Algumas Dicas de LITURGIA

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Algumas Dicas de LITURGIA
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Algumas Dicas de
LITURGIA
Norberto Mazai
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ALGUMAS DICAS DE LITURGIA
Norberto Mazai
À luz da “Sacrossanctum Concilium” que foi um dos primeiros
documentos conciliares, publicado no ano de 1963, podemos dizer que a
liturgia é: “uma ação sagrada pela qual através de ritos sensíveis se exerce, no
Espírito Santo, o múnus sacerdotal de Cristo, na Igreja e pela Igreja, para a
santificação do homem e a glorificação de Deus.”1
Uma outra definição significativa é a do monge beneditino da Abadia de
Maria Laach, Odo Casel, grande liturgista alemão que define a liturgia como o
Mistério do culto de Cristo e da Igreja.
Ditas estas definições sobre a Sagrada Liturgia, fica evidente a sua
importância para a Igreja e seus fiéis.
Sendo assim, liturgia é celebração. Nela tudo deve ser bem feito, com
arte, com gosto, sem pietismo e improvisação. Deus merece ser louvado com
arte e bom gosto e o povo tem direito a uma celebração digna e bonita.
Também devemos evitar dois exageros: o legalismo, que é o apego às normas,
um rigorismo fechado não dando lugar a uma criatividade sadia prevista pela
lei da Igreja e o liberacionismo que desconhece as normas litúrgicas,
desrespeita o essencial da celebração, confunde criatividade com novidades,
invencionices e caprichos pessoais.
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Cf. SC, 7.
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Ainda, na liturgia há várias funções, por isso cabe a cada um fazer o que
lhe compete. Cada qual cumpre sua tarefa sem invadir o que compete aos
outros. Pelo contrário, todos que atuam na liturgia devem estar em sintonia,
em união, em comunhão.
O AMBIENTE ANTES DA MISSA
Não se pode esquecer que o ambiente da celebração deve ser digno e ter
uma atmosfera sagrada. Para tanto, deve-se evitar correrias para o altar,
afinação de instrumentos, barulhos com os microfones testando o som. Tudo
deve ser feito antes da chegada dos fiéis.
Missa não é de forma alguma um SHOW, nem piquenique e muito
menos passarela. A ornamentação, limpeza, som, cantos etc... devem ajudar a
propiciar um clima de oração e participação e não de dispersão.
O COMENTARISTA
Comecemos dizendo o que não é um comentarista e o que não deve
fazer na celebração.
O comentarista não é um catequista, ou seja, não lhe cabe explicar
doutrinas, cerimônias etc... Seu papel não é o de pregador e de professor.É
erro grave, o comentarista fazer longas explicações, pois um comentário nunca
deve ser longo e além do mais, é errado dar explicações da Palavra que vai ser
lida.
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Há também, aqueles que se assemelham a um locutor de rádio, falam
com euforia, voz alta demais e, portanto sem devoção.Fazem do comentário
um momento para se mostrar para a comunidade. A grande parte dos
acontecimentos celebrativos são evidentes, não precisam ser comentados.Ele
não é o dono do altar da palavra, nem da estante onde fala, nem do microfone.
É inconcebível que ele fique o tempo todo plantado na estante ou altar da
palavra, como também não se deve ficar respondendo a Missa pelo microfone.
Esse fato tira a centralidade do altar e atrapalha o celebrante. O comentarista
deve usar o microfone só para os comentários e retira-se do altar da palavra ou
da estante, para a sua cadeira.
O que é então o comentarista e qual o seu lugar na celebração? O
comentarista é um animador, alguém que ajuda o povo a participar da
celebração. Ele é discreto, animado e convidativo. Sua missão é convidar a
assembléia a participar. Ele acolhe, incentiva a assembléia fazendo
intervenções breves e alertando para algum tema ou rito da celebração,
promovendo a sintonia entre a assembléia e a celebração, bem como, propicia
um clima de oração e de respeito. É sóbrio no ser e no vestir e suas palavras
são poucas, mas cheias de significado.
O PRESIDENTE DA CELEBRAÇÃO
Aquele que preside é a presença sacramental de Cristo! Não é um ator,
nem um artista. O importante não é ele e sim, Cristo que preside em sua
pessoa.
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Cada um tem o seu jeito de presidir, mas a tarefa de quem preside é
levar a assembléia a rezar e a fazer a experiência de Deus. A arte de presidir
requer uma grande espiritualidade e uma boa comunicabilidade. Não é nada de
exagero, mas tudo com sobriedade e criatividade.
O presidente da celebração não é o dono da mesma, mas é a pessoa
central porque faz às vezes de Cristo. Ele deve sempre distribuir a eucaristia,
auxiliado por ministros. Não é liturgicamente correto o padre ficar sentado e
deixar os ministros sozinhos distribuindo a eucaristia.
Outro fator muito relevante para o presidente da celebração é a sua
postura, a qual deve ser digna de quem representa Cristo. Deve-se evitar, ficar
de pernas cruzadas, mãos nas costas, posicionar-se de pernas abertas e
debruçar-se sobre o altar.
O LEITOR
“A Eucaristia é um sacramento visível e a Palavra de Deus um
sacramento audível”.2 O leitor é a voz de Cristo! Para tanto, deve treinar e
preparar a leitura. Nunca se leia de improviso.Não se faça esperar e coloque-se
em um lugar perto do altar da Palavra para iniciar a leitura sem demora, não
deixando um vazio na celebração.
O leitor proclama e proclamar é diferente de ler, é fazer as palavras
brotarem do coração.
A leitura deve ser feita da Bíblia ou do Lecionário e não do folheto. O
leitor deve ler bem para não inutilizar a Palavra de Deus.
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Liturgia não é treino, é celebração. O povo tem direito de ouvir bem a
mensagem e cada uma das palavras.
O SALMISTA
O salmo também é a palavra de Deus.
O salmista lê ou canta o refrão para o povo responder. No final de cada
estrofe o salmista deverá levantar a cabeça para que o povo saiba que é hora
de recitar o refrão.
O salmo é uma resposta à leitura, não deveria ser substituído por um
canto qualquer.Pode sim, um salmo ser cantado. O salmo cantado ou rezado
tem toda a dignidade da Palavra de Deus, porque é Palavra de Deus, por isso,
o salmista é alguém que não pode ficar de lado ou substituído.
O CANTO E OS CANTORES
O canto na liturgia é sempre uma oração.Além disso, o canto
evangeliza, transmite uma mensagem. Portanto, é preciso cantar com o
coração. O canto facilita a comunicação e é também uma linguagem de fé.
Deve-se cantar o canto na hora certa. O canto deve acompanhar aquilo
que se celebra no altar, deve ser integrado no todo da celebração, deve ter o
colorido de cada tempo litúrgico.
Os cantores devem evitar qualquer exibição. Nunca cantar por
cantar.Deve-se cuidar com a altura do som para não abafar a voz. A
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Santo Agostinho
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celebração não é um SHOW. Os cantores devem ajudar o povo a cantar e não
cantar pelo povo.
ORAÇÃO DOS FIÉIS
Na oração dos fiéis não é a hora de rezar por tudo e por todos. Oração
longa demais cansa, dispersa e chateia. O ideal é não fazer mais de cinco
intercessões.
As intenções podem ser feitas por uma ou duas pessoas e as respostas
podem ser cantadas.
DECORADORES E ARRANJADORES
O altar representa Cristo, não pode se tornar prateleira de flores, nem é
burro de carga sobre a qual se coloca de tudo.
Não se pode por imagens em cima do altar ou qualquer outro enfeite. As
flores devem ser naturais e não artificiais. No Advento e Quaresma não se usa
flores na Igreja.
Deve-se ter cuidado com cartazes, faixas, papéis colocados em paredes
para não tirar a beleza do templo e não poluir o ambiente sagrado com o
exagero de cartazes.
Os decoradores e arranjadores devem manter contacto com o sacerdote
responsável pela Igreja e respeitar as normas litúrgicas.
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10 DICAS PARA UMA BOA CELEBRAÇÃO
1- Organizar a Pastoral Litúrgica na Paróquia
2- Preparar a liturgia com antecedência
3- Investir o tempo e o coração
4- Que Jesus cresça e a gente desapareça
5- Conhecer o Documento 43 da CNBB
6- Humildade acima de tudo
7- Exercitar-se no uso do microfone
8- Muita criatividade
9- Conhecer a realidade da paroquial
10-
Estudar liturgia e participar de encontros de formação
10 ERROS DA EQUIPE DE LITURGIA
1- Ler tudo do folheto
2- Improvisar tudo
3- Deixar tudo para a última hora
4- Não ensaiar as leituras
5- Ler por ler
6- Celebrar apenas para cumprir uma função
7- Usar a liturgia para dar lição de moral
8- Ser sempre contrário à opinião do Padre
9- Colocar letras religiosas em músicas populares
10-
Tirar o mistério da celebração

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