É o Campo das práticas integrativas e complementares que contempla sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar e/ou alternativa (MT/MCA). Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas abordagens abrangidas nesse campo são a visão ampliada no processo saúde-doença e a promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado. (Ministério da Saúde – Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde - PNPICS). O Programa Farmácias Vivas, idealizado pelo Prof. Dr. José de Abreu Matos e instituído pela Portaria Nº 886/GM/MS, 20 de abril de 2010, revolucionou a saúde pública no Ceará, em meados de 1983, buscando atender as classes menos abastadas de medicamentos suprindo essa necessidade da população com as Plantas Medicinais e seus derivados. Sendo copiado para o Município de Maracanaú somente em 1990. Levado pela Farmacêutica Dra. Marlene de Andrade e Dr. Matos, permanecendo até os dias de hoje como modelo de atenção primária à saúde. Com a Criação da Lei estadual da Fitoterapia em Saúde Pública No 12.591 de 07/10/1999, veio a consolidação da Fitoterapia no SUS do Estado, seguindo com publicação do Decreto Regulamentar No 016 de 30/12/2009. Regulando assim a lei No 12.591. E em que consiste esta Lei? Nada mais é, na divisão de modelos de Farmácias Vivas em I, II e III, com o intuito de estabelecer normas para implantação dos vários modelos e consequentemente o planejamento de cada modelo de acordo com os níveis de recursos de cada município. O objetivo é atender a grande massa de usuários do SUS, na implantação de hortas de plantas medicinais nas comunidades capacitando a população quanto a: informação, identificação, cultivo, manipulação, qualidade, preparação. Modelo I - Este modelo se aplica à instalação de hortas de plantas medicinais em unidades de Farmácias Vivas Comunitárias e/ou unidades do SUS mantidas sob a supervisão dos profissionais do serviço público estadual/municipal de fitoterapia. Tem como finalidade realizar o cultivo e garantir à comunidade assistida o acesso às plantas medicinais “in natura” e a orientação sobre a preparação e o uso correto dos remédios caseiros, realizada por profissionais capacitados. As preparações caseiras de plantas medicinais são descritas quanto a composição, preparação e uso através de Manual Específico fornecido pela Assessoria Técnica para estes tipos de remédios. Esse Modelo de Farmácia Viva I poderá também ser instalado em escolas públicas como uma metodologia de ensino em Biologia. Modelo II - Este modelo se aplica à instalação de hortas de 1 Prefeitura Municipal de Maracanaú, CE, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 38 // plantas medicinais em unidades de Farmácias Vivas Comunitárias e/ou unidades do SUS, com a produção/dispensação de plantas medicinais secas (droga vegetal) destinadas ao provimento das unidades de saúde do SUS. A matéria-prima vegetal será submetida às operações primárias, em áreas específicas, de acordo com as Boas Práticas de Processamento (BPP) e poderá também ser produzida através do desenvolvimento da agricultura familiar credenciada. A Farmácia-viva II poderá ainda realizar as atividades previstas para a Farmácia-Viva I, atendidas as especificações técnicas desse. Modelo III - Este modelo se destina à preparação de “fitoterápicos padronizados”, para o provimento das unidades do SUS. A droga vegetal para a preparação desses fitoterápicos manipulados deve ser oriunda de hortas e/ou hortos oficiais ou credenciados, desde que processada de acordo com as BPP. Os fitoterápicos serão preparados em áreas específicas para as operações farmacêuticas, de acordo com as Boas Práticas de Preparação. O modelo III poderá ainda realizar as atividades previstas para os modelos I e II. A partir de 2007, devido a pedidos oriundos dos profissionais das Unidades Básicas de Saúde das Famílias – UBASF, foi desenvolvido um pequeno livro capaz de orientar estes profissionais de saúde acerca das preparações da Farmácia Viva para os usuários do SUS, incluindo neste Memento dividido em dois momentos: 1) o uso correto das plantas medicinais, levando ao conhecimento desta população, a concentração da droga vegetal utilizada em cada prescrição, sua posologia, a fórmula do medicamento fitoterápico tradicional e da terapêutica como todo. 2) as outras preparações feitas pela Farmácia Viva, as fórmulas oficinais, oriundas de compêndios oficiais e farmacopeias. Os serviços realizados pela Farmácia Viva de Maracanaú, município com uma população de 210.000 habitantes atendem a: UBASF, com equipe constituída de Médico, Enfermeiro, Odontólogo e Farmacêutico, atendendo uma demanda mensal de 8.000 unidades, com produção de 12 medicamentos fitoterápicos; HOSPITAL, preparando gel para ultrassonografia e gel antisséptico; PROGRAMA DST/AIDS, fornecendo gel lubrificante; Aldeia indígena da tribo dos Pitaguaris Pacatuba/CE (2.940 Hab.), com oficina farmacêutica sobre plantas medicinais e chás. E, ainda, o Programa elaborou um Memento Terapêutico Fitoterápicopara divulgação para os profissionais prescritores. O Horto de Maracanaú tem aproximadamente 10.000m2, 40 canteiros de 10 m x 1 m, conta com dois Farmacêuticos, oito Funcionários, sendo que das 71 plantas do programa Nacional, 41 espécies são da região Nordeste, sendo que 18 espécies são produzidas no horto. Várias são as ações educativas promovidas no Horto, tais como: Semana do idoso, com palestras orientando os idosos no cuidado com a saúde, higiene pessoal com aferição de pressão, glicemia, orientações farmacêuticas sobre medicamentos, medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais. Capacitação aos professores da Escola de Ensino Fundamental Eduardo Carlos Magalhães no bairro de Jaçanaú em Maracanaú.Palestra no Horto da Escola de Ensino Fundamental Eduardo Carlos Magalhães com distribuição de mudas de plantas medicinais.Aulas teóricas e práticas sobre plantas medicinais para alunos de 5° ao 9° Ano, do Polo Base Luzardo Viana.Encontro anual com os índios da aldeia dos pitaguaris no bairro Monguba no Município de Pacatuba, CE.Oficina de manipulação de plantas Medicinais e chás. CRAS Piratininga.Preparo de chás, colônia, cidreira, capim-santo, goiabeira vermelha e supositório de babosa. Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 39 // Relação das plantas medicinais do Comitê Estadual de Fitoterapia do Estado do Ceará Espécie Nome popular uso Mentrasto; erva-de-sãoAgeratum conyzoides L. Analgésico e antiiflamatório joão; catinga-de-bode, etc. Acmella uliginosa (Swartz.) Agrião-Bravo Anestésico Cass. Tratamento tópico de queimaduras e Aloe vera (L) Burm. F Babosa hemorroidas Alpinia zerumbet (Pers.) Colônia Antihipertensivo G.L.Burt et R.M Amburana cearensis (Fr. Al.) A. Cumaru Broncodilatador S.Smith. Bauhinia ungullata Link. Mororó; Pata-de-vaca Hipoglicemiante Chemopodium ambrosioides L. Mastruço; Mentruz; ErvaContusões e fraturas de-Santa-Maria. Curcuma longa L. Açafroa Hipercolesterolemia Cymbopogon citratus Stapf. Capim santo Tranquilizante Eucalyptus tereticornis Smith. Eucalipto-medicinal Balsâmico Foeniculum vulgare Mill. Funcho; erva-doce Insônia Justicia pectoralis var. Chambá Broncodilatador stenophylla Leonard Lippia alba (Mill.) N.E.Brown Erva cidreira; cidreira Tranquilizante, anticonvulsivante e quimiotipo citral-limoneno carmelitana. espasmolítica suave. Lippia sidoides Cham. Alecrim pimenta Antifúngico e Bactericida Mentha arvensis L. Hortelã japonesa; vique Eliminação de gastrointestinal Mentha X villosa Huds Hortelã rasteira Giardiase e amebíase Mikania glomerata Spreng. Guaco Broncodilatador Mormodica charantia L. Melão-de-são-caetano Antimicrobiano gases no Myracroduon urundeuva Fr. All.Aroeira-do-sertão Antiinflamatório e Adstringente Ocimum gratissimum L. Alfavaca-cravo Antisséptico bucal Passiflora edulis Sims. Maracujá Tranquilizante Phyllanthus amarus Schum. Et Quebra pedra Thorn. Plectranthus amboinicus (Lour.) Malvariço Spreng. Plectranthus barbatus Andr. Malva Santa Hipossecretor gástrico Psidium guajava L. Goiabeira vermelha Tratamento da diarréia Punica granatum L. Romanzeira Antimicrobiana, adstringente ISSN 1982-8829 trato Litíase renal Antisséptico bucal e balsâmico antiviral e Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 40 // Spondias mombin L. Cajazeira Herpes simplex Symphytum officinale L. Confrei Cicatrizante Tabebuia avellanedae Lor. Ex Pau d’arco - Ipê roxo Adstringente, Tendinite Grised. Ipê-roxo-da-mata Zingiber officinale Roscoe. Gengibre Digestivo P18 - O ensino da fitoterapia nos cursos de graduação da área de Saúde. Benilson Beloti BARRETO 1 A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos reforçam a necessidade de formação de recursos humanos e educação permanente dos profissionais relacionados às plantas medicinais e fitoterápicos. Uma das principais ações definidas nas diretrizes dessas políticas é a introdução de disciplinas sobre o tema nas graduações e pós-graduação. Vários conselhos de classes profissionais da área da saúde (Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Odontologia) apresentam resoluções que reconhecem as práticas integrativas, entre elas a Fitoterapia, como especialidade e/ou qualificação do profissional de saúde. Assim, verificou-se na matriz curricular desses cursos a presença de disciplinas referentes ao tema Plantas Medicinais e Fitoterapia em Instituições de Ensino Superior públicas federais. A análise dos dados obtidos mostrou que apenas o curso de Farmácia oferece disciplinas obrigatórias sobre Plantas Medicinais e Fitoterapia. Das instituições de ensino superior pesquisadas, trinta e seis oferecem disciplinas eletivas sobre o tema. Os dados obtidos indicaram que o curso de Farmácia oferece o maior número de disciplinas eletivas sobre o tema selecionado, enquanto Fisioterapia e Odontologia oferecem o menor número de disciplinas eletivas. Tal resultado é ratificado por diversos estudos publicados em que os profissionais relatam a falta de conhecimento sobre o tema, como principal dificuldade para atuação na área de Fitoterapia. Assim, conclui-se que há disciplinas obrigatórias somente no curso de Farmácia e as disciplinas eletivas ainda não são constantes em muitos cursos de saúde. Para atingir a qualificação profissional é fundamental a discussão para inclusão de disciplinas nos cursos de saúde. 1 Departamento de Atenção Básica- Ministério da Saúde, Brasilia, DF, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 41 // MC01 - Fitoterapia para todos: do conhecimento científico à prática popular. Catarina Vilar VIANA 1 Rinalda Araujo Guerra OLIVEIRA 2 Existe o ditado ‘’ o natural não faz mal‘’, que tem como contraponto o fato de os mais potentes venenos vêm da natureza. Sendo assim, as ações que visam à promoção do uso racional das plantas medicinais e dos fitoterápicos na saúde se revestem de grande importância, porque a população tradicionalmente as utiliza, ainda que, muitas vezes de forma incorreta, e sem a observação de cuidados necessários à garantia da eficácia. Assim, o minicurso teve início com a apresentação dos conceitos Fitoterapia e plantas medicinais, bem comocom a descrição das principais formas de preparo: Infusão: utilizada para plantas medicinais ricas em componente voláteis, como aromas delicados e princípios ativos que se degradam pela ação combinada da água e do calor prolongados. Banho: são utilizadas principalmente as partes mais frágeis das plantas, como flores, botões ou folhas. Cataplasma: Consiste na aplicação, sobre a pele, de uma substância pastosa entre dois panos finos, ao qual podem ser adicionadas diversas plantas com poderes curativos em seguida aplicada. Compressa: Uma compressa pode ser feita embebendo-se panos, chumaços de algodão ou gaze no infuso, decocto ou sumo da planta dissolvido em água. Outros métodos de utilização foram citados, tais como Inalação, Maceração, Óleos, Suco ou Sumo, Pó e Xaropes. Exemplos deplantas com ação em cada sistema do corpo humano foram apresentados. Plantas com Ação Estimulante: Café (Coffea arábica. L) – seu principio ativo é a cafeína. Éindicado para indisposição, sonolência, cefaléia e tem ação diurética. As partes usadas são as sementes e o modo de preparo é decocto. Alucinógenos – Maconha (Cannabiis sativa) – são diversos estudos e trabalhos científicos, efeitos clínicos, reconhecimento de suas ações terapêuticas. As suas ações são analgésica, estimulante do apetite, evita vômitos e náuseas que são decorrentes da quimioterapia com pacientes com câncer. No Brasil a planta é conhecida como alucinógena. Plantas Ulcerogênicas: têm propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes. Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia), indicada para gastrites, úlceras. A parte usada são as folhas e ramos. Pode serpreparada por infusão, tintura, cápsulas. Plantas que agem no Aparelho Respiratório: Alho (Allium sativum. L) – diminui o colesterol, diminui a secreções, viroses, hipertensão arterial e verminoses. Parte usada bulbo. Tem atividade anti-inflamatória e é contra – indicado para pacientes com gastrites, pois causa irritação no trato digestivo. Saúde Bucal – Cravo da Índia (Syzygium aromaticum) – possui eugenol, ceras e gomas, flavonoides. Tem ação antioxidante, anti-agregante plaquetário (protege contra trombose), possui ação antimicrobiana contra fungos e bactérias. Trato Urinário – Aroeira ( Schinus terebinthifolia 1 Centro de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde –Cpics, Prefeitura Municipal de João Pessoa, PB, Brasil. 2 Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal da Paraiba –UFPB, João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 42 // rod) – tem ação adstringente, anti-inflamatória,hemostática, cicatrizante e antimicrobiana contra fungos e bactérias. Sistema Nervoso Central (SNC) – Papoula Oriental (Papaver somniferum) – seu principal uso é atenuar as dores, principio ativo é a morfina, um alcaloide, extraído do ópio. É um poderoso analgésico e causa dependência. Um ponto importante levantado durante o mini-curso que deve ser observado quando utilizadas plantas terapêuticas é o efeito toxico que podem ocorrer, e a quantidade que deve ser utilizada para evitar esses efeitos. É importante também observar as restrições quanto ao por gestantes.Na visão holística, o homem é composto por pensamentos, desejos, emoções e sentimentos que refletem nas condições de vida de cada um. Portanto, primeiramente para ter saúde é preciso ter paz, saúde mental. Para conquistá-la é necessário conectar-se com o próximo, afastar o egocentrismo. Além disso, é importante promover o equilíbrio energético. A fitoterapia tem o potencial de energizar o homem com a natureza do qual é oriundo. Por isso, apresenta-se como uma terapia coadjuvante à vigente para se alcançar a promoção, prevenção e recuperação da saúde e da energia vital. MC02 - Bases da Terapia Comunitária. Muna Muhammad ODEH 1 A Terapia comunitária (TC) nasceu no Brasil com a tentativa de dialogar entre o conhecimento científico e a sabedoria popular, buscando soluções para conflitos e sofrimentos humanos. A metodologia da Terapia Comunitária (TC) foi criada e sistematizada pelo psiquiatra e antropólogo Adalberto Barreto no ano de 1987 na Favela de Pirambu/Fortaleza/Ceará. Ela surgiu devido à necessidade de atendimento a milhares de pessoas com problemas emocionais e psíquicos e adequação das propostas acadêmicas de promoção a saúde às reais carências apresentadas pela comunidade. Esta técnica pode ser utilizada nas comunidades de bairro, equipes de trabalho, empresas, escolas, dentre outros grupos. A TC sai da ideia de terapia individual para o comunitária. Assim, Esse projeto se estendeu de espaços abertos à comunidade até a hospitais públicos a órgãos privados, no intuito de construir laços sociais, apoio emocionais, troca de experiências, prevenção de doença. Essa pratica tem como objetivos reforçar a dinâmica interna através da descoberta pelo individuo de seus valores, potencialidades, autonomia e independência, além de reforçar a sua autoestima, valorizar o papel da família e da rede relacional, facilitar a comunicação entre as diferentes formas de saber: popular e científico.A criação dessa metodologia está embasada e motivada pela constatação de que as pessoas carentes vivendo problemas os mais variados demonstram, ao mesmo tempo, riqueza nas possibilidades de soluções. Entende-se que os profissionais de saúde, educação e áreas sociais devem ser um instrumento catalisador das soluções emergentes da própria comunidade, arregimentando-se os vínculos sociais, as redes de solidariedade e melhorando a auto-estima. Dessa forma, a terapia comunitária é uma roda onde há partilha de 1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília –UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 43 // experiências e sabedoria, na qual o acolhimento e o respeito ao outro é fundamental. Nesse processo todos são corresponsáveis na busca de soluções para sofrimentos e problemas do cotidiano. Sendo que todos os comentários são relevantes e incluídos no grupo, havendo assim o fortalecimento dos vínculos sociais e os conflitos são redimensionados. Os preconceitos e estereótipos são quebrados, a reconquista de espaços comunitários saudáveis, onde são encontrados valorização, aconchego e confiança, á troca de vivências e sentimentos, como também a partilha de canções, provérbios, poesias, lendas; tudo é material que enriquece os grupos de trabalho e faz de cada um deles uma experiência única e marcante. Está construída em cinco pilares: resiliência (o enfrentamento das dificuldades produz o saber para superar as adversidades contextuais; processo de sair da inércia para o movimento); pensamento sistêmico(sou parte do problema e parte da solução); Antropologia Cultural (quem sou passa pelo que creio, como ando, falo, como me visto); Teoria da Comunicação (tudo é comunicação); Paulo Freire (aprendizado por meio da vivência, o aprendizado a partir de uma situação). Seguindo o modelo co-participativo, que se baseia na busca de identificar potenciais e na circulação da informação, suscita a corresponsabilidade, onde cada um é parte do problema e da solução, cada um procura mudar a si mesmo e não mudar o outro. No Distrito Federal existe o Movimento Integrado de Saúde Comunitária do Distrito Federal (MISMEC-DF) que é uma organização sem fins lucrativos que trabalha com a formação de terapeutas – sendo que tal formação pode ser feita por qualquer pessoa basta o interesse pelo assunto. Com a terapia comunitária e sabendo-se que a maior parte dos quadros de saúde mental podem ser tratados sem o uso de medicamentos e internações em hospitais psiquiátricos, a terapia comunitária é uma alternativa interessante e daí a existência de centros e serviços para orientação em saúde mental como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residências Terapêuticas (SRT), os Centros de Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos CAPS III). Ao término do minicurso foi feita uma Roda de Terapia, que é um espaço de conversa, escuta, partilha de sentimentos e experiências de vida a qual tem o objetivo as trocas, aprendizados uns com os outros e de fazer com que as pessoas percebam que não são só elas que possuem problemas e sim que existem outras pessoas com problemas mais delicados, fáceis ou até difíceis de serem solucionados. A Roda de Terapia foi organizada em círculo para que as pessoas pudessem ter uma melhor visão em relação às outras, algumas pessoas falaram sobre situações que lhes causam angustia, tais como: insegurança em frente ao mercado de trabalho, a falta de respeito pelo próximo, entre outros, diante disso, a situação de aflição compartilhada fora escolhida pelas pessoas que compunham a roda, e subsequente a votação, perguntas foram feitas para a pessoa cuja ânsia tinha sido escolhida, posteriormente as pessoas da roda puderam compartilhar situações que as fizeram tomar grandes decisões para que pudessem alcançar seus desejos, ou seja, abrir mão de algo em prol de outra coisa. ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 44 // MC03 - Como sistematizar resultados para registros de evidências. Edgard Merchan-HARMANN1 Evidência, na língua portuguesa, indica a certeza manifesta, enquanto na língua inglesa significa a comprovação de algo. O registro é a etapa mais importante para a sistematização de resultados, devendo-se optar pelos métodos qualitativos ou quantitativos.As fontes de evidências são: Levantamentos de dados (já existentes), Coleta de dados (novos), Observação e registros de fatos, coleta de dados a partir de fatos ou de outras formas de expressão.A análise dos dados para a construção de evidência depende do método, podendo ser: Quantitativo, por meio de cálculo de indicadores, ou qualitativos, por meio da determinação de categorias, sistematização do material, análise e interpretação, qualificação ou clínica. Vivemos na hegemonia da ciência dura (Hard Science), supostamente baseadas em ciências exatas, utilizando métodos quantitativos. Contudo, a ciência deve ser ampla o suficiente para responder a questões de acordo com a complexidade e diversidade de objetos variados. Assim, Evidência é aquilo que comprova, descarta ou refuta. É uma certeza manifesta; objeto de conhecimento que não comporta dúvida quanto sua veracidade ou falsidade. O Registro é importante para criar evidências e comprovações. Objetos legítimos de pesquisa são variados, tais como dor (presença ou ausência); limitação, incapacidade, deficiência; qualidade de vida; felicidade; “bem viver (welfare)”, felicidade suprema. As Fontes de Evidênciaconsistem em levantamento de dados já existentes (quantitativo); coleta de novos dados (qualitativo ou quantitativo); observação e registros de fatos (qualitativo ou quantitativo). Os métodos de estudo das fontes de evidência dependem da pergunta norteadora da pesquisa, quer utilizando métodos quantitativos (epidemiológicos/estatísticos), quer qualitativos, por meio da expressão do paciente, e dependem também de dados da realidade. Métodos quantitativosreferemse a epidemiologia/estatística; categorização de variáveis; tubulação; cálculo de indicadores; análise de associações entre variáveis. E Métodos qualitativos são mais utilizados nass ciências sociais e humanas; arte e crítica cultural. A importância de registrarreside na possibilidade de formação de dados de pesquisa. O registro de evidências parte de uma pergunta inicial. Por exemplo, “Qual a resolutividade da homeopatia no tratamento de doenças respiratórias nos centros de saúde do DF?” Para responder a essa pergunta há necessidade de certas informações fundamentais, tais como: Sexo, Idade, percepção do indivíduo ao tratamento farmacológico e em relação ao homeopático, credibilidade dos profissionais e usuários, acesso ao medicamento, adesão, aparecimento de efeitos adversos e tempo de tratamento. É importante lembrar a necessidade de o trabalho ser aprovado por comitê de ética antes de ser iniciado. 1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília –UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 45 // MC04 - Meditação: um caminho para o autoconhecimento, autocuidado e autotransformação. Ana Beatriz Duarte VIEIRA Valéria Ciryaco da Silva FROTA1 A meditaçãoexiste há centenasde anos e é cada vez mais praticada no Ocidente.Muitas técnicas de meditação exigem a quietude e o silêncio. Mas para amaioria das pessoas, o estresse acumulado em nosso corpo/mente torna isso difícil. Antes depoder acessar a casa de força interior da consciência, há necessidade de liberar tensões. O minicurso ocorreu de forma essencialmente prática. A primeira consistiu em comer uma uva passa ou uma castanha, naturalmente.Foram feitos exercícios de respiração, e logo depois foi solicito que os participantes ingerissem uva passa ou castanha, mas dessa vez,tendo consci^ncia do alimento o alimento dentroda boca, antes de mastigá¬lo. Após inspirações e expirações lentas, pausadas e profundas foi solicitado que os participantes saboreassem o alimento de maneira lenta e apreciativa e, em seguida, foram indagados a relatar a experiência . No dia a dia, na maioria dos momentos, as pessoas não se concentram ao exercerem tarefas vitais, deixando de apreciar coisasessenciais para o bem estar. Durante o minicurso foram abordadas as principais maneiras de se realizar a meditação, local, tempo e modo deexercício, os mitos presentes na cultura ocidental.Foram realizadas técnicas de meditação, com música relaxante e movimentos leves e ritmados, que exercitam a paciência, calma e equilíbrio.O mais importante é concentrar na própria respiração, pois namaioria das vezes , as pessoas respiram de forma superficial: Inspirar lenta e profundamente. Esperar uma média de quatro segundos eExpirar também de maneira lenta. Esperar mais uma vez em média quatro segundos para inspirar novamente. Meditar é uma experiência que proporciona bem-estar, autocontrole, de inestimável valor para os profissionais, para que assim, ao cuidar de si mesmos são capazes de cuidar melhor de seus pacientes. 1 Gerência de Práticas Integrativas em Saúde –GERPIS, Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil. E-mail: [email protected] MC05 - Gestão de referências bibliográficas e criação de bibliografias. Luiz Alberto SIMEONI 1 Com o advento da tecnologia, o acesso à informação foi aprimorado, e para gerenciá-las existem 1 Laboratório de Farmacologia Molecular ,Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasilia, DF, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 46 // programas adequados, como EndNote (pago), o Mendeley (gratuito) e o Zotero (gratuito). Tais programas são utilizados para armazenar e organizar referências bibliográficas. O criador do programa EndNote teve a ideia de criá-lo ao ver sua esposa dedicando muito tempo às citações de sua dissertação. O programa possibilita a criação de bibliotecas de referências bibliográficas, buscar referências de outras bases de dados, ligar referências com documentos do Word e gerenciar referências de acordo com as normas de cada periódico científico. Também pode utilizar o programa online pelo link “ web of science”, que trará ainda informações como o índice H, que mostra quanto seu arquivo está sendo citado em outros trabalhos. Uma limitação a está relacionada com as informações baixadas pelo EndNote. Esses dados são salvos no disco rígido do computador, incluindo os arquivos anexados, como os PDF dos artigos. Entretanto, estes dados permanecem apenas no computador do usuário, no qual existe o risco de perda ou extravio, as quais não são disponíveis online pelo EndNote Web. Durante o minicurso foi mostrado o passo a passo de cada parte desde a criação de uma nova biblioteca até a edição de um novo estilo de formatação.. Em casos de o programa não conter o estilo de citação desejado, ou uma referência, esses podem ser inseridos manualmente. Ao final da edição, o trabalho redigido conterá as referências bibliográficas devidamente editadas, localizadas e redigidas de acordo com as opções desejadas. MC06 - Fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa – Práticas Corporais. Aristein Tai-Shy WOO 1 Para compreender qualquer tipo de racionalidade médica, é necessário que se compreenda o conceito de saúde - seja como ausência de doença, seja como equilíbrio de diversos fatores que influenciam nas pessoas. Na medicina tradicional chinesa, utiliza-se o conceito de yin e yang (contemplação e análise da natureza) onde tudo possui dois lados, um lado iluminado e outro sombreado; onde ambos os lados podem se inverter em variadas situações. Além disso, o entendimento da doença, desenvolvimento, diagnóstico e tratamento se diferem da medicina ocidental onde pode se observar a existência de um raciocínio multidirecional e multicausal. A pessoa humana na MTC é vista como feita de conexões através de rede de meridianos e pontos, que são locais que passam o Qi - formador de todas as coisas existentes no universo. O Yin é o lado sombreado da montanha e o Yang é o lado da montanha no qual batem os raios do sol. Quando o sol se move, o lado que era sombreado fica iluminado e o lado iluminado fica sombreado. Há 5 fases que correspondem aos 5 elementos (fogo, terra, metal, água e madeira) e um gera e controla o outro. Por exemplo, o fogo gera a terra que gera o metal que gera a água e esta, por sua vez, gera 1 Gerência de Práticas Integrativas em Saúde –GERPIS, Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 47 // a madeira. Um se transforma no outro. Ação sobre o exterior acontece por intermédio das práticas corporais como a automassagem. A ação sobre os órgãos internos (Zang fu) pode ser dividida em massagem por ação respiratória e também em circulação do Qi dos meridianos para que eles cheguem aos orgãos internos. Os pulmões são ligados ao metal e ao outono e são responsáveis por extrair o Qi do ar e mistura-o com o Qi dos alimentos e o pré-natal (que é herdado dos ancestrais) do rim para nutrir todo o corpo. Quanto melhor a absorção do Qi, melhor o pulmão cumprirá a função. A pessoa saudável sente tristeza e é mesquinha, além de ser angustiada e irresponsável. O pulmão é o órgão ligado à coragem, pureza e generosidade. O rim faz par com a bexiga e está relacionado à água e a estação é o inverno. O rim armazena o Qi pré-natal. Quando o indivíduo tem alguma patologia, ele sente medo, indecisão, dor lombar e no joelho, tem osteoporose e envelhecimento prematuro. E se a pessoa está bem, ela é branda e delicada. O fígado faz par com a vesícula biliar e mantém a harmonia do fluxo e Qi. O elemento é a madeira e a estação é a primavera. Pessoas saudáveis tem unhas fortes e intelogência com benevolência. Já pessoas doentes apresentam irritabilidade, raiva, tremores, AVC, dores e TPM. O coração está pareado com o intestino e governa o Qi e o sangue. Se a pessoa estiver doente, ela fica apática e insensível. A estação do coração é o verão. O baço está pareado com o estômago e é responsável pelo transporte e pela transferencia dos alimentos, retirando o Qi deles. Está associado ao elemento terra e dá vigor muscular, espontaneidade, hospitalidade, quando a pessoa está saudável. Atualmente são oito os principais métodos de tratamento da Medicina Tradicional Chinesa: fitoterapia chinesa (fármacos), acupunctura, tuina ou Tui Ná (massagem e osteopatia chinesa), dietoterapia (terapia alimentar chinesa), auriculoterapia (tratamento pela orelha), moxabustão e ventosaterapia. Práticas físicas (exercícios integrados de respiração e circulação de energia, e meditação como: Chi Kung, o Tai Chi Chuan e algumas artes marciais) são consideradas métodos profiláticos para a manutenção da saúde ou formas de intervenção para recuperá-la. Dessa forma, a terapêutica baseada na medicina tradicional chinesa tem o objetivo de restabelecer o fluxo da energia vital pelo organismo, e para isso surgiram então as diversas práticas dessa medicina tradicional chinesa. MC07- O agente comunitário de saúde e o uso racional de medicamentos. Janeth Oliveira NAVES 1 Noemia Urruth Leão TAVARES O agente comunitário de saúde é reconhecidamente um trabalhador, que tem um importante papel na organização de algumas ações de saúde, na promoção do cuidado da saúde da população, na conscientização para o autocuidado e na divulgação de informações essenciais à saúde. É o disseminador fundamental na gestão de ensinamentos seguros sobre o uso correto e racional de medicamentos para a manutenção da saúde das pessoas atendidas. A Política Nacional de Assistência 1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasilia. DF, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 48 // Farmacêutica do Ministério da Saúde é parte integrante da Política Nacional de Saúde, e envolve um conjunto de ações para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde, tendo o medicamento o seu insumo essencial. Nesse sentido, é fundamental o papel o agente para a promoção do uso racional de medicamentos que ganha importância na dimensão do acesso racional, caracterizando o medicamento como instrumento às ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. O agente comunitário humaniza o atendimento e traz orientações valiosas para que o cidadão possa fazer o uso racional de medicamentos e ter uma efetiva melhora em sua saúde e consequentemente um efetivo aumento em sua qualidade de vida. Vários problemas são observados e são comuns no dia-a-dia da população entre eles o uso incorreto de medicamentos, a posologia, a guarda dos mesmos em lugares incorretos, além da automedicação, com isso é necessário e importante maior conhecimento desses problemas pela comunidade principalmente em relação ao uso racional de medicamentos (quando os pacientes recebem os medicamentos apropriados à sua condição clinica, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo possível). Uma das formas de levar a esse uso consciente seria a instrução da população por intermédio dos agentes comunitários. Muitas vezes coisas simples levam a confusão da população, desde termos como a distinção entre remédio - que é todo e qualquer tipo de produto que não passa por processo de fabricação e medicamento - que é um produto que passa por um processo técnico para a sua fabricação que é vendido em drogarias, farmácias magistrais e modificada ou explora sistemas fisiológicas ou estados patológicos. O agente de saúde tem papel fundamental na informação, então conhecimento básico sobre orientação no que se refere às formas farmacêuticas, fazendo com que o medicamento seja administrado de forma correta. A partir disso, é importante falar sobre o papel dos medicamentos, uma vez que o agente de saúde não é especialista na área. O agente pode ter conhecimento das informações do medicamento, para que detecte algum erro no tratamento. Essas informações devem ser fornecidas pela equipe de saúde local. O agente deve saber a eficácia clínica, indicações definidas, margens de segurança, reações adversas conveniência de uso, administração, contra¬indicações, etc. O acesso é deve ser bem avaliado, pois deve¬se levar em consideração o custo, disponibilidade no sistema. R01 - Avaliação do uso de plantas medicinais por idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família em Ceilândia-DF. Letícia Santana da Silva SOARES 1 Paula Melo MARTINS O uso de plantas medicinais é uma alternativa para a manutenção da saúde ou o tratamento de doenças de muitas comunidades. O reconhecimento e resgate do saber local sobre plantas medicinais são fundamentais, pois a inserção das práticas integrativas e complementares ao SUS, através da 1 Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília - UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected]. Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 49 // PNPIC, traz valorização da diversidade cultural e fortalecimento da fitoterapia como alternativa de tratamento. Para tanto, procurou-se saber sobre o conhecimento das plantas medicinais utilizadas por idosos cadastrados na ESF em Ceilândia/DF.A pesquisa foi feita através de questionário semiestruturado, com entrevistas realizadas com idosos cadastrados na ESF do CS 04-Ceilândia. A análise dos dados foi descritiva com uso de distribuição de frequências e os resultados obtidos foram processados e analisados pelo software Epi-Info®.Dos 50 idosos entrevistados, 66% (n=33) utilizavam plantas medicinais para tratar enfermidades e destes, 75,8% (n=25) disseram já ter se curado ao fazer uso exclusivo de plantas medicinais. Das 32 espécies citadas, as mais frequentes foram: erva cidreira (18/20,68%), camomila (11/12,65%), capim santo (11/12,65%), boldo (7/8,05%), erva doce (6/6,89%) e gengibre (6/6,89%). Sobre o efeito das plantas medicinais, 39,4% (n=13) disseram ser forte e 36,4% (n=12) moderado. Sobre já terem sentido algum mal estar durante o uso, 93,9% (n=31) declararam nunca terem sentido.Assim, foi possível termos um panorama geral sobre uso e conhecimento das plantas medicinais pelos idosos. Esse projeto vem fomentar a necessidade de ampliação e fortalecimento das práticas integrativas e complementares dentro do SUS, já que existe conhecimento popular para respaldar esse uso. R02-Plantas medicinais no contexto da permacultura: relato de experiência. Alynne Mendonça Saraiva NAGASHIMA 1 Francisco Douglas Cabral LEITE Fábio Henrique de Miranda dos SANTOS Ivonilde Alves TEIXEIRA Maria de Oliveira FERREIRA FILHA Permacultura é um conhecimento transdisciplinar, que abrange práticas ancestrais com tecnologias modernas, que englobam a agricultura, arquitetura, design, ciências naturais, economia solidária, geografia e biologia, utilizando-se de elementos como plantas, animais, edificações e infraestruturas, relacionados ao uso da água, da energia e das comunicações, para proporcionar práticas alternativas de sustentabilidade e promover a interação do ser humano e natureza. Sendo assim, esse trabalho objetiva relatar a experiência do cultivo de plantas medicinais dentro do contexto da permacultura. Trata-se de um relato de experiência sobre o cultivo e conhecimento das plantas medicinais durante as práticas da permacultura, realizadas no Centro de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde “Equilíbrio do Ser”, no município de João Pessoa/PB. A permacultura iniciou-se em 2012 e vem sendo realizada como uma prática integrativa de cuidado, à medida que estabelece a visão do ser humano como parte integrante da natureza. Essa prática é realizada 1 Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, PB, Brasil. E-mail: [email protected]. ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 50 // por três terapeutas juntamente com os usuários, duas vezes por semana. Profissionais e usuários construíram mandalas, nas quais foram cultivadas em torno de 20 tipos de plantas medicinais e estudadas suas propriedades, formas de uso e contra indicações. Os usuários fazem uso das plantas e repassam o conhecimento adquiridos em feira realizada quinzenalmente nos serviço, e aberta ao público. A partir do cultivo das plantas medicinais, os usuários tomam conhecimento sobre seus benefícios, de forma responsável e racional e assumem uma posição de pertencimento à natureza, bem como repassam os ensinamentos construídos para a família e comunidade. AGRADECIMENTOS: Aos usuários que fazem parte da Permacultura do Centro de Práticas Integrativas e Complementares “Equilíbrio do Ser”na cidade de João Pessoa/PB. R03 - Uso de plantas medicinais pelos agentes comunitários de saúde. Alynne Mendonça Saraiva NAGASHIMA 1 Jefferson Washington Corcino FREIRE Priscilla Maria Castro SILVA Maria de Oliveira FERREIRA FILHA As ações com plantas medicinais no SUS, acontecem prioritariamente na Saúde da Família, pelos fundamentos e princípios desse nível de atenção e pela característica terapêutica, que envolve interação entre saberes, parcerias nos cuidados com a saúde, ações de promoção e prevenção, entre outras. Nesse sentindo, o objetivo da pesquisa foi, conhecer as plantas medicinais utilizadas pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS), acreditando ser este profissional um dos grandes responsáveis pela disseminação e troca de saberes entre a comunidade e o serviço. Pesquisa quantitativa, exploratória e transversal, realizada entre os meses de outubro e novembro com 32 ACS da cidade da Cuité-PB, através da aplicação de questionário. Dentre os participantes 75% afirmaram utilizar plantas medicinais no cotidiano. O boldo foi a planta mais utilizada com 19%, tendo como principal forma de uso o chá (62%) e 62,5% referiram não conhecerem os efeitos tóxicos das plantas. Dos ACS entrevistados, 81,25% afirmaram já ter participado de algum evento sobre plantas medicinais e 78,12% indicam o uso de plantas medicinais na comunidade em que trabalha. No entanto, 50% disseram não discutir sobre esse assunto com a equipe. Observou-se que os ACS são profissionais importantes na disseminação do uso de plantas medicinais na comunidade. No entanto, embora tenham participado de eventos sobre a temática, o estudo demonstrou conhecimento incipiente sobre a toxicidade das plantas e fragilidade no envolvimento da equipe de saúde no que concerne ao conhecimento, e importância desse recurso para a comunidade. 1 Universidade Federal de Campina Grande -UFCG, PB, Brasil. E-mail: [email protected]. Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 51 // R04-Plantas medicinais como alternativa na atenção primaria em uma comunidade rural de Monte Azul, MG. Eurislene Moreira Antunes DAMASCENO 1 Jose Fernando CAMARGO Alexandra CUSTODIO Bruna FERNANDES Thiago XAVIER Sibele Nascimento AQUINO O uso terapêutico das plantas medicinais tem levantado grande interesse na área da saúde, pois gera conhecimentos úteis ao desenvolvimento de novos medicamentos, tem sido muitas vezes o único recurso no tratamento e na cura de enfermidades, principalmente nas regiões mais pobres do país. O objetivo do presente trabalho é identificar a ocorrência do uso de plantas medicinais em residências da comunidade Cana Brava município de Monte Azul, MG, quais plantas utilizadas por esses moradores, verificar o conhecimento sobre forma de preparo, reconhecimento, obtenção e conservação da planta, com quem esses moradores aprenderam a utilizar tais plantas e se utilizam de forma correta, com a finalidade de prevenir, controlar ou reduzir os valores tensionais do uso de plantas medicinais. Para a obtenção dos dados optou-se pela pesquisa exploratório-descritiva, a amostra correspondeu a 100 moradores da comunidade, representando aproximadamente 10% da população, a coleta foi realizada por meio de um formulário estruturado, o trabalho foi enviado para o comitê de ética com parecer número 83827. Através da coleta realizada, foram selecionadas para estudo as cinco plantas mais citada pelos entrevistados, são elas: Transagem (Plantago major), Boldo (Plectranthus barbatus Andrews), Jatobá (Hymenaea Stigonocarpa Mart), Hortelã (Mentha ) e Velame do campo (Croton campestris). A maioria das plantas utilizadas são preparadas na forma de chá (82%) e obtidas em cultivo próprio (78%), sendo que, em geral, o conhecimento sobre o uso e modo de preparo da plantas medicinais foi obtido dos familiares (82%). Quanto ao sexo dos entrevistados predominou o feminino com (87%) mulheres e (13%) homens. A faixa etária predominante foi de 35 a 60 anos, o grau de instrução predominante foi o ensino fundamentalincompleto e a transmissão do conhecimento predominou a tradição oral. A maioria das espécies citadas e utilizadas popularmente possui atividade farmacológica já comprovada na literatura necessitando, no entanto, de orientação correta sobre seu cultivo e emprego terapêutico. A pesquisa revelou um quadro de enorme riqueza cultural associado às precárias condições econômicas vividas pela maior parte de sua população. 1 Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, MG, Brasil. E-mail: [email protected]. ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 52 // R05 - O ensino das práticas integrativas e complementares na graduação de enfermagem. Priscilla Maria de Castro SILVA 1 Alynne Mendonça Saraiva NAGASHIMA As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) abarcam recursos terapêuticos que procuram estimular as possibilidades naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras. Estas práticas abordam o processo saúde-doença de maneira diferenciada, possibilitando uma ampliação das possibilidades terapêuticas, contribuindo para um cuidado integral. O ensino das Práticas Integrativas nos cursos de saúde permite uma reflexão sobre esses recursos enquanto formas de cuidado complementares ao modelo biomédico. Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de ensino das práticas integrativas em uma universidade pública. Trata-se de um relato de experiência sobre o ensino das PICs na Universidade Federal de Campina Grande. A disciplina que aborda esses recursos é intitulada de Terapias Complementares em Saúde e está instituída na grade curricular do Curso de Bacharelado em Enfermagem, como disciplina optativa. A disciplina contribuiu para a formação crítica dos discentes, através do conhecimento sobre as PICs e a importância dessas para a promoção de um cuidado ético do ser humano. Percebeu-se como principal dificuldade a quebra do paradigma hegemônico do ensino biomédico, presente nos cursos de saúde nas instituições de ensino. No entanto, a disciplina permitiu importantes reflexões e discussões sobre formas complementares de cuidado e sobre uma visão integral do ser humano perante o processo saúde-doença. A formação de profissionais com conhecimento das PICs faz-se necessária, já que essas práticas estão pautadas em uma escuta qualificada, no resgate da identidade cultural, e na relação de corresponsabilidade do usuário no seu processo de cuidado. 1 Universidade Federal de Campina Grande -UFCG, PB, Brasil. E-mail: [email protected]. R06 - Análise dos efeitos da acupuntura em pacientes com dor na Unidade de Saúde da Família do Candeal. Renata ROSEGHINI 1 Gabriele Galvão Santos de SANTANA Juliana Guimarães de SOUZA A acupuntura é um antigo método terapêutico da Medicina Tradicional Chinesa que consiste em estimular determinados pontos espalhados pelo corpo (chamados de acupontos) inserindo agulhas, a fim de restaurar e manter a saúde do corpo e da mente. Segundo o princípio da acupuntura, a dor é resultante de um desequilíbrio energético envolvendo o Yin/Yang, os Cinco Elementos e os Doze 1 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP, BA, Brasil. E-mail: [email protected]. Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 53 // Meridianos, e que pode ser amenizada reestabelecendo este equilíbrio. Este trabalho analisou o efeito da acupuntura em pacientes com dor na USF Candeal, Salvador-BA ao longo de oito meses. Foram selecionados 6 pacientes e a coleta de dados foi realizada através do preenchimento das fichas de anamnese elaboradas de acordo com os princípios da Medicina Tradicional Chinesa e da aplicação do Inventário Breve de Dor, antes da primeira sessão e após a última sessão. Os resultados demonstraram que houve melhoras nas dores iniciais, além dos sintomas gerais (como sono, humor, regularidade intestinal). Desta forma, a acupuntura mostrou ser uma técnica eficaz para o tratamento de pacientes com dores crônicas e de possível aplicação em unidades básicas de saúde, reforçando as diretrizes das Práticas Integrativas e Complementares no SUS. R07 - A acupuntura como prática complemnetar no tratamento de pacientes com doença falciforme. Renata ROSEGHINI 1 Aline Taranto CARLETTO Ana Luisa Valadares CERQUEIRA A Doença Falciforme é considerada, no Brasil, a doença hereditária mais frequente, sendo que a dor configura-se como a complicação mais frequente da doença falciforme e é a sua primeira manifestação, podendo ser revertida com o uso de anti inflamatórios ou analgésicos, mas sem controle satisfatório do quadro. A acupuntura vem ganhando visibilidade como técnica complementar ao tratamento medicamentoso para diversas doenças e no controle da dor. Este trabalho visa avaliar a conduta terapêutica e o efeito da acupuntura em pacientes com Doença Falciforme. Os pacientes cadastrados no Programa Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme se submeteram a dez sessões semanais de acupuntura na EBMSP, SalvadorBA. utilizando-se pontos de equilíbrio energético (SU) e pontos sintomáticos, de acordo com o diagnóstico energético. Foram analisadas 14 fichas de anamnese, observando-se os dados de alterações energéticas, presença dos sintomas e variações na escala de dor (Inventário Breve de Dor). Os dados coletados indicam a localização predominante da dor nos meridianos da Bexiga (58,7%) e Vesícula Biliar (71,4%), presença da dor do tipo Yin (100%) e alterações energéticas nos meridianos do Baço-Pâncreas (100%), Rins (85,7%) e Fígado (85,6%). Os pacientes encontramse em fase de tratamento e, portanto os dados sobre os efeitos da terapia ainda são inconclusivos. No entanto, pode-se notar pelos dados preliminares que houve uma queda nos níveis da escala de dor na maioria dos pacientes, sugerindo que a utilização da acupuntura pode ser um método complementar eficiente no tratamento de pacientes com Doenças Falciformes. 1 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP, BA, Brasil. E-mail: [email protected]. ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 54 // R08 - O acesso e a oferta da homeopatia aos pacientes pediátricos atendidos no Centro Materno Infantil do Município de Santa Cruz do Sul – RS. Cassinéli GARSKE 1 Lisoni Muller MORSCH Ana Paula Helfer SCHNEIDER Este trabalho consiste em um estudo sobre a Homeopatia, uma prática médica alternativa inserida na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS), que tem por finalidade apresentar ao sistema outras alternativas médicas para a promoção e recuperação da saúde dos usuários do SUS, incluindo a homeopatia, acupuntura, fitoterapia e o termalismo. Neste contexto, busca-se determinar a prevalência do uso de medicamentos homeopáticos pelos pacientes pediátricos atendidos no Centro Materno Infantil – CEMAI - do município de Santa Cruz do Sul, RS, e o conhecimento dos seus responsáveis e dos profissionais da saúde que lá atuam sobre a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Para tanto foi aplicado um questionário direcionado aos responsáveis pelos pacientes pediátricos (n=90) e outro para os profissionais de saúde (n=10), abordando dados relacionados ao conhecimento e o interesse na prática homeopática, bem como a implantação das práticas integrativas e complementares nesses locais. Dos resultados obtidos constatou-se que 83,3% dos responsáveis pelos pacientes pediátricos não possuem informações a respeito da PIC, mas já a utilizaram em algum momento, e 37,8% conhecem a homeopatia. Quanto aos profissionais de saúde 60% sabem o que são as PIC e 30% desconhecem os medicamentos homeopáticos e não sabem como agem no organismo. Sendo assim, considera-se a necessidade e a importância da inserção das PIC no CEMAI, pelas vantagens que trará aos frequentadores mais carentes, ao mesmo tempo em que proporcionará acentuada diminuição de gastos para o município. 1 Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, RS, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 55 // R09 - Triagem fitoquímica e avaliação das atividades trombolítica e citotóxica de Ipomoea alba, Solanum cordifolium e Myrciaria strigipes. Rafael Destefani FAITANIN 1 João Victor Dutra GOMES Claudia Masrouah JAMAL O uso popular de plantas medicinais é uma ferramenta útil na investigação químico-biológica de produtos naturais. Ipomoea alba (Convolvulaceae), Solanum cordifolium (Solanaceae) e Myrciaria strigipes (Myrtaceae) são utilizadas popularmente em rituais religiosos, desordens hepáticas e dor abdominal, respectivamente. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil químico, a citotoxicidade e a atividade trombolítica dos extratos etanólicos das folhas destas espécies. As folhas de I. alba, S. cordifoliume M. strigipes foram coletadas e secas em estufa. O material vegetal foi, separadamente, pulverizado e extraído por maceração com etanol, posteriormente eliminado em rotaevaporador. Os extratos foram submetidos a testes fitoquímicos clássicos, para detectar as classes de metabólitos presentes. Foi realizado o ensaio de citotoxicidade dos extratos frente a larvas de Artemia salina. A atividade trombolítica foi avaliada in vitro, através da capacidade do extrato causar lise em coágulo. Os testes fitoquímicos indicaram presença de alcaloides, flavonoides, esteroides, taninos e cumarinas nos extratos. A presença de saponinas foi detectada em I. alba e M. strigipes. Os extratos de I. alba e S. cordifolium não apresentaram citotoxicidade frente A. salina (DL50>1000 ppm), ao contrário do extrato de M. strigipes (DL50= 648,17 ppm). No ensaio trombolítico, S. cordifolium apresentou maior atividade quando comparada a I. alba e M. strigipes (17,65, 10,60 e 3,88% de lise, respectivamente). As espécies estudadas apresentaram baixa atividade trombolítica. Apenas M. strigipes demonstrou citotoxicidade a larvas de A. salina, o que desperta maior atenção à segurança do uso desta planta medicinal. AGRADECIMENTOS: UFES. 1 Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, ES, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 56 // R010 - Medicamentos homeopáticos prescritos e/ou dispensados em farmácias do Vale do Rio Pardo - RS e sua correlação com as principais situações clínicas e sazonalidade. Sabrina SCHIMUNECK 1 Cassinéli GARSKE Lisoni Muller MORSCH Ana Paula Helfer SCHINEIDER A homeopatia é uma especialidade médica que utiliza doses mínimas do medicamento no doente para estimular a reação orgânica e reduzir os riscos de intoxicação. Os medicamentos homeopáticos estão disponíveis em diferentes formas farmacêuticas e a sua preparação consiste na seleção do método de dinamização seguido da escala de diluição dos insumos ativos e da técnica de dinamização. O objetivo deste estudo foi identificar os medicamentos homeopáticos mais prescritos e/ou dispensados no Vale do Rio Pardo - RS. O estudo foi retrospectivo transversal, onde buscou-se dados informatizados dos medicamento mais prescritos e/ou dispensados de janeiro a dezembro de 2013 em cinco farmácias. Os dados foram digitados no Microsoft Office Excel 2010 e analisados utilizando software SPSS versão 18.0. Foram identificados 3320 prescrições homeopáticas totalizando 6796 insumos ativos e dentre estes os mais prescritos e/ou dispensados foram Arnica montana (3,54%), Atropa belladona (3,04%), Pulsatilla nigricans (2,81%), Thuya occidentalis (2,63%), Causticum hahnemanni (2,17%), Natrum muriaticum (2,03%), Hydrastis canadensis (1,63%) e Sulphur (1,32%). Verificou-se que 73,6% dos medicamentos eram compostos por mais de um insumo çativo e que 87,1% foram dispensados com prescrição médica. A escala de diluição centesimal (96,57%) e a forma farmacêutica solução oral (66,40%) foram as mais encontradas. Dentre as potências na escala centesimal destacaram-se a 5 (30,69%), 6 (37,72%) e 30 (9,53%). Os medicamentos homeopáticos mais prescritos são os que possuem ricas patogenesias e são muito utilizados na clínica médica. 1 Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, RS, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 57 // R11 - Práticas integrativas em saúde na atenção básica no Distrito Federal: dificuldades e potencialidades. Tatiana Lotfi de SAMPAIO 1 Maria Fatima de SOUSA 2 Este é um estudo sobre práticas integrativas em saúde: Homeopatia, Acupuntura e Automassagem, no Sistema Único de Saúde do Distrito Federal nas Unidades Básicas de Saúde das Regionais Planaltina, Sobradinho e Paranoá. Tomou-se como referência a base conceitual e diretrizes da Política Nacional das Praticas Integrativas e Complementares no SUS e suas potencialidades e limites. Este estudo qualitativo adotou como critérios de seleção analisar as unidades básicas com alguma das três abordagem das práticas integrativas implantadas há pelo menos um ano. Foram entrevistadas vinte e nove pessoas entre eles nove gestores, sete profissionais e treze usuários. Os dados foram coletados por meio de instrumento semi-estruturado. A análise do material foi realizada por procedimentos de análise de conteúdo, o que possibilitou dar visibilidade a importantes objetivos da pesquisa: protagonismo de profissionais de saúde aliados a alguns gestores mais sensibilizados; fragilidades da sua inserção na rede: desconhecimento dessas práticas no sistema e na sociedade em geral; oferta pouco visível e insipiente. Foi identificado que essas praticas caminham em direção a promoção da saúde e da humanização da atenção, reafirmando os valores, princípios e bases organizativas da Estratégia Saúde da Família. O estudo aponta, sobretudo para a necessidade de divulgar e informar sobre as PIS junto ao sistema de saúde do Distrito Federal e na sociedade em geral. Ainda, aponta a necessidade de sensibilizar gestores e profissionais, melhorar a infraestrutura e incentivar a formação de profissionais que possam contribuir na expansão com qualidade das ações e serviços das Práticas Integrativas. Palavras Chave: Medicina Alternativa;Homeopatia; Medicina Tradicional chinesa; Atenção Primaria à Saúde, Estrategia Saúde da Familia; Praticas Integraticas e complementares 1 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil E-mail: [email protected] 2 Universidade de Brasilia –UnB, DF, Brasil. ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 58 // R12 - Garantia da qualidade de produtos fitoterápicos e homeopáticos. Marina L. S. LEITE 1 Maira C. M. FONSECA 2 Claudia. L. O. PINTO ² Joaquim. M. D. ALMEIDA¹ No Brasil, a fitoterapia e a homeopatia têm crescido com consequente aumento do número de farmácias de manipulação de medicamentos homeopáticos e fitoterápicos. Portanto, é importante a implementação de políticas de qualidade. Com a finalidade de adequar as matérias-primas vegetais dispensadas nesses estabelecimentos as exigências da legislação brasileira. Avaliaram-se tinturas de Avena sativa L, Arnica montana L. e Valeriana officinalis L. provenientes de três laboratórios nacionais: Fitoterápico (LAB1) e Homeopáticos (LAB2 e LAB3). Realizaram-se determinações: volume, teor alcoólico, pH, resíduo seco, densidade relativa, Cromatografia em Camada Delgada (CCD), dosagem dos teores dos compostos fenólicos e flavonoides totais. Constataram-se diferenças entre as características avaliadas das tinturas com as descritas nos certificados de análise ou com as monografias das farmacopeias. Observou-se baixos valores de resíduo seco nas tinturas fitoterápicas de aveia e de arnica (LAB 1) comparados com a recomendação das farmacopeias. Baixos valores de densidade nas tinturas homeopáticas (LAB 2 e 3) comparados com os certificados de análise. Houve diferença entre o teor de compostos fenólicos e flavonoides totais entre as tinturas homeopáticas e fitoterápicas. Através da CCD constataram-se perfis de retenção (Rf) semelhantes aos respectivos marcadores de identidade das tinturas. Embora não tenham sido constatadas adulterações e falsificações nas tinturas, os desvios de qualidade observados quanto ao resíduo seco e a densidade podem comprometer a terapêutica. Assim, há necessidade de padronizar o processo produtivo. Aconselham-se estudos para criar parâmetros que avaliam a qualidade fitoquímica com ênfase nos princípios ativos, como os compostos fenólicos e flavonoides. 1 Universidade Federal de São João Del Rei Campus Centro-Oeste Dona Lindu/CCO, MG, Brasil. 2 Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais – EPAMIG, MG, Brasil. E-mail: marylesle@hotmail. com Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 59 // .........................................................................................................................................Tempus - Actas de Saúde Coletiva R13 - Avaliação do perfil de dispensação de medicamentos homeopáticos de uma das principais farmácias homeopáticas do Estado de Sergipe. Ana Carolina Viana SIMÕES 1 Wanderson Esteves PRAXEDES 1 Tereza Josefina Dantas AMARAL 2 Mairim Russo SERAFINI 1 Atualmente a homeopatia faz parte da vida de muitas pessoas. Um dos principais motivos da busca por esse tratamento é que a homeopatia valoriza a individualidade humana, trazendo cada vez mais adeptos devido à insatisfação da população com a medicina alopática. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de dispensação de medicamentos homeopáticos de uma das principais farmácias homeopáticas do estado de Sergipe. Foi avaliado o quantitativo de dispensação das principais formas farmacêuticas homeopáticas, bem como o quantitativo de dispensação de 50 dos principais insumos farmacêuticos homeopáticos nos anos de 2013 e 2014. De acordo com os resultados podemos observar que, no ano de 2013, a forma farmacêutica líquida foi a mais dispensada seguida de glóbulos, depois dose única e por último, tabletes. Já em 2014 a forma líquida continuou sendo a mais dispensada, porém a dose única foi mais dispensada do que glóbulos, mas os tabletes continuaram sendo a forma farmacêutica menos dispensada. Já entre os insumos ativos podemos observar um aumento geral na dispensação da maioria dos 50 insumos estudados, com destaque para Belladona, Pulsatila, Lycopodium, Nux Vomica e Carsinosinum que foram os mais dispensados tanto em 2013 quanto em 2014. Concluímos com esse trabalho que a forma farmacêutica líquida é a forma mais dispensada e os insumos farmacêuticos mais dispensados foram Belladona, Pulsatila, Lycopodium, Nux Vomica e Carsinosinum com um aumento geral de mais de 30% na dispensação dos principais insumos no ano de 2014 em relação ao ano de 2013. 1 Universidade Federal de Sergipe – UFS, SE, Brasil 2 Farmácia Brumar, SE, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 60 // .........................................................................................................................................Tempus - Actas de Saúde Coletiva R14 - Alterações bioeletrográfica após ingestão de infuso de Cymbopogon citratus. Passiflora incarnata L. e Chamomilla recutita. Patricia Graciela Campero COUTINHO 1 Priscylla Silveira RAMOS 1 Maria do Socorro SOUSA 1 O presente trabalho refere-se ao projeto de pesquisa desenvolvido na Universidade Federal da Paraíba com plantas medicinais e bioeletrografia. O estudo foi realizado com 13 sujeitos adultos, em novembro de 2014, divididos em três grupos. O primeiro grupo usou infuso a 5% de folhas frescas de Cymbopogon citratus (Capim Santo), o segundo, infuso a 5% de folhas e frutos secos de Passiflora incarnata L. (Maracujá) e o terceiro, infuso a 5% de flores frescas de Chamomilla recutita (Camomila). Nestes indivíduos foi feita a exposição fotográfica do dedo indicador direito, e comparadas estas bioeletrografias em dois momentos: antes e depois da ingestão de 150 ml do infuso estudado. As fotos foram analisadas segundo o padrão Milhomens, sendo considerados nove diferentes aspectos: Integridade do halo; Equilíbrio yin-yang; Sinais de alterações físicas; Sinais de estresse; Conflitos emocionais; Ansiedade; Sinais de contrariedade ou raiva; Halo branco e Halo interno. A bioeletrografia foi capaz de evidenciar diferenças entre os dois momentos do estudo. Os elementos com maior diferencial foram: Integridade do halo, equilíbrio ying/yang, conflitos emocionais e halo branco, correspondendo uma melhora em 71% dos sujeitos do primeiro grupo, 66% do segundo e 66% do terceiro. Os sujeitos estudados eram na maioria (dez) estudantes que se encontravam em período de provas, quase todos referindo preocupações e cansaço. Concluímos que, apesar da amostra ter sido pequena para dados mais conclusivos, ela aponta a bioeletrografia como um possível método de avaliação diagnóstica de elementos de natureza emocional. 1 Universidade Federal da Paraíba – UFPB, PB, Brasil. Email: [email protected] R15 - Efecto del tratamiento de úlceras cutáneas con plantas medicinales (seibo, Erythrina crista galli). Héctor Hugo BERRA 1 Ricardo PEREYRA 1 Diana Odalí CABRERA 1 Las úlceras en las piernas representan un problema clínico mayor en nuestro hospital. Se realiza un diseño experimental con corteza de Erythrina crista galli (ceibo), para comparar con 1Universidad Nacional de Rosario; Hospital Provincial Del Centenario de la ciudad de Rosario, Argentina. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 61 // tratamientos habituales. Determinar eficacia y seguridad de decocción de corteza de ceibo (dcc) para tratamiento de úlceras cutáneas de origen venoso; y validar científicamente el uso medicinal de plantas autóctonas. Estudio prospectivo, terapéutico con pacientes de ambos sexos con exclusión de embarazadas y alérgicos. Se realiza Ecografía Doppler venosa y arterial, Biopsia de úlcera, Cultivo y Tratamiento quirúrgico (comunicantes y/o safenectomía); curaciones diarias con dcc en compresas y evaluación de diámetros, forma, color y profundidad del lecho ulceroso; y Encuesta de SatisfacciónSe incluyeron 9 pacientes, 2 mujeres y 7 varones de 40 a 73 años de edad. 4 abandonaron por diversos motivos. Los restantes continúan hasta la fecha con evolución satisfactoria. Todos consideran fácil la preparación y aplicación, manifiestan menor dolor, según Escala Visual Analógica. Evolución: disminución del tamaño y profundidad de las úlceras, mejoría del lecho ulceroso, signos de reparación tisular, sin signos de sobreinfección. 1 paciente se ha reintegrado al trabajo. El tratamiento con decocción de corteza de ceibo ha mostrado eficacia e inocuidad y efecto antinociceptivo en úlceras cutáneas de origen vascular y no se han constatado sobreinfecciones. Agradecimiento: residentes Cirugía. AGRADECIMIENTOS: a residentes de Cirugía General del Hospital Provincial Del Centenario. R16 - Plantas medicinais: aprendizagem de promoção de saúde para futuros enfermeiros. Melissa Maciel FERNANDES 1 Vivianne Melo ARAGÃO 1 Michell Ângelo Marques ARAÚJO 1 A utilização de plantas medicinais faz parte do cotidiano das pessoas, por isso os profissionais de saúde precisam estar atentos aos cuidados com uso, indicação e acompanhamento. Os enfermeiros são importantes nesse processo, pois são integrantes da equipe da atenção básica e vivem mais perto da realidade familiar e comunitária dos pacientes. Pensando nisso, a Enfermagem deve se dedicar a acompanhar a promoção do uso seguro e responsável dessas plantas. Objetivo: Discutir a importância das plantas medicinais para o cuidado em saúde e para a formação dos futuros enfermeiros. Tratase de um relato de experiência das visitas semanais ao horto de plantas medicinais da Universidade Federal do Ceará. Os acadêmicos de Enfermagem contam com um espaço que pode atender essa necessidade de formação. O Horto, conjuntamente com o Laboratório de Produtos Naturais, serve como base para o desenvolvimento de Farmácias Vivas, com características de um programa de medicina social tendo como metas: oferecer assistência farmacêutica fitoterápica de base científica às entidades públicas e privadas e comunidades interessadas no emprego terapêutico de plantas da região sem fins lucrativos; estudar cientificamente as plantas medicinais, desde a fase de cultivo das 1 Universidade Federal do Ceará – UFC, CE, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 62 // espécies até a produção; e distribuir medicamentos fabricados a partir das espécies. Percebemos que a participação dos estudantes nas atividades ofertadas pelo Horto qualifica-os para atuarem eficazmente na promoção e na divulgação do conhecimento científico e o uso racional e seguro das plantas medicinais e recomendamos um maior engajamento acadêmico nas atividades do horto para benefício da comunidade e promoção da saúde. R17 - Farmácia Viva: visibilidade e fronteiras. Renata Cavalcanti CARNEVALE1 Nelson Filice de BARROS Embora as plantas medicinais e fitoterápicos estejam inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Brasil exista um dos programas mais importantes de plantas medicinais e fitoterápicos denominado Farmácia Viva, desenvolvido no Ceará, pelo professor Francisco José de Abreu Matos, ainda existem fronteiras que trazem uma pequena visibilidade à fitoterapia. O objetivo deste estudo foi analisar a presença do Programa Farmácia Viva no Brasil. Material e Métodos. Foi realizada uma busca no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) de Programas de Farmácia Viva existentes no Brasil. Foram identificados 30 estabelecimentos de saúde em 19 municípios do Brasil que possuem o Programa Farmácia Viva: 6 estabelecimentos no Rio de Janeiro (RJ) e Nova Petrópolis (RS); 2 estabelecimentos em Governador Valadares (MG) e 1 estabelecimento em Lagoa Santa (MG), Betim (MG), Engenheiro Caldas (MG), Heliodora (MG), Campinas (SP), Teodoro Sampaio (SP), Ubirajara (SP), Planaltina (DF), Riacho Fundo (DF), Goiânia (GO), Valparaíso de Goiás (GO), Brejo Maria de Deus (PE), Custódia (PE), Pedreiras (MA), Olivença (AL) e Quixada (CE). Trata-se de um número bastante pequeno, reflexo possivelmente de um subcadastramento por parte dos estabelecimentos, por não seguirem todas as especificações referentes à legislação da Farmácia Viva, e reflexo da presença de fronteiras sociais, epistemológicas, simbólicas e organizacionais que desvalorizam e deslegitimam a fitoterapia associando-a muitas vezes apenas às crendices populares. Há poucos municípios no Brasil que possuem o Programa Farmácia Viva, o que pode ser explicado pelo subcadastramento e pela existência de fronteiras. 1 Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas- UNICAMP, SP, Brasil. E-mail: recarnevale@ yahoo.com.br Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 63 // .........................................................................................................................................Tempus - Actas de Saúde Coletiva R18 - Aplicação da Chamomilla recutita em reações inflamatórias na pele: revisão integrativa. Elaine Barros FERREIRA 1 Paula Elaine Diniz dos REIS O incentivo ao uso de plantas medicinais com aplicabilidade profilática ou terapêutica é crescente, estimulando a produção de estudos que avaliam a utilidade clínica de produtos naturais no tratamento de inflamações cutâneas. Nesse contexto, destaca-se a Chamomilla recutita, que apresenta propriedades farmacológicas em sua flor, ressaltando-se os constituintes químicos com atividade anti-inflamatória, como é o caso dos flavonóides. O objetivo do estudo foi avaliar as evidências disponíveis na literatura sobre o uso da Chamomilla recutita, em pacientes que apresentam alterações inflamatórias na pele. Revisão integrativa, com busca nas seguintes bases eletrônicas de dados: PubMed/MEDLINE, CINAHL, LILACS, Cochrane Library e Coleção Principal da Web of Science, utilizando descritores controlados e não controlados, sem restrições para idioma e data de publicação. A amostra foi composta por 10 estudos que abordaram o uso da Chamomilla recutita em lesões periestomais em pacientes com colostomia, eritrodisestesia palmo-plantar, eritema, radiodermatite, dermatite de contato e dermatite atópica. A maioria das evidências apresentou resultados benéficos para tratamento das dermatoses inflamatórias com o uso da Chamomilla recutita, com exceção de estudo que avalia efeito anti-inflamatório de extratos vegetais, no qual o efeito da Aloe vera foi superior. Em caráter profilático, a Chamomilla recutita não previne o surgimento do eritema, porém, retarda o aparecimento da reação inflamatória, no caso do eritema induzido por radiação. 1 Universidade de Brasília – UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected] R19 - Educação continuada: atualização em fitoterapia para profissionais de saúde em municípios da Bacia do Paraná III. Bettina M. RUPPELT 1 O diagnóstico do uso de plantas medicinais na Bacia do Paraná III indicou o interesse dos municípios em implantar a fitoterapia no sistema de saúde. O presente trabalho teve como objetivo contribuir para a implantação da fitoterapia em 14 municípios da Bacia do Paraná III através da 1 Universidade Federal do Paraná –UFPR, Setor Palotina, PR, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 64 // atualização dos profissionais de saúde. O curso de atualização ocorreu, em 2010, nos Municípios de Altônia, Cascavel, Entre Rios do Oeste, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Mercedes, Nova Santa Rosa, Palotina, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado, Quatro Pontes, Terra Roxa, Toledo no Paraná e Mundo Novo no Matogrosso do Sul. Os conteúdos abordados nos três módulos de 8 horas cada, foram: legislação; noções de cultivo; colheita; secagem; armazenamento; principais formas farmacêuticas dos fitoterápicos; noções de fitoquímica; farmacologia e toxicologia de plantas medicinais empregadas no tratamento da hipertensão e do diabetes; plantas medicinais, aromáticas e condimentares aplicadas a nutrição. No terceiro módulo foram abordados os temas sugeridos pelo público durante o segundo módulo, e a discussão trouxe diversas experiências realizadas pelos profissionais de saúde no município. Participaram dos cursos 524 profissionais de saúde, educação e meio ambiente e estudantes. Como prescritores participaram enfermeiros (98), médicos (40), odontólogos (28), farmacêuticos (26), nutricionistas (22) e médicos veterinários (1). Dentre os não prescritores destacaram-se os ACS (49), técnicos em enfermagem (30) e auxiliares de enfermagem (3). Ao final do curso os prescritores elaboraram protocolos utilizando fitoterápicos no controle da hipertensão, diabetes e afecções bucais. AGRADECIMENTOS: ASCIENS, Itaipu Binacional, PROEC – UFPR R20 - Atividade inibitória sobre as enzimas hialuronidase e α-glicosidase de espécies vegetais da região do Cauca-Colombia. Cristian A. GASCA 1 Dâmaris SILVEIRA 1 Fabio CABEZAS 2 Oscar BERMUDEZ 2 As espécies vegetais são fonte de numerosos compostos químicos com atividade biológica. Colômbia tem sido reconhecida a nível mundial como um dos países com maior diversidade vegetal e animal do planeta. Na região do Cauca existem plantas com atividade biológica reconhecida, como a Pavonia sepioides com atividade antioxidante e plantas da família Amaryllidaceae com potencial atividade inibitória da enzima acetilcolinesterase. Nessa direção, esta pesquisa busca avaliar a atividade do extrato etanólico das espécies Pavonia sepioides, Crinum x powellii e Caliphruria subedentata quanto à inibição das enzimas α-glicosidase e hialuronidase, com uso potencial para tratamento da diabetes e de doenças epiteliais respectivamente. Como controle positivo da inibição da hialuronidase e α-glicosidase foi usado o inibidor ácido tânico e ascarbose 1 Universidade de Brasilia – UnB, DF, Brasil; 2 Universidad de Cauca – UCAUCA, Colômbia. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 65 // respectivamente. Quanto à inibição da α-glicosidase apenas os bulbos de Caliphruria subedentata mostraram boa atividade inibitória sobre a enzima (IC50 8.21±0.97 µg/mL) quando comparado ao controle positivo (IC50 5.31±0.37 µg/mL), possivelmente pela presença de compostos de natureza alcaloídica. Todas as espécies vegetais revelaram baixa atividade inibitória da enzima hialuronidase com valor IC50 entre 43-63 µg/mL quando comparado com o controle (IC50 1.49±0.15 µg/mL). Os resultados sugerem que o extrato etanólico dos bulbos de Caliphruria subedentata apresenta promissora atividade inibitória sobre α-glicosidase, enquanto que todos os extratos avaliados mostraram moderada atividade inibitória sobre a enzima hialuronidase. AGRADECIMENTOS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF), Universidad de Cauca. R21 - Inibição do crescimento do fungo Colletotrichum musae por Sapindus saponaria L. variedade inaequalis (DC.) por meio de teste de disco-difusão. Marline DASSOLER 1 Dâmaris SILVEIRA Pérola de Oliveira Magalhães Dias BATISTA O cultivo da banana,Musa spp., destaca-se como atividade de grande importância econômica e social para o Brasil, principalmente como fonte de renda para a agricultura familiar. Mas esta fruta é bastante perecível, sendo atacada facilmente por doenças pós-colheita. Dentre estas, destaca-se a antracnose (podridão) causada pelo fundo Colletotrichum musae, que, em muitos casos, inviabiliza a comercialização da mesma. Como alternativa aos agrotóxicos, utiliza-se para combater à antracnose os biofungicidas, podendo ser utilizados no cultivo agroecológico. Dentre estas plantas destaca-se a Sapindus saponaria var. inaequalis da família Sapindaceae objeto deste estudo. Conhecida popularmente como saboneteira, sabãozinho, sabão-de-soldado, fruta-de-sabão, pau-de-sabão, sabão-de-mico, ocorre no Brasil nas regiões sudeste, centro-oeste e nordeste.O objetivo deste estudo foi verificar o potencial de ação antifúngica de extratos de Sapindus saponaria L. variedade inaequalis (DC.), frente ao fungo Colletotrichum musae por meio de estudo químico biomonitorado. Para isso foi confeccionado os extratos hexânico e etanólico dos pericarpos da planta, bem como, feito o teste de disco-difusão para buscar a concentração mínima inibitória em culturas dos fungos Colletotrichum musae, Colletotrichum boninense e Colletotrichum gloeosporioides. Neste teste, percebeu-se que, somente o extrato etanólico de Sapindus saponaria 1 Universidade de Brasília, DF, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 66 // L. variedade inaequalis (DC.) nas concentrações de 2mg/disco e 1mg/disco, tiveram resultados expressivos na inibição do crescimento do fungo quando comparado ao controle. Além disso, a inibição do crescimento foi observada somente com a cultura de Colletotrichum musae e não nos demais fungos. A partir deste resultado, iniciou-se o fracionamento do extrato etanólico, obtendo daí uma fração hexânica, uma fração Acetato de etila e uma fração aquosa, as quais foram testadas por meio de teste de disco-difusão, afim de buscar a concentração mínima inibitória em culturas de Colletotrichum musae. Percebeu-se que as frações Acetato de etila e aquosa promoveram a inibição do crescimento do fungo nas doses 2mg/disco e 1 mg/disco, mas a fração Acetato de etila obteve maior expressividade nos resultados quando comparada ao controle. Conclue-se, portanto, que o extrato etanólico de Sapindus saponaria variedade inaequalis (DC.) na sua fração Acetato de etila é uma alternativa ao combate da antracnose de bananas na pós-colheita causada pelo fungo Colletotrichum musae. Outro aspecto relevante do estudo é o uso deste biofungicida por famílias de pequenos agricultores que utilizam o cultivo agroecológico da banana como fonte de subsistência. AGRADECIMENTOS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF) pelo apoio financeiro. R22 - Inibição daphnites. de a-amilase por Erythroxylum Diegue Henrique Nascimento MARTINS 1 Patrícia Marques RODRIGUES1 Christopher William FAGG 2 Pérola de Oliveira Magalhães Dias BATISTA1 Dâmaris SILVEIRA Yris Maria FONSECA-BAZZO1 A família Erytrhoxylaceae apresenta espécies popularmente empregadas como antibacterianos, antinflamatórios, diuréticos, em disfunções hepáticas, renais, vesiculares e respiratórias. As espécies desse gênero são caracterizadas pela presença de alcalóides, taninos, terpenos, fenilpropanoides e flavonoides. A Erythroxylum daphnites é popularmente conhecida como “muxiba”, pertence ao bioma cerrado e apresenta escassez frente a relatos científicos quanto a suas atividades medicinais. O objetivo deste estudo foi realizar uma investigação preliminar para verificar a capacidade de 1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, CEP: 70910-900, Brasil 2 Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília, Ceilândia, Distrito Federal, CEP: 70910-900, Brasil.E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 67 // inibição enzimática do extrato etanólico de E. daphnites frente a α-amilase e analisar o perfil cromatográfico desse extrato por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). As folhas da espécie vegetal foram coletadas na área de cerrado sensu stricto da Fazenda Água Limpa – FAL/ UnB e identificadas com voucher Façgg CW2305. O perfil cromatográfico foi obtido pelo método descrito por Leite et al [1]. A avaliação da inibição enzimática da α-amilase foi realizada pelo método de Bernfeld [2]. No perfil cromatográfico por CLAE foi observado presença de compostos fenólicos, como derivados do ácido clorogênico e flavonoides derivados de quercetina. Quanto a atividade biológica o extrato demonstrou maior porcentagem de inibição de α-amilase (1mg/mL = 93,58%) quando comparado ao padrão acarbose (1 mg/mL = 85,97%). A atividade inibitória do extrato pode ser atribuída a presença de compostos fenólicos, pois na literatura científica existem relatos que correlacionam a presença de flavonoides como bons inibidores de α-amilase [3]. Esta evidência de boa atividade inibidora de alfa-amilase pelo extrato de E. daphnites deve ser melhor explorada em estudos futuros para caracterizar melhor esta atividade. AGRADECIMENTOS Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF) pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS Leite CFM, Leite BHM, Barros IMC, Gomes SM, Fagg CW, Simeoni LA et al. Determination of rutin in Erythroxylum suberosum extract by liquid chromatography: applicability in standardization of herbs and stability studies Boletín Latinoamericano y del Caribe de Plantas Medicinales y Aromáticas. 2013; 13(2):135–4. 2.Bernfeld P. Amylases, α and β. Methods in Enzymology. 1995; 1:149-58. 3.Tadera K. MInami Y. Takamatsu K. Matsuoka T. Inhibition of alpha-glucosidade and alphaamylse by flavonoids. Journal of nutritional science and vitaminology. 2006; 52(2):149-53. ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 68 // .........................................................................................................................................Tempus - Actas de Saúde Coletiva R23 - Catechin in Eugenia dysenterica DC. Dry aqueous extract: analytical method validation. Sandra M.M. da SILVA 1 Fabielle M. ZORZIN Marcela M. FREITAS Renata; P.A. COPPINI Paula M. SOUZA Dâmaris SILVEIRA Yris M. FONSECA-BASSO Luiz A. SIMEONI Maurício HOMEM-DE-MELLO Pérola O. MAGALHÃES Eugenia dysenterica DC. popularly known as “cagaita”, is a fruit tree belonging to Myrtaceae family, native to the Brazilian Cerrado. In general, its leaves are used as antidiarrheal as its fruits have laxative properties according to popular use. Preliminary analysis indicated the presence of catechin and epicatechin, catechin being the largest concentration. Thus, the present study aimed at the development and validation of an analytical method by ultra performance liquid chromatography (UPLC) for the determination of catechin in a standardized dry aqueous extract of leaves E. dysenterica. Secondary metabolites of this species have great importance in pharmaceutical industry, due to pharmacological activities. This described method may be applied to the standardization of herbs, extracts or phytomedicines commercialized, as well as to perform stability studies of this plant drug.The powdered plant material was extracted by infusion and then lyophilized for analysis by UPLC.The detection and quantification limits of catechin were 0.57 and 1.54 μg/mL, respectively. The proposed method has demonstrated good linearity with correlation coefficient (r) of 0.9956. It has shown to be selective to detect catechin before degradation products generated by acidic and basic hydrolysis of the extract. For the used concentrations of 13.6, 17.0 and 20.4 μg/mL, the accuracy of the proposed method was 90.7, 98 and 97%, respectively. There was also robustness against flow rate, temperature and wavelength variations.The methodology used was efficient and proper to establish the chemical quality control of medicinal plant species from the Cerrado. 1 Natural Product Laboratory, School of Health Sciences, Campus Darcy Ribeiro, University of Brasilia, 70910-900 Brasilia, DF, Brazil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 69 // .........................................................................................................................................Tempus - Actas de Saúde Coletiva R24 - Avaliação da inibição da enzima α-amilase por extratos e frações de folhas de Pouteria ramiflora. Laís Bié Pinto BANDEIRA 1 Christopher William FAGG 2 Paloma Michelle de SALES 3 Pérola de OliveiraMAGALHÃES¹ Yris Maria FONSECA¹ Dâmaris SILVEIRA¹ O emprego de plantas medicinais é uma prática antiga e disseminada pelo mundo. Como exemplo tem-se a Pouteria ramiflora, espécie representada no Cerrado evulgarmente conhecida como frutado-veado. Raiz e frutos são popularmente utilizados no tratamento de dor, inflamações e obesidade. Seus extratos possuem atividade citotóxica, antioxidante, anti-inflamatória. Esse estudo tem como objetivo avaliar a atividade inibitória da P. ramiflora sobre a enzima α-amilase. Material e métodos: Folhas da P. ramiflora foram coletadas e secas. Através de infusão obteve-se o extrato bruto aquoso (EBA) e de maceração o extrato bruto hexânico (EBH) e extrato bruto etanólico (EBE). Os extratos foram submetidos ao ensaio enzimático α-amilase. Foi realizada partição liquido-liquido trifásica com o EBE originando as frações aquosa (FrA), acetonitrila:clorofórmio (FrAC) e hexânica (FrH). As frações foram testadas em ensaio enzimático de inibição da α-amilase. A FrA foi fracionada em cromatografia em coluna e as frações coletadas foram monitoradas por cromatografia em camada delgada. O EBA teve capacidade de inibição enzimática de 96%, o EBE de 97%, e o EBH de 65%. Na curva dose-resposta, o EBE apresentou IC50 24,20µg/mL. A FrA mostrou inibição de 98%, a frH de 91% e a frAC de 62%. Na curva dose-resposta da FrA o IC50 foi 3,37µg/mL. As folhas de P. ramiflora possuem um potencial de inibição sobre a enzima α-amilase. O EBE mostrou valor de IC50 próximo ao padrão acarbose (15,33µg/mL). A FrA do EBE se mostrou promissora na busca pelo agente inibidor da enzima α-amilase. AGRADECIMENTOS: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF) pelo apoio financeiro. 1 Laboratorio de Produtos Naturais, Universidade de Brasília -UnB, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília, DF, Brasil. 2 Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília -UnB, DF, Brasil. 3 Secretaria de Saúde do Distrito Federal SES/DF, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 70 // .........................................................................................................................................Tempus - Actas de Saúde Coletiva R25 - Atenção básica: a importancia da utilização correta de plantas medicinais e fitoterapicos. Thaís W. PEREIRA 1 Aline V. de GODOI1 Aline S. LIMA1 Susana OGAVA 2 Adriana L. M. ALBIERO1 A OMS, afirma que 70% da população utilizam plantas medicinais, porém, não se deve esquecer que drogas vegetais não estão ausentes dos efeitos colaterais. O uso sem orientação dos profissionais da saúde e a crença de que as plantas medicinais são “naturais e não causam mal”, pode levar à práticas de automedicação igualmente nocivas a saúde. Este projeto visa capacitar o Agente Comunitário de Saúde (ACS) que é o elo entre a comunidade e o sistema. A qualificação profissional é um dos caminhos para se alcançar maior qualidade dos serviços de atenção à saúde no reconhecimento e uso correto de plantas medicinais e fitoterápicos. Para o desenvolvimento do projeto foram escolhidas 5 Unidades de saúde, o método de trabalho deu-se pela realização de reuniões com os agentes e suas equipes, ministrando-se cursos com conteúdo técnico – cientifico. Estão previstas ainda oficinas, visitas ao Horto de Plantas Medicinais da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e ao Museu Dinâmico Interdisciplinar da UEM, além do desenvolvimento e a correção de materiais didáticos que serão distribuídos aos agentes e a comunidade. Foram realizados 10 encontros, 2 em cada Unidade, sendo o primeiro uma coleta de informações para o preparo do curso, ministrado num segundo encontro. Foram esclarecidas dúvidas e curiosidades da equipe, composta por ACSs e outros profissionais, em uma média de 15 participantes por encontro. A próxima etapa a ser realizada são as oficinas para aplicação do conteúdo ministrado. Posteriormente este projeto será expandido para toda a rede de saúde do Município de Maringá. AGRADECIMENTOS: A Secretaria Municipal de Saúde de Maringá e ao Museu Dinâmico Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá. 1 Universidade Estadual de Maringá, PR, Brasil 2 Secretaria Municipal de Saúde de Maringá, PR, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 71 // .........................................................................................................................................Tempus - Actas de Saúde Coletiva R26 - Gente é pra brilhar. Hellen RODRIGUES 1 Isa Paula HAMOUCHE Liliane FEITOSA Marta de CASTRO Marta ROMÃO Patrícia LIBERATO Patrícia TROIS Salvador da SILVA Este projeto, implementado pela equipe Bem Me Quer, da Clínica da Família de Sobradinho II, SES-DF, foi iniciado em abril de 2014, visando romper com a forma tradicional disseminada na atenção básica de grupos terapêuticos focados em doenças. A equipe busca empoderar as pessoas do seu potencial, fortalecendo a sua autoestima e o seu auto conhecimento para que possam alcançar uma melhor condição de saúde física e mental, capacitando-as para enfrentar com criatividade e tranquilidade os desafios que surgem ao longo da vida.São utilizados recursos das práticas integrativas em saúde: lian gong, automassagem, alongamento, dança, canto, pintura de mandalas, programações de lazer, homeopatia, acupuntura, terapia floral e recursos da própria medicina convencional, configurando-se um trabalho transdisciplinar. Foi observada diminuição na procura por serviços do pronto atendimento, melhora da autoestima, da depressão, com diminuição e/ou suspensão de medicamentos psicotrópicos, controle da dor crônica, da hipertensão, diabete e outras doenças.Conclui-se desta forma a importância das práticas integrativas na terapêutica, pois contribui para que as pessoas resgatem a sua integralidade melhorando a saúde física e mental conscientizando-se sobre os múltiplos fatores que influenciam a saúde, tais com: fatores mentais, sociais e ambientais, hábitos de vida, aumento da percepção em relação a seu corpo e mente. 1 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, -SES-DF, Brasil. E-mail: [email protected] R27 - Prática Corporal Chinesa Lian Gong Shibafa: nova perspectiva na Promoção à Saúde. Gabriela Duarte Azevedo SILVA 1 Luciano Vieira MIRANDA 1 Prefeitura Municipal de Itabirito, MG, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 72 // Lian Gong foi introduzido em Itabirito, MG, através do Centro Municipal de Reabilitação para implantação das Práticas Integrativas e Complementares no NASF.Os objetivos foram prevenir e tratar pacientes com patologia osteomusculares crônicas; melhorar a qualidade de vida e do sono; aumentar a flexibilidade e o tônus muscular; diminuir quadros álgicos articulares e musculares e melhorar a concentração e o equilíbrio corporal. O Lian Gong é realizado no Parque Ecológico, Praça Municipal e em Unidades de Saúde, com duração de quarenta minutos. O principal alvo são os pacientes com história de tratamento conservador sem sucesso oriundo do Centro de Reabilitação e UAPS. O Fisioterapeuta acompanha, avalia a evolução e os benefícios obtidos, considerando a peculiaridade de cada um. Os praticantes relatam satisfação com a prática corporal, principalmente alívio das dores, mais disposição para as atividades de vida diária, redução da ansiedade, melhora postural e da qualidade do sono, aumento da auto-estima, além de permitir a criação de laços sociais. R28 - Avaliação da inibição enzimática de Plectranthus neochilus. Rachel Bedatt SILVA 1 Juliana de Freitas FERREIRA1 Patrícia Marques RODRIGUES¹ Sueli Maria GOMES 2 Yris Maria FONSECA-BAZZO1 Pérola de Oliveira MAGALHÃES1 Luiz Alberto SIMEONI1 Dâmaris SILVEIRA1 A vasta biodiversidade encontrada no Brasil e o estabelecimento de políticas públicas que incentivam o uso racional de plantas medicinais fazem com que haja estímulo para pesquisas em seu território. Muitas das espécies estudadas no país são utilizadas pela população para diversos agravos da saúde. Contudo, muitas vezes a utilização ocorre sem o conhecimento dos riscos do uso indiscriminado de plantas medicinais. A família Lamiaceae engloba cerca de 23 gêneros e 232 espécies, dentre estas, Plectranthus neochilus. Esta espécie, conhecida popularmente como boldinho ou boldo-gambá, é utilizada na medicina popular no tratamento de doenças hepáticas, dispepsia e outras patologias. O presente estudo investigou a atividade inibitória de Plectranthus neochilus frente às enzimas α-amilase, α-glicosidase e tirosinase, envolvidas em diversos processos fisiológicos e patológicos.O extrato bruto hexânico (EB) foi submetido à filtração em sílica, utilizando solventes em polaridade crescente, sendo obtidas 5 frações. O EB e suas frações foram analisados por método colorimétrico quanto à atividade inibitória às enzimas α-amilase, α-glicosidase e tirosinase.A 1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília –UnB, DF, Brasil 2 Instituto de Biologia, Universidade de Brasília – UnB, Brasil. Email:[email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 73 // identificação de possíveis inibidores de determinadas enzimas contribui para o controle de doenças como diabetes e distúrbios de pigmentação dérmica. As enzimas α-amilase e a α-glicosidase são responsáveis pela hidrólise de carboidratos no trato digestivo diminuindo a absorção de glicose pelo organismo. Inibidores destas enzimas são potenciais compostos a serem aplicados no controle da diabetes. A tirosinase está envolvida em outro processo metabólico, a formação da melanina, e, neste caso, os compostos que inibem esta enzima, podem ser utilizados em pacientes com distúrbios de hiperpigmentação. Na avaliação da enzima α-amilase foi verificado que a fração hexânica (FH) apresentou potencial inibitório significativo, indicando 89,25% de inibição, enquanto as demais frações apresentaram inibição enzimática menor que 50%. Quanto às enzimas tirosinase e α-glicosidase, não foi observada atividade inibitória em qualquer das amostras (EB e frações).O potencial inibitório de FH à α-amilase sugere a necessidade demais estudos a fim de compreender o mecanismo de ação e o isolamento dos compostos responsáveis por tal atividade. Os resultados obtidos neste trabalho são promissores e contribuem para as pesquisas realizadas com Plectranthus neochilus, visto que é o primeiro relado da investigação desta espécie frente às enzimas α-amilase, α-glicosidase e tirosinase. AGRADECIMENTOS: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF) pelo apoio financeiro. R29 - Levantamento etnofarmacológico do uso de plantas medicinais por funcionários da Universidade Federal de Ouro Preto, MG, Brasil. Fernanda Souza MARQUES 1 Rosana Gonçalves Rodrigues das DORES A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) tem três mil servidores. O perfil destes é arraigado de tradicionalidade, que engloba costumes religiosos, alimentares e hábitos de saúde. Com o objetivo de verificar a prevalência do uso de plantas medicinais foi realizada entrevista por meio de questionário-inquérito, em 10 setores, totalizando 255 servidores. Os dados foram analisados em estatística descritiva em função de frequência relativa, de índice de prevalência (IP) amostral e relevância populacional (IR). Os resultados mostraram que 29,41 % dos entrevistados afirmaram fazer uso de plantas medicinais (IP=0,30). A forma de uso é em chás medicinais, que são preparados, em 100% dos relatos, por infusão. Foram citadas 24 espécies distintas. No levantamento da incidência das plantas mais utilizadas destaca-se hortelã (Mentha L.) utilizada por 30,66 % dos 1 Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, MG, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 74 // entrevistados (IP=0,1; IR= IR=0,31). Seu uso foi atribuído a ação calmante ou relaxante. Outras espécies citadas foram chá-mate (Ilex paraguariensis A. St. Hil), com 25,3% (IP=0,067; IR=0,226); camomila (Matricaria recutita L) com 21% (IP=0,062; IR=0,213). Foram citadas igualmente a erva-doce (Pimpinella anisum L), erva-cidreira (Melissa officinalis L), funcho (Foeniculum vulgare Mill) e quebra-pedra (Phyllanthus niruri L) com uso de 6,66% (IP=0,026; IR=0,089). Os dados nos permitem concluir que a relação de uso de plantas medicinais como opção terapêutica pelos entrevistados é de 3,4; sendo este índice, considerando a amostragem e diversidade, significativo. Das espécies citadas, o uso farmacológico como calmante ou relaxante é prevalente (71,64 %) e pode ser associadas ao adoecimento dos servidores como doenças cardiovasculares e estresse. R30 - Between two worlds: indigenous health care in the Upper Negro river - Amazonas, Brazil. Carolina Weber KFFURI 1 Rodolfo Weber MAYER The Upper Negro river region is considered to be the sui generis cultural region; as, in this area, more than 90% of the inhabitants are indigenous, 23 languages are spoken, and more than 22 ethnic groups exist. The health care in the region is precarious due among other factors, the lack of funds, large distances, and the difficulty in accessing the communities. Between 2010 and 2013, semistructured interviews were conducted with 89 indigenous people in 5 indigenous communities to record the experiences in malaria treatment in the only local hospital. 98% of informants reported having difficulties in communication with doctors and nurses, and reported going to the hospital only in advanced cases. The difficulty was due to the lack of knowledge of non-indigenous health workers on indigenous language, local culture and indigenous medicine. Some relevant cultural aspects of the disease are also related to environmental and spiritual factors and are unknown by health agents: a multivariate origin, malaria acquired by sopro (a cultural disease), the transmission (by drinking water, different mosquitoes species, dreams, etc.) and the treatment. Training health agents through courses about cultural aspects of the disease is fundamental to fight against malaria, to improve the communication between doctor and patient and the health care quality. ACKNOWLEDGMENTS: Thanks to CNPq and CAPES for financial support. 1 Universidade Estadual Paulista – UNESP, SP, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 75 // R31 - Farmácias Vivas: desenvolvendo educação em saúde voltada à Fitoterapia. Julio Cesar Oliveira PEIXE 1 Mary Anne Medeiros BANDEIRA O Programa Farmácias Vivas do município de Maracanaú - CE instituído desde 1992, constituído de um Laboratório de Preparação de Fitoterápicos e Oficinais (LPFO) e um Horto de Plantas Medicinais com área de 10.000m2. Cultiva vinte e uma espécies, para produção de matériaprima e mudas, as quais são distribuídas nas Unidades Básicas de Saúde, escolas, praças, eventos da Saúde quando da realização de trabalhos educativos em fitoterapia, em consonância com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e com a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que, determina prover formação e educação permanente em fitoterapia. O objetivo foi difundir o uso correto e racional das plantas medicinais com embasamento científico no município de Maracanaú.Organizou-se no período do ano de 2014, oficinas práticas sobre preparação de remédios caseiros com plantas medicinais e distribuição de mudas, com foco na identificação botânica, cultivo, utilização, preparação e posologia.Os trabalhos apresentados em Unidades Básicas de Saúde da Família (UBASF), nos Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF), nos Centros de Referência de Assistência Social – (CRAS). As formas de preparo que despertaram mais interesse foram: lambedores (90%), chás (50%), sabonetes (30%) e macerados (20%).A fitoterapia tem mostrado significativa importância e interesse das comunidades, mas nas práticas das oficinas há grande maioria dos usuários não sabem utilizar as plantas medicinais de maneira racional. 1 Prefeitura Municipal de Maracanaú, CE, Brasil; Universidade Federal do Ceará – UFC, CE, Brasil. E-mail: jcopeixe@ gmail.com R32 - Aspects of the use of saracura-mirá (Ampelozizyphus amazonicus Ducke) as preventive medicine by indigenous people of Alto Negro river Amazonas, Brazil. Carolina Weber KFFURI 1 Lin Chau MING More than 90% of the inhabitants of Upper Negro river region are indigenous. The forest is preserved and unknown to science. In many communities the access to conventional medicine, 1 Universidade Estadual Paulista – UNESP, SP, Brasil. E-mail: [email protected] ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 76 // often unnecessary, caused a decrease in the plants utilization. Beetween 2010 and 2013, semistructured interviews were conducted with 89 indigenous people in 5 indigenous communities to record the plants used to treat malaria. The second most cited plant (n=46) was saracura-mirá native to the Amazonia phytogeographical area, used as malaria preventive, energy drink, aphrodisiac and contraceptive. Several studies related negative results to its antimalarial activity but recent studies point to an immunostimulatory activity. It is the only plant widely prepared and distributed by indigenous health agents, prepared by decoction of the root and stem bark, stirred until it foams which must be removed. According to them there are two species of saracura-mirá: the male, effective if used only by men, and the female used only by women. The difference between them is in the root morphology. The male saracura has the taproot without secondary roots similar to the human male organ, and the female has secondary roots similar to a women pubic hair. An example of the «Theory of Signatures». The administration is contraindicated in pregnant women because the plant is considered abortive. The use of this plant by indigenous health agents can be an example for the reinforcement of phytotherapy programs in indigenous communities and the traditional information are important guide in the search for more effective drugs. ACKNOWLEDGMENTS: Thanks to CNPq and CAPES for financial support. R33 - Medicinal plants and herbal medicines as therapeutical practices in primary care by Health workers from Ceilândia, Distrito Federal, Brazil. Érica Luiza Andrade RUAS 1 Diegue Henrique Nascimento MARTINS 2 Nathalia de Almeida MORAIS 1; Patrícia Maria Fonseca ESCALDA 3 Paula Melo MARTINS3 Dâmaris SILVEIRA1 In Brazil, 82% of the population use herbal medicines. The use of these products, as well as of medicinal plants, is stimulated by National Integrative and Complementary Practices Policy (PNPIC) and National Policy of Medicinal Plants and Herbal Medicines (PNPMF), that introduced Phytomedicine and others Complementary and Alternative Practices (CAP) in Brazilian Public Health Services (SUS). However, there is a lack of knowledge, among Health Workers, about safety, quality and efficacy of herbal medicines. And because this fact, Phytotherapy practice is not fully implemented in SUS. For this reason, this study was conducted to evaluate the knowledge of health workers from Primary Care Centers at Ceilândia - Distrito Federal, about herbal medicines and medicinal plants. The study was observational and exploratory, by using a semi-structured 1 Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil 2 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasilia, DF, Brasil. 3 Faculdade de Ceilâandia, Universidade de Brasilia, DF, Brasil.E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 77 // questionnaire that containing the follow questions: professional information, socio-demographic characteristics, use and knowledge of medicinal plants and herbal medicines. The results showed that 83% of subjects were women; 73% presented age between 36 and 55 years old, and 63.7% were married. Regarding the use of herbal and medicinal plants, 85% said they were interested to prescribe these products for their patients, despite 68% of respondents claimed never had being worked with phytotherapy. On the other hand, the health workers were able to cite several medicinal plants and the most cited were: “Guaco” - Mikania glomerata (36%), “Chamomile” - Matricaria recutita L. (19%) and “Boldo” - Plectranthus barbatus Benth. (16%). From the data obtained, it was observed that respondents in Ceilândia Primary Care Centers are favorable to use medicinal plants and herbal medicine as therapeutical options. However, it was possible to note there is a gap in the professional training about these products. For this reason, stimulate these workers to receive courses about phytotherapy is important in order to spread the prescription of medicinal plants and herbal medicines at Primary Health Care. ACKNOWLEDGMENTS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF) R34 - Atividade antioxidante de extratos de Erythroxylum suberosum pelo método do fosfomolibdênio. Nathalia de Almeida MORAIS 1 Reis MML1 Christopher William FAGG 2 Pérola Oliveira e MAGALHÃES1 Dâmaris SILVEIRA1 Yris Maria FONSECA-BAZZO1 A atividade antioxidante possui destaque no tratamento de doenças, bem como na manutenção dos radicais livres. Antioxidantes estão presentes na renovação celular e no tratamento de doenças ligadas ao estresse oxidativo, tais como diabetes, hiperlipidêmicas, e entre outras. O objetivo do estudo foi avaliar a atividade antioxidante dos extratos das folhas de Erythroxylum suberosum pelo método fosfomolibdênio.Método: As folhas de E. suberosum foram coletadas no campus Universidade de Brasília e identificadas com depósito de voucher n° Fagg CW2192. Foram preparados extrato aquoso (infusão), etanólico (maceração) e hexânico (maceração) das folhas. A atividade antioxidante destes extratos foi avaliada pelo método fosfomolibdênio, utilizando vitamina C como substância referência.Resultados e Discussão: Os extratos obtidos apresentaram 1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasilia, DF, Brasil 2 Faculdade de Ceilâandia, Universidade de Brasilia, DF, Brasil.E-mail: [email protected]. ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015 78 // atividade antioxidante frente ao método de fosfomolibdênio, apresentando valores de equivalentes a vitamina C de 67,6 mEq/mL, 235,3mEq/mL e 212 mEq/mL para extrato hexânico, aquoso e etanólico, respectivamente. O extrato que apresentou maior atividade antioxidante, frente ao método fosfomolibdênio foi o extrato aquoso, seguido pelos extratos etanólicos e hexânico.Conclusão: Os extratos das folhas de E. suberosum apresentam atividade antioxidante frente a metodologia proposta, e pode vir a ser um agente em potencial para o tratamento/prevenção de doenças ligadas ao estresse oxidativo. Contudo, este potencial precisa ser melhor investigado em estudos futuros. AGRADECIMENTOS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF) pelo apoio financeiro. R35 - Isolation of a triterpene from Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk leaves (Sapotaceae). Patrícia Marques RODRIGUES 1 João Victor Dutra GOMES 2 Claudia Masrouah JAMAL2 Álvaro CUNHA NETO 3 Christopher William FAGG 4 Yris Maria FONSECA-BAZZO1 Pérola de Oliveira MAGALHÃES1 Paloma Michelle de SALES 5 Dâmaris SILVEIRA1 Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk (Sapotaceae) is a species commonly found in Cerrado, popularly known as fruta-do veado, massaranduba, and others. It produces edible fruits and is used in folk medicine for treatment of hyperlipidemia, obesity, worms, dysentery, pain and inflammation. Extracts of this species exhibit biological activity, cytotoxic, antimicrobial, anti-inflammatory, antinociceptive, antioxidant and of α-amylase inhibition. About chemical composition, are rare the reports in the literature. This study aimed to the phytochemical study of leaves Pouteria ramiflora occurring in the Cerrado. Leaves of P. ramiflora were collected at the campus of UnB in 2013, and a voucher specimen was deposited in the Herbário da UnB (UB). After dry and powdered, the plant 1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília - UnB, DF, Brasil. 2 Departamento de Ciências Farmacêuticas – CCS, Universidade Federal do Espírito Santo –UFES, ES, Brasil. 3 Departamento. de Química – CCE, Universidade Federal do Espírito Santo –UFES, ES, Brasil. 4 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília - UnB, DF, Brasil. 5 Secretaria de Saúde do Distrito Federal -SES/DF, DF, Brasil. E-mail: [email protected] Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015. ISSN 1982-8829 79 // material was subjected to extraction by maceration using hexane as solvent. The crude extract, after solvent removal under vacuum, was subjected to silica gel filtration. The fraction hexane:AcOEt was subjected to chromatographic techniques (TLC and CC) for isolation and characterization of the compounds. The isolated compounds were subjected to spectrophotometric analysis. Fractionation of fraction Hex: EtOAc (1:1) by CC, led to the isolation of triterpenes. FH2/5 has been identified as an fatty acid ester from oleanolic acid, by comparing the data of 1H and 13C NMR with literature data. As far we know, this is the first report of the presence of oleanolic acid esters in P. ramiflora. As some oleanolic acid esters can present antibacterial activity, the presence of this compound may justify, at least in part, the activity observed in the extracts of this plant. Keywords: Pouteria, oleanolic acid acetate, Cerrado ACKNOWLEDGMENTS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF) ISSN 1982-8829 Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015