V - Dadun
Transcrição
V - Dadun
u / // 1. rs ■ X . S' - i . / ■V,I V • • V'k S SERMAM D O G L O R I O S O s ANTONIO DE LISBOA Q V E P R E C O V N A IGRE^A DE S A N T A M A R I N H A dc f t a C o r t e , 8 c a n n iv e r ià r ia d e v o ^ a o d o D o u t o r D i o g o M a r c lia o T lie m u d o , d o C o n ie lh o d e S. M a g e fta d e , & fe u D e le m b a r g a d o r d o P a ^ o , & c . E ft a n d o o S a n t ill fim o e x p o ilo , O P. M A N O E L G O D I N H O , &c. Anno de 1688, EM COIMERA. -^ Com todas as Ucen^as necejfarias. JNa O ffic in a d e J O A M A N T U N E S , A n iio d e M . D C . X C I I . ¡ O V, ( ) Î >I o u O 1 0 3 2 i j -■ ': A H V[ .Î i i o O r r, jK sr a v:.\ Vjoa^Ä^ f/I ■-.'iioii f *.a;].iiCioi> *;x.y.: J A T Pi A ^ H a ■Ti''iJil‘r ;/in n x; ,j ’ob .? vii v a i o l o T -n .d '} .r .: '.' -ÍUíi£Í^ o o b n s i ñ l , ’ : & , o :j A o L l o b í g i / j r í u ^ b G j. i ^oflo’ ' 4fX 'jom ^ri ; O H . i i a O r > J :íI 0 M / . 1/I ,<1 r ,. .¿ 3 ÒI i b onnA 'S / -.. / ' ' Í' r .A H Í Í M I 0 3 J T 'i^ A . 11^ X M A O I .D e i . I v i -júcfjLíiA L tiiJ iñ O íiV l Vos cfiis fa i: Vos tjHs hix.- Matji. S E N H O R. A M pódíadeixar defer Santa cíla íUdtí^ n h a, em que hojc fe h z Santo Antünio Ihl, a calor deílc Sol de ju íb c a ,v c fía Divina prcfen^a Sacramentada ^ fai Santo de Santa Marinila. Forlinto Cídade de Rojuania' parecéra hoje eíta voíTa Cidade de Lisboa,6c ÍJonvcnro de Sam Francífco eíta Igreja de Santa M arinha j íe aflÍm como naquella Cidade C onvento foi S. A ntonio mandado fub ira o p u lp ito jre g a ra p a la v ra d c Dcos a mu'ítos Religiofos fabios j &' Padres Fregadores doiitos : Eii tirerà* algüas aparencias de S. Antonio pregando deíte p u lp ito , co mo rem as realidades de fa b io ,& d o u to , tam n o b re ,& graduado Auditorio. P or falta a com para^ao, mas por quem haviade fiiltar fenaó por mim ? Q^ue nam tenho aquelle grande efp in to jco m que prcgou o noíToSanto, nem baem m im aqiiellesadmiraveis talen to s,q u e fuá huniildade teve efcondido^ por m uitos annos , &c a Igreja noS delcübrej& rinculca nas palavras'jque tornei por thema-: fjitsjal: Voscfii'slnx: V-ósfois fal: V òsfois luz. Allim eltc nome fa i, con^o efta d ic p o , luz', conila de tres letras : pelas auaes C hriílo Senhor noíTo defcreve o fer de A nto nio. Km duas cifrou o mcfmíj C h n ílo feu fer immenfo ; atrazaa CUr?a^ ntonio tanto , quanto he o que fe Ihe avantaja ^enioda^ as letras laó de crefcer, de diminuir ¿ lili lefias j os oo accrcfcentam as límias ñas cifras j ^ ^ ? antes d.o D , hum X , antes do L , deminue ñas A 2 contas ,o ^ Sermao de contds R o m ao ^ . Se D e9s xos quiz fazer luZabaÌlaovos tres letras: fe quiz que fícafleis fom bras, fcte letras vos poem as cfcLiras. N a o i ™ ^ a q u c ; íe ja 6 as letras m ilitas, o que im porta h e , qué f ^ o Goas para vbíTas melhoras. C h riíío teve Lue, i , tantas letras 3que ainda menino fe z pafmar aos mais fabios 49 Doutores no templo: mas só quatro letras boas do T itu lo o Maith. coroárao no Calvario. Primeiro d iz C h riílo a Antonio, que he fal,do q Ihe diga que he lüz>porque primeiro ha de mudar de naturezajcom c Tal, quem quizer reíplandeccr no C e o com lu z de Sol. C ham alhe.fal, & antam luz> porque fem preceder o retiro, & moimento d o fai ñas marinhas por peaitencias, nam ha para que pertender allumiar almas. Sal para prefcrva^áo de cui; pasjluz, para eméndalas j porque para eme»díir-peccadoi baila que haja lu z nos o lh o s,q u e nos cegaó ospeccados. N a o haja fai fem lu z, p oíto que fe ache luz fem fal^para que fe veja quanto de fai fe deità : que deitalo as efcuras he per-' der a tempera, & tal-vez aiguaría. H aja lu z de difcri^áo em quem falga, que nem todos os ConfeíTores faó pantos A n tonios j que reílituam pés cortados a feus confeíÍados. Lev'it, B aile de íiil no E van gelh o, que eílá fem fai aquelle paO' 17do D ivino Sacramento. Mas porque fe nao ha de deitar ílil no calix do facrificio da L e y da Gra^a j fe D éos mandava deitar fai em todos osíacrificios da L e y antiga ? Porque o fai he hum goftojque alFc£tadamente fe procura^&r nao quer C hrifto, q no feu Sacram ent^ufquem os outro g o ílo mai^ q u e dplheagradarj 8c agradecer tamanho beneficio. Sena6 h e,q u e o Sacramento cpntém em fy o fai da Sabiduría D iv inaj à viña do qual he infulfo todo o íal da íabiduria humana. T e r falche a noflb m odo de fallar, ter graga, efta nos he neceflaria i peiTamola por intercefìaó daquella Senhora , que por Mariaj teve mares de gra^a: A v e maria,. V Vos ejîis fdî. O s fois ial da terra : Ifto dizia C h riiîo a feus A p o itolcs por expreiTaô de palavras. fois S. Anr tonio Santo Antonio. 5 tonio de Lisboa i.iílo lh es dizia pella e x tcn 5 á o 5 & ftibintelligencia das ktras j ù l he huma d ic c a o , que conila de tres letras , cu fy liabas, S , A , L , & valendonos para o myfterio 3 & ainda para o fentido m y itic o , & fim bolico 3que Ihe damos das Abreviaturas 3& JNotas G regas, Portuguezas 3& Latinas 3& fazendo de cada letra huma dic^áo inteira : quer dizer aquelle S, Santo aqiielle A >A n to n io , aquelle L , Lisboa. E ftem eu d izer 3que vos parecerá novo do p u lp ito , he nas Sagradas letras muito ufado i he porèm neceflario 3 d iz Sbó Gregorio 3eftudo 3& engenho para,defcubrilo ; porq tantas voltas havemos de dar às palavras do Evangelho •para dcfcubrir alguma confa de n ovo 3 com o dà de padejaduras o debulhador na eyra para alimpar o feu trigo 3 ou com odelavourasdàolavradoràterrajparaq^ ue de fru to: .Debet intelleBas multipha Jacri eloqmj inquijitione ventila- d . Greg. ti 3qma 3& terra perjiepws araìiào ver titu r, ut adfrugem tèe- Ub. 15. riiis (iftetnr.. AQÌ-ysxxìS nos l'h r o n o s jo u Lamcnta^otns dt-^orat. Jeremías , que ferve conK) de titulo a cada M etro , ou verfo huma letra do Alphabeto H cb raicoj & fe confultais a Gloiia com S. Jeronym o dizem vos que nenhuma daquellas letras carece de m yilcrioi porque cada huma de p o rfy te m o feu iìgnificado3&: juntas a quatro quatro fazem outro fentido M oral 3 & Alegorico. Alephj por fy sò iìgnifi^ ca doutrina : Beth >cafa : Gimcl 3 enchente : T>akth 3 foprado iScjuntaseftas quatro letras querem d izer 3 que a dou- ' trmada Igrejaverdadeiracafade Deos3 feacha na enchen te dos L iv ros Sagrados, & Canonicos : A lep h , B e th , GU ^ m i 3Daleth prma cminexio e fi, quod 'Vidclicet doÚrina Ecc k f u - d o m u s D e i e f i j in liinm nn reperiatur plenitudine La^ I^lVinorum. hrem. „■ Chrifto Senhor nofib para nps dar huma ponderofa doutnflgfpbreapbfervanciam ais exadta dos d ez Mandamentosd efila L e y 3 efcuibti palavras 3 & diffe tu d oco m hu m fò jo ta 3^ue he a decim a, & mais pequeña letra d o A jB ìC , ' Jotannumiaut unus apcx non priCteribit a lege. Mo» ftrando 6 Semino ¿le llranfllo d iz S. Jeronynio pela figura daquella breve letra, que cftáo cheas de niyilerios todasjS c qiiaefqiier dos Livros Sagrados, ¿c que no EvangcUio fe achao todos aquel/), Hirr, Sacramentos: E x figura litera ojknditur y avcdctiatn mintmapíitanturin lege Sm'amentts fpritvar■ÍióiísplenaJint ^& omma recapiudantvr in Evangelio. Se po^ -is ate a íigu ra, & fórma das letras, que eílao ñas Efcrituras contcm myflcrios , & Sacramentos : de que podemos'Tazer difcurfos, com o nam difcorrcremos íobre todos os fetis^ílgjiíficados? [udas na interpreta^áo H e b re a ,v a l om efm o queco»* ññ'íxo: ludas ¡efi yconfejpo. E-bufcando o Cardeal H u g o a propriedade defta interpretagáo Ihe acha muita , fazendp • de cada letra huma dic^ áo, &c huma parte integrante, ou cfiencialda Confíílaó. Á primeira letra I ,d i z ellejfign ifir ca j que ha de fer a C onfíílaó inteira ; a fegunda V , que h?. de fer verdadeira; a terceira D , que ha de fer dorida: a quar ta Ay que ha de fcguirfe abfolvi^aó , & depois no S, fatisfa^ ^ao. D e maneira que eftas finco letras juntas I, V j D , A , S, fazem hum S Ò nome Judas >ou C o n fífla ó iS í tomada cada letra de per fy forma cada huma fuá dic;9aó : Inteira > V err dadeira j D o rid a, AbfolvÍ9op} Se Satisfa^áo. D o mefmo m odo S3A ,L ,form io efte nome fai : porèm tomada cada le- , tra de per fy feparada,& fazendo huma dicgaò cada huma, fazem efte nome de S. Antonio de Lisboa. Pafìcmos do fagrado ao p ro fa n o ,& vejamos fervirde ■dic^ào inteira huma sò letra. V u lg a r he no D ireito C iv il ' a fígnifica^áo delie n om e, N o ta s , que he efcrever por com pendio algum asdicgoensfem todas as fuas letras : L . tm §. I : 'ip f. 2Jédetf i de hared. infiit. D onde fe derivou o nome de N o ta rio s, que coftum aváo, fegundo lembranga dc Snctonio w 0 'aí¿f. cap.^, fazcr fuas eícrituras por breves, Se compendios de palavras truncadas , forraftdó dic^oens, letras 5 Se filiabas, nam as expriniindo com tódafe as letras: Kotis qntbífflamy& compendijs ditítomim fylUhartftn & ItUerarum aUquid br^enjtter prJjimgen yncn ommbm htteris preferí- Sdnfo j 4 ni 0ìno. 7 pr¿t[siibcf^folerítJP:coxx\o cícrcve V itto rio n^s'Caftigaçoens ¿cC iccro ^ Kiúco: id fermoniserat iííífsiqui aliqnid m-’ tclhgfMaikbat, qukmp'oferri. Q iicriáo os Anrigos dar a en tender o q u e nko acubavfio de p roferir, com o ag o ra , havendo de efcrevcr , punháo somcnre temp. & ben. por heoey ciencia yCcJf^.por Conjtdes, / . . p o r l . e y , D D . por Dccws.' H nm só Á , elcríto , era Jbfolvo-, & hum so C , era Cm detm o.H um N ^ L , era N o n L ia t entre Rom anos ao fentencear dos crimes capitaes por fufragios. N a mefma acCcpçâo fe toma tn L . Lucnsjf. de rnilit. teftam. onde fe d iz : TttiusmilesNotmrioftiOíeflx?mntumdtBa’vit. Bafte de L eys para quem fabe mais. N o s furifconfultos antigos acharéis a cada pafTo que por h u m S ,& hum P j grandes, Se feparados fe cntendiam os ñWioscí^imos i tdejï3fme f atre ¡co m o advcrte T iraquello. N ç Direito Canonico todas as vezes 5 que dais em hum'S, 6c P , grandesjledes 3 Ñ as ()raçocn s,& : Philhpicas de C ic e r o , hum P , &■ hum C , querem d iz e r . Padres Confcriptos. E ñas cartasdos R eligiofós , principalm en tedaC om p anhia^ qu ercm dizer: P az de C h n fto. A s quatto letras, que vedes ñas bandeiras das CameraSjquerem d izer: Senado , & P o vo Rom ano. Finalmente nasvoflas mcímas cartas hiim M jv o s fazm erce: hum S, Senhona.htim E 'jE xcellencia ;hum A , Alteza-. Efl: s Îignifîcaçoens pôis jq n ed e u às letras fimplices a accepçam dos hom ens, quiz D éos j que com grandes vcntajens as lograílem fuas Letras S a g ra d a ,6 c D ivinas, enriquecendoas de fentidos Lircraesj Hiftórícos',Ffpiritu;K:s‘, 6;: M yften coS , A lÍegoçicos, Aloraes , -Simbólicos'j l^ropolo'gicos, & Anagogiv'os:,&náojTÓaslctrasjm as os mínimos ápices, números^ pontos,^; virgulas-. ■ Ç im âodtiC allw Avithor graviíTimo, a n tig o , dà ainda' l i t r o s fentM^s prelagos, 6f ádevírthos ás pakvras-do noíTo Evangelho,dí2efidO ': qtííí^uan^O'Chrifto aiTeittelhou fe os A p o ílo lo S io fai jdebiíixo dcfta m'cfma femelhança que ihes dava yCômprehendia, adîvinhava nam so aos A pofA 4. coloSj 8Sermío de ■ tolos 5com quem fallava, mas aos víndouros, que por procedim cm o de peíToa 3 & doutrina fícavam já participando da mefma femelhan^a de fai da Cerra ; Etpnm o extitit CmnU-. tudp falis 3ftib qua pra:fagiavit Apofiolos >c¿eterofque in illafoí“ te fiim es.'ÍA oicm o , Pr¿efagiavtt. D izer C h rifto a feus A p o ílolos que erao fa i, foi proporibe 3& infinuarlhe huma adivin h agáo, que fe havia de íaber no te m p o , que aínda cita va por vir. líTo he o Tr¿efagtavit. E que adivmhagáo era efta naquella 90 pakivra fai ? Fos eftisfai. Q iie viria hum Santoí p clo tcm p o a d ia n te jo q u a l fendo fai na propriedade, ñas Xixs letras d o íal semente tiveíle codo fea nome. E fte he o Santo Antonio de Lisboa 3eíleaquelle San to, que nam so t^ve fai configo 3 mas fai cm fy : Habete in vohisjal. O gloria Marc.^. de A n to n io , que feja ao pé da letra aqu illom efm o, que C hrifto queria de feus A poftolos por meta fora. H e Santo A ntonio huma M etaphora Evangelica 3húa Chriftáa A liegoria. Eftá bem : mas porque fim , ou com que myfterio foietrea C h n ft o , &: inculca a Santo Antonio de Lisboa,quand o d iz a fe u s D ifc ip u lo s ,q u e fa m fa ld a terra? Porque ha via logo de dizcr , que o fai fe podía perder : ^ o d Jifai evanuerit. E quiz com tem po prevenir de remedio áquelle daño. F. era o remedio 1er ñas letras do fa i, que já nao he depois de p erdido, A d mhilum valet ídíra, o nonle de S. Antonio de L isb o a, que ñas mefmas letras, com que fe foletrea, tem virtude para tornar o fai perdido ao que dante s era i & fazer adiar faborofo do fai in fa tu a d o , 6c perdi do. C Pnio fe perde o fai ? Refponde M aldon ad o, que perAfalii. derido o fabor 5 & acrimonia: §¡uod f i fa i evanuerit ^ rnefii hic. íifaporem y(¿r acrtmoniam amijent. Refponde S. T h o m á s , q ao fai fe fe nam d e sfa z, 6c liq u id a, tem a virtude perdida; porque o fai que fica em pedra nada fa lg a , nem prefta pa-, ra nada : S a l, utjm m prJftet e ffe ñ m i, mce^t e f i, nt hque■ fiat. D e maneira que o íal perdendo o fab or, a acrimoniíi;» 6c liq u e fa g io , he fai p erd id o, fai infatuado, fai que nam prefta m ais, que para fe deitar fora: mas tendo t o d a s eftas tres Sm to Antonio. -9 tres coufas, he fai em todo o feu fer. O ra vejain o nenie de Santo Antonio de Lisboa em fy m efm o, ou no fa i, onde eftà abreviado : tem o S , do fabor, rem o A , da acrim onia, tem o L 3da liquefac^am. Efte he aquelle Santo D o u to r, em quem o fai fe acha fempre p erfeito, ainda quando em outros fe chore perdido. Levanta C hrifto hojequeftam j pergunta: Se o fai chegar a fe perder, cm quem fc ha de achar ? Gluod f i fa i evannenti in quoJalietvr^ N am pergunta C hrifto, por quem fe h a d e fu p rira fa lta d o fa U fe n a m e m q u e m fe ha o fai de achar ? Em ninguem , meu Senhor, com o em Santo A n to nio 5 porque confervando nas letras do feu mefmo nome as propriedades do melhor fai, em fabor, acrim onia, & liqiiefacgam , eftà livre de corrup^am. O h nome nam só gloriofo mas prefervativo i O h nome nam sò faborofo, mas falutifero : O h nome nam sò de virtu d e, mas de milagre ! O h no me >que por ti sò e s o louvor mais grande! Dailhe a Santo A ntonio nome de Arca do Teftam ento com o Fapa G rego rio I X . appellidai-o M artello dos H ereges, com o o aclama va o mundo : chamailhe Coluna da F è , Trom beta do E vagelhojDefempenho da Graga, Gloria da Igreja, T erro r da tyrannia, Amparo da in nocen cia,Santo univerfal. Santo com Eftrella na propria patria nam dizeis tu d o: cha mailhe Santo Antonio de Lisboa, nam vos falta nada. Q iiiz o P o e ta M u reto celebrar as glorias de Scaligero, homem afamado por armas, & letras no feu te m p o , & fe z efte Epigrama; . ' . D ie Dea quo pojjim fcripturus fingere nornm Scaligeri, quod par laudibus ejfe qmat^ Dizem e Deofa da ilibedoria, que nome darei a S caligero, q u e fejadefuasvirtu d es3& lo u v o res hum com pendio? E relpondefe elle mefmo cm nome da Deofa: y tir petis mprudens, quod hahesì D ie Scaliger,illud ^^^^iisvìrtutfs nomina nomenhabet. Porque me pedes ò n ecio , o que tcns na tua m a o , Se, ainda na tua boca ? Dalhe feu mefmo nome de S caligero, porque B nelle IO Serm hde nelle fc cifraó fuas virtudes, delle fe derivam , Se promanaÓ todos feus louvores. lilo que váamente fupunha a lifonja de M urato no nome de S caligero, fe acha realmente no nome de Santo Antonio^refumo de todas fuas virtudes, compen dio de feus louvores. N em eu tivera mais que vos d iz e r , fe me nao vira obrigado a fuftentar o qiie tenho dito > porque j . diréis vos: n r^^ Se C hrifto compara feus Apofbolos ao fai, & fe efte fai he Santo A ntonio 3com o osp o d ia C h rilto comparar a h u m ■ Santo, que era ainda futuro? A compara^aosò fe dà co rn o ; tem po pafl'ado, 8c prefènte, nani com o futuro ; porque fe fimda a comparaban! no-conhecimento d o comparado j 6c do futuro nam ha ainda conhecimento. DÌ2em os,Fulano he nacrueldade hum F alaris, na fortuna outro Policrates, na R eli^ iao hum N um a, na inteireza hum C a ta ó ,n a riqueza hum^CreiTo, na pobreza hum C o d ro , nos vagares hum F a bio, na fantidade hum Sócrates, na facundia hum Dem ofthenes, na fagacidade hum A n ib ai, no valor hum S cip ia o , na generofidade hum Alexandre, na clemencia hum Ceiiir> mas F u la n o , he com o T ic io , que hade fer, nao od izem osj porque o nao conhecemos. C o m o lo go havia C hrifto de en tender por fai a Santo Antonio de Lisboa , quando compa rava feus A poftolos ao fai da terra? Duas repoftas darei a efta inftancia, efta primeira com a T h e o lo g ia m y ílic a ,a fe gunda com a Efcolaftica : demos a primeira. M uita diíiiculdade tivera a folugáo defta inftancia em ou tro Santo 5que nao fora Santo A ntonio j porque so e l l e j . r C h rifto ,& :oB autiftaforam San tos de prefente,& : futuro * juntamente. Chrifto: Tu es, qui venturusesi V o s fois Senhor, o que fois, ou o que haveis de vir a fer? D o Baiitifta o m er nio C hrifto : E tfiv u ltis recipere : ipfe eft E lU s , qui ventnms ge YQs h e id e d ize r o queentendo, d iz C h rifto ,o Bautif" ta he ja o Elias, que vos ha de vir a p regar, quando eu da íegunda v e z vier. Santo Antonio efte he o feu nome de prc' fente: & A ntonio abreviado val o mefmo que A n táodo tem po pafíado,& futuro; Antam dizeis, quando d o pafladoj Santo Antonio. ii ou ftitiiro falláis ; & Santo que o he d o teinpo paíTado, prcfente, & ñ itu ro , pofto que feja aínda futuro ^fe falla delle, & con racom op refen teih eaín d a o q u e tem fidojá3& : he já o que nao foí aínda. M aldonado: Solet pr^fens pro futuro poni:, ut Elias quidemjam ven ít, iá efi^ ventnrus efi. Elias pvecedeo a C h n fto fendo aínda víndouro : o Bautífta ha d e v ír ^ '” ’-^'^ aínda, ten d ojávín d o , porque hum 3 &: outro faó Santos de paíiado, prefente, & futuro 'Ip feeji E lias, qui ventunis efi. ‘ Eliasjam venit. Santo A ntonio he o San to, que h e , & he Antam , ^ i e foí, & ha de fer, &: com o he Santo de pafíado, p rc fe n td ^ fu tu ro, verífícafe nelle o fer fai em todo o tem po : Sokt pr¿efens profuturo poni. T a n to Ihe vai em ter nome de futuro, & prefente. F a z D éos asmaiores honras, Se merces a A brahaó, que podía cfperar feu merecímento, ou afpírar a niaior ambi^aó: pois demais de Ihe fegurar a fuá gra^a, Ihe confere oprímad o d e to d a a n o b re za d o m u n d o ,fa z e n d o -o cabera de to das as que a levantareni na terra por eminencia dé coroa ¿ &: iñ o com huma tam dilatada defcendencia, que para a rcduzír a num ero, eftim acao, ou co m p u to , nam ha/a no C e o , Eftrellas áreas nas prayas, folhas nas arvores, no pò argueíros, no Sol atomosj &: dizlhe que fe até aquelle tempo fe chamava Abram , dalli em diante íe chamará Abraham com mais huma letra 5& afpiracao 5porque o tem feito p a y d e muirás gentes ; Nec ultra vocahitur nomen tuum A h ra m , fed íippellaberis Abraham ¡ quiapatrem mHltarumgmtiim co'/íjiitui te. Participa tambcm Déos eílas íncomparaveis grabas a -para nnilher de A b rah áo, & dizlhe a e lle , que della Ihe ha ^fidarhum tal filh o ,q u e os R eys fe gloriem de proceder elle como de tro n co , & as N acóes mais gloríofas fe jaólcm c ramas fuas : E t ex ¿lia daba tibi filium , cuí benedicíurus(iim in nati 0 7ies ^ Reges popííÍorum orientur ex eo. Ñam rcD aiam ,quetendotodaseí 1:asíncítim aveism erces, &: feiciílirnaspromeíllisde D eosa Abraham por fundamentoa r ’ Ifaac era ainda con cebido, quanto mais na CiCio, L t ex tila dabo tétfiliu m , nem a gera^am de AbraB 2 ham 12 Serm h de ham tinha as prendas daqueíle filho ycm qiie haviani de prender as melhores familias do U niverfo : & Deos jà d iz a Abraham, que o tem feito pay de muirás gentes por aquelle ñ\ho^ Patrenrmultarumgentium conftituite. N am ha denomina^am d e p a y fem refulta de relacam do term o, que he o Jilhoj & fe o filho flinda eftà por dar : Dabo: com o he Abra ham jà pay fem oier? O nam vem, que tem Abraham nome de prefente, paiUido, & futuro : o nome de prefente, 6c paf- ^ iado, era Abram de iìnco letras, o nome de fiiturojcra Abra- : ham de feis letras : chamavafe A bram , pelo que jà fra, & fò ra : chamavafe Abraham , pelo que havia de fer Jìhda : Vo^ caheris A b r a h a m ^quia fatremmtiltarum^entium conftitmte. E Santo que tem nome de prefente, & fu tu ro , verificamfe | nelle as palavras de Deos a todo o tem po: Solet pr^fens prò | J à h e fa ld a te rra A n to n io , quando compara ao fai feus A poftolos C hrifto -, porque he Antonio com o Abra ham , que tem nome de prefente, & futuro. A n to n io , &c Abram fam nomes de prefente : Abraham , & Antam nomes do tem po futuro : Non ultra vocaberis Abranh & c . O u d ig o , que era Antam aquelle fa i, o que fo y depois Santo Antonio j porque no tem po de C hrifto era cada Ap oftolo hum Santo A n to n io , Seno tem po de Santo A n tonio fo y efte Santo hum A poftolo. D iz C hrifto aos Jud e o s ,q u e felhequerem dar cred ito , que elle Ihe affirma fe ro B a u tifta jà n o feu tem po , o mefmo Elias , que eftà para vir no fim do mundo : E t [i vultis recipere, ipfe eft EUas, qui vzntunis ejt. Mas com o podia o Bautifta tendo jà v in d o , fer E lia s, que eftà aínda para vir antes do diado ju iz o ? S a 6 ]o a ó C h ryfo fto m o co m a fu a b o ca de ouro: E t chryf.in bene d t x i t S i vultis recipere, Ubertatem ojiendens : efi enifA cnt.mr. ille ¡3ÍC 5 bic ilie , quia pr^cmfiores fa£fi ju n t utrique. T o mou C hrifto a rcfalva de que fe o queriam crer j porque havia de dizer huma coufa em que todos podiaó duvidar? ¿cera, que Elias eftava no Bautifta vin d o ,& : o Bautifta enil Elias vindouro : nam por uniam dos fu p oftos, mas por fu' pofi^aojfic idencifica^aó dos officios. T in h a Elias vind^^ Santo Antonio. i e m jo a ó , & Joaó eftáaínck por vir em Elias 5 porque pel lo officio de precurforescommum a ambos^de ral Ibrtccnchem os tempos 5 que o B a u tiíla já vindo faz a pefiba de Elias vin d o u ro, 6c em Elias que ha de vir no fím do mundo fe nos reftitue o Bautifta, que foi Precurfoi* de ChriíVo : E fi enm illebíc O s A poftolos, & Santo Antonio to dos tiveram por officio fer fai da terra : Vos ejlis fa i terra. E pofto que os A poftolos viveílem em hum tem po 3 que nao viveo Santo A n to n io , no tem po dos A poftolos cada A pofto lo e rajá hum Santo Antonio 5 6c no tempo de Santo A n tonio era aínda Santo A ntonio hum A p oftolo : E fl eni?n ille hic 5 & hic tile 3quia pr¿ecmforesfa^tJunt utrique. ^ Q iie virtudes , que m ilagres, que accocns ledos , que obraflem os A poftolos , que Santo A ntonio nao obrafíe? Q ue favores fez C hrifto a Santo A n to n io , que fe nao contem do feu A poftolado? F e z C hrifto a feus A poftolos de pcfcadores de pexes pefcadores de homens : a Santo A n to nio Prégador de hom ens, 6c pexes. M udou C hrifto os nomes deSim aó a Pedro 3de L ev i aM ath cu s:m u d ou ao noíTo Santo de Fernando em A ntonio. Cham ou C h rifto duas vezes a Pedro 36c Andrena melhor opiniaó 3 hum a, 6c a primeira para familiares ouvintes feus 3 a fegunda para Difcipulos 36c companheiros. Duas vocacoens reve San to A n to n io , a primeira para a R eligíaó de Santo A goftin h o, a fegunda para a de Sao P'rancifco. M andou C hrifto os A poftolos a prégar pelo mnndo : líTo fez Santo Antonio. Communicou C hrifto aos A poftolos dcpois de homem feito : a S, A ntonio em aparencias de menino. A os A p o ftolos deu C hrifto a beber o feu cáliz : a Antonio para le var a fuá C ru z. Aos A poftolos delegou o poder de darem o Efpirito Santo : Santo Antonio o dava com hum aflbpro. Sao P ed ro , 6c SaoJoao difibraó a hum pobre^aleijado no tem plo 3que nao tinhaó o u ro , nem prata : Santo Antonio profcftbu a pobreza da Primeira Regra. P'inalj mente veneramos em Santo Andre a humildade : em Sao Bartholomeu a paciencia; em Sant-Ligo a devo^áo a N . B 3 Senhora 14 Sermao de Senhora : em S. F elippe o zelo da converfaó das almas : em Sao Joaó a cailidade : em Saó J u d a s, & S. Simaó a candade em SaóM ath eus o d efp rezo do m undo: em Saó Mathias a pcricveran^a : cm Saó Pedro o a m o r: em Sani T h o m è a pcnitcncia, porque nao parecía homem v iv o 3 fenaó fombru d:i vida. T od as eftas virtudes fizeraò hum S. A ntonio i com que vcnho a con clu ir, que foi Santo A ntonio hum dos A poftolos de C h r ifto , ou que cada hum dos A poftolos de C h rifto fo i hum Santo jfThtonio 5por indifferenza de efpi- j rito 5òc por hum ailìm mefmo de ofíicio : EJl enim hic ille ,ò ' ; tlle hic^quia 3 & c . A poñ olos A ntonio faó fai da terra: | Vos efttsfalterr^. E p o fto q u e os,A p oftolos foiTem fai da primeira ra z a , tudo fai da mefma marinha, que fe nao difièrencea depois de pofto na eyra : Vos eftis[al. Efte mefmo Vos C hrifto dcu no feu tem po a todos os A p o fto lo s , d à a lg re ja n e fte n o n b te m p o a h iim sò Santo A ntonio, pa ra moftrar que nani ha difterenga entre Santo A n to n io , 6c 05 A poftolos de C h rifto , com o Santo de prefenre >& futu ro : Ipfe eft Eliasyqui ventnrns eft. Sejaaiègundarepofta. Com para C h rifto feus A p o fto los a Santo A n to n io , quando ainda nao havia Santo A n to nio no mundo -yporque rudo a q u illo , que ha de fer infallivelm ente fe reputa nas Efcrituras com o f e jà fo f le prefen te 5& exiftifie na realidade j porque para o faber de Deos nao ha paiTadojnem fu tu ro , tudo fegundo o fer real Ihe he p refen te,6c exiftente em fua eternidade, cujos antes nao tem d ep ois, cujos depois iam com o agora, cujos agoj) ra foraó fempre : Apifd Denniy efcreve Santo A g o ftin h o , 1 - de preterita trariilenint, & futurajam faBaftmt. N o s Pfal- ' Trm.c. I I I . & 14^. faz D avid menzam da v o lta , que fize16. ram A g g e o , & Zacharias d o cativeiro de Babilonia , o qual cativeiro nam iuccedeo fenam muitos feculos depois que D avid com pos OS Pfalm os: AUelma reverfams Aggei, 6 Zathari^. Ifaias no cap. 44. num. 2 8 . da fua p ro fe ciÌ fal la cm nome de Deos com E lK e y C y r o , chamandolhe feu P a fto r, executor de fua vonrade : àteo Cyro ; Paftof meus Santo Antonio. 15 9neuses omnemvohntatcm meam mnfìebis. Sendo que entre Ifaias, 6í C y ro fe contam muitos annos de promcio. E à vifta de tam relevantes cxem p los, qiie milito he fazer Chrifto jàmcn^am de Santo A ntonio no feu tem p o , que como a C y r o P a fto r, nomee a Santo Antonio fai da terra pella extcn9am , &: fubintelligencia das letras, quando nam por exprelTaó das palavras : Vos ejltsfai terra. E finalmente havia Santo Antonio de fer as delicias de C h rifto , Sabedoria do Pay ncfte mundo 3&■para aSabedoria D ivina ter as fuas delicias anticipadas dalhe exiftencia, quando ainda a nao rem , as creatiiras. Ainda naó havia fombra , d iz a Eterna fabedoria, de quanto o dia hiftra, o S ol aclara, o C e o co b re, a terra cria, o mar fuftenta, de quanto nas flores agrada, & nas belezas fe a d m ira j& E u jà e ra E te rn a S ab ed o ria jC o m que D eosfe entretinha ao t e m p o ,que fazia tudo do n a d a ,& to d o o meu regalo era eftar com O S filhos dos hom ens, que ainda naó havia : ^uaìklofraparabat calos aderam ; quando appendebatfmdamenta terra : ciim eo eram ctmEia componens, ó ' àeleaabarperjìngulosdiesyltfdenscoì'am eo onini tempore, 0^ àilitia niea ejje a m f l i j s hominum. \^ede o qiie d ize is, Sabcd o ria in fin ita?S ed izeisque nam havia terra a in d a ,com o formando D eosos homens da terra, que ainda nam h avia, podiam jà os filhos dos homens fer a voiTa delicia ? Por liTo m efm o, que queria aSabedoria Divina OS homens para fua delicia Ihe tinha dado fer ab a:tcrntK.'m fua Etcrnidade mimenfa. Qiiando ainda o Creador namtinha tomado nas m àosob arroD am afcen o,jà OS homens erao todo feu gofto ,& regalo. Santo Antonio foi Santo tanto do agrado de C h n fto 5que vinha do outro mundo ter com elle huma ho ra de gofto j pondoièlhe nas m aos, fobre o feu Breviarioj & fendo Santo de que C hrifto Sabcdoria Divina fe agrada va tanto, quem duvida, que fedeliciaria com elle defde to da a Eternidade,&: que Iheviria agrada de Santo Antonio à boca quando comparava feus A poftolos ao fai da terra: y 3Í ejhsjal terra, & dditia mea effe ctm jilijs hommum. Teoho ^ i6 Sermío de T e iih o acabado o Sermao 5 &: nao fei fe fíz bem em deíxar o Sacramento para o cabo ? M as com o no dia de hoje sò fefazn eílalgrejah u m aC om n iem ora^ aó do Sacram ento, por fe converter em obras a feíla deíte anno: as Com m em oracoens sò depois das Laudes fecoftum áo f a z e r , 6c aílim depois dos louvores de Santo A ntonio tem lugar. M as que pollo dizer do Diviniflim o Sacram ento, que nam ^ondiga com quanto diíTe de Santo A ntonio? T u d o nelle fam preL hc.^z . fentes, & flituros j u ntamente í H oc eft corpus meum, qmd pro vobisdattír. D iz C h riílo nas palavras da Confagra^am por S. Lucas. E íle he o meu C o rp o 5que por vos fe d à; Hoc efi \.Cor, 11 Corpus m eim , quod pro vobts tradetur. D iz o mefmo Senhor porreterim encodo A p o ílo lo . Efte he o meu C o r p o , que por vós fe ha de dar. D e forte que de tal maneira fe nos deu ja no Sacramento 3que fe nos darà ainda. Dcufe lo g o com palavras de futuro. H e C hrifto ja v in d o , & he Venturo no Sacramento : Ecce ego vobijcumfum omnibus diebus, ufi¡ue ad confummañonemfeecuU. H e promeíTa, que efte Senhor nos tem feito de eftar com nofco até o £m do mundo. N am d iz, que eftaráj fenam que eftà: Sum ; Equivocando o prefente com o futuro ; porque he prefente, juntamente ñituro no Sacramento : prefente para nos dar g o fto , fururo para nos cauílir defejo : prefente para nos encher dos bens da fuá graga 5futuro para nos conferir os da G loria : J d quam^ & f . L A U S DEO. ■I ''ft -I- { , ,j, i'.i >.V . . i rfi't.u '/•j1 1.1 : K ^ i.. : ■•• • ' • ' .■ ■ •V» ' • . . -I ; j •■ 7 Í. ' 5 i ' '■•v. _ i , 1 «.‘. j :’ . • ¡ l* ,c ¿.i ■ ^ Í ' ■* ' (tei ■(,' .f,o 5r c ■ _; Í !i t I :■ .Í! :. -<..'4 :'K.¡ •' I " ! ' ;■.-n --v. -I ■ ; Hp/; b •' ' ■ ■ ' :■ ■ . if ':-v.5;¡r -i d i :> :v b n f'l! , ; Cú ,'i H ‘ -’ i ‘ f.OO j '' •fc [ . a ci. 1* Ö ■b » .’ 1 J>‘> j ? O . . ; J *ft- ; ... , . c*i- >(•■ ■o --iVii'jÇfi,,, . Ui :>\j* 3obv:>:>--q (Eàiv • ' / *>' ■ /j -.f) i i o 7 o f n f> r, ô / i o m , . .:.'â i: .b ■Ili.’"! ^OÏ^jî *3Ïi -h 0 »r í-*¿' i h & i O i ' i ' L '.îll. O‘ :r riTî fîfi'î ccî ^ î: . ij;t ■ i-’.r:?- ' , tftr-'f il p ii! m; ,-<r‘*ífíC':2fn ?■'M ■ •» ». 10^ ß 51 í 6‘'¿'í^c ';öi ■ i'% :•. . U ol>,. :iii> cfl'iç f'f (fi tZciof) ah'jv/Kj oÎ'DT o r s u ')! ob v/'r:*'! "íñ '.au ['! £G/ :oiT:f.p cliq v’hiifi?*! '•-•!>•, :ô / c w j '' . •:: •. «'i; ' v I í>:i'fl'jlo'i -^'üî - ì -î ^ïv ■'•, jx A :„ Oí C‘M »J t" si'I-jh 3ü:cI j mi*.- ;!-., ,i-a fj ¡,1 C ; A ¿ ) ' j f S , Cd ,?abuìti7 ,?f;bi5Ît>'iXj 't iîia,-îr»q ,.-:7citiO i,b o-* , od!' d o ’M ÍJ - ^ . c n o i o v o b i.-b 'i'ig VR-n.T -'• -Ti'i 2. '' í,i :.b -EJíy-ïOs j I " í i ü m - : '' ! ; ( r i ; 0 ' ’Ocbi'. J i (V»<¡£n of> >'i£.i’ífiíi ir)nn'..^ofb nci.i <0 ! ••< tob n ii^ ~o\ ■ )) j'ip fifífii tioa Èri ,ti jlt;o - ' '.líf- .'■ '.h j: A o'^p ?si;ff *n íni'Oy ' > ■ f'i ’ > 'i ^ r n ‘ ^í^ ''>ft'ir.’" ' ^ Z'v^f^ í</^?V'C1 .■jjÓVJoíífRñfjnaí * éoiii-gir*':; M j Öj. .UITAM Ü ^ a cV A J ■ - ♦ ■ »î 't "V,». • •V, ■ I - '■.i^,. r VV '»V'U-'.^ • '• •■ « ■ - • ■ • lÂÇî •>!» . ' ■■■ ■ -.J *omiE' ' -o*. . i-^;fr»>i..}7firS^v'... ’.- i.mK'Iwv.'*' »S; f \ 4 k Í é t m r \ ^